jornal do meio - especial dia das mães

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Muitos pais esquecidos nos asilos ainda sonham com uma visita dos filhos Dia Pais dos especial jornal do meio Bragança Paulista Sexta 09 Maio 2008 Nº 430 - ano VI [email protected]

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Tablóide especial com matérias referentes ao Dia das Mães

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Muitos pais esquecidos nos asilos ainda sonham com uma visita dos filhos

Dia Paisdos

especial

jorn

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eio

B r a g a n ç a P a u l i s t a

Sexta09 Maio 2008

Nº 430 - ano [email protected]

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EditorialO Jornal do Meio mais um ano homenageia as mães

nesta Edição Especial, embora todo dia seja o dia das

mães. Todos sabem que não é preciso engravidar para

se tornar mãe. Por isso, esse ano escolhemos como tema as queri-

das tias que por algum motivo ou opção não tiveram fi lhos, porém

nasceram com o dom de ser mãe e de cuidar de toda família. Dessa

maneira se tornaram a segunda mãe para seus parentes.

Algumas cuidaram de gerações, sempre com a mesma dedicação e

amor incondicional, sem esperar nada em troca. Muitas abdicaram

de seus sonhos para se dedicar ao árduo e prazeroso trabalho de ser

a segunda mãe. Ao longo das matérias, o leitor perceberá a gratidão

que os familiares possuem, juntamente com a tranqüilidade em saber

que os fi lhos estão em boas mãos e seguros enquanto trabalham,

pois geralmente esquecemos de agradecer aqueles que estão sempre

ao nosso lado e dizer o quanto são importantes.

Nesta Edição apresentamos 8 histórias que representam todas as tias

que lutam pela felicidade de suas famílias. Elas são um exemplo a ser

seguido. Cada uma à sua maneira – seja com doces, brincadeiras,

paciência, prontidão – faz com que a família seja mais unida, coisa

dif ícil de acontecer nos dias de hoje, quando a correria do dia-a-dia

torna as reuniões familiares, os encontros, cada vez mais escassos.

Queríamos agradecer aos entrevistados pela disponibilidade, aten-

ção e claro, por manterem segredo sobre o Especial, já que se trata

de uma surpresa. São histórias que emocionaram toda a equipe.

Esperamos que elas também toquem o coração do leitor.

Feliz dia Das Mães!

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Superando as barreiras

Olga Cipriani, 72 anos, não é uma tia comum. Enquanto para algumas

pessoas da terceira idade, o com-putador ainda é um desafi o, para Olga que é ligada nas inovações tecnológicas, conversar com os sobrinhos-netos que moram fora de Bragança através do MSN (um programa de computador), é uma alegria e uma forma de matar a saudade, já que alguns estão fora do país.

Assim como muitas outras mu-lheres, Olga trabalhou e estudou, chegando a se formar em Estudos Sociais, mostrando sua independência.Os sobrinhos Luiz Gus-tavo Diniz, 50 anos e a irmã Maria Aparecida Diniz Lo Sardo, 48 anos contam um pouco da história de Olga. Composta por uma família de 4 fi lhos – 3 mulheres e 1 homem – quando a mãe de Olga

faleceu, ela e o irmão foram morar com a irmã Odete, que na época já era casada com Ulisses e tinha

os 3 fi llhos: Luiz Gus-tavo, Maria Aparecida e Ulisses Júnior.“Nós éramos pequenos e eu dividia o quarto com tia Olga”, recorda-se Maria Aparecida. “Como

tia Olga trabalhava na Prefeitura, ela era a primeira a se levantar, nos acordava e preparava o café para todos”, comenta Luiz Gustavo. Olga também cozinhava. Os sobrinhos contam que quando se aventurava na cozinha, a tia gostava de fazer algo especial para o almoço como seu famoso nhoque. “Ela estava presente em tudo que acontecia”, diz Luiz Gustavo. Prontidão, cari-nho e paciência, para os sobrinhos são as qualidades mais marcantes de Olga.Foram noites em claro cuidando das crianças. “Até do cachorro ela cuidava”, brinca a sobrinha. Atual-mente morando sozinha, Olga liga para os sobrinhos só para saber se está tudo bem e se precisam de

