jcf elementos de estudo dto penal cv

32
Elementos para o estudo do Código Penal de Cabo Verde Cadernos: 1 Jorge Carlos Fonseca Dados de um percurso legislativo O Decreto-Legislativo de aprovação do Código Penal FUNDAÇÃO DIREITO E JUSTIÇA

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Page 1: JCF Elementos de Estudo Dto Penal CV

Elem

ento

s par

a o es

tudo

do

Códi

go P

enal

de C

abo

Ver

de

C

ader

nos:

1

Jo

rge C

arlo

s Fon

seca

Dad

os d

e um

per

curs

o le

gisl

ativ

o

O D

ecre

to-L

egis

lativ

o de

apr

ovaç

ão d

o C

ódig

o Pe

nal

FU

ND

ÃO

DIR

EIT

O E

JU

STIÇ

A

Page 2: JCF Elementos de Estudo Dto Penal CV

ELEM

ENTO

PA

RA

O E

STU

DO

DE

DIG

O P

ENA

L D

E C

AB

O V

ERD

E

3 I

Adv

ertê

ncia

inic

ial

O

s C

ader

nos

que

a Fu

ndaç

ão D

ireito

e J

ustiç

a (F

DJ)

pre

tend

e or

a ed

itar

corr

espo

ndem

, na

sua

essê

ncia

, a u

ns S

umár

ios

por

nós

divu

lgad

os ju

nto

de fo

rman

dos

de u

m C

urso

Inte

nsiv

o so

bre

a Pa

rte G

eral

do

novo

Cód

igo

Pena

l de

Cab

o V

erde

, org

aniz

ado

pela

FD

J, no

mês

de

Julh

o de

200

4.

Os

Sum

ário

s, em

jeito

de

tópi

cos

dese

nvol

vido

s, fo

ram

- e

cont

inua

m a

sê-

lo -

escr

itos

a pa

r e p

asso

das

ses

sões

do

Cur

so, s

em g

rand

es p

reoc

upaç

ões

de s

ufic

ient

es re

ferê

ncia

s bi

blio

gráf

icas

e d

outri

nária

s ge

rais

, e, s

obre

tudo

, se

ma

inte

nção

de

elab

orar

- l

onge

, m

uito

lon

ge d

isso

! -

um t

exto

si

stem

atiz

ado

e co

ntín

uo so

bre

a te

oria

ger

al d

o fa

cto

puní

vel o

u a

dout

rina

gera

l do

crim

e. A

ide

ia e

ra, s

impl

esm

ente

, for

nece

r al

guns

ele

men

tos

de

auxí

lio à

exp

osiç

ão d

as m

atér

ias e

, sob

retu

do, d

e su

porte

à p

artic

ipaç

ão d

os

form

ando

s, o

que

fazi

a re

ssal

tar o

car

ácte

r des

cont

ínuo

, fra

gmen

tári

o, d

as

mat

éria

s tra

tada

s. Te

mas

sel

ecci

onad

os d

e ac

ordo

com

opç

ões

de o

rdem

pr

átic

a e

com

um

vel

de

abor

dage

m

mar

cado

ig

ualm

ente

pe

la

preo

cupa

ção

esse

ncia

l de

dar a

con

hece

r aos

juris

tas

cabo

-ver

dian

os e

aos

in

tere

ssad

os,

em

gera

l, as

gr

ande

s op

ções

do

gmát

icas

e

de

polít

ica

crim

inal

, as

prin

cipa

is so

luçõ

es n

orm

ativ

as

FUN

AD

AO

DIR

EITO

E JU

STIÇ

A

4

e, a

té,

os p

rincí

pios

e c

once

itos

verti

dos

num

Cód

igo

novo

, ac

abad

o de

en

trar

em v

igor

. D

iríam

os,

pois

, qu

e se

est

ava

pera

nte

uma

inic

iativ

a si

ngel

a, q

ual s

eja

a de

faze

r um

a es

péci

e de

vis

ita g

uiad

a pe

los

corr

edor

es

do e

difíc

io d

o C

ódig

o Pe

nal d

e 20

04, p

rioriz

ando

asp

ecto

s qu

e pu

dess

em

cons

titui

r no

vida

de n

o co

nfro

nto

com

o v

elho

Cód

igo

e co

m p

rátic

as e

bito

s ad

quiri

dos

com

a s

ua lo

nga

vigê

ncia

. Out

ross

im, o

impu

lso

dado

pe

los

form

ando

s da

quel

e C

urso

(na

mai

oria

, pro

fissi

onai

s do

Dire

ito n

as

mai

s di

fere

ntes

áre

as),

mor

men

te n

os p

erío

dos

de d

iálo

go, f

oi d

ecis

ivo

na

esco

lha

de a

lgun

s te

mas

, mel

hor,

prob

lem

as c

oncr

etos

, e n

o se

u m

aior

ou

men

or d

esen

volv

imen

to.

