jornal cidadão maio 2012

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Jornal-laboratório produzido pelos alunos de Jornalismo da Universidade Cruzeiro do Sul Ano XIII - Número 41 - Maio de 2012 Evento de maior destaque para os imigrantes em São Paulo reúne mais de 30 nacionalidades na antiga Hospedaria dos Imigrantes. Página 7 A linha ligará a Vila Prudente à Cidade Tiradentes, com trens com pneus de borracha movidos a energia elétrica. Página 4 Corinthians e Anderson Silva criam parceria Turismo com saúde Brasileiro contribuinte da Previdência Social tem direito a atendimento médico gratuito em outros países. Página 6 Déborah Aranhos Carolina Coutinho Divulgação Tamiris Gomes Arquivo Pessoal Projeto destinado a revelar campeões de MMA (modalidade de múltiplas artes marciais) em comunidades carentes. Página 8 Expresso monotrilho Leste Rádio Itaquera Com uma linguagem popular, participação assídua dos ouvintes e programação voltada para interesses do bairro. Página 7 O artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos Humanos afirma que todo o homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião. Porém, essa norma não é respeitada plenamente. Veja matéria Página 5 Liberdade de culto 17ª Festa do Imigrante Ginástica na terceira idade. Página 8 Alunos do ensino fundamental melhoram suas notas de português e matemática. Página 2 Comunidade na Zona Leste deixa de ser favela e vira bairro. Página 3 São Miguel Paulista terá nova estação de trem em 2012. Página 3 CRAS enfrenta dificuldades para tratar animais silvestres. Página 4 Campanha lança selo para combater a homofobia. Página 5 Tempo frio requer cuidados com a saúde e locais fechados devem ser evitados. Página 6 LEIA NESTA EDIçãO

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Page 1: Jornal Cidadão Maio 2012

Jornal-laboratório produzido pelos alunos de Jornalismo da Universidade Cruzeiro do SulAno XIII - Número 41 - Maio de 2012

Evento de maior destaque para os imigrantes em São Paulo reúne mais de 30 nacionalidades na antiga Hospedaria dos Imigrantes. Página 7

Campeões em superação Atletas com necessidades especiais relatam a importância do esporte na

recuperação de sua autoestima. Página 2

A linha ligará a Vila Prudente à Cidade Tiradentes, com trens com pneus de borracha movidos a energia elétrica. Página 4

Corinthians e Anderson Silva criam parceria

Turismo com saúdeBrasileiro contribuinte da Previdência Social tem direito a atendimento médico gratuito em outros países. Página 6

Déborah A

ranhos

Carolina C

outinho

Divulgação

Tamiris G

omes

Arquivo Pessoal

Projeto destinado a revelar campeões de MMA (modalidade de múltiplas artes marciais) em comunidades carentes. Página 8

Expresso monotrilho Leste

Rádio Itaquera Com uma linguagem

popular, participação

assídua dos ouvintes e

programação voltada

para interesses

do bairro. Página 7

O artigo 18 da Declaração Universal dos

Direitos Humanos afirma que todo o homem

tem direito à liberdade de pensamento,

consciência e religião. Porém, essa norma não

é respeitada plenamente. Veja matéria Página 5

Liberdade de culto

17ª Festa do Imigrante

Ginástica na terceira idade. Página 8

Alunos do ensino fundamental melhoram

suas notas de português e matemática. Página 2

Comunidade na Zona Leste deixa de ser favela

e vira bairro. Página 3

São Miguel Paulista terá nova estação de trem

em 2012. Página 3

CRAS enfrenta dificuldades para tratar animais

silvestres. Página 4

Campanha lança selo para combater a

homofobia. Página 5

Tempo frio requer cuidados com a saúde e

locais fechados devem ser evitados. Página 6

LEIA nESTA EDIçãO

Page 2: Jornal Cidadão Maio 2012

Editorial

Compromisso com o cidadãoO jornal Cidadão é como vinho. Cada nova edição está melhor. E este novo número cumpre o título do jornal e apresenta matérias voltadas ao interesse do cidadão morador da zona Leste de São Paulo.Mesmo tendo um caráter de jornal-laboratório, todas as matérias tiveram, por parte dos alunos, um tratamento profissional, o que demonstra o comprometimento de informar com clareza e precisão.Logo na página 2 temos uma reportagem sobre o Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp), com destaque para as escolas da região. O Saresp é aplicado anualmente aos alunos do 3º, 5º, 7º e 9º ano do ensino fundamental, e do 3º ano do ensino médio de escolas estaduais.Já na página 3, uma reportagem conta a história da favela Santo Eduardo que foi reurbanizada e passou à condição de bairro. Há quatro anos, os moradores se deparavam com problemas de esgoto a céu aberto, infestação de ratos e baratas, falta de iluminação e segurança, além de um alto risco de deslizamento de terras, mas agora a realidade é bem diferente. Ivanilda Barbosa, dona de casa e moradora da comunidade desde criança, presenciou o antes e o depois, e fala das mudanças.Ainda na página 3, destaque para um nova estação em São Miguel, que deve atender mais de 13 mil pessoas diariamente. Além de um bicicletário, paraciclos e programas de acesso popular à internet, uma das principais obras previstas é uma passarela de transposição, aberta e iluminada 24 horas por dia.Em 2014, a Zona Leste terá o primeiro sistema de transporte público sobre rodas a energia elétrica, um percurso de 24,5 km que ligará Vila Prudente ao bairro de Cidade Tiradentes. Nossa reportagem foi ver qual o impacto ambiental causado por essa obra. Veja matéria na página 4.Ainda na página 4, o CRAS – Centro de Recuperação de Animais Silvestres – enfrenta dificuldades para fazer tratamentos de espécies apreendidas. Na página 5, a editoria Direitos Humanos apresenta uma reportagem sobre a livre manifestação de culto, a partir do artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos do Homem.A editoria abre espaço também para a questão da homofobia, e informa sobre a campanha Faça do Brasil um Território Livre da Homofobia, promovida pela Secretaria dos Direitos Humanos.Na página 6, a editoria Saúde traz reportagem sobre o atendimento de saúde gratuito para brasileiros em outros países. A seção publica também um matéria sobre os problemas respiratórios causados pelas mudanças climáticas.A editoria Cultura, página 7, tem uma matéria sobre a Rádio Comunitária de Itaquera, que mantém as tradições culturais da comunidade. E por falar de tradições, a mesma editoria destaca a 17ª Festa do Imigrante da Mooca. O evento reúne imigrantes de mais de 30 nacionalidades.No espaço reservado ao Esporte, página 8, o Corinthians aposta no MMA – modalidade que reúne todas as artes marciais – para formar campeões. Outro destaque é o aumento da procura de idosos por academias de ginástica. Em 10 anos, aumentou de 5% para 30% o número de pessoas em academias com mais de 60 anos.

