jornal conectados 4ª edição

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16 A linguagem da internet O vício que dominou o mundo Redes sociais Democratização da internet Migrando para o futuro WEB 3.0: O FUTURO NOS ESPERA Relações virtuais Tecnologia: viver sem ela é possível AS FACES DA INTERNET Ninguém lembra mais Você sabia? Pág. 3 Pág. 5 Pág. 7 Pág. 10 Pág. 4 Pág. 6 Pág. 11 Pág. 14 Pág. 15 Pág. 8 e 9 Pág. 12 e 13 Edição 4 - Dezembro de 2012 Ilustração Grecia Baffa ultimaedicao.indd 1 03/12/2012 08:28:12

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Jornal universitário, criado pelos alunos de Jornalismo do 4º semestre em dezembro de 2012.

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Page 1: Jornal Conectados 4ª edição

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A linguagem da internet

O vício que dominou o

mundo

Redes sociais

Democratização da internet

Migrando para o futuro

WEB 3.0: O FUTURO NOS ESPERA

Relações virtuais

Tecnologia: viver sem ela é

possível

AS FACES DA INTERNET

Ninguém lembra mais

Você sabia?

Pág. 3

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Edição 4 - Dezembro de 2012

Ilustração Grecia Baffa

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- Que o vídeo mais assistido da história do Youtube é coreano? Psy emplacou o primeiro lugar de acessos com o clipe irreverente de Gangnam Style, segundo o site americano venturebeat.com.

- Que o vídeo mais assistido entre os dias 25 e 30 de novembro é brasileiro? A pegadinha da menina fan-tasma do elevador, exibida no Programa Silvio San-tos, virou assunto mundial. É só dar uma conferida nos jornais internacionais.

- Que o vídeo com maior rejeição no Brasil é a versão de Gangam Style feita pelo cantor latino? O vídeo teve mais de 100.000 dis-likes e foi retirado do YouTube por violação autoral.

- O tweet mais retweetado da história do Twitter é do presidente americano Barack Obama? A frase “Mais quatro anos” acompanhada por uma foto do casal Obama foi compartilhada por mais de meio milhão de pessoas, segundo o jornal americano The Wash-ington Post.

- Obama também quebrou recordes no Facebook? A mesma foto do casal se abraçando foi curtida por mais de quatro milhões de pessoas!

- Os produtos mais vendidos pelo site Mercado Livre em 2011 foram Smartphones? O site divulgou a lista no começo do ano.

- O dia em que o google parou: No dia 26/11, os ser-viços do google saíram do ar. Vários usuários recor-reram às redes sociais para denunciar o problema. Em menos de uma hora ele voltou, mas o caos já havia se espalhado. Usuários acreditaram que se tratava do fim do mundo.

Revisão: Juliana Sandres e Nathali RuizRepórteres: Fábio Bogajo, Gabriel Maiante, Grecia Baffa, Juliana Sandres, Larissa Santos, Natália Ramires, Nathali Ruiz e Natália BeneditoDiagramação: Grecia Baffa

- Que em Israel um casal resolveu dar o nome “Like” à filha? Like em português significa curtir. Os pais possuem uma página no Facebook, na qual são post-adas fotos e informações sobre a pequena Like.

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Esta é a quarta e última edição do jornal Conectados. O se-mestre está no fim e nossa

equipe está muito feliz por ter con-seguido finalizar a contento todos os desafios propostos durante este trabalho multidisciplinar. Nada disso seria possível sem o direcionamen-to e ensinamentos dos professores Jakceson Vidal, Pedro Courbassier e Roberta Steganha.

Ao longo do semestre nosso jornal abordou temas relacionados à mí-dia, em suas múltiplas formas e apli-cações. Nesta edição mesclamos assuntos sobre o futuro, o presente e o passado da internet. Falamos sobre as diferentes linguagens que surgem e se proliferam pela net, so-bre o vício que pode ser causado por esta tecnologia, sobre as redes sociais e toda essa salada mista que é criada a partir da democratização das publicações online.

Você se lembra do Orkut? Confira nesta edição quais as redes sociais e aplicativos que já saíram de moda.

Leia também sobre as relações vir-tuais. Afinal de contas, elas afastam ou aproximam as pessoas? Este é um grande dilema que circunda as relações humanas na atualidade.

Além disso, apresentamos aqui duas matérias em destaque, a pri-meira é sobre a Web 3.0, sigla que se refera à nova era da internet e que parece estar mais perto do que imaginávamos. A segunda é sobre as faces da internet, onde é enfa-tizada a importância de se ter um meio seguro de comunicação. Nun-ca se sabe quem está do outro lado da tela, todo cuidado é pouco.

Na página “Você sabia?” reunimos algumas curiosidades fresquinhas sobre o mundo online. Você sabia que em Israel um casal resolveu batizar a filha de “Like”? Pois é, depois disso tudo, fica a pergunta: Será que é possível viver hoje em dia sem a tecnologia que já conhe-cemos? Leia e descubra isso e mui-to mais.

Feliz Natal e um Próspero

Ano Novo!

Aproveite a última edição de Conectados!

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As redes sociais promoverão o fim do português?

“Última flor do lácio, inculta e bela,És, a um tempo,esplendor e sepultura...”

Esses são os primeiros versos do poema Língua Portuguesa, de Olavo Bilac, homenagean-

do seu idioma. Ele parecia prever já em 1888 que a língua portugue-sa correria perigo. No século XXI, a comunicação ocorre de uma forma muito mais rápida e eficiente, em todas as línguas, códigos e sinais possíveis.