Dire

mos

, po

is,

que

este

s C

ader

nos

- pe

lo m

enos

da

noss

a pa

rte,

já q

ue

espe

ram

os v

er u

ns C

ader

nos

aber

tos

a um

a pl

ural

idad

e de

aut

ores

-

man

terã

o o

estil

o do

s Su

már

ios,

com

um

ou

outro

des

envo

lvim

ento

, um

ou

tro a

cres

cent

o te

mát

ico,

um

ou

outro

arr

ojo

de c

ariz

men

os c

onju

ntur

al

e/ou

pra

gmát

ico.

Enf

im,

verd

adei

ros

Cad

erno

s de

div

ulga

ção

do n

ovo

Cód

igo

Pena

l de

Cab

o V

erde

.

Page 3: JCF Elementos de Estudo Dto Penal CV

ELEM

ENTO

PA

RA

O E

STU

DO

DE

DIG

O P

ENA

L D

E C

AB

O V

ERD

E

5 II

Indi

caçõ

es b

iblio

gráf

icas

1. S

endo

um

Cód

igo

novo

, que

entro

u em

vig

or a

1 d

e Ju

lho

de 2

004,

na

tura

lmen

te n

ão h

aver

á ai

nda

bibl

iogr

afia

sig

nific

ativ

a qu

e re

spei

te

espe

cial

men

te a

ele

, sen

do, n

este

asp

ecto

, est

es te

xtos

a d

ar o

«po

ntap

é de

sa

ída»

. N

o en

tant

o, s

empr

e se

rão

elem

ento

s re

leva

ntes

de

estu

do e

, de

al

gum

a fo

rma,

par

a a

inte

rpre

taçã

o do

s pr

ecei

tos

(e s

ua a

plic

ação

) o

conh

ecim

ento

dos

trab

alho

s pr

epar

atór

ios

do C

ódig

o e

os e

stud

os e

out

ros

text

os p

rodu

zido

s sob

re e

/ou

a pr

opós

ito d

o A

ntep

roje

cto

resp

ectiv

o.

Ora

bem

, não

exi

ste

mui

ta c

oisa

pub

licad

a, já

que

, inf

eliz

men

te, a

inda

não

cr

iám

os e

ntre

nós

o h

ábito

de

dar

a co

nhec

er o

s tra

balh

os d

e pr

epar

ação

da

s gr

ande

s re

form

as l

egis

lativ

as,

pelo

que

, po

r ex

empl

o, a

s ve

rsõe

s pr

imei

ras

do A

ntep

roje

cto

apen

as p

oder

ão s

er c

onhe

cida

s ju

nto

do a

utor

m

ater

ial

ou,

even

tual

men

te,

nos

arqu

ivos

do

Min

isté

rio d

a Ju

stiç

a. O

m

esm

o se

pod

erá

dize

r de

act

as d

as r

euni

ões

da C

omis

são

Técn

ica

de

Aco

mpa

nham

ento

(C

TA)

e/ou

das

ses

sões

de

traba

lho

que

o au

tor

dest

as

nota

s, en

quan

to

auto

r m

ater

ial

do

Ant

epro

ject

o,

teve

co

m

a C

TA,

mag

istra

dos,

advo

gado

s, ou

tros

técn

icos

jur

istas

, of

icia

is s

uper

iore

s da

PO

P, d

a PJ

, Gua

rda

Fisc

al e

Alfâ

ndeg

as o

u, a

inda

, com

org

aniz

açõe

s da

so

cied

ade

civi

l, na

Pra

ia e

no

Min

delo

,

FUN

AD

AO

DIR

EITO

E JU

STIÇ

A

6

sem

esq

uece

r par

ecer

es e

out

ros

text

os p

rodu

zido

s no

Min

isté

rio d

a Ju

stiç

a e

por

nós

próp

rios

(enq

uant

o, n

atur

alm

ente

, au

tor

do a

ntep

roje

cto)

em

re

spos

ta à

quel

es p

arec

eres

e d

ocum

ento

s.

2. Q

uant

o a

estu

dos e

out

ros t

exto

s, há

a re

gist

ar a

pena

s os s

egui

ntes

:

a) J

ORG

E CA

RLO

S FO

NSE

CA,

«Ter

mos

de

re

ferê

ncia

pa

ra

a el

abor

ação

de

um

C

ódig

o Pe

nal

de

Cab

o V

erde

»,

in

Revi

sta

Portu

gues

a de

Ciê

ncia

Crim

inal

(RP

CC),

5 (1

995)

, 23-

45. E

ste te

xto

foi r

e-pu

blic

ado

na R

evist

a Ju

rídic

a do

Min

istér

io d

a Ju

stiça

, n.°

23,

Prai

a, Ja

n-Ju

n de

199

5, 3

9-59

. b)