BOA LEITURA!

PÁGINA 2 - MAIo De 2012

Reitora

Profª. Drª. Sueli Cristina Marquesi

Pró-Reitor de Graduação

Prof. Dr. Luiz Henrique Amaral

Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa

Prof. Dr. Danilo Antonio Duarte

Pró-Reitora de extensão e

Assuntos Comunitários

Profª. Drª. Janice Valia de Los Santos

Coordenador dos Cursos

de Comunicação Social

Prof. Ms. Carlos Barros Monteiro

Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da

Universidade Cruzeiro do Sul

Ano XIII – Número 41 – Maio de 2012

Telefone para contato: (11) 2037-5706

Tiragem: 1.500 exemplares

Impressão: Jornal Última Hora (11) 4226-7272

Diagramação Final: Eduardo Vianna

Professores orientadores:

Ms. Gérson Trajano, Ms. Taís Vargas

e Prof. Dirceu Roque

Revisão Final:

Drª. Flávia Serralvo

Também participaram desta edição:

Denis Pritsch, Laís Carvalho, Maris Landim

e Juliana Brusco

eDUCAÇÃo

Saresp aponta melhoria na educação

Ensino fundamental se destacou com notas altas em português e matemática

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo divulgou, no início de março, o resultado do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo – Saresp. Os estudantes das escolas estaduais, que fizeram a prova em novembro de 2011, tiveram alta de 0,7% no rendimento comparado àqueles que fizeram no mesmo mês, em 2010.

Com intuito de avaliar a escolari-dade básica, o Saresp é aplicado anu-almente aos alunos do 3º, 5º, 7º e 9º ano do ensino fundamental, e do 3º ano do ensino médio de escolas estaduais. Em 2009, as notas obtidas ultrapassaram as metas do Índice de Desenvolvimento da Educação Bási-ca, estabelecidas pelo Ministério da Educação, entretanto, as notas caí-ram em 2010 e, em 2011, os alunos tiveram aumento dos índices escola-res. No ensino fundamental, houve melhor rendimento nas questões de matemática e português. No ensino médio também houve aumento da nota em matemática, mas em língua portuguesa a nota ficou estável.

Camila Taini dos Santos,19 anos, está no 3º ano do ensino médio e diz que ‘chutou’ as respostas em provas anteriores por não ter se preparado para a avaliação. “Às vezes tenho dificuldades porque as perguntas são grandes e não são tão

fáceis de interpretar”, explica.Eliane Ferreira, professora de

matemática em uma escola munici-pal da Zona Leste de São Paulo, afir-ma que cada escola tem uma meta, de acordo com a última nota obtida. “No ano que os alunos vão ‘mal’, a meta para o ano seguinte é menor,

logo, mais fácil de atingir”, declara. Eliane ainda conta que há uma bo-nificação caso os alunos tirem boas notas: “O bônus é decorrente do resultado do Saresp atrelado com outros fatores, como evasão esco-lar, retenção, assiduidade dos pro-fessores, desempenho da unidade escolar, etc”.

Amadeu Riveri, professor coor-denador da Escola Estadual Maria Prestes Maia, diz gostar da avaliação, mas acha injusto o critério utilizado para ganhar o bônus.

“Antigamente cada escola adota-va um livro e o aluno de cada escola aprendia uma coisa diferente. Hoje está sendo excelente, porque unifi-cou este trabalho. Acho muito im-portante essa avaliação. O que nos chateia é saber que uma escola que tem nota 1.5, e ultrapassa a meta

com 1.6, ganha o bônus, sendo que nossa meta [na E.E Maria Prestes Maia] é de 4,77 e se não alcançar-mos não ganhamos”, revela. Riveri ainda conta que fica ansioso pela nota do Saresp: “Podemos nos ava-liar e melhorar a nossa qualidade de ensino. Agora, se não atingimos a meta, ficamos pensando “Por quê?” e vamos precisar pensar onde erra-mos para tentar melhorar”.

Em 2012, o Governo do Estado de São Paulo assumirá as despesas decorrentes da aplicação da avaliação das redes municipais de ensino que manifestarem interesse em participar do Saresp, a exemplo do que já ocorreu nas duas últimas edições. A avaliação também estará aberta à participação das escolas particulares, desde que estas assumam as despesas decorrentes.

eliene SantanaRafael Biazão

Camila Taini: “Em 2012, tenho que fazer a prova, é meu último ano no ensino médio”

Amadeu Riveri: “O que não quero para o meu filho, não quero para nossos alunos”

Eliane Ferreira: “Cada escola tem uma meta de acordo com a última nota obtida”

Rafael B

iazão

eliene Santana

eliene Santana

Page 3: Jornal Cidadão Maio 2012

A favela Santo Eduardo, localizada na Zona Leste de São Paulo, passou há alguns anos por um processo de reurbanização, a partir do qual ganhou o status de bairro. Há quatro anos, os moradores se deparavam com vários problemas, como esgoto a céu aberto, infestação de ratos e baratas, falta de iluminação e segurança, além de um alto risco de deslizamento de terras, mas agora a realidade é bem diferente.

Ivanilda Barbosa, 27 anos, dona de casa e moradora da comunidade desde criança, presenciou o antes e o depois. Ela diz que as condições de vida eram precárias, a iluminação era clandestina. “Pegávamos iluminação da Rua Domingos da Silva Monteiro para trazer para os barracos, os fios eram expostos e havia um grande risco de acidentes, mas a vida melhorou bastante por aqui”.

Entre as melhorias realizadas, um córrego de 80m, que antes ficava exposto em frente aos barracos, foi canalizado. Ganharam também 473m de rede com água tratada, 884m de rede de esgoto e um quilômetro e meio de pavimentação. Rede elétrica condominial e escadas nas vielas que eram perigosas ajudaram nas condições de fácil acesso.

José Clóvis da Silva, 53 anos, comerciante, concorda que a qualidade de vida está bem melhor, porque antes havia muita violência no bairro. Porém, adverte sobre algumas melhorias que precisam ser feitas. “Já está virando bagunça, os novos postes estão todos sem iluminação, ninguém vem consertar, ligamos várias vezes para prefeitura e eles dizem que virão arrumar e até agora nada. É bem complicado porque chego tarde do trabalho e mal consigo achar a fechadura do portão para entrar”.

Charles Silva Bidu, Vice-Presidente do grupo antidrogas

Anasoro, participa de projetos junto à comunidade Santo Eduardo, de prevenção a drogas e criminalidade. Ele deixa claro que a sua maior preocupação são os jovens e por isso exerce projetos voluntariamente ligados à educação. Tem intenção de montar uma associação, para reuniões dos moradores, receber visitantes dentre outras coisas. Planeja também a implantação de computadores para jovens e crianças usufruírem. Para que isso aconteça, recolheu assinaturas dos moradores e levou junto com o projeto para Prefeitura de São Paulo, esperando ser analisado e atendido.

