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Jornal do Commercio - PE 10/08/2014 - 08:17 País em busca de proteção contra o ebola SAÚDE Em Pernambuco, equipes preparadas para atender casos suspeitos de contaminação estão recebendo seus equipamentos Protetores faciais especiais, jalecos, luvas de cano médio, botas, aventais impermeáveis e outros equipamentos de proteção já foram distribuídos às equipes designadas para atender potenciais casos de contaminação pelo vírus ebola em Pernambuco. Na última sexta-feira, após a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarar que a doença representa um risco mundial e o Ministério da Saúde anunciar reforços nas ações de monitoramento e vigilância na rede de saúde e nos pontos de entrada no Brasil, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) se reuniu para discutir como implementar essa fiscalização em nível local. O processo envolveu videoconferências com o Ministério da Saúde, que estabeleceu normas técnicas a serem seguidas por todos os locais onde há chegadas portos e aeroportos internacionais. "Acionamos nossa rede estratégica, formada por profissionais do Hospital Oswaldo Cruz, que é nossa unidade de referência, além de representantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que atuam nos portos e no aeroporto, do Samu e do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-PE), que vai realizar eventuais coletas e transporte de amostras, tudo dentro das normas de biossegurança", detalhou a diretora- geral de Controle de Doenças e Agravos da SES, Roselene Hans. Segundo ela, a rede ficará de sobreaviso a cada avião ou navio que tenha partido ou feito escala nos quatro países da África Ocidental que estão atualmente afetados pelo surto de Ebola (Libéria, Serra Leoa, Nigéria e Guiné). Caso seja constatada a presença de alguém com sintomas suspeitos (como febre, vômito ou diarreia), o transporte será feito, com todos os cuidados necessários, até o Hospital Oswaldo Cruz. Caso o viajante apresente os sintomas depois de chegar ao Brasil (no caso do deslocamento ter sido feito durante o período de incubação, quando a doença não é detectável), as unidades de saúde devem notificar imediatamente os órgãos de vigilância à Saúde.

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Page 1: Jornal do Commercio - PE 1 0 /08/2014 - 08:17 · Junto com as medidas preventivas, o Ministério da Saúde anunciou a doação de R$ 1 milhão para auxiliar nas ações de combate

Jornal do Commercio - PE

10/08/2014 - 08:17

País em busca de proteção contra o ebola

SAÚDE Em Pernambuco, equipes preparadas para atender casos suspeitos de

contaminação estão recebendo seus equipamentos

Protetores faciais especiais, jalecos, luvas de cano médio, botas, aventais impermeáveis

e outros equipamentos de proteção já foram distribuídos às equipes designadas para

atender potenciais casos de contaminação pelo vírus ebola em Pernambuco.

Na última sexta-feira, após a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarar que a

doença representa um risco mundial e o Ministério da Saúde anunciar reforços nas

ações de monitoramento e vigilância na rede de saúde e nos pontos de entrada no Brasil,

a Secretaria Estadual de Saúde (SES) se reuniu para discutir como implementar essa

fiscalização em nível local.

O processo envolveu videoconferências com o Ministério da Saúde, que estabeleceu

normas técnicas a serem seguidas por todos os locais onde há chegadas portos e

aeroportos internacionais.

"Acionamos nossa rede estratégica, formada por profissionais do Hospital Oswaldo

Cruz, que é nossa unidade de referência, além de representantes da Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (Anvisa) que atuam nos portos e no aeroporto, do Samu e do

Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-PE), que vai realizar eventuais coletas e

transporte de amostras, tudo dentro das normas de biossegurança", detalhou a diretora-

geral de Controle de Doenças e Agravos da SES, Roselene Hans.

Segundo ela, a rede ficará de sobreaviso a cada avião ou navio que tenha partido ou

feito escala nos quatro países da África Ocidental que estão atualmente afetados pelo

surto de Ebola (Libéria, Serra Leoa, Nigéria e Guiné).

Caso seja constatada a presença de alguém com sintomas suspeitos (como febre, vômito

ou diarreia), o transporte será feito, com todos os cuidados necessários, até o Hospital

Oswaldo Cruz.

Caso o viajante apresente os sintomas depois de chegar ao Brasil (no caso do

deslocamento ter sido feito durante o período de incubação, quando a doença não é

detectável), as unidades de saúde devem notificar imediatamente os órgãos de vigilância

à Saúde.

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A contaminação pelo vírus ebola poderá ser confirmada após exame específico, que será

realizado apenas no Instituto Evandro Chagas, que fica no município de Ananindeua, no

Pará.

O laboratório especializou-se, há quase 80 anos, em vírus exóticos que surgem na

Amazônia, e foi o escolhido pelo Ministério da Saúde para concentrar os diagnósticos

de ebola em todo o País. Os resultados saem no prazo de dois dias. Considerado um

vírus de risco máximo, o ebola obrigará os cientistas a utilizarem roupas especiais,

parecidas com as utilizadas por astronautas.

TRATAMENTO

Em Pernambuco, os pacientes com suspeita de terem contraído a doença serão levados a

um setor de isolamento no Oswaldo Cruz. Como não existe tratamento específico e os

sintomas são violentos (o vírus causa uma febre hemorrágica e dissolve os órgãos

internos dos doentes, levando à perda de sangue pelos olhos, nariz, ouvidos e outros

orifícios e matando por meio de choque ou parada cardíaca, em até 90% dos casos), a

orientação médica é dar suporte de terapia intensiva (UTI).

RISCO BAIXO

Roselene Hans, porém, frisou que não há motivos para a população se alarmar. "Não há

nenhum caso registrado no Brasil e o índice de transmissão é baixo, porque é preciso ter

contato com as secreções corporais dos doentes. A maioria dos casos deve ficar restrita

à África, porque é difícil uma pessoa contaminada conseguir viajar normalmente",

explica.

Em 2009, aconteceu uma mobilização semelhante, durante o surto de gripe H1N1. "A

diferença é que, naquela época, estava-se lidando com um vírus bem mais disseminado,

espalhado por vários países. A doença tinha uma transmissão respiratória, ou seja,

infectava muito mais facilmente", rememorou a diretora geral de Controle de Doenças e

Agravos da SES.

Apesar disso, "como precaução das autoridades sanitárias", essa organização estratégica

está sendo implementada em todos os Estados brasileiros, para que uma eventual

ocorrência não se alastre.

Junto com as medidas preventivas, o Ministério da Saúde anunciou a doação de R$ 1

milhão para auxiliar nas ações de combate à doença na África, atendendo ao apelo da

Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em coletiva realizada em Brasília, nesta sexta-feira, o ministro Arthur Chioro afirmou

que a doação "fortalece as ações de combate à cadeia de transmissão da doença e de

contenção do surto de ebola". A ajuda do Brasil começou em junho, com a doação para

a Guiné de quatro kits com remédios e equipamentos de proteção, suficientes para

atender cerca de 500 pessoas pelo período de três meses.

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Diario de Pernambuco - PE

10/08/2014 - 08:05

Os desafios para revigorar a saúde Apesar dos avanços verificados nos últimos anos, o futuro governador do estado terá que

solucionar alguns problemas que continuam presentes na rede pública

A partir de janeiro de 2015, o próximo governador de Pernambuco terá, entre outras

responsabilidades, a missão de resolver os principais gargalos da saúde pública no estado. Alvo

recorrente de críticas pelas entidades oficiais, o setor avançou nos últimos anos, mas segundo os

especialistas ouvidos pelo Diario, ainda deixa a desejar em diversos aspectos, a exemplo da

insuficiência de leitos nas unidades, a ausência de médicos e a estrutura de alguns hospitais,

principalmente os localizados no interior.