JO

RG

E C

AR

LOS

FON

SEC

A, «

O A

ntep

roje

cto

do n

ovo

Cód

igo

Pena

l de

Cab

o V

erde

: um

a le

itura

, em

jei

to d

e ap

rese

ntaç

ão»,

in

RPC

C 6

(199

6), 3

65-4

27.

c) J

orge

de

FIG

UEI

RED

O D

IAS,

um

a co

mun

icaç

ão fe

ita n

a Pr

aia,

em

Ju

lho

de

1996

(2

9 a

31),

por

ocas

ião

de

Jorn

adas

so

bre

o A

ntep

roje

cto

de n

ovo

Cód

igo

Pena

l de

Cab

o V

erde

, te

xto

não

publ

icad

o e

que

cons

ubst

anci

ava

uma

apre

ciaç

ão

glob

al

do

Ant

epro

ject

o.

d) T

ERES

A P

IZA

RRO

BEL

EZA

, co

mun

icaç

ão f

eita

nas

mes

mas

Jo

rnad

as

acim

a re

ferid

as,

text

o nã

o pu

blic

ado

e qu

e ve

rsav

a es

senc

ialm

ente

sob

re o

s C

rimes

Sex

uais

no

Ant

epro

ject

o de

CP

No

enta

nto,

um

text

o pr

óxim

o da

quel

e fo

i pub

licad

o co

mo

Pról

ogo

da

obra

Ref

orm

as P

enai

s em

Cab

o Ve

rde,

I,

da a

utor

ia d

e JO

RG

E C

AR

LOS

FON

SEC

A, a

baix

o ci

tada

. e)

RA

UL

VA

REL

A, c

omun

icaç

ão fe

ita n

as m

esm

as J

orna

das

acim

a re

ferid

as, t

exto

não

pub

licad

o.

f) Jo

sé M

OU

RA

Z LO

PES,

Par

ecer

sob

re o

Ant

epro

ject

o do

Cód

igo

Pena

l de

C

abo

Ver

de,

text

o da

ctilo

graf

ado

(23

pági

nas)

, nã

o pu

blic

ado,

Coi

mbr

a, 0

2.06

.97.

Page 4: JCF Elementos de Estudo Dto Penal CV

ELEM

ENTO

PA

RA

O E

STU

DO

DE

DIG

O P

ENA

L D

E C

AB

O V

ERD

E

7

g)

Fran

cisc

o M

UN

OZ

CO

ND

E,

«Los

D

elito

s Pa

trim

onia

les

y Ec

onóm

icos

en

el C

ódig

o Pe

nal E

span

olde

199

5 y

en e

l Ant

epro

yect

o de

C

ódig

o Pe

nal d

e C

abo

Ver

de»,

in D

ireito

e C

idad

ania

(DeC

), n.

° 2,

Pra

ia,

1998

, 125

-136

. h)

B

ERN

AR

DIN

O D

ELG

AD

O, A

nális

e co

mpa

rativ

a en

tre

as o

pçõe

s ad

opta

das

pelo

aut

or d

o An

tepr

ojec

to e

as

posi

ções

da

Com

issã

o de

Ac

ompa

nham

ento

, te

xto

dact

ilogr

afad

o,

não

publ

icad

o,

Porto

N

ovo,

O

utub

ro d

e 20

03.

i) JO

RG

E C

AR

LOS

FON

SEC

A,

Refo

rmas

Pen

ais

em C

abo

Verd

e,

Vol

. I, U

m n

ovo

Cód

igo

Pena

l par

a C

abo

Ver

de, I

PC, P

raia

, 200

1.

3. S

erá

o úl

timo

traba

lho

cita

do -

que

incl

ui, p

ara

além

do

artic

ulad

o do

A

ntep

roje

cto,

na

vers

ão «

defin

itiva

» do

seu

aut

or m

ater

ial (

isto

é, c

om a

s al

tera

ções

inco

rpor

adas

na

vers

ão in

icia

l, se

ja p

or o

pção

do

auto

r, se

ja p

ela

via

de s

uges

tões

fei

tas

pela

CTA

ou

por

outro

s),

a ju

stifi

caçã

o de

um

pu

nhad

o de

opç

ões

(de

polít

ica

crim

inal

, de

sist

emat

izaç

ão o

u de

con

cret

as

solu

ções

nor

mat

ivas

) qu

e ac

abar

am p

or s

er t

radu

zida

s em

nor

mas

e

prin

cípi

os n

o C

ódig

o Pe

nal -

mui

tas

veze

s aq

ui re

ferid

o e

repr

oduz

ido.

