jornal do conselho regional ano 16 nº 86 - jul/ago 2007 … informativo crq-iv 1 jul-ago/2007...

16
Informativo CRQ-IV Jul-Ago/2007 1 Jornal do Conselho Regional de Química IV Região (SP e MS) Ano 16 Nº 86 - Jul/Ago 2007 Bolsa de Empregos Empresas elogiam e recomendam o serviço prestado pelo Conselho. Profissionais também aprovam. Pág. 14 Eleições diretas Movimento lança carta aberta em defesa da democracia no Sistema. Manifesto do CFQ repudia. Pág. 16 Proposta é distinguir as escolas técnicas que investem na excelência. Fase de testes teve início em nove instituições. Págs. 8 e 9 Comissão apresenta projeto do Selo de Qualidade Comissão apresenta projeto do Selo de Qualidade

Upload: others

Post on 15-Jan-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Informativo CRQ-IV Jul-Ago/20071

Jornal do Conselho Regionalde Química IV Região (SP e MS)

Ano 16 Nº 86 - Jul/Ago 2007

Bolsa de EmpregosEmpresas elogiam e recomendam o

serviço prestado pelo Conselho.Profissionais também aprovam.

Pág. 14

Eleições diretasMovimento lança carta abertaem defesa da democracia no

Sistema. Manifesto do CFQ repudia.

Pág. 16

Proposta é distinguir asescolas técnicas que

investem na excelência.Fase de testes teve início

em nove instituições.

Págs. 8 e 9

Comissão apresenta projetodo Selo de Qualidade

Comissão apresenta projetodo Selo de Qualidade

Informativo CRQ-IV Jul-Ago/20072

Editorial

Conselho Regional de Química - IV RegiãoRua Oscar Freire, 2.039 - Pinheiros

CEP 05409-011 - São Paulo - SPTels. (11) 3061-6060 (Profissionais) e

(11) 3061-6061 (Empresas)Fax (11) 3061-6001

Internet: http://www.crq4.org.bre-mail: [email protected]

Atendimento ao público:segunda a sexta-feira, das 9h30 às 15h

Postos de AtendimentoAraraquara - Rua São Bento, 700, 3º andar,

sala 33 - Centro - Tel. (16) 3332-4449Campinas - Rua Conceição, 233, sl. 1.016Centro - Tel. (19) 3512-8160, ramal 1.016.

Campo Grande (MS) - Rua D. Aquino, 1.789Centro - Tel. (67) 3382-2119.

Os postos de atendimento funcionam diariamente,das 9h30 às 12h e das 13h às 16h.

O Informativo CRQ-IV é uma publicação bimestral.Tiragem desta edição: 76,5 mil exemplares

PRESIDENTE: MANLIO DEODOCIO DE AUGUSTINIS

VICE-PRESIDENTE: LAURO PEREIRA DIAS

1º SECRETÁRIO: HANS VIERTLER

2º SECRETÁRIO: WALDEMAR AVRITSCHER

1º TESOUREIRO: ERNESTO H. OKAMURA

2º TESOUREIRO: JOSÉ GLAUCO GRANDI

Os artigos assinados são de exclusivaresponsabilidade de seus autores e podem

não refletir a opinião desta entidade.O CRQ-IV não responde pela qualidadedos cursos divulgados. A publicaçãodestes visa apenas dar conhecimento

aos profissionais sobre asopções disponíveis no mercado.

ExpedienteCONSELHEIROS TITULARES: DAVID CARLOS MINATELLI,

ERNESTO H. OKAMURA, HANS VIERTLER, JOSÉ GLAUCO GRANDI,LAURO PEREIRA DIAS, NELSON CESAR FERNANDO BONETTO,NEWTON LIBANIO FERREIRA, PAULO CESAR A. DE OLIVEIRA E

WALDEMAR AVRITSCHER

CONSELHEIROS SUPLENTES: ANA MARIA DA COSTA FERREIRA,ANTONIO CARLOS MASSABNI, CARLOS ALBERTO TREVISAN,CLÁUDIO DI VITTA, GEORGE CURY KACHAN,REYNALDO ARBUE PINI, SÉRGIO RODRIGUES

E RUBENS BRAMBILLA

CONSELHO EDITORIAL: MANLIO DE AUGUSTINIS

E JOSÉ GLAUCO GRANDI

FOTOS: ALEX SILVA E IUGO KOYAMA

JORN. RESPONSÁVEL: CARLOS DE SOUZA - MTB 20.148

ASSISTENTE DE COMUNICAÇÃO: VIVIAN CHIES - MTB 42.643

PRODUÇÃO: PÁGINAS & LETRAS EDITORA E GRÁFICA LTDA.TELS.: (11) 6618-2461 - 6694-3449

Incentivo à excelência naformação do profissional

O início da fase de testes do projeto que pretende criar um Selo de Qualidadepara as escolas que oferecem cursos técnicos na área química é o principal destaquedesta edição. São vários os fatores que condicionam a empregabilidade e a construçãode uma carreira, que começa logo quando o estudante sai em busca de seu primeiroestágio. Contudo, o sucesso dificilmente será alcançado se a vida profissional nãoestiver sustentada numa formação técnica e pessoal bastante sólida.

A apresentação do Selo Qualidade – cujo lançamento oficial ocorrerá dia 11 deagosto, durante a cerimônia de comemoração dos 50 anos do CRQ-IV (a coberturaserá publicada na próxima edição) - acontece num momento em que a entidade quereúne os conselhos das profissões regulamentadas discute a aprovação de uma leiinstituindo o chamado exame de proficiência. Também noticiado nesta edição, oencontro dos conselhos não teve a participação do Conselho Federal de Química.

A entidade que, aliás, não toma nenhuma iniciativa conhecida e concreta parafortalecer a formação profissional, publicou na última edição de seu “jornal” umcomunicado criticando os CRQs que, justamente por não concordarem com seuimobilismo, anunciaram apoio ao movimento por eleições diretas. Acompanhe eparticipe dessa discussão.

FALECIMENTOS - O CRQ-IV lamenta as mortes do vice-presidente da Associação Bras. daInd. Química, Guilherme Duque Estrada de Moraes, da diretora-adjunta para assuntosregulatórios, Marta M. de Almeida, e da assessora técnica, Mirtes Suda, vítimas doacidente com o avião da TAM, ocorrido dia 17 de julho, em São Paulo. Também morreramna tragédia o Engenheiro Químico Paulo Cesar Pavi, gerente da unidade de polímeros deSão Paulo da Ipiranga/Braskem, o Técnico em Química Claudemir Arriero, da Dow Química,e o deputado Julio Redecker (PSDB/RS), que vinha cuidando da tramitação do PL 1.412/96, que institui eleições diretas no Sistema CFQ/CRQs.

