jornal da ufu - abril 2014 - nº 151

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2 Jornal da UFU

com o Curso de Comunicação Social: habilitação em Jornalismo e com as Secretarias Municipais de Cultura, Comunicação e Educação.

Dentro de nosso planejamento estratégico es-tão delineadas muitas atividades em desenvolvi-mento. Entre elas, ressaltamos o lançamento do portal de notícias da UFU, comunica.ufu.br, mo-derno, funcional, interligado às mídias globais, permitindo em tempo real o acesso à Rádio Uni-versitária FM 107,5, à TV Universitária e ao Jor-nal da UFU. As campanhas de outdoor, o jornal impresso mensal e o programa semanal de Rádio e TV UFU no Plural, aberto a toda a comunidade, têm cumprido seu papel de abrir a Dirco ao diá-logo político atual e aos resultados de pesquisas e eventos. Também produzimos o vídeo institucio-nal da UFU do ano de 2013.

Outras conquistas não podem deixar de ser mencionadas, como o Projeto Ginga Brasil, clas-sificado em quinto lugar entre 10 universidades, com verba de R$ 500.000,00. Por meio deste proje-to e em convênio com a Engenharia Elétrica, esta-mos organizando um laboratório e aplicativos de interatividade e nos preparando para a implanta-ção da TV Digital em 2015. Também a concessão de Rádio Universitária FM 105,9 MHZ em Ituiu-taba, a torre retransmissora de TV Universitária para Patos de Minas e habilitação do canal digital de TV 36 para Uberlândia e região pelo Ministério das Comunicações são vitórias expressivas para a UFU.

Vale dizer que todas essas ações só têm sido possíveis pela disposição de nossos funcionários, pelo seu desempenho com ética e proatividade, pela conexão real entre rádio, TV, internet e jor-nalismo impresso e também pelo clima de respei-to entre nós. O caminho tem sido menos árduo e mais efetivo.

EXPEDIENTEISSN 2317-7683

O Jornal da UFU é uma publicação mensal da Diretoria de Comunica-ção Social (Dirco) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).Av. João Aves de Ávila, 2121, Bloco 1S, Santa Mônica, 38.400-902, Uberlândia-MG. Telefone: 55 (34) 3239-4350. www.dirco.ufu.br | [email protected].

Diretora de ComunicaçãoMaria Clara Tomaz Machado Coordenador de JornalismoFabiano GoulartCoordenador de ConteúdoCairo Mohamad Ibrahim KatribEquipe de JornalismoDiélen Borges, Eliane Moreira,Frinéia Chaves, José Amaral Neto, Jussara Coelho, Marco Cavalcanti e Renata NeivaEstagiários em JornalismoAline Pires e Júnior BarbosaEditoraEliane Moreira (RP525/RN)Projeto gráfico Elisa ChueiriCapa/DesignerBrunner MacedoDiagramaçãoLuciano FranqueiroRevisãoDiélen Borges eMaria Clara Tomaz MachadoFotografiaMilton SantosImpressãoImprensa Universitária - Gráfica UFUTiragem3000 exemplaresDocente colaboradorEduardo MacedoReitor: Elmiro Santos Resende | Vice-reitor: Eduardo Nunes Guima-rães | Chefe de gabinete: José Antô-nio Gallo | Pró-reitora de Graduação: Marisa Lomônaco de Paula Naves | Pró-reitora de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis: Dalva Maria de Oliveira Silva | Pró-reitor de Pesqui-sa e Pós-graduação: Marcelo Emílio Beletti | Pró-reitor de Planejamen-to e Administração: José Francis-co Ribeiro | Pró-reitora de Recursos Humanos: Marlene Marins de Ca-margos Borges | Prefeito Universitário: Reges Eduardo Franco Teodoro

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Por incrível que pareça, a atual Diretoria de Comunicação Social (Dirco) da Universidade Fe-deral de Uberlândia (UFU) foi nomeada em 1º de abril de 2013. Pois é, faz um ano! A princípio, re-organizar a Dirco não parecia tarefa tão difícil. Todavia, os meandros da comunicação pública re-querem de nossa instituição uma postura que foge aos parâmetros mercadológicos dos meios de co-municação privados. É lógico que alguns pontos devem ser ressaltados. Como historiadora de ofí-cio, a imprensa tem sido foco das análises e críti-cas de nossas pesquisas, posto que são evidências documentais do tecido histórico. Outro aspecto é a arte de fazer, de narrar com texto ou imagens, com um compromisso de pensar uma UFU plural e coletiva, aberta à multiplicidade de pesquisas, de concepções políticas diversas, de ações extensio-nistas e culturais comprometidas com o lugar que a universidade ocupa no cenário nacional.

Poderíamos afirmar que essa diretoria encon-trava-se praticamente desativada há quase quatro anos e meio. Antes de tudo, foi possível perceber que a UFU padece de uma cultura de comunica-ção. Porém, mais que isso, como parte integrante do Fórum de Comunicação Social da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), percebemos que esse não é um caso específico e que os modelos e os atropelos se disseminam pelas universidades públicas do país, ao sabor de interesses de gestões que se sucedem.

A UFU, ao traçar a sua política de comuni-cação social, teve um aceno positivo da atual gestão para incluir no nosso métier não só a as-sessoria às ações administrativas e a divulgação de suas conquistas, mas também das dificulda-des, reivindicações e críticas enfrentadas no coti-diano de qualquer lugar que se pretenda público e democrático.

Em busca da qualidade e em parceria com a Fundação Rádio e Televisão Educativa de Uber-lândia (RTU), visitamos outras instituições con-gêneres, realizamos um curso de treinamento em gerenciamento de crise e sensibilização pela Som-ma Empreendimentos, reafirmamos nossos laços

Um incauto em seara alheia: um ano de Dirco

Maria Clara Tomaz MachadoDiretora de Comunicação Social

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A frota de veículos no Brasil cres-ce em ritmo acelerado. Pelas ruas e rodovias do país, circulam aproxima-damente 80 milhões de unidades, en-tre carros, motos e caminhões – um aumento de 123% no período de 2001 a 2012. Com isso, em 2013, foram fa-bricados cerca de 68,8 milhões de pneus. Segundo a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip), foram recolhidas 404 mil toneladas, o equivalente a 81 milhões de pneus de carros de passeio. Um dos problemas que inquietam o setor é a destinação final desses produtos. O que fazer com pneus usados? Qual a melhor forma de reaproveitá-los? As respostas estão com uma equipe da Faculdade de En-genharia Mecânica da UFU.

O trabalho é orientado pelo pro-fessor Renan Billa e está sendo de-senvolvido pelos estudantes André Santana de Mesquita, Marcelo Garcia Marques, Matheus Mendes Moreti e Roger Brenno Gonçalves Machado. O tema central da pesquisa é Logís-tica Reversa de Pneumáticos Inserví-veis. De acordo com Billa, a motivação do projeto é a necessidade de enqua-dramento na Resolução nº 416/09 do Conselho Nacional de Meio Ambien-te (Conama) para a correta destinação dos pneus inservíveis (disponíveis para descarte). O resultado foi o direciona-mento dos estudos para a pesquisa de materiais e as formas de inserção dos resíduos em outras cadeias produtivas.

O projeto apresenta propostas que incluem análise da metodologia

de recepção, classificação e armazena-gem; desenvolvimento de maquinário para processamento; otimização do transporte e análise de viabilidade de instalação de uma planta de recicla-gem. As atividades começaram na dis-ciplina optativa de Logística Reversa. A conclusão dos trabalhos está previs-ta para agosto deste ano.

A equipe reforça que os pneus in-servíveis, quando descartados de for-ma inadequada, prejudicam o meio ambiente. Além de provocar poluição, há o risco de proliferação de doenças, como a dengue. Nas carcaças, são en-contrados focos do mosquito Aedes aegypti e animais peçonhentos. A dis-posição em aterros sanitários também é inviável, pois os pneus são objetos de difícil compressão. O material, que forma um resíduo volumoso, não so-fre biodegradação. Outro transtorno é ocasionado pela queima total a céu aberto, uma prática comum que resul-ta em um grande impacto ambiental.