Por

um

lado

, por

que

ele

dese

nvol

ve e

apr

ofun

da o

teor

dos

out

ros

dois

text

os

acim

a m

enci

onad

os e

pub

licad

os n

a R

PCC

; po

r ou

tro l

ado,

por

um

a qu

estã

o de

com

odid

ade

e ec

onom

ia d

e ex

posi

ção,

sen

do c

erto

que

ele

co

nstit

ui o

úni

co te

xto

escr

ito, c

om a

lgum

des

envo

lvim

ento

, sob

re o

que

, no

ess

enci

al, v

eio

a se

r o n

ovo

Cód

igo

Pena

l de

Cab

o V

erde

de

2004

. N

o en

tant

o, s

empr

e se

rá ú

til d

eixa

r aqu

i o re

gist

o de

bib

liogr

afia

ger

al c

om

inte

ress

e pa

ra o

est

udo

e co

mpr

eens

ão d

a m

atér

ia o

bjec

to d

este

s C

ader

nos,

pens

ando

, po

r en

quan

to,

apen

as

na

Parte

G

eral

do

...

Dire

ito

Pena

l. N

atur

alm

ente

que

, sob

re e

la, a

bib

liogr

afia

é in

term

ináv

el. L

imita

mo-

nos

a su

gerir

o q

ue n

os p

arec

e co

mo

mai

s

FUN

AD

AO

DIR

EITO

E JU

STIÇ

A

8

fund

amen

tal e

ace

ssív

el (

sobr

etud

o, e

m te

rmos

de

aces

so f

ísic

o, e

m C

abo

Ver

de)

em lí

ngua

por

tugu

esa

e ca

stel

hana

, sem

esq

uece

r qu

e os

trab

alho

s de

ela

bora

ção

do C

ódig

o tiv

eram

sem

pre

em c

onsi

dera

ção,

ent

re o

utro

s el

emen

tos

de r

efer

ênci

a, a

leg

isla

ção

vige

nte

e as

ref

orm

as e

m c

urso

ou

mai

s re

cent

es e

m p

aíse

s co

mo

Portu

gal,

Espa

nha,

Arg

entin

a, M

acau

, G

uiné

-Bis

sau

e B

rasi

l.

Para

ca

da

mat

éria

em

pa

rticu

lar,

fare

mos

in

dica

ção

de

leitu

ra

espe

cial

men

te re

com

enda

da. Bib

liogr

afia

ger

al*:

Jorg

e de

FIG

UEI

RED

O D

IAS,

Tex

tos

de D

ireito

Pen

al -

Dou

trina

ger

al d

o cr

ime.

Liçõ

es

(ela

bora

das c

om a

col

abor

ação

de

Nun

o Br

andã

o), f

ase,

Coi

mbr

a, 2

001;

Jo

rge

de F

IGU

EIRE

DO

DIA

S, T

emas

Bás

icos

da

Dou

trina

Pen

al -

Sobr

e os

fund

amen

tos

da

dout

rina

pena

l - S

obre

a d

outri

na g

eral

do

crim

e, C

oim

bra

Edito

ra, 2

001.

*J

orge

de

FIG

UEI

RED

O D

IAS,

Dire

ito P

enai

Por

tugu

ês -

Parte

Ger

al -

II - A

s Con

sequ

ênci

as

Juríd

icas

do

Crim

e, A

equi

tas,

Edito

rial N

otíc

ias,

Lisb

oa, 1

993;

*J

orge

de F

IGU

EIRE

DO

DIA

S, D

ireito

Pen

al (S

umár

ios),

Coi

mbr

a, 19

75; A

ditam

ento

s aos

Sum

ár

ios d

e 19

75, C

oim

bra,

197

7;

*Jor

ge d

e FI

GU

EIRE

DO

DIA

S, D

ireito

Pen

al (S

umár

ios e

not

as d

e Li

ções

ao

1,° a

no d

o Cu

rso

Com

plem

enta

r de

Ciên

cias

Juríd

icas

), Co

imbr

a, 1

976;

ED

UA

RDO

CO

RREI

A,

Dire

ito C

rimin

al (c

om a

col

abor

ação

de

Figu

eired

o D

ias),

I e

II

Vol

umes

, Rei

mpr

essã

o, L

ivra

ria A

lmed

ina,

Coi

mbr

a, 1

971;

*M

anue

l CA

VA

LEIR

O D

E FE

RREI

RA, L

ições

de

Dire

ito P

enal

I, L

isboa

/São

Pau

lo, I

Vol

ume,

19

92, I

I Vol

ume,

198

9.

*TER

ESA

PIZ

ARR

O B

ELEZ

A, D

ireito

Pen

al, V

ol. I

, Lisb

oa, 2

.a edi

ção,

1984

; Vol

. II,

Lisb

oa,

1980

(em

cur

so d

e ac

tual

izaç

ão);

MA

RIA

FER

NAN

DA P

ALM

A, D

ireito

Pen

al - P

arte

Ger

al (fa

se), A

AFD

L, L

isboa

, 199

4. M

ARI

A F

ERN

AN

DA

PA

LMA

, Dire

ito P

enal

- Te

oria

Ger

al da

Inf

racç

ão, S

umár

ios,

Lisb

oa,

1980

-81.

