jornal dos bairros / edição 04 / maio de 2016

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Publicação da União das Associações de Bairros de Caxias do Sul Os desafios da segurança pública em Caxias do Sul JORNAL DOS BAIRROS Maio/2016 | Ano 20 | Nº 03 Filiada à FRACAB e à CONAM Centro Educativo Esperança está desativado CONHEÇA A HISTÓRIA DO LÍDER VALDIR “NEGRÃO”, UM DOS COMUNITARISTAS MAIS QUERIDOS DA CIDADE PÁGINA PERFIL ASSISTÊNCIA ESPECIAL Confira entrevista com a simpatia Ingrid Bonatto PÁGINA MAIS BELA COMUNITÁRIA 10 7 Contracapa Atenção comunitaristas: 31 de julho de 2016 é a data limite para reativação e fundação de Amobs Informações através dos números 3219.4281 (UAB) e 9686.5892 (Diretoria de Formação) Com a colaboração da comunidade, autoridades apostam em novas estratégias para driblar dificuldades, como a falta de efetivo, equipamentos precários e baixa remuneração. Bairros querem mais núcleos de policiamento comunitário | Páginas 8 e 9 FOTOS MÁRIO ANDRÉ COELHO DE SOUZA

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Page 1: Jornal dos Bairros / Edição 04 / Maio de 2016

Publicação da União das Associações de Bairros de Caxias do Sul

Os desafios da segurança públicaem Caxias do Sul

JORNAL DOS BAIRROSMaio/2016 | Ano 20 | Nº 03 Filiada à FRACAB e à CONAM

Centro Educativo Esperança está desativado

CONHEÇA A HISTÓRIA DO LÍDER VALDIR “NEGRÃO”, UM DOS COMUNITARISTAS MAIS QUERIDOSDA CIDADE

PÁGINA

PERFIL

ASSISTÊNCIA

ESPECIAL

Confira entrevistacom a simpatiaIngrid Bonatto

PÁGINA

MAIS BELA COMUNITÁRIA

107

Contracapa

Atenção comunitaristas:31 de julho de 2016

é a data limite para reativação

e fundaçãode Amobs

Informações através dos números 3219.4281 (UAB)

e 9686.5892(Diretoria de Formação)

Com a colaboração da comunidade, autoridades apostam em novas estratégias para driblar dificuldades, como a falta de efetivo, equipamentos precários e baixa

remuneração. Bairros querem mais núcleos de policiamento comunitário | Páginas 8 e 9FOTOS MÁRIO ANDRÉ COELHO DE SOUZA

Page 2: Jornal dos Bairros / Edição 04 / Maio de 2016

12 JORNAL DOS BAIRROS | Maio 2016

21/05 - 14h | Reunião de diretoria - UAB 21/05 - 19h30 | Abertura Campeonato

Interbairros de Futsal - Enxutão 04/06 - 14h | Assembleia Geral - UAB 11/06 - 14h | Fórum dos Usuários - UAB

Roberto Carlos Dias*

Democracia. Que palavra é essa que entrou com força no nosso dia a dia nos tempos atuais? No contexto teórico, é uma expressão que vem do grego e significa: demo = povo e cracia = governo. Ou seja, um regime de governo que emana do povo e para o povo. De-mocracia é um sistema que permite ás pessoas a participar da vida política. A participação ocorre por meio de eleições, plebiscitos e re-ferendos. Dentro de uma democracia, as pessoas possuem liberdade de expressão e de manifestações de suas opiniões.

Apesar de ter surgido na Grécia Antiga, a Democracia foi pouco usada pelos países até o século XIX. Já no século XX, a Democracia passou a ser predominante no mundo. O Brasil é um exemplo desse regime, embora nossa Democracia seja muito jovem, com 31 anos.

Esse regime no Brasil permitiu ao povo escolher seus representan-tes, como vereadores, deputados, senadores, prefeitos, governadores e presidente por meio de eleições. Quando tentam silenciar nossa voz e retirar nossos direitos, usando a repressão, estamos perdendo a Democracia. Lutar por moradia digna, saúde, educação, direitos trabalhistas e sociais é um exercício vital da Democracia. Quando esse poder nos é retirado, retrocedemos no tempo.

O modelo de educação pública, por exemplo, passa por uma gra-ve e aguda crise, em especial na rede estadual. Senão revertermos esse quadro, as consequências futuras serão gravíssimas. Escolas su-cateadas, sem merenda, professores, material didático, giz, caneta e sem valorização dos docentes nos remeterá ao abismo nos campos do ensino e da aprendizagem. Alunos, pais e professores só podem ocupar escolas, como estamos assistindo no RS, e reivindicar melho-rias e direitos quando há Democracia.

A história marcará a educação dos nossos filhos sobre os fatos de agora com o processo de impeachment contra a primeira mulher presidenta do Brasil, Dilma Rousseff. Essa situação não pode enfra-quecer lutas por mais espaços de igualdade entre homens e mulhe-res, negros, índios e comunidade LGBTs.

*Roberto Carlos Dias é jornalista, historiadore pós-graduado em Jornalismo Político

Democracia, o poderque emana do povo

Uma nova cara ao seu JBercebeu mudanças em nosso jornal? Pois é. Ousamos e mudamos. Da primeira à última página, você poderá perceber claramente um visual mais colorido, moderno e popular no Jornal dos Bairros. O esforço foi grande, mas através de uma nova diagramação consegui-mos deixar o JB ainda mais atrativo aos olhos do leitor. Com essa proposta, as matérias es-tão mais objetivas e valorizadas.

A dedicação não foi diferente com o con-teúdo editorial do jornal. Na página 7, a no-tícia do fechamento de um centro educativo no bairro Montes Claros gera preocupação entre a comunidade. Acreditamos que, quan-do um serviço é passado do poder público a outras iniciativas filantrópicas, podemos nos perguntar para onde estão indo os recursos provenientes de nossos impostos. E mais: qual a real competência da administração pública quando o assunto é o cuidado assistencial a nossos jovens?

Já nas páginas 8 e 9 trazemos uma maté-ria especial sobre segurança pública. Aborda-mos os esforços da Brigada Militar em aten-

der os anseios da comunidade, mesmo enfren-tando as carências de sempre, em especial, o baixo efetivo da corporação. Dialogamos com algumas comunidades que já possuem o Poli-ciamento Comunitário e outras, que, através de seu próprio empenho, conseguem driblar as dificuldades e garantir uma relativa tran-quilidade aos seus bairros.

Na seção bairros, poderão ser conferidas as principais necessidades das comunidades do Morada do Sol, Ballardin e Colina do Sol. Ah! Também não deixe de conhecer um pouco da história de Valdir “Negrão”, um líder co-munitário pra lá de carismático, na contraca-pa do jornal.

Queremos que você folheie à vontade seu JB, pois tem muito mais nessa edição. E, fi-que atento, pois neste mês, novos pontos de distribuição vão permitir que o jornal chegue às mãos também de um público que pode, em muito, ajudar na construção do movimento comunitário!

Até à próxima!

EXPEDIENTEVeículo da União das Associações de Bairros de Caxias do Sul – UABRua Luiz Antunes, 80, Bairro Panazzolo – 95080-000 – Caxias do Sul

Filiada à FRACAB e à CONAM

[email protected] | Comercial: 54 9219.8267

Presidente: Flávio Antônio FernandesDiretora de Imprensa e Comunicação: Paula da Rosa

Editor: Alan Matos MTb. [email protected]: Alan MatosEditoração e Design Gráfico: Viviane Martins Conselho Editorial: Antonio Pacheco de Oliveira, Flávio Fernandes, Joce Barbosa, Paula da Rosa, Paulo Sausen e Valdir Walter

E-mail: [email protected] Telefone: 3238.5348Tiragem: 8.000 exemplares

Impressão: Grupo RBS

Os textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.

EDITORIAL

P

Retrato do Cotidiano

Espaço do leitor

Agenda comunitáriaPraticantes mirins de

capoeira aos olhos de Paula

da Rosa

PAULA DA ROSA

JORNAL DOS BAIRROS

Page 3: Jornal dos Bairros / Edição 04 / Maio de 2016

JORNAL DOS BAIRROS | Maio 2016 3Movimento

Líderes comunitários questionam vereadoresCâmara vai aos Bairros foi uma das pautas de encontro mensal da UAB e lotou auditório da entidade

A Assembleia Geral da União das Associações de Bairros (UAB), realizada dia 7 de maio, lotou o auditório da entidade. O encontro teve como uma das pautas, o projeto da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul “Câmara Vai aos Bairros”, no qual os vereadores entram em contato direto com a população em espaços comunitários.

