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Florianópolis, 23 de maio de 2013, n o 783 Jornal do Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Santa Catarina (Apufsc-Sindical) Página 6 Movimento docente é discutido em seminário em Salvador (BA) Página 4 Apufsc cobra informações sobre licitação do plano de saúde da UFSC Governo volta atrás e exige titulação para concursos Clodoaldo Volpato/ Apufsc Assembleia Geral discute Plano Anual de Atividades Docentes da UFFS Instrução Normativa, que define o plano de trabalho, publicada pela Reitoria da Universidade Federal da Fronteira Sul, gerou dúvidas e preocupações entre os professores da Instituição Página 5 Página 5 Comissão avalia as melhores opções de atendimento do plano de saúde oferecido pelo Sindicato aos associados Página 4

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Page 1: Jornal do Sindicato dos Professores das Universidades ... · coordenação de Rosa Maria Cardoso Cunha e tendo Heloisa Starling ... que se iniciou bem antes, em 1935. Obviamente,

Florianópolis, 23 de maio de 2013, no 783Jornal do Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Santa Catarina (Apufsc-Sindical)

Página 6

Movimento docente é

discutido em seminário em Salvador (BA)

Página 4

Apufsc cobra informações sobre licitação do plano de saúde da UFSC

Governo volta atrás e exige titulação para

concursos

Clod

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Assembleia Geral discute Plano Anual de Atividades Docentes da UFFS

Instrução Normativa, que define o plano de trabalho, publicada pela Reitoria da Universidade Federal da Fronteira Sul, gerou dúvidas e preocupações entre os professores da Instituição

Página 5

Página 5

Comissão avalia as melhores opções de atendimento do plano de saúde oferecido pelo Sindicato aos

associadosPágina 4

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2 Florianópolis, 23 de maio de 2013Jornal da Apufsc

OpiniãO

Comissão da verdade?

Numa época de ceticismo, ignorância e confusão o termo verdade parece ter perdido seu sentido original, e o que se concebe hoje como verdade confunde-se com algo que tem valor apenas pessoal, onde cada um assume o que bem desejar, sem o mínimo compromisso com algo que possa ser tomado, ainda que remotamente, de forma absoluta. Este é o padrão exibido pela comissão da verdade, infectada pela ideologia e emocionalidade de seus membros. Mostrarei isso de forma concreta ao analisar o documento intitulado “Contextualização, fundamentos e razões do Golpe Civil-Militar de 1964” apresentada numa reunião da Comissão Nacional da Verdade em 25 de fevereiro de 2013 sob a coordenação de Rosa Maria Cardoso Cunha e tendo Heloisa Starling como pesquisadora responsável.

Neste documento lemos: “Enfatize- se que 1964 não foi um golpe das oligarquias ou elites

políticas e econômicas nacionais contra um governo trabalhista e po-pular, tendo como testa de ferro parcela das Forcas Armadas. Um golpe fundado na violência tradicionalmente exercitada no Brasil contra os destituídos. O projeto que gestou 1964 visava a construção de um Estado de Segurança Nacional e de Desenvolvimento Associado e Hegemônico na América Latina. A violência política utilizada pelas Forcas Armadas brasileiras buscou sua legitimidade e está associada a três casos clássicos de ação anti-insurrecional –Indochina, Argélia, Vietnã –e aos padrões norte-americanos de contra-insurgência.”

Para compreender o argumento acima, devemos inicialmente pro-curar o que seria o pano-de-fundo da argumentação e que revela a concepção ideológica onde ele se assenta. Isto se deduz do fim, quando o autor identifica na ação do regime uma “natureza anti-insurrecional que seguiria os padrões norte-americano de contra insurgência”. Aqui, o uso do termo insurreição não é muito esclarecedor, pois se refere a uma sublevação contra o poder estabelecido, o que pode significar muitas coisas, nada inferindo sobre a motivação de mudar radicalmente as es-truturas existentes. No lugar de insurreição, o termo correto seria então “revolução” que, no contexto da época, era o instrumento de expansão do comunismo pelo mundo, financiado majoritariamente pela então ex-URSS. Assim, a ação do movimento de 1964 e do regime que imedia-tamente se estabeleceu foi na verdade “contra-revolucionária” e não anti--insurrecional, pois surgiu como reação a um processo revolucionário de comunização do Brasil, que se iniciou bem antes, em 1935. Obviamente, faz sentido o autor usar o termo “anti-insurreição” se deseja ocultar as claras evidências da ação subversiva (pré-revolucionária) que corroía o governo Jango e que imprimiria a análise um foco bem distinto do que foi dado pelos autores. Faz-se necessário também desmistificar alguns pontos. O termo “popular” usado para caracterizar o governo Jango se desfaz se analisarmos cuidadosamente os fatos históricos, lembrando que, contrariamente a Jânio Quadros, João Goulart nunca teve respaldo popular algum nem tampouco apresentou medidas realistas e efetivas que conferisse a seu governo um caráter popular (o fato da população ter ido em massa as ruas em comemoração a contra-revolução é bem significativo). Foi eleito vice-presidente numa eleição pouco expressiva (ver “1964: Golpe ou Contra-Golpe” de Hélio Silva) e tornou-se presi-dente por força da renúncia de Jânio Quadros (depois de uma curta experiência parlamentarista). A época era de tamanha insatisfação popular com inflação galopante, instabilidade social e política (por exemplo, o caudilho Brizola já tinha organizado uma milícia armada de

