joias modernas, elegantes, e de último gosto.” · imperatriz desde 1846. apesar do...
TRANSCRIPT
“Joias modernas, elegantes, e de último gosto.” A atuação dos ourives joalheiros em São Paulo em meados do século XIX.
VALESCA HENZEL SANTINI
Este artigo coloca lentes numa São Paulo que se desenvolvia a passos largos,
impulsionados pela grande expansão cafeeira, o investimento do governo em melhorias
urbanísticas, a abertura das estradas de ferro e a chegada de imigrantes europeus. Na esteira do
desenvolvimento urbano, a pequena cidade sonolenta de aspecto colonial descrita por Saint-
Hilaire no início do oitocentos, abria-se na segunda metade do século também para o mundo do
teatro e o gosto pela boa música.
“É que naquela década (1880) a grandes coisas assistira São Paulo; a população
cresceu em todas as relações, melhorou em quantidade e qualidade; os transportes,
as estradas de ferro, tudo facilitavam – sem elas o milagre seria impossível. Com elas
não só a vinda de tais companhias que chegam ao Rio, torna-se fácil, como também
tornam perfeitamente possível o concurso a Campinas, Santos e outros pontos do
interior para o teatro da capital em ocasiões extraordinárias.” (PINHO, 1942, p.97)
Urquiza Maria Borges (1979), lembra que desde a instalação da Faculdade de Direito
em 1829 iniciou-se um processo de mudança dos hábitos dos paulistanos. Borges diz que a
presença dos estudantes, os bailes e o teatro acadêmico estavam tirando as famílias da reclusão,
e que por isso “o vestuário não podia ser mais tão simples. Homens e mulheres sentiram a
urgência de ornamentos que os valorizavam perante os outros.” (BORGES, 1979) O retraimento
dava lugar à sociabilidade. Abriam-se os salões e caiam as mantilhas.
As joias que desfilavam no teatro e nos bailes vinham, cada vez mais, do Rio de Janeiro,
ou mesmo diretamente da Europa, chegando a São Paulo pelos trilhos da Companhia Paulista
de Estradas de Ferro. O trabalho do ourives artesão de confeccionar joias sob encomenda passou
a conviver com a atividade comercial que se modernizava, de compra e venda de peças prontas,
conforme aponta Heloisa Barbuy (2006):
Era a produção industrial europeia, de modelo burguês, que penetrava na
cidade, mostrava-se nas vitrines recém instaladas, brilhando aos olhos do transeunte,
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em História Social da USP, sob orientação da Profª Drª Heloisa
Maria Silveira Barbuy.
2
exercendo seu poder de atração para o consumo. [...] Ao dar conformação material
à modernidade, revestida de apelos visuais para o consumo, acelerava o processo de
mudanças em curso na urbe e nas mentalidades. (BARBUY, 2006, p.134)
As oficinas cederam espaço para vitrines iluminadas, enquanto nos jornais cresciam os
anúncios das chegadas de sortimentos de joias importadas diretamente da Europa, ao estilo e
ao gosto europeu, vendidas a bons preços. Cada chegada de novo carregamento de joias ao
comércio local se fazia anunciar nos jornais com entusiasmo. Apesar dos ourives ainda
oferecerem seus trabalhos de fabricação de joias, era o comércio das mercadorias importadas
que movimentava o setor.
Este artigo pretende investigar quem eram e como operavam os ourives joalheiros1 que
atuavam em São Paulo entre 1855-1890, considerando que era através deles que as joias
entravam em circulação na sociedade, seja produzindo peças por encomenda, ou escolhendo
mercadorias no Rio de Janeiro e na Europa para vender em suas lojas.
A fonte documental inicial para a construção deste artigo foram os anúncios dos ourives
joalheiros no jornal o Correio Paulistano publicados entre 1854, data da inauguração do
periódico, e 1890. Foram analisados 90 anúncios, levando em conta os seguintes aspectos:
tamanho, motivo e conteúdo do anúncio, além de endereço do estabelecimento e elementos
visuais.
Nossa escolha pelo Correio Paulistano como fonte deu-se por ser este jornal o que mais
tempo sobreviveu em São Paulo nos tempos do Império, tornando-o um rico manancial de
informações. Segundo Affonso de Freitas (1914), foram 55 os periódicos surgidos em São
Paulo na década de 1850. Somam-se a estes mais 60 jornais novos que apareceram entre 1861
e 1870, além de outros 254 nos vinte anos seguintes. A grande maioria teve vida efêmera. De
todos os jornais dos dois Impérios, foram três os que venceram as adversidades do ramo e
sobreviveram por mais tempo: o segundo Correio Paulistano2, que circulou entre 1854 e 1969,
1 O termo ourives joalheiro refere-se tanto àquele que fabrica joias, quanto àquele que apenas compra e vende
mercadorias prontas. Nas fontes consultadas, encontramos, além dos termos ourives e joalheiros, negociantes de
joias, comerciantes, ourives artesão. 2 O primeiro Correio Paulistano apareceu em 1831, de propriedade do negociante José Gomes Segurado, sogro de
Joaquim Roberto de Azevedo Marques, fundador, em 1854, do segundo Correio Paulistano. Ignora-se a data do
seu desaparecimento, o número mais alto de que se tem notícia é o de 12 de outubro de 1832.
