jornal de marvila nº 52 - março 2010

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Dia L Expectativas superadas em Marvila Entrevista a Duarte Sá Presidente da Direcção da Casa do Concelho de Cinfães “Os alunos querem chegar e tocar!” Projectos Educativos em Marvila PÁG. 5 PÁG. 3 PÁG. 8 Março 2010 Jornal da Junta de Freguesia Mensal - Ano 5 Nº52 Marvila DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

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Jornal de Marvila nº 52 - Março 2010

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Page 1: Jornal de Marvila nº 52 - Março 2010

Dia LExpectativas superadas em Marvila

Entrevista a Duarte Sá Presidente da Direcção da Casa do Concelho de Cinfães“Os alunos querem chegar e tocar!”

Projectos Educativos em Marvila

PÁG. 5

PÁG. 3

PÁG. 8

Març

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10Jornal da Junta de Freguesia

Mensal - Ano 5

Nº52 MarvilaDISTRIBUIÇÃO GRATUITA

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Marvila

Informações úteisSaúde

Centro de Saúde de Marvila - Rua Dr. Estevão de Vasconcelos, 56 Tel: 21 862 07 51 / 21 868 69 51Centro de Saúde Dr. José Domingos Barreiros - Beco da Mitra, 2 - Tel: 21 861 86 00Unidade de Saúde dos Lóios - Tel: 21 836 60 75Unidade Local de Saúde da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa do Bairro do Armador - Av. Virgílio Ferreira, Lt. 770, R/C - Bairro do Armador Tel: 21 831 07 90/5Clínica de Chelas - Av. Dr. Augusto Castro, Lt. 107. Lj. A e B Tel: 21 859 30 40 / 21 837 30 40

FarmáciasFarmácia Almeida Vaz - Rua Luís Cristino da Silva, Lt. 248 Lj. 92 - Tel: 21 859 56 73Farmácia Barros Gouveia - Rua Vale Formoso de Cima, 79 B - Tel: 21 859 51 80Farmácia Falcão - Rua Rui de Sousa, Lt. 65 A - Tel: 21 859 65 65Farmácia Freitas - Rua Vale Formoso, 23 A - Tel: 21 868 11 36Farmácia de Marvila – B.º Marquês de Abrantes, Lt. 35 e 36 - Tel: 21 859 48 00Farmácia Sacramento – Rua Actriz Palmira Bastos, 42 Lj. Dt.ª - Tel: 21 859 09 04Farmácia Santo António – Avenida Paulo VI, 14 Lj. - Tel: 21 839 43 14Farmácia Santos Silva – Praça Raul Lino, Lt. 226 Loja 22 - Tel: 21 859 12 65Farmácia Serejo – Avenida João Paulo II, Lt. 531, Lj. B - Tel: 21 859 26 11Farmácia Pontes Leite – Av. François Mitterrand, 39 B - Tel: 21 859 37 20

SegurançaPSP14.ª Esquadra Amendoeiras - Tel. 21 837 40 6016.ª Esquadra Condado - Tel. 21 837 48 8238.ª Esquadra Flamenga - Tel. 21 837 39 88Tel: 21 859 30 40 / 21 837 30 40

SegurançaGNRComando - Tel. 21 321 70 00Polícia Judiciária - Tel. 21 726 80 22Polícia Municipal - Tel. 21 782 52 00Regimento de Sapadores Bombeiros - Tel. 21 396 31 41/ 808 20 32 32

Transportes CARRIS - Tel: 21 361 30 38CP - Tel: 808 208 208Metropolitano - Tel: 21 355 84 57Táxis - Tel: 800 20 01 43 / 800 20 08 46 / 800 20 66 23

Serviços PúblicosEPAL (Assistência Domiciliária) - Tel: 800 201 101EPAL (Roturas) - Tel: 800 201 600EDP (Fugas de gás) - Tel: 21 868 53 09

Intoxicações - Tel: 21 795 01 43Linha Vida - Tel: 1414 (gratuita)SOS Voz Amiga - Tel: 21 354 45 45B.S. Bombeiros - Tel: 21 342 22 22

Atendimento SocialServiço de Acção Social da Santa Casa da Misericórdia de LisboaPraça José Queiroz, 1 Piso 3 - Edifício Entreposto - Tel: 21 855 41 00Espaço “LX Jovem” - Tel: 21 831 41 83