Para minimizar os problemas, o Conama instituiu a Resolução nº 258/99, que proíbe o descarte de pneus em rios, aterros sanitários, lagos, ter-renos baldios, assim como a queima a céu aberto. Em 2009, a Resolução nº 416 atribuiu aos fabricantes e impor-tadores a responsabilidade pelo ciclo total dos pneus: a coleta, o transpor-te e a destinação final. Para cada pneu importado ou produzido deve ser rea-proveitado um pneu inservível. As em-presas precisam implementar pontos de coleta em municípios com mais de 100 mil habitantes. A resolução tam-bém preconiza a promoção de estudos e pesquisas para o desenvolvimento de técnicas de reutilização e reciclagem.

Daí surgiu a necessidade de aplicação dos conceitos de logística reversa à in-dústria de pneus.

Os pneus são compostos, basi-camente, por borracha, nylon e aço. A borracha pode ser reutilizada, por exemplo, na mistura de massa asfálti-ca e na fabricação de artefatos. O re-aproveitamento do nylon ocorre na indústria têxtil e o aço tem a possibi-lidade de ser reprocessado em indús-trias siderúrgicas. O pneu também pode ser reaproveitado, em sua forma inteira, em muros de contenção e de arrimo, contenção de erosão do solo, fabricação de móveis decorativos e de quebra-mar.

Hoje, no Brasil, a maior parte dos pneus inservíveis reaproveitados desti-na-se à utilização como combustível na indústria de fabricação de cimento. Os pneus são queimados inteiros ou tritu-rados. Esta aplicação é significativa em Minas Gerais, maior estado produtor de cimento, com 24% da produção nacio-nal concentrada em 14 fábricas.

O projeto desenvolvido na UFU tem diferentes linhas de trabalho. Uma delas refere-se ao layout de recepção e

à técnica de envelopamento (colocar um pneu dentro do outro, incluin-do os de uso agrícola) para reduzir os custos logísticos. Em determinadas re-giões do país, alguns caminhões per-correm até 1450 quilômetros rumo à indústria de cimento. Os pesquisado-res chamam a atenção para a dificul-dade em carregar esses pneus devido ao grande volume. Um dos grupos apresenta, portanto, uma solução para transportar o pneu inteiro envelopado ou triturado. “A nossa proposta é levar pouco ar e muito pneu”, resume Billa.

As outras fases do projeto estão relacionadas ao desenvolvimento de maquinário para processamento de pneus, que inclui também um tritura-dor móvel que poderá ser acoplado a um caminhão. “O veículo poderá, por exemplo, sair de um ecoponto [local onde pneus são armazenados tempo-rariamente] de Macapá com tonela-das de pneus granulados em direção a uma planta de reciclagem”, explica o estudante Marcelo Marques. Essa planta de reciclagem, segundo o pro-fessor Billa, é considerada o ponto alto do projeto.

Valorização energética

De acordo com o professor Billa, o pneu é uma excelente fonte alterna-tiva de combustível. O poder calorífico do pneu inservível é considerado alta-mente competitivo quando compara-do com os combustíveis fósseis não renováveis. O óleo combustível apre-senta um poder calorífico de 10.000 kcal/kg em comparação aos 7.667 kcal/kg dos pneus e às 620 kcal/kg do gás natural. Esses dados fazem parte da pesquisa de Carlos Alberto F. Laga-rinhos e Jorge Alberto S. Tenório, do Departamento de Engenharia Meta-lúrgica e de Materiais da Escola Poli-técnica da Universidade de São Paulo (Epusp).

Equipe da Engenharia Mecânica propõe processos para destinação de pneus Sob coordenação de Renan Billa, estudantes apresentam soluções para reaproveitamento de materialtexto Renata Neivafoto Milton Santos

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“Esse negócio de pagar alu-guel mata a gente”. O desabafo é do açougueiro Fernando Ferreira, que compromete 30% de sua renda para morar em uma casa de três cômo-dos, no Bairro Celebridade, na zona Leste de Uberlândia. Casado e com três filhos, ele é personagem da rea-lidade abordada na publicação Qua-lidade das Moradias, produzida pelos economistas Henrique Barros e Sara Cunha, do Centro de Estudos Pes-quisas e Projetos Econômico-Sociais (Cepes) da UFU.

Em 2010, para atender à ne-cessidade do déficit habitacional em Uberlândia, de acordo com o estudo, seriam necessários 17.961 domicí-lios. A publicação, com 113 páginas, foi desenvolvida no decorrer de 2013 e dividida em três seções: qualidade dos domicílios, déficit habitacional e características urbanísticas.

A primeira, segundo Barros, tem “o olhar mais próximo do domi-cílio” e observa itens como coleta de

lixo, esgotamento sanitário, banhei-ro e distribuição dos domicílios em relação à renda. “Algumas variáveis são condicionadas à situação econô-mica dos moradores. Cruzando as informações, tenho ideia do que é o ambiente e como as variáveis se rela-cionam”, diz o economista.

A segunda seção trabalha o con-ceito de déficit habitacional. “Uma informação importante para norte-ar a formação de políticas públicas para o município”, ressalta o pesqui-sador. Os dados, derivados do Censo, foram trabalhados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). “Sistematizamos para pautar o de-bate”, explica Barros. A publicação apresenta não só a estimativa total do déficit, mas também seus compo-nentes. Com isso, pode-se saber, por exemplo, que havia cerca de 1.400 domicílios precários e quase nove mil famílias gastando mais de 30% da sua renda com aluguel. De acordo com Henrique, pessoas que compro-metem esse percentual de renda com aluguel estão em condição de vulne-rabilidade, pois prejudicam despesas com outras necessidades como saú-

de e alimentação. “Essa foi uma va-riável muito significativa”, destaca o economista.

O porteiro Manoel Messias vive uma realidade definida na publica-ção como coabitação – mais de uma família no mesmo domicílio –, ou-tra componente daquele déficit. Ele mora “de favor” na casa da cunhada. Foi a saída que encontrou para eco-nomizar e concluir a construção da moradia, que fica no acampamen-to Santa Clara, zona Leste da cidade. Com uma renda de pouco mais que dois salários mínimos, Manoel ad-quiriu o material e, nas folgas, tra-balha na construção da casa própria, que tem dois quartos, banheiro, sala e cozinha. “Comprei o material a pres-tação. Como a mão de obra é ‘puxada’, eu mesmo construo nas horas de fol-ga”, explica o porteiro.

Na terceira seção da pesquisa, foram analisadas as características urbanísticas no entorno dos domicí-lios pesquisados, entre elas, pavimen-tação, arborização, lixo acumulado,

Como moramos?Publicação analisa qualidade de moradias e déficit habitacional em Uberlândiatexto Eliane Moreirafotos Milton Santos

rampa para cadeirantes e pessoas com dificuldade de locomoção. Esta última apontou que 90% das residên-cias não possuem rampa. Outra in-formação preocupante foi a de que mais de 25 mil domicílios convivem com lixo acumulado em seu entorno. “Observando as variáveis consegui-mos ter uma ideia do espaço urbano”, esclarece Barros.

A publicação é a primeira do observatório de qualidade de vida, uma plataforma do Cepes que agre-ga pesquisadores em torno da temá-tica da qualidade de vida na cidade de Uberlândia, especialmente sobre a qualidade das moradias. “Com esta publicação podemos, também, com-parar Uberlândia com municípios de porte semelhante, já que está en-tre os 23 municípios brasileiros com população estimada entre 500 mil e um milhão de habitantes. Isso é mui-to importante para situar a cidade em sua capacidade de enfrentar desafios que são comuns em cidades desse porte”, ressalta o economista.

O açougueiro Fernando Ferreira compromete 30% da renda com aluguel

Manoel Messias trabalha nas horas de folga na construção da casa própria

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“O Inglês sem Fronteiras é importante, pois cria a opor-tunidade para qualquer aluno aprender a língua inglesa sem nenhum custo, além de promo-ver a disseminação do inglês entre os brasileiros”. Essa é a opinião de Jocival Junior, aluno do curso de Sistemas de Infor-mação da UFU, que participa do programa Inglês sem Fronteiras (IsF). Já a estudante Camila Za-netoni Martins, de Engenharia Química, almeja realizar inter-câmbio para os Estados Unidos, por isso, ela participa das aulas para aprimorar os conhecimen-tos em língua inglesa.

