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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO, EXTENSÃO E CULTURA CENTRO DE EDUCAÇÃO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E JURÍDICAS MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS VALTER OSCAR JENTSCH MONITORAMENTO EM SEGURANÇA NO TRABALHO: UMA ESTRATÉGIA DE GESTÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ Itajaí 2011

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO, EXTENSÃO E CULTURA

CENTRO DE EDUCAÇÃO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E JURÍDICAS

MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS

VALTER OSCAR JENTSCH

MONITORAMENTO EM SEGURANÇA NO TRABALHO: UMA

ESTRATÉGIA DE GESTÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO NA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

Itajaí

2011

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VALTER OSCAR JENTSCH

MONITORAMENTO EM SEGURANÇA NO TRABALHO: UMA

ESTRATÉGIA DE GESTÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO NA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

Apresentação de texto para Orientação no Programa de Mestrado Profissional em Gestão de Políticas Públicas da Universidade do Vale do Itajaí. Área de Concentração em Gestão de Políticas Públicas: Instituições, Cultura e Sustentabilidade. Orientadora: Profª. Drª. Adriana Marques

Rossetto (UNIVALI)

Itajaí

2011

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Dedicatória

Para os meus filhos, Winicius e Diorginis.

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Agradecimentos especias para Lucia Izabel Czerwonka Sermann e Leika Puczynski.

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RESUMO

O objetivo deste estudo foi compreender as percepções dos sujeitos de uma

Instituição Pública de Ensino Superior envolvidos com relação a segurança do

trabalho para auxiliar a administração na sua melhoria. Trata de um estudo

exploratório de natureza qualitativa descritiva e bibliográfica. Os dados coletados

foram obtidos por meio de entrevistas e questionários. Entrevistas semi-

estruturadas, realizadas em reuniões com Chefes de Departamentos e

Coordenadores de Cursos e questionários encaminhados à Professores e Técnicos

Administrativos. Esta pesquisa apontou a realidade nas práticas de gestão de

segurança do trabalho e possibilitou elaborar um plano de gestão da segurança do

trabalho a ser implementado pela administração no nível operacional com vistas a

consolidar a cultura de segurança do trabalho na Instituição.

Palavras-chave: Gestão de segurança do trabalho. Gestor especialista. Avaliação de desempenho em segurança do trabalho.

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ABSTRACT

The objective of this study was to understand the perceptions of subjects of a

Public Institution of Higher Education in relation to occupational safety, as an aid to

improving its management. It is an exploratory study of a qualitative, descriptive and

bibliographic nature. Data were collected by means of interviews and questionnaires.

Semi-structured interviews were carried out in meetings with heads of departments

and course coordinators, and questionnaires were sent to teachers and

administrative personnel. This research demonstrates the reality of the practice of

safety management, and creates the possibility of developing an operational plan for

managing occupational safety, with a view to consolidating the culture of

occupational safety within the institution.

Key words: Occupational safety management. Specialist management. Evaluation of

application of occupational safety.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Canais de comunicação.............................................. 14

Figura 2 - Funções de assessoria e nível hierárquicos................ 15

Figura 3 - Conflito linha x assessoria........................................... 16

Figura 4 - Abordagens na gestão da SST.................................... 25

Figura 5 - Estrutura Regimental da UFPR .................................. 31

Figura 6 - Organograma da UFPR .............................................. 32

Figura 7 - Relacionamento da Gestão de Segurança do Trabalho......................................................................

37

Figura 8 - Configuração Entrevistas e Questionários.................. 41

Figura 9 - Relacionamento entre tabelas de dados..................... 42

Figura 10 - Análise das Entrevistas................................................ 43

Figura 11 - Análise dos Questionários........................................... 44

Figura 12 - Variável acesso à informação com Administradores.... 45

Figura 13 - Variável acesso à informação com Subordinados........ 46

Figura 14 - Variável conhecimento sobre as atribuições com Administradores............................................................

47

Figura 15 - Variável conhecimento sobre as atribuições com Subordinados...............................................................

48

Figura 16 - Variável interações entre gestores Administrativos e Especializados com Administradores..........................

49

Figura 17 - Variável interações entre gestores Administrativos e Especializados com Subordinados..............................

49

Figura 18 - Variável troca de informações entre gestores administrativos com Administradores...........................

50

Figura 19 - Variável troca de informações entre gestores administrativos com Subordinados.............................

51

Figura 20 - Variável vigilância em promoção e prevenção com Administradores...........................................................

52

Figura 21 - Variável vigilância em promoção e prevenção com Subordinados..............................................................

53

Figura 22 - Variável utilização de novas tecnologias com Administradores...........................................................

54

Figura 23 - Variável utilização de novas tecnologias com Subordinados...............................................................

54

Figura 24 - Variável comprometimento com ações de prevenção institucional com Administradores...............................

55

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Figura 25 - Variável comprometimento com ações de prevenção institucional com Subordinados...................................

56

Figura 26 - Variável Atuação dos Conselhos com Administradores...........................................................

57

Figura 27 - Variável Atuação dos Conselhos com Subordinados... 57

Figura 28 - Variável Gestão de Segurança do Trabalho com Administradores..........................................................

58

Figura 29 - Variável Gestão de Segurança do Trabalho com Subordinados.............................................................

59

Figura 30 - Variável aprimorar e aperfeiçoar o Sistema de Gestão em Segurança do Trabalho com Administradores.....

60

Figura 31 - Variável aprimorar e aperfeiçoar o Sistema de Gestão em Segurança do Trabalho com Subordinados.........

61

Figura 32 - Variável sistemas de avaliações de desempenho em segurança do trabalho com Administradores.............

62

Figura 33 - Variável sistemas de avaliações de desempenho em segurança do trabalho com Subordinados.................

63

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Palavras-chave........................................................................ 36

Quadro 2 - Elementos de Diagnósticos nas Variáveis............................... 37

Quadro 3 - Identificação dos atores........................................................... 39

Quadro 4 - Distribuição dos questionários por Unidades Administrativas. 39

Quadro 5 - Síntese das estratégias do Plano Operacional........................ 81

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LISTA DE SIGLA E ABREVIATURAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ACGIH American Conference of Governmental Industrial Hygienists

AIDS Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

ASQ Assessoria da Qualidade

BS British Standard

CA Certificado Aprovação

CAIS Coordenadoria de Atenção Integral a Saúde do Servidor

CAT Comunicação de Acidente de Trabalho

CEE Comunidade Econômica Européia

CEEST Coordenadorias de Câmaras Especializada em Engenharia de Segurança do Trabalho

CGASS Comitê de Atenção à Saúde do Servidor

CID Classificação Internacional de Doenças

CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

CLT Consolidação das Leis do Trabalho

CSO Comissão de Saúde Ocupacional

DDS Diálogo Diário de Segurança

DORT Distúrbios Osteomusculares

DRT Delegacia Regional do Trabalho

DSST Departamento de Segurança e Saúde do Trabalho

DST Doença Sexualmente Transmissível

EPC Equipamento de Proteção Coletiva

EPI Equipamento de Proteção Individual

FAP Fator Acidentário Previdenciário

FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

FISPQ Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos

FNQ Fundação Nacional da Qualidade

FUNDACENTRO Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho

IGSSO Índice de Gestão de Segurança, Higiene e Saúde Ocupacional

ILO International Labour Office

IN Instrução Normativa

INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial

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INSS Instituto Nacional do Seguro Social

IOSH Institution of Occupational Safety and Health

IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas

ISO International Organization for Standardization

LER Lesão por Esforço Repetitivo

MPOG Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão

MTEB Ministério do Trabalho e Emprego

NBR Norma Brasileira

NC Não-conformidade

NR Norma Regulamentadora

OC Organismo Certificador

OHSAS Occupational Health and Safety Assessment Series

OIT Organização Internacional do Trabalho

OLT Organização por Local de Trabalho

OMS Organização Mundial da Saúde

ONU Organização das Nações Unidas

OSHA Occupational Safety and Health Administration

PCA Programa de Conservação Auditiva

PCEP Programa de Controle de Energia Perigosa

PCMSO Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional

PDCA Planejar – Executar – Checar – Atuar

PNQ Prêmio Nacional da Qualidade

PRHAE Pró-Reitoria de Recursos Humanos e Assuntos Estudantis

PROGEPE Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas

PPR Programa de Proteção Respiratória

PPRA Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

PQT Programa de Qualidade Total

PQVT Programa de Qualidade de Vida no Trabalho

QSP Centro de Qualidade, Segurança e Produtividade

RAIS Relatório Anual de Informações Sociais

RH Recursos Humanos

RJU Regime Jurídico Único

SAT Seguro de Acidente de Trabalho

SEBRAE Serviço Brasileiro de Apóio à Micro e Pequenas Empresas

SESAO Serviço de Segurança e Saúde Ocupacional

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SGA Sistema de Gestão Ambiental

SGI Sistema de Gerenciamento da Informação

SGMA Sistema de Gestão do Meio Ambiente

SGQ Sistema de Gestão da Qualidade

SGSSO Sistema de Gestão de Segurança, Higiene e Saúde Ocupacional

SGSST Sistema de Gestão Segurança e Saúde no Trabalho

SIASS Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público Federal

SIG Sistema Integrado de Gestão

SIPEC Sistema de Pessoal Civil da Administração Pública Federal

SISOSP Sistema Integrado de Saúde Ocupacional do Servidor Público Federal

SSO Segurança e Saúde Ocupacional

SST Segurança e Saúde no Trabalho

TLV Threshold Limit Values

UFPR Universidade Federal do Paraná

UNE União Européia

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 15

1.2 JUSTIFICATIVA ....................................................................................... 17

1.3 OBJETIVO ................................................................................................ 19

1.3.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................. 19

1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................... 19

2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS .................................................................. 20

2.1 BREVE HISTÓRICO DA SEGURANÇA DO TRABALHO ....................... 20

2.2 QUALIDADE NOS PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA NO

TRABALHO .............................................................................................

26

2.3 ASSESSORIA EM SEGURANÇA DO TRABALHO ................................ 27

2.4 EVOLUÇÃO DA GESTÃO DE SEGURANÇA DO TRABALHO NA

ADMINISTRAÇÃO ...................................................................................

31

3 GESTÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO NA UFPR ........................ 42

3.1 ÁREA ESPECIALIZADA EM SEGURANÇA DO TRABALHO ................ 42

3.2 BREVE HISTÓRICO DA SEGURANÇA DO TRABALHO NA

ADMINISTRAÇÃO DA UFPR ..................................................................

46

3.2.1 ATIVIDADES DE SEGURANÇA DO TRABALHO DOS GESTORES

ADMINISTRATIVOS NA UFPR ................................................................

47

4 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA ..................................................... 50

4.1 ANÁLISE DE GESTÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO .................. 50

4.2 COLETA DE DADOS ............................................................................... 53

4.3 UNIVERSO DA PESQUISA ...................................................................... 53

4.4 ENTREVISTA ............................................................................................ 55

4.5 QUESTIONÁRIO ....................................................................................... 55

4.6 PREPARAÇÃO DO ESCOPO DOS TRABALHOS .................................. 56

4.7 AMBIENTE PARA TRATAMENTO DOS DADOS ................................... 56

4.8 ANÁLISE DOS DADOS ........................................................................... 59

5 PLANO OPERACIONAL ......................................................................... 94

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... 99

REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 102

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GLOSSÁRIO ........................................................................................................... 107

APÊNDICE I ............................................................................................................ 115

ANEXOS ................................................................................................................. 117

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15

1 INTRODUÇÃO

A primeira instituição internacional que se utilizou de reuniões tripartites para

analisar as questões de trabalho foi a Organização Internacional do Trabalho (OIT),

quando trabalhadores, empregadores e governos uniram-se a fim de discutir

normas, leis e regulamentos, em nível mundial (ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL

DO TRABALHO, 1994).

Atualmente, existem tratados e convenções, recomendações e declarações

internacionais convencionados por alguns países. Tais tratados e convenções são

fontes formais, desde que o Estado confira ratificação ou adesão, tornando-se

norma infraconstitucional, portanto, sujeitos ao controle da constitucionalidade.

Atendendo às recomendações e declarações acima, surgiram instrumentos

para monitoramento focados na segurança do local de trabalho relacionado a fatores

que vão do meio ambiente físico até fatores pessoais.

Nas ações de prevenção, verifica-se a necessidade de controle dos fatores

das condições ambientais nas áreas de trabalho, elementos que auxiliam os

gestores em suas funções tais como: demonstrar atitude positiva, buscar coisas que

passam despercebidas e que podem causar problemas, tomar ações imediatas para

controlar casos urgentes, descartar coisas que não são úteis para o local de

trabalho, praticar ação direta sobre as causas básicas de um problema.

No controle dos fatores das condições ambientais, identificam-se

instrumentos operacionais1 que auxiliam os gestores na condução dos aspectos

relacionados à segurança no ambiente de trabalho tais como: diagnóstico de

atividades de vigilância e prevenção em segurança no trabalho.

As atividades de vigilância na manutenção das condições de segurança no

trabalho na Universidade Federal do Paraná estão associadas nas ações de

prevenção do gestor administrativo que, hoje está, composto do coordenador de

cursos e do chefe do departamento bem como o relacionamento com o gestor da

assessoria do especialista em segurança do trabalho.

De forma tímida, a área da administração estuda questões básicas dos

elementos relacionadas à segurança do trabalho, abrindo espaços para

1 Instrumentos operacionais – neste estudo são elementos de auto-avaliação para práticas em prevenção segurança e saúde no ambiente de trabalho a serem observadas na administração operacionais. Previstos nas Convenções da OIT Araújo (2002, p. 45-47).

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16

desenvolvimento de novas “áreas de gestão de segurança do trabalho”, as quais

interferem diretamente na administração do gestor (OLIVEIRA, 2010; SIMCSIK,

1992).

O estudo da prevenção em “Segurança do Trabalho”2 em uma instituição,

pode estar ligada às comissões, a órgãos especializados de segurança do trabalho3

que tratam do assunto, mas paradoxalmente, podem estar desvinculados das ações

da alta administração4 em uma organização. Essa visão dicotômica normalmente

inicia-se no surgimento das organizações, que se preocupam muito pouco com a

segurança no trabalho. Com o decorrer do tempo, a questão foge ao controle dos

administradores e interfere no desempenho das mesmas.

Embora esta postura seja corriqueira no âmbito organizacional, atualmente,

áreas específicas multifuncionais de conhecimento desenvolvem estudos e

pesquisas sobre a temática que podem auxiliar os gestores a adotarem práticas que

melhorem a performance da organização.

No estudo destas questões, aparecem os especialistas em segurança do

trabalho5, fundamentados em legislação própria como atividades de assessoria

especializada para auxiliar gestores administrativos6. Este assessoramento

especializado requer providências dos seus responsáveis, na busca de soluções de

problemas, pois é uma intervenção a ser solicitada aos especialistas pelos gestores.

Desta forma pergunta-se:

De que maneira as atividades de prevenção e seguran ça do trabalho

frente aos processos sucessórios de gestores admini strativos operacionais,

podem sofrer continuidade para que sejam incorporad as nos sistema de

avaliação na Instituição?

Para responder esta questão e direcionar as linhas de pesquisa e

procedimentos metodológicos deste estudo partiu-se das seguintes premissas:

− Inexistência de uma relação mais próxima entre gest ores

especialistas e gestores administrativos faz com qu e não se

incrementem ações de prevenção no sistema de gestão em

2 Segurança do Trabalho – Conceito adotado constante no glossário. 3 Órgãos especializados de segurança do trabalho – Conceito adotado constante no glossário. 4 Alta administração – alta direção da organização – Conceito adotado constante no glossário. 5 Especialistas em segurança do trabalho – Conceito adotado constante no glossário. 6Gestores administrativos - administradores operacionais – neste estudo indicado como nível de comando operacional (cargo de coordenadores, chefias, supervisores, entre outros).

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segurança do trabalho tais como programas, política s,

procedimentos;

− Há baixo envolvimento de atividades dos gestores

administrativos operacionais no processo de gestão da

segurança do trabalho.

Este trabalho objetiva desenvolver atividades de segurança do trabalho na

linha hierárquica operacional, ações estas concernentes à promoção e prevenção.

Este estudo procura desenvolver instrumentos para os processos de gestão,

que possibilitem estimular a troca de informações em um processo participativo entre

gestores administrativos e especialistas em segurança do trabalho7 para

desenvolver ações proativas de prevenção e que tratem do controle8 dos ambientes

de local de trabalho.

Esta pesquisa diagnosticou o estado da gestão em segurança do trabalho no

nível hierárquico operacional com relação à promoção e prevenção de segurança no

ambiente de trabalho visando motivar os servidores com relação à segurança no

trabalho e propor um plano operacional que melhorasse o relacionamento entre os

níveis de gestão.

A pesquisa desenvolvida foi baseada no estudo das atividades de gestores

administrativos operacionais das unidades organizacionais e de assessoria de gestor

especialista em segurança do trabalho de unidade especializada em segurança do

trabalho na Universidade Federal do Paraná.

Da visão mais ampla, para uma análise do meio-ambiente de trabalho em

uma instituição, destacaram-se as questões relacionadas a recursos humanos,

materiais, recursos técnicos, econômicos, políticos e sociais.

1.2 JUSTIFICATIVA

Nos estudos efetuados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) os

problemas de acidentes e doenças do trabalho estão relacionados às atividades

7 Gestores especialistas em segurança do trabalho – Conceito adotado constante no glossário. 8 Controle – também chamado de avaliação por Simcsik (1992, p. 111). Conceito adotado constante no glossário.

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desenvolvidas nos locais de trabalho. Problemas estes chamados também, como o

conjunto de fatores que se possam conhecer e que de alguma maneira influenciam a

operação do local de trabalho.

Estas atividades distribuídas em processos produtivos envolvem diversas

áreas do saber tais como: “tecnologias de informação e automação, substâncias

químicas e energias físicas, riscos de saúde associados às novas biotecnologias,

transferências de tecnologias perigosas, envelhecimento da população trabalhadora”

(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2011).

As áreas do saber estão ligadas à eficiência no processo produtivo, e

requerem, muitas vezes, conhecimentos específicos que dependem de assessorias

especializadas para obter resultados satisfatórios no controle destes. Esta demanda

por assessoria está ligada à troca da informação entre os gestores administrativos e

os assessores especialistas, e por vezes auxilia a organização na minimização ou

até na eliminação dos problemas relacionados à saúde e segurança no trabalho.

Neste contexto, fica evidenciado que o processo de trocas de informações

gerenciais voltadas às abordagens de melhorias do ambiente interno de trabalho é

fator preponderante. Ambiente este composto por: estruturas físicas de instalações,

equipamentos, ferramentas, processos de trabalho; a água, o ar que compõem o

ambiente, os resíduos e o ser humano inseridos neste contexto.

Zocchio (1996, p. 23) reforça, “a segurança do trabalho é um benefício social

e econômico para a empresa, para os empregados e para a sociedade como um

todo”. Salienta ainda, as vantagens que o êxito na prevenção assegura: a

estabilidade operacional em razão do equilíbrio permanente da mão-de-obra, melhor

produtividade – devido ao bom estado de espírito de quem trabalha em lugar seguro,

menor número de reparos em maquinaria e instalações – por motivos de acidentes,

mais estabilidade nos custos operacionais, melhor ambiente social na instituição,

melhor imagem da instituição na comunidade e diante das autoridades competentes.

Este trabalho busca contribuir para a adoção de melhores práticas

relacionadas à gestão de segurança do trabalho e provocar uma reflexão entre os

gestores administrativos, docentes e técnicos administrativos da UFPR e ao mesmo

tempo poder ser aproveitado em outras Universidades Federais.

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19

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Apresentar uma proposta de práticas-padrão em segurança do trabalho na

Universidade Federal do Paraná, através de um projeto piloto na unidade

administrativa do setor de tecnologia

1.3.2 Objetivos Específicos

- Levantar e descrever as atividades de prevenção em segurança do trabalho

praticadas pelos gestores administrativos da Universidade Federal do Paraná;

- Mapear as atividades da função do gestor administrativo e do especialista de

assessoria em segurança do trabalho;

- identificar a influência das atividades mapeadas na participação de

programas de prevenção;

- Elaborar um plano operacional para desenvolvimento de ações necessárias

de segurança do trabalho.

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20

2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS

Este capítulo prende caracterizar como em teoria deveriam ser construídas

as trocas de informações no desenvolvimento das atividades de segurança do

trabalho entre administradores da organização e especialistas em segurança do

trabalho, na busca por criar instrumentos que melhorem esse processo de gestão.

2.1 BREVE HISTÓRICO DA SEGURANÇA DO TRABALHO

Antes da revolução tecnológica na indústria os trabalhos eram desenvolvidos

manualmente, o que não impede que se encontre esse tipo de trabalho nos dias de

hoje.

O marco de importância pioneira foi publicado em 1700 na Itália, obra “De

Morbis Artificum Diatriba” de autoria do médico Bernardino Ramazzini, considerado o

pai da medicina do trabalho, o qual é mencionado até nossos dias, por especialistas

em medicina do trabalho. Há escritos sobre existências de moléstias entre mineiros

e metalúrgicos causando problemas com o ambiente de trabalho (ARAÚJO, 2009, p.

30-31).

O início da moderna industrialização ocorreu nos anos de 1800 na Inglaterra

com as primeiras máquinas de fiar, aparecendo com isso a indústria criada pelos

capitalistas com interesses econômicos. Iniciou-se lá a mão-de-obra constituída não

só de homens, mas de mulheres e crianças, sem a mínima preocupação com a

saúde (SALIBA, 2004, p.17).

No final do século XVIII houve uma série de transformações na indústria da

Inglaterra, que mesmo remunerando melhor o trabalhador, adotava práticas que

geraram problemas ocupacionais. Altos índices de acidentes e doenças do trabalho

ocorreram, na época, com máquinas sem proteção, desenvolvimento de atividades

em ambientes fechados e sem ventilação, ruído em alto nível e ausência de controle

de horas de trabalho.

Em 1802 o Parlamento Britânico aprovou a primeira lei de proteção aos

trabalhadores: a “Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes” a qual definia o limite de 12

horas de trabalho por dia, proibia o trabalho noturno, obrigava os empregadores a

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21

lavar as paredes da fábrica duas vezes por ano e tornava obrigatório a ventilação

desta. Esta lei foi pouco eficiente em função do forte poder dos empresários.