Outros AtendimentosDentista – Dr. Daniel Guerreiro - Tel: 21 831 03 53 - Segundas, Quartas e Sextas, das 16 às 20 horasConsulta com Psicoterapeuta - Dra. Joana Gonçalves3.ª e 5.ª feira das 16h00 às 19h00Apoio Psico-Social - Dra. Elizabete Silva 3.ª feira das 10h00 às 12h00Consultas Jurídicas - Dr. Jorge Nascimento3.ª feira, das 18h00 às 20h00

1 de Abril a 7 de JunhoCurso de Instrumentos TradicionaisInscrições decorrem até 31 de Março de 2010Fundação INATELSede/Agência Lisboa, Direcção de Cultura: 210 027 174

10 de Abril de 2010Torneio da Associação Cultural e Social “Os amigos do Peixeninho”15H00

12 de Abril de 2010Reunião do Conselho Educativo14H00 às 18H00Escola EB1 Dr. João dos Santos

18 de Abril de 2010Secção Desportiva da Casa do Concelho de Arcos de ValdevezXVIII Grande Prémio do Futuro de Atletismo 09H00

Calendário de iniciativas da freguesia

Quer ver o seu Evento noticiado no Jornal de Marvila? Envie-nos informações como data, hora, local e promotor do evento para [email protected]

Executivo eleito para o mandato 2009-2013

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Todos juntos podemos fazer a diferença

Os resultados alcançados com a acção ecológica do Dia L, realizada não só em Marvila mas um pouco por todo o país no passado dia 20 de Março, foi um bom exemplo do que é possível concretizar quando há mobilização em torno de uma causa.

Pude acompanhar o trabalho das várias equipas reunidas para actuar na nossa freguesia e não só me dei conta da parti-cipação de voluntários de todas as idades – literalmente dos oito anos aos 80 -, como de um espírito comum, no qual a motiva-ção para fazer de Marvila um lugar mais bonito e agradável para todos foi vivido de forma descontraída, mas realmente comprometida.

São dias como este que me convencem cada vez mais de que juntos somos mais do que separados, de que apesar de cada um ter o seu papel a desempenhar enquan-to cidadão participativo e amigo de Marvila, é possível lançar um desafio à população no seu todo e verificar depois que havendo causa, há mão para fazer a obra.

Aproveito assim este editorial para agrade-cer a participação de todos os que fizeram da limpeza da freguesia e do convívio com outros o seu plano para aquele Sábado!

Ficha TécnicaMensal - Ano 5 – n.º 52Março de 2010

Director: Belarmino Ferreira SilvaPropriedade: Junta de Freguesia de Marvila Avenida João Paulo II, lote 526, 1.º A 1950-159 Lisboa – Telefone: 21 831 03 50Fax: 21 831 03 59 e-mail: [email protected]ósito Legal: 237649/06 Tiragem: 17.500 exemplares

Redacção: Green MediaProdução gráfica: Grafe Publicidade, Lda. Impressão: Sogapal

António AlvesTesoureiroPelouro Habitação

Vítor Morais VogalPelouro Desporto, Juventude e Cultura

Jorge MáximoSecretárioPelouro Sociedade Civil e Desenvolvimento Económico Comunicação e Marca Marvila Estratégia Orçamental e Financeira

Isabel Fraga VogalPelouro Acção SocialSaúdeTempos LivresEducaçãoConselho Educacional

[email protected] [email protected]

[email protected] [email protected]

[email protected]

[email protected]

Atendimento ao público2.ª feira das 10H00 às 12H00 (Por marcação prévia)

Atendimento ao público4.ª feira das 18H00 às 20H00(Por marcação prévia)

Belarmino SilvaPresidente

Coordenação PelourosAdministração e FuncionamentoRelações Institucionais

Recursos HumanosUrbanismoPatrimónio

Atendimento ao público2.ª feira das 16H00 às 18H00(Por marcação prévia)

Vítor SimõesVogalPelouro Espaço PúblicoCalçadas e PasseiosTransportes e TrânsitoIluminação PúblicaMobiliário Urbano

Júlio Reis VogalPelouro Espaços Verdes Higiene UrbanaAmbienteSaneamento

Atendimento ao público5.ª feira das 16H00 às 18H00 (Por marcação prévia)

Atendimento ao público6.ª feira das 16H00 às 18H00 (Por marcação prévia)

Atendimento ao público5.ª feira das 10H00 às 12H00 (Por marcação prévia)

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O Dia L prosseguiu depois na freguesia com actividades organizadas pelo Clube de Famílias do Bairro do Armador, que incluíram momentos de sensibilização para questões relacionadas com a saúde, uma Gala de Angariação de Fundos para a causa da ilha da Madeira, uma quermes-se e a actua ção de vários artistas locais.

