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JULHO DE 2009 ANO XXI Nº 868 SEG 6 TER 7 QUA 8 QUI 9 SEX 10 SÁB 11 DOM 12 sintufrj.org.br [email protected] JORNADA DE 40 HORAS vence primeiro round A histórica reivindicação dos trabalhadores brasileiros: redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais foi aprovada na Comissão Especial da Câmara Federal. A votação foi acompanhada por dezenas de categorias que viajaram a Brasília em caravanas sob a liderança da CUT. Técnicos-administrativos da UFRJ organizados pelo SINTUFRJ também reforçaram a pressão aos parlamentares. PÁGINA 5 191 anos de história Agenda Veja quais são as atividades e eventos da semana. PÁGINA 2 Museu Nacional, a mais antiga instituição científica no país, está em festa e inspira cada vez mais os funcionários, que se orgulham de trabalhar na instituição. PÁGINA 7 Foto: Ravizzini Foto: Divulgação CUT

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JULHO DE 2009 ANO XXI Nº 868 SEG 6 TER 7 QUA 8 QUI 9 SEX 10 SÁB 11 DOM 12 sintufrj.org.br [email protected]

JORNADA DE 40 HORASvence primeiro round

A histórica reivindicaçãodos trabalhadoresbrasileiros: redução dajornada de trabalho de 44para 40 horas semanais foiaprovada na ComissãoEspecial da CâmaraFederal. A votação foiacompanhada por dezenasde categorias que viajarama Brasília em caravanassob a liderança da CUT.Técnicos-administrativosda UFRJ organizados peloSINTUFRJ tambémreforçaram a pressão aosparlamentares. PÁGINA 5

191 anosde história

AgendaVeja quais são as atividades e eventos dasemana. PÁGINA 2

Museu Nacional, a mais antigainstituição científica no país, estáem festa e inspira cada vez maisos funcionários, que se orgulhamde trabalhar na instituição.PÁGINA 7

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2 – Jornal do SINTUFRJ a serviço da categoria – No 868 - 6 a 12 de julho de 2009 - www.sintufrj.org.br - [email protected]

JORNAL DO SINDICATODOS TRABALHADORESEM EDUCAÇÃO DA UFRJ

Coordenação de Comunicação Sindical: Ednea Martins, Jonhson Braz e Nivaldo Holmes. / Conselho Editorial: Coordenação Geral e Coordenação de Comunicação/ Edição: Ana de Angelis / Reportagem: Ana de Angelis, E. A. C. e Regina Rocha / Secretária: Katia Barbieri / Projeto Gráfico: Luís Fernando Couto / Diagramação:Luís Fernando Couto e J. Malafaia / Ilustração: André Amaral / Fotografia: Cícero Rabello / Revisão: Roberto Azul / Tiragem: 11 mil exemplares / As matériasnão assinadas deste jornal são de responsabilidade da Coordenação de Comunicação Sindical / Correspondência: aos cuidados da Coordenação de Comunicação.Fax: 21 2260-9343. Tels.: 2560-8615/2590-7209, ramais 214 e 215.

Cidade Universitária - Ilha do Fundão - Rio de Janeiro - RJCx Postal 68030 - Cep 21941-598 - CNPJ:42126300/0001-61

DOIS PONTOSCARREIRA

A Universidade Federal do Rio de Janeiro desenvolvedesde 2006 projeto para a preservação de sua memóriatécnico-científica e de sua cultura. É o Projeto Memóriado Sistema de Bibliotecas e Informação, que tem comoobjetivo o fortalecimento da identidade institucional.Em setembro, nos dias 8 e 9, será realizado o terceiroseminário sobre o projeto, no Fórum de Ciência e Cultu-ra, campus da Praia Vermelha.

O III Seminário Universidade: Memória, Documen-tação e Pesquisa reunirá pesquisadores e estudiosos dahistória e da memória da UFRJ. O tema é “A universida-de e os seus lugares de memória II”que pretende apro-fundar as discussões, reflexões e interlocuções sobre oprojeto. A realização deste terceiro seminário e a ediçãoposterior do terceiro volume da Coleção Memória daUFRJ completarão a fase de identificação e divulgaçãodos espaços de memória da universidade iniciados em2006.

A historiadora Andréa Queiroz, responsável pelo pro-jeto, explica que a intenção é a de que o seminário dêcontinuidade à estruturação do Grupo de Pesquisa eMemória e Documentação do SiBi (Sistema de Bibliote-cas e Informação) reunindo profissionais das mais di-versas áreas e diferentes unidades. Mas o projeto trabalhacom equipe reduzida: uma bibliotecária, uma historia-dora e responsável pelo Projeto Memória e um historia-dor e professor assistente do Curso de Biblioteconomia eGestão de Unidades de Informação.

“Trabalhamos com o apoio das bibliotecárias doSibi e o apoio de profissionais da UFRJ. O Antonio deOliveira, que já foi responsável pelo projeto, é hojenosso professor colaborador. Mas precisamos de bolsis-tas,” declara Andrea. Recém-concursada, ela está muitoentusiasmada com o projeto. “Pretendemos com os bol-sistas iniciar uma coletânea da história oral com de-poimentos de funcionários, professores, moradores daMaré e da Vila Residencial.”

O projeto vem fazendo o levantamento das unidadese espaços que tenham acervos e/ou arquivos vinculados àhistória e à memória da UFRJ. A organização, preserva-ção e divulgação dos acervos contribuem para pesquisas,como também para estudos voltados para a produção doconhecimento gerado na universidade. Para o públicoestão disponibilizadas informações sobre o acervo dainsti tuição através da Base Minerva(www.minerva.ufrj.br), assim como notícias de jornaissobre a UFRJ, com artigos, links para o acervo virtual dauniversidade, acervo magnético, etc. tornando a páginaum instrumento de pesquisa. As informações sobre oProjeto Memória podem ser obtidas através do endereçowww.sibi.ufrj.br/projeto/memoria.html .

O SiBi, através da Base Minerva, disponibiliza nainternet as coleções bibliográficas das 43 bibliotecas daUFRJ. Até agora, o projeto listou 28 arquivos, museus ecentros de memória da UFRJ, entre eles: o Arquivo Histó-

Memória da UFRJ é tema de seminário

Reuniões: GT-Carreira – terça-feira, 14 de julho, das

14h às 17h, na subsede sindical no HU.

GT-Saúde – Quinta-feira, 16 de julho, às10h, na subsede sindical no HU.

GT-Antirracismo – Quinta-feira, 16 de julho,às 14h, na subsede sindical no HU.

