jornal de balneário camboriú #83

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ANO II - Nº83 De 16/07 a 22/07 de 2009 CIRCULAÇÃO QUINTAS-FEIRAS

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Edição 83 do Jornal de Balneário Camboriú e Região.

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Page 1: Jornal de Balneário Camboriú #83

ANO II - Nº83De 16/07 a 22/07 de 2009

CIRCULAÇÃO QUINTAS-FEIRAS

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2DE 16 A 22 DE JULHO DE 2009

JORNAL DE BALNEÁRIO CAMBORIÚFALE COM O JBC: [email protected] | (47) 3404-4200

EDITORIAL ARTIGO

O Jornal de Balneário Camboriú éMarca Registrada no INPI - Proc. Nº900622342 (Santa Cruz Marcas ePatentes). Registro de Títulos eDocumentos - nº 3023 - Livro A 14Folha 111 Balneário Camboriú - SC -CNPJ 03.594.905/0001-25

DiretoriaJORGE [email protected]

Administrativo eFinanceiroHENRIQUE [email protected]

ComercialPRISCILA FRAINERAssistente de [email protected]

Assessoria JurídicaJOÃO RICARDO M. SABINOOAB/SC 17576bMS&Z Advogacaia e [email protected]

RedaçãoWILLIAM DE LUCCAEditor Chefe

“0993-sc

[email protected]

ReportagemFRANCISCO SOUZABRUNA FOEHNER

Diagramação/ArteCARLOS RENATO [email protected]

RevisãoDÉBORA DIAS

DISTRIBUIÇÃOCARLOS MENGARDA(Terceirizado)

Os artigos assinados não refletem a opinião desteveículo, sendo de responsabilidade de seus autores

ImpressãoPERFIL GRÁFICATiragem3 mil exemplares

CirculaçãoO JBC é distribuído em mais de 130 pontoscredenciados, bancas, assinantes e mailinglist contendo mais de 500 nomes Vips nascidades de Balneário Camboriú, Camboriú,Itapema, Itajaí e Florianópolis.

Sede: Av. Brasil, nº 860 - Sala 05 - Centro Balneário Camboriú - SC Fone: (47)3404-4200

opinião

A briga política em torno da abertura doHospital Municipal Ruth Cardoso é um as-sunto comum do município. Parte do impassedeve-se pelo fato de que a World FamillyOrganization (WFO) exige da prefeitura umaparcela adicional no valor de R$ 914 mil re-ais para a conclusão da obra. Emcontrapartida, a WFO também pede que aprefeitura termine as obras do entorno dohospital.

Com a troca no comando político do mu-nicípio, a questão foi polarizada em torno daseguinte problemática: quem tem a culpa?Porque o hospital não abre? Antes que pos-samos indicar um culpado, é evidente que asociedade sai perdendo com a disputa.

Neste momento, é fundamental que a im-prensa e o poder público busquem os cami-nhos para solucionar o problema de formaracional e técnica. Existem falhas no proje-to? Cada parte fez aquilo que foi prometido?É preciso encontrar as respostas que o cida-dão de Balneário Camboriú faz todos os diasnas ruas. É preciso investigar todo este pro-cesso para que não haja margem de dúvidassobre a idoneidade do processo.

A confiança entre as duas partes execu-toras da obra não deve ser baseada na amiza-de, deve ter como alicerce números, estudose demonstrações de como foi aplicado o di-nheiro público em Balneário Camboriú.

O compromisso do Jornal de BalneárioCamboriú é com a verdade dos fatos. Os fa-tos e somente isso. A nossa intenção não é debeneficiar grupo algum, e nosso trabalho sepauta no compromisso de ajudar a popula-ção local a entender os problemas que as dis-putas políticas causam na sociedade.

Fica Sarney!Fica Sarney, a imoralidade política precisa de ti.

Tua competência no campo do cabide de emprego deparentes e amigos na administração pública é de invulgaraptidão. O paupérrimo Maranhão, de miseráveis cida-dãos, é o retrato desbotado preto e branco de Estadomaltratado pela locupletação do conhecido clã Sarney.

Foi presidente da República por acaso sem rece-ber um só voto, e deixou o país com a maior inflaçãode sua história: mais de 2000%. Coitadas das (suas)fiscais do Sarney que pagaram um tremendo 'mico'.Agora, envolvido até o pescoço com maracutaias, seconsidera um home 'impoluto', vítima da mídia brasi-leira. Deveria ter vergonha de se eleger pelo Amapá, amaior trapaça da história política nacional.

Infelizmente, a canalhice domina a política brasilei-ra. Confiscar os bens desses ladravazes da nação seria omínimo que - se houvesse Justiça com letra maiúsculaneste País - se deveria fazer. E depois, cassar os seusmandatos e levá-los às barras dos tribunais.

E a gente tem que ficar ouvindo o presidente Luladefender o Sarney,bem como a ministra sem diplomada UNICAMP, Dilma Rousseff, xingar que queremosdemonizar o "marimbondo de fogo". Merecemos!!!!!

Julio César CardosoBacharel em Direito e servidor federal aposentado

ENQUETE

Você já foi a uma sessão da câmara de vereadores?

Não, nunca me interessou.Micheli Fernanda Alves, 22,

vendedora, BalneárioCamboriú.

Não, nunca tive interesse. Todomundo cobra, questiona a política,

mas ninguém vai assistir.Cristiano Bianchini, 23, Consultor de

vendas, Balneário Camboriú

Não. Não sei onde é.Edilene Moraes, 45, estudante,

Balneário Camboriú.

Não. Eu nunca precisei, nuncative curiosidade.

Larissa Druck,32, Consultora deVendas, Balneário Camboriú.

Três anos: primeiras palavras Nesta semana nos preparamos para ultra-

passarmos a marca do terceiro ano frente ao Po-der Executivo de Itapema. Foi tão rápido, porémjá se passaram três anos daquele inesquecível 19de julho de 2006 - Dia do Amigo – quando a Dra.Vera Bedin, juíza da Comarca, entregou em mi-nhas mãos a responsabilidade de conduzir estemunicípio. Depois de longas batalhas judiciais, deidas e vindas, de ameaças e incêndios na sede doPartido dos Trabalhadores; os tribunais, em todasas instâncias, comprovavam por ‘A + B’ as diver-sas fraudes das eleições de 2004.

Como naquelas centenas de contos, de umahora para outra, vi-me transformado de profes-sor a prefeito de uma das cidades mais prósperas de Santa Catarina. Foi tudo tão rá-pido que, embora já estivéssemos nos preparan-do para assumir o Executivo, não tivemos muitotempo para pensar e planejar. Os problemas her-dados eram muitos e cada gaveta que abríamosencontrávamos uma surpresa! A cada reuniãocostumava dizer que “escalpelávamos um leãopor dia”. A máquina estava travada, por todos oslados encontrávamos problemas e a comunidadeesperava de nós uma resposta rápida para a so-lução dos problemas. Recursos não haviam e,diante de tantos registros em órgãos como Serasae Cadin, mesmo que quisesse, não poderíamosreceber qualquer tipo de ajuda financeira.

Lembro-me do primeiro dia! Meuscombativos e minhas combativas a postos , to-dos com o desejo e todas as forças para transfor-mar aqueles nossos vários projetos em realidade.Como num passe de mágica as sombras das árvo-res do pátio da prefeitura esvaziaram-se e, nasrodas de amigos, faziam as apostas de quantosdias permaneceríamos na cadeira. A cada dia denovos julgamentos os cassados se comunicavam

através de foguetórios nas redondezas do paçoe cantavam vitórias que nunca passaram demeras alucinações.