Grupo Comunitário do Bairro do Armador organiza actividades

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Dia L superou expectativas em Marvila

A iniciativa “Limpar Marvila”, decorrida no passado dia 20 de Março e englobada na acção “Limpar Portugal”, teve forte adesão por parte da população da freguesia e per-mitiu superar todas as expectativas formu-ladas pela equipa organizadora. De acordo com Júlio Reis, responsável pelo Pelouro Espaços Verdes, “foram mais de 600 os inscritos e no dia apare-ceram pessoas que até nem tinham efec-tuado a sua inscrição mas queriam muito participar, o que fez com que tivéssemos

superado os objectivos nesta matéria”.Apesar das condições atmosféricas não terem sido as melhores no período da ma-nhã, foi ainda assim possível levar a cabo uma operação de intervenção nos vários bairros da freguesia e que, com o apoio logístico da Câmara Municipal de Lisboa, especialmente na recolha dos detritos acu-mulados pelos voluntários, resultou numa limpeza efectiva.“As pessoas mostraram-se muito empe-nhadas e, felizmente, também ao nível

da organização tudo funcionou em pleno – havia luvas, sacos de plástico e todo o restante material necessário a uma acção cuidada, facto que nos leva a ponderar uma repetição do evento, seja no âmbito da iniciativa Limpar Portugal, seja inde-pendentemente, com organização por par-te do executivo”, adiantou ainda Júlio Reis, que aproveitou para sublinhar a sensibili-zação da população para a preservação dos espaços públicos como objectivo de fundo desta acção.

4.º Congresso de Marvila - “MarvilaBeato 2015” já mexe

“Como gostaria de ver Marvila em 2015”A sua opinião é importante. Este ano o tema do congresso de Marvila procura antecipar como iremos e queremos viver a nossa freguesia na 2ª metade desta dé-cada. Se é um marvilense interessado a sua opinião é importante. Envie-nos para [email protected] um pequeno texto (maximo 10 linhas) com a sua visão do nosso futuro comum, evidenciando as amea ças, oportunidades e sugestões que considere rele-vantes. Os textos recebidos serão publicados nos canais de divulgação da junta e do conselho marvilense (Jornal Mensal de Marvila, na página Facebook do Conselho Marvilense, Site www.jf-marvila.pt e Blog conselhomarvilense2010.blogspot.com), e a respectiva súmula submitida para apreciação e discussão em Junho no congresso de Marvila.

Participe e faça parte do nosso futuro comum.

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Marvila Beato 2015

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Marvila Beato 2015

CongressoMarvila & Beato 2015

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CongressoMarvila Beato 2015

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Peço alteração ao logotipo, mediante as seguintes informações do Cliente:

a) a perna do algarismo 4, é o algarismo 1, bem nítido enquanto tal;b) o sinal entre Marvila e Beato passa a estrela;

Coloco no separador "Ficheiros" um desenho ilustrativo do objectivo do Cliente.

Congresso

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Marvila

A Educação em PerspectivaEntrevista a Lucinda “Luci” SilvaProfessora e Coordenadora Escolar na EB1 Dr. João dos Santos

“Gostava que os pais participassem mais da escola”JM - Quais as maiores dificuldades que en con-tra no seu trabalho diário com os alunos?LS - Verifico que o problema não está tanto na in-disciplina na sala de aula, mas antes na ocupação do tempo do recreio. Os miúdos precisam de um campo de jogos que lhes permita brincar e liber-tar a energia. A falta de ocupação no período do recreio dá azo a que não se distraiam, o que por vezes resulta em problemas. Foram recentemente criadas actividades no espaço da escola mas que, como não há espaço para todos, funcionam ape-nas como prémio para quem se porta bem e isso, obviamente, não é suficiente.

