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Jornal do Conselho Nacional de Saúde IMPRESSO abril/maio 2001 - ano 4 - número 1 conselho.saude.gov.br controle social controle social Brasil conhece conclusões da 11ª Brasil conhece conclusões da 11ª Brasil conhece conclusões da 11ª Brasil conhece conclusões da 11ª Brasil conhece conclusões da 11ª CNS define agenda de CNS define agenda de CNS define agenda de CNS define agenda de CNS define agenda de prioridades para 2001 prioridades para 2001 prioridades para 2001 prioridades para 2001 prioridades para 2001 Foram três meses de discussões e debates, mas valeu a pena. O Conselho Nacional de Saúde fechou a Agenda Básica para 2001, que incluiu pontos fundamentais para o aperfeiçoamento do SUS. Temas como a Promoção da Saúde, os modelos de gestão, recursos humanos e o financiamento do Sistema estão na pauta do dia-a-dia dos conselheiros e entidades da sociedade civil organizada. (Pág 3) Saúde mental: Saúde mental: Saúde mental: Saúde mental: Saúde mental: José Serra convoca Conferência Nacional (págs 4 e 5) (págs 4 e 5) (págs 4 e 5) (págs 4 e 5) (págs 4 e 5) Planos de saúde: Planos de saúde: Planos de saúde: Planos de saúde: Planos de saúde: Simpósio fará balanço de 3 anos de regulamentação do setor (pág 9) (pág 9) (pág 9) (pág 9) (pág 9) Saneamento: Saneamento: Saneamento: Saneamento: Saneamento: Resolução do Conselho faz recomendações ao Projeto Alvorada (pág 10) (pág 10) (pág 10) (pág 10) (pág 10) Violência: Violência: Violência: Violência: Violência: Política de violência do MS (foto) será acompanhada por GT do CNS (pág 11) (pág 11) (pág 11) (pág 11) (pág 11) Índice de morbimortalidade preocupa conselheiros O apoio ao Programa Saúde da Família está na lista aprovada em plenário Conferência Conferência Conferência Conferência Conferência O relatório final da 11ª Conferência Nacional de Saúde foi lançando, no plenário do CNS, em maio. É uma síntese das discussões dos 2.500 delegados de todo o país que participaram do encontro. São deliberações que ajudarão a definir estratégias, programas e políticas voltadas para o aperfeiçoamento do SUS. Um dos pontos que chama a atenção é a relevância que o controle social teve no texto. O documento, de acordo com integrantes da Comissão Organizadora, é a materialização de um processo participativo e democrático. Apesar de enxuto, outra garantia é de que houve fidelidade às discussões e às propostas encaminhadas à plenária final. Aliás, a 11ª entra para a história também pelo alto grau de aprovação dos participantes, prova do êxito da realização. (Págs 6, 7 e 8) 2.500 delegados participaram do encontro em Brasília, ajudando a definir os caminhos do SUS nos próximos anos Brasil conhece conclusões da 11ª Brasil conhece conclusões da 11ª Brasil conhece conclusões da 11ª Brasil conhece conclusões da 11ª Brasil conhece conclusões da 11ª Ruben Silva/ASCOM-MS Stela Murgel Edna Santos Nolasco

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Jornal do Conselho Nacional de SaúdeIMPRESSO

abril/maio 2001 - ano 4 - número 1conselho.saude.gov.br

controle socialcontrole social

Brasil conhece conclusões da 11ªBrasil conhece conclusões da 11ªBrasil conhece conclusões da 11ªBrasil conhece conclusões da 11ªBrasil conhece conclusões da 11ª

CNS define agenda deCNS define agenda deCNS define agenda deCNS define agenda deCNS define agenda deprioridades para 2001prioridades para 2001prioridades para 2001prioridades para 2001prioridades para 2001

Foram três meses de discussões e debates, mas valeu apena. O Conselho Nacional de Saúde fechou a Agenda Básicapara 2001, que incluiu pontos fundamentais para oaperfeiçoamento do SUS. Temas como a Promoção da Saúde,os modelos de gestão, recursos humanos e o financiamento doSistema estão na pauta do dia-a-dia dos conselheiros eentidades da sociedade civil organizada. (Pág 3)

Saúde mental:Saúde mental:Saúde mental:Saúde mental:Saúde mental:José Serra convoca

Conferência Nacional(págs 4 e 5)(págs 4 e 5)(págs 4 e 5)(págs 4 e 5)(págs 4 e 5)

Planos de saúde:Planos de saúde:Planos de saúde:Planos de saúde:Planos de saúde:Simpósio fará balanço de 3anos de regulamentação do

setor (pág 9)(pág 9)(pág 9)(pág 9)(pág 9)

Saneamento:Saneamento:Saneamento:Saneamento:Saneamento:Resolução do Conselho fazrecomendações ao Projeto

Alvorada (pág 10)(pág 10)(pág 10)(pág 10)(pág 10)

Violência:Violência:Violência:Violência:Violência:Política de violência do MS

(foto) será acompanhada porGT do CNS (pág 11)(pág 11)(pág 11)(pág 11)(pág 11)

Índice de morbimortalidade preocupa conselheiros

O apoio ao Programa Saúde da Família está na lista aprovada em plenário

ConferênciaConferênciaConferênciaConferênciaConferência

O relatório final da 11ª ConferênciaNacional de Saúde foi lançando, noplenário do CNS, em maio. É uma síntesedas discussões dos 2.500 delegados detodo o país que participaram do encontro.São deliberações que ajudarão a definirestratégias, programas e políticas voltadaspara o aperfeiçoamento do SUS. Um dospontos que chama a atenção é arelevância que o controle social teve notexto. O documento, de acordo comintegrantes da Comissão Organizadora, éa materialização de um processoparticipativo e democrático. Apesar deenxuto, outra garantia é de que houvefidelidade às discussões e às propostasencaminhadas à plenária final. Aliás, a 11ªentra para a história também pelo alto graude aprovação dos participantes, prova doêxito da realização. (Págs 6, 7 e 8)2.500 delegados participaram do encontro em Brasília, ajudando a definir os caminhos do SUS nos próximos anos

Brasil conhece conclusões da 11ªBrasil conhece conclusões da 11ªBrasil conhece conclusões da 11ªBrasil conhece conclusões da 11ªBrasil conhece conclusões da 11ªRuben Silva/ASCOM-MS

Stela Murgel

Edna S

antos Nolasco

Controle Social abril/maio 200102

C I R C U I T O C N SC I R C U I T O C N SC I R C U I T O C N SC I R C U I T O C N SC I R C U I T O C N S

P l e n á r i o

EXPEDIENTE

O Jornal Controle Social é umapublicação bimestral do Conselho

Nacional de Saúde

Presidente do ConselhoNacional de Saúde

Ministro de Estado daSaúde José Serra

Conselho Editorial

Representantes dos UsuáriosMário SchefferCarlos Martins

Representante do GovernoSílvio Mendes de Oliveira Filho

Representante dosPrestadores de Serviços

Olympio Távora Corrêa

Representante dosProfissonais de Saúde

Temístocles Marcelos Neto

Assessoria deComunicação Social

Fernando CartaxoPaulo Henrique de Souza

Jornalista ResponsávelPaulo Henrique de Souza - RP: 734/04/72/GO

RevisãoBenedita Mendes

Editoração e Projeto GráficoARS VENTURA

Comunicação & Marketingwww.arsventura.com.br

(61) 328 6404

ImpressãoGráfica do Ministério da Saúde

Conselho Nacional de Saúde

Esplanada dos MinistériosBl. G - Anexo Ala B

1º andar - salas 128 a 147cep: 70058-900 Brasília - DF

fones:(61) 225 6672 / 226 8803

315 2150 / 315 2151fax:

(61) 315 2414 / 315 2472e-mail:

[email protected] page:

conselho.saude.gov.br

As matérias são de responsabilidadede seus autores

tiragem: 12.000 exemplares

Mudança na Resolução 33 éMudança na Resolução 33 éMudança na Resolução 33 éMudança na Resolução 33 éMudança na Resolução 33 étema de avaliação no Conselhotema de avaliação no Conselhotema de avaliação no Conselhotema de avaliação no Conselhotema de avaliação no Conselho

Oprocesso de estruturação do controle so-cial no país está próximo de mais um im-portante avanço. O Conselho Nacional de

Saúde já esta discutindo uma atualização da legisla-ção que institui a prática da participação da socie-dade no acompanhamento das ações do SUS. Otema faz parte da ordem do dia dos conselheiros.

A proposta de atualização da Resolução 33/92do Conselho Nacional de Saúde deve contribuirpara dar mais consistência à consolidação do con-trole social nos Estados, Municípios e em nívelFederal. Entre os aspectos que devem sofrer oimpacto das mudanças estão a própria definiçãodos conselhos de saúde, suas composições, asestruturas disponibilizadas e as competências decada um deles.

Pontos como o número mínimo de integrantesnecessários para a formação de um conselho desaúde, qual a proporção na hora de distribuir as

vagas existentes e as tarefas inerentes ao grupoestarão sendo tratados. Tudo para deixar aindamais claras as regras que fundamentam a própriaexistência destes órgãos colegiados.

Uma primeira proposta de aperfeiçoamento daResolução 33 está a cargo de um Grupo de Traba-lho composto pelos conselheiros Maria Leda Dan-tas, José Carvalho Noronha e Climério Rangel,apoiados pelos técnicos da Secretaria Executivado CNS.

O relatório dos debates – englobando as suges-tões de mudança a serem encaminhadas - deveráser enviado aos conselhos de saúde dos Estadose Municípios para que tomem conhecimento dassugestões e também façam contribuições. O ma-terial poderá ser incorporado ao texto, visandoaprovação final pelo CNS de um recomendaçãode diretrizes para constituição e estruturação dosconselhos locais.

MOÇÕES:• Moção 001/2001 - O CNS aprovou moção saudando

o retorno do Município de São Paulo à lógica do SUS,consubstanciado no enquadramento desse na gestão plenada Atenção Básica, em fevereiro de 2001, com o conse-qüente retorno do repasse de verbas ao Município e arecomposição democrática do Conselho Municipal de Saúde.O plenário lamentou o período em que São Paulo afastou-se dessa lógica, mediante implantação do PAS, precarizandoserviços e gerando inúmeras denúncias de corrupção.

• Moção 002/2001 - Levando em consideração as-pectos da política nacional de saneamento, o CNS solicitara retirada da Urgência Constitucional do Projeto de Lei4.147/2001 em tramitação na Câmara dos Deputados;pede o apoio do Ministro da Saúde na sensibilização doPresidente da República e do Congresso Nacional sobrea prudência política e responsabilidade pública e socialque a retirada da urgência constitucional do referido Projetode Lei representa; e manifesta a preocupação do Plenáriodo Conselho Nacional de Saúde frente a precariedadedos debates, sobre o Projeto de Lei 4.147/2001, entreoutros pontos. Também informa ao Ministério Público dasmedidas adotadas pelo plenário do Conselho Nacional deSaúde.

