jornal dos bairros | julho de 2015 | edição 06 | ano 19

16
Ano 19 Nº 06 dos Bairros Julho 2015 Publicação da União das Associações de Bairros de Caxias do Sul - Filiada à FRACAB e à CONAM Diretoria da UAB toma posse Foto: Karine Endres Diretorias da UAB e das Amobs,para a gestão 2015/2017, já foram empossadas. Apesar das polêmicas, movimento comunitário realiza um dos processos mais democráticos dos movimentos sociais. Nesta eleição, 204 Amobs realizaram o pleito, sendo que 80 delas contaram com urna eletrônica. É um momento de renovação e luta por melhores condições para os moradores dos bairros | Págs. 03, 04 e 05 Confira a reportagem especial sobre os equipamentos de esporte disponíveis em Caxias e as demandas das comunidades | Págs. 08 e 09 Esporte Jornal O Jornal dos Bairros publica uma entrevista exclusiva com a secretária de Cultura, Rúbia Frizzo, sobre os projetos e discussões da ocupação da Maesa Pág. 04 e 05 Maesa Mais de 200 mil pessoas visitam feira de Economia Solidária em Santa Maria. Atividade contou com a participação de empreendimentos caxienses, além de instuições de apoio e fomento | Pág. 11 Economia Solidária

Upload: jornal-dos-bairros

Post on 22-Jul-2016

228 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Confira a edição do mês de julho do Jornal dos Bairros. A Maesa é pauta de uma entrevista especial com a secretária de Cultura, Rúbia Frizzo. Além disso, fizemos uma reportagem sobre os equipamentos públicos de esporte em Caxias do Sul

TRANSCRIPT

Page 1: Jornal dos Bairros | Julho de 2015 | Edição 06 | Ano 19

Ano 19Nº 06

dosBairros Julho 2015

Publicação da União das Associações de Bairros de Caxias do Sul - Filiada à FRACAB e à CONAM

Diretoria da UAB toma posseFoto: Karine Endres

Diretorias da UAB e das Amobs,para a gestão 2015/2017, já foram empossadas.

Apesar das polêmicas, movimento comunitário realiza um dos processos mais democráticos dos movimentos sociais. Nesta eleição, 204 Amobs

realizaram o pleito, sendo que 80 delas contaram com urna eletrônica.

É um momento de renovação e luta por melhores condições para os moradores

dos bairros | Págs. 03, 04 e 05

Confira a reportagem especial sobre os equipamentos de esporte disponíveis em Caxias e as demandas das comunidades | Págs. 08 e 09

Esporte

Jornal

O Jornal dos Bairros publica uma entrevista exclusiva com a secretária de Cultura, Rúbia Frizzo, sobre os projetos e discussões da ocupação da Maesa Pág. 04 e 05

Maesa

Mais de 200 mil pessoas visitam feira de Economia Solidária em Santa Maria. Atividade contou com a participação de empreendimentos caxienses, além de instuições de apoio e fomento | Pág. 11

Economia Solidária

Page 2: Jornal dos Bairros | Julho de 2015 | Edição 06 | Ano 19

Jornal dos Bairros

Julho de 2015Opinião 02

Editorial

Jornal dos BairrosExpediente: Veículo da União das Associações de Bairros de Caxias do Sul – UAB - Rua Luiz Antunes, 80, Bairro Panazzolo – Cep: 95080-000 - Caxias do SulFiliada à Federação Riograndense de Associações Comunitárias e de Moradores de Bairros (FRA-CAB) e a Confederação Nacional de Associações de Moradores (CONAM) Presidente: Valdir Walter

Diretora de Imprensa e Comunicação: Paula Cristina da Rosa - [email protected]: Karine Endres - MTb. 12.764 - [email protected]: Karine Endres e Matheus Teodoro Estagiário de Redação: Matheus TeodoroEditoração e Design Gráfico: Karine Endres

E-mail: [email protected] Telefone: 3238.5348Tiragem: 10.000 exemplares

Conselho Editorial:Antonio Pacheco de Oliveira, Flávio Fernandes, Joce Barbosa, Karine Endres, Paula da Rosa, Paulo Sausen, Valdir Walter eEmail: [email protected]: 3219.4281Os textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.

Movimento comunitário: solidariedade, debate e construção

A comercialização dos espaços públicos

Por Laurindo Lalo Leal Filho

* Laurindo Lalo Leal Filho, sociólogo e jornalista, é professor de Jornalismo da ECA-USP. É autor, entre outros, de “A TV sob controle” e “A resposta da so-ciedade ao poder da televisão”. Artigo publicado originalmente na Revista do Brasil.

As opiniões e informações constantes nos arti-gos assinados são de intereira responsabilidade de seus autores. Elas podem ser enviadas para [email protected]

Há anos, no litoral paulista, havia me acostumado, quando estava por lá, a sin-tonizar a Rádio JB AM, do Rio. Noticiário sóbrio e equilibrado com música de qua-lidade marcavam a programação.

Um belo dia, liguei o rádio e na mes-ma freqüência da JB um pastor me amea-çava com o fogo do inferno. A rádio tinha novos “donos”.

Mais de duas décadas depois a his-tória se repete.

Quem um dia ouviu pela Rádio Eldo-rado de São Paulo o Concerto do Meio Dia, tendo como prefixo a composição de Prokofiev, Pedro e o Lobo, seguida do também sóbrio Jornal de 30 minuto”, hoje ao sintonizar os 700KHz AM vai ouvir vo-zes melífluas pedindo dinheiro em troca do reino dos céus.

Nos dois casos, e em tantos outros do mesmo tipo comuns no Brasil, trata-se da venda por um grupo empresarial de algo que não lhe pertence.

O Grupo S.A. O Estado de S.Paulo, controlador da Rádio Eldorado vendeu para o empresário R.R. Soares, chefe da Igreja Internacional da Graça de Deus, um bem público, o espaço no espectro ele-tromagnético por onde circulam os sons da emissora.

Esse espaço pertence a todos nós e é administrado pelo poder público que pode conceder seu uso a particulares para que prestem um serviço público com fina-lidades “educativas, artísticas, culturais e informativas”, como diz o artigo 221 da nossa Constituição.

Se do lado do vendedor existem sub-terfúgios jurídicos para legalizar a transa-ção, do lado do comprador a ilegalidade é gritante.

Não consta que a nova programação da Eldorado, já no ar, atenda as finalida-des previstas na Constituição. Além disso o negócio fere outro dispositivo constitu-cional que impede o Estado brasileiro de subvencionar cultos religiosos ou igrejas “ou manter com eles ou seus representan-tes relações de dependência ou aliança” (Artigo 19 da Constituição Federal).

É bom lembrar que a concessão para o rádio está limitada a dez anos, ao fim dos quais deveria passar por uma avaliação so-bre a qualidade do serviço prestado.

No Brasil isso é ficção e as conces-sões são renovadas automaticamente com seus controladores perpetuando-se como “donos” de um valioso espaço público.

Já os verdadeiros donos - todos nós - somos impedidos de saber como esse es-paço é administrado pelo Estado.

É comum ouvirmos queixas de pes-

quisadores acadêmicos e de representan-tes de movimentos sociais, interessados no tema, sobre as dificuldades de acesso aos contratos de concessões impostas pela burocracia governamental.

A transparência nesse setor é crucial para a vida democrática. Para isso o pro-cesso de outorga de uma concessão e o acompanhamento da sua execução deve-ria ser amplamente publicado e debatido pela sociedade.

Trata-se de um serviço público como outro qualquer e quem deve julgar sua qua-lidade é o público, por meio de órgãos que existiriam para isso.

Como ocorre em Portugal, por exem-plo, com a ERC (Entidade Reguladora para a Comunicação Social), que elabora um Caderno de Encargos estabelecendo os compromissos que devem ser assumidos por quem recebe uma concessão de rá-dio ou TV.

Ali estão detalhadas exigências con-tratuais que vão do plano econômico-fi-nanceiro de sustentabilidade da emissora, passam por questões técnicas e operacio-nais e chegam até ao número de profissio-nais necessários para colocar no ar deter-minada programação.

Assim como no Reino Unido onde o órgão regulador, o Ofcom, exige também dos concorrentes projetos de grades de programação capazes de atender as ne-cessidades de parcelas do público ainda não contempladas pelas demais emis-soras.

Tudo isso de forma aberta e transpa-rente, onde não faltam debates públicos com a participação de diferentes concor-rentes à concessão do mesmo canal.

Com um detalhe a mais: a não reno-vação de uma concessão nesses e em ou-tros países, como os Estados Unidos, faz parte da rotina.

Estamos longe disso. O espectro ele-tromagnético tornou-se propriedade pri-vada, distante de qualquer ideia de pres-tação de serviço público, operado por or-ganizações que defendem num mesmo espaço apenas interesses políticos, co-merciais e religiosos, os três quase sempre articulados entre si.

O movimento comunitário é, sem dúvida, um dos agentes mais impor-tantes na transformação social, tão al-mejada e necessária nos dias de hoje.

Pois é nos bairros, vilas e lotea-mentos que os problemas sociais mais graves são percebidos e vivenciados, tais como o desemprego, a violência, a drogadição, precariedade na saúde, falta de moradia, falta de estrutura físi-ca, entre outras demandas.

