jornal balaco cultural - edição nº 03

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Ano 2 • Número 2 • Julho - 2009 • Rio de Janeiro • CIRCULAÇÃO DIRIGIDA • DISTRIBUIÇÃO GRATUITA CULTURA • EDUCAÇÃO • QUALIDADE DE VIDA Cultura no Centro da Cidade Do preto e branco aos dias de hoje: a Magia do Cinema •40 anos do homem na Lua •Coluna Assunto Central: o espaço dedicado ao Edifício Avenida Central •Homenagem a Michael Jackson e Clara Nunes E AINDA...

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Cultura, Educação e Qualidade de Vida Ano 02 - Julho de 2009 - Distribuição Gratuita

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Page 1: Jornal Balaco Cultural - edição nº 03

Ano 2 • Número 2 • Julho - 2009 • Rio de Janeiro • CIRCULAÇÃO DIRIGIDA • DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

• CULTURA • EDUCAÇÃO • QUALIDADE DE VIDA •

Cultura no Centro da Cidade

Do preto e branco aos dias de hoje: a Magia do Cinema

•40 anos do homem na Lua•Coluna Assunto Central: o espaço dedicado ao Edifício Avenida Central•Homenagem a Michael Jackson e Clara Nunes

E AINDA...

Page 2: Jornal Balaco Cultural - edição nº 03

EXPEDIENTEDireção Geral: Mário AzevedoEditora Responsável: Sylvia Carvalho (Mtb/ 25668/RJ)

Diagramação: Daniel Sant’AnnaRepórteres: Mário Azevedo e Vitor DurãoConsultor de Marketing: Gabriel MachadoConsultora Estratégica de Vendas: Glória Rogers

Revisão: Equipe ARWTV

Fotos: Mário Azevedo e Vitor Durão.

Tiragem: 10.000 exemplares

Distribuição: Município do Rio de Janeiro

Telefones: (21) 2533-7265 / 2533-6956

e-mail: [email protected]

Versão do Balaco Cultural na Internet: www.arwtv.com.br

© 2009 - O Balaco Cultural pertence a ARWTV Multimídia. Os artigos e colunas assinados são de responsabilidade de seus autores. Proibida a reprodução do conteúdo, em qualquer meio eletrônico, impresso ou digital, sem prévia autorização.

2 • BALACO CULTURAL

NossoEDITORIAL

Se você produz conteúdo cultural ligado a área da Fotografia, Literatura, Pintura, este é seu espaço. Fique à vontade. É o lugar certo para mostrar a sua criatividade. Envie seu material para o Balaco Cultural, através do e-mail: [email protected] criações que estiverem alinhadas com a proposta do jornal serão pu-blicadas.

BALACO DE EXPRESSÃO

Cinema e pipoca, duas coisas tão distintas e que ficaram tão próximas assim. Tão inseparáveis! Quem será que inventou essa combinação?Segundo a lenda, os vendedores de pipoca norte-americanos iam com suas carroc-inhas de pipoca para parques e feiras. Com a invenção do Cinema e a criação das salas de projeção, eles começaram a vender na porta para quem estava na fila com-prando ingresso. As crianças e adolescentes das cidades do interior nos EUA adora-vam pipoca.Então o costume de se assistir filmes comendo a “popcorn” se espalhou.O lucro era enorme, e os donos de Cinema começaram a sacar que era maior que o do próprio filme. A dobradinha pipoca e refrigerante multiplicou esse lucro, tanto que, até hoje, os Cinemas ganham mais com isso do que com os ingressos.Essa coisa prazerosa, que a ida ao Cinema com uma pipoquinha proporciona, é uma experiência única.Lá dentro, compartilhamos com o público risadas, sustos e todo tipo de emoção que os filmes produzem. Até desenhos animados, cada vez mais sofisticados, nos fazem rir e chorar.Walt Disney foi o pioneiro em fazer desenho animado virar longa-metragem e as pes-soas se sentiram como se estivessem vendo um filme com atores de carne e osso. O longa-metragem em desenho animado “Branca de Neve e os Sete Anões” revolucionou o Cinema de Animação e ganhou sete Oscars em miniatura, representando os anões.Enfim, Cinema ainda é a maior diversão, seja com atores ou desenhos. Para home-nagear essa tradição, que nunca vai morrer a exemplo do Teatro, fizemos este Balaco Cultural dedicado a Sétima Arte.Namorados gostam de Cinema e de Lua também. E ela, que já inspirou tantas cenas de filmes e poesias, foi vista de perto pelo homem, que chegou a pousar lá. É o que nos conta Jorge Luiz Calife, em seu texto sobre os 40 anos do primeiro pouso lunar. Calife também faz uma crítica ao filme espacial de ficção científica “Jornada Nas Es-trelas”, comentando alguns furos dessa nova versão da série clássica criada por Gene Rodenberry nos anos 60. Isso vai dar o que falar... rs.Falando em estrelas, o Balaco Cultural faz uma homenagem póstuma a Clara Nunes e ao astro pop Michael Jackson, com textos informativos e emocionantes de Vitor Durão e Chico Carlos.E para finalizar, Glória Rogers nos fala de Georges Charbel. Sabe quem é? Se ainda não, corra e comece sua leitura. Balaco Cultural tá aí de novo com você!

Carta do leitor

Olá, amigos do Balaco Cultural.

Meu nome é Marina, sou uma fã incondicional de Cinema. Gostaria de saber se vocês irão fazer alguma reportagem sobre a admirável Sétima Arte? Aproveitando a oportunidade, gostaria de tirar uma dúvida. Se o Cinema é a Sétima Arte, quais são as outras seis?

Desde já, agradeço! Muito obrigada!

Marina KershnnerRio de Janeiro, RJ

Resposta da Redação:

Dito e feito, Marina! Você nos deu uma grande idéia. Esta ediçãodo Balaco foi feita especialmente para você e os diversos leitores que admiram e gostam de Cinema. Em relação a dúvida levantada, a explicação é que, até o início do Século XX, existia a seguinte distinção entre as Artes: Arquitetura, Dança, Escultura, Declamação (que inclui Teatro e Literatura), Música e Pintura.

A inclusão do Cinema nessa relação se deu em 1912, quando o italiano Ricciotto Canuto criou a expressão “Sétima Arte” para denominar a nova forma de expressão que começava a se desenvolver, graças às iniciativas pioneiras de Georges Méliès, David Griffith e Edwin Porter.

Obrigado pela sua mensagem!

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BALACO CULTURAL • 3

Como o tema desta edição do Balaco Cultural é sobre Cinema, não podería-mos deixar de falar da Nouvelle Vague

e de lembrar a grande mostra realizada, no úl-timo mês de Maio em São Paulo, pela Cinema-teca Brasileira. Foi um ciclo de filmes especial em homenagem aos 50 anos do movimento mais importante do cinema francês.A instituição organizou uma retrospectiva que foi inédita no Brasil e exibiu os principais tí-tulos do estilo, desde seus precursores até a transformação posterior para gêneros mais co-merciais.O ciclo foi realizado em etapas, e dividido em três grandes grupos: •“Primeiros Filmes”, onde foram exibidas as produções de estréia dos principais cineastas da Nouvelle Vague;•“Cinefilia”, com os longas-metragens que in-fluenciaram o movimento de vanguarda, e fil-mes que procuram refletir sobre a maneira de se fazer Cinema e;•“Romance”, com as mais expressivas produ-ções do tema mais recorrente nos trabalhos destes diretores.Foram exibidos cerca de 60 títulos, incluindo filmes raros pertencentes ao acervo da institui-ção, além dos títulos mais marcantes do movi-mento. A mais abrangente mostra já realizada no país sobre a Nouvelle Vague.Uma novidade dessa mostra, além de seu ta-manho, foi justamente o fato de incluir nomes exteriores a Nouvelle Vague, mas fundamentais para a sua formação, como os filmes de Jean Renoir e Jean Vigo, cujos personagens reme-tem diretamente aos anti-heróis típicos dos fil-mes da Nouvelle Vague.

