jornal do baixo guadiana junho 2012

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Director: Carlos Luis Figueira Propriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000 Jornal Mensal Ano 12 - Nº145 JUNHO 2012 PREÇO: 0,85 EUROS Guadiana Baixo Baixo Guadiana JORNAL DO PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADO DE PLÁSTICO OU PAPEL PODE ABRIR-SE PARA VERIFICAÇÃO POSTAL DE 01132011 SNS/GSCS TAXA PAGA PORTUGAL CEM NORTE OFERTA

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Mensário do Baixo Guadiana

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Page 1: Jornal do Baixo Guadiana Junho 2012

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JUNHO 2012 | 1

Director: Carlos Luis FigueiraPropriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000

Jornal Mensal

Ano 12 - Nº145

JUNHO 2012

PREÇO: 0,85 EUROS

GuadianaBaixoBaixo

Guadiana

JORNALDO

PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS

AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADODE PLÁSTICO OU PAPELPODE ABRIR-SE PARAVERIFICAÇÃO POSTALDE 01132011 SNS/GSCS

TAXA PAGAPORTUGALCEM NORTEOFERTA

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2 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JUNHO 2012

JBGJornal do Baixo Guadiana

Editorial

Vox Pop

R: Acho que as autarquias têm um papel fundamental na economia local e caso essa ajuda seja utilizada em prol da população tudo bem. Agora, se é para tapar buracos anteriores e tudo conti-nuar igual não concordo. Se as verbas vão ser bem aproveitadas não posso res-ponder; a verdade é que as autarquias nem sempre são transparentes em dar satisfações como vão gastar o dinheiro. É tudo um lobby.

Nome: Artur CardosoProfissão: Empresário

R: Pelo que sei, vai sair caro às autarquias .... Acho que é uma boa medida, mas que vai sair cara aos con-tribuintes e não sei se terá o efeito que se pretende… Considero que as autarquias que aderirem, talvez vejam os seus autarcas comprometidos nas próximas eleições ....

Nome: Susete SousaProfissão: Engenheira Civil

Diretor:Carlos Luis Figueira

Sub-Diretor:Vítor Madeira

Chefe de Redação:Susana de Sousa

Redação:Antónia-Maria,Carlos Brito,Joana Germano,José CruzVictoria Cassinello

Colaboradores da Edição:Ana BrásAna Lúcia GonçalvesEusébio CostaFernando PessanhaHumberto FernandesJoão RaimundoJosé GuedesMaria Amélia FreitasPedro PiresRui RosaVítor BarrosAssociação AlcanceAssociação GUADIDECOEurope Direct Algarve - CCDRAlge Associação Odiana

Departamento Comercial:[email protected]@gmail.com

Sede e Redação:Rua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21 8950-909Castro MarimTel: 281 531 171Fax: 281 531 080966 902 [email protected]

Propriedade:Associação OdianaRua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21,8950-909 CASTRO MARIMTel: 281 531 171Fax: 281 531 [email protected]

Pessoa Colectiva: 504 408 755

Direção Executiva:Associação Odiana

Design e Paginação:Daniela VazRui Rosa

Impressão:Postal do Algarve, LdaRua Dr. Silvestre Falcão,nº 13 C8800-412 TAVIRATel: 281 320 900

Tiragem desta edição:3.000 exemplares

Registo no ICS: 123554

Depósito legal: 150617/00

JBG ONLINEhttp://issuu.com/jornalbaixoguadianaeFacebook

NIB: 00350 234 0000 586 353 080 Caixa Geral de Depósitos

O novo Presidente da CCDRAlgarve em entrevista que ocupa o centro desta edição revela-nos de forma desassombrada algumas das linhas do que considera mais importante apoiar, realizar, para o futuro do Algarve. Trata-se de um novo para-digma do qual avulta o combate às assimetrias, entre serra, barrocal e litoral, colocar em discussão o modelo vamos seguir para garan-tir a importância do turismo, dar maior importância à agricultura e às indústrias do mar. Paralelamente, na recomposição que está em curso quanto às verbas provenientes de

fundos comunitários, dar prioridade ao apoio a projectos oriundos da iniciativa privada. É neste quadro que também se refere a importância estratégica que podem representar a navegabilidade dos dois Rios mais importantes do Algarve - Arade a Barlavento e Guadiana a Sota-vento - com a importante noticia de estar acordada, finalmente, uma estratégia comum, entre nós e os nossos vizinhos espanhóis, quanto ao desassoreamento do Guadiana, da Foz até Alcoutim. Tais medi-das desde há muito reclamadas por vários sectores da sociedade

são, em geral, boas noticias para o Algarve, mesmo que a sua execu-ção leve tempo a produzir os efeitos desejados. Mas há que recomeçar por algum lado e, sobretudo, definir rumo. A região atravessa nos dias que correm, uma das maiores crises económicas das últimas décadas, com problemas sociais cuja expres-são mais próxima é evidenciada pelo facto de deter a mais alta taxa de desemprego do País, realidade que em muito reflecte o resultado das políticas de desenvolvimento leva-das a cabo nos últimos vinte anos, nas quais predominou a actividade turística, a construção imobiliária que lhes esteve associada e a multi-plicação de comércio e serviços sem grande qualificação. A aproximação do verão e contraria-mente ao sentimento que animava muitos dos que aqui decidiram viver - já que a época alta do turismo representava emprego e acumulação de reservas para o resto do ano - é marcado nos tempos de hoje por um sentimento, misto de insegurança e inquietação, interrogando-se muitos de nós sobre os efeitos negativos que podem vir a produzir-se na região, decorrentes do corte do subsidio de férias, do pagamento de portagens na Via do Infante ou da subida do IVA na restauração. Em meados ou

finais de Setembro estaremos em melhores condições para avaliar o que resultou desta conjuntura par-ticularmente adversa.No País, para além da crise e de algum conformismo que a acompa-nha, apesar dos enormes sacrifícios que estão sendo impostos à maioria dos portugueses, a vida politica é dominada por uma espécie de tele-novela em cujo centro de acção se movem espiões, que se ocupariam a espiar dentro do horário e fora de horas, por sua conta, a vida de cidadãos, a actividade jornalística e a vida de alguns dos seus pro-fissionais, as contas de empresas ao serviço de concorrentes, tudo isto num mar de dúvidas sobre a amplitude das cumplicidades e favo-recimentos envolvidos. O assunto é por demais sério, no qual não há lugar para ingenuidades e assim sendo mereceria um rápido e claro esclarecimento. Para a nossa tran-quilidade e para a saúde do regime democrático.

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

[email protected] Luis Figueira

R: Acho que é bom. É uma boa forma de ajudar a diminuir o endi-vidamento de algumas autarquias, e por sua vez melhorar as condições da população.

Neste momento só nos resta con-fiar...não há outra solução. Penso que por ser entregue a autarquias poderá ser benéfico, pois cada autarquia conhece melhor a sua população que o Governo no geral e saberá qual as suas necessidades.

Nome: Soraia ConceiçãoProfissão: Consultora Imobiliária

R: Depende das necessidades de cada uma das autarquias. E para onde irá esse dinheiro?! Se for bem distribuído tudo bem, se não for não concordo.

Nome: Joana SilvaProfissão: Assistente Social

ABERTURA

Como encara a ajuda financeira, por parte do Governo, de mil milhões de euros para as autarquias?

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JUNHO 2012 | 3

CRÓNICAS

Neste tempo de austeridade e de grande recessão económica que o país atravessa, com a redução do bolo publicitário a cair a pique e a multipli-cidade de plataformas de comunica-ção, cujo exemplo mais marcante são as redes sociais, importa reflectir sobre o estado dos jornais regionais.

Desde sempre, os jornais regionais tiveram um papel de relevo no caudal informativo, no que respeita ao terri-tório e às realidades locais, não sendo despiciente afirmar que os mesmos constituem um dos esteios do poder local, na medida que desenvolvem um jornalismo de proximidade junto das pessoas e das comunidades, onde os jornais nacionais quase não chegam.

Jornais que não obstante terem um horizonte informativo circunscrito, nem por isso abdicaram dos princí-pios que devem nortear um jorna-lismo plural, rigoroso e sério, de que são excelentes exemplos o Diário do Minho, O Açoriano Oriental, o Diário do Sul, o Jornal do Fundão, o Diário de Coimbra e o Jornal do Algarve. Este último, foi fundado pelo saudoso José Barão, que teve um papel decisivo em questões magnas para a região, como a “Operação Algarve Turismo”, a construção do Aeroporto de Faro, a Universidade do Algarve ou a cons-trução da Ponte Internacional sobre

o rio Guadiana. Presentemente, a imprensa regional

vive dias difíceis que se prendem com a continuada quebra das receitas da publicidade, o desaparecimento da publicidade obrigatória e institucio-nal das entidades públicas, nomea-damente das câmaras municipais e a baixa comparticipação do Governo no porte pago, deixando muitos dos jornais à beira do abismo e na contin-gência de terem de fechar as portas.

Contudo, este não é o único factor responsável pela falta de sustentabili-dade financeira dos jornais. A ausência da reconversão tecnológica de muitos

projectos jornalísticos, o modelo de gestão falhado de muitos empresários da comunicação social e as vendas resi-duais de alguns jornais estão a acabar com vários títulos que fazem parte da história da imprensa regional. Isto é tanto mais grave, porquanto estamos a assistir ao fim da acção de serviço público dos jornais, que desempenha uma função vital na informação e for-mação dos cidadãos, mas também no aperfeiçoamento e aprofundamento da democracia representativa.

A grande questão que está sobre a mesa é: como evitar a morte lenta e o silenciamento dos jornais regionais? De

todo e, contrariamente ao pensamento de João Palmeiro, presidente da Asso-ciação Portuguesa de Imprensa, não acredito que seja pela fusão de jornais que o problema da imprensa regional se vá resolver. Repare-se: cada jornal tem uma especificidade própria, que decorre da sua implantação física, e eu não posso impor a um jornal sediado em Portimão que acompanhe o pulsar de Vila Real de Santo António e Castro Marim ou vice-versa.

No caso do Algarve, é imperioso que os empresários da comunicação social percebam que a região não tem capa-cidade financeira nem leitores para poder suportar 10 ou doze jornais. Do meu ponto de vista, a solução passa por apostar em quatro ou cinco títulos, cujo modelo de gestão empresarial seja rendível e tenha em linha de conta os recursos financeiros disponíveis, con-tando com o apoio das forças vivas da região, onde se incluem as câmaras municipais. Só assim poderemos travar a batalha da informação com mestria e denodo a bem da região!

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

Vítor Madeira

O insubmisso

Nisto o mendigo começa, muito alto, no meio do jardim.Esta é a ditosa pátria minha amada, já a menina Eulália se escapulia do consultório a ajeitar a saia plis-sada Ó doutor Lacerda, ó doutor Lacerda!, na esplanada do Cen-tral o Marreco chegou-se atrás a contemplar os sapatos espelhados Senhor engenheiro, isto está que até fere as vistas, mas em lhe parecendo

À qual se o céu me dá que eu sem perigo e o soldado desconhecido permane-ceu impassível na sua peanha, cheio de uma gravidade metálica. O Zeca veio um instante à porta da barbearia espreitar quem passava, de tesoura em riste, era a Dona Judite estu-gando o passo para a missa das seis sob o olhar vigilante da Maria das

Dores que leva uma viuvez virtuosa e muito atenta atrás da cortina. Olha o Engenheiro Saraiva! Mas trazia uma ausência nervosa nos olhos erráticos Sente-se, amigo Lacerda, sente-se. Ó Aniceto, é um cafezinho aqui pro senhor doutor! A menina Eulália dera um retoque na mise e metra-lhava o passeio com recomposto

desdém: toc, toc, toc...Torne com esta empresa já acabada

e a pomba largou uma cagadela no rosto cinzelado É que esta malta não respeita os peões! e o Silva da far-mácia fazia que sim com a cabeça, afagando a haste dos óculos Lá isso, amigo Celestino, lá isso... mas os olhos enredavam-se-lhe nas pernas vidra-das da menina Esmeralda, que toda a gente sabia que andava metida com o Saraiva, o engenheirozeco que traba-lhava no... Olha, olha, não é o sacana ali?! Nesse momento um avião zumbiu no céu de um azul cenário, mas ia tão alto que era como se não fosse a lado nenhum Então a gaja anda aqui ao cheiro! e foi quando o mendigo baixou os olhos para con-cluir de voz embargada

Acabe-se esta luz ali comigo.

bem dá-se mais um polimentozinho! o casal de fora decidiu finalmente entrar na pensão Lisboa quando a famel guinchou pela rua direita quase atropelando o Celestino das finanças Ó sua besta, veja lá por onde anda!, nesse momento o Aniceto veio limpar a mesa e vagueou os olhos cansados pelo bulício morno da rua

José Guedes

Os jornais regionais como polo do desenvolvimento“Em cinco anos perderam-se 30 milhões anuais de envios de publicações da imprensa

regional portuguesa, de um total de 110 milhões do correio editorial.”

João Palmeiro, Presidente da Associação Portuguesa de Imprensa, in Jornal O Algarve

Portugal, como já muitos teóricos e populares disseram já várias vezes, enfrenta uma série de problemas mergulhados num mar negro, chamado crise, tão mais extenso que todos os outros mares em que estivemos mergulhados.

Neste mar, de crise económico-financeira, desagua um rio, tão ou mais negro que esse mar: a crise de valores!

Nesse mesmo rio mergulham os conceitos esquecidos da solidarie-dade, do respeito, da coerência, da união, entre outros conceitos que, para mim, enquanto jovem

desta minha geração (à qual por ser jovem apelidam – como a todas as outras nestas idades – de “rasca”!) não me são tão alheios, quer pela curta experiência de vida que tenho e que adquiro diaria-mente, quer pela forte educação que os meus pais e a minha família me incutiram, no que aos valores respeita.

Não sou mais, nem menos que ninguém. Contudo, por vezes,

dou por mim a pensar “em que sociedade vivo eu agora?”, ou “em quem vou confiar agora?”.

Pois bem, a política é um reflexo da crise que vivemos, não só da económica como a dos valores.

No contexto político que vive-mos hoje em Portugal, não nos unimos para cooperar com um Governo, na esperança de refor-çar Portugal, as suas contas e o seu povo, antes pelo contrário,

tenta-se intoleravelmente – na minha modesta opinião- dividir um Governo, fragilizar um minis-tro, organizar cabalas para destruir um Governo e uma governação, colocando os interesses pessoais a cima dos reais interesses do Estado e do seu povo.

Neste sentido, e para ser direto na questão que quero abordar, não nos podemos deixar manobrar com o que a imprensa escreve, e muito

menos deixar que o que se escreve influencie na totalidade a nossa opinião quer sobre os políticos, quer sobre outras classes. Deve-mos sim, analisar as atitudes, as palavras que essas pessoas pro-ferem, fazendo nós uma análise cuidadosa da pessoa, e julgá-la dessa forma.

Não nos esqueçamos que, hoje, como ontem, a imprensa – infe-lizmente! - serve interesses polí-ticos e económicos, manobrando a informação a bom rigor do que a coordenação editorial assim disser!

Em suma, sejamos livres até ao fim, e nunca deixem que nos tirem aquilo que a geração dos meus avós nos deram de tão delicioso, que é a liberdade de termos voz e opinião, e, acima de tudo, liberdade de pen-sarmos por nós próprios, fazendo julgamentos pela nossa cabeça e não pelas letras que outros têm vindo a escrever!

Miguel Gomes

Portugal do avesso

O CIRCO MÁXIMO

Dia da Raça

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«Akivida» cumpre um ano à frente da Universidade dos Tempos Livres

400 Jovens celebraram a Inclusão

«Salta 2012» já tem vencedores

EDUCAÇÃO

Maria do Rosário Proença é profes-sora na UTL de Vila Real de Santo António, mas há dois anos que exerce a função de forma volun-tária, tendo em 2011 acumulado, também voluntariamente, o cargo de presidente da direção da Akivida. Trata-se da cooperativa de educa-ção, atividades culturais, cidadania e serviços que há cerca de um ano assumiu a gestão da UTL, que até aí estava sob a alçada da empresa municipal vilarealense SGU.

As mudanças que daí advieram foram várias. Desde logo o subsí-dio social que passou de 400 mil euros anuais para os 125 mil, e a independência na gestão dos cursos e recursos materiais e humanos. “A Akivida ainda é uma bebé”, frisa a responsável que adianta ao JBG objetivos traçados pela direção da UTL para incrementar mudanças no sentido do maior acesso ao conhe-cimento.

De referir que a UTL contou no ano letivo 2011/2012 com cerca de 800 alunos e que entre eles as gerações misturam-se. “Esse é o objetivo desta instituição; promo-ver a relação entre as várias gera-ções”, confirma Maria do Rosário Proença que adianta ao JBG que para o próximo ano letivo está a

O Revelim de Santo António, em Castro Marim, foi palco do pro-jeto «Connecting Classrooms», um projeto de três anos promovido pelo British Council, em articu-lação com o Ministério da Edu-cação, através da Direção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular.

Através da ligação sinérgica de escolas, alunos, professores e res-petivas comunidades educativas, o «Connecting Classrooms» tem levado a cabo diversas atividades sob o tema geral da «Inclusão». E foi no Revelim de Santo António

Os oito cursos socioeducativos que decorreram no concelho de Alcou-tim no ano letivo 2011/2012, pro-movidos ao abrigo do Contrato Local de Desenvolvimento Social «+ Inclusão», estabelecido entre o Município de Alcoutim, o Instituto de Segurança Social IP e a Asso-ciação Odiana, já encerraram.

O curso foi encerrado com um jantar-convívio no Castelo de Alcoutim, que contou com a presença do executivo da câmara municipal, que garantiu a conti-nuidade dos cursos no próximo ano, sublinhando a importância deste tipo de projetos no reforço da identidade local. Os cerca de 100 formandos envolvidos na iniciativa marcaram presença na «Casa dos Condes», cuja galeria agora exibe trabalhos resultantes dos cursos. Nesta mostra podem ver-se diferentes recursos natu-rais da região transformados com talento e a recuperação de artes tradicionais, como a tecelagem, os arraiolos e os bordados.

Decorreu na Escola de Cacela, sob a coordenação da professora Marlene Cortez e do professor Rui Silva, mais um momento de atividade fisica no âmbito do projeto Escola Ativa 2012. A avaliação dos alunos do 1º ciclo no «SALTA 2012». Esta atividade decorreu na tarde do dia 22 de Maio, e contou com o apoio de todos os professores das Ativida-des de Enriquecimento Curricular da Escola de Cacela que ajuda-ram na organização do concurso. Até chegarem a este ponto -o da avaliação prática- os alunos trei-naram ao longo de todo este ano letivo, quer nos intervalos esco-lares, quer nas próprias aulas de Educação Física.

Importa dizer que os grandes incentivadores do Salta 2012 nas escolas do concelho são os professores de Educação Física que conseguem sempre imple-mentar excelentes dinâmicas de progressão nos alunos. Neste ano letivo o Salta contou ainda com a ajuda de 3 alunos estagiários da Universidade do Algarve que se deslocaram às escolas do concelho e realizavam com os alunos pro-postas práticas de Salta à corda.

O Salta 2012, é um projeto da autarquia de VRSA em parceria com as escolas do 1ª ciclo do Con-celho de VRSA e com o Direção Regional de Educação do Algarve. O objetivo é ajudar a combater a obesidade infantil através de um aumento da quantidade de atividade fisica. Durante o Mês de Junho todos os alunos (do 1º ciclo) do concelho serão avalia-dos e serão premiados dois alunos por turma A autarquia de VRSA entregará os prémios aos alunos no final do ano letivo.

A direção desta cooperativa, cons-tituída por seis pessoas, é voluntá-ria, e com um ano de existência tem muitos objetivos por cumprir. Uma das grandes metas passa por ganhar maior independência financeira, nomeadamente através de candida-turas a projetos europeus, nos quais já ingressaram sobretudo na área da troca de boas práticas. Com uma inde-pendência total na gestão a «Akivida» prepara o novo ano, “preconizando mais e melhor conhecimento”, asse-gura Maria do Rosário Proença.

ser preparada uma reestruturação na UTL que servirá não apenas os objetivos de contenção financeira, mas “sobretudo irá fomentar o conhecimento e promover a maior relação entre as gerações”. Na calha poderá estar a fusão de cursos e a oferta de «pacotes» de formação, sendo que a inscrição nos cursos poderá ser em áreas diferenciadas que misturem a prática e a teoria. A professora lembra que é preciso contrariar a inatividade cerebral. “A falta de exercício cerebral leva a que mais tarde se percam facul-dades importantes para manter a qualidade de vida”. A responsável acredita que esta reestruturação vai ser bem aceite pelos utentes, com quem tem mantido reuniões sobre este assunto.

Na UTL de VRSA são ministra-dos diversos cursos; desde música, manualidades, história local, equita-ção, entre outros. “Há quem aponte, erradamente, a equitação como um luxo, mas por vezes as pessoas igno-ram que a prática da equitação tem um efeito altamente benéfico em relação a problemáticas dos foros psicológico e motor”.

As aulas nesta instituição termi-nam em meados de Junho, altura em que vai ter lugar na Manta

que se realizou a 19 de maio mais uma iniciativa do projeto que reuniu os alunos das diferentes escolas do Algarve, num total de 400 estudantes, mais restante comunidade educativa.

De acordo com Paula Pereira, professora coordenadora do pro-jeto em Castro Marim, a iniciativa correu de forma “excelente”, num clima de muito convívio e siner-gias pela mesma causa.

Inglaterra, República Checa e Grécia também são parceiros deste projeto que vai para o ter-ceiro ano de existência.

Rota – Centro de Artes e Ofícios – e VRSA – Centro Cultural António Aleixo – a habitual exposição com trabalhos realizados pelos utentes ao longo do ano.

Desafios para a Akivida

A responsável lembra que um dos grandes objetivos da direção da UTL é manter este equipamento apesar das dificuldades económicas. “Estes equipamentos não dão lucros econó-micos, mas dão outros lucros que não se medem”, referindo-se ao âmbito social a que a UTL se propõe.

Cursos socio educativos continuam, garante F. Amaral

Castro Marim

VRSA

Cerca de 400 alunos estiveram no Revelim de Santo António no projeto «Connecting Classrooms»

Maria do Rosário Proença (ao centro) é a presidente da direção da Akivida-totalmente voluntária

A cooperativa «AKIVIDA» está há um ano à frente da Universidade dos Tempos Livres (UTL) de Vila Real de Santo António. A direção luta por maior independência financeira, em tempos difíceis em que os subsídios deixaram de ser a solução.

Page 5: Jornal do Baixo Guadiana Junho 2012

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JUNHO 2012 | 5

VRSA comemorou o 238º aniversário da sua fundação

LOCAL

Na sessão solene os funcionários com mais de 30 anos ao serviço do município foram homenageados

O discurso do líder do município de Vila Real de Santo António ficou marcado por um apelo à união e no combate à crise. Luís Gomes quer os munícipes unidos e mais sensíveis que nunca para as dificuldades, lembrando que os mais carenciados terão sempre apoios da autarquia. Para combater o desemprego Luís Gomes referiu que há que “trabalhar para contrariar o flagelo”, afirmando que a solução para isso passa por criar possibili-dades de negócio para as empresas do concelho”. Apesar de não haver verbas municipais para os empre-sários, devido às dificuldades finan-ceiras do município, a autarquia, em parceria com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), vai apresentar em breve o «Plano Local de Emprego» para reduzir o número de desempregados concelhios.

A clínica de medicina cubana estará para breve no concelho e a relocaliza-ção do parque de campismo de Monte Gordo servirá também o melhor apro-

nio Vicente Campinas. Uma edição municipal que se consubstancia numa oferta do município para a população. Trata-se de uma edição facsimilar, ou seja, é uma edição nova desta obra de 1962 que apresenta uma reprodução exata da edição original, incluindo fontes de letras, escala, ilustrações, diagramação e paginação.

No dia do município o livro foi ofe-recido aos presentes na cerimónia, estando agora para venda a preço de custo de edição.

Também no âmbito dos 238 anos da fundação da cidade a biblioteca muni-cipal de VRSA inaugurou uma exposi-ção que apresenta o espólio artístico na posse do município vilarealense.

veitamento turístico da atual área ocupada por aquela infraestrutura. Turismo tradicional, mas também o turismo de saúde, deverão servir o crescimento económico.