alguma ajuda. Como ela é sozinha, poderia cobrar mais atenção. Mas ela não faz isso. Tudo que faz é de boa vontade.Os irmãos relatam que Olga sem-pre fez parte da família como uma verdadeira segunda mãe, apesar de não ter casado e nem tido fi lhos. Os sobrinhos também recorreram á tia para ajudar na criação dos fi lhos, quando eram pequenos: no total são 7 sobrinhos-netos. “Ligávamos para ela fi car com as crianças quando precisávamos sair”, conta Maria Aparecida. Há algum tempo, Olga organizou um passeio levando dois sobrinhos-netos passear de navio.Para fi nalizar Luiz Gustavo deixa sua homenagem em nome de Mirlem, Maria Aparecida, Marcelo, Ulisses Jr. e Laís: “Queremos aproveitar a oportunidade que o Jornal do Meio nos proporcionou de mais uma vez reconhecer e agradecer tudo que Olga fez quando éramos crianças, adolescentes, adultos e agora com nossos fi lhos. Tudo que somos foi graças a seus cuidados”.

POR MARIA FERNANDA DI BELLA

da tecnologia

Sempre dedicada tia Olga ajuda a cuidar hoje dos sobrinhos-netos.

Odete ao lado da irmã Olga que ajudou a cuidar dos sobrinhos

Tia Olga sempre gostou de desafi os

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Quem é que não gostaria de ter uma família grande, a perfeita família italiana

como nos fi lmes, com a mesa farta aos domingos, onde todos fossem unidos embaixo das asas de uma matriarca? Essa família existe graças ao empenho de Irma Del Roio. Sem saber exatamente o porquê, Irma pegou para si o dever de cuidar dos irmãos. São muitas passagens, histó-rias engraçadas e emocionantes, que fi carão guardadas para sempre. Foi a irmã Yvone Del Roio Paranhos, 75 anos, que se encarregou de descrever e homenagear a matriarca, em nome de todos da família Del Roio.“É uma coisa inexplicável. Ela se dedicou de corpo e alma para a mãe, os irmãos, sobrinhos e agora os sobrinhos-netos”, emociona-se

Yvone. Para ela, essa “função” veio naturalmente. Irma nasceu com o dom de ser mãe, mesmo não tendo filhos.O amor de Irma é espontâneo e ver-dadeiro. Tudo que faz pelos irmãos e sobrinhos é de coração, sem esperar nada em troca.Yvone é a caçula das mulheres e diz – com lágrimas nos olhos – que sua mãe foi Irma. “Dedicamos umas as outras in-distintamente. So-mos muito unidas e sempre foi assim”, conta Yvone.A dedicação é tamanha que Yvone ressalta uma das passagens da vida de Irma, quando cuidou de uma cunha-

da até o dia em que ela faleceu. “Foi maravilhoso. Por gratidão, a cunhada deixou a herança para Irma”. Se for preciso Irma tira a roupa do corpo para ajudar as outras pessoas. “Ela é a verdadeira matriarca. Não faz distinção entre ninguém. É de uma humildade incontável”, descreve

Yvone. Muito católica, nem nos momentos das orações Irmã esquece da família. Aos 80 anos, é uma mulher forte, tem saúde para dar e vender. Todo empenho é recompensa-do: no dia do aniversário,

Yvone relata que o apartamento de Irma parecia um jardim, devido ao número de flores que recebeu de toda a cidade. “O telefone não parava de tocar, mostrando o carinho que as pessoas têm por ela”, recorda-se.Como toda mãezona, com Irma não poderia ser diferente: todos recorrem à ela para pedir conselhos. A última palavra é sempre da Irma. “É o empenho dela que nos une. Ela não deixa ninguém brigar para não desunir a família. Mesmo não tendo muito estudo, Irmã é muito sábia porque a vida ensinou muitas coisas para ela”, comenta Yvone. É na casa de Irmã que a família se