Aposentados – Quarta-feira, 22 de julho, às10h, no IFCS (Largo de São Francisco), sala106, no térreo.

4ª reunião do Conselho Participativo –Tema: Habitação, Alimentação e Serviços deComércio. Sexta-feira, dia 17 de julho, das 10hàs 12h, no Salão Nobre da Decania do CCMN

Próximas Oficinas do Plano Diretor (sem-pre das 10h às 12h).12/8 – Cidade Saudável e Esportiva, no Auditó-rio Hélio Fraga, no CCS.\19/8 – Cidade Acessível, no Salão Nobre daDecania do CCMN.

LançamentoEducação Multicultural é o título do livro que

as professora da UFRJ, Ana Canen e ÂngelaRocha lançam na quinta-feira, dia 9 de julho, às19h, na Livraria Travessa (Rua Visconde dePirajá, 572, Ipanema).

Atividades

Encontro de Comunicação da CUT-RJSerá na quinta-feira, dia 9 de julho, às

18h30, com o tema “Rumo à Conferência Na-cional de Comunicação”. Local: Auditório daCUT-RJ, que fica na Avenida Presidente Var-gas, 502, 15º andar.

Uma aula diferenteA história do samba contada em duas

aulas-espetáculo está em cartaz até esta ter-ça-feira, dia 7 de julho, das 14h às 17h, na Uerj(Rua São Francisco Xavier, 524, Pavilhão JoãoLyra Filho, 12º andar, bloco F, sala 12.111 –Maracanã). O projeto é da professora da Facul-dade de Formação de Professores do campusUerj de São Gonçalo, Denise Barata. A aulacontará com a participação especial do cantore compositor Marquinhos de Oswaldo Cruz.

Assistência técnica pública e gratuita Sexta-feira, dia 10 de julho, às 18h, no Clube

de Engenharia, o deputado federal Zezéu Ribeiro(PT-BA) faz palestra sobre a Lei nº 11.888/2008,de sua autoria, que garante assistência técnicapública e gratuita para projeto e construção dehabitação para famílias de baixa renda. Endere-ço: Avenida Rio Branco, 124, Centro do Rio.

Trabalho preserva a identidade institucional e auxilia pesquisas

Futebol noFundão

Os times da Prefeitura Univer-sitária e do Instituto de Químicadisputaram uma partida amistosana sexta-feira, 26 de junho, no Fun-dão (campo da Prefeitura). Pla-car: 4 X 1para a Prefeitura.

Aviso importante sobreos planos Amil e Sinaf

Os titulares dos planos Amil, de saúde e dental, eSinaf, pelo Sindicato, devem-se lembrar que as car-teirinhas não chegam em casa pelo s Correios; elassão entregues na entidade. Atualmente existem maisde duas mil carteiras destes planos esperando pelosdonos no setor de Convênios da entidade.

Nota defalecimento

Com pesar informamos ofalecimento do técnico-admi-nistrativo aposentado do Mu-seu Nacional, José Gomes Pe-reira, 91 anos, ocorrido no dia19 de junho.

rico do Centro Acadêmico Cândido de Oliveira (Caco) daFaculdade de Direito; o Arquivo da Memória Operária doRio de Janeiro, do Instituto de Filosofia e Ciências So-ciais; entre muitos outros.

Jornal do SINTUFRJ a serviço da categoria – No 868 - 6 a 12 de julho de 2009 - www.sintufrj.org.br - [email protected] – 3

ORGANIZAR A LUTA

Assembleia elege delegados à plenária da FasubraSeis técnicos-adminsitrativos representarão a categoria neste fórum de decisões

A delegação do SINTUFRJpara a plenária estatutária daFasubra, que será realizada nosdias 11 e 12 de julho em Brasí-lia, foi escolhida na assembleiageral de 2 de julho. Esta plená-ria é estratégica para o movi-mento dos técnico-administra-tivos das universidades porquenela será definido o plano delutas da categoria.

Três chapas concorreram re-presentando o Coletivo Tribo, aCut Socialista e Democrática(CSD) e o Vamos à Luta (Val).A Tribo conquistou o direito delevar quatro delegados e a CSD1. A direção sindical tem umdelegado. O Val não vai com-por a delegação porque não al-cançou o quórum mínimo es-tatutário estabelecido pela Fa-subra.

Defesa do acordoDefesa do acordoDefesa do acordoDefesa do acordoDefesa do acordoNo XX Confasubra, realiza-

do de 10 a 16 de maio, emPoços de Caldas (MG), foi de-liberado pela realização destaplenária para discussão e apro-vação do plano de lutas. Nesteplano está a defesa do cumpri-mento dos acordos firmadoscom o governo; evolução nacarreira para 2009-2010; revi-são do anexo IV que estabeleceos percentuais das titulaçõespara os técnico-administrati-

Dificuldades para implantaçãodos Programas de Capacitação,Avaliação, Desempenho e de Di-mensionamento não ocorrem ape-nas na UFRJ. Pelo menos na regiãoSudeste, a maioria das InstituiçõesFederais de Ensino Superior (Ifes)não conseguiu cumprir os prazosestabelecidos para apresentação depropostas e iniciar os trabalhos.

A causa dos atrasos também écomum: falta de empenho dasadministrações centrais.

Estas foram às conclusões do IIEncontro Regional Sudeste das CIS,que reuniu na Universidade Fede-ral de Juiz de Fora, dias 25 e 26 de

Endividamento:problema social

Antes do início da assembleia, oSINTUFRJ promoveu palestra sobreendividamento com o professor doInstituto de Economia, Nelson Chal-fun, que foi indicado pela Ouvidoriada UFRJ. O palestrante deu algumasorientações, esclareceu dúvidas e afir-mou que a Reitoria e o Sindicato têmuma grande preocupação com o des-tino daqueles que se encontram atola-dos em dívidas.

Na UFRJ a demanda é grande eo SINTUFRJ pretende que seja feitolevantamento do número de servi-dores nesta situação e traçar planose alternativas para minimizar o pro-blema. A categoria aprovou na as-sembleia que o SINTUFRJ solicitasseà Reitoria uma estatística sobre

CARREIRA

Ifes não se empenham para implantar programasEsta foi a conclusão do II Encontro Regional Sudeste das CIS

junho, representantes das CIS e dasadministrações centrais das Ifes dosestados da região Sudeste. “O obje-tivo do Encontro é socializar os pro-blemas e as propostas para implan-tação da carreira; a visão da CISsobre as dificuldades que estão ocor-rendo nas universidades em rela-ção a nossa carreira”, resumiu ocoordenador-adjunto da CIS, Ro-berto Gomes.

