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Ó RGˆO DE DIVULGA˙ˆO DAS ATIVIDADES DO S ENADO F EDERAL A NO V N” 846 B RAS˝LIA, QUARTA- FEIRA, 31 DE MAR˙O DE 1999 JORNAL DO SENADO JORNAL DO SENADO Senado aprova fim do kit de primeiros socorros O Senado aprovou ontem o projeto de lei que acaba com a obrigatoriedade do kit de primeiros socorros nos veícu- los que circulam no país. A matéria será encaminhada agora ao presidente da Repú- blica, para sanção ou veto. A proposta, de autoria do deputado Padre Roque, revo- ga o artigo 112 do Código de Trânsito Brasileiro, que esta- belece essa exigência. Duran- te a votação, o senador Casil- do Maldaner apresentou Projeto da Câmara dos Deputados, que revoga o artigo 112 do Código de Trânsito Brasileiro e elimina a obrigatoriedade, serÆ agora enviado ao presidente da Repœblica, para sançªo emenda de plenário preven- do que o kit passaria a ser exigido apenas nos carros novos. O relator de plenário, senador José Fogaça, reco- mendou voto contrário à emenda, que foi considerada prejudicada após a aprovação do projeto. Diversos senadores se ma- nifestaram sobre o assunto, a maioria considerando o kit desnecessário ou lembrando que leigos não devem tentar socorrer pessoas feridas. COMO ANDAM AS CPIs 1 2 3 ACM: reforma do JudiciÆrio vai avançar A CPI do JudiciÆrio iniciarÆ seus trabalhos na semana que vem, anun- ciou ontem o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhªes. Ele afir- mou que o andamento das investi- gaçıes nªo prejudicarÆ os estudos sobre a reforma do JudiciÆrio na Câ- mara. Sem a instalaçªo da CPI, di- ficilmente a reforma terÆ curso, dis- se Antonio Carlos, acrescentando que o trabalho da comissªo vai dar os elementos para que essa reforma seja feita. O senador previu resultados aus- piciosos do trabalho da CPI, nªo só do ponto de vista da investigaçªo, mas, sobretudo, da contribuiçªo que serÆ dada à nova estrutura do Judi- ciÆrio no Brasil. Para ele, a CPI do JudiciÆrio tambØm nªo prejudicarÆ a do sistema financeiro. Jader formaliza pedido para investigar bancos O líder do PMDB, senador Jader Barbalho, formalizou ontem, perante a Mesa do Senado, o requerimento de criaçªo da CPI para investigar denœncias de irregularidades no sistema financeiro. Ele informou que o pedido conta com cerca de 70 assinaturas e admitiu que a comissªo poderÆ ser mista, pois o deputado Aloísio Mercadante jÆ reuniu 171 assinaturas de deputados federais com o mesmo objetivo. P`GINAS 4 E 5 Simon quer descobrir tambØm os corruptores Deixando claro que sua iniciativa nªo pode servir de pretexto para impedir as CPIs do JudiciÆrio e do Sistema Financeiro, o senador Pedro Simon defendeu ontem a criaçªo da Comissªo Parlamentar de InquØrito dos Corruptores. Ele anunciou que pretende pedir urgŒncia na votaçªo de um recurso contra o arquivamento dessa CPI, jÆ requerida anteriormente, e afirmou que o Senado pode trabalhar em trŒs investigaçıes ao mesmo tempo. Antonio Carlos Magalhªes conversou ontem com Jader Barbalho e disse que a CPI do JudiciÆrio nªo prejudica a dos Bancos Pedro Simon acredita que o Senado pode realizar as trŒs CPIs ao mesmo tempo O senador Lúcio Alcântara, presidente do Instituto Teotônio Vilela, disse ontem, ao abrir o seminário da série Encontros Internacionais sobre o Futuro da Social Democracia (foto), que o evento faz parte de um esforço do PSDB, incentivado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, para debater a doutrina. PÁGINA 8 PÁGINA 3 PlenÆrio vota normas para coleta de sangue O plenário do Senado vota hoje projeto que regulamenta a coleta, o processamento e a transfusão de sangue. A matéria é originária da Câmara e recebeu emenda na Comissão de Assuntos Sociais, proposta pelo relator, o então senador José Alves. PÁGINA 2

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Ó R G Ã O D E D I V U L G A Ç Ã O D A S AT I V I D A D E S D O S E N A D O F E D E R A L A N O V � Nº 846 � B R A S Í L I A, QUARTA- FEIRA, 31 D E MARÇO D E 1999

JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADOSenado aprova fim do

kit de primeiros socorrosO Senado aprovou ontem o

projeto de lei que acaba coma obrigatoriedade do kit deprimeiros socorros nos veícu-los que circulam no país. Amatéria será encaminhadaagora ao presidente da Repú-blica, para sanção ou veto.

A proposta, de autoria dodeputado Padre Roque, revo-ga o artigo 112 do Código deTrânsito Brasileiro, que esta-belece essa exigência. Duran-te a votação, o senador Casil-do Maldaner apresentou

Projeto da Câmara dos Deputados, que revoga o artigo 112 do Código de TrânsitoBrasileiro e elimina a obrigatoriedade, será agora enviado ao presidente da República, para sanção

emenda de plenário preven-do que o kit passaria a serexigido apenas nos carrosnovos. O relator de plenário,senador José Fogaça, reco-mendou voto contrário àemenda, que foi consideradaprejudicada após a aprovaçãodo projeto.

Diversos senadores se ma-nifestaram sobre o assunto, amaioria considerando o kitdesnecessário ou lembrandoque leigos não devem tentarsocorrer pessoas feridas.

COMO ANDAM AS CPIs

1

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3

ACM: reformado Judiciáriovai avançar

A CPI do Judiciário iniciará seustrabalhos na semana que vem, anun-ciou ontem o presidente do Senado,Antonio Carlos Magalhães. Ele afir-mou que o andamento das investi-gações não prejudicará os estudossobre a reforma do Judiciário na Câ-mara. �Sem a instalação da CPI, di-ficilmente a reforma terá curso�, dis-se Antonio Carlos, acrescentando queo trabalho da comissão vai �dar oselementos� para que essa reformaseja feita.

O senador previu �resultados aus-piciosos� do trabalho da CPI, �nãosó do ponto de vista da investigação,mas, sobretudo, da contribuição queserá dada à nova estrutura do Judi-ciário no Brasil�. Para ele, a CPI doJudiciário também não prejudicará ado sistema financeiro.

Jader formaliza pedidopara investigar bancosO líder do PMDB, senador Jader Barbalho,formalizou ontem, perante a Mesa do Senado, orequerimento de criação da CPI para investigardenúncias de irregularidades no sistemafinanceiro. Ele informou que o pedido conta comcerca de 70 assinaturas e admitiu que a comissãopoderá ser mista, pois o deputado AloísioMercadante já reuniu 171 assinaturas dedeputados federais com o mesmo objetivo.

PÁGINAS 4 E 5

Simon quer descobrirtambém os corruptoresDeixando claro que sua iniciativa não pode servirde pretexto para impedir as CPIs do Judiciário edo Sistema Financeiro, o senador Pedro Simondefendeu ontem a criação da ComissãoParlamentar de Inquérito dos Corruptores. Eleanunciou que pretende pedir urgência na votaçãode um recurso contra o arquivamento dessa CPI,já requerida anteriormente, e afirmou que oSenado pode trabalhar em três investigaçõesao mesmo tempo.

Antonio Carlos Magalhães conversou ontem com Jader Barbalho edisse que a CPI do Judiciário não prejudica a dos Bancos

Pedro Simonacredita que oSenado poderealizar as três CPIsao mesmo tempo

Osenador Lúcio Alcântara, presidente do InstitutoTeotônio Vilela, disse ontem, ao abrir o seminárioda série Encontros Internacionais sobre o Futuro da

Social Democracia (foto), que o evento faz parte de umesforço do PSDB, incentivado pelo presidente FernandoHenrique Cardoso, para debater a doutrina.

PÁGINA 8

PÁGINA 3

Plenário vota normaspara coleta de sangue

O plenário do Senado vota hoje projeto que

regulamenta a coleta, o processamento e a transfusão

de sangue. A matéria é originária da Câmara e recebeu

emenda na Comissão de Assuntos Sociais, proposta

pelo relator, o então senador José Alves.

PÁGINA 2

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JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO BRASÍLIA, QUARTA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 19992

QUARTA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 1999

JORNAL DO SENADO

MESA DO SENADO FEDERAL

Presidente: Antonio Carlos Magalhães 1º Vice-Presidente: Geraldo Melo2º Vice-Presidente: Ademir Andrade

1º Secretário: Ronaldo Cunha Lima2º Secretário: Carlos Patrocínio3º Secretário: Nabor Júnior4º Secretário: Casildo Maldaner

Suplentes de Secretário: Eduardo Suplicy - Lúdio Coelho Jonas Pinheiro - Marluce Pinto

www.senado.gov.br - E-mail: [email protected] - tel.: 0800 612211 - fax: (061) 311 3137

Diretor-Geral do Senado: Agaciel da Silva MaiaSecretário-Geral da Mesa: Raimundo Carreiro Silva

Diretor da Sec. de Comunicação Social: Fernando Cesar Mesquita (061) 311-7115Diretor de Divulgação e Integração: Helival Rios (061) 311-1070

Diretor do Jornal do Senado: Flávio de Mattos (061) 311-3336Diretor da Agência Senado: José do Carmo Andrade (061) 311-3327

Editor-Chefe: Djalba LimaEditores: Marcos Magalhães, Sylvio Guedes, João Carlos Ferreira da Silva e Sylvio Costa

Diagramação: Sergio Luiz, Wesley Bezerra de Carvalho e Osmar MirandaRevisão: Lindolfo Amaral, Maria das Graças Aureliano e Miqueas Dantas de Morais

Fotos: Célio Azevedo, Márcia Kalume, Adão Nascimento, Roosevelt Pinheiro, Waldemir Rodrigues, José Cruz e Jane Araújo

Impresso pelaSecretaria Especial

de Editoração ePublicações

Endereço: Praça dos Três PoderesEd. Anexo I do Senado Federal,

15º e 16º andaresBrasília - DF - 70165-920

O noticiário do Jornal do Senado éproduzido pela equipe de jornalistas da

Subsecretaria Agência Senado

A proposta de emenda constitucio-nal que extingue os juízes classistas daJustiça do Trabalho volta hoje à pautada Comissão de Constituição, Justiça eCidadania (CCJ). A comissão, presidi-da pelo senador José Agripino Maia(PFL-RN), analisa parecer do senadorJefferson Péres (PDT-AM) sobre emen-das oferecidasem plenário. Osubst i tu t i votambém tratada proporcio-nalidade dacomposiçãodo TribunalSuperior doTrabalho.

