jornal da sbd - nº 2 março / abril 2010

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Jornal da SBD Ano XIV n. 2 1 Diretoria 2009-2010 Presidente - Omar Lupi - RJ Vice-presidente - Bogdana Victória Kadunc - SP Secretária-geral - Maria de Lourdes Viegas - RJ Tesoureira - Maria Fernanda Gavazzoni - RJ 1 a secretária - Célia Luiza P . Vitello Kalil - RS 2 o secretário - Emerson de Andrade Lima - PE Jornal da SBD Esta é uma publicação da Sociedade Brasileira de Dermatologia, dirigida a seus associados e órgãos de imprensa. Publicação bimestral - Ano XIV - n. 2 - março-abril - 2010 Coordenador médico - Paulo R. Cunha Conselho editorial - Omar Lupi, Bogdana Victória Kadunc, Maria Fernanda Gavazzoni, Célia Kalil e Emerson de Andrade Lima Jornalista responsável - Erika Drumond - Reg. MT n o 31.383 Redação - Erika Drumond Editoração eletrônica - Nazareno N. de Souza Estagiário de editoração eletrônica - Maurício Pacheco Versão On-line - Samuel Peixoto Contato publicitário - Priscila Rudge Simões A equipe editorial do Jornal da SBD e a Sociedade Brasileira de Dermatologia não garantem nem endossam os produtos ou serviços anunciados, sendo as propagandas de responsabilidade única e exclusiva dos anunciantes. As matérias e textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores. Correspondência para a redação do Jornal da SBD Av. Rio Branco, 39/17 o andar - Centro - Rio de Janeiro – RJ CEP: 20090-003 E-mail: [email protected] Assinatura anual: R$ 120,00 Número avulso: R$ 20,00 Tiragem: 7.000 exemplares Impressão: Sol Gráfica SBD na dianteira: ações em diferentes mídias impulsionam a dermatologia para todos Sociedade Brasileira de Dermatologia Afiliada à Associação Médica Brasileira www.sbd.org.br Editorial Sumário Sempre sonhei que o jornal da Sociedade Brasileira de Dermatologia tivesse um grande número de leitores e que a dermatologia brasileira alcançasse grande visibilidade no exte- rior. É fato notório que nos últimos anos a SBD tem ampliado as ações no sentido de colocar o Brasil cada vez mais no cená- rio da dermatologia mundial. Nesse contexto, inspirado nos congressos da Winter Academy of Dermatology, evento de absoluto sucesso realizado pela World Health Academy (WHA), na Europa, a SBD, em conjunto com essa Academia, realizará, de 9 a 11 de dezembro, seu primeiro evento internacional, o 1 st Summer Meeting of Dermatology – Brazil 2010, em Salvador, Bahia. Leia matéria completa com os preparativos e a organização desse tão esperado evento na página 8, e acesse outras informações no site www.sbd.org.br/summermeeting2010. Ainda sobre o assunto da internacionalização, acredito que é importante conhe- cer a dermatologia atual em outros países. A coluna “De Olho no Mundo”, nas pági- nas 10 e 11, traz interessantes dados sobre a dermatologia na Polônia, fornecidas pelo renomado professor Jacek Szepietowski, presidente da Sociedade Polonesa de Dermatologia e muito envolvido na área acadêmica, como mostra seu currículo com mais de 400 artigos científicos, livros e capítulos publicados. Jacek procura manter participação internacional ativa, ao fazer parte de comitês e conselhos de diversas entidades dermatológicas mundiais, entre elas, como diretor da Winter Academy of Dermatology, e da qual também me orgulho de participar como membro da dire- toria.Tive a oportunidade de conhecer e me tornar amigo desse magnífico profissio- nal que ora entrevistamos. Acima de tudo, temos que nos orgulhar da SBD, pois ela começou com pilares fortes e preparados, ganhando ao longo do tempo, grande estrutura, e em 2012 comemorará 100 anos de existência. Na coluna que trata dos preparativos para a grande festa de seu centenário, trazemos um belo artigo sobre a história da derma- tologia em Minas Gerais, intitulada “A grandeza da dermatologia mineira”. Finalmente, entre tantas notícias importantes, em um jornal de rico conteúdo e já consagrado, não posso deixar de destacar a matéria sobre a eleição, para o biênio 2011-2012, de Bogdana Victória Kadunc, como presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia, e de Sarita Martins, como vice-presidente. Elas receberam 96% dos votos apurados dos associados e com legitimidade total exercerão seus cargos. Parabenizo as colegas pela eleição e desejo-lhes êxito nessa nova empreitada. Boa leitura! 22 2 Palavra do Presidente 3 Notas 4 Ombudsman 5 TED 2010 6 Segundo Teraderm 7 Congresso Brasileiro da SBD 8 1 st Summer Meeting of Dermatology 9 Ética em Pauta 10 De Olho no Mundo 12 Novo Código de Ética Médica 16 Catalogação de obras raras na Biblioteca da SBD 17 Eleições 2010 18 SBD 100 anos 20 Nova relação SBD e indústria 26 Dermacamp: relato de um encontro 28 Meeting AAD 32 Profissões e Dermatoses Ocupacionais 37 Assuntos Exóticos e Pitorescos 38 Grandes Mulheres da Humanidade 39 Departamentos 41 Regionais 43 Serviços credenciados Matéria de capa Paulo R. Cunha - Coordenador médico do Jornal da SBD Prof. Dr. Paulo R. Cunha

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Page 1: Jornal da SBD - Nº 2 Março / Abril 2010

Jornal da SBD � Ano XIV n. 2 � 1

Diretoria 2009-2010

Presidente - Omar Lupi - RJVice-presidente - Bogdana Victória Kadunc - SPSecretária-geral - Maria de Lourdes Viegas - RJTesoureira - Maria Fernanda Gavazzoni - RJ1a secretária - Célia Luiza P. Vitello Kalil - RS2o secretário - Emerson de Andrade Lima - PE

Jornal da SBDEsta é uma publicação da Sociedade Brasileira de Dermatologia,dirigida a seus associados e órgãos de imprensa.

Publicação bimestral - Ano XIV - n. 2 - março-abril - 2010

Coordenador médico - Paulo R. Cunha Conselho editorial - Omar Lupi, Bogdana Victória Kadunc,Maria Fernanda Gavazzoni, Célia Kalil e Emerson de Andrade LimaJornalista responsável - Erika Drumond - Reg. MT no 31.383Redação - Erika DrumondEditoração eletrônica - Nazareno N. de Souza Estagiário de editoração eletrônica - Maurício Pacheco Versão On-line - Samuel PeixotoContato publicitário - Priscila Rudge Simões

A equipe editorial do Jornal da SBD e a Sociedade Brasileira deDermatologia não garantem nem endossam os produtos ouserviços anunciados, sendo as propagandas de responsabilidadeúnica e exclusiva dos anunciantes.

As matérias e textos assinados são de inteira responsabilidade

de seus autores.

Correspondência para a redação do Jornal da SBDAv. Rio Branco, 39/17o andar - Centro - Rio de Janeiro – RJ CEP: 20090-003E-mail: [email protected]

Assinatura anual: R$ 120,00Número avulso: R$ 20,00Tiragem: 7.000 exemplaresImpressão: Sol Gráfica

SBD na dianteira: ações emdiferentes mídias impulsionam

a dermatologia para todos

Sociedade Brasileira de DermatologiaAfiliada à Associação Médica Brasileirawww.sbd.org.br

EEddiittoorriiaall

SSuummáárriioo

Sempre sonhei que o jornal da Sociedade Brasileira deDermatologia tivesse um grande número de leitores e que adermatologia brasileira alcançasse grande visibilidade no exte-rior. É fato notório que nos últimos anos a SBD tem ampliadoas ações no sentido de colocar o Brasil cada vez mais no cená-rio da dermatologia mundial. Nesse contexto, inspirado noscongressos da Winter Academy of Dermatology, evento deabsoluto sucesso realizado pela World Health Academy(WHA), na Europa, a SBD, em conjunto com essa Academia,realizará, de 9 a 11 de dezembro, seu primeiro evento internacional, o 1st SummerMeeting of Dermatology – Brazil 2010, em Salvador, Bahia. Leia matéria completa comos preparativos e a organização desse tão esperado evento na página 8, e acesse outras informações no site www.sbd.org.br/summermeeting2010.

Ainda sobre o assunto da internacionalização, acredito que é importante conhe-cer a dermatologia atual em outros países. A coluna “De Olho no Mundo”, nas pági-nas 10 e 11, traz interessantes dados sobre a dermatologia na Polônia, fornecidaspelo renomado professor Jacek Szepietowski, presidente da Sociedade Polonesa deDermatologia e muito envolvido na área acadêmica, como mostra seu currículo commais de 400 artigos científicos, livros e capítulos publicados. Jacek procura manterparticipação internacional ativa, ao fazer parte de comitês e conselhos de diversasentidades dermatológicas mundiais, entre elas, como diretor da Winter Academy ofDermatology, e da qual também me orgulho de participar como membro da dire-toria.Tive a oportunidade de conhecer e me tornar amigo desse magnífico profissio-nal que ora entrevistamos.

Acima de tudo, temos que nos orgulhar da SBD, pois ela começou com pilaresfortes e preparados, ganhando ao longo do tempo, grande estrutura, e em 2012comemorará 100 anos de existência. Na coluna que trata dos preparativos para agrande festa de seu centenário, trazemos um belo artigo sobre a história da derma-tologia em Minas Gerais, intitulada “A grandeza da dermatologia mineira”.

Finalmente, entre tantas notícias importantes, em um jornal de rico conteúdo ejá consagrado, não posso deixar de destacar a matéria sobre a eleição, para o biênio2011-2012, de Bogdana Victória Kadunc, como presidente da Sociedade Brasileira deDermatologia, e de Sarita Martins, como vice-presidente. Elas receberam 96% dosvotos apurados dos associados e com legitimidade total exercerão seus cargos.Parabenizo as colegas pela eleição e desejo-lhes êxito nessa nova empreitada.

Boa leitura!

2222

2 � Palavra do Presidente3 � Notas4 � Ombudsman5 � TED 20106 � Segundo Teraderm7 � Congresso Brasileiro da SBD8 � 1st Summer Meeting of Dermatology9 � Ética em Pauta10 � De Olho no Mundo12 � Novo Código de Ética Médica16 � Catalogação de obras raras na Biblioteca da SBD17 � Eleições 201018 � SBD 100 anos20 � Nova relação SBD e indústria26 � Dermacamp: relato de um encontro28 � Meeting AAD32 � Profissões e Dermatoses Ocupacionais37 � Assuntos Exóticos e Pitorescos38 � Grandes Mulheres da Humanidade39 � Departamentos41 � Regionais43 � Serviços credenciados

Matéria de capa

Paulo R. Cunha - Coordenador médico do Jornal da SBD

Prof. Dr. Paulo R. Cunha

Page 2: Jornal da SBD - Nº 2 Março / Abril 2010

Cumprimento publicamente a chapa que concorreu àPresidência da SBD para a gestão 2011-2012 que, mesmosendo única, recebeu grande número de votos, deixandoclara a concordância da maioria com os caminhos atual-mente implementados na SBD. A minha querida vice-presi-dente, e agora presidente eleita da SBD, Bogdana VictóriaKadunc, e a Sarita Martins, a quem tenho tanto apreço ecarinho, desejo que sedimentem muitas das atuais realiza-ções e ampliem o leque de ações institucionais de nossaSociedade, tornando-se mais um elo dessa corrente que jáse estende por 98 anos ininterruptos e se aproxima do cen-tenário. Não consigo imaginar melhores mãos dentro denossos quadros para entregar a SBD, pois são profissionaise amigas de enorme competência, correção, ética e amorpela dermatologia.

Todo associado da SBD precisa colaborar para fortale-cer ainda mais a nossa instituição. Precisamos, mais do que

nunca, cerrar fileiras e defender osideais que permeiam nossa

Sociedade em que aEducação Médica Con-

tinuada é efetuada comqualidade. Prezamos osditames éticos na medi-cina, continuamos a ser

uma sociedade democrá-tica e de práticas políticas econtábeis transparentes.

Exigimos de nossos serviçoscredenciados qualidade na

formação de nossos residentese organizamos anualmente

uma prova de título deespecialista que

realmente ava-lie a quali-

Caro dermatologista,

Palavra do Presidente

2 � Jornal da SBD � Ano XIV n. 2

dade da formação dada, agindo como baliza da qualidademínima desejável. São essas as bases que há quase um sécu-lo nos transformaram em exemplo de organização e efi-ciência dentro da medicina brasileira. A diretoria da SBDaproveita para os presentear com o novo Código de ÉticaMédica recém-aprovado. Afinal, “isso de querer ser exata-mente o que a gente é ainda vai nos levar além” (PauloLeminski).

A nova postura mais politizada da SBD levou-nos àrecente e importante vitória na regulamentação da foto-terapia como tratamento reconhecido pelo Ministério daSaúde para a psoríase. Esse trabalho histórico, capitanea-do pela Dra. Cláudia Maia, é daquele tipo que, uma vezefetuado com sucesso, abre uma trilha impossível de serignorada, fundamental de ser seguida e que nos colocaem novo patamar de interlocução com o governo. Nessalinha, também estamos redefinindo a dermatologia dentroda Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) eAMB como especialidade clínico-cirúrgica, nos alinhandocom o que há de mais moderno mundialmente. Não àtoa nossa parceria com a Sociedade Brasileira de CirurgiaDermatológica (SBCD) está mais madura e próxima, fal-tando somente regimentar melhor essa aproximação paraque não fique ao sabor dos humores e à mercê das que-rências humanas.Tenho certeza de que esse trabalho seráterminado na próxima gestão da SBD, que será encabeça-da por duas ex-presidentes da própria SBCD.

Tivemos recente retorno do Ministério da Educaçãode que, após a audiência a que comparecemos em Brasíliahá quase um ano, nenhum outro curso de pós-graduaçãoem dermatologia foi autorizado a funcionar em nossopaís. Todo processo político é um somatório de nossasatitudes e do momento em que vivemos e por issomesmo gosto muito da sábia reflexão do filósofo JoseOrtegas Y Gasset quando diz “Eu sou eu e minhas circunstâncias”.

Omar Lupi Presidente da SBD

Page 3: Jornal da SBD - Nº 2 Março / Abril 2010

Jornal da SBD � Ano XIV n. 2 � 3

C a l e n d á r i o d e e v e n t o s 2 0 1 0Maio1 SBD-SP 6º EMC-D/II Reunião dos Serviços

Credenciados 7-8 SBD-ES XXIII Jornada Capixaba de

Dermatologia 14-15 SBD-MG Jornada de Diagnóstico e

Terapêutica em Dermatologia 15 SBD-MA Reunião de Cosmiatria 15 SBD-PA Reunião Científica da UEPA 18 SBD-MS Reunião Mensal – Anatomoclínica 19 SBD-PE Quarta Dermatológica –

Hanseníase / Curso teórico-prático de toxina botulínica e preenchimento

26 SBD-MA Reunião Mensal 26 SBD-RJ Reunião Mensal 28 SBD-AM Reunião Mensal – Casos clínicos +

Palestra (FMTAM) 29 SBD-PE Curso de Metodologia e Investigação

Científica 29 SBD-PB Reunião Científica – Dermatologia Geriátrica 29-1/6 XXVIII Radla Buenos Aires – Argentina

SBD noAcessado por milhões de pessoas, o Twitter – poderosa

ferramenta para divulgação de mensagens de até 140 car-acteres – vem a cada dia mostrando sua força. Atenta ànovidade, a SBD criou um perfil no microblog que é sem-pre atualizado com as notícias sobre a dermatologia.As atu-alizações diárias em tempo real podem ser acessadas pelosinternautas que também querem conhecer mais a SBD. "Opúblico leigo fica a par de informações divulgadas por fontesegura e respaldada. Nosso objetivo é auxiliá-los no cuida-do com a pele e tornar nossa Sociedade mais conhecida",afirma o presidente, Omar Lupi. Siga o Twitter da SBD,acompanhe as novidades e divulgue para seus pacientes. Oendereço é http://twitter.com/sbdermatologia.

XXII Congresso da Sociedade Brasileira de CirurgiaDermatológica (SBCD)

Realizado entre os dias 21 e 25 de abril no Rio de Janeiro, oCongresso de Cirurgia Dermatológica levou 3.500 pessoas para oCentro de Convenções Sul América, no bairro Cidade Nova.Segundo o presidente eleito para a gestão 2011/2012 da SBCD,Ricardo Shiratsu, o sucesso do evento foi pautado pela qualidade doprograma científico e pelas participações estrangeiras. “Tivemos umcongresso cientificamente interessante, com ampla presença depalestrantes internacionais, totalizando 14, além de grandes congraça-mentos sociais”, relata. O presidente da SBD, Omar Lupi, foi um dosconvidados para discursar na cerimônia de abertura. “Tal fato mostracomo é importante e grande a parceria institucional entre a SBCD ea SBD”, acrescenta Shiratsu. Além do Cilad, a nova revista da SBD,Surgical & Cosmetic Dermatology, cuja editora-chefe é BogdanaVictória tem o apoio científico da SBCD.

Junho

3-5 SBD-RN DermaNatal12 SBD-PE Dermasábado – dermatologia e doenças

sistêmicas 18-19 SBD-PA Curso de Alergia e Dermatoses

Ocupacionais19 SBD-RJ Curso de Dermatoscopia19 SBD-MG Curso de Psoríase22 SBD-MS Reunião Mensal – Anatomoclínica25 SBD-GO 56a Jornada Goiana de Dermatologia25-26 SBD-AM I Jornada de Dermatologia do Alfredo da

Matta26 SBD-ES Reunião Clínica Mensal 26 SBD-PR Curso EMC26 SBD-PB Reunião Científica – Atualização

Terapêutica30 SBD-MA Reunião Mensal30 SBD-RJ Reunião Mensal

Notas

Lançamento doCompêndio demicologia médicaCom tiragem de cinco milexemplares, foi lançada nodia 25 de março, na Livrariada Vila, em São Paulo, a segunda edição do Compêndio de micologiamédica, de Clarisse Zaitz, 12 anos depois da edição original. O livro, daeditora Guanabara Koogan, tem a colaboração dos dermatologistasIphis Campbell, Sílvio Alencar Marques, Lígia Rangel Barbosa Ruiz eValéria Maria de Souza Framil, todos especialistas na matéria de seucapítulo.

