jornal acadÉmico 9 - 2011/2012

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Após dois anos como presidente e depois de cinco ligado à direcção da AAUM, Luís Rodrigues está de saída e faz um balanço daquilo que foi a sua passagem pela instituição, numa entrevista exclusiva ao ACADÉMICO LUÍS RODRIGUES em entrevista Página 10 a 13 “Encontrei a AAUM a um nível muito elevado e creio que estas últimas duas direcções conseguiram elevá-lo ainda mais” “A ideia era a comunidade de Braga senti-lo como seu” Desfile final do Fashion´11 arrebata “berço lusitano” local Página 03 Página 05 campus Universidade do Minho na “crista da onda” desporto Página 18 Jornal Oficial da AAUM DIRECTOR: Vasco Leão DISTRIBUIÇÃO GRATUITA 158 / ANO 6 / SÉRIE 3 QUARTA-FEIRA, 23.NOV.11 academico.rum.pt facebook.com/jornalacademico twitter.com/jornalacademico TEDxYouth@BRAGA

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Page 1: Jornal ACADÉMICO 9 - 2011/2012

Após dois anos como presidente e depois de cinco ligado à direcção da AAUM, Luís Rodrigues está de saída e faz um balanço daquilo que foi a sua passagem pela instituição, numa entrevista exclusiva ao ACADÉMICO

LUÍS RODRIGUES em entrevista

Página 10 a 13

“Encontrei a AAUM a um nível muito elevado e creio que estas últimas duas direcções conseguiram elevá-lo ainda mais”

“A ideia era a comunidade de Braga senti-lo como seu”

Desfile final do Fashion´11 arrebata “berço lusitano”

localPágina 03 Página 05

campus

Universidade do Minho na “crista da onda”

desportoPágina 18

Jornal Oficial da AAUMDIRECTOR: Vasco LeãoDISTRIBUIÇÃO GRATUITA158 / ANO 6 / SÉRIE 3QUARTA-FEIRA, 23.NOV.11

academico.rum.pt facebook.com/jornalacademicotwitter.com/jornalacademico

TEDxYouth@BRAGA

Page 2: Jornal ACADÉMICO 9 - 2011/2012

Aí estão as eleições para a AAUM.A votos, as listas para a direcção, para a mesa da Reunião Geral de Alunos e para o Conselho Fiscal e Ju-risdicional. À partida tudo leva a crer que Hélder Castro será o próximo presidente da AAUM, ainda assim, felizmente, existem listas de oposição. É necessário, dentro dos limites do bom senso e do razoável, que exista um efectivo e real debate de ideias que sirvam os interesses, única e exclusivamente, dos estudantes.Ainda assim, considero que as pessoas que irão disputar a liderança da AAUM devem ter uma postura sufi-cientemente lúcida para perceber o que se pode fazer, no imediato, no ensino superior.Não é só de lutas na rua nem de manifestações que se constrói algo de positivo para o futuro dos nossos pares no ensino superior. Há outros valores e aprendizagens que têm de ser transmitidos aos que entram na universidade. Espero, por isso, uma campanha eleitoral leal e com muita discussão construtiva durante as próximas semanas.Da nossa parte, enquanto jornal isento e imparcial, iremos tentar dar o máximo de informação possível aos eleitores numa campanha que assumimos, desde o primeiro dia, contra um candidato não elegível: a abstenção.Permitam-me ainda, neste espaço, destacar a entrevista de Luís Rodrigues, actual presidente da AAUM. To-dos nós sabemos que está de saída do cargo. O mesmo fez, em exclusivo para o ACADÉMICO, o balanço de dois anos enquanto presidente da instituição. Fez questão de, na hora da despedida, não esquecer os apoios importantes que teve para representar os estudantes com a “exclusividade” que se impõe. Os estudantes só podem ter a agradecer o contributo que estas duas direcções (assim como as direcções dos últimos quatro presidentes) deram para que a vida de um estudante na Universidade do Minho fizesse mais sentido. Basta olhar para o vastíssimo plano de actividades dos últimos anos para, facilmente, se percebe que, em muitas áreas de intervenção, os estudantes tiveram ao seu dispor iniciativas que tinham como meta o seu sucesso.Esperemos que, nos próximos anos, estes ideais sejam cumpridos, porque, acima de um conjunto de caras, acima mesmo de uma só cara, está uma instituição com quase 34 anos de história.É preciso senti-la e saber respeitá-la.Até para a semana.

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Luís RodriguesChega ao fim um ciclo na AAUM. Luís Rodrigues decidiu sair e, as-sim, chega ao fim um ciclo que teve, naturalmente, o seu cunho pessoal. Foram anos de sucesso marcados por alguém que sem-pre viu na AAUM um fim e não um meio para algo. Só assim o associativismo faz sentido e, nes-te caso, fê-lo, com toda a certeza. Os estudantes agradecem.

Luzes de Natal na MadeiraSei bem que se está a mediatizar a mais esta questão, no entanto, sei também que gastar 3 milhões de euros numa altura destas pare-ce-me bem mais absurdo.Alberto João Jardim não tem emenda. Se os “bananas” que nele votaram esperam ver a luz ao fundo do túnel neste Natal, podem tirar o seu burro da chuva. Haja decoro na ilha...

Sp.Braga/AAUM de regresso às vitóriasDepois de um início muito desen-corajador, o Sp.Braga/AAUM pa-rece estar de volta às boas exibi-ções e bons resultados. Neste fim de semana foi diante do histórico Beleneneses que os minhotos conseguiram a sua 2ª vitória na prova. Nas últimas semanas só os candidatos Benfica e Sporting pararam o Sp.Braga/AAUM.

NO PONTOEM ALTA EM BAIXO

DA

NIEL V

IEIRA

DA

SILVA // daniel.silva@

rum.pt

FICHA TÉCNICA // Jornal Oficial da Associação Académica da Universidade do Minho. // Quarta-feira, 23 Novembro 2011 / N158 / Ano 6 / Série 3 // DIRECÇÃO: Vasco Leão // EDIÇÃO: Daniel Vieira da Silva // REDACÇÃO: Adriana Couto, Alexandre Rocha, Ana Lopes, Ângela Coelho, Bruno Fernandes, Carlos Rebelo, Cátia Alves, Cláudia Fernandes, Daniela Mendes, Diana Sousa, Diana Teixeira, Diogo Araújo, Eduarda Fernandes, Fabiana Oliveira, fábio alves, Filipa Barros, Filipa Sousa, Goreti Pêra, Inês Mata, Joana Neves, José Lopes, José mateus pinheiro, Mariana Flor, Neuza Alpuim, Sara Pestana, Sónia Ribeiro, Sónia Silva e Vânia Barros // COLABORADORES: Elsa Moura, José Reis e Maria joão Pinto // GRAFISMO: gen // PAGINAÇÃO: Daniel Vieira da Silva e Luís Costa // MORADA: Rua Francisco Machado Owen, 4710 Braga // E-MAIL: [email protected] // TIRAGEM: 2000 exemplares

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Page 3: Jornal ACADÉMICO 9 - 2011/2012

PÁGINA 03 // 23.NOV.11 // ACADÉMICO

LOCAL

“A ideia era a comunidade de braga senti-lo como seu”ângela coelho

[email protected]

Depois do Porto e Aveiro, foi a vez de Braga receber pela primeira vez um evento TED (Tecnologia, Entreteni-mento, Design). Com mais de 600 inscrições recebi-das, o TEDxYouth@Braga decorreu no passado dia 19 de Novembro, no pequeno auditório do Theatro Circo.O auditório foi de facto pe-queno para todos aqueles que queriam participar. As inscrições já estavam es-gotadas há três semanas e quem não conseguiu par-ticipar teve a oportunidade de assistir às TEDxtalks em directo através do “livestre-am”.A ideia do TEDxYouth@

Braga surgiu com a ida de Laura Varanda e Ana Este-ves ao TEDxYouth no Porto. “Começamos logo a pensar que oradores iríamos trazer e a pesquisar como seria todo o processo para orga-nizar um evento como este”, contou Laura. Rui Neto e Cristina Mouta juntaram--se à equipa desde logo e os quatro trabalharam no evento desde Fevereiro.Laura Varanda garante que não foi fácil a organização do TEDxYouth: “É preciso querer muito, porque é um evento que envolve muito pormenor”. Contudo, Laura acredita que “correu muito bem e as coisas fluíram de uma forma muito boa”.No início, foi difícil para a equipa organizadora dar a conhecer o TED à cidade de

Acredito que as pessoas que saírem daqui vão sair com um bocadinho mais de von-tade e de inspiração para fazerem alguma coisa”, con-clui a jovem. José Durães já conhecia o TED, o evento original cria-do há 25 anos na Califórnia, e mal soube que iria haver um evento análogo em Bra-ga suscitou-lhe o interesse. O estudante de Engenha-ria Informática na Univer-sidade do Minho acredita que este tipo de actividades contribui para dinamizar a cidade de Braga. “Foi uma oportunidade para ouvir oradores com algo interes-sante e inspirador para di-zer”, afirma. O TEDxYouth@Braga con-tou ainda com a presença de Carlos Oliveira, secretário de Estado do Empreende-dorismo, Competitividade e Inovação, que deu uma pa-lavra de motivação a todos os participantes.A equipa organizadora acre-dita que esta é uma iniciati-va para repetir, talvez nou-tros moldes: “Vamos pensar nisso para o ano, e se calhar em 2013 haverá novidades”, adianta Laura Varanda.

Braga e transmitir e expli-car o que era este conceito, pois havia muita gente que não conhecia. “Mas depois, à medida que fomos divul-gando, as coisas fluíram normalmente e tivemos uma afluência muito gran-de”, explicou surpreendida Laura Varanda. Foram 14 os oradores das mais diversas áreas que aceitaram o desafio de inspi-rar os jovens participantes. Segundo Laura Varanda, a equipa tentou ter oradores de áreas diferentes e ter o máximo possível de orado-res locais para promover também a cidade de Braga. “Apesar de ser um TED glo-bal e ser transmitido para todo o mundo, a ideia era a comunidade de Braga senti--lo como seu”, disse a braca-rense licenciada em Gestão. A jovem acredita que esse objectivo foi alcançado: “Ti-vemos oradores que a maior parte dos participantes co-nhece”. Pedro Seromenho, Luís Tarroso, António Mur-ta, Carlos Coelho, Pedro Remy e Miguel Gonçalves foram alguns dos oradores presentes e que se destaca-ram de alguma forma nas

suas áreas. André Ribeiro, um dos participantes do TEDxYou-th@Braga, confessa que já acompanha o TED online há algum tempo e que sem-pre gostou de ouvir as TE-Dtalks que são disponibili-zadas no site, especialmente as mais ligadas à sua área, o Design. O jovem de Barce-los faz um balanço positivo. No entanto, aponta algumas falhas técnicas durante as apresentações.Álvaro Sampaio, designer industrial, e Miguel Gon-çalves, “idea starter”, foram os nomes que levaram João Soares até ao Theatro Cir-co. Contudo, o estudante de Design confessa que gos-tou muito de ouvir António Murta, sócio-gerente e co--fundador da empresa Pa-thena: “Inspirou-me muito”.