Neste período surgiram ainda outras manifestações a favor de

trabalhadores, dos fracos, dos incapazes. Em 1831, Michael Saddler elaborou um

relatório que teve impacto na opinião pública e, assim, em 1833 surgia na Inglaterra

a “Lei das Fábricas” (Factory Act) que marcou como a legislação mais eficiente no

campo da proteção ao trabalhador. Proibia-se o trabalho noturno para menores de

18 anos; 12 horas por dia e 69 horas por semana, como limite para as horas de

trabalho; escolas nas fábricas para menores de 13 anos, e estabelecia a idade

mínima para o trabalho em nove anos, devendo este menor ser acompanhado

constantemente por um médico. Esta lei foi complementada e foi usada até metade

do século XIV.

A primeira lei que torna obrigatória a existência de serviços de saúde

ocupacional foi promulgada na França, em 11 de outubro de 1946. Na Espanha a

Ordem de 22 de dezembro de 1956, substituída pelo Decreto nº. 1.036 de 18 de

junho de 1959 também obrigava as empresas a manter serviços de saúde

ocupacional.

Neste período, grandes organizações internacionais se interessaram na

causa da proteção dos trabalhadores tais como: a Organização Internacional do

Trabalho (OIT) e a Organização Mundial de Saúde (OMS). Estes são órgãos que se

fazem presentes no mundo com a preocupação de definir e conceituar as questões

relacionadas à saúde e segurança no trabalho, emitindo orientações e

regulamentações.

No Brasil, o Governo Federal em função do número alarmante de acidentes

do trabalho baixou, a primeira Portaria de nº. 3.236 em 17 de julho de 1972, que

tornava obrigatória a existência de serviços de medicina do trabalho e de engenharia

de segurança do trabalho em empresas, atendendo assim aos compromissos com

organismos internacionais.

Na década de 40 a legislação que tratava das leis sociais era muito grande,

provocando dificuldades para sua aplicação pelos juízes e administradores impondo

assim, em princípio, uma “consolidação” por meio do Decreto-lei nº. 5.452, de 01 de

maio de 1943, denominada “Consolidação das Leis do Trabalho" (CLT). O capítulo

V, título II, deste decreto-lei está acrescida de novos textos legais que lhe deu a Lei

nº. 6.514, de 22 de dezembro de 1977.

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22

O artigo 165, da Constituição Federal do Brasil de 1988 confere os direitos

aos trabalhadores com a finalidade de modificar e atualizar a nova redação da CLT e

dos artigos que tratam da Segurança e da Medicina do Trabalho para os

trabalhadores da iniciativa privada.

No início da década de 1990, o Estado criou novo regime de trabalho no

Brasil diferenciado da iniciativa privada. O servidor público federal teve modificações

na década de 90 no que diz respeito à “máquina administrativa” do Estado com a

criação do “Regime Único”, Regime Jurídico Único (RJU). A Lei nº. 8.112, de 11 de

dezembro de 1990, e a Lei nº. 9.527, de 10 de dezembro de 1997, tratam das

condutas de saúde do servidor no âmbito do Serviço Público Federal desvinculando

da legislação que trata da legislação da consolidação das leis criada em 1943.

A regulamentação na área de segurança e medicina do trabalho, no serviço

público federal, ficou incipiente, direitos de trabalhadores foram cessados, como por

exemplo, extinção do recolhimento do fundo de garantia por tempo de serviço

(FGTS) que o trabalhador da iniciativa privada tem no caso de ser demitido. O

Estado “trocou” esse direito por “estabilidade”. As relações saúde versus trabalho e

aposentadoria estão contempladas em outra instância, mas, não na legislação que

trata da iniciativa privada para os acidentes e doenças ocupacionais, são carteiras

financeiras diferentes.

Este regime, denominado Regime Jurídico Único (RJU) distingue o servidor

público do trabalhador da iniciativa privada, visto que o segundo é matéria do Direito

do Trabalho seguido pelos princípios: da proteção, da condição mais benéfica, da

aplicação da norma mais favorável, da irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas, da

primazia, da continuidade da relação empregatícia; enquanto que o trabalhador

chamado de servidor público está vinculado na legislação do RJU serviço público.

Estes regidos pela matéria do Direito Administrativo nos princípios: da continuidade,

da cortesia, da eficiência, da segurança, da atualidade, da regularidade, da

modicidade, e da generalidade.

Em função das diretrizes Constitucionais, no tratamento dos direitos do

trabalho e dos direitos administrativo, foram criadas duas estruturas de Seguridade

Social, uma direcionada ao trabalhador em geral e outra para os servidores públicos,

o mencionado Regime Próprio. Iniciam-se assim duas categorias de trabalhadores:

os regidos por política pública de saúde e segurança, Regime Geral, e os regidos

sem polícia pública de saúde e segurança, Regime próprio (CLT).

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Esta dicotomia provoca diferenças na esfera da saúde e segurança entre

trabalhadores e servidores públicos, com relação ao processo de prevenção de

acidentes e doenças do trabalho. O Estado não tem um sistema de controle que

trate da legislação específica voltada ao regime próprio assim como, de dados das

questões relacionadas aos problemas de saúde dos servidores públicos no serviço

público.

Domingues (2006) lançou um “manual para os serviços de saúde dos

servidores público civis federais apresentando normas e critérios para uniformização

e padronização de condutas no âmbito do Serviço Público Federal”, no que ser

refere ao serviço de saúde e perícia médica do servidor, na tentativa de

regulamentar a matéria de saúde no trabalho do servidor público.

Aponta ainda que, dentre os conceitos inclusos no manual a serem

indicados, destacam-se: saúde, saúde do servidor, capacidade laborativa,

incapacidade laborativa, invalidez, vigilância à saúde do servidor, vigilância

ambiental às condições de trabalho, doença incapacitante, atividade de vida diária,

deficiência física, doença profissional, doenças relacionadas ao trabalho, acidentes

em serviço, readaptação e reabilitação, os quais não nos detemos em definir neste

contexto.

Criou-se com o lançamento deste manual, o conceito de eixos básicos para

desenvolvimento de um sistema quanto as questões relacionadas: à perícia médica,

à promoção da saúde e à prevenção e vigilância.

Visto isso houve mudanças no direcionamento destas questões relacionadas

à saúde e à segurança do servidor público. O Decreto nº. 5.961, de 13 de novembro

de 2007, instituiu o Sistema Integrado de Saúde Ocupacional do Servidor Público

Federal (SISOSP), marco que define atribuições para formalizar e uniformizar

procedimentos administrativos com relação à saúde do servidor público, e todos os

que compõem o Sistema de Pessoal Civil da Administração Pública Federal (SIPEC)

de competência da Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento

e Orçamento de Gestão.

No decorrer das atividades da Secretaria de Recursos Humanos do

Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão foi emitida a Portaria (MPOG) nº.

1.675, de 6 de outubro de 2006, publicada no Diário Oficial da União de 10 de

outubro de 2006, que estabelece orientações de procedimentos operacionais a

serem implementados na concessão de benefícios de que trata a Lei nº. 8.112, de

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11 de dezembro de 1990, e da Lei nº. 9.527, de 10 de dezembro de 1997. Esta

determina procedimentos operacionais para saúde e dá outras providências. A

portaria institui no artigo 1º no referido “Manual” para os Serviços de Saúde dos

Servidores Civis Federais no Anexo I, contemplando os mesmos já elaborados em

Junho de 2006 com nova redação e incluindo: formulários, legendas entre outros

complementos. No artigo 2º. recepciona no âmbito do SIPEC, as Normas

Regulamentadoras do Trabalho de nº. 07, 09, criadas para os trabalhadores da

iniciativa privada pela Portaria 3.214, de 08 de junho de 1978 do Ministério do

Trabalho e Emprego, com o objetivo de orientar as abrangidas pelo seu artigo 1º, já

que o serviço público não possui regulamentação própria que trate a respeito do

assunto. Por motivos não explicados às comunidades dos servidores públicos, esse

sistema entrou em sucumbência.

Considerado projeto em construção pelos seus idealizadores, um novo

padrão de relacionamento e envolvimento dos órgãos federais nos estados e no

Distrito Federal está sendo criado para as questões relacionadas à saúde do

servidor no serviço público federal. O Decreto nº. 6.833, de 29 de abril de 2009,

publicado no Diário Oficial da União, datado de 30 de abril de 2009, instituiu o

Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público Federal (SIASS) e o

Comitê Gestor de Atenção à Saúde do Servidor. No Art. 4º. definiu-se as atribuições

do referido comitê como: aprovar diretrizes, capacitar servidores, deliberar sobre

propostas de criação, jurisdição e funcionamento de unidade do SIASS,

instrumentos de cooperação, normalização entre outras atribuições. Neste ínterim a

Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e

Gestão baixou a Portaria nº. 2.568, datada de 30 de setembro de 2009, que aprova

o Regimento Interno do Comitê de Atenção à Saúde do Servidor (CGASS).

O artigo 9º, do Decreto nº. 6.833, de 29 de abril de 2009, revoga o Decreto

nº. 5.961, de 13 de novembro de 2006, segundo as Coordenadorias de Câmaras

Especializada em Engenharia de Segurança do Trabalho (CEEST). Este Decreto,

muda o foco das atribuições do sistema anterior SISOSP que contemplava as

orientações específicas de áreas especializadas voltadas à Segurança no Trabalho

em troca das ações e programas nas áreas de assistência à saúde, perícia oficial,

promoção, prevenção e acompanhamento da saúde dos servidores da

administração federal direta, autárquica e fundacional. De acordo com a política de

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atenção à saúde e segurança do trabalho do servidor público federal, estabelecida

pelo Governo.

No artigo 2º. do Decreto 6.833:

O SIASS tem por objetivo coordenar e integra ações e programas nas áreas de assistência à saúde, perícia oficial, promoção, prevenção e acompanhamento da saúde dos servidores da administração federal direta, autárquica e fundacional, de acordo com a política de atenção à saúde e segurança do trabalho do servidor público federal, estabelecida pelo Governo.

A Portaria nº. 5, de 15 de setembro de 2009, do Ministério de Planejamento

Orçamento e Gestão (MPOG) estabelece procedimentos para a realização de

Termos de Cooperação Técnica para a criação das unidades do Subsistema

Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público Federal previsto no artigo 7º. do

Decreto 6.833, de 29 de abril de 2009.

Para programar o sistema SIASS foram firmados termos de cooperação

técnica entre o Ministério do Planejamento, que é o órgão interessado chamado de

Órgão Cedente, com o objetivo de possibilitar a execução de ações nas áreas de

assistência à saúde, perícia oficial, promoção, prevenção e acompanhamento da

saúde dos servidores, de acordo com a política de atenção à saúde e segurança do

trabalho do servidor público federal.

Em 1º. De dezembro de 2010, outro órgão normatizador nacional se

manifesta com legislação que trata da saúde e segurança no trabalho. A Associação

Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é responsável por aprovar a Norma NBR

18801 de Sistema de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional – Requisitos.

A norma técnica nacional baseia-se na norma internacional Occupational

Health and Safety Assessment Series (OHSAS) 18001, 2007 – Sistema de Gestão

de SSO – Requisitos, Diretrizes relativas ao sistema de gestão de segurança e

saúde no trabalho ILO-OSH 2001. Ela estimula os mecanismos desenvolvimentos,

adotando os conceitos já abordados mundialmente para os processos de melhoria

contínua.

Pode-se observar que a legislação que trata do servidor público federal é

incipiente, muito precisa ser feito ainda a esse respeito.

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2.2 QUALIDADE NOS PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA NO TRABALHO E DA

SAÚDE OCUPACIONAL

Para Pacheco (1995, p. 31-47) as normas Quality Management and Quality

Assurance Standards (ISO Série 9000) fazem uma relação entre os processos de

qualidade e os processos de segurança e higiene do trabalho. Também consideram

a possibilidade de uma adequação e efetiva aplicação entre os conceitos.

Para o autor, faz-se necessário: “avaliar a questão da segurança e higiene

do trabalho globalmente nas instituições, como ocorre na sistematização da

qualidade, ter em mente que os clientes da segurança e higiene do trabalho são os

trabalhadores e a própria organização”.

Para Fonseca, Lourenço e Allen (1997, p. 188):

Segurança, Safety, é o estado de um processo, produto ou serviço no qual o risco de danos pessoais ou materiais está limitado a níveis aceitáveis pelos requisitos, normas ou legislação em vigor, sendo uma das cinco dimensões da qualidade.

Estes conceitos na evolução da segurança e higiene do trabalho não

avançaram, surgindo neste período novas tendências e conceitos. Conceitos estes

chamados de “gestão” ligados diretamente à administração de uma organização.

Novos modelos de “gestão da segurança” internacionais e nacionais

surgiram direcionados, quase todos, para um processo de obtenção de certificado9.

Modelos, com quesitos que não contemplam as questões básicas relacionadas à

qualidade da segurança do trabalhador e à qualidade do local de trabalho em que o

trabalhador exerce suas funções, necessárias para boas condições de saúde: física

e mental.

A qualidade da segurança do trabalho dependerá de fatores que estão

atrelados ao corpo técnico e à administração da organização como, por exemplo:

deve aceitar a responsabilidade pelos programas de prevenção, os gestores serão

os responsáveis pela segurança do trabalho em seu local de atuação.

A instituição deverá possuir adequados sistemas de registros de dados

concernentes à segurança do trabalho, possuir um sistema permanente de

inspeções de segurança do trabalho, atuação na administração para correções de

9 Certificação é o documento formal emitido por uma entidade credenciada ou autorizada que registra o resultado de medições e ensaios, para fins de certificação de um ou mais requisitos da qualidade de um produto.

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problemas que podem afetar a saúde e a integridade dos trabalhadores ou

servidores.

Saúde ocupacional é o resultado dos exames efetuados em um trabalhador

por médico do trabalho, de Serviço Médico especializados, considerando-o apto ou

não para o trabalho. É um documento emitido como Atestado de Saúde Ocupacional

que conterem informações e deverá ser mantido junto à ficha de registro do

empregado. Este procedimento está sujeito à fiscalização, conforme Norma

Regulamentadoras, exame médico, NR-07, Brasil, Ministério do Trabalho e Emprego

(PORTARIA N. 3.214, 08 jun. 1978, NORMA REGULAMENTADORA N. 07). Não

nos atemos neste estudo na avaliação da qualidade da Saúde Ocupacional, mas

nas ações para segurança do trabalho.

Como exemplo, no serviço público com os cuidados com meio-ambiente,

pode-se mencionar ainda avanços que ocorrem em ambientes fechados, como a lei

antifumo aprovada em nível Federal pela Lei nº. 9.294, de 15 de julho de 1996 e em

nível estadual no Paraná pela Lei 14.743, de 15 de junho de 2005, que proíbe o

fumo em ambientes fechados (AGÊNCIA BRASIL, 2005).

[...] lembra que o Brasil é um dos 170 países que ratificaram a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, criada há cinco anos pela Organização das Nações Unidas (ONU), e que o programa brasileiro de prevenção e controle do tabagismo é considerado por especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) como um exemplo a ser seguido (PROTEÇÃO, 2010).

Ele salienta, ainda, que apenas sete estados brasileiros têm leis que criaram

ambientes 100% livres de tabaco.

2.3 ASSESSORIA EM SEGURANÇA DO TRABALHO

A assessoria não é um assunto de importância para as organizações,

entretanto pode melhorar o desenvolvimento de atividades laborais (OLIVEIRA,

2010).

Segundo Oliveira (2010), existem duas formas de diferenciar as atividades

em uma organização: as atividades de linha e as atividades de assessoria. Relata

ainda o autor:

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Na primeira forma, considera-se que as unidades organizacionais de linha têm ação de comando, enquanto as unidades organizacionais de assessoria não têm ação de comando, pois apenas aconselham as unidades de linha no desempenho de suas atividades. Na realidade, podem-se considerar as atividades de linha como as diretamente ligadas às de operacionalização das atividades da empresa, enquanto as atividades de assessoria estão mais ligadas ao aconselhamento, análise e estudos das atividades do chefe, procurando, principalmente, liberá-lo de algumas tarefas de estudos e pareceres. Oliveira (2010, p. 151 - 153).

Observa-se neste contexto que assessoria está diretamente ligada a sua

chefia, fato esse que não ocorre na assessoria da equipe de segurança do trabalho

que normalmente esta lotada em outra área da instituição.

Na prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, todos têm parcela de

responsabilidade em razão do cargo que ocupa e da função que exerce.

Para Zocchio (1996, p. 35), “o não cumprimento das obrigações

institucionais pela empresa pode comprometer a segurança, que compromete a

saúde e a integridade física dos empregados, bem como a produtividade na imagem

da empresa”.

Na figura 1, o autor destaca as trocas de informações de apoio técnico aos

gestores administrativos em uma organização. A hierarquia de responsabilidades

ocorre da mesma forma tanto em uma organização da iniciativa privada como no

serviço público. A diferença está na legislação que rege cada uma delas. Como

exemplo, o autor salienta a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA),

aplicável somente na legislação das Consolidações das Leis do Trabalho (CLT) e

não ao serviço público. Tentativas no serviço público estão em andamento, por

exemplo, Organização por Local de Trabalho (OLT), portal do SIASS.

]

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29

Figura 1 – As setas indicam os canais de comunicação, informações e de apoio técnico e

administrativo

FONTE: Zocchio (1996, p. 36)

Boog (1999, p. 619), cita:

[...] na hierarquia das organizações deve-se vincular o sistema de valores organizacionais para aprimorar a segurança do trabalho. Hierarquia supõe um sistema de poder. Poder é força, é capacidade

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de influenciar comportamentos e resultados. No que se refere à Segurança, são importantes a análise da relação chefe-subordinado, o exercício da autoridade e a influência na prevenção de acidentes [...].

No mesmo contexto Oliveira (2010), destaca também que “a unidade de

assessoria pode executar diferentes tipos de funções, de acordo com o nível

hierárquico a que está ligada”.

Salienta ainda, as dificuldades que uma organização pode enfrentar nas

trocas de informações entre os gestores administrativos e especialistas, conforme

figuras 2 e 3.

Figura 2 – Funções de assessoria e nível hierárquicos

FONTE: Oliveira (2010, p. 155).

Aspectos de conflitos podem surgir nos processo entre atividades de

gestores e especialistas, afirma Oliveira (2010), e isto pode ser bom ou mau para a

organização, pois eles requerem adequada atenção dos executivos e são vistos

como uma variável interveniente na administração da instituição.

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Figura 3 – Razões mais comuns do conflito linha x assessoria – Adaptados de Vasconcelos (1992, p.

24).

FONTE: Oliveira (2010, p 156).

2.4 EVOLUÇÃO DA GESTÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO NA

ADMINISTRAÇÃO

Na longa história da humanidade observa-se a necessidade de água, ar,

meio ambiente. Estes elementos devem permanecer constantes, estáveis na

natureza para não provocar desequilíbrio, desastres e conseqüentes perdas de

vidas humanas.

O ser humano vive em aglomerações formando cidades e dentro destas a

casa que mora e as organizações onde trabalha para manter sua sobrevivência.

Nestas concentrações podemos encontras pessoas, máquinas, veículos,

instalações, interagindo entre si, e que podem provocar traços de alterações nos

componentes que compõem os locais onde esses seres vivem e trabalham. Por

exemplo: alterações de substâncias: no ar, na água e na terra, que são capazes de

modificá-los, provocando maior ou menor concentração nas suas composições,

podendo causar desequilíbrio de ambiente e afetar a saúde dos seres que ali

permanecem.

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Diante do exposto, verifica-se que a Constitucional Federal do Brasil de

1988, institui os órgãos essenciais, define os direitos e garantias individuais e evolui

no Capítulo II, dos Direito Sociais, em seu Art. 7º. Neste artigo são explicitados os

direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de

suas condições sociais e no Inciso XXII, a redução dos riscos inerentes ao trabalho,

por meio de normas de saúde, higiene e segurança. Assim como, o Art. 21 dispõem

que compete à União orientar, manter e executar a inspeção do trabalho. Em relação

à saúde, o Capítulo II, da Seguridade Social, Seção I, Disposições Gerais, Art. 200,

coloca que ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições nos

termos da lei, colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do

trabalho. Fundamenta-se assim, as questões a serem estudas a respeito dos locais

de trabalho.

Para atender a evolução das teorias de administração verifica-se o

desenvolvimento de saber tais como: científica, clássica, questões a respeito de

relações humanas, comportamental, grupos semi-autônomos, modelos japoneses,

qualidade de vida no trabalho entre outros. Todas eles em uma dinâmica para

melhoria da qualidade de vida da humanidade.

Despontam ainda modelos de qualidade de vida no trabalho: de Walton; de

Hackman e Oldham; de Westley; de Wether e Davis; de Belanger; de Gonçalves

descritos por Musetti (2002), entre tantos, demonstram, a grande abordagem de

fatores que podem estar envolvidos em um ambiente de trabalho.

Gonçalves (1998, p. 36) destaca como principais fatores a serem abordadas

as condições ambientais e as condições organizacionais de trabalho.

Esses fatores que interferem nas instalações em uma organização visam um

ambiente de trabalho saudável, obrigação social de Estado, e função dos

administradores nas organizações.

Na organização do trabalho em uma instituição, verifica-se o profissional

com a função administrativa, “aquele indivíduo que, com formação teórica e prática,

estabelece as linhas da atividade administrativa, para obter a eficácia e a eficiência

da estrutura organizacional” (SIMCSIK, 1992, p. 32). Esses conhecimentos técnicos

e administrativos se constroem pelo advento progressivo de áreas técnicas

específicas que integram a função administrativa: gestores organizacionais e

funções operacionais. A exemplo temos: a evolução na informática, a especialidade

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em segurança e em saúde do trabalho, entre outras áreas de conhecimento que

estão se consolidando como assessoras na administração das organizações.

Para Alecian e Foucher (2001, p. 53), o serviço público tem dificuldade para

gerenciar os seus problemas em virtude da grande diversidade de atividades na

organização. Estes autores sugerem que as organizações públicas definam seu

próprio sistema de gerenciamento àqueles mais adaptados as suas especificidades,

deixando com cada gestor maior autonomia.

Citam ainda:

Em síntese. O gerenciamento mais adaptado ao serviço público ainda precisa ser inventado pelos gerentes do serviço público, para estar conforme com as suas especificidades. Mas, sendo o primeiro erro que não deve ser cometido em gerenciamento o de reinventar o que já existe lá fora, porque perdemos tempo, nada impede aos gerentes de olharem o que se faz fora, nas empresas privadas ou nas administrações públicas, ou empresas públicas que são exitosas, e de adaptá-lo a nossa própria organização (ALECIAN; FOUCHER, 2001, p. 53).

Também Barbosa (2001, p. 11), cita ainda que, é preciso fazer reflexão

sobre os:

[...] fatores que influenciam o desempenho humano no trabalho, de maneira ordenada, de modo que estes venham a compreender a necessidade de investir na adequação das condições de trabalho e quais as conseqüências danosas sobre à saúde individual, familiar, coletiva e, por que não dizer, sobre a própria organização.