Psoriasis 2010Mais de 60 especialistas domundo inteiro envolvidosna assistência a portadoresde psoríase e interessados em pesquisa clínica e terapêuticavão-se reunir para a terceira edição do congressointernacional de psoríase, a ser realizado de 1o a 4 de julho,em Paris. O objetivo do evento é contribuir para aatualização dos desenvolvimentos mais recentes emdiagnóstico, tratamento e eventuais comorbidades duranteo tratamento da psoríase. Luna Azulay, Maria DeniseTakahashi e Jesus Santamaria compõem a lista doscoordenadores nacionais.

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Ombudsman

Prezados colegas,

Começo este nosso novo contato citando, como anteriormente,parte do parágrafo de nossa primeira coluna: o ombudsman pordesignação do cargo é o encarregado de receber e comentar asquestões dos associados. Continuo na paciente espera dorecebimento de sugestões, reclamações, críticas ou elogios denossos sócios para que nossa coluna possa cumprir sua função!

Por outro lado, imagino que, se não há queixas formais ouinformais, todos estejam satisfeitos com a gestão de nossa atualdiretoria e com seus respectivos departamentos. O esforço eenergia deles merecem nosso reconhecimento. Para que nãopassemos em brancas nuvens, proponho como tema de reflexãonossa participação em eventos internacionais.

No último Congresso da AAD, em Miami, um número recordede brasileiros foi notado, o que não deixa de ser motivo de orgulhopara a SBD, pois mostra como conseguimos criar uma Sociedadecrescente e participativa, que busca sempre a atualização e a trocade experiências; ponto para nós e ganho para nossos pacientes.

Surge então a pergunta: quantos brasileiros estavam na gradecientífica do congresso americano? Quantos trabalhos brasileirosforam apresentados? Vamos tentar pensar em termosproporcionais ao grande número de inscrições de brasileirosfiliados à SBD. Quando passaremos de plateia a oradores?Devemos usar nosso poder agregador para publicar, pesquisar e serprotagonistas dentro de nossa especialidade. Devemos lutar unidospor melhores condições para realizar nossas pesquisas e oferecera quem procura os melhores e mais inovadores tratamentos esoluções que nosso conhecimento científico nos impõe, e às vezeso sistema nos impede de realizar.

Também na AAD, montamos junto com a Sociedade Brasileirade Cirurgia Dermatológica (SBCD) um estande para a divulgaçãode nossas instituições com o objetivo de fazer crescer o número deestrangeiros interessados em nossos congressos, que, sem dúvida,apresentam programações diversificadas e ricas cientificamente. Emnossos grandes eventos, contudo, não oferecemos traduçãosimultânea, o que impede a participação daqueles que não falamportuguês. Talvez o dinheiro gasto com essa divulgação,indiscutivelmente bem feita, fosse mais bem investido, por enquanto,na modernização do que podemos oferecer aos participantesestrangeiros que se interessem por nosso congressos. Depois decumprida essa etapa, então sim caberia divulgar maciçamente nossaSociedade no exterior.

Vamos pensar, intuir, oferecer sugestões e soluções, porque ameta de todos nós é uma só, não importa o caminho: engrandecera especialidade e nossa Sociedade. Organização e vontade para issojá provamos que temos de sobra!

Até a próxima!

Gilvan Alves

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Buenos Aires,Argentina, é a sede da XXVIII Reunião Anualdos Dermatologistas Latino-Americanos (Radla), que acon-tecerá entre 29 de maio e 1o de junho. Um simpósio da SBD(Ancillaring Meeting) sob coordenação de Paulo Cunha estámarcado para o dia 28 de maio, véspera do evento. Nele, 22especialistas da Sociedade farão apresentações curtas, dividi-das em cinco blocos, em que abordarão os seguintes temas:dermatoses tropicais, terapêutica, terapia com laser e luzintensa pulsada, cirurgia dermatológica e cosmiatria.

Oito dermatologistas da SBD vão dirigir sessões na Radla.Luis Antonio Torezan será o coordenador da palestra “Terapiafotodinâmica em câncer não melanoma e fotorrejuvenesci-mento”; Jesus Santamaria, José Antonio Sanches Jr. e EugenioPimentel ministrarão cursos de reciclagem voltados parajovens dermatologistas; Luna Azulay, Marcia Ramos-e-Silva eCyro Festa Neto serão os coordenadores dos simpósios“Aids: o papel do dermatologista na era HAART”, “Toxinabotulínica: De onde viemos e para onde estamos indo?” e“Câncer cutâneo não melanoma”, respectivamente.A sessãoanatomoclínica do Brasil terá a coordenação de Mirian Sotto.

A SBD também marcará presença com um estande ins-titucional, comprovando sua força como a segunda maiorsociedade médica do mundo. Haverá uma sessão em home-nagem ao Prof. Sebastião de Almeida Sampaio no penúlti-mo dia de evento.

SBD na Radla 2010

Parceria fortalecida Recentemente, a SBD enviou carta para a

Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM)do Ministério da Educação (MEC), pleiteandoaumento da carga horária do ensino da cirurgia der-matológica nos cursos de graduação em medicina. Aação, realizada em conjunto com a SociedadeBrasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), marcaum novo momento para as sociedades coirmãs. "Detodo o nosso esforço recente de aproximação coma SBCD, essa talvez tenha sido a ação mais contun-dente da SBD no processo de posicionar a derma-tologia como especialidade clínico-cirúrgica. Palavraso tempo pode levar, mas a ação regimental e a atu-ação institucional como a Sociedade realizou nessemomento deixam um legado permanente", destacaOmar Lupi, presidente da SBD. A definição do MECserá divulgada ainda esse mês. "Esperamos que aavaliação final do Ministério da Educação, que sairá nofinal de maio, vá de encontro com o objetivo da SBDe da SBCD", realça a futura presidente da entidade,Bogdana Kadunc.

Notas

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A prova do Título de Especialista em Dermatologia (TED)realizada no dia 18 de abril, em Belo Horizonte, aprovou maisde 200 pessoas. Para o presidente da Comissão responsávelpelo TED, Jackson Machado-Pinto, que acompanhou oexame, o processo seletivo ocorreu a contento. "O TEDtranscorreu sem incidentes e com muita tranquilidade.Alguns

Título de Especialista 2010

TED EspecialO processo seletivo está previsto para 15 de agosto,

na cidade de Belo Horizonte. Poderão inscrever-se noTED Especial 2010 candidatos com mais de 15 anos deformação em medicina e que comprovem o exercício dadermatologia há pelo menos seis anos. Em breve, o siteda SBD (www.sbd.org.br) divulgará o edital.

candidatos acharam a prova difícil, outros disseram que estavabem equilibrada", comenta. Dos 320 inscritos, 316 prestarama prova no Campus Buritis da UNI-BH, e 214 (67%) foramaprovados.A realização do exame aconteceu em dois turnos.Durante a manhã, das 8h às 12h, foram aplicadas 80 questõesobjetivas teóricas, e à tarde, das 14h às 17h, os candidatosresponderam às questões objetivas teórico-práticas sobredermatologia clínica, cirúrgica e cosmiátrica, e conhecimentospropedêuticos inerentes à especialidade. O gabarito oficial ea lista dos aprovados estão disponíveis no site da SBD(www.sbd.org.br).

Silvio Alencar, Jackson Machado, Ana Maria Roselino e José Antônio Sanches

Candidatos realizam segunda etapa do exame por meio eletrônico

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Segundo Teraderm da SBD

em São Paulo

A SBD realizará nos próximos dias 21 e 22 de maio, noauditório da Fecomércio, em São Paulo, o SegundoTeraderm. O evento, que engloba as últimas tendências nocampo terapêutico na dermatologia, foi grande sucesso noano passado e dá provas de que veio para ficar. As 1.800vagas disponíveis se esgotaram antes do prazo final, que eradia 13 de maio. Assim como na edição anterior, a estruturado Segundo Teraderm será composta de palestras curtascom cinco minutos de duração. Ao final de cada bloco,haverá dez minutos de discussão sobre os temas apresen-tados. Em formato de talk show, os palestrantes vão com-por uma sala de estar para comentar as perguntas vindas daplateia, que poderá acompanhar tudo pelas múltiplas telasde projeção. Mais de 100 palestras serão apresentadasdurante os dois dias de atualização.

"O formato de miniapresentações focadas unicamentena terapêutica dermatológica permite que seja abordado ediscutido grande número de temas em curto espaço detempo. O objetivo principal do Teraderm é mostrar tudoque o dermatologista hoje tem possibilidade de realizar nocampo da terapêutica clínica, cirúrgica e estética", afirma ocoordenador do evento, Iphis Campbell. Em sua opinião, aescolha dos temas foi feita obedecendo a esse objetivo. "Ospalestrantes foram selecionados entre aqueles que têmexperiência nos temas abordados e a habilidade de apre-sentá-los na forma de minicomunicações", complementa.Serão divulgadas novidades em procedimentos dermatoló-gicos, novos fármacos e atualização condensada nas princi-pais áreas da dermatologia.

Dois convidados estrangeiros vão abrilhantar ainda maiso evento com suas experiências. Um deles é Stephen

Tyring, renomado pesquisador no campo das viroses. Empalestra de 20 minutos, Tyring concentrará sua apresenta-ção na experiência que tem em vacinas.“A presença dessesdois convidados será uma excelente oportunidade para atroca de ideias e atualização profissional”, atesta o presiden-te Omar Lupi.

Um estande institucional da SBD estará disposto na áreado evento.

Stephen K. Tyring, presidente da Sociedade deDermatologia do Texas (2009-2010) e especialista nas áreasde dermatologia, virologia, medicina e doenças infecciosas, éreconhecido pela investigação e pelo desenvolvimento denovos medicamentos aprovados pela FDA e que atualmen-te são amplamente utilizados. Seus interesses de investiga-ção incluem o tratamento e a prevenção de várias doençasmucocutâneas, especialmente as infecciosas e de base imu-nológica. No início dos anos 90, envolveu-se no desenvolvi-mento de vacinas para os vírus da Aids, herpes simples, vari-cela-zóster e o HPV. Seu trabalho com essas vacinas conti-nua até hoje.

Maior evento de terapia dermatológica do Brasil terásua segunda edição realizada em maio

Segundo Teraderm

Online

Quem participar das aulas poderá rever todo o

conteúdo abordado por meio do Segundo

Teraderm Online. Mediante senha, o associado

terá acesso à programação do evento pela web. Os

associados que não compareceram também terão

oportunidade de assistir às palestras na íntegra,

após o pagamento de taxa. Acompanhe as infor-

mações sobre o Teraderm Online pelo site da SBD.

Page 7: Jornal da SBD - Nº 2 Março / Abril 2010

Aprogramação científica do 65o Congresso da SBD,marcadopara setembro, no Rio de Janeiro, será abrangente e de alto nível.Estão previstos múltiplos simpósios, cursos teóricos e de transmis-são ao vivo, fóruns, sessões Tire suas dúvidas, além de Temas emfoco e sessões especiais, interativas ou não.Serão abordados diver-sos assuntos como acne e rosácea,alterações da pigmentação,bio-logia molecular e células-tronco, cabelos e unhas, cirurgia derma-tológica, dermatologia desportiva, dermatologia e medicina inter-na, dermatologia pediátrica e geriátrica, oncologia cutânea, entreoutros. "Procuramos trazer, dentro do possível, algo de diferentepara nosso Congresso, e assim a sessão especial “Você decide otema” é uma das novidades. No ano passado, publicamos no sitede nosso congresso, com prazo-limite até o final do ano, relaçãode 21 temas e pedimos que os colegas escolhessem os seis quemais lhe interessassem. Os seis temas mais votados farão partedessa sessão”, explica o coordenador da comissão científica e ex-presidente da SBD, Márcio Santos Rutowitsch.

Outra novidade será o Curso de Reciclagem com dura-ção de dois dias, que abrangerá assuntos escolhidos peloscoordenadores de forma objetiva no tocante à atualização,sendo excelente oportunidade para atualização profissional econhecimento de novas técnicas e procedimentos.“Tambémvamos colocar pela primeira vez em nosso CongressoBrasileiro de Dermatologia, o poster eletrônico, substituindo aforma tradicional de exposição.As instruções para tal encon-tram-se em nosso site", complementa.

Os palestrantes estrangeiros que já confirmaram presen-ça são: Percy Lehmann (Alemanha), Ana Kaminsky

65o Congresso Brasileiro terá programa científico de alta qualidade

(Argentina), Carlos Fernando Gatti (Argentina), HoracioCabo (Argentina) e os americanos Bruce Thiers, JeanBolognia, Lawrence E. Gibson, Leslie Baumann, Luis A. Diaz,Mark Denis, Peter Davis, Mark Lebwohl, Richard RoxAnderson, Rokea A. el-Azhary e Zoe Diana Draelos.

"Hoje, com o advento da globalização, as informaçõestêm-se processado de forma rápida, e assim todos podemcompartilhar o que há de novo. A dermatologia brasileira émuito bem conceituada no exterior. Temos, ao longo dosanos, cultivado e mantido estreito relacionamento com nos-sos colegas de outras nacionalidades. A vinda de diversosconvidados estrangeiros sempre resulta em maior congra-çamento e troca de ideias sobre os diferentes temas queserão abordados durante nosso congresso", comenta.

Segundo Rutowitsch, a expectativa é de que o congres-so ultrapasse a marca dos cinco mil participantes. "Estamoscontando com um número próximo de 5.500 inscrições. Acomissão organizadora está cuidando com muito zelo eprofissionalismo de tudo que se relacione com esse eventomaior da dermatologia brasileira.A cidade do Rio de Janeiropor si só já é um grande apelo, mas, além disso, contamoscom grande ajuda local dos dermatologistas cariocas e flu-minenses que fazem parte desta grande entidade que é aSociedade Brasileira de Dermatologia".

Para saber mais sobre o 65o Congresso da SociedadeBrasileira de Dermatologia acesse o link disposto na páginada SBD (www.sbd.org.br) ou navegue diretamente na pági-na do evento www.dermato2010.com.br.

Evento apresentará temas de grande relevância e terá a presença de 14 convidados estrangeiros em evidência na produção científica mundial

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A SBD quer fechar o ano dermatológico com oespírito alegre dos soteropolitanos. Com o apoio daWorld Health Academy (WHA), a entidade promove-rá, em dezembro, inédito evento internacional: o 1st SummerMeeting of Dermatology Brazil 2010 nos dias 9 e 11, emSalvador, Bahia.A previsão é de que mil dermatologistas, entrebrasileiros e estrangeiros, estejam presentes.“Nossa intenção édivulgar conhecimentos dermatológicos atualizados integrandograndes profissionais da dermatologia mundial. Para isso, fomosbuscar inspiração no Winter Academy of Dermatology, eventoque vem sendo realizado pela WHA na Europa, e que já ésucesso absoluto”, salienta o presidente do 1st SummerMeeting of Dermatology Brazil 2010, Paulo Cunha.

Segundo ele, ampliar as relações internacionais dadermatologia brasileira, aumentar sua visibilidade e ao mesmotempo viabilizar a troca de conhecimentos são alguns dosobjetivos máximos do evento, que já tem convidados estran-geiros confirmados. Marcarão presença importantes derma-tologistas dos Estados Unidos, Europa e Ásia. “A programa-ção vai privilegiar a participação plena e efetiva de nossosconvidados, do exterior e brasileiros, que deverão apresentarsuas experiências nos mais diversos setores em que sãoexperts, até com relação à realidade dermatológica dasregiões em que trabalham”, complementa Paulo Cunha.

A programação científica abrangerá conferências, simpósios,fórum e sessões especiais. Entre os temas abordados estãofototerapia, cirurgia dermatológica, dermatologia tropical, cor-relações clinicopatológicas, procedimentos cosmiátricos enovas drogas na terapêutica dermatológica. Cabe destaquepara a sessão especial "Troca de conhecimentos" em que serãocomparados os procedimentos relativos a determinado temarealizados no Brasil, na Europa e nos Estados Unidos.Todas assessões terão tradução simultânea português/inglês.“A comis-são organizadora está empenhada na elaboração de um pro-grama científico diferenciado e de alta qualidade que pretendeprivilegiar a integração e a troca de experiências em grandeescala entre as dermatologias brasileira e internacional”, realçaa coordenadora científica Bogdana Victória Kadunc.

Em relação às áreas social e turística, está prevista mon-tagem mostrando imagens da rica diversidade cultural daRegião Nordeste.“Estamos pensando na apresentação commuito carinho. Vamos expor também as realizações e os

avanços da gestão 2009/2010 da SBD”, revelaa coordenadora social Andréia Mateus, que

terá o apoio de colegas da Regional-BA para exe-cutar o trabalho.

A expectativa é de que,após o evento, a SBD continuesendo cada vez mais valorizadainternacionalmente. “A realiza-ção do Summer Meeting noBrasil reforça nossos esforçosde internacionalização. O der-matologista brasileiro tem cada

vez mais ampliada sua respeitabilidade fora do país via publica-ções, participações em congressos e atividade institucionais.Integrar nossos dermatologistas no contexto internacional évital”, enfatiza o presidente da SBD, Omar Lupi. “Acreditamosque, ao acolher as demandas de entidades sérias que respeitamnosso trabalho e querem se aproximar de nossa associação, for-talecemos ainda mais nossa imagem e contribuímos para maiorparticipação de nossos dermatologistas em projetos internacio-nais”, complementa o secretário-geral, Emerson de Andrade.

Salvador, berço do Brasil – Terra da felicidade e deraras belezas naturais, Salvador é um dos mais importantes des-tinos turísticos brasileiros. Primeira capital do país, a cidade tema seu favor conjunto arquitetônico estonteante e rica culturalocal. Seus consagrados blocos de carnaval e os inúmeros esti-los musicais conquistam o mundo.

Para o vice-presidente do 1st Summer Meeting ofDermatology Brazil 2010, Oswaldo Delfini, a escolha deSalvador como sede não poderia ter sido melhor.“Até para oorgulho de nossos colegas da Regional Bahia. Estamos certosde que poderemos contar com todo o seu apoio.” A recípro-ca é verdadeira: “Sentimo-nos muito alegres e honrados coma escolha de nossa cidade, a primeira a formar médicos brasi-leiros. Em minha opinião, é mais do que apropriado indicaressa cidade ensolarada e alegre para o primeiro evento cien-tífico internacional de verão da SBD. Nós faremos tudo o queestiver ao nosso alcance para que tenhamos êxito no even-to”, comemora a presidente da SBD-BA,Anete Olivieri, que étambém uma das coordenadoras sociais.

