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UNIVERSIDADE CEUMA PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA PARASITÁRIA SÃO LUIS 2013 JÉSSICA FRANCISCA FERNANDES DE OLIVEIRA Avaliação do potencial terapêutico de micropartículas biodegradáveis contendo Punica granatum (Romã) em modelo de asma murina

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Page 1: JÉSSICA FRANCISCA FERNANDES DE OLIVEIRA - ceuma.br Francisca... · Elizabeth Soares Fernandes e Luciana Salles Branco, componentes da banca examinadora de qualificação, pela disponibilidade,

UNIVERSIDADE CEUMA

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA PARASITÁRIA

SÃO LUIS

2013

JÉSSICA FRANCISCA FERNANDES DE OLIVEIRA

Avaliação do potencial terapêutico de

micropartículas biodegradáveis

contendo Punica granatum (Romã) em

modelo de asma murina

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JÉSSICA FRANCISCA FERNANDES DE OLIVEIRA

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL TERAPÊUTICO DE MICROPARTÍCULAS

BIODEGRADÁVEIS CONTENDO PUNICA GRANATUM (ROMÃ) EM MODELO DE

ASMA MURINA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Biologia Parasitária como parte

dos requisitos para a obtenção do título de

Mestre em Biologia Parasitária.

Orientador: Prof. Dr. – Roberto Nicolete

Co-orientador: Prof. Dr. – Marcos Augusto

Grigolin Grisotto

SÃO LUÍS

2013

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Oliveira, Jéssica Francisca Fernandes de.

Avaliação do potencial terapêutico de micropartículas

biodegradáveis contendo Punica granatum (romã) em modelo de

asma murina. / Jéssica Francisca Fernandes de Oliveira. São Luís:

UNICEUMA, 2013.

109 p.

Dissertação (Mestrado) – Biologia Parasitária. Universidade do

CEUMA, 2013.

O48a

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Jéssica Francisca Fernandes de Oliveira

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL TERAPÊUTICO DE MICROPARTÍCULAS

BIODEGRADÁVEIS CONTENDO PUNICA GRANATUM (ROMÃ) EM MODELO DE

ASMA MURINA

A Comissão julgadora da Defesa do Trabalho Final de Mestrado

em Biologia Parasitária, em sessão pública realizada no dia / / ,

considerou o(a) candidato(a)

( ) APROVADA ( ) REPROVADA

1) Examinador __________________________________

2) Examinador ___________________________________

3) Examinador ___________________________________

4) Presidente (Orientador)__________________________________

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iv

Dedico este trabalho aos meus amados

pais, Gilson e Ceiça, pelo amor,

dedicação e zelo.

As minhas irmãs, Vanessa, Aline e

Estefânia, por serem minha alegria e

minhas companheiras.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Roberto

Nicolete, pela confiança.

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v

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, minha verdadeira fonte de sabedoria, alegria e paz; por

estar sempre comigo, guiando cada passo meu; pela fé e força que me dá para lutar e

enfrentar todos os obstáculos e por suprir todas as minhas necessidades.

Aos meus pais, Gilson e Ceiça, por me ensinarem a viver com dignidade e caráter, pelo

esforço que sempre fizeram para que eu pudesse chegar aqui, por desejarem sempre o

melhor a mim, pelo grande apoio, me estimulando nos momentos mais difíceis; pela

compreensão ao serem privados muitas vezes da minha companhia e atenção, e pelo

recíproco imensurável amor que vocês têm por mim.

Às minhas irmãs Vanessa, Aline e Estefânia, por serem motivos de muita alegria na minha

vida. Obrigada pelo amor, pela atenção e pela companhia de vocês, que tornam meus dias

melhores. Amo muito vocês!

Agradeço em especial ao meu orientador, Prof. Dr. Roberto Nicolete, pelas chances

oferecidas, desde a iniciação científica durante a graduação, e agora a realização do

mestrado. A você minha gratidão, pelo desafio lançado em me orientar à distância, e acima

de tudo pela confiança depositada em mim, a qual me deu coragem para ousar, pois

sabendo que dificuldades poderiam surgir acreditou que eu seria capaz de superar cada

uma e vencer. A sua confiança foi condição imprescindível para a realização deste trabalho.

Muito obrigada pelo grande estímulo e incentivo à pesquisa, pela permanente

disponibilidade, que mesmo longe se fez presente em todos os momentos que precisei

durante esses anos de pesquisa, pela dedicação, paciência, e aprendizado científico

transmitido. Serei sempre grata.

Ao meu co-orientador, Prof. Dr. Marcos Grisotto, pela acessibilidade e pelo tempo que se

dispôs a me ajudar gentilmente na elaboração desta dissertação. Muito obrigada por ter

proporcionado discussões e sugestões que serviram para crescimento, aprendizado e

incentivo à pesquisa.

Às professoras Dra. Elizabeth Soares Fernandes e Luciana Salles Branco, componentes da

banca examinadora de qualificação, pela disponibilidade, pela atenção e colaboração ao

meu trabalho, pelas sugestões e críticas construtivas que me ajudaram na conclusão desta

dissertação

Aos demais professores que fazem parte do corpo docente do Programa de Pós-graduação

em Biologia Parasitária, Dr. Valério Monteiro, Dra. Cristina de Andrade Monteiro, Dr. Lídio

Gonçalves, Dra. Patrícia Figueiredo, Dra. Priscila Sabbadini, Dra. Maria Rosa Quaresma e

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vi

Dr. Silvio Monteiro, pelo saber científico transmitido, despertando em mim a busca contínua

desse saber, fazendo-me reconhecer ainda mais, que somos eternos aprendizes.

Aos meus colegas que conviveram comigo no laboratório durante a iniciação científica e

início do mestrado, Maycon, Thayanne, Cássia, Danilo, Michellyne, Silvelene e Juliana,

pelos momentos de alegria que me proporcionaram durante o período que ficaram no

laboratório; e em especial agradeço à minha amiga Wend Jéssica, aos poucos nos

tornamos mais que amigas, quase irmãs... Obrigada por dividir comigo as angústias e

alegrias do dia-a-dia no laboratório, foram momentos maravilhosos, pudemos juntas crescer

e amadurecer cientificamente com os ensinamentos do nosso “pai científico”, prof. Roberto,

que nos deu a oportunidade de sermos as pioneiras da iniciação científica do laboratório de

Imunologia do Ceuma e através disso buscamos sempre fazer o melhor. Obrigada por tudo

Wend!

À prof. Larissa Nicolete que me acompanhou nos “bastidores”, durante todo o período da

pesquisa, pelo exemplo de inteligência e humildade, e por estar torcendo pelo meu futuro

profissional.

Àos meus colegas da “turma IV”, Cláudia, Carol, Márcia, Kátia, Lisiane e Toni (in memorian),

pela convivência, cada um deixou um pouco de si e me ensinaram algo novo durante essa

jornada do mestrado, em especial quero agradecer à Fernanda, à Iven e à Fran, que se

tornaram grandes amigas. Obrigada pelo carinho de vocês, pelos agradáveis momentos de

alegrias, tristezas, brincadeiras que compartilhamos juntas, e por fazerem da rotina do

laboratório uma forma mais prazerosa de desenvolver e crescer cientificamente. Estou na

torcida pelo sucesso de vocês!

À minha irmã-amiga, Sanielle Abrantes, pelas sábias palavras que muitas vezes usou para

me animar, por toda a força e companheirismo. Obrigada my friend!

À minha amiga Flávia Duarte pelo incentivo na realização do meu mestrado, pelo apoio que

sempre me deu, e por diversos momentos de alegria, com muitos risos e gargalhadas, que

fizeram muita diferença (positiva) na minha adaptação em São Luis.

Às minhas amigas de sempre, Tainá e Tâmara, que hoje mesmo longe sempre nos

preocupamos uma com a outra. Agradeço pelo cuidado, carinho e por sempre estarem ao

meu lado me apoiando e torcendo por mim.

Aos funcionários e ao meu colega Diego Garreto do Instituto Florence de Ensino pela

colaboração e ajuda nos experimentos realizados.

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Ao Prof. Dr. Fernando Batista da Costa pelo auxílio e colaboração da Faculdade de Ciências

Farmacêuticas de Ribeirão Preto – USP na realização da caracterização fitoquímica dos

extratos.

À Prof. Dra. Flávia Nascimento pela colaboração e por ter me apresentado as suas alunas

Mayara Cristina e Thiare Silva, que me receberam, me deram todo apoio e me ajudaram

gentilmente nos experimentos realizados no LIF (Laboratório de Imunofisiologia) da UFMA.

À Universidade Ceuma, pela oportunidade na realização do mestrado em Biologia

Parasitária.

Aos funcionários, Ana Cléia (Laboratório de histologia - CEUMA) pelo apoio técnico na

confecção das lâminas histológicas; Orlando (Laboratório de Análises Clínicas – CEUMA)

pelo apoio técnico nas dosagens bioquímicas dos experimentos; Valdir (Biotério – CEUMA),

pela paciência e auxílio no cuidado dos animais e nos experimentos realizados e a todos os

técnicos da sala de preparo que me auxiliaram de alguma forma ao longo desses anos.

Aos meus colegas Nadide, Enzo, Andréia, Dália e Camila, pela admiração e por terem me

proporcionado bons momentos de convívio no laboratório, à Monique Santos e Ronildson

Lima pela paciência, disponibilidade e auxílio nos momentos que precisei em especial para

tirar as fotos das lâminas histológicas.

A secretaria de Pós-graduação, em especial à Nancy Leal e à Erymonica Pereira pela

disponibilidade, simpatia e gentiliza com que me atenderam sempre que precisei durante o

mestrado.

À FAPEMA pelo apoio financeiro.

O meu profundo e sincero agradecimento a todos que contribuíram direta ou indiretamente

para a concretização desta dissertação.

Ninguém vence sozinho.

Muitíssimo Obrigada!

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“Mas os que esperam no Senhor renovam

as suas forças, sobem com asas como

águias, correm e não se cansam,

caminham e não se fatigam” Isaías 40:31.

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RESUMO

O tratamento da asma é ainda hoje um grande desafio devido à diversidade de

mecanismos e moléculas envolvidas na fisiopatologia da doença. Portanto, há uma

clara e evidente necessidade de se buscar novos compostos potencialmente

medicinais, principalmente aqueles derivados de plantas. Nesse contexto, destaca-

se a Punica granatum (L.), conhecida como romã. Dentre as opções para tratamento

das doenças que atingem o sistema respiratório, especialmente a asma, os sistemas

de liberação modificada de fármacos para aplicação intranasal representam uma

importante abordagem terapêutica in situ para o tratamento da inflamação. O

presente estudo teve como objetivo avaliar o efeito terapêutico de micropartículas

biodegradáveis constituídas pelo ácido poli-lático co-glicólico (PLGA) contendo

extrato de romã encapsulado em modelo de asma murina induzida por ovalbumina.

O extrato foi preparado a partir das folhas da P. granatum e caracterizado

qualitativamente por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). Micropartículas

foram preparadas com e sem o extrato e analisadas quanto aos seus diâmetro e

Potencial Zeta. Além disso, foram realizados ensaios para avaliação do

recrutamento leucocitário para a cavidade broncoalveolar e parênquima pulmonar de

camundongos sensibilizados e desafiados com ovalbumina e tratados com as

micropartículas. Foram quantificados proteínas, nitritos e citocinas presentes nos

exsudatos dos lavados broncoalveolares. Os resultados demonstraram que o

tratamento foi capaz de reduzir o recrutamento leucocitário, principalmente

eosinófilos, para a cavidade broncoalveolar e parênquima pulmonar dos

camundongos desafiados com ovalbumina. Os níveis das citocinas IL-1β e IL-5

também foram reduzidos, bem como a produção de muco nos pulmões. Os

resultados obtidos neste estudo demonstram pela primeira vez que o extrato

hidroalcoólico das folhas de P. granatum apresenta atividade anti-asma significativa

e quando encapsulado em micropartículas biodegradáveis potencializa o efeito

terapêutico. Esta abordagem pode ser uma alternativa complementar para a entrega

de bioativos aos pulmões, visando ao tratamento de doenças inflamatórias/alérgicas.

Palavras chave: Micropartículas, Poli (ácido láctico co-glicólico), Punica granatum,

Inflamação, Asma.

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ABSTRACT

The treatment of asthma is still a major challenge due to the diversity of

mechanisms and molecules involved in the pathophysiology of the disease.

Therefore, there is a clear and obvious need to seek new potential medicinal

compounds, especially those derived from plants. In this context, stands out Punica

granatum (L.), known as pomegranate. Among the options for treatment of diseases

affecting the respiratory system, especially asthma, drug-delivering systems for

intranasal application represent an important in situ therapeutic approach for the

treatment of inflammation. The present study aimed to evaluate the therapeutic effect

of biodegradable microparticles formed by poly lactic-co-glycolic acid (PLGA)

containing encapsulated pomegranate extract in a murine model of asthma induced

by ovalbumin. The extract was prepared from the leaves of P. granatum and

qualitatively characterized by high performance liquid chromatography (HPLC).

Microparticles were prepared with and without the extract and analyzed for their

diameter and Zeta Potential. In addition, tests were performed to evaluate the

leukocyte recruitment into the bronchoalveolar lavage (BAL) and pulmonary

parenchyma from mice sensitized, challenged with ovalbumin and treated with the

microparticles. Proteins, cytokines and nitrites present in the BAL exudates were

quantified. The results show that the treatment was able to reduce leukocyte

recruitment, particularly eosinophils, in BAL and lung tissue obtained from mice

challenged with ovalbumin. The levels of the cytokines IL-1β and IL-5 were also

reduced, as well as the mucus production in the lungs. The results from this study

demonstrate for the first time that the ethanol extract from the leaves of P. granatum

shows significant anti-asthma activity and also its use as encapsulated biodegradable

microparticles enhances the therapeutic effect. This approach can be an additional

alternative to delivery bioactives to the lungs for the treatment of inflammatory/allergic

conditions.