Cobrar do governoCobrar do governoCobrar do governoCobrar do governoCobrar do governoUma comissão sistematizou as

propostas aprovadas no Encontro eirá preparar o relatório a ser envi-dado ao IV Fórum Nacional das

CIS, previsto para o mês de setem-bro, em Brasília. O que for aprova-do neste a Fasubra entregará à Co-missão Nacional de Supervisão daCarreira (CNSC), à Mesa Nacionalde Negociação Permanente(MNNP), entre outras instânciasdo governo.

Na UFJF, a anfitriã do evento,os programas já foram implanta-dos e estão sendo executados. A ad-ministração central da universi-dade mostrou aos presentes o quevem fazendo no cumprimento dalei da carreira dos técnicos-admi-nistrativos em educação.Problemas internosProblemas internosProblemas internosProblemas internosProblemas internos

O Encontro também discutiuos problemas que enfrentam as CISpara realizar o seu trabalho. Umadas principais tarefas da Comissãoé fiscalizar as etapas de implanta-ção da carreira, além de orientar ostrabalhadores sobre os seus direitos.Os integrantes da CIS são eleitospela categoria.

Segundo Roberto, a CIS na UFRJsofre com o desinteresse da maioriados integrantes. “O envolvimentodessas pessoas no trabalho é muitobaixo”, diz. Outro problema é afalta de espaço físico próprio e equi-pamentos para funcionar. Quemtem que garantir essa infraestrutu-

ra é a administração central.

Iniciativa das CISIniciativa das CISIniciativa das CISIniciativa das CISIniciativa das CISA realização desses fóruns de

troca de experiências, discussão dosproblemas e aprovação de propos-tas é iniciativa das CIS. O próximoEncontro da região Sudeste será naUniversidade de Lavras, Minas Ge-rais, no primeiro semestre de 2010.

Além de Roberto Gomes parti-ciparam do II Fórum pelo SINTU-FRJ os coordenadores Francisco deAssis e Carmem Lúcia, e a militan-te de base, Hilda Regina. A UFRJnão enviou representante.

vos que possuem especializa-ção, mestrado e doutorado; ra-cionalização dos cargos paraos servidores com atribuiçõesidênticas estabelecidas noseditais dos concursos que pres-tarem, mas têm cargos e salá-rios diferenciados. A autono-mia e a democratização nasuniversidades também fazemparte desta discussão.

Ações da CUTAções da CUTAções da CUTAções da CUTAções da CUTO militante Francisco Car-

los, eleito para a direção daCUT estadual, agradeceu a con-fiança nele depositada e infor-mou que a Central no Rio deJaneiro irá acompanhar as de-mandas dos aposentados, apoi-ar as ações do esporte e ratifi-car a política de ações afirma-tivas para a UFRJ. Ele declarouque tanto a CUT nacionalquanto a estadual destacarama participação da caravana doSINTUFRJ no movimento paraaprovação da redução da jor-nada de trabalho. “Principal-mente do Coletivo Tribo. Estefoi o recado dado por ArthurHenrique (presidente nacionalda CUT) e Darby Igayara (pare-sidente da CUT-RJ) para sertransmitido a vocês”, afirmou.

In fo rmesIn fo rmesIn fo rmesIn fo rmesIn fo rmesExplicações sobre as ações

judiciais e saúde suplementarna UFRJ foram dadas pelamesa da assembleia. Os coor-denadores Francisco de Assis,Iaci Azevedo e Jeferson Sala-zar, e o assessor jurídico doSINTUFRJ, André Viz, utiliza-ram boa parte do tempo paraouvir e esclarecer os presentessobre dúvidas, principalmen-te em relação às ações judici-ais. Toda e qualquer informa-ção sobre o assunto será dadasomente em assembleia. Emrelação à saúde suplementar,a direção informou que existeuma política nacional defi-nida para a discussão com ogoverno e que na UFRJ o SIN-TUFRJ irá reiniciar o debatecom a Reitoria.

André Viz, Iaci Azevedo, Francisco de Assis,Jéferson Salazar e Francisco Carlos

Nelson Chalfun

Fotos: Cícero Rabello

quantos são os trabalhadores comcrédito consignado em folha. “Oendividamento é um problema soci-al e como tal deve ser tratado, atravésde uma política de atenção e assis-tência”, declarou Chalfun.

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EDUCAÇÃO

Meta é levar a Universidade Cidadã à ConaeFasubra e os sindicatos da categoria se mobilizam para isso

Fasubra e SINTUFRJ participam da Conferência Nacional de RHO evento é organizado pelo governo federal e discutirá a carreira dos servidores públicos

ATIVIDADES

Como mobilizar a categoriaem todo o país para participar dasetapas preparatórias da Conferên-cia Nacional de Educação (Conae),em 2010, e com isso garantir que oprojeto da Fasubra de UniversidadeCidadã seja incluído no texto-baseda Conferência foi a pauta da reu-nião do GT-Educação da Federa-ção, realizado de 27 a 29 de junho,em Brasília.

Foram aprovadas duas tarefaspara o GT da Fasubra: a primeira,levantar o calendário de realizaçãodas conferências municipais ouintermunicipais e estaduais prepa-ratórias para a Conae – em algu-mas regiões essas etapas já foramconcluídas; a segunda, realizar omais rápido possível seminárionacional com o objetivo de prepa-rar a categoria para fazer interven-ções nas conferências.

MetasMetasMetasMetasMetasA participação dos técnicos-ad-

ministrativos nas conferências lo-cais é muito importante. O repre-sentante da Fasubra nas etapas daConae, no Sudeste, Roberto Gomes,explica por que: “O papel do servi-dor das universidades federais é ga-rantir que emendas direcionadas àconstrução da Universidade Cida-dã nos moldes do projeto da Fasu-bra sejam incluídas no texto-basepreparado pelo governo para a Co-nae. E o nosso desafio (Sindicato)é mobilizar a categoria para parti-cipar das etapas preliminares e so-cializar com ela o conteúdo do pro-jeto da Federação. Só assim tere-

Começa nesta segunda-feira,dia 6 de julho, e termina na quin-ta-feira, 9, a Conferência Nacio-nal de Recursos Humanos, em Bra-sília. A conferência é uma iniciati-va do governo federal que reunirádirigentes das áreas de recursos hu-manos e sindicalistas.O objetivo dogoverno é promover mudanças napolítica de gestão de pessoal. A pro-posta de um novo plano para ostécnicos-administrativos das uni-versidades, tendo como base o Pla-no Geral de Cargos do Poder Execu-tivo (PGPE) estará em pauta.