A comissão local do evento é composta por Paulo Machado,Paulo Roberto Lima, Aline M. Moreira, Ariene Paixão, MakikoFujita e Vitória Rego de Almeida. Paulo Cunha afirmou que jáforam feitos contatos com o secretário de turismo do Estado daBahia, Antônio Carlos Tramm, com o presidente da Saltur,Cláudio Tinoco, e com o Convention Bureau. "Agende essa datae participe desse evento que contará com profissionaisrenomados e grade científica imperdível!", completa Paulo.

Para informações atualizadas e inscrições, visite o sitewww.sbd.org.br/summermeeting2010.

Bahiajá se prepara para receber o

Esse é o primeiro evento dermatológico internacional em solo brasileiro em parceria

com a World Health Academy

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Sabemos que são as conquistas geradas pelo progresso e as pressõesnascidas das necessidades sociais elementos que impulsionam os legislado-res para mudanças nas leis e códigos.Trata-se de movimento que objetivaa adequação aos novos tempos. Ocorreu exatamente isso com o Códigode Ética Médica. Sua última versão fora criada pela Resolução CFM1.246/88, ao tempo em que surgia, também, nossa Constituição “cidadã”.

As novas relações sociais e a tecnologia, com seus avanços permanen-tes, fermentaram as modificações necessárias e que desaguaram naResolução 1.931/09, revogando, assim, o Código de 1988, implantando apartir de 13/04/2010 o Novo Código.

Permaneceram, numeradas por artigos, as normas deontológicas,em que são elencadas as situações nas quais o médico pode ser capi-tulado, ao responder a algum processo ético. Os princípios fundamen-tais e os direitos dos médicos, ordenados em algarismos romanos, sãoeixos norteadores de conduta na profissão.

Podem ser observados avanços significativos em pontos específicos:– a responsabilidade do médico não pode ser presumida, deverá ser

provada. Isso consagra o fato de que o exercício profissional é de meios,não podendo ser garantidos resultados, como a cura, por exemplo. Oantigo artigo 29, por sua importância, passou a ser o artigo 1o, que tratadas ações de imperícia, imprudência e negligência;

– a questão bioética do término da vida, de preocupação univer-sal, foi contemplada, permitindo-se que cuidados paliativos sejam ado-tados, nos casos em que não haja terapêutica possível e reconhecida,evitando-se a chamada terapêutica inútil ou obstinada, considerandosempre a expressão de vontade do paciente ou representante legal(artigo 41), sem, contudo, permitir a eutanásia;

– ademais foram incorporados avanços em relação à autonomiados pacientes em relação às pesquisas médicas (artigo 101), obrigan-do o consentimento livre e esclarecido em relação à natureza e con-sequências das mesmas;

– novo artigo, o 16, veta a intervenção sobre o genoma humano,exceto na terapêutica gênica, evitando-se, assim, passos no sentido decomportamentos eugênicos-like;

Como se trata de matéria nova a ser lida e absorvida, esclareci-mentos pontuais deverão ser abordados pela Comissão de Ética,cabendo nesta breve introdução ao tema, lembrar que os processoséticos são regidos pela data do ato praticado. Lembrar, também e aofim, que a lei só retroage em benefício do réu.

A medicina estética não é especialidade médica reco-nhecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) ou pelaAssociação Médica Brasileira (AMB). Esse foi o entendimen-to da ministra Eliana Calmon, do Superior Tribunal de Justiça(STJ), que relatou processo movido contra o ConselhoRegional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES). A deci-são foi acompanhada por unanimidade pela Segunda Turmado órgão julgador.

A ação foi movida por um médico que concluiu ocurso de pós-graduação, lato sensu, em medicina estética.Ainda que reconhecido pela Coordenação deAprimoramento de Pessoal de Nível Superior (Capes)do Ministério da Educação (MEC), o curso não é capazde substituir a residência médica, obrigatória para aobtenção do título de especialista. O médico teve, por-tanto, negado pelo CRM-ES seu registro de especialistaem medicina estética.

O CRM-ES alegou que a resolução do CFM, que lista asespecialidades médicas, não faz menção à medicina estética.Em sua decisão, a ministra Eliana Calmon considerou quedeve ser levada em conta a competência dos conselhos demedicina. A Lei n. 3.268/57 deu aos conselhos o poder desupervisionar, disciplinar e julgar a ética profissional da clas-se médica.

Para o coordenador da Câmara Técnica de CirurgiaPlástica do CFM, conselheiro Antonio Gonçalves Pinheiro, aministra confirmou a posição do CFM que “não consagraque a medicina estética se configure em especialidade médi-ca segundo os critérios da Comissão Mista deEspecialidades”.

Fonte: Jornal do CFM – ed. março 2010

Medicina estéticanão é especialidademédica reconhecida

O novo Código de Ética Médica

Ética em Pauta

José Ramon Varela BlancoMembro da Comissão de Ética e Defesa Profissional (CEDP)

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Jornal da SBD: Fale-nos um pouco sobre sua carreira.Jacek Szepietowski: Graduei-me em medicina naUniversidade de Wroclaw e atualmente sou professor titulare vice-chefe do Departamento de Dermatologia,Venereologia e Alergologia naquela universidade.Além disso,ocupo o cargo de diretor do Instituto de Imunologia e TerapiaExperimental da Academia Polonesa de Ciências, fundada porLudwik Hirszfeld. Esse instituto tem longa tradição e é degrande importância para a pesquisa biológica e médica, nãosó em nosso país. Há dois anos, fui eleito presidente daSociedade Polonesa de Dermatologia e procuro manter par-ticipação internacional ativa, como vice-presidente daSociedade Internacional de Dermatologia, membro doComitê Executivo da Sociedade Europeia de Dermatologia ePsiquiatria, membro do Fórum Internacional para o Estudodo Prurido, membro do comitê científico da AcademiaEuropeia de Dermatologia e Venereologia e membro doConselho da Academia de Inverno de Dermatologia. Até2008, também era membro do Conselho da ConfederaçãoEuropeia de Micologia Médica. Posso dizer que a ciência émeu trabalho e hobby. Sou autor ou coautor de mais de 400artigos científicos, seis livros e mais de 50 capítulos de livros.

DE OLHO NO MUNDODE OLHO NO MUNDO

Dermatologia na

Polônia

“A ciência é meu trabalho e meu hobby.” Com essa

frase o polonês Jacek Szepietowski definiu a satisfação

pessoal e profissional que sente ao exercer a derma-

tologia. Nosso entrevistado na coluna “De Olho no

Mundo” desta edição tem em seu currículo mais de

400 artigos científicos, seis livros e ultrapassou os 50

capítulos publicados. Nasceu em 1966, em Wroclaw

(também conhecida como Breslávia), bela cidade no

sudoeste da Polônia, onde hoje vive e trabalha. Szepietowski informou, entre

outras coisas, que em breve receberá o título de sócio honorário da

Sociedade Italiana de Dermatologia e fez convite aos brasileiros para conhe-

cer seu país. É que em maio de 2013, a Cracóvia, antiga capital da Polônia,

será a sede do 10o Simpósio Spring da Academia Europeia de Dermatologia

e Venereologia (EADV), tendo o dermatologista como presidente.“Esse será

meu próximo desafio”, revela. Prurido, psicodermatologia, imunologia de

inflamações crônica da pele e micologia dermatológica são suas áreas cientí-

ficas de interesse. Szepietowski é casado e tem uma filha de 10 anos, Marta:

“Definitivamente, sonho ter mais tempo para ela!” Leia a seguir a entrevista

concedida ao Jornal da SBD:

População: 38 milhões de habitantes

Moeda: zlóti (significa “dourado”)

Idioma: polaco

Dermatologistas: 2.200

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Sou editor-chefe de duas revistas dermatológicas de línguapolonesa: Dermatologia Kliniczna e Dermatologia po Dyplomie.Também sou editor-adjunto do jornal Mycoses e editor dojornal Acta Dermato-Venereologica. Sempre procuro colaborarcom colegas no exterior e é um prazer mencionar que soumembro honorário da Sociedade de Pesquisa CientíficaSigma Xi, da Associação de Dermatologia e Venereologia daGeórgia e da Sérvia, e da Sociedade Eslovaca deDermatologia Cosmética e Estética.

JSBD: Como é a formação do dermatologista na Polônia?JS: A formação dermatológica é feita nos departamentos dedermatologia das universidades.A Polônia tem 11 universida-des com o ensino médico distribuídas em todo o país. O sis-tema de formação dermatológica é semelhante ao de outrospaíses europeus.Após terminar um ano de formação em clí-nica médica, o jovem médico deve prestar exame oficial paraingresso na residência. Devo mencionar que é difícil entrarpara a residência médica em dermatologia, pois temos mui-tos candidatos e só aprovamos aqueles que obtiverem asmaiores pontuações. A residência dura quatro anos e ésupervisionada por um especialista que pode controlar atétrês residentes ao mesmo tempo. O teste consiste em váriasetapas, como o exame clínico dos pacientes, histopatologia earguição oral.Temos estudantes de doutorado em dermato-logia também. Esse é um novo projeto de quatro anos paraos que manifestarem interesse em investigação clínica.

JSBD: Qual é a proporção de dermatologistas em relaçãoà população de seu país?JS: Temos cerca de 38 milhões de habitantes. A SociedadePolonesa de Dermatologia é grande e tem quase 2.200membros. Portanto, para cada 100 mil habitantes, temospouco menos de seis dermatologistas. Creio que há oportu-nidades de emprego para dermatologistas, especialmente nascidades menores, pois muitos deles trabalham nos grandescentros. Além disso, hoje o mercado da dermatologia estéti-ca tem crescido rapidamente, e alguns colegas estão traba-lhando com isso apenas em seus consultórios particulares.

JSBD: Como são os serviços dermatológicos nas esferaspública e privada?JS: Na Polônia, existem os seguros básicos de saúde quecobrem as consultas médicas. No entanto, alguns ramosespeciais da medicina, incluindo a dermatologia, são excluídos.Então, se o paciente tem um problema de pele, ele irá dire-tamente ao dermatologista e deverá pagar de seu própriobolso. O valor não é reembolsado.Também existem clínicasde dermatologia em universidades e hospitais na cidade combons leitos. A escola polonesa de dermatologia sofreuinfluência alemã, e temos um número grande de serviços. Porexemplo, em nossa clínica, há 66 leitos para dermatologia clí-

Entrevista de Jacek Szepietowski a Paulo Cunha

nica, pediátrica e cirúrgica. O sistema, no entanto, tem unida-des ambulatoriais numerosas. Creio que o paciente esperaaté quatro semanas para receber uma consulta dermatológi-ca. Já no serviço privado não há espera para atendimento.

JSBD: Como é a experiência de presidir SociedadePolonesa de Dermatologia? Quais são os avanços políti-cos e científicos da Sociedade?JS: Fui eleito presidente de nossa Sociedade aos 42 anos deidade. Em nosso país não é comum presidir uma sociedadecientífica nessa idade, que ainda é considerada jovem paraassumir a posição. Entendi que era o sinal para algumasmudanças. Os desafios para a Sociedade são muitos. Primeiroqueremos estimular jovens dermatologistas oferecendo-lhesoportunidades de apresentar seus trabalhos em conferênciase congressos internacionais. Acredito fortemente que deve-mos investir nesse grupo de colegas, pois eles representamnosso futuro. Devemos também apreciar os comentários dosnossos professores e mestres.Tenho orgulho de poder con-sultar temas difíceis com nossa "primeira-dama" na dermato-logia, Profa. Dra. Jablonska Stefania. Nosso segundo objetivo épromover a dermatologia como importante especialidademédica. Infelizmente, a dermatologia tem sido comumentemarginalizada, e devemos lutar contra isso. Finalmente, gosta-ria de convidar todos para vir à Polônia em maio de 2013,época em que vamos organizar o 10o Simpósio Spring daAcademia Europeia de Dermatologia e Venereologia (EADV),em Cracóvia, nossa antiga capital. Sendo eu o presidente dessesimpósio, considero que esse será o meu próximo desafio.

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Após receber ofício do diretor da Comissão para aIncorporação de Tecnologias (Citec) do Ministério daSaúde, Claudio Maierovitch, recomendando aincorporação do procedimento de fototerapia indicadopara tratamento de psoríase, doença de enxerto versushospedeiro, linfoma cutâneo e vitiligo, a SBD já podecomemorar o desdobramento dessa primeira conquista.A Portaria 179 do Ministério da Saúde, publicada noDiário Oficial da União de 19 de abril, acaba de autorizara incorporação da tecnologia para fins terapêuticos pormeio do Protocolo de Diretrizes e tratamentos doMinistério da Saúde. Pela primeira vez na história da SBD,a mobilização foi efetiva na obtenção desse tipo deresultado em Brasília: "Essa é uma grande notícia e coroa ointenso trabalho realizado junto aos representantes degoverno do país. A fototerapia já deveria fazer parte do rolde tratamentos do SUS há muito tempo, mas acabouesquecida em face de terapias mais recentes e complexas.Portanto, a preocupação da SBD foi agir para que esseequívoco fosse corrigido. Passo a passo, estamos tentandoatuar em todos os níveis para melhorar o tratamento dosportadores de psoríase, em todos os seus níveis degravidade", comenta Cláudia Maia, coordenadora das ações

em psoríase da SBD.A gerente do Grupo de

Produtos da Pfizer, PriscillaBottmann, ressalta que a SBD éuma das poucas sociedadesmédicas que contam com umaimagem tão positiva desenvolvidaem tão pouco tempo frente aoMinistério. “Hoje, a gente vêclaramente a SBD comoreferência técnica para oMinistério da Saúde, e isso foiconquistado ao longo de importantes passos dados pelaSociedade, mostrando conteúdo científico de qualidade euma postura muito ética. Atualmente, o governo temacionado a Sociedade para tirar as dúvidas técnicas, coisaque não existia. Então, eu diria que o maior ganho foi oestabelecimento da imagem da SBD perante o governo ealguns órgãos do Ministério da Saúde”, afirma.

O reconhecimento da doença como prioridade nasaúde pública e o aumento no acesso a diferentes opçõesde tratamento para médicos e pacientes têm sidoprioridade para a SBD.

Ministério da Saúde regulamenta a fototerapia para diversas dermatoses

Entrou em vigor no dia 13 de abril o novo Código deÉtica Médica. Para chegar ao formato final, consagrado pelaResolução do CFM n. 1.931/2009, foram analisadas e discu-tidas ao longo de 22 anos mais de 2.500 sugestões enca-minhadas por entidades organizadas da sociedade e espe-cialistas.

Quatrocentos delegados, entre conselheiros federais eregionais de Medicina, membros de sindicatos e socieda-des de especialidades, além de representantes de váriasentidades médicas, definiram as 118 normas que vão esta-belecer o modo adequado de atuação dos médicos emclínicas, hospitais, consultórios e outros serviços de saúde.Em meio às principais recomendações incluem-se o direi-to de escolha – o médico deve apresentar todas as pos-sibilidades terapêuticas cientificamente reconhecidas eaceitar a escolha do paciente; o direito do paciente a umasegunda opinião e a ser encaminhado a outro médico; a

proibição do uso de pla-cebo em pesquisa quan-do há tratamento eficaz.

“Entre os vários assuntos relevantes abordados, taiscomo a autonomia do paciente, regras para a reproduçãoassistida e terapia genética, gostaria de dar ênfase aos arti-gos que tratam da publicidade médica, contidos no Capítulo13. São ressaltados a obrigatoriedade da inclusão doConselho Regional de Medicina do profissional em qualquertipo de anúncio, assim como a proibição do anúncio de títu-los para os quais o profissional não esteja devidamente qua-lificado e registrado no CRM”, assinala Bogdana VictóriaKadunc. Para ler o Código na íntegra acesse: www.por-talmedico.org.br/novocodigo.

Novas normas já estão valendo

Conquista da SBD é reflexo de esforços contínuos realizados nos últimos meses junto a diversos órgãos de saúde do país

Cláudia Maia

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O presidente da SBD, Omar Lupi, e a gerente-geral daSBD, Priscila Rudge, se reuniram recentemente com osecretário-geral da Associação Médica Brasileira (AMB),Ademir Humberto Soares, em São Paulo, para buscaresclarecimento de como será o funcionamento das novasregras de cobrança da Comissão Nacional de Acreditação(CNA) e tentar mudanças no pagamento da taxa. A AMBtem cobrado das sociedades de especialidades médicas 3%sobre o valor de cada inscrição em eventos médicos queintegram o programa de Educação Médica Continuada(EMC) e que pontuam para a obtenção do Certificado deAtualização Profissional concedido pela CNA desde agos-to de 2009. Hoje, porém, a cobrança dos 3% incide sobreo valor da inscrição mais cara, cobrada no dia do evento.

As regras atuais já estão valendo, e os médicos serãopontuados apenas se os organizadores tiverem feito ocadastro do evento e efetuarem o pagamento da taxa."Deixamos claro que não concordamos com os termosapresentados pela AMB e pedimos a aplicação dos recursosde forma mais transparente. Por outro lado, nosso objetivoé garantir o aprimoramento técnico e científico, a EducaçãoMédica Continuada, e o bem-estar de nossos associados.Vários deles possuem título de especialista que precisamobrigatoriamente ser revalidados a cada cinco anos. Emfunção disso, estamos dispostos a pagar esse valor para nãoatrapalhar o processo de educação médica continuada denossos associados", enfatiza o presidente da SBD, OmarLupi, completando que considera a importância de haverbom relacionamento entre a SBD e a AMB devido à atu-ação de sociedades paralelas e concorrentes diretas.

A Comissão informou ainda que aquela porcentagemserá diferenciada para médicos sócios quites, simultanea-mente, da SBD e AMB, sendo que o cálculo terá como baseo maior valor de inscrição de sócio. A SBD alegou que o

AMB cobra taxa deinscrição em eventospagos para pontuação na CNA

número de médicos não associados da entidade que seinscrevem nos eventos é bem inferior ao de associados, e ataxa de inscrição paga por eles é maior. “Não podemoscobrar do não associado o mesmo valor do associado.Dessa forma, o pagamento sobre o valor da taxa de nãoassociado poderia impactar na realização dos eventos”,complementa Priscila Rudge.

Enquanto persistirem as regras atuais, a SBD recomendaque na ficha de inscrição dos eventos haja um campo obri-gatório em que o médico responderá se possui título deespecialista da SBD e título de especialista pela ComissãoNacional de Residência Médica. Segundo a entidade, comessa informação o número de nomes a ser enviado à CNApoderá sofrer redução.