Inspiração como tema

“Inspira-te” foi o mote lan-çado pela organização, pois acreditam os jovens portu-gueses são inspirados, “não têm é a coragem para dar o passo”, atira Laura Varanda. “É preciso este tipo de even-tos e iniciativas para ajudar. TED

Boa disposição foi tónica geral durante o evento

Primeiro evento TEDxYouth em Braga

TED

Pedro Remy foi um dos oradores

Page 4: Jornal ACADÉMICO 9 - 2011/2012

PÁGINA 04 // 23.NOV.11 // ACADÉMICOCAMPUS

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colóquios de AP atraem atenção nacionalJosé Mateus Pinheiro

[email protected]

Nos passados dias 16, 17 e 18 de Novembro, o Centro de Estudos de Administração Pública (CEAP) apresentou a XVI edição dos colóquios do curso, estando o even-to deste ano subordinado à intervenção do FMI e res-pectivas implicações/conse-quências na administração local: “Um orçamento com a Troika. Qual a Reforma da Administração Pública?”Com o objectivo de abordar temas que fossem de inte-resse universal, o CEAP es-tabeleceu parcerias com os núcleos de Relações Inter-nacionais (CECRI) e Direi-to (AEDUM). Deste modo, para além de painéis rela-cionados com a crise econó-mica e a gestão local, houve ainda a oportunidade de se assistir a tertúlias relaciona-das com a Reforma da Jus-tiça e a Soberania Nacional. Os painéis pautaram por

uma assistência elevada, de-rivada dos respectivos inter-venientes. Enquanto que, no dia de abertura, foi possível ouvir Pedro Camões, admi-nistrador da Universidade do Minho, ou o polémico Marinho e Pinto, Bastonário da Ordem dos Advogados, o segundo dia foi marcado pela presença do prestigiado professor Adriano Moreira, presidente da Academia de Ciências de Lisboa.Por fim, o último painel contou com a presença dos deputados da Assembleia da República, António Braga e Hugo Soares, seguindo-se a sessão de encerramento, na qual o reitor da Univer-sidade do Minho, António Cunha e Luís Rodrigues, presidente da AAUM, parti-ciparam.

“Balanço positivo” de um evento nacional

Para Eduardo Coturela, Pre-sidente do CEAP, “a abor-

dagem deste conjunto de temáticas demonstra a pre-sença da administração pú-blica em inúmeros momen-tos da nossa vida, embora não tenhamos, na maior parte das vezes, essa consci-ência”. Quando confrontado com o cumprimento das suas expectativas, Eduardo faz “um balanço bastante

positivo, dado que se conse-guiu integrar diversas per-sonalidades, académicas/não académicas nas confe-rências. Porém, o que aca-ba por ser verdadeiramente recompensador é a resposta da comunidade, em par-ticular dos estudantes de administração pública, as-sumindo uma postura de

responsabilidade cívica que se repercussiona na sua par-ticipação social e respectivo sentido crítico. Como resul-tado, creio que assistimos à formação de uma adminis-tração pública desprendida de preconceitos. Em suma, as conclusões produzidas neste evento têm que ser divulgadas, de modo a cum-prir com a maior eficácia e eficiência o principal objec-tivo do mesmo: contribuir de forma positiva para uma mudança de rumo por-tuguesa que nos permita ultrapassar esta “maré ne-gra””, destaca o responsável.Já segundo o reitor da UM, António Cunha, a activida-de teve “um balanço muito positivo, uma vez que obte-ve grande impacto a nível nacional, devido fundamen-talmente, à qualidade dos oradores que aqui discursa-ram, tendo sido evidenciado pelas repercussões que teve nos diferentes órgãos de co-municação social.”

um projecto... humanoFiliPa carDoso

[email protected]

Acontece no próximo dia 12 de Dezembro o Projecto “Ser Humano”, no âmbi-to das comemorações do aniversário do Instituto de Educação da Universidade do Minho.Este projecto destaca-se pela sua “vertente educativa, no sentido de uma maior consciencialização e sensi-bilização para a importância dos valores provenientes da

Declaração Universal dos Direitos do Homem: Igual-dade, Liberdade, Solidadrie-dade, Pessoa, Dignidade Humana” destaca ao ACA-DÉMICO, Margarete Silva, responsavél pelo projecto.Inicialmente a ideia era rea-lizar uma actividade no dia do aniversário do Instituto de Educação, mas com al-guns incentivos, e uma vez que no mesmo dia se come-mora o aniversário da Decla-ração Universal dos Direitos do Homem, Margarete Silva

decidiu juntar as duas ver-tentes, a da educação e a da Declaração Universal dos Direitos do Homem, dando origem a este projecto. Numa fase inicial os objec-tivos passavam apenas por uma divulgação e um alerta para os direitos da Declara-ção Universal dos Direitos do Homem, mas com o pas-sar do tempo, e tendo em conta os constrangimento da sociedade em que vi-vemos, a coordenadora do projecto considerou que o

enfoque deveria passar para os valores do ser humano.Ao longo do mês de No-vembro e Dezembro vão acontecer várias iniciativas práticas, tendo em vista a promoção e divulgação do projecto, nomeadamente no dia 22 de Novembro no campus de Azurém, no dia 26 de Novembro no centro da cidade de Braga e no dia 9 de Dezembro no Instituto de Educação da Uminho. Actualmente encontra-se activa uma votação no blo-

gue do projecto http://pro-jectoserhumano.blogspot.com tendo em vista a reco-lha de dados para o projecto, que irão ser apresentados numa fase posterior.Deste modo, as expectativas para esta iniciativa passam por dar espaço para que cada um assuma um com-promisso claro com os valo-res da Igualdade, Liberdade, Solidariedade, Pessoa e Dig-nidade Humana numa altu-ra em que é importante Ser Humano.

ceapNomes sonantes atrairam atenção dos media nacionais para os colóquios do CEAP

Page 5: Jornal ACADÉMICO 9 - 2011/2012

CAMPUSPÁGINA 05 // 23.NOV.11 // ACADÉMICO

ana Pinheiro

[email protected]

José Mateus Pinheiro

[email protected]

No passado dia 16 de No-vembro, a “cidade-berço” virou o centro de todas as atenções, uma vez que foi o local escolhido para o aguardado Desfile Final do University Fashion 11, acti-vidade que visa seleccionar o Mister e Miss Fashion de entre inúmeros alunos da Universidade do Minho que se candidataram.A organização esteve a car-go, como já vem sendo há-bito, do Departamento de Saídas Profissionais e Em-preendorismo da Associa-ção Académica da Univer-sidade do Minho (AAUM). Sendo assim, o evento teve lugar no Pavilhão Desporti-vo do Campus de Azurém, com apresentação da actriz Joana Alvarenga e Dany Oli-

veira, aluno que se destacou como o vencedor do casting para apresentador que a AAUM havia conduzido ao longo do último mês.Ao longo de duas horas, os 12 finalistas (6 raparigas/6 rapazes) desfilaram pela passerelle com indumen-tárias de diferentes marcas que patrocinavam o evento, sendo as passagens de mo-delos intercaladas com per-formances musicais de Sina Key, cantora portuguesa que se popularizou pelas rein-terpretações de hits interna-cionais como “Someone like you” ou “Simply the Best”. Em declarações exclusivas cedidas ao ACADÉMICO, a artista revela um gosto espe-cial pela moda. “Adoro par-ticipar em tudo o que esteja relacionado com eventos de formação juvenil e profissio-nal. A moda tem desempe-nhado um papel preponde-rante na minha vida, dado que vivemos num mundo de imagem. Uma vez que

desfile final do fashion 11 arrebata “berço lusitano”

na minha carreira enquanto cantora tenho interpretan-do fundamentalmente soul music e artistas dos anos 70, 80 e 90, a moda tem desempenhado um papel fulcral, permitindo-me ir ao encontro dos estilos estéti-cos dessas épocas”, destacou Sina Key.

Estrelas no palco

Quando questionada sobre o que a levou a aceitar o convite para apresentadora, Joana Alvarenga revelou ser a sua primeira vez nesse re-gisto: “De uma certa forma acaba por ser um desafio, um teste, não só para os ma-nequins, que se encontram aqui a tentar a sua sorte, mas também para mim, porque não sei bem como me vou sair (risos), embora esteja com expectativas ele-vadas. É sempre engraça-do, uma vez que já desfilo há muitos anos, pelo que o prazer é todo meu em parti-

cipar em eventos temáticos como este.“Já Ricardo Guedes, mane-quim profissional convida-do em conjunto com Marisa Perez para desfilar com os finalistas, assume-se nos-tálgico, acabando por ser “um regresso ao passado, dado que nos encontramos rodeados de talento, embora não saibamos se este tran-sitará da Universidade para o exterior. A meu ver, esta iniciativa destaca-se mais como uma actividade extra--curricular que gera grande agitação na UM”, realçou.A ansiedade era muita e , minutos antes do início do desfile, uma das candidatas, Ana Neto, partilhou as suas expectativas connosco: “es-pero que no decorrer desta noite todos saiamos triun-fantes, dado que realizámos inúmeros ensaios com esta equipa que nos tem presta-do um apoio incondicional. Em consequência, toda esta experiência foi bastante en-riquecedora, permitindo-

-nos estabelecer novas rela-ções com todos os que nos rodeavam.”Antes do anúncio dos ven-cedores, Taciana Gonçal-ves e Bruno Oliveira foram nomeados Miss Fotogenia e Mister Simpatia, respecti-vamente, tendo precedido o anúncio de Pedro Pacheco e Flávia Lopes como os ven-cedores da décima edição do University Fashion.Quando interpelada quan-to ao balanço que faz do evento, Flávia afirma que “todos se pautavam pela inexperiência, mas após uma extensa preparação e inúmeros ensaios se conse-guiu potencializar o talento. Foi sem dúvida uma expe-riência extraordinária, pri-mando acima de tudo pelo convívio e pelo germinar de novas relações de amizade, convergindo num conjunto de factores que eternizaram esta actividade na minha vida”, concluiu a vencedora de mais uma noite de gala na Universidade do Minho.

Dicas/Nuno Gonçalves

Dicas/Nuno Gonçalves

Flávia Lopes foi a grande vencedora da noite

Pedro Pacheco foi considerado o mister “University Fashion”

Page 6: Jornal ACADÉMICO 9 - 2011/2012

CAMPUSPÁGINA 06 // 23.NOV.11 // ACADÉMICO

paulo sampaio….uma voz de qualidadeDaniela MenDes

[email protected]

A revista Quality Progress da American Society for Quality criou uma lista de indivíduos que se destacam a nível mundial, na área da Qualidade.Entre estas “40 novas vozes Mundiais da Qualidade” está o professor Paulo Sam-paio, do Departamento de Produção e Sistemas da Es-cola de engenharia da Uni-versidade do Minho. O ACADÉMICO falou com o professor que confessa: “Das várias distinções e re-

conhecimentos que tenho recebido ao longo da minha curta carreira esta foi, efec-tivamente, a distinção mais elevada e gratificante que recebi até hoje”. Paulo Sam-paio considerou que está ainda mais satisfeito com esta nomeação, uma vez que “é a primeira vez que a American Society for Quali-ty faz este tipo de reconheci-mento, integrando esta lista pioneira”.Sobre a importância da Qualidade, o professor afir-ma que esta é “imprescindí-vel para o sucesso sustenta-do de qualquer organização

(…) e mantém as partes interessadas satisfeitas, ten-

do por base uma óptica de melhoria contínua”. Paulo

Sampaio, questionado acer-ca da qualidade do nosso país, considera que Portugal é um país com qualidade, mas que “é preciso melho-rar continuamente para que tenha também futuro e um futuro com qualida-de”. Com idade inferior a 40 anos de idade, a lista é constituída por elementos de todo o mundo, que se destacam nas mais diversas áreas pela sua Qualidade: professores, médicos, enge-nheiros, entre outros. E no Minho, há então, uma voz com qualidade... Paulo Sam-paio.

comissão ética avança na uminhoMariana Flor

marianacostaf [email protected]

A fraude académica prota-gonizada, quer por estudan-tes, quer por investigadores, pode ter os dias contados.A Universidade do Minho vai ter uma comissão ética para se pronunciar sobre questões ligadas à ética in-terna. O anúncio foi feito, no passado dia 21, pelo rei-tor, António Cunha.