Na oportunidade, os verea-dores se apresentaram e se co-locaram à disposição para pres-tarem atendimento às deman-das dos comunitaristas. Em seu pronunciamento, o presidente da UAB, Flávio Fernandes agra-deceu a iniciativa do legislativo caxiense em realizar o proje-to “Câmara vai aos Bairros” na

ASSEMBLEIA GERAL

CONFIRA ALGUMAS MANIFESTAÇÕES:

“Gostaria de convidar os vereadores para a luta da regu-larização fundiária. quando fui vereador foi apontado que mais de 96 locais irregulares. Acho que a casa legislativa tem não só o dever e o direito de ajudar essas comunidades porque entra e sai vereador, entra e sai prefeito,a descul-pa sempre é a mesma. Está na hora de mais vereadores se agregarem para termos um resultado positivo.” (Cassiano

Fontana, bairro Altos de Galópolis)

“Gostaria de pedir aos nossos vereadores que apresentem projetos que realmente precisem. Principalmente para as comunidades que estejam irregulares. Temos que regulari-zar estes bairros. “ (Valdir Walter, diretor de Participação Popular da UAB

“Quais foram os projetos de lei criados e aprovados pelos vereadores que tiveram grande impacto e retorno à socieda-de? Em função da crise, quais as medidas que o legislativo está encaminhando para amenizar os impactos do desemprego e quais os projetos que têm relação ao desenvolvimento econô-mico da cidade?” (Paula da Rosa, diretora de Comunicação e Imprensa da UAB)

“Gostaria que as sessões da Câmara fossem de menos degla-diações e mais envolvimento com o povo. Às vezes me sinto envergonhada de assistir as sessões. A baixaria que acontece é lamentável. Precisamos nos respeitar. Na Câmara tem gente que faz carreira. Gostaria que vocês (vereadores) tivessem mais pro-jetos para o povo.” (Joce Barbosa, diretora de Formação da UAB)

“Não vão nas comunidades oferecer coisas que não serão cum-pridas. Muitos vereadores vão lá e prometem ruas. Ruas não são com vereadores. São encaminhadas pelo Orçamento Comunitá-rio. Tentamos unir a comunidade e os vereadores tentam dividir a comunidade. Eles põem seus cabos eleitorais lá. (Alexandre Silva, bairro Vale da Esperança)

“Quero dizer aos vereadores frequentem também a UAB, por-que têm que saber os problemas que existem. Vi poucos aqui elogiarem a administração. “ (Luiz Pizetti, presidente de hon-ra da UAB)

“Gostaria de pedir para os vereadores e vereadoras, que fi-zessem um pedido de informações sobre as obras do orçamento comunitário. Nós temos obras de 2011, com verbas acumuladas para fazermos pavimentações de menos de 300 metros. Na úl-tima reunião do OC, o representante da prefeitura nos afirmou que tínhamos R$ 348 mil e essa verba é suficiente para a pavi-mentação prioritária desses trechos. Nas últimas vezes que nós fomos no OC, nos disseram que as obras só sairiam se fossem comunitárias. Por quê esperaram cinco anos pra dizerem isso?” (Maria Claudete, bairro Rosário II)

“O governo Alceu teve uma preocupação muito grande com a saúde educação. O OC sempre respeitou todas as demandas. Aliás, todas as secretarias a pedido do prefeito têm respeitado as de-mandas de vocês (comunitaristas). Pavimentamos 132 ruas. Não deu para fazer tudo. Não vai dar pra fazer tudo nesse governo. Até porque os recursos estão menores, escassos. Vamos acolher todas as demandas. Vamos fazer o saneamento de 12 ruas nos próximos meses. Vi vários questionamentos sobre loteamentos irregulares, embargados. O Executivo está se reunindo com vá-rias secretarias há muitos meses para criarmos uma Coordena-doria de Regularização. Não é possível que todos os governos que vieram esbarraram na burocracia. Então teremos uma Coor-denadoria de Regularização para abreviarmos muitas questões que estão acontecendo na cidade.” (José Dambroz, coordenador do Orçamento Comunitário)

“O prefeito Alceu teve coragem de priorizar o transporte público. Olhem a magnitude da obra que foi feita e os bairros que estão sen-do contemplados” (Paulo Kovaleski,bairro Ca-ravaggio II)

“O SIM Caxias está indo muito bem. Em nome da região Kaiser, gostaria que reestudassem a parada que é feita no Ópera pelo ônibus da li-nha vermelha (troncal. Por quê para no Ópera não na parada do Hospital Pompéia?” (Cleusa Moraes, secretária-geral da UAB)

“Os moradores têm que entender que quando havia duas faixas para carros, um estacionamen-to e outra faixa para ônibus, ninguém criticava. Agora, que tem duas para ônibus e duas para carros estão dando-lhe pau. O que é isso?” (Ed-son Stecanella, bairro São Salvador)

“O SIM Caxias tinha projeto que outros fize-ram. Eles só botaram em prática. Não foi só esse prefeito. Várias pessoas têm que ser elogiadas. O SIM Caxias veio de onde? Quem fez? Foi Ca-xias, a prefeitura? Ou veio dinheiro do governo federal?” (Vilma de Oliveira Leite, diretora da Terceira Idade da UAB)

“Estão sendo feitos ajustes. Está indo muito bem um projeto que começou pelo então prefei-to Pepe Vargas e que nosso prefeito está encer-rando. está funcionando. Precisa de uma linha a mais no centro.” (Cláudio de Carvalho, bairro Recanto dos Pássaros)

Sobre o SIM Caxias: Sobre a atuação dos vereadores: Sobre o Orçamento Comunitário (OC):

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MÁRIO ANDRÉ COELHO DE SOUZA

UAB. “Esta é uma grande inicia-tiva. Fizemos o convite em outra ocasião para que o projeto fosse realizado aqui na UAB, nesta que também é a casa do povo. Temos muito para elogiar este projeto”, enfatizou.

O presidente da Câmara de Vereadores, Edi Carlos Pereira (PSB) salientou a importância da realização do “Câmara Vai aos Bairros em um local como a UAB. “Nada mais justo do que encaminhar todas as solicitações através dos presidentes de bair-ros. Aqui é o local certo, pois a UAB representa os moradores dos bairros. Aqui as pessoas tra-zem as reivindicações. O povo tem que cobrar, nós temos que ouvir”, afirmou.Comunitaristas tiveram oportunidade de se manifestarem demandas em frente aos vereadores

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14 JORNAL DOS BAIRROS | Maio 2016

Mais de 400 pessoas participamde Procissão Ecumênica

Evento reúne fiéis e simpatizantes da Umbanda, além de adoradores de São Jorge Ogum

Caxias do Sul reuniu no do-mingo, dia 24 de abril, aproxi-madamente 400 pessoas na Pro-cissão Ecumênica a Ogum. É a terceira edição da celebração na cidade, que ocorreu no centro da cidade. Durante o evento, fo-ram entoadas rezas cantadas em homenagem a orixás africanos. Depois de momentos de ora-ção na praça Dante Alighieri, o grupo saiu em procissão pela Rua Pinhei-ro Machado e retornou à praça pela Rua Sinimbu.

Os princi-pais objetivos do evento, or-ganizado pela Coordenado-ria de Igualdade Racial do muni-cípio, em parceria com a Associa-ção dos Alabês de Caxias do Sul e apoio do Departamento Ecu-mênico da União das Associações de Bairros (UAB), foi promover a religião Afro Umbandista em Caxias do Sul e homenagear o padroeiro da cidade, “Ogum”.

Conforme um dos direto-res do Departamento Ecumê-nico da União das Associações de Bairros (UAB), que também é cacique de Umbanda e Baba-lorixá, Luis Carlos de Mello, a cada celebração é demonstrada a força da Umbanda no municí-pio. “Estamos mostrando o nosso verdadeiro trabalho, que é passa-do de geração a geração. Caxias

do Sul merece e é com união e participação que a cada ano estamos reu-nindo centenas de pessoas em nossos even-tos”, avalia.

Ainda con-forme Luis Carlos, as pro-

cissões reúnem pessoas que não têm a mesma religião, o que é considerado positivo. “Estáva-mos em um grande número de praticantes e contamos também com pessoas que não cultuam o mesmo credo, mas adoram São Jorge Ogum. Estamos no cami-nho certo”, comenta.

CELEBRAÇÃO

Homenagem a Ogum reuniu centenas de pessoas no centro da cidade

O crescimento da Umbanda em Caxias do Sul é uma tendên-cia, segundo Luis Carlos. “Caxias do Sul é a 2ª maior cidade com casas abertas do Rio Grande Sul. Contamos hoje com mais de 660

casas e muitos adeptos. A tendên-cia é só crescer, pois nossa reli-gião tem também um lado social. Apoiamos quem chega às nossas casas e também fazemos diversos eventos beneficentes”, aponta.

Crescimento da Umbanda

Estamos mostrando o nosso verdadeiro

trabalho, que épassado de geração

a geração

Luis Carlos de Mello

Ogum, conhecido na igreja católica como São Jorge, é uma antiga divindade yorubá, senhor da guerra e do ferro, privilegiado com o dom de dominar os metais. Foi um dos primeiros Orixás a descer para a terra e encontrar habitação adequada para os humanos no futuro. Trabalhava dia e noite em sua forja para servir todos os humanos. Suas mãos hábeis transformaram tudo que foi colocado diante dele. Sua capacidade de criar surpreendeu os outros Orixás. Ogum também é ligado à agricultura, mas no Brasil é mais conhecido como deus dos guerreiros.

Ogum, além de ser deus da metalurgia e da tecnologia, é o patrono da força produtiva que retra-balha a natureza, que transforma através do calor e das repetidas batidas um mineral bruto (ferro) no aço laminado e suas manifestações práticas (como lança e escudo), aplicadas por extensão, a qualquer transformação que o homem provoca na natureza para deixá-la, produtivamente, à sua disposição.

QUEM É OGUM?

FOTOS MUITO AXÉ, DIVULGAÇÃO

Religião

Page 5: Jornal dos Bairros / Edição 04 / Maio de 2016

JORNAL DOS BAIRROS | Maio 2016 5Política

Ministério de Temer motiva críticasNova composição política do executivo federal gera descontentamento em vários setores da sociedade

A gestão já se iniciou, mas a composição do ministério de Temer ainda causa dor de ca-beça para o novo presidente do Brasil, Michel Temer (PMDB). Com sete ministros citados pela Operação Lava Jato da Polícia Federal e sem negros nem mulheres no primeiro es-calão, o governo interino segue motivando críticas e protestos em vários setores da sociedade brasileira.

Uma das ações mais recen-tes que também gerou uma onda de críticas, foi a extin-ção do Ministério da Cultura (MinC) - como parte da medi-da de corte de cargos no gover-no federal implementada pelo presidente, que reduziu o nú-mero de ministérios de 32 para 23. Manifestações da classe artística consideram que a su-

GOVERNO INTERINO

ANÁLISE/ELEIÇÕES MUNICIPAIS

pressão da pasta foi um grande retrocesso para o país.

OAB

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, criticou a

nomeação de ministros inves-tigados ou citados na Opera-ção Lava Jato pelo presiden-te interino, Michel Temer, e disse que poderá avaliar o uso de instrumentos jurídi-cos para pedir o afastamento de ministros que venham a se

O prefeito de Caxias do Sul, Alceu Barbosa Velho (PDT) uti-lizou o Salão Nobre do Centro Administrativo Municipal, na manhã do dia 6 de maio para anunciar que não concorrerá à reeleição. Os motivos são, se-gundo ele, a dedicação à família e a coerência com seu posiciona-mento sustentado há tempos de ser contrário à reeleição.

