jornal chapa 2

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Eleição da Fenaj: 16, 17 e 18 de julho de 2013 Sangue novo na Fenaj! PEDRO ESTEVAM DA ROCHA POMAR, ou Pedro Pomar como é conhecido, é editor da Revista Adusp, da Associação dos Docentes da USP, desde 1999. Diplomado em jornalismo pela Universidade Federal do Pará (1983), é mestre em História (Unesp) e doutor em Ciências da Comunicação (USP). Assina a coluna “Mundos do Trabalho” no blogue Escrevinhador. Durante a Ditadura Militar, militou na Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SPDDH) e trabalhou nos periódicos alternativos Nanico e Resistência, de Belém, bem como nos diários O Liberal e O Estado do Pará. Posteriormente, em São Paulo, atuou na Folha de S. Paulo, TV Gazeta e em outros veículos. Nas décadas de 1980 e 1990 trabalhou como assessor de imprensa em diversos sindicatos de trabalhadores. É autor dos livros Massacre na Lapa (Editora Perseu Abramo, 2006) e A Democracia Intolerante (Arquivo do Estado de São Paulo, 2003). Foi delegado eleito dos jornalistas de São Paulo a diversos congressos nacionais da CUT e aos congressos nacionais de jornalistas de 2010 (Porto Alegre) e 2012 (Rio Branco). Em 2009, participou ativamente da Conferência Nacional de Comunicação, na condição de delegado da sociedade civil de São Paulo. Presidente Diretoria Executiva CAROLINE REJANE DOS SANTOS (SE) 1ª Vice-Presidente PAULO ROBERTO FERREIRA (PA) 2º Vice-Presidente JONAS VALENTE (DF) Secretário Geral PAULA MÁIRAN (RJ) 1ª Secretária PEDRO CARRANO (PR) 1º Tesoureiro ELIDA RACHEL MIRANDA SOUSA (AL) 2ª Tesoureira ALBERTO FREITAS (BA) 1º Suplente KEKA WERNECK (MT) 2ª Suplente Nossos endereços digitais: www.lutafenaj.com.br Facebook: LutaFenaj Twitter: @lutafenaj Contato: [email protected] “Passaralhos”. Demissões. Ameaças. Assassinatos. Pro- cessos judiciais. A realidade já difícil dos jornalistas brasilei- ros vem ganhando contornos dramáticos com o desfaleci- mento de parte do setor nos últimos meses. A Record de- mitiu 400 funcionários, entre eles 40 jornalistas. O Estadão promoveu uma “restrutura- ção” que resultou na demissão de mais de 20 jornalistas e no enxugamento do jornal. O Valor Econômico dis- pensou 50 trabalhadores, sen- do 30 jornalistas. A Folha de S. Paulo demitiu quadros his- tóricos da sua redação e das sucursais do Rio de Janeiro e de Brasília. Segundo a Agência Pública, foram 280 demissões de jornalistas só em São Paulo entre janeiro e abril deste ano, 40% a mais que em igual pe- ríodo de 2012. Os grupos de mídia, que anunciam avanços nos lucros, jogam a culpa no “desempenho econômico”, esquivando-se da responsabili- dade pela gestão das empresas e pelo mau desempenho delas. Os “passaralhos”, como são chamadas na categoria as demissões em massa, geram um efeito cascata. Deram a linha para que algumas pu- blicações de alcance regional sigam o mesmo caminho. E instauraram o pânico nas re- dações. Quem escapou dos primeiros cortes vive em so- bressalto, pois pode estar na próxima lista. Diante de tudo isso, que fez a Fenaj? Bem pouco. A reação ficou a cargo dos sindicatos locais. E a execução de jorna- listas em razão de reportagens que publicaram? Quatro assas- sinatos. Só até maio. O “desem- penho” colocou o Brasil em Luta Fenaj 8 pg.indd 1 24/06/2013 20:05:45

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Jornal da chapa LutaFenaj para a companha de 2013 à direção da Federação Nacional dos Jornalistas

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Page 1: Jornal Chapa 2

Eleiçãoda Fenaj:

16, 17 e 18 dejulho de 2013

Sangue novo na Fenaj!PEDRO ESTEVAM DA

ROCHA POMAR, ou Pedro Pomar como é conhecido, é editor da Revista Adusp, da Associação dos Docentes da USP, desde 1999. Diplomado em jornalismo pela Universidade Federal do Pará (1983), é mestre em História (Unesp) e doutor em Ciências da Comunicação (USP). Assina a coluna “Mundos do Trabalho” no blogue Escrevinhador. Durante a Ditadura Militar, militou na Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SPDDH) e trabalhou nos periódicos alternativos Nanico e Resistência, de Belém, bem como nos diários O Liberal e O Estado do Pará. Posteriormente, em São Paulo, atuou na

Folha de S. Paulo, TV Gazeta e em outros veículos. Nas décadas de 1980 e 1990 trabalhou como assessor de imprensa em diversos sindicatos de trabalhadores. É autor dos livros Massacre na Lapa (Editora Perseu Abramo, 2006) e A Democracia Intolerante (Arquivo do Estado de São Paulo, 2003). Foi delegado eleito dos jornalistas de São Paulo a diversos congressos nacionais da CUT e aos

congressos nacionais de jornalistas de 2010 (Porto Alegre) e 2012 (Rio Branco). Em 2009, participou ativamente da Conferência Nacional de Comunicação, na condição de delegado da sociedade civil de São Paulo.

Presidente

Diretoria Executiva

CAROLINE REJANE DOS SANTOS (SE)1ª Vice-Presidente

PAULO ROBERTO FERREIRA (PA)2º Vice-Presidente

JONAS VALENTE (DF)Secretário Geral

PAULA MÁIRAN (RJ)1ª Secretária

PEDRO CARRANO (PR) 1º Tesoureiro

ELIDA RACHEL MIRANDA SOUSA (AL) 2ª Tesoureira

ALBERTO FREITAS (BA)1º Suplente

KEKA WERNECK (MT)2ª Suplente

Nossos endereços digitais: www.lutafenaj.com.br Facebook: LutaFenaj Twitter: @lutafenaj Contato: [email protected]

“Passaralhos”. Demissões. Ameaças. Assassinatos. Pro-cessos judiciais. A realidade já difícil dos jornalistas brasilei-ros vem ganhando contornos dramáticos com o desfaleci-mento de parte do setor nos últimos meses. A Record de-mitiu 400 funcionários, entre eles 40 jornalistas. O Estadão promoveu uma “restrutura-ção” que resultou na demissão de mais de 20 jornalistas e no enxugamento do jornal.