Keywords: Microparticles, Poly (lactic-co-glycolic acid), Punica granatum,

Inflammation, Asthma

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SUMÁRIO

RESUMO.................................................................................................................... ix

ABSTRACT ................................................................................................................. x

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................ xiv

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .................................................................... xv

1. INTRODUÇÃO 1

1.1. A asma no contexto do Sistema Imunológico 1

1.2. Terapia para a asma e a Punica granatum (romã) 6

1.3. Sistemas de liberação de drogas e o potencial terapêutico na asma 10

2. OBJETIVOS 12

3. METODOLOGIA 13

3.1. Obtenção do extrato hidroalcoólico das folhas de P. granatum (Romã) 13

3.2. Análise fitoquímica qualitativa 13

3.3. Preparo de micropartículas de PLGA 14

3.4. Preparo das micropartículas de PLGA contendo o extrato de P.

granatum

14

3.5. Caracterização in vitro das micropartículas 15

3.6. Animais utilizados no estudo

3.7. Esquema de imunização e desafio antigênico dos camundongos

3.8. Tratamento dos camundongos com as micropartículas de PLGA

contendo o extrato hidroalcoólico de P. granatum

3.9. Obtenção e contagem total e diferencial das células do lavado

broncoalveolar (LBA)

3.10. Determinação de proteínas totais no LBA dos camundongos

3.11. Determinação da produção de óxido nítrico (NO)

3.12. Determinação de citocinas no LBA

3.13. Análise histológica

3.14. Análise estatística

15

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17

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 20

4.1. Análise fitoquímica do extrato de Punica granatum 20

4.2. Obtenção das micropartículas

4.3. Caracterização das micropartículas

22

23

4.3.1. Análise da distribuição dos diâmetros médios das partículas 23

4.3.2. Determinação do potencial zeta

4.4. Micropartículas contendo extrato de romã inibem o recrutamento

leucocitário, principalmente de eosinófilos, para o LBA

4.5. Micropartículas contendo extrato de romã não alteram o

extravasamento de proteínas para o LBA

4.6. Micropartículas contendo extrato de romã não alteram a produção de

derivados do óxido nítrico no LBA

4.7. Micropartículas contendo extrato de romã diminuem a produção das

citocinas IL-1β e IL-5 no LBA

4.8. Micropartículas contendo extrato de romã inibem o recrutamento

leucocitário e a produção de muco no tecido pulmonar

25

27

29

30

31

33

5. DISCUSSÃO 35

6. CONCLUSÕES

7. REFERÊNCIAS

40

41

Anexo

Apêndice

55

58

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Resposta característica de reação de hipersensibilidade tipo I 2

Figura 2: A. Fruto da Romãzeira; B. Fruto aberto da Romã; C. Sementes e fruto

da Romã; D. Flor e folhas da Romãzeira.

8

Figura 3: Análise do extrato das folhas da romã por cromatografia líquida de alta

eficiência (CLAE)

21

Figura 4: Distribuição dos diâmetros médios das micropartículas 24

Figura 5: Potencial Zeta 26

Figura 6: Efeito do tratamento com micropartículas sobre o número de leucócitos

totais em modelo de asma murina

28

Figura 7: Extravasamento proteico para o lavado broncoalveolar (LBA) de

camundongos.

29

Figura 8: Efeito do tratamento com preparações farmacêuticas sobre a produção

de óxido nítrico.

30

Figura 9: Efeitos do tratamento com as micropartículas sobre a produção de IL-

1β e IL-5.

Figura 10. Histologia dos pulmões

32

34

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AcOH – Ácido acético

CLAE - Cromatografia líquida de alta eficiência

D.O - Densidade ótica

ELISA – do inglês “Enzyme-linked Immunosorbent Assay”

FcεRI - Receptores de membrana de alta afinidade para a porção Fc

FDA - Agência Reguladora de Drogas e Alimentos (do inglês “Food and Drug

Administration”)

HUVEC - Células endoteliais da veia de cordão umbilical humano

ICAM - Molécula de Adesão Intercelular

Ig - Imunoglobulina

IL - Interleucina

LBA - Lavado broncoalveolar

MeCN – Metanol-Acetonitrila

MeOH - Metanol

MHC - Complexo Principal de Histocompatibilidade

MIP-1α – Proteína inflamatória de macrófagos-1 alfa

NF-кB - Fator de transcrição nuclear-кB

NO - Óxido nítrico

Nos - Óxido nítrico sintase

OMS - Organização Mundial de Saúde

OVA - Ovalbumina

PBS - Tampão Fosfato Salina

PLGA - Ácido poli-lático-co-glicólico

PTFE - Politetrafluoretileno

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PVA – Álcool polivinílico

RANTES – Regulada na ativação, expressa e secretada por células T normais,

também conhecida como CCL5

Th – Linfócitos T auxiliares

TNF - Fator de necrose tumoral

VLA – Antígenos muito tardios (do inglês, “Very Late Antigens”)

VCAM – Molécula de adesão vascular

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1. INTRODUÇÃO

1.1 A asma no contexto do Sistema Imunológico

A asma é uma doença inflamatória crônica complexa, a qual afeta as vias

aéreas inferiores. A exposição a estímulos irritantes como endotoxinas bacterianas,

alérgenos, predisposição genética e fatores ambientais são os principais fatores de

risco para o desenvolvimento desta doença e está associada à hipersensibilidade

das vias aéreas, hiperreatividade brônquica e limitação do fluxo aéreo (BARNES,

2003; CORRÊA, MELO, COSTA, 2008). De acordo com a Organização Mundial de

Saúde (OMS) estima-se que 300 milhões de pessoas sofrem de asma em todo o

mundo e que o número de óbitos anuais chega a até 250 mil (WHO, 2012).

A asma pode ser dividida em asma intrínseca e extrínseca, sendo que na asma

intrínseca o indivíduo apresenta histórico negativo de alergia e os sintomas típicos

nesse fenótipo da doença são provenientes de estímulos como o ar frio, exercício

físico, estresse emocional, infecções pulmonares e drogas. A asma extrínseca é

caracterizada por uma reação de hipersensibilidade do tipo 1, denominada asma

alérgica, e representa a maior parte dos casos de asma, na qual há uma resposta

imune direcionada aos alérgenos ambientais presentes na poeira, pólen,

determinados alimentos, pelos de animais, dentre outros (HUMBERT et al.; 1999).

A maior parte dos alérgenos são antígenos de natureza proteica, relativamente

pequenos e muito solúveis. Esses alérgenos ao entrarem em contato com a mucosa

pulmonar se difundem através do epitélio e são capturados por células dendríticas

que migram para os linfonodos e apresentam peptídeos presentes nos alérgenos

complexados às moléculas de MHC (do inglês, Major Histocompatibility Complex)

classe II aos linfócitos T CD4+ naive (Th0) específicos, os quais devido ao

microambiente se diferenciam em linfócitos T CD4+ do padrão Th2. A reação

inflamatória é essencialmente dependente dos linfócitos T CD4+ que secretam

preferencialmente citocinas tipo 2 como IL-4, IL-5 e IL-13. (CORRIGAN e KAY, 1992;

ROBINSON et al., 1992; YSSEL e GROUX, 2000; FIREMAN, 2003), sendo estas as

principais responsáveis pelo desenvolvimento do quadro asmático (MUCIDA, et al.,

2003). Como resultado desse processo inflamatório crônico, o tecido pulmonar pode

sofrer uma profunda mudança estrutural e funcional denominada “remodelamento”

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2

pulmonar (BLUMENTHAL et al., 1995). Os linfócitos Th2 ativados migram para

determinadas zonas nos linfonodos ricas em linfócitos B e induzem a ativação dos

linfócitos B alérgeno-específicos. A secreção de citocinas, derivadas dos linfócitos

Th2, como a IL-4 (COFFMAN e CARTY, 1986; MINTY et al., 1993) leva à mudança

de isotipo dos linfócitos B e consequentemente, estes passam a secretar anticorpos

IgE específicos para o alérgeno (LARCHE, ROBINSON, KAY; 2003). A IgE

produzida liga-se aos receptores de membrana de alta afinidade para a porção Fc

da Imunoglobulina E (FcεRI) que são expressos em basófilos e mastócitos, e após o

subsequente contato com o mesmo alérgeno, ocorre a ligação cruzada destes à IgE

específicas ligadas aos receptores na superfície celular de mastócitos e basófilos

(GOULD e SUTTON, 2008; BISCHOFF, 2007).

Figura 1. Resposta característica de reação de hipersensibilidade tipo I. (Fonte: adaptado de

HOLGATE, 1999).

Esta ligação é seguida pela ativação de vias secretórias nestas células, as

quais liberam mediadores inflamatórios, por exemplo, histamina, leucotrienos e

prostaglandinas que caracterizam a fase imediata da doença e causam aumento da

permeabilidade vascular e intensa broncoconstrição (SANTING et al., 1994;

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3

SCHUILING et al., 1999). Juntamente com outras moléculas como as quimiocinas e

citocinas produzidas nesta fase, ocorre a persistência da inflamação e

desenvolvimento de uma segunda fase, denominada fase tardia, que se inicia 2 ou 3

horas após a exposição ao alérgeno e pode se estender por mais de 24 horas

(BOOIJ-NOORD, 1972; HERXHEIMER, 1952).

Com o início da fase tardia, um microambiente inflamatório é formado pelas

citocinas (IL-4, IL-5, IL-13) (SANDERSON, 1988; CLUTTERBUCK, 1988),

quimiocinas (eotaxina, RANTES, MIP-1α e outras), moléculas de adesão e seus

receptores (VLA-1, VLA-4, ICAM-1, VCAM-1) (ANWAR et al., 1994; WALSH et al.,

1996), que contribuem para a infiltração de leucócitos para o tecido e causam o

dano no tecido pulmonar. A migração de células inflamatórias (eosinófilos,

macrófagos e linfócitos) para o tecido pulmonar é o evento que perpetua na asma e

caracteriza a fase tardia, sendo o grande influxo e a ativação de eosinófilos nas vias

aéreas os principais responsáveis pela cronicidade da doença (AALBERS et al.,

1993; METZGER et al., 1986). O acúmulo de células para o local da inflamação

ocorre a partir do contato e da rolagem de leucócitos circulantes sobre as células

endoteliais (KELLY et al., 2007). Estas etapas são necessárias para a aderência dos

leucócitos ao endotélio e extravasamento plasmático para a área afetada (LUSTER

et al., 2005). O controle destes eventos é multimediado e envolve uma complexa

interação das membranas dos leucócitos com as células endoteliais (KELLY et al.,

2007; ZIMMERMAN et al., 1996). As moléculas de adesão celular (CAMs) são

glicoproteínas expressas na superfície das células, as quais medeiam o contato

entre duas células ou entre células e a matriz extracelular. No contexto da asma, o

aumento de eosinófilos e linfócitos na mucosa das vias aéreas se dá paralelamente

ao aumento na expressão de moléculas de adesão específicas em células

endoteliais, como por exemplo, a selectina-E, ICAM-1 e VCAM-1 (BOCHNER, 2004).

A elevada expressão de moléculas de adesão celular, como a VCAM-1 e a ICAM-1

nas células do endotélio vascular são fundamentais para o desencadeamento da

inflamação pulmonar (BAZAN-SOCHA et al., 2005).

No contexto das citocinas envolvidas na resposta inflamatória, a IL-1β participa

centralmente em respostas imunes locais e sistêmicas e atua como um mediador

fundamental no processo inflamatório. Há evidências de que a desregulação na

síntese e a liberação prolongada de IL-1β podem contribuir para a patogênese de

doenças inflamatórias crônicas, como a doença inflamatória intestinal, psoríase,

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artrite reumatoide e asma (DINARELLO, 1998). Esta citocina atua na fase inicial do

processo inflamatório e exerce múltiplas ações em células endoteliais, incluindo a

indução da síntese de moléculas de adesão, bem como a liberação de diversos

mediadores inflamatórios. Sua presença na asma ocasiona a permanência do

quadro inflamatório e contínuo recrutamento de células para o pulmão. (WHELAN et

al., 2004). Dentre outras citocinas envolvidas na asma, a IL-5 destaca-se, pois

participa da fase tardia da doença, a qual é responsável pela proliferação, acúmulo e

migração de eosinófilos a partir da medula óssea para o sangue. (FACCIOLI et al.,

1996; ROGERIO et al., 2003). Durante a resposta inflamatória alérgica, os produtos

liberados pelos eosinófilos contribuem diretamente para o dano tecidual,

desenvolvimento de hiperreatividade brônquica e também no remodelamento

pulmonar (HUMBLES et al., 2004; WARDLAW et al.,1988).

Outro mediador envolvido em diversos processos biológicos como

vasodilatação e broncodilatação, é o óxido nítrico (NO), o qual também participa da

regulação nos processos inflamatórios. Estudos indicam que o NO desempenha um

papel na regulação da função das vias aéreas, tanto em indivíduos saudáveis

quanto asmáticos (BARNES e LIEW, 1995, SALEH et al., 1998, RICCIARDOLO,

2003). NO exalado pode ser gerado enzimaticamente por três isoformas distintas de

NO sintase (NOS1, NOS2, NOS3), expressas por diferentes tipos de células

presentes no tecido pulmonar normal ou inflamado, tais como células epiteliais

brônquicas das vias respiratórias, células neuronais, macrófagos, neutrófilos,

eosinófilos, mastócitos, e as células endoteliais e do músculo liso. As isoformas

NOS1 e NOS3 são expressas constitutivamente e produzem baixos níveis de NO,

enquanto que a isoforma NOS2 é induzida por produtos bacterianos e/ou citocinas

pró-inflamatórias (MEURS et al., 2003). Assim, em pacientes asmáticos ou em

outras doenças inflamatórias pulmonares, o NO exalado parece derivar da NOS2

expressa das células epiteliais brônquicas ou células inflamatórias (KHARITONOV et

al., 1994, BARNES, 1995; GUO et al., 2000, VAN DER VLIET et al., 2000; YATES,

2001).

Desde o início da década de 1990, modelos experimentais em camundongos

foram estabelecidos para o estudo dos aspectos específicos da asma, permitindo

realizar estudos em animais isogênicos com o sistema imunológico e respiratório

intactos. Modelos animais representam o único método disponível para estudar

alguns processos in vivo da doença, já que aspectos éticos não permitem realizar

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alguns procedimentos invasivos em seres humanos (GUALDI, 2010). Como a

investigação nesta área continua a se expandir, as vantagens e as limitações de

cada modelo devem ser definidas e compreendidas, para que os achados à partir

destes modelos possam ser interpretados no contexto da doença humana, e assim,

novas drogas possam ser desenvolvidas. Apesar de haver diversas diferenças entre

a asma animal e a asma humana, modelos animais têm sido, e continuam a ser,

vitais para a compreensão dos mecanismos envolvidos no desenvolvimento e

progressão da asma (ZOSKY e SLY, 2007). Modelos de asma alérgica em

camundongos têm sido amplamente utilizados com o propósito de elucidar

mecanismos da doença e avaliar a eficácia de novos fármacos como teste pré-

clínico, já que são mais fáceis de manusear e têm, ainda, a vantagem do baixo custo

e a existência de linhagens transgênicas, quando comparados a animais de maior

porte (GUALDI, 2010). Assim como na doença humana, camundongos

desenvolvem, após exposição por via inalatória de antígeno específico com o qual

foram previamente sensibilizados, uma fase imediata dependente da degranulação

de mastócitos mediada por IgE ligada a receptores FcεRI presentes na membrana

dessas células e, posteriormente, apresentam infiltrado celular com predominância

de eosinófilos e linfócitos T. Na maioria dos modelos atuais, os camundongos são

sensibilizados por injeção intraperitoneal de ovalbumina, frequentemente em

conjunto com um adjuvante, como o hidróxido de alumínio. A sensibilização por si só

induz a produção de IgE-ovalbumina específica. Após a exposição secundária à

ovalbumina pela via intranasal, os animais sensibilizados desenvolvem

hiperresponsividade das vias aéreas e recrutamento de eosinófilos para as vias

respiratórias. (KIPS et al, 2003).

