jornal do ténis 5 agosto 2011

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PUBLICIDADE MédisCopa Ibérica: “Aqui houve Gato...” Uma espécie de Lisboa-Dakar com raquetas na mala e destino Bissau: dois amigos leva- ram cinco dezenas de raquetas para o terceiro país mais pobre do Mundo e este ano prepa- ram-se para repetir a ação de benefi- cência, depois de angariarem fundos através de um circuito de torneios na área de Lisboa Jogada no clube ma- drileno Ci- dade da Raqueta sob eleva- das tempe- raturas, a segunda etapa da Médis Copa Ibérica de 2011 teve domínio espanhol – mas houve portugueses a conseguirem brilharetes. Vasco Graça im- pôs-se no escalão dos 40 anos e Tiago Do- res, dos Gato Fedorento, foi o segundo me- lhor nos maiores de 35 anos PRÓXIMA EDIÇÃO 9 de setembro Este número do Jornal do Ténis/Record faz parte integrante do n.º 11.802 de 5 de agosto de 2011 e não pode ser vendido separadamente RaquetasporSorriso: sagadeLisboaaBissau Portugal perdeu com aSuíçanaTaça Davis masosetqueRui Machado ganhou aRogerFedererdeu-lhemoral paravencerem Poznan evoltarasero melhorportuguêsnoranking Portugal perdeu com aSuíçanaTaça Davis masosetqueRui Machado ganhou aRogerFedererdeu-lhemoral paravencerem Poznan evoltarasero melhorportuguêsnoranking

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Jornal do Ténis 5 Agosto 2011

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Page 1: Jornal do Ténis 5 Agosto 2011

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MédisCopaIbérica:“AquihouveGato...”

UmaespéciedeLisboa-Dakarcomraquetasnamalaedestino Bissau:doisamigos leva-ram cinco dezenasderaquetasparaoterceiro paísmaispobre do Mundo eesteano prepa-ram-separarepetiraação debenefi-cência, depoisdeangariarem fundosatravésdeum circuitode torneiosnaáreadeLisboa

Jogadanoclube ma-drileno Ci-dade daRaquetasob eleva-das tempe-raturas, asegundaetapadaMédis Copa Ibéricade 2011 tevedomínio espanhol – mas houve portuguesesaconseguirem brilharetes. Vasco Graça im-pôs-se no escalão dos 40 anos e Tiago Do-res, dos Gato Fedorento, foi o segundo me-lhornos maiores de 35 anos

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PortugalperdeucomaSuíçanaTaçaDavis masosetqueRuiMachado

ganhouaRogerFedererdeu-lhemoralparavenceremPoznanevoltarasero

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Page 2: Jornal do Ténis 5 Agosto 2011

SEXTA-FEIRA5 DE AGOSTO DE 201102 �

Téniscomcobertura

Primórdios. Faz agora trêsdécadas que era apresentadoo Circuito Satélite Água doLuso, reunindo tenistas de17 países que em setembrode 1981 se digladiaram aolongo de cinco semanas emsolo português. Recordo-meque, de Coimbra, fazíamosexcursões ao Luso para ver oMasters do circuito, extasia-dos com o nível tenístico dejogadores que não estavam

sequer no top 200, e qual-quer vitória de um tenistaportuguês num encontro eracelebrada com grande pom-pa entre uma comunidade te-nista que era então extrema-mente solidária – afinal decontas, o ténis na altura eraencarado como um desportode nicho (e elitista). 20 anosdepois, a mesma organizaçãooferecia aos portugueses oMasters propriamente dito

(que em 2000 reuniu os oitomelhores do Mundo no Pa-vilhão Atlântico) e continuaa promover anualmente oEstoril Open com vedetas dotop 50 mundial do ATP e daWTA, enquanto dois lusosmilitam em simultâneo notop 100. Pena é que por ve-zes eu não sinta a mesmamobilização quase religiosados indefetíveis aficionadosnacionais dos anos 80... �

LIVREARBÍTRIO

MIGUELSEABRA

NOTA: a programação é fornecida pelos respectivos canais, pelo que quaisqueralterações de última hora são da inteira responsabilidade dos emissores. Maisinformações em http://tv.eurosport.pt e www.sporttv.pt

