jornal contra-ataque novembro

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C M Y K O jornal feito para o seu esporte OPINIÃO ESPORTIVA Fábian Chelkanoff Roger Machado 2 11 Porto Alegre Rio Grande do Sul Novembro de 2010 Distribuição Mensal e Gratuita Leia e Passe Adiante ! NAVEGUE NO SITE www.jornalcontraataque.com.br Seja nosso seguidor Edição nº 3 INTER Sai Taison, entra... Eu estava lá 5 FOTOS JOÃO FREITAS 4 Camisa 7: A eterna relação com as conquistas GRÊMIO A maior homenagem que recebi em Gre-Nais foi quando Renato Gaúcho me disse: ENTREVISTA ESPECIAL SIMON, centrais ESPORTE DA VEZ Os remadores do Guaíba Mundial: Eles sabem como levantar a taça 3 Aline Rimolo Gre-Nal da Espanha Nova colunista internacional entra no time do Contra-Ataque 8 É hora de virar gente grande nas quadras ESPECIAL 9 @jcontraataque TU APITOU MUITO!

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Um jornal dinâmico, com a cara do público jovem. O Contra Ataque surge como uma nova alternativa para manter você informado. Com um olhar diferenciado nossa equipe busca as melhores pautas para sua informação e seu entretenimento. O diferencial está na qualidade do material produzido. Um design arrojado, com linguagem dinâmica, imagens fortes e notícias dos mais variados esportes são a tônica do nosso trabalho. Somos pioneiros no que estamos fazendo, pois o Contra Ataque chega as suas mãos de graça.

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Page 1: Jornal Contra-Ataque Novembro

C M

Y K

O jornal feito para o seu esporte OPINIÃO ESPORTIVA

Fábian Chelkanoff

RogerMachado

2

11

Porto AlegreRio Grande do SulNovembro de 2010Distribuição Mensal e Gratuita

Leia e Passe

Adiante!

NAVEGUE NO SITEwww.jornalcontraataque.com.br

Seja nosso seguidor

Edição nº 3

INTER

Sai Taison, entra...

Eu estava lá

5

FOTOS JOÃO FREITAS

4Camisa 7: A eterna relação com as conquistas

GRÊMIO

A maior homenagem que recebi em Gre-Nais foi quando Renato Gaúcho me disse:

ENTREVISTA ESPECIAL

SIMON,

centrais

ESPORTE DA VEZ

Os remadores do Guaíba

Mundial: Eles sabem como levantar a taça

3

AlineRimoloGre-Nal da Espanha

Nova colunista internacional entra no time do Contra-Ataque 8

É hora de virar gente grande nas quadras

ESPECIAL

9

@jcontraataque

TU APITOU MUITO!

Page 2: Jornal Contra-Ataque Novembro

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Jornal Contra-AtaqueDistribuição gratuita e mensalAv. Independência, 640, apto 14

Bairro Independência, Porto Alegre/RS

Jornalista responsável: Antão Valderes Rebelo Sampaio – MTB 5514

Editor-chefe: Guilherme Hamm

(51) 9715.2921 / (53) [email protected]

Editor-chefe adjunto: Renan Sampaio(51) 8209.4394

[email protected]

Editoria Internacional: Guilherme Hamm eRodrigo Pizolotto

[email protected]

Editoria Grêmio: Cássio Santestevan

[email protected]

Editoria Futebol NI - Nacional e Internacional:

João Vitor Ferreira e Joana Weit

[email protected]

Editoria Esportes Show: Leonardo Fister

[email protected]

Editoria Esporte da Vez: Mariana Moraes e Eduardo Paganella

[email protected]

Especial: Vinícius Fernandes

Planejamento gráfi co e diagramação:Renan Sampaio

[email protected]

Comercial: Carolina Tramontina e

Rebeca Matiuzzi comercialcontraataque

@hotmail.com

Mídia online: Henrique Riffel

www.jornalcontraataque.com.br twitter.com/jcontraataque

Impressão:Jornal Pioneiro – Caxias do Sul

O jornal Contra-Ataque é uma publicação da empresa

A.Rebelo Sampaio. CNPJ 06.071.836/0001-63

E-mail da redação:[email protected]

Nessa reta final de campeonato Brasileiro, muitos estudiosos do futebol começam, novamente, a falar do regulamento. Para muitos, os pontos corridos geram desequilíbrio, já que no final, nem todos os times estão querendo alguma coisa.

Reclamamos de tudo por aqui. Quando se usava a fórmula Fraga, não ganhava o melhor. Agora que o campeão é o melhor de um campeonato todo, raclamamos também. Na Europa, que tem o futebol mais organizado de mundo, esse formato é vencedor. Mas levou tempo. Quem sabe não deixamos a bola rolar e fazemos apenas o nosso trabalho?

Mas o papo é outro. Uma das matérias desta edição é a volta do basquete da Capital. Sogipa e Ginástica figuram nas competições adultas. Que alegria.

Sou nascido em Santa Cruz do Sul. Foi lá que aprendi a gostar de futebol, indo a todos os jogos do Galo nos Plátanos. Mas foi lá, também, que aprendi a gostar mais de um esporte, que sequer joguei. O basquete foi, por muito tempo, o esporte que movimentou a cidade.

Nos idos anos de 1990, um time fez o sonho se tornar realidade. O Corinthians de Santa Cruz começou fazendo frente aos times da Capital. Até que um careca chegou à cidade com um currículo e tanto. Ary Vidal trouxe junto com ele a experiência de Seleção Brasileira. Trouxe mais: patrocínio. A Pitt Corinthians nascia para fazer história. Vieram ainda Brent Merrit e Alvin Frederick, dois representantes do maior basquete do mundo, os EUA, além dos meus amigos e colegas, Mutti e Paulinho. E em 1994, a consagração. A conquista do campeonato Brasileiro mostrou que, longe do eixo Rio-SP, era possível fazer esporte de alto nível.

Essa matéria no Contra-Ataque me lembra a Pitt Corinthians. Mais do que isso, traz a esperança de que tudo pode acontecer novamente. Para isso, é preciso organização e parceria. Vamos combinar, é o mínimo que se pode esperar em um Estado como o nosso.

2 O fotógrafo João Freitas busca a cada edição um olhar apurado,

magnético, expressivo e condizente com a pauta a ser coberta, numa

perspectiva perfeita.EDITORIALEditor Chefe: Guilherme Hamm

Editor Adjunto e de Arte: Renan Sampaio

Contato:jornalcontraataque@

hotmail.comPorto Alegre

Novembro de 2010

A vontade de fazer um jornal feito para o seu esporte chega ainda mais forte nesta edição. Como diria o editor-chefe, Guilherme Hamm, “cada foto tem uma história”. Juntar os jogadores do Internacional, Índio, Pato e Renan não foi nada fácil. Foi uma semana e meia entrando em contato com assessores, funcionários, idas em treinos e convites aos atletas. O repórter Rodrigo Pizolotto teve até que segurar o goleiro Renan para não embarcar no ônibus do clube, em poucos instantes antes da imagem tão sonhada (pág.5).

Já o árbrito Carlos Simon revelou um canto especial da sua casa (centrais), onde guarda as lembranças da vida profissional: inúmeras bolas que representam cada momento importante na carreira. “Imagem que ninguém ainda havia feito”, contou ao jornal. Mais, a fotografia produzida da

camisa 7 do Grêmio teve que convencer todo o Clube a deixar que o modelo entrasse no estádio e sentisse o peso místico da 7 no Olímpico.

O grande responsável das empreitadas na fotografia é João Freitas. O cara busca a cada edição um olhar apurado, magnético, expressivo, e condizente com a pauta a ser coberta. A foto que ilustra a matéria do Remo (pág. ao lado) resume bem esta ideia: buscar um outro ângulo, uma perspectiva perfeita. “Quando as imagens chegam para edição, fica difícil escolher a melhor. E isto é muito bom. Mas nada se perde, pois no site há álbuns para o leitor ver um pouco mais das excelentes coberturas fotográficas do João”, diz o editor adjunto e de arte, Renan Sampaio. Enfim, caro leitor, fique a vontade. Aprecie a 3ª edição do jornal Contra-Ataque. Boa leitura.