reúne para festas, almoços, reuniões, ou uma simples visita. Cozinheira de mão cheia, faz familiares e amigos se deliciarem com as comidas que prepara, principalmente os sobrinhos-netos, sua verdadeira paixão.Também é preocupada em agradar as pessoas, principalmente se alguém faz algo para ela. Como uma vez em que uma amiga disse que ia fazer uma geléia de pinga. “Quando a amiga ligou, Irma agradeceu a geléia, disse que estava uma delícia. Ela só esqueceu um detalhe: a amiga ainda não tinha entregado a geléia”, diverte-se Yvone.Outra vez Yvone colocou sal no quindim ao invés de açúcar. “Irma antes de comer sempre fala ‘Hum, que delícia’. Pode ser poeira que ela vai dizer que está bom, mas dessa vez não tinha como”, conta Ynove as gargalhadas.A família toda admira a mulher empenhada e decidida, que na opi-nião de Yvone está em seu melhor momento: “A gente se esforça para ser igual à ela, mas não consegui-mos. Não tem o que fazer, ela é assim mesmo generosa”, desabafa. E continua: “Irma é completa, é o centro da família”.Yvone deixa sua mensagem: “Em nome de toda família nós só temos a agradecer. Na verdade não existem palavras. Irma é extraordinariamente maravilhosa”.

Uma vida É preciso amor, paciência e pulso fi rme para cuidar da família

POR MARIA FERNANDA DI BELLA

para servirIrma (no centro) no dia do aniversário com algumas fl ores que recebeu

Yvone

Irma é completa, é o centro da família

A casa de Irma é o ponto de encontro da família Del Roio

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Geralda Leme sempre teve personalidade forte. As vésperas de completar 80

anos, ainda mora sozinha – mesmo com a insistência da família para morar com alguém – mostrando que sua independência ainda per-manece. Começou a trabalhar muito nova, numa fábrica de tecidos e quando voltava do trabalho, como filha mais velha, ainda fazia os trabalhos domésticos. Não se casou por opção, preferiu adotar o comportamento de segunda mãe de toda família.A irmã caçula, Gerceliris Leme, 68 anos, relembra que há mais de 30 anos, 2 sobrinhos que moravam na fazenda, mudaram-se para a casa da tia Gera, como é chamada, para terminarem os estudos. Foram cerca

de 7 anos acolhendo-os como se fossem seus próprios fi lhos, ajudando em tudo que precisavam.“Nessa época eu morava em São Paulo. Quando minha primeira fi lha Adriana era pequena, tive um problema. Por não ter ninguém de confi ança para cuidar dela, ela também foi morar com a Gera”, recorda-se Gerceliris. Quando ainda morava em Bragança, Gerceliris se lembra que Gera preparava o mingau todas as manhãs, antes que ela saísse para o trabalho. Ela também sempre gostou de costurar para a família. Foi Geralda que se en-carregou de cuidar do pai, após o falecimento da mãe. O tempo passou, os sobrinhos

cresceram, casaram-se e tiveram filhos. Gera agora é a segunda mãe da nova geração. “Ela nunca reclamou de ter que fi car com um de nossos fi lhos”, diz Ana Cristina

Leme Vieira, 38 anos, fi lha de Gerceliris. A tia tem enorme paciência para fi car com as crian-ças e acaba entrando nas brincadeiras, com músicas e histórias.Nem os animais de estimação escapam dos cuidados de Ge-

ra. Uma das sobrinhas só confi a nela para deixar o calopsita Pépe, quando viaja.Adriana Leme Zago, 40 anos, emo-ciona-se ao falar da tia Gera. “Ela é mais do que uma mãe para mim. Por isso em todos os dias das mães, além da minha mãe, nós também a presenteamos”.Quem conhece tia Gera sabe que apesar do gênio forte ela está sem-pre pronta para os momentos de descontração. Adora tomar vinho e não dispensa uma cervejinha gelada. “Ela sempre cai nas brincadeiras que a família faz com ela”, diverte-se Adriana. E Ana Cristina conta o dia que o marido Clóvis passou um trote: “Era época de Natal e ele ligou dizendo que era um vizinho, avisando que o pisca-pisca da va-

randa estava pegando fogo. Toda família se diverte com a história até hoje”.As sobrinhas Ana Cristina e Adriana realizaram o maior sonho de tia Gera: andar de avião. Em 1994 ela ganhou de presente uma viajem para Porto Seguro. Foi um momen-to inesquecível, Gera fi cou muito emocionada.A qualquer hora ela está pronta para ajudar. “Ela não faz por obrigação, mas por doação”, frisa Gerceliris. Alguns momentos tia Gera deixa de ir a certos lugares só para fi car com os sobrinhos. E sempre foi assim. “Há muitos anos atrás ela não foi ao casamento de uma sobrinha, para fi car com o pai que estava doente”, conta Adriana.Recentemente Gera sofreu uma grande perda com o falecimento da irmã Gerceles. O que só aumentou seu zelo pela família, tornando-a ainda mais forte.“Aceitar participar dessa entrevista foi a melhor forma que encontramos de agradecer e expressar o quanto tia Gera é importante em nossas vidas. Ela fez coisas que só uma mãe faria. Estamos falando de coração. A vida dela foi marcada pela doação, não só do tempo, mas de si mesma”, concluem Gerceliris, Ana Cristina e Adriana.