Para Trivelato (2010, p. 39), “A saúde do trabalhador não é valorizada, quer

seja pelas organizações produtivas, sindicatos dos trabalhadores, órgãos

governamentais ou pela sociedade como um todo”. Aponta, outros interesses dos

organismos cuja função é tratar as questões relacionadas à segurança e saúde no

trabalho, e que não priorizam questões direcionada à promoção e prevenção em

segurança do trabalho.

A legislação brasileira que trata do assunto de segurança e saúde no

trabalho, é ampla e complexa, cria práticas de ações contrárias que se afastam dos

procedimentos para promoção e prevenção, despertando nos trabalhadores o

interesse em obter vantagens econômicas e financeiras em troca de ações de

prevenção. Estas demandas nas organizações tratam com prioridade as questões

de passivos financeiros. Esse viés se dissemina em todo mundo (TRIVELATO, 2010;

CHIAVENATO, 1999).

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Monteiro e Duarte (2007, p. 289), cientistas sócias portugueses, estudaram

as relações entre o que chamam de “clima organizacional e clima de segurança”,

identificando a abordagem da prevenção com fatores sociais e organizacionais.

Definem assim:

O conceito de clima de segurança, à semelhança do clima organizacional, é entendido como as percepções partilhadas sobre normas, valores, procedimentos e práticas de segurança, constituindo deste modo uma forma de manifestação da cultura de segurança. Referem os autores ainda que, pesquisas consideram que o clima organizacional prediz o clima de segurança.

Segundo Cardoso (2009, p. 35-50) em sua reportagem “Apostando na Vida”

a cultura da prevenção em segurança e saúde dentro das instituições, ou pelas

organizações ou pelos profissionais do setor, direcionam para acidentes e doenças

do trabalho, importantes para “mídia” e não dão ênfase para a melhoria da “vida dos

trabalhadores” na real intenção em qualidade das condições de trabalho e da saúde.

Para que haja resultados positivos, é importante na abordagem sistêmica

organizacional que se estudem as funções administrativas na identificação de

fatores organizacionais de segurança, tanto no Ambientes Internos (Ai), como

Externos (Ae), visando com isto o do homem e do trabalho (SIMCSIK, 1992).

Na contextualização, Vezzani (2002, p. 5) alerta que os planos para gestão

de segurança no trabalho devem estar inclusos nas supervisões das atividades em

um processo permanente de controle para enfrentar adversidades. Introduzindo com

isso a necessidade de desenvolvimento de atividades que contemplem as questões

voltadas à segurança do trabalho nas organizações.

Para Araújo (2002, p. 48) salienta que:

O principal desafio dos gerentes e supervisores é como obter e manter o cumprimento das legislação e das normas internas dentro da empresa. O principal aspecto nesta questão é garantir que este lideres sejam o exemplo dentro da organização através de atitudes pró-ativas com as questões de segurança, saúde e melhoria nas condições de trabalho.

Ainda para Campos (2004, p. 42):

Toda organização tem a sua Gestão, pois este é um instrumento de administração que permite que se executem de forma ordenada as atividades que estão inseridas dentro de um processo alvo, visando a minimização das perdas e que atinja de forma regular os resultados definidos pela organização.

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Zocchio (1996, p. 137) reforça a questão da segurança do trabalho, arguindo

que os gestores:

Em síntese, devem inspecionar também a segurança do trabalho. Essas inspeções de segurança revertem em favor da quantidade, da qualidade, do custo e dos prazos referentes aos trabalhos que dirigem. Toda vez que um supervisor descobrir alguma irregularidade em suas observações de rotina deve tomar a iniciativa para solucioná-la e recorrer ao serviço de segurança sempre que necessitar de assessoramento.

Fica explicito que, a Inspeção de Segurança nos processos de gestão, o seu

objetivos e sua importância estão ligados a localizar situações que possam provocar

acidentes e doenças ocasionadas no desenvolvimento de atividades em local de

trabalho e com isto tomar as medidas prevencionistas necessárias. O objetivo é

identificar fatores que poderão ser causa de acidentes, em visitas de inspeção nos

locais de trabalho. Na seqüência traçar estratégias no sentido de serem tomadas as

providências devidas. Para conceituar e tipificar podemos dizer que a Inspeção de

Segurança permite detectar riscos de acidentes e doenças profissionais

possibilitando assim a determinação de medidas preventivas de controle.

Podem-se definir o termo “inspeção” a partir de Couto (1994, p. 195):

Inspeção “é uma técnica de observar toda a área de trabalho, munido de um roteiro

de itens, anotando o que está inadequado, determinando as prioridades de solução

e tomando as medidas administrativas de correção”.

Da sua importância os autores Araújo (2002) e Couto (1994), referem que

continua sendo a melhor forma de detectar e controlar os acidentes e doenças do

trabalho, relacionados estes por, envolver pessoas, equipamentos, materiais e meio

ambiente. Destaca-se como ferramenta de detectar condições de trabalho

inadequadas.

Os autores definem ainda, tipos de inspeções que podem ser:

• Geral: envolve todos os locais da empresa e problemas relativos à

Segurança;

• Parcial: quando é feita em, alguns setores da empresa, certos tipos de

trabalho, certos equipamentos ou certas máquinas;

• De rotina: traduz-se pela preocupação constante de todos os

trabalhadores, do pessoal de manutenção, dos membros de

Comissões de Segurança e dos Setores de Segurança;

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• Periódica: são inspeções efetuadas em intervalos regulares

programadas previamente e visam apontar riscos preventivos como:

desgastes, fadigas, super-esforço e exposição a certas agressividades

do ambiente a que são submetidos máquinas, ferramentas, instalações

etc.;

• Eventual: é a inspeção realizada sem dia ou período estabelecido e

com o envolvimento do pessoal técnico da área;

• Oficial: é a inspeção efetuada pelos órgãos governamentais do trabalho

ou securitários. Para este caso, é muito importante que os serviços de

segurança mantenham controle de tudo que ocorre e do andamento de

tudo o que estiver pendente e que estejam em condições de atender e

informar devidamente à fiscalização;

• Especial: é a que requer conhecimentos e/ou aparelhos especializados.

Inclui-se aqui a inspeção de caldeiras, elevadores, medição de nível de

ruídos, de iluminação.

Também colocam as fases da Inspeção de Segurança:

Observação: tanto dos atos como das condições inseguras.

Informação: a irregularidade deve ser discutida na hora da inspeção para

que a solução do problema ocorra antes de qualquer ocorrência desagradável.

Registro: os itens levantados na inspeção devem ser registrados em

formulários próprios, para que fique claro o que foi observado, em que local, as

recomendações e as sugestões.

Encaminhamento: os pedidos e recomendações provenientes da Inspeção

de Segurança devem ser enviados aos setores e/ou pessoas envolvidas seguindo

os procedimentos próprios da empresa.

Acompanhamento: não se pode perder de vista qualquer proposta ou

sugestão para resolver problemas de segurança, durante todo o tempo até a sua

solução.

Relatório de Inspeção: toda Inspeção de Segurança implica na emissão de

um Relatório, que muito embora não tenha um modelo próprio, deve ser

minuciosamente elaborado.

No contexto de controles de ambientes de trabalho e equipamentos,

observa-se ainda outros tipos de controle. Karman (1994, p. 21) identifica a

importância da manutenção como:

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A manutenção encontra-se intimamente relacionada à eficiência operacional, tanto mais quanto mais vulnerável for o equipamento, a instalação ou o procedimento. Sabendo-se que não existe nenhum outro entorno, equipamento, máquina, aparelho ou instalação que não requeira certo grau de manutenção ou não esteja sujeito à fadiga ou a limitação da vida útil, donde a importância de uma manutenção programada, sistemática, efetiva, responsável e vigilante.

Relata ainda o autor, a necessidade de estruturar um Plano de Manutenção

a cargo da Administração que, requer levantamentos, avaliações e análises de

apreciável número de dados e elementos tais como: cadastro do patrimônio e

cadastro de equipamentos.

Já Moraes (2009, p. 384) também salienta, a importância da manutenção e

seus tipos. Chama de Gestão de Manutenção Operacional e menciona o conceito da

Associação Francesa de Normatização, levantada por Monchy (1989, apud

MORAES 2009), na qual a: “Manutenção é o conjunto de ações que permite manter

ou restabelecer um bem, dentro de um estado específico ou na medida para

assegurar um serviço determinado”.

Na visão contemporânea deste autor, a gestão no âmbito da manutenção, é

um segmento estratégico na prevenção de acidentes, deve-se com isto serem

atendidos padrões de segurança. Desta forma:

[...] tanto nos serviços quanto nos produtos, passaram a ser extremante exigente e a análise das falhas e, principalmente, de suas conseqüências para a segurança e o meio-ambiente, representam, em muitos casos, a garantia de sobrevivência das empresas, tamanha é a vigilância e a cobrança da sociedade (p. 386).

Na contextualização dos envolvidos no ambiente de trabalho, não podemos

deixar de lado as questões relacionadas às pessoas que laboram atividades neste

ambientes. Estas devem estar possuídas de uma motivação correta para tal.

Couto (1994, p. 37-38) ressalta a “fadiga humana” quando a capacidade de

trabalho cai devido a um problema de motivação incorreta. O ser humano é uma

“ferramenta”, uma “máquina” extremamente complexa. Caso esta motivação não

esteja voltada aos interesses da instituição, requer uma série de posturas dos

administradores. Se estas posturas não forem práticas, conduzirão o trabalhador a

um quadro de fadiga física ou fadiga psíquica.

Ainda define fadiga física, que ocorre quando o ser humano tem uma

redução na sua capacidade de trabalho porque a “máquina” encontra-se

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sobrecarregada por algum fator do trabalho. E fadiga psíquica, ao contrário, é um

quadro de redução na capacidade de trabalho da pessoa ocasionado por uma

inadaptação psíquica do indivíduo a um – ou algun(s), aspecto(s) de sua realidade

de vida. Não é ocasionada apenas pelo trabalho, mas também pode ser por fatores

pessoais.

Como conseqüências, segundo o autor, pode ocorrer diminuição da

eficiência no trabalho, aumento da incidência de doença, absenteísmo elevado,

principalmente por doenças, aumento da renovação da mão-de-obra, acidente do

trabalho, característica “contagiosa”. Barbosa (2001, p. 35) em suas considerações

relata que é imprescindível ao administrador em suas inspeções, conhecer as

opiniões emitidas pelos envolvidos no ambiente de trabalho sobre suas reais

necessidades, para prevenção e soluções. Fatos e situações, até então, não

evidenciados, poderão aparecer através das opiniões sugeridas pelos envolvidos.

Comenta, ainda, que “a principal tarefa a ser buscada pelo administrador é antes de

tudo, preparar a organização para uma cultura voltada para a segurança”.

Com foco na segurança do trabalho, as instalações em uma organização,

devem ser planejadas segundo regulamentos, critérios, normas direcionadas ao

homem com políticas sociais e de trabalho. Há necessidade de se fazer o equilíbrio

dinâmico dessa abordagem sistêmica. Estas questões interferem na qualidade de

vida das pessoas no ambiente laboral (SIMCSIK, 1992, p. 107). Faz-se necessário

monitorar esses aspectos em uma organização com indicadores e metas para ações

gerenciais de promoção e prevenção com investimentos no planejamento e

implementação na organização.

Mesmo não contemplada na regulamentação para o serviço público, a

Norma Regulamentadora, n 5, denominada Comissão Interna de Prevenção de

Acidentes de Trabalho (CIPA) é objeto de exemplo que determina a participação dos

níveis da estrutura hierárquica, assim como o envolvimento dos trabalhadores para

apontar observações e solicitações das condições de trabalho, propondo soluções

corretivas e preventivas (BRASIL, 1978),. Para contrapor e atender a legislação no

serviço público federal está proposto, “folder” do SIASS com orientações para a

criação das Organizações por Local de Trabalho – Saúde (OLT – Saúde) com

seguintes objetivos: “compete às unidades dos órgãos e entidades que compõem o

Sistema de Pessoal Civil (SIPEC), instituir e manter em funcionamento as OLTs que

têm como finalidade contribuir para uma gestão compartilhada”. Define as

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atribuições e composição do SIASS (2009). Como a regulamentação específica de

legislação própria do serviço público federal, inexiste, nestes casos poder-se-á,

aplicar subsidiariamente a regulamentação do Ministério do Trabalho e Emprego,

legislação esta aplicada aos trabalhadores da iniciativa privada. Pela Norma

Regulamentadora n 1, com Disposições Gerais, (BRASIL, 1978), cabe ao

empregador adotar medidas para eliminar ou neutralizar a insalubridade e as

condições inseguras de trabalho.

Para controle de ações preventivas no serviço publico, na adoção da

legislação do serviço privado, a Portaria nº. 3.214, de 1978, do Ministério do

Trabalho e Emprego, NR-09, estipula o Programa de Prevenção de Riscos

Ambientais (PPRA). Este documento é administrativo, e deverá ser aprovado pela

administração da instituição, pois, requer ações que dependem de prazos,

orçamento, planejamento financeiro entre outros. O plano, as metas e o cronograma

constituem o compromisso da administração para sua implantação.

Dorival (2006, apud SERRA 2010), enfatiza a evolução do processo na

gestão da Segurança e Saúde no Trabalho (SST), com diferentes focos. Demonstra

que as questões atuais estão relacionadas aos fatores organizacionais, como

mostrado na Figura 4:

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Figura 4 - Etapas das abordagens na gestão da SST.

FONTE: Serra (2010, p. 4).

Pode-se inferir que, para o controle de atividades nos processos produtivos

de uma organização, há responsabilidades funcionais distintas: técnicas e

administrativas, diretas ou indiretas com relação à prevenção de acidentes e

doenças do trabalho. Soma-se a estas funções considerável volume de trabalho,

mesmo naqueles processos considerados produtivos exigindo maior atendimento a

estas questões.

Verifica-se na literatura científica relativa à gestão da saúde e segurança no

trabalho (SST) relativas à prevenção, uma série de estudos e aplicações apoiados

em conceitos para propor solução.

Para Franz (2009, p. 35), “de um modo geral, observa que nem as técnicas

específicas e nem os sistemas de gestão ou avaliação existentes contemplam, ao

mesmo tempo, as ações necessárias para gerenciar e atuar pontualmente na SST”.

Salienta ainda, que é possível esses recursos fornecerem orientações

complementares, e cita como exemplo o trabalho desenvolvido pela Organização

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Européia para a Segurança do Tráfego Aéreo, utilizando-se de outras técnicas e

método não contemplados nos sistemas de gestão de SST.

Desta forma, práticas alternativas de prevenção podem ser aplicadas na

atenção à segurança, com o objetivo de levantar e indicar problemas que

comprometem a segurança do trabalho e suas conseqüências. Demonstra-se com

isto, que instrumentos com mínimo de orientações podem ser utilizados, como um

processo que facilite o desenvolvimento das atividades dos gestores administrativos.

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3 GESTÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO NA UFPR

Neste capítulo foram abordados as questões específicas das atividades de

Gestão da Segurança do Trabalho como um processo a ser incorporado na

organização, definida como:

Um conjunto de iniciativas da organização, formalizados através de políticas, programas, procedimentos e processos de negócio da organização para auxiliá-la a estar em conformidade com as exigências legais e demais partes interessadas, conduzindo nas suas atividades com ética e responsabilidade social (ARAÚJO; SANTOS; MAFRA, 2006, p. 3).

A serem desenvolvidas em unidades administrativas da UFPR.

3.1 ÁREA ESPECIALIZADA EM SEGURANÇA DO TRABALHO DA UFPR

Por interesses da União e no controle de inúmeras disputas judiciais

trabalhistas, no início da década de 90, foram absorvidos os trabalhadores regidos

pelo Decreto-Lei nº. 5.452, de 01 de maio de 1.943, contratados pela Consolidação

das Leis do Trabalho (CLT), para o serviço público federal, Lei nº. 8.112, de 11 de

dezembro de 1990, Regime Jurídico Único (RJU). Estes ficaram ligados ao Sistema

de Pessoal Civil da Administração Federal (SIPEC) e aos Ministérios do Estado,

(MEIRELLES, 2000, p. 378).

Na ausência de política institucional que tratasse da segurança do trabalho a

gestão 1990 a 1994 da Universidade Federal do Paraná, instituiu um grupo de

estudo de especialistas para propor um programa de saúde e segurança do

trabalho, em março de 1990.

A elevada demanda à assistência à saúde dos Servidores, assim chamados,

ultrapassava os limites tradicionais das consultas médicas, dos atestados médicos

que comprovassem a incapacidade para o trabalho, demonstrando desigualdade

entre a oferta de serviços de saúde e o volume e a complexidade das necessidades

dos servidores.

Dentro deste contexto, o Grupo de Trabalho, em documento identificado

como “Programa de Saúde e Segurança do Trabalho”, Proposta Preliminar de

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março/9010, sem referências dos componentes desta equipe de trabalho, contempla

que “após a realização de um diagnóstico empírico, reconheceu a necessidade de

desenvolver uma nova estratégia, que viesse corrigir as limitações das ações

desenvolvidas”. Este grupo utilizando-se do Cap. III, art. 230 da Lei nº. 8.112, de 11

de dezembro de 1990, que dispõe sobre o Regime Jurídico dos Servidores Civis da

União, propôs a criação da Comissão Permanente de Saúde e Segurança do

Trabalho da UFPR, como unidade de apoio ao servidor e ao mesmo tempo

assessoria, aconselhamento e proposta de soluções para os problemas

relacionados com a saúde e segurança do trabalho.

A proposta da criação da Comissão Permanente de Saúde e Segurança do

Trabalho da UFPR, como órgão de “linha-staff” da Unidade de Apoio ao Servidor, é

de uma equipe multiprofissional especializados em Segurança e Medicina do

Trabalho, Psicologia, Assistência Social integrado à Unidade de Apoio ao Servidor.

Além destes, como conta a proposta, cada setor ou órgão da Universidade seria

representado por um servidor eleito sendo que o mesmo deveria estar envolvido

com o assunto do seu setor e seria o elo entre esta comissão e seus respectivos

setores.

A Pró-Reitoria de Recursos Humanos e Assuntos Estudantis da

Universidade Federal do Paraná, no uso de suas atribuições, preocupada com a

saúde e segurança dos trabalhadores, resolvem designar professores e técnicos

administrativos para constituírem uma Comissão de Saúde Ocupacional, pela

Portaria nº. 4.512/PRHAE, de 03 de abril de 1992, cuja portaria, não menciona o

nível hierárquico a que esta comissão estaria subordinada, como a proposta daquele

Grupo de Trabalho. Esta portaria designa para presidência da Comissão um

professor adjunto do 3º. Grau e seus componentes: um médico, um

engenheiro/área, dois auxiliares e um assistente em administração.

A referida portaria menciona as seguintes atribuições: aplicar os

conhecimentos de engenharia de segurança e medicina do trabalho ao ambiente de

trabalho e a todos os seus componentes, inclusive máquinas e equipamentos, de

modo a reduzir e até eliminar os riscos ali existentes à saúde do servidor; elaborar e

executar projetos de normas e sistemas para programas de engenharia de

segurança e medicina do trabalho – perícia médica e readaptação profissional;

10 Este é um documento oficial, com 14 paginas com timbre do Ministério da Educação e Universidade Federal do Paraná, é de acesso restrito ao setor de Segurança e Saúde Ocupacional.

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avaliar as condições de trabalho, quanto ao ambiente e à organização do seu

desempenho, emitindo pareceres e laudos técnicos em busca de sua adequação,

caracterizando as atividades insalubres, perigosas e penosas, conforme determina o

Regime Jurídico Único; determinar, quando esgotados os meios conhecidos para

eliminação do risco e este persistir, mesmo reduzido, a utilização pelo servidor, de

equipamentos de proteção individual (EPI), desde que a concentração, intensidade

ou característica do agente assim o exija; determinar, na persistência dos riscos,

mesmo reduzidos, condutas especiais de monitoração ambiental e pessoa para

acompanhamento de saúde, incluindo a remoção do servidor ou mudança radical ou

abolição daquela situação de trabalho; participar das atividades relacionadas à

saúde dos servidores, com ênfase na promoção e proteção específica aos acidentes

e doenças ocupacionais; executar exames médicos ocupacionais nos servidores, em

especial naqueles expostos a maior risco de acidentes de trabalho ou de doenças

profissionais; promover a realização de exames médicos periciais, de avaliação de

capacidade laborativa, com a emissão de pareceres técnicos e de orientação ao

servidor e à Administração; promover a realização de atividades de educação

através de programas de duração permanente e periódica; registrar em prontuários

próprios, as avaliações de saúde dos servidores, das suas condições de trabalho e

das recomendações especifica. Buscar dados e registro no sistema de informações

da UFPR; assessorar a Administração da UFPR nos casos /assuntos de saúde e

segurança dos servidores ou da comunidade em relação à Universidade.

Esta Comissão de Saúde Ocupacional (CSO) criada pela área de Recursos

Humanos, Pró-Reitoria de Recursos Humanos e Assuntos Estudantis (PRHAE) da

Universidade Federal do Paraná, evidenciou a área técnica de segurança do

trabalho incorporada no contexto da área da saúde, designou suas atividades no

nível operacional, quatro níveis da estrutura hierárquica da universidade:

subordinada à Unidade de Saúde da Comunidade esta, à Coordenação de Assuntos

Comunitários, e esta à Pró-Reitora de Recursos Humanos e Assuntos Estudantis

(PRHAE), e esta pró-reitoria ao Reitor, desconsiderando as recomendações

sugeridas pelo Grupo de Trabalho.

Esta Comissão de Saúde Ocupacional (CSO) permaneceu em

desenvolvimento até 1997 quando se reconheceu a necessidade de reorganizar o

nome da Comissão para tornar um processo permanente na Instituição, uma

unidade na hierarquia da Instituição, com isto foi instituído como Serviço de

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Segurança e Saúde Ocupacional (SESAO), pela Portaria nº. 12.739/PRHAE, de 29

de outubro de 1997, com as mesmas atribuições.

Na tentativa de manter no SESAO uma equipe estruturada, utiliza-se o

enquadramento adaptado da CLT, haja vista ser uma legislação ultrapassada, mas

esse procedimento, esbarra no serviço público que não tem instituído os cargos que

vem ao encontro com a legislação da CLT do Ministério do Trabalho e Emprego. A

exemplo disso temos: o médico do trabalho, assim como de técnico de segurança do

trabalho, componentes de fundamental importância para o desenvolvimento das

atividades de segurança e saúde do trabalho e que não consta na implantação de

cargos do Regime Jurídico. A partir daí, no final da década de 1990, a área de

recursos humanos, hoje chamada de Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas

(PROGEPE), não instituída em estatuto da Universidade ainda, envida esforços e

cria o cargo de Técnico de Segurança do Trabalho, de nível médio, diminuindo as

deficiências na composição de uma equipe de segurança do trabalho como ocorre

na iniciativa privada.