Com a decisão, o quadro po-lítico para a sucessão da prefei-tura, mudou significativamente.

O chefe do Executivo defendeu, durante seu anúncio, o nome de Edson Nespolo (PDT) - atu-al presidente da Festa da Uva - como seu candidato.

Novos caminhos

Um dos fatores que pesarão nas eleições municipais é a ma-nutenção da base governista, de 19 partidos, que se tornou desa-fiante. O PR - que foi tomado de assalto pelo vereador Renato

Nunes - já saiu da base do gover-no e junto com o PRB terão can-didato a prefeito. O PCdoB tam-bém saiu da base e terá candidato. Recentemente o PEN tomou o mesmo caminho e vai se coligar com PRB e PR.

Uma mudança na lei eleitoral deverá influenciar também o ca-minho de várias siglas que contri-buíram para mais tempo de televi-são e rádio na campanha eleitoral de 2013. Segundo a nova legisla-ção, apenas os seis maiores parti-

dos da coligação contam no cál-culo do tempo. Isso fará com que o poder de negociação com mui-tos partidos fique comprometido.

Também o PP, que já sinali-zava com vontade de lançar um candidato, pode confirmar essa tendência. Por fim, o PMDB, partido do governador José Ivo Sartori, pode lançar candi-dato próprio – Antônio Fel-dmann ou Mauro Pereira – desconstituindo a dobradinha com o PDT.

Alceu não concorre e muda cenário

tornar réus. “Quem é investigado pela

Operação Lava Jato não pode ser ministro de Estado, sob o risco de ameaçar a chance que o Brasil tem de trilhar melhores rumos. Faço o alerta de que a nomeação de investigados con-traria os anseios da sociedade e não deveria ser feita”, disse La-machia em nota.

Artistas

Vários segmentos da socie-dade ligados à arte e a cultura se mobilizaram contra a extin-ção do MinC - que havia se emancipado do Ministério da Educação em 1985, durante o governo de José Sarney. Des-de o anúncio da medida, artis-tas realizaram vários atos pelo Brasil, inclusive com ocupa-

ções a órgãos ligados à antiga pasta. Cerca de 60 pessoas es-tão acamparam na noite do dia 16 de maio a sede da Fundação Nacional de Artes (Funarte) em Belo Horizonte em protesto contra o afastamento de Dil-ma Roussef da Presidência da República e contra o governo do presidente interino Michel Temer.

No Rio de Janeiro, o Palá-cio Gustavo Capanema, sede da extinta pasta e da Funarte, foi tomada por centenas de mani-festantes nesta manhã. No dia 13 de maio, cerca de 30 artis-tas ocuparam, em Curitiba, a sede do Instituto de Patrimô-nio Histórico e Artístico Na-cional (Iphan). Manifestantes também se mobilizam para um ato na representação da Funar-te em Recife.

Michel Temer tem ministros citados na Operação Lava Jato

FLAVIO RODRIGUES POZZEBOM, AGENCIA BRASIL, DIVULGAÇÃO

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Page 6: Jornal dos Bairros / Edição 04 / Maio de 2016

6 JORNAL DOS BAIRROS | Maio 2016

UAB tem novo Telecentro de InformáticaEspaço reformado possibilita aprendizado digital

Um novíssimo Telecentro de Informática, à disposição da comunidade caxiense, está ins-talado na União das Associa-ções de Bairros. Inaugurado no dia 19 de abril, o espaço possui dez novos computadores acom-panhados de mobiliário moder-no. Os recursos utilizados para a aquisição dos equipamentos são provenientes do convênio que a entidade mantém com a prefeitura.

A solenidade de entrega con-tou com a presença do prefeito de Caxias do Sul, Alceu Barbosa Velho, do secretário do Desen-volvimento Econômico, Traba-lho e Emprego (SDETE), Fran-cisco Spiandorello, da coorde-nadora dos Centros de Inclusão Digital (CIADS) na SDETE, Tânia Suzin, do presidente do Legislativo, vereador Edi Carlos Pereira de Souza, o presidente de honra da UAB, Luis Pizzetti. Além disso, se fizeram presentes alunos e ex-alunos do Telecen-tro e integrantes do movimento comunitário.

De acordo com o presiden-te da UAB, Flávio Fernandes, a nova sala é fruto de um inves-timento realizado com cautela. “Pesquisamos muito para ad-quirir os novos equipamentos e mobiliário, porque sabemos que são recursos públicos, que devem ser usados com sabedo-ria. E é nessa sabedoria que es-tamos investindo com esse Te-lecentro”, destaca.

O prefeito destacou a impor-tância de inaugurar um labora-tório de informática. “Conhe-cimento é poder. Quanto mais informação tivermos, mais co-nhecimento e concepção das coisas vamos ter. A importância disso é dar acesso às pessoas que não tem condições de pagar um curso em uma escola particular. Nosso papel está sendo cumpri-do, por isso valorizo muito esse tipo de ação. O significado des-se espaço para os alunos é imen-so”, afirma.

CURSOS DE CAPACITAÇÃO

Inclusão

Cenira Lopes, 63 anos, ficou sabendo dos cursos de informática na UAB através de uma amiga. Cuidadora de idosos, ela já tinha ini-ciado as aulas em 2015, no entanto não concluiu o curso por causa de sua atividade profissional. Ela diz que se empolga com a possibilidade de conversar com pessoas através da internet. Tenho irmãos que mo-ram no exterior. Desejo falar com eles pela tela do computador”, diz.

Para Cenira é muito importante a disponibilidade de estudar in-formática gratuitamente. “Falei para familiares sobre fazer cursos gra-tuitos de computação. Todos ficaram encantados com a ideia, afirma”.

Uma das diretoras da 3ª Idade da UAB, Vilma de Oliveira Lei-te, 55 anos, viu no curso de informática, uma oportunidade única de aprender conteúdos que serão úteis para seu trabalho no movimen-to comunitário. “Não tinha nenhum conhecimento, não sabia nem o básico. Agora usarei informática no cotidiano”, fala.

Vilma ainda diz que já possuía computador em casa, mas que dependia de outras pessoas para usar. “Agora estou muito alegre. O curso é muito importante para todas as pessoas que não têm acesso, tanto da terceira idade, como também os jovens”, enfatiza.

Foi através de um amigo que já trabalha no movimento comuni-tário que Marizete Pereira, 43 anos, ficou sabendo dos cursos de infor-mática oferecidos pela UAB. Ela, que é autônoma, garante que levará os conhecimentos adquiridos a outras pessoas. “Cuido de um grupo da terceira idade e compartilharei o aprendizado com eles”, assegura.

Conforme Marizete, que recém comprou um notebook, para o aproveitamento do curso, é necessário esforço também por parte dos alunos. “Deve haver interesse em querer aprender”, frisa.‘Vou com-partilhar o aprendizado’, diz.

Facilidades

A diretora de Inclusão Digi-tal da UAB, Juliana Maciel, en-fatiza as facilidades e os benefí-cios que os alunos têm ao reali-zarem o curso. “Todo o curso é gratuito. As pessoas devem ape-nas ligar para a UAB. Também está aberto aos líderes comuni-tários para que tirem dúvidas ou façam trabalhos com o auxílio da professora”, informa.

Juliana também diz que as novas instalações de informá-tica na UAB foram realizadas levando em consideração os valores mais acessíveis. “Fize-mos vários orçamentos para que os valores fossem otimiza-dos”, explica.

O telecentro de informática da UAB foi idealizado e inaugu-rado ainda em 2008 com o obje-tivo de oportunizar aos cidadãos, acesso à inclusão digital. Por meio de recursos municipais, os novos equipamentos proporcio-narão mais qualidades aos cursos oferecidos na sede da entidade.

O Centro de Inclusão Digital da União das Asso-ciações de Bairros (UAB) oferece à toda a comuni-dade (pessoas acima de 12 anos) cursos de informática gratuitos, incluindo os pro-gramas Word (editor de tex-to), Excel (planilha eletrôni-ca), Power Point (apresen-tação de slides) e internet (navegação).

Para inscrever-se, basta ligar para a UAB pelo fone (54).3219.4281. A cada dois meses são formadas novas turmas, totalizando 36 va-gas. O curso é ministrado de segunda à sexta-feira, na entidade. Novas vagas serão abertas para o mês de junho.

COMO FAZER INFORMÁTICA NA UAB

‘Desejo falar pela tela do computador’

‘Usarei informática no cotidiano’

‘Vou compartilhar o aprendizado’

Instalações de Centro de Inclusão Digital foram reinauguradas dia 19 de abril

MÁRIO ANDRÉ COELHO

Page 7: Jornal dos Bairros / Edição 04 / Maio de 2016

JORNAL DOS BAIRROS | Maio 2016 7

CONTRAPONTO

Assistência Social

Centro Educativo Esperança está desativadoO antigo Centro Educativo

Esperança, localizado no bairro Montes Claros, na região sul da cidade, está fechado. Isto porque o prédio que abrigava o serviço estava quase sem condições de atender os 30 jovens de 6 a 15 anos matriculados nas atividades da instituição. O serviço oferecia oficinas de te-atro, música, canto, artesa-nato, literatu-ra duas a três vezes por se-mana.

P r a t i c a -mente todas as crianças e adolescentes foram direcio-nados pela Fundação de Assis-tência Social (FAS) à Casa do Adolescente, da Legião Francis-cana de Apoio aos Necessitados (Lefan), no bairro Consolação e também ao Centro SOS Vida, no bairro Jardelino Ramos, mantido pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Ado-lescente (COMDICA).