de

Adriana

Ela é mais do que uma mãe para mim

Coraçãomãe

As gerações mudam, mas a disponibilidade é a mesma

POR MARIA FERNANDA DI BELLA

Tia Gera com a nova geração de sobrinhas-netas

Geralda com os sobrinhos que ajudou a criar.

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A família de Maria Izilda Brandão, 50 anos, se parece com muitas outras famílias

dos tempos modernos, onde a mu-lher trabalha fora de casa. Para uma mãe é dif ícil encontrar uma pessoa de confi ança que além de cuidar da casa, cuide dos fi lhos com todo ca-rinho. Só mesmo alguém da família para desempenhar essa função e se dedicar em tempo integral, como uma segunda mãe.Izilda teve essa sorte. Ela será eternamente grata à irmã Antônia Aparecida Brandão, 53 anos, que a ajudou na criação da fi lha Ariane Isadora Brandão, 15 anos.

Antônia é a mais velha de 4 irmãos, não teve fi lhos, nem por isso deixou de ser mãe: há mais de 30 anos de-dica a vida à família. Ela mora com Izilda e Ariane e também ajuda o pai, os irmãos e os outros sobrinhos.Desde que Ariane nasceu, as duas irmãs se revezam nas tarefas da casa e na criação da menina. A adolescente, fi lha única, é uma menina de sorte, pois na falta de uma, tem outra mãe. Toninha, como é chamada, ama Ariane e os outros sobrinhos como se tivessem saído

de seu próprio ventre. Izilda sempre trabalhou fora e Ariane fi cava aos cuidados da tia. “Ela tinha os horários mais flexíveis e por isso levava minha fi lha na escola”, recorda-se. Já Ariane se lembra que na infância por ficar mais tempo com a tia do que com a mãe, muitas vezes algumas colegas de Antô-nia perguntavam se Ariane era sua filha.

Como toda criança alguns dias Ariane não queria ir para a escola. Nessas horas a tia fi cava de coração partido. “Ela me ligava dizendo se podia tra-zer a Ariane de volta para casa, mas

eu não deixava”, relata Izilda. A tia também ajudou nos momentos dif íceis: cuidou das gripes e machucados de criança.Izilda conta que sempre teve problemas com as pessoas que contratava para trabalhar em sua

casa. Algumas empregadas deixa-vam Ariane descer a ladeira onde moram de bicicleta. “Era um perigo. E elas diziam que não estavam nem aí porque a fi lha não era delas”, recorda-se. Mais um motivo para ter a irmã por perto, ela se sente muito mais segura. “A gente paga a empregada, mas carinho não tem como pagar, é só da família mesmo”, desabafa.Assim como toda tia coruja, An-tônia não é diferente. Ela é super protetora e faz todas as vontades da sobrinha, enche Ariane de presen-tes. Leva até no cabeleireiro, fazer tudo que tem direito. “De tanto que mima às vezes até estraga a Ariane”, diverte-se Izilda. A menina conta o último episódio ocorrido, quando pediu para a mãe deixá-la ir ao show da Claudia Leite na Festa do Peão e recebeu não como resposta. “Minha mãe só aceitou depois de minha tia insistir

