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CARTILHA 1 “O CAMINHO DA PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES PÚBLICOS” APOSENTADORIA No intuito de auxiliar a rotina de gerenciamento de pessoal, e minimizar os problemas e dúvidas diárias estamos editando a primeira dentre uma série de Cartilhas temáticas. Iniciamos com o tema Aposentadoria por entender que a efetiva implantação da São Paulo Previdência – SPPREV trouxe aos nossos gerentes uma gama de dúvidas e com ela uma forte angústia aos servidores pré-aposentadoria.

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    CARTILHA 1

    O CAMINHO DA PREVIDNCIA

    DOS SERVIDORES PBLICOS

    APOSENTADORIA

    No intuito de auxiliar a rotina de gerenciamento de pessoal, e minimizar os problemas

    e dvidas dirias estamos editando a primeira dentre uma srie de Cartilhas temticas.

    Iniciamos com o tema Aposentadoria por entender que a efetiva implantao da So Paulo Previdncia SPPREVtrouxe aos nossos gerentes uma gama de dvidas e com ela uma forte angstia aos servidores pr-aposentadoria.

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    SETEMBRO/2010

    GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO

    Alberto Goldman

    SECRETARIA DE ESTADO DA SADE

    Nilson Ferraz Paschoa

    COORDENADORIA DE RECURSOS HUMANOS

    Paulo Henrique Dngelo Seixas

    GRUPO DE GESTO DE PESSOAS

    Maria Sonia da Silva

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    Cartilha TemticaTema 1 Aposentadoria

    PublicaoTrimestral

    Equipe Tcnica:Assistncia TcnicaCentro de Orientaes e NormasCentro de Legislao de PessoalCentro de Pessoal da Administrao Superior e da SedeNcleo de Consolidao do Tempo de Servio

    Colaboradores:Alberto Sinsio FreireDiva Mitie Shinoda AokiMarli dos SantosNeide Benuto

    Nivaldo Damaceno TeixeiraRegina Clia da Silva DechiucioRegina Sancia de Melo da SilvaRosa Fernandes RodriguesSonia Regina Zeferino Santos

    Agradecimentos:Denis Zanini Lima

    Sandra Siqueira Lima

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    APRESENTAO

    Com a edio da Lei Complementar n. 1010, de 01 de junho de 2007, foi institudo o regime prprio da previdnciado Estado de So Paulo SPPREV.

    Tal instituio veio atender a determinao constitucional constante da Emenda Constitucional n. 20/98, que es-tabeleceu que cada ente estatal deveria constituir seu regime previdencirio prprio, ou integrar o Regime Geralda Previdncia Social, de forma que, todos os trabalhadores pblicos sejam vinculados a regimes previdencirios,vindo a ter sua aposentadoria concedida considerado o tempo de contribuio.

    Uma vez instituda a So Paulo Previdncia SPPREV, algumas medidas vem sendo adotadas no mbito da admi-nistrao, visando adequar os procedimentos relativos a aposentadorias e penses nova sistemtica, de modo que

    a SPPREV possa, efetivamente, assumir suas funes e competncias.

    Tais medidas afetam sensivelmente a prtica at ento exercida pela administrao em relao ao assunto, o quemotivou a elaborao deste instrumento, cujo objetivo informar, orientar e compatibilizar os procedimentos comas transformaes delas, no mbito das unidades de Recursos Humanos da Pasta.

    Enfatize-se, ainda, que se altera o fluxo de encaminhamento dos processos, a competncia para a concesso e o pagamen-to, as demais regras e fundamentos para a aposentadoria, j que dados pela Constituio mantm-se inalterados.

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    CONCEITOS GERAIS

    Aposentadoria- direito Constitucional atribudo aos trabalhadores, em geral, independente da rea de atuao,mediante contribuio. No mbito da Administrao Pblica do Estado de So Paulo, a gesto da aposentadoriaest subordinada a SPPREV, contemplando servidores titulares de cargos efetivos, extranumerrios e os servidores

    admitidos sob o regime da Lei 500/74, antes da edio da Lei Complementar 1010/2007.Paridade- garantia do inativo de ter tratamento igual ao dado aos servidores ativos, no tocante a reajustes sala-riais, reenquadramentos ou reclassificao de classes, cargos ou carreiras. uma regra de transio que s alcanaos servidores que passam inatividade em determinadas condies especficas. Quando h perda da paridade, oinativo passa a integrar grupo distinto, para o qual o reajuste ser feito por orientao de lei especfica, que preserveo valor real.

    Pedgio- regra de transio que leva em conta o tempo de servio do servidor at 16/12/1998, data da vignciada Emenda Constitucional n 20, e consiste na exigncia do cumprimento de um tempo adicional correspondente

    a 20% (vinte por cento) ou 40% (quarenta por cento) aplicvel sobre o tempo faltante para completar o tempomnimo de contribuio para a aposentadoria integral ou proporcional, respectivamente.

    Tempo de contribuio - perodo em que o servidor efetivamente contribuiu para a previdncia como garantia dasua aposentadoria; por disposio da EC n 20/98, todo o tempo de servio anterior a 16/12/1998 foi consideradoautomaticamente como tempo de contribuio para aplicao das novas regras do regime previdencirio.

    Abono de Permanncia valor correspondente ao da contribuio restitudo em holerit ao servidor que tenhacompletado todos os requisitos para a aposentadoria, qualquer que seja a modalidade. Uma vez ratificado o tempo

    de contribuio, o servidor continua contribuindo, porm, recebe o mesmo valor de volta. O abono de permannciatem vigncia pecuniria a partir da data do requerimento.

    MODALIDADES DE APOSENTADORIAS

    Aposentadoria Voluntria com proventos integrais

    O servidor requer a aposentadoria aps ter cumprido os requisitos relativos a tempo mnimo de contribuio e

    idade mnima. A integralidade, no necessariamente dever representar o valor da ltima remunerao do servidorquando em atividade.

    Isto porque, em determinados casos, o clculo dos proventos feito considerada a mdia dos vencimentos (base decontribuio) percebidos a partir de julho de 1994.

    Outra condio a prevista no artigo 2. da EC 41/2003, a qual mantm a idade mnima prevista na EC n. 20/98, eo tempo mnimo de contribuio acrescido do pedgio sobre o tempo que, em 16/12/1998 faltava para completaro tempo mnimo para aposentadoria integral. Nestes casos, embora a aposentadoria seja considerada integral, osproventos so calculados com base na mdia dos vencimentos (base de contribuio), e, do resultado sero reduzi-

    dos 5% (cinco por cento) para cada ano que falte para completar a idade mnima prevista na Constituio (55 paramulher e 60 para o homem).

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    Nos termos do artigo40, 1, III, a daC.F./88, alt. pelas

    E.C.s n 20/98 e n41/03

    Ter assegurado o direito de opo pela aposentadoria voluntria com proventosintegrais calculados de acordo com o artigo 40, 3 e 17, da ConstituioFederal, quando, cumulativamente, preencher os seguintes requisitos: tempo mnimo de dez anos de efetivo exerccio no servio pblico e cinco anosno cargo efetivo em que se dar a aposentadoria; sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuio, se homem, e cinqentae cinco anos de idade e trinta de contribuio, se mulher.Os proventos sero calculados, observado o disposto na Lei n. 10.887, de 18 de

    junho de 2004, e reajustados de acordo com o estabelecido em lei (CF - Artigo40 8) - no h mais vinculao com o reajuste do servidor ativo.

    Nos termos doartigo 126, III, a

    da ConstituioEstadual/89 c/c

    artigo 3 da E.C. n41/03

    Ter assegurado o direito aposentadoria voluntria com proventos integrais,calculados de acordo com o 2 do artigo 3 da Emenda Constitucional n

    41/2003, quando preencher, at 16/12/98, o seguinte requisito: trinta e cinco anos de servio, se homem, e aos trinta, se mulher.Os proventos sero revistos na mesma proporo e na mesma data, sempre quese modificar a remunerao dos servidores ativos, sendo tambm estendidos aosaposentados quaisquer benefcios ou vantagens, posteriormente concedidosaos ativos, inclusive quando decorrentes da transformao ou reclassificaode cargo ou funo em que se deu a aposentadoria (EC n. 41/03 - artigo 7).

    Nos termos do artigo

    2, I, II, III, a e b, 1, I, da E.C. n 41/03

    Ter assegurado o direito de opo pela aposentadoria voluntria com proventos

    calculados de acordo com o art. 40, 3 e 17, da Constituio Federal , quando,cumulativamente, preencher os seguintes requisitos: cinqenta e trs anos de idade, se homem, e quarenta e oito anos de idade,se mulher; cinco anos de efetivo exerccio no cargo em que se der a aposentadoria; tempo de contribuio igual, no mnimo, soma de:a) trinta e cinco anos, se homem, e trinta anos, se mulher; eb) um perodo adicional de contribuio equivalente a 20% do tempo que, nadata de publicao da EC n. 20/98, faltaria para atingir o limite de tempo decontribuio previsto no item a.O servidor ter os seus proventos de inatividade reduzidos para cada anoantecipado em relao aos limites de idade estabelecidos no artigo 40, 1, III,a da Constituio Federal, na seguinte proporo: 3,5 %, para aquele que completar as exigncias para aposentadoria na formado caput at 31 de dezembro de 2005;Os proventos sero calculados, observado o disposto na Lei n. 10.887, de 18 de

    junho de 2004, e reajustados de acordo com o estabelecido em lei (CF - Artigo 40,

    6 e 8) - no h mais vinculao com o reajuste do servidor ativo.