A UFU apresenta o maior número de inscritos no IsF den-tre as 43 universidades envolvidas no projeto. Ao todo, participam do programa 1.197 estudantes de graduação e pós-graduação da instituição. A UFU foi a única universidade do país que conse-guiu oferecer e completar turmas de aulas presenciais para mais de 30% do seu público inscrito no My English Online (MEO).

O MEO é um curso de inglês online gratuito ofertado pelo Mi-nistério da Educação (MEC) aos universitários brasileiros. Para participar das aulas presenciais do IsF, o aluno precisa estar ma-triculado e realizar as atividades da plataforma. Na UFU, cerca de seis mil estudantes acessam ativa-mente o MEO.

Gyzely Lima, uma das pro-fessoras do projeto, explica que as aulas presenciais, além de au-xiliar nas atividades da plata-forma online, preparam o aluno para os testes de proficiência, seja o TOEFL ou o IELTS, exa-mes que qualificam o estudante para a realização de intercâm-bio, por meio do Ciências sem Fronteiras. “As aulas são base-adas no desenvolvimento das quatro habilidades linguísticas da língua: ler, falar, escrever e ouvir. Trabalhamos atividades em que abordamos especifica-mente a estrutura do TOEFL e tarefas que se referem à vida acadêmica, como a apresenta-ção de uma palestra em inglês sobre uma área de pesquisa”, ilustra a professora.

Marco Aurélio Costa Pon-tes, estudante do último período de Letras e professor do projeto, acredita que as aulas permitem que os alunos sejam mais autô-nomos. “Não é somente uma for-ma de preparar os alunos para

uma prova de proficiência inter-nacional, e sim, uma forma de torná-los cidadãos críticos e re-flexivos, que conseguem dialogar em um mundo globalizado, em sua maioria, por meio do inglês”, opina Pontes.

Nessa primeira edição do Isf, os encontros acontecem apenas nos campi Santa Mô-nica e Umuarama. Ivan Ribei-ro, um dos coordenadores do projeto, explica que as aulas do programa não são realizadas nos campi fora de sede devido à dificuldade de encontrar pro-fissionais qualificados e que te-nham vínculo com a instituição nas cidades de Ituiutaba, Patos de Minas e Monte Carmelo. O professor espera que, na próxi-ma chamada do programa, que deve acontecer no mês de ju-lho, os campi avançados pos-sam ser atendidos com as aulas presenciais.

O IsF na UFU conta com 20 professores, cada um responsável por três turmas de 10 a 20 alunos. Os professores têm o auxílio de quatro assistentes nativos de lín-gua inglesa, os English Teaching Assistants  (ETAs). A previsão de término dessa primeira etapa é fi-nal do mês de maio.

UFU é destaque no Inglês sem FronteirasDesde o final de 2013, instituição é centro de aplicação do exame de proficiência TOEFLtexto Cíntia Sousa

Aplicação do TOEFL ITP na UFU

“Além de preparar para o TO-EFL ITP, nós somos um centro aplicador, lugar onde o próprio alu-no da instituição pode fazer o teste. Antes, o aluno tinha que se deslo-car ou esperar a vaga para fazer o teste em Brasília, Belo Horizonte, Campinas, São Paulo, e eram pou-cos os lugares oferecidos, mas hoje a UFU oferece esse teste para os alunos”, destaca Ribeiro. O exame é gratuito e qualifica o aluno para o intercâmbio. Podem participar es-tudantes de graduação, mestrado e doutorado da UFU. Neste ano, a UFU já realizou testes nos meses de fevereiro, março e abril.

O IsF é um trabalho em con-junto entre o MEC, a Secretaria de Educação Superior (SESu), a Coordenação de Aperfeiçoamen-to de Pessoal de Nível Superior (Capes) e os Núcleos de Línguas (NucLi) de cada instituição parti-cipante. Na UFU, os coordenado-res responsáveis pelo projeto são professores do Instituto de Le-tras e Linguística (Ileel): Walde-nor Barros Moraes Filho, Valeska Virgínia Soares Souza, Ernesto Sérgio Bertoldo e Ivan Marcos Ribeiro.

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A corrupção no setor público indica o uso ou a omissão do poder, concedido por lei ao servidor – funcionário de car-reira ou concursado –, em busca de vantagem indevida para si ou para terceiros. Segundo sociólogos, a corrupção está as-sociada à fragilidade dos padrões éticos de determinada so-ciedade, os quais se refletem também na ética do servidor público.

Os tipos de corrupção mais comuns nesse setor são a apropriação indébita, peculato, concussão, corrupção ativa e corrupção passiva. Acontece crime de peculato quando há

desvio de dinheiro público por funcionário que administra verbas públicas. A concussão é a extorsão cometida por um servidor público. A corrupção passiva, segundo o Código Pe-nal, é “solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi--la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar pro-messa de tal vantagem”. Já a corrupção ativa, segundo esse código, é “oferecer ou prometer vantagem indevida a funcio-nário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retar-dar ato de ofício”.

Corrupção: nós somos culpados?

texto Jussara Coelhofoto freeimages.com

“Um povo corrompido não pode tolerar um governo que não seja corrupto.” Marquês de Maricá

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No Brasil, a cada dia, descobrem-se novos casos de cor-rupção. O país passa por um período em que a população acredita cada vez menos no poder público e nas pessoas que o administra. No chamado Índice de Percepção da Corrup-ção, pesquisa realizada pela organização não governamental (ONG) Transparência Internacional, que listou 177 países, o Brasil, em 2013, ficou em 72º lugar no ranking, com 42 pon-tos. Já no estudo do Bribe Payers Index (Índice de Pagadores de Suborno, em tradução livre), o país aparece em 17° lugar e, no ranking dos países que mais pagam propina, o Brasil ocu-pa a 5ª posição.

De acordo com Fernando Martins, promotor de justiça do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG) e professor de direito da UFU, juntamente com a impunidade, outro fator que incentiva a corrupção é o fato de os habitan-tes do país não perceberem que, em pequenos atos, cometidos por pessoas comuns, que não detêm poder político ou eco-nômico, também se encontra a corrupção. Segundo Martins, o brasileiro pratica atos de corrupção moral, mentindo para obter vantagem, furando fila, cometendo pequenos furtos no setor público e privado, adulterando documento para não se prejudicar e adquirindo produtos de origem criminosa. “Ele vai roubar uma fruta ou lata de óleo do restaurante universi-tário como vai roubar o caixa de uma fundação”, exemplifica o promotor. A corrupção também ocorre por parte daqueles funcionários que fazem o contrário do que a lei determina: ele não rouba, porém, não trabalha ou é ineficiente.

De acordo com Martins, as leis que punem a improbida-de administrativa e a corrupção precisam ser mais efetivas, propiciando melhor julgamento. “O corrupto não poderia ter o regime semiaberto, deveria ser somente regime fechado”, opina Martins. Ele ainda assegura que o pior crime é o de lesa-majestade, aquele que vai contra os cofres públicos, pois “quando o sujeito saca o dinheiro da população, ele está ma-tando e colocando bandido na rua”, uma vez que ele está ti-rando a possibilidade de melhorias na saúde e educação.

A sociologia da corrupção

Segundo o professor Sidartha Sória e Silva, doutor em Sociologia e professor da UFU, a corrupção é um fenômeno que está presente em todas as sociedades estratificadas (dife-renciação social por estamentos: nível social, religiões, clas-ses ou por níveis de rendas). Sempre que há estratificação, a sociedade é potencialmente corrupta, pois há indivíduos que não aceitam a posição atualmente ocupada na sociedade e querem contornar e alcançar posição de poder ou de riqueza material. Quanto mais desigual a sociedade, mais potencial-mente corrupta.

Outro fator que incentiva a corrupção, segundo o soció-logo, é a impunidade. Em um sistema de justiça ineficiente e incompetente, as práticas corruptas acontecem com mais frequência porque não existe temor à sanção. “A percepção da população sobre corrupção é de que só punem a minoria: mulher, pobre e negro. Assim, o rico, o branco e o homem são sempre protegidos”, afirma o sociólogo.