Criação da marca: Emanuel de Souza [email protected]

* Formado em jornalismo e mestre em Comunicação Social pela Famecos, passou pela Zero Hora e Diário Gaúcho. Trabalhou ainda nas rádios Gaúcha, Rural, Farroupilha e Metrô, sempre junto com o jornal. Hoje é professor da Faculdade de Comunicação Social da PUCRS.

Chelkanoff*FÁBIAN

Eu estava lá

A imagem vale muito

Fotografi a: João [email protected]

Veja quem lê o Contra-Ataque

Marcelo BarretoFernando Carvalho

Jorginho Schmidt Sérgio Boaz Carlos Simon

FOTOS/JOÃO FREITAS

Em Santa Cruz do Sul aprendi a gostar de futebol, porém, mais de um esporte que sequer pratiquei: o basquete.

A próxima edição impressa do jornal Contra-Ataque será em março de 2011. O veículo para em razão do recesso de verão nas Universidades.

O Jornal Contra-Ataque inova mais uma vez no jornalismo esportivo gaúcho. As transmissões ao vivo do Gaúcho Bowl, da Liga Brasileira de Futebol Americano e da Copa RS de Rugby renderam um grande número de acessos no site. Não fique de fora desta jogada!Siga-nos no Ustream e no Twitter:@jcontraataquehttp://www.ustream.tv/user/jcontraataque/shows

Contra-Ataque ao vivo pela internet

Page 3: Jornal Contra-Ataque Novembro

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Ver o nascer e o pôr-do-sol do Guaíba dentro de um barco. Moleza, não? Não para os atletas do remo gaúcho. Enquanto muitos estão

acordando ou aproveitando o final de tarde, os remadores do Estado treinam duro para manter o alto nível no esporte do Rio Grande do Sul.

Em águas gaúchas, as principais equipes são o Grêmio Náutico União e o Clube de Regatas Guaíba-Porto Alegre (GPA). No União, o esporte é considerado a atividade mais importante institucionalmente. Tanto que o brasão do clube possui dois remos cruzados entre si. O GPA também tem no remo sua principal força. A disputa entre as duas equipes já é centenária.

No Brasil, a modalidade vem ganhando importância nos últimos anos e o Rio Grande do Sul rema em prol do esporte. Segundo o técnico do União e da Seleção Brasileira de Remo, Marcelo Varriale, o Estado é uma potência no cenário nacional. “Mesmo sem ter a mesma estrutura, competimos de igual para igual com os clubes do Rio de Janeiro, que tem mais verba disponível para o esporte”, analisa o treinador. No panorama sul-americano, os nossos rivais não poderiam ser outros: eles, os hermanos argentinos. Os dois países disputam a hegemonia da modalidade na América do Sul.

Entre os atletas que compõem a seleção brasileira está Leandro Tozzo, de 32 anos. Remador do Grêmio Náutico União, ele conta que entrou no remo quase que sem querer. “Tentei várias coisas mas nunca consegui ficar dentro das quadras, apesar das pessoas acreditarem no meu potencial para outras modalidades”, afirma o remador, que tem quase dois metros

de altura. Depois de descobrir seu talento no esporte, ele não tirou mais suas mãos do remo, e hoje, treina para chegar às Olimpíadas de 2012.

Companheiro de barco no União e na equipe, Alan Bittencourt

também sonha em conhecer a terra da Rainha daqui há dois anos. O atleta, de 32 anos, diz que o remo é um esporte coletivo que precisa do envolvimento de todos. “Dentro do barco, cada um de nós é uma célula muito importante e faz toda

a diferença”, salienta o remador.

E os que pensam que o Rio Grande do Sul têm apenas bons atletas e clubes de ponta está muito enganado. Quem diria, o Lago Guaíba é visto por treinadores e esportistas como um paraíso para a prática de esportes náuticos. Tanto que até a seleção brasileira realiza sessões de treinos por aqui. De acordo com o treinador do Guaíba Porto-Alegre, João Carlos Gonçalves, o símbolo da cidade de Porto Alegre dá excelentes opções de treinos para as equipes. “Enquanto em muitos locais os barcos percorrem apenas 2km, no Guaíba chegamos a percorrer mais de 10km sem precisar dar meia volta, e isto dá ritmo aos atletas”, destaca o treinador.

Se existem duas palavras que definam o praticante de remo, elas são disciplina e dedicação. Isto porque o esporte exige muita concentração dos atletas dentro e fora das águas. É comum ouvir histórias de competidores que deixam de sair para festas e eventos para se manterem focados nas cargas de treinos logo no início da manhã.

Para o técnico Marcello Varriale, o esporte acaba se tornando um estilo de vida. “Nós adaptamos todos nossos horários à dinâmica de treinos. Isto modifica a nossa vida”, afirma, o treinador. É o que acontece com Leandro Tozzo, que acorda às cinco horas da manhã para estar disposto logo nas primeiras horas do dia. Após se alimentar bem, Tozzo dirige-se ao Cais do Porto, onde pega uma barca que leva até a Ilha do Pavão, local de treinos do GNU. “Antes das sete horas, eu e a equipe já estamos na água. Estamos acostumados a acordar cedo”, diz o remador.

3Remadores gaúchos têm a rotina de treinar cedo no Lago Guaíba. Os destaques são sempre nomes confirmados na seleção brasileira de remo.

Por Eduardo Paganella e Mariana Moraes email: [email protected]

Porto AlegreNovembro de 2010

Por dentro do remo

O esporte disciplina

ESPORTEDAVEZ

Com a cidade de Porto Alegre como pano de fundo, os praticantes são agraciados pelas águas do Guaíba, consideradas entre as melhores da prática no país

FOTO

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REMO

O remo é esporte olímpico e para-olímpico.

Pode ser dividido em categorias com um ou dois remosO remo também pode ser

dividido por idade.

Timoneiro é o responsável por guiar o barco e apoiar os companheiros.Existem barcos para 1, 2, 4 e 8 atletas.

Os barcos são produzidos por fibra de vidro e fibra de carbono.

As principais equipes do Brasil são C.R. Vasco da Gama (RJ), C.R Flamenogo (RJ), C.R.

Botafogo(RJ), Pinheiros (SP) e Grêmio Náutico União (RS)No Rio Grande do Sul, as principais equipes são o Grêmio Náutico União e o C.R Guaíba-Porto Alegre.

Os barcos podem chegar à velocidade de até 35km/h.

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No Grêmio, diferente de outros times e seleções, a camisa almejada por

todos não é a consagrada 10. Pelé, Rivelino, Zico, Raí e Rivaldo fizeram história com ela em seus clubes e na seleção brasileira, além de Maradona na Argentina. Mesmo em um jogo entre amigos, o maior craque é o 10. Porém, no Tricolor Gaúcho o diferencial, o jogador mais importante é o camisa 7.

Flecha Negra

Na década de 70 chegou ao Olímpico o primeiro deles, Tarciso, que ficou conhecido como o “Flecha Negra”, por sua velocidade e pela cor de sua pele. Atuou no Grêmio de 1973 a 1986 e é o jogador que mais disputou jogos pelo time. Foram 815 partidas em 13 anos. Com ele, o clube venceu o Brasileiro de 1981, a Libertadores e o Mundial Interclubes de 1983.

“Eu sempre joguei com essa camisa e quando cheguei ao Grêmio me deram a 9

para jogar de centroavante. Porém, o Telê Santana, quando assumiu a equipe em 1977, me colocou jogando na ponta de novo. Desde então, até 82, assumi a camisa 7 do Tricolor. Minhas maiores conquistas e alegrias foram com ela”, afirma Tarciso. O atleta chegou à primeira convocação para a seleção brasileira e foi eleito o melhor ponta em 1977 e 1978 pela revista Placar (Bola de Prata).

O maior ídolo

A partir de 82 Tarciso voltaria a jogar com a 9, porque Renato Gaúcho chegou ao Grêmio. Juntos, alcançaram os maiores títulos gremistas, a conquista da América e do Mundo. Um ano após ter pisado no Olímpico, Renato seria artilheiro da Libertadores de 1983 e também escolhido o melhor jogador do campeonato mundial contra o Hamburgo, da Alemanha, vencido por 2 a 1. Dois gols dele.