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    Nos termos do artigo2, I, II, III, a e b,

    1, II, da E.C. n

    41/03

    Ter assegurado o direito de opo pela aposentadoria voluntria com proventoscalculados de acordo com o art. 40, 3 e 17, da Constituio Federal , quando,cumulativamente, preencher os seguintes requisitos: cinqenta e trs anos de idade, se homem, e quarenta e oito anos de idade,se mulher; cinco anos de efetivo exerccio no cargo em que se der a aposentadoria; tempo de contribuio igual, no mnimo, soma de:a) trinta e cinco anos, se homem, e trinta anos, se mulher; eb) um perodo adicional de contribuio equivalente a 20% do tempo que, nadata de publicao da EC n. 20/98, faltaria para atingir o limite de tempo decontribuio previsto no item a.O servidor de que trata este artigo ter os seus proventos de inatividadereduzidos para cada ano antecipado em relao aos limites de idade

    estabelecidos no artigo 40, 1, III, a da Constituio Federal, na seguinteproporo:5%, para aquele que completar as exigncias para aposentadoria na forma docaput a partir de 1 de janeiro de 2006.Os proventos sero calculados, observado o disposto na Lei n. 10.887, de 18 de

    junho de 2004, e reajustados de acordo com o estabelecido em lei (CF - Artigo40, 6 e 8) - no h mais vinculao com o reajuste do servidor ativo.

    Nos termos do artigo8 I, II, III, a e bda E.C. n 20/98 c/cartigo 3 da E.C. n

    41/03.

    Ter assegurado o direito aposentadoria voluntria com proventos integrais,calculados de acordo com o 2 do artigo 3 da Emenda Constitucional n41/2003, quando preencher, cumulativamente, at 31/12/2003, os seguintesrequisitos: cinqenta e trs anos de idade, se homem, e quarenta e oito anos de idade,se mulher; cinco anos de efetivo exerccio no cargo em que se dar a aposentadoria; tempo de contribuio igual, no mnimo, soma de:

    a) trinta e cinco anos, se homem e trinta anos, se mulher eb) um perodo adicional de contribuio equivalente a 20% do tempo que, em16/12/1998(EC. 20/98), faltaria para atingir o limite de tempo de contribuioprevisto no item a.Os proventos sero revistos na mesma proporo e na mesma data, sempre quese modificar a remunerao dos servidores ativos, sendo tambm estendidos aosaposentados quaisquer benefcios ou vantagens, posteriormente concedidosaos ativos, inclusive quando decorrentes da transformao ou reclassificaode cargo ou funo em que se deu a aposentadoria (EC n. 41/03 - artigo 7).

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    Nos termos do Artigo6, I, II, III, IV da E.C.n 41/03, alt. pelaE.C. n 47/05

    Fica aplicada essa regra a partir de 01/01/2004 que assegura o direito aposentadoria voluntria com proventos integrais, que correspondero totalidade da remunerao do servidor no cargo efetivo em que se der aaposentadoria, na forma da lei que tenha ingressado no servio pblico at adata de publicao da EC n 41/03, quando preencher, cumulativamente, osseguintes requisitos: sessenta anos de idade, se homem, e cinqenta e cinco anos de idade, se mulher; trinta e cinco anos de contribuio, se homem, e trinta anos de contribuio, se mulher; vinte anos de efetivo exerccio no servio pblico; e dez anos de carreira e cinco anos de efetivo exerccio no cargo em que se dera aposentadoria.Aplica-se aos proventos de aposentadorias dos servidores pblicos que se Osproventos sero revistos na mesma proporo e na mesma data, sempre que se

    modificar a remunerao dos servidores ativos, sendo tambm estendidos aosaposentados quaisquer benefcios ou vantagens, posteriormente concedidosaos ativos, inclusive quando decorrentes da transformao ou reclassificaode cargo ou funo em que se deu a aposentadoria (EC n. 41/03 - artigo 7).

    Nos termos doartigo 3 da E.C. n

    47/2005

    Essa regra ser aplicada apenas a partir de 01/01/2004.Ressalvado o direito de opo aposentadoria pelas normas estabelecidas pelo

    art. 40 da Constituio Federal ou pelas regras estabelecidas pelos arts. 2 e6 da Emenda Constitucional n 41, de 2003, o servidor da Unio, dos Estados,do Distrito Federal e dos Municpios, includas suas autarquias e fundaes,que tenha ingressado no servio pblico at 16 de dezembro de 1998 poderaposentar-se com proventos integrais, desde que preencha, cumulativamente,as seguintes condies:I - trinta e cinco anos de contribuio, se homem, e trinta anos de contribuio, se mulher;II - vinte e cinco anos de efetivo exerccio no servio pblico, quinze anos decarreira e cinco anos no cargo em que se der a aposentadoria;

    III - idade mnima resultante da reduo, relativamente aos limites do art. 40, 1, inciso III, alnea a, da Constituio Federal, de um ano de idade para cada anode contribuio que exceder a condio prevista no inciso I do caput deste artigo.Exemplo: Quando utilizar:Quando a soma da idade + o tempo de contribuio for de >= 85 para mulherese >= para homens.Os proventos sero revistos na mesma proporo e na mesma data, sempre quese modificar a remunerao dos servidores ativos, sendo tambm estendidos aosaposentados quaisquer benefcios ou vantagens, posteriormente concedidos

    aos ativos, inclusive quando decorrentes da transformao ou reclassificao decargo ou funo em que se deu a aposentadoria (EC n. 41/03 - artigo 7).

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    Nos termos do artigo 8, I eII, 1, I, a e b e II da E.C.n 20/98 c/c artigo 3 da E.C.n 41/03(Proporcional)

    Ter assegurado o direito aposentadoria voluntria com proventosproporcionais, calculados de acordo com o 2 do artigo 3 da EmendaConstitucional n. 41/2003, quando preencher, cumulativamente, at31/12/2003, os seguintes requisitos: tiver cinqenta e trs anos de idade, se homem, e quarenta e oito anosde idade, se mulher; tiver cinco anos de efetivo exerccio no cargo em que se dar aaposentadoria; contar com tempo de contribuio igual, no mnimo, soma de:a) trinta anos, se homem, e vinte e cinco anos, se mulher; eb) um perodo adicional de contribuio equivalente a 40% do tempoque, em 16/12/1998 (EC n. 20/98), faltaria para atingir o limite detempo de contribuio previsto no item a.

    Os proventos sero revistos na mesma proporo e na mesma data,sempre que se modificar a remunerao dos servidores ativos,sendo tambm estendidos aos aposentados quaisquer benefcios ouvantagens, posteriormente concedidos aos ativos, inclusive quandodecorrentes da transformao ou reclassificao de cargo ou funo emque se deu a aposentadoria (EC n. 41/03 - artigo 7).

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    Aposentadoria Compulsria

    A Constituio federal estabelece que, ao completar 70 anos de idade, o servidor pblico obrigatoriamente apo-sentado. Tal aposentadoria independe de requerimento, podendo ocorrer perda da paridade. O clculo dos pro-ventos proporcional ao tempo e contribuio, aplicando-se a mdia contributiva. A aposentadoria compulsriapode ser:

    - integral, garantida a paridade, desde que o servidor tenha cumprido todos os requisitos (tempo mnimo de con-tribuio e idade mnima)

    - proporcional ao tempo de contribuio, porm garantida a paridade, desde que o servidor tenha cumprido osrequisitos estabelecidos no artigo 8 da EC 20/98 (idade mnima e tempo mnimo acrescido do pedgio), ou idade(65 anos para o homem e 60 para a mulher, e 5 anos de servio pblico) at 31/12/2003;- proporcional ao tempo de contribuio, com perda da paridade quando, ao completar 70 anos, no tenha reunidoqualquer das condies acima mencionada.

    Nos termos do artigo 40, 1, II, C.F./88 alt. p/

    E.C.s n 20/98 e n 41/03

    Quando vier a completar 70 (setenta) anos de idade a partir de01/01/2004.Os proventos sero calculados na seguinte conformidade: proporcionais ao tempo de contribuio: x/35 avos (se homem) -x/30 avos (se mulher) aplica-se a Lei n 10.887/2004.Os proventos sero reajustados de acordo com o estabelecido emlei (CF - Artigo 40 8) - no h mais vinculao com o reajuste do

    servidor ativo.

    Nos termos do art. 40, 1, II, alt. p/ EC n 20/98,c.c. 2, do art. 3 da EC

    n 41/03

    O servidor ser aposentado compulsoriamente, com proventosintegrais ou proporcionais, conforme Parecer PA n 130/2007,quando: ao completar 70 anos de idade, j tiver completado todosos requisitos para aposentadoria voluntria integral ou proporcionalat a data de 31/12/2003.

    Nos termos do art. 40,

    1, II, alt. p/ EC n 20/98,c.c. art. 6 da EC n 41/03

    O servidor ser aposentado compulsoriamente, com proventos

    integrais quando: ao completar 70 anos de idade, j tivercompletado todos os requisitos para aposentadoria voluntriaintegral, a partir de 01/01/2004, nos termos do artigo 6, I, II, III eIV da EC n 41/03, a qualquer tempo.

    Nos termos do art. 40,1, II, alt. p/ EC n 20/98,c.c. art. 3 da EC 47/05

    O servidor ser aposentado compulsoriamente, com proventosintegrais quando: ao completar 70 anos de idade, j tivercompletado todos os requisitos para aposentadoria voluntriaintegral, a partir de 01/01/2004, nos termos do art. 3, I, II e III da

    EC n 47/05, a qualquer tempo.

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    Aposentadoria por invalidez

    Concedida, mediante percia mdica, ao servidor quando acometido de patologia que cause a reduo ou perda dacapacidade laborativa. A aposentadoria por invalidez pode ser concedida com vencimentos integrais ou proporcio-nais, conforme a doena. A perda ou garantia da paridade poder ocorrer nas mesmas condies previstas no casoda aposentadoria compulsria.

    A aposentadoria por invalidez concedida com proventos proporcionais ocorre com a patologia causadora da mesma passvel de recuperao, situao na qual o aposentado poder ter revertida a sua aposentadoria, voltando ao tra-balho. A reverso ocorrer sempre no mesmo cargo ocupado pelo servidor, da por que, nestes casos no podemoster o cargo como vago.