O CINEMAA história humana está documentada através de escritos e linguagem visual. Na segunda for-ma, se expressa o desejo antigo do homem, comprovado por evidências arqueológicas, em registrar o movimento. Na Época das Cavernas e em outras, desenhos e pinturas produziram narrativas sobre a vida, natureza e fatos impor-tantes.Estas representações foram se transformando e evoluindo, passando pela fotografia até chegar ao Cinema que nos é tão comum.O Jogo de Sombras do Teatro de Marionetes Oriental foi o precursor da vontade humana em registrar o movimento. Logo em seguida, Câma-ra Escura e a Lanterna Mágica, uma geringonça baseada na óptica. Primeiras tentativas de levar ao público o movimento das imagens.Jogo de Sombra surgiu na China, por volta de 5 mil antes de Cristo e é a projeção de objetos recortados, figuras humanas e materiais mani-pulados sobre uma tela de linho. Já a Câmara Escura se baseia no princípio de Leonardo da Vinci, no século XV, onde há uma caixa fecha-da com um pequeno orifício coberto por uma lente. Por esse orifício, os raios de luz refletidos em objetos formam uma imagem. É a câmera fotográfica primitiva. A Lanterna Mágica é o inverso da Câmara Es-cura e foi criada pelo alemão Athanasius Kir-chner, na metade do século VII. Possui uma caixa cilíndrica iluminada à vela, que projeta imagens desenhadas em uma lâmina de vidro.Nessa tentativa de captar o movimento, surgi-ram vários aparelhos baseados na persistência retiniana, uma espécie de defeito na visão dos seres humanos em que, por uma fração de segundo, uma imagem permanece na retina. Então, a sucessão de imagens cria a ilusão de movimento.Aproveitando esse fato, surgiram vários apare-lhos ao longo da história, até a chegada do Ci-nema em si. Foram eles: Fenascitoscópio, Pra-xinoscópio, Fuzil Fotográfico, Cronofotografia, Cinetoscópio e, finalmente, o Cinematógrafo, inventado por Thomas Edison e que propor-ciona aos irmãos Lumière a experiência defi-nitiva mais próxima do que conhecemos hoje como Cinema.August e Louis Lumière realizaram uma série de estudos sobre o processo fotográfico e fi-zeram documentários curtos. Esses são os pri-meiros gêneros do Cinema. Então, a linguagem cinematográfica vai se desenvolvendo, criando a estrutura narrativa.Na França, na primeira década do século XX, são filmadas peças de Teatro. Em 1913, surge um tipo de comédia filmada com Max Linder, que inspira Charles Chaplin. A produção de comédias, épicos e documentários se espalha pelo mundo.A narração e montagem são desenvolvidos pelo americano Edwin Porter, em 1902. Com o surgimento do gênero Western, a Indústria Cinematográfica ganha força e dois nomes despontam: Georges Méliès e David Griffith.Méliès, diretor, ator, produtor, fotógrafo e figu-rinista, é considerado o pai do Cinema e Griffi-th, o criador da linguagem cinematográfica.Durante a Primeira Guerra Mundial, há um re-

cesso na produção cinematográfica na Europa, e a produção de filmes começa a se concen-trar em Hollywood, na Califórnia. Lá surgem os primeiros grandes estúdios, bem como grandes astros, produções e a consolidação dos gêne-ros.Na década de 30, com aparecimento do Ci-nema Falado e o fim da Segunda Guerra em 1945, surgem novos recursos e movimentos cinematográficos.Nessa safra, iniciam-se produções de outros países e novas linguagens cinematográficas. Entre elas movimentos que denunciavam as barbáries da guerra. Era o neorealismo italiano, que se tornou a principal expressão da crise social européia no Cinema por cerca de uma década.As manifestações populares acontecem por toda parte, particularmente na França. Dema-gogicamente, o governo concede certas aber-turas, a fim de conter um pouco as manifesta-ções. Nesse momento, há abertura de novos mercados e a criação de novos empregos e se-tores industriais estagnados desde os anos 30.Juntamente com uma política armamentista sustentada pelos estados nacionais, forma-se a base para um crescimento econômico na década de 1950 nos principais países impe-rialistas do globo: Estados Unidos, Inglaterra, França, Itália e Alemanha Ocidental. Conquistas sociais na França, ainda que sob um conformismo crônico e artificial , como em outros países. Este seria o último grande perío-do de crescimento da economia capitalista até o dias de hoje. Uma situação política e social permitiu aos governos contornarem e reverte-rem, temporariamente, a crise sem fim que o capitalismo vivia, desde o colapso da bolsa de Nova York em 1929.

O período entre 1948 a 1967, ficou conhe-cido como os anos dourados do capitalismo. O American Way of Life – “jeito americano de viver” – foi a definição criada pelos EUA, país onde essa política teve mais alcance e suces-so.Na França, havia otimismo dentro de suas fron-teiras similar ao dos norte-americanos, mas o governo vivia um momento de permanente instabilidade. A artificialidade desse clima de otimismo era nítida na situação exterior do co-lonialismo francês. A partir de 1954, além de ser derrotado na Guerra da Indochina, perde praticamente todas as suas colônias na África

Georges Méliès, Le voyage dans la lune.

Primeira edição da revista “Cahiers du Cinema”, fundada em 1951.

A HISTÓRIA DO CINEMA Da Lanterna Mágica até a Nouvelle Vague

e Ásia. Marrocos, Tunísia, Guiné, Camarões, Togo, Senegal, Madagascar, Costa do Marfim, Congo e Argélia, entre diversos outros se tor-nam independentes.

O CINEMA FRANCÊS RETRATA A CRISEA contradição política do período, onde ex-ternamente o país explodia e internamente o governo e a imprensa mostravam uma imagem otimista, gerava um clima de inquietação e angústia em diversos setores da classe operária e da pequena burguesia.Surge a Filosofia Existencialista de Jean Paul-Sartre, o Teatro do Absurdo de Samuel Beckett, e o Noveau Roman de Alain Robbe-Grillet, movimento literário que buscava um anti-ro-mance, que fosse abstrato no conteúdo.No Cinema, essa crise se manifestou no mo-vimento que ficaria conhecido como Nouvel-le Vague, a “nova onda”, iniciado por jovens críticos e cinéfilos frustrados com o vazio dos filmes produzidos naquele período.A crítica era contra as superproduções milio-nárias hollywoodianas e os filmes comerciais e industrializados. Os jovens franceses os viam como meras repetições banais e realizados unicamente para serem vendidos ao público com o objetivo de fazer dinheiro. Algo conser-vador do pós-guerra.Em 1951, é lançada a revista de crítica cinema-tográfica Cahiers du Cinema. A idéia era levar o Cinema ao seu status de arte novamente. Os fundadores da revista, os críticos André Ba-zin, Jacques Doniol-Valcroze e Joseph-Marie Lo Duca formaram um time de craques, que com a exceção de André Bazin, seriam os pre-cursores do novo cinema francês: François Tru-ffaut, Claude Chabrol, Jean-Luc Godard, Jac-ques Rivette, Éric Rohmer e Maurice Scherer produziam a Cahiers du Cinema.A revista fazia uma brilhante crítica em rela-ção ao Cinema. Mais tarde isso serviria de base para o Cinema de Autor, havia ênfase não mais no conteúdo do filme , mas na sua forma. Idéia expressa no manifesto de François Truffaut e utilizado a pela Nouvelle Vague.Cada obra cinematográfica ganhava uma rele-vância no todo, esclarecendo sempre a visão artística de seu autor.A Cahiers du Cinema resgatou uma série de nomes, como Charles Chaplin, Fritz Lang, Al-fred Hitchcock, Nicholas Ray e Howard Hawks, entre outros.No final da década de 50, depois de muitas críticas e discussões contra as produções ci-nematográficas de sua época, os críticos da Cahiers Du Cinema iniciam a Nouvelle Vague. Eram filmes feitos com orçamento barato. O primeiro filme é de François Truffaut: “Os In-compreendidos”, de 1959.No mesmo ano, Godard lançaria também seu primeiro trabalho, “Acossado”, com roteiro de Truffaut. Os dois filmes rapidamente se torna-riam os grandes modelos dos conceitos que os críticos enfatizavam. Nos anos seguintes, a Nouvelle Vague, na Fran-ça, se tornaria a principal voz da juventude francesa, contra aquele estado de coisas.