Livre escolhaEm carta oficial enviada aos presidentes de regionais, dis-

tritos e chefes de serviços credenciados da SBD, Omar Lupiexplicou que hoje o melhor caminho é a SBD efetuar opagamento. “Vamos manter essa posição até avançar nasnegociações envolvendo outras sociedades médicas demaior porte, como a Federação Brasileira das Associaçõesde Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e a SociedadeBrasileira de Pediatria (SBP), aliados importantes nesseprocesso. Sem eles, pouco avançaremos, pois num universode 350 mil médicos, somos apenas seis mil dermatologis-tas”, pontua. Ele afirma também que dará plena liberdade àsregionais e aos serviços credenciados da SBD para definirsuas posições nos eventos científicos. Para o presidente daRegional RJ, Carlos Barcauí, o objetivo é continuar a ofere-cer aos associados eventos que estimulem a EMC. “Abrirmão de 3% de nossa receita não causaria impacto financeiroem nossas contas, desde que saibamos por que estamospagando”, ressalta.

SBD se posiciona contra a cobrança, tenta pleitear alterações,

mas reconhece a importância da EMC para os associados

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Pesquisa inédita desenvolvida por pesquisadores daPontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e daRoche revelou importante gene de predisposição ao vitili-go. O artigo ganhou destaque internacional sendo divulga-do na primeira edição de 2010 do Journal of InvestigativeDermatology, publicação de maior fator de impacto em der-matologia. O grupo de pesquisa da universidade, coordena-do pelo geneticista Marcelo Mira, sócio honorário da SBD,e pelo dermatologista da Santa Casa de Curitiba, CaioCésar Silva de Castro, descobriu que os marcadores dogene DDR1 estão associados ao vitiligo. Esse gene é consi-derado um dos mais importantes por ser responsável pelaadesão do melanócito na camada basal da epiderme. Umdefeito nesse gene, portanto, poderia colaborar para odesaparecimento dos melanócitos, ocasionando o vitiligo.

"Foi demonstrado pela primeira vez que variantes genéticas,denominadas SNPs (polimorfismo de nucleotídeo único) dogene DDR1 estavam associadas ao vitiligo não segmentar emduas populações brasileiras, uma baseada em famílias, e outraem caso-controle. Essas variações do gene podem afetar a for-mação da proteína também chamada de DDR1, que faz a liga-ção do melanócito na lâmina basal da epiderme. Sabe-se quepacientes com vitiligo apresentam fácil destacamento dos mela-nócitos nas áreas de traumatismo, como cotovelos e joelhos, eassim pensamos que algum gene associado à adesão do mela-nócito poderia estar alterado. Com esse trabalho inicia-se umanova linha de pesquisa no tratamento do vitiligo,que poderá dar

origem a medicamentos que substi-tuam ou melhorem a função da pro-teína DDR1", explica Caio Castro.

O trabalho ocorreu durante odoutorado de Caio e recebeu aorientação de Marcelo Mira. Partedele foi realizado no Roche Centerfor Medical Genomics, na Suíça, ondeCaio morou durante aproximada-mente um ano. Também participa-ram dois pesquisadores da Roche,Gaby Walker e Everson Nogoceke,este brasileiro. “Concorri em 2007 auma bolsa de parte de doutorado

em uma seleção entre doutorandos do Brasil inteiro naárea de ciências biológicas e fui aprovado junto com umabióloga da USP de Ribeirão Preto para esse estágio deum ano no Roche Center for Medical Genomics emBasel, no laboratório de genômica funcional”, explica.

A análise contou com duas amostras populacionais bra-sileiras independentes, de desenho distinto, nos estados doParaná e de Santa Catarina.Todos os 639 indivíduos tiveramsangue coletado e DNA extraído por precipitação seletiva.Os resultados mostraram, pela primeira vez, a evidência deassociação entre marcadores do gene DDR1 e o vitiligo.Ospacientes foram recrutados no ambulatório de vitiligo daSanta Casa e no consultório particular de Caio durante 2004 e2005. Nos dois anos seguintes, parte do trabalho de laboratóriofoi feita na PUC-PR.A continuação se deu em 2008 durante suaestada na Suíça, e em 2009 foi finalizado nos laboratórios daPUC-PR ao lado de pesquisadores da instituição.

"Procurar um gene com muito dinheiro já é dificílimo, porqueexistem aproximadamente 30 mil no genoma humano. Precisarescolher um único gene para trabalhar, como nós, que tínhamospouco dinheiro, foi decisão complicada. Mais ainda pelo fato demeu orientador, Marcelo Mira, estar no Brasil. Expliquei porqueoptei pelo gene, e ele me deu todo o apoio e treinamento paraimplementar essa busca com auxílio dos pesquisadores daRoche", ressalta o atual responsável pelos ambulatórios devitiligo e fototerapia da Santa Casa de Curitiba.

A pesquisa já havia sido destaque noencontro anual da American Society forHuman Genetics, o mais importante even-to de genética no mundo, realizado emoutubro de 2009, no Havaí. O artigo“Genetic Variants of the DDR1 GeneAre Associated with Vitiligo in TwoIndependent Brazilian PopulationSamples” pode ser consulta-do no site do Journal ofI n v e s t i g a t i v eDermatology.

Pesquisa brasileira revela gene de predisposição ao vitiligoEstudo teve publicação no Journal of Investigative Dermatology

Marcelo Mira

Caio Castro

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O vitiligo é doença crônica e de impacto psicológicodevastador. A exata elucidação do(s) mecanismo(s) patogê-nico(s) parece ainda distante, e a doença representa um dosmaiores desafios terapêuticos da medicina. O artigo“Genetic variants of the DDR1 gene are associated withvitiligo in two independent Brazilian population samples”, deCastro, Nascimento, Walker, Werneck, Nogoceke e Mira,acende uma vela na escuridão (uma boa definição de ciên-cia por Carl Sagan) e merece destaque e reflexão.

O destaque vai por conta da solidez metodológica e dosachados: 1) pela primeira vez um gene envolvido no proces-so de adesão do melanócito tem variantes identificadas como desenvolvimento do vitiligo, o que reforça a hipótese deque o evento patogênico primário está ligado a essa via; 2)dos seis marcadores genéticos associados com a doença,três são sinais independentes de associação apontando parao mesmo gene; 3) a replicação de um dos marcadores em

Pesquisa brasileira revela gene de predisposição ao vitiligo

O imunologista Paulo Roberto Lima Machado, da Bahia, foi convidado pelo

Jornal da SBD para comentar o artigo. Acompanhe:

população caso-controle independente é crucial para conso-lidar o achado; 4) o efeito da idade é muito interessante,aumentando a evidência de que, quanto mais cedo a doen-ça se manifesta, maior o impacto da genética. Esses dadossugerem que pacientes portadores de algumas variantes dogene DDR1 podem apresentar defeitos na adesão do mela-nócito à membrana basal, levando a maior perda dessascélulas e talvez desencadeando resposta autoimune commaior destruição e despovoamento. Outros genes associa-dos a essa via de adesão ainda não foram verificados, eoutros mecanismos podem estar implicados na gênese dovitiligo, mas esse estudo traz importante contribuição para oentendimento da genética e patogênese da doença.

A reflexão nos permite vislumbrar a utilização cada vezmaior de marcadores genéticos na prática médica, permitin-do intervenções preventivas ou terapêuticas precoces emdiversas doenças, incluindo o tão desafiador vitiligo.

Em suas mais de nove décadas de existência, a SBD sabe oimportante papel que desempenha para a dermatologia dopaís.Ao longo desse tempo, sua Biblioteca Professor FranciscoEduardo Rabello, a mais completa da América Latina em der-matologia, reuniu acervo único e de valor inestimável que hojesoma 2.250 volumes. A fim de preservar sua história, a SBDdesenvolveu trabalho conjunto com a Fundação OswaldoCruz (Fiocruz) para a catalogação de todas as suas obras rarase especiais. O projeto teve início em julho de 2008, após ava-liação pela tecnologista sênior em saúde da Fiocruz, JeorginaGentil Rodrigues, e foi executado pela bibliotecária RosângelaSoares, especialista em tratamento de obras raras. A açãoencerrou-se em fevereiro deste ano.

Ao todo, foram catalogados 1.560 itens e disponibiliza-dos em versão local do Personal Home Library (PHL) – sis-tema desenvolvido para organizar coleções e serviços debiblioteca via web.“A reforma desenvolvida na sede da SBDem 2007 e 2008, deu início às mais recentes mudanças emnossa biblioteca.Tivemos a adequação do novo espaço físi-co visando disponibilizar com maior acurácia e confortotodo o material didático, os periódicos e as teses, além desala própria que faz jus ao verdadeiro tesouro que a SBDcoligiu durante toda sua existência”, afirma Ricardo Romiti,coordenador da biblioteca. De acordo com ele, IzeldaCosta, diretora da biblioteca no biênio 2007-2008, iniciou oprojeto de catalogação das obras, preocupação essa que já

havia sido sinalizada desde a gestão anterior comandada porSinésio Talhari e Gerson Penna. Na época, o diretor dabiblioteca era Paulo Cunha.

Para Rosângela, que trabalhou quase dois anos na orga-nização do material, a experiência marcou. “Trabalhar comacervo tão especial como esse da SBD foi muito gratifican-te. Embora para muitos possa parecer um monte de livrosvelhos e empoeirados, trata-se da memória de uma institui-ção ali preservada”, ressalta. “Agradeço a oportunidade detrabalhar em um acervo importantíssimo e comprovada-mente valioso na área de dermatologia. Avaliar uma obracomo rara é tarefa que requer estudo constante e reavalia-ção periódica. Acredito na continuidade desse importantetrabalho de preservação e acesso a esse valioso acervo”, dizJeorgina, citando como exemplo o primeiro e grande trata-do sobre a sífilis e doenças venéreas, de autoria de JeanAstruc, intitulado De morbis venereis libri novem, de 1740.

Em breve, os títulos e os dados cadastrais das obras demaior destaque também estarão disponíveis em versãoonline para os associados. Os interessados em consultarpessoalmente algumas das obras do acervo poderão agen-dar na própria biblioteca.

Preservação e catalogação de obras rarasfaz história na Biblioteca da SBD

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Jornal da SBD � Ano XIV n. 2 � 17

Dos quase seis mil associados em condições de votar,2.140 exerceram seu direito. Com ótimo desempenho,Bogdana Kadunc e Sarita Martins foram eleitas presidente evice-presidente da SBD para o biênio 2011/2012, com2.068 votos apurados em Assembleia, o correspondente a96,63% das urnas. Houve 37 votos em branco e 35 nulos,além dos 39 votos desconsiderados pela Comissão Eleitoralpor erro de procedimento do votante.

Grande parte dos dermatologistas preferiu votar porcorrespondência, e apenas seis associados votaram pessoal-mente na Assembleia Geral Extraordinária, realizada no últi-mo dia 24 de abril, na sede da SBD, no Rio de Janeiro. Aapuração foi registrada pela comissão e por funcionários daSBD, conforme consta no estatuto, logo após o término doperíodo de votação.

No anúncio oficial do resultado, as palavras “sorte”,“trabalho” e “união” foram entoadas pelo atual presiden-te da entidade, Omar Lupi, sobre a trajetória de suasucessora. “Este momento é histórico, pois estamos con-

Bogdana Kadunc, de São Paulo, e SaritaMartins, de Pernambuco, são eleitas presidente e vice-presidente da SBD para obiênio 2011/2012

graçando três gestões em épocas distintas:a comandada pela Professora AliceAlchorne, a minha, e da futura presidente,Dra. Bogdana. É uma satisfação pessoal vê-la eleita, ela que é a quinta mulher a assumiressa honrosa função na SBD. Fico feliz pelofato de esse ciclo se perpetuar para quetenhamos uma Sociedade cada vez maispujante”, realça.

Bogdana Kadunc expressou grande satis-fação por ocupar o mais importante postona Sociedade Brasileira de Dermatologia. Anova presidente prometeu muito trabalho e

adiantou alguns planos para sua gestão: “Nossos planossão inúmeros. Temos uma bela estrutura montada quenecessita ser administrada, além de muitas responsabili-dades com os associados e com a sociedade em geral;devemos dar ênfase ao reforço da dermatologia comoespecialidade clínica, cirúrgica e cosmiátria perante opúblico, outras especialidades e instituições que regem apolítica de saúde no Brasil.” Outra meta é desenvolvercampanhas públicas de valorização do dermatologistapara diferentes doenças dermatológicas: “Pretendemosampliar essas ações para outras patologias e não ficarapenas restritas a campanhas do câncer da pele e da pso-ríase”, informou Sarita Martins, que acrescentou ser oobjetivo manter a linha que vem sendo seguida pelasdiretorias anteriores. “Em time que está ganhando não semexe”, garante.

As novas representantes serão empossadas durante aAssembléia Geral do 65o Congresso de Dermatologia daSBD, em setembro, no Rio.

Associados definem novosrepresentantes

Três gestões unidas: Alice Alchorne (2007/2008), Omar Lupi (2009/2010) e Bogdana Kadunc (2010/2011)

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A primeira reunião oficial da Regional MG, à épocafuncionando em conjunto com o Departamento deDermatologia da Associação Médica de Minas Gerais, datade 25 de abril de 1968, secretariada pela Profa. OrcandaPatrus e presidida pelo Prof. João Gontijo. As reuniõesmensais compreendiam a apresentação oral de casos, suadiscussão pelos participantes, além de exposição teórica detemas relevantes. Sua constituição como entidade jurídica ea aprovação de seu estatuto ocorreram em reunião noServiço de Dermatologia da Universidade Federal de MinasGerais (UFMG) em 2 de fevereiro de 1990.

Desde a fundação da Faculdade de Medicina da UFMG,em 1911, porém, a dermatologia mineira já marcavapresença sob o comando do Prof. Antônio Aleixo, seuprimeiro catedrático e descritor da dermatite perioral dosneuropatas. Em 1919, Aleixo editou os Archivos Mineiros de

Dermatosyphilographia e Ciências Afins, primeiro periódicocientífico do estado nessa especialidade. O Serviço deDermatologia funcionava na Santa Casa de Belo Horizonte,tradicional complexo hospitalar, fundado em 1899.

A história da dermatologia mineira desde então sedesenvolveu, chegando mesmo a se confundir, com a históriadestas duas entidades: Santa Casa e Faculdade de Medicinada UFMG. Na primeira pontificaram, em ordem cronológica,os professores Josephino Aleixo, Olyntho Orsini (sucessor deAntônio Aleixo na cátedra da UFMG e autor de diversostrabalhos sobre pênfigo, incluindo a descrição das formasfrustras, posteriormente conhecidas como síndrome deSenear-Usher), Cid Ferreira Lopes (pioneiro no uso daflucitosina no tratamento da cromomicose e dos retinoidesna psoríase) e Francisco Neves. O serviço da Santa Casa éatualmente coordenado pelo Prof. Jackson Machado-Pinto.

A grandeza da dermatologia

mineira

Antônio Aleixo Olynto Orsini Oswaldo Costa Tancredo Furtado

“Este espaço foi cr iadopara que todos possamcompartilhar informaçõeshistór icas de momentosespeciais vivenciados naSociedade. Notícias efotografias são bem-vindas.Contamos com a participação de nossosassociados para que, aolongo deste ano, possamosreavivar e conser var amemória de uma das maisantigas sociedades médicas do Brasil.”

Paulo Cunha

Coordenador médico do JSBD

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Jornal da SBD � Ano XIV n. 2 � 19

Na UFMG, Oswaldo Costa foi o terceiro catedrático eresponsável pela descrição de nova dermatose(acroceratoelastoidose), reconhecida em todos os livros-texto mundiais. Carismático e extremamente popular entreos alunos, Oswaldo Costa tem ainda em seu currículo aglória de ter defendido como goleiro (então chamadogoalkeeper) as cores do glorioso Clube Atlético Mineiro.Tancredo Furtado foi responsável pela modernização dadermatologia mineira, tendo instalado em 1966 e 1976 osprogramas de Residência Médica em Dermatologia naSanta Casa e na UFMG, respectivamente, além domestrado, em 1977, também na UFMG. O Serviço daUFMG teve ainda como coordenadores os professoresJoão Gontijo, Orcanda Patrus (a primeira mulherprofessora titular da Faculdade de Medicina da UFMG epresidente da SBD) e Antônio Carlos Martins Guedes. O

estado de Minas Gerais conta ainda com os serviçoscredenciados das universidades federais de Juiz de Fora eUberlândia e do Hospital Militar de Belo Horizonte.

A Regional MG, presidida pela Dra. Maria de Fátima MeloBorges, tem como compromisso maior a excelência daespecialidade, realizando regularmente eventos científicosem conjunto com os serviços credenciados, e a valorizaçãodo título de especialista em dermatologia da SBD.

Bernardo Gontijo Chefe do Serviço de Dermatologia do

Hospital das Clínicas da UFMG

Andréa Machado Coelho RamosCoordenadora de Eventos Científicos

da SBD-MG biênio 2009-2010

Comissão organizadora do Congresso Brasileiro em BH-1999. Da esq. paradir:. Sentadas: Gláucia Viana, Ana Cláudia Soares, Maria Ester Café, AndréaMachado Coelho Ramos e Maria Antonieta Scherer. 1ª fila em pé: Ana ReginaCoelho Andrade, Marcelo Grossi, Everton Siviero, Francisco Maia, JoãoGontijo, Carlos Adolpho Pereira, Cyro Festa Neto, Bernardo Gontijo eGabriel Gontijo. Última fila: Ivan Silviano Brandão, Glaysson Tavares,Antônio Carlos Guedes, Márcio e Leonardo Neves

Marcelo Grossi, Maria Sílvia Laborne, Maria Ester Café, Jackson Machado-Pinto e Maria de Fátima Melo Borges

Equipe do Serviço de Dermatologia da Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte

Cid Ferreira Lopes Francisco Neves João Gontijo Orcanda Patrus

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20 � Jornal da SBD � Ano XIV n. 2

Muito se fala sobre os meandrosda relação da indústria farmacêuticacom as sociedades médicas. O assun-to é espinhoso e divide opiniões. É

inquestionável, porém, a importância daindústria na pesquisa clínica e na busca

de fármacos para antigas e novas doen-ças. Em seus vultosos investimentos em

pesquisa, surgem medicamentos cada vezmais eficazes. O fomento à Educação Médica

Continuada e o estímulo à produção deconhecimento médico, bem como o patrocínio de

eventos científicos, no entanto, ainda são vistos com descon-fiança por uma parte da categoria médica. A SociedadeBrasileira de Dermatologia tem mostrado que sua relaçãocom a indústria farmacêutica amadureceu, apresentandomudança de postura ao impor limites éticos necessários, massem se fechar para novas ideias e projetos. “Dermatologiapara todos”, mote da gestão de Omar Lupi, prevê a preser-vação do exercício ético na medicina e o respeito ao pacien-te. Hoje essa relação tem regras mais diretas e definidas."Temos dialogado com transparência em nossas parcerias ins-titucionais, e a indústria tem demonstrado que está mais sen-sível às nossas demandas.Vários projetos que estão surgindo

são fruto de parceria harmônica e estudada", frisa Lupi.São vários os exemplos de projetos bem-sucedidos reali-

zados pela SBD que, por intermédio da indústria, visamestreitar o contato entre pacientes e dermatologistas e con-tribuir para seu desenvolvimento profissional: ProjetoResidentes, o Doc Manager, o Tour de Prevenção ao Câncerda Pele e o quadro "Questão de Pele" no programa HappyHour do canal GNT. Este ano a Sociedade reserva outranovidade com a estreia de seu primeiro programa de rádio(ver matéria de capa). “A SBD vem ao longo dos anos apri-morando seu trabalho na difusão de conhecimento, e vemosque na atual gestão esse processo teve ganhos evidentes,como a criação da nova revista de cirurgia. A Galderma éuma das maiores apoiadoras da SBD e vê que o investimen-to nos serviços de dermatologia, na sociedade e em estudosclínicos é a melhor forma de apoiar a formação dos derma-tologistas brasileiros. Nessa condição, entende que nesta ges-tão a Sociedade tem-se fortalecido em defesa dos dermato-logistas brasileiros”, destaca Juan Carlos Gaona, presidente daGalderma no Brasil.