JM - Para além de professora, é coordenado-ra da EB1 Dr. João dos Santos, função que lhe permite uma perspectiva mais ampla - o que nos pode dizer acerca do papel dos pais?LS - Estou aqui desde 1998 e portanto conheço bem este ambiente escolar: os alunos, os pais, até os irmãos dos alunos, a quem também dei aulas em tempos. Através do contacto com todas estas pessoas percebo que, de facto, os professores não são perfeitos mas infelizmente também há muitos pais mais preocupados consigo mesmos do que

com os miúdos. Refiro-me por exemplo a pais que mais facilmente investem nos seus pequenos vícios do que na alimentação do filho ou na possibilidade deste ir ao teatro com o resto da turma quando a professora propõe essa actividade. E não raras ve-zes sou criticada porque me entrego totalmente e me sinto na condição de dizer estas verdades, mas no fim do dia não nos podemos esquecer que para muitas crianças, a única refeição a que têm direito é feita aqui na escola. E apesar de passarem por experiências realmente difíceis, os miúdos conse-guem vir para a aula e ter um sorriso para ofere-cer... Os pais não são tolerantes com os filhos e em vez de trabalharmos em conjunto para ultrapassar isto, depositam aqui os miúdos e ficam desorienta-dos de cada vez que é necessária qualquer altera-ção à rotina. Já tive pais que com a aproximação das férias me perguntaram “e agora, o que é que faço ao miúdo?”...

JM - Tudo isso com implicações no desempe-nho das crianças...LS - Sem dúvida. Há histórias de maus tratos, re-latos de carências alimentares e de privações que marcam muito as crianças, nomeadamente por

causa do tempo que passam totalmente sozinhas, que é muito. Com tudo isto a pesar, o professor não pode exigir que a criança apareça na aula de ma-nhã e esteja concentrada e motivada. Continua a persistir a ideia de que o professor não pode fazer nada em relação a isto porque os pais é que têm autoridade, inclusivamente na escola. Eu não con-cordo: já o disse em várias ocasiões e repito, não trabalho para agradar aos pais mas sim em favor dos meus alunos.

JM - Mas nem tudo é mau - qual é o reverso des-te trabalho com os mais pequeninos?LS - A alegria que qualquer professor sente quan-do ao fim de algum tempo deixa de ser uma pessoa estranha para eles e passa a ser alguém que os ajuda a desabrochar, a ver que as regras têm um objectivo e que tudo tem um sentido. Só fica aqui a faltar um papel mais activo por parte dos pais... Gostaria que no futuro houvesse espaço para eles participarem, já que temos todos muito a aprender uns com os outros. A forma como o próprio siste-ma está organizado não permite muito isso, mas é importante que a escola se abra e permita este contacto entre todos.

Tendo como principal objectivo a criação de um espaço de reflexão temático feito da partilha de experiências entre técnicos do Projecto Intervir em Marvila, professores e encarregados de educação, as “Conversas com Pais” promovem o pensamen-to e a acção em alguns dos principais assuntos que preocupam os agentes educativos, permitindo a transmissão de conceitos de aprendizagem de competências simples e de aplicação imediata.A última sessão das “Conversas com Pais” teve lu-

gar no passado dia 22 de Março, na EB1 Dr. João dos Santos e contou com a presença de cerca de 20 participantes. O tema escolhido para o encontro teve o título “Sou Capaz” e permitiu o desenvolvi-mento de dinâmicas que promovem, de forma práti-

ca, estilos para uma comunicação mais saudável entre pais e filhos, visando o incentivo positivo à adopção de comportamentos mais adequados e à compreensão do benefício da mudança por parte das crianças. Com a duração de 60 minutos por sessão, as “Con-versas com Pais” são de entrada totalmente gra-tuita e têm lugar no final de cada período escolar, nos estabelecimentos de ensino básico do primei-ro ciclo parceiros do Projecto Intervir em Marvila. Para participar basta apenas uma inscrição prévia dos pais e encarregados de educação através do telefone 218 595 862 ou do endereço electrónico [email protected].

Aconselhamento educativo chega aos pais

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Competências em foco nas escolas básicas da freguesia

Continuam a decorrer semanalmente as acções de promoção de competências pessoais e sociais da equipa de técnicos do Projecto Intervir em Marvi-la nas escolas básicas da freguesia: EB1 Dr. João dos Santos, EB 1 Nº. 195 e EB 2+3 de Marvila. Visando o apoio às camadas mais jovens na pre-venção de comportamentos de risco e no desenvol-vimento de noções como a confiança, a segurança, a concentração ou a autonomia, as intervenções têm lugar no contexto da sala de aula e contam com a participação activa dos professores respon-sáveis por cada turma. As actividades preparadas pela equipa coordena-da pela Dra. Joana Gonçalves permitem não só um contacto mais próximo com a realidade vista