Inútil- Eu sempre costumo ler [o Informa-tivo] nos momentos em que não tenho mui-to a fazer porque nunca vi nenhum infor-mativo mais inútil: Jubileu de Ouro - Prê-mios - Propagandas; Pura Política Demagó-gica. Mas... serve para reciclagem (do pa-pel). Essa é a minha opinião. Milton Ribeiro,de Diadema/SP.

O Informativo respeita e agradece a opi-nião do leitor e esclarece que, além decríticas, está aberto ao recebimento desugestões que possam melhorar seu con-teúdo e assim atender às expectativas desua vasta gama de leitores.

Paes Barreto - Excelente a reportagem so-bre a participação de Carlos Eduardo PaesBarreto [ex-presidente do CRQ-IV] nahistória do petróleo brasileiro e na Petro-química União. Gostaria de saber se a enti-dade possui outros materiais sobre o as-sunto. Lilian Araújo, revista Química In-dustrial, SP/SP.

As informações foram enviadas.

Para participar desta seção, envie preferencialmentee-mail para [email protected]

Cartas

Informativo CRQ-IV Jul-Ago/20073

Promoções

Sorteados mais de R$ 70 mil em bolsasPremiações feitas pelo Conselho no primeiro semestre incluíram livros técnicos

No primeiro semestre de 2007, oCRQ-IV repassou aos profissionais daquímica o equivalente a R$ 70.203,00em livros e bolsas de estudos. Neste totalestão incluídas 11 bolsas de 50% paracursos de pós-graduação, sendo umapara o de Engenharia Cosmética, doInstituto Racine, e dez para o de Tec-nologia de Produtos Saneantes, pro-movida pela Associação Brasileira deAerossóis e Saneantes Domissanitários,que tem o apoio do CRQ-IV e da Agên-cia Nacional de Vigilância Sanitária.

Uma das ganhadoras de bolsa paraa pós-graduação em saneantes foi a Quí-mica Industrial Renata Menochelli, quetrabalha há quatro anos na ContinuumChemical. Ela elogiou a qualidade docurso, afirmando que as aulas estavamsuperando suas expectativas. “Agradeçoao CRQ-IV pela bolsa”, diz Menochelli,ressaltando que, sem ela, não estariafazendo o curso.

A bolsa de 50% para o curso de pós-graduação em Engenharia Cosmética,equivalente a R$ 7.150,00, saiu para aQuímica Luciana Cristina Paruta, que ébacharel e licenciada. Formada em 2004pela Fundação Santo André, há dois anosatua como pesquisadora na Colgate-Pal-molive, desenvolvendo produtos para

higiene oral. Em meados do ano passado,começou a procurar cursos de pós-graduação. Interessou-se pela propostado Instituto Racine, mas não teria con-dições de arcar com a totalidade dos cus-tos. Com a bolsa, não precisou adiar acontinuidade da sua formação. As aulasde Luciana começaram em março.

A Bacharel Clélia de Freitas Vieira,de Jacareí/SP, foi contemplada com umainscrição gratuita no Curso Básico deFabricação de Papel, promovido pelaAssociação Brasileira Técnica de Celulo-se e Papel (ABTCP), nos dias 24 e 25de abril e cuja inscrição custava R$560,00. “Não fosse pelo sorteio, eu nãoteria feito o curso”, disse.

A Engenheira Química Inês MithieUmino Imaizumi, de São Paulo, tambémfez o curso da ABTCP, beneficiada porbolsa sorteada pelo Conselho. “Eu nuncatinha entrado no site do CRQ-IV até ficardesempregada”, conta. Imaizumi disseque se surpreendeu com a quantidadede informações disponíveis na página,bem como com as oportunidades departicipação gratuita em treinamentos eeventos que divulga. O terceiro ganha-dor da bolsa para o mesmo curso foi oEngenheiro Fernando Vitorino deOliveira.

Luciana Paruta, que ganhou bolsapara a pós em Engenharia Cosmética,tomou conhecimento do sorteio porque,sendo cadastrada no site do Conselho,recebeu um e-mail com a notícia sobrea promoção. A Química diz que se ca-dastrou porque o site permite o acom-panhamento de informações sobre todasas áreas da profissão.

Por falta de espaço e tempo, geral-mente os sorteios não são divulgadospelo Informativo. A relação dos profis-sionais e estudantes contemplados nossorteios promovidos pelo Conselho noprimeiro semestre está na seção “Sor-teios” do site.

Informativo CRQ-IV Jul-Ago/20074

Artigo Técnico

Retorno sobre investimento emprocesso de automação laboratorial

por Georgio Raphaelli e Claudia Teresa Bertoni

O investimento em automação e in-formática para coletar, processar, geren-ciar e armazenar os dados brutos e asinformações geradas pelo laboratório écada vez mais importante dado ao grandevolume de registros necessários, análisesrealizadas e reduzido corpo técnico. Naera da informação, o laboratório neces-sita de ferramentas que potencializem aredução de tempo em seus processossem comprometer a qualidade final.

A partir disto, os sistemas para auto-mação e informática laboratorial apre-sentam-se como alternativas viáveis.Porém, a correta especificação, seleçãoe avaliação do retorno sobre o investi-mento são processos críticos para ob-tenção de resultados positivos para aempresa. Esses sistemas, comumentechamados de LIMS (LaboratoryInformation Management System), sãosoftwares altamente especializados paratais fins.

O fluxograma descrito na Figura 1possibilita a visualização das seguintesetapas do processo:• Registro de amostras (por agenda,

eventos ou manual);• Recebimento de amostras e comple-

mentação de informações;• Distribuição das tarefas (laboratório,

equipe, qualificação etc.);• Coleta de dados em papel, dispositivos

móveis e aquisição de dados dos equi-pamentos;

• Cálculo e análise crítica de resultados;• Avaliação e publicação de resultados

(impresso, e-mail, internet, integraçãode sistemas);

• Módulos de apoio (equipamentos, in-sumos, processos comerciais emétodos).

Há diversas opções de sistemas des-tinados à automação dos processos. Osucesso da implantação de um projetodependerá da correta avaliação do retor-no sobre o investimento (ou Return onInvestment (ROI)).

A composição do retorno financeiroadvém de retornos diretos (tangíveis eobjetivos) e indiretos (intangíveis e sub-jetivos) e estes podem variar de empresapara empresa. Para que se tenha umacorreta análise do ROI, é preciso iden-tificar, classificar e quantificar os retor-nos financeiros diretos e, pelo menos,estimar os indiretos, pois somente destaforma será possível projetar os bene-fícios que poderão advir da automaçãodo laboratório.