A comissão ética irá ser pre-sidida pelo antigo reitor da academia, Licínio Chainho Pereira e tem como prin-cipal objectivo evitar ques-tões de fraude académica, protagonizada quer pelos estudantes, quer por inves-tigadores ou por docentes no âmbito das várias provas académicas.Esta comissão vai, segundo o reitor, focar-se também em “aspectos relacionados com a actividade de inves-tigação e, nomeadamente

todos os aspectos ligados às bio-ciências e à utilização de materiais vivos e biológi-cos.”Licínio Pereira caracteriza a comissão como um órgão de consulta do reitor, que se pronuncia sobre questões de ética interna da univer-sidade. “Todas as actividades da instituição devem ter uma conduta ética própria tanto no ensino, como na inves-tigação cientifica”, afirmou o antigo reitor, justificando

assim a necessidade de criar um órgão consultivo. Elaborar um código de con-duta ética e dar pareceres ao reitor sobre vários aspectos da actividade académica são, também, algumas das funções da nova comissão.O presidente da comissão reafirma a necessidade das instituições de ensino su-perior terem um órgão de vigilância da universidade do ponto de vista ético. “Há vários problemas com que as instituições do ensino

superior se têm defronta-do, principalmente com as novas tecnologias”, afirmou Lícinio Pereira.Esta nova comissão não tem carácter executivo, sendo apenas um órgão de con-sulta, com a função de apre-sentar pareceres ao reitor. Situações menos correctas do ponto de vista ético se-rão posteriormente analisa-das pelos órgãos próprios, como é o caso do conselho disciplinar e a reitoria e não por esta comissão.

aplicação móvel para crianças criada por ex-alunos da UMBruno FernanDes

[email protected]

A iMobileMagic, uma em-presa barcarense com co-laboradores licenciados na Universidade do Minho (UM), criou uma aplica-ção móvel interactiva para crianças. A aplicação chama-se “My

carregada gratuitamente, incluindo uma música personalizada. As canções adicionais têm um custo associado, podendo ser des-carregadas na aplicação, na própria aplicação.Brevemente, estará também disponível para Android. O sucesso da aplicação é no-tório: a app já foi descarre-gada mais de 70 000 vezes desde Julho.

“A formação da UMinho é de reconhecida qualidade”A “My Magic Songs” foi desenvolvida pela empresa iMobileMagic, cujos colabo-

radores são todos licencia-dos na academia minhota. Marco Leal diz que “já reco-nhecia a qualidade da for-mação”, visto o próprio ser licenciado em Engenharia de Sistemas pela UM. O director executivo refe-re que “recrutou sempre” recém-licenciados da acade-mia, sendo estes uma mais valia para a empresa: “Há coisas que o meio académi-co pode fornecer e que nós não estamos atentos, mas que, no meio académico, se vão fazendo.”A iMobile Magic conta com 7 colaboradores.

Magic Songs” e permite que os pais e filhos intera-jam nos seus smartphones ou tablets.

Uma aplicação criada para as criançasO “My Magic Songs” é uma aplicação com conteúdos adaptados aos mais novos. Os conteúdos incluem, por exemplo, canções para oca-siões sazonais ou sobre o meio ambiente, lembra-se do aniversário do utilizador ou do horário das refeições. “É uma experiência perso-nalizada para crianças, que tem músicas que cantam o

nome dela e onde elas são, simultaneamente, as per-sonagens das histórias que acompanham as músicas”, refere Marco Leal, director executivo da empresa. A aplicação inclui mais de 13 mil nomes diferentes em português, inglês, italiano e castelhano, estando pre-vista a inclusão de mais lín-guas. A app permite ainda, a criação de um avatar com a fotografia da criança que acompanhará as animações de cada música. A aplicação está disponível para iPod touch, iPhone ou iPad, podendo ser des-

Paulo Sampaio, uma das 40 vozes mundias da Qualidade

Page 7: Jornal ACADÉMICO 9 - 2011/2012

PÁGINA 07 // 23.NOV.11 // ACADÉMICO

estudo de professores da UM desaconselha aumento do salário mínimo para 500 euroscarla serra

[email protected]

Investigadores das univer-sidades do Minho e Porto reuniram-se, a pedido do Ministro da Economia, para a realização de um estudo sobre a possibilidade do au-mento do salário mínimo nacional (SMN).De acordo com o estudo, este aumento conduziria a uma diminuição do empre-go na ordem dos 0,01 e 0,34 por cento. O docente da Uni-versidade do Minho, João Cerejeira, afirmou que um aumento nestas circunstân-cias não teria um efeito po-sitivo no emprego. O mes-mo explicou que o estudo teve como base um inqué-rito feito a todas as empre-sas do país de forma anual. O docente afirmou que um aumento do salário mínimo nacional afectaria negativa-mente os trabalhadores do sector da construção, das

indústrias transformadoras, pois representaria para as empresas um aumento nas despesas que conduziria ao despedimento de alguns dos seus trabalhadores.Este estudo indica, ainda, que o aumento salarial iria afectar a sobrevivência das empresas, “mas seria ainda mais visível a nível da cria-ção e destruição de emprego em empresas já existentes, sobretudo em sectores de actividade como o têxtil, ves-tuário e calçado; agricultura e silvicultura; mobiliário; restauração e hotelaria.”O grupo de trabalho con-clui ainda que cada ponto percentual de aumento no salário base real, derivado do aumento do salário mí-nimo, resultou numa dimi-nuição do emprego na or-dem dos 1,1 e 1,8 por cento. Os trabalhadores atingidos pelo aumento do SMN nos últimos anos viram aumen-tada a sua probabilidade de mudança para o desempre-go ou inactividade.

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Page 8: Jornal ACADÉMICO 9 - 2011/2012

PÁGINA 08 // 23.NOV.11 // ACADÉMICO

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NACIONALestá online o livro branco da juventudecátia alves

[email protected]

“A Secretaria de Estado do Desporto e da Juventude (SEDJ), colocou online um Livro Branco, que estará dis-ponível até ao final de Feve-reiro.

Mas o que é um Livro Bran-co? O ACADÉMICO foi des-cobrir.

Um Livro Branco é um do-cumento, publicado pela Comissão Europeia, cuja finalidade é ser preenchi-do com propostas de acção comunitária em diferentes domínios, uma espécie de estratégia global na área da Juventude – tal como acon-tece nos Livros Brancos da Comissão Europeia.As áreas ou sectores de con-tributo são muito variados e englobam, entre muitos

outros, a educação, o em-prego, a participação jovem, a mobilidade, a participa-ção cívica, o voluntariado, a prevenção rodoviária e, por exemplo, a solidariedade inter-geracional.Qualquer um de nós pode-rá participar de forma indi-vidual, com uma proposta ou um plano de acção, mas também se poderá fazer no âmbito do associativismo. Assim, poderão fazê-lo as

crise económica reduziu a autonomia das universidades portuguesasDiana isaBel sousa

[email protected]

O estudo europeu compa-rou a autonomia universitá-ria em 26 países e concluiu que, em Portugal, o reforço do poder do Estado sobre as universidades, devido à actual crise económica, re-duziu a autonomia das ins-tituições.O ponto mais fraco do nosso país é mesmo o da liberdade académica.A European University As-sociation (EUA), uma as-

sociação de instituições de ensino superior, apresentou em Bruxelas um ranking das autonomias universi-tárias, analisando quatro dimensões: organizacional, financeira, de pessoal e académica. A melhor clas-sificação de Portugal foi al-cançada na avaliação sobre a autonomia organizacional das universidades. Ou seja, obteve boa classificação no que respeita aos mecanis-mos de selecção, eleição e demissão de reitores, a pre-sença de entidades externas às instituições nos órgãos de decisão e a capacidades

destas criarem novas enti-dades legais. Neste grupo, Portugal ocupa o 7º lugar do ranking.

Em destaque pelos piores resultados

Porém, o nosso país, dos 26 em análise, é o único em que as universidades estão proibidas de constituírem entidades com fins lucrati-vos. Já a pior classificação de Portugal foi atribuída à autonomia académica das instituições de ensino supe-rior. Ao ocupar o 21º lugar deste grupo, as universida-

associações académicas e de estudantes, as associa-ções juvenis de âmbito local, regional e nacional, as ju-ventudes partidárias, entre outras. Durante os meses de No-vembro de 2011 e de Feverei-ro de 2012 serão recolhidas as propostas e contributos, através do portal juventude.gov.pt. Entre Março e Abril do próximo ano realizar-se-ão

des portuguesas dão conta de não terem total liberdade de decisão quanto à fixação do seu número total de es-tudantes e aos mecanismos de admissão, e terem ainda de sujeitar o lançamento de novos cursos a um procedi-mento de acreditação prévia (sem poderem escolher a agência responsável por este procedimento e sua avalia-ção externa, nem os crité-rios que presidem a esta).Portugal ocupa também o 7º lugar relativamente à autonomia financeira, pois as universidades têm uma liberdade de acção signifi-

cativa no que respeita à fixa-ção do valor das propinas e é-lhes permitido ficar com as receitas geradas.É de salientar que, em 10 dos 26 países analisados pelo ranking da autonomia universitária da EUA, não são cobradas propinas aos estudantes do 1º ciclo do ensino superior (licenciatu-ras), nomeadamente: na Re-pública Checa, Dinamarca, Grécia, Finlândia, Irlanda, Islândia, Noruega, Polónia, Suécia e Eslováquia. Em oito destes países, também não são cobradas propinas de mestrado.

seminários e workshops regionais e, em Maio, um evento nacional para a apre-sentação das conclusões dos seminários regionais. Por fim, em Junho será a entrega do relatório final à Assembleia da República e ao Presidente da República.A SEDJ pretende o debate e a partilha de informação entre os jovens, bem como a sua, cada vez maior, parti-cipação cívica na sociedade.

Ranking da autonomia universitária pela European University Association

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PÁGINA 09 // 23.NOV.11 //ACADÉMICO

INQUÉRITO

Faço um balanço bastante positivo da actual direcção da AAUM.Penso que desenvolveram várias acções, sempre na tentativa de ir ao encontro dos interesses dos estudan-tes. O movimento criado em torno da diminuição das bolsas de estudo, o acolhi-mento aos caloiros, que tem melhorado de ano para ano, foram as actividades que, no meu ver, se destacaram.Actualmente, posso referir que sinto a Associação Aca-démica mais próxima dos estudantes da Universidade do Minho. Contudo, tam-bém concordo que pode-riam ter investido mais na área do empreendedorismo, proporcionando aos alunos um primeiro contacto com o mercado de trabalho.Ainda assim, a AAUM ten-tou defender os seus estu-dantes da melhor forma, lutando e pelos seus direi-tos, e isso reflectiu-se em muitas das suas actividades ao longo dos dois mandatos.