Mário Azevedo

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4 • BALACO CULTURAL

O ANJO AZUL, 1930

Der Blaue Engel, Alemanha. De Josef von Sterberg. Com Marlene Dietrich, Emil Jannigs e Kurt Gerron.

SEM NOVIDADES NO FRONT, 1930

All Quiet on the Western Front, EUA. De Lewis Milestone. Com Lew Ayris, John Wray, Louis Wolheim, John Wray, Raymond Griffith e Slim Summerville.

LUZES DA CIDADE, 1931

City Lights, EUA. De Charles Chaplin. Com Charles Chaplin, Virginia Cherril e Harry Myers.

TABU, 1931

Tabu, EUA. De F. W. Murnau. Com Anna Chevalier, Bill Bandridge, Matahi, Jean, Hitu, Jules e Kong Ah.

GRANDE HOTEL, 1931

Grand Hotel, EUA. De Edmund Goulding. Com Greta Garbo, John Barrymore, Wallace Beery, Joan Crawford, Lionel Barrymore e Lewis Stone.

DRÁCULA, 1931

Dracula, EUA. De Tod Browning. Com Bela Lugosi, David Manners, Helen Chandler e Pamela Brown.

M, O VAMPIRO DE DUSSEDORF, 1931

M, Alemanha. De Fritz Lang. Com Peter Lorre, Gustav Grundgens, Otto Wernicke, Ellen Wid-mann e Inge Landgut.

O MÉDICO E O MONSTRO, 1931

Dr. Jekyll and Mr. Hyde, EUA. De Rouben Mamoulian. Com Friedrich March, Miriam Hop-kins e Rose Hobart

FRANKENSTEIN, 1931

Frankenstein, EUA. De James Whale. Com Boris Karloff, Colen Clive, Mae Clarke, Frederic Kern e John Boles.

SCARFACE, A VERGONHA DE UMA NAÇÃO, 1932

Scarface - The Shame of the Nation, EUA. De Howard Hawks. Com Paul Muni, Ann Dvorak, Karen Morley, Osgood Perkins, George Raft e Boris Karloff.

RAINHA CRISTINA, 1933

Queen Christina, EUA. De Rouben Mamoulian. Com Greta Garbo, John Gilbert, Lewis Stone, Ian Keith, C. Aubrey Smith e Reginald Owen.

KING KONG, 1933

King Kong, EUA. De Merian C. Cooper e Ernest B. Shoedsack. Com Fay Wray, Robert Armstrong, Bruce Cabot, Frank Reicher e Sam Hardy.

ACONTECEU NAQUELA NOITE, 1934

It Happened One Night, EUA. De Frank Capra. Com Clark Gable, Claudette Colbert, Walter Con-noly, Roscoe Karns, Alan Hale e Jameson Thomas.

ANNA KARENINA, 1935

Anna Karenina, EUA. De Clarence Brown. Com Greta Garbo, FriedricMarch, Freddie Bartholom-ew, Maureen O’Sullivan, May Robson e Basil Rathbone.

O PICOLINO, 1935

Top Hat, EUA. De Mark Sandrich. Com Fred Astaire, Ginger Rogers, Edward Everett Horton, Erik Rhodes e Eric Blore.

O GRANDE MOTIM, 1935

Mutiny at the Bounty, EUA. De Frank Lloyd. Com Clark Gable, Charles Laughton, Franchot Tone e Eddie Quinlan.

TEMPOS MODERNOS, 1936

Modern Times, EUA. De Charles Chaplin. Com Charles Chaplin, Paulette Goddard, Henry Berg-man, Chester Conklin e Allan Garcia.

O GALANTE MR. DEEDS, 1936

Mr. Deeds Goes to Washington, EUA. De Frank Capra. Com Gary Cooper, Jean Arthur, George Bancroft, Lionel Stander e Douglas Drumbrille.

BECO SEM SAÍDA, 1937

Dead End, EUA. De William Wyler. Com Joel McCrea, Sylvia Sydney, Humphrey Bogart e Claire Trevor.

A DAMA DAS CAMÉLIAS, 1937

Camille, EUA. De George Cukor. Com Greta Garbo, Robert Taylor, Lionel Barrymore, Elizabeth Allan e Laura Hope Crews.

A GRANDE ILUSÃO, 1937

La Grande Illusion, França. De Jean Renoir. Com Jean Gabin, Pierre Fresnay, Erich von Stroheim, Marcel Dalio, Julien Carette.

NASCE UMA ESTRELA, 1937

A Star is Born, EUA. De William Wellman. Com Fredrich March, Janet Gaynor, Adolphe Menjou, Andy Divine e May Robson.

DO MUNDO NADA SE LEVA, 1938

You Can’t Take It With You, EUA. De Frank Capra. Com James Stewart, Jean Arthur, Lionel Barry-more, Edward Arnold, Mischa Auer e Ann Miller.

JEZEBEL, 1938

Jezebel, EUA. De William Wyler. Com Bette Davis, Henry Fonda, George Brent, Maragareth Lindsay, Fay Bainter e Donald Cris.

AS AVENTURAS DE ROBIN HOOD, 1938

The Adventures of Robin Hood, EUA. De Michael Curtiz. Com Errol Flynn, Olivia De Havilland, Claude Rains, Basil Rathbone, Ian Hunter, Alan Halle e Eugene Pallete.

O MORRO DOS VENTOS UIVANTES, 1939

Wuthering Heights, EUA. de William Wyler. Com Laurence Olivier, Merle Oberon, David Niven, Flora Robson, Donald Crisp, Hugh Williams.

E O VENTO LEVOU, 1939

Gone With The Wind, EUA. De Victor Fleming. Com Clark Gable, Vivien Leigh, Olivia de Havil-land, Leslie Howard, Hattie MacDaniel, Thomas Mitchell, George Reeves e Barbara O’Neil.

O MÁGICO DE OZ, 1939

The Wizard of Oz, EUA. De Victor Fleming. Com Judy Garland, Ray Bolger, Frank Morgan, Bert Lahr, Jack Haley, Billie Burke e Margareth Hamilton.

A MULHER FAZ O HOMEM, 1939

Mr. Smith Goes to Washington, EUA. De Frank Capra. Com James Stewart, Jean Arthur, Claude Rains, Harry Carey, Thomas Mitchell e Guy Kibbee.

NINOTCHKA, 1939

Ninotchka, EUA. De Ernst Lubitsch. Com Greta Garbo, Melvin Douglas, Ina Claire, Bela Lugosi, Sig Romann, Felix Bressart e Alexander Granach.

NO TEMPO DAS DILIGÊNCIAS, 1939

Stagecoach, EUA. De John Ford. Com John Wayne, Thomas Mitchell, George Bancroft, Claire Trevor, Andy Devine e John Carradine.

A REGRA DO JOGO, 1939

La Regle du Jeu, França. De Jean Renoir. Com Marcel Dalio, Nora Gregor, Roland Toutain, Jean Renoir e Mila Parely.