Segundo Bidu, suas iniciativas surgiram aos 16 anos, quando convivia com a criminalidade na favela onde morava. Hoje, palestrante em várias instituições educacionais, leva seu programa de combate às drogas e ao álcool, a qual se dedica muito.

Pai de três filhos, costuma dizer que preferia ter qualquer um deles em uma cama a ter dependentes quími-cos, por ter presenciado inúmeros pais perdendo seus filhos, uma imagem da qual nunca conseguiu se desvencilhar. “Tenho orgulho de ser da comunida-de, meu trabalho voluntário foi reco-nhecido e cheguei onde estou”.

Mais de 124 famílias que foram ajudadas hoje podem desfrutar inclusive de uma área de lazer e descanso. A reurbanização nada mais é que um programa, com objetivo de atender aos moradores da periferia, visando à melhoria das condições de moradia e interação urbana.

Antônia Souza dos Santos, 34 anos, ajudante geral e mãe, preza pela educação dos jovens e afirma que tudo ficou mais fácil no bairro. “Com o asfaltamento vieram a ETEC (Escola Técnica Estadual) e o Céu Formosa (Centro Educacional Unificado) melhorando e muito a educação dos meus filhos, hoje particularmente sou muito feliz aqui”.

URBANoPÁGINA 3 - MAIo De 2012

Da favela ao bairroApós 30 anos de existência, comunidade deixa de ser favela e se torna um bairro com conforto e lazer aos moradores

Cleane NunesRafael Galindo

Rafaela Damasceno Raphael Rufino

São Miguel ganhará uma nova estação de trem este ano. A informação é da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM, que promete que o novo terminal será entregue no primeiro semestre de 2012. Modernizada, a nova estação terá acessibilidade garantida. Mesmo antes da conclusão, as obras já alteraram a rotina local e a população segue aguardando o novo terminal.

A nova estação, localizada a cerca de 800 metros da anterior, terá os mesmos serviços da estação antiga e contará com outras melhorias. Além de bicicletário, paraciclos e programas de acesso popular à internet, uma das principais obras previstas é uma passarela de transposição à via férrea, não paga, aberta e iluminada 24h por dia. A área construída será de aproximadamente 5000m². A atual estação de São Miguel foi inaugurada em 1926. Segundo a CPTM, atualmente o terminal de trens atende aproximadamente 13 mil usuários por dia.

Caio Henrique Agostinho, 18 anos, estuda no SENAI Roberto Simonsen, na região do Brás. Morador do Jd. Lapenna, vizinho

da nova estação, ele utiliza a linha 12-Safira todos os dias. Apesar de admitir que sem o trem demoraria o dobro para chegar ao destino, conta que é cansativo trafegar durante o horário de pico. “O intervalo entre os trens ainda é alto e os vagões sempre estão completamente lotados”, conta ele. “A nova estação vai ser mais moderna, com escadas rolantes e elevadores para facilitar o acesso

de pessoas com deficiência”, diz. A CPTM está realizando obras de modernização em todas as suas linhas e uma das melhorias esperadas é a redução do intervalo entre os trens.

Outros moradores do Jd Lapenna, porém, seguem apreensivos. Com poucas informações, muitos esperam uma ação de desalojamento por parte da CPTM. Mas já não há razão para isso. A informação é de José Nário

de Souza, o Narinho, presidente da Sociedade Amigos do Jd Lapenna. A Sociedade acompanhou o processo de negociação entre os moradores e a companhia. “Apenas duas casas foram desocupadas, as que estavam no terreno que pertence à CPTM”, explica. Segundo ele, os moradores entraram em um acordo e saíram pacificamente do local. As demais casas não foram afetadas.

A Linha 12 - Safira tem cerca de 39km de extensão. São 13 estações ligando três municípios, São Paulo, Itaquaquecetuba e Poá. A linha está sendo modernizada, e recentemente seis estações passaram por obras. São três estações novas (USP Leste, Jar-dim Helena-Vila Mara e Jardim Ro-mano), duas reconstruídas (Comen-dador Ermelino e Itaim Paulista) e uma modernizada (Calmon Viana). Atualmente, cerca de 200 mil usuá-rios utilizam a linha nos dias úteis.

CPTM confirma nova estação em São Miguel

Aline RomeroDaniela Simião

Mariana Anastácio

Entre as melhorias previstas estão acessibilidade e passarela iluminada 24 horas

Nova estação de São Miguel Paulista deve ser inaugurada no primeiro semestre de 2012

Caio Henrique: “Sem a linha 12, demoraria o dobro do tempo para chegar ao meu destino”

Lazer e recreação são prioridades no bairro

Antonia Souza: “Não troco meu bairro por nenhum outro”

Daniela Sim

ião

Daniela Sim

ião

Cleane N

unes

Cleane N

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Page 4: Jornal Cidadão Maio 2012

A Zona Leste da capital paulista terá o primeiro sistema de transporte público sobre rodas movido a energia elétrica. O Expresso Monotrilho Leste – projeto do Governo do Estado de São Paulo em conjunto com o Metropolitano de São Paulo - ligará a Vila Prudente à Cidade Tiradentes e entra em operação em 2014 para beneficiar 550 mil passageiros por dia.

Além de não usar combustível fóssil, não emitindo poluentes ao circular, o projeto tem como característica ecológica a redução de ruídos, devido suas rodas de pneus - diferentemente do Metrô convencional movido a rodas metálicas - e o paisagismo, motivo pelo qual sua construção ser feita com altura de 15 metros do chão para a realização do plantio de árvores de pequeno e médio porte em seu percurso de 24,5 km.

Composto por sete carros que comportam 1.000 passageiros cada um, o monotrilho roda sobre pneus

de borracha por uma viga de con-creto, com velocidade aproximada de 80 km/h.

Por conta de seu sistema de maximização do número de pessoas, sua capacidade de suporte chega a 550 mil passageiros por dia, fato que permite que as pessoas deixem veículos movidos a combustíveis fósseis – diesel - e

optem pelo transporte coletivo:“O diferencial do monotrilho

em termos de América Latina não é o seu modal - até por conta de existirem modelos parecidos com este na Disney, Las Vegas, Japão e em vários outros locais do mundo -, e sim a quantidade de pessoas que ele suporta por conta da demanda e da necessidade existente no Metrô.

Só o monotrilho consegue dar vazão para essa quantidade de passageiros”, afirma Paulo Roberto Soares Domingues, 51 anos, engenheiro civil do Metrô.

As obras em andamento encon-tram-se na Avenida Luís Ignácio de Anhaia Mello, e suas desapropria-ções serão nos locais onde as estações serão construídas.