Sidartha ainda acrescenta que o problema cultural no Brasil tem uma especificidade: a questão do mandonismo. É a famosa frase: “você sabe com quem está falando?”. A socie-dade brasileira, mais que as outras sociedades capitalistas, é, historicamente, desigual. Essa estrutura social e econômica corresponde a uma cultura da hierarquização – o dominante e o dominado.

O mandonismo é a prática pela qual o indivíduo reivindica a desigualdade. Sidartha explica: “se você está em uma fila de banco e chega uma autoridade, um artista ou um amigo do cai-xa, os laços pessoais irão prevalecer sobre a impessoalidade da lei que determina a igualdade”. Em um país em que se valoriza essa prática social autoritária e hierarquizada, a lei tem eficácia duvidosa. Ora vale, ora não. A eficácia da lei fica comprometida por “a quem ela vai se aplicar”. “Esse é nosso problema cultural, que está enraizado por toda parte”, afirma o sociólogo.

Existe, conjuntamente com os demais fatores, a institucio-nalização dos hábitos. Sidartha elucida que todos os indivíduos, por economia de energia psíquica, tendem a valorizar hábitos, por exemplo, guardando os objetos sempre no mesmo lugar para economizar tempo e energia. Assim também são as regras sociais. Convencionamos que se dirige sempre pela direita, mas na Inglaterra, a convenção é outra. Os hábitos se tornam insti-tucionalização de comportamentos. O mesmo vale para peque-nas práticas desonestas que vêm do mandonismo. A corrupção, a cultura do “quem pode mais manda mais” e do “você sabe com quem está falando” é uma instituição brasileira. Para Sidar-tha, temos que quebrar esta instituição cultural que é tão antiga quanto a própria sociedade brasileira.

E como combater a corrupção?

Há sinais de que é possível mudar esta situação: quan-do as instituições legais dão bom exemplo, quando o rico vai para a cadeia, não importando a cor ou a influência que o indivíduo possua na sociedade, enfatiza Sidartha. Ele cita o caso do Mensalão, em que os indivíduos participantes foram condenados e estão presos. “Se a justiça começar a funcionar de forma mais equânime estaremos no caminho para a mora-lização nas instituições”, ressalta o sociólogo.

O promotor Fernando Martins propõe melhorar os siste-mas político, econômico e jurídico, fazendo com que os três funcionem conjuntamente. Ele afirma também que é neces-sário aumentar o nível da educação e sugere uma iniciação científica da ética dentro das universidades.

Sidartha ainda avalia que outro caminho é o das práti-cas individuais. É importante combater as pequenas práticas corruptas da população. No trânsito, quando um indivíduo para em uma vaga para idoso ou para pessoa com deficiência, exemplifica. Educando os filhos para que sejam respeitadores das leis e mostrando que todo ato tem consequência. As pes-soas que cometem pequenos delitos tendem a cometer gran-des quando o poder lhes é dado, por terem naturalizado um comportamento de desrespeito às regras. É necessário com-bater todas as manifestações, desde as pequenas infrações até as maiores.

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Conheça a programação da rádio Universitária FM e da TV Universitária

texto José Amaral Netofotos Milton Santos

PROGRAMAÇÃO DE SÁBADO

5h às 6h Raiz Brasil - Sertanejo raiz, música caipira e informação sobre agronegócio

6h às 16h

PHD – Programação Hiper Dinâmica - Sábado BrasilMPB, pop nacional, informações jornalísticas, culturais, de saúde e entretenimentoApresentação: Sérgio Moreno e Jorge Chamberlain

16h às 18hRoda de Samba – Programa popular tradicional com nova rou-pagemApresentação: Vitor Hugo e José Luiz Caetano

18h às 20h Sala dos Espelhos – Programa Rock and Roll apresentado ao vivo Apresentação - Álvaro Júnior e convidados

20h às 22h107 Mix – Músicas internacionais dos anos 1970, 1980 e 1990 apresentadas com nova dinâmica em ritmo de festaApresentação: DJ Edinho Borges

22h à 0h 107 LoungeApresentação: Sérgio Moreno

PROGRAMAÇÃO DE SEGUNDA A SEXTA-FEIRA

5h às 6h Raiz Brasil - Sertanejo Raiz, música caipira e informação sobre agronegócio

6h às 11h

PHD – Programação Hiperdinâmica - MPB, pop nacional, pop internacional, informações jornalísticas, culturais, de saúde e entretenimento Apresentação: Victor Hugo

11h às 12hTrocando em Miúdos - Jornalismo inteligente de interesse pú-blico Apresentação: Márcio Alvarenga

12h às 18h

PHD – Programação Hiperdinâmica - MPB, Pop Nacional, Pop Internacional, informações jornalísticas, culturais, de saúde e entretenimento Apresentação: Sérgio Moreno e Jorge Chamberlain

18h às 19hSintonia Brasil - O melhor do MPB com programação de Ale-xandre HeilbuthApresentação: Jorge Chamberlain

* Toda sexta-feira, às 18h

A Música no CinemaApresentação: Márcio Alvarenga

20h às 21h Programas especiais com temas variados (veja no final)

21h à 0h

PHD – Programação Hiper DinâmicaMPB, pop nacional, pop internacional, informações jornalísti-cas, culturais, de saúde e entretenimentoApresentação: Jorge Chamberlain

0h às 5h Uniclass – As canções que você jamais esquece

* 7h/13h30/21h30 UFU no Plural – Exibido toda segunda-feira

Uma pesquisa realizada em 2013 pela empresa júnior Apoio Consul-toria, do curso de Administração da UFU, mostrou que a Rádio Universi-tária FM é a terceira mais ouvida em Uberlândia. Outra pesquisa – a Inter-national Perceptions of TV Quality, re-alizada pela Populus para a BBC de Londres em 14 países, no final de 2013 – colocou o padrão de qualidade da TV Cultura de São Paulo no segundo lugar, atrás apenas da BBC de Londres. A ex-celência da TV Brasil, da Empresa Bra-sileira de Comunicação (EBC), que é parceira da TV Universitária de Uber-lândia, ficou à frente do SBT, da Ban-deirantes e da Record.

Os anos 2000 têm sido um período de consolidação do trabalho de pioneiros que, nas décadas de 1960 e 1970, planta-ram a semente do que conhecemos hoje como a rádio Universitária FM e a TV Universitária, da UFU.

Fazemos a TV que você vê, tocamos a alma com a rádio que você ouve

Entretenimento, notícias, pro-gramas especiais e uma maneira de levar os trabalhos das Instituições de Ensino Superior, através de suas uni-dades acadêmicas, têm sido o motor que faz girar a existência da rádio e da TV Universitária da UFU.

Com espaços dedicados ao entendimento das questões que envolvem a cultura estudantil, o uni-verso dos professores de Ensino Su-perior, a acessibilidade aos níveis intelectuais das pós-graduações e a consolidação de atividades em apoio à cultura são diretrizes que norteiam essas emissoras.

A Diretoria de Comunicação So-cial da UFU faz parte desse contexto de informação e traz aqui a agenda de pro-gramação que vem fazendo a diferen-ça na cidade de Uberlândia e que, em pouco tempo, estará em Ituiutaba.