muito e me levar na festa”, comenta. Outro detalhe: tia Antônia é muito animada e sempre que pode leva a sobrinha passear.Por outro lado Antônia tem muito ciúme. “Ela não quer que Ariane namore e briga comigo por causa dos paqueras da minha fi lha”, diz Izilda. Ela também dá conselhos tanto para a irmã quanto para a sobrinha. “Nosso relacionamento sempre foi bom”, afi rma Izilda.Izilda defi ne a família como um time: “Hoje é muito dif ícil para uma mu-lher criar os fi lhos sozinha e Antonia ajudou muito nesse sentido”.Até na horas de estudo Toninha é solícita: já que dá aulas de português e inglês, ensina a sobrinha e ajuda com os trabalhos da escola. Mas também é rígida quando o assunto são as tarefas domésticas. “Ela pega mais no meu pé no sentido de cuidar da casa. Quer que eu aprenda a me virar sozinha”, comenta a sobrinha. Mãe e fi lha são unânimes ao dizer que a família não seria tão unida sem Antônia. Há pouco tempo Antônia comprou seu próprio apartamento. “Vamos sentir muita falta se ela sair daqui”, afi rma Ariane.“Só tenho a agradecer por ela ter sido uma segunda mãe e pelos momentos em que precisei da ajuda dela. Tudo teria sido mais dif ícil se ela não estivesse junto comigo”, desabafa Izilda. E Ariane completa: “Obrigada por todos os anos que cuidou de mim, pelo carinho, por estar comigo no dia-a-dia”.

Porto

POR MARIA FERNANDA DI BELLA

Izilda

Tudo teria sido mais difícil se Antônia não estivesse junto comigo

seguroAntônia dedicou sua vida à família

A tia Antônia, Ariane e a mãe Izilda em viagem à Aparecida

A tia está sempre pronta a ajudar toda família

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Imagine uma família com 5 irmãos, 12 filhos e 5 netos. Cuidar de toda a trupe não é

tarefa fácil e as coisas seriam piores na família Cacossi, sem a presença de Maria Aparecida Cacozzi Vito Lido, 69 anos.A irmã mais velha casou-se muito cedo e por uma fatalidade ficou viúva aos 22 anos. O tempo passou e tia Cida, como é chamada cari-nhosamente pela família e amigos, optou por não se casar novamente. Também não teve fi lhos. Talvez já estivesse escrito em algum lugar que ela teria como missão cuidar de toda família.Todos os irmãos moram perto, o que

ajudou na criação dos fi lhos e na união da família. A irmã de Cida, Maria de Lourdes Cacossi Picarelli, 55 anos e as sobrinhas Ana Paula Cacossi Salema, 28 anos, Karina Cacossi S. Brito, 31 anos, descrevem Cida como uma pessoa compa-nheira, alto-astral e segundo elas, sua melhor qualidade: a generosidade.Faça chuva ou faça sol, Cida está sempre disposta a ajudar. “Como trabalhava fora e tinha 3 fi lhos pequenos, era só ligar para a Cida que ela ia direto para casa fi car com as crianças. Só precisava atravessar a rua”, recor-da-se Lourdinha que trabalhava

tranqüila sabendo que os filhos estavam seguros em casa. “Agora a história se repete com os sobrinhos-netos. Quando alguém

precisa sair ela dorme com as crianças”, conta Karina. Ela adora criança, é sempre muito paciente e até conta histórias para os pequenos.Cida é a tia que todo mundo sonha em ter. Além do carinho e

atenção, faz bolos, rosquinhas, batata frita e vários doces. “Ela ganha a gente pelo estômago”, brinca Karina.As irmãs Karina e Ana Paula jun-tamente com o caçula Leandro

perderam a mãe muito cedo e Cida ajudou na criação dos sobrinhos. “Ela é como se fosse a nossa mãe. Até hoje é a tia Cida que cozinha lá na casa do meu pai”, aponta Karina. Por causa do dom na cozinha, as mulheres contam uma tradição da família: é tia Cida quem faz os bolos dos aniversários de toda família.

Outra característica de tia Cida é a memória de elefante. A família sempre recorre à tia para tirar al-guma dúvida sobre as datas. “Pode perguntar qualquer data de aniversário ou histórias da família que ela sabe”, descreve Karina. Lourdinha conta que Cida esteve presente nos momentos mais difíceis. “Ela cuidou das outras sobrinhas quando tiveram doenças sérias como hepatite”, recorda-se.A família não se lembra de um momento sequer em que tia Cida disse algum não. “Ela também ajuda os vizinhos e eles têm um carinho enorme por ela. Não tem uma pessoa na rua que não conheça tia Cida”, diz Ana Paula. Até os amigos da família têm um carinho especial, inclusive a chamam de tia Cida.Ela está sempre feliz e é excelente compania. Claro que conselho também é outro forte de Cida. “Ela participa diretamente da vida de toda a família. Se preocupa com todos”, comenta Lourdinha.Por esses e outros motivos a família é muito grata. “Ela é uma mãe de coração, muito especial em nossas vidas. Não tem dinheiro que pague tudo que fez por nós”, diz a irmã. “Só temos a agradecer o modo como ela nos acolhe. Ela sempre foi e sempre vai ser nossa mãezona”, concluem as irmãs Ana Paula e Karina.