“Eu peguei a 7 porque na época que eu comecei a jogar ainda existia o famoso ponta. A camisa me deu muita sorte. Antes de mim veio o Tarciso. Todo mundo que veste essa camisa no Grêmio dá uma sequência boa para ela. Espero que sempre continue assim”, afirma Portaluppi.

Tarciso e Renato jogaram também a Libertadores de 1984 e quase conquistaram

o bicampeonato. A equipe gremista foi derrotada apenas na final da competição, para o Independiente, da Argentina.

Diabo Loiro

O título da América viria de novo somente nos anos 90 e com outro camisa 7, que se destacou também por sua velocidade e técnica atuando pela ponta. Paulo Nunes, o “Diabo Loiro” como era conhecido, infernizou as zagas adversárias e conquistou com o Grêmio a Libertadores de 1995, o Brasileiro e a Recopa Sul-Americana de 1996, além da Copa do Brasil de 1997. Em 1996, foi artilheiro do campeonato brasileiro.

Mestre Jonas

Para completar a lista, Jonas,

o artilheiro do Brasileirão 2010, com 21 gols, camisa 7 e destaque do Grêmio tem a confiança de seu antecessor e atual técnico do clube. “De vez em quando eu pergunto para o Jonas ”Tá pesada essa camisa?! Se estiver me devolve”, conta, em tom de brincadeira, Renato Gaúcho. “Mas ele está dando conta do recado”, completa o comandante.

Jonas responde à gozação de forma descontraída. “O Renato é uma pessoa que sabe lidar com os jogadores. Sempre tem uma graça para fazer com alguém. É uma maneira de aproximar o grupo. Ele me diz que os gols dele eram mais bonitos que os meus. Já vi muitas jogadas e realmente ele é sim tudo o que fala, mas tem alguns gols

meus que também entrariam fácil no DVD de melhores momentos dele”, diz Jonas, com um sorriso no rosto.

A descontração entre os dois traz a tona mais um número. Jonas pode, além da artilharia, subir na lista de maiores goleadores da história do clube. Ele está em 7º, ao lado de Paulo Nunes, com 73 gols e a frente de Ronaldinho (68) e Jardel (65). Se fizer mais um, pode se igualar a Renato Gaúcho (74), que divide a 5ª colocação com Loivo (ponta-esquerda de 1968 a 1973).

Tarciso, o Flecha Negra, é o segundo, com 222 gols marcados pelo Grêmio, perdendo apenas para Alcindo, centroavante gremista da década de 60 (264), que foi a Copa do Mundo de 1966.

4 Os maiores títulos conquistados, do Mundial Interclubes ao bi-

campeonato Brasileiro e da América, ficaram marcados por um

craque vestindo a camisa 7.GRÊMIOPor Cássio Santestevan

email: [email protected]

Porto AlegreNovembro de 2010

JOÃO FREITAS

Há uma mística na 7 do Grêmio. É como a 10 do Santos, que teve Pelé, Robinho e agora tem o Ganso.

Na década de 1970, Tarciso deu início a uma era de grandes jogadores que usaram a número 7: Renato Gaúcho, Paulo Nunes e agora o artilheiro Jonas

Os números

Ano de 82-87/91

95-97/2000

2007/2009-10atuação

73-86222 74 73 73Gols

Tarciso Renato Paulo Nunes Jonas

O legado da camisa

Ex-atacante Tarciso

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INTERNACIONAL5O Contra-Ataque reuniu os três

campeões mundias de clubes do elenco colorado para saber o que o Inter deve fazer para chegar ao Bi em Abu Dhabi.

Por Guilherme Hamm e Rodrigo Pizolottoemail: [email protected]

Porto AlegreNovembro de 2010

JOÃO FREITAS

Quanto mais dezembro se aproxima, mais o coração colorado acelera. Pulsa. Não aguenta

a ansiedade da espera do momento. A parte vermelha do Rio Grande só pensa em uma coisa. Só tem uma palavra que vem à mente: o bi!

Para o sonho se concretizar, tudo precisa dar certo. Como foi em 2006. E, assim como ocorria com o Barcelona, o provável adversário é assustador. Para o Internacional derrotar a Internazionale de Milão, é preciso um jogo perfeito. Um duelo em que o vermelho rasgue literalmente a camiseta italiana.

Para o general Bolívar levantar o troféu que já foi erguido por Fernandão, Hugo De León, Rogério Ceni, Maldini, entre outros ídolos, o colorado necessita de alguém que conheça como chegar lá. Dentro do grupo de jogadores, um goleiro multicampeão, um zagueiro com cara de chefe-apache e um outro arqueiro com passagens pela seleção brasileira prometem ser os guias da equipe rumo ao Bi Mundial.

O Contra-Ataque concede a palavra primeiramente

para um zagueiro que é a cara do Interacional. Símbolo de humildade, raça e dedicação, o ex-cortador de cana Marco Antônio de Lima é o cacique colorado. No momento máximo da história do clube, Índio deu a maior demonstração de amor ao Inter.

Lembranças da glória

Na final do Mundial de Clubes da FIFA, em 2006, diante do poderoso Barcelona, o defensor levou uma cotovelada e fraturou o nariz. Mesmo sangrando, ele trocou a camiseta e continuou em campo até o apito final. “Naquela hora eu nem pensava em ficar de fora. Só queria trocar a camisa e voltar novamente para ajudar o Inter dentro de campo. Consegui suportar a dor com o nariz quebrado. E depois, com o título, eu nem sentia nada. A euforia era tanta que eu

até me esqueci”, lembra. O zagueiro recorda a expectativa de todos em relação àquela final há quatro anos atrás. “Vencemos uma competição onde apenas o grupo profissional e os torcedores colorados acreditavam no título. O resto do mundo dizia que levaríamos uma goleada do Barcelona”, afirma.

Após conquistar dez títulos pelo Inter, ele explica de onde vem a motivação para o Mundial de 2010. “Gosto de falar na palavra perseverança. Sempre trabalhei em cima de sonhos. E, para mim, disputar esse segundo Mundial está sendo mais um sonho. Precisamos sempre acreditar e não se entregar. Correr atrás dos objetivos, mas sem passar por cima de ninguém. Com hombridade e dedicação”, enfatiza o dono da camisa três.

De olho no rival

Renan, em 2006, era reserva. O goleiro dava seus primeiros passos no futebol profissional. “Naquela época, tive uma sequência de 16 jogos no Brasileirão. E isso me ajudou bastante”, ressalta. Mesmo coadjuvante, ele presenciou os bastidores e o clima da saga colorada em Yokohama. “A preparação agora é semelhante à de 2006. Apesar de ainda disputarmos

o Brasileiro, queremos muito esse título mundial”, declara.

O atual camisa 1 colorado está atento aos jogos da possível adversária Inter de Milão. “A gente acompanha, mas também devido à importância do Campeonato Italiano e da Liga dos Campeões. Precisamos ter consciência de que, antes da Inter, temos um outro jogo pela frente”, ressalva.

Questionado sobre um possível duelo particular com o maestro e exímio batedor de faltas Sneidjer, Renan prefere exaltar o forte conjunto da equipe italiana. “Eles não possuem apenas o Sneidjer. É um grupo de extraordinários jogadores. Será um grande Mundial. Tem todos os ingredientes para isso”, diz.

A busca do tri mundial

Roberto Carlos Abbondanzieri

é uma máquina de ganhar títulos. Tetracampeão da Copa Libertadores e bicampeão do Mundial Interclubes pelo Boca Juniors, o argentino esbanja experiência no auge dos seus 38 anos.

No dia 11 de março de 2010, na segunda partida da primeira fase da Libertadores deste ano, Pato foi o nome do jogo ao garantir empate com o Deportivo Quito em 1 a 1. Na ocasião, fez defesas incríveis enquanto passou quase todo o jogo com o pé machucado, e também conseguiu convencer a arbitragem a reverter um pênalti mal marcado contra o Inter.