A Fasubra vai participar da con-ferência com uma bancada de 40

dirigentes, entre coordenadores daFederação e dos sindicatos da base.A política da Fasubra é a defesa daspolíticas definidas nos fóruns deli-berativos, principalmente em rela-ção à carreira dos técnicos-admi-nistrativos. “Não queremos que ogoverno apresente propostas de di-retrizes à nossa carreira na confe-rência, mas que elas sejam cons-truídas na Mesa de Negociação Co-letiva”, afirmou a coordenadora daFasubra, Leia de Souza Oliveira.

PrevisãoPrevisãoPrevisãoPrevisãoPrevisãoA Fasubra e vários sindicatos da

base, como o SINTUFRJ, participa-

ram das conferências regionais deRecursos Humanos, quando foramdiscutidos pontos das diretrizes dacarreira dos técnicos-administrati-vos e feitas propostas, que poderãoser levadas à conferência nacional.

Segundo Leia Oliveira, na con-ferência nacional devem ser discuti-das diretrizes gerais da carreira dosservidores, pois o governo tem queconstruir um modelo geral de polí-ticas de desenvolvimento de pessoal,vivência de cargos de capacitação,malha salarial mais equânime, en-tre outros pontos. Porque as catego-rias do funcionalismo público têmperfis diferenciados. LEIA DE SOUZA OLIVEIRA

mos chances de aprovar emendasaos eixos temáticos da Conae.” Ro-berto informou que para umaemenda ser aprovada para a Conaeela precisa passar pelas instânciaspreliminares e em pelo menos cin-co estados.

Desde 2004, o projeto da Fasu-bra de Universidade Cidadã tra-mita no Congresso Nacional. Ocoordenador de Comunicação doSINTUFRJ, Jonhson Braz, quetambém participou da reunião emBrasília, informou que o grupo detrabalho elaborou propostas de a-tualização e ajustes ao projeto daFasubra de Universidade Cidadã,que foram entregues à direção daFederação para sistematizá-las esubmetê-las às instâncias superi-ores de deliberação. “Isso será fei-to o mais rápido possível para nãoperdermos os prazos das conferên-cias.” A Fasubra levará à discussãono seminário nacional o projetocontendo as modificações propos-tas pelo GT.

Os participantes da reunião doGT fizeram a leitura dos textosdos seis eixos da Conae, que são:Papel do Estado na Garantia doDireito à Educação de Qualidade:Organização e Resolução da Edu-cação Nacional; Qualidade daEducação, Gestão Democrática eAvaliação; Democratização doAcesso Permanente e Sucesso Es-colar; Formação e Valorização dosProfissionais de Educação; Fi-nanciamento da Educação eControle Social; e Justiça Social,Educação e Trabalho: Inclusão,

Diversidade e Igualdade.

Calendário da ConaeCalendário da ConaeCalendário da ConaeCalendário da ConaeCalendário da ConaeA Conferência Nacional de Edu-

cação será realizada em abril de2010. As etapas preliminares mu-nicipais ou intermunicipais, até

agosto deste ano; e as conferênciasregionais, no decorrer do segundosemestre. Da Conae sairá o PlanoNacional de Educação (PNE) quevigorará nos próximos dez anos,tanto para o ensino fundamental emédio como para o superior. O PNE

vale para instituições de ensinopúblico e privado.

Os coordenadores do SINTUFRJe integrantes do GT-Educação daentidade, Dulce Machado e NilsomTheobald, também participaramda reunião.

Fotos: Cícero Rabello

JONHSON BRAZROBERTO GOMES

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HUs

Extraquadros esperam por contrataçãoOs profissionais extraquadros

dos hospitais da UFRJ promove-ram um abraço simbólico no Hos-pital Universitário ClementinoFraga Filho (HUCFF). O ato desegunda-feira, dia 29 de junho,marcou a luta destes trabalhado-res da universidade – mais de milsemcontrato – pela regularizaçãofuncional.

A maioria trabalhou nos HUsaté dezembro deste ano através devínculo com empresas ou coopera-tivas; o restante era vinculados àFundação Universitária José Boni-fácio (FUJB). Alguns são profissio-nais terceirizáveis, porque os car-gos que ocupam na UFRJ foramextintos da nova carreira dos técni-cos-administrativos em educação.Os demais são concursáveis.

PromessasPromessasPromessasPromessasPromessasO diretor do HUCFF, Alexandre

Cardoso, garantiu aos terceirizáveisque eles serão aproveitados pelasempresas que a UFRJ vai contratar.Segundo Cardoso, a licitação paraa contratação dessas empresas jáfoi iniciada, mas ainda não háprevisão do número de vagas e dequando começará o processo de con-tratação.

A promessa de Alexandre Cardo-so foi feita para cerca de 400 extra-quadros reunidos na assembleia dodia 26 de junho. Em relação ao con-curso simplificado por tempo deter-minado, que resolveria a situaçãodos profissionais cujos cargos cons-tam do PCCTAE, o diretor informouque é intenção do hospital realizaresse tipo de concurso, mas aindanão havia liberação do Ministériodo Planejamento, Orçamento e Ges-tão (MPOG) para isso.

SINTUFRJSINTUFRJSINTUFRJSINTUFRJSINTUFRJParticiparam também da as-

sembleia a chefe de Recursos Hu-manos do HUCFF, Nair Flores, e acoordenadora de Comunicação doSINTUFRJ, Ednea Martins. Segun-do a dirigente, a assembleia foilonga porque ainda existem entreos trabalhadores muitas dúvidas eincertezas. “Estamos esperando aresolução sobre a realização do con-curso simplificado pelo Ministé-rio do Planejamento para poder-

mos discutir qual a melhor formaa adotar para possibilitar o aprovei-tamento desses trabalhadores. Atélá a mobilização tem que conti-nuar”, afirmou.

Um dos representantes da co-missão dos extraquadros, ThiagoXavier, reforçou o alerta: “Temosde continuar a luta. Não dá paraparar na reta final, pois precisa-mos ainda saber do concurso edas contratações pelas empresas.Vamos marcar reuniões para ve-

rificar casos específicos que ain-da precisam de soluções da uni-versidade. Cada um deve procu-rar os chefes de serviços e mos-trar a importância do nosso tra-balho para o hospital.”