Grade de programação da Universitária FM 107,5 - (34) 3239-4345PHD - Programação Hiperdinâmica

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Jornal da UFU 9

PROGRAMAÇÃO DOMINGO

0h às 5h UNICLASS - As canções que você jamais esquece

5h às 6h Raiz Brasil - Sertanejo raiz, música caipira e informação sobre agronegócio

6h às 7hPHD – Programação Hiper Dinâmica - MPB, pop nacional, pop internacional, informações jornalísticas, culturais, de saúde e entretenimento

7h às 8h Brasil Regional - Programa cultural de entrevistas e músicas da Rádio Senado

8h às 9hVolta ao Mundo em 60 Minutos - Programa de recados e músicas variadasApresentação: Nininha Rocha

10h às 11hCanta Nordeste – Programa temático, educativo com informação ao vivo. Apresentação: Alcides Mello

9h às 17hPHD – Programação Hiper Dinâmica - MPB, pop nacional, pop internacional, informações jornalísticas, culturais de saúde e entretenimento

17h às 18h A Hora do Choro - Programa especializadoApresentação: Rogério Motta

18h às 19h Escala Brasileira – Programa especializado em MPB da Rá-dio Senado

19h às 20h Jazz by JazzApresentação: Ronaldo Albenzio

20h às 22hPHD – Programação Hiper Dinâmica - MPB, pop nacional, pop internacional, informações jornalísticas, culturais, de saúde e entretenimento

22h às 23h Aplauso – Programa de entrevista com compositores e in-térpretes de nível nacional e internacional da Rádio Câmara

23h à 0h Na Era do Rádio – Programa de época destacando grandes astros da música brasileira e internacional da Rádio Câmara

PROGRAMAS ESPECIAIS

Segunda-feira20h às 21h

Música é Vida – Programa erudito destacando músicas e comen-tários do departamento de Música da UFUApresentação: Prof.ª Viviane Taliberti

Terça-feira20h às 21h

Pegada Brasileira – Instrumental nacional Apresentação - Prof. Gustavo Belan

Quarta-feira20h às 21h

A Música no Tempo – História da música clássicaApresentação - Prof. Waldir Figueiredo

Quinta-feira20h às 20h30 Poesia nas Asas do Tempo – Jogral Qualquer Lua

Quinta-feira20h30 às 21h30

Em Algum Lugar do Passado - História, release de músicos do passado que fizeram e fazem históriaApresentação - Luiz Alberto Tomé e Sérgio Moreno

Sexta-feira20h às 21h

Muito Prazer Brasil – Compositores e intérpretes de grandes su-cessos e talentos ainda desconhecidos. Na ultima sexta-feira do mês o programa tem edição regional, com artistas de Uberlândia e municípios vizinhosApresentação: Alexandre Heilbuth

Grade de programação da TV Universitária – (34) 3239-4343

SEGUNDA-FEIRA 9h Câmara Municipal de Uberlândia

18h Talentos da Terra (reprise)18h30 TVU Notícias0h30 Câmara Municipal de Uberlândia

TERÇA-FEIRA 9h Câmara Municipal de Uberlândia

18h30 TVU Notícias

22h00 Cultura Popular (inédito)22h30 Chorinho No Coreto (Dicult)22h40 Câmara Municipal de Uberlândia

QUARTA-FEIRA 9h Câmara Municipal de Uberlândia

18h Uberlândia de Ontem e Sempre18h30 TVU Notícias

22h UFU no Plural (inédito)22h30 Destaques TVU Notícias22h40 Câmara Municipal de Uberlândia

QUINTA-FEIRA 9h Câmara Municipal de Uberlândia

18h30 TVU Notícias22h Cultura Popular

22h30 Destaques TVU Notícias22h40 Câmara Municipal de Uberlândia

SEXTA-FEIRA 9h Câmara Municipal de Uberlândia

18h30 TVU Notícias22h30 Destaques TVU Notícias22h40 Câmara Municipal de Uberlândia

SÁBADO 13h30 Ladeira Metálica (Dicult)

14h UFU no Plural (reprise)14h30 Uberlândia de Ontem e Sempre (inédito)15h30 Cultura Popular (reprise)

16h Câmara Municipal de Uberlândia18h Talentos da Terra (inédito)

Estúdio TV Universitária

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10 Jornal da UFU

A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) apresentou no dia 25 de abril, durante uma audiência pública, na sede do Parque Tecnológico de Ubera-ba, um estudo de viabilidade da criação da região Metro-politana do Triângulo Minei-ro e Alto Paranaíba RMTRIAL. A abordagem do documento que dá subsídios técnico-cien-tíficos ao projeto foi feita pelo vice-reitor, Eduardo Nunes. Além do empresariado da ci-dade, autoridades políticas es-tavam presentes, entre elas o superintendente estadual de Planejamento e Apoio ao De-senvolvimento Regional, Wesl-ley Monteiro Cantelmo.

Oito pesquisadores da UFU, do Instituto de Geo-grafia e Economia partici-param do estudo. Uma das recomendações do relatório é que a proposta de criação da RMTRIAL, seja feita, inicial-mente, com apenas 16 mu-nicípios, e, em um segundo momento, a inclusão de dois colares (conjunto de muni-cípios) no entorno da região central – Uberlândia, Ube-raba e Araguari –, que abri-ga mais de um milhão de habitantes.

Esta sugestão foi apoia-da por unanimidade. “Te-mos a palavra do Governador Anastasia favorável à criação da região metropolitana com os 66 municípios, embora te-nhamos chegado à definição de 16 municípios, nesse pri-meiro momento, para não di-ficultar a aprovação e garantir o quórum para votar o proje-to” disse a deputada estadual Liza Prado (PROS), autora do projeto de lei.

O próximo passo é en-caminhar a proposta para a

Região Metropolitana do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba: cooperação para o desenvolvimentoVice-reitor apresenta estudo de viabilidade do projeto de implantação

UFU

Eduardo Nunes Guimarães durante a apresentação do Documento

Prefeitos Paulo Piau (Uberaba) e Gilmar Machado (Uberlândia), deputada estadual Liza Prado e o vice-reitor da UFU, Eduardo Nunes Guimarães,durante a apresentação do Documento

texto Fabiano Goulartfotos Milton Santos

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Jornal da UFU 11

apreciação da Comissão de Justiça da Assembléia Mi-neira e da Superintendência Estadual de Planejamento.

Justificativa e benefícios

A análise dos dados dos municípios que formam a mesorregião do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, que reponde por aproxima-damente 15% da riqueza do Estado de Minas Gerais, re-velou diversos aspectos que reforçam sua unidade, mas que também revelam dife-renças e desafios aos pre-feitos destes municípios. Segundo o Eduardo Gui-marães, coordenador do estudo, a implantação da RMTRIAL “cria uma unida-de institucional que falta no

país para intermediar as es-feras de poder municipal es-tadual e federal, como uma agência de desenvolvimento, que passa a receber recursos das três esferas administra-tivas e que permite plane-jar conjuntamente as ações de ampliação de infraestru-tura para educação, saúde, transporte, dentre outras demandas dos municípios e proporcionar melhor a qualidade de vida para as pessoas da região”. Após a discussão sobre o potencial de crescimento e desenvol-vimento da região aponta-do no estudo de viabilidade, o prefeito de Uberaba, Pau-lo Piau, reafirmou a “neces-sidade de estruturarmos a região metropolitana, exa-tamente para que o planeja-

mento regional aconteça de fato, para atender a todos os municípios”. Outros benefí-cios ainda foram destacados pela deputada Liza Prado, como o aumento o teto para as verbas federais destina-das a programas como o de erradicação do trabalho in-fantil e minha casa minha vida, além de financiamen-tos mais acessíveis para as prefeituras, dentre outros.

Após agradecer a parce-ria com a UFU, Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) e Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM), o prefeito de Uberlândia, Gil-mar Machado, afirmou que “nossa região desenvolveu a força que tem hoje, graças também às nossas Instituições

Federais de Ensino” e comple-tou ressaltando a importância do trabalho conjunto entre os municípios. “Cada vez mais as decisões têm que ser to-madas conjuntamente, como consórcios. Sozinho não tem jeito, nós precisamos uns dos outros”, disse Machado.

A implantação

A expectativa é de o pro-jeto seja aprovado ainda este ano. “Como o representante do governo que vai analisar o projeto esteve presente nesta audiência e assistiu à apresen-tação do Plano de Viabilidade apresentado pela UFU e pode tirar suas dúvidas, então esta-mos muito bem encaminha-dos” destacou a autora Liza Prado.

Relatório técnico sobre a RMTRIAL elaborado pela UFU segue para o legislativo mineiro.

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12 Jornal da UFU

Este artigo tem o objetivo de esclarecer a comunidade de Pa-tos de Minas e região sobre dois pontos específicos relacionados à construção do campus da Uni-versidade Federal de Uberlândia (UFU) nesta cidade. O primeiro ponto procura reafirmar o prin-cípio da transparência que nor-teou o processo de chamamento público para a doação de terreno de particulares, ocorrido recen-temente e ainda não concluído. O segundo refere-se às tratativas envolvendo a UFU, o Governo do Estado de Minas e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas para a doação de uma fração da área da EPAMIG (Empresa de Pesqui-sa Agropecuária de Minas Gerais) de, no mínimo, 50 ha para a cons-trução imediata do campus Patos de Minas.