E os grandes atores destas histó-rias de vida, são os moradores destes locais, que lutam arduamente dia a dia por condições mínimas de sobrevivên-cia para si e sua comunidade e que, em geral, se organizam em associações e ou cooperativas, para terem mais força em suas reinvindicações.

São estas pessoas, mulheres e ho-mens, trabalhadores e, acima de tudo, cidadãos com direitos e deveres, que merecem todo nosso respeito e apoio.

É pensando neles que a direto-ria da UAB –gestão 2015/2017 –vem com uma cara nova sim, renovando suas ideias, respeitando a história já construída mas, principalmente, com o compromisso de ir além nas lutas da comunidade.

Para sermos realmente agentes de transformação social, temos que nos apoderar dos espaços de debates e construção, tanto das políticas pú-blicas quanto da aplicação de recur-sos públicos. Para isso, é imprescindí-vel a participação da comunidade nos Conselhos Municipais, Círculo de Pais

e Mestres, Conselhos Escolares e nas próprias Amobs.

Com o grande desafio de unificar e politizar ainda mais as lutas sociais, precisamos transformar nossas lutas reivindicativas em lutas estruturantes da sociedade.

A capacidade do movimento Co-munitário dialogar com diversos atores sociais, é uma ferramenta importantís-sima no desenvolvimento do municí-pio, Estado e país.

E é esse resgate da política co-munitária como agente transforma-dor, que estamos dispostos a construir com a participação de todos. Valori-zando e incentivando os todos os co-munitaristas, a fim de que sejam os protagonistas da sua própria história.

Numa proposta diferente e arroja-da, pretendemos sair das fronteiras da sede da entidade, já que por um longo período o foco do trabalho foi a rees-truturação e valorização da mesma.

Chegou a hora de irmos além, le-vando para os bairros mais integração, socializando informações, desenvol-vendo atividades que contribuam para a construção de espaços de debate e conscientização da importância do movimento no contexto social, políti-co e econômico do município.m

Por Paula da Rosa, diretora de Comunicação e Impresa da UAB.

!

Page 3: Jornal dos Bairros | Julho de 2015 | Edição 06 | Ano 19

Jornal dos Bairros

Julho de 2015Mais Belas 03

Assembleias dão posse às novas diretorias

Presidentes recebem certificados

Em 4 de julho, os presidentes elei-tos em 204 Amobs tomaram posse ofi-cialmente, recebendo seus certificados. Na ocasião, também foi aprovada por unanimidade a prestação de contas do último trimestre e de toda a gestão 2013/2015.

Durante a reunião, o então tesou-

As novas diretorias de Amobs e da UAB para a gestão 2015/2017 tomaram posse em duas Assembleias Gerais, re-alizadas em 20 de junho e 4 de julho.

Em 20 de junho, a nova diretoria da UAB assumiu o mandato. Além disso, a Assembleia deste dia foi marcada pelo forte debate a respeito da tentativa de judicialização das eleições comunitárias.

Um dos motivos que gerou revol-ta foi o fato de a Justiça ter invadido a sede da UAB durante a madrugada de segunda-feira (17/06), pouco tempo depois do fim das apurações, por con-ta de uma ação movida pela Chapa 20, derrotada no pleito.

O então presidente da entidade e hoje diretor de Participação Popular, Valdir Walter, destacou que se sentiu lesado com o ocorrido.

“Tivemos um problema muito gra-ve, que foi a invasão da sede. Isso foi lamentável e não pode acontecer no movimento comunitário, que é sério e transparente. Não temos nada a es-conder e colocam nosso trabalho em cheque”, afirmou, salientando que fo-ram levados equipamentos do prédio, inclusive os computadores do Jornal dos Bairros.

Punição é aprovada por unanimidade

Os integrantes que assinaram a ação cautelar contra a Chapa 10 fo-ram impugnados e estarão inelegíveis a partir de 2017, por dois mandatos, conforme determina o Estatuto da UAB. A punição foi defendida e apro-vada por unanimidade entre os co-munitaristas presentes na AG.

Em sua fala, Sergio Campos, líder reeleito da Amob Presidente Vargas/Dom Pedro II, salientou a importân-cia da democracia e do exercício da cidadania.

“O movimento comunitário está em festa, pois foi feita justiça e garan-tiu-se o desejo da comunidade, con-firmado nas urnas. Não há nenhum mal em ser oposição, pois melhora o debate. Porém, respeito ao pleito elei-toral e ao desejo democrático trans-formado em votos foi tudo o que não houve por parte de alguns de nossos opositores”, disse.

“A outra chapa poderia fazer um serviço voluntário. Seria bonito se eles estivessem todos aqui hoje, trabalhan-do conosco pelo movimento, se jun-tando a nós”, sugeriu Salete Ascari, re-

eleita presidente da Amob Monte Reale.

Tânia Menezes, pre-sidente da Amob Villa Lo-bos/Vergueiros, também comentou o ocorrido com críticas à Justíça.

“Pessoas que prejudi-cam o movimento comuni-

tário precisam ser excluídas dele efeti-vamente. Reitero que a Justiça, que não é neutra e nem cega, não poderia ter arrombado a sede da UAB, pois não ha-

!“Não há nenhum mal em ser oposição, pois melhora o debate. Porém, respei-to ao pleito eleitoral e ao desejo de-

mocrático transformado em votos foi tudo o que não houve por parte

de alguns de nossos opositores”Sérgio Campos

via nenhuma base legal para isso. De-vemos processá-los por danos morais e provarmos que somos maiores do que todos eles”, ponderou.

Presidentes acompanham a posse da nova diretoria da UAB, no dia 20

Foto: Karine Endres

reiro e novo presidente da entidade, Flávio Fernandes, fez o uso da palavra.

“Agradeço à minha família e ao Valdir, com quem aprendi muito nestes dois anos de boa convivência. Também agradeço aos ex-presidentes que nos apoiaram nesta eleição e tenho a cer-teza de que estarão conosco na gestão. Também deixo meu agradecimento ao trabalho do Jornal dos Bairros, da Rádio UAB FM e da TV Caxias”, disse.

Após ser apresentado por Flávio, Jucemar Alves, vice-presidente, também discursou: “Trabalharemos unidos. Es-tou à disposição de todos vocês, podem me procurar que, com certeza, farei o que puder para ajudar.”

O controlador-geral e chefe de ga-binete do prefeito Alceu Barbosa Velho, também se manifestou, representado o prefeito. Agenor Basso, destacou que a administração municipal pretende ampliar os campos de interação com a nova gestão da UAB.

“Vocês presidentes de bairros são de extrema importância para que te-nhamos uma administração onde haja harmonia e que as soluções cheguem. Queremos estabelecer uma ação de in-teração com todas as lideranças através do lançamento de um plano de identi-ficação de vias e próprios municipais. Precisamos conhecer os locais onde moramos”, salientou.

Page 4: Jornal dos Bairros | Julho de 2015 | Edição 06 | Ano 19

Jornal dos Bairros

Julho de 2015Movimento 04

Vilmar BoschettiPresidente da AMOB do Bairro São José

Confira as fotos das posses

No sentido horário, a primeira foto é durante a Assembleia Geral, no dia 4 de julho. | Diretores presentes na AG | Presidentes de bairro

comparecem em peso para receberem seus certificados | Secretário Agenor Basso representa o prefeito no evento. | Certificados são entregues | Secretária da Educação, Marléa Alves, e da Cultura,, Rúbia Frizzo,

também prestigiaram o evento. | Na página ao lado, diversos presidentes e diretores.

Fotos: Karine Endres

Page 5: Jornal dos Bairros | Julho de 2015 | Edição 06 | Ano 19

Jornal dos Bairros

Julho de 2015Movimento 05

Page 6: Jornal dos Bairros | Julho de 2015 | Edição 06 | Ano 19

Jornal dos Bairros

Julho de 2015 06Geral

Maesa: entrega do projeto de uso pode ir até 8 de dezembro

Segundo Valdir Walter, ex-presidente da UAB e atual dire-tor de Participação Popular da entidade, o uso do prédio deve ser definido nas próximas duas reuniões da Comissão Especial para Análise de Uso do Prédio da Maesa.

Valdir é representante da UAB nesta comissão. “Tudo está sendo debatido, mas de-finido ainda não”, diz. Um dos pontos em que já há consenso, segundo ele, é a instalação da Guarda Municipal no prédio. “Esta é uma medida que ajuda inclusive na preservação do es-paço, já que a Guarda trabalha 24 horas”, afirma.

“Não é um desperdício de espaço colocar secretarias dentro da Maesa, já que estas

Conforme a lei assinada pelo ex-governador Tarso Genro, em 8 de

dezembro de 2014, o projeto de uso do

prédio conhecido como Fábrica 2/Maesa deve ser entregue em até um ano após a assinatura

da Lei.

deixarão de pagar aluguel, eco-nomizando recursos do municí-pio, que inclusive poderão ser usados na própria Maesa”, fala Valdir. Inclusive, a lei de doação prevê esta finalidade de uso.