A CCJ vota também substitutivodo senador Romeu Tuma (PFL-SP)ao projeto da Câmara que tornaobrigatória a avaliação psicológicanos concursos públicos para as po-lícias civil e militar e para o corpode bombeiros.

Os integrantes da comissão anali-sam ainda parecer do senadorFrancelino Pereira (PFL-MG) favorá-vel à aprovação do projeto de autoriado Poder Executivo que estabelecenormas gerais para perda de cargo pú-blico por excesso de despesa.

Extinção declassistas napauta da CCJ

hoje de manhã

O plenário do Senado vota hoje, emsessão que começará às 10h, proje-to que regulamenta a coleta, o pro-cessamento e a transfusão de sangue.A proposta proíbe a comercializaçãode qualquer tipo de sangue e seuscomponentes.

Trata-se de um projeto oriundo daCâmara e que recebeu emenda na Co-missão de Assuntos Sociais (CAS),proposta pelo relator, o então sena-dor José Alves. O projeto original dosdeputados também proíbe a comer-cialização dos hemoderivados, que

Plenário vota projeto queproíbe comércio de sangue

Proposta oriunda da Câmara recebeu emenda na Comissão deAssuntos Sociais, proposta pelo relator, o ex-senador José Alves

são produtos oriundos do sangue to-tal ou do plasma.

José Alves ponderou que, com a proi-bição de comércio, o Brasil não pode-rá mais importar tais hemoderivados,afetando a saúde de muitos brasileiros,entre eles os queimados, os politrau-matizados e os que sofrem grandes ci-rurgias. Os senadores da CAS apoiaramo parecer de José Alves.

Ainda hoje, o plenário fará a últi-ma discussão, em primeiro turno, doprojeto do senador licenciado JoséSerra (PSDB-SP) que muda artigos da

Constituição que tratam do SistemaFinanceiro Nacional.

O projeto prevê a revogação de to-dos os incisos e parágrafos do artigo192, o qual fixa, entre outras coisas,em 12% ao ano a taxa de juros reaismáxima permitida no país.

A proposta recebeu várias emen-das de plenário e, por isso, devevoltar ao exame da Comissão deConstituição, Justiça e Cidadania(CCJ) para que o relator, senadorJefferson Péres (PDT-AM), se ma-nifeste sobre elas.

A G E N D AA G E N D A

Antonio Carlos MagalhãesPresidente

11h - Preside sessão deliberativa ordinária

PLENÁRIO

10h - Sessão deliberativa ordináriaPauta: *PLC nº 1/99, que regulamenta o parágrafo 4º do art. 199 da Constituição federal, relativo à coleta,processamento, estocagem, distribuição e aplicação do sangue, seus componentes e derivados; quinto e último diade discussão, em primeiro turno, da *PEC nº 21/97, que elimina da Constituição a limitação dos juros reais em 12%ao ano; *Requerimento nº 87/99, que solicita, nos termos regimentais, a tramitação conjunta do PLC nº 2/99 com oPLS nº 33/99, por versarem sobre a alteração do nome do Aeroporto Internacional de Brasília; *PDL nº 146/98, queaprova o texto do Acordo sobre Isenção Parcial de Visto, celebrado entre Brasil e Tailândia; e *PDL nº 147/98, queaprova o texto da Convenção sobre Prevenção e Punição de Crimes Contra Pessoas que Gozam de Proteção Internacional,inclusive agentes diplomáticos, concluída em Nova York, em 14 de dezembro de 1973, com a reserva prevista noparágrafo 2º do art. 13 da convenção.

COMISSÃO

9h30 - Comissão de Constituição, Justiça e CidadaniaPauta: *PLC nº 8/99, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial(Sinmetro); *PLC nº 9/99, que dispõe sobre as normas gerais para perda de cargo público por excesso de despesas;*PLC nº 11/97, que dispõe sobre a destinação do produto da alienação de terras devolutas da União; *PLC nº 21/97, que dispõe sobre norma geral de organização que torna obrigatória a avaliação psicológica periódica dosintegrantes das polícias e corpos de bombeiros militares e civis; *PEC nº 63/95, que altera e revoga dispositivosda Constituição federal pertinentes à Justiça do Trabalho; *PLC nº 6/99, que disciplina os limites das despesascom pessoal, na forma do art. 169 da Constituição; *PLS nº 89/98, que modifica a Lei Complementar nº 82/95;e *PDL nº 01/97, que susta os efeitos da aprovação do presidente da República à nota Conjur/Minfra nº 0024/92, através da Exposição de Motivos nº 0019/92, do ministro de Estado da Infra-Estrutura, publicada em 24/3/92. Ala Senador Alexandre Costa - Sala 5

ESPECIAL

12h - Cultura ao Meio-Dia. Filme: O Rei Pasmado e a Rainha Nua, de Imanol Uribe. Auditório Petrônio Portella

PREVISÃO PARA A PRÓXIMA SEMANA

PLENÁRIO

Segunda-feira (5.4.99)14h30 - Sessão não deliberativa

Terça-feira (6.4.99)14h30 - Sessão deliberativa ordináriaPauta: *Requerimento nº 106/99, que solicita, nos termos regimentais, a tramitação conjunta dos PLS nºs 63, 97 e159/99, por versarem sobre campanhas publicitárias de empresas fabricantes de cigarro e bebidas alcoólicas;*Requerimento nº 79/99, que solicita, nos termos regimentais, a tramitação conjunta dos PLS nºs 63 e 97/99, porversarem sobre campanhas publicitárias de empresas fabricantes de cigarro e bebidas alcóolicas; e *Requerimentonº 94/99, que solicita que sobre o PLC nº 1/96 (nº 1.727/91, na Casa de origem), que institui, para os estados, DFe municípios, compensação financeira pela geração de energia elétrica em centrais nucleares, além da comissãoconstante do despacho inicial de distribuição, seja ouvida, também, a de Serviços de Infra-Estrutura.

Quarta-feira (7.4.99)14h30 - Sessão deliberativa ordináriaPauta: *PDL nº 4/99, que aprova o texto do acordo comercial celebrado entre Brasil e Indonésia, em Brasília, em 24/9/96; e *PDL nº 11/98, que aprova o texto do acordo sobre serviços aéreos, celebrado entre Brasil e Hungria, emBrasília, em 3/4/97.

Quinta-feira (8.4.99)14h30 - Sessão deliberativa ordináriaPauta: *PDL nº 6/99, que aprova o texto do Convênio Interamericano sobre Permissão Internacional de Radioamador,aprovado em Washington, em 8/7/95.

Sexta-feira (9.4.99)9h - Sessão não deliberativa

ESPECIAL

Segunda-feira (5.4.99)14h30 - Abertura do seminário �Visão Geral do Senado Federal�, realizado pelo Instituto Legislativo Brasileiro,destinado aos servidores que acabam de ingressar na Casa. Ala Senador Nilo Coelho - Sala 2

Jefferson Péres

O filme O Rei Pasmado e a RainhaNua é a atração de hoje do projeto Cul-tura ao Meio-Dia. Uma co-produçãoentre Espanha, França e Portugal, comdireção de Imanol Uribe, o filme é umacomédia corrosiva, baseada em ro-mance homônimo de Gonzalo Torren-te Bellester. Com entrada franca, a pe-lícula será apresentada no Auditório Pe-trônio Portella, no Senado Federal.

Atacando a “hipocrisia” da IgrejaCatólica e da aristocracia, em uma

Filme espanhol é atração do diaprodução luxuosa, com trama mor-daz, inteligente e cheia de intrigas, ORei Pasmado e a Rainha Nua é am-bientado em 1620, em plena Inqui-sição. A trama mostra um jovem reiespanhol que perde a virgindadecom uma prostituta, fica fascinado einsiste em ver a rainha nua. O elen-co é composto por Laura Del Sol,Gabino Diego, Juan Diego, EuzébioPoncela, Fernando Gomes, AnneRoussel e Maria Barranco.

Projeto do senador Carlos Patro-cínio (PFL-TO) modifica a legislaçãoque trata das condições para regis-tro e porte de armas de fogo, aumen-tando as penas para as infrações co-metidas. Na justificação da matéria,o senador diz que pretende aprimo-rar a Lei 9.437, estabelecendo dife-renças na caracterização dos crimese nas penas a eles aplicadas.

