jornal do espiritismo edição maio/junho

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Sao JoSé do Rio PReto ano Xv nº 86 • Maio/JUnHo de 2010 • diStRiBUiÇÃo GRatUita A MAIOR CARIDADE QUE PODEMOS FAZER PELA DOUTRINA ESPÍRITA É A SUA DIVULGAÇÃO. Emmanuel JORNAL DO ESPIRITISMO 196 –Como encaram os guias espirituais as nossas queixas? -Muitas são consideradas verdadeiras preces, dignas de toda a carinhosa atenção dos amigos desencarnados. A maioria, porém, não passa de lamentação estéril, a que o homem se acostumou como a um vício qualquer, porque, se tende nas mãos o remédio eficaz com o Evangelho de Jesus e com os consoladores esclarecimentos da doutrina dos Espíritos, a repetição de certas queixas traduz má-vontade na aplicação legítima do conhecimento espiritista a vós mesmos. 296 –O Espírito, antes de reencarnar, escolhe também as crenças ou cultos a que se deverá submeter nas experiências da vida? -Todos os Espíritos, reencarnados no planeta, trazem consigo a idéia de Deus, identificando-se de modo geral nesse sagrado princípio. Os cultos terrestres, porém, são exteriorizações desse princípio divino, dentro do mundo convencional, depreendendo-se daí que a Verdade é uma só, e que as seitas ter- restres são materiais de experiências e de evolução, dependendo a preferência de cada um do estado evolutivo em que se encontre no aprendizado da existência humana, e salientando-se que a escolha está sempre de pleno acordo com o seu estado íntimo, seja na viciosa tendência de repousar nas ilusões do culto externo, seja, pelo esforço sincero de evoluir, na pesquisa incessante da edificação divina. 345 –O preceito evangélico – “se alguém te bater numa face, apresenta-lhe a outra” – deve ser observado pelo cristão, mesmo quando seja vítima de agressão corporal não provocada? -O homem terrestre, com as suas taras seculares, tem inventado numerosos recursos humanos para justificar a chamada “legítima defesa”, mas a realidade é que toda a de- fesa da criatura está em Deus. Somos de parecer que, agindo o homem com a chave da fraternidade cristã, pode-se extinguir o fermento da agressão, com a luz do bem e da serenidade moral. Acreditando, contudo, no fracasso de todas as tentativas pacificas, o cristão sincero, na sua feição individual, nunca deverá cair ao nível do agressor, sabendo estabelecer, em todas as circunstâncias, a diferença entre os seus valores morais e os instintos ani- malizados da violência física. Da Obra “O CONSOLADOR” – Espírito: EMMANUEL – Médium: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER “O CONSOLADOR”

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Page 1: Jornal do Espiritismo Edição Maio/Junho

Sao JoSé do Rio PReto • ano Xv • nº 86 • Maio/JUnHo de 2010 • diStRiBUiÇÃo GRatUita

A MAIOR CARIDADE QUE PODEMOS FAZER PELA DOUTRINA ESPÍRITA É A SUA DIVULGAÇÃO. Emmanuel

JORNAL DO ESPIRITISMO

196 –Como encaram os guias espirituais as nossas queixas?-Muitas são consideradas verdadeiras preces, dignas de toda a carinhosa atenção dos

amigos desencarnados.A maioria, porém, não passa de lamentação estéril, a que o homem se acostumou

como a um vício qualquer, porque, se tende nas mãos o remédio eficaz com o Evangelho de Jesus e com os consoladores esclarecimentos da doutrina dos Espíritos, a repetição de certas queixas traduz má-vontade na aplicação legítima do conhecimento espiritista a vós mesmos.

296 –O Espírito, antes de reencarnar, escolhe também as crenças ou cultos a que se deverá submeter nas experiências da vida?

-Todos os Espíritos, reencarnados no planeta, trazem consigo a idéia de Deus, identificando-se de modo geral nesse sagrado princípio.

Os cultos terrestres, porém, são exteriorizações desse princípio divino, dentro do mundo convencional, depreendendo-se daí que a Verdade é uma só, e que as seitas ter-restres são materiais de experiências e de evolução, dependendo a preferência de cada um do estado evolutivo em que se encontre no aprendizado da existência humana, e salientando-se que a escolha está sempre de pleno acordo com o seu estado íntimo, seja na viciosa tendência de repousar nas ilusões do culto externo, seja, pelo esforço sincero de evoluir, na pesquisa incessante da edificação divina.

345 –O preceito evangélico – “se alguém te bater numa face, apresenta-lhe a outra” – deve ser observado pelo cristão, mesmo quando seja vítima de agressão corporal não provocada?