Lembro-me bem daqueles dias. De um ladoinvestigadores policiais me alertavam sobrepossíveis atentados à minha própria vida; deoutro, milhares de vozes surgiam do meu povoe clamavam por mudanças, moralidade e justi-ça. Aos poucos, consumidos pela rotina do dia-a-dia, estabelecemos as prioridades, vencemosos próprios medos e dúvidas, e nos transfor-mamos em seres obcecados em servir ao nossopovo. Não podíamos errar! Tínhamos em nossas mãos a oportunidade e a responsabilida-de de fazer uma gestão diferente, mais próximado povo, democrática, honesta e popular. E as-sim fizemos: implantamos projetos, negocia-mos e quitamos dívidas, defendemos opatrimônio público, licitamos novas obras, pla-nejamos a cidade que queremos, descobrimosmundos e submundos nas entranhas do poder,criamos amigos (e outros inimigos), adquirimosexperiência, desenfreamos a máquina pública ecolocamos Itapema de volta no lugar de ondenão deveria ter saído jamais: destaque entre osmunicípios destaques de Santa Catarina.

Hoje, acumulando pouco mais de mil diasnesta cadeira, são vários os “fatos, causos eacasos”, os quais resolvi compartilhar comos senhores e as senhoras. Posso dizer quesou um prefeito realizado, que hoje celebratrês anos de exp eriência rodeado de amigos,respeitado e reconhecido pelo povo, mas so-bretudo, com um passado e um presente lim-po, digno e feliz!

Sabino BussanelloPrefeito de Itapema

FOTOS: BRUNA FROEHNER

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ULG

AÇÃO

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DE 16 A 22 DE JULHO DE 2009

JORNAL DE BALNEÁRIO CAMBORIÚFALE COM O JBC: [email protected] | (47) 3404-4200 3opinião

� Ferrari Júnior é colunista do Jornal de Balneário Camboriú. Você pode entrar em contato com ocolunista através do site www.editorialnews.com.br

O dia em que, passando por momentosconturbados e perigosos, lula, coitado, totalmentedespreparado, pensando unicamente na gostosamordomia de marajá, nem percebeu que o país estavasem presidente da república! Lula, com donaMarisa e um punhado de “companheiros”, movidospelos cartões corporativos secretos, pagos pelosfamintos brasileiros, mais uma vez foi para oexterior. Zé Alencar, o vice, mal de saúde, ficouhoras inconsciente, anestesiado e com tranqüilizan-tes passando por cirurgia, e Michel temer, presiden-te da câmara, que deveria ter assumido, não foichamado e ficou com cara de bobo... Você nãomerece isso temer – o Brasil também não!

Explosão de Requião tira o sono do PT e doPDT – governador do Paraná demonstra naimprensa, e temos comentado isso, que está no“ponto” de levar o seu PMDB a apoiar José serrano Paraná!

Não se aliar ao PMDB de Requião faz partedo jogo, hostilizar Requião e o PMDB doParaná é burrice!

Posição bomba de Requião “desnorteia” o PT doParaná levando a inexperiente presidente petista adesafiar o poder de voto do governador e doPMDB!! Ontem falamos das declarações dogovernador Roberto Requião, que se o PT penderpara o PDT, para o governo do estado, o seu PMDB“velho de guerra” vai de José serra (PSDB) parapresidência da república, somando com os tucanosno estado... É um lutador peso pesado!

Eu? Sou o pagador de impostos para essa“velhacaiada”! Esse é o Brasil de lula e do PT quenão “roubam e não deixam roubar”... É umapodridão que ninguém suporta mais! 4 milhões de

reais são gastos com os cartões corporativos dapresidência da república e o governo se cala, lulase “manda”, o vice está enfermo e o país fica porvários dias sem presidente de fato. No senado, opresidente do congresso nacional continua sendodenunciado, todos os dias, de levar vantagem emtudo que não é dele!

Vereador petista cuidando da ilha de floripa!Muito boa a produção legislativa do vereadorMárcio de Souza do PT de Florianópolis!Denúncia de demissões em massa pela “oi”,política municipal de prevenção e acidentes nãointencionais, regulamentação municipal dosmoto taxistas, lei de diretrizes orçamentárias...Isso e muito mais na agenda do vereador Márciode Souza (pt-florianópolis)!

SOS- CPI da Petrobrás urgente! - seria mais oumenos assim... A Petrobrás distribui o dinheiro e a“companheirada” embolsa! No caso de JoséSarney e familiares, documento da entidade queexiste para massagear o ego dos “Sarney” provaque Sarney é o “grande chefe”, familiares partici-pam e nosso dinheiro, que a Petrobrás “deu” e queseria melhor alocado em um hospital público,sumiu!

Sarney, ex-dono da arena e da ditadura e umgrupo de picaretas (como diz lula) jogaram oglorioso e ex-valente PMDB no lixo! - a blindagemno conselho de ética para proteger José Sarneypouco valerá, pois o pior já aconteceu com ele eseus infelizes seguidores! Um ex-dono da repúblicana época da ditadura, ex-presidente da repúblicapós traição à arena e pós morte de Tancredo neves,ex-governador, ex-presidente do senado por váriasvezes, ter de comparecer a um conselho ondenormalmente comparecem os desonestos, é o fimda carreira e da história de um cidadão de “primeiraclasse” como disse lula!

INTERVENÇÃORENOVADA

Há cerca de quinze dias foirenovada por seis meses a interven-ção do município ao Hospital SantaInês. Cumpre o papel de gestornomeado pela Prefeitura de BalneárioCamboriú, Eroni Forest. No governoanterior já fora adotado o modelo deum interventor indicado pelaadministração após vitória em açãojudicial. Como a instituição é a únicaque opera os serviços do SistemaÚnico de Saúde (SUS) na cidade, foinecessária a colaboração do governona gestão orçamentária, devido o mauuso dos recursos arrecadados pelosdiretores particulares.

PÚBLICO X PRIVADOA relação jurídica do Hospital

Santa Inês sempre foi complexa.Como foi dito, é a única entidade domunicípio a atender os pacientes demenor poder aquisitivo através doSUS. Recebe repasses do governofederal para cumprir essa finalidade,mas como a diretoria particular nãoinvestiu suficientemente para atenderesse setor foi obrigada a assinatura deum Termo de Ajustamento deConduta (TAC) junto ao MinistérioPúblico, no ano de 2005.

SERVIÇOS TERCEIRIZADOSAs inúmeras relações entre pessoas jurídicas no

hospital também foram alvo de polêmica. Os serviços deanestesia eram feitos por firma terceirizada, e haviadúvidas sobre a legalidade dessa contratação. Isso porquea instituição recebia dinheiro público e acumulava dívidascom a má gestão de todos os recursos arrecadados pelocaixa dos proprietários.

COMISSÃO MUNICIPALQuando se deu o TAC junto ao Ministério Público

houve uma alternativa fracassada de intervenção noHospital Santa Inês, com a formação de uma comissãorepresentada por órgãos da sociedade civil e representan-

tes governamentais. A dívidamilionária foi ampliada comuma gestão deficitária e,inclusive, inferior a realizadapelos administradoresparticulares. Assim, acomissão foi substituída porum representante indicadopela Prefeitura de BalneárioCamboriú.

FAMÍLIA GAYAPassados quatro anos

de intervenção noHospital Santa Inês, afamília Gaya (proprietáriaparticular do hospital)mostra preocupação com aforma que a estrutura serádevolvida. Reclama o fatodo poder público ter seexpropriado dos recursosparticulares, oriundos dosplanos de saúde. Outroentrave é a falta demanutenção nos equipa-mentos, utilizadosdiariamente para oatendimento dos pacien-tes. A família Gaya esperaa devolução da unidadecom a abertura doHospital Municipal deBalneário Camboriú.

OMF DENUNCIADADuas instituições gerenciadas pela doutora Deise Kusztra

foram alvo de investigações judiciais. Uma delas é a AssociaçãoSazza Lates, em Curitiba. Ela comandou a entidade filantrópicaentre 1987 e 2000, quando teria deixado um rombo de R$ 582mil no caixa. Sete cheques de R$ 40 mil da entidade foramdescontados por um funcionário para outros fins e forarealizada a contratação de profissionais não ligados à institui-ção. As informações são do site da Rádio CBN.

OMF DENUNCIADA IIUm relatório foi apresentado em 2007 pela Controladoria-

Geral de Sergipe, quando a OMF esteve à frente da “Materni-dade Nossa Senhora de Lourdes” naquele estado. Entre assuspeitas mais graves estão o desvio de recursos na ordem deR$ 3.901.149,75; conflito de interesse com a secretaria-adjuntada Saúde ocupando o cargo de conselheira da OMF e irregulari-dades na prestação de contas do repasse financeiro doconvênio estadual com a entidade gestora. Os fatos foramcontextualizados na coluna do jornalista Fernando Alécio.