Page 5: JCF Elementos de Estudo Dto Penal CV

ELEM

ENTO

PA

RA

O E

STU

DO

DE

DIG

O P

ENA

L D

E C

AB

O V

ERD

E

9

GER

MA

NO

MA

RQ

UES

DA

SIL

VA

, Dire

ito P

enal

Por

tugu

ês -

Parte

Ger

al, 3

Vol

umes

, V

erbo

, Lis

boa/

São

Paul

o, 1

997,

1998

e 1

999;

H

ELEN

O C

LÁU

DIO

FR

AG

OSO

, Li

ções

de

Dire

ito P

enal

, Pa

rte G

eral

, 2.

a edi

ção,

Ed

itora

For

ense

, Rio

de

Jane

iro, 1

991;

Eu

géni

o R

AU

L ZA

FFA

RO

NI/J

osé

Hen

rique

PIE

RA

NG

ELI,

Man

ual

de D

irei

to P

enal

Br

asile

iro

- Par

te G

eral

, Edi

tora

Rev

ista

dos

Trib

unai

s, Sã

o Pa

ulo,

199

7;

*Fra

ncis

co M

UN

OZ

CO

ND

E, D

erec

ho P

enal

- P

arte

Gen

eral

, 3a e

d., T

irant

lo B

lanc

h,

Val

ênci

a, 1

998;

Jo

sé C

EREZ

O M

IR,

Cur

so d

e D

erec

ho P

enal

Esp

anol

, Pa

rte G

ener

al,

I, 2.

a edi

ção,

M

adrid

, 198

1; II

, Teo

ria ju

rídic

a de

i del

ito /

2, T

ecno

s, M

adrid

, 199

2;

*Eug

enio

RA

UL

ZAFF

AR

ON

I (c

om a

col

abor

ação

de

Ale

jand

ro A

lagi

a e

Ale

jand

ro

Slok

ar),

Der

echo

Pen

al -

Part

e G

ener

al, E

DIA

R, B

ueno

s Are

s, 20

00;

*Han

s-H

einr

ich

JESC

HEC

K,

Trat

ado

de D

erec

ho P

enal

- P

arte

Gen

eral

, 2

Vol

umes

, tra

duçã

o da

3.a e

diçã

o or

igin

al (1

978)

, por

Mir

Puig

e M

urio

z C

onde

, Bos

ch, B

arce

lona

, 19

81;

Gun

ter

STR

ATE

NW

ERTH

, D

erec

ho P

enal

- P

arte

Gen

eral

, I

- El

Hec

ho P

unib

le,

tradu

ção

da 2

.a edi

ção

alem

ã de

197

6, p

or G

lady

s Rom

ero,

Ede

rsa,

Mad

rid, 1

982;

C

laus

RO

XIN

, Pro

blem

as F

unda

men

tais

de

Dir

eito

Pen

al, t

radu

ção

da e

diçã

o al

emã

de

1973

, por

Ana

Pau

la N

atsc

hera

detz

, Ana

Isa

bel d

e Fi

guei

redo

e M

aria

Fer

nand

a Pa

lma,

V

ega,

Lis

boa,

198

6;

*Cla

us R

OX

IN, D

erec

ho P

enal

- Pa

rte

Gen

eral

, Tom

o I -

Fun

dam

ento

s. La

Est

ruct

ura

de

la T

eoria

dei

Del

ito, t

radu

ção

da 2

.a edi

ção

alem

ã, p

or L

uzón

Pen

a, G

arci

a C

onlle

do e

V

icen

te R

emes

al, E

dito

rial C

ivita

s, M

adrid

, 199

7.

FUN

AD

AO

DIR

EITO

E JU

STIÇ

A

10

Page 6: JCF Elementos de Estudo Dto Penal CV

ELEM

ENTO

PA

RA

O E

STU

DO

DE

DIG

O P

ENA

L D

E C

AB

O V

ERD

E

11 III

1. O

Cód

igo

Pena

l de

Cab

o V

erde

de

2004

: da

dos

de u

m p

ercu

rso

legi

slat

ivo

(sín

tese

). D

o C

ódig

o de

185

2 à

apro

vaçã

o da

Lei

de

auto

rizaç

ão

legi

slat

iva

(Lei

n.°

24/W

2003

, de

21 d

e Ju

lho)

. 1.

1. O

Cód

igo

Pena

l qu

e en

trou

em v

igor

a 1

de

Julh

o de

200

4 fo

i ap

rova

do p

elo

Dec

reto

-Leg

isla

tivo

n.°

4/20

03, d

e 18

de

Nov

embr

o. E

ste

foi

edita

do a

o ab

rigo

de u

ma

auto

rizaç

ão l

egis

lativ

a da

Ass

embl

eia

Nac

iona

l (Le

i n.°

24/W

2003

, de

21 d

e Ju

lho)

que

con

cedi

a ao

Gov

erno

um

pr

azo

de 1

20 d

ias

para

apr

ovar

um

nov

o C

ódig

o Pe

nal1 . A

tent

e-se

, por

ém,

que

uma

outra

aut

oriz

ação

legi

slat

iva

fora

con

cedi

da a

o G

over

no (a

nter

ior

ao d

a le

gisl

atur

a em

cur

so)

para

o m

esm

o ef

eito

, at

ravé

s da

Lei

n.°

130/

V/2

001,

de

22 d

e Ja

neiro

, com

um

pra

zo li

mite

de

45 d

ias.

