jornal académico 5

20
José Mendes, vice-reitor da UM, em exclusivo ao ACADÉMICO “Admito que não haja capacidade para acomodar mais cortes na UM” Cinema independente invade campus de Gualtar Página 04 Nuno Crato entrega na Universidade do Minho prémio IBM Página 03 campus campus Theatro Circo, em Braga, recebeu novo disco dos Dead Combo reportagem Página 16 e 17 Jornal Oficial da AAUM DIRECTOR: Vasco Leão DISTRIBUIÇÃO GRATUITA 154 / ANO 6 / SÉRIE 3 TERÇA-FEIRA, 25.OUT.11 academico.rum.pt facebook.com/jornalacademico twitter.com/jornalacademico Apresentado oficialmente Mundial Universitário de Futsal Minho 2012 desporto Página 18

Upload: academico

Post on 29-Mar-2016

239 views

Category:

Documents


7 download

DESCRIPTION

jornal académico

TRANSCRIPT

José Mendes, vice-reitor da UM, em exclusivo ao ACADÉMICO

“Admito que não hajacapacidade para acomodarmais cortes na UM”

Cinema independente invade campus de Gualtar

Página 04

Nuno Crato entrega na Universidade do Minho prémio IBM

Página 03

campus

campus

Theatro Circo, em Braga, recebeu novo disco dos Dead Combo

reportagem

Página 16 e 17

Jornal Oficial da AAUMDIRECTOR: Vasco Leão

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA154 / ANO 6 / SÉRIE 3

TERÇA-FEIRA, 25.OUT.11

academico.rum.pt facebook.com/jornalacademico

twitter.com/jornalacademico

Apresentado oficialmente Mundial Universitário de Futsal Minho 2012

desporto

Página 18

Esta semana tivemos um convidado especial no ACADÉMICO. O formato “grande entrevista” regressou e, desta vez, foi José Mendes, vice-reitor da UM, o nosso convidado.Muitos foram os temas abordados nesta entrevista a uma figura que está na berra para se assumir como uma pessoa cada vez mais influente na vida da cidade de Braga.Ainda assim, grande parte da conversa, mantida nos estúdios da RUM, centrou-se na sua posição como vice-reitor de onde abordou temas como o ordenamento dos campi e onde o tema nova sede da AAUM foi novamente falado. Nesta fase “quente” das negociações... Pouco foi avançado nesta questão.

Ainda assim, esta semana é fortemente marcada pela morte de Khadafi. O ex-líder líbio foi capturado por alguns rebeldes e foi, ainda que não existam provas concretas, torturado até à morte. Um final esperado para aquele que já havia assumido que queria morrer como um mártir. Portanto, é de lamentar todo um regozijo mundial em torno desta morte, como se de um nascimento se tratasse.

Por cá, tivemos o Presidente da República, Cavaco Silva a criticar o governo de Pedro Passos Coelho por algumas das medidas tomadas que penalizam, sobretudo, os funcionários públicos. “É a violação de um princípio básico de equidade fiscal”, disse o nosso PR. Esta é também uma das poucas vezes que concordo com ele. O problema que aqui existe, quanto a mim, é uma “ultrajante fantochada” de Cavaco, ao descolar--se de Pedro Passo Coelho, fazendo crer aos portugueses que existe uma crise política no nosso país entre Governo e Presidência da República. Totalmente errado, penso eu. Principalmente porque estas palavras e estratégias vêm do “pai do monstro da crise” no nosso país. Enfim.Permitam-me ainda abordar um tema ao qual não posso passar, sem fazer o meu comentário. Neste fim-de--semana jogou-se, em Braga, mais uma jornada da 1ª divisão de futsal. Até aqui nada de novo.Certo é que poucas vezes o Pavilhão Universitário viveu um ambiente tão intenso. Bancadas repletas (de adeptos de ambos os clubes) e em campo a equipa da casa e o campeão nacional. Tudo perfeito para um excelente espectáculo. E foi. O problema surgiu a escassos minutos do final. Um bando de “terroristas” resolve - porque o resultado não era o conveniente - sair do pavilhão à pressa para atacar adeptos leoninos que entretanto saíam calmamente. Certamente que as direcções dos clubes em causa não pactuam com este tipo de comportamentos dos adeptos e lamentam o sucedido. Tudo isto só foi acalmado com tiros de borracha para o ar e algumas “cacetetadas” em alguns que fazem com que o desporto seja cada vez menos apetecido em Portugal. Lamentável.Termino com um convite a toda a comunidade académica com gosto pelo jornalismo, entretenimento e fo-tografia. A Rádio Universitária do Minho, o ACADÉMICO, a AAUM TV estão a recrutar novos colaboradores. Se tens gosto por alguma destas áreas não hesites em nos contactares para o mail [email protected] e [email protected]. Contamos convosco!Até para a semana!

25.OU

T.11 // AC

AD

ÉMIC

OFIC

HA

TÉCN

ICA

EDITO

RIA

LB

AR

ÓM

ETRO

SEGU

ND

A

PÁG

INA

Miguel Macedo cede à pressãoMuitos foram os portugueses que, após terem conhecimento do caso, fizeram proliferar a notí-cias nas redes sociais associadas a palavras de protesto face à posi-ção do Ministro, natural de Braga.O que é certo, é que Miguel Ma-cedo renunciou ao famoso subsí-dio de alojamento depois de toda esta polémica. A pressão popular serviu para alguma coisa.

Barack ObamaNo plano internacional, esta se-mana foi marcada pela morte de Muamar Khadafi. Há semanas que a população líbia procurava aquele que liderou o país nos últimos 42 anos. A morte sur-giu como uma notícia feliz para aquele povo. O estranho é que o Nobel da Paz (isso mesmo) fica também ele feliz pelo fim da vida de uma pessoa? Estranho, não?

Mundial de FutsalA envolvência de toda a comu-nidade académica no Mundial Universitário de Futsal que se irá realizar em Braga, no próximo ano, só pode ser uma excelente notícia.Este evento não está a ser visto meramente pela vertente despor-tiva e há aqui espaço para projec-tos nas várias temáticas de inves-tigação que funcionam na UM.

NO PONTOEM ALTA EM BAIXO

DA

NIEL V

IEIRA

DA

SILVA // daniel.silva@

rum.pt

FICHA TÉCNICA // Jornal Oficial da Associação Académica da Universidade do Minho. // Terça-feira, 25 Outubro 2011 / N154 / Ano 6 / Série 3 // DIRECÇÃO: Vasco Leão // EDIÇÃO: Daniel Vieira da Silva // REDACÇÃO: Adriana Couto, Alexandre Rocha, Ana Lopes, Ângela Coelho, Bruno Fernandes, Carlos Rebelo, Cátia Alves, Cláudia Fernandes, Daniela Mendes, Diana Sousa, Diana Teixeira, Diogo Araújo, Eduarda Fernandes, Fabiana Oliveira, fábio alves, Filipa Barros, Filipa Sousa, Goreti Pêra, Inês Mata, Joana Neves, José Lopes, José mateus pinheiro, Mariana Flor, Neuza Alpuim, Sara Pestana, Sónia Ribeiro, Sónia Silva e Vânia Barros // COLABORADORES: Elsa Moura, José Reis e Maria joão Pinto // GRAFISMO: gen // PAGINAÇÃO: Daniel Vieira da Silva e Luís Costa // MORADA: Rua Francisco Machado Owen, 4710 Braga // E-MAIL: [email protected] // TIRAGEM: 2000 exemplares

PÁGINA 03 // 25.OUT.11 // ACADÉMICO

CAMPUSnuno crato entrega prémio IBM na uminhoFILIPA CARDOSO

[email protected]

No passado dia 18 de Outu-bro Nuno Crato, ministro da Educação e da Ciência, mar-cou presença na Universida-de do Minho para a entrega do prémio científico IBM Portugal a Alexandra Silva, investigadora e antiga aluna desta instituição.É a primeira vez que este prémio é atribuido a um investigador da academia minhota e é, também, a pri-meira vez que, em 21 anos de existência, se distingue uma mulher. Confrontada com esta distinção, a ven-cedora refere que “é uma honra receber o prémio. O facto de ser a primeira mu-lher não é muito relevante,

já houve em anos anterio-res trabalhos de mulheres que podiam ter sido des-tinguidos”. Alexandra Silva foi premiada pelo trabalho realizado na sua tese de douturamento intitulada “Coalgebra de Kleene”, um importante trabalho de in-vestigação que abre novos caminhos numa aborda-gem científica e rigorosa da informática. Os modelos te-óricos da investigadora per-mitem melhorias nas meto-dologias que elevam o nível de confiabilidade do softwa-re, estabelecendo provas for-mais da sua correcção.A par da galardoada, tam-bém Mariana Leite de Al-meida, do Instituto Superior Técnico recebeu uma men-ção honrosa pelo trabalho realizado na sua tese de dou-

toramento intitulado “Blind Separation and Blind De-blurring of natural images”. Esta investigadora aborda o sinal/imagem como as suas áreas de intervenção.Na sessão, presidida pelo rei-tor da UM, António Cunha, que se realizou no Salão Nobre da Reitoria, houve ainda lugar às intervenções

escola de enfermagem a um ano do séculoeDuARDA FeRnAnDeS

[email protected]

No próximo dia 28 de Ou-tubro, a Escola Superior de Enfermagem da Universi-dade do Minho comemora os seus 99 anos, numa ce-rimónia que se realizará no Edifício dos Congregados, na Avenida Central, em Braga. O evento com início mar-

cado para as 10h, no Salão Nobre do edifício, contará com a presença do Reitor, António Cunha. Para abrir a cerimónia, um momento musical, seguido das in-tervenções de docentes da Escola e um um convidado, Abel Paiva.Haverá ainda espaço para uma Cerimónia de Entrega das cartas de curso, uma no-vidade, e prémios escolares aos alunos, como o Prémio Almedina, o Prémio Forma-sau e uma Bolsa de estudo por mérito.

Apesar destes 99 anos, a Escola de Enfermagem é a mais recente da univer-sidade uma vez que ape-nas em 2005 foi integrada na instituição. João Cainé, professor adjunto da Escola Superior de Enfermagem da Universidade do Minho, em declarações prestadas à Rádio Universitária do Mi-nho e ACADÉMICO refere, a este propósito, que tem sido extremamente positivo e benéfico quer ao nível de formação dos alunos como do corpo de docentes.