Seminário pauta usosA secretaria de Cultura de

Caxias promoveu um seminá-rio no dia 29 de junho, com o

objetivo de debater propostas e aprofundar a questão. Os ar-quitetos Luiz Antonio Custódio, Ana Elísia da Costa e Marcelo Ferraz foram os painelistas.

Discutir formas de susten-tabilidade do espaço e modelos de restauros em obras seme-lhantes em todo o mundo foram alguns dos pontos abordados.

SustentabilidadeA Lei estadual 14.617, que

oficializou a doação do com-plexo da Maesa a Caxias do Sul, deixa claro no artigo 3 que o município deve apresentar ao Executivo estadual, em até um ano a partir da transferência do imóvel, “projeto detalhado de ocupação, uso e gestão do referido imóvel, com discrimi-nação de ações e de prazos de execução”. A legislação deter-mina que se o documento não for entregue, o Estado retoma o prédio.

O complexo de aproxima-damente 53 mil metros quadra-dos dever ser destinado ao uso público com finalidade cultural, de equipamentos ou órgãos pú-blicos, com garantia de preser-vação do patrimônio histórico, arquitetônico e cultural. Ele

compreende todo o quarteirão entre as ruas Plácido de Castro, Dom José Baréa, Pedro Tomasi e Treze de Maio, em uma área de alto valor comercial.

Além disso, o espaço con-ta com uma grande área verde, uma pracinha, um lago e algu-mas ruas internas de acesso, onde estão distribuídos galpões e edificações de um e dois an-

dares. Como forma de ajudar a

garantir esse patrimônio histó-rico, o prédio foi tombado pelo prefeito Alceu Barbosa Velho no dia 28 de janeiro. A partir disso, todo o complexo passou a ser patrimônio histórico de Caxias, o que impede alterações estru-turais.

HistóriaInaugurado em 1948, o

complexo conhecido como a Fábrica 2 compunha a Me-talúrgica Abramo Eberle So-ciedade Anônima. Ali se con-centravam os trabalhos de fundição, mecânica, forja e produção de talheres. Foi lá, por exemplo, que o Monu-mento ao Imigrante foi fun-dido, entre 1953 e 1954.

Em dezembro de 2010, a empresa Mundial que an-teriormente, ocupava o pré-dio da Maesa, o repassou ao Estado, a fim de quitar uma dívida.

Hoje, a edificação está alugada para o Grupo Voges.

O Projeto de Lei que doa

a Maesa para o município foi assinada pelo ex-govena-dor Tarso Genro, em Caxias do Sul.

Já o tombamento pelo prefeito municipal aconteceu em28 de janeiro.

O tombamento do com-plexo já tinha sido solicita-do em duas oportunidades. Em 2011, a iniciativa coube à Mesa Diretora da Câmara Municipal de Caxias do Sul, que encaminhou o pedido à administração estadual.

Em maio de 2012, a União das Associações de Bairros (UAB) fez o mesmo, mas, desta vez, junto à pre-feitura.

Confira quem está na Comissão

Secretaria Municipal da Cultura: Rubia Frizzo

Câmara de Vereadores: Jaison Barbosa e Raimun-do Bampi

Secretaria Municipal do Planejamento: Gilberto Boschetti

Procuradoria-Geral do Município: Karin Coman-dulli

Serviço Autônomo Muni-cipal de Água e Esgoto (SAMAE): Edio Elói Frizzo

Universidade de Caxias do Sul (UCS): Odacir Deo-nísio Graciolli

Câmara de Indústria, Co-

mércio e Serviços de Ca-xias do Sul (CIC): Margarete Tomazini e Olivir Viezzer

Associação de Engenhei-ros, Arquitetos, Agrôno-mos, Químicos e Geólogos de Caxias do Sul (SEAAQ): Orlando Pedro Michelli

União das Associações de Bairros (UAB): Valdir Walter

Faculdade da Serra Gaú-cha (FSG): Nelson Felipe Vargas

- Conselho de Arquitetu-ra e Urbanismo (CAU): Carlos Eduardo Mesquita Pedone

Movimento Sindical: Sílvio Frasson

Prédio da Maesa/Fábrica 2 ocupa 52 mil m2 em área nobre de Caxias, entre as quadras da Plácido de Castro e 13 de Maio

Foto: Andreia Copini

Page 7: Jornal dos Bairros | Julho de 2015 | Edição 06 | Ano 19

Jornal dos Bairros

Julho de 2015 07Geral

Confira a entrevista com a secretária de Cultura Rúbia Friz-zo, que também é a coordena-dora da Comissão Especial para Análise de Uso do Prédio da Metalúrgica Abramo Eberle S/A (MAESA), sobre o andamento do projeto e saiba mais sobre o está sendo pensado e discutido pela comissão especial.

Jornal dos Bairros- Como está o andamento do proje-to de ocupação da Maesa?

Rúbia Frizzo - O projeto co-meçou em janeiro com a insta-lação de uma comissão e tem duração de um ano. Estamos um pouco além da metade e já andou bastante. Já tem uma série de etapas que foram cum-pridas, como o levantamento da estrutura física do prédio, plantas baixas, matrículas, es-tudo da parte arquitetônica do prédio. Agora estão sendo fei-tos estudos jurídicos, de impac-to ambiental e critérios de uso (plano de necessidades). Além disso, já foi contratada uma empresa que fará um escanea-mento digital do local. Ele faz uma fotografia exata do que é a

“Finalidade mista facilita a convivência”

Para a secretária municipal da Cultura,

Rúbia Frizzo, o uso misto, isto é, com órgãos e serviços

públicos, espaços de lazer e cultura, além da possibilidade de espaço comercial,

facilita a convivência.

arquitetura e estrutura do pré-dio hoje.

Com relação ao plano de ne-cessidades está sendo feito um debate na comissão para ver o uso. A instalação de um mercado público, com espaço para gastronomia, para música ao vivo, pequenos restauran-tes já é um praticamente um consenso dentro da comissão. Também estamos estudando a possibilidade de um multi-palcos, auditório para eventos grandes, um museu do traba-lho que vai passar a história de toda a evolução da metalurgia de Caxias – enfim, um museu do trabalho e dos trabalhadores.

Também pensamos em um mu-seu de artes visuais e também sala de ensaios. Hoje temos no município mais de mil peças de arte no Amarp (Acervo Mu-

n i c i p a l de Artes Plásticas). São peças que estão guardadas, mas não expostas. Também temos uma demanda para empresas incubadoras de startups e economia criativa.

Estas são algumas das deman-das que estão surgindo. Tam-bém precisamos de um espa-ço para o arquivo público mu-nicipal, que hoje já está com o espaço defasado. E também para as secretarias que pagam aluguel.

Q u e -r e m o s um lo-cal que propor-cione a conv i -vência, c o m espaço

para arte, música, lembran-do que temos duas praças lá dentro, temos uma nascente, que deve ser a última na parte central de Caxias, que forma um lago.

JB - A comissão vem man-tendo as reuniões?

Rúbia Frizzo - Sim. Com reu-niões ordinárias mensais e ex-traordinárias.

JB - Já há algum encami-nhamento definitivo da co-missão?

Rúbia Frizzo - Ainda não tem nada definitivo. São tudo estu-dos, mas ainda não foi batido o martelo. Estamos consultan-do questões técnicas, jurídi-cas, ambientais e impacto de vizinhança.

JB- A secretaria tem uma estimativa de quantos gru-pos organizados estão inte-ressados no uso do espaço?

Rúbia Frizzo - Nós temos pro-tocolados um recebimento de 30 processos. Protocolados e entregues. Não necessaria-mente são 30 grupos. Talvez o espaço tenha uma divisão por segmentos e não por grupo. A Procuradoria do município está pesquisando isso.

JB - Como estão as condi-ções físicas do espaço?

Rúbia Frizzo - As condições em tese estão muito boas. Mas como qualquer prédio que tem uma certa idade, este com 70 anos, precisa de reparos. É uma obra muito bem construída, muito sólida. Mas como qual-quer prédio, precisa de adap-tação para outros usos. Não temos uma estimativa de custo ainda, porque precisamos defi-nir o uso e o projeto será feito conforme a necessidade. E, à partir disso, será feita a estima-tiva de gastos.

JB - Há condições de abrigar diversos usos simultâneos?

Rúbia Frizzo - Essa finalida-de meio mista facilita a convi-vência. A pessoa vai buscar o serviço público, mas ela tem acesso a uma sala de cinema, a um mercado, a uma padaria. Isso tudo é muito interessante porque estimula a convivência.

Secretária Rúbia Frizzo palestra sobre o projeto de utilização da Maesa em reunião-almoço da CIC

Foto: Antônio Lorenzett

!“A pessoa vai buscar o serviço públi-co, mas ela tem acesso a uma sala de cinema, a um mercado, a uma padaria.

Isso tudo é muito interessante por-que estimula a convivência”

Rúbia Frizzo

JB- É possível implementar no espaço um mercado pú-blico simultaneamente com outros usos?

Rúbia Frizzo - Sim. Como membro da comissão tenho a impressão de que este será um dos primeiros usos definidos. Até porque é uma demanda que está reprimida. As pessoas que-rem e fazem este pedido. E esta proposta tem muita aceitação junto à comunidade.

