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[MAIS]feliz Veículo informativo da Clion - Ano II, nº 3, jan/fev/mar 2011 Intervenções cênicas ajudam no tratamento de pacientes internados e enchem hospitais de alegria TERAPEUTAS DO RISO PREVINA-SE | CÂNCER DE ESTÔMAGO Tatiana Matos ENTREVISTA | CÂNCER DE BOCA Marcus Borba Divulgação

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[MAIS]felizVeículo informativo da Clion - Ano II, nº 3, jan/fev/mar 2011

Intervenções cênicas ajudam

no tratamento de pacientes internados e enchem hospitais

de alegria

TERAPEUTAS DO

RISO

PREVINA-SE | CÂNCER DE ESTÔMAGO

Tatiana Matos

ENTREVISTA | CÂNCER DE BOCA

Marcus Borba

Div

ulga

ção

A importância da água para uma vida saudávelSetenta por cento do corpo humano é constituído por água, que, em constan-te movimento, hidrata, lubrifi ca, trans-porta nutrientes, elimina toxinas e ajuda no funcionamento intestinal. Através da urina, transpiração e evacuação fe-cal, um indivíduo adulto perde, em mé-dia, 2,5 litros de água por dia. Quando sentimos sede, signifi ca que já estamos desidratando e precisamos repor líqui-do. Sendo assim, o ideal é não esperar pela sede e consumir diariamente pelo menos oito copos de água – único lí-quido que, além de hidratar e limpar o organismo, não possui calorias.

A CLION começou o ano de 2011 com a am-pliação do corpo clínico e incorporando no-

vas especialidades, dentre elas a Dermatologia e Gastroenterologia. Ainda dentro do objetivo de oferecer um atendimento cada vez mais completo e qualifi cado, o serviço de Reumatologia também foi ampliado, com a aquisição de um novo profi s-sional. Este crescimento, fruto de muito trabalho e dedicação, visa o atendimento integral dos pacien-tes, mantendo-se fi el aos princípios da valorização da vida e do tratamento humanizado, valores que sempre nortearam as nossas ações.

Reportagens e projeto gráfico: Criarmed - Marketing em Saúde (71) 3183-0360

Jornalista Responsável: Reinaldo Braga (MTBa 1789)

Textos: Nana Brasil

Fotos: Roberto Abreu e divulgação

Capa: Divulgação Terapeutas do Riso

Diagramação: Danilo Lima

Revisão: Marcos Navarro (MTBa 1710)

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[editorial | Renato Coelho]

[MAIS]feliz

Embora a incidência do cân-cer de estômago tenha sofri-do um declínio nas últimas

décadas, o alto índice de mortalida-de ainda é motivo de preocupação. Para a gastroenterologista Tatiana Souza Matos, recém-incorporada à equipe da Clion, o grande desafi o é o diagnóstico precoce da doença.

sintomasDores abdominais, náuseas, vômi-tos, disfagia (difi culdade de deglu-tição), perda de peso e sangramento digestivo são os principais sinto-mas. Na fase inicial, o câncer gás-trico pode não apresentar sintomas.

DiaGnÓsticoPara que o diagnóstico seja preco-ce, é necessário procurar um médi-co especialista logo no início dos sintomas ou rotineiramente (no caso de pessoas com histórico fa-miliar). Através do exame conheci-do como endoscopia digestiva alta, poderão ser identifi cadas lesões pré-malignas.

fatoRes De RiscoPodem ser ambientais, como taba-gismo, consumo de alimentos con-servados em salmoura, defumados, enlatados ou mal armazenados e baixo consumo de frutas e vegetais. O histórico familiar de câncer gás-trico também deve ser levado em conta, além de infecções crônicas causadas pela bactéria Helicobacter pylori.

pRevençÃoA base da prevenção é melhorar os hábitos alimentares, parar de fumar e fazer avaliação médica periódica na presença de sintomas, lesões pré-ma-lignas, histórico familiar ou passado de cirurgia do estômago.