PRÊMIOINDIGESTO

A diretora daOrganização Mundial daFamília (OMF), DeiseNoeli Weber Kusztra,responsável pelaconstrução do HospitalMunicipal de BalneárioCamboriú, ganhourepercussão internacio-nal com o prêmioconcedido em Genebra,na Suiça, ao governadorpaulista José Serra(PSDB). Só nãoesperava a dor de cabeçaque isso poderia lheocasionar.

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JORNAL DE BALNEÁRIO CAMBORIÚFALE COM O JBC: [email protected] | (47) 3404-4200 economia

REGRAS

Redução da jornada de trabalhonão é bem vista por entidades

EMPREGO

IBGE anuncia quedanas vagas da indústria

O nível de emprego na indústria brasileirateve em maio o oitavo resultado negativo con-secutivo. A queda foi de 0,5% na comparaçãocom abril e de 6% comparado ao mesmo perío-do do ano anterior. Os dados são do InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), erepresentam o pior resultado desde 2001, quan-do o IBGE iniciou a série histórica.

De acordo com o relatório divulgado pelainstituição, o estudo apresenta uma série de re-cordes negativos. “Em síntese, ao longo de 2009o emprego industrial mantém sinal negativo nacomparação com o mês imediatamente anteri-or, na série com ajuste sazonal, porém sinalizaredução no ritmo de queda frente aos mesesanteriores. Nas comparações com períodos maislongos, as taxas também são negativas, atingin-do, em maio, recordes históricos para os princi-pais indicadores: (- 6,0%) frente a maio de 2008,(- 4,7%) no acumulado para os primeiros cincomeses do ano (-6,0%) e (- 1,1%) no acumuladonos últimos doze meses”, diz o IBGE em nota.

SetoresOs setores que mais tiveram queda foram:

vestuário (-10,0%), meios de transporte (-9,6%), produtos de metal (11,3%) e máquinas eequipamentos (-9,1%). Dos 18 setorespesquisados, o único que apresentou crescimen-to foi o de papel e gráfica, com 9,4% de aumento.

A queda no emprego também foi refletidacom o declínio do pagamento de horas pagas. Omontante foi 1,1% menor em maio comparadoa abril. O saldo positivo do estudo fica porconta da recuperação da folha de pagamento daindústria, que após dois meses de queda regis-trou aumento de 1,9% na comparação com abril.Segundo o IBGE, este dado se explica por cau-sa da participação nos lucros, pago por muitasempresas no mês pesquisado.

Argumento é que empregosnão vão aumentar

Francisco Souza

A proposta de emenda a constituição queprevê a redução na jornada de trabalho, das atu-ais 44 para 40 horas, não vai gerar benefícios,segundo empresários e comerciantes da região.Para o presidente da Federação das Câmaras deDirigentes Lojistas de Santa Catarina (FCDL/SC), Sérgio Medeiros a medida pode ter efeitosnegativos. “Os defensores da jornada reduzidaalegam que isso abriria 2,25 milhões de empre-gos. Esse resultado desconsidera a realidade dasempresas e da economia”.

Medeiros defende que a livre negociação éo caminho para preservar as necessidades dostrabalhadores e das empresas. “Reduzir a jor-nada é aumentar custo, colocar as empresas emrisco financeiro e estimular o desemprego”, aler-ta Medeiros.

RetrocessoPara o Presidente da Associação Empresa-

rial de Itajaí, Marco Aurélio Seára Júnior, amedida é um retrocesso. “Inclusive alguns paí-ses que adotaram esta medida voltaram atrás por-que ela não foi benéfica”. Para ele, a atual legislaçãotrabalhista já atrapalha a geração de empregos, ereduzir a jornada não é o caminho para corrigirestes problemas. Marco Aurélio acredita que a atu-al carga horária é razoável, e que a flexibilização nasregras da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT)seriam um avanço. Sobre a tendência de diminuiçãoda jornada de trabalho nos últimos 100 anos, ele

afirma que atingimos um ponto de equilíbrio. “Con-cordo que 12 horas era muito, mas menos que oitojá começa a não funcionar. Quem adotou menosque oito já voltou atrás”.

ParticularidadesDe acordo com o Presidente do CDL de

Balneário Camboriú, Miro Teixeira, a mudançanão respeita as particularidades dos setores.“Cada setor tem a sua realidade. Para a presta-ção de serviços, 40 horas funciona, mas já parao comércio não. Os políticos não podem gene-ralizar o assunto dessa forma, temos que res-peitar as individualidades de cada setor”, argu-mentou Teixeira, que também acredita que a

flexibilização nas leis trabalhistas seria uma for-ma de melhorar a relação patrão-empregado.

Teixeira afirma que nestas situações sem-pre quem paga a conta é o consumidor. “Estasmedidas oneram ainda mais o comércio, quetem que repassar estes gastos no custo dosprodutos”. Sobre a realidade local, ele disse que ocomércio de Balneário já trabalha em um ritmodiferenciado e não sofreria muitos impactos coma possível mudança.”Em alguns casos a jornada éde seis horas, portanto menor do que a mudançaproposta, pois em alguns casos é feito dois tur-nos de seis”. Teixeira alerta que a alteração podeter mais efeitos sobre os pequenos comerciantes,sem condições de se adaptar a nova regra.

Segundo comerciantes, alternativa seria flexibilizar CLT

DIVULGAÇÃO

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Tiro pela culatraA última do escândalo Jose Sarney (PMDB-AP-MA) e a suspeita de fraude

do Instituto Jose Sarney, que beneficiado pela lei de incentivo a cultura, captouR$ 1,2 milhões para a digitalização do acervo da instituição. A oposição quer ainvestigação de como estes fundos foram captados e gastos. O problema é quegovernistas lembraram que o Instituto Fernando Henrique Cardoso captou em2007, o montante de R$ 5,7 milhões para realizar o mesmo processo. Instituto queagora quer a renovação do projeto e R$ 7 milhões adicionais para continuar oprocesso. Ou seja, 10 vezes mais do que o instituto Sarney, hoje visto como um"escândalo". Será que a acervo do ex-presidente FHC e tão maior que o do Sarney?

BRIGA

Koeddermann e Barichello trocamacusações sobre aniversárioAtitudes foramconsideradas ridículaspor ambos

Francisco Souza

O vereador Dão Koeddermann(PSDB), disse na sessão do dia 14,que os banners espalhados no muni-cípio para comemoração dos 45 anosda cidade são "bandeirolas ridículas"e "mal elaborados". A ação foi feitapelo Conselho Municipal de Seguran-ça (Conseg) e de acordo com a líderdo governo, vereadora ChristinaBarichello (PPS) foi pioneira no sen-tido de resgatar a história das pesso-as que vieram de todas as partes dopaís para Balneário. Ela citou comoexemplo que sua família veio deCuritibanos para Balneário em 1973é apenas um entre os milhares deexemplos da diversidade cultural quecompõe o município atualmente.

Barichello disse que ação semelhan-te nunca foi feita nos governos anterio-res. "Eu sei que nunca vamos lhe agra-dar vereador Dão Koeddermann. Vejoque ainda vai levar muito tempo paraalgumas pessoas entenderem que sãooposição".

Ridículo?A vereadora disse que ridícula era

a atitude do opositor. "Ridículo é a

sua atitude, de dizer que os banners sãobandeirolas ridículas. Quando vocês es-tiveram no governo nunca fizeram umacampanha para resgatar a historia das pes-soas que fizeram a nossa historia", com-pletou Christina.

Koeddermann argumentou que o go-verno mostrava sinais de querer escon-der a data comemorativa do município,

pois os 45 anos fa-zem alusão ao núme-ro de registro eleito-ral do PSDB, parti-do do ex-prefeitoRubens Spernau.Dão disse que nãoentendia a "ojeriza dogoverno ao 45", econclui que o proces-so de divulgação doaniversário do muni-cípio era uma vergo-nha.