O dialeto utilizado na rede é muito variado. A internet é mundial, logo se pode conversar e interagir com pessoas de todos os lados. É possí-vel se conectar e manter círculos de amizade com pessoas desconheci-das, de onde menos se espera. O idioma, que antes era uma barrei-ra, agora atrai as pessoas com os mesmos interesses. “Tenho uma amiga que mora no México e fala inglês, nos conhecemos pela inter-net e sempre conversamos”, conta a estudante de Jornalismo Beatriz Peixoto.

Segundo a professora de Português Vera Alice Braga, a língua inglesa vem tomando conta do mundo, tanto o virtual quanto o real, desde nomes de estabelecimentos a expressões utilizadas na rede. “Eu vejo que o povo brasileiro sempre deu muito valor ao que não é dele, acredito que ele nem saiba como somos mal vistos e mal tratados pelos america-nos e outros povos, fora do Brasil. O que nos falta é patriotismo, dar

mais valor ao que é nosso” defende a professora, que se diz cansada de ler delivery, e-mail ou drive-thru pe-las ruas.

Há ainda a linguagem de códigos, aquela utilizada pelos programado-res para desenvolver e manter os chamados softwares, que são os programas utilizados no computa-dor. Alexandre Campos é técnico em Sistemas de Informação e diz que a evolução desse sistema também foi muito grande. “Cada programa é de-senvolvido em um código diferente. Há o HTML, que é usado para criar sites. Tem o Java, que é utilizado para programar sistemas maiores e mais complexos. O sistema binário é utilizado quase o tempo todo, mas é muito mais complicado de decodi-ficar” explica o professor, e comple-ta: “Esses códigos, principalmente o HTML, se espalharam com muita ra-pidez e facilidade. Qualquer pessoa pode aprender a programar.”

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As diferentes formas de se comunicar virtualmente.

Larissa Souza é professora de in-formática. Ela acompanha o avanço das redes sociais e sabe o idioma que essas redes adotam. “No Orkut o pessoal usava muito o chamado miguxê: é um jeito de se comunicar, abreviando e distorcendo as pala-vras, tentando soar infantil. Assim, amigo virava miguxo, você vira-va vuxê. Era um pesadelo na hora das provas, pois eles insistiam em escrever dessa maneira”, relembra Larissa. De acordo com a professo-ra Vera, abreviar as palavras não é um problema, desde que não seja utilizado em textos oficiais, como redações, por exemplo. “Já a distor-ção das palavras pode até parecer engraçada, mas com o tempo os indivíduos absorvem esse dialeto, escrevendo errado e destruindo o já tão precário português”, explica.

E aí fica a pergunta: o que Bilac diria a essa geração high tech?

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Já era de se esperar que com a velocidade do mundo ciber-nético várias redes sociais se

formassem. Mas talvez algumas pessoas ainda fiquem apegadas ao passado, guardando lembranças virtuais e acumulando conteúdo na internet.

Segundo o Ranking Alexa (medição feita pela empresa Amazon e com dados abertos), as cinco redes so-ciais mais acessadas, em ordem decrescente são: Facebook, Twitter, Orkut, Tumblr, LinkedIn. Com exce-ção da líder, as outras vêm caindo de posição, deixando toda a “glória” para a rede criada por Mark Zucker-berg.“É triste, ninguém mais fica on-line no MSN, agora tá todo mundo no Face”, conta o músico Bruno Cor-novale, 22. Ele conta também que o MySpace foi um fracasso para o mundo dos artistas que apostavam em divulgar seus trabalhos. E acres-centa: “Hoje em dia eu ainda uso o Last.FM, pelo menos consigo ficar atualizado com as bandas e divulgo minhas músicas no YouTube.”

O publicitário Nathan Oliveira, 21, diz se achar um colecionador de re-des sociais, ao falar sobre sua com-pulsão pelo mundo virtual. “Desde MySpace, Orkut, Fotolog, MSN até Facebook, Twitter e Skype. Eu tenho várias contas e estou sempre atuali-zando”, e explica que gosta de estar por dentro das notificações e notí-cias que circulam virtualmente.

Nathan conta que já perdeu várias senhas e logins de sites que costu-

Redes sociais que caíram no esquecimento, mas ainda sobrevivem

graças aos nostálgicos virtuaismava frequentar: “Nem lembro mais e na verdade nem me importo com as coisas que deixei lá.”

Apesar de parecer apenas uma co-leção, o fato de ter várias contas distribuídas pelo ciberespaço e não gerencia-las pode causar problemas e até constrangimentos na vida pes-

soal de uma pessoa. O famoso “lixo eletrônico” não é totalmente esque-cido quando se trata de relaciona-mentos ou um emprego novo. “Eu já cheguei a brigar com meu namora-do, porque ele achou fotos minhas com meu ex no Orkut”, revela a es-tudante Brenda Pires, 17.

De acordo com a consultoria comS-core, o Twitter perdeu 24% dos aces-sos no Brasil em um ano. O jornal O Globo do Rio de Janeiro divulgou que o microblog passou de 12,9 mi-lhões de acessos, em julho de 2011, para 9,7 milhões no mesmo mês de 2012. Brenda lamenta: “Eu estava até acostumada a escrever com 140 caracteres. Só me comunicava com os meus amigos dando mentions,

era super prático. Hoje só quem usa são empresas e sites de notícias.”

