jornal do cce 9ª edição

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Jornal do CCE Conselho aprova normas sobre espaço físico Mostra apresenta trabalhos de alunos de Artes Cênicas Contratação de substitutos supera máximo legal Ano 3 Nº9 Florianópolis, Abril de 2010 www.jornaldocce.ufsc.br Página 5 Página 6 Página 5 Liminar determina saída dos bares Lanchonetes permanecem no Básico sem permissão desde segundo semestre de 2009 O XIII Colóquio de Lusofonia dis- cutiu as identidades culturais dos países que falam português e um dos temas de destaque foi o acordo orto- gráfico. A Comissão Organizadora do Co- lóquio defende o reconhecimento das variedades do idioma e firmou uma parceria com a UNISUL e a Universi- dade do Minho, em Portugal, para a criação de cursos de estudos açoria- nos. No evento também foi ressaltada a importância da participação das co- munidades dos países lusófonos em projetos já existentes, como a Dicio- pédia Contrastiva da Língua Portu- guesa. Congresso discute identidade Lusófona Liminares favoráveis à desocupa- ção dos bares do Básico foram expedi- das pela Justiça Federal, nos dias 15 e 19 de março. Após receberem uma no- tificação, o “Assim e Assado”, o “ CaBrasil” e o “Laranjá” terão um prazo de 48h para saírem do local. Os três foram considerados culpados pelo uso de “gato” na energia elétrica e estão funcionando sem permissão. A PRAE abriu licitação em fevereiro para a contratação de novos concessio- nários. Os envelopes com as propostas serão abertos dia 15 de abril e divulga- dos no prazo máximo de 72 horas. Rafaella Coury Comissão de Inquérito da PROINFRA culpou bares por “gato” de energia elétrica UFSC recebe primeiros pontos eletrônicos Os primeiros pontos eletrônicos para controle de assiduidade dos ser- vidores técnico-admnistrativos já fo- ram entregues à Universidade no dia 13 de abril. O projeto prevê a coloca- ção de um total de 103 aparelhos dis- tribuídos pela UFSC, que farão o con- trole de frequência através da leitura de impressão digital. O CCE receberá apenas um deles, encarregado de fa- zer a fiscalização de 43 servidores. Os aparelhos devem passar por um período de testes antes de serem instalados em todos os setores da ins- tituição. A entrega dos pontos digitais restantes está confirmada para as duas primeiras semanas de maio. Página 4 Página 3 Ponto eletrônico que será usado pelos servidores Giovanni B. Bello Página 7

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Page 1: Jornal do CCE 9ª edição

Jornal do CCEConselho aprova normas sobre espaço físico

Mostra apresenta trabalhos de alunos de Artes Cênicas

Contratação de substitutos supera máximo legal

Ano 3 Nº9 Florianópolis, Abril de 2010 www.jornaldocce.ufsc.br

Página 5 Página 6 Página 5

Liminar determina saída dos baresLanchonetes permanecem no Básico sem permissão desde segundo semestre de 2009

O XIII Colóquio de Lusofonia dis-cutiu as identidades culturais dos países que falam português e um dos temas de destaque foi o acordo orto-gráfico.

A Comissão Organizadora do Co-lóquio defende o reconhecimento das variedades do idioma e firmou uma parceria com a UNISUL e a Universi-dade do Minho, em Portugal, para a criação de cursos de estudos açoria-nos.

No evento também foi ressaltada a importância da participação das co-munidades dos países lusófonos em projetos já existentes, como a Dicio-pédia Contrastiva da Língua Portu-guesa.

Congresso discute identidade Lusófona

Liminares favoráveis à desocupa-ção dos bares do Básico foram expedi-das pela Justiça Federal, nos dias 15 e 19 de março. Após receberem uma no-tificação, o “Assim e Assado”, o “ Café Brasil” e o “Laranjá” terão um prazo de 48h para saírem do local. Os três foram considerados culpados pelo uso de “gato” na energia elétrica e estão funcionando sem permissão.

A PRAE abriu licitação em fevereiro para a contratação de novos concessio-nários. Os envelopes com as propostas serão abertos dia 15 de abril e divulga-dos no prazo máximo de 72 horas.

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Comissão de Inquérito da PROINFRA culpou bares por “gato” de energia elétrica

UFSC recebe primeiros pontos eletrônicosOs primeiros pontos eletrônicos

para controle de assiduidade dos ser-vidores técnico-admnistrativos já fo-ram entregues à Universidade no dia 13 de abril. O projeto prevê a coloca-ção de um total de 103 aparelhos dis-tribuídos pela UFSC, que farão o con-trole de frequência através da leitura de impressão digital. O CCE receberá apenas um deles, encarregado de fa-zer a fiscalização de 43 servidores.

Os aparelhos devem passar por um período de testes antes de serem instalados em todos os setores da ins-tituição. A entrega dos pontos digitais restantes está confirmada para as duas primeiras semanas de maio.