Daquilo que tive oportuni-dade de assistir, penso que a AAUM tem desenvolvido um bom trabalho, aplican-do-se na satisfação das ne-cessidades dos estudantes, realizando actividades de acordo com os seus interes-ses. De todas as actividades desenvolvidas desde Setem-bro, destaco o University Fashion. Fiquei surpreen-dida, pois nunca pensei que este concurso tivesse tanto impacto junto do público. Notou-se um grande inves-timento de esforço e traba-lho. A AAUM está próxima dos estudantes da Univer-sidade do Minho, desen-volvendo acções para todos, pensando no seu futuro. Além disso, não esquece a sua responsabilidade social, alargando o seu âmbito a ac-tividades solidárias, como é o caso da dádiva de sangue.Contudo, penso que pode-ria apresentar mais activida-des a pensar nos estudantes do programa Erasmus. Esse será, talvez, o aspecto me-nos desenvolvido. Mas não posso negar que a AAUM faz tudo o que está ao seu alcance em prol dos seus estudantes, estando à altu-ra da melhor academia do país.

Durante o ano anterior a Associação Académica da Universidade do Minho foi capaz de apresentar um le-que de actividades a que os estudantes estão habituados e nas quais gostam de parti-cipar. Isto leva-me a defen-der uma actuação positiva da AAUM, considerando ainda, a situação económica actual do nosso país.Quando se pensa em acti-vidades desenvolvidas pela nossa associação, é inevi-tável destacar o Enterro da Gata, a Recepção ao Caloiro ou o Caloiro de Molho. No que refere à sua inter-venção, penso que será ne-cessário apostar numa di-vulgação mais alargada das ofertas de emprego, e mes-mo procurar novas oportu-nidades.É necessário, contudo, des-tacar as dificuldades actu-ais para entrar no mercado de trabalho, e a esse nível a intervenção da Associação é quase impossível. É difícil saber se a AAUM defendeu os estudantes da melhor forma, na medida em que não tenho conheci-mento de toda a extensão do seu trabalho.Assim, evito julgamentos que possam não correspon-der à verdade.

Na minha opinião penso que neste último mandato a direcção da AAUM desem-penhou bem as suas fun-ções.Acho que tentou sempre mostrar-se disponível para atender as necessidades e os interesses dos alunos. É de salientar, também, o apoio dado aos estudantes da Uni-versidade do Minho neste difícil período económico, sendo que, quando estes vi-ram as suas bolsas diminuí-das, a AAUM tentou sempre defender os seus interesses.Por último, penso que é im-portante destacar o bom de-sempenho da Associação na organização de actividades e eventos que contribuem, não só para a formação aca-démica dos estudantes, mas também, para a sua forma-ção pessoal e sociocultural.

MARLENE RODRIGUES1º ANO //

CIêNCIAS DA COMUNICAçãO

DIOGO ARAúJO3º ANO //

BIOQUíMICA

MÓNICA BARBOSA3º ANO //

EDUCAçãO BÁSICA

sónia silva

[email protected]

Foi há dias que o actual presidente da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM), Luís Rodrigues, anunciou publicamente que este era o seu último mandato na AAUM. Na mesma data, foi apresentado Hélder Castro.

Com o fim do legado dos actuais dirigentes da AAUM, é importante fazer um balanço da sua actividade e perceber qual a opinião dos estudantes sobre o seu trabalho.Assim, qual será o balanço que os alunos da Universidade do Minho fazem sobre o mandato da direcção da AAUM? Que actividades mais gostaram? Estará a associação mais próxima dos alunos? A que nível deveria intervir mais? E, terá esta defendido os estudantes da melhor forma?O ACADÉMICO foi para o campus encontrar algumas respostas...

VÂNIA BARROS3ºANO //

RELAçÕES INTERNACIONAIS

que balanço fazes do mandato da direcção da aaum?

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ENTREVISTA

Daniel vieira Da silva

[email protected]

Qual o balanço que fazes destes dois anos de manda-to enquanto presidente da AAUM?Penso que, por tudo o que foi construído ao longo destes dois anos, é justo dizer-se que o balanço é francamente positivo. Foi um trabalho conseguido na linha daquele que foi desen-volvido pelas Direcções que me precederam mas foram mandatos em que demos respostas às necessidades dos estudantes, promoven-do novas acções, novas ini-ciativas, novos serviços, dis-

ponibilizando um conjunto de ferramentas que auxilia-ram os estudantes das mais variadas áreas, ao nível da formação e das saídas pro-fissionais. Assumimos cla-ramente, neste particular, uma intervenção forte no que diz respeito à inserção dos estudantes no mercado de trabalho.Para além disso, houve uma aposta grande na afirmação da AAUM a nível nacional, especialmente em termos de intervenção política. Nos momentos decisivos para o Ensino Superior desem-penhámos um papel chave tanto na mobilização dos es-tudantes como de outras as-

sociações. Não posso deixar de referir contudo que este desempenho se deve tam-bém às acções cumulativas das anteriores direcções e dos respectivos presidentes.

O que é que, nestes últimos dois anos, ficou por fazer?Há sempre algo que fica por fazer. Há sempre algo que, devido a determinados con-textos, não foi possível reali-zar. Mas haverá sempre algo mais para fazer. Por isso a importância da renovação das pessoas e das ideias, que não dos ideais. No entanto, não posso dei-xar de mencionar, com muita pena minha e da mi-

nha Direcção, a questão da nova sede da AAUM que continua por concretizar. Contudo, acredito que hoje, passados dois anos, foram dados passos importantes e que tudo estará certamente mais próximo, pelo menos atendendo aos compromis-sos assumidos pela actual reitoria. Porém, esta indefi-nição relativamente à nova sede deixa, evidentemente, uma mágoa muito grande, uma vez que este foi um dos projectos claramente as-sumidos como prioritário. Mas quero crer que tudo es-tará bem mais próximo.

O que falta para se materia-

lizar o dossier da nova sede?Como disse anteriormente, foram dados alguns pas-sos que, estou certo, serão determinantes nomeada-mente sobre a definição do espaço da nova sede. Ainda que neste momento esteja-mos numa conjuntura di-fícil para o investimento, a AAUM tem, ainda assim, uma quantia assinalável de verbas que foram amealha-das nos últimos anos - cer-ca de 800 mil euros – para este projecto e que represen-tam um enorme contributo e compromisso de todas as anteriores direcções.

Mas já há uma localização

Na hora da despedida Luís Rodrigues, o actual presidente da AAUM, não esquece a família e todos aqueles que foram, no seu entender, fundamentais nos seus dois mandatos enquanto presidente da instituição minhota

Daniel Vieira da Silva

PÁGINA 10 // 23.NOV.11 // ACADÉMICO

LUÍS RODRIGUES

“Encontrei a AAUM a um nível muito elevado e creio que estas últimas duas

direcções conseguiram elevá-lo ainda mais”Após dois anos como presidente e depois de cinco ligado à direcção da AAUM, Luís Rodrigues está de saída.

O ainda presidente da AAUM, faz um balanço exaustivo daquilo que foi a sua passagem pela instituição. Sem certezas quanto ao futuro, o estudante natural de Penafiel orgulha-se do seu ciclo na AAUM e mostra-se confiante pelo futuro da instituição.

Tudo isto para ler numa entrevista exclusiva ao ACADÉMICO.

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específica para a mesma?A nova sede estará muito próxima da entrada Sul do campus de Gualtar. Se den-tro do campus ou no espaço limítrofe... Essa é, actual-mente, a única questão.

Algumas vozes na Univer-sidade e na própria cidade de Braga consideram que a nova sede deveria migrar para o centro da cidade. O que pensas sobre esta hipó-tese?Eu não partilho dessa visão. É uma convicção pessoal que a nova sede deve ser-vir essencialmente os estu-dantes. A AAUM tem, na-turalmente, dentro da sua missão uma componente de interacção com a socie-dade, pelo que a nova sede da AAUM deve fornecer um conjunto de ferramentas e de serviços directos para os estudantes, deve fornecer um conjunto de valências para os grupos culturais, para os núcleos, para a Rá-dio Universitária do Minho, para a Associação de Anti-gos Estudantes, para toda a comunidade académica de uma forma geral. A minha opinião é muito clara e fir-me a este respeito: não se proporcionam ferramentas, serviços e competências de valor acrescentado aos estu-dantes levando a nova sede para longe dos estudantes e para fora do campus.Partilho da necessidade de afirmar, cada vez mais, a Universidade e a comuni-dade académica, nos cen-tros das cidades de Braga e Guimarães. Acredito nas mais-valias que isso possa representar, mas também acredito que o caminho não deveria ser por aí, mas sim pelo que deve ser feito a ní-vel político, proporcionan-do condições para fixar os jovens no centro da cidade, adoptando uma política de urbanização, de reabilita-ção de alguns edifícios no centro da cidade e dando incentivos ao arrendamen-to jovem. Acredito que esta integração faz-se, também, por uma mudança de men-talidades capaz de alavancar uma interacção mais efecti-va, não vendo por isso que a nova sede seja uma condi-ção fundamental para que

isso aconteça.

Foram muitas as decisões tomadas nestes anos. Ar-rependes-te de alguma ou voltarias atrás para mudar alguma decisão?Não me arrependo das li-nhas que foram sendo se-guidas, no trabalho que foi sendo desenvolvido, par-tilhando de uma grande satisfação pelos resultados alcançados, resultados esses fundamentalmente avalia-dos pelo grau de satisfação dos estudantes.

Mas sabendo o que sabes hoje, mudavas o rumo de alguma das decisões toma-das?Não, mas talvez tivesse co-locado uma tónica ainda maior no projecto da nova sede especialmente na fase inicial. Tenho porém a per-cepção de que foram empre-endidos todos os diálogos e desenvolvidos todos os es-forços possíveis no sentido de a concretizar.

Que diferenças encontras entre a AAUM na qual en-traste em 2007 e a AAUM que agora te preparas para deixar?Gostaria de acreditar que, sem qualquer arrogância, os estudantes têm hoje uma AAUM melhor, tal como a tiveram no passado, ano após ano. Esta é a grande característica das últimas direcções. Desde o Vasco Leão, ao longo dos últimos 11 anos as direcções da AAUM conseguiram reno-var as suas áreas de inter-venção, conseguiram adap-tar-se a novas realidades do ensino superior, consegui-ram dar resposta a um cres-cimento muito significativo da Universidade do Minho, quer em dimensão quer em número de estudantes.A AAUM está hoje melhor do que estava nos últimos anos – sendo que cada di-recção tenta sempre fazer mais e melhor, por muito bom que seja o legado.Creio que estas últimas duas direcções souberam identificar áreas em que po-deriam alargar a sua inter-venção, áreas em que pode-riam melhorar e acrescentar valor. Tenho, naturalmente,

que dizer que reconheço, com muito orgulho (uma vez que fiz parte das três direcções do Pedro Soares, e, enquanto colaborador, da última direcção do Roque Teixeira) que encontrei uma AAUM a um nível muito elevado e creio que estas úl-timas duas direcções conse-guiram elevá-la ainda mais.

