jornal da pesca nº 004

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Achigã Como capturar bons exemplares no Outono PÁG. 18 CamPanha Tmn - FaLE GRÁTIS COm a VEGa E O JORnaL Da PESCa À Pesca: marlin nas Canarias > Sábado 31 de Julho às 22h00 no Canal Caça e Pesca 4 Setembro 2010 . Ano I | [email protected] Reportagem Campeões nacio nais procuram revalidar titulo Carpfishing em alicante > Quarta-feira 7 de Outubro às 21h00 no Canal Caça e Pesca Canas de Jigging, pescar no limite Jigging PÁG. 10 EmbArcAdA PÁG. 12 (PÁG. 18) Construído a pensar na versatilidade este é um semi-rígido capaz de dar resposta às necessidades da prática de um conjunto de actividades náuticas. Informática e Comunicações, Lda. J ornal B imestral | G ratuito | P ortuGal | D irector : V irGílio m achaDo barcos > sEarIb´s compEtição Portugal campeão da Europa (PÁG. 15) Jó Pinto volta a revelar alguns conselhos para quem pesca fundo (PÁG. 14) PÁG. 22

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Campeões Nacionais - Jigging - Achigã no Outono - Competição

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Page 1: Jornal da Pesca Nº 004

AchigãComo capturar bons exemplares

no Outono

PÁG. 18

CamPanha Tmn - FaLE GRÁTIS COm a VEGa E O JORnaL Da PESCa

À Pesca: marlin nas Canarias> Sábado 31 de Julho às 22h00 no Canal Caça e Pesca

nº 4 Setembro 2010 . Ano I | [email protected]

Reportagem Campeões nacionais procuram revalidar titulo

Carpfishing em alicante> Quarta-feira 7 de Outubro às 21h00 no Canal Caça e Pesca

Canas de Jigging, pescar no limiteJigging

PÁG. 10

EmbArcAdA

PÁG. 12

(PÁG. 18)

Construído a pensar na versatilidade este é um semi-rígido capaz de dar resposta às necessidades da prática de um conjunto

de actividades náuticas.

Info

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Comunica

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Jo r n a l Bi m e s t r a l | Gr at u i to | Po rt u G a l | Di r e c to r: Vi r G í l i o ma c h a D o

barcos > sEarIb´s

compEtiçãoPortugal campeão da Europa

(PÁG. 15)

Jó Pinto volta a revelar alguns conselhos para quem pesca fundo

(PÁG. 14)

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> Editorial

FICHA TÉCNICAPropriedadeMundinautica, Lda

Redacção, Publicidade e MarketingLourel Park, Ed. 52710-363 SintraPortugalTel: 219 617 455 Fax: 219 617 457

EditorJorge Mourinho

Nº4 – SETEMBRO 2010 – ANO I

DirectorVirgílio [email protected]

RedacçãoPaulo [email protected]

Departamento gráficoSusana Alcântara

Colaboram neste númeroAmarelos, Gomes Torres, Jaime Sacadura, Jo Pinto, José Calado, Jorge Barreto, Jorge Palma, Luís Batalha, Paulo Soares, Fernando Pina, Rui Carvalho; Yamaha Motor Portugal, VEGA e Team VEGA.

ImpressãoSogapal, S.A.Rua Mário Castelhano, Queluz de Baixo2730-120 BarcarenaTel: 214347100 - Fax: [email protected]

DistribuiçãoChrono Post

Tiragem15.000 ExemplaresPeriodicidadeBimestralPreçoGratuitoERCNº de registo: 125807 Depósito LegalNº 305112/10Nota:As opiniões, notas e comentários são da exclu-siva responsabilidade dos seus autores ou das entidades que fornecem os dados. Nos termos da lei, está proibida a reprodução ou a utilização, por quaisquer meios, dos textos, fotografias e ilustrações constantes destas publicações, salvo autorização por escrito.© Mundinautica Portugal, Lda.

notícia s curtasPesca versus FutebolEste é um daqueles temas que mais aprecio debater com os meus amigos e com-panheiros de pesca, quando olhamos para o palmarés das nossas selecções.Comparar o futebol em Portugal com a pesca de-sportiva é o mesmo que

comparar um elefante com uma formiga, isto sem desprimor para o mamífero que apesar de ser de quatro patas tem uma maior credibilidade que qualquer representação lusa do pontapé na bola.Vem isto a propósito dos resultados alcançados nos últimos seis meses, para não irmos mais longe no tempo, das selecções nacionais de pesca desportiva.Se não vejamos: No campeonato da Europa, a selecção sénior masculino, arrumou com a potente concorrência Inglesa, Francesa e Italiana e olhando nos olhos dos seus adversários não se encolheu com os nomes e vai de des-pachar toda a concorrência conquistando o título de campeã Europeia com todo o mérito em Coruche.Antes, os juniores portugueses, enfiaram-se numa carrinha e rumaram de Portugal a Itália para revelarem a sua raça. Longe das mordomias dos hotéis com hidromassagens e ginásios repletos de aparelhos, os jovens da pesca, facturaram a bem facturar e arrecadaram o título de campeões do Mundo.Para estes dois títulos, a exemplo de outros que na pesca desportiva Portu-gal tem alcançado nos últimos tempos, muito contribui a dedicação dos nossos seleccionados e o empenho de todos aqueles que continuam a fazer da pesca portuguesa uma das disciplinas mais premiadas no nosso país.Esta postura da pesca nacional, que não merece palavras de apoio ou incentivo do Secretário do Estado, difere em muito da que verificamos no universo do pontapé na bola. Aí temos o poder político a felicitar a selecção quando ela atinge os oitavos de final de um campeonato do Mundo, ou mesmo a mostrar-se ao lado dos seleccionados quando eles conseguem derrotas “brilhantes” como os 6-2 frente ao Brasil. Mas não ficamos por aqui, em matéria de futebol. É sempre bom e dignificante para os portugueses ver a elevada educação com que os nossos jogadores de futebol aceitam as derrotas em campo, quem não se lembra do mundial da Coreia, Japão.Para além de tudo isto é bom lembrar que uma décima parte do orçamento da nossa selecção de pontapé na bola, era mais do que suficiente para que as selecções nacionais de pesca somassem ainda mais títulos, isto já para não fa-lar que o passe de uma qualquer estrela que nunca ganhou nada ao serviço da nossa selecção serviria para investir em muitos jovens de talento que a pesca nacional possui.Por tudo isto é bom saber que quem em Portugal tutela o desporto está atento a todos estes detalhes.

Parabéns aos jovens campeões do Mundo e aos novos campeões da Europa….

Virgílio MachadoDirector

COnVIVIO PaRGOS E BESUGOS 2010

Organizado pelo Zuca-Clube Pesca Desportiva Sesimbra, decorreu entre Maio e 22 de Agosto, mais uma edição do convívio de Pargos e Besugos.O objectivo do convívio centrava-se na captura destas duas espé-cies (Pargos/Besugos) cujas medidas mínimas de admissão eram, Pargos 30cm e Besugos 25cm. A classificação passava pela media das três melhores provas. Estas desenvolveram-se em zonas cujas profundidades seriam superiores a 90 metros, resultando daí de-senvolver novas técnicas, e a utilização de outros materiais e iscos. A média de 30 atletas por prova demonstrou o interesse por este tipo de pesca, diferente em tudo aquilo a que estavam habituados. O facto de se capturar bons exemplares, a contrastar com maior quantidade de espécies diversas mais pequenas vulgo “diversos”, despertou bastante interesse nos participantes.A variedade de espécies capturadas alem das que pontuavam, como por exemplo, Raias, Abroteas, Pescadas, Peixes Galo, Safios, etc., despertou grande entusiasmo nos pescadores.Outro facto importante, foram os materiais utilizados, diferentes do normal, ou seja fios mais resistentes, anzóis maiores, a utilização da Sardinha como isco, alem das dificuldades da pesca em fundo sem recurso a carretos eléctricos. Também não menos im-portante a aquisição de materiais específicos, que animaram o comercio em variados locais, prova de que o apoio a estas activi-dades trás sempre contra-partidas.

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notícia s curtas

A TMN e o seu agente Marietel, congratulam-se com o sucesso alcançado com a cam-panha realizada em parceria com o Jornal da Pesca e a VEGA, de colocar os pescadores e leitores desta publicação a falarem grátis entre si.A TMN esclarece que os problemas técnicos detectados inicialmente no carregamento de alguns dos cartões distribuídos são da sua responsabilidade, tendo sido entretan-to resolvidos depois de um intenso e apurado rastreio técnico realizado à totalidade dos cartões da promoção.A TMN acrescenta ainda que qualquer dificuldade técnica deve ser revelada pelos utiliza-dores ao número grátis 800 965 050, de modo a que possa ser resolvida com a maior brevidade pelos seus serviços técnicos.A campanha TMN fale grátis com a VEGA e o Jornal da Pesca é limitada ao stock de cartões existentes.Aproveite esta oportunidade de falar grátis. Adquira já um produto da marca VEGA na sua loja de pesca habitual e leve consigo o Jornal da Pesca e o seu cartão TMN.

Setembro 2010 > Jornal da Pesca 3

Campanha Tmn Fale Grátis com a VEGa e o Jornal da Pesca

Esclarecimento da Tmn

VEGa lança anzóis PotenzaSeguindo a tradição de qualidade das suas gamas de anzóis, a VEGA apresenta a série Potenza, que como o nome indica, apresenta uma elevadíssima resistência.Tratam-se de anzóis produzidos com os melhores aços com a mais alta percentagem de carbono actualmente utilizada no Japão. As grandes vantagens da utilização destes aços car-bónicos, são ao nível da rigidez dos materiais que permitem bicos mais afiados assim como a prolongada duração dos mes-mos, o que potencia a sua capacidade de penetração e ao nível da resistência o que permite a utilização de arames muito finos com tudo o que isso trás de positivo para a preservação dos iscos e naturalidade de apresentações.