POR MARIA FERNANDA DI BELLA

Históriasquitutes emuito amor

Tem sempre um lugar a mais no coração de tia Cida

Lourdinha

Ela é uma mãe de coração, muito especial em nossas vidas

Cida (á direita) com as irmãs, sempre demonstrando alto-astral

Leandro, Ana Paula e Karina junto com a querida tia Cida

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A verdadeira mãe é aquela que luta por sua família, faz o que for preciso para

manter a união e está pronta a ajudar com o amor incondicional. E claro, passando valores como respeito, de geração para geração. Segundo Ana Carla Acedo, 46 anos, sobrinha e afi lhada de Dirce Lattanzi, a “tia-mãe” possui todas essas características e muitas outras.“Tia Dirce é um exemplo a ser segui-do”, diz Ana Carla. Extremamente vaidosa, Dirce não conta a idade. “Nem as pessoas da família sabem quantos anos ela tem”, diverte-se Ana Carla. Até para conseguir as fotos para a matéria Ana Carla teve difi culdade. “Ela não gosta de tirar

fotos, por isso não consegui fotos recentes”.Desde cedo Dirce trabalhava para ajudar a família. A segunda fi lha de 4 irmãos estudou e cursou faculdade de direito, chegando a exercer a profi ssão de advogada. Depois trabalhou como telefonista, onde se aposentou como tele-fonista chefe. Tudo que possui, conseguiu por mérito próprio. Até hoje dirige seu próprio carro e quando a chamam, leva e busca os sobrinhos-netos na escola. “Quando era pequena e precisava de roupa nova, era tia Dirce que

comprava pra mim. Ela também me levava na praça passear e nas mati-nês do Cine Bragança”, recorda-se a sobrinha. Nessa época Dirce morava na casa da irmã caçula, Claudette,

mãe de Ana Carla. “Tia Dirce foi uma mãe para todos da minha casa, inclusive para minha mãe e depois para minha fi lha Luisa”, relata a sobrinha. Ela é uma mãezona. Tem o maior zelo pela família.

Todos os acontecimentos precisam chegar ao conhecimento de Dirce. “Ela faz questão de estar por dentro dos assuntos da família”, afi rma Ana Carla, que não se lembra de algum momento importante de sua vida em que Dirce não fez parte.Há exatamente 1 ano e 4 meses Claudette faleceu. “Ela foi a única pessoa que todos da família tomaram cuidado enorme para dar a notícia. Fomos até a casa dela, porque fi camos muito preocupados com a reação que poderia ter”.Assim como a maioria das tias do Especial do Dia das Mães, Dirce não se casou e não teve fi lhos. Sua vida foi se dedicar a família, que já está na terceira geração, as dos sobrinhos-bisnetos. Ao todo são 10 sobrinhos, 20 sobrinhos-netos e 5

sobrinhos-bisnetos. O mais novo xodó de tia Dirce é o pequeno Gui-lherme de 2 anos. Guilherme pode fazer tudo que tem direito. Ele é a única pessoa que pode chegar perto de outra paixão da tia: o piano. Se não bastasse a família, Dirce ajuda os vizinhos e também os trata com amor. Além de costurar, tira as dúvidas sobre todos os pontos de tricô e crochê com o maior prazer. E a recíproca é verdadeira, todos da rua a tratam como mãe.“Ela não sabe falar não. Se tiver a maior tempestade, mesmo estando debaixo do edredom e alguém ligar pedindo um favor, ela faz com a maior satisfação”, observa Ana Carla.A mensagem de Ana Carla é emo-cionada: “Gostaria de agradecer primeiramente ao Jornal do Meio pela oportunidade de homenagear a tia Dirce. Ela abraçou a família inteira com seu amor. Sempre se pautou pelas coisas certas, nunca tirou proveito de ninguém, de nenhuma situação. Por tudo que é, pela honestidade, caráter e o modo que leva a vida, tia Dirce é o nosso orgulho. É uma benção em nossas vidas. Essa matéria foi a maneira de poder retribuir um pouco de tudo que ela fez e ainda faz pela família”.