Mais do que dependência, a relação é vista como de par-ceria pela Johnson & Johnson. Quem tem a ganhar é omédico. "A indústria e as sociedades estão aprendendo cadavez a trabalhar juntas para atingir seus objetivos e levar a

SBD tem com a indústria farmacêutica relacionamento quepreza credibilidade e confiança

Somando forças na

dermatologia

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Jornal da SBD � Ano XIV n. 2 � 21

Doc. Manager e Projeto Residentes foram projetos instituídos em 2009 que contribuírampara o enriquecimento profissional da vida dos dermatologistas. Já o Tour de Prevenção aoCâncer da Pele, marcou a presença constante da SBD junto à sociedade e sua firme atuaçãona defesa de mais saúde para a população

informação para a população geral. Dr. Omar está sendouma peça muito importante por ter sido facilitador deações, como o Projeto Residentes.A ideia era antiga na RoCe encontrou parceiro ideal para viabilizar isso”, sublinhaMarcelo Sanglard, da Johnson & Johnson.

A La Roche-Posay, empresa que apoiou o Tour dePrevenção ao Câncer da Pele, observa que iniciativasdesse tipo assinalam o compromisso da marca com a der-matologia também no aspecto social e educativo, amplian-do a informação e a conscientização da população frenteaos riscos de exposição solar. “A gestão do Dr. Omar estátendo um espírito bastante empreendedor e de vanguar-da. O apoio à ideia do Tour, por exemplo, está muito emlinha com o projeto de dermatologia solidária que ele lan-çou em sua gestão na Regional Rio (e foi até premiadopela AAD). Ele sempre destacou a importância do reco-nhecimento, por parte da população, do dermatologistacomo o profissional especialista da pele. O mesmo proje-to de dermatologia solidária tem a proposta de democra-tizar a dermatologia”, afirma Caroline Colier, diretora damarca. Assim como Gaona, ela citou o lançamento daSurgical & Cosmetic Dermatology que, em sua opinião,“aborda temática cada vez mais frequente no consultórioe constitui mais uma oportunidade de fixar essa área deconhecimento”.

A parceria da SBD com a Aché é antiga. Foi no anopassado, porém, que a empresa criou uma franquia denegócios exclusivamente focada na dermatologia. De lá

para cá, os negócios se alicerçaram ainda mais. “Hojevemos ritmo de trabalho bastante interessante. A direto-ria da SBD tem desenvolvido programas inovadores quevisam ao aprimoramento profissional dos dermatologistase ao bem-estar da população”, ressalta Flávio Pimazoni,gerente de Grupo de Produtos da Linha Dermatológica.Mesmo entendimento tem o gerente de Relações Médicasda Germed Pharma, do Grupo EMS, Paulo Pires:“As inicia-tivas inovadoras desta gestão tornam a especialidade maisacessível ao paciente.”

Diretor-geral da Stiefel Brasil durante 17 anos, GiovaneBastos afirma que respeito e profissionalismo devemrevestir essa relação. “Esse é o posicionamento que adoteiaté 2006, quando passei o comando da Stiefel Brasil parameu sucessor. Não consigo ver a indústria de medicamen-tos sem um bom relacionamento com as sociedadesmédicas, mormente aquelas especializadas, como é o casoda dermatologia”, comenta. Estabelecer uma relação sau-dável com as sociedades médicas em que a transparênciae a ética sejam os pilares é a filosofia de trabalho da Pfizer.“Em qualquer parceria entre as sociedades médicas e aindústria quanto mais transparência, melhor. As sociedadesmais organizadas são aquelas que estabeleceram as rela-ções mais saudáveis com a indústria farmacêutica. Ter oapoio da SBD mostra não só para os médicos, mas tam-bém para os pacientes, que tudo está sendo feito demaneira ética, correta”, analisa a gerente do Grupo deProdutos, Priscilla Bottmann.

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SBD amplia ações em diferentes mídias

visando levar a dermatologia para todos

Capa

Um conjunto articulado de estratégias vem sendodesenvolvido pela SBD desde o ano passado para consoli-dar sua imagem perante a população e promover a espe-cialidade em todo o Brasil. As ações da Campanha deValorização do Dermatologista englobam projetos desucesso em quase todos os meios de comunicação: na tele-visão, com o quadro "Questão de Pele", no ar durante dois

meses no programa HappyHour, no canal GNT, na

mídia impressa, compublicações regula-

res do Jornal daSBD, Anais

1. Imagens ilustrativas: o médico poderá escolher algumasimagens que serão carregadas em sistema de rodízio

2. Selo da SBD: o médico especialista da SBD terá esse símbolo sobre a sua foto

3. Menu de navegação: o usuário poderá escolher aspáginas em que quer navegar. Haverá dois botões:“Sobre o Médico” e “Para o Público”

4. Notícias: as mais recentes publicações na grande mídiasobre os diversos temas da dermatologia, atualizadasdiariamente pela SBD

5. Breve currículo: as informações mais impor-tantes sobre o médico, escritas de forma objetiva

6. Calculadora de risco: o usuário poderá fazersimulações sobre o seu risco de desenvolver o câncer da pele.

7. Índice UV: tabela atualizada com os índices de radiaçãoultravioleta nas cidades do Brasil. O visitante poderáconsultar os dados de sua cidade, bem como os cuidadosrecomendados para proteger-se do sol

8. Página “Sobre o Médico”: o visitante, ao clicar no botão“Sobre o Médico” (item 4), será encaminhado a essapágina, que será alimentada pelo próprio médico, admi-nistrador do site, com texto e fotos

9. Menu de navegação interna: através dessas opções, ousuário encontrará informações variadas sobre o

Conheça o novo site para o sócio

Brasileiros de Dermatologia e a nova revista Surgical &Cosmetic Dermatology; e, agora, em duas novas frentes: nainternet e no rádio.

A combinação de trabalho em diversas mídias visa tor-nar a SBD o principal canal de informação na área de der-matologia. "Temos trabalhado intensamente para potenciali-zar nossa Campanha. Para isso, estamos atuando em todasas áreas conjuntamente a fim de levar a dermatologia paratodos. Com o trabalho realizado desde 2009, temos alcan-çado resultados emblemáticos", destaca o presidente daSBD, Omar Lupi. Conheça um pouco dos novos projetos dainstituição.

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Jornal da SBD � Ano XIV n. 2 � 23

Novo site da SBDIdealizado pelo coordenador do Departamento de

Mídias Eletrônicas da entidade, Aldo Toschi, o projeto dacriação do site para sócios titulares da SBD é uma das novi-dades de 2010. Hospedada na SBD, a página não terá custopara o associado, que por meio desse espaço poderá divul-gar seu trabalho. Estarão disponíveis para escolha três tiposde layout, com três páginas cada um. O desenvolvimento, amanutenção e a hospedagem ficarão por conta da SBD. Jáo médico será responsável pelo conteúdo. "Nossa ideia éinstituir um selo de qualidade digital para o associado. É umainovação interessante, interativa, fácil de usar e que tambémconquistará os pacientes. Para quem ainda não tem páginapessoal e busca divulgar informações sobre seu trabalho esua clínica, pode ser uma boa oportunidade", explica Toschi,acrescentando que o associado pode optar por criar esseespaço ou não. De acordo com o coordenador, o domínio(www.dermatosbd.org.br) visa atender exclusivamente aesse projeto (ver quadro).

Nos moldes de um blog, serão aceitas postagens defotos e textos nos tamanhos, cores e organização estipula-dos pelo usuário, de forma similar a um editor de texto dopacote Office. Segundo Samuel Peixoto, responsável pela

web da SBD, não é necessário ter conhecimentos emHTML ou outra linguagem para web. "O manuseio serábem simples. Mas ainda assim a ferramenta contará commanual para o caso de dúvidas e estará disponível tambémum serviço de suporte telefônico", afirma. Samuel explicaque, das três páginas do site, só a página "Sobre o médico”e detalhes na “inicial” serão editáveis. A maior parte da “ini-cial” e parte do conteúdo público carregarão dados do pró-prio site da SBD. O médico ainda poderá optar por não ali-mentar algum item do menu, que será automaticamenteocultado da página por falta de conteúdo. “Além disso, apágina inicial do site contará com um carimbo de especia-lista SBD sobre a foto do médico, deixando bem claro queesse é um profissional certificado pela SBD”, completa.

Os hot sites dos Serviços Credenciados da SBD tam-bém vão ganhar layouts mais modernos e endereços eletrô-nicos simplificados. Sarita Martins, futura vice-presidente,salienta: "A internet é uma arma de enorme penetraçãopara a população em geral, e nunca é demais a divulgaçãodo que os Serviços Credenciados fazem não só no campoda medicina assistencialista, como projetos de pesquisa ecursos. É também essencial que a população conheça como

médico e sua clínica10. Menu de campanhas oficiais da SBD: os ícones apontam

para as páginas das campanhas no site da SBD:“Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele”,“Tour de Prevenção ao Câncer da Pele” e “Dia Mundial da Psoríase”

11. Menu destinado ao público leigo: cada botão direciona o visitante a uma página com informaçõessobre doenças e cuidados com a pele. Os ambientes são: “Doenças da Pele”, “A pele na adolescência” e “Calculadora de risco”.

12. Botão de acesso à área administrativa do site: nesseambiente, o médico, após fazer o login, poderá editarsua foto de apresentação e o conteúdo dos itens 1,4,5,6 e 8.

Opções de layout

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CapaVisual renovado

Alterações na base de dados realizadas no ano pas-sado em parceria com a Intercraft, empresa que pres-ta serviços de informática, resultaram em um sitemédico com visual clean, moderno e fácil de navegar.

No entanto, apesar desses avanços, chegou omomento de trabalhar no site público e no portal, quepassará por reformulação ainda maior.Após reunião dediretoria, foi aprovado que a área pública será a princi-pal porta de entrada no site da SBD. Ou seja, o inter-nauta que visitar a página da SBD, terá acesso direto aosite público. A área médica, contendo o acesso aosAnais, Surgical e o Troias, estará inserida nessa página.“Uma das novidades do novo site público será a gran-de quantidade de vídeos informativos sobre doençasde pele e a possibilidade de o usuário procurar deter-minado assunto e ter ao lado outros temas relaciona-dos, podendo ser veiculados por vídeo, notícia oufotos. O site da SBD ficará muito mais atraente e fácilpara o público leigo”, destaca Samuel Peixoto. A finali-dade é melhorar sua visibilidade em comparação comos de clínicas privadas de dermatologia.

"Assim, quando o público pesquisar informaçõessobre doenças de pele no Google, a entidade aparece-rá como principal resultado. Queremos ser um portalde multimídia completo, tendo conteúdo atualizado erelevante para atrair o público leigo", frisa Aldo Toschi.Para auxiliar na empreitada, a SBD contratou um consul-tor especialista em SEO (otimização de sites), RivaldoPavanello. "Vamos tentar fazer com que o site seja maisvisível dentro da área pública. Nossa estratégia é cons-cientizar o público a procurar um médico especialista daSBD em caso de doenças", diz o consultor.

o dermatologista é formado, o número de anos que elepassa se especializando e como nossa Sociedade encara suaformação. A dermatologia vem mudando muito ao longodos anos, e mesmo colegas médicos, desconhecem todas asáreas de atuação do dermatologista. Portanto, a divulgaçãoé imprescindível não só dentro do serviço público, mastambém em toda a sociedade. Seria mais uma ação nointuito valorizar nossa especialidade." O presidente da SBD-TO, Nilo Costa, corrobora: “Por meio do hot site podemoslevar conhecimentos científicos e tirar dúvidas do públicoleigo.Além disso, é um ótimo caminho para valorizar a der-matologia e o dermatologista”.“A ideia do site é muito ade-quada, e beneficiará especialmente os dermatologistas emformação, uma vez que a dermatologia brasileira perdeumuito com novos profissionais "dermatologistas" de cursosde final de semana”, opina o presidente da RegionalRondônia, Cipriano Ferreira.

A SBD informa que apenas os Serviços Credenciados eos associados titulares quites terão o benefício do site. Nocaso de o médico se tornar inadimplente ou o serviço sedescredenciar, a página sairá do ar. As páginas que foremcriadas e consideradas abandonadas também poderão serretiradas do ar após notificação via e-mail ao médico ouserviço cadastrado. O lançamento do projeto será realiza-do em maio, durante o II Teraderm, com previsão paraentrar no ar em meados de junho.

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Jornal da SBD � Ano XIV n. 2 � 25

PPeellee eemm SSiinnttoonniiaaSaúde da pele nas rádios de todo o Brasil. Atenta para opoder de alcance das diferentes mídias e para a importân-cia de integração entre elas, a SBD aposta no lançamentode um novo projeto, desta vez no rádio. Com previsão paraestrear em maio nas emissoras do Grupo Bandeirantes, oquadro semanal sobre dermatologia vai levar educação dapele para todos os cantos do país.

O “Pele em Sintonia” está sendo desenvolvido pelaLongPlay Comunicação 360º e pelas rádios Band FM(SP), Bandeirantes AM e FM (SP), Mitsubishi FM (SP) e aBand News FM que abrange São Paulo, Rio de Janeiro,Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Por to Alegre eSalvador. “Nosso objetivo é levar a informação paratodas as faixas etárias e sociais. Todo o poder de alcan-ce da mídia deve ser direcionado como subsídios àsociedade. Nesse caso, nada melhor do que a realizaçãode um programa em uma rádio reconhecida nacional-mente e que prima por credibilidade e competência.Não tenho dúvidas de que esse será um importantecanal de esclarecimento e de estímulo ao tratamento eà prevenção de doenças de pele para todas as classessociais”, pondera Omar Lupi.

Para o publicitário da LongPlay, Sérgio Rebollo, a ação éinteressante pela prestação de serviço para a população:“O rádio é um veículo de comunicação que tem papelessencial para a democratização da informação. Nossaagência tem expertise em outros projetos do gênero eacredita no sucesso do ‘Pele em Sintonia’, que tem comoobjetivo central levar o conhecimento sobre dermatologiaem caráter nacional”.

A programação será dividida em entrevistas com noveespecialistas da SBD experts nos assuntos escolhidos, eem 45 boletins sobre o tema em pauta. “Os episódiosabordarão assuntos relacionados à dermatologia em for-mato científico, mas com linguagem de fácil compreensãopara os ouvintes. Vamos orientá-los sobre envelhecimen-

to, manchas, fotoproteção, hidratação e limpeza facial e,principalmente, reforçar a necessidade de se procurar ummédico dermatologista associado da SBD”, completa. Asentrevistas, com dois minutos de duração, irão ao ar umavez por semana; já os boletins, com um minuto cada,serão veiculados de segunda a sexta-feira, de acordo coma grade de programação de cada um dos estados men-cionados.

A viabilização conta com o apoio da Neutrogena daJohnson & Johnson. “A realização desse programa é muitoimportante, pois já está na hora de as pessoas começarema aprender a cuidar da pele. Vemos a SBD como parceiroperfeito para educar os pacientes no sentido de tratar apele com os cuidados devidos sob todos os aspectos”, dizo diretor da marca, Marcelo Sanglard.

A secretária do Departamento de Cosmiatria daSBD, Flávia Addor, par ticipará do programa responden-do a questões sobre fotoproteção recreacional.Segundo ela, difundir conhecimento de utilidade públicade maneira ética e atualizada é um ato de cidadania, epara a SBD, reitera sua responsabilidade social. “Alémdisso, firma o dermatologista como a autoridade nosassuntos de pele, cabelo e unhas para um grupo de pes-soas que eventualmente busca informação muitas vezescom a manicure ou paga consultas ao profissional erra-do, que faz mais alarde”, salienta. “Sempre acreditei quetemos de nos mobilizar junto com a sociedade, sem ata-ques ou críticas às práticas duvidosas do ponto de vistaético e técnico, mas mostrando o que é cer to, informan-do de maneira simples e constante, firmando de manei-ra digna nosso lugar na atenção à saúde e ao bem-estarda coletividade”, completa a dermatologista.

Para Sérgio Schalka, essa é uma grande oportunidadepara as classes C e D – que sofrem dificuldades na horade ir ao consultório médico – receberem informaçõesrespaldadas: “O rádio é um veículo muito utilizado poressa população, que muitas vezes não tem acesso aoconsultório médico e não recebe as instruções de formaadequada sobre a prevenção de doenças”, finaliza ele,que falará sobre fotoproteção diária.

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Viação Sampaio, em que eu embarcaria. Pode parecerabsurdo, mas, naquele momento, senti um prenúncio

de sorte ao me lembrar do notável professor Sebastiãode Almeida Prado Sampaio e do pouco que li (como leiga)sobre sua intensa participação na dermatologia brasileira.Reparei também que eu vestia uma blusa verde... Esperança.Tudo estava muito conectado.