Estrutura organizacional do SESAO é: saúde do trabalho, segurança do

trabalho e administração. A equipe da saúde do trabalho é composta por dois

médicos do trabalho, três enfermeiros do trabalho, um assistente social, um

psicólogo, dois técnicos de enfermagem do trabalho, três auxiliares de enfermagem

do trabalho, com as seguintes atribuições: efetuar exames admissionais, periódicos,

avaliações de capacidade laborativa, retorno ao trabalho e mudança de função,

solicitando exames clínicos e complementares; realizar acompanhamento médico e

psicossocial com participação no processo de reabilitação do servidor afastado;

desenvolver e implementar programas de prevenção aos acidentes do trabalho e

doenças ocupacionais; realizar e acompanhar o controle sorológico dos acidentes

com material biológico; efetuar programas especiais de vacinação contra Hepatite B,

Tétano e Gripe; elaborar e manter relatórios e estatísticas pertinentes; manter os

prontuários médicos atualizados; implementar e acompanhar o Programa de

Controle Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO); agendar consultas; desenvolver

programas de controle e acompanhamento de doenças crônicas.

Na segurança do trabalho estão lotados dois engenheiros do trabalho, dois

técnicos de segurança do trabalho e as suas atribuições são: orientar e acompanhar

a elaboração do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) nas

unidades administrativas; especificar os Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s)

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a serem utilizados nos processo de compras da Instituição; ministrar treinamento de

segurança do trabalho; realizar visitas técnicas e vistorias periódicas; elaborar

pareceres especializados; elaborar e manter relatórios e estatística pertinente;

instruir processos para a concessão de adicionais de periculosidade.

Na administração encontram-se um administrador, dois assistentes

administrativos, com atribuições tais como: receber e registrar os processos da

Unidade; arquivar documentos do Serviço; digitar ofícios, ordens de serviços e

outros; protocolar documentos; atender pessoas/telefone; efetuar pedidos de

materiais ao almoxarifado; providenciar a impressão ou fotocópia de documentos;

efetuar o controle de bens patrimoniais, consumo dos materiais, férias, licenças

médicas e outros; solicitar encadernação, consertos, manutenção e outros; elaborar

e manter relatórios e estatística pertinentes.

3.2 BREVE HISTÓRICO DA SEGURANÇA DO TRABALHO NA ADMINISTRAÇÃO

DA UFPR

Com a pesquisa regimental na UFPR esquematizamos a estrutura da

legislação que rege sua função.

Figura 5 - Estrutura Regimental da UFPR.

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A localização da Pró-Reitoria de Recursos Humanos e Assuntos Estudantis

(Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas – Progepe, atualmente) na estrutura

organizacional da UFPR está mostrada na Figura 06.

Figura 6 – Parte do Organograma da UFPR.

Conselho de Direção Reitoria Pró-Reitoria de Gestão de

Pessoas (PROGEPE)

Coordenadoria de Atenção

Integral a Saúde do Servidor (CAIS)

SIASS

Serviço de Segurança e Saúde

Ocupacional (SESAO)

Segurança do

Trabalho Administração Saúde

Ocupacional

3.2.1 Atividades de Segurança do Trabalho dos Gestores Administrativos na UFPR

Observa-se no Estatuto da Universidade Federal do Paraná-UFPR fundada

em 19 de dezembro de 1.912 e restaurada em 1º de abril de 1946, que é autarquia

de regime especial com autonomia administrativa, financeira, didáticas e disciplinar,

mantida pela União Federal nos termos da Lei nº. 1.254, de 4 de dezembro de 1950.

A sua constituição prevê como princípios de organização na sua estrutura orgânica

unidades denominadas setores com plena utilização de recursos humanos e

materiais entre outros princípios. Estas unidades setoriais organizam-se de forma a

atender projetos político-pedagógicos de ensino e da pesquisa e o sistema

profissionalizante e de pesquisa aplicada.

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No capítulo II do Estatuto a administração das unidades setoriais organiza-

se com o objetivo de estabelecer o regime de cooperação entre os docentes de

modo a favorecer a interdisciplinaridade e a integração do ensino, pesquisas e

extensão, com uma estrutura hierárquica composta de órgão de direção tais como: o

conselho setorial e a diretoria. O conselho setorial considerado órgão deliberativo e

consultivo das unidades universitárias, e integrado pelos: diretor e seu presidente,

vice-diretor, chefes de departamento ou detentores de outros cargos ou funções

equivalentes, coordenadores de cursos de graduação, técnicos e ensino médio,

entre outros integrantes. A direção dos setores órgão executivo e de coordenação,

fiscalização e superintendência das atividades é exercida pelo diretor com mandado

de quatro anos, permitida uma recondução ao mesmo cargo.

O Artigo 37 do citado Estatuto da UFPR trata das atribuições do diretor de

setor dentre elas: praticar os atos necessários à administração da área setorial de

sua jurisdição, aplicar as verbas próprias destinadas ao funcionamento das

atividades setoriais, fiscalizar os serviços da unidade, dar cumprimento às

determinações do conselho setorial, convocar e presidir as reuniões de conselho

setorial, ordenar as despesas da unidade, organizar a proposta orçamentária da

unidade, levando em conta os planos organizados pelos departamentos entre outras

atribuições.

Considerando ainda a estrutura universitária para efeito de organização

administrativa, o art. 38 define subunidades denominadas de departamentos com

objetivo comum do ensino e da pesquisa, criados atendendo a requisitos tais como:

agrupamento de disciplinas afins abrangendo áreas significativas de conhecimento,

disponibilidade de instalações e equipamentos entre outros requisitos. Já o art. 39

define a chefia e respectiva suplência de departamento, para um período de dois

anos, podendo se reconduzidos uma vez. As atribuições dos departamentos são

fixadas no Regime Geral conforme Art. 40 do Estatuto da UFPR.

O capítulo II, art. 50 do Estatuto trata, do colegiado de curso que faz a

coordenação didática de cada curso, constituído por um coordenador e vice-

coordenador, com atribuições dispostas no Regimento Geral da UFPR.

Já o Regimento Geral da Universidade Federal do Paraná – UFPR, dispõem

sobre a constituição de suas unidades chamadas de setores e dos órgãos

suplementares assim, como disciplina as atividades administrativas e didáticas.

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O art. 3º do Capítulo II, Unidades Setoriais, do Regimento Geral estrutura e

define a composição das unidades setoriais que funcionam com seus regimentos

próprios, como órgão de programação e execução das atividades de ensino,

pesquisa e extensão. A administração setorial é formada pelo conselho setorial e

pela diretoria que são organizados para autonomia de encaminhamentos à

presidência que é o próprio diretor da unidade setorial. A elaboração do regimento

setorial é uma das competências do conselho setorial. Outra competência constante

no inciso VI, do art. 34, regula a planificação dos departamentos na proposta

orçamentária a ser encaminhada aos órgãos superiores da Universidade e se

destaca no sentido de obter recursos financeiros, importante para o desenvolvimento

do setor. O inciso XVII do mesmo art., expressa a decisão de recursos.

O art. 30, da Seção IV, Reitoria, do Regimento Geral da UFPR, considerado

como órgão executivo da administração superior, conta com o serviço de Pró-

Reitoria de Gestão de Pessoas, exercida pelo Conselho de Direção da Reitoria na

presidência do Reitor. A definição da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas assim com

as suas atribuições definidas pelo Conselho de Direção da Reitoria, estão dispostos

no Regimento da Reitoria. Esta estrutura está ligada diretamente ao órgão

especializado em segurança do trabalho que, assessoram os órgãos da

administração setorial assim com a administração departamental.

Na estrutura setorial dentre outras atribuições do diretor pode-se observar no

art 37, inciso VI a proposta orçamentária inclusa no art. 34, para decidir recursos ao

setor que poderiam reverter para manutenção e melhoria das condições de trabalho

dos servidores. No estudo efetuado nas competências: do departamento e dos

chefes de departamento não se encontra atribuições que defina manutenção das

condições de trabalho, deixando a cargo de outra instância para exercer estas

competências. O administrador: diretor, chefe, coordenador no regimento foi focado

para o desenvolvimento das atividades didáticas somente.

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4 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA

Para alcançar os objetivos do estudo foram desenvolvidos procedimentos

metodológicos que passam a ser descritos a seguir.

4.1 ANÁLISE DE GESTÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO

Os conceitos de gestão de segurança do trabalho apresentados nos

capítulos anteriores norteará a criação e utilização da análise dos dados coletados

junto ao Setor de Tecnologia da Universidade Federal do Paraná, por meio de

instrumentos para a coleta das informações. Dois passos foram adotados na

realização dos trabalhos para coleta de dados em campo: entrevistas com gestores

administrativos e questionário semi-estruturado com subordinados destes gestores.

Na montagem dos instrumentos utilizados, para levantar as informações,

foram definidas variáveis para analisar o estado de gestão da segurança do

trabalho, tendo como fonte as pesquisas bibliográficas.

Após estudo bibliográfico e o diagnóstico empírico preliminar, foi constatado

a necessidade de criar referências que levantassem o estado da gestão da

segurança do trabalho segundo a percepção dos atores envolvidos na organização,

que poderiam ser os chefes dos departamentos e seus subordinados, prevendo de

que forma seriam feitas as coleta de dados entre os mesmos.

Identificamos uma sequência de termos que mostraria de que modo seria o

entendimento sobre as questões ligadas à gestão da segurança do trabalho junto

aos atores envolvidos, para diagnosticar o nível de estado desta na UFPR.

Posto isto, adotou-se palavras que estariam ligadas ao processo de gestão

da segurança do trabalho na organização. Iniciamente, foram adotadas dezesseis

palavras que chamamos de “palavra-chave”. Utilizando-se de software, Adobe

Reader 9, efetuamos a pesquisa das palavras-chave, encontrando os resultados que

demonstrariam o que a fundamentação teórica estaria nos dizendo. Estes resultados

estão na coluna “tema / pergunta”, conforme Quadro 01.

Tendo por base a incidência das expressões que constituem os

fundamentos teóricos do estudo, foi possível definir onze palavras que direcionaram

as pesquisas das onze variáveis.

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Quadro 1 - Levantamento de incidências das palavras-chave

PALAVRA-CHAVE INCIDÊNCIA TEMA / PERGUNTAS Estratégia 02 08

Gestão 53 01 Gestor Administrativo 06 03

Gestores Administrativos

14 03

Gestores Especialistas 04 04 Inspeções 06 09

Manutenção 15 06 Melhoria 10 10

Planejamento 14 08 Práticas 10 07

Promoção 14 05 Sistema de Gestão 08 01

Tecnologias 07 06 Vigilância 10 11

Competência 04 02 Assessoria 20 03

FONTE: O autor

Com as variáveis de pesquisa definidas foi possível configurar o Sistema de

Avaliação de Desempenho em Segurança do Trabalho na Instituição, com atores

envolvidos no processo, gestores administrativos e especialistas e seus

subordinados do Setor de Tecnologia da UFPR, demonstrado na Figura 07.

Estas variáveis foram utilizadas nas perguntas das entrevistas e nas

perguntas dos questionários aplicados no setor adotado. Tal prática é referendada

por Lakatos e Marconi (1991, p. 200).

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Figura 7 - Relacionamentos da Gestão de Segurança do Trabalho com Variáveis

FONTE: O autor

Para relacionar os discursos com as respostas dos atores envolvidos,

utilizou-se as mesmas variáveis constituídas anteriormente.

Tendo definidas as variáveis, foram adotadas classes para ponderá-las.

Definiu-se assim, critérios de uma escala de respostas (Quadro 02) tanto para as

falas das entrevistas como para as respostas dos questionários.

Quadro 2 – Elementos de Diagnóstico nas Variáveis

Escala de Classificação das Respostas

Acontece

Acontece e há contribuição

Acontece muito pouco

Não acontece

Não acontece, mas há contribuição.

Não respondeu a pergunta

Não soube responder a pergunta

FONTE: O autor

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53

Com estes elementos faz-se as análises das combinações entre as variáveis

definidas para a análise de conteúdos.

4.2 COLETA DE DADOS

Para coletar os dados optou-se por utilizar entrevistas e questionários cujos

procedimentos estão descritos abaixo.

4.3 UNIVERSO DA PESQUISA

Ocorreu inicialmente (ANEXO I) junto ao Diretor do Setor de Tecnologia, em

que foi efetuada uma explicação do propósito do trabalho para o seu setor e para a

segurança no trabalho, com vistas à elaboração de uma proposta de um plano de

ação será melhoria da gestão da segurança do trabalho na UFPR. Nesta visita foi

disponibilizado, pelo Diretor, o nome dos Chefes de Departamento e Coordenadores

de Cursos do Setor, além do consentimento oficial para a realização da pesquisa.

O Setor de Tecnologia da UFPR, por meio de seus Chefes de

Departamentos e Coordendadores de Cursos e seus subordinados, isto é, Docentes

e Técnicos Administrativos, constituíram o universo pesquisado.

O Quadro 03 indica as Unidades que constituem o Setor de Tecnologia em

sua configuração, aponta também o número de atores envolvidos na pesquisa e

percentual de entrevistas elaboradas.

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Quadro 3 – Identificação dos atores envolvidos e participantes na pesquisa

Unidades Numero Atores Entrevistados

Chefes de Departamentos 11 60,0%

Coordenadores de Cursos

de Graduação

08 33,3%

Coordenadores de Cursos

de Pós-Graduação

12 6,7%

Totais 31 100,0%

FONTE: O autor.

Quadro 4 – Distribuição dos questionários por Unidades Administrativas

Unidades Entregues Participantes

Arquitetura e Urbanismo 33 9,3%

Construção Civil 32 9,3%

Engenharia Elétrica 50 7,0%

Engenharia Mecânica 55 23,3%

Engenharia Química 32 7,0%

Transportes 17 4,7%

Hidráulica e Saneamento 20 9,3%

Engenharia Ambiental 9 2,3%

Engenharia Bioprocessos e

Biotecnologia

9 9,3%

Engenharia Produção 11 7,0%

Direção 10 11,6%

Totais 278 100,0%

FONTE: O autor.

No Quadro 4 foram identificados os atores envolvidos por Unidades com

questionários, isto é, os percentuais de participantes nesse processo de

investigação.

Em relação às entrevistas obteve-se participação significativa, pois 50% dos

atores participaram das entrevistas. Com relação aos questionários o índice

participante foi de 15,47%.

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55

4.4 ENTREVISTAS

Para as entrevistas foi elaborado um roteiro semi-estruturado com onze

perguntas abertas (ANEXO III). Foram agendadas as datas de entrevistas a serem

realizadas nos locais e horários de trabalho, em ambiente reservado. A cada

entrevista, foi apresentado o plano de trabalho e esclarecida a sua importância,

solicitando ao entrevistado permissão para sua gravação, assim como, liberdade

para pedir esclarecimentos. Foi solicitado também aos entrevistados, assinar termo

de consentimento livre e esclarecido (ANEXO VI).

O desenvolvimento da entrevista ocorreu com certa relação de confiança

entre o entrevistador e o entrevistado. Comprovando o exposto por Lakatos e

Marconi (1991, p. 199).

No encerramento da entrevista, procurou-se enfatizar que estas questões

são importantes e que os resultados do trabalho serão informados aos participantes.

No registro das informações foi utilizado aparelho de gravação de áudio

(SONY, IC Recorder, Modelo ICD-P520) e conversão de áudio para mp3 pelo

software Digital Voice Editor, Versão 3.0.00 – SONY. Após esta conversão, as falas

foram transcritas para Banco de Dados, aplicativo da Microsoft Access 2002.

4.5 QUESTIONÁRIO

O questionário, instrumento de observação direta extensiva, elaborado com

o mesmo tema e ordem das perguntas das entrevistas, foi respondido por escrito

sem a presença do entrevistador. Entregue nos escaninhos dos entrevistados

localizados nas Secretarias dos Departamentos, onde depois de preenchido, o

respondente devolveu do mesmo modo. Ao questionário foi apensada carta de

apresentação (ANEXO V), explicando a natureza da pesquisa e sua importância. Na

contextualização do questionário adotou-se incluir um caput explicativo para ajudar

na conceituação do que continha a pergunta.

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56

4.6 PREPARAÇÃO DO ESCOPO DOS TRABALHOS

A configuração do sistema das entrevistas com Chefes de Departamento e

Coordenadores de Cursos e dos questionários com Subalternos, com Docentes e

Técnico Administrativos, está indicada na Figura 08.

Figura 8 – Configuração Entrevistas e Questionários

FONTE: O autor.

4.7 AMBIENTE PARA TRATAMENTO DOS DADOS

Para armazenamento e tratamento dos dados coletados nas entrevistas e

nos questionários, adotou-se banco de dados disponível em software da Microsoft

Access 2002.

A configuração entre as tabelas que armazenam os dados é mostrada na

Figura nº. 09. Na criação do sistema, considerou-se a necessidade de

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57

armazenamento e buscas de dados para análises dos mesmos, evidenciando o uso

da linguagem, bem como, a análise do significado semântico-programático da

conversação (GODOI; MELLO; SILVA, 2007).

Figura 09 – Relacionamento entre tabelas de dados.

FONTE: O autor.

Montada a estrutura do sistema, os dados coletados das entrevistas e dos

questionários foram carregados.

TRATAMENTO DOS DADOS DAS ENTREVISTAS

Com os dados carregados das entrevistas, foi realizada pelo pesquisador

análise das respostas recebidas dos atores envolvidos e descritas nos campos

específicos: a recuperação do momento da entrevista no campo

(RecuperMomenEntrev), a contextualização programática do diálogo no campo

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58

(ContextProgrmDiálogo) e a parametrização no campo de elementos de variáveis,

conforme Figura 10.

Figura 10 – Análises das Entrevistas

FONTE: O autor.

TRATAMENTO DOS DADOS DOS QUESTIONÁRIOS

Da mesma forma, com os dados carregados, foi analisada pelo pesquisador

a contextualização das respostas recebidas nos questionários, descritas no campo

específico da contextualização, como mostra a Figura 11.

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59

Figura 11 – Análise dos Questionários

FONTE: O autor.

Após a sistematização dos dados foram elaboradas as pesquisas por

elementos (classes) no sistema e emitidos relatórios que possibilitaram analisar os

mesmos.

Nas telas 10 e 11, referente às respostas dos autores, foi possível

determinar os elementos a cada respostas das entrevistas e dos questionários.

4.8 ANÁLISE DOS DADOS

Tomando por base o sistema de coleta de dados constituído passou-se a

analisar os resultados, em relação às variáveis definidas no estudo.

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60

4.8.1 Variável: 01 Acesso à informação.

Definição: Na sucessão de gestores na Universidade, quais as informações

são repassadas para os novos gestores para dinamizar e fortalecer o processo de

gestão da segurança do trabalho.

Na percepção dos gestores 53,33% acredita ocorrer repasse de

informações, mesmo que 33,33% diga que o acesso acontece muito pouco e os

restantes que acontece e há contribuição conforme Figura 12.

Tal resultado revela que o acesso à informação é deficitário, porém vale

destacar que 13,33% dos respondentes sugerem contribuições para saná-lo:

- Nós estamos muito incipientes nessa área ainda, não há uma, não vejo como gestora uma efetiva política de segurança do trabalho apesar, de que na nossa área de atuação aqui é mais na parte didática e pedagógica.

- até o ano passado eles melhoraram muito a coleta de resíduos, normatizando, mas eu acho que esta precisando ter ainda no sentido de conscientizar e deixar mais do dia a dia, uma coisa assim que fosse cultural, na hora que você vai descartar o produto, ou venceu ou o prazo de validade de qualquer coisa, você já sabe exatamente como fazer, sem grandes dificuldades. Hoje eu acho que ainda tem assim, você tem que pensar: que produto é, como é que vai descartar, onde é que eu acho a embalagem, quem que vai buscar então, é uma série de procedimentos que ainda não estão facilitando muito. Agente sabe que existe, mas, entre saber que existe e até efetivamente a gente saber o que colocar, isso poderia melhorar um pouco.

Figura 12 - Variável acesso à informação – Administradores

33,33%

26,67%

20,00%

13,33%

6,67%

0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00%

Acontece muito pouco

Não acontece

Acontece e há contribuição

Não acontece, mas há contribuição

Acontece

% Ocorrência da Variável

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61

Na visão dos subordinados, retratada na Figura 13, observa-se que 69,05%

consideram que existe acesso à informação. Destes 26,19% acreditam haver

contribuição, 21,43% já acham que o acesso embora aconteça é bastante restrito, e

os demais não se manifestaram sobre como ocorre estas contribuições.

- Acho que a melhoria, se necessária for, consiste em atender às normas pertinentes sobre o tema.

- Fornecendo informações com relação à segurança nos laboratórios em que ministro aulas.

- Tendo material necessário, ambiente favorável de trabalho.

- Cumprindo as normas e investindo em reformas.

- Maior preocupação com a ergonomia (luminotécnica / organização espacial / qualidade do mobiliário / etc.)

- Observando e relatando as condições que eventualmente podem ocasionar situações de risco.

- Melhorar a qualidade dos serviços de manutenção, pois temos acidentes com equipamentos velhos.

Figura 13 - Variável acesso à informação - Subordinados

7,14%

7,14%

7,14%

9,52%

21,43%

21,43%

26,19%

0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00%

Não acontece

Não acontece, mas há contribuição

Não soube responder a pergunta

Não respondeu a pergunta

Acontece

Acontece muito pouco

Acontece e há contribuição

% Ocorrência da Variável

A percepção dos gestores revela que o acesso à informação acontece muito

pouco ou não acontece, porém indicam que apesar da pouca efetividade de aceso à

informação há certa contribuição desta no processo.

Informam os gestores que:

- Nós estamos muito incipientes nessa área ainda, não há uma, não vejo como gestora uma efetiva política de segurança do trabalho apesar, de que na nossa área de atual aqui é, mais na parte didática e pedagógica.

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- [...] até o ano passado eles melhoraram muito a coleta de resíduos, normatizando, mas eu acho que esta precisando ter ainda no sentido de conscientizar e deixar mais do dia a dia, uma coisa assim que fosse cultural, na hora que você vai descartar o produto, ou venceu ou o prazo de validade de qualquer coisa, você já sabe exatamente como fazer, sem grandes dificuldades. Hoje eu acho que ainda tem assim, você tem que pensar: que produto é, como é que vai descartar, onde é que eu acho a embalagem, quem que vai buscar então, é uma série de procedimentos que ainda não estão facilitando muito. Agente sabe que existe, mas, entre saber que existe e até efetivamente a gente saber o que colocar, isso poderia melhorar um pouco.