Jandira (Dila), Claudette (in memorian) e Dirce na festa do 1° aniversário de Luisa.

POR MARIA FERNANDA DI BELLAPOR MARIA FERNANDA DI BELLA

presenteSempre

Família, amigos e vizinhos: todos são acolhidos por Dirce

Dirce com a sobrinha Julia na década de 90.

Tia Dirce é um exemplo a ser seguido

Ana Carla

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Se alguém perguntar por Francisca Nilda Conte, talvez ninguém conheça. Mas se falarem sobre

Dida, Dinha ou Táta, aí a história é outra. Aos 70 anos de idade, com uma saúde perfeita e uma vitalidade de 15 anos, Francisca segundo a sobrinha Ieda Maria Sanches Garcia, 39 anos, possui o instinto maternal maior que qualquer outra mãe.Francisca não se casou e não teve fi lhos. “Pra começar ela criou o vizinho (José Atílio Carmignoto, hoje com 51 anos). Até hoje ele dá presentes pra ela no dia das mães”, conta Ieda. Dida, como ele a chama,

levava Zé Atílio passear, ver o trem na estação.Depois vieram os fi lhos da única irmã, Lucia: Ieda e Marcos. “Quem cuidou de mim quando criança foi a Táta. Eu morava na casa dela e toda noite dormia segurando a orelha dela”, recorda-se Ieda. Ieda conta que Táta tem uma paciência indescri-tível com as crianças. “Ela tem alguma coisa que atrai as crianças, que a gente não conse-gue explicar”, observa. O primeiro fi lho de Zé

Atílio também foi criado por Táta. Marco Antônio P. Carmignoto foi morar com Táta quando tinha apenas 6 meses.Assim foi com toda família. Ieda só vai sossegada para o trabalho porque sabe que as 3 fi lhas estão seguras com

Táta. “Ela tem a própria casa, mas só vai pra lá 2 vezes na semana. O resto dos dias Táta fi ca na minha casa”, diz Ieda.Táta faz bolos, pipoca e todas as comidas que as crianças adoram. Ela

também brinca de boneca e todas as noites assiste desenhos na tv com os sobrinhos-netos. Alice, 4 anos, fi lha mais nova de Ieda, é quem divide o quarto com Táta.“Até amigas minhas ligam pergun-tando se podem deixar os fi lhos com a Táta. Ela é conhecidíssima”, diverte-se Ieda. No dia em que Ieda conversou com o Jornal do Meio, Táta estava cuidando de, nada menos que 10 crianças. “Não sei como ela consegue. Táta é tão calma, equilibrada que passa isso para as crianças”, observa a sobrinha. O mais novo membro da família, que não escapa dos cuidados de Táta, é Gustavo de quase 2 anos. Ficar com as crianças é o que Táta

mais gosta de fazer. Em sua casa existem 2 quartos: um rosa, para as meninas - cheio de bonecas - e outro azul para os meninos - com muitos carrinhos. “Todos os brinquedos que você possa imaginar estão lá, de todas as épocas. Daria até para fazer um museu”, alegra-se Ieda.Todo sábado Táta vai para casa preparar o almoço que já virou tradição. O cardápio é o mesmo há muitos anos: frango frito na banha de porco, arroz e purê de cenoura. O franguinho da Táta, como foi batizado já fi cou famoso. “Tenho amigas que moram fora e vêm apenas para comer o franginho da Táta. Já virou folclore”, brinca Ieda. Às vezes o almoço chega a ter mais de 20 pessoas. E não pense que Táta fi ca brava com tanta gente. “Não importa quantas pessoas venham para almoçar, ela cozinha para todo mundo”, relata Ieda.Ieda tem seu recado para Táta: “Só quero dizer pra Táta continuar com o coração puro que tem. Ela não tem maldade. Queria agradecer em nome de toda família e dos amigos também por esses anos de dedicação. Que ela continue com o espírito jovem e mantenha a espontaneidade. É algo natural. Ela é uma menina de 70 anos. Uma pessoa angelical”, fi naliza Ieda.

POR MARIA FERNANDA DI BELLA

anjoumfamílianaHoje não se encontram mais tias como a Táta

Táta com as sobrinhas no quarto rosa das bonecas.

