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Jornal do Partido Comunista do Brasil no Paraná Novembro de 2019. pcdobpr.org fb.me/PCdoBParana @pcdob_parana [email protected] Rua Luiz Xavier, 68, 21° Andar, Centro, Curitiba Entre em contato com o PCdoBPR Pleno PCdoBPR 20172019 Edson Souza [presidente] (Cascavel), Elton Barz [vicepresidente] (Ponta Grossa), Renato Celso Moreira Filho [secretário de organização] (Curitiba), Jonivan Oliveira [secretário de finanças] (Curitiba), José Ferreira Lopes [secretário de formação] (Curitiba), Claudinei Pereira [secretário de comunicação] (Maringá), Hugo Valadares [secretário de juventude] (Ponta Grossa), Elza Campos [secretária de movimentos sociais] (Curitiba), Mônica Andressa Silveira [secretária de mulheres] (Cascavel), Zenir Teixeira [secretário sindical] (Pinhais), Adriano Soares Matos (Cascavel), Alberto C. Rocha (Paranaguá), Profª Ana Lúcia (Maringá), Beatriz Alves dos Santos Silva (Foz do Iguaçu), Camila Lanes (Curitiba), Célio Rodrigues (Ponta Grossa), César Bueno (Curitiba), Dyego Lima (Curitiba), Mario Alberton (Maringá), Isabela Sens Fadel Gobbo (Ponta Grossa), Izabela Marinho (Curitiba), Luiz Alberto Manfredini, (Curitiba), Marli Gonçalves (Toledo), Mario Ferrari (Curitiba), Marcelo Pinhatari (Londrina), Odair Rodrigues (Fazenda Rio Grande), Pablo Braga Machado (Foz do Iguaçu), Tércio Nascimento (Ponta Grossa), Túlio Hoffmann (Palmas) Edição Especial da Conferência Estadual Algumas das fotos por @leonardocosta.fotos

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Page 1: Jornal do Partido Comunista do Brasil no Paranáparticipou ativamente da coordenação da campa nha presidencial do PSL no Paraná. Tal participa ção, no entanto, parece estar mais

Jornal do Partido Comunistado Brasil no Paraná

Novembro de 2019.

pcdobpr.org fb.me/PCdoBParana @pcdob_parana

[email protected] Rua Luiz Xavier, 68, 21° Andar,Centro, Curitiba

Entre em contato com o PCdoB­PR

Pleno PCdoB­PR 2017­2019Edson Souza [presidente] (Cascavel), Elton Barz [vice­presidente] (Ponta Grossa), Renato Celso Moreira Filho [secretário de organização] (Curitiba), Jonivan Oliveira

[secretário de finanças] (Curitiba), José Ferreira Lopes [secretário de formação] (Curitiba), Claudinei Pereira [secretário de comunicação] (Maringá), Hugo Valadares [secretáriode juventude] (Ponta Grossa), Elza Campos [secretária de movimentos sociais] (Curitiba), Mônica Andressa Silveira [secretária de mulheres] (Cascavel), Zenir Teixeira

[secretário sindical] (Pinhais), Adriano Soares Matos (Cascavel), Alberto C. Rocha (Paranaguá), Profª Ana Lúcia (Maringá), Beatriz Alves dos Santos Silva (Foz do Iguaçu),Camila Lanes (Curitiba), Célio Rodrigues (Ponta Grossa), César Bueno (Curitiba), Dyego Lima (Curitiba), Mario Alberton (Maringá), Isabela Sens Fadel Gobbo (Ponta Grossa),

Izabela Marinho (Curitiba), Luiz Alberto Manfredini, (Curitiba), Marli Gonçalves (Toledo), Mario Ferrari (Curitiba), Marcelo Pinhatari (Londrina), Odair Rodrigues (Fazenda RioGrande), Pablo Braga Machado (Foz do Iguaçu), Tércio Nascimento (Ponta Grossa), Túlio Hoffmann (Palmas)

Edição Especial daConferência Estadual

Algumas das fotos por @leonardocosta.fotos

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Ratinho Júnior: a recriaçãoda modernidade conservadora

Vitorioso ainda no primeiro turno nas elei­ções gerais do ano passado, Ratinho Júnior foiuma das opções de continuidade conservadoraconstruída no Paraná. Secretário de Desenvolvi­mento Urbano, tendo seu consórcio partidário(PSD e PSC) como parte importante da bancadade sustentação do Governo Richa, Ratinho Júni­or construiu, dentro do espectro social e políticodo conservadorismo no Paraná, sua viabilidadeeleitoral e sua vitória foi a remontagem em outrosparâmetros do grupo conservador da época dogoverno de Beto Richa.