Pelas estatísticas da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Pernambuco conta, atualmente, com

9,7 mil leitos e mais de 23 mil servidores. De janeiro a maio deste ano, foram realizados cerca

de 6,6 milhões de atendimento em todas as 57 unidades que compõem a rede estadual. No

entanto, na avaliação de Mário Jorge, presidente do Sindicato dos Médicos do estado (Simepe),

os números oficiais estão distantes da realidade. “Hoje, temos um grande déficit, principalmente

em áreas específicas, como a assistência materno-infantil e a área de traumas”

De acordo com ele, no caso dos traumas (problemas relacionados a acidentes de trânsito,

violência urbana e especialidades como a neurocirurgia, entre outros), além de mais leitos é

preciso instalar outras unidades de saúde. “Os pacientes, principalmente os de ortopedia,

continuam aguardando nos leitos à espera de vagas”, informou, acrescentando que o tempo

médio de espera, no caso dos pacientes que precisam de um “segundo tempo cirúrgico” (quando

a cirurgia é necessária, mas não imediata) é de 30 dias. “Essas cirurgias deveriam ser feitas, no

máximo, na segunda semana após o acidente”, afirmou.

O diretor do Conselho Regional de Medicina do estado (Cremepe), Ricado Paiva, ressalta que a

situação da saúde em Pernambuco é de responsabilidade não apenas do estado, mas dos

municípios e do governo federal. “A União não repassa as verbas necessárias, o estado é omisso

na execução das obras e as prefeituras não dão atenção à assistência básica, a exemplo do

Programa Saúde da Família (PSF), como deveriam”.

Na avaliação de Paiva, os hospitais regionais não atendem à demanda como deveriam. “O

hospital de Caruaru (Regional do Agreste), por exemplo, não tem cardiologistas, nem

ortopedistas, obrigando os pacientes a se deslocarem até o Recife, sobrecarregando ainda mais

os hospitais daqui”.

Resposta A Secretaria de Saúde reconheceu alguns dos problemas enumerados e afirmou que vem

trabalhando para melhorar o serviço nas áreas mais delicadas, como o setor de traumas e parto.

A SES afirmou que está investindo nos hospitais regionais, na ampliação de procedimentos e no

efetivo de servidores.

Diario de Pernambuco - PE

10/08/2014 - 08:05

Promessas convergentes

Diante de um cenário complexo e que necessita de intervenções em diversos segmentos, as

propostas dos candidatos ao governo do estado para a saúde são semelhantes em alguns pontos,

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a exemplo da humanização no atendimento e a descentralização dos serviços, na tentativa de

expandir os procedimentos oferecidos para todas as regiões de Pernambuco.

Para complementar a rede de alta e média complexidade, o candidato Paulo Câmara (PSB)

promete construir três novos hospitais e requalificar outros três. O socialista também pretende

construir cinco UPAs especialidades (UPAes) e fortalecer o sistema de atendimento por meio de

três programas: O doutor chegou, Medicamento em casa e Saúde conduz.

A melhoria da gestão também é uma das diretrizes do postulante socialista, que pretende

implantar um sistema informatizado, permitindo melhor integração entre os sistemas dos

hospitais estaduais.

Na mesma linha, Armando Monteiro (PTB) promete ampliar as alternativas de interiorização da

residência médica e a oferta de cursos de medicina e de pós-graduação em cidades regionais.

Para solucionar o déficit de leitos, o petebista pretende aumentar categoricamente a quantidade,

seguindo um conceito de regionalização.

Para reduzir o tempo de espera, Armando deseja multiplicar a realização de exames e promete

estudar formas para intensificar o emprego da telemedicina (realização de ações médicas a

distância). Armando ainda quer intensificar as ações do PSF nos municípios e dar mais apoio ao

Programa Mais Médicos.

Os demais candidatos ao governo do estado também apresentam propostas (ver quadro) para

solucionar as questões da saúde.

Diario de Pernambuco - PE

10/08/2014 - 08:05

O risco que o banhista não percebe

Dados da CPRH mostram que 60% dos 47 trechos de praia mais procurados do estado têm alta

concentração de coliformes e estão impróprios ao banho

A água de três em cada cinco praias pernambucanas foi considerada imprópria para o banho.

Em outras palavras, 60% dos 47 trechos procurados pelos banhistas, na primeira semana de

agosto, apresentavam concentração de coliformes fecais alta a ponto de oferecer riscos à saúde.

A informação é da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), cujos arquivos revelam que

em uma de cada seis praias do estado, a contaminação existe há mais de 20 anos, sem

intervenções eficientes que mudassem o cenário.

Ainda mais grave é verificar que sequer um órgão oficial - municipal ou estadual - toma para si

a responsabilidade de controlar o acesso da população às áreas em que água e esgoto se

misturam.

De acordo com o infectologista do Hospital Oswaldo Cruz, Vicente Vaz, o clima favorece as

complicações de doenças causadas pela ingestão direta ou indireta de coliformes na água, em

especial a gastroenterite (infecção no aparelho digestivo) - ainda que 90% dos casos seja de fácil

controle em adultos.

A contaminação é comum porque depois de sair da água, as pessoas comem sem antes lavar as

mãos com água limpa, levando o coliforme indiretamente à boca. “A preocupação maior são

crianças, em especial as lactentes. Nelas, a gastroenterite apresenta mais complicações e

potencialmente pode levar à morte”, alerta.

Casos de desinformação por parte da população não são raros. Em Olinda, na Praia do Farol -

reprovada pelos testes da CPRH desde 1985 - o artesão Evaldo Francisco Ezequiel, 52, não

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apenas toma banho, como pesca aratus para consumo. “Aqui tem esgoto, mas é na água parada

que a bactéria ‘pega’. No mar, é água corrente”, justifica.

Longe dos centros

De norte a sul do litoral brasileiro, o problema da contaminação do mar pelos esgotos costuma

ocorrer em grandes áreas urbanas. Em Tamandaré, no Litoral Sul, por exemplo, há um oásis de

pureza. A Praia de Carneiros apresenta uma concentração máxima de 20 coliformes fecais por

100 ml de água coletada, enquanto o padrão considerado “excelente” nacionalmente é de 250.

Muito além da beleza, optar por banho em áreas mais distantes dos aglomerados significa

segurança. Tanto que, na própria Tamandaré, dois trechos de praias estão contaminados. Ambos

urbanos.

Diario de Pernambuco - PE

10/08/2014 - 08:05

De quem é a responsabilidade?

Apesar da contaminação da água do mar ser um caso de saúde pública - e educar a população

seja fundamental para prevenção -, a pauta não é contemplada pelos agentes públicos da área.

Procurada, a Secretaria de Saúde do Estado alegou que, por se tratar de um caso de assistência

básica, a responsabilidade é dos municípios. A Secretaria de Saúde do Recife, por outro lado,

defende, também por meio da assessoria de imprensa, que mesmo campanhas educativas sobre

o assunto cabem ao estado.

Na prática, monitoramento, fiscalização e controle desses corpos d’água cabem à própria

Agência Estadual de Meio Ambiente. Sobre a necessidade de informar e prevenir a população -

inclusive com exposição de dados nas praias contaminadas sobre a impropriedade para banho -

o diretor de controle de fontes poluidoras da companhia, Waldecy Farias, alega que essa

incumbência foge às competências da CPRH. “A lei diz para divulgarmos a informação.

Fazemos isso semanalmente no site. Se as pessoas procuram essa informação é outra questão”,

resume.

Questionado se, nesse caso, haveria transferência de responsabilidade sobre a saúde pública para

a população, uma vez que a própria CPRH é encarregada de impedir a contaminação destes

corpos d’água, o diretor diz que a questão é de educação e o controle da agência é eficiente.

