jornal do senadoprojetos de lei destinados a combater a onda de vio-lŒncia no país. o primeiro,...

8
Ó RGˆO DE DIVULGA˙ˆO DAS ATIVIDADES DO S ENADO F EDERAL A NO IX N” 1.662 B RAS˝LIA, QUINTA-FEIRA, 20 DE MAR˙O DE 2003 JORNAL DO SENADO JORNAL DO SENADO Senado responde à violŒncia com pena maior para criminosos Comissªo de Justiça aprova projetos elevando em dois terços a puniçªo para quem assassinar agentes da lei, e em um terço para crimes com participaçªo de menores. Subcomissªo analisarÆ projetos sobre segurança pœblica O assassinato de agentes do Estado juízes, pro- motores, policiais e a utilizaçªo de menores em homicídios deverªo ser punidos ainda mais severamente, segundo decidiu ontem a Comissªo de Constituiçªo, Justiça e Cidadania. Com base em rela- tórios do senador Amir Lando, a CCJ aprovou dois projetos de lei destinados a combater a onda de vio- lŒncia no país. O primeiro, oriundo da Câmara, au- menta em atØ dois terços a pena de quem tira a vida de magistrados e outros agentes da lei. A segunda pro- posta, do ex-senador Carlos Wilson, eleva em um terço a puniçªo para os que cometem crimes com a partici- paçªo de menores de 18 anos. E para tornar mais Ægil e eficiente seu trabalho, a CCJ criou subcomissªo per- manente para analisar as propostas sobre segurança pœblica que tramitam no Senado. Edison Lobªo (E) presidiu a reuniªo de ontem da CCJ: resposta do Senado ao desejo da sociedade brasileira de mais segurança P`GINAS 4 E 5 Subcomissªo vai fiscalizar agŒncias reguladoras P`GINA 6 Subcomissªo foi proposta pela senadora Ana Jœlia Carepa CCJ deve examinar projeto do Código de Defesa do Torcedor Berzoini fala hoje sobre reforma da PrevidŒncia P`GINA 3 P`GINA 3 PlenÆrio condena guerra e pede que EUA ouçam apelo mundial em favor da paz Por unanimidade, o PlenÆrio do Senado aprovou ontem requerimento de Eduardo Suplicy condenando a iminente intervençªo militar dos Estados Unidos no Iraque. Senador advertiu para os impactos negativos da guerra sobre todo o mundo. Senado defende saída pacífica para eliminar as armas de destruiçªo em massa do Iraque CØlio Azevedo Roosevelt Pinheiro Roosevelt Pinheiro

Upload: others

Post on 17-Jun-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: JORNAL DO SENADOprojetos de lei destinados a combater a onda de vio-lŒncia no país. O primeiro, oriundo da Câmara, au-menta em atØ dois terços a pena de quem tira a vida de magistrados

Ó R G Ã O D E D I V U L G A Ç Ã O D A S AT I V I D A D E S D O S E N A D O F E D E R A L A N O IX � Nº 1.662 � B R A S Í L I A, QUINTA-FEIRA, 20 DE MARÇO DE 2003

JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADOSenado responde à violência

com pena maior para criminososComissão de Justiça aprova projetos elevando em dois terços a punição para quem assassinar agentes da lei, e

em um terço para crimes com participação de menores. Subcomissão analisará projetos sobre segurança pública

Oassassinato de agentes do Estado � juízes, pro-motores, policiais � e a utilização de menoresem homicídios deverão ser punidos ainda mais

severamente, segundo decidiu ontem a Comissão deConstituição, Justiça e Cidadania. Com base em rela-tórios do senador Amir Lando, a CCJ aprovou doisprojetos de lei destinados a combater a onda de vio-lência no país. O primeiro, oriundo da Câmara, au-menta em até dois terços a pena de quem tira a vidade magistrados e outros agentes da lei. A segunda pro-posta, do ex-senador Carlos Wilson, eleva em um terçoa punição para os que cometem crimes com a partici-pação de menores de 18 anos. E para tornar mais ágile eficiente seu trabalho, a CCJ criou subcomissão per-manente para analisar as propostas sobre segurançapública que tramitam no Senado.

Edison Lobão (E) presidiu a reunião de ontem da CCJ: resposta do Senado ao desejo da sociedade brasileira de mais segurança PÁGINAS 4 E 5

Subcomissão vaifiscalizar agênciasreguladoras

PÁGINA 6

Subcomissão foiproposta pela senadoraAna Júlia Carepa

CCJ deve examinar projeto doCódigo de Defesa do Torcedor

Berzoini fala hoje sobrereforma da Previdência

PÁGINA 3

PÁGINA 3

Plenário condena guerra e pede que EUAouçam apelo mundial em favor da pazPor unanimidade, o Plenário do Senado aprovou ontem requerimento de Eduardo

Suplicy condenando a iminente intervenção militar dos Estados Unidos no Iraque.Senador advertiu para os impactos negativos da guerra sobre todo o mundo.

Senado defendesaída pacífica para

eliminar as armasde destruição emmassa do Iraque

Célio

Aze

vedo

Roos

evelt

Pinh

eiro

Roos

evelt

Pinh

eiro

Page 2: JORNAL DO SENADOprojetos de lei destinados a combater a onda de vio-lŒncia no país. O primeiro, oriundo da Câmara, au-menta em atØ dois terços a pena de quem tira a vida de magistrados

JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO BRASÍLIA, QUINTA-FEIRA, 20 DE MARÇO DE 20032

A G E N D AA G E N D AQUINTA-FEIRA, 20 DE MARÇO DE 2003

PresidenteJosé Sarney

14h � Recebe o ministro da Previdência Social,Ricardo Berzoini, acompanhado do senador AloizioMercadante14h30 � Preside sessão do Senado

PLENÁRIO

14h30 � Comparecimento do ministro da Previ-dência Social, Ricardo Berzoini

COMISSÕES

9h30 � Comissão de Legislação ParticipativaPauta: eleição do vice-presidente. Ala SenadorNilo Coelho � Sala 6

10h � Comissão de Assuntos SociaisPauta: turno suplementar do substitutivo ao PLSnº 90/99, dispõe sobre reprodução humana; Ofí-cio �S� nº 9/02, encaminha exemplar do Reque-rimento nº 362/02, aprovado pela Câmara Muni-cipal de Mauá (SP), através do qual solicita ins-tauração de sindicância para apurar possíveis ir-regularidades na Secretaria de Saúde,notadamente no Hospital de Clínicas Dr. Nardini;PLS nº 313/99, autoriza o Poder Executivo a ado-tar medidas de apoio aos servidores responsáveispor portadores de deficiências físicas, sensoriaisou mentais; PLS nº 67/00 (tramitando em con-junto aos PLSs nºs 83/00 e 126/00), modifica osartigos 2º, 4º, 5º, 6º, 11 e 12 da Lei nº 9.424/96,que dispõe sobre o Fundo de Manutenção e De-senvolvimento do Ensino Fundamental e de Va-lorização do Magistério, na forma prevista no ar-tigo 60, parágrafo 7º, do Ato das Disposições Cons-titucionais Transitórias; PLS nº 84/02, altera a Leinº 9.503/97, que institui o Código de TrânsitoBrasileiro, para fixar prerrogativa em benefício depessoas portadoras de deficiência; PLS nº 175/02, modifica o parágrafo 3º do artigo 20 da Lei nº8.742/93 (Lei Orgânica da Assistência Social),que regulamenta o inciso V do artigo 203 da Cons-tituição federal; PLS nº 187/02, altera o artigo daLei nº 9.656/98, que dispõe sobre os planos eseguros privados de assistência à saúde, para fa-cultar a oferta, contratação e vigência de planosde assistência farmacêutica; entre outros. Ala Se-nador Alexandre Costa � Sala 19

10h � Comissão de Relações Exteriores e DefesaNacionalPauta: audiência pública com a presença do em-baixador do Iraque, Jarallah Alobaidy, para exporas razões do conflito entre os Estados Unidos e oIraque, bem como os esforços que vêm sendo efe-tivados para uma solução pacífica e de acordo comas resoluções do Conselho de Segurança da ONU.Ala Senador Nilo Coelho � Sala 2

10h � Conselho de Ética e Decoro ParlamentarPauta: apreciação da agenda de trabalho parainstrução da Denúncia nº 1/03. Ala Senador Ale-xandre Costa � Sala 15

17h � Comissão de Constituição, Justiça e Cida-daniaPauta: PLC nº 1/03, dispõe sobre o Estatuto deDefesa do Torcedor. Ala Senador Alexandre Costa� Sala 3