Retorno direto - São os benefíciosmensuráveis e que permitem uma avalia-ção macro do investimento. Entre elespodemos citar: 1) Redução do tempo de-mandado em tarefas manuais comotranscrição de dados, cálculo de resulta-dos, geração de documentos, bem como

atividades que podem ser eliminadas oureduzidas com o uso automação e infor-mática; 2) Redução dos custos atravésda melhor utilização dos recursos mate-riais (insumos de análises, equipamentosetc); 3) Aumento da capacidade produ-tiva do laboratório com a mesma equipepor meio da melhor utilização dos recur-sos humanos, redução do tempo em ati-vidades que não agregam valor aoprocesso; 4) Redução de custos ou pre-juízos gerados pelo atraso na liberaçãode resultados ou erros nos resultados.

Retorno indireto - Em muitos casos,o retorno indireto compõe boa parte dosbenefícios mais importantes da auto-mação laboratorial, porém a medição doimpacto é complexa e em alguns casosinviável. Entre os benefícios geradospelo retorno indireto do investimentopodemos apontar: 1) Possibilidade daredução de custos e melhorias naqualidade do produto através da otimi-zação dos processos decorrente dafacilidade na investigação dos históricos

Agendaautomática

Registropor eventos

Manual

Dados

Registrode amostras

Recepçãode amostras

Distribuiçãodas tarefas

Cálculo eanálise críticade resultados

Aquisiçãode dados dosequipamentos

Sistemascorporativos

Avaliação epublicação de

resultados

Consultas viainternet eintranet

Estoque deinsumos ereagentes

Controle deequipamentos

Processoscomerciais

Métodosde análise

Figura 1

Informativo CRQ-IV Jul-Ago/20075

Artigo Técnico

dos resultados; 2) Menores desvios naqualidade dos produtos, incrementandoassim a satisfação e fidelização dosclientes; 3) Redução dos erros e mini-mização dos retrabalhos; 4) Facilidadeno gerenciamento do laboratório eclareza na tomada de decisões com ba-se em dados e fatos; 5) Facilidade noatendimento de requisitos de normas eregulamentos; 6) Aumento da qualidadee da produtividade em geral.

O ROI em sistemas para automaçãoe informatização de laboratórios temsignificativas contribuições diretas emuitas outras indiretas.

Dados referenciais

• O trabalho administrativo em ambi-entes regulamentados para o registrode informações de rastreabilidade eelaboração de relatórios, dependendodo tipo de laboratório, tipos de amos-tras e análises realizadas, consomeaté 50% do tempo total dos analistas;

• O volume de dados e informações quesaem do laboratório para outras áreas(resultados) é de, no máximo, 10%do volume total dos dados que sãocoletados, processados e armazena-dos dentro de um laboratório;

• O número de falhas detectadas pelolaboratório ou pelo cliente, é apenasa “ponta do iceberg”, pois se tratasomente daquilo que foi percebido.

O processo de levantamento de infor-mações para posterior análise e do ROIdeve, inicialmente, levar em conta itensde fácil avaliação, como o tempo inves-tido na transcrição de dados brutos e re-sultados; o cálculo e análise crítica dosresultados analíticos, a revisão dos resul-tados em virtude da maior probabilidadede falhas em sistemas manuais, outrosregistros operacionais como a baixa deestoque dos insumos, consulta de tabelase limites de especificação e o envolvimentona produção de relatórios e gráficos.

Exemplo 1 - Eliminação da transcriçãomanual de resultados de análises de RaioX com média de 50 amostras por dia e

avaliação típica de 20 metais poramostra.• Tipicamente, toma-se de três a quatro

segundos para ler e digitar cada valorcom cerca de quatro algarismos;

• Temos 50 amostras X 20 metais X3,5 segundos = 58 minutos por diaou cerca de 21 horas por mês;

• R$ 20,00 por hora X 21 horas pormês X 12 meses = R$ 5.040,00 porano sem considerar demais tempos deregistro de dados de preparação, in-formações secundárias e sem consi-derar a elaboração de laudos de análise.

Exemplo 2 - Redução do tempo daliberação de resultados na análise decompostos orgânicos - VOC.• Diversos compostos analisados, fa-

zendo com que a transcrição dos re-sultados, cálculo dos resultadosfinais de análise e coleta de demaisinformações da amostra para a emis-são do relatório de análise seja umprocesso de cerca de 20 minutos;

• Os processos de liberação de resul-tados (tempo para a transcrição dasmedições, cálculo de resultados etranscrição das demais informaçõesda amostra para a produção do rela-tório de análise (laudo)), foram redu-zidos, em média 83%, sendo o menorganho de 67% e o maior de 91%;

• Esta economia representa 27 horaspor mês, que foram avaliadas em R$13.608,00 por ano de economia ou27 horas por mês para cuidar damelhoria dos processos.

Questionamentos importantes

• Quanto vale a eliminação dos errosde transcrição e cálculos manuais?

• Quanto pode custar um resultado

errado enviado à produção ou a libe-ração de um produto fora de espe-cificação?

• Quanto custa ver tendências dos pro-cessos para aperfeiçoá-los?

• Quanto tempo custa resgatar infor-mações históricas e elaborar rela-tórios?

• Quanto custa saber quais são as aná-lises e clientes de maior faturamentoe lucratividade?

Conclusão - O investimento em auto-mação e informática é um dos melhoresmeios para otimizar os processos labo-ratoriais, proporcionando significativosincrementos na produtividade e qualidadedos resultados, bem como na reduçãode custos. Entretanto, para a viabilizaçãodos investimentos necessários, várias con-siderações são importantes: os projetose investimentos devem, primariamente,estar alinhados com os objetivos estraté-gicos da organização; todos os interes-sados no projeto devem ser envolvidose suas necessidades e expectativas ma-peadas a fim de lhe dar sustentação eidentificar oportunidades de melhorias ebenefícios que podem ser quantificadosno ROI; o escopo e metas do projeto de-vem estar claramente identificados; o pro-cesso de seleção deve ser criterioso eorientado aos objetivos; o projeto de im-plantação deve ser gerenciado ativamente.

Normalmente, a contratação de umaconsultoria especializada na área é umaexcelente opção, pois pode transformareste processo em algo mais simples,produtivo e palpável, trazendo expe-riências, simulações e referências demercado para comparação, facilitandoassim a estimativa dos benefícios e dosinvestimentos necessários.

Georgio Raphaelli é consultor em Otimização de ProcessosLaboratoriais (OPL) e diretor de tecnologia da Labsoft;

Claudia Teresa Bertoni é Técnica em Química e consultora denegócios da Labsoft. Contatos podem ser feitos pelo e-mail

[email protected]

Veja a íntegra deste artigo na versãoon-line desta edição, em www.crq4.org.br.