A comissão solicitou ao SIN-TUFRJ, através de documento,que a entidade avaliasse a possi-bilidade de o Curso Pré-Vestibu-lar dar suporte aos extraquadrosna preparação para o concursosimplificado.

MOVIMENTO se mantém, com a expectativa dos trabalhadores serem aproveitados nas unidades de saúde

Fotos: Cícero Rabello

Comissão da Câmara aprovaredução da jornada

As centrais sindicais e os traba-lhadores comemoraram a aprova-ção do relatório favorável à redu-ção da jornada de trabalho semredução de salários. A audiência daComissão Especial, realizada dia30 de junho, lotou, com lideran-ças e militantes sindicais, o audi-tório Nereu Ramos, na Câmara dosDeputados. Uma caravana de téc-nicos-administrativos da UFRJ e decoordenadores do SINTUFRJ partiuno dia anterior para engrossar amobilização em Brasília, lideradapela Fasubra e pela Central Únicados Trabalhadores.

O relatório, elaborado pelo ex-presidente da CUT e hoje deputadofederal Vicentinho (PT-SP), foiaprovado por unanimidade e reco-menda que a Câmara aprove a Pro-posta de Emenda Constitucional(PEC) 231 A/95, de autoria do en-tão deputado Inácio Arruda, hojesenador pelo PCdoB.

Hora extraHora extraHora extraHora extraHora extraAlém de estabelecer a redução

da jornada legal no Brasil de 44horas para 40 horas semanais, aPEC, que pode ir a plenário emagosto, também cria uma nova re-muneração para as horas extras.Cada hora extra deverá ser acresci-da de 75% sobre a hora normal –hoje o acréscimo é de 50%. A últi-

ma redução do período semanal detrabalho foi na Constituição de1988, quando a jornada passou de48 horas para 44 horas.

“É uma grande data para a clas-se trabalhadora. Agora, é trabalharpara garantir que o projeto sejaaprovado no plenário da Câmara edo Senado. Vai ser uma luta inten-sa, mas acho que podemos come-morar um passo importante”, de-clarou o presidente da CUT, ArturHenrique.

Há 35 projetos diferentes sobreredução da jornada de trabalhoem tramitação na Câmara dos De-putados, mas um requerimentocom a assinatura dos integrantesda Comissão Especial dirigido aopresidente da Câmara, Michel Te-mer, recomenda que o projeto sigarapidamente para o plenário daCasa. Para ser aprovado no plená-

rio, o projeto precisa de no míni-mo 308 votos.

A reivindicação de redução dajornada sem redução de salários ébandeira da Central Única dos Tra-balhadores desde sua fundação, em1983, e tem como objetivo gerar

TRABALHADORES da UFRJ quando aguardavam o ônibus para Brasília, no pátio do SINTUFRJ

40 HORAS

mais empregos com carteira assina-da. Segundo cálculos do Dieese, amedida pode gerar 2,2 milhões denovos postos de trabalho. No anopassado, as centrais coletaram 1,5milhão de assinaturas em todo opaís em defesa da redução da jorna-

da, que foram entregues ao Con-gresso Nacional. “A redução é im-portante para melhorar a saúde dotrabalhador, diminuir os acidentesde trabalho e estimular que o funci-onário possa fazer cursos de aprimo-ramento”, afirma Vicentinho.

CUT agora trabalha para que esta reivindicação histórica seja aprovadapelos plenários da Câmara e do Senado

Por empresas de terceirização e por concurso simplificado – promessa da direção do HU e Reitoria

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PLANO DIRETOR

Campo aberto para o esporte, cultura e lazerA cada encontro ou oficina, surge uma nova universidade cheia de possibilidades

A terceira reunião do ConselhoParticipativo do Plano Diretor rea-lizada no dia 19 de junho reuniurepresentantes da comunidade uni-versitária, sociedade civil, entida-des sindicais e dos governos muni-cipal e estadual. Nessa data, o Co-mitê Técnico expôs o que planejapara a expansão da cultura, do es-porte e do lazer na nova CidadeUniversitária da UFRJ na próximadécada.

Representaram o SINTUFRJ oscoordenadores Francisco de Assis,Jonhson Braz, Marilena Salazar,Jorge Pierre e Edmilson Gomes. AAdufrj, a dirigente Cristina Mi-randa. A Vila Residencial foi re-presentada pelo presidente daAmaVila, Marcelo Cantizano.Também participou da reunião,entre outros técnicos-administra-tivos, Vilton Cardoso.

“Cidade de encontros”“Cidade de encontros”“Cidade de encontros”“Cidade de encontros”“Cidade de encontros”Carlos Vainer, integrante do

Comitê Técnico, comentou que,apesar de amplos espaços, nem

sempre “temos vida”: “Queremosvida, queremos que nossa cidadeseja um lugar de encontros urba-nos”, declarou. O plano pretendecolocar a UFRJ no circuito cultu-ral da cidade, com algumas edifi-cações e equipamentos – como oMuseu do Conhecimento ou o com-plexo de artes cênicas e música, eestruturas mais flexíveis, como ten-das para realização de feiras, tea-tros e demais atividades artísticas.

O coordenador de Extensão daEscola de Educação Física e Des-portos, Armando Oliveira, apresen-tou a política de esporte e lazer doplano, que pretende integrar ini-ciativas como os centros de conver-gência, o Parque Orla e a Via Fun-dão, uma pista de caminhada einterligação de centros. E, por fim,o Complexo Integrado de Ativida-des Físicas, projeto originalmenteelaborado pela Escola de Educa-ção Física, que reúne um estádiode atletismo e futebol, parqueaquático, ginásio poliesportivo,praia olímpica, ginásio de ativi-

dades múltiplas, um clube sócioesportivo da UFRJ e alojamentode trânsito.

De imediato, na opinião doprofessor, é preciso que a UFRJ seestruture como um complexo quepossibilite a ela se encontrar com acomunidade, tendo como referên-cias expressões como cidadania,acessibilidade e compaixão. Oli-veira destacou a oportunidade doprojeto em uma década dedicadaao esporte: a Copa do Mundo de2014 e a candidatura do Rio à sededas Olimpíadas de 2016.

Aberta à sociedadeAberta à sociedadeAberta à sociedadeAberta à sociedadeAberta à sociedadeO representante da Prefeitura

de Niterói e ex-reitor da UFF, JoséRaymundo Romeu, destacou a pers-pectiva de abrir a universidade paraa cidade. Sophie Bernard, subsecre-tária estadual de Projetos Espe-ciais, colocou-se à disposição doplano diretor. Marcos Paiva de Fa-rias, representante da UFF, disse quea universidade tem avançado nestesentido, mas de forma insuficien-

te, ainda mais no caso da UFRJ,que está inserida numa cidademuito maior.