mais de 50 mil homens e demonstrou seu autoritarismo no comício da Central do Brasil quando ameaçou fechar o congresso nacional caso ele não aprovasse as reformas de base), greves de cunho político e apoiadas pelo próprio governo, violência no campo, quebra da hierarquia militar com sucessivos motins, etc. Tudo indicava ter-se chegado ao auge das condições favoráveis à revolução, como afirma Gorender (“Combate nas Trevas”, pag. 66.). Imerso no caos, e para tentar salvar seu governo, é proposto o plano Trienal que, mal executado, se mostrou impossível de ser realizado, como reconhece o artífice do plano, Celso Furtado, em conferência “Obstacles to change in Latin America” proferida em 1965 em Londres, quando afirmara que o país não detinha as condições necessárias para que o plano fosse bem sucedido.

Retornemos ao grupo de trabalho da comissão da verdade. Do que foi exposto no parágrafo anterior, vemos que o que demonstra a emocionalidade e a inclinação ideológica dos membros da comissão é exatamente a forma escandalosa como eles fixaram o contexto base da sua argumentação, ignorando por completo a polarização revolução x contra-revolução, como se em pleno anos 60 isto não existisse e não tivesse desdobramentos políticos na vida das nações. Outra indicação da alta carga emocional dos autores nós vemos neste trecho: “Um golpe fundado na violência tradicionalmente exercitada no Brasil contra os destituídos”. Do jeito que está posto, isso é mero cliché. Teria um sentido acadêmico se o autor ressaltasse que a ação revolucionária também cons-titui um ato de violência contra os destituídos, foi assim com o golpe dos bolcheviques e em todas as outras revoluções “comunistas” cujos regimes seguintes só se sustentaram a custas do terror e da repressão do Estado contra o próprio povo. Para não irmos muito longe, e nos determos ao Brasil, essa violência ficou explícita nas ações terroristas no Brasil, ocorridas no período da luta armada, que vitimou civis e militares, e que segundo Agnaldo del Nero Augusto (ver o livro “A Grande Mentira”) representou a terceira tentativa dos comunistas tomarem o poder. Tal tese é comprovada pela análise dos documentos dos vários grupos da luta armada que estão disponíveis no livro “Imagens da Revolução” de Daniel Aarão Reis, onde se atesta o caráter revolucionário desses grupos. É inconcebível, injustificável e inaceitável que a comissão não investigue essas ações terroristas, e, se não o faz, a única explicação se encontra no desejo de usar a comissão como meio de legitimar uma versão parcial e incompleta da história da nação, talvez a única verdade que eles conseguem enxergar, dado que estão imersos na emoção.

Esta comissão, se realmente deseja ser da verdade, não poderia estar nas mãos de pessoas ideologicamente inclinadas a um dos lados do conflito (ou pelo menos deveria incluir um espectro mais diverso de pessoas e pontos-de-vista), nem muito menos deveria ser financiada com dinheiro público, pois não compreende o interesse pela verdade em si, mas tão somente a “verdade seletiva” que reflete os gostos e interpreta-ções unilaterais dos envolvidos na comissão. Se fosse financiada por um órgão privado, partido político, ou ONG não haveria problema algum, mas quando financiada com dinheiro público pago com os impostos do contribuinte ela se torna insustentável. Pior, quando instituída por um governo federal que confunde o exercício do pode executivo com assuntos de seu partido – considerado ainda infestado pelo germe do socialismo - a inclinação ideológica da comissão assume aspectos de doutrinação irresponsável a serviço do partido, um desserviço à nação e a ética administrativa.

Marcelo Carvalho*

* Professor do Departamento de Matemática

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3Florianópolis, 23 de maio de 2013Jornal da Apufsc

OpiniãO

Saúde Institucional Sempre que encontro algum (a) amigo (a), ou colegas nas ruas

ou no Campus, perguntam sobre a minha saúde! Preocupação em face do acidente vascular ocorrido um ano atrás. Em segundos vem à mente como o tempo passa rápido e como os planos pessoais mudam, principalmente diante de fatos novos. Há necessidade de avaliar esses fatos ocorridos que nos permitem crescer e evoluir, para melhor. Afinal, a saúde é um bem precioso ao qual se dá ainda mais valor após um “susto”, um sinal de algo que pode ser irreversível!

Pois, então! É nesse contexto, que a Gestão da UFSC no poder desde dia 10 de maio de 2012, precisa ser avaliada. É a obrigação de quem a apoiou, como foi meu caso, mesmo que aderindo no segundo turno da eleição, de contribuir com a crítica que permita a reflexão e a mudança de posturas que se fazem necessárias. Até hoje, encontrei poucos integrantes da comunidade que fizessem algum elogio à Ges-tão. E olha que converso com muitos amigos (as) e conhecidos (as) no Campus e na cidade.