O Valor Econômico dis-pensou 50 trabalhadores, sen-do 30 jornalistas. A Folha de S. Paulo demitiu quadros his-tóricos da sua redação e das sucursais do Rio de Janeiro e de Brasília. Segundo a Agência Pública, foram 280 demissões de jornalistas só em São Paulo entre janeiro e abril deste ano, 40% a mais que em igual pe-ríodo de 2012. Os grupos de mídia, que anunciam avanços nos lucros, jogam a culpa no “desempenho econômico”, esquivando-se da responsabili-dade pela gestão das empresas e pelo mau desempenho delas.

Os “passaralhos”, como são chamadas na categoria as demissões em massa, geram um efeito cascata. Deram a linha para que algumas pu-blicações de alcance regional sigam o mesmo caminho. E instauraram o pânico nas re-dações. Quem escapou dos primeiros cortes vive em so-bressalto, pois pode estar na próxima lista. Diante de tudo isso, que fez a Fenaj? Bem pouco. A reação ficou a cargo dos sindicatos locais.

E a execução de jorna-listas em razão de reportagens que publicaram? Quatro assas-sinatos. Só até maio. O “desem-penho” colocou o Brasil em

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terceiro lugar em um ranking mundial feito pela entidade Emblema para a Imprensa, sediada em Genebra. E o que fez a direção da Fenaj? Até agora não implementou a deli-beração do Congresso Nacio-nal dos Jornalistas de 2012, de estabelecer um protocolo com os grupos de mídia que esta-beleça, entre outros pontos, medidas de segurança para nossos colegas.

ImobilismoEsse imobilismo da dire-

ção da Fenaj não é novidade. Ocorre também em relação aos desrespeitos cotidianos co-metidos por patrões contra os jornalistas. Contratações precá-rias (frilas fixos, serviço presta-do por meio de “pessoa jurídi-ca” etc.), longas jornadas (em alguns casos duas jornadas cor-ridas em dois locais de trabalho diferentes), baixos salários, acú-mulo de funções, sobrecarga de trabalho, assédio moral.

Nenhum desses temas recebeu a atenção da Fenaj na gestão que se encerra neste ano. Não houve uma campanha

sequer da entidade para com-bater esses problemas. A exce-ção foi a luta pela aprovação, na Câmara dos Deputados, do projeto de lei 2.960/2011, que cria o piso salarial nacional dos jornalistas. No entanto, a inconsistência da justificativa do projeto mostra um inacei-tável amadorismo da gestão atual, em questão de tamanha importância.

A verdade é que, além de criar a Comissão da Verda-de dos Jornalistas (em 2012), a atuação da direção da Fe-naj praticamente se resumiu à importante campanha pela aprovação da PEC do Diplo-ma. Nós da Chapa 2 conside-ramos essa uma bandeira fun-damental, mas ela não pode justificar a falta de iniciativa dos dirigentes da federação em relação aos gravíssimos problemas relatados acima.

IndiferençaParadoxalmente, enquan-

to a precarização nos locais de trabalho aumenta, a categoria se distancia da luta sindical. Novas sindicalizações são cada

Eleições 16, 17 e 18 de julho de 20132

Perfis da Diretoria ExecutivaPaulo Roberto Ferreira é jornalista

e professor de Jornalismo. Foi secretário es-tadual de Comunicação; diretor da TV Cul-tura do Pará; repórter e editor dos jornais Gazeta Mercantil, A Província do Pará e O Liberal. Foi também editor da revista Agro-amazônia. Nas décadas de 1970 e 1980, foi diretor do jornal alternativo Resistência, da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH).

Caroline Rejane Sousa Santos, jor-nalista desde 2001, atuou como pauteira e repórter na TV Aperipê (canal estatal de Sergipe) e também como editora na extinta Atalaia News. Fez parte da assessoria de co-municação do mandato da deputada estadu-al Ana Lúcia (PT-SE). Desde 2006 é asses-sora de comunicação do Sintese. Presidenta do Sindicato dos Jornalistas de Sergipe. In-tegra a direção da CUT-SE.

Jonas Valente é secretário-geral do Sin-dicato dos Jornalistas do Distrito Federal. É edi-tor da TV Brasil (EBC). Foi editor da TV Brasí-lia e repórter da Agência CartaMaior. Integrante do Intervozes, participou da Comissão Orga-nizadora da Conferência Nacional de Comuni-cação. Co-autor dos livros Sistema Públicos de Comunicação: a experiência de doze países e o

caso Brasileiro (2009) e Políticas de Comunica-ções. Um estudo comparado: Brasil, Espanha, Estados Unidos, México e Venezuela (2013).

Paula Máiran, formada na UFF há vinte anos, trabalhou no Jornal do Brasil, Es-tadão, O Dia, Extra, Folha de S. Paulo. Pres-tou assessoria ao deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ) e, atualmente, assessora o verea-dor Henrique Vieira, do mesmo partido, em Niterói. É também candidata a presidente do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro pela Chapa 2 local, “Sindica-to é pra lutar!”. As eleições vão realizar-se na mesma data da eleição da Fenaj.

Pedro Carrano é jornalista formado desde 2003. Em Curitiba (PR), onde vive, trabalhou nos jornais Folha de Santa Feli-cidade, Gazeta do Povo e no programa de entrevistas Projeto Popular, na TV Educati-va do Paraná (RTVE). É repórter do Brasil de Fato. Autor do livro Três Vértebras e um primeiro testamento. Cursa pós-graduação em Economia Política e Desenvolvimento Agrário pela UFES.

Elida Miranda é formada em Co-municação Social (Jornalismo) e especialista em Docência do Ensino Superior. É secre-

tária - executiva do Sindicato dos Jornalistas de Alagoas, secretária estadual de Combate ao Racismo da CUT Alagoas e integrante do Coletivo Intervozes. Foi produtora e apre-sentadora na Rádio Delmiro AM, trabalhou na Cooperativa de Jornalistas e Gráficos (Tri-buna Independente). É assessora parlamen-tar do deputado estadual Judson Cabral (PT).

Alberto Freitas, diplomado em Comu-nicação Social pela UFBA, é coordenador de redação da Secretaria de Comunicação Social do Governo da Bahia desde 2007. Foi editor na TV Bandeirantes, produtor e editor na TV Bahia, repórter e redator no jornal A Tarde. Foi assessor de comunicação social do bloco PT/PCdoB/PSB na Assembleia Legislativa. Che-fiou a redação da Ascom do TJ. Foi presidente do Sindicato dos Jornalistas da Bahia (1992-1993). Keka Werneck é jornalista em Cuiabá, para onde se mudou, em 1995, após formar-se em Comunicação Social na UFJF. Trabalha no site do Centro Burnier de Fé e Justiça e na Asso-ciação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso. Em vinte anos de profissão, atuou em jornais, TVs, sites e assessorias de imprensa. Manteve atividade constante no Sin-dicato dos Jornalistas de Mato Grosso, do qual já foi presidente e secretária-geral.