De acordo com a diretora de proteção social básica da FAS,

Alda Lundgren, o pátio do Cen-tro alagava e o prédio tinha infil-trações. “O prédio era pratica-mente igual à casa deles”, compa-ra. Alda esclarece que o remane-jamento das crianças e adolescen-tes foi oferecido à toda a comu-nidade que usufruía do Centro. “Todos tiveram essa oportunida-

de”, afirma.Ainda se-

gundo Alda, em uma reu-nião realiza-da na primei-ra quinzena de março, as fa-mílias foram avisadas de que o serviço seria transfe-

rido temporariamente. “Muitos não compareceram. Isso é de res-ponsabilidade da família”, escla-rece. “Alguns não estavam mais frequentando o centro educativo e outros simplesmente não qui-seram mais as vagas”, acrescen-ta. Conforme a diretora, o novo prédio será ampliado e o pátio, consertado. No entanto, as no-vas instalações não têm previsão de serem entregues.

FECHADO PARA REFORMAS

Localizado na mesma região que o Centro Esperança, outro serviço de assistência de Caxias do Sul motiva elogios da comu-nidade. Administrado pela Lefan e com capacidade para atender 30 usuários no turno da manhã e 30 usuários no turno da tarde, o Centro de Convivência Capuchi-nhos (CCC) atende a idosos na modalidade “Centro Dia”.

O atendimento do Centro Capuchinhos consiste no acom-panhamento ao idoso e sua fa-mília, no enfrentamento de si-tuações de violações de direitos para a reconstrução de vínculos familiares e comunitários.

“Sabemos que se trata de uma entidade filantrópica, sendo que os idosos lá são bem tratados,

com profissionais especializados e que valorizam seu bem-estar, ao contrário do modelo privado, que visa fins lucrativos”, ressalta a diretora do departamento de Ter-ceira Idade, Vilma Oliveira Leite.

No CCC, os idosos recebem atendimento de uma equipe mul-tidisciplinar nas áreas de psico-logia, assistência social, terapia ocupacional, além de atividades socioeducativas e socioculturais. O serviço é mantido com recur-sos da Associação Literária São Boaventura, doações de pesso-as físicas e jurídicas, voluntários, eventos e recursos do Fundo Mu-nicipal do Idoso.

O CCC está localizado na Rua Eugênio Nicoletti, nº 878, Bairro São Caetano.

Comunidade elogia Centro de Convivência no Salgado Filho

Serviço atendia ajovens em situação de risco no bairro Montes Claros. Crianças e adolescentes foram direcionadas a outras instituições

Atualmente desativado, Centro Esperança não tem previsão de data para ser reaberto

O diretor do departa-mento da Criança e Ado-lescente da União das As-sociações de Bairros (UAB), Claudiomiro Paim, atribui o fechamento do Centro Es-perança à falta de repasse de verbas para a área assisten-cial por parte do município, estado e do governo federal. “Se o município não recebe estas verbas, não há como manter o serviço. O muni-cípio já tem uma carga mui-to grande, mantendo prati-camente sozinho a saúde e ajudando na segurança pú-blica. Estes recursos sobra-riam se o governo do Estado e o governo federal fizessem a parte deles”, afirma.

O prédio era praticamente igual à casa

deles

Alda Lundgren

FOTOS MÁRIO ANDRÉ COELHO DE SOUZA

Page 8: Jornal dos Bairros / Edição 04 / Maio de 2016

O Comando Itinerante é uma nova estratégia do 12º BPM para fortalecer o vínculo com a comunidade. Em sua 2ª edição, realizada na região do bairro Cruzeiro, foram deslocados 33 policiais para a comunidade.

Durante todo o dia, eles patrulharam o bairro a pé, com viaturas, a cavalo ou de bicicleta. Conforme o co-mandante Buss, essa também é uma forma de aproxima-ção do comando da corporação com a população. Os bair-ros escolhidos para ação são aqueles em que os índices de criminalidade vem aumentando.

O QUE É O COMANDO ITINERANTE?

98 JORNAL DOS BAIRROS | Maio 2016 |Especial

Os desafios dopoliciamentocomunitário

Comunidade anseia por mais núcleos. Comando daBrigada Militar aposta em novas estratégias para

fortalecer vínculos com a comunidade

uitos dos problemas crônicos vividos pela Segurança Pública no estado do Rio Gran-de do Sul já são conhecidos de todos: falta de efetivo, equipamentos precários, baixa remuneração, entre outros. No entanto, um dos instrumentos que vem sendo utilizado pela população e pela Brigada Militar (BM) em Caxias do Sul para combater a crimina-lidade, mesmo com estas dificuldades, é o Policiamento Comunitário.

Exercido em 26 bairros de Caxias do Sul, O modelo permite que policiais militares residam nas comunidades e bairros onde atuam conhecendo melhor a realidade local e interagindo com a população. Isto é via-bilizado através de um convênio em que o município arca com o aluguel. Mas além da residêcia em sua área de trabalho, os desa-fios para a implantação e o êxito do Policia-mento Comunitário nos bairros da cidade passam pelo envolvimento da comunidade e participação popular.

Ao menos é o que assegura o comandan-te do 12ª Batalhão da Polícia Militar (BPM), Ronaldo Buss. “A Polícia Comunitária se desenvolve em comunidades cujas caracte-rísticas possibilitam a interação, em regiões onde predominam populações residentes, e onde a participação popular é mais efetiva,

exercida através das associações de morado-res (AMOBs) e da União das Associações de Bairros (UAB)”, afirma.

Para Buss, a possibilidade dos PMs mo-rarem em determinadas comunidades, faci-litam sua identificação com a comunidade. “Com efeito, o fato de um Policial Militar residir e trabalhar em um determinado bair-ro ou comunidade proporciona uma inser-ção muito mais significativa deste profis-sional à realidade daquele lugar e pessoas, tornando-o empático e sensível às deman-das locais”, analisa.

Novas estratégias

A necessidade de mais núcleos da Polí-cia Comunitária na cidade é defendida por muitos líderes comunitários. Apesar disso, o comando da Brigada Militar (BM) temapostado em um novo instrumento e apro-ximação com a comunidade: o ComandoItinerante. Em sua 2ª edição, a estratégia sebaseia em levar um grande efetivo à deter-minada comunidade de Caxias do Sul quetenha índices de criminalidade em elevaçãodurante um dia para realizarem patrulha-mento e intervenções locais.

SEGURANÇA PÚBLICA

A Comissão de Direitos Hu-manos, Cidadania e Segurança da Câmara de Vereadores pro-moveu, na tarde do dia 16 de maio, a audiência pública “Segu-rança: Diagnósticos e Alternati-vas”. O encontro reuniu o che-fe do Comando de Policiamen-to Ostensivo da Serra (CRPO/Serra), Antonio Osmar da Silva, a juíza Milene Dal Bó, o secretá-rio municipal da Segurança José Francisco Barden, o comandante do 12° Batalhão de Polícia Mi-litar, Ronaldo Buss e o delegado Marcelo Grolli.

Entre as manifestações, fo-ram apontadas poucas alterna-tivas para os desafios na área da segurança que Caxias apresenta. “Sabemos que a segurança públi-ca é o último elo. Quando as coi-sas não dão certo, estouram na segurança. Por isso, trabalhamos na prevenção”, afirmou Barden.

“Tivemos 4 mil pessoas que ingressaram no universo prisio-nal. Estamos estudando a institui-ção de uma central de penas alter-nativas”, declarou a juíza Milene.

Para um possível diagnósti-co da área da segurança, o co-mandante Buss trouxe números. “Caxias do Sul é a 9ª colocada no estado na taxa de homicídios. Atendemos 33 mil chamados de ocorrências por mês. A popula-ção de Caxias do Sul aumenta

oito mil pessoas por ano. Por isto, temos ações repressivas sig-nificativas”, disse.

“Pensamos que o estado não tem conseguido reprimir aquele indivíduo que fez do crime o seu meio de vida. O perfil do crimi-noso é do bandido profissional, que faz cálculos de eventuais pri-sões que aconteçam com ele. Ele acha que mesmo se for preso, ainda assim valerá a pena”, ava-liou o delegado Marcelo Grolli.

“Sabe-se das limitações de efetivos, dos salários parcelados. Nossos homens fazem mais com muito menos. Estamos traba-lhando com muito mais criativi-dade, sem sermos aventureiros”, elogiou o chefe do CRPO/Serra, Antônio Osmar.

Para o presidente da Comis-são, vereador Rodrigo Beltrão (PT), o saldo da audiência foi positivo. “Tivemos uma ocasião de aproximação das instituições que tratam da segurança públi-ca com a comunidade. Perce-bemos que o comando do 12° BPM possui o espírito comuni-tário, mesmo reconhecendo as dificuldades da falta de efetivo. A crítica cabe ao representante do estado na reunião, o chefe do CRPO/Serra, que não sinalizou com mais efetivo para a cidade, nem horas-extras e ficou no ter-reno da filosofia”, avalia.

Poucas alternativas discutidas em audiência pública

M

Roubos, assaltos e tráfico de drogas em alguns pontos do bairro têm se tornado rotina entre os moradores do bairro Planalto Frente. É o que assegura Eoci Ribeiro, presidente da AMOB local. Para ele, o núcleo de policiamen-to comunitário, implantado ainda em 2014 no bairro, não tem funcionado como deveria. “Vimos funcionar durante os dois primeiros meses, depois não se viu mais os policiais por lá. Os moradores ligam, ligam e ninguém atende”, descreve.

O núcleo de policiamento do bairro Pla-nalto deveria atender os bairros Planalto, São Victor, Vila Mari, Coesp, Vitória, Monte Rea-le, Pinho Verde e Assunção abrangendo uma população de aproximadamente 25 mil pes-soas. “Não sabemos mais se o núcleo está em operação. A impressão é a de que não está”, diz Ribeiro.

Pouca participação comunitária, furtos e ar-rombamentos a sobrados e apartamentos eram o desafio do bairro Solar do Prado. Sem que os mo-radores quisessem identificar os infratores,a situa-ção só se agravava entre a comunidade. Conforme a presidente do bairro, Osmarina Braghini, foram ne-cessários alguns poucos encontros com o comando da Brigada Militar para que um policiamento mais efetivo fosse realizado no bairro.