Os dois pontos estão inter-relacionados na medida em que o chamamento para a doação de terreno por particulares foi mo-tivado por uma manifestação do Ministério Público Estadual con-testando a doação do terreno da EPAMIG à UFU. Assim, cabe es-clarecer por qual razão a UFU procurou, primeiramente, a doa-ção da área pública antes de reali-zar o chamamento público para a doação de particulares.

Diante da pendência judicial estabelecida no primeiro proces-so de doação ocorrido em 2011 e considerando a indubitável neces-sidade de solução para o estabe-lecimento do campus da UFU em Patos de Minas, dado que, nessa cidade, implantamos três cursos de graduação utilizando instala-

ções provisórias, consideramos que a doação de um terreno pú-blico da EPAMIG (Estado) para UFU (União) configurasse uma solução isenta de contestação ju-dicial, haja vista o interesse pú-blico que envolve essa questão. Entretanto, o Ministério Público Estadual não teve o mesmo en-tendimento. Quando as tratativas com o Governo de Minas já esta-vam avançadas e equipes da UFU já haviam visitado o terreno e ini-ciado algumas projeções para o aproveitamento de suas potencia-lidades, fomos levados a paralisar o processo e construir um edital de chamamento público para a doação de área por particulares.

Neste sentido e em face das interveniências, a Administra-ção Superior da UFU, por meio de sua Procuradoria, iniciou o

processo de elaboração do refe-rido edital de chamamento para a arrecadação de outra(s) área(s) destinada(s) à construção do cam-pus Patos de Minas. Em que pese esse esforço de atendimento às exigências do Ministério Público Estadual e ainda o fato de que o edital tenha sido amplamente dis-cutido na comunidade acadêmica e aprovado pelo CONSUN (Con-selho Universitário da UFU), al-guns questionamentos sobre esse novo encaminhamento vieram re-centemente a público por meio da mídia de Patos de Minas. Diante destes questionamentos, mesmo que tenham vindo após o prazo definido para a apresentação de propostas, é importante prestar esclarecimentos à comunidade de Patos de Minas e região para que não pairem dúvidas sobre a con-

dição de transparência que nos orientou na elaboração do edital. Dentre os pontos mais relevantes do referido edital cabe destacar: 1) o modelo de processo licitatório utilizado pela UFU não é inédito no Brasil, tendo sido aplicado em outras Universidades como as de Goiás, Bahia, Maranhão e Espíri-to Santo, dentre outras; 2) houve tempo regimental para contesta-ção do edital que, embora pudes-se ser feito por qualquer pessoa que discordasse dos termos e/ou parâmetros dele, não houve qual-quer manifestação contrária ao processo; 3) o edital cumpriu to-dos os prazos legais de publicida-de, sendo veiculado em jornais de expressiva circulação na cidade e no estado; 4) o edital, depois de apreciado e validado pelo CON-SUN, foi submetido ao Ministé-

UFU, um bem público a serviço do BrasilNosso campus em Patos de Minastexto Eduardo Nunes Guimarães (Vice-reitor no exercício do cargo de Reitor da UFU)foto Fabiano Goulart

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INIÃ

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Jornal da UFU 13

rio Público de Patos de Minas, que não identificou irregularida-des e não manifestou qualquer discordância; 5) com o objeti-vo de dar celeridade ao processo, o edital explicitou claramente a exigência de que as áreas a serem doadas estivessem livres e desim-pedidas para a imediata constru-ção dos prédios no campus; 6) a cláusula de doação irrevogável de área também se justificou em ra-zão de evitar a concorrência en-tre os possíveis doadores e o risco de alguma interpretação subjetiva sobre os critérios da escolha que poderiam resultar em outra dis-puta judicial, levando, mais uma vez, ao adiamento no processo de implantação do campus da UFU em Patos de Minas, com notórios prejuízos principalmente aos alu-nos já matriculados na cidade; 7) o edital não foi direcionado so-mente aos grandes doadores, pois suas cláusulas permitiam também que pequenos doadores pudessem apresentar propostas de junção de áreas, formando uma só propos-ta de doação, bem como outras formas de consórcio, garantindo, assim, maior participação demo-crática no processo e o atendi-mento equiparável dos diversos interesses. Contudo, terminado o prazo legal de apresentação de propostas de doação, foi consta-tado que a Universidade recebeu apenas uma proposta e não várias, como era a tese defendida pelos partidários do chamamento pú-blico e contrários à doação do ter-reno da EPAMIG.

O resultado do chamamento é conhecido da comunidade, sen-do que a única proposta de doação é coincidentemente formada pelos exatos 15 ha da mesma área doa-da à UFU em 2011, localizada na região dos “30 Paus”, acrescida de um complemento de outros 15 ha. Essa área, embora entendida pela UFU como impedida de partici-par por não atender as cláusulas do edital em razão das pendências judiciais, foi aceita mediante limi-nar judicial movida pelo doador.

Assim, levando-se em con-sideração os termos do edital de chamamento e seus trâmites le-gais, é preciso esclarecer a comu-nidade acadêmica e a sociedade que o processo ainda não foi en-cerrado e, consequentemente, não há, ainda, um resultado final. Esse somente poderá ser homologado após a apresentação do relatório da comissão técnica de avaliação instituída pela UFU.

Entretanto, causou muita sur-presa à comunidade UFU uma re-cente notícia veiculada na mídia reportando a eventual doação da totalidade do terreno da EPAMIG para uma instituição de ensino su-perior de Patos de Minas. Ou seja, considerando que o processo de doação não está concluído e que a UFU continua sujeita às insegu-ranças e incertezas sobre seu fu-turo na cidade de Patos de Minas, causou enorme estranheza à nossa comunidade universitária o fato da área da EPAMIG, anteriormen-te prometida pelo Governador do Estado de Minas Gerais à UFU e ratificada pelo Conselho Curador da EPAMIG, ter sido oferecida, em sua totalidade, como doação, a outra instituição de ensino.

Como é do pleno conhecimento da comunidade UFU e das lideranças políticas de Patos de Minas, a referida área da EPAMIG continua sendo de nosso interesse, pois conforme as análi-ses das equipes técnicas da UFU, ela corresponde aos interesses acadêmicos, atende às necessida-des de consolidação dos cursos já iniciados e corrobora para a per-manência da UFU em Patos de Minas. Ela é, portanto, considera-da importante e estratégica para o futuro do Campus da UFU nessa cidade.

Vale ressaltar que, na condi-ção de instituição pública voltada ao ensino, à pesquisa e à extensão de qualidade, não interessa à UFU gerar qualquer forma de confli-to ou competição com as demais instituições de ensino superior de Patos de Minas e região, cuja im-portância e contribuição para a

comunidade regional estão sobe-jamente reconhecidas. Muito pelo contrário, a parceria entre a UFU e demais instituições de ensino superior (públicas e privadas) que atuam diretamente nas cidades do Triângulo Mineiro e Alto Paranaí-ba deve ser um dos objetivos a ser fomentado, visando ofertar à co-munidade as melhores condições de ensino, pesquisa, extensão e inovação tecnológica em prol do desenvolvimento regional.

A presença de uma institui-ção de ensino superior como a UFU em Patos de Minas, Ituiuta-ba e Monte Carmelo, sem dúvida, não só contribui para promover nacionalmente (e com potencial internacional) a identificação ge-ográfica destes municípios, mas também cumpre importante papel na formação de quadro de profes-sores e pesquisadores e na forma-ção de profissionais qualificados para atuarem no mercado de tra-balho regional e nacional. A co-munidade local sabe que a cidade de Patos de Minas e região tem muito a ganhar com a sólida pre-sença da UFU em seu território, por isso, a definição de uma boa localização para o campus da Uni-versidade, com fácil acesso a rede urbana regional e com área sufi-ciente para futuros investimentos e implantação de novos cursos, re-presenta um desafio não só para a administração superior (Reitoria) da UFU, mas para toda a comuni-dade de Patos de Minas e região.