“Esgotamento é um problema difuso e difícil. Dentro do possível, fazemos um bom trabalho”,

diz. O número de autuações a poluidores dos mares não foi informado.

Jornal do Commercio - PE

10/08/2014 - 08:17

JC NAS RUAS

OAB na defesa da doação de sangue

Amanhã, às 10h30, a diretoria estadual da Ordem vai ao Hemope, nas Graças, no

Recife, deflagrando a campanha da entidade para estimular o gesto na categoria.

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Jornal do Commercio - PE

10/08/2014 - 08:17

Negligência que destruiu sonhos

O Jornal do Commercio inicia hoje a série de reportagens Tarde demais, sobre mulheres

que tiveram o sonho da maternidade interrompido por causa da demora no atendimento.

A partir da história de três personagens serão discutidas, até terça-feira, situações que se

repetem com frequência em unidades públicas de saúde e que levam à morte milhares

de bebês e gestantes. Os textos são de Amanda Tavares.

"Pedia a Deus para que não fosse verdade o que estava acontecendo." O clamor, em tom

desesperado, veio de Vanda Menezes, 34 anos, num momento que ela define como o

pior da sua vida: a morte do filho. João Guilherme nasceu no dia 23 de janeiro deste

ano, por volta das 17h. Passou apenas 15 minutos com vida. Não deu tempo, sequer, da

mãe escutar o seu choro. Vários médicos tentaram reanimá-lo. Em vão. Era tarde

demais. O que Vanda e Guilherme queriam mesmo era que, horas antes, quando havia

chegado o momento dele vir ao mundo, esses mesmos médicos, ou pelo menos algum

deles, tivessem ouvido os apelos da gestante e percebessem que os dois precisavam ser

atendidos com urgência.

Vanda chegou ao Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), no

bairro dos Coelhos, área central do Recife, às 2h30, já com a bolsa rompida.

Imediatamente apresentou o seu cartão pré-natal na recepção. "Fui orientada assim

durante todas as consultas. Profissionais do Imip que me atendiam diziam que eu teria

prioridade para internamento porque fiz meu pré-natal lá", disse. Além desse detalhe,

estava escrito no cartão e também carimbado: a gravidez era de alto risco e a paciente

tinha miomatose (tumores benignos no útero que podem provocar parto prematuro ou

dificuldades no parto). "Mas nada disso foi levado em consideração. Esperei até as 4h

para que um enfermeiro viesse aferir minha pressão. Falei que sentia uma forte dor na

bexiga e estava sangrando, mas ele simplesmente saiu", afirmou. Somente às 11h20 a

paciente foi examinada por um médico, que decidiu que ainda não era a hora de Vanda

entrar na sala de cirurgia.

Por volta do meio-dia veio a notícia de que ela seria transferida para outro hospital. Ali

não havia vagas. "Isso só não aconteceu porque não tinha ambulância no Imip. A partir

daí, não consegui mais ficar esperando. Entrei e disse: "Ou conseguem a ambulância, ou

eu vou embora". Só assim me colocaram numa enfermaria. Já passava das 14h. Fiquei lá

com uma amiga que me acompanhava. Dizia a todo mundo que a minha bolsa tinha

estourado há muitas horas, eu estava com dores, sangrando, e questionava se não era o

caso de fazer uma cesárea, mas insistiam em aguardar o parto normal." João Guilherme

nasceu com dificuldades de respirar. "Vi que saía um líquido pela boca e pelo nariz

dele. Acho que engoliu líquido amniótico. Em seguida, vários médicos e enfermeiros

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rodearam a maca onde o bebê estava, ao meu lado, tentando reanimá-lo. Poucos minutos

depois, tive que ouvir o que menos queria: meu filho estava morto", detalha.

No atestado de óbito, as causas da morte: anoxia intrauterina (falta de oxigenação no

cérebro, que pode ser causada, entre outras coisas, por hemorragia na gestante ou ritmo

fetal irregular) e pneumopatia (doença que afeta os pulmões).

Vanda descobriu que estava grávida logo nas primeiras semanas de gestação. A partir

daí preocupou-se em fazer o pré-natal. Iniciou num posto de saúde, mas logo foi

encaminhada ao Imip por causa da miomatose. "O que mais me revolta é saber que fiz

tudo certinho. Às vezes saía de casa (Jardim São Paulo, Zona Oeste) às 3h para não

chegar atrasada às consultas no Imip (Coelhos, área central). Dói demais ver que o meu

sonho, tudo o que tinha construído até ali, foi destruído por causa de omissão de

socorro", desabafa.

A dor enfrentada dentro da maternidade era grande demais para a mãe que, depois de

esperar tanto tempo, teve apenas alguns segundos ao lado do filho. "Enrolaram o

menino num pano e iam levar. Pedi para, ao menos, ter o direito de segurá-lo nos

braços. Passei pouco tempo com ele", relata. Receber alta e chegar em casa foi ainda

mais difícil. Pega de surpresa, entrou em desespero ao dar de cara com um futuro tão

doloroso e completamente diferente do que ela havia planejado nos últimos nove meses.

Solteira (o relacionamento com o pai do menino acabou durante a gravidez) e

acostumada a morar sozinha há vários anos, passou a viver como se na sua casa

houvesse duas pessoas, desde os primeiros meses de gestação. Comprou enxoval,

arrumava o quarto do filho com frequência, conversava com ele a todo instante. Saiu de

casa com a bolsa estourada, às 38 semanas e seis dias de gravidez, achando que voltaria

com o menino nos braços. E retornou sozinha. Para enfrentar o luto, as dores, a maior

perda que já viveu.

"Passei duas semanas sem conseguir abrir a porta do quarto do bebê e vivia à base de

Rivotril", relata. Vizinha a ela, uma irmã prestes a dar à luz. "Me sentia mal quando

olhava para ela e ainda mais quando meu sobrinho nasceu. Só lembro que podia estar

com o meu filho nos braços também", conta, salientando que ainda precisa de remédios

para conseguir dormir. "Tenho duas amigas que me ajudam muito, conversam comigo e

me levam para a igreja", diz.

Assim que teve alta, a paciente foi informada de que teria direito a tratamento

psicológico no Imip. Ligou dias depois para marcar, mas só havia vaga para abril, três

meses depois. Desempregada, não tinha dinheiro para tratamento particular. Desistiu.

"Minha terapia é a minha luta por justiça. Procurei Ministério Público, Cremepe e

também conto com a ajuda de uma advogada. Quando souber que todos os profissionais

do plantão daquele 23 de janeiro foram ouvidos e que a justiça foi feita, ficarei bem",

acredita a jovem, que planeja voltar a trabalhar e seguir sua vida. Sem filhos. "Não teria

coragem de enfrentar outra gravidez. Fico nervosa só de imaginar que tudo pode me

acontecer novamente."

Em nota, o Imip respondeu que o diagnóstico de miomatose uterina não está

necessariamente relacionado à gestação de alto risco, nem à indicação de parto cesário.

"As causas de morbidade neonatal são inúmeras e podem acontecer mesmo diante das

melhores assistências ao trabalho de parto. No caso em questão, asseguramos que foram

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realizados todos os procedimentos preconizados conforme os protocolos de obstetrícia

em vigor. Exames realizados na criança comprovaram grave doença congênita como

responsável pelo óbito fetal."