3
o Província de São Paulo, inaugurado em 1875, atual Estado de São Paulo, e o Diário Popular,
de 1884.
O Correio Paulistano teve sua história marcada pela alternância de apoio aos partidos
liberal e conservador, fato que o ajudou na sobrevivência centenária (THALASSA, 2007). Sob
a direção de Pedro Taques de Almeida Alvim, foi o primeiro jornal diário da capital, e trouxe
inovações tecnológicas importantes: foi o primeiro jornal impresso em máquinas rotativas, e o
primeiro que montou oficinas a vapor, tendo alcançado em 1861 a tiragem recorde para a época
– 450 exemplares/dia, para uma população de aproximadamente 22 mil habitantes. A edição
era composta de 4 páginas, sendo a última dedicada aos anúncios comerciais. O formato dos
anúncios seguia a largura da coluna, por vezes ocupando coluna dupla, e eram dispostos em
sequência vertical, o que fazia com que, em certos casos, os elementos gráficos de um anúncio
interferissem visualmente no anúncio vizinho.
Affonso de Freitas nos dá uma ideia mais precisa do que representava o Correio Paulistano:
“Ler a coleção d’ O Correio Paulistano é desdobrar ante a objetiva visual a vida
paulistana dos últimos doze lustros decorridos, com as suas poderosas cambiantes de
desenvolvimento, cuja progressiva intenção atingiu, em dado momento, ao
deslumbramento em todos os ramos da atividade humana, é adquirir conhecimento
da transformação gradual do povo paulista, do seu íntimo viver, na sua evolução
intelectual, moral e material, pois nas colunas do velho órgão da imprensa
paulistana, estampadas estão a fisiologia e a psicologia do paulista, principalmente
do paulistano, nas gradações evolutivas que acabaram por transformar a grande
aldeia capital de 1854 na bela e moderna urbe de hoje. (FREITAS, 1914, p.124)
Foi através das páginas do Correio Paulistano que acompanhamos a trajetória de alguns
ourives, estabelecidos com suas casas de joias na conhecida região central do Triângulo, área
formada pela convergência das ruas 15 de novembro, Rua Direita e Rua São Bento, que
abrigava casas de comércio dos mais variados segmentos.
Além dos anúncios, algumas notícias e avisos fúnebres publicados no Correio
Paulistano nos deram nomes e datas que funcionaram como pistas para a localização de
processos de inventários de ourives, ou ainda de processos de variados âmbitos da vida civil
4
envolvendo os ourives e seus familiares, que acabaram por se tornar outra fonte primorosa para
compreender a dinâmica do segmento joalheiro e as relações sociais que envolviam os ourives.
Dentre os mais atuantes nomes da joalheria paulistana está o da família Supplicy. Foram
vários seus representantes no setor joalheiro na segunda metade do século XIX. O mais antigo
foi Luiz Suplicy, nascido na França em 1803, trabalhou como ourives no Rio de Janeiro na
década de 1840. O primeiro anúncio de Luiz Suplicy no Correio Paulistano foi publicado em
novembro de 1855, onde ele prevenia os clientes contra a atuação de falsos vendedores em seu
nome, e informa que seu único vendedor ambulante era Augusto Bialle, que seria demitido seis
meses depois3. A loja de Suplicy, “Ao Grande Coração”, na Rua do Rozário, 26, vendia pentes,
travessas com dourados, pedras de diferentes cores, e os anúncios chamavam atenção para os
“preços cômodos”. Até 1864, pouco antes de seu falecimento, Supplicy ainda informava seu
endereço à Rua do Rozário, 26, apesar desta rua ter sido renomeada oficialmente como Rua da
Imperatriz desde 1846. Apesar do estabelecimento possuir um nome – Ao Grande Coração, era
o nome do joalheiro que aparecia sempre com maior destaque no topo do anúncio,
possivelmente na tentativa de atestar a credibilidade da casa.
Seu estoque de objetos de ouro, prata e joias foi avaliado em 19:009$880, praticamente
o mesmo valor de seu sobrado, avaliado em 20:000$000, ou seja, Luiz Supplicy era de fato um
comerciante bastante ativo, porém não possuía bens além do seu sobrado e de dois escravos,
avaliados em 1:500$000.