Entre

tant

o,

a au

toriz

ação

leg

isla

tiva

cadu

cara

com

o t

erm

o da

leg

isla

tura

( n

.° 3

do

art.°

181

.° da

Con

stitu

ição

da

Rep

úblic

a de

Cab

o V

erde

- C

RC

V).

Dev

e di

zer-

se

que,

qu

anto

ao

te

or,

pouc

o se

di

stin

guem

as

du

as

auto

rizaç

ões l

egis

lativ

as; a

segu

nda

é m

enos

ext

ensa

e in

clui

(o q

ue

1

A d

efin

ição

de

crim

es, p

enas

e m

edid

as d

e se

gura

nça

e os

resp

ectiv

os p

ress

upos

tos,

bem

com

o o

proc

esso

crim

inal

, con

stitu

em m

atér

ia d

e co

mpe

tênc

ia le

gisl

ativ

a re

lativ

amen

te r

eser

vada

à

Ass

embl

eia

Nac

iona

l (cf

r. ar

t.°s 1

76.°,

n.°

1, c

) ; 2

03.°,

n.°

2 b)

e 1

81.°,

n.°

1 da

CR

CV

).

FUN

AD

AO

DIR

EITO

E JU

STIÇ

A

12

não

acon

teci

a na

prim

eira

) um

pon

to (

2.22

.) so

bre

a pe

na d

e «t

raba

lho

a fa

vor d

a co

mun

idad

e», p

ena

que

não

vinh

a pr

evis

ta n

o A

ntep

roje

cto2 .

No

fund

o, a

que

se

tradu

ziu

em D

ecre

to-L

egis

lativ

o su

rge

com

o um

a ve

rsão

re

sum

ida

e en

xuta

da

prim

eira

(es

ta t

inha

um

a es

péci

e de

pre

âmbu

lo),

send

o am

bas e

xpre

ssão

sum

ária

da

nota

just

ifica

tiva

do A

ntep

roje

cto3 .

1.2.

O

C

ódig

o,

com

o ac

onte

ce

mui

tas

veze

s, co

m

mai

s ou

m

enos

am

plitu

de, i

ncor

poro

u, n

uma

med

ida

mui

to s

igni

ficat

iva,

dirí

amos

, qua

se a

to

talid

ade

das

opçõ

es

norm

ativ

as

cont

idas

no

A

ntep

roje

cto.

Se

ria

inte

ress

ante

e s

igni

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ivo

faze

r o c

otej

o da

s al

tera

ções

feita

s. Te

ntar

emos

aq

ui, r

apid

amen

te, r

egis

tar a

s pr

inci

pais

e li

mita

ndo-

nos

à Pa

rte G

eral

que

no

s oc

upa

agor

a, d

eixa

ndo

para

mai

s à

fren

te, e

a p

ropó

sito

de

cada

pon

to,

even

tuai

s com

entá

rios o

u el

emen

tos d

e co

mpr

eens

ão d

aque

las a

ltera

ções

. N

este

reg

isto

par

timos

da

vers

ão «

defin

itiva

» do

Ant

epro

ject

o, i

sto

é: d

a ve

rsão

que

con

sta

do R

efor

mas

Pen

ais e

m C

abo

Verd

e e

que

2

A d

efes

a da

inc

lusã

o de

um

a ta

l pe

na a

ltern

ativ

a fo

i fe

ita,

dura

nte

as J

orna

das

sobr

e o

Ant

epro

ject

o (P

raia

, Jul

ho d

e 19

96),

pelo

Pro

fess

or F

igue

iredo

Dia

s e,

igua

lmen

te, p

elo

entã

o M

inis

tro d

a Ju

stiç

a, S

imão

Mon

teiro

. D

izía

mos

na

nota

jus

tific

ativ

a o

segu

inte

: «.

.. O

A

ntep

roje

cto,

tend

o em

con

ta a

s po

ssib

ilida

des

do p

aís,

nom

eada

men

te e

m m

atér

ia d

e cr

iaçã

o de

est

rutu

ras

de e

xecu

ção

e ac

ompa

nham

ento

das

san

ções

crim

inai

s, nã

o fo

i tão

long

e, c

omo,

ev

entu

alm

ente

ser

ia d

esej

ável

, no

que

diz

resp

eito

à c

onsa

graç

ão d

e m

edid

as s

anci

onat

ória

s nã

o in

stitu

cion

ais.