Reformular 1º ciclo em men-te

João Cainé diz ainda que “o ensino, tradicionalmente, tem uma marca muito pró-pria, que tem haver com a proximidade”, destaca ain-da a componente iminente-mente prática associada ao curso, que exige um corpo de docentes alargado e com uma carga horária elevada para poder fazer face aos grupos de alunos. O do-cente manifesta o receio pela manutenção deste en-

sino de proximidade, assim como de alguns aspectos caracterizadores do ensino, tento em conta as medidas económico-financeiras que se avizinham.Neste sentido, João Cainé, refere já uma preocupação em reformular o plano cur-ricular do 1º ciclo e o objec-tivo de criar estratégias que contornem os constrangi-mentos financeiros e que assegurem a “qualidade de ensino que sempre tivemos, que podemos manter e se possível melhorar”.

do presidente do júri do prémio, Carlos Salema, do director do Departamento de Informática da UMinho, Luís Soares Barbosa; da vencedora do Prémio IBM, Alexandra Silva; da vence-dora da menção honrosa, Mariana Leite de Almeida (Instituto Superior Técni-co); do presidente da IBM

Portugal, José Joaquim de Oliveira e do ministro Nuno Crato, que juntamente com o presidente da IBM Portu-gal entregaram o prémio no valor de 15 mil euros.O prémio científico IBM Portugal foi instituido em 1990 e desde então foram entregues 23 prémios às universidades portuguesas distribuidos da seguinte forma:10 ao Instituto Superior Técnico, 4 à Universidade Nova de Lisboa (FCT- UNL), 3 à Universidade de Aveiro; 2 à Universidade do Porto, 3 à Universidade de Lisboa (FCUL), 1 à Universidade do Minho.Este prémio visa destacar os trabalhos de elevado mérito no campo das Ciências da Computação.Nuno Gonçalves/Dicas

Prémio chega, pela primeira

vez, ao Minho

PÁGINA 04 // 25.OUT.11 // ACADÉMICOCAMPUS

PUB.

cinema independente invade o campus de gualtarALexAnDRe ROChA

[email protected]

O Cine.UM – Cineclube da Universidade do Minho - or-ganiza a nona edição do Bra-gacine, Festival de Cinema Independente de Braga – o primeiro festival de cinema independente de Portugal - que irá decorrer entre os dias 7 e 10 de Novembro, no Auditório B1 do Campus de Gualtar da Universidade do Minho. Tal como no ano passado, as instalações da Universidade irão acolher o evento. Artur Moreira, director do festi-val, explica que a escolha do local deve-se ao “apoio institucional fornecido pela Universidade do Minho” e visa “promover o festival no meio académico”. Afirma também que “foi uma boa

aposta” e que “o número de participantes deverá dupli-car em relação ao ano pas-sado”.

Nomes de peso no Bragaci-neUm dos pontos que ajudou a consolidar o festival foi a presença de figuras ilustres do cinema nacional. A edi-ção deste ano não é excep-ção, na qual já se conta com a presença de nomes como o actor Nicolau Breyner, as actrizes Maria João Bastos e Sofia Reis, o realizador José Carlos de Oliveira e o produ-tor Paulo Trancoso.Nem só de nomes nacionais vive o Bragacine, estando também confirmada a pre-sença de nomes interna-cionais, alguns dos quais membros do júri internacio-nal.

O júri desta edição irá ser presidido por Uxia Blanco Iglesias. Fazem ainda parte Anxo Santomil, da Axencia Audiovisual Galega, o reali-

olá facturas eletrónicas, adeus facturas em papelInÊS MATA

[email protected]

O antigo aluno da Licencia-tura em Ciências da Com-putação da Universidade do Minho, Eugénio Veiga, pretende terminar com as facturas em papel nas mi-cro, pequenas e médias em-presas. Para isso, pretende que a facturação eletrónica entre no dia-a-dia dos em-presários, a fim de reduzir os enormes custos prove-

nientes dos gastos de papel e a fim de aumentar a pro-dutividade.Eugénio Veiga é o director da YET – Your Electronic Transations, empresa que se dedica à facturação eletróni-ca. A YET oferece um varia-do leque de serviços, desde arquivo digital, digitalização de dados, certificação digi-tal, entre outros. A integra-ção de ferramentas de ges-tão (ERP’s) com diferentes sistemas de informação e o acesso a redes nacionais e

internacionais de empresas do sector da grande distri-buição fazem parte dos pro-jectos da empresa.O ex-aluno da Universidade do Minho começou a sua carreira em 1996 e criou a YET em 2009. Eugénio Vei-ga transformou a empresa num dos maiores sucessos a nível da facturação eletró-nica em Portugal.Agora é esperar que o mun-do empresarial substitua a era do papel pela era da ele-trónica.

zador Julian Grant, António Reis, director-geral do Fan-tasporto, e Nuno Santos, editor da edição portuguesa da Empire.

Cabe a este mesmo júri de-cidir a quem a atribuir os prémios dos concorrentes desta edição. Os vencedores da nona edição do Bragacine serão anunciados no último dia, na cerimónia de entre-ga dos “Prémios Augusta”.À noite serão exibidos os filmes vencedores da com-petição.O festival terá uma larga cobertura por parte da co-municação social. Foram estabelecidas parcerias com o Porto Canal, o Jornal de Notícias, a Empire e a RTP.Os preços por sessão vão desde 1 euro para sócios do Cine.UM, até 2 e 3 euros para estudantes e públi-co geral, respectivamente. Mais informações sobre o festival e sobre o cartaz no site oficial: www.bragaci-neindependente.com

DR

Eugénio Veiga, director da YET, quer acabar com as facturas em papel

UM

CAMPUSPÁGINA 05 // 25.OUT.11 // ACADÉMICO

PUB.

crónica erasmus: hola salamanca!!!SARA PeSTAnA

[email protected]

Estudante Erasmus da Universidade do Minho em Salamanca (Espanha)

Aqui estou eu para parti-lhar convosco esta coisa do Erasmus. Salamanca? Oh! Dizem que tem um bom ambiente para estudar e que a Universidade Pontifícia de Salamanca é uma referência no ensino. Toca a arrumar a “tralha” e vamos lá.Quando cá cheguei, das pri-meiras coisas que disse foi: “Parece que estamos numa cidade da idade média, mas

moderna.” E realmente sen-timo-nos numa pequena Roma, em que cada ruela vai de encontro a algo ines-perado. Uma catedral, uma universidade, um parque, um restaurante, enfim... Vive-se bem aqui!Salamanca é uma cidade alegre e ao mesmo tempo “tradicional” e jovem. As ruas estão sempre cheias de gente, à excepção do horá-rio de “la siesta.” Quanto à gastronomia, que bom que são os “pinchos” ou petiscos (vamos “pinchar”?) e as ta-pas. O presunto e os enchi-dos são dos mais variados

possíveis, perfumando as ruas da cidade. O que gosto mais aqui em Salamanca, é que é impos-

sível sair da universidade e não parar para olhar para alguma coisa. Apetece sen-tar no chão da Plaza Mayor,

sem aparente motivo, ou fazer outra coisa qualquer igualmente sem motivo, apenas apreciar.Conclusão? Estou a gostar muito e não trocava Sala-manca por Barcelona (que era uma das minhas hi-póteses) para estudar. Se fosse para viajar, lógico que escolhia a segunda. Mas Salamanca é, sem dúvida, excelente no envolvimento dos estudantes com a uni-versidade e com a cultura da cidade. Por isso, futuro estudante Salamantino - Hasta la vis-ta!!!

solidariedade sem barbas brancasJOAnA neVeS

[email protected]

Que os actos solidários tri-plicam em épocas festivas como o Natal, já todos sabe-mos, mas será que os mais carenciados só necessitam de uma mãozinha nessas al-turas? Ciente da conjuntura conturbada que se faz sen-tir, e com especial atenção para as carências da popu-lação nesta região, o Centro de Estudos do Curso de Re-lações Internacionais (CE-CRI) levará a cabo a Campa-nha “CECRI Solidário”, de dia 17 a 28 de Outubro. Aos que tiverem possibilidade de contribuir, pede-se que disponibilizem vestuário, géneros e brinquedos, que serão posteriormente entre-gues à “Cáritas Arquidioce-

sana de Braga”. Procurando dar novo en-quadramento à iniciativa já realizada em anos anterio-res, e sob o pretexto do Dia Mundial da Alimentação (16 de Outubro) e do Dia Internacional para a Erra-dicação da Pobreza (17 de Outubro), o CECRI decidiu antecipar a habitual recolha natalícia. Embora a ideia seja estender a iniciativa a toda a população, o director do CECRI, Carlos Videira, reconhece que é mais fácil começar por sensibilizar a população estudantil, e que seja esta a “espalhar a mensagem”, posteriormen-te. Acrescenta ainda que a duração da iniciativa não foi deixada ao acaso, permi-tindo, na primeira semana, um contacto e inteiração

da mesma, e na segunda, já após um fim-de-semana em casa, a entrega do mate-rial possível. Fazendo um balanço da pri-meira metade de campanha, Carlos Videira mostra-se ex-tremamente satisfeito, uma vez que “todos os dias da se-mana tivemos, pelo menos, uma pessoa a contribuir”, esperando, contudo, que a segunda traga ainda mais gente e contribuições à sede do CECRI.Os interessados em cola-borar para o sucesso desta iniciativa, de grande im-portância para dezenas de famílias em dificuldade, de-verão deslocar-se à sede do CECRI (Gabinete 0.22 da Escola de Economia e Ges-tão), no período que decorre das 18h00 às 20h00.

