jornal do cce 17ª edição

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Jornal do CCE Lançamento do filme A Antropóloga Design está sem espaço para aulas Entrevista com Ronice Müller de Quadros Proinfra aprova reforma do Básico Página 4 Página 5 Página 6 Página 8 Página 7 A Comunica! foi inaugurada no dia 29 de março e já tem cin- co contratos em andamento. Com o objetivo de colocar em prática o aprendizado adquirido em sala de aula, a Comunica! realiza tra- balhos para diversos setores da UFSC, ONGs, e outras Empresas Juniores. Lixo é transformado em arte na peça Livres e Iguais que volta à UFSC Com inspiração na De- claração Universal dos Di- reitos Humanos, montagem de grupo catarinense traz ao palco bonecos produzidos com lixo industrial. A peça volta a fazer parte da pro- gramação do Teatro da Igre- jinha da UFSC a partir de 29 de abril. Segundo o Diretor Felício Margotti a nova reforma ficará pronta até agosto @jornaldocce Ano 4 Nº 17 Florianópolis, Abril de 2011 www.jornaldocce.ufsc.br Thayse Stein Espaço antes destinado às lanchonetes está sendo utilizado como depósito e abriga uma sala de aula Após a direção do CCE decidir reestruturar o espaço do Bási- co, a Pró-reitoria de infraestru- tura (PROINFRA) aprovou o novo projeto de reforma do local. O projeto prevê a instalação de mais uma sala de aula, além da que já está no local, e uma única lanchonete. A Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) avaliará o projeto e encaminhará para a Comissão Permanente de Licita- ção (CPL) para que o edital seja redigido. Depois o documento será encaminhado para a aval- iação da PROINFRA e análise jurídica pela Procuradoria da UFSC. O CALL vem mobilizando os alunos para discutir a questão do espaço público na Universi- dade. A direção do CCE calcula que as obras serão concluídas até agosto, antes do começo das aulas do segundo semestre. Reestreia da peça Livres e Iguais Página 3 Empresa Jr. de Jornalismo Divulgação

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Edição de nº 17 do Jornal do CCE, produzido pelos alunos da disciplina de Redação II, do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina,

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Page 1: Jornal do CCE 17ª Edição

Jornal do CCE

Lançamento do filme A Antropóloga

Design está sem espaço para aulas

Entrevista com Ronice Müller de Quadros

Proinfra aprova reforma do Básico

Página 4

Página 5

Página 6

Página 8

Página 7

A Comunica! foi inaugurada no dia 29 de março e já tem cin-co contratos em andamento. Com o objetivo de colocar em prática o aprendizado adquirido em sala de aula, a Comunica! realiza tra-balhos para diversos setores da UFSC, ONGs, e outras Empresas Juniores.

Lixo é transformado em arte na peça Livres e Iguais que volta à UFSC

Com inspiração na De-claração Universal dos Di-reitos Humanos, montagem de grupo catarinense traz ao palco bonecos produzidos com lixo industrial. A peça volta a fazer parte da pro-gramação do Teatro da Igre-jinha da UFSC a partir de 29 de abril.

Segundo o Diretor Felício Margotti a nova reforma ficará pronta até agosto

@jornaldocce Ano 4 Nº 17 Florianópolis, Abril de 2011 www.jornaldocce.ufsc.br

Thay

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tein

Espaço antes destinado às lanchonetes está sendo utilizado como depósito e abriga uma sala de aula

Após a direção do CCE decidir reestruturar o espaço do Bási-co, a Pró-reitoria de infraestru-tura (PROINFRA) aprovou o novo projeto de reforma do local. O projeto prevê a instalação de mais uma sala de aula, além da que já está no local, e uma única lanchonete. A Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) avaliará o projeto e encaminhará para a Comissão Permanente de Licita-ção (CPL) para que o edital seja redigido. Depois o documento será encaminhado para a aval-iação da PROINFRA e análise jurídica pela Procuradoria da UFSC.

O CALL vem mobilizando os alunos para discutir a questão do espaço público na Universi-dade. A direção do CCE calcula que as obras serão concluídas até agosto, antes do começo das aulas do segundo semestre.

Reestreia da peça Livres e IguaisPágina 3

Empresa Jr. de Jornalismo

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Page 2: Jornal do CCE 17ª Edição

Carta ao LeitorEsta é a décima sétima

edição do Jornal do CCE e a primeira de 2011. Com uma nova equipe de aprendizes de jornalistas, este trabalho trata de diversos assuntos relaciona-dos ao CCE.

Entre os destaques estão o Projeto de Reforma do espaço do Básico e o problema da falta de salas de aula para o curso de Design.

Conheça também os tra-balhos da Comunica!, Empresa Júnior de Jornalismo. A edito-ria de cultura traz informações sobre o lançamento do filme A Antropóloga, de Zeca Pires, dire-

tor do Departamento Artístico Cultural da UFSC e sobre a peça Livres e Iguais.

Para fechar a edição, a en-trevista com a professora Ronice Müller de Quadros, coordena-dora do curso de Letras-LIBRAS que formou a primeira turma neste semestre.

Não deixe de conhecer e ler o Blogue do JCCE. Lá você encontra notícias inéditas e todas edições já publicadas. Acesse www.jor-naldocce.ufsc.br. Para críticas, dúvidas e sugestões, entre em contato conosco: [email protected].

Boa leitura!