RECOMENDAÇÔES• Rec. 001/2001 - O plenário do CNS recomenda A

estreita observância às recomendações da 11ª Confe-rência Nacional de Saúde na fixação de suas diretrizes,objetivos e metas assistenciais. Também exige o adequadoentendimento e ajuste para que a proposta de parâmetrosassistenciais inclua todos os aspectos das ações de saúdedesenvolvidas e sejam evitados objetivos e metas con-traditórios e uso inapropriado dos recursos, em conso-nância com os considerandos aqui expostos. O documentoainda inclui outros pontos.

• Rec. 002/2001 - Nesta recomendação, o CNS solicitavários pontos relativos à política de saneamento, entreeles: a adoção de critérios e procedimentos da Portaria176, na implantação das ações de saneamento do ProjetoAlvorada, a ser realizado no âmbito da FUNASA/MS; quea FUNASA defina, como ação prioritária, critérios e meca-nismos de avaliação e acompanhamento das ações desaneamento, que não constam da Portaria 176, de modoque se viabilize ao Conselho Nacional de Saúde, aos Con-selhos Estaduais de Saúde e aos Conselhos Municipaisde Saúde o acompanhamento das ações do Projeto Alvo-rada, inclusive no ano 2001; e, entre outros itens, aindaque o Projeto Alvorada contemple os 'bolsões de pobreza"das regiões metropolitanas.

• Rec. 007/2001 - O Conselho Nacional de Saúdeaprovou recomendação, encaminhada ao proposta ao Mi-

nistério da Saúde, de que as verbas destinadas aos ser-viços substitutivos de saúde mental sejam repassadasfundo a fundo e não através da modalidade convenial,inclusive as previstas no orçamento de 2001, a fim deacelerar a reforma psiquiátrica no Brasil.

• Rec. 013/2001 - Outra proposta aprovada pelo ple-nário foi a de que seja destinado o percentual de, no mínimo3% do orçamento da saúde, para a saúde mental nas trêsesferas de governo.

• Rec. 014/2001 - O Programa Saúde da Família foitema dessa recomendação. Nela, o CNS defende o queeste processo de integração das ações em saúde mentalno âmbito do Programa de Saúde da Família assuma asdiretrizes da Reforma Psiquiátrica já assumidas pelo Mi-nistério da Saúde. Determina ainda que a definição dasações de saúde mental a serem desenvolvidas seja em-basadas.

• Rec. 015/2001 - Considerando a importância da con-tinuidade administrativa dos programas de alimentação enutrição do ponto de vista da manutenção e promoção dasaúde do beneficiários, entre outros aspectos, o CNSaprovou recomendação de que a a Área Técnica de Ali-mentação e Nutrição/MS, em articulação com o CNS,faça gestão junto ao Ministério Público no sentido da iden-tificação e disponibilização de informações sobre meca-nismos legais e administrativos que evitem a suspensãode Programas de Alimentação e Nutrição (Programa Na-cional de Alimentação Escolar-PNAE, Bolsa Alimentação),devido a inadimplência de gestores municipais, eliminandoprejuízos dos beneficiários.

RESOLUÇÕES• Res. 308/2001 - Como forma de estimular o debate

em torno de aspectos relacionados à saúde suplementar,o CNS aprovou resolução que cria Comissão Permanentepara acompanhar o tema. Entre as atribuições do grupoestão implementar as Diretrizes de Acompanhamento: ela-borar plano de trabalho;e realizar estudos e apresentarpropostas para subsidiar o Plenário do Conselho Nacionalde Saúde.

• Res. 309/2001 - O CNS aprovou a proposta doMinistério da Saúde de Política Nacional de Redução daMorbimortalidade por Acidente e Violência. Também sedecidiu pela criação de um Grupo de Trabalho no ConselhoNacional de Saúde com o objetivo de acompanhar aimplementação desta política, nas três esferas da Gestãodo SUS, e propor ao CNS ações relativas ao tema.

• Res. 310/2001 - O CNS decidiu solicitar ao ministroda Saúde, José Serra, a convocação da III ConferênciaNacional de Saúde Mental, para que seja realizada em2001, objetivando marcar a alta relevância do tema "SaúdeMental" para a população.

A seguir, você pode conferir aspectos das moções, recomendação e resoluções aprovadasem 2001 pelo CNS. A íntegra dos documentos está na Internet no site conselho.saude.gov.br.

abirl/maio 2001 Controle Social 03

C I R C U I T O C N SC I R C U I T O C N SC I R C U I T O C N SC I R C U I T O C N SC I R C U I T O C N S

CNS aprova pontos da Agenda 2001CNS aprova pontos da Agenda 2001CNS aprova pontos da Agenda 2001CNS aprova pontos da Agenda 2001CNS aprova pontos da Agenda 2001Aagenda Básica do CNS para

2001 foi aprovada pelos con-selheiros na reunião ordinária

de maio. O tema foi debatido, ante-riormente, nos meses de março e abril. O Grupo de Trabalho criado paradiscutir as propostas foi coordenadopelo representante da ConfederaçãoNacional do Comércio (CNC), Augus-to Amorim, e integrado pelos conse-lheiros Maria Leda Dantas, LindomarLopes, Diógenes Martins e NeiltonOliveira, juntou num único texto paraencaminhamento ao plenário tam-bém as sugestões apresentadas poroutros integrantes do Conselho.

A base dos itens apresentados

foram as discussões e resoluçõesaprovadas durante a 11ª ConferênciaNacional de Saúde. De acordo como conselheiro Augusto Amorim, ostemas que integram a Agenda Básicado CNS para 2001 devem aproveitaro momento estratégico do SUS, re-conhecendo os avanços políticos degestão do Sistema e de valorizaçãodo controle social.

Ele completou chamando o focosobre a responsabilidade do CNS,neste momento, que deve ter atuaçãocompetente, ampla e permanente,capaz de formular a orientação e oacompanhamento do modelo deatenção à saúde.

1) Promoção da Saúde -Saúde do trabalhador,segurança alimentar, água esaneamento, ecossistema erisco sanitário devem mereceratenção especial por parte dosconselheiros do CNS. O que sequer é a adoção de políticaspúblicas intersetoriaistransparentes sobre cada umdesses temas.

2) Modelos de atenção e degestão - Para o CNS, épreciso garantir a AtençãoBásica e o Programa Saúde daFamília como pontosestruturantes do SUS, aregionalização do Sistema, aadoção de uma política deinsumos básicos(medicamentos e tecnologia)e dos instrumentos de gestão,com a valorização de umsistema de informações emsaúde e a implantação doCartão SUS.

3) Recursos Humanos -Discussão, aprimoramento dasdiretrizes da NOB-RH/SUS e aaplicação das Normas pelosgestores públicos e privadossão temas prioritários naAgenda 2001 do CNS. Ainda sepretende fazer oacompanhamento das diretrizescurriculares e dos programas decapacitação, como o deInteriorização dos Profissionaisde Saúde e o PROFAE.

4) Financiamento do SUS -O Conselho Nacional deSaúde e todos os órgãos decontrole social assumem o

compromisso de acompanhara aplicação da EmendaConstitucional 29, que vinculao repasse de recursos dosorçamentos da União, Estadose Municípios ao SUS. Outrospontos são a discussão sobreas modalidades de repassesintergovernamentais, deremuneração de serviços e depessoal, e a mudança nalógica do pagamento dosprocedimentos por uma formade redistribuição global deverbas.

5)Planos e seguros desaúde - Uma ComissãoPermanente foi criada peloCNS para fazer oacompanhamento da saúdesuplementar no país. Questõescomo ressarcimento, reduçãode exclusões e preçospassarão a ser discutidas demodo intensivo.

6) Rede de Conselhos desaúde - Um dos objetivos doano para o CNS é a efetivaçãolegal e legítima dos conselhosde saúde espalhados pelopaís. Uma das estratégias paratanto é a implementação doPrograma Nacional deCapacitação de Conselheiros eMembros do Ministério Público.Também fazem parte doesforço aspectos como adefinição de futurasconferências e plenárias desaúde, a revisão da resolução33/92 e a superação deimpasses no funcionamentonos órgãos de controle socialde Estados e Municípios.

Confira alguns dos assuntos que estarão no focoConfira alguns dos assuntos que estarão no focoConfira alguns dos assuntos que estarão no focoConfira alguns dos assuntos que estarão no focoConfira alguns dos assuntos que estarão no focoda atenção do controle social nos próximos mesesda atenção do controle social nos próximos mesesda atenção do controle social nos próximos mesesda atenção do controle social nos próximos mesesda atenção do controle social nos próximos meses

ela segunda vez, secretáriosexecutivos de conselhos esta-duais e municipais das capitais

se reunirão para trocar experiênciase discutir temas relativos ao controlesocial. Os CES e CMS participantesjá estão recebendo ofício onde lhesé solicitada a indicação do represen-tante no encontro, bem como suges-tões de temas, data e local para suarealização. Alguns estados, comoBahia e Paraíba, já se oferecerampara sedir o evento. A preocupaçãoé de que os acertos sejam feitos como máximo de antecedência para ga-rantir uma presença significativa.

O primeiro encontro deste tipo a-conteceu em Fortaleza (CE), em no-vembro de 99. Na ocasião, o grupoteve a oportunidade de elaborar umdocumento com várias sugestões,entre elas o pedido de melhor estru-turação física, humana e operacionaldas secretarias executivas dos con-selhos. A carta foi encaminhada peloCNS ao CONASEMS e ao CONASS.Ela foi um passo importante paraque muitas localidades passassema valorizar este trabalho.

O peso das reinvindicações dos se-

Secretários de conselhosSecretários de conselhosSecretários de conselhosSecretários de conselhosSecretários de conselhosvão participar de reuniãovão participar de reuniãovão participar de reuniãovão participar de reuniãovão participar de reunião

cretários executivos dos CESs e CMSsdas Capitais acabou repercutindo atémesmo no plenário da 11ª ConferênciaNacional de Saúde. No relatório finaldo encontro, consta como uma das pro-postas aprovadas pelos delegados anecessidade de dotar os conselhos desaúde de infra-estrutura mínima capazde possibilitar a realização de açõeseficazes e eficientes. Da mesma formao documento privilegia outro anseio dosórgãos locais: a valorização da comu-nicação e da informação como formade estímulo à participação popular.

