jornal correio noticias - edição 1320

8
1 Terça-Feira - 06 de Outubro de 2015 Edição 1.320 06 Terça-Feira Outubro / 2015 Edição 1320 Paraná exporta de relógio de ponto a capacete e pedra vesicular de boi As exportações paranaenses estão concentradas em produtos do complexo soja, carnes, autopeças, automóveis, máquinas, madeira e papel. Página 3 Por que o Brasil massacra 1 milhão de animais por dia em suas estradas? Biólogos cobram ação contra principal causa de morte de animais silvestres no país e aler- tam sobre 'desgraça' em curso. Página 8 Homem tenta matar a esposa durante churrasco de família Página 8 Mais uma semana para votação das contas de Pezão O vereador Idenilson Bernardino da Silva protocolou na noite desta terça-feira, 29, um pedido de vistas referente ao projeto que iria votar o Parecer Prévio do Tribunal de Contas do Estado do Paraná. Página 5 Desafios e oportunidades do ‘smart ecosystem’ Nesse smart ecosystem, os aparelhos esta- rão integrados, equipados com sensores para coleta de dados em tempo real e conectados à internet. Página 4

Upload: jornal-correio-noticias

Post on 23-Jul-2016

228 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Jornal Correio Noticias - Edição 1320

TRANSCRIPT

Page 1: Jornal Correio Noticias - Edição 1320

1Terça-Feira - 06 de Outubro de 2015Edição 1.320

06Terça-Feira

Outubro / 2015Edição 1320

Paraná exporta de relógio de ponto a capacete e pedra vesicular de boi

As exportações paranaenses estão concentradas em produtos do complexo soja, carnes, autopeças, automóveis, máquinas, madeira e papel. Página 3

Por que o Brasil massacra 1 milhão de animais por dia em suas estradas?

Biólogos cobram ação contra principal causa de morte de animais silvestres no país e aler-tam sobre 'desgraça' em curso. Página 8

Homem tenta matar a esposa durante

churrasco de família

Página 8

Mais uma semana para votação das

contas de PezãoO vereador Idenilson Bernardino da Silva protocolou na noite desta terça-feira, 29, um pedido de vistas referente ao projeto que iria votar o Parecer Prévio do Tribunal de Contas do Estado do Paraná. Página 5

Desafios e oportunidades

do ‘smart ecosystem’

Nesse smart ecosystem, os aparelhos esta-rão integrados, equipados com sensores para coleta de dados em tempo real e conectados à internet. Página 4

Page 2: Jornal Correio Noticias - Edição 1320

Terça-Feira - 06 de Outubro de 2015Edição 1.3202

jornalística correio do norte s/c ltda cnpj: 07.117.234/0001-62

Siqueira CamposCornélio ProcópioCuritibaIbaitiJapiraJabotiSalto do ItararéCarlópolisJoaquim TávoraGuapiramaQuatiguáJacarezinhoConselheiro MairinckPinhalão

Direção SUCUrSAL ArAPoTi

Elizabete Gois David BatistareDAção

Isaele Machado, Regiane RomãoDavid Batista , Gilberto GimenesJorNALiSTA reSPoNSÁVeL

Regiane Romão - MTB: 0010374/PRDiAGrAMAção

André MachadoADMiNiSTrATiVo

Claudenice MachadoCoLUNiSTA

Gênesis Machado

CirCULAção

rePreSeNTAçãoMERCONET Representação de Veículos de

Comunicação LTDARua Dep. Atilio de A. Barbosa, 76 conj. 03Boa Vista - Curitiba PRFone: 41-3079-4666 | Fax: 41-3079-3633

FiLiADo A

Associação dos Jornais Diários do Interior do Paraná

REDAçãO jORNALRua Piauí, 1546Siqueira Campos - Paraná(43) 3571-3646 | (43) 9604-4882

Site: www.correionoticias.com.br

SuCuRSAL ARAPOTIDIREçãO: DAVID BATISTAAv. Vicente Gabriel da Silva, 369Jardim Ceres - Arapoti - Paraná(43) 3557-1925 | (43) 9979-9691

[email protected]

TomazinaCuriúvaFigueiraVentaniaSapopemaSão Sebastião da AmoreiraNova América da ColinaNova Santa BárbaraSanta Cecília do PavãoSanto Antônio do ParaísoCongoinhasItambaracáSanta MarianaLeópolis

SertanejaRancho AlegrePrimeiro de MaioFlorestópolisSão Gerônimo da SerraSanto Antônio da PlatinaArapotiJaguariaívaSengésSão José da Boa VistaWenceslau BrazSantana do ItararéJundiaí do SulAndirá

AbatiáCambaráRibeirão do PinhalNova FátimaBarra do JacaréSanta AméliaSertanópolisBela Vista do ParaísoRibeirão Claro

oPiNião

Terra sem lei em um mar de problemas

Ariel Scheffer da SilvaDoutor em Zoologia, é diretor

de Empreendedorismo Inovador do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná (IFPR) e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza

Quem já não sentou à beira da praia ou até na frente da tele-visão para contemplar a imensidão do mar e toda a diversidade que o ecossistema marinho nos traz? Essa beleza e encantamento, con-tudo, enganam. Ao longo das últi-mas décadas, os oceanos foram transformados em um dos ecossis-temas mais degradados e ameaça-dos do planeta.

Dados da Organização das Nações Unidas para a Alimenta-ção e Agricultura (FAO) mostram que 61% das espécies de peixes comercialmente exploradas no planeta foram pescadas nos seus limites máximos de manutenção populacional. Os recifes de coral estão sob alto risco de desaparecer até 2050 e, segundo a União Inter-nacional para a Conservação da Natureza (UICN), diversas espé-cies de tubarão estão entrando em extinção. Somando-se a isso, há a contaminação da água, as invasões por espécies exóticas e a supressão de habitats.

No Brasil, o cenário não é dife-rente. Conforme o Ministério da Pesca e Aquicultura, a produção pela pesca extrativa marinha vem caindo desde 1980, quando atin-giu 750 mil toneladas e caiu para 550 mil toneladas anuais, nos anos subsequentes, por conta da pesca mal gerenciada e ilegal.

O Instituto Chico Mendes de

Conservação da Biodiversidade (ICMBio) listou 19 espécies de peixes marinhos ameaçados de extinção. As cinco espécies de tar-tarugas marinhas encontradas no Brasil permanecem na lista de ani-mais em risco de extinção, apesar dos esforços de vários projetos de conservação. Além disso, mais de 25% de nossos manguezais, importantes para o ciclo de vida de várias espécies de valor comercial e, obviamente, ecológico, já foram destruídos ao longo de nossa costa. Nos manguezais vivem mais de 750 espécies, incluindo 226 espécies de peixes, 131 de crustá-ceos e 52 de moluscos.

Por que se preocupar com isso? A resposta é simples: os ecossistemas marinhos proporcio-nam serviços ambientais essen-ciais à sobrevivência humana como alimentos, medicamentos e lazer; e, no atual cenário de mudanças climáticas, são fortes aliados na manutenção do clima, no controle de inundações e proteção costeira. Também há vantagens econômi-cas, pois a atividade pesqueira, segundo o Ministério da Pesca e Aquicultura, envolve cerca de um milhão de pescadores profissionais e mais de 3,5 milhões de empre-gos diretos e indiretos. A pesca artesanal é responsável por 50% da produção de pescado nacional e importante fonte de renda e de segurança alimentar para comuni-dades litorâneas.

Diante dos imensos benefícios ambientais, sociais e econômicos do mar para os brasileiros, e dos altos riscos desse ecossistema no país, precisamos de maior e melhor tutela do Estado, uma vez

que é sua obrigação constitucio-nal garantir a gestão adequada e a repartição justa dos benefícios decorrentes da exploração desses recursos. Isso inclui o estabeleci-mento de unidades de conser-vação, para garantir a proteção dessa rica biodiversidade e dos serviços ambientais prestados pelos ecossistemas marinhos.

Como esse cenário é ampla-mente conhecido por pesquisado-res e gestores públicos, fui pego de surpresa pelas inexplicáveis rejeições da bancada ruralista ao projeto que cria a Política Nacional para Preservação e Uso Sustentá-vel do Mar Territorial Brasileiro – a Lei do Mar – e à Portaria 445 do Ministério do Meio Ambiente, para a gestão de espécies vulneráveis. Ambas as normativas buscam pla-nejar e ordenar o uso sustentável dos recursos marinhos, aumen-tando a eficiência e a sustentabi-lidade dos setores produtivos e a manutenção da biodiversidade.

Será que falta aos senhores deputados conhecimento sobre o tema? Uma espécie de analfa-betismo ambiental e estratégico? Será falta de compromisso com nossa Constituição Federal? Ou simplesmente é o clientelismo com grupos econômicos fadados a se extinguirem junto com as espécies e ambientes que explo-ram?

É possível mudar esse cená-rio. Por meio de manifestos coletivos e pessoais aos parla-mentares, a mobilização pública pode gerar comoção para apoio ao ordenamento responsável de nosso mar. É nosso papel. É da nossa conta.

Sem Deus, tudo é permitidoLuiz Felipe Pondé, escritor,

filósofo e ensaísta, é doutor em Filosofia pela USP e professor do Departamento de Teologia da PUC-SP e da Faculdade de Comu-nicação da FAAP

Sim, o título é uma afirmação. Acho que sim, se Deus não existe, tudo é permitido. Sim, minha afir-mação é niilista. Vai encarar?