Perante uma plateia de cerca de 600 pessoas, no Centro Cultural Antó-nio Aleixo, o autarca social-democrata frisou que nos últimos três anos o município perdeu 30 milhões de euros de receitas e os 250 mil euros de verba de Orçamento de Estado não chegam para as necessidades. Apesar das dificuldades Luís Gomes pugna por uma atitude de perseve-rança e positivismo; subjacentes no seu discurso.

Homenagens marcam sessão solene

As homenagens marcaram a sessão solene das comemorações. Mais de 40 funcionários, com mais de 30 anos ao serviço da câmara municipal de Vila Real de Santo António, foram

distinguidos; também os clubes locais foram homenageadas.

Entre a Associação Cultural de Vila Real de Santo António e a câmara foi estabelecido um protocolo que atribui por 50 anos a nova sede da associação na escola das Hortas, transferindo a associação assim para a propriedade da autarquia um terreno.

Vicente Campinas também esteve em destaque nesta sessão solene com a atribuição, por parte da Rádio Gua-diana, de uma entrevista cedida pelo escritor àquela rádio local.

Na sessão solene foram também homenageados os melhores alunos das escolas do concelho.

«Fronteiriços» foi reeditado

No dia 13 de maio as comemora-ções passaram também pela biblio-teca municipal de Vila Real de Santo António. Aqui foi apresentada a ree-dição da obra «Fronteiriços» de Antó-

A exposição vai estar patente até ao próximo dia 15 de setembro.

De referir, por último, que as celebrações da fundação da cidade começaram no dia 11 de maio, com a abertura da Feira Histórica, na Praça Marquês de Pombal, que se man-teve até ao final do dia 13. Nos dias 11, 12 e 13 também não faltou a música e animação, com a atuação do Rancho Folclórico da Praia da Manta Rota, o Festival de Bandas Filarmónicas, entre outros. Do pro-grama fizeram parte diversas ativi-dades, tendo destaque os Quadros Históricos sob o mote «Da fundação aos nossos dias», na Praça Marquês de Pombal.

Homenagens marcaram comemorações

VRSA e Castro Marim

Virgem das Angústias mobilizou centenas de pessoas na visita a Portugal

Vila Real de Santo António e Castro Marim receberam a Virgem das Angústias que chegou pelo cais flu-vial da cidade pombalina. Em Vila Real de Santo António centenas de pessoas marcaram presença no cais para assistir à chegada da imagem; um ato considerado histórico pelas comunidades raianas que assistiram a uma sessão solene.

No sábado, dia 19 de maio, a imagem da padroeira de Ayamonte (Espanha) esteve em Castro Marim onde chegou à rua de São Sebas-tião, junto à Igreja, pelas 10h30 e onde esteve até pelas 12h para uma sessão de acolhimento e procissão. Pelas 12h teve lugar a Celebração da Eucaristia, na Igreja Matriz, sendo concelebrada pelos padres Manuel Nóbrega Chícharo, da Paróquia de Castro Marim, e Carlos Javier San-ches, da Paróquia das Angústias.

Centenas de pessoas despediram-se

pescavam no esteiro de S. Bartolo-meu do Sul, em Castro Marim, encon-traram uma caixa hermeticamente fechada, no interior da qual estava uma bonita imagem de Maria com Cristo nos braços, a que as entida-des eclesiásticas de Ayamonte deram o nome de «Nossa Senhora das Angústias, dedicando-lhe a Igreja de «El Baluarte de las Angústias». A Virgem das Angústias foi procla-mada padroeira de Ayamonte a 11 de janeiro de 1756, depois do terra-moto e tsunami ocorrido no dia 1 de novembro de 1755. Trata-se de uma obra barroca anónima, do século XVI, que já sofreu numerosas modificações ao longo dos anos e que apenas deixa entrever parte do modelo original.

A visita da «Senhora das Angús-tias» a Portugal responde aos laços de proximidade cultural que sempre existiram entre as populações aya-montina e portuguesa. A imagem veio

no dia 20 da Virgem das Angústias, no cais fluvial de Vila Real de Santo António, onde a imagem rumou via ferry, até Ayamonte, localidade da qual é padroeira, encerrando assim o fim da deslocação da imagem ao Algarve.

No Domingo, o dia da despedida de Portugal em Vila Real de Santo Antó-nio, as celebrações foram assinaladas por uma missa solene presidida pelo Bispo do Algarve, D. Manuel Neto Quintas, na Igreja paroquial de VRSA, celebração à qual se seguiu uma pro-cissão até à margem portuguesa do Guadiana.

Imagem encontrada no séc. XVI no esteiro de S. Bartolomeu do Sul

Segundo reza a lenda, no final do século XVI, dois irmãos pescadores, espanhóis (Coritos, de apelido), que

Visita da padroeira a Portugal decorreu em VRSA, Castro Marim e Silves

ao Algarve acompanhada pela irman-dade do mesmo nome, bem como pelo bispo da Diocese de Huelva.

A deslocação da imagem pela pri-

meira vez a Portugal foi acordada entre os párocos de Silves e de Aya-monte, em 2008, mas só agora se concretizou.

Os 238 anos da fundação da cidade de Vila Real de Santo António foram celebrados sob um programa diverso, marcado este ano por uma sessão solene onde foram vários os homenageados que se destacam na sociedade pombalina. Também a obra «Fronteiriços» de Vicente Campinas foi reeditada.

A Virgem das Angústias fez uma peregrinação até Portugal, visitando também as localidades de Vila Real Santo António e Castro Marim. A visita a terras lusas decorreu entre 18 e 20 de maio.

Page 6: Jornal do Baixo Guadiana Junho 2012

6 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JUNHO 2012

LOCAL | EL ANDEVALO SUR-OCCIDENTAL * ESPANHA

por Antónia-Maria

Los puentes ibéricos Visita cultural a Ayamonte

La minería en la region del Andévalo

El puente se construyó para unir Norba (Cáceres) con Conimbriga. En el cauce del río Tajo, por encima del puente, se encuentra el embalse y la central hidroeléctrica José María Oriol, uno de los mas importantes de Europa en capacidad embalsada y producción eléctrica.

El puente de Ayuda o Ajuda está situado sobre el rio Guadiana y frente a las localidades de Olivenza y Elvas; lleva mas de 200 años en estado de abandono.

Este viejo puente tiene una longi-tud de 380 metros y 19 arcos.

Fue construido por el rey portu-gués D. Manuel I en 1509 y des-truido en varias ocasiones; en 1643

temente, y la torre de vigía de Canela frente al océano Atlántico para la defensa de la costa de los ataques berberiscos.

La visita fue guiada, de forma magistral, por el profesor Enri-que Arroyo Berrones, que durante muchos años dirigió, y fue el “alma” de las Jornadas de Historia de Ayamonte de esta Ciudad.

durante la guerra de Restauración y en 1709 durante la guerra de Sucesión Española.

El nuevo puente de Ayuda fue construido unos 400 metros mas abajo del antiguo y inaugurado en el año 2000,durante las fiestas de San Mateos, patrón de Elvas.

Después de de 300 años de sepa-ración, Olivenza y Elvas volvieron a estar unidas.

Entre las aldeas de La Codosera y El Marco, en tierras extremeñas, se encuentra el puente interna-cional mas pequeño del mundo, construido sobre el río Abrilongo, hace frontera entre España y Por-tugal.

Los puentes ibéricos construidos entre los países de España y Portugal han servido para derribar barreras físicas que impedían o dificultaban las relaciones humanas y comer-ciales

entre los dos pueblos ibéricosy fronterizos: España y Portugal. Ademas de intensificar el turismo procedente de uno y otro país.

Un ejemplo de ello es el puente internacional sobre el río Guadiana, que creo una alternativa al trans-porte fluvial y a las aglomeraciones de pasajeros en una y otra orilla en otros tiempos.

Este puente, vanguardista y moderno, fue inaugurado en 1991.

Dieciocho años mas tarde, en 2009, fue inaugurado el Puente Internacional sobre la rivera del Chanza, afluente del Guadiana, uniendo las poblaciones del El Gra-nado y Pomarao, convirtiéndose en la tercera vía de comunicación entre la provincia de Huelva y el Alentejo portugués.

El puente de Alcantara sobre el río Tajo, fue construido entre los años 105 y 106 por el arquitecto Cayo Lulio Lacer, es el puente romano mas importante del mundo. Consta de seis arcos que salvan una distan-cia de 214m. y una altura de 48m. en los arcos centrales. Posee en el centro y sobre la alzada un Arco del Triunfo, en el que se adosan dos placas de mármol en las que figuran el nombre del emperador Trajano, a quien se le dedicó junto con la fecha de construcción.

Profesores del país vecino, que forman parte de la Asociación de Solidaridad Social, en el Algarve, realizaron, durante el mes de Abril, una visita cultural a la ciudad fronteriza de Ayamonte.

La visita transcurrió por los lugares mas emblemáticos de este municipio como la iglesia de las Angustias, patrona de la Ciudad, y la de San Francisco, junto al claustro del antiguo con-vento de franciscanos tan ligada a la convulsa historia de frontera con el país vecino.

Junto a esta iglesia, visitamos la casa solariega de los Marque-ses de Ayamonte, convertida hoy, en estudio y lugar de eventos del conocido pintor Florencio Agui-lera.

Otros lugares a destacar fue la visita guiada al molino de mareas del “Pintado”, restaurado recien-

Fueron los fenicios que iniciaron las primeras explotaciones de las minas en la región del

Andévalo, seguidos, más tarde, por los romanos que aplicaron nuevas téc-nicas que se fueron perfeccionando a lo largo de los siglos.

En 1884 entre la Sierra de Aracena y la frontera con Portugal fue descu-bierto uno de los mayores yacimientos de cobre, en la mina llamada Cabezas de Pasto en el término de Puebla de Guzmán. A seguir fueron descubiertas la Codiciada, la Isabela, el Toro…

En 1900, el Consorcio inglés, dueño de estas minas, alcanza su mayor pro-ductividad dando una gran riqueza económica a la zona del Andévalo con la explotación de los yacimientos de pirita en minas como La Calañesa, en el término de Calañas, el Cuervo, Oriente, en la aldea de Pozuelo. Hasta 1960, las minas de pirita y manganeso exportaron 2.400.000 Toneladas de mineral al mercado internacional, cesando su actividad en 1992.

La mina de Soloviejo fue la última en explotación. Algunas como Preciosa o el Cuervo, en el termino de Valverde del Camino, fueron a cielo abierto.

Las minas de pirita, en tierras rojizas y de tonalidades oxidadas por la com-

posición de hierro en sus suelos, suelen estar asociadas al cobre y al oro; de ella también se obtiene el azufre.

Junto al Guadiana, el puerto minero de la Laja, construido en 1858, servia para la exportación del mineral a través de buques pero, dado el poco calado del río, la compañía “The Bede Metal” y, más tarde “Saint-Gobain”, dragaron el puerto para permitir las operaciones de embarque.

Estas estructuras, aun se pueden ver junto a los depósitos de tolvas, lugar

donde el mineral se descargaba.El ferrocarril minero, construido

por esta ultima compañía, funcionó entre 1880 y 1965 y tenia 32Km de recorrido, uniendo las minas de la Her-rerías con el cargadero en el Puerto de La Laja.

La Junta de Andalucía ha catalo-gado este paisaje como de “alto valor de interés industrial” y ha recuperado 17 Kms del mismo, como vía verde para el disfrute de vecinos y visitan-tes.

Los puentes ibéricos han servido para derribar barreras físicas que impedían o dificultaban las relaciones humanas y comerciales entre los dos pueblos ibéricos y fronterizos

La visita transcurrió por los lugares mas emblemáticos de Ayamonte

Fueron los fenicios que iniciaron las primeras explotaciones de las minas en la región del Andévalo

MONUMENTO AL CONTRABANDISTA DEL RíO GUADIANA, EN LA LOCALIDAD DEL EL GRANADO, MUNICIPIO DEL ANDéVALO y FRONTERIzO CON PORTUGAL

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LOCAL

“Tarifa de saneamento básico vai ser revista”

tarem a cobrança de um serviço que não usufruem”. Esta informa-ção foi avançada por Célia Brito, presidente da concelhia do PS de Castro Marim, que avança que “o regulamento aprovado em dezem-bro teve os votos contra do PS, não porque discordássemos do regula-mento em si, mas dos montantes e a inflação que a população iria sentir”, assegura.

Os socialistas defendem que deve-riam ser revistas as taxas aplicadas e que as escolas, comerciantes e associações deveriam ser alvo de protocolos específicos. “Desde logo sabemos que em termos de

senso de quem está à frente de Castro Marim”, garantindo que “o presidente da câmara municipal deixou abertura para ver algumas situações”, estando por isso expec-tável em relação a esta matéria.

Tarifa de Saneamento “vai ser revista”

Contactado pelo JBG o presidente da câmara municipal de Castro Marim, José Estevens, adiantou que esta tarifa “vai ser revista”, fazendo questão de afirmar que “antes do PS ter reclamado já o executivo tinha iniciado o processo de revisão”, acusando os socialis-tas de “oportunismo político” em relação a esta matéria.

“A fixação das tarifas e taxas foi realizada num quadro que se alterou na altura em que entrou em vigor e vamos ter que adaptar o regulamento à nova realidade”, explica o edil. Ou seja, as taxas vão continuar a ser cobradas, mas

comércio a situação está muito crí-tica e com estes aumentos poderá tornar-se insustentável”, argumenta a socialista que defende que “para os comerciantes, escolas e associa-ções deveria haver um protocolo para que as taxas não fossem tão penalizadoras”.

Enquanto presidente da junta de freguesia de Castro Marim, Célia Brito garantiu ao JBG que “à Junta de Freguesia de Castro Marim são cada vez mais os pedidos de ali-mentação que chegam”, referindo que esta “é mais uma razão para as taxas em questão serem revistas.

A autarca diz acreditar “no bom

com ajustamentos. José Estevens, adiantou, ainda, ao JBG que a revi-são ao regulamento vai ter um período de consulta pública para o qual espera a adesão dos muní-cipes. Esta alteração das taxas “vai ser para breve”, foi o que o JBG conseguiu saber junto do autarca social-democrata, que assegura que a postura do executivo que lidera “é de total transparência e diálogo com as populações”, estando, por isso, atento às reclamações que têm sido feitas neste âmbito.

Questionado pelo JBG se, efe-tivamente, há casos em que são cobradas taxas de saneamento básico sem que os munícipes usu-fruam desse serviço José Este-vens respondeu que “pode haver erros, mas estamos a passar a «pente fino» todas as situações e se, efetivamente, se registarem casos dessa natureza os municí-pes deverão informar-nos para que seja devolvida a verba em causa”, assegurou.

Ao que o JBG apurou têm sido muitas as reclamações dos muní-cipes castromarinenses que junto dos serviços camarários contestam o aumento da fatura da água; que se deve ao novo tarifário de sanea-mento básico aplicado no concelho de Castro Marim.

Apurámos também que nas juntas de freguesia as reclamações avolu-mam-se, tendo, inclusivé, saído da Assembleia de Freguesia do Azinhal “um documento assinado, tanto pelo PS como pelo PSD, a contes-

Tal como o JBG anunciou na edição de abril os munícipes de Castro Marim passaram a pagar a taxa de saneamento básico, “para dar cumprimento à Lei das Finanças Locais”, como avançou na altura o presidente da câmara, José Estevens. O autarca adianta agora, no entanto, que essa taxa “vai ser revista” para “se adaptar à nova realidade” dos munícipes; marcada por muitas dificuldades financeiras.

Adianta J. Estevens

Susana de Sousa

Acordo tripartido em cima da mesa para ajudar os animais do canil/gatil

na adoção internacional dos ani-mais”. No entanto, tal como este responsável explica, “para que os animais saiam para adoção precisam de estar devidamente alimentados, limpos e em bom estado de saúde”. Contudo, nos últimos tempos, com o corte de apoio da câmara de Vila Real de Santo António, Lúcio Alves diz que nada está assegurado, “porque não havendo dinheiro para alimenta-ção de todos os animais tudo está comprometido”.

câmara municipal de Castro Marim, em declarações ao JBG mostrou-se sensível à problemática, admitindo que está, efetivamente, em conver-sações com a Guadi e a autarquia de VRSA no sentido de atingir um pro-tocolo de funcionamento do canil/gatil. “É forçado falar em canil/gatil intermunicipal em relação ao qual nunca se protocolou o funciona-mento”, declara, desde logo, crítico o autarca.

O executivo liderado por José Estevens está “aberto a um acordo”, mas o edil castromarinense lembra que “os euros são um bem escasso”, afirmando que o município dará “o apoio possível”. J. Estevens lembra que “é preciso hierarquizar os recur-sos, que por vezes não satisfazem todos”. Entretanto, ao JBG o edil afirmou que o executivo que lidera está a trabalhar no futuro protocolo de administração do canil/gatil inter-municipal e que irá apresentar a sua proposta até 20 de Junho próximo. “Até lá asseguraremos a alimentação dos cerca de 180 cães ali acolhidos”, adiantou J. Estevens, que sublinha que “quando temos crianças que vão para a escola sem tomar o pequeno-almoço, idosos sem dinheiro para pagar a àgua, doentes crónicos sem dinheiro para pagar os medicamen-tos, entre outras situações, é extre-mamente necessário hierarquizar as nossas prioridades dentro de recursos financeiros que são escassos”.

Acordo tripartido poderá ser salvação

Ao que o JBG conseguiu apurar, está em cima da mesa um acordo tripartido que poderá ser a salva-ção destes animais, permitindo que se efetive a adoção internacional. Em declaração ao JBG Concei-ção Cabrita, vereadora da câmara municipal iluminista, com a res-ponsabilidade do canil, admitiu as dificuldades financeiras da câmara, mas avançou que “estão a ser feitos todos os esforços para que se chegue

Recentemente a comunidade jun-tou-se para um espetáculo de soli-dariedade. O objetivo foi ajudar a causa dos animais abandonados que são acolhidos no canil/gatil intermunicipal Castro Marim/Vila Real de Santo António. Em média esta infraestrutura localizada em Castro Marim tem cerca de 400 animais, entre cães e gatos, que ali recebem a alimentação, os cuidados de higiene e vacinação, sendo também promovida a sua adoção. Mas para que estes cuida-dos básicos sejam possíveis, muita é a «ginástica» de gestão da Guadi que desde Dezembro de 2011 não conta com o subsídio da câmara municipal de Vila Real de Santo António, devido a restrições finan-ceiras desta autarquia.

Ao JBG Lúcio Alves, presidente da Guadi, explicou que apesar de todas as dificuldades “há uma luz ao fundo do túnel que em breve poderá ser a salvação destes ani-mais”, adiantando que “existe uma associação internacional que está em comunicação com a Guadi e que se mostrou comple-tamente disponível para ajudar

a um protocolo tripartido entre a Guadi, câmara de VRSA e câmara de Castro Marim”. Um acordo que consistiria na partilha de responsa-bilidades no canil. VRSA asseguraria o pagamento dos três funcionários da Guadi, Castro Marim a alimen-tação e a Guadi manteria a gestão do Canil com toda a dinâmica que lhe está associada.

Enquanto este acordo entre as três entidades não se concretiza “a câmara de VRSA tem assegu-rado dentro das possibilidades a ração que a Guadi tem solicitado e também a colaboração com o veterinário municipal”, garantiu a vereadora.

Não ao abate

Neste canil/gatil não se pratica o abate dos animais, promovendo-se acima de tudo o seu bem-estar e adoção. Conceição Cabrita admite “que esta postura tem granjeado muita simpatia por todo o país, o que se tem refletido no aumento de doações e práticas de volun-tariado”. Apesar de todas as difi-culdades existentes atualmente a vereadora garantiu que “a solução nunca passará pelo abate”.

Castro Marim dará “o apoio possível”

José Estevens, presidente da O acordo tripartido será estabelecido entre a Guadi e as câmaras munici-pais de VRSA e Castro Marim

A associação Guadi, de Vila Real de Santo António, gere o canil/gatil intermunicipal Castro Marim/VRSA, debatendo-se com muitas dificuldades e na incerteza do futuro dos cerca de 400 animais que estão ali acolhidos.

Canil/Gatil intermunicipal

Susana de Sousa

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GRANDE REPORTAGEM

Há cursos que são autênticas alternativas para muitos jovens em percurso escolarEm Portugal a escolaridade obrigatória é o 12.º ano e para combater o insucesso, absentismo e abandono escolares estão em vigor os Programas Curriculares Alternativos (PCA) e os CEF (Cursos de Educação e Formação). Estas são alternativas que podem surgir logo no primeiro ciclo de ensino, como é o caso dos PCA. Os alunos que frequentam os PCA e os CEF são uma minoria, que estando de costas voltadas para o ensino dito «normal» seguem uma segunda via que os motiva mais para a Escola. Por outro lado, no ensino secundário em Vila Real de Santo António 50% dos alunos já escolhem os cursos profissionalizantes, que dão acesso a duas saídas: o trabalho ou o ensino superior. Os cursos profissionais servem as apetências dos jovens, mas também preparam mão-de-obra especializada que faz falta no mercado de trabalho.Ainda no percurso das ofertas curriculares, também em terras pombalinas, existe a Escola de Hotelaria e Turismo (EHT) que no ano letivo 2011/2012 bateu recordes no número de alunos, que já definiram aquilo que querem ser num futuro que está à espreita.

Susana de Sousa

de alunos, também uma minoria, que prefere fazer um percurso dentro da escola que se baseie num ensino mais prático e que ensine ofícios. Quando são criados têm em vista, igualmente, corresponder às empresas privadas existentes no território de modo a que os alunos tenham oportunidade de realizar o seu estágio em contexto de trabalho. “Há que ter em conta diversas vertentes quando se projeta um CEF de modo a que corresponda às expectativas dos jovens, mas que também faça sentido para o mercado de trabalho que vê nestes jovens poten-ciais profissionais no futuro”.

Adelaide Rosa contou em 2011/2012 com duas turmas de CEF no terceiro ciclo. Ao longo dos anos as ofertas têm sido diferenciadas; desde manutenção hoteleira, mesa e bar, manutenção de campos de golfe, sendo que os CEF são abertos de acordo com a informação do Instituto de Emprego e Formação

Profissional (IEFP) para a melhor inte-gração no mundo de trabalho.

São cursos que acarretam um número de horas superiores ao ensino regular e “muitas vezes estes alunos não têm as férias como os restantes, precisamente porque têm que cum-prir um número de horas superior e a componente de estágios muitas vezes também os obriga a estar em contexto de trabalho quando os restantes alunos estão em interrupção letiva”.

Quando terminam o curso – curricu-lar e estágio - os alunos adquirem uma dupla certificação. E têm sido muitas as entidades privadas, sobretudo em Vila Real de Santo António e Castro Marim, que têm acolhido os alunos.

Adelaide R. refere que é no terceiro ciclo onde se registam um maior número de turmas CEF, sobretudo compostas por aqueles que já têm no seu percurso escolar um número superior de retenções.

A experiência destes cursos mostra que ano após ano a frequentar os CEF e a conseguir ultrapassar as várias etapas os alunos “vão ganhando uma elevada autoestima, ficam mais motivados e ganham uma maturidade e postura diferentes”, sublinha a responsável na D. José I, avançando que “estes cursos são cada vez menos vistos com preconceito por parte da comunidade escolar”.

Mas, apesar desse preconceito ter tendência para se dissipar, a verdade é que ainda há encarregados de edu-cação que não aceitam que os seus encarregandos sejam encaminhados para um CEF. “Isto acontece devido a ideias pré-concebidas da comu-nidade ou por terem para os filhos expetativas diferentes que querem ver concretizadas”. Adelaide Rosa recorda que “ a última palavra é sempre dos encarregados de edu-cação”.

Adelaide Rosa e Cristina Silveira estão à frente dos dois agrupamen-tos escolares de Vila Real de Santo António; concelho que tem o maior número de alunos do Baixo Guadiana, e que recebe ao nível do secundário, os jovens estudantes que chegam de Alcoutim e Castro Marim. Estas res-ponsáveis lidam diariamente com casos de insucesso, absentismo e risco de abandono, ou abandono efetivo, e dão conta da importância dos «PCA» e dos «CEF». São siglas que para muitos não passam disso mesmo, que para outros se consubstanciam de precon-ceito, mas que para muitos outros são o passaporte para a integração plena no mundo da escolaridade obrigatória, que atualmente se fixa nos 12 anos.