- O serviço público cumpre muito pouco o que impõem a iniciativa privada nas suas leis.

- Como chefe eu diria o seguinte as instalações, por exemplo, nós vemos taco soltos, eu diria que falta de recursos ou até de gestão de manutenção. Existe uma dificuldade muito grande em termos de manutenção dentro da Universidade.

Quando entrevistados os gestores revelaram suas preocupações e vivências

relativas à segurança do trabalho, mas não apontaram claramente sua visão sobre a

variável em debate.

- Acho que a melhoria, se necessária for, consiste em atender às normas pertinentes sobre o tema.

- Fornecendo informações com relação à segurança nos laboratórios em que ministro aulas.

- Tendo material necessário, ambiente favorável de trabalho.

- Cumprindo as normas e investindo em reformas.

- Maior preocupação com a ergonomia (luminotécnica / organização espacial / qualidade do mobiliário / etc.)

- Observando e relatando as condições que eventualmente podem ocasionar situações de risco.

- Melhorar a qualidade dos serviços de manutenção, pois temos acidentes com equipamentos velhos.

Conscientizar os trabalhadores.

Da mesma forma, os subordinados não comentam o acesso à informação,

mas sugerem melhorias para as rotinas de seu contexto de trabalho.

Demonstram em suas falas a necessidade de que se estabeleça um diálogo

entre gestores e subordinados, com vistas à superação da problemática subliminar

em seus discursos.

Pode-se aferir que há necessidade de melhoria em suas práticas, pois estes

são os profissionais com funções administrativas que têm como prioridade obter a

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eficácia e a eficiência da estrutura organizacional. Ainda suas percepções revelam

que o serviço público tem dificuldades para gerenciar seus problemas e questões

relacionadas à segurança e saúde no trabalho.

De acordo com Monteiro e Duarte (2007), o clima de segurança é

proveniente das percepções partilhadas sobre procedimentos e práticas de

segurança e constituem-se na cultura de segurança da organização. Segundo essa

ótica a pesquisa indica que é importante que se desenvolva uma abordagem

sistemática organizacional direcionada para a melhoria de qualidade de vida dos

trabalhadores tendo em vista as condições de trabalho e saúde.

As análises possibilitam reforçar os estudos nesse sentido, pois há

unanimidade entre os autores quando discorrem sobre a importância do acesso à

informação.

4.8.2 Variável: 02 Conhecimento sobre as atribuições.

Definição: Está descrita nas atribuições do Chefe do Departamento e do

Coordenador de Cursos a responsabilidade sobre assunto de segurança do trabalho

para monitorar os processos de trabalho.

Com relação à variável 2 os administradores apontam que conhecem as

atividades de prevenção em segurança do trabalho na sua área de competência. O

índice 73,33%, comprova tal percepção, conforme a Figura 14.

A fala de alguns entrevistados corrobora os números:

- Agora em laboratórios é que a gente precisaria realmente cuidar disso, se vier da parte não do descarte de resíduos, mas da segurança para o professor, para os técnicos e para os alunos propriamente dito.

- Indicam hoje um comitê que pudesse avaliar sistematicamente as condições de trabalho principalmente em sala de aula em gabinetes de professores que são insalubres,

- existe o risco químico, com micro organismos existe o risco biológico então, eu acho que seria interessante para o calouro, na semana do calouro uma palestra sobre riscos que o aluno pode estar exposto, seria uma idéia.

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Figura 14 - Variável conhecimento sobre as atribuições - Administradores

6,67%

20,00%

33,33%

40,00%

0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00% 45,00%

Não acontece, mas hácontribuição

Acontece muito pouco

Acontece

Acontece e hácontribuição

% Ocorrência da Variável

Os resultados indicados pelos subordinados na Figura nº. 15, apontam que a

maioria dos respondentes (45,24%), informa que as atribuições não estão

incorporadas no desenvolvimento de suas atividades relativas à segurança do

trabalho.

Algumas contribuições sobre a questão foram evidenciadas em suas falas:

- É observado avisos de segurança nos laboratórios, uso de EPI's, limpeza, proteção. - Constatar as situações de risco e tomar as providências necessárias para saná-las.

Figura 15 - Variável conhecimento sobre as atribuições - Subordinados

9,52%

9,52%

9,52%

11,90%

14,29%

45,24%

0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00%

Acontece e há contribuição

Acontece muito pouco

Não respondeu a pergunta

Não soube responder a pergunta

Acontece

Não acontece

% Ocorrência da Variável

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Os dados quantitativos revelam que há pouco conhecimento sobre as

atribuições descritas nos documentos oficiais da Instituição.

A maioria das falas dos atores continua indicando sugestões de melhorarias.

Somente uma delas revela as dificuldades oriundas da falta de conhecimento.

- Agora em laboratórios é que a gente precisaria realmente cuidar disso, se vier da parte não do descarte de resíduos, mas da segurança para o professor, para os técnicos e para os alunos propriamente dito.

- Indicam hoje um comitê que pudesse avaliar sistematicamente as condições de trabalho principalmente em sala de aula em gabinetes de professores que são insalubres,

- [...] existe o risco químico, com micro organismos existe o risco biológico então, eu acho que seria interessante para o calouro, na semana do calouro uma palestra sobre riscos que o aluno pode estar exposto, seria uma idéia.

- A própria administração não cumpre as suas atribuições. Não há política, não há recursos. Os gestores estão mais preocupados com fotos, jornais. O pesquisador está muito desamparado.

Da mesma forma os subordinados não fazem menção às atribuições.

- É observado avisos de segurança nos laboratórios, usos de EPI's, limpeza, proteção.

- Constatar as situações de risco e tomar as providências necessárias para saná-las.

O desconhecimento das atribuições não indica incompetência dos gestores

e subordinados, pois foi possível constatar que o Regimento da Universidade prevê

para os administradores chefes de departamento e coordenador de cursos, ações

focadas para o desenvolvimento das atividades didáticas somente, por que não se

encontram atribuições que definam manutenção das condições de trabalho. Estas

atribuições são observadas somente para os Diretores de Setor.

Na estrutura setorial dentre outras atribuições do diretor, observa-se que a

responsabilidade na proposta orçamentária da decidir a distribuição dos recursos

financeiros é do setor e, que estes podem ser direcionados para manutenção e

melhoria das condições de trabalho dos servidores.

No estudo efetuado nas competências do departamento e dos chefes de

departamento não se encontram atribuições que definam manutenção das

condições de trabalho, deixando a cargo de outra instância o exercício destas

competências.

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Tal fato provocou mudanças no direcionamento destas questões

relacionadas à saúde e segurança do servidor público, pelo o Decreto nº. 5.961, de

13 de novembro de 2007, que instituiu o Sistema Integrado de Saúde Ocupacional

do Servidor Público Federal (SISOSP), marco que define atribuições para formalizar

e uniformizar procedimentos administrativos com relação à saúde do servidor

público, e todos os que compõem o Sistema de Pessoal Civil da Administração

Pública Federal (SIPEC) de competência da Secretaria de Recursos Humanos do

Ministério do Planejamento e Orçamento de Gestão, numa tentativa em agilizar as

ações de prevenção e promoção da segurança do trabalho no serviço público.

Esta situação continua mantendo o desconhecimento das atribuições e

conseqüentemente a ausência das práticas de segurança no trabalho.

Percebe-se ainda que o decreto quando praticado talvez provoque

mudanças na hierarquia institucional, acertando neste sentido as atribuições.

Boog (1999, p. 619), reforça a necessidade de tratar os valores

organizacionais:

[...] na hierarquia das organizações deve-se vincular o sistema de

valores organizacionais para aprimorar a segurança do trabalho.

Hierarquia supõe um sistema de poder. Poder é força, é capacidade

de influenciar comportamentos e resultados. No que se refere à

Segurança, são importantes à análise da relação chefe-subordinado,

o exercício da autoridade e a influência na prevenção de acidentes

[...].

Isto nos remete à necessidade de rever as atribuições dos administradores

em nível operacional, isto é, dos Chefes de Departamentos e dos Coordenadores de

Cursos, a serem direcionadas a uma Política de segurança no trabalho com vistas à

efetiva prática estabelecida pelo Decreto.

4.8.3 Variável: 03 Interações entre gestores Administrativos e Especializados.

Definição: Existem assessorias em segurança do trabalho para prevenção

de acidentes e doenças do trabalho.

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Como pode ser observado na Figura 16, 86,67% dos Administradores não

percebem as interações entre gestores administrativos e gestores de assessoria

especializada nas atividades de segurança do trabalho. Tal dado requer intervenção.

Figura 16 - Variável interações entre gestores Administrativos e Especializados - Administradores

6,67%

6,67%

86,67%

0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% 100,00%

Acontece muitopouco

Não acontece,mas há

contribuição

Não acontece

% Ocorrência da Variável

Já 60,50%, dos subordinados referem que não existe, ou existe muito

poucas ações de interações entre seus chefes e os gestores especializados (Figura

17).

Algumas contribuições sobre a questão foram encontradas nas falas:

- É apenas satisfatório. Há pouquíssimas situações de risco devido à natureza do trabalho. Realização de palestras com especialistas no assunto.

- Pouca conscientização ambiental / falta de preocupação com tais acidentes / despreparo. Avisos / lembretes sobre melhores atitudes em relação a pessoas / objetos e serviços.

- Acho que os gestores é que devem propor as melhorias.

- É precário. Falta de informação. Mais profissionais para ajudar.

- Reuniões e troca de experiência.

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Figura 17 - Variável interações entre gestores Administrativos e Especializados - Subordinados

4,65%

6,98%

6,98%

13,95%

13,95%

18,60%

34,88%

0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00%

Não soube responder a pergunta

Não acontece, mas há contribuição

Não respondeu a pergunta

Acontece

Acontece e há contribuição

Não acontece

Acontece muito pouco

% Ocorrência da Variável

Neste quesito percebe-se uma visão semelhante entre os dois grupos,

indicando que existe um déficit de interação entre os profissionais que atuam nas

atividades com responsabilidades relacionadas com segurança do trabalho.

Áreas do saber estão ligadas à eficiência e eficácia em um processo

produtivo. Áreas estas requerem muitas vezes conhecimentos específicos que

dependem de assessorias especializadas, para obter resultados satisfatórios no

controle desses processos. Estas assessorias estão ligadas à troca da informação

entre gestores administrativos e assessores especialistas. Esta demanda de

informações auxilia por vezes a organização na minimização ou até na eliminação

dos problemas relacionados à produtividade. Dentre destes conhecimentos a saúde

e segurança no trabalho são fatores de importância para obtenção dos resultados.

Com relação à variável 3, os índices revelaram que não acontece interação

entre os gestores administrativos e de especializados (86,67%).

Neste sentido, os discursos dos atores envolvidos revelam que a interação é

satisfatória.

- É apenas satisfatório. Há pouquíssimas situações de risco devido à natureza do trabalho. Realização de palestras com especialistas no assunto.

- Pouca conscientização ambiental / falta de preocupação com tais acidentes / despreparo. Avisos / lembretes sobre melhores atitudes em relação a pessoas / objetos e serviços.

- Acho que os gestores é que devem propor as melhorias.

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- É precário. Falta de informação. Mais profissionais para ajudar.

- Reuniões e troca de experiência, não existe..

- Existe uma Pró-Reitoria de Planejamento e a Direção do Setor. Então tudo deve ser reportado a direção do Setor. Das necessidade de aprovação de projetos nos Órgão Públicos. Mas entre os gestores em segurança do trabalho na UFPR, isso não ocorre.

- Não existe qualquer entrosamento.

Aspectos de conflitos podem surgir nos processo entre atividades de

gestores e especialistas, afirma Oliveira (2010), podem ser bons ou maus para a

organização, requerem adequada atenção dos executivos e devem ser vistos como

uma variável interveniente na administração da instituição.

Segundo Oliveira (2010, p. 152), existem duas formas de diferenciar as

atividades em uma organização: as atividades de linha e as atividades de

assessoria. Relata ainda o autor:

Na primeira forma, considera-se que as unidades organizacionais de linha têm ação de comando, enquanto as unidades organizacionais de assessoria não têm ação de comando, pois apenas aconselham as unidades de linha no desempenho de suas atividades. Na realidade, podem-se considerar as atividades de linha como as diretamente ligadas às de operacionalização das atividades da empresa, enquanto as atividades de assessoria estão mais ligadas ao aconselhamento, análise e estudos das atividades do chefe, procurando, principalmente, liberá-lo de algumas tarefas de estudos e pareceres.

Para tanto os relacionamentos entre gestores administrativos e gestores de

assessoria especializada nas atividades de segurança do trabalho na Instituição

devem ocorrer e estar inclusos na Política de segurança, ainda mais, pertencer a um

Órgão de ‘linha-staff’ na hierarquia da Instituição para fortalecer o processo de

interações entre estes níveis.

4.8.4 Variável: 04 Troca de Informações entre gestores administrativos

Definição: O processo de gestão da segurança do trabalho está incorporado

na Administração da Universidade.

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70

Os gestores administrativos indicam com índice de 64,28%, que não

acontece ou que acontece muito pouco as troca de informações entre gestores,

entretanto, 21,43% apontam que acontece.

Deduz-se destes resultados que há dificuldade em garantir troca de

informação.

Das falas algumas contribuições podem ser elencadas:

-Tem reuniões periódicas, na realidade isso parte de uma necessidade, aqui dentro da universidade tudo parte de uma necessidade. É difícil alguma coisa por exemplo, ou você cria a necessidade ou a necessidade por força da situação por exemplo:

Figura 18 - Variável troca de informações entre gestores administrativos - Administradores

7,14%

7,14%

21,43%

28,57%

35,71%

0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00%

Acontece e há contribuição

Não acontece, mas há contribuição

Acontece

Não acontece

Acontece muito pouco

% Ocorrência da Variável

Destaca-se na Figura 19, que 72,10% dos respondentes indicam que há

pouca ou não acontece a troca de informação entre os subordinados e suas chefias

na gestão da UFPR. Observa-se que há um corte entre o que se planeja na

Administração e as necessidades dos subordinados.

Esta afirmação é constatada nas falas dos envolvidos:

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71

Figura 19 - Variável troca de informações entre gestores administrativos - Subordinados

2,33%

2,33%

6,98%

16,28%

27,91%

44,19%

0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00%

Não acontece, mas há contribuição

Não soube responder a pergunta

Não respondeu a pergunta

Acontece

Não acontece

Acontece muito pouco

% Ocorrência da Variável

-Tem reuniões periódicas, na realidade isso parte de uma necessidade, aqui dentro da universidade tudo parte de uma necessidade. Não acontece a troca de informações, ou você cria a necessidade ou a necessidade por força da situação, por exemplo.

- Não são discutidas, não há plenárias de discussão, nos trinta e dois anos nesta UFPR. O professor gostaria de participar.

Fica evidenciado que o processo de trocas de informações gerenciais

voltadas às abordagens de melhorias do ambiente interno de trabalho é fator

preocupante para a questão levantada pelo gestor no seu relato.

A pesquisa indicou que, a área da administração estuda questões básicas

dos elementos relacionadas à segurança do trabalho, deixando para outras áreas de

competência o estudo detalhado sobre o assunto. Esta lacuna abre espaço para a

criação e desenvolvimento de áreas, as quais interferem diretamente no processo de

gestão da administração em uma organização como é o caso da área da segurança

do trabalho Oliveira (2010) e Simcsik (1992).

O estudo da prevenção em “Segurança do Trabalho” em uma instituição,

pode estar ligado às comissões e a órgãos especializados de segurança do trabalho

que tratam do assunto e, que devem estar vinculados às ações da alta

administração em uma organização para facilitar as suas inclusões no processo de

gestão da administração.

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72

4.8.5 Variável: 05 Vigilância em promoção e prevenção

Definição: É o processo que garante a gestão da segurança do trabalho na

Universidade.

Na Figura 20 fica destacado que 60,00% dos respondentes acreditam que

há vigilância em segurança do trabalho e sugerem contribuições.

Evidencia-se na fala dos respondentes que deve-se aumentar a eficiência

nos processos de vigilância em promoção e prevenção e que algumas alterações

deveriam ocorrer para isto:

- Como atualmente temos uma pressão sobre espaços na UFPR, um Plano diretor de uso de espaços corretos na UFPR para otimizar os espaços. Uma comissão do Plano Diretor, uma Professora da Arquitetura, cuidados na ocupação.

- Eu diria como gestor, nós poderíamos digamos formar pessoas ou darmos cursos para essas pessoas, mas mostrar a importância que isso traz no que diz respeito a prevenção de acidentes, parada necessárias as vezes.

- Eu acho que essa comissão "Saúde e Segurança do Trabalho" deveria fazer uma fiscalização ou um monitoramento mais constante nesse grupo, fiscalizando os diversos laboratórios da universidade, dando uma incerta nos laboratórios, cobrando do professor que fiscalize o uso do guarda pó pelo aluno. Infelizmente, no Brasil, só com essa cobrança é que seria uma forma de habituar o uso adequado de vestimenta. Este é o meio adequado pela segurança nas atividades pois com o tempo as pessoas vão relaxando.

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73

Figura 20 - Variável vigilância em promoção e prevenção - Administradores

6,67%

13,33%

20,00%

26,67%

33,33%

0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00%

Não acontece

Não acontece, mas há contribuição

Acontece e há contribuição

Acontece

Acontece muito pouco

% Ocorrência da Variável

Evidencia-se, na Figura 21 que na percepção dos subordinados, com índice

de 53,48%, a vigilância em promoção e prevenção em segurança do trabalho é

muito insipiente. Já 37,20% acredita que ela acontece. De qualquer forma, 32,55%

coloca a contribuição para segurança desta atividade.

Algumas contribuições podem ser elencadas das falas:

- Praticadas precariamente. Fazer mais visitas ao local de trabalho pelos responsáveis.

- Praticadas precariamente. Planejamento, criar grupos para junto a Pró-Reitoria de Planejamento para disponibilizar recursos para segurança.

- Praticadas precariamente. Criação de grupos estratégicos para fomentar essas atividades.

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74

Figura 21- Variável vigilância em promoção e prevenção - Subordinados

2,33%

6,98%

13,95%

18,60%

18,60%

18,60%

20,93%

0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00%

Não soube responder a pergunta

Não respondeu a pergunta

Não acontece, mas há contribuição

Acontece

Acontece e há contribuição

Não acontece

Acontece muito pouco

% Ocorrência da Variável

60,00% dos respondentes administrativos informaram que há vigilância em

segurança do trabalho e sugerem contribuições em suas falas.

- Atualmente temos uma pressão de falta de espaços físico na UFPR. Há um Plano diretor de uso de espaços corretos na UFPR para otimizar os espaços formado por uma comissão e a responsável é uma Professora da Arquitetura.

- Eu diria como gestor, nós poderíamos formar pessoas ou darmos cursos para essas pessoas.

- Eu acho que essa comissão "Saúde e Segurança do Trabalho" deveria ter assim uma fiscalização um monitoramento um pouco mais constante desse grupo, fazer umas dos diversos vários laboratórios da universidade, de ter uma assim, dar uma incerta lá passa no laboratório lá, olha professor esta faltando aqui isso, está pecado no aluno não usar o guarda pó ou sabe isso ai que infelizmente no Brasil só com essa cobrança de que seria uma forma de você, que com o tempo você vai até deixando meio de lado a supervisão de segurança pela suas atividade que você a muito tempo desenvolveu, vai relaxando e a gente não pode relaxar nesses o meio então.

- Elas precisam ser primeiro: educativas, para educar talvez os professores informá-los, elas não podem ser punitivas, elas tem ser construtivas e elas tem ser reparativas.

- Eu diria como gestor, nós poderíamos formar pessoas ou darmos cursos para essas pessoas.

Com relação à vigilância e promoção e prevenção os subordinados revelam

em suas percepções que as mesmas são:

- Praticadas precariamente. É preciso fazer mais visitas ao local de trabalho pelos responsáveis.

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75

- Planejamento, criar grupos para junto a Pró-Reitoria de Planejamento para disponibilizar recursos para segurança.

- Criação de grupos estratégicos para fomentar essas atividades é muito necessário.

- Desconheço, a Universidade é muito grande.

Porém alguns informam que não são praticas:

- Não praticadas.

- Devem ser implantadas imediatamente.

- Implementação de procedimentos que auxiliem na promoção de segurança no local de trabalho.

- Combater o sedentarismo no trabalho, favorecer a ergonomia.

- Praticadas precariamente. Organização dos locais.

No controle dos fatores das condições ambientais, identificam-se

instrumentos operacionais que podem auxiliam os gestores na condução dos

aspectos relacionados à segurança no ambiente de trabalho tais como: diagnóstico

de atividades de vigilância e prevenção em segurança no trabalho. Instrumentos

estes operacionais que são elementos de auto-avaliação para práticas em

prevenção a serem observadas na administração, previstos nas Convenções da OIT.

Araújo (2002) coloca que a temática requer ações na identificação de instrumentos

operacionais.

O Governo Federal reestruturou um programa voltado à saúde, que chamou

de Subsistema Integrado de Atenção À Saúde do Servidor (SIASS), já mencionado

neste trabalho. Programa este que, define atribuições para formalizar e uniformizar

procedimentos administrativos com relação à saúde do servidor público e todos os

que compõem o Sistema de Pessoal Civil da Administração Pública Federal (SIPEC)

de competência da Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento

e Orçamento de Gestão (MPOG). Este programa vem ao encontro de atender as

necessidades de vigilância em promoção e prevenção da saúde dos servidores

públicos na UFPR.

Como na visão de Barbosa (2001, p.16), a saúde do trabalhador está

inserida no contexto da gestão da segurança do trabalho. Esta gestão faz parte de

um complexo de atividades que se inicia no projeto da fábrica e do produto e termina

no consumidor. Esta manutenção da integridade do trabalhador depende da

orientação da segurança, para garantir o monitorar dos aspectos relacionados à

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76

segurança no trabalho, com indicadores de metas para ações gerenciais de

promoção e prevenção com disponibilização de investimentos financeiros voltados

ao planejamento e implementação e incorporados na administração em uma

organização.

4.8.6 Variável: 06 Utilização de novas tecnologias

Definição: É definida como um instrumento para melhorar a performance dos

processos produtivos voltados a segurança do trabalho: nos locais de trabalho, nos

equipamentos, na capacitação do servidores.