MeIo AMBIeNTe MAIo De 2012 - PÁGINA 4

Primeiro sistema de transporte ecológico é construído na Zona Leste

A Linha Expresso Monotrilho Leste ligará Vila Prudente à Cidade Tiradentes, por meio de trens com pneus de borracha movidos a energia elétrica, em um percurso de 24,5 km

Aline SantosAndré Miranda

Carolina Coutinho Diego Motoda

Juliana Cardoso

O CRAS (Centro de Recepção de Animais Silvestres) enfrenta dificuldades de manter o tratamento de espécies silvestres. O Centro recebe em média cinco papagaios por dia, mas a recusa tem sido feita pela demanda ser maior do que a estrutura oferecida.

O Centro devolve para a natureza 60% dos bichos que chegam em condições de maus-tratos, que incluem tráfico, acidentes em fiações elétricas e manutenção de vendas ilegais.

O CRAS, localizado no Parque Ecológico do Tietê, foi fundado em dezembro de 1986 e desde então mudanças têm ocorrido em seu sistema de trabalho. Lilian Milanelo, 39 anos, veterinária e coordenadora do Centro, acredita que as modificações melhoraram o funcionamento do núcleo. “O número de animais trazidos para cá tem sido crescente, a estrutura também aumentou, assim como o número de técnicos”, argumenta. O Centro recebe bichos que vão de aves a répteis. “Durante

a primavera e o verão, a demanda é maior, pois há entrada de filhotes. Os canários, picharros e trinca-ferro (pássaros) são as espécies que mais chegam a nós”, diz a veterinária.

Embora o CRAS trabalhe para a sobrevivência e permanência dos animais em seu habitat, há espécies que não se recuperam e são levadas ao zoológico, ou, em casos extremos, morrem. As aves comumente se

restabelecem com maior facilidade, em especial os pássaros, e os que mais sofrem são os mamíferos.

O núcleo recebe auxílio do IBAMA, órgão federal que fiscaliza e controla os serviços realizados pelo CRAS. Vincent Kurt Lo, 42 anos, analista ambiental, trabalha em função do acompanhamento aos quais os animais são submetidos. “O nosso objetivo é normatizar e controlar as

apreensões que são feitas”, afirma.O CRAS recebe anualmente

7.000 espécies e geralmente há cidadãos que entram em contato para ceder a posse de seus bichos. José Roberto da Silva, 54 anos, policial militar reformado, comprou uma iguana que não se adaptou ao ambiente domiciliar. “Não tinha condições de mantê-la, pois ela cresceu muito e o espaço não era favorável ao habitat dela”, afirma. Insatisfeito com a situação, Silva devolveu o animal à natureza. “Ela (a iguana) foi levada a um sítio e lá permaneceu. De certa forma foi bom tê-la como animal de estimação”, diz.Entretanto, há pessoas que temem a lei por apresentarem animais silvestres em suas residências. “A entrega é amparada por lei e não há punição”, diz Lilian.

A incidência de apreensões ocorridas na Zona Leste preocupa os profissionais do Centro. Isso faz com que a demanda de animais silvestres provenientes do tráfico supere as expectativas. “Além da proximidade de a polícia transportá-los, há feiras que acontecem nos finais de semana onde há espécies comercializadas”, afirma Lilian.

O índice de tráfico de animais preocupa a veterinária do CRAS, que teme a sobrevivência da fauna brasileira. “O comércio clandesti-no anda junto com a destruição da natureza. Nós trabalhos otimista-mente para que os bichos sejam le-vados de volta ao seu ambiente, e acreditamos que isso traga resultados positivos”, afirma.

CRAS apresenta problemas com demanda de animais silvestres

Espécies da fauna brasileira apresentam graves ferimentos e precisam de cuidados exclusivos

efraim Caetano Henrique SantiagoSamantha Henzel

Os animais que chegam ao CRAS recebem cuidados de veterinários e biólogos

As aves, sobretudo os pás-saros, são as espécies mais recebidas no CRAS

MOnOTRILHOS A EMPRESA CAnADEnSE BOM-

BARDIER InAUGUROU, EM 13 DE

ABRIL, A PRIMEIRA FáBRICA DE MO-

nOTRILHOS DO BRASIL, nA CIDA-

DE DE HORTOLânDIA, A 155 kM DA

CAPITAL. A DATA MARCA O IníCIO

DA PRODUçãO DE 54 TREnS qUE

VãO COMPOR A FROTA DO SISTEMA

EM COnSTRUçãO PELO METRô DE

SãO PAULO. PARA O SECRETáRIO DE

TRAnSPORTES METROPOLITAnOS,

JURAnDIR FERnAnDES, A nOVA Fá-

BRICA REPRESEnTA UM ESFORçO

nA SOLUçãO DA MOBILIDADE DOS

GRAnDES CEnTROS URBAnOS.

O PRIMEIRO TRECHO DO SISTE-

MA ExPRESSO MOnOTRILHO LESTE,

DE VILA PRUDEnTE ATé O ORATó-

RIO, Já EM COnSTRUçãO, TEM InAU-

GURAçãO PREVISTA PARA 2013. DE

ACORDO COM O PROJETO, OS MORA-

DORES DO ExTREMO DA ZOnA LES-

TE VãO ECOnOMIZAR PELO MEnOS

DUAS HORAS POR DIA DE VIAGEM

COM O MOnOTRILHO. O PROLOnGA-

MEnTO DA LInHA (VILA PRUDEnTE

– CIDADE TIRADEnTES) FARá DE SãO

PAULO A PRIMEIRA CIDADE DA AMé-

RICA LATInA A TER O MOnOTRILHO

COMO SISTEMA PúBLICO DE TRAnS-

PORTE. A OPçãO DE TRAnSPORTE

SE DESTACA POR SER SILEnCIOSA E

nãO POLUIR O MEIO AMBIEnTE. nO

TOTAL, SERãO 24,5 kM DE VIAS COM

17 ESTAçõES, qUE VãO FUnCIOnAR

COMO ExTEnSãO DA LInHA 2 VERDE

DO METRô.

Samantha H

enzel

Samantha H

enzel

Previsão de conclusão para as obras da Linha Expresso Monotrilho Leste é de 2016, além do novo sistema de transporte coletivo, o paisagismo e as ciclovias fazem parte do projeto

Carolina C

outinho

Page 5: Jornal Cidadão Maio 2012

MAIo De 2012 - PÁGINA 5

A Secretaria dos Direitos Humanos começa no mês de fevereiro a divulgar o selo contra homofobia, “Faça do Brasil um território livre da homofobia”. A iniciativa faz parte de uma campanha lançada há um ano.

A ideia da campanha é que, em cada lugar onde uma pessoa do grupo

LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais) sofresse uma agressão, fosse colado um selo e o número 100 do disque denúncia. Este ano o projeto foi divulgado nos aeroportos de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Salvador, Florianópolis e Recife, já que o Brasil é atualmente o país com maior índice de violência homofóbica de acordo com o site Ceert.org.br.