O leitor com repertório sabe que estou falando do persona-gem Ivan Karamazov, do romance Os irmãos Karamazov, do grande Fiódor Dostoiévski (1821-1881). Woody Allen, autor do recente Homem Irracional, é obcecado por esse tema. Como não ser, se você é alguém que pensa a moral para além do credo raso da classe média?

A classe média é aquela que acredita que, se disser para os filhos que a honestidade garante a felicidade, isso garantirá alguma forma de segurança moral e exis-tencial na vida. Não, não garante. Isso não quer dizer que você não deva buscar ser honesto, mas isso quer dizer que não há nenhum “nar-rador” da vida que garanta absolu-tamente nada. Nosso “senhor” é o acaso.

Dito isso, voltemos ao pro-blema. Woody Allen recoloca esse problema em seu último filme por meio do professor de Filosofia que o estrela. De niilista deprimido, ele passa a niilista ativo, como diria um nietzschiano. Mas o cineasta termina por escolher Kant (que era ateu, mas não sabia ou tinha medo de saber): se Deus não existe, res-ta-nos a universalidade da norma categórica, que jamais pode ser

quebrada. Não podemos matar porque, se quebramos essa regra, a humanidade mergulha no caos.

Será? O pensamento é peri-goso. Melhor concordar com Kant e ir jantar depois do filme. Mas nem por isso podemos fugir do russo Dostoiévski (como diz o filósofo do filme, “o cara que sacou tudo”): e se eu não me sentir culpado e nin-guém descobrir o que fiz, haveria algum problema em matar alguém que é “mau” (para facilitar o argu-mento)?

Woody Allen não acredita no binômio “culpa-perdão” como forma superior de vida moral. Dostoiévski, Victor Hugo, Tolstói e Nelson Rodrigues, entre outros, acreditavam. Para ele, resta Kant e sua mentalidade de classe média, como reconhece a aluna kantiana do longa. Adora dar para o profes-sor, mas não tolera assassinatos, mesmo por uma boa causa.

Apesar de não simpatizar com Kant (prefiro Dostoiévski, Nelson Rodrigues e Nietzsche), o risco de degeneração para a violência é um fato quando a humanidade (que é gado, em termos morais) sai dos limites das normas. Basta pensar em algo banal como o trânsito.

Mas, ainda assim, a questão permanece: e se eu me sentir bem com o que fiz, ninguém descobrir, e o morto “merecer”, por que não?

Claro, posso pôr em dúvida a ideia de que a vítima “merece”, e muita gente canalha já matou milhares em nome do “bem”. No último século, todos os socialistas mataram milhares de pessoas em nome do “bem” – os mesmos que posam de santos no Brasil, porque

somos gente ignorante em história.

A questão de Dostoiévski não tem nada a ver com a ideia, errada, de que quem é ateu é mau. Pensar isso é para iniciantes. A questão dele tem a ver com a negação de qualquer validade absoluta da moral. Isso implica a hipótese nii-lista.

Por outro lado, isso tampouco quer dizer que, ao concordar com o russo, eu esteja caindo em qual-quer “desespero existencial”, como assumem os bem resolvidos, que julgam tudo compreender porque leem livros chiques no idioma ori-ginal. Só espíritos confusos e ima-turos julgam a vida e as pessoas pelo que leram.

Pelo contrário: o niilismo torna você imbatível em termos morais, porque lhe faz impermeável a qual-quer apelo em nome de qualquer “valor”. A resposta moral do niilista é “estética” (como no filme): faço o que gosto e o que me faz bem e, ao fim, pouco me importa se a pessoa “merece” morrer ou não.

A única resposta consistente ao niilismo é ainda a de Dostoié-vski: o niilista é um desgraçado que não é capaz de confiar no mundo (mas isso é outra história, que não dá para contar aqui). Dizer para um niilista que ele deve levar em conta as “necessidades” da humanidade é querer brincar com um leão porque você acha ele fofo. Não é à toa que, aos olhos niilistas, a humanidade seja uma grande classe média ridícula, incapaz de gozar de fato a liberdade que só a solidão nos dá.

Page 3: Jornal Correio Noticias - Edição 1320

3Terça-Feira - 06 de Outubro de 2015Edição 1.320PoLÍTiCA

DEuS É AMOR E juSTIçA

REFORMA ADMINISTRATIVA A reforma administrativa anunciada pela presidente Dilma Rousseff nesta sexta-feira (2) confirmou o corte de oito minis-térios e três mil cargos comissionados. Além disso, a presi-dente também anunciou a redução de 10% nos salários dos ministros. As medidas são uma tentativa de resposta à crise política e fiscal do governo federal.

PARTIDOS DA BASE A presidente deixou claro também que a reforma visa trazer estabilidade política, ao atualizar a base aliada do governo. “Nosso objetivo é consolidar a base política buscando a maio-ria, para que a nossa governabilidade seja ampliada. Estamos tornando nossa coalização mais equilibrada e fortalecendo relações com os partidos”, afirmou. Ao lado do vice-presidente Michel Temer, a presidente disse que se trata de uma ação legítima, de um governo de coalizão, feita “às claras”. Mesmo com a redução do número de pastas, o PMDB aumentou a participação no ministério (de seis para sete). O partido com mais ministérios continua sendo o PT (nove). O PTB tem dois. Ficaram com um ministério PSD, PDT, PCdoB, PRB e PP. Oito ministros não são filiados a partidos.

MEDIDAS ANuNCIADAS Criação da Comissão Permanente da Reforma do Estado - Extinção de oito ministérios - Extinção de três mil cargos comissionados - Eliminação de 30 secretarias ligadas a minis-térios - Redução de 10% nos salários dos ministros - Corte de até 20% nos gastos de custeio - Imposição de limite de gastos com telefone, passagens e diários aos ministérios - Revisão de contratos de serviços terceirizados - Revisão de todos os contratos de aluguel do governo - Revisão do uso do patrimônio público e dos imóveis da União - Criação de uma central de transporte por ministério, com vista a reduzir a frota e otimizá-la.

NOVOS MINISTROS A presidente anunciou os nomes de dez ministros novos ou que mudaram de pasta: - Casa Civil: Jaques Wagner (PT) - Ciência e Tecnologia: Celso Pansera (PMDB) - Comunicações: André Figueiredo (PDT) - Defesa: Aldo Rebelo (PCdoB) - Edu-cação: Aloizio Mercadante (PT) - Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos: Nilma Lino Gomes (sem partido) - Portos: Helder Barbalho (PMDB) - Saúde: Marcelo Castro (PMDB) - Secretaria de Governo: Ricardo Berzoini (PT) - Trabalho e Previdência: Miguel Rossetto (PT).

DECRETOO governo publicou decreto na sexta-feira (2) para proibir que o Executivo federal fique devendo para qualquer instituição financeira por mais de cinco dias. Uma das cláusulas prevê que, se isso ocorrer, o órgão contratante deverá cobrir o saldo em 48 horas. O decreto anterior, que foi revogado, não esta-belecia prazo.

CPMFO novo ministro da Saúde, Marcelo Castro (PMDB-PI), defen-deu uma nova proposta para a cobrança da Contribuição Pro-visória sobre Movimentação Financeira (CPMF), que serviria, segundo ele, para custear tanto a Previdência Social, quanto a saúde. A contribuição seria permanente e cobrada duas vezes, tanto de quem faz pagamento quanto de quem recebe a quan-tia, sem aumento da alíquota.

CORTE Além da redução de 10% nos salários dos ministros anun-ciada ontem (2) pela presidenta Dilma Rousseff como parte da reforma administrativa, os salários do presidente da República e do vice-presidente também sofrerão o mesmo percentual de corte. Embora a medida não tenha sido anunciada pela pre-sidenta durante cerimônia no Palácio do Planalto, a redução consta no detalhamento das medidas divulgado pela Secreta-ria de Comunicação da Presidência da República.

Paraná exporta de relógio de ponto a capacete e pedra vesicular de boi

As exportações paranaenses estão concentradas em produtos do complexo soja, carnes, autopeças, automóveis, máquinas, madeira e papel

ParanáAEN Notícias

Mas a pauta de itens envia-dos ao exterior pelo Estado é bem mais diversificada. A lista inclui produtos como cabelo, explosivos e detonadores, capacetes, bone-cos de corda, ceroulas, relógios de ponto e de controle de acesso e cimentos para obturação dentá-ria.

Os dados são de um levan-tamento inédito realizado pelo Instituto Paranaense de Desen-volvimento Econômico Social (Ipardes), com base nos números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

O repertório de exportações inclui, ainda, produtos como rolhas de plástico, equipamentos para tênis de mesa, aparelhos de depilação, pedras preciosas, taxí-metros e medidores de percurso, dentre outros. Juntos, de janeiro a agosto de 2015, esses produtos representaram 9,26% das expor-tações e geraram uma receita de US$ 949,8 milhões.

De acordo com Júlio Suzuki, diretor presidente do Ipardes, o volume de itens exportados é amplo e mostra que o mercado internacional abre oportunidades para todos. “Essas exportações são realizadas, em sua maioria, por pequenas empresas, o que demonstra um potencial grande, principalmente com a cotação do dólar mais alta”, diz Suzuki.

DESTINOS - O Paraná vem ampliando os itens de produtos exportados. De janeiro a agosto de 2014 foram 2.845 contabili-zados de acordo com a Nomen-clatura Comum do MERCOSUL (NCM). Em 2015, esse número subiu para 2.977 itens.

Boa parte desses produtos é exportada em contêineres pelo Porto de Paranaguá e tem desti-nos variados. O Paraná exporta fios de cabelo para Israel, bone-cos para o Paraguai e Portugal, bolas infláveis para o Japão, Guiné, Alemanha e Paraguai. Arti-gos e equipamentos para tênis de mesa vão para Paraguai e Angola.