“As ocorrências diminuíram graças ao estrei-tamento das relações com a BM. O bairro tem que contribuir, ter conhecimento de causa e apoiar”, enfatiza Osmarina.

Conforme ela, hoje há três policiais que aten-dem o bairro e há uma relação de cooperação entre a comunidade e os soldados. “Já fizemos um almo-ço beneficente para a compra de equipamentos. Na época, conseguimos cerca de R$ 2 mil e 500 para a compra de capacetes, luvas, telefones”, descreve a líder do bairro.

Mais uma comunidade que anseia por um núcleo de policiamento comunitário na cidade, o bairro São José se encontra em mobilização constante pela segurança pública. Exemplo disto foi uma reunião orga-nizada pela Associação de Moradores do Bairro (AMOB), com represen-tantes da Brigada Militar (BM) em meados de abril. O encontro reuniu cerca de 150 pessoas motivadas pela ocorrência preocupante de assal-tos, furtos e outros delitos no bairro e nas redondezas.

“Essa reunião foi o resultado de várias demandas da população inconformada com a situação. Mobilizamos toda a comunidade, igre-jas, escolas, clubes de mães, empresas, comércio e outras lideranças da região, além de representantes do governo”, relata o presidente da AMOB São José, Ivan Froes.

Entre os encaminhamentos da reunião, ficou acertada maior vigi-lância nos redores da Escola Estadual de Ensino Médio Evaristo de An-toni, no posto de saúde São José e em outros pontos críticos do bairro. Para Ivan Froes, a responsabilidade sobre segurança pública também está com a população. “A responsabilidade não é só das entidades re-presentativas e sim de todos que compõem a comunidade”, enfatiza.

Núcleo não funcionano Planalto Frente

Boa relação com a BMno Solar do Prado

Plenária debate segurançano São José

Comando da BM tem implementado novas estratégias para driblar dificuldades da corporação, como falta de efetivo, equipamentos precários e baixos salários

Houveram poucas propostas concretas em encontro

- Exposição- Lourdes- Sagrada Família- Petrópolis- Bela Vista- Santa Catarina- São Pelegrino

Confira os núcleos

FOTOS MÁRIO ANDRÉ COELHO DE SOUZA

DIVULGAÇÃO

- Floresta- Rio Branco- Santa Lúcia- Cruzeiro- Cinquentenário- Universitário- Marechal Floriano

- Serrano- Desvio Rizzo- Planalto- Fátima- Esplanada- Ana Rech- Forqueta

- Vila Cristina- Fazenda Souza- Vila Seca- 1ª Cia- 2ª Cia

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O Comando Itinerante é uma nova estratégia do 12º BPM para fortalecer o vínculo com a comunidade. Em sua 2ª edição, realizada na região do bairro Cruzeiro, foram deslocados 33 policiais para a comunidade.

Durante todo o dia, eles patrulharam o bairro a pé, com viaturas, a cavalo ou de bicicleta. Conforme o co-mandante Buss, essa também é uma forma de aproxima-ção do comando da corporação com a população. Os bair-ros escolhidos para ação são aqueles em que os índices de criminalidade vem aumentando.

O QUE É O COMANDO ITINERANTE?

98 JORNAL DOS BAIRROS | Maio 2016 |Especial

Os desafios dopoliciamentocomunitário

Comunidade anseia por mais núcleos. Comando daBrigada Militar aposta em novas estratégias para

fortalecer vínculos com a comunidade

uitos dos problemas crônicos vividos pela Segurança Pública no estado do Rio Gran-de do Sul já são conhecidos de todos: falta de efetivo, equipamentos precários, baixa remuneração, entre outros. No entanto, um dos instrumentos que vem sendo utilizado pela população e pela Brigada Militar (BM) em Caxias do Sul para combater a crimina-lidade, mesmo com estas dificuldades, é o Policiamento Comunitário.

Exercido em 26 bairros de Caxias do Sul, O modelo permite que policiais militares residam nas comunidades e bairros onde atuam conhecendo melhor a realidade local e interagindo com a população. Isto é via-bilizado através de um convênio em que o município arca com o aluguel. Mas além da residêcia em sua área de trabalho, os desa-fios para a implantação e o êxito do Policia-mento Comunitário nos bairros da cidade passam pelo envolvimento da comunidade e participação popular.

Ao menos é o que assegura o comandan-te do 12ª Batalhão da Polícia Militar (BPM), Ronaldo Buss. “A Polícia Comunitária se desenvolve em comunidades cujas caracte-rísticas possibilitam a interação, em regiões onde predominam populações residentes, e onde a participação popular é mais efetiva,

exercida através das associações de morado-res (AMOBs) e da União das Associações de Bairros (UAB)”, afirma.

Para Buss, a possibilidade dos PMs mo-rarem em determinadas comunidades, faci-litam sua identificação com a comunidade. “Com efeito, o fato de um Policial Militar residir e trabalhar em um determinado bair-ro ou comunidade proporciona uma inser-ção muito mais significativa deste profis-sional à realidade daquele lugar e pessoas, tornando-o empático e sensível às deman-das locais”, analisa.

Novas estratégias

A necessidade de mais núcleos da Polí-cia Comunitária na cidade é defendida por muitos líderes comunitários. Apesar disso, o comando da Brigada Militar (BM) temapostado em um novo instrumento e apro-ximação com a comunidade: o ComandoItinerante. Em sua 2ª edição, a estratégia sebaseia em levar um grande efetivo à deter-minada comunidade de Caxias do Sul quetenha índices de criminalidade em elevaçãodurante um dia para realizarem patrulha-mento e intervenções locais.

SEGURANÇA PÚBLICA

A Comissão de Direitos Hu-manos, Cidadania e Segurança da Câmara de Vereadores pro-moveu, na tarde do dia 16 de maio, a audiência pública “Segu-rança: Diagnósticos e Alternati-vas”. O encontro reuniu o che-fe do Comando de Policiamen-to Ostensivo da Serra (CRPO/Serra), Antonio Osmar da Silva, a juíza Milene Dal Bó, o secretá-rio municipal da Segurança José Francisco Barden, o comandante do 12° Batalhão de Polícia Mi-litar, Ronaldo Buss e o delegado Marcelo Grolli.

Entre as manifestações, fo-ram apontadas poucas alterna-tivas para os desafios na área da segurança que Caxias apresenta. “Sabemos que a segurança públi-ca é o último elo. Quando as coi-sas não dão certo, estouram na segurança. Por isso, trabalhamos na prevenção”, afirmou Barden.

“Tivemos 4 mil pessoas que ingressaram no universo prisio-nal. Estamos estudando a institui-ção de uma central de penas alter-nativas”, declarou a juíza Milene.

Para um possível diagnósti-co da área da segurança, o co-mandante Buss trouxe números. “Caxias do Sul é a 9ª colocada no estado na taxa de homicídios. Atendemos 33 mil chamados de ocorrências por mês. A popula-ção de Caxias do Sul aumenta

oito mil pessoas por ano. Por isto, temos ações repressivas sig-nificativas”, disse.

“Pensamos que o estado não tem conseguido reprimir aquele indivíduo que fez do crime o seu meio de vida. O perfil do crimi-noso é do bandido profissional, que faz cálculos de eventuais pri-sões que aconteçam com ele. Ele acha que mesmo se for preso, ainda assim valerá a pena”, ava-liou o delegado Marcelo Grolli.

“Sabe-se das limitações de efetivos, dos salários parcelados. Nossos homens fazem mais com muito menos. Estamos traba-lhando com muito mais criativi-dade, sem sermos aventureiros”, elogiou o chefe do CRPO/Serra, Antônio Osmar.

Para o presidente da Comis-são, vereador Rodrigo Beltrão (PT), o saldo da audiência foi positivo. “Tivemos uma ocasião de aproximação das instituições que tratam da segurança públi-ca com a comunidade. Perce-bemos que o comando do 12° BPM possui o espírito comuni-tário, mesmo reconhecendo as dificuldades da falta de efetivo. A crítica cabe ao representante do estado na reunião, o chefe do CRPO/Serra, que não sinalizou com mais efetivo para a cidade, nem horas-extras e ficou no ter-reno da filosofia”, avalia.

Poucas alternativas discutidas em audiência pública

M

Roubos, assaltos e tráfico de drogas em alguns pontos do bairro têm se tornado rotina entre os moradores do bairro Planalto Frente. É o que assegura Eoci Ribeiro, presidente da AMOB local. Para ele, o núcleo de policiamen-to comunitário, implantado ainda em 2014 no bairro, não tem funcionado como deveria. “Vimos funcionar durante os dois primeiros meses, depois não se viu mais os policiais por lá. Os moradores ligam, ligam e ninguém atende”, descreve.

O núcleo de policiamento do bairro Pla-nalto deveria atender os bairros Planalto, São Victor, Vila Mari, Coesp, Vitória, Monte Rea-le, Pinho Verde e Assunção abrangendo uma população de aproximadamente 25 mil pes-soas. “Não sabemos mais se o núcleo está em operação. A impressão é a de que não está”, diz Ribeiro.

Pouca participação comunitária, furtos e ar-rombamentos a sobrados e apartamentos eram o desafio do bairro Solar do Prado. Sem que os mo-radores quisessem identificar os infratores,a situa-ção só se agravava entre a comunidade. Conforme a presidente do bairro, Osmarina Braghini, foram ne-cessários alguns poucos encontros com o comando da Brigada Militar para que um policiamento mais efetivo fosse realizado no bairro.

“As ocorrências diminuíram graças ao estrei-tamento das relações com a BM. O bairro tem que contribuir, ter conhecimento de causa e apoiar”, enfatiza Osmarina.

Conforme ela, hoje há três policiais que aten-dem o bairro e há uma relação de cooperação entre a comunidade e os soldados. “Já fizemos um almo-ço beneficente para a compra de equipamentos. Na época, conseguimos cerca de R$ 2 mil e 500 para a compra de capacetes, luvas, telefones”, descreve a líder do bairro.