Guiados por este firme pro-pósito, a atual gestão da UFU, em parceria com a prefeitura de Patos de Minas, iniciou, ainda no pri-meiro semestre de 2013, as nego-ciações com o Governo de Minas e com a EPAMIG para encontrar uma rápida e duradoura solução para a presença da UFU em Patos de Minas.

Em seguida, o Reitor da UFU esteve em Belo Horizonte com o governador do Estado para tratar da doação do terreno da EPAMIG à UFU e obteve uma manifestação clara e objetiva de compreensão

da importância do ato para o de-senvolvimento de Patos de Minas e região.

É preciso, pois, deixar claro à comunidade de Patos de Minas que a UFU, em momento algum, declinou de seu interesse pelo ter-reno da EPAMIG e temos certeza que o Ministério Público Estadual dará a esta questão o mesmo tra-tamento solicitado anteriormente à UFU. Neste sentido, entendemos que dada a manifesta disposição do Estado de Minas em doar o ter-reno da EPAMIG, conforme noti-ciado pela imprensa, é importante que todos, estudantes, servidores, comunidade em geral, lideran-ças políticas e empresariais, mo-bilizem-se em prol da UFU nesta busca de um espaço para a sua consolidação em Patos de Minas para que, nele, sejam realizados investimentos de ensino, pesqui-sa e extensão, importantes para o desenvolvimento da comunidade regional.

Não é difícil constatar que, apesar dos imensos esforços em-preendidos até aqui no sentido de tornar mais suave a implantação do Campus Patos de Minas, a pre-sença da UFU na cidade encon-tra-se ainda em condições muito incertas, colocando em risco a reputação da nossa Instituição; comprometendo as condições de trabalho dos servidores; impon-do-nos limitações para o desen-volvimento do ensino, da pesquisa e da extensão e dificuldades para planejarmos as nossas ações e os investimentos futuros que preten-demos certamente realizar. Há nis-so notórios prejuízos para todos, especialmente para os estudantes, vindos de diferentes lugares, que acreditaram nesse projeto e que depositaram em nós seus sonhos e suas expectativas.

Um esforço coletivo, capaz de superar interesses particulares e partidários é, portanto, urgente e necessário para que a UFU, esse Bem Público do Brasil, possa con-solidar-se definitivamente em Pa-tos de Minas.

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cenador-pedagogo, onde o proces-so é tão importante quanto chegar a um produto final”, explica a pro-fessora. Nesse evento, Maria conta que houve, também, um momen-to de mediação entre os alunos e o público, em que eles estudam uma maneira de diálogo com a comuni-dade e refletem sobre as propostas apresentadas em relação à cena.

As pessoas que desejam par-ticipar das aulas oferecidas nesse projeto de extensão devem se ins-crever no início do primeiro ou

“Eu não conseguia falar em público. Não conseguia conversar focando o olhar na pessoa. Agora, já consigo me expressar mais”. Esse é o relato da estudante Ludmilla Rodrigues, 16 anos, sobre como está superando a timidez por meio das aulas de teatro oferecidas gra-tuitamente no projeto de extensão Comunidade na UFU (ComUFU), do curso de graduação em Teatro da universidade (veja outros proje-tos no quadro).

2006 foi o ano em que o Co-mUFU começou, tendo apenas uma turma aos sábados, quan-do não era, ainda, um projeto de extensão. Segundo a professora Maria De Maria, uma das orien-tadoras do projeto, naquela época, o projeto atendia à demanda dos alunos de licenciatura que precisa-vam dar aulas de teatro, como está-gio supervisionado. “Antigamente, tinham poucas escolas da rede [de educação básica] com professores de teatro. Isso dificultava ao aluno ter uma prática de observação, ou mesmo uma experiência mais efe-tiva”, relembra.

Hoje, o ComUFU é um proje-to de extensão vinculado às disci-plinas de Estágio Supervisionado III e IV e Oficina de Montagem I e II. Em sua última edição, que ter-minou em fevereiro deste ano, teve onze turmas divididas por diferen-tes faixas etárias (de crianças a ido-sos). Além disso, esse projeto “tem outro direcionamento, pois não passa a ser só para suprir a ausên-cia de professores na rede [de edu-cação básica], mas também para atender a comunidade e mostrar

diferentes espaços de educação”, explica a professora.

Leandro Alves, aluno do sé-timo período do curso de Teatro, ministrou uma das oficinas da últi-ma edição junto com outra aluna, Rosie Martins. Ele conta que dar aulas no ComUFU é importante, primeiramente, devido à responsa-bilidade de conduzir um processo de criação, ou seja, à autonomia de poder criar junto aos participan-tes. “Existe a orientação do pro-fessor, mas a turma foi conduzida o tempo inteiro por nós dois”, co-menta. No entanto, o estudante re-vela que essa importância vai além, pois está no “contato com as pes-soas que não são do universo tea-tral ou que não têm muito contato com ele, que têm uma outra visão, [diferente] de quem já faz teatro há algum tempo”. Segundo Lean-dro, o ComUFU é uma experiên-cia enriquecedora.

Os processos ou produtos rea-lizados, de acordo com Maria, são compartilhados com o público em um evento chamado “Encontrão”, cuja última edição aconteceu em fevereiro. “Não necessariamente se chega a um produto final, mas se investiga também esse lugar do en-

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Teatro na superação da timidezProjeto ComUFU atende todas as faixas etárias da sociedadetexto Ana Beatriz Tumafotos Milton Santos

segundo semestre letivo da UFU, quando o período de matrículas estiver aberto. Geralmente, são oferecidas oficinas de iniciação teatral ou de alguma linguagem específica, como teatro de som-bras, intervenções urbanas e me-lodrama. Quem já participou do ComUFU pode se inscrever no-vamente. Para saber mais sobre as inscrições, acompanhe o portal de notícias da UFU (comunica.ufu.br) e a página do Instituto de Artes (www.iarte.ufu.br).

Extensão no Teatro da UFU

Projeto Sobre

Pediatras do Riso

Desde 1999, conta com palhaços atuando, às sex-tas-feiras, especialmente no setor de Enfermaria no Hospital de Clínicas de Uberlândia (HCU/UFU). O grupo sofreu interrupção em 2011, mas foi re-tomado em 2013.

Partilhas, ateliês e redes de cooperação – aprendizagens

teatrais na escola básica

Criado em 2013, tem o propósito de potencializar a legitimação e o estabelecimento da área de teatro na escola básica. Por meio de uma pedagogia de projetos, tem trabalhado para que os educadores de um grupo de escolas parceiras de Uberlândia viabilizem suas práticas e encontrem possibilidades de compartilhamento e de ressonância.

Fonte: Vilma Campos, professora da graduação em Teatro e da pós-gradu-ação em Artes

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Jornal da UFU 15

Manhã do dia 14 de Julho de 2014, em pleno inverno, uma na-ção desperta para mais um dia. Quais seriam as manchetes nos principais veículos de informa-ção? Afinal, encerrou-se no Brasil um dos maiores eventos mundiais, a vigésima edição da Copa do Mundo FIFA. Com certeza, torna--se impossível prever as principais

notícias neste dia. É certo, porém, que os brasileiros, neste contexto, levando-se em consideração o tra-jeto iniciado em Zurique, Suíça, no dia 30 de outubro de 2007, data da ratificação do Brasil como pa-ís-sede desta competição, acom-panharam um processo repleto de contradições, dúvidas, protestos e questionamentos.

Realizada pela quinta vez na América do Sul, e segunda vez no Brasil, a Copa do Mundo tor-nou-se, nos últimos anos, um in-decifrável e incômodo estorvo aos países escolhidos para sediá-lo, em especial, África do Sul (2010) e Brasil, lançando definitivamen-te um alerta e uma desconfiança sobre a utilidade e necessidade do acolhimento deste evento.

Sobre a relevância em ní-vel mundial, a Copa do Mundo, a

cada quatro anos, transformou-se no evento esportivo mais popular do mundo. A instituição respon-sável pela sua realização e organi-zação, a Federação Internacional de Futebol Associado (FIFA), com 209 países associados, supera, por exemplo, neste quesito, a Organi-zação das Nações Unidas (ONU). A escolha do país-sede é precedi-

da de uma série de condicionantes e exigências. No Brasil, após cin-co anos da sua ratificação, sancio-nou-se a Lei nº 12.663, conhecida com a Lei Geral da Copa, em ju-nho de 2012, que dispõe sobre as medidas relativas à Copa das Con-federações FIFA 2013 e à Copa do Mundo FIFA 2014.