JORNAL DO SENADO www.senado.gov.br - E-mail: [email protected] - tel.: 0800 612211 - fax: (61) 311 3137

Impresso pelaSecretaria Especial

de Editoração ePub l i cações

Endereço: Praça dos Três PoderesEd. Anexo I do Senado Federal,20º andar

Brasília - DF - 70165-920

O noticiário do Jornal do Senado éproduzido pela equipe de jornalistas

da Subsecretaria Agência Senado

MESA DO SENADO FEDERAL Agaciel da Silva MaiaRaimundo Carreiro SilvaArmando S. RollembergMaria da Conceição Lima Alves (61) 311-3573Antonio Caraballo (61) 311-3327Djalba Lima, Edson de Almeida, Eduardo Leão, Iara Altafin,João Carlos Ferreira da Silva, José do Carmo Andrade e Sylvio GuedesSergio Luiz, Wesley Bezerra de Carvalho, Osmar Miranda e Iracema F. da SilvaLindolfo do Amaral Almeida, Miquéas Dantas de Morais, Eny Junia Carvalho e Rita AvelinoEdmilson FigueiredoCirilo Quartim

Diretor-Geral do Senado:Secretário-Geral da Mesa:

Diretor da Sec. de Comunicação Social:Diretora do Jornal do Senado:

Diretor da Agência Senado:Editores:

Diagramação:Revisão:

Tratamento de Imagem:Arte:

José SarneyPaulo PaimEduardo Siqueira CamposRomeu TumaAlberto SilvaHeráclito FortesSérgio ZambiasiJoão Alberto SouzaSerys SlhessarenkoGeraldo Mesquita JúniorMarcelo Crivella

Presidente:1º Vice-Presidente:2º Vice-Presidente:

1º Secretário:2º Secretário:3º Secretário:4º Secretário:

Suplentes de Secretário:

Circulação e Atendimento ao leitor: John Kennedy Gurgel (61) 311-3333

O Senado aprovou a tomada deum empréstimo de US$ 505 mi-lhões junto ao Banco Mundial,que ajudará a aumentar a capaci-dade financeira da União. O rela-tório favorável à operação foi dosenador Fernando Bezerra (PTB-RN), que ressaltou as condiçõesextremamente favoráveis do em-préstimo, a juros de 2% ao ano.

Fernando Bezerra citou o pare-cer da Secretaria do Tesouro Na-cional, que informa ser o emprés-timo um reconhecimento às re-formas empreendidas pelo gover-no brasileiro e às ações pelo de-senvolvimento humano que estãosendo implantadas. O dinheironão é destinado a novos investi-mentos, mas a compor as reser-vas externas do país, podendotambém ser usado para saldarcompromissos externos.

O empréstimo foi defendido

Plenário autoriza empréstimo deUS$ 505 milhões do Banco Mundial

Relator Fernando Bezerra defendeu aprovação da proposta, lembrando as condiçõesextremamente favoráveis do contrato, que oferece juros de apenas 2% ao ano

pelo líder do PT, senador AloizioMercadante (SP), e pelo senadorRomero Jucá (PSDB-RR), queacrescentou: �Fico feliz de ouviraqui, do líder do governo Lula, omesmo discurso que fiz durantequatro anos seguidos�.

Foi aprovado também o proje-to de resolução do senador César

Sarney recebeembaixador

em audiênciaO presidente do Senado, José

Sarney, recebeu ontem o diretor-geral da Agência Brasileira de Co-operação (ABC), do Ministériodas Relações Exteriores, embaixa-dor Marco César Naslausky, comquem conversou sobre a coope-ração técnica do Brasil com ou-tros países, especialmente os daAmérica Latina e os de língua por-tuguesa na África e Ásia (entre eleso Timor Leste).

� Vim conversar com ele, quesempre foi um grande interessa-do nesse assunto, sobre nossas ati-vidades atuais. A cooperação é umgrande recurso de política exter-na � explicou o embaixador.

Sarney foi convidado para fa-zer uma conferência sobre asmudanças políticas no Brasil e asrelações com a América Latina,pelo diretor do Instituto de Es-tudos Brasileiros da Universida-de San Martín, de Buenos Aires,Alberto Ferrari Echeverry. Ele re-velou que Sarney desfruta degrande prestígio na Argentina,por ter sido um grande im-pulsionador da integração entreos dois países, que se materiali-zou com o Mercosul.

Comissão avalia sugestões da comunidadeSob a presidência do senador Magno Malta (PL-ES),

a Comissão de Legislação Participativa realiza hoje, às9h, sua segunda reunião, e deverá escolher o vice-presidente para o biênio 2003/2004 e discutir duas su-gestões da comunidade. O juiz Antonio Ivair Reinaldin,

de Curitiba (PR), sugere que a comissão delibere sobremudanças no Código de Processo Civil. Já o econo-mista Newton Bordignon, de Florianópolis (SC), quermudar a legislação para permitir que pessoas físicaspossam emprestar dinheiro a pessoas jurídicas.

Embaixador Naslausky, com Sarney:Brasil tem estreitado cooperação com

os países de língua portuguesa

Bezerra: empréstimo é reconhecimento àsreformas empreeendidas pelo governo

Aprovado acordo com a AlemanhaO Senado aprovou ontem, em

caráter de urgência, o texto doAcordo sobre Cooperação Finan-ceira para a Execução de Projetospara Preservação das FlorestasTropicais, entre o Brasil e a Alema-nha, firmado pelo chanceler Ger-hard Schröder, em fevereiro de2002. Foi aprovada também men-sagem do presidente da Repúblicarelativa ao empréstimo tomado aoExport Development of Canadá e

Borges (PFL-BA) que ga-rante prazo de mais 270dias para que a Bahia ajus-te as garantias prestadasaos empréstimos no âm-bito do Programa de Re-novação da Lavoura Ca-caueira Baiana. Além dopróprio autor, o senadorAntonio Carlos Magalhães(PFL-BA) ainda lembrou aimportância da lavoura docacau para o Brasil. ParaAntonio Carlos, o país nãotem retribuído à altura,

pois boa parte do parque indus-trial do Sudeste foi construídograças ao cacau, cujos problemaslevaram à demissão de mais de200 mil trabalhadores. AntonioCarlos elogiou a indicação deGustavo Moura para a direção daComissão Executiva do Plano daLavoura Cacaueira.

ao empréstimo a ser tomado aosbancos BNP Paribas e Bank LeumiLE-Israel BM. A Resolução nº 66,modificada pela mensagem presi-dencial, autorizou quatro emprés-timos externos para a compra deequipamentos destinados ao pro-jeto de jato AL-X.

O Plenário aprovou projetos dedecreto legislativo tratando de re-novações de concessão, outorga epermissão para operações de rá-

dios e TVs nas seguintes cidades:Aquidauana (MS), Rio Claro (SP),São João del Rey (MG), Guajará-Mirim (RO) e Porto Velho (RO).

Por requerimento da senadoraSerys Slhessarenko (PT-MT), oSenado aprovou voto de pesar aoestado de Mato Grosso e à CúriaMetropolitana do estado, na pes-soa do arcebispo de Cuiabá, domBonifácio Piccinini, pela morte defrei Quirino.

Jane

de

Araújo

Célio

Aze

vedo

Page 3: JORNAL DO SENADOprojetos de lei destinados a combater a onda de vio-lŒncia no país. O primeiro, oriundo da Câmara, au-menta em atØ dois terços a pena de quem tira a vida de magistrados

BRASÍLIA, QUINTA-FEIRA, 20 DE MARÇO DE 2003 3JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO

Na iminência de os Es-tados Unidos deflagra-rem guerra contra oIraque, o Plenário doSenado aprovou ontem,por unanimidade, re-querimento do senadorEduardo Suplicy (PT-SP) condenando �a in-tervenção militar unila-teral� no país. E con-clamou os governantesnorte-americanos eseus aliados �a ouvirema voz dos povos� dispos-tos a apoiar uma saídapacífica para a destrui-ção de armas de aniqui-lação em massa e a de-mocratização das insti-tuições políticas ira-quianas.

� O unilateralismobelicoso promovido pelo gover-no George W. Bush redundará emum considerável aumento datensão política no mundo, no en-fraquecimento dos sistemas mul-tilaterais de solução de contro-vérsias, particularmente o das Na-ções Unidas, e, muito provavel-mente, no recrudescimento doterrorismo � destacou Suplicy,que preside a Comissão de Rela-ções Exteriores e Defesa Nacio-nal (CRE).