Jornal do Commercio - PE

10/08/2014 - 08:17

Sem mulher e sem filho de uma só vez

Luiz e Carina se conheceram quando eram crianças. Cresceram juntos no Loteamento

São João e São Paulo, em São Lourenço da Mata, Grande Recife. Na adolescência

namoraram, separaram. Voltaram, já adultos. Decidiram morar juntos, formar uma

família. Em 2013, Carina engravidou. E a partir daí, o pai do bebê, ajudante de pedreiro,

não mediu esforços para garantir o bem-estar do seu primeiro filho. Descobriram que

seria um menino. Ia se chamar Luiz Henrique. O pai juntou toda a economia para

comprar o melhor enxoval e decidiu deixar de beber para que o menino não conhecesse

o Luiz que várias vezes provocou mal-estar em casa por ter chegado alcoolizado. O pré-

natal de Carina foi tranquilo. Por isso Luiz jamais imaginou que, ao atender o celular,

na manhã de 18 de outubro de 2013, enquanto trabalhava, fosse escutar aquela notícia:

seu bebê estava morto. Poucos minutos depois, outra ligação fez Luiz sentir o peso do

mundo em suas costas: Carina também estava morta. E ali morriam os sonhos da

família. O quarto do filho seria desfeito, o enxoval, doado. A casa com quatro cômodos

se tornaria grande demais para ele. Assim, de supetão. Sem que tivesse a oportunidade

de se despedir.

"Na última vez em que ela foi ao hospital, de madrugada, nem acompanhei porque tinha

que acordar cedo para ir trabalhar no outro dia. E nunca imaginei que eles iam morrer,

pois no pré-natal, as consultas, os exames davam tudo certo. Eu não conseguia

acreditar", contou o jovem João Luiz Benício da Silva, 24 anos. Carina de Lima e Silva,

23, saiu de casa no dia 14 de outubro de 2013, um domingo à noite, para a maternidade

mais próxima, a do Hospital Petronila Campos. Sentia dores e cansaço. A sogra, Geilsa

Benício, que a acompanhou, disse que colocaram a paciente no soro. "Nem sei se tinha

algum remédio dentro. Não nos informaram. Sei que pouco tempo depois, antes mesmo

do soro terminar, mandaram Carina de volta para casa", afirmou. No dia seguinte, às 6h,

mais dores e cansaço. No mesmo hospital deram uma injeção em Carina (a família não

sabe qual foi o medicamento) e ela estava de alta mais uma vez. Foi medicada, mas as

dores não cessaram. Ficaram mais intensas. A gestante insistiu. Foi ao Petronila

novamente. Dessa vez, deram um remédio sublingual. E mandaram voltar para casa. Dia

16 de junho, mais dores. E mais uma ida ao mesmo hospital. Aplicaram soro com

remédio. "Depois disso, veio a falta de ar, a barriga ficou dura, deu febre, mãos ficaram

roxas, a dor só aumentava. Mesmo assim, o médico deu alta outra vez. Ainda perguntei

como ia levá-la de volta naquele estado, mas ele não deu importância. De madrugada

(dia 17) ela começou a tremer na cama, gemia de dor. Deu entrada novamente e dessa

vez receitaram Buscopan e uma pomada vaginal por sete dias. Ela passou mal de novo.

Aí ninguém quis mais levar para o Petronila. Fomos para a Maternidade de

Camaragibe", relatou a sogra. O médico que atendeu a paciente percebeu que ela corria

riscos e encaminhou ao Hospital Barão de Lucena, na Zona Oeste do Recife.

Na madrugada do dia 18 foi realizada uma cesárea e Luiz Henrique nasceu. Segundo a

família, passou algumas horas vivo. Morreu às 7h25. Carina ainda foi levada para a

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UTI. De acordo com nota divulgada pelo Barão de Lucena na época, a mulher estava na

35ª semana de gravidez. O menino já nasceu morto, por falta de oxigenação. A mãe

sofreu a primeira parada cardiorrespiratória ainda durante a cirurgia. Foi reanimada e

encaminhada para a UTI, onde sofreu uma segunda parada e não respondeu às manobras

de reanimação. Morreu às 7h40.

Inconformados, familiares, amigos, vizinhos que presenciaram o vaivém de Carina na

tentativa de ter o seu bebê realizaram protestos em São Lourenço da Mata, logo após o

enterro. Com fotos da jovem, ocuparam a frente do Petronila Campos em busca de

explicações. "Sofri demais. Só quem passa por isso sabe como é grande a dor. Se ela

(Carina) tivesse sido bem atendida e logo transferida isso não teria acontecido",

salientou Luiz. "Ele ficou meio "aéreo" depois da morte de Carina e do filho. Fala

pouco, vive triste. Meu medo é que volte a beber. Ele precisa é de um psicólogo, mas a

gente não tem dinheiro para pagar. Pelo SUS tá meio difícil de conseguir", disse a mãe

de Luiz. Em julho, quando o ajudante de pedreiro conversou com a equipe do Jornal do

Commercio, ele trabalhava numa obra da Prefeitura de São Lourenço, numa rua

próxima ao cemitério onde estão enterrados sua mulher e filhos. Luiz afirmou que,

diariamente, no horário de almoço, ia ao túmulo. Rezar, refletir. Tentar amenizar a dor.

Diminuir o vazio que ficou (na casa, na cabeça, no coração) desde aquele 18 de outubro.

"Esse pessoal (os profissionais de saúde) devia ter consciência de que trabalha com

vidas", desabafou.

O Hospital Petronila Campos afirmou, por meio de nota, que Carina chegou se

queixando de dores no baixo ventre e recebeu atendimento adequado. "Como a gestação

era de 35 semanas, ainda não se tratava de caso cirúrgico. O Serviço de Verificação de

Óbito (SVO) apontou como causa da morte tromboembolia pulmonar, caso considerado

como morte inevitável, uma vez que a paciente não apresentou sintoma", diz a nota. O

Comitê Estadual de Mortalidade Materna avaliou o caso e chegou à conclusão de que a

morte seria provavelmente evitável. "Nos reunimos com representantes dos hospitais

envolvidos e com o SVO. Concluímos que algumas providências poderiam ter sido

tomadas para evitar a morte, pois a paciente procurou cinco vezes os hospitais de São

Lourenço e Camaragibe até ser encaminhada para o Barão de Lucena", declarou a

médica Sandra Valongueiro, coordenadora do Comitê. De acordo com o protocolo do

Ministério da Saúde, exames físicos completos, inclusive do sistema respiratório e

cardiovascular, devem ser realizados nas grávidas. "Não basta apenas constatar que a

paciente não entrou em trabalho de parto e por isso mandar de volta para casa. Sabemos,

porém, que fatores como a superlotação dificultam a assistência detalhada e humanizada

das pacientes", ressaltou Sandra.

Jornal do Commercio - PE

10/08/2014 - 08:17

Distribuição de droga em teste

Especialista em febres hemorrágicas, o infectologista norte-americano Armand

Sprecher, do grupo Médicos sem Fronteiras (MsF), viu os efeitos do Ebola de perto:

trabalhou na Libéria, na Guiné e em Serra Leoa, os três países mais afetados pelo surto,

voltou para Bruxelas, um dos centros operacionais do MsF, para tratar do envio de

reforços, e, na semana que vem, voltará à África.

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Diante dos efeitos devastadores da disseminação do vírus, ele defende a distribuição na

região de remédios que ainda não passaram por todos os testes de segurança e eficácia

regulares, como a droga experimental usada para tratar um médico e uma missionária

norte-americanos infectados na Libéria.

Armand Sprecher diz que está em contato com pesquisadores e sabe que existem

algumas drogas e vacinas em estágios iniciais de desenvolvimento. "Pelo que sabemos,

só em dois anos poderemos ter uma droga ou vacina segura e aprovada disponível para

os profissionais de saúde." O médico acrescenta que depois que um novo remédio ou

vacina é testada em pequenos animais e depois em primatas, é que se pode testá-la em

humanos saudáveis, mas só quando os resultados são positivos.