-O homem terrestre, com as suas taras seculares, tem inventado numerosos recursos humanos para justificar a chamada “legítima defesa”, mas a realidade é que toda a de-fesa da criatura está em Deus.

Somos de parecer que, agindo o homem com a chave da fraternidade cristã, pode-se extinguir o fermento da agressão, com a luz do bem e da serenidade moral.

Acreditando, contudo, no fracasso de todas as tentativas pacificas, o cristão sincero, na sua feição individual, nunca deverá cair ao nível do agressor, sabendo estabelecer, em todas as circunstâncias, a diferença entre os seus valores morais e os instintos ani-malizados da violência física.

Da Obra “O CONSOLADOR” – Espírito: EMMANUEL – Médium: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

“O CONSOLADOR”

Page 2: Jornal do Espiritismo Edição Maio/Junho

Jornal do Espiritismo2 Maio/JUnHo de 2010

O único objetivo deste boletim informativo, é a divulgação da doutrina espírita, não visando fins lucrativos!

Fone: (17) 3222-6642

Máquinas para café expresso

Rua Prudente de Moraes, 2698 - Boa VistaSão José do Rio Preto-SP

José Maria R. Seles // Walter Freire Roberto

Jornalista Responsável: Rubens Lovison Jr. - Mtb. 22.093

InFoRMaçõeS: 3212-5215 e-mail: [email protected]

DeSIGneR GRÁFICo: Samuel C. SerradilhaFone: 3237-0884 - 9712-4460

e-mail: [email protected]

Impressão:editora Cruzeiro do Sul

Fone: 3238-2511

ExpEdiEntE

Querido evangelizador,A humanidade passa por transfor-

mações difíceis, neste final de ciclo.Espíritos ligados às hostes do Senhor

preparam-se para renascer e muitos trabalhadores dedicados já se encontram encarnados entre os homens na forma de criança.

A sementinha pequenina se trans-forma em tenro arbusto e para se tomar árvore frondosa necessita de cuidados especiais e principalmente de orientação nos caminhos do Evangelho, para que possa desabrochar com maior rapidez e segurança a bagagem que traz da

espiritualidade e integrar-se com todo o empenho no trabalho que lhe cabe realizar.

Assim, a criança necessita do seu trabalho. A tarefa de evangelizar nunca foi tão importante e necessária como agora.

Tenha sempre em mente que a criança de hoje e de amanhã é o Espírito eterno que retoma com tarefas especí-ficas na reestruturação da humanidade e necessita de você.

Não desanime jamais. Continue sempre fazendo o melhor que possa e teremos a felicidade de estarmos cola-

Não diga jamais que é pobre.

A pobreza não é falta de dinheiro: a pobreza verda-deira é a falta de compre-ensão.

Todo aquele que compre-ende a vida, que sabe dizer uma palavra de conforto, que sabe estender a mão compas-siva ao que sofre, que sabe distribuir alegria e otimismo, é rico, imensamente rico de bondade, que jamais falta, por mais que você a distribua por milhares de pessoas.

* * *Não perca de vista sua

filiação divina.Deus é Pai de todas as

crianças e vive dentro de cada um de seus filhos.

Todas as criaturas são irmãs.

As diferenças raciais e religiosas são apenas de superfície.

Olhe para todos os tem-plos vivos da Divindade, e ame a Deus através do Amor às criaturas, procu-rando servi-lo, servindo ao seu próximo com Amor e dedicação.

* * *Sua Luz deve brilhar de

dentro para fora. Procure manifestar a to-

dos a Luz interior que vibra em você, através de seus atos e de suas palavras de compreensão e de otimismo.

Seja você mesmo sua própria luz, iluminando a todos com suas palavras de conforto e incentivo, com seu sorriso de entusiasmo e de encorajamento, com seu exemplo de fé e otimismo.

* * *Não perca sua sereni-

dade. A raiva faz mal à saúde,

o rancor estraga o fígado, a mágoa envenena o coração.

Domine suas reações emotivas.

Seja dono de si mesmo.Não jogue lenha no fogo

de seu aborrecimento.Esqueça e passe adiante,

para não perder sua sereni-dade.

Não perca sua calma.Pense, antes de falar, e

não ceda à sua impulsivi-dade.

Do livro: Minutos de Sabedoria

(Carlos Torres Pastorino)

MINUTOS DE SABEDORIA

10° Encontro Regional de Pais, Evangelizadores, Educadores e Juventude Espírita

dias 24 e 25 de Julho de 2010 Local: associação espírita Cirinéia

borando neste imenso movimento de reorganização da estrutura íntima do planeta, que somente ocorrerá com a transformação íntima de cada criatura e isto é tarefa da educação com Jesus.

Evangelizar, pois, sempre e cada vez melhor. Eis o roteiro a seguir.