O embaixador da Rússia noBrasil, Vassili Gromov, elogiouontem o pronunciamento feitoem Plenário pelo presidente doSenado, José Sarney, a respeitoda guerra no Iraque. Durante vi-sita feita pela manhã a Sarney,ele ressaltou a coincidência en-tre as opiniões do senador e asque vêm sendo sustentadas peloseu país.

� O discurso do presidenteSarney nos impressionou muito,porque nossas posições sobre acrise do Iraque são muito próxi-mas, praticamente idênticas. Nos-sos países fizeram todo o possí-vel para resolver esses problemaspor meios diplomáticos e pacífi-cos � afirmou Gromov.

O diplomata entregou a Sarneymensagem de Serguei Mironov,presidente do Conselho da Fede-ração � órgão equivalente ao Se-

A Comissão de Relações Exteri-ores e Defesa Nacional do SenadoFederal e a da Câmara dos Depu-tados realizarão, em conjunto,audiência pública com o embai-xador da República do Iraque noBrasil, Jarallah Alobaidy. A reu-nião, marcada para hoje, às 10h,tem como objetivo a exposiçãodas razões do conflito entre os Es-tados Unidos e o Iraque.

Têm sido constantes, nos últi-mos dias, os discursos de deputa-dos e senadores contra um ata-que militar dos Estados Unidos aoIraque. Também o presidente LuizInácio Lula da Silva se manifestouem mais de uma ocasião contrá-rio à guerra. Lula sugeriu, inclusi-ve, ao secretário-geral da Organi-zação das Nações Unidas (ONU),Kofi Annan, que representantesde toda a comunidade internaci-onal se reunissem em busca de so-lução pacífica.

O presidente da Comissão deConstituição, Justiça e Cidadania(CCJ), senador Edison Lobão (PFL-MA), convocou reunião extraor-dinária para depois da ordem dodia de hoje, a fim de votar o pro-jeto que cria o chamado Códigodo Torcedor. Os senadores da co-missão pediram vista do projetona reunião de ontem e, como amatéria está em regime de urgên-cia, Lobão concedeu apenas 24horas para o estudo do texto.

O projeto, originário da Presi-dência da República e já aprova-do pela Câmara, recebeu voto fa-vorável do relator, João AlbertoSouza (PMDB-MA). JeffersonPéres (PDT-AM) e José Jorge(PFL-PE) consideraram a propos-ta desnecessária, por pretenderregulamentar assuntos óbvios.

Os senadores também decidiramadiar a apreciação do projeto quetrata das operações de fomentomercantil (factoring) apresentadapelo ex-senador José Fogaça.

Senado condena intervenção militar no IraquePlenário aprova, por unanimidade, requerimento de Eduardo Suplicy conclamando governantes

norte-americanos e seus aliados a �ouvirem a voz dos povos� que defendem solução pacífica para o conflito

Ainda no requerimento, o se-nador petista advertiu para os�efeitos deletérios� dessa açãomilitar sobre o �precário e com-plexo� desenho geopolítico noOriente Médio, devendo agravarconflitos preexistentes. Tambémalertou para o impacto negativosobre a economia mundial, comoa redução de fluxos de investi-mento em países em desenvolvi-mento e o aumento do preço dopetróleo.

Conforme observou Suplicy,não foram apresentadas, até omomento, provas ou indícios con-cretos de que o Iraque represen-te ameaça imediata a qualquernação ou que seu governo tenhavínculos com grupos terroristas.�O Conselho de Segurança dasNações Unidas é a única instânciaque tem legitimidade para autori-zar intervenções militares em paí-ses que tenham porventura des-respeitado resoluções aprovadas

nado brasileiro �, congratulan-do o senador por ter assumido apresidência da Casa e convidan-do-o a realizar visita oficial à Rús-sia. Segundo o embaixador, Sar-ney aceitou o convite, e a dataprovável da realização da visitaserá junho deste ano.

CHINAO embaixador da China no Bra-

sil, Jiang Yuande, disse que apre-cia a posição manifestada pelopresidente do Senado, José Sar-ney, contra a guerra anunciadaentre os Estados Unidos e oIraque. Segundo o embaixador, aChina, assim como o Brasil, espe-ra sempre tratar e resolver dispu-tas internacionais por meio da paze da diplomacia, segundo o obje-tivo da Carta das Nações Unidas.

� A China está profundamentepreocupada com o desenvolvi-mento da situação no Iraque e

Suplicy afirma no Plenário que não foram apresentadas provas de que o Iraque represente ameaça a qualquer nação

Embaixador russo elogia discurso deSarney em favor de solução negociada

espera que se evite a guerra e seresolva a crise do Iraque dentroda estrutura da Organização dasNações Unidas (ONU) � afirmou oembaixador à Agência Senado.

A posição do embaixador foimanifestada ontem, a partir dedois pronunciamentos do sena-dor José Sarney na tribuna do Se-nado. Em ambos os discursos, fei-tos na semana passada e nessaterça-feira, Sarney condenou aiminente invasão do Iraque pelosEstados Unidos. Segundo o sena-dor, a decisão do presidente dosEUA, George W. Bush, de atacar oIraque, mesmo sem o apoio daONU, aponta para um dos pioresmomentos da história do século21, não somente pelo uso da vio-lência, mas também porque signi-fica o fim do processo que permi-tiu a convivência pacífica entre asnações.

Representantedo Iraque falaa comissões

em seu âmbito�, assinalou.Na ocasião, o presidente da

CRE comentou a realização deaudiência pública hoje, às 10h,com o embaixador do Iraque,Jarallah Alobaidy. No próximodia 3 de abril, será a vez de a em-baixadora dos Estados Unidos,Donna Jean Hrinak, vir ao Sena-do. Ambos foram convidados aexpor as razões dos respectivospaíses para deflagração de umconflito armado.

O ministro da Previdência Soci-al, Ricardo Berzoini, participahoje, a partir das 14h30, de deba-te com os senadores sobre a re-forma da Previdência. A reformaprevidenciária é uma das priori-dades do programa de governodo presidente Luiz Inácio Lula daSilva.

Berzoini vai abrir ciclo de deba-tes sobre as reformas que levarávários ministros ao Plenário doSenado, sempre nas quintas-fei-ras à tarde. Na próxima quinta, seráa vez do ministro da Fazenda, Anto-nio Palocci, debater a reforma tri-butária. A realização dos debates e aescolha das sessões de quinta-feiraforam decididas em entendimentocom os líderes partidários.

Berzoini debatehoje reforma

com senadores

Código doTorcedor em

exame na CCJ

Fotos

: Gera

ldo M

agela

João AlbertoSouza apresentouparecer favorável

Page 4: JORNAL DO SENADOprojetos de lei destinados a combater a onda de vio-lŒncia no país. O primeiro, oriundo da Câmara, au-menta em atØ dois terços a pena de quem tira a vida de magistrados

JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO BRASÍLIA, QUINTA-FEIRA, 20 DE MARÇO DE 20034

A Comissão de Constituição,Justiça e Cidadania (CCJ) apro-vou, por unanimidade, relatóriodo senador Amir Lando (PMDB-RO) favorável a projeto de lei daCâmara que eleva em até dois ter-ços a pena do condenado por ho-micídio de policial ou agente doEstado, como procurador e ma-gistrado. A matéria vai ao Plená-rio com a recomendação da CCJde que seja analisada com rapi-dez, para que sirva como respos-ta do Senado ao assassinato dojuiz-corregedor Antônio José Ma-chado Dias, de Presidente Ber-nardes (SP), onde se encontrapreso o traficante FernandinhoBeira-Mar.

� Há muito que se faz necessárioo aumento da severidade da lei napunição de quem, além de desen-volver ação criminosa, desafia o Es-tado, voltando-se violentamentecontra o seu agente, matando-o ouferindo-o. Não há dúvida que amatéria tem impulso atual, como

Com base em relatório do sena-dor Amir Lando (PMDB-RO), aComissão de Constituição, Justiçae Cidadania (CCJ) aprovou proje-to do ex-senador Carlos Wilsonque aumenta em um terço a penade quem comete crime com a par-ticipação de menor de 18 anos.Caso não haja recurso para vota-ção no Plenário, a matéria seráenviada ao exame dos deputados.

Os membros da CCJ tambémaprovaram relatório do senadorJefferson Péres (PDT-AM), favo-rável à proposta de emenda àConstituição (PEC) do senadorMozarildo Cavalcanti (PPS-RR)que aperfeiçoa a redação do arti-go 77 da Constituição, sobre a datadas eleições presidenciais.