EstouroAo ouvir o tema

livre da vereadoraChristina, Koeddermanndesde o início pediu a pa-lavra para argumentarsobre o tema misteve seu pedido ne-gado. "Eu não voudar um aparte para osenhor. O senhor éDeus? o dono da ver-dade? é o

marqueteiro do mundo? Quem é o se-nhor?", disse Barichello. No tema livreseguinte, de Fabrício de Oliveira(PSDB), Dão reiterou sua posição edisse que lamentava que a vereadoraestava ausente no momento. "Quemmente muitas vezes não está presentepara ouvir a verdade".

Barichello disseque bannerssão umahomenagemaos imigrantes

LEGISLATIVO

Indicação de Eroni Foresti irrita oposiçãoFrancisco Souza

A sessão ordinária do dia noveteve seu rumo alterado após os parla-mentares receberem um oficio da pre-feitura com os nomes dos integrantesda comissão mista que irá discutir omodelo de gestão do Hospital RuthCardoso. O presidente da comissão eo interventor do Hospital Santa Inês,Eroni Foresti. Para o vereador DãoKoeddermann (PSDB) a indicação foiinfeliz. "Querem fazer piada com algoque e sagrado, que é a saúde". Dão dis-se que era preciso separar o Santa Inêsda nova unidade,e prometeu ficar atentoquando ao processo. "Não me tirempara bobo, porque isso eu não sou".

Para a líder do governo, vereadoraChristina Barichello (PPS), a escolhanão deveria ser motivo de polêmica."Não vejo absurdo algum na escolha.Qual é o problema dele estar na co-missão?", indagou a vereadora. Paraela, cada profissional deve se ater a

sua especialidade, e portanto a escolhade um médico gestor de um hospital paradiscutir o modelo de gestão de outro hos-pital, faz sentido.

NeutralidadePara o vereador João Miguel, Tatá

(PSDB), o problema é a garantia de que ointerventor não queira beneficiar o seuhospital neste processo. Tatá afirmou quenão tem nada contra a pessoa de EroniForesti, mas teme que durante o processode discussão, uma unidade seja favorecidaem detrimento a outra, por isso gostariaque outra pessoa fosse presidente da co-missão. "querem nos tirar para lock",ironizou Tatá em seu pronunciamento.

Roberto Souza Júnior disse que aquestão foi exagerada pela oposição."Não tem porque fazer tanto aue. Nadamais justo que o prefeito indicasse al-guém de sua confiança para presidir a co-missão". Roberto ainda disse que Eronitrabalhava "como um trator no SantaInês", e que os opositores deveriam acom-

CONTA TELEFÔNICALogo no inicio da sessão o

presidente Moacir Schmidt (PSDB)alertou os colegas que a casa teriaque controlar o uso de telefones nosgabinetes, para evitar abusos.Orlando Angioletti (DEM) e ChristinaBarichello (PPS) se manifestaramcontra o alerta. Angioletti defendeuque era necessário descobrir quemestava cometendo abusos para nãoacusar os vereadores "como umtodo". Barichello indagou sobre ospossíveis abusos e desabafou: "porisso estamos no chinelo".

panhar o trabalho dele antes de criticar.Último a se pronunciar, OrlandoAngioletti (DEM) não quis aumentar apolêmica e desejou boa sorte ao governona comissão. "desejo boa sorte, porqueeles vão precisar", declarou Angioletti. Nodia seguinte, Eroni declinou do convite.

Na lamaPara completar, a operação

Satiagraha, liderada pelo futurodeputado federal ProtogenesQueiroz, descobriu que o institutoFHC tinha um saldo de R$ 2.824milhões em abril de 2008,depositados no Opportunity Fund,instituição financeira do banqueiroDaniel Dantas, pivô da Satiagrahae vencedor de vários leiloes daTelebrás na época do governoFHC. Mais interessante do queesse fato, é notar que essa notíciao Cesar Tralli não deu no JornalNacional. Mas o ex-prefeito CelsoPitta algemado, isso ele mostrou.Como se diz, chutar cachorromorto é fácil.

CenáriosA última da sucessão no

estado, aponta o ex-prefeito deItajaí Volnei Morastoni (PT)como candidato a Alesc e overeador Nikolas Reis (PT) comocandidato a deputado federal.Ventos peixeiros apontam parauma chapa do PT com o PP casoa tríplice aliança continue. Estecenário teria Ideli Salvatti (PT)para o governo, Hugo Biehl (PP)de vice, Ângela Amin (PP) para osenado, com Claudio Vignatti(PT) como o segundo senador.Esperidião Amin (PP), cotado pormuitos como futuro senador,ficaria neste cenário comodeputado federal.

Contra-ataqueO vereador Roberto Souza

Junior (PMDB) é ironizadosistematicamente em seuspronunciamentos pela oposição.

Questionado, Roberto já disse queprefere deixar passar algumas dasofensas, mas fica aqui o conselho doJBC: exija respeito vereador! Falta dedecoro é crime! Ninguém é mais oumenos vereador que o senhor. Todosentraram no legislativo comolegítimos representantes do povo,portanto engolir sapos por ser novatonem sempre é uma boa idéia.

Eu sou o favoritoA tríplice aliança PMDB-PSDB-

DEM renderia uma boa novela aqui noestado. Neste momento, ninguémassume que é, de fato, candidato, mastodos afirmam que são o melhor nome,e todos querem ser "o escolhido". ODemocratas continua dizendo queRaimundo Colombo tem mais votosque Leonel Pavan (PSDB), sendo que otucano diz ter mais votos que EduardoPinho Moreira (PMDB) e DarioBerger (PMDB). Estes, por sua vez,afirmam ter mais votos um que o outroe de teram mais votos que RaimundoColombo. O interessante é que nenhumdeles lidera nenhum cenário desucessão nas pesquisas eleitorais.

Frase da Semana“O presidente Lula tem uma

orientação política muito diferente damaioria dos americanos. Ele surgiu domovimento sindical e era visto comoum forte esquerdista.

Acontece que ele se mostrou umapessoa muito prática, que, apesar demanter relações por todo o espectropolítico da América Latina, realizoutodos os tipos de reformas de mercadointeligentes que fizeram o Brasilprosperar.” O autor? Barack Obama,presidente do mundo, digo, dos EstadosUnidos. Parece que Lula é realmente"o cara", segundo Obama.

WILLIAM DE LUCCA

política

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JORNAL DE BALNEÁRIO CAMBORIÚFALE COM O JBC: [email protected] | (47) 3404-4200

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DE 16 A 22 DE JULHO DE 2009

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políticaGESTÃO

Luzia apresentaações do governo

TRANSPARENCIA

Câmara apresentaplanos paracomunicação

Prefeita dá ênfaseem obras derecuperação

Francisco Souza

A prefeita de Camboriú,Luzia Coppi Mathias (PSDB),fez uma apresentação à impren-sa na segunda-feira (13) dasações dos primeiros seis me-ses de sua administração. Noevento, Luzia destacou querecebeu a cidade destruída pelaenchente de novembro passa-do, e que concentrou o esforçona recuperação do município.“Camboriú estava em estadode calamidade público comtoda a sua estrutura compro-metida, e tudo o que mostra-mos hoje foi recuperado nesteperíodo de janeiro e julho”,destacou a prefeita.

Segundo a administradora,um dos desafios enfrentados foia queda na arrecadação do mu-nicípio, em especial nos repas-ses do Fundo de Participaçãodos Municípios (FPM). Osdados mostram uma queda de R$ 229mil na arrecadação no período de janei-ro a junho. “Para o município esta éuma queda expressiva, especialmenteporque precisamos fazer as obras dereconstrução”, declarou Luzia. De ja-neiro a junho de 2008, o município re-cebeu R$ 6.024 milhões do fundo, con-tra R$ 5.794 milhões no mesmo perío-do deste ano.