Informativo CRQ-IV Jul-Ago/20076

Literatura

Informativo sorteará livrossobre cálculos e nanotecnologia

O Informativo CRQ-IV sortearánesta edição títulos doados pela LivrariaBiotec, de São Paulo. Serão três exem-plares do livro Cálculos Básicos daQuímica, de Romeu C. Rocha-Filho eRoberto Ribeiro da Silva, e dois exem-plares do livro Nanotecnologia - intro-dução, preparação e caracterizaçãode nanomateriais e exemplos deaplicação, organizado pelos pesquisa-dores Nelson Durán, Luiz Henrique C.Mattoso e Paulo Cezar de Morais.

Para participar do sorteio, que ocor-rerá dia 10 de setembro, envie carta,fax ou e-mail para a Assessoria deComunicação ([email protected]), informando seu no-me completo e o número de registrono CRQ-IV. Por fora do envelope ouno campo assunto do e-mail/fax es-creva a palavra “sorteio”, seguida donome do livro que deseja ganhar. Enviecorrespondências separadas se quiserconcorrer aos dois títulos. Estudantescadastrados também poderão participar,devendo escrever a palavra “estudante”ao lado do nome.

Cálculos Básicos - Os autores abor-dam de maneira um pouco diferente os

cálculos utilizados no dia-a-dia porprofissionais, estudantes do ensino mé-dio, de cursos técnicos e de cursosuniversitários introdutórios. A novidadeestá no fato de os cálculos serem rea-lizados pelo Método de Análise Dimen-sional, que ainda é pouco utilizado noBrasil. Optou-se por esse método por-que ele requer que, necessariamente,as diferentes grandezas sejam correta-mente expressas.

Nanotecnologia - Usando uma lingua-gem acessível, mas sem abrir mão daprofundidade que o assunto merece, olivro foi organizado a partir de contri-buições dos participantes da Rede deNanobiotecnologia, que integra a Redede Pesquisa da Iniciativa Brasileira emNanotecnologia. Os autores explicamos fundamentos e conceitos básicos dananociência, apresentando algumastécnicas de preparação e caracterizaçãode materiais nanoestruturados.

O primeiro livro custa R$ 36,00 e osegundo, R$ 53,00. Ambos podem seradquiridos pelo site www.livrariabiotec.com.br.

Vagas para o SIMAIO Conselho sorteará 20 inscrições

para o Seminário Internacional do MeioAmbiente Industrial (SIMAI) entre osprofissionais em situação regular. Paraparticipar, envie carta, fax ou e-mail paraAssessoria de Comunicação ([email protected]), infor-mando seu nome e nº de carteira dequímico. No campo assunto do e-mail/fax escreva “Sorteio-SIMAI”. Os ga-nhadores poderão assistir a quantaspalestras desejarem e ainda visitar aFIMAI (veja anúncio na página aolado).O sorteio será dia 02 de outubro.

Informativo CRQ-IV Jul-Ago/20077

Editorial

Informativo CRQ-IV Jul-Ago/20078

Educação

Selo de Qualidade é apresentado arepresentantes de escolas técnicas

Projeto, que teve origem em fórum realizado em 2004 pelo CRQ-IV, entra em fase de testes

O Projeto Selo de Qualidade, que tempor objetivo reconhecer e divulgar asescolas que formam bons técnicos denível médio, foi apresentado dia 26 dejunho pela Câmara Técnica de EnsinoMédio do CRQ-IV a diretores e coorde-nadores de cursos de nove escolas dacapital e interior de São Paulo. Estas jáestão participando da fase que se destinaa aperfeiçoar o programa. O lançamentooficial desta iniciativa será dia 11 de agos-to, durante a cerimônia que comemoraráos 50 anos de instalação do Conselho.

Ao fazer a abertura daquela reunião,o Engenheiro Manlio de Augustinis,presidente do Conselho, disse que aentidade está preocupada em estabelecermecanismos que assegurem a qualidadeda formação dos futuros profissionaisda química. Por isso, após o Fórum deEnsino Técnico que promoveu em 2004,

foi decidida a criação de um instrumentoque estimulasse as escolas a aprimoraremseus cursos e mostrasse à sociedadequais as instituições que estão compro-metidas com a qualidade de ensino.Nascia ali a idéia de instituir um Selo deQualidade. “A nossa preocupação não ésó com o nível médio. Começaremospor ele, mas pretendemos levar o Selotambém nos cursos de nível superior”,ressaltou Augustinis.

A Câmara Técnica de Ensino Médiotrabalhou por mais dois anos até chegaraos critérios de avaliação pelos quais asescolas terão de passar para obter o selo.Os parâmetros foram definidos apósestudos de vários métodos, inclusive odo Ministério da Educação. Imedia-tamente após a sua apresentação, oprojeto começou a ser testado em esca-la piloto nas instituições em que atuam

os membros da Câmara Técnica: Colé-gio Alem (Rio Claro), Colégio AteneuSantista (Santos), Escola Técnica deQuímica de Luiz Antônio (Luiz Antônio),ETE Conselheiro Antônio Prado (Etecap- Campinas) e Fundação Indaiatubanade Educação e Cultura – Fiec (Indaia-tuba). A equipe quis que o projeto tam-bém fosse submetido a escolas que nãoparticiparam de sua elaboração. Assim,também estão testando os critérios deavaliação: a ETE Trajano Camargo (Li-meira), a Escola Técnica Oswaldo Cruz(São Paulo), o Senai Luiz Simon (Jaca-reí) e o Senai Mário Amato (São Bernar-do do Campo).

Para a assessora técnica do CRQ-IV Ligia Maria Sendas Rocha, queparticipou da elaboração do projeto, aopinião das escolas será fundamentalpara os ajustes finais. A previsão é deque todas as instituições de ensino pos-sam se candidatar a receber o Selo deQualidade já em 2008.

Uma vez que o Conselho não temcompetência legal para interferir nasescolas, o Selo de Qualidade não seráobrigatório. O conselheiro Paulo Césarde Oliveira, membro da Comissão deEnsino Técnico e diretor da Etecap,explicou que a proposta do selo é geraruma competição positiva entre as esco-las: a concorrência pela qualidade. Osnomes das instituições que obtiveremo Selo serão divulgados em todas asmídias editadas pelo CRQ-IV, o queservirá de estímulo (e alerta) para queos estudantes optem pelas melhoresinstituições. Por sua vez, as própriasescolas poderão usar a conquista doSelo de Qualidade com um diferencialem suas estratégias de marketing.

Paulo Oliveira detalhou o projeto aos coordenadores de cursos e diretores

Informativo CRQ-IV Jul-Ago/20079

Educação

Como funcionará – Quando a fase detestes terminar e os subsídios colhidosforem aplicados na formatação doprojeto – o que deverá ocorrer até ofinal deste ano –, o Conselho dispo-nibilizará em seu site um documentocom os parâmetros a serem analisadospara a concessão do Selo de Qualidade.As escolas interessadas em obtê-lodeverão se utilizar do documento parafazer uma auto-avaliação, atribuindo-seconceitos de 1 a 5. Esta auto-avaliaçãolhes dará a oportunidade de identificare corrigir previamente os pontos queestejam em desacordo com os padrõesdefinidos pelo Conselho. Isso permitiráque se candidatem ao selo somentequando se julgarem aptas a obtê-lo.