Antônio Fernandes de Carvalho Junior, 24 anos, homossexual, diz que nunca sofreu nenhuma agressão

física, mas aprova a campanha, “A campanha é uma forma de deixar as coisas claras sobre tudo o que tem acontecido, sem mentir para a população, mostrando que, infelizmente, ainda há barbaridades acontecendo”. Apenas no mês de janeiro deste ano foram relatados 36 casos de morte por homofobia.

Gislaine Marins Brito, estudan-te de 18 anos, também faz parte do grupo LGBT e diz que a campanha é interessante, mas um pouco exibi-cionista. “Não é algo de se orgulhar

mostrar que você apanhou e que é homossexual, pois pode trazer ainda mais violência. É apenas algo para que você pareça ainda mais ‘diferente’ e indefeso”.

Para a psicóloga Andréa Delman-to, a campanha só trará “conforto” inicial de que algo começa a ser feito. “O selo na verdade será apenas uma forma de divulgação para um Disque Denúncia e para enfatizar a fragilida-de de uma minoria, como o negro, nordestino, mulher etc”.

A promotora de eventos Danielle Aniceto, 24 anos, diz nunca ter sofrido agressão, e conta o que pensa sobre o selo: “Acho interessante desde que seja aplicado com responsabilidade e seriedade, pois quando se fala em direitos humanos entramos em um senso comum onde todos temos direitos e deveres. E esse selo também pode possibilitar a identificação dos locais onde ocorreram agressões ou até prevenir que futuras aconteçam”.

Nos últimos quatro meses a mídia mostrou vários casos de violência homofóbica, dentre eles a tentativa de assassinato contra o professor Anízio Uchôa, em Altamira, no Pará, no dia 13 de fevereiro, que foi brutalmente agredido e enterrado vivo e o assassinato do professor da Universidade Federal de Tocantins, Cleides Antonio Amorim. Esses são apenas dois casos entre muitos que

aconteceram este ano.Junior fala que acredita nos pe-

quenos avanços, mas que nem de longe pode se acreditar em igualdade. “Ainda existem muitas pessoas pre-conceituosas, essas pequenas melho-ras são apenas alguns passos na longa caminhada contra a homofobia”.

A psicóloga Andréa também ressalta que a segurança é muito mais que esse selo. “Tem que ser garantido uma segurança moral, de aceitação, de liberdade de expressão, enfim uma liberdade de vida. Para isso, ainda teremos que caminhar muito”.

Secretaria dos Direitos Humanos divulga campanha contra homofobia

Selo contra discriminação a homossexuais é apenas o começo na luta pela igualdade

Anderson Duschek Nataly Sales

Raquel Torres

William da Silva Marques Azeve-do, 21 anos, técnico em mecatrônica, conta que sofreu preconceito ao mu-dar de religião. “Antes eu frequentava a igreja católica, depois comecei a ir na igreja Assembleia de Deus, lá per-maneci por oito meses. No princípio era por curiosidade, mas depois aca-bei me identificando com a crença. Ao retornar ao catolicismo fui cha-mado de ‘crentinho de merda’ pelos jovens, após descobrirem que eu vi-nha de outra religião. Fui deixado de canto e ninguém levava em conside-ração o que eu falava”, narra Azevedo.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 10 de dezembro de 1948 na França, com o intuito de preservar a dignidade da pessoa humana. O artigo 18 refere-se à liberdade de culto, enfatizando que cada indivíduo possui liberdade de pensamento, consciência e religião.

O próprio artigo 18 garante não só a liberdade de culto, como o direito de mudar de religião. Para o Padre

Antônio Marchioni, conhecido como Ticão, uma das possíveis causadoras da migração de fiéis católicos para outras igrejas é a própria instituição católica. “A estrutura da nossa igreja é ultrapassada. É lamentável como ela vive de costas para a sociedade. A Igreja católica é a instituição que mais exclui as mulheres. É machista, autoritária e arrogante”, desabafa.

Antigamente a liberdade religio-

sa era limitada, havia perseguições e pagamento de tributos aos que desobedeciam às ordens do Estado. Atualmente isso ocorre em alguns países extremistas como o Iraque, com frequentes atentados contra cristãos. Azevedo acredita que, mes-mo o Brasil adotando a liberdade de culto, sempre haverá perseguições.

O teólogo Ismael Braz ressalta que toda forma de imposição está errada e afirma que a teologia vê o homem como um ser munido do livre arbítrio, dando-lhe o direito de escolher inclusive a quem, como e onde cultuar. “Toda religião tem o direito de propagar sua fé, desde que o faça no campo da pregação lógica levando as pessoas a decidirem se querem aceitar ou não”, argumenta.

A Constituição Federal trata o Brasil como um Estado laico. Não raro, por obter a maioria de fiéis do país, o catolicismo é visto como religião oficial. O professor Doutor da Universidade de São Paulo Virgílio Afonso da Silva explica que religião oficial não pode ser confundida com a religião da maioria. “Ainda que toda a população fosse de uma determinada religião, isso não a tornaria a religião oficial. Religião oficial é religião do Estado, não das pessoas”, esclarece.

Para o Pastor Ronaldo Ribeiro da Silva, da igreja Cristo está voltando, o Brasil não é um país laico e sim católico. “Quando uma pessoa nasce e não tem uma religião definida, ela é automaticamente taxada como católica”, critica.

Braz explica que o fato de o cato-licismo ser a religião mais difundida no país pode ter vertentes históricas. “O catolicismo traz em si a cultura romana. Desde a suposta conver-são do imperador Constantino por volta do ano 300 d.C., o cristianis-mo passou a ser a religião oficial do

império. O Brasil é colonizado por países predominantemente católicos e isso faz dele uma nação católica e outras religiões não são tão expressi-vas, no entanto, são aceitas”, aponta o teólogo.

O budista Thiago Augusto da Silva, 22 anos, estudante, diz que já foi muito criticado por seguir a única religião ateia do mundo. “O budismo fez com que eu buscasse as respostas sem vetar minhas constatações. Não há um livro que diz o que eu posso fazer ou não”, expõe.

DIReIToS HUMANoS

Liberdade de culto é um direito do cidadão, mas há quem sofra preconceito

Religiões pregam a liberdade de expressão, mas a discriminação parte de membros da igreja

Lucilene oliveira Suellen Grangeiro

Tamiris Gomes

Antonio Junior: “A sociedade finge viver algo pacífico e não é realmente o que está acon-tecendo”.

Danielle Aniceto faz parte do grupo LGBT e diz que nunca sofreu nenhum tipo de agressão

Gislaine Brito: “Já fui ameaçada de morte, maltratada física e psicologicamente das piores maneiras possíveis, já fui presa em casa e colocada para fora inúmeras vezes.”