pelo lado das crianças, como o desenvolvimento de actividades paralelas à sua aprendizagem curri-cular – contar histórias, fazer desenhos alusivos a um tema, executar trabalhos manuais ou aprender a relaxar são apenas algumas das metodologias aplicadas para o reforço de comportamentos po-sitivos. Recentemente associado a este projecto está igualmente o apadrinhamento de uma turma do quarto ano do primeiro ciclo da EB1 Dr. João dos Santos por outra turma da escola EB2+3 de Mar-vila, uma iniciativa lançada pelo Projecto Intervir em Marvila e que objectiva uma transição menos problemática dos alunos aquando da sua mudança para a nova escola.

As instalações do Espaço Jovem Intervir voltaram a ser palco de encontro dos membros da comis-são instaladora do Conselho Educativo de Marvila, para o esclarecimento e partilha das bases de trabalho deste órgão consultivo da Junta de Fre-guesia e marcação do primeiro plenário para os vários grupos de trabalho, entretanto agendado para o próximo dia 12 de Abril, na EB1 Dr. João dos Santos. Jorge Máximo, responsável pelo Pelouro da Socie-dade Civil e Desenvolvimento Económico da Junta de Freguesia de Marvila, e Hermínio Corrêa, da Associação de Pais da Escola Secundária D. Di-nis foram os principais intervenientes da tarde de trabalhos que permitiu a discussão dos principais objectivos e orientações daquele que se espera vir a ser o principal órgão do domínio da educação na freguesia.

Seguindo as pisadas do Conselho Marvilense, de que é fruto, o Conselho Educativo de Marvila visa reunir sinergias – primeiro em Marvila, mais tarde nas freguesias vizinhas – e desenvolver conceitos de cidadania participativa e de responsabilização cívica envolvendo membros de todas as rea lidades escolares: creches e jardins de infância, escolas básicas e secundárias, colégios privados, associa-ções, IPSS’s, ensino superior, entre outras. Porque “é preciso toda uma freguesia para educar uma criança”, o Conselho Educativo de Marvila vai iniciar funções com prioridades bem definidas: promover o sistema educativo de forma articulada e trabalhar a tolerância, incentivando um clima de convivência e de confiança entre todos os envolvi-dos e visados pelo projecto.

Primeiro plenário do Conselho Educativo de Marvila acontece a 12 de Abril Violência na escola

Por Dra. Joana GonçalvesActualmente falar de violên-cia escolar é também falar de Bullying. Trata-se de um fenómeno que abrange mui-tos tipos de comportamen-tos mas de uma forma geral são sempre maus-tratos intencionais e repetitivos entre colegas de estatuto e

poder desigual.A violência pode ser feita através de agressividade física, ver-bal, manipulação social e até mesmo através de ataques à pro-priedade (furto, extorsão ou destruição deliberada de objectos).Os agressores são crianças ou jovens que por qualquer motivo têm mais força ou poder do que a vítima. E o exercício persis-tente e continuado deste tipo de violência é revelador de um enorme mal-estar interno. Tal como me explicava uma crian-ça com a sua ingénua sabedoria “Os meninos que gozam são maus porque são tristes. Têm ciúmes das outras crianças. Não têm família, nem o que os outros têm”, acrescento eu, não têm o Amor Incondicional que é suposto nutrir todas as crianças.As vítimas são habitualmente crianças ou jovens que sofrem de obesidade ou de uma qualquer dificuldade de expressão, como a gaguez, os tiques, ser demasiado calado ou falador, isto é, basta que de alguma forma fuja dos padrões considerados normais pelo meio onde está.O recreio é um dos contextos em que o Bullying mais se faz sentir uma vez que se encontram num mesmo espaço muitas crianças e/ou jovens, tornando-se díficil para os adultos vigia-rem todos os comportamentos e intervirem atempadamente.As consequências deste tipo de violência escolar podem ser devastadores senão existir uma intervenção eficaz, e passam quer por sintomas físicos (como por exemplo um olho negro) como por psicológicos, muitas vezes mais díficeis de sarar, como a fobia escolar, a baixa de rendimento escolar, a de-pressão, as doenças psicossomáticas, a baixa de auto-estima e mais tarde eventualmente a adopção de comportamentos de elevado risco para a sua saúde física e mental (como por exemplo, a delinquência, a toxicodependência e eventualmente o Bullying em si - as vítimas mais tarde poderão tornar-se nos agressores).Se considera que o seu filho é um “alvo fácil” à agressividade e “gozação” dos outros colegas, tente ajudá-lo ou procure ajuda para que ele saiba lidar com aquilo que o diferencia para que não se torne um motivo de vergonha e humilhação pública. Esteja atento ao seu filho observando-o a brincar com os outros colegas, pois nem sempre as crianças têm a força necessária para fazerem frente a um agressor e podem precisar de ajuda.Não deve desvalorizar as queixas do seu filho, pois isso leva a que a criança ou jovem se sinta um fracasso. Deve intervir no sentido de fazer parar o comportamento da criança ou jovem que humilha e violenta o seu filho.Deve falar com o seu filho e explicar-lhe que é natural sentir medo e vergonha, que não se deve culpar pelo que aconteceu, mas que deve ser capaz de falar sobre o que está a acontecer para poder ser ajudado.Deve chamar à atenção dos professores responsáveis e fa-lar com os pais da criança ou jovem agressor(a), questionan-do sobre a possiblidade de ambos (vítima e agressor) serem acompanhadas(os) por um técnico especializado.Se o seu filho é muito agressivo, esteja atento, ele pode ser o autor de bullying e não ter consciência do sofrimento que pro-voca nas outras crianças ou jovens.