Avante, pois, seareiros do Mestre.

avante que Jesus conta conosco.

Page 3: Jornal do Espiritismo Edição Maio/Junho

Jornal do Espiritismo 3Maio/JUnHo de 2010

Registro feito por Humberto Vasconcelos em artigo publicado no Jornal Espírita de Pernambuco, edição 72.

1. O expositor espírita não pode transferir para os mentores espirituais o esforço e o preparo que lhe cabem.

2. O expositor espírita deve, de preferência dia-riamente, dedicar parte do seu tempo para:

- ler bons livros; - meditar; - fazer elabo-rações mentais; - tirar conclusões;

- coletar frases e tex-tos que sirvam como fu-turas fontes de referência, ou de inspirações, às suas palestras.

3. O expositor espírita deve preocupar-se em ter exemplar conduta e esmerar-se por colocar em prática o que prega.

4. O expositor espírita deve:

- conscientizar-se que mesmo sendo imperfeito e vacilante em relação à sua evolução moral e espiritual, a

Doutrina necessita de sua pregação;

- entender que o pou-co que está fazendo em

prol da Doutrina e

da evolução, é muito, considerando-se que foi dado o 1º passo, pois, como disse Emmanuel: "Quando uma centésima parte do Cristianismo de nossos lábios conseguir expressar-se em nossos atos de cada dia, a terra será plenamente libertada do mal".

5. O expositor espírita deve:

- evitar emitir opini-ões pessoais contradi-tórias, sem sustentação doutrinária;

- sempre lembrar-se que a Doutrina tem sua base filosófica e religiosa codificada nos livros de Allan Kardec, os quais - os livros – devem servir como sustentação maior nas suas palestras;

- preocupar-se menos com a letra dos conceitos evangélicos e mais com os conceitos evangélicos da letra.

6. O expositor espírita deve ter a certeza de que, no momento de sua fala, a ajuda espiritual não lhe faltará e sim, estará

intensamente presente e atuante, se fizer a sua parte:

- desenvolvendo sua expressividade e técnicas retóricas;

- estudando e pre-parando previamente o tema;

- compreendendo a importância do momen-to, dedicando-se men-talmente à vibrações de amor, paz, humildade e caridade.

7. Mesmo em con-versas pessoais e in-formais, o expositor espírita deve se auto-educar, pois, como disse André Luiz:

"No estado atual da educação humana, é mui-to difícil alimentar, por mais de cinco minutos, conversação digna e cris-talina, numa assembléia superior a três criaturas encarnadas".

8. O expositor es-pírita deve, quando for ditar normas de conduta, incluir-se como pessoa também necessitada, isto é: em vez de dizer: "Vocês

precisam preocupar-se com a evolução moral", dizer: "Nós precisamos preocuparmo-nos com nossa evolução moral".

9. O expositor espírita deve:

- ser um homem do seu tempo;

- falar com constân-cia, em suas palestras, de Deus, de Jesus e da Doutrina;

- viver intensamente o sublime momento da palestra, agradecendo ao Mestre e aos men-tores espirituais pela felicidade de ser humilde instrumento das palavras de Deus.

10. O expositor es-pírita deve ser simples e humilde, pois, como disse Padre Vieira: "Nada há tão grande como a humildade". E, com hu-mildade e simplicidade, deve sentir-se motivado para proferir contínuas palestras, tendo a certeza da ajuda do Mestre e a convicção de que a rosa perfuma primeiro o vaso que a transporta.

DECÁLOGO DO EXPOSITOR ESPÍRITA(elaborado por alkíndar de oliveira)

Page 4: Jornal do Espiritismo Edição Maio/Junho

Jornal do Espiritismo4 Maio/JUnHo de 2010

De vez em quando aparece alguém que, em virtude de algum problema social mais grave - a violência, por exemplo, - pede a pena de morte. O senhor concorda?

1 - Integra você no co-nhecimento de sua posição de criatura eterna e respon-sável, diante da vida.

2 - Expõe o sentido real das lições do Cristo e de todos os outros mentores espirituais da Humanidade, nas diversas regiões do Planeta.

3 - Suprime-lhe as pre-ocupações originárias do medo da morte provando que ela não existe.

4 - Revela-lhe o prin-cípio da reencarnação, determinando o porquê da dor e das aparentes desi-gualdades sociais.

5 - Confere-lhe forças para suportar as maiores vicissitudes do corpo, mostrando a você que no instrumento físico nos reflete as condições ou

necessidades do espírito.6 - Tranquiliza você

com respeito aos desajustes da parentela, esclarecendo que o lar recebe não somen-te os afetos, mas também os desafetos de existências passadas, para a necessária regeneração.