Evidenciou-se, neste pro-cesso, uma série de questões re-lacionadas à FIFA e ao país-sede. Termos como soberania, autono-

mia, constituição e estatutos jurí-dicos diversos foram relativizados em função das diretrizes, prin-cípios e exigências da FIFA. Sem dúvida, à margem das questões eminentemente esportivas, a Copa tornou-se refém de interesses po-derosíssimos, envolvendo-se principalmente patrocinadores e, obviamente, a própria FIFA, que,

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O Um Brasil na Copade tão poderosa, passou a atrope-lar os países elencados para sua realização.

Ocorre que o contexto do Brasil, em 2007, era totalmente diferente, em especial, compara-do aos dois últimos anos. Naquele ano, após a reeleição do então pre-sidente, Luiz Inácio Lula da Silva, o país encontrava-se numa situa-ção favorável, com taxas de cres-cimento econômico e aprovação da população consideradamente sustentáveis. Entretanto, conco-mitantemente ao complexo pro-cesso iniciado após a definição do Brasil como sede da Copa do Mundo, desde 2007, observou--se uma tensão entre a sociedade e os organizadores, tornando-se o respectivo evento o centro das atenções, como símbolo das insa-tisfações geradas pela insegurança das perspectivas no país.

Ressalta-se, porém, uma coincidência entre fatos históri-cos: de um lado, a realização de um evento esportivo inestimável e indecifrável, capitaneado por uma poderosa instituição (FIFA) e lei-loado por um governo, à revelia de sua população; de outro, um des-gaste da conjuntura estabelecida em um país como o Brasil. Ape-sar disso, cumpre ressaltar que a Copa do Mundo, via FIFA, trans-formou-se numa poderosa e au-tônoma instituição, embalada por um sistema econômico voraz e ili-mitado, que passou a desconhecer culturas, países e quaisquer limi-tações. Na verdade, podemos con-siderar a existência de um Brasil na Copa, em que o centro não é o país, mas uma insaciável institui-ção, transformando-nos em meros coadjuvantes. Aqui, com certeza, socializaremos os prejuízos e as heranças; os lucros, porém, todos sabem para quem serão endere-çados. Com efeito, seria previsível – dadas as circunstâncias e dian-te de um país repleto de carências, demandas e injustiças – um litígio entre as partes.

texto Eduardo Macedofoto freeimages.com

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16 Jornal da UFU

Em terras brasileiras, quem é bom de bola tem chances de se dar bem na vida. É preciso, porém, ser aprovado por um olheiro. Assim foi com Milton Santos. No ano de 1977, ele integrava o XVI de novembro, time patrocinado pela UFU. Como zagueiro, era craque de bate-papo e, por isso, conquistou a amizade de José de Paula de Carva-lho, reitor pro tempore da UFU na época. Daí surgiu o convite para trabalhar na insti-tuição como fotógrafo. Foi uma grande reviravolta na vida profissional.

Milton ensaiou os primeiros dribles tirando fotos de fotos. Naquele tempo, o re-troprojetor era o recurso tecnológico mais utilizado por professores. “Eu fotografava páginas de livros ou gravuras de revistas e transformava isso em slides”, lembra. A de-

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NTE Milton Santos: Patrimônio humano da UFU

O olhar deste profissional conta a história da instituiçãotexto Frinéia Chavesfoto Paulo Augusto

manda era grande. Fazer gol significava uma produção média de 1.200 slides por mês. E como a rede balançava...

Curioso, o novo fotógrafo foi aos poucos desvendando os segredos da máquina. Aprendeu também a lidar com soluções de revelação e se lembra bem da transição do preto e branco para o colorido.

Novos desafios

Ah! Mas não bastava só fotografar e revelar. Perpetuar fatos é fazer história e, por isso, foi preciso também aprender a lidar com arquivo e as implicações de segurança que os novos tempos vão impondo.

A estratégia do jogo muda e entra um novo trabalho em campo: retratar os avan-ços de uma instituição que ganhava fôlego. O cerrado foi abrindo espaço para cons-trução de novos blocos, veio a aprovação de novos cursos, a chegada de mais alunos. Hospitais, fazendas, reuniões, congressos, formaturas, licitações, confraternizações, expedições... Nada da rotina acadêmica escapou da marcação de Milton Santos.

O acervo de mais 500 mil fotos resultou em mais de dez exposições e no livro “Aman-te da Natureza”. “É o primeiro de muitos. Uma forma de fazer o meu olhar chegar a outros”, define o fotógrafo. Os registros são marcados por contradições. De famosos a gente simples, da beleza à desgraça, da vida à morte, da educação à ignorância, da natureza ao surreal...

Um profissional que se orgulha por ter transitado em todas as áreas das ciências. Nas exatas, aprendeu a calcular espaço e tempo, ajustes de lentes, princípios da quími-ca e até a quebrar a máxima da física. “Parece ilusão de ótica, mas às vezes ocupo dois lugares ao mesmo tempo”, garante sorrindo.

Nas engenharias, aprendeu a produzir mais com menos, ser elétrico, às vezes ir e noutras se deixar levar. A paixão pela natureza diz muito das ciências agrárias e da ter-ra. Nas biológicas, descobriu que gente e bicho, muitas vezes, trocam de lugar. “A foto que fiz de um incêndio na Reserva do Panga é um registro da capacidade do bicho--homem”, exemplifica.

Cuidar-se, fazer o que gosta e ouvir o coração são conceitos das ciências da saúde. Nas sociais aplicadas, entendeu como administrar, planejar, arquitetar ideias e comunicar so-nhos. Nas humanas, como ser político, psicólogo, historiador. E para fechar com linguística, letras e artes, não precisa dizer nada. O trabalho deste homem mostra o quão artista ele é.

Com quase 60 anos de idade e chegando aos 40 como fotógrafo da instituição, Milton continua batendo um bolão. De tão conhecido, tornou-se famoso. Se tem di-nheiro, não assume, mas confessa que é feliz e que, apesar de já ter condições de se aposentar, nem pensa nisso por enquanto.

Enunciação e atividade da linguagemDominique du Card

Este livro é um marco para todos os que se inte-ressam pela enunciação. Com ele, suprimos uma ausência injustificada até hoje: estudos que se ocupem da teoria de Antoine Culioli. Com a lei-tura de capítulos como O grafo do gesto mental na teoria enunciativa de A. Culioli, A calafetagem e outros gestos de ajustamento na teoria das ope-rações enunciativas e Traço e marcador, teremos testemunhado momentos brilhantes de síntese. Estão reunidos aqui textos que versam sobre te-mas absolutamente originais na pesquisa lin-guístico-enunciativa que é feita entre nós, e seu autor é um dos pensadores mais instigan-tes da linguística enunciativa na atualidade.Por tudo isso, acreditamos que os interessados em enunciação contam, a partir de agora, com mais uma publicação que vem somar no já adiantado processo de consolidação da pesquisa enunciativa no Brasil.

O mundo interiorRaimundo de Farias Brito

Último trabalho completo de uma obra filosófica de seis volumes lançados em vida, O mundo interior teve a sua primeira edição publicada em 1914, no Rio de Janeiro, pela Livraria da Revista dos Tribunais. Anun-ciado desde a obra anterior, A base física do espírito (1912), como Ensaio sobre os dados gerais da filosofia do espírito, este nome passou a ser subtítulo. Com base na edição original, organizamos esta edição crítica. As duas reedições brasileiras (Rio de Janeiro: INL, 1951; Brasília, DF: Senado Federal, 2006) reproduziram fiel-mente a primeira, se não contarmos a atualização or-tográfica em 1951. A terceira edição (Lisboa: INCM, 2003) apresenta, como novidade, uma introdução fi-losófica e referências bibliográficas de e sobre o autor, além de uma cronologia. Como Apêndice, foi acres-centado, pelo editor português, António Braz Teixei-ra, o incompleto Ensaio sobre o conhecimento, também prometido desde 1912 sob o título Ensaio sobre o co-nhecimento e a realidade, também aqui reproduzido.

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