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Ponto eletrônico que será usado pelos servidores

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Page 2: Jornal do CCE 9ª edição

2 Jornal do CCE Abril 2010

Não sei o leitor, mas os dias (na minha visão) passaram cada vez mais rápidos e quentes. Não conseguia mais esperar o término desse maldito verão que a cada ano parece estar mais quente. Deve ser o prenúncio do tão esperado apocalipse, não? E graças ao bom... o frio.

Cada dia acordamos e nos deparamos com as situações mais diversas porém comuns, não, não. Não sei. Ah! Leitor, todos estamos já letárgicos, anestesiados ou iludidos, não sei. Cada notícia de jornal, cada comentário ou acontecimento des-trutivo, já nem damos mais bola alguma. Pudera eu, pensar mais ou me envolver mais, mas tudo que consigo fazer é escutar e me tornar cada dia mais indiferente, cadê o dito coração? Será que essa maldição só revela-se nas madrugadas alarde-adas por gritos de sofrimento ou eu só posso agora sonhar com a época que um dia eu pude dispor de algo que se assemelha à descrição. Não sei mais, quem sabe nunca soube, na realidade todos agem da mesma maneira, mas ainda insisto em manter a honestidade e a maneira direta de ser, e você, leitor?

Gritar, chorar, correr, rir, sofrer, respirar, aproveitar...Ar, er, ir, só podemos mesmo rir, dessa rima infantil.

Leitor, qual sua busca, não, você não precisa ter uma, mas, não tenha e se jogue do alto do terceiro andar do primeiro shopping (referência local, não dê bola). Sinta-se à vontade para sentir-se à vontade (?)

Minha busca não traz só a vontade, mas também busca o dom de trazer, busque comigo a realidade, acho melhor eu me beliscar e acordar do sonho, ou da matrix, vai saber, a ficção imita a realidade, ou era o contrário?

Perguntar ou ignorar, tentar compreender, a verdade é que nada fez mais senti-do e eu já voltei de Boston, lá também não pode ser um bom lugar, aliás, a insatis-fação é parte da natureza humana e pode ter certeza que ela não se torna branda da maneira mais fácil.

Que tal um brinde à ignorância? Volto já com meus vinhos e taças.

Uma nova turma produz o Jornal do CCE nesse semestre. Alguns meses atrás, sequer estávamos no Curso; agora, já es-tamos produzindo um jornal. Depois de mais de um mês de trabalho, com produ-ção de pautas, entrevistas, diagramação, edução, procuramos superar os obstácu-los e trazer até você, leitor, as principais informações sobre o que está acontecen-do no Centro.

A 1ª edição de 2010 destaca a perma-nência das lanchonetes no Básico, a im-plantação dos primeiros pontos eletrôni-cos, várias matérias de cultura e o excesso de professores substitutos no CCE, além de uma entrevista com o professor Raúl Antelo, que recebeu o prêmio Destaque Pesquisador UFSC 50 Anos.

Boa leitura e continue acompanhando nosso trabalho nas próximas edições.

Carta ao Leitor

RUBENS ROSZA NETO é estudante da 5ª fase do Curso de Letras - Português

RECIPIENTES

OPINIÃO

MATTHIAS LIESENBERG é estudante da 4ª fase do Curso de Design Gráfico

O Jornal do CCE é um órgão de extensão do Departamento de Jornalismo, com textos dos Alunos de Redação II.

Professor responsável Elias Machado DRT/RJ 16.936Monitor de Redação IIGabrielle EstevansBolsista de Redação IIRogério Moreira Jr

Edição: Adriana Zanchet, Ana Carolina Paci, Jéssica Fuchs, Jessica Melo, Mariane Ventura, Thayse SteinDiagramação: Amanda Melo, José Fon-tenele, Juliana Zampieri, Ketryn Alves, Lucas Pasqual, Mariana Rosa, Rafaella Coury, Tulio KruseReportagem: Bruno Batiston, Daniel Le-mes, Ediane Mattos, Jéssica Fuchs, Jessi-ca Melo, José Fontenele, Juliana Zampie-ri, Ketryn Alves, Lucas Pasqual, Luciana Bonetti, Manuela Lenzi, Mariana Rosa, Marianne Ternes, Matheus Lobo, Patricia Krieger, Rodrigo ChagasFoto: Daniel Lemes, Giovanni B. Bello, Mariane Ventura, Rafaella CouryColaboração: Matthias Liesenberg, Ru-bens Rosza Neto

Contato: [email protected]: 500 exemplaresImpressão: Gráfica POSTMIX

Jornal do CCE

Page 3: Jornal do CCE 9ª edição

O Juiz Federal Substituto, Clau-dio Roberto Silva, da 3ª Vara Fede-ral de Florianópolis, expediu limi-nares favoráveis nos dias 15 e 19 de março aos pedidos de despejo encaminhados pela UFSC, deter-minando a saída dos três bares do Básico (Assim Assado, Café Bra-sil e Laranjá). “Basta apenas que o oficial de justiça venha entregar uma notificação para que os bares tenham que se retirar”, explicou o Procurador Geral Federal na UFSC, Nilto Parma. Após o recebimento da notificação do oficial de justiça os bares terão 48 h para saírem do local e, caso se recusem, poderá ser usada força policial para o cumprimento da ordem de desocupação. “Não veio nin-guém ainda porque não tem como di-zer quem foi que fez o gato. Não tem provas”, afirmou o proprietário do bar “Laranjá”, Roberto Koche.