Na reunião de on-tem, os senadores daComissão de Constitui-ção, Justiça e Cidada-nia (CCJ) acolheramprojeto de lei de inici-ativa do senador Gilber-to Mestrinho (PMDB-AM) adequando aspenas constantes doCódigo de TrânsitoBrasileiro (CTB) às doCódigo Penal, no casode crimes de homicídio e lesãocorporal culposos.

Ele explica, na justificação doprojeto, que a legislação de trân-sito pune com maior rigor crimesde natureza similar.

A proposta de Mestrinho, querecebeu parecer favorável do

O projeto de lei acolhido on-tem pela Comissão de Constitui-ção, Justiça e Cidadadia, modifi-cando dispositivo do Código Pe-nal, inclui entre os casos de homi-cídio qualificado o praticado porpolicial no exercício da função.

� Também se faz mister aumen-tar a punição do policial que,usando a delegação que o Estadolhe conferiu, comete crimes tãograves como o homicídio e a le-são corporal contra quem tem aobrigação de defender � disse

Assassinato de agente doEstado pode ter pena maior

uma reação do Senado contra essecrime hediondo que chocou o Bra-sil cometido contra o juiz-corre-gedor � declarou Lando.

De autoria do ex-deputado Nil-mário Miranda, o projeto original-mente previa que apenas o assas-sinato de policial seria considera-do homicídio qualificado. Com aemenda, Lando ampliou a propos-ta, incluindo os agentes do Estado.

� Por que o delito não seriaconsiderado grave se cometidocontra membro do Ministério Pú-blico ou um fiscal? Julgamos que,genericamente, todos os crimes,quando praticados contra agen-tes do Estado e em razão de seucargo, devam ter sua pena agra-vada e não somente os delitos dehomicídio e lesão corporal � ar-gumentou Lando.

Aescalada da violência no país levou a Comissão de Justiça a aprovar aumentode pena por homicídio de policiais, juízes, procuradores e oficiais de justiça,e crime praticado com a participção de menores de 18 anos. A CCJ também

criou Subcomissão Permanente de Segurança Pública. Aprovado por unanimidade, onovo colegiado vai acompanhar as matérias que tratam de segurança em tramitação noSenado, além de apresentar proposições. A proposta partiu dos senadores TassoJereissati e Ney Suassuna.

Para os membros da CCJ, o clima de insegurança vivido pela população obriga oSenado a mobilizar os partidos na busca de soluções para o problema. Por sua vez, osenador Arthur Virgílio, líder do PSDB, sugeriu à Casa a realização de estudos visandoà elaboração de propostas com o objetivo de �coibir a prática de atos nocivos eatentatórios ao cidadão e ao Estado�. E o senador Hélio Costa apresentou projetoque dobra a pena para quem traficar drogas no interior ou nas imediações deescolas.

Amir Lando.O senador Demostenes Torres

(PFL-GO) elogiou o parecer deAmir Lando, por ampliar o alcan-ce da proposta. Demostenes ob-servou que, se ela já estivesse emvigor, os assassinos do juiz-cor-regedor em São Paulo teriam suaspenas aumentadas em dois terços,numa resposta à altura à socieda-de, �porque facínoras dessa estir-pe não podem ficar impunes�.

Por sua vez, o senador SérgioCabral (PMDB-RJ) sugeriu ao pre-

sidente da CCJ, senador EdisonLobão (PFL-MA), que solicite aopresidente do Senado, José Sar-ney, o máximo de agilidade àtramitação do projeto, como for-ma de demonstrar à sociedadeque a Casa está atenta ao assunto.

Apesar de já ter sido aprovadapela Câmara, a proposta deveráretornar ao exame dos deputados,em função das alterações feitaspela Comissão de Justiça do Se-nado e que poderão ser acatadasem Plenário.

Projeto agrava punição de policial homicida

CCJ enviará projeto ao Plenário com recomendação de que seja examinado comrapidez, como resposta do Senado à morte do juiz Antonio Machado Dias

Mais rigor na punição decrimes com uso de menor

A CCJ aprovou ainda outro re-latório de Jefferson Péres, con-trário ao projeto de lei do sena-dor Álvaro Dias (PDT-PR) deter-minando que os processos deprivatização de serviços públicosde energia elétrica e saneamentosejam precedidos de plebiscito.

SENADO CONTRA VIOLÊNCIA

O advogado que quiser acom-panhar seu cliente durante depo-imento ou testemunho em comis-são parlamentar de inquérito(CPI) poderá fazê-lo, ainda que areunião seja secreta. Isso é o queestabelece projeto da Câmara,cujo parecer favorável, do sena-

relator, senador JoséJorge (PFL-PE), deveráseguir para exame daCâmara dos Deputados,se não houver recursopara apreciação emPlenário. O senador su-gere a redução das pe-nas de homicídio cul-poso � definidas hojeem dois a quatro anosde detenção pelo Códi-go de Trânsito � para

um a três anos, conforme estabe-lece o Código Penal. Da mesmamaneira, o senador sugere a di-minuição da pena, prevista no Có-digo de Trânsito, para lesão cor-poral culposa, dos atuais seis me-ses a dois anos de detenção, paradois meses a um ano.

Lando, é a de ajustar a legislaçãoque trata especificamente do fun-cionamento das CPIs para preverque o depoente possa ser acom-panhado por seu advogado. Deacordo com o relator, a presençado advogado ao lado do cliente éprevista pela Constituição e está

Legislação do trânsito devese adaptar ao Código Penal

dor Amir Lando (PMDB-RO), foiaprovado ontem pela Comissão deConstituição, Justiça e Cidadania(CCJ). Como a matéria já foi apre-ciada no mérito pela comissão,será submetida agora à delibera-ção do Plenário.

A intenção do autor, ressaltou

Proposta garante presença de defensor em reunião secreta de CPIdisciplinada pelo Estatuto da Ad-vocacia da Ordem dos Advoga-dos do Brasil (OAB).

Amir Lando explicou tambémque, apesar da prerrogativa cons-tar de lei, recentes episódios ocor-ridos na CPI do Narcotráfico aca-baram provocando a necessida-

de de manifestação do SupremoTribunal Federal (STF) para ga-rantir o cumprimento da medida.As decisões do Supremo indicamque o advogado poderá intervir,durante o depoimento de seu cli-ente, inclusive para preveni-locontra a auto-incriminação

Mestrinho diz quepenas do CTB são

mais rigorosas

Amir Lando: �Projeto está deacordo com o espírito de combate

à criminalidade�Cé

lio A

zeve

do Célio

Aze

vedo

Roos

evelt

Pinh

eiro

Page 5: JORNAL DO SENADOprojetos de lei destinados a combater a onda de vio-lŒncia no país. O primeiro, oriundo da Câmara, au-menta em atØ dois terços a pena de quem tira a vida de magistrados

BRASÍLIA, QUINTA-FEIRA, 20 DE MARÇO DE 2003 5JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO

Em decisão unânime e por inicia-tiva dos senadores Ney Suassuna(PMDB-PB) e Tasso Jereissati (PSDB-CE), a Comissão de Constituição,Justiça e Cidadania (CCJ) aprovouontem a criação de umaSubcomissão Permanente de Segu-rança Pública. O novo órgão, quefuncionará no âmbito da CCJ, serácomposto por sete membros titula-res e sete suplentes, e se destina aacompanhar, sistematicamente, osassuntos relacionados com a segu-rança pública e o combate à violên-cia no país.

A intenção dos autores é que anova subcomissão possa estudar to-das as matérias que tratam de segu-rança em tramitação no Senado,além de apresentar projetos de com-bate à criminalidade. O senador Mar-celo Crivella (PL-RJ) manifestou seuapoio à decisão da CCJ, afirmandoque seu estado, o Rio de Janeiro, �jánão agüenta mais o problema do cri-me organizado�.

No Plenário, o senador ArthurVirgílio (PSDB-AM) apresentou in-dicação sugerindo a realização deestudo, no âmbito da comissão maisadequada, sobre o problema da vi-olência no Brasil, para que sejam ela-boradas proposições legislativas�para coibir a prática de atos noci-vos e atentatórios ao cidadão e aoEstado�.

Subcomissão da CCJ vaiavaliar segurança pública

Na reunião da CCJ, o presi-dente Edison Lobão (PFL-MA)consultou os senadores sobrea possibilidade de a comissãoorganizar pautas diferencia-das de votação: algumas seri-am compostas por matériaspolêmicas e outras apenascom proposições de consen-so. Segundo Lobão, essa siste-mática foi adotada em 1997pela comissão, mas hoje já nãoé mais praticada, o que, a seuver, tem causado lentidão dostrabalhos da CCJ.