Ora, os «PCA» não são mais do que «Percursos Curriculares Alternativos» criados para os alunos que desde muito cedo têm percursos escolares muito conturbados, marcados por absen-tismo, insucesso ou risco de aban-dono escolar. Adelaide Rosa explica que “não se incluem aqui alunos com dificuldades de aprendizagem nem problemas de saúde, pois esses têm um acompanhamento especial dentro de uma rede que inclui a escola, psicó-logos (NEIP) e centro de saúde”. Ou seja, são aquelas crianças, e até alunos em idade já adolescente, que sofrem muitas retenções e que por completa desmotivação pelos livros chegam a ter 12 anos e a frequentar ainda um quarto ano de escolaridade. Situações denominadas «limite» que carecem de um percurso escolar adaptado à sua medida. “Temos de agir porque o grande risco que estes alunos oferecem é o abandono escolar que é preciso evitar a todo o custo”, sublinha Ade-laide Rosa.

Os «PCA» não acarretam nem mais facilidade, nem menor número de horas, garante a professora Adelaide Rosa, explicando que se trata de um

currículo escolar que oferece um ensino mais prático e cujas matérias vão de encontro às apetências dos alunos. “Têm como base o currículo nacional que é obrigatório, mas adequado ao nível dos interesses dos alunos. Man-temos a Língua Portuguesa e Mate-mática; as disciplinas nucleares, até porque estes alunos, para além deste conhecimento básico, têm de estar igualmente preparados para fazer os exames, se assim o desejarem, de forma a integrar o currículo regular. Nunca é uma via fechada para os alunos; podem sempre optar no 6.º ou 9.º anos por mudar de currículo. Senão mantêm-se num currículo alter-nativo ou num CEF que dura um ou dois anos”.

A diretora do agrupamento D. José I - com escolas desde o primeiro até ao terceiro ciclo, em Monte Gordo e Vila Real de Santo António – teve durante o ano letivo 2011/2012 uma turma PCA de 5.º ano com 16 alunos “que ganharam uma visão diferente da escola e elevaram a sua auto-estima pelo facto de verem correspondidas as suas motivações no ensino”. Este PCA foi mais vocacionado para a exploração da natureza e ambiente, conciliando as novas tecnologias e as atividades desportivas.

A minoria que frequenta este ensino é originária de contextos familiares, culturais e sociais diversos, tendo em comum a falta de apetência pela insti-tuição Escola. Por sua vez, as famílias são acompanhadas através do «Gabi-nete de Apoio ao Aluno e à Família», de modo a que todos percebam a necessidade de integrar os jovens em contextos educativos alternativos.

A eficácia dos «CEF»

O universo do agrupamento D. José I conta com cerca de mil alunos. Só a partir dos 15 anos é que os jovens podem integrar um «CEF». Estes cursos cumprem diferentes objetivos. Desde logo adaptam-se a um grupo

As turmas de Cursos de Educação e Formação abrangem áreas muito diversificadas no ensino

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GRANDE REPORTAGEM

Há cursos que são autênticas alternativas para muitos jovens em percurso escolar

A importância dos cursos profissionais no Secundário

Cristina Silveira é diretora do agrupamento de escolas de VRSA e recorda que na sociedade portu-guesa “as vertentes profissionalizan-tes nunca foram muito valorizadas”. Mas a responsável também afirma que “a evolução da escola fez perce-ber que a componente profissional é essencial”, lembrando que “tem que haver efetivamente duas vertentes; uma para estudos e outra para o mercado de trabalho e isto não tem a ver mais do que com a necessi-dade da comunidade”. Na Escola Secundária de VRSA funcionam os Cursos Científico-Humanísticos, os Cursos de Educação e Formação e os Cursos Profissionais. No que diz res-peito a estes últimos, Cristina Silveira lembra que “há uma ideia errada de que são mais fáceis”, afirmando que é necessário desmistificar essa ideia. “O ensino profissionalizante não é mais fácil; é diferente, com motiva-ções diferentes, baseado noutro tipo de metodologias. Um aluno de um curso profissional tem de trabalhar de forma igual, a diferença é que um preconiza o mundo do trabalho e o outro o ensino superior”.

A realidade mostra que os cursos profissionais são os que têm maior taxa de abandono e Cristina Silveira explica que isto acontece porque há alunos que ingressam nos cursos profissionais pensando que só vão encontrar facilidades, “o que é um erro”, reitera. Apesar dos alunos não serem alvo de notas em três perí-odos seguidos, fazem esses cursos através de módulos e não podem deixar nenhum módulo para trás, seja durante o curso ou em fase de exame. Um preconceito que às vezes leva a atrasos no percurso curricu-lar. A maior parte das desistências é entre rapazes. “As raparigas são mais maduras e traçam melhor os seus objetivos”.

Os cursos profissionais têm uma componente geral, científica e téc-nica de 3100 horas em que 460 são em estágio.

Remetendo ao início dos cursos profissionais na escola secundária vilarealense, a história mostra que o primeiro curso profissional foi na

área da refrigeração, cuja adesão foi em grande parte dos rapazes. Depois vieram os cursos na área da animação sociocultural, energias renováveis, informática e música, ganhando, assim, maior adesão por parte das raparigas. Por isso mesmo, agora, tanto elas como eles frequen-tam os cursos profissionais.

Outro dado a registar é que as raparigas que optam pelos cursos profissionai têm maior tendência do que os rapazes em dar conti-nuidade os estudos, ingressando para isso no ensino superior. A realidade mostra, ainda, que 50% dos estudantes na secundária em VRSA frequentam os cursos profis-sionais e outra metade os Científo-Humanisticos.

Cristina Silveira explica que a oferta formativa, no que diz respeito aos CEF e Cursos Profissionais, é projetada em rede, de acordo com as apetências e percursos escolares dos alunos do agrupamento D. José I, mas também dos agrupamentos de escolas dos con-celhos vizinhos de Castro Marim e Alcoutim; com o IEFP e as empresas privadas de VRSA e concelhos limí-trofes.

É importante referir que os alunos ao longo do 9.º ano têm ações de formação vocacional para os ajudar dentro das opções à disposição.

Até agora não é possível afirmar que a crise esteja a afastar alunos do ensino obrigatório. “Não há dados que o justifiquem afirmar”, remata a professora Cristina Silveira.

Nunca a Escola de Hotelaria e Turismo (EHT) de Vila Real de Santo António teve tantos alunos como no ano letivo 2011/2012. Foram, no total, 115 alunos distribuídos por seis turmas. Tamanha adesão chegou a colocar constrangimentos ao nível de estru-tura, recursos humanos e financeiros. Também o curso «Produção e Gestão de Cozinha» bateu o recorde com 25 alunos, sendo que houve três can-didatos que não tiveram vaga para entrar. David Murta, diretor da EHT de VRSA diz que, nomeadamente, a cozinha está na moda, explicando assim o sucesso deste curso, vocacio-nado para alunos que já completaram o 12.º ano.

Em preparação de um novo ano letivo tudo indica que o número de alunos seja semelhante, ou superior, ao do ano que agora finda, sendo que a oferta formativa 2012/2013 vai sofrer uma baixa. “Não vamos abrir o curso de nível 5 de «Produção e Gestão de Cozinha» porque apenas temos uma cozinha. Foram estuda-das várias hipóteses, desde aulas ao sábado ou noturnas, mas as limita-ções humanas e financeiras não per-mitem”, adiantou o responsável.

Em 2011/2012 funcionaram três cursos: um de nível 5 – curso de especialização tecnológica em gestão e produção de cozinha para alunos com o 12.º ano. E dois cursos de nível quatro para alunos com o 9.º ano: técnicas de cozinha e pas-telaria e técnicas de restauração e bebidas. Estes últimos são de dupla certificação, ou seja, profissional e escolar. A direção da escola garante que mantém um contacto com ex-alunos e fazem estudos para saber a sua taxa de empregabilidade. Os dados de 2011 refletem que na época baixa cerca de 85% dos ex-alunos da EHT estavam ativos; a trabalhar ou a estudar.

A importância dos estágios

De acordo com David Murta “os

No ano letivo de 2011/2012 esta escola recebeu 115 alunosestágios são muito importantes para preparar os alunos para o mundo do trabalho e completar a aprendizagem que adquirem na instituição”.

A partir de meados de Junho 80 alunos vão estar a estagiar, em Por-tugal e no estrangeiro. Cinco alunos vão para países como França, Bélgica e Alemanha.

“Um bom estágio é um grande passo para um contrato de trabalho no final do curso”, sublinha o dire-tor, lembrando que a missão desta escola, vocacionada para o turismo, “é contribuir para dinamizar a eco-nomia local”.

David Murta destaca negativamente a desistência de alunos por motivos financeiros. Apesar da escola atribuir apoio social aos estudantes com maio-res dificuldades financeiras, cerca de nove jovens não tiveram condições para se manter, vendo, assim, o seu futuro adiado.

Desafios e projetos futuros

Em 2012/2013 serão cerca de 130 alunos. O objetivo é “manter a qua-lidade da formação e manter esta escola como um produto/serviço de referência do Algarve região”, afirma David Murta que coloca como desa-fios melhorar as relações com o setor privado para quem se destina toda a formação e fomentar workshops e cursos de formação para ativos na escola.

De referir que a EHT de VRSA é parceira na candidatura, liderada pela câmara de Tavira, da Dieta Mediter-rânica a património Mundial. Tem, igualmente, em fase de apreciação uma candidatura Comenius apre-sentada em parceria com escolas de França (Guérande), República Checa e Noruega, na área da produção do peixe até à sua confeção. E caso seja aprovada em Outubro começarão a trabalhar nesse sentido. Há também a ambição desta escola colaborar com uma escola da área na Isla Antilla, na Andaluzia. “São projetos a que

nos propomos para elevar a nossa dinâmica e melhorar toda a nossa performance”, foca o diretor.

Ângelo e André já desenharam o futuro

Ângelo Oliveira e André Caeiro são dois alunos da Escola de Hotelaria e Turismo pombalina. Frequentam ambos o segundo ano, mas em cursos diferentes. Ângelo, 19 anos, ingres-sou no curso de técnicas de bar e restauração. Em breve vai iniciar um estágio em La Baule, França, numa unidade hoteleira de 2 estrelas. Será um estágio de 480 horas, que se deverá prolongar entre junho e setembro. Porque nasceu em França, e lá viveu muitos anos, não terá difi-culdade na comunicação e está con-fiante que neste estágio irá adquirir técnicas profissionais que o permitam crescer ao nível pessoal, escolar e pro-fissional. O seu percurso escolar a certa altura tornou-se mais profissio-nalizante porque diz que nunca teve “muita queda para os livros”, sendo daqueles alunos que aprende “muito melhor praticando”. Frequentou no terceiro ciclo um CEF de Cozinha e desde então que frequenta estágios que o têm ajudado “muito a perceber o contexto de trabalho”. Mas a fre-quentar a EHT também tem que ler livros e aprender matérias mais teó-ricas, reconhecendo que são matérias “essenciais que contribuem para a cultura geral, de modo a estabelecer uma conversa com os clientes”.

Por sua vez, André Caeiro, 18 anos, de Castro Verde, no Alentejo, garante que a opção de ingressar numa escola de turismo foi a sua primeira von-tade e que tem que ver com a sua apetência para o setor turístico. A frequentar o curso de cozinha e pas-telaria garante que procura inovar em tudo o que faz. Admite que as matérias teóricas são mais complica-das e sente-se como «peixe na água» quando está a praticar.

Este ano participou em dois concur-sos na área de pastelaria. Um interes-colar do Turismo de Portugal em que em 14 participantes ficou em quinto lugar. No «Campeonato das Profis-sões», que decorreu em Faro e que juntou cerca de 300 jovens, ficou-se pelo quarto lugar numa prova que juntou cinco participantes.

Quando terminar o curso gostaria de ir trabalhar para um cruzeiro, mas sabe que as oportunidades não são muitas e não sabe se teria coragem de estar seis meses longe da família e amigos. Já decidiu que quer ficar pelo Algarve e depois seguir para voos mais altos. Este ano irá estagiar no Hotel Sheraton, estando, por isso, com elevadas expetativas.

Escola de Hotelaria e Turismo bate recordes no número de alunos

Um aluno de um curso profissional tem de trabalhar de forma igual, a diferença é que um preconiza o mundo do trabalho

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LOCAL

Ecovia percorre o Algarve, desde Sagres a VRSA

A 3 de maio a manhã foi utilizada para percorrer os trilhos de Tavira, Castro Marim e VRSA. Mais tarde o salão Nobre da autarquia vila-realense recebeu uma conferência destinada a fazer o levantamento dos pontos fortes e fracos de toda a travessia inspetiva. Ao logo do debate, representantes das 12 autar-quias envolvidas no troço da Ecovia, deixaram sugestões para aumentar a procura daquela infraestrutura e o conforto e segurança dos utentes. Salientaram também a importância de realizar anualmente este tipo de diagnóstico. No campo das priori-dades, foi identificada a necessi-dade de requalificar a sinalização ao longo de toda a via, repondo o material (painéis, placas e marcos) que tem sido alvo de vandalismo ou roubo. De acordo com o coordena-dor do projeto Ecovia, Jorge Coelho, a solução para as autarquias resol-

verem o problema de uma forma rápida e não onerosa pode passar pela «colocação de sinalética de baixo custo», recorrendo a sis-temas de marcação semelhantes aos utilizados nas rotas pedestres. Também presente na conferência, o vice-presidente da câmara muni-cipal de VRSA, José Carlos Barros, destacou a necessidade de repensar a sinalização dos troços urbanos da Ecovia (normalmente caracterizada por uma linha azul ou por pictogra-mas) e de a articular com outras redes cicláveis, «aumentando a sua densidade». «Em VRSA, como nou-tros concelhos, as bicicletas têm de ser vistas como parte integrante da estratégia de desenvolvimento eco-nómico e turístico das localidades. É aliás, por esta razão, que a Ecovia deve ser entendida como um projeto em permanente construção», nota o também responsável pela pasta

Ecovia do Litoral precisa de mais sinalização

No âmbito do protocolo estabe-lecido entre a Câmara Municipal de Vila Real de Santo António e a Rede Ferroviária Nacional (REFER), foi já concluída a auto-matização com meias barreiras e sinalização sonora e visual das passagens de nível do Matadouro (Vila Real de Santo António) e das Hortas (partilha da freguesia de VRSA com a freguesia de Monte Gordo).A medida faz parte do processo de melhoria das condições de segu-rança no atravessamento da via-férrea no concelho de Vila Real de Santo António e incide sobre dois locais onde se têm verificado alguns acidentes graves ao longo dos últimos anos.A nova sinalização irá beneficiar dezenas de famílias e empresas que veem assim cumprida uma

justa pretensão.A automatização destas passagens de nível segue-se a outras inter-venções já realizadas no concelho, como foi o encerramento ao trá-fego automóvel da passagem de nível da Fonte Santa (freguesia

de Vila Nova de Cacela).Também na localidade das Hortas, foram anteriormente vedados à circulação automóvel outros pontos de atravessamento da via-férrea que não reuniam todas as condições de segurança.

Matadouro e Hortas já têm guarda em passagens de nível

Fissuras

Alertam técnicos

As piscinas municipais de Vila Real de Santo António vão con-tinuar condicionadas. A notícia foi avançada por Luís Gomes, presidente da câmara municipal de VRSA, ao «Jornal do Algarve», após vários meses de fecho deste equipamento.

Atualmente só está em fun-cionamento o tanque com três pistas, que foi inaugurado em

2011. Também àquele órgão de comunicação social regional Luís Gomes deu conta que a despesa com gás ascende aos 15 mil euros, criticando o equipamento proje-tado pelo executivo socialista, que o antecedeu; segundo Luís Gomes “as piscinas não são deste século”, pelo facto, diz, de não ter sido alvo de “qualquer tipo de equilíbrio energético”.

Desde o final do mês de abril que as duas passagens ferroviárias de Vila Real de Santo António, até aqui desprovidas de guarda, estão apetrechadas de meias-barreiras. Para trás ficam acidentes mortais muitas vezes atribuídos à falta de segurança.

Foi em Vila Real de Santo António que terminou a I Travessia da Ecovia do Litoral; uma iniciativa que envolveu técnicos e responsáveis do projeto e que levou 40 pessoas a percorrer em bicicleta o setor final entre Tavira e VRSA.

Medida surge de protocolo entre o município de VRSA e a REFER

As piscinas estão encerradas devido a fissuras

O acesso às piscinas de VRSA vai manter-se condicionado

do ambiente. No encerramento da sessão estiveram presentes repre-sentantes da Entidade Regional de Turismo do Algarve (ERTA), da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) e da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve que, em uníssono, apelaram para que o projeto da Ecovia, já com uma década, não seja travado pelos constrangimentos económicos das entidades públicas e privadas.

Ecovia tem 214 quilómetros

A Ecovia do Litoral percorre toda a costa do Algarve, numa extensão de 214 quilómetros, desde o Cabo de S. Vicente (Vila do Bispo) – quiló-metro zero – até Vila Real de Santo António.

O desenvolvimento do projeto

resulta de uma parceria entre a Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), a CCDR do Algarve e o Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) – Parque Natural da Ria Formosa.

Por sua vez, em VRSA, foram construídos 30 quilómetros de ciclo-vias em 4 anos, rotas que incluem o percurso da Ecovia do Litoral. A

informação é avançada pela câmara municipal de VRSA que em comu-nicado avança que “as ciclovias do concelho têm apresentado uma utilização considerável, principal-mente no trajeto da Ecovia, na zona da Manta Rota/Ribeira do Álamo, e em Monte Gordo, nos percursos no interior da Mata e na antiga EN 125”.

VRSA

CMVRSA

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JUNHO 2012 | 11

LOCAL

O novo regulamento pugna pelo cumprimento das regras no espaço público

Espaço Público de VRSA tem novo regulamento

O novo regulamento foi publicado em Diário da República, no dia 30 de março de 2012 e esteve em discussão até ao passado dia 16 de maio, sendo que a autarquia já levou a cabo várias sessões de

esclarecimento sobre a matéria. O diploma pretende dotar o

concelho de um instrumento que controle toda a ocupação do espaço público na área do municí-pio de VRSA, estipulando, de uma

forma clara, as responsabilidades da autarquia e dos munícipes. Contém mecanismos para garan-tir o cumprimento das regras de ocupação do espaço público – seja com mobiliário urbano, publici-dade ou exposição de produtos –, salvaguardando a imagem do concelho, a segurança dos cida-dãos e a convivência entre os seus utilizadores.

Toda a informação é avançada pela autarquia em comunicado que explica que “as normas con-tidas no documento estão adap-tadas aos princípios da medida «Licenciamento Zero» (inserida no programa Simplex), que visa a dis-pensa de licenciamento de alguns atos conexos à abertura de esta-belecimentos, substituindo-os por mera comunicação prévia ou por comunicação prévia com prazo a efetuar via internet no Portal da Empresa”.

Este novo Regulamento Munici-pal “torna igualmente claros os cri-térios adicionais a aplicar em áreas tuteladas por entidades externas, como o Núcleo Pombalino de VRSA, e deve ser entendido como parte integrante de um conjunto mais vasto de medidas regulamentares que o executivo está a implemen-tar”, acautela o município.

Já foi provada a proposta do Plano de Ordenamento do Espaço Público – ocupação com esplanadas na zona pedonal de VRSA - onde se especificam as medidas para disciplinar as áreas de esplanadas e se formalizam as regras de ocu-pação do espaço público para os estabelecimentos de restauração e bebidas.

Para os interessados o docu-mento, bem como as formas de participação, estão também disponíveis para consulta em:

www.cm-vrsa.pt.

Ricardo Bernardino, coordenador do Gabinete de Ação Local (GAL) Terras do Baixo Guadiana adiantou ao JBG que nunca se registou um número tão elevado de Pedidos de Apoio (PA) ao Sub-programa 3 do Proder – o Programa de Desenvol-vimento Rural, gerido no território pela «Associação Terras do Baixo Guadiana». “É um número recorde e é preciso dizer que as candida-turas chegaram-nos de todos os concelhos afetos a este GAL, ou seja, Mértola, Alcoutim, Castro Marim, Vila Real de Santo Antó-nio e Tavira”.

No total o valor de financia-mento em causa é de cerca de 9 milhões de euros – mais precisa-mente, 8.968.609,92 euros. A que corresponde uma despesa pública de mais de 5 milhões de euros – 5.287.698,87 euros. Mas na rea-lidade há pouco mais de metade desta verba pública para estes PA. “A verba disponível para apoiar os projetos neste concurso é, preci-samente, de 2.762.113.61, o que corresponde a 52% do investimento em causa”. Ricardo Bernardino congratula-se com a adesão dos promotores e, apesar de consta-

tar que não há dinheiro suficiente para todos, diz que é “positiva” a forma como os habitantes nestes cinco concelhos encaram esta opor-tunidade de candidatar projetos de desenvolvimento para o território.

Candidaturas por concelho

Concelho a concelho é possível verificar que os volumes de inves-timento afetos aos PA são similares.

Em Mértola o investimento apresen-tado é de 2.422.810,91 euros, a que corresponde uma despesa pública de 1.444.480,71 euros. Em Alcou-tim o investimento é de 2.002.579, 51 euros com uma despesa pública 1.234.763,22 euros. Castro Marim tem um investimento apresentado de 2.568.556, 04 euros, represen-tando uma despesa pública de 1.523.413,48 euros. Já em VRSA o investimento é de 74.027,05 euros com uma despesa pública de

29.610, 82 euros e Tavira o inves-timento é de 1.900.636,41 euros afetos a uma despesa pública de 1.055.430,64 euros.

De referir que Tavira tem afeta a este GAL três freguesias, VRSA uma e Mértola cinco freguesias, enquanto os restantes concelhos são abrangidos na totalidade.

Prevalência de Turismos Rurais e Animação Turística

Mais uma vez os projetos de Turismo Rural estão no topo das candidaturas apresentadas. Também a Animação Turística está em maioria neste concurso do sub-programa 3 do PRODER. Ambas as tipologias enquadram-se na medida 3.1.3 «Desenvolvimento de Atividades Turísticas e de Lazer».

Ricardo Bernardino acredita que a adesão ao PRODER revela um trabalho de bastidores em que o programa é apresentado nas várias freguesias dos concelhos afetos ao GAL, relevando o facto que “os projetos estão bem divididos no território”.

Com este volume de projetos o objetivo deste GAL é aplicar toda a verba disponível no programa, o que teoricamente significa que até ao final do período de programa-ção, e sendo a verba toda esgotada, não deverá abrir mais nenhum con-curso neste território.

64 projetos apresentados batem recorde no Proder

Entre Mértola e Tavira

A Empresa Municipal Sociedade de Gestão Urbana (SGU) fechou o ano de 2011 com resultados líqui-dos positivos de 63,769 euros, o que representa um crescimento exponencial em relação ao ano de 2010.

Os valores foram aprovados em sede de reunião de Assembleia-Ge-ral, o que configura um acréscimo de receita superior a 4,5 milhões de euros.

“Na base das boas prestações da empresa municipal está a crite-riosa gestão dos ativos, bem como o esforço de controlo orçamen-tal”, pode ler-se num comunicado enviado às redações, que adianta que “prevê-se que em 2012 os resultados se mantenham positi-vos em virtude da exploração dos novos parques de autocaravanismo e do início da operação da área de reabilitação urbana do centro his-tórico de VRSA.

Para o presidente da autarquia de Vila Real de Santo António, Luís Gomes, “os números indiciam uma política de equilíbrio”, meta que é sustentada “pelo Plano de Conten-ção Financeira, em vigor há mais de meio ano e que permitiu aos cofres municipais uma poupança superior a um milhão de euros”.

Luís Gomes recorda que “a empresa municipal tem um patri-mónio que atinge cerca de 100 milhões de euros, o que, a longo prazo, minimiza e dá sustentabi-lidade aos resultados dos anos transatos”.

No total são 64 Pedidos de Apoio no âmbito das duas medidas disponíveis, no total de cinco ações. De todos os concelhos afetos ao Gabinete de Ação Local do Baixo Guadiana chegaram projetos que representam mais do dobro da verba disponível.

