jornadas de cultura local

2

Upload: theatro-club

Post on 10-Mar-2016

221 views

Category:

Documents


3 download

DESCRIPTION

As jornadas de cultura local da Póvoa de Lanhoso versa, desta feita, sobre a influência Brasileira no concelho da Póvoa de Lanhoso.

TRANSCRIPT

Page 1: Jornadas de Cultura Local
Page 2: Jornadas de Cultura Local

Intervenientes:Dra. Isabel Alves, educóloga, mediadora cultural e artista plástica, coordenadora do Museu das Migrações e das Comunidades, em Fafe, Portugal.

- Emigração para o Brasil – O caso de Fafe

Dr. José Abílio Coelho, doutorando, investigador do CITCEM/UM, bolseiro da FCT.

- A Póvoa de Lanhoso e os ‘brasileiros” de torna viagem: os homens e as mulheres que trouxeram a modernidade.

Resumo: A mobilidade geográfica constitui um fenómeno estrutural da sociedade portuguesa, que deixou marcas em todos os continentes. Entre 1834 e 1926 saíram 8722 fafenses para se fixarem no Brasil. O Concelho de Fafe é assim fortemente marcado pelo poder económico dos “brasileiros de torna viagem”, homens e mulheres que no século XIX saíram das fre-guesias do concelho em direcção ao Brasil e que lá obtiveram fortuna, regressaram a Fafe e edificaram as suas habitações, símbolo de uma

emigração de sucesso.Dispondo este Concelho de um grande patri-mónio arquitectónico e cultural, têm vindo a ser realizadas nos últimos anos múltiplas leitu-ras da história deste território, no qual é mani-festa a acção dos emigrantes “brasileiros”, que no regresso ao espaço de origem investiram os seus capitais na edificação das vilas, na constru-ção de escolas, hospitais, asilos, teatros, clubes e desenvolvimento da indústria.

Resumo: Desde o século XVI que o Brasil se tornou um local de grande interesse comercial para a Coroa portugueses. Com o avançar dos séculos, e com as riquezas naturais e produzi-das que dali emanavam, como o açúcar, as ma-deiras, o ouro ou as pedras preciosas, o terri-tório foi recebendo cada vez mais colonos que procuravam além-Atlântico a abastança que a Pátria-mãe lhes não conseguia garantir. Contu-do, será no século XIX, e especialmente após a proibição do trabalho escravo, que a emigração para o Brasil se desenvolveu em grande escala, com dezenas de milhar de homens e mulheres que partiram todos os anos, especialmente do Noroeste Peninsular, à procura de um El Dora-do que por todo o lado se anunciava.

A Póvoa de Lanhoso foi, também ela, viveiro de “brasileiros”. Muitos não alcançaram o sucesso sonhado, enquanto outros regressaram com o indispensável para refazerem aqui as suas vidas. Mas, de entre todos os que partiram, e foram milhares, alguns houve que regressaram ricos ou mesmo muito ricos. É a estes, pouco mais de uma dezena de “opulentos capitalistas”, que a Póvoa de Lanhoso dos finais do século XIX e da primeira metade do século XX deve, não apenas um conjunto de obras marcantes mas, sobretudo, uma nova perspetiva de desenvolvi-mento da comunidade. É sobre a importância destes homens e mulheres que versará a nossa comunicação.