Enduro de CarpfishingA Associação portuguesa de carpfishing vai realizar entre os dias 2 e 5 de Outubro, a se-gunda edição do Enduro APCF Carp Adventure.O convívio terá lugar no Minho, na Zona Reservada da Albufeira da Barragem do Ermal (Vieira do Minho).De registar que esta magnífica massa de água é frequentada por muitos sócios da APCF, tendo sido aqui batidos alguns recordes pessoais em águas nacionais. Além do mais, a APCF já aqui realizou algumas actividades, como um Convívio/Acção de lim-peza das margens e, mais recentemente, um Workshop de divulgação do carp fishing, que foi noticiado numa edição anterior desta revista.A APCF pretende renovar, este ano, o mesmo espírito que fez das edições passadas, assim como o primeiro Enduro APCF, um grande sucesso. Na verdade, o que se pretende essencialmente é, acima de tudo, propor-cionar aos sócios e demais participantes um excelente momento de convívio e pesca descontraída, tal como tem acontecido.Do ponto de vista técnico e competitivo, o Enduro APCF Carp Adventure apresenta também a inovação de pre-miar apenas as três maiores capturas e não o peso ab-soluto das capturas de cada equipa, sendo assim fiel ao verdadeiro espírito do carpfishing, ou seja, a busca do exemplar recorde. Para mais esclarecimentos, contactar: 91 6841833 ou 91 2721380 e o mail:[email protected]

Parasita detectado em peixes de montargil não é perigoso

para a saúde públicaO parasita detectado em peixes da espécie Ablete, também designado de “Alburno”, na al-bufeira de Montargil, distrito de Portalegre, não representa um perigo para a saúde pública em caso de ingestão e consumo.A garantia é dada pela Direcção Geral de Veterinária, autoridade sanitária veterinária na-cional, após exames parasitológicos realizados pelo laboratório de patologia do IPIMAR do Instituto Nacional de Recursos Biológicos (INRB/IPIMAR), em articulação com o Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente da GNR, na albufeira de Montargil.Segundo o relatório, o parasita não é transmissível directa ou indirectamente dos animais ao homem, não existindo, por isso, perigosidade para a saúde pública, uma vez que o homem não intervém no seu ciclo biológico.

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notícias curtas

VEGa lança nova gama de bóias de mar

Pensadas segundo as exigências dos pescadores de mar, as novas bóias da VEGA foram desenhadas e testadas para fazerem face às necessidades dos pescadores mais exigentes.Fabricadas segundo os melhores padrões de qualidade e exigência técnica, com recurso a matérias-primas rigoro-samente seleccionadas, a nova gama de bóias da VEGA, composta por bóias de “correr” e “fixas” nos mais varia-dos formatos e calibragens, possui soluções à medida de cada desafio de modo a proporcionarem um grau de fiabilidade muito elevado. Calibragem perfeita, pintura e design inovador são pon-tos que merecem da VEGA a preocupação no desenvolvi-mento da nova gama de bóias. .

Diogo Sousa em destaque na Praia da aguçadora

Diogo Sousa, pescador do Paço de Arcos apoiado pela VEGA, esteve em destaque na jornada inaugurar do Campeonato Nacional de Juniores U21 de surf casting.A praia da Aguçadora, na Povoa do Varzim, foi o palco nos passados dias 11 e 12 de Setem-bro, das duas primeiras provas do Campe-onato Nacional de juniores na modalidade de Surf-Casting. A Praia da Aguçadora é uma praia muito car-acterística, e deveras conhecida pela dificul-dade de efectuar capturas aquando das com-petições, evidenciando assim o factor sorte para se conseguir uma boa classificação. Na 1ª prova, o mar encontrava-se em fase as-cendente da maré bem como repleto de lixo, dificultando ainda mais a acção de pesca de todos os atletas presentes. Este lixo e devido à acção das correntes,

prendia-se com uma facilidade extrema nas montagens, tapando por completo as iscas, obrigando os pescadores a optar por uma pesca mais perto da costa onde existia menos lixo. As espécies capturadas neste primeiro dia de prova e nas primeiras 3H30m de prova foram predominantemente os peixes-aranha e os robalos, embora esta ultima espécie tenham sido num número muito reduzido. Quando faltavam 30 minutos para o término da prova verificou-se a plenitude da baixa baixa-mar, a qual permitiu um assentar do lixo e a captura de outras espécies, nomeadamente as bogas e cavalas. No final do primeiro dia o pescador do Paço de Arcos, apoiado pela VEGA, apresentava à pesagem dois exemplares de peixe-aranha, terminando no 7º lugar no sector e 18º lugar na geral. No segundo dia de prova e mesmo antes de iniciar a jornada de pesca, era perfeitamente visível um rosto de preocupação entre todos os atletas, dado que advinha-se uma prova com um número de capturas ainda mais reduzido do que o dia transacto. Este dia foi caracterizado por uma pesca de espera, uma vez que as correntes eram bastante fortes arrastando consigo enormes quantidades de lixo, o qual após se prender nas monta-gens fazia com que muito facilmente as linhas atingissem o ponto de rotura. Por tudo isto no final do dia foram muitos os pescadores a gradarem. Apesar destas dificuldades, Diogo Sousa acabou o segundo dia apresentando à pesagem um pregado que lhe valeu o 1º lugar no sector e 3º lugar na geral.Contas feitas, Diogo Sousa está na 9ª posição da classificação geral com um total

Barroso vence na maratecaAntónio Barroso venceu no passado dia 19 de Setembro o convívio de pesca desportiva inter-sócios organizado pelo Clube de Pesca de Castelo Branco. Na prova realizada na barragem de Santa Águeda (Marate-ca), em Castelo Branco o vencedor alcançou os 2,416 quilos.Albino Oliveira terminou na segunda posição com um total de 2,235 quilos, enquanto Alexandre Duarte foi terceiro, com 1,293 quilos de peixe.

azibo: albufeira transmontana vai ter novo ordenamento

As regras de ordenamento da albufeira do Azibo vão ser revistas 15 anos depois de a bar-ragem ter sido construída para abastecimento e regadio se ter transformado num local de veraneio capaz de concorrer com as praias do litoral.O Ministério do Ambiente acaba de publicar a portaria para a revisão do Plano de Orde-namento da Albufeira do Azibo «no sentido de reforçar a protecção ambiental daquela zona», no Nordeste Transmontano.O presidente da Câmara de Macedo de Cavaleiros, Beraldino Pinto, espera que o processo sirva para «adequar o plano à realidade actual» e que venha a «traduzir a estratégia de desenvolvimento turístico.

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FLORES destino pesca e nao só

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situada no gruPo ocidental do arquipélago dos açores, a ilha das Flores é conhecida pelo seu exuberante coberto vegetal e por ser considerada como o ponto mais ocidental da europa.

TexTo e imagens: Paulo soares

Com uma população de cerca de 4000 habi-tantes e uma área de 141,7 Km2, as Flores

foram incluídas em 27 de Maio de 2009 na lista da rede mundial de reservas da biosfera da Unesco, facto relevante para a protecção e valorização do ambiente nos Açores.Viajar pelas Flores é um verdadeiro prazer tanto para a pesca como para a vista e todos os restantes sentidos, sendo um destino ideal

para umas férias descansadas para toda a família, exceptuando talvez o pescador.A ilha tem uma oferta de aloja-mento adequada, com vários hotéis de diferentes categorias, algumas casas de turismos de habitação e ainda casas particulares que são alugadas por altura do Verão. A dis-ponibilidade de embarcações para a pesca não é muito abundante pelo que será importante assegurar a sua reserva atempadamente. Já para um passeio à ilha do Corvo, uma

visita em redor da ilha, ou para a observação de baleias e golfinhos, a oferta é grande conseguindo-se com facilidade marcar de um dia para o outro.

As Flores são um verdadeiro pa-raíso de pesca e seguirão sendo por muitos anos graças ao relativo isolamento e ao defeso natural proporcionado pelas agrestes con-dições meteorológicas e de mar durante parte significativa do ano.De terra, cada recanto desta ilha,

conta com um potencial enorme para a pesca. Os aficionados da pesca à bóia encontram aqui com grande facilidade os Sargos que fazem as delícias dos pescado-res do continente assim como as “poderosas” Vejas, que oferecem uma combatividade e resistência impressionantes. Para a sua captu-ra, embora não seja imperativo, a utilização das Mouras (caranguejos da pedra) como isco é muitas vezes garantia de sucesso anunciado, embora obrigue à sua captura na

baixa-mar, revolvendo pedras com uma técnica que não é fácil para os principiantes.

Mais fácil é o tradicional camarão congelado, que não sendo tão efi-caz na captura das Vejas, permite a captura de quase todas as espécies presentes nestas águas.

Deveremos utilizar canas entre os 5 e os 6 metros, com capacidades de lançamento acima das 10g mas com capacidade de elevação su-

> dEstinos dE pEsca

de

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perior a 3 Kg uma vez que em alguns pesqueiros e com determi-nadas condições de mar, seremos obrigados a “segurar”o peixe e depois a içá-lo, tarefa exigente face à dimensão de alguns peixes.Na pesca das Vejas embora os pescadores locais prefiram a uti-lização de fios de diâmetros ele-vados, pensamos que a utilização de fios entre os 0,25 e os 0,30mm nos empates ou quando pescamos directo, sejam suficientes até pelo maior desportivismo e prazer ti-rados na luta com o peixe.

Os amantes do Spinning encontram nas Flores, espécies de predadores que facilmente e com muita regu-laridade se “chegam” a terra na sua missão predatória de alimentação.A partir de Maio e com o aque-cimento gradual das águas, são comuns as capturas de Anchovas e Bicudas que patrulhando a Costa, não enjeitam a oportunidade de atacarem as amostras que podem ir das Poppers aos Jerkbaits passando inclusive por amostras de vinil. Os materiais mais aconselháveis são canas entre os 3 e os 3,30m, com potências de lançamento de 35gr para as mais ligeiras e 60gr para as mais potentes.As acções podem variar entre as semi-parabólicas e as de ponta, se bem que esta ultima ajude por vezes a controlar os peixes que por aqui atingem dimensões con-sideráveis.

Os carretos devem obviamente ser bastante robustos e possuírem Drags de afinação micrométrica, de forma a permitirem “dar linha” ao peixe da forma mais regular e suaves possíveis. Os entrançados Dyneema com diâmetros entre os 0,18 e os 0,25mm, são determinan-tes para permitirem aliar uma boa capacidade de lançamento a uma resistência muito elevada. Aconse-lhamos a utilização de uma baixada de fluorocarbono com espessuras entre os 0,30 e os 0,37mm, o que aumentará o índice de ataques e correspondentes ferragens.