ANAFS assinou protocolo com bombeiros de VRSA

Ricardo Bernardino avança que projetos representam mais do dobro da verba disponível

Empresa Municipal SGU com resultados positivos em 2011

VRSA

CMVRSA

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LOCAL

Concluída Unidade de Cuidados Continuados do Azinhal

As atividades levadas até aos idosos realizaram-se no âmbito da prova de aptidão profissional (PAP) do curso de Animador Sóciocultural da Escola Secundária de Vila Real de Santo António. Um projeto que consistiu na realização de vários encontros em pequenas povoações do concelho de Castro Marim, nomeadamente Azi-nhal, Furnazinhas e Alta Mora onde foram realizados pequenos lanches

convívio e atividade física com os idosos residentes.

No final do projeto foi realizada uma festa com todos os idosos participan-tes, onde houve um lanche convívio, um baile com um acordeonista, uma palestra com uma enfermeira acerca do sedentarismo na terceira idade, e uma aula de educação física.

Ao JBG os alunos envolvidos no projeto explicaram que o “princi-pal objetivo é promover o convívio entre as populações dando-lhes a possibilidade de poderem recordar os «velhos tempos» através do baile com o acordeonista, e promover a prá-tica de atividade fisica regularmente”. Acrescentam ainda que escolheram realizar este projeto, “pois a prática de exercício físico na terceira idade não só é importante para melhorar a força física do idoso, mas também é um bem necessário para fugir da depressão e conviver socialmente, assim como promove o convívio entre o grupo-alvo diminuindo o sedentarismo”.

Unidade de Cuidados Continuados está concluíd, seguindo-se o seu apetrechamento

Jovens animam idosos em povoações isoladas

O projeto é da responsabilidade da Associação de Bem Estar Social da Freguesia do Azinhal (ABESFA). No total o investimento total é de dois milhões e duzentos mil euros, sendo que 41% é financiado pelo Programa MODELAR do Ministério da Saúde e os restantes 59% da câmara muni-cipal.

São no total 31 camas que inte-gram a Rede Nacional de Cuidados Continuados e que está inserida no Interior do concelho de Castro Marim. Foi precisamente o facto de estar numa zona desprotegida, com população idosa, que o presidente da ARS Algarve realçou numa visita àquela unidade de saúde, lembrando que esta “enquadra-se nos objetivos da Rede Nacional de Cuidados Con-tinuados. Tem excelentes condições, quer do ponto de vista arquitetónico, quer do bem-estar que os futuros ocu-pantes desta instituição irão ter”.

Por sua vez, para o Presidente da câmara municipal, José Estevens, o projeto da Unidade de Cuidados Con-

tinuados do Azinhal “é um avanço grande para nós do ponto de vista das necessidades que se propõe satisfazer e também da maior importância para o desenvolvimento desta freguesia e do concelho”.

As instalações

Este equipamento, que foi cons-truído a pensar nos utentes e nas famílias, integra espaços de convívio e dois pátios de influência arquitetó-nica mediterrânica, com três alas de quartos: 10 quartos individuais de internamento, 10 quartos duplos de internamento, um quarto individual de isolamento e um quarto de pessoal de serviço. O piso inferior é composto inteiramente por uma zona de servi-ços, nomeadamente cozinha, refeitó-rio, lavandaria, instalações sanitárias e instalações técnicas.

Recorde-se que a arquitetura do equipamento tem a chancela do arqui-teto José Alberto Alegria, e “graças ao profissionalismo e à dedicação da empresa de construção Ramos & Catarino, S.A., está concluída antes da data inicialmente prevista, que eram 18 meses”, refere a câmara municipal numa nota enviada às redações.

31 camas

Castro Marim

O presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, Martins dos Santos, visitou a recém-concluída Unidade de Cuidados Continuados do Azinhal. Um equipamento que vai servir a Rede Nacional de Cuidados Continuados com 31 camas.

Numa carta aberta enviada à redação do JBG, o grupo intitulado «Amigos de Alcoutim» denuncia “o desagrado pela forma como o concelho de Alcoutim ficará servido com a Televisão Digital Terrestre, sendo um dos territórios mais penalizados a nível nacional”. Exige também que as autoridades competentes envidem esforços no sentido de colmatar os condicionalismos.

Idosos das povoações de Azinhal, Furnazinhas e Alta Mora receberam momentos de animação por parte de alunos do curso de Animador Sóciocultural da Escola Secundária de Vila Real de Santo António. As atividades focaram a animação e o exercício físico.

«Amigos de Alcoutim» exigem acesso à Televisão Digital Terrestre

O objetivo do apelo dos «Amigos de Alcoutim» é que “as auto-ridades competentes envidem esforços no sentido de col-matar os condicionalismos atualmente existentes, através da instalação de novos retrans-missores TDT no concelho de Alcoutim, por forma a aumentar os níveis de cobertura e abran-ger praticamente a totalidade do território concelhio”. Os autores desta missiva lembram que “com a supressão da transmissão de emis-são televisiva por via analógica, que aconteceu a 26 de abril, cerca de 80% da área do concelho fica em zona de «sombra» do sistema digital, isto é, sem cobertura de Televisão Digital por via Terrestre (TDT)”. Esta realidade provoca “um significativo isolamento da

população, que fica preterida da televisão, uma das únicas com-panhias diárias para muitos dos idosos”, alertam os «Amigos de Alcoutim».

Autoridades têm de agir

“Desta forma, vimos manifestar o desagrado pela forma como o concelho de Alcoutim ficará ser-vido com a TDT, sendo um dos ter-ritórios mais penalizados a nível nacional”, continuam os autores da carta aberta, lembrando que “apesar de existirem soluções particulares para colmatar a situação, nomeadamente através do sistema de Televisão Digital via satélite (DTH), este torna-se bastante oneroso para os parcos

recursos económicos das famílias alcoutenejas, inviabilizando a sua instalação e consequentemente a receção de televisão”.

Autarquia faz levantamento das dificuldades económicas

Ao que o JBG conseguiu apurar, o município de Alcoutim está a fazer um levantamento das pes-soas com mais de 65 anos e com rendimentos inferiores a 500 euros, para as encaminhar para a Autoridade Nacional de Comu-nicações (ANACOM), visto que nestes casos a entidade subsidia a compra do aparelho com 61 euros.

Alcoutim mantém-se como «zona com probabilidade redu-zida de cobertura TDT».

Grupo de alunos animou idosos em Alta Mora, Furnazinhas e Azinhal

Carta Aberta

CMCM

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JUNHO 2012 | 13

GRANDE ENTREVISTA

Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve

O rio Guadiana é uma aposta comum assumida dos dois lados [Portugal e Espanha]

David Santos

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GRANDE ENTREVISTA

“O mais importante na CCDR é continuar a combater as assimetrias”

David Santos revela que a grande maioria dos municípios algarvios estão a suspender candidaturas a fundos comunitários devido à «Lei dos Compromissos»

David Jorge Mascarenhas dos Santos é o novo presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, designado pela Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território. O presidente da CCDR é por inerência o novo gestor do programa PO Algarve 21, os fundos europeus do FEDER para a Região. Salientando que a iniciativa privada que recorre aos fundos comunitários é crescente, lembra que cabe às empresas protagonizar a mudança de paradigma do desenvolvimento de uma região que subsiste do binómio turístico sol-praia, mas que deverá voltar-se para o mar e agricultura. Adianta que o desassoreamento do Guadiana foi aprovado no atual Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN) numa candidatura ao Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça Espanha-Portugal (POCTEP); e caso se verifique a sua normal execução até finais de 2013 teremos o rio Guadiana navegável.

Jornal do Baixo Guadiana: A nível nacional está a ser levada a cabo uma reprogramação estratégica do QREN, cujo principal objetivo é relançar a competitividade e a criação de emprego. Esta medida sus-pende para os municípios, asso-ciações, regiões autónomas e fundações até ao final de junho a aprovação de financiamento comunitário, bem como a aber-tura de novos concursos. Pode-mos afirmar que maior parte do investimento comparticipado no Algarve está neste momento suspenso?...

David Santos: O que está sus-penso tem que ver com o Programa Operacional Algarve 21 (PO Algarve 21), nomeadamente os Eixos 2 e 3 reservados a entidades públicas, e, como referiu, a suspensão deverá ser levantada em junho. Tendo em conta a situação da elevada percentagem de desemprego, entendeu o Governo, e bem, promover a reprogramação estra-tégica e verificar quais os projetos que eventualmente não estariam a cumprir todos os pressupostos contratualiza-dos. O Governo quer que se aposte mais nas empresas e na criação de emprego e deixar um pouco de lado a política do betão, ou seja, as obras públicas. Eu acho que algumas obras farão sentido, mas outras não. Vamos ver o que surge desta reprogramação para se decidir o que fazer.

O POCTEP, que nada tem que ver com o PO Algarve 21, não está sus-penso; já teve uma primeira fase cujas obras estão praticamente concluídas

e agora estamos numa segunda fase com obras em execução. Portanto, na questão da cooperação transfronteiriça que, essencialmente, tem a ver com os municípios de Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António, não há qualquer tipo de constrangimento com as candidaturas que têm avançado.

JBG: Também conhecida como «ação de limpeza», quais as virtudes que encontra na reprogramação do QREN em Portugal?

DS: Houve beneficiários, quer pri-vados quer públicos, que perceberam que não tinham condições de levar as suas candidaturas e projetos para a frente. Tivemos rescisões que não necessitaram de decisões unilaterais. Em princípio, salvo alguma exceção, apenas temos duas candidaturas no Algarve com possibilidade de cair. Uma do antigo Governo Civil, que com a sua extinção a candidatura cairá, mas no futuro deverá abrir alvo de uma refor-mulação, pois servirá para equipar os Bombeiros no Algarve. Outra candi-datura é da extinta Administração da Região Hidrográfica do Algarve (ARH) que passou para a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), mas caso a APA assim o entenda deverá ser mais uma candidatura reativada no futuro.

JBG: Surge a necessidade de voltar mais os fundos comunitá-rios para o investimento e pro-moção do emprego. Podemos afirmar que essa era uma lacuna do QREN, ou seja, que pecava por estar demasiadamente ao serviço das autarquias, voltada para as obras públicas?

DS: Não é essa a questão e os dados

comprovam isso mesmo. Se verificar-mos os números, para o Eixo 1 estão reservados 88.646.021 milhões de euros. Ou seja, em 174 milhões de euros cerca de 50% está reservado para o setor privado! E tínhamos no Eixo 2, para a proteção e qualificação ambiental no setor público, 18 milhões e para o Eixo 3 que se destina à Valo-rização Territorial e Desenvolvimento Urbano, também destinado ao setor público, 60 milhões de euros. O que agora poderá haver com a reestrutu-ração estratégica é a canalização de alguma da verba dos Eixos 2 e 3, tendo em conta que as taxas de execução e compromisso não são grandes, para o Eixo 1, direcionando o setor privado na promoção de emprego, empresas, internacionalização e inovação.

JBG: Portanto, o objetivo é reforçar a possibilidade dos privados acederem aos fundos comunitários…

DS: Exatamente, apesar de nos últimos concursos relativos a incen-tivos já termos batido os recordes de candidaturas. A banca para emprestar fá-lo com spreads elevadíssimos e as pessoas acabam por recorrer aos sis-temas de incentivos numa perspetiva de executar a candidatura e ter um prémio de mérito; ou seja, caso os objetivos sejam atingidos poderemos transformar 75% desse fundo a fundo perdido. É uma forma de financiarem os projetos. Caso não atinjam os obje-tivos traçados terão de devolver 100% da verba, num prazo limite estipulado, mas com a vantagem de não acarretar juros.

JBG: Esta é uma oportuni-dade, que se valoriza ainda

mais em tempo de crise?!DS: É uma oportunidade, mas

sempre na ótica da inovação, conhe-cimento e competitividade. Não se tratam de fundos de tesouraria, como existem, entre outros, os «PME Investe».

“No Algarve a maioria das câmaras não deve poder con-correr aos Fundos comunitários para realização de obras porque não conseguem através dos seus orçamentos cumprir essa nova lei [«Lei dos Compromissos»]

JBG: Tendo em conta que a reprogramação do QREN prevê transferir verba disponível do setor público para o privado como estão as entidades públi-cas a encarar esta medida?

DS: As entidades públicas, essencial-mente os municípios, com a aprovação da «Lei de Compromissos», que está numa fase de adaptação, têm denun-ciado alguns constrangimentos a este nível. Enquanto não for regulamen-tada a «Lei dos Compromisos» e não soubermos como serão utilizados os mil milhões de euros atribuídos pelo Governo aos municípios não podemos dar uma resposta objetiva.

No Algarve a maioria das câmaras não deve poder concorrer aos fundos comunitários para realização de obras porque não conseguem através dos seus orçamentos cumprir essa nova lei. Penso que a regulamentação que irá sair, e o diálogo que tem sido estabele-cido entre o Governo e os municípios, poderá encontrar algumas soluções para estes constrangimentos.

A título de exemplo, e no âmbito do POCTEP, existem projetos no Baixo

Guadiana que apoiámos e que são de extrema importância. No concelho de VRSA, a requalificação da Igreja Matriz de Cacela Velha mostrou-se determi-nante na preservação do património, pois não nos podemos esquecer que o turismo não é apenas o sol e a praia; passa também muito pela preservação do património, natureza e valorização de nichos turísticos, como a saúde e bem-estar. Em Castro Marim temos os exemplos da requalificação dos largos da Conceição e de Santo António, ou a requalificação de Almada D’Ouro. E em Alcoutim temos projetos apoia-dos, tais como a vedação envolvente ao campo de futebol, a cobertura do cas-telo e proteção das muralhas e da zona arqueológica. É importante valorizar o território porque os turistas que esco-lhem a nossa região já não procuram apenas o sol e praia, e essa também não é a nossa única oferta.

JBG: Quando diz que a maio-ria dos municípios não poderá aceder a fundos comunitários, devido à «Lei dos Compro-missos», pressupõe também os municípios do Baixo Gua-diana?

DS: VRSA apesar do investimento que fez nos últimos anos, e apre-sentando algum constrangimento orçamental, está a prepara-se para apresentar candidaturas. Já os muni-cípios de Castro Marim e Alcoutim têm intenção de realizar empreitadas e não denunciaram qualquer cons-trangimento relativamente à «Lei de Compromissos».

JBG: No Algarve, qual o índice de investimento das entidades públicas em comparação com

Susana de Sousa

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JUNHO 2012 | 15

GRANDE ENTREVISTA

“O mais importante na CCDR é continuar a combater as assimetrias”

David Santos revela que a grande maioria dos municípios algarvios estão a suspender candidaturas a fundos comunitários devido à «Lei dos Compromissos»

“Um dos grandes proble-mas do turismo no Algarve é a sazonalidade (…) Se houver uma diversificação para outros nichos como o turismo de natu-reza, bem-estar e saúde, e cul-tura reduz-se esse problema”.

JBG: É um defensor da valori-zação dos recursos endógenos, tais como a pesca e a agricul-tura. Em que moldes é que a economia regional poderia transferir parte da sua ação produtiva do turismo para essas áreas?

DS: Um dos grandes problemas do turismo no Algarve é a sazonalidade, porque o modelo das últimas décadas assim o impôs. Se houver uma diver-sificação para outros nichos, como o turismo de natureza, bem-estar e saúde e cultura, reduz-se esse problema. Mas não vai ser suficiente porque o número de empregados que o turismo na época alta necessita vai ser sempre muito superior ao da época baixa. Daí que seja necessário sustentar o Algarve a partir do mar e da terra. Basta olhar para 50 anos atrás e verificarmos a existência de indústrias conservei-ras que têm todas as condições para subsistir numa região banhada pelo mar. Na agricultura já fomos o maior produtor da Europa de frutos secos e hoje praticamente o que se mantém é a alfarroba… Não é possível, nem aceitável, que se continue a importar tantos produtos agrícolas. Ainda rela-tivamente ao mar deveríamos dedicar-nos à aquicultura em offshore porque o nosso mar permite e temos o know how; e nesse aspeto a Universidade do Algarve é importantíssima.

Consideramos também que a aposta no mar deveria privilegiar o turismo náutico e subaquático e gostaríamos que os rios no Algarve só fossem navegáveis por barcos elétricos - são apostas que fizemos para um fórum atlântico para o próximo Fundo Comu-nitário de Apoio. Ainda em relação aos rios Guadiana e Arade entendemos que deve haver uma aposta clara em ancoradouros e navegabilidade. Foi aprovada uma candidatura no âmbito do POCTEP que tem como objetivo tornar o Guadiana navegável o mais possível. Acreditamos que servirá o desenvolvimento deste território ibé-rico que envolve Alentejo, Algarve e Andaluzia. Uma vez que Espanha também quer apostar na navegabi-lidade esta candidatura é conjunta, envolvendo as regiões do Alentejo, Algarve e Andaluzia.

“A candidatura foi aprovada na segunda convocatória do Programa de Cooperação Trans-fronteiriça e caso se verifique a sua normal execução até finais de 2013 teremos o rio Guadiana

navegável”

JBG: Para quando o tão ambi-cionado desassoreamento do Guadiana?!

DS: A candidatura foi aprovada na segunda convocatória do Programa de Cooperação Transfronteiriça e caso se verifique a sua normal execução até finais de 2013 teremos o rio navegável. É um projeto emblemático de coope-ração transfronteiriça e um grande desafio para a Eurorregião Alentejo, Algarve e Andaluzia.

Como sabe, o Algarve e Lisboa são consideradas regiões ricas na União Europeia; algo que não entendo, e as fragilidades da região algarvia hoje estão bem à vista, mas está-se a estudar ao nível europeu a criação de «Regiões de Transição». Serão cerca de 50 e o Algarve deverá ser uma delas. Significa que teremos muito mais verbas comu-nitárias a serem canalizadas para esta obra essencial.

JBG: Voltando à questão do turismo, e para melhorar a ação turística no Algarve têm havido candidaturas para a inovação competitividade e conheci-mento no setor?

DS: Sim. E fizemos uma abertura no último concurso que permitiu que os hotéis, em zonas de alta densidade, pudessem candidatar-se para obras de recuperação. Antes os empreen-dimentos em concelhos junto à faixa litoral não se podiam candidatar, mas consideramos que mais do que termos novos hotéis o que precisamos é de requalificar os existentes. E a medida resultou porque tivemos diversas can-didaturas nesse sentido.

JBG: Refere insistentemente que é necessário mudar ao nível do setor produtivo do Algarve. Há verbas comunitária adap-táveis para esta mudança de paradigma económico?

DS: Eu acho que a CCDR, estando a gerir os Programas Operacionais, deveria ter assento nos programas temáticos no que diz respeito às obras na região. Ou seja, acho que seria possível compatibilizar os fundos para abarcar o mais possível da econo-mia; esta questão está a ser analisada. Há muitos fundos comunitários que a CCDR desconhece a sua utilização. Não queríamos gerir esses fundos, mas estar a par das apostas que estão a ser feitas. Poderíamos ter um papel de análise para homogeneizar mais o Algarve, no que diz respeito às obras que são realizadas, e também permitir uma maior divulgação dos diferentes Fundos de apoio existentes.

JBG: O Fundo JESSICA poderá

ser um exemplo de incentivo ao desenvolvimento regional que

procure alternativas ao afu-nilamento do setor produtivo turístico sol-praia?

DS: Esse é um mecanismo para se apostar nas zonas históricas e é um empréstimo que tem como juro desde a Euribor até ao limite de mais 2,5% de spread. Pode ser utilizado por enti-dades públicas e privadas. No Algarve já existe uma candidatura de Faro, mas sabemos que há outras a ser prepara-das, nomeadamente em VRSA, Olhão, Lagos e Loulé. Vamos ver como con-seguem concretizar; gostaríamos que houvesse maior aposta nessas zonas históricas.

JBG: Face à crise que tem arrastado o Algarve para o topo do desemprego, a mudança de paradigma económico deve, na sua opinião, ser alavancada pelas entidades públicas, pri-vadas ou um misto?

DS: Se repararmos, os municípios têm uma importância grande no pla-neamento, mas a CCDR, através do PROT, já tem várias indicações das zonas onde poderá haver algum desen-volvimento. Sem a iniciativa privada não é possível mudar a ótica de desen-volvimento do Algarve. As autarquias e o Estado têm vários constrangimentos financeiros que vão perdurar alguns anos e que vai impossibilitar a aposta em investimentos diferenciadores. O papel do público deverá ser cada vez mais o de criar regras, mas simplificar o modo da sua aplicação.

JBG: Ao nível dos Fundos comunitários o que está dis-ponível para as empresas do Algarve?

DS: Em abril encerraram concursos do Sistema de Incentivo no valor de 23 milhões de euros. O que está disponí-vel não posso dizer porque estamos na fase de avaliação das candidaturas; só depois dessa avaliação, de se perceber o que é elegível e não, é que podemos aferir o que sobra. O que posso dizer é que a reprogramação estratégica pode alavancar mais verba no setor privado.

JBG: No território do Baixo Guadiana é frequente os autar-cas contestarem o Ordenamento do Território, acusando o Plano Regional, e a CCDR, de obsta-culizarem o desenvolvimento. Certamente está atento a estas críticas. Como as acolhe?

DS: Essencialmente, penso que tem a ver com o seguinte: há uma política seguida em Portugal, que é o proibir e depois de proibir ver o que se pode fazer. Há concelhos, nomeadamente Alcoutim, que devido à sua localização têm de preservar a sua natureza. Mas também devem existir mecanismos que permitam o investimento privado

para combater as assimetrias. Daí que o próprio PROT [Plano Regional de Ordenamento do Território] tenha previsto três figuras que permitem construir em muito mais área. São os Núcleos de Desenvolvimento Turístico, Núcleo de Desenvolvimento Econó-mico e o Plano de Intervenção em Espaço Rural que permitem em zonas não urbanas, ou seja rurais, realizar determinados empreendimentos. A mentalidade que tem que persistir é a fomentação do emprego e desenvolvi-mento nas zonas deprimidas e o PROT é o instrumento que mais possibilita essa realidade.

JBG: Teme, de alguma forma, sentir-se impotente para fazer vingar as ambições dos autar-cas e empresários do Algarve junto dos pontos de decisão centrais?

DS: Creio que há da parte dos autarcas, Governo e CCDR um enten-dimento de que nada se faz sem que todos os interesses sejam conciliados. O nosso papel é cumprir a legislação e acompanhar os anseios dos municípios no que respeita a certos investimentos. A parte económica deve ser conciliada com a parte ambiental e social.

JBG: Quais as repercussões que espera da reforma adminis-trativa em relação à aplicação dos fundos comunitários?

DS: A reforma administrativa tem a ver com muitas questões, não apenas com a redução de freguesias, mas com a redução de dirigentes, de alterações na Lei das Finanças Locais… Mas, como está comumente aceite que nos municípios não haverá alterações, creio que o impacto não será signifi-cativo. A vantagem que reconheço é nas competências que podem passar para as comunidades intermunicipais, reativando os Planos Intermunicipais o que pode fazer com que se trabalhe mais em rede nos investimentos feitos. Esta alteração pode ajudar ao fomento do planeamento intermunicipal. No caso do Baixo Guadiana através da Associação Odiana já existe uma polí-tica de intermunicipalidade que é de registo.

JBG: Presidir à CCDR Algarve será certamente um grande desafio. Quais os objetivos que traçou para esta etapa?

DS: O mais importante na CCDR é continuar a combater as assime-trias. O Algarve tem mesmo de deixar de ser um destino de apenas sol e praia e apostar muito mais no Mar, na Terra; e aí a CCDR tem um papel determinante não só através do PROT, mas também dos Fundos comunitários. E tudo o que tenha a ver com a iniciativa privada iremos ajudar a incrementar.

o setor privado?DS: Posso dizer-lhe que relativa-

mente à taxa de execução no Eixo 1 tínhamos uma taxa de compromisso de 55,67% e de Execução 17,31%; no Eixo 2 uma taxa de compromisso de 81,03% e de Execução 26,79% e no Eixo 3 uma taxa de compromisso de 55,40% e de Execução 31,67%. Verifique-se que, apesar de tudo, a execução dos públicos é superior à dos privados!

JBG: A que se deve esta rea-lidade?

DS: Tem a ver com o facto de as entidades públicas já estarem muito sistematizadas para as candidaturas, o que não acontece nos privados que começaram mais recentemente a uti-lizar os fundos comunitários, devido à crise, não estando tão habituados à burocracia que acarreta.

JBG: E há algo a fazer para desburocratizar?