“Não dá para atualizar dez redes so-ciais por dia, o melhor é só usar o que é realmente necessário”, acon-selha o jornalista Renato Alves, 26. Ele diz estar sempre excluindo o que não usa mais na internet por ter

receio de algum dia isso vir à tona num local de trabalho, por exem-plo. “Não quero que um futuro che-fe meu procure pelo meu nome no Google e ache coisas que não pre-cisaria saber. As pessoas, no geral, expõem demais suas vidas e es-quecem das ‘senhas’. Fica tudo lá e você não consegue mais apagar”, explica.

As redes sociais, tanto as que fa-zem sucesso quanto as que caíram no esquecimento, têm muito a con-tar sobre seus usuários. O mais fácil é desativar a conta que não é mais usada, assim, ninguém desenterra um passado que você acreditava estar esquecido.

A vitória do Facebook sobre as outras redes sociais.

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Será possível passar um dia sem “curtir” o Facebook?

Fotos, estado de alegria ou tris-teza, calor ou frio, na balada, no jogo de futebol, na casa dos

amigos, na casa da vovó, grupos para trabalhos de faculdade ou es-cola. Dá para saber o que os seus amigos estão fazendo sem ao me-nos colocar os pés fora de casa.

Tudo é postado na caixa do Face-book com a seguinte escrita ‘’No que você está pensando?’’

Isso ocorre desde 2004, quando foi lançada a rede social por Mark Zu-ckerberg e seus colegas da faculda-de. No começo, era somente para a faculdade na qual eles estudavam. Hoje segundo o Wikipédia, atingiu a marca de 1 bilhão de usuários, em média 316.455 pessoas se cadas-tram por dia, desde sua criação em 4 de fevereiro de 2004. Isso significa que os números de cadastros conti-nuam aumentando. Mais de 10 mil pessoas se cadastram por hora. Além das muitas utilidades que a rede tem, há também as preocupa-ções. Jovens ou idosos, o acesso é para todas as idades e o vício tam-bém.

“Eu não aguento, minha mãe esque-ce panela no fogo, roupas na máqui-na e fica no Facebook. Já chegamos a ficar sem almoço por conta disso”, conta a estudante Lilian Oliveira, 20. Segundo a faxineira Dalva Regina, 45, é inexplicável a vontade que ela tem de estar em frente ao compu-tador. “Realmente já deixei queimar a comida, mas quando eu estou no Face eu esqueço do mundo, me

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Até que ponto a ampla divulgação e a interação podem ser positivas?

O empresário e vereador Israel Francisco de Oliveira diz que re-cebeu acusações infundadas em uma rede social quando candida-tou-se a reeleição. “Inventaram boatos que a casa que eu morava e que hoje moram meus filhos era um terreno grilado do DER [De-partamento de Estradas e Roda-gem].” Ele afirma que esse foi só um dos vários boatos espalhados na internet a seu respeito, o que trouxe constrangimento para a fa-mília. “Eu sou um homem público, mas essas acusações não afetam só a mim, mas também aos meus filhos que sofreram retaliação en-tre os amigos”, revela.

Caso verídico:

No dia 7 de novembro foi aprovada na Câmara dos Deputados a lei conhecida como lei Caro-lina Dieckmann. O projeto seguiu para sanção da presidente Dilma Rousseff e prevê punição aos chamados crimes cibernéticos. Passa a ser crime a invasão de computadores, celula-res, tabletes e qualquer outro equipamento de terceiros, conectados ou não à internet para obter, destruir ou divulgar dados sem autori-zação do proprietário. As penas para o crime variam de multa a até um ano de prisão.

Várias empresas já estão na web a fim de divulgar seus produtos e serviços de uma forma que atinja rapidamente o maior número de pessoas. Os resultados podem ser tanto positivos quanto negativos.

No caso de Mayra Vieira Santos, gerente geral de uma empresa de transporte público, a experiência não foi boa. Usuários do serviço usaram as redes sociais como for-ma de reivindicação para os pro-blemas no ônibus. “Mesmo que faça parte da empresa não posso negar que tínhamos alguns proble-mas, mas qualquer coisa era moti-vo para postarem fotos nas redes sociais, às vezes até pequenos

rasgos nos bancos. Em resposta, tentamos melhorar, mas não foi o suficiente e os comentários só au-mentaram e isso nos desanimou. A empresa apresentava falhas sim, mas tudo virou uma bola de neve e não conseguimos controlar. Per-demos todas as linhas de ônibus que possuíamos”, lamenta.

A estudante Amanda Bellini, ex--usuária da empresa de transpor-te, conta que a empresa possuía vários problemas e a única solução encontrada foi divulgar nas redes sociais. “Era sempre a mesma coi-sa, ou o ônibus quebrava ou não passava, acontecia ao menos duas vezes na semana. Já perdi aulas por causa desses problemas. Eu e alguns usuários começamos a tirar fotos, a escrever reclamações so-bre o transporte e jogar nas redes sociais. Encaminhávamos para grupos políticos, para a imprensa, enfim, espalhamos na web e a cor-rente foi aumentando. Acho que as nossas reclamações nas mídias sociais contribuíram muito para que as linhas de ônibus dessa em-presa fossem tiradas da cidade.

Hoje estamos tranquilos, pois não temos mais esses problemas.”

O advogado Frederico Linhares Couto explica que o direito à ima-gem pertence a um grupo conhe-cido como direitos da personali-dade, que pode ser definido como o poder do indivíduo de projetar sua personalidade física ou mo-ral no mundo exterior por meio de sua imagem. “O titular do direito de imagem violado poderá acio-nar a justiça e pedir a reparação dos danos na esfera cível. A pes-soa pública também tem o direito à imagem protegido por lei, mas dada sua notoriedade, sua esfera de privacidade é menor que a de uma pessoa comum”, conta.