Willian Azevedo: “Con-testaram meu caráter por conta da religião que fre-quentava”

Tiago da Silva: “Não existe religião mais preciosa que o respeito”

Suellen Grageiro

Tamiris G

omes

Acervo Pessoal

Acervo Pessoal

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Page 6: Jornal Cidadão Maio 2012

A chegada das estações mais frias do ano pode causar complicações respiratórias na população. Algumas medidas devem ser tomadas para que problemas respiratórios mais simples não se agravem.

Luana Horácio Ribeiro, 30 anos, moradora da Zona Leste de São Pau-lo, enfrenta problemas respiratórios causados por esta mudança climática. “Sempre nessa época do ano costumo fazer o tratamento preventivo” afir-ma. Luana sofre de bronquite alérgi-ca e costuma receber medicamentos para conter as complicações.

O especialista Aurimar Ramos Réssio alerta que, com a troca para as estações frias, os idosos devem se prevenir principalmente contra a gripe, que pode ocasionar uma pneumonia. “O ar fica mais seco, já que não chove atacando doenças como bronquite, sem falar da poluição”, explica.

No caso de Luana, que sofre de bronquite, para que a doença não tenha seu quadro agravado, algumas medidas devem ser tomadas. “Preciso

praticar atividade física para maior resistência, evitar cheiros fortes e fazer uso de remédio”, acrescenta.

Segundo Réssio, para conter o agravamento dessas doenças é pre-ciso evitar exposição ao frio, lugares muito poluídos, aglomerações, lo-cais fechados, por conta do ar que não circula. É possível que as doen-ças passe de uma pessoa para outra.

“No caso dos idosos, vacina contra gripe”, finaliza.

Como citado por Réssio, lugares fechados podem espalhar a gripe, grande risco de infecção para a Zona Leste, que costuma registrar pontos de congestionamento no trânsito e superlotação no transporte público. Cabe à população tomar os devidos cuidados para evitar epidemias.

MAIo De 2012 - PÁGINA 6

Mudanças climáticas causam problemas respiratórios

Ar seco e locais fechados afetam a saúde da população, e médicos alertam como se proteger

Dener SabinoGisele MonizHeila Lima

Todo brasileiro contribuinte da Previdência Social, e seus dependentes, têm direito a atendimento médico gratuito na Itália, Portugal, Chile, Grécia e Cabo Verde pelo sistema médico público. Mais de 770 mil pessoas já viajaram aos três primeiros países em 2010. Já no Uruguai e na Argentina, não é mais necessário ser assegurado do INSS para ter acesso à assistência médica. Desde a criação do acordo bilateral, em 2009, 49.363 brasileiros foram assegurados.

Edson Trindade, 42 anos, ne-cessitou de acolhimento hospitalar de um pronto-socorro em Arica, no Chile, e não sabia que poderia ter contado com a prerrogativa. Trinda-de quebrou o braço e, após o aten-dimento emergencial, pagou por uma cirurgia em um hospital parti-cular. “Não é divulgado de jeito ne-nhum, as empresas de seguro-saúde devem ficar com muito medo dessa divulgação”, disse. Segundo ele, os atendimentos, particular e público, que obteve na cidade foram melho-res do que, muitas vezes, no Brasil.

O convênio dá acesso a aten-dimento hospitalar, ambulatorial e

farmacêutico (inclui pronto-socorro, internação, exames, diagnósticos e medicamentos) e também odonto-lógico, porém, nem todas as cidades contam com profissionais especiali-zados para este tipo de atendimento fora do setor privado.

Esse direito é valido para viagens de curto, médio e longo prazo, e para tê-lo é preciso dirigir-se a um escritório do Ministério da Saúde e solicitar o CDAM (Certificado de Direito a Assistência Médica) gratuitamente, com apresentação do passaporte, CPF e comprovantes de contribuição

do INSS. Para obter o certificado dos dependentes é preciso apresentar certidão de casamento e nascimento dos filhos (menores de 21 anos). O documento é fácil de ser retirado e permite emissão pela internet.

Para o médico Nelson Luiz Yamanishi, cirurgião geral, os únicos possíveis problemas da resolução são de cunho administrativo e diplomático, já que a lei nacional garante o acesso à recepção de urgência e emergência a todos os indivíduos. “O Brasil cumpre sua função de atender à saúde da população sem

discriminação. O estrangeiro vai ser socorrido independente de qualquer acordo bilateral. (...) Nos casos de urgência, o país deve encontrar um jeito de ser ressarcido, pois quem banca é a população brasileira”.

Em 2011, o órgão emitiu 13.895 certificados, apontando um número 27,1% menor do que o registrado no ano anterior. Um dos motivos da queda foi a saída da Espanha, em junho passado, da lista dos países que têm o acordo com o Brasil. Outra razão foi o fim da exigência de emissão do CDAM para ser atendido na Argentina e Uruguai no ano passado. São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais são as cidades que lideram as solicitações.

SAúDe

Desde o surgimento do acordo, em 2009, quase 50 mil turistas já foram assegurados

Bruna RodriguesFernando Aumada

Brasileiro tem direito a atendimento médico gratuito em sete países

PRECAUçõES E MEDIDAS CASEIRAS

PARA ALIVIAR CRISES RESPIRATóRIAS

EM qUALqUER éPOCA DO AnO

- Mantenha o organismo hidratado;- Evite fumar ou se expor a ambientes com muita poeira ou fumaça;- Mantenha o ambiente arejado. As bactérias ficam con-centradas em ambientes fechados, por isso é importante evitar esses locais;- Evite o contato com pessoas gripadas ou com resfriados, pois essas doenças são adquiridas pelo ar;- Mantenha a respiração sempre pelo nariz e não pela boca, pois as narinas têm a função de filtrar o ar e aquecê-lo;- Lençóis, edredons e roupas devem ser expostos ao sol e lavados sempre que necessário;- As pessoas que já possuem problemas respiratórios como bronquite, asma e sinusite devem evitar o contato com bi-chos de pelúcia, tapetes e produtos que possuem pelos;- A alimentação deve ser balanceada com sopas e caldos ri-cos em verduras e legumes. As frutas são essenciais, princi-palmente aquelas que contêm vitamina C, como a laranja. Elas ajudam a prevenir gripes e resfriados.