OS GRANDES CLÁSSICOS DO CINEMA, em ordem cronológica até 1939 Não é à toa que o Cinema é considerado

a Sétima Arte. Ele nos faz rir, chorar, so-nhar, sofrer, fantasiar e, por alguns momen-tos, sair da nossa realidade.No início, os filmes eram mudos e em preto e branco, mas nem por isso deixavam de ser fascinantes. Vejam, por exemplo, os filmes do genial Charles Chaplin... até hoje tão atuais!!!Falando em Cinema Mudo, abrimos aqui um parênteses para indicar “A Última Loucura de Mel Brooks” (Silent Movie) com o sensa-cional diretor Mel Brooks e os saudosos Mar-ty Feldman e Dom de Louise. Esse filme, que aliás é muito engraçado, foi produzido em 1975 e é totamente mudo, fazendo uma justa homenagem ao início do Cinema.Com o Cinema Falado, vieram os grandes clássicos que arrastaram multidões aos cine-mas: “E o Vento Levou”, “Cantando na Chu-va”, “Casablanca”. Apareceram os filmes de mistério com destaque para Alfred Hitchco-ck, os filmes de terror (Vincent Price), as co-médias inesquecíveis (“O Gordo e o Magro”, “Os Três Patetas”, Jerry Lewis). No início dos anos 60, surge um personagem que ficaria para sempre imortalizado no cinema: James Bond! Sean Connery, Roger Moore, Timo-thy Dalton, Pierce Brosnan... não importa... O Agente 007 é a verdadeira sensação! Não podemos nos esquecer dos grandes faroes-tes (John Ford, John Wayne etc.), dos filmes sobre a Máfia (“O Poderoso Chefão”, dos “Rat Packers” (Frank Sinatra, Dean Martin, Sammy Davis Jr. e Peter Lawford), dos fil-mes canções (Elvis Presley), das sensacionais comédias italianas, da “Nouvelle Vague” (o cinema francês intelectual), os filmes catás-trofe tão comuns nos anos 70 (“O Destino do Poseidon”, “Terremoto”, “Tubarão”, “Infer-

VIVA O CINEMA!!!

no na Torre”), das comédias românticas dos anos 80 (“Tootsie”, “A Dama de Vermelho”, “Arthur, o Milionário” etc.), os filmes inteli-gentes (Woody Allen) e não podemos deixar de nos orgulhar do nosso Cinema Brasileiro (quem não gosta de “Bye, Bye, Brazil”, “Dona Flor e Seus Dois Maridos” e mais atualmen-te dos verdadeiros blockbusters: “Se Eu Fosse Você”, “O Divã” e “A Mulher Invisível”?Nessa nossa conversa, passaram-se pratica-mente 100 anos e o Cinema continua tão ex-tasiante quanto antes!!! Que bom...Então, que tal um “cineminha” logo mais?

ANTÔNIO OLÍMPIO é Químico Industrial, Gerente Comercial de uma tradicional fábrica de cosméticos, mas é também um apaixonado pelo Cinema, chegando a as-sistir em média cinco filmes semanalmente.

Woody Allen

Page 5: Jornal Balaco Cultural - edição nº 03

BALACO CULTURAL • 5

Assunto CentralA COLUNA DO EDIFÍCIO AVENIDA CENTRAL

Na sala 729, fica localizado o estúdio de arte do peruano Ri-

cardo Chancafe. Radicado no Brasil desde 1990, Chancafe é pintor, es-cultor e fotógrafo. Nascido em Chi-clayo no Peru e formado pela Es-cuela Superior Autonôma de Bellas Artes Del Peru, o talentoso artista plástico está instalado no Edifício Avenida Central desde 1999. Para ele, “é interessante estar localizado em um prédio tão importante para a história do Rio de Janeiro”. O artista coleciona premiações, dentre as quais podemos desta-car a medalha de ouro no “Salão do Meio Ambiente”, realizado no Forte de Copacabana (neste ano), o prêmio de melhor obra no “54° Sa-lão de Artes Plásticas do Clube Mili-tar do Rio de Janeiro (em 2006) e o primeiro lugar no “Prêmio Maimeri Latino-americano”, no Memorial da América Latina em São Paulo (no ano de 2001).

A Livraria Camões é uma livraria da Imprensa Nacional Casa da Moeda de Lisboa, divulgando, desde 1972, no Brasil, o livro e a cultura por-tuguesa. Colada ao metrô da Carioca e localizada na parte exterior do

Edifício Avenida Central (Rua Bittencourt da Silva, 12-C), ela faz uma ponte cultural entre Portugal e Brasil. É uma visita obrigatória para quem gosta de cultura. Nela, você encontra os mais diversos assuntos, tais como: História, Filoso-fi a, Literatura, Sociologia, Antropologia, Direito, Crítica Literária e assuntos gerais. Está, também, sempre realizando lançamentos, encontros culturais e difusão de livros de novos autores.A Livraria Camões é comandada por José Manuel Estrela, livreiro e poeta português. Ele nos cedeu, generosamente, um poema de sua autoria, home-nageando um de seus melhores amigos, Vicente, que faleceu recentemente. É emocionante.

VICENTE, MEU AMIGO

A roda do tempovoltou a rodaro amigo irmãoa roda o levou

para outro lugar

Deus o chamou

A roda do tempoestá a rondar

cada vez mais perto do nosso lugar

A roda do tempo nos leva a voar

quando Deus nos chamapara outro lugar

(Estrela)

É demais!Para não deixar a menor sombra de dúvida, a caixa d’água do Edifício Avenida Central faz circular diariamente 700 mil litros de água por dia. Quantidade que permite abastecer uma cidade de 25 mil habitantes. Que potencial!

LITERATURA

Livraria Camões

ARTES PLÁSTICAS

Além dos prêmios e reconhecimen-to, Ricardo Chancafe já realizou quatro exposições individuais, sen-do que a última foi “O Avesso do Avesso” no Centro Cultural Pascho-al Carlos Magno em Icaraí, Niterói. Ele ministra, também, no seu pró-prio ateliê, um curso de “Técnicas de Desenho e Pintura”. Vale a pena conferir.

Chancafe Estúdio de Arte(Sala 729 do Edifício Avenida Central)

Informações sobre o Curso de Desenho e PinturaUma vez por semana – 3 horas de duração.Mensalidade: R$ 220,00Horários:Terças: 17h às 20hQuartas: 15h às 18hQuintas: 9h às 12hTelefones: (21) 2532-0549, (21) 8829-9909 e (21) 9134-9945 Site: www.chancafeart.blogspot.come-mail: [email protected]

Chancafe Estúdio de Arte

Vitor Durão

Entre em contato com a coluna, através do e-mail:[email protected]