Ainda de acordo com Couto, “há situações em que a divulgação da imagem não precisará do con-sentimento da pessoa, como a captação de imagens em locais públicos, festas e eventos sociais, mas desde que tal divulgação não cause qualquer tipo de constrangi-mento, vexame ou dor ao retrata-do.”

distraio. Quando estou trabalhando não vejo a hora de ir para casa para poder mexer”, explica.

Ao andar em baladas e barzinhos é comum ver jovens tirando fotos e postando nas redes sociais. “Não consigo ficar sem postar, eu tenho que tirar fotos, mostrar onde estou, marcar meus amigos. Se não faço isso, é como se eu não estivesse completa’’, diz a secretária Pamela

Vício nas redes sociais é um mal moderno.

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Matheus, 23.

A vontade de curtir e ter seus posts curtidos viram sim vício, e, como se vê, existem pessoas que não vi-vem mais sem o Facebook. O que mais acontece é os estudos serem esquecidos pelos jovens, para esta-rem conectados.

“Deixo de estudar e ler às vezes, que era algo que eu fazia mais an-tes das redes. Sem contar quando estou trabalhando, fico conectada em segundo plano. Assim que tenho um tempo corro para ver as notifica-ções”, conta a oficial administrativa Gleyce Bernardo, 22.

Além de esquecer os estudos, o Facebook também começou a atra-palhar o desempenho das pessoas no serviço. Segundo o técnico de informática Oswaldo Seabra, a pro-cura para bloquear o acesso à redes

sociais é muito grande e comenta: “A maioria dos meus clientes têm o sistema das empresas bloqueados para o acesso a sites de relaciona-mentos e esse serviço vem aumen-tando.”

Para os escritórios a preocupação é grande. Se não bloquear, não se consegue conter o acesso dos fun-cionários. “No escritório é extrema-mente bloqueado o acesso à redes

sociais, principalmente o Facebook. O rendimento dos funcionários cai demais, é uma distração mui-to grande. Logo quando começou essa febre, funcionários meus fica-vam o dia todo logados, isso atra-palha totalmente o andamento do serviço’’conta o empresário Acássio Cardoso, 25.

“Acho que as nossas reclamações nas mídias

sociais contribuíram muito para que as linhas

de ônibus dessa empresa fossem tiradas

da cidade.”

“Quando estou no Facebook eu esqueço

do mundo.”

São inúmeros os problemas que esta obsessão pela conexão pode trazer. Pode-se perder um dia de sol lindo, uma tarde com a família, uma balada com os amigos e muitos ou-tros momentos únicos que através da tela do computador não é possí-vel sentir.

Amanda Bellini

Dalva Regina

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Conectados ou desconectados, qual será o futuro das

redes sociais?

Desde a origem da internet a conexão e interação entre as pessoas ficou mais fácil. Para

que isso fosse ainda mais acessível, foram criadas as redes sociais, que hoje em dia dominam a internet. Po-rém, será isso só uma moda ou de fato as redes sociais são o futuro da comunicação mundial?

A primeira rede social criada na in-ternet foi a Classmates, nos Esta-dos Unidos e Canadá em 1995. O principal objetivo era interligar, atra-vés de perfis, estudantes de uma universidade. A partir daí elas come-çaram a se popularizar na web. No mesmo ano em que o engenheiro Turco Orkut Büyükkökten criou o Orkut, Mark Zuckerberg inventou o Facebook que tinha como ideia principal também conectar alunos de uma faculdade, Harvard, e que hoje se tornou a maior rede social do mundo.

O Facebook chegou a marca de um bilhão de usuários ativos, no dia 14 de setembro deste ano. Mas qual será o maior segredo para que essa rede faça tanto sucesso na web? A resposta é simples: atualização. O Facebook se atualiza a cada mo-mento, criando formas novas de seus usuários interagirem entre si. Isso faz com que ele seja um dos grandes meios de comunicação da atualidade, sendo uma pessoa ter um perfil no Facebook tão comum como ter um e-mail.

Devido ao grande sucesso do Fa-cebook, o mundo digital sofreu um

verdadeiro frenesi de redes sociais. A cada dia que passa são criados novos sites sociais visando públicos diferenciados e específicos, criando assim cada vez mais a facilidade na interação entre pessoas do mesmo grupo. Entre eles está o Google+, LinkedIn, MySpace, Flickr, Hi5 e Foursquare, sendo que algumas delas fazem sucesso em grande es-cala em países específicos, como o Orkut (Brasil), Tuenti (Espanha), Vkontakte (Rússia), Qzone (China) e iBibo (Índia).

Segundo aGartnerAnalysts, que é uma empresa especializada em análise de tendências, em 2014 as redes sociais substiruirão em gran-de parte o correio eletrônico, se tor-nando a principal ferramenta de co-municação digital.

Especialistas do centro de pesqui-sas Pew, nos Estados Unidos apon-taram três diferentes futuros paras as redes sociais: 55% acreditam que as redes sociais estão forman-do indivíduos mais hábeis e com in-teresses e conhecimentos diversos, contra 42% que dizem que teremos

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uma população mundial menos ca-paz, e um pequeno grupo de 3% que acredita que futuro será a quebra da barreira entre on-line e off-line, prin-cipalmente com os aparelhos mobi-le. (fonte http://www.amib.org.br).

Um dos motivos do sucesso das re-des sociais é a agilidade e rapidez em que se recebe a informação e a facilidade da democratização e compartilhamento das informações, além de aumentar o networking e ser uma ferramenta que auxilia as empresas em processos de seleção.