O Estado também envia ao mercado externo subprodutos da bovinocultura. “Países da Ásia, principalmente o Japão, compram pedras da vesícula do boi, que é considerada afrodisíaca e anti-

cancerígena. O valor pago pelas pedras chega a se equiparar ao do ouro”, diz Luiz Fernando Brondane, coordenador estadual da área de pecuária de corte da Emater.

Os cálculos, que aparecem geralmente em animais idosos, vão para outros países onde são moídas e transformadas em cáp-sulas. O Paraná também exporta o vergalho (pênis do boi cortato e seco), que também é considerado afrodisíaco.

DESTAQUES - Nos primeiros oito meses do ano, o Paraná regis-trou, por exemplo, um aumento de 247% nas vendas de estopins e rastilhos de segurança, cordeis detonantes e detonadores elé-tricos, para US$ 10,27 milhões. Também tiveram alta (153,7%) às exportações de assentos e tampas plásticos de sanitários, para US$ 9,7 mil, e as vendas de artigos e equipamentos para tênis de mesa (139,2%), para US$ 1,4 mil. As vendas de cimentos para obtura-ção dentária, produto de alto valor agregado, aumentaram em 36%, para US$ 1,4 milhão, nos primeiros oito meses do ano.

Produtos de nicho e alta tecno-logia conquistam mercado externo

Muitas exportadores enviam ao exterior produtos de alto valor tecnológico, para nichos de mer-cado. É o caso da Angelus Pro-dutos Odontológicos, de Londrina, no Norte do Paraná, que exporta produtos odontológicos para 84 países.

São mais de 100 produtos de

exportação entre, pinus, fibras de vidro, resinas e cimento para obtu-ração dentária, o principal produto da empresa. As vendas externas já representam 50% do faturamento, que deve chegar a R$ 25 milhões em 2015, segundo o presidente e fundador da empresa, Roberto Alcântara. “Conseguimos atuar em segmento de nicho em que a ino-vação é essencial”, diz.

O bom resultado nas expor-tações vem da combinação de investimento em pesquisa e desenvolvimento e também de per-severança. “A exportação sempre foi uma estratégia. Mantivemos as vendas externas mesmo quando o câmbio não era favorável e atuá-vamos praticamente no vermelho” afirma.

A Angelus inaugura nesta segunda-feira (5) uma nova fábrica, com investimento de R$ 10,4 milhões. Localizada ao lado da sua atual unidade industrial, no parque tecnológico Francisco Sciarra, a nova fábrica vai produzir brocas.

Relógios de ponto, controle de acesso por biometria e leitura de íris

Líder de mercado no Brasil, a Henry Equipamentos e Sistemas, de Pinhais, na Região Metropoli-tana de Curitiba, exporta relógios de ponto, equipamentos de con-trole de acesso por biometria e lei-tura de íris, catracas e torniquetes para América Latina.

Os principais mercados são Uruguai, Chile e Bolívia, de acordo

com o gerente de negócios inter-nacionais, Daniel Del Conte. “As exportações ainda representam pouco no faturamento da empresa, mas o potencial é grande, porque há uma mudança de cultura. Aos poucos os países estão migrando para os produtos eletrônicos e com mais tecnologia, a exemplo do que já ocorre no Brasil”, afirma.

Capacetes de proteção para mais de 56 países

Com o câmbio mais favorá-vel, as empresas querem ampliar exportações. “Exportar nos dá a chance de evoluir e aprender, porque atuamos em mercados exigentes. Isso nos mantém em um aprimoramento constante”, afirma Marlon Bonilha, diretor pre-sidente da Pro Tork, de Siqueira Campos, no Norte Pioneiro, que fabrica motocicletas e equipa-mentos.

A empresa exporta capacetes de proteção e atua em mais de 56 países, mas principalmente para a América Latina. No início de novembro, a Pro Tork coloca em operação um laboratório de pré-testes de conformidade para capacetes. O objetivo é adap-tar os modelos a legislações de outros países.

A empresa tem uma lista de exportações que inclui, ainda, escapamentos, guidões, proteto-res e botas. “As vendas externas representam 10% do faturamento, mas queremos que essa participa-ção chegue a 15% em até meados de 2016” diz Bonilha.

na foto, capacetes de proteção exportados pela protork

DIVULGAçãO

A cada R$ 1 a mais de receita tributária, governo cortou R$ 1,22 em despesas

ParanáAEN Notícias

Os números do último balanço financeiro, divulgado nesta semana pela Secretaria de Estado da Fazenda, mostram que, para cada R$ 1,00 em aumento real de receita tributária nos primeiros oito meses do ano, foram cortados R$ 1,22 em despesas correntes ou R$ 1,59 nas despesas totais.

O cálculo toma como base uma comparação, já descontada a inflação, entre despesas e receita tributária. De janeiro a agosto, as despesas correntes foram corta-das em R$ 1,75 bilhão, e as des-pesas totais em R$ 2,28 bilhões. Enquanto isso, a arrecadação tributária aumentou em R$ 1,43 bilhão. Os volumes não incluem as transferências para os municí-pios. “Tanto o Governo do Estado quanto o contribuinte paranaense tiveram que fazer sacrifícios para que chegássemos a estes resulta-dos tão positivos e promissores”, disse o governador Beto Richa.

“Cortar gastos é ainda mais difícil em um momento de inflação alta, que está batendo 10% ao ano”, completou o secretário da

Fazenda, Mauro Ricardo Costa. Em termos reais, a receita tri-

butária cresceu 8,72% de janeiro a agosto, em relação ao mesmo período de 2014 - passando de R$ 16,4 bilhões para R$ 17,8 bilhões. Na mesma base de comparação, despesas correntes tiveram redu-ção maior, de 9,8%, com queda de R$ 17,8 bilhões para R$ 16,09 bilhões. As despesas totais foram reduzidas em 11,77%, de R$ 19,4 bilhões para R$ 17,08 bilhões.

CORTES - Desde o fim do ano passado, o Paraná adotou um plano de ajuste fiscal, que incluiu, além da equalização de alíquotas do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), uma série de medidas para redu-zir despesas. De acordo com o secretário Mauro Ricardo, uma das principais foi à revisão de contra-tos administrativos, que proporcio-naram uma redução, em média, de 8,17%, nos gastos.

Dos 2.686 contratos admi-nistrativos em vigor, 306 foram renegociados, o que representou uma economia de R$ 136 milhões. “Somente nos contratos de conser-

vação e limpeza, a redução real de despesas foi de 14%”, afirmou o secretário.

O governo estadual reduziu ainda estruturas de cinco secreta-rias e cortou mil cargos em comis-são, além de vetar a admissão de pessoal. O patamar atual de gastos com pessoal é o menor já atingido desde o início do primeiro governo Beto Richa, em 2011.

A proporção de gastos com a folha de pagamento sobre a receita corrente líquida está em 43,75%, abaixo dos 46,43% do limite prudencial previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Além disso, a transferência de 31 mil aposentados e pensio-nistas para o fundo previdenciário desonerou o Poder Executivo do desembolso de R$ 121 milhões por mês. Também foi adiado o rea-juste dos servidores, cuja primeira parcela de aumento, de 3,45%, ficou para a folha de pagamento de outubro.

“O ajuste fiscal, cuja maioria das medidas já está em vigor, vai ter um retorno muito importante para a sociedade, que é a recupe-ração de investimento do Paraná”,

disse Mauro Ricardo. MELHORIAS - Graças ao

ajuste fiscal, o Paraná prevê, para 2016, o maior volume de investi-mentos da sua história. Estão pre-vistos R$ 6,8 bilhões. De acordo com a lei orçamentária encami-nhada à Assembleia Legislativa nesta semana, desse total serão R$ 3,7 bilhões do Tesouro e R$ 3,1 bilhões das empresas estatais.

MUNICÍPIOS - Com o aumento da arrecadação de ICMS e IPVA, os repasses aos municípios também aumentaram. De janeiro a setembro, os volumes cresceram 19,7%, para R$ 5,93 bilhões.

Mauro Ricardo destacou que a situação do Paraná é muito melhor do que a maioria dos estados e da União. “O Brasil ainda está longe de atingir o fundo do poço, e o Paraná já está saindo dele”, disse, ao acrescentar que isso foi possível porque o Estado se ante-cipou aos efeitos da crise econô-mica, mesmo com o ônus político que um pacote como esse possa provocar no primeiro momento. “O Governo do Paraná conseguiu, com o apoio da Assembleia, tomar medidas que colocaram o Estado nos trilhos."

O Governo do Paraná cortou, proporcionalmente, mais gastos do que aumentou receitas tributárias desde que começou seu ajuste fiscal

Page 4: Jornal Correio Noticias - Edição 1320

Terça-Feira - 06 de Outubro de 2015Edição 1.3204 TeCNoLoGiA

Desafios e oportunidades do ‘smart ecosystem’As novas tecnologias levam ao surgimento de novos modelos de negócio. Sensores instalados nos produtos poderão avisar quando uma manutenção é necessária. As peças de reposição, hoje fabricadas na matriz e exportadas para os mercados

consumidores em todo o mundo, podem agora ser produzidas por impressoras 3D localmente, reduzindo os custosBrasilKarina Toledo | Agência

FAPESP

Caminhamos em direção a um mundo em que não apenas telefones, tabletes e televisores serão espertos (smart), mas toda a casa, os veículos, as indústrias, as fazendas, os dis-positivos médicos e tudo aquilo que nos cerca. Nesse smart ecosystem, os aparelhos esta-rão integrados, equipados com sensores para coleta de dados em tempo real e conectados à internet.