Director: João Lagos. Editores Record: Miguel Seabra e Norberto Santos. Redacção: Manuel Perez, Pedro Carvalho e Carlos Figueiredo (Jornal do Ténis).Fotografia: Paulo César (editor Record), Arquivo Record e Arquivo Jornal do Ténis. Departamento Gráfico Record: Eduardo de Sousa (director de arte),João Henrique, José Fonseca e Pedro Almeida (editores gráficos), Cristiano Aguilar (editor Infografia) e Nuno Ferreira (coordenador digitalização).Redacção e Publicidade: Rua da Barruncheira, 6, 2790-034 Carnaxide Telefone: +351 21 303 49 00. Fax: +351 21 303 49 30. E-mail: [email protected]

Aeliminatória da Taça Davis quePortugal jogou na Suíça foi sinto-mática do estado do ténis portu-guês e revelou todo o trajeto que

já foipercorridoe todoocaminhoqueain-da temos de trilhar para guindar a moda-lidade a patamares competitivos que nospossibilitarão discutir com regularidade oacesso ao Olimpo – o Grupo Mundial.

Longe vão os tempos em que os pio-neiros da modalidade no nosso país co-meçaram uma tímida aventura na TaçaDavis que se revelou intermitente por fal-ta de meios e ambição (de 1925 a 1929;de 1948 a 1949; 1955) até que Portugalcomeçou uma participação ininterruptadesde 1963. Já lá vão os tempos em quejogadores e capitão tinham de despen-der do próprio bolso para representarcom brio o país diante de adversárioscom superior rodagem, excelentes meiosde treino, apoios consentâneos e tradi-ção na modalidade. O que se viu há se-manas em Berna, perante um jogador deoutra galáxia (Roger Federer) e outro deoutro planeta (Stanislas Wawrinka) aatuarem perante o seu público e numpiso perfeitamente adaptado às suas ca-

racterísticas, foi uma seleção desinibidae consciente do seu valor, mais habitua-da a momentos de pressão e ocasiões so-lenes – e não se pode deixar de referirque, para essa desenvoltura, muito con-tribuiu o facto de os melhores tenistasnacionais poderem passar periodicamen-te pela experiência de jogar perante o seupúblico e sentir o peso das expectativasno Estoril Open.

Pode dizer-se até que, de certa manei-ra, é uma seleção filha do Estoril Open –ao passo que, por exemplo, João Cunhae Silva e Nuno Marques jogavam torneiosmenores (Circuitos Satélite, Challengers)em Portugal que lhes permitiram alavan-car a carreira quando eram juniores e,quando o Estoril Open nasceu em 1990,já eram profissionais. Esta seleção cres-ceu a ver o Estoril Open e a almejar tor-nar-se profissional para competir no Ja-mor, e o Estoril Open ajudou-os nesse de-siderato, proporcionou-lhes resultados econtacto com os grandes – Frederico Gil,Rui Machado e Leonardo Tavares joga-ram ou treinaram-se com Federer, JoãoSousa foi sparring-partner de Robin So-derling. Perderam por 5-0 em Berna mas

jogaram desinibidos. Há exatamente 40anos, diante da fortíssima Checoslová-quia liderada por um Jan Kodes campeãode Roland Garros e de Roma, AlfredoVaz Pinto e Raul Peralta não puderamapresentar uma tal preparação.

O Estoril Open joga-se em terra bati-da e tem características próprias da tem-porada em pó de tijolo que desembocaem Roland Garros. Em Berna, apesardo mês de julho, jogou-se num recintocoberto – e em piso rápido. Uma conju-gação que tem sido nefasta para as pre-tensões nacionais na Taça Davis, comuma única vitória em 14 eliminatóriasnessas circunstâncias. É preciso conti-nuar a trabalhar em profundidade equantidade nos clubes e nos centros detreino para que possa emergir um joga-dor de físico, técnica e temperamentomais adequados às exigências indoor.Gastão Elias e Michelle Brito poderiamdar o seu contributo, mas as respetivascarreiras têm sido travadas por motivosdiversos. Esperemos que o novo e pro-missor campeão nacional de infantis,Tiago Cação (e os da sua geração), nospossa dar muitas alegrias. �

PEDRO FELNER - após vários títulos juvenis com FredericoSilva, o técnico das Caldas da Rainha tem mais um pluri-

campeão: Tiago Cação, que se impôs no Nacional de Infantis

ÁS

até domingo: WTA de San Diego/Carlsbadde 9 a 14 de agosto: WTA de Toronto, no Canadáde 16 a 21 de agosto: WTA de Cincinatti, nos EUAde 25 a 28 de agosto: WTA de New Haven, nos EUAa partir de 29 de agosto: US Open em Nova Iorque, EUA

até domingo: ATP 500 de Washington, nos EUAde 8 a 14 de agosto: ATP Masters 1000 de Montreal, no Canadáde 15 a 21 de agosto: ATP Masters 1000 de Cincinatti, nos EUA

facebook.com/jornaldotenistwitter.com/jornaldotenis

ARQUIVO DIGITAL: lagossports.com » ténis » Jornal do Ténis

Há 30 anos, o destaque foi para o rescaldo ao Campeonato Na-cional, com a consagração de Miguel Soares (ao bater na finalJosé Manuel Cordeiro) e Deborah Fiúza (às custas de LeonorPeralta). Fez-se também a antevisão ao primeiro Circuito Saté-lite pontuável para o ranking ATP em Portugal. No Porto, PedroCordeiro (atual capitão da Taça Davis) vencia o Troféu Shell e omaior quinhão dos 100 contos em jogo. Destaque internacional:a vitória de Ivan Lendl sobre John McEnroe, recente campeãode Wimbledon, na Taça Davis – mas os EUA ganharam.

TÉNISNAREDE

HÁ30ANOS

TENDÊNCIAS

COIMBRA - nunca foi um viveiro de campeões nacionais,mas na última década lançou para a ribalta juvenil Bárba-

ra Luz e agora Maria Palhoto e Matilde Fernandes para o CAD

PEDRO CORDEIRO - é o capitão português com melhorsaldo na Taça Davis e existe empatia com os jogadores;

ao seu discurso ambicioso na Suíça faltou ganhar um encontro

RUI MACHADO - retomou o estatuto de número um por-tuguês no ranking com o terceiro título Challenger do

ano em Poznan, mas perdeu na primeira ronda logo a seguir

ZERADAS - em 62 encontros nos quadros de singularesraparigas dos Nacionais de Sub-12 e 14 houve 67 sets

decididos por 6-0 ou 6-1: a competitividade foi escassa...

DUPLAFALTA

DUO - em finais de 2007 eram o futuro seguro do ténisportuguês, mas os agora ex-namorados Gastão Elias e

Michele Brito continuam lesionados e no limbo...

TÉNISNATV

SEGUNDOSERVIÇO

EPA

MONTREAL. Nadal e Djokovic de volta ao circuito

EPA

Editorial

Page 3: Jornal do Ténis 5 Agosto 2011

SEXTA-FEIRA5 DE AGOSTO DE 2011 �03MédisCopa Ibérica

DEPORTUGALATÉÀGUINÉ-BISSAUPARATROCARRAQUETASPORUMSORRISO

CLÍNICA. Iniciativa incluiu aulas de ténis. Mais informação pode serencontrada em blog e no Facebook

CAMPEONATOSNACIONAISDE INICIADOSE INFANTIS

� Já arrancou a época dos campeo-natos nacionais com a definição dostítulos de Iniciados e Infantis – e omaiordestaquevaiprecisamenteparaum jovem que no ano passado se sa-groucampeãodeiniciadosnopisorá-pido de Vilamoura e este ano de in-fantisnaterrabatidadoClubedeTé-nis do Porto: Tiago Cação, pupilo dePedro Felner nas Caldas da Rainha.