Falaste aqui em algumas de-cisões que são tomadas em consciência e ponderação. Algumas dessas apoiadas em alguns “braços-direitos”. Gostarias de destacar a pre-sença de alguém que mar-cou a tua vida associativa durante estes dois últimos anos?A primeira palavra tem que ser, naturalmente, para a minha família, em particu-lar para os meus pais, que me deram todas as condi-ções para representar os estudantes da Universidade do Minho. Certamente que há outras

pessoas que, de uma forma mais directa, representa-ram um apoio constante, também pela partilha de va-lores, de convicções, conec-tadas a todas as questões da academia ligadas à AAUM.Não posso deixar de des-tacar uma pessoa que foi uma referência e que, desde 2010, me tem auxiliado em dar resposta aos problemas dos estudantes, enquanto Provedor. Deste modo, a forma muito próxima como vive a academia, o Professor António Paisana foi uma pessoa que constituiu um apoio nas alturas mais im-portantes.De uma forma muito natu-ral, toda a ligação que fui de-senvolvendo com os anterio-res Presidentes, não posso deixar de destacar o Pedro Soares, enquanto meu an-tecessor, que, como é evi-dente, numa fase inicial do meu primeiro mandato, foi um apoio importante e um conselheiro; o Vasco Leão, pela referência natural que é o seu passado na AAUM numa altura particularmen-te difícil para a Instituição, pela forma como conseguiu elevar o nome da AAUM, pela sua própria visão e pelo que partilho dos seus valo-res e ideais a nível associa-tivo.Em consequência, pode-ria aqui certamente falar de muitas outras pessoas,

tendo sido muitas delas importantes ao longo deste percurso.Deixo também, como é evi-dente, uma nota para todos os elementos que fizeram parte destas duas direcções em particular, para todos os colaboradores que se envol-veram nas mais variadas ac-tividades, através de todos os departamentos da AAUM. Estas duas direcções deram provas de confiança e qua-lidade e o trabalho e os re-sultados que se alcançaram não foram só o reflexo do empenho e compromisso de um Presidente, mas de cada um dos elementos e de toda uma equipa que se construiu, que evoluiu ao longo do ano, de uma forma voluntária, partilhando va-lores de solidariedade e de entreajuda, de companhei-rismo, e do bem-colectivo.

Consegues destacar dois ou três momentos que mar-quem esta tua passagem enquanto presidente da AAUM... ... Num conjunto tão vasto de actividades que foram de-senvolvidas, é difícil identi-ficar algum momento mais marcante neste trajecto.Ainda assim, o sentimento com que se fica no momen-to da realização ou concreti-zação de uma determinada acção/actividade é inexpli-cável. Qualquer pessoa não

“Tenho a certeza que um projecto de continuidade

saberá materializar tudo o que tem sido desenvolvido nestes

anos”

Luís Rodrigues ainda não tem certezas quanto ao seu futuro

Dan

iel Vieira da Silva

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PÁGINA 12 // 23.NOV.11 // ACADÉMICO

Luís Rodrigues irá agora terminar a sua tese de mestrado em Informação e Jornalismo

pode ficar indiferente à con-cretização de um projecto ou actividade, quando parti-lha todo um sentimento de pertença com um grupo de pessoas, com um grupo de colegas. Quando senti, des-de muito cedo que, em qual-quer um destes mandatos, conseguimos transformar esse conjunto de valor in-dividual dos dirigentes em elementos de uma equipa unida, isso marcou o man-dato.Para além disso, há aqui um agregado de momentos im-portantes. A abertura do Gabinete do Liftoff, no ano de 2010, foi sem dúvida alguma um des-ses momentos. Não posso deixar de referir um outro que, pela sua capacidade de mobilização - dos estudan-tes e da comunidade envol-vente – é necessariamente um momento marcante para qualquer Direcção – o Enterro da Gata. Os resul-tados a este nível foram igualmente relevantes na medida em que a estraté-gia traçada se traduziu, em termos financeiros, de uma forma muito positiva, o que representou um grande con-tributo para a realização de outro tipo de actividades. A AAUM conseguiu adicio-nalmente atrair parceiros nacionais de relevo e deste modo alargar a sua missão e área de intervenção funda-mentalmente através de um equilíbrio financeiro que é hoje indisputável.Poderia ainda identificar outros momentos impor-tantes, como a conquista do terceiro lugar do ranking internacional da EUSA no desporto universitário, um marco de enorme relevância para o desporto na UM.

Quanto ao futuro da AAUM, o que perspectivas nos pró-ximos anos, embora isto de-penda dos resultados eleito-rais de 6 de Dezembro?Prevejo uma continuidade neste percurso de afirmação da AAUM a nível nacional e até internacional. Perspec-tivo um ano extremamente importante para a AAUM, assim como para a Univer-sidade do Minho, onde a AAUM tem, naturalmente, de ser um parceiro-chave

na organização de eventos integrados na Capital Euro-peia da Juventude (CEJ) e na Capital Europeia da Cul-tura. Ao nível da CEJ já foi entregue um projecto que reúne um conjunto de acti-vidades a ser implementado nas mais diversas áreas no-meadamente na das saídas profissionais, na do empre-endorismo, do desporto, da cultura, da participação juvenil, etc. Portanto, pers-pectivo, sem dúvida, um ano marcante para a AAUM em 2012.Tenho a certeza que um pro-jecto de continuidade saberá materializar tudo o que tem sido desenvolvido e projecta-do nestes anos. Seguramen-te encontrará novas áreas de intervenção e projectos que adicionem valor acrescenta-do aos estudantes.

E porque não com o Luís Rodrigues com uma terceira candidatura? O que é que te levou a tomar esta decisão?Há um momento para tudo nas nossas vidas e, mais ainda, no nosso percurso académico.Para além das pessoas fi-cam as instituições, e uma instituição como a AAUM não depende das pessoas, depende dos valores, ideais e convicções preconizadas pelas mesmas, ainda que não dependa delas.

Pelo que qualquer momen-to na AAUM, qualquer momento de renovação das direcções da AAUM, tem que ser encarado com na-turalidade. Da minha par-te, e defendendo a ideia do desprendimento que deve existir no associativismo, entendi que este era o mo-mento mais indicado para sair. Adicionalmente, acre-dito que há um conjunto de pessoas, nas quais destaco o Hélder Castro, que possui todas as capacidades para dar continuidade a este tra-balho, para trazer novos desafios, para trazer novos projectos.A nível pessoal, com 25 anos de idade e com 5 anos

na direcção da AAUM, en-tendi que era o momento de encerrar um ciclo. Devo a oportunidade que me foi concedida pelos meus pais para poder vivenciar todas estas experiências. Foi com orgulho que representei os estudantes da Universidade do Minho, mas há um tem-po para tudo, havendo tam-bém um tempo para sair, para encerrar um ciclo.

Sentes que é o Luís que dei-xa a AAUM ou é a AAUM que deixa o Luís?A AAUM nunca me deixa-rá, porque fica em mim um conjunto de memórias que serão impossíveis de apagar e um conjunto de valores e de aprendizagens que con-tribuíram para a minha for-mação pessoal e extra-curri-cular. Isso devo à AAUM e a todas as pessoas com quem tive oportunidade de traba-lhar e partilhar todos estes momentos.O Luís Rodrigues, enquan-to Presidente, sai da AAUM, mas continuará sempre dis-ponível para contribuir para tudo o que entendam ne-cessário. Estará sempre dis-ponível para dar qualquer apoio à AAUM.Agora, é um momento mar-cante para mim - ainda bem que assim o é. Fica aqui um conjunto de sentimentos e a saudade é um deles. Se as-

sim não fosse, isso seria um sinal de que não teríamos mudado nada na instituição e que esta não teria mudado nada em nós.Foi um percurso associa-tivo de cinco anos, do qual me despeço com muito or-gulho. Levarei comigo um sentimento de pertença que ficará para o resto da minha vida. Mas, como disse ante-riormente, esta renovação é perfeitamente natural. É um ciclo da minha vida que se encerra, sendo certamen-te um ciclo da AAUM que se encerrará.A nível pessoal pretendo na-turalmente finalizar o mes-trado em Informação e Jor-nalismo, faltando para isso terminar a respectiva tese.

Estou perante um futuro jornalista?Sim! (risos) É a minha área de formação e sempre foi a minha prioridade enquanto projecto de vida profissio-nal.

Mas ainda antes de irmos ao futuro, voltemos ao pas-sado: após cinco anos, o que é que mudou no Luís Rodri-gues com a passagem pela AAUM?Há um conjunto de valores cívicos que eu, naturalmen-te, desenvolvi. É impossível que a AAUM não cause mudanças nas pessoas. Ori-ginou certamente em mim, contribuindo de uma forma ímpar para a minha forma-ção pessoal e extra-curricu-lar, tendo-me dado compe-tências extra que nenhum curso me poderia ter dado. A nível pessoal, é impor-tante salientar o valor que aprendemos a dar a um con-junto de questões cívicas, e sobretudo de âmbito social, que nos obrigaram a alargar os nossos horizontes, a to-mar contacto com um con-junto de realidades diferen-tes, e a despertar para um conjunto de valores do bem comum, da cidadania.Em suma, mudou a manei-ra como encaramos todas as realidades e todas as con-junturas genéricas do país, assim como a forma como passamos a interpretá-las

Onde é que achas que te po-deremos ver nos próximos

Dan

iel Vieira da Silva

“Para além das pessoas, ficam as instituições e uma instituição como a AAUM

não depende das pessoas, depende dos valores, ideais

e convicções preconizadas pelas

mesmas”

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anos?Ora bem, no próximo ano numa biblioteca a fazer tra-balho de pesquisa para uma tese de mestrado (risos), o que espero que não seja du-rante muito tempo.No futuro... Não sei. Sem-pre foi com alguma impre-visibilidade que as coisas fo-ram acontecendo, pelo que espero, onde quer que seja, que isso aconteça com natu-ralidade, mas que qualquer que seja o projecto o mesmo constitua um desafio.

Mas existe alguma área de intervenção em que te sintas bem para trabalhar nos pró-ximos tempos?Penso que qualquer área que represente mudança nas pessoas é importante e gratificante, pelo que quan-do conseguimos trabalhar em prol do bem comum, isso é certamente muito gratificante, muito satisfa-tório...

... A política trabalha em prol do bem comum. É uma hipótese?Nunca desempenhei algo nesse campo, embora haja uma intervenção política associada ao cargo de Pre-sidente de uma Associação Académica.No entanto, nunca olhei para o meu futuro com essa perspectiva e continuo a não olhar. Há um conjunto de outras áreas e de outros de-

safios que podem constituir um trabalho gratificante em prol do bem comum. O jor-nalismo é, certamente, uma área em que se pode traba-lhar no sentido de mudar as pessoas e pode, perfei-tamente, ser a área em que venha a trabalhar.Nunca olhei com qualquer perspectiva de futuro para o trabalho que estava a de-sempenhar. Acima de tudo, qualquer projecto que seja desafiante, em que consiga ter uma capacidade de inter-venção e mudança em prol de valores que fui apreen-dendo e desenvolvendo ao longo destes anos, me traria um nível de realização pes-soal extra, mas, se assim não o for, cá estaremos para trabalhar na mesma.