ReestruturaçãoOutra ação do governo foi a criação

da Defesa Civil no município, que vaitrabalhar n processo de prevenção a re-cuperação de catástrofes naturais. “Tí-nhamos aqui apenas uma coordenação,o que não era suficiente. Agora temos

Luzia quer a construção de rodovias para alavancar o turismo

uma estrutura completa”, disse a prefeitaque reclamou que boa parte dos recur-sos para a recuperação do município ain-da não chegaram aos cofres públicos.

Segundo a prefeita, o município ti-nha um déficit de 118 casas após asenchentes. Ela afirma que 10 unidadesjá foram entregues, 42 estão em anda-mento. Além disso, a chefe do executi-vo mostrou um projeto de um conjun-to habitacional que terá 48 apartamen-tos. “Comemoramos cada unidade en-tregue e como se vê uma boa parte jáestá encaminhada”.

Na Secretaria de Obras, outra fren-te de atuação foi a construção de unida-des de saúde e educação, além da pavi-mentação de ruas e aquisição de veícu-

los para serviço.

SegurançaEm meados do mês de abril a

prefeita disse que estava “profunda-mente magoada” com a declaração doSecretario de Segurança Pública do Es-tado, Ronaldo Benedet. O secretário dis-se que boa parte do problema de segu-rança de Balneário Camboriú era devido“as mazelas sociais do município vizi-nho”. Na época a prefeita pediu que osecretário ajudasse o município e não ten-tasse por a culpa nos cidadãos honestosde Camboriú. Passados três meses, Lu-zia afirma que nada foi feito, e que elacontinua esperando ações do estado paracombater a violência no município.

Francisco Souza

A Câmara de Vereadores de Itajaíapresentou para a imprensa, na últi-ma semana, a nova estrutura da Se-cretaria de Comunicação e PromoçãoSocial. O evento foi no restauranteBoqueirão do Pera, em Itajaí. Olegislativo itajaiense realiza concursopúblico para preencher vagas da novasecretaria, em especial para a novaestrutura da TV Câmara e para o Bal-cão da Cidadania, serviço prestadopela câmara que oferece serviços gra-tuitos à comunidade, como adisponibilização de certidões, identi-dades, além de prestar assitência ju-rídica.

De acordo com o chefe da pasta,Herval Angelo Esmeraldino a secre-taria tera quatro diretorias: a dire-toria de comunicação; a diretoriainstitucional de relacionamento ecerimonial; a diretoria de atendi-mento a cidadania, e a TV e RádioCâmara. "O momento representatransformação. É a câmara de caranova", afirmou Esmeraldino.

DivulgaçãoO vereador Nikolas Reis (PT)

destacou a gestão do presidente dolegislativo, Luis Carlos Pissetti(DEM) e disse que a nova secreta-ria é importante devido a importânciado legislativo de divulgar as suas açõesjunto ao público. No mesmo sentido,Renato Ribas (PSDB) lembrou que aimprensa é parceira do legislativo emmuitas ocasiões. "Muito poucoadiataria nossos atos se não fosse otrabalho da imprensa de divulgar apopulação o que fazemos".

Pissetti definiu o evento com aimprensa como "simbólico". Para opresidente da casa, o evento e iné-dito para a câmara. "É o ápice de

um trabalho que começou há muitotempo". Ele disse que o evento"mostra de forma simbólica a im-portância da imprensa nos traba-lhos do legislativo".

O parlamentar destacou asações do recém implantado Balcãoda Cidadania, que desde o final demarco já realizou 1.500 atendimen-tos. "Esse é o valor que a câmara devereadores pode ter na vida de cadaum", argumentou Pissetti, defen-dendo que a casa não cruzou os bra-ços para os problemas da socieda-de, fazendo muito mais do que sim-plesmente legislar e fiscalizar.

VerdadeDa mídia, o vereador espera uma

relação de confiança e transparência."Queremos a mais absoluta transpa-rência, para não fugir da realidade. Essaé a única forma de se tratar todos comrespeito", concluiu Pissetti.

Pissetti acredita quetransparência é o únicocaminho para o legislativo

FOTOS: WILLIAM DE LUCCA

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WFO cobra R$ 914 mil daprefeitura por obrasrealizadas

Francisco Souza e William de

Lucca

A troca na gestão da administraçãomunicipal provocou uma disputa polí-tica em torno das obras do HospitalMunicipal Ruth Cardoso. Para a WorldFamilly Organization (WFO), entida-de responsável pela construção da uni-dade, é imprescindível o pagamento doaditivo de R$ 914 mil. Para a prefeitu-ra, o pagamento só deve ser feito apósum estudo da prestação de contas daONG. Para a bancada de oposição dogoverno Edson Piriquito (PMDB),composta pelos vereadores do DEM-PSDB-PP, a administração municipalestá atrasando a entrega do hospital.Enquanto as partes não chegam a umacordo, a unidade permanece fechada.

Para o vereador Fabrício de Olivei-ra (PSDB) a prefeitura não pode tentardesvirtuar a discussão em torno do hos-pital. Ele afirma que também quer ver aprestação de contas e que já foi infor-mado pela WFO que estes relatóriosserão enviados em breve ao legislativo,independentemente do prefeito re-en-viar o projeto que autoriza o aditivo.“Minha intenção é defender o interes-se público, não a WFO. Até o momen-to não há nada de errado com a institui-ção”. Ele alerta que muitas das denún-cias feitas a ONG não tem embasamentoe são carregadas de intenções políticas.

Segundo a presidente da WFO,

Hospital precisa deaditivo para ser finalizado

Deisi Noeli Weber Kusztra, o custoadicional é devido a gastos que não es-tavam previstos no convênio. Ela citao exemplo da fundação do terreno. "Tí-nhamos a previsão de gastar R$ 300mil nessa parte, mas acabamos gastan-do mais de R$ 700 mil". Deisi afirmaque a cobrança é legal, e que o municí-pio tem que fazer a sua parte.

De acordo com o Secretário deGestão Administrativa da prefeitura,Marcos Weissheimer, o termo aditivonão pode ser pleiteado sem a presta-ção de contas. “Creio que os vereado-res não concordam com um repasse semantes ser feita a prestação de contas”.Weissheimer afirma que seria uma ati-tude irresponsável do prefeito autori-zar o repasse antes de saber como eonde foi gasto o dinheiro. Ele disse quea ONG já foi notificada e a prefeituraaguarda os documentos para encami-nhar o aditivo.

UltimatoDeisi disse que na sexta feira esta-

rá em Balneário Camboriú para resol-ver a questão do hospital. Ela afirmaque é "incrível que em um país algu-mas pessoas sejam tão pequenas quenão conseguem diferenciar trabalhosério de politicagem". Ela disse quepretende processar a prefeitura por nãocumprir o convênio. "Vou mandar ascontas com cópias para o MinistérioPúblico, Tribunal de Contas e depoisvou processá-los. Agora e a minha vezde dar prazo para a abertura".

De acordo com o Secretario de Pla-nejamento do município, ClaudirMaciel (PPS), a questão não pode ser

resolvida sem uma análise do convênioe das obras. "Como pode o convênioter sido prorrogado três meses após oseu término? Isso não existe". Deisi re-bate a afirmação alegando que o proces-so de extensão do convênio foi automá-tico e dentro dos trâmites legais, ca-bendo ao município a responsabilida-de pelo atraso das obras. Maciel diz

Oposição acredita que é tudo ‘intriga da oposição’

IMPASSE

que o prefeito não pode pagar um valortão elevado sem antes ter certeza deque não estará pagando por uma obrajá quitada. "Quando encaminharam otermo aditivo no final do ano passado,pedi vistas ao projeto Maciel era vere-ador no período 2005-2008), porquequeremos a prestação de contas antesde aprovar verba extra para a WFO". O

valor reivindicado pela WFO, de R$914 mil corresponde a cerca de 5%do total investido pelo município(R$18.295.830,64 ). Pelo convênio,a WFO era responsável por US$3.409.160,99. Deste montante, Deisiafirma que a prefeitura ficou com umsaldo de US$ 16 mil dólares, disponí-veis para o município.