Francisco de Assis, coordenador-geral do SINTUFRJ e integrante doConselho Participativo do PlanoDiretor, afirmou que a categoriaainda tem dúvidas sobre os proje-tos, mas que a avaliação é positiva,principalmente pelo caráter de in-tegração da UFRJ com a sociedadee a ela própria. “Muitos estão nasala ao lado e não se conhecem”,exemplificou. Ele criticou a ocu-pação desordenada dos terrenos doFundão com as obras da Petrobras.

Jonhson Braz, coordenador deComunicação do Sindicato emembro do Conselho, expôs asdúvidas relacionadas a transpor-tes, residências, equipamentos es-portivos para a categoria e de ga-rantia de recursos para a concreti-zação do plano.

RecursosRecursosRecursosRecursosRecursosO reitor Aloísio Teixeira afir-

mou que pela primeira vez nas

últimas décadas há recursos parainvestimentos na construção denovas edificações e aquisição deequipamentos: “Nos últimos 15ou 20 anos não houve um centa-vo para investimentos. O fato dea gente ter esses recursos exige oplano diretor.” Segundo ele, osrecursos – “entre R$115 milhõese R$ 120 milhões” – têm desti-nação precisa, que é a expansãodo ensino de graduação. “Meta-de já está na UFRJ e a outra me-tade está prevista no Plano Plu-rianual (do governo), que é agarantia legal possível”, disse oreitor.

Ele explicou ainda que é pre-ciso que se criem condições – comoa parceria com o Governo do Esta-do – para resolver outros aspectosdo plano, que não sejam salas deaulas, restaurantes ou residênciasuniversitárias. “Se estivermos uni-dos, somos uma força política con-siderável para transformamos issoque parece uma utopia em reali-dade”, concluiu.

A oficina temática do PlanoDiretor de 1º de julho, na Casada Ciência, campus da Praia Ver-melha, debateu a política de cul-tura e museus. Carlos Vainer, doComitê Técnico do Plano Dire-tor, apresentou as ideias iniciaise explicou que aquela era umareunião informal com profissio-nais da universidade que atuamna área de museus.

A UFRJ tem vocação comopolo de difusão do conhecimen-to e, segundo Vainer, os três veto-res da nova política para o setorsão: levantamento dos acervos –“porque somos uma mina deacervos, mas nos conhecemospouco”; preservação; e disponi-bilização dos acervos. “Estamosinseridos num deserto cultural eartístico. Uma cidade desigualcuja desigualdade também seexpressa na distribuição dos equi-pamentos de lazer e cultura.”

O projeto conta com três idei-as básicas: o museu do conheci-mento, o caminho do conheci-mento e a irradiação do conheci-mento para fora da universidade,aproveitando o enorme espaço dis-ponível. “A ideia é dar vida à Ci-

Cidade do Conhecimento e da Artedade Universitária”, frisou Vainer.

Como espaço de eventos ur-banos, o plano prevê tendas pararealização de feiras e oferecimen-to dos espaços livres para uso ar-tístico e cultural, entre outrasiniciativas.

ContribuiçõesContribuiçõesContribuiçõesContribuiçõesContribuiçõesIsmar de Souza, do Instituto

de Geociências, levantou dadossobre o enorme acervo dos museuse centros de memória da UFRJ econstatou que muitas vezes se en-contram em instalações que nãopermitem a exposição. Ele apre-sentou a ideia de um sistema in-tegrado de museus e detalhou aproposta do Museu do Conheci-mento, um espaço central con-junto de prédios interligados queguardaria os acervos das unidadese centros interessados interligadosaos museus já existentes.

Fátima Pinto, da Casa daCiência, apresentou a proposta doParque da Descoberta, no Centro deInteração de Ciências e Meio Am-biente, na Ilha do Catalão, no Fun-dão, aberto a um público diversifi-cado. “Um grande parque temáti-co, com cerca de 300 mil m², que

poderia ser o maior da América La-tina, que poderia se tornar umareferência nas áreas da divulgaçãoe popularização da ciência”, pro-jetou Fátima.

Diana Maul, da Faculdade deMedicina, expôs a proposta do Ca-minho do Conhecimento – com apossibilidade de múltiplos trajetosinterligando acervos, museus e uni-dades com pontos de exposiçõestemporárias. Inclusive por áreas vi-zinhas, como a Ilha de Bom Jesus esua Igreja e a Vila Residencial dos

Funcionários que, como antigocanteiro de obras da Ponte Rio-Niterói, poderia abrigar um me-morial da construção.

Carmen Gadelha, da Escola deComunicação, apresentou a pro-posta do complexo de artes cênicase música, com sala com grandecapacidade e espaços cênicos ao arlivre, pequeno teatro com estrutu-ra modulável, salas de cinema, ví-deo e conferências, teatro desmon-tável e um complexo cenográfico.

Fernando Amorim, do Centro

de Letras e Artes, destacou a im-portância de se colocar no planoas condições para que as propos-tas se concretizem: “A solução épensar grande, mas começar como que é possível.” O representan-te do Ministério da Cultura noRio de Janeiro, Adair Rocha, ad-mirado com a dimensão dos pro-jetos, afirmou que a “UFRJ temum miniministério”, e desejouque verbas públicas estejam cadavez a serviço da universidade paraque as coisas saiam do papel.

CARLOS VAINER reafirma a vocação da UFRJ como polo de difusão do conhecimento

Foto: Cícero Rabello

Jornal do SINTUFRJ a serviço da categoria – No 868 - 6 a 12 de julho de 2009 - www.sintufrj.org.br - [email protected] – 7

UFRJ

O cuidar da história como uma missãoSão cerca de 170 técni-

cos-administrativos, 80 pro-fessores (a maioria douto-res) e 500 alunos de pós-graduação que vivem e fa-zem o cotidiano do MuseuNacional da UFRJ. A institui-ção já passou por sérias difi-culdades (cupins, telhadopodre, infiltrações, danos aopatrimônio, risco de incên-dio) ao longo dos anos, masa equipe de profissionais res-pira novos ares – o paláciovem sofrendo reformas – eorgulha-se de poder traba-lhar num local tão impor-tante para a história do Bra-sil e para a América Latina,mesmo com problemas ain-da existentes. Muitos têm naponta da língua esta histó-ria. O Jornal do SINTUFRJ foiao Museu e mostra um pou-co do trabalho da equipe.