Mandado de Segurança - A Ponto Natural Ltda, concessionária do bar As-sim Assado, havia entrado com manda-do de segurança na 3ª Vara da Justiça Federal, em Florianópolis, no dia 24 de novembro de 2009, solicitando a sus-pensão da licitação para a contratação de novos concessionários, depois que

os bares foram considerados culpados pelo uso de um “gato” na energia elé-trica, intimados a se retirarem do lo-cal e impedidos de licitar ou contratar com a Universidade por dois anos pela Comissão de Sindicância aberta pela Pró-reitoria de Infraestrutura (PROIN-FRA). O juiz substituto da 3ª Vara da Justiça Federal, Claudio Roberto da Silva, acolheu o mandado de seguran-ça e a UFSC acatou a determinação da Justiça, suspendendo a licitação no dia 12 de dezembro. Em fevereiro de 2010, a PRAE publicou um novo edital e as propostas dos candidatos a concessio-nários foram recebidas até o dia 14 de abril. Os envelopes serão abertos na quinta-feira, dia 15 de abril, às 09 h e

30 e a Comissão Permanente de Li-citação deverá divulgar no máximo em 72 h os três novos bares que irão atender o Básico. Os participantes da licitação têm prazo de cinco dias para apresentação de recursos.

Comissão de Inquérito - O “gato” foi descoberto em maio do ano passado, quando houve um curto-circuito no CCE. A denúncia partiu de um funcionário da Pró-Reitoria de Infraestrutura (PROIN-FRA) e após um laudo pericial uma

Comissão de Inquérito foi aberta. Em outubro, a Comissão, presidida pelo Coordenador de Apoio à Informática, Hilário Cirimbelli, considerou os três bares culpados por furto de energia. Todos os recursos das empresas foram indeferidos pela UFSC e em novembro os advogados dos atuais concessioná-rios levaram o caso para a Justiça Fe-deral. Os contratos dos bares “Assim e Assado” e “Café Brasil” terminaram no dia 23 de julho de 2009 e o do “Laran-já” em 7 de setembro. As empresas não podem licitar ou contratar com a UFSC por dois anos e estão funcionando sem permissão.

Bares foram culpados por “gato” na energia elétrica

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Liminar determina saída dos bares do BásicoLanchontes permanecem no local sem permissão desde segundo semestre de 2009

Desde março, o Curso de Libras conta com quatro novos professores: três surdos, Karin Stroebel, Ana Regina Campello e Rodrigo Rosso, e um ouvinte, Audrei Gessei. Todos foram aprovados em concurso realizado no fim de 2009. O decreto 5626, de 22 de dezembro de 2005, regulamenta o estatuto de Libras no Brasil, orientando as instituições de ensino a se adaptar a nova realidade no período de dez anos.

Tarcísio Leite, coordenador do cur-so presencial, é também um dos três docentes de antes da contratação. Ele afirma que o número de professores é suficiente para atender à demanda atu-al da disciplina, mas novas turmas serão abertas, exigindo novos professores. “A PREG (Pró-Reitoria de Graduação) já se manifestou no sentido de que novas va-gas serão disponibilizadas neste ano”.

A UFSC está atendendo as exigências da Legislação, criando cursos de gradua-ção para formação de intérpretes e pro-fessores. O ensino de Libras começou em 2006 através de projeto para ensino à distância. A primeira turma do cur-so presencial iniciou as atividades em 2009.

Libras contrata novos professores

UFSC forma intépretes e professores de Libras

Marianne Ternes

Daniel Lemes

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Blogue estréia novo projeto de design

O blogue do Jornal do CCE está de cara nova desde o dia 8 de abril. A proposta de implantar o novo projeto visual tem o propósito de valorizar a convergência de meios na disciplina. Além dos arquivos completos de todas as edições do Jornal, o blogue traz matérias iné-ditas e uma galeria de fotos.

O novo design é mais e intuitivo, facilitando a navegação e o acesso aos conteúdos. Informações que eram dispostas apenas na barra lateral, agora estão distribuídas em duas barras verticais. Quem quiser conferir, é só acessar: www.jornal-docce.cce.ufsc.br

Ketryn Alves

Abril 2010 CAMPUS Jornal do CCE 3

Thomé Granemann

Page 4: Jornal do CCE 9ª edição

O ciclo “Pensamento no Século XXI” homenageia os 50 anos da UFSC e realiza todo mês, até novembro, palestras com intelectuais contemporâneos. O projeto é uma parceria da Secretaria de Cultura e Arte (SeCArte) com a Pró-Reitoria de Pós Graduação (PRPG) e conta com o apoio do CCE. Os convidados, oito estrangeiros e um brasileiro, foram escolhidos pelos trabalhos de destaque em nível mundial, que tratam de temas discutidos nos gran-des centros culturais.