Porém, um grande problema gerado pelas redes sociais é a falta de filtro de informações e o excesso de inuti-lidade de conteúdo, sendo isso algo que não dá para ser controlado. Muitos dizem que a moda das redes sociais já está perto do seu fim, po-rém, o aumento de usuários e a cria-ção de novos meios estão em alta, criando assim dúvidas sobre o ver-dadeiro futuro das mídias sociais. Entretanto, o que se pode esperar do futuro é que cada vez mais pes-soas fiquem conectadas e interliga-das através da internet.

A maioria dos brasileiros permanece conectada diariamente. Com a evolução da internet, as pessoas podem buscar, gerenciar e absorver conteúdos de forma mais interativa com praticidade e

comodidade. Isso passou a fazer parte da rotina das pessoas. As redes sociais também conquistaram seu espaço na internet e a criação de per-fis onde as pessoas podem trocar informações sobre si mesmas, postar fotos e vídeos têm ganhado fãs ao redor do mundo.

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião e Estatísti-

ca (Ibope) revela que a introdução da internet à população passou de 24%, entre os anos de 2002 e 2003, para 55%, no período de 2011 e 2012.

Em contrapartida, esta nova fase traz consigo os “criminosos da rede” que estão sempre prontos para agir, seja roubando senhas, invadindo sites, e-mails, perfis so-ciais ou simplesmente jogando na web algo comprometedor sobre al-guém ou uma empresa.

A estudante Rafaela Oliveira da Silva teve suas fotos postadas em

uma comunidade de uma rede so-cial na qual se referia ao seu peso com comentários maldosos. “Me-xeram na foto e fizeram a comu-nidade chamada ‘Rafaela Kong’. Foi horrível, só que na época não existiam leis para que eu pudesse tomar providências e até hoje não sei quem fez isso”, conta. “Fiquei muito triste com o ocorrido, exclui minha conta e minha família de-nunciou para que a comunidade saísse do ar. É algo que não quero passar de novo, pois já sofro nor-malmente com o fato de estar aci-ma do peso”, completa.

Famosos, pessoas públicas e empresas notórias são constan-temente alvos de boatos virais. Segundo o advogado Frederico Linhares Couto, dependendo da veracidade e do conteúdo dos boatos o autor poderá responder pelo crime de calúnia e/ou difa-mação. “A pessoa lesada deverá ajuizar uma queixa-crime perante a justiça criminal. Nesses proces-sos, o acusado pode alegar que suas declarações a respeito da vítima foram verdadeiras e, caso comprove a veracidade do conte-údo, não será condenado”, expli-ca.

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É comum ver por aí: crianças nas redes sociais.

Na internet, nunca se sabe quem está do outro lado da tela.N

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Computador, Ipod, Ipad, ta-blets são alguns dos apare-lhos eletrônicos que acom-

panham o dia a dia de milhares de brasileiros para satisfazer as mais diversas finalidades. Desse modo, é quase inacreditável pensar que haja alguém que não faça uso dessa aparelhagem para facilitar suas tarefas e afazeres, principalmente quando se trata de comerciantes. Mas, será que nos dias atuais, com toda essa globali-zação, ainda há quem não se utilize de toda essa facilidade tecnológica?

Parece impossível, mas não é tão difícil encontrar microempresários que não utilizam todos esses apa-ratos na rotina diária deles. O bom e velho lápis e papel, a caderneta ou o caderno ainda vigoram em muitos lugares.

De acordo com esses usuários da moda “antiga”, a tecnologia não faz

Mesmo hoje, com os avanços tecnológicos, ainda há quem

trabalhe à moda antigafalta em nada. “Tenho excelente me-mória. Tudo que compro marco na minha agenda, feita especialmente para isso. Nela tenho anotado tudo que comprei, quando comprei e quanto paguei. Não deixo de marcar também os fornecedores de onde peguei”, explica Gildete Tavares de Jesus, proprietária da GIL MODAS há três anos, quando se refere à ma-neira como controla a compra das mercadorias de seus fornecedores. Ela garante que tem o controle das compras e das vendas feitas: “Anoto quantas peças de cada fornecedor eu trago. Quando chego em casa, confiro tudo com o que está na nota fiscal. Se houver qualquer proble-ma, telefono para eles e resolve-mos como tratar a questão. Uma vez por mês faço a contagem das peças do estoque e dou baixa nas peças vendidas”, salienta a comer-ciante.

Gildete diariamente faz a verificação financeira de tudo que foi vendido no dia. Essa verificação também é manual: “No final do dia, separo to-dos os pagamentos feitos, tanto de vendas quanto de outros gastos que tive. Separo o que vendi à vista e no

crédito, me aten-tando também na quantidade de parcelas que fiz em cada venda. Desse modo, te-nho o controle do valor que entrará mês a mês”.

Quem concorda com ela é o jor-naleiro da Banca Morada do Barão, em Jundiaí, José Kazuhuro Haragu-chi. “Faço o con-

trole manual, aqui mesmo nas notas das mercadorias. Dá tudo certinho. Só tenho que ter atenção para não fazer errado, senão o prejuízo é nosso”, explica ao se referir às mer-cadorias não vendidas e que são devolvidas aos fornecedores, após um prazo pré-determinado.