No encontro programado para oinício do próximo semestre, que de-ve durar dois dias, a pauta certamen-te será repleta de pontos que deman-darão intensos debates. Entre elesos últimos informes sobre o Progra-ma de Capacitação de Conselheirose de Membros do Ministério Público,a própria aplicabilidade das delibera-ções da 11ª Conferência, bem comoa revisão da Resolução 33/92. OConselho Nacional de Saúde esperacolher dos representantes de Esta-dos e Municípios contribuições queapontem para o aprimoramento decada uma dessas propostas.

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Defesa da Emenda da Saúde, aprovada em 2000: um dos pontos da Agenda para este ano

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A G E N D A D A S A Ú D EA G E N D A D A S A Ú D EA G E N D A D A S A Ú D EA G E N D A D A S A Ú D EA G E N D A D A S A Ú D E

ministro da Saúde José Ser-ra homologou, no início domês de abril, a Resolução do

CNS convocando a III ConferênciaNacional de Saúde Mental. O encon-tro ainda não tem data e local defini-dos, mas é certo que aconteça noano de 2001. Agora deve ser criadauma Comissão para organiza-la. AConferência que deve reunir milharesde gestores públicos, profissionais,prestadores de serviços e usuáriospara discutirem temas ligados àquestão.

A convocação da III ConferênciaNacional de Saúde Mental atendeuma reivindicação do Conselho Na-cional de Saúde (CNS), encaminhadaao gabinete do ministro Serra. O últi-mo encontro deste tipo aconteceuem 1992. Durante o evento, especia-listas em doenças mentais, secretá-rios de saúde, gestores de hospitais,prestadores de serviços e represen-tantes de portadores de problemaspsiquiátricos debaterão os avançospercebidos na reforma psiquiátrica noBrasil. Um dos temas de destaque

Convocada Conferência de Saúde MentalConvocada Conferência de Saúde MentalConvocada Conferência de Saúde MentalConvocada Conferência de Saúde MentalConvocada Conferência de Saúde Mental

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Associação de Amigos e Fa-miliares de Doentes Mentais,entidade da Paraíba, entrou

na luta pela melhora do atendimentoaos usuários do Sistema Único deSaúde. O grupo divulgou um docu-mento chamado de Carta de JoãoPessoa onde enumera uma série deproblemas que devem ser resolvidosem nome do aumento da qualidadede vida e de assistência médico-hos-pitalar oferecidas às vítimas dos dis-túrbios psiquiátricos.

O documento, encaminhado paradivulgação junto à Secretaria Execu-tiva do Conselho Nacional de Saúde,solicita a humanização e a universa-lização do atendimento aos portado-res de transtornos mentais. No entan-to, os endereços reais das reivindi-cações são os gestores dos órgãosdo SUS, dos hospitais e os parlamen-tares.

Dos administradores do SistemaÚnico de Saúde, a Associação cobra

convocação da III Conferên-cia Nacional de Saúde Mentalfoi justificada pelo ministro

José Serra como uma oportunidadede conclamar a sociedade ao debatepara por em prática um sistema pú-blico de atendimento democrático emoderno, ancorado no progresso daciência e das técnicas terapêuticas.A posição de Serra foi apresentadaao plenário do CNS pelo represen-tante dele no Ato pelo Dia Mundialde Saúde, o secretário de Assistên-cia à Saúde, Renilson Rehem. “O Bra-sil ainda precisa avançar no que serefere ao atendimento dos pacientesportadores de doenças mentais. Noentanto, este progresso tem sido re-gistrado nos últimos anos com me-didas que estão mudando o modelode atendimento psiquiátrico”, citou.

“É possível cuidar bem dos doen-tes respeitando a liberdade e os direi-

tos de cidadania deles dentro de umaperspectiva de reintegração social,em serviços abertos e comunitários”,ressaltou Rehem. Em sintonia como projeto de extinção dos manicô-mios e asilos, aprovado pelo Con-gresso e sancionado pela Presidên-cia da República, ele lembrou que asinternações hospitalares nestes ca-sos só devem ocorrer quando estri-tamente necessárias.

Entre os avanços neste tipo deatendimento, o representante de JoséSerra enumerou a redução no númerode internações plenas em 12,8%,cerca de 120 mil a menos e o au-mento no número de internações noshospitais-dia em mais de 200%. Emnúmeros absolutos, elas passaramde 1,5 mil, em 95, para quase 20 mil,cinco anos depois. Rehem reconhe-ceu que a rede de serviços comuni-tários ainda é pequena, mas garantiuque ela está se expandindo de formarápida. Hoje o SUS conta com 256Centros de Atenção Psicossocial(CAPS), que são pequenos núcleosque se configuram no eixo da reformaproposta.

A meta do Ministério da Saúde éque até o fim do ano todos os municí-pios com mais de 70 mil habitantestenham seus CAPSs. A estimativa éde que até dezembro o Brasil tenha400 destes Centros em funcionamen-to. Para ampliar essa rede, o Governotambém está articulando a abertura denovos leitos em hospitais-dia e a qualifi-

cação dos hospitais psiquiátricos exis-tentes. Para isso, foi criado um Grupode Auditoria do MS e determinado aosmunicípios que criem Comissões deFiscalização Hospitalar.

Outro ponto importante que inte-gra o processo da reforma psiquiátri-ca brasileira é o Plano de Inclusãodas Ações de Saúde Mental no Pro-

o desenvolvimento de um trabalhointegrado em parceria com as uni-dades hospitalares, bem como adescentralização do atendimentoambulatorial e a aplicação de maisrecursos no setor. A Carta exigedos prestadores de serviço a pre-ocupação e a busca do entrosa-mento entre familiares e médicosna tentativa de superação dos pro-blemas diagnosticados.

Os amigos e familiares dos por-tadores de doenças mentais queremainda a reciclagem e a especializa-ção dos profissionais de saúde doscentros de atendimento e tambémo apoio na luta para resolver as difi-culdades dos tratamentos. Dos po-líticos as cobranças dizem respeitoao engajamento na luta pelos direi-tos dos pacientes, incluindo a par-ticipação em debates com os seg-mentos organizados antes de apro-varem ou apresentarem projetosrelativos ao tema.

SUS deve discutir o fim dos manicômios no paísSUS deve discutir o fim dos manicômios no paísSUS deve discutir o fim dos manicômios no paísSUS deve discutir o fim dos manicômios no paísSUS deve discutir o fim dos manicômios no país

Grupo da PB aponta problemasGrupo da PB aponta problemasGrupo da PB aponta problemasGrupo da PB aponta problemasGrupo da PB aponta problemas

A A

será o projeto de desospitalizaçãodos manicômios e asilos.

A Saúde Mental, aliás, foi temado Dia Mundial da Saúde, patrocina-do pela OMS. No dia sete de abril,em mais de 190 países o assuntofoi alvo de discussões de autoridadessanitárias e pacientes. No Brasil, ascomemorações aconteceram ao lon-go de uma semana. Centenas dehospitais e clínicas especializadaspromoveram atividades internas paradiscutir o modelo de atendimento ofe-recido, em alguns casos reunindopacientes, familiares e a comunidade.

No Conselho Nacional de Saúde,houve um ato comemorativo ao DiaMundial da Saúde com a participa-ção do representante no Brasil daOPAS, Jacobo Finkelman; de PedroDelgado, representando a ComissãoIntersetorial de Saúde Mental doCNS; do deputado Carlos Mosconi –relator do projeto que determina o fimdos manicômios -, e do secretário deAssistência à Saúde do Ministério daSaúde, Renilson Rehem, represen-tando o ministro José Serra.

grama de Saúde da Família. Atravésdele os profissionais que integram asequipes do PSF serão qualificadospara atender nas comunidades osdistúrbios psiquiátricos registrados.A idéia deve contribuir para a reinte-gração social dos pacientes, além deauxiliar no combate à violência e aouso de drogas.

Ministro Serra apoiou realização do encontro

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A convocação da Conferência de foi uma vitória para os defensores da reforma psiquiátrica

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A G E N D A D A S A Ú D EA G E N D A D A S A Ú D EA G E N D A D A S A Ú D EA G E N D A D A S A Ú D EA G E N D A D A S A Ú D E

Técnicos consideram data da OMSTécnicos consideram data da OMSTécnicos consideram data da OMSTécnicos consideram data da OMSTécnicos consideram data da OMSestímulo para Reforma Psiquiátricaestímulo para Reforma Psiquiátricaestímulo para Reforma Psiquiátricaestímulo para Reforma Psiquiátricaestímulo para Reforma Psiquiátrica

“E

Pontos da lei que extingue asilos e manicômiosPontos da lei que extingue asilos e manicômiosPontos da lei que extingue asilos e manicômiosPontos da lei que extingue asilos e manicômiosPontos da lei que extingue asilos e manicômios

ste dia é uma oportunidadeúnica para trabalharmosjuntos em prol do melhora-

mento da saúde mental, uma impor-tante questão para todos, mas muitasvezes pouco considerada”. Assim ocoordenador do Saúde Mental do Mi-nistério da Saúde, Pedro Delgado,classificou as comemorações pelosete de abril, data dedicada ao DiaMundial da Saúde. Este ano a Orga-nização Mundial de Saúde colocouo tema Saúde Mental no centro dosdebates.

Delgado, que também integra aComissão Intersetorial de SaúdeMental do CNS, afirma que apesarde todo o progresso conseguido emmuitos outros aspectos, a situaçãodos pacientes com problemas men-tais ainda não recebe a atenção e osrecursos que mereceria.

Para Alfredo Schechtman, asses-sor da área do Ministério da Saúdeque trata do assunto, o problema estádireta e indiretamente relacionadocom algumas das mais básicas e fun-damentais capacidades: pensar, es-tabelecer relacionamentos com asoutras pessoas, criar e encontrar sig-nificado para a vida. De acordo comele, é importante saber aceitar e a-daptar-se às mudanças da existên-cia, mantendo uma postura ativafrente aos problemas, enfrentar cri-ses e seguir criativos. “

Um dos pontos chaves de todo oprocesso de discussão acerca do pro-blema da saúde é o projeto aprovadopelo Congresso Nacional, que mudao modelo de atendimento aos porta-dores de problemas mentais. O texto,já sancionado pelo presidente Fer-nando Henrique Cardoso, estabeleceo fim dos chamados asilos, manicô-mios ou hospitais psiquiátricos.

No lugar, os pacientes passarãoa receber um atendimento baseadoem consultas médicas e na maiorpermanência possível com as famí-lias. As internações seriam recomen-dadas apenas nos casos mais gra-ves. A propostafoi amplamente discu-tida pela Comissão de Saude Mentaldo CNS.