Nossa campanha na redação do Jornal do Comércio, de Porto Alegre

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Eleições 16, 17 e 18 de julho de 2013 3

Vice-presidentes regionais

vez mais escassas. As novas gerações ocupam as redações, assessorias e demais locais de trabalho sem criar vínculos com as entidades de classe e sem entender a importân-cia da luta por melhorias nas condições de trabalho.

Para muitos, a Fenaj resume-se à carteirinha. Re-ferência que ficou mais apa-gada após o aumento da bu-rocracia para a renovação da identidade dos jornalistas. A exigência de apresentação do diploma, nesta etapa, para jornalistas sindicalizados há

Editores responsáveis: Pedro Pomar e Jonas ValenteDiagramação: Sergio BastosIlustração: LatuffImpressão: Gráfica Taiga

Publicação do Movimento Luta, Fenaj! Junho-julho de 2013

muito tempo e que por qual-quer motivo não possuem mais o documento, tem ge-rado constrangimento e até, eventualmente, a saída, dos sindicatos, de pessoas impor-tantes na categoria. E a dire-toria atual da federação não reage a esse quadro. Nega-se a fazer campanhas nacionais de sindicalização e a divulgar a importância da carteira.

Em uma das frentes his-tóricas de atuação da Fenaj, a entidade se isolou. A Federa-ção se manifestou contrária ao projeto de iniciativa popular

da lei da mídia democrática. A proposta foi elaborada pelo Fórum Nacional pela Demo-cratização da Comunicação (FNDC) e reuniu um amplo grupo de organizações pro-gressistas pela democratização da comunicação no país.

ClubeFechando os olhos a

vários dramas da categoria, a direção atual da Fenaj se mantém como um clube de amigos, que se revezam nos cargos principais há vinte anos. Recusam-se a ouvir

vozes divergentes, mesmo quando são de seus apoiado-res. E não realizam práticas básicas de democracia sindi-cal, como abrir espaços para a oposição na programação de congressos e debates.

Por tudo isso, é hora de sangue novo na Fenaj! Preci-samos de uma federação que lidere os sindicatos no enfren-tamento dos problemas da ca-tegoria e na luta para que nós, jornalistas, reconquistemos o respeito que merecemos na sociedade. Por tudo isso, vote Chapa 2 Luta,Fenaj!

NORTE 1Ana Cristina Moreira dos Santos é

comunicadora social habilitada em Jorna-lismo (UFMT-1995), especialista em Plane-jamento e Gestão Cultural (UNIC-2003), mestranda em Educação Agrícola (2013). Por quinze anos atuou como repórter e editora nos principais jornais de Cuiabá--MT (A Gazeta, Folha do Estado e Diá-rio de Cuiabá), sites e assessorias. Desde 2010 é jornalista concursada no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre. Está no movimento sindical há dezoito anos.

NORTE 2Alcinéa Cavalcante, 57 anos de idade e

mais de quarenta anos de profissão, nasceu em Macapá, onde vive. É professora e escritora com vários livros publicados. Trabalhou em impres-so, rádio e TV, antes de dedicar-se ao jornalismo on line. Primeira jornalista do Amapá a ter uma página na Internet, mantém o site www.alcinea.com, por diversas vezes censurado por políticos autoritários. Fundou, com outros colegas, o Sin-dicato dos Jornalistas Profissionais do Amapá.

CENTRO-OESTEÍtalo Milhomem Santos Zikemura é

jornalista formado pela UFMS em 2008. Foi mi-litante da Enecos e do DCE. Hoje atua como colaborador do Centro de Defesa dos Direitos

Humanos de Mato Grosso do Sul Marçal de Souza Tupã-I (CDDHMS). Correspondente do Portal Terra de 2010 a 2012, passou pelas reda-ções do jornal O Estado e dos sites Midiamax, Campo Grande News, RBV News. Atualmente trabalha no site Capital News e na assessoria de imprensa do Esporte Clube Comercial (MS).

SUDESTETalita Aquino é jornalista formada pela

UFV e cursa mestrado em comunicação na UFMG. Iniciou sua atuação profissional como assessora de imprensa no Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata, realizando traba-

lhos em impresso e web. Posteriormente foi se interessando mais pelo audiovisual. Cobriu as eleições municipais em Belo Horizonte em 2012 para o Portal Minas Livre, atuando em roteiri-zação, filmagem e edição. Atualmente trabalha como frila.

NORDESTE 1Júlia Lopes é jornalista formada em

2006 pela Universidade de Fortaleza. Traba-lhou nos jornais O Povo e Diário do Nordes-te, sempre na área de cultura. Também atuou como assessora de comunicação, função que retomou durante as eleições municipais de 2012 e que continua a desempenhar na Câmara Municipal de Fortaleza, no manda-to Ecos da Cidade, do vereador João Alfre-

do (PSOL). Atua também em movimentos como o Fortaleza Insurgente.

NORDESTE 2Roberto Numeriano fez mestrado

e doutorado em Ciência Política (UFPE), além de Jornalismo na UCPE. Publicou os livros O Que é Guerra e Serviços Secretos e Democracia: a Inteligência de Estado no Brasil, Portugal e Espanha. Ensina discipli-nas de graduação e pós-graduação em cur-sos de Comunicação Social (Jornalismo) e Ciência Política, tendo criado o Curso de Jornalismo Investigativo da Escola Supe-

rior de Relações Públicas de Pernambuco. Foi dirigente do Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco.

SULLuciamem Winck é jornalista for-

mada em 1986 pela PUC-RS. Em Porto Alegre, onde vive, trabalha há vinte anos no Correio do Povo, onde foi repórter espe-cial e, desde 2011, exerce a função de chefe de reportagem. Trabalhou nos jornais Zero Hora, Diário Serrano e nas rádios Guaíba e Bandeirantes. Foi laureada com mais de duas dezenas de prêmios jornalísticos, en-tre eles os da Associação Riograndense de Imprensa, da Polícia Civil e do Tribunal de Mediação e Arbitragem do RS.

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como forma de coibir essa prática.■Intensificar a luta contra as

demissões, por meio de demonstra-ções públicas diante das empresas que demitem, boicotes, paralisa-ções, representações ao MPT, ações judiciais de reintegração e outras medidas que criem repercussão ne-gativa (e eventualmente perdas fi-nanceiras) para esses empregadores.