Segundo o Secretario de Saúde do Estado,Dado Cherem (PSDB), a situação não teriaacontecido caso ele fosse prefeito do município.“O hospital já estaria aberto se fosse eu. Eu fariatudo diferente, tudo ao contrário. Existe umacoisa na vida publica que é vontade política, e issoeles não tem. Há uma falta de compromisso coma abertura do hospital. Quantos meses levarampara escolher o secretário? Isso já diz tudo”.

Dado afirma que a veiculação na mídia deinformações negativas sobre a WFO são intencio-nais. “Eu acho estranho esta orquestração nestemomento. A denuncia aconteceu no dia em queeu chego ao Brasil, aí o prefeito vai até Curitibapara conversar com o Requião, para investigartoda esta história da Deisi. Primeiro eles tentamdesmerecer o trabalho feito pelo último prefeito,desmerecer o hospital. Depois, desmerecem meutrabalho, dizendo que eu virei as costas paracidade. Agora, eles querem desmerecer a entida-de. Então, é este governo que não quer abrir estehospital, e isto é lamentável”. Apesar disso, eleafirma que sabia pouco sobre o histórico da ONG

na época do convênio e que as denúncias devemser investigadas. "Eu vou ser honesto, não sabianada desta ONG até as primeiras noticiasaparecerem na imprensa nestes últimos dias.Temos que ser transparentes, mesmo porque eunão sabia de nada, fiquei sabendo por vocês".

De acordo com o ex-prefeito Rubens Spernau(PSDB), responsável pela assinatura do convenio coma ONG, o município tinha conhecimento da polemicaem Aracaju (veja matéria página 9). “Fomos até olocal averiguar e chegamos a conclusao de que issoera tudo apenas um jogo político”, disse.

Deisi disse que "não tem duvidas de que ohospital estaria aberto caso Dado fosse o prefei-to". Ela ainda afirmou que vai exigir o pagamen-to do aditivo, caso contrario, quer o dinheiroinvestido pela WFO de volta. O prefeito EdsonPiriquito disse que está ciente das críticas eafirma que o que ele mais deseja é abrir ohospital. Quanto ao ultimato, ele disse que estáconsciente de seu posicionamento. “Não vouautorizar pagamento extra sem antes ter aprestação de contas. Isso é certo”.

WFO e prefeituranão entram em

acordo sobrepagamento

WILLIAM DE LUCCA

especial

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DE 9 A 15 DE JULHO DE 2009 especialHISTÓRICO NEGRO

Obra de maternidadeno Sergipe teve desviode R$ 3,9 milhões

HONRARIA

José Serra recebeprêmio da WFOem GenebraGovernador cometegafe ao noticiar quepremiação era da ONU

O governador de São Paulo,Jose Serra (PSDB), recebeu emGenebra, no dia 8, um premio porsua atuação como Ministro da Saú-de no governo Fernando HenriqueCardoso (PSDB). O premio foi entre-gue a Serra pelo presidente do Conse-lho Econômico e Social da ONU(Ecosoc), Nikhil Seth, e saudado pelapresidente da instituição que o indi-cou, a World Familly Organization(WFO). Deisi Noeli Weber Kusztraao cumprimentar o governador disseque Serra tinha sido "o melhor minis-tro da saúde da historia do Brasil". Aoreceber o premio, Serra afirmou quese tratava de uma das maiores honrasde sua vida política.

PolêmicaA premiação teve outra conotação

após os jornalistas Paulo HenriqueAmorim e Luís Nassif questionaremse a premiação era realmente da ONU.Serra havia anunciado em seu twitterque iria receber um premio na ONU, oque abriu margem as interpretações.As acusações eram de que o premiona verdade foi um "exagero" do gover-nador pois não se tratava de um even-to oficial da ONU. A WFO, que pro-moveu a premiação, e uma ONG filiadaa Ecosoc da ONU, assim como outras3.194 instituições.

Para Deisi Kusztra, a acusação deque o governador havia "encomenda-do" o premio é leviana e absurda. Elaafirma que a escolha foi feita em outu-

bro de 2008, e que a premiação já ocor-re há 40 anos. Deisi disse que esta"estremecida com as mentiras veicu-ladas na mídia sobre o premio".

Serra foi a única das três persona-lidades premiadas que compareceupara receber a condecoração. A home-nagem foi um dia após o PresidenteLula (PT) ter recebido o Prêmio pelaPaz Félix Houphouët-Boigny, naUnesco, em Paris. Um terço dos ga-nhadores deste premio da Unesco aca-baram ganhando também o Nobel daPaz.

EsclarecimentoAo saber da premiação, Valéria

Schiling, assessora de comunicação doCentro de Informações das NaçõesUnidas para o Brasil (UNIC Rio), di-vulgou uma nota a imprensa deixandoclaro que a “World FamilyOrganization (WFO) não é uma enti-dade da Organização das Nações Uni-das (ONU). Trata-se de uma Organi-zação Não-Governamental (ONG),com sede em Paris, associada ao Con-selho Econômico e Social (ECOSOC)da ONU, com status consultivo, e as-sociada ao Departamento de Informa-ção Pública (DPI) da Organização”.

Por telefone, Valéria disse quemais de três mil entidades e organiza-ções como a WFO tem o mesmostatus, e sua participação noECOSOC é apenas consultivo. Elatambém ressaltou que em nenhum mo-mento uma ONG pode se apresentarcomo membro da ONU ou falar emnome da entidade. “Estas entidadeslevam os problemas dos países para asautoridades da ONU, e estas sim, deli-beram sobre os assuntos”, afirma.

Maternidade NossaSenhora de Lourdes foiinaugurada um ano apósser entregue pela WFO,mas já sofria problemasde infraestutura

A obra de uma maternidadeconstruída pela WFO, em Aracaju (SE),também está sob investigação da justi-ça daquele estado. Segundo o relatórioda Controladoria Geral (CGE) e doMinistério Público do Estado (MP),14 irregularidades foram constatadas atéagora, no relatório parcial produzidopelos dois órgãos que investigam o caso.Entre as principais irregularidades es-tão o desvio de R$ 3.901.149,75, frau-de dos balanços financeiros dos recur-sos e a própria obra, que foi entregueinacabada e com problemas de estrutu-ra pela entidade ao Governo do Estadodo Sergipe.

De acordo com Paulo Seabra, pro-motor do Ministério Público, o pro-cesso contra a ONG e a Secretaria doEstado da Saúde ainda está em curso,mas já foram apuradas diversas irregu-laridades além daquelas que já haviamsido apresentadas pelo relatório doCGE, em outubro de 2007. “Existemvários problemas, e toda hora apare-

cem novos, desde notas fiscais frias,material de construção comprado deforma irregular e a própria não com-provação de como foram gastos quaseR$ 4 mi do dinheiro investido”, diz opromotor.

O processo, que já tem 15 volu-mes, com centenas de páginas cada um,deve virar uma ação na Justiça do Esta-do, contra a secretaria e a ONG, e, secomprovada participação do ex-gover-nador do Estado, João Alves Filho(DEM), o processo por ir ainda para oMinistério Público Federal.

Mais um milhãoO secretário de estado da saúde do

Sergipe, Rogério Carvalho, disse que arelação com a WFO foi a pior possível.Segundo ele, dos R$ 13 milhões queforam investidos pelo governo estadualna obra, pelo menos R$ 5 mi não foramcomprovados pela prestação de contasda OMF. “Ela ainda subcontratou di-versas empresas, e deu o calote emtodas. Algumas delas vieram inclusivea pedir falência”, disse o secretário.

Além dos problemas fiscais, Ro-gério aponta ainda diversas irregulari-dades na execução do projeto, que se-gundo ele, não respeitava as normas daAnvisa e da vigilância sanitária. “Os ca-bos de energia foram subdimensionados,e aqueceram, causando um pequeno

incêndio no hospital. Além disso, oteto da lavanderia caiu após algumassemanas de funcionamento, as pias dacozinha também, causando alagamen-tos, tivemos que readequar toda a es-trutura física do hospital. Acabamosinvestindo mais um milhão de reais nasobras”, conta.

Ong se defendeJá a presidente da OMF, Deisi

Noeli Weber Kusztra, afirmou que nãohá nenhum tipo de irregularidade nes-ta, ou em qualquer outra obra da enti-dade. “Desafio a qualquer pessoa com-provar uma irregularidade nas contasda construção deste hospital”, disse.