66,67% dos administradores, indicam que não acontece a utilização de

novas tecnologias, conforme pode ser observado na Figura 22.

Este resultado vem confirmar que há necessidade de ações de prevenção

em segurança do trabalho. A questão está relacionada ao desenvolvimento nos

processos produtivos, envolvendo diversas áreas do saber tais como: tecnologias de

informação e automação, substâncias químicas e energias físicas, riscos de saúde

associados às novas biotecnologias, transferências de tecnologias perigosas,

envelhecimento da população trabalhadora.

Figura 22 - Variável utilização de novas tecnologias - Administradores

6,67%

13,33%

13,33%

20,00%

46,67%

0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00%

Acontece e há contribuição

Acontece

Acontece muito pouco

Não acontece, mas há contribuição

Não acontece

% Ocorrência da Variável

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77

A Figura 23 vem confirmar nos subordinados os altos índices nos resultados

apontados por seus chefes, pois 46,52%, indicam que não há aplicação de novas

tecnologias.

As contribuições encontradas nas falas podem ser exemplificadas pela fala a

seguir:

- Ventilação do ambiente, troca de luminárias, apoios ergonômicos para punhos com braços.

Figura 23 - Variável utilização de novas tecnologias - Subordinados

2,33%

2,33%

2,33%

11,63%

18,60%

18,60%

44,19%

0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00%

Acontece muito pouco

Não acontece, mas há contribuição

Não soube responder a pergunta

Acontece e há contribuição

Acontece

Não respondeu a pergunta

Não acontece

% Ocorrência da Variável

Os entrevistados em suas falas confirmam os índices explicando a realidade.

- Hoje em dia nós temos laboratórios separados do Departamento. O treinamento é dados por eles. Existe uma Empresa 'LATEC' que cuida do laboratório e o Chefe não tem uma interferência direta. Eles tem as regras deles.

- Melhorou bastante, começaram aparecer novos equipamentos. Então está um problema sério nas Usinas Piloto então as unidade tipo lá: o 'LACAUT' é separado, o 'SEPPA' é separado, mas nos laboratórios didáticos é uma estrutura muito antiga que, na verdade pode até estar aumentando o risco de um acidente.

- Ventilação do ambiente, troca de luminárias, apoios ergonômicos para punhos com braços.

- Recentemente a Universidade inaugurou um sistema de controle de patrimônio quando tinha uma prazo dado pela PCU para repatrimonizar e facilitar a localização e controle de bens.

- Há um planejamento sistemático de segurança pessoal, sistema de iluminamento com sensores de presença, entre outros.

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78

- Sistema de monitoramento. Nas instalações de sistemas câmeras de vídeo, filmes, alarmes. Esses avanços na tecnologia da informação nas niniaturização da câmeras.

- O uso de computadores. Estão sendo aplicados em sistema de informação de acesso a Internet, controle de requisição de serviços, recebimento de materiais.

- Dispensadores de prevenção contra doenças com Álcool gel.

- Esses sistemas são mais percebidos em Indústrias.

- No uso de novas tecnologias, estamos atrasados.

Estas percepções revelam a realidade nos processos produtivos na área de

tecnologia da UFPR. O controle administrativo destas áreas é dificultado pela

presença de Empresas instaladas em suas dependência, o que interfere nos

processos de gestão para o uso de nova tecnologia a serem aplicadas

4.8.7 Variável: 07 Comprometimento com ações de prevenção institucional

Definição: Ter postura comprometida com a Instituição com relação aos

aspectos voltados a prevenção de acidentes e doenças do trabalho.

Nos resultados apresentados na Figura 24, os administradores apontam com

índice de 68,75%, a falta de comprometimento com ações de prevenção.

Figura 24 - Variável comprometimento com ações de prevenção institucional - Administradores

12,50%

18,75%

31,25%

37,50%

0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00%

Acontece

Acontece e hácontribuição

Acontece muitopouco

Não acontece

% Ocorrência da Variável

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79

Já os servidores operacionais – docentes e técnico administrativos apontam

com índice de 65,91% que há ocorrência da variável comprometimento em ações de

prevenção.

Este índice revela que há discordância entre chefe e subordinados.

Contribuições sobre a variável foram retiradas das falas dos entrevistados:

- Tomando os devidos cuidados: ventilação, usando corrimão em escadas, [...].

- Mantendo minha saúde através de boa alimentação, sono e atividades físicas.

Figura 25 - Variável comprometimento com ações de prevenção institucional - Subordinados

2,27%

6,82%

9,09%

15,91%

22,73%

43,18%

0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00%

Acontece muito pouco

Não respondeu a pergunta

Não acontece, mas há contribuição

Não acontece

Acontece e há contribuição

Acontece

% Ocorrência da Variável

Os índices para esta variável revelam que há certa discordância entre chefe

e subordinados, pois:

- Tomando os devidos cuidados: ventilação, usando corrimão em escadas.

- Mantendo minha saúde através de boa alimentação, sono e atividades física.

- Poderia contribuir para melhorar a circulação de ar, ventilação e exaustão dos gases.

- O que a gente se reporta sempre é à direção do Setor de Tecnologia que, nós não temos autonomia para tomar alguma atitude, então a gente sempre leva as reivindicações à direção do setor.

- Dentro de cada oficina o Professor está alerta a todos os riscos e cuida não apenas da segurança dos funcionários, mas também dos alunos que vão ter práticas de laboratório.

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80

- Está a cargo do Professor que ministra as aulas.

- Sim, ocorrem no laboratório, como um processo de identificação de riscos: reagentes (aditivos), cal, cimento, etc.

- Através de cuidados com biosegurança e resíduos tóxicos.

-Acontece o zelo no manuseio dos equipamentos.

- Há ordem, limpeza dos ambientes.

- Uso de luvas, óculos de proteção e jaleco, quando atuo no laboratório.

- Me cuido sempre no trabalho.

- Atendendo as normas básicas de segurança no trabalho.

- Acho que falta treinamento.

Para Barbosa (2001), o comprometimento com ações de prevenção

assegura a estabilidade operacional em razão do equilíbrio da mão-de-obra e melhor

produtividade. Sua prática depende do gerenciamento das pessoas e do sistema

produtivo.

4.8.8 Variável: 08 Atuação dos Conselhos

Definição: Conjunto de iniciativas para adoção de Sistema de Gestão de

Segurança do Trabalho mediante uma Política.

Na Figura 26 o resultado da pesquisa nos mostra que 53,33%, informam que

não acontece ações de prevenção e promoção por parte dos Conselhos.

Pacheco (1995) vem reforçar a necessidade de avaliar a questão da

segurança e higiene do trabalho globalmente nas instituições, como ocorre na

sistematização da qualidade, ter em mente que os clientes da segurança e higiene

do trabalho são os trabalhadores e a própria organização e que a qualidade da

segurança e higiene do trabalho é a própria e efetiva segurança e higiene do

trabalho coexistindo em harmonia com outras políticas da organização.

Simcsik (1992) coloca que para a segurança do trabalho, as instalações em

uma organização, devem ser planejadas segundo regulamentos, critérios, normas

direcionadas ao homem com políticas sociais e de trabalho. Há necessidade de se

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81

fazer o equilíbrio dinâmico dessa abordagem sistêmica. Estas questões interferem

na qualidade de vida das pessoas no ambiente laboral.

Falas de contribuições sobre a variável:

- As únicas coisas que a gente participa do Conselho Setorial mensalmente e de algumas reuniões de trabalho no Setor de Tecnologia.

- Plano Diretor. Seguir o plano diretor, da ocupação dos espaços, a questão do barulho constante. Do transporte de produtos, da Linha Verde nos acessos a grandes Laboratórios, quanto a capacidade de entrar e sair rapidamente. Pensado de uma forma global, e os conceitos na verdade fazem o aval de tudo que é feito.

Figura 26 - Variável Atuação dos Conselhos - Administradores

6,67%

6,67%

13,33%

20,00%

20,00%

33,33%

0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00%

Acontece

Não soube responder a pergunta

Acontece e há contribuição

Acontece muito pouco

Não acontece, mas há contribuição

Não acontece

% Ocorrênicia da Variável

Na Figura 27, os resultados dos Subordinados demonstram que para a

maioria a atuação dos Conselhos não é efetiva.

Isso nos revela a necessidade de que o conselho seja conscientizado desta

percepção e possa redefinir sua prática.

Da mesma forma, 85,71% dos subordinados informa que não ocorrem ou

ocorrem muito poucas ações relativas à segurança do trabalho por parte do

Conselho.

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82

Figura 27 - Variável Atuação dos Conselhos - Subordinados

2,38%

2,38%

2,38%

2,38%

7,14%

7,14%

76,19%

0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00%

Acontece

Acontece e há contribuição

Acontece muito pouco

Não soube responder a pergunta

Não acontece, mas há contribuição

Não respondeu a pergunta

Não acontece

% Ocorrência da Variável

Neste sentido os gestores revelam que a atuação dos Conselhos é pouco

significativa, pois:

- As únicas coisas que a gente participa do Conselho Setorial mensalmente é de algumas reuniões de trabalho no Setor de Tecnologia.

- A gente não tem sentido muito que essas diretrizes se transformem em atitudes práticas, ao menos a onde eu vivo, não posso falar de outros locais que talvez esteja cometendo injustiça, mas aqui nas Usinas Piloto a gente não vê, por enquanto.

- Então eu nunca vi isso de investir em segurança. Não faz parte da mentalidade dessas pessoas.

- Nós temos uma reunião setoriais de reuniões de trabalho que chamamos alguém então poderíamos trazer o pessoal da segurança do trabalho.

- Vejo agora com essa conversa que, nunca pensei nisso.

- Falta uma campanha de esclarecimento e principalmente conscientização.

É fundamental que, no Conselho Superior da UFPR, seus conselheiros

discutam e votem diretrizes institucionais relacionadas à segurança e higiene do

trabalho. Conceitos estes a serem incorporados no sistema de gestão ligados à

administração de forma organizada. Deve-se levar em consideração as questões

relativas à qualidade dos padrões da segurança do ambiente de trabalho e do

trabalhador, local onde este exerce suas funções, necessárias para suas boas

condições de saúde física e mental.

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83

Fonseca, Lourenço e Allen (1997, p. 13), referem a respeito das

responsabilidades da alta administração, entre outras: visão, missão, valores,

estrutura organizacional, formulação da estratégia e garantia do seu desdobramento

por toda a organização, política e sistema de qualidade, foco no cliente, liderança,

análise crítica e avaliação do desempenho global, posto isto, acrescentamos neste

parágrafo o sistema de segurança no trabalho.

O Ministério de Planejamento Orçamento e Gestão (MPOG), Portaria nº. 5,

de 15 de setembro de 2009, estabelece procedimentos para a realização de Termos

de Cooperação Técnica para o estabelecimento da unidade do Subsistema

Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público Federal previsto no artigo 7º. Do

Decreto 6.833, de 29 de abril de 2009. Termo de cooperação este, que vem

respaldar a implantação do SIASS, com disponibilização de recursos financeiros

vindos do MPOG. Tais ações dizem respeito ao conselho.

4.8.9 Variável: 09 Gestão de Segurança do Trabalho

Definição: Conjunto de iniciativas da organização, formalizando através de:

políticas, programas, procedimentos e processos de negócio da organização.

No gráfico da Figura 28 os resultados apontam um índice de 40,00%, em

relação à não ocorrência de um conjunto de iniciativas da organização, formalizado

através de: políticas, programas, procedimentos e processos de negócio da

organização.

Este resultado e algumas contribuições ficam mais claras nas falas dos

entrevistados:

- a cada final de ano, semestre, dependendo da necessidade a gente está sempre verificando condições das salas e se tiver alguma demanda de obra de manutenção até dedetização a gente faz isso a cada féria escolar. Troca de vidros, etc. É feita assim o acompanhamento a cada férias escolares.

- Como gestor eu procuro desenvolver os meus trabalhos aqui da maneira que seja mais seguro possível porque eu tenho muita consciência de que se, um aluno meu ou um professor venha contrair uma doença grave, mesmo que eu não seja implicado diretamente eu tenho uma consciência profissional e uma ética profissional que eu respeito, comigo mesmo, eu me procuro muito e eu procuro isentar as pessoas que trabalham comigo o máximo possível de qualquer risco. Eu tenho isso como princípio moral.

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84

Figura 28 - Variável Gestão de Segurança do Trabalho - Administradores

13,33%

40,00%

46,67%

0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00%

Acontece e hácontribuição

Não acontece

Acontece muitoPouco

% Ocorrência da Variável

Já os resultados obtidos pelos Subordinado estão expressos na Figura 29 e

apresentam certo equilíbrio entre os elementos: não acontece (30,23%) e acontece

(20,93%).

Contempla com estes resultados a necessidade de desenvolvimento das

atividades em conformidade com os procedimentos planejado para produção.

Algumas contribuições sobre a variável:

- Respiração e condicionamento físico / adequação do local de trabalho / prevenção de acidentes.

- Verificando as condições de equipamentos e adaptando os procedimentos.

Figura 29 - Variável Gestão de Segurança do Trabalho - Subordinados

2,33%

6,98%

11,63%

13,95%

13,95%

20,93%

30,23%

0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00%

Não soube responder a pergunta

Não acontece, mas há contribuição

Não respondeu a pergunta

Acontece e há contribuição

Acontece muito Pouco

Acontece

Não acontece

% Ocorrência da Variável

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85

A pesquisa quantitativa indicou que não há ocorrência de um conjunto de

iniciativas da organização, formalizado através de políticas, programas,

procedimentos e processos de negócio da organização, segundo seus gestores.

Já os resultados obtidos pelos Subordinados mostram certo equilíbrio entre

os elementos: não acontece e acontece.

Contempla-se com estes resultados a necessidade de um conjunto de

iniciativas da organização, formalizando através de políticas, programas,

procedimentos e processos de negócio da organização.

Em suas falas pode-se destacar:

- Como gestor eu procuro desenvolver os meus trabalhos aqui da maneira que seja mais seguro possível porque eu tenho muita consciência de que se, um aluno meu ou um professor venha contrair uma doença grave, mesmo que eu não seja implicado diretamente eu tenho uma consciência profissional e uma ética profissional que eu respeito, comigo mesmo, eu me preocupo muito e eu procuro isentar as pessoas que trabalham comigo o máximo possível de qualquer risco. Eu tenho isso como princípio moral.

Esta nos revela que há preocupação na gestão de segurança do trabalho, as

quais interferem diretamente na administração dos gestores, fato este afirmado por

Barbosa (2001), Oliveira (2010) e Simcsik, (1992).

Para Campos (2004, p. 42), toda organização tem a sua Gestão, pois este é

um instrumento administrativo que permite que se executem de forma ordenada as

atividades. Esta gestão deve conter o sistema de segurança do trabalho.

Mediante estas considerações e para reforçar os conceitos em segurança do

trabalho, observa-se a visão de alguns autores a este respeito, que apontam para

estes resultados.

Gonçalves (1998, p. 36) destaca que na gestão, entre os principais fatores a

serem abordados estão, as condições ambientais e as condições organizacionais de

trabalho.

Barbosa (2001, p. 35), em suas considerações, relata que é imprescindível

ao administrador em suas inspeções, conhecer as opiniões emitidas pelos

envolvidos no ambiente de trabalho sobre suas reais necessidades, para prevenção

e soluções de problemas. Fatos e situações, até então, não evidenciados, poderão

aparecer através das opiniões sugeridas pelos envolvidos. Comenta, ainda, que “a

principal tarefa a ser buscada pelo administrador é antes de tudo, preparar a

organização para uma cultura voltada para a segurança”.

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86

4.8.10 Variável: 10 Aprimorar e Aperfeiçoar o Sistema de gestão.

Definição: São medidas para aprimorar e aperfeiçoar a gestão da segurança

do trabalho na Universidade.

Resultado significante está expresso na Figura 30, na qual a maioria dos

respondentes (60,00%), indica que não acontece aprimoramento do sistema.

Isso aponta para a necessidade de busca constante para aprimorar e

aperfeiçoar o processo de gestão em segurança do trabalho.

Contribuições sobre a variável pode ser vista na fala a seguir:

- A Instituição acredito que exista um projeto, só que esse projeto por tudo que a gente sabe, pela carência de recurso e pela condição econômica ainda do País, esse atos eles não são transformados em práticas reais, ao menos onde eu atuo. Acredito que algumas práticas a gente já percebeu, principalmente a Universidade cresceu muito em atividades de pesquisas nos últimos quinze ou vinte anos. Quando entrei aqui inexistia pesquisas nas áreas tecnológicas, eram insignificantes.

Figura 30 - Variável aprimorar e aperfeiçoar o Sistema de Gestão em Segurança do Trabalho - Administradores

13,33%

26,67%

60,00%

0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00%

Acontece e hácontribuição

Acontece muitopouco

Não acontece

% Ocorrência da Variável

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87

Pode-se constatar na Figura 31 que 45,24% dos subordinados indicam que

acontece aperfeiçoamento do sistema.

Em vista disto, podemos afirmar que há por parte dos Servidores – docentes

e técnico administrativos, no desempenho de sua função, a percepção de

aperfeiçoamento contínuo em suas atividades nas questões relacionadas à

segurança do trabalho.

Contribuições sobre a variável encontrada nas falas:

- Como docente, divulgo e destaco a importância de atividades e ações visando à sustentabilidade a qualidade e preservação de mobiliário e instalações físicas, a criação de ambientes saudáveis e produtivos.

- Tentando aperfeiçoar técnicas de laboratório / cuidados com produtos químicos, eletricidade, etc. / Observando pontos de geração de gases e vapores prejudiciais à pessoas e procurando eliminá-las.

- Conscientização, divulgação, esclarecimento do demais funcionários.

Figura 31 - Variável aprimorar e aperfeiçoar o Sistema de Gestão em Segurança do Trabalho - Subordinados

2,38%

4,76%

7,14%

16,67%

19,05%

26,19%

23,81%

0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00%

Não acontece, mas há contribuição

Acontece muito pouco

Não soube responder a pergunta

Não respondeu a pergunta

Acontece

Não acontece

Acontece e há contribuição

% Ocorrência da Variável

Tomando por base os discursos dos gestores e subordinados pode-se

afirmar que há por parte dos Servidores – docentes e técnico administrativos, no

desempenho de sua função, na suas funções um aperfeiçoamento contínuo em suas

atividades nas questões relacionadas à segurança do trabalho.

- Como docente, divulgo e destaco a importância de atividades e ações visando à sustentabilidade a qualidade e preservação de mobiliário e instalações físicas, a criação de ambientes saudáveis e produtivos.

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- Venho tentando aperfeiçoar técnicas de laboratório / cuidados com produtos químicos, eletricidade, etc. / Observando pontos de geração de gases e vapores prejudiciais à pessoas e procurando eliminá-las.

- Conscientização, divulgação, esclarecimento do demais funcionários.

É preciso estimular mecanismos de desenvolvimento na área de segurança

do trabalho, adotando conceitos mundialmente reconhecidos como um processo de

melhoria contínua, tais como: plan - planejar, do - fazer, check - verificar e act - agir

(PDCA), que são práticas prioritárias em uma Instituição.

Já Franz (2009, p. 35), comenta sobre as práticas alternativas de prevenção

que podem ser aplicadas na atenção à segurança, visando levantar e indicar

problemas que comprometem a segurança do trabalho e suas conseqüências.

Salienta que, instrumentos com mínimo de orientações devem ser utilizados como

um processo que facilite o desenvolvimento das atividades dos gestores

administrativos.

4.8.11 Variável: 11 Sistemas de avaliações de desempenho em segurança do

trabalho: na Instituição, no Docente e no Técnico Administrativo.

Definição: Possuir nos processos de avaliação: Programa de

Desenvolvimento Institucional, Programa de Avaliação do Docente e Programa de

Avaliação do Técnico Administrativo parâmetros que identifiquem o nível de

conhecimento dos servidores nos níveis hierárquicos da Instituição.

A Figura 32 mostra que 40,00%, dos respondentes informam que nas

avaliações desempenho contempla itens de segura do trabalho e 26,67%, indicam

que não acontece, mas, há contribuição.

Deduz-se deste equilíbrio nas respostas que há necessidade de maior

esclarecimento em relação aos processos de avaliação.

Algumas falas de contribuições sobre a variável:

- Têm várias instâncias esse processo de avaliação. A Pró-Reitoria de Graduação faz uma avaliação, mas é uma visão do aluno em relação ao sistema. Por raras exceções é feito ao contrário. Acho que falta esse tipo de avaliação. Na verdade isso é voluntário. A adesão é pequena. Acho que essas avaliações acabam vendo o viés, quer ver

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alguma coisa. São enviesadas de um lado para o outro. É difícil fazer uma avaliação aqui dentro da UFPR.

- Precisa de aperfeiçoamento no geral, valorizar mais o bom desempenho. Poderia ser valorizado o profissional.

- Quando há alguma coisa avaliativa é muito rápida é só para constar que foi feito, ou foi desencadeado alguma ação ai, mas nada substancial, nada robusto, em termos de ação.

- O processo de avaliação da Instituição existe, ele é hoje de médio a bom, mas precisa evoluir.

- Olha eu acho que avaliação de desempenho dentro da Universidade ela tem a desejar, os critérios, a forma de pontuação, é [...] o fato que na hora de se avaliar alguém dentro da Universidade só se realmente a pessoa fizer [...] digamos o possível para quer ser jubilado, eliminado caso contrario, por mais medíocre a atual do funcionário ele acaba recebendo uma nota acima da média como se todo mundo fosse o melhor funcionário que, então o sistema de avaliação não representa a realidade

Figura 32 - Variável sistemas de avaliações de desempenho em segurança do trabalho - Administradores

13,33%

20,00%

26,67%

40,00%

0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00% 45,00%

Não acontece, mashá contribuição

Acontece muitopouco

Não acontece

Acontece e hácontribuição

% Ocorrência da Variável

A Figura 33 está exposto o resultado sobre a percepção de desempenho

dos subordinados em relação ao sistema de avaliação e um índice de 52,38%

mostra que eles acreditam que a mesma acontece e há contribuição.

Falas de contribuições sobre a variável:

- Plano de visitas e acompanhamento sistemático dos locais de trabalho.

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90

- Mais fiscalização.

- Inspeções periódicas e auditorias regulares.

- Implantação e fiscalização de procedimentos.

- Criação de um sistema de pontuação e divulgação interna dos locais (Setores / Departamentos) que promovam ações visando a segurança, a qualidade e a sustentabilidade do trabalho na UFPR.

- Iniciar o trabalho pois, a UFPR não tem nada referente ao assunto de segurança do trabalho. Minha atividade como professor em laboratório de eletricidade envolve risco de choque elétrico e a UFPR não toma conhecimento.