Os técnicos do Ministério, do Con-selho Nacional de Saúde, bem comoos representantes das famílias depacientes que sofrem de problemasmentais apoiaram a iniciativa e co-memoraram a sanção do projeto pelopresidente Fernando Henrique. “Nin-guém tem uma saúde mental exce-lente o tempo todo, mas algumas pes-soas tem muita dificuldade para man-

ter, sozinhas, seu bem-estar, preci-sando da ajuda de familiares, amigose profissionais. “Pessoas portadorasde transtornos mentais são muito fre-qüentemente alvo de discriminação,sendo atingidas em seus direitos hu-manos e de cidadania, e sofrendomaior impacto do desemprego, po-breza e exclusão social”, ressaltouPedro Delgado.

A medicina contemporânea reco-nhece que os pacientes com proble-mas mentais podem e devem viverna comunidade, trabalhando e tendo

os mesmos direitos e deveres dequalquer outro cidadão, contribuindoassim para a vida em sociedade. Aopinião, predominante em todo o mun-do, pontua a necessidade da reformapsiquiátrica.

Nos últimos anos, foram registra-dos progressos significativos na com-preensão e na atenção aos problemasde saúde mental, aumentando o co-nhecimento científico das causasdas doenças mentais e os tratamen-tos disponíveis para a maioria destasdoenças. A Comissão de Direitos Hu-

manos da Organização das NaçõesUnidas declarou que o tratamentodos portadores de transtornos men-tais deve ser considerado um direitobásico dos mesmos, e que estas pes-soas têm ainda de ser protegidascontra os perigos decorrentes dosprocessos de exclusão social a quemuitas vezes se encontram subme-tidas. Existem ainda, até hoje, insti-tuições que violam os direitos huma-nos básicos, privando o paciente desua dignidade ao submetê-lo a trata-mentos desumanos.

• Fica proibida, em todo o Brasil, a cons-trução de novos hospitais psiquiátricose a contratação pelo serviço público deleitos e unidades particulares deste tipo;

• As administrações regionais de saúde(secretarias estaduais, municipais eoutros) estabelecerão o planejamentonecessário para o funcionamento domodelo de atendimento não-manico-mial, como unidade psiquiátrica emhospital geral, hospital-dia, hospital-noite, centro de atenção, centros deconvivência, pensões e outros, bemcomo a progressiva extinção dos leitoscom características de manicômio;

• As administrações regionais de Saú-de terão o prazo de um ano, a partir dadata de promulgação da nova lei, para

apresentarem o planejamento e o cro-nograma de implantação dos novos re-cursos técnicos de atendimento;

• As secretarias estaduais deverão for-mar um Conselho Estadual de Re-forma Psiquiátrica, no qual estejamrepresentados os trabalhadores desaúde mental, usuários e familiares, opoder público, a OAB e a comunidadecientífica. O grupo terá a missão deacompanhar a elaboração dos planosregionais e municipais de desos-pitalização;

• A internação médica compulsória de-verá ser comunicada, pelo profissionalque a determinou, no prazo de 24 horasa autoridade da Justiça local, preferen-cialmente da Defensoria Publica, quan-

do houver;

• Fica definida como internação com-pulsória aquela que ocorre sem o de-sejo do paciente;

• O representante da Defensoria Públi-ca, ou outra autoridade da Justiça que osubstitua, deverá ouvir o paciente, mé-dicos e equipe, familiares e outras pes-soas que achar necessárias para, em 24horas após a internação, emitir parecersobre a legalidade do procedimento;

• A Defensoria Pública devera fazerauditorias periódicas em estabeleci-mentos psiquiátricos com o objetivo deidentificar casos de seqüestro ilegal ezelar pelos direitos dos cidadãos inter-nados.

Garantir a inclusão dos portadores de deficiência mental é um desafio para o SUS. Na avaliação dos técnicos do MS, há falta recursos

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C O N F E R Ê N C I AC O N F E R Ê N C I AC O N F E R Ê N C I AC O N F E R Ê N C I AC O N F E R Ê N C I A

relatório final da 11ª Confe-rência Nacional de Saúdeestá pronto para ser lido,

analisado, divulgado, conhecido pe-los brasileiros, de forma especial poraqueles que acreditam no aprimora-mento do modelo público de atendi-mento. O documento, que sintetizaos debates e discussões percebidosdurante o encontro ocorrido em de-zembro passado, em Brasília, foi lan-çado numa rápida solenidade no ple-nário do CNS. No entanto, apesar desimples foi um momento de prestígiopara o controle social no país. Junta-mente, com os 32 conselheiros doCNS, o chefe de gabinete do ministroda Saúde, Octávio Mercadante –re-presentando José Serra; o deputadoVicente Calopreso, da Comissão deSeguridade Social e Família da Câ-mara; o senador Sebastião Rocha,da Comissão de Assuntos Sociaisdo Senado; e o representante daOPAS no Brasil, Jacobo Finkelman,acompanharam a apresentação dotexto.

Na introdução do relatório, a Co-missão Organizadora da Conferênciaexplica que o material é o produto deum trabalho coletivo que envolveu cer-ca de 2500 delegados, que partici-param dos grupos de trabalho, mesasredondas e plenárias do encontro.Idéias, sugestões, críticas e comen-tários que foram sistematicamenteanotados por 180 coordenadores erelatores. As anotações ainda em es-tado bruto ficaram sob a responsabi-lidade de uma equipe um pouco me-nor aos quais coube “atravessar noi-tes, abdicar do choppinho e das arti-culações e conversas amigáveis pararealizar a difícil tarefa de transformarem um documento sintético as vozesde todos os atores envolvidos no pro-cesso”.

“Trata-se de um momento impor-tante para todos nós. O livro apresen-tado é a materialização de um proces-so que culminou na 11ª ConferênciaNacional de Saúde”, disse a coorde-nadora da Comissão Organizadora,Rita Barradas Barata. Emocionada,ela foi sincera ao confessar que osresultados finais são a soma de umasérie de apostas que deram certo.“Algumas delas foram de risco”, con-fessou ela ao enumerar decisões con-sideradas polêmicas e imprevisíveisna época do lançamento, como a am-pliação das participação das entida-des de determinados segmentos es-pecíficos e decisão de incluir na pro-gramação dezenas de grupos de tra-balho, com a participação dos dele-gados.

De acordo com Rita Barradas, osgrupos permitiram maior tomada deconsciência por parte dos delegadosna hora de discutir e debater as mo-ções apresentadas em plenário.“Quando chegaram ao final da Con-ferência tinha condições de deliberarem cima do que já conheciam”, res-

saltou a coordenadora.A relatora Geral da Conferência,

Elizabeth Barros, também comemo-rou o fim de um trabalho que levouquase cinco meses para ser finaliza-do. “Estou com a sensação de mis-são cumprida, mas tenho de ressaltarque esse esforço de consolidação sófoi atingido com a participação de to-dos”, afirmou ela. O cuidado com aelaboração do documento final é vi-sível quando se sabe que a diretrizque norteou todo o trabalho foi serútil às proposições apresentadas, tor-nando-as mais claras, objetivas e semredundâncias.

“Mas, em todo este processo, oque me deu mais alegria mesmo foiconfirmar o amadurecimento do con-trole social em saúde no Brasil”, afir-mou Elizabeth Barros. Assim comoos outros integrantes da ComissãoOrganizadora e participantes da Con-ferência, ela também notou como evi-dente que a população brasileira ca-da vez mais toma posse dos seusdireitos e se torna consciente do seupapel cidadão.

chefe de gabinete do minis-tro da Saúde, Octávio Mer-cadante, que representou

José Serra no lançamento do relató-rio, abriu a solenidade com uma con-fissão: “\Já sou um veterano em en-contros deste tipo, mas nunca vi ta-manha participação quanto na 11ªConferência Nacional de Saúde”. Afrase deu o tom da cerimônia, ondetodos os conselheiros e convidadosprestaram homenagem ao trabalhorealizado pela Comissão Organiza-dora do evento, lideradas pela coor-denadora Rita Barradas Barata e pelarelatora Geral, Elizabeth Barros.

O conselheiro Augusto Amorim,

representante da Confederação Na-cional do Comércio no CNS, se mos-trou impressionado com a eficiênciada equipe que organizou a 11ª. “É in-crível o que Rita Barradas e Beth Bar-ros conseguiram fazer em pouco tem-po – pouco mais de 120 dias – e comtão poucos recursos. Foi um trabalhode verdadeiras heroínas”, ressaltou.

A posição de Amorim não foi iso-lada dentro do Conselho. O plenárioem peso elogiou a realização. O se-cretário Estadual de Saúde do Riode Janeiro, Gilson Cantarino, repre-sentante do CONASS no CNSS, tam-bém qualificou o trabalho que levou à11ª Conferência. Para ele, foi um mo-

Trabalho recebe elogios do MS e CNSTrabalho recebe elogios do MS e CNSTrabalho recebe elogios do MS e CNSTrabalho recebe elogios do MS e CNSTrabalho recebe elogios do MS e CNSmento importante de reflexão emtorno do futuro do SUS, onde se ava-liou com precisão os passos que osgestores devem dar.

A Comissão foi saudada ainda co-mo um momento de afirmação do fimdas diferenças entre os gêneros. O fatodo grupo ter sido conduzido, essencial-mente, por mulheres foi citado comouma conquista do segmento, comolembrou a conselheira Clair Castilho,representante da Comunidade Cientí-fica no Conselho. “Sinto-me plenamen-te representada enquanto mulher e de-fensora do SUS ao perceber a qua-lidade do trabalho realizado pelas nos-sas companheiras”, citou.

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Várias autoridades acompanharam o lançamento do texto que será referência para o SUS

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relatório da 11ª Conferênciacausou uma impressão tão boaque o representante da OPAS

no Brasil, Jacobo Finkelman, determi-nou que o documento seja enviadopelo organismo internacional às au-toridades sanitárias de todos os paísesdo continente americano. “Nunca haviaacompanhado de perto um eventodeste tipo, mas não se pode ignorar aqualidade do produto das discussõese debates e o alto nível de participa-ção.”. A opinião dele mostra o respeitoque o controle social e a participaçãopopular no Brasil têm. Inclusive, foi ci-tado que a Bolívia deve, pela primeiravez na história, realizar um fórum seme-lhante à 11ª como forma de buscar oconsenso e o apoio da sociedade paramelhorar o atendimento em saúde dapopulação.

O mesmo respeito da OPAS foi per-cebido junto às outras entidades comrepresentantes na solenidade. O se-nador Sebastião Rocha, da Comissãode Assuntos Sociais do Senado, lem-brou que as conferências sintetizam osanseios dos cidadãos, “um tema muitoimportante para o parlamento brasilei-ro”. Para ele, a realização da 11ª mar-cou o início de uma nova fase no pro-cesso de aperfeiçoamento do SUS e devalorização das políticas sociais no país.