O seu técnico não lhe poupa elo-gios: “Nãoénormal enemmerecor-do de ver, nos últimos tempos, umvencedor de Sub-12 ganhar logo noano seguinte os Sub-14 no seu pri-meiroanode infantis”, sublinhouPe-droFelner; “oTiagoémuitocomple-to e consegue ganhar tendo um jogodeataqueeficaz,oquenãoéhabitualnestesescalõesetáriosondecostumaprevalecer a consistência e o estilomais defensivo. Procura sempre aconquista do ponto, é muito agressi-vo, serve bem para a idade, vai mui-to para a rede e fisicamente tem umpotencialenorme”,dizeledeummiú-doquejácalça45,5aos13anos.Mastambémacrescentou:“Afinalnãofoimuito bem jogada, estavam ambosmuito nervosos; até acho que foi opior encontro do torneio para o Tia-go e para o Afonso Salgado!” Umacuriosidade: na segunda ronda, Tia-go Cação ultrapassou Filipe Cunha eSilva... o voluntarioso filho de JoãoCunha e Silva que não saiu da Invic-tademãosaabanar:arrecadouotro-féu de pares rapazes ao lado do fina-lista derrotado de singulares.

Bicicletas.Nas raparigas venceu aconimbricense Matilde Fernandes,que no trajeto para o título aplicouporseisvezesemdezsetsoparcial6-0 – enquanto a setubalense campeãdeIniciados,MartaOliveira,mostrouainda mais pedalada ao aplicar porsete vezes consecutivas um 6-0... ce-dendo o primeiro jogo da prova ape-nasnosegundosetdameia-final, de-pois de ter oferecido “bicicletas” àssuas três primeiras adversárias!

O outro campeão de singularesconsagrado nos hardcourts da Vila-moura Tennis Academy foi DuarteVale,daQuintadaMarinha,quetam-

bém não cedeu qualquer set a cami-nho do triunfo individual e aindaaproveitoupara, tal comoMartaOli-veira, fazer a dobradinha ao vencertambém nos pares. MS �

Raquetadasdebeneficência

Caçãomostrou serpeixejábemgraúdo

PALMARÉSDOSCAMPEONATOS

NACIONAISDESUB-12E14

INICIADOS(SUB-12)SINGULARES MASCULINOSDuarte Vale (CTQt.ª Marinha) v. João António(ETJosé Mário Silva), 7-6, 6-3SINGULARES FEMININOSMartaOliveira(CTSetúbal) v. MafaldaParra(ColégioVale), 6-2, 6-2PARES MASCULINOSFranciscoPaulo/DuarteVale(CAD/CTQt.ª Marinha)v.JoséA.Meireles/LuísFaria(OpenVS),6-4,4-6,10/6PARES FEMININOSMartaMagalhães/MartaOliveira(CTS. Miguel/CTSetúbal) v. Mariana Pereira/Constança Crespo(CAD/CAD), 6-2, 6-4PARES MISTOSMafaldaParra/José A. Meireles(Colégio Vale/OpenVS) v.JoanaNeves/AfonsoViana(SportClubePorto),6-1, 7-6

INFANTIS(SUB-14)SINGULARES MASCULINOSTiagoCação(CTCaldasdaRainha) v.AfonsoSalga-do (CTQuinta da Marinha), 6-1, 6-7, 6-1SINGULARES FEMININOSMatilde Fernandes(A. A. Coimbra) v. MariaTavares(SportClube Porto), 6-2, 6-2PARES MASCULINOSFilipeCunhaeSilva/AfonsoSalgado(CETO/Qt.ª Ma-rinha) v. Rafael Marques/António Sabugueiro(AAC/Sintra), 6-3, 6-4PARES FEMININOSMatildeFernandes/SofiaSualehé(AAC/CNG) v. Da-nielaBaptista/InêsMurta (CIF/Tavira RC), 6-4, 6-0PARES MISTOSSofiaSuahehé/AfonsoSalgado(CNG/Qt.ª Marinha)v. InêsMurta/João Claro (Tavira RC), 6-2, 6-1

MIGUEL SEABRA

� O objetivo é o regresso e voltara fazer sorrir graças ao ténis. Em2010, Hugo Amaral (de 33 anos,professor de ténis na Quinta dasFlores em St.º António de Cavalei-ros) e Miguel Esteves (41 anos, en-genheiro geofísico) encetaram umasaga que os conduziu – literalmen-te – de Lisboa a Bissau. Este anoaprestam-se a regressar… mas pre-cisam de mais apoios para poder

trocar mais raquetas por sorrisos noterceiro país mais pobre do Mundo.