O ciclo contém palestras, seminá-rios, workshops e mostra de filmes que pretendem atingir os universitários de diversas áreas e, com isso, formar um público mais culto e questionador. “A ideia é que um colega ou um estudante de Agronomia, que nunca leu Alan Pauls ou Gonçalo Tavares, depois de ouvi-los, sinta-se motivado a lê-los. Que alguém de Ciência Política ou da Antropologia que nunca viu um filme de Cozarinsky, possa ver nele um estímulo para pensar a representação, a verdade, a identidade”, explica o professor Titular do DLLV, Raúl Antelo, um dos organizadores do evento.

Em abril, a conferencista é a profes-sora Liliane Meffre, da Universidade de Bourgogne. O assunto central será o his-

toriador e crítico da arte Carl Einstein – algumas de suas obras foram editadas pela própria Liliane – e haverá tradução simultânea do francês. A palestra “Carl Einstein (1885-1940), na vanguarda das vanguardas” acontece sexta-feira, dia 16, no auditório da Reitoria, às 10h. Liliane Meffre também ministrou seminários nos dias 12 e 13, no auditório do CCE e nos dias 14 e 15, na sala Drummond, com a projeção do filme Toni.

4 Jornal do CCE

CCE aprova 36 novas bolsas

O CCE receberá 36 bolsas da Pró-Reitoria de Pesquisa e Extensão (PRPE), aprovadas no último edital do Probolsas, divulgado no dia 6 de abril.

No CCE, o Departamento de Língua e Literatura Estrangeiras (DLLE) foi o que mais teve projetos aprovados, 13 no total, seguido pelo Departamento de Jornalismo com dez projetos, o de Língua e Litera-tura Vernáculas (DLLV) com oito e a Coordenadoria Especial de Artes com cinco.

Das 400 bolsas oferecidas, 232 foram aprovadas neste ano. Do total disponibilizado, 150 são destinadas a alunos carentes. As bolsas agora têm duração de 12 meses, tendo fim no dia 31 de março de 2011. O valor destinado ao projeto, em 2010, foi de 145 mil e 600 reais. As vagas re-manescentes devem ser preenchi-das através de uma nova chamada do Probolsas, até o final de abril.

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Os primeiros 50 pontos eletrônicos para controle de assiduidade dos ser-vidores técnico-administrativos foram entregues à UFSC na última terça-feira, dia 13. Os aparelhos devem passar por um período de testes, no Núcleo de Pro-cessamento de Dados (NPD), antes de serem instalados, gradualmente, nos outros setores da instituição. O projeto de implantação de pontos eletrônicos prevê a colocação de 103 aparelhos digitais distribuídos em todas as re-partições para o controle dos 2588 ser-vidores técnico-administrativos da Uni-versidade. O CCE receberá apenas um aparelho, para o controle da frequência dos 43 servidores.

O controle será feito a partir da lei-tura da digital dos servidores e atende à determinação de uma ação judicial mo-vida pela Controladoria Geral da União (CGU) contra a UFSC, ainda em 2008. A

licitação, vencida pela empresa Intelli-sistemas, de Porto Alegre – no valor de 330 mil reais – foi finalizada depois da data limite de empenho orçamentário de 2009 (18/12). O atraso no processo de licitação inviabilizou a previsão da Pró-Reitoria de Infraestrutura (PROINFRA)de iniciar o ano letivo de 2010 com os

pontos já instalados. O empenho acon-teceu em 17 de fevereiro, no orçamento de 2010, e a Intellesistemas entregou o primeiro lote dentro do prazo previsto para a primeira quinzena de abril. Se-gundo o Pró-Reitor de Infraestrutura João Batista Furtuoso, a empresa pro-meteu a entrega das últimas 53 unida-des para a primeira quinzena do mês de maio, data confirmada pelo diretor da empresa, Carlos Bill Fernandes.

O Sindicato dos Trabalhadores da UFSC (SINTUFSC), órgão que representa oficialmente os Servidores Técnico-Ad-ministrativos, considera - em editorial publicado na edição de Março do Jornal Circulação - o controle por pontos ele-trônicos “autoritário e seletivo” e que essa “decisão da atual administração re-cria as diferenças de classes na UFSC.”

Pontos eletrônicos chegam à PROINFRAImplantação do controle de frequência dos servidores atende à ação de 2008 da CGU

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Controle é feito por leitura de impressão digital

Manuela Lenzi

Rodrigo Chagas

Ciclo destaca pensadores do século XXI

Jéssica Fuchs

Liliane Meffre é a segunda convidada do Ciclo

CAMPUS Abril 2010

Page 5: Jornal do CCE 9ª edição

As professoras Izabel Christine Seara e Izete Lehmkuhl Coelho assumiram o cargo de chefe e vice-chefe do Departamento de Línguas e Literaturas Vernáculas. Os cargos eram ocupados anteriormente pelos profes-sores Zilma Gesser Nunes e Mauri Furlan, que cumpriram um mandato de dois anos. “Nosso principal objetivo é o de continuar trabalhando para dar sustentabilidade aos projetos dos professores do Departamento, como vem sendo feito há algum tempo pe-los colegas que ocupavam a chefia do DLLV”, disse Izabel Seara.