A querida tia Francisca (Táta) mora com a sobrinha Ieda e agora ajuda na educação das 3 sobrinhas-netas.

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No momento em que vivemos aonde cada membro da família vai tentar a vida

em lados diferentes, a família de Odila Tavella, 71 anos, tem muita sorte. Eles construíram um prédio com 4 apartamentos onde somente a família mora. O sobrinho de Odila, Roberto Barrese, conta que as portas dos apartamentos fi cam abertas, dessa maneira, os fami-liares fi cam sempre em contato, fortalecendo a união.Odila Tavella, 71 anos, aprendeu desde pequena que a vida não é

fácil. Quando tinha apenas 2 anos perdeu a mãe e aos 10, o pai. Ela e as irmãs Arlinda e Miry foram criadas pela avó. As duas irmãs se casaram e quando Odila estava para completar 18 anos foi morar com Miry. Foram 25 anos ajudando a criar os 3 fi lhos de Miry: Eduardo, Luciano e Roberto.“Ela dividiu o mesmo quarto comigo por 18 anos e 6 meses”, relata Roberto. Durante esse período tia Odila foi uma segunda mãe para os

sobrinhos. Mesmo trabalhando fora Odila ajudava a cuidar das crianças. Nessa época Miry cursava a univer-sidade a noite e as crianças fi cavam aos cuidados de Odila. Tia Odila só saiu da casa de Miry para se casar, aos 47 anos e não teve fi lhos. A outra sobrinha, Andréa de Moraes Menezes, 45 anos, diz que toda família é muito grata à tia Odila. “Ela cuidou

da gente e agora cuida dos nossos fi lhos: os sobrinhos-netos e o sobri-nho-bisneto. Tia Odila faz questão de manter a união da família.“As festas e reuniões se alternam nas casas dos

irmãos, inclusive na de tia Odila”, conta Andréa.Roberto possui uma loja no comércio local e tia Odila vai todos os dias ajudar o sobrinho. “Ela chega ás 13: 30h. em ponto”, observa Roberto.

Na loja toa Odila faz de tudo: ajuda a atender e até colocar preços na mercadoria. E sem ser remunerada, de nada reclama. “Tia Odila faz por amor”.Miry Tavella Barrese, 73 anos, diz que a irmã é animada e também emotiva. Tia Odila e a sobrinha Andréa se emocionam quando falam ao telefone. Roberto recorda-se de outra passagem quando a família fez uma festa para comemorar o aniversário de 71 anos de Odila. “Fiz um convite para as pessoas com um mapa do local. No convite havia 2 fotos da tia Odila. Quando ela viu chorou de emoção”. Para os sobrinhos e a irmã Miry, a maior qualidade de tia Odila é o seu jeito carinhoso de ser, sempre meiga e atenciosa. “Claro que todos

possuem defeitos, mas as qualidades de tia Odila sobressaem”, ressalta An-dréa. “É muito dif ícil tia Odila negar alguma coisa. Ela está sempre pronta para ajudar e suas ações são de boa vontade”, comenta Roberto.Entre os fatos engraçados, Roberto destaca que desde pequeno, no mínimo 3 vezes por semana faz brincadeiras que assustam a tia. “Ela tem um espírito jovem”, diz o sobrinho. Os familiares se lembram de um amigo secreto realizado no Natal no qual fi zeram uma brinca-deira com Odila. Roberto descobriu que, quem tinha tirado a tia Odila era uma amiga que sempre passava o Natal com a família. “Eu pedi à ela que entregasse um presente antes do que ela havia comprado. Sabendo que tia Odila não gosta de um certo tipo de porta-jóias, embrulhei 2 em uma caixa. Todos fi caram na expectativa de sua reação. Quando ela abriu o presente, não conseguiu disfarçar a decepção. Foi um momento muito engraçado”, diverte-se Roberto.A mensagem da família é sincera: “Queremos dizer que amamos muito tia Dila. Não saberíamos viver sem ela. Obrigado por ter nos guiado e amparado. Da mesma maneira que podemos contar com ela, tia Dila sempre poderá contar conosco”.

Tia Odila entre os sobrinhos em viagem ao Rio de Janeiro.

amorEmoção

e muito

A família de Odila Tavella não consegue imaginar a vida sem a tia

A família aproveita a reportagem para agradecer todo o carinho e dedicação de Tia Odila.

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