Agora, a discussão é distribuir a droga que já demonstrou ter segurança e eficácia

promissoras entre primatas, mas ainda não passou pelas outras fases. Isso é uma medida

extraordinária que só deve ser tomada em circunstâncias extraordinárias, principalmente

quando médicos acreditam que as pessoas provavelmente vão morrer, e que vale a pena

tentar o tratamento.

A grande preocupação quando se pensa em distribuir a droga pelas regiões afetadas é

com a segurança. "Nós não sabemos se essa droga pode fazer mal ao paciente e de que

maneira. Se reagem mal, nós podemos acabar colocando os pacientes em um perigo

ainda maior. Mas considerando a alta mortalidade do Ebola, estamos confiantes de que

os níveis de segurança são bons, o Médicos sem Fronteiras acredita que seria uma boa

opção", diz Armand Sprecher.

Jornal do Commercio - PE

10/08/2014 - 08:17

ANS promete reduzir cesárias

SAÚDE Compromisso foi considerado pelo Ministério Público Federal importante

conquista para diminuir o número de partos cirúrgicos realizados pela rede privada

RIO - A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) comprometeu-se a apresentar,

no período de 60 dias, um documento com propostas concretas para regular e fiscalizar

a saúde suplementar e diminuir o número de cesarianas realizadas na rede privada

brasileira.

A promessa foi feita durante audiência na Justiça Federal em São Paulo para tratar de

ação civil pública movida pelo MPF (Ministério Público Federal), em que o órgão

considera que a falta de regulamentação no setor contribui para os altos índices de

cesarianas no sistema particular.

Segundo a assessoria da ANS, o estabelecimento do prazo é o primeiro avanço desde o

início da tramitação do processo, há quatro anos.

A audiência foi muito produtiva porque o Judiciário teve a oportunidade de ouvir e

discutir a questão com diversos segmentos da sociedade. "Ressaltou-se, em várias

oportunidades, que mulheres e crianças estão morrendo em razão dos índices absurdos

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de cesarianas no setor privado", destacou a procuradora da República Ana Carolina

Previtalli Nascimento.

Para a procuradora da República Luciana da Costa Pinto, o compromisso assumido pela

ANS de apresentar propostas foi uma importante conquista. "Esperamos que, em breve,

o próprio órgão regulador, ou em sua falta o Poder Judiciário, possam atender os

anseios da sociedade em garantir que, na decisão sobre o tipo de parto, sejam

privilegiadas a saúde e a integridade física das parturientes e neonatos, e não apenas a

conveniência dos profissionais envolvidos", afirmou.

A AÇÃO

O MPF ajuizou a ação em 2010 ao constatar que o número de cesáreas em clínicas e

hospitais privados no Brasil é muito maior do que na rede pública. De acordo com os

Indicadores e Dados Básicos (IBD) 2012, do Datasus, a porcentagem de partos

mediante ato cirúrgico no País alcançou 53,88%. Em estabelecimentos credenciados por

planos de saúde, segmento pelo qual a ANS é responsável, esse número é superior a

80%. Alguns hospitais chegam a registrar índices acima de 90%. Segundo a

Organização Mundial da Saúde, o patamar aceitável de cesarianas é de 15% do total de

nascimentos.

Sob o princípio de que o parto é um ato natural da mulher, e não um procedimento

médico, ativistas e entidades científicas têm defendido que a cesárea é uma medida de

exceção e deve ser adotada apenas em casos de urgência. Diversos estudos já

comprovaram os riscos envolvidos, a começar pela maior chance de morte materna e

fetal.

Para reverter esse cenário no setor privado, o MPF pede na ação que a ANS seja

obrigada a expedir regulamentações que induzam à realização de partos normais em

atendimentos vinculados a operadoras de planos de saúde.

Entre outras obrigações está o estabelecimento da remuneração de honorários médicos

significativamente superior para partos normais em relação às cesarianas.

Jornal do Commercio - PE

10/08/2014 - 08:17

Fronteiras fechadas ao ebola

SÃO PAULO - O Governo da Zâmbia disse que irá restringir a entrada de viajantes

vindos de países afetados pelo vírus ebola e proibir a saída de zambianos para esses

locais, em um dos mais rigorosos movimentos feitos por um país do sudeste da África

contra o mortal vírus. A Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomenda a

proibição de viagens, a menos que se trate, de maneira específica, de pessoas infectadas

ou que tiveram contato com um doente - no país, não houve registro de mortes por

ebola. Ainda de acordo com o comunicado emitido na sexta-feira pelo Ministério da

Saúde da Zâmbia, qualquer cidadão que chegar desses países será colocado em

quarentena.

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A Guiné anunciou o fechamento provisório de suas fronteiras com Serra Leoa e Libéria

em uma tentativa de interromper a propagação do vírus, que causou a morte de quase

mil pessoas, nos três países, neste ano.

Ontem, morreu, vítima da doença, a missionária congolesa Chantal Pascaline, uma das

duas companheiras dos religiosos espanhóis evacuados da Libéria, na quinta, por causa

da epidemia do ebola.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou na sexta-feira que o surto no oeste da

África é uma emergência de saúde pública de alcance mundial e convocou a

comunidade internacional a se mobilizar. O comitê de urgência da OMS considera de

forma unânime que estão dadas as condições para declarar uma emergência de saúde

pública de alcance mundial, declarou a diretora-geral da organização, Margaret Chan.

O médico texano que está recebendo tratamento contra o ebola em Atlanta, nos Estados

Unidos, depois de ser transferido do oeste da África, declarou em um comunicado nesta

sexta-feira que está cada dia mais forte.

Ele e a colega Nancy Writebol faziam parte de uma equipe conjunta na Libéria e

contraíram a febre hemorrágica enquanto auxiliavam a combater o surto da doença. O

marido de Nancy afirmou que a mulher segue muito fraca.

Segundo a OMS, uma vacina contra o vírus pode estar pronta em 2015 se forem

cumpridos seus prazos mais otimistas.

Jornal do Commercio - PE

10/08/2014 - 08:17

Serenidade para vencer o Alzheimer

IDOSO O mal, responsável por 50% dos seis casos sugestivos de demência que toda

semana chegam ao Hospital Oswaldo Cruz, exige estabilidade emocional das famílias

Veronica Almeida

[email protected]

Toda semana, em média, seis novos pacientes com queixas sugestivas de demência dão

entrada no Ambulatório do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), no Recife.

Parte deles tem o temido Alzheimer. Enquanto a ciência busca mais explicações sobre o

que desencadeia a degeneração de células nervosas típicas do mal e a indústria

farmacêutica promete para o próximo ano droga mais eficaz no controle da doença,

médicos e familiares constatam que a harmonia doméstica e a paciência são excelentes

armas para oferecer maior qualidade de vida ao doente.

"A família precisa se unir e o ambiente tem que ser de cooperação e muito amor",

ensina o economista e professor Paulo Roberto Nascimento, 61 anos. Há quase dez ele

acompanha a tia Maria das Dores Rabelo, 90 anos, que começou a apresentar sinais da

demência há uma década. "Aprendi muito durante esse tempo e o principal é a

aceitação. Deixei de pressionar minha Tia Dolores, por causa dos seus esquecimentos e

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mudança no comportamento. Busquei informação, deixei de contestá-la e aumentei a

dose de carinho, para deixar a vida dela mais fácil e alegre", ensina.