Ela também afirmou que o proble-ma, assim como em BalneárioCamboriú, é a vinculação política emalgo que não é político. No caso, o ex-governador do estado, João Alves Fi-lho (DEM), foi sucedido por MarceloDeda (PT), que assim que soube dasituação, disse que não iria assumir aresponsabilidade de terminar a obra,já que a responsável pela maternidade(WFO) não havia entregue a obra conclu-ída. O ministério público do estado en-trou com uma ação requisitando que aprefeitura assumisse a obra, o que só acon-teceu no final de 2007, quando o hospi-tal, que deveria ter sido entregue no finalde 2006, foi finalmente entregue.

PORTAL INFONET / SERGIPE

Projeto da maternidade segue padrão das obras da ong

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Unidade não foi acabadapor falta de verbas

O município de Quedas do Iguaçu,no interior do Paraná, a 431 quilôme-tros de Curitiba, firmou convênio em1998 para a construção do HospitalDistrital de Quedas do Iguaçu. A parce-ria foi feita entre o município, o estado ea APMI Saza Lattes, que era vinculada aWFO. No ano de 2000, a obra foi para-lisada pela falta de recursos para a con-tinuação. Segundo Deisi Kusztra, naépoca gestora da Saza Lattes, o caso éum exemplo de como as disputas políti-cas podem atrapalhar a viabilização daconstrução de um hospital.

Deisi Relata que na época não ti-nha noção de como os políticos pode-riam dificultar a realização da obra.

Segundo o Presidente da ComissãoEspecial de Auditoria de ObrasInacabadas do Tribunal de Contas doEstado (TCE-PR), Pedro PauloPiovezan de Farias, não foi encontradanenhuma irregularidade com a SazaLattes nas contas analisadas. Ele afir-ma que existia uma dificuldade de en-tender o processo de construção daunidade, devido a parceria internacio-nal feita. O relatório do TCE apontaque foram gastos R$ 4.028.782,14 nohospital, custeados pelo governo doestado e pela prefeitura. Para o radia-lista Marcos Pina, o caso ficou conhe-cido como “o maior golpe da históriado município”, e que o que era um so-nho dos munícipes acabou se tornandouma decepção. “O que veio para cá foiuma lata velha”, argumentou Marcos.

Atualmente a construção está para-lisada e ninguém pode entrar no local. Aatual vice-prefeita, Marlene Revers

especialIMBRÓGLIO

Disputa política paralisaobras em Quedas do Iguaçú

(PSDB) disse que a prefeitura tenta trans-formar o local em uma escola técnica, oualgo similar, para aproveitar a estrutura.Ela também afirmou que o caso “ficou semuma explicação clara para a população”.

ErrosPara o Secretario de Administra-

ção da prefeitura do período em que asobras iniciaram, Carlos Lins, houve

uma sucessão de erros que culminoucom a paralisação da obra. Ele lembraque o estado demorou para formalizar oconvênio e que houve negligência porparte da Saza Lattes durante o proces-so. “O sonho do prefeito era construiro hospital, mas ai houve uma série deatrasos na documentação e a obra aca-bou não tendo continuidade”. O prefei-to de Quedas do Iguaçu no período1997-2000 era Pedro Giraldi (PTB), quefaleceu há dois anos atrás.

Segundo o Secretario de Obras dagestão Giraldi, Adair Mentz, o municí-pio enfrentou uma série de problemascom Deisi Kusztra e com a Saza Lattes.Ele lembra que ficou como fiador dascasas alugadas pelos engenheiros queforam construir o hospital. Após a pa-ralisação, relata que foi responsabiliza-do. “Tive que tirar do próprio bolso R$5.623 mil para pagar esses alugueis aSaza Lattes, com a promessa de que seriareembolsado posteriormente. Até hojeainda não vi este dinheiro”. Mentz dis-se que pagou a quantia para a filha deDeisi Kusztra e nunca mais teve retor-no da Saza Lattes. O secretario afirmaque a briga política contribuiu para aparalisação da obra, e que o caso ficousem uma explicação justa.

Construção estáembargada e sem

utilidade no município

MARCO PINA/ESPECIAL JBC

Político denúnciairregularidadesda Saza Lattes “Essa mulher é uma tremenda safada”

Uma das autoridades do município na época, que não quis ter oseu nome revelado para não sofrer represálias, afirmou que a relaçãocom a Saza Lattes e com Deisi Kusztra foi conturbada. “Essa mulheré uma tremenda safada”, esbravejou a fonte, que disse que o municí-pio não podia compactuar com um convênio cheio de erros. “Oprefeito que assinou o convênio foi enganado, mas após a troca degestão a nova administração não quis continuar o projeto. Se o estadoqueria a obra, porque não ajudou? O município não tinha como”.

Ele relata que na época foi feito uma avaliação paralela aunidade construída e que o valor estimado era de R$ 1,5 milhões,valor mais baixo que o declarado no Tribunal de Contas. “Sentique essa obra fedia muito. Sofri pressões para ajudar no prossegui-mento da construção, recebi propostas indecorosas. Deisi é umapessoa influente, pressionou o TCE, os prefeitos, intimidou a todosaté desistirem”. Ele diz estar aliviado que administração munici-pal não compactuou com o convênio e deixa um recado paraBalneário Camboriú. “Diz para o prefeito botar a faca nos dentes enão aceitar as pressões”.

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NOVA EMPREITADA

Biguaçu vaiconstruirhospitalnos moldesdo RuthCardosoNotícias de desviosem projetos da OMFcausam espanto naprefeitura da cidade

O próximo projeto da OMFno estado de Santa Catarina é aconstrução de um hospital, nosmoldes do Hospital MunicipalRuth Cardoso, desta vez, emBiguaçu, na Grande Florianópolis.O Governo do Estado confirmouno último dia 5, a intenção de cons-truir um hospital com capacidadepara 127 leitos. A instalação dosequipamentos está orçada em R$24 milhões e será construída emparceria com a Prefeitura e a Or-ganização Mundial da Família(OMF).

A notícia de que a entidadeestava sendo investigada pelaJustiça do Paraná e do Sergipepegou de surpresa o ProcuradorGeral do município, AndersonNazário, que até então só haviaouvido boas referencias, tanto daOMF, quanto de sua presidente,Deisi Kusztra. “Ficamos surpre-sos com esta informação, isso eradesconhecido até então. Agora,vamos fazer um acompanhamen-to de perto desta situação, va-mos avaliar criteriosamente tudoisso”, disse o procurador.

Mesmo projetoSegundo Nazário, o projeto

do hospital em Biguaçu está or-çado em R$ 24 milhões, sendoque 30% do projeto será pago pelaOMF, 30% pelo governo do esta-do, que já assinou o convenio coma ONG, e os outros 40% serãopagos com outras fontes de recur-sos, que serão levantados pela pre-feitura, que não usará dinheiro domunicípio na empreitada.

Mesmo com as denúncias, aconstrução do o projeto do hos-pital de Biguaçu não está em ris-co. “A obra em Biguaçu não ficaarriscada. Ainda temos muito oque apurar nesta história”, diz osecretário de saúde do estado,Dado Cherem.

CURITIBA

Ex-administrador de ONGprocessa Deisi Kusztra pornão prestação de contas

especial

Convenio com Saza Lates geraprocesso para ex-prefeito

Outro caso que envolve a Saza Lattes, é o da construçãodo Hospital Comunitário do Bairro Novo, obra feita por meiode convênio com a APMI Saza Lattes e inaugurada em 1997.De acordo com o Ministério Publico, em 1995, o entãoprefeito de Curitiba, Rafael Greca (PMDB) e o secretario desaúde do município, João Carlos Baracho, autorizaram aconstrução da unidade sem licitação.