A lei atual não distingue, na impu-tação de penalidade, crimes relacio-nados com o porte legal, o porte semregistro e o comércio de armas. Pelaproposta do senador, aqueles queportarem armas sem a devida permis-são terão pena menor que aquelesque fabricarem ou comercializaremarmas sem autorização. No primeirocaso, a pena varia de um a dois anos

Patrocínio propõe mudançasna lei de armas de fogo

e, no segundo, de um a três anos dedetenção:

– A gravidade dos delitos, seu po-tencial agressivo à sociedade e suaculpabilidade são bastante diversos.Como puni-los com a mesma pena?Além de contrariar a doutrina jurídi-ca, é profundamente injusto – afir-ma o senador.

Em todos os casos, se a arma forde uso restrito a pena pode chegar aaté cinco anos de prisão. A matériaestá sendo examinada pela Comissãode Constituição, Justiça e Cidadania(CCJ), em caráter terminativo.

Patrocínio também encaminhouprojeto que acaba com a obrigatori-edade do exame médico para quemfor ocupar cargo público, nomeadosegundo critério de confiança.

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BRASÍLIA, QUARTA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 1999 3JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO

Agripino (D), ao lado de Ramez Tebet,prometeu organizar a pauta de discussões

sobre o projeto de Arruda (foto menor)

Representantes do Comitê Nacionalde Familiares de Vítimas da Violênciaestiveram reunidos ontem com o pre-sidente da Comissão de Constituição,Justiça e Cidadania (CCJ), senador JoséAgripino Maia (PFL-RN), e com o senadorJosé Roberto Arruda(PSDB-DF) solicitandoaudiência pública naCCJ para debates sobrea proposta de emendaconstitucional que di-minui de 18 para 16anos a imputabilidadepenal.

A proposta, de inicia-tiva de Arruda, tornaimputáveis os menoresde 18 anos e os maiores de 16, quan-do constatado o amadurecimento inte-lectual e emocional do autor do crime:

– Se o jovem de 16 anos pode votar,deve poder ser preso também. No en-tanto, a maior intenção da proposta éabrir a discussão. Caberá à lei regularem que situações a pessoa poderá serpunida – argumentou Arruda.

O plenário aprovou ontem o projetode lei que acaba com a obrigatorieda-de do kit de primeiros socorros emtodos os carros que circulam no país.O projeto será encaminhado imediata-mente ao presidente da República, parasanção ou veto.

A proposta, de autoria do deputadoPadre Roque (PT-PR), revoga o artigo112 do Código de Trânsito Brasileiro,que previa a exigência. Durante a vota-ção, o senador Casildo Maldaner(PMDB-SC) apresentou emenda de ple-nário prevendo que o kit passaria a serexigido apenas nos carros novos e es-pecificando seus itens, incluindo umressuscitador cárdio-pulmonar.

O relator de plenário, senador JoséFogaça (PMDB-RS), recomendouvoto contrário à emenda e sugeriuque Casildo Maldaner apresente umprojeto separado tratando do assun-to. Alertou, no entanto, que o kit pre-visto por Maldaner poderá aumen-tar os preços dos carros. A emendafoi considerada prejudicada após aaprovação do projeto.

O senador Francelino Pereira (PFL-MG), que foi presidente da comissãodo Senado que analisou o novo Códi-go de Trânsito, manifestou-se da tri-buna contra o fim do kit, ponderan-do que o Congresso deveria examinarem conjunto os 56 projetos em trami-tação que alteram o Código (8 no Se-nado e 48 na Câmara). “Há uma certaintenção de desmantelamento do novocódigo”, afirmou.

Francelino informou que irá relatarna Comissão de Constituição, Justiça eCidadania (CCJ) projeto que autorizajovens entre 16 e 18 anos a tiraremcarteira de motorista. Também irá re-latar outro projeto que cria facilidadespara motoristas que se candidatam a

O presidente da CCJ posicionou-se fa-voravelmente à audiência pública. Eledisse que pretende organizar a pauta dacomissão, definir as pessoas e entida-des que participarão da audiência, sem

prejudicar a rotina dacomissão “A simplesdiscussão da matéria jápode inibir certas inici-ativas”, acredita.

Participaram do en-contro com os senado-res parentes de vítimasda violência, especial-mente aquelas cometi-das por indivíduos me-nores de idade. Deacordo com SérgioMurilo Júnior, coorde-

nador do comitê, criado há cerca deum mês, a idéia da entidade é organi-zar e coordenar as ações dessas pes-soas, “que lutavam por conta própria”.

O comitê está procurando centrali-zar as informações relativas aos crimescometidos contra membros das famí-lias de seus membros e acompanharos processos na Justiça.

Senador JoséRoberto Arruda,

autor da proposta,acha que quem jápode votar podeser preso, se forconstatado seu

amadurecimento

Fim do kit de primeirossocorros vai à sanção

Projeto da Câmara, aprovado ontem pelo plenário do Senado, acabacom obrigatoriedade prevista no Código de Trânsito Brasileiro

dirigir motor home (trailler montadoem cima de veículos) e pretende pro-mover audiências públicas sobre asduas propostas.

Durante o debate, o senador RamezTebet (PMDB-MS) defendeu o fim daexigência do kit de primeiros socor-ros, sustentando que ele “é uma inuti-lidade total” e até os médicos recomen-dam que as pessoas leigas não devemtentar socorrer feridos em acidentesde trânsito. “Um motoristadespreparado que tentar ajudar umacidentado pode até mesmo matá-lo oudeixá-lo paraplégico e, aprovando esteprojeto, o Congresso está dando umaresposta imediata aos reclamos da po-pulação”, disse.

Tião Viana (PT-AC), lembrando suacondição de médi-co, concordou comTebet e discordouda intenção de Ca-sildo Maldaner deexigir respiradorcárdio-pulmonarem kit de primeirossocorros dos carrosnovos. Marina Silva(PT-AC), líder doBloco Oposição, su-geriu o reforço daestrutura dos veícu-los, o que poderáproteger mais a vidados motoristas epassageiros.

Já a senadoraEmília Fernandes(PDT-RS) disse queraramente uma pes-soa tem condiçõesde usar correta-mente o kit “num

momento de pânico e nervosismo apósum acidente”. Ela lembrou a existên-cia de propostas destinadas a exigir dosmotoristas cursos de primeiros socor-ros e acha que isso levará “à criaçãode cursinhos sobre o assunto, aumen-tando os custos para se tirar habilita-ção de motorista”.

José Jorge (PFL-PE) observou que oCongresso deve “ser mais cauteloso”ao aprovar medidas que possam one-rar gastos das pessoas, como foi o casodo kit. Disse ter recebido carta de umempresário que, depois de investir nafabricação do kit de primeiros socor-ros, agora não tem como vender suaprodução.

Senadores derrubaram a obrigatoriedadedo uso do kit de primeiros socorros,

em vigor desde o primeiro dia do ano

Plenário aprova acordosobre contrabando de armas

“Pelo amor, dom Hélder entregou-seao sacerdócio, tomando votos aos 22anos de idade. Com abnegação, colocou-se ao lado dos pobres, dos desvalidosda sorte, fazendo-se irmão de todos.Com destemor, enfrentou os poderosos,lutando em defesa de quantos estiveramameaçados pela ação repressora do re-gime militar e, sem levantar críticas aquem quer que fosse, empenhou-se napropagação das idéias de não-violência,como caminho a ser trilhado para asconquistas sociais.” As declarações fo-ram feitas pelo senador Ramez Tebet(PMDB-MS) ao homenagear dom Hél-der Câmara, arcebispo emérito de Olin-da e Recife, pelo seu 90º aniversário.

Tebet exaltadestemor dedom Hélder

Audiência pública daCCJ debaterá punição

para menor de 18 anos

O Paraguai vai fornecer ao governodo Brasil o nome de todos os brasilei-ros que comprarem armas naquele país,inclusive com detalhes sobre o tipo e ocalibre dos armamentos. As autoridadesbrasileiras fornecerão as mesmas infor-mações sobre compras paraguaias emterritório nacional, conforme acordoentre os dois países aprovado ontempelo plenário do Senado.

O acordo, que busca reduzir o con-trabando de armas, foi assinado emoutubro de 1996 pelo presidente Fer-nando Henrique Cardoso e pelo entãopresidente Juan Carlos Wasmosy. As in-formações, de acordo com o texto, se-rão repassadas pelas autoridades dosdois países a cada mês.

O relator da matéria na Comissão deRelações Exteriores, senador RomeuTuma (PFL-SP), destacou em seu pare-cer que a vulnerabilidade das fronteirasentre os dois países “é hoje um pontocrítico para a segurança internacional epara a segurança coletiva”. Para ele, tra-ta-se de medida de caráter preventivo quepode propiciar resultados melhores quea recente lei que criminaliza o porte dearma de fogo, “de duvidosa eficácia”.

Os senadores aprovaram também umacordo assinado em novembro de 97entre o Brasil e a Argentina para que sejacriada uma comissão de cooperação edesenvolvimento fronteiriço. O relator,senador Lúdio Coelho (PSDB-MS), apre-sentou parecer favorável.

em programas habitacionais de ca-ráter social:

– Nos dias de hoje não se questi-ona mais a necessidade de a Uniãosubsidiar o custo de imóveis paraservidores públicos residentes emBrasília. A cidade oferece um mer-cado imobiliário mais que suficien-te e competitivo para acomodar taisservidores. Já vai longe o tempo emque Brasília tinha um mercado imo-biliário incipiente – argumenta.

Luiz Estevão esclarece ainda queo projeto de sua iniciativa tem como“objetivos primordiais a racionaliza-ção dos recursos públicos, dimi-nuindo-os drasticamente, e des-montando o custoso aparato admi-nistrativo que gerencia os imóveis”.