    Nos termos do artigo 40, 1, I, da C.F./88, alterada pela

    E.C. n. 41/03

    Quando o servidor for declarado como invlido permanente, porintermdio de Laudo Mdico, expedido pelo DPME e publicado a partir

    de 01/01/2004.Os proventos sero calculados na seguinte conformidade: proporcionais ao tempo de contribuio, exceto se decorrente deacidente em servio, molstia profissional ou doena grave, contagiosaou incurvel, na forma da lei 8.112/90 (Parecer PA n 206/2006,conforme Comunicado UCRH n 13/2007 e Parecer PA n 330/07); aplica-se a Lei n 10.887, de 18 de junho de 2004; os proventos sero reajustados de acordo com o estabelecido em lei- no h mais vinculao com o reajuste do servidor ativo (CF - Artigo

    40 8 e artigo 15 da Lei Federal 10.887/04); limite de idade no h; os proventos sero integrais, quando ficar constatado que o servidorcompletou todos os requisitos para aposentadoria voluntria integralanteriormente a emisso do laudo de aposentadoria (Parecer PA130/07 e o Comunicado UCRH n 3/2008).Quando combinar alguns dos dispositivos abaixo citados:- Artigo 3, 2, da EC. 41/2003;- Artigo 6, da EC. 41/2003;

    -Artigo 3 da EC. 47/2005

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    SO PAULO PREVIDNCIA SPPREV

    Consideraes

    A primeira grande reforma previdenciria ocorreu com a edio da Emenda Constitucional n. 20, de 1998. Tal re-

    forma, alm de redefinir as regras de aposentadoria estabelecidas no artigo 40 da Constituio Federal de 1988,estabeleceu tambm que cada ente estatal deveria constituir seu Regime Prprio de Previdncia, situao na qual,a aposentadoria passa a ser concedida por tempo de contribuio.

    Sobreveio a Emenda Constitucional n. 41, de 2003, trazendo novas modificaes da regras de aposentadoria e penso.

    Somente em 01 de junho de 2007 o Governo Estadual editou a Lei complementar n. 1010, instituindo a So PauloPrevidncia SPPREV, cumprindo, dessa forma a determinao expressa na EC n. 20/1998.

    O regime previdencirio ora institudo, nos moldes preconizados na EC, deveria albergar exclusivamente servidores

    pblicos titulares de cargos efetivos, entretanto, disposies da LC 1010 geraram excepcionalidade que incluem noregime os servidores extranumerrios e os temporrios admitidos nos termos da Lei 500/74 at 1 de junho de 2007.

    A partir dessa data, os servidores exercentes exclusivamente de cargo em comisso, os temporrios, e empregadospblicos subordinam-se ao RGPS.

    Compete ao SPPREV (art. 3):

    a administrao, o gerenciamento e a operacionalizao dos regimes; a concesso, pagamento e manuteno dos benefcios assegurados pelos regimes; a arrecadao e cobrana dos recursos e contribuies necessrios ao custeio dos regimes; gesto dos fundos e recursos arrecadados; e a manuteno permanente do cadastro individualizado dos servidores pblicos ativos e inativos, dos militares doservio ativo, dos agregados ou licenciados, da reserva remunerada ou reformado, e respectivos dependentes, e dospensionistas.

    Benefcios:

    Compete a SPPREV a formalizao, pagamento e manuteno do benefcio previdencirio.

    LEI COMPLEMENTAR N 1.012/07

    O regulamento dos benefcios previdencirios foi estabelecido pela nova lei ainda mais recentemente promulgada - LeiComplementar n 1.012, de 05 de julho de 2007 (PLC 31), que altera dispositivos da LC 180/78 e Lei n 10.261/68.

    A partir de agora os benefcios cobertos pela SPPREV so: aposentadoria, penso, salrio famlia, auxlio recluso,

    auxlio funeral.

    Beneficirios: cnjuge ou companheiros (unio estvel, ainda que do mesmo sexo), na constncia do casamento, efilhos (as) at os 18 anos no emancipados, bem como os invlidos para o trabalho e os incapazes civilmente, estes

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    dois ltimos desde que comprovem dependncia econmica. Enteados e menor tutelado equiparam-se aos filhos,desde que vivam sob dependncia econmica. Ainda, os pais, na inexistncia dos dependentes anteriores, desdeque comprovem dependncia econmica do servidor.

    Em sntese, entre as principais alteraes esto:

    fixao do benefcio da penso por morte em valor equivalente remunerao do servidor no cargo efetivo emque se deu o bito, ou aos proventos do inativo, at o limite mximo estabelecido para os benefcios do R.G.P.S.,acrescido de 70% (setenta por cento) da parcela que exceder esse limite (art. 144, caput);

    para o beneficirio do professor de ensino mdio e fundamental, no caso de bito antes da aposentadoria, o valorser igual ao valor da mdia das aulas ministradas nos ltimos 12 meses anteriores ao bito;

    equiparao do companheiro ou companheira ao cnjuge (inc. I do art. 147, 5 do art. 148 e art. 150);

    estabelecimento de tratamento idntico aos filhos de qualquer condio ou sexo e regra de cessao de penso aofilho emancipado, e ao que atinja limite de idade, esteja ou no freqentando curso de nvel superior, extinguindo,portanto, a penso para filhos universitrios (inc. II e 1, do art. 147);

    No tocante aos filhos invlidos ou incapazes, a exigncia de comprovao de dependncia econmica em relaoao servidor falecido e da verificao da condio de invalidez ou incapacidade, mediante inspeo por junta mdicapericial, situao em que no h limite de idade para o recebimento da penso, o mesmo sendo necessrio para ocaso de penso aos pais do falecido, enteados ou menores tutelados, ( 5 do art. 147);

    5 do art. 147

    manuteno da penso atribuda aos filhos invlidos ou incapazes somente enquanto durar a invalidez ou incapaci-dade, sendo que a invalidez ou a incapacidade supervenientes morte do contribuinte no conferem direito penso,exceto se tiverem incio durante o perodo em que o dependente estava recebendo penso ( 2 e 4 do art. 147);

    alterao da regra de partilha do valor da penso entre o cnjuge ou companheiro(a) e os filhos, por outra maissimples, adotada pelo R.G.P.S.: o rateio da penso em parcelas iguais entre todos os dependentes habilitados (art. 148);

    O pagamento do benefcio de penso retroagir data do bito, se requerida no prazo de 60 (sessenta) dias deste. O

    pagamento do benefcio ser feito da data do requerimento, quando ultrapassado esse prazo. ( 2 e 3 do art. 148);

    Reverte-se a respectiva quota de penso apenas de filhos para cnjuges e destes para aqueles. Em outro caso,extingue-se a respectiva quota da penso.

    A perda da condio de segurado ocorre em razo de bito, o no cumprimento dos requisitos legais de habilitaoe o matrimnio ou a constituio de unio estvel. No se restabelece a condio perdida. (art. 149);

    Nenhum beneficirio poder receber mais de uma penso decorrente da lei, exceto no caso de filhos de casalcontribuinte, assegurado aos demais a opo pelo benefcio que lhe for mais vantajoso (art. 155);

    Assegurado o direito adquirido aos ATUAIS pensionistas enquanto mantiverem as condies tais como a legislaoanterior previa.

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    O salrio-famlia devido ao servidor ou aposentado de baixa renda, por filho ou equiparado menor de 14 anos, efilho invlido de qualquer idade, cujo critrio para aferio ser o mesmo utilizado para os trabalhadores vinculadosao R.G.P.S. (art. 163-A);

    O auxlio recluso ser pago aos dependentes de servidor de baixa renda recolhido priso. Cessa o direito aobenefcio pela extino da pena; se ao final do processo criminal houver perda do cargo; e por morte do servidor ou

    do beneficirio (art. 163-B);

    O auxlio funeral ser devido ao cnjuge (companheiro), ou na sua falta, aos filhos ou aos pais, que vivam sobdependncia econmica (2 art. 163B);

    A contribuio previdenciria foi fixada em 11% sobre a totalidade da base de contribuio para o ativo (art. 8)

    Para o inativo e pensionista ser de 11% sobre o valor da parcela dos proventos que exceder o teto do RGPS (art. 9);

    base de contribuio total de vencimentos (inclui vantagens pecunirias permanentes, adicionais de carterindividual e qualquer outra vantagem, excludas dirias de viagem, auxlio transporte, salrio famlia, salrio espo-sa, auxlio alimentao adicionais de local de exerccio, parcela decorrente de cargo em comisso ou de funo deconfiana, demais vantagens no incorporveis, abono de permanncia;

    Incide contribuio sobre 13 salrio (art. 10);

    O servidor pode optar pela incluso na base de contribuio de adicionais por local de exerccio e de exerccio decargo em comisso ou funo de confiana, para efeito de clculo do seu benefcio previdencirio;

    O servidor afastado ou o licenciado sem vencimentos fica desvinculado da previdncia, enquanto permanecernessa condio (ter seu vnculo suspenso), portanto, no precisa contribuir, salvo se requerer para contribuir. Nessecaso, precisar recolher a sua contribuio mais a do governo. Em no contribuindo, nesse perodo, os benefcios nolhe assistem, e no conta como tempo de contribuio para fins de aposentadoria.Todavia, nada impede que incorpore eventual tempo de contribuio que, durante o perodo de afastamento, tenhaefetuado junto a outro rgo previdencirio.

    A entrada em vigor desta lei revoga as contribuies previstas na LC 943/03, LC 954/03 e Lei 180/78, bem comona Lei 452/74.

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    PROCEDIMENTOS

    ABONO PERMANNCIA

    1. REQUERIMENTODOSERVIDORSOLICITANDOCONTAGEMDETEMPODESERVIOECONTRIBUIOPARAFINSDEABONODEPERMANNCIA;

    1.1 Elaborao da certido de contagem de tempo de servio e contribuio;

    1.2 Encaminhamento para CRH para ratificao da certido;

    1.3 Depois de ratificada a unidade providencia o preenchimento do formulrio de Abono de Permanncia;

    1.4 A unidade encaminha formulrio juntamente com cpia da certido ratificada ao rgo Pagador, para

    implantao do abono de permanncia.