CAMPUSPÁGINA 06 // 25.OUT.11 // ACADÉMICO

gualtar e azurém prontos para serem “fashionizados”JOSé MATeuS PInheIRO

[email protected]

A 10ª Edição do University Fashion 1́1 da AAUM ini-ciou-se esta semana com o processo de pré-seleção, que teve lugar dia 18 e dia 19 no Campus de Gualtar e Azu-rém, respectivamente. Em Braga os concorrentes fo-ram recebidos no Pavilhão Desportivo, enquanto que em Guimarães o local esco-lhido foi a sede da AAUM.Ao longo dos dois dias, de-zenas de estudantes compa-receram para darem os pri-meiros passos neste longa jornada que só encerrará dia 16 de Novembro, aquando do desfile final, no Paço dos Duques, em Guimarães.Tanto numa cidade como na outra verificou-se uma maior afluência no período da tarde, o que poderá ser explicado com o facto de uma grande percentagem dos aspirantes a manequins ou apresentadores (a compo-nente repórter não requeria a presença dos concorrentes nesta fase) terem aulas no período da manhã, o que só permitia a sua comparência a seguir à hora de almoço. Como vem sendo hábito nos últimos anos, era maior o número de candidatos a manequim em relação aos candidatos a apresentador, pelo que três quartos dos concorrentes pretendiam ser futuros modelos. Estes

tiveram que tirar uma foto de corpo nesta pré-selecção, enquanto que os apresenta-dores gravaram um vídeo com uma duração de mais ou menos um minuto para

Afluência positiva e de qua-lidadeSegundo Catarina Oliveira, vice-presidente do Departa-mento de Saídas Profissio-nais e Empreendorismo da

mais estudantes. No próxi-mo dia 26 irá realizar-se no BA de Braga o 1º casting, sendo que quem não teve a oportunidade ou dispo-nibilidade de participar na

Já Dany Oliveira, aluno do segundo ano de Ciências da Comunicação, afirma que “existe muito poten-cial a nível de candidatos na UM, à semelhança dos anos anteriores, pelo que existe um grande leque de escolhas, uma grande di-versidade, e é sempre uma porta que se pode abrir às pessoas que querem entrar no mundo da moda. Para além disso, ainda conjuga as potencialidades de cada curso, uma vez que os alu-nos de Ciências da Comu-nicação podem explorar as suas capacidades enquanto repórteres ou apresentado-res, assim como os estudan-tes de Design e Marketing de Moda podem contribuir com as suas criações para o desfile final. Deste modo, é um projecto que motiva um vasto número de cursos, en-volvendo toda a comunidade académica”.O University Fashion 1́1 prosseguirá com três cas-tings, sendo que o primeiro terá lugar no Bar Académico de Braga. Já o segundo dar--se-á na semana seguinte, a 2 de Novembro, no BA de Guimarães, realizando-se a última selcecção na disco-teca Sardinha Biba, dia 9 de Novembro. O desfile final, como já foi referido, tem data marcada para 16 de Novembro em Guimarães, contando com a apresenta-ção de um estudante e de uma figura pública ainda a anunciar.

PUB.

demonstrarem as suas ca-pacidades de comunicação e a sua interactividade com o público.

AAUM, “a afluência à pré--selecção foi positiva, con-tudo, o objectivo é contar ainda com a participação de

pré-selecção, poderá com-parecer no BA na próxima quarta-feira e participar neste evento.”

PÁGINA 07 // 25.OUT.11 // ACADÉMICO

PUB.

investigadores da universidade do minho criam rede mundial de comunicação infantil

como comunicadores acti-vos para que compreendam o valor e a força da palavra, da interacção social e da participação responsável. A mesma salientou que dão aos jovens a “oportunidade de experimentarem a sua capacidade criativa, a sen-sibilidade cidadã, a consci-ência ecológica e a destreza comunicativa, co-criando materiais educativos úteis a si mesmos, aos seus pares, à escola e à comunidade”.Grécia Rodríguez encontra--se, no momento, a realizar o doutoramento em Estudos da Criança na Universidade do Minho, em Braga, com o intuito de reforçar o tra-balho desenvolvido na área da Educomunicação, na perspectiva da Sociologia da Infância. Este mesmo curso

é frequentado por Leonardo de Albuquerque, coorde-nador de Temas Urbanos e Ambientais da Soy Niño, que se centra no estudo da filosofia eco-urbana para as crianças.Nos dois meses que se se-guem estes dois investiga-dores procurarão dinami-zar formações em Ponte de Lima e Vila Verde, em Bra-ga.Leonardo de Albuquerque salienta o forte desejo de sensibilizar o máximo de crianças possível para não perderem a ligação da cida-de com o campo, bem como o pensamento sobre as suas origens, a fonte dos recur-sos que têm ao seu dispor e o facto de as cidades pode-rem ser cada dia mais sus-tentáveis.

Colaborações com a UNI-CEF e UNESCO

A Soy Niño (www.soyni-no.com) venceu o Prémio Nacional de Jornalismo da Venezuela, acolheu forma-ções da UNESCO, Rádio Mundial de Holanda, Rá-dio França Internacional e Deutsche Welle e estabele-ceu parcerias com entidades como a UNICEF, American Field Service e MultiRio.A Emissora Cultural de Ca-racas, em Julho de 1993, foi o local do primeiro progra-ma de rádio. Já a nível de televisão, a primeira emis-são realizou-se em 1997, na Shaw Cable, no Canadá. Um projecto a médio prazo será criar a Soy Niñ@ Digi-tal, uma rádio virtual com a finalidade de levar as crian-ças de todo o mundo a par-ticipar.A fundadora, Grécia Rodri-guez, é da opinião de que os principais órgãos de in-formação transmitem vio-lência excessiva e uma ideia completamente errada de que tudo está a acabar.Daí que a solução pode pas-sar pela abertura de espaços de diálogo junto dos mais pequenos, para criar uma ideia de esperança.

CARLA SeRRA

[email protected]

Programas de rádio, for-mações, oficinas e inter-câmbios são algumas das funcionalidades da rede mundial de comunicação infantil que os investigado-res do Instituto de Educação da Universidade do Minho desenvolveram. A Soy Ninõ estabeleceu a sua ligação no nosso país em 2007, com o apoio incondicional do Cen-tro Cultural de Belém e da coreógrafa Madalena Vito-rino, através das oficinas “Rádio Chiquita”, que dão a possibilidade a crianças venezuelanas de estarem na rádio, com o objectivo de

depois seguirem o trabalho realizado em Lisboa. A Associação Civil Soy Niño tem como fim último dar a conhecer e promover a sua compreensão dos direitos da infância e a valorização da cidadania, ambiente e dos espaços públicos. A associa-ção não-governamental em causa iniciou a sua activi-dade na Venezuela, partici-pando em inúmeros projec-tos e conferências em países como o Canadá, Brasil, Gré-cia, Espanha, Itália, França, Holanda, Alemanha e em Portugal. De acordo com a funda-dora Grécia Rodríguez, um dos objectivos da as-sociação passa por formar as crianças e adolescentes

Jovens poderão experimentar a sua capacidade criativa

Objectivo é formar crianças como comunicadores activos

getyy images

getyy images

PÁGINA 08 // 25.OUT.11 // ACADÉMICO

PUB.

portugueses na silicon valleyDAnIeLA MenDeS

[email protected]

A Leadership Business Con-sulting está a dar a opor-tunidade a dois empreen-dedores ou duas empresas portuguesas de desenvolve-rem ideias de negócio em Silicon Valley.Através de um concurso, os vencedores têm oportunida-de de conhecer o programa GSI Accelerators durante um período de três meses, juntamente com uma aju-

da financeira para cobrir as despesas locais.As candidaturas estiveram abertas até ao passado dia 18 de outubro e, no final do concurso, os vencedo-res serão premiados pelas suas ideias de negócio que melhor se adequam e con-tribuem para o crescimento do mercado global. Esta oportunidade tem o alto patrocinio do Presiden-te da Républica, da Funda-ção Luso - Americana e do BES.Desde Abril, o programa

GSI Accelerators é conduzi-do pela Leadership e conta com o apoio da AICEP, que pretende a expansão e de-senvolvimento de ideias de negócio das empresas no pavilhão português Inno-vative Portugal, situado no Plug and Play Tech Center, um centro de incubação de empresas em Silicon Valley.As empresas que decidam participar vão adquirir fer-ramentas e metdologias para reconhecer os desafios de inovação, conceber solu-ções e executar projectos

apoiadas por um business manager do Plug and Play

Tech Center e um consultor da Leadership.

UNIVERSITÁRIORAFAeLA PeReIRA

[email protected]

Em Braga, Porto, Aveiro, Coimbra e Lisboa, a Uni-versidade do Minho, através da TecMinho, dedica aos jo-vens licenciados e aos licen-ciados desempregados cinco workshops de superação da crise, no âmbito no projecto “Estratégia Europa 2020”.A iniciativa surge em res-posta aos novos problemas e exigências da União Euro-peia, propõe “acima de tudo, promover nova empregabili-dade junto dos licenciados e criar uma maior infor-mação junto dos cidadãos europeus”, explica a coorde-nadora do Departamento de Comunicação do TecMinho, Fátima Correia em declara-

ções à Rádio Universitária do Minho e ACADÉMICO.Neste contexto, a TecMi-nho, em colaboração com a Escola de Economia e Ges-tão, o Centro de Computa-ção Gráfica e o Gabinete de Apoio ao Ensino da Univer-sidade do Minho, promove um papel mais activo na estratégia da Europa, utili-zando as novas tecnologias de aprendizagem Web 2.0, uma iniciativa da Comissão Europeia, através do Centro de Informação Europeia Jac-ques Delors. Os jovens podem parti-cipar gratuitamente nos workshops que decorrem até Fevereiro do próximo ano.É possível, também, partici-par no “Concurso Nacional

como superar a crise em workshopEuropa 2020”, que propõe a produção de um vídeo sobre as temáticas abordadas nos workshops: “Fundamen-tos da Estratégia Europa 2020”, “Estudar e Traba-lhar no Estrangeiro - Novas Competências para Novos Empregos”, “Crescimen-to Sustentável e Energia”, “Empreendedorismo e Cria-ção do Próprio Emprego” e “ A Crise Económica e a Po-sição da União Europeia na Economia Mundial”.As três melhores produções são recompensadas com um Macbook Air, um iPad e um iPod Touch, respectivamen-te.O projecto estará em Braga a partir do dia 2 de Novembro e termina a 6 de Dezembro, na Universidade do Minho.

Para os licenciados interes-sados o projecto tem uma forte presença no Facebook, no YouTube e em Webcasts.