Izabel Christine Seara nasceu em Jo-inville/SC é doutora em Lingüística pela UFSC (2000), onde atua na Graduação em Letras - Português e no Programa de Pós- Graduação em Linguística. É supervisora do Laboratório de Fonética Aplicada e co-ordenadora do Projeto AMPER/BRASIL/SC (Atlas Multimídia Prosódico das Línguas Românicas). Nascida em Ituporanga/SC, Izete Lehmkuhl Coelho também é doutora em Linguística pela UFSC (2000), atua na Graduação em Letras e na Pós-Graduação em Linguística e coordena os projetos: Amostra digital VARSUL e PHPB/SC.

se que o maior problema são os profes-sores efetivos que estão em cargos admi-nistrativos e que precisam de substitutos nas salas de aula. O chefe do DEGR, Milton Horn, defende a existência dos substitu-tos: “Estes acrescentam conteúdo porque trabalham na área e trazem a realidade do mercado de trabalho para a sala de aula, diferente dos efetivos que só fazem pesquisa”, sustenta. “Contratamos quatro professores de 20h, o que equivale a dois professores de 40h”, justifica a chefe do DJOR, Tattiana Teixeira. “Não tem como demitir um professor substituto para co-locar outro que não seja especializado no lugar”, completa a coordenadora da CEAr-tes, Lúcia Olímpio.

Dos 395 contratados em toda UFSC, apenas 143 são permitidos de acordo com uma auditoria feita pela Controladoria Geral da União (CGU). Até o final deste se-mestre mais 22 vagas de professores efe-tivos serão abertas para concurso, o que deverá diminuir o número de substitutos no CCE para o segundo semestre de 2010.

O Conselho do CCE aprovou no dia 8 de abril a Resolução que esta-belece normas e critérios para alo-cação do espaço físico no Centro. O projeto, apresentado pela Comissão de Planejamento e Espaço Físico (COPLEF) em dezembro de 2009, tem por objetivo otimizar os espa-ços existentes, garantindo que todos os professores possam contar com uma sala para realizar suas ativida-des.

A partir de agora, os professores que coordenam núcleos e projetos que já contam com um espaço físico próprio deverão instalar seus gabi-netes nestes mesmos locais e nenhu-ma sala de aula poderá ser destinada à outra função sem a aprovação da Direção do Centro ou da Comissão de Planejamento do Espaço Físico. O décimo artigo da resolução prevê uma revisão das normas depois da

conclusão das obras do novo prédio que está sendo construído com re-cursos do Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Fede-rais (REUNI).

Com a criação de cursos como Cinema, Artes Cênicas, Libras e De-sign de Animação e a contratação de mais professores, a situação de falta de espaço para gabinetes somente se agravou. “Apenas na Coordenado-ria Especial de Artes, por exemplo, 15 docentes estão sem condições de trabalho para prestar atendimento aos alunos”, explica a coordenadora da CEArtes, Lucia Olimpo. No ano passado o diretor Felício Margotti criou a COPLEF, presidida pelo vice-diretor, para assessorar a direção na tomada de decisões e no plane-jamento estratégico sobre o uso do espaço físico.

Abril 2010 CAMPUS Jornal do CCE 5

Ediane Mattos

Patricia Krieger

DLLV tem nova chefiaConselho normatiza espaço físicoResolução busca racionalizar o uso das salas no Centro

Luciana Bonetti

Número de substitutos supera máximo permitidoApenas os Departamentos de Letras Vernáculas e Estrangeiras estão dentro do limite previsto

O número de professores substitu-tos contratados no primeiro semestre de 2010 supera o máximo estabelecido por lei. Nos cinco departamentos do CCE fo-ram admitidos 29 docentes para este se-mestre, quatro para o Departamento de Língua e Literatura Vernáculas (DLLV), cinco para o Departamento de Línguas e Literatura Estrangeiras (DLLE), seis para a Coordenadoria Especial de Artes (CEA), dez para o Departamento de Expressão Gráfica (DEGR) e quatro para o Depar-tamento de Jornalismo (DJOR). Destes, apenas o DLLV e o DLLE estão dentro do total aceitável legalmente. O contrato de professores substitutos é de dois anos e prevê apenas a obrigação com a sala de aula, sem pesquisa e projeto de extensão. De acordo com a lei N° 8.745/93 a contra-tação desses professores só pode ser feita para suprir a falta do docente da carreira, decorrente de exoneração ou demissão, falecimento, aposentadoria, afastamento para capacitação ou licença.

A CEA e o DEGR são os que mais têm substitutos. A CEA contratou seis docen-

tes para este semestre, dois para o Curso de Cinema, três para Artes Cênicas e um para o Letras-Libras. Dois professores que realizaram o concurso para professor efetivo de Artes Cênicas, no ano passado, estão ministrando aulas voluntariamente enquanto aguardam a análise de recursos dos processos para admissão. O DEGR conta com dez professores substitutos; seis para Design e quatro para Métodos de Representação, enquanto que o DJOR con-tratou quatro docentes.