DS: Nas reuniões que temos esta-belecido em conjunto com os vários Programas Operacionais ao nível nacional, um dos pontos a rever, e a levar à Comissão Europeia, é desburo-cratizar estas candidaturas. Não vai ser uma situação fácil porque há um con-junto de dados que é preciso fornecer. O que poderá acontecer é facilitar-se a interpretação e preenchimento do pro-grama. Está-se a tentar compatibilizar todos os programas – nomeadamente dilatar os prazos entre a apresentação da despesa e o pagamento, que em alguns Fundos é muito curta. Também queremos diminuir ao máximo a difi-culdade no preenchimento das candi-daturas; estamos sensíveis para estas questões.

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16 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JUNHO 2012

LOCAL

Começou este dia 1 de junho e prolonga-se até ao dia 3, mais uma edição do «Festival Inter-nacional do Caracol», no Reve-lim de Santo António, em Castro Marim.

“Durante três dias poderão ser saboreados os melhores cara-cóis confecionados no Algarve, no país, mas também por chefs de cozinha espanhóis, franceses e marroquinos que, decerto, irão surpreender com receitas delicio-sas, deste afamado petisco”, pro-mete a organização.

Para além do famoso caracol, a animação musical vai marcar presença neste certame, onde a música popular portuguesa se mistura com as sonoridades da música mediterrânica.

Uma das novidades desta edição do «Festival Internacional do Caracol» é o lançamento da empada de caracol, pelos repre-sentantes do «Festival do Cara-col Saloio de Loures», uma nova receita, que vai ser confecionada ao vivo, destinada a conquistar novos apreciadores.

No recinto do festival haverá diversas tasquinhas com doceiras do concelho que vão apresentar algumas das melhores iguarias, como as tradicionais filhós, o Dom Rodrigo, sem esquecer a muito apreciada torta de alfarroba.

“Afirmar Castro Marim como a capital dos caracóis do Algarve e divulgar a cozinha e cultura mediterrânicas continuam a ser o desiderato da autarquia com a realização do Festival Interna-cional do Caracol”, pode ler-se num comunicado enviado às redações.

Canal do Baixo Guadiana atrai 300 mil visitantes

Para a Associação Odiana a política de promoção do território levada a cabo está a surtir efeitos. Os dados mais recentes apontam para cerca de 300 mil visitantes que ao longo dos últimos três meses, já viajaram virtualmente pelo território. Ora, o que a associação pretende é que os visitantes partam de uma visita virtual para outra real. Mas o facto de se terem registado já tantas visitas online, pode antever que este seja o primeiro cartão de visita para quem escolheu conhecer o território durante a Páscoa e que o faça na época alta de turismo, que se aproxima a passos largos.

“O Baixo Guadiana deu um passo na política de promoção turística ao colo-car o território em divulgação perma-nente no directório nacional turístico Lifecooler”, afirma o diretor-executivo da Odiana, Valter Matias.

Passados 71 dias – ou seja, entre de 21 de Dezembro de 2011 a 29 de Fevereiro de 2012 – “o resultado é extremamente positivo”.

De 44. 252 visualizações em dezem-bro, os números cresceram exponen-cialmente em janeiro para 105.228, aumentando novamente para 144.810

no mês de fevereiro. No total são 294.290 visualizações do canal inte-rativo que é uma janela virtual do terri-tório. Este é um tráfego que resulta da curiosidade dos internautas e turistas, mas sobretudo de uma prévia lacuna, que está a ser colmatada, ao nível da promoção territorial.

Secções mais pesquisadas

Nas secções mais pesquisadas do canal encontram-se o diretório/base de dados, nomeadamente os aloja-mentos, restauração e património e a secção «Roteiros» - sugestões de

passeios. De salientar que o canal do Baixo Guadiana dispõe ainda de vários dossiês temáticos, bem como reporta-gens escritas e fotográficas.

Valter Matias sublinha que “estes resultados vêm a fortalecer e consoli-dar a grande meta da ODIANA: dina-mizar as potencialidades e imagem turística territorial e concretizar uma estratégia conjunta e estruturada na região transfronteiriça do Baixo Gua-diana”.

Promoção à distância de um clique

A aposta continua e cada vez mais cidadãos, nacionais e estrangeiros, podem, à distância de um simples clique, desvendar a serra, o barrocal e o litoral dos concelhos de Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António, bem como a natureza, patri-mónio, atividades turísticas e empresas do território.

De referir que o site Lifecooler é atualmente o portal nacional mais completo de lazer e viagens. Dispo-nível em http://www.lifecooler.com/baixoguadiana/

Há três meses no ar o canal online do território do Baixo Guadiana, no sítio do Lifecooler, conseguiu já atrair 300 mil visitantes, o que dá uma média de 100 mil visitas por mês. A aposta é da Associação Odiana que promove Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António na Internet, no maior site de lazer e viagens de Portugal.

O caracol vai ser rei entre 1 e 3 de junho

O Revelim de Santo António é convi-dativo para o certame que se realiza no início de junho

A aposta no Lifecooler começou em dezembro de 2011

Festival Internacional do Caracol Entre dezembro e fevereiro

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JUNHO 2012 | 17

LOCAL

A «Terra de Maio» apresenta-se, anualmente, como uma mostra do melhor que a terra cria e o homem recria… Com produtos tradicionais qualificados, produtos biológicos, artesanato, gastronomia, queijaria, etnografia, folclore e a cabra de raça

A câmara municipal de Alcoutim promove, no próximo dia 6 de junho, pelas 21h, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, uma palestra intitulada «Alcoolismo - Soluções».

Com os palestrantes Álvaro Pereira e António Camacho, médicos do Centro de Apoio aos Toxicodependentes de Olhão, e moderada pelo médico e autarca, Francisco Amaral, esta sessão vai debruçar-se sobre as soluções para este problema.

“O alcoólico não é um caso perdido, como muitos pensam, mas é sim um doente que tem de ser ajudado (embora às vezes pareça não querer), pela família, pelos amigos, pelo SNS e pelas autarquias. Porque há soluções e todos ganham, nomeadamente o doente e a família”, garantia recentemente o autarca de Alcou-tim numa palestra proferida em Vilamoura.

A vila de Alcoutim é, pelo ter-ceiro ano consecutivo, o local escolhido para a realização do Curso Pós Graduado em Dia-betes, promovido pela Asso-ciação de Apoio aos Diabéticos do Algarve (A.E.D.M.A.D.A.) e apoiado pelo município de Alcoutim. A formação irá decor-rer nos dias 15 e 16 de junho, no Guadiana RiverHotel, e é direcio-nada a médicos de clínica geral que exerçam no Baixo Alentejo e Algarve.

O curso dará espaço à divul-gação de trabalhos realizados regionalmente na área da Dia-betologia, bem como ao envol-vimento da Medicina Geral e Familiar na temática.

No dia 15 de junho, entre as 15h e as 19h, a A.E.D.M.A.D.A irá promover um rastreio, no Centro Náutico de Alcoutim, à diabetes e apneia do sono, dire-cionado a pessoas com mais de 35 anos.

Algarvia, o certame cumpriu-se no Centro Multiusos do Azinhal, no concelho de Castro Marim. O obje-tivo do certame é “afirmar-se como um evento de excelência, qualidade e referência na região”.

Nesta 5ª edição, a câmara muni-

ODIANA publica «Recomendações Estratégicas para Meio Rural» Conferência

Internacional recebeu Baixo Guadiana

São dez regiões de nove países dis-tintos que participam no RURALAND – Agentes de Desenvolvimento Rural - projeto baseado na exportação e importação de boas práticas. A parce-ria (Espanha, França, Itália, Portugal, Finlândia, Roménia, Bélgica, Suécia, Bulgária) partilha uma visão comum de oportunidades e necessidades das áreas rurais europeias, tendo forte potencial ao nível do ambiente, gas-tronomia, saúde, cultura e preserva-ção da identidade e tradições.

Para desbloquear o potencial das zonas rurais foi então elaborado um documento com recomendações que aponta as necessidades de cresci-mento sustentável, inclusivo e estra-tégico. Considerando a riqueza desta cooperação, mas também as lacunas das áreas rurais, as recomendações são uma ferramenta de grande utili-dade no caminho para o desenvolvi-mento sustentável nas entidades que se candidatam a fundos europeus e que encontram entraves na imple-mentação de ações estruturantes, desde excessiva burocracia, ilegi-bilidade de ações e equipamentos essenciais, entre outras.

Desta vez a Associação Odiana esteve na «INVTUR 2012», uma conferência internacional, da res-ponsabilidade da Universidade de Aveiro, que cumpriu a segunda edição e onde académicos, inves-tigadores e profissionais apresen-taram e discutiram conhecimento, experiências e boas práticas que ilus-tram a forma como o turismo pode ajudar a economia e a sociedade, num momento atual de mudança e incerteza. A Odiana -Associação para o Desenvolvimento do Baixo Guadiana participou também na BIT - Bolsa de Inovação em Turismo, uma iniciativa integrada na INVTUR 2012, uma autêntica «montra de exposição» de casos de sucesso, boas práticas, conceção e implementação de projetos inovadores por parte de empresas e organizações públicas e privadas.

Esta participação da Odiana decorreu no âmbito da estratégia PROVERE – Programa de Valoriza-ção de Recursos Endógenos – que no Baixo Guadiana incide nas poten-cialidades do rio Guadiana.

O documento foi auscultado no início do ano por membros da Comissão Europeia e a publicação está disponível no site do projeto: www.ruraland.eu

A ODIANA representa Portugal, nomeadamente o Baixo Guadiana algarvio, e neste âmbito exportou uma boa prática da área social «CLDS + Inclusão» e encontra-se de momento na fase preparatória de implementa-ção de um projeto ao nível das áreas renováveis, nomeadamente no setor da Biomassa, área com potencial e

em expansão no Algarve.O projeto encontra-se agora numa

fase final, sendo que a ODIANA irá participar nos próximos dias 12, 13 e 14 de Junho no segundo seminá-rio de capitalização de resultados na Sicília, Itália. De recordar que o RURALAND surge no âmbito do programa Interreg IV C, integrado nos fundos estruturais 2007-2013. O projeto termina já no final de 2012 e a meta é o reforço da eficácia das políticas regionais de desenvolvi-mento rural.

A Associação ODIANA, no âmbito da parceria do projeto transnacional RURALAND, publicou um conjunto de políticas estratégicas para efetivar a eficácia e sustentabilidade de projetos europeus no meio rural.

Decorreu entre 18 e 20 de maio mais uma edição do certame «Terra de Maio», inteiramente dedicado à promoção e afirmação do mundo rural e dos produtos tradicionais de qualidade.

«Terra de Maio» promoveu mundo rural

Palestra sobre alcoolismo

Alcoutim recebe 3º Curso Pós Graduado em Diabetes

Parceria volta a reunir na Sicília nos dias 12, 13 e 14 de junho

Desenvolvimento rural é meta

cipal de Castro Marim associou-se a vários parceiros, nomeadamente, DRAP Algarve - Direção Regional da Agricultura e Pescas do Algarve, Qualifica - Associação Nacional de Municípios e de Produtores para a Valorização e Qualificação dos Produtos Tradicionais Portugueses, contando ainda com a participação institucional da Escola de Hoteleira e Turismo do Algarve e o apoio pro-mocional da Entidade Regional de Turismo do Algarve. No programa constaram, entre outras ativida-des: a feira e mercado de produtos tradicionais de qualidade; mostra e prova de vinhos; demonstrações culinárias com conceituados chefs de cozinha; ateliers de gastronomia; tasquinhas com iguarias da serra e do mar; jogos tradicionais; jornadas técnicas sobre o mundo rural.

Oportunidades da Agricultura em Debate

Numa altura onde se assiste a uma crescente aposta na agricul-tura pelos jovens empresários, a ODIANA, em colaboração com a câmara municipal de Castro Marim e a Direção Regional de Agricul-tura e Pesca (DRAP) apelaram ao debate e consciencializaram para as potencialidades e apoios financeiros através do seminário «Agricultura – Uma Oportunidade» que se inse-riu na «Terra de Maio» no dia 19 de maio. “A agricultura é uma das atividades económicas mais anti-gas do mundo, e face ao abandono dos campos das últimas décadas, eis que a atividade renasce, e cada vez mais pelas mãos dos jovens e pelo empreendedorismo que os caracte-riza. Assim, e tendo em conta que o Baixo Guadiana é um território predominantemente rural, surge uma janela de oportunidades para os jovens empresários do território, nomeadamente na área agrícola”, lembrou a direção da associação.

De recordar que o seminário decorreu no âmbito da estratégia de eficiência coletiva PROVERE.

Certame teve lugar na localidade do Azinhal e contou com animação, conferências e produtos tradicionais

CMCM

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18 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JUNHO 2012

DESENVOLVIMENTO

Os números do desemprego não param de subir arrastando para um colapso social a sociedade algarvia. Os setores mais produtivos são, invariavelmente, os mais fustigados e a fórmula para travar a tendência ainda não apareceu.

A explora-ção petrolí-fera da costa do Algarve, desde o “deep off-shore” de Vila Real de Santo António até à Costa Vicentina, entra este ano numa fase decisiva. A partir de 2014, a Repsol, empresa multi-nacional com alguns capitais dos nossos vizinhos espanhóis, decidirá se vai efectuar a extracção, face aos resultados obtidos no primeiro poço exploratório. Concluiu no princípio de Maio os trabalhos de recolha de dados geofísicos 3D.

É a cerca de 40 quilómetros, mar adentro da costa algarvia, que se estima a existência de reservas de gás natural que poderiam suprir as necessidades de Portugal durante quinze anos. Talvez também haja lá petróleo. Não se conhece, porém, qualquer garantia que os hidrocar-bonetos encontrados venham a suprir as necessidades portuguesas a preços convenientes, nem impedi-mento para que a Repsol não venha a vender o gás explorado a preços do mercado internacional. Quanto às condições de exploração, está tudo tão opaco como o crude.

A Repsol prometeu fazer um investimento inicial de cerca de 50 milhões de euros. Aqui, o pro-meteu, não aparece como figura de retórica, se tivermos em conta que a Argentina, nacionalizou 51% do capital da IPF, uma filial da Repsol, alegando falhas nos

compromissos.Este ano arrancam os estudos

sísmicos. A conclusão está prevista até ao final do mês de Dezembro. Em 2013 segue-se a análise dos dados recolhidos. Segundo adian-tou António Martins Victor, director de comunicação e relações públicas ao semanário “Jornal do Algarve”, a empresa esperou nove anos pela concessão. Esta ocorreu no mês de Setembro de 2011.

Os primeiros estudos sísmicos realizam-se nos blocos “Lagosta” e “Lagostim”, na costa sul do Algarve. Os blocos “Lavagante”, “Santola” e “Gamba” situam-se na Costa oeste.

Aqui uma nota para o cinismo e o mau gosto deste topónimos que correspondem a espécies de marisco de alto valor gastronómico e recurso significativo do ponto de vista financeiro e, ao mesmo tempo, animais de elevada sen-sibilidade a factores de poluição marinha, embora se encontrem sob exploração de empresas de capital espanhol.

Riscos e incompatibilidades

Poluição não é apenas o acidente com a plataforma. Há muita subs-tância que emulsiona. Conforme se provou no Golfo do México, as explorações petrolíferas em mar aberto e profundo apresentam aspectos dignos de gerar justas e elevadas dúvidas sobre a boa exe-cução e gestão permanente dos projectos de exploração. A costa algarvia, para além do alto risco sísmico devido à confluência das placas tectónicas europeia e afri-cana, está também sujeita a fortes regimes de ventos e correntes.

Dirão os defensores que a Repsol tem já explorações na vizinha Anda-luzia, no Golfo de Cádis. Também que os processos tecnológicos actuais são já muito avançados. Porém, um desastre ambiental ocorrido em qualquer destes blocos exploratórios, vai, certamente, colo-car em causa, por muitos anos, investimentos realizados ao longo de décadas sobre praias de excep-ção a nível mundial e liquidar esfor-ços de promoção turística, numa economia que, vistas bem as coisas, pouco mais tem.

Já se avançou para a concessão

e não existe informação disponível sobre o custo benefício dessa ope-ração. Disso mesmo nos tem dado testemunho o deputado do PSD, Mendes Bota, o mais activo paladino contra a exploração petrolífera na costa algarvia, a que ultimamente se juntou a voz de Miguel Freitas do PS, a pedir esclarecimentos.

O movimento de cidadãos “Faro 1540” também entende que esta concessão se encontra “ainda envolta num grande mistério e num grande silêncio”. E mostram a sua perplexidade ao afirmar: “ Não se compreende como é que num negó-cio desta envergadura, que implica um conjunto muito diverso de variáveis, não só a nível ambiental, mas também ao nível económico e social, não tenham sido auscultados os autarcas, instituições regionais e sociedade civil.”

O Sindicato dos Trabalhadores da Pesca do Sul, começou já a notar os primeiros impedimentos ao normal exercício da pesca, em especial de arrasto, sem “as medidas preventi-vas que si impõem de forma a mino-rar os efeitos nefastos que resultam da interdição nos orçamentos das famílias que dependem única e exclusivamente das pescas.”

Protestam de forma veemente contra as multas. Manifestam também o receio sobre problemas de ordem ambiental, caso venha a ser encontrado petróleo Mendes Bota já se declarou vencido pela indústria petrolífera. Aliás, a voz do petróleo, em todo o mundo, avança sempre como as manchas de crude quando poluem o ambiente: liqui-dam tudo à sua passagem.

A culpa será talvez do modelo de civilização que construímos, do aumento do parque automóvel e da sobreutilização de combustíveis fósseis para a alimentar.

Fica aqui aberto este dossier. Voltaremos ao assunto sempre que depararmos com informação que o justifique.

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

Este ano arrancam os estudos sísmicos no Algarve

fustigados pelo desemprego.No Baixo Guadiana existem

tendências distintas; Vila Real de Santo António e Castro Marim aparecem nas estatísticas da subida do desemprego e apenas Alcoutim parece escapar a esta tendência negativa.

Nos últimos 10 anos a evolução em Vila Real de Santo António foi de 831 para 1.582 e Castro Marim

Ambiente: Água não poluída na maior parte dos destinos de férias na EU

Boas notícias se estiver a planear férias numa praia da Europa neste verão. Das águas balneares na União Europeia, 92,1% satisfa-zem agora as normas mínimas de qualidade da água previstas na Diretiva Águas Balnea-res. Entre estas contam-se o Lago Serpentine em Londres, onde se realizarão vários even-tos dos Jogos Olímpicos, incluindo o «Open Water Marathon Swim» e a seção de natação do Triatlo. Os resultados provêm do último Relatório Anual sobre as Águas Balneares da Agência Europeia do Ambiente e da Comissão Europeia, que descreve a qualidade da água em mais de 22 000 estâncias balneares em praias, rios e lagos de toda a Europa no ano passado.

Setor das pescas: acordo entre os

parceiros sociais abre caminho para melhores condições de trabalho

Os representantes das associações patro-nais e sindicais do setor da pesca marítima da União Europeia assinaram hoje um acordo destinado a assegurar condições de trabalho dignas aos pescadores nos navios de pesca, tendo sido estabelecidos requisitos mínimos ao nível das condições de serviço, alojamento e alimentação, da proteção da segurança e da saúde no trabalho, dos cuidados médicos e da segurança social. O acordo aplica ao nível da UE a Convenção sobre o Trabalho no Setor das Pescas da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

«O teu primeiro emprego EURES»:

Comissão lança projeto piloto para ajudar os jovens a encontrar emprego.

A Comissão Europeia acaba de lançar um projeto-piloto para ajudar os jovens a encontrar emprego noutro país da UE. Na sua fase inicial, a iniciativa «O teu primeiro emprego EURES» visa melhorar a mobilidade transfronteiras para 5 mil jovens. Servirá também para testar a transformação da rede EURES - que reúne os serviços de emprego dos Estados-Membros – em serviço pan-europeu de emprego.

Erasmus bate novo recorde: inter-

câmbios de estudantes aumentam 8,5%.

Vinte e cinco anos após o seu lançamento, o programa Erasmus tornou-se o programa europeu mais conhecido e o mais bem suce-dido programa de intercâmbio de estudantes no mundo. Mais de 231 000 estudantes rece-beram bolsas Erasmus para estudar ou receber formação no estrangeiro em 2010/2011 .

«Perto da

Europa»

Centro de Informação Europe Direct do AlgarveComissão de Coordenação e Desenvolvimento

Regional - CCDR Algarve Rua do Lethes nº 32, 8000-387 Faro tel: (+351) 289 895 272 fax: (+351) 289 895 279 [email protected]

www.ccdr-alg.pt/europedirect

Primeiro trimestre de 2012

Desemprego no Algarve atinge já os 20%

As notícias foram desde logo avançadas durante o mês de maio pela comunicação social regional, sempre atenta à tendência do desemprego que não decresce; pelo contrário. Os dados oficiais são do Instituto de Emprego e Formação Profissional da região, que dão conta de mais de 32 mil inscritos nos centros de emprego na região.

Ou seja, três vezes mais que há 10 anos atrás. A comparação é avançada pelo Jornal do Algarve que avança que Portimão, Loulé, Albufeira e Faro estão no topo da lista, enquanto Alcoutim é o único município algarvio que escapa à escalada avassaladora do desem-prego durante a última década. Apesar da cada vez maior qualifi-cação dos jovens são estes os mais

Dossier Petróleo e Gás natural

POR JOSé CRUz

ANO DE 2012 DECISIVO PARA O ALGARVE

de 241 para 386.Mas em Alcoutim a realidade

é bem diferente. Ao comparar os dados, verifica-se que em 2011 existiam 62 desempregados inscri-tos no centro de emprego, menos cinco em relação a 2001.

Recorde-se que o Algarve é a região do país onde o desemprego é mais elevado, com 20%. A média nacional é de 15%.

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JUNHO 2012 | 19

CULTURA

«IN TENTO Ensemble»

«VRSA

É um romance de amor e ódio exacer-bados o que Domingos Lopes trouxe a público no passado mês de Novembro.

O título longo – «A Paixão Destram-belhada do Velho Militante» - parece antecipar o que vai ser contado, mas é enganador.

O autor não trata as personagens, nem as situações da sua narrativa, por mais inusitadas, de modo burlesco ou em toada de comédia ligeira, como podia ser tentado a fazer.

O enredo, que se desenrola nos pri-meiros anos do presente milénio, é cen-trado na figura de um velho militante e dirigente comunista destacado, Vitor, maior de setenta anos, casado, que se apaixona loucamente por uma militante trinta anos mais nova, Joana, mulher de grande beleza, casada também, embora em conflito com o marido, e ainda por cima pretendida por outra mulher.

É numa toada de respeito que Domin-gos Lopes nos conta a teia táctica que o velho militante carente de amor conge-mina para conquistar a amada, servin-do-se da experiência de revolucionário e de conspirador político, prestando-lhe grandes favores e apoios de todo o género e também utilizando os poderes, meios e conhecimentos que a posição de dirigente partidário lhe proporciona.

Esta toada torna-se dramática, quase a roçar a tragédia, quando Vitor se sente inequivocamente rejeitado. Em vez do rejuvenescimento desejado, é a derrota, o isolamento, a solidão que encontra. Chega a usar a violência numa louca tentativa de violação e não hesita em recorrer à mais baixa chantagem para demover Joana, como num bilhete em que lhe diz: «Tens vários inimigos. Todos aguardam vingança. Não me faças aumentar o rol.»

Acaba por aumentar rol e juntar-se aos outros na vingança, assim abjurando a paixão, renegando princípios e sonhos que abraçara na juventude e cimentara nos duros anos de prisão, clandestini-dade, de luta generosa para dar felicidade de toda a gente.

Na vertigem da vingança só encontra uma explicação para ser rejeitado: ela tinha outro amor. Não merecia perdão.

Era assim que costumava raciocinar nas questões do partido, quando outros camaradas não partilhavam da sua opi-nião. No caso da Joana, a vingança contra ela arquitectada foi derrotada. O livro, que se lê com crescente interesse, termina com esta nota de justiça.

(É uma edição da Aletheia Editores e está à venda nas livrarias.)