O mesmo entendimento tem o de-putado Vicente Calopreso, da Comis-são de Seguridade Social e Família daCâmara dos Deputados, que ressaltouque dois foram os temas que marca-ram o encontro de dezembro, em Bra-sília. Na opinião do parlamentar, osgrandes eixos das discussões e osmaiores avanços percebidos em ter-mos de proposta se relacionam com ahumanização do atendimento e com avalorização da prática do controle so-cial no SUS. “Não podemos apenas nospreocupar com os avanços científicose tecnológicos e nos esquecer da ne-cessidade de respeitar o homem en-quanto essência e cidadão”.

Para o procurador da República,Humberto Jacques, representante doMinistério Público na solenidade, tam-bém demonstrou essa crença na parti-cipação popular como caminho paramelhorar o SUS. Ele reinterou o com-promisso da Justiça com a defesa dacidadania e se comprometeu, assim co-mo a grande maioria do que estavamna reunião, a dar vida às resoluções epropostas contidas no documento. “Esterelatório, de agora em diante será a mi-nha bíblia, o meu livro de cabeceira. Coma ajuda dele espero contribuir com ocontrole social no país através de açõesembasadas nas deliberações da 11ª”.

relatório final da 11ª Confe-rência Nacional de Saúde éum exemplo de concisão. São

187 páginas que resumem de formaorganizada todas as proposições a-presentadas durante o encontro. Oprocesso de revisão final contemploua consolidação dos textos de cenáriodos três temas centrais – Acesso,Qualidade de Humanização na Aten-ção à Saúde com Controle Social –em um único capítulo. A reformulaçãodo texto, com a exclusão das dupli-cidades e inconsistências, a reorde-nação das deliberações em cinco blo-cos temáticos específicos e a ela-boração de uma nova redaçãoconsolidando itens similares ou com-plementares também fazem parte dotrabalho.

No entanto, a relatora Geral daConferência, Elizabeth Barros, res-salta que no processo de formulaçãodo documento, apesar do enxuga-mento e reformulações propostos, to-das as mudanças de redação foramfeitas preservando fielmente os sig-nificados dos conteúdos agrupados.“A importância desse texto é enorme.A exemplo do que ocorreu com rela-tórios semelhantes de conferênciasanteriores, projeta a imagem do ob-jetivo a ser alcançado na área da saú-

Documento é exemplo de concisãoDocumento é exemplo de concisãoDocumento é exemplo de concisãoDocumento é exemplo de concisãoDocumento é exemplo de concisão

de em ações de curto, médio e lon-gos prazos”, afirma ela.

O texto, rico em recomendações,dá orientação e instiga à ação os ór-gãos responsáveis pela conduçãodas políticas em âmbito nacional. As-sim, o Conselho Nacional de Saúde,o Ministério da Saúde, os PoderesLegislativo e Judiciário, bem como oMinistério Público tem um verdadeiromanual de trabalho a seguir. Por outrolado, há referências à ação de movi-mentos locais, conselhos municipaise estaduais de saúde e profissionaise gestores da área em atividade.

Uma das tônicas do documento

é a afirmação de que sem controlesocial não há condições de efetivaçãodo Sistema Único de Saúde. A rele-vância do tema fez com que ele ga-nhasse um dos capítulos da parte deproposições da Conferência. A seguirapresentamos alguns dos pontos demaior destaque no relatório no quese refere à prática da participação po-pular no fomento das ações de saúdeno Brasil e de fortalecimento dos con-selhos de saúde em todas as esferasde gestão. A íntegra do documentopode ser consultada na Internet nosite do CNS. O endereço para pes-quisa é conselho.saúde.gov.br.

• Estimular a criação, nos Conse-lhos, de fóruns de representantes porsegmentos. Da mesma forma, objeti-vando fortalecer a representatividadedos conselheiros, sugerem a criaçãode instrumentos e mecanismos (dis-tribuição de pautas, atas e relatórios)que garantam que os conselheirosprestem contas sistematicamente dasproposições encaminhadas e posi-ções assumidas às bases que os/aselegeram;

• Éstimular instrumentos de articu-lação e ampliação de espaços de con-trole social, criando Conselhos Munici-pais e Estaduais de Cidadania, inte-grado por representantes dos diferen-tes conselhos municipais que tratamdas políticas sociais;

• O controle social deve ser amplia-do a outras instâncias do SUS. A ple-nária final da 11ª Conferência Nacionalde Saúde, que indicou a necessidadede se estabelecer a criação de Conse-lhos Gestores em todas as unidade eserviços de saúde, ambulatoriais ouhospitalares, públicas ou conveniadas(incluindo os Hospitais Universitários),garantindo a participação dos trabalha-dores e usuários na sua composição.

• É necessário aperfeiçoar as leise regulamentos referentes ao controlesocial, de acordo com os delegados

da 11ª. As deliberações finais indica-ram a necessidade de adequação dosinstrumentos legais para a criação dosconselhos de saúde, para o detalha-mento de sua composição e a conso-lidação do caráter deliberativo dos con-selhos;

• O perfil dos conselheiros e o pro-cesso de escolha dos conselheirosdos conselhos de saúde é apontadocomo tema relevante pela Conferência,entendido como instrumento neces-sário para garantir a maior legitimidadesocial e o pleno exercício do poder decontrole social com autonomia;

• Os participantes da 11ª Conferên-cia Nacional de Saúde enfatizam a ne-cessidade de promover a capacitaçãodos conselheiros através do envolvi-mento dos órgãos gestores e das ins-tituições formadoras de recursos hu-manos, principalmente no que se re-fere aos princípios e modelo de orga-nização do SUS, com ênfase na impor-tância dos mecanismos de controle so-cial e na participação cidadã;

• A 11ª Conferência indica a neces-sidade de avaliar periodicamente ocontrole social através de levanta-mento anual in loco dos ConselhosMunicipais de Saúde, realizado pelosConselhos Estaduais de Saúde sobcoordenação do Conselho Nacional e

apoio do Ministério Público;

• A 11ª Conferência afirma a rele-vância da produção e divulgação de in-formações sobre o controle social atra-vés de meios variados conforme a rea-lidade e possibilidades locais, indican-do como estratégias possíveis e reco-mendáveis, como realizar um amplotrabalho de comunicação social patro-cinado pelo Conselho Nacional deSaúde e o Ministério da Saúde;

• A Plenária da 11ª Conferência indi-ca como condição básica para o ade-quado funcionamento dos Conselhos agarantia das condições físicas e técnicaspara o seu funcionamento. Essa estru-tura para o funcionamento dos conse-lhos inclui espaço físico para a realizaçãodas reuniões e para a Secretaria doconselho, equipamentos básicos comotelefone, fax, material de escritório,incluindo computador ligado à Internet;

• Deve se buscar a aproximação ecooperação entre os órgãos de gestãodo SUS com os poderes Legislativo, Ju-diciário e o Ministério Público. Na opi-nião dos delegados, isso indica a ne-cessidade de que o atual clima de con-flito entre esses poderes transforme-segradualmente em alavanca para o aper-feiçoamento dos serviços e a concreti-zação dos princípios do SUS no cotidianodos usuários e trabalhadores de saúde.

Algumas das propostas incluídas no texto que tratam de controle socialAlgumas das propostas incluídas no texto que tratam de controle socialAlgumas das propostas incluídas no texto que tratam de controle socialAlgumas das propostas incluídas no texto que tratam de controle socialAlgumas das propostas incluídas no texto que tratam de controle social

OPAS vaiOPAS vaiOPAS vaiOPAS vaiOPAS vaiexportar asexportar asexportar asexportar asexportar asconclusõesconclusõesconclusõesconclusõesconclusões

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Elisabeth Barros (centro) garante que relatório final foi fiel às propostas aprovadas na 11ª

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Delegados fazem avaliação positivaDelegados fazem avaliação positivaDelegados fazem avaliação positivaDelegados fazem avaliação positivaDelegados fazem avaliação positivado encontro realizado em Brasíliado encontro realizado em Brasíliado encontro realizado em Brasíliado encontro realizado em Brasíliado encontro realizado em Brasília

Organização: o ponto altoOrganização: o ponto altoOrganização: o ponto altoOrganização: o ponto altoOrganização: o ponto alto Participantes aprovam aParticipantes aprovam aParticipantes aprovam aParticipantes aprovam aParticipantes aprovam atemática geral da reuniãotemática geral da reuniãotemática geral da reuniãotemática geral da reuniãotemática geral da reunião

fetivando o SUS: Acesso,Humanização e Qualidadena Atenção à Saúde com

Controle Social”, o tema da 11ª Con-ferência Nacional de Saúde, em de-zembro passado, em Brasília, ganhoua aprovação por parte da maioria dosdelegados. O resultado apurado pelacomissão organizadora a partir deuma pesquisa entre os participantesindica que 61% dos entrevistados ti-veram grande interesse pelos assun-tos abordados; 34% os consideraramde atração mediana e; apenas 5%os consideraram pouco relevantes.

O questionário aplicado entre osparticipantes apontou ainda quais se-riam os temas mais relevantes paraa 12ª Conferência Nacional de Saú-de, prevista para acontecer, em 2004.De acordo com as respostas, 14,5%dos participantes gostariam que o

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ealizada em dezembro do anopassado, a 11ª ConferênciaNacional de Saúde recebeu

uma avaliação positiva pela grandemaioria dos participantes do encon-tro, que aconteceu em Brasília. Deacordo com uma pesquisa realizadapelo grupo organizador, a partir dequestionários, de 620 delegados ou-vidos, 46% consideraram o eventode boa qualidade, 23% o clas-sificaram como ótimo; e 4% comoexcelente. Por outro lado, 22% dosentrevistados afirmaram que asatividades foram apenas regulares;e 5% as acharam insuficientes.

De acordo com coordenadoraGeral da Conferência, a ex-presidenteda Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva(ABRASCO), Rita Barradas Barata,os números indicam que, apesar dopouco tempo e dos problemas deúltima hora, as metas propostas parao encontro foram atingidas.

Os dados foram apresentados aoplenário do Conselho Nacional deSaúde e repercutiram bem entre osseus integrantes. Para os conselhei-ros, o índice médio positivo é a provade que a Conferência foi um eventobem sucedido sob vários pontos devista: técnico, científico, político e demobilização popular.

No questionário, composto de vá-rios itens, mereceram as melhoresmédias os temas (61% dos entrevis-tados tinham grande interesse pelosassuntos propostos; e 34% médio);a qualidade da material distribuído(66% os consideraram bons e 31%como ótimos); e o trabalho da secre-

taria do evento, que ganhou umconceito de excelente por parte de52% dos delegados e de bom por44%.