JB - O que está sendo pen-sado para a sustentabilida-de econômica e financeira do espaço?

Rúbia Frizzo - Este é um ponto que está sendo pensando. Há um grupo dentro da comissão que está pensando isso. A pró-pria transferência de algumas secretarias para lá já busca con-templar a sustentabilidade, já que o aluguel que é pago possa ser transferido para a manuten-ção do prédio. Mas certamente que quem tiver ocupando o es-paço terá algum custo de ma-nutenção, como uma taxa de condomínio, por exemplo. Mas isto tudo ainda é meio prematu-ro. Estamos estudando mode-los que estão sendo aplicados em outros lugares, com proje-tos semelhantes a este.

Comissão faz a primeira visita oficial à Maesa

Foto: Ícaro de Campos

Page 8: Jornal dos Bairros | Julho de 2015 | Edição 06 | Ano 19

Jornal dos Bairros

Julho de 2015 08Esporte

Uso dos equipamentos de esporte e lazer pode gerar debate

Os números existem. Caxias do Sul conta com diversos equipamentos públicos de esporte e lazer – como ginásios, quadras, academias da melhor idade e parques infantis. Se este número é compatível com uma cidade com

população, riqueza e clima semelhante ao nosso, deve ser aprofundado.

Hoje o município conta com cerca de 215 equipamen-tos instalados.

Há campos de futebol, campos de futebol sete, giná-sios e quadras poliesportivas (concreto), quadras de areia, canchas de bocha, parques in-fantis, pistas de skate e outros

equipamentos de lazer, locali-zados em todos os pontos da cidade.

Além disso, há 7 ginásios instalados – como o Enxutão e o Vasco da Gama – e um han-gar.

Outros dois ginásios estão com os projetos sendo encami-

Conheça mais sobre estes equipamentos nas próximas

edições do Jornal dos Bairros.

A secretaria municipal do Esporte e Lazer (SMEL) tem a missão de projetar e implementar políticas pú-blicas de Esporte e Lazer na cidade.

Para isso, oportuniza espaços de organização na comunidade, com foco na

Uma notícia boa é que já estão sendo planejados ou construídos três equipamen-tos de grande porte em Caxias. Dois deles já tem a verba fede-ral conquistadas via PAC, do Governo Federal.

O Programa de Acelera-ção do Crescimento foi imple-mentado no governo de Dilma Roussef, para fomentar a eco-nomia do Brasil. Com as medi-das de contenção, os recursos foram suspensos, sem previsão de retomada.

Centro de Artes e Esportes

O Centro de Artes e Espor-tes Unificado (Ceu) está sendo construído no Cidade Nova e contempla espaços para arte, cultura, esportes, lazer, auditó-rio e biblioteca, além de aten-der aos grupos de assistência. Esse projeto contou com inves-timento de R$ 3 milhões do Go-verno Federal, com contraparti-da da prefeitura, que precisava fornecer o terreno e serviços como terraplanagem.

Centro Integrado de Esportes

Já outro projeto, agora na Região Sul, no loteamento Vera Cruz, também já tem o projeto e os recursos aprovados.

É o Centro Integrado de Esportes – CIE, também finan-ciado pelo Governo Federal e com recursos suspensos.

nhados pela secretaria munici-pal de Planejamento (Seplan). Eles buscam contemplar as regiões de Fazenda Souza, no meio rural, e no Centenário, na cidade, onde está sendo pre-visto um ginásio regional, con-templando uma reivindicação de várias comunidades.

Vasco da Gama é um dos sete ginásios de grande porte à disposição da comunidade

Foto: Larissa Rizzon

Atuação da Smelinclusão social e na qualida-de de vida.

É função da secretaria municipal do Esporte e Lazer (Smel) manter os espaços, de modo a acompanhar as polí-ticas para este setor, dando condições de acesso e uso a toda população caxiense.

Os equipamentos atendem a comunidade em geral, através de so-licitações e também pela Assessoria de Relações Comunitárias da Smel, que realiza visitas periódicas a estes locais.

Novos espaços Ginársio nos

PavilhõesO município também estu-

da mais um projeto, nos Pavi-lhões da Festa da Uva. A ideia é construir um amplo espaço destinado ao esporte. Ali tam-bém seria abrigada a secretaria de Esporte e Lazer. Porém este não tem fonte de recursos.

Durante uma sessão na Câ-mara de Vereadores, Washing-ton Stecanela Cerqueira, agora vereador, destacou a propos-ta que contemplaria quadras poliesportivas para basquete, vôlei e futsal; salas específicas para a prática de ginástica e musculação, além de refeitório, auditório, salas comerciais e alojamentos para atletas. Con-forme o parlamentar, seriam construídas salas de aula para projetos sociais, podendo aten-der até 4 mil crianças simulta-neamente.

O vereador lamentou a au-sência de um espaço público voltado para a prática esporti-va em alto nível no município. Segundo Washington, a cida-de é atual campeã estadual no basquete masculino e feminino, no handebol masculino e femi-nino e no futsal feminino. Com o recente acesso do Caxias do Sul Basquete para o Novo Bas-quete Brasil (NBB), o parlamen-tar acredita que o futuro ginásio poderia ser a casa da equipe na principal competição desse es-porte no país.

Page 9: Jornal dos Bairros | Julho de 2015 | Edição 06 | Ano 19

Jornal dos Bairros

Julho de 2015Esporte 09

Embora com vários equi-pamentos e projetos, as co-munidades apresentam rei-vindicações. Regiões como o Campos da Serra concentram um grande número de famílias em uma área relativamente pe-quena. Hoje são em torno de 5 mil moradores, longe do centro urbano e sem grandes equipa-mentos.

Por outro lado, o bairro São Victor Cohab já possui uma grande área que deve ser desti-nada para equipamentos públi-cos de esporte ou educação. A área foi repassada pelo Gover-no Estadual para o município em 2012 e contempla tanto a construção da nova sede da es-cola de educação infantil Mar-quinhos, como equipamentos de lazer, esporte e educação.

Outro local que tem possi-bilidades para um equipamen-to de grande porte é o San-vitto Villaggio Iguatemi, que conta com uma área verde de 1,2 hectare. Segundo Gabriela Meirelles, presidente do Villag-gio Iguatemi, a comunidade local definiu como uma de suas priori-dades a destinação do espaço para uma grande área de lazer e esporte.

“ D e f i n i m o s como prioridade a construção de um espaço de lazer nes-ta área verde que te-mos no bairro. Atra-vés do Orçamento Comunitário já esta-mos conquistando verba para a cons-trução desta área de lazer, embora saiba-mos que é neces-

Equipamentos Instalados

Sede Administrativa da SHorário: De segunda a sexta-feira, das 10h às 16hEndereço: Rua 20 de Setembro, nº 2721, bairro São PelegrinoTelefone: (54) 3901.1254/ 3901.1265

Centro Municipal de Esporte e Lazer Joel Bastos de Souza -Ginásio Enxutão - 800 pessoasHorário: De segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e 13h30min às 17h30minEndereço: Rua Luiz Covolan, 1560, bairro Santa CatarinaTelefone: (54) 3901.1479/ 3211.1255

Ginásio Vasco da Gama800 pessoasHorário: De segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e 13h30min às 17h30minEndereço: Rua José Soares de Oliveira, 2557, bairro Pio XTelefone: (54) 3901.1479/ 3211.1255 (Enxutão)

Centro Social Urbano – Ginásio Serrano 300 pessoasHorário: De segunda à sexta-feira, das 8h às 12h e 13h30min às 17h30minEndereço: Travessão Leopoldina, s/n, bairro SerranoTelefone: (54) 3901.1320

Centro Esportivo Zona Norte 150 pessoasHorário: De segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e 13h30min às 17h30minEndereço: Rua José Zamboni esquina rua dos apicultores, bairro Belo HorizonteTelefone: (54) 3901.1421

Centro Esportivo Municipal Antonio Barroso FilhoHorário: De segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e 13h30min às 17h30minEndereço: Av Julio de Castilhos, 4390, bairro CinquentenárioTelefone: (54) 3901.1295

Programa Caxias Navegar – Hangar da SMELHorário: De segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e 13h30min às 17h30minEndereço: Rua Amadeu Rossi, 519, bairro FátimaTelefone: (54) 3901.8025

Caxias conta com equipamentos de esporte que já estão instados e consolidados.

Ginásios, horários de atendimento e contato

Regiões com potenciais

sário um volume alto de re-cursos.

Segundo ela, a prefei-tura tinha a ideia de cons-truir um depósito para os materiais da secretaria de Habitação no local. “Mas os moradores se organizaram e definiram através do Orçamen-to Comunitário que não que-riam esta construção no bair-ro e sim, que a área abrigasse equipamentos públicos para a comunidade”, relata.

Para Gabriela, apenas se a prefeitura considerar o local como sendo importante para todo o entorno, como é a La-goa do Rizzo, é que o projeto pode sair das intenções. “Que-remos uma área de lazer com-pleta, não queremos uma Amei isolada. “ Sabemos que se for-mos juntar os recurso do OC para isto, vamos demorar mui-to tempo” afirma.