Titular ou reserva, o goleiro promete fazer de tudo para encerrar a carreira no final deste ano com o título em Abu Dhabi. “Seria muito bonito. Isso seria pedir muito também. Quando vim encerrar a carreira no Inter, não sabia que seria campeão da Libertadores. E saí campeão. Então, se Deus me der a possibilidade de encerrar minha carreira ganhando o Mundial, seria espetacular. É o meu sonho, jogando ou não”, idealiza.

Com a experiência dos três campeões mundiais, o sonho vermelho e branco começa a se desenhar. Afinal, eles sabem o caminho.

Apenas nós e os torcedores acreditavam no título. O resto do mundo dizia que levaríamos uma goleada do Barcelona.

Zagueiro Índio, analisando a véspera do Mundial de 2006

Renan, Índio (campeões com o Inter) e Abbondanzieri (bi do planeta com o Boca Juniors) pretendem se tornar os protagonistas do mundial no próximo mês

É um grupo de extraordinários jogadores. Será um grande Mundial. Tem todos os ingredientes para isso.

Goleiro Renan, sobre a Inter de Milão

Eles sabem o caminho

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Jornal Contra-Ataque - Qual foi sua principal realização como árbitro?

Simon - Meu sonho era apitar futebol. Eu nem pensava muito onde poderia chegar. Com o passar do tempo, surgiu o Gre-Nal, os mundiais... Ter participado das três edições de Copa do Mundo foi minha grande realização.

Como é ser massacrado quando comete um erro e passar despercebido quando faz uma grande atuação? Você conseguiu adaptar-se à lógica do futebol?

É um absurdo as pessoas irem ao campo para te vaiar. “Ah, é a cultura. Faz parte”. Acho que isso é balela. Por que quando um trio de arbitragem entra no campo, mesmo sem o jogo ter começado, é vaiado? Os torcedores precisam evoluir e mostrar respeito. No estádio, até tudo bem, mas todas as pessoas que, por exemplo, atacarem minha honra, devem ser processadas por esta atitude.

Como é a relação do juiz com a imprensa? As críticas não lhe deixavam menos tranquilo?

Eu consegui levar na boa. Existe um ou outro fato isolado. No mais, eu sempre respeitei e atendi todos os seguimentos da imprensa. O problema é que tem muita pouca gente que entende de arbitragem dentro dos veículos de comunicação. A imprensa deve ter setores especializados. Até já tem alguns companheiros ex-árbitros atuando na área. Isso ajuda a esclarecer para o torcedor.

Nessa última Copa do mundo vieram contestações até da imprensa britânica. Como você se sentiu com toda a repercussão negativa?

A imprensa estrangeira foi obviamente informada por algum ou outro pseudojornalista do país. Deve ter sido em cima daquilo que aconteceu com o ex-presidente do Palmeiras, o qual estou processando agora (Luiz Gonzaga Belluzzo disse ao The Guardian que o árbitro não tinha experiência e qualidades para ir à Copa da África). No dia após o jogo entre Estados Unidos e Inglaterra, os jornais britânicos não publicaram uma linha sobre minha atuação. Provei mais uma vez dentro de campo que poderia apitar partidas desse nível.

Você foi afastado duas vezes pela CBF por supostos erros de arbitragem. Você encara como algo natural ou as coisas deveriam ser conduzidas de outra forma?

Sou contrário que se suspenda publicamente, até porque o árbitro não é um profissional. Ele não ganha só naquilo lá. Agora a pouco suspenderam um jornalista, um médico, um professor. Quando ele volta para o ambiente de trabalho é complicado. Não deve haver uma punição pública. Os jogadores, sim, vivem disso. Mas com essa situação de que o árbitro é “amador” não tem como puni-lo dessa maneira. É um absurdo.

Ficou alguma frustração na carreira, talvez por ter ficado de fora da 2ª fase da última Copa?

Nós só fomos cortados na semifinal da competição. Mas era uma voz unânime entre os árbitros que estavam lá, que o trio brasileiro trabalharia mais um jogo. Existem muito mais coisas do que a nossa vã filosofia. Há barreiras.Nem sempre os mais competentes apitam os principais jogos. O Altemir Hausmann e o Roberto Braatz ficaram um pouco mais frustrados. Mas não é o árbitro que se escala no jogo.

Foram 19 Gre-Nais, algum o marcou em especial?

Com certeza o último. Até porque o Paulo Sant’Ana me deu nota 9,5. Foi uma encheção de saco daquelas. E realmente não tinha o que falarem. Um inspetor da FIFA veio do Rio

de Janeiro só para o jogo. Tenho o relatório dele. Ganhei nota 10.

A polarização Grêmio e Internacional atrapalha as coisas?

Aqui, sempre foi tudo muito dividido. No ponto de vista da arbitragem não há problema. Eu já fiz vários clássicos. Existe alguma ou outra reclamação. Mas eu contei com a sorte também. Nunca tive um erro capital em Gre-Nais, e isso iria ficar marcado para sempre.

Como você enfrentou as críticas de dirigentes e torcedores gremistas quando foi anunciado para apitar o último Gre-Nal?

Encaro com naturalidade. As pessoas não sabem porque estão criticando. Um ou outro dirigente diz: “ah, a torcida não quer”. Dos 19 que eu apitei, o Grêmio ganhou nove, o Inter venceu cinco e tiveram mais cinco empates. O que acontece é um populismo barato de algum dirigente que quer fazer uma média. Daqui a um tempo ninguém mais vai saber quem eles são.

Você acha que ficou rotulado pela torcida gremista como colorado, até porque foi desse lado que vieram as críticas?

Eu não entendo. Sempre afirmei que torço pelo Gaúcho, de Braga (cidade natal de Simon), pela seleção brasileira e pelas equipes gaúchas quando enfrentam times de fora. Até porque meus filhos torcem pelos times daqui. Tenho dois gremistas e dois colorados. Não tem porque ser de outra maneira.

Como foi a homenagem na despedida do clássico?

Minha maior homenagem do Gre-Nal foi quando o Renato Gaúcho entrou até o meio de campo e me disse: “Simon, tu

apitou pra caralho”. Mesmo com o empate e um jogador expulso, ele foi lá me dizer isso. Pra mim, foi extraordinário esse bom senso depois do jogo. Tenho certeza que na memória das pessoas vai estar que, no último jogo, o cara (Simon) tirou dez.

Qual foi a situação mais inusitada na sua trajetória como árbitro?

Uma vida inteira de muitas críticas e raros elogios. Figura atuante nos grandes palcos, mas sempre invisível à glória. Essa é a dura batalha que Carlos Eugênio Simon resolveu

encarar quando virou árbitro de futebol. Em 27 anos de carreira, foram três Copas do Mundo, 19 Gre-Nais, inúmeras decisões de campeonatos nacionais e um Mundial de Clubes da Fifa.

Símbolo da arbitragem brasileira, Simon é a história viva de uma profissão para poucos. Antes de guardar os cartões, o também jornalista concedeu entrevista à equipe do Jornal Contra-Ataque.

Confira abaixo histórias, revelações e polêmicas que marcaram a trajetória do gaúcho inspirado pelo som do apito:

6

ENTREVISTA EXCLUSIVAPor Guilherme Hamm/Fotos João Freitas

Os torcedores precisam evoluir e mostrar respeito. No estádio, até tudo bem, mas todas as pessoas que atacarem minha honra devem ser processadas por esta atitude.

Eu contei com a sorte também. Nunca tive um erro capital em Gre-Nais. Isso iria ficar marcado para sempre.

É um populismo barato de algum dirigente que quer fazer uma média. Daqui a um tempo ninguém mais vai saber quem eles são.

O apito fi nal

Em relação às críticas que recebeu no último Gren-Nal

www.jornalcontraataque.com.br

As bolas da Copa da África e do Mundial Interclubes se misturam a outras relíquias que revelam uma longa história na arbitragem

Page 7: Jornal Contra-Ataque Novembro

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Há alguns anos, apitei uma final no Rio Grande do Norte. Estava saindo do estádio quando uma senhora de idade fez parar o carro onde estávamos. Desci do veículo. Ela me disse que estava realizado um sonho naquele momento:

o desejo de conhecer o Carlos Eugênio Simon, o Ronaldinho Gaúcho e o Sílvio Santos. Isso me marcou muito mesmo. Eu dei pra ela um

autógrafo e um par de cartões. É uma lembrança boa que tenho.