Os impactos das novas tec-nologias na forma como vive-mos e trabalhamos, bem como os riscos e as implicações do compartilhamento de dados pessoais no ciberespaço, foram tema do 4º German-Brazilian Dialogue on Science, Research and Innovation, realizado nos dias 29 e 30 de setembro na sede da FAPESP.

Segundo Reiner Anderl, pro-fessor da Technische Universi-tät Darmstadt, da Alemanha, e palestrante do evento, estamos vivendo atualmente o período da quarta revolução industrial. “É o surgimento da indústria 4.0 e, com ela, de novas cadeias de valor e novos modelos de negó-cio”, afirmou.

De acordo com Anderl, a primeira revolução industrial do século 19 se baseou na inven-ção do tear mecânico e no uso da energia a vapor. No início do século 20 veio a segunda onda, com a introdução da linha de montagem e da produção em massa. A terceira teve início na década de 1970 com a automa-ção da produção e a tecnologia da informação (TI).

A quarta revolução indus-trial está baseada no chamado sistema ciberfísico. “Ele pode ser definido por dois principais aspectos. Um é tornar os siste-mas físicos mais inteligentes, equipando-os com sensores e acesso à internet, permitindo conectividade e comunicação. Outro é tornar as simulações das funcionalidades, ou seja, o virtual, muito mais realista”, explicou Anderl à Agência FAPESP.

Na indústria 4.0, o big data coletado o tempo todo pelas máquinas é enviado para um servidor, monitorado e avaliado por softwares. Os sensores dizem para as máquinas como elas devem ser processadas, em um sistema descentrali-zado, no qual os diversos seto-res se comunicam.

“Isso permite identificar, por exemplo, um aumento de temperatura em um determi-nado equipamento, bem como prever que isso poderá causar um defeito dentro de alguns dias e interromper a produção. Podemos então realizar uma manutenção preventiva”, disse Anderl.

“Uma fabricante de turbinas de aviação, por exemplo, em vez de ganhar apenas com a venda do produto pode lucrar com um contrato de manu-tenção. Também é vantajoso para a companhia aérea, pois o produto sai a um preço mais baixo”, avaliou Anderl.

Claro que os impactos no mercado de trabalho são gran-des. Segundo Arnold Picot, da Ludwig Maximilian University of Munich (LMU), as relações de trabalho da era digital são mar-cadas pela interconectividade e pela flexibilidade.

“Os processos de trabalho e de produção podem ser con-trolados de qualquer lugar e a qualquer momento. A tendência é a dissolução das estruturas industriais estabelecidas e uma menor separação entre vida pessoal e profissional”, disse Picot.

O trabalho na nova econo-mia on demand (sob demanda) tende a se orientar em torno de projetos, que integram de maneira flexível diferentes modelos: times locais, terceiri-zados, crowdsourcing, freelan-cers e outros.

“Cria-se o modelo workers on tap, ou seja, a torneira dos trabalhadores é aberta e fechada na medida do necessá-rio”, disse Picot.

Ainda segundo o professor da LMU, a tendência é de cres-cimento de postos que exigem baixa capacitação e pagam pouco, bem como os de alta capacitação e altos salários. Aqueles de nível intermediário tendem a diminuir, o que pode levar a uma sociedade mais desigual.

“Não devemos nunca esque-cer nessas discussões que o trem está se movendo, quer a gente queira ou não. Isso está acontecendo. Creio que a ques-tão é: queremos ou não fazer parte do processo e nos benefi-ciar com a mudança? É preciso agir para não perder empregos e sim nos valermos dos novos postos que estão surgindo”, afirmou Dieter Rombach, da Fraunhofer Institute for Expe-rimental Software Engineering (IESE).

Segundo Rombach, todos os objetos ganham uma vida digital no smart ecosystem, produzem dados por meio de observação com sensores, guardam uma história que pos-sibilita fazer previsões, são influenciados pelos dados e se adaptam. É a chamada Internet of Things (IoT).

Isso traz mudanças em todos os aspectos sociais. As oportunidades incluem os novos postos de trabalho que surgem com base em novos modelos de negócios; a superação de desa-fios demográficos relacionados a serviços de saúde, ensino e outros aspectos da vida; e a otimização de recursos naturais por meio de economias com-partilhadas. Já os riscos estão principalmente associados a aspectos de segurança e priva-cidade dos dados.

“A chave para o sucesso está no fortalecimento da capacidade de engenharia de softwares e sistemas”, avaliou Rombach.

Aspectos legaisComo lembrou o doutorando

em direito constitucional pela Universidade de São Paulo (USP) Dennys Antonialli, a maior parte do big data gerado pela IoT é composta de dados pessoais, que podem ser orga-nizados, analisados e usados, com ajuda de algoritmos, para influenciar de forma invisível processos decisórios, como o aluguel de um imóvel ou a con-tratação de um funcionário ou de um serviço.

“São dados sobre você que podem ajudar empresas ou indi-víduos a prever coisas sobre você e essas previsões podem ser imprevisíveis. Podem até mesmo gerar uma discrimina-ção que é invisível. Como con-trolar o que não vemos e não entendemos? ”, disse Antonialli.

Segundo Antonialli, enquanto a União Europeia

adotou uma legislação rígida para proteger a privacidade de dados pessoais, os Estados Unidos acreditam que a liber-dade no compartilhamento de dados favorece a inovação e o lucro das empresas. No Brasil, há projetos de lei sobre o tema em discussão no Congresso Nacional, tendendo mais para o modelo europeu.

Para o professor da Facul-dade de Direito da USP Juliano Souza de Albuquerque Mara-nhão, os conflitos relaciona-dos com o mundo digital não vão exigir apenas a criação de um novo campo jurídico, mas de uma profunda mudança no entendimento do que é o Direito.

O evento ainda contou com a participação de Hans-Joachin Hof, da Munich University of Applied Sciences, que falou das limitações e desafios de sof-twares voltados à proteção da privacidade das informações. E de José Molin, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ-USP), que abordou o tema agricultura de precisão.

Fernando Martins, execu-tivo da Intel no Brasil, tratou do impacto sobre o desenvol-vimento econômico promovido pelo aumento exponencial da capacidade de processamento e armazenamento de dados dos dispositivos eletrônicos, que vem acompanhado de uma redução significativa de custos.

Segundo Martins, de cada 100 habitantes do planeta 97 já são usuários de celular – totali-zando 7 bilhões de linhas cre-denciadas. Cerca de 30% dos aparelhos são smartphones e o número deve saltar para 50% até 2016. Os custos para se conectar à internet caíram 65% nos últimos cinco anos e já há 3,2 bilhões de pessoas on-line – ou 43% da população mun-dial. O índice é 82% nos países

desenvolvidos, 35% nas nações em desenvolvimento, 9% nos menos desenvolvidos e 67% no Brasil.

Thorsten Holz, da Ruhr Uni-versity Bochum, analisou como os aplicativos para smartpho-nes têm revolucionado a forma como as pessoas se comuni-cam tanto em suas vidas pes-soais como profissionais, bem como a forma como cuidam da saúde, se localizam e se loco-movem nas cidades, consomem serviços e produtos. Ressaltou ainda a necessidade de tornar os mecanismos de segurança do sistema mais amigáveis ao usuário final.

Desafios e oportunidadesParticiparam da cerimônia

de abertura Eduardo Moacyr Krieger, vice-presidente da FAPESP, o embaixador da Ale-manha no Brasil, Dirk Brengel-mann, Martina Schulze, diretora do DWIH-SP, e Roberto Mar-condes Cesar Junior, membro da Coordenação do programa Centros de Pesquisa, Inova-ção e Difusão (CEPID) e da coordenação adjunta de Ciên-cias Exatas e Engenharias da FAPESP.

"Importantes aspectos de nossas vidas e comportamentos são e certamente serão forte-mente influenciados pelo futuro da tecnologia da informação. Por essa razão, os tópicos que serão discutidos nesse evento serão muito importantes", afir-mou Krieger.

Na conferência de abertura, o embaixador da Alemanha no Brasil, que foi comissário do Ministério de Relações Exterio-res para Política Cibernética, falou sobre a necessidade de se criar um consenso interna-cional sobre o que seria um comportamento responsável no ciberespaço.

“Grupos terroristas têm usado a internet para fazer pro-paganda e recrutar pessoas.

Também podem usar como ferramenta de ataque. Ativos políticos, tanto em termos de sistemas quanto de infraestru-tura, podem ficar vulneráveis quando conectados à internet. E é exatamente esse tipo de conectividade que é o conceito por trás da IoT. Portanto, os ata-ques podem ter consequências severas para governos, setor privado e a sociedade como um todo”, disse Brengelmann.

Segundo o embaixador, teremos de conviver no futuro próximo com a incerteza característica do ciberespaço. “Um melhor entendimento das regras, leis e princípios que caracterizariam um estado de comportamento responsável no ciberespaço aumentaria a transparência internacional, a previsibilidade e contribuiria para reduzir a instabilidade”, afirmou.

Em seguida, os desafios e oportunidades do mundo digital no Brasil foram apresentados por Virgílio Almeida, secretário nacional de Política de Informá-tica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTi). Ele lembrou que o Brasil está entre os seis países que abri-gam mais da metade da popu-lação mundial e representa um grande mercado de internet, altamente permeável às tecno-logias digitais.