Projetos antigos parados

A presidente do Villagio

Iguatemi lembra ainda que di-versos projetos iniciados há muito tempo estão parados nas secretarias municipais.

Já solicitamos na secreta-ria de Planejamento se há um estudo envolvendo a utilização desta área”.

“Sabemos que existem para alguns lugares, como o próprio Monumento ao Imi-grante, onde existe um proje-to para a revitalização do lugar que envolve outras melhorias além das realizadas até ago-ra”, diz.

“Ainda estamos aguardan-do a resposta para esse proto-colo”, explica Gabriela.

Villagio Iguatemi: moradores querem que area de 12 mil m2 abrigue equipamentos

Foto: Karine Endres

!“Sabemos que se formos juntar os recurso do OC para isto, vamos demorar muito

tempo” Gabriela Meirelles

Page 10: Jornal dos Bairros | Julho de 2015 | Edição 06 | Ano 19

Jornal dos Bairros10Julho de 2015

Saúde

A taxa de disponibilidade de parto cobrada por obste-tras foi tema de uma audiência pública no último dia 6, na Câ-mara de Vereadores. O debate, promovido pela Frente Parla-mentar Pelo Fim da Violência Contra a Mulher (FPPFVCM) do Legislativo caxiense, ocorreu na Sala das Comissões Vereadora Geni Peteffi.

A prática ganhou desta-que após a vereadora Daiane Mello (PMDB), grávida de oito meses, ter R$ 6,6 mil cobrados como taxa pelo seu médico,

Gestantes questionam taxa cobrada por médicos no parto

mesmo tendo plano de saúde. Ela denunciou o fato ao Minis-tério Público, que irá investigar a conduta das operadoras e dos profissionais.

“O obstetra me acompa-nhava desde março de 2014 e sabia que eu estava fragili-zada por ter sofrido um abor-to anteriormente. Mesmo as-sim, cobrou a taxa, reiterando que o dinheiro não poderia ser pago através de transferência bancária e que não forneceria nota fiscal ou recibo”, afirmou, abrindo a sessão.

Debate acalorado e de contrastes

A defensora pública Letícia Ana Basso destacou que a dis-cussão passa por dois pontos. Enquanto a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) considera a cobrança ilegal, pois o pré-natal, o parto – cesá-rea ou normal – e a assistência ao parto devem ser cobertos pe-los planos, o Conselho Federal de Medicina (CFM) estabelece a disponibilidade obstétrica como uma categoria diferen-te das outras três. Sendo as-sim, a taxa não é considerada indevida.

“A questão passa por in-formar todos a respeito da exis-tência dos dois procedimentos. Os médicos devem explicar isso aos pacientes junto aos planos de saúde, pois a Legislação pa-rece não permitir a existência da taxa. Violência obstétrica também é falta de informação”, destacou ela, considerando a cobrança ilegal, assim como os membros da Frente Parlamen-tar, e afirmando que a falta de recibos abre precedentes para a sonegação de impostos.

Para o presidente do Sin-dicato dos Médicos de Caxias do Sul, Marlonei dos Santos, não há problema na cobrança da taxa.

“A cobrança é ética, legal e permitida. Quanto aos recibos, nossa orientação é a de que eles sejam dados às pacientes mas,

se eles não são disponibiliza-dos, a Receita Federal deve ser procurada”, disse. Pouco tempo depois, ele interrompeu a fala de uma advogada que defendia a obrigatoriedade de compro-vantes fiscais, como manda a lei e se retirou do local.

A s s i m como Marlonei, o delegado do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) em Caxias, Luciano Gröhs, afir-mou que a cobrança é legal e que os recibos são uma respon-sabilidade da Receita Federal. De acordo com ele, nenhuma mulher formalizou denúncia junto à autarquia.

“Não houve, até o momen-to, nenhuma denúncia a respei-to da cobrança da taxa. O Cre-mers está à disposição para re-ceber denúncias através do tele-fone (54) 3221-4072, pois todos os casos devem ser fiscalizados

!“A questão passa por in-

formar todos a respeito da existência dos dois procedi-mentos. Os médicos devem explicar isso aos pacientes junto aos planos de saúde, pois a Legislação parece não permitir a existência da taxa. Violência obsté-trica também é falta de

informação” Letícia Ana Basso

e individualizados”, salientou.

Falecimento de bebê gera desconto”

Integrante do Grupo Nas-cer Sorrindo, que defen-

de o parto humanizado e presta apoio às gestan-tes, Martha Bertolla fez um discurso emocionado na audiência, lembrando que seu filho recém-nas-

cido faleceu e que ela sofreu vio-lência obstétrica.

“Perdi meu filho com 25 semanas e a taxa extra de R$ 800,00 já havia sido estipulada. Houve um desconto pois meu bebê ‘nasceu mortinho’, como disse a médica. Estou traumati-zada e não tenho mais coragem de engravidar. Deixaram eu ver meu filho apenas na funerária, depois de muita insistência. Eu fui violentada por uma equipe

médica e é contra isso que eu estou lutando. Espero que a partir deste debate haja uma re-lação mais humana entre o mé-dico e a paciente”, ponderou.

A Frente Parlamentar Pelo Fim da Violência Contra a Mu-lher (FPPFVCM) foi criada em abril deste ano e, além de Daia-ne, é composta por Denise Pes-soa (PT), Daniel Guerra (PRB), Rafael Bueno (PCdoB) e Wa-shington Cerqueira (PDT).

Audiência na Câmara de Vereadores confrontou os argumentos a favor da taxa de disponibilidade

Foto: Matheus Teodoro

Em janeiro deste ano, a Agência Nacional

de Saúde (ANS) aprovou uma resolução que tirava dos pla-nos de saúde a obrigatoriedade de pagar por cesáreas eletivas — feitas sem indicação médi-ca. Dessa forma, a agência pre-tendia enfrentar a “epidemia de cesáreas” no Brasil.

Na época, a medida foi re-cebida como uma vitória por grupos de mulheres que de-fendem o parto normal. Mas a ANS decidiu voltar atrás na re-solução que entrou em vigor no início de julho. A gestante que quiser marcar data e hora do nascimento de seus filhos con-

Planos continuam obrigados a pagar por cesárea

tinuará sendo coberta por seu plano de saúde desde que assi-ne um termo de consentimento sobre os riscos da cirurgia.

No texto original, a resolu-ção 368 de 6 de janeiro estabe-lecia que o partograma — rela-tório sobre tudo o que ocorre durante o parto — seria indis-pensável para o pagamento do parto. Se houvesse necessida-de médica para a cesárea, teria que estar especificada no par-tograma para que o pagamen-to fosse efetuado pelo plano de saúde. Da mesma forma, a mulher que não entrasse em trabalho de parto não teria par-tograma e, logo, seria levada a

arcar com todos os custos da cesárea eletiva.

Segundo a gerente-geral de Regulação da ANS, Raquel Lisbôa, a grávida que optar por uma cesárea eletiva deverá as-sinar um “termo de consenti-mento” se quiser manter a co-bertura de seu plano de saúde. Nesse documento, constarão todos os riscos associados ao parto cesariano.

O Brasil é campeão mun-dial de cirurgias cesarianas. Enquanto o índice recomen-dado pela Organização Mun-dial da Saúde (OMS) é de 15%, na rede privada de saúde, che-ga a 84,6%.

Page 11: Jornal dos Bairros | Julho de 2015 | Edição 06 | Ano 19

Jornal dos Bairros11Julho de 2015

Geral

A entrega do Prêmio do Banco Nacional de Desenvol-vimento Econômico e Social (BNDES) teve início com uma homenagem a Sandra Maga-lhães. Ícone do tema no Brasil, ela liderou diversos movimen-tos em busca de sua evolução, estimulando o fortalecimento das políticas públicas em prol de um novo modelo de desen-volvimento. Sandra também integrou a formação do Fórum Brasileiro de Economia Solidá-

Economia Solidária reúne 245 mil pessoas em Santa Maria

O município é palco do cooperativismo há 22 anos e em 2015 atingiu o recorde de

245 mil visitantes na 22ª Feira Internacional

do Cooperativismo (Feicoop) e 11ª Feira Latino Americana de Economia Solidária.

Os números são grandes: houve a presença de 27 Esta-dos Brasileiros e Distrito Fe-deral, com 556 municípios re-presentados. A Feira também contou com a presença de 27 Fóruns Estaduais de Economia Solidária, Fórum Brasileiro de Economia Solidária e mais de 800 grupos expositores.

Foram expostos cerca de 10 mil produtos, entre agroin-dústria familiar, artesanato, ali-mentação, hortifrutigranjeiros, plantas ornamentais, serviços,

e produtos de povos indígenas.Os 245 mil visitantes da

Feicoop são provenientes da Alemanha, Argentina, Áustria, Brasil, Chile, China, Colôm-bia, Espanha, Equador, Hun-gria, Itália, Nicarágua, Paraguai, Peru, Senegal, Uruguai.

De Caxias do Sul, estive-ram presentes 20 empreen-dimentos solidários, que in-tegram o Fórum Municipal de Economia Justa e Solidária.

