joão candido ea chibata

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João Cândido, o João Cândido, o Almirante Almirante Negro Negro Prof. Vinicius P. de Oliveira

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Page 1: João Candido ea Chibata

João Cândido, o João Cândido, o Almirante NegroAlmirante Negro

Prof. Vinicius P. de Oliveira

Page 2: João Candido ea Chibata

Música de João Bosco e Aldir Blanc Mestre Sala dos Mares:

“Há muito tempo nas águas da Guanabara, O Dragão do Mar reapareceu...”

Dragão do Mar era o apelido do jangadeiro cearense Francisco José do Nascimento, caboclo, um dos líderes do movimento que culminou na “abolição antecipada” no Ceará em 1884. Nesta

ocasião, junto com sua jangada, desfilou pelas ruas da capital imperial

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João Candido Felisberto – histórico de vida:

Nascido em 24/06/1880, anos finais escravidão, na Fazenda de Vicente Simões Pereira (localidade de Coxilha Bonita, serra do Herval, Encruzilhada do Sul/Rio Pardo/Dom Feliciano). Era “ventre livre”.Filho dos escravos João Candido Felisberto e Ignácia Felisberto, que possuíam pequena roça e criação de animais próprias. Seu pai era tropeiro, sendo algumas vezes acompanhado pelo filho Sua mãe era parteira, conhecedora de medicina artesanal e caçadora. Teve 7 filhos. Com abolição, família sai da fazenda e João Candido migra para Rio Pardo e depois Porto Alegre

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João Candido Felisberto – histórico de vida:Aos 13 anos lutou nas tropas governistas durante a Revolução Federalista sob comando de Pinheiro Machado, aparentemente mediante alistamento forçado (afirmou que teria lutado “por motivos de força maior”). Neste conflito, o navio de guerra do governo central (Marajó) bombardeou Porto Alegre.

Inicialmente alistado no Arsenal de Guerra em POA, em janeiro de 1895 transferiu-se como aluno para a Escola de Aprendizes Marinheiros, sendo depois transferido para a 16ª. Cia. da Marinha, no RJ, onde chegou sozinho e tornou-se grumete. Perde o sobrenome Felisberto devido homônimo.

Navegou por todo litoral do BR, bacias do Prata a Amazônica, e 3 continentes (África, Europa e Américas) - Influências de suas viagens (politização e crítica social).

Em 1897 servia no cruzador Andrada quando a embarcação transportou para Santos os soldados sobreviventes da Guerra de Canudos.

Em 1903 presenciou a luta de Plácido de Castro pela manutenção do território do Acre ao território do BR.

Esteve na Rússia um ano depois da revolta dos marinheiros do encouraçado Poutenkim, ocorrida em 1905.

Apontava recorrentemente em seus depoimentos as permanências da escravidão na sociedade brasileira.

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Em 1909 esteve na Inglaterra para compro tripulação do recém construído encouraçado Minas Gerais. No retorno ao Brasil, acompanhou o translado do corpo do abolicionista Joaquim Nabuco dos EUA.

“A Revolta nasceu dos próprios marinheiros para combater os maus-tratos e a má alimentação da Marinha e acabar definitivamente com a chibata na Marinha. E o caso era este. Nós que vínhamos da Europa, em contato com outras marinhas, não podíamos admitir que na Marinha brasileira ainda o homem tirasse a camisa para ser chibateado por outro homem”

(João Cândido, Depoimento ao Museu da Imagem e do Som, 1968)

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Grumetes na Igreja da Candelária/RJ – alistados para serem “corrigidos” ou para terem uma “colocação”

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Cosmopolismo: por onde passou João Candido

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Contexto social da Revolta

a) República Velha: gritantes tensões sociais.

b) Pós-abolição: herança muito próxima do passado escravista. Momento de acomodação de forças e tendências divergentes quanto ao papel do negro na sociedade brasileira .

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Modernas embarcações conviviam com aquelas

herdadas do Império

Marinha Brasileira

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Histórico Recrutamento e Castigos Corporais na Marinha:

Recrutamento forçado de pardos, negros e pobres, especialmente para Marinha.

Vida embarcada: relatos de extrema crueldade e privações.

Disciplina na Marinha: baseada em regras coloniais, sobretudo o Regimento Provisional para o Serviço e Disciplina nas esquadras e Navios da Armada Real de 1796, que em seu artigo 80 decretava que os marinheiros “seriam corrigidos por meio de pancadas de espada, e chibata”.

Fim castigos físicos contra escravos em 1886

Somente em 16/11/1889 é decretado o fim castigos corporais na marinha

Decreto 328, de outubro 1890 – reintrodução castigos marinha, em plena República.