7 - Demonstra-lhe que o seu principal templo para o culto da Presença Divina é a consciência.

8 - Liberta-lhe a mente de todos os tabus em ma-téria de crença religiosa.

9 - Elimina a maior par-te das suas preocupações acerca do futuro além da morte.

10 - Dá-lhe o conforto do intercâmbio com os entes queridos, depois de desencarnados.

11 - Entrega-lhe o co-

nhecimento da mediuni-dade.

12 - Traça-lhe providên-cias para o combate ou para a cura da obsessão.

13 - Concede-lhe o di-reito à fé raciocinada.

14 - Destaca-lhe o im-perativo da caridade por dever.

15 - Auxilia você a revisar e revalorizar os conceitos de trabalho e tempo.

16 - Concede-lhe a cer-teza natural de que, se beneficiamos ou prejudica-mos alguém, estamos bene-ficiando ou prejudicando a nós próprios.

17 - Garante-lhe sereni-dade e paz diante da calúnia ou da crítica.

18 - Ensina você a con-siderar adversários por

instrutores.19 - Explica-lhe que,

por maiores sejam as suas dificuldades exteriores, intimamente você é livre para melhorar ou agravar a própria situação.

20 - Patenteia-lhe que a fé ilumina o caminho, mas ninguém fugirá da lei que manda atribuir a cada qual segundo as obras pessoais.

Essas são vinte das muitas bênçãos que o Es-piritismo realiza em nosso favor. Será curioso que cada um de nós pergunte a si mesmo o que estamos nós a fazer por ele.

André Luiz(Página recebida pelo

médium Waldo Vieira, em 22-10-65, em Uberaba, Minas).

Respostas de Chico XavierChico Xavier:- A pena deveria ser

de educação. A pessoa deveria ser condenada mas é a ler livros, a se educar, a se internar em colégios ainda que seja, vamos dizer, por ordem policial.

Mas que as nossas casas punitivas, hoje chamadas de casas de re-educação, sejam escolas de trabalho e instrução.

Isto porque toda cria-

tura está sentenciada à morte pelas leis de Deus, porque a morte tem o seu curso natural.

Por isso, acho que a pena de morte é desu-mana, porque ao invés de estabelecê-la devía-mos coletivamente criar organismos que incenti-vassem a cultura, a res-ponsabilidade de viver, o amor ao trabalho. O pro-blema da periculosidade da criatura, quando ela é

exagerada, esse problema deve ser corrigido com educação e isso há de se dar no futuro.

Porque nós não po-demos corrigir um crime com outro, um crime individual com um crime coletivo.

Transcrito do livro Chico Xavier - Man-

dato de Amor, editado pela União Espírita Mi-neira - Belo Horizonte,

Minas Gerais.

Devemos vasculhar nosso porão, pois é lá que se encontra nossa individualidade. Deus não nos pede o impossível. Emmanuel

Page 5: Jornal do Espiritismo Edição Maio/Junho

Jornal do Espiritismo 5Maio/JUnHo de 2010

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do livro: eMÍLio – Jean-Jacques Rousseau

Moldam-se as plantas pela cultura, e os homens

pela educação.

Quando o lar não passa de uma triste solidão,

é preciso divertir-se em outro lugar.

Os atrativos da vida doméstica são o

melhor contraveneno para os maus

costumes.

O filho deve amar os

pais antes de saber que este é o seu

dever.

Um pai não tem escolha e não deve ter preferência na família que Deus lhe

dá: todos os seus filhos são igualmente filhos, deve a

todos os mesmos cuidados e a mesma ternura.

O único hábito que devemos deixar que a

criança adquira é o de não contrair nenhum.

Um Pai, quando gera e sustenta filhos,só realiza com isso um

terço de sua tarefa.

Page 6: Jornal do Espiritismo Edição Maio/Junho

Jornal do Espiritismo6 Maio/JUnHo de 2010

visite o site www.universoespirita.org.br

A alma infantil, nos diz Cecília Meirelles, como aliás, a alma huma-na, não se revela jamais completa e subitamente, como uma janela que se abre deixando ver todo um cenário.

É necessário ter cuidado para entendê-la, e sensibilidade no cora-ção para admirá-la.

A autora nos narra que, certa vez, ouviu o comentário de uma professora que, admirada, contava sobre alguns presentes recebidos de alunos seus:

Os presentes mais engraçados que eu já recebi de alunos, foram, certa vez, na zona rural:

Um, levou-me uma pena de pa-vão incompleta: só com aquela parte colorida na ponta. Outro, uma pena de escrever, dourada, novinha. Ou-tro, um pedaço de vidro vermelho...

Cecília afirma que seus olhos se alargaram de curiosidade, esperando a resposta da professora sobre sua compreensão a respeito de cada um dos presentes.