A presença de estrangeiros foi uma das características da atividade comercial na segunda
metade do oitocentos. As famílias Supplicy, Worms, Mouth e Chiquet, compõem o grupo de
ourives joalheiros de origem francesa. Segundo Bivar (2007), apesar do pequeno quantitativo,
os imigrantes franceses tiveram importante papel no comércio da cidade, espraiando o ideário
cultural francês. Também sobre a presença de comerciantes estrangeiros em São Paulo, Barbuy
aponta que:
Sua condição de estrangeiros, contrariamente ao que podia ocorrer alhures, era-hes
aqui favorável, pois se associava aos produtos modernos. Mantinham sociedades
beneficentes ou recreativas específicas de suas respectivas colônias, mas não se
3 Correio Paulistano, Edição 00340, 1855. Disponível em: http://bndigital.bn.br/acervo-digital/correio-paulistano
5
constituíam em guetos no mundo dos negócios, e nem o seu comércio se tornava algo
de pitoresco ou voltado para o consumo étnico. Ao contrário, esses comerciantes
estrangeiros tornavam-se a nata do comércio local. Mesmo quando não eram
indivíduos muito refinados, ao se fixarem aqui – uma promissora zona de periferia
do sistema mundial de comércio – eram vistos como representantes da civilização,
portadores das suas matrizes, pontes pelas quais chegavam as maravilhas fabricadas
fora.(BARBUY,2006, p.133).
O bom gosto típico francês e a inclinação para a cultura fica visível no inventário de
Luiz Suplicy4, pela presença de quadros com temas da Revolução Francesa, garrafas de vinho
Bordeaux, obras completas de Buffon, encadernadas; porcelanas, serviços de chá, móveis
franceses envernizados, poltronas forradas de marroquim5. Entretanto, o bom gosto tem seu
preço, e assim como seu estoque era alto, suas dívidas também não ficavam para trás. Devia a
compatriotas franceses, e também à Companhia Real do Banco do Brasil a importância de
19:566$670, praticamente o valor do seu sobrado. Vivia, provavelmente, na gangorra do dia a
dia, lucrando, investindo e gastando, na dinâmica comum do comércio. Comprava ouro, prata
e pedras, o que atesta que também confeccionava joias, e em 1859 foi impetrado contra
Supplicy um processo crime (do qual fora absolvido), acusando-o de que seus pesos eram
inexatos.
Apenas 4 meses após o falecimento de Luiz Suplicy, em 1865, a viúva Maria Julia
Theresa Gerard Supplicy, informou que daria continuidade ao negócio do marido: “É habilitada
pelo tribunal do comércio, e continua com o mesmo comércio de seu marido”6. Responsável
por dez filhos menores, tratou logo de aumentar a renda da família alugando o pavimento
superior do sobrado à Rua da Imperatriz:
“Aluga-se no primeiro andar da casa n. 44 à Rua do Rosário, pertencente à viúva
Supplicy, o grande salão da frente, alcova, sala de jantar e pequena sala lateral.
Todos estes cômodos perfeitamente independentes dos demais da casa, são forrados
de papel e se acham esmeradamente acabados. Para tratar na mesma casa com a
proprietária.” (CORREIO PAULISTANO, 1867)
4 APESP. Inventário de Luiz Suplicy. Segundo ofício de família, processo nº1975. Ano 1865. 5 Marroquim é o couro curtido de bode ou de cabra. 6 Correio Paulistano, Edição 02861, 1865. Disponível em: http://bndigital.bn.br/acervo-digital/correio-paulistano
6
O sobrado, com cinco portas de frente, onde funcionava também a casa de joias, que
havia sido avaliado no inventário em 20:000$000, fora a leilão pouco mais de um ano depois,
em fevereiro de 1867 pelo mesmo valor, e novamente ofertada em leilão seis meses depois, em
junho, com seu valor reduzido para 12:000$0007. É provável que a casa tenha sido arrematada,
já que os próximos anúncios da Viuva Supplicy no Correio Paulistano informam seu
estabelecimento no nº 8 da Rua da Imperatriz. Entretanto, não encontramos até o momento
documentos que comprovem tal suspeita.
Oficialmente, desde 1846 a Rua do Rosário havia passado a chamar-se Rua da
Imperatriz, em homenagem à visita da família imperial à cidade de São Paulo ocorrida naquele
ano. Entretanto, Luis Supplicy continuava a anunciar, até 1865, que sua casa de joias ficava na
Rua do Rosário, 26. O anúncio publicado pela Viuva Supplicy sobre o aluguel do primeiro
pavimento da casa, remete também à Rua do Rosário, 44. Outros comerciantes também não
praticaram a troca do nome da rua em seus anúncios, apenas a partir de 1869 é que começam a
aparecer os anúncios com Rua da Imperatriz. Muito provavelmente o endereço seria uma mera
formalidade nos anúncios, já que imaginamos que, dado o tamanho diminuto da região, as casas
comerciais eram conhecidas por todos.
Em 1876, Hippolyto Supplicy, filho de Luiz Supplicy8, anuncia a inauguração de sua
Nova Casa de Joias, na Rua Imperatriz 35, onde vendia relógios e grande sortimento de
ourivesaria, além de objetos de mesa das marcas Cristofle e Ruoltz. Em 1880, anuncia com a
marca “Ao relógio monstro”, na Rua Imperatriz, 46, assinando Hippolito Supplicy & Irmão. O
“Irmão” refere-se possivelmente à Eugenio Supplicy, de ofício Artista, que aparece na Lista de
eleitores alistados no 2º Distrito da comarca de São Paulo, como também filho de Luiz Supplicy.