Técnicos-administrativos do Museu Nacional, que completou 191 anos, seorgulham do local onde trabalham

AdministraçãoAdministraçãoAdministraçãoAdministraçãoAdministraçãoUm dos apaixonados pelo mu-

seu é o atual diretor-adjunto deAdministração, Wagner Martins.Técnico em edificações, ele foi con-vidado para dar suporte nas obrasdo museu, virou administrador ehá oito está no cargo. Ao mesmotempo que fala dos problemas deinfraestrutura, da reestruturaçãopaulatina nos últimos 10 anos eda eterna busca por verbas, Wagnervai contando a história do museu.

“Isso aqui entra no sangue. As-sim como eu, tem gente mais ain-da apaixonada, como a historia-dora Regina Dantas. O que seiaprendi com ela”, explica.

É o que parece, pois cada ummostra com orgulho esta história.

Mais antigainstituiçãocientífica do país

O Museu Nacional, locali-zado no Parque da Quinta daBoa Vista, no Bairro Imperial deSão Cristóvão, é a mais antigainstituição científica do Brasile o maior museu de histórianatural e antropológica daAmérica Latina. Ele foi criadopor D. João VI em junho de 1818.Foi incorporado à Universidadedo Brasil em 1946.

O chamado Palácio de SãoCristóvão, onde o museu fun-ciona, foi residência da famíliareal, pertenceu à família impe-rial e abrigou a primeira As-sembleia Constituinte Republi-cana, de 1889 a 1891, tornando-se sede desde 1892. O Museu Na-cional reúne os maiores acervoscientíficos da América Latina,laboratórios de pesquisa e cur-sos de pós-graduação.

As peças das exposições aber-tas ao público (cerca de três mil)são parte dos 20 milhões de itensdas coleções científicas conser-vadas e estudadas pelos Depar-tamentos de Antropologia, Bo-tânica, Entomologia, Inverte-brados, Vertebrados, Geologia ePaleontologia. Pertence aindaao museu o Horto Botânico e abiblioteca Central (aberta aopúblico) que ficam na parte sulda Quinta da Boa Vista.

Foto: Cícero Rabello

A fotografiaA fotografiaA fotografiaA fotografiaA fotografiaSob o comando de Roosevelt Mota, os quatro fotógrafos da Seção de

Fotografia e Audiovisual registram literalmente a produção do museu. Ele,Sérgio Nascimento, Sérgio Frazão, Paulo Ravizzini e Ricarte Linhares dãoapoio às expedições e pesquisas, assim como são responsáveis pela produçãofotográfica e audiovisual de tudo no museu. Roosevelt criou a seção com oapoio do diretor Sérgio Alex, um amante da fotografia. Nos três dias deatividades da comemoração dos 191 anos, a equipe produziu 1.500 fotos.

O herbárioO herbárioO herbárioO herbárioO herbárioA técnica em herbário, Eugê-

nia de Faria, trabalha no Departa-mento de Botânica, e uma de suasfunções é secar e catalogar plantas.O setor está de mudança para onovo prédio no Horto. É o Pavilhãode Botânica que abrigará o Herbá-rio do Museu Nacional – um dosmaiores da América Latina, comcerca de 500 mil plantas.

Eugênia explica que o herbárioé uma espécie de biblioteca das plan-

A oficinaA oficinaA oficinaA oficinaA oficinaNão há exposição ou atividade no museu sem a participação do pessoal da

oficina, a maioria originário do antigo GEMD. No entanto, muitos já seaposentaram, e a equipe ficou reduzida a 17 profissionais. São eles que pegammesmo no pesado, como o marceneiro Milton Brasil, um dos mais antigos, eo atual Coordenador de Esporte e Lazer do SINTUFRJ, Ivanir Santório,carpinteiro e ex-delegado sindical de base. “Todos nós realizamos um trabalhode qualidade para mostrar à população o melhor do museu”, diz Ivanir.

tas, nele estão catalogadas as famí-lias e os seus vários gêneros. Ela fala,orgulhosa, que tem o mesmo nomeda pitanga (pertencente à famíliaMyrtaceae – gênero Eugênia). A téc-nica integra a equipe que reúne seisprofissionais (Ela, Luis Carlos daSilva, Margareth Coutinho, Agnal-do Teixeira e as biólogas Ivete Mariae Vera Lúcia). A chefe de Departa-mento é a professora Lygia DoloresFernandes e a curadora, professoraLuci de Senna.

E Luiz Carlos de Menezes é exem-plo disso, que parou numa salapara mostrar o quadro de um dosprimeiros diretores do museu, umfrei. “Aprendi muito aqui”, diz aofalar dos cursos e da experiência detrabalhar num local de referênciahistórica e científica.

Wagner enaltece os valores domuseu: “Assim como temos cole-ções de valor inestimável, destacotambém o valor especial dos pro-fissionais que aqui trabalham.”Mas ele não nega os problemas, oeterno controle dos cupins e a in-terrupção das obras do último te-lhado a ser restaurado (a Petrobrassuspendeu o patrocínio devido àcrise) são uma pequena mostra dosseus desafios.

Foto: Ravizzini Foto: Cícero Rabello

Foto: Cícero Rabello

Aumenta o risco de epidemia no BrasilO epidemiologista Roberto Medronho esclarece as dúvidas mais comuns sobre a gripe

GRIPE H1N1

Números- 61,7% dos casos confirmados no Brasil são de pessoas que pegaram a doença no exterior.

Os principais locais de infecção são: Argentina (269), Estados Unidos (82) e Chile (41).- - - - - Em outros países, a letalidade média é de 0,45%. O Ministério da Saúde informou

que no Brasil a letalidade do influenza sazonal (gripe comum) é de 0,5%. A Argentinapossui o maior índice de letalidade no mundo: 1,64%.

O que pensar quando se acom-panha o noticiário sobre a influ-enza A, conhecida como a gripesuína? Na semana passada, o Mi-nistério da Saúde registrava 694casos no país, sendo 66 no Rio deJaneiro, e no dia 28 de junho,anunciou a primeira morte emconsequência da gripe, a do ca-minhoneiro Vanderlei Vial, quefoi contaminado na Argentina. AVale isolou funcionários que via-jaram para o exterior. Quatro co-légios, um curso e uma facul-dade suspenderam as aulas.

Os ministros da Saúde e daEducação de Buenos Aires, queestá sob estado de emergência,pediram que durante as férias aspessoas ficassem em casa e evitas-sem levar as crianças a shoppingse cinemas. Diante desses fatos,surge uma série de dúvidas nosbrasileiros: Qual a dimensão docontágio da gripe? A política doMinistério da Saúde está correta?Quais os principais sintomas dadoença? É hora de evitar lugarespúblicos? Há riscos na UFRJ?