Por isso, em vez de "Não se lembra não?", Paulo passou a concordar com a tia e a

encontrar alternativa para não aumentar seu sofrimento. Ao cuidado intensivo com a

higiene e alimentação, acrescentou soluções bem pessoais. No início da doença, quando

Maria das Dores perguntava o tempo todo "Que dia é hoje?", o sobrinho resolveu colar

cartazes com o nome do dia da semana, na parede em frente à cama ou à cadeira que ela

se sentava. Assim, eliminou o constrangimento. Também passou a dar mais atenção à

memória do passado, lembrada por Maria das Dores.

O apoio dado pelo filho médico e a responsabilidade dividida com a esposa e as irmãs

deram ao economista ânimo para não chegar ao cansaço físico e mental extremos, muito

comuns entre cuidadores. Maria das Dores também recebe atenção médica em casa,

pelo Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD) do Hospital Oswaldo Cruz.

A médica Paula Magalhães, do SAD, e o neurologista Paulo Brito, do Ambulatório de

Demências do Huoc, reforçam a importância da aceitação e da harmonia familiar. O

conforto emocional, segundo ele, é importante não só para retardar as demências como

para conviver com elas. "Os filhos que vivem numa cidade grande têm mais dificuldade

para aceitar a doença dos pais e os idosos acabam ficando sob pressão, o que prejudica a

condição deles", observa. O ritmo acelerado da metrópole, observa o pesquisador,

parece ter relação com uma maior frequência de casos de demência. A proporção de

adoecimento na terceira idade é de 10% nas áreas rurais, enquanto nas urbanizadas

chega ao dobro, explica Brito. Nos sítios as pessoas lidam melhor com o envelhecer.

Doença precoce é mais grave

O Alzheimer é responsável pela metade dos casos de demência na terceira idade, ensina

o pesquisador Paulo Brito, do Hospital Oswaldo Cruz. E quanto mais cedo aparecem,

mais agressivos são os sinais do problema. Quem adoece com menos de 65 anos mais

rapidamente passa da condição inicial, de perda de memória, à alienação total.

Embora ainda não seja possível antecipar quem vai ter o problema (em Londres está

sendo desenvolvido um teste para prever com antecedência a doença), há

recomendações para ajudar a retardar as demências.

Além de procurar ter uma vida tranquila e alegre, evitando o isolamento e a depressão,

especialistas defendem alimentação saudável e prática frequente de exercícios físicos.

"Os exercícios aeróbicos diários, como a caminhada, melhoram a memória, por causa da

oxigenação do cérebro", explica Brito. Subir e descer devagar 100 degraus por dia

também colaboram nesse processo, orienta. Além de auxiliar o cérebro, as práticas

previnem e controlam doença cardiovascular, como a hipertensão.

Manter a mente ativa é outro cuidado importante. "Aprender algo novo é fundamental,

estimula o cérebro", lembra o médico, que cita uma frase de dom Helder Câmara,

arcebispo emérito de Olinda e Recife, já falecido: "Feliz é aquele que vai dormir

preocupado com o que fará no outro dia". Preocupação, nesse caso, não é no sentido

negativo, de ansiedade, mas de ter um projeto a executar.

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Também importante é evitar o aborrecimento, sentir-se em ambiente agradável e amado.

"Encontrar sempre os amigos, conversar, dar risadas", afirma o doutor.

Ele lembra que nem todo quadro de esquecimento ou limitação é Alzheimer. São

naturais as fases de senescência, na qual o idoso passa a cumprir tarefas de forma mais

devagar, e de senilidade, com esquecimento temporário, mas com manutenção de

lucidez. A demência, propriamente, é quando se perde a capacidade crítica.

Jornal do Commercio - PE

10/08/2014 - 08:17

NACC na internet à espera de doações

SOLIDARIEDADE Instituição que dá apoio a crianças com câncer usa rede social,

como Facebook e Instagram para conseguir novos parceiros e doações de alimentos e

objetos

O Núcleo de Apoio à Criança com Câncer (Nacc) decidiu utilizar as redes sociais como

ferramenta para incentivar a prática de doações. A instituição beneficente está usando a

internet para alavancar a arrecadação de mantimentos para a unidade. O objetivo é

equilibrar o estoque de alimentos e materiais de higiene pessoal na entidade, que acolhe

mais de 100 crianças e adolescentes em tratamento contra com o câncer. A campanha é

realizada desde março e já conseguiu arrecadar quase meia tonelada de doações.

Com quase 30 anos de funcionamento, o Nacc recebe por mês 120 crianças de cidades

do interior para tratamento oncológico na capital. Os familiares dos pacientes também

são acolhidos. A instituição oferece hospedagem, alimentação, transporte até as

unidades de saúde e garante atendimento odontológico, fonoaudiológico e fisioterápico.

Além disso, as crianças e adolescentes recebem acompanhamento nutricional, suporte

psicossocial e terapia ocupacional.

O espaço conta com refeitório, quartos, sala de leitura, uma sala de aula mantida em

parceria com a Secretaria de Educação do Estado e tem ainda um bazar beneficente. A

renda obtida é destinada à manutenção mensal da unidade.

Para ajudar na realização dos vários serviços, o Nacc elege mensalmente um produto de

consumo elevado no espaço e faz campanha de arrecadação por meio das redes sociais

Facebook, Instagram e Twitter. Os produtos mais consumidos e de maior necessidade

são: leite em pó integral, feijão, fraldas descartáveis infantis e geriátricas (para os

adolescentes) e suplemento alimentar rico em vitaminas.

Segundo a coordenação da instituição, a iniciativa tem sido um sucesso, com retorno

bastante positivo. Em março, conseguiram arrecadar quase 300 quilos de leite em pó,

eliminando a necessidade da compra do produto. Já em junho, foram arrecadadas 3 mil

fraldas geriátricas. Para agosto, o produto escolhido como alvo da campanha será

novamente o leite em pó.

Os interessados em colaborar com a iniciativa podem fazer a doação na sede do Nacc,

na Rua do Futuro, bairro dos Aflitos, Zona Norte do Recife. Mais informações pelo

telefone (81) 3267.9200 ou pelo site http://www.nacc.org.br/.

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Jornal do Commercio - PE

10/08/2014 - 08:17

Setor hospitalar se reúne em Pernambuco

MEGAEVENTO Com a estimativa de atrair 15 mil pessoas, segunda edição da

Hospitalmed acontece de 25 e 28 de agosto no Centro de Convenções do Estado

Entre os dias 25 e 28 de agosto, acontece a segunda Feira de Produtos, Equipamentos,

Serviços e Tecnologia para Hospitais, Laboratórios, Farmácias, Clínicas e Consultórios

(Hospitalmed), no Centro de Convenções, em Olinda. A Hospitalmed pretende reunir

mais de 15 mil pessoas em torno dos eventos que discutirão os rumos da gestão

hospitalar e o desenvolvimento de novos padrões para a saúde.

O evento conta com 300 marcas expositoras, que, no ano passado, movimentaram cerca

de R$ 50 milhões. O destaque fica por conta do 3º Congresso Norte-Nordeste de Gestão

em Saúde, onde serão tratados temas como acreditação hospitalar, enfermagem com

foco em gestão, engenharia clínica, medicina esportiva no Brasil, mobilidade urbana na

saúde pública e privada, tecnologia da informação e tendências do segmento de saúde.

As inscrições podem ser feitas pelo site www.feirahospitalmed.com.br e custam R$ 250.

Um dos lançamentos que serão anunciados na feira é o Prontuário Eletrônico do

Paciente (PEP), pela Totvs, uma das empresas líderes do segmento gestão hospitalar. O

PEP utiliza reconhecimento de voz e a Tecnologia Fluída em Saúde, que garante, além

da economia de papel, mais segurança na gestão das informações e um atendimento

preciso ao paciente.