Page 6: Jornal Balaco Cultural - edição nº 03

CIÊNCIA

O homem pisou pela primeira vez na superfície da Lua numa madruga-

da de segunda-feira, depois que o mó-dulo Eagle, da nave Apollo 11, pousou no “Mar da Tranquilidade” num entar-decer de Domingo. O rádio transmitia um jogo de futebol no Maracanã, e o lo-cutor interrompeu a transmissão para anunciar a descida bem sucedida dos astronautas americanos Neil Armstrong e Edwin Aldrin. Que tinham decolado no dia 16 de julho de 1969, depois de dez anos de uma corrida tecnológica que mobilizara todos os recursos das duas maiores potências mundiais, os Estados Unidos e a União Soviética.Para celebrar a vitória sobre os russos, o Consulado dos Estados Unidos montou uma exposição no MAM, o Museu de Arte Moderna ali no aterro do Flamen-go, com maquetes de foguetes e um te-lão de onde as pessoas poderiam assistir a primeira caminhada dos astronautas pelo deserto poeirento da Lua. Sim, porque Mar da Tranquilidade era ape-nas um nome equivocado dado pelos antigos astrônomos, já que no vácuo da superfície lunar não pode existir água líquida. Muita gente foi até o MAM, a meia noite, para assistir aos primeiros passos de Armstrong e Aldrin no novo mundo. Eu preferi assistir em casa, na transmissão ao vivo pela televisão. Não fazia diferença e na imagem ruim das primeiras cãmeras, só dava para ver dois vultos brancos saltando em baixa gravidade sobre a superfície falsamente plana da planície lunar.Os russos tentaram roubar um pouco da glória dos americanos, enviando uma sonda robô Luna, para tentar re-colher amostras das pedras e da poei-ra lunar e trazê-las para a Terra antes dos astronautas. Mas a tecnologia dos

robôs ainda engatinhava naquele 21 de julho de 1969 e a Luna 15 russa se es-patifou tentando pousar. Esse também teria sido o destino do Eagle (Águia) se não houvesse um ótimo piloto a bordo. Nos momentos finais do pouso Neil Armstrong percebeu que o computador estava levando a nave para uma cratera cheia de pedras, assumiu o comando manual e pousou com combustível su-ficiente para mais alguns segundos de vôo, nos tanques do estágio de descida. Se o combustível acabasse, o astronau-ta teria que abortar o pouso ejetando a parte inferior do módulo e subindo para se encontrar com a nave mãe Co-lúmbia.Depois da Apollo 11, a agência espacial americana Nasa ainda mandou mais seis missões para a Lua, terminando com a Apollo 17 em 1972. Só a Apollo 13 não conseguiu pousar devido a uma explosão no módulo de serviço. Cada missão levou equipamentos mais so-fisticados para a Lua, incluindo câme-ras de TV coloridas de alta definição e o buggy, um jipe movido a baterias elétricas que os astronautas usaram para percorrer as regiões montanho-sas dos Apeninos lunares durante as missões Apollo 15, 16 e 17, em 1971 e 1972. Não era mais novidade e a tele-visão nem transmitia mais ao vivo os passeios lunares dos astronautas.Os russos tentaram mandar cosmonau-tas para a Lua com suas naves Soyuz e seu foguete N-1. Mas o programa fra-cassou e todas as tentativas de lançar o N-1 terminaram em enormes explo-sões. O N-1 não tinha a tecnologia dos combustíveis criogênicos, que garantiu o sucesso do enorme foguete Satur-no 5 americano. Uma máquina de 35 andares de altura que arremessava as naves Apollo na trajetória lunar. Hoje, 40 anos depois, os antigos rivais estão unidos na construção de uma estação espacial e na retomada da exploração da Lua. O 40o aniversário da Apollo 11 foi marcado com o envio da sonda robô americana Lunar Reconnaissence Orbi-ter, LRO, lançada no dia 18 de junho. Detalhe, o foguete Atlas que enviou a LRO para a Lua é impulsionado por um motor russo RD-180. A LRO é um robô do século 21, muito mais sofisti-cado do que a fracassada Luna 15 de 1969. Ele vai lançar uma sonda perfu-

radora no pólo sul da Lua, para verifi-car se existe água congelada no fundo de crateras mergulhadas na escuridão eterna. A descoberta de água seria im-portante para os planos de uma futura base lunar. A parte orbital da sonda vai girar ao redor da Lua, fotografando sua superfície com câmeras de alta defini-ção capazes de revelar objetos com até 50 centímetros de largura. Um dos ob-jetivos da missão é obter imagens dos locais de pouso das Apollos, para veri-ficar o estado dos equipamentos deixa-dos lá pelos astronautas há 40 anos. A LRO também vai tentar descobrir o que aconteceu com o robô russo Lunokhod, que sumiu por lá na década de 1970.Três anos antes do homem pisar na Lua, o escritor Arthur C.Clarke previu que em 2001 estaríamos mandando as-tronautas para Saturno. Mas os avan-ços na robótica tornaram esse tipo de missão tripulada desnecessária. Todo o reconhecimento do sistema de luas do planeta Saturno foi feito em 2004, pela sonda robô Cassini, um projeto conjunto da Nasa e da agência espacial européia Esa. É mais barato explorar os planetas com robôs, que não preci-sam de comida nem de ar, e resistem melhor ao frio e as radiações. Se algum dia o homem viajar para mundos dis-tantes, será em missões de colonização. Pelos planos da Nasa as missões tripu-ladas para a Lua devem ser retomadas em 2020, usando a nova espaçonave Orion. Mas antes disso os robôs farão todo o reconhecimento. Em 1972, com o fim do programa Apollo, russos e americanos se concen-traram na construção de estações espa-ciais em órbita da Terra. No início eram rivais, os americanos com seu Skylab e os russos com suas Salyuts. Nesse cam-po tambem houve uma união de esfor-ços e a Estação Espacial Internacional,

ISS, atualmente em órbita é um projeto de 12 países que inclui Japão, Rússia, Estados Unidos, Canadá e os países da União Européia. A ISS tem a largura de um campo de futebol, mais de 90 me-tros de uma extremidade a outra e pode ser vista como uma estrela brilhante no céu do cair da tarde. É o posto avançado da humanidade no espaço e seis pesso-as moram lá em turnos de seis meses, de modo que a estação fique tripulada permanentemente. Elas também parti-ciparão das comemorações dos 40 anos da Apollo 11 acrescentando mais um módulo ao seu apartamento sideral, no mês que vem.Em 1969, os americanos conquistaram a Lua com as naves Apollo e o foguete Saturno 5, de 120 metros de altura. De-pois abandonaram esta tecnologia para construir o ônibus espacial, mistura de foguete e avião, usado para construir a estação espacial. Concluída a estação espacial, em 2010, a Nasa planejava se-guir um caminho inverso. Atualmente só existem verbas para mais sete mis-sões com as naves Discovery, Atlantis e Endeavour, o suficiente para concluir a montagem da ISS. Então elas serão aposentadas e levadas para museus. O próximo projeto é o Constellation, que previa a construção do foguete Ares 5, e da nave espacial Orion, para a retoma-da das missões tripuladas para a Lua, e também aos asteróides mais próximos. Esses eram os planos da NASA durante o governo George Bush.Com Barack Obama, a agência espacial perdeu 3 bilhões de dólares em verbas e não sabe mais se terá dinheiro para construir o Ares 5. Obama também pediu que o projeto Constellation seja revisado e reavaliado. A nave Orion deve ser mantida, mas é possível que o Ares 5 seja substituído por um foguete já existente, como o Delta Heavy ou o Atlas. Uma coisa é certa, os americanos não vão deixar o espaço sideral para os russos, os europeus e os chineses. Mes-mo com a crise a aventura espacial vai continuar.

A máquina substitui o homem nos 40 anos do pouso lunarAstronautas hoje moram no espaço a bordo da Estação Espacial InternacionalJorge Luiz Calife

6 • BALACO CULTURAL

Page 7: Jornal Balaco Cultural - edição nº 03

QUANTAS PESSOAS PODERIAM VIVER NA LUA SE ELA FOSSE HABITÁVEL?

R. Se a superfície da Lua fosse povoada na mesma proporção que os continentes da Terra nos dias de hoje, calcularíamos o número de habitantes comparando sua área total com a área de nossos continentes e sua densidade demográfica. Considerando que o Planeta tem superfície 13,5% maior que a Lua, que apenas 27% dele é composto de continentes e que hoje vivem aqui cerca de 6 bilhões de pessoas, podemos calcular que, se a Lua fosse habitada na medida, ela teria aproximadamente 1,64 bilhão de pessoas.

QUAL FOI A PRIMEIRA PALAVRA PRONUNCIADA NA LUA?