Sua composição tem como sustentáculo oprotagonismo empresarial, expresso na pessoade seu vice­governador Darci Pianna, presidenteda Federação do Comércio de Bens, Serviços eTurismo do Paraná (Fecomércio), junto com amobilização da radicalização dos neopentecos­tais, contando ainda com a herança do núcleoempresarial de apoiadores da natimorta candida­tura Osmar Dias, com destaque para as coopera­tivas agroindustriais do Estado.

Todos estes setores foram ativos na defesado golpe de Estado de 2016 e na construção deuma agenda conservadora para o Brasil. Nas elei­ções de 2018, o núcleo do conservadorismo esta­dual perfilou com Bolsonaro. Ratinho Júniorparticipou ativamente da coordenação da campa­nha presidencial do PSL no Paraná. Tal participa­ção, no entanto, parece estar mais ligada a umoportunismo eleitoral de momento, do que a con­vicções que o levem, eventualmente, a reproduzirno Estado, ipsis litteris, o ideário bolsonarista.

Planos de governos recém empossadoscompromissos programáticos ali expostos nemsempre conhecerão concretude no decorrer daação governamental. Daí serem vistos com certareserva até que sejam efetivamente implementa­dos, total ou parcialmente. De todo modo, numinício de governo, se constituem parâmetro deanálise não desprezível. A despeito da origemconservadora e do arco de forças de centro e cen­tro­direita que o sustentam, Ratinho Júnior, noPlano de Governo apresentado à Assembleia Le­gislativa, em 4 de fevereiro de 2019, apresentapostulados, intenções e metas que merecem re­gistro.

Em seu plano, Ratinho Júnior é claro quan­to à natureza do Estado que defende: nem míni­mo, nem máximo, mas o necessário. Com basenesse pressuposto, anuncia um movimento detransformação e inovação no Paraná, de modo a“fazer do Paraná uma referência para o Brasil, oestado mais moderno do nosso país”, respeitadaa pluralidade de sua gente e o “diálogo franco,amplo e inteligente”, claro que o caminho para arealização deste processo não está apontadonem mesmo as medidas que fazem parte destespressupostos.

Ratinho Júnior anuncia compromisso com ademocracia: “A consolidação de um estado mais

igualitário, mais democrático, econômico e social­mente desenvolvido, perpassa pelo incondicionalrespeito à cidadania, aos direitos humanos e aosgrupos vulneráveis, principalmente à valorizaçãoda mulher e o enfrentamento a qualquer forma dediscriminação de raça ou gênero”, foi constituídouma Superintendência para cuidar do setor e le­var a frente as negociações das crises.

Do Plano de Governo, importa consideraras questões mais essenciais para a definição deuma postura política em relação à atual adminis­tração do Estado. É o caso, por exemplo, do seureconhecimento da agricultura familiar (“O fortale­cimento da agricultura familiar melhora a renda doagricultor, com estímulo ao cultivo de produtos dealto potencial de valor agregado e à estruturaçãode atividades não agrícolas”).

Segundo o texto o atual governo reconheceque as unidades estaduais se constituem “numexcepcional ativo de inteligência (...), “fundamen­tal de apoio ao desenvolvimento regional do Pa­raná”. Entre as medidas propostas, está “aproveitar o potencial das universidades para odesenvolvimento da Educação à Distância e, as­sim, promover a expansão de vagas para levar aeducação superior a todas as regiões do Estado”.Mas, ao mesmo tempo que traz este enunciado,ameaça a Autonomia Universitária com a Institui­ção da Lei Geral das Universidades.

No capítulo do Plano de Governo dedicadoà desestatização, a nova administração públicaparanaense “reconhece a importância das empre­sas estatais eficientes”. Quanto à Copel, não háindício de que pretenda privatizá­la. Ao contrário,garante manter “o Estado do Paraná como maiore principal acionista”. Também a Sanepar não étratada como empresa privatizável, mas apontapara a privatização de partes da empresa como aCopel Telecom.

O plano em ação do governo Ratinho

Na ação, como já se afirmou acima, planospodem ser modificados e, não raro, distorcidos.Os primeiros 100 dias do governo já indicam, aomenos inicialmente, sua coerência – ou não –com o plano original. Talvez os casos mais emble­máticos dessa alteração digam respeito à CopelTelecom e à Compagas.