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Acima: Minas Gerais .Abaixo: São Paulo.

A Revolta

Eclodiu entre os dias 22 e 27/11/1910, tomando 4 possantes e modernos navios de guerra (Minas Gerais, Bahia, São Paulo e o antigo Deodoro) e apontando os canhões para a capital exigindo o fim dos castigos corporais vigentes na Marinha.

O estopim para a revolta foram as chibatadas no marinheiro Marcelino Rodrigues de Menezes, no dia 21/11/1910.

“Naquela noite o clarim não pediria silêncio e sim

combate” (depoimento de JC a Edgar Morel).

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Participação de 2300 marinheiros.

“A Revolta nasceu dos próprios marinheiros para combater os maus-tratos e a má alimentação da Marinha e acabar definitivamente com a chibata na Marinha. E o caso era este.” (Depoimento de João Candido)

Houve tentativa de negociação política, quando João Candido encontrou-se com o presidente da República Nilo Peçanha e com o Ministro da Marinha Alexandrino de Alencar (seu conhecido) em maio de 1910, sem êxito.

Segundo João Candido, “O primeiro grãozinho foi na organização dos comitês, já com título de comitês revolucionários. A intenção era aquela, logo que tivéssemos o elemento inicial para impormos às autoridades, a revolta teria que vir” (Depoimento de João Candido Museu Imagem e Som, 1968).

Capitão Batista Neves, comandante do Minas Gerais e conhecido por aplicar com rigor a chibata. Foi morto durante os confrontos pela tomada do navio.

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Encouraçado São Paulo – observe-se a bandeira vermelha, que ficou hasteada durante todo o movimento

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Quem eram os revoltosos?

Marinheiros músicos do Minas Gerias

Marinheiros , oprimidos racial e socialmente.

Não havia oficiais envolvidos, apenas marinheiros, cabos e sargentos, na sua maioria pobres, negros e pardos, mas também brancos.

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“Liberdade” e “abaixo a chibata” eram

gritadas pelos marujos.

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O “pessoal do porão”-

maquinistas do São Paulo

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Dos navios se ouviam gritos de “Viva a liberdade”, e “Abaixo a chibata”.

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Oficialidade rebelde do encouraçado São Paulo (o terceiro da esquerda para a direita é André Avelino, confundido futuramente com João Candido

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Sociedade e governo em pânico

Correria no Rio de Janeiro, após tiros de canhão

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Fuga de famílias abastadas – observe-se a criadagem negra e mestiça

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Charge da época ironizando a Correria no Rio de Janeiro

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Canhões na Praia de Santa Luiza/RJ – população ao fundo

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Oficiais do Exército observando a esquadra rebelde

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Tropas no alto do

Morro do Castelo

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João Candido e demais revoltosos, na presença do jornalista Júlio de Medeiros(Jornal do Comércio)

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Reivindicações - Mensagem enviada ao governo

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“Rio de Janeiro, 22 de novembro de 1910

Il.mo e Ex.mo Sr. Presidente da República Brasileira

Cumpre-nos comunicar a V. Ex.a, como Chefe da Nação brasileira:

Nós, marinheiros, cidadãos brasileiros e republicanos, não podendo mais suportar a escravidão na Marinha brasileira, a falta de proteção que a Pátria nos dá; e até então não nos chegou; rompemos o negro véu que nos cobria aos olhos do patriótico e enganado povo.

Achando-se todos os navios em nosso poder, tendo a seu bordo prisioneiros todos os oficiais, os quais têm sido os causadores da Marinha brasileira não ser grandiosa, porque durante vinte anos de República ainda não foi bastante para tratar-nos como cidadãos fardados em defesa da Pátria, mandamos esta honrada mensagem para que V. Ex.a faça aos marinheiros brasileiros possuirmos os direitos sagrados que as leis da República nos facilita, acabando com a desordem e nos dando outros gozos que venham engrandecer a Marinha brasileira; bem assim como: retirar os oficiais incompetentes e indignos de servir à Nação brasileira. Reformar o código imoral e vergonhoso que nos rege, a fim de que desapareça a chibata, o bolo e outros castigos semelhantes; aumentar o nosso soldo pelos últimos planos do ilustre Senador José Carlos de Carvalho, educar os marinheiros que não têm competência para vestir a orgulhosa farda, mandar pôr em vigor a tabela de serviço diário, que a acompanha.

Tem V. Ex.a o prazo de 12 horas para mandar-nos a resposta satisfatória, sob pena de ver a Pátria aniquilada.

Bordo do encouraçado São Paulo, em 22 de novembro de 1910.

Nota: Não poderá ser interrompida a ida e volta do mensageiro.