O diretor do CCE, Felício Margotti, dis-

DEGR é o que tem mais professores substitutos

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Page 6: Jornal do CCE 9ª edição

As inscrições para o Fórum Sul de Fotojornalismo - Ensino, Pesquisa e Extensão em Fotografia Jornalística nas Universidades do Sul do Brasil, foram prorrogadas até o dia 15 de abril. O objetivo do evento, promo-vido pelo Departamento de Jorna-lismo da UFSC, é reunir estudantes, professores e pesquisadores das universidades de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná, que estejam desenvolvendo projetos de pesquisa e extensão em fotografia jornalística e apresentá-los em forma de relatos de experiência.

O encontro faz parte da progra-mação do Floripa na Foto – Festival de Fotografia, que será realizado no Centro de Cultura e Eventos da UFSC, entre os dias 17 e 21 de maio e reu-nirá palestras, oficinas, workshops,

exposições e leituras de portfólio, envolvendo grandes nomes da foto-grafia brasileira, como Evandro Tei-xeira e Fabio Elias. O Fórum aconte-cerá no dia 20 de maio, das 8h30 às 12h30.

Os trabalhos serão avaliados por sua relevância científico-acadêmica, clareza de objetivos e metodologia. Os participantes que forem selecio-nados receberão certificado pela apresentação e terão os trabalhos disponíveis na página web do evento a partir do dia 30 de abril. As inscri-ções são gratuitas e as instruções es-tão em www.floripanafoto.com. Mais informações com os professores res-ponsáveis: Ivan Giacomelli (9162-7979) e Raquel Longhi (9164-5947).

A programação do Cineclube Ro-gério Sganzerla já está definida e será bastante diversificada. Até o fim do semestre, serão exibidos mais nove filmes. Toda quinta-feira, às 18h30, o auditório Henrique Fontes, no bloco B do CCE, transforma-se em sala de cinema. O projeto de extensão apre-senta filmes pouco conhecidos, de difícil acesso e, ao término de cada projeção, professores e alunos deba-tem sobre a temática apresentada.

Desde março, já ocorreram qua-tro sessões que tiveram, em média, 50 pessoas cada, e não são apenas alunos do curso de Cinema. Quase sempre há estudantes de outros cur-sos, inclusive nos debates: “No final do semestre passado, por exemplo, lembro-me de que um documentário sobre a política de Israel na Palesti-na, e outro, sobre o fundamentalismo cristão nos Estados Unidos tiveram participação marcante de estudantes de outros cursos”, relembra o coor-denador do Cineclube, Prof. Jair Ta-deu Fonseca.

A próxima atração, excepcional-mente em uma sexta-feira, dia 16,

será uma produção independente de Gus Van Sant: “Mala Noche”. Tam-bém serão apresentados filmes das décadas de 60 e 70, como “O Quarto Verde”, de François Truffaut, e filmes mais recentes como “Tetro”, de Fran-cis Ford Copolla, além de sucessos de bilheteria como “Um Mundo Per-feito”, de Clint Eastwood, e fracassos

como “Olhos de Serpente” de Brian de Palma.

O Cineclube Rogério Sganzerla surgiu em 2005, poucos meses após a criação do curso de Cinema, e em julho do ano seguinte tornou-se pro-jeto de extensão.

Abril 2010 CULTURA 6 Jornal do CCE

Fórum de Fotojornalismo prorroga inscrições até o dia 15 de abril

Até o final do semestre serão exibidos mais nove filmes pouco conhecidos e de difícil acesso

Cineclube define nova programação

CACênicas exibe mostra coletiva

Bruno BatistonJuliana Zampieri

Matheus Lobo

Pela primeira vez os alunos do Curso de Artes Cênicas participa-rão de uma mostra coletiva de tra-balhos nos dias 22 e 23 de abril, no CFM - Centro de Ciências Físicas e Matemáticas. A mostra está sendo organizada pelo CACÊNICAS - Cen-tro Acadêmico de Artes Cênicas - e é um dos principais projetos da atual gestão, que ainda pretende realizar a semana acadêmica ao fi-nal do semestre.

A mostra será aberta ao pú-blico, restrita somente à ocupa-ção das salas. Os interessados em conferir as apresentações podem se informar sobre a programação através do e-mail do CACÊNICAS: [email protected]

Cena do filme “Mala Noche”, que será exibido dia 16 de abril no auditório Henrique Fontes

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Page 7: Jornal do CCE 9ª edição

Acadêmicos, pesquisadores e estu-diosos representantes dos oito países que falam português debateram a luso-fonia, entendida como um conjunto de identidades culturais existentes em paí-ses, regiões, estados ou cidades falantes de Língua Portuguesa. O XIII Colóquio de Lusofonia ocorreu entre os dias 5 e 9 de abril. “Lutar contra o esquecimento é o objetivo principal dos Colóquios de Lu-sofonia”, disse o presidente da comissão executiva do encontro, professor Chrys Cristelo.