No capítulo “Desestatização” do Plano deGoverno, não há referência ao que agora seanuncia, ou seja, a privatização (seja por qual mo­delo for) das duas empresas. A iniciativa é ampla­mente contestada, sob a alegação de essasempresas integram o patrimônio público e devemestar a serviço do desenvolvimento da populaçãoe não do lucro privado.

O Plano de Governo refere­se recorrente­mente à parcerias entre a sociedade civil organi­zada e o Governo do Estado, como “coprodutora

dos serviços públicos” e “na execução de grandesprojetos essenciais para o desenvolvimento doParaná”. São frequentes indicações como “mode­los de gestão colaborativa entre o governo e a so­ciedade”, “o Estado deixa de ser o executor paraser aquele que fiscaliza e regula”, “transferir atri­buições administrativas por meio da celebraçãode contratos de gestão”, e daí por diante. Suspei­ta­se, não sem razões, que tais enunciados mas­caram uma inclinação privatista da atualadministração ­ a ser melhor verificada no andardos acontecimentos ­ e trazem preocupação noque se refere às ações de Privatização já anunci­adas.

A reforma administrativa anunciada por Ra­tinho Júnior também sofre contestações. Ela re­duziu de 28 para 15 o número de secretarias eelimina 339 cargos comissionados e de funçõesgratificadas, pretendendo poupar o Estado em R$10 milhões. Em entrevista à Gazeta do Povo, em11 de abril, sobre os primeiros 100 dias de gover­no, o governador, segundo o jornal, “não conse­guiu detalhar onde serão economizados os R$ 10milhões. Ele admitiu que é apenas uma projeção”.

Um dos pontos controversos quanto à re­forma administrativa está na pretendida fusão en­tre o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), depesquisa agronômica, com a Emater, de assistên­cia técnica. Não poucos afirmam que a iniciativarepresenta um alto risco de retrocesso na pesqui­sa científica e tecnológica no Estado.

A redução de 30% nos recursos das univer­sidades estaduais, entre outros danos, ameaçagravemente, entre outras coisas, o Laboratório deEnsino e Pesquisa em Análises Clínicas, da Uni­versidade Estadual de Maringá e boa parte dosserviços prestados a comunidade através dasUniversidades Estaduais.

Também a decisão governamental de nãopromover reajuste no vencimento dos servidorespúblicos este ano (transferindo­o para 2020, nabase de 3,5%) recebe críticas, sobretudo porque,ainda em abril último, Ratinho Júnior garantiu aoministro Paulo Guedes que as contas do Estadoestão equilibradas: “O Paraná é um dos estadoscom melhor saúde financeira do país”, declarouem encontro com o ministro.

Diante do quadro acima exposto, o PCdoBparanaense não deve vacilar em combater ener­gicamente todas as iniciativas do Governo do Es­tado que afetem ou venham afetar os interessesdo povo, para tanto articulando ou participando dearticulações e ações de resistência. Apesar des­sa postura de firmeza e discernimento em defesados interesses populares, o PCdoB deve exami­nar com maior profundidade a constituição, osprojetos e a ação concreta do governo RatinhoJúnior, de modo a bem fundamentar conclusõesde ordem tática.

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O que fazer: um partido do tamanhodas tradições e das glórias do PCdoB

O centro da tática Estadual, neste momen­to, é a luta contra a privatização da Copel e daCompagas e outras estatais importantes que porventura venham a ocupar a agenda do Governodo Estado. Destaca­se, também, a mobilização,debate e resistência à Lei Geral das Universida­des LGU. No que tange aos movimentos sociaise Direitos humanos, devemos estar atentos àsnegociações e ao andamentos das ações relati­vas aos Assentamentos do MST e ao processodas tensões sobre as terras indígenas, assim co­mo estarmos vigilantes às ações truculentas daPolicia Militar em ocupações urbanas e sobre osmovimentos culturais no Estado. Em torno desseeixo tático, o Partido deverá estar atento a outrasmedidas que o Governo Ratinho Júnior possa to­mar em desfavor dos interesses do povo parana­ense. O Partido deverá ter sabedoria paraarticular adequadamente as bandeiras federais eestaduais e, em cada um desses setores, aque­las que dizem respeito aos eixos centrais da táti­ca.