Ainda na abertura, o coor-denador da German House of Science, Research and Inno-vation – São Paulo (DWIH-SP), Marcio Weichert, disse que os Diálogos Alemanha-Brasil são promovidos anualmente com o objetivo de apresentar o estado da arte da pesquisa alemã sobre um determinado tema e estimular novas colaborações com pesquisadores do Brasil. “Temos certeza que encon-tramos na FAPESP o parceiro certo para alcançar esses obje-tivos”, afirmou.

Page 5: Jornal Correio Noticias - Edição 1320

Terça-Feira - 06 de Outubro de 2015Edição 1.3205 reGioNAL

RECuRSOS PARA EDuCAçãOR$ 7,7 milhões serão direcionados as escolas do Paraná. O valor é aplicado na manutenção, pequenos reparos e outras despesas relacionadas com a atividade educacional, como compra de materiais de limpeza e de expediente. Somente os estabelecimentos de ensino que tiveram problemas na presta-ção de contas não receberam os recursos. Quando a escola regulariza a situação, o dinheiro é automaticamente liberado.

NOVO POSTO Cornélio Procópio, no norte do Estado, conta agora com novas instalações do Posto Militar Rodoviário. A estrutura, que custou cerca de R$ 500 mil, vai melhorar e ampliar o policiamento preventivo e repressivo dentro de área de sua abrangência, proporcionando mais segurança para a população, com fis-calização, orientação e prestação de apoio aos usuários das rodovias.

RECICLAGEM GERA RENDAUma nova máquina de beneficiamento de poliestireno expan-dido, conhecido como isopor, vai permitir a reciclagem do pro-duto em associações de catadores de Ponta Grossa. Com o equipamento será possível reduzir a quantidade de resíduos no aterro da cidade. O produto final será vendido para uma empresa especializada a R$ 0,50 o quilo, ou seja, o dobro do valor pago em papelões, por exemplo. O material será reutili-zado na produção de rodapés e molduras.

LuZ NA CIDADEUma das atrações de Curitiba é a 22ª edição Bienal Internacio-nal, com obras de arte contemporânea dos cinco continentes. O evento será distribuído em mais de 100 espaços da capital paranaense até o dia 6 de dezembro. Neste ano, a bienal tem como tema a "Luz do Mundo". As obras estarão expostas em espaços culturais da cidade, entre museus, centros culturais, galerias e espaços de arte.

TRECHO REVITALIZADO A ponte Anísio Tormenta, entre Paraíso do Norte e Rondon, no noroeste do Paraná, será revitalizada. A interrupção do tráfego na PR-492 será feita para a colocação de duas grandes vigas metálicas, com nove toneladas cada. Com esta obra será pos-sível continuar a recuperação da ponte, que foi danificada por fortes chuvas.

CORRIDA DE RuASerá realizado em Maringá no dia 24 de outubro, o Circuito Caixa Maringá Running. O evento é aberto às categorias feminina e masculina com percursos de 5 e 10 quilômetros. A ideia é pro-porcionar aos participantes tanto profissionais quanto amadores, uma corrida de rua que passará por diversos pontos importantes da cidade, além de incentivar a prática de atividades físicas.

SOCIALA população de Curitiba elegeu 45 novos conselheiros tutelares que irão atuar para garantir os direitos das crianças e ado-lescentes na cidade. As decisões dos conselheiros podem ser autônomas, sem a necessidade de consulta prévia da prefei-tura ou da Justiça. Entre as atribuições, está zelar pelo cumpri-mento do ECA, evitar maus tratos contra os menores de idade e que eles sejam expostos a situações de risco.

PROGRAMAçãO DE DANçAA 12ª Mostra de Dança de Castro, na região dos Campos Gerais, segue até o dia 9 de outubro. O evento será realizado no Teatro Bento Mossurunga, com entrada franca. Os espe-táculos têm a participação de cerca de 200 alunos, entre 5 e 17 anos, que têm aulas nas oficinas de dança oferecidas pela Diretoria Municipal de Cultura. As coreografias são baseadas em trilhas sonoras de filmes, danças urbanas e tema indiano.

HABITAçãO NO SuL35 famílias de pequenos produtores de Mallet e Paulo Frontin, municípios do sul do Estado, contam agora com as chaves da casa própria. Foram investidos de R$ 997 mil na construção das casas. As novas moradias representam mais oportunidade para as famílias dos produtores rurais, que agora podem manter os filhos em uma casa digna, sem que eles precisem deixar o campo para buscar uma vida melhor na cidade.

SONO REGuLA APETITE Noites mal dormidas podem afetar os níveis de hormônios da fome. Dormir pouco provoca uma queda nos níveis de leptina, substância responsável por regular o consumo de alimentos. Pesquisas indicam que essas variações hormonais da fome elevam em 24% a sensação de fome, em 23% o apetite e em 33% a vontade de consumir comidas calóricas e gordurosas.

SAÚDE EM FOCOUnidades básicas de saúde em Cianorte, noroeste paranaense, receberam novos equipamentos. Os investimentos somam R$ 430 mil e foram aplicados na compra de aparelhos, móveis e aparatos tecnológicos. O objetivo é melhorar o funcionamento das unidades, possibilitando o atendimento mais rápido para os moradores da cidade e de pequenos distritos vizinhos.

AB NotíciasJacarezinho atinge a marca de 1.000 capacitações profissional

Prefeitura tem investido recursos nos projetos de capacitação

De jacarezinhoMarcos júnior

A Prefeitura Municipal de Jacarezinho chegou nesta semana à marca de 1.000 quali-ficações profissionais durante os dois últimos anos no município. A informação foi repassada pelo Secretário Municipal de Assistên-cia Social Sidnei Ferreira durante o programa semanal de rádio da Prefeitura.

“O prefeito Dr. Sérgio tem uma grande sensibilidade neste projeto. A cada ano o Poder Exe-cutivo tem aumentado o recurso financeiro disponibilizado que neste ano chega ao valor de aproximadamente R$ 300 mil”, comenta Sidnei Ferreira.

Somente no mês de dezem-

bro de 2014 foi realizada a for-matura de mais de 20 cursos profissionalizantes em várias áreas de atuação. Foram par-cerias com o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), SENAC (Serviço Nacional de Aprendiza-gem Comercial), SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Indus-trial) e Provopar Estadual.

Para o Secretário Municipal de Assistência Social a maior difi-culdade no mercado de trabalho está em preencher determinadas vagas pela qualificação profissio-nal. “Esta foi uma determinação que o nosso prefeito Dr. Sérgio ressaltou desde o primeiro dia de mandato. Temos que valorizar e qualificar as pessoas para que possam buscar sua fonte de renda

com cursos reconhecidos em todo o Brasil”, explica Sidnei Ferreira.

O prefeito de Jacarezinho Sérgio Eduardo de Faria, Dr. Sérgio, explica que é fundamen-tal continuar e ampliar os projetos que estão dando certo. “Quero parabenizar a todos os funcioná-rios da Secretaria Municipal de Assistência Social pelo empenho neste projeto. Eles estão sempre em busca de parcerias com os Governos Federal e Estadual para capacitar a população jaca-rezinhense nas mais diferentes áreas”, argumenta.

Centro da JuventudeDr. Sérgio também destacou

durante o programa de rádio sobre o Centro da Juventude José Richa que vem sendo referência em pro-jetos para a comunidade. “Quando

assumimos era um grande ele-fante branco. Hoje atende diaria-mente mais de 900 pessoas em oficinas e vários cursos”, comenta o prefeito de Jacarezinho.

Orçado em aproximadamente R$ 2,2 milhões ele tem como objetivo atender adolescentes e jovens que poderão usufruir da estrutura para realizar atividades culturais, lazer, formação e de cidadania. “Hoje ele realmente atende o seu objetivo. Quando assumimos não havia servidores para atender no local. Desde o primeiro dia de governo, o prefeito Dr. Sérgio determinou prioridade nas soluções dos problemas e definição de equipe multidiscipli-nar para o efetivo funcionamento do Centro da Juventude”, finaliza Sidnei Ferreira.

MARCOS JúNIOR

Jacarezinho prepara uma grande ação para o Outubro Rosa

Ações acontecerão em todas as Unidades Básicas de SaúdeDe jacarezinhoMarcos júnior

A Secretaria Municipal de Saúde de Jacarezinho finalizou na última semana os preparati-vos para a Campanha “Outubro Rosa” que será realizada em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS). O movimento popular inter-nacionalmente conhecido como Outubro Rosa estimula a participa-ção da população na luta contra o câncer de mama.

O pontapé inicial aconteceu na última quinta-feira, 1, com os enfer-meiros de cada unidade de saúde numa reunião no Posto Central. “Quero parabenizar o empenho de cada funcionário dessa área que é essencial e primordial. Tenho a certeza que iremos realizar um grande trabalho durante este mês”, argumenta Geraldo Romão.

A abertura oficial da Campa-nha acontecerá nesta terça-feira, 6, com um desfile na Rua Paraná a

partir das 8 horas. No mesmo dia, haverá a Tenda da Saúde até às 14 horas na Praça Rui Barbosa onde serão realizados testes de glice-mia, colesterol, verificação e pres-são arterial e orientações sobre a campanha.

O prefeito Sérgio Eduardo de

Faria, Dr. Sérgio, destaca que a equipe da saúde vem realizando trabalhos importantes na preven-ção em várias áreas. “Eles estão sempre empenhados nos traba-lhos e estamos atingindo as metas nas campanhas. Tenho a certeza que essa será mais uma ação de

sucesso”, argumenta.Durante todo o mês haverá

palestras, sobre a saúde da mulher, sobre violência e vários outros temas. Os interessados podem acompanhar a programação diaria-mente no Facebook da Prefeitura Municipal de Jacarezinho.