Quando superarem aquela etapa, asinstituições de ensino encaminharão aoCRQ-IV sua auto-avaliação, acrescidados documentos que a embasem. OConselho nomeará uma Comissão deCentral de Qualificação (CCQ) paraavaliar o material enviado. Em seguida,representantes da CCQ farão uma audi-toria nas instalações das escolas. Se emqualquer momento do processo foremidentificados problemas que impeçama instituição de receber o selo, a CCQfornecerá todas as orientações neces-sárias para corrigi-los.

Ao fazer a apresentação do projeto,o conselheiro Paulo César de Oliveiraexplicou que os onze itens a serem ava-liados foram agrupados em três cate-gorias: (1) Organização didático-pedagógica, (2) Corpo docente, corpodiscente e corpo técnico-administrativoe (3) Instalações físicas. No primeiroitem, serão analisados, por exemplo, oprojeto pedagógico, a flexibilidade docurrículo e os mecanismos de acompa-nhamento de atividades práticas e está-gios, além da formação, experiência ededicação do coordenador do curso. Noque diz respeito à equipe da instituiçãode ensino, não será considerada apenasa titulação e experiência dos professores,mas também a qualificação dos funcio-nários técnico-administrativos e os me-

canismos criados para nivelamento dosalunos. No grupo instalações físicas, osauditores não observarão apenas aestrutura de ambientes como o labora-tório e a biblioteca, mas também a suaefetiva utilização. O projeto ainda prevêavaliações feitas pelos ex-alunos e pelasempresas que os empregam.

A CCQ atribuirá conceitos que va-riam de 1 a 5 para cada um dos 11 itensavaliados. Para receber o selo, as es-colas não poderão ter nenhum conceito

1 e seu aproveitamento mínimo deveráser de 80%. Importante destacar que oselo será conferido por curso e não porescola. Assim, instituições que ofere-cem mais do que uma formação na áreaquímica poderão receber o selo paraapenas algumas delas.

As escolas que obtiverem o Selo deQualidade serão periodicamente reava-liadas e poderão perdê-lo se deixaremde atender às exigências do programa.

Professores apóiam a iniciativaNa opinião do diretor do Senai de Jacareí,

Domingos Gonçalves da Costa Neto, a propostade avaliação de cursos do CRQ-IV é coerente eestá alinhada com certificados de qualidadereconhecidos, com os do Sistema ISO. “Nossaescola já é candidata”, adianta.

O coordenador do curso de Técnico emQuímica das Faculdades Oswaldo Cruz, LaércioMarques Machado, aprovou a auto-avaliação

proposta pelo CRQ-IV como primeiro passo para asolicitação do selo de qualidade. “Isso vai fazer comque nós mesmos lancemos um olhar crítico sobreos nossos cursos”, opinou. O professor diz que ainiciativa também tem como mérito a criação deum referencial para que o público saiba quais escolasestão comprometidas com a boa formação doProfissional da Química.

A diretora do Senai Mário Amato, Silvia HelenaCarabolante, acredita que o Selo de Qualidade farácom que as escolas invistam constantemente em

melhorias, uma vez que passarão por avaliaçõesperiódicas para mantê-lo. Para ela, o investimentoem infra-estrutura e na qualificação do corpo docenteserá o principal desafio para os que quiserem obtere manter seus cursos com reconhecimento deexcelência pelo Conselho.

Na opinião da diretora do Colégio AteneuSantista, Edna Regina da Silva, o Selo de QualidadeCRQ-IV será um reconhecimento para as escolasque investem na qualidade da formação de seus

Costa Neto: proposta coerente

Machado: olhar crítico

Silvia: estimula melhorias

alunos, além de ser uma maneira de desestimular o surgimento de cursos quenão tenham tal comprometimento. “Isso é importante principalmente na áreaquímica em que um pequeno deslize do técnico pode ser fatal”, ressalta.

Informativo CRQ-IV Jul-Ago/200710

Regulamentação

Federais discutem projetos como oda melhoria da formação profissionalCFQ não foi e também não apareceu em audiência que debateu exame de proficiência

O Fórum dos Conselhos Federaisdas Profissões Regulamentadas (tam-bém chamado de Conselhão) e o Insti-tuto Brasileiro de DesenvolvimentoEconômico e Social (IBDES) promo-veram em Brasília, dias 21 e 22 de maio,o Pautar Brasil. Definido como “o even-to oficial das profissões”, ele serviu deespaço para que os Conselhos Federaisapresentassem seus projetos para o Paíse discutissem problemas comuns àssuas entidades e às profissões querepresentam, tais como a qualidade e ocrescimento desordenado dos cursosde formação e a criação de exames deproficiência para os recém-formados.Outro assunto importante foi a discus-são de uma minuta de projeto de leidestinado a padronizar a constituição eo funcionamento das entidades defiscalização do exercício profissional.

O CRQ-IV foi representado no even-to pela advogada Cátia Stellio Sashida,gerente do Departamento Jurídico. Noentanto, uma vez que o encontro tinhacomo foco os conselhos federais, oCRQ-IV não pôde votar nas discussõesou apresentar projetos que mostrassem

a importância dos profissionais da quí-mica para o País. Tal responsabilidadeera exclusiva do Conselho Federal deQuímica (CFQ) que, apesar de ter sidoconvidado pelos organizadores, nãocompareceu.

Os participantes se reuniram emgrupos temáticos: Administrativo/Fi-nanceiro, Comunicação/Relações Insti-tucionais, Educação/Academia, Fiscali-zação, Jurídico, Relações Parlamentarese Tecnologia da Informação. Cada umdeles deu origem a uma comissão per-manente no Conselhão, composta pormembros de conselhos federais. Estesterão a função de dar andamento àsdiscussões iniciadas durante o evento.Os profissionais da química, em virtudede o CFQ ter ignorado o encontro, nãoestarão representados em nenhuma dascomissões, o que pode ser danoso paraa Classe dependendo das propostas quevenham a ser aprovadas e colocadasem práticas.

A Comissão de Assuntos Jurídicosdará prosseguimento às discussões

sobre de criação de uma Lei Orgânicados Conselhos Federais. O grupo deTecnologias da Informação estudarámeios de integrar os sistemas tecnoló-gicos dos Federais com seus regionais.

Um dos temas de grande relevânciaficará sob responsabilidade da Comis-são de Educação, que estudará meca-nismos para que os conselhos parti-cipem do processo de reconhecimentodos cursos pelo MEC. Esta, aliás, é umareivindicação antiga do CRQ-IV. Umavez que as atribuições legais do SistemaCFQ/CRQs não lhe dão autonomia paraisso, fica praticamente impossível coibira colocação no mercado cursos que nãoatendem aos requisitos para a boa for-mação de um profissional.