Jornal do CCEO Jornal do CCE é um órgão de extensão do Departamento de Jornalismo, com textos, fotos, edição e diagramação dos alunos da disciplina de Redação II.

Professor ResponsávelElias Machado DRT/RJ 16.936

Monitora Jéssica Trombini

Bolsista de ExtensãoCarolina Franco

Edição:Camila Hammes, Carolina Lisboa, Dayane Ros, Kadu Reis, Mariana Moreira, Nayara Oliveira, Pâmela Carbonari e Rafael Gomes.

Diagramação:Ana Paula Mendes, Bianca dos Santos, Brenda Thomé, Camila Peixer, Fernanda Pessoa, Francisca Nery, Isadora Machado, José Hüntemann, Julia Ayres, Julia Tavares, Laís Souza, Marcela de Andrade, Nayara Oliveira, Paula Salvador

e Thayse Stein.

Reportagem: Ana Paula Mendes, Camila Peixer, Fernanda Ferretti, Dayane Ros, Fernanda Pessoa, Isadora Machado, José Hüntemann, Lucas Miranda, Mariana Moreira, Nayara Oliveira, Pâmela Carbonari, Paula Salvador e Rafael Gomes.

Foto: Brenda Thomé, Dayane Ros, Francisca Nery, Giuliane Gava, Laís Souza, Lucas Miranda, Nayara de Oliveira, Patricia

Siqueira, Thayse Stein.

Revisão: Ana Paula Mendes, Camila Peixer, Fernanda Ferretti Isadora Machado e Julia Ayres.

Colaboração: Felipe Tadeu Gondim, Anna Porto.

Tiragem: 500 exemplares

Impressão: Gráfica POSTMIX

Contato:[email protected]

Quando Melanie acordou era tarde, tão tarde. To-mou o velho café preto sem açúcar, da manhã e da noite. Esfregou o rosto branco nu na toalha rosa pálida do banheiro. Ergueu as pálpebras e deu de cara com o desconhecido.

Quando Melanie despertou daquele sonho longo, daquela vida paralela de três zilhões de segundos inanimados, daquele branco intenso de cegar, de Saramago! Quando Melanie des-pertou crua, os seios perfeitos, pendentes, sob uma seda fina. Tão fina quanto as pálpebras do desconhecido que a via pela janela.

Abre-se a janela para o sol, abre-se a noite para mim. Do banheiro vou até a cozinha, imunda feito gatos acocorados. E a vontade do acordar de escrever em gatografia, de conversar com Ana, de me jogar pela janela. Abrem-se as portas da rua e o mundo inteiro olha para mim. Ofuscam meus olhos, meus pés, minhas mãos. Meus lábios doem. Douram sob sol escaldante da noite de terça-feira. As paredes são azuis, meu braço perfurado de agulhas. Suspiro pela última vez num sofá vermelho sangue. Espumo.

Quando Melanie chega à cozinha, geladeira vazia e muito plástico. Acabou o mel. O antebraço marcado pelas dores de amor amortecidas com uma dor só, aquela dor de um segundo e que cura por zilhões. Ela coloca aperta o play em “Everlong” e canta…. Se despe…. Canta. Tenta berrar e não consegue. “I HAVE WAITING HERE FOR YOU, EVERLONG”.

O corpo estendido derrama-se pelo sofá até cair no chão. Vidros e resto de álcool para que a morte seja sempre uma Linda fotografia.

Quando abro a porta de casa, encontro meu corpo en-sanguentado e um bilhete com um verso de Moraes “te peço perdão por te amar assim tão de repente”. Engulo o verso em seco e depois peço uma dose de whisky. Morro.

DespeDiDa De MiM

2 | OpiniãO | Abril 2011 Jornal do CCE

Anna Porto está na 3ª fase de Cinema e mantém o blogue www.annaporto.tumblr.com.

Charge

Felipe Gondim cursa a 5ª fase de Design de Animação. Portfólio online: www.felipetadeu.carbonmade.com

Mais O Jornal do CCE também está no tuíter. A partir desta edição, você pode conferir tudo o que acontece nos bas-tidores do jornal, desde o pro-cesso de preparação e seleção de matérias até o fechamento. Vamos disponibilizar as notí-cias postadas em nosso blogue e novidades sobre a UFSC em primeira mão. Tudo em apenas 140 caracteres.

O microblogue do JCCE tem uma editoria própria, criada este ano e é atualizado perio-dicamente por todos os inte-grantes. Você também pode usar essa ferramenta para entrar em contato com a nossa equipe, colaborar com charges, en-viar crônicas e sugerir pautas. Siga-nos!

@jornaldocce

Page 3: Jornal do CCE 17ª Edição

Os vinte computadores soli-citados desde 2008 pela chefe do Departamento de Jornalismo, Tat-tiana Teixeira, para o laboratório de Telejornalismo, chegarão até o fim deste mês. Destes, 16 ficarão na sala de redação e quatro serão distribuídos entre o estúdio de TV, o almoxarifado e as salas de TCC e monitoria. O Departamento de Jor-nalismo realizou, em 2008, 2009 e 2010, três pedidos para a compra dos equipamentos.