■Esforço especial de sin-dicalização de jornalistas que atu-am em redações, em especial nas grandes empresas, para reverter o quadro de individualismo e desa-gregação existente hoje em diver-sos locais de trabalho, criando-se assim condições mais favoráveis de enfrentamento com os patrões.

Longas jornadas, baixos sa-lários, contratações precárias e toda

forma de desrespeito aos direitos trabalhistas. Reconheceu essas si-tuações? Elas são a cara do jorna-lismo brasileiro, de Norte a Sul do país. Sob o argumento da “redução de custos”, as empresas fraudam o vínculo formal (via CLT) com a adoção de outras formas de con-tratação: frilas fixos, “pessoas ju-rídicas” ou PJ, “sócio-cotista” etc. Outro recurso é arrochar salários. Muitos patrões pagam abaixo dos pi-sos fixados nas convenções coletivas. A isso somam-se extenuantes jorna-das, não raramente sem o pagamento de horas-extras. Eventuais críticas e resistências são repelidas com prá-ticas recorrentes de assédio moral. Cenário agravado pela chamada “si-nergia multimídia”: os jornalistas são obrigados a acumular funções e pro-duzir para vários veículos.

E o que a Fenaj tem feito a respeito? Muito pouco, no máximo

a defesa do projeto de lei do piso nacional. A direção da entidade prefere deixar esse enfrentamento exclusivamente aos sindicatos.

Nossas propostas:■Lutar pela aprovação do

Projeto de Lei do Piso Nacional.■Fiscalizar o cumprimento

da jornada legal de 5 horas e o pa-gamento de horas-extras.

■Campanhas sistemáticas de combate às contratações frau-dulentas.

■Pressionar MTE, Ministé-rio Público do Trabalho e tribunais para fiscalizar, coibir e punir os desrespeitos à legislação.

■Combate à precarização disfarçada de “sinergia multimí-dia”, ao acúmulo e o desvio de fun-ções e ao desrespeito aos direitos autorais.

■Negociação com redes de

Rudson Pinheiro Soares, jornalista formado pela UFRN (2000), é mestre em Comunicação pela UFPE (2007). Foi co-ordenador geral da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (Ene-cos). Iniciou sua carreira no jornal Tribuna do Vale do Açu. Diretor de mobilização do Sindicato dos Jornalistas do RN e, desde 2008, assessor de comunicação do Sindi-cato dos Servidores do Poder Judiciário do RN (Sisjern). Co-autor do livro Vozes da Democracia: histórias da comuni-cação na redemocratização do Brasil (Intervozes, 2008).

Leonor Costa é jornalista profissional desde 2000 e militante sin-dical. Com especialização em Ciência Política na Universidade de Brasília, tem atuação destacada na imprensa sindical e popular. Trabalhou como

jornalista de várias entidades sindicais, ten-do coordenado durante onze anos o setor de comunicação da Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e MPU (Fenajufe). Atualmente é jornalista do PSOL nacional e diretora do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal.

Mestrando em Comunicação e So-ciedade pela UFS, Cristian Góes é especia-

lista em Gestão Pública (FGV/Esaf) e Comunicação na Gestão de Crise (Gama Filho). Dá aulas da disciplina Mídia e Direitos Humanos, na Pós--Graduação da Faculdade Pio Décimo (Aracaju). Servidor público federal e colunista do Portal Infonet (www.infonet.com.br). Atuou como repórter do jornal Cinform e do Jornal do Dia, ambos em Aracaju. Foi diretor de imprensa da CUT-SE e presidente do Sindicato dos Jornalistas de Sergipe.

Eleições 16, 17 e 18 de julho de 20134

Aliar a defesa do diploma à luta por melhorescondições de trabalho e contra a precarização

PROGRAMA DA CHAPA 2

Chapa 2 conversa com colegas da RIC-TV, de Curitiba

Departamento de Relações Institucionais

No primeiro semestre de 2013, vários dos principais em-pregadores do setor de mídia re-alizaram demissões em massa, dando prosseguimento aos cor-tes de jornalistas registrados em 2011 e 2012. Apesar da alegada “crise da mídia impressa”, tais demissões ocorrem num cenário econômico-financeiro favorável para a maioria das empresas, pois seu faturamento publicitário vem crescendo em todos os segmentos. Tais cortes caracterizam-se, por-tanto, exceto em alguns casos, como simplesmente destinados a ampliar a margem de lucro das empresas de mídia seja pela via da rotatividade (por meio da contrata-ção de substitutos por salários me-nores), seja por meio do enxuga-mento do quadro de pessoal sem preenchimento das vagas. Note-se que colegas muito experientes vêm sendo demitidos. Como barrar esse quadro perverso?

Nossas propostas:■Retomada e intensificação

da luta pela estabilidade no empre-go, direito que a Ditadura Militar suprimiu em 1966. Obviamente, essa bandeira não pode ser apenas da nossa categoria. A CUT a incluiu na agenda, porém na forma de luta pela adesão do Brasil à Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que proíbe a chamada demissão imotivada.

■Paralelamente, lutar para elevar de 50% para 100% do FGTS a multa que os patrões devem pagar em casos de demissões imotivadas,

Enfrentar e barrar as demissões!

Combater as fraudes e a precarização

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Departamento de Educação e Aperfeiçoamento Profissional

Jornalista for-mado pela Universida-de Federal Fluminense (UFF) com especiali-zação em Assessoria de Comunicação na Universidade Estácio de Sá, Alvaro Britto é professor do curso de Comunicação Social do Centro Universitá-rio de Barra Mansa (UBM) e jornalista concursado do Incra-RJ. Foi assessor de comunicação das prefeituras de Barra Mansa e Resende, de sindicatos, da CUT Sul Fluminense e da deputada Inês Pandeló, além de re-pórter dos jornais Folha Regional (Sul Fluminense) e A Tribuna (Niterói). É vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas do Estado do RJ. Foi delegado à 1ª Confe-rência Nacional de Comunicação em 2009.

Jornalista formada em Comunicação Social pela UFPA, Jecyone Pinheiro atua há dezessete anos na profissão. Trabalhou como repórter nos jor-

nais Diário do Pará e O Liberal, bem como na produção e edição na TV Cultura do Pará e na TV Liberal. Espe-cializada em assessoria de imprensa, desde 2003 exerce a função de assessora de comu-nicação do Sebrae no Pará. Foi membro do

Centro Acadêmico de Comunicação Social da UFPA. É simpatizante do Movimento Xingu Vivo.