A ação civil alegando improbidade administrativa foiiniciada em 2002, e foi julgada improcedente pelo Juízo da4a Vara da Fazenda Pública. O MP recorreu, e em outubrode 2005 a 1ª Câmara Cível do TJ-PR, em decisão unânime,decidiu pela condenação do ex-deputado, do ex-secretário eda entidade por ato de improbidade, conforme o previsto naLei 8.429/92. Segundo a decisão, Greco perderia seusdireitos políticos por três anos e teria que pagar multa novalor de três vezes do seu salário. Baracho teria suspensãodos direitos políticos por cinco anos, alem da multa de duasvezes o valor do seu salário.

A Saza Lattes ficaria impedida, segundo a decisão, defirmar convênios com a administração publica por umperíodo de três anos, alem de não poder receber benefíciosou incentivos fiscais. Apos os recursos, a ação ainda esta emtramite, mas sem condenação para Greca, Baracho ou a SazaLattes.

Greca informou através de sua assessoria que "nãohouve nenhum problema ou condenação, tudo foi feito nalegalidade, e as parcerias do município funcionaram". Aunidade foi construída em convenio com a WFO e tevecontrapartida do município de R$ 3,6 milhões. DeisiKusztra, na época na Saza Lattes e na WFO, disse que osconvênios firmados com estas entidades não se enquadramna lei de licitações, e que portanto, não houve qualquer tipode irregularidade.

Processo está no STJ eainda não foi concluído

O ex-presidente da ONG APMISaza Lattes, Paulo Azzolini, entrou em2003 com um processo contra a gestãode Deisi Kusztra na ONG. O processofoi movido na 18a vara civil de Curitiba edeu ganho de causa em primeira instanciapara Azzolini. Segundo o advogado daSaza Lattes, Luis Fernando Brusamolin,o processo foi aberto pela ONG contraDeisi Kusztra, com a alegação de que aex-administradora não havia prestadocontas referentes ao ano de 2000. Segun-do as alegações de Azzolini, ele recebeu ainstituição com um rombo de R$ 592 milnos cofres, e por isso, exige uma presta-ção completa de contas para descobrironde e como foi gasto esse dinheiro.

Deisi afirma que trabalhou para aONG de 1989 ate novembro de 2000, esaiu porque desde 1997 ocupava a pre-sidência da WFO, por isso não tinhatempo para se dedicar as duas funções.Quanto as alegações, Deisi declarou quenão pode ser responsabilizada no caso,pois não era encarregada de cuidar daparte financeira da instituição. "Ele(Azzolini) esta tentando encobrir assuas falcatruas. Ele comprou um terre-no, induziu o juiz ao erro e quis jogar aculpa em mim". Ela diz que estatranquila em relação a este caso pois játeve um parecer favorável da justiça.

DesavençasAzzolini foi vereador em Curitiba

no período de 1994 a 1997, e em 1995concedeu a Deisi o titulo de Cidadãhonorária do município. Sobre o pre-mio, ele explicou que Kusztra mudouapos se envolver com a construção dehospitais. "Ela fazia um trabalho fan-tástico na ONG e por isso mereceu opremio. Depois se perdeu quando foifazer hospitais. Todos me chamaramde louco quando entrei com o processocontra ela. Ninguém acreditou que euganharia, porque ela e uma pessoa mui-to forte e influente. Ate agora ganheiem todas as instancias que foi julgado".

Segundo Brusamolin, a Saza Lattesteve ganho de causa na 18ª vara civil eno Tribunal de Contas da União (TCE-PR). Depois o processo foi para a Su-perior Tribunal de Justiça (STJ) e estaem tramite. "O problema e que desde2005 a ONG fechou, então não tem

como continuar o processo nessa for-ma. Em breve vamos entrar com o Mi-nistério Publico para dar continuida-de. Ela já foi condenada a prestar ascontas, só que o processo esta paradono STJ".

Sobre esta acusação, Deisi explicaque um dos problemas é que os advo-gados mandaram propositalmente asintimações para o endereço que nãoexistia mais da Saza Lattes, o que pre-judicou sua defesa. Brusamolin reco-nhece que Deisi é uma pessoa influen-te e afirmou que "ela gosta de dizer queé da ONU até em assembléia de con-domínio".

DesfechoBrusamolin entende que o rombo

de R$ 592 mil contribuiu para o fim dainstituição. "Quem depende de dinhei-ro publico, transparência, com um rom-bo desses, não tem como sobreviver.Por isso não existe mais”. O advogadoacredita que a solução é simples: "bas-ta que ela preste as contas do ano de2000, com os recibos e tudo certo. Seprestar as contas e estiver tudo certo,isso passa, mas ela se recusa a fazerisso".

Deisi nega acusações

Rafael Greca afirma que não houve condenação

ARLQUIVO JBC

DIVULGAÇÃO

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DIVULGAÇÃO

TURISMO

Na semana do aniversárioda cidade, turistas emoradores ganhampasseio ao Parque Natural

Em comemoração ao aniversáriode Balneário Camboriú, a Secre-taria Municipal do Meio Ambi-ente (Semam), com divulgação da

Secretaria de Turismo, estarádisponibilizando, na semana que ante-cede o “dia do município”, transportegratuito para que a comunidade local eturistas da cidade conheçam o ParqueNatural Raimundo Malta. O complexoecológico fica no bairro dos Municípi-os e possui área total de 172.625 metrosquadrados. Os ônibus estão saindo daPraça Tamandaré duas vezes por tarde,até 17 de julho, às 14h e 15h30, comretorno em uma hora.

Durante o passeio, os visitantesserão recepcionados pelas educadorasambientais do parque, que vão mostrartodos os atrativos, desde o ComplexoFitoterápico, onde é desenvolvido pro-jeto Plantas que Curam, com produçãode plantas medicinais, as trilhas ecoló-gicas, o Bromeliário (onde há um re-canto de bromélias), o parque infantil,até o Viveiro Mata Atlântica, com vári-as espécies nativas, entre outras atra-ções.

HistóricoO Parque Natural Raimundo Mal-

ta foi criado em 29 de abril de 1993(decreto 2.351/93), com o objetivo decolocar a população em contato com anatureza. Lá são desenvolvidas váriasatividades, entre educação ambiental,

pesquisas da fauna e flora da florestaatlântica e também o trabalho realizadopara preservação de espécies animais evegetais, além de proporcionar turis-mo ecológico. O parque está localizadoao final da Rua Angelina (sentido es-querdo), junto às margens do rioCamboriú.

Sua administração é realizada pelaSecretaria Municipal do Meio Ambi-ente, que está sediada no interior doparque, na Casa do Pensamento. A Casafoi inaugurada em julho de 1998 e nelaestá a Biblioteca Ambiental, sala de pa-lestras, sala de reuniões e setores admi-

nistrativos da Semam. O Bromeliário éuma atração a parte. No local há cerca de40 espécies em exposição.

TrilhasNo Viveiro Mata Atlântica é que

está o centro de produção florestal, quetem como meta principal, a produçãode mudas de árvores nativas, para a re-cuperação de áreas degradadas e repo-sição da mata ciliar do rio Camboriú,além do incremento à biodiversidade dabacia hidrográfica do rio. Há ainda umagrande área de lazer, com parquinho,sanitários, trilha para corridas e estaci-

onamento para visitantes.O Parque Natural Raimundo Mal-

ta proporciona um estreito contato coma natureza e também educaçãoambiental, pois tem seus portões aber-tos aos estudantes da cidade. Crianças,jovens e adultos encontram nas trilhas,a contemplação a uma vegetaçãodiversificada, na qual o manguezal en-contra as árvores de terra firme e asdiversas espécies de aves, anfíbios, rép-teis, crustáceos, ofídios, insetos e pe-quenos mamíferos, todos vivendo emharmonia. A entrada é gratuita e estáaberto diariamente.

SERVIÇOO quê? Visita ao ParqueNatural Raimundo MaltaOnde? Saída da PraçaTamandaré, duas vezes portardeQuando? 13 a 17 dejulho, às 14 e às 15h30.Como? Passeio gratuito deônibus cedido em parceriacom a Expressul e visita deuma hora de duraçãoPorquê? Em alusão aoaniversário de BalneárioCamboriú (20/07)

Uma visitaà naturezaUma visitaà natureza

SECTUR/PMBC

Parque dasbromélias é

uma dasatrações do

parque