A venda dos imóveis residenciais depropriedade da União situados no DF,no prazo de 18 meses após a aprova-ção da lei, mediante concorrênciapública, é o que prevê projeto de au-toria do senador Luiz Estevão (PMDB-DF) encaminhado à Comissão deConstituição, Justiça e Cidadania (CCJ)para deliberação terminativa.

O projeto exclui da venda os imó-veis destinados às Forças Armadasagrupados em vilas ou setores mili-tares e oferece a possibilidade decompra aos atuais moradores, comfinanciamento da Caixa EconômicaFederal. Além disso, estabelece queo valor apurado em decorrência daalienação dos imóveis será converti-do em renda da União, e aplicado

Projeto de Estevão prevêvenda de imóveis funcionais

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JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO BRASÍLIA, QUARTA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 19994

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP)disse que, a exemplo da CPI do Orça-mento, a opinião pública pode ajudara CPI dos Corruptores, que o senadorPedro Simon (PMDB-RS) quer desar-quivar na Comissão de Constituição,Justiça e Cidadania (CCJ). Suplicy lem-brou que há poucos meses uma senho-ra da cidade de São Paulo resolveu de-nunciar a um promotor que estava sen-

Suplicy aposta no apoio da opiniãopública às investigações dos senadores

do instada a pagar propina a fiscaispara que sua academia de ginásticapudesse funcionar. “Este fato encora-jou outras denúncias de comerciantese camelôs que levaram ao desbarata-mento de uma rede de corrupção queenvolve a prefeitura e a Câmara de Ve-readores”, afirmou o senador.

Suplicy explicou, em aparte a pro-nunciamento de Pedro Simon, que esse

Pedro Simon volta a defenderpunição para os corruptores

Uma oportunidade para o Con-gresso Nacional resgatar sua cre-dibilidade junto à sociedade. Assim,a senadora Heloísa Helena (PT-AL)definiu ontem a instalação de co-missões parlamentares de inquéri-to, em especial a destinada a inves-tigar denúncias de corrupção en-volvendo políticos e empreiteiras,surgidas a partir do relatório da CPIdo Orçamento. Heloísa Helena elo-giou a iniciativa do senador PedroSimon (PMDB-RS), que pretendeinvestigar os corruptores.

Congresso tem oportunidade deresgatar credibilidade, diz Heloísa

A instalação de comissões parla-mentares de inquérito servirá, naopinião do senador Roberto Satur-nino (PSB-RJ), para formar convic-ção nos parlamentares que votarãoas reformas política e do Judiciário.

– Não aceito o argumento queduas ou três CPIs atrapalharão a vo-tação das reformas. Ao contrário,acredito que elas fornecerão ele-mentos de convicção para votaçãodas reformas.

De acordo com Saturnino, os tra-balhos da CPI do Judiciário serãoimportantes para a reforma da Jus-tiça. Já as investigações da CPI dasempreiteiras, proposta pelo senadorPedro Simon (PMDB-RS), trarão es-clarecimentos sobre a relação entrepolíticos e empresários, e formarãoopiniões para a votação da reformapolítica. Saturnino considera as co-missões uma oportunidade para queo Senado cumpra sua função de fis-calizar os atos do poder público.

– Podemos compartilhar o traba-lho de todas as comissões. Isso sóserá difícil se a Casa trabalhar ape-nas às terças, quartas e quintas-fei-ras – afirmou o senador fluminense.

O senador Pedro Simon informouao plenário que já há um compro-misso do presidente do Senado, An-tonio Carlos Magalhães, de que ossenadores trabalhem inclusive às se-gundas e sextas-feiras.

Comissõespodem formaropiniões, diz

Saturnino

O senador José Fogaça (PMDB-RS)afirmou ontem que é hora de punirnão apenas os políticos e funcionári-os públicos envolvidos com a corrup-ção, mas também os corruptores. Emaparte ao pronunciamento do senadorPedro Simon (PMDB-RS), que pediuo desarquivamento do pedido de in-vestigação no Senado das empresasenvolvidas com o escândalo do Orça-mento, Fogaça afirmou que vê “ummundo dividido”, no que se refere àspunições.

– De um lado, o setor público, comdeputados cassados, funcionários pú-blicos punidos, e do outro lado, em-presas privadas altamente beneficia-das. Todas as CPIs só recomendarampunições para um lado – destacou.

Fogaça elogiou a insistência de Si-mon em não deixar que o assuntocaia no esquecimento. “É uma dig-na teimosia de Simon, que não dei-xa que se ponha uma pedra em cimadisso”, comentou.

apoio da opinião pública está propician-do mudanças importantes na administra-ção municipal e na correlação de for-ças políticas no município, uma vez queo prefeito Celso Pitta rompeu com seupadrinho político, o ex-prefeito PauloMaluf, e saiu do PPB. O senador disseacreditar que pessoas de todo o Brasilvão colaborar para que a CPI dosCorruptores faça um bom trabalho.

Ressalvando que não deseja que suaidéia sirva de pretexto para impedir ainstalação das CPIs do Judiciário e doSistema Financeiro, o senador Pedro Si-mon (PMDB-RS) defendeu ontem a ins-talação da CPI dos Corruptores. Comohá uma decisão na Comissão de Consti-tuição, Justiça e Cidadania (CCJ) para oarquivamento dessa CPI, o parlamentarpretende pedir na próxima semana ur-gência na votação de um recurso parainstalá-la. Na opinião do parlamentar, oSenado pode perfeitamente realizar es-sas três comissões de inquérito.

– Eu acho que, de repente, essas Ca-sas – a Câmara e o Senado – podemfazer aquilo em que ninguém acredita.Porque na verdade ninguém acreditaque estamos dispostos a trabalhar paravaler – afirmou.

Conforme Pedro Simon, uma indaga-ção freqüente na imprensa é sobre comoo Legislativo vai trabalhar com três CPIsno Senado e duas na Câmara, todas fun-cionando ao mesmo tempo. “Então, aexpectativa é a pior possível. Dizem queJader Barbalho propôs a dele para difi-cultar a do Antonio Carlos Magalhães; eque o Simon entrou com uma terceira

O senador pretende pedir, na próxima semana, urgência para a votação de umrecurso destinado a permitir a abertura da comissão, que foi arquivada pela CCJ

que é para não sair nada”, afirmou.Ele observou também que, estando as

duas Casas empenhadas nas reformastributária e política, a imprensa apontaisso como mais uma dificuldade. “Di-zem que o PMDB quer a reforma tribu-tária na Câmara porque o PFL quer areforma política no Senado. Eu acho queessas reformas são muito importantes etorço por elas. Mas acho as CPIs tam-bém da maior importância. Será que oparlamentar não pode dar um poucomais de si e uma dedicação maior e sur-

preender até aqueles que pensam dife-rente?”, argumentou o senador.

No entender de Simon, as CPIs do PC,do Orçamento e dos Precatórios prova-ram claramente que “no Brasil, a cor-rupção nasce na campanha eleitoral”.Em sua opinião, há gente séria e hones-ta levada a isto. “Quando, por exemplo,um candidato a prefeito vê o adversáriocom uma montanha de dinheiro e de-pois vem alguém também oferecer-lhedinheiro, ele acaba aceitando, sem se darconta de que essa gente não está dando

A senadora alagoana disse, emaparte a pronunciamento de Si-mon, que não está preocupadacom dificuldades de funciona-mento simultâneo de duas oumais comissões, mas sim com aética na política.

– É preciso criar meios ágeise eficazes para garantir a credi-bilidade do Parlamento. As tra-paças, o silêncio cúmplice dosque não vão às comissões preju-dicam a imagem do Congresso –enfatizou.

nada. É o Tesouro que termina pagan-do tudo”.

Como exemplo, o senador susten-tou que Paulo César Farias (o tesou-reiro da campanha do ex-presiden-te Fernando Collor) começou a fa-zer corrupção ainda na campanhaeleitoral. Por isso ele acha tão im-portante investigar os corruptores.Mas reconheceu que o momento édelicado e que exige muita compe-tência por parte dos políticos. “A im-prensa está aí olhando e indagandoo que vai acontecer. E estão aí duasCPIs”, lembrou ele.

Ele informou ter comunicado ao lí-der do PMDB que reapresentaria suaidéia, já que essa é uma luta que duracinco anos. “Mas, ao mesmo tempo,eu tenho que ter a sensibilidade de veras circunstâncias que estamos viven-do. A imprensa disse que eu vou de-tonar as outras CPIs. Dessa eu nãoquero ser culpado. Eu acho que estáhavendo serenidade. Nós estamos en-tendendo que o momento é delicado.Mas estamos caminhando em cima deum fio de arame, as circunstâncias sãomuito delicadas.”

Simon defendeua aprovação das

reformas tributáriae política, mas

disse que as CPIssão �da maiorimportância�

Para Dutra,Congressotem �obra

inacabada�O senador José Eduardo Dutra

(PT-SE) disse que o pronuncia-mento de ontem do senador Pe-dro Simon (PMDB-RS) acaba comas dúvidas e insinuações de que aproposta de desarquivamento daCPI dos Corruptores complicariaa situação e atrapalharia o funci-onamento das CPIs do Judiciárioe do Sistema Financeiro. Ele acha,no entanto, que talvez a CPI dosCorruptores fique para um segun-do momento.

– Entendo que a CPI dos Cor-ruptores preenche todos os requi-sitos de atualidade, até porque tra-ta-se de uma obra inacabada doCongresso Nacional, uma vez quefoi a primeira determinação do re-latório final da CPI do Orçamento– lembrou Dutra.