Na abertura do colóquio, no Auditório Henrique Fontes, o membro da Academia Brasileira de Letras, Evanildo Bechara, tratou de um dos principais temas do congresso: o Acordo Ortográfico. O pro-fessor Malaca Casteleiro, integrante da Academia Real de Lisboa, lembrou que, para a preservação do idioma, é neces-sário traduzir os neologismos que per-meiam a língua portuguesa.

A comissão organizadora acertou duas parcerias para manter as tradições da Língua: uma com a UNISUL, para criar

o Curso de Estudos Açorianos à distância, e outra com a Universidade de Minho, em Braga, Portugal, que lançará o Curso Breve de Estudos Açorianos. No encerra-mento do colóquio, Chrys Cristelo falou da importância do projeto da Diciopédia Contrastiva da Língua Portuguesa, lan-çada em maio de 2007, que agrega, pela

internet, diversas palavras que só são co-nhecidas em um país lusófono e que con-ta com colaboração de pessoas de cada país para a inclusão dos termos no banco de dados on-line.

O próximo Colóquio da Lusofonia está confirmado para outubro de 2010, em Bragança, Portugal.

Abril 2010 CULTURA Jornal do CCE 7

As inscrições para o 14° Florianópo-lis Audiovisual Mercosul (FAM) estarão abertas até o dia 15 de abril, no endereço da Associação Cultural Panvision (www.panvision.com.br), organizadora do even-to. Qualquer pessoa nascida ou radicada em um dos países que fazem parte do Mercosul pode inscrever filmes gratuita-mente. O FAM, que tem como finalidade a integração cultural do Mercosul e já exibiu mais de mil vídeos, será realizado entre os dias 11 e 18 de junho no Centro de Cultura e Eventos da UFSC.

O FAM é dividido entre o Festival, no qual há mostras de curtas, médias e lon-gas-metragens com temáticas variadas, e o Fórum, que reúne o Seminário de Cine-ma e Televisão do Mercosul e discussões sobre diferentes áreas do Audiovisual.

O evento passou a ser sediado pela UFSC na 13ª edição, em 2009, ano em que foram exibidos 214 filmes para um público total de mais de 30 mil pessoas.

Açorianópolis debate Lusofonia em abrilColóquio discute tradições açorianas e soluções para a diversidade na Língua Portuguesa

A edição de abril do projeto de extensão Sarau Boca de Cena acon-tece no feriado de Tiradentes, dia 21, às 19h30 no Teatro da Igrejinha e, desta vez, além das atrações de costume, será prestada uma home-nagem à Inconfidência Mineira em honra do herói nacional Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Durante as apresentações, Juliana Impaléa, coordenadora do projeto, e os alunos Júlio César Gentil (Letras/Português) e Flávia Tomaz (Letras /Alemão) recitarão poesias de auto-ria própria sobre a diversidade cul-tural brasileira. Outra novidade será a participação do Grupo de Teatro de Bonecos de Artes Cênicas.

Entre as atrações estão bandas, comediantes e exposições. Estão confirmadas a Banda 3JAY, Banda Expedição, Banda Desclassificados, Rossano Pio (Teatro stand up), Ro-gério Messias (Artes Plásticas), Ove-

lha Negra (Moda) e Kellen Flôr (Po-esia). Os ingressos estarão à venda na hora e custam quatro reais, com direito a meia entrada para estudan-tes.

A coordenação do projeto pre-tende realizar mais cinco edições ainda este semestre e já está orga-nizando a Sexta Antologia Poéti-ca, com lançamento previsto para junho. O Sarau Boca de Cena é um projeto de extensão vinculado ao Departamento de Língua e Litera-tura Estrangeiras (DLLE), que há cinco anos organiza atividades de integração cultural com o apoio da Secretaria de Cultura e Arte (Se-CArte) e do Departamento Artístico Cultural (DAC). Os interessados em participar devem enviar portifólio, acompanhado de texto para [email protected].

FAM recebe inscrições até 15 de abril Sarau Boca de Cena homenageia Tiradentes

José Fontenele

Lucas Pasqual

Mariana Rosa

Dan

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A pesquisadora Maria João (esquerda), o moderador Rosário Gião (centro) e o escritor Anthony de Sá

Page 8: Jornal do CCE 9ª edição

O professor Raúl Hector Antelo, do Departamento de Língua e Lite-ratura Vernáculas (DLLV), foi o pri-meiro a receber o prêmio de Desta-que Pesquisador. A homenagem foi realizada pela Pró-Reitoria de Pes-quisa e Extensão para comemorar os 50 anos da UFSC, e até dezembro, mais dez pesquisadores serão pre-miados, cada um indicado por um Centro. O evento aconteceu no dia 19 de março, no auditório Henrique Silva Fontes, no Centro de Cultura e Eventos. Antelo é professor da UFSC desde 1982 e dá aula para a gradua-ção de Literatura Brasileira Contem-porânea e de Teoria Literária. Para a Pós-Graduação, leciona Modernis-mo, Literatura Comparada e Teoria Crítica.