Pesca embarcada

A pesca a partir de embarcação reserva uma infinidade de pos-sibilidades pela mobilidade, que permite em curto espaço de tempo, mudar de “fundos” e técnicas.Uma das pescas mais apreciadas pelos locais, é a pesca ao Cherne com a “roda”, espécie de carreto manual de grande dimensão e capacidade. Esta “roda” alberga o arame de aço inox que serve de madre, geralmente com 0,70 mm de diâmetro e que pela ausência de elasticidade, permite sentir os toques do peixe a profundi-dades que por vezes ultrapassam os 500m. As baixadas são de 1,5 mm, com empates de 1,2mm e anzóis 6/0, 8/0, 10/0, etc… Como isco, filetes de bicuda, pequenos gorazes e outros acepipes ao gosto do Cherne. >>

jP

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> dEstinos dE pEsca

>> Esta é uma técnica que exige muita “mão” e braço pois neces-sitamos de sentir o chumbo, que tem entre 1 e 2Kg conforme a profundidade e corrente, de modo a trabalhar logo acima do fundo onde se encontra o peixe e ao mesmo tempo suportar o seu peso adicionado ao peso de centenas de metros de arame. Agora ima-ginem tudo isto, mais um Cherne de 40Kg ou….um tubarão Albafar de 200 kg.Não menosprezando nenhuma das outras técnicas, o Jigging é talvez a modalidade que propor-ciona maiores emoções, não só pela frequência de capturas como pela dimensão e agressividade das mesmas. Entre as ilhas das Flores e do Corvo distam somente 15 milhas náuticas entre si e nesta zona é possível capturar com esta técnica, espécies tão diversas como Garoupas, Pargos, Meros, An-chovas, Lírios, Bicudas, Xaréus, Atuns entre outras. Os Pargos, encontrados em quotas entre os 50 e os 150m, são com maior frequência, capturados entre os 70 e os 100m, sendo mais ou menos abundantes de ano para ano sem razão aparente. As Anchovas e as Bicudas, são por vezes de tal forma abundantes que nos proporcionam em determina-das baixas, dezenas de ataques e combates consecutivos, condu-

zindo-nos á exaustão. Os Meros, outrora de relativa abundância nos Açores oferecem emoções extraordinárias pelos seus pode-rosos arranques junto ao fundo e pelo que a sua captura encerra de místico.Devemos contudo ter em atenção que é praticamente impossível devolver os Meros á água em con-dições de sobrevivência, pelo que nos devemos abster de insistir na sua captura, contribuindo desta forma para a sua preservação, já se si bastante afectada.

Espécie rainha em combativida-de, o Lírio proporciona emoções fortíssimas; É um peixe que ataca as zagaias com grande estrondo e que se não for contrariado conve-nientemente, rapidamente roçará a linha nas pedras mais próximas provocando muitas vezes a sua rotura. Frequentemente ferrado a profundidades entre os quarenta e os setenta metros, não raras vezes ataca a meio da coluna de água, pelo que devemos trabalhar as nossas zagaias desde o fundo até quinze ou vinte metros da superfície.

Lutador incansável, o Lírio é as-siduamente capturado com pesos entre os seis e os doze quilos, aparecendo se bem que não muito frequentemente, espécimes com

mais de vinte cinco quilos, exem-plares que permitem experiencias únicas e inesquecíveis.Os materiais para esta técnica têm imperiosamente de ser de qualidade elevada. Utilizamos para esta modalidade e conforme as espécies procuradas, profun-didade e condições de deriva da embarcação provocada pelo vento e pelas correntes, zagaias nas suas mais variadas formas e cores com pesos entre os 120 e as 350gr.Obviamente devemos adaptar as

canas às zagaias utilizadas de for-ma a destas tirar o melhor partido e gozo. Lembre-se que o prazer das lutas, aumenta promocionalmente com a diminuição da potência dos equipamentos. É aconselhável fazer-se acompanhar de duas ou três canas com acções entre os 120-200gr e as 200-300gr. Deste modo, além de poder utilizar canas com acções adequadas às zagaias, pre-cavesse de algum possível acidente de rotura de uma cana que sendo única, lhe deixaria a jornada de

pesca irremediavelmente perdida.Carretos robustos, com drags po-tentes, suaves e progressivos e engrenagens bem apoiadas em rolamentos de qualidade, fazem amiúde a diferença entre a captura e a perda de um grande troféu.

A capacidade da bobine deve ser sempre elevada, permitindo aco-modar pelo menos 200 metros de fio entrançado com diâmetros entre os 0,35 e os 0,42mm. A utilização de uma ponteira de preferência

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em fluorocarbono é aconselhada, ficando o seu diâmetro um pouco à consideração e convicções de cada pescador.Espessuras de 0,90mm são garantia de segurança, mas o 0,60mm ga-rante também mais ataques e maior rácio de ferragens. Pensamos que no meio estará a virtude pelo que aconselhamos um diâmetro de 0,70mm, suficiente para lutar com grandes exemplares sem prejudicar a melhor apresentação e descrição das zagaias e consequente número de ataques.

Os anzóis devem acompanhar o nível da qualidade dos restantes equipamentos e os tamanhos de-verão ser compreendidos entre os 6/0 e os 11/0 conforme as espécies procuradas.De referir que qualquer falta de material é facilmente suprimida na Movipesca, loja onde pode-mos encontrar todos os produtos necessários e que deve visitar para melhor se aconselhar junto do seu proprietário, Sr. João Fraga, experimentado pescador.A simpatia, amizade e saber rece-ber das gentes da ilha das Flores é um incentivo mais, para que planeie uma visita de pesca, tal-vez em família, para desfrutar de tudo o que este paraíso tem para oferecer, da pesca à beleza natural e ambiente excelentemente preservado. jP

A cana Mondegoda Vega é uma excelente opção para a pesca à boia

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Coloca-se a ova na palma da mão e com um anzol muito fino espetamos o isco no anzol.

A ova é que deve procurar a curvatura do anzol. Devemos ter alguma perícia para realizar esta operação.

Iscada pronta e irresistível para as espécies marisqueiras. O fato de mergulho é útil na apanha do ouriço.

O Fio Fluorocarbonoda Potenza mostrou-se à alturada pesca com ouriço

Março 2010 > Jornal da Pesca 21

nem uma coisa nem outra, é uma das linhas mais agradáveis que se pode utilizar e prova bem quando se pretendem obter bons resulta-dos, quer na pesca lúdica, quer em competição..

CONCLUSÃODe forma geral, um bom nylon, resistente e com pouca memória pode ser utilizado com êxito em praticamente todas as aplicações e técnicas utilizadas para o achigã, variando apenas o diâmetro utiliza-do e a maior ou menor resistência à abrasão adequando-as à técnica utilizada e às características do local (mais ou menos obstáculos abrasivos, como rochas). Um bom compromisso são as linhas de nylon revestidas a fluorocarbono que aliam um excelente manuseamen-to à eventual menor visibilidade conferida pelo revestimento de fluorocarbono. Para aplicações específicas, como o drop-shot pro-fundo, onde a sensibilidade e a invisibilidade são essenciais, nada iguala o fluorocarbono.Não esqueça que ao utilizar diversas canas com diferentes acções e resistências, associadas a diversos tipos de linha, necessi-tamos de aumentar a concentração para que a animação e a ferragem seja ajustada a cada combinação diferente de espessura, tipo de linha e acção da cana, sem o que podemos cometer erros que acabam irremediavelmente por nos custar a captura do peixe.

TESTENylon – A juntar ao excelente nylon da linha POTENZA, utilizado por muitos pescadores, com bons resultados, nomeadamente pelos Campeões Nacionais de pesca embarcada ao achigã, a dupla Joa-quim Moio e João Grosso, a VEGA vem agora lançar no mercado outro monofilamento de qualidade acima da média, na linha AKADA. Nos testes, este nylon mostrou possuir, a exemplo do anterior, um conjunto de características que facilitam o lançamento, o trabalho e a animação das amostras. Com pouca memória e uma boa resistência ao nó e à abrasão, é uma linha adequada para todo o leque básico de aplicações e técnicas da pesca ao achigã. Os diâmetros mais finos provaram bem, utilizados em carretos de spinning. Produziram lançamentos longos, mesmo com amostras leves e apresentaram uma boa resistência ao enrolamento, quando utilizados com técnicas que o favore-cem (como o empate weedless com amostras de vinil). Os maiores diâmetros utilizados no teste, na casa dos 0.28-0.32mm são muito resistentes à quebra e a danos provocados por obstáculos submersos quando utilizado com técnicas de fundo. Produzido com tratamento contra os raios UV, é uma linha que satisfaz plenamente em qualquer utilização.

NYLON REVESTIDO A FLUOROCARBONOA linha testada nesta categoria pertence ao grupo dos monofilamentos revestidos a fluorocarbono da VEGA, neste caso um modelo novo, o AKADA FC. Com uma agradável cor champanhe, esta linha surpreendeu pela positiva. Suave e flexível ao manuseamento, acomoda-se com perfeição às bo-binas dos carretos e permite lançamentos suaves e sem esforço. O revestimento em fluorocarbono confere-lhe menor visibilidade dentro de água que os monofilamentos convencionais. Simultanea-mente, exibe uma sensibilidade acrescida sem os inconvenientes da maior rigidez do fluorocarbono puro. Pode ser utilizada em quase todas as vertentes da pesca ao achigã, mas revela todas as suas potencialidades ao ser utilizada com técnicas que necessitem uma linha mais discreta associada a uma maior capacidade de detecção de toques e à sua elevada resistência à abrasão. Numa palavra – Excelente!

FLUORCARBONO E MULTIFILAMENTOA VEGA possui também um bom fluorocarbono da linha POTENZA. Fornecido em bobinas de 50 metros está mais direccionado para a utilização no mar como estralho para multifilamento. Com enchimento prévio da bobina com outra linha, pode ser utilizado para técnicas de pesca ao achigã a maior profundidade, como o drop-shot, quando se exige a maior sensibilidade e invisibilidade.Quanto ao multifilamento da linha POTENZA – Braided Line, surpreendeu devido a um conjunto de características desejáveis. A impermeabilidade desta linha permite evitar a absorção de água e po-tencia a distância de lançamento. O revestimento concebido para lhe dar resistência à salinidade contribui para atenuar o desgaste dos passadores. Sem qualquer elasticidade, permite a detecção de toques e o trabalhar de amostras, mesmo em condições mais difíceis, como em zonas com veg-etação cerrada. A seleccionar, por apreciadores.Todas as linhas testadas são produzidas em fábricas japonesas aliando o rigor do fabrico, que se pode observar na uniformidade dos diâmetros, qualidade da bobinagem e das matérias-primas utilizadas, ao know-how da VEGA, resultando em produtos adaptados de forma excelente à diver-sidade de utilizações do nosso tipo de pesca.