O senador também lembrouque a CPI dos Corruptores é im-portante porque o Congresso estácomeçando a discutir a reformapolítica e dentre todos os itens estáo financiamento público de cam-panhas eleitorais.

Heloísa acredita que o�silêncio cúmplice� prejudica

a imagem do Congresso

Fogaça querpunir empresas

ligadas àcorrupção

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BRASÍLIA, QUARTA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 1999 5JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO

Marina acha que fatosdevem ser investigadosnão como uma forma de fazer política

O presidente do Senado, Antonio Car-los Magalhães, anunciou ontem que aCPI do Judiciário iniciará seus trabalhosna semana que vem, sem prejuízo paraos estudos da reforma do Judiciário naCâmara, nem da criação da CPI dos Ban-cos pela Casa:

– Sem a instalação da CPI, dificilmen-te a reforma do Judiciário terá curso.A CPI vai dar os elementos para fazer areforma do Judiciário – disse.

Antonio Carlos está certo do suces-so da iniciativa:

– Vamos instalar a comissão, prova-velmente já nos primeiros dias após aSemana Santa, e teremos resultadosauspiciosos, não só do ponto de vista dainvestigação, mas, sobretudo, da contri-buição que será dada à nova estruturado Judiciário no Brasil – afirmou.

O senador acha normal que a CPItenha precedência sobre as outrascomissões de inquérito propostasno Senado, pois foi apresentada pri-meiro e já está publicada. “Isso énormal, e, até por uma questão delógica, deve ser assim”, explicou.

No final da tarde, Antonio Carlosconversou com o líder do PMDB, se-nador Jader Barbalho (PMDB-PA),e assinou o requerimento de cria-

O senador Eduardo Siqueira Campos(PFL-TO) citou ontem a notícia da perdade R$ 7,6 bilhões no mercado futuro decâmbio, admitida na segunda-feira peloBanco Central, como mais uma evidên-cia da necessidade urgente de uma CPIdos Bancos. “A situação financeira do paísme parece fora de controle. É preciso,porém, que a CPI não se transforme emmatéria partidária, que não seja um exer-cício de denuncismo feito para as luzesda televisão”, advertiu.

Eduardo Siqueira Campos declarou-se“indignado” diante da perda feita para“acalmar” o mercado. “Fico imaginandoo que poderíamos fazer com todo essedinheiro. Quantos projetos econômicose de atendimento social! Cito um exem-plo: daria para duas ferrovias Norte-Sul,um projeto de relevância para o estadode Tocantins e outros limítrofes, bem

Senador recomendacautela com denuncismo

como para a economia do país inteiro. Oprojeto se arrasta há anos, exatamente porfalta de recursos.”

Para ele, o Brasil está entrando na glo-balização pela porta errada, usando umaarma fraca que é a moeda. “Estamos dan-do as costas para nossos recursos preci-osos como os 150 milhões de hectaresde terras agricultáveis, onde estão 20%dos recursos hídricos do planeta. É esteterritório esquecido, onde quase nada seinveste, que representa a grande reservapara sairmos da crise.”

– O país guarda 30% da biodiversida-de do planeta, só na Amazônia. Se somar-mos as reservas biológicas dos cerradose do Pantanal verificaremos ser essa a me-lhor estratégia de desenvolvimento. O usosustentado das florestas, das águas e dosrecursos naturais é capaz de tornar o Bra-sil potência de peso global.

Para ACM, CPI ajudará na reforma do Judiciário

O líder do PMDB, senador Jader Bar-balho (PA), disse ontem que a comis-são parlamentar de inquérito (CPI)para investigar denúncias de irregula-ridades no sistema financeiro deveráser instalada após o feriado da Sema-na Santa.

A CPI, segundo o líder do PMDB, po-derá ser mista – composta por sena-dores e deputados – e funcionar simul-taneamente à CPI do Judiciário, pro-posta pelo presidente do Senado, An-tonio Carlos Magalhães (PFL-BA).

O senador reuniu-se ontem, em seugabinete, com o deputado Aloísio Mer-cadante (PT-SP), para entendimentossobre a CPI do Sistema Financeiro, tam-bém apoiada pelo deputado petista.Jader apresentou formalmente, no iní-cio da noite, à Mesa do Senado, o re-querimento de criação da CPI, com cer-ca de 70 assinaturas.

Já Aloísio Mercadante informou queconta com 171 assinaturas de depu-tados e que busca ainda apoio paraaprovação de um requerimento de ur-gência para a instalação da CPI, na ten-tativa de colocar essa comissão à fren-te de outras já propostas na Câmara.

No caso da CPI do Sistema Finan-ceiro, não haverá necessidade do pe-

Presidente do Senado anuncia que trabalhos da comissão começam na semana que vem e não deverão prejudicarnem os estudos para modernização da Justiça nem o funcionamento da CPI do Sistema Financeiro

Jader quer instalar comissão após feriado

dido de urgência ser aprovado na Câ-mara, observou o deputado. Jader Bar-balho disse que não se opõe à instala-ção de uma CPI mista, se for o caso, ale-gando que o objetivo é apurar irregula-ridades no sistema financeiro nacional,ocorridos a partir de janeiro, quandoalguns bancos lucraram com a desvalo-rização do real. Esses fatos, observou,são “episódios graves que devem serapurados”.

Sobre o funcionamento concomitante deduas CPIs – a do Sistema Financeiro e a doJudiciário –, o líder do PMDB no Senadoafirmou que não há problema. Ele recor-

reu ao Regimento Interno do Senado,em seu artigo 45, parágrafo 3º, que diz:“O senador só poderá integrar duas co-missões parlamentares de inquérito,uma como titular e outra como suplen-te.” As duas comissões poderão funci-onar em horários diferentes, sugeriu:

– A CPI do Judiciário terá todo o nos-so prestígio e sei também que o sena-dor Antonio Carlos Magalhães tem inte-resse em que a CPI dos Bancos seja ins-talada. Não há qualquer possibilidadede confronto com Antonio Carlos Ma-galhães. Nós estamos juntos – ressal-tou o líder.

Em resposta ao questionamento ge-neralizado sobre a viabilidade da insta-lação de duas CPIs pelo Senado – umapara investigar irregularidades no PoderJudiciário e, outra, sobre denúncias con-tra o sistema financeiro – a líder do Blo-co Oposição, senadora Marina Silva (PT-AC), afirmou ontem que uma nãoinviabilizará a outra, “se a Casa traba-lhar com afinco”.

Na sua opinião, as duas CPIs inclusi-ve poderão dar conta de parte dos ob-jetivos da CPI dos Corruptores, cujodesarquivamento será solicitado pelosenador Pedro Simon (PMDB-RS): “Osresultados das CPIs do Sistema Finan-ceiro e do Judiciário levarão também auma busca dos sujeitos que estão naponta das irregularidades denunciadas,ou seja, os corruptores.”

Marina: importante é queapuração seja eficiente

Antonio Carlos assinou ontem orequerimento da CPI dos Bancos:

�compromisso de honra�

“Esse não é o melhor caminho parapôr fim aos inúmeros problemas levan-tados pelo presidente do Congresso”,disse o senador Paulo Hartung (PSDB-ES), ao discordar da instalação da CPIdo Poder Judiciário. Ele reconheceuque, ao denunciar a existência de irre-gularidades na Justiça, o presidente doSenado, Antonio Carlos Magalhães, estáprestando um serviço à nação. Hartungargumentou, porém, que mais impor-tante é a reforma do Judiciário.

Paulo Hartung pregou a votaçãodos inúmeros projetos de reformada instituição que, há muito, trami-tam no Legislativo. Em sua opinião,as denúncias apresentadas confir-mam o que muitos brasileiros já sa-bem: “Assim como nos demais po-deres constituídos, na Justiça hágastos excessivos, tráfico de influ-ência, nepotismo e muitas outrasirregularidades”.

Conforme o parlamentar, uma CPIseguramente não promoverá as mu-danças que o povo brasileiro espe-ra. “Não garantirá agilidade, transpa-rência e eficiência ao Judiciário, nemtampouco colocará fim aos proble-mas estruturais do poder”, disse.

Hartung achaque esse nãoé o caminho

ção da CPI dos Bancos.– Assinei o requerimento porque,

no meu caso, não podia esperar, ti-nha um compromisso de honra. Voucombinar depois com o líder doPMDB o funcionamento das duas co-missões: começaremos com a do Ju-diciário, e a dos Bancos virá quaselogo depois – esclareceu.

O fundamental, segundo Marina, éque o Congresso leve ambas as co-missões de inquérito às últimas con-seqüências, “no bom sentido, de pro-mover investigações rigorosas e ela-borar relatórios finais com todas asinformações recolhidas”.

Todos os fatos envolvidos nas irre-gularidades denunciadas devem ser in-vestigados “não como modo de fazerpolítica”, mas para ter as conseqüên-cias esperadas pela sociedade brasilei-ra, disse. No caso da CPI do Judiciário,observou, o que se espera é que os ele-mentos recolhidos pela CPI fundamen-tem a reforma daquele poder, com ainstituição do controle externo e demaior transparência, guardadas a au-tonomia e a independência entre osPoderes.