A inscrição é feita no site da TecMinho, em http://www.tecminho.uminho.pt/euro-pa2020.

getty images

O projecto estará em Braga até dia 2 de Novembro

Dois projectos estão a caminho de um pólo tecnológico de excelência

getty images

PÁGINA 09 // 25.OUT.11 //ACADÉMICO

Se para o estudante de En-genharia Mecânica já era difícil os seus pais conse-guirem proporcionar-lhe a continuação dos estudos, agora “muita coisa se vai dificultar tendo em conta todas as medidas anuncia-das”. Confessa que, sendo filho de um funcionário público, há coisas que o fazem temer pelo seu per-curso universitário. “A car-teira vai ficar mais apertada e vou ter que fazer cortes em algumas despesas que se venham a revelar des-necessárias”, confessa. No entanto, defende que “com organização dá-se a volta à situação”. Quando questio-nado se concorda com as medidas recentemente im-postas, o estudante defen-de que “em casos de crise como este são necessárias tais medidas, pois apesar de serem radicais podem solucionar esta situação”. Apesar de ser uma situação difícil, Ricardo mantém a esperança, acreditando que depois “todo o esforço será compensado, mas também espero que na hora da ver-dade não se esqueçam de quem se sacrificou no mo-mento de maior dificuldade para o país”.

Sendo estudante universi-tária e não tendo rendimen-tos, Ana Machado, confessa que vai ser necessário “gerir a situação económica em casa, porque estudando fora os pais têm despesas a dobrar”. Para a estudante de Direito, estas medidas trarão consequências muito negativas, nomeadamente a “nível emocional e psico-lógico”, prejudicando em parte as relações familiares, uma vez que “ir aos fins-de--semana a casa, para quem é de longe, fica bastante dis-pendioso”. Para enfrentar estas dificuldades é neces-sário “gerir bastante bem o dinheiro”, as refeições fora de casa, as férias e as com-pras no supermercado são “algumas das coisas que mudam devido à poupan-ça”. Ana está descontente com algumas medidas, principalmente os cortes nos subsídios de férias e de Natal. “Não sou contra adoptarem medidas pelo País, mas acho que o Estado devia dar o exemplo, porque isso sim, significava a união da população portuguesa”, sublinha. Estas medidas só vão contribuir para sermos “cidadãos cada vez mais de-siguais, e com desigualda-des cada vez mais desneces-sárias e mais profundas”.

“Os cortes previstos para o novo Orçamento de Estado terão impacto em todas as vertentes, não só económi-cas como também sociais. Serão poucos os ‘sortudos’ que não sentirão no dia-a--dia o impacto desta fase ne-gra”. No entanto, reconhece que apesar de este processo ser “assustador e implacá-vel”, é mesmo necessário. Tânia sente-se indignada com os aumentos nos bens de primeira necessidade, pelo que, “será um dogma de equidade, um impos-to ser aplicado na mesma percentagem para o traba-lhador e para a entidade patronal”. Para a aluna, a es-tratégia que agora se aplica não será sustentável pois, a curto prazo, poderá tornar--se num estagnar ou mes-mo retrocesso da economia nacional. “Todos os que até agora, escondidos muitas vezes pela vergonha, recor-riam à solidariedade alheia para fazer, em quase todos os casos, uma única refei-ção diária, irão ver a solida-riedade reduzida às medi-das da Troika. Se a situação é difícil para quem pouco tem, como será para quem já nada tem?”.

Para o aluno de Ciências da Comunicação, enfren-tar esta crise económica vai ser uma batalha difícil. Muitas coisas vão mudar na sua vida, “com as medidas de austeridade vou deixar de ter vida cultural, prati-camente. Já não era nada barato ir ao cinema, viajar com amigos ou mesmo outras actividades. Gosto muito de ir a concertos e es-pectáculos mas, agora, com os anúncios de corte e au-mento do IVA, não me vejo a realizá-las. O medo de ab-dicar de muitas das minhas vontades é algo que me as-siste”. Tudo isto sem contar com as bolsas de estudo que, à partida, serão bastan-te menores. Francisco ainda espera que, “se possível, a lei do Orçamento de Estado não seja aprovada”.

ANA MACHADO1º ANO //DIREITO

TâNIA RODRIGUESMESTRADO INTEGRADO //

ENG. BIOMÉDICA

FRANCISCO FILHO3º ANO //

CIêNCIAS DA COMUNICAçãO

INQUÉRITO

neuzA ALPuIM

[email protected]

Segundo o Fundo Monetário Internacional, Portugal será a única das economias europeias que continuará em recessão, com um desvio orçamental de 3 mil milhões de euros e apresentará os défices mais elevados no próximo ano. As recentes medidas impostas têm causado impacto nos portugueses. Aumento do número de funcionários públicos a serem dispensados, cortes nos salários, redução do número de feriados, são algumas das reformas que serão levadas a cabo pelo actual governo. Perante uma conjuntura de recessão económica, o ACADÉMICO quis saber o que se vai alterar na tua vida devido aos cortes impostos pela troika.

RICARDO FERREIRA2ºANO //

ENG. MECâNICA

como achas que os cortes impostos pela troika te vão afectar?

Pode dizer-se que tudo começou num con-curso literário de nome suspeito proposto por um Núcleo de Estudantes da Univer-sidade de Coimbra. O júri desse concurso premiou um estudante de direito de nome Jorge Vaz Nande. O que se pode afirmar é que esse júri não se enganou no talento deste jovem guionista e produtor de conteúdos. Os talentos de Jorge Vaz Nande para a escrita e produção de conteúdos repartem-se por diversas áreas. Pode dizer-se que iniciou-se no domínio da imprensa, como colunista e crítico cinematográfico no Jornal A Cabra.Todavia é através de um género particular de poesia que se tem destacado nos media na-cionais nos últimos tempos. O Poetry Slam é um conceito de poesia performativa em que a palavra alia-se ao corpo e à música. Jorge faz assim parte de um projecto de spoken word chamado Social Smokers em que participam, entre outros, Alexandre Cortez dos Radio Macau.Actualmente, Jorge Vaz Nande vive em São Paulo, onde trabalha como guionista. O que começou com um prémio literário num concurso universitário atingiu a dimensão de uma aventura que toca os dois lados do atlân-tico, por entre a escrita para televisão, teatro, cinema ou literatura. Podemos dizer que vai de Portugal ao Brasil o talento de Jorge Vaz Nande.

Segunda: Dj Lobsterdust – It’s Fun to Smoke Dust (Queen vs. Pastor Gary Greenwald vs. Midfield General)(Mash-up, 2009)“Ouvi este mash-up num copo de água nos Açores... quando isto começou a passar a minha cabeça deu uma volta! este DJ Lobsterdust pegou no Another One Bites the Dust dos Queen e num discurso de um pastor evangélico chamado

Gary Greenwald que, em 1982, fez um sermão contra esta música dizendo que ela continha uma mensagem de louvor a Satã e passou o disco ao contrário. então este DJ faz uma mistura incrível em que, ao mesmo tempo que ouvimos a música ficamos a conhecer a história da censura à própria música!”

Terça: James Blake - I Never Learnt to Share (James Blake, 2011)“Gosto desta canção, em primeiro lugar, por causa do autêntico travestismo sónico que con-tém, pois a dada altura muda completamente o tom e começa um ruído electrónico muito pro-fundo, que entra pela cabeça adentro, sobretudo se estiveres a ouvir com auriculares. esta é uma canção de dor, sendo quase dramática na sua construção, um aspecto que aprecio tendo em conta a minha profissão.”

Quarta: John Grant - Sigourney Weaver (Queen of Denmark, 2010)“Conheci este álbum porque ele foi eleito o álbum de 2010 para a revista Mojo. Achei-o um disco muito pessoal, encantador, bastante simples mas em que todos os elementos fazem sentido. está num equilíbrio muito curioso, entre o pessoal e o kitsch. ele é um escritor de letras fabuloso e este tema espanta logo por ter como título o nome de uma actriz famosa. e este equilíbrio trágico/cómico que ele faz é muito engraçado, buscando estas referências da cultura popular para o seu trabalho.”

Quinta: Sufjan Stevens - You Are The Blood (V/A Dark was the Night, 2009)“este tema prenuncia muito o caminho que ele

acabou por seguir no álbum The Age of Adz e que é um estilo muito cheio, entrecortado e com muita coisa a acontecer ao mesmo tempo. Tens sons orquestrais, electrónicos e esta música pre-nuncia isso mesmo. Para mim o White Album dos Beatles é a referência em termos musicais para quase tudo o que se fez depois. Contudo, este You Are the Blood acho que também faz isso, em menos minutos e em apenas um tema.” Sexta: Tom Zé - Augusta, Angélica e Consola-ção (Todos os Olhos, 1973)“este é um dos meus artistas brasileiros favori-tos mas cuja obra, curiosamente, não é muito conhecida no Brasil. é uma canção eminente-mente ligada à cidade de São Paulo. O Tom zé é baiano, tal como Caetano e Gilberto Gil e foi viver para São Paulo, local de poiso da maioria da população do nordeste brasileiro. esta canção tem dois versos que são dos mais brilhantes alguma vez escritos na língua portuguesa. Os versos são: Augusta/Graças a Deus/entre você e a Angélica/eu encontrei a Consolação, o que é uma verdade geográfica e, quero eu acreditar, uma verdade afectiva...”

JORGE VAZ NANDE

PÁGINA 11 // 25.OUT.11 // ACADÉMICO

ENTREVISTAJOSÉ MENDES

ALexAnDRe PRAçA

[email protected]

DAnIeL VIeIRA DA SILVA

[email protected]

José Fernando Gomes Mendes nasceu em Braga, há 49 anos, mas foi viver para Lisboa ainda muito novo. Mais tarde, acabaria por re-gressar à terra natal onde se licenciou e doutorou em Enge-nharia Civil na Universidade do Minho, tendo obtido, ainda, o grau de agregado, na especia-lidade de Planeamento e Arqui-tectura. A nível institucional, foi pró... e também vice-reitor da Uni-versidade do Minho (UM), no tempo de António Guimarães Rodrigues, tendo regressado à reitoria, integrado na actual equipa liderada por António Cunha.É vice-reitor da inovação, em-preendedorismo e projectos especiais, sendo também res-ponsável por áreas como as relações internacionais não--académicas.Fora da universidade, destaca--se como presidente da mesa da Assembleia Geral do Sporting Clube de Braga. Gosta de praticar desporto... e até já foi atleta do Braga. Co-meçamos exactamente por aí, pelo desporto.