O ônibus deu partida às 9h da manhã. Dormi atéResende.A partir desse ponto, o percurso durou quase seishoras e passou por simpáticas cidades do interior de SãoPaulo: Cachoeira Paulista, Lorena, Guaratinguetá eAparecida. Um pouco depois das 14h, desembarquei naRodoviária de Pinda. Lá me aguardavam o residente dosegundo ano do Serviço de Dermatologia da Faculdade de

A viagemestava marcadapara o dia 1o deabril, às 8h45.Trezentos quilô-metros me sepa-ravam do destinofinal, uma fazendaem Pindamonhangaba, onde eu passaria dois dias. O local abri-ga, desde 2001, o Dermacamp, único acampamento brasileirovoltado para crianças com dermatoses graves.A ansiedade eragrande. Acredito que a vida é formada pelas mais dolorosas ebelas descobertas, e conhecer aqueles pequenos seria experi-mentar uma sensação única de total esperança.

Cheguei à Rodoviária Novo Rio por volta das 8h.Aproveitei o tempo de espera para tomar um café e imagi-nar o que me aguardaria dentro de algumas horas. Na tri-lha sonora,“O sol nascerá”, de Cartola. Já na plataforma, empoucos instantes se aproximaria um ônibus azul e cinza da

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Pé na estrada rumo ao Dermacamp

Minha função como redatora do Jornal daSBD é tentar relatar os fatos de maneira maiscorreta e precisa possível, sem qualquer envol-vimento com a notícia. Contudo, no texto aseguir, a emoção não pôde ser abafada. Mais doque um relato de viagem, o que vocês vão ler éuma experiência marcante, da qual vou sempreme lembrar.A estada de dois dias em São Pauloquebrou o paradigma de que o jornalista temde ser alguém que se distancia do movimentonatural da vida. Procurei registrar, de modosimples, mas verdadeiro, tudo o que vi diantedo belo projeto da SBD voltado para criançascom doenças de pele, o Dermacamp, que hojeganha o apoio da SBD Nacional. A associaçãodos sorrisos, sons, sabores, cores e a magia dascoisas simples são elementos constantes nessaleitura. Espero que gostem.

Erika Drumond

Pé na estrada rumo ao Dermacamp

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Medicina da Universidade de Taubaté (Unitau) Diego Bet, eum dos recreadores, Gustavo. Eles me conduziram até aFazenda Flamboaiã, a poucos quilômetros de onde estáva-mos. Ao descer do carro, fui recebida pelo Dr. Samuel

Mandelbaum, idealiza-dor do Dermacamp, epor sua mulher, MariaHelena Mandelbaum,enfermeira da Sobendee responsável pela via-bilização operacional doprojeto.

Após um deliciosoalmoço caseiro, comdireito a doce de leite,foram iniciadas as apre-sentações pessoais.Cada criança tinha de

criar, por meio de um divertido código inventado por MariaHelena, um sobrenome. Os que acertavam o enigma de pri-meira recebiam aplausos e festejos. Aos poucos fui conhe-cendo cada um: Aline Alface, Laura Lichia, Felipe Feijão,Marina Mousse de Maracujá, Gustavo Guardanapo, LucasLaranjada, Emmely Espaguete,Winny Waffle... Em função docódigo secreto, minha alcunha viria a ser Erika Ervilha. Atéque combinou com a cor da blusa que vestia... Aquelesmeninos e meninas que eu acabara de conhecer eram aten-tos, sorridentes, confiantes. Entre eles, o problema dermato-lógico que os acometia era apenas um detalhe que não osimpedia de celebrar a vida.

A longa viagem não deixou ninguém cansado.Atividadeslúdicas preencheram o período da tarde. Dr. Samuel estavasempre por perto, registrando tudo com sua câmera foto-gráfica. Desenhamos, pintamos e fizemos um reconhecimen-to do acampamento: paiolzinho, pavilhão, garagem... Antesdo jantar (cheeseburger com batata frita!), recebemos Vagner

Abrangência nacional

A partir deste ano, o Dermacamp recebeu impor-tante ajuda da SBD Nacional, passando a integrar asações sociais da Sociedade no Programa DermAção.“Com o patrocínio da SBD, o Dermacamp vai expan-dir-se e levar essa experiência vitoriosa para todo opaís”, ressalta Samuel Mandelbaum. Ele aproveita paraconvocar crianças e voluntários de todo o Brasil:“Nossa ideia é também estimular a formação denúcleos Dermacamp nas capitais dos estados, treinan-do colegas dermatologistas para a realização de acam-pamentos regionais. Você, dermatologista, tambémpode fazer parte do projeto inscrevendo seu pequenopaciente ou mesmo participando dos acampamentoscomo voluntário. Nossos colegas relatam como ‘-inesquecível’ a experiência de conviver com criançastão especiais”, completa.

Jornal da SBD � Ano XIV n. 2 � 27

Amaro Padroeiro, que chegava ao acampamento dirigindoseu próprio carro (totalmente adaptado por seu irmão paraque pudesse guiá-lo) e na companhia da monitora CamilaFerreira.Vagner tem 23 anos, cursa o primeiro período deArquitetura na Unitau e é portador de epidermólise bolho-sa. “O projeto me ajudou muito a conviver com as pessoas,pois sempre fui muito retraído, demorava para me entrosar.Quando participei pela primeira vez, em 2001, vi que váriascrianças também tinham esse problema e que poderíamosviver bem numa sociedade”.

Às 22h, fomos descansar, pois o dia seguinte prome-tia. Dormi no alojamento feminino com as crianças.Emmely estava instalada no beliche ao lado. Con-versamos um pouco antes de adormecer. Despachada, amenina contou que gosta de desenhar, de ler e de tocarpiano. Com 14 anos de idade – sua primeira vez noDermacamp foi aos sete anos –, ela já pensa em cursarfaculdade de moda e confessou que as visitas ao acampa-mento contribuíram para que sua autoestima melhorasse100%: “Quase não saía de casa e costumava usar muitasroupas. Aqui aprendi a ser mais sociável e a não ter ver-gonha de mim”.

No manhã seguinte, fomos acordados por uma minibandi-nha comandada por Winny, outra monitora do Dermacamp.Foi uma farra. A animação chegou a um clímax incrivelmenteverdadeiro. Depois da cantoria, passamos protetor solar erumamos para o refeitório para tomar o café da manhã pre-parado pelas maravilhosas cozinheiras da Flamboaiã. Satisfeitose com energia de sobra, era chegada a hora de uma pausapara o hasteamento da bandeira nacional. Em seguida, maisbrincadeiras, histórias e... muita dança!

Hora do almoço. Emmely era minha companhia durantea comilança. Ao terminarmos, ela me mostrou seus dese-nhos. Lindos! “Que menina talentosa, sensível”, pensei.Descansamos um pouco antes de começar nova rodada dejogos. Enquanto isso, juntei-me a Leandro, que tocava noviolão: “Por que a gente é assim”, do Barão Vermelho. Lucase Gustavo completavam o coro.

A tarde caía, e a visita ia chegando ao fim. Naquelemomento, algumas palavras não saíam da minha cabeça: supe-ração, independência, generosidade, solidariedade, liberdade,humildade. Despedi-me. Cumprimentos calorosos em todosmarcavam um dos grandes momentos de minha vida. Deixeio acampamento perto das 16h, acompanhada de Diego, queme fez companhia até o momento do embarque.

Os pequenos passariam mais dois dias ao lado de médi-cos, residentes, enfermeiras e monitores. Hoje, parte demim se transformou. Senti que o amor prevalece nas dife-renças, sejam elas quais forem.A densidade desse sentimen-to é enorme e dilui a capacidade de qualquer tipo de pre-conceito. Fui embora com a certeza de querer ser alguémmelhor para mim e para o mundo. Fico feliz por saber queexistem dermatologistas tão empenhados em fazer o bem.A SBD tem feito a sua parte.

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Delegação brasileira é a maior do 68o Meeting da AADMais de 1.000 dermatologistas da SBD estiveram em Miami entre os dias 5 e 9 de março

Brasileiros formaram a maior delegação no 68o Encontro

Anual da Academia Norte-Americana (AAD), em Miami

Beach, no estado da Flórida (EUA), com 1.047 dermatologis-

tas. O número total de participantes apresentado pela coor-

denação também foi recorde – 19.352 pessoas entre médi-

cos, residentes, expositores e imprensa. No ano passado,

18.815 compareceram ao Meeting em São Francisco.“A par-

ticipação brasileira expressiva é algo realmente memorável e

prova que nosso dermatologista está sempre atento aos

assuntos relevantes e atuais para o engrandecimento de seu

trabalho”, frisa Paulo Cunha. Representantes de Canadá e

México ficaram logo atrás, com 301 e 280 médicos, respec-

tivamente.Assim como em 2009, foi montado um estande da

SBD em parceria com a SBCD. Uma festa de confraterniza-

ção com o apoio da empresa americana Cutera marcou o

evento.“A delegação brasileira composta de mais de mil der-

matologistas foi a maior entre todos os países, depois dos

Estados Unidos, anfitrião do evento. Doze porcento do total

veio do Brasil”, diz o presidente da SBD, Omar Lupi.

A Academia Americana deDermatologia tem hoje 16 mil

membros de mais de 100 paísesdiferentes

Os EUA lideram com 56% dos membros, e o Brasil vemlogo depois, com 12%, o equivalente a mais de 800 derma-tologistas

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Novidades do MeetingO coordenador do Depar-

tamento de Laser da SBD,Alexandre Filippo, mencionoualguns destaques apresentadosem sua área. Discussão que cha-mou sua atenção, informou, foisobre o tratamento de lesõespigmentadas: “Para começar,

devemos saber o tipo de pigmento e sua localização.A par-tir daí, definiremos o tipo de laser e o comprimento deonda que vamos utilizar. No tratamento do nevus devemosantes realizar biópsia da lesão, evitando surpresas ao trataruma lesão maligna que deveria ser retirada cirurgicamente”,justifica.

Filippo esclarece que foram lançados e apresentadosvários aparelhos para diversos tipos de tratamento facial ecorporal.“Na área facial, foi lançado o Fraxel dual com com-primento de onda de 1.927nm. O aparelho causa danomicroablativo na pele e trata os sinais do envelhecimento,principalmente as desordens pigmentares. O Arthisan tam-bém recebeu inovações, como a ponteira super G doStarlux, com mais potência de energia, associada a mais duasponteiras, a não ablativa de 1.440nm, e a ablativa, de2.940nm.” O Matrix RF – aparelho com tecnologia subabla-tiva – também ganhou evidência. “Dependendo do progra-ma utilizado, pode fazer tanto resurfacing ablativo ou nãoablativo quanto resurfacing combinado.”

Já na parte corporal, ele ressaltou a apresentação doZeltiq, com a proposta da criolipólise. “É uma tecnologianão ablativa que trata a gordura localizada por meio decongelamento. A aplicação é segura, não agride a epidermenem a derme. A sessão dura em torno de duas horas, e oresultado final é notado após 90 dias. Outro aparelho lança-do com proposta diferente das usuais para tratamento cor-poral foi o Venus freeze. Ele promove pulso magnético asso-ciado a uma radiofrequência bipolar e promove o aqueci-mento da área tratada em poucos minutos, sem risco dequeimadura da pele. Estimula a angiogênese, melhorando achegada de nutrientes e oxigênio ao tecido e estimulando aneocolagênese e a lipólise. São feitas entre seis e oito ses-sões com intervalos semanais. Ideal para tratamento da fla-

cidez, contorno corporal e celuli-te”, conclui Filippo.

A dermatologista Érica deOliveira citou os lançamentos denovas linhas de cosmecêuticos. Osprodutos desenvolvidos e queestão entrando no mercado agoratêm a capacidade de gerar corren-tes elétricas para estimular fibro-

blastos a sintetizar colágeno e elastina. Vários deles contêmzinco e cobre em veículo tópico para aplicação na pele.Os ele-

mentos permutam um elétron, gerando carga de 10mvs queestimula o fibroblasto a produzir aquelas proteínas.A aplicaçãodo gel não aquoso deve ser seguida com uso de hidratante.Aágua do hidratante é que "ativa" a "bateria de cobre de zinco",criando carga elétrica eficaz, mas que não pode ser sentidapelos pacientes. Os estudos com o uso desses produtos apon-taram aumento da elasticidade da pele (como mostrado pormedidas do cutometer), estimulando a produção de colágenopelos fibroblastos.

O mais interessante é que não ocorre penetração do pro-duto (nem do cobre nem do zinco) na pele,pois o potencial elé-trico gerado nas camadas superiores propaga célula a célula até

as camadas mais profundas.O ex-presidente da SBD,

Alberto Cox Cardoso, explicouos tratamentos de pediculose,infecções por estafilococos eestreptococos, e lesões ocasiona-das por HPV:

a) tratamento da pediculosedo couro cabeludo, problema que

afeta milhares de pessoas, principalmente crianças em todo omundo, com álcool benzílico a 5% em óleo mineral. Não éneurotóxico e tem mecanismo de ação diferente dos outrospediculocidas. O álcool benzílico não tem atividade ovicida, ouseja, capacidade para matar os ovos. Deve ser aplicado emcabelos secos por 10 minutos e depois lavado com água.Apósuma semana, deve-se repetir o tratamento. Os efeitos colate-rais são de pequena monta. Pode ser usado após os seismeses de idade em diante. Para grávidas categoria B.

b) tratamento de infecções por estafilococos e estrepto-cocos com pomada de retapamulin a 1%. Antibiótico tópicoé 32 vezes mais potente in vitro do que mupirocin contrastaphylococcus aureus. Seu uso é indicado, para adultos epacientes pediátricos com idade superior a nove meses, con-tra staphylococcus aureus (suscetíveis à meticilina) ou strepto-copccus pyogenes.

c) tratamento para lesões causadas por HPV:o medicamen-to é fabricado com polifenóis encontrados no chá-verde, ascatequinas.Tem ação antioxidativa, antiviral e propriedades imu-noestimulantes. O medicamento é constituído deSinecathequina a 15% em pomada, e o nome comercial éVeregen. Deve ser utilizado três vezes ao dia sobre lesões,

durante 16 semanas. É indicadopara pacientes de 18 anos em dian-te. Categoria C para as grávidas.

O chefe do ServiçoCredenciado da UniversidadeFederal do Ceará (UFC), JoséWilson Accioly Filho, assistiu àpalestra sobre onicomicoses porfungos filamentosos não dermató-

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fitos proferida pela professora Antonella Tosti, da Universidadede Bologna, Itália. Segundo Tosti, as onicomicoses por fungosfilamentosos não dermatófitos estão aparentemente aumen-tando em incidência. Tais fungos podem estar presentes naunha como contaminantes, comensais, colonizadores transitó-rios/persistentes, invasores subsequentes e invasores primários.Como exemplos citados pela professora estão o Scopulariopsisbrevicaulis, Fusarium oxysporum/solani, Aspergillus fumiga-tus/niger/flavus/terreus e Scytalidium dimidiatum. Tosti afirmouque o diagnóstico de onicomicose por fungos filamentosos nãodermatófitos requer correlação clínica e micológica. “Em rela-ção à clínica, vários padrões de infecção foram descritos: onico-micose subungueal proximal com inflamação periungueal, oni-comicose branca superficial extensa, onicomicose subunguealdistal com ou sem pigmentação. No que se refere ao diagnós-tico laboratorial, a Profa.Antonella recomenda que se uma pri-meira cultura revela fungo filamentoso não dermatófito, umsegundo espécimen deve ser colhido e cultivado em três pla-cas de cultivo. O diagnóstico seria confirmado pelo crescimen-to do mesmo fungo nas três placas de cultivo. As onicomico-ses por esses agentes são pouco responsivas aos antifúngicossistêmicos (em especial S.brevicaulis, Fusarium sp. e Acremoniumsp.). Assim, a combinação com tratamento tópico (esmalteungueal, avulsão química da unha) pode-se fazer necessária.

Em meio às novidades apresentadas em Miami, a respon-sável pelo Departamento de Cosmiatria da SBD, Andréia

Mateus, abordou alguns aspectosda terapêutica da rosácea, domelasma e do antienvelhecimento.

“O uso de substâncias descon-gestionantes como o Afrin (oxi-metazolina) e de anti-hipertensi-vos como a clonidina representaopções para o tratamento do flushing da rosácea.” Outra alternativa terapêutica, de acordocom Andréia, é o MDI Complex, um inibidor das metalopro-teinases presentes nos processos inflamatórios. A soja tam-bém é opção eficiente por aumentar a espessura da pele nospacientes de rosácea.

Segundo a dermatologista, atualmente está sendo realizadoestudo de um hormônio sintético injetável, conhecido comoMelanotan, que agiria no aumento da síntese da eumelaninaligando-se a um receptor MC1. “Dessa forma, seria conferidafotoproteção solar para pessoas expostas à radiação UV.Parecepromissor na prevenção do câncer da pele nos pacientes gene-ticamente predispostos e que se expõem ao sol.”

Para o tratamento do melasma, ela destaca a eficácia doácido dioico, “derivado da biofermentação do ácido oleicocujo uso tem ação clareadora efetiva e bem tolerada, sendoalternativa terapêutica com eficácia quase similar à da hidro-quinona. A vantagem é que a irritação na pele é menor”.

Contra o envelhecimento, Andréia aponta a tendência àutilização de um pool de antioxidantes pela ação sinérgica dasua associação. “No entanto, existem agora os chamadosantioxidantes globais, que atuam captando os radicais livres deorigem lipofílica e hidrofílica, como o CoffeeSkin e o Gatuline”,revela. Os antiglicantes também potencializam o efeito antien-velhecimento.“O aumento da glicose, no caso dos diabéticos,favorece a inativação do colágeno e a perda da firmeza dapele, com consequente secura e flacidez. Isso explica a atua-ção benéfica dos antiglicantes”, ressalta Andréia Mateus.

Durante o evento foi lançada a segunda edição dolivro Mucocutaneous manifestations of viral diseases, deStephen Trying, Angela Yen Moore e Omar Lupi. Aobra reúne os maiores especialistas mundiais na áreade dermatologia, incluindo capítulos sobre manifesta-ções dermatológicas nas infecções pelos vírus Ebola eMarburg Hantavírus,Arenavírus, dengue, entre outros.

Trabalhos brasileiros premiadosA Divisão de Dermatologia, da Faculdade de

Medicina de Ribeirão Preto – USP, enviou cinco resu-mos para serem apreciados pela comissão científica do68o Encontro Anual da Academia Norte-Americana(AAD) para apresentação na seção “Gross andMicroscopic Dermatology”. Dos 240 trabalhos envia-dos, quatro foram aceitos, sendo três orientados porAna Maria Roselino e o outro por Marco AndreyCipriani. As apresentações foram realizadas pelos resi-dentes de terceiro ano de dermatologia, de formaoral, em inglês, nos moldes das sessões de minicasosapresentados no Congresso Brasileiro deDermatologia, e constam no Abstract Book do evento.Eles foram os únicos brasileiros a apresentar trabalhosnessa seção.