“Pânico é o pior conselhei-ro”, responde o epidemiologistaRoberto Medronho, do Institutode Saúde de Estudos Coletivos(Iesc) e chefe do Departamentode Medicina Preventiva da Facul-dade de Medicina. “Na verdade,estamos diante da iminência deuma epidemia da gripe suína,por conta da chegada do invernoe das relações comerciais e turís-ticas. Com a epidemia da Argen-tina e do Chile a pressão de entra-da do vírus tornou-se muito gran-de, aumentando o risco de umprocesso epidêmico no país. Mas

as medidas que têm sido adotadaspelo Ministério e Secretarias de Saú-de são adequadas”, diz.

Medronho ressalta que não hámotivo para pânico porque o in-fluenza tipo A, apesar da transmis-

a capacitação dos profissionais desaúde para identificar casos gra-ves para internação e com a dispo-nibilização de medicação especí-fica para os casos que requeiramtratamento.

Com o estado atual de organi-zação de nosso sistema, acreditoque devamos ter uma situação comcerteza melhor do que a do México.Mostrando que quando há umaarticulação e colaboração entre di-versos níveis do sistema e um esfor-ço conjunto das autoridades de saú-de, podemos enfrentar qualquerprocesso epidêmico. E que essa ex-periência sirva para todos os quevamos enfrentar.

rem adiar a viagem turística ou atrabalho para o Chile, Argentina,México, Canadá, Austrália e ReinoUnido devem fazê-lo.

Manter o ambiente arejado émuito importante para dificultara transmissão. Nas salas de aula,por exemplo.

Evite levar a mão suja ao olho,boca e nariz, porque a transmissãose dá por gotículas de saliva. Porexemplo: se alguém espirrar sobreuma mesa e outra pessoa passar amão ali e levar ao olho, é raroacontecer, pode absorver o vírus.Porque é uma mucosa.

Se tossir ou espirrar, leve o len-ço descartável ao nariz e à boca,jogue-o no lixo comum e lave bemas mãos: vai evitar contaminar afamília, os alunos e os colegas.

As pessoas com gripe, de prefe-rência, devem evitar ministrar au-las ou trabalhar.

JS – É preciso suspender asaulas?

RM RM RM RM RM – Não há motivos para ofechamento de escolas, de indús-trias com o aparecimento de umcaso. Há indicação só em situaçõesmuito excepcionais. Foram medi-das de pânico, mais do que de saú-de pública.

JS – Houve casos na UFRJ?RM –RM –RM –RM –RM – Não há registro até ago-

ra, que eu saiba, de pessoas do nos-so ambiente de trabalho com gripesuína. Eu mesmo notifiquei os ser-viços de saúde sobre pessoas quechegaram do México, mas não foiconfirmado caso de gripe suína.

JS – Como agir diante dapossibilidade?

RM –RM –RM –RM –RM – Deve-se procurar o serviçode saúde quando vindo de país em

SintomasSimilares aos da gripe comum: febre alta repentina (maior que 38 graus), tosse,

dor de cabeça, nas articulações ou muscular, letargia, falta de apetite, dificuldaderespiratória, coriza, garganta seca, náusea, vômito e diarreia.

- Evite contato próximo com pessoas doentes.- Se você ficar doente, fique em casa e limite o contato com outros.

sibilidade elevada, tem mostradobaixa virulência, felizmente.“Acontecerão casos graves e even-tuais óbitos, mas não como se acre-ditou no início do processo epidê-mico como no Canadá, que atin-giu um grande número de pessoasinicialmente”, explicou.

Ele diz ainda que o pânico é opior conselheiro: “Quando as pes-soas entram em pânico fazem coi-sas irracionais; podem, por exem-plo, morrer por causa da autome-dicação e criar mais problemas quesolução.”

JS – A estratégia do governoestá correta?

Roberto Medronho – Roberto Medronho – Roberto Medronho – Roberto Medronho – Roberto Medronho – A estra-tégia do governo é de tentar retar-dar ao máximo a entrada da do-ença. Por outro lado, já está nahora de organizarmos os sistemasde saúde para possível processo epi-dêmico, com alocação de leitospara internação de pacientes, com

JS – Como se distingue adoença?

RMRMRMRMRM – É uma doença que atin-ge vias respiratórias. E muitos po-dem morrer com uma pneumoniaviral ou através de uma infecçãobacteriana. Não há como distin-guir clinicamente a gripe suína dacomum, a menos que a pessoa te-nha vindo de uma região afetadaou quem teve contato com alguémque veio de região afetada. Porém,dados têm mostrado que pacientescom gripe suína tendem a ter maisquadros gastrointestinais, comodiarreia e vômitos, uma das pou-cas diferenciações que estamos en-contrando.

JS – Quem deve ter cuidadosespeciais?

RM RM RM RM RM – Certamente pessoas comproblemas de imunidade: pacien-tes com AIDS, câncer, diabetes,pneumopatias, cardiopatias, crian-ças com menos de dois anos e ido-sos acima de menos 60 anos, quemfaz uso de corticoides...

JS – Quais são as medidas deprevenção?

RM RM RM RM RM – Na UFRJ, a recomenda-ção forte é que as pessoas que pude-

que há transmissão ou entrandoem contato com pessoas que vêmdesses países, apresentar sintomas.Deve-se relatar isso ao médico.

Por exemplo, um professorque trabalha num laboratórioacaba de retornar, por hipóte-se, de Buenos Aires. Se o funci-onário do laboratório que en-trou em contato com ele apre-sentar sintomas, é caso de gri-pe suína e deverá fazer exameconfirmatório.

JS – A letalidade é alta?RM RM RM RM RM –Temos que estar preo-

cupados não só com a gripe suí-na. A letalidade da gripe suínaem alguns casos é menor que ada gripe comum. Nos EUA, paísde primeiro mundo, são 30 milóbitos por ano por gripe ou suascomplicações. Imagine comodeve ser no Brasil, onde não háestatísticas confiáveis.

A gripe comum também éum problema que precisa ser le-vado sério. A letalidade até omomento tem sido semelhante.

Mas há uma subcultura bra-sileira de que a gripe não fazmal. Faz mal, sim. É caso desaúde pública; porque em nossopaís temos males como Aids,meningite, dengue, malária, tal-vez se pense que dos males o me-nor. Mas esse mal também mata,e bastante.