Os alunos serão os mais bene-ficiados com a troca das máquinas. “Eram constantes as reclamações de graduandos durante as reuniões do CA, infelizes com a falta de bons computadores em funcionamen-to no LABTele”, afirma Leonardo Lima, representante do Centro Aca-dêmico Livre de Jornalismo (CALJ). O responsável pelo laboratório de Telejornalismo, Henrique Guião, considera indispensável nos equi-pamentos a placa Firewire de cap-tura de vídeo e HD de no mínimo 250 GB para atender a demanda de programas e arquivos.

No momento o laboratório de Telejornalismo conta com dezes-seis máquinas, sendo seis na sala de redação, que foram instaladas entre 2005 e 2006. Uma parte foi comprada com os recursos do Pro-jeto “TV Digital” do professor de Jornalismo, Fernando Crocomo. A outra metade foi montada pelos funcionários do laboratório através de peças doadas pela Receita Fe-deral.

O novo projeto do Básico foi aprovado pelo Pró-Reitor de Infra Estrutura, João Batista Furtuoso, na terceira semana de abril. No projeto constam duas salas de aula e apenas uma lanchonete. A solicitação de readequação do es-paço foi feita pelo Diretor Felício Wessling Margotti após delibera-ção entre os membros da direção. A previsão de entrega da obra é para agosto deste ano.

A diretoria solicitou a revo-gação da última licitação aberta, onde foi comprovada fraude por parte dos selecionados. Ainda vi-gente, seriam chamados os clas-sificados seguintes. Como o novo projeto prevê apenas uma lan-chonete no lugar das três antes existentes, a UFSC decidiu abrir uma nova licitação já dentro das adequações feitas. “É melhor anular (a licitação), pois os pró-

ximos classificados podem entrar na Justiça e obter uma liminar”, explica Margotti, o que geraria um atraso ainda maior no proces-so de ocupação do espaço.

Nova Licitação - A Pró--Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) avaliará o projeto e en-caminhará para a Comissão Per-manente de Licitação (CPL), que irá redigir o edital e enviar para a Pró-Reitoria de Infraestrutura

(PROINFRA). Após análise jurídi-ca por parte da Procuradoria da UFSC, a PROINFRA autorizará a CPL a publicar o edital, dando início ao processo de seleção das empresas interessadas em insta-lar-se no Básico.

O Centro Acadêmico Livre de Letras (CALL), que representa a maioria de alunos do CCE, vem mobilizando os estudantes para atos de discussão do uso do espa-ço público da universidade. “Nós discutimos sobre a mudança dos espaços físicos e o que isso tem ocasionado. A integração dos estudantes vem sendo prejudica-da”, afirma Milene Peixer Loio, integrante do CALL.

O Diretor do Departamento de Assuntos Estudantis da PRAE, Dalton Barreto, foi procurado pelo JCCE mas não quis falar so-bre o assunto. Essa é a segunda reforma do Básico em menos de cinco anos. A primeira reforma, concluída em 2006, atendeu ao pedido de professores, alunos e funcionários que reivindicavam ampliação da área de lazer e ser-viços de lanchonetes mais varia-do.

Depois de receber, no dia 26, a versão final do regimento interno aprovada na reunião do Colegiado de Departamento realizada no dia 1º de abril, a chefe do JOR profes-sora Tattiana Teixeira irá encamin-har o documento para o Conselho do CCE. A versão aprovada foi redigida pela comissão compos-ta pelos professores Maria José Baldessar e Hélio Shuch, a partir da proposta preliminar apresen-tada pela Chefia do Departa-mento na reunião do Colegiado do dia 26 de novembro de 2010. Desde 1979, o Jornalismo funcio-nava de acordo com as normas do regimento e do estatuto da UFSC, uma vez que não havia um regimento para regulamentação interna.

Assim como Jornalismo, História, por exemplo, também não possui regimento interno. No momento da criação desses órgãos, o regimento não era ob-rigatório. “Mesmo que não haja um conjunto de normas escrito, todos possuem uma regulamen-

tação das atividades internas”, explica Vanderli Vandresen, Téc-nica de Assuntos Educacionais da Pró-Reitoria de Ensino de Gradu-ação (PREG).

O regimento agora será en-viado ao Conselho de Centro e depois ao Conselho Universitário para avaliação. Se não houver nenhuma objeção nessas instân-cias, o documento será aprovado e entrará em vigor em maio. Entre as principais mudanças, que irão ocorrer por conta do regimento, estão a necessidade de que a in-dicação dos coordenadores e rep-resentantes de ensino, pesquisa e extensão seja submetida ao Cole-giado do Departamento, e a cria-ção de uma Câmara de Ensino. Para Tattiana Teixeira, a ausência do regimento criava alguns vazios legais difíceis de administrar, de-ixando a decisão sobre questões não previstas em legislação supe-rior a critério do “bom senso” ou “boa intenção” da chefia.

Proinfra aprova reforma do BásicoDuas salas serão construídas e haverá espaço para apenas uma lanchonete

Thay

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A previsão é que até agosto este espaço, que está sendo ultilizado como depósito, será reformado.

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LABTele ganha vinte novos computadores

Camila PeixerLucas Miranda

José Hüntemann

Jornal do CCE Abril 2011 | Campus | 3

JOR envia Regimento interno para direção

Os antigos computadores do labtele.