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Nesse setor estão os profissionais que manipulam ali-mentos – fazendeiros, donas de casa, empregados domésti-cos, copeiros, ajudantes de cozinha, mas, principalmente,padeiros, doceiros, confeiteiros e cozinheiros. A indústria dealimentos já está bastante automatizada, o que não ocorrecom os restaurantes, doçarias, padarias e no lar.

Os riscos no exercício da atividade estão nos alimentosvegetais e animais, nos produtos animais (secreções, vísce-ras), nos aditivos de alimentos (preservativos, aromatizantes,emulsificantes, antioxidantes e estabilizadores), bem comono material de limpeza, isto é, água e produtos de higienee equipamentos de proteção individual (EPI).

CLÍNICAAs dermatoses ocupacionais (DO) são frequentes.

Dermatites de contato (DC) constituem as mais comuns,sendo, naturalmente, as regiões mais afetadas mãos eantebraços pelo contato com muitas substâncias, atrito eumidade.

Alice O. A. Alchorne

Profissões e dermatoses

ocupacionais no setor

gastronômicogastronômicoO trabalho na produção de alimentos temcaracterísticas próprias por envolver matérias-primasespecíficas para cada cardápio que será elaborado. Autilização de temperos, farinha e produtos de limpezapodem interagir com a pele desses trabalhadores,resultando em diversas doenças cutâneas

Dermatite de contato alérgica porprovável EPI deborracha em balconista de lanchonete

Paroníquia eoníquia candidiásicaem profissional dosetor gastronômico

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Jornal da SBD � Ano XIV n. 2 � 33

DERMATITES DE CONTATO Dermatite de contato irritativa (DCI)

É a DC mais encontrada, especialmente em padarias edoçarias. São causadas pela limpeza do ambiente e pelalavagem de alimentos e das mãos, pela umidade e por pro-dutos irritantes. São ocasionadas também por adoçantes,açúcar e aditivos de alimentos (emulsificantes, espumantes,branqueadores, corantes e aromatizantes), fermentos econdimentos. Os alimentos moídos, como as farinhas cau-sam frequentemente lesões foliculares no dorso dasmãos de padeiros. Os cozinheiros têm DCI por alimentospastosos, trigo, açúcar e frutos.

Dermatite de contato alérgica (DCA)Os alérgenos nessa categoria são os vulcanizadores da

borracha dos EPIs e os relacionados ao preparo dos alimen-tos (ácido sórbico, persulfato de amônia, peróxido de ben-zoíla – clareador de farinhas, condimentos e aditivos – aro-matizantes, corantes, conservantes e antioxidantes), bemcomo alguns legumes, verduras e frutas.

Os cozinheiros podem apresentar lesões de DCA dotipo pulpite fissurada por vegetais como alho, cebola, cebo-linha, cenoura e tomate (não permitem teste de contatopor serem irritantes), que acometem os três primeirosdedos da mão auxiliar.

Dermatite de contato fototóxica Causada geralmente por cascas de laranja e limão e pelo

leite de algumas frutas verdes, como figo e mamão.

Dermatite de contato fotoalérgicaProvocada por aipo e salsa.

Dermatite de contato vesiculosa imediataPode evoluir para lesões eczematosas de DC, causada

por endívia, chicória, tomate e alface.

Urticária de contato (UC)Podem ser imunológicas (mediadas por IgE) ou não imu-

nológicas (as prostaglandinas estão envolvidas).As imunoló-gicas podem ser desencadeadas pelo látex da borrachanatural do EPI e alimentos (peixe cru, mariscos, camarão,queijo, batata crua, condimentos, farinha e ovo).As não imu-nológicas podem ocorrer também por condimentos.

Dermatite de contato por proteínas (DCP)São reações compostas (tipo I imediata e tipo IV tar-

dia). É indistinguível da DC, e os pacientes apresentam rea-ções positivas imediatas e/ou tardias aos testes alérgicos, ouos testes podem ser negativos. Pode iniciar diretamente

como eczema ou como UC que evolui para eczema. Érestrita à área de contato e não tem tendência à cronifica-ção. Os principais responsáveis são os produtos animais(carne de mamíferos, secreções, leite, vísceras e pele); pei-xes e crustáceos; proteínas vegetais (verduras, batata, toma-te e frutas); condimentos; insetos e ácaros de grãos, semen-tes; farinhas; e enzimas.

INFECÇÕESA mais comum é a candidíase intertriginosa nas mãos

e também oníquias e paroníquias candidiásicas pelo traba-lho úmido, sendo mais frequente em diabéticos.

DISIDROSEEm padeiros ocorre por inalação de farinhas, mas pode

também ser desencadeada por contato direto (DCI eDCA).

DIAGNÓSTICO LABORATORIALSão inúmeros os testes que podem ser tentados, embo-

ra na maioria das vezes pouco possam ajudar. Na DCPtodos os testes abaixo têm indicação.

Testes de contato com a bateria-padrão -Recomendados para DCA. Na pele sã poderão ser negati-vos. Podem ser feitas várias leituras em tempos diferentes.

Teste de contato aberto - Utilizado para DCA.

Teste de contato de uso - Empregado também paraDCA.

Prick teste - Feito com cuidado com alérgenos estandar-dizados comerciais. Empregado para UC.

Prick-Prick - Usado com cuidado para frutas e legumes(pica o alimento e em seguida a pele do paciente).Tambémé usado para urticária.

Teste de escoriação - Utilizado com cuidado para antí-genos não estandardizados e também recomendado para UC.

Rast (pesquisa de IgE específica no soro) - Teste invitro para alergia imediata, sem riscos. É pouco sensível.

Provas de ingestão de alimentos - Podem ser negati-vas pelo cozimento e ação dos sucos digestivos.

TRATAMENTO E PREVENÇÃOA exclusão do manuseio do alimento alergênico usualmente

leva à rápida resolução do quadro. É indicado o uso de EPI

adequado e de emolientes para evitar a DCI. Como medicamentos

tópicos, corticosteroides ou imunomoduladores inibidores da

calcineurina (tracolimo e pimecrolimo) em cremes ou pomadas

podem ser necessários. Raramente há necessidade de

corticosteroides sistêmicos, antibióticos tópicos e/ou sistêmicos,

anti-histamínicos sedantes para o prurido e, mais raramente ainda,

de outras terapêuticas como fototerapia, ciclosporina e

alitretinoína.

Dermatite de contato fototóxicapor limão emprofissional dosetor gastronômico

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Jornal da SBD � Ano XIV n. 2 � 35

As ações junto ao MEC iniciadas pela SBD em mea-dos de 2009 em parceria com a Sociedade Brasileira deCirurgia Plástica (SBCP) e a Associação Médica Brasileira(AMB) para a revisão da atual política de ensino supe-rior na área de saúde começam a sur tir resultados. Emreunião com o diretor de Regulação e Supervisão daEducação Superior do Ministério da Educação (MEC),Paulo Wollinger, e o deputado federal e ex-presidenteda AMB, Eleuses Paiva, a entidade mostrou sua preocu-pação em relação aos cursos de pós-graduação latosensu aprovados pelo MEC com carga horária inferior àoferecida pela residência médica em dermatologia.“Desde o início de nossa gestão, estamos atentos às soli-citações de nossos associados quanto ao posicionamen-to da SBD frente à avalancha de cursos de pós-gradua-ção em dermatologia que se instala no país com cargahorária insuficiente (360 horas) para formar com exce-lência um dermatologista”, diz Emerson de AndradeLima, segundo secretário da SBD.

Um ano depois, desde a visita das entidades médicas, oresultado é muito promissor: nenhum curso de pós-gradua-

ção em dermatologia foi credenciado, e osque haviam sido, estão sendo revistos.“Essaé uma conquista histórica para a SBD e éa prova de que estamos vigilantes e dispos-tos a defender ações que valorizem nossacategoria”, ressalta Emerson. O diretor deRegulação e Supervisão de EducaçãoSuperior do MEC, Paulo Wollinger, afirmou por e-mail que“o Conselho Nacional de Educação está revendo as normassobre especialização e credenciamento de instituições, e asinstituições credenciadas estão passando por recredencia-mento em que ou as normas gerais são aplicadas ou a ins-tituição é descredenciada”.

A SBD passará a ter função fiscalizadora para tentar coi-bir a proliferação de cursos de especialização não reconhe-cidos pelas sociedades médicas avalizadas pela AMB e oCFM. “Hoje mais do que nunca contamos com a colabora-ção dos nossos associados. Ao presenciar irregularidades,nos informem. Só dessa forma poderemos encaminhar adenúncia ao MEC e obter da instituição alguma ação com origor necessário”, frisa Emerson de Andrade.

SBD conquista importante compromisso juntoao Ministério da Educação

MEC não credencia instituições para pós-graduação lato sensu desde

encontro com a entidade no ano passado

Summer MeetingO professor e responsável pelo Departamento de

Dermatologia da Universidade de Roma Tor Vergata, SergioChimenti, foi convidado pessoalmente por Paulo Cunhadurante a última reunião do Winter Academy ofDermatology, ocorrida em abril, em St. Moritz e Pontresina,na Suíça: “Gostaria de expressar meu agradecimento pelogentil convite feito pelo Prof. Paulo Cunha para o 1st SummerMeeting of Dermatology Brazil 2010.A ideia da SBD de pro-mover um encontro internacional em conjunto com a WorldHealth Academy é excelente”, afirmou por e-mail.

Parabenizo a postura da nossa Sociedade emrelação à participação de dermatologistas em cursosde medicina estética e afins, e acrescento que a SBDdeveria restringir nossos cursos e congressos apenasaos sócios e residentes.

Carlos Roberto Castro Alves - Bahia

Esta seção está aberta para receber opiniões, sugestões, elogios e críticas dos leitores do

Jornal da SBD. Mande seu e-mail para [email protected]

Painel do leitor

Emerson de Andrade

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Jornal da SBD � Ano XIV n. 2 � 37

Assuntos exóticos e pitorescos

estudante de biologia na época, entusiasmou-se e, de supe-tão, subiu na beirada do barco e, achando que puxaria umafila de mergulhadores, caiu de cabeça nas águas do lago.

O olhar esbugalhado do barqueiro nos disse tudo,enquanto gritava:

– Lagoa de coceira, cauxi, lagoa de coceira! Nosso amigo subiu no barco assustado, mas nada havia atrás

dele. O barqueiro teve que explicar todo o seu desespero, e foiassim que fiquei sabendo das nuvens de cauxi, que ficam suspen-sas na água e penetram a pele, causando dermatite extrema-mente pruriginosa no corpo todo e que pode até cegar quan-do entra nos olhos. Perigo oculto, segredos amazônicos...

Mas o que é o cauxi? São esponjas, do mesmo grupo dasesponjas marinhas (que também provocam dermatites), sóque em habitantes de rios e lagos. Elas se fixam em ramossubmersos de árvores e apresentam em sua superfície espí-culas afiadas que se destacam e ficam em suspensão na água.Quem se refresca em lagoas e igarapés em que elas estãopresentes em grande quantidade (na maioria das vezes, turis-tas) vai lembrar-se do passeio por um bom tempo. Os cauxisexistem em todo o Brasil e são comuns também em lagoasde cerrados, nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Portanto, não são apenas bichos grandes, jacarés, sucurise arraias que povoam o imaginário e a realidade dos povosribeirinhos. Agulhas microscópicas também têm de serconhecidas pelos dermatologistas, que estão sempre cor-rendo o risco de receber a chamada “dermatite da segun-da-feira”, ou seja, a evolução de uma dermatite aguda quefoi atendida em algum pronto-socorro, e que terá aspectodiferente quando examinada por nós. O cauxi se inicia exi-bindo pápulas urticariformes, mas terá sido apaixonada-mente coçado e só será diagnosticado por meio da histó-ria, se você se lembrar dessa outra contada aqui...

Cauxi, a esponja de água doce

Nadar em igarapés e nos lagos da Amazônia é sempreuma tentação. O tórrido clima equatorial nos deixa suaren-tos e mal-humorados, e quando os barcos passam porcrianças se divertindo nas veias daquele mundo de águas, dáuma inveja danada... Por outro lado, eu não entro na águanaquela região. Entrei uma vez, no rio Negro, por conta deum passeio com o Sinésio, lá em Manaus. Foi bacana, nãoaconteceu nada de anormal, mas é difícil não lembrar dasarraias semienterradas nas águas rasas das praias arenosas(ai de quem pisar!), das piranhas (que raramente atacam,mas estão lá), dos jacarés e até do candiru, um bagrinhodanado que entra no canal da uretra de gente, por ser atraí-do pelo cheiro de amônia. Claro, todos esses acidentes sãoraros (ferroadas de arraias não são tanto assim), mas cuida-do e caldo de galinha nunca fizeram mal para ninguém,como minha sábia mãe me fez aprender.

Perigos reais, mas não muito fáceis de perceber. Eu ficono barco... Só que, ainda pior, existem perigos invisíveis. Háuns dez anos, em uma viagem para a Amazônia, estávamosem um barco com piloto em um pequeno lago ao lado dorio Negro. Naquele tempo, eu pouco sabia sobre os peri-gos das escuras águas amazônicas, mas também nãodemonstrava nenhum entusiasmo em nadar lá. Um colega,

Também conhecida como cauixi, pó-de-mico da água ecoceira da água, o cauxi é usado como aditivo misturadoao barro nas cerâmicas da Amazônia. Causadoras dedermatites graves, essas esponjas podem atéprovocar a cegueira

PPoorr VViiddaall HHaaddddaadd

CuriosidadeO cauxi pode ser utilizado

para produzir desde tijolos atéchips de computador. Na cul-tura da região amazônica, éconsiderado a base para arte-sanatos em cerâmica. Outrafunção interessante, de cunhoantropológico, é que, comocada esponja tem suas espículaspróprias, é possível identificá-lapelas espículas presentes nacerâmica indígena, incluindo amarajoara.

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Grandes Mulheres da Humanidade

da primeira-dama provocou mudança repentina na políticacontrolada pelo marido. Durante um comício em que ocasal estava presente, uma multidão clamava a favor de umachapa eleitoral composta por Juan Perón, presidente, e Evita,vice.A primeira-dama, porém, enfrentava um problema pes-soal com o aparecimento de um câncer de útero. O rela-cionamento do casal mais prestigioso da Argentina tambémentrou em crise quando Juan começou a temer a ascensãopolítica de Evita. Esses dois motivos fizeram-na recusar o"convite" feito pelo povo.

Sua última aparição pública foi em 4 de junho de 1952,na posse do marido para o segundo mandato como presi-dente da Argentina. Um mês depois, aos 33 anos, ela mor-reria. Seu corpo ficou exposto à visitação pública, masdurante o golpe de Estado que derrubou Perón, em 1955,foi sequestrado e enterrado em Milão, na Itália. Em 1971, ocorpo foi exumado e devolvido a Perón, que vivia exiladoem Madri. Com a morte de Evita, as possibilidades de pre-servação do peronismo foram por terra. Seu legado na polí-tica argentina, porém, será eterno.

Curiosidades� Já como presidente da Argentina, Perón realizou

viagem oficial de três meses ao lado da mulher. O casal visi-tou Espanha, Itália, Portugal, França, Suíça, Mônaco, Uruguaie Brasil.� Evita fez uma grande campanha a favor do voto

feminino na Argentina. Foi dela o primeiro título eleitoralexpedido. Com a lei aprovada, em 1951, mais de quatromilhões de mulheres foram às urnas pela primeira vez e aju-daram a reeleição de Perón.

Evita, a mulher quecativou multidões

Num período de sete anos, a primeira-dama saiu da total obscuridade e conheceu o absoluto apogeu pessoal e político

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María Eva Duarte, caçula de cinco irmãos, nasceu em 7de maio de 1919, em Los Toldos, município da província deSalta, na Argentina. Aos 15 anos foi para a capital em buscado estrelato. Entrou para a Companhia Argentina deComédias e estreou no teatro em 1935. Nos anos poste-riores, trabalhou no cinema e no rádio. Em 1939, firmou-secomo estrela de rádio-novela encarnando as mesmas heroí-nas que serviram de inspiração para seus sonhos artísticos.Quatro anos depois, um terremoto atingiu a cidade de SanJuan, que dependeu da ajuda do governo para se recuperardo terrível desastre. Um grupo de artistas foi mandado paraa região a fim de arrecadar fundos para as vítimas. Na opor-tunidade, Eva conheceu o secretário do Ministério doTrabalho, Juan Domingo Perón. Os dois se casaram em1945, e ela abandonou a carreira artística.

Juan chegou à presidência da Argentina no ano seguin-te. Em 1948, Eva criou fundação com seu nome, sustenta-da por doações e passou a lutar pela causa das mulherese dos mais pobres. Uma fila enorme de desprovidos lhedirigia os mais diversos pedidos de ajuda. Evita, como opovo a batizou, os atendia pessoalmente. Tinha rotina detrabalho de 18 horas por dia. Distribuía livros, peças deroupas, máquinas de costura e alimentos para mulheresdesempregadas e que precisavam sustentar a família. Isso atornou popular entre as classes baixas, mas, também,rechaçada pela elite, que reprovava o discurso populistado casal Perón. Muitas vezes foi confundida com militantede esquerda, embora nunca o tenha sido e refutasse, aliás,esse rótulo.

Em 1947, Evita fundou o Partido Peronista Femininoexercendo seus inflamados discursos populistas. A ascensão

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A 30a edição do tradicional Curso Prático deDermatopatologia Tropical e Meio Ambiente foi realizada esteano em conjunto com três outros eventos: o III Simpósio deDoenças Infecciosas e Parasitárias, o IV Simpósio Nacional deDoenças Sexualmente Transmissíveis e o IV Simpósio Nacionalde Hanseníase. Durante dois dias, cerca de 300 dermatologis-tas de várias regiões do país se atualizaram sobre doençascomo leishmaniose, hanseníase, DSTs, micoses superficiais eprofundas, além de aprimorar os conhecimentos da incidênciade moléstias dermatológicas parasitárias por todo o Brasil.Aspectos essenciais de diagnóstico, terapêutica e avanços cien-tíficos foram debatidos por especialistas no assunto. O encon-tro ocorreu em março, na cidade de São Paulo.