Os pontos mais criticados foramos relacionados com a alimentação,instalações, alojamentos e entregado material. 40% dos ouvidos criti-

que faz uma conferência desaúde dar certo? De acordocom pesquisa realizada pela

Comissão Organizadora da 11ª Con-ferência Nacional de Saúde entre osparticipantes do encontro a forma decondução dos trabalhos é o principalingrediente de sucesso. Os dadosindicam que o índice de satisfaçãocom o evento se deve à propostade realização de trabalhos em grupo,à existência de mesas redondas eà consistência dos palestrantes. Olevantamento indica que estes foramos pontos altos do fórum dedebates.

O primeiro item teve 17,9% deaprovação por parte dos delegadosda 11ª Conferência. O segundo e oterceiro obtiveram 14,5% e 14,3%respectivamente, da preferência dosentrevistados. No entanto, outrositens também foram citados comoelementos fundamentais para queum encontro do porte de uma confe-

rência nacional de saúde atinja seusobjetivos. Entre eles aparecem, porordem, painéis e debates (7,9%); de-finição dos temas (7,5%); participa-ção dos delegados (5,5%); qualidadedas instalações (4,7%); organização(3%): qualidade do material (2,6%);e a harmonia entre todos os itens rela-cionados (2,1%).

O mesmo levantamento indica ospontos fracos, que contribuíram parabaixar a média de aprovação da 11ªConferência. Encabeçando a relaçãoaparece a distância dos alojamentos,com 11,4% das citações. Logo atrásvêm problemas com alimentação(8,8%); coordenação das mesas(7%); salas improvisadas (6,5%); eos alojamentos (5,7%). Três itens –falta de pontualidade, mesas e pai-néis, e organização – ganharam4,7% dos votos dos delegados, afrente de trabalhos de grupo (3,9%);e das discussões em torno do regi-mento (3,6%).

caram a qualidade das refeições ofe-recidas, As acomodações disponí-veis para o repouso dos delegadostambém ganharam uma nota baixa.Apesar da maioria dos participantesconsiderarem boa a qualidade dosalojamentos, 40% afirmaram queeles eram ruins.

encontro discutisse apenas o controlesocial em saúde; 7,4% apontam asquestões relacionadas aos recursoshumanos no SUS como outro temade relevância; saúde da populaçãonegra e saúde mental ficaram na ter-ceira colocação na preferência entreos delegados. Ambos os temas tive-ram 5,2% dos votos.

A lista prossegue com outrosassuntos também relacionados aomodelo público de atendimento. Naseqüência aparecem: saúde e traba-lho (4,3%); saúde do idoso (4%); fi-nanciamento do SUS (3,.7%); balan-ço da conferência anterior, no casoa 11ª (2,8%); e temas de conjunturae promoção da saúde (2,5%).

Para conhecer em detalhes a ín-tegra da pesquisa realizada pela co-missão organizadora do encontroentre aqui.

Para Rita Barradas (centro), avaliação positiva dos delegados da 11a Conferência significa que os objetivos do encontro foram alcançados

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A G E N D A D A S A Ú D EA G E N D A D A S A Ú D EA G E N D A D A S A Ú D EA G E N D A D A S A Ú D EA G E N D A D A S A Ú D E

UCNS discute saúde suplementarCNS discute saúde suplementarCNS discute saúde suplementarCNS discute saúde suplementarCNS discute saúde suplementar

Conselheiros definirão asConselheiros definirão asConselheiros definirão asConselheiros definirão asConselheiros definirão asdiretrizes para operadorasdiretrizes para operadorasdiretrizes para operadorasdiretrizes para operadorasdiretrizes para operadoras

A

ma Comissão Permanentecomposta por representantesde usuários, gestores, presta-

dores de serviço, profissionais desaúde e comunidade científica tempela frente a tarefa de implementardiretrizes de acompanhamento dosplanos de saúde complementar noBrasil e das atividades de regulaçãodo setor. O grupo foi criado pelo Con-selho Nacional de Saúde, a partir deuma sugestão do conselheiro MárioScheffer, um dos representantes doFórum de Patologias no CNS.

A Comissão Intersetorial de Saú-de Suplementar deve realizar estu-dos e apresentar propostas que sub-sidiem o plenário do CNS no momen-to de discutir a legislação relativa aotema. Bem como dar informaçõesnecessárias à defesa dos direitos doscidadãos. A preocupação maior écom a possíveis abusos das empre-sas de saúde privadas. A esfera deatuação inclui os Poderes Execu-tivo, Legislativo e Judiciário, bem co-mo o Ministério Público.

Uma das primeiras atividades quedeve envolver os integrantes do grupoe a organização de um simpósio so-bre saúde suplementar a ser realizadono mês de agosto, no Senado Fede-ral, em Brasília. O encontro, que jun-tará, além de representantes do CNS,parlamentares, estudiosos, gestorespúblicos, empresários e outros inte-ressados, pretende fazer um balançode três anos de regulamentação dosetor.

Estudo apresentado pelo conse-lheiro Mário Scheffer identifica queos planos de saúde suplementar sãoresponsáveis pelo atendimento dequase 39 milhões de brasileiros. Osdados indicam que o setor opera hámais de 30 anos sem nenhum con-trole social e regulamentação. Tam-bém por isso, sofre de uma série deconflitos de interesse entre todosaqueles que estão a ele ligados – em-presas operadoras, usuários (consu-midores), prestadores de serviço, for-necedores de insumos, entre outros.

“Nossa maior preocupação é ga-

rantir o direito do usuário”, disseScheffer. Ele prosseguiu ainda lem-brando que a regulação dos planosde saúde complementar deve obe-decer aos mesmos marcos doutriná-rios e a relevância pública que reor-denam a organização dos serviços

de saúde no país. “O modelo assis-tencial deve ser estruturado para aoferta universal de serviços básicosde alta resolutividade, a serem com-plementados, sempre que necessáriopor serviços de média e alta com-plexidade.”

Comissão Intersetorial deSaúde Suplementar, criadapelo Conselho Nacional de

Saúde, em março, deverá aprimorardiretrizes que visam a defesa dosinteresses da população contra pos-síveis abusos cometidos por empre-sários da área. As propostas, a seremdiscutidas no plenário do CNS, visam

o acompanhamento das ações daAgência Nacional de Saúde Suple-mentar (ANS).

Dentro da visão de defesa dousuário dos planos, devem ser colo-cados em debate pontos como a proi-bição à publicidade abusiva e enga-nosa e a limitação com gastos compropaganda. As sugestões já inte-

gram o documento que levou à cria-ção do grupo, apresentado ao plenáriopelo conselheiro Mário Scheffer.

Outra preocupação do Grupo serácom a criação de instrumentos regu-latórios que estipulem margens de lu-cros permissíveis para as empresasoperadoras de planos e seguros desaúde. O pacote inclui ainda a regu-lação e fiscalização visando a ade-quação dos contratos antigos (firma-dos antes de janeiro de 1999) às no-vas regras e a implantação da as-sistência farmacêutica, em especialdos medicamentos de uso contínuoe de alto custo, que, na opinião damaioria dos conselheiros, devem sercobertos pelos prestadores de ser-viços e operadoras.

Há a preocupação também de quesejam fornecidas garantia de trans-parência no fornecimento de informa-ções epidemiológicas, custos emsaúde, demandas (do SUS às opera-doras e vice versa), superposição dedemandas e contabilidade de pres-tadores, planilhas de custos das ope-radoras e composição de preços. To-dos estes aspectos devem ser discu-tidos pelos integrantes da Comissãoe depois remetidos ao plenário do CNSpara tomada de posicionamentos.

Simpósio fará obalanço de comovai saúde privada

e 28 a 29 de agosto, o funcio-namento dos planos e ope-

radoras de saúde suplementar estarásendo avaliado após três anos depromulgação da lei para o setor. Umsimpósio sobre o tema está progra-mado para este período e será opalco ideal para um balanço ondeserá possível perceber as conquistase os avanços necessários.

O encontro – uma promoção con-junta do CNS, da ANS e das Comis-sões de Seguridade Social e Famíliada Câmara dos Deputados e de As-suntos Sociais do Senado - juntarárepresentantes de todos os segmen-tos. Estarão em debate questões co-mo definição de preços, fiscalização,direitos e satisfação do consumidor,mercado e concorrência.

O Simpósio acontecerá no Audi-tório Petrônio Portela, no Senado Fe-deral, em Brasília, e será aberto àpopulação. As conclusões deverãoservir de subsídios para o trabalhoque o Conselho Nacional pretendefazer com relação ao acompanha-mento da saúde suplementar noBrasil. As inscrições poderão ser fei-tas no próprio local do encontro e aparticipação é gratuita. Outros dadossobre o simpósio e sobre o própriopodem ser obtidos no site do CNS(conselho.saude.gov.br).

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Satisfação do consumidor e preços são alguns dos aspectos que preocupam conselheiros

Conselho fechou parceria com o Senado para avaliar os planos e operadoras de saúde

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A G E N D A D A S A Ú D EA G E N D A D A S A Ú D EA G E N D A D A S A Ú D EA G E N D A D A S A Ú D EA G E N D A D A S A Ú D E

Projeto Alvorada tem sidotema central da reunião daComissão Intersetorial de

Meio Ambiente do CNS. O motivo ésimples. O enorme volume de recur-sos que serão destinados ao progra-ma de saneamento federal nos pró-ximos três anos. A estimativa é deque sejam gastos na execução deobras perto de R$ 1,3 bilhão. Os in-tegrantes da Comissão estão aten-tos ao tema por estarem preocupadoscom os critérios adotados para dis-tribuição dos recursos.

De acordo com a Comissão o va-lor, apesar de alto, é insuficiente pararesolver o problema da falta de águae esgoto em todo o país. Para os es-pecialistas, somente políticas e pro-gramas de longa duração poderão re-verter este quadro. No entanto, reco-nhece o grupo, é impossível ignoraro aporte feito, principalmente ao sesaber que caberá à Fundação Nacio-nal de Saúde (FUNASA) fazer o ge-renciamento dos repasses.

Para a Comissão, o CNS terá umpapel também de relevância nesteprocesso ao acompanhar de perto odesenvolvimento das ações do Pro-jeto Alvorada. Com base nesta tarefaforam encaminhadas propostas de re-comendações, que foram acatadaspelo plenário do Conselho Nacionalde Saúde. A argumentação começajustamente pelo pedido de que o re-passe dos recursos aos municípiosvia FUNASA seja orientado pelasnormas da Portaria 176/2000, quecondiciona a aplicação da verba aos

critérios epidemiológicos.Outra recomendação é de que to-

das as ações da FUNASA para aárea de saneamento, incluindo asque estão no bojo do Projeto Alvora-da, sejam submetidas também aosconselhos municipais e estaduais desaúde. O grupo propõe ainda o aper-feiçoamento da 176/2000.