[Previna-se]

Veículo informativo da Clínica Oncológica de Salvador (Clion) Centro Odonto Médico Linus Pauling (7º andar) R. Altino Seberto de Barros, 119 – Itaigara – Salvador – BA

Central de Marcação (71) 2105-6560

CORPO CLÍNICO Oncologia: Alessandra Magalhães, Ana Cléa Andrade, Daniel Argolo, Luiz Senna, Giselda Rocha, Renato Coelho, Virgínia Freitas Hematologia: Cecília Rocha, Regina Célia Bahia, Carla Vignal Mastologia: Cleófano Lima Ramos, Carolina Argolo, Salvia Canguçu, Fernanda Nunes Reumatologia: César Failla-ce, Débora Motta, Jozélio Freire Cirurgia Oncológica: André Luis Lopes de Carvalho, Emerson Prisco Cirurgia de Cabeça e Pescoço: Marcus Borba Cirurgia Torácica: Sandro Fabrício Pneumologia: Michelle Santarosa Urologia: Felipe Azevedo Reis Dermatologia: Rosângela Santos Gastroenterologia: Tatiana Matos Infectologia: Mônica Borges

[Curtas]

Câncer do aparelho digestivo será tema de simpósioO IV Simpósio de Oncologia da Clion, previsto para o dia 7 de maio próximo, terá como tema central o câncer no aparelho di-gestivo. Pacientes e demais pessoas interes-sadas assistirão a palestras com enfermeiros, nutricionistas, cirurgiões e psicólogos. O evento será realizado no auditório da CAM (Itaigara) e tratará de questões fundamen-tais, como o manejo das ostomias e o aspec-to psicossocial dos pacientes.

Grupo Bem Cuidar: foco nahumanizaçãoEm outubro de 2010, a Clion deu início às atividades do Grupo Bem Cuidar, que bus-ca promover aprendizado e troca de expe-riências, contribuindo para o bem-estar dos pacientes. Através de palestras e dinâmicas de grupo, a equipe do Bem Cuidar (forma-da por enfermeira, nutricionista, psicóloga e coordenadora de atendimento) oferece o suporte necessário para que os pacientes tirem dúvidas e se sintam mais seguros. Os últimos encontros de 2010 aconteceram em 27/11, com destaque para o tema “Ali-mentação: prazer e saúde”, e no dia 18/12, quando o grupo realizou confraternização de Natal e amigo secreto. No mais recente encontro do Bem Cuidar, ocorrido no dia 02/04, a psicóloga Mariana Cordeiro pales-trou sobre o tema “Auto-estima e beleza” e a paciente Izaltina Faustina deu dicas sobre maquiagem e cuidados com a pele.

[Dica nutricional]

Câncer de estômago

O médico Renato Coelho, Diretor Técnico da Clion

Nutricionista Kátia Peixinho: beber água é fundamental

Por Kátia Peixinho

Roberto Abreu

Roberto Abreu

[MAIS]feliz jan/fev/mar 2011 3

[capa | Terapeutas do Riso]

Os médicos-palhaços do grupo Terapeutas do Riso apostam no lúdico e humanizam o ambiente hospitalar

Quando a risada rouba a cena

Já dizia o ditado que “rir é o melhor re-médio”. Os atores-palhaços Dalvinha Gomes e Edmar Dias adotaram essa

famosa frase como lema quando de-cidiram criar o grupo Terapeutas do Riso, que há mais de dez anos leva alegria aos hospitais de Salvador. Eles estavam em car-taz com a comédia infantil “Gargalhadas” quando uma voluntária convidou a dupla para fazer uma apresentação na Casa da Criança com Câncer. Edmar conta que as crianças chamaram a sua atenção, pois, “mesmo carequinhas por causa da quimio-terapia, agiam normalmente, só queriam brincar e se divertir”.

A apresentação emocionou os atores, que saíram do camarim com o desejo de levar o trabalho para outros hospitais. “Sempre me questionei sobre o papel da arte. Para mim, é importante que exista uma função social”, afirma Edmar. Jun-tou-se a eles o músico Robson Saraiva e

nascia, em 1998, o Terapeutas do Riso. Os artistas viraram “médicos-palhaços”, usando nariz vermelho e jaleco. Dalvinha se tornou Dra. Ciranda Sambalê, e Edmar virou Dr. Bacural Quebra-Mola. A alegria estava garantida.