A amiga, então, seguiu dizendo: O caco de vidro foi o que mais me surpreendeu. Não sabia o que fazer com ele. Pus-me a revirá-lo nas mãos, dizendo à criança:

"Mas que bonito, hein? Muito bonitinho, esse vidro..."

E procurava, assim, provar-lhe o agrado que me causava a oferta.

Ela, porém, ficou meio decep-cionada, e, por fim, disse: “Mas esse

vidro não é para se pegar, Não... Sabe para que é?

Olhe: a senhora põe ele assim, num olho, e fecha o outro, e vai ver só: fica tudo vermelho... Bonito, mesmo!”

A professora finalizou dizendo que esses presentes são, em geral, os mais sinceros. Têm uma signifi-cação muito maior que os presentes comprados.

Cecília Meirelles vai além, e busca ainda fazer uma análise de caráter psicológico:

O que me interessou, no caso relatado, foram os indícios da alma infantil que se encontraram nos três presentes. E os três parecem ter trazido a mesma revelação íntima:

Uma pena de pavão incompleta – reparem bem -, só com aquele pedacinho “colorido” na ponta, uma pena de escrever “dourada” novinha, e um caco de vidro “vermelho” são, para a criança, três representações de beleza.

Três representações de beleza concentradas no prestígio da cor e desdobradas até o infinito, pelo milagre da sua imaginação.

Essas três ofertas, portanto, da mais humilde aparência (para um adulto desprevenido), não devem ser julgadas como esforço entristecido da criança querendo dar um presente, sem ter recursos para comprar.

A significação de dinheiro, mes-

mo nas crianças de hoje, ainda é das mais vagas e confusas.

E sua relação de valor para com os objetos que a atraem é quase sempre absolutamente inesperada.

Eu tenho certeza - diz a autora ainda – de que uma criança que dá a alguém uma pena dourada, uma pena de pavão e um caco de vidro vermelho, os dá com certo triunfo.

Dá com certa convicção de que se está despojando de uma riqueza dos seus domínios, de que está sendo voluntariamente grande, poderosa, superior.

* * * A infância não é somente útil,

necessária, indispensável, mas é, ainda, a consequência natural das leis que Deus estabeleceu, e que regem o Universo.

Com ela, aprendem os Espíritos que reencarnam – mais dóceis e influenciáveis quando no estado infantil.

Aprendem também as almas que as cercam, colhendo desse período de inocência e magia o exemplo da pureza e da simplicidade de vida, que devemos todos encontrar em nosso íntimo.

Redação do Momento Espírita com base no cap. Os indícios da

alma infantil, do livro Crônicas de educação, v. 1 de Cecília Meirelles,

ed. Nova Fronteira.Em 19.09.2008.

Pense muito, antes da discussão. O discutidor, por vezes, não passa de estouvado.

Use a coragem, sem abuso. O co-rajoso, em muitas ocasiões, é simples imprudente.

Observe os seus métodos de cultivar a verdade.

Muitas pessoas que se presumem verdadeiras, são veículos de perturba-ção e desânimo.

Proceda com inteligência em todas as situações.

Não se esqueça, porém, de que muitos homens inteligentes são meros

velhacos.Seja forte na luta de cada dia. Não olvide, contudo, que muitos

companheiros valentes são suicidas inconscientes.

Estime a eficiência. No entanto, a pretexto de rapidez,

não adote a precipitação.Não enfrente perigos, sem recursos

para anulá-los. O que consignamos por desassom-

bro, muita vez é loucura.Guarde valor em suas atitudes. Recorde, entretanto, que o valor

não consiste em vencer, de qualquer

modo, mas em conquistar o adversário no trabalho pacífico.

Tenha bom ânimo, mas seja come-dido em seus empreendimentos.

Da audácia ao crime, a distância é de poucos passos.

Atenda à afabilidade e à doçura em seu caminho.

Não perca, porém, o seu tempo em conversas inúteis.

Do livro: AGENDA CRISTÃFRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

DITADO PELO ESPÍRITO ANDRÉ LUIZ

MEDICAÇÃO PREVENTIVA

Page 7: Jornal do Espiritismo Edição Maio/Junho

Jornal do Espiritismo 7Maio/JUnHo de 2010

O Espiritismo é o Conso-lador Prometido por Jesus, o Cristianismo Redivivo, que dessedenta a sede infinita das almas aflitas.

Nós, espíritas que estudamos e propagamos a Doutrina Espíri-ta devemos ser fiéis seguidores de Jesus Cristo.

A divulgação esclarecida e metódica dos princípios do Es-piritismo passa inelutavelmente pelos ensinamentos de Jesus que exemplificou e ensinou a Lei do Amor como a mais alta expressão da vida.