Jornalista desde 1999, formado pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), George Washington foi re-pórter e editor, de 2001 a 2007, no semanário de maior circulação de Sergipe, o Cinform, atuando nas editorias de Esporte, Política e Segurança Pública. Ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas de Sergipe e ex-secretário de Comunicação da CUT-SE. É assessor de comunicação do vereador Iran Barbosa, de Aracaju, e do Sindicato dos Trabalhadores em Água e Esgotos de Sergipe.

Departamento de Relações Internacionais Luiz Edmundo Continentino trabalhou no Diário de Notícias, Diários Associados, A Tri-buna, O Dia, Tri-buna da Imprensa, A Cidade (Campos), TV Tupi, Rádio Jor-nal do Brasil, TVNorte Fluminense, Agência Brasil.Foi diretor da Radiobrás no Rio de Janeiro e supe-rintendente da Rádio Nacional. Conselheiro da ABI, presidente do Sindicato dos Jornalistas do Estado do Rio de Janeiro. É autor dos livros JK, segundo a CIA e o SNI e Quem é quem nas eleições de 1988.

Formada em Jornalismo pela UFV, em 2008, Vivian Neves Fernandes foi coordenadora da Enecos e do DCE. Atuou em projetos com movi-mentos sociais, como os Estágios Interdisciplinares de Vivência (EIV’s), em parceria com o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e Movimento

dos Atingidos por Barragens (MAB). Mestranda em Ciên-cias da Comunica-ção na ECA-USP e jornalista da Radio-agência NP, vincu-lada ao jornal Brasil de Fato.

Marcos Urupá é jornalista graduado pela UFPA e bacharel em Direito pela Unama, apro-vado no exame da OAB em 2009. Integrou a Co-missão Organizadora Estadual da I Conferência de Comunicação do Pará e foi delegado à Conferência Nacional de Comunicação. Foi diretor da Funda-ção Paraense de Radiodifusão (Funtelpa), exercen-do função de diretor da TV Cultura. Integrante do Intervozes e co-autor do livro Caminhos para a universalização da Internet banda larga: experiên-cias internacionais e desafios brasileiro (Intervo-zes, 2012). Trabalha na Empresa Brasil de Comu-nicação (EBC).

Eleições 16, 17 e 18 de julho de 2013 5

TV, rádio e jornais de protocolos com cláusulas que impeçam ou co-íbam as práticas de precarização.

■Propor uma legislação mais rigorosa, que coíba essas práticas das empresas ao prever altas multas e penas para os responsáveis.

Os jornalistas sofreram um duro golpe com a derrubada, em 2009, da obrigatoriedade do diplo-ma de jornalismo como requisito para o exercício da profissão pelo Supremo Tribunal Federal, o qual demonstrou que seu compromisso é com os patrões da mídia, e não com a sociedade brasileira. Mas o movimento sindical de jornalis-tas deu mostras de vitalidade ao garantir a aprovação, no Senado Federal, da PEC que restabelece essa obrigatoriedade da formação específica. Agora a matéria está tramitando na Câmara, mas andou pouco, entre outros motivos por-que a direção da Fenaj quase não fez pressão sobre os deputados.

No tocante à regulamen-tação profissional, o decreto que trata da profissão de jornalista é de 1979! Diversas funções que passa-ram a ser desempenhadas depois disso (entre elas a de assessor de imprensa e as relacionadas aos meios digitais) encontram-se sem amparo na legislação. Isso dificulta a luta por direitos da categoria.

Propostas:■Lutar pela aprovação da

PEC do Diploma: é tarefa central da Fenaj no próximo período re-tomar a pressão junto às bancadas parlamentares e às lideranças parti-

dárias para fazer com que a propos-ta avance e seja aprovada na Câma-ra dos Deputados.

■Angariar na sociedade apoio amplo à PEC do diploma, por meio do diálogo com os movimentos so-ciais e as universidades.

■Procurar instituir dispositi-vos legais que coíbam formas precá-rias de contratação.

■Procurar fixar, em dispositi-vos legais, limites nos casos em que a jornada vai além das cinco horas mais duas contratuais.

■Retomar a luta por uma legislação que atualize as funções jornalísticas, inclusive assessoria de

imprensa e atividades relacionadas a mídias sociais.

■Estabelecer remuneração adicional e limites para acúmulo de função e produção para mais de um veículo.

A proposta de um Conse-lho Federal de Jornalismo (CFJ, depois erroneamente rebatizado como “Conselho Federal de Jorna-listas”), aprovada em congressos e defendida pela direção da Fenaj,

prevê que o órgão, a exemplo dos conselhos federais de outras ca-tegorias, teria “poder de polícia”. Seria possível, por exemplo, punir jornalistas que incorram em graves desvios de conduta profissional.

Por outro lado, o CFJ, no formato atual, equipara a nossa categoria profissional, que ainda é majoritariamente assalariada, a ca-tegorias de “profissionais liberais”. Os jornalistas pagariam uma anui-dade para custear o seu funciona-mento; quem ficasse inadimplente poderia ser proibido de exercer a profissão. Como muitos cole-gas já têm dificuldade de pagar a mensalidade sindical, é bem pos-sível que tenham de escolher en-tre sindicato e conselho, optando pelo segundo. Outro problema: na proposta atual, o CFJ assume algu-mas prerrogativas dos sindicatos.

Nossas propostas:■O CFJ deve ter como atri-

buição fiscalizar o exercício profis-sional e o cumprimento do Código de Ética dos Jornalistas, levando em conta não apenas os comporta-mentos individuais, mas também o papel negativo ou positivo desem-penhado pelas empresas jornalísti-cas na fixação de orientações aos profissionais contratados. Os sin-dicatos de jornalistas continuariam a deter as prerrogativas de repre-sentação da categoria.

■O CFJ deve ser custeado por uma taxa de 0,5% sobre o lucro líquido das empresas jornalísticas de qualquer tipo atuantes no território nacional, conforme os critérios fi-xados pela Receita Federal, ficando proibida a cobrança de quaisquer va-lores dos jornalistas a título de anui-dades, sob qualquer pretexto.

Diploma e regulamentação profissional

Por um Conselho Federal combativo e que não enfraqueça o movimento sindical

Porto

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Departamento de Mobilização, Negociação Salarial e Direito AutoralErnesto Marques é jornalista for-

mado pela Facom-UFBA e radialista e tem vinte e sete anos de atuação na comunica-ção baiana. Foi repórter nas emissoras lo-cais de TV, dirigente do Sindicato dos Trab-alhadores em Rádio, TV e Publicidade e da Federação Interestadual dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão (Fitert). Foi assessor de imprensa do gover-nador Jaques Wagner em seu primeiro man-dato. É vice-presidente da Associação Bahiana de Imprensa e atualmente trabalha como frila.