R. “OK” foi a primeira palavra dita na Lua. O astronauta BUZZ ALDRIN a pronunciou quando a espaçonave pousou na Lua.

CURIOSIDADES

ROUPA SOB MEDIDAPaulo Sergio Goulart

Narrador: Alberto gostava de se vestir bem. Tropical inglês, casimira, linho e panamá eram seus tecidos preferidos. O inverno se avizinhava: noites mais longas e mais frescas. A idade chegando sem pedir licença. Tudo mais frio. Comprou um corte de tropical e mandou fazer um terno. Não que estivesse precisando: seu guarda-roupas estava cheio, mas a cerimônia ia exigir algo especial. Ficaria exposto à admiração de muita gente e não podia fazer má figura. Um terno clássico, azul-marinho, cairia muito bem. Nunca ficou tão ansioso para ver uma roupa pronta. Na última ida dele à alfaiataria:Alberto: Como é seu Kalil, o terno está pronto?Kalil: Faltam ainda alguns arremates, Seu Alberto. Se o senhor estiver com pressa, eu mando o menino levar na sua casa amanhã cedo. Fique tranquilo.Kalil apressou-se em fazer a bainha na calça e pregar os botões no paletó. No dia seguinte, logo pela manhã.Kalil: Dorival, vai à casa do Seu Alberto e leve esta roupa pra ele.Dorival: Sim, senhor.Narrador: Dorival pegou a roupa, pendurou nas costas, subiu na bicicleta e saiu para a casa do Seu Alberto que ficava não muito longe da alfaiataria. Quando chegou, o homem havia acabado de falecer. Dorival nada entendeu: Afinal os mistérios da vida não são mes-mo para entender. Voltou apavorado para a alfaiataria pensando: “Aquela roupa era ideal para a ocasião: confortável e quente. A viagem do Seu Alberto ia ser longa, e o tempo estava mudando.”

Page 8: Jornal Balaco Cultural - edição nº 03

Música do BalacoVitor Durão

Clara Luz

É com satisfação e alegria, de quem tem o coração como guia, que esta coluna inicia! Nada melhor do

que inaugurar este espaço com minha cantora predile-ta, figura marcante da Música Popular Brasileira: a ines-quecível Clara Nunes! Ela se foi no ano de 1983, prestes a completar 40 anos, devido a complicações ocasionadas por uma anestesia em uma cirurgia de varizes, mas deixou um incrível le-gado para nossa música. Com uma voz suave, macia e naturalmente afinada, somada a uma personalidade determinada e uma beleza genuínamente brasileira, Clara conseguiu quebrar a lenda de que “mulher não vendia discos”. Vendeu milhares de cópias, liderou as paradas de sucesso com suas canções e encantou o público. Um verdadeiro raio, uma luz que, até hoje, permanece. Essa mineira de origem humilde, guerreira, filha de Ogum com Iansã, como ela mesma costumava dizer e cantar, tinha um lado místico e religioso bastante presente. Possuía ligações estreitas com a umbanda e o candomblé. Resgatava as raízes brasileiras, hipno-tizava com seu carisma, força, figurino característico (branco, com colares e missangas de origem africana), presença de palco e, principalmente, magnetismo. Clara tinha adoração pela Escola de Samba Portela, a tradicional azul e branco de Oswaldo Cruz, tendo inclusive participado de vários desfiles. Nada mais natural, então, ela ficar marcada como cantora de samba, mas ela foi muito além disso. Interpretava divinamente todos os gêneros. De Chico Buarque a Sivuca, de Paulinho da Viola a Carlos Imperial. Foi casada com Paulo César Pinheiro, compositor de inúmeras ótimas canções, tais como “Lapinha”, em parceria com Baden Powell, e ”As Forças da Natureza”, em par-ceria com João Nogueira. Essa última foi belíssimamente interpretada por Clara, no disco homônimo de 1977. Lançou 16 discos em 16 anos de carreira. O primeiro foi “A adorável voz de Clara Nunes”, de 1966, e o último “Nação”, de 1982. Termino aqui, dizendo que Clara Nunes foi muito mais que uma artista. Foi uma estrela, um brilho intenso, uma claridade que toma conta da nossa alma. Como não se encantar por essa mulher?

Músicas essenciais (na minha singela opinião):

1. Conto de Areia (Romildo / Toninho)2. O Mar Serenou (Candeia)3. Morena de Angola (Chico Buarque)4. Tristeza, pé no Chão (Armando Fernandes)5. Na Linha do Mar (Paulinho da Viola)6. Juízo Final (Nelson Cavaquinho / Elcio Soares)7. Ê Baiana (Fabricio da Silva / Baianinho / Enio Santos Ribeiro / Miguel Pancracio)8. Guerreira (João Nogueira / Paulo Cesar Pinheiro)9. Coração Leviano (Paulinho da Viola)10. As Forças da Natureza (João Nogueira / Paulo César Pinheiro)11. Feira de Mangaio (Sivuca / Glorinha Gadelha)12. Sofrimento de Quem Ama (Alberto Lonato)13. Obsessão (Milton de Oliveira / Mirabeau)14. Menino Deus (Mauro Duarte / Paulo César Pinheiro)15. Meu Sapato Já Furou (Elton Medeiros/Mauro Duarte)16. Portela na Avenida (Mauro Duarte / Paulo César Pinheiro)17. A Deusa dos Orixás (Romildo/Toninho)18. Canto das Três Raças (Mauro Duarte / Paulo César Pinheiro)19. Macunaíma (David Correa / Norival Reis)20. Nação (João Bosco / Aldir Blanc / Paulo Emílio)

Entre em contato comigo pelo e-mail: [email protected]. Será um prazer trocar idéias musicais com todos vocês!

Tentar resumir Michael Jackson, resgatá-lo em 50 anos de vida, de inesquecíveis shows pelo mundo afora, de mitos, lendas e rumores, é como tentar aprisionar a fumaça que

flutua no ar. Em algum lugar, nas névoas de nossas lembranças coletivas, nesse cenário mutante do universo pop, a figura ta-lentosa, polêmica e carismática de Michael Jackson vai ficar pra sempre. As vaias dos embriagados pela inveja e pelo rancor são desprezíveis.Ao lado dos irmãos mais velhos, formou o grupo Jackson Five no fim dos anos 60, conseguindo emplacar sucessos de forma estrondosa, tornando-se os maiores da história da indústria fono-