Joana Gonçalves - Psicóloga ClínicaMestre em Psicopatologia e Psicologia ClínicaMembro da Associação Portuguesa de Psicanálise e Psicoterapia PsicanalíticaMembro da Sociedade Portuguesa de Psicodrama Psicanalítico de Grupo

Psicologia para todos

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Marvila

Albertina Costa, Doméstica

Acho que é mais importante apontar os problemas que vivemos e referir o

que está por fazer – por exemplo, reparar os buracos das estradas ou substituir a sinalética de rua que em muitos sítios está deitada abaixo - do que noticiar outras coisas.

Fátima Duarte, Funcionária Pública

Na minha opinião o jornal é muito cultural. Deviam de ser desta-cadas as notícias

sobre o que não está bem na freguesia e em que sentido o executivo está a trabalhar para fazer melhorias.

Assistente Operacional da Câmara Municipal de Lisboa

A meu ver o jornal é demasiado ins ti tu-

cional e repetitivo porque só noticia acções que já aconteceram e que dizem sempre respeito às mesmas instituições, como a ACULMA ou a Casa do Concelho de Cinfães. Como veículo de melhoria na freguesia, preferia encontrar no jornal mais conteúdos sobre outros projectos, bem como notas relativas a acontecimentos futuros, nos quais se possa participar.

8 de Março de 1857Dia Mundial da Mulher

Esta cena foi realNova Iorque a capitalLutaram pelos seus direitosGreve de fome fizeramQual a paga que tiveram?Em celas encarceradasE depois foram queimadasEm Lisboa, MarvilaEstamos na primeira filaContra tanta cobardiaNós damos paz e amorUm beijo e uma florCom a Junta de Freguesia.

O Poeta de MarvilaIlídio Sousa

Vox PopuliQue conteúdos gostaria de ver noticiados em edições futuras deste jornal?

Tuna do ISEL organizou festival

No dia 27 de Março realizou-se na Aula Magna o tradicional “Festival Anual de Tunas” em que par-ticiparam várias Tunas Nacionais e ainda estran-geiras, entre elas, uma espanhola representando

um dos Pólos Universitários da Cidade de Madrid. De realçar o facto de que na mesa do Júri estava presente o Presidente do Executivo, Sr. Belarmino Silva. O Festival terminou às 4 horas da manhã do

dia seguinte. Oito delas, em média com 25 elemen-tos, incluindo a representante da Cidade de Madrid estiveram presentes na nossa Freguesia e foram coordenadas pela Tuna do ISEL que transporta a bandeira da nossa Freguesia para qualquer parte onde se desloca. As oito tunas concentraram-se junto à sede da Colectividade mais antiga de Mar-vila a “Sociedade Musical 3 de Agosto de 1885”, descendo a Rua Direita de Marvila até ao Poço do Bispo, sede do Clube Oriental de Lisboa onde can-taram várias serenatas às senhoras que estavam às janelas do Clube Oriental de Lisboa, incluindo a Vogal do Executivo do pelouro da Educação, Dr.ª Isabel Fraga.