Uma notícia de 15/09/1883 informa que “acha-se exposta nas vitrinas do Sr. Hippolito
Supplicy, linda coroa de ouro que será oferecida ao clube musical 24 de maio, no domingo
próximo, na ocasião do passeio campestre deste clube. A coroa é trabalho da Sra. D. J. Luvini
7 Correio Paulistano, Edição 03315, 1867. Disponível em: http://bndigital.bn.br/acervo-digital/correio-paulistano 8 No inventário de Luiz Supplicy estão listados dez filhos, todos menores no ano de sua morte (1865).São eles:
Eugenio Supplicy, 15 anos; Hyppolito Supplicy, 14 anos; Alfredo Supplicy, 13 anos; Theresa Supplicy, 11 anos;
Ermelinda Supplicy, 10 anos; João Supplicy, 9 anos; Julia Supplicy, 7 anos; Maria Luiza Supplicy, 6 anos; Luiza
Maria Supplicy, 4 anos, Luiz Supplicy, 11 meses.
7
Eunes.”9 Seria a Sra. Eunes ourives do estabelecimento? Anos mais tarde, em 1890, Hyppolito
estaria novamente nas páginas do jornal: “Esteve exposto na joalheria de Hyppolito Supplicy
um explêndido cartão de ouro, a ser oferecido ao exmo. Ministro da Fazenda . Traz esculpida
em letras miúdas a dedicatória e tem um brilhante em uma das pontas”.10 Expor suas obras à
visitação era, provavelmente uma maneira de divulgar a qualidade do seu trabalho (ou de sua
loja), além do seu prestígio em ser escolhido para executar peças com as quais seriam
presenteadas pessoas importantes.
Outro Supplicy que aparece na cena do setor joalheiro é João, também filho de Luiz e
Theresa, que em 1879 abre sua loja na Rua Direita 31, em frente ao Hotel de France, tendo
comprado a casa de joias do negociante Alberto Naxara. João Supplicy entra no mercado
demonstrando boa envergadura financeira ao anunciar que “seus preços são 25% mais baratos
porque compra tudo a dinheiro.”. Havia uma dinâmica entre os negócios da família que até o
momento não conseguimos desvendar por completo. Em 1879, Hyppolito, João e a viúva
Supplicy fazem anúncios na mesma edição do jornal11, cada um com sua casa de joias. Pouco
depois, em 1881, João “informa ter dissolvido a sociedade com Hyppolito Supplicy”12. Em
1882 anuncia que “formou sociedade com seu irmão Alfredo Supplicy, e mudou sua casa de
Joias e relojoaria da Rua da Imperatriz para Rua Direita, 31”13, que havia sido seu primeiro
endereço. Em 1890 João Supplicy se torna sócio da Companhia Paulista de Depósitos e
Descontos.14
Mesmo sem desvendar totalmente as relações entre os joalheiros da familia Supplicy,
percebe-se a presença de uma dinâmica comum no comércio, a constante troca de parceiros
comerciais, detectada também por Oliveira:
“As sociedades tendiam a dominar o cenário; estavam entre os credores dos
inventariados e, inclusive, aparentavam uma mobilidade que precisaria ser melhor
investigada, pois as mesmas lojas iam mudando de sócios, passando de mão em mão.
Eram publicados anúncios na imprensa avisando dos rearranjos, o que dá uma ideia
9 Correio Paulistano, Edição 08124, 1883. Disponível em: http://bndigital.bn.br/acervo-digital/correio-paulistano. 10 Correio Paulistano, Edição 10059. Disponível em: http://bndigital.bn.br/acervo-digital/correio-paulistano. 11 Correio Paulistano, Edição 06927, 1879. Disponível em: http://bndigital.bn.br/acervo-digital/correio-paulistano. 12 Correio Paulistano Edição 07425, 1881. Disponível em: http://bndigital.bn.br/acervo-digital/correio-paulistano. 13 Correio Paulistano, Edição 07761, 1882. Disponível em: http://bndigital.bn.br/acervo-digital/correio-paulistano. 14 Correio Paulistano, Edição 10202, 1890. Disponível em: http://bndigital.bn.br/acervo-digital/correio-paulistano.
8
de uma provável facilidade de montar e desmontar um negócio, sugerindo que talvez
não fosse bom manter uma sociedade por muito tempo – mas fosse mais interessante
ir diversificando os investimentos, mantendo o capital girando.” (OLIVEIRA, 2005,
p.220).