WELLINGTON KROKOWEZ

Mais uma semana para votação das contas de PezãoParecer é para reprovação do ano de 2013

De CarlópolisMarcos júnior

O vereador Idenilson Bernar-dino da Silva protocolou na noite desta terça-feira, 29, um pedido de vistas referente ao projeto que iria votar o Parecer Prévio do Tri-bunal de Contas do Estado do Paraná (TCE). Ele recomenta a desaprovação das contas de 2013 do município de Carlópolis de res-ponsabilidade de Marcos Antônio David, o Pezão. O pedido foi apro-vado por cinco votos contra três (o Presidente só votaria em caso de empate).

O relatório do TCE aponta que os motivos foram: a falta de repasse de contribuições retidas dos servidores para o INSS; a

publicação do Balanço Patrimonial em desatendimento às especifi-cações; e o Relatório de Controle Interno encaminhado sem os con-teúdos mínimos prescritos pelo TCE.

Em virtude das restrições, o prefeito deverá pagar duas vezes a multa de R$ 145,10 e outra de R$ 1.450,98 - totalizando R$ 1.741,18. As sanções estão pre-vistas no artigo 87, Incisos I e IV da Lei Orgânica do Tribunal (Lei Complementar Estadual nº 113/2005). O gestor pode recor-rer da decisão que ocorreu na sessão de 30 de junho da Primeira Câmara.

Este é segundo pedido de vista do Projeto que votaria as contas do exercício de 2013. “Estou me

embasando no artigo 120 do Regi-mento Interno”, comentou Idenil-son. Para o vereador Jorge Luís Damin esta é uma manobra que a bancada de situação está fazendo para adiar a votação. “Eles já rea-lizaram um pedido na semana passada. Já teve tempo mais que suficiente para analisarem todos os dados que o Tribunal de Contas enviou”, argumenta.

O Presidente da Câmara Muni-cipal Humberto Benedito Domin-gues explica que cada membro do Poder Legislativo pode solicitar o pedido de vistas apenas uma vez por projeto. “Este é o segundo pedido, mas com o terceiro verea-dor solicitando. Se os outros dois vereadores da base do prefeito ainda solicitarem o pedido, daqui

a quinze dias teremos a votação”, analisa.

Quando o pedido for para vota-ção é preciso que a bancada de situação tenha seis votos (maioria absoluta) para derrubar o parecer do Tribunal de Contas do Estado do Paraná. Caso contrário, o atual prefeito poderá ficar inelegível nas próximas eleições.

Serviço:Processo: 280655/14Acórdão: 119/15Assunto: Prestação de Contas

MunicipalEntidade: Município de Carló-

polisInteressado: Marcos Antônio

DavidRelator: Conselheiro Ivens

Zschoerper Linhares.

Page 6: Jornal Correio Noticias - Edição 1320

6Terça-Feira - 06 de Outubro de 2015Edição 1.320GerAL

PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DA BOA VISTAESTADO DO PARANÁ

AVISO DE LICITAçãOTOMADA DE PREçOS N° 06/2015

O Município de São José da Boa Vista-PR torna público que fará realizar na sede da Prefeitura Municipal, processo licitatório na

modalidade Tomada de Preços que tem por objeto, “Contratação de empresa prestadora de serviços de chapisco em paredes e

calçadas para a Academia Municipal de Saúde”. O recebimento dos envelopes se dará no dia 21/10/2015, à partir das 09h00min e

a abertura dos mesmos será realizada na mesma data, pontualmente às 10h00min. Maiores esclarecimentos poderão ser obtidos

no Edifício da Prefeitura Municipal, no horário comercial, pelo fone: (043) 35651252 ou ainda, através do e-mail: licitapmsjbv@

yahoo.com.br.

São José da Boa Vista, 05 de outubro de 2015.

LuCÉLIA juC DIAS PRESIDENTE DA COMISSãO DE LICITAçõES

PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DA BOA VISTAESTADO DO PARANÁ

PORTARIA Nº 161/2015PEDRO SERGIO KRONEIS, Prefeito Municipal de São José da Boa Vista, Estado do Paraná, no uso de suas atribuições legais

e regulamentares, nos termos da Lei Orgânica do Município, pela presente;

Considerando o resultado final do Processo Seletivo Simplificado Edital 005/2015, Homologado através da Portaria 046/2015.

RESOLVE:

Artigo 1º- NOMEAR a partir da data de 06/10/2015, a candidata abaixo discriminada, aprovada no Processo Seletivo Simplificado,

Edital 005/2015 para exercer temporariamente as funções do respectivo cargo de acordo com a Lei Municipal 745/2011.

NOME RG CARGO

Cheila Fatima de Oliveira 9.808.723-0 Professora

Art. 2º- A nomeação dar-se-á em caráter temporário, a fim de suprir necessidades inadiáveis da Administração Pública, em caráter

excepcional, encerrando-se o contrato em 31/12/2015.

Art. 3º- Os nomeados terão o prazo de 05 (cinco) dias para apresentarem-se para o trabalho, sob pena de perda do direito a vaga.

Art. 4º- Esta Portaria entrará em vigor na data da sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Comunique-se, publique-se, cumpra-se.

Edifício da Prefeitura Municipal de São José da Boa Vista, Estado do Paraná, em 06 de Outubro de 2015; 55º ano da Emancipa-

ção Política do Município.

PEDRO SERGIO KRONÉISPREFEITO MuNICIPAL

CPMF terá papel importante no crescimento, diz LevyImposto será 'ponte' para país chegar com segurança 'aonde a gente quer'

BrasilCristiane Caoli / G1O Ministro da Fazenda, Joa-

quim Levy, declarou, em evento na Fundação Getúlio Vargas, na manhã desta segunda-feira, 5 que a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira, a CPMF, “até agora tem mostrado papel muito importante” para o país ter a receita necessária, “que é o que o vai fazer a gente crescer em 2016”.

“A CPMF até agora tem mos-trado papel muito importante, como ela teve na época do Fer-nando Henrique Cardoso. Quando o presidente teve que trazer o Brasil de volta para uma rota de equilíbrio, ele obviamente contou com a CPMF. Demorou uns mese-sinhos, mas foi fundamental na arquitetura de reequilíbrio naquela época”, declarou.

O ministro voltou a dizer que o imposto será temporário, e afirmou que servirá para o governo criar "uma ponte para se chegar com segurança aonde a gente quer. E essa segurança, esse aonde a gente quer, é um país que vai ter mais investimento, um país em que gente vai ter a infraestrutura funcionando melhor”.

“Então, a gente faz esse 1, 2 e 3. Acerta o orçamento, a gente vai ver a economia crescendo rápido, os juros caindo, porque vai ter menos risco na economia, e tratar do médio prazo para evitar qual-quer voo de galinha, porque o que a gente quer é crescimento rápido, já é duradouro”.

Reforma ministerialA respeito da reforma minis-

terial, Levy declarou que “focar para trazer estabilidade fiscal no Brasil é fundamental para gente ter crescimento. Assim a gente vai ter crescimento e crescimento rápido. A experiência em várias ocasiões, inclusive no começo do governo Lula, demostrou que, ao acertar fiscal, o crescimento vem em poucos meses”.

Votação dos vetosO ministro comentou ainda

que a votação dos vetos presi-denciais ao aumento de gastos pelo Congresso acontecerá nesta terça-feira (6). De acordo com ele, "cada veto que é mantido, é um imposto a menos que a gente tem que pagar e um passo à frente em a gente voltar a crescer”.

“E depois a gente tem a dis-cussão do orçamento do 2016, em que vai ser fundamental continuar olhando o lado da despesa, ver como a gente vai tratar a despesa em longo prazo, em particular, a despesa obrigatória, que é grande no Brasil. E também fazer todos os passos necessários para gente ter um orçamento forte, orça-mento que traga confiança e nos ponha numa trajetória de cresci-mento já”.

‘Melhorar a infraestrutura é urgente’

Durante o seu discurso no evento que debate os 20 anos da Lei de Concessão, Levy afirmou que melhorar a infraestrutura “é urgente, indispensável” e que contar com a participação do setor

privado nesse investimento de infraestrutura “é essencial”.

De acordo com o ministro, “não há dúvida” que o sistema de concessões no Brasil tem sido um sucesso. “E tem sido sucesso confirmado em diferentes admi-nistrações e governos, com altos e baixos, sempre pronto para se

ter aprimoramentos”.“E também para não só dentro

da construção dos projetos, de infraestrutura, não só a alteração desses ativos, mas também em termos de financiamento desses ativos de forma mais admirativa pelo setor privado. Esse é o pró-ximo passo. O próximo desafio

da estratégia de crescimento do Brasil”, disse.

O ministro afirmou ainda que melhorar a qualidade dos proje-tos “é fundamental”. De acordo com ele, “onde há ambiguidade nos projetos, e, portanto, nos contratos, menos empresas entram”.

“Se o projeto não é bem definido, vai criar dúvidas sobre custos, e empresa que tem mais atenção em conformidade, com-pliance, elas se retraem, então, melhorarmos a qualidade do projeto é fundamental para atrair uma gama maior de empresas e baixarmos os custos”.

joaquim levy em evento na FGV, no rio, sobre os 20 anos da lei de concessão

CRISTIANE CAOLI / G1

Relatório de Lupion garante novas regras para promoção dos praças da PMPRDe CuritibaAssessoria

O Projeto de Lei que objetiva alterar a legislação em relação ao acesso à graduação de Cabo ou Terceiro Sargento e promo-ções, regulamentadas pela Lei nº 5.940, alterada pelas Leis nº 7.821 e 15.946.