Jader (D) recebeu Mercadante e disse a ele que não vê problemas em quea CPI dos Bancos seja integrada por senadores e deputados

Para EduardoSiqueira Campos, asituação financeirado país estáfora de controle

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JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO BRASÍLIA, QUARTA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 19996

O senador Carlos Patrocínio (PFL-TO) apresentou ontem proposta deemenda constitucional criando a“Instituição Mista de Ensino” para es-timular a partilha de responsabilida-de entre a família e o Estado, inclusi-ve no domínio financeiro. “Os obje-tivos da chamada ‘escola de co-ges-tão’ são ampliar a oferta de vagas,sem onerar o governo, reduzir asdespesas da comunidade com edu-cação e fazer com que os pais parti-cipem da gestão da escola, influindode forma responsável na educaçãodos filhos”, explicou.

Para Patrocínio, a escola de co-ges-tão representa uma inovação, por as-

O senador Roberto Saturnino (PSB-RJ)defendeu ontem a centralização e o con-trole do câmbio como uma das alternati-vas possíveis de solução para a crise eco-nômica que o país atravessa. Ele afirmouque, ao contrário do que tem sido afir-mado por parlamentares da base gover-nista, a oposição tem oferecido propos-tas concretas, objetivas e viáveis em ma-téria de política econômica.

– Primeiro, a oposição quer a centra-lização e o controle do câmbio. Depois, aredução substancial e drástica da taxa dejuros. O terceiro item que defendemos éuma reforma tributária eficaz que alivie acarga incidente sobre a produção e façaos ricos do país pagarem mais imposto –enumerou Roberto Saturnino.

O senador pelo Rio de Janeiro acres-centou que, além desses três pontos, a opo-sição também tem como propostas bus-car a justiça social com reforma agrária,distribuição de renda, investimentos soci-ais, emprego e salário justo, e uma políticaefetiva de fomento, promoção, financia-mento e formação profissional e educaci-onal que beneficie o microempresário.

Roberto Saturnino explicou que todasas sugestões apresentadas por ele são di-retrizes já divulgadas antecipadamente empronunciamentos feitos por parlamenta-res da oposição ou em documentos dacampanha do candidato da esquerda àPresidência da República, Luiz Inácio Lulada Silva. Ele acrescentou que as propos-tas são diretrizes, e que o desdobramen-to delas seria feito no poder, de posse dasinformações do dia-a-dia do governo.

– Quando apresentamos nossaspropostas, escutamos a contestaçãodos céticos, argumentando que isso évoluntarismo e populismo, que todosquerem justiça social, mas ela é inviá-vel porque as condições não permi-tem. Realmente a política seguida pelogoverno não permite melhoria nessaárea, mas, estabelecendo as propos-tas que nós trazemos, criam-se as pos-sibilidades para avanços sociais – ex-plicou.

Na opinião de Roberto Saturnino, ogoverno rejeita o controle do câmbioporque o mercado e o Fundo Monetá-rio Internacional “abominam” essa al-ternativa. Ele citou a Malásia comoexemplo de um país que adotou comsucesso essa prática.

Ao denunciar a má qualidade doscursos de medicina, o senador TiãoViana (PT-AC) pediu ontem ao Conse-lho Federal de Educação que implanteuma comissão de notáveis para definiro perfil do profissional de saúde ne-cessário para o Brasil e acabar com asfaculdades que não estão funcionandobem. Ele estimou que metade das es-colas médicas do país deveria ser fe-chada por não oferecer condições mí-nimas de qualidade.

– O conselho deve imediatamenteimplantar um modelo de fiscalização,avaliação e intervenção, em busca daqualidade, da formação de profissio-nais de saúde preparados, do ponto devista humanista e técnico, para atendera nossa população, atualmente tão ca-rente de bom atendimento – comen-tou Tião Viana.

Para o senador pelo Acre, o Ministé-rio da Educação tem tratado o proble-ma da má formação dos profissionais

de saúde com indiferença e insensibi-lidade. Ele completou que, mesmoconstatando os péssimos resultados dasfaculdades de medicina registrados noProvão das universidades, o MEC vemfazendo “vistas grossas” sobre o assun-to. Tião Viana quer que as más faculda-des sejam substituídas por novas esco-las, que seriam abertas a partir de cri-térios de qualidade definidos pelo MEC.

– Condições mínimas precisam serestabelecidas. Queremos que o Brasil te-nha responsabilidade de fechar as es-colas que não preparam adequadamenteos seus profissionais e de abrir faculda-des que, de forma ética, tenham com-promisso com a formação humanística,universal, e com a necessidade de aten-der à população nas suas necessidadesbásicas – sugeriu Tião Viana.

O senador manifestou sua preocu-pação com o êxodo de estudantes daregião Norte que procuram os paísesvizinhos, principalmente a Bolívia,

Saturninodefende

centralizaçãodo câmbio

Tião Viana pede maior rigor nafiscalização de cursos de medicina

para cursar o terceiro grau. Ele in-formou que atualmente são cincomil brasileiros vivendo em situaçãoduvidosa em termos de qualidade devida, na busca de um diploma denível superior.

sociar a escola particular com a públi-ca, em favor dos estudantes carentes.“Por ser uma iniciativa sem fins lucra-tivos, a escola representa uma formaque a própria sociedade civil encon-trou para obstar a crônica falta de re-cursos públicos e a ganância de em-presários que encaram o ensino parti-cular de 1º e 2º graus como uma in-dústria altamente lucrativa”, afirmou.

Patrocínio lembrou que, em 1996,havia apresentado essa PEC, que nãofoi aprovada durante a legislatura.“Por incentivo de muitos senadores,decidi reapresentar a proposta porconsiderá-la atual e necessária. A es-cola mista ou de co-gestão aproxima

Tião Viana registrou que a distri-buição de cursos médicos no Brasilé injusta. Ele disse que, no total, ape-nas quatro faculdades de medicinafuncionam na região Norte e cinco noCentro-Oeste. Enquanto isso, o Nor-deste dispõe de 12 cursos, o Sudes-te, 44 (sendo 36 no Rio de Janeiro)e a região Sul, 19.

Em aparte, o senador Arlindo Por-to (PTB-MG) ressaltou a necessida-de da melhoria da qualidade do en-sino superior. Ele comentou que, seas faculdades de medicina, com apro-fundamento prático, estágio e resi-dência, estão enfrentando esses pro-blemas, os outros cursos estariam emsituação pior ainda. Já o senador Le-omar Quintanilha (PPB-TO) cobrouprovidências ao Ministério da Edu-cação. “O custo pago para formarprofissionais de nível superior é mui-to alto e a sociedade quer os resulta-dos desse investimento”, afirmou.

pais de alunos da administração. Por-tanto, reduz o risco de ocorreremgrandes divergências quando do re-ajuste do valor das mensalidades.”

– Essas entidades trabalham semvisar lucros. As despesas com a ma-nutenção das instalações físicas ecom os salários dos corpos docentee administrativo são divididas entretodos os pais. Dessa forma, as men-salidades podem ser bastante inferi-ores às das escolas particulares tra-dicionais. Por isso, representa a so-lução para as camadas mais caren-tes da população, que, por algummotivo, não conseguem vaga nas es-colas públicas – disse o senador.

Patrocínio propõe co-gestão defamília e governo na educação

Tião Viana pede fechamento deescolas que não preparem

�adequadamente� os profissionais

Carlos Patrocínio quer garantiruma alternativa para as camadas

carentes da população

ACM recebe proposta dereforma tributária da Firjan

Roberto Saturnino garantiuque a oposição tem propostas

concretas para o país

O presidente do Senado, AntonioCarlos Magalhães, recebeu ontem

em audiência o presidente daFederação das Indústrias do Estado

do Rio de Janeiro (Firjan),Eduardo Eugênio Gouveia Vieira,

que lheentregou a proposta de reforma

tributária elaboradapela entidade.

Gouveia Vieira disse que odocumento, que também foi

encaminhado ao presidente da

Câmara, Michel Temer, contémsugestões dos empresários doRio de Janeiro para a reforma

em tramitação no CongressoNacional:

– O setor privado tem pressa decrescer e gerar empregos, e

para isso é indispensável umatributação mais lógica, que

diminua o número de impostose faça com que os que não

pagam comecem apagar – disse Gouveia Vieira.

Gouveia Vieira disse a Antonio Carlos que o setorprivado tem �pressa de crescer e gerar empregos�

Senador sugere ao Conselho Federal de Educação a criação de uma comissão de notáveis que defina operfil do profissional de saúde necessário ao Brasil e implante modelo de avaliação das faculdades

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BRASÍLIA, QUARTA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 1999 7JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO

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HOJE

TV SENADO

COMO SINTONIZAR

RÁDIO SENADO FM

Informações para usuários do sistema Rádio/Sat Digital

Equipamentos necessários:� Antena parabólica tipo TVRO (telada) de2,85 m (mínimo) banda C� Receptor ABR 200, ComStream� LBN DRO ComStream� 60 metros (no máximo) de cabo coaxial RG-11,com conectores tipo F

Informações técnicas:� Freqüência de recepção: Banda L 1.465,600Mhz� Satélite: Brasilsat B2� Polarização: Vertical (RX)� Modo: Joint-Stereo� Taxa: 128 Kbps-BPSK� Programação ABR: CC,1,11465600,256000,0 FD 1,17,1,7

TV SENADO

� Satélite - B1� Transponder - 1 BE (Banda Estendida)� Polarização: Vertical� Freqüência RX (Banda - L) - 1505,75 hz� Antena - 3,6 m LNB� Receptor de Vídeo/Áudio Digital NTSC MPEG2DVB� Symbol 3,2143MS-S� SEC 3/4� Fornecedor: COMSAT - Fone: (019) 772 9600