Como vê a aproximação da cidade à Academia resultante da sinergia entre um clube da AAUM e um clube da ci-dade?Acho que, nestas situações, este tipo de parcerias entre clubes que tenham um know how desportivo e entidades

que podem ser fonte de pra-ticantes é muito interessante. No caso desta equipa entre AAUM e Sporting Clube de Braga, vejo com todo o inte-resse e acho que é o modelo que poderia ser seguido em muitas outras modalidades, porque de facto a Academia é um espaço privilegiado para a prática do desporto. Acho que o Sporting de Braga e a AAUM tomaram o caminho correcto e interessante.

Acredita que a equipa se vai manter na 1ª divisão na pró-xima época?Acredito. Sou um optimista. Até ao último segundo, do último jogo, da última jorna-da... Acredita-se sempre. Isto de facto, quem andou no des-porto tem esta mentalidade.

Vamos ter um ano muito importante a nível de orga-nizações, nomeadamente do Campeonato mundial de futsal, em Braga, e também o Xadrez, em Guimarães. A Capital Europeia da Juventu-de (CEJ) e Capital Europeia da Cultura são também um impulso para a organização destes campeonatos?São um impulso. Este ca-minho de organizações de, eventualmente, boa projec-ção, mas menores custos, é um caminho que Portugal pode seguir. Há uns anos dizia-se que Portugal, neste caso Lisboa, poderia tentar organizar uns Jogos Olím-picos. Não sei se as pessoas têm a noção do nível de in-vestimento por trás de uma organização desta dimensão, é uma coisa que não faz sen-tido para um país como Por-

feita por algumas entidades vai ter reflexos em relação à Universidade. É já sabido que a UM vai ter uma redução do financiamento estatal. Como é que pensam resolver este problema?A universidade, como todas as outras organizações da esfera do estado, teve cortes orçamentais e, portanto, tem que fazer um ajuste, que é um ajuste estrutural ao seu modelo de funcionamento de forma a acomodar esses cortes orçamentais. Por ou-tro lado, a UM tem já na sua tradição e no seu orçamento uma prática de captação de receitas próprias. Portanto

tugal.Mas não vejo as pessoas a pensarem organizar umas Universíadas, que têm uma projecção semelhante ou pa-ralela aos Jogos Olímpicos, mas que, de facto, é uma organização muito menos custosa, com custos muito mais controlados, mas que também serve para aquilo que é o objectivo principal que é criar, em determinado momento, uma centralidade num país, ou num conjunto de cidades portuguesas, para atrair pessoas, dar visibilida-de e, naturalmente, contri-buir para aquilo que é a com-petitividade do país.

É também presidente da As-sembleia Geral do Sp. Braga. Acredita que o clube poderá vir a ser campeão durante o seu mandato, como é o de-sejo do presidente António Salvador?Ser campeão é sempre uma conjugação do nosso valor e do menor valor das outras equipas. Esse objectivo [do título] existe e, evidentemen-te, sendo realistas, as pessoas não podem definir isso como objectivo que define o suces-so ou não da equipa.

Voltemo-nos para a Universi-dade do Minho (UM). A ges-tão menos boa que tem sido

“Admito que não haja capacidade para acomodar mais cortes na UM”

Vice-reitor da UM abordou temas relacionados com a academia, Sp. Braga e a própria cidade

Daniel Vieira da Silva

ENTREVISTAPÁGINA 12 // 25.OUT.11 // ACADÉMICO

José Mendes, em entrevista exclusiva à RUM/ACADÉMICO

casando essas duas realida-des, os cortes por um lado e por outro, esta lógica e esta necessidade e obrigatorieda-de que faz já parte da nossa prática de captar receitas pró-prias, a universidade tem que encontrar um ponto de equi-líbrio de forma a poder viver. De momento conseguiu aco-modar os corte que se pers-pectivam para 2012. Admito que, tal como estão as coisas actualmente, não haja capa-cidade para mais cortes, ou seja, para acomodar mais cortes. Mas de facto a Univer-sidade vai ter que viver desta forma, como todas as outras Universidades e as outras or-ganizações públicas do país e também como as pessoas. Temos que ajustar a nossa forma de funcionamento a essa nova realidade financei-ra, não esquecendo no entan-to que um corte substancial nos investimentos pode sig-nificar uma perda de com-petitividade, uma perda de actividade e, de facto, esse é o ponto de equilíbrio que é preciso procurar.

Se houver mais algum corte poderá ter que haver aumen-to de propinas, por exemplo?Não. Os aumentos de propi-nas são definidos por lei. O Conselho geral da UM pode-rá tomar uma decisão, mas dentro de determinadas bali-zas e neste momento as Uni-versidades praticam todas a propina mais alta que a lei

prevê. Portanto, não se trata de uma decisão da universi-dade para responder a cortes orçamentais. Em todo o caso, ainda que isso fosse possível, e essa é uma palavra do Sr. Reitor, não é minha neces-sariamente, mas como opi-nião pessoal parece-me que, no contexto em que vivemos actualmente, fazer reflectir cortes orçamentais em novo aumento de propinas não se-ria muito aceitável.

Disse há tempos que “o em-preendedorismo feito na UM é um dos melhores no país”. Como justifica esta afirma-ção?Esta afirmação não é um um exercício de vaidade da UM, mas sim um exercício factual. Na UM e nas Univer-sidades de um modo geral, empreendedorismo e inova-ção estão de mãos dadas. Na verdade, aquilo que são os re-sultados da inovação da UM ao longo dos últimos anos, avaliados por entidades ter-ceiras, são excelentes, ao ní-vel do melhor que se faz em Portugal.A Universidade mantém um programa de empreendedo-rismo interessante do nosso ponto de vista. Para esse pro-grama de empreendedoris-mo a universidade disponibi-liza um conjunto de veículos. Disponilibiza um gabinete de transferência, tecnologia e empreendedorismo, que de-signamos por Tecminho, de-

pois disponibiliza uma incu-badora - SpinPark - e depois integra, também, um parque de ciência e tecnologia que é o AvePark. Ao longo destes três veículos é possível criar um pipe line de empreende-dorismo. A UM tem aquilo a que nós chamamos ecossis-tema de empreendedorismo e inovação. Este ecossistema inclui um grande número de entidades, de empresas. O primeiro grupo são as spinoff’s, as empresas cria-das dentro da Universidade, um segundo grupo são as empresas que não seguiram o pipe line formal da criação de spinoff’s, mas que foram criadas por alunos, docentes, funcionários, investigado-res da universidade e depois temos outro grupo de em-presas que são as empresas participadas, aquelas em que a própria universidade par-ticipa. Esse bolo completo, ao longo dos últimos anos, é algo como cerca de 120 empresas a facturar anual-mente cerca de 260 milhões de euros. Isso é o que a uni-versidade está a dar de volta à sociedade e é para isso que cá estamos. A universidade tem por missão, obrigação inquestionável, dar de volta à sociedade... E dar de volta através de valor, formando pessoas que vão para o mer-cado de trabalho e também promovendo o empreende-dorismo.

O empreendedorismo é, en-tão, a principal imagem de marca da Universidade do Minho? Não sei se é a principal ima-gem. O empreendedorismo é uma consequência, sempre. A nossa imagem de marca é sermos uma universidade de investigação. Nós produ-zimos conhecimento que se formos capazes de converter em valor, então, temos em-presas, temos inovação, te-mos excelentes profissionais que são capazes de entrar no

mercado de trabalho. Nós somos uma universidade de investigação. Mesmo os nos-sos estudantes que seguem carreiras profissionais incor-poram, ao longo do seu perí-odo de estudo, conceitos de investigação, onde o conhe-cimento mais avançado está permanentemente presente.

Uma das áreas pela qual é responsável enquanto vice--reitor é precisamente a das relações internacionais não--académicas. O reitor Antó-nio Cunha sempre referiu a importância que dá à inter-nacionalização da própria Universidade. Tem havido um aprofundamento dessa questão?O conhecimento não tem fronteiras. A física, a mate-mática, as engenharia ou multimédia não têm regras especiais. Portanto, se não têm fronteiras, a única forma de avançarmos no conheci-mento é internacionalizar-mo-nos. Outra razão para a internacionalização é o nosso mercado de trabalho que é muito curto. Portugal é muito pequeno, de facto, e é absolutamente seguro que um jovem licenciado, na sua carreira profissional, vai ter que ter algum período de trabalho no estrangeiro. Quem não acreditar nisto vai ter problemas no futuro. Portanto, é preciso prepará--los para realidades multicul-turais, multiconhecimento, multilinguística, etc. É por isso que o Sr. Reitor diz que temos que ter internaciona-lização. A UM é extrema-mente internacionalizada, para além daquilo que é o intercâmbio, a mobilidade de estudantes, aquilo que desig-namos por Erasmus. A UM tem muitos projectos de co-laboração, quer na prestação de serviços, quer na oferta de formação avançada, quer na investigação numa série de países bastante vasta, desde logo, com a Europa, e depois com os EUA, aliás, a UM é um parceiro bastante activo no programa MIT Portugal. Temos, também, uma pre-sença nas economias emer-gentes. A UM está a avançar com novas parcerias com Brasil, também Angola e Moçambique, também tem contactos com a China – atra-

vés do Instituto Confúcio – e a UM está atenta a essas no-vas realidades.A minha participação nesta matéria é aquilo que desig-namos como internaciona-lização não-académica, que significa parcerias com em-presas, com fundações ou mesmo com universidades estrangeiras, numa perspec-tiva de negócio.

Vemos, diariamente, uma Universidade em mutação. Há muito que se fala da nova sede da AAUM. O reitor da UM disse que o projecto iria avançar até ao final do último ano, o que ainda não acon-teceu. Como está todo este processo?Este é um período de muita incerteza quanto a investi-mentos. De facto, a UM tem ideias para o reordenamen-to e envolvente dos campi. Nessas ideias está previsto o edificio para albergar a AAUM e também os grupos culturais e outras entidades, ou seja, um conjunto de ac-tividades e estruturas que giram em torno da AAUM. Existe o projecto que terá uma componente privada e, neste momento, não estão ainda garantidas condições para avançar para este inves-timento. Mas não quer dizer que não vai avançar. Estamos numa fase muito quente das negociações e, por isso, não quero avançar muito mais.Há algum local específico?Dentro ou fora do campus, mas imediatamente adjacen-te ao campus de Gualtar.Mas alguma localização exac-ta...Faz tudo parte da negocia-ção. Não há aqui nenhum

“Neste momento, não

estão ainda garantidas condições

para avançar para este

investimento [nova sede da

AAUM]”

Daniel Vieira da Silva

Fazer só obra pode começar a “desacrescentar”

algo à cidade

filiado em nenhum partido político. Todos os cenários são possíveis e nenhum ce-nário é possível. Se calhar, um dia destes, terei de pen-sar nisso, muito seriamente.