Ape

sar

de e

xper

iênc

ias

estra

ngei

ras

surg

irem

com

o m

uito

pos

itiva

s de

um

po

nto

de v

ista

de

obte

nção

de

final

idad

es d

e pr

even

ção

espe

cial

, nã

o se

ava

nçou

na

cons

agra

ção

de a

lgum

as d

elas

, se

ja p

ela

tal

inca

paci

dade

de

mei

os p

ara

as p

ôr e

m p

rátic

a (c

asos

dos

reg

imes

de

sem

idet

ençã

o e

da p

rova

), se

ja p

ura

e si

mpl

esm

ente

por

que

pare

cera

m

desa

just

adas

par

a o

país

(ca

sos

das

pena

s de

adm

oest

ação

e d

o tra

balh

o so

cial

ou

a fa

vor

da

com

unid

ade)

. N

a ve

rdad

e, n

a al

tura

- e

dis

sem

o-lo

dur

ante

os

deba

tes,

com

, ao

men

os

apar

ente

men

te, a

poio

do

audi

tório

- tín

ham

os a

idei

a de

que

, por

um

lado

, um

a ta

l pen

a su

rgiri

a co

mo

estr

anha

, nu

m p

aís

com

alta

s ta

xas

de d

esem

preg

o e,

por

out

ro l

ado,

mar

cada

por

ne

gativ

as re

pres

enta

ções

col

ectiv

as (o

s cha

mad

os tr

ibun

ais p

opul

ares

ou

de z

ona)

. Cfr

. JO

RG

E C

AR

LOS

FON

SEC

A, R

efor

mas

Pen

ais..

., 68

. 3

A n

ota

just

ifica

tiva

entre

gue

com

o a

rticu

lado

do

Ant

epro

ject

o em

Jul

ho d

e 19

96 f

oi,

entre

tant

o, d

esen

volv

ida,

apr

ofun

dada

e a

ctua

lizad

a, d

ando

orig

em a

o es

tudo

que

est

á pu

blic

ado

no n

osso

Ref

orm

as P

enai

s em

Cab

o Ve

rde.

Page 7: JCF Elementos de Estudo Dto Penal CV

ELEM

ENTO

PA

RA

O E

STU

DO

DE

DIG

O P

ENA

L D

E C

AB

O V

ERD

E

13

tradu

ziu

a op

ção

final

do

seu

auto

r, de

pois

de

pond

erar

as

suge

stõe

s fe

itas

pela

Com

issã

o Té

cnic

a de

Aco

mpa

nham

ento

e o

utra

s re

colh

idas

dur

ante

s os

deb

ates

hav

idos

, pa

ra a

lém

de

uma

sua

próp

ria r

efle

xão

post

erio

r à

entre

ga in

icia

l do

text

o.

1.2.

1. O

Ant

epro

ject

o co

meç

ava

com

um

arti

go q

ue d

ava

a no

ção

de c

rime

com

o «.

.. fa

cto

volu

ntár

io t

ípic

o, i

lícito

, cu

lpos

o e

decl

arad

o, p

or l

ei,

pass

ível

de

pena

». O

dis

posi

tivo

foi s

uprim

ido

no C

ódig

o.

1.2.

2. O

act

ual a

rt.°

2° (A

plic

ação

do

regi

me

mai

s fa

vorá

vel)

corr

espo

nde

ao a

ntig

o ar

t.° 3

-° d

o A

ntep

roje

cto,

com

as

segu

inte

s al

tera

ções

: a)

no n

.° 1,

pre

via-

se q

ue a

apl

icaç

ão d

o re

gim

e m

ais

favo

ráve

l ao

arg

uido

tin

ha

luga

r «.

.. m

esm

o qu

e es

te e

stej

a já

con

dena

do p

or d

ecis

ão t

rans

itada

em

ju

lgad

o». E

sta

parte

fina

l foi

retir

ada

na v

ersã

o fin

al d

o C

ódig

o; b

) tam

bém

fo

i sup

rimid

o o

teor

de

um n

.° 2

que

dizi

a qu

e «.

.. em

cas

o de

dúv

ida

sobr

e a

dete

rmin

ação

da

lei

mai

s fa

vorá

vel,

será

ouv

ido

o in

tere

ssad

o»;

c) a

re

dacç

ão d

o ac

tual

n.°

2 do

art.

° 2.

° tin

ha u

ma

reda

cção

um

pou

co

dife

rent

e (n

.° 3

do, e

ntão

, art.

° 3.

°): «

Qua

ndo,

em

virt

ude

de c

ircun

stân

cias

ex

cepc

iona

is o

u de

em

ergê

ncia

, a

lei

deva

ter

vig

ênci

a nu

m p

erío

do d

e te

mpo

det

erm

inad

o,os

fac

tos

prat

icad

os d

uran

te a

quel

e pe

ríodo

ser

ão p

or

ela

julg

ados

, sal

vo se

lega

lmen

te se

dis

puse

r ou

resu

ltar o

con

trário

».

1.2.