Lupion, que é membro perma-nente da CCJ e vice-presidente da Comissão de Segurança Pública da ALEP, defendeu em seu relatório que a Polícia Militar do Paraná tem por incumbên-cia o policiamento ostensivo, a preservação da ordem pública e a execução de atividades de defesa civil, bem como outras atribuições determinadas pela legislação federal e estadual. De acordo com o relator, para que seja possível cumprir tais mis-sões, exige-se desses policiais elevado nível de conhecimen-

tos teóricos e práticos, os quais somente podem ser adquiridos com a permanente e continu-ada instrução aos integrantes da PMPR e, principalmente, aos Comandantes imediatos das equipes de serviço, normalmente comandadas por sargentos.

Segundo Lupion, o Projeto de Lei pretende modificar a legis-lação vigente criando o curso Especial de Formação de Sar-gentos e Cabos o que motivará os policiais militares com maior tempo de serviço na PMPR, refletindo na qualidade de vida e prestação dos serviços executa-dos pela Corporação. Ao mesmo tempo, adequa-se os termos da Lei, especificando os requisitos para acesso aos Cursos de For-mação de Cabos e Sargentos e Cursos Especiais de Formação de Cabos e Sargentos.

O deputado explica que o novo texto vai possibilitar a

promoção de Cabos e Sargen-tos pelo critério de antiguidade absoluta, o que a atual Lei não contempla. No relatório aprovado propõe-se a alteração de ajustes da redação em todo o corpo do seu referido artigo, possibilitando uma melhor definição de critérios para desenvolvimento de carreira para Sargentos e Cabos da Polí-cia Militar do Paraná.

“Estivemos com as Associa-ções que representam a cate-goria e formatamos um texto de comum acordo que gerou sube-mendas e atendeu as demandas da categoria. Nossa intenção é invocar os princípios de equidade e justiça, possibilitando, um reco-nhecimento profissional,

Ainda maior, aos militares estaduais que, por contingências pessoais, sociais e institucionais, não tiveram a oportunidade de crescimento na carreira”, destaca o parlamentar.

ASSESSORIA

deputado lupion na ccj lendo relatório aprovado

Page 7: Jornal Correio Noticias - Edição 1320

Terça-Feira - 06 de Outubro de 2015Edição 1.3207 PoLiCiAL

Homem tenta matar a esposa durante churrasco de família

De jacarezinhoGilberto Gimenes

Na tarde deste domingo,04 em Jacarezinho por volta das 15h um homem tentou tirar a vida de sua esposa. Segundo a vítima, durante um churrasco que estava acontecendo em sua casa, ela e seu esposo começaram a discutir. Ele estava muito alterado, entrou

dentro de casa pegou uma arma e atirou contra a mulher, porem o tiro não à acertou. Os familiares do casal conseguiram segurar o homem e a mulher correu para rua, onde naquele instante estava passando uma viatura da Polícia Militar. A equipe da PM ao ser abor-dada pela mulher em desespero foi até a casa dela encontrando o acusado no portão da residência.

O homem teve que ser algemado pois estava muito nervoso e tentou agredir a PM também. Com a auto-rização da vítima, eles fizeram uma busca pelo quintal e encontraram a arma com uma munição deflagrada escondida atrás do tanque de lavar roupa. O acusado, junto com a arma foi levado preso para a dele-gacia para que as devidas medidas sejam tomadas.

Em C. Procópio, PM invade sobrado em chamas ao saber que crianças poderiam estar no local

De Cornélio ProcópioAnuncifácil

De acordo com o SD Casse-miro da Polícia Militar, a ocorrên-cia começou na noite de domingo, 04, quando horas antes, ele e seu companheiro de trabalho, o SD Ramos, atenderam a uma situação de desentendimento familiar, onde uma moça, de nome Camila, 22, conhecida como “Noiada”, estaria agredindo a sua mãe, segundo denúncias, em um sobrado loca-lizado na Rua Emílio Romano, na Vila São Pedro.

Conforme relato do policial militar, Camila já e velha conhecida da PM por estar envolvida com drogas, além de outras confusões e diante do fato, a equipe rapida-mente foi local e ao chegar, entrou em contato com a suposta vítima, a mãe da garota, que informou que não havia sido agredida, mas a filha se encontrava muito alterada devido ao uso de drogas e álcool, inclusive agindo de forma hostil com os próprios filhos, uma criança de três meses de idade e outra de

dois anos.Como não ocorreu o fato, a

mulher foi orientada e Camila advertida, sendo finalizada a ocor-rência, contudo, tempos depois de terem ido embora, por volta das 22h novamente os policiais recebe-rem ligações telefônicas afirmando que no mesmo local estaria ocor-rendo um incêndio.

De volta ao sobrado, os PMs se depararam com residência envolta a muita fumaça e focos de incêndio. Desesperados, tentando apagar as chamas, os vizinhos relataram que as crianças ainda estavam no interior do imóvel, na parte de cima do sobrado, deixando os policiais apreensivos, relatou Cassemiro.

Enquanto o SD Ramos acio-nava o Corpo de Bombeiros e ten-tava acalmar a população que se aglomerava ao redor do sobrado, o SD Cassemiro, com a ajuda dos vizinhos, em uma tentativa extrema, porém heroica, colocando sua vida em risco em uma batalha contra o tempo, tirou parte de sua farda, improvisou uma máscara, se encharcou de água e entrou na

residência a procura das crianças, sendo impossível localizá-las, visto que o imóvel já estava tomado pelo fogo e a densa fumaça, como ele mesmo informou.

Com a chegada rápida dos bombeiros, estes iniciaram os procedimentos para acabar com incêndio e como relatou Subte-nente Nicolau do CB, usando de todos os equipamentos necessá-rios, com dois caminhões carre-gados de águas, em duas frentes de trabalho, as chamas logo foram extintas, mas nenhuma vítima foi encontrada no local, para alívio de todos.

Todo o sobrado, como uma casa que fica nos fundos, foram tomados pelo fogo, destruindo móveis e tudo que havia no local, além de danificar parte da estru-tura de ambos imóveis, salientou o Subtenente Nicolau.

Ainda conforme relato dos populares, teria sido Camila quem incendiou a casa após sua mãe dizer que levaria as crianças para outro local, com medo que ela os fizesse mal.

Depois de ter colocado fogo na casa, Camila teria se dirigido para um bar próximo e como a chegada da PM retornou, como não esti-vesse sabendo de nada, mas foi presa em flagrante, informou o SD Cassemiro, que posteriormente foi

avisado que as crianças e a mãe da acusada estavam em segu-rança na casa de parentes.

Na sequência, os PMs, que contaram com apoio de mais equi-pes que se dirigiram para o local, colheram maiores informações

junto a testemunhas e encaminha-ram Camila para o devido procedi-mento na 11ª SDP, permanecendo os homens do Corpo de Bombeiros no sobrado para o trabalho de res-caldo e avaliação final do imóvel.

Quem for flagrado pichando em Londrina poderá ser multado em até R$ 2 mil

De LondrinaGuilherme Batista

A prefeitura quer fechar o cerco contra os pichadores em Londrina. Um projeto de lei em discussão na Câmara de Vereadores nesta ter-ça-feira (6) prevê a criação de uma Política Municipal Antipichação para coibir os atos de vandalismo registrados, com frequência, nas vias públicas da cidade. Pela pro-posta, quem for flagrado pichando prédios públicos ou privados vai poder ser multado em, no mínimo, R$ 500. O valor poderá dobrar (R$ 1 mil) em caso de reincidência e quadruplicar (R$ 2 mil) se o alvo da pichação for uma estrutura his-

tórica. Nos últimos meses, mais de

30 jovens e adolescentes foram flagrados pichando imóveis em Londrina, principalmente em ruas e avenidas da área central. Detidos pela Guarda Municipal, os picha-dores são encaminhados para a delegacia, onde são ouvidos e libe-rados. A criação da Política Muni-cipal Antipichação é um reflexo da impunidade para os vândalos, con-forme a prefeitura.

A proposta também prevê que o pichador flagrado no ato vai poder ser obrigado a pintar e restaurar o imóvel danificado por ele: "(...) o Executivo notificará o autor da pichação e/ou seu responsável legal

para que seja realizada a reparação do bem público municipal pichado ou o ressarcimento administrativo do valor necessário para tal repara-ção, e, caso isso não ocorra, serão tomadas as providências cabíveis para o ajuizamento de ação judi-cial buscando a condenação do(s) responsável(is) em indenização ao Erário Municipal".

O projeto da prefeitura também quer intensificar a fiscalização em Londrina, "em parceria com os munícipes e a sociedade civil organizada", e realizar campanhas culturais e educativas, principal-mente com os adolescentes, sobre os prejuízos que a pichação traz à "qualidade visual" do município.

Em Bandeirantes irmãos e padrasto vão parar no hospital após violenta briga

De Bandeirantes Anuncifácil

De acordo com a Polícia Mili-tar de Bandeirantes por volta das 5h da manhã de domingo, 04 após ser solicitada via 190 pela atendente do pronto socorro local, uma equipe da PM, foi até o hos-pital municipal, onde três homens deram entrada apresentando diversos ferimento.

Segundo a PM, ao chegar ao PS, à equipe policial constatou que teria ocorrido um desenten-dimento entre os três indivíduos e que os ferimentos seriam decor-rentes de vias de fato entre eles.

Ao serem questionados se

teriam interessem em represen-tar um contra o outro, a resposta foi negativa, pois disseram prefe-rir resolver o assunto entre eles, já que seriam os três da mesma família.