Neste evento estiveram, também, presentes o Presidente do Executivo, Sr. Belarmino Silva e o Tesoureiro, Sr. António Alves, terminando a sua actuação, em Marvila, pelas 19 horas e, logo de seguida, as tunas dirigiram-se para a Aula Magna.

O Jornal de Marvila criou este espaço para in-tervenção dos seus leitores. Queremos dar voz activa aos seus comentários, dúvidas, queixas, reclamações e notícias, para um jornal ainda mais próximo da freguesia!

Envie a sua correspondência para:[email protected]

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Pobreza em discussão na D. Dinis

Marvila estudada em iniciativas do ISCTE

O Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) tem vindo a ser palco de iniciati-vas nas quais Marvila está em foco. Entre as duas mais recentes, destaque para a exposição “O im-

pacte das novas in-fra-estruturas - Mar-vila: Regeneração Urbana”, cujos tra-balhos concorreram igualmente ao repu-tado prémio SECIL, e para a conversa de biblioteca “Espí-

rito de Submissão – um Percurso de Construção Conceptual”.No primeiro caso, todos os trabalhos incluídos foram apresentados por alunos diplomados do Mestrado Integrado em Arquitectura do ISCTE/IUL e contemplaram espaços e possibilidades de intervenção na freguesia. Christopher Ribeiro da Silva concorreu com o projecto “Escola de Ofícios Tradicionais de Lisboa”, Fábio Ferreira Neves com “O Museu da Indústria: Zona Oriental e Lisboa”, João de Melo Veiga com o trabalho “Marvila, Lis-boa, 8 Habitações + Percurso” e finalmente, Mar-celo Moreira e Silva com ”Azinhaga dos Alfinetes

- Centro de Formação de Ofícios Tradicionais”. Já o livro “Espírito de Submissão”, de António Pedro Dores deu o mote para a realização de uma con-versa sobre uma investigação feita com elementos de comunidades estrangeiras a residir em Marvi-la – africanos, brasileiros e cidadãos de leste – no âmbito da identificação de estados de espírito e sua influência na teorização da Justiça. Rita Penedo, Funcionária do Ministério da Administração Interna

e João Camacho, Técnico de Inter-venção Local no Gabinete de Bair-ro da Ameixoeira, foram os dois téc-nicos envolvidos no projecto e pre-sentes no evento para partilhar as principais conclu-sões retiradas do estudo.

O auditório da Escola Secundária D. Dinis recebeu no passado dia 27 de Março uma importante ini-ciativa da Assembleia de Freguesia de Marvila: o Colóquio Sobre o Ano Europeu do Combate à Po-breza e à Exclusão Social.

Com sessão de abertura a cargo do Secretário da Junta de Freguesia Jorge Máximo, e intervenções de vários oradores convidados, como o Padre Car-los Azevedo, Capelão do Hospital D. Estefânia e a

Assistente Espiri-tual da Comunida-de Vida e Paz, Ana Paula Morais, da Santa Casa da Mi-sericórdia de Lis-boa e Sara Morais Pinto, da Associa-ção Cais e Maria do Carmo Tavares, da CGTP/intersin-dical, o colóquio contou ainda com a moderação de José Fernando Nabais, Presi-dente do Clube Oriental de Lisboa e com um encerra-mento preparado

por Isabel Almeida, Presidente da Comissão para a EAECPES e Membro da Assembleia de Freguesia.

O evento permitiu uma discussão aberta com os cerca de 60 participantes em sala, destacando-se o encorajamento necessário à participação e ao compromisso político de todos os segmentos da sociedade para intervenção junto dos mais desfa-vorecidos, desde o nível europeu ao nível local e em simultâneo nos sectores público e privado.

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MarvilaEntrevista a Duarte Sá

Presidente da Direcção da Casa do Concelho de Cinfães

“Os alunos querem chegar e tocar!”

JM - Como surgiu a iniciativa do Curso de Ins-trumentos Tradicionais?DS - O Curso de Instrumentos Tradicionais tem origem num protocolo que assinámos com o INA-TEL há três anos e que estabeleceu que a Casa do Concelho de Cinfães facilitasse o espaço e aju-dasse na formação musical de alunos e em espe-cífico na concertina. Existia muita procura em Lis-boa mas não existiam (nem agora existem) muitos locais onde as pessoas pudessem dirigir-se para aprender. Tudo isto a acrescer ao facto de termos um racho folclórico próprio ajudou a que fosse para nós fácil trabalharmos o programa com o INATEL e fazermos aqui o curso.