Camila Rodrigues da Silva é jornalista formada há sete anos, mestre em Economia do Trabalho e sócia da Cooperativa de Produção em Comunicação e Cultura, em Florianópolis. Passou pelas redações

da Folha de S. Paulo e do UOL e, em 2012, recebeu o prêmio Vladimir Her-zog na categoria Internet. É assessora do SindSaúde de Santa Catarina. Já sen-tiu na própria pele a experiência de ser “multitarefa” e está no Luta, Fenaj! para construir uma federação nacional dos jornalistas verdadeiramente combativa.

Gibran Mendes é jornalista pro-fissional desde 2003, quando concluiu a universidade. Trabalhou na su-cursal da Gazeta Mercantil no Paraná, foi coordenador de comunicação da Secretaria Estadual da Saúde, correspondente da revista Amanhã em Curitiba. Recebeu duas vezes o prêmio “Sangue Bom” de Jornalismo, insti-tuído pelo Sindicato dos Jornalistas do Paraná. É assessor de comunicação da CUT-PR e está concluindo pós-graduação em Mídias Sociais.

Departamento de Cultura e Eventos

Pedro Z. Malavolta graduou--se em Jornalismo pela ECA-USP em 2006. Durante o curso foi diretor do DCE e da Enecos. Colaborou com o Diário do Comércio, Indústria & Serviços (DCI) e com a Agência Brasil. Trabalhou no Portal iG, na comunicação de campanhas eleitorais e no se-tor de comunicação do Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo. É editor do site do projeto “Jogos Limpos”, do Instituto Ethos.

Claudia de Abreu é graduada pela UFF. Au-tora do primeiro programa sindical de televisão do Rio de Janeiro, veiculado pela TV Bandeirantes, nos anos 1990. Foi assessora de imprensa do governo estadual do RJ. Fez parte de diversas organizações sociais que atuam pelo direito à comunicação, como

a campanha “Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania” e os ComunicAtivis-tas. Integrou a comis-são organizadora da Conferência Estadual de Comunicação. É jornalista do Sindipe-tro-RJ desde 2004 e

faz parte da coordenação da Fale Rio.

Daniel Hammes formou-se na Universida-de Católica de Pelotas. A trajetória profissional ini-ciou-se em 2000, com estágio voluntário na rádio comunitária Rádio Com. Nessa época, integrou-se ao movimento pela democratização da comunica-ção, em especial pela consolidação das rádios co-munitárias no Brasil. Em 2007, ingressou no Movi-mento Luta, Fenaj! Desde 2011, é coordenador de comunicação social da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul.

Eleições 16, 17 e 18 de julho de 20136

■Um terço dos componentes do CFJ deve ser constituído por não jornalistas, representantes da socie-dade civil, indicados por entidades e associações idôneas e legítimas. Essa medida leva em conta o impac-to social do jornalismo e de even-tuais condutas inadequadas de jor-nalistas e de empresas jornalísticas, cuja avaliação não pode ficar restrita a representantes da categoria.

O setor das assessorias de imprensa hoje é um dos que mais empregam jornalistas profissio-nais. Mas esse tem sido um espaço de intensa precarização das rela-ções de trabalho. Fazer contato com a mídia, produzir matérias para site, redigir e editar publica-ções, organizar a comunicação interna, fotografar, diagramar... o jornalista acaba sendo levado a um acúmulo de funções sem remune-ração compatível e condições para realizar aquilo que lhe é cobrado.

Nesse cenário, a Fenaj tem muito a fazer para superar o imo-bilismo atual:

Nossas propostas:■Lutar pela assinatura de

Convenções Coletivas de Trabalho com empresas e agências de co-municação e em outros locais que empreguem assessores;

■Articular negociação com centrais sindicais para assinatura de protocolos semelhantes às con-venções para os jornalistas que tra-balham em entidades sindicais;

■Promover iniciativas de fis-calização do cumprimento da jor-nada e das formas de contratação nas assessorias de comunicação privadas e públicas;

■Lutar contra o acúmulo de funções do jornalista assessor de imprensa;

■Atuar junto ao governo federal e demais esferas do setor

público para que sejam realizados concursos públicos para as asses-sorias de comunicação, com exi-gência de diploma para jornalista, no caso dos cargos que desempe-nhem função de jornalismo;

■ Nos contratos de presta-ção de serviços em vigor, cobrar dos órgãos públicos o respeito à legislação trabalhista;

■Combater o assédio moral e sexual e o racismo.

Pesquisa do professor José Roberto Heloani (Unicamp) re-centemente divulgada apontou aumento de casos de depressão e consumo de drogas entre os jorna-listas. A pressão das chefias, a so-brecarga de trabalho, as jornadas extenuantes e as práticas recor-

rentes de assédio moral vêm pro-duzindo impactos devastadores na saúde da categoria.

Não bastasse o adoecimen-to nas redações, do lado de fora multiplicam-se os riscos para os colegas. Jornalistas estão sendo ameaçados, perseguidos, assassina-dos. O Brasil já é o terceiro pior país em número de assassinatos de jornalistas. Relatório da própria Fenaj registrou 60 casos de violên-cia contra profissionais de impren-sa em 2011, entre agressões físicas e verbais, ameaças e mortes.

Propostas:■Ampliar a pressão pela

aprovação do projeto de lei do de-putado Delegado Protógenes que federaliza crimes contra jornalistas;

■Realizar uma pesquisa nacional sobre saúde e segurança dos jornalistas;

■Colocar em prática a reso-lução do Congresso dos Jornalistas realizado no Acre em 2012 de ne-gociar com os grupos de mídia um protocolo com medidas de segu-rança, que inclua equipamentos de proteção individual, seguranças e tratamento diferenciado quando um profissional passar a sofrer ameaças;

■Propor ao governo um programa de proteção a jornalistas ameaçados, a exemplo do que ocor-re com testemunhas e defensores de direitos humanos.

Aos sindicatos de trabalha-dores cabe lutar para tornar digno o serviço oferecido pelo Estado: a Previdência Pública e Universal. Como legítimos representantes de categorias, devem pressionar sem

As assessorias de imprensa e a precarização do trabalho

Saúde e segurança para os jornalistas

Extinguir o “fator previdenciário”

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Page 7: Jornal Chapa 2

Nos anos 1990 Victor Martins pro-duziu o fanzine Surfcore. De 1999 a 2002 cursou jornalismo na Universidade Santa Cecília, de 2003 a 2004 fez pós-graduação em Comunicação Jornalística na Faculdade Casper Líbero. Foi diretor do Centro dos Estudantes de Santos. Desde 2002 trabalha para o site Treino Online (treinoonline.com.br). De 2007 a 2008 atuou na Fundação Per-seu Abramo. Produz vídeos para o Sindserv Santos (sindservsantos.org.br) e faz a manu-tenção do site do Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista.