Figura 33 - Variável sistemas de avaliações de desempenho em segurança do trabalho - Subordinados

4,76%

4,76%

4,76%

11,90%

16,67%

16,67%

40,48%

0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00% 45,00%

Não acontece

Não acontece, mas há contribuição

Não soube responder a pergunta

Acontece

Acontece muito pouco

Não respondeu a pergunta

Acontece e há contribuição

% Ocorrência da Variável

Os respondentes informam que há avaliações de desempenho em

segurança do trabalho e indicam que há necessidade de maior esclarecimento em

relação aos processos de avaliação.

- Tem várias instâncias esse processo de avaliação. A Pró-Reitoria de Graduação faz uma avaliação, mas é uma visão do aluno em relação ao sistema. Por raras exceções é feito ao contrário. Acho que falta esse tipo de avaliação. Na verdade isso é voluntário. A adesão é pequena. Acho que essas avaliações acabam vendo o viés, quer ver alguma coisa. São enviesadas de um lado para o outro. É difícil fazer uma avaliação aqui dentro da UFPR.

- Precisa de aperfeiçoamento no geral, valorizar mais o bom desempenho. Poderia ser valorizado o profissional.

- Quando há alguma coisa avaliativa é muito rápida é só para constar que foi feito, ou foi desencadeado alguma ação ai, mas nada substancial, nada robusto, em termos de ação.

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91

- O processo de avaliação da Instituição existe, ele é hoje de médio a bom, mas precisa evoluir.

- Olha eu acho que avaliação de desempenho dentro da Universidade, ela tem a desejar, os critérios, a forma de pontuação, é [...]. o fato que na hora de se avaliar alguém dentro da Universidade só se realmente a pessoa fizer [...]. digamos o possível para quer ser jubilado, eliminado caso contrario, por mais medíocre a atual do funcionário ele acaba recebendo uma nota acima da média como se todo mundo fosse o melhor funcionário que, então o sistema de avaliação não representa a realidade.

- Acho que não é uma estrutura de comunicação própria, fora a hierarquia institucional. O processo de avaliação Institucional ainda não chegou ao Departamento.

- De gestão segurança eu não conheço os mecanismos de avaliação, nunca fui chamado a preencher um formulário.

Sugerem ações para melhoria:

- Plano de visitas e acompanhamento sistemático dos locais de trabalho.

- Mais fiscalização.

- Inspeções periódicas e auditorias regulares.

- Implantação e fiscalização de procedimentos.

- Criação de um sistema de pontuação e divulgação interna dos locais (Setores / Departamentos) que promovam ações visando a segurança, a qualidade e a sustentabilidade do trabalho na UFPR.

- Iniciar o trabalho pois, a UFPR não tem nada referente ao assunto de segurança do trabalho. Minha atividade como professor em laboratório de eletricidade envolve risco de choque elétrico e a UFPR não toma conhecimento.

- treinamentos e se existisse uma política assim, avaliações anuais ou bianuais junto com exames periódicos.

As instituições se aprimoram para melhorar a sua eficiência e eficácia,

desenvolvendo assim, instrumentos que atestam um nível de estado da cultura

sobre segurança no trabalho e no qual se encontram estas organizações. Novos

conceitos surgem na avaliação e controle das culturas nas organizações, com isto,

surgem novos valores que estão ligados às condições de segurança no ambiente

físico de trabalho e nas condições físicas pessoais.

Adotar instrumentos operacionais como elementos de auto-avaliação para

práticas em prevenção segurança e saúde no ambiente de trabalho auxiliam a

administração, tal orientação está prevista nas Convenções da Organização

Internacional do Trabalho Araújo, (2002).

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92

Segundo o mesmo autor, adotar instrumentos operacionais de auto-

avaliação para práticas em prevenção da segurança e saúde no ambiente de

trabalho a serem adotados na administração operacionais é fundamental.

Também Barbosa (2001, p. 11), cita ainda que, na administração, é preciso

fazer reflexão sobre os fatores que influenciam o desempenho humano no trabalho,

de maneira ordenada, de modo que esta venha a compreender a necessidade de

investir na adequação das condições de trabalho, quais suas conseqüências

danosas sobre a saúde individual, familiar, coletiva e, por que não dizer, sobre a

própria organização.

SÍNTESE DOS RESULTADOS

O que ficou evidente, ao observar-se o conjunto de resultados das

entrevistas (gráficos apresentados no Apêndice I) destaca-se a seguir:

a) Para os administradores:

A falta de integração entre os gestores e de aprimoramento e

aperfeiçoamento do sistema de gestão. Constitui-se o maior gargalo da gestão da

segurança do trabalho na UFPR, corroborando com a primeira hipótese da

problematização da pesquisa. Os resultados da variável 10, aprimoramento e

aperfeiçoamento do sistema de gestão confirma a segunda hipótese da pesquisa.

Em contrapartida, o conhecimento sobre as atribuições, a vigilância em promoção e

prevenção institucional de acidentes e doenças do trabalho e o comprometimento

com ações de prevenção são os fatores que ocorrem no processo de gestão da

segurança do trabalho na UFPR.

b) Para os subordinados:

Na visão dos subordinados a falta de atuação dos conselhos e a de

utilização de novas tecnologias forma as variáveis apontadas que mostram as

deficiência que existe no processo de gestão da UFPR. Por outro lado o

comprometimento com ações de prevenção e o de acesso à informação foram as

variáveis que aparecem mostrando que existe ações proativas na gestão da

segurança do trabalho.

Observa-se ainda resultados comuns das análises tanto para os gestores

quanto para seus subordinados que apontam índices muito próximos para a mesma

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variável utilização de novas tecnologias, demonstrando prioridades de tratamento no

processo de gestão.

Esta pesquisa revelou o estado que se encontra a gestão da segurança do

trabalho e como é conduzida pelo seus gestores e subordinados na administração

do Setor de Tecnologia da UFPR, abrindo espaço para trabalhos futuros. Este

processo de levantamento das informações em segurança do trabalho pode ser

aplicável em outros setores produtivos desta Universidade, como um processo de

intervenção no sistema de gestão da administração, motivado pelo setor

especializado em segurança do trabalho na UFPR. O objetivo foi provocar reflexão

sobre práticas padrão no estado de segurança do trabalho que se encontra o

sistema de gestão da Instituição com o fim de promoção e prevenção E permitiu a

proposição de um plano operacional para auxiliar no aprimoramento do processo de

gestão da segurança do trabalho na UFPR.

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5 PLANO OPERACIONAL

O resultado da pesquisa, com base no objetivo específico voltado para o

monitoramento em segurança do trabalho, desvelou aspectos que solicitam melhoria

e implementação de práticas de segurança no trabalho. Assim, apresentar um plano

de ação para melhorias da segurança do trabalho no Setor de Tecnologia, constituiu

o desafio deste estudo. Esta proposta, ao envolver os gestores administrativos do

Setor de Tecnologia da UFPR, como uma estratégia para estudar e aperfeiçoar

práticas básicas de prevenção e promoção na gestão da segurança do trabalho, tem

como objetivo implementar ações que combatam a infortunística11 ocupacional.

Portanto, o objetivo principal deste plano de ação é contribuir com os

Gestores administrativos para aprimorar, aperfeiçoar e desenvolver ações que

possam superar o atual contexto relativo à segurança do trabalho, em especial no

que diz respeito à gestão e no desempenho de suas funções, neste aspecto.

Este plano constitui-se em um instrumento administrativo que permite

agilizar ações entre a unidade administrativa e seus componentes com a finalidade

de atender às necessidades básicas em segurança do trabalho. Com ações simples,

determinadas pelas chefias responsáveis, busca sanar fatores suscetíveis de

interferência nos sistemas de gestão da segurança no trabalho, saúde e no bem-

estar dos servidores.

Deve ser elaborado por meio de um processo de discussão, de forma

democrática, a partir das percepções de todos os envolvidos no processo.

Não foram abordados neste plano, fatores organizacionais tais como:

situação política e econômica nacional e local, ações de fiscalização e cultura

organizacional, fatores organizacionais estes que podem ser controladas por simples

observação. Porém, a partir da pesquisa, foram selecionados fatores para a

consecução dos objetivos estratégicos do estudo, voltadas à segurança do trabalho.

Um das preocupações neste nível de desenvolvimento do plano, diz respeito

a indicar ações que independem da necessidade de conhecimento técnico

especializado para ocorrer, pois são fatores ligados às condições sociais, às

ambientais de trabalho e às condições de tempo, mas interferem na gestão da

11 Infortunística. s. f. Ramo da medicina e do direito em que se estudam os acidentes de trabalho e suas conseqüências, as doenças ditas profissionais, Dicionário Aurélio Básico da Língua Portuguesa, Ferreira (1995, p. 361).

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95

segurança do trabalho. Estes fatores influenciam o trabalho das pessoas em um

ambiente de trabalho e são de responsabilidade dos gestores administrativos da

instituição (CHIAVENATO, 1999).

Há outras estratégias que dependem de nível de conhecimento cada vez

maior, de técnicas especializadas, assunto estes que não foram aventados neste

plano de ação.

Esta é uma interface de responsabilidade do Administrador, com ações que

facilitem aos objetivos organizacionais e pessoais dos envolvidos em uma unidade

administrativa.

Para isso, a informação sobre fatores organizacionais e ambientais é

fundamental no desenvolvimento da função do gestor, o que ele pode e deve

desenvolver a favor da prevenção.

Formulamos o plano de ação com três variáveis mais importantes, deixando

as demais estudadas na pesquisa, que direcionam ações para o desenvolvimento da

gestão da segurança do trabalho na UFPR. São elas: Gestão de segurança do

trabalho, aprimorar e aperfeiçoar o sistema de gestão em segurança do trabalho e

sistemas de avaliações de desempenho em segurança do trabalho – na Instituição,

no Docente e no Técnico Administrativo.

OBJETIVO DO PLANO OPERACIONAL

Incentivar gestores identificar ações proativas de autoavaliação a serem

utilizadas a cada ano como um processo de trabalho.

FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO

Incorporar na gestão administrativa a gestão da segurança do trabalho.

Aprimorar e aperfeiçoar a gestão da segurança do trabalho na UFPR.

Incluir na avaliação de desempenho itens que contemplem a segurança do

trabalho.

ESTRATÉGIA

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96

Troca de informação entre gestores administrativos e os assessores

especialistas em segurança do trabalho

Criar instrumentos de auto-avaliação administrativa em segurança do

trabalho, como por exemplo:

Áreas de vivência – cuidados com o servidor.

Instalações do local de trabalho.

INSTRUÇÕES OPERACIONAIS.

Visitas de observação de processos.

Organização e limpeza.

Treinar pessoas ou ministrar cursos sobre a importância da prevenção de

acidentes na Instituição, equipar com proteção coletiva, e individual.

INDICADOR DE DESEMPENHO:

Satisfação dos servidores no trabalho, das avaliações de desempenho da

Instituição, do docente e do técnico administrativo.

PLANO DE AÇÃO:

Este plano de ação aponta para temas que necessitam serem

implementadas na administração da UFPR, se convertendo em instrumentos

gerenciais permanentes principalmente nos processos de sucessão de gestores

administrativos, tornando um processo de trabalho administrativo.

O plano pressupõe encontros periódicos entre gestores administrativos e

gestores especialistas para definir metas de criação e implementação de

instrumentos gerencias operacionais em segurança do trabalho e encontra-se

sintetizado no Quadro 5.

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97

Quadro 5 - Síntese das estratégias do Plano Operacional

Ações a realizar Responsável Como? Onde? Por quê?

Implementar o Processo de Planejamento

Participativo da Segurança do Trabalho na

UFPR

Gestor do SESAO

Em reuniões com Administradores,

Docentes e Técnicos

Administrativos.

Nas

dependências da UFPR.

Disseminar a

Cultura de Segurança do

Trabalho

Troca de informação

entre gestores

Chefes e Coordenado-res

de Cursos

Convocando o Gestor em

Segurança do Trabalho

SESAO Serviço de Segurança e

Saúde do Trabalho

Assessoria em segurança do

trabalho.

Autoavaliação administrativa

Chefes e Coordenado-res

de Cursos

Elaborar planilhas de autoavaliação,

tornando um instrumento

permanente de trabalho a ser

utilizado na troca de gestores.

Na Unidade Administrativa

Detectar problemas

Áreas de vivência –

cuidados com o servidor

Chefes e Coordenado-res com Prefeitura

Cidade Universitária

Criar áreas de laser

internas para os servidores

Próximo ao local de trabalho

Conforto ao trabalhador

Instalações do local de trabalho.

Chefes e Coordenado-res

de Cursos

Solicitar a manutenção das

instalações

Das instalações que utiliza na

UFPR.

É da função do Chefe e

Coordenador

Instruções operacionais –

rotinas de trabalho

Chefes e Coordenado-res

de Cursos

Descrever rotinas de trabalho em

atividades de riscos de acidentes e

doenças do trabalho

Nos laboratórios de pesquisas

Prevenir acidentes e doenças do

trabalho

Visitas de observação de

processos.

Chefes e

Coordenado-res de Cursos

Fazer vistorias contínuas de prevenção

Nos processos que apresentem

riscos de acidentes e doenças do

trabalho

Evitar danos à integridade dos

discentes, docentes e

técnicos administrativos.

Organização e

limpeza.

Chefes e Coordena-

dores de Cursos

Programar

periodicamente ordem e limpeza

Nos locais que

utiliza na UFPR.

Eliminar entulhos coisas inservíveis

Treinar pessoas

Chefes e

Coordenado-res de Cursos

Ministrar ou contratar com o

setor de capacitação da

UFPR.

Na Pró-Reitoria de Gestão de

Pessoas

Faz parte das

atribuições de um Administrador

Consolidação da Área de

Segurança do Trabalho

Gestor do SESAO

Divulgar, Publicar Apresentar o Plano

de Trabalho

Nos Setores da

UFPR

Garantir o Estado da Segurança do

Trabalho

Propor

participação do Gestor da

Gestor da Segurança do

Trabalho e quem designar,

Documento oficial

Conselho

Para dar

sustenta-bilidade à gestão da

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Segurança do Trabalho nas Comissões de Avaliação de Desempenho

Engenheiro e ou Técnico de

Segurança do Trabalho

administrativo Superior da Administração

Segurança do Trabalho na

UFPR

FONTE: O autor

Fica a critério da administração da UFPR adotar ou não estas ações em

segurança do trabalho.

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99

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo voltado para a qualidade de vida nas organizações, revelou a

necessidade de se adotar práticas inerentes à consolidação de uma cultura de

segurança em uma instituição de educação superior brasileira.

Ao delinear a trajetória nacional da segurança no trabalho com vistas à

qualidade nos procedimentos e à gestão da segurança e saúde ocupacional foi

possível constatar que o momento atual brasileiro é de implementação de práticas e

ações de segurança com vista à consolidação de uma cultura.

A temática norteadora da pesquisa, voltada para o monitoramento em

segurança do trabalho como estratégia de prevenção, encontrou nos diferentes

autores respaldo para verificar de que maneira as atividades de prevenção e

segurança do trabalho poderiam ser formuladas diante dos processos sucessórios

de gestores administrativos operacionais podendo sofrer continuidade e também

incorporadas nos sistema de avaliação na Instituição.

A inexistência de uma relação mais próxima entre gestores especialistas e

gestores administrativos em ações de prevenção no sistema de gestão em

segurança do trabalho, e baixo envolvimento de atividades dos gestores

administrativos operacionais neste processo de gestão, foram variáveis

fundamentais apontadas na pesquisa. Foi possível, com isso, verificar de que

maneira vem acontecendo o processo de gestão em segurança do trabalho na

administração da UFPR, em especial, no Setor de Tecnologia que se constitui em

cenário de estudo.

Neste contexto, contando com a disponibilidade dos Chefes de

Departamentos e Coordenadores de Cursos, Professores e Técnicos Administrativos

foi possível compreender a percepção dos atores acima, sujeitos da pesquisa. Em

suas colocações, trouxeram a tona preocupações relativas ao seu cotidiano e

também a segurança no trabalho, como sugeriram ações para superar as limitações

apontadas.

Uma instituição de ensino superior como a UFPR que apresenta uma

diversidade de conhecimentos das áreas de saber, a medida que vem crescendo,

exige maior agilidade no tratamento das questões gerenciais, em especial na

segurança do trabalho.

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100

A administração no serviço público exige esforços em seus processos de

trabalho para ultrapassar a sua burocracia, o que dificulta o seu desenvolvimento e,

principalmente, seus processos políticos. O sistema de gestão administrativa em

uma Instituição deve buscar apoio nos processos especializados como o da

segurança do trabalho para incorporá-los a esta, por intermédio de seus gestores.

O estudo demonstrou que as limitações que dificultam o processo de

administração da segurança do trabalho, vêm penalizando o cotidiano de seus

colaboradores.

Os Técnicos Administrativos revelaram não conhecer profundamente os

aspectos legais da segurança do trabalho, mas evidenciaram compreender sua

importância e necessidade indicando ações pertinentes a gestão da segurança do

trabalho na administração da Instituição.

Foi possível, ainda, identificar que tanto chefes de departamentos e

coordenadores de cursos e técnicos administrativos estão dispostos a aprimorar e

aperfeiçoar os sistemas de gestão, assim como implementar ações de melhoria no

sistema em segurança do trabalho, apontando objetivamente atividades possíveis de

desenvolvimento em seu dia-a-dia.

A pesquisa deixou claro que o desempenho humano no trabalho exige

investimentos na adequação dos ambientes, da tecnologia e do clima

organizacional.

O descuido à estas questões trará graves prejuízos à saúde individual,

familiar e coletiva e, conseqüentemente, a própria UFPR.

Esta pesquisa, construída a partir dos fundamentos levantados na área,

enfrentou limitações quanto às dificuldades em obter respostas nos questionários,

junto aos envolvidos, contribuindo assim para constatar a cultura dos servidores da

Instituição é de baixa participação.

Cabe, porém, ressaltar neste trabalho, a acolhida dos dirigentes do Setor de

Tecnologia para que pudéssemos desenvolver a pesquisa. Disponibilizaram seu

tempo compartilhando suas experiências na gestão da segurança do trabalho e

possibilitando compreender melhor a realidade na qual estamos inseridos, e que

provocou esta pesquisa.

Como resultado do estudo, foi possível elaborar um plano de medidas

básicas que não requer altos investimentos de recursos financeiros, que podem ser

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101

realizados por servidores comprometidos, competentes, mudando definitivamente a

gestão e a cultura de segurança do trabalho na UFPR.

Para trabalhos futuros, indica-se que sejam realizados estudos no sentido de

implementar o plano operacional proposto, monitorando e avaliando as ações de

segurança do trabalho com vistas à concretização de sua Política.

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102

REFERÊNCIAS

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GLOSSÁRIO

ACIDENTE EM SERVIÇOS - É o dano físico ou psíquico sofrido pelo servidor,

relacionado, mediata ou imediatamente, com as atribuições do cargo e/ou função

exercida. Equipara-se ao acidente em serviço, decorrente de agressão sofrida e não

provocada pelo servidor no exercício de suas atribuições; o dano sofrido no percurso

da residência para o trabalho e vice-versa, as doenças relacionadas ao trabalho.

(SIASS, 2009).

AGENTES AMBIENTAIS - São os: Agentes físicos, químicos e biológicos existentes

no ambiente de trabalho, que, em função de sua natureza, concentração ou

intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do

trabalhador. para (CIENFUEGOS, 2001).

ALTA ADMINISTRAÇÃO OU ALTA DIREÇÃO DA ORGANIZAÇÃO - É o termo que

abrange o executivo principal e seus colaboradores diretos. São responsabilidades

da alta administração, entre outras: visão, missão, valores, estrutura organizacional,

formulação da estratégia e garantia do seu desdobramento por toda a organização,

política e sistema de qualidade, foco no cliente, liderança, análise crítica e avaliação

do desempenho global (FONSECA e LOURENÇO, ALLEN, 1997).

AMBIENTE DE TRABALHO - É o conjunto de bens, instrumentos e maiôs de

natureza material e imaterial, no qual o servidor exerce suas atividades laborais.

Representa o complexo de fatores que interligados, ou não, estão presentes no local

de trabalho e interagem com o servidor (SIASS, 2009).

AMBIENTE SAUDÁVEL DE TRABALHO - Deve envolver condições ambientais que

atuem positivamente sobre todos os órgãos dos sentidos humanos, como visão,

audição, tato, olfato e paladar (CHIAVENATO, 1999).

AVALIAÇÃO DO RISCO - É “com base na probabilidade de exposição e

conseqüência detectada pela exposição. Requer a determinação: da natureza e grau

de exposição, do resultado da exposição e do nível aceitável de exposição”

(CIENFUEGOS, 2001).

CONDIÇÕES DE TRABALHO - São as pressões físicas, mecânicas, químicas e

biológicas do posto de trabalho. Trata-se de uma mediação física-estrutural entre o

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homem e o trabalho que pode afetar o corpo do servidor, causando desgaste,

doenças somáticas, e, mesmo, acelerar o envelhecimento. Designa como parte da

organização do trabalho, a divisão do trabalho, o conteúdo da tarefa, na medida em

que dela deriva, o sistema hierárquico, as modalidades de comando, as relações de

poder, as questões de responsabilidade etc. (SIASS, 2009).

- Toda e qualquer variável presente ao ambiente de

trabalho capaz de alterar e ou condicionar a capacidade produtiva do indivíduo,

causando ou não agressão ou depreciações à saúde deste (BARBOSA, 2001).

CONTROLE - É a função do processo administrativo que, mediante a comparação

com padrões previamente estabelecidos, procura medir e avaliar o desempenho e o

resultado das ações, com a finalidade de realimentar os tomadores de decisões, de

forma que possam corrigir ou reforçar esse desempenho ou interferir em funções do

processo administrativo, para assegurar que os resultados satisfaçam aos desfiro e

aos objetivos estabelecidos (OLIVEIRA, 2010).

CONTROLE DE RISCOS - Depende da identificação do tipo de agente e da

avaliação do nível que se encontra presente nas atividades dos trabalhadores.

- É quando uma ação requer para reduzir riscos à saúde,

a gerencia e supervisão são responsáveis pelo desenvolvimento e implementação

de controles apropriados, baseados em padrões de limite, legislação ou boa prática

de segurança. O tipo de ação selecionada para o controle deverá: reduzir a

exposição individual a níveis aceitáveis, ser aceita pela equipe de trabalho, não criar

novos riscos em outros locais, garantir a continuidade da operação, ser confiável, ser

considerada sob o aspecto de custo (CIENFUEGOS, 2001).