Page 4: Jornal do CCE 17ª Edição

As principais mu-danças no estúdio da Rádio Ponto no curso de Jornalismo já foram re-alizadas, mas passados dois meses da data de previsão para o término da obra, ainda faltam detalhes e acabamentos. A reforma estava pre-vista para ser realizada entre os dias 1º e 14 de fevereiro. Com as modifi-cações, a cabine técnica estará ligada ao estúdio 2, que poderá funcionar de forma independente e também integrada ao es-túdio principal, além da criação de um ambiente com isolamento acústico no estúdio principal.

O atraso das obras chegou a prejudicar o an-damento das aulas. “No início do ano letivo esta-va mais complicado, porque as janelas estavam todas aber-tas, mas hoje já foram fechadas e os vidros foram colocados,

então para o nosso funcionamen-to está tranqüilo”, disse o técni-co da rádio Roberto Vargas.

Falta de mão-de-obra -

Como no serviço público o paga-mento só é realizado depois de terminado o serviço, a empresa continua sem ter recebido. O

gerente de vendas, Samuel Tavares, da empresa res-ponsável Top Divisórias e Acabamentos informou que o atraso aconteceu devido a falta de mão-de-obra, já que este é um serviço terceiri-zado.

Após dois anos de ten-tativas para aprovação do projeto, o CCE liberou sete mil reais para realizar as modificações no final de 2010. As dificuldades es-tavam em conseguir os re-cursos e uma empresa que pudesse executar o serviço.

A última reforma foi fei-ta em 2009, e a cabine téc-nica, que ficava fora da sala do estúdio, passou a ficar ao lado dividida por uma sala menor apenas com vi-dro, criando a necessidade de colocar uma parede para dividir os ambientes e não

prejudicar as atividades de senvolvidas.

O curso de Design está sem espaço para atender a demanda de aulas. No início do semestre 300 alunos passaram a ocupar as dependências do Básico, onde foi instalada uma sala de aula. A situação vem causando transtorno para os alunos e o andamento das dez disciplinas ministradas no local.

Segundo o chefe do Depar-tamento de Expressão Gráfica, Luis Salomão Gomez, o pro-blema já foi levado à diretoria do Centro. “Nós tivemos que re-formlar nosso horário para não prejudicar os alunos e professo-res”, afirmou Gomez.

O Centro também cedeu ao Departamento a sala onde antes estava a biblioteca de Letras. As instalações para o funcio-namento não foram feitas por problemas de estrutura básica. O espaço está sem tomadas para a ligação dos aparelhos eletrônicos, o que impede o uso da sala até que o problema seja resolvido.

Questionado sobre a situa-ção, o Diretor Felício Wessling

Margotti, disse que a solução se dará com a construção do novo prédio, destinado unicamente para salas de aula. E que as me-didas já tomadas são de caráter temporário.

A licitação para a cons-trução do novo prédio deve ser encaminhada em maio. “Nós já participamos da definição do leiaute, do que nós precisáva-mos colocar dentro (do prédio),

e o que esse prédio precisaria ter. Agora estão sendo feitos os projetos complementares para a licitação”, explica Margotti. Até o final do ano a construção do prédio deve ser iniciada. Além de atender a necessidade do CCE, a nova estrutura terá salas de aulas para outros cursos com o mesmo problema.

Atraso na reforma da Rádio Ponto

O curso de Design está sem espaço para ministrar aulas

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A reforma na Rádio Ponto UFSC melhorou o isolamento acústico no estúdio

As inscrições para o inter-câmbio de alunos de gradua-ção estão abertas até o dia 29 de abril. Podem se inscrever os alunos que tiverem interesse em viajar no segundo semestre de 2011. Para se candidatar, o aluno deve ter concluído pelo menos 40% do curso, ter bom rendimento acadêmico, fazer inscrição na página da Secreta-ria de Relações Institucionais e Internacionais da UFSC (SINTER) e na página de relações interna-cionais da universidade de desti-no e escolher uma universidade conveniada.

A UFSC é conveniada com 320 universidades de 37 países, e mantém acordo para que as disciplinas cursadas nas univer-sidades estrangeiras sejam va-lidadas. Em 2010, 50 alunos do CCE participaram de intercâm-bio. No primeiro semestre deste ano foram 16 alunos. Em todos esses períodos, o curso do cen-tro que mais enviou estudantes foi o de Jornalismo.

Fernanda FerrettiJosé Hüntemann

Foram construídas salas improvisadas no espaço do Básico.

Laís

Souz

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Paula Salvador

Inscrições para intercâmbio

4 | Campus | Abril 2011 Jornal do CCE

A previsão era de que as obras fossem entregues desde fevereiro

Page 5: Jornal do CCE 17ª Edição

Seis estudantes do curso de LI-BRAS já estão se preparando para intercâmbio nos Estados Unidos que começará em agosto, promo-vido pelo Projeto 4,3,2,1. Os alunos foram selecionados dentre 36 inscri-tos, surdos e ouvintes, em todos os estados brasileiros, já que o curso é realizado também à distância. Essa é a primeira turma que participará do intercâmbio e os estudantes fica-rão na Gallaudet University durante cinco meses.

A preparação dos alunos ocorre desde o início de 2011. Os estudan-tes estão tendo contato com a Lín-gua de Sinais Americana (ASL), que difere em muito da brasileira. Ainda são discutidos os locais de moradia nos Estados Unidos e é possível que os intercambistas fiquem alojados na própria Gallaudet University.