Paula da Rosa, que foi di-retora do departamento de Economia Solidária na última gestão da UAB, esteve na Fei-ra representando a UAB e o ICC Serra, que são entidades de apoio e fomento do Fórum Municipal .

ParticipaçãoPara a realização da Fei-

ra, atuaram 65 equipes de tra-balho, com a participação de dezenas de pessoas voluntá-rias. Neste mutirão destaca-se a presença dos povos quilom-bolas, indígenas, catadores, se-

negaleses, movimento de mulheres, campesi-nos e juventudes. Des-taque também para a presença de universi-dades, gestores públi-cos, poderes legislati-vos, pastorais, igrejas, sindicatos, cooperati-vas, ONGs, escolas, in-cubadoras sociais e da imprensa.

Experiências compartilhadas

A Feira contou com a estreia da mo-eda social e-dinheiro, trazida pelo Banco Pal-mas, instituição comu-nitária de Fortaleza-CE. Os visitantes puderm instalar em seus smar-tphones o aplicativo e-dinheiro para reali-zar compras em empre-endimentos solidários que já possuem a novidade. A Coo-perativa de trabalho Educação, Informação e Tecnologia para

Autogestão (EITA), criou pági-nas na internet integradas ao Facebook para os empreendi-mentos solidários.

Os sites foram desenvolvi-dos gratuitamente e hospeda-dos no portal Cirandas (www.cirandas.net).

Foto: Paula da Rosa

Cerca de 10 mil produtos de 800 grupos foram expostos na Feria

Organização fortalece EcoSol

Articulação de diversos Fóruns estaduais e redes de Economia Solidária (EcoSol), em conjunto com movimentos sociais, entidades da socieda-de organizada, instituições de ensino e de assistência e po-der público vem dando supor-te e fortalecendo a política da Economia Solidária no Brasil.

Como conquistas se vê o reconhecimento deste setor pelo poder público, com a im-plementação de políticas pú-blicas que buscam fortalecer a Economia Solidária.

Durante a feira aconteceu a apresentação do selo brasi-leiro de Comércio Justo e So-lidário, que irá identificar os produtos que possuem o pro-cesso produtivo da Economia Solidária.

Também foi realizado o lançamento da Cartilha do Passo a Passo do Cadastro de Empreendimentos Econômi-cos e Solidários e foi entregue

simbolicamente à sociedade, o Plano Nacional de Economia Solidária.

BNDES premia com R$ 1,26 milhãoA entrega do Prêmio

BNDES de Boas Práticas em Economia Solidária a 48 inicia-tivas de todo o Brasil foi feita pelo banco durante a feira.

Foram premiados 30 em-preendimentos econômicos solidários (EESs) formalizados, 8 ainda não formalizados e 10 redes de EESs, distribuídos por 21 Estados em todas as regi-ões brasileiras. A premiação total entregue chega a R$ 1,26 milhão.

Cada EES premiado, for-malizado ou não, recebeu R$ 20 mil. Para cada rede contem-plada foram destinados R$ 50 mil. Os recursos devem ser uti-lizados no fortalecimento e na consolidação das iniciativas agraciadas, contribuindo tam-

bém para a formalização dos empreendimentos ainda não formalizados.

Os objetivos do Prêmio BNDES em Boas Práticas de Economia Solidária são reco-nhecer os esforços e ampliar a visibilidade de empreendimen-tos econômicos solidários que desenvolvam os princípios da autogestão, solidariedade e cooperação; incentivar a mobi-lização de atores sociais a par-tir de experiências e ações de referência para a sociedade; e aprofundar o conhecimento so-bre o tema no País, me-lhorando o d iá logo, a construção e a imple-m e n t a ç ã o de políticas públicas de apoio e in-vestimento aos EESs.

Homenagem a Sandra Magalhães

ria (FBES) e do Banco Palmas, no Ceará, cuja experiência exi-tosa estimulou a criação da Rede Brasileira de Bancos Co-munitários. Mesmo após sua morte, em 2013, a história de vida de Sandra ainda inspira milhares de pessoas.

O Prêmio BNDES possui o formato de uma boneca que re-presenta Sandra Magalhães. No palco da feira, em um dos mo-mentos mais emocionantes da noite, receberam a homenagem

d o n a Matilde, mãe de Sandra, e o ex-compa-n h e i r o de San-dra Ma-galhães, J o a -quim.

Page 12: Jornal dos Bairros | Julho de 2015 | Edição 06 | Ano 19

Jornal dos Bairros12Julho de 2015

Geral

Aniversário de Caxias: 125 metros para comemorar

Foto: Andreia Copini

Prefeito Alceu corta o bolo comemorativo acompanhado de diversas lideranças

As comemorações do ani-versário de 125 anos de Caxias do Sul levaram cerca de 7 mil pessoas à Praça Dante Alighie-ri, no dia 20 de junho, data que ocorreu a tradicional festa do “bolo gigante”.

O evento contou também com as apresentações do tenor Alexandre Borges e do Grupo Girotondo.

Neste ano, o bolo teve 125 metros de extensão. Para o seu preparo, as integrantes do Clu-be de Mães do bairro Rio Bran-co utilizaram 385 quilos de fari-nha de trigo, 2.316 ovos e 155 litros de leite, em três dias de trabalho.

Entre os presentes no evento, estiveram a corte da Festa da Uva 2014 e as candi-datas a rainha e princesas da Festa da Uva 2016, além do Frei Jaime Bettega, que agradeceu o Clube de Mães pela dedicação na produção do bolo.

“Caxias trabalha muito e é

Segunda a Sexta6h às 8h - Bom dia 87.5 - Osmar Gasperin8h às 10h - Voz dos Bairros - José Peroni

10h às 12h - Manhã do Ouvinte - Luciano Behm16h às 18h - Guigo Show - Rodrigo Fontinel

18h às 19h - Fala Tchê - Sílvio Souza19h às 20h - Voz do Brasil

20h às 22h - Misturadão - Cláudio Renato

Sábado8h30 às 10h30 - Atualizando Notícias - Antonio Pacheco

10h30 às 12h30 - Sabadão do Sucesso - Marcílio Rodrigues

14h às 16h - Show de Bandas - Marcos Oliveira

Domingo9h às 13h - Repontando Tradições - Albery de Mattos e

Chiquinho

14h às 16h - Os Bons Momentos Estão de Volta - Gilberto Godoy

|54| 3041.1273www.radiouabfm.comfacebook.com/radiouabfm87.5WhatsApp: 9683.8831

Rua Francisco Getúlio Vargas, nº 1215, Bairro Petrópolis

muito solidária. Todos temos preocupações, mas nem por isso devemos deixar de cele-brar. Que não falte alegria e espírito de família nesta comu-nidade”, disse.

Em sua fala, o prefeito Al-ceu Barbosa Velho afirmou que o município é grande por con-

ta de seu povo, também des-tacando a família como um di-ferencial.

“Cada um de vocês que mora aqui é uma célula que se multiplica pelo bem e pelo pro-gresso de Caxias. São vocês, caxienses, que fazem o suces-so dessa cidade. Caxias é gran-

de porque as pessoas que mo-ram aqui são fraternas. Há 140 anos, quando vieram os primei-ros imigrantes, a nossa cidade vem se transformando nessa potência que é hoje. Obrigado a todos vocês”, afirmou.

O “bolo gigante”, ofereci-do anualmente para a comuni-

dade, é uma promoção das rá-dios Maisnova e São Francisco, com apoio da Câmara de Ve-readores, da Comunidade São Francisco e da Prefeitura de Ca-xias do Sul.

Movimento também cresce

Para o presidente da UAB, Flávio Fernandes, o movimento comunitário vem crescendo no mesmo ritmo que o município, com um histórico de contribui-ções e conquistas que incluem, por exemplo, o Ponto de Cultu-ra UAB Cultural.

“O movimento é muito importante para o desenvolvi-mento de Caxias por conta de sua atuação constante no dia a dia dos bairros e loteamentos. Ele está crescendo e se qualifi-cando cada vez mais. Hoje são 204 Amobs que lutam por me-lhorias em todas as áreas, como educação e saúde”, ponderou.

Page 13: Jornal dos Bairros | Julho de 2015 | Edição 06 | Ano 19

Jornal dos Bairros13Julho de 2015

Geral

TV Caxias festeja dez anosOs cinco anos do Jornal de

Caxias, carro-chefe da progra-mação da TV Caxias, que com-pletou uma década de existên-cia em maio, foram comemora-dos em um evento ocorrido na noite de 6 de julho, no Restau-rante Alitalia.

A TV Caxias é uma emis-sora de comunicação pública que atinge diariamente 100 mil caxienses, podendo ser sintoni-zada pelo Canal 14 da NET ou através de seu site. De acordo com o diretor presidente, Pe-dro Pozenato, o principal de-safio é se integrar na vida do município.

“A cidade deve aceitar a TV Caxias como algo seu e que valorize as coisas daqui, identi-ficando problemas e comemo-rando conquistas. Temos um contingente enorme de insti-tuições e pessoas que fazem de tudo para que a condição hu-mana melhore. A televisão deve ser a expressão e estar dentro disso”, destacou.