Vizinha ao sobrado de Luiz Supplicy estava a casa do ourives José Casimiro Mouth, Era
provavelmente filho de Casimiro Mouth, ourives francês, que chegou a São Paulo na década de
1830, figurando no Almanaque de 1857 como fabricante de chá. Em 1864 anunciava a chegada
de grande sortimento de joias vindas diretamente de Paris, na sua loja à Rua do Rosario, 23.
Casimiro Mouth não foi um anunciante assíduo, seu último anúncio localizado foi em 187015,
meses antes do convite para seu enterro, em maio de 1871: “Feleceu ontem a noite o cidadão
francês Casimiro Mouth, ourives e honrado negociante aqui estabelecido, gozando de geral
estima. Contava 63 anos de idade.”16 A partir daí os anúncios continuam a serem feitos por José
Casimiro Mouth até meados da década de 1870. Apesar de não ter sido um anunciante assíduo,
identificamos tipologias pouco comuns, como “mimosos brincos com ninhos de beija-flor”17,
ou ainda “os verdadeiros collares anodinos de Royer”18
Próximo aos estabelecimentos da Viuva Supplicy e Mouth, também na Rua Imperatriz,
n.47, funcionava a casa de joias do genro de Casimiro Mouth, Pedro Chiquet, imigrante francês
que fixou residência em São Paulo por volta de 1860, tendo declarado nos documentos de
viagem pretender trabalhar em seu ofício em terras brasileiras (BIVAR, 2007). Em seu primeiro
anúncio no Correio Paulistano em setembro de 1862, o nome “PEDRO CHIQUET” destacava-
se como parte do texto em letras menores que vinha logo abaixo, onde o ourives anunciava o
estabelecimento de sua própria casa de joias, após ter deixado a casa de Luiz Levy, onde até
então trabalhara como oficial. Teve uma longa vida produtiva, durante as quase três décadas
em que foi anunciante do Jornal – de 1862 a 1890, foram encontradas edições em que Pedro
Chiquet fazia múltiplas inserções de anúncios na mesma página, como no caso da edição de
03/03/186919, onde localizamos três anúncios com o título “Mudança”, mas com textos
15 Correio Paulistano, Edição 04147, 1870. Disponível em: http://bndigital.bn.br/acervo-digital/correio-paulistano. 16 Correio Paulistano, Edição 04437, 1871. Disponível em: http://bndigital.bn.br/acervo-digital/correio-paulistano. 17 Correio Paulistano, Edição 04090, 1870. Disponível em: http://bndigital.bn.br/acervo-digital/correio-paulistano. 18 Correio Paulistano, Edição 05023, 1873. Disponível em: http://bndigital.bn.br/acervo-digital/correio-paulistano. 19 Correio Paulistano, Edição 03810, 1869. Disponível em: http://bndigital.bn.br/acervo-digital/correio-paulistano.
9
diferentes: um deles informa aos clientes a mudança de endereço, o segundo informa que Pedro
Chiquet fabrica joias, e o terceiro informa a chegada de um lindo sortimento de joias. A
preocupação em dar detalhes das joias nos anúncios nos leva a intuir que, para Chiquet, a
qualidade das peças era muito importante. Por exemplo, enquanto seus concorrentes
anunciavam “correntes de ouro”, Chiquet descrevia “correntes de ouro de peso de 4 oitavas até
1620”. Ou ainda, “anéis com brilhantes de 9 kilates e meio até ½ kilate”21, enquanto a
concorrência anunciava “anneis com brilhantes de todos os gostos”. Assim como os demais
ourives joalheiros, recebia sortimentos de mercadorias diretamente da Europa, entretanto, seu
trabalho como fabricante de joias sempre se fez presente em todos os anúncios: “Recebe sempre
encomendas de joias de seus amigos e fregueses, sob desenhos, os mais modernos trabalhos,
bom gosto, elegantes e fortes, e a preços sem competência.”.
Com o falecimento da sua esposa Amelia Mouth Chiquet, filha de Casemiro Mouth, em
1878, o joalheiro ficou responsável pelos 5 filhos menores, motivo que o fez pedir (e conseguir)
ao juiz responsável pelo inventário, que as joias do estoque de sua loja não fossem incluídas na
partilha de bens, comprometendo-se a vendê-las no menor prazo possível, e assim manter o
sustento digno das crianças. O inventário de sua esposa22 nos oferece mais detalhes do que era
exibido em suas vitrines: cerca de 800 joias que totalizaram a quantia de 28:928$000. Ativos
em letras e ações somaram 22:860$000, enquanto o passivo era 8:500$000, tendo declarado o
casal ser devedor de Carlos Buhler, negociante residente em Paris, do valor de 8:160$000,
possivelmente seu intermediário na compra das joias vindas da Europa. Sua mobília era
composta de 01 vidraça de porta, 02 balcões com vidro, 01 celindro, 01 barra de ferro e 01
ferramenta de ourives, totalizando 587$000. O total partível de foi 43:875$000, e como todos
os filhos eram menores, Pedro Chiquet administrou a herança, e conforme iam atingindo a
maioridade, recebiam a legítima que lhes era devida. Apesar de não possuir bens de raiz ou
escravos, podemos aferir que a família Chiquet gozava de uma vida com algum conforto e uma
20 Uma oitava correspondia à oitava parte da onça portuguesa, que valia 28,6875 gramas do nosso atual sistema
decimal. Dessa forma, a oitava correspondia a 3,5859 gramas. O sistema de medidas baseado em marcos e oitavas
vigorou até 1881, quando foi substituído pelo sistema
decimal.www.mbaeditores.com/2014/03/ofundodabateria.html. 21 Correio Paulistano. Edição 06126, 1877. Disponível em: http://bndigital.bn.br/acervo-digital/correio-paulistano. 22 APESP. Inventário de Amélia Mouth Chiquet. 1878.