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> Jigging

10 Jornal da Pesca > Setembro 2010

É nos grandes combates, com peixes de maior di-mensão, que se tem toda a percepção da dimensão

desportiva do jigging. Após a ferra-gem que pode em muitos casos ser “brutal”, inicia-se o combate, que dependendo da espécie e dimensão do peixe, profundidade e condições de mar, pode assumir tal intensidade que mantém até ao fim a incerteza na consumação da captura.Para responder às situações limite, não basta a técnica do pescador, é fundamental ter equipamento à altura dos grandes desafios. O exercício desta técnica permite que mesmo na ausência de boas capturas

se aprenda, se adquira experiência na animação dos jigs, apurando a sensibilidade para os movimentos adequados a cada tipo de zagaia. Dizendo de outra forma, é neces-sário “criar mão”, treinar o braço para que possamos como que “ver o movimento do jig, sentindo-o”.Com efeito, um dos elementos que consideramos primordial é a cana, talvez porque a podemos considerar o prolongamento do nosso braço.

as canasTodo o pescador que já teve opor-tunidade de efectuar combates com peixes grandes, sabe quão importante e decisivo é possuir uma cana em

que possa confiar. As boas canas contribuem para bons resultados, devendo-se privilegiar conjuntos equilibrados e coerentes.A incerteza sobre a resistência de uma cana gera ansiedade, prejudica o desempenho do pescador, não permitindo que desfrute plenamente aqueles momentos saborosamente intensos.

Actualmente as canas de jigging de grande qualidade apresentam em geral blanks finos com acção progressiva, podendo atingir a acção parabólica no limite da carga.É claro que cada pescador deve procurar, em função da técnica, do

peixe alvo, da profundidade e peso das zagaias, a cana que melhor sirva o seu objectivo.Fazendo uma abordagem prática, para materializar o que temos estado a referir, tomamos como exemplo as três novas canas JIGGING POWER da Vega.

Estas canas de jigging estudadas e desenvolvidas para responder às necessidades técnicas de pescado-res exigentes, são montadas sobre blanks finos com impressionante elasticidade e excelente equilíbrio. Os três comprimentos disponíveis são: 1,70m, 1,65m e 1,60m.São canas de um único elemento,

com acção integral progressiva, que no limite de carga muito se aproximam da parabólica.Montadas com uma completa gama de sofisticados acessórios, pegas EVA, gimbal, porta-carreto Fuji e passadores Fuji Alconite. São canas para utilizar com carretos de bobine fixa, “spinning reels”.

As versões de 1,70m e 1,65m pos-suem seis passadores, incluindo o da ponteira. Já a versão de 1,60m possui cinco passadores, também incluindo o da ponteira.Cada cana tem um intervalo de refe-rência do peso do jig a utilizar, bem como o limite máximo de afinação

de entre as técnicas de Pesca de mar que podem proporcionar momentos fantásticos, com capturas inesquecíveis, o jigging é uma delas.trata-se de uma técnica muito exigente quer para o pescador quer para os equipamentos. com frequência os resultados são obtidos à custa de muita persistência e sacrifício, mas também em alguns casos são muito compensadores.

TexTo: Jorge BarreTo e imagens: auTor e Paulo soares

as canas no Jigging,pescar no limite…

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Setembro 2010 > Jornal da Pesca 11

do drag do carreto. No caso da versão de 1,70m o refe-rencial de peso do jig é de 120-200g para uma afinação máxima do drag de 17kg.

Na versão de 1,65m, o referencial de peso do jig é de 150-250g para uma afinação máxima do drag de 20kg.Para a cana de 1,60m, o referencial de peso do jig é de 200-300g para uma afinação máxima do drag de 24kg.Estes dados que acabamos de apre-

sentar, não só caracterizam o rigor do fabricante como permitem ao pescador melhor gerir a utilização das suas canas. Como é óbvio, a sensibilidade do pescador é impor-tante na escolha.

a acção de PescaNo jigging a ferragem de peixes junto ao fundo é frequente, mas muitas vezes não se passa da ferra-gem, porque o peixe aproveitando a proximidade de pedras ou de outras

estruturas, nelas se refugiou. Este é um exemplo daquilo que muitos pescadores já experimentaram. Para minimizar situações como estas, é conveniente pescar com o drag do carreto afinado de tal forma que haja a menor cedência de linha possível. Este é um dos cenários em que a cana é decisiva. Os primeiros impactos, muitas vezes brutais, têm de ser absorvidos pela cana. Os meros são um bom exemplo deste tipo de comportamento do peixe

que se encontra junto ao fundo. Também os lírios mesmo ferrados pouco acima do fundo ou a meia água são devastadores, quando de maior dimensão, podemos mesmo reputá-los de intratáveis.

É efectivamente a elasticidade e resistência da cana que vai permitir “segurar” o peixe nos primeiros metros, obviamente com a imprescin-dível ajuda do carreto. A partir daqui o combate está iniciado, continuando a cana a desenvolver todo o esforço de amortecimento e descompressão, para que o carreto possa a pouco e pouco recuperar linha. Na animação dos jigs, a cana é es-sencial. Também aqui o controlo dos movimentos, permitem ao pescador executar a animação do jigs da forma que efectivamente pretende. Para efectuar correctamente o tra-balho de animação dos jigs é con-veniente que a cana possua pega que permita colocá-la e mantê-la, tão comodamente quanto possível, nas três posições mais comuns: no sovaco, no antebraço ou no baixo-ventre.

as canas no Jigging,pescar no limite…

As JIGGING POWER foram bem desenhadas, satisfazendo perfeita-mente os requisitos de boa pega. As canas possuem boa protecção do gimbal o que permite apoiá-la no baixo-ventre. Esta última posição de animação é também a posição de combate, pelo que se sugere vi-vamente a utilização de cinto-de-combate. Alguns cintos de combate para jigging têm várias posições para receber o gimbal com ou sem protecção.

Como facilmente se depreende do que temos vindo a dizer, à cana cabe um “papel” importante no ji-gging. É bom conhecermos as suas características para que se evitem surpresas desagradáveis, mas tam-bém para utilizarmos o melhor do seu potencial.Em acção de pesca, podémos ob-servar algum do extraordinário de-sempenho destas canas JIGGING POWER da Vega. A experiência de fortes combates com meros e lírios, entre outros predadores, permitem-nos afirmar a aptidão destas canas para pescar também em águas tro-picais.

Léxico

Gimbal – Base da cana que entra no copo do cinto-de-combate;

Cinto-de-combate – Estrutura que permite apoiar a cana fa-cilitando a execução de movi-mentos em esforço;

Blank – Vara que depois de montada com passadores, porta-carreto, etc. resulta na cana acabada.

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Pescando Fundo

Este tipo de pesca requer cuidados na preparação e muita concentração em acção de pesca.

“cHÁZInHo”Não se pense que é só chegar ao pesqueiro e puxar peixes gran-des para cima… longe disso. A preparação deve ser meticulosa em vários aspectos, como seja a manutenção da sardinha, que deve estar fresca “a saltar”, e a forma de a manter nesse estado durante o dia, sendo para isso necessário alguns cuidados e muito gelo; todos os materiais devem estar bem acondicionados na mala, e não deve faltar nada, senão…”BOLA” ficamos agarrados e à pendura do companheiro do lado; uma noite bem dormida vai fazer diferença em alturas mais críticas, e acre-ditem que não se pode brincar em determinadas alturas… mas avancemos…

dados GeraIsA plataforma continental ao longo

da nossa costa é muito diferente… vamos exemplificar:Na zona de Sines a Cascais pode-mos andar algumas milhas onde temos profundidades grandes, e no entanto em zonas como Leça da Palmeira será necessário percorrer oito vezes mais milhas para atingir aquelas profundidades, por isso temos de saber para onde vamos, que tipo de fundo iremos encontrar, para depois podermos preparar os nossos materiais e a nossa pesca.Por exemplo, nas Montanhas de Camões temos um fundo diferente comparando com Sines. Sines por exemplo já é diferente do Algarve, e por aí fora.Os tipos de fundos vão marcar os nossos objectivos em termos de alvos ou peixes, embora não seja assim tão linear.

Num fundo de pedra alta com bu-racos, e bastante grande, podemos encontrar peixes como o Pargo, a Abrótea, o Peixe-Galo, o Safio, etc.Num fundo com alguma pedra mas envolvido de areia cascalhenta, a

depois de algumas questões práticas vistas no número anterior, vamos desta vez analisar outros temas que irão melhorar

significativamente a nossa eficácia e satisfação na pesca. TexTo e imagens: Jó PinTo

que podemos chamar “pegaços” podemos encontrar quase todos os peixes atrás referidos, e outros como as Pescadas, ou seja torna-se um fundo mais “RICO” em variedade de peixe, e não perdemos tanto material, a não ser que apa-reçam as “CHERRYS” (tubarões).

a saberNeste artigo vamo-nos centrar em algumas espécies sem falar de Pargos, como as Abróteas, Peixes-Galo e Pescadas.É raro capturar Abróteas em zonas com pouca ou nenhuma pedra “rija”, mas se estivermos nesse

fundo decerto que elas aparecem, e nada melhor do que estar pre-parado.

A Abrótea não dá grande trabalho a capturar pois a sua voracidade é conhecida, assim como a de alguns familiares como as Fanecas. Assim à semelhança desta ultima, apenas temos que dar tempo para que elas “comam” para depois as ferrarmos.Os Peixes-Galo também habitam mais em zonas rochosas, mas pouco se atiram à sardinha ou à cavala. Este peixe tem um alvo bem defi-nido e raramente vamos preparados para utilizar o seu isco predilecto. O Peixe-Galo é simplesmente um perdido por “CARAPAUZINHOS” e normalmente deixam-se apanhar quando temos um carapau ferrado e demoramos mais tempo a puxar, e quando isso acontece, os fulanos atiram “perdidamente”, depois haja carreto com força para o “rebo-

car”. Até eu sou um perdido por Peixe-Galo.

Finalmente mas também muito importante a Senhora Pescada que poucos de vós pensaram em capturar sem ser em grandes pro-fundidades… nada mais errado. Basta que nos posicionemos a partir dos 120 metros em zonas lodosas perto de zonas de areia cascalhenta ou pedra, e pescando na stomba, beirada ou fiel, que a partir do meio da manhã elas aparecerão, mas atenção, que a Pescada anda mais acima do fundo por isso as montagens devem ser produzidas de modo a que os anzóis estejam o mais para cima possível. Já acon-teceu capturar uma pescada em cima, um pargo no anzol do meio e um besugo em baixo, neste tipo de fundo, mas isso já requer virar bastantes “franguinhos”… espero que cheguem lá rapidamente… ou não…E não esqueçam quando um dia cap-turarem uma pescada, agarrem numa faca, segurem a tripa que estará prestes a sair da barriga e retirem-na puxando, evitam assim que a mesma fique “ensardinhada”…

Boas Pescarias

X-Pandermostrou-se à altura da pesca embarcada

Léxico

Stomba ou Beirada: Zona adjacente a uma pedra e onde se inicia a sua inclinação.Pegaço: Pedra ilhada em zona lodosa ou de cascalho.