De acordo com Pozena-to, o canal possui metas cla-ras para o futuro. Uma delas, a de se incluir no mundo infantil, sairá do papel ainda em julho, com a estreia do programa La-ryssa e Rayssa.

“Nós precisamos, além dis-so, trabalhar melhor o esporte amador de uma maneira geral e oferecer telejornais pela ma-nhã e no inicio da tarde, pois isso abre mais espaço para a sociedade. Iremos retomar o programa Movimento em Pau-ta, que promove um debate de

reflexão sobre os valores, as conquistas e os desafios da ci-dade”, salientou.

A jornalista Luiza La-Roc-ca, coordenadora de telejor-nalismo e apresentadora do JC desde a sua primeira edi-ção, anunciou que, em breve, a emissora passará a contar com um aplicativo para smartpho-nes, o que permitirá o envio de fotos, textos e vídeos por parte dos telespectadores.

“Encarei como um desafio a apresentação do JC e a pre-sença de todos me dá a certeza de que estou no caminho cer-to e que a TV Caxias ainda tem

muito para crescer”, ponderou.O vice-prefeito Antonio

Feldmann, que representou o prefeito Alceu Barbosa Velho, destacou os desafios de se fa-zer televisão e que o Jornal de Caxias nasceu no ano em que o município completou 100 anos.

“Toda a equipe da TV Ca-xias está de parabéns porque está dando uma grande contri-buição para a comunidade de Caxias do Sul, mostrando no dia a dia da sua vida, da nossa gente e como a cidade se de-senvolve e caminha em todos os seus segmentos”, disse.

Foto: Karine Endres

Pedro quer uma emissora cada vez mais inserida na vida da cidade

Fracab quer regionalização

Assuntos gerais de interes-se da sociedade gaúcha foram discutidos durante o 14° Con-gresso da Federação Riogran-dense de Associações Comu-nitárias de Moradores e Bairros (Fracab), que ocorreu nos dias 11 e 12 de julho, na Câmara de Vereadores de Porto Alegre.

A UAB participou do en-contro e uma de suas metas será trazer para a serra gaúcha a proposta de regionalização da Fracab, defendida e aprovada durante o Congresso.

Durante o encontro, tam-bém foi reiterado o pedido de mais cuidado com o meio am-

biente a partir de um controle maior no desmatamento, evi-tando, por exemplo, enchentes e a poluição dos rios.

Também foi encaminhado o pedido para que as regulari-zações fundiárias sejam mais rápidas, beneficiando as clas-ses necessitadas.

Por fim, houve a divulgação do concurso Mais Bela Comu-nitária Estadual, que ocorrerá em Cruz Alta, no dia 5 de de-zembro. Poderão se inscrever garotas que tenham entre 14 e 22 anos mas, a partir de 2016, a idade mínima para participa-ção será de 16 anos.

Carnavalescos preparam escolha da

corteEstão abertas até o dia 31

de agosto as inscrições para a escolha da corte do Carna-val 2016. O concurso ocorrerá em 7 de novembro, a partir das 20h30, nos Pavilhões da Festa da Uva.

Os interessados devem ter no mínimo 18 e no máximo 27 anos de idade. Eles devem re-tirar a ficha de inscrição, onde constam os documentos ne-cessários para a oficialização de suas participações, através dos e-mails [email protected] ou [email protected].

As inscrições gratuitas de-verão ser feitas presencialmen-te, às terças-feiras, das 19h às 22h, no Ponto de Cultura UAB Cultural.

Elvino Santos, diretor da Associação das Entidades Re-creativas, Esportivas, Culturais

e Carnavalescas de Caxias do Sul e Região Nordeste do Rio Grande do Sul (Assencar), des-taca que os desfiles na Rua Plá-cido de Castro proporcionaram um “novo ambiente”, oferecen-do comodidade ao público.

“Não é o local ideal, mas é o apropriado. As pessoas conseguem ter uma visão to-tal das agremiações na aveni-da pelo fato de a via ser plana”, salienta.

Ele também comenta so-bre a importância da escolha da corte e do Carnaval como um todo para Caxias do Sul.

“O Carnaval é um segmen-to cultural legitimo, presente em todo o país. Ele promove o convívio, a pacificação e a solidariedade para as diferen-tes comunidades por meio de um espetáculo a céu aberto”, afirma.

O espaço UAB Cultural foi palco da primeira edição do Ponto Rock, ocorrida no dia 7 de junho. O evento contou com as apresentações das bandas caxienses Inheritours e Oltiz e parece ter agradado. A segun-da edição, com entrada franca, está marcada para o dia 26 des-te mês e terá os shows das ban-das Desiguais, Panorama Social e Skunkirado.

De acordo com os organi-zadores, o objetivo do festival é proporcionar shows, princi-

Julho tem Ponto Rockpalmente no inverno, em locais fechados e que possam ser am-plamente utilizados. Como não há verba para cachê, são ofere-cidos aos grupos musicais con-dições técnicas de iluminação e sonorização, além de divulga-ção e espaço físico.

As bandas que tiveram o interesse em se apresentar no evento devem enviar uma ima-gem digitalizada e um release com os nomes dos integrantes e o estilo de trabalho para o e-mail [email protected].

Cursos de

Informática

O curso de Informática oferecido pela UAB está com inscrições abertas. Os interes-sados devem ter, no mínimo, 12 anos de idade. A qualificação será oferecida a partir dos pró-ximos meses, sempre à tarde.

Maiores informações po-dem ser obtidas pelos telefo-nes 3219-4281, com a secre-tária Clara, ou 9953-4292, com Juliana Maciel, diretora do De-partamento de Inclusão Social da entidade.

Futebol SeteEstão abertas até o dia 7

de agosto as inscrições para as séries Prata e Veteranos da Copa Interbairros de Futsal 2015.

Neste ano, os homenagea-dos são Valdir Fernandes Walter, diretor de Participação Popular da UAB, na Série Prata, e Sergio Beneton, na Série Veteranos.

O Departamento de Espor-tes da entidade informa que a

primeira reunião com os times ocorrerá em 12 de agosto, cin-co dias após o fim do período de inscrições.

As participações devem ser formalizadas na secretaria da UAB, de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 11h45 e das 13h às 18h30. Maiores informa-ções podem ser obtidas atra-vés dos telefones 9105-9818 e 8125-8292.w

Page 14: Jornal dos Bairros | Julho de 2015 | Edição 06 | Ano 19

Jornal dos Bairros

Julho de 2015Espaço Comunitário

No Jardim Adorado, insegurança preocupa

O Centro Comunitá-rio do Jardim Adorado foi construído há aproxima-damente 15 anos e conta com um parque infantil e uma quadra aberta de futsal em sua estrutura. De acordo com o pre-sidente da Amob, Ilde-fonso Ivan da Fonseca, o Tutti, as melhorias vie-ram ao longo do tempo, durante os governos mu-nicipais de diversos pre-feitos.

“O espaço foi cons-truído durante o segun-do mandato de Pepe Vargas. Com o ex-prefeito José Ivo Sartori, tivemos importantes obras que aumentaram o salão, por exemplo, assim como novos investimentos foram feitos nes-te mandato de Alceu Barbosa Velho”, afirma.

Porém, Tutti destaca que nenhuma das gestões foi capaz de resolver um problema: a falta de segurança nas imediações do

Centro Comunitário, que pas-sará a contar, em breve, com equipamentos da Academia da Melhor Idade (Amei).

“O Centro é um dos bens da comunidade e, mesmo cercado, está marcado pelas pichações em sua fachada. A ação dos vândalos faz com que eu cobre um trabalho melhor da Guarda Municipal, que precisa realizar

Centro ComunitárioJardim Adorado

Estrutura: salão com capacidade para 300 pessoas, equipado com cavaletes, churrasqueira, freezer, geladeira, fogão industrial, panelas, talhares, 26 bancos e 13 mesas de 5,40m. Há três banheiros, um destinado a pessoas com necessidades especiais. Aluguel: R$ 150,00 para sócios e não-sócios da Amob. O salão deve ser entregue limpo. Endereço: Rua Cândida Tomásia Rosa, 90.

mais patrulhas e nos auxiliar na preservação do local”, diz.

Iniciativa privada apoia

Além dos aluguéis, que custam R$ 150,00 para sócios e não-sócios da Amob, o Centro se financia a partir do dinheiro arrecadado em almoços orga-nizados pela comunidade. Se-gundo ele, há o apoio de uma rede supermercadista que co-labora vendendo produtos para os almoços com um preço sub-sidiado.

“É um grande apoio que te-mos. Compramos tudo o que é necessário por um preço menor e, com os almoços, o retorno volta com o dinheiro, utilizado para fazermos o que for neces-sário”, diz.

Seria necessário aumentar a churrasqueira, por exemplo.

São demandas como essa que ainda precisam ser feitas no es-paço, que pos-sui acessibilida-de e capacidade para 300 pes-soas.

“Prec isa-mos ainda ins-talar um armá-rio que seja ca-paz de guardar todos os itens que oferece-mos para quem aluga o salão, como panelas e talhares”, expli-ca ainda Tutti.