Jornal do CCE: Depois de 28 anos de trabalho, quais as prin-cipais mudanças na pesquisa em Línguas e Literatura na UFSC?

Raúl Antelo: As disciplinas da área de Humanas estavam muito marcadas por um traço que é ine-rente ao estado, uma formação pouco laica e de pessoas vindas do seminário, principalmente nas áreas de Letras e Fi-losofia. Com o passar dos anos, o corpo docente foi mudando, mas eu não seria tão otimista para dizer que mudou radi-calmente a composição ou a ética inter-na. Em termos dos estudantes, mudou o número: na década de 80, eu dava aula para cinco pessoas; agora tenho mais de 30, mesmo nos cursos de pós-graduação. Na década de 80, a única maneira de você se sintonizar com o mundo, era acessan-do periódicos na Universidade. Hoje é mais fácil ir, ser convidado e estabelecer teleconferências e vínculos por e-mail. No caso dos estudantes, houve uma re-lativa retirada da biblioteca em favor da internet, que é a enciclopédia acéfala. Ser pesquisador implica que você desconfie sempre de quem te informa.

JCCE: A sua atual pesquisa é a Ge-nealogia da repetição na estética do abandono. De que trata este projeto?

RA: Eu estou trabalhando para tentar pensar a Modernidade além do parâme-tro mais ou menos convencional, que é um modelo de construção e destruição e, no fundo, católico, porque pensa como

alternativas a salvação e a sanação. Eu creio que foi assim que se pensou boa parte da tradição Moderna no Brasil e na América Latina. É isso que não me satis-faz, que me parece parcial e fragmentado. Portanto, estou procurando um outro modelo de negatividade. Não mais uma destrutiva, mas sim, uma negatividade que esvazia o objeto, que entende que o que pauta a sociedade hoje em dia é uma condição bipolar.

JCCE: Hoje vivemos a “era da in-formação”. Que consequências esta realidade traz para os objetos de suas pesquisas?

RA: A sociedade da informação é uma sociedade que julgava poder coibir os abusos do poder, em função de uma pos-sibilidade libertária da informação. Acha-va-se que quanto mais se conhecesse as mazelas e abusos do poder, mais seria difícil para o poder se perpetuar e come-ter crimes. O alastramento da informação não coibiu os crimes. Então diria que esta é uma sociedade que produz informes. A noção do informe, do objeto, do abando-nado, do que perde o contorno, não tem singularidade, que é apenas um numero, cifra. É isso que nos perpassa, que nos

alude a uma questão central, que é a do vazio. Toda a estrutura tem em seu centro um vazio impossível de significar, impossível de representar, e é assim que a sociedade contempo-rânea funciona e se reproduz. Esse paradoxo, que é você viver incluído na forma de uma exclusão, é o que caracteriza o homem contemporâ-neo.

JCCE: Na sociedade contempo-rânea existe um culto à imagem, às aparências. Como “A estética do abandono” analisa este com-portamento?

RA: Bipolarmente, ou seja, não demonizando a imagem, mas muito menos santificando. A imagem che-ga pela linguagem, é uma construção social e, portanto, sujeita a esse duplo movimento, de produzir o informe, mas, ao mesmo tempo, esvaziando a experiência acumulada a disponi-bilizar o sujeito para uma indagação sobre a ausência do sentido.

JCCE: Além de professor do DLLV, o Sr. é um dos pesquisado-res de maior prestígio da Univer-

sidade (1A no CNPq). Como o Sr. avalia as condições de ensino, pesquisa e ex-tensão da UFSC?

RA: Enquanto o ensino de gradua-ção for considerado uma continuação da escola média, a escola média apenas uma preparação para o vestibular e este pensado tão somente como um mero me-canismo para avaliar competências téc-nicas, estamos perdidos. Sobrevivem os mais aptos. Alguns desses sobrevivem e chegam ao mestrado e ao doutorado. Não falo apenas que hoje se trata um doutora-do com nível de exigência que se dava a um mestrado vinte ou trinta anos atrás, mas também que, muitas vezes, tanto o trabalho de um mestrado ou doutorado parte da hipótese de trabalhar com bi-bliografia em português. Fica-se pelo me-nos 20 anos atrasado. Até uma ideia ser publicada numa revista, vir a se tornar livro numa língua qualquer, este ser tra-duzido e comprado pela BU, passam-se 20 anos. O objetivo numa pesquisa é você ir à vanguarda e não à retaguarda. Na graduação sempre surge um certo freio. Estamos trabalhando, muitas vezes, com categorias de mais de um século.

8 Jornal do CCE ENTREVISTA Abril 2010

“O objetivo é ir à vanguarda e não à retaguarda”Professor de Literatura Raúl Hector Antelo recebe prêmio Destaque Pesquisador

Jessica Melo

Rafa

ella

Cou

ey

Antelo concede entrevista na biblioteca de sua residência