> pEsca Embarcada

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Setembro 2010 > Jornal da Pesca 13

pEsca Embarcada <

Campeão do mundoo grupo naval de olhão conquistou a vitória no terceiro campeonato do mundo de Pesca em barco Fundeado, que decorreu entre

os dias 4 e 11 de setembro, ao largo da costa de setúbal. TexTo: redacção e imagens: rui soares

Grupo naval de Olhão é

A equipa algarvia superou concorrência revelan-do que na pesca fun-deada Portugal é uma

das potências mundiais.Presentes neste Campeonato do Mundo, organizado pela Federação Portuguesa de Pesca Desportiva de Alto Mar e que contou com o apoio da Câmara Municipal de Setúbal, estiveram 11 clubes e mais de meia centena de pescadores de seis nacionalidades.

Portugal, Alemanha, Cazaquis-tão, Espanha e Itália foram os países representados este ano no campeonato que foi marcado pelo bom tempo.

Em matéria de equipas portugue-sas o Grupo Naval de Olhão e a Companhia dos Mares, foram os representantes lusos, tendo domi-nado a competição com G.N.Olhão a conquistar o título Mundial e a Companhia dos Mares a alcançar o título de vice Campeão.

A vitória da formação de Olhão é notável já que a equipa italiana, uma das candidatas à vitória final, contava com a presença dos dois anteriores campeões do mundo, os italianos Marco Volpi e Paolo Volpini, que ficaram, nesta edição, no terceiro lugar do pódio indivi-dual.Ao longo de uma semana de competição as equipas em prova capturaram mais 4700 peixes, das mais variadas espécies, como sarguetas, besugo e pargo.A competição teve lugar na c

osta da Galé e foi supervisionada por elementos da federação na-cional e internacional. Os iscos utilizados foram a amêijoa-branca, camarão e lula.

Os pescadores de Olhão que entra-ram na competição bem preparados acabaram por conseguir dois pri-meiros lugares nas duas primeiras provas.Rui Soares, um dos elementos da equipa do Algarve, sublinhou ao Jornal da Pesca que “o treino realizado permitiu per-cebermos que as indicações que

ClassifiCação Geral final:

1º G.n.olhão - Portugal - 1 - 1 - 3 = 5

2º Companhia dos Mares - Portugal - 2 - 3 - 1 = 6

3º lenza emiliana Tubertini - italy - 7 - 2 - 2 = 11

4º lega navale Gerona Porto - italy - 3 - 6 - 8 = 17

5º aePM/Club nautico san faliu-Gerona - espanha - 4 - 7 - 6 = 17

6º rC regatas alicante - espanha - 9 - 5 - 9 = 18

7º alemanha - 5 - 9 - 5 = 19

8º Club elite-oviedo Tubertini - espanha - 8 - 4 - 9 = 21

9º Golfo Di Poeri la spezia - italy - 6 - 8 - 7 = 21

10º Kazakhstan - a - 10 - 10 - 10 = 30

11º Kazakhstan - B - 11 - 11 - 11 = 33

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tínhamos da zona da prova, não estavam certas e que iríamos ser confrontados com provas de muito peixe, a exemplo do que acontece na costa Algarvia”. Antecipando esta situação os pescadores de

Olhão prepararam montagens com diâmetros maiores de modo a fazer face as condições de pesca que encontraram. “Foi melhor do que estávamos à espera, sem dúvida, apareceu muito peixe e isso aju-

dou a realizarmos uma prestação de bom nível”, acrescentou Rui Soares.

A formação algarvia, entre os equipamentos que utilizou nes-

te mundial, contava com a cana VEGA Armoured Boat, que se mostrou à altura das necessidades dos pescadores do G. N. Olhão.

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18 Jornal da Pesca > Julho 2010

Com a segurança como meta, a qualidade dos materiais empre-gues no fabrico das embarcações da SeaRib’s é uma das principais

preocupações dos responsáveis pelo estaleiro. Segundo um dos gestores da fábrica “Para além de pessoas qualquer organização só consegue obter bons resultados com a melhor selecção de materiais e máquinas”. Por isso a fiabilidade, robustez e a durabi-lidade são sinónimos que se aplicam a este barco e ao facto dos flutuadores utilizados terem como base de construção o Hipalon/Neoprene. Este material faz com que as embarcações possuam uma resistência mecânica superior, maior flexibilidade desta e simultaneamente resistência ao hidrocarboneto. A elaboração dos cascos nas embarcações da SeaRib`s recai num material denominado resina de poliéster insaturado isoftálica. Esta matéria-prima caracteriza-se pela excelente

resistência às hidrolises, aos impactos e respectivos fenómenos de osmose em meio marinhoEstes dados técnicos são aqui detalhados apenas para revelar que o conceito de semi-rígido que encontramos no 580 Lux, transmite ao seu utilizador segurança e facilidade ao manobrar uma embarcação deste género. Este conjunto conta ainda com um lay-out interior que recorre à clássica consola central, banco duplo para piloto e acompanhante e um generoso espaço para arrumações. O resultado desta criação discreta, embora sofisticada, proporciona grande conforto, estabilidade e fiabilidade.O SeaRib’s 580 Lux testado pelo Jornal da Pesca estava equipado com o novíssimo motor Yamaha F70 AETL que pertence à última geração de motores deste fabricante japonês e do qual falámos na última edição.Este conjunto acabou por proporcionar uma condução divertida e de grande segurança,

revelando-se por isso um conjunto ideal para quem gosta de pescar com amostras perto da rebentação e que precisa de um motor rápido e de um barco capaz de responder de imediato as exigências deste tipo de pesca.

> náutica

SEaRIB´S de um semi-rigidoa Pensar na versatilidade e na polivalência a sea rib’s acaba de apresentar mais uma das novidades em matérias de semi-rígido. trata-se do 580 lux da série oPen, um barco pensado para responder às necessidades da prática de desportos náuticos,

caça submarina, mergulho, ski e Pesca desportiva. TexTo: Virgílio machado e imagens: redacçao

Ficha do barcoMODELO 580 LUX Origem: PortugalConstrutor: SeaRib’sComprimento: 5,2 mComprimento interior: 4,14 mLargura: 2,24 mLargura interior: 1,13 m

jP

a versatilidade

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Julho 2010 > Jornal da Pesca 19

condiçÕes gerais e TariFÁrio da camPanha Tmn / marieTel / Vega / Jornal da Pesca cuPão Vega

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> pluma

C o contrário do que possa parecer, as carpas ata-cam iscos artificiais, em particular quando se

encontram em condições de sobre-população – bastante comum, ou os grandes exemplares que precisam de grande quantidade de proteínas. Ainda assim, para uma carpa atacar um isco artificial é necessário que estejam reunidas algumas condi-ções e sejam cumpridos alguns requisitos.

condIções naturaIsAs condições naturais elemen-tares para que possamos pescar carpas à pluma são fundamental-mente duas. Estes dois factores não conseguimos controlar e são intrínsecos a cada massa de água e do comportamento específico da sua população de carpas. A primeira condição é que as carpas dessa massa de água tenham um comportamento que as leve a pro-

descontrolada qualquer peixe que se encontre próximo. Por isso, os movimentos pelas margens devem ser extremamente cuidados, como os de um felino! Devemos tentar utilizar calçado que absorva o im-pacto da deslocação, bem como roupas discretas e movimentos suaves na caminhada. Muitas vezes, basta a cauda de rato a viajar no ar,

16 Jornal da Pesca > Setembro 2010

Pescar carPas à Pluma é talvez o maior desafio que um pescador de iscos artificiais pode experimentar em águas interiores.

mas o desafio não é só para o pescador, é também para os materiais! TTexTo e imagens: gomes Torres

FLUOROCaRBOn hG LaDy BUG! &number One

para as por em debandada, com as vibrações que produz!

Os iscos são também importantes e constituídos por dois grupos, dependendo das duas formas atrás referidas de alimentação: Quando procuram comida no fundo junto à margem, qualquer imitação de uma larva produz resultados, em-

curar alimento junto às margens e sejam por isso possíveis de detectar visualmente pelo pescador. Ou seja, numa suave aproximação à água e em deslocação cuidada ao longo desta, deveremos conseguir en-contrar carpas a procurar alimento junto às margens, em muito baixa profundidade, em algumas ocasiões até com o lombo fora de água. Outras vezes, podem ser vistas em cardumes a alimentar-se à superfície, com a boca fora de água, absorvendo uma fina película composta por insectos mortos, ou restos provenientes de eclosões destes, estando também ao alcance do nosso lançamento.

Estas são as duas formas típicas em que as carpas estão a alimentar-se e se estiverem ao alcance dum lançamento, podem ser pescadas à pluma. A segunda condição preferencial é que as margens sejam de fácil

acesso, com inclinações suaves, sem grandes obstáculos e sem ár-vores próximas que atrapalhem o lançamento. Desta forma podemos com mais facilidade concentrarmo-nos na aproximação ao peixe e no lançamento, que deverá ser sempre o mais discreto possível.

condIções comPortamentaIsEntre os preceitos que podemos controlar, encontra-se em lugar de destaque o comportamento e a atitude do pescador. Quando as carpas se encontram em locais de baixa profundida-de, estão extremamente atentas e desconfiadas, pelo que qualquer ruído ou gesto brusco as põe ime-diatamente em fuga, assustando também quaisquer outros peixes das imediações. Qualquer ruído produzido durante a deslocação é facilmente transmitido ao solo e por sua vez à água, pondo em fuga

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bora diferentes de local para local. Regularmente procuram larvas de insectos aquáticos, sobretudo larvas de libelinha. No entanto, como oportunistas que são, não recusam qualquer outro tipo de isco, mesmo que não imite nada, sendo uma pluma atractiva e ge-neralista, uma das mais efectivas que tenho na caixa. As imitações de pequenos lagostins são também particularmente efectivas, em es-pecial para as grandes carpas. Em locais onde se pratica bastante a pesca com asticot, as imitações desta larva, com a vantagem de ser uma montagem bastante fácil de realizar, dão sempre bons re-sultados também.