O ano de 2013 pode ser um ano de mudança, tanto na Reitoria, como na cidade de Braga. Está mais inclinado para assumir um projecto em qual dos palcos?Neste momento, o meu com-promisso assumido com a academia e com o reitor é aquilo que desempenho ac-tualmente.Daí para a frente não tenho nada pensado.Em termos de reitoria, não penso nada. A reitoria tem um líder, um Reitor no qual eu acredito, tem uma equipa na qual me integro e estou muito feliz e portanto não penso além disso.Acho que a UM tem um excelente Reitor e o que eu desejaria é que ele lá conti-nuasse.

Planeamento e pensamento sobre a cidade de Braga foi um dos temas abordados na entrevista

“É absolutamente seguro que um

jovem licenciado vai ter que ter algum período de trabalho no estrangeiro”

segredo especial. Recordo apenas que este é um perío-do muito difícil para investi-mentos. Estamos a trabalhar arduamente nesta altura so-bre esta matéria e desejamos um bom resultado.

Será possível algum avanço até ao final do ano cívil?Não consigo fazer promes-sas. Apenas refiro que esta-mos a trabalhar arduamente.

Estas negociações envolvem a Quinta dos Peões?É uma possibilidade. Envol-ve, como parceiro, a Câmara Municipal de Braga (CMB). Face a esta incerteza, há um conjunto de cenários possi-vel.

Mas já há muito se fala na Quinta dos Peões como sen-do um possível “tampão” da universidade em relação ao meio envolvente...Os terrenos não são da UM, são de uma empresa privada. E nada avançou até agora por-que a empresa em causa não quis investir. E o diálogo que temos mantido visa encon-trar um ponto de equilíbrio entre interesses do privado, as regras estabelecidas pela CMB e os desejos da UM para ter uma boa vizinhança e para ter algo que, não sendo parte da Universidade, (não fosse investimento público) fosse uma boa complemen-tariedade para a UM.

Tem a ver com o Plano de Pormenor da CMB?A CMB está, e esteve desde o início, interessada em que as vontades e os desejos da UM estejam, também, salvaguar-dados. E temos mantido esse diálogo tranquilo e frutuoso e acreditamos que existe um espaço de oportunidade para as três entidades.Entendemos também que a Sul é a entrada principal do campus. Achamos interes-sante encontrar um ponto de equilíbrio [entre as três enti-dades] nesse local.

José Teixeira da DST, defen-deu um projecto de cidade a 15 anos apostando no centro histórico, com algumas ânco-ras universitárias em locais no centro. Afirmou que era importante que a Universida-de se virasse mais para a cida-

de e a influenciasse mais. Re-feriu que era importante que a sede da AAUM e a própria RUM fossem para o centro. Como vê este desejo?Vejo com bons olhos. Parti-lho de muitas dessas ideias. A cidade de Braga, não sendo uma cidade muito grande, criou algumas âncoras que, consideradas isoladamente, são interessantes (estádio, campus, shoppings). Cada uma dessas âncoras tem uma missão e vai cumprin-do.O problema da cidade é como se articulam essas âncoras. A UM tem de se virar para ci-dade, mas a cidade também tem de se virar para a Uni-versidade. Algo que vai ter de acontecer na cidade de Braga, se a cidade se quiser tornar--se mais competitiva, é per-ceber que, se continuarmos a estabelecer âncoras que estão longe do centro, matamos o centro da cidade. Achamos que o centro devia ter mais vida. Por isso achamos que o futuro da cidade deverá estar no intangível. A cidade de Braga é, ao contrário do que se diz, um bom exemplo do ponto de vista do tangível (a cidade incorpora um con-junto de boas práticas que algumas cidades do Mundo procuram atingir a nível da sua área pedonal, o centro equilibrado, consegue-se circular bem na cidade de Braga). Esse foi o programa infraestrutural que a cida-de cumpriu. Acho é que há outro programa a cumprir... Aquele que define a compe-titividade das cidades e isso está no intangível. Acho que a cidade de Braga deve apos-tar em cinco dimensões, as dimensões do sucesso: tem de ser uma cidade mais In-telectual; Inovadora; Conec-tada - Braga tem de explorar a relação com aeroporto, por exemplo -; Sustentável; Au-têntica, ou seja, incorporar, no quadro de competitivida-de, marcos da sua autentici-

dade, à semelhança do que se faz, por exemplo, na Semana Santa.Estas cinco dimensões po-dem definir a competitivi-dade da cidade daqui para a frente. Eu não vejo prati-camente ninguém, e muito menos os pretendentes à CMB, a terem um diálogo nessa linha, a perceberem que temos de fazer a obra, mas o valor dessa dimensão do investimento já é muito pouco contributiva para valo-rizar a cidade.Fazer só obra pode começar a “desacrescentar” algo à cidade. Note-se que o exces-sivo investimento feito no país já retira competitivida-de ao país. Já é mais do que tempo para projectarmos a competitividade e relevância de Braga como um nó de de-senvolvimento no país, num paradigma diferente.

Esses cinco pontos que enun-cia podiam constar num pro-grama eleitoral de um candi-dato à CMB em 2013...Podiam ser de um qualquer candidato. Foi público que nas últimas duas eleições re-cebi convites e fui contactado para ter um papel mais ou menos relevante nos projec-tos da CMB. Entendi que não era o momento, tinha outros projecto na reitoria e na mi-nha vida profissional. Nunca tive essa pretensão, mas, ul-timamente, essa questão tem sido colocada novamente.As eleições autárquicas ocor-rem daqui a dois anos e, embora existam alguns can-didatos pré-anunciados ou auto-anunciados, acho que ainda não é tempo para falar disso. É importante, isso sim, fazer algo para a CMB e para a cidade de Braga.

Afasta a possibilidade de as-sumir uma candidatura à CMB ou de integrar alguma lista?Não afasto a possibilidade de praticamente nada, desde que seja um contributo ou algo sério. Mas isso não está na minha cabeça de forma aguda.Não faz sentido neste mo-mento pensar, com serie-dade, na possibilidade de se incorporar uma candidatu-ra porque faltam dois anos. A situação do país não está

fácil, os próprios partidos ainda não definiram os seus candidatos.Como observador exetrno, a nível local, parece-me que, no caso do PS, é sabido que vai haver eleições para a conce-lhia. Parece-me que o partido está a fazer o seu percurso de eleição do candidato. Do lado da coligação “Juntos por Bra-ga”, não percebo como é que, havendo ainda eleições para a concelhia do PSD, como se pode definir o candidato. É claro que uma nova con-celhia poderia definir outro candidato para Braga.

Mas acha que António Braga ou Ricardo Rio estão a agir mal ao darem este passo?Quem sou eu para julgar? Acho que, se são candidatos pelo partido, deve ser o par-tido a apresentar o candidato.

Poderá assim integrar uma candidatura independente?Não sei. Nem sequer sei se algum dia integrarei algu-ma candidatura. A minha área de especialidade são as cidades, sou um planeador de cidades. Isto significa que, em determinado momento, se a sociedade pensar que posso dar alguma colobora-ção, como o fez no passado quando endereçou convites, terei de considerar a hipótese de dar à sociedade aquilo que ela investiu em mim. Natu-ralmente não vou excluir ne-nhuma possibilidade. Sou independente. Não sou

ENTREVISTAPÁGINA 12 // 25.OUT.11 // ACADÉMICO

Dan

iel Vieira da Silva

“Sou independente. Se calhar, um dia destes, terei de pensar, muito

seriamente nisso [candidatura à

CMB]”

TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

ADRIAnA COuTO

[email protected]

A página do Facebook da Energias de Portugal (EDP) tem sido inundada por cen-tenas de comentários nega-tivos feitos por utilizadores da famosa rede social, de-pois de a empresa ter eli-minado do seu mural um comentário negativo de um cliente.Tudo começou com um simples comentário de Joa-na Couve Vieira, ao promo-ver, na página do facebook da EDP, um grupo contra o projecto de expansão das barragens. O comentário, insignificante para muitas pessoas que tantas vezes vêem acções do género, ge-rou uma onda de indignação por parte dos utilizadores daquela rede social quando a EDP decidiu utilizar o seu Código de Conduta, dispo-nível na página da empre-

sa, e pedir à utilizadora que participasse na comunidade com críticas construtivas. Catorze minutos depois, o antigo comentário de Joana Vieira foi removido da pági-na.O Código de Conduta da EDP permite à empresa “eliminar, sem qualquer pré-aviso, conteúdos consi-derados ilícitos e denunciar tais situações à entidade Fa-cebook”. O mesmo explicita ainda que nesses conteúdos estão incluídos “difamação, injúrias, ameaças e/ou abu-so do nome e/ou imagem dos utilizadores da página e/ou da notoriedade e presti-gio da marca” e “conteúdos que procuram o recruta-mento para outras iniciati-vas que não as promovidas pela EDP”.Indignados com o sucedido, os utilizadores da página de uma das maiores empresas portuguesas começaram a

edp (não) gosta disto!

AnA CLARISSe ABReu

[email protected]

Criar uma aplicação em 5 minu-tos

Já é possível criar aplicações nos smartphones da Nokia, em não mais de 5 minutos.Este desenvolvimento que per-mite divulgar conteúdos Web é recente e pode ser levado a cabo pelo próprio, através do site da

Ovi App Wizard.A Nokia informou que se en-contra disponível para ajudar no processo, ou mesmo substituir-se por quem tenha menos facili-dade com a ferramenta, criando a própria aplicação, e remeten-do-a depois de concluída.