    APOSENTADORIA VOLUNTRIA INTEGRAL E PROPORCIONAL

    1. REQUERIMENTODOSERVIDORSOLICITANDOCONTAGEMDETEMPODESERVIODECONTRIBUIOPARAFINSDEAPOSENTADORIA;

    1.1 Elaborar certido de contagem de tempo de servio e contribuio;

    1.2 Encaminhar CRH para ratificao da certido;

    1.3 Publicar a ratificao CRH;

    1.4 Comunicar a ratificao ao servidor;

    1.5 Anexar ao processo requerimento dirigido Gerncia de Benefcios da So Paulo Previdncia

    SPPREV;

    1.6 Juntar ao processo nico, cpia de documentos de Identidade (RG.), CPF, Comprovante de

    Endereo Residencial, Certido de Nascimento ou Casamento atualizada com validade de no

    mnimo 6(seis) meses, Comprovante de PIS/PASEP, Comprovante de conta bancria; Termo de

    Notificao e Cincia do Tribunal de Contas do Estado e Anexo III(clculo de aposentadoria);

    1.7 Encaminhar o Processo nico a So Paulo Previdncia SPPREV;

    1.8 Acompanhar publicao no Dirio Oficial e comunicar ao servidor.

    Obs.: Caso a publicao da aposentadoria ocorra durante o gozo de frias ou licena prmio, o servidor deixade ter direito ao perodo restante.

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    APOSENTADORIA COMPULSRIA

    1. Elaborar certido de contagem de tempo de servio e contribuio;1.1 Encaminhar CRH para ratificao da certido;1.2 Publicar a ratificao CRH;

    1.3 Juntar ao processo nico do servidor, cpia de documentos de Identidade (RG.), CPF, Comprovante deEndereo Residencial, Certido de Nascimento ou Casamento atualizada com validade de no mnimo6(seis) meses, Comprovante de PIS/PASEP, Comprovante de conta bancria e Anexo III(clculo deaposentadoria);

    Encaminhar o Processo nico a So Paulo Previdncia SPPREV.

    Obs.: O clculo dos proventos do servidor, at o envio do processo fsico ser efetuado de acordo com abase de dados do sistema da SPPREV. Aps recebimento do processo instrudo com a situao funcional do

    servidor estes clculos sero revistos e corrigidos, quando necessrio.

    APOSENTADORIA INVALIDEZ PERMANENTE (DOENAS PREVISTAS NA LEGISLAO FEDERAL)

    1. Juntar ao processo nico laudo mdico expedido pelo Departamento de Percias Mdicas do Estado - DPME;

    1. 1.1 Juntar ao processo nico do servidor, cpia de documentos de Identidade (RG.), CPF, Comprovantede Endereo Residencial, Certido de Nascimento ou Casamento atualizada com validade de no mnimo6(seis) meses, Comprovante de PIS/PASEP, Comprovante de conta bancria e Anexo III(clculo deaposentadoria);

    1.2 Encaminhar o Processo nico a So Paulo Previdncia SPPREV;

    APOSENTADORIA INVALIDEZ PERMANENTE (DOENAS NO PREVISTAS NA LEGISLAO FEDERAL)

    1. Juntar ao processo nico laudo mdico expedido pelo Departamento de Percias Mdicas do Estado - DPME;1.2 Elaborar certido de contagem de tempo de servio e contribuio;1.3 Encaminhar CRH para ratificao da certido;

    1.4 Publicar ratificao CRH;1.5 Juntar ao processo nico do servidor, cpia de documentos de Identidade (RG.), CPF, Comprovante deEndereo Residencial, Certido de Nascimento ou Casamento atualizada com validade de no mnimo6(seis) meses, Comprovante de PIS/PASEP, Comprovante de conta bancria e Anexo III(clculo deaposentadoria);

    1.6 Encaminhar o Processo nico a So Paulo Previdncia SPPREV.

    Obs.: quando enquadrada com proventos proporcionais ao tempo de contribuio, pressupe-se apossibilidade de recuperao, por parte do servidor, da capacidade laborativa e conseqente REVERSO daaposentadoria, devendo o mesmo retornar ao trabalho e completar o tempo de contribuio para obter a

    aposentadoria com proventos integrais.

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    FLUXO ATUAL DE CONCESSO DE APOSENTADORIA

    A certido dever ser atualizada com a frequncia do ms imediatamente anterior, no podendo no momentode requerer aposentadoria constar um dficit de frequncia superior a 6 meses.

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    DOCUMENTOS PERTINENTES AO PROCESSO NICO DE CONTAGEM DE TEMPO

    - Requerimento do interessado, quando se tratar de aposentadoria voluntria

    - Termo de Cincia de Notificao do Tribunal de Contas, assinado pelo interessado e endereado a So Paulo Pre-

    vidncia ( vide modelo 1)

    - Xerox do RG- Cpia do CPF

    - Cpia do comprovante de PIS/PASEP

    - Cpia Certido de Nascimento/Casamento atualizada a 6 meses

    - Cpia do demonstrativo do ltimo hollerith

    -

    Comprovante de Endereo

    - Ttulo de Nomeao

    - Ttulo de Aproveitamento

    - Decreto de Reintegrao

    - Decreto de Reverso de Aposentadoria

    - Certido de Contagem de Tempo para fins de Disponibilidade de servidor

    - Decreto de Disponibilidade

    - Ttulo de Disponibilidade de servidor

    - Decreto de Cassao de Disponibilidade

    -Portaria de Concesso de Adicional por Tempo de Servio

    - Portaria de Concesso de Sexta-Parte

    - Apostila de Progresso

    - Portaria de Concesso de Adicional Insalubridade

    - Apostila de Promoo por Antigidade

    - Apostila de Promoo por Merecimento

    CONSTAR: CONFERE COMO ORIGINAL

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    - Apostila de Enquadramento que altere a situao funcional do servidor

    - Apostila de Incorporao de Gratificao de Representao

    - Apostila de Gratificao Especial de Atividade

    - Apostila de Nome e RG (quando houver alterao desses documentos)

    - Apostila de Incorporao do artigo 133 da CE/89

    - Decreto de Cassao de Aposentadoria

    - Ato de Exonerao / Dispensa / Demisso

    -Publicao da Relao de Servidores Falecidos

    - Publicao de Parecer favorvel aposentadoria por invalidez

    - Laudo Mdico emitido pelo Departamento de Percias Mdicas do Estado - DPME quando daaposentadoria por invalidez, devendo ser especificado se a molstia se enquadra nas causasdeterminantes de proventos integrais ou proporcionais

    - Certido de Liquidao de Tempo de Servio e Contribuio para aposentadoria, atualizada at 6 mesesanterior ao pedido de aposentadoria, ratificada

    - Formulrio de Abono de Permanncia.

    - Declarao de Salrio de Contribuio

    - Demonstrativo de Clculo para fins de aposentadoria - Anexo III (vide modelo 2)

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    PRINCIPAIS PERGUNTAS E RESPOSTAS

    1) Durante o perodo de licena sem vencimentos, contribu para o IPESP, este perodo poder ser con-tado como tempo de contribuio?

    Resposta:A contribuio feita ao IPESP durante o perodo de licena para tratar de interesses particulares (artigo202 EFP) no ser contada como tempo de contribuio pra fins de aposentadoria. Isto porque o IPESP era um insti-tuto cujo objetivo era garantir a penso aps a morte do servidor. Tanto que durante a sua vigncia, a aposentado-ria era concedida por tempo de servio, e o pagamento corria a expensas do tesouro. Aps a instituio da SPPREV,a contribuio, em situaes desta natureza, facultativa. Se o servidor optar por contribuir espontaneamente paraa SPPREV durante o afastamento, o tempo ser contado naturalmente para fins da aposentadoria.Caso opte por no contribuir a SPPREV, o tempo somente ser contado se comprovar contribuio a qualquer ente

    previdencirio, mediante a regra da compensao.

    2) Posso desmembrar um perodo do meu tempo de contribuio, j ratificado para averb-lo em ou-tro regime previdencirio?

    Resposta:Sim. Condio para o desmembramento:

    a) Quando se tratar de tempo de contribuio para do INSS (empresa privada) e este viabilizou a obteno do

    ABONO DE PERMANENCIA, excluso do tempo torna nula a concesso do mencionado abono, devendo o ser-

    vidor restituir ao errio todo o valor percebido a esse ttulo.

    b) Quando se tratar de tempo de contribuio para o INSS(administrao direta e autarquia) e este foi com-

    putado para fins de concesso de abono de permanncia, adicional, sexta parte, licena prmio, promoo,

    progresso, o tempo dever ser revisto e suprimido os benefcios decorrentes, e conseqente devoluo dos

    valores percebidos a esse ttulo. Devendo esse tempo ser descontado e valores recebidos devolvidos.

    c) Quando se tratar de tempo da Unio, outros Estados, Municpios e Distrito Federal. Se este foi computado

    para qualquer vantagem ou benefcio, dever ser revista a contatem de tempo, os benefcios decorrentes, e

    conseqente devoluo dos valores percebidos a esse ttulo.

    Obs:- Alerta-se que as certides j ratificadas pela SPPREV

    no permite excluso de qualquer tempo

    3) Como fica a situao de um servidor que solicita aposentadoria e queira usufruir frias ou licenaprmio, enquanto aguarda a publicao do ato de aposentadoria?

    Resposta:O servidor que requerer sua aposentadoria e vier a usufruir frias, Licena Prmio ou mesmo que lhe sejaconcedida Licena Sade, tendo, nesse nterim, publicada a sua aposentadoria pela SPPREV, este ato interromperos efeitos dos citados eventos.

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    4) O servidor que vier a ser aposentado com proventos proporcionais ao tempo de contribuio, e,posteriormente solicitar incluso de tempo de contribuio de outro regime previdencirio, poderobter a reviso de sua aposentadoria?Resposta:Sim, desde que no se trate de tempo concomitante. O tempo ser includo, a certido ratificada e o atode aposentadoria retificado pelo rgo competente.

    5) Perodosde licena para tratamento de sade so descontados na apurao do tempo de contribuio?Resposta: No. Nos perodos de licena para tratamento de sade o servidor contribui para a previdncia, no po-dendo ser descontado.

    FORMULRIOS

    ANEXO IA que se refere a Instruo UCRH n. 001, de 05 de maro de 2004

    Ilustrssimo(a) Senhor(a)

    MD Dirigente do

    _________________________________________________ , RG ________________ , (nome)

    _____________________________________________________________________(denominao do cargo-efetivo/funo-atividade- Lei 500/74/Extranumerrio)

    do_________ , classificado(a) nesta SECRETARIA DE ESTADO DA SADE (Subquadro)(Secretaria/PGE/Autarquia)

    tendo em vista j ter cumprido todos os requisitos para a aposentadoria com proventos ____________ , solicito

    contagem de tempo de contribuio com fundamento no _______________________________________________________________________________________________________,

    e opto por permanecer em atividade, requerendo Vossa Senhoria, que seja providenciada a concesso do abono de

    permanncia, institudo pela Emenda Constitucional n. 41, de 19, publicada no D.O.U., de 31 de dezembro de 2003.