Quando se encontram à superfície, com as bocas quase fora de água, recorremos às moscas secas e/ou flutuantes. Imitações de mosquitos em anzóis pequenos (16 a 20), escaravelhos e formigas de asa, são as mais efectivas quando se alimentam nestas condições.O lançamento é outro factor funda-mental para o sucesso desta pesca. Ao contrário do que se pensa quan-do começamos a pescar à pluma, é muito mais importante lançar bem do que lançar longe. Lançar bem significa não embaraçar a linha no ar ou tocar com o terminal na

jP

Setembro 2010 > Jornal da Pesca 17

devemos tentar utIlIZar calçado que absorva o ImPacto da deslocação, bem como rouPas dIscretas e movImentos suaves na camInHada.

superfície quando fazemos falsos lançamentos e fundamentalmente, ter precisão na colocação do isco na água. Este aspecto é extremamente importante porque se não for colo-cado muito próximo da carpa, não surte efeito, porque o peixe não o vê. O ideal é lançar para lá da nossa potencial presa, sem que a cauda de rato a assuste, e depois com um puxão rápido mas discreto, colocar o isco no local para onde a carpa se está a deslocar. Ao contrário do que se possa pensar, a carpa não é um peixe que tenha uma visão com muito alcance, porque como sabemos dá mais importância aos barbilhos tácteis e às vibrações, para detectar o alimento, do que à visão.

Obviamente, se não tivermos pre-cisão no lançamento não consegui-mos que a carpa se cruze com o isco. Por outro lado, comprometemos todo o esforço da aproximação, se a cauda de rato ou até o isco cair mesmo em cima do peixe …Daí que o material e em especial a cana e o tippet sejam extrema-mente importantes, devendo este último possuir características muito especiais para este tipo de pesca.

materIaIs em testeUma das canas de pluma utilizadas

foi a Lady Bug de 9” e linha # 7/8 da VEGA. O comportamento desta cana criava-nos algumas expec-tativas, porque devido às linhas recomendadas (#7/8), poderia ser demasiado poderosa e deselegante para os lançamentos mais discre-tos, o que quer dizer plumas mais leves, como os mosquitos.

Apesar disso, equipada com um carreto cheio com linha DT7F (duplo fuso, tamanho 7 e flutu-ante) demonstrou uma grande facilidade em colocar a linha no ar, permitindo lançamentos com elegância e sem esforço. Nas lutas com as carpas evidenciou muita flexibilidade, mas sem deixar que o pescador perca o controlo do peixe.

Refira-se que a flexibilidade e a acção parabólica são carac-terísticas das canas de pluma, sendo fundamental quando se usam diâmetros finos, como é o caso, impedindo a ruptura das linhas aquando dos arranques intempestivos destes ciprinídeos.Se a cana é determinante, o tippet é fundamental. Este pedaço de fio é o troço mais fino, e por isso teoricamente menos resistente de toda a linha, devendo ser de uma qualidade a toda a prova em

termos de resistência à tracção e à abrasão. No tippet do terminal da linha foi utilizado o fio Number One Fluorocarbon HG na medida de 0,16mm.

No final da jornada constatámos que esta excepcional linha da VEGA foi determinante para o sucesso e a diversão que conse-guimos, porque não se verificaram surpresas depois das ferragens. Resistiu aos arranques brutais das carpas, roçou em todo o género de obstáculos porque os peixes estão em águas muito baixas com vegetação e pedras, como contri-bui também para não assustar as carpas que, como vimos nestas condições, estão em estado de alerta máximo. Neste campo a invisibilidade vir-tual do fluorocarbono mostrou-se decisiva, não denunciando a sua presença, quando se aproximavam da pluma para a verificar antes de a aspirar.Ficamos por isso com uma óptima

impressão da cana de pluma Lady Bug, que se mostrou bastante poli-valente e precisa nos lançamentos, bem como com o fio Number One Fluorocarbon HG. Este último foi, sem dúvida, determinante para a concretização das capturas, graças às suas características de invisibilidade antes e a resistência a todos os níveis depois. É caso para dizer que o Number One começa a mostrar o que vale, ainda antes da captura!

Por outro lado, ficamos com a cer-teza que estamos a lidar com um fio que pode ter inúmeras aplicações em todos os tipos de modalidade, quer em água doce, quer no mar, onde seja determinante a sua dis-crição e a resistência em ambientes hostis para as nossas linhas de pesca. Tal como a cana Lady Bug, que para além das carpas, é uma excelente cana para os achigãs ou para os robalos desde que equipada com linhas e carretos adequados a cada missão. jP

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18 Jornal da Pesca >Setembro 2010

> rEportagEm

desde 2007 que Pescam juntos, joaquim moio e joão grosso, campeões nacionais de pesca ao achigã embarcada, iniciaram este ano um novo ciclo nas suas carreiras ao darem corpo ao projecto lançado pela marca vega.

TexTo: Virgílio machado e imagens: redacção

Nos últimos dois anos, a equipa do Eborense Joaquim Moio e João Grosso, tem dominado

o panorama da pesca embarcada ao Achigã, tendo conquistado os campeonatos nacionais de 2008 e 2009. Este ano, Moio e Grosso, associaram-se à VEGA, de modo a contribuir com o seu conheci-mento para o desenvolvimento dos materiais de pesca destinados aos pescadores de Achigã, comercia-lizados pela empresa portuguesa.Com a entrada do mês de Setem-bro, a equipa apoiada pela VEGA, regressou aos treinos, após a pausa das férias, com vista a preparar a fase final do campeonato nacio-nal que se realiza em Outubro e a presença no Campeonato do Mundo, que este ano terá lugar na barragem do Alqueva.

O Jornal da Pesca foi assistir a um treino da dupla campeã nacional, em plena barragem do Alqueva e saber como Joaquim Moio e João Grosso estão a preparar os próximos compromissos.

Conhecidos pela força psicoló-gica e determinação em vencer, Joaquim Moio e João Grosso, optaram em 2010 por se concen-trarem no campeonato nacional e na preparação do campeonato do Mundo. A explicação para isso é fácil “percebemos que não podí-amos gastar muito tempo noutras competições e que seria preferível apostar em tentar alcançar um feito inédito na modalidade que é vencer pela terceira vez consecutiva o Campeonato nacional”, sublinhou Joaquim Moio. Para isso “este ano optámos por competir menos vezes e treinar mais para as provas do nacional e para o campeonato do Mundo que se realiza no Alqueva”.Apesar de serem líderes isolados do campeonato nacional, a for-mação que este ano veste as cores da marca portuguesa VEGA não facilita e até Outubro “vamos ter de realizar um elevado número de treinos de modo a perceber a

Campeões Nacionais

o títuloProcuram revalidar

localização do peixe”, explicou Joaquim Moio.

Conhecendo como poucos o Al-queva, Moio e Grosso sabem que a realização destes treinos é deter-minante, e segundo João Grosso, “nunca participámos numa prova no Alqueva com um nível tão alto de água e esta situação faz com que os peixes procurem outras localizações, daí a importância destes treinos”.

Para Joaquim Moio, as alterações que a barragem sofreu este ano levam a que “sejamos obrigados a investir mais horas na procura de

novos pontos de pesca, para além disso a introdução do Alburno originou um novo comportamento nos Achigãs e por isso é importante realizarmos treinos com alguma regularidade entre Setembro e Outubro “.

João Grosso por seu lado lem-brou ao Jornal da Pesca que “es-tes treinos são determinantes, os peixes nunca estiveram com um comportamento tão distinto de semana para semana como agora e por isso é demasiado importante investir muito tempo a pescar”.A dupla campeã nacional está de tal forma determinada em alcançar

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Setembro 2010 > Jornal da Pesca 19

os seus objectivos que os treinos realizados no Alqueva são feitos em dois barcos. “É uma maneira de podermos percorrer mais água na procura do peixe e ao mesmo tempo identificarmos novas zonas de pesca”, sublinhou Joaquim Moio. Os treinos de um dia acabam sem-pre com uma “reunião em que trocamos as opiniões e avaliamos os novos pesqueiros localizados e assim decidimos pela sua mar-cação ou não nos GPS”, referiu João Grosso.

A tecnologia a bordo dos barcos de pesca ao Achigã é hoje um factor determinante para os pescadores, “é uma aliada bastante grande já que dependendo das condições do tempo, conseguimos ter uma noção mais precisa onde encontrar os peixes e deslocarmo-nos de

imediato para esses pesqueiros com recurso ao GPS”, sublinhou Joaquim Moio.Ocupando a liderança do campe-onato após quatro provas e com uma vantagem de 10 pontos para os segundos classificados à partida para as duas últimas etapas, a equipa do Eborense apoiada pela VEGA não facilita, “temos uma vantagem que não é tranquilizante e vamos ter de trabalhar muito para não sermos surpreendidos no Alqueva, por isso este investi-mento em treinar o mais possível”, sublinhou Joaquim Moio.Lembrando que a regularidade é a chave do sucesso, a equipa da VEJA não esconde que o segredo é “levar as coisas a sério, quer na preparação quer na competição”.

os materIaIs Para além da procura de novos

pesqueiros, os treinos dos cam-peões nacionais apoiados pela VEGA servem ainda para testar novas amostras e outros materiais da marca.A mudança não trouxe grandes diferenças “estamos a pescar com o material que a marca VEGA tem para os pescadores de Achigã e bem se pode dizer que estamos perante material que na maioria dos casos corresponde na perfeição às exigências de quem quer vencer”, afirmou Joaquim Moio.Para João Grosso, as canas de spinning da VEGA, as Akada HSP “estão a ser utilizadas na prática

do Split Shot, fazendo conjunto com o carreto Regal 20, ou então pescar sem chumbo apenas com o vinil”.

Já as canas de casting, a Akada HSC; “prefiro para empate à Texas, ligeiro até 3/8 meia onça e fiquei surpreendido com as prestações que tenho alcançado”.Para Joaquim Moio, “os materiais que estamos a utilizar são de facto bastante versáteis o que nos dei-xa bastante satisfeitos, utilizo as Akada HSP, a Medium e a Medium Heavy para pescas mais ligeiras. Já as canas de Casting estou a

utilizar para técnicas mais pesadas como o empate à Texas e para os Crancks”.

João Grosso não esconde que a parceria com a VEGA tem como objectivo, “conseguirmos que os pescadores portugueses possam vir a contar em breve com canas projectadas para as pescas que praticamos em Portugal e para isso estou certo que as sugestões que temos vindo a dar junto da empresa vão ajudar a construir materiais mais adequados de que é exemplo este linha de canas Akada”.