Respeitável público - Atenden-do em média 1.600 pacientes por mês, o Terapeutas do Riso realiza três visitas sema-nais às Obras Sociais Irmã Dulce, incluin-do o Hospital Santo Antônio, Hospital da Criança, Centro Geriátrico, Centro de Reabilitação e Prevenção de Deficiências (CRPD) e Centro Médico e Social Augus-to Lopes Pontes. Em cada leito, as inter-venções cênicas humanizam o ambiente hospitalar e têm o poder de transformar a dor em riso. Além dos pacientes, os fa-miliares também se envolvem bastante, sobretudo na pediatria. “Quando a mãe vê seu filho doente rindo e se divertindo, ela

sabe que uma coisa boa está acontecendo ali. A vida está pulsando, existe esperança”, relata Edmar.

O diferencial desta iniciativa é a abran-gência: adultos e idosos hospitalizados também são acompanhados pelos médicos--palhaços. Segundo eles, a abordagem com o público mais velho é desafiadora. “Nós não podemos infantilizar o paciente. Tratamos o adulto como adulto”, defende Dalvinha. Os atores brincam com os dilemas da maturida-de, fazem paródia do linguajar médico e da rotina hospitalar, usam piadas adultas e até picantes, sempre buscando ver o lado engra-çado da realidade.

palhaços no hospital - Para que o trabalho do Terapeutas do Riso dê certo, é fundamental que a equipe de saú-de esteja envolvida. “Os médicos e enfer-meiros são nossos grandes aliados e solici-tam a nossa presença quando há resistência ao tratamento”, conta a médica-palhaça. Dalvinha lembra do episódio em que uma criança pequena esperneava na hora de trocar o acesso venoso. “Quando chega-mos fantasiados e com bolinhas de sabão, ela ficou tão distraída que nem percebeu quando fizeram o procedimento”, conta.

Outro ponto importante é a prepara-ção para atuar em hospitais. Além de do-minar as técnicas circenses, os profissionais precisam conhecer a dinâmica hospitalar e a terminologia médica. Dalvinha acredita ainda que generosidade e dedicação são tão importantes quanto as habilidades artísti-cas. “Quem trabalha em hospital precisa estar livre de preconceitos e gostar de gen-te”, pondera a atriz.

RiR faz bem - Os benefícios físicos que uma boa gargalhada pode trazer são muitos, como a diminuição dos níveis de hormônios do estresse e redução da tensão muscular. A pediatra e coordenadora do Hospital da Criança, Célia Silvany, con-sidera o trabalho do Terapeutas do Riso importante também no que diz respeito aos fatores psicológicos: “O paciente hos-pitalizado é obrigado a mudar de rotina e a conviver com desconhecidos. Ele perde o contato com a família e fica fragilizado. Os terapeutas humanizam a internação com brincadeiras, lazer e humor”.

Sempre buscando inovações, o grupo lançou recentemente um projeto de sessão de cinema dentro do hospital, com direito a telão e pipoca. “É um sucesso”, comemo-ra Dalvinha Gomes, ou melhor, Dra. Ci-randa Sambalê. A Clion apoia iniciativas como essa, acreditando que as intervenções artísticas são positivas e acrescentam muito ao tratamento dos pacientes com câncer.

Os artistas do grupo Terapeutas do Riso: preparados para atuar em hospitais

Divulgação

“4 [MAIS]feliz jan/fev/mar 2011

“4 [MAIS]feliz jan/fev/mar 2011

ENTREVISTA | Marcus Borba [câncer de boca]

O impacto na fisiologia e no funcionamento da cavidade bucal é muito mais leve quando o diagnóstico é feito precocemente

O médico-cirurgião Marcus Borba acredita que a dificuldade de acesso aos serviços de sáude no Brasil contruibui para diagnósticos tardios do câncer de boca

O chamado câncer de boca, que pode atingir diversas regiões da cavidade oral, além dos lábios

superior e inferior, é o quinto tipo de cân-cer mais comum no Brasil. Apesar de os sintomas serem bastante visíveis, quase 80% dos casos só são diagnosticados no estágio avançado da doença. Entenda por que isso acontece e esclareça suas dúvidas nesta entrevista com Marcus Borba, den-tista e médico-cirurgião de cabeça e pes-coço.

O que é considerado câncer de boca? Quais são as regiões mais afetadas?O câncer de boca é aquele que atinge a ca-vidade oral, lábios, mucosa bucal, dentes, gengivas, língua, assoalho da boca (região que fi ca embaixo da língua) e céu da boca. Os locais mais afetados são a língua e o lábio inferior – juntos, eles correspondem a cerca de 50% dos casos da doença.