Informações para repetidoras e operadoras de TV a cabo

� NET BsB - canal 7� SKYNET - canal 30� DirecTV - canal 163

Informações de recepção de sinalpara usuários de antena parabólica

6h55 - Senado em Pauta7h - Saúde Todo Dia - Biodança7h30 - Especial Unip - Reabilitação Neuropsicológica -1ª parte7h55 - Senado em Pauta8h - Saúde Todo Dia - Ginástica Olímpica8h30 - Jornal do Senado8h55 - Senado em Pauta9h - Cores do Brasil - Dendê da Bahia9h30 - Entrevista - O único advogado índio em atividadeno Brasil, Paulo Pankararu, fala da necessidade deatualização do Estatuto do Índio, da demarcação deterras indígenas e da Funai9h55 - Senado em Pauta10h - Sessão Plenária (ao vivo)12h30 - Entrevista - Advogado Paulo Pankararu

12h55 - Senado em Pauta13h - Cores do Brasil - Diamantina13h30 - Agenda Econômica - O ministro do Trabalho edo Emprego, Francisco Dornelles, fala sobre odesemprego no Brasil14h30 - Sessão Plenária (reapresentação)18h30 - Entrevista - Advogado Paulo Pankararu19h - Agenda Econômica - O ministro do Trabalho e doEmprego, Francisco Dornelles, fala sobre o desempregono Brasil20h - Cores do Brasil - São Luís do Maranhão20h30 - Entrevista - Advogado Paulo Pankararu21h - Jornal do Senado21h15 - Agenda Econômica - O ministro do Trabalho edo Emprego, Francisco Dornelles, fala sobre odesemprego no Brasil21h55 - Senado em Pauta22h - Sessão Plenária (reapresentação)

Três estados cujos governadores per-tencem à base governista deixaram decumprir os programas de ajuste dascontas públicas em 1997 e, mesmo as-sim, “o governo federal decidiu con-ceder-lhes perdão”, disse ontem o se-nador Eduardo Suplicy (PT-SP).

Para ele, se o governo federal teve asensibilidade necessária para entendera situação desses estados, deveria ado-tar igual atitude em relação a MinasGerais e Rio Grande do Sul, cujos re-passes têm sido bloqueados pelo Te-souro Nacional.

Na opinião de Suplicy, o Senado, par-ticularmente a Comissão de AssuntosEconômicos, deve participar da discus-são sobre as dívidas estaduais.

“O mesmo esforço que, muitas ve-zes, a comissão dedicou para autori-zar a contratação de novas dívidas devededicar agora para melhor equacionaras dívidas já existentes, sobre as quaistemos muita responsabilidade”, argu-mentou o senador.

Sem citar os nomes dos estadosque tiveram tratamento preferencial,o parlamentar informou ter tomado

O senador Romeu Tuma (PFL-SP)afirmou que a sanção da lei que dimi-nuiu em um quarto a alíquota do Im-posto sobre Circulação de Mercadori-as e Serviços (ICMS) sobre os automó-veis nacionais comercializados no es-tado de São Paulo é uma iniciativa quereforça sua crença de que há caminhospara o Brasil reencontrar o crescimen-to econômico e a tranqüilidade social.

A lei, lembrou Tuma, “coroou os en-tendimentos” alcançados pelos traba-lhadores metalúrgicos do setor auto-mobilístico com a indústria e o comér-cio – empresas de autopeças,montadoras e revendedoras – e os go-vernos federal e estadual.

A diminuição da alíquota do ICMS,destacou o senador, soma-se à dimi-nuição do Imposto sobre Produtos In-dustrializados (IPI), o que resultou nobarateamento dos veículos em até 16%.Com isso, são 160 mil unidades queserão produzidas a mais, conformeprevisão da indústria, informou Tuma.

– Foi uma demonstração prática de

como se pode, com boa vontade e de-terminação, incrementar a harmoniaentre capital, trabalho e poder públi-co na busca da redução do desempre-go, o mais nefasto efeito da crise queestá a desesperançar muitos povos emtodo o mundo – disse o senador porSão Paulo.

O senador Maguito Vilela (PMDB-GO) criticou ontem a preocupação dogoverno federal com a situação dos es-tados, quando são os municípios quemais precisam de auxílio nesse mo-mento.

– Especialmente na crise, são as pre-feituras que socorrem a população comações sociais de reflexos imediatos.Apesar do grito geral no país, ainda nãovimos um gesto sequer de boa vontadedo governo federal – afirmou ele.

Maguito compareceu a encontro re-alizado na última segunda-feira emGoiânia, quando se reuniram 216 pre-feitos de Goiás e todos os integrantesdas bancadas federal e estadual, ondeos políticos do estado marcaram posi-ção em relação ao tratamento recebi-do do governo federal.

– Assistimos há poucos dias o presi-dente se reunir com os governadores eprometer revisão das dívidas e comple-mento de arrecadação. Contra os pre-feitos, sem sequer ouvir as suas reivin-dicações, tem editado medidas e man-dado leis ao Congresso que lhes tiramainda mais receita – disse Maguito.

O senador explicou que, no últimodia 3, uma comissão de prefeitos reu-niu-se com a Secretaria Geral da Presi-dência da República e reivindicou es-paço nos grupos de trabalho formadospelos governadores para discutir as re-

formas constitucionais.Passado quase um mês, prosseguiu

Maguito, não foi dada nenhuma respos-ta ao pleito dos prefeitos, e, enquantoisso, avançam as discussões a respeitodessas reformas, que interessam dire-tamente aos municípios. Para MaguitoVilela, as conquistas dos municípios naConstituinte de 1988 estão sendo der-rubadas rapidamente.

– Começou com a criação do FundoSocial de Emergência, que tirou 20%do bolo tributário destinado aos muni-cípios. Depois, foi o Fundo de Estabili-zação Fiscal (FEF). A emenda número20 da reforma da Previdência impôsnovas exigências, e começa-se a discu-tir a reforma tributária sem levar emconsideração as necessidades dos mu-nicípios, sem dar chance aos prefeitosde opinarem sobre essa matéria vitalpara o país – protestou o senador.

Outra ameaça aos municípios detec-tada por Maguito é a votação nos pró-ximos dias, na Câmara dos Deputados,da lei de compensação entre os siste-mas de previdência. A modificação pro-posta pelo deputado Luiz Carlos Hauly,segundo o senador, representa mais um“golpe duríssimo” nas contas munici-pais, pois exige que a compensaçãopasse a vigorar somente a partir de1988, quando teria que ser integraldesde o início da contribuição, como

Suplicy pede igualdade detratamento aos estadosInformando que três governadores conseguiram em 97 perdão

para dívidas, senador estranha bloqueio dos recursos de MG e RS

conhecimento do perdão que lhes foiconcedido a partir de requerimentode informações, também solicitadaspelo senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE), “sobre as dívidas estaduais e so-bre o cumprimento das cláusulas doscontratos de confissão, assunção,consolidação e refinanciamento de

dívidas dos estados”.Segundo Suplicy, as dívidas mobili-

árias e contratuais dos estados foramsignificativamente elevadas pelas altastaxas de juros mantidas pelo governopara sustentar, durante anos, a políti-ca de sobrevalorização cambial aban-donada em janeiro deste ano.

No seu entender, as dívidas estaduaistambém foram alimentadas pelo Minis-tério da Fazenda. Ele lembrou que, vári-as vezes, o ministério encaminhou aoSenado, contrariamente a pareceres téc-nicos, documentos com posição favorá-vel à contratação de novas dívidas.

O Senado, por sua vez, teria adotado“critérios pouco rígidos na análise dassolicitações de governadores e prefei-tos”.

Todos os estados, acrescentou osenador, foram também prejudica-dos pela aprovação da Lei Kandir(que concedeu isenção do ICMSpara a exportação de bens primári-os e semielaborados) e do Fundo deEstabilização Fiscal, que reduziu abase de cálculo do Fundo de Parti-cipação dos Estados.

previa o projeto original. “A aprovaçãodesse projeto representará um prejuí-zo de R$ 5 bilhões aos municípios emtodo o Brasil”, estima o senador.

Maguito Vilela conclamou todos ossenadores e o governo federal a se reu-nirem com os 4 mil prefeitos de todo opaís, que estarão em Brasília entre osdias 11 e 13 de maio, para discutir pro-blemas e soluções. “Estarei hoje enca-minhando ao presidente FernandoHenrique um documento fazendo umverdadeiro apelo em favor das prefei-turas. Como presidente do Brasil, eletem obrigação de dar sua parcela decolaboração para solucionar a crisemunicipal”, acredita o senador.

Para Suplicy, o Ministério daFazenda é co-responsável pelo

endividamento dos estados

Maguito alerta para problemas enfrentados por municípios

Tuma aplaude redução deimpostos para automóveis

Maguito acredita que, hoje, osmunicípios precisam de mais apoio

federal que os estados

Tuma diz que o acordo quepermitiu diminuir o ICMS doscarros deve servir de exemplo

Page 8: JORNAL DO SENADO -  · PDF fileProjeto da Câmara dos Deputados, ... Anexo I do Senado Federal, 15” e 16” andares ... nos concursos públicos para as po

JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO BRASÍLIA, QUARTA-FEIRA, 31 DE MARÇO DE 19998

A sessão de ontem do Senado Federal foi presidida pelos senadores Antonio Carlos Magalhães, Geraldo Melo, Ronaldo Cunha Lima e Marluce Pinto

A viagem que o presidente da Repúbli-ca fará nos dias 13 e 14 de maio ao Perupode representar um avanço nas tratativasentre os dois países com vistas ao estabe-lecimento das condições definitivas de suaintegração, disse ontem o senador Mo-reira Mendes (PFL-RO). Ele destacou aimportância de viabilizar a interligaçãorodoviária entre Brasil e Peru, com a uti-lização de estradas já existentes, como aBR-364, que liga Rondônia ao Acre, e queprecisa de uma operação “tapa-buracos”,e a BR-317, da qual faltam pavimentar osquilômetros restantes, até a cidade de As-sis Brasil, na fronteira com o Peru.