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> achigã

O progressivo arrefeci-mento e aumento de densidade das águas superficiais a meio do

Outono, e a sua deslocação para o fundo - fenómeno conhecido por “turn-over” -, gera uma autênti-ca revolução nas massas de água, perturbando as presas habituais do achigã e dando-lhe, assim, mui-tas oportunidades de se alimentar. É, pois, um período de actividade acrescida, com o factor adicional da

necessidade dos peixes ganharem reservas, para resistir aos meses de Inverno que se aproximam. Em suma, uma altura ideal para se fa-zerem excelentes pescarias. Vamos, então, analisar quais as técnicas e amostras mais produtivas nesta altura do ano.

mIGrações no outonoOs dias mais curtos e mais frios sinalizam a necessidade de prepa-

no OutonoTexTo e imagens: Jaime sacadura

ração para o Inverno. O movimento das zonas mais profundas (mais frescas no pico do Verão) para as zonas baixas é feito também por muitos seres que servem de alimento ao achigã. Assim, motivado pela necessidade de seguir as presas e de procurar a temperatura ideal, este vai passar por pontos estraté-gicos, as estruturas principais das barragens, como os bicos rochosos mais pronunciados, deslocando-se para as zonas de enseadas baixas. Podemos interceptá-lo aí e fazer boas jornadas de pesca sem grandes deslocações, pois existe sempre a possibilidade de contactar com peixes que realizam esse trajecto. Este movimento é particularmente nítido nas grandes albufeiras e não é tão significativo nas pequenas charcas ou pegos.Esta aproximação de zonas bai-xas vai permitir, também, voltar a utilizar amostras e técnicas que foram utilizadas na Primavera. As condições, aliás, assemelham-se às que antecedem a pré-desova. Os achigãs estão muito dispersos e difíceis de localizar, mas estão activos e podem até ocorrer períodos de frenesim alimentar no Outono, equivalentes aos da pré-desova. Daí ser tão importante centrarmo-nos nas estruturas principais e nas

zonas de transição entre elas, como a transição entre zonas com vegetação e rocha, perto dos bicos principais. É aí que temos mais hipóteses de localizar peixe activo.

a ImPortâncIa da temPeraturaÀ medida que a temperatura superfi-cial arrefece, a pesca pode tornar-se mais difícil. No entanto, as zonas mais baixas, como as enseadas, podem continuar a ser exploradas, com sucesso, nos dias mais quentes do Outono. As que são protegidas do vento e expostas a Sul, mantêm tem-peraturas adequadas durante mais tempo. O mesmo se passa com as zonas rochosas a Norte das massas de água. As rochas funcionam como acumuladores de calor e atraem achigãs que se mantêm perto dessas zonas de conforto, nos dias mais frios. É menos provável a existência de vegetação ainda verde nas zonas baixas, pois uma das características do Outono é a morte progressiva da maior parte da vegetação aquática mas, se existir, deve ser pescada com grande insistência. A existên-cia de madeira perto dessas zonas, como troncos de árvores submersas, é um factor adicional a explorar, pois estas coberturas são um dos locais preferidos para os grandes

achigãso outono é uma Fase do ciclo de vida do achigã que requer uma abordagem adequada para maximizar as hipóteses de sucesso. no início deste período, o achigã começa a deslocar-se dos locais mais profundos, onde passou o verão, e aproxima-se, de novo, das zonas baixas das barragens.

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exemplares se sentirem confortáveis. Com a uniformização progressiva da temperatura da água, e a enorme dispersão dos achigãs que a acompanha, o pescador deve-se virar para estes pontos estratégicos das diversas massas de água, onde os peixes encontram coberturas e presas, pois são aqueles onde pode ter mais sucesso.

amostras e técnIcas maIs ProdutIvasQuando o achigã está localizado perto de estruturas principais, como bicos pronuncia-dos, com ou sem zonas rochosas, qualquer técnica ou tipo de amostra que seja adequada a pescar essas áreas pode ter sucesso. Os vinis empatados à Texas e os crankbaits são boas opções para explorar estas zonas. Nesta altura do ano, as presas aumentaram de tamanho, quando comparadas com os alevins que serviam de alimento ao achigã no final da Primavera. Por isso, os tamanhos a utilizar são, habitualmente, mais elevados, pois funcionam também como factor de selecção, conduzindo à captura de maiores exemplares.Os jigs e atrelados de vinil, de peso médio, são boas opções perto de madeira submersa, pois não se prendem com facilidade, podem ser utilizados com linhas de maior diâmetro e tornam-se quase essenciais para retirar grandes achigãs do meio das árvores. Perto de zonas com vegetação, os spinnerbaits são os preferidos. Permitem explorar áreas extensas rapidamente, resistem bem às prisões e a vibração e flash que produzem convencem muitos peixes a sair das coberturas onde se escondem. Como alternativa, os jerkbaits de grande dimensão, rígidos ou em vinil, produzem também bons resultados. Os rí-gidos são utilizados em zonas abertas, sem grandes obstáculos e os de vinil, empatados sem peso (weightless), são excelentes para pescar sobre a vegetação.Não esquecer as amostras de superfície. Os popper, os passeantes, as hélices e até os buzzbaits, podem ser tremendamente eficazes quando os achigãs se encontram

perto das zonas menos profundas.Quando a actividade diminui, nos dias mais frios, o pescador deve procurar as zonas mais calmas e mais quentes e pescar mais lentamente, com técnicas adequadas. A utili-zação de vinis sem peso, com recuperações muito lentas e com pausas longas, pode ser muito eficaz nestes casos.

selecção de coresNo período após o “turn-over” a movi-mentação de águas que ocorre quando se mistura a água superficial com a mais profunda, dá origem a zonas mais turvas devido à agitação das lamas do fundo. Em águas mais turvas, as cores a utilizar devem ser mais vivas e contrastantes de modo a permitir a localização fácil das amostras pelo achigã. Este aspecto é mais importante nas amostras lentas, como os vinis que circulam perto do fundo e menos significativo nas amostras rápidas e ruido-sas como os crankbaits. As cores claras, como o branco e o chartreuse (amarelo fluorescente) funcionam bem perto de zonas de vegetação e são muito usados em spinnerbaits e jerkbaits em vinil. Os padrões firetiger e lagostim são muito eficazes nos crankbaits suspending (que permitem pausas longas na “cara” de achigãs mais inactivos). Em imitações de lagostim e minhocas diversas de vinil, as cores mais tradicionais, como o watermelon (verde escuro), o pumpkin (laranja-acastanhado) e o rootbeer (vermelho-acastanhado) e as suas inúmeras variantes são boas opções. Nas amostras de superfície a cor é, geral-mente, menos importante que a maneira como são trabalhadas, pelo que devemos seleccionar uma cor em que temos confiança ou um padrão de um tipo de presa local.Com o aparecimento das primeiras chu-vas, podem surgir águas mais barrentas e, nestes casos, os vermelhos e os laranjas funcionam bem, a pouca profundidade. As cores muito escuras são utilizadas, nesta situação, com amostras que se deslocam em camadas de água mais profunda. jP

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> compEtição

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Vencer um campeona-to da Europa de pesca desportiva disputado em casa parece coisa

fácil até porque Portugal tem dos melhores pescadores, equipas bem preparadas, pistas de pescas fantás-ticas e elogiadas pelos adversários e um público entusiasta pela prática da modalidade.

A verdade é que a história não é bem assim e não se pense que na pesca vivemos o drama do futebol de morrer sempre na praia ou à espera que surja um novo Eusébio para acabar a fortuna de Alemães e outros.Na pesca, países como a Inglaterra e a Itália são no velho continente potências que levam a modalidade muito a sério. Não só no empe-nhamento de cada pescador, nessa área não perdemos, mas também nos orçamentos e envolvimento

de marcas que tudo fazem para que os seus países ou os seus patroci-nados tenham acesso ao melhor em quantidade e possam passar, horas, semanas e meses em treinos consecutivos.Ora à boa maneira lusitana, a equipa nacional, composta por José Cala-do, do TeamVega, Ricardo Sousa, Gonçalo Martins, Mário Baptista, Manuel Rodrigues e Márcio Gaio, também ele do TeamVega, com liderança de Flaminio Pechincha e Vitor Marques, cedo mostraram que marcavam presença em Coruche para contrariar a tendência do mais poderoso, a Inglaterra.Nos treinos, a selecção Portuguesa revelou-se bastante unida e disposta a trocar todo o tipo de informação para lutar pela vitória final.“Sabíamos que este não iria ser um Europeu fácil, estavam presentes 153 dos melhores pescadores euro-peus em representação de 17 países”,

Portugal vence e convence

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sublinhou ao Jornal da Pesca o seleccionador nacional Flaminio Pechincha. Deste modo a selecção portuguesa teve de se bater com pescadores da Alemanha, Bélgica, Espanha, Fin-lândia, França, Hungria, Holanda, Inglaterra, Itália, Luxemburgo, Re-pública Checa e San Marino, Suécia, Suíça, País de Gales e Polónia.Para o responsável técnico pela equipa portuguesa, “esta era a nossa oportunidade de fazer história na pesca nacional, já que nunca a pesca desportiva de competição em água doce tinha alcançado um título de europeu ou mundial e estávamos com esperança de surpreender a selecção inglesa que era a mais forte de todos os conjuntos presentes”.Com dias bastantes quentes e com as dificuldades conhecidas da pista de Coruche, cedo se percebeu que a luta entre Ingleses, Italianos e Portugueses iria ser intensa até ao último minuto de cada manga.Assim no final do primeiro dia de prova, a Inglaterra está na liderança colectiva e individual, com Alan Scotthorne a liderar a geral.Entre os portugueses, a boa pres-tação dos pescadores lusos valeu-lhes um total de 20 pontos, o que correspondia ao segundo lugar da

geral colectiva, com mais dois do que a poderosa Inglaterra, enquanto a Itália ocupava a terceira posição com 23 pontos.Para José Calado do TeamVega, “penso que começamos bem ao conseguirmos ficar com a Ingla-terra bem perto e que poderíamos surpreender no último e derradeiro dia. Tínhamos um conjunto que conhece bem Coruche e que sabia como surpreender os adversários”.Os pescadores lusos mostraram que tinham a lição bem estudada e utilizando canas de pesca à inglesa preocuparam-se em capturar barbos que se encontravam na outra mar-gem, tentando sempre que possível pescar à francesa para conseguir capturas mais perto.Aliás a pesca à francesa em alguns dos pesqueiros, permitiu mesmo a captura de alguns bom exemplares, ao contrário do que seria de esperar. Contudo foi na pesca à inglesa que os grandes barbos foram capturados.Assim no último dia de prova, a consistência dos pescadores lusos e a menos conseguida prova de Ingla-terra permitiu à equipa Portuguesa alcançar a vitória neste Europeu de Coruche. Destaque neste segundo dia para a excelente prestação de Márcio Gaio que capturou 32 peixes