Quando chegarem à universi-dade estadunidense, os estudantes brasileiros terão diversas atividades para realizar: farão parte do curso de Letras, ensinarão LIBRAS para os acadêmicos, aprenderão sobre a ASL e farão estágio em institui-ções não acadêmicas. Na volta ao Brasil, eles terão a oportunidade de socializar a experiência que tiveram no exterior com os graduandos de LIBRAS de todo o país.

O Projeto 4,3,2,1 é uma par-ceria entre a UFSC e a Gallaudet University. A Gallaudet é focada para o ensino de surdos. O projeto é coordenado pelo professor Markus Weininger e tem como objetivo pro-porcionar novas experiências aos alunos de LIBRAS, novas aquisições para o currículo da disciplina, maior conhecimento da Lingua Americana de Sinais e levar o ensino de LIBRAS para os Estados Unidos. A duração do projeto está confirmada até 2014 e já existe a possibilidade de renovação com a CAPES.

Passado pouco mais de um mês do lançamento, a empre-sa júnior de Jornalismo, já tem clientes e trabalhos sendo reali-zados, três deles são em parceria com outras empresas juniores, de Engenharia de Produção e de Tecnologia de Alimentos e de De-sign, da UDESC.

Além das empresas juniores, a Comunica! atuará na asses-soria de imprensa da Federação de Empresas Juniores do Esta-do de Santa Catarina, FEJESC, e na cobertura do Encontro Sul de Empresários Juniores, ESEJ. Nenhum destes projetos será re-munerado, mas os rendimentos de trabalhos futuros serão rever-tidos em aprimoramento profis-sional dos membros.

A iniciativa de criação da Comunica! partiu das estudan-tes Luíza Fregapani e Mariana Porto em julho de 2010, e atual-mente tem 17 membros, dividi-dos em presidente, diretores e trainees. Os serviços prestados incluem assessoria de impren-

sa, newsletter, jornais e revistas institucionais, criação de planos de comunicação e cobertura de eventos e produção de sites. To-dos são oferecidos a preços de 30 a 50% mais baratos para evitar a

concorrência com outras empre-sas do setor, atender clientes que não têm condições de pagar por um serviço externo e, sobretudo, qualificar os alunos, promovendo a integração entre a empresa, a

universidade e a sociedade.A UFSC possui 15 empresas

juniores criadas desde 1990. A Comunica! é a primeira de Jorna-lismo de Santa Catarina e segun-da empresa júnior do CCE - em 2009, o Design abriu a Uipi. “As empresas juniores ainda bus-cam ser reconhecidas dentro do mercado profissional, tanto pelos profissionais diferenciados que formam, como pelos seus servi-ços de qualidade e custo abaixo do mercado. Ainda há preconcei-to pelo fato de serem formadas por estudantes. No entanto, há inúmeros casos de sucesso de serviços prestados por empresas juniores e de clientes satisfeitos com o trabalho delas”, explica Igor Queluz Cruz Santos, presi-dente da FEJESC.

O Movimento Empresa Júnior é mais tradicional nos cursos de Administração, de Economia e de Engenharia, por serem áreas mais ligadas à gestão.

Comunica! fecha cinco contratosEmpresa Júnior do curso de Jornalismo já tem trabalhos em andamento

Membros da Comunica! na primeira distribuição de tarefas da empresa

POSJOR recebe 57 inscrições

A Pós-graduação em Jor-nalismo recebeu 57 inscrições para concorrer uma das 25 vagas oferecidas neste ano. As inscrições para o Pro-cesso Seletivo 2011 dão início à primeira etapa de seleção que avalia os pro-jetos dos candidatos. O re-sultado sai dia 13 de maio.

O Processo seletivo é divi-dido em outras duas etapas: prova escrita e entrevista, que acontecem entre o final de maio e início de junho. A matrícula ocorre na pri-meira quinzena de julho e as aulas iniciam em agosto.

O curso não é exclusivo para jornalistas formados, desde que apresentem projeto relacionado a uma das linhas de pesquisa do programa.

Atualmente, o POSJOR possui 11 docentes e é co-ordenado pela professora Gislene Silva. Desde que o Mestrado em Jornalismo da UFSC foi criado, em 2007, o curso já formou 47 mestres.

Carolina LisboaJulia TavaresAluno se prepara para intercâmbio

Pâmela Carbonari

LIBRAS prepara alunos para viagem aos EUA

Jornal do CCE Abril 2011 | Campus | 5

Designtem nova coordenação

O semestre começou há pouco mais de um mês e a coordenadoria do curso de Design já passou por duas mudanças. O antigo coorde-nador, professor Milton Luiz Horn Vieira, afastou-se da UFSC para assumir a direto-ria de Ciência, Tecnologia e Inovação da Secretaria do Desenvolvimento Econômico Sustentável do Governo do Estado.

A professora Marília Marques Guimarães assumiu a coordenação, mas teve que se afastar para realizar um tratamento de saúde. Em seu lugar ficou a sub-coordenado-ra, professora Marília Matos Gonçalves.

O mandato terá um perío-do curto, pois as eleições para a nova gestão da coor-denação estão previstas para maio. A atual coordenadora temporária já confirmou que é candidata nas próximas eleições.

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O programa Mis-to Quente estreia na terça-feira, dia três de maio às 12h, na Rádio Ponto UFSC, emissora on-line do Curso de Jornalis-mo. Misto Quente é um projeto dos professores Rena-to Basso e José de Vargas, do Departa-mento de Língua e Literatura Vernáculas, com o apoio de dois alunos do Curso de Jornalismo, José Fonte-nele e Dayane Ros.