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

DOMINGOS LOPES«A PAIXÃO

DESTRAMBELHADA DO VELHO MILITANTE»

L I V R O Spor Carlos BritoBiblioteca Vicente Campinas:

três anos intensos de cultura

Novo projeto vila-realense estreou em Faro

Assunção Constantino e Mariana Rego são as duas coordenadoras da biblio-teca municipal Vicente Campinas e, por isso, responsáveis pela sua dinâ-mica. Em três anos este equipamento que serve a cultura em Vila Real de Santo António, já recebeu cerca de 17 mil pessoas, o que “é bastante satisfa-tório”, avançam em entrevista ao JBG. Em 2011 o número de frequentado-res de atividades na biblioteca foi de 6826 e este ano, até maio, o número já rondava os 3400 utilizadores, fazendo antever que em 2012 o número de utilizadores cresça.

Também nas entradas diárias na biblioteca é notório este aumento. Por dia, em 2012, o número de entradas diárias é de 335 pessoas, sendo que também este número tem vindo a cres-cer de ano para ano. Mariana Rego nota que “este número é bastante satis-fatório, na medida em que também corresponde a um aumento gradual; que não sofreu quebras”.

Assunção Constantino e Mariana Rego estão convictas que a popula-ção de Vila Real de Santo António já conhece bem este equipamento e reco-nhece a sua importância. “A população que aqui chega é de todas as faixas etária”, confirmam.

Até à biblioteca não chegam apenas habitantes de Vila Real de Santo Antó-nio, mas outros dos concelhos limí-trofes e muitos turistas. Por isso os objetivos que levam as pessoas a este espaço são os mais diversos, desde a requisição de livros, utilização dos computadores e participações nas atividades.

“É interessante verificarmos o número de leitores dos jornais diários que também tem vindo a aumentar

e de que forma essa afluência tem motivado o convívio entre as pessoas, muitas delas reformadas, sobretudo de faixas etárias mais elevadas, que se querem manter bem informadas”.

Quanto ao número de pessoas que se fizeram leitoras desta biblioteca ascende já às 3075.

Adesão às iniciativas

As responsáveis na biblioteca afir-mam que atualmente “é raro haver uma iniciativa em que apareça pouca gente. As pessoas consultam a agenda e estão sempre bem informadas acerca das atividades”. Mariana R. e Assunção C. levam a cabo diversas iniciativas de caráter mensal; desde o clube de Leitura «Livros Mexidos» - que come-çou timidamente em 2010 e que agora já quase que justifica, pela adesão, a criação de um segundo clube literário! – a iniciativa de leitura «Às quatro na Biblioteca», a «Hora do Conto» e as «Tertúlias no Baixo Guadiana», em parceria com o JBG.

Também são regulares as expo-

sições e as apresentações de obras literárias.

A biblioteca municipal Vicente Campinas é também palco de diversas conferências e seminários, que sendo de organização externa contam com o apoio logístico da equipa bibliote-cária.

Objetivo é fazer mais e melhor

A mais recente inovação desta organização passou pela produção do ciclo «Sinónimos de Leitura», que aconteceu em meados de abril e que numa semana reuniu atividades tão distintas quanto a apresentação de livros, manualidades, uma feira do livro, conferências, tertúlias e expo-sições. “Para o ano será para repetir e esperamos trazer nomes mais sonantes da cultura portuguesa”, avançam as coordenadoras.

No passado dia 13 de maio a biblio-teca integrou as comemorações do Dia do Município de VRSA, com a reedição da obra «Fronteiriços» de Vicente Cam-

pinas, bem como com a exposição do espólio artístico do município exposto até ao mês de setembro.

Uma ambição das responsáveis da biblioteca é fazer sempre mais e melhor, sendo que gostariam de ver este espaço com mais atualizações e novidades editoriais.

Projetos futuros

Quanto ao futuro estão reservadas novas iniciativas. E o JBG sabe que estão na calha projetos tão diversos como: «Dar de Volta», que passa pela criação de um banco de recolha de manuais escolares para quem aderir à reutilização. Vai ser coordenado com as escolas e associações de pais. «Biblioteca Fora de Portas»: com a criação de pontos de leitura no con-celho onde se mantém um fundo de leitura que mensalmente se renova. Fundos que vão ser residentes nas «Casas do Avô», Lares, Centro de Dia e Junta de Freguesia de Vila Nova de Cacela. «Perdidos e Achados» em que pretendem colocar uma banca na biblioteca onde quem quiser pode doar os seus livros ou levar um livro que seja do seu interesse. Há obras que estão no depósito da biblioteca que poderão ajudar a promover esta banca de troca.

Está em vista também um traba-lho de recolha de património oral para um espólio local, desde provér-bios, histórias de vida e contos tra-dicionais. E em outubro terão início as «Aulas sobre Saramago». Trata-se de uma proposta de um vizinho espanhol de Ayamonte amigo de Pilar Del Rio que conheceu José Saramago e quer levar a cabo, em paralelo, nas bibliotecas de Huelva e VRSA, de 15 em 15 dias, o estudo de uma obra do autor. Serão no total 15 obras e o curso dura até maio. Nomeadamente, com esta iniciativa Mariana Rego e Assunção Constan-tino esperam atingir novos públicos “para um equipamento cultural que é de todos”, rematam.

No último dia 12 de maio, a banda vila-realense «IN TENTO Ensemble» estreou-se ao vivo no Pátio Bar, em Faro. Este novo projeto, concebido pelo pianista e compositor Fernando Pessanha, pretende alargar os hori-zontes musicais desenvolvidos pelo seu IN TENTO trio. Para tal, foi criado um núcleo formado por três músi-cos de Vila Real de Santo António: Fernando Pessanha no piano, Pedro

Reis no baixo e Rui Afonso na percus-são, ao que se juntaram como con-vidados, para o presente concerto, a vocalista Teresa Aleixo e o guitarrista João Godinho, ambos músicos faren-ses. Ao jazz de fusão minimalista que o projecto «IN TENTO» nos tem vindo a acostumar juntam-se agora elementos de música étnica, muito devido à inclusão das percussões de Rui Afonso.

Assunção Constantino e Mariana Rego são as coordenadoras desta biblioteca

A estreia em Faro aconteceu no dia 12 de maio

A biblioteca municipal Vicente Campinas, em Vila Real de Santo António, abriu em setembro de 2009. Um equipamento que

promove a literatura, mas a cultura no geral; sendo de destacar a dinâmica incrementada ao longo de três intensos anos ao serviço

da comunidade.

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20 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JUNHO 2012

CULTURA

TeaTroTeca arrecada mais prémios em Lisboa

A TeaTroTeca, grupo de teatro esco-lar do Agrupamento de Escolas de Castro Marim, representada por 32 alunos e 3 professores, participou na finalíssima do concurso «Uma Aventura Literária 2012». Partici-param nas modalidade de teatro, promovido pela Editorial Caminho, com apoio do PNL e da Universi-dade Nova, juntamente com mais cinco escolas (três de Lisboa, uma do Porto e outra de Serpa), sele-cionadas entre mais de 400 escolas concorrentes. As apresentações e entrega dos prémios decorreram no dia 7 de maio, às 14h30, no Audi-tório da Reitoria da Universidade Nova de Lisboa (Campus de Campo-

lide) e contou com a representação das peças premiadas e também com a presença das autoras Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, que juntamente com representantes da Editorial Caminho e Universidade Nova de Lisboa, constituíram o júri. A TeaTroTeca venceu três prémios: melhor adaptação, melhor cená-rio (totalmente digital) e melhor música (com a particularidade de ser apresentada ao vivo).

Este grupo soma e segue num per-curso de registo notável onde para além das consecutivas produções pauta-se por um trabalho distin-guido pela qualidade em diversas competições e apresentações.

Os mastros dos Santos Popu-lares estão de volta em mais um Verão, no concelho de Castro Marim. As diferentes comunidades estão a preparar com afinco o melhor mastro do concelho que vai ser conhecido no Dia do Municí-pio castromarinsense, a 24 de junho.

Os Santos Populares estão a chegar e com eles as tradi-ções da época que prometem animar o concelho.

Mastros em Castro Marim

POR CÁ ACONTECE A G E N D A

E V E N T O S

Marchas Populares de S. Pedro30 de junhoGiões

Mercado de Vaqueiros14 de junhoVaqueiros

Mercado do Pereiro24 de junhoPereiro

Exposição de Aguarelas do Castelo da Vila, por Carlos LuzDe 01 a 29 de junhoCasa dos Condes

Castro Marim

Festival Internacional do Caracol1 a 3 junhoRevelim de Sto. AntónioCastro Marim

Excursão «Kidzania»Freguesias Odeleite e Altura: 3 junhoFreguesias Azinhal e Castro Marim: 10 junho

«Festas em Honra do Coração Ima-culado de Maria»Feira de Artesanato de Altura15, 16 e 17 de junhoParque Estacionamento – Praia de Altura

Dia do Município24 junhoCastro Marim

Exposição «Dias Medievais – A evolução»Até 15 junhoIgreja do Castelo

VRSADia Mundial da Criança1 junho, 09h30Alunos do ensino pré-escolar e 1.º ciclo Desporto e atividades nas escolas do concelho

Espetáculo de Dança e Teatro «À NOSSA MANEIRA»Musical Escola Secundária VRSA1 junho, 21h30Centro Cultural António Aleixo

«CANTAR DE AMIGOS» – Espetáculo Beneficência a favor da Fundação Irene Rolo 3 junho, 16h30Centro Cultural António Aleixo

Veículo de Educação Ambiental da ALGAR4 junho, 10h às 17hLargo Manuel CabanasVila Nova de Cacela

Marcha-Passeio «Noites de Lua Cheia»4 junho, 21h30Org. Junta de Freguesia VRSA(Participantes podem levar alimentos

para a Cruz Vermelha)

Percurso BTT «Noites de Lua Cheia»5 junho, 21h30Org. Junta de Freguesia VRSA(Participantes podem levar alimentos

para a Cruz Vermelha)

Recolha de Sangue 9 junho, 9h30 às 13hCruz Vermelha Portuguesa de VRSA

Festival de Fado Amador do Algarve 9 junho, 21h30Centro Cultural António Aleixo

Tertúlia no Baixo Guadiana »15 junho, 17h30Org. JBG/Biblioteca Vicente Campinas

Exposição de trabalhos alunos da UTL De 18 a 29 de Junho

Centro Cultural António Aleixo

Concerto de Primavera – SolidárioEspetáculos apoio à “Mão Amiga” e Centro de Acolhimento Gente Pequena”2 e 9 junho, 22hGlória Futebol Clube

Mostra Gastronómica de Cacela16 a 30 junhoFreguesia Vila Nova de Cacela

Clube de leitura «Livros Mexi-dos»Tema - «Autores contemporâneos: Paul Auster»28 junho, 18hBiblioteca Municipal Vicente CampinasIgrejas Do concelho de VRSAV Encontro de pintura ao ar livre 27 de Maio, 8h às 13hRuas do centro da cidade

Clube de leitura «Livros Mexidos»31 de maio, 18h«Autores contemporâneos: Arturo Perez Reverte»Biblioteca Municipal Vicente Campinas

Alcoutim

Comemorações do Dia Mundial da Criança01 de junhoEscolas do município

XXVII Feira de Artesanato e Etno-grafia de AlcoutimPraia Fluvial09 e 10 de junho | 2012

Feira do Corpo de Deus07 de junhoMartinlongo

Sardinhada de S. João e Marcha dos Santos Populares23 de junhoPereiro

Festa dos Montes do Rio23 e 24 de junhoGuerreiros do Rio

Marchas Populares de São Pedro e Baile29 de JunhoVaqueiros

Feira de S. Pedro29 de junhoVaqueiros

Este grupo de teatro escolar tem-se distinguido em várias competições

Em Lisboa, numa competição promovida pela Editorial Caminho, com apoio do Programa Nacional de Leitura e da Universidade Nova, a TeaTroTeca, grupo de teatro escola de Castro Marim, venceu três prémios: melhor adaptação, melhor cenário (totalmente digital) e melhor música (com a particularidade de ser apresentada ao vivo).

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JUNHO 2012 | 21

CULTURA

Com efeito, não são conhecidas expressões artís-ticas românicas na região do Algarve. A própria designação, Al Gharb, que significa “o Ocidente”, denuncia a única região do país com topónimo de origem árabe. E islâmicas eram as expressões artís-ticas vigentes no Algarve até à conquista definitiva da região, em 1249. Desta feita, enquanto no norte de Portugal abundam exemplos da arquitectura românica do séc. XII e da primeira metade do séc. XIII, no Algarve abundam estruturas, nomeada-mente arqueológicas, representativas do domínio islâmico na região.

Grosso modo, a arquitectura entendida como “cristã” só começará a evidenciar-se no Algarve após a assinatura do Tratado de Badajoz de 1267, entre Afonso III de Portugal e Afonso X de Castela, sendo então definidas as fronteiras dos dois reinos e passando a fazer parte integrante da Coroa por-tuguesa os territórios conquistados a ocidente do rio Guadiana. Ainda assim, as expressões artísticas góticas não abundam no território algarvio, muito em virtude do desgaste potenciado pela passa-gem do tempo, pelas sistemáticas incursões da pirataria magrebina nas costas algarvias e pelos vários cataclismos naturais que assolaram a região. Não obstante esta relativa escassez, ainda subsis-tem alguns exemplos da arquitectura da segunda metade do séc. XIII e séc. XIV.

A verdade é que após as conquistas cristãs houve a preocupação na sagração de igrejas que assegurassem o culto cristão no Algarve recém-conquistado. É desta forma que as antigas mes-quitas, como no caso de Loulé, potenciaram o aparecimento dos novos templos cristãos. É pos-sível que a Igreja Matriz de Loulé, dedicada a São Clemente, seja ainda trecentista. A publicação do IPPAR, “Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado – Distrito de Faro”, refere-se a esta igreja enquanto “Templo de fundação medieva”, no entanto, os danos provocados pelos sismos e as empreitadas destinadas à construção de novas capelas vieram a alterar bastante o seu primitivo carácter gótico. Curiosamente, os estragos provo-cados pelo sismo de 1969 vieram pôr a descoberto quatro janelas góticas, tapadas por argamassas de obras já antigas e, desta feita, as obras de restauro realizadas pelos Monumentos Nacionais acabaram por devolver à Igreja Matriz de Loulé parte do seu primitivo carácter. De salientar o portal gótico, avançado num gablete. Este é constituído por três arquivoltas, ligeiramente quebradas, e assentes em três colunas com capitéis de motivos vegetalistas. Por cima do pórtico, eleva-se um óculo circular, com moldura, sem no entanto apresentar rosásea. De fabrico gótico são ainda as portas e frestas que rasgam as paredes laterais, assim como a arcaria suportada por colunas com capitéis de folhagens, que podemos encontrar no interior, ou as abóba-das nervadas da Capela de S. Brás e da Capela da Nossa Senhora da Consolação. De salientar ainda a janela gótica, geminada, sobre o arco triun-fal, de frente para o já referido óculo da fachada principal. Apresentado que está este templo de fundação medieva, aconselha-se, portanto, uma visita mais atenta a este bem de inegável valor patrimonial, situado em pleno Centro Histórico da cidade de Loulé.

A Arquitectura Gótica no Algarve – A Igreja Matriz de Loulé

Fernando PessanhaFormador «História Local»- CEPHA/UALG

CO

LU

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CU

LT

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ALAlfarrabista e editora num projeto

online que passou por VRSA

Foi na tertúlia «Livros Objetivamente», promovida pelo Jornal do Baixo Gua-diana em parceria com a Biblioteca Municipal Vicente Campinas, em Vila Real de Santo António, que o jovem João Baptista teve oportunidade de apresentar um produto e conceito novo que já começou a dar nas vistas na comunicação social e para muitos amantes da literatura. A «Livros de Ontem» é uma marca que junta um alfarrabista com uma editora, trazendo “a modernização do conceito de alfar-rabismo dando-lhe uma capacidade de expansão que nunca teve antes, através de vendas online que estão ao alcance de todo o país e de uma campanha de marketing moderna sob a chancela de uma marca que pretendemos forte, ao mesmo tempo que apostamos também na edição de obras inéditas de novos autores de língua portuguesa que, por condicionantes do mercado, têm sido ignorado pelas editoras”.

João Baptista garante que o grande objetivo do projeto é dinamizar o mer-cado do livro em Portugal, “trazendo abordagens e metodologias modernas para este setor que parece congelado no tempo”. A «Livros de Ontem» facilita a vida também aos estudan-tes académicos, permitindo o acesso ao livro académico, “livros esses que estão agora no mercado a preços que a realidade económica atual não conse-gue suportar”. A Livros de Ontem tem então o seu papel ativo comprando os livros aos estudantes que já acabaram o seu curso para depois vender aos que estão agora a começar.

Em breve esta editora online vai começar a dar apoio aos escritores portugueses que “têm sido muito mal-

João Batista, Keti Angelova e Maria Alice Martins, estu-dantes de Ciência Política e Relações Internacionais, constituem a equipa «Livros de Ontem»

Valentim Filipe, à guitarra, é o presidente desta associação

Algarve já tem Associação de Fado

A Associação de Fado do Algarve nasceu a 13 de abril. Constituída por amantes da canção mais por-tuguesa de todas, a associação tem como objetivo geral a promoção e divulgação do Fado nas suas mais diversas vertentes, quer seja cultu-ral, lúdica ou pedagógica, através da realização de diversas ativida-des, tais como: encontros, saraus, debates, espetáculos e outras ações artísticas ligadas ao tema. Para além do Fado, a recém-criada associação, sem fins lucrativos, promete ainda dar destaque à guitarra portuguesa, à viola dedilhada e à voz, organi-zando ações de formação e encon-tros entre profissionais da área e outros interessados. A tomada de posse dos corpos sociais ocorreu no dia 21 de abril, num restau-rante em Faro. Da lista de sócios fazem atualmente parte 26 pessoas. Valentim Filipe foi eleito presidente da Direção, Cecílio Santos está na condição de Tesoureiro e Rui de Sousa tem a seu cargo a presidên-cia da Assembleia. Ao lado destes nomes, ligados ao Fado na região algarvia há décadas, estão outros

mais jovens, como é o caso de Luís Manhita, Pedro Viola e Filipa Sousa, esta última, recente vencedora do Festival RTP da canção. A Associa-ção conta ainda com a colabora-ção de profissionais de diferentes áreas, para quem o Fado é, ainda que de outro modo, uma paixão.

tratados nestes últimos anos. As gran-des editoras não estão a cumprir o seu papel na aposta nas novas promessas literárias e a «Livros de Ontem» quer ocupar esse papel, dando uma nova oportunidade à cultura portuguesa”, remata João Baptista.

Adesão positiva

No que diz respeito à adesão a este novo produto “tem sido muito boa”, garante João B., apesar de recordar que a «Livros de Ontem» apenas existe há sete meses. A adesão a esta inicia-tiva não tem vindo apenas do públi-co-alvo, mas também no mundo dos negócios, tendo a ideia sido lançada no mercado através do PPL, uma pla-taforma de crowdfunding portuguesa onde o projeto esteve em avaliação; em dois meses conseguiram captar 1500€ em pequenos investimentos de todo o tipo de pessoas. Recen-temente a equipa venceu o prémio «Melhor ideia de negócio» promovido pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e pelo Santander-Totta.

Uma equipa muito jovem, com três jovens universitários de 19 anos, que na primeira pessoa dizem já ter sen-tido na pele “a dificuldade que é ter acesso aos livros fundamentais para o curso devido aos seus preços altíssi-mos ou porque o espólio das bibliote-cas é obviamente limitado”. A parte da

Esta associação está convicta que a sua missão será “vital para os muitos profissionais e amantes do Fado no Algarve”, e tem já pensadas várias atividades para os próximos meses. O contacto desta associação é:

[email protected]

editora surgiu da experiência pessoal de João Baptista que tentou publicar um livro que escreveu ainda quando frequentava o ensino básico. «O Grito de Quem Chora Lágrimas Azuis», sem sucesso junto das editoras, tendo sido obrigado a uma edição de autor.

Ao que o JBG sabe, neste momento está em marcha a criação da APNA – Associação Portuguesa de Novos Autores, em parceria com a «Livros de Ontem».

Para quem quiser contactar «Livros de Ontem» ficam os contactos: [email protected]/ www.face-book.com/livrosdeontem e http://www.wix.com/livrosdeontem/info.

Chama-se «Livros de Ontem» e pretende inovar numa sociedade cada vez mais virada para a tecnologia. Junta o alfarrabismo com uma editora e é na internet que serve os amantes da leitura. Um dos mentores passou por Vila Real de Santo António onde apresentou o projeto.

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

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22 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JUNHO 2012

Há bastantes anos, o desafio que se colocava sobre os filhos dos pais divorciados era o receio de que a circunstância intrínseca de ter os pais separados os atirasse para uma espiral de infelicidade, de rebeldia e de falta de valores familiares. Hoje em dia, este mito foi ultrapassado e progressivamente assistiu-se a uma assimilação social e jurídica do divór-cio, simplificando-o e desburocrati-zando o processo, eliminando até a noção de culpa das partes. No fundo, permitindo que quando o casamento não cumpre as funções pretendidas, os cônjuges se possam libertar e evitar conflitos desnecessários.

Nos casais com filhos a simplifi-cação do divórcio não tem impacto pretendido porquanto a regulação das responsabilidades parentais acarreta a necessidade de um entendimento

A Literatura Oral Tradicional inte-gra-se no domínio do património cultural imaterial. Segundo a Con-venção da UNESCO de 2003, é entendido como um conjunto de práticas, representações, expres-sões, conhecimentos e técnicas, assim como objetos e lugares cul-turais a estes associados, que um determinado grupo de indivíduos ou comunidade reconhece como parte integrante da sua cultura.

Esta literatura é transmitida de boca em boca desde tempos ime-moriais, e cabe a quem a recebe a missão de a conservar e de lhe dar continuidade através da sua reprodução a outrém. O facto de ser difundida oralmente leva a que seja constantemente recriada, imprimindo-lhe um sentimento de identidade e continuidade. Essa oralidade é um veículo de

comunicação de saberes apoiada na memória e comporta grande importância e utilidade.

Provérbios, orações e lendas são alguns exemplos de literatura oral ditos nas povoações rurais durante o trabalho agrícola, festas ou serões, numa tentativa de desfiar horas e distrair o espirito. É uma arte produzida no seio popular, pois o povo tem imaginação fértil na criação de sentenças, sábios conselhos e ensinamentos de vária natureza. Exprimem ideias e sentimentos universais numa linguagem acessível a todos, e têm como principal missão ser escuta-das pelo próximo. Apesar de ter uma origem popular, com base da experiência da vida, do saber prático e costumeiro, este género de literatura tem uma forma lírica bastante acentuada.

Com um indiscutível inte-resse filológico, as lendas são caracterizadas por relatar factos ou acontecimentos encarados como tendo um fundo de verdade, pelo que são objeto de crença pelas comunidades a que respeitam. A lenda forma-se muitas vezes em torno de um facto conhecido, em que os pormenores reais se perdem na memória do povo e

entre os pais, para benefício dos filhos, e esse acordo nem sempre é conseguido pela via extrajudicial.

Aquando da consumação da sepa-ração dos progenitores da criança, a lei portuguesa estabelece que se deve proceder à regulação das responsa-bilidades parentais. Entende-se por responsabilidades parentais a capaci-dade de partilhar as tarefas da paren-talidade, bem como à definição da guarda de facto das crianças e a regu-lação do convívio com o progenitor com quem a criança não coabita.

A guarda conjunta ou a responsa-bilidade parental partilhada é, ainda hoje, residual. No início dos anos 80, nos Estados Unidos da América foi considerado sexista atribuir a guarda dos filhos à mãe. Na verdade, em Por-tugal, apesar de algumas tentativas, essa ainda é a tendência dominante, em caso de dúvida ou de igualdade de condições. Por outro lado, a noção de culpa no divórcio (só recentemente removida) foi permitindo que este se transformasse numa disputa com ven-cedor e vencido. Os filhos têm vindo a fazer parte das negociações e chan-tagens que se dão na divisão de bens, de forma sistemática. É geralmente nestes quadros pós-divórcio, em que os pais confundem o seu conflito com

o papel parental que desempenham, que muitas das tarefas da parentali-dade se vêm comprometidas.