A reflexão que faço pauta-se pelo entendimento de que existem questões prementes que devem ser encaradas frontalmente na UFSC. É com a participação direta da comunidade universitária (docentes, técnico-administrativos em educação e estudantes) que se deve deter-minar com firmeza os limites da grandeza de uma casa da Educação, do Saber e do Conhecimento. É a pequenez dos procedimentos que vem sendo utilizados para a manutenção do poder pelo poder, centralizado-res, nem sempre transparentes, para dividir e cooptar a comunidade.

Ao invés da tentativa evidente de mascarar com eufemismos retóricos a existência de problemas internos à universidade, é preciso enfrentá--los com a máxima prioridade na busca das soluções, pois não se pode abdicar, em nome da segurança jurídica, da autonomia universitária e, por conseguinte da gestão democrática e participativa na instituição.

Ferem-se as regras básicas de convivência e respeito às pessoas que compõem a UFSC, haja vista o fato ocorrido no Conselho Universitá-rio onde não se discutem decisões que dizem respeito à aplicação de recursos públicos (caso da aquisição do imóvel que pomposamente se inaugura para fins administrativos, enquanto prédios de laboratórios e salas de aula no Campus e nos Campi permanecem sem infraestrutura mínima, a exemplo do prédio EFI – Espaço Físico Integrado). A falta de uma relação franca e transparente com a entidade representativa dos docentes, a APUFSC-Sindical. Integro o Conselho de Representantes da APUFSC e recebo informações que a Reitora sequer se digna em atender a diretoria da entidade para discutir questões de interesse dos docentes, como o Plano de Saúde.

A UFSC que queremos e que podemos ter continua clamando por uma diretriz cabível e pertinente à gestão na atual circunstancia da instituição e ao papel que ela tem a obrigação de desempenhar junto à Sociedade: servi-la sim, mas ser capaz de estar um passo à frente, provocando e propondo soluções.

A Gestão das professoras Roselane Neckel e Lúcia Pacheco que foram conduzidas pela comunidade universitária para a real possibilidade de iniciarmos a (re) construção de nossa UFSC, vem frustrando e decepcio-

nando pela forma centralizadora e vagarosa nas respostas à comunidade com que vem conduzindo a administração em diversas dimensões.

E aqui aponto alguns pontos que considero prioritários e essenciais para a comunidade e que até o momento não foram abordados pela atual gestão.

Na dimensão administrativa, não se iniciou a discussão da flexibili-zação da estrutura da UFSC, bem como o aperfeiçoamento da política de segurança (inclua-se aqui o sistema de iluminação), bem como de ações sociais no Campus e no seu entorno. O Fórum de Diretores de Centro, que outrora discutia sistematicamente questões de interesse das unidades, está esvaziado. Criaram-se cargos de adjuntos ao nível de Pró-reitores que bem poderiam ser assessores. A correlação de forças no plano administrativo não é condizente com a realidade da comunidade universitária.

Na dimensão acadêmica, a falta de discussão dos critérios para o concurso docente que valorize o mérito acadêmico como base da susten-tação da qualidade, o pequeno avanço na revalorização da graduação, a rediscussão do REUNI e a regulamentação do ensino a distancia, bem como a utilização social das vagas remanescentes em cursos e disciplinas para fins sociais. Ao mesmo tempo a integração dos programas de Pós--graduação, Pesquisa, Inovação (inexistente) e Extensão Universitária para o desenvolvimento da Sociedade, permanecem na boa vontade e intenção de seus diretores administrativos.

Na dimensão humana, pouca atenção e reafirmação da arte e a cultura como função primordial da universidade como base para a hu-manização do Campus e Campi bem como na promoção de meios para a evolução dos seus quadros via programa de educação permanente. Por outro lado, é de se perguntar quais são os critérios de competência, equidade e transparência na alocação de Cargos de Direção (CD´s) e Funções Gratificadas (FG´s).

Na dimensão política e social, remover obstáculos ao real uso da ins-tituição como ente público e gratuito: oferecer gratuidade na inscrição ao vestibular, eliminar as taxas acadêmicas e definir o valor de um salário mínimo para a bolsa permanência, manter o HU totalmente público e reabrir a questão da URP no âmbito do Conselho Universitário.

Sobretudo, através destas ações e de outras cabíveis, estar sempre buscando a promoção do bem-estar social da comunidade universi-tária, a retomada de seu orgulho de ser UFSC e a priorização do que uma universidade tem de mais importante: ser uma rede de saberes e conhecimentos complementares, tanto formais quanto tácitos. E não um aglomerado de prédios e centros desarticulados a competir entre si. Reuni-los com amor incondicional à nossa UFSC é a missão que se apresenta, pois o que está em jogo continua sendo o futuro da UFSC.

Acredito, confio e faço votos que, nos próximos três anos da Gestão, irá prevalecer o caráter republicano, a transparência e meios através dos quais se possam construir efetivamente os caminhos do diálogo intra-campus e entre-campi, bem como ampliar as relações com a comunidade catarinense, no plano municipal e estadual.