Todas as edições terão como atração principal uma entrevista com um professor da UFSC. “O objetivo é mostrar o que está acontecendo na universidade, analisando as questões de uma forma acessível à comunidade universitária”, afirmou o pro-fessor Renato Basso, um dos

responsáveis pelo projeto. O con-vidado do programa piloto, o pro-fessor Sérgio de Cademartori, do Departamento de Direito, falará sobre o tema burocracia.

O programa vai ser veicula-do como um experimento e será analisado pela turma de radiojor-nalismo II, ministrada pela pro-fessora Valci Zuculoto, podendo sofrer alterações no formato.

Após quase três anos sem se apresentar no Estado, a peça Livres e Iguais volta a Floria-nópolis e fica em cartaz do dia 29 de abril ao dia 29 de maio, no Teatro da Igrejinha. Bonecos de sucata em um cenário de luzes e sombras representam o cotidia-no de pessoas comuns, que de-pendem do lixo para sobreviver e convivem com a falta de moradia e trabalho nos grandes centros ur-banos do país.

Baseada na Declaração Univer-sal dos Direitos Humanos, a peça é uma montagem do grupo ca-tarinense Teatro sim... por que não!?, e tem como base a manipu-lação de bonecos feitos com lixo industrial. Em um cenário lúdico, com sombras obtidas por lâmpa-das de automóveis e sons fortes para dar mais dramaticidade à cena, os bonecos retratam a re-alidade de grande parte da popu-lação brasileira. “No espetáculo - indicado para adultos e crianças -, os personagens se veem dis-criminados e longe de terem seus direitos básicos reconhecidos”, explica o diretor Júlio Maurício. A dificuldade do homem do campo que tenta a vida na cidade grande, a falta de liberdade de expressão e a violência são temas que ganham

força na peça, que aposta também na poesia e no lirismo para chamar a atenção do público.

Objetos desprezados - Ins-pirados na Pop Art, movimento artístico que nos anos de 1960 uti-lizou lixo industrial como material para a criação de obras de arte, os bonecos - todos confeccionados por Júlio Maurício e pelo ator Na-zareno Pereira - foram feitos com peças de automóveis e eletrodo-mésticos. A ideia de usar bonecos

no lugar de atores veio da neces-sidade de mostrar como objetos desprezados podem servir como forma de se expressar. “Queríamos falar de uma triste realidade a qual infelizmente já estamos acostuma-dos. Uma maneira de colocar um foco sobre esta realidade, de sa-lientar o problema, foi mostrá-la com bonecos”, disse o diretor.

Livres e Iguais estreou nos palcos catarinenses em 1999. Des-de então, já passou por 80 cidades,

em sete estados, além de uma apresentação em Paris, na França, em 2001. A peça entra em cartaz no dia 29 de abril e será apresen-tada até o dia 29 de maio, de sexta a domingo, sempre às 20h30. O ingresso custa R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia) e pode ser com-prado na bilheteria do Teatro nos dias do espetáculo a partir das 18 horas.

Livres e Iguais volta ao palco Peça do grupo Teatro sim... por que não!? fica em cartaz até o dia 29 de maio

Atores do grupo Teatro sim... por que não!? manipulam bonecos feitos com peças de automóveis.

O filme O Jacaré do Papo Amarelo é uma produção in-dependente idealizada pelo ex-aluno do Curso de Cinema, Everson Antunes. O objetivo é denunciar de uma forma bem- humorada a especulação imobi-liária em Florianópolis. O projeto conta com a participação de 18 estudantes do CCE e do CFH e está na fase de pré-produção. O início das gravações está pre-visto para maio. O curta, de 25 minutos, retrata a história de um jacaré que teve seu habitat destruído. Em con-sequência da poluição, o animal se transforma em um monstro que aterroriza a cidade. “A ideia é fazer um filme trash, com ce-nas de humor, que é caracterís-tica do gênero, mas que faça as pessoas pensarem”, comenta Luis Felipe Coli, diretor de arte do filme e estudante de Design.

O orçamento para a produção é de R$ 600, dedicados princi-palmente ao figurino. Os atores já estão sendo selecionados e para a filmagem serão utiliza-dos espaços da Universidade, como o Básico, salas de aula e o Centro de Eventos, além de cenários naturais da cidade. “O lançamento deve aconte-cer na própria Universidade e pretendemos enviar o material para concursos e outros meios de divulgação”, conta o diretor, roteirista e produtor do projeto, Everson Antunes. Para aqueles que desejam acompanhar novas informa-ções, basta acessar o blogue www.jacaredopapoamarelo.word-press.com ou enviar um e-mail para [email protected].

Programa de entrevistas estreia na Rádio Ponto

Professor Renato Basso fala sobre o programa.

Filme trash critica expansão de imóveis

6 | Cultura | Abril 2011 Jornal do CCE

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Fernanda Pessoa

Page 7: Jornal do CCE 17ª Edição

O Curso de Letras – Portu-guês reestruturou o currículo e implantou o Projeto Uso de Tecnologias de Comunicação e Informação, com o objetivo de trazer a cultura tecnológica do ensino à distância para a moda-lidade presencial. A graduação tem 18 matérias semipresen-ciais, o que corresponde a 20% do currículo, 22 professores e 22 tutores com pelo menos um ano de magistério ou fazendo a pós-graduação. As aulas são realizadas em forma de video-conferências, fóruns, oficinas e grupos de encontros no Moodle, um ambiente virtual de ensino e aprendizagem.