Diante deste cenário, como a asma é caracterizada por uma inflamação crônica

e é de aspecto multifatorial, diferentes células efetoras e diversos fatores

desencadeadores estão envolvidos na doença. Assim sendo, fenótipos presentes na

maioria das manifestações de asma foram escolhidos para servirem de objeto de

estudo no modelo animal escolhido: recrutamento celular, extravasamento vascular,

produção de óxido nítrico (NO), produção de citocinas inflamatórias e perfil alérgico

(IL-1β e IL-5), produção de muco e infiltração celular no tecido pulmonar.

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1.2 Terapia para a asma e a Punica granatum (romã)

O tratamento da asma é ainda hoje um grande desafio devido à diversidade de

mecanismos e moléculas envolvidas na fisiopatologia da doença. Atualmente,

existem duas principais categorias de fármacos utilizados no tratamento da asma, os

agonistas β2-adrenérgicos e corticosteróides (broncodilatadores e anti-

inflamatórios). A inalação desses fármacos é o tratamento mais comum para a

asma, entretanto, a frequente administração desse tipo de medicamento está

associada com muitos efeitos colaterais locais e sistêmicos, tais como tosse,

náuseas, supressão da suprarrenal, interferência na produção hormonal e

osteoporose (WANNMACHER, 2006; BARNES, 2004, 2006). Portanto, há uma

necessidade evidente de se buscar novos compostos potencialmente medicinais,

principalmente aqueles derivados de origem natural, como as plantas, visando ao

alcance de novos alvos terapêuticos. Estes novos compostos devem apresentar

relevante atividade na terapia da asma e menos efeitos colaterais quando

comparados com os corticóides, amplamente utilizados no controle dessa doença.

Como fonte destes compostos, as plantas medicinais têm sido amplamente

utilizadas para obtenção de moléculas bioativas para serem exploradas

terapeuticamente.

Com relação à terapia para a asma envolvendo o uso de plantas, estas vêm

sendo descritas para o alívio dos sintomas provocados pela doença desde os

primórdios da humanidade. Há mais de 5.000 anos o chá da espécie Ephedra sínica

já era utilizado na medicina tradicional chinesa como estimulante e antiasmático,

através do efeito broncodilatador atribuído aos alcalóides presentes na espécie, os

quais possuíam afinidade por receptores β adrenérgicos. Porém, o fato de não

serem seletivos para os receptores β da musculatura brônquica, ocasionavam

efeitos cardiovasculares indesejáveis. Assim, fármacos seletivos foram sintetizados

a fim de evitar os efeitos colaterais no sistema cardiovascular (SCHANEBERG et al.,

2003). Os agonistas de receptores β-adrenérgicos são substâncias de maior uso

clínico no combate a broncoconstrição causada pela crise asmática. Apesar da

ampla utilização e de aliviarem parte dos sintomas da asma, os broncodilatadores

desempenham sua função de forma desejada em associação com substâncias anti-

inflamatórias, sendo esta a terapia mais eficiente para o tratamento da asma, visto

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que o controle da inflamação crônica é necessário para diminuição das crises

asmáticas (CORRÊA, MELO, COSTA, 2008).

No Brasil, estudos com plantas medicinais são de grande importância, visto

que são utilizadas em várias áreas da saúde como forma alternativa de tratamento.

Além disso, nosso país apresenta uma rica biodiversidade, devendo-se considerar o

custo mais baixo destas formas terapêuticas em relação aos medicamentos

industrializados (DUARTE et al, 2004). A utilização de plantas como medicamento,

provavelmente é muito antiga e está relacionada com a evolução humana. A

preocupação com a cura das doenças ao longo da história da humanidade, sempre

se fez presente e o homem busca na natureza recursos que melhorem suas

condições de vida para aumentar suas chances de sobrevivência, através da

melhoria de sua saúde (BRASIL, 2006). O uso de plantas medicinais é significativo.

Dados da Organização Mundial de Saúde mostram que aproximadamente 85% da

população mundial utilizaram alguma planta medicinal na busca de alívio de alguma

sintomatologia dolorosa ou desagradável (OLIVEIRA et al., 2006). O uso de terapias

chamadas “alternativas ou complementares” e “caseiras” tem crescido nos últimos

anos, apesar da constante introdução de novas e efetivas drogas no mercado.

Produtos naturais de origem vegetal representam um grande potencial farmacológico

contra a asma, uma vez que podem fornecer moléculas diversas com mecanismos

específicos para o tratamento e controle dessa doença. A busca por terapias mais

eficientes e específicas para o processo asmático com menos efeitos colaterais

mostra que a busca nos produtos naturais é promissora e possui um papel

importante para o descobrimento de novas terapias (CORRÊA, MELO, COSTA,

2008).

Metabólitos secundários de plantas possuem uma larga distribuição, bem como

diversas atividades biológicas. Essas substâncias pertencem a diferentes classes

químicas, o que aumenta a probabilidade de descoberta de novos agentes

terapêuticos no combate da asma (ROGERIO, NUNES, FACCIOLI, 2010).

A Punica granatum (L.), conhecida popularmente como romãzeira é um arbusto

lenhoso, ramificado, cultivada nas regiões tropicais e subtropicais do mundo. Seu

fruto, comestível, é de odor agradável (LORENZI; SOUZA, 2001). Possui folhas

pequenas, rijas, brilhantes e membranáceas; flores vermelho-alaranjadas dispostas

nas extremidades dos ramos, originando frutos esféricos, com muitas sementes em

camadas, as quais se acham envolvidas em arilo polposo (FERREIRA, 2004).

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Tradicionalmente a P. granatum pertence à família Punicaceae, porém análises

filogenéticas moleculares incluíram o gênero Punica na família Lythraceae (HUANG

e SHI, 2002).

Figura 2. A. Fruto da Romãzeira; B. Fruto aberto da Romã; C. Sementes e fruto da Romã; D. Flor e

folhas da Romãzeira.

Extratos de todas as partes da P. granatum são caracterizados por

apresentarem em sua composição compostos fenólicos, incluindo flavonóides

(antocianinas, catequinas e outros complexos flavonóides) e taninos hidrolisáveis

(punicalina, pedunculagina, punicalagina, ácido gálico e elágico), sendo estas as

principais moléculas responsáveis pelas diversas propriedades terapêuticas desta

planta (ISMAIL et al., 2012; WANG et al., 2013). Extratos do fruto, cascas e raízes

da P. granatum são descritos na literatura por apresentarem atividades

antimicrobianas (CHOI et al., 2011; HOFLING et al., 2010; SILVA et al., 2008;

VASCONCELOS et al., 2006), antihelmínticas (FERNANDES et al., 2005),

antiparasitárias (LUIZE et al., 2005; DELL'AGLI et al., 2010; VALDÉS et al., 2010)

anti-inflamatórias e antineoplásicas (JUNG et al., 2006; NAGATA et al., 2007; KHAN

et al., 2007; HONG et al., 2008; SHUKLA et al., 2008; RETTIG et al., 2008;

RASHEED et al., 2010; ADAMS et al., 2010; KHAN et al., 2010; KOYAMA et al.,

2010).

Werkman e colaboradores (2008), através de uma análise da literatura sobre

as aplicações terapêuticas da romã, concluíram que entre as várias propriedades

que a planta possui, destacam-se as propriedades antimicrobiana e anti-inflamatória.

Além disso, seus princípios ativos preencheriam as recomendações da OMS quanto

ao uso de fontes naturais de baixo custo para tratamento de doenças.

Flavonóides extraídos do suco fermentado e do óleo da romã apresentam

atividade inibitória das enzimas ciclooxigenase e lipooxigenase. A ciclooxigenase,

enzima chave na conversão do ácido araquidônico a prostaglandinas (importantes

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mediadores inflamatórios), é inibida em 37% e a lipooxigenase, que catalisa a

conversão do ácido araquidônico em leucotrienos (também importantes mediadores

inflamatórios) é inibida em 75% (SCHUBERT, LANSKI, NEEMAN, 1999).

Um estudo utilizando modelo de inflamação pulmonar induzida por LPS em

camundongos mostrou que o tratamento com o extrato aquoso das cascas da romã

atenua a inflamação pulmonar, e este efeito é atribuído à inibição da atividade da

enzima mieloperoxidase neutrofílica, redução da quantidade de proteínas no LBA,

bem como redução do número de células recrutadas (BACHOUAL et al., 2011).

Poucos estudos são descritos em relação às propriedades terapêuticas das

folhas da romã, embora estas apresentem constituintes semelhantes aos

encontrados nas outras partes da planta e sejam ricas em taninos presentes

exclusivamente nas folhas (BALWANI et al., 2011). As folhas de romã têm atraído

muita atenção devido à sua ampla gama de bioativos. Foi relatado que extratos das

folhas da romã inibem o desenvolvimento de obesidade e hiperlipidemia em ratos

com obesidade induzidos por dieta rica em gordura e estes efeitos são parcialmente

mediados através da inibição da atividade da lipase pancreática (LEI et al., 2007). A

atividade antiparasitária das folhas de romã também foi descrita contra Giardia

lamblia (EL-SHENNAWY et al., 2010). Sugere-se que os compostos fenólicos

contidos predominantemente nas folhas da romã contribuam para os benefícios à

saúde (LAN et al., 2009).

Um estudo recente descreveu pela primeira vez a caracterização e purificação

de um novo composto extraído das folhas da P. granatum, o qual foi testado e

apresentou efeito inibitório sobre a expressão de moléculas de adesão celular em

células endoteliais da veia de cordão umbilical humano (HUVEC) induzida por TNF-α

e mostrou ainda o bloqueio da ativação e translocação do fator de transcrição

nuclear-кB (NF-кB), sugerindo, portanto um potente composto a ser empregado em

desordens inflamatórias que envolvem o recrutamento e migração celular para o

espaço intersticial (BALWANI et al., 2011).

Atualmente, muitos trabalhos científicos vêm estudando as propriedades

medicinais da romãzeira. No entanto, existem poucos estudos etnobotânicos,

toxicológicos e farmacológicos desenvolvidos até o momento, na tentativa de

elucidar os mecanismos de ação e efeitos dos constituintes químicos derivados da

romã. Diante das diversas atividades biológicas descritas e dos diversos metabólitos

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secundários, os quais constituem a planta, é conferida a esta; potencial atividade

contra o processo inflamatório/alérgico desenvolvido na asma.

1.3 Sistemas de liberação de drogas e o potencial terapêutico na asma

Torna-se cada vez mais evidente que somente o desenvolvimento de novos

fármacos não é suficiente para atender as necessidades terapêuticas. As limitações

relacionadas ao uso de substâncias ativas, como o alcance de concentrações

plasmáticas insuficientes, elevado metabolismo, rápida eliminação pelos fluidos

corporais, distribuição inadequada, elevada toxicidade, baixa solubilidade aquosa

(reduzindo a absorção intestinal ou dificultando a preparação de formas

farmacêuticas líquidas), entre outras, têm restringido a introdução de novos

medicamentos no mercado farmacêutico mundial (MEHNERT; MÄDER, 2001).

Neste contexto, há um corrente e notável crescimento das áreas de pesquisa

envolvidas na investigação de novos sistemas destinados à administração de

medicamentos, frequentemente descritos como sistemas de liberação controlada ou

modificada de drogas. Estas áreas representam um desenvolvimento relativamente

novo e, quanto às nossas necessidades em saúde humana, podem melhorar a

eficácia e a segurança na administração dos ativos.

O uso de sistemas nano e microestruturados tem se tornado uma estratégia

interessante no que diz respeito à alteração das características biofarmacêuticas das

drogas, além de oferecer inúmeras vantagens quando comparados aos sistemas

tradicionais, permitindo uma liberação prolongada através da membrana do

carreador, o aumento da biodisponibilidade dos fármacos no sítio de ação, redução

de dose e melhora da posologia sem comprometimento da eficácia terapêutica, além

da capacidade de vetorização ativa ou passiva de fármacos a tecidos e células alvos

(BLASI et al., 2009; PANDEY e AHMAD, 2011; VRIGNAUD et al., 2011).

Nano e micropartículas poliméricas, formadas a partir de polímeros

biodegradáveis vêm sendo pesquisadas com o objetivo de melhorar a terapia de

diversas doenças (PANDEY e AHMAD, 2011). Dentre esses polímeros, o ácido poli-

lático-co-glicólico (PLGA) tem sido extensamente empregado por ser biocompatível,

biodegradável, apresentar uma boa resistência mecânica e ser bastante versátil na

preparação de carreadores, encapsulando diferentes tipos de substâncias, desde

fármacos até proteínas e peptídeos. A degradação desta matriz polimérica ocorre

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por hidrólise não enzimática em fluidos corporais, sendo que os produtos de sua

degradação, os ácidos lático e glicólico, são compostos metabolizados pela via do

Ciclo de Krebs e biotransformados pelas próprias células em água e gás carbônico.

Por apresentar estas características é aprovado pela “Food and Drug Administration”

(FDA) para uso em sistemas de liberação de drogas humano e animal (BARROW,

2004; FREDENBERG et al., 2011).

Ungaro e colaboradores (2009) avaliaram a potencial liberação pulmonar da

insulina a partir de micropartículas porosas de PLGA/ β-ciclodextrina em ratos.

Ainda, avaliaram o perfil de deposição in vivo e a atividade hipoglicêmica. Os autores

ressaltam a viabilidade do uso deste sistema microestruturado, evidenciando que

este foi capaz de alcançar os alvéolos, onde a insulina foi liberada, rapidamente

absorvida e, de forma bioativa, capaz de reduzir os níveis de glicose em doses muito

baixas.

O sistema de liberação controlada é uma modalidade atrativa para o tratamento

de várias desordens pulmonares, entre elas, a asma. Para esta doença, a liberação

sustentada do fármaco no pulmão é altamente desejável a fim de reduzir a

frequência de administração, aprimorar as concentrações efetivas do composto no

sítio da patologia, bem como reduzir de efeitos adversos, elevando a aceitabilidade e

a adesão do paciente ao tratamento (YANG et al., 2009). OH e colaboradores

(2010), a fim de avaliar a eficiência terapêutica de micropartículas de PLGA,

encapsularam o corticoide inalatório Budesonida e o utilizaram no tratamento de

asma em modelo experimental murino induzido por ovalbumina. As micropartículas

apresentaram diâmetros entre 8,2 e 9,2 µm e os resultados demonstraram que estas

reduziram significativamente o número de células inflamatórias, como os macrófagos

e eosinófilos no LBA, bem como a hiperresponsividade brônquica e a infiltração de

células inflamatórias observadas na análise histológica dos pulmões.