Marinheiros”

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João Cândido, ao lado do marinheiro Antônio Ferreira de Andrade, lê o decreto da Anistia

Tal movimento trouxe para a cena política setores oprimidos da população, como agentes históricos transformadores. Rebelar e revelar já foram uma só palavra, no idioma português antigo. A rebelião revelou rostos, nomes, falas e gestos de homens até então anônimos, destacando-se, como símbolo maior, a figura do marinheiro negro João Candido. Foi uma revolta multi-étnica e política que ampliou a conquista de Direitos Humanos no país.

Revolta da Chibata aproxima-se das análises sobre abolição que entendem que esta não se deu de cima pra baixo, somente pela ação da princesa, mas que foi resultado de longos e penosos processos de embates no qual tomaram parte setores diversos da sociedade (abolicionistas, camadas médias, pobres livres, e obviamente libertos e escravos), mediante ações diretas e indiretas, individuais ou coletivas, pacíficas ou violentas, que ajudaram a minar o sistema.

Page 29: João Candido ea Chibata

João Cândido, ao lado do marinheiro Antônio

Ferreira de Andrade, lê o decreto da Anistia

Sobre as águas da Guanabara: marujos do Minas Gerais no momento em que a bandeira Sobre as águas da Guanabara: marujos do Minas Gerais no momento em que a bandeira vermelha foi retirada do mastrovermelha foi retirada do mastro..

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Dia 27/11 - João Cândido bate continência ao Cap. Pereira Leite – o fim da revolta e da chibata na Marinha estava decretado.

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Hermes da Fonseca assinando a Anistia, apoiado pela “Burguesia” e Hermes da Fonseca assinando a Anistia, apoiado pela “Burguesia” e “Política” e deixando de lado a “Pátria” e o “Zé Povo”“Política” e deixando de lado a “Pátria” e o “Zé Povo”

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João Candido e os marinheiros revoltosos depois da Revolta:

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Um dia após a pacificação, o marechal Hermes da Fonseca desconsiderou a anistia negociada e assinou o decreto 8.400, excluindo da Armada todos os marujos cuja presença fosse considerada inconveniente por seus superiores. Iniciava uma repressão em massa, intensa e arbitrária.

1216 foram explusos da Marinha (mais da metade dos insurgentes), com prisões, degredo e trabalho escravo para centenas. Além de diversos assassinatos, dentro os quais cerca de 30 são conhecidos os nomes e o modo como ocorreu.

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Sede do Batalhão Naval – Ilha das Cobras(bombardeada em dezembo de 1910)

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Centenas de marinheiros (inclusive anistiados) foram detidos

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Massacre da Ilha das Cobras

João Candido: conduzido para Ilha das Cobras, onde foi duramente interrogado e afrontado. Enfim, jogado numa cela solitária, encravada na rocha, úmida e mal ventilada. Mais 17 foram colocados nesta “jaula” (expressão do carcereiro), e na solitária ao lado mais 13, todos despidos.

O comandante do Batalhão Naval Marques da Rocha levou consigo as chaves das celas. E nesta noite ouviram-se gritos de desespero dos presos, sufocados pelo calor.

No dia seguinte, foi jogado cal sobre todos, a pretexto de higienizar o local.

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No dia 26, abriram a porta e perguntaram se João Candido ainda vivia. Vários já haviam morrido, inchados e envoltos em urina e fezes. Somente no dia 27, quando a notícia das violências começava a vazar, é que foram retirados deste ambiente.

João Candido relembra: “Os gemidos foram diminuindo, até que caiu o silêncio dentro daquele inferno. Quando abriram a porta, já tinha gente podre” (depoimento a Edgar Morel, sobre Ilha das Cobras)

Nos sobreviventes jogou-se ácido fênico, a pretexto de desinfecção, ocasião em que alguns soltaram partes da pele. Como lembrou João Candido, “era assim que se morria. Eu vi.”

O legista da Marinha registrou como causa das mortes “insolação”.

Cela encravada na pedra

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João Candido conduzido à Ilha das Cobras em 24 de dezembro de 1910João Candido conduzido à Ilha das Cobras em 24 de dezembro de 1910

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Viagem do navio mercante Satélite para a Amazônia

441 presos (105 ex-marinheiros, 292 vagabundos e 44 mulheres) foram degregdados para Amazônia. Deveriam ser entregues à Comissão Telegráfica chefiada pelo coronel Candido Rondon para construção da ferrovia Madeira-Mamoré.

No caminho, 11 foram fuzilados e seus corpos lançados ao mar. Ao chegarem ao destino, mais 3 foram fuzilados anonimamente e jogados na mata, sob desculpa de que tentaram fugir.