Todo aquele que se interes-sar pela propagação da Doutrina Espírita deverá efetivar a fusão sublime das duas potências do espírito: o CÉREBRO que estuda, raciocina e medita, e o CORAÇÃO, que sente, vibra e empolga. A fim de que o trabalho de pregação, ensino e evangelização do povo sejam o mais substancioso, construtivo e educativo possível.

A divulgação do Espiritismo pela palavra falada não pode estagnar-se na esterilidade do raciocínio frio, vazio e distante do amor que contagia.

Não é o bastante para a BOA DIVULGAÇÃO DO ESPIRI-TISMO tão somente o ato de ensinar unicamente aplicando em demasia as energias da in-teligência: raciocínio lógico, imaginação criativa, explicações aprofundadas, ótima capacida-de de memorizar e relembrar conteúdos doutrinários, fatos e dados da Ciência, agradável dissertação racional, descrição de assuntos com a melhor didá-tica e eloquência brilhante que emociona, arrebata e encanta. Atender, sim, ao cérebro que ignora, mas inadiável iluminar e fortalecer o coração espiritual do grande público (adultos, jovens e crianças) que nos ouve com atenção, interesse e grande curiosidade.

Ante os gigantescos pro-blemas morais e espirituais da Humanidade é URGENTE falar com convicção para esclare-cer o raciocínio confuso dos descrentes e bem mais ainda FALAR COM PROFUNDO E SINCERO AMOR fortalecendo os corações indecisos, perturba-dos e desesperados.

O melhor processo de difun-dir as idéias espíritas ao grande

público que se encontra em grande salão confortável, acon-chegante sala de aula ou num recinto pequeno e pobre para ouvir e aprender conhecimentos espíritas será FALAR, ILUMI-NANDO ALMAS, empregando ricamente os RECURSOS DO AMOR FRATERNAL , acio-nando intensamente o próprio coração renovado em Jesus.

O objetivo educacional espírita é ensinar somando CONVICÇÃO e INTENSO AMOR, irradiando energias mentopsico-salutares de fé e esperança, bondade e compre-ensão, indulgência e compaixão, simplicidade e humildade sem economizar emoções purifica-das, sentimentos evangelizados e caridade moral.

O amor origina-se da fonte psíquica do coração que está alo-jado na complexa organização do espírito imortal. O coração de carne é simples bomba a impulsionar a circulação san-guínea para todo o organismo físico. O coração espiritual faz circular ininterruptamente as ENERGIAS divinas do amor ou as energias enfermiças do ódio.

Ao usarmos a tribuna nas grandes ou pequenas casas es-píritas, prestigiemos sempre a aplicação da energia do AMOR FECUNDO E FRATERNAL ao ensinar Ciência, Filosofia e Evangelho.

Obteremos melhores resul-tados na evangelização das almas se amarmos os descrentes, os ignorantes, e os que mais sofrem ministrando a palavra iluminada de MUITO AMOR com menos conteúdo doutrinário do que MUITA VERDADE explicada com pouco ou nada de amor em nossos corações.

Alcançaremos sempre bons resultados de EVANGELI-ZAÇÃO DAS ALMAS, em qualquer recinto onde estiver-mos ensinando se usarmos a PALAVRA INSPIRADA EM CRISTO JESUS falando com o coração carregado de ener-gias de COMPREENSÃO e EMPATIA, COMPAIXÃO e SIMPATIA, SIMPLICIDADE e HUMILDADE.

Como o mais belo exemplo de PALAVRA PROFUNDA-MENTE MAGNETIZADA DE AMOR que conhecemos destaca-se a doce voz do querido

MÉDIUM CHICO XAVIER que conseguia arrebatar e cativar, emocionar e sensibilizar para a VERDADE DA VIDA e o AMOR DE DEUS E DE JESUS grande maioria das pessoas que o ouvia com atenção e silêncio, respeito e alegria, admiração e entusiasmo. É contágio espiri-tual do VERDADEIRO AMOR daquele que realmente amou seus semelhantes!

As nobres funções do cére-bro por si só não têm condições próprias para produzir amor. O cérebro não sabe amar, não pos-sui recursos para fazer brotar o amor, a caridade, a fraternidade, o espírito de solidariedade huma-na. Quem sabe amar, na verdade, é o coração! Jesus esclareceu-nos com simplicidade: “Mas, o que sai da boca procede do coração, e isso contamina o homem”. “Porque do coração procedem maus pensamentos, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias.” (Mateus, 15:18 -19) Segundo nos ensina Jesus é de nosso coração que sai todo o Mal; concluiremos logicamente que dele sairá tam-bém todo o Bem de nossa vida. O Bem que constrói a vida, ilumina a consciência, aperfeiçoa os sentimentos, educa o coração e endireita o caráter, em verdade, tem como fonte única o Amor puro, verdadeiro e leal.