Mais uma comunidade que anseia por um núcleo de policiamento comunitário na cidade, o bairro São José se encontra em mobilização constante pela segurança pública. Exemplo disto foi uma reunião orga-nizada pela Associação de Moradores do Bairro (AMOB), com represen-tantes da Brigada Militar (BM) em meados de abril. O encontro reuniu cerca de 150 pessoas motivadas pela ocorrência preocupante de assal-tos, furtos e outros delitos no bairro e nas redondezas.

“Essa reunião foi o resultado de várias demandas da população inconformada com a situação. Mobilizamos toda a comunidade, igre-jas, escolas, clubes de mães, empresas, comércio e outras lideranças da região, além de representantes do governo”, relata o presidente da AMOB São José, Ivan Froes.

Entre os encaminhamentos da reunião, ficou acertada maior vigi-lância nos redores da Escola Estadual de Ensino Médio Evaristo de An-toni, no posto de saúde São José e em outros pontos críticos do bairro. Para Ivan Froes, a responsabilidade sobre segurança pública também está com a população. “A responsabilidade não é só das entidades re-presentativas e sim de todos que compõem a comunidade”, enfatiza.

Núcleo não funcionano Planalto Frente

Boa relação com a BMno Solar do Prado

Plenária debate segurançano São José

Comando da BM tem implementado novas estratégias para driblar dificuldades da corporação, como falta de efetivo, equipamentos precários e baixos salários

Houveram poucas propostas concretas em encontro

- Exposição- Lourdes- Sagrada Família- Petrópolis- Bela Vista- Santa Catarina- São Pelegrino

Confira os núcleos

FOTOS MÁRIO ANDRÉ COELHO DE SOUZA

DIVULGAÇÃO

- Floresta- Rio Branco- Santa Lúcia- Cruzeiro- Cinquentenário- Universitário- Marechal Floriano

- Serrano- Desvio Rizzo- Planalto- Fátima- Esplanada- Ana Rech- Forqueta

- Vila Cristina- Fazenda Souza- Vila Seca- 1ª Cia- 2ª Cia

Page 10: Jornal dos Bairros / Edição 04 / Maio de 2016

110 JORNAL DOS BAIRROS | Maio 2016Mulheres

‘Me proporcionou umcrescimento indescritível’

Jornal dos Bairros inicia série de entrevistas com meninas do concurso Mais Bela Comunitária. Garotas falam do aprendizado que tiveram à frente da corte

O Jornal dos Bairros inicia, nesta edição, uma série de entrevistas com as meninas da corte do concurso Mais Bela Comunitária. As garotas falam de sua experiência com o título e dos principais aprendizados que tiveram à frente da corte, além de revelarem um pouco do seu estilo de vida e do que mais admiram em Caxias do Sul, cidade que representam.

Ingrid Bonatto, 22 anos, possui o título de Simpa-tia Comunitária é a primeira menina a ser entrevistada pela reportagem do JB. Filha de Leonardo e Jaqueline Bonatto, ela estuda Recursos Humanos e trabalha como auxiliar administrativo. Em seu tempo livre se dedica ao estudo de literatura brasileira, assiste a filmes no estilo suspense e seriados.

Além disso, Ingrid se diz fã de muitos estilos musi-cais, que vão desde o sertanejo ao samba de raiz. Talvez todos os seus gostos deem uma mostra da sua desen-voltura na corte Mais Bela Comunitária. Em entrevista, a bela diz ter uma afinidade muito grande com pesso-as em geral, não gostar de injustiças e que o concurso é fundamental para o surgimento de lideranças femininas na comunidade.

Confira a entrevista:

O que mais admira nas pessoas?

A naturalidade e a humilda-de de cada um.

O que mais te causa in-dignação?

As injustiças que ocorrem tão próximo a nós e ficamos muitas vezes de mãos atadas.

O que mais gosta em Ca-xias do Sul?

Sempre tento ver o lado positivo, de tudo que ocorre em minha vida. Não é ao con-trário com Caxias. Gosto mui-to das pessoas, creio que não é por acaso que estudo Recursos Humanos. Vejo que o povo ca-xiense é perseverante e luta pe-los direitos, um exemplo disso é a nossa UAB, que é uma das maiores uniões de bairro do Estado.

Quais os problemas que gostaria de ver solucionados em nossa cidade?

Gostaria que a injustiça e falta de interesse com o pró-ximo fosse realmente solucio-

nado, não só em nossa cidade como no país. Que não preci-sássemos ficar horas nas filas dos postos de saúde ou hos-pitais para sermos atendidos. Gostaria que todos tivessem um mínimo de con-dições básicas para sobreviver, como por exemplo direi-to à moradia, à ali-mentação, trabalho digno.

O que você sentiu ao ganhar o título Simpatia Comunitária?

Foi algo incrível, que me proporcionou um crescimento de vida indescritível. Com esse título tive o prazer de represen-tar Caxias do Sul e a UAB no Concurso Mais Bela Comuni-tária RS. O concurso ocorreu na cidade de Cidreira, junta-mente com 14 meninas de di-versas uniões de bairros de vá-rias cidades do Rio Grande do Sul. Neste concurso obtive o título de Primeira Princesa Co-munitária do estado.

Quais os principais apren-dizados que você obteve du-rante o mandato?

Tive um grande crescimen-to pessoal, pois conheci pesso-as com a verdadeira essência de

vida. Que, com suas experiên-cias mostraram o quão genuí-na é vida.

Qual é a importância da realização do concurso para o movimento comunitário de Caxias do Sul como um todo?

A sua importância está em desenvolver novas lideranças comunitárias femininas, para os bairros, para Caxias e para o estado. Pois vemos cada dia me-nos lideranças femininas.

Conforme tudo o que você viu nesse período, quais os desafios que enxerga para o desenvolvimento da cida-de?

Vejo que Caxias ainda está com um pensamento de cidade de interior. Mas o seu crescimen-to aponta o contrário. Temos que começar a idealizar novas formas de desenvolvimento para o crescimento contínuo da cidade.

O que você diria para as garotas que

desejam participar do con-curso?

É necessário muito compro-metimento e iniciativa. Somos tratadas igualmente, com mui-to carinho e respeito. Vejo que ser Mais Bela é mostrar a beleza que existe nos bairros de nossa cidade e que essas belezas po-dem e devem estar auxiliando o seu bairro. Pois beleza, comu-nitarismo e voluntariado pode sim estar interligados, mostran-do a forças das mulheres.

ENTREVISTA

Ser Mais Bela é mostrar abeleza que existe nos bairros

de nossa cidadeIngrid Bonatto

Simpatia Comunitária acredita que o concurso é uma forma de desenvolver novas lideranças femininas

Você, garota, que tem entre 15 e 26 anos, tem uma chance de mostrar a força dajuventude feminina na construção do

movimentocomunitário!

As inscrições para o concurso seguem até o dia 30 de setembro,

na União das Asso-ciações de Bairros.

Mais informações nas Associações de

Moradores de seu bairro, na UAB, ou

pelo telefone54 – 3219.4281.

PARTICIPE DO CONCURSO

MAIS BELA COMUNITÁRIA

2016!

MÁRIO ANDRÉ COELHO DE SOUZA

Page 11: Jornal dos Bairros / Edição 04 / Maio de 2016

JORNAL DOS BAIRROS | Maio 2016 11Mulheres

Millenium já tem Mais BelaBairro realizou evento no dia 15 de maio com grande participação da comunidade local

Foi difícil para os jurados to-marem sua decisão, mas o bairro Millenium já tem sua represen-tante mais Bela Comunitária: Paola Padilha de Oliveira, de 17 anos foi a escolhida para repre-sentar a comunidade no concur-so Mais Bela Comunitária, pro-movido pela União das Associa-ções de Bairros (UAB).

O concurso do Millenium, com o objetivo do evento de in-centivar a integração e a inserção da juventude feminina ao traba-lho comunitário, teve boa parti-cipação da comunidade. Realiza-do dia 15 de maio, o evento con-tou com seis garotas que desfila-rem na AMOB local. Com muita desenvoltura, simpatia e beleza, as meninas concorreram aos tí-tulos de Mais Bela e 1ª e 2ª prin-cesas nas categorias teen e acima de 14 anos.

“Senti muita emoção no mo-mento de receber um título tão importante. Eu não esperava. Ser Mais Bela teen não é só be-leza. Temos que fazer muito pelo bairro. Pretendo continuar tra-balhando no movimento comu-nitário”, diz a nova rainha teen do bairro Millenium, Ana Luíza de Siqueira, de 12 anos.

“A emoção foi muito gran-de. Espero representar bem o nosso bairro daqui para diante. Nos outros anos ninguém re-presentou o Millenium. Quero

trabalhar ainda mais para o mo-vimento comunitário que, para mim, significa união. Temos que agir em conjunto. Agradeço à toda comunidade e também aos jurados que me concederam essa honra”, fala a nova rainha acima de 14 anos do Millenium, Paola Padilha de Oliveira, de 17 anos.

Participação comunitária

Clovis Barbosa, diretor da AMOB Millenium, enfatiza a importância do evento como forma de incentivo ao trabalho comunitário. “Com a realização do concurso local, sempre procu-ramos mostrar às meninas uma forma de participação do mo-vimento comunitário”, afirma.

A diretora do departamento de Organização das Mulheres da UAB, Angela Córdova agra-dece as participantes. “Parabeni-zo as meninas que participaram do evento, pois percebi que elas procuraram ajudar a comunidade em um evento que era destinado a elas. Isso é ter o espírito comu-nitário”, salienta. “Faço um cha-mado aos presidentes das outras AMOBs para que façam as es-colhas nos seus bairros, pois esta movimentação é positiva para as entidades. Descobre-se grandes pessoas querendo aderir ao mo-vimento comunitário”, conclui.