Youtube vai vender downloads de música, bilhetes de concer-tos e merchandising

Foi anunciado pela Google que,

durante as próximas semanas, a empresa vai permitir aos seus parceiros que vendam música em formato digital, bilhetes para concertos e merchandise das bandas, através do youtube. Esta nova funcionalidade, chamada Merch Store, irá per-mitir uma interacção entre par-ceiros da Google e o crescente número de utilizadores do site.Entre os parceiros já confirma-dos encontram-se nomes como iTunes e a Amazon, no que res-

peita à venda de downloads de música, e Topspin e Songkick, no que concerne à venda de concertos e experiências.

Twitter triplica número de novos subscritores com ajuda do iOS 5

O Twitter conta presentemente com uma média de 250 milhões de tweets publicados por dia, verificando-se um crescimento de 177%, segundo as contas do

twittadas

fazer centenas de comen-tários negativos sobre o sucedido e a comentar as remunerações dos adminis-tradores da empresa, a polí-tica ambiental adoptada e o preço da electricidade em Portugal.

EDP reage

A EDP viu-se obrigada a colocar uma mensagem no seu Facebook em que se po-dia ler que estavam a seguir “com atenção os posts pu-blicados no mural da nossa página e estamos empenha-dos em continuar a dialogar com a nossa comunidade, de forma a criar um am-biente construtivo onde to-dos podem participar”.A onda de comentários ne-gativos continuou ao longo dos dias seguintes, levando a que a empresa decidisse retirar da sua página a op-ção que permitia aos utiliza-

EDP viu-se envolvida em polémica nas redes sociais

PUB

CEO da empresa.Também a percentagem de utilizadores que todos os dias fazem login no serviço subiu significativamente, passando dos 30%, em Janeiro deste ano, para um valor que ultrapassa os 50%.Segundo o responsável, este aumento ficará a dever-se, prin-cipalmente, à integração com a mais recente versão do sistema operativo móvel da Apple, o iOS 5.

dores comentar livremente no seu mural, esclarecendo, através de uma mensagem, que pretendem ter, sempre, “o canal activo, credível e aberto onde poderá ainda

comentar e discutir os nos-sos posts”. Desta forma, os seguidores da página apenas poderão fazer comentários nos posts da EDP.

DR

TECNOLOGIA E INOVAÇÃO PÁGINA 15 // 25.OUT.11 // ACADÉMICO

liftoff, gabinete do empreendedor da AAUM, apresenta...

> 26 OUTUBRO 11Workshop “Gestão de Carreira” Sede AAUMBraga

> 9 NOVEMBRO 11

Dia do EmpreendedorAniversário LiftOff

> 22 NOVEMBRO 11Workshop “Networking”Sede AAUMBraga

> 30 OUTUBRO 11Data limite para divulgação das 8 melhores ideias candidatas ao con-curso “Empreendedorismo está na Moda”

> 14 NOVEMBRO 11Workshop “Comunicação com o Mercado de Trabalho”Sede da AAUMBraga

Âmbito:Desafio Talento com Fibra é uma iniciativa da Portugal Telecom que pretende, atra-vés de uma plataforma onli-ne, obter propostas para um novo produto PT, a criar por alunos universitários.Na plataforma online, os alunos podem submeter, editar, votar e comentar pro-postas de outros participan-tes.Estas propostas deverão es-tar enquadradas com a área de negócio da PT e actuação das respetivas marcas.

A quem se destina:Estudantes universitários residentes em Portugal Continental e Ilhas;

Objetivo:Aproximar os alunos ao mundo empresarial e pre-miar os autores das melho-res “Propostas de Inovação” após análise por um júri interno;

Prémios:Vencedor: Possibilidade de integração no Programa Trainees PT 2012/13

>

“Desafio “Talento com Fibra 2011/212” Cria um novo produto PT

Prémios para os autores das 50 melhores propostas:Placas de Banda Larga Mó-vel TMN; Telemóveis SAPO A5; Serviço SAPO ADSL / MEO; anuidades gratuitas.

Inscreve-te em:

www.talentocomfibra.tele-com.pt/Sabe mais sobre o progra-ma trainees PT em: www.telecom.pt/traineespt/can-didaturas

theatro circo recebeu novo álbum dos dead comboFÁBIO ALVeS

[email protected]

O Theatro Circo recebeu no fim-de-semana, a banda por-tuguesa Dead Combo, acom-panhada pela Royal Orques-tra das Caveiras.Tendo lançado o álbum “Lis-boa Mulata” neste mês de Ou-tubro, como relatou o ACA-DéMICO há duas semanas, trouxeram até Braga, e aos ouvidos dos espectadores que preencheram quase na totali-dade a plateia, o fado, o “wes-tern” e o rock alternativo.O palco inicial, apenas pisado por Tó Trips e Pedro Gonçal-ves (os Dead Combo, diga-se), foi posteriormente ocupado por Alexandre Frazão (bate-

ria), Jorge Ribeiro (trombo-ne), João Marques (trompete), João Cabrita (saxofone) e Ana Araújo (piano), inte-grantes da orquestra acompa-nhante.no final do espectáculo, para além dos aplausos eufóricos e da ovação em pé, o ACADé-MICO teve oportunidade de conhecer pessoalmente o duo, numa breve entrevista:

Que tipo de inspiração pro-curaram para este novo trabalho, incluindo não só sonoridades ou influências musicais, mas também ou-tro tipo de artes?Tó: Ouvimos um pouco de tudo, desde rock, música africana, jazz, música im-

provisada, metal... O que procurámos fazer neste disco foi o mesmo que fi-zemos nos restantes. Por outro lado, incluímos as sonoridades africanas que era uma coisa que ainda não tínhamos explorado. Já tínhamos umas “malhas”, essencialmente no segundo álbum, pois fizemos ques-tão e pensámos um pouco no assunto. Apesar de não sermos uns gajos de pensar muito, chega a uma altura em que tens de pensar se-não começas-te a repetir. [A influência africana presente no álbum] é a ideia que faze-mos disso.

Como interpretaram as pri-

CULTURA

a compor inspirando-se em todo o seu historial clássico, misturando-o harmonio-samente com a música de vanguarda da costa atlânti-ca. Em 2005 colaborou com Sufjan Stevens e em 2006 estreou-se com “Bring Me The Workhorse”, já com a denominação de My Bri-ghtest Diamond. Em 2008 lançou o segundo trabalho, composto para um quarte-to de cordas. Apesar disso, “A Thousand Shark’s Tee-th” contou com o trabalho adicional de uma orquestra composta por 20 diferentes músicos e claro, com a voz arrepiante de Shara Wor-den.Recentemente saiu o ter-ceiro trabalho, o mais com-plexo e bem conseguido da norte-americana. Mantendo o ambiente campestre mas urbano e as emoções fortes facilmente perceptíveis pela poderosa capacidade vocal de Worden, esta também

aproveita para desabafar al-gumas revoltas interiores. Não deixa de criticar a ac-tual crise económica e de intervir com ideias políticas bem vincadas em diversos temas do álbum. Mas assim como a política está presen-te neste disco, está também a vida pessoal de Shara Wor-den. No Verão de 2010 deu à luz o seu primeiro filho e podemos encontrar temas alusivos a esta grande mu-dança na sua vida. Exemplo máximo disso mesmo é o tema “I Have Never Loved Someone The Way I Love You”.“All Things Will Unwind” é mais um disco obrigatório para qualquer melómano e é a confirmação de que Sha-ra Worden é das melhores, mais emotivas e arrepiantes vozes que alguma vez ouvi-remos. É também a certeza de que vale a pena ter sem-pre debaixo de olho os My Brightest Diamond.

revolta, emoção e amor: este é o mais complexo disco de shara worden

Shara Worden é das melhores, mais emotivas e arrepiantes vozes que alguma vez ouviremos

DR

My Brightest Diamond - All Things Will Unwind (2011)

Lisboa Mulata chegou, desta vez, ao Theatro Circo em Braga

PAuLO SOuSA

[email protected]

Os My Brightest Diamond misturam elementos que vão desde a ópera ao caba-ret, da música de câmara ao pop rock. Mas o ponto de partida são sempre as his-tórias de sonhos idílicos, o ambiente de contos de fada, as críticas políticas e sociais e a voz deliciosa de Shara Worden. Filha de um reco-nhecido músico clássico e de uma organista de igreja, Worden cresceu no Michi-gan rodeada de jazz, gospel e música clássica. Estudou ópera na University of Nor-th Texas e depois de se gra-duar foi para Nova Iorque, onde continuou a estudar canto. Começou a envolver--se no meio underground da Grande Maça e inspirou-se nos espectáculos intimistas de Nina Nastasia e de An-tony and the Johnsons. Em 2003 começou a escrever e

PÁGINA 17 // 25.OUT.11 // ACADÉMICO

theatro circo recebeu novo álbum dos dead combo

AGENDA CULTURALRUM BOXTOP RUM - 42 / 201121 OUTUBRO

1 TIGUANA BIBLESSurrender

2 WE TRUSTTime (better not stop)

3 BEIRUT - Santa Fé

4 DEUS - Constant now

5 FEIST How come you never go there

6 PZ - For sure

7 M83Midnight city

8 JP SIMÕES E AFONSO PAIS A marcha dos implacáveis

9 FOSTER THE PEOPLE Pumped up kicks

10 LONG WAY TO ALASKA - United colors of patapon

11 LOUSY GURU - Ampola

12 SMIX SMOX SMUXQuantas vezes já

13 CHARLOTTE GAINSBOURG Terrible angels

14 DOISMILEOITOQuinta feira

15 HORRORS, THEChanging the rain

16 JOAN AS POLICE WOMAN The magic

17 NEW DIVISION, THE Starfield

18 STROKES, THEUnder cover of darkness

19 WASHED OUT - Amor fati

20 LUÍSA SOBRAL - Xico

POST-IT24 > 28 Outubro

MESACedo O Meu LugarTOM WAITSBack In The CrowdREAL ESTATEIt’s Real

BRAGAMÚSICA27 de OutubroRodrigo Leão & Cinema EnsembleTheatro Circo

29 de OutubroXVI Trovas – Festival Internacional de tunas femininasTheatro Circo

FOTOGRAFIAAté 31 de OutubroEncontros da Imagem 2011 – 21º Edição

Mosteiro de Tibães, BragaParque, Museu Nogueira da Silva, Galeria Show Me,Pedro Remy, Casa dos Crivos, Museu D. Diogo de Sousa, Museu da Imagem

GUIMARÃESCINEMA29 de OutubroFestival de Curtas-Metragens “Fast Forward Film Festival”CCVF

MÚSICA

31 de OutubroHalloweenSão Mamede

BARCELOSTEATRO28 de OutubroCoração PulsátilSubscuta

FAMALICÃOMÚSICA29 de OutubroMão Morta – Pelux in MotionCsaa das Artes

LEITURA EM DIA1 - Canções de Amor em Lolita’s Club de Juan Marsé, Ed.Campo das Letras. A recuperação de um romance do escritor espanhol, vivo, mais importante; simplesmente genial.2 - A Bruxa Mimi vai à Praia de Valerie Thomas e Korky Paul, Ed.Gradiva. A incontornável Mimi e o gato Rogério em mais uma festa de criatividade;

3 - O Segredo de Barcarrota

de Sérgio Luís de Carvalho, Ed.Oficina do Livro. A memória e o respeito pelo Outro na escrita de um bom escritor português - de leitura obrigatória.