Como gostarias de ser recor-dado enquanto Presidente da AAUM?Penso que - e isto deve ser um sentimento partilhado por qualquer dirigente asso-ciativo - quem tem que ser recordado não são as pesso-as. Quando se participa de uma forma voluntária no associativismo estudantil, a última coisa que deve ser recordada são as pessoas. Antes de tudo, os projec-tos. Eu gostaria, que os es-tudantes que participaram, directa ou indirectamente, nas actividades promovidas pela AAUM ao longo destes dois anos, se identificassem

com elas e as recordassem com a importância que elas tiveram na complementa-ridade da sua formação. Se o recordarem dessa forma essa é a maior satisfação que posso ter. Mais do que gostar que fosse recordada a obra que foi feita, os pro-jectos desenvolvidos e o le-gado que ficou, gostava que os estudantes recordassem os momentos que tiveram oportunidade de experien-ciar a todos os níveis.

Mas a tendência das pessoas é associar momentos a pes-soas. Como é que achas en-tão que os estudantes se vão recordar de ti?Em última análise - e quase sendo intimado a respon-der a esta pergunta (risos) - gostava que os estudantes se recordassem destes dois mandatos, como dois man-datos em que a AAUM, in-dependentemente dos dos-siers, das questões terem sido mais ou menos frac-turantes, sempre tomou as decisões que lhe pareceram mais acertadas para os estu-dantes, para a Universidade do Minho e para a AAUM.Sempre procurei que todas as decisões fossem tomadas com base neste princípio e com a crença naquilo que seria o mais acertado e me-lhor para a Academia. Por isto e por tudo mais, nunca me cansei de o dizer - e de o sentir também - que faze-

mos todos parte da melhor academia do país.

Que mensagem gostavas de deixar aos estudantes, não só aos que te elegeram en-quanto presidente?Quero deixar, naturalmen-te, uma mensagem de con-fiança. Os estudantes vivem realmente a melhor fase das suas vidas na universidade. Devem vivenciá-la e apro-veitá-la da melhor forma. Devem ter sempre a vonta-de de aprender mais, mas é importante que nunca se esqueçam de dar continui-dade à sua formação acadé-mica, à sua formação extra--curricular, participando nas mais variadas formas de associativismo, nos núcleos, nos grupos culturais, nas associações.Acredito que há tempo para tudo no percurso acadé-mico. Há tempo para con-vivermos, há tempo para experienciarmos com os nossos colegas e amigos um conjunto de vivências e sentimentos que marcam o nosso percurso académico, que nos marcam enquanto pessoas, mas nunca esque-cendo o fim que nos trouxe ao ensino superior, que é a nossa formação. Espero que os estudantes procu-rem adquirir competências diferenciadoras ao longo do seu percurso académico, pois só elas lhes darão valor acrescentado aquando da sua entrada no mercado de trabalho.É importante que os jovens sejam empreendedores numa perspectiva de pró actividade, de iniciativa, de capacidade de participação, de partilhar valores de cida-dania e participação na vida activa.No entanto, queria também deixar uma mensagem de desconfiança: nem tudo o que nos é vendido tem ne-cessariamente de ser acei-te. A este nível, tanto as universidades como os es-tudantes muito se podem queixar. Um governo que queira incentivar a recu-peração económica de um país não pode castrar essa recuperação através de um desinvestimento no Ensino Superior, na formação das pessoas mais jovens, daque-

las que, se por um lado são as camadas mais formadas e informadas que alguma vez tivemos, por outro são aquelas que representam o menor investimento por parte do estado.Portanto, uma mensagem também de desconfiança e de inconformismo. Que os estudantes não se demitam de lutar pelos seus direitos e ideais. Que os estudantes continuem a lutar por con-dições que nos possam dar e conferir um país melhor, com condições iguais, à par-tida, para todas as camadas da população, não excluin-do ninguém e trabalhando todos para uma sociedade inclusiva, que é aquilo que temo que se pode vir a per-der num futuro muito pró-ximo.

Quando saíres pela última vez pela porta da AAUM enquanto presidente, sais de consciência tranquila e com a sensação de dever cumpri-do?Sairei com um sentimento de dever cumprido. Expe-rimentarei, logo nesse pri-meiro passo, um sentimen-to forte de saudade, mas de muita realização e com a consciência de dever cum-prido.Queria deixar um agradeci-mento a todos os que contri-buíram para a concretização destes projectos. Devo aqui agradecer, em primeiro lugar, e como não poderia deixar de ser, a todos os es-tudantes que fizeram parte desses projectos, que nos fizeram acreditar na impor-tância dos mesmos e que neles participaram. Agrade-cer também a todos os fun-cionários da AAUM, que de uma forma inexcedível, par-tilharam sempre de valores e de ideais e dos projectos elencados como prioritários por estas duas direcções. A eles também se deve muito deste sucesso.Portanto, eu penso que aci-ma de tudo os sentimentos serão sem dúvida de de-ver cumprido, de saudade, mas fundamentalmente de agradecimento por tudo o que também a AAUM me proporcionou e me transfor-mou e que me acompanhará para o resto da minha vida.

PÁGINA 13 // 23.NOV.11 // ACADÉMICO

“Quando sair da AAUM irei sentir, no primeiro passo, um sentimento de saudade

Dan

iel Vieira da Silva

Page 14: Jornal ACADÉMICO 9 - 2011/2012

TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

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neuZa alPuiM

[email protected]

O resultado da pesquisa “Riscos Globais de Segu-rança”, levada a cabo pela Kaspersky Lab, em parceria com a agência de pesquisas B2B Internacional, cons-tatou que, no último ano, 60% das empresas foram vítimas de algum tipo de ataque por meios de códigos maliciosos, com consequen-te perda de dados.O estudo inquiriu 1300 di-rectores informáticos de 11 países, mostrando, ainda, que 2/3 das empresas não se sentem devidamente equipadas para prevenir e

combater as eventuais ame-aças informáticas. 9% das empresas afirma já ter sido vítima de um ataque dire-cionado e cerca de um terço delas acredita ser alvo de ci-bercriminosos. “A única ra-zão pela qual a percentagem não é maior é que a maioria destes ataques são projeta-dos para serem discretos. Portanto, as empresas po-dem nunca ter conhecimen-to deles”, afirma Eugene Kaspersky, CEO e cofunda-dor da Kaspersky Lab.Os cinco principais ataques virtuais tendo como alvo empresas também incluem mensagens de phishing, spam, invasões à rede e ata-ques de negação de serviços.

ciber-ataques: uma ameaça para as empresas

carla serra

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Natal SIM... Para criar tradições em Portugal

O SIM (Movimento pela cria-tividade em Portugal by Sam-sung) propôs aos cibernautas a partilha da sua tradição e costume de Natal. A tradição mais original vai fazer parte de

uma curta--metragem. A cap-tação de imagem vai ser feita com o telemóvel Galaxy S II. Se quiseres participar nesta inicia-tiva, podes fazê-lo até ao dia 20 de Novembro, através do site www.movimentosim.com/sim-natal/.Depois decorre a fase de apuramento com a selecção de três tradições de Natal finalistas e caberá aos portugueses votar na sua preferida.

Waydip, uma empresa portu-guesa nas 50 mais inovadoras do mundo

A Waydip é uma empresa de tecnologia com sede na Co-vilhã, fundada por dois jovens mestres em Engenharia Elec-tromecânica pela Universidade da Beira Interior. Esta empresa dedica-se ao desenvolvimento do projecto Waynergy.Este projecto consiste em gerar energia eléctrica a partir do movimento, quer de pessoas ou veículos, sob um determinado pavimento especializado para o efeito.A empresa revela-se bastante

promissora, constando já nas 50 mais promissoras do mun-do.O objectivo é assim reduzir as despesas energéticas em certos locais com grande afluência de pessoas.Temos futuro!

Apple avança com registo de patente para novo cartão SIMOs rumores já constam desde Outubro do ano passado, quan-do referiram que a Apple estaria a trabalhar na criação de um cartão próprio, que lhe permi-tisse vender os seus telefones directamente aos utilizadores. Esta situação criou alguma polémica junto das operado-ras, pois isto significaria uma grande quebra nas vendas. No entanto, parece que a Apple pretende, com este novo cartão, criar iPhones mais finos o que poderá resultar na venda de smartphones mais baratos em todo o Mundo.

twittadas

As limitaçoes dos sistemas de Tecnologias de Informa-ção, a falta de pessoal qua-lificado, de conhecimentos e orçamentos, são as prin-cipais razões pelas quais as empresas não têm capacida-de de responder a este pro-blema.

catarina hilário

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A iNovmapping, a empresa formada por ex-alunos da Faculdade de Letras da Uni-versidade de Coimbra, é a responsável pela YoubeQ, a “primeira rede social a cor-rer no Google Earth”. Esta rede difere das restan-tes na maneira como o con-tacto social é feito, permitin-do uma maior aproximação com a realidade e onde tudo é apresentado em 3D.Os responsáveis pelo projec-to explicam que “no youQ a abordagem é feita de forma inovadora, porque é esta-

belecida uma relação das pessoas com os locais, per-mitindo conhecer o mundo através de viagens virtuais”.Isto significa que é possível explorar o mundo que nos rodeia, em 3D, teletranspor-tando o nosso avatar para qualquer lugar do planeta. É ainda possível interagir com outros avatares e esta-belecer amizades, enquanto se trocam opiniões sobre os lugares visitados.Para já o serviço só se en-contra disponível a partir do browser do computador, mas brevemente terá uma versão para os smartpho-nes.

primeira rede social no google earth é portuguesa

DR

Cerca de 60% das empresas foram “atacadas” na internet

Page 15: Jornal ACADÉMICO 9 - 2011/2012

TECNOLOGIA E INOVAÇÃO PÁGINA 15 // 23.NOV.11 // ACADÉMICO

> 24 NOVEMBRO 11Workshop Tertúlia “ Empreendedo-rismo Social: uma oportunidade em tempo de crise.”Hall auditório B2, CP II, Gualtar

> 14 e 15 DEZEMBRO 11

Fase final concurso Ideias “Atreve-te 2011”

Campus de Gualtar, Braga

> 24 NOVEMBRO 11Workshop“Transição para o emprego”Braga

>

liftoff,gabinete do empreendedor da AAUM,

apresenta...

As alterações profundas do mercado de trabalho a que assistimos nas últimas dé-cadas, e a consequente alte-ração do próprio conceito de carreira, fazem com que a gestão da carreira seja uma tarefa cada vez mais com-plexa. Saber o que fazer em cada fase da procura de emprego, seja ele o primeiro emprego ou a transição para um novo emprego, é fundamental

para a construção de uma carreira profissional sólida. Mostrar ao empregador que é indispensável para o su-cesso da sua organização é o seu objectivo principal – apoiá-lo na consecução des-se objectivo é o nosso. Qual o meu mercado de trabalho? Como abordar o mercado de trabalho? Qual o CV mais adequado para esta candidatura? O que di-zer/fazer numa entrevista?

Como negociar um venci-mento? São apenas algumas das questões às quais vai sa-ber responder no final deste curso!Irá decorrer em Braga, no Centro de Negócios Ideia Atlântico com a duração de 15 hora.Este curso terá os seguintes conteúdos programáticos:- Auto-avaliação;- Mercado de trabalho; - Marketing pessoal e ne-tworking;- Candidatura;- Entrevista;- Negociação;- Transição para o (novo) emprego.