CONCURSO

CORTE DAS MENINAS ACIMA DE 14 ANOS

Mais Bela Comunitária -Paola Padilha de Oliveira, 17 anos1ª princesa - Ana Carolina Goulart de Oliveira, 15 anos2ª princesa -Talita Nascimento da Rosa, 16 anos

CORTE TEEN

Mais Bela Comunitária - Ana Luiza de Siqueira, 12 anos1ª princesa - Letícia Michele da Rosa Plahano, 13 anos2ª princesa - Andrelize de Sousa Duarte, 14 anos

CORPO DE JURADOS:- Nathalia Trindade – Mais Bela Comunitária de Caxias do Sul- Alexandro Armeno - VISATE

- Rúbia Frizzo – Secretáriamunicipal da Cultura licenciada- Morone de Lima – Instituto Leonardo Murialdo- Raquel Finco – Contabilidade

MELHOR TORCIDALetícia Michele da Rosa PalhanoAna Carolina Goulart de Oliveira

Confira as vencedoras: Participantes do concurso desejam levar adiante o trabalho comunitário

MÁRIO ANDRÉ COELHO DE SOUZA

Page 12: Jornal dos Bairros / Edição 04 / Maio de 2016

JORNAL DOS BAIRROS | Maio 2016Bem estar12

Nutricionista fala sobre os benefícios do ômega 3“Gordura do bem” pode combater estresse, ampliar

concentração e trazer melhorias ao sistema circulatório

Difundida cada vez mais en-tre a comunidade médica e a po-pulação como forma de prevenir problemas de saúde, a alimenta-ção saudável é fundamental para manter e aprimorar a qualidade de vida. Uma das provas disso é a existência do ômega 3, conhe-cida de alguns como “gordura do bem”.

Encontrada largamente em peixes, frutos do mar, linhaça e alguns tipos de óleos, além de ou-tros alimentos, o Ômega 3 pode trazer benefícios para o funcio-namento do cérebro, coração, sistema circulatório e na preven-ção de doenças. As vantagens do ômega 3 também envolvem neu-tralização do estresse, melhoria na concentração, reflexos e me-mória. É um anti-inflamatório, reduz a pressão arterial, a taxa de triglicérides no sangue, previne diabetes, artrite e câncer, além de beneficiar o humor, a defesa do organismo e o aprendizado.

De acordo com a nutricionis-ta e pesquisadora Débora Vargas, os benefícios do ômega 3 já fo-ram demonstrados na prevenção de diversas doenças, como hiper-tensão, diabetes tipo 2, artrite

ALIMENTAÇÃO

da, só poderá substituir o uso de remédios, quando for indicação médica”, informa.

Consumo adequado

Débora comenta ainda so-bre algumas dificuldades para se obter a quantidade adequada de ômega 3 na alimentação diária. “É muito difícil fornecermos as quantidades adequadas de ácidos graxos ômega 3 apenas através da dieta, pois no estado do Rio Grande do Sul se come mais carnes de gado, porco e frango, que são pobres nesta gordura”, descreve.

A nutricionista orienta para uma alimentação adequada e com consumo regular de pei-

xes para a obtenção dos be-nefícios do ômega 3: “Os

peixes que são ricos em fon-te de ácidos graxos ômega 3 são sardinha, atum e salmão de águas frias. Cada vez mais as pessoas se queixam da falta de tempo para seguir uma alimentação balance-ada. Então devemos refletir, que-remos envelhecer com saúde? A prevenção continua sendo o me-lhor remédio” salienta.

O QUE É ÔMEGA 3?

- Frutos-do-mar: camarões, mariscos, lagostas; - Peixes: como cavala, truta, arenque, atum, bacalhau, sardinha e salmão;- Linhaça, amêndoas,nozes e castanha, - Óleos: azeite e óleo de canola

reumatóide, colite ulcerativa, do-ença de Crohn, doença pulmo-nar obstrutiva crônica, entre ou-tras. No entanto, Débora alerta para a propriedade preventiva do ômega 3. “O efeito da suplemen-tação de ômega 3 é preventivo, quando a doença já está instala-

O ômega 3 é uma gordura poli-insaturada, ou melhor, um ácido graxo essencial que não pode ser produzi-do pelo nosso organismo, necessitando assim ser ad-quirido pela alimentação.

Alimentos ricos em Ômega 3

Consumo regular de ômega 3 pode trazer melhoria na concentração, reflexos e memória

DIVULGAÇÃO

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Page 13: Jornal dos Bairros / Edição 04 / Maio de 2016

JORNAL DOS BAIRROS | Maio 2016 13

Mais de 500 atletas de Caxias do Sul e região, participaram da 13ª edição da rústica do Mille-nium. O já tradicional evento é realização da AMOB do bairro em conjunto com a Escola Mu-nicipal Zélia Rodrigues Furtado e foi viabilizado através do Fi-nanciamento Municipal de De-senvolvimento do Esporte e La-zer de Caxias do Sul (Fiesporte).

Durante o percurso, os cor-redores, divididos nas catego-rias “fraldinha”, “minirrústica” e “adulto”, percorreram uma dis-tância de aproximadamente 6,5

Km. Os atletas premiados, com troféus e medalhas, também fo-ram divididos em categorias por idade.

Com caráter beneficente, a rústica arrecadou 338 Kg de ali-mentos repassados ao projeto “Mão Amiga”. Para Clóvis Bar-bosa, presidente da AMOB Mil-lenium, o evento esportivo supe-rou todas as expectativas. “Esta-mos surpresos positivamente. A rústica vem crescendo ano a ano. Preciso agradecer ao trabalho da Associação de Moradores e da Escola”, ressalta.

Masculino1° lugar – Marcelo Cysko2°lugar – Alceu da Silva3° lugar – Fabiano Gomes de Lima

Feminino1° lugar – Josiane Barbosa2° lugar – Denize Basso3° lugar – Tatiane Maciel Machado

Confira a classificação geral

Esporte

Projeto atende mais de 180 criançasGrupo Abadá realizou curso, batizado e troca de cordas para jovens praticantes

O grupo Abadá Capoeira, através da Aercs (Associação Esportiva Recreativa Cultural Semear realizou, nos dias 6 e 7 de maio em Caxias do Sul, um curso de capoeira gratuito. Vol-tado para crianças e adolescen-tes dos bairros Pioneiro, Jardim Iracema, Bom Pastor II, Coesp e Beltrão de Queiroz, as ativi-dades foram ministradas pelos mestres Montanha, de Porto Alegre e Morcego, do Rio de Janeiro.

O curso foi finalizado com a cerimônia de batizado e tro-ca do cordas no Centro de Cul-tura Ordovás, com a presença dos alunos, seus mestres, pais e familiares. A solenidade faz parte do projeto “Capoarte – Capoeira para Cidadania”, que o grupo desenvolve o ano todo para os jovens em turno inverso ao da escola.

Viabilizado em parte com o apoio do Financiamento de Arte e Cultura Caxiense (Fi-

CAPOEIRA

Cerimônia contou com demonstrações de mestres e alunos participantes do projeto “Capoarte - Capoeira para Cidadania”

XIII Rústica do Millenium reuniu mais de 500 atletas que percorreram cerca de 6,5 km

ATLETISMO

Centenas participam de rústica do Millenium

nanciarte), o projeto está com vagas abertas. Para participar, os jovens devem manifestar interesse junto às AMOBs, es-

tar regularmente matriculados na escola e realizarem teste de saúde física. Conforme afirma um dos idealizadores, Wagner

Padilha, é feito um controle pedagógico no curso. Fazemos avaliações semestrais do desen-volvimento da criança ou ado-

lescente”, ressalta. Mais informações pelo

fone: 9114.1591, com Wagner (graduado Tuca).

ALAN MATOS

MÁRIO ANDRÉ COELHO DE SOUZA

Page 14: Jornal dos Bairros / Edição 04 / Maio de 2016

14 JORNAL DOS BAIRROS | Maio 2016

Morada do Sol necessita de pavimentaçõesBairro segue com rua precária mesmo com verbas conquistadas via Orçamento Comunitário

OBRAS ATRASADAS

Bairros

Poeira e barro prejudicam prédio de escola estadual

A poeira ou o barro são rotina de quem trafega pela rua Izido-ro Dias Zorzi, no bairro Morada do Sol. A rua dá acesso à Escola Estadual Professora Ivone Lucia Triches dos Reis, com cerca de 470 alunos. Sem pavimentação, a sujeira causa transtornos às crian-ças que estudam na instituição e também aos moradores.

O prédio da escola, que é um dos principais prejudicados com a falta da pavimentação, tam-bém é utilizado pelo município para abrigar os alunos da Escola Municipal Nandi. Assim, a obra se torna ainda mais importante para Caxias do Sul, conforme destaca a diretora da instituição estadual, Laura Jane Borges:

“É questão de prioridade. Na frente de uma escola, não há como dizer que isso não deve ser feito. O prédio também é utiliza-do pelo município”, reivindica.

Conforme o presidente da Associação de Moradores do Bairro (AMOB), Waldemar Correa, há uma verba para re-alizar as obras na ordem R$ 70 mil, conquistada através do Or-çamento Comunitário (OC) nos anos 2013, 2014 e 2015. “Nos passaram que ia haver uma li-citação em novembro do ano passado, mas que em função da situação econômica do país disseram que não fariam mais esse tipo e obra no momento”, afirma.

Centro Comunitário

Waldemar também diz que há a necessidade urgente de cercar o

Centro Comunitário com a ver-ba conquistada via OC. “Temos equipamentos ali dentro. Preci-samos de maior segurança”, fala.

De acordo com José Dam-brós, Coordenador do OC, a verba conquistada pela popula-ção não é o bastante. “Os recursos aprovados nas reuniões do OC são insuficientes para realizar as obras de pavimentação da rua Isi-doro Dias Lopes e o cercamento do Centro Comunitário”, afirma.

Já para a pavimentação da rua Alexandre Luciano, o coordena-dor diz que será feita “pavimen-tação prioritária”, que ocorre quando há área verde no local, e envolve liberação ambiental. O atraso se deve, ainda segundo ele, à queda de arrecadação. “Os recursos são destinados priori-tariamente para saúde e educa-ção” alega.