O amor fraternal, incondi-cional e universal só tem origem no departamento do coração, na organização complexa do espí-rito, pois unicamente o CORA-ÇÃO ESPIRITUAL produz bons sentimentos e virtudes morais.

Quando estamos sensibi-lizados pelo amor verdadeiro emitiremos suaves vibrações mento-psico-magnéticas que alcançam beneficamente os ou-vintes, os alunos e aprendizes em sala de aula ou salão do templo espírita.

O espírito Emmanuel escla-rece-nos quanto a substância da palavra evangelizada: “O igno-rante recebe jatos de luz, com a tua palavra bondosa e simples.” (Dicionário da Alma, Autores Diversos, Francisco Cândido Xavier, item: “Palavra” – pág. 228 – FEB)

Cada aluno, cada aprendiz é um espírito, que possui em desenvolvimento na existência humana uma poderosa organi-

zação psíquica: a MENTE, e nobre reservatório de energias psicossensíveis dos sentimentos: o CORAÇÃO ESPIRITUAL. Descreveu-nos Jesus em mara-vilhosa síntese a realidade espi-ritual no íntimo psíquico de cada ser humano: “O homem bom do bom tesouro do coração tira o bem, e o mau, do mau tesouro tira o mal; porque a boca fala do que está cheio o coração”. (Lucas, 6.45).

Que as nossas palavras que explicam a Filosofia espírita, a Ciência espiritual e o Evangelho de Nosso Senhor Jesus reflitam a exata racionalidade e pura sensibilidade da Doutrina Es-pírita, produzam frutos sadios e medicamentosos de VERDA-DE e AMOR. É inadiável que deixemos jorrar com alegria e otimismo para o povo sofredor as energias construtivas do BOM TESOURO MORAL guardados no CORAÇÃO.

O divulgador espírita da palavra que NÃO SE INTE-RESSAR pelo crescimento da LAVOURA DO BEM EM SEU PRÓPRIO CORAÇÃO, acumulando o BOM TESOURO de amor verdadeiro inegável que suas palavras poderão trans-mitir muitas verdades, muitos conhecimentos, vasta cultura religiosa, científica e acadêmica, dará muitas certezas de crença, mostrará curiosidades espirituais e explanará muita beleza da Ciência espiritual, contudo seu coração poderá estar VAZIO DE AMOR e produzirá belos sons e ruídos da palavra empolgante à semelhança do “bronze que soa e do sino que retine” (1 Coríntios, 13.1 a 7) na bela expressão do apóstolo Paulo em sua epístola aos irmãos de Corinto.

Para acumularmos as ENERGIAS PSICO-MENTO-MAGNÉTICAS DO AMOR no próprio coração precisamos ativar a boa vontade na prática do BEM, da CARIDADE, da SOLIDARIEDADE de forma continuada e incessante onde estivermos, com quem estiver-mos e como estivermos. Praticar e distribuir AMOR para estocar muito amor, a fim de doarmos mais AMOR no uso da palavra na divulgação espírita.

A ciência do bem no coração

Walter Barcelos- (Uberaba-MG) [email protected]

“... toma cuidado em usar o verbo, como convém ao Espírito do Cristo que nos rege os destinos. (...) “... dirigirmo-nos aos outros, com a prudência amorosa e com a tolerância educativa, como convém à sã doutrina do Mestre, é tarefa complexa e enobrecedora, que

requisita a ciência do bem no coração e o entendimento evangélico nos raciocínios.” Emmanuel (Vinha de Luz, Francisco Cândido Xavier, lição 16: “Tu, porém” – pág. 43 – FEB)

Page 8: Jornal do Espiritismo Edição Maio/Junho

Jornal do Espiritismo8 Maio/JUnHo de 2010

Nossos parentes e amigos são sempre espíritos unidos a nós por laços espirituais?

Nem sempre os espíritos que encarnam juntos numa mesma família são ligados por laços espi-rituais. Muitas vezes reencarnam em uma família espíritos que não possuem nenhuma afinidade com os demais familiares, com o intuito de provacionar ou fazer progredir os espíritos que ora estão convi-vendo sob os laços consanguíneos. Nesses casos o parentesco corporal não significa parentesco espiritual pré-encarnacional. A unidade de pensamentos e a afinidade de sentimentos é que geram os laços afetivos que perduram antes, du-rante e depois da encarnação. Nem sempre os espíritos afins podem se reencontrar como parentes, amigos, colegas numa próxima reencarnação enquanto progridem, ajudando-se mutuamente, isso de-penderá do grau evolutivo ou dos propósitos de suas reencarnações. Mas esse auxílio também pode ocorrer quando um espírito está

encarnado e os espíritos com os quais ele mantém laços afetivos se encontram no mundo espiritual.