José Francisco Fletes*

* Professor do CTC-INE

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4 Florianópolis, 23 de maio de 2013Jornal da Apufsc

Plano de saúde oferecido pelo Sindicato foi discutido por comissão

A Comissão de Avaliação do Plano de Saúde da Apufsc-Sindical realizou en-contro no dia oito de maio para discutir a situação do benefício oferecido pelo Sindicato aos associados. A continuidade do contrato com a Unimed foi defendida por todos os presentes, mas, mesmo assim, outras operadoras devem ser contatadas para que todas as possibilidades sejam estudadas, com o objetivo de oferecer aos professores as melhores opções de atendimento.

Durante a reunião, foi questionado por que o plano oferecido pela Apufsc é mais caro que o da UFSC. De acordo com os participantes da reunião, no plano da Universidade, além do subsídio pago pelo governo, o número de usuários é bem maior e a média de idade dos usuários também é mais baixa do que os usuários do plano do Sindicato. Foi lembrado que também há subsídio para os planos da Apufsc nos mesmos critérios do plano da Universidade, mas que o plano oferecido pela Apufsc é melhor porque engloba 15 modalidades, enquanto que o da UFSC são apenas quatro. Para baixar os valores, foi sugerido fazer parcerias com outras ins-tituições e atrair novos professores para o

plano oferecido pela Apufsc, aumentando, desta forma, o número de vidas atendidas pelo plano. A migração do plano da UFSC para o do Sindicato pode acontecer a qual-quer momento e sem carência.

No dia 14 de maio, membros da comis-são visitaram a Unimed para articulação política e como colaborar para a medicina preventiva dos associados. Uma nova reunião deve acontecer dentro dos pró-ximos dias. Também será feito o estudo

para a viabilização de parcerias e, depois disso, um encontro formal com a Unimed para fechar a melhor proposta para os associados.

Participaram do encontro os professo-res Fernando Cabral, Mauro Amaral Cal-deira de Andrada e Sérgio Peters, além do presidente da Apufsc, Marcio Campos, do advogado do Sindicato Douglas Eduardo Michels e das colaboradoras Márcia de Oliveira e Zélia Mendes da Cruz.

A Apufsc está confeccionando novas carteirinhas de associados. O documen-to, agora com fotografia, é feito na hora. Para isso, basta o professor procurar o setor de convênios do Sindicato, no edifício Max e Flora e falar com a Zélia. A fotografia é tirada no local e na hora.

O documento deve ser apresentado nos locais onde a Apufsc firmou convê-nios, como farmácias, academias, teatros, cinemas, etc, para que o associado possa obter descontos. A lista de convênios está disponível no site da Apufsc.

O presidente da Apufsc-Sindical, Marcio Campos, encaminhou ofício, na quarta-feira (15), à reitora da UFSC, Roselane Neckel, solicitando informações sobre o processo de licitação para a esco-lha da operadora do plano de saúde dos servidores da Universidade. No mesmo

documento, o presidente reitera a soli-citação de uma audiência com a reitora para tratar do mesmo assunto. O ofício com pedido do encontro foi protocolado no dia 29 de abril e até o momento ne-nhuma resposta foi enviada pela Reitoria ao Sindicato.

Apufsc solicita informações sobre o plano de saúde da UFSC à Reitoria

Novas carteirinhas para associados

A Apufsc abriu um canal para que os professores enviem ao Sindicato contribuições sobre o Plano de Carreira e a respeito da progressão de Associa-dos para Titular e do represamento de professor Adjunto nos diversos níveis

de carreira. As sugestões serão avalia-das e farão parte do documento que será elaborado pela Apufsc sobre os assuntos. As contribuições podem ser enviadas para o e-mail: [email protected]

Professores podem enviar contribuições sobre o Plano de Carreira

Comissão defende continuidade do atual contrato do plano de saúde do Sindicato com a Unimed

Professor, filie-se à Apufsc-

Sindical!

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5Florianópolis, 23 de maio de 2013Jornal da Apufsc

Normatização do plano de atividade da UFFS foi pauta de Assembleia Geral em Chapecó

A Instrução Normativa 01/2013, que estabelece normas para apresentação e aprovação do Plano Anual de Atividades Docentes da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), foi pauta de uma Assembleia Geral Extraordinária dos pro-fessores da Instituição, realizada na quin-ta-feira (9). O encontro, organizado pelo Grupo Gestor de Chapecó do Sindicato dos Professores das Universidades Fede-rais de Santa Catarina (Apufsc-Sindical), teve como principal objetivo colher infor-mações e subsídios para que o Sindicato possa estudar o assunto e apresentar qual o melhor encaminhamento será dado, já que alguns pontos do documento, publicado pela Reitoria da UFFS, no dia 24 de abril de 2013, estão gerando dúvidas e desconforto entre a categoria.