Como era a relação com os jogadores dentro de campo?

Um cara que eu tinha um bom relacionamento era o Romário. Todo mundo dizia que ele era marrento, mas ele sempre foi muito honesto e correto. Inclusive teve um episódio no Maracanã: ele entra na grande área e acaba caindo. Eu não dei nada. No intervalo do jogo vieram os repórteres já perguntando para ele porque eu não havia marcado o pênalti. Daí ele disse: “O Simon não caiu na minha. Não foi pênalti”. Foi uma postura muito correta. É difícil ter um posicionamento assim. É um respeito muito louvável que se deve ter com esse tipo de jogador.

Como você vê os problemas enfrentados pelo árbitro gaúcho Leonardo Gaciba em relação aos testes físicos e a posterior decisão de virar comentarista?

Eu ajudei muito quando o Gaciba era jovem. Sempre o levava como 4º árbitro para as finais do Campeonato Brasileiro e falava que as pessoas ainda ouviriam falar muito dele. O

Gaciba foi um grande árbitro. Só que teve um problema físico e psicológico. Não conseguiu se ajudar. Não foi por falta de apoio e incentivo. Foi uma opção dele. Por sorte, ele recebeu essa proposta, pois sem passar nos testes, não se pode apitar em lugar algum.

Como você é abordado pelos torcedores nas ruas de Porto Alegre?

É impressionante o carinho e o apreço que recebo de quem eu nem conheço. As pessoas falando que torceram por mim na Copa, dizendo que eu criei o torcedor do árbitro de futebol.

Fala-se muito do seu futuro depois da aposentadoria. Suas opções seriam a de instrutor da Fifa, comentarista de arbitragem da TV Globo ou

Band e ainda a possibilidade de uma carreira política?

Essas propostas existem. Estão em negociações. Em relação à Fifa, eu seria o instrutor de arbitragem de toda a América do Sul. Mas tenho até o dia 5 de dezembro para decidir com calma essa questão com meus filhos e minha esposa. Prefiro esperar até lá.

Você gostaria de ser testado nas urnas?

Sempre que fui, arrebentei a boca do balão. Para a presidência do Sindicato dos Árbitros fui eleito com 97% dos votos. Na minha época como presidente estudantil eu também era eleito de barbada. Neste ano tive um convite para concorrer a deputado, mas recusei porque queria continuar apitando até dezembro. Eu até sou militante do PT. Esta decisão não significa que será para sempre.

O que sentirá quando der o apito final da sua carreira?

Estou me despedindo aos poucos. Vou sentir saudade do jogo, de entrar em campo e dos companheiros de arbitragem.

É um populismo barato de algum dirigente que quer fazer uma média. Daqui a um tempo ninguém mais vai saber quem eles são.

Neste ano tive um convite para concorrer a deputado. Recusei. Eu até sou militante do PT. Porém, esta decisão não significa que será para sempre.

Árbitro de três Copas e recodista em jogos pela série A do Brasileirão, o gaúcho Simon encerra a carreira em dezembro

Em relação às críticas que recebeu no último Gren-Nal

As bolas da Copa da África e do Mundial Interclubes se misturam a outras relíquias que revelam uma longa história na arbitragem

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Ao olharmos um jogo do Futebol Inglês, vemos belíssimos gramados, estádios

grandiosos, torcida apaixonada, uma organização dentro e fora de campo, certo? Sim, mas a situação não é tão perfeita assim. Com um modelo de administração que mistura altos gastos com jogadores e dívidas com consórcios bancários, as equipes inglesas se encontram em um momento financeiro terrível.

Clubes endividados sempre foram algo característico do futebol brasileiro, porém na Europa, essa realidade existe. Um exemplo é o Portsmouth, fundado em 1898, com dois títulos nacionais, mas que por má administração e altas dívidas foi rebaixado na temporada 2009\10. Outro clube com contas no vermelho na Inglaterra é o Chelsea. Contudo, a diferença para as outras equipes é que o

eles possuem o “mecenas” Roman Abramovich, dono da equipe e que salda todos os débitos do clube.

Porém, o exemplo dos “Blues” não serve para o grande inglês Liverpool, uma das maiores equipes européias, detentor de 18 títulos nacionais e cinco troféus de Champions League. Os “Reds” estão em um momento de recuperação no campeonato, após ficarem as primeiras rodadas na zona de rebaixamento. Além disso, acabam de ser vendidos para um consórcio americano, por cerca de 300 milhões de libras (R$ 794 milhões). O grupo New England Sports Ventures, dono do time de beisebol Boston Red Sox adquiriu o clube inglês, mas precisou de paciência para garantir o negócio.

A venda da equipe se transformou em uma novela. Os antigos donos, os americanos Tom Hicks e George Gillett fizeram de tudo para que não se concretizasse a venda.

Entraram com liminares, embargaram negociações e recusaram todas as ofertas possíveis. Mas a justiça inglesa entrou no negócio. E como o Liverpool tem dívidas que chegam a 280 milhões de euros com o Royal Bank of Scotland, o Supremo Tribunal de Londres liberou a venda do clube.

Todos esses casos comprovam que algo está errado no futebol mais rico do planeta. Para Amir Somoggi, Diretor da empresa Crowe Horwath RCS, o futebol inglês é o mercado mais evoluído comercialmente do mundo. Segundo ele, os clubes faturam muito e isso é interpretado de forma equivocada. “O

excesso de recursos acaba ocasionando um excesso de despesas também”.

No caso do Liverpool, Amir acredita que ouve falta de regulação, já que os americanos, antigos donos do time, “gastaram muito e o faturamento do clube não acompanhou os investimentos”. Para ele, uma resposta da crise financeira é o gasto excessivo. “Os clubes gastam demais na aquisição de jogadores com altos salários e muitas vezes o marketing não consegue viabilizar esse investimento”.

Seja pelo gasto exagerado ou pela má administração, as equipes precisam rever a forma de cuidar do futebol. Somoggi releva o segredo para uma boa condição financeira não só nos clubes ingleses, mas por qualquer agremiação do mundo. “O mais importante é administrar o negócio de forma racional e não apaixonada. A paixão deve ficar para as arquibancadas”, explica o empresário.

8 Altos investimentos, gastos excessivos e um modelo de

administração deflagrado causam uma crise no futebol

mais rico do mundo.FUTEBOL NACIONAL EINTERNACIONAL

Por João Vitor Ferreira e Joana Weitemail: [email protected]

Porto AlegreNovembro de 2010

O mais importante é administrar o negócio de forma racional e não apaixonada. A paixão deve ficar para as arquibancadas.

Rimolo*

ALINE

Correspondente de Madri

*Aline Peixoto Rimolo, jornalista formada pela PUCRS. Atualmente faz Mestrado de jornalismo esportivo na Universidade Rey Juan Carlos, em Madrid.

Não importa em que parte do mundo estejamos, os clássicos do futebol sempre movimentam imprensa e torcedores. Na Espanha, a liga, Copa do Rey e o Campeonato Espanhol são disputados ao mesmo tempo e tornam o calendário tão apertado quanto o do futebol brasileiro.

Mesmo com uma série de jogos decisivos, a principal preocupação da imprensa e até mesmo dos jogadores é com a partida entre Barcelona e Real Madrid. É o maior clássico da Espanha. Nem o jogo dos “blancos” contra o Atlético de Madrid, que é de fato o clássico local ganhou tanta força. As duas equipes madrilenhas jogaram pela 10ª rodada e as informações e discussões sobre o jogo só começaram dois dias antes da partida. Claro que depois o confronto foi tomado de polêmicas, mas tudo dentro dos padrões do futebol.

Em compensação, o assunto Real x Barça corre por todos os sites e está presente em todas as coletivas de imprensa. O jogo é no final de novembro, pela 13ª jornada do Espanhol, mas o debate de quem é melhor já começou um mês antes. O que mais se pergunta é: quem é mais efetivo Leonel Messi, pelo lado dos “azulgranas” ou Cristiano Ronaldo pelos “merengues”? Os dois vivem um excelente começo de temporada e são os principais jogadores e goleadores de suas equipes, candidatos fortíssimos a decidir o clássico.