Steinemann (1983) divide os casais em fase de separação em 3 grupos: O grupo A diz respeito aos “pais com sucesso” que conseguem separar cla-ramente o seu conflito conjugal do seu papel parental e que desejam proteger os filhos do sofrimento, não os imiscuindo no processo de sepa-ração. Os pais do grupo C são “pais que falham”, oriundos de famílias já bastante desorganizadas antes da separação, com confusão de papéis e que na sua maioria vão envolver com-pletamente os filhos no processo de separação. O grupo B (onde se situam a maioria das situações) é o dos “pais desorientados e ambivalentes”, isto é aqueles que se encontram sob um nível de stress muito elevado e que, não sabendo exactamente as decisões que devem tomar, beneficiariam do apoio da família alargado e de pro-fissionais.

Aquando do divórcio dos pais, as crianças tendem a manifestar alguma rejeição parental, considerada adap-tativa face ao processo de reestrutu-ração familiar e que geralmente é transitória. Alguns exemplos disso são ansiedade de separação, desagrado face aos novos companheiros dos pais e dos filhos destes, desagrado face às regras mais rígidas na casa de um dos progenitores, desagrado pela neces-sidade de alternar entre casas, entre outros. Todavia no caso de conflituali-dade elevada entre os progenitores o risco psicológico torna-se maior, quer a curto quer a médio e longo prazo e é aqui que se inscreve, do ponto de vista fenomenológico, a Alienação Parental.

No âmbito dos divórcios conflituo-sos, a Alienação Parental surge como a criação de uma relação exclusiva entre o progenitor que tem a guarda e a criança no sentido de afastar o outro progenitor. Este fenómeno foi descrito pela primeira vez por Gardner nos anos 80, mas parece existir desde que existem divórcios e/ou disputas pela guarda de filhos menores.

Nestas situações começamos por verificar uma recusa inicialmente por parte do progenitor quem tem a guarda em cumprir aquilo que foi combinado ao nível das visitas e dos contactos da a criança com o outro progenitor. Surge também uma campanha de descrédito e injúrias acerca desse progenitor junto da criança. São então utilizados todos os recursos legais para tentar adiar o processo de visitas e pernoitas junto do progenitor que não tem a guarda.

Com o evoluir da situação e se não for adequadamente a criança começa a interiorizar este processo e começa a ser ela própria a denegrir o progeni-tor e a não querer passar tempo com este.

Geralmente este processo atinge o seu expoente máximo quando surgem acusações falsas de abuso sexual e estas dão entrada em tribunal com o objectivo de suspender definitivamente as visitas.

Este processo levado a cabo por progenitores que instrumentalizam as suas crianças como forma de atacar o ex-cônjuge tem um forte impacto nas crianças. No curto prazo predomina a ansiedade de separação, a identificação patológica com o progenitor alienador, regressões no desenvolvimento, pas-sando por um empobrecimento da vida social, com défices de auto-estima e no controlo dos impulsos e baixo nível de

resistência à frustração. A longo prazo, os efeitos não foram ainda suficien-temente estudados mas os relatos de adultos que foram vitimizados por este fenómeno quando crianças são, no mínimo, inquietantes.

Concluindo, e para impedir que estas situações se materializam e consoli-dem como conflitos permanentes, estes sim traumatizantes, será importante que muitos dos pais desorientados e ambivalentes procurem o apoio da mediação familiar, antes de tornarem patológico o processo de regulação das responsabilidades parentais. A inter-venção atempada de técnicos com a formação adequada poderá reverter o processo e impedir que a alienação parental se concretize.

Como vimos inicialmente, existe uma linha ténue, entre aquelas famílias que perante a situação de crise conseguem organizar-se, com o aconselhamento profissional, na defesa da melhor situ-ação para a criança, e aqueles que se envolvem num conflito que muitas vezes dura o resto das suas vidas, invertendo valores e princípios que até aí tinham sido defendidos para a educação da criança, numa lógica de “faz o que eu digo e não faças o que eu faço”.

Agora o desafio que nos coloca-mos tem um novo enfoque colo-cado na capacidade de gestão desse divórcio e da capacidade dos progenitores manterem uma ideia de educação e de princípios para os filhos que vão para além do seu próprio relacionamento enquanto casal. A evolução, do ponto de vista do amadurecimento do casal, para esse estádio pós-divórcio, é decisiva para a qualidade da infância e da juventude.

O impacto do divórcio nas crianças e a alienação parental

A Literatura Oral Tradicional

RUBRICA DE PATRIMÓNIO

são substituídos por outros de pura ficção, acabando o maravilhoso e o imaginário por superar o histórico e verdadeiro.

No Baixo Guadiana existem várias lendas que evocam a presença muçulmana no território, como por exemplo a Lenda do Mourinho do Forte (Castro Marim), a Lenda do Mourinho da Torrinha (Vila Nova de Cacela – Vila Real de Santo António) ou O Mourinho do Barrete Encar-nado (Vila Nova de Cacela – Vila Real de Santo António).

A literatura oral tradicional é parte integrante do nosso património cul-tural imaterial, sendo por isso fun-damental e imprescindível proceder à sua recolha e revitalização, para que não caia no esquecimento e não se perca para sempre. Para além do seu cariz lúdico, também apresenta aspetos e características educativas, sociais e culturais que estimulam a criatividade e imaginação de quem a transmite e de quem a ouve.

Osvaldo PiresTécnico de Património Cultural. Centro de Estudos de Património e História do Algarve da Universidade do Algarve CEPHA/UAlg

COLABORADORES

A solidãoSão dolorosas as notícias que ultimamente

se têm ouvido. Pessoas pouco notadas, “terão as suas razões” mas o certo é que “vão” sem um familiar, um amigo a seu

lado. São pessoas que se fecham em si próprias, começou por ser uma solidão apetecida, só que não conseguem, tor-

nam-se impotentes, não sabem evoluir com a situação, não aparece, não comunica,

não é estimada, e passa a ser uma solidão sofrida. Quando chegam a este ponto, não

são capazes de fazer um exame de consciência, analisar e dizer: isto é um erro, não o vou cometer de novo. O ser humano tem a escolha, mas não a uti-

liza. Não decidiu nascer, não quer saber quando vai morrer. “A vida é um jogo” tem

de perceber o valor da vida, melhorar as regras de ser, avançarão com um pouco de mais sabedoria. Não sabem que a solidão

e amor não fazem par, levam uma vida apartada do mundo. Mude de compor-tamento, ainda está a tempo de evitar o declínio, liberte-se, não oscile entre o

egoísmo e a generosidade, ponha de parte ideias negras, os desesperos, supere essas

condições extremas, crie um equilíbrio sentimental, fale consigo próprio, ponha

questões, não foi estimado? Diga para si, vou ser mais sociável. Fale com pessoas,

pergunte o que é a solidariedade. A solida-riedade é o laço moral que liga uma pessoa

à vida. Não posso ser feliz se aqueles que ajudo não o possam ser também.

Manuel Tomaz

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JUNHO 2012 | 23

POESIA

O PoetaO poeta oferece e divulgaTudo aquilo que escreveuÉ quando melhor julgaDar um bem que Deus lhe deu

Quanto mais vou escrevendoMais tenho para escreverÉ assim que vou sabendoO que mais quero dizer

Ser poeta não se aprendeTudo sai do pensamentoComo bem se compreendeÉ preciso ter talento

Eu escrevo por amorToda a minha poesiaAssim sei dar o valorAo que o António Aleixo fazia

Comecei de muito novoJulgo-me útil assimEm ser poeta do povoDo concelho de Alcoutim.

Henrique Roberto

Coitado do MarianoNasceu Mariano Falcatona serra agreste, bravia;nunca, um moço tão incautonas altas montanhas crescia.

Aos estudos disse nãoe pelos campos foi ficando;arranca da terra o pão,por lá se vai amanhando.

Vive a vida como quer,sorrindo ao tempo que passa;mete em casa uma mulher,abriu a porta à desgraça.

De seu nome Mariana,ali ao lado a morar,é a moça mais levianaque a serra tem p’ra lhe dar.

Louca paixão, que vergonhalevar tal fêmea ao altar,mas ele não sabe, nem sonhaque ela o anda a enganar.No baile enrosca-se todaentre os braços do Mariano;mas, quando passa na roda,pisca o olho ao Germano.

Com o noivo no trabalho,dá uma escapadela à cidadee, com estranhos no serralho,põe-lhe as hastes à vontade.

O dia do enlace chegou;ardem foguetes no ar;em casa, ninguém ficou,há um novilho a pegar.

A aldeia engalanadavestiu o seu melhor fato;na rua a plebe, à marrada,presta honras ao Falcato.

Afinal havia maispor aquelas terras do alto;é público, veio nos jornais,não está sozinho o novato!

Manuel Palma

Ofício da minha terra

A minha aldeia já teveInteligências tão belasPara colar os sapatos

Não era a cola eram as cevelas

Com pregos, martelo e fioHavia uma mezinha

A sola ele batiaE assim ganhava a vidinha

Faziam pipas para o vinhoCharruas e até arados

Havia de tudo um poucoNesses anos já passados

Havia pedreiros e haviaHomens de grande talento

Faziam casas de pedraSem tijolos nem cimento

Tínhamos um ferreiroE o ferro ele dobravaFazia as ferraduras

E as bestas ele ferrava

O albardeiro fazia albardasTudo o que é apetrecho

Os burros sempre compostosAgora é tudo um desleixo

Tínhamos um alfaiateBonitos fatos fazia

Sentado à sua máquinaAssim ganhava a vidinha.

Natália Palma

Um sonhoSonhei que tinha asas

Pelos céus fui voarEncontrei as estrelas

Com elas fui falar

Então elas me perguntaramQue vieste cá fazer?

Vim porque há muito tempoGostava de as conhecer

Ah sim?!Então entra!...

Porque te vamos mostrarOs lindos jardins dos céus

Decerto que vais gostar!E gostei muito!

Meu Deus que lindas floresDe todas as cores: todas a brilhar.

Pareciam também estrelasTodas elas de encantar.

Gostaste!Muito! Mas tenho que ir

Faz-se tardeOh não! Agora vamos jantar

E fomosMas que belo manjar!

Era noite. AgradeciAgora tenho mesmo que partir

Esqueço que tenho medoAté mesmo de cair!...

Está lá descansadaPela nossa amiga Lua

Tu vais ser acompanhadaE lá veio a Lua!

Foi aí que acordeiAinda estava a voar

Mas que penaNão continuar a sonhar…!

Uma Castromarinense

Tavira Pintada – O rioSe soubesse pintar, pintava-te a ti, rio!

Às tuas aves e avezinhas!Às tuas casas e casinhas!

Aos teus barcos e barquinhos!À beira rio plantados.

Se soubesse pintar, pintava-te a ti rio!O teu perfume, o teu odor, o teu cheiro!

A maresia, nesta sublime poesia!Trazes-me recordações da infância…!

De quando era criança e andava descalça.Se soubesse pintar, pintava-te a ti, rio!

O teu corpo, o teu rosto de menino e moço.

Ilda Ferreira

Saudades são securas

Meu coração adora a vidaMas sempre com vontade de chorar

Lembrando os tempos da minha infânciaHoje não posso fazer mais nada, só descansar

Olhar pela nossa querida vidaPara termos projetos e realizações

Para um dia termos alegriasE para não termos desilusões

Para o nosso trabalho ser humildeMas que não dê cansaço

Teremos as boas palavras silenciosasPara êxitos e não ter fracassos

Com nossos amigos a trabalharE fortalecer a nossa comunidadeÉ como fosse uma pecha angularPorque são caminhos da verdade

Toda a vida que nós temosDevemos rezar uma oração

Ser generoso e olhar quem forPorque não representa a doação.

António Victor Severo Martins

Nem choros, nem velasQuando eu morrer

Não quero choros nem velasQuero uma fita amarelaGravada co o nome dela

Quando eu morrerNão quero choros nem gritos

Quero à minha cabeceiraUm garrafão de cinco litros

Quando eu morrerNão deixo herança a ninguémA herança que me deixaramPois eu a deixarei também

Não quero quando morrerQue me chamem pobrezinho

Vou ser rico sim senhorPois quero morrer sozinho

Nunca morrerei de amoresMas só me resta a saudadePois já vi morrer de amoresUm velho da minha idade

Sei que um dia hei de morrerEspero não voltar mais

Não quero ter mais desgostosVou juntar-me aos meus Pais

Tenho mulher, filhos e netosSou pobre e sem dinheiroSe alguém tiver de morrerEu quero ser o primeiro.

Olivério Faustino Santos

Page 24: Jornal do Baixo Guadiana Junho 2012

24 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JUNHO 2012

PASSATEMPOS&LAZER

A fritura é uma técnica culiná-ria que utiliza a gordura como meio de transporte de calor, e é um processo rápido (minutos) devido às altas temperaturas a

que esta se encontra. Sendo pouco saudável, deve ser utilizada apenas esporadicamente, no entanto, é possível tornar esta téc-nica culinária num “mal menor”; pode-se minimizar a absorção de gordura se se respeitarem algumas regras durante a fritura, tais como:

1. Utilizar apenas óleos e outras gorduras que resistam bem a altas temperaturas, sem se degradarem óleos ricos em gordu-ras monoinsaturadas e saturadas: azeite, óleo de amendoim e banha.2. O volume de gordura utilizado deve ser pelo menos três vezes o do alimento.3. Não utilizar um óleo que, depois de quente, comece a libertar cheiro intenso e fumo escuro.4. Aquecer bem o óleo a 160º-180ºC, e introduzir o alimento apenas quando o óleo estiver na temperatura certa.5. Sempre que possível, secar bem o alimento antes de o intro-duzir no óleo quente, para evitar que a água à superfície deste, faça baixar muito a temperatura do óleo.6. Colocar pouca quantidade de alimento de cada vez, mais uma vez, para não diminuir a temperatura óptima do óleo.7. Quando retirar o alimento, deixar escorrer bem o óleo na escumadeira e colocá-lo sobre papel de cozinha absorvente.8. Nunca juntar nova gordura a outra que já foi aquecida.9. Depois de arrefecer, filtrar cuidadosamente o óleo utili-zado.10. Não utilizar a mesma gordura mais de 3 vezes.

Regras para uma boa fritura

´ ´

u m a s l i n h a s p a r a a a l m a . . .

Ajude-nos a Ajudá-los!

GUADI Centro de Animais Rua D. Pedro V, Nº 38 – 2º andar 8900 – 283

Vila Real de Santo António Contribuinte Nº 507 534 328

Contactos: 964773101 e [email protected]/

http://associacaoguadi.blogspot.comFACEBOOK

As despesas com a alimentação são um ponto central no orçamento familiar, pelo que é necessário

adequar a lista de supermercado às necessidades do agregado. É importante avaliar as despesas para reduzir a compra de pro-dutos desnecessários.

Esteja atento às promoções e verifique o prazo de validade e certifique-se de que consome o alimento antes do prazo de vali-dade expirar. Evite compras supérfluas, não faça compras com apetite ou acompanhado de crianças pois assim será mais fácil seguir as listas das compras e evitar gastos desnecessários.

Escolha produtos mais baratos, os testes comparativos da DECO PROTESTE indicam que é possível comprar produtos como lacticí-nios, conservas, bebidas alcoólicas, alimentos frescos e congelados com boa qualidade e mais baratos. Também produtos como a pescada congelada, pastéis de bacalhau, rissóis de camarão, leite UHT meio gordo, chá verde e preto e vinho, entre outros produtos, apresentam uma óptima relação qualidade e preço.

Em casa uma boa conservação dos produtos também significa poupar. Ao guardar os produtos faça-o de forma correcta, por exemplo algumas frutas como as bananas e maçãs, aceleram o amadurecimento das restantes, pelo que deve guarda-las numa fruteira separada das restantes. No caso de sobras de refeições anteriores, deve colocá-las na zona mais fria do frigorífico, pois se bem cozinhadas ainda aguentam alguns dias. Caso preveja que não vai consumir esses alimentos no espaço de 1 a 3 dias, congele o excedente.

Uma boa gestão do frigorífico e da despensa é uma ajuda fundamental, pois colocando os alimentos com os prazos de vali-dade mais curtos à frente, estes serão consumidos em primeiro lugar.

Aproveite as sobras e recicle ingredientes de refeições ante-riores para as seguintes. Por exemplo, se sobrar carne, pode reaproveitá-la para fazer um empadão e do pão pode fazer tor-radas ou tostas.

a DECO informa

a GUADI apela

Susana Correiajurista

“Como posso reduzir as minhas despesas com as compras de supermercado? E será possível acondicionar os alimentos para que não se estraguem tão facilmente?”

Número solidário: 760 300 012

1) Grécia2) Polónia3) Rússia4) República Checa5) Holanda

6) Dinamarca7) Alemanha8) Portugal9) Espanha10) Itália

Quadratim - n.º96

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Jogo da Paciência n.º 102

“EUROPEU 2012”Ao “exportarmos”, para dentro e para fora do País, a nossa língua, história, cultura e costumes, mais engrandecemos Portugal e os seus produtos. É neces-sário que todos, incluindo membros dos órgãos de soberania, falem, seja onde for, sempre em Português. Os concursos musicais e não só, deviam unicamente divulgar sons, autores e intérpretes portugueses, para dar a conhecer mais a nossa música, motivar letristas e compositores. Basta de “estrangeirismos”! Respeitar a diáspora e aumentar o gosto por falar e escrever em Português. Não há necessidade de usar vocábulos estrangeiros, a língua lusa é bastante rica, forte e bonita. É preciso é usá-la sempre.

Pelo caminho correcto do Quadratim vá ao encon-tro do FALAR E ESCREVER EM PORTUGUÊS!

Soluções Jogo da Paciência - n.º101

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A G V TA R B C

F U N C H A WA E S XI M A

11) Irlanda12) Croácia13) Suécia14) Ucrânia15) Inglaterra16) França17) Futebol18) Europeu19) F.P.F.20) U.E.F.A.

Ana Brásdietista

Page 25: Jornal do Baixo Guadiana Junho 2012

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JUNHO 2012 | 25

EDITAIS

VENDEM-SE 100 COLMEIAS

BALURCOS DE BAIXO ALCOUTIM

Os interessados devem contactar Ildefonso Martins 965 320 592

CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIMA CARGO DA NOTÁRIA

MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃONos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia sete de Maio de dois mil e doze foi lavrada neste Cartório, de folhas onze a folhas doze verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número Vinte - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram:Delmira Pereira e marido, Simplício Emídio Valente, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, ambos naturais do concelho de Castro Marim, ela da freguesia de Azinhal, ele da freguesia de Odeleite, residentes no Sítio dos Corujos, na re-ferida freguesia de Azinhal, contribuintes fiscais números 138 836 868 e 138 836 850. Que declararam ser donos e legítimos possuidores, com exclu-são de outrem, do prédio urbano destinado a habitação, sito em Corujos, na dita freguesia de Azinhal, composto por uma morada de casas térreas, com a área coberta e de implantação de cinquenta metros quadrados, a confrontar a Norte e a Poente com arruamento, a Sul com Domingos Romão, e a Nascente António Gil, não descrito na Conservatória do Registo Predial deste concelho, inscrito na respectiva matriz urbana sob o artigo 282, com o valor patrimonial tributável e atribuído de duzentos e setenta e nove euros e vinte e quatro cêntimos.Que o referido prédio entrou na posse dos primeiros outorgantes, já no estado de casados, por partilha verbal, nunca reduzida a escrito, em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e cinco, feita com os demais interessados, por óbito dos pais da primeira outorgante mulher, Domingos Clemente e Serafina Maria, casados que foram sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram no já referido Sítio dos Corujos, na dita freguesia de Azinhal, concelho de Castro Marim.E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, por-tanto há mais de vinte anos, têm estado os justificantes na posse do referido prédio, cuidando da sua manutenção, pagando contribuições e impostos, enfim usufruindo-o no gozo pleno de todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que os justifi-cantes adquiriram o referido prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito. Está conforme o original. Castro Marim, aos 7 de Maio de 2012.

A Colaboradora,(Joana Isabel da Silva de Gouveia e Sousa)

(Colaboradora inscrita sob o n.º 400/4, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 16.01.2012, no portal da Ordem dos Notá-

rios, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro)

Conta registada sob o n.º 39/05 Factura / Recibo n.º2636

Jornal do Baixo Guadiana, 01 de Junho 2012

CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIMA CARGO DA NOTÁRIA

MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃONos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia nove de Maio de dois mil e doze foi lavrada neste Cartório, de folhas treze a folhas catorze verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número Vinte - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram:Lúcia Maria Gonçalves Pereira Soares e marido, Diamantino António Silvestre Soares, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, na-turais, ela da freguesia de Tavira (Santa Maria), concelho de Tavira, ele da freguesia e concelho de Alcoutim, residentes na Avenida Salgueiro Maia, Sítio do Anica, na freguesia de Monte Gordo, concelho de Vila Real de Santo António, contribuintes fiscais números 104 878 142 e 107 400 111.Que declararam ser donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio rústico sito no Sítio da Ferradura, na freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, composto por alfarrobeiras, cultura arvense de sequeiro, oliveiras, mato e leitos de curso de água, com a área total de mil novecentos e sessenta metros quadrados, a confrontar a Norte com António Pereira, a Sul com barranco, a Nascente com Gualdino Manuel Custódio e a Poente com Manuel Teresa Fernandes, não descrito na Conservatória do Registo Predial deste concelho, inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 24, secção 134, com o valor patrimonial tributável, calculado para efeitos de Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis e de Imposto do Selo, de cento e sessenta e sete euros e setenta e quatro cêntimos, igual ao atribuído.Que o referido prédio entrou na posse dos primeiros outorgantes, já no estado de casados, por doação verbal, nunca reduzida a escrito, em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e cinco, feita pelos pais da primeira outorgante mulher, Ramiro Gonçalves Pereira e Maria Antónia Pereira, casados que foram sob o regime da comunhão geral, e residentes na Junqueira, na freguesia e concelho de Castro Marim, ele actualmente já falecido.E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado os justificantes na posse do referido prédio, cuidando da sua manutenção, pagando contribuições e impostos, colhen-do seus frutos, arando suas terras, enfim usufruindo-o no gozo pleno de todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que os justificantes adquiriram o referido prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito.Está conforme o original. Castro Marim, aos 9 de Maio de 2012.

A Colaboradora, (Ana Rita Guerreiro Rodrigues)

(Colaboradora inscrita sob o n.º 400/3, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 05.01.2012, no portal da Ordem dos

Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro)

Conta registada sob o n.º 47/05 Factura / Recibo n.º 2844

Jornal do Baixo Guadiana, 01 de Junho 2012

CARTÓRIO NOTARIAL DE ALCOUTIMA Cargo da Adjunta de Notário

Lic. Margarida Rosa Molarinho de Brito Simão

Certifico para efeitos de publicação que por escritura outorgada hoje neste Cartório Notarial, a folhas noventa e cinco do Livro de Notas para Escrituras Diversas número “trinta e três – D”, José Cavaco Peres, N.I.F. 110.920.708, natural da freguesia e concelho de Alcoutim e mulher, Gertrudes Maria Mestre Barrocas de Cavaco Peres, N.I.F. 110.920.716, natural da freguesia de Beja (Santa Maria da Feira), concelho de Beja, casados sob o regime da comunhão geral, residentes na Rua 25 de Abril, nº 11 r/c esqº , Beja.Que são donos e legítimos possuidores com exclusão de outrem do prédio rústico, sito na várzea da Lourinhã, freguesia e conselho de Alcoutim, composto por cultura arvense, figueiras, oliveiras, olival e horta, com a área de setecen-tos e oitenta metros quadrados, a confrontar do norte com José Rita Rosa e Mário Lourenço Martins, do sul com Maria Isabel Cavaco, do nascente com rio Guadiana e do poente com herdeiros de José Hermógenes Duarte do Rosário, inscrito na respectiva matriz em nome do justificante marido sob o artigo 97 da secção 024, com o valo patrimonial tributário de € 47,88 a que atribuem igual valor e não descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim:Que o referido prédio lhes pertence por haverem comprado em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e oito e portanto há mais de vinte anos, por contrato verbal, não titulado por escritura pública a Francisco António João e mulher Gabriela Vicente Cavaco Correia João, casados no regime da comunhão geral, residentes que foram em Cortes Pereiras, freguesia e concelho de Alcoutim, não dispondo eles justificantes de qualquer titulo formalmente válido que comprove tal compra.Que, no entanto, desde que a mesma foi efectuada e até à data, sempre eles justificantes estiveram na posse e fruição do mencionado prédio, ininterrup-tamente, à vista de toda a gente, sem oposição de quem quer que seja, com a consciência de utilizarem e fruírem coisa exclusivamente sua, adquirida dos anteriores proprietários, fazendo sementeiras e plantações, pagando as respectivas contribuições e impostos, enfim dele retirando todos os seus normais frutos, produtos e utilidades.Que em consequência de tal posse em nome próprio, pacífica, pública, contínua e de boa fé, adquiriram o mencionado prédio por usucapião, que expressamente invocam para justificar o seu direito de propriedade para fins de registo.Está conforme com o original.Cartório Notarial de Alcoutim, aos vinte e quatro de Maio de dois mil e doze.