"O nível das aulas foi excelente, e o comentário dosalunos, semelhante. As principais moléstias tropicais foramdebatidas: leishmaniose, hanseníase, DSTs, Aids, doença deLyme, sarna, piolhos, larva migrans, dermatites provocadaspelo contato com insetos, reações tóxicas por picadas, aci-dentes por animais aquáticos e fogo selvagem. Tivemos aapresentação de vários casos clínicos de forma didática. Aplateia era em sua maioria composta por jovens. Os profes-sores do curso foram unânimes em ressaltar o importantepapel do Dr. Omar Lupi, para que o curso voltasse a fazerparte do calendário oficial de eventos oficiais da SBD", disseAlberto Cox Cardoso, um dos coordenadores ao lado deSinésio Talhari e Vidal Haddad.

Departamentos

O Departamento de Alergia e DermatosesOcupacionais, coordenado por Alice Alchorne, está organi-zando cursos itinerantes em nove regionais da SBD entreabril e novembro deste ano. As aulas têm o apoio institu-cional da SBD e científico do Departamento de Alergia eDermatoses Ocupacionais, e serão ministradas por mem-bros ou convidados do Departamento e por dermatologis-tas que receberem convites das regionais. A primeiraregional a receber o curso foi a do Rio Grande do Sul, em

SBD Nacional realiza o XXX Curso de

Dermatopatologia Tropical e Meio Ambiente

Em ação inédita, os departamentos de Doenças Infecciosas e Parasitárias,Doenças

Sexualmente Transmissíveis e Hanseníase se unem para participar do curso

O curso foi uma grande oportunidade de reciclagem e atu-alização profissional. "Este foi o primeiro ano em que desen-volvemos essa ação conjunta com os departamentos DoençasInfecciosas e Parasitárias, Doenças Sexualmente Transmissíveise Hanseníase. Os simpósios foram de alto nível científico.Contamos com a presença maciça de dermatologistas durantetodo o curso", revela Dilhermando Calil, coordenador doDepartamento de Doenças Infecciosas e Parasitárias.

Para Vidal Haddad, a grande vantagem de eventos dessetipo é a atualização real sobre aquelas doenças. "A impressãoque tivemos foi de que, pela primeira vez, houve um espaçoreal destinado ao estudo dessas importantes doenças. Achoque a iniciativa deve ser mantida, pois, se dessa vez o encon-tro foi em São Paulo, o destino da reunião é passar porregionais distantes e levar conhecimentos também para alémdos grandes centros", reforça.

A última edição do curso de Dermatopatologia Tropical eMeio Ambiente ocorreu em Botucatu (SP), há três anos, e foirealizada pelos departamentos de Micologia,Doenças Infecciosase Parasitárias, Hanseníase e Doenças Bolhosas da SBD.

Departamento de Alergia e Dermatoses Ocupacionais

10 de abril.As próximas contempladas serão a Regional-DF(12 de junho), Pará (18 e 19 de junho), Sergipe (9 e 10 dejulho), Goiás (20 de agosto), Paraná (28 de agosto), Piauí(15 e 16 de outubro), Bahia (6 de novembro) e EspíritoSanto (20 de novembro). "O conteúdo foi preparado comesmero e dedicação. Nosso objetivo é oferecer aperfeiçoa-mento e treinamento para nossos associados para que elesagreguem em sua atividade prática o máximo de conheci-mentos transmitidos", afirma Alice Alchorne.

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Paraná Rio de Janeiro

Pará Pernambuco

Ceará

Regionais

Alagoas

Goiás

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� CearáNo último dia 27 de março, a Regional Ceará promoveu seu

fórum de Cosmiatria com a participação de mais de 70associados. O segundo secretário da SBD, Emerson de AndradeLima, ofereceu palestra e curso prático com a projeçãosimultânea de correção de cicatrizes de acne. O presidente daRegional CE, René Diogenes, aproveitou o momento para lançaro Movimento de Valorização do Dermatologista local. Aspalestras, de excelente nível científico, foram moderadas porÉrica Holanda, que encerrou o evento lembrando a importânciade pertencer a uma entidade que preza o aprimoramento deseus integrantes.

A XXIX Jornada Norte-Nordeste de Dermatologia serárealizada em Maceió, de 28 a 30 de outubro. Participarão do eventoespecialistas e mestres que levarão ensinamentos e atualizações detemas de grande relevância para a prática profissional. “Nossajornada será um grande fórum de discussão e aprendizado,oportunidade ímpar para promover nosso crescimento científicointegrado aos aspectos éticos e sociais”, enfatiza o presidente daRegional AL, Everson José dos Santos Leite.

Para marcar o Dia Mundial da Psoríase, em 29 de outubro,haverá um encontro de especialistas e pacientes em que serão

� Alagoasprestados serviços de esclarecimento aos portadores da doença.O lançamento oficial do Dia da Psoríase da SBD se dará durantea Jornada Norte-Nordeste. “Queremos prestigiar o nordeste e aRegional Alagoas, na figura do Everson, um presidente de regionalparticipativo e engajado”, ressalta Omar Lupi, presidente da SBD.

O maior evento científico da especialidade nas regiõesNorte e Nordeste também dividirá espaço com a V JornadaAlagoana de Dermatologia. “Isso multiplicará nossaresponsabilidade para realizar um acontecimento de sucesso”,complementa Everson Leite. A comissão científica temelaborado programa que contemplará os diferentes campos dadermatologia. Segundo Everson Leite, serão nove módulostemáticos, totalizando 32 palestras, duas sessões especiais(dicas dermatológicas e melhores casos clínicos), duasconferências, um simpósio-satélite e vários cursos práticos, dosquais dois serão em videoaula.

A Jornada Sul-Brasileira de Dermatologia ocorreu de 29 deabril a 1o de maio, no Estação Embratel Convention Center, emCuritiba, Paraná. Cerca de 400 participantes compareceram à 19a

edição do evento e usufruíram de excelentes momentos deaprimoramento e de troca de experiências. O grande atrativo daprogramação foi o painel de procedimentos ao vivo, coordenadopelos dermatologistas Ricardo Shiratsu (SP) e Carlos RobertoAntônio (SP), além das paranaenses, Luciana Esmanhoto, KarinHelmer e Sineida Ferreira. Os 20 procedimentos práticosofereceram novidades nas áreas de preenchimentos, toxinabotulínica, peeling de fenol modificado, laser e outras tecnologias.Entre os palestrantes convidados, estavam o presidente da SBD,Omar Lupi,Artur Duarte,Tânia Cestari, Célia Kalil, Denise Steiner,

� Paraná Renan Bonamigo, além de váriosdestaques do Paraná. Represen-tantes do CRM e CFM tambémcompareceram ao evento eressaltaram a importância decuidados éticos na relação médico/paciente.

O presidente da SBD-PR, Carlos Augusto Bastos, encerrou acerimônia com a tradicional entrega do símbolo do evento aorepresentante da SBD-SC, que sediará a próxima versão, em 2012.O sucesso da Jornada Sul-Brasileira deste ano, antecipa a excelênciada Jornada Nacional de Cosmiatria e Laser de 2010 a ser realizadaem Curitiba, dos dias 4 a 6 de novembro. "Há muito tempo não viauma jornada tão bem organizada e conteúdo científico tão completo.Bastos e sua equipe estão de parabéns", destaca Omar Lupi.

Emerson de Andrade ladeado de Érica Holanda, René Diogenes e integrantes de sua diretoria

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Em comemoração ao Dia Mundial da Saúde, aprefeitura de Goiânia realizou de 7 a 11 de abril, noParque Flamboyant, o projeto “Goiânia Vive comSaúde”, com ações de conscientização sobre aprevenção de doenças: A SBD-GO participou doprojeto por meio de um VT exibido na televisãodurante toda a semana, orientando a população autilizar o filtro solar durante todo o ano. “Durante osdias 10 e 11 de abril, distribuímos folhetosexplicativos e contratamos dois atores que,caracterizados de filtro solar, abordavam as pessoasde modo informal e diver tido, explicando aimportância do protetor e realizando sua aplicação.Pessoas de todas as idades acompanharam ecompreenderam a valor do uso diário do filtro solarao longo de todo ano”, relata a presidente da SBD-GO, Marilene Silvestre.

Regionais

“Para não sentir na pele, não pense duas vezes. Procure sempreum médico dermatologista", esse é o tema da campanha doMovimento de Valorização do Dermatologista, promovida pelaRegional Pernambuco. Em toda a região metropolitana do Recife,estão sendo colocados outdoors e distribuídos panfletos educativosem clínicas e consultórios médicos, com a finalidade de orientar apopulação sobre as funções do especialista e a importância deprocurar os dermatologistas habilitados para cuidar das doenças depele, unhas e cabelo.

A campanha se estenderá pelo ano inteiro. Segundo o presidente daSBD-PE, Sérgio Palma, um dos objetivos é alertar a população nosentido de procurar o dermatologista quando quiser realizartratamentos estéticos, a exemplo de aplicação de ácidos, peelings na facee no corpo, preenchimentos para tratar rugas, aplicação de toxinabotulínica, uso de Laser para depilação e rejuvenescimento, entre outros.

Pernambuco IIA Regional Pernambuco vai promover de 9 a 12 de outubro a XIX

Jornada Pernambucana de Dermatologia. O evento será realizado emum ecorresort no Cabo de Santo Agostinho, município com inúmerasreservas ecológicas, monumentos históricos e algumas das praias maisfrequentadas do Brasil. O encontro científico reunirá experts do paíse de Pernambuco para discussão de temas atuais da dermatologiaclínica, cosmiátrica e cirúrgica. “Convidamos os dermatologistas deoutros estados para participar conosco e desfrutar a tradicionalhospitalidade pernambucana”, frisa o presidente da SBD-PE, SérgioPalma.

No dia 27 de março, durante a reunião mensal daRegional PA, aconteceu o Simpósio de Psoríase, com apresença de Gladys Martins, dermatologista de Brasília. Aotodo, 44 associados participaram do encontro que abordoutratamentos tópicos e sistêmicos e na infância.

Durante o 5o DermaRio,realizado nos dias 26 e 27 de marçono Centro de ConvençõesSulAmérica, a SBD-RJ prestouhomenagem a René Garrido Nevespor suas grandes contribuições àdermatologia carioca e nacional. Naocasião, o presidente da Regional,Carlos Barcauí, entregou-lhe placa

comemorativa. O momento foi de grande emoção para ospresentes. René Garrido foi presidente da SBD (87-88), da RegionalFluminense (71 e 93), além de professor titular de dermatologia daUniversidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade Federal doRio de Janeiro (UFRJ).

� Rio de Janeiro

� Pernambuco � Goiás

� Pará

Marilene Silvestre, presidente da SBD-GO, e dois atores caracterizados de filtro solar

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Serviços Credenciados

� Universidade Federal de Ciências da Saúde dePorto Alegre

O Serviço de Dermatologia da Universidade Federal deCiências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) promove nosdias 11 e 12 de junho sua IV Jornada Dermatológica. Naabertura, voltada para a comunidade em geral, haverá deba-te sobre hanseníase e literatura com o médico, escritor daAcademia Brasileira de Letras e ex-professor da UFCSPA,Moacyr Scliar. A Jornada contará também com a presençada professora da Universidade de Brasília (UnB) e editora-chefe dos Anais Brasileiros de Dermatologia (ABD), IzeldaCosta. Dermatopediatria, doenças sexualmente transmissí-veis, atualização terapêutica e casos clínicos serão os princi-pais temas abordados no evento.

Informações adicionais podem ser obtidas no site doServiço pelo endereço eletrônico: http://dermatologia.ufcs-pa.edu.

� Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicinada USP de Ribeirão Preto

Cento e setenta e oito pessoas participaram da 134a

Jornada Dermatológica Paulista realizada nos dias 26 e27 de março no Hospital das Clínicas da Faculdade deMedicina da USP de Ribeirão Preto. Organizado pelaSBD-RESP e pela Divisão de Dermatologia doDepartamento de Clínica Médica da FMRP/USP, o cursoteve a finalidade de promover a Educação MédicaContinuada e a reciclagem profissional dos especialistas.Foram abordados temas de atualização, além da observa-ção e a discussão dos casos clínicos no tradicional forma-to da jornada na especialidade. Na ocasião, também foipromovido o 3o Curso de Educação Médica Continuadaem Dermatologia (CEMC-D). "Queremos deixar regis-trado nosso agradecimento a todos que participaramdos eventos. Sabemos o quanto é importante apresentaro que há de mais novo em conhecimentos aos recém-

formados, residentes e dermatologistas", ressalta AnaMaria Roselino, que recentemente assumiu a chefia doServiço de Dermatologia da USP-Ribeirão.

� Faculdade de Medicina da Universidade deSão Paulo (FMUSP)Cyro Festa Neto é o novo professor titular do

Departamento de Dermatologia da Faculdade deMedicina da Universidade de São Paulo. O concursofoi realizado nos dias 15 e 16 de março, e os candida-tos submetidos ao julgamento dos títulos (memorial),prova oral de erudição e prova pública de arguição domemorial. Fizeram parte da banca os professoresEvandro Rivitti, Antonio Alci Barone, Luiz HenriqueCamargo Paschoal, Ney Romitti e Lúcio Bakos.

� Hospital Universitário de BrasíliaPacientes de leishmaniose e profissionais da área presenciaram

a criação da Associação Brasiliense de Leishmaniose (Ableish) noHospital Universitário de Brasília (HUB), em novembro do anopassado. Por voto, foram eleitos: presidente:Ana Eloisa Bertolaccinide Souza (paciente); vice-presidente: Francisco da Chagas PereiraSoares (paciente); tesoureira: Maria Aparecida Gomes (assistentesocial); diretora de Comunicação: Jorgeth Carneiro de OliveiraMotta (médica); diretora técnica: Raimunda Nonata RibeiroSampaio (médica); secretário: Leandro Correa Machado (acadêmi-co de medicina). “A Ableish tem como principais objetivos amelhoria da qualidade de vida dos portadores de leishmaniose,especialmente na dimensão pessoal, familiar, profissional e social,além de cooperar no desenvolvimento de pesquisas que visemproporcionar novas oportunidades no tratamento de leishmanio-se e no aperfeiçoamento dos tratamentos atualmente existentes”,explica Raimunda Nonata.

Direção executiva e Conselho Fiscal da Ableish, criada no HUB-UnB

Da esq. para dir. Cyro Festa Neto, Luiz Henrique Paschoal, Lúcio Bakos, Evandro Rivitti,Antonio Barone e Ney Romitti

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Errata

O chefe do Serviço do Hospital do ServidorPúblico Municipal de São Paulo é Nilton Di Chiacchio,ao contrário do que foi publicado na matéria "SBDcria comissão para estudar condição de ensino dacirurgia dermatológica no país", página 17, da ediçãonúmero 1. A dermatologista Susana Wu faz parte doDepar tamento de Alergia Dermatológica eDermatoses Ocupacionais.

44 � Jornal da SBD � Ano XIV n. 2

� Faculdade de Medicina do ABC (FMABC)Professor adjunto da disciplina de dermatologia, Carlos

Machado Filho é o mais novo livre docente da Faculdade deMedicina do ABC. O médico prestou concurso em abril e foiaprovado ao apresentar a aula “Experiência de um quarto deséculo na cirurgia do vitiligo”. A banca examinadora foi presi-dida por Luiz Henrique Camargo Paschoal e composta pelosmembros titulares Caio Parente Barbosa, Celso Ferreira,Evandro Rivitti e José Eduardo Costa Martins. Com 25 anosde estudos na área de vitiligo, Carlos Machado é um dos pou-cos dermatologistas brasileiros com experiência em transplan-te de pele para pacientes com a doença e traz no currículomais de 500 casos de pacientes transplantados com sucesso.

� Faleceu no dia 1o de abril, na cidade de São Bentodo Sapucaí, São Paulo, Nelson Lamy, cuja expressivatrajetória profissional foi marcada pela colaboraçãoativa no desenvolvimento da dermatologia brasileira.Nelson integrou a primeira turma de pós-graduaçãoem dermatologia da Policlínica Geral do Rio de Janeiro(PGRJ), ao lado de nomes como o de René Garrido

Neves (ex-presidente da SBD) e Ney Romiti. Na década de1970, foi presidente do Conselho Regional de Medicina doEstado do Rio de Janeiro (Cremerj), presidindo, nessa

� Instituto de Pós-Graduação Médica CarlosChagas (IPGMCC) e Policlínica Geral do Rio deJaneiro (PGRJ)

O presidente da SBD, Omar Lupi, é o novo professortitular de dermatologia do Instituto de Pós-GraduaçãoMédica Carlos Chagas (IPGMCC) e da Policlínica Geraldo Rio de Janeiro (PGRJ). A cerimônia de posse foi rea-lizada no dia 16 de abril no auditório da IPGMCC. Naoportunidade, recebeu homenagem o ex-presidente daSBD-RJ, Marcius Achimé Peryassú, que por mais de 25anos foi professor titular em ambas as instituições.“Como mais um membro dessa longa cadeia dos quederam seu trabalho e suor pela instituição, quero dizerque é uma grande responsabilidade receber nomeação.Espero estar à altura do trabalho que o Prof. Peryassúdesenvolveu durante todos esses anos na Policlínica eque possamos no futuro ter novamente um períodoáureo em nossa instituição", analisa Omar Lupi que háum ano foi indicado por Peryassú para a chefia doServiço da Policlínica. Nos últimos 12 meses, foi iniciada

Serviços Credenciados

Notas de falecimento

intensa recuperação do serviço que, mediante recenteavaliação da SBD, teve suas vagas ampliadas. O trabalho deLupi na Policlínica teve início em 1995, e, desde então,foram 15 anos de reestruturação do corpo clínico com avinda de novos professores e adequação do conteúdoprogramático.

Fundada em 10 de dezembro de 1881 e inaugurada em28 de junho do ano seguinte, a PGRJ foi o segundo serviçode dermatologia do Brasil e primeiro do Rio de Janeiro.

época, a Regional Fluminense da SBD e o Serviço Nacionalde Lepra, órgão pertencente ao Departamento Nacionalde Saúde, hoje Ministério da Saúde, este último durante trêsanos.

� A vice-presidente da SBD-BA, Maria de Lourdes LeiteLopes, faleceu no dia 1o de maio.A dermatologista era casa-da com o cirurgião Dário Lopes, com quem teve duas filhas,Marina e Luiza. Maria de Lourdes trabalhava na Clínica SanLazzaro e no Hospital Aristides Maltez.

O presidente da SBD, Omar Lupi, ladeado do atual presidente daAcademia Nacional de Medicina (ANM), Pietro Novellino,e do ex-presidente da ANM, Omar Rosa Santos