Entre as propostas que a comissãode Federais começou a discutir está acriação de selos de qualidade, iniciati-va, aliás, na qual o CRQ-IV, está traba-lhando e cujo projeto piloto foi apre-sentado a um grupo de representantesde escolas em junho passado (vejamatéria na página 8).

Exame de proficiência em debateA Comissão de Constituição, Justiça

e Cidadania (CCJ) da Câmara dos De-putados promoveu dia 21 de junho, emBrasília, uma audiência pública paradiscutir a conveniência de uma lei geralsobre os conselhos de fiscalização e aexigência de exame de proficiência parao exercício profissional. O Supervisorde Fiscalização do CRQ-IV, Aelson Gu-aita, representou a entidade. A reuniãoera aberta a todas as entidades interes-sadas, mas o Conselho Federal de Quí-mica não apareceu.

Segundo Guaita, os Federais presen-tes se manifestaram favoráveis à exigên-

cia de o formando passar por provas, aserem aplicadas pelos Conselhos, antesde ter seu registro profissional deferido.

Por ter sido a primeira audiênciasobre o tema, não houve consenso entreos parlamentares. Estes anunciaram,porém, que o assunto voltará à pautada CCJ. Além dessa questão, o presiden-te da mesa, Deputado Neucimar Fraga(PR/ES), defendeu a participação demembros da sociedade nos conselhosde fiscalização para que haja mais ri-gor e transparência na punição de pro-fissionais que descumprem os códigosde ética e causam danos à sociedade.

Informativo CRQ-IV Jul-Ago/200711

Espaço SinquispACORDO ELEVA PISO SALARIALDOS TÉCNICOS PARA R$ 840,00

Após longas negociações, o SINDICATO DOS QUÍMICOS, QUÍMICOSINDUSTRIAIS E ENGENHEIROS QUÍMICOS DO ESTADO DE SÃO PAULOassinou o acordo coletivo 2007/2009 com a FIESP e 37 sindicatos patronaisdo Estado de São Paulo

Conseguimos a volta do SITIVESP – Sindicato da Indústria de Tintas eVernizes do Estado de São Paulo à mesa de negociações como tambémimportantes sindicatos patronais da área química. Esses sindicatos repre-sentam um grande grupo de empresas que empregam muitos químicos esua volta á mesa de negociações foi uma importante vitória.

Conseguimos também elevar o piso salarial dos técnicos químicos emuma porcentagem bem acima da inflação. O piso agora para nossos técnicospassou para R$840,00 (oitocentos e quarenta reais). Se considerarmos queeste reajuste foi concedido após 10 meses do reajuste anterior, teremos umganho de 5,84%, bem acima do que têm conseguido outros acordos eimportante ganho em relação à inflação no período.

ATENÇÃO! O ACORDO VALE POR DOIS ANOS COMEXCEÇÃO DOS ITENS ECONÔMICOS, ASSIM É

IMPORTANTE VOCÊ CONHECER OS DETALHESPARA ASSEGURAR OS SEUS DIREITOS.

ACESSE WWW.SINQUISP.ORG.BR.

Cerca de 170 pessoas participaram do jantar que o Sindicato promoveu dia 22 dejunho, num restaurante da capital paulista, para comemorar o Dia do Profissionalda Química. O presidente da entidade, Waldemar Avritscher, fez a entrega do PrêmioFernando Cerviño Lopez aos profissionais Adilson Roberto Gonçalves, Sandra Mariada Luz e Juliana da Mota, que apresentaram um trabalho intitulado Reciclagem deCompósitos Poliméricos Baseados em Fibras de Bagaço de Cana.

Informativo CRQ-IV Jul-Ago/200712

Fertilizantes

Justiça determina registropor Lílian Guimarães – Advogada do CRQ-IV

Em 17 de maio deste ano, o TribunalRegional Federal da 3ª Região decidiu,por meio de acórdão muito bem funda-mentado, a partir de análise minuciosadas provas técnicas constantes dos au-tos em confronto com a legislação queregula a matéria, que uma grande em-presa que atua no ramo de industria-lização e comércio de fertilizantes estáindiscutivelmente enquadrada na áreaquímica, sendo, portanto, legítima a au-tuação feita pelo CRQ-IV, exigindo aindicação de Responsável Técnico e oregistro da própria empresa no Órgão.

A referida empresa opôs resistênciaàs exigências do CRQ-IV, fundamen-tando inclusive que já possuía registro

no CREA por entender equivocada-mente que cabia àquele Órgão a suainscrição e fiscalização.

Entretanto, mesmo após longos 17anos de discussão, o Tribunal pôs fima essa questão, expondo claramente,que a atividade da empresa “consistena efetiva manipulação dos produtos,os quais reagem quimicamente resultan-do no produto final comercializado pelaembargante. Essa atividade, nos termosda legislação vigente, deve ser desen-volvida exclusivamente pelo profissio-nal químico, sendo devida a inscriçãoda embargante junto ao referido Con-selho-embargado.” Cópia da decisãoestá disponível no site do CRQ-IV.

Informativo CRQ-IV Jul-Ago/200713

Meio Ambiente

Tecnologia química produz bioplásticosA Braskem anunciou em junho que é

a primeira empresa do mundo a obter acertificação de um polietileno verde. Obiopolímero tem como matéria-prima umproduto que é um dos marcos da tecnolo-gia química nacional: o etanol da cana-de-açúcar. Segundo o Engenheiro Quí-mico Antônio Morschbaker, responsávelpelo desenvolvimento de processos bio-poliméricos da empresa, o polietilenoobtido da cana-de-açúcar tem quase asmesmas propriedades do produto deorigem petroquímica. A diferença está noCarbono-14, que o identifica como ori-ginário de fonte renovável e permite suacertificação.

Morschbaker conta que a Braskem jádominava a tecnologia de produção deeteno a partir do álcool da cana-de-açúcar.Também já havia fabricado PVC de fonterenovável, produção que abandonou porsua inviabilidade econômica. Porém, ademanda no Brasil e no exterior por pro-dutos de origem renovável fez a empresaretomar seus projetos de pesquisa edesenvolvimento, desta vez com foco nopolietileno.

O plástico obtido do polietileno ver-de não será biodegradável, mas poderáser reciclado. “Ele tem a vantagem de po-der ser reciclado várias vezes, ampliandoseu ciclo vida”, destaca Morschbaker.

O custo do polietileno verde em rela-ção ao petroquímico será de 15% a 20%

maior. Mas a empresa acredita que, nofuturo, com o crescimento da produção eo desenvolvimento da tecnologia, será pos-sível obter um produto mais competitivo.