A pedido da Apufsc, o início da vigên-cia foi prorrogado por 30 dias, justamente para que a categoria pudesse debater amplamente as regras estabelecidas pela Instrução, quais as consequências diretas nas atividades docentes e, principalmente, estudar as dúvidas jurídicas que surgiram com o documento.

Para que todos os pontos fossem escla-recidos, a Assembleia abriu espaço para a Reitoria apresentar as justificativas para a publicação da Instrução. O principal argu-mento destacado pelo reitor Jaime Giolo, é de que em várias instituições federais de ensino os professores precisam apresentar o plano de atividades e que a UFFS apenas cumpriu o que determina a legislação.

Segundo a assessora jurídica da Apu-fsc-Sindical, Renata Trindade, realmente a Reitoria está certa quando afirma que os planos de atividades existem em outras universidades, mas que isso não signi-fica que estão legais, apenas não foram contestados. Ela também questiona a

forma como foi apresentada a Instrução Normativa na UFFS. O primeiro ponto levantado é de que o documento partiu dos pró-reitores, enquanto que o Regi-mento da Universidade prevê que este tipo de prerrogativa é exclusiva do reitor e, necessariamente, submetida à apreciação e aprovação do Conselho Universitário. Então, afirma ela, há vício de iniciativa.

Com relação aos dispositivos da IN, Renata afirma que o documento vai muito além do plano de atividade, ele estabelece jornada de trabalho (artigo 7º da IN), o que, segundo ela, não pode ser contemplada numa normatização e sim seguir o que determina a Lei 12.772, que reestruturou o plano de carreira e cargos do magistério federal. Há exorbitância de poder regulamentar, destaca a advogada.

A avaliação de desempenho para fins de progressão funcional e promoção, que irá considerar o Relatório Anual de Ativida-des dos docentes, também é questionada por Renata. Os critérios para isso são

estabelecidos pela Lei 12.772.Portanto, afirma ela, há muitos argu-

mentos para que a Instrução Normativa seja questionada, mas que a palavra final será da Apufsc-Sindical.

De acordo com o presidente da Apufsc, Marcio Campos, com base nos questio-namentos levantados na Assembleia, o Sindicato vai decidir quais as medidas que serão tomadas sobre o assunto e que a categoria será informada sobre a decisão. “A Diretoria vai decidir o que é melhor para os professores”, destaca ele.

A Assembleia deu resultado imediato. Na reunião do dia 14 de maio, o Conselho Universitário (Consuni) da UFFS instituiu comissão para elaborar minuta que regu-lamenta a apresentação do plano anual de atividades e relatório anual de atividades dos docentes da Universidade. A comis-são, formada por quatro professores que representam todos os campi da Instituição, terá 45 dias para apresentar o documento, enquanto isso, a IN continua suspensa.

A AG teve como principal objetivo colher subsídios para que o Sindicato possa estudar o assunto

O governo federal publicou, no dia 15 de maio, no Diário Oficial da União a Medida Provisória 614, que faz alterações em leis sobre o plano de carreira e remuneração do magistério federal. Um dos dispositivos determina que o candidato a professor inscrito em concurso público para univer-sidade federal deverá ter título de doutor.

A exigência poderá ser substituída no edital do concurso por título de mestre, especialista ou apenas graduação somente quando se tratar de localidade "com grave carência" de docentes com doutorado. A dispensa do título de doutor, no entan-to, precisará ser aprovada por conselho superior da instituição federal de ensino

realizadora do concurso.A MP ressalta que as alterações que traz

nos requisitos de acesso a cargos públicos "não produzem efeitos" para os concursos cujo edital tenha sido publicado até 15 de maio de 2013, "ressalvada deliberação em contrário do Conselho Superior da Insti-tuição Federal de Ensino".

Governo altera lei sobre plano de carreira

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6 Florianópolis, 23 de maio de 2013Jornal da Apufsc

OpiniãO

Em defesa do curso de Relações Internacionais do CSE/UFSC – parte II

Desde quando tornei público o artigo anterior (publicado em 12 de março de 2013 na página da Apufsc) algumas coisas aconteceram e outras não aconteceram. Explico-me. O curso de relações interna-cionais foi visitado pela Comissão de Reconhecimento do MEC, entre os dias 11 e 12 de março. E o referido curso formou sua primeira turma no dia 4 de abril. Mas, desafortunadamente, até o dia 22 de abril de 2013 nenhuma resposta formal nos foi dada a respeito das perguntas feitas à Administração Central da UFSC por conta do não recebimento de vagas do REUNI, no segundo semestre de 2012, para

o Departamento de Economia e Relações Internacionais. Nenhuma resposta até o dia 22 de abril de 2013!

Pois é, temos Francisco como Papa, mas não temos respostas. Por que insistem nesse silêncio, nesse desrespeito institucional? Afinal, penso que é obrigação das autoridades fazer o mínimo: responder ofícios, requerimentos e memorandos. Sequer estou discutindo o mé-rito das respostas! Ora, uma “gestão republicana” deveria se guiar por esse princípio básico e não discriminar um departamento e um curso. E depois ficam falando por aí que são defensores do diálogo...