FOnTE: http://www.bolsademulher.com/corpo/doencas--respiratorias-como-prevenir-106244.html

Luana Ribeiro sofre de bronquite alérgica e costuma medicar-se para evitar maiores complicações de saúde , nesta época do ano

Documentos necessários para a emissão Do cDam

-CPF (Cadastro Pessoa Física)-Passaporte-CTP (Carteira de Trabalho Profissional)

DePenDenTes

-Passaporte-Certidão de Casamento-Certidão de nascimento dos filhos menores de 21 anos

Fonte - http://sna.saude.gov.br/cdam/

Nelson Yamanishi: “Brasil tem o melhor atendimento das Américas Central e do Sul”

Edson Trindade: “A informa-ção eu que tive no hospital, era que deveria pagar pela cirurgia”

Acervo Pessoal

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Page 7: Jornal Cidadão Maio 2012

Em sua 17ª edição, a Festa do Imigrante da Mooca apostará em diversidade para promover interatividade entre as 10 mil pessoas esperadas para os dois dias de evento. A festa reunirá grupos formados por imigrantes e descendentes de famílias da Alemanha, América Latina, Líbano, Áustria, Croácia, Grécia, Itália, Lituânia, África e outras nações.

O evento engloba imigrantes de mais de 30 nacionalidades, ocorrerá nos dias 27 de maio e 3 de junho, das 10h às 16h, no complexo da antiga Hospedaria dos Imigrantes, no bairro da Mooca, em São Paulo. Estes grupos realizarão apresentações artísticas que evocam as raízes de sua imigração.

Segundo Hugo Martinelli, repre-sentante da Comunidade Italiana de São Paulo na internet, a festa é uma grande oportunidade de integrar to-das essas culturas. “A festa do imi-grante reflete o que é São Paulo nesse aspecto de integração. Para os imi-grantes italianos, essa festa simboliza uma troca e essa troca é o nosso bene-fício. É importante mostrarmos para as novas gerações um pouco do que foi e do que é ser um italiano ou descen-dente, vivendo aqui em São Paulo”.

A antiga Hospedaria do Imi-grante, inaugurada em 1887, foi construída para abrigar imigrantes que desembarcavam em São Paulo à procura de trabalho. Durante 1887 e 1978, ano em que foi desativada, mais de 2,5 milhões de pessoas pas-saram pela hospedaria. Hoje este an-tigo prédio, tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), abriga a sede do Mu-seu da Imigração, responsável pelo desenvolvimento do evento.

“É uma grande oportunidade

de integração entre as comunidades e a população paulista, importante para reviver tradições dos povos que ajudaram a construir o Estado”, ressalta Thâmara Malfati, assessora de imprensa do Museu da Imigração.

O evento vem conseguindo unir o tradicionalismo da iniciativa com a crescente participação do público, celebrando as manifestações culturais de diferentes comunidades imigrantes.

“Eu gostei muito das edições que participei. Pude descobrir que exis-tem muitos lituanos no Brasil e fazer contato com alguns deles. Além, é

claro, de poder desfrutar das delí-cias culinárias de várias nacionalida-des”, alega Gabriela Lintkenvicius, descendente de lituanos e frequenta-dora da festa.

A principal novidade está na ex-pansão dos países representados para além daqueles relacionados à grande imigração européia e asiática, abrin-do espaço para movimentos migra-tórios mais recentes, principalmente da América Latina e da África. Outro destaque é a inserção de atividades diversificadas, como: espaço infantil, intervenções cênicas, culinária show,

oficinas de artesanato, além do espa-ço Cine Imigrante.

O evento ocorrerá no Arsenal da Esperança, localizado na Rua Dr. Almeida Lima, 900. O valor da entrada é de R$ 6,00, sendo grátis para menores de 7 anos. Estudantes e aposentados pagam meia entrada.

Com uma linguagem popular, participação assídua dos ouvintes e programação voltada para interesses do bairro, as rádios levam, além de informação, cultura e educação para São Paulo. Assim acontece na RC Itaquera, a rádio comunitária de um dos bairros da Zona Leste da capital. “Gosto da participação das pessoas, que ligam para a rádio. Todo dia eu ligo. É a primeira coisa que eu faço quando chego em casa”, explica a dona de casa Iraci

Macário dos Santos, 66 anos, que é ouvinte fiel da RCI e conta que é muito importante essa interação do ouvinte com o meio de comunicação.

O presidente da RC Itaquera Paulo Ferraz, 54 anos, explica que o público ainda não entende muito bem a função desse meio. “As pessoas confundem rádio pirata com rádio comunitária. Mas aos poucos todo mundo vai assimilando e gostando desse veículo”. A rádio já está no ar há 1 ano e 4 meses e a cada dia acumula mais fãs e seguidores, segundo Ferraz.

Outro fator importante no cresci-mento desse segmento foi a internet. O sinal de uma rádio comunitária é baixo, e só atinge parte do bairro.

Porém, com a veiculação do sinal digital pela internet, os internautas podem acompanhar a programação mesmo sem estar na região da rádio. “Eu já morei em Itaquera, mas como me mudei para outro bairro, agora só ouço a RCI online”, conta a estudan-te Giulianna Bandeira, 19 anos, que prefere as rádios comunitárias às con-vencionais, “Gosto mais das rádios de bairro, elas falam de eventos do bairro, shows, tocam músicas popu-lares, elas falam mais a nossa língua”, explica Giulianna.

O exercício de cidadania e a valorização da cultura local estão

sempre em pauta na programação das rádios comunitárias. Debates entre especialistas e moradores, divulgações de apresentações teatrais ou musicais do bairro e até mesmo participações dos ouvintes ao vivo na rádio através do telefone são marcas registradas das rádios da comunidade.

Na teoria, rádio comunitária é uma emissora sonora em FM, sem fins lucrativos, com potência limitada a 25W e que é regida pela lei 9.621 de 1998. “O primeiro artigo da lei das rádios comunitárias diz que a rádio comunitária existe para levar voz à sua comunidade”, explica Ferraz.

CULTURAPÁGINA 7 - MAIo De 2012

Mooca sediará tradicional evento que reúne mais de 30 nacionalidades

Festa do Imigrante é o evento de maior destaque no bairro

Carolina Fortunatoeduardo Silva

Marco Antonio RamosRafaela Pietra

Rádio Comunitária leva cultura para Itaquera

Criado para dar voz ao povo, esse meio de comunicação foca em cultura, problemas sociais, informação e lazer

Cristiano Hurtadoestefano PerezGustavo LimaJoaz Nunes

O presidente Paulo Ferraz diz que parte da programação é destinada para a cultural local

Os estúdios das rádios comunitárias estão sempre abertos para os ouvintes

Iraci dos Santos ajuda com a programação da rádio pedindo sempre suas músicas favoritas

Em sua edição anterior, a festa reuniu diversas nacionalidades

DIvERSIDADE CuLTuRALAo desembarcar no Brasil,

os imigrantes trouxeram muito mais do que o anseio de refa-zer suas vidas trabalhando nas lavouras de café e no início da indústria paulista. Nos séculos XIX e XX, os representantes de mais de 70 nacionalidades e et-nias passaram pela Hospedaria de Imigrantes com o sonho de “fazer a América”. Desses po-vos, o Brasil herdou sobreno-mes, sotaques, costumes, comi-das e vestimentas.