Tendo em vista a necessidade pela busca de novos compostos que

apresentem relevante eficiência no tratamento da asma, tanto na composição da

medicação quanto na forma farmacêutica sob a qual os compostos utilizados são

apresentados, micropartículas constituídas pelo ácido poli-lático co-glicólico (PLGA),

contendo extrato da romã mostram-se promissoras para serem utilizadas no

tratamento da asma, conforme resultados obtidos neste estudo.

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2. OBJETIVOS

2.1 Geral

Avaliar o efeito do tratamento com micropartículas biodegradáveis contendo

extrato da Punica granatum (romã) encapsulado ou não em modelo experimental de

asma.

2.2 Específicos

Caracterizar qualitativamente o extrato hidroalcoólico da Punica granatum

(romã);

Preparar e caracterizar micropartículas de PLGA contendo ou não o extrato

de romã encapsulado;

Avaliar o recrutamento celular para o lavado broncoalveolar de camundongos

sensibilizados com de ovalbumina e tratados com as preparações;

Avaliar a produção de proteínas totais e nitritos no lavado broncoalveolar dos

camundongos;

Avaliar o efeito dos tratamentos sobre a produção das citocinas IL-1β e IL-5

no lavado broncoalveolar;

Analisar o infiltrado celular e produção de muco no tecido pulmonar dos

camundongos tratados com as preparações.

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3. METODOLOGIA

3.1. Obtenção do extrato hidroalcoólico das folhas de P. granatum (romã)

As folhas da planta Punica granatum L. foram coletadas no Herbário Ático

Seabra, localizado na Universidade Federal do Maranhão, em São Luís-MA, Brasil.

A planta utilizada está depositada no acervo do Herbário universitário e catalogada

sob o voucher 01002. O extrato hidroalcoólico da espécie P. granatum foi obtido por

maceração de 20 gramas das folhas frescas da planta previamente lavadas e

trituradas em um recipiente fechado contendo 200 mL de solução hidroalcoólica

(etanol 70%, v/v), a temperatura ambiente. Essa solução foi mantida durante 8 dias

em vidro âmbar, sob o abrigo da luz e com agitações ocasionais. Após, procedeu-se

à filtração do líquido extrativo, que, em seguida, foi levado ao rotaevaporador, à

temperatura de 60-70°C em banho termostatizado, para evaporação do solvente

(CORRÊA, 1999). O extrato apresentou um rendimento de 10,35% e o mesmo foi

acondicionado e mantido sob refrigeração para posteriores ensaios.

3.2 Análise fitoquímica qualitativa

As análises foram realizadas por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE)

em fase reversa. O equipamento utilizado foi um cromatógrafo líquido Shimadzu

(Japão) SCL 10 Avp acoplado a detector UV-DAD Shimadzu SPD-M10 Avp e um

injetor automático. O gradiente de eluição consistiu de uma fase móvel binária

composta de H2O (0,5% AcOH) e MeCN em um gradiente linear de 0 a 50 % de

MeCN em 30 min, e de 50 a 100 % de MeCN nos tempos de 30 a 35 min, mantendo

a 100 % de MeCN por mais 5 min para a limpeza da coluna. Foram utilizadas duas

colunas monolíticas acopladas (Onix C18, 200 x 300 mm, Phenomenex) protegidas

por uma pré-coluna equivalente. As amostras foram analisadas pela dissolução de

100 µL do extrato (100 mg/mL) em 500 µL de uma solução de MeOH:H2O (1:1 v/v),

seguida de posterior filtração em filtros PTFE (0,45 µm). O volume injetado foi de

10µL. Foram realizadas corridas entre 250 e 380 nm.

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Este experimento foi feito em colaboração com o Prof. Dr. Fernando Batista da

Costa, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP.

3.3 Preparo das micropartículas de PLGA

O sistema polimérico foi obtido pelo “método da emulsão e evaporação do

solvente” (NIWA et al., 1993; NICOLETE et al., 2007). A fase orgânica foi constituída

pelo polímero PLGA (Resomer RG 505, Alemanha) (100 mg), em proporções

equivalentes entre o ácido láctico e glicólico (50:50 m/m), dissolvidos no solvente

diclorometano (5 mL) (J.T. Baker/Mallinckrodt, Phillipsburg, NJ, USA). Esta fase foi

vertida numa fase aquosa contendo tensoativo (PVA 3% m/v, 40 mL) (Mowiols 40–

88, Sigma-Aldrich). Em seguida as fases foram homogeneizadas a 600 rpm, em um

agitador mecânico vertical (mini-Q 235, Quimis, Brasil). A evaporação do solvente foi

realizada mediante agitação a temperatura ambiente (4 horas). As partículas

passaram pelo processo de lavagem com água destilada estéril (3x), centrifugadas

(1.000 x g, 5 min) e liofilizadas.

3.4 Preparo das micropartículas de PLGA contendo o extrato de P. granatum

O sistema microencapsulado foi obtido pelo método da emulsão e evaporação

do solvente, conforme descrito acima. A fase orgânica foi composta pelo extrato de

romã (100 mg/mL) e o polímero PLGA (Resomer RG 505) (100 mg), dissolvidos no

solvente diclorometano (5 mL) (J.T. Baker/Mallinckrodt, Phillipsburg, NJ, USA). Foi

realizada homogeneização das fases a 900 rpm (mini-Q 235, Quimis, Brasil) por 3

minutos. Ao final desse processo, obteve-se uma emulsão do tipo água-óleo (a/o).

Esta fase foi vertida lentamente sobre uma solução de PVA 3% (40 mL) para

formação da emulsão múltipla (a/o/a), deixando-se em agitação (600 rpm) por 4

horas para a evaporação do solvente (diclorometano), e consequentemente

obtenção das partículas. Estas passaram pelo processo de lavagem com água

destilada estéril (3x), centrifugadas (1.000 x g, 5 min) e liofilizadas.

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3.5 Caracterização in vitro das micropartículas

As partículas foram reconstituídas em água destilada para análise a

temperatura ambiente. Os diâmetros das partículas foram caracterizados por

difratometria a laser utilizando um analisador de tamanho de partícula (LS 13 320

Laser Diffraction Particle Size Analyzer, Beckman Coulter, EUA) e a análise do

Potencial Zeta das partículas foi feito utilizando um Nano Zeta Sizer (Malvern

Instruments, Inglaterra).

Estas análises foram feitas no laboratório de Análise de Sistemas Micro e

Nanoestruturados da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto –

USP.

3.6 Animais utilizados no estudo

Foram utilizados camundongos adultos fêmeas pertencentes à linhagem

BALB/c, pesando entre 20-25g. Os animais foram provenientes da Suprilab –

Biotério e Suprimentos Ltda. (Cachoeirinha-BA) e mantidos sob condições de

experimentação no biotério do Instituto Florence de Ensino Superior, com livre

acesso a água e alimento. Esta pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de

Ética e Experimentação Animal da Universidade Estadual do Maranhão (Protocolo

CEEA/UEMA no 022/2011), (Anexo A). Os animais foram divididos em 6 grupos

(n=6/grupo). O grupo controle negativo recebeu apenas solução salina durante as

etapas de imunização e tratamento e o grupo controle positivo foi sensibilizado com

solução de ovalbumina (OVA), porém não recebeu tratamento. Os demais grupos

foram sensibilizados e tratados com Dexametasona ou com as preparações de

micropartículas.

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3.7 Esquema de sensibilização e desafio antigênico dos camundongos

Os camundongos foram sensibilizados nos dias 0 e 7 por injeção

intraperitoneal de 75 µg de OVA (Sigma Aldrich) e 2,6 mg de hidróxido de alumínio

em 0,2 mL de salina. Nos dias 14 e 21 foram desafiados com solução de OVA (50

µg OVA/50µL de salina estéril), por via intranasal (25 µL por narina), com o auxílio

de uma micropipeta. Este modelo é amplamente utilizado e bem caracterizado, com

características semelhantes às de asma alérgica humana (WAGER et al., 2004). O

grupo controle recebeu durante as sensibilizações e desafios apenas solução salina

estéril.

3.8 Tratamento dos camundongos com as micropartículas de PLGA contendo

extrato hidroalcoólico de P. granatum

Os camundongos previamente sensibilizados foram tratados diariamente a

partir do dia 18 até o dia 21 com as micropartículas contendo extrato hidroalcoólico

de P. granatum encapsulado (10 mg/mL, 25 µL por narina), ou com extrato de romã

não encapsulado (20 mg/Kg, 25 µL por narina) por instilação intranasal. Para

comparação com a terapia clássica, um grupo de camundongos foi tratado com

injeções intraperitoneais de Dexametasona (Decadron®, Aché) (0,4 mg/Kg, 200 µL).

A fim de avaliar a eficácia do extrato encapsulado, outro grupo foi tratado com as

micropartículas controle (10 mg/mL, 25 µL por narina), sem o extrato. Os

camundongos foram mortos 24 horas após o segundo desafio antigênico para a

realização dos estudos (ROGERIO et al., 2007).

3.9 Obtenção e contagem total e diferencial das células do lavado

broncoalveolar (LBA)

As células do LBA foram coletadas através da inserção de um cateter

acoplado a uma seringa contendo 0,5 mL de PBS na traqueia do animal previamente

exposta. Esse procedimento foi repetido 3x com o mesmo volume para obtenção da

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suspensão celular. O exsudato foi coletado individualmente de cada animal e

acondicionado separadamente em tubos plásticos, mantidos sob refrigeração. A

contagem do número total de células presentes nos lavados foi feita imediatamente

utilizando a câmara de Neubauer, com auxílio de microscópio óptico de campo claro

(objetiva de 40x). As contagens diferenciais das células foram feitas em esfregaços

preparados em citocentrífuga, e submetidas à coloração panótica (Instant-Prov,

Newprov, Pinhais, Brasil). Macrófagos, linfócitos, eosinófilos e neutrófilos foram

identificados segundo coloração e características morfológicas específicas de cada

célula, com auxílio de microscópio óptico de campo claro. A objetiva de 100x foi

empregada para a análise diferencial de leucócitos das lâminas na microscopia, com

auxílio de óleo de imersão.

Este ensaio foi feito em colaboração com a Prof. Dra. Flávia Raquel

Fernandes do Nascimento no laboratório de Imunofisiologia da Universidade Federal

do Maranhão (LIF-UFMA).

3.10 Determinação de proteínas totais no LBA dos camundongos

A quantificação de proteínas totais no sobrenadante do LBA foi realizada com

base no método de Biureto, utilizando o Kit de ensaio para Proteínas Totais da

Labtest® Diagnóstica SA (Lagoa Santa, MG, BRA), de acordo com o protocolo do

fabricante, utilizando como padrão solução de albumina 4,0 g/dL contendo azida

sódica 14,6 mmol/L. As absorbâncias do teste foram determinadas em

espectrofotômetro automatizado em 545 nm.

3.11 Determinação da produção de óxido nítrico (NO)

A quantificação dos derivados do óxido nítrico foi feita através da dosagem de

nitritos no LBA, pela reação de Griess. Os sobrenadantes (100 µL) foram incubados

com volumes iguais do reagente de Griess (1% sulfanilamina, 0,1% N-(1-naphtyl)-

ethylendiamina, 2,5% H3PO4) a temperatura ambiente por 10 min. A absorbância foi

medida em espectrofotômetro semi-automático a 540 nm e as concentrações

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calculadas através de uma curva padrão de nitrito de sódio (NaNO2) (NICOLETE et

al., 2009).

3.12 Determinação de citocinas no LBA

Empregando o método de ELISA, foi feita a quantificação das citocinas IL-1β

e IL-5 (R & D Systems, MN, e PharMingen, San Diego, CA). Os anticorpos de

captura foram diluídos em tampão carbonato (100 µL/poço), na concentração

indicada pelo fabricante, e após incubação das placas durante uma noite a 4C, as

mesmas foram lavadas 3x (tampão de lavagem). Após as sucessivas lavagens e

secagem da placa, foram adicionados 300 µL/poço do tampão de bloqueio, seguido

de incubação à temperatura ambiente no mínimo por 1 h. Após o bloqueio, os poços

foram novamente lavados 3x com o tampão de lavagem, e então adicionados 100 L

das amostras para a quantificação das citocinas. Depois de repetido o procedimento

de lavagem da placa, foi adicionado 100µL/poço dos anticorpos de detecção

biotinilados, na concentração indicada pelo fabricante por 2 hs. Após a incubação foi

repetido novo ciclo de lavagem, e em seguida foi feita a amplificação da reação pela

adição de 100 µL/poço de estreptoavidina/biotina com incubação por 1 h a

temperatura ambiente. Em seguida, foram adicionados 100L/poço da solução de

substrato e as placas foram incubadas por 30 minutos à temperatura ambiente. A

reação foi bloqueada pela adição de 50µL/poço de H2SO4 1M. A densidade ótica

(D.O.) foi avaliada em leitor de microplacas com filtro de 450 nm (Metertech Inc.,

modelo 960). Os ensaios foram feitos em duplicata e a concentração de citocinas

calculada a partir da curva padrão.

3.13 Análise histológica

Os pulmões dos camundongos foram fixados em solução de formalina a 10%,

inclusos em parafina, cortados em seções (5 µm) e corados com hematoxilina

eosina (HE) para avaliação do infiltrado celular e com ácido periódico de Schiff para

análise da produção de muco pelas células do glicocálix (“globet”).

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3.14 Análise estatística

Os dados foram expressos como média ± desvio padrão. A comparação entre

os grupos foi feita através do teste de análise da variância (ANOVA) e pós-teste pelo

método de Tukey-Kramer pelo software estatístico GraphPad Prisma 5.0, aceitando

o nível de significância inferior a 5% (P < 0,05).

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4. RESULTADOS

4.1 Análise fitoquímica do extrato de Punica granatum

A presença de algumas classes de metabólitos foi inferida através de seus

espectros de absorção no UV, baseando-se em informações da literatura sobre o

perfil fitoquímico da romã (FISCHER et al., 2011; GIL et al., 2000, LANSKY et al.,

2007). A análise do extrato das folhas de P. granatum por CLAE revelou picos entre

0 e 25 minutos, a maioria deles bem visualizada a 325 nm. Os baixos tempos de

retenção indicam a predominância de substâncias mais polares, enquanto a

visualização em 325 nm indica a presença, principalmente, de compostos fenólicos

(Figura 3). Espectros de absorção no UV dos picos 1, 2 e 3 sugerem a presença de

catequinas (flavan-3-ols, banda II em 270-280 nm). Dessa classe de substâncias

foram descritas para a romã a catequina, epicatequina e 3-galato de

epicagalocatequina (LANSKY et al., 2007). Os picos 11 e 12 sugerem a presença de

flavonóis (banda I em 250-270 nm, banda II em 350 -380 nm). Dessa classe de

substâncias foram descritas para a romã a quercetina e o kampferol (LANSKY et al.,

2007).

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Figura 3. Análise do extrato das folhas da romã por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE)

em fase reversa. Foram utilizadas duas colunas monolíticas acopladas (Onix C18, 200 x 300 mm,

Phenomenex) protegidas por uma pré-coluna equivalente; a fase móvel foi composta de H2O (0.5%

AcOH) e MeCN; e a leitura foi feita a 325nm.