Na sua banca há uma varieda-de enorme de revistas e jornais e, como em todas as demais, os con-sumidores antes de comprar, reti-ram-nos dos lugares e quando os devolvem muitas vezes colocam em lugares errados. Questionado

sobre como ele faz o controle para saber quantas revistas foram vendi-das ou se estão guardadas em luga-res errados ou mesmo escondidas entre as outras, ele explica: “Isso dá trabalho, mas tem que ficar esperto e sempre ficar arrumando as gôndo-las para colocar as revistas de volta no lugar . Assim fica mais fácil na hora de contar para ver se sobrou alguma ou não.”

Ambos são comerciantes e sobre-vivem desse trabalho fazendo ma-nualmente o que muitos não fazem mais há um bom tempo. Gildete ainda completa: “Meu marido quer colocar computador aqui, mas para mim, não precisa. Vai ser muito mais trabalhoso, será só uma máquina calculadora. E calculadora, eu já te-nho.”A loja de roupas de Gildete Tavares de Jesus.

José Kazuhuro Haraguchi em sua banca de jornais.

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Em um tempo onde todos podem produzir e vincular notícias pela rede, é preciso tomar cuidado ao confiar em tudo o que se lê

Já dizia Tom Jobim: “Quanta gente existe por aí, que fala tanto e não diz nada, ou quase

nada...” Quando se fala em publica-ções pela internet, quantidade pode não ser proporcional à qualidade.

Os avanços tecnológicos na área de informática e telecomunicações propiciaram um largo aumento no acesso à internet. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Opinião e Estatística (IBOPE), somente no Brasil o número de pessoas com acesso à internet em casa ou no trabalho passou dos 67 milhões em setembro deste ano. Ainda de acor-do com o IBOPE, no final de 2000 o número de usuários no país era de apenas 14 milhões.Ou seja, em 12 anos tivemos um aumento de mais de 478% de pessoas com acesso à internet, somente no Brasil.

A popularização da internet e a as-censão dos blogs, vlogs e redes sociais em geral possibilitou que milhões de internautas passassem a criar e publicar conteúdo. Tarefa que antes era mais restrita aos jor-nalistas e colunistas. Isto quer dizer que, cada vez mais o número de publicações – seja via Twitter, Face-book, Youtube, blogs ou sites – está aumentando. Isto significa dizer que temos cada vez mais informações disponíveis na rede? Sim. Mas isto significa dizer que temos uma maior qualidade de informações? Não.

“Há poucos dias, li numa página de

um jornalista sobre a morte do Nie-meyer”, diz a jornalista Paula Márcia Bittencourt, 46. Até a escritora e au-tora de novelas Glória Perez acre-ditou na falsa notícia que circulou pela rede e retuitou sobre a morte de Niemeyer.

Recentemente, a passagem do fu-racão Sandy pela costa leste dos Estados Unidos evidenciou a parti-cipação dos internautas nas redes sociais, seja criando ou reprodu-zindo notícias. Segundo a Agência Reuters, foram enviadas mais de 20 milhões de mensagens sobre o as-sunto apenas no Twitter.

Números divulgados pelo Comitê Gestor da Internet (CGI) demons-tram a existência de 3 milhões de si-tes registrados com o domínio “.br”. Ou seja, registrados no Brasil. É pra-ticamente impossível calcular quan-tas notícias são vinculadas na inter-net por dia, pois nenhuma agência ou instituto faz esta medição. Entre-tanto, de acordo com dados do Goo-gle, a cada minuto 60 horas de novo conteúdo em vídeo é publicado no Youtube. Então precisaríamos de 2 dias e meio para assistir o conteúdo

publicado por minuto no site.

Segundo divulgação da Agência Reuters os vídeos mais bem suce-didos do Youtube são os que têm menos de dois minutos de duração. Isso demonstra outra característica da internet: a superficialidade das informações, refletida no imediatis-mo dos internautas.

“Quem busca notícias na internet procura agilidade. Quer um resu-mão dos fatos... Quer ser bem infor-mado em linhas gerais sobre todos os assuntos. Eu, particularmente, quando quero aprofundar mais um assunto, ou navego em blogs espe-cializados ou leio o jornal”, comenta Paula Márcia, que completa: “Mes-mo antes da internet, a ordem do aprofundamento das notícias era rádio, tv, jornal e revistas. Agora a internet vem na frente desta ca-deia.”

Hoje em dia, as pessoas conquis-taram um espaço na rede para pu-blicarem o que querem, inclusive “abobrinhas”. Por isso é sempre bom saber se a fonte que você está buscando é confiável, se o currículo de quem fala o habilita a esclarecer algo sobre o assunto em questão, ou se representa oficialmente algu-ma entidade.

“Quem busca notícias na internet procura

agilidade.”

Os diferentes meios de comunicação se espalham de uma forma descontrolada.

Ninguém está a salvo das falsas notícias.

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Até que ponto elas são saudáveis?

O tempo que as pessoas passam on-line é realmente significativo. A comunicação é essencial ao ser humano e o fato de poder fazer isso à distância e simultaneamente torna a internet um instrumento muito

atrativo e por isso pode-se observar que crescem cada vez mais o número de usuários.

Uma pesquisa realizada pelo Interactive Advertising Bureau (IAB Brasil) mostra que os brasileiros estão acessando cada vez mais a internet. Ob-servou-se que 40% dos entrevistados passam, pelo menos, duas horas por dia na web através de vários dispositivos. O ato de “navegar” é atividade preferida em todas as faixas etárias, além de ser considerado o meio mais

importante para 82% dos participan-tes.

Junto com a internet, as redes so-ciais também têm ganhado espaço entre os usuários e os dispositivos móveis que proporcionam o acesso de qualquer parte. Facilitou ainda mais a conexão com o mundo vir-tual. É comum estar num restauran-te, por exemplo, olhar ao lado e ver dezenas de pessoas entretidas na web.