A Portaria estabelece que a Fun-dação não poderá repassar recursosfinanceiros para municípios que te-nham realizado concessões privadasna área de saneamento. Para tornarainda mais clara a posição, a Comis-

são de Meio Ambiente defende alte-rações no teor da norma de forma adeterminar a suspensão imediatados repasses àquelas áreas cujo pro-cesso de privatização tenha se ini-ciado após assinatura de convêniocom a FUNASA.

A exclusão dos bolsões de po-breza das grandes cidades e regiõesmetropolitanas do Projeto Alvoradatambém é vista com preocupaçãopelos integrantes da Comissão deMeio Ambiente e pelo plenário doCNS. Na avaliação dos conselheirose especialistas, o fato destas áreas

não estarem sendo contempladasgera uma grande distorção.

Recomendação também aprova-da pelo Conselho Nacional de Saúdeexige que os bolsões de pobreza dasáreas urbanas acima de 30 milhabitantes e com baixos Índices deDesenvolvimento Humano (IDH)também sejam atendidas pelasações de saneamento previstas paraos próximos anos. Para tanto, se su-gere que sejam disponibilizados re-cursos do BNDES e da Caixa Eco-nômica Federal para investimentosem obras.

Repasse de verbas preocupaRepasse de verbas preocupaRepasse de verbas preocupaRepasse de verbas preocupaRepasse de verbas preocupautra preocupação do Con-selho Nacional da Saúde,expressa a partir de rela-

tório da Comissão Intersetorial deMeio Ambiente, é que o Projeto Al-vorada, apesar de alocar recursospara implantar e ampliar obras desaneamento, não prevê formas demanutenção e operação das re-des já existentes. De acordo coma avaliação dos técnicos, isso podecontribuir ainda mais para o suca-teamento do setor no país.

De acordo com a Comissão, amanutenção dos sistemas deabastecimento envolve diversosaspectos relacionados à políticae cultura da prestação de servi-ços, recursos financeiros para aatividade de forma continuada, in-sumos e equipamentos adequa-dos, pessoal especializado e bemtreinado, entre outros pontos.

A recomendação do grupo,acatada pelo plenário do CNS, éde que quando o projeto técnico

for apresentado sejam solicitadosao prestador dos serviços infor-mações envolvendo o valor dastarifas, a eficiência da comerciali-zação, a arrecadação, o nível deevasão da receita, o nível de per-das de água, e os subsídios apli-cados. A ausência de indicadoresou o baixo desempenho do ope-rador pode significar uma futuramanutenção precária do sistema.

O Conselho, com base da a-presentação da Comissão, reco-menda ainda que nesta etapa doprocesso, o tomador dos recursosapresente a sua metodologia demanutenção dos serviços, citan-do, inclusive, o montante e a fontedo dinheiro a ser alocado no cus-teio da atividade. Após a implan-tação do serviço, a recomenda-ção é de que a FUNASA estabe-leça indicadores de performancea serem fornecidos oportuna-mente, como maneira de acom-panhar a evolução do modelo.

CNS acompanhará Projeto AlvoradaCNS acompanhará Projeto AlvoradaCNS acompanhará Projeto AlvoradaCNS acompanhará Projeto AlvoradaCNS acompanhará Projeto AlvoradaO

OSAÚDE INDÍGENASAÚDE INDÍGENASAÚDE INDÍGENASAÚDE INDÍGENASAÚDE INDÍGENALuziânia, distante cerca de 60 qui-

lômetros de Brasília, foi palco da III Con-ferência Nacional de Saúde Indígena.Representantes de aldeias, comunida-des, profissionais, religiosos, educado-res, estudiosos e gestores discutiramentre 13 e 19 de maio formas de aper-feiçoar o modelo de atendimentos des-sa população. Atualmente, eles têmsuas necessidades cobertas pelos Dis-tritos Sanitários Especiais Indígenas(DSEIs), que funcionam sob responsa-bilidade da FUNASA. Na próxima edi-ção, publicaremos mais informaçõessobre os debates e deliberações apro-vadas.

C U R T A SC U R T A SC U R T A SC U R T A SC U R T A SPROMOÇÃO NA UnBPROMOÇÃO NA UnBPROMOÇÃO NA UnBPROMOÇÃO NA UnBPROMOÇÃO NA UnBA promoção da saúde no Brasil é te-

ma de encontro que será promovido en-tre os dias 6 a 9 de agosto na Universi-dade de Brasília (UnB). Organizado peloDepartamento de Saúde Coletiva preten-de juntar estudiosos e representantes dasociedades para debater aspectos rela-cionados às práticas educativas em saú-de diante da crise do modelo de atendi-mento. No centro das discussões, o inves-timento e a valorização do ProgramaSaúde da Família (PSF). As inscriçõespara o encontro podem ser feitas pelotelefone (61) 274 7022. Mais informaçõespelos e-mails [email protected] ou [email protected]

O Conselho Nacional de Saúdevolta a reforçar a importância da In-ternet como forma de manter a so-ciedade informada sobre os avançosdo SUS e as novidades envolvendoo controle social no Brasil. Além domaterial impresso, distribuído gratui-tamente, a Secretaria Executiva doCNS avisa que todos os documentos(resoluções, moções, recomenda-

ções, atas e resumos), atividades(encontros, reuniões, simpósios e fó-runs), relação de integrantes (do Con-selho e das Comissões Interseto-rias), além de textos integrais de al-gumas publicações, estão no site doórgão. O endereço do CNS na Inter-net é conselho.saude.gov.br. Dúvidaspodem ser sanadas com a remessade um e-mail para [email protected]

CONSELHO NA INTERNETCONSELHO NA INTERNETCONSELHO NA INTERNETCONSELHO NA INTERNETCONSELHO NA INTERNET

Garantir o acesso de milhões de brasileiros ao saneamento: esta é uma das preocupações do CNS ao acompanhar as medidas do Governo

Arquivo C

NS

abril/maio 2001 Controle Social 11

A G E N D A D A S A Ú D EA G E N D A D A S A Ú D EA G E N D A D A S A Ú D EA G E N D A D A S A Ú D EA G E N D A D A S A Ú D E

Programa de Interioriza-ção do Trabalho em Saú-de, uma proposta do Go-

verno que pretende levar jovensprofissionais de medicina e enfer-magem à áreas hoje desprovidasde pessoas capacitadas, foi dis-cutida pelo Conselho Nacional deSaúde em sua reunião ordináriade fevereiro.

A idéia - objeto de um decretoda Presidência da República - foiapresentada pelo conselheiroCláudio Duarte, secretário de Po-líticas de Saúde e representantedo Ministério da Saúde no CNS.De acordo com ele, a ação foi pla-nejada a partir de uma articulaçãocom outras áreas da esfera fede-ral, como o MEC, e organismosinternacionais (OPAS).

Como instrumento de atraçãode jovens médicos e enfermeiros,estão sendo oferecidas numa bol-sa que fica entre R$4.200,00 e R$3.200,00, além de ajuda de cus-teio para alimentação, moradia etransporte.

Na primeira etapa, 150 muni-cípios devem ser beneficiadospelo Programa. Eles foram sele-cionados de acordo com critériosepidemiológicos e estão localiza-dos em áreas com baixo Índice deDesenvolvimento Humano (IDH).

Outro atrativo aos participantes

do Programa é a possibilidade deapós um ano – tempo de duraçãodo contrato de trabalho com o Mi-nistério da Saúde -, o médico oua enfermeira receberem um títulode especialista em Saúde da Fa-mília.

A iniciativa do Governo Federalfoi elogiada pelos conselheiros doCNS. O presidente do ConselhoNacional de Secretários Munici-pais de Saúde (CONASEMS), Ne-ilton Araújo, disse que o Programacontribuirá para resolver o proble-ma de boa parte do país. Ele con-ta que mais da metade dos muni-cípios brasileiros tem hoje menosde 10 mil habitantes e sofre coma falta de atenção básica.

No entanto, há também há crí-ticas à proposta. Parecer da Co-missão Intersetorial de RecursosHumanos sobre o programa oclassifica como uma ação verticaldo Ministério, em contraposição àflexibilização alcançada com oSaúde da Família. O grupo chegaa sugerir a incorporação do novoplano de ação pelo PSF por, naopinião dos conselheiros, trataremde temas semelhantes e ressaltaa necessidade de acompanha-mento e monitoramento dos con-tratados como forma de garantira postura ético-profissional dosjovens médicos e enfermeiros.

Programa de Interiorização doTrabalho em Saúde recebeuao todo 15.364 inscrições. A

iniciativa do Ministério da Saúde mo-biliza médicos e enfermeiros de todoo país para ações em municípios dointerior das regiões Norte, Nordestee Centro Oeste, além do norte deMinas Gerais.

Entre os inscritos em todo o paísestão 13.015 enfermeiros e 2.349médicos. A região Sudeste é a queteve o maior número de candidatos:6.587 entre médicos e enfermeiros.Em seguida, com 4.914 inscrições,vem a região Nordeste, onde há omaior número de municípios partici-pantes do programa. Quanto à idade,quase a metade dos enfermeiros

candidatos tinha menos de 30 anos.Já entre os médicos, a faixa etáriade 30 a 40 anos predominou.

O Ministério da Saúde divulgou,desde o dia 16 de fevereiro, a listados municípios selecionados. Asinscrições somente puderam serfeitas pela Internet, no site do Minis-tério da Saúde (www.saude.gov.br).Uma comissão selecionou os in-teressados por meio de análise decurrículo e entrevista.

Em abril, os escolhidos participa-ram de um curso introdutório em Saú-de da Família. Cabe ao Ministério opagamento da bolsa, enquanto osmunicípios assumem moradia e ali-mentação. O início das atividades nosmunicípios está marcado para maio.

Plano de interiorização profissional é avaliadoPlano de interiorização profissional é avaliadoPlano de interiorização profissional é avaliadoPlano de interiorização profissional é avaliadoPlano de interiorização profissional é avaliado

plenário do Conselho Nacio-nal de Saúde, em sua reu-nião ordinária de março de

2001, aprovou a proposta do Minis-tério da Saúde de criacao de umaPolítica Nacional de Redução da Mor-bimortalidade por Acidente e Violên-cia. Na ocasiao, foi criado Grupo deTrabalho com o objetivo de acompa-nhar a implementação deste planonas três esferas da gestão do SUSe propor ao CNS ações de informaçãoe mobilização. Um dos objetivos eelevar o tema a condicao de priori-dade dentre as politlicas publicas.

Fazem parte do GT conselheirosrepresentantes da Comunidade Cien-tífica e da Sociedade Civil, da Con-federacao dos Aposentados do Brasil(COBAP), do Conselho Nacional deSecretarios Municipais de Saude(CONASEMS), da Conferencia Na-cional dos Bispos do Brasil (CNBBPastoral da Criança) e Federação Na-cional das Sociedades Pestalozz(FENASP).