Destinatários: Todos/as os/as interessados/as em de-senvolver competências de gestão eficaz da sua carreiraMais informações e inscri-ções em:www.oficinadecompeten-cias.com

Oferta formativa Oficina de Competências

Curso “Gestão de Carreira”

A Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) irá promover a rea-lização de uma “Semana So-cial” nos próximos dias 22 a 25 de Novembro dedicada às temáticas dos Direitos Hu-manos, Ambiente, Saúde e Integração Social.Nesse sentido, o Departa-mento Social & Relações Internacionais da AAUM, em colaboração com o Lifto-ff - Gabinete do Empreende-dor da AAUM, levará a cabo uma tertúlia subordinada ao tema “Empreendedoris-mo Social: uma oportunida-de em tempo de crise” pelas 16 horas na Universidade do Minho, Hall Auditório B2, em Braga.Com esta tertúlia, preten-de-se dar a conhecer este conceito e refletir um pou-co sobre o mesmo a partir

de vários pontos de vista, procurando perceber a sua importância como uma pos-sível saída profissional bem como uma possibilidade de inserção de pessoas com de-ficiência na sociedade e na vida ativa. Esta tertúlia contará com a presença de Aristides San-tos - Proprietário da empre-sa DEFICIPRODUT, Bruno Augusto – Associação Missão Mágica, Filomena Bordalo– Ex Diretora da Se-gurança Social de Braga e Tiago Ferreira - Investiga-dor de Terreno do Ins-tituto de Empreendedoris-mo Social;

A participação é gratuita, mediante inscrição.

Inscrições em:www.liftoff.aaum.pt

Tertúlia“Empreendedorismo Social Uma oportunidade em tem-po de crise”

> 02 DEZEMBRO 11Data limite para entrega de candida-turas ao “Atreve-te 2011”

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CULTURA

José Dinis goMes

[email protected]

Foi na semana passada que se realizou o muito espera-do SEMIBREVE no Theatro Circo, em Braga. A primeira edição apostou num cartaz vanguardista e contou com apoio da reputada revista The Wire, criando-se altas expectativas à volta do festi-val que não foram, de todo, goradas.

Dia 1: Público rendeu-se ao génio criativo do novo “mi-údo” da electrónica, Jon Hopkins Antes da primeira performance da noite, o pú-blico concentrou-se no átrio do Theatro, onde se ouviam diferentes línguas, demons-trando a heterogeneidade que caracterizava o público do festival. O público saiu do primeiro concerto com um sorriso na cara e os ânimos já estavam elevados. A per-formance de Qluster+Luma

Launisch convenceu com as suas paisagens sonoras e visuais em consonância, criando o ambiente perfeito para o arranque do SEMI-BREVE.Seguiu-se Taylor Deupree e Stephan Mathieu, a perfor-mance mais difícil do fes-tival, visível pelas desistên-cias do público no decorrer desta.O primeiro dia encerrou em beleza com Jon Hopkins a mostrar porque é que é um dos mais respeitados produ-tores da actualidade. Com especial incidência no ál-bum Insides, o “miúdo” ca-tivou o público ao misturar paisagens sonoras dubstep e ambient, com direito ainda para interlúdios no piano. Um espectáculo, portanto.

Dia 2: O talento dos portu-gueses “Blac Koyote” e o profissionalismo e visualis-mo de Alva Noto marcaram o segundo dia, que começou com outra aposta ganha: a performance de Fennesz+P.

Uma SEMIBREVE aposta que conquistou o público

FACT

MA. Blac Koyote, projecto português, foi igualmen-te um sucesso. A acabar a noite esteve Alva Noto, um

autêntico veterano e dono da reputada editora Raster--Noton. O alemão primou pelo seu profissionalismo, criatividade e visão tornan-do a sua performance numa experiência sonora e visual altamente recomendável.

Dia 3: Murcof+Anti-VJ mar-caram pela originalidade e Vítor Joaquim pelo talentoO último dia contou com as actuações do talentoso Vitor Joaquim acompanhado nos visuais por Hugo Olim e do francês Murcof acompanha-do com um dos membros do reputado núcleo visual Anti-VJ, numa actuação em que, tanto a música electró-nica, com samples de músi-ca clássica de Murcof, como os visuais 3D de Anti-VJ ti-veram igual protagonismo, numa autêntica catarse que deu por encerrado a primei-ra edição do SEMIBREVE.

Uma organização empenha-da e a qualidade dos artistas foram os factores de sucessoEm conversa com Luís Fer-nandes, membro da orga-nização, este declarou que

o festival foi “um sucesso a todos os níveis, quer a nível de público, quer a nível or-ganizativo. Os artistas ado-raram tudo. O ambiente, o público, o Theatro”. Quando questionado sobre a razão de todo este bom resultado, este afirmou que “os deta-lhes fazem a diferença”. Ex-primiu também a vontade da organização na realiza-ção de uma segunda edição.O protagonismo de eventos como o SEMIBREVE é uma autêntica “chapada” para os promotores portugueses, que justificam a escassez de eventos que primem pela qualidade (quando o objecti-vo primeiro para um evento é o factor lucro, este só pode estar condenado à mediocri-dade) por falta de adesão do público.Não obstante, este facto não deixou que a organiza-ção não apostasse na oferta de um produto de inegável qualidade.O SEMIBREVE foi, por tudo isto, um autêntico sucesso, deixando a impressão que é imperativo uma segunda edição!

FA

CT

Murcof + Antivj, um espectáculo de música e arte digital 3D

Qluster + Luma.Launisch abriram as hostilidades no festival que tem tudo para regressar

Page 17: Jornal ACADÉMICO 9 - 2011/2012

PÁGINA 17 // 23.NOV.11 // ACADÉMICO

AGENDA CULTURALRUM BOXTOP RUM - 46 / 201118 NOVEMBRO

1 - RAPARIGA ELÉCTRICATens de sair

2 - HORRORS, THEChanging the rain

3 - KILLS, THE - Baby says

4 - RADIOHEAD - Lotus flower

5 - WE TRUSTTime (better not stop)

6 - DRUMS, THEMoney

7 - YOU CAN’T WIN, CHARLIE BROWNA while can be a long time

8 - WASHED OUT - Amor fati

9 - PJ HARVEY The words that maketh murder

10 - WILCO - I might

11 - SMIX SMOX SMUX Quantas vezes já

12 - PATRICK WOLF - The city

13 - NOISERV - Palco do tempo

14 - JORGE CRUZ - Entre iguais

15 - GOMEZ - Options

16 - GIRLS - Heartbreaker

17 - FEIST How come you never go there

18 - LITTLE DRAGONRitual union

19 - CREEPDays (feat. Romy Madley Croft)

20 - TWIN SHADOWYellow balloon

POST-IT21 > 25 Novembro

B FACHADANão Pratico Habilidades

DAVID LYNCHPinky’s Dream (feat. Karen O)

FLASHGUNS Passions of a Different Kind

BRAGA

TEATRO22 a 25 de NovembroAuto da Barca do Inferno – CTBTheatro Circo

MúSICA25 de NovembroThe Goo Men – Three Thumbs Up!Fnac Braga

25 de novembroDoimileoito – Pés FriosFnac Braga

26 de NovembroShenandoah and the nightThetaro circo

GUIMARÃES

MúSICA26 de novembroX-WitwSão Mamede

26 de NovembroYou can´t win, Charlie BrownCCVF

BARCELOS

TEATRO26 de NovembroUm tiro no péSubscutaAuditório da Biblioteca Municipal de Barcelos

FAMALICÃO

TEATRO/COMÉDIA25 de NovembroMédico á força de Molière – Jangada TeatroCasa das Artes

LEITURA EM DIA1 - Os Anos de Ouro da Pulp Fiction Portuguesa. Os melhores contos do Séc. XX de Luís Filipe Silva. A cultura e literatura populares também teve os seus “autores” em Portugal.2 – A Minha Sala de Aula é uma Trincheira. 10 Mitos sobre os Professores de Bárbara Wong (Esfera dos Livros). Os professores e os seus problemas, bem sérios, por sinal.

3 – Lusco-Fusco de Cristina Carvalho (Sextante). O imaginário mais rico e inovador pela mão de uma das autoras mais importantes da Literatura Portuguesa.

4 - Frankenstein II – A Cidade das Trevas de Dean Koontz (Contraponto). A saga

Para ouvir de segunda a sexta

(9h30/14h30/17h45) na RUM ou em

podcast: podcast.rum.pt Um espaço

de António Ferreira e Sérgio Xavier.

continua e o mito da criatura que se revolta contra o seu criador.5 - Uma Mentira Mil Vezes Repetidas de Manuel Jorge Marmelo (Quetzal). A narrativa dentro da narrativa, ou a estória que se re-cria em escrita polifónica;

aBel Duarte

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Yukimi Nagano, a sueca com raízes nipónicas, está de volta com o seu projec-to Little Dragon. Com re-sidência mais ou menos fixa nos Koop, Nagano tem sido bastante solicitada nos últimos tempos. As cola-borações recentes com Go-rillaz, SBTRKT, Maximum Ballon e Dj Shadow, entre outros, tornaram “Ritual Union” um dos discos mais aguardados do ano. Neste terceiro disco, os Little Dra-gon trazem-nos uma fusão

aperfeiçoada da sonoridade dos anteriores, inspirada no synthpop, trip hop e até mesmo funk e soul. Deixan-do de lado as comparações, “Ritual Union” apresenta uma sonoridade muito pró-pria, madura e bem dispos-ta, alicerçada na voz límpida e angelical de Nagano que funciona como o principal elemento que dá vida às can-ções e as ilumina. Durante todo o disco, a banda é extre-mamente eficaz na concre-tização dos elementos mais atraentes do seu estilo, re-sultando num conjunto de canções densas e climáticas. Em suma, um disco de pop moderno bem executado e

CD RUMlittle dragon – ritual union

que mantém os Little Dra- gon em ascendência e com um futuro brilhante.DR

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PÁGINA 18 // 23.NOV.11 // ACADÉMICO

DESPORTO

PUB.

guimarães anuncia candidatura a “cidade europeia do desporto”FiliPa santos sousa

[email protected]

A “cidade-berço” quer afir-mar-se no plano internacio-nal. Depois da nomeação para Capital Europeia da Cultura, Guimarães quer destacar-se também a ní-vel desportivo. Foi neste contexto que o presidente da Câmara Municipal, An-

tónio Magalhães anunciou a candidatura a «Cidade Europeia do Desporto», em 2014.A proposta será apresentada em Bruxelas já em Janeiro do próximo ano, porém a decisão final só será conhe-cida em Novembro.O título de «Cidade Euro-peia do Desporto» é atribu-ído a localidades entre os 25

e 150 mil habitantes, sendo nesta categoria que se inse-re Guimarães.A iniciativa prevê a orga-nização de 24 eventos des-portivos, tanto de âmbito local como internacional. O autarca António Magalhães tornou pública a intenção de candidatura, durante uma conferência de imprensa que serviu para assinalar o

uminho na “crista da onda”carlos reBelo

[email protected]

A partir de agora já podes praticar Surf e Bodyboard na Universidade do Minho (UM). Estas duas modali-dades desportivas surgiram este ano na UM com treinos semanais nas praias de Es-posende, Ofir e Viana.O ACADÉMICO esteve à conversa com o responsável por estas duas modalidades, também ele responsável da competição e recreação des-portiva do Departamento de Desporto e Cultura (DDC), Nuno Catarino.Acerca do surgimento des-ta ideia destas modalida-des na UM, o responsável sublinhou que apareceram no mesmo seguimento da política interna do DDC - a

existência de várias moda-lidades desportivas, desde que hajam condições para o regular funcionamento das mesmas, quer de apoio humano quer técnicas. No caso do surf e bodyboard achou-se que existia um número aceitável de alunos interessados para a inicia-ção de treinos regulares da modalidade, através de uma prospeção feita desde há al-guns anos para cá, tanto dos alunos que praticavam estas duas modalidades fora da universidade, como os no-vos alunos que chegavam à UM através de inquéritos.