que totalizaram 4,100 kg, acabando na segunda posição do sector a 75 gramas do italiano Falsini.Já José Calado com uma prestação notável conseguiu capturar 16 peixes que totalizaram 3,730kg.Feitas as contas finais, Portugal subiu ao mais alto lugar do pódio colectivo pela primeira vez no seu historial com 30 pontos, enquanto a Inglaterra acabou na segunda posição com um total de 32 pontos e a Itália foi terceira com 45 pontos.Este resultado revela bem o em-penhamento colocado por todos nesta excelente jornada de pesca para Portugal.Individualmente a vitória sorriu a Alan Scotthorne, enquanto Will Rai-son foi segundo e Giuliano Prandi de Itália o terceiro. Um pódio de luxo que é revelador da exigência que os estrangeiros estão a colocar em tudo o que fazem. Entre os portugueses, Gonçalo Martins terminou no brilhante quarto lugar da geral, enquanto Márcio Gaio foi oitavo e José Calado nono classificado.No final José Calado não escondeu que esta vitória de Portugal foi “jus-ta, trabalhamos todos muito, todos os pescadores portugueses para conquistar este título e o facto de

termos relegado a Inglaterra para o segundo lugar da classificação ainda deu mais brilho à nossa vitória”.Para o presidente da Federação Por-tuguesa de Pesca Desportiva, Jorge Almeirim, esta vitória alcançada em Coruche “foi brilhante, sabíamos que a pesca este ano no rio Sorraia estava mais complicada, com menos peixe do que é habitual na pista de Coruche, nomeadamente peixe de maior porte, o que obrigou a nossa

selecção a trabalhos redobrados para encontrar alternativas. E ape-sar de individualmente ser sempre bom conquistar um título, o que nos motivou neste campeonato da Europa foi a conquista do título por nações e foi para aí que apontamos as nossas energias. Conseguimos e por isso estamos todos de parabéns. Os pescadores e toda a organiza-ção”, acrescentou o presidente da Federação.

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Carretos Rebustossão essenciais para a práticade jigging

eficácia. A rigidez do blank ou, se quisermos, a rapidez com que de-pois de deformado volta à posição inicial é importante. Daqui que, em princípio para canas de menor comprimento se conseguem obter blanks rápidos e simultaneamente mais leves e de menor diâmetro. A acção total progressiva, quando efectivamente conseguida na fabri-cação do blank, pode resultar, em excelentes canas se a montagem for a adequada.De uma forma geral, os fabricantes indicam para cada cana o intervalo de peso dos jigs utilizáveis, (ex.: 150-250g), bem como as linhas que podem ser usadas no carreto, (ex.: PE 2-3.5) ou ainda a máxima regulação do drag (ex.: 17kg). Para fazer face a diferentes situações, os pescadores de jigging fazem-

se habitualmente acompanhar de vários e diversificados conjuntos cana/carreto.

OS CARRETOSA evolução que os carretos têm conhecido, como equipamentos mecânicos que são, é diferente da das canas. Parece óbvio que a fiabilidade dos carretos tem a ver com a tecnologia que está presente na sua construção e com os compo-nentes mecânicos que possui. São para nós factores determinantes na escolha de um carreto as suas características e o desempenho daí decorrente. No jigging exige-se ao carreto grande esforço, sendo alguns dos seus componentes mais solicitados as engrenagens, o veio central, o rolete da asa de cesto e o drag. No que se refere às engre-

nagens, roda de coroa e pinhão, os materiais em que são construídos assumem grande importância. Do bronze ao duralumínio, passando pelo aço inoxidável, todos estes materiais de base são indicados para a fabricação de componentes mecânicos. Os rolamentos num carreto são essenciais. Todas as peças, sobretudo as de maior es-forço e as que mais rodam, devem trabalhar sobre rolamentos. Desta forma consegue-se suavidade no funcionamento e menor desgaste do material. O veio central num carreto para jigging tem de ter a resistência suficiente para suportar o constante trabalho de animação do jig ou zagaia bem como as, muitas vezes bárbaras, ferragens de predadores junto ao fundo em que não há margem para ceder linha. O drag deve ser multi-disco, recomendando-se vivamente os discos em carbono.A relação de recuperação dum carreto para utilizar no jigging deve ser média ou baixa. Temos como recomendável que relações de recuperação situadas entre 4 e 5 voltas do rotor, por volta de ma-nivela, perfazem genericamente as exigências desta técnica de pesca.A velocidade de recuperação é im-portante no combate com o peixe, mas também na acção de animação do jig, uma vez que é necessário encadear o movimento da cana com a recuperação da linha. Um carreto com força é importan-te, pois com alguma frequência

De entre as várias formas de animar um jig, destaquemos simplesmente os ‘movimentos longos’ e os ‘movimentos curtos’. Facilmente se depreende que no primeiro caso temos por cada movimento ascendente/descendente da cana, mais linha para recuperar e no segundo menos linha. Também o maior ou menor comprimento da cana tem consequência na linha a recuperar, pela amplitude do movimento. É claro que é a acção do pescador que vai compatibilizar todo o processo de animação e recuperação. Poderá contudo ter a bordo, entre as suas opções, conjuntos com cana mais longa e carreto mais rápido e cana mais curta e carreto mais lento. Na pesca e nomeadamente no jigging as soluções são sempre de compro-misso, cabendo como sempre ao pescador a última palavra.

ANIMAÇÃO E RECUPERAÇÃO

do multi-filamento e a

sua qualidade. Os multifilamentos de 3 e 4 fios são talvez os mais utilizados na pesca desportiva em geral, provavelmente pelo preço a que chega ao mercado. O aumento do número de fios de um multifi-lamento torna-o mais cilíndrico, mais próximo da secção de um monofilamento de qualidade, e consequentemente mais caro. Os multifilamentos com 8 fios são uma boa opção para o jigging, embora nem todas as marcas o comercializem.

NOTAS FINAISA qualidade do conjunto de equi-pamentos com que pescamos é nivelada pelo de menos elevada referência. No jigging encontra-mos a cada passo situações para as quais é de toda a conveniên-cia estarmos bem equipados, não valendo por vezes a pena fazer escolhas de duvidosa qualidade. O prazer da pesca é também o pra-zer do conhecimento e utilização dos materiais e equipamentos que utilizamos.

utilizam-se zagaias mui-to pesadas e efectuam-se f e l i zmen te algumas cap-turas também pesadas.

AS LINHASQuando se fala de linhas para o carreto, no jigging, somos levados imediatamente a pensar nos multifilamentos entrança-dos. Actualmente, a esmagadora maioria dos pescadores de jigging utiliza linhas multifilamentares. A razão desta opção prende-se com as características destas linhas, praticamente sem elasticidade, espessura inferior aos monofila-mentos para uma apreciavelmente maior tensão de rotura e ainda a possibilidade de ser multicolorida, indicando a linha saída do carreto. Os multifilamentos são confeccio-nados com fibras de Polietileno (Poly-Ethylene), daí a abreviatura PE. A tecnologia da fabricação de fibras é muito complexa, existindo marcas de referência como são exemplos a Dyneema ou a Spectra. Complexa é também a confecção do multifilamento entrançado, es-tando na tecnologia de fabricação a qualidade do produto final.Estas linhas podem ser fabricadas juntando pelo menos 3 mechas de filamentos. O processo de entran-çar e o número de fios (mechas de filamentos) determina o calibre jP

Alicatea sua utilização é determinante para a colocação dos anzois nas zagaias

Março 2010 > Jornal da Pesca 23

Em virtude da particularidade desta espécie, o engodo deve ser prepa-rado com antecedência, cerca de uma hora antes do inicio da pesca.Ao preparar o engodo temos e ter o cuidado de não o tornar numa pasta e por isso a quantidade de água nunca será um dado exacto. Devemos sim ir verificando se a consistência é a adequada e caso não seja irmos então acrescentando água.A engodagem para as bogas tem de ser realizada com precisão e ritmo de modo a aumentar a quantidade de peixe no pesqueiro. Se realizarmos uma engodagem dispersa, vamos ter um número de capturas mais baixo e teremos certamente o peixe mais longe do anzol.O ritmo da engodagem vai depen-der da quantidade de engodo que pretendemos gastar, sendo certo que engodar em demasia num local com pouco peixe também é contra-producente.No entanto é bom lembrar que se o volume de peixe for grande, a engodagem deve manter um ritmo constante, de modo a que as bogas não fujam do pesqueiro.Quanto temos pescas abundantes, devemos ter o cuidado de dividir o engodo em quatro partes. Três partes iguais para cada uma das horas de prova e uma mais pequena para a engodagem inicial.

6 - ISCOSOs iscos que mais utilizo nas pes-cas das bogas são o vers-de-vase, pinkies e o asticot, este último com

menos frequência.Temos a ideia pré concebida de que quanto maior for os vers-de-vase, melhores. Pessoalmente tenho uma opinião contraria, até porque quanto maior for, maior será o espaço a percorrer pela boga para atingir o anzol, o que acaba por resultar num maior índice de perda de ferragens.

Por isso não gosto de utilizar vers-de-vase, nem muito pequenos nem muito grandes. Os melhores para utilizar são os que tem um tamanho aproximadamente de 1,5cm.Para iscar às bogas utilizo no máxi-mo dois vers-de-vase, apesar de na maioria das vezes utilizar só um, os toques são mais seguros e bastante

mais rápidos.Para manter em bom estado o vers-de-vase, temos de seguir algumas regras de conservação que passam numa fase inicial por limpa-los da matéria organiza que é utilizada para o seu transporte. Para isso devemos recorrer as peneiras de modo a que se consiga uma boa

limpeza. Depois de limpos devem ser colocados em água fresca. Aqui teremos de ter o cuidado de manter a água fresca realizando algumas mudanças de água para que esta não comece a ficar suja de engodo ou com falta de oxigénio levando a que os vers-de-vass alterem a sua cor para roxo escuro. jP

A engodagem para as bogas tem de ser feita com precisão e ritmo

Pintar a antena da Bóia pode permitir uma melhor viualização dos toques das bogas.

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