As desigualdades sociais são uma criação de Deus?

Não. Elas são fruto do egoís-mo humano, da falta de amor ao próximo ou da insensibilidade das criaturas. Quando uma pessoa (em decorrência de erros outrora cometidos) renasce em meio inóspito para reeducar seu espírito não significa que Deus criou tais circunstâncias apenas para haver meios de reparar danos pregressos. O que ocorre é o renascimento dos indivíduos em locais que se afinizam energicamente com o merecimento do espírito. Uma vez existindo desigualdades sociais, criadas pelos homens, a Espiritu-alidade Superior encaminha para reeencarnar cada um conforme sua necessidade e utilizando as condições disponíveis na Terra. É nosso dever, portanto, direcionar todos os esforços possíveis para reduzir estas disparidades absurdas

e assim oportunizar a todos os seres humanos uma encarnação digna.

Os fatos em nossa vida são pré-determinados? Existe a fa-talidade?

A fatalidade existe unicamente pela escolha que o espírito fez, ao encarnar, deste ou daquele desafio (prova) a vivenciar. Escolhendo-a, institui para si uma espécie de destino ( programa encarnatório), proporcional e consequente a sua evolução espiritual.

No que toca às provas morais e às tentações, o espírito, conser-vando o seu livre arbítrio, é sempre senhor para ceder ou resistir. Um acontecimento qualquer pode ser a consequência de um ato praticado por livre vontade e, assim, se o homem não o houvesse pratica-do, o acontecimento não teria se dado. Não nos esqueçamos da lição de Jesus: “A SEMEADURA É LIVRE, MAS A COLHEITA É OBRIGATÓRIA”.

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Assuntos do nosso interesse

No livro No Mundo Maior de André Luis, psico-grafia de Francisco Candido Xavier, cap. X, diz Caldera-ro, sábio mentor.

-“O ódio, André, diaria-mente extermina criaturas no mundo, com intensidade e eficiência mais arrasadoras que as de todos os canhões da terra troando a uma só vez.

Ele é mais poderoso, entre os homens, para com-plicar os problemas e destruir a paz, mais do que todas as guerras conhecidas pela humanidade no transcurso de todos os séculos”.

Essas sábias observações não dizem respeito somente para aquelas pessoas que revidam ofensas.

Falam também aquelas que, tendo apenas a von-tade de esganar o ofensor, controlam-se, engolindo a própria ira.

Bebem do veneno des-

tilado pelo ódio, candida-tando-se assim a variados desajustes, que muito fre-quentemente lhes abreviam a existência.

Por outro lado, toda má-goa e ressentimento mina nossas energias, facilitando a instalação de diversas enfermidades.

Há uma quantidade imensa de males físicos e psíquicos resultante do auto envenenamento, quando cultivamos mágoas no lar, na rua, no local de trabalho.

PerdãoNão podemos nos es-

quecer de que o amor nos aproxima de Deus e o ódio nos afasta dele.

“Quem não perdoa car-rega peso desnecessário” André Luiz.

O perdão impede que nos nutramos do nossso próprio veneno.

Jesus associa o rei-

no de Deus ao perdão, porque,como deixa claro em seus ensinamentos, a celeste edificação da alma é um esta-do de consciência, marcado pela paz, a tranquilidade e alegria de viver.

Que não convivem com mágoas e ressentimentos.

O perdão nos possibilita desfrutar de um dos bens mais precioso da vida, que é a LIBERDADE.

Quem perdoa é livre para ir onde quizer, não teme encontrar alguém que seja motivo de algum desconfor-to emocional.

Tem pessoas que vivem presas dentro do próprio lar porque não sabem conviver em harmonia com seus familiares.

O que fez Ghandi dizer:“A prisão não são as

grades, e nem a liberdade é a rua.

Pois existem pessoas

livres na prisão e presa nas ruas, pois a liberdade é um estado de consciência.”

O perdão é a chave glo-riosa de acesso a consciência tranquila, para a instalação do reino de Deus em nossos corações.

Perdoar e Pedir Perdão

O que é mais importante: perdoar ou pedir perdão ?

Quem pede perdão mos-tra que ainda crê no amor.

Quem perdoa mostra que ainda existe amor para quem crê.

Mas não importa saber qual das duas é mais im-portante.

É sempre importante saber que: perdoar é o modo mais sublime de crescer...

E pedir perdão é o modo mais sublime de se lavantar...

PERDÃO E LIBERDADE

(Texto organizado por Walter Freire Roberto com base na Revista Reformador

de agosto de 1999, página 16)