    So Paulo, ________/__________/__________

    _________________________________Assinatura

    ANEXO I

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    A que se refere a Instruo UCRH n. 001, de 05 de maro de 2004

    Ilustrssimo(a) Senhor(a)

    MD Dirigente do

    _________________________________________________ , RG ________________ , (nome)_____________________________________________________________________(denominao do cargo-efetivo/funo-atividade- Lei 500/74/Extranumerrio)

    do _____________ , classificado(a) nesta SECRETARIA DE ESTADO DA SADE (Subquadro)(Secretaria/PGE/Autarquia)

    tendo em vista j ter cumprido todos os requisitos para a aposentadoria com proventos ________________ ,solicito contagem de tempo de contribuio com fundamento no ___________________________________________________________________________________________________.

    So Paulo, ___ de _________________ de _________.

    __________________________________________________Assinatura

    SO PAULO PREVIDNCIA-SPPREVGERNCIA DE APOSENTADORIA

    Eu, _________________________________________ , RG. ______________________,cargo/funo atividade ________________________, regime jurdico _________________,Referncia __________ , Grau ___________ , da EV ____________________, lotado(a) na(o)_________________________, venho requerer de Vossa Senhoria, APOSENTADORIA, nos termos

    _____________________________________________________________________Indico para recebimento dos meus proventos o banco ________________ , agencia _______________conta n _____________.Esclareo que poderei ser encontrado em meu endereo residencial, sito a _____________________________________ telefone: ____________ .

    So Paulo, _______,_____________de________

    __________________________________________________

    AssinaturaAPOSENTADORIA

    TERMO DE CINCIA E DE NOTIFICAO

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    RGO OU ENTIDADE: SO PAULO PREVIDNCIA - SPPREV

    PROCESSO N (DE ORIGEM):

    RESPONSVEL PELO ATO DE CONCESSO: GERNCIA DE APOSENTADORIA

    APOSENTADO(A):

    ADVOGADO(S): (*)

    Pelo presente TERMO damo-nos por NOTIFICADOS para o acompanhamento dos atos da tramitao do correspon-dente processo no Tribunal de Contas at seu julgamento final e conseqente publicao, e se for o caso e de nossointeresse, para, nos prazos e nas formas legais e regimentais, exercer o direito da defesa, interpor recursos e o maisque couber.

    Outrossim, estamos CIENTES, doravante, de que todos os despachos e decises que vierem a ser tomados, relati-vamente ao aludido processo, sero publicados no Dirio Oficial do Estado, Caderno do Poder Legislativo, parte doTribunal de Contas do Estado de So Paulo, de conformidade com o artigo 90 da Lei Complementar Estadual n 709,de 14 de janeiro de 1993, iniciando-se, a partir de ento, a contagem dos prazos processuais.

    ________________________________________Local e Data (Municpio do servidor e data do requerimento de aposentadoria)

    ________________________________________Responsvel pelo ato de concesso

    _________________________________________Aposentado(a)

    (nome, cargo e assinatura)

    (*) Facultativo. Indicar quando j constitudo.

    Fonte:Constituio Federal:- Emendas Constitucionais 20/98, 41/2003 e 47/2005Estatuto dos Servidores Pblicos do Estado de So PauloLei Complementar 180/78Lei Complementar 1010/2007Lei Complementar 1012/2007Unidade Central de Recursos Humanos, da Secretaria de Gesto Pblica www.recursoshumanos.sp.gov.br;So Paulo Previdncia SPPREV www.spprev.sp.gov.br

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    REFLEXOVisando contribuir com a qualidade de vida dos servidores que se aproximam do perodo de aposentadoria, bemcomo preparar as reas de Recursos Humanos para o enfrentamento do perodo pr-aposentadoria, anexamos presente cartilha, texto para reflexo, que talvez possa despertar, individual, profissional e institucionalmenteaes voltadas a essa populao.

    RESUMO

    Texto disponibilizado no site: HTTP://pepsic.bvs-psi.org.br

    O estudo investigou a experincia de transio para a aposentadoria na perspectiva subjetiva dos sujeitos quea vivenciaram. Foram entrevistados 20 trabalhadores aposentados no perodo de at 18 meses aps o desligamentode suas atividades laborais. As entrevistas seguiram roteiro semi-estruturado e abordaram o significado pessoaldo trabalho, a deciso de aposentar-se, expectativas, projetos de vida, mudanas percebidas nos mbitos pessoal,

    familiar, social, financeiro, de sade, lazer e ocupao. Os depoimentos foram transcritos na linguagem original dosentrevistados e analisados segundo metodologia qualitativa. Os resultados mostraram padres de ajustamento noperodo inicial da aposentadoria. As variaes no ajustamento aposentadoria podem ser atribudas diferenasindividuais na habilidade de negociar e fazer redefinies de papis e atividades.

    Palavras-chave: Aposentadoria, Transies de carreira, Padres de ajustamento.

    O trabalho um dos aspectos mais relevantes da identidade individual, tal como o prprio nome, o sexo ea nacionalidade. O sucesso e a satisfao no trabalho e na famlia reafirmam o senso de identidade individual etrazem o reconhecimento social da mesma. Em nossa cultura, o papel profissional um dos pilares fundamentaisda auto-estima, identidade e senso de utilidade. Embora esta estreita ligao entre identidade e ocupao possaser mais verdadeira para indivduos situados em profisses de nvel universitrio (Eu sou um advogado...mdi-co.... psiclogo), as caractersticas ocupacionais normalmente se refletem em atitudes, valores e posies polticas,associadas fatores como classe social e nvel de instruo. A identidade individual depende e alterada pelosrelacionamentos sociais. Por outro lado, a participao em atividades sociais fora do mbito profissional geralmenteno to importante para o estabelecimento da identidade e do status social, quanto as atividades de trabalho.Neste sentido, a interrupo de atividades desenvolvidas ao longo de uma vida no cenrio do mundo do trabalho,e a conseqente perda dos vnculos sociais ali estabelecidos, pode trazer danos severos qualidade de vida daspessoas. Este estudo objetiva contribuir com subsdios para o delineamento de programas de interveno que pre-

    parem os indivduos para o enfrentamento desta transio importante de suas vidas, e assim minimizar os impactosnegativos em sade e qualidade de vida freqentemente associados com a aposentadoria. Portanto, esta pesquisainvestigou a experincia de transio para a aposentadoria na perspectiva dos sujeitos que a vivenciam, buscandoidentificar processos de ajustamento a esta nova etapa de vida. Sendo assim, a relevncia deste estudo evidencia-sepela demanda crescente de servios direcionados para indivduos em final de carreira.

    Papel de trabalho, autoconceito e identidade

    A coordenao e o controle das atividades dos membros de uma sociedade se realizam atravs de sistemas de

    posies e papis. O que se espera que um ocupante tpico de determinada posio faa em situaes padronizadasconstitui o papel associado essa posio. Cada indivduo desempenha mltiplos papis, e estes determinam, emparte, a maneira pela qual tratado pelos seus semelhantes. Ou seja, o indivduo define a si mesmo com base nospapis que assume, da mesma maneira como atravs destes definido o seu lugar no grupo social (Berger, 1989).

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    Os papis tambm so construdos pelo prprio sujeito, que ao longo da vida sustenta o seu autoconceitoatravs do desempenho dos papis que lhes so relevantes nos cenrios sociais de sua preferncia. Sendo assim,determinados papis designados socialmente e pessoalmente relevantes so crticos para a identidade e auto-estima, enquanto outros podem ser considerados secundrios pelo sujeito.

    Inmeros autores consideram que o autoconceito a chave do comportamento humano, sendo o resultado

    organizado de processos de autodescrio e de auto-avaliao (Super, 1990). Por outro lado, tambm um processodinmico, pois o indivduo reconfigura a percepo de si mesmo e do seu ambiente na medida em que cresce e sedesenvolve. O autoconceito modifica-se na proporo em que o indivduo enfrenta as tarefas do seu desenvolvi-mento e, entre estas, esto as transies de carreira tpicas de sua cultura.

    Pode-se dizer que a auto-estima do indivduo tambm consiste numa forma de assimilao do prestgio ex-ternamente atribudo aos papis que desempenha. O papel de trabalho constitui a principal fonte de significadosque nutrem as experincias de identidade e auto-estima da maioria dos sujeitos em nossa cultura. Alm de regulara organizao social e satisfazer necessidades de sobrevivncia, o trabalho, na perspectiva psicolgica, uma cate-

    goria central para o desenvolvimento do autoconceito (Zanelli, 1996). Isto sugere que a perda do papel profissionalna aposentadoria pode resultar em sentimentos de perda ou danificao de partes do self.

    A transio para a aposentadoria

    De acordo com Spierer (citado por Schlossberg, Waters & Goodman, 1995) uma transio pode ser definida como:

    qualquer mudana que tenha conseqncias importantes para o comportamento humano... Estas transiespodem ser devidas a fatores biolgicos, sociolgicos, ambientais, histricos ou outros fenmenos . Elas podem terconseqncias que so evidentes imediatamente ou que se manifestam em uma data futura (e assim possuem

    efeitos retardados). Elas podem ser evidentes para amigos e para a sociedade (ficar rico ou perder o emprego) oupassar desapercebidas, embora dramticas, tal como a perda das prprias aspiraes de carreira. Elas podem serrepentinas ou mais cumulativas, tal como acontece com determinadas doenas. (p.28)

    Carter e Cook (1995) sugeriram que a teoria dos papis pode ser uma abordagem frutfera no exame da tran-sio para a aposentadoria. Os papis estruturam atividades e comportamentos que caracterizam e situam o sujeitonum dado contexto social e podem ser fundamentais na compreenso do ajustamento s transies. Nesta perspec-tiva, diferenas individuais no ajustamento mudana podem ser compreendidas atravs do exame das alteraesno desempenho de papis crticos para o autoconceito que acompanham as transies de vida. Carter e Cook (1995)

    utilizaram a teoria dos papis para verificar como as pessoas idosas elaboram as mudanas relacionadas a idade.Os autores relataram que o sucesso na administrao das alteraes em papis importantes para o sujeito deter-mina o ajustamento transies. As variaes no ajustamento aposentadoria podem ser atribudas diferenasindividuais na habilidade de negociar e fazer as redefinies de papis implicadas na sada do mundo do trabalho.