10
certa dose de erudição, já que Chiquet era sócio do Club Haydn, associação privada para
realização de concertos e recitais.
O longo período de tempo e a quantidade de anúncios que fez no Correio Paulistano –
foram 30 layouts diferentes ao longo de quase três décadas – nos permitiram analisar também
a alguns aspectos visuais de suas publicações, que comparados aos anúncios dos demais ourives
nos leva a verificar a existência de um padrão visual nos anúncios de joias. Se durante a década
de 1870 os anúncios de Chiquet eram monótonos blocos de título e texto alinhados
simetricamente, grandes mudanças ocorrem a partir de 1879, quando o Correio Paulistano
moderniza seus equipamentos, adquire a prensa Alauzet23 e remodela seu conteúdo tipográfico
(Thalassa, 2007). Os layouts dos anúncios sofrem alterações importantes: a inclusão de novas
famílias e padrões tipográficos, maior número de linhas e maior espaçamento entre elas,
ocupando área maior da página do jornal, com maior destaque visual. Além dos novos recursos
gráficos, o uso de frases como “Ver para crer”, atesta também uma mudança no tom do discurso,
que deixou de lado o estilo apenas informativo, e adquiriu um tom mais vendedor, procurando
atrair e convencer o público, inclusive com o recurso da liquidação de joias.
Apesar das joias não serem um artigo de primeira necessidade como alimentos ou
roupas, a inadimplência parece ter sido um fantasma a assombrar os ourives joalheiros do
triângulo. Tal era a importância do papel social que a joia representava, que comprar uma joia
para si, ou para presentear alguém era razão suficiente para que se contraíssem dívidas. Em
1888, Pedro Chiquet ingressa com ação cível contra Francisco Rodrigues de Salles, cobrando
o pagamento pela venda de um broche: “Diz Pedro Chiquet, joalheiro, estabelecido à Rua da
Imperatriz desta capital, que ele vendeu a Francisco Rodrigues de Salles um broche de safiras
e brilhantes pela quantia de 480$000, (...)acontece, porém, que a despeito dos maiores esforços
só tem conseguido até o presente a quantia de 200$000.”24 De todos os inventários consultados
até o momento, não encontramos nenhuma joia com valor tão alto como o tal broche vendido
por Chiquet a Francisco Salles. Mesmo na relação de bens da sua própria loja avaliados quando
da morte da sua esposa, o conjunto mais caro foi um adereço de brilhantes avaliado em
23 A prensa Alauzet foi a primeira máquina a vapor da imprensa paulista, foi substituída posteriormente pela
máquina rotativa Marinoni. 24 ATJSP. Ação cível, autor Pedro Chiquet. Nº do processo: 1001496818-7. Março de 1888.
11
500$000, levando-se em conta que um adereço é formado de, no mínimo, três peças.
Imaginando a beleza desta peça, fica a curiosidade: quem seria a usuária de tão imponente
broche?
Os franceses da família Worms também escreveram algumas linhas na história da
joalheria paulista do oitocentos. Em 1865, José Worms25 já tinha sua casa de joias na Rua
Direita, 25 em sociedade com seu irmão Alexandre Worms, que foi amigavelmente dissolvida
em julho de 1865.26 Após breve período em que foi sócio de Alberto Levy, em 1866,
administrou sozinho seu comércio pelos anos seguintes, na Rua Direita, 40. Além de joias,
vendia também roupas prontas, e seus anúncios no Correio Paulistano eram frequentes e nos
dão dimensão da variedade de seus produtos:
“A casa de José Worms, rua Direita 25, acaba de chegar em direitura da Europa pelo
último paquete francez <Extremadure> e vapor inglês <Ptolemy> de Liverpool, um
grande e variado sortimento de joias do mais variado gosto. (...) Vende-se mais
barato do que em qualquer outra parte, visto que recebe em direitura das principais
fábricas da Europa.”(CORREIO PAULISTANO, 1865)
Em 1881, José Worms entra com ação contra Henrique Schultze, ourives cravador
cobrando a quantia de 400$000 como indenização pelo estrago de uma pedra de diamante que
fizera, a qual estava cravada em um anel que lhe fora confiado para dilatar o aro. Sugere ainda
o autor que, em alternativa ao pagamento da indenização, o acusado poderia ficar com a dita
pedra, pagando a quantia de 800$000, que seria o valor do anel, ou ainda sujeitar-se a pagar o
preço de uma nova lapidação da pedra e a respectiva diferença pela diminuição de preço e de
valor.