4 - Os Prémios Literários

Para ouvir de segunda a sexta

(9h30/14h30/17h45) na RUM ou em

podcast: podcast.rum.pt Um espaço

de António Ferreira e Sérgio Xavier.

Leya e Man Booker Prize de Julian Barnes viu ser-lhe feita justiça e para ler, ou reler, Nada a Temer, Ed.Quetzal.5 - Os Mistérios de Jerusalém de Marek Halter,ed.Bizâncio. As estórias da História e a procura da “verdade”. Uma leitura sofisticada e límpida.

Maria João de Sousa

meiras reacções ao álbum?Tó: Não queremos estar a ser modestos, mas recebem-nos sempre bem. Estivemos em Praga e em Bucareste, onde nunca tínhamos estado, e as pessoas que foram ver o concerto vieram-nos dizer que nos adoraram e compra-ram todo o merchandising que levámos. Mas é pessoal que não nos conhece de lado nenhum e como é que gos-tam disto? [risos]

Acham então que o públi-co internacional é receptivo quanto à vossa música?Pedro: Sim, tanto em Praga como em Bucareste. Não houve nenhum sítio em que tenha corrido mal.

Mesmo tendo “Lisboa Mula-ta” apenas poucas semanas de vida, já existe algum tipo de projecto futuro que te-

nham em mente?Pedro: Temos agora a peça de teatro “A Voz Humana”, em Lisboa, e um filme realizado pelo Bruno de Al-meida, acerca da morte de Humberto Delgado, para os quais iremos fazer a banda sonora. Também temos um projecto com grupos folcló-ricos, para Guimarães 2012.Tó: Temos sempre algo para fazer, mesmo que não seja de fora, há sempre “malhas” e outras coisas a fazer: é to-car.

As colaborações deste disco resumem-se a quatro, aca-bando por torná-lo mais in-timista e pessoal. Era esse o objectivo?Pedro: Decidimos que que-ríamos voltar às origens, vol-tarmos a ser os dois a tocar, voltar ao primeiro disco. No-vidades, pronto, há o Marc

Ribot, que era alguém que sempre quisemos ter, pois também é responsável pe-los Dead Combo existirem e um dos maiores músicos à face da terra, na nossa opi-nião. O Camané e o Sérgio Godinho não necessitam de grandes apresentações. Depois, o Alexandre Frazão, que é o nosso companheiro de estúdio e de estrada.Tó: Queríamos voltar a ser mais simples. O último, “Lusitânia Playboys”, tinha muitos convidados e arran-jos. Também é uma forma de nos distanciarmos desse último trabalho.

Ficam aqui, então, as memó-rias de um concerto simples, mas refinado; melancólico, mas intemporal; e, acima de tudo, emocionalmente denso.

PÁGINA 18 // 25.OUT.11 // ACADÉMICO

DESPORTO

PUB.

mundial de futsal - minho 2012 apresentado oficialmenteCARLOS ReBeLO

[email protected]

Decorreu na passada sexta--feira a apresentação oficial do 13º Campeonato Mundial Universitário (CMU) de Fut-sal que irá ter lugar no Com-plexo Desportivo Universi-

tário de Gualtar, Braga. Este evento irá decorrer de 18 a 25 de Agosto de 2012 e contará com a presença de atletas de cerca de 30 países.A apresentação iniciou-se com uma conferência de im-prensa, a qual contou com a presença de várias figuras co-

nhecidas no futsal nacional, entre elas, Jorge Braz – sele-cionador nacional de futsal , Orlando Duarte – treinador do Sporting Clube Portugal e campeão mundial universi-tário em 2008, Pedro Palas – treinador do SCB/AAUM, as-sim como dos atletas André Machado (SCBraga/AAUM) e Pedro Cary (Sporting). A ce-rimónia contou ainda com a presença de Luís Rodrigues, presidente da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) e tam-bém Presidente do Comité Organizador do CMU 2012, Carlos Silva, administrador dos SASUM, José Mendes, vice-reitor da Universidade do Minho (UM) e Vitor Sou-sa, vice-presidente da Câma-ra Municipal de Braga.Em entrevista a Luís Ro-drigues e falando da im-portância do CMU 2012 , o presidente da AAUM referiu que “é um evento da maior importância no desenvolvi-mento da modalidade, não só ao nível universitário, mas

também ao nível federado”. Estes dois níveis podem-se completar e entreajudar--se para um maior desen-volvimento da modalidade. “Temos exemplos de atletas que praticam desporto uni-versitário e que são atletas de selecção nacional universitá-ria e também de selecção na-cional , tal como Pedro Cary do Sporting e André Sousa da Associação Académica de Coimbra (AAC).”

Mundial vai para além do futsalQuanto à organização do CMU 2012, Luís Rodrigues diz que “ este campeonato vai além da componente despor-tiva, onda a AAUM e a UM querem aproveitar a compo-nente de investigação da Uni-versidade e tecnologia que a própria dispõe para o desen-volvimento de vestuário des-portivo e desenvolvimento de técnicas de validação do golo nesta modalidade” ou seja, incluindo também os cursos e várias áreas de investigação

para que toda a comunidade académica esteja incluída e participe neste mundial uni-versitário, beneficiando to-das as entidades envolvidas.Concluindo, Luís Rodrigues diz que espera que este even-to “ não seja só marcante para a AAUM e UM, mas também para o desporto universitário e para a própria modalidade de futsal da qual esperamos que, num futu-ro próximo, haja um maior reconhecimento e apoios ao nível da Federação Portu-guesa de Futebol para o des-porto universitário da mo-dalidade.” Já José Mendes, o vice-reitor da Universidade do Minho referiu ainda que “a Universidade do Minho tem já tradição em organizar competições internacionais à escala europeia e mundial, desde há alguns anos, tendo já organizado um campeona-to do mundo de futsal uni-versitário. Este campeonato surge na sequência desses eventos e no entendimento firme e convicto que a Uni-versidade do Minho tem, que a prática do desporto faz par-te do quadro das competên-cias necessárias ao estudante universitário”, reiterou.Conjugando estes dois ob-jectivos, o vice-reitor da UM espera um campeonato de sucesso na Universidade do Minho no próximo ano de 2012.

Nuno Gonçalves/Dicas

Evento promete envolver toda a universidade

Em 2012, Braga é Capital Europeia da Juventude e Maribor herda o mesmo título - Capital Europeia da Juventude - em 2013. Na quinta-feira, dia 20 de Outubro, o NK Maribor e o Sporting Clube de Braga defrontaram-se na terceira jornada da Liga Europa. As duas capitais aproveitaram assim a coincidência des-portiva para uma acção de divulgação das Capitais Eu-ropeias da Juventude, sob o tema Youth for FairPlay em antecipação do jogo.Na acção de promoção, na quinta-feira ao final da ma-nhã, um grupo de 30 jovens - 15 com camisolas do SC Braga e 15 com camisolas do NK Maribor - a distribuíram abraços no principal centro comercial da cidade eslove-na. As duas organizações pre-tendem assim promover o fairplay, ou seja o bom rela-cionamento entre os adep-tos das duas equipas, bem como os princípios de res-ponsabilidade social e cida-dania activa, áreas de acção de ambas as Capitais.A acção serve também para a organização de Braga 2012 retribuir a visita de Maribor a Portugal, em Julho deste ano, e dar continuidade ao

trabalho desenvolvido entre as Capitais, bem como ên-fase ao trabalho em rede de-senvolvido com outras Capi-tais Europeias da Juventude, nomeadamente Antuérpia 2011.Braga 2012 reuniu então também com Maribor 2013, dando continuidade ao tra-balho iniciado aquando da visita de Maribor ao Minho em Julho. As reuniões ser-viram para partilha de boas práticas, estrutura e modo de funcionamento, além da cooperação integrada em todos áreas de acção con-junta, nomeadamente os programas de voluntariado europeu e Erasmus. Braga 2012 também é a primeira Capital Europeia da Juven-tude a ter como objectivo de cooperação internacional o trabalho em rede de todas as capitais da juventude, pelo que a reunião complemen-tou e reforça trabalho nesse sentido.

A organização reuniu ainda com o Presidente de Câma-ra de Maribor em que esti-veram a discutir maior coo-peração e mais integrada, a possível geminação das ci-dades, os programas e o tra-balho em rede, que já está a ser desenvolvido com as par-

Capital Europeia da Juventude marca pre-sença no jogo do S.C. Braga na Eslovénia com Maribor 2013: Capital Europeia da Juventude

cerias na área do Programa de Formação Juventude em Acção, com o possível inter-câmbio entre associações de voluntários. Hugo Pires, o vereador da Câmara Municipal de Braga e Presidente Conselho de Administração da Funda-ção Bracara Augusta disse:

“Foi um prazer visitar a Câ-mara Municipal de Maribor, no âmbito dos trabalhos da Capital Europeia da Juven-tude. Esta é a segunda reu-nião com Maribor, após a reunião em Braga em Julho, o que nos permite estreitar laços entre as organizações e cumprir o objectivo de ter

todas as Capitais Europeias da Juventude a trabalhar em rede. Falamos também sobre a passagem de teste-munho no final de 2012, aproveitamos ainda para promover o FairPlay entre as duas equipas e claro para promover Braga por essa Europa fora.”