gráfica, com 13 canções no topo das paradas dos Estados Unidos. Mas, o menino Michael teve uma infância roubada e viciada em trabalho, marcada pela violência do pai. Deixou de brincar, de curtir e viver uma fase mágica da vida. Juventude, loucuras e o tilintar das máquinas registra-doras em curto espaço de tempo, graças ao olho clínico do maestro Quincy Jones. Seu disco “Thriller” de 1982 é considerado o mais vendido de todos os tempos, com aproxima-damente 104 milhões de cópias. Além disso, Michael inovou, com clipes revolucionários, nesta nova forma de cantar e ser único na linguagem corporal. Jackson acelerou os passos para ser o Rei do Pop, o artista mais célebre do mundo. Quem não se lembra da música “We Are The World”, que compôs com Lionel Ritchie? Ele era idolo e a personificação da própria música. Os críticos morderam o pé da mesa, torceram o nariz ou quebraram a cara? Coisas inevitáveis. Respeitáveis avós de hoje, em seus dias de adolescente, só precisavam vê-lo para ficarem histéri-cas. A voz e a dança de Michael tornaram-se símbolo de uma geração, e continuam sendo uma trilha sonora emocional para o mundo. Custe o que custar. Todo esse caminho foi feito de seu jeito próprio, às vezes sofrido, atravessando caminhos e descaminhos que a vida lhe ofereceu. Conquistou fama, sucesso, dinheiro, menos a felicidade. Essa tal felicidade que ele tentou com-prar quando era adulto. Engano e desilusão. Em verdade, cada um de nós carrega a fama que tem e merece. Mas, muita gente não sabe distinguir o que é fama de ser bem sucedido. Nos anos 90, Jackson mergulhou em esquisitices crescentes. Operações plásticas, mudança de cor, casamentos frustrados, nascimento dos filhos e acusações de pedofilia. Mídia e opinião pú-blica divididas? O sucesso de suas músicas deu espaço a escândalos e crises sobre sua vida pes-soal. Onde estão as provas cabais dessas acusações? O que veio depois é menos importante, até amargo para todos seus milhares de fãs. Em alguns casos, a mídia informa, deforma e conforma. Faz parte do show do circo armado pelos oportunistas de plantão. Sua influência musical é maior do que conseguimos entender. Com sua morte aos 50 anos, fica a história de um ícone dos mais adorados, completos e polêmicos que minha geração viu, aplaudiu e se emocionou. Agora, tenha certeza, não é mais um slogan vazio: Michael Jackson será sempre o Rei do Pop. Quem duvida, que vá ouvir o CD “Thriller”, do começo ao fim. Nem que seja pela primeira vez. Ou quem sabe pela última. Portanto, ligue o som e sinta a energia de cada música, sem preconceitos. Os ídolos não morrem, viram lenda. O extraordinário Stevie Wonder foi certeiro sobre a morte de Michael Jackson: “Devemos lembrá-lo e não chorá-lo. Não devemos cair no pessimismo. Se as pessoas não podem dizer coisas boas, então devem ficar caladas”. A festa lá no céu vai durar alguns dias e sem hora pra acabar, com as presenças de Elvis Presley, Bob Marley, John Lennon, Fred Mercury, James Brown, além das participações especiais de Tim Maia (será que ele vai?), Raul Seixas e dos Mamonas Assassinas. Alguém duvida?

Chico Carlos é jornalista em Olinda, Pernambuco

Os ídolos não morrem, viram lendaChico Carlos

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BALACO CULTURAL • 9

CULTURAMário Azevedo

A história da construção civil e da terceiriza-ção de serviços no Brasil tem vários capí-

tulos e num deles certamente se insere a obra do empresário Bernardo Monteverde.Empreendedor que sempre agregou valo-res humanitários na sua carreira empresarial, Monteverde vivenciou uma rica experiência ao longo do seu percurso e que pode ser co-nhecida através de objetos, documentos, fo-tos e arquivos expostos no Espaço de Memória Bernardo Monteverde, no Centro.Este vasto acervo narra uma parte significativa da trajetória da construção civil no país, bem como a carreira deste pioneiro.

O difícil inicio de Bernardo Monteverde foi marcado por viagens pelo país afora como mascate. Apesar das dificuldades, a perseve-rança sempre foi um traço forte no descenden-te de imigrantes europeus, nascido em Santa Catarina no ano de 1908 e falecido em 1997.Movido pela persistência e determinação, ele foi obtendo conquistas no setor da construção civil, manutenção, conservação e desinfecção hospitalar. Ao mesmo tempo em que construiu edificações pelo Brasil afora, como por exem-plo o prédio da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, abrigos e pontes do Parque Na-cional de Itatiaia (RJ) e o aeroporto de Cuiabá (MT), agências do Banco do Brasil em diversas cidades como: Itabuna (Bahia) e Conselheiro Lafaiete (MG) foram algumas das realizações da Monteverde Engenharia, fundada há 70 anos.Outra forte característica do empresário foi a preocupação com a inclusão social: perto do Natal de 1940, Bernardo premiou seus funcio-nários com uma caderneta de poupança.A força da idéia deu origem a proposta do 13º salário, implantado posteriormente pelo presi-dente Getulio Vargas.Em outra etapa, o pioneirismo de Bernardo Monteverde levou o empresário a se envolver em diversas construções na então nascente capital federal Brasília, convocado pelo então presidente Juscelino Kubitschek. Alem disso,

sua empresa preparou com toque de classe outros edifícios públicos da cidade para a inauguração.Incansável, Bernardo Monteverde extrapo-lava a atividade empresarial e teve olhos para desenvolver vários projetos humanistas (de filantropia) tendo se tornado um mece-nas que patrocinou vários projetos culturais que resultaram em títulos de reconheci-mento, como os de cidadão benemérito do Rio de Janeiro e de Brasília.

Espaço de Memória Bernardo MonteverdeExposição permanente com guia

Exposição permanenteLocal: Rua Evaristo da Veiga, 55/5º - Centro – CEP: 20031-040Funcionamento: de 2ª feira a 6ª feira, das 8h às 11h e de 13h até 17hTel: (21) 2533-2000 Entrada francaVisite o site: www.monteverde.srv.bre-mail: [email protected]

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EM OBRAProdução dos estudantes da disciplina “Tópicos Especiais sobre Arte Contemporânea”

A disciplina “Tópicos Especiais sobre Arte Contemporânea” da EBA/UFRJ

é fundamentada no ensino, pesquisa e extensão, tendo por finalidade a constru-ção e desenvolvimento de uma linguagem

pessoal, voltada para as questões artísti-cas/sociais da atualidade.A mostra é o olhar de cada artista sobre sua própria produção e suas possíveis in-terações com a sociedade.

Vários artistas convidados.

Visite a mostra, no Espaço Imaginário, Av. Gomes Freire, 453/457, na Lapa. De 9 até 31 de julho.

Visite o site em homenagem a Rádio Cidade FM Rio de Janeiro, a precursora da nova linguagem do FM no Brasil.

www.radiocidadefazendoesco-lafm.com.br

Page 10: Jornal Balaco Cultural - edição nº 03

10 • BALACO CULTURAL

Eu conheço Georges Charbel, e você?

Glória Rogers

BALACO PAPO

Caro Leitor,

Sabe aqueles dias que resolvemos andar, sem saber bem para onde ir? Que ficamos meio sem rumo, sem preocupação de horário? Aqueles dias cujo único propósito é o de colocar os pensamentos em ordem, organizar a cachola... Pois é! Foi num desses dias, caminhando pelas arborizadas ruas do famoso bairro Grajaú, que entrei na Rua Mearim. Lá pela altura do número cento e pouco, e me deparei com uma singela placa que di-zia: RADIESTESISTA, CROMOTERAPIA. A casa era simples, havia até uma entrada com algumas rachaduras no chão, o que me fez pensar que tratava-se de algum curioso do assunto que resolveu por questões que a mim não caberia julgar, colocar aquela plaquinha.Resolvi, então, arriscar em chamá-lo, certa de que o que iria encontrar viria ao encontro dos meus pensamentos. Pura ilusão!Ao tocar a campainha, um homem de, mais ou menos, 1,70m de altu-ra, cabelos grisalhos, aparentando uns 48 anos no máximo, apareceu na porta. O olhar transmitia uma paz e a voz era como o falar de um anjo (nunca consegui falar com um anjo, mas imagino uma fala suave e en-volvente).Me apresentei, falei do Jornal Balaco Cultural e levantei a possibilidade de entrevistá-lo. Muito delicado, ele convidou-me a entrar desculpando-se pela bagunça e justificando com o fato da sua casa estar em obras.Entrei e logo fui convidada a sentar numa cadeira em frente a uma mesa, onde começamos um longo e gratificante bate-papo.A conversa deslizava leve, com uma profundidade de conhecimento tão grande, que fiquei ali parada ouvindo, onde de entrevistadora passei para posição de entrevistada, sem a menor resistência.O nome dele é GEORGES CHARBEL FARAH, um doutor na arte da cura, conhecedor das mais diversificadas técnicas que não caberiam numa pá-gina inteira do nosso jornal. Uma pessoa que, por alguma razão, recebeu do Todo Poderoso a permissão de atuar na área. E posso garantir a vocês que ele não desperdiçou o que a ele foi denominado. Em sua sala, pude testemunhar uma série de diplomas, participação em grandes congressos e um verdadeiro acervo de livros dos mais ilustres escritores.Fica aqui registrado que, por muitas vezes, julgamos os outros pelas apa-rências e acabamos assim deixando de conhecer pessoas maravilhosas!