Na década de 1930, a Hos-pedaria passou a acolher mi-grantes vindos de outros Es-tados brasileiros. Nos anos 1970, perdeu sua função ori-ginal e em 1978 recebeu pela última vez um grupo de imi-grantes coreanos.Fonte: http://www.museudaimigra-cao.org.br/sobre.htm

estefano Perezestefano Perez

estefano Perez

Divulgação

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O Corinthians, em parceria com a Academia Anderson Silva, instalada no Parque São Jorge, investe em uma nova modalidade para formar campeões, o MMA (modalidade que mistura todas as artes marciais). A iniciativa visa oferecer treinamento a crianças carentes da Zona Leste como forma de revelação de novos talentos.

A idéia foi do campeão de UFC (Ultimate Figther Championship – campeonato mundial de MMA), Anderson Silva. “Foi uma exigência dele”, diz João Guilher-me Costa, 31 anos , representante do Departamento de Marketing do Corinthians e coordernador responsável da academia.

As turmas serão de 20 alunos com faixa etária próxima e o clube oferecerá mais do que o treinamento. “Vamos oferecer lanche e toda uma estrutura para que essas crianças possam ter um apoio muito maior do que simplesmente uma vez por semana vir aqui treinar”, explica Costa.

Elton Trajano de Brito, 22 anos, salva-vidas, atleta de boxe há seis anos, que já lutou jiu-jitsu e muay-thai, participou de disputas amadoras e deu aulas da luta, mas se viu obrigado a seguir outra profissão. “É muito difícil viver de luta no Brasil pela questão dos patrocinadores. Eu mesmo não dei continuidade à

minha carreira porque não tinha um patrocínio e é muito gasto. Ao lutar fora de São Paulo, por exemplo, tem que gastar com passagem e etc., e sai tudo do seu bolso. Geralmente, os lutadores mais experientes têm mais facilidade em conseguir o patrocínio. Os iniciantes encontram muita dificuldade e acabam sendo obrigados a seguir outros rumos”, relata Trajano.

Este é um aspecto que, no futu-ro, o Corinthians pretende explorar. “A intenção é futuramente ampliar

o projeto, passando a atingir não só crianças, mas também jovens que não tenham oportunidade de treinar e até adultos, em uma atividade paralela ao trabalho ou que estejam desemprega-dos poderão ter acesso”, relata Costa.

Segundo o professor Carlos Gal-vão, 33 anos, professor de jiu-jitsu há 18 anos, a meta é ensinar as crianças e torná-las mais educadas e trazer uma nova visão das situações ao redor. “O objetivo de treinar as crianças é trazer uma nova filosofia de vida,

com mais calma e paciência, ensinan-do-as a ter consciência de seus atos”, comenta Galvão.

Para prática de crianças, é ne-cessário um tipo de aula diferencia-da. “Nós damos uma aula especial voltada para crianças. A partir de 7 anos, a criança já pode começar a treinar. Só que em horários diferen-tes. Nós não misturamos treino de crianças com treino de adulto”, ex-plica o professor de muay-thai Alex Sandro Rodrigues Alves, 27 anos.

O programa ainda não iniciou por questões logísticas, mas a meta é começar até o fim do semestre.

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Uma pesquisa realizada pela ACAD (Associação Brasileira de Academias) em parceira com a PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) mostrou que, em dez anos, aumentou de 5% para 30% o número de pessoas em academias com mais de 60 anos. Na cidade de São Paulo, cerca de 65% dos estabelecimentos já oferecem programas voltados para a terceira idade. Segundo o estudo, a hidroginástica é a atividade mais procurada por este público, seguida pela musculação.

A Estação do Exercício, localizada no bairro do Tatuapé, na Zona Leste, é especializada em musculação para os idosos. O local disponibiliza aparelhos adaptados e profissionais para monitorar e orientar os alunos. “Cada um que frequenta a academia passa por avaliações físicas e médicas. Depois disso, determinamos qual é o tipo de treino ideal. É um

trabalho totalmente personalizado”, explica Carlos Alberto Alvarenga, professor de educação física.

A academia também é um ambiente para fazer amizades e contribuir com a socialização dos idosos. A aluna Pierina Wolga Sitta, 66 anos, diz que se sentiu mais disposta após frequentar as aulas. “Comprei uma esteira ergométrica

para malhar em casa, mas nunca a utilizei. Nos treinos me sinto mais motivada, faço novos amigos e percebo melhor os resultados”.

Na terceira idade o metabolismo torna-se mais lento, e os exercícios são essenciais para os idosos manterem a saúde em dia. A médica geriatra Janise Leite explica que ter hábitos saudáveis aliados à prática regular de exercícios colabora com o aumento na expectativa de vida, previne doenças - como as cardiovasculares -, a combater a obesidade e a osteoporose, auxilia no controle da diabetes e melhora a coordenação motora e a capacidade aeróbica.

A prática de atividades físicas também contribui no processo de reabilitação. Após operar o coração por causa do colesterol, o aposentado Francisco Luiz Capelo, 83 anos, encontrou nos exercícios uma forma de retomar suas atividades diárias. “Os exercícios me ajudam na recuperação. Já me sinto ativo novamente”, conta Capelo.

Para aqueles que não possuem disponibilidade de frequentar academias, uma opção é fazer exercícios por conta própria. Atividades em casa utilizando objetos domésticos, caminhada e corrida - em

ruas, praças e parques - são algumas alternativas de lugares para praticar exercícios. É o caso de Sebastião Figueiredo, 61 anos, que já disputou uma maratona da terceira idade e é adepto da prática de atividades físicas. “Faço minha corrida básica de duas a três vezes por semana, e isso já me ajuda muito”, conta Figueiredo.

É indicado que os idosos façam uma alimentação saudável e balance-ada e, se possível, atrelada à prática regular de exercícios físicos. A junção desses fatores favorece um envelheci-mento saudável e ativo, contribuindo para uma maior longevidade.

Cresce número de idosos que praticam atividade físicaTerceira idade representa 30% do número de frequentadores de academia.

Gustavo LimaMauricio PizaniTayane Garcia

eSPoRTe

Corinthians aposta no MMA para formar campeões Em parceria com Anderson Silva, o clube oferece aulas de artes marciais a crianças carentes

Daniele MottaDéborah Aranhos

Vitor Silveira

Os exercícios contribuem para um envelhecimento saudável e ativo

A Estação do Exercício oferece atividades exclusivas para os idosos

Corinthians monta infraestrutura para a prática das artes marciais mistas para formar novos campeões

João Oliveira: “A ideia do trabalho com crianças carentes é formar campeões e ajudar na autoestima dessas crianças”.

Albertino Moreira Santos Junior, corretor de seguros, treina boxe na academia de Anderson Silva, no Parque São Jorge

Déborah A

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Fernando Souza

Fernando Souza