Nas entrelinhas deste fato percebemos a existência de uma dinâmica nas relações de
trabalho. A existência da especialização do ourives cravador, que provavelmente era o
responsável pela lapidação da pedra. Além disso, uma relação de terceirização de trabalho, já
que Schultze diz, em sua defesa no processo “não ter apresentado guia de recolhimento de
25 Encontramos as grafias José e Jozé. 26 Correio Paulistano, Edição 02732, 1865. Disponível em: http://bndigital.bn.br/acervo-digital/correio-paulistano.
12
imposto por ser isento, pois que trabalha em oficina própria, mas não tem oficiais nem
aprendizes, trabalha individualmente por mão de obra.”27
No decorrer da ação, José Worms falece na França, em 1882. Sua esposa, Sarah Worms,
anexa ao processo procuração datada de 1875, na qual seu marido lhe concede “plena licença
para gerir o seu estabelecimento comercial, comprando, vendendo ou trocando as espécies em
seu próprio nome, ou no dele, outorgante.” Entretanto, Sarah Worms também vem a falecer no
decorrer no processo. Quando a ação foi julgada imporcedente, os filhos Emílio Worms e
Godschaux Worms requerem o levantamento do tal diamante, que encontrava-se depositado
em poder do Dr. Francisco de Paula....e Silva. Outros dois filhos de José Worms, José
Alexandre Worms, vulgo Affonso Worms e Julia Worms, deram procuração a seus irmãos para
que os representassem no referido processo.
Alguns nomes não possuem uma trajetória tão clara, permeiam a documentação e a
bibliografia de forma nebulosa, fato talvez provocado pela repetição do mesmo nome em várias
pessoas da família, filhos com mesmo nome de seus pais, tios ou primos. É o caso de Alphonse
Worms, que aparece em anúncio do Correio Paulistano já em 1856, contemporâneo aos
primeiros anúncios de José Worms. Diz o anúncio:
“ALPHONSE WORMS tem a honra de participar ao respeitável público desta capital
que acaba de chegar do Rio de Janeiro no último vapor, trazendo um sortimento de
brilhantes, relógios, correntes, etc., do mais apurado gosto; assim como todos os mais
objetos concernentes ao seu negócio de joias e vende o mais barato possível para
satisfazer aos fregueses. Pode ser procurado no Hotel Paulistano, rua de São Bento.
O anunciante encarrega-se igualmente de fazer qualquer encomenda em
direitura.”(CORREIO PAULISTANO, 1856)
Segundo Barbuy (2006), “foi frequente que, trazendo consigo certo estoque, ficassem
algum tempo em hotéis onde podiam ser procurados pelos clientes interessados. O mesmo
Alphonse Worms, segundo Barbuy, instalou-se também no Hotel Lefèbre em 1857, e outro
representante dos Worms, Justino, instalou-se no Hotel des Voyageurs no mesmo ano”.
(BARBUY, 2006, p.131).
27 ATJSP. Ação cível, autor José Worms, 1881.
13
É curiosa a trajetória do relojoeiro e ourives Capitão Lopes, que recuperamos através de
Oliveira (2005). Com loja na Rua do Palácio, 12, seu negócio teve um grande crescimento entre
os anos 1870 e 1878, quando Lopes faleceu. A loja diversificara as mercadorias, ampliara a
rede de fornecedores, e Lopes ampliou suas formas de conceder crédito. A lista dos devedores
era grande, e incluía escravos e ex-escravos, pessoas com pouca renda, todos tinham crédito na
loja do capitão Lopes. Gastavam entre 6$000 e 25&000, quantias que muitas vezes ficava sem
receber. Oliveira ressalta que a prática de conceder crédito estava além da racionalidade, menos
determinadas pelas puras expectativas de ganho, mais ligadas ao costume, a uma prática social.
“Se um viajante passasse em frente à loja do Capitão Lopes, veria figas de
ouro, figas de licorne e dente de onça engastado de ouro, cruzes com São Bras de
ouro, verônicas, corações, signo Salomão, ao lado de hábitos de Cristo, da Rosa,
pince-nez, dedais de ouro e prata, anéis com esmeralda, brincos de mãozinha,
relógios dos mais variados modelos, alfinetes de brilhantes, ouro com diamantes, os
vestidos de chita, os artigos de armarinho, os santinhos. Ele teria a impressão de que
ali compravam pessoas de religiosidades distintas, católicos e místicos, ao mesmo
tempo que uma madame rica, uma moça vaidosa, um bacharel e, se ficasse ali parado
umas horas, veria um escravo entrando, um doutor, uma artista dramática, e teria
uma interessante noção do que era a vida paulistana na época.” (OLIVEIRA, 2005,
p.225)
Entretanto, o crescimento rápido, as altas dívidas e a inadimplência acabaram por ruir
com o negócio e o patrimônio de Lopes, deixando seus filhos sem herança.