A Braskem informou que começará afabricar o novo produto em escala indus-trial no final de 2009, com uma capacidadede produção instalada de 200 mil tone-ladas por ano. Segundo a empresa, já hácompradores tanto no Brasil quanto noexterior. O polietileno verde será desti-nado à indústria automobilística e à fa-bricação de embalagens para cosméticose alimentos.

PHB - Outro biopolímero brasileiro quesaiu da bancada do laboratório e foi paraa linha de produção é o polihidroxibutirato(PHB). Tema de artigo publicado emoutubro de 1998 pelo Informativo CRQ-IV, ele foi desenvolvido pelo Instituto dePesquisas Tecnológicas (IPT/SP). As pa-tentes foram compradas por empresáriosdo setor sucroalcooleiro do Interior Pau-lista, que constituíram a empresa PHBIndustrial e instalaram uma unidade deprodução piloto no município de Serrana.

O Biocycle, nome comercial dado aoPHB, é fabricado por um processo defermentação, a partir do açúcar extraídoda cana. Segundo o Engenheiro QuímicoJosé Pradella, técnico do IPT que coor-denou as pesquisas, o polímero petro-químico a que mais se assemelha é o

polipropileno, embora não seja tão flexível.Por isso, quem opta por empregá-lo nafabricação de plásticos tem que usarplastificantes ou outras alternativas paraconferir-lhe maleabilidade. O PHB apre-senta outra desvantagem em relação aopolipropileno: o preço. Em contrapartida,tem um atrativo além da origem renovável:é um polímero biodegradável. A PHB In-dustrial constatou a viabilidade econô-mica do produto e anuncia a instalaçãode uma planta comercial com capacidadepara fabricar 2 mil tonelada por ano.

A continuidade das pesquisas sobreo PHB resultou na descoberta de outrasmatérias-primas de fonte renovável quepodem ser empregadas na sua produção:bagaço de cana-de-açúcar hidrolisado,soro de leite e óleos vegetais.

Informativo CRQ-IV Jul-Ago/200714

Bolsa de Empregos

Empresas elogiam eficiência do serviçoRapidez no retorno dos anúncios das vagas é o principal ponto destacado

Criada em 2001 em parceria com oSindicato dos Profissionais da Químicado Estado de São Paulo (Sinquisp), aBolsa de Empregos CRQ-IV contaatualmente com cerca de mil empresascadastradas. A rapidez e o bom volumede currículos recebidos é o que motivaindústrias químicas e consultorias derecursos humanos a anunciar ofertasde emprego. A Bolsa integra o site doConselho.

O Informativo conversou com res-ponsáveis por seleção de pessoal de al-gumas empresas cadastradas e consta-tou que muitos deles descobriram oserviço por causa da divulgação feitapelos próprios profissionais da química.“No ano passado, nós estávamos comdificuldades para encontrar pessoal pa-ra trabalhar no laboratório e, pela indi-cação de químicos que trabalham com

seletivo de um de seus clientes, quandorecebeu a sugestão de utilizar a Bolsapara futuras contratações na área. “Porque você não consulta o site do Con-selho Regional de Química? Eles têmuma Bolsa excelente!”, propôs o profis-sional. Desde então, o consultor temfeito uso do serviço e obtido bons re-sultados. “A Bolsa facilita muito o meutrabalho”, afirma.

O sócio-gerente da Solven (de Hor-tolândia/SP), Paulo Moreira, utiliza aBolsa de Empregos desde 2002. “Euacho uma ferramenta fantástica. Émuito melhor do que anunciar em jornalou outros sites porque quem acessa osite do CRQ-IV é o profissional ou es-tudante da área química de que vocêprecisa”, compara. O empresário, inclu-sive, sugeriu ao CRQ-VII que implan-tasse um serviço semelhante no estado

da Química ficar atento às vagas anun-ciadas e enviar currículo candidatando-se às que condizem com seu perfil.“Mesmo que o currículo não seja apro-veitado naquela ocasião, eu o deixo ar-quivado e entro em contato quando surgeuma oportunidade”, diz o consultor.

Tão importante quanto uma forma-ção técnica sólida, as empresas buscamoutras qualidades nos empregados quedesejam contratar. Michele Berno, daHenkel, conta que a empresa prefereprofissionais que possuam caracterís-ticas como capacidade de trabalhar emequipe, pensamento analítico e socia-bilidade.

Além de reunir apenas currículos deprofissionais habilitados a atuar nos maisdiferentes segmentos da Química e deestudantes que procuram estágios, outrogrande atrativo da Bolsa é a sua gra-tuidade. O serviço também está dis-ponível para empresas de outros esta-dos, agências de recrutamento e seleçãoe firmas que, mesmo pertencentes a ra-mos econômicos diversos, necessitamdos serviços de profissionais da química.

Um diferencial bastante valorizadopelas empresas é a possibilidade de aanunciante optar pelo sigilo, ou seja,precisa divulgar suas vagas, mas pre-fere que seu nome seja revelado apenas

a gente, chegamos à Bolsa de Empre-gos”, relata a analista de recursos hu-manos Michele Berno, da Henkel (SãoPaulo/SP) – multinacional que atua nossegmentos de adesivos, tratamento desuperfícies e cosméticos.

O proprietário da JPugliesi Consul-toria e Gestão (de Campinas/SP), JúlioPugliesi, também descobriu a Bolsa pormeio de um Profissional da Química.Pugliesi o entrevistava para o processo

da Bahia, onde a empresa possuiunidade fabril. A Solven produz edistribui produtos químicos esolventes.

A psicóloga Leide Ferreira Sper,da Alliança RH (de São José do RioPreto/SP), diz se surpreender como resultado da Bolsa, pois tão logoa divulgação da vaga é iniciada, oscurrículos começam a chegar. “Àsvezes, nem preciso anunciar emoutros canais”, conta. A coor-denadora de RH dos laboratóriosde controle de qualidade Falcão

Bauer, Silvia Prado, também constatouessa eficiência. “Anuncio em outrossites, mas o retorno maior é o da Bolsado Conselho”, constata.

Paulo Moreira, da Solven, destacacomo ponto positivo não só o volume,mas também a qualidade dos currículosrecebidos. “Os melhores vendedorestécnicos que eu tive contratei pela Bol-sa”, afirma. Pugliesi, consultor de RH,garante que vale a pena o Profissional

Moreira, da Solven: ferramenta fantástica

Michele: químicos indicaram a Bolsa

Informativo CRQ-IV Jul-Ago/200715

Bolsa de Empregos

aos candidatos que forem chamadospara o processo seletivo.

Cada oferta de emprego permaneceem divulgação por 30 dias. Após esseperíodo, o responsável pela vaga recebeum e-mail comunicando o fim do prazoe indagando se deseja manter o anúncioou desativá-lo. Caso escolha a segundaopção, a oferta de emprego deixará de

ser divulgada, mas permanecerá no ban-co de dados. Assim, quando a empresanecessitar de uma nova contratação parao mesmo cargo, bastará acessar suaconta com login e senha e reativá-la, semter de preencher novo formulário.