O espectro de absorção no UV de muitos dos picos observados na Figura 3

parecem sugerir a presença de taninos hidrolisáveis derivados provavelmente dos

ácidos gálico e elágico. Os picos 4, 6 e 7 são prováveis derivados do ácido gálico

(UV máx do ácido gálico = 269 nm, derivados = banda II em torno de 260 nm e

banda I em 360 - 380 nm). Muitos são os taninos hidrolisáveis descritos para a romã.

Como exemplos podem ser citados a punicalina, punicalagina, corilagina,

casuarinina e a pedunculagina, entre outros (FISCHER et al., 2011; GIL et al., 2000,

LANSKY et al., 2007).

Os demais picos não puderam ter suas classes inferidas simplesmente a

partir de seus espectros de absorção no UV.

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4.2. Obtenção das Micropartículas

O método pelo qual as micropartículas foram produzidas envolveu a

emulsificação entre a fase orgânica composta pelo solvente orgânico e polímero e a

fase aquosa que continha o extrato da planta e tensoativo. A partir da obtenção das

micropartículas foi determinado o rendimento das mesmas, de acordo com a

fórmula:

R (%) = (Mf/Mi) x 100

R (rendimento das micropartículas), Mf (massa final das micropartículas), Mi (massa

inicial da amostra em g)

De acordo com o cálculo, as micropartículas sem o extrato encapsulado

(controle) apresentaram rendimento de 74,7% e as micropartículas com o extrato

encapsulado 97,9%.

Os valores obtidos mostram que o método para encapsulação do extrato

utilizado neste trabalho apresentou boa eficiência. Foi observado que a adição do

extrato aumentou o rendimento das partículas com relação ao rendimento obtido

para as micropartículas controle. Essa característica sugere que o extrato da romã

adicionado na formulação foi encapsulado ou adsorvido à parede externa do

polímero, já que a quantidade de polímero e as condições experimentais foram

mantidas no preparo das duas formulações (micropartículas controle e

micropartículas contendo o extrato encapsulado).

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4.3. Caracterização das micropartículas

4.3.1 Análise da distribuição dos diâmetros médios das partículas

Após a liofilização das micropartículas obtidas através do método de

evaporação-extração do solvente, foi realizada a caracterização in vitro das mesmas,

através da análise da distribuição dos seus diâmetros médios, sendo reconstituídas

em água bi-destilada, a 25°C. O método utilizado para essas análises foi a

difratometria a laser.

Os sistemas de partículas sem a incorporação do extrato (Fig. 4A) e as

partículas contendo extrato de romã (Fig. 4B) apresentaram, respectivamente,

valores de diâmetro médio de 7,22 e 7,31 µm. Esses resultados revelaram que 50%

das micropartículas contendo ou não o extrato encapsulado apresentaram diâmetros

próximos daqueles possíveis de serem utilizados para a via de administração

intranasal nos animais, uma vez que a análise dos diâmetros por distribuição segue

a curva de Gauss.

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25

(A)

(B)

Figura 4. Distribuição dos diâmetros médios das micropartículas controle (A) ou contendo o extrato

hidroalcoólico de romã (B). As partículas foram reconstituídas em água bi-destilada e analisadas a

temperatura ambiente.

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4.3.2 Determinação do Potencial Zeta

O valor do Potencial Zeta é um parâmetro muito importante a ser analisado nas

partículas, principalmente quando a finalidade destas é a aplicação biomédica, pois

a fagocitose das micropartículas poliméricas pelos macrófagos é favorecida pelo

aumento do valor absoluto dessa medida (LI, TIAN, 1997).

O Potencial Zeta das micropartículas não funcionalizadas (sem a incorporação

do extrato) foi de -0,70 mV. As micropartículas funcionalizadas (contendo extrato de

romã) apresentaram valor de -1,37 mV. A Figura 5 mostra os perfis dos dois

sistemas microparticulados. De acordo com estes resultados, ambas formulações

exibem um valor de Potencial Zeta negativo. O valor encontrado para as

micropartículas sem a encapsulação do extrato (Fig. 5A) é significativamente menor

em valor absoluto do que o das micropartículas contendo o extrato (Fig. 5B).

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(A)

(B)

Figura 5. (A) Potencial zeta com valor de -0,70mV para micropartículas sem a incorporação do

extrato de romã, e (B) Potencial zeta com valor de -1,37 mV para micropartículas contendo o extrato

de romã. As partículas foram reconstituídas em água bi-destilada e analisadas a temperatura

ambiente.

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4.4 Micropartículas contendo extrato de romã inibem o recrutamento

leucocitário, principalmente de eosinófilos, para o LBA

A eficácia terapêutica das micropartículas foi avaliada utilizando modelo de

asma murina. A asma foi induzida através de sensibilizações e desafios com solução

de ovalbumina e os animais foram divididos em grupos os quais receberam os

tratamentos com as micropartículas contendo ou não o extrato de romã,

Dexametasona, ou o extrato não encapsulado. O grupo controle recebeu apenas

solução salina nas sensibilizações e desafios. A característica marcante na asma é o

aumento de células inflamatórias como macrófagos, eosinófilos, neutrófilos e

linfócitos. Portanto, foi feita a contagem total e diferencial das células inflamatórias

obtidas a partir do LBA dos pulmões dos animais para avaliação do efeito dos

tratamentos utilizados (Fig. 6).

O número total de células inflamatórias do grupo de animais com asma (OVA)

foi 30,8 x 104 céls/mL, estatisticamente mais elevado que o grupo controle (animais

não asmáticos) (Fig. 6A). Esse número foi significativamente reduzido quando

comparado aos grupos tratados com as micropartículas contendo o extrato de romã

encapsulado (16,9 x 104 céls/mL), ou com a Dexametasona (19,0 x 104 céls/mL) ou

com o extrato de Romã não encapsulado (14,6 x 104 céls/mL). O grupo que recebeu

as micropartículas controle, ao contrário dos outros grupos de tratamento, mostrou

um aumento estatisticamente significativo no número de células recrutadas (38.06 x

104 céls/mL). Em relação aos tipos celulares, o número de eosinófilos (Fig. 6E),

principais células envolvidas no processo inflamatório crônico da asma, foi

significativamente reduzido no grupo de animais tratados com as micropartículas de

romã (1,24 x 104 céls/mL) quando comparado ao grupo asmático (OVA, 4,7 x 104

céls/mL). Os animais que receberam as micropartículas controle ou a Dexametasona

como tratamentos também apresentaram contagens baixas dessas células.

Entretanto, os animais tratados com o extrato de romã não encapsulado não

mostraram redução significativa comparados ao grupo OVA. Em relação aos

neutrófilos, o grupo de animais que recebeu as micropartículas controle

apresentaram um aumento estatisticamente significativo (13,22 x 104 céls/mL)

comparado aos grupos salina (0,13 x 104 céls/mL), OVA (0,21 x 104 céls/mL) e

Dexametasona (0,60 x 104 céls/mL). Foi observada também a redução desse

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número de células na presença do extrato encapsulado, ou seja, os animais tratados

com as micropartículas contendo o extrato encapsulado apresentaram redução

significativa de neutrófilos (1,01 x 104 céls/mL) comparados com o grupo que

recebeu as micropartículas controle.

Figura 6. Efeito dos tratamentos com as preparações sobre o número de leucócitos totais em modelo

de asma murina. Amostras do LBA de camundongos (n=6) foram coletadas e após 24h do último

desafio com OVA foi realizada contagem total das células em câmera de Neubauer (A). Contagem de

Macrófagos (B), Linfócitos (C), Neutrófilos (D) e Eosinófilos (E) foram realizadas em esfregaços

preparados em citocentrífuga e coradas com corante panótico. Os dados são mostrados como sendo

média +/- DP. * p<0,05, ** p<0,01 *** p<0,001, comparados com controle negativo (salina); ##

p<0,01, e ### p<0.001 comparados com o grupo Ova, & p<0,05, &&& p<0,001 comparados com o

grupo Dexametasona, $ p<0,05 e $$$ p<0,001 comparados ao grupo micropartículas controle.

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4.5 Micropartículas contendo extrato de romã não alteram o extravasamento de

proteínas para o LBA

O início do processo inflamatório é caracterizado por eventos vasculares que

ocorrem imediatamente após o estímulo inflamatório, o que provoca vasodilatação

seguido de maior permeabilidade vascular e consequente passagem de moléculas

para o tecido inflamado. Para avaliar se os tratamentos utilizados no modelo de

asma apresentaram efeitos sobre o extravazamento de proteínas para o tecido

pulmonar, a quantificação de proteínas totais foi avaliada no LBA dos animais (Fig.

7). Nenhuma redução significativa nos níveis de proteínas foi obtida pelos

tratamentos com as micropartículas ou com o extrato não encapsulado.

Figura 7. Extravasamento proteico para o lavado broncoalveolar (LBA) de camundongos. Os animais

foram divididos em grupos: Salina, Ova, Dexametasona, Micropartículas controle, Micropartículas

romã e romã (extrato não encapsulado). Os dados são mostrados como sendo média +/- DP.

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4.6 Micropartículas contendo extrato de romã não alteram a produção de

derivados do óxido nítrico no LBA

Com o objetivo de avaliar se o tratamento com as preparações contendo o

extrato de romã foi capaz de alterar a produção de NO pelos leucócitos,

principalmente macrófagos, foram quantificados os níveis de nitritos produzidos no

LBA dos camundongos. Os resultados deste estudo demonstram que, exceto o

aumento observado para o grupo tratado com o extrato de romã não encapsulado,

não houve diferença na produção de NO entre os outros grupos avaliados.

Figura 8. Efeito do tratamento com preparações farmacêuticas sobre a produção de óxido nítrico.

Amostras do LBA de camundongos foram coletadas 24h após o último desafio com OVA e

quantificada a produção de óxido nítrico através de seus derivados pelo método de Griess. Os dados

são mostrados como sendo média +/- DP. * p<0.05, comparado com controle (salina); # p<0,05,

comparado com o grupo Ova.

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4.7 Micropartículas contendo extrato de romã diminuem a produção das

citocinas IL-1β e IL-5 no LBA

A quantificação das citocinas IL-1β e IL-5 no LBA dos animais foi determinada

por ELISA (Fig. 9). Os resultados mostram que no grupo de animais asmáticos

(OVA) houve aumento significativo nos níveis de IL-1β em comparação com o grupo

controle (Salina) e este aumento foi significativamente atenuado por todos os

tratamentos (Fig. 9A). Os grupos tratados com Dexametasona e com as

micropartículas contendo o extrato apresentaram níveis semelhantes ao grupo

controle (Salina). Os tratamentos com as micropartículas controle (sem extrato) e

extrato não encapsulado (romã) também apresentaram redução significativa em

comparação com o grupo controle. Quanto aos níveis de IL-5 (Fig. 9B), o tratamento

com as micropartículas contendo o extrato de romã foi capaz de reduzir

significativamente os níveis desta citocina, em comparação ao grupo OVA. Os outros

tratamentos também apresentaram bons níveis de redução. O grupo tratado com o

extrato de romã não encapsulado (romã) apresentou níveis muito baixos de IL-5, não

detectados no ensaio.

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Figura 9. Efeitos do tratamento com as preparações sobre a produção de IL- 1β e IL-5. A

quantificação foi feita no sobrenadante do LBA dos animais. * p<0,05; **p<0,01; ***p<0,001

comparados ao grupo controle (salina). # p<0,05; ## p<0,01; ###p<0,001 comparados ao grupo Ova.

& p<0,05 comparado ao grupo Dexametasona e $$ p<0,01 comparado ao grupo Microp. Controle.

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4.8. Micropartículas contendo extrato de romã inibem o recrutamento

leucocitário e a produção de muco no tecido pulmonar

Para investigar os efeitos do extrato de romã encapsulado ou não em

alterações patológicas do tecido pulmonar no modelo de asma murina, os tecidos

dos pulmões foram corados com hematoxilina e eosina (HE) e com ácido periódico

de Schiff (PAS) (Fig. 10). Os animais asmáticos (OVA), mostraram aumento

leucocitário nos tecidos peribrônquicos (Fig. 10B) e hipersecreção de muco pelas

células caliciformes nos brônquios (representados pelas setas brancas), comparado

com os tecidos pulmonares do grupo controle (Salina) (Fig. 10A). Os animais que

receberam Dexametasona (Fig. 10C) também mostraram menor infiltração de

leucócitos no tecido pulmonar em relação ao grupo OVA. O extrato de romã

encapsulado quando entregue ao microambiente pulmonar, especialmente quando

comparado com micropartículas controle, inibiu de forma evidente as alterações

patológicas (Fig. 10E). Além disso, o extrato não encapsulado também diminuiu

alterações histológicas no parênquima pulmonar durante o processo asmático,

porém não foi capaz de reduzir na mesma intensidade a quantidade de muco

produzida pelas células do glicocálix (Fig. 10F).

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Figura 10. Secções representativas dos pulmões dos grupos: salina (A), Ova (B), Dexametasona (C),

micropartículas controle (D), micropartículas contendo extrato de romã (E) e extrato de romã não

encapsulado (F). A infiltração de células inflamatórias nos tecidos pulmonares foi avaliada pela

coloração hematoxilina eosina (coluna da esquerda). A hipersecreção de muco nos tecidos dos

pulmões foi mostrada usando coloração pelo ácido periódico de Schiff (coluna da direita). As setas

brancas mostram infiltração de leucócitos e áreas de hipersecreção de muco. Aumento de 100x.

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5. DISCUSSÃO

Micro ou nanopartículas poliméricas tem sido utilizadas frequentemente como

veículo de drogas terapêuticas para o pulmão devido as várias vantagens

apresentadas por esses sistemas, incluindo a liberação controlada de fármacos

encapsulados e a fácil administração de forma minimamente invasiva (OH et al.,

2011).

Os resultados obtidos neste estudo demonstram num primeiro momento, que

as micropartículas biodegradáveis produzidas a partir do polímero PLGA pelo

método da emulsão múltipla e evaporação do solvente, sem qualquer bioativo ou

com o extrato da P. granatum encapsulado apresentaram um diâmetro médio dentro

da faixa de tamanhos utilizados para a via de administração intranasal nos animais

(5 a 9 μm), bem como mostraram eficiente entrega do extrato encapsulado no

microambiente pulmonar. Num estudo realizado por Oh e colaboradores (2011),

micropartículas de PLGA com corticosteroide inalatório encapsulado e com diâmetro

semelhante ao das partículas utilizadas no nosso estudo foram capazes de reduzir

significativamente o número de células inflamatórias no LBA de camundongos com

asma induzida por ovalbumina, bem como a hiperresponsividade brônquica e a

infiltração de células inflamatórias observada nos pulmões. Estes resultados, apesar

de terem sido conduzidos com corticosteroide se assemelham aos nossos, utilizando

o sistema de polímero biodegradável para entrega do extrato de romã como

abordagem promissora para o tratamento da asma, em especial com base nos

resultados obtidos comparando a eficácia deste sistema com a atividade do extrato

não encapsulado.