Além dessa inovação, este projeto se propõe a abrir espa-ço para atividades de produção textual on-line. Para essa última atividade, serão desenvolvidas ferramentas específicas na pla-taforma virtual, com o propósito de garantir um contínuo proces-so de escritura e reescritura. A coordenadora pedagógica do

Projeto, Izete Lehmkuhl Coelho, disse que os ganhos são maiores que as perdas, pois eles estão implementando as ferramentas que deram certo no ensino à distância. “Com esta plataforma virtual os alunos podem ter mais autonomia e acessibilidade ao conhecimento em lugares e tem-pos diversos”, afirmou Izete.

Apoio do MEC - O Cen-tro Acadêmico Livre de Letras (CALL) não tem uma posição concreta sobre o Projeto. “Os alunos estão se adaptando, mas até que ponto isso é interessante para nós?”, pergunta Carla Cris-tiane Mello, membro do CALL. A integrante alerta que ao mesmo tempo em que a plataforma vir-

tual serve para repor aulas tam-bém pode ser uma maneira de oferecer matérias para mais pes-soas e amenizar o problema da falta de professores ou de espa-ço no Departamento de Letras.

O projeto foi aprovado pelo MEC e obteve financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamen-to de Pessoal de Nível Superior (CAPES) de R$247.180 para in-vestir em bolsas, prestação de serviços, manutenção da admi-nistração e compra de equipa-mentos. Os recursos serão ad-ministrados pela Reitoria e o La-boratório de Redação está sendo providenciado. “A previsão é que a sala comece a funcionar em menos de um mês, após a entre-ga dos seis computadores que já foram comprados”, informou o professor Luiz André Peres An-gotti, responsável pela gestão financeira. A entrega das má-quinas depende do cumprimento das solicitações.

O filme A Antropóloga es-tréia nos cinemas da grande Florianópolis nesta sexta-feria, 29 de abril. Filmado na Costa da Lagoa e dirigido por Zeca Nunes Pires, atual diretor do Departamento Artístico-Cultur-al (DAC) da UFSC, A Antrop-óloga retrata a cultura dos mo-radores da região, com todos os mistérios e magias, em con-traponto ao ceticismo de Malu, uma antropóloga portuguesa. É o segundo longa-metragem as-sinado por Zeca Nunes Pires, conhecido por trabalhos envol-vendo a cultura popular catari-nense.

Na trama, Malu, interpreta-da pela atriz Larissa Bracher, chega a Florianópolis para uma pesquisa sobre etnobotânica. No local, a antropóloga conhece Carolina (Rafaela Rocha de Barcelos), uma menina doente que todos desconfiam estar en-volvida com bruxaria, e Dona Ritinha (Sandra Ouriques), a benzedeira mais conhecida da região, que apresenta todo o misticismo da Ilha a Malu. O envolvimento com a possível

cura da menina e com o sobre-natural faz Malu ir ao encontro do desconhecido, deixando to-das as certezas e convicções para trás.

Monocromático - As filma-gens foram feitas em 2006, du-rante 45 dias. “O filme é quase todo rodado na Costa da La-goa, uma região belíssima e de difícil acesso para filmagem. A Costa é tão bonita que resolvi, junto com o Diretor de Fotogra-

fia Charles Cesconetto, dessat-urizar a cor, deixando-o quase monocromático, para chamar a atenção do espectador para a história do filme”, disse Zeca.

O projeto foi vencedor do Edital Cinemateca Catarinense – evento criado para estimular a produção cinematográfica no estado – em 2002 e precisou de 9 anos para ficar pronto, o que resultou em algumas mudanças no roteiro inicial. “O motivo da demora foi o atraso no paga-mento do prêmio por parte do Governo Estadual”, explica Zeca Pires.

O filme será exibido, inicial-mente, em quatro salas dos cin-emas da grande Florianópolis e depois deve rodar o interior do estado. Com orçamento de 1,6 milhão de reais, o longa-me-tragem é patrocinado por Fa-bio Perini, Tractebel Energia, Bonsucesso, Imagem Filmes, Eletrosul, Badesc, Celesc, Fur-nas e supermercados Angeloni e contou com o apoio da Funda-ção Aníbal Nunes Pires, UFSC e Funcine.

Letras adere ao ambiente virtualCurso de Letras-Português implanta aulas semipresenciais este semestre

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Ambiente virtual complementa o aprendizado dos estudantes.Di

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ação

Filme rodará em todo o Estado

O Gratuite é um site que divulga eventos culturais da Ilha, gratuitos ou de baixo cus-to. Os criadores são os estu-dantes de Jornalismo Marianne Ternes, da UFSC, e Cauê Mar-ques, da UNISUL.

Ao conhecer projetos se-melhantes que funcionam como centralizadores de cultu-ra grátis em outras cidades, os estudantes decidiram lançar o Gratuite, que divulga e propõe um espaço de discussão sobre políticas públicas culturais. Para publicar no sítio web é necessário que o evento este-ja de acordo com a proposta editorial do Gratuite.