No Plano da Politica o centro da Tática é asobrevivência do partido no meio institucional,que passa pela construção, desde já, da nossachapa de deputados e deputadas Federais de2022. Todo nosso movimento eleitoral em 2020tem que ter como pano de fundo o processo de2022. A estrutura e a estruturação financeira e or­ganizativas nossas prioridades eleitorais estarãocentradas em três níveis:

1. Cidades com eleição em dois turnos (Curi­tiba, Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Cas­cavel e possivelmente São José dos Pinhais)2. Cidades com mais de 100 mil habitantes,notadamente as cidades da Região Metropo­litana de Curitiba.3. Cidades onde teremos chapas para o Le­gislativo Municipal competitivas e/ou chapasmajoritárias com possibilidade de vitória.

Será cuidando, preparando e acompa­nhando estas cidades – algo em torno de 38 mu­nicípios ­ que se dará o início de nossa chapapara a Câmara Federal. Esta centralidade nãopode ser somente um movimento das direçõesMunicipais e da Estadual. Precisamos cada vezmais envolver toda a militância e nossas frentesde massas. A União da Juventude Socialista(UJS) tem papel central nesta tática como o ex­emplo já ocorrido nas eleições Gerais de 2018.Dar protagonismo às lideranças Jovens nas dire­ções municipais, Fórum Regionais e no processoeleitoral de 2020 será importante para o fortaleci­mento da nossa Frente de Juventude. Para issotemos que aprimorar a ação da nossa SecretariaEstadual de Juventude e fazer uma conexão de­la com a ação nos principais municípios do esta­do, principalmente àqueles que são o centro de

Universidades Públicas e Institutos Federais deEducação.

Precisamos apostar com todas energiaspossíveis no empoderamento das mulheres napolítica. Um dos primeiros grandes desafios serádar sequência à Conferência Nacional sobre aEmancipação das Mulheres aqui no Paraná. Asmaiores cidades do Estado precisam fazer açõespreparatórias para a Conferência Nacional sobrea Emancipação das Mulheres e este processoserá acompanhado diretamente pela presidência,vice­presidência e secretária Estadual de Mulhe­res do PCdoB, em conjunto com as direções Mu­nicipais destas cidades. Logo após a realizaçãoda Conferência a direção estadual, junto com asdireções dos principais municípios, precisam cri­ar mecanismos de formação, acompanhamento ede fortalecimento de lideranças femininas no Es­tado, juntamente com um programa de políticaspúblicas voltadas para as mulheres, para consta­rem como pontos importantes nos Programas demandato de todos nossos candidatos e nossascandidatas e do nosso programa de governo.Ainda neste ponto se encontra o fortalecimentoda União Brasileira de Mulheres (UBM), com o in­tuito de construir representações da entidade nosprincipais Municípios do estado.

Na Frente Sindical precisamos neste perío­do debater junto com a Central das Trabalhado­ras e Trabalhadores do Brasil (CTB) ofortalecimento da central nesta conjuntura desfa­vorável aos sindicatos e ao sindicalismo. Precisa­mos, através da Secretaria Sindical do partido, dapreparação de uma radiografia dos filiados e fili­adas militantes da área sindical para preparar oCongresso da CTB e preparar nossas candidatu­ras para 2020 já apontando para as eleições de2022.

A União Nacional LGBT (UNA­LGBT) pre­cisa ser reforçada e ter sua atuação intensificadano interior do Estado. A meta é construir um En­contro da Diversidade e a eleição de 2020 atémarço no Estado do Paraná. Quanto à União de

Negros Pela Igualdade (UNEGRO) precisamosfazer a reorganização completa da entidade noParaná. Caberá à Secretaria Estadual dos Movi­mentos Sociais definir ações para o reinicio dasatividades desta importante Frente de Massas noParaná. Precisamos ter um número grande decamaradas Negras e Negros na disputa do pro­cesso eleitoral de 2020 e 2022.

Na esfera da estruturação partidária o par­tido tem que promover uma revolução de suasações tanto na sua organização burocrática, daestruturação financeira e da vida institucional dopartido. A meta é colocar o partido estadual e dascidades prioritárias dentro das normas legais ten­do, assim, funcionamento pleno. Talvez este pro­cesso continuo seja um dos grandes desafiosdesta e das próximas direções. Precisamos lutarcom todas as forças contra o menosprezo dasquestões burocráticas e legais do partido.

A constituição do núcleo básico da EscolaEstadual de Formação é nossa principal metapara a área de formação. Nos próximos dois anosprecisamos universalizar para nossas principaislideranças o curso de nível dois no Estado e fazercom que ao menos quinze novos camaradas fa­çam o curso nacional de nível três.