A migração de células inflamatórias, principalmente os eosinófilos para o

tecido pulmonar é o evento que perpetua na asma, e caracteriza a fase tardia e a

cronicidade da doença. Foi demonstrado neste estudo que o tratamento com as

micropartículas contendo o extrato de P. granatum encapsulado diminuiu

significativamente o número de células recrutadas para o LBA dos animais em

comparação com o grupo de animais asmáticos e não-tratados (OVA). O mesmo foi

observado nos grupos tratados com o extrato não encapsulado ou Dexametasona.

Este fato pode estar relacionado com a diminuição da expressão de moléculas de

adesão endotelial. O tráfego de leucócitos entre a corrente sanguínea e o espaço

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extravascular é controlado pelo endotélio vascular. A cascata de sequenciais

interações dos leucócitos com células de adesão endotelial que envolve uma

variedade de moléculas de adesão celular (CAMs) presentes nos leucócitos e nas

células endoteliais medeiam a migração de leucócitos do sangue para os locais de

inflamação ou lesão extravascular (COOK-MILLS e DEEM, 2005 ). Neste contexto,

um estudo com o extrato etanólico preparado a partir das folhas da P. granatum

avaliou a sua capacidade de inibir ICAM-1 (molécula de adesão intercelular-1

célula), VCAM-1 (molécula de adesão celular vascular 1) e a expressão de selectina-

E em células endoteliais de veia umbilical humana (HUVEC) induzidas por TNF-α.

Os resultados mostraram que o extrato inibe significativamente a expressão de

ICAM-1 (55%), VCAM-1 (57%) e selectina-E (51%) em HUVEC. Além disso, foi

demonstrada a capacidade do extrato etanólico inibir a aderência de neutrófilos ao

endotélio (56%) (BALWANI et al., 2011). Neste contexto, e relacionando estes

resultados ao nosso estudo, podemos sugerir que os números decrescentes de

leucócitos totais presentes no LBA e também no parênquima pulmonar dos animais

observados no nosso estudo pode estar relacionado com a ação inibitória do extrato

liberado pelas partículas nos pulmões após a instilação intranasal. Em contraste, o

grupo de animais que recebeu o tratamento com micropartículas sem qualquer

molécula encapsulada mostrou aumento no número de células recrutadas para o

LBA e também na infiltração de células inflamatórias no tecido do pulmão. Este

achado pode ser devido ao fato das micropartículas, por si só constituírem um

estímulo inflamatório, após o processo de captura pelas células fagocíticas. Este

processo leva à translocação do NF-kB para o núcleo da célula e estimula

acentuadamente a produção de citocinas inflamatórias, incluindo a IL-1β (NICOLETE

et al., 2011). Isto foi evidenciado no nosso estudo pelo aumento significativo no

número de neutrófilos recrutados para o LBA do grupo de animais que receberam o

tratamento com as micropartículas controle.

Nossos resultados mostram que a redução de células inflamatórias no grupo

de animais tratados com as micropartículas contendo o extrato de romã encapsulado

é devida à atividade do extrato liberado no tecido pulmonar, indicando que existe

uma boa taxa de degradação das partículas e que o sistema de liberação controlada

do extrato pode modular a resposta inflamatória/alérgica desenvolvida no quadro de

asma.

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38

A análise do extrato de P. granatum usando CLAE mostrou um perfil

fitoquímico semelhante aos dados descritos na literatura para esta planta, que

descrevem, principalmente, a presença de taninos hidrolisáveis (punicalina,

punicalagina, corilagina, casuarinina e pedunculagina) e flavonóides (quercetina e

kampferol), catequinas (catequina, epicatequina e 3-galato epicagalocatequina)

(LANSKY e NEWMAN, 2007). Uma variedade de moléculas presentes nesta planta

implica em muitas diferentes atividades biológicas, bem como em uma variedade de

mecanismos de ação. Neste contexto, a análise do Potencial Zeta foi realizada para

verificar se a encapsulação do extrato etanólico da romã iria alterar a carga negativa

do polímero utilizado para produzir as micropartículas. Os resultados mostraram que

as micropartículas contendo o extrato apresentaram um valor de Potencial Zeta mais

negativo em relação às micropartículas controle (-1,37 vs. -0,70 mV). Este resultado

sugere que alguns grupamentos de moléculas (metabólitos secundários) presentes

no extrato etanólico podem ter fornecido íons para a superfície do polímero e este

fato pode estar envolvido com a captura mais eficiente das partículas que contém o

extrato pelas células fagocíticas no pulmão.

Quanto às citocinas envolvidas no processo inflamatório, a IL-1β é uma das

que atuam no início do processo inflamatório e executa várias ações sobre as

células endoteliais, incluindo a síntese de moléculas de adesão, a indução da

liberação de vários mediadores inflamatórios, tais como as prostaglandinas,

prostaciclinas e tromboxanos. A presença desta citocina na asma provoca a

persistência da inflamação e contínuo recrutamento de células inflamatórias para os

pulmões (WHELAN et al., 2004). Os resultados mostram que todos os grupos de

animais tratados apresentaram níveis reduzidos de IL-1β. Em relação a IL-5, esta é

a principal citocina envolvida na fase tardia da asma, que é responsável pela

proliferação, migração e acúmulo de eosinófilos a partir de medula óssea para o

sangue (FACCIOLI et al., 1996; ROGÉRIO et al., 2003). O tratamento com as

micropartículas contendo o extrato de romã mostrou redução significativa na

produção de IL-5 em comparação com animais asmáticos e não tratados (grupo

OVA), bem como aqueles tratados com Dexametasona. Os níveis detectados foram

bem inferiores a todos os outros grupos, especialmente em comparação com os

animais que receberam as micropartículas controle. Curiosamente, o grupo tratado

com o extrato de romã não encapsulado apresentou níveis muito baixos de IL-5, não

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detectados no ensaio. Estes resultados estão de acordo com o observado para as

baixas contagens de células, especialmente eosinófilos, recuperados a partir do LBA

dos animais que receberam a instilação do extrato microencapsulado. Este fato

sugere que estas micropartículas foram capazes de modular a resposta imune

envolvida na asma, provavelmente, através da regulação do eixo Th1/Th2, bem

como de proteger o extrato de rápido metabolismo, prolongando assim o seu efeito

local no tecido pulmonar.

Além da redução na quantidade de leucócitos totais recrutados para o LBA foi

também observado que o extrato encapsulado quando entregue ao microambiente

pulmonar, especialmente quando comparado ao grupo que recebeu as

micropartículas controle, inibiu significativamente as alterações patológicas, ou seja,

inibiu o infiltrado de leucócitos nos tecidos peribrônquicos bem como a

hipersecreção de muco pelas células caliciformes nos brônquios. Além disso, o

extrato não encapsulado também diminuiu alterações histológicas no parênquima

pulmonar durante o processo asmático, porém a hipersecreção de muco

permaneceu inalterada. Tal fato sugere que o extrato na forma de solução promoveu

sua ação biológica de forma imediata após a aplicação intranasal, diferentemente do

extrato microencapsulado, o qual foi liberado de forma gradativa e pôde ter exercido

sua atividade por um período de tempo maior, preservando os metabólitos

secundários da romã no interior da rede polimérica.

O extravasamento de proteínas no tecido do pulmão é um evento que

aparece no início do estabelecimento da inflamação. Os resultados obtidos nesse

estudo não mostraram diferença significativa entre os tratamentos. Uma vez que o

modelo de asma utilizado constitui uma condição crônica, o extravasamento pode ter

ocorrido em fases anteriores, e não pôde ser avaliado de forma comparativa entre os

grupos de animais tratados.

Embora existam diversos estudos biológicos que envolvam o papel do óxido

nítrico na asma, ainda há dúvidas quanto a sua ação, nesta patologia. Por exemplo,

não se sabe ao certo se o aumento da produção de NO é primeiramente benéfico

por sua ação broncodilatadora (HOGMAN et al., 1993) ou se há exacerbação na

produção por ação pró-inflamatória tóxica, perpetuando e amplificando a inflamação

devido ao aumento do extravasamento de plasma das vênulas pós-capilares.

Evidências indicam que doenças inflamatórias do trato respiratório são comumente

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associadas com elevada produção de NO (SALEH et al.; 1998; RICCIARDOLO,

2003).

Os resultados obtidos neste estudo quanto ao ensaio para detecção de nitritos,

como medida indireta da produção de NO, mostraram que, à exceção do aumento

apresentado pelo grupo de animais que recebeu o extrato de romã não

encapsulado, não houve diferença significativa na produção deste mediador pelos

leucócitos dos animais tratados com as micropartículas quando comparados aos

animais asmáticos não tratados. Tal fato sugere que a liberação imediata do extrato

nos pulmões na forma de solução fez com que a ação farmacológica sobre os

leucócitos para a produção de NO fosse mais intensa e menos controlada, como

observado nos grupos que receberam as micropartículas contendo o extrato

encapsulado.

Quando comparada com as administrações convencionais de medicamentos

(soluções, suspensões, emulsões, etc), nas quais a concentração de fármaco no

sangue ou em outro local apresenta um pico e, em seguida, diminui, os sistemas de

liberação controlada oferecem a grande vantagem de manter uma concentração de

droga constante/sustentada na faixa terapêutica durante um período prolongado,

utilizando doses únicas ou reduzidas. Do ponto de vista clínico, o controle da

concentração terapêutica é importante, pois, aumenta a eficácia terapêutica e reduz

a potencial toxicidade que poderia ser alcançada com extratos em bruto em forma de

solução. (AHMAD et al., 2011)

Tomados em conjunto, nossos resultados mostram que o tratamento de asma

com o extrato de romã microencapsulado reduz a expressão de marcadores-chave

envolvidos na inflamação pulmonar alérgica em modelo murino. É importante

ressaltar que, embora não tenham sido avaliadas outras citocinas, incluindo IL-4, IL-

13, IL-8, ou outros mediadores inflamatórios (LAMPINEN et al., 2004), os

metabólitos secundários presentes e preservados nas micropartículas

desempenharam um importante papel na inibição do recrutamento principalmente de

eosinófilos, sugerindo que este tipo celular pode também ser modulado pelo extrato

liberado nos pulmões.

Este estudo demonstra pela primeira vez que o extrato etanólico das folhas de

P. granatum apresenta atividade biológica significativa em modelo murino de asma e

mais importante, nesta investigação, o possível mecanismo de redução do

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recrutamento celular para o LBA, principalmente de eosinófilos, bem como da

produção das interleucinas (IL-1β e IL-5) foi proposto por meio da liberação

prolongada do extrato através da encapsulação do mesmo em micropartículas

biodegradáveis. Tal abordagem evidencia que houve supressão dos mecanismos

que induzem a exacerbação na resposta Th2, embora a quantidade de extrato

encapsulado e liberado das partículas não tenha sido mensurada neste estudo.

Diante deste cenário, os resultados aqui apresentados mostram que o extrato

encapsulado em micropartículas biodegradáveis tem maior potencial terapêutico

para ser empregado em doenças inflamatórias/alérgicas do trato respiratório que a

forma em solução do extrato.

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6. CONCLUSÕES

- A análise fitoquímica do extrato de P. granatum confirmou a presença de

grupamentos de moléculas (metabólitos secundários) responsáveis por atividades

biológicas da planta;

- O método utilizado neste trabalho para encapsulação do extrato

hidroalcoólico da romã foi eficaz, atendendo ao objetivo proposto, o qual permitiu a

produção de micropartículas biodegradáveis com características físico-químicas

adequadas à liberação do extrato no microambiente pulmonar;

- As micropartículas contendo o extrato encapsulado apresentaram-se

capazes de modular a resposta imunológica no modelo estudado; quando

administradas nos animais asmáticos foram capazes de reduzir o recrutamento

celular para o LBA, bem como os níveis de citocinas envolvidas na doença;

- Nenhuma redução significativa nos níveis de proteínas foi obtida pelos

tratamentos com as micropartículas ou com o extrato não encapsulado no modelo

utilizado no estudo;

- Com exceção do grupo tratado com o extrato de romã não encapsulado, não

houve diferença na produção de NO entre os grupos avaliados;

- O extrato de romã encapsulado quando entregue ao microambiente pulmonar,

especialmente quando comparado com micropartículas controle, inibiu

significativamente alterações patológicas, fato que mostra um efeito supressor sobre

a inflamação das vias aéreas. Além disso, o extrato não encapsulado também

diminuiu alterações histológicas no parênquima pulmonar durante o processo

asmático; porém a produção de muco manteve-se evidente;

- Tomados em conjunto, os resultados deste estudo indicam que a abordagem

utilizada com sistemas de liberação modificada de drogas pode ser uma alternativa

complementar na entrega de bioativos aos pulmões para aplicação terapêutica em

doenças inflamatórias/alérgicas, especialmente a asma.

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ANEXO

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57

ANEXO A – PARECER DE APROVAÇÃO DA COMISSÃO DE

ÉTICA E EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL DA UNIVERSIDADE

ESTADUAL DO MARANHÃO (CEEA/UEMA)

Projeto: Avaliação do potencial terapêutico de preparações farmacêuticas contendo

Punica granatum (ROMÃ) em modelo de asma murina.

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APÊNDICE

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60

Therapeutic potential of biodegradable microparticles containing Punica

granatum L. (Pomegranate) in murine model of asthma

Jéssica F. F. de Oliveiraa, Diego V. Garretob, Mayara C. P. da Silvac, Thiare S.

Fortesc, Flávia R. F. Nascimentoc, Fernando B. Da Costad, Marcos A. G. Grisottoa,

Roberto Nicoletea,e *

aPró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão, Universidade CEUMA

(UNICEUMA), Rua Josué Montello, 1, 65075-120, São Luís, Maranhão, Brazil.

bInstituto Florence de Ensino, Rua Rio Branco, 216, São Luís, Maranhão, Brazil.

cDepartment of Pathology, Laboratory of Immunophysiology, Biological and Health

Sciences Center, Federal University of Maranhão (UFMA), 65085-580 São Luís,

Maranhão, Brazil.

dDepartamento de Ciências Farmacêuticas, Faculdade de Ciências Farmacêuticas

de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Av. do Café s/n, 14040-903, Ribeirão

Preto, São Paulo, Brazil.

eFundação Oswaldo Cruz – Fiocruz Rondônia, Rua da Beira 7671, 76812-245, Porto

Velho, Rondônia, Brazil.