Em seu novo projeto, a cantora Marianna Leporace se cerca de sua formação jornalística para dar vida a um sonho antigo: levar para o palco um talk show, onde, além de cantar, realiza uma

entrevista com um compositor, mostrando ao público sua história musical e seu processo criativo.O projeto, de relevância cultural, convida compositores de canções conhecidas e outros ainda não tão difundidos pela mídia, mas não menos excelentes, cuja obra, na maioria das vezes, é confun-dida com os intérpretes que dão vida às composições. O projeto tem também como objetivo con-tribuir para a chamada “formação de platéia” já que ele tem, por base, a longa temporada. A idéia é apresentar ao público a identidade do compositor, seu rosto, suas idéias, o processo cria-tivo e as histórias das canções. O projeto “Marianna Leporace Convida” valoriza esse importante e fundamental personagem da cadeia musical: o criador das canções.

Assim, a cantora e seu convidado vão construindo, a cada apresentação, o panorama da produção musical brasileira. Sem limite de geração ou estilo, Marianna vai conversando e ilustrando o bate-papo com as músicas que fazem parte da obra do autor. O público pode participar fazendo perguntas, criando assim um show dinâmico e interativo.A cada dia um show diferente, uma emoção nova, uma viagem para o deleite de quem faz e de quem assiste!

HISTÓRICOA primeira etapa do projeto “Marianna Leporace Convida” foi realizada semanalmente na Livraria Letras e Expressões de Ipanema, entre 03 de novembro de 2008 e 05 de Janeiro de 2009. A cantora recebeu os compositores: Rodrigo Maranhão, Edu Krieger, Fernando Lepo-race, Rodrigo Lessa, Alexandre Lemos, Claudio Lins, Edu Kneip e Cacala Carvalho.De 12 de Janeiro até 16 de Março de 2009, as apresentações passaram a se realizar quinze-nalmente no charmoso café do espaço de arte e decoração ARTELÚRICA em Ipanema, onde a cantora entrevistou: Célia Vaz, Suely Mesquita e Eugênio Dale, Felipe Radicetti, Claudio Nucci, Paulo Malaguti, Luhli e Tony Pelosi.De 23 de Março até 20 de Abril, o “Marianna Leporace Convida” foi realizado no Conversa Afinada de Ipanema. Os convidados foram: Bena Lobo, Daniel Gonzaga e Lucina.O projeto estreou também uma edição em São Paulo e a cantora entrevistou o compositor paulista Celso Viáfora no Villagio Café, no dia 26 de Março.Em Maio, o “Marianna Leporace Convida” iniciou uma nova etapa no Espaço Rio Carioca (Casas Casadas), em Laranjeiras. Os convidados de Maio foram Julio Dain e Fred Martins.

MARIANNA LEPORACE CONVIDA

Visite e ouça: www.myspace.com/mariannaleporace

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BALACO CULTURAL • 11

Star Trek - A Ira do FãJorge Luiz Calife

Jorge Luiz Calife é jornalista e escritor de ficção científica

Um leitor me escreveu, defendendo o novo filme de Jornada nas Estre-

las. Ele acha que está tudo explicado na história em quadrinhos “Star Trek - Countdown” e que só os fãs xiitas não gostaram do filme do J.J.Abrams. Se for verdade, tem um monte de fãs xii-tas por aí e seus comentários são mais inteligentes do que os da turma que se deixou arrebatar pela exibição de efei-tos especiais. Tudo bem que Jornada nas Estrelas nunca foi um exemplo de originalidade, mas será que uma série que começou em 1965 e tem 40 anos de história, precisava copiar a Guerra nas Estrelas do George Lucas para fazer sucesso?Um fã americano de Boulder, no Colo-rado, se deu ao trabalho de enumerar no Internet Movie Database, as seme-lhanças entre o roteiro de Roberto Orci e Alex Kurtzman e o roteiro de George Lucas para Star Wars - uma nova espe-rança de 1977. Vejam só, leitores, se ele não tem razão: “Darth Vader, aah, Darth Maul, quero dizer Nero, tem uma gigantesca Estrela da Morte que

pode destruir planetas inteiros. Assim, Nero explode Aldeeran (Vulcano), ma-tando o pai da princesa Léa (quero di-zer a mãe do Spock). Depois, a Estrela da Morte ruma para o quartel general rebelde (ou o Quartel General da Frota Estelar na Terra). Só Luke Skywalker (ou o seu clone, o jovem James T. Kirk) pode detê-la, desligando o computador e confiando em seus instintos.Que bom que o velho Ben Kenobi (Ca-pitão Pike) estava lá para aconselhá-lo. Assim, no final há uma grande celebra-ção, onde Luke (Kirk) ganha uma me-dalha e é feito comandante.”Perfeito, tudo isso está no filme e só não vê quem não quer. As semelhanças com Star Wars também aparecem na sequ-ência em que Spock, supostamente um dos heróis da história, tenta assassinar covardemente seu futuro melhor ami-go, James Kirk, no meio de uma guerra espacial. Ele joga Jim no planeta gelado de Hoth (O Império Contra-ataca) no meio de um monte de wampas carnívo-ros sem nem um sabre de luz (phaser) para se defender. Qualquer comandan-te de qualquer organização militar, pas-

sada ou futura, que fizesse isso com um dos seus subordinados certamente iria a Corte Marcial. Felizmente para Kirk, o vilão malvado Nero (Darth Maul) ti-nha feito a mesma coisa com o Spock do futuro. Ou seja, como diz o fã ame-ricano do Colorado, temos um filme onde o herói e o vilão são moralmente equivalentes e costumam banir seus inimigos para desertos gelados cheios de monstros carnívoros.O gentil leitor informa que os interiores da Enterprise foram filmados na fábrica da Budweiser. Quer dizer que um épi-co espacial futurista foi rodado em uma fábrica de cerveja?! Isso explica porque todos os personagens parecem bêbados ou drogados no filme. O Spock do fu-turo só precisa de algumas gotas da tal “matéria vermelha” para implodir uma supernova e transformá-la num buraco negro. E carrega uns cinquenta galões da coisa em sua pequenina nave. Nin-guém pensou no risco que isso acar-retaria se a nave fosse capturada por terroristas, piratas de Orion ou o Darth Maul do Eric Bana?Na verdade, parece que a galáxia intei-ra tomou um porre de Budweiser ou cerveja romulana neste filme. A Terra, sede da Federação dos Planetas e Vul-cano, seu centro intelectual, não tem qualquer sistema de defesa contra um ataque vindo do espaço. Qualquer um

pode estacionar uma Estrela da Morte por lá e fazer a festa. Imagine o que os Klingons ou os Borgs não fariam nesse novo “universo Trek”??Pessoalmente, gostei mais da refilma-gem da Montanha Enfeitiçada, que não tem tantos furos e faz uma sátira divertida ao mundo da ufologia e das convenções de ficção científica. Ano passado estive em São Paulo, em uma convenção bem parecida com a mos-trada no filme. Tinha até aqueles sujei-tos fantasiados de Stormtroopers com aquelas armaduras de plástico branco. Só não apareceram uns E.T.s de verda-de, mas quem sabe uma daquelas me-ninas em roupas medievais podia ser a Sarah. Vida Longa e Prosperidade, ou devo dizer que a força esteja com vo-cês?

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