    A aposentadoria pode ser vista como uma transio que envolve a expanso, redefinio e mudana nos pa-pis. As atividades que dependem do contato com colegas de trabalho e as envolvidas na execuo de funes detrabalho tendem a diminuir. Sendo assim, os papis sociais cuja manuteno dependem da interao com cole-gas de trabalho, e os papis profissionais, que realizam partes importantes do self, sero fortemente atingidos.O impacto deste processo na vida ps-aposentadoria ir depender da importncia atribuda pelo sujeito a estes

    papis dependentes-do-trabalho e na disponibilidade de substitutos satisfatrios para os mesmos. Segundo Atch-ley (1999), o processo de aposentadoria significa a transio vivenciada quando abandona-se o papel profissionalexercido at ento para exercer o papel de pessoa aposentada.

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    A transio para a aposentadoria possui fases especficas. A pr-aposentadoria inclui dois momentos: a faseremota, na qual a aposentadoria vista pelo indivduo como um fenmeno positivo que ocorrer algum dia; e afase aproximada, na qual o indivduo orienta-se em relao a uma data especfica para sua aposentadoria. Durantea fase aproximada os indivduos atentam para a iminncia do desligamento do emprego e das situaes sociaisnas quais o papel profissional exercido. Muitos relatam perceber mudanas na maneira pela qual so vistos pelosoutros. Nesse perodo, freqentemente detalham fantasias sobre como acreditam que a aposentadoria ser. Essas

    fantasias podem tanto ser antecipaes realistas do futuro, quanto totalmente irreais, ajudando ou prejudicandorespectivamente a adaptao aposentadoria (Atchley, 1999).

    A segunda fase, denominada lua-de-mel, inicia-se com o evento da aposentadoria propriamente dita. Ca-racteriza-se por ser um perodo de euforia, no qual o indivduo tenta realizar todas as atividades para as quais notinha tempo disponvel antes, na busca de viver as fantasias construdas na fase anterior. Por outro lado, algumaspessoas no vivenciam esta fase, pois no possuem os recursos financeiros para tal, ou no apresentam atitudes topositivas diante da aposentadoria. Portanto, este perodo apresenta durao varivel, podendo ser muito curto ouconsideravelmente longo. De qualquer forma, a maioria das pessoas no consegue manter a excitao da lua-de-

    mel indefinidamente, e buscam estabelecer uma rotina na aposentadoria.

    Aps o trmino do perodo de lua-de-mel, e assim que a rotina comea a reinstalar-se na vida dos sujeitos,algumas pessoas experimentam um perodo de desencantamento, ou mesmo de depresso. Essa a chamada fasedo desencantamento. Como j foi dito anteriormente, durante a fase de lua-de-mel os indivduos tentam viver asfantasias do perodo da pr-aposentadoria. Quanto mais irreais tiverem sido essas fantasias, mais intensamente oindivduo sentir o vazio do desencanto. A falncia das fantasias representa o colapso de uma estrutura de escolhas,o que pode acarretar sentimentos depressivos na medida em que o indivduo deve recomear a estruturar sua vidacom base na realidade da aposentadoria.

    Segue-se a fase de re-orientao. Pode-se perceber claramente um processo de re-orientao em indivduosque vivenciaram fortemente o perodo de desencantamento. A experincia prvia como aposentado possibilitadesenvolver uma viso mais realista das alternativas a partir dos recursos disponveis. Portanto, a re-orientaoenvolve a explorao de novas possibilidades de envolvimento com o mundo em novos projetos de vida. O objetivodesta fase encontrar opes realistas que estabeleam uma estrutura e uma rotina para a vida na aposentadoria,proporcionando aos indivduos um mnimo de satisfao.

    A fase da estabilidade ocorre quando as pessoas lograram estabelecer critrios para lidar de maneira rotineiracom as mudanas e escolhas associadas aposentadoria, o que lhes permite uma rotina confortvel e satisfatria.

    Algumas pessoas vivem esta fase imediatamente aps o trmino do perodo de lua-de-mel; outros ainda s a al-canam depois de uma dolorosa reavaliao de suas metas pessoais; outros ainda nunca chegam a essa fase. nesteperodo de estabilidade que os indivduos realmente assumem o papel de pessoa aposentada, reconhecendo o que esperado de um indivduo nesta posio e sabendo quais so suas capacidades e limitaes.

    Por fim, chega-se fase de trmino. Nesse ponto, ao qual somente algumas pessoas chegam, o papel de aposen-tado perde a relevncia dentro da realidade interna do sujeito. Alguns indivduos retomam o trabalho, mas para a maio-ria, o papel de aposentado abandonado devido doenas incapacitantes. Quando o indivduo no mais capaz deexercer atividades como servios domsticos, autocuidado e afins, a posio de aposentado substituda pela posiode doente e desabilitado; sendo que esta ltima, a partir desse momento, torna-se o fator organizador primrio da vida

    do indivduo. Essa mudana conseqente perda da sade e da independncia, condies necessrias para o adequa-do exerccio do papel do indivduo como sujeito aposentado. A dependncia caracterstica da idade avanada costumaavanar em etapas, o que possibilita uma mudana gradual do papel de aposentado para o papel de desabilitado.

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    Atchley (1999) salienta que no possvel associar as fases do processo de aposentadoria a uma determinadaidade cronolgica ou a algum perodo de tempo. Estas fases dependem do progresso dos processos envolvidos naaproximao, no exerccio e no abandono do papel de aposentado.

    Padres de Ajustamento Aposentadoria

    Atchley (1999) props o reconhecimento da heterogeneidade das respostas adaptativas que os sujeitos apre-sentam diante da aposentadoria. O autor considerou que cada pessoa desenvolve metas pessoais para sua vida, queesto inseridas dentro de uma hierarquia. Assim, o ajustamento necessrio no momento da aposentadoria seriauma funo tanto da importncia do trabalho na hierarquia pessoal do indivduo quanto da medida em que osobjetivos relativos ao trabalho foram atingidos. Portanto, a maioria dos indivduos deve reorganizar essa hierarquiainterna em algum momento da aposentadoria. A reorganizao ser maior quanto mais altas as metas relacionadasao trabalho estiverem dentro da hierarquia pessoal ou quando os objetivos no foram suficientemente atingidos eno h substituto para essa satisfao.

    Trs estudos suportam a hiptese da heterogeneidade de respostas aposentadoria. Neugarten, Havighurste Tobin (1968) identificaram oito padres de adaptao aposentadoria: reorganizadores, focalizados, desengaja-dos, apegados (holding on), constritos, buscadores de segurana, apticos, e desorganizados. Estes padres foramidentificados a partir de trs critrios: (1) tipo de personalidade, (2) extenso da atividade social, e (3) grau desatisfao vital.

    Os reorganizadores substituram as velhas atividades por novas, e mantinham-se altamente engajados e satis-feitos em uma variedade de papis. Os sujeitos focalizados eram mais seletivos em suas ocupaes, e mostravam-semuito satisfeitos dedicando-se aos papis mais valorizados. O estilo desengajado caracterizou-se pelo afastamentodos compromissos sociais associado alta satisfao vital. O envelhecimento constituiu uma ameaa para os ape-

    gados, que tentavam manter os padres vitais da meia idade. Os constritos defendiam-se com afinco das perdas edificuldades relacionadas ao envelhecer e aposentar-se. O faziam atravs da reduo de suas interaes sociais, pelaconstrio de suas energias numa rgida estruturao de seus espaos vitais. Desta maneira conseguiam manter umgrau mdio de satisfao vital. Os buscadores de segurana mantinham nveis mdios de atividade e satisfao vitalna medida em que sentiam-se amparados por pessoas nas quais podiam confiar. Os apticos mostravam caracters-ticas acentuadas de passividade em suas personalidades

    Walker, Kimmer and Price (1981) no seu estudo com 1.511 aposentados identificaram 4 padres de ajusta-mento: os reorganizadores eram altamente ativos em um estilo de vida organizado, haviam planejado a aposenta-

    doria e estavam muito satisfeitos. Aqueles que utilizavam o estilo apegado (holding-on) tambm eram altamenteativos, mas preferiam ter continuado trabalhando, mantendo seu estilo de vida. Eles no haviam planejado a apo-sentadoria e essa era freqentemente involuntria. Apesar da viso negativa que tinham a respeito da aposentado-ria, sua satisfao era alta pelo fato de continuarem trabalhando. Ao contrrio, os aposentados cadeira de balanomantiveram seu nvel de satisfao vital com a aposentadoria porque ansiavam pela diminuio na quantidadede atividades, tendo planejado a aposentadoria. Porm, a satisfao com o novo estilo de vida reduzia-se quandoapresentavam problemas de sade. E os sujeitos classificados como insatisfeitos apresentavam alto nvel de frus-trao e depresso. Muitos foram obrigados a se aposentar, e mostravam dificuldades para encontrar atividadessatisfatrias. Apresentavam sade mais frgil, menor nvel educacional e menor renda.

    Hornstein e Wapner (1985) entrevistaram 24 sujeitos um ms antes e entre seis e oito meses aps a aposentadoria. Aanlise fenomenolgica dos depoimentos revelou quatro estruturas experienciais distintas da transio para aposentado-ria: transio para a velhice, um novo comeo, a continuao da estrutura de vida anterior, e uma ruptura imposta.