*Corresponding author: Roberto Nicolete, Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz

Rondônia, Rua da Beira 7671, 76812-245, Porto Velho, Rondônia, Brazil, Tel: +55

69 3219-6010; Fax: +55 69 3219-6000; E-mail: [email protected]

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Abstract

Asthma is a chronic inflammatory disease, which with a high number of deaths

and high socio-economic status, is a global public health problem. Since traditional

treatments present numerous side effects, there is a clear need to seek novel

compounds potentially medicinal, especially those derived from plants. In this

context, stands out Punica granatum L., known as Pomegranate. The crude extracts

have been used to treat diarrhea, dysentery, and dental plaque with several

important active molecules, such as polyphenols, antioxidants and other flavonoids.

Among the options for treatment of diseases affecting the respiratory system,

especially asthma, drug delivering systems for intranasal application represent an

important therapeutic approach at the site of inflammation. The present study aimed

to evaluate the therapeutic effect of biodegradable microparticles formed by poly

lactic-co-glycolic acid (PLGA) containing encapsulated pomegranate extract on

murine model of asthma. The extract was acquired from the leaves of P. granatum

and characterized qualitatively by HPLC. A w/o/w emulsion solvent extraction–

evaporation method was chosen to prepare the microparticles containing

Pomegranate encapsulated extract (MP). We determined their diameters and zeta

potential. OVA-sensitized BALB/c mice were used as asthma model and treated with

the preparations. MP were able to inhibit leukocytes’ recruitment to bronchoalveolar

fluid, especially, eosinophils, decreasing nitrites and cytokines (IL-1β and IL-5) levels

and also mucus production in the lungs. This approach can be used as an

alternative/supplementary therapy for managing inflammatory processes, especially

those with pulmonary complications.

Keywords: Microparticles, Poly (lactic-co-glycolic acid), Punica granatum L.,

Inflammation, Asthma

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1. Introduction

Asthma is chronic lung disease that involves many inflammatory cells and

proteins. The complex inflammatory disorder that characterizes asthma is associated

with eosinophilic inflammation, airway hyperresponsiveness and hypersecretion of

mucus by goblet cells (Barnes, 2003; Tattersfield et al., 2002). Inhaled corticosteroids

are effective in treating chronic asthma, but the adverse side effects displayed by

these substances severely limit their long-term use (Barnes, 2004). The extracts of

numerous plants are reported as potent therapeutic materials in various diseases,

including inflammatory processes such as asthma (Yang et al., 2008; Yuk et al.,

2007; Clardy and Walsh, 2004; Koehn and Carter, 2005; Rogerio et al., 2008;

Verpoorte, 1999). Experimental models to screen the pharmacologic activities of

plant extracts well as isolated compounds (secondary metabolites) have been used

with success in the course of a continued search for bioactive natural products

derived from plants (Rogerio et al., 2010).

Punica granatum L., known as Pomegranate, is a common fruit cultivated in

tropical and subtropical regions of the world (Jurenka, 2008). Pomegranate juice is a

naturally rich source of polyphenols and other antioxidants including punicalagin,

ellagic acid, gallotannins, anthocyanins (cyanidin, delphinidin and pelargonidin

glycosides) and also flavonoids (quercetin, kaempferol and luteolin glycosides)

(Fischer et al., 2011). These components suggest a wide range of clinical

applications for the treatment and prevention of several diseases where chronic

inflammation is believed to play an essential etiologic role (Lansky and Newman,

2007). The extract has been used to treat diarrhea, dysentery, and dental plaque

(Lansky et al., 2004). A study using the classical experimental model of ovalbumin-

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induced asthma performed with the plant (Lafoensia pacari), which belongs to the

same family as the Pomegranate showed that treatments made with the plant extract

and ellagic acid (secondary metabolite) were able to interfere with the development

and establishment of airway allergic inflammation, inhibiting leukocyte recruitment to

the pulmonary parenchyma and also cytokines’ production (Rogerio et al., 2008). The

described anti-inflammatory components of Pomegranate extract, i.e., punicalagin,

punicalin, strictinin A and granatin B significantly reduced production of nitric oxide

and PGE2 by inhibiting the expression of proinflammatory proteins (Lee et al., 2008;

Romier et al., 2008). In this context, we can speculate that some metabolites from

Pomegranate, such as ellagic acid cited above, can contribute to the potential activity

against allergic and inflammatory processes present in the asthma.

The use of polymeric microparticles as a pulmonary delivery vehicle for

therapeutic drugs have been frequent due to their many advantages, including the

controlled release of encapsulated drugs and easy administration in a minimally

invasive manner (Nicolete et al., 2007; Nicolete et al., 2008; Sung et al., 2007; Oh et

al., 2011). When compared to conventional drug administration, the controlled

release systems offer the great advantage of maintaining a sustained/constant drug

concentration in the therapeutic range for a prolonged period (Pilcer and Amighi,

2010).

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2. Materials and methods

2.1. Materials

Poly (D,L-lactide-co-glycolide) (PLGA) with a co-monomer ratio of 50:50

(lactic/glycolic acid) and molecular weight of 78 kDa was obtained from Boehringer

Ingelheim (Ingelheim, Germany). Poly (vinyl-alcohol) (Mowiols 40–88) was obtained

from Aldrich Chemicals (Wankee, WI, USA). Methylene dichloride was purchased

from Merck (Dietikon, Switzerland). Chicken ovalbumin (OVA) was obtained from

Sigma Chemical Co. (St. Louis, MO, USA); dexamethasone was from Aché

pharmaceutical laboratories S.A (Guarulhos, SP, Brazil); Griess` reagent was from

Sigma Aldrich Brasil Ltda. (São Paulo, SP, Brazil).

2.2. Preparation of the Pomegranate extract

The fresh leaves of the plant were collected in Herbarium of the Universidade

Federal do Maranhão, São Luis (Brazil). Punica granatum L. (Pomegranate) is

deposited in the collection of the University Herbarium and cataloged under 01002

voucher. The hydroalcoholic extract was obtained by maceration 20 g of plant leaves

previously washed and crushed in a closed container containing 200 mL water-

alcohol solution (70% ethanol, v/v) at room temperature. Ethanol as solvent was

chosen based on the results obtained by Bekir et al. (2013). The solution was

maintained for 8 days in amber glass under the dark and with occasional agitation.

Thereafter, we proceeded to filtration extractive liquid, which then was

rotaevaporated at a temperature of 60-70 °C in thermostatic bath.

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2.3. Analysis of the extract by High Performance Liquid Chromatography

(HPLC)

The analysis was conducted by high performance liquid chromatography

(HPLC) on reverse phase. The equipment used was a Shimadzu liquid

chromatography (Japan) 10 SCL Avp coupled to UV-DAD detector Shimadzu SPD-

M10Avp and an automatic gun. The gradient elution consisted of a binary mobile

phase composed of H2O (0.5% AcOH) and MeCN in a linear gradient of 0 to 50% of

MeCN in 30 min and 50 to 100% of MeCN in 30 min to 35 min while maintaining at

100% of MeCN for 5 min to clean the column. Two monolithic columns coupled

(Onyx C18, 200 x 300 mm, Phenomenex) protected by a precolumn equivalent were

used for the analyses. The sample was analyzed by dissolving 100 µL of the extract

(100 mg/mL) in 500 µL of a solution of MeOH: H2O (1:1 v/v), followed by subsequent

filtration on PTFE filter (0.45 mm). The injected volume was 10 µL.

The presence of some classes of metabolites was inferred from their UV

absorption spectrums, based on literature information about phytochemical profile of

Pomegranate (Fischer et al., 2011; Gil et al., 2000, Lansky and Newman, 2007) and

also its general structures of the important phenolic compounds described (Ismail et

al., 2012).

2.4. Microparticles’ preparation

The microparticles containing the extract of encapsulated Pomegranate (MP)

were prepared using the double emulsion/solvent evaporation method, as previously

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described (Nicolete et al., 2008) with some modifications. Briefly, 200 µL of the

extract (100 mg/mL) were added to dichloromethane solvent (5 mL) (JT Baker/

Mallinckrodt, Phillipsburg, NJ, USA) containing 100 mg of PLGA polymer (Resomer

RG 505, Germany) to produce a primary water-in-oil emulsion. Subsequently, this

organic phase was stirred mechanically (mini-Q 235, Quimis, Brazil) at 1000 rpm for

3 min and mixed with 40 mL (3% w/v) of an external aqueous phase (polyvinyl

alcohol (PVA), Sigma Chemical Co.) to form a stable water-in-oil in-water emulsion.

This was then placed under a magnetic stirring condition for 4 h to evaporate the

solvent. Finally, microparticles formed were washed three times with doubly distilled

water, centrifuged and then freeze-dried until further use. The control microparticles

(MC) were prepared under the same conditions but without the addition of

Pomegranate extract (PGE).

2.5. Microparticles’ characterization

The particles were reconstituted in distilled water for analysis at room

temperature. Particle diameters were characterized using a particle size analyzer (LS

13 320 Laser Diffraction Particle Size Analyzer; Beckman Coulter, USA). Zeta

potential analysis of the particles was performed using a Nano Zeta Sizer (Malvern

instruments, England).

2.6. Animals

Female BALB/c mice weighing between 20- 25 g (4-6 week old) were used for

the induction of asthma. Mice were obtained from Suprilab - Biotery and Supplies

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Ltda. (Cachoeirinha-BA) and were maintained in the laboratory of the Instituto

Florence de Ensino, São Luís, Brazil, under standard laboratory conditions. All the

protocols used in this study were approved by the Ethics Committee of Animal

Experimentation of the Universidade Estadual do Maranhão, Brazil (Protocol

CEEA/UEMA no 022/2011).

2.7. Murine model of asthma

The mice were divided into six groups (n=6), and the allergic lung inflammation

was induced in five groups. To induce asthma, each mouse was sensitized with 75

μg ovalbumin and 2 mg Aluminum Hydroxide dissolved in 200 μL of saline on days 0

and 7, followed by two intranasal challenges (on post-sensitization days 14 and 21)

with 50 μg of ovalbumin in 50 μL (25 μl per nostril) of saline delivered with the aid of

a micropipette. This model is widely used and well characterized with similar features

to those in human allergic asthma (Wager et al., 2004). The control group received

only saline without OVA and drug treatment.

2.8. Treatments

Groups of the asthma-induced mice were treated daily from days 18 to 21 with

microparticles containing Pomegranate encapsulated extract (MP, 10 mg/mL, 25 μl

per nostril) or with non-encapsulated pomegranate extract (PGE, 20 mg/Kg, 25 μl per

nostril) by intranasal instillation. For comparison with classical therapy, mice in one

group were treated with i.p. injection of dexamethasone (Dex, 0.4 mg/Kg, 0.2 mL). In

order to evaluate the efficiency of the encapsulated extract, another group was

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68

treated with control microparticles (MC, 10 mg/mL, 25 μL per nostril), without the

extract. Animals were killed at 24 h after the second ovalbumin challenge.

2.9. Collection of bronchoalveolar lavage (BAL)

To collect BAL, a polyethylene cannula was introduced into the trachea and

PBS was instilled in three aliquots (0.5 mL) in a total of 1.5 ml. The lavage was

recovered and placed on ice. Total cell counts were immediately carried out using a

Neubauer Chamber. Differential cell counts were performed in light microscopy,

according to standard morphologic criteria, by counting, in a blinded fashion, 100

cells in cytospin preparations stained with Rosenfeld's stain. Following centrifugation

(400 xg, 5 min, 4°C), supernatants of the BAL were collected and stored at -70°C for

subsequent measurement of cytokines and nitrites.

2.10 Cytokines’ assessment

IL-1β and IL-5 were determined by enzyme-linked immunosorbent assay

(ELISA) using commercial assay kit (BD OptEIA™, BD Biosciences, San Diego, CA)

according to the manufacturer`s protocol. The optical density (O.D) of samples was

determined at 450 nm in a microplate reader and cytokine concentrations calculated

from the standard curve.

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69

2.11 Proteins and NO assessment

A quantification of total proteins in the BAL supernatants was performed based

on the Biuret method using the standard Total Proteins Assay Kit from Labtest

Diagnostica SA (Lagoa Santa, MG, BRA) according to the manufacturer`s protocol.

Albumin solution (4.0 g/dL) and sodium azide (14.6 mmol/L) were using as a

standard. The absorbance of the test was determined in automated

spectrophotometer at 545 nm.

The production of nitric oxide (NO) by the cells in BAL was indirectly determined

as nitrites by Griess reaction. The supernatants (100 uL) were incubated with equal

volume of Griess reagent (1% sulfanilamine, 0.1% N-(1-naphtyl)-ethylendiamine,

2.5% H3PO4) at room temperature for 15 min. The absorbance was measured by

spectrophotometer at 540 nm and the concentrations were calculated from a sodium

nitrite standard curve. The data are presented as micromoles of NO2- (nitrite) (mean

± S.E.M).

2.12 Histological analysis

Lungs were fixed in 10% neutral formalin, paraffinized, cut into sections (5

μm), and stained with hematoxylin and eosin for examining cell infiltration and with

periodic acid-Schiff stain for measuring mucus production.

2.13 Statistical analysis

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70

Data were expressed as a mean ± S.E.M. Multiple comparisons were

performed by one-way ANOVA followed by Turkey post-test using a computer

program GraphPad Prism version 5.0. Values of P < 0.05 were considered

statistically significant.

3. Results

3.1. HPLC profile of Pomegranate extract (PGE)

The presence of some classes of metabolites in the extract was inferred

through their absorption spectra in the UV, based on information in the literature

about the phytochemical profile of Pomegranate (Fischer et al., 2011; Gil et al., 2000,

Lansky and Newman, 2007). The analysis of the extract of the leaves of P. granatum

by HPLC showed peaks between 0 and 25 min, most of them well visualized at 325

nm. The lower retention times indicate a predominance of polar compounds, mainly

of phenolic compounds (Fig. 1). UV absorption spectra of peaks 1, 2 and 3 suggest

the presence of catechin (flavan-3-ols, band II at 270-280 nm). This class of

substance has been described for the Pomegranate catechin, and epicatechin

epicagalocatechin 3-gallate (Lansky and Newman, 2007). The peaks 11 and 12

suggest the presence of flavonols (I band at 250-270 nm band II at 350-380 nm).

This class of substance was described for Pomegranate quercetin and kampferol

(Lansky and Newman, 2007). The UV absorption spectrum of many peaks observed

suggest the presence of hydrolysable tannins probably derived from gallic and ellagic

acid. The peaks 4, 6 and 7 are probable gallic acid derivatives (gallic acid UV max =

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269 nm, = derivatives II band around 260 nm to I band at 360-380 nm) (Fischer et al.,

2011; Gil et al., 2000, Lansky and Newman, 2007).

3.2. Size and zeta potential

Lyophilized particles were dispersed in distilled water and submitted to analysis

of size distribution. For control microparticles (MC), the average diameter was 7,22

μm (Fig. 2A) and for microparticles containing encapsulated extract (MP) was 7,31

μm (Fig. 2B). The average zeta potential was −0.70 and −1.37 mV, for MC and MP,

respectively.