Para o publicitário Nélio Lisboa San-tos, a facilidade e rapidez de comu-nicação que a internet proporciona podem, ao mesmo tempo, aproxi-mar e afastar as pessoas. “Acho que a rede afasta quem está perto e aproxima quem está longe. Às ve-zes as pessoas estão em lugares que deveriam se divertir, mas estão lá apenas fisicamente”, opina.

A psicóloga Carolina Luiza Souza avalia a internet como o ambiente no qual o indivíduo está inserido com a sociedade, no trabalho e com a fa-mília. “Como a internet irá interferir no comportamento das pessoas, se positiva ou negativamente, depen-derá da relação que o indivíduo irá estabelecer com a mesma conside-rando os fatores biológicos, sociais e históricos”, explica.

Já o analista de sistemas Daniel Christian Freitas acha que a inter-net aproxima as pessoas devido à facilidade e rapidez com que se faz amizades na rede. “Em dois cliques você conhece e já se torna amigo de alguém, on-line as pessoas criam

mais coragem e fazer amizade se torna mais fácil do que pessoalmen-te”, brinca.

Ainda de acordo com Carolina, uma relação virtual pode ser apreendida com base no que já existe com uma cópia da relação real ou mesmo como experimentação. “A relação virtual será investida se trouxer al-gum ganho para o indivíduo mesmo que seja para evitar alguma coisa como, por exemplo, evitar o sen-timento de solidão ou como ganho agregar público ao marketing de um negócio virtual. O contexto atual afeta diretamente o comportamento das pessoas para um estilo de vida com muitas tarefas, prevenção da violência social motivando um isola-mento em suas casas e local de tra-balho. Diante disso, a necessidade essencial do ser humano em se re-lacionar é atendida sobre esta forma moderna: virtualmente.”

O comerciante aposentado Roberto Nascimento desaprova relações vir-tuais por achar que não são verda-deiras. “Eu não sou mais tão novo, mas há algumas décadas as ami-zades eram para valer e não como hoje que a pessoa tem mais de 100 amigos virtualmente. Não que eu seja contra a evolução da comuni-ção, mas hoje os jovens passam mais tempo na internet do que se divertindo com a família”, recorda.

Para a psicóloga é preciso haver um ponto de equiíbrio entre o con-tato físico e a relação virtual. “O que pode gerar comportamentos que não sejam saudáveis para o indi-víduo e seu meio, é a ausência do mínimo de relacionamentos pesso-ais de contato físico, seja na família, trabalho ou comunidade. A transfor-mação total das relações em virtu-ais pode ser prejudicial, portanto é preciso um equilíbrio”, completa.

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As inovações tecnológicas já atraíram o rádio e a televisão

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Com as inovações criadas pela internet e com o sucesso da migração do rádio para o

mundo virtual, uma pergunta fica no ar: será que a televisão conseguira obter o mesmo sucesso no ciberes-paço?

Estatisticamente, as rádios obtive-ram um ótimo resultado com a mi-gração para a internet. No último ranking divulgado no início de no-vembro a Rádio Jovem Pan, Rádio Gaucha e Rádio Antena 1 estão disparadas em relação as demais de acordo com o site radio.com.br. Tudo isso talvez se deva pela transmissão de seus conteúdos via internet, que aumentam ainda mais o número de ouvintes e de visuali-zações.

O que deve ser discutido é se diante do sucesso da rádio, as emissoras de televisão também tentariam esse tipo de migração. Algumas delas já começam a colocar o seu conteú-do no mundo virtual, como a MTV e Multishow, com shows e conteúdos exclusivos próprios para a internet. Entretanto, a rede que mais cresce e se destaca a partir dessa migração é a TV Esporte Interativo, dedicada unicamente ao esporte. A emissora começou a transmitir seus conteú-dos on-line e já possui quase cinco milhões de fãs em sua página oficial do Facebook e vem conseguindo grandes feitos para a TV brasileira. A primeira transmissão ao vivo via Facebook na história foi o clássico entre Real Madrid e Barcelona na fi-nal da Copa do Rei da Espanha. Foi um sucesso e a emissora continuou

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adotando estes tipos de transmis-são além de criar um aplicativo para celulares que possuem sistema operacional Android e IOS, capaz de transmitir o seu conteúdo televi-sivo para os aparelhos móveis sem a necessidade de o aparelho pos-

suir sinal de TV digital ou analógica.

A emissora vem crescendo cada vez mais e isso se deve a migração da internet, o que pode fazer com que outras emissoras também se arris-quem neste novo ramo. Lembrando que transmissões do Rock in Rio em 2011 e Rock in Rio Lisboa neste ano foram sucesso de visualizações pelo canal Multishow pertencente à Rede Globo de Televisão, mostrando que a internet pode ser uma eficiente arma para o futuro. Redes sociais como Facebook e Twitter terão um papel fundamental para o sucesso dessa migração, já que a tecnologia está presente até nas próprias tele-visões com modelos que possuem internet integrada e com facilidade de serem utilizadas.

O estudante de logística Lucas Sou-za da Silva, de 19 anos e amante da internet cita: “Com essa migra-ção, pessoas que não têm tempo para assistir televisão como eu, pelo

fato de trabalhar e estudar poderão acompanhar seus programas favori-tos pelo computador, que já faz par-te do cotidiano como uma ferramen-ta de trabalho.”