Com a mesma preocupação de viabili-zar essa ligação rodoviária, o embaixa-dor no Peru, José Viegas Filho, endere-çou carta ao senador sobre os traçadosque permitirão a conexão Brasil/Peru.Moreira Mendes solicitou a transcriçãointegral da carta nos Anais da Casa.

Para Rondônia, salientou o senador, ainterligação é fundamental, tanto que ór-gãos representativos do empresariado há

Na abertura de seminário da sérieEncontros Internacionais sobre o Fu-turo da Social Democracia, realizadoontem no Senado Federal, o senadorLúcio Alcântara (PSDB-CE), presiden-te do Instituto Teotonio Vilela, afirmouser importante debater as doutrinas emum momento de grandes transforma-ções econômicas, políticas e geopolíti-cas como o que o mundo está vivendo.

O senador explicou que o semináriofaz parte de um esforço do PSDB, in-centivado pelo presidente FernandoHenrique Cardoso, de discutir a socialdemocracia em âmbito internacional,na América Latina e no Brasil.

O seminário contoucom palestrantes brasi-leiros e internacionais.Em sua exposição, inti-tulada Desafios da So-cial Democracia noBrasil, o professor Hé-lio Jaguaribe enumerouas modalidades existen-tes de social democraciae traçou histórico de suaevolução na Alemanha,Grã-Bretanha, EstadosUnidos e Brasil.

– O desafio da social democracia ébuscar o equilíbrio entre a otimizaçãodas condições sociais e manter satisfa-tória a competição econômica – disseJaguaribe.

No Brasil, Jaguaribe acredita que aproposta social democrata foi realiza-da por Getúlio Vargas e que o atual go-verno tem uma determinação “clara-mente social democrata, baseada nodesenvolvimento econômico”. Para oprofessor, o maior problema é a “gi-gantesca ignorância do povo brasilei-ro”. Por isso, ele defende a necessida-de de boas escolas para todas as crian-ças: “O Brasil só será viável se houveruma reforma educacional”, afirmou.

Também participou do seminário oprofessor norte-americano SeymourMartin Lipset, do The Wodrow WilsonCenter, abordando A Questão da So-cial Democracia nos Estados Unidos.Lipset analisou o pensamento social de-mocrata na Europa e seu espaço na so-

Alcântara elogia debatesobre a social democracia

ciedade americana e apontou a dimi-nuição do poder de pressão dos sindi-catos nos Estados Unidos, prevendouma Europa mais parecida com a Amé-rica do Norte.

O professor Torcuato Di Tella, doInstituto Di Tella, da Argentina, falousobre Um Projeto Social Democratapara a América Latina. Para ele, oque há no Brasil é um partido socialdemocrata no poder, “que se aliou aoutra facção claramente de direita”.O professor acredita, porém, que tan-to a Argentina quanto o Brasil conver-girão em médio prazo para a socialdemocracia. No caso do Brasil, ava-

lia, antes que isso setorne um fato será ne-cessário que “a baseoperária, que atual-mente está com o PT”,adote um modelo desocial democracia. Aanálise apresentadapor ele enfatizou a he-rança peronista na Ar-gentina e varguista noBrasil, que foram, aseu ver, experiênciascom viés “fascista”.

Durante os debates, o professorVamireh Chacon lembrou a opção dosEstados Unidos por um modelo políti-co-partidário independente do europeu,para reivindicar o mesmo em relaçãoaos países latino-americanos. Em res-posta, Di Tella observou que mesmoPeron e Vargas tomaram os exemploseuropeus na estruturação do que aca-bou se transformando em modelos pró-prios e característicos.

O presidente do conselho diretor daFundação Joaquim Nabuco, Odilon Ribei-ro, indagou sobre até que ponto neolibe-ralismo e social democracia são compa-tíveis. Jaguaribe assinalou a importânciado processo de privatização – à exceçãoda Vale do Rio Doce ele concordou comtodas no atual governo – e disse se tratarde um item da pauta neoliberal necessá-rio para o fortalecimento da social de-mocracia. Contudo, posicionou-se con-tra a privatização do Banco do Brasil, daCaixa Econômica e da Petrobras.

Moreira Mendes defendeligação rodoviária com o Peru

Referindo-se a declaração feita na Co-missão de Assuntos Econômicos, na se-mana passada, pelo ministro da Fazen-da, Pedro Malan, a respeito da facilida-de de se proferirem discursos contra amiséria no Brasil, o senador José Eduar-do Dutra (PT-SE) afirmou ontem que,se o ministro é sensível a essa questão,outros integrantes do governo não o são.Ele aludia ao secretário especial de Po-líticas Regionais, Ovídio de Ângelis.

Conforme Dutra, trabalhadores fa-mintos do seu estado realizaram saquesem três escolas rurais, utilizando-se damerenda escolar de crianças tambémcarentes para saciar a fome. Nessa situ-ação de calamidade, o parlamentar dis-se ter-se surpreendido com declaração

O senador Ernandes Amorim (PPB-RO) denunciou ontem o desvio de R$7 milhões destinados à implantação doprojeto Planafloro, em Rondônia. “Fo-ram previstos R$ 167 milhões do Ban-co Mundial, R$ 31 milhões da União eR$ 30,9 milhões do estado de Rondô-nia”, explicou o senador. “No ano pas-sado, a Comissão de Fiscalização e Con-trole do Senado constatou o desvio deR$ 7 milhões pelo governo do estado,e agora se anuncia uma missão do Ban-co Mundial para aplicar os R$ 38 mi-lhões que restam do projeto, sem que

Senador espera avanço nas negociações para integraçãoentre os dois países, que beneficiaria a região amazônica

tempos promovem seminários internaci-onais reunindo autoridades dos países en-volvidos. “Rondônia está distante cercade 3.300 quilômetros do Porto de San-tos, a mais de 5.000 quilômetros de qual-quer porto nordestino”, explicou, acres-centando que o estado carece de um cor-redor de exportação, “porta aberta ao in-cremento da produção, com o conse-qüente salto na qualidade e na quantida-de dos volumes negociados”.

A integração regional, além de abrirmercados aos produtores da região ama-zônica, garantirá acesso a produtosandinos e consolidará a Área de LivreComércio de Guajará-Mirim, afirmouMoreira Mendes.

Em aparte, o senador Ernandes Amo-rim (PPB-RO) também destacou a neces-sidade de uma saída para o Pacífico queretire os estados da Amazônia Ocidentaldo isolamento comercial. Tião Viana (PT-AC), por sua vez, lamentou que a integra-ção latino-americana “não seja uma açãodefinida do governo federal”. Ele disse

não compreender como um país que tempossibilidade de contato com a Bolívia, oPeru e o mercado asiático não trate essaquestão como prioridade.

O senador Gilberto Mestrinho (PMDB-AM) observou que há várias alternativasde traçados rodoviários para unir o Bra-sil à América Latina e que “o importanteé chegar ao Pacífico”.

Dutra reclama atenção a flagelados da seca

de Ovídio de Ângelis de que esses traba-lhadores realizaram uma ação orques-

trada, com o intuito de desestabilizar ogoverno federal.

– Respondo a essas declarações nãocom minhas palavras, mas com o edito-rial intitulado Pior do que a Fome, pu-blicado pelo Jornal da Cidade, do meuestado – afirmou o parlamentar. Nesseeditorial, o jornal diz que o secretáriode Políticas Regionais falou “uma san-dice própria de quem não conhece osefeitos da seca – um mal que arrasa aslavouras, destrói as pastagens, mata ogado e degrada o ser humano”.

Para o jornal, o secretário de Políti-cas Regionais perdeu uma grande opor-tunidade de ficar calado. Segundo Du-tra, está na hora de o governo federaldar mais atenção aos flagelados.

Amorim denuncia desvio deR$ 7 milhões em Rondônia

o desvio anterior seja corrigido.”Para Amorim, antes de novos repasses

as irregularidades deveriam ser apuradasexemplarmente. “Estranho que o repre-sentante do Bird, Francisco Vita, e o re-presentante do Ministério do Planejamen-to, Valdir Castelo Branco, concordem coma liberação de mais R$ 38 milhões, ape-sar da inadimplência do estado de Ron-dônia e antes de concluído relatório deauditoria realizada no ano passado”, sa-lientou.

Ernandes Amorim lembrou que o Se-nado autorizou o projeto, precisando fis-

calizar suaimplementa-ção. “Até pa-rece haver in-teresse emacobertar asirregularida-des e possibi-litar que maisrecursos se-jam adminis-

trados pelos mesmos setores que as co-meteram no passado. A decisão ainda vaidepender de reunião com representan-tes das secretarias do Tesouro, de Políti-cas Regionais e Assuntos Internacionais,bem como do Banco Central. Espero quehaja correção desse rumo errado”, dis-se o senador.

Moreira Mendes afirma que ainterligação entre Brasil e Peru é

fundamental para Rondônia

José Eduardo Dutraaponta insensibilidade do

governo à miséria

Alcântara, presidente do Instituto Teotonio Vilela:seminário é um esforço do partido, com apoio de FHC

Ernandes Amorim

Lúcio Alcântaraafirma que é

importante debateras doutrinas em ummomento de grandes

transformaçõeseconômicas, políti-cas e geopolíticas