Helton Ricardo Ouriques*

Seminário discutiu o presente e o futuro do movimento docente

O presente e o futuro do movimento docente foram discutidos durante semi-nário que aconteceu nos dias 17 e 18 de maio em Salvador (BA). Representantes de sindicatos de diversas universidades federais, entre eles a Apufsc-Sindical, participaram do evento, que teve como principal objetivo socializar informações e avaliações sobre a situação do movimen-to, além de discutir formas e implicações legais de organização sindical local e nacional da categoria.

Durante os dois dias de seminário, foram realizadas três sessões temáticas: expansão da educação pública federal, car-reira docente e aposentadoria; Pesquisa, Ci-ência e Tecnologia; e organização sindical dos docentes. O encontro foi organizado pela Associação dos Docentes da Univer-sidade de Brasília (Adunb) e pelo Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior da Bahia (Apub).

No primeiro dia de debates, o Reuni tomou conta das discussões. Nenhum dos participantes mostrou-se contrário a expansão das universidades federais, mas todos questionaram a forma como está sendo feita. Os problemas com estrutura foram os mais elencados, principalmente com falta de professores e condições de trabalho. Notou-se que os problemas com o Reuni são comuns em quase todas as instituições.

O Código Nacional de Ciência, Tecno-logia e Inovação, que tramita no Congres-

so Nacional, foi tema do segundo dia do seminário. Para Ana Valente, secretaria regional da SPBC, o texto tem um formato muito rígido, com muitas exigências para quem vai trabalhar com pesquisa, o que, para ela, acaba inibindo a pesquisa. A ideia da SBPC é elaborar um código mais ágil, com princípios gerais para que os pesquisadores tenham liberdade de pes-quisar sem a criminalização do Tribunal de Contas da União (TCU), na hora da prestação de contas. Para Ana, é preciso discutir o Código com a categoria, a so-ciedade e com a SBPC.

O Seminário encerrou com a apresen-tação da organização sindical da Apufsc, Apub e Adunb, que falaram sobre o movimento em suas bases e como estão estruturados.

Segundo o presidente da Apufsc, Mar-cio Campos, com base em tudo que foi discutido no seminário, o Sindicato, ago-ra, vai ouvir os professores dos campi da UFSC em Florianópolis, Araranguá, Curi-tibanos e Joinville, além da Universidade da Fronteira Sul (UFFS), com o objetivo de melhorar as condições de trabalho dos docentes de cada uma das unidades.

Foram realizadas três sessões temáticas com o objetivo de socializar informações sobre a carreira

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7Florianópolis, 23 de maio de 2013Jornal da Apufsc

O projeto político pedagógico do curso (documento que estava na adesão do CSE ao REUNI), aprovado pela Câmara de Graduação da UFSC, diz textualmente: “Departamento de Ciências Econômi-cas manifesta intenção de aumentar as vagas na educação superior pública, através da criação do Curso de Relações Internacionais, na forma que segue: 80 vagas anuais, sendo 40 para o primeiro semestre e 40 para o segundo semestre. Para isso, solicitamos o que segue: 1. 15 professores; 2. 02 técnicos de nível superior e 02 técnicos de nível médio [segue a listagem de 22 demandas, páginas 314 e 315 do pro-cesso]”. O parecer final foi aprovado por unanimidade na reunião da referida câmara, ocorrida em 08.12.2009, da lavra do relator Professor Jonny Carlos da Silva (folhas 331 a 333 do processo). Ora, está claro que a demanda do departamento, reconhecida na ocasião, era de 15 professores. E outros departamentos, como já mencionei no artigo anterior, receberam acertadamente vagas de concurso. Como já fartamente documentado, e até hoje não contestado pela PROGRAD, diga-se de passagem, ainda faltam 4 vagas para nosso departamento.

Dada a decisão política de não conceder vagas ao Departamento, agimos institucionalmente requerendo manifestação formal da admi-nistração ao respeito do pactuado e não cumprido pela atual gestão. Simples assim. Ora, se tivesse havido o mínimo de bom senso institu-cional, a Administração Central já teria respondido ao que foi reitera-damente perguntado, justificando para nós suas escolhas e se comprometendo (como deve ser em uma gestão que se diz “transparente”, “democrá-tica” e “republicana”) em buscar e garantir mais vagas para concursos para o departamento em ocasiões futuras.

Por isso, reafirmo o que já levantei no texto anterior: - somente motivações que não podem ser reveladas ou que não podem ser as-sumidas, é que explicam o silêncio sepulcral até hoje vigente. Continuo com minha hipó-tese: - para que a profecia autorrealizada dos inimigos do REUNI se concretize, é preciso atacar o curso de relações internacionais. E qual era a profecia? Que o REUNI era o começo do fim da universidade pública, que o REUNI significava uma expansão irresponsável, que o REUNI era um pro-grama destinado ao fracasso, um plano do imperialismo ianque, etc.