O conjunto de anúncios do Correio Paulistano analisados neste artigo, bem como as
informações obtidas nos inventários e ações cíveis, nos deu a conhecer algumas faces da
dinâmica do comércio das joias na São Paulo de oitocentos. Os anúncios eram um importante
meio para a divulgação da chegada de carregamentos de mercadorias vindas da Europa, trazidas
pelos próprios comerciantes ou através de seus intermediários europeus. A concorrência fazia
com que se preocupassem em oferecer bons preços, e o desenvolvimento da tecnologia
tipográfica permitia que os anúncios fossem cada vez mais elaborados visualmente.
Os inventários dos ourives, ainda que em pouco número, nos deram uma amostra do
estilo de vida destes negociantes, que precisavam investir em bens que demonstrassem uma boa
imagem, como casa e boa mobília. Viviam os ourives com certo conforto, mas tinham muitas
14
dívidas, afinal, a manutenção da boa imagem era fundamental para um ramo de negócio ligado,
fundamentalmente, à beleza. As mulheres tinham papel ativo no ramo da joalheria e não
ficavam alheias aos negócios, seja dando continuidade aos negócios do marido após sua morte,
como Teresa Supplicy; recebendo procuração para gerir os negócios da família, como Sarah
Worms. ou ainda executando trabalhos de ourivesaria, como a Sra. Luvini Eunes.
A joalheria e a relojoaria eram segmentos que demandavam investimentos robustos para
fazer girar os estoques, correndo riscos de não conseguir honrar as dívidas por conta da
inadimplência. O negócio dependia totalmente do seu proprietário, seu nome era seu maior
capital, era ele que aparecia em destaque nos anúncios da imprensa, em letras garrafais. O
falecimento do proprietário muitas vezes determinou a ruina do negócio, ou por não ter
sucessores que o levassem à frente, ou porque o pagamento das dívidas e das heranças aos
herdeiros, em geral numerosos, consumia o patrimônio. Aqueles que seguiram os negócios da
família não o fizeram sem enfrentar dificuldades financeiras de todas as ordens, vendendo
herança ou empenhando imóveis. Prosperavam aqueles que melhor dominassem as relações
sociais e o entendimento do que era o “gosto” da época”.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARBUY, Heloisa. A cidade-exposição : comércio e cosmopolitismo em São Paulo, 1860-1914. São
Paulo: EDUSP, 2006
BIVAR, Vanessa dos Santos Bodstein. Vivre à St. Paul: os imigrantes franceses na São Paulo
oitocentista. 2008. Tese de doutorado. FFLCH, USP.
BORGES, Urquisa Maria. Negociantes na cidade de São Paulo (1875-1880). Dissertação de Mestrado,
Departamento de História Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São
Paulo. São Paulo, 1979.
FREITAS, Affonso A. de. A imprensa periódica de São Paulo desde os seus primórdios em 1823 até
1914. Disponível em http://bibdig.biblioteca.unesp.br/bd/bas/livros/a-imprensa-periodica-de-sao-paulo.
OLIVEIRA, Maria Luiza Ferreira de. Entre a casa e o armazém: relações sociais e experiência da
urbanização: São Paulo, 1850-1900. São Paulo: Alameda, 2005.
PINHO, Wanderley. Salões e damas do segundo reinado. Livraria Martins Editora. São Paulo, 1959.
SAINT-HILAIRE, Auguste de. Viagem à província de São Paulo; tradução de Regina Regis Junqueira;
Belo Horizonte, Ed. Itatiaia; São Paulo, Ed. Da Universidade de São Paulo, 1976.
15
SIRIANI, Silvia Cristina Lambert. Uma São Paulo alemã: vida quotidiana dos imigrantes germânicos
na região da capital (1827-1889) / Silvia Cristina Lambert Siriani – São Paulo: Arquivo do Estado,
Imprensa Oficial do Estado, 2003.
THALASSA, Ângela. Correio Paulistano. “O primeiro diário de São Paulo e a cobertura da semana
de arte moderna”. Dissertação de mestrado em Comunicação e Semiótica, PUC-SP, 2007. Disponível
em https://sapientia.pucsp.br/bitstream/handle/4860/1/Angela%Thalassa.pdf
FONTES CONSULTADAS
APESP – Arquivo Público do Estado de São Paulo.
ATJSP – Arquivo do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
Edição fac-similar de: Almanak administrativo, mercantil e industrial da Provincia de S. Paulo para o
anno de 1857 / organizado e redigido por Marques e Irmão. 1º anno. S. Paulo: Typ. Imparcial de J. R.
de Azevedo Marques, 1857.
.JORNAL CORREIO PAULISTANO: http://bndigital.bn.br/hemeroteca-digital/. Período entre 1854-
1890.