Como alternativa aos es-paços de anúncios na rede como forma de financiamento, os autores do Gratuite pre-tendem inscrevê-lo em edi-tais que apoiam e concedem recursos para sítios indepen-dentes. Para conferir, acesse: http://www.gratuite.com.br e www.twitter.com/gratuite.

A Antropóloga retrata os mistérios da cultura local

Isadora Machado Ana Paula Mendes

Dayane Ros

Divulgação de Eventos Gratuitos

Jornal do CCE Abril 2011 | Cultura | 7

Page 8: Jornal do CCE 17ª Edição

Jornal do CCE: A senhora é filha de pais surdos e foi criada em um ambiente onde a comunicação não era fácil. Como foi crescer nesta reali-dade?RM: Nasci em uma família de surdos. Não só meus pais, dez pessoas da minha família, na verdade. Convivi com pessoas surdas desde pequena, tanto na família quanto na sociedade, porque os amigos dos meus pais também eram e sempre visitávamos famílias surdas. A Língua de Sinais é minha língua materna. Aprendi de berço, en-quanto o português eu aprendi durante o contato com outras cri-anças, inclusive os filhos dos ami-gos surdos, que também falavam português. Sem esquecer a tel-evisão. Por isso que filhos de pais surdos acabam aprendendo por-tuguês. Tenho as duas línguas des-de pequena.

JCCE: Este foi o maior incen-tivo para transformar a situ-ação pessoal em uma carrei-ra profissional e acadêmica?RM: No começo dava aula de português e meus primeiros alunos eram ouvintes de uma

escola regular. Mas, comecei a ter contato com uma escola de surdos e passei a dar aula, como voluntária para aprender como ensinar. Acabei dando aula desde cedo para alunos surdos. Facilitava trabalhar com essas crianças e esse en-volvimento me fez querer tra-balhar com a aquisição da lín-gua de sinais.

JCCE: O curso de Libras é financiado pelo MEC. Como é o fornecimento de equi-pamentos? Os professores especializados e intérpretes são suficientes?

RM: O curso é voltado para a for-mação de profes-sores, tradutores e intérpretes da língua de sinais dentro do âmbito da educação supe-rior. Foi idealizado para formar pes-soas que já atu-avam no mercado de trabalho, mas que não tinham

formação, como os instrutores e intérpretes. O curso e o di-ploma são da UFSC. O material é produzido com professores daqui. As outras Universidades cederam o espaço e, de certa forma, compartilham essa for-mação. As videoconferências são realizadas aqui e depois

os DVDS e materiais impressos são enviados.

JCCE: A Formatura, da turma de 2006, foi inédita e pioneira. No futuro, há previsão para essas vagas aumentarem no Brasil e no Pólo da UFSC? RM: Com certeza. As univer-sidades de estados que nunca tiveram oferecimento sempre entram em contato. O Mara-nhão, Sergipe, Alagoas e Mato Grosso pedem para nós abrir-mos mais vagas. Só que há uma dependência do MEC, porque este tipo de curso precisa de re-cursos externos. Dependemos dele para continuar investindo no curso e ter certeza de que no futuro abrirão novas turmas. JCCE: O pólo em Salvador se formou no dia 20 de janei-ro. Agora, a UFSC também graduou uma turma. Em que medida as parcerias são im-portantes para a Universi-dade e para outros estados?RM: Na medida em que você forma e qualifica profissionais nessa área, você mostra que os surdos também têm condições de ocupar espaço. Eles passam

a participar em outro nível na sociedade, como educadores. Tem um forte impacto. Cada um desses estados já é diferente. Não é mais como era antes. O curso teve um papel já cumpri-do, de certa forma, no sentido de viabilizar essa formação e garantir a inserção dos surdos nas comunidades locais espal-hadas no país inteiro.

JCCE: Além de ter idéias e projetos que complementam este meio acadêmico, como está o andamento do Projeto Bilíngue Bimodal?RM: Hoje, eu coordeno esse Projeto que significa, basica-mente, ensinar para crianças a Língua de Sinais simultanea-mente com a Portuguesa. Nor-malmente, são ouvintes filhos de pais surdos que precisam adquirir as duas línguas. Ao in-vés da criança aprender inglês e português, ela vai aprender uma língua em outra modali-dade. Tenho parceria com Uni-versidades dos Estados Unidos, e podemos entender como pode contribuir para as teorias de Aquisição da Linguagem.

Precursora do Curso de Letras-Libras na UFSC forma neste ano sua primeira turma

Ronice Müller

“Ao se formarem profissionais, você mostra que os surdos também têm condições de

ocupar espaço”

Mariana Moreira

A professora Ronice Müller de Quadros é coordenadora geral

do curso de Letras-Libras à distância e acompanhou, nos últi-

mos quatro anos, os 51 alunos que formaram a primeira turma

graduada no dia 8 de abril.

A psicóloga gaucha é mestre e doutora em Linguística e Letras

pela PUC-RS. Fez Pós-Doutorado na University of Connecticut e

na Gallaudet University, com especialidade na Língua de Sinais

Brasileira. O decreto 5626, aprovado em 2005, regulamentou

a Língua Brasileira de Sinais como segunda língua oficial do

país. Neste mesmo ano, Ronice passou a fazer parte do Depar-

tamento de Letras e é a principal responsável pela implantação

do curso de Libras na UFSC.

Fran

cisc

a N

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8 | EntrEvista | abril 2011 Jornal do CCE

Ronice ressalta a importância do aprendizado da Língua de Sinais