Para tristeza dessas pessoas, que foram alçadas a cargos de gestão na atual administração, o curso de relações internacionais foi bem avaliado pela comissão de reconhecimento do MEC, tendo recebi-do nota máxima, apesar de todas as dificuldades que enfrentamos. Mas a própria comissão descreveu, em seu relatório, que o quadro de docentes “atende parcialmente” as demandas do curso. E até hoje não houve nenhuma manifestação da PROGRAD a respeito desse relatório, nenhum comentário sobre o teor do documento até o mo-mento, em especial a respeito do que ainda precisa ser garantido para a manutenção do padrão de qualidade do curso. Apenas uma men-sagem eletrônica de parabéns do Diretor Técnico de Ensino que, mes-mo sendo correta, coerente e gentil, é insuficiente para o adequado e isonômico tratamento institucional que a comunidade das relações internacionais exige e merece.

Ora, não é pelo fato de ter sido bem avaliado que o curso não precisa de mais professores. Aliás, é provável que alguns gestores pas-sem a usar isso como argumento para não cumprirem o acordado no passado... Pois não se trata de dizer, como a pró-reitora de gra-duação, que “o curso de relações internacionais não tem problemas de professores” (frase dita para a comissão do MEC em 11 de março de 2013), porque não é esse o ponto. Mesmo porque tal afirmação não é verdadeira! No atual semestre, por exemplo, o CNM cancelou uma disciplina por falta de professor junto ao curso e deixou de ofe-

recer três optativas CNM na grade curricular. Tais disciplinas são fundamentais para os estudantes do curso, que precisam fazer pelo menos 6 optativas código CNM para integralizar o currículo. Como temos uma pró-reitora que não nos ouve (e parece não querer ou-vir!), que também não dialoga e, portanto, não responde documentos a respeito de indagações sobre vagas REUNI, a mesma acaba tirando conclusões precipitadas a respeito de uma realidade que não conhe-ce minimamente. Por agir desse modo, fica-se com a impressão que nossa universidade tem uma pró-reitora de graduação que não está fazendo seu dever de casa.

Assim, apesar do reconhecimento oficial por parte do MEC de que a construção coletiva que iniciamos em 2008 esteja sendo bem sucedida, não me surpreenderão tentativas futuras, por parte de al-guns gestores, em prejudicar o curso e, principalmente, não reconhe-cer o que está documentado. Aliás, aproveito a oportunidade para comentar o tratamento “isonômico” que recebemos da AGECOM recentemente: as primeiras formaturas de cursos novos foram de-vidamente mencionadas na página oficial da UFSC (www.ufsc.br). A nossa, ocorrida em 4 de abril de 2013 não foi objeto de matéria institucional. Nenhuma linha mencionando nossa formatura! Que comunicação é essa, claramente discriminatória?

É preciso insistir, para ver se pela repetição certos gestores compre-endem: havia um compromisso institucional com a concessão de 15

vagas de concurso para professores. Não se trata de dizer que o curso de relações internacionais tem menos problemas do que outros cursos, como alardeado pela PROGRAD. Não é esse o ponto! O fundamental é que o departamento tem direi-to a essas vagas, inclusive para fazer seus ajustes internos. Inventar novos critérios, negar o pactu-ado, desconsiderar o esforço até agora feito pelos departamentos envolvidos, principalmente pelo Departamento de Economia e Relações Inter-nacionais, são todas formas de manifestação de uma única e decisiva questão: a atual adminis-tração não tem boas intenções para com o curso

de relações internacionais. É uma pena que misturem alhos com bugalhos e coloquem suas

antipatias pessoais e políticas à frente do que é institucional. Ainda não percebem e não têm a dignidade em reconhecer que o sucesso de um curso como o de Relações Internacionais é o sucesso institu-cional da UFSC. É o nome da nossa universidade que está em jogo. Quando um curso recebe nota máxima no MEC, em seu processo de reconhecimento, é sinal de que a UFSC fez algo correto. De que os departamentos envolvidos no curso atuaram positivamente! E, em particular, nós, do Departamento de Economia e Relações Interna-cionais, também somos UFSC. Parece óbvio, não? E é triste ter que ficar dizendo o óbvio em tempos de aparente “republicanismo”.

E por que não atuam institucionalmente, sinalizando para os atores envolvidos em tal curso, que a administração apoiará e agirá para que tal curso mantenha seu padrão? Isso começa (e aqui parece que é preciso ensinar o Pai Nosso para esses católicos) pelo simples cumprimento do dever: - responder o que foi perguntado em memo-randos e requerimentos. Depois, pela reafirmação de compromissos institucionalmente assumidos no passado.

Assim, pelo visto, teremos que trocar os sofás de tanto que espera-remos sentados para obter alguma simples resposta para perguntas elementares. Um certo pensador revolucionário alemão escreveu cer-ta vez que a prática é o critério da verdade. Eis a prática, até aqui, dos que discursam em defesa da institucionalidade e do diálogo. Di-álogo que só vale quando eles discursam… Infelizmente, para eles, nós não somos estátuas.* Professor do Departamento de Economia e Relações Internacionais

Ainda não percebem e não têm a dignidade em reconhecer que o sucesso de um curso como o de Relações Internacionais é o sucesso institucional da UFSC.