Diversos senadores apresentaramsugestões para agilizar os trabalhos,como criar uma comissão informalpara selecionar as matérias, mas re-

Na reunião de ontem, os inte-grantes da CCJ se posicionaramcontrários à realização de ple-biscito sobre a unificação daspolícias Militar e Civil. Eles apro-varam parecer do senadorCésar Borges (PFL-BA), contrá-rio ao projeto de decreto legisla-tivo do ex-senador Nabor Júniorque sugeria a consulta popular.

Na discussão da matéria, a se-nadora Serys Slhessarenko (PT-MT) manifestou-se a favor doplebiscito, por acreditar queampliaria o debate sobre temapolêmico, mas, posteriormente,após ouvir outros senadores,admitiu a dificuldade de imple-mentar a consulta popular.

O senador Demostenes Tor-res (PFL-GO) defendeu um mai-

Rejeitado plebiscito sobrea unificação das polícias

or debate sobre a unificação daspolícias, assim como o senadorSibá Machado (PT-AC), mas foramcontrários à idéia do plebiscito. Osenador Tasso Jereissati (PSDB-CE), por sua vez, manifestou suapreocupação com a possibilidadede a realização de um plebiscitoacabar por adiar uma decisão quedeveria ser urgente.

ARQUIVAMENTOA CCJ aprovou ainda parecer

do senador Pedro Simon (PMDB-RS) pedindo o arquivamento dedocumento encaminhado ao Se-nado pela Central de Atendimen-to aos Moradores e Mutuários doEstado de São Paulo (Cammesp).

Simon informou que a Cam-mesp enviou o material à Presi-dência do Senado e pediu a dis-

tribuição do mesmo aos sena-dores. Como relator, Simon dis-se ter optado pelo arquivamen-to porque o dossiê enviadopela entidade não é uma peti-ção, instrumento previsto pelaConstituição em que há denún-cia de desrespeito a direito, ile-galidade ou abuso de poder porautoridade pública, o que nãoera o caso.

O senador Hélio Costa (PMDB-MG) quer dobrar a pena privativade liberdade para os crimes de trá-fico de entorpecentes praticadosno interior ou em um raio de até200 metros de estabelecimento deensino de qualquer nível. Ele apre-sentou projeto de lei inspirado nalegislação americana e disse que,em vários países, já foram aprova-das normas legais que impõem pe-nas severas ao tráfico de drogasnos estabelecimentos de ensino. Ainiciativa será votada em decisãoterminativa pela Comissão de Cons-tituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

O parlamentar alega que os esta-belecimentos de ensino são os pon-tos mais visados pelos traficantes,constituindo as crianças e os jo-vens presas fáceis para os �puxa-dores de drogas�. Ele observou que,nos Estados Unidos, o Congressoaprovou a chamada Drug FreeZone (área livre de drogas), quecompreende o recinto e as imedia-ções das escolas de todos os ní-veis. E atestou que �o resultado foium extraordinário sucesso�, daí de-

Costa quer dobrar a penapara tráfico nas escolas

sejar que seu projeto seja logoaprovado. Em algumas escolasbrasileiras, acrescenta, as drogas jáforam passadas para crianças e jo-vens pelos mais engenhosos méto-dos, como balas, gomas de mas-car, adesivos e cigarros.

� Milhares de crianças e jovenstiveram seu primeiro contato comdrogas durante o período escolare, o mais grave, muitos receberamas substâncias dos traficantes den-tro das escolas ou nas suas proxi-midades � lembrou o senador.

O senador Jefferson Péres(PDT-AM) atribuiu a crise na se-gurança pública ao desvirtuamen-to das funções das polícias no país.Ele disse compartilhar a tese de-fendida pela ex-deputada cariocaSandra Cavalcanti, em seu livro AEscalada da Insegurança, que tra-ça um diagnóstico dos erros co-metidos desde 1969 e que culmi-naram, segundo observou, �namais perfeita desarmonia� entreas polícias.

Com citações do livro, o sena-dor afirmou que um conjunto dedecretos-leis deu às polícias mili-tares o monopólio do policiamen-to ostensivo, mas o resultado foia diminuição da presença policialnas ruas. A corporação se trans-formou em organismo paramili-tar, auxiliando as Forças Armadasno combate à subversão política,dedicando-se aos exercícios mili-tares, à ordem unida.

A Polícia Civil, por sua vez, �caiuna rotina burocrática do inquéri-to e limitou-se a um inócuo papelreativo, contrário à velha sabedo-ria de que polícia boa é aquela queconsegue chegar antes do crime�,

Polícia foi desvirtuada noregime militar, diz Jefferson

assinalou Péres.O senador ressaltou que a luta

da deputada para, na Constituin-te, �livrar o Brasil dessa herançamacabra� foi derrotada peloslobbies das várias corporações.�Restaram na base da pirâmide ospoliciais humildes, mal remunera-dos, desequipados, na mira docrime organizado e sob a pressãosedutora do narcotráfico�, acre-dita Jefferson Péres, para quem oExército na rua não é solução ver-dadeiramente duradoura, �poisfoi a militarização da polícia quenos jogou ao atual impasse�.

comendaram, ao final, que o pró-prio presidente decida sobre o for-mato mais adequado para o anda-mento das reuniões.

César Borges, relator doprojeto sobre plebiscito, é

contrário à consulta

Costa: EUA já adotam achamada Drug Free Zone

próxima aos colégios e escolas

Jefferson citou análise feita nolivro A Escalada da Insegurança,

da ex-deputada Sandra Cavalcanti

Lobão quer buscar fórmula para tornarmais ágeis as votações na CCJ

SENADO CONTRA VIOLÊNCIA

Geral

do M

agela

Geral

do M

agela

Célio

Aze

vedo

Roos

evelt

Pinh

eiro

Page 6: JORNAL DO SENADOprojetos de lei destinados a combater a onda de vio-lŒncia no país. O primeiro, oriundo da Câmara, au-menta em atØ dois terços a pena de quem tira a vida de magistrados

JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO BRASÍLIA, QUINTA-FEIRA, 20 DE MARÇO DE 20036

O senador Geraldo MesquitaJúnior (PSB-AC) apresenta hojeao Conselho de Ética e DecoroParlamentar uma agenda de tra-balho para a sindicância queapura a instalação de escutas te-lefônicas clandestinas na Bahiae a suposta participação do se-nador Antonio Carlos Magalhães(PFL-BA) nessas ações.

Mesquita, relator do proces-so no conselho, deverá sugerirum cronograma com os primei-ros depoimentos sobre o episó-dio, que será então submetido

O senador Jefferson Péres(PDT-AM) refutou de forma en-fática ter manifestado, junto aolíder do PMDB, Renan Calheiros(AL), interesse em relatar as in-vestigações sobre as escutas ile-gais realizadas pela Secretaria deSegurança da Bahia. A informa-ção foi divulgada ontem pelo Jor-nal do Brasil, na coluna �InformeJB�, assinada pelo jornalista DiegoEscosteguy.

� A notícia é absolutamenteinverídica. Só quem não me co-nhece imaginaria isso. Em oitoanos de mandato, foram os holo-fotes que me procuraram. Porque me insinuaria? Quem faz issoestá com má intenção de absolverou com gana de punir � afirmou

A Comissão de Fiscalização eControle (CFC) decidiu ontem,por unanimidade, criar subco-missão permanente para fiscalizare acompanhar os atos das agênci-as reguladoras. O objetivo princi-pal da iniciativa, segundo a sena-dora Ana Júlia Carepa (PT-PA),autora do requerimento de cria-ção da subcomissão, é não permi-tir que as agências excedam assuas atribuições constitucionais.

Ana Júlia justificou seu pedidoenfatizando que a competênciapara a formulação de políticas ediretrizes setoriais continua sen-do atribuição dos Poderes Execu-tivo e Legislativo, �cabendo àsagências tão-somente implemen-tá-las em suas respectivas áreasde atuação�.

O vice-presidente da CFC, sena-dor Antero Paes de Barros (PSDB-MT), informou que os membrosque vão integrar a subcomissãoserão escolhidos na próxima reu-nião do colegiado, marcada paraquarta-feira (26).

Na mesma reunião foram apro-vados, ainda, três requerimentosde autoria do presidente da CFC,senador Ney Suassuna (PMDB-PB), solicitando diversas informa-ções sobre a extensão da crise nosetor energético ao presidente doBanco Nacional de Desenvolvi-mento Econômico e Social (BNDES),Carlos Lessa; ao presidente daCentrais Elétricas Brasileiras(Eletrobrás), Luiz Pinguelli Rosa;e ao diretor-geral da Aneel, JoséMário Abdo.