Os três homens foram identifi-cados como os Saul, que recebeu cinco pontos no ombro esquerdo devido ao seu ferimento, seu irmão Saulo, que precisou de quinze pontos na cabeça, e Júlio, padrasto dos rapazes, com nove pontos na mão esquerda.

Diante da situação, a equipe permaneceu no hospital até que todos fossem atendidos e libe-rados, em seguida, retornou ao patrulhamento normal.

ANUNCIFÁCIL

Ex-primeira dama de Ibaiti sofre acidente

automobilístico quando voltava de Londrina.

De IbaitiGilson Sarrafho

A Ex-primeira dama de Ibaiti Fátima Medeiros da Costa Santos, esposa do ex-prefeito Luiz Carlos Peté dos Santos (PSDB) sofreu um acidente de automóvel na tarde deste sábado, 03 na rodovia PR-345 entre as cidades de Con-gonhinhas e Ibaiti.

Fátima vinha da cidade de Londrina juntamente com as filhas

Tereza Cristina Santos Andrade e Karina da Costa Santos Manabe, quando o carro, que era dirigido por Tereza Cristina, capotou em uma curva íngreme próximo à usina de álcool Dail. Chovia na hora do acidente e a pista estava bastante escorregadia. O veí-culo foi arremessado para fora da estrada. Apesar da gravidade do acidente as três ocupantes que usavam cintos de segurança não tiveram ferimentos.

Carro capotou na curva e saiu da pista

Page 8: Jornal Correio Noticias - Edição 1320

Terça-Feira - 06 de Outubro de 2015Edição 1.3208 GerAL

Por que o Brasil massacra 1 milhão de animais por dia em suas estradas?

Thiago Guimarães

BR-101, norte do Espírito Santo, setembro de 2015. Um cami-nhoneiro sente um cheiro forte e localiza uma anta - o maior mamí-fero terrestre brasileiro - na margem da pista, em estado avançado de decomposição.

Cinco meses antes, no mesmo trecho da rodovia, biólogos encon-traram uma fêmea adulta de harpia, a maior ave de rapina das Américas, debilitada por fraturas e hemato-mas. Por ali, restos de retrovisor de caminhão. No mês anterior, a vítima fora uma onça-parda.

As cenas com espécies ame-açadas de extinção são um retrato de um filme que não sai de cartaz no Brasil: a matança de animais por atropelamentos em estradas.

Essa é, de longe, a principal causa de morte de bichos silves-tres no país, superando caça ilegal, desmatamento e poluição. São 15 animais mortos por segundo, ou 1,3 milhão por dia e até 475 milhões por ano, segundo projeção do CBEE (Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas), da Universi-dade Federal de Lavras (MG).

Quem puxa a lista são os pequenos vertebrados, como sapos, cobras e aves de menor porte - respondem por 90% do mas-sacre, ou 430 milhões de bichos. O restante se divide em animais de médio porte (macacos, gambás), com 40 milhões, e de grande porte (como antas, lobos e onças), com 5 milhões.

A situação, dizem especialis-tas, é o resultado natural para um país que desconsiderou os bichos ao planejar as rodovias e ainda dá os primeiros passos na adoção de

medidas para minimizar os impac-tos das vias.

Corrida contra o tempo"Está acontecendo uma des-

graça total e não temos tempo nem de estudar o que ocorre", disse à BBC Brasil Áureo Banhos, profes-sor do departamento de biologia da Universidade Federal do Espírito Santo.

Banhos coordena um time que monitora os atropelamentos no trecho de 25 km da BR-101 que corta uma das manchas verdes mais intactas do país. É um mosaico de 500 km² (ou um terço da cidade de São Paulo) de unidades de con-servação rasgado pela pista única da via.

Um exemplo do alerta do profes-sor: das 70 espécies de morcegos identificadas na região, 47 já foram atropeladas na estrada - e uma delas era desconhecida da ciência até então. Ao todo, 165 espécies de diferentes animais perderam a vida por ali (10 anfíbios, 21 répteis, 63 aves e 71 mamíferos) – são 50 mortes por dia apenas nesse ramo da rodovia, ou 20 mil por ano.

Essa floresta integra as reser-vas de mata atlântica da Costa do Descobrimento, patrimônio natural da humanidade desde 1999. Por ser um raro fragmento contínuo de mata, é o último refúgio na região para várias espécies ameaçadas, como a anta, a onça-pintada, o tatu-canastra e a harpia.

O fotógrafo Leonardo Merçon, do Instituto últimos Refúgios, fez um trabalho de registro da Reserva Biológica de Sooretama, a maior peça do mosaico verde da região. Impressionado pelos atropela-mentos, acabou se engajando nas ações de conscientização para a

gravidade do problema."Você nem precisa de dados

para ver o impacto real do pro-blema", afirma ele. Um vídeo do ins-tituto que registrou uma onça-parda atropelada na estrada teve mais de 1 milhão de visualizações.

Em locais como esse, a perda de um único indivíduo pode ter impacto muito grande sobre a biodi-versidade. "Engenheira" dos ecos-sistemas, por dispersar sementes e servir de presa para grandes preda-dores, a anta, por exemplo, leva 13 meses na gestação (com um filhote por vez) e demora dois anos entre as concepções.

Um possível caminho para os animais cruzarem para o outro lado da via são os dutos de drenagem de água sob a pista, mas nem sempre é simples mudar os hábitos dos ani-mais.

Pesquisador da UFES Áureo Banhos em trabalho para adaptar os dutos de água fluvial para passa-gem de fauna; ao alto, um morcego passa pela manilha: ao menos 47 espécies desse mamífero já foram atropeladas na rodovia

"No parque nacional Banff, no Canadá, os ursos demoraram oito anos para começar a usar esse tipo de passagem", afirma Alex Bager, coordenador do CBEE. No caso da BR-101, apenas 15% dos bichos atropelados usam as manilhas.

Ou seja, talvez seja mais fácil mudar os hábitos dos motoristas, por meio de ações como redução de velocidade, radares inteligentes que multam pela média de velocidade (e não em apenas um ponto) e placas de advertência.

A Eco-101, concessionária res-ponsável pelo trecho da BR-101 em questão, diz que o segmento

tem dois radares fixos, velocidade máxima de 60 km/h (especialistas defendem 25 km/h) e dez placas educativas. Afirma ainda promover ações de conscientização e que estuda a "ampliação dos dispositi-vos de segurança para os animais silvestres".

Ausência de normasA situação da BR-101 no Espí-

rito Santo – que ainda enfrenta a perspectiva de duplicação até 2025 – é uma amostra aguda de um pro-blema nacional. São mais de 15,5 mil km de estradas atravessando áreas de conservação.

Os pontos críticos estão por todo o Brasil. Um levantamento do Instituto de Pesquisas Ecológicas em três trechos de rodovias de Mato Grosso do Sul (1.161 km nas BRs 267, 262 e 163) entre abril de 2013 e março de 2014, por exemplo, loca-lizou 1.124 carcaças de 25 espécies diferentes, como cachorro-do-mato (286 mortes), tamanduá-bandeira (136) e jaguatirica (7).

E não há normas nacionais específicas para a construção de rodovias que cortam reservas natu-rais. Tudo tramita como um licencia-mento ambiental padrão.

O problema vem mobilizando

a classe acadêmica no país. Para-lelamente a um boom nos estudos em ecologia de estradas, há articu-lações institucionais em curso no Congresso e em órgãos ambientais.

Um fruto recente desse debate é o PL (Projeto de Lei) 466/2015, do deputado federal Ricardo Izar (PSD-SP), que busca tornar obriga-tórias ações como monitoramento e sinalização em áreas "quentes" de atropelamentos, além da criação de um cadastro nacional de acidentes com animais silvestres.

Sobre essa última medida, um esforço nesse sentido já partiu da própria academia, com a criação do Sistema Urubu, uma espécie de rede social para compartilhamento e validação de informações sobre atropelamentos de bichos.

No ar há um ano, a iniciativa do CBEE conta com um aplicativo gratuito pelo qual qualquer pessoa pode fotografar e enviar imagens de acidentes com animais. Os regis-tros são enviados para uma base de dados central e são validados por especialistas cadastrados no sistema, tudo online.

Já são cerca de 15 mil usuários cadastrados e mais de 20 mil fotos enviadas. Para entrar no sistema,

cada registro precisa ser validado por cinco especialistas, e ter o con-senso de três deles sobre qual é a espécie em questão - são 800 "vali-dadores" ativos na rede, cada um especializado numa classe animal.

"Muitas vezes, as pesquisas sobre o tema no Brasil são muito regionalizadas, restritas ao raio da universidade por falta de recursos. Com o sistema poderemos criar um mapa de áreas críticas de atropela-mentos no país e usá-lo como polí-tica pública de conservação", afirma Alex Bager, do CBEE.

Diante da perspectiva da fase mais explosiva de construção de estradas na história, com pelo menos 25 milhões de km de novas rodovias no mundo até 2050, espe-cialistas defendem que essas inter-venções passem, cada vez mais, por estudos de custo-benefício.

Seria um modo de evitar a proliferação de vias em regiões de alto valor ambiental, mas poten-cial agrícola apenas modesto, como a bacia Amazônica. "Cons-truir estradas é abrir uma caixa de Pandora de problemas ambien-tais, e ainda estamos na pré-his-tória da mitigação de impactos", afirma Banhos.

jabuti-tinga, espécie ameaçada, se arrisca na tentativa de atravessar a Br-101; perspectiva de 25 milhões de km de novas rodovias no mundo até 2050 exige ação urgente, afirmam especialistas

LEONARDO MERCON/BBC