Page 8: Jornal do Sindicato dos Professores das Universidades ... · coordenação de Rosa Maria Cardoso Cunha e tendo Heloisa Starling ... que se iniciou bem antes, em 1935. Obviamente,

8 Florianópolis, 23 de maio de 2013Jornal da Apufsc

Publicação quinzenal do Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Santa Catarina (Apufsc-Sindical)

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OpiniãO

Recuperar o sentido da Universidade

Segundo Santos (Santos, Boaventura de Souza, A Universidade do século XXI, SP 2004) existe uma “crise institucional” da universida-de porque há uma contradição entre a autonomia institucional da universidade e sua produtividade social. A universidade é posta em xeque e se propõem outros modelos tidos como mais eficientes baseados em critérios de eficácia empresarial ou de responsabilidade social.

Na realidade, como escreve Ésther em sua dissertação de mestrado em economia aplicada (UFJF 11/2007) a universidade brasileira vive uma “eterna” crise de identidade. O campo da identidade é complexo e tem sido objeto de estudo por muitas ciências. Simplificando, pode-mos dizer que a identidade está relacionada fundamentalmente com as características e traços próprios de um indivíduo o comunidade.

Como o ser humano, a comunidade é histórica, muda com o tempo. A identidade igualmente vai mudando, mas o lógico é mudar sobre uma base dentro de um sentido, de uma direção de um alvo próprio.

No entanto, a crise mais importante é a "crise de hegemonia” que significou a crise de uma universidade que foi o lugar privilegiado da produção de verdadeira cultura e conhecimento científico avançado para uma cultura de massas impulsionada pela tecnologia da infor-mação. Esta crise da hegemonia inicia ao final do século XIX e será mais visível na segunda metade do século XX.

No século XIX, os empresários descobriram o potencial comercial do jornalismo como negócio lucrativo e surgiram as publicações simi-lares aos diários atuais. Aparecem as rotativas que imprimem milhares de jornais por hora e em 1880 aparece nos jornais a fotografia. A cultura de massas estava em seu início.

Ortega e Gasset, o reconhecido filósofo espanhol, que havia obser-vado em forma pioneira o fenômeno das massas escreve que a rebelião das massas indicava, por uma parte o positivo crescimento que a vida humana experimentava, em todas as camadas sociais, em aqueles tempos mas igualmente o negativo da desmoralização radical da humanidade por motivos que não podemos analisar neste comentário.

Em seu livro “A Missão da Universidade” em 1930 indica que na vida pública de aquela época não existia mais poder espiritual (cultural) que o Jornal. A Igreja tinha perdido seu poder por não observar o presente e o Estado porque, numa democracia, depende da opinião pública e estava entregue ao Jornal (que pensar atualmente com a TV e internet).

O mercado audiovisual privatizado, como é atualmente, tem uma

estrutura comercial: deve submeter-se à publicidade privada ou dos governos. A publicidade explora claramente o que podemos denominar o “eu reptilico” (filogeneticamente derivado do réptil) do ser huma-no: sexo impessoal, poder, egoísmo total, figuração,violência etc. As necessidades dos governos, por outra parte, censuram e desfiguram a verdade, assim mentem.

As mentiras dos meios de comunicação aparecem nas meias verda-des e na seleção de temas e como se comunicam. Podem ser observadas, claramente, nas diferenças astronômicas entre as cifras declaradas pelos organizadores de uma greve ou manifestação e as declaradas pelos governos. Hoje observamos, por exemplo, como alguma impren-sa escreve que Espanha, Grécia e Portugal estão fazendo os deveres e sacrifícios necessários e que tudo vai ser solucionado. No entanto, sabemos claramente que as pessoas que tinham pouca culpa pagam com o sacrifício de suas casas, de seu trabalho, de sua comida e ficam impunes todos os grandes banqueiros, políticos etc. que levaram a crise.

Por isso Ortega escrevia já em 1930: “Europa caminha desde muito tempo com a cabeça para baixo e os pés fazendo piruetas no alto deve-se ao império indiviso da imprensa, único “poder espiritual””. Que podemos dizer do Brasil dominado por enlatados de Hollywood.

Por estes motivos, como primeiro objetivo, para recuperar o real sentido da universidade, mais profundamente sua identidade real, a universidade, inicialmente, deve procurar intervir na atualidade, como tal universidade, tratando os grandes temas do dia desde o ponto de vista cultural,científico e profissional. Deve impor seu “poder espiritual” superior frente à imprensa.

Isto significa estimular o “eu espiritual” da universidade que é o eu da solidariedade, do arte, da ciência, da filosofia , do amor verdadeiro, para superar o eu réptilico que nos domina.

Para satisfazer este objetivo, a Apufsc procura criar um grupo de professores realmente interessados para estudar algo fundamental para o país e nossa sociedade: Transformar a Universidade em consciência crítica da nação.

Todos estes temas, considerados brevemente, devem ser objeto de diálogo, e objeto de outras notas no futuro.

Rosendo A. Yunes*

* Professor Voluntário do Departamento de Química