A Adjunta do Notário, em substituição legas,(Margarida Rosa Molarinho de Brito Simão)

Conta: Art.º 20.º n.º 4.5……. € 23,00São: Vinte e três euros.Conta registada sob o n.º 21

Jornal do Baixo Guadiana, 01 de Junho 2012

CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIMA CARGO DA NOTÁRIA

MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃONos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia onze de Maio de dois mil e doze foi lavrada neste Cartório, de folhas quinze a folhas dezassete do Livro de Notas para Escritu-ras Diversas número Vinte - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram:Eduardo Teresa Gregório e mulher, Maria Luísa Nunes Salvador Gregório casados sob o regime da comunhão de adquiridos, ambos naturais da freguesia e concelho de Castro Marim, onde residem, no Sítio da Junqueira, contribuintes fiscais números 110 602 625 e 110 802 633. Que declararam ser donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio rústico sito na Várzea do Guarda, na freguesia e concelho de Castro Marim, composto por leitos de curso de água e pomar de citrinos, a confrontar a Norte com Ribeira, Sul com caminho, a Nascente com Manuel António Pereira Martins, e a Poente com António Manuel Teresa Gregório, com a área de mil metros quadrados, não descrito na Conservatória do Registo Predial deste concelho, inscrito na matriz sob o artigo 14, da secção D, com o valor patrimonial tri-butável, calcula para efeitos de IMT e de Imposto do Selo, de 260,44 euros, igual ao atribuído.Que o referido prédio lhes pertence, por o terem adquirido por partilha verbal, nunca reduzida a escrito, em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa, já no estado de casados, feita com os demais interessados, por óbito do pai do justificante marido, António Gon-çalves Gregório, natural que foi da freguesia e concelho de Castro Marim, casado que foi com Maria dos Mártires Teresa sob o regime da comunhão de adquiridos e residente que foi nos Montes Castelhanos, Junqueira Castro Marim.E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado os justificantes na posse do referido prédio, cuidando da sua manutenção, pagando contribuições e impos-tos, arando suas terras, colhendo os seus frutos, enfim usufruindo-o no gozo pleno de todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que os justificantes adquiriram o prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, títulos extrajudiciais normais capazes de provar o seu direito. Está conforme o original. Castro Marim, aos 11 de Maio de 2012.

A Colaboradora, (Joana Isabel da Silva de Gouveia e Sousa)

(Colaboradora inscrita sob o n.º 400/4, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 16.01.2012, no portal da Ordem dos Notá-

rios, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro)

Conta registada sob o n.º 52/05 Factura / Recibo n.º 2849

Jornal do Baixo Guadiana, 01 de Junho 2012

EXTRACTO DE JUSTIFICAÇÃOCertifico, para efeitos de publicação, que, por escritura outorgada

hoje, neste Cartório Notarial, lavrada a partir de folhas noventa, no livro de notas para escrituras diversas número Um, Ezequiel Rodrigues Calvinho e mulher, Alice de Jesus Calvinho, casados sob o regime da comunhão geral de bens, naturais da freguesia e concelho de Castro Marim, onde residem no Sítio da Azeda, Lugar de São Bartolomeu, declararam que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrém, do Prédio urbano, composto de terreno situado dentro de aglomerado urbano, sem afectação agrícola, com a área de mil e oitenta metros quadrados, sito no Sítio da Azeda, Lugar de S. Barto-lomeu, freguesia e concelho de Castro Marim, a confrontar do norte e nascente com herdeiros de António Celorico Drago, sul com estrada municipal e poente com Ezequiel Rodrigues Calvinho, omisso no registo predial e inscrito na matriz respectiva sob o artigo 8136, com o valor patrimonial de 4.240,00 € e igual valor atribuído, o qual teve origem no artigo rústico 12, Secção BU, da mesma freguesia.

Que não possuem qualquer título formal que legitime o domínio do mesmo prédio, já que o mesmo foi adquirido por partilha verbal, efectuada no ano de mil novecentos e oitenta e sete com os demais interessados, por falecimento de seus, respectivamente, sogros e pais, Virgílio César e mulher Mariana de Jesus, casados que foram sob o regime da comunhão geral de bens e com última residência no dito Sítio da Azeda.

Que desde aquela data possuem efectivamente o dito prédio, sem qualquer interrupção, usufruindo o mesmo, gozando todas as utilidades por ele proporcionadas, nomeadamente ocupando-o, nele estacionando veículos e guardando materiais, pagando os respectivos impostos, praticando os actos normais de conservação e defesa da propriedade, com ânimo de quem exercita direito próprio, sendo reconhecidos como seus donos por toda a gente, fazendo-o de boa fé por ignorarem lesar direito alheio, pacificamente porque sem violência, contínua e publi-camente, à vista e com conhecimento de toda a gente, agindo sempre por forma correspondente ao exercício pleno do direito possuído sem oposição, embargo ou estorvo de quem quer que seja e tudo isto por lapso de tempo superior a vinte anos.

Que dadas as enunciadas características de tal posse, adquiriram o identificado prédio por usucapião, título este que, por natureza, não é susceptível de ser comprovado pelos meios normais.

Está conforme.

Cartório Notarial, situado na Rua Professor Egas Moniz, Lote 1, Loja 1, r/c, em Vila Real de Santo António, do Notário Rui Miguel da Costa Leite, em três de Maio de dois mil e doze.

O Notário,

Jornal do Baixo Guadiana, 01 de Junho 2012

CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIMA CARGO DA NOTÁRIA

MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO

Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia vinte e três de Maio de dois mil e doze foi lavrada neste Cartório, de folhas trinta e oito a folhas trinta e nove verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número Vinte - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram:Manuel António Sebastião Palma e mulher, Maria Carolina Rosa Barrocas Palma, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, ele natural da freguesia de Pereiro, concelho de Alcoutim, ela natural da freguesia de Nossa Senhora das Neves, concelho de Beja, residentes na Rua do Moinho, número 19, Penedo Gordo, na freguesia de Santiago Maior, concelho de Beja, contribuintes fiscais números 139 354 859 e 130 053 880.Que declaram que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio urbano sito no lugar de Vicentes, na freguesia de Pereiro, concelho de Alcoutim, destinado a habitação, a confrontar a norte com Herdeiros de José Teixeira, a sul com Herdeiros de José Simão, a nascente com António Mestre, e a poente com via pública, com a área total e de cobertura de trinta e um metros quadrados, não descrito na Conservatória do Registo Predial daquele concelho, inscrito na matriz urbana sob o artigo 1219, com o valor patrimonial tributável de dois mil duzentos e trinta euros, igual ao atribuído.Que o referido prédio entrou na posse do primeiro outorgante marido, ainda no estado de solteiro, menor, em data imprecisa do ano de mil novecentos e qua-renta e sete, por doação verbal e nunca reduzida a escrito, feita por seus avós, Isidro da Palma e Ana Helena, casados que foram sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram no referido lugar de Vicentes, na freguesia de Pereiro, concelho de Alcoutim, ambos já falecidos.E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, tem estado o justificante na posse do referido prédio, cuidando da sua manutenção, pagando contribuições e impostos, enfim usufruindo-o no gozo pleno de todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que o justificante adquiriu o referido prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, títulos extrajudiciais normais capazes de provar o seu direito.Está conforme o original. Castro Marim, aos 23 de Maio de 2012.

A Colaboradora, (Ana Rita Guerreiro Rodrigues)

(Colaboradora inscrita sob o n.º 400/3, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 05.01.2012, no portal da Ordem dos

Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro)

Conta registada sob o n.º 95/05 Factura / Recibo n.º 2876

Jornal do Baixo Guadiana, 01 de Junho 2012

Page 26: Jornal do Baixo Guadiana Junho 2012

26 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JUNHO 2012

O Grupo Desportivo Pic Nic esteve em destaque no Torneio Regional de Iniciados de Atletismo nas cate-gorias de Triplo Salto, 80 metros plano e 100 metros barreiras. Nas duas primeiras categorias Daniel Chagas classificou-se em primeiro lugar, e em 100 metros barreiras em segundo lugar. Os pódios fize-ram parte da participação do Pic Nic nesta competição.

Futebolândia

Olá! Sejam bem-vindos à convo-catória dos vinte e três jogadores que deveriam ter ido ao Europeu de futebol, ao invés daqueles que foram convocados por Paulo Bento.

Na baliza: Rita Pereira (joga como está na Playboy), Soraia Chaves (joga tal e qual como no filme «Crime do Padre Amaro», mas sem padre) e a Lenka do «Preço Certo» (mas sem o Fer-nando Mendes, caso contrário tinha que se contratar pelo menos quatro cozinheiros a trabalhar vinte e quatro horas por dia e a federação “só” tem orçamento para pagar os prémios de jogo milionários aos jogadores).

Na defesa: Pedro Passos Coelho, José Sócrates, Durão Barroso, António Guterres, Cavaco Silva, Santana Lopes e Mário Soares (Gostava de ver alguém entrar nesta defesa; já varreram o país em trinta e oitos anos de demo-cracia; já podem imaginar o que farão aos avançados das outras seleções; abaixo do pescoço é canela).

No meio-campo: Todos aque-les que costumam estar nas pro-moções do «Pingo Doce». Vamos alternando entre aqueles que andaram metidos no “arraial de socos” junto às prateleiras e os que andaram aos empurrões com os carrinhos, tipo pista de carros de choque.

Avançados: Fátima Felguei-ras, Pinto da Costa, Alberto João Jardim, Valentim Loureiro, Isal-tino Morais, Armando Vara e Miguel Relvas (avançados mais rápidos não existem, correm tanto que nem a justiça portuguesa os alcança).

Penso que estão os melhores! Na promoção da imagem da sele-ção vamos ter o Paulo Portas a oferecer uns aventais com a ban-deira portuguesa; nos gritos de apoio à seleção vamos ter a Júlia Pinheiro e a Cristina Ferreira (as duas juntas conseguem atingir mais decibéis que um avião da TAP)!

Pronto, depois da convocatória resta-me desejar boa sorte para a Seleção Nacional no Europeu.

Qualquer semelhança com outra convocatória é pura coin-cidência!

Eusébio Costa, radialista e licenciado em

ciências da comunicaçã[email protected]

Grupo Desportivo de Alcoutim no «Top 10»

Integrado no programa de come-morações do 15º aniversário, a Associação Recreativa e Cultural do Azinhal (ARCA) organiza, dia 23 de junho, o 16º Rally Paper «Guadiana».

A iniciativa decorre no interior do concelho de Castro Marim, contemplando a sempre inebriante paisagem, flora e fauna do terri-tório. A concentração dos partici-pantes para a prova acontece no Largo do Mercado, na aldeia do Azinhal, às 09h.

Os mais de cem participantes

esperados no evento terão direito a um almoço campestre e a um jantar convívio que assinala os 15 anos de existência desta agre-miação cultural e desportiva da freguesia.

O 16º Rally Paper «Guadiana» é uma organização da ARCA e conta com os apoios da câmara munici-pal de Castro Marim e da junta de freguesia de Azinhal.

Para mais informações contacte a ARCA através do e-mail:

[email protected] ou do telemóvel 967975861.

O atleta Nelson Gonçalves, cego total, conseguiu os mínimos para os Jogos Paralímpicos de Londres 2012. Participou no campeonato nacional nos passados dias 12 e 13 de maio. No dia 12, com o lançamento do disco, atingiu o 1º lugar, com a marca de 28,56m, confirmando os mínimos (B), para os Jogos Paralímpicos de Londres. No lançamento do peso atingiu o 1º lugar, com a marca de 9,40m,

confirmando os mínimos (B).No dia 13, no meeting de

Quarteira, o lançamento do peso valeu-lhe o 2º lugar, com a marca de 9,34m,

mais uma vez confir-mando os mínimos (B), para os Jogos Paralimpicos.

Baixo Guadiana sobre rodas

crónicas

No passado dia 19 de maio dispu-tou-se mais uma prova da Taça de Portugal, que desta feita rumou até ao sul do país, ligando o Res-taurante Alpendre a Vila Nova de Cacela; percorrendo algumas das estradas das freguesias dos concelhos de Vila Real de Santo António e Castro Marim, num total de 158,3 quilómetros.

Numa prova bem disputada e

Decorreu a 19 e 20 de maio na Mexi-lhoeira da Carregação (Lagoa), a 1ª etapa do Campeonato Nacional de Esperanças, tendo o Grupo Despor-tivo de Alcoutim ficado na 10ª posição coletiva, em cerca de meia centena de clubes, representados por cerca de 600 atletas. O destaque vai para as atletas menores Ana Palma/ Daniela Mestre que venceram os 2km em K2 menor, enquanto que no K1 menor Joana Ramos foi 2ª e Beatriz Ribeiros 3ª. De salientar também que nos 4km infantis Pedro Jeremias foi bronze em

depois de anuladas todas as fugas que animaram a corrida, Sérgio Ribeiro e Samuel Caldeira pro-tagonizaram no final um aper-tado duelo ao sprint, levando a melhor o homem da equipa do norte do país, terminando a prova com 4h03m27s, o que o levou a assumir a liderança da prova dei-xando Samuel Caldeira mais uma

K1, Rodrigo Romão/André Madeira 9º e Bruno Ramos/Ricardo Martins 15ª em K2. No K1 Feminino Joana Mestre foi 17º, enquanto que nos 6km o K2 Cadete Micael Marques/ Alejandro Villegas, depois de completarem a 1ª volta no grupo da frente, acabaram por ter problemas no leme ficando na 12º posição, sendo Jorge Palma/João Rodrigues 10º. Em K1 cadete Hugo Carmo acabou a prova em sofrimento no 8º lugar, pois está a tentar debe-lar uma lesão no ombro há algumas semanas.

vez no segundo posto. O natural da Manta Rota torna-se assim um crónico segundo lugar, visto já no dia anterior ter sido também segundo no III Challenge de Tavira atrás da jovem promessa, André Mourato (Liberty Seguros).

No que confere ao BTT, o Baixo Guadiana faz-se representar na Taça do Algarve de XCO com diver-

sos atletas e a equipa liderada pelo professor Mário Alpiarça, Núcleo Sportinguista de VRSA.

Na 3º Prova da Taça do Algarve, disputada a 20 de maio, em maior destaque apresentou-se Diogo Afonso que venceu na categoria de Sub 23. Na categoria rainha, elites masculinos, André Vieira, num oitavo lugar ,foi o melhor do Núcleo Sportinguista pombalino, que por equipas foi quarta classi-ficada. Também nesta modalidade olímpica a 6 de maio, disputou-se a 2º prova da Taça Regional com destaque mais uma vez para Diogo Afonso que ganhou na sua cate-goria enquanto que Duarte Dias, num oitavo lugar, foi o melhor elite masculino. Nesta prova a equipa de VRSA foi a terceira melhor.

Humberto Fernandes

Ciclismo nacional volta a terras do Baixo Guadiana

DESPORTO

Competiram na 1ª etapa do Campeonato Nacional de Esperanças 600 atletas

Pic Nic destaca-se no Torneio Regional de Iniciados

ARCA promove 16º Rally Paper «Guadiana»

Nelson Gonçalves apurou-se para Jogos Paralímpicos de Londres

Três Pódios

Num total de 50 clubes o Grupo Desportivo de Alcoutim (GDA) conseguiu ficar nos 10 melhores na 1ª etapa do Campeonato Nacional de Esperanças de canoagem.

O atleta e o treinador estão de malas feitas para Londres

Grupo Desportivo alcançou o pódio

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JUNHO 2012 | 27

DESPORTO

Treinador do Lusitano fica no clube

más que temos que apoiar. Se o Lusitano estivesse a lutar pelo segundo ou terceiro lugar, as pes-soas não iam ao campo.

J.B.G — Quer então dizer que o estabelecimento do objetivo da subida foi deter-minante para a massa asso-ciativa?

M.V. — Ajudou. Os jogadores sentiram-se acarinhados e esti-mulados a lutar por um objetivo maior.

J.B.G — Houve também êxito e conquistas nos escalões dos mais pequenos. O que os motivou? O comportamento da equipa principal?

M.V. — Nos escalões mais baixos é relativo. Há sempre, e com maior importância, o apoio dos pais, para além de mexer com outro tipo de apoios.

J.B.G — As autarquias estão em crise financeira. Têm sen-tido também ou a vocês não vos tem faltado o apoio?

M.V. — A nível da autarquia temos sentido, nós e os clubes todos. Nós sabemos como tudo isto está hoje. Mal ou bem, não nos têm faltado; pesam algumas queixas devido às falhas no apoio com os transpor-tes no fim-de-semana.

J.B.G — Vimos já que estão satisfeitos; fizeram uma boa época. Qual a planificação e o estado de espírito em relação ao futuro?

M.V. — A próxima época começou a ser preparada com a continuidade do treinador, pelo trabalho desen-volvido. Era fundamental que ele ficasse, o que já está assegurado. Quanto aos jogadores, temos falado com alguns numa conversa franca, a dizer como é que o clube está. Se puderem ficar, ficam, senão, amigos como antes. Não iremos é andar como noutras épocas, a atirar areia para os olhos uns dos outros.

J.B.G — Se fizesse neste momento um apelo à massa associativa do Lusitano, o que

lhes diria?

M.V. — Mais do que à massa asso-ciativa do Lusitano, eu apelaria mais às gentes de VRSA. O clube tem 93 anos, está com trezentos atletas. Está com o campo recupe-rado. Precisamos que todos sintam mais o clube, que vão mais vezes ver o clube. Que se façam sócios. Havemos de fazer uma campanha para angariar mais sócios. Ouçam o que é mais um desabafo meu que outra coisa. Se calhar com as difi-culdades que tivemos e o cansaço, depois deste êxito, o mais fácil era sair. Mas eu não sou dos que aban-donam o barco, vou ficar mais um ano até às eleições, onde se decidirá a continuidade. Esta parte já está feita, vamos agora tentar recuperar o clube.

Jornal do Baixo Guadiana — 2012 é um ano muito parti-cular para o Lusitano Futebol Clube. Ao que parece as coisas ainda correm melhor. Já depois da subida e todos os escalões vão participar nas competições nacionais. O que sente um presidente ao mudar de patamar de com-petição, após tanto tempo de espera para o regresso?

Miguel Vairinhos — É difícil definir. Chegou tudo assim de rajada. É muita alegria, orgulho e satisfação. Secalhar o clube voltou para onde nunca deveria ter saído. Tanto em seniores como no escalão de juniores, no qual subimos esta semana para a 2ª Divisão Nacional. Agora, vamos ver o que vai dar. Os campeona-tos nacionais têm mais encargos. Vamos continuar a batalhar para conseguir a continuidade.

J.B.G — O Lusitano sobe num ano de crise.

M.V. – Num ano de crise e quando não teve dinheiro.

J.B.G – Se não houve dinheiro, terá havido outro tipo de motivação?

M.V. — Tanto da parte técnica, como da equipa de jogadores,

foram excecionais. Sempre soube-ram, a partir de uma dada altura, que não havia verba. Quiseram continuar. Internamente, dentro do balneário, propuseram-se a conseguir aquele objectivo, luta-ram por ele e conseguiram.

J.B.G — Ainda assim, a subida é também um prémio à dedicação dos atletas.

M.V. — Foram eles, que lutaram e andaram lá, dentro das quatro linhas, a lutar pelo seu emblema. O prémio é inteiramente deles e da equipa técnica que conseguiu segurar o barco e fazer com que rumasse a bom porto.

J.B.G — O Lusitano está onde merece ou ainda poderia estar mais alto?

M.V. — Respondo de forma sim-ples. O Lusitano está e vai estar onde as pessoas quiserem que ele esteja. Quem critica fala, mas não dá apoio ou não aparece, ou não sabe criticar. Primeiro temos de ouvir aqueles que nos apoiam.

J.B.G — O Lusitano esta época parece ter tido um grande apoio da massa asso-ciativa.

M.V. — Teve, teve. E eu, numa dada altura fui crítico. Disse que gostava que a massa associa-tiva fosse mais regular durante a época. Secalhar é nas alturas

Miguel Vairinhos, presidente do Lusitano está muito satisfeito com equipa e apela ao apoio da massa associativa

Equipa vitoriosa foi recebida no salão nobre da Câmara Municipal de VRSA

Sócios do clube querem que o campo tenha dimensões para os campeona-tos nacionais

Fomos ouvir Miguel Vairinhos, 37 anos, presidente do Lusitano Futebol Clube de Vila Real de Santo António, sorridente e satisfeito. Não é para menos. Garantiu o título distrital do Algarve, em futebol, e a subida ao campeonato nacional da 3.ª Divisão, cinco anos depois, treinada por Ivo Soares. Em todos os outros escalões, à excepção de juvenis, o Lusitano está presente nos campeonatos nacionais.Sombras de receio, devido à possibilidade de a 3ª divisão ser extinta, pairam sobre esta vitória, obrigando a equipa vila-realense a um esforço maior que a obrigará a ficar nos primeiros lugares do pódio, para não cair de regresso aos distritais, caso essa alteração se consuma.

Obras no Francisco Gomes SocorroFalámos também sobre a questão dos jogos disputados no campo Fran-cisco Gomes Socorro e o pedido de obras que fazem alguns sócios para que o campo tenha as dimensões necessárias para os campeonatos nacionais. O interlocutor justifica com o facto de ser ainda cedo, não só pela falta de verbas para as obras, mas pela questão desportiva. É que se vier a ser extinta a terceira divisão e o Lusitano não se classificar no pódio da terceira divisão, aquando da extinção, será mandado de volta ao regional, para o qual o Francisco Gomes Socorro pode funcionar como está.

José Cruz

Adianta Miguel Vairinhos

CMVRSA

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Tome o pequeno-almoço em casa. Se pensar no valor que gasta diariamente no seu crois-sant com fiambre e meia de leite, e multiplicá-lo pelos cinco dias da semana e depois pelas quatro semanas do mês, se calhar terá o montante certo para pagar a conta da eletricidade! E quem diz pequeno-almoço, diz almoço e lanche! Quando se aperceber da quantidade de dinheiro que pode poupar, vai certamente render-se!

No ano em que se comemora o Envelhecimento Ativo e a solidariedade intergeracional, a câmara munici-pal de Castro Marim lançou no dia 1 de junho, «Dia da Criança», um livro que reúne os mais novos e os mais crescidos. De um lado estão os textos que falam dos valores da terra de Castro Marim, escritos pelos que conhecem bem os produtos típicos do concelho. Por outro lado as ilustrações feitas pelos mais novos que através do desenho fazem notar as conceções que têm desses valores que não se podem perder no tempo e que consubstanciam parte da história de um povo.

Trata-se de uma homenagem aos produtos tra-dicionais, como afirma no prefácio do livro José Estevens, presidente da câmara municipal de Castro Marim, responsável pela edição da obra. “São saberes transmitidos de geração em geração, parte integrante da história das gentes deste concelho que a todos cumpre respeitar”. Prontamente o autarca refere que esta obra agora publicada “é um exemplo da interação entre gerações”, reunindo e partilhando saberes.

Foram os menos novos que lançaram o desafio que os mais jovens desde logo agarraram. Os escritores deram vida ao figo, à amêndoa, ao sal, à cestaria, às rendas de bilros e ao azeite, entre outros. São 10 contos ilustrados que envolveram a comunidade escolar de Castro Marim e os escritores da terra.

E, assim, a muitas mãos, nasce «Valores da Minha Terra», apresentado ao público no dia 1 de junho, numa distribuição por todas as escolas do concelho castromarinense.

«Valores da minha Terra» promove a solidariedade entre gerações

CartoonECOdica

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Castro Marim promove a solidariedade entre gerações com «Valores da Minha Terra»

Passagens de nível das Hortas e Matadouro, em Vila Real de Santo António, já têm meias-barreiras

O desemprego no Algarve já atinge os 20%. A tendência é crescente.

Sotavento Algarvio