Na prática está a virtude

Questionado sobre a regu-laridade dos treinos, Nuno Catarino explicou que “existem dois a três treinos

semanais. Quanto à regula-ridade, estão condicionados à natureza. Felizmente, nos tempos de hoje, já temos uma previsão mais certa das condições climatéricas e marítimas e, conforme essas condições, planeiam--se os treinos.” Catarino contou-nos ainda, caso não houvesse possibilidade de treinos no mar devido às condições climatéricas, os praticantes tinham a pos-sibilidade de ter treino es-pecífico com ginásio/mus-culação e natação para se manterem em forma. Na vertente mais compe-titiva desta modalidade, o responsável adiantou que, inicialmente, levavam os alunos que praticavam estas duas modalidades e compe-tiam no circuito dos Campe-onatos Nacionais Universi-

10º aniversário da empresa Tempo Livre. O presidente da Câmara Municipal de Guimarães garantiu uma intervenção directa das ins-tituições e clubes locais.“Parecem existir em Gui-marães condições de base que sustentem esta candida-tura com sucesso”, apontou António Portilha. O antigo presidente da direcção da

tários (CNU’s) com o apoio da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM). Agora, com trei-nos regulares, já pode exis-tir uma melhor preparação para essas etapas e melhorar a performance dos nossos atletas. Para já conseguiu--se aumentar de uma para três, o número de etapas no circuito dos CNU’s, o que dá uma maior competição en-tre os participantes e onde estes podem mostrar todas as suas aptidões que pratica-ram nos treinos. Para além disso, dá para colmatar al-guma má prestação numa etapa e assim puderem compensar nas outras duas.Em relação ao futuro destas modalidades, Nuno lembra: “Neste momento estamos a dinamizar o surf e o body-board na UM e pensamos,

no futuro, tentar iniciar entre Março e Setembro, pe-quenos módulos de inicia-ção ao surf/bodyboard”. Na vertente competitiva tam-bém existem planos: “Espe-ramos, já no próximo ano, organizar uma etapa do circuito nacional universitá-rio de surf e bodyboard em conjunto com o Surf Club de Viana, que é o que tem mais ‘know-how’ e experi-ência neste tipo de eventos/organizações.”A AAUM e o DDC serão também entidades envolvi-das neste evento.Para já, preparam-se os atle-tas da UM para melhorarem de dia para dia e puderem competir cada vez a um ní-vel mais alto nos CNU’s.A próxima etapa do circuito será nos dias 11 e 12 de Feve-reiro em Faro.

Tempo Livre e actual verea-dor do desporto acrescentou ainda: “A partir de agora, estamos a trabalhar para reunir à nossa volta todos os agentes desportivos locais e regionais com o objectivo de encontrarmos ente todos e com o menor custo possível, um conjunto de eventos que permitam que a candidatu-ra tenha sucesso.”

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Decorreu no passado dia 17 de Novembro, a conferência “Uma Europa para as No-vas Gerações”, organizada pelo Conselho Nacional da Juventude, em colaboração com Braga 2012: Capital Europeia da Juventude, na Colunata do Bom Jesus.A cerimónia de abertura contou com a participação do Secretário de Estado do Desporto e Juventude, Dr. Alexandre Mestre, o Presi-dente da Câmara Municipal De Braga, Engº Mesquita Machado, o Presidente do Fórum Europeu da Juventu-de (EYF), Peter Matjasic e o Presidente do Conselho Na-cional da Juventude (CNJ), José Filipe Sousa.Uma mensagem de vídeo do presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, fechou a conferência, refe-rindo a capacidade europeia de superar as presentes di-ficuldades, “com fé, de que se nos unirmos à volta deste projecto, seremos capaz de construir um futuro mais próspero e coeso para to-dos os Europeus.” No seu

discurso, o presidente do Fórum falou sobre a neces-sidade de continuar com os fundos dedicados à for-mação e voluntariado dos jovens. O Secretário de Estado abor-dou a colaboração com Bra-ga 2012: Capital Europeia da Juventude, tendo apro-veitado a visita para reunir com a organização da CEJ. O projecto foi apresentado em detalhe, incluindo as candidaturas à Agência Na-cional para Gestão do pro-grama Juventude em Acção e à agência executiva em Bruxelas.Falou-se também do méto-do de financiamento de Bra-ga 2012: Capital Europeia

da Juventude e foram dis-cutidas as possibilidades de colaboração do governo com a organização. O secretário de Estado visitou também o local da futura pousada da Juventude, em S. Frutuoso,

Real. Durante a manhã e a tarde, decorreram três painéis, sobre políticas europeias: a “Estratégia 2020”, “O mo-delo Social Europeu” e a “Integração Europeia”, res-pectivamente, tendo os ora-dores abordado os vários as-pectos da política na União Europeia. Reafirmaram a importância dos jovens e da sua participação na política a todos os níveis nos dias de hoje, assim como o papel fulcral que podem desem-penhar numa Europa do futuro. Durante as apresentações

da manhã, foi dado o in-centivo para que os jovens exprimam a sua opinião, apresentando o seu descon-tentamento e fazendo-se ou-vir, pensando, paralelamen-te propostas de soluções. Sexta-feira, dia 18 de No-vembro, a conferência pros-segue, desta feita no âmbito do Conselho de Membros do Fórum Europeu da Ju-ventude, contando com a presença de António José Seguro, ex-Presidente do CNJ e do Fórum Europeu da Juventude, num debate sobre a solidariedade inter-geracional no século XXI.

“Uma Europa para as novas gerações”

Tessalónica (Grécia) foi a vencedora da escolha Capi-tal Europeia da Juventude 2014. Três cidades finalis-tas confrontaram-se na fase final entre Tessalónica, a também grega Heraklion e Ivanovo, na Rússia. A es-colha foi hoje anunciada na cerimónia do anúncio, na discoteca UPS em Braga.De acordo com o júri, Tessa-lónica apresentou-se como uma cidade marcada por uma vibrante participação dos jovens na sociedade ci-vil e demonstrou um gran-de apoio por parte de todos membros envolvidos no processo. O júri acrescen-tou ainda que Tessalónica salientou a importância de estabelecer projectos sus-tentáveis em serviço de actividades que sirvam os desafios propostos aos mais jovens, através de estruturas já existentes“Tessalónica apresentou a candidatura mais forte, com um programa em profun-didade que está repleto de ideias criativas”, disse Peter Matjasic, presidente do Fó-

rum Europeu da Juventu-de. “Quando faltam apenas dois anos para que a Capi-tal Europeia da Juventude comece, estamos ansiosos para cooperar de perto com Tessalónica na preparação desta aventura”, concluiu Matjasic.A Capital Europeia da Ju-ventude é uma iniciativa do Fórum Europeu da Juventu-

de que já vai no sexto ano. A cerimónia de atribuição aconteceu em simultâneo com o Conselho de Mem-bros do Fórum Europeu da Juventude na Colunata do Bom Jesues em Braga, no dia 18 de Novembro. A anfitriã da cerimónia e do COMEM foi Braga, Capital Europeia da Juventude du-rante 2012.

Tessalónica será Capital Europeia daJuventude em 2014

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Catarina Molder nasceu em Lisboa, sendo alguém que vive o canto lírico quer na sua componente académica quer em termos perfor-mativos. Possui o curso superior de canto pela Escola Superior de Música de Lisboa e fez uma pós-graduação em Hamburgo, como bolseira do governo alemão e da Fundação Calouste Gulbenkian.

Embora jovem, possui uma grande experiência num repertório que toca nomes como Mozart, Puccini ou Alban Berg, um dos seus favoritos. Contudo, o seu talento vocal estende-se a géneros como o kabaret, o fado ou o jazz, com Catarina a participar em diversos espetáculos musicais inovadores, que pretendem combinar estes varia-dos géneros.

O trabalho de Catarina Molder na área artística vai muito além do papel de intérprete. A soprano já produziu e participou em diversos projetos de ópera e artes performativas, alargando ainda a sua área de intervenção à direção artística. No ano de 2005 foi convidada pela Fundação Calo-uste Gulbenkian para dirigir o projeto educativo Descobrir a Música. Depois, em 2008, Catarina fundou a Companhia de Ópera do Castelo, em Lisboa, com uma intensa atividade artística desde então.

Por fim, o seu percurso tem ainda uma forte componente educativa. O Projeto Descobrir a Música na Gulbenkian é prova disso, incluindo uma mini-temporada de espetáculos encenados e ópera para crianças. Mas Catarina participou ainda como narradora e solista em concertos comentados para crianças e, em 2009, concebeu o livro CD “Vamos Pintar os Clássicos”, pela editora Leya.

Segunda: Clã – Competência para Amar (Rosa Carne, 2004)“eu já era fã dos clã antes de os conhecer pesso-almente - apresentámos uma ópera para famílias no Porto... adoro a forma como a Manuela azevedo saboreia as palavras, é uma grande cantora. gosto muito da componente das letras e da música, acho que os clã são uma grande banda. imagino que este último disco deles tenha surgido um pouco como o meu projeto de trab-alho com crianças”

Terça: Amália Rodrigues– Fado Português (Fado Português, 1965)“eu acho a amália uma cantora ao nível da Maria callas. era uma cantora extremamente inteligente, sensível, isto para além da voz linda que tinha. o mais importante era a forma intensa como cantava. existem muito boas vozes mas pessoas como a amália, que conseguia colo-car a voz completamente ao serviço da emoção e da sua verdade, são raras”

Quarta: Maria Callas – Io Son L’Umille An-cella (“Adriana Leconveur”, Francisco Cilea, 1902)“ela conseguiu, com uma carreira relativamente curta, tornar o seu nome num sinónimo de ópera. Foi incrível como ela conseguiu revolucio-nar a ópera no período pós-guerra. ela não tinha a voz mais maravilhosa do mundo mas o que ela fazia com a sua voz era absolutamente mara-vilhoso, não só sob o ponto de vista musical mas também numa ótica emocional... ela era uma grande atriz e entregava-se de forma absoluta ao papel que estava a interpretar”

Quinta: Claude Debussy – Danças Sagradas e Profanas para Harpa (1904)“estas obras foram encomendadas a Debussy sensivelmente no início do séc. XX por uma casa que era responsável pelo fabrico de umas novas harpas que estavam a ser desenvolvidas nesse período. são temas absolutamente maravilhosas, ouvimo-las e parece que nos encontramos no paraíso! gosto muito da harpa como instru-mento, tem uma sonoridade fantástica, fluida, a lembrar o som da água!”

Sexta: Igor Stravinsky – Pássaro de Fogo (1910)“stravinsky também foi um compositor fan-tástico que revolucionou a música pelos elementos rítmicos e harmónicos e pelo colorido que trouxe à orquestra. esta obra também foi encomendada, desta feita pelo empresário responsável pelos Bal-lets russes, que se apresentavam em Paris. nesta altura stravinsky ainda era muito influenciado pela música popular russa e baseou-se num conto popular russo para compor este tema. Quando o ouvimos parece que estamos numa autêntica banda sonora!”

CATARINA MOLDER