ALAN MATOS

Page 15: Jornal dos Bairros / Edição 04 / Maio de 2016

JORNAL DOS BAIRROS | Maio 2016 15

Loteamento Ballardinsofre com falta de obras

Embargo jurídico impede que melhorias sejam realizadas

As cerca de 300 famílias que moram no Loteamento Ballar-din convivem com um cenário de precariedade. Ruas sem pa-vimentação, esgoto a céu aber-to, lixo acumulado em lixeiras estragadas e trânsito perigoso nos horários de pico fazem com que o dia a dia dos moradores seja um constante desafio.

A situação é visível já na principal via de acesso de aces-so ao bairro, a rua Ângelo Ballardin. Nela, é possível constatar todas as consequên-cias da falta de saneamento.

Mau-cheiro, sacos de lixo es-palhados e barro, entre outros transtornos.

A presidente da Associação de Moradores do Bairro (Amob) do Ballardin, Maria Joelma Ber-nardes argumenta que tanto a Companhia de Desenvolvimen-to de Caxias do Sul (Codeca) como a prefeitura já foram pro-curados para solucionarem os problemas. “A Codeca diz que não consegue subir as ruas do bairro pois estão intransitáveis. Já a prefeitura alega que o bairro está ‘embargado’”, afirma.

A secretaria municipal do Urbanismo confirma que o Loteamento Ballardin encon-tra-se embargado. Segundo o titular interino da pasta, Rafa-el Toigo, o parcelador do lote-amento não foi localizado pelos fiscais da secretaria para ser no-tificado. “Uma reunião com a comunidade será marcada para esclarecer que o parcelador é quem deve regularizar o lotea-mento. Assim, sendo irregular, a Prefeitura não pode realizar melhorias solicitadas pelos mo-radores”, informa.

SANEAMENTO

Ruas com esgoto a céu aberto causam transtornos à comunidade

TRÂNSITO PERIGOSO

A convivência com o perigo do trânsito é constante no lotea-mento Colina do Sol. Em espe-cial, na rua Miguel Madalozzo, onde não há passeio público dos dois lados. A via, que dá acesso à Escola Ilda Barazetti, possui grande fluxo de veículos e de pe-destres e os horários de entrada e saída dos alunos da instituição e ensino se tornam os mais críticos.

A caminhada dos pedestres é

lado a lado com os carros e os ris-cos são grandes. A solução para o problema já vem sendo buscada desde 2015, com os encaminha-mentos dados pelo presidente da Associação de Moradores do Bairro Colina do Sol, Valdecir da Silva.

“Dizem que a Codeca só tra-balha se houver uma ordem da secretaria municipal de Obras, que também já procurei, mas

até agora nada foi feito”, relata. O presidente Valdecir comenta ainda que já se dirigiu até a pasta três vezes. “Foram extremamen-te solícitos. O secretário já veio até aqui conferir o problema. Mas nada de solução até agora”, lembra.

Procurada pela reportagem do Jornal dos Bairros, a prefei-tura não se manifestou sobre o problema, até o momento do fe-

Colina do Sol necessita de passeio públicochamento desta edição.

Lixão

Outro problema crônico en-frentado pela comunidade do Colina do Sol é um lixão, locali-zado às margens da continuação da rua Miguel Madalozzo. Este trecho da rua dá acesso ao bair-ro pela RS-122. Segundo Valde-cir da Silva, equipes da Codeca já efetuaram trabalhos no local, como recolhimento e aterramen-to do terreno. No entanto, não demorou muito para que o lixo voltasse a ser depositado na via.

“Não sabemos quem depo-sita lixo ali, se são moradores ou não”, diz Valdecir. Conforme o

gerente do departamento de lim-peza urbana da Codeca, Mauro Cavagnollo, a limpeza no local é realizada regularmente. “Nos-sas equipes vão até o local e fa-zem o trabalho mensalmente. É importante salientar que o lixo ali acumulado não é doméstico, mas sim de pequenas empresas que depositam o material à noite, nos finais de semana ou feriados. Assim fica mais difícil identificar os infratores”, afirma.

Cavagnollo ressalta que in-formações sobre quem leva lixo ao local devem ser repassadas para o setor de fiscalização da secretaria municipal do Meio Ambiente (SEMMA), através do fone: 3901.1445.

Caminhada de pedestres se dá lado a lado com os carros na rua Miguel Madalosso

Bairros

FOTOS ALAN MATOS

Page 16: Jornal dos Bairros / Edição 04 / Maio de 2016

Samba, suor eluta comunitária

Valdir da Silva,o “Negrão”, não

escolhe ondetrabalha pela

comunidade. Seja como carnavalesco,

presidentede Amob ou como

diretor da UAB,todos podem

contar com ele

A espontaneidade e a ligação afetiva com o movimento comu-nitário não deixam dúvidas: Val-dir Negrão é uma das lideran-ças mais carismáticas da cidade. Os fortes laços que unem Valdir Negão às lutas comunitárias têm origem, em grande parte, na sua trajetória como carnavalesco. Ele foi presidente, durante dez anos, da Escola de Samba Império da Zona Norte.

Também assumiu, a con-vite de outros comunitaristas, o departamento de Cultura da União das Associações de Bairros (UAB) na gestão do então pre-sidente Daltro da Rosa Maciel Hoje, ele é um dos diretores do departamento de Etnias da UAB. Valdir se emociona ao lembrar da ocorrência de dois problemas de saúde que limitam, hoje em dia, parte de sua atuação comunitária. Um acidente vascular cerebral (AVC) e uma isquemia fizeram com que diminuísse o ritmo de sua atuação comunitária.

“Mesmo assim, agradeço muito a Deus por estar vivo. Gosto do prazer de poder aju-dar as pessoas”, fala Valdir. Pai

de duas filhas, Jennifer Cristia-ne (28) e Nadiele Ariane (21), Negrão recebe muito carinho da família, assim como percebe o afeto vindo por parte da co-munidade.

Amizades comorecompensa

Tanto à frente da AMOB Belo Horizonte, como da Es-cola de Samba Império da Zona Norte e do trabalho na UAB, Valdir afirma que os maiores frutos de seu empenho e dedi-cação comunitárias são as ami-zades. “Percebo o modo como me tratam, não só aqui no meu bairro, como também em toda a cidade. Sou recebido muito bem em todos os lugares. É impres-sionante o carinho que recebo”, afirma, com gratidão.”

Críticas

Passando por cima das críti-cas que, muitas vezes, diz rece-ber por parte de alguns segmen-tos da população, Valdir não guarda mágoas afirmando que

os julgamentos o fazem evoluir “Mesmo quando dizem algu-ma coisa que chateia, isto indica que nem tudo pode estar bem coisa está bem e aí penso que posso prosseguir cada vez me-lhor”, diz, determinado.

“Todos que participam das atividades, das reuniões, das as-sembleias, podem falar alguma coisa e são meus amigos, agora quem não foi e vem dizer algo, não acho correto”, acrescenta, com convicção.

Avanços dacomunidade

Morador de uma humilde casa no bairro Belo Horizonte há 15 anos, ele viu o bairro cres-cer em população e desenvolvi-mento. “Em todo esse tempo, obtivemos muitas conquistas, como a Escola Tancredo Ne-ves, a Unidade Básica de Saúde do bairro (UBS), o Complexo Esportivo da Zona Norte e as diversas pavimentações que fo-ram importantes para a amplia-ção do bairro”, descreve, com satisfação.

JORNAL DOS BAIRROSMaio/2016 | Ano 20 | Nº 03

Filiada àFRACAB e à CONAM

Perfil

16

Valdir “Negrão” diz que conquistou amizades no movimento

Trabalho com jovens é destaque na comunidade

AMOBs EM AÇÃO

Trabalho da AMOB incentiva envolvimento de jovens

Tirar crianças da rua, pro-teger o patrimônio conquista-do e envolver cada vez mais os jovens são os objetivos do tra-balho da Associação de Mo-radores do Bairro (AMOB) Diamantino. Isto se deve, em grande parte, à conquista de um terreno pela AMOB, que se tornará campo de fu-tebol sete.

O espaço, cedido através de contrato pela iniciativa pri-vada, também deverá abrigar quadra de vôlei, parque infan-til e pista para salto à distância. “Nossa ideia é tirar os jovens das ruas”, frisa o presidente da AMOB, Dante Pinguelo.

A Associação ainda traba-lha em outras frentes visando tornar os jovens cidadãos de bem. O Centro Comunitário tem aulas de capoeira duas ve-zes por semana, oferecidas de forma gratuita a 25 crianças da comunidade.

Guarda Mirim

O vandalismo observado em árvores recém-plantadas por equipes da prefeitura, em uma área verde do Diamanti-no, deu origem a um projeto inédito em comunidades de Caxias do Sul: o “Guarda Mi-rim”. A AMOB cuidou de reu-nir cerca de 25 crianças para cuidarem das plantas como se fossem suas.

“Cada árvore foi ‘batizada’ com o nome de uma criança. Assim, elas passaram a cuidá--las de um modo especial. Deu muito resultado. Não observamos mais depreda-ções do meio-ambiente”, ob-serva Dante.

Outro trabalho desen-volvido pela Guarda Mirim também é a distribuição, atra-vés das mãos da garotada, de material orientativo contra a Dengue. As pessoas se sensibi-lizam e ficam atentas aos cui-dados com a doença”, enfatiza.

Mais esporte

O departamento de Espor-tes da AMOB Diamantino é mais um motivo de orgulho para a comunidade. A associa-ção incentiva os atletas locais através da participação em mais de um campeonato. A equipe do Diamantino já disputou o citadino (organizado pelo município) em 2015 e prepara os jogadores para 2016, com a inscrição da equipe feminina também no certame.

Entre as conquistas do time masculino, está o 3° lugar na série prata do campeona-to comunitário Interbairros, em 2012. “Já Estamos trei-nando, queremos subir para série ouro”, destaca o diretor do departamento de esporte, Evandro Andrade.

FOTO

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