Além disso, serão disponibilizados 60 workshops e seis fóruns. Serão abordados temas

como auditoria, departamento pessoal, enfermagem, faturamento, gestão financeira,

gestão hospitalar, recursos humanos, jurídico, nutrição e aspectos relacionados às

operadoras de planos de saúde.

Cada workshop custa R$ 50 e estudantes e profissionais interessados em participar

podem realizar o credenciamento antecipado e conferir a programação completa pelo

site da Hospitalmed.

Para o coordenador geral de congresso e workshops da feira, Eurico Noblat, trata-se de

uma oportunidade de capacitação para os profissionais, além de troca de ideias com os

palestrantes. "Este ano, estamos fazendo um trabalho muito forte não só para qualificar

o Estado de Pernambuco, mas o Nordeste inteiro. Vamos receber caravanas vindas de

cidades como João Pessoa, Natal, Campina Grande e Maceió", diz.

Ele ressalta que a procura já está grande e que são 100 vagas para cada workshop.

Em paralelo à feira, ao congresso e aos workshops, estarão acontecendo vários fóruns

realizados por entidades, como Conselho Regional de Enfermagem do Estado de

Pernambuco (Coren-PE), Conselho Regional de Farmácia do Estado de Pernambuco

(CRF-PE), Conselho Regional de Odontologia de Pernambuco (CRO-PE) e Conselho

Regional de Técnicos em Radiologia de Pernambuco (CRTR-PE). Para participar, é

necessário entrar em contato diretamente com as entidades.

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Diario de Pernambuco - PE

10/08/2014 - 08:05

Diario urbano

Vitamina C

Embora pequena, a procura pelos comprimidos de vitamina C continua nas farmácias do

Laboratório Farmacêutico de Pernambuco (Lafepe). A produção foi suspensa há quase dois

anos, em 20 de setembro de 2012, por falta de registro e até agora o laboratório não retomou o

projeto. Por quê?

Diario de Pernambuco - PE

10/08/2014 - 08:05

Ebola mata missionária

A missionária congolesa Chantal Pascaline, uma das duas companheiras dos religiosos

espanhóis evacuados da Libéria na quinta-feira por causa da epidemia do Ebola, morreu neste

sábado em Monróvia, vítima da doença, informou em Madri a ONG para a qual trabalhava. “A

Ordem Hospitalar de São João de Deus informa a triste notícia do falecimento esta madrugada

da irmã Chantal Pascaline por causa do Ebola no Hospital São José de Monróvia”, informou a

organização religiosa.

Diario de Pernambuco - PE

10/08/2014 - 08:05

Plano de contingência para Ebola

Em nota divulgada neste sábado, a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro informou

que, apesar do baixo risco de disseminação do Ebola para outros continentes além da África, as

unidades de atendimento estão em alerta para possível identificação dos sintomas. No caso de

suspeita de algum paciente com o vírus, ele será encaminhado para uma unidade de referência

para isolamento e início dos cuidados clínicos.

Diario de Pernambuco - PE

10/08/2014 - 08:05

Saúde é prioridade Hospital Albert Sabin está prestes a fazer 40 anos no mercado pernambucano, focado na

qualidade de serviços oferecidos aos seus pacientes

Prestes a completar 40 anos, o Hospital Albert Sabin tem uma trajetória marcada pelo

pioneirismo e pelo cuidado com os funcionários como parte integrante de sua estruturação.

Quem conta a história é o diretor médico George Trigueiro, que trabalha no hospital há 39 anos.

O irmão de Trigueiro foi um dos sócios-fundadores do hospital. “Acompanhei bem de perto

todo o processo de elaboração do hospital, até a construção”, conta o diretor médico, que

começou no Albert Sabin como plantonista. “Desde o início, a ideia era criar um centro

hospitalar completo, onde as pessoas pudessem ter acesso a vários serviços médicos num só

lugar.”

O nome do hospital é uma homenagem ao médico russo homônimo, conhecido por ter

desenvolvido a vacina oral contra pólio. Segundo Trigueiro, Sabin “é um cientista mundial, um

grande benfeitor da humanidade”. Inclusive, o próprio Sabin já chegou a visitar o hospital que

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tem seu nome durante os anos 1990. “Foi ele que colocou a pedra fundamental da maternidade

do hospital”, lembra Trigueiro. Sabin costumava visitar o Brasil, onde participava de campanhas

de vacinação contra pólio ao lado da esposa brasileira.

Trigueiro destaca como a atenção dada aos funcionários do hospital é importante para o bom

funcionamento do local. “O humanismo é um fator imprescindível para o Albert Sabin”, afirma.

O hospital criou um grupo de coral com os funcionários, e também organiza partidas de futebol

e um bloco de carnaval que sai todo ano, o “Só quero a minha alta”.

Biblioteca O hospital também dispõe de uma biblioteca para que os funcionários mantenham o interesse

pela leitura. “Deixamos nossos colaboradores satisfeitos, e a consequência disso é que temos um

bom ambiente de trabalho, onde os pacientes são atendidos da melhor forma possível.” Com

isso, o hospital tem um nível alto de retenção de funcionários. Segundo Trigueiro, “temos

colaboradores que trabalham conosco há mais de vinte ou trinta anos”.

Também são realizadas atividades externas de conscientização, como palestras durante o

Outubro Rosa (sobre prevenção de câncer de mama) e Novembro Azul (sobre prevenção do

câncer de próstata).

Agora, Trigueiro está preparando os últimos detalhes da próxima reforma do hospital, que será

na área das estruturas de apoio. “Reformar um hospital é sempre desafiador. É como trocar o

pneu de uma bicicleta com ela andando – não dá pra parar.”

Perfil - Hospital Albert Sabin

Fundação – 1974

Leitos – 161

Funcionários – 600

Médicos – 50

Diario de Pernambuco - PE

10/08/2014 - 08:05

Falta de vitamina D ligada à demência Idosos que não recebem quantidades suficientes da substância correm mais riscos de sofrer mal

de Alzheimer, segundo pesquisa

Uma pesquisa publicada na revista científica norte-americana Neurology indica que pessoas

com idade avançada que não recebem vitamina D suficiente têm maior propensão a sofrer

demência ou mal de Alzheimer.

Os cientistas informaram que as pessoas com deficiência severa nos níveis da substância têm

mais que o dobro de chances de vir a desenvolver demência e mal de Alzheimer do que aquelas

que tiveram acesso a quantidades normais.

A descoberta da equipe se baseia em um estudo, feito com 1.658 adultos com mais de 65 anos,

saudáveis e capazes de caminhar sem ajuda. Os cientistas acompanharam sua evolução durante

seis anos. Após este período, 171 participantes desenvolveram demência e 102 tiveram o mal de

Alzheimer.

Aqueles que sofriam de demência moderada de vitamina D tinham 53% mais riscos de

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desenvolver qualquer tipo de demência. mas os que tinham uma deficiência severa viram este

risco aumentar 125% com relação aos que apresentavam valores adequados desta vitamina.

Percentuais similares foram observados no mal de Alzheimer. As pessoas com deficiência

moderada de vitamina D tinham 69% mais chances de desenvolver a doença e os que

apresentavam deficiência severa, um risco 122% maior.

Os pesquisadores advertem, no entanto, que estes resultados não implicam que a deficiência de

vitamina D cause demência, mas a existência de um vínculo que ainda precisa ser estudado.

Raios solares

Os seres humanos obtêm a vitamina D com exposição ao sol e também com a ingestão de peixes

como o salmão, o atum e a cavala, assim como leite, ovos e queijo. A substância também está

presente na forma de suplementos, que não devem ser consumidos em excesso.