Os membros da CFC aprovaramoutro requerimento de Ana Júliasolicitando audiência pública como presidente da Caixa EconômicaFederal, Jorge Mattoso. Tambémforam aprovados os seguintes re-querimentos: de Eurípedes Camar-go (PT-DF), convidando o contro-lador-geral da União, Waldir Pires;de Luiz Otávio (PMDB-PA), solici-tando ao presidente da Caixa in-formações sobre a atuação da Em-presa Gestora de Ativos (Emgea);de Heloísa Helena (PT-AL), pedin-do ao Tribunal de Contas da União(TCU) uma inspeção e respectivatomada de contas nos convêniosfirmados entre o Banco do Nor-deste e a Cooperativa Agrícola Mis-ta de Barra do Corda (Copaba); ede Ney Suassuna, convidando osdiretores da Aneel, José MárioAbdo, e da Anatel, Luiz GuilhermeShymura de Oliveira, para presta-rem esclarecimentos.

Para transformar projeto delei de sua autoria em uma pro-posta de emenda à Constituição(PEC), o senador Pedro Simon(PMDB-RS) pediu ontem a reti-rada da pauta da Comissão deConstituição, Justiça e Cidada-nia (CCJ) da proposta que visa acriação de um sistema de con-trole social sobre os atos da ad-ministração pública federal, es-tadual e municipal financiadoscom recursos da União, assegu-rando livre acesso às informa-ções sobre as finanças públicas.

Apesar de louvar o mérito damatéria, o relator Amir Lando(PMDB-RO) apontou inconsti-tucionalidades na proposta, jáque ela busca criar uma instân-

João Batista Motta (PPS-ES) comunicouao Plenário que está sendo realizada atéhoje, no Auditório Petrônio Portella, do Se-nado, a II Convenção Nacional das Micro ePequenas Empresas. Entre os assuntos emdebate estão as reformas tributária, traba-lhista e previdenciária.

O senador informou que as micro e pe-quenas empresas são responsáveis pela pro-dução de 25% das riquezas do Brasil e pormais da metade dos empregos com cartei-ra assinada. Ele cumprimentou o Sebrae(Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Em-presas) pela realização do encontro.

O presidente do Senado, José Sarney,lamentou em Plenário a morte de Jean-LucLagardère, o mais renomado empresáriofrancês, presidente do grupo Lagardère,controlador de inúmeras empresas, dentreas quais o senador destacou a indústriaaeronáutica Aerospatiale; a Matra, umagigante da indústria pesada; e empresasda área petroquímica e de computadores.

Nesse legado, Sarney citou o maior gru-po europeu de mídia, que se agrega emtorno da editora Hachette, com mais de300 revistas, jornais, canais de televisão eprodutora de cinema. O senador pediu quea Casa envie à viúva, Bethy Lagardère, e aoúnico filho do empresário, Arnaud Lagar-dère, manifestações de condolência.

O senador disse que, em visitas à França,recebeu de Jean-Luc Lagardère manifesta-ções de gentileza. Também afirmou que oempresário era um amigo do Brasil, casadocom uma brasileira de Minas Gerais.

A pedido do senador Ramez Tebet(PMDB-MS), o Senado decidiu ontem in-serir em ata voto de pesar e apresentarcondolências à família e ao estado de MatoGrosso do Sul pela morte do jornalista JoséBarbosa Rodrigues. De acordo com Tebet,J. Rodrigues foi o fundador do jornal Cor-reio do Estado, maior grupo de comunica-ção daquela unidade da Federação, onde ojornalista viveu durante 60 anos.

O parlamentar lembrou que, ao chegarem Mato Grosso do Sul, José Barbosa Ro-drigues foi inspetor e professor de Meto-dologia e Didática, fundando, dez anosdepois, o jornal que se tornou o mais anti-go órgão de imprensa de Campo Grande.Também disse que o grupo de comunica-ção de J. Rodrigues inclui uma televisão eduas emissoras de rádio.

cia de controle do governo, com-petência que, na Constituição de1988, cabe ao Legislativo. Foi AmirLando quem alertou que a inicia-tiva não pode ser tomada por meiode lei ordinária, sugerindo o ca-minho da PEC.

Jefferson Péres (PDT-AM) reco-nheceu as inconstitucionalidades,mas ressaltou a importância daproposta, por acreditar que ocontrole social das finanças pú-blicas é uma importante ferra-menta de combate à corrupção nopaís. A senadora Serys Slhes-sarenko (PT-MT) antecipou seuapoio a uma PEC com o mesmoconteúdo.

O controle social, disse o sena-dor Sibá Machado (PT-AC), deve

estar previsto inclusive nas re-formas da Previdência e do sis-tema tributário. João Capiberibe(PSB-AP) sugeriu que o controlesocial seja feito pela democrati-zação do uso do Sistema Integra-do de Administração Financeirado Governo Federal (Siafi), pormeio da simplificação de seu aces-so, como foi feito no Amapá.

Conselho de Ética começa a investigar escuta ilegal

Relator Geraldo Mesquita Júnior apresenta hoje uma agendade trabalho para a sindicância que apura grampos na Bahia

aos senadores. O presidente doconselho, Juvêncio da Fonseca(PMDB-MS), defendeu, na reu-nião de terça-feira, que os pri-meiros a depor fossem os jor-nalistas Weiller Diniz e Luiz Cláu-dio Cunha, da revista IstoÉ, queteriam provas da participaçãode Antonio Carlos Magalhães nasescutas.

O PFL completou ontem as in-dicações de senadores para oconselho. Os senadores CésarBorges (BA) e Renildo Santana(SE) foram indicados suplentes.

Jefferson Péres, exortando o se-nador Renan Calheiros a assegu-rar a falsidade da informação.

O líder do PT no Senado, TiãoViana (AC), disse que os senado-res do bloco de apoio ao governo

que participam do Conselho deÉtica � Jefferson, Flávio Arns (PT-PR) e Geraldo Mesquita Júnior(PSB-AC) � foram indicados peloPT e não fizeram qualquer gestãopara participarem do colegiado.

Antero Paes de Barros (PSDB-MT), outro citado na coluna, tam-bém negou ter pleiteado a indica-ção. Ele afirmou ainda que, em suaopinião, uma comissão parlamen-tar de inquérito (CPI) seria a ins-tância apropriada para apurar oepisódio, e não o Conselho de Éti-ca, como ocorrerá.

� Nunca pleiteei e não pleiteionenhum tipo de relatoria. E é pre-ciso que o assunto [as escutas naBahia] seja tratado com a maiorserenidade � ressaltou Antero.

Jefferson e Antero negam ter pleiteado relatoria do caso

Simon quer garantir controlesocial sobre atos do governo

Geraldo Mesquita devesugerir cronograma com os

primeiros depoimentos

Antero Paes deBarros: �Nunca pleiteei e não

pleiteio nenhum tipo de relatoria�

Simon retira projeto paraapresentar proposta de emendaà Constituição com o mesmo teor

Subcomissãofiscaliza agências

reguladoras

João Batistadestaca encontrode microempresas

Sarney lamentamorte de Jean-Luc

Lagardère

Tebet registrapesar pela morte

de jornalista

Célio

Aze

vedo

José

Cruz

Roos

evelt

Pinh

eiro

Page 7: JORNAL DO SENADOprojetos de lei destinados a combater a onda de vio-lŒncia no país. O primeiro, oriundo da Câmara, au-menta em atØ dois terços a pena de quem tira a vida de magistrados

BRASÍLIA, QUINTA-FEIRA, 20 DE MARÇO DE 2003 7JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO

O líder do governo no Senado,Aloizio Mercadante (PT-SP),anunciou que o presidente LuizInácio Lula da Silva terá um en-contro amanhã com as principaislideranças do PMDB, entre eles opresidente do Senado, José Sar-ney, e os líderes do partido noSenado, Renan Calheiros (AL), ena Câmara dos Deputados, Euní-cio Oliveira (CE). O objetivo dareunião é selar as condições con-cretas da aliança entre o PMDB eo PT.

Mercadante disse que o gover-no precisa da participação ativado PMDB, para garantir a gover-nabilidade e a concretização dasreformas.

� Mais do que isso, é o próprio

O senador JorgeBornhausen (PFL-SC) anunciou on-tem que o PFL deci-diu assumir a pro-posta do prefeito doRio de Janeiro,César Maia, comosolução para os pro-blemas de seguran-ça enfrentados peloestado do Rio de Ja-neiro. O anúncio foiclassificado pelo próprio senadorcomo �um ato de oposição�.Intitulada �Uma Proposta de Se-gurança Pública para o Rio deJaneiro�, a iniciativa reúne diver-sas sugestões de mecanismos deoperação e conta com R$ 100 mi-lhões da prefeitura para imple-mentar o projeto.