Daniel Fonsêca é graduado em Comunicação Social (Jornalismo) pela UFC (2004), com especialização em Teorias da Comunicação e da Imagem (2008). É doutorando em Comunicação e Cultura da ECO-UFRJ, onde também cursou mestrado. Trabalha no Canal Saúde, da Fiocruz. In-

tegra o coletivo Intervozes. Na Rádio Uni-versitária FM, da UFC, respondeu pelos programas “Jornal da Educação” e “Rádio Debate “ (este entre 2005 e 2011). Foi edi-tor da revista Vida & Educação e repórter da Agência de Informação Frei Tito para América Latina e Caribe (Adital) e da revis-ta Pense!, da Seduc-CE.

Jorge Brum é repórter-cinemato-gráfico do “Repórter Brasil”, telejornal

da TV Brasil, emissora pública da Empresa Brasil de Comunicação, onde trabalha desde 2005. Já passou por outras redações, entre elas a sucursal da CNT em Brasília e a TV Brasília, afiliada da Rede TV e integrante dos Diários Associados. É diretor do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal desde 2010, tendo ajudado na Comissão de Registro de Repórter Cinematográfico da entidade.

Departamento de Mobilização em Assessoria de Comunicação

Formado em Comunicação Social, habilitação em Jor-nalismo, em 1993, pela Universidade Federal de Santa Ma-ria (UFSM), Fritz Rivail Fernandes Nunes começou a atuar no semanário O Expresso de Santa Maria. Foi repórter de política e de geral do diário A Razão. De agosto de 1997 a abril de 2000 produziu e apresentou na Rádio Uni-versidade de Santa Maria o programa semanal “Re-age Brasil”, da CUT. Foi coordenador de imprensa e depois diretor de comunicação da Prefeitura de Santa Maria (2001 a 2004). Desde maio de 2002 atua na assessoria de imprensa da Seção Sindical dos Docentes da UFSM (Sedufsm), onde já havia trabalhado na década de 1990.

Rafael Duarte, jornalista formado pela UFRN (2005), foi diretor regional da Enecos. Ini-ciou a carreira na TV Universitária, emissora pú-

blica da UFRN. Tra-balhou nos jornais Diário de Natal e Tribuna do Norte e, desde 2010, é repór-ter especial do Novo Jornal. Foi assessor de comunicação do Sindicato dos Ban-cários, Sindsaúde e

Sindicato dos Enfermeiros do RN. É autor da bio-grafia em fase de finalização “O Homem da Feiti-ceira – A História de Carlos Alexandre”, do músico potiguar morto há 24 anos.

Wanderson Mansur é jornalista formado pela UFES em 2009. Atuou como articulador cul-tural no Centro de Referência da Juventude (CRJ), foi coordenador da Escola Popular de Comunica-ção Crítica do Observatório de Favelas (ESPOCC), ambos em Vitória (ES). Assessor de comunicação e imprensa no mandato da senadora Ana Rita (PT--ES). Militante de direitos humanos e membro do Coletivo Intervozes.

Departamento de Saúde e PrevidênciaJornalista graduada pelas Faculdades

Integradas Alcântara Machado (FIAM--FMU), com especialização em gestão pública do SUS pela Fiocruz, Cecília Figueiredo atua há vinte anos principal-mente na área de assessoria de imprensa. Entre 1997 e 2005 trabalhou no PT (dire-tório estadual de SP e diretório da capital paulista). Coordenou duas edições dos Ca-dernos de Formação da Fundação Perseu Abramo. Integrou a equipe de coordenação do Linha Direta (site, revista e tv web do PT-SP). Assessorou entre 2005 e 2012 a Prefeitura de Suzano (SP). Atualmente trabalha como frila.

Jonas da Silva, diplomado pela UFMT, iniciou a carreira na Rádio Difusora. Atuou na Folha do Estado, A Gazeta e Diário de Cuiabá e na sucursal da Gazeta Mercantil em Cuiabá, tendo ocupado funções de se-

cretário de redação, repórter e editor. Em mídia eletrônica, foi da equipe inicial do site 24 HorasNews (www.24horasnews.com.br). Entre 2002 e 2012 foi frila da Agência Thomson Reuters em Mato Grosso. Atualmente é editor do site Hi-perNotícias (www.hipernoticias.com.br). Foi presidente do Sindicato dos Jornalis-tas de Mato Grosso.

Carlos Alberto Carlão de Oliveira é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo. Foi assessor de imprensa de entidades sindicais e de parlamentares do PT. Foi assessor de imprensa do Diretório Nacional do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) de abril de 2011 a abril de 2012. Atualmente é assessor do vereador Hilton Coelho (PSOL-Salvador) e do Sindilimp-BA. Foi dire-tor do Sindicato dos Jornalistas da Bahia entre 2004 e 2007.

Eleições 16, 17 e 18 de julho de 2013 7

Departamento de Mobilização dos Jornalistas de Produção e Imagem

tréguas o governo para que reveja o teto atual e passe a pagar apo-sentadorias e pensões que sejam condizentes com os salários dos trabalhadores na ativa, além de eliminar o famigerado “fator pre-videnciário”, redutor aplicado no cálculo dos benefícios.

O trabalho jornalístico é fundamental para uma sociedade democrática. Para tanto, precisa ser realizado em um ambiente de plu-ralidade e diversidade. Infelizmen-te, essa não é a realidade do Brasil. Temos uma mídia concentrada em poucos conglomerados (Globo, Abril, Folha, Band, Record, RBS) que se articulam com grupos re-gionais em vários casos controla-dos pelas elites políticas locais.

O resultado? Poucas opções de informação, uma produção geo-graficamente restrita (eixo Rio-São Paulo-Esplanada dos Ministérios) e o uso desses importantes instru-mentos por lideranças e grupos

Democratização das mídias para garantir jornalismo de qualidade e mais empregos

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Page 8: Jornal Chapa 2

Márcia Carneiro é formada em Comunicação Social (Jornalismo) pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). É assessora de imprensa sindical, repórter e editora da Argo, revista do Co-légio de Aplicação João XXIII, vinculado à UFJF. Trabalhou no jornal Tribuna de Minas e fez “frilas” para diversos impres-sos da cidade e da região. Especializou-se em Estudos Literários (UFJF). Compôs a direção do Sindicato dos Jornalistas de Juiz de Fora por dois mandatos.