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    Para os sujeitos includos no grupo transio para a velhice, a aposentadoria marca a transio para a ltimafase da vida. Este perodo no experienciado como uma fase de novas atividades e projetos, ou de buscar novasoportunidades; mas sim o momento de reduzir o ritmo de atividades, aquietar-se e estabilizar-se numa vida maisrestrita. Estes indivduos no aspiram a emoes novas no trabalho ou nos relacionamentos; ao contrrio, experi-mentam o desejo de descansar, refletir e colocar a vida em ordem. Associavam o trabalho com estresse e aposenta-doria com descanso e lazer. Ao contrrio de outros, no conseguiam diferenciar as atividades de trabalho que gos-

    tavam e sentiam como significativas de outras excessivamente estressantes. Sendo assim, a aposentadoria significao fim do conjunto de atividades associadas ao trabalho, pois no lhes parece possvel traduzi-las para um contextode no-trabalho. Por outro lado, surpreendentemente, estes sujeitos em maioria no sentiam isto como frustrante,e mostravam uma aceitao tranqila de que a vida de trabalho havia terminado (Hornstein & Wapner, 1985).

    Os sujeitos includos na categoria novo comeo percebiam a aposentadoria como um evento muito importan-te, representando o comeo de uma nova fase da vida. Uma fase em que se pode viver de acordo com as prpriasnecessidades, livre das demandas externas. A aposentadoria tem uma qualidade especial, diferente das demaisetapas da vida. A caracterstica central o sentimento de revitalizao, entusiasmo e energia crescente. Este senti-

    mento acompanhado por um senso de ser capaz de apreciar as pequenas coisas da vida e desfrutar do prazer quepodem oferecer. Em contraste com o grupo anterior, vem o futuro como um universo em expanso, cheio de opor-tunidades. o momento de realizar metas por longo tempo adiadas durante os anos de trabalho. Enquanto queos sujeitos situados na estrutura transio para a velhice percebiam-se como essencialmente as mesmas pessoasna aposentadoria, este grupo v na aposentadoria a possibilidade de tornarem-se pessoas novas ou o que sempregostariam de ser (Hornstein & Wapner, 1985).

    Aqueles situados num padro de continuidade no informaram sentimentos de estarem em transio. Asatividades da pr-aposentadoria se mantm na vida aps a aposentadoria, pois continuam trabalhando, havendomudana apenas no tipo de trabalho e/ou emprego. O que significativo que o papel do trabalho na estrutura de

    vida destas pessoas no mudou, ocorreu mudana no estilo de sua atividade laboral. No associam aposentadoriacom velhice e no referem reorganizaes de autoconceito (Hornstein & Wapner, 1985).

    E por fim, os sujeitos identificados como vivendo uma ruptura imposta referiram a perda de sua atividademais valiosa. Sentiam-se frustrados e sem direo na vida. Informaram sentimentos de depresso e raiva, associa-dos a uma sensao de choque. O trabalho era considerado a principal fonte de identidade. Estas pessoas valoriza-vam o passado, percebiam o presente como um vazio, e tentavam fazer reviver o passado no presente (Hornstein& Wapner, 1985).

    Apesar destes trs estudos cobrirem um perodo de quase 20 anos (Hornstein & Wapner, 1985; Neugarten et al,1968; Walker et al, 1981), e apesar de diferenciarem-se em seus mtodos e amostras, todos apoiaram a existncia dediferentes padres de ajustamento aposentadoria. Encontraram diferenas nos nveis de atividade depois da aposen-tadoria, satisfao pessoal, identificao com o trabalho, e principalmente no significado atribudo mudana.

    Alm disto, os resultados dos trs estudos convergem para padres similares. As descries de reorganizados(Neugarten et al, 1968), reorganizados (Walker et al, 1981) e recomeo (Hornstein & Wapner, 1985) so similares,assim como o so tambm as descries de apegados (Neugarten et al, 1968), apegados (Walker et al, 1981) econtinuao (Hornstein & Wapner, 1985). O mesmo ocorre com as descries de desengajado (Neugarten et al,1968), cadeira de balano (Walker et al, 1981) e transio para a terceira idade (Hornstein & Wapner, 1985). Final-

    mente, pode dizer que so anlogas tambm as classificaes de insatisfeitos (Walker et al, 1981) e ruptura imposta(Hornstein e Wapner, 1985).

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    Hornstein e Wapner (1985) constataram que pessoas que experienciam o trabalho como categoria central daidentidade, ou que experienciam uma aposentadoria forada, so as mais insatisfeitas e que tambm apresentamsade mais vulnervel.

    Os padres de ajustamento aposentadoria descritos acima sugerem que pessoas com alto comprometi-mento com o trabalho, ou que no atingiram suas metas profissionais, ou simplesmente inflexveis com relao

    mudanas, encontrem mais dificuldades no ajustamento aposentadoria.

    Neste sentido, a teoria de Atchley (1999) prev menos dificuldades de transio para aqueles que, dentro desua escala pessoal, no posicionavam o trabalho num posto muito alto de hierarquia, ou para aqueles cujo trabalhoocupava um lugar superior na hierarquia pessoal, mas cujas metas profissionais haviam sido alcanadas.

    Kimmel (1990) considerou que a aposentadoria a maior transio da idade adulta, pois assinala, social-mente, a transio da meia-idade para a velhice. Porm, esta importncia raramente reconhecida ou alvo deateno das instituies sociais; e a aposentadoria tende a ser um evento sem um significado social preciso. Neste

    sentido, tal como assinalou Zanelli (1994), alguns idealizam o perodo que vir com a aposentadoria, visto como arecompensa dos esforos de uma vida inteira de trabalho, pois traz a possibilidade do sujeito dedicar-se atividadesproteladas durante muito tempo, e o gozo do lazer. Por outro lado, a aposentadoria pode representar, para muitos,a presena inegvel de questes crticas da existncia, como a proximidade da morte. Portanto, o significado daaposentadoria precisa ser compreendido dentro do espao de vida do sujeito. De acordo com este autor, a aposen-tadoria deve ser principalmente considerada como um processo: o processo de antecipar o novo status na medidaem que este se aproxima, e a elaborao consciente e inconsciente dos conflitos e resocializaes envolvidas nestamudana de status.

    Declarao do problema

    Este estudo verificou a existncia de variaes na experincia de transio para a aposentadoria, considerandoa verificao de padres descritos na literatura e a explorao de novas perspectivas. A investigao destes padres de especial relevncia para a construo de subsdios para programas de preparao para a aposentadoria quecontemplem a diversidade de necessidades e estilos individuais.

    Mtodo

    Sujeitos

    Foram entrevistados 20 trabalhadores oriundos do servio pblico estadual, 8 homens e 12 mulheres, com idadesentre 44 e 62 anos, aposentados, no perodo de at 18 meses aps o desligamento de suas atividades laborais.

    Instrumento

    O instrumento foi um roteiro para entrevista individual, que abordou o significado pessoal do trabalho, adeciso de aposentar-se, expectativas e projetos de vida, e as mudanas percebidas nos mbitos pessoal, familiar,social, financeiro, de sade, lazer e ocupao.

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    Procedimentos

    As entrevistas foram realizadas individualmente na residncia do sujeitos, que assinaram termo de consenti-mento livre e esclarecido para participao na pesquisa. Os depoimentos foram gravados em audiotape e transcri-tos na linguagem original dos entrevistados.

    O contedo das entrevistas foi analisado segundo metodologia de anlise de contedo (Bardin, 1979). O temafoi a unidade de registro escolhida. De acordo com a autora, fazer uma anlise temtica consiste em descobrir osncleos de sentido que compem a comunicao e cuja presena ou freqncia de apario podem significar al-guma coisa para o objetivo analtico escolhido. O recorte de unidades temticas permitiu a construo de categoriasde anlise, ou seja, uma sistematizao conceitual dos contedos registrados nas transcries. Estas categoriasforam as dimenses da experincia de transio que possibilitaram observar variaes sistemticas no depoimentodos sujeitos. A articulao sistmica das categorias levou a constituio de uma descrio interpretativa do conjuntodas informaes.

    Resultados

    Os resultados mostraram variaes na experincia do perodo inicial da aposentadoria. As categorias ana-lticas encontradas podem ser vistas como um conjunto de dimenses descritivas destas variaes. As categoriasanalticas esto descritas a seguir.

    A importncia atribuda ao papel profissional

    O grau de ruptura ou impacto emocional gerado pela aposentadoria mostrou-se diretamente relacionado identificao e satisfao experimentada pelo sujeito em relao ao contedo do seu trabalho. As verbalizaes

    de alguns sujeitos possibilitaram constatar que o contedo da atividade no era vivido como fundamental para aconstruo de suas identidades. Isto ficou evidente em declaraes como no me importa em que setor estavatrabalhando, pelo menos estava trabalhando. Em contraste, outros sujeitos referiram que realizaram-se atravs dotrabalho em declaraes como sempre gostei muito do que fiz, se tivesse que voltar faria a mesma coisa, me sen-tia realizada. O comprometimento afetivo com a empresa no estava necessariamente relacionado importnciaconferida carreira. Isto foi espontaneamente referido por trs participantes. Por exemplo: eu gostava da empresa,mas no fiz questo de crescer profissionalmente.

    A percepo de que os objetivos de carreira haviam sido atingidos

    Houve duas categorias de objetivos citados com relao ao trabalho: econmicos e pessoais. Os sujeitos varia-ram em termos da percepo de que realizaram estas metas. Alguns referiram ter atingido objetivos econmicose no citavam realizaes pessoais. Isto foi referido como motivo de frustrao por dois entrevistados, pois valori-zavam o papel de trabalho como um dos pilares das suas identidades. Nas suas palavras: Eu adorava o que fazia,queria fazer bem feito, sou um cara tico, mas isto no era possvel naquelas condies; eu queria ter um conheci-mento bem maior, mas fiquei sempre no mesmo setor. Outros informaram terem realizado ambos e mostravam-semais satisfeitos. De um modo geral, os indivduos mais fortemente identificados com o seu trabalho referiram teratingido objetivos pessoais e econmicos, enquanto que aqueles fracamente identificados fizeram mais refernciaa objetivos econmicos do que pessoais.