O alarmante crescimento da mor-talidade por causas externas no paísnas últimas décadas, que em vários

Relação saúde/violência ganha GTRelação saúde/violência ganha GTRelação saúde/violência ganha GTRelação saúde/violência ganha GTRelação saúde/violência ganha GT

Milhares aderem ao ProgramaMilhares aderem ao ProgramaMilhares aderem ao ProgramaMilhares aderem ao ProgramaMilhares aderem ao Programa

centros urbanos já ultrapassa a cau-sada pelo câncer, deixou os conse-lheiros preocupados. Dentre as vá-rias causas externas de mortalidade,a que cresce mais intensamente sãoos homicídios, que na última décadasuperara os acidentes de tráfego, co-locando-se como a primeira causa demortalidade entre os adolescentes eadultos jovens.

As causas externas matam,anualmente, em nosso país, por voltade 120 mil pessoas, mais que todasas doenças infecto-contagiosas. Onumero chega a ser maior que o totalde soldados norte-americanos mor-tos nos 12 anos de Guerra do Vietnã.Isso nos leva a reconhecer o estadode guerra civil que se implantou nanossa sociedade.

Se por um lado os dados de mor-talidade assustam, o crescimento dachamada morbidade por causas ex-ternas tambem exige atencao. Os in-dices registrados são baixos, mas re-presentam uma grande quantidade debrasileiros que passam a convivercom as sequelas deixadas pela vio-lencia. São as vitimas que passam

as sofrer com mutilacoes e deficien-cias e incapacidades, que custammuito as vitimas, familias delas e asociedade como um todo.

De forma geral, as causas básicasda morbimortalidade por acidente eviolência em nosso país, encontram-se ligadas aos alarmantes níveis dedesigualdade, pobreza, impunidadee descontrole do tráfico de armas edrogas, assim como à aparente fra-gilização dos valores sociais da jus-tiça, solidariedade, igualdade de opor-tunidades e da esperança. Contudo,esse quadro não justifica a baixa prio-ridade com que as políticas públicas,inclusive a de saúde, vêm tratandoa questão.

A situacao levou o Conselho Na-cional de Saude a estabelecer umprazo de ate 60 dias para o Grupo deTrabalho apresentar um primeiro re-lato ao Plenário do CNS. Em abril,os integrantes do GT já começarama trabalhar em conjunto o CongressoNacional. Inclusive a deputada fe-deral Maria do Carmo Lara, integranteda Subcomissão de Violência Urba-na da Comissão de Desenvolvimento

Urbano e Interior da Câmara, parti-cipou de reuni’ao com representantesda ABRASCO, do Ministério da Saú-de e da Secretaria Executiva do CNS.

Entre as primeiras conclusoes doesforco, que deve se multiplicar pelopais com a realizacao de encontros eseminarios regionais para discutir otema, se caracterizou a necessidadeda aproximação do CNS, com o Mi-nisterio da Saude e o Congresso Na-cional, no acompanhamento da políticae definição de plano de ação nos váriossegmentos da sociedade inclusive noque se refere ao controle social e Po-deres Legislativo e Judiciário.

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Para as pessoas que quiseremmais informacoes e acompanharas atividades desenvolvidaspelo GT do Conselho basta fazeruma visita ao site do CNS(conselho.saude.gov.br), ondealguns dados e relatorios estaodisponiveis. Qualquernecessidade complementar podeser suprida com o envio de umamensagem ao Conselho pelo e-mail [email protected]

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Mais de 15 mil profissionais de saúde se mostraram dispostos a trabalhar no interior do país

Edna S

antos Nolasco

Controle Social abril/maio 200112

C O N T R O L E E M F O C OC O N T R O L E E M F O C OC O N T R O L E E M F O C OC O N T R O L E E M F O C OC O N T R O L E E M F O C O

Reflexões ajudam ao Controle SocialReflexões ajudam ao Controle SocialReflexões ajudam ao Controle SocialReflexões ajudam ao Controle SocialReflexões ajudam ao Controle Social

II Seminário de Atualizaçãopara Conselheiros de Saúdefoi realizado nos dias 10 e

11 de abril, em João Pessoa (PB).Participaram do encontro 40 pes-soas, entre conselheiros de Saúdetitulares e suplentes, Técnicos doCES-PB e ,como convidados, o Co-ordenador da Secretaria Executiva doConselho Nacional de Saúde, NelsonRodrigues dos Santos; do ConselhoMunicipal de Saúde de João Pessoae o Presidente do Conselho Municipalde Saúde de Patos. Uma das metasdo Encontro foi atualizar membros doConselho Estadual de Saúde sobrea Legislação e Normas do SistemaÚnico de Saúde. Isso faz parte deuma estratégia para melhorar a atua-ção no exercício do Controle Socialda Saúde.

O Seminário foi dividido em 04etapas, totalizando uma carga horáriade 16 horas e utilizando uma meto-dologia de exposição, leitura e dis-cussão dos temas selecionados.

O secretário de Saúde da Paraíba,José Maria de França, participou daabertura do encontro, no qual defen-deu a importância, neste momento,da capacitação dos conselheiros deSaúde. Segundo ele, através do re-passe de informações e esclareci-mentos e possível juntar esforçospara a efetivação do controle socialda Saúde e construção de um Siste-ma Único de Saúde de qualidade.

OConselho Municipal deSaúde de Fortaleza es-tá implantando o servi-

ço de tele atendimento 0800,para facilitar o acesso de usuá-rios e incentivar a participaçãoda população do Sistema Úni-co de Saúde das atividades doConselho.

A divulgação do número(0800- 852424) para ligaçãogratuita, será feita através dacolocação de cartazes em ter-minais de transportes urbanos,Associações de Moradores, enas Unidades de Saúde de to-dos os bairros da capital. A pro-posta é motivar toda a popula-ção a participar do ConselhoMunicipal de Saúde, conhecen-do os direitos dos usuários,levando-a atuar, fiscalizar e co-nhecer melhor as atribuições doórgao de controle social no mu-nicípio.

Fortaleza há quase 10 anoscriou Conselhos Locais de Saú-de que hoje são em torno de80. O Presidente do CMS For-taleza, Marcus Vinícius Cam-pos, representante dos usuá-rios, afirma que uma das gran-des dificuldades dos Conselhosde Saúde e junto à populaçãoe à mídia é sua transformaçãoespaços de disputa partidáriae ideológica. “Ha momentos emque o plenário se torna o palcode disputas que tornam os in-teresses da comunidade ape-nas peças coadjuvantes do pro-cesso”, ressaltou.

No caso de Fortaleza, Mar-cus espera que a participaçãopopular traga ao Conselho aimportância real que a políticade saúde lhe dá legalmente.Com esse compromisso docidadão, através de entidadescivis organizadas, ele apostaem consequencias positivaspara o SUS e para a sociedade,a partir do momento que os ple-nários de conselhos seriam, naopinião dele, espaços de res-gate e valorização da cidadania.

Tele serviço: 0800 - 852424Home-page:www.smds.ce.gov.br/cmsf(endereço provisório)E-mail: [email protected]

CES/PB faz encontro de atualizaçãoCES/PB faz encontro de atualizaçãoCES/PB faz encontro de atualizaçãoCES/PB faz encontro de atualizaçãoCES/PB faz encontro de atualização

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través de 14 reflexões, aCoordenação Geral do Con-selho Nacional de Saúde

organizou um verdadeiro manual paraos defensores da participação popu-lar no aperfeiçoamento do modelo deatendimento publico sanitário. O livroA Prática do Controle Social: Con-selhos de Saúde e Financiamentodo SUS aborda aspectos como asatribuições legais e objetivos dosfóruns de conselheiros. Também tratade fatores do dia a dia, como o rela-cionamento dos conselhos com osgestores e o Poder Legislativo, bemcomo entre as próprias entidades queos compõem.

O conteúdo foi discutido na reu-nião das secretarias Executivas dosConselhos Estaduais de Saúde, jun-tamente com os técnicos do CNS,entre os dias 27 e 28 de novembrode 2000, em Brasília. O texto, distri-buído durante a realização da 11ªConferencia Nacional de Saúde, emdezembro, e posteriormente enviadoa Estados, Municípios e integrantesdo Ministério Publico encontra-se es-gotado, aguardando reimpressão.

Como a repercussão do material

foi muito positiva, a Secretaria Exe-cutiva do CNS providenciou acolocação do texto na sua versãointegral na Internet. Acessando o sitedo Conselho Nacional de Saúde(conselho. saude.gov.br) é pos-sível fazer não apenas a leitura,como também uma cópia do ar-quivo da publicação para serimpressa. A decisão tambémfoi tomada por que a procurapelo texto surpreendeu atémesmo aos técnicos queauxiliaram na sua elabora-ção.

Várias prefeituras, se-cretarias e conselhos desaúde (de Estados e Mu-nicípios), representaçõesdo Ministério Público e enti-dades civis já entraram em con-tato com o CNS pedindo a remessade cota suplementar, o que, por en-quanto, não poderá ocorrer. Parte dademanda ocorre justamente pelo fatodos textos apresentados ajudaremefetivamente no processo de implan-tação do controle social no país nummomento de estímulo de resgate dacidadania em vários setores da so-

ciedade. Além disso, A Prática doControle Social: Conselhos deSaúde e Financiamento do SUS éde grande contribuição para osestudiosos de políticas públicas aoabordar de forma sistemática váriosaspectos dessa proposta, como oestímulo à participação popular.

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Encontro estadual no PR é sucessoEncontro estadual no PR é sucessoEncontro estadual no PR é sucessoEncontro estadual no PR é sucessoEncontro estadual no PR é sucessoConselheiros da Paraíba debateram com convidados pontos de atualização das leis do SUS

Conselho Estadual de Saúdedo Paraná iniciou a discus-são da reformulação da

Resolução nº 33 do Conselho Nacio-nal de Saúde, em seu II EncontroEstadual de Conselhos Municipais deSaúde, em 28 de abril de 2001, emCuritiba (PR).

O secretario Estadual de Saúdedo Rio de Janeiro, e o presidente doMovimento de Reintegração dosPortadores de Hanseniase(MORHAN), Artur Custódio, ambosintegrantes do conselheiros do CNS,representaram o órgão no evento.Também participou a presidente do

Conselho Estadual de Saúde do RioGrande do Sul, Adalgisa BalsemãoAraújo, e as técnicas do CNS DarcyReis e Lúcia Maria Costa Figueiredo,que apresentou exposição sobre oresgate histórico da Resolução 33/92.

O debate, rico em propostas e naavaliação da Resolução, foi mais umpasso na consolidação do controlesocial no Estado. Os convidados fi-caram impressionados com o alto ní-vel das intervenções dos delegadosmunicipais, antenados com os avan-ços e os problemas relativos a parti-cipação popular no acompanhamentodas políticas de saúde.

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