“O projeto Raqueta Por Sorrisonasceu de três grandes paixões: via-gens, solidariedade/voluntariado eténis”, refere Hugo Amaral. “Aideia inicial era levar um carro car-regado de artigos de ténis para Bis-sau e entregar o material na Fede-ração de Ténis Guineense, na se-quência de contactos com a comu-nidade guineense em Portugal. AFederação local só tem 120 mem-bros; levámos 50 raquetas e, com aajuda da loja virtual FerfilTénis, ain-da pudemos entregar grips e encor-doações”. Com a divulgação da ini-ciativa, os dois amigos conseguiramtambém roupa e material médicoque entregaram nos Médicos doMundo em Bissau.

Travessia. A aventura constituiuuma espécie de Lisboa-Dakar semqualquer acidente de percurso anão ser um pequeno aquecimentodo motor. “Para chegarmos a Bis-sau atravessámos Portugal, Espa-nha, Marrocos, Sara Ocidental,Mauritânia, Senegal e Gâmbia numpequeno Lancia Y”, recordam.“Como apoios tivemos a ULMAe duas empresas de contabili-dade; realizámos também umpequeno torneio de ténis paraangariar mais algum material e usá-mos o valor das inscrições para asdespesas. Durante três dias trocá-mos ideias com a federação local eficou logo prometido manter de al-guma forma esse apoio.” Para alémdas raquetas, os mentores foramconvidados pelos Médicos do Mun-do a visitar a Casa Emanuel, umprojeto que acolhe crianças órfãs ea quem deixaram material médico.Por último, entregaram a viatura àAMI, que presta apoio na Guiné noarquipélago dos Bijagós.

Este ano, o projeto mantém-se

AambiçãoéestenderoprojetodaGuiné-BissauaCaboVerdee/ouMoçambique

Tiago Cação:sempreà procura de criardesequilíbrioscom a direita

Hugo Amaral explica iniciativa

mas precisa de apoios para a via-gem final. Os dois amigos organi-zaram um circuito de três torneioscom um Masters para angariaçãode material e dinheiro (já teve eta-pas no CT Paço do Lumiar e nasOlaias; próxima joga-se a 10 de se-tembro na Amadora e acaba com oMasters em dezembro no ClubeTAP). Com o apoio da AssociaçãoCoração Sem Fronteiras, já foi en-

viado um carregamento de materialem abril/maio e deve chegar nopróximo dia 10 outro carregamen-to financiado pelas inscrições nocircuito; agradecem-se apoios atra-vés dos contactos no blog www.ra-quetasporsorriso.blogspot.com e dapágina Raquetas por Sorriso no Fa-cebook, até porque a iniciativa podeestender-se a Cabo Verde e/ou Mo-çambique no futuro. �

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Page 4: Jornal do Ténis 5 Agosto 2011

04 � SEXT5 DE A

�OcapitãoPedroCordeiro, adeptodoFC Porto, concordaria que o “seu” ex-técnico André Villas-Boas foi o maisbem sucedido treinador do desportoportuguês no último ano. E, tendo emconta a maneira de pensar de AndréVillas-Boas, como faria ele o rescaldoà eliminatória da Taça Davis em quePortugalperdeupelamargemmáxima,

apesar dos elogios, en-quanto a prestação suí-ça até foi criticada? Di-riaquese tratoudeumaquestão de motivação.BastadizerqueRuiMa-chado afirmou que oembate faceaRogerFe-derer tinha sido “omaiordesafio da minhacarreira”. Ao invés, emque lugar de importân-

cia na sua carreira o campeoníssimohelvético colocaria o seu compromissodiante do algarvio? No 1.500.º lugar?

Nunca no seu historial de participa-ção na Taça Davis a Seleção portugue-sa mediu forças com uma seleção tão

credenciada – incluindo o melhor te-nista de todos os tempos (Roger Fede-rer), um 15.º mundial com estatuto detop10(StanislasWawrinka)eumadu-pla campeã olímpica de pares (Fede-rer/Wawrinka). Na última ocasião emque Portugal defrontou uma equipaque incluía um jogador de ranking tãocotado (aCroáciade Goran Ivanisevic,que era 3.º nesse ano de 1994), a sole-nidade daocasião contribuiu paraumajornada inaugural em que os dois re-presentantes lusos (Nuno Marques,EmanuelCouto) foramaniquiladosporcãibras psicossomáticas.