EQUIPE MULTIPROFISSIONAL - É composta por profissionais de diferentes

formações e especialidades para atuar no âmbito da vigilância e promoção de saúde

agregando esforços para analisar e intervir nas questões de saúde, sob diferentes

ângulos da dimensão biopsicossocial. A relação entre os profissionais, resguardadas

suas competências, será de interdependência e complementaridade (SIASS, 2009).

ERGONOMIA - Adaptação do trabalho às condições psicológicas e fisiológicas dos

indivíduos, avaliando e projetando os postos de trabalho, sues processos e

equipamentos, de acordo com as características e as necessidades do trabalhador

(COSTA; COSTA, 2004).

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ESPECIALISTAS EM SEGURANÇA DO TRABALHO - É o engenheiro de segurança

do trabalho, o técnico de segurança do trabalho Brasil, Ministério do Trabalho e

Emprego (BRASIL, 1978).

ESTADO DE SEGURANÇA NO TRABALHO – É o ambiente físico e seus

componentes - fatores que determinam o estado de segurança no trabalho para um

indivíduo (SALIBA, 2004).

GESTÃO – É um instrumento de administração que permite que se executem de

forma ordenada as atividades que estão inseridas dentro de um processo alvo,

visando a minimização das perdas e que atinja de forma regular os resultados

definidos pela organização (ARAÚJO, 2002).

GESTORES ESPECIALISTAS EM SEGURANÇA DO TRABALHO - É a pessoa ou

equipe de pessoas, a critério do empregador, profissional capaz de desenvolver o

Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), disposto na Norma

Regulamentadoras n.9, Brasil, Ministério do Trabalho e Emprego (BRASIL, 1978).

GRAU DE RISCO - Depende do grau de exposição e tempo à que um trabalhador

fica exposto.

HIGIENE - A técnica aplicada contra os possíveis agentes geradores de agravos –

enfermidades; profissionais, avaliando a presença de agentes químicos, físicos,

biológicos e possíveis tensões psicológicas e sócias presentes no meio ambiente do

trabalhador. (COSTA e COSTA, 2004).

HIGIENE INDUSTRIAL - É o “conjunto de atividades executadas para antecipar,

reconhecer, avaliar e controlar os riscos existentes no ambiente de trabalho, que

possam causar danos à saúde e ao bem estar dos trabalhadores” (CIENFUEGOS,

2001).

HIGIENE OCUPACIONAL - É a ciência que atua no campo as saúde ocupacional,

através da antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos riscos físicos,

químicos e biológicos originados nos locais de trabalho e passíveis de produzir

danos à saúde dos trabalhadores, observando-se também o impacto ao meio

ambiente (SALIBA, 2004).

- É a ciência e a arte do reconhecimento, avaliação e

controle de fatores ou tensões ambientais originados do, ou no, local de trabalho e

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que podem causar doenças, prejuízos para a saúde e bem-estar, desconforto e

ineficiência significativos entre os trabalhadores ou entre os cidadãos da

comunidade (ACGIH).

- Higiene industrial e higiene do trabalho – Estuda o

ambiente de trabalho e a prevenção das doenças dele originadas (SALIBA, 2004).

IDENTIFICAÇÃO DE RISCO - É identificar a natureza do risco: físico, químico ou

biológico, suas características, rotas potencias de entrar em contato e os efeitos

agressivos de exposição.

INCIDENTE EM SERVIÇO OU QUASE-ACIDENTE - É o evento com a

"possibilidade de desfecho adverso, em que houve um risco e/ou uma exposição

simultânea, mas não houve lesões” (SIASS, 2009).

INSPEÇÕES – É uma técnica de observar toda a área de trabalho, munido de um

roteiro de itens, anotando o que está inadequado, determinando as prioridades de

solução e tomando as medidas administrativas de correção (ARAÚJO, 2002).

INSTRUMENTOS OPERACIONAIS - São elementos de autoavaliação para práticas

em prevenção segurança e saúde no ambiente de trabalho a serem observadas na

administração operacionais (ARAÚJO, 2002).

LIMITE DE TOLERÂNCIA - É a: Concentração ou intensidade máxima ou mínima,

relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao gente, que não causará

dano à saúde do colaborador durante sua vida laboral. Pode ser uma média

ponderada de oito horas de trabalho ou um valor-teto, que não pode ser

ultrapassando (CIENFUEGOS, 2001).

MANUTENÇÃO – É o conjunto de ações que permite manter ou restabelecer um

bem, dentro de um estado específico ou na medida para assegura um serviço

determinado (MORAES, 2009).

MULTIDISCIPLINARES – É a necessidade da capacitação de áreas distintas tais

como: engenharia, medicina, direito, higiene ocupacional, psicologia, psiquiatria,

administração entre outras.

NÍVEL DE AÇÃO - É o valor acima do qual devem ser iniciadas as ações preventivas

de forma a minimizar a probabilidade de que a exposições a agentes ambientais

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ultrapassem os limite de exposição. Estes níveis de ação estão definidos em norma

regulamentadora (BRASIL, 1978).

ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO - É o modo como o trabalho é organizado e

gerenciado desde sua concepção, até a sua finalização. Do processo de seleção,

recrutamento, premiação até o desligamento das pessoas. Incluem a divisão das

tarefas, as relações de poder, o tempo, a rotina, o ritmo e as exigências de

produtividade para a realização das atividades. Agrega os sistemas de gestão, de

hierarquia, de controle, de comunicação, de formação e de negociação das relações

de um ambiente ou processo de trabalho. A Organização do trabalho resulta na

definição do conteúdo da tarefa e influencia no processo saúde-doença no ambiente

de trabalho (SIASS, 2009).

ÓRGÃOS ESPECIALIZADOS DE SEGURANÇA DO TRABALHO - Compõem as

áreas específicas multifuncionais de conhecimento, ramos de atividades afins da

higiene ocupacional: medicina do trabalho, meio ambiente, direito, ergonomia,

segurança do trabalho e entre outros (SALIBA, 2004).

PREVENÇÃO - É “a disposição prévia dos meios e conhecimentos necessários para

evitar danos ou agravos à saúde do servidor, em decorrência do ambiente, dos

processos de trabalho e dos hábitos de vida” (SIASS, 2009).

PROCESSOS DE TRABALHO - É a realização contínua de atividades desenvolvidas

individualmente ou em equipe constituindo-se num conjunto de recursos e atividades

organizadas e interrelacionadas, que transformam insumos e produzem serviços e

que pode interferi na saúde do servidor. SIASS (2009)

PROMOÇÃO À SAÚDE - É o conjunto de ações orientadas que propiciam saúde ao

servidor, por meio da ampliação do conhecimento, da relação saúde/doença e

trabalho. Objetiva-se o desenvolvimento de gestões, de atitudes e de

comportamento que contribuam para a proteção de saúdo no âmbito individual e

coletivo (SIASS, 2009).

- É o conjunto de medidas adotadas com a finalidade de

reduzir e/ou eliminar os risco decorrentes do ambiente, do processo de trabalho e

dos hábitos de vida SIASS (2009).

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PSICOSSOCIOLOGIA – São danos psicológicos que pode sofrer um trabalhador no

seu ambiente de trabalho, assim como os fatores que geram insatisfações (COSTA

e COSTA, 2004).

QUALIDADE DO LOCAL DE TRABALHO – É um conjunto de conceitos

relativamente recentes, e que tem tudo a ver com a teoria de qualidade total,

(COUTO, 1994).

RESULTADO DA ORGANIZAÇÃO – É o resultados alcançados pelos desempenhos

de dirigentes níveis hierárquicos em uma organização, na política e programas de

promoção e prevenção em saúde do trabalhador e sua comunidade, pelo número de

gestores necessários que são fornecidos à organização, pelo aumento da eficácia

gerencial, grupal e organizacional entre outros conceitos. (SIMCSIK, 1992).

RISCO - É “todo perigo ou possibilidade de perigo, existindo a probabilidade de

perda ou de causar algum dano” (CIENFUEGOS, 2001).

RISCOS - À segurança estão ligados com riscos à saúde podem ocorrer sempre que

houver exposição a algum tipo de agente agressivo, com possibilidade de provocar

perdas ou de causar dano (CIENFUEGOS, 2001).

RISCO GRAVE E IMINENTE - É toda condição ou situações de trabalho que

possam comprometer o equilíbrio físico, psicológico social dos indivíduos, ou até

mesmo causar acidentes grave ou doença do trabalho e/ou profissional.

SAÚDE - É um estado completo de bem-estar físico, mental e social; não consiste

somente na ausência de doença ou enfermidade. Esta definição possui implicações

legais, sociais e econômicos dos estados de saúde e doença, conforme o bem-estar

social na época e local que se priorizam ações de promoção e prevenção; entre as

diferentes culturas, crenças sobre o que traz ou retira a saúde. A (OMS, 2011).

SAÚDE DO TRABALHADOR - Assim, podemos dizer que o gerenciamento das

pessoas e do sistema produtivo no tocante à segurança, entendendo-se a saúde do

trabalhador como inserida nesse contexto, faz parte de um complexo de atividades

que se inicia no projeto do produto, passando pela escolha dos materiais que irão

ser utilizados, pelo desenho da produção propriamente dito (BARBOSA, 2001).

SAÚDE NO TRABALHO ASPECTOS SAÚDE PSÍQUICA - Pressupõe um equilíbrio

intelectual e emocional. para (COSTA e COSTA, 2004).

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SAÚDE NO TRABALHO ASPECTOS SAÚDE SOCIAL - É o bem-estar do indivíduo

em suas relações sociais (COSTA e COSTA, 2004).

SAÚDE NO TRABALHO ASPECTO SAÚDE ORGÂNICA - É o funcionamento

correto do conjunto de células, tecidos, órgãos e sistemas biológicos (COSTA e

COSTA, 2004).

SAÚDE OCUPACIONAL - É promover o mais alto grau de bem-estar físico, mental e

social de trabalhadores de todas as ocupações; prevenir entre os trabalhadores os

desvios de saúde causados pelas condições de trabalho, protegê-los em seus

empregos contra os riscos resultantes de fatores ou agentes prejudiciais a sua

saúde; colocar e manter o trabalho em um emprego adequado às suas aptidões

fisiológicas e psicológicas e, em suma, o trabalho ao homem e cada homem à sua

atividade. (BARBOSA, 2001).

SAÚDE ORGANIZACIONAL – É a eficácia organizacional, ocorre quando há uma

maximização do rendimento dos recursos humanos e materiais para a organização,

pro meios técnicos e econômicos – instrumentais, e políticos e sociais –

comportamentais (SIMCSIK, 1992).

SEGURANÇA - É a técnica aplicada à prevenção dos acidentes do trabalho,

atuando sobre equipamentos, instalações, locais de trabalho e processos (COSTA e

COSTA, 2004).

SEGURANÇA DO TRABALHO - É o conjunto de recursos e técnicas aplicadas,

preventiva ou corretiva, que visam à integridade do homem ao trabalho

(CIENFUEGOS, 2001).

- É a ”ciência que atua na prevenção dos acidentes

de trabalho decorrentes dos fatores de riscos operacionais” (SALIBA, 2004).

TRABALHADOR - É todo aquele que realiza trabalho, isto é, cada um de nós, em

todas as atividades cotidianas e não somente naquelas entendidas como do trabalho

no ambiente profissional. Geralmente, associamos a palavra trabalhadores a

assalariados, o que é um erro, pois existe trabalho que pode ser bem desgastante

do ponto de vista de esforços, sem ser remunerado, como o trabalho voluntário, em

que não há relação de emprego. (BARBOSA, 2001).

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VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO SERVIDOR - É o conjunto de ações contínuas e

sistemáticas, que possibilita detectar, conhecer, pesquisar, analisar e monitorar os

fatores determinante e condicionantes da saúde relacionados aos ambientes de

processo de trabalho. Objetiva-se planejar, contribuir e avaliar intervenções que

reduzam os riscos ou agravo à saúde (SIASS, 2009).

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APÊNDICE I

SÍNTESE DOS RESULTADOS DAS ENTREVISTAS

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APÊNDICE

SÍNTESE DOS RESULTADOS DOS QUESTIONÁRIOS

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ANEXOS

ANEXO I - VISITA INICIAL ............................................................................. 119

ANEXO II - ROTEIRO DE ENTREVISTA......................................................... 120

ANEXO III - ENTREVISTA PARA COORDENADORES DE CURSOS E

CHEFES DE DEPARTAMENTOS .................................................

121

ANEXO IV - QUESTIONÁRIO PARA DOCENTES E TÉCNICOS

ADMINISTRATIVOS ......................................................................

122

ANEXO V - CARTA DE APRESENTAÇÃO ..................................................... 124

AMEXO VI - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ......... 125

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ANEXO I - VISITA INICIAL

Na vista inicial junto ao Diretor do Setor quando, será concedida explicação

franca do propósito do trabalho para o seu setor e para a segurança no trabalho

assim como oportunizando um plano de assessoria. Um das questões a serem

tratadas junto ao gestor sobre acidentes e doenças do trabalho, e, se está integrado

às suas causas.

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ANEXO II - ROTEIRO DE ENTREVISTA

Com procedimentos serão: agendadas datas de entrevista prévia a ser

realizada no seu local de trabalho em local reservado e no horário de trabalho

quando, apresentado o plano de trabalho e esclarecimento da importância, solicitada

permissão para gravação ao entrevistado assim como, liberdade para pedir

esclarecimentos. Quando será utilizado sistema de gravação para processar dados

das respostas.

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ANEXO III - ENTREVISTA PARA COORDENADORES DE CURSOS E CHEFES

DE DEPARTAMENTOS

Roteiro de questões: 1 Na atual administração há oportunidade de melhorar o processo de gestão em segurança do trabalho para promover a prevenção quando dos processos sucessórios de gestores? 2 Com relação às atividades de prevenção em segurança do trabalho na sua área de competência: - o que você indicaria sobre esse assunto? 3 Como ocorrem os relacionamentos entre gestores administrativos e gestores de assessoria especializada nas atividades de segurança do trabalho na Instituição? 4. No processo de manutenção da gestão da segurança do trabalho as trocas de informações entre os gestores administrativos são freqüentes? 5 As ações de vigilância e de promoção em segurança do trabalho constitui grande desafio à Instituição. De acordo com sua vivência como poderiam ser estas ações de vigilância? 6 O desenvolvimento de novas tecnologias melhoram a performance dos sistemas de prevenção: - conseqüentemente proporcionam novas dinâmicas de melhoria nos processos de manutenção, - de que modo você percebe isso? 7 O comprometimento com práticas na exposição a riscos de acidentes e agentes agressivos ocorre no seu dia-a-dia? 8 No Conselho Setorial ou até no Conselho Superior há estratégias, políticas e programas de prevenção em segurança do trabalho? 9 Há ações que visem inspeções para melhorias de ambientes de trabalho, como um processo contínuo de melhorias? 10 A Instituição busca constantemente aprimorar e aperfeiçoar esse processo de gestão? 11 Toda postura de análise e diagnóstico da segurança do trabalho é avaliativa para que ela funcione bem na Instituição. Como você percebe os processos de avaliação do docente, do técnico administrativo e da Instituição?

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ANEXO IV - QUESTIONÁRIO PARA DOCENTES E TÉCNICOS ADMINISTRATIVOS

Considerando a gestão de Segurança do Trabalho na UFPR como sendo um processo a ser incorporado na Instituição, solicitamos responder o presente questionário como forma de contribuição para melhorar as condições de trabalho nesta Universidade.

IDENTIFICAÇÃO

Setor: _______________________ Departamento: _______________________________

PERFIL DO SERVIDOR

Cargo: Docente Técnico Administrativo Função: _____________________________________________________ Tempo que atua neste local: Menos de 2 anos Entre 2 e 5 anos Entre 5 e 10 anos Mais de 10 anos Tempo na Instituição: Menos de 2 anos Entre 2 e 5 anos Entre 5 e 10 anos Mais de 10 anos

QUESTÕES DE SEGURANÇA DO TRABALHO

Considerações: Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho é um conjunto de iniciativas da organização, formalizando através de políticas, programas, procedimentos e processos de negócio da organização para auxiliá-la a estar em conformidade com as exigências legais e demais partes interessadas, conduzindo suas atividades com ética e responsabilidade social. (ARAÚJO; SANTOS; MAFRA, 2006). 1 Nos sistemas de gestão a UFPR contempla padrões para gestão da segurança do trabalho como importante instrumento para a melhoria das condições de vida e trabalho? De que maneira sua contribuição pode melhorar? _________________________________ ____________________________________________________________________ 2 Nas atividades do Coordenador ou do Chefe de Departamento nas quais está envolvido, as ações prevencionistas fazem parte de sua função? Indique algumas delas: ____________________________________________________________ 3 O sistema de gestão em segurança do trabalho depende, dos gestores administrativos e do assessoramento gestor especialista em segurança do trabalho, no desenvolvimento de suas atividades. Esse assessoramento: É excelente É apenas satisfatório É precário Não existe qualquer entrosamento De que maneira você percebe essas atividades? __________________________________ _______________________________________________________________________ Descreva como podem ser melhoradas essas atividades dos gestores: ______________________________________________________________________ 4 As ações Institucionais relacionadas à segurança do trabalho tem como característica fundamental: valorizar o recurso humano, melhorar o bem estar e saúde de seus colaboradores, garantirem bons resultados organizacionais entre outras características. No seu dia-a-dia como você percebe estas ações? Muito praticadas Praticadas satisfatoriamente Praticadas precariamente Não praticadas

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5 As ações Institucionais de vigilância e de promoção na segurança do trabalho tem como características a manutenção das condições seguras e saudáveis, redução dos riscos inerentes ao trabalho tais como: áreas de vivência no cuidado como servidor, tratamento das condições atmosféricas, instalações do local de trabalho, instruções operacionais, visitas de observação do trabalho, organização e limpeza entre outros (Constituição Federal de 1988) Diante estas questões, ações de vigilância em segurança do trabalho são praticadas pela Instituição, com relação à prevenção de acidentes e doenças do trabalho? Muito praticadas Praticadas satisfatoriamente Praticadas precariamente Não praticadas Descreva suas sugestões: __________________________________________________ _____________________________________________________________________ 6 A diversidade e complexidade dos processos de produção modernos, das condições dos locais de trabalho requerem adoção de tecnologias e métodos gerenciais sofisticados. As novas tecnologias contribuem ou auxiliam para manutenção dos acidentes e doenças de trabalho em ambientes de trabalho. No seu cotidiano de trabalho, como essa influência, pode ser percebida? A exemplo disso temos sistemas eficientes de condicionadores e purificados de ambientes. Descreva outros sistemas percebidos por você: _______________________________ ___________________________________________________________________ 7 Trabalhar sem risco de acidentes e doenças de trabalho é a condição para todos os trabalhadores da Universidade. As práticas de segurança do trabalho estão incorporadas nos processos de trabalho desenvolvidos por você no teu dia-a-dia? Sim Não Explique de que maneira você incorpora as práticas segurança do trabalho? _________ _______________________________________________________________________ 8 Estratégias para promover a melhoria da vida e da saúde do trabalhador, são ações prevencionistas que devem estar incorporadas nos sistema de gestão da administração. Você vê estas ações serem discutidas no seu setor, nos órgãos de planejamento e implementação e serem encaminhados aos: Conselho Setorial e Conselho Superior? Sim Não Descreva de que circunstância você vê?______________________________________ _______________________________________________________________________ 9 Um exame sistemático para determinar se o desenvolvimento das atividades está em conformidade com os procedimentos planejados para produção, de modo que ações sejam tomadas preventivamente para não expor o servidor a fatores que afetem o seu bem-estar, são procedimentos praticados normalmente pelos gestores para manutenção do sistema de gestão. Você pratica esse procedimento antes de começas suas atividades? Sim Não Explique como você conduz esta questão? _________________________________________ ___________________________________________________________________ 10 A melhoria contínua é um processo de aperfeiçoamento contínuo de revisão dos sistemas de gestão administrativos. No desempenho de sua função, qual é o tratamento que você dá aos aspectos ligados à gestão da segurança do trabalho em seu setor? Mencione o seu procedimento, o quanto e como você pratica a melhoria contínua? _____________________________________________________________________ 11 Para que a segurança do trabalho seja efetiva ela precisa de avaliação. Que sugestões você teria para dar? _____________________________________________________________

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ANEXO V - CARTA DE APRESENTAÇÃO

Curitiba, 09 de maio de 2010. Prezado(a) senhor (a) NOME Solicitamos a colaboração no levantamento de dados para a pesquisa de mestrado profissional que estamos realizando sobre sistema de gestão de segurança do trabalho nesta universidade. O objetivo é elaborar um plano voltado a ações de segurança do trabalho a ser proposto na dissertação no Programa de Mestrado Profissional em Gestão de Políticas Públicas da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI). A pesquisa visa diagnosticar o relacionamento entre os gestores especialistas em segurança do trabalho e os gestores administrativos nesta Instituição. Todas as informações serão preservadas, será mantido sigilo de identidade dos participantes assim como, as questões éticas serão preservadas. Ficamos a disposição para maiores informações e esclarecimentos necessários a qualquer momento nos telefones: (41) 3332-2757 e 9964-7671 e e-mail: [email protected] ou [email protected] Prazo de entrega: 20-05-2011 Atenciosamente, Valter Oscar Jentsch (orientando) – Servidor da UFPR.

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ANEXO VI - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECI DO

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL

EM GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS – PMGPP Rua Uruguai, 458 – Bloco 16 – Sala 412

Cx. Postal 360 – Fone/Fax: (047) 3341-7847 CEP.: 88302-202 – Itajaí – Santa Catarina

[email protected] www.univali.br/pmgpp

A finalidade deste termo de consentimento livre e esclarecido é de informar aos participantes da pesquisa para um levantamento de dados no Programa de Mestrado Profissional em Gestão de Políticas Públicas - PMGPP da Universidade do Vale do Itajaí -UNIVALI, explicando que será mantido sigilo de identidade dos participantes assim como as questões éticas serão preservadas. A participação é isenta de ônus para remuneração financeira pelo pesquisador. Todas as despesas relacionadas com este estudo são de responsabilidade do Mestrando. Os participantes dispõem de total liberdade para expressar sua opinião. Este trabalho será elaborado pelo mestrando Valter Oscar Jentsch – Engenheiro de Segurança do Trabalho da UFPR, (41) 3332-2757, 9964-9761 na sua área de sua atuação. Agradecemos a colaboração em participar no grupo de trabalho. Eu assino este documento, declarando que li as informações contidas e por livre e espontânea vontade participo do grupo de trabalho, assino abaixo o termo de consentimento livre e esclarecido.

Curitiba, 10 de maio de 2011.

Nome Assinatura