Foto: Matheus Teodoro

Page 15: Jornal dos Bairros | Julho de 2015 | Edição 06 | Ano 19

Jornal dos Bairros15Julho de 2015

Bem Estar

Cuide de sua pele também no inverno

Constantemente renova-da, a pele é muito mais que um envelope. É o órgão vivo mais pesado (3 a 4 Kg) e o mais ex-tenso no corpo humano (1.5 a 2 m²).

Em permanente relação com os outros órgãos, a pele pode revelar disfunções ou pa-tologias para além das cutâ-neas.

Ela tem como principais funções a proteção do corpo de ataques mecânicos, físicos e biológicos; a transmissão de informações entre o corpo e o mundo exterior através das terminações nervosas e a troca porque está envolvida em com-plexos mecanismos, tais como a regulação de temperatura (eli-

Ela é o maior órgão do cor-po humano e tem por função criar uma barreira e nos prote-ger de ataques de agentes ex-ternos causadores de doenças, como fungos e bactérias. Se ela estiver ressecada, é mais fácil destes agentes passarem pe-las microrachaduras e nos in-fectarem.

A pele forma essa barreira através das células que com-põem a derme e a epiderme (que são ‘camadas’ da pele), pela gordura e pelo suor. Ape-sar de todas estas camadas, a pele perde a umidade para o meio ambiente quando o ar está mais seco, condição fre-quente no inverno, principal-mente nas cidades mais ao sul do país. Por isso, é importante

Nem todos sabem, mas é importante cuidar da pele também no

inverno.

manter a atenção com os cui-dados com a pele, mesmo sem o sol intenso.

Por outro lado, aqueles que tem pele oleosa na face podem apresentar aumento da oleosidade e, até mesmo, uma piora da dermatite seborréica (aquela descamação localiza-da ao redor do nariz, nos su-percílios, atrás das orelhas e no couro cabeludo) nesta épo-ca do ano.

Além disso, ao envelhecer-mos, nossa pele fica mais fina, permitindo que a água presen-te na pele evapore para o meio externo. As glândulas sebáceas também diminuem sua capaci-dade de produção, diminuin-do a quantidade de sebo na superfície da pele (o sebo de-sempenha um papel importan-te como isolante, retendo água sob ele), permitindo, também, que a água que chega à super-fície da pele evapore, desidra-tando a pele.

Foto: Matt Reinbold | Flickr

A melhor forma de hidra-tação, tanto no inverno quanto no verão, é a ingestão de líqui-dos. Os especialistas indicam a ingestão de 2 litros de líqui-dos por dia.

Mesmo assim, é importan-te hidratar a pele com cremes, ao menos uma vez ao dia.

No banho, tenha atenção com o tempo que fica embai-xo do chuveiro e evite banhos muito quentes.

Além de prejudicar a pele, a água muito quente também danifica os cabelos. Uma boa medida da temperatura da água é a pele do rosto. Se a água estiver muito quente para a esta região, também estará quente para os cabelos, geran-do ressecamento.

Outro ponto que merece atenção são os sabonetes. Evi-te os muito fortes no inverno e também diminua as esfoliações de corpo inteiro. Embora im-portantes para renovar a pele, ajudando a eliminar as células mortas, a abrasão também re-tira a camada de gordura, dei-xando a pele mais ressecada e

Cuidados

desprotegida. Em geral, produtos que

hidratam tem óleos vegetais, manteigas vegetais, ácido hia-lurônico, ceramidas e ureia - substâncias que impedem a perda excessiva de água atra-vés da pele.

Tipos de hidratantes

A textura de um creme de-pende do tipo de pele que ele é indicado. Geralmente, cremes mais densos, são indicados para peles mais secas já que eles são ricos em matérias-pri-mas oclusivas (matérias-primas mais oleosas, que formam um filme oclusivo sobre a pele, im-pedindo a água de evaporar).

Já os cremes mais fluidos são indicados, principalmen-te, para pele normal a oleosa, pois são ricos em matérias-pri-mas umectantes (retiram água da atmosfera, ou seja, do ar, atraindo-a para a pele, além de “puxar” água da profundi-dade da pele, atraindo-a para as camadas mais superficiais da pele, hidratando-a).

A causa da de-sidratação da pele é uma alteração na sua função barreira, que pode ser de origem ex-terna (devido a fatores ambientais, etc.) ou devido a uma altera-ção endógena (altera-

Ressecamento: Sinais Inconfundíveis

A pele é o maior órgão do corpo humano

ções hormonais, como hipoti-reoidismo e menopausa).

A pele desidratada é uma pele que carece de água. Esta desidratação se manifesta de diferentes formas, sendo que este tipo de pele:

>> não tem maleabili-

dade.>>demonstra uma

aparência opaca e sem lu-minosidade.

>> apresenta uma sen-sação de desconforto e ten-dência ao aparecimento de linhas de desidratação.

>> descamamento

A pele é um órgão

minando o calor e evaporando o suor segregado pelas glândulas, bem como eliminando substân-cias perigosas) e sintetiza a vita-mina D, essencial para o cresci-mento dos ossos.

3 camadasA pele consiste em 3 ca-

madas sobrepostas. A epider-me, estrato superior da pele, é um tecido composto essencial-mente por queratinócitos, célu-las que, à medida que envelhe-cem, ficam carregadas com uma substância, forte e impermeá-vel: queratina (o que explica o papel de protecção da pele). A epiderme também contém célu-las de Langerhans que são parte do sistema imunitário.

A derme, é um tecido con-junto de espessura variável que contém os vasos sanguíne-os, muitas células imunitárias, glândulas sudoríparas, folícu-los pilo-sebáceos, receptores sensoriais que reagem à pres-são ou temperatura, e termi-nações nervosas dor-sensíveis. Os principais constituintes da derme são fibras de colágeno e elastina, garantindo que a pele permanece forte, proporcio-nando flexibilidade, suporte e elasticidade.

A hipoderme, localizada sob a derme, é um tecido adipo-so, que varia de quantidade de pessoa para pessoa. Ela forma um depósito de energia impor-tante para o corpo.

Page 16: Jornal dos Bairros | Julho de 2015 | Edição 06 | Ano 19

Jornal dos Bairros16Julho de 2015

Mais Bela

O concurso que elegerá a Mais Bela Negra e a Miss Afro 2015 de Caxias do Sul acontece no dia 24 de julho, no Ponto de Cultura UAB Cultural. Ao todo, dezesseis candidatas entre 15 e 23 anos de idade se inscreveram para participarem do evento.

Entre as concorrentes está Stephanie Ferreira Barboza, que irá representar a UAB na esco-lha. No ano passado, ela foi eleita a primeira Mais Bela Ne-gra Comunitária do município.

“Me senti muito privilegia-da em ter vencido o concurso logo em sua primeira edição. Es-tou muito feliz com o trabalho que venho realizando junto ao Departamento de Organização da Mulher”, destaca.

De acordo com Stephanie, a importância do concurso da UAB se dá pelo engajamento da corte nas comunidades ca-xienses e na própria entidade, buscando desenvolvê-la ain-da mais.

Stephanie é UAB no Miss Afro e Mais Bela NegraSaiba mais

sobre a candidata:

Nome: Stephanie Fer-reira BarbozaIdade: 18 anosUm hobby: navegar na internet Um ídolo: meu paiUma qualidade: ca-rismaUm defeito: falar de-maisUm filme: Como Se Fosse a Primeira VezUma frase: Imagine uma história para sua vida e acredite nela. (Paulo Coelho)Um livro: Querido John, de Nicholas SparksUm lugar: minha casaUm sonho: ter uma boa

carreiraUm time de futebol: Interna-cional

“Dar visibilidade para a mu-lher negra é muito importante para acabarmos com o racis-mo e com a visão apresentada pelo mídia quanto à população negra. Nas novelas, por exem-plo, somos os bandidos ou os empregados”, diz.

Ela também comenta so-bre a importância do movimen-to comunitário em Caxias. “O movimento é a união. As lide-ranças comunitárias são procu-radas para construir um Centro Comunitário ou simplesmente para ajudar alguém necessita-do. Como integrante de uma corte da UAB, busco compare-cer a todos os eventos possíveis e auxiliar todos que precisem de algo”, afirma.

Filha de Clóvis Barboza e de Roselane Ferreira Barboza, a jovem tem 18 anos e con-cluiu o Ensino Médio em 2014, na Escola Apolinário Alves dos Santos. Moradora do Lotea-mento Millenium, atualmente

está desempre-gada e pretende cursar, a partir do segundo se-mestre, Publici-dade e Propa-ganda na UCS.

A escolha da Mais Bela Negra e da Miss Afro é uma rea-lização da Pre-feitura de Ca-xias do Sul, por meio do Con-selho Municipal da Comunida-de Negra (Co-mune), do De-partamento de Arte e Cultura Popular, da Se-cretaria Muni-cipal da Cultu-ra (SMC), das coordenadorias da Juventude, da Mulher e de Promoção e Igualdade Racial, da Secretaria Municipal de Se-

gurança Pública e Proteção So-cial (SSPPS) e do Ponto de Cul-tura UAB Cultural. O apoio é da TV Caxias.

Foto: Karine Endres