Autoelogio. Desta feita não houve cãi-bras: houve uma réplica briosa, come-çando por um embate em que Frede-rico Gil esteve perto de ganhar o pri-meiro set aStanislasWawrinkamassu-cumbiu em três partidas ao sofrer umbreak em cada e prosseguindo com avalorosa resistência de Rui Machadodiante de Roger Federer. Frederico Gile Leonardo Tavares também arranca-ram bem no duelo de pares mas, logoque a dupla adversária começou a car-burar, rapidamente ultrapassou a resis-tência lusa para selar o destino da eli-minatória com uma inultrapassávelvantagem de 3-0.

Sabendo-se que a missão portugue-sa era praticamente impossível (e nojantarde confraternização das equipasaté se fez ouvir a música do filme Mis-são Impossível!), aboa réplica suscitouelogios das mais diversas origens e le-vou mesmo Pedro Cordeiro a assumirumdiscursoarrojadoaofinaldosegun-do dia: “Dignificámos o ténis portu-

SELEÇÃODEUBOACONTADESI EMDESAIREPOR5-0,MASNÃOGANHOUOÚNICOENCONTROQUEERATEORICAMENTEACESSÍVEL

UmaquestãodemotivaTaçaDavis:Suíça-Portugal

ENVIADO

MIGUEL SEABRA.MELBOURNE.AUSTRÁLIA

Bonsapontamentosportugueses,masamissãoeramesmo(quase)impossível

Portugal com complexo... coberto• Portugal bateu-se bem e Roger

Federer foi elogioso, mas o saldonegativo das eliminatórias nacio-nais em recinto coberto resvalouinevitavelmente paraum pouco li-sonjeiro 1-13 – sendo aúnicaex-ceção o triunfo naEstóniadianteda jovem formação local em2005. Causadorde apreensão éo facto de as características dosjogadores lusitanos serem clara-

mente mais adaptadas acom-promissos ao ar livre e de prefe-rênciaem terrabatida, o quecompromete claramente as aspi-rações nacionais em eliminatóriasno estrangeiro. De todos os me-lhores portugueses das últimastrês décadas, Nuno Marques foio mais apetrechado de requisitosfísico-técnicos paraos rápidoscampos em recintos cobertos.

guês, transmitindo a imagem de umaequipa de profissionais que vieramparavenceraeliminatória e que só nãoconcretizaram esse objetivo porque osadversários não deixaram. Se a elimi-natória fosse em Portugal e em terrabatida tudo seria bem diferente”.

Relativizar.Há que reconhecer: os por-tugueses granjearam prestígio e respei-to pela resistência oferecida na sexta-

feira e no sábado, mostrando que nãofizeram a viagem para ser os bombosda festa do maior herói suíço desdeGuilherme Tell ao perder por parciaisbemmais lisonjeirosdoqueseriadees-perar. Mas Portugal não ganhou o úni-co encontro que poderia/deveria ven-cerpela forçado rankingeda rodagemna presente temporada –o embate en-tre suplentes na derradeira jornada emque Marco Chiudinelli (206.º ATP)substituiu o seu amigo de infância Ro-ger Federer para bater João Sousa(198.º) por 6-3 e 6-4, mesmo que te-nhaestadomesesa fio semjogarnocir-cuito ao passo que o vimaranense ar-recadou dois títulos Future e umChallenger na época em curso.