As inovações tecnológicas vão au-

mentar a audiência das emissoras, e essa migração só tende a expan-dir os domínios televisivos e assim conquistar ainda mais admiradores e espectadores, pois a televisão nunca abandonará o formato de transmissão adotado desde a déca-da de 50 e novas tecnologias e ten-dências futuristas só surgem para ampliar ainda mais o domínio das emissoras e assim agradar a todos os seus espectadores independente do acesso, pois a intenção desta mi-gração da televisão para a internet é de levar os seus conteúdos para uma quantidade ainda maior de pes-soas.

Relações modernas: afasta quem está perto, aproxima quem está longe.

A tela da TV é trocada pela tela do computador.

No último ranking divulgado no início de

novembro a Rádio Jovem Pan, Rádio Gaucha e Rádio Antena 1 estão disparadas em relação as demais de

acordo com o site radio.com.

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Apesar de ainda não ser tão conhecida entre os leigos em informática, a web 3.0 já

se mostra como um futuro próximo para a nova era da internet. Esta nova geração pode também ser conhecida como “Web Inteligente” ou “Web Semântica”.

O termo ainda é desconhecido para os usuários comuns. Os es-tudantes de jornalismo Débora An-drades, 22, e Wesley Gonsalves, 19, não souberam responder ao certo sobre o significado de “Web 3.0”. Débora disse o seguinte: “Sei que é alguma coisa que visa melhorar os sites, melhorar o cir-cuito de internet , focando menos em usuários. Mas foi só o que eu ouvi enquanto trocava a estação de rádio e o canal de TV, nada que eu tenha pesquisado ou estudado ainda”. Já Gonsalves respondeu com outra pergunta: “É algum tipo novo de velocidade de internet? Caso contrário eu não tenho ideia do que seja”. Estas declarações mostram que o novo termo ainda não está amplamente difundido.

Na verdade, a Web 3.0 é assim chamada simplesmente por se tratar da terceira geração da inter-net. No momento ainda estamos vivenciando a Web 2.0. No artigo “Web Semântica: a rede inteligen-te”, Édrio Donizeti disserta sobre as fases da web. “Já presencia-mos a primeira geração da Web, com páginas estáticas, confeccio-nadas individualmente à mão. Em

O futuro da internet pode estar na “inteligência”

seguida, vivenciamos a segunda geração composta de páginas di-nâmicas, tendo como os maiores colaboradores os usuários, que as tornaram mais participativas. A ter-ceira geração da Web, conhecida como Web Semântica, surge com a proposta de torná-la mais inteli-gente, devido à grande quantidade de informação disponível na rede mundial de computadores.”

De acordo com a programadora de sistemas Camila de Freitas, 26, ainda não se sabe ao certo quan-

do passaremos da Web 2.0 para a 3.0. “É difícil precisar, mas os maiores especialistas da internet dizem que estamos realmente no final da Web 2.0. Dizem ainda que, a cada 10 anos mais ou me-nos, mudamos de etapa”, explica.

Segundo artigo escrito pelo cria-dor da Web Semântica Tim Ber-nes-Lee, esta nova geração da Web “nada mais é que a extensão da Web atual, que pretende em-butir inteligência e contexto nos códigos XML (Extensible Markup

Language – Linguagem de Mar-cação) utilizados para confecção de páginas na Internet”. Ou seja, a internet se utilizará de um maior número de metadados – dados sobre outro dados – para facilitar a interpretação dos dados sugeridos pelos usuários.

A expectativa é de que com a nova geração da internet as pesquisas e consultas em sites sejam faci-litadas e tenham resultados am-pliados. Segundo o analista de suporte Alexander Phillip Tsalikis

Polizio, 23, as buscas feitas pela rede de computadores ainda vão evoluir muito. “Hoje, se você for pesquisar um destino de viagem, tem que abrir sites de hotéis, pes-quisar preços, ver itinerários. Com a 3.0 (web 3.0), você colocaria “viagem à Natal com custo abai-xo de R$ 4 mil para 3 adultos” e o navegadorte daria uma lista de possibilidades, incluindo listas de possíveis atividades a fazer ou de restaurantes para ir, por exemplo”, explica Polizio.

Pode parecer loucura pensar que a internet irá entender melhor os nossos gostos e saber nos dar resultados mais condizentes ao que buscamos. Pensar que a in-ternet ficará mais “inteligente” e que nos ajudará a tomar decisões mais precisas de “para onde ir” ou “como ir”, por exemplo. Mas, quantas pessoas há 10 ou 15 anos atrás imaginaram que hoje em dia haveria uma rede de serviços e in-formações da maneira disponibili-zada? Além da interatividade das redes sociais e da possiblidade de produção de conteúdo que todos possuem? Isso tudo parecia lou-cura há um tempo atrás, mas não era. Ou, pelo menos, deixou de ser.

Ao parar para pensar, nem mesmo produtos como o jornal que se atu-alizava em tempo real, os hologra-mas projetados de anúncios ou os leitores biométricos e as chama-das em vídeo conferências do fil-me futurístico da década de 1980 “De Volta Para o Futuro” eram assim tão surreais. Claro que era difícil imaginar em 1985 - ano em que o filme foi rodado - que a tec-nologia poderia evoluir tanto, mas como se constata diariamente, ela evoluiu sim.

Portanto, abra a sua mente para as mais diversas possibilidades tecnológicas e fique preparado para as novidades que ainda vi-rão. Pois elas sempre vêm, mais cedo ou mais tarde. O futuro está anunciado.

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A chamada Web 3.0 está mais próxima do que se imagina.

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“Os maiores especialistas da internet

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Web 2.0.”Camila de Freitas

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