Dentro do processo da autonomia financei­ra do partido precisamos passar invariavelmentepela contribuição militante. Cada cidade prioritá­ria ter que constituir um plano de ação e execu­ção para o fortalecimento financeiro do Partido noEstado, acompanhada pela Secretaria Estadualde Finanças. Outra grande prioridade é regulari­zar toda as prestações de contas do Partido Es­tadual e de nossos Diretórios Municipais dascidades prioritárias.

Por um Balanço Necessário

O biênio que agora termina foi marcado porum desafio intenso para o PCdoB do Paraná. En­frentamos o crescimento do conservadorismo daextrema direita no Estado (Centro da Lava Jato),

Conferência municipal do PCdoB de Curitiba

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o desafio de enfrentar as novas regras políticas epartidárias determinadas pelo Congresso Nacio­nal e, ao mesmo tempo, tivemos que tentar cons­truir um núcleo dirigente para dar conta destemomento. O processo de eleição de 2018 mos­trou nossas amplitudes mas acentuou com muitomais força nossas deficiências organizacionais,financeiras e de estruturação partidária.

Conseguimos pela primeira vez escolherum projeto político unitário e conseguir, com to­das dificuldades do período, executá­lo. Não con­seguimos eleger nosso deputado estadual, maso partido conseguiu toda estruturação financeirapara a campanha prioritária. Conseguimos fazercerca de cinco mil votos fora de Foz do Iguaçu,mas a não eleição (ficamos na primeira suplên­cia) determinou muitas derrotas organizativas econtribuiu com a saída do vice­prefeito de Foz doIguaçu, Nilton Bobato, das nossas fileiras.

A mudança da regra eleitoral, com a neces­

sidade de chapa própria para as câmaras munici­pais, vem acarretando na saída de muitaslideranças de nosso partido agravando o já debi­litado quadro político do partido no Estado.

Esta direção que se encerra serviu de tran­sição entre um momento de extrema disputa pa­ra a consolidação de uma unidade de ação queinfelizmente não foi acompanhada de uma maiorestruturação de nossa direção que, agora no no­vo período, tem que ter como prioridade básica aconstrução de uma direção coletiva e que consi­ga dar conta da política e da organização do par­tido. Precisamos, como bem disse nossoVice­Presidente Nacional Valter Sorrentino, cons­truir um PCdoB do Paraná que seja o PCdoB,principalmente no que tange seu processo orga­nizativo.

A novidade boa do período foi o processode incorporação dos camaradas e das camara­das do PPL, que ajudam a vitalizar o partido em

inúmeras cidades, contribuíram com a estrutura­ção de saídas para nossa política em muitas ci­dades e agora vão desempenhar importantepapel na Direção Estadual e em muitas das cida­des prioritárias. Ressaltamos, sem demérito dasoutras cidades, a contribuição para a constituiçãoda nossa chapa de vereadores em Curitiba e naconstrução do nosso processo de conferência.Isso por si só mostrou como foi acertada a posi­ção das duas direções nacionais em realizar es­te processo de encontro entre estes dois troncoscomunista do Brasil. A unidade vai trazer a novi­dade para os horizontes vermelhos do Paraná esua gente.

Direção Estadual doPCdoB no Paraná

Lula, citando Che Guevara, reafirmou: "Ospoderosos podem matar 1, 2, 100 rosas. Mas ja­mais conseguirão deter a chegada da primavera".Aliás, fazendo valer a Constituição, o STF possi­bilitou a libertação do ex­presidente da injusta pri­são em meio à primavera brasileira. E a frase porele mencionada ficou marcada nas mentes e co­rações dos que lutam por liberdade e democra­cia, especialmente daqueles que sustentarambravamente, debaixo de sol e calor, sob chuva eo frio de Curitiba, todos os 580 dias, naquela es­quina encravada no bairro Santa Cândida.

O PCdoB no Paraná, através da Secretariade Movimentos Sociais, esteve presente na Vigí­lia por Lula desde o primeiro dia da prisão, 7 deabril de 2018. Nas saudações de “Boa Tarde” e“Boa Noite, presidente Lula!”, o Partido esteve emnumerosas delas, coordenando a atividade, ex­pressando grande emoção e muita consideraçãopara com todos os militantes dessa luta, que fica­rá gravada na trajetória de um sem­número deativistas, principalmente os de Curitiba, mas tam­bém os vindos de outras regiões do Paraná e detodos os estados brasileiros. Gente de tantosrostos e muitas histórias, que trazia e levavaabraços fortes de solidariedade. Alguns militantescomunistas também puxaram os debates chama­dos “Rodas de Conversa”, sobre os mais varia­dos temas, nas tardes de sábado.