Até a data da partida muito vai se dizer e tudo pode mudar, pois as duas equipes lideram a competição. Mas será apenas quando a bola rolar que vamos saber, se não quem é o melhor, quem estará num melhor dia para ajudar sua equipe.

Gre-Nal da Espanha

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Quando o assunto é futebol, todo brasileiro gosta de dar pitaco. E quando alguma mudança é proposta certamente os torcedores irão se manifestar. Foi exatamente isso que aconteceu no momento em que a Conmebol decidiu alterar as vagas do Brasil na Copa Libertadores da América do próximo ano. A CBF reivindicou a decisão da entidade sul-americana, que estipulava a diminuição de quatro para três vagas a que o país teria direito através do Campeonato Brasileiro. O famoso o G-4, com a mudança, passaria a ser G-3, prejudicando os clubes brasileiros.

A Conmebol acatou a reclamação da CBF e revogou sua decisão, passando a tirar uma vaga do país de origem do campeão da Copa Sul-Americana. Com isso, o Brasil ainda

permanece com a incerteza de ter G-4 ou G-3, já que o país terá um representante na final do campeonato. Para o jornalista da Rádio Gaúcha, Nando Gross, essa questão não é a mais importante. “Eu não tenho certeza de que algum brasileiro será campeão da Sul-Americana”, comenta. Segundo ele, o G-4 é ótimo para o Brasileirão, pois “coloca mais clubes na disputa, caso contrário, a monotonia seria muito grande”.

Para os torcedores que sonham em ver o seu time na Libertadores 2011, resta apenas esperar. Já que a definição de quem levará a vaga só será conhecida no dia 8 de dezembro, data da final da Sul-Americana, três dias após o término do Campeonato Brasileiro.

Crise?

Libertadores 2011, quem vai? Yes, we canA Liga Americana de Futebol, conhecida como MLS, anunciou que a Conmebol estuda incluir as equipes americanas na Copa Libertadores da América, em 2012. Atualmente, os clubes mexicanos são os únicos, fora do continente sul-americano, que participam da Libertadores. Hoje, a MLS conta com jogadores de peso atuando em seus gramados. Alguns deles são David Beckham, Thierry Henry e Rafa Márquez.

Uma das equipes mais tradicionais da Inglaterra, o Liverpool, ameaça sair da crise que resultou na venda do clube

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9Jovens esperanças do tênis brasileiro, Tiago Fernandes e Guilherme Clezar passam pelo processo de transição para a carreira profissional.

Porto AlegreNovembro de 2010

Por Guilherme Hammemail: [email protected]

Idade: 17 anos

Nasceu em Maceió,

Pernambuco, em 29 de janeiro de 1993

Local de treino: Academia Larri Passos, Camboriú - SCAtual ranking profissional

(ATP): 555Melhor ranking juvenil (ITF): 1º

Principal Golpe: forehand (direita)Piso favorito: saibro

Ídolo: Gustavo Kuerten

Idade: 17 anos

Nasceu em Porto

Alegre, em 31 de janeiro de 1992

Local de treino: Instituto Gaúcho de Tênis (IGT)

Atual ranking profissional (ATP): 776

Melhor ranking juvenil (ITF): 13ºPrincipal Golpe: forehand (direita)

Piso favorito: rápidoÍdolo: Roger Federer

Ficha Técnica

GeraçãoGeração“Future”

FOTOS JOÃO FREITAS

Para os menos atentos, apenas uma chance de observar bons jogos do circuito profissional de tênis. Já para quem realmente é amante do

esporte, uma oportunidade única de ver em ação as maiores promessas da modalidade no Brasil. Enquanto Tiago Fernandes descansa após mais uma vitória no saibro gaúcho, Guilherme Clezar se esforça para vencer o companheiro de treinos Rodrigo Guidolim. Incomum não apenas a coincidência de os dois jovens tenistas triunfarem no POA Open de Tênis deste ano, disputado nas quadras do Grêmio Náutico União. O fato é que essas raquetadas alimentam a esperança de que o esporte volte a ser um símbolo de conquistas no país.

O alagoano Tiago Fernandes sabe da importância do título inédito no Aberto da Austrália juvenil, um dos quatro maiores torneios do mundo. De um anônimo em busca de melhores resultados no circuito, ele virou celebridade aqui no Brasil. E não é pra menos. Nem Gustavo Kuerten conseguiu esse feito na categoria até 18 anos. “Foi algo maravilhoso o que aconteceu. Fiquei muito realizado com esse título. Eu nem esperava um Grand Slam. Foi importante, pois incentivei crianças que estão começando a jogar”, ressalta o jovem de 17 anos.

E Tiago foi além. No dia 26 de abril deste ano, chegou ao topo do ranking mundial juvenil. Algo não visto até então. Com tantos feitos e uma carreira promissora pela frente, são inevitáveis as comparações com o nosso mais ilustre tenista, o Guga. “Que bom que temos um cara como o Guga para ser comparado. Eu sou fã dele. Procuro me espelhar e copiar as coisas que ele fazia de bom dentro e fora da quadra”, diz o menino, que se diz adaptado às comparações e, naturalmente, à pressão.

Gaúcho treinou com Nadal

O gaúcho Guilherme Clezar, 17 anos, não fica longe no que diz respeito a um belo futuro no esporte. O atleta do Instituto Gaúcho de tênis (IGT) já ocupou a 13ª posição no ranking mundial juvenil. Entre os maiores resultados da carreira estão as quartas de final nos abertos dos EUA e da França e o vice-campeonato de duplas

no Grand Slam francês, torneios que fazem parte da elite do circuito juvenil.

Os bons resultados obtidos mundo a fora ficam um pouco de lado quando “Gui”, como é chamado nas competições, pensa no seu maior feito como tenista. O que muitos não sabem é que longe dos juízes de linha, dos boleiros e também do saibro brasileiro, Clezar teve a oportunidade de treinar com nada mais, nada menos, que Rafael Nadal, atual líder do ranking da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP). O encontro foi durante o Aberto dos EUA, em outubro. “Foi uma experiência boa. Bater com o melhor do mundo não é todo o dia que acontece. E acho que se ele me chamou para treinar é porque eu devo estar mostrando alguma coisa”, orgulha-se o porto-alegrense.

Vida no profissional

A vida dos dois atletas toma novos rumos. Eles agora passam por um dos períodos mais difíceis na trajetória de um tenista: a transição para a carreira

profissional. O momento é de encarar os chamados “futures”, torneios que abrem as portas para os tão sonhados pontos da ATP. “Os jogadores são muito competitivos. No profissional, é preciso ter um algo a mais para ir além”, explica Clezar.

Para vencer essas barreiras, Tiago conta com os ensinamentos de um técnico campeão, o gaúcho Larri Passos. Desde 2008, o jovem treina na academia de um dos principais responsáveis pela carreira vitoriosa de Guga. “O Larri tem a experiência de ter formado um número 1 do mundo. Então, eu tento aprender ao máximo com ele”, afirma Tiago.

Visando um futuro de bons resultados, Clezar conta com o apoio da torcida gaúcha e a experiência adquirida nesses torneios. Ano que vem o tenista da Capital não terá escolha: entrará em definitivo no meio dos profissionais.

Por outro lado, o parceiro Tiago ainda irá analisar se jogará entre os juvenis. Enquanto isso, o tenista alagoano recebe conselhos de um ilustre ídolo. “Às vezes o Guga vai lá na academia. Eu tento pegar algumas dicas no bate-bola. Ele sempre diz pra eu ficar firme e trabalhar. É mais um incentivo” revela o pupilo do Tricampeão de Roland Garros.

O Guga sempre diz pra eu ficar firmee trabalhar. É mais um incentivo.