Os cientistas dizem ser necessário estabelecer se o consumo destes alimentos ou de suplementos

de vitamina D pode evitar estas doenças. Atualmente, 44 milhões de pessoas no mundo sofrem

de demência, um número que, se espera, triplique em 2050.

Diario de Pernambuco - PE

10/08/2014 - 08:05

Mutação gera risco de câncer

Uma mutação recém-descoberta aumenta significativamente o risco de câncer de mama e pode

ser considerado o terceiro defeito genético hereditário com vínculo à doença. A nova mutação

se relaciona a um gene chamado PALB2.

Diario de Pernambuco - PE

10/08/2014 - 08:05

Proteção para os intestinos

Mais de cem anos depois de sua comercialização para curar febre e dores, os benefícios da

aspirina, que se estendem à cardiologia, se confirmam também na prevenção do câncer do tubo

digestivo mais comum, revelou estudo.

Folha de Pernambuco - PE

10/08/2014 - 07:32

Cesarianas serão reduzidas, diz ANS

RIO DE JANEIRO (Folhapress) - A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar)

comprometeu-se a apresentar, no período de 60 dias, um documento com propostas

concretas para regular e fiscalizar a saúde suplementar e diminuir o número de

cesarianas realizadas na rede privada brasileira. A promessa foi feita durante audiência

na Justiça Federal em São Paulo para tratar de uma ação civil pública movida pelo MPF

(Ministério Público Federal), em que o órgão considera que a falta de regulamentação

no setor contribui para os altos índices de cesarianas no sistema particular. Segundo o

MPF o número de cesáreas em clínicas e hospitais privados no Brasil é muito maior do

que na rede pública. Em estabelecimentos credenciados por planos de saúde, segmento

pelo qual a ANS é responsável, esse número é superior a 80%.

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Folha de Pernambuco - PE

10/08/2014 - 07:32

Alerta antes de fazer plástica

É cada vez maior o número de pessoas que estão se tornando adeptas à cultura do bisturi

no Brasil. A procura pelo corpo perfeito tem sido um dos principais fatores que

motivam o interesse da população em tais procedimentos. Nariz, seios, barriga. Seja

qual for o desconforto, recorrer às cirurgias plásticas estéticas tem sido a tentativa de

solução dos problemas de muitas pessoas. A quantidade de operações realizadas é tanta

em solo brasileiro que o País ocupa hoje o primeiro lugar no ranking dos países que

mais realizam cirurgias plásticas com finalidades estéticas no mundo. Os dados foram

revelados por um estudo feito pela International Society of Aesthetic Plastic Surgery

(ISAPS) / Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética, no último mês. Para o

médico cirurgião Rui Pereira, o aumento está relacionado a três fatores.

O primeiro é a valorização do corpo e da imagem na tentativa de se assemelhar aos

padrões de beleza estabelecidos pela sociedade. Depois, o salto na especialização dos

profissionais brasileiros na área e, por fim, a melhoria da qualidade de vida de muitas

pessoas, que conseguem investir nas mudanças. De acordo com o levantamento, mais de

23 milhões de intervenções foram feitas mundialmente em 2013, e, deste total, 13%

aconteceram no Brasil, que superou os Estados Unidos em, pelo menos, 40 mil

procedimentos. Mas, a preocupação excessiva de mudar constantemente o corpo pode

ser um sinal de alerta. “Existe um grupo de pessoas que sofrem com a chamada

Dismorfia Corporal, uma espécie de distúrbio que faz com que elas procurem a

perfeição absoluta. Mesmo com os bons resultados, elas não se sentem satisfeitas e

sempre procuram defeitos no próprio corpo”, explicou Rui.

Para o psicanalista Carlos Domingues, o ato repetitivo que algumas pessoas têm de

mudar o próprio corpo é, na verdade, uma compulsividade. De acordo com o

especialista, o comportamento compulsivo pode ocorrer de formas variadas, como, por

exemplo, no jogar, no comprar ou no beber. Aqui, o registro se dá no próprio corpo do

sujeito, o que pode ser um risco à saúde. “A busca de um ‘eu ideal’ é algo que, a

princípio, é impossível, porque não há como se chegar a perfeição. A tentativa

incessante de ser esteticamente perfeito está associada com a angústia. Ela vai

diminuindo à medida que a pessoa faz uma cirurgia, mas que volta quando a mesma

passa a não mais admirar o próprio corpo”, explicou. Quando, em alguns casos, a não

aceitação passa a ser extrema, é preciso que a pessoa cuide da repercussão psíquica de

não aceitar a própria imagem. “Essas pessoas não vão ter limites. Elas não querem

questionar os motivos que as levam aos procedimentos, querem uma resposta imediata,

que é a cirurgia. Uma resposta que não responde, daí precisa realizar outra e mais

outra”, finalizou.

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Folha de Pernambuco - PE

10/08/2014 - 07:32

É imprescindível conhecer o histórico do cirurgião

Além da questão estética, é necessário que o paciente avalie cautelosamente os riscos

que os procedimentos podem ter. Entre eles, e talvez o mais importante, a habilitação do

especialista na área. Existe o cirurgião geral, que opera em cirurgias funcionais e o

cirurgião plástico estético. Para ser um cirurgião plástico estético, o profissional tem

que ter se preparado durante 11 anos - seis de faculdade, dois de residência geral e mais

três de especialização.

Quando o paciente se submete às cirurgias estéticas que não são feitas por especialistas,

ele pode ter não apenas defeitos estéticos, como marcas, por exemplo, mas defeitos

funcionais que podem comprometer a função de determinada parte do corpo. Insatisfeita

com um excesso de gordura na barriga, a fisioterapeuta Catarina Lucena, de 32 anos,

recebeu a indicação de um profissional para fazer uma Lipo Light, uma espécie de

lipoaspiração em pequenas áreas.

Durante o procedimento, realizado sem os cuidados necessários, foi que ela teve noção

do perigo que passou. “Ele nunca tinha feito uma cirurgia antes, porque ele era, na

verdade, dermatologista. E eu fui uma das cobaias”, lembrou. Em Pernambuco, existem,

pelo menos, 75 cirurgiões plásticos estéticos que estão registrados no Conselho

Regional de Medicina (Cremepe). No entanto, ainda são muitos os casos de médicos

invasores na área de cirurgia plástica com finalidades estéticas. De acordo com o

Cremepe, na maior parte das denúncias e processos contra médicos a cirurgia plástica é

a que tem mais processos no Estado. Em casos deste tipo, o Conselho orienta que o

paciente apresente uma denúncia protocolada ao órgão, relatando o procedimento e as

consequências. A partir disso, o Cremepe tomará as previdências legalmente

necessárias, como a coleta do prontuário do médico. O caso pode ser solucionado em,

no mínimo, 60 dias.

CONSCIÊNCIA - Saber se uma cirurgia plástica estética dará certo ou não é uma

questão muito subjetiva, porque nem sempre o paciente fica satisfeito com o resultado.

Quando um procedimento não dá certo, muitas vezes o paciente é submetido a uma

nova cirurgia. Mas, nem sempre o insucesso da plástica é culpa do médico.

“O médico leva o paciente até 75% do caminho e o restante é a parcela de

responsabilidade de quem está sendo operado”, explicou o cirurgião plástico Guilherme

Torreão. Para o especialista, seguir as recomendações médicas é também uma garantia

para o resultado perfeito. “As pessoas devem passar a se comportar diferente após o

processo cirúrgico. Usar a roupa correta, repousar, fazer sessões de fisioterapia e dieta,

mudar o estilo de vida para que as expectativas desejadas sejam perfeitamente

atendidas”, completou.