    O impacto emocional da perda do ambiente social do trabalho

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    A perda das amizades cultivadas nos anos de trabalho foi repetidamente citada como um desgaste emocionalrelacionado aposentadoria. Porm, a intensidade deste sentimento variou entre os entrevistados. Alguns sujeitosreferiram-se ao ambiente social do trabalho como a perda mais importante da aposentadoria, por exemplo: aempresa como uma famlia ... eu me sentia melhor l do que em casa. Outros referiram pouco envolvimento socialno trabalho: Minha vida social diminuiu bastante, mas eu j no era muito ativa; mesmo na empresa eu no parti-cipava muito. E alguns sujeitos informaram um sentimento de continuidade dos vnculos criados: o ltimo dia eu

    no consideraria uma despedida, ainda perteno a famlia a gente continua com esta ligao e a vida continua ....

    A percepo de novas possibilidades de papis e atividades

    A possibilidade de desempenhar papis e atividades alternativas quelas exercidas no contexto da vida detrabalho surgiu como aspecto influente na satisfao e ajustamento aposentadoria. Neste sentido, a assunoe/ou renovao de papis familiares foi freqentemente citada. Outros referiram o investimento em atividadesde lazer e interesses diversos, que j vinham sendo desenvolvidos antes da aposentadoria. E alguns participantesreferiram no ter encontrado substitutos satisfatrios para os seus papis profissionais. Estes ltimos evidenciaram

    insatisfao e dificuldades no processo de aposentadoria.

    A possibilidade e a motivao de retorno ao trabalho

    Alguns sujeitos referiram o desejo de retornar ao trabalho, porm consideravam invivel este retorno por mo-tivos de sade e outras limitaes de empregabilidade. Outros no mostraram este desejo por estarem focados emoutros interesses, considerando remota esta possibilidade. E outros mostraram-se ainda engajados na sua carreiraprofissional, atravs do planejamento de uma nova etapa de carreira.

    Estas categorias de anlise possibilitaram a identificao de padres de experincia de transio para a apo-

    sentadoria. Foram encontrados quatro padres bsicos, descritos a seguir.

    I - Retorno ao lar

    Este grupo foi composto por cinco mulheres que, com a aposentadoria, optaram pela dedicao vida familiarem substituio s atividades profissionais. Dedicam-se principalmente aos cuidados com filhos ou netos em fasede crescimento. Referem no terem tido oportunidade de desfrutar do papel de me no passado, pois estavammuito envolvidas no trabalho. Dois sujeitos optaram por adotar uma criana, uma vez que seus filhos biolgicos

    j eram adultos. A aposentadoria vista como uma oportunidade de resgatar o que sentem ter perdido enquanto

    dedicavam-se a carreira. Pensam em retornar a trabalhar no futuro, mas no tem projetos concretos no momento.A aposentadoria foi referida como uma transio conveniente para este grupo, pois oportunizou a dedicao vidafamiliar. Apenas um sujeito deste grupo referiu insatisfao, pois aposentou-se por motivos de sade e, alm disto,assumiu o papel de cuidador dos pais idosos.. E outro, embora tenha considerado a aposentadoria oportuna, referiufrustrao com relao as suas metas de carreira. Estas pessoas no informaram impacto emocional relacionado perda de relaes sociais.

    II - Uma nova etapa de carreira

    Estes seis indivduos no perceberam a aposentadoria como uma ruptura nas suas vidas, pois significou ape-

    nas a transio para uma nova etapa da carreira profissional, na qual buscam adequar o trabalho s suas necessida-des e estilo de vida preferido. Entre estes, quatro ocuparam cargos gerenciais e aspiram novos desafios de carreira.Alm disto, sentem-se realizados no trabalho e satisfeitos com as novas oportunidades trazidas pela aposentadoria.

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    Estas pessoas referem o trabalho como o alicerce principal de suas vidas, e informam o desejo de jamais abandonaro que fazem.

    Na sua totalidade, estes sujeitos informaram a dificuldade de se imaginarem parados, em declaraes como:se eu no tivesse arrumado outro servio de antemo eu no teria me aposentado, no tenho condies de ficarparada, tenho certeza disto. Consideravam que seus objetivos de carreira haviam sido atingidos, mas isto no im-

    plicava em retirar-se da vida profissional. Referiram envolvimento com atividades sociais e participao em gruposde amigos, alguns oriundos do antigo ambiente de trabalho.

    III - Ruptura imposta

    Os quatro sujeitos deste grupo vivenciaram a aposentadoria como a dissoluo de vnculos sociais e labo-rais que possibilitavam estruturar a vida cotidiana e realizar os aspectos mais valorizados das suas identidades.As amizades construdas no trabalho eram mais importantes do que o contedo do mesmo. Referiram retornarfreqentemente ao local de trabalho para rever os amigos. Ainda no encontraram alternativas substitutivas para

    o que sentem ter perdido; e no informaram terem desenvolvido interesses diversos das atividades relacionadas aotrabalho. O trabalho era visto principalmente como um meio de subsistncia e vida social. No vem o ambientefamiliar como adequado aos seus interesses, e gostariam de voltar a trabalhar. Porm, percebem o retorno ao traba-lho como dificultado por limitaes de empregabilidade (falta de qualificao), idade ou sade. O excerto a seguirilustra os sentimentos descritos: No momento que tu parou de ser til parece que ficou de lado, e alm disso tu notem mais utilidade nenhuma dentro de casa, foi excluda. Se a pessoa no tem criana pequena em casa, acho queela tem que trabalhar at morrer.

    IV - Vida nova

    Este grupo foi composto por trs sujeitos que referiram-se a aposentadoria como o tempo de desfrutar a li-berdade de escolher o que se quer fazer a cada momento. Referiram estar desenvolvendo atividades relacionadas ainteresses e habilidades que permaneceram em segundo plano durante os anos da carreira profissional. Sentiam-seentusiasmados como as novas possibilidades de lazer e aprendizagem. Informaram terem se realizado no que dizrespeito ao trabalho, e terem se desligado da vida pr-aposentadoria com facilidade.

    Discusso

    A experincia de aposentadoria interliga aspectos econmicos, familiares e individuais (Binstock & George, 1995).

    Embora alguns padres tenham sido encontrados, observou-se que a aposentadoria tem significados diversos, e que inadequado supor que esta transio tenha um significado geral de declnio, improdutividade e excluso.

    Os padres de experincia de transio encontrados nesta pesquisa so similares descries de estudos ante-riores. Os padres continuidade e recomeo encontrados por Hornstein e Wapner (1985) aproximam-se dos padresuma nova etapa de carreira e nova vida, respectivamente. A denominao ruptura imposta utilizada nesta pesquisafoi tomada emprestada de Hornstein e Wapner (1985), e reflete a similaridade do padro encontrado nestes estu-dos, que tambm aproximam-se dos resultados de Walker, Kimmel e Price (1981) em sua descrio de indivduosinsatisfeitos. O padro retorno ao lar no encontrou correlato em estudos anteriores e sugere a necessidade denovas pesquisas que comparem a experincia de homens e mulheres na transio para a aposentadoria.

    A concepo de que pessoas mais identificadas como seu trabalho teriam mais dificuldades para reorganizar-se frente perda do papel profissional no foi corroborada. Os resultados sugerem que esta reorganizao tambm

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    depender da medida em que os objetivos relativos ao trabalho foram atingidos, e da percepo de alternativassatisfatrias em termos de atividades e papis. A falta destas alternativas foi a caracterstica marcante do grupo queevidenciou dificuldades importantes na transio para a aposentadoria, denominado ruptura imposta. Consideran-do a necessidade de programas de preparao para a aposentadoria, sugere-se que este grupo deva ser assistidono processo de encontrar novas atividades e interesses, a fim de amenizar sentimentos de perda decorrentes doexcessivo e exclusivo envolvimento com o trabalho.

    Bridges (1999) descreveu processos de transio como seqncias que iniciam com uma fase de trmino, aqual segue um perodo denominado de zona neutra, e que se completa com o incio de uma nova fase. Portanto, odesprendimento de um papel altamente valorizado resulta numa experincia de vazio at que a assuno de umnovo papel venha reorganizar o espao vital do indivduo. Neste sentido, alguns sujeitos evidenciaram a experinciade uma necessidade urgente de assumir novas posies de trabalho. Em alguns casos, suspeita-se que esta urgnciasignifique a dificuldade de enfrentar a passagem do tempo e o fato do envelhecimento. Este tipo de situao podeter ocorrido no grupo denominado uma nova etapa de carreira. Em termos de programas de preparao para aaposentadoria, sugere-se que estas pessoas possam se beneficiar de reflexes sobre o tema do envelhecimento, e

    tambm da explorao de atividades que possam flexibilizar aspectos de fixao no papel profissional.

    Ainda considerando as idias de Bridges (1999), os papis familiares buscados e valorizados pelo grupo de-nominado retorno ao lar, podem ser vistos como papis intermedirios entre a posio do trabalhador e a posiodo aposentado. Este papel intermedirio (me cuidadora dos filhos, filha cuidadora dos pais idosos e me adotiva)pode ser interpretado como uma soluo para o sentimento de vazio decorrente do desligamento da vida profissio-nal. Porm, sendo este um estudo transversal e no longitudinal, ou seja, os participantes foram entrevistados umanica vez, sem acompanhamento posterior, no foi possvel observar as fases de um processo de transio. Nestesentido, seria relevante considerar as fases da transio para a aposentadoria descritas por Atchley (1999), a saber:fase remota, pr-aposentadoria, lua-de-mel, desencantamento, reorientao, estabilidade e trmino. No entanto,

    as verbalizaes dos entrevistados situados no grupo vida nova sugerem que estejam vivendo a fase lua-de-mel,ou seja, um perodo de euforia no qual o indivduo se volta para atividades para as quais no tinha tempo na pocaem que trabalhava, na busca de viver as fantasias construdas na pr-aposentadoria. Por outro lado, observou-seque estas fases no transcorrem na dependncia do tempo de aposentadoria, considerando que os participantesdo estudo vivem momentos e sentimentos muito distintos em relao transio. Portanto, sugerem-se novaspesquisas com delineamentos longitudinais, a fim de verificar estes aspectos.

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    Em algum momento preciso escolher, uma das alternativas. Embora recebauma grande ateno, essa fase , na verdade, apenas um passo do processoe somente ter xito se tiver sido precedido de uma preparao adequada.

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