Tiago, sobre os papos que mantém com o ídolo

Tiago Fernandes

Guilherme Clezar

Tiago e o gaúcho Clezar formam uma dupla afiada dentro e fora de quadra

ESPECIAL

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O basquete porto-alegrense deu mais um passo rumo à revitalização nos torneios profissionais. A Sociedade Ginástica

de Porto Alegre, que desenvolve um trabalho reconhecido nas categorias de base, voltou a disputar as competições adultas. A Pepsi/Sogipa está jogando o campeonato gaúcho da categoria e a Copa do Brasil. O time vem fazendo bonito, ficou em terceiro lugar no Sul-Brasileiro de clubes e está invicto no estadual: são seis vitórias em seis jogos.

Para esta temporada, a equipe está utilizando um uniforme idêntico ao usado nos anos de 1990 e 1991, quando a Pepsi/Sogipa obteve

dois vices estaduais (ambos os torneios foram conquistados pelo Corinthians de Santa Cruz). Há mais de dois anos, a Sogipa trabalhava com a possibilidade de voltar ao certame adulto.

O diretor do departamento de basquete, Régis Kauim, destaca que o trabalho realizado na base foi fundamental para o retorno do time principal. “A ideia sempre foi reforçar as categorias de base, a fim de formar um time profissional competitivo”, diz.

A maioria dos jogadores da equipe possui raízes “sogipanas”. É o caso do lateral Júlio, que atua no clube desde os 15 anos. “Estamos buscando ritmo de jogo. A cada partida que passa nós tentamos melhorar e reforçar o

time, pois temos um projeto de voltar a figurar entre os grandes”, conta. O comando técnico fica por conta do experiente Antônio Krebs Junior, o Pitu. O treinador acredita na força coletiva do time para conseguir sucesso nas competições. Apesar da boa campanha no campeonato gaúcho, ele ressalta que a equipe deve manter os pés no chão durante o restante do torneio e no cenário nacional. “Precisamos dar um passo de cada vez. O time vem jogando bem e ganhando ritmo de jogo. Queremos mais sequência, pois temos um longo caminho a percorrer”.

10 Equipe da Sogipa lidera o campeonato gaúcho de maneira

invicta com seis vitórias. A expectativa é dar sequência de

jogos aos atletas do grupo.ESPORTES SHOW Porto AlegreNovembro de 2010

Mais esportesFOTOS JOÃO FREITAS

Por Leonardo Fister email: [email protected]

Um recomeço para o BASQUETE de Poa

Muito mais esportes emwww.jornalcontraataque.com.br

Punhobol campeão

A Ginástica/Rissul/Ulbra conquistou o tetracampeonato mundial de punhobol disputado na Namíbia. A equipe gaúcha foi impecável durante a competição e não perdeu nenhum set. Para levantar mais um caneco, os gaúchos venceram os times SK Windhoek (Namíbia) e Linz-Urfahr (Áustria).

Rugby gaúchoA seleção gaúcha de rugby venceu a Seleção de Desenvolvimento B do Uruguai, por 20 a 16, e a Seleção Uruguaia do Interior, por 29 a 0, em dois amistosos disputados no país vizinho. A excursão teve como objetivo preparar a equipe para a disputa do Campeonato Brasileiro de Seleções em 2011. Após as duas partidas, o time ganhou folga e só volta a treinar no dia 21 de novembro. Gaúchos e uruguaios voltarão a se enfrentar no dia 4 de dezembro, em Bento Gonçalves.

Pumpkins seguem sem vencer na LBFA

O Porto Alegre Pumpkins recebeu o Joinville Gladiators pela Liga Brasileira de Futebol Americano. Os abóboras perderam de virada por 12 a 16. A partida foi no Complexo Esportivo da Unisinos, em São Leopoldo. E contou com a transmissão ao vivo do Jornal Contra-Ataque.

O duelo foi divido em duas partes: o primeiro tempo foi dominado pelos Glads. Os catarinenses souberam vencer a equipe gaúcha e teminaram a primeira etapa com oito a zero no placar. O segundo tempo marcou a reação do time de laranja, liderados pelo quarter back Daniel Romanenco, o wide reciver Vinicius Bergmann e o runing back Daniel Jamal.

A virada veio com dois touchdows seguidos, mas a tentativa de conversão de dois pontos foram fracassadas. No último quarto o QB Bernardo Werner, dos Glads, conseguiu a virada para os catarinenses, depois de contar com a sorte, por uma falta cometida por Bergmann na quarta decida.

A vitória credencia os Gladiadores para disputar a segunda fase da LBFA. Quanto aos porto-alegrenses resta jogar a última partida contra o Timbó Rhinos, em Santa Catarina, e buscar a primeira conquista na competição.

MARIANA AMARO/DIVULGAÇÃO

Camisa inspirada nos anos 1990 é a marca registrada do time treinado pelo técnico Pitu

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Encontrar o substituto de Taison, vendido depois da conquista da Libertadores, para formar a dupla de ataque do Inter para o restante do Brasileiro e o mundial não tem sido uma tarefa fácil para Celso Roth.

Taison apareceu muito bem no time do Inter e posteriormente perdeu espaço, tendo seu futebol recuperado quando Celso Roth assumiu. Grande habilidade para conduzir a bola em velocidade, boa capacidade de finalização de curta e média distância e obediência tática, fizeram deste jogador uma peça muito importante no contexto coletivo do time colorado.

A dificuldade em encontrar um jogador para assumir a vaga deixada por Taison se dá principalmente por que Celso o transformou no ponto de equilíbrio do seu time, que naquele momento não tinha um jogador com suas características para jogar em velocidade.

Posicionado pelos lados do campo, vigiando as descidas do lateral adversário, Taison além de criar o espaço as costas do seu marcador para jogar, ainda contribuía de forma decisiva no mecanismo e dinâmica do meio campo. Ele permitia, com seu posicionamento, que os volantes não tivessem que sair a todo momento para fazer coberturas laterais, esvaziando e deixando desprotegida a frente da área e, por consequência, os zagueiros.

Atualmente, Celso joga apenas com Alecsandro na frente, mas já jogaram ao seu lado Edu, Rafael Sobis e Giuliano. O que mais se assemelha as características de Taison é Edu, que joga pelas beiradas do campo, pois Rafael Sobis e Giuliano são jogadores de movimentação. Leandro Damião e Ilan, recentemente contratado, são jogadores de área assim como Alecsandro. Podem ate atuar juntos, mas apenas em circunstancias determinadas por uma exigência do jogo ou característica específica do adversário que vão enfrentar.

Alecsandro é o titular, melhor atacante que o Inter tem, artilheiro da equipe na temporada, jogador de boa técnica e que não se omite quando o jogo está difícil. Dando opção de passe para os jogadores que vem de trás, muitas vezes está fora da área e no lado do campo. Seu lugar, como dizemos na linguagem do futebol, é bico a bico de área, onde dali para frente tem capacidade para definir o jogo com a eficiência peculiar dos grandes matadores. Mas para que isso aconteça é preciso haver um jogador que se movimente mais, assim permitindo que Alecsandro fica perto da área de definição...

Há um mês da viagem para o mundial, estando ainda na briga pelo título Brasileiro, Celso Roth administra muitas coisas, testa a procura do esquema e formação ideal, trabalha para manter o foco dos jogadores nos jogos finais do Brasileirão, recupera os atletas desgastados pela sequência de jogos, além de administrar a própria ansiedade com a proximidade da disputa do campeonato mais importante de sua carreira. As chances do Inter ganhar o mundial aumentam proporcionalmente a medida que seus jogadores cheguem em Abu Dahbi na melhor forma possível. E, nesse caso, manter-se focado na disputa pelo Brasileiro é a melhor opção.

VOCÊ CONTRA-ATACA11Este é um espaço livre para

opiniões que envolvem o esporte. Você também pode participar do jornal Contra-Ataque na web, através do site e do Twitter.Porto Alegre

Novembro de 2010

email: [email protected]

*Roger se destacou no Grêmio por dez anos, conquistando inúmeros títulos, entre eles a Libertadores da América de 1995. O jogador já atuou no Japão e foi campeão da Copa do Brasil pelo Fluminense. Roger também fez parte da seleção brasileira na Copa América em 2001.

Machado*ROGER

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FOTOS JOÃO FREITAS Sai Taison, entra...