A Bolsa de Empregos CRQ-IV fun-ciona exclusivamente pela internet, noendereço www.crq4.org.br/bolsa. As

regras de utilização e todas as instruçõesde uso encontram-se nos links exis-tentes no centro da página. Orientaçõesadicionais poderão ser solicitadas àAssessoria de Comunicação do Con-selho, responsável pelo gerenciamentodo serviço, pelo telefone (0xx11) 3061-6017 ou pelo e-mail [email protected].

Profissionais também aprovam

Depois de ficar três meses desem-pregado, o Técnico em Química Di-vair Provinzale decidiu procurar umaoportunidade de trabalho cadastran-do seu currículo na Bolsa de Empre-gos. Para sua surpresa, uma semanadepois foi contatado pela Audax Quí-mica, indústria de produtos cosméti-cos e domissanitários. As negociações

deram certo e ele foi contratado paratrabalhar na área de controle de qua-lidade.

Provinzale conta que não chegousequer a se candidatar à vaga ofereci-da pela Audax. A empresa analisou ocurrículo que ele inseriu na Bolsa deEmpregos e lhe enviou um e-mail coma proposta de trabalho. O Técnicoelogia a rapidez com que obteve retornoe diz que tem recomendado a Bolsaaos estagiários que passam pela Audax.

Por meio da Bolsa de EmpregosCRQ-IV, o Técnico Químico Tiago

Conte foi contratado em julho deste anopela Henkel, multinacional com presençaem 125 países. Embora empregado, des-de agosto do ano passado buscava umachance numa empresa com boa estruturade trabalho, benefícios atrativos e opor-tunidades de crescimento profissional.Em maio passado, candidatou-se a al-gumas vagas divulgadas e em apenas

dois dias recebeu retorno da Henkel.Participou do processo seletivo e foiescolhido. Satisfeito com o resultado,Conte, passou a recomendar a Bolsapara os amigos. Outra profissionalrecém-contratada pela empresa, viaBolsa, foi a Bacharel Simone Sampei,que já está atuando como Química deDesenvolvimento da unidade deDiadema/SP.

O CRQ-IV/Sinquisp não fazem aintermediação do contato entre as em-presas anunciante e os profissionais.Também não indicam nomes, mesmoquando solicitados, pois um dos prin-cípios da Bolsa é a garantia do sigilo.Justamente por esta razão, não é pos-sível elaborar uma estatística sobre onúmero e profissionais que consegui-ram emprego desde que o serviço en-trou em operação. É possível informar,porém, que quase todos os dias novasofertas de emprego são anunciadas.De janeiro a junho deste ano forampublicadas 137 vagas.

Simone e Tiago, contratados pela Henkel

Informativo CRQ-IV Jul-Ago/200716

Diretas

Carta reforça mobilização da ClasseCFQ reage, acusa oposição de ter ânsia de poder e tenta desqualificar autor do PL

O Movimento Eleições Diretas nosConselhos de Química, liderado por umgrupo de profissionais do Rio de Janeiro,lançou em junho uma Carta Aberta expli-cando a importância da adoção do modelodemocrático para escolha dos dirigentes doSistema. A carta lamenta, ainda, a posturado presidente do CFQ, Jesus Miguel TajraAdad, e de dirigentes de CRQs aliados detrabalharem contra a aprovação do Projetode Lei nº 1.412/96, de autoria do ex-deputadoMárcio Fortes.

Em suas quatro páginas, a publicaçãomostra que o modelo atual está viciado epermite que os mesmos dirigentes se eter-nizem no comando das entidades. Sem re-presentatividade, o Sistema deixou de terinfluência no cenário nacional e o resultadoprático desse quadro, ressalta a publicação,foi a perda de espaço no mercado detrabalho da Classe Química para outrascategorias.

A publicação, disponível no site doCRQ-IV, acusa o CFQ de não prestar con-tas de suas atividades financeiras e demanter em caixa mais de R$ 80 milhões parabancar o funcionamento de CRQs defi-citários. Este seria o principal fator quegarantiria as sucessivas reeleições indiretasde Adad, que está na presidência daentidade desde 1985.

Os representantes do Movimento - quetêm o apoio dos CRQs da II Região (MG),III (RJ/ES), IV (SP/MS) e VI (PA/AP) -pretendem agora iniciar um trabalho paraconvencer os deputados a votarem o PL1.412/96. O Sistema CFQ/CRQs é o únicoórgão de regulamentação do exercícioprofissional que não tem dirigentes eleitosde forma direta.

Manifesto - Depois de um longo silên-cio, somente no final de junho e quaseao mesmo tempo em que a Carta Abertacomeçava a circular, o presidente do CFQfinalmente tornou público seu repúdioao projeto das diretas. E o fez por meiodo jornal da entidade, que não erapublicado desde outubro de 2006. Nastrês últimas páginas do “periódico” estáo manifesto (chamado de Comunicadoaos Profissionais da Química) sobre oqual já se tinha conhecimento desdeabril, mas cuja existência era mantida emsegredo pelo CFQ.

Assinado pela cúpula do CFQ e pordirigentes de 14 CRQs, o documento ignorao Movimento e – numa ameaça velada àoposição –, acusa “alguns profissionaisocasionalmente no comando de CRQs, naânsia do Poder”, de desviar a atenção dosdeputados federais, tentando fazê-los

aprovar o “PL nº 1.412/93, elaborado peloEng.º Civil Marcio Fortes que interfere coma estrutura do Sistema CFQ/CRQs ” (sic).Além de ter errado o ano do PL (que é de1996 e não 1993), o texto não explica sobreo que ele trata. Com objetivos nãoexplícitos, no lugar de informar que o PLinstitui eleições diretas, o Comunicado pre-fere enfatizar que seu autor é um EngenheiroCivil e sugere que sua intenção é interferirna estrutura de um Sistema ao qual nãopertence, como se apenas parlamentarescom origem na área química pudessempropor alterações em leis relacionadas àarea.

Mais adiante, o Comunicado acusa aoposição - classificada de idealista - de nãoter apoaido o PL nº 7.354/06, do deputadoNelson Marquezelli, que regulamenta asatividades dos profissionais da química naindústria farmacêutica. O Comunicado nãosugere restrições ao parlamentar por ele seradvogado e fazendeiro. Sob a alegação deque não era da área química, recentementeMarquezelli recusou-se a dar entrevista aeste jornal sobre a questão das diretas.

O Movimento Eleições Diretas jáelaborou sua resposta ao manifesto doCFQ. As íntegras dos dois documentospodem ser lidas na versão on-line destamatéria, em www.crq4.org.br.