3.3. MP selectively reduce eosinophils’ recruitment to BAL

The therapeutic efficacy of the microparticles was assessed using murine model

of asthma. Asthma was induced by sensitization and challenged with ovalbumin

solution and the animals were divided into groups that received treatment with

microparticles containing (MP) or not encapsulated Pomegranate extract (MC),

dexamethasone (Dex) or non-encapsulated extract (PGE). The control group

received only saline in sensitizations and challenges steps. The striking feature of

asthma is the increase of inflammatory cells, such as macrophages, eosinophils,

neutrophils and lymphocytes. Therefore, the total and differential cell counts were

performed from the BAL of animals to evaluate the effects of the treatments (Fig. 3).

The total number of inflammatory cells in mice with asthma (OVA) was 30.8 x 104

cells/mL, which was substantially higher than that of control (no asthma-induced

mice) (Fig. 3A). This number was significantly reduced compared to the treatment

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with microparticles containing Pomegranate extract (MP, 16.9 x 104 cells/mL), to

those treated with dexamethasone (Dex, 19.0 x 104 cells/mL) and to Pomegranate

non-encapsulated extract (PGE, 14.6 x 104 cells/mL). The group that received control

microparticles (MC), unlike other treatment groups, showed a statistically significant

increase in cell-recruited numbers. In relation to the cell types, the number of

eosinophils (Fig. 3E), the “hall marker” cells involved in the inflammatory process of

asthma, was substantially decreased in mice treated with MP (1.24 x 104 cells/mL)

when compared to the asthma-induced mice (OVA, 4.7 x 104 cells/mL). Animals that

received MC and Dex treatments also showed low cell counts. Interestingly, mice

treated with PGE did not show significant reduction compared to OVA group. The

other cell types (macrophages, lymphocytes and neutrophils) did not present any

unexpected recruitment that could be described comparing the groups treated.

3.4 MP reduce inflammatory/allergic cytokines’ production in the BAL

Quantification of IL-1β and IL-5 cytokines from the BAL of animals was

determined by ELISA (Fig. 4). The results show that the asthma-induced group

(OVA) had a significant increase in IL-1β levels compared to the control group and

this increase was significantly attenuated by all treatments (Fig. 4A). The groups

treated with Dexamethasone (Dex) and microparticles containing the extract (MP)

showed similar levels to the control group (saline), demonstrating relevant anti-

inflammatory effect, especially comparing MP treatment to that with Dex, a classical

therapeutic. The treatments with MC and PGE also showed significant decrease

compared to the control group. Regarding IL-5 levels (Fig. 6B), treatment with MP

showed a statistically significant reduction compared to OVA group. The other

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treatments also showed good reduction levels. The group treated with Pomegranate

non-encapsulated extract (PGE) showed very low levels of IL-5, undetectable in the

assay (data not shown).

3.5 Microparticles do not reduce neither protein extravasation nor nitrites

levels in the BAL

The onset of the inflammatory process is characterized by vascular events that

happen right after the inflammatory stimulus, which causes vasodilation followed by

increased vascular permeability and consequent leakage of molecules to the

inflamed tissue. To assess whether the treatments used in asthma model showed

effects on protein leakage into the lung tissue quantification of total protein was

assessed in BAL of the animals (Fig. 5A). No significant reduction on protein levels

was achieved for the treatments with microparticles or with non-encapsulated extract

(PGE).

In addition to this investigation, we also evaluated the presence of nitric oxide

derivatives (nitrites) in BAL of the animals (Fig. 5B). The results of this study

demonstrated that, except for PGE treatment, there is no difference in nitrites’

production among the groups evaluated.

3.6. MP reduce airway inflammation in lung tissue with clearance of mucus

hypersecretion

To investigate the effects of the pomegranate extract encapsulated or not on

the pathological changes of the lung tissue in an asthmatic murine model, the lung

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tissues were stained with hematoxylin and eosin (HE) and periodic acid-Schiff

staining (PAS) (Fig. 6). The asthma-induced mice (OVA) showed increased

leukocytosis in the peribronchial tissues (Fig. 6B) and mucus hypersecretion by

goblet cells into the bronchi (represented by white arrows), compared with control

lung tissues (Fig. 6A). Animals that received Dex (Fig. 6C) also displayed lower

leukocytes’ infiltration in the lung tissue compared to OVA group. The Pomegranate

encapsulated extract when delivered to pulmonary microenvironment, especially

when compared to control microparticles, significantly inhibited pathological changes,

showing a suppressive effect on airway inflammation (Fig. 6E). Moreover, the non-

encapsulated extract also decreased histological alteration in the pulmonary

parenchyma during asthmatic process (Fig. 6F).

4. Discussion

Biodegradable micro/nanoparticles have been frequently used as a vehicle for

therapeutic drugs to the lung due to the various advantages offered by these

systems, including the controlled release of encapsulated drugs and simple

administration of minimally invasive manner (Oh et al., 2011). In this study, we

demonstrated that the biodegradable microparticles produced from PLGA polymer by

the method of double emulsion and solvent evaporation without any bioactive or with

P. granatum encapsulated extract had an average diameter within the range of sizes

used for intranasal route of administration in animals as well as efficiency in the

delivery of encapsulated compound to the lungs (Nicolete et al., 2009). Porous PLGA

microparticles with inhaled encapsulated corticosteroids and with similar diameter of

the particles used in our study were able to reduce significantly the number of

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inflammatory cells in BAL of asthma-induced mice, as well as bronchial

hyperresponsiveness and inflammatory cell infiltration observed in the lungs (Oh et

al., 2011). This corroborates our findings using biodegradable polymeric system to

deliver Pomegranate extract as promising approach in the treatment of asthma,

especially based on the results comparing its efficiency with non-encapsulated

extract.

The inflammatory cells migration into the lung tissue is the event that

perpetuates in asthma, and characterizes the late stage and chronicity of the

disease. We demonstrated that the microparticles containing P. granatum extract

significantly decreased the number of cells in BAL compared to the group of

asthmatic and non-treated animals (OVA). The same phenomenon was observed in

groups treated with the non-encapsulated extract or Dexamethasone. This fact may

be related to the expression of endothelial adhesion molecules. The trafficking of

leukocytes between the bloodstream and the extravascular space is controlled by the

vascular endothelium. A cascade of sequential leukocyte-endothelial cell adhesive

interactions that involves a variety of cell adhesion molecules (CAMs) present on

leukocytes and endothelial cells mediate the migration of leukocytes from the blood

to sites of inflammation or injury extravascular (Cook-Mills and Deem, 2005). In this

context, a study with crude ethanolic extract prepared from freshly collected leaves of

P. granatum assessed its ability to inhibit TNF-α-induced ICAM-1 (intercellular cell

adhesion molecule-1), VCAM-1 (vascular cell adhesion molecule-1) and E-selectin

expression on human umbilical vein endothelial cells (HUVECs). The results showed

that the extract significantly inhibited the expression of ICAM-1 (55%), VCAM-1

(57%) and E-selectin (51%) on HUVECs. Also, it was screened the ability of

ethanolic extract to inhibit the adhesion of neutrophils to the endothelium (56%)

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(Balwani et al., 2011). In this regard and bringing those results to our study, we can

suggest that the decreasing numbers of total leukocytes present in the BAL and also

in the pulmonary parenchyma of animals observed in our study may be related to the

inhibitory action of the extract released by the particles into the lungs after intranasal

instillation. In contrast, the group of animals that received treatment with

microparticles without any encapsulated molecule showed an increase in cell

numbers recruited to BAL, also reflected by cell infiltration in lung tissue. This finding

might be due to the fact that microparticles per se constitute an inflammatory stimulus

after the uptake process by phagocytic cells. This process leads to the translocation

of the nuclear transcription factor NF-kB to the cell nucleus and markedly stimulates

the production of inflammatory cytokines, including IL-1β (Nicolete et al., 2011). This

was evidenced here in our study by the significant increase in the number of

neutrophils recruited to BAL from the group of animals that received control

microparticles.

Our results show that the reduction of inflammatory cells in the group of animals

treated with microparticles containing Pomegranate extract is due to the activity of

the extract released to lung tissue, indicating that there is good degradability rate of

the particles and that the controlled release system of the extract can modulate the

immune response developed in the asthma condition.

The analysis of the extract of P. granatum using HPLC showed phytochemical

profile similarly to data described in the literature for this plant, which mainly describe

the presence of hydrolysable tannins (punicalin, punicalagin, corilagin, casuarinin

and pedunculagin) and flavonols (quercetin and kampferol), catechins (catechin,

epicatechin and 3-gallate epicagalocatechin) (Lansky and Newman, 2007). A variety

of molecules present in this plant implies in many different biological activities, as well

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as a variety of mechanisms of action. In this context, the analysis of zeta potential

was evaluated to verify whether the encapsulation of the ethanolic Pomegranate

extract would modify the negative charge of the polymer used to produce the

microparticles. The results showed that microparticles containing the extract present

lower zeta potential value compared to control microparticles (−1.37 mV vs. −0.70

mV). This finding suggests that some molecules present in the ethanolic extract could

provide ions to the polymer surface.

Regarding cytokines involved in the inflammatory process, IL-1β is one of them

that acts in the beginning of inflammatory process and performs multiple actions on

endothelial cells, including the synthesis of adhesion molecules, induction of the

release of various inflammatory mediators such as prostaglandins, prostacyclins and

thromboxanes. The presence of this cytokine in asthma causes the persistence of the

inflammatory and continuous cell recruitment to the lungs (Whelan et al., 2004). The

results show that all groups of animals treated reduced the amount of IL-1β. In

relation to IL-5, this is the primary cytokine involved in the late phase of asthma,

which is responsible for the proliferation, migration and accumulation of eosinophils

from bone marrow into the blood (Faccioli et al., 1996; Rogerio et al., 2003). The

treatment with microparticles containing Pomegranate extract showed a statistically

significant reduction in IL-5 compared to asthmatic non-treated animals and also to

those treated with dexamethasone. The levels detected were great lower than all

other groups, especially compared to animals that received control microparticles.

Interestingly, the group treated with non-encapsulated Pomegranate extract showed

very low levels of IL-5, undetectable in the assay (data not shown). These results are

in agreement with the low cell counts, especially eosinophils, recovered from the BAL

of animals that received instilled microencapsulated extract. This fact suggests that

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these microparticles were able to modulate the immune response involved in asthma,

probably by regulating the Th1/Th2 axis, as well as protecting the extract of rapid

metabolism, thus prolonging its local effect in the lung tissue.

The protein leakage into the lung tissue is an event, which appears in the

beginning of setting of inflammation. The results achieved here did not show any

significant difference between the treatments. Since the asthma model is a chronic

condition, the extravasation might be occurred at earlier stages and could not be

differently assessed in the treated group of animals.

Evidence indicates that inflammatory diseases of the respiratory tract are

commonly associated with high production of NO (Ricciardolo, 2003; Saleh et al.,

1998). Our results from the assay to detect nitrites showed that no significant

difference in NO production by leukocytes was detected with administration of the

preparations.

When compared to conventional drug administrations (solutions, suspensions,

emulsions, etc.), where the drug concentration in the bloodstream or another site

presents a peak and then declines, the controlled release systems offer the great

advantage of maintaining a constant/sustained drug concentration in the therapeutic

range for a prolonged period, using single or reduced doses. From a clinical

perspective, therapeutic concentration control is important because it increases the

therapeutic efficacy and also reduces the potential toxicity that could be achieved

with crude extracts in solution forms.

Taken together, our results show that the treatment of asthma-induced mice

with microencapsulated Pomegranate extract reduces the expression of the key

markers involved in lung allergic inflammation. Importantly, although we did not

examine other cytokines, including IL-4, IL-13, IL-8, or other inflammatory mediators

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(Lampinen et al., 2004), the secondary metabolites present and preserved into

microparticles play an important role in inhibiting eosinophil recruitment, suggesting

that this cell type may also be modulated by the extract released into the lungs.

In conclusion, in this study we demonstrated for the first time that the ethanolic

extract from the leaves of P. granatum presents significant biological activity in a

murine model of asthma and more important, this extract encapsulated in

biodegradable microparticles has greater potential therapeutic effect than the extract

in solution form. This approach can be alternatively/complementary delivered to the

lungs, regarding the treatment of inflammatory/allergic diseases.

Acknowledgements

This study was supported by Fundação de Amparo à Pesquisa e ao

Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA) and

Universidade Ceuma, São Luis, Maranhão. We would like to thank the technician

Ana Cleia Pestana from the Universidade Ceuma for the assistance in the

histological sections.

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Figure Legends

Fig. 1. HPLC chromatograms of crude extract obtained from P. granatum leaves.

Fig. 2. Distribution of average diameters of (A) control microparticles and (B)

microparticles containing Pomegranate extract.

Fig. 3. Effect of the treatments with the preparations on murine model of asthma.

Groups of BALB/c mice were treated from days 18 to 21 with dexamethasone (Dex),

microparticles without encapsulated extract (MC), microparticles containing

Pomegranate extract (MP) or non-encapsulated Pomegranate extract (PGE). BAL

samples of mice were collected 24 h after the last OVA challenge and leukocytes’

count was performed in a Neubauer chamber (A). Macrophages (B), lymphocytes

(C), neutrophils (D) and eosinophils (E) counts were performed in cytospin

preparations stained with Rosenfeld's stain. Data are shown as mean ± SD.

*P<0.05, **P<0.01 and ***P<0.001 compared with negative control (saline); ##

P<0.01 and ###P<0.001 compared with the Ova group; & P<0.05 and &&&

P<0.001, compared with dexamethasone; $$$P<0.001, compared to control

microparticles group (MC).

Fig. 4. Effects of the treatments with the preparations on the production of IL-1β and

IL-5 cytokines. Quantification levels were performed in the supernatant of BAL. *P

<0.05, **P<0.01, ***P<0.001 compared to negative control group (saline); #P<0.05,

##P<0.01, ###P<0.001 compared to Ova group; & P<0.05 compared to

dexamethasone group. $P<0.05, compared to control microparticles group (MC).

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Fig. 5. (A) Protein leakage and (B) nitrites’ production in the BAL of animals 24 h

after the last challenge with OVA. Samples were collected from the groups: saline,

Ova, dexamethasone (Dex), control microparticles (MC), microparticles containing

Pomegranate extract (MP) and non-encapsulated Pomegranate extract (PGE). Data

are shown as mean ± SD. *P <0.05 compared with negative control (saline), #p <0.05

compared with the Ova group.

Fig. 6. Representative lung sections from the groups: saline (A), Ova (B),

dexamethasone (C), control microparticles (D), microparticles containing

Pomegranate extract (E) and non-encapsulated Pomegranate extract (F). The cell

infiltration in the lung tissues was confirmed by hematoxlyin an eosin staining (left

column). The mucus hypersecretion in the lung tissues was shown using periodic

acid-Schiff staining (right column). White arrows show leukocytes’ infiltration and

mucus hypersecretion areas. Magnification 100x.

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Figure 1

(nm)

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Figure 2

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Figure 3

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Figure 4

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Figure 5

A

B

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Figure 6