Podedizer-sequeMarcoChiudinellijá foi top 60 mundial e que as condi-ções rápidas de jogo em recinto cober-to favoreciam o tenista da casa mas,para que as ambiciosas palavras de Pe-droCordeiro fossemdevidamente san-cionadas, o seu pupilo João Sousa de-veria terconquistadooúnicoponto teo-ricamente ao alcance de Portugal.Como é evidente, um capitão tem deter mesmo um discurso positivo e con-quistadoratéperanteadversáriosdeou-tra galáxia; mas, no meio de encómiose de palavras como “superação” e “di-gnidade”,o frio rescaldoéessemesmo:um5-0emvezdeum4-1,apesardahi-permotivação dos portugueses… e deas vedetas suíças terem atuado em ve-locidade de cruzeiro. � AR LIVRE. Portugueses muito solicitados pelos adeptos suíços

MIG

UELS

EABR

A

FICHADAELIMINATÓRIASUÍÇA, 5 –PORTUGAL, 0GRUPO 1 – EUROPA/ÁFRICAData: 8, 9, 10 de JulhoLocal: Postfinance Arena, Berna (8.500 lugares)Superfície: hardcourt (Rebound Ace)EQUIPAS E RANKINGSSUÍÇA (18.ºnoDavisCupRanking):RogerFederer(29 anos/3.º ATP em singulares/134.º em pares);StanislasWawrinka(26anos/15.º/110.º); StéphaneBohli (27anos/150.º/1.026.º);MarcoChiudinelli (29anos/206.º/333.º). Capitão: Severin Luthi.PORTUGAL (33.º no DavisCup Ranking): Frederi-coGil (26anos/90.ºATPemsingulares/207.ºempa-res); Rui Machado(27anos/93.º/221.º); JoãoSou-sa (22 anos/198.º/361.º); Leonardo Tavares (27anos/311.º/162.º). Capitão: Pedro Cordeiro.RESULTADOS1.ºdia–StanislasWawrinkav. FredericoGil, 7-5, 6-3 e 6-4; RogerFedererv. Rui Machado, 5-7, 6-3, 6-4 e 6-22.º dia – RogerFederer/Stanislas Wawrinka v. Fre-derico Gil/Leonardo Tavares, 6-3, 6-4, 6-43.º dia – Marco Chiudinelli v. João Sousa, 6-3, 6-4;StanislasWawrinkav. Leonardo Tavares, 7-6 (7/1),6-0

RUI MACHADO.O algarvio

surpreendeupositivamente

no ambienteque lhe é mais

hostil: pisorápido ecoberto

Page 5: Jornal do Ténis 5 Agosto 2011

� 05TA-FEIRAAGOSTO DE 2011

açãoTaçaDavis:Suíça-Portugal

�Rui Machado inspirou-se na presta-ção diante de Roger Federer para ga-nhar o Challenger de Poznan na sema-na seguinte (terceiro e mais importan-te troféu do ano) e retomar a condiçãode número 1 português no 85.º lugar.O algarvio deixou a BernArena silen-ciada e o mundo do ténis estupefactona sequência do seu triunfo no primei-ro set diante do melhor tenista de to-dos os tempos. Fez precocemente obreak para chegar aos 2-0; é certo queFederer logrou depois o contra-breakpara 2-2… mas voltou a perder o ser-viço aos 5-5 e depois o Machado es-teve bem no momento de fechar: sal-vou um ponto de break com um ás eganhou os dois pontos seguintes paraadjudicar o primeiro set por 7-5 e daruma machadada no fervoroso am-biente do estádio.

Tremeu.A segunda partida ficou re-

solvida com um único break a favorde Federer que o fez saltar dos 2-1para os 4-1 e gerir a vantagem. Omesmo sucedeu no terceiro set, comuma quebra de serviço no jogo inau-gural que permitiu ao helvético che-gar aos 2-0 – com uma grande dife-rença: Machado teve seis pontos debreak que não soube aproveitar. Oquarto set já foi mais fácil e Federerselou a vitória por 5-7, 6-3, 6-4 e 6-2 em 2 h e 26 m.

Rui respondeu muito bem ao sa-que de Roger, foi abnegado em situa-ções defensivas e até fez correr o co-

tado opositor graças a contundentesacelerações de direita. “Saio conten-te do maior desafio da minha carrei-ra. Superei-me e fico mais motivadopara trabalhar e mostrar a mim mes-mo que posso jogar melhor do que oque tenho feito nos últimos tempos”,comentou; o capitão Pedro Cordeirocorroborou: “O Rui teve um total de14 pontos de break no serviço do Fe-derer; a certa altura viu-se o Federera dois metros do fundo do corte e jánão o via jogar tão atrás há muitotempo. Também falhou muito, o quequer dizer que o braço tremeu.”