Os restantes foram repartidos para trabalharem nos seringais, quase como escravos, e as mulheres como prostitutas. Os oficiais responsáveis pelos fuzilamentos não foram sequer investigados. Estavam em missão oficial.

Fuzilamento arbitrário:

Pelo menos 4 revoltosos da chibata nos arredores do RJ, conforme relatou Marcelino Rodrigues de Menezes (o castigado que deu estopim da revolta)

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Hospital Nacional dos Alienados

“Louco” – frente ao sofrido, JC fica traumatizado e tinha visões dos companheiros mortos, que reapareciam em sua memória gritando e agonizando, deformados e sofrendo. Examinado por uma junta médica, concluíram que estava louco e o mandaram para o Hospital Nacional dos Alienados (bairro Urca, Praia Vermelha), ambiente marcado por paradigmas da antropologia física e racial.

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Bordados de João Candido após a revolta – reveladores do amor próprio ferido

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Porém, é dado como são. No prontuário foi descrito como indivíduo de “prefeita orientação autopsíquica, memória conservada nas suas duas formas, boa atenção e percepção, associando bem as idéias, sendo perfeita a sua faculdade de julgamento”, apesar de diagnosticado como estando “em estado de depressão permanente”. Consta que lia diariamente jornais, pedia livros, escrevia bilhetes que remetia a amigos. Porém, sua correspondência era controlada e violada.

O diretor do hospício, o conhecido psiquiatra Juliano Moreira, tornou-se seu amigo e admirador, concedendo-lhe regalias como andar livremente pela instituição e posteriormente até fora dela, quando pode circular pela cidade e refazer suas redes de sociabilidade e solidariedade.

Nova prisão na Ilha das Cobras:

Cerca de um mês e meio depois, João Candido e outros presos foram levados novamente para a ilha das cobras (junho de 1911), onde ficaram 18 meses presos e incomunicáveis, aguardando serem julgados. Como a anistia não permitia que fossem julgados pela Revolta da Chibata, foram acusados de crime de sedição na Ilha das Cobras.

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Sob forte vigilância, João Candido é fotografado horas

antes de ser absolvido no Conselho de Guerra e expulso

da Marinha Brasileira

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Julgamento no Conselho de Guerra – setembro de 1912

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Perseguido, perde empregos seguidos e tem documentos apreendidos pela Capitania Portos (Foto: 50 anos )

João Candido – perseguição e símbolo

de luta

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A difícil vida de pescador artesanal

Esquerda: carregado peixes em 1937 – Direita: Cais Pharoux (Praça XV – RJ)

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““E daí pra cá caí na E daí pra cá caí na penúria, no ódio. penúria, no ódio. Passei a viver na Passei a viver na vida civil. Muito vida civil. Muito perseguido pela perseguido pela

Marinha”Marinha”

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Vendendo peixe no cais em 1957, com 77 anos, ladeado por fiscais da inspeção Vendendo peixe no cais em 1957, com 77 anos, ladeado por fiscais da inspeção sanitária que queriam aparecer na foto com ele.sanitária que queriam aparecer na foto com ele.

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Com a terceira esposa Com a terceira esposa e filhos, no suburbio e filhos, no suburbio

cariocacarioca

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Um símbolo de luta

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Acenando para marinheiros Acenando para marinheiros rebelados em 25/03/1964rebelados em 25/03/1964

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Esq: Palácio do Catete/RJ

Abaixo: Parque Marinha do Brasil (Porto Alegre)

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Falecimento em 06/12/1869 aos 89 anos – enterro sob vigilância policialFalecimento em 06/12/1869 aos 89 anos – enterro sob vigilância policial

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Outros heróis e vítimas anônimas da Revolta da Chibata

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O Mestre-Sala Dos Mares

(Elis Regina - Composição: João Bosco/Aldir Blanc)

Há muito tempo nas águas da GuanabaraO dragão do mar reapareceu

Na figura de um bravo feiticeiroA quem a história não esqueceu

Conhecido como o navegante negroTinha a dignidade de um mestre-sala

E ao acenar pelo mar na alegria das regatasFoi saudado no porto pelas mocinhas francesas

Jovens polacas e por batalhões de mulatas

Rubras cascatasJorravam das costas dos santos entre cantos e chibatas

Inundando o coração do pessoal do porãoQue, a exemplo do feiticeiro, gritava então

Glória aos piratasÀs mulatas, às sereias

Glória à farofaà cachaça, às baleias

Glória a todas as lutas inglóriasQue através da nossa história não esquecemos jamais

Salve o navegante negroQue tem por monumento as pedras pisadas do cais

Mas salveSalve o navegante negro

Que tem por monumento as pedras pisadas do cais

Mas faz muito tempo