Dizíamos: “Lula não está só!”. Com ele hámilhões de brasileiros e brasileiras que esperame, a seu modo, lutam pela liberdade do ex­presi­dente. Em cada novo dia vivenciado, nos 580 di­as, 13.920 horas, 835.200 minutos, 50.112.000segundos de resistência, ousadia, solidariedade,compartilhamento, dedicação, o movimento daVigília se propagou para o mundo todo denunci­ando a perseguição de um dos maiores líderesda história contemporânea.

Naquele triste 7 de abril, quando Lula foiposto na cela da PF, milhares de militantes ento­

aram canções de luta, como a inesquecível can­ção de Vandré, “Para não dizer que não falei dasflores”, perante a covardia da polícia militar doParaná, que agrediu os manifestantes com bom­bas de gás lacrimogêneo e de efeito moral. Cer­ca de 20 ativistas sofreram lesões. Nos primeirosmeses, quando foi montado um acampamento si­multâneo à Vigília, provocadores desfecharam ti­ros contra esse precário alojamento, em tentativaintimidatória. Sem sucesso: a Vigília reforçou su­as convicções, sua lealdade à Lula e se manteveainda mais unida e forte até o último dia da pri­são.

A duas quadras da Vigília, foi também ins­talada a “Casa Marielle Franco”, onde se desen­volveram atividades artísticas, culturais efestivas, para manter indelével a memória dacombativa vereadora carioca, barbaramente as­sassinada por milicianos. Ainda persistem incer­tezas sobre o real mandante do crime. Háindícios e denúncias de possível envolvimento dopróprio presidente e seus filhos nesse caso, en­cobertos por um véu de impunidade e tergiversa­ções.

Importantíssimos apoios nacionais e inter­nacionais foram dados a Lula, assinalando a in­justiça de sua prisão, a começar da própriaComissão de Direitos Humanos da ONU. AsMães da Plaza de Mayo condecoraram­no com olenço branco, a mais alta homenagem do movi­mento argentino. Pela Vigília passaram AdolfoEsquivel (Prêmio Nobel da Paz), o ex­presiden­te argentino Duhalde e o atual recém­eleito Alber­to Fernández, Jean­Luc Mélenchon (liderança domovimento de esquerda “França Insubmissa”),Kailash Satyarthi, Noam Chomsky (linguista nor­te­americano), o juiz Baltasar Garzón (que pren­deu o ditador Pinochet), Chico Buarque, o atornorte­americano Danny Glover (embaixador daONU para Direitos Humanos e Assuntos Raciais,com quem tivemos a oportunidade de visitar o as­

sentamento do Contestado do MST na Lapa­PR),o governador maranhense Flávio Dino (PCdoB),a presidente nacional do PCdoB e vice­governa­dora de Pernambuco Luciana Santos.

Muitas outras personalidades do Brasil edo mundo estiveram na Vigília, mal cabendoneste espaço enumerar todas, mas demonstran­do que a Campanha Lula Livre não só represen­ta um movimento pela liberdade mundial comotambém uma defesa da democracia, da sobera­nia nacional e de direitos sociais subtraídos noatual quadro de acirramento da luta de classes.

A vivência do PCdoB na Vigília Lula Livrepermitiu alcançar a compreensão de que as bata­lhas pela liberdade do ex­presidente inserem­sena luta maior em defesa da democracia e daConstituição Brasileira, e que a prisão manipula­da por setores inescrupulosos do Judiciário e doMP foi mais um capítulo do golpe que destituiu apresidenta Dilma, entronizou o oportunista neoli­beral Temer e abriu caminho à eleição de Bolso­naro.

A Vigília por Lula foi um espaço politico deaprendizagem, de humanidade, de encontros, deunidade na diversidade, para o acúmulo de forçaspara o enfrentamento do governo fascista, ma­chista, racista e misógino de Bolsonaro. E issotem que desembocar na constituição de umaFrente Ampla que possa afastar a barbárie bolso­narista e recomponha um verdadeiro projeto deBrasil soberano, democrático e justo.

Viva Lula Livre!

“Se o presente é de luta, o futuro nospertence”. (Che Guevara)

O PCdoB/PR e a Vigília Lula Livre

Elza Maria CamposSecretária de Movimentos Sociais

PCdoB no Paraná