Álvaro Guimarães, 41 anos, é natural de Rio Grande e forma-do pela Universidade Católica de Pelotas (UCPel). Começou a carreira em 1998 como correspondente do jornal Correio do Povo e da Rádio Guaíba para a região de Pelotas. A partir de 2000 passou a integrar, também, a redação do jornal Diário Popular (Pelotas), onde trabalhou como repórter e editor de Polícia e Geral. Neste período foi por três vezes finalista do

Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo do RS (2001, 2006 e 2007), tendo sido tam-bém premiado nas edições do 5º Prêmio ADI-Sebrae Excelência Editorial (2007) e do 1º Prêmio Vega de Jornalismo Ambien-tal (2007). Em 2008 passou a atuar como correspondente do jornal Zero Hora para a região de Pelotas. Desde 2009 é coorde-nador da Assessoria de Comunicação do gabinete do deputado federal Fernando Marroni (PT-RS).

Wemerson Augusto “Ceará News” é jornalista em Foz do Igua-çu. Está em sua segunda gestão à frente da Subseção do Sindicato dos Jornalistas do Paraná neste município, onde atua em diversas iniciativas de comunicação popular, memória da imprensa e assessoria de imprensa, entre elas o Megafone (Rede Cidadania na Comunicação) e Nosso Tempo Digital. Possui formação em jornalismo, gestão pública e especialização em Linguagem, Cultura e Ensino.

Canindé Soares, 53 anos, é repórter- fotográfico com mais de trinta anos de atuação, com tra-balhos publicados nos principais jornais e revistas do país e tam-bém no exterior, tendo conquista-do vários prêmios. Foi subeditor de fotografia do jornal Tribuna do Norte, de Natal. É autor dos livros Vem Viver Natal (2010) e Natal (2012). No Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Norte (Sindjorn) foi membro do Conselho Fiscal, da Comissão de Re-pórteres Fotográficos e Cinematográficos e, atual-mente, da Diretoria.

Bia Barbosa é jornalista formada pela ECA-USP, especialista em direitos humanos pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco e mestranda em políticas públicas pela FGV-SP/SciencesPo France. Trabalhou na Editora Abril e foi editora da Agência Carta Maior. Em Paris, fez trabalhos para a Unesco, Rádio França Internacio-nal, IstoÉ, O Estado de S.Paulo e Agência Reuters. Cobriu a guerra civil em Angola e o pré-guerra no Iraque em 2003. Foi assessora do mandato do de-putado federal Ivan Valente (PSOL-SP). É funda-dora do coletivo Intervozes.

Pinheiro Jr.,78 anos, cinquenta e oito de profissão, foi diretor, editor, chefe de redação e de reportagem e repórter de Ultima Hora, Folha de S.Paulo, O Globo, A Crítica de Manaus, O Dia, Tribuna da Imprensa, O Fluminense, Manchete, Revista da Semana, bem como das TVs Globo, Rio e Educativa, Rádio Jornal do Brasil e Rádio

MEC. Foi preso por militares seguidas vezes em Juiz de Fora (MG) ao cobrir o golpe de 1964 para Ultima Hora, outra vez preso em 1966 pelo DOPS de Niteroi. É anistiado político, ainda à espera de completa reparação. Escreveu os livros A Ultima Hora (como ela era) e Esquadrão da Morte, entre outros. Membro do Conselho Deliberativo da ABI e da Comissão de Ética do Sindicato dos Jornalis-

tas Profissionais no Estado do Rio de Janeiro.

Helena Palmquist é jornalista formada pela UFPA (1999). Iniciou a vida profissional como produtora e editora na TV Liberal. Também como editora, trabalhou nos jornais O Paraense e Diário do Pará e na TV Cultura. Em 2004 foi convidada pelo Mi-nistério Público Federal para ins-

talar a assessoria de comunicação da instituição no Pará, onde atua até hoje. Como assessora do MPF, acompanhou casos de repercussão nacio-nal e internacional, como o assassinato da irmã Dorothy Stang em Anapu, a construção da hidre-létrica de Belo Monte em Altamira, as ações ju-diciais contra oficiais do Exército envolvidos em execuções na Guerrilha do Araguaia.

Eleições 16, 17 e 18 de julho de 20138

CONSELHO FISCAL

VOTE NOS CANDIDATOS À COMISSÃO NACIONAL DE ÉTICA E LIBERDADE DE EXPRESSÃO QUE APOIAMOS:

COMISSÃO NACIONAL DE ÉTICA Escolha até cinco nomes dentre os candidatos abaixo.

Bia Barbosa (SP)

José Alves Pinheiro Junior (RJ)

Francisco Canindé Soares (RN)

Helena Palmquist (PA)

Atenção! Os candidatos à Comissão Nacional de Éticae Liberdade de Expressão nãofazem parte das chapas.Por isso, no caso deles a votaçãoé nominal. Você precisa assinalar na cédula, um por um,os nomes de Canindé, Bia,Pinheiro Jr. e Helena, para que seu voto neles seja computado.

partidários para influenciar a dis-puta política. Além de prejudicial à sociedade, essa realidade estran-gula o espaço de atuação profis-sional dos jornalistas.

A partir dessas constatações, várias organizações, lideradas pelo Fórum Nacional pela Democrati-zação da Comunicação (FNDC), lançaram a campanha por uma nova legislação que promova a di-versidade e a pluralidade no setor, à luz das mudanças recentes da

convergência de mídias: o Projeto de Lei de Iniciativa Popular (PLIP) da Mídia Democrática. O objetivo é colher assinaturas para pressio-nar o governo e parlamentares a encampar essa bandeira.

Enquanto isso, a Fenaj re-tirou-se das instâncias do FNDC após perder a coordenação-geral do fórum na assembleia de 2011. E, lamentavelmente, tem sido a única voz da sociedade civil a co-locar-se contra o PLIP da Mídia

Democrática.Nossas propostas:■Apoio ao PLIP da Mídia

Democrática e participação ati-va da campanha para recolher assinaturas.

■Defesa do fortalecimen-to da comunicação pública e de iniciativas como a Empresa Bra-sileira de Comunicação (EBC).

■Defesa do programa “Voz do Brasil” e repúdio à fle-xibilização proposta pelo patro-

nato no Congresso.■Criação de mecanismos

públicos de incentivo a mídias al-ternativas, de modo a fortalecer a diversidade e ampliar o mercado de trabalho para os jornalistas.

■Luta para restabelecer em lei o direito de resposta.

■Institucionalização do Código de Ética dos Jornalistas, tornando-o de aplicação obriga-tória e estabelecendo mecanismos de fiscalização.

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