JM - De que forma se explica este interesse re-novado pela concertina?DS - Penso que esta procura esteja relacionada com a vontade de se recrear o antigamente e o feed- -back que tanto o INATEL como nós temos recebi-do dos grupos musicais com quem trabalhamos é que o acordeão não produz o mesmo efeito e por-tanto foi uma questão de encontrar um formador para a concertina e começar a divulgar a realiza-ção do curso.

Com mais um Curso de Instrumentos Tradicionais a arrancar no dia 1 de Abril, a Casa do Concelho de Cinfães volta a estar em destaque como umas das principais impulsionadoras culturais da freguesia de Marvila. Duarte Sá é, desde há 13 anos, presidente da direcção deste espaço, onde o espírito de Cinfães se quer bem vivo e a tradição do genuinamente português persiste em ser mantida.

JM - É uma modalidade de aprendizagem que esperam manter nos próximos tempos ou vão enveredar por outros instrumentos?DS - O curso que temos agora em divulgação en-globa não só a concertina, que trabalhamos desde há três anos, mas também o cavaquinho, a guitarra clássica e a guitarra portuguesa, num total de 60 horas de aprendizagem. Depois deste curso a con-certina vai passar a ser ensinada na Casa de Cas-tro D’Aire enquanto que os restantes instrumentos se mantêm aqui.

JM - O que nos pode avançar em relação ao mé-todo de ensino utilizado?DS - Esse é talvez o aspecto mais importante por-que o método utilizado permite que em muito pouco tempo qualquer pessoa, mesmo as que nunca tive-ram formação musical nem saibam ler um pauta, possam começar a tocar desde início. Trata-se de um método desenvolvido pelo professor Vasco Si-mões e que está hoje a ser implementado por dois dos seus antigos alunos. Consiste em atribuir co-res, verde ou rosa, consoante se trate de uma tecla para abrir ou fechar na concertina. A mesma tecla produz assim dois sons diferentes e através das

cores o aluno fica a saber o que se pretende que toque. Depois a cada dedo da mão direita equivale um número, portanto, basta combinar o número do dedo à cor correspondente à tecla pretendida. Tem sido um sucesso e no espaço de apenas três anos posso afirmar que reunimos tocadores excelentes. Numa escola de música comum o estudo começa com o solfejo e a aprendizagem é mais maçuda o que leva a que muitas pessoas mais tarde de-sistam porque não sentem resultado imediato. Na concertina e com este método, à segunda aula o aluno já consegue fazer música.

JM - Qual a vossa expectativa de procura desta vez?DS - A procura tem sido muito grande, por pessoas de todas as idades e de ambos os sexos, sendo que o único contra é o investimento necessário para adquirir o instrumento, visto que é impossível para nós ou para o INATEL ter instrumentos para fornecer a todos os interessados. No ano passa-do fizemos uma divulgação forte e tivemos inclu-sivamente pessoas do Porto a pedir-nos para os inscrevermos, sem perceberem que estávamos em Marvila... E em Novembro passado, quando realizámos o primeiro Encontro de Concertinas da Casa do Concelho de Cinfães actuaram cerca de 40 tocadores de concertina alunos nossos, o que representou para nós uma grande satisfação.

JM - Acredita que com a manutenção de inicia-tivas como esta, a aprendizagem deste instru-mento pelas gerações mais novas fique asse-gurada?DS - Sim, é muito satisfatório para nós que tal acon-teça porque também vemos a emoção na expres-são das pessoas quando começam a tocar, sejam crianças sejam adultos. Existe, de facto, uma evolu-ção visível e um reconhecimento do trabalho. Como as inscrições são feitas no INATEL não consegui-mos perceber qual a expectativa inicial das pesso-as mas quando chegam a nós percebemos que o principal é começar a fazer música rapidamente - querem chegar e tocar e isso é o mais importante!

JM - E que outras acções se podem esperar em breve na Casa do Concelho de Cinfães?DS - Fazemos questão de pontualmente levar a cabo algum tipo de iniciativa, portanto, ao longo dos meses existem sempre coisas em marcha. Nos primeiros dias do ano realizamos a Tradicional Matança do Porco, que este ano bateu recordes de participação, no Carnaval fazemos um baile e já em Maio vamos realizar um Torneio de Jogos Tradicionais. A 30 de Maio celebraremos o nosso 13º aniversário com os sócios e para Junho temos já pensado um grande piquenique.