Segundo Bornhausen, a propos-ta estabelece um prazo mínimo de20 anos para vigorar completamen-te e acaba com mobilizações tem-porárias como as decorrentes dealgum episódio de violência quevira notícia. De acordo com o se-nador, o projeto estabelece a loca-lização geográfica das áreas quepassariam a ter vigilância intensivade 24 horas e cria o �Distrito deSegurança�, com ampla autonomia

Em discurso da tri-buna, o líder doPMDB, senador Re-nan Calheiros (AL),manifestou ontem aposição dos peeme-debistas em relaçãoao governo do presi-dente Luiz Inácio Lulada Silva, sustentandoque o partido daráapoio às reformas es-truturais, mas �nãoprestará apoio irres-trito a nada�. Ele afirmou que oPMDB não quer ministérios no go-verno, mas sim �participar das de-cisões, dividir responsabilidades,ajudar a formular as políticas pú-blicas, mas sem ocupar cargos�.

� Noto que a tendência de nosmantermos independentes ganha

Lula se encontra amanhãcom lideranças do PMDB

Segundo Aloizio Mercadante, reunião deve discutircondições concretas para aliança com partido do governo

Brasil que precisa dessa presençaativa e completa do PMDB no go-verno � ressaltou.

Segundo Mercadante, essa ali-ança se dará em moldes progra-máticos e o PMDB será o parceiropreferencial do governo em todosos níveis, inclusive o ministerial.

Ele explicou que o governo nãobusca o apoio de frações de parti-dos, preferindo o apoio de parti-dos inteiros e coesos. Para o sena-dor, somente assim será possívelestabelecer uma aliança estratégi-ca, com debates programáticosabertos e transparentes, para de-fender e aprovar as propostas con-cretas de que o Brasil precisa.

� Promover alianças loteandocargos pode ser mais fácil, mas

será através de um debate sobreidéias e programas que podere-mos construir uma unidade du-radoura e prolífica � destacou.

Mercadante lembrou a impor-tância do apoio que tantas lideran-ças políticas do PMDB deram aoPT, durante as eleições, afirmandoque isso somente foi possível porhaver identidade de propósitos eidéias entre os dois partidos.

� Na eleição das Mesas da Câ-mara e do Senado ficou provadoque os alicerces de uma aliançaestreita continuam existindo.Também será assim na votação eimplementação das reformas edemais propostas governamen-tais � concluiu Mercadante.

A pedido dos senadores Eduar-do Azeredo (PSDB-MG) e FlávioArns (PT-PR), a Comissão de As-suntos Sociais (CAS) decidiu cri-ar a Subcomissão Temporária dasPessoas Portadoras de Deficiên-cia. Nos diversos cargos públicosexercidos em Minas Gerais, inclu-sive de governador, Azeredo pro-curou viabilizar iniciativas em de-fesa dos direitos dos deficientes.

Em 1983, quando presidia aempresa de processamento de

Renan Calheiros esclarece posição do partidoforça a cada dia.Hoje, o desejo cres-cente no partido éde adotar uma pos-tura de colaboraçãocom o país, mas deindependência �observou.

Independência,de acordo com Re-nan Calheiros, signi-fica votar a favordos projetos comos quais o PMDB

concorda e rejeitar aqueles �con-trários às diretrizes� do partido.A princípio, os peemedebistasquerem cinco reformas constitu-cionais � nas áreas tributária, fis-cal, previdenciária, agrário-traba-lhista e político-partidária.

Depois de lembrar que o PMDB

é hoje o maior partido do país,presente em todos os municípiose com o maior número de verea-dores, prefeitos, deputados esta-duais e senadores, Renan Calhei-ros disse que o partido caminhapara uma união nas eleições doDiretório Nacional, em setembro.Sustentou que tem feito esforçospara que seja eleita uma direçãonacional que represente todas ascorrentes do partido. �Temos deter unidade e não, necessariamen-te, unanimidade.�

Renan Calheiros deu ainda doisrecados de interesse das bases doPMDB. Criticou as invasões de fa-zendas por sem-terra nos últimosdias e cobrou dos outros partidoso cumprimento de acordos feitosdurante as votações de projetos,citando a Medida Provisória 66.

dados do estado, o senador tuca-no implantou um programa deapoio aos portadores de deficiên-cia como profissionais de infor-mática. Já como prefeito de BeloHorizonte, determinou à Secreta-ria Municipal de Educação a re-estruturação do ensino especia-lizado para portadores de neces-sidades especiais.

Na condição de governador deMinas Gerais, tratou de expandiro ensino especializado na rede de

CAS institui subcomissão dosportadores de deficiência

ensino estadual e deu apoio àsiniciativas das Associações de Paise Amigos dos Excepcionais (Apa-es), com o envolvimento ativo doServiço Voluntário de AssistênciaSocial (Servas).

Edua rdoAzeredo é umdos autoresda propostade novoó rgão

Calheiros disse quePMDB apoiará reformas

com que concorda

de combate local eonde estará o Juiza-do Especial, a De-fensoria Pública e asala de trabalho dopromotor.

Bornhausen clas-sificou o trabalhoda Secretaria Naci-onal de SegurançaPública, vinculadaao Ministério daJustiça, como �mo-

roso e pequeno�, e acusou o se-cretário de querer �o naufrágio dagovernadora Rosinha Matheus,quando a cidade se esvai numa es-tatística de dor e morte, equivalen-te e até superior ao conflito árabe-israelense�.

O líder do PT, senador Tião Via-na (AC), lembrou que ontem a Co-missão de Constituição, Justiça eCidadania (CCJ), acatando propo-sição dos senadores Tasso Jereis-sati (PSDB-CE) e Ney Suassuna(PMDB-PB), criou a SubcomissãoPermanente de Segurança Pública.Ele também afirmou que a atual si-tuação de violência no país é umadívida histórica deixada pelos Po-deres Legislativo, Judiciário e Exe-cutivo, que não discutiram cor-retamente o problema.

PFL assume proposta de CésarMaia para combate à violência

Jorge Bornhausen elogioua iniciativa do prefeito

do Rio de Janeiro

A senadora HeloísaHelena (PT-AL) pro-testou ontem contraos termos da carta deintenções assinadapelo governo brasilei-ro e o Fundo Monetá-rio Internacional, quefoi divulgada em 28de fevereiro passado.Ela admitiu que o Exe-cutivo brasileiro temautonomia para assi-nar o documento, mas argumentouque o texto inclui compromissosque não foram discutidos interna-mente pelo PT.

Ela citou o compromisso dogoverno com a aprovação rápidada proposta de emenda alteran-do o artigo 192 da Constituição,que trata da regulamentação dosetor financeiro, �passo necessá-rio para a autonomia operacionaldo Banco Central�. Na carta, con-forme a senadora, o governo estáassumindo o compromisso paraprogressos na venda dos quatro

bancos estaduaisque foram federa-lizados, o que, se-gundo disse, �cau-sará grande polêmi-ca�.

Heloísa Helenatambém manifestoudiscordância quan-to ao compromissodo governo brasilei-ro com a aprova-ção de uma nova

Lei de Falências, nos termos emque a questão está colocada nacarta de intenções com o FMI. Alegislação vigente seria alteradapara que a prioridade que hoje édada às obrigações trabalhistas,em caso de falência, seja estendi-da aos banqueiros, acrescentou arepresentante alagoana.

A senadora disse que, na carta,o governo assume, ainda, o com-promisso de aprovação da refor-ma da Previdência, com mudan-ças no regime de aposentadoriados servidores.

Heloísa Helena critica carta deintenções assinada com FMI

Heloísa Helena argumentaque compromissos não

foram discutidos pelo PT

José

Cruz

Roos

evelt

Pinh

eiro

Roos

evelt

Pinh

eiro

Célio

Aze

vedo

Page 8: JORNAL DO SENADOprojetos de lei destinados a combater a onda de vio-lŒncia no país. O primeiro, oriundo da Câmara, au-menta em atØ dois terços a pena de quem tira a vida de magistrados

JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO BRASÍLIA, QUINTA-FEIRA, 20 DE MARÇO DE 20038

A sessão de ontem do Senado Federal foi presidida pelos senadores José Sarney,Eduardo Siqueira Campos, Romeu Tuma e Heráclito Fortes

Utilizando como pa-no de fundo a ques-tão do desenvolvi-mento regional, o se-nador Tasso Jereissati(PSDB-CE) discursoupela primeira vez, on-tem, para cobrar cria-tividade do governo.