A vitória de Machado em Poznantorna aliciante a corrida para o postodenúmero1portuguêsnofinaldaépo-ca. O algarvio tem muitos pontos a de-fender no outono se quiser concluir asua quinta temporada à frente de Gil,que foi o melhorportuguês no rankingmundial em quatro ocasiões. �

MIG

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A

GOLIAS E DAVID. Exibição de Rui Machado face a Roger Federer motivou o algarvio na semana seguinte

ANALÍTICO. Sérgio Cruz (à esquerda) com os pais de Frederico Gil

Setfoiacatapultadevoltaanúmero1

�Num recinto quase sempre repleto,poucos foram os espectadores imi-grantes ou luso-descendentes. “Osportugueses são uma comunidademuito apreciada, todos conhecemosalguém português mas talvez os pre-ços elevados dos bilhetes os tenhaminibido”, analisavam os jornalistas suí-ços. No entanto, houve um VIP do té-nis luso radicado em Basileia e que,por sugestão do Jornal do Ténis à Fe-deração Portuguesa de Ténis, foi con-vidado a marcar presença diária naBernArena: Sérgio Cruz, campeão na-cional em 1978 e 1980, conhecido in-

ternacionalmente por ter treinado oex-número um mundial Jim Courierno final dos anos 80.

“Os nossos jogadores ofereceramum espetáculo de honra”, reconheceuorgulhosamente. “O Rui jogou exce-cionalmente bem no primeiro set, obri-gou Federer a cometer erros não habi-tuais, fê-lo correr, lutou, correu muito,conseguiu pontos ganhantes em mo-mentos difíceis e pressionou o segun-do serviço. Só que defrontar Federerexige um esforço brutal porque o des-nível é muito grande e o Rui desgas-tou-se para se manter acima do seu

próprio nível; depois, tudo se tornoumais fácil”. Quanto a Frederico Gil,Sérgio Cruz – sempre muito exigentenas suas avaliações – também foi elo-gioso: “Fez um encontro formidável,jogou inteligentemente e teve oportu-nidades de breakmas o Wawrinka sa-fou-se com serviços a mais de 200km/h. Talvez devesse ter entrado maisdentro do campo; só mais no final éque houve maior diferença devido aocansaço do Frederico”. Quanto ao par,salientou: “Senti que o Leonardo nãoesteve ao mesmo nível dos outros nal-guns momentos do encontro.” �

UMVIPESPECIALNACOMUNIDADELUSA:OEX-CAMPEÃONACIONALETREINADORSÉRGIOCRUZ

DUPLA. António Barreto e João Mira Gomes reuniram-se em Berna

«Deramespetáculodehonra»

MIRAGOMESFEZAVIAGEM

Embaixadorfoicampeãonacional�Entre os poucos portuguesespresentes na BernArena fora dacomitiva da Seleção houve umdestaque muito especial: JoãoMira Gomes, o ex-secretário deEstado da Defesa e atual embai-xador de Portugal na NATO –que se deslocou desde Bruxelase teve a companhia do amigo eparceiro António Barreto, enge-nheiro em Genebra. Juntos ga-nharam o título de pares numcampeonato nacional de Sub-16diante de Pedro Cordeiro e LuísMiguel Nascimento, nos anos70. Quase quatro décadas de-pois reuniram-se em Berna paraver a Seleção portuguesa jogarcontra a Suíça na Taça Davis eficaram agradados com a pres-tação dos tenistas nacionais. “Ossuíços ficaram surpreendidoscom o nível do ténis português”,concordaram ambos. “É impres-sionante o que um jogador podefazerporum país”, afirmou JoãoMira Gomes relativamente aoconsenso nacional em volta doherói local, Roger Federer. JáAntónio Barreto constatou a di-ferença relativamente a um pas-sado não muito distante: “Nãohá dúvida de que o ténis portu-guês tem conhecido uma gran-de evolução.” �

SETGANHOAFEDERERDEU-LHEÉLANPARAVENCERCHALLENGEREMPOZNAN

FREDERICO GIL.O sintrense

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Page 6: Jornal do Ténis 5 Agosto 2011

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