Taison contribuía de forma decisiva no mecanismo e dinâmica do meio campo.

Forlan. Ele simplesmente foi o melhor jogador da Copa.

Acredito que se ele estivesse em uma seleção maior, não teria tanta discrepância de ser muito bom em um time

mediano como o do Uruguai.

Foi o Jonas. Por ele ser o atacante que mais faz gols no

Campeonato Brasileiro. Ele até não tem uma técnica acima

da média, mas está provando que é artilheiro e sabe fazer

gols. Isso é o que importa.

A seleção espanhola foi um grande destaque na Copa do

Mundo. Eles trouxeram de volta o conceito do futebol bem

jogado. E, dentro deste time, eu vejo o Xavi como destaque. O jogador tem uma mentalidade

incrível dentro de campo.

O Bernardinho. Acho que ele faz um trabalho muito

bom. Mesmo que exista sempre uma renovação

na seleção de vôlei, a equipe segue vencendo. O tricampeonato mundial é o resultado do trabalho dele.

Foi o Renato Portaluppi porque ele tirou o tricolor do marasmo. Agora, temos até a chance de ir para a Libertadores. A força individual dele levantou o time do Grêmio. Acho que, por ser um ídolo do equipe, ele teve um apoio irrestrito do clube .

Pra mim é o Renato Portaluppi. Eu acompanhava os treinos antes da chegada dele. O clima no Olímpico era bem pesado. Ele deu um ambiente melhor para os jogadores, acho que por ser um ex-atleta e conhecer a linguagem dos boleiros. O resultado está aí.

Foi o D’Alessandro. Ele é atualmente o melhor meia do Brasil. Acho que ele se identificou com a torcida do Inter. Vestiu a camisa do clube, fala que é colorado e sempre orgulha-se disso.

Foi o Giuliano. Além ter sido eleito o melhor jogador da Libertadores, ele tem muita visão de jogo e habilidade. Ainda, foi decisivo no bi. Todos os jogos que a gente precisava, ele estava lá para fazer os gols.

Quem mais se destacou no cenário esportivo mundial no ano de 2010?

O Você Contra-Ataca foi às universidades para saber quem foi o atleta que fez a diferença neste ano. Mas não se surpreenda com alguns técnicos que realmente roubaram a cena.

Karen Santos, 26 anos Medicina – UFCSPA

Guilherme Corte, 18 anos Políticas Públicas - UFRGS

Marco Krause, 20 anos Publicidade - UFRGS

Franco Ergang, 24 anosDireito - UFRGS

Natasha Pergher, 20 anos Rel. Internacionais - UFRGS

Joana Biglione, 22 anosDesign de Produto – UFRGS

Bruna Migliavacca, 21 anos Design de Produto - UFRGSJaime Tevah, 25 anos

Bacharel em Direito

Parque Aquático remodelado

O Grêmio Náutico União inaugurou neste mês o novo parque aquático do clube, localizado na sede do Bairro Moinho de Vento. Uma das novas piscinas tem 25x25m, medidas oficiais exigidas pela Federação Internacional de Natação.

Entre as novas tecnologias implementadas, estão quatro visores subterrâneos, que permitem filmar o desempenho dos atletas embaixo d’água e um software para a realização de uma análise biomecânica do nado de cada esportista. Com essa nova estrutura, o parque aquático batizado de Newton Silveira Netto poderá voltar a receber grandes competições.

Rallye UniversitárioMais importante do que acelerar é o entrosamento e boa comunicação entre piloto e navegador. Nesse clima, jovens terão uma oportunidade de muita adrenalina com a realização de mais uma etapa da Copa Rallye Universitário, evento organizado pelo Clube Porto Alegre de Rallye. A largada e chegada acontecem no Galpão Crioulo, localizado no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho. As inscrições podem ser feitas pelo site http://www.cpr-rally.com.br. Quem perder a corrida do dia 20 de novembro, ainda poderá participar da edição de dezembro do evento, que também acontece na Capital.

Notas

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Quer concorrer a descontos no valor da inscrição da próxima etapa? Então mande seu nome completo, email e telefone para o endereço: [email protected]

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Alto, magro e a tranqüilidade típica do mineiro atestando a sua origem. Estas podem ser as definições gerais de Marcelo Barreto. O

jornalista do SporTV não é destes tipos que se afetam com a fama e o sorriso permanente em seu rosto durante a entrevista, explicam a conclusão. A conversa, de aproximadamente meia hora, ocorreu numa faculdade de comunicação repleta de curiosos. Foi um encontro entre o jornalismo, sua personalidade e o seu passado.

Marcelo Barreto ingressou no SporTV em 2003, mas sua história no jornalismo começou bem antes disso. Em 2 de abril de 1991, já formado, chegou à redação do Globo para iniciar um estágio, previsto para se encerrar em seis meses.

Na primeira semana o jornalista se deparou com uma folha, onde deveria escolher a editoria que gostaria de trabalhar. “Eu nunca havia pensado nisso, queria escrever e nem havia me tocado que precisaria escolher uma área. Na hora, por algum motivo, marquei esporte”, conta. Mal sabia ele, que o caminho escolhido não tinha mais volta. De lá pra cá o jornalista integrou a equipe fundadora do jornal o LANCE, estudou na Universidade de Michigan, comandou a transformação do LANCENET e teve breve passagem pelo Portal do Esporte.

O jornalismo esportivo passou por diversas mudanças. Do romantismo fantasioso de Nelson Rodrigues e Armando Nogueira a seriedade dos números frios e catedráticos. Hoje os programas esportivos permeiam entre estes dois passados, e Marcelo Barreto pode ser integrado nesta nova realidade. “Fazemos um jornalismo esportivo mais lúdico, divertido e brincalhão, sendo encarado como lazer, que no fim das contas é o que ele é”, analisa.

Ao perguntado se este novo estilo jornalístico poderia fazer cair em esquecimento o debate sério, Barreto

dá uma afirmação que retrata bem o que pensa sobre o esporte. “O esporte é sério? Como movimenta muito dinheiro, acaba sendo um negócio, uma indústria. Está sempre cortejando coisas sérias. Porém, na sua essência, é a coisa mais importante dentre as menos importantes”.

Aos 42 anos, vive o que chamou de dilema pessoal. Vê seu filho completar 3 anos e a necessidade de levar o garoto à um estádio de futebol. Mas como desfilar no Maracanã com as cores de seu time? “Eu preciso levar meu filho ao estádio, mas no padrão que existe hoje é impossível. Se eu levá-lo para torcer pelo meu time, terei problemas”, afirma.

Enquanto não resolve seu dilema, o apresentador dos programas Tá na Área e Redação SporTV, trabalha buscando tornar o jornalismo esportivo mais amplo. Segundo ele, o esporte corre sempre o risco de isolar-se das outras áreas e ficar sempre nele, pode ser limitador. Barreto crê que com a amplitude das analises futebolísticas, hoje o jornalista esportivo completo deve ter noções básicas de economia, direito e medicina. E é dessa maneira tranquila que o mineiro nascido na cidade de

Bicas, facilmente confundido com o humorista Renato Aragão, leva a vida. O jornalista que cobriu duas Olimpíadas e duas Copas do Mundo não leva o esporte tão a sério, e talvez não saiba, mas trabalhos como o seu engrandecem essa área, e fazem com que as pessoas desmintam a sua opinião. “O tamanho do esporte é o tamanho das reações que ele provoca na gente”, parafraseia.

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PERFILDOMÊS Porto AlegreNovembro de 2010

Depois de escolher o esporte quase que por acaso, o

mineiro Marcelo Barreto tornou-se um dos grandes

nomes do canal SporTV.

Hoje fazemos um jornalismo esportivo mais lúdico, divertido e brincalhão, sendo encarado como lazer, que no fim das contas é o que ele é.

Eu preciso levar meu filho ao estádio, mas no padrão que existe hoje é impossível. Se eu levá-lo para torcer pelo meu time terei problemas

Por um jornalismo menos sério

O jornalista acredita que o comunicador esportivo necessita de noções básicas de economia, direito e medicina

Por Vinícius Fernandes

JOÃO FREITAS