Existem fatores de risco que podem levar ao câncer de boca?Sim, existem. Os principais são consumo ex-cessivo de bebida alcoólica, fumo, exposição aos raios ultra-violeta (no caso específi co do câncer no lábio inferior), irritações prolonga-das na mucosa da boca, além de uma alimen-tação pobre em frutas, legumes e verduras.

No Brasil, qual a incidência desse tipo de câncer?De acordo com os dados do Instituto Na-cional do Câncer (INCA), no ano de 2010 foram estimados 10 mil casos em homens e 3.700 em mulheres.

O câncer de boca é mais comum em ho-mens acima dos 45 anos, mas o número de mulheres afetadas vem aumentando. A que o senhor atribui esse aumento?O número de mulheres que apresentam câncer de boca vem aumentando, prin-cipalmente por conta do fenômeno de emancipação feminina das últimas déca-das. As mulheres conquistaram sua inde-pendência e passaram a ter hábitos que an-tes eram mais restritos aos homens, como fumar e beber. Com isso, elas também in-corporaram os malefícios decorrentes do uso dessas substâncias.

Nos países subdesenvolvidos, o câncer de boca está entre os mais comuns. São os fatores comportamentais que determinam essa incidência?A incidência do câncer de boca é variá-vel entre os países. No mundo, esse tipo

de câncer já é o sexto mais comum atu-almente. Aqui no Brasil, é o quinto. Em alguns países, principalmente os subde-senvolvidos, o câncer de boca chega a ser o terceiro mais incidente. Os fatores comportamentais infl uenciam bastante no que diz respeito a essa incidência. Na Índia e em países do sudeste asiático, por exemplo, o número de casos é bem alto. Hábitos como fumar e mascar substâncias cancerígenas aumentam muito as chances de desenvolver câncer.

Quais são os sintomas do câncer de boca e como é feito o diagnóstico?Lesões ou feridas na boca que demorem mais de dez dias para cicatrizar são fatores de alerta. Além disso, o aparecimento de manchas brancas ou avermelhadas, difi -culdade de mastigação e deglutição, difi -culdade para abrir a boca e mover a lín-

gua, caroços, inchaços, dentes amolecidos e sangramentos podem ser sintomas da doença já em estágio mais avançado. Todo mês, é recomendável que, diante de um espelho, as pessoas observem possíveis alterações nos lábios e na cavidade bucal – sobretudo aquelas que estão expostas aos fatores de risco. Para um diagnóstico precoce, também é importante ir ao den-tista pelo menos uma vez por ano. A partir da identifi cação de qualquer sinal suspei-to, deve-se retirar parte da lesão para que seja feito um estudo anatomopatológico. Através da análise microscópica, o médico patologista confi rmará ou não a suspeita.

Apesar de as lesões serem facilmente identifi cáveis a olho nu, apenas 20% dos pacientes são diagnosticados precoce-mente no Brasil. Por que isso ocorre?Isso acontece porque os pacientes e alguns profi ssionais despreparados frequentemen-te atribuem certos sinais e sintomas a outras doenças, levando a um diagnóstico tardio do câncer. O fato de boa parte da população brasileira ter difi culdade de acesso a médi-cos e dentistas também contribui para esse quadro.

A boca e a garganta participam de vá-rios processos, entre eles a respiração, fala, mastigação e deglutição. Como é feito o tratamento desse tipo de câncer?O tratamento do câncer de boca utiliza a cirurgia e a radioterapia. Em alguns casos específi cos, utiliza-se também a quimiote-rapia. Nos casos de lesões precoces, com a realização da cirurgia ou da radioterapia, as chances de cura são de 80%. O impacto na fi siologia e no funcionamento da ca-vidade bucal é muito mais leve quando o diagnóstico é feito precocemente. Quan-do a doença está avançada, a cirurgia pode provocar sequelas funcionais e estéticas.

Quais são as formas de prevenção?Assim como os demais tipos de câncer, a prevenção do câncer de boca envolve o afastamento dos fatores de risco: evitar o álcool, o fumo e a exposição ao sol, além de buscar uma alimentação equilibrada, privilegiando legumes, frutas e verduras.

Mesmo depois de tratados, os pacientes devem continuar sendo monitorados?Os pacientes com diagnóstico de câncer de boca devem continuar o acompanhamen-to por um tempo prolongado. Isto porque existe 40% de chance de aparecimento de outras lesões em outros locais da boca ou do trato aerodigestivo superior.

Roberto Abreu