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João Leonel

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Page 1: João Leonel. Era uma vez... Parte I – Identificação do produto. Uso adulto - uso oral. Posologia

João Leonel

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“Era uma vez ...”

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“Parte I – Identificação do produto.Uso adulto - uso oral.Posologia”.

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Formas textuais diferentes, assim como suas materialidades, indicam como os leitores devem usá-las.O mesmo se dá com a Bíblia. Mas o que é a Bíblia?

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A Bíblia é um livro? Sim e não. Pela forma concreta, sim, é um livro.

Mas a partir da definição do termo grego ta biblia = os livros, e de nossas práticas de leitura, temos uma biblioteca com vários livros.

Livro ou livros? Isso faz diferença?

Você já ouviu alguém aconselhando outra pessoa que quer começar a ler a Bíblia? A partir de onde ela deve começar a ler?

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A relação que temos com a Bíblia é mais complexa do que a que temos com outros livros.

É importante que leiamos do começo ao fim. Que entendamos a progressão de seu pensamento e suas linhas centrais. E que esse exercício seja feito considerando as questões históricas envolvidas no tempo da produção dos textos e nos hábitos e costumes ali apresentados.

Mais do que isso. É necessário compreender cada livro a partir de seu “gênero literário”.

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“Gênero literário” é a forma técnica para falar dos estilos de escrita.

A literatura ocidental, a partir de Aristóteles (sec. IV a.C.) principalmente, definiu os gêneros como lírico (poesias), dramático (peças teatrais), e épico (narrativas).

Eles podem ser úteis para estudar a Bíblia. Talvez o dramático seja mais difícil de ser aplicado.

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A poesia e narrativa são fundamentais para a análise da Bíblia. Temos livros poéticos e livros narrativos, sendo que cada gênero traz uma expectativa de leitura.

Quando lemos um livro de poesia esperamos o quê?

Quando lemos uma narrativa, quais as nossas expectativas?

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No Meio Do Caminho1930 - ALGUMA POESIA

No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas. Nunca me esquecerei que no meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho no meio do caminho tinha uma pedra.

Carlos Drummond de Andrade.

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Senhor, Deus meu, em ti me refugio;salva-me de todos os que me perseguem e livra-me;para que ninguém, como leão, me arrebate,Despedaçando-me, não havendo quem me livre.

(Salmo 7.1-2).

O poema expressa emoções e sentimentos, antes de estar relacionado com questões históricas.

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Nunca pensei em me tornar vendilhão do Templo, dizia ele, alto e bom som, aos que quisessem ouvir. E os que queriam ouvir (nem tantos, mas nem tão poucos: algum sucesso alcançara, em termos de vendas e de ouvintes) não tinham razão nenhuma para duvidar de suas palavras.Nascido e criado no campo, estava destinado a ser um agricultor – como o pai e o avô. Como eles, trabalharia a sáfara terra de uma pequena propriedade. Como eles, gastaria a vida em dura rotina: acordar, sondar os céus (o que trariam as nuvens que se acumulavam no horizonte, a chuva tão esperada ou o maldito granizo que destruiria a plantação?), ir para o campo, arar, semear, colher.

Moacir Sclyar. Os vendilhões do Templo. Cia. das Letras, p. 7.

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Houve um homem de Ramataim-Zofim, da região montanhosa de Efraim, cujo nome era Elcana, filho de Jeroboão, filho de Eliú, filho de Toú, filho de Zufe.Tinha ele duas mulheres: uma se chamava Ana, e a outra Penina; Penina tinha filhos; Ana, porém, não os tinha. Este homem subia da sua cidade de ano em ano a adorar e a sacrificar ao Senhor dos Exércitos em Siló. Estavam ali os dois filhos de Eli, Hofni e Finéias, como sacerdotes do Senhor.No dia em que Elcana oferecia o seu sacrifício, dava ele porções deste a Penina, sua mulher, e a todos os seus filhos e filhas.A Ana, porém, dava porção dupla, porque ele a amava, ainda mesmo que o Senhor a houvesse deixado estéril.

1 Samuel 1.1-5.

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Quais são os elementos presentes em uma narrativa?

Alguém que conta a história (narrador);

Personagens. Aqueles que interagem na história;

Cenário(s). Locais onde a história ocorre;

Tempo. Ambientação da história;

Enredo. Como a história é contada. Quais são seus conflitos.

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Muitos livros bíblicos podem ser divididos entre as formas de conteúdo poesia e narrativa.

Há livros que possuem os dois gêneros, como os livros proféticos.

Existem outros gêneros na Bíblia. Ex: Ritual (Levítico), Carta, Apocalipse.

Dentro dos livros existem subgêneros. Cada um deles com uma interpretação específica.

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Por exemplo:

Genealogias. Comprimem o tempo e vão do geral para o específico, preparando a sequência narrativa. Ex: Gn 11.10-32. De Sem para Abrão); Mt 1.1-17;

Parábolas. Apresenta um tema central (sem entrar em detalhes) e trabalha com o inusitado, o inesperado para ilustrar a ação de Deus. Ex: Lc 18.9-14;

Relações humanas nas cartas do NT. Iniciam com o mais frágil e depois se dirigem ao mais forte. Ex: Ef 5.22-6.9; Cl 3.18-4.1; 1 Pe 3.1-7.

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Conclusão

Este estudo pretendeu chamar nossa atenção ao fato de que o modo como livros e textos se apresentam desperta expectativas de leituras.

Com a Bíblia nem sempre isso é perceptível. Mas é um bom exercício hermenêutico prestarmos atenção ao tipo de livro que lemos e às formas que possuem os textos dentro deles.

Afinal, Entendes a “forma” do que lês?