� Até agora, nada,absolutamente nada,nos leva a crer queum rumo diferente es-teja sendo tomado � nem para me-lhor, nem para pior. É necessário eurgente traçar uma estratégia parasair desse círculo. Para isso, preci-samos de novos quadros, com no-vas idéias, dispostos a correr riscose, principalmente, com uma grandedose de criatividade � afirmou.

Jereissati disse estar preocupadocom os primeiros movimentos daárea econômica do governo e com

A senadora Ana JúliaCarepa (PT-PA) de-nunciou que setoresconservadores da so-ciedade estão, inveridi-camente, apontando aexistência de um climade violência no campo.São os responsáveispelas mortes no cam-po e pelo trabalho es-cravo que espalhamtais notícias para justi-ficar a criação de milícias paramili-tares, disse ela ontem.

Ana Júlia garantiu que o governoestá empenhado em promover umareforma agrária que integre a pe-quena produção agrícola ao proje-to de desenvolvimento nacional au-to-sustentável. Segundo ela, em tãopouco tempo, muito já foi feito nes-sa área: o governo conseguiu redu-zir os conflitos no campo, de 79, mé-dia trimestral no governo FernandoHenrique, para 24 neste trimestre;abriu canais permanentes de diálo-go com os setores sociais e anunciamedidas de impacto imediato, comoo seguro-safra e o plano-safra.

A senadora negou que o Institu-

Fazendo seu primei-ro discurso na tribuna,o senador PapaléoPaes (PTB-AP) disseque o cidadão comumquer saúde, educação,segurança, emprego e�governantes que tra-balhem com honesti-dade, dedicação e von-tade de servir e não dese servir do povo�.

Afirmando que nãose pode mais conviver com um Es-tado inerte, ele disse que a reformapolítica � uma das bandeiras do pre-sidente da Casa, José Sarney � con-duzirá o país a um sistema mais or-denado e racional, no qual �não ve-nham a prevalecer as questões ca-suísticas, mas a ética, tão necessáriapara a credibilidade do político�.

O senador observou que a políti-ca deve ser entendida como missãoe que o mandato não deve ser vistocomo um prêmio, mas como umaconvocação para o exercício dessamissão, a serviço do desenvolvimen-to do país.

o risco de aprofun-damento do qua-dro recessivo.

� Não existemsinais de mudan-ças nem de cria-tividade. É óbvioque a simples exe-cução de um ma-nual montado naperspectiva única,simplista e às vezesperversa do merca-

do financeiro internacional não fun-ciona mais neste lugar e neste mo-mento � alertou.

Outro aspecto que preocupa o se-nador é o das reformas. Para ele, areforma da Previdência deve serfeita de maneira completa, permi-tindo maior poupança do setor pú-blico e um horizonte claro de pou-pança, no futuro, do setor privado.

A reforma tributária também foi

abordada pelo senador, que cha-mou atenção para o enorme jogode interesses conflitantes e legítimos.Segundo ele, esse jogo está impe-dindo uma visão muito clara do quea reforma deve ser.

� Precisamos primeiro discutirque tipo de Federação queremospara o nosso país, quais os direitose deveres que competem à União,estados e municípios na divisão dopoder federativo � assinalou.

Apartearam Tasso Jereissati os se-nadores Arthur Virgílio (PSDB-AM),César Borges (PFL-BA), Eduardo Su-plicy (PT-SP), Sérgio Guerra (PSDB-PE), Patrícia Saboya (PPS-CE),Eduardo Azeredo (PSDB-MG),Rodolpho Tourinho (PFL-BA), NeySuassuna (PMDB-PB), José Agripino(PFL-RN) e Antonio Carlos Maga-lhães (PFL-BA). Eles destacaram oequilíbrio, a sensatez e a lucidez dasobservações de Jereissati.

O líder do governo noSenado, Aloizio Merca-dante (PT-SP), elogiou odiscurso do senadorTasso Jereissati, afirman-do que as críticas dooposicionista foram�qualificadas e consisten-tes�. Ele frisou que o go-verno não desqualificaráos interlocutores e a opo-sição.

� Queremos ouvir ascríticas, incorporá-las quando possível e procurar, nessediálogo, avançar nas políticas de governo � declarou.

Mercadante destacou a mudança no padrão de dis-cussão e na natureza das críticas dos líderes do PSDBao governo, desde a campanha eleitoral, quando �ocentro das críticas era que o Brasil caminhava parauma catástrofe�. Ao observar que a crítica do catastro-fismo deu lugar à do continuísmo, Mercadante afir-mou que esse debate é melhor do que o anterior.

� Essa crítica é muito oportuna e é uma crítica quenós devemos fazer � comentou.

O senador enumerou as mudanças implementadaspelo novo governo, começando pela política externa,citando a política econômica e destacando a áreasocial. Segundo ele, o governo quer discutir cada umdos programas sociais, para mostrar sua consistência eo projeto de desenvolvimento, �em que o social será oeixo do desenvolvimento econômico�.

O líder do PSDB, sena-dor Arthur Virgílio (AM),advertiu o líder do gover-no, Aloizio Mercadante,a �tomar muito cuidado�com o ditado popularque diz �desta água nãobeberei�. Garantindo es-tar munido �do espíritoconstrutivo e da mesmalinha de debate qualifica-do�, o líder partidário cri-ticou algumas afirma-ções feitas pelo líder do governo momentos antes.

Segundo Arthur Virgílio, Mercadante insinuou queos brasileiros podem assumir compromissos com a sus-pensão dos aumentos da taxa básica de juros a partirde agora. Mas, para o líder do PSDB, no mês que vem,pode ser necessário aumentar a taxa Selic.

Virgílio também criticou Mercadante por ter ditoque o dólar entra agora em uma situação de equilíbrio,�como se pudesse garantir que não vai haver mais sola-vanco para cima e para baixo�.

O líder do PSDB lembrou que o governo brasileiroacabou de assinar um protocolo de intenções com oFundo Monetário Internacional (FMI) �garantindo acontinuidade das políticas que estão praticadas aí�,contrapondo-se à assertiva de Mercadante, para quema política econômica mudou.

� Não vi mudança significativa entre um modelomacroeconômico e o outro � afirmou Virgílio.

Mercadante consideracrítica �consistente�

Jereissati cobra do governocriatividade para mudar país

Senador não vê sinais de que um rumo diferente esteja sendotomado e teme o aprofundamento do quadro recessivo na economia

Virgílio não vê alteraçãosignificativa na economia

Na opinião de Jereissati,são necessários �novos

quadros, com novas idéias�

Mercadante apontamudanças já

implementadas por Lula

Arthur Virgílio lembraque acordo com FMIprevê continuidade

Ana Júlia contesta climade violência no campo

Na opinião de Pa-paléo, o Brasil tempressa para realizaras reformas, masessa urgência pormudanças não podeatropelar o ordena-mento jurídico nemser feita sem a parti-cipação do país.

� Precisamos dereformas sem sur-presas, coerentes e

consistentes, em prol da constru-ção de um país próspero, no qual opovo também participe efetivamen-te dessa prosperidade � salientou.

Dirigindo-se ao presidente LuizInácio Lula da Silva, o senador dis-se que o governo se inicia num mo-mento de grande esperança do po-vo e que �a sociedade está a exigirdo governante que seus anseios edireitos sejam respeitados e as pro-postas de campanha cumpridas�.

Em apartes, os senadores Moza-rildo Cavalcanti (PPS-RR) e Ducio-mar Costa (PTB-PA) cumprimenta-ram Papaléo por seu discurso.

Povo quer governanteshonestos, afirma Papaléo

to Nacional de Colo-nização e ReformaAgrária (Incra) tenhase convertido embraço do Movimentodos TrabalhadoresRurais Sem Terra(MST), com seus mi-litantes dirigindo oórgão. �É mentira,não há um único mi-litante orgânico dosmovimentos sociais

nas superintendências do Incra. Oque existe são técnicos e quadrospolíticos com larga experiência nocampo�, afirmou. Em contraste,acrescentou, a alardeada reformaagrária realizada pelo governo an-terior foi apenas um arranjo fun-diário arcaico, em que a maioria das524 mil famílias assentadas não temacesso a estradas, energia elétrica,água potável ou casa para morar.

Em aparte, a senadora SerysSlhessarenko (PT-MT) protestoucontra as notícias de que se realizareunião em Mato Grosso visando àformação de milícias paralelas deproprietários rurais para lutar con-tra invasões no campo.

Ana Júlia denunciatentativa de justificar

milícias paramilitares

Papaléo Paes defendereformas para construir

um país próspero

Fotos

: Roo

seve

lt Pin

heiro