3. N

o ar

t.° 5

.° fo

i sup

rimid

o um

n.°

2 (d

o, e

ntão

, art.

° 6.

°) q

ue a

ssim

re

zava

.- «T

rata

ndo-

se d

e fa

cto

puní

vel

não

cons

umad

o, c

onsi

dera

-se

igua

lmen

te p

ratic

ado

no lu

gar

em q

ue, d

e ac

ordo

com

a r

epre

sent

ação

do

agen

te, o

resu

ltado

dev

eria

ter s

ido

prod

uzid

o».

1.2.

4. N

o ar

t.° 2

0.°

(Pun

ibili

dade

dos

act

os p

repa

rató

rios)

, de

ixou

de

figur

ar u

ni n

.° 3

do s

egui

nte

teor

: «A

inda

que

os

acto

s pr

epar

atór

ios

não

seja

m p

unív

eis,

são-

nos

aque

les

que

entra

m n

a su

a co

nstit

uiçã

o, d

esde

que

se

jam

lega

lmen

te c

onsi

dera

dos c

omo

crim

e».

FUN

AD

AO

DIR

EITO

E JU

STIÇ

A

14

1.2.

5.

Igua

lmen

te n

o ac

tual

art.

° 22

.° (P

unib

ilida

de d

a te

ntat

iva)

, foi

su

prim

ido

um n

.° 3

que

assi

m e

stat

uía:

«A

inda

que

a t

enta

tiva

não

seja

pu

níve

l, os

act

os q

ue e

ntra

m n

a su

a co

nstit

uiçã

o sã

o pu

níve

is s

e fo

rem

cl

assi

ficad

os c

omo

crim

es p

or le

i».

1.2.

6.

Na

cara

cter

izaç

ão

do

«crim

e co

ntin

uado

» (a

rt.°

34.°)

, de

sapa

rece

u a

idei

a de

que

a e

xecu

ção

de f

orm

a ho

mog

énea

é «

... d

e ac

ordo

com

um

pla

no p

ré-c

once

bido

ou

apro

veita

ndo

idên

tica

ocas

ião»

, co

mo

vinh

a na

ver

são

inic

ial (

art.°

35.

°).

1.2.

7.

No

art.°

53.

° (P

ress

upos

tos

da s

uspe

nsão

), o

Cód

igo

não

rete

ve

o n.

° 4

do A

ntep

roje

cto

(art.

° 54

.°) q

ue d

izia

que

a d

ecis

ão d

e su

spen

são

da

exec

ução

da

pena

de

pris

ão se

ria to

mad

a «o

uvid

o pr

evia

men

te o

Min

isté

rio

Públ

ico»

. 1.

2.8.

O

Cód

igo

acre

scen

tou

(art.

° 71

.°) u

ma

pena

- a

de

«tra

balh

o a

favo

r da

com

unid

ade»

- ao

ele

nco

de p

enas

pre

vist

as n

o A

ntep

roje

cto.

1.

2.9.

N

o ar

t.° 6

8.°,

n.°

1 (P

agam

ento

em

pre

staç

ões)

o C

ódig

o su

bstit

uiu

(dig

a-se

, de

sde

já,

com

a a

cord

o do

aut

or d

o A

ntep

roje

cto)

o

limite

de

dois

ano

s (p

ara

paga

men

to d

a m

ulta

em

pre

staç

ões)

par

a se

is

mes

es.

1.2.

10.

No

art.°

73.

° (P

roib

ição

tem

porá

ria d

o ex

ercí

cio

de f

unçã

o), o

C

ódig

o nã

o in

clui

u um

núm

ero

(o n

.° 3

do a

rt.°

72.°

do A

ntep

roje

cto)

que

es

tabe

leci

a a

proi

biçã

o de

apl

icaç

ão d

a pe

na a

cess

ória

qua

ndo,

pel

o m

esm

o fa

cto,

tiv

er a

plic

ação

da

med

ida

de s

egur

ança

pre

vist

a no

art.

° 98

.° (in

terd

ição

de

activ

idad

es).

1.2.

11.

Nos

art.

°s 1

08.°

e 11

3.°

(pra

zos

de p

resc

rição

do

proc

edim

ento

cr

imin

al e

das

pen

as),

fora

m a

cres

cent

ados

(com

a p

osiç

ão d

e de

saco

rdo

do

auto

r do

Ant

epro

ject

o), r

espe

ctiv

amen

te, u

m n

.° 4

e um

n.°

3, q

ue d

izem

qu

e se

apl

ica

o pr

azo

máx

imo

da p

resc

rição

aos

fact

os p

revi

stos

nos

art.

°s

363.

° a

370.

° (c

rimes

de

corr

upçã

o, t

ráfic

o de

inf

luên

cia,

pec

ulat

o,

conc

ussã

o, p

artic

ipaç

ão i

lícita

em

neg

ócio

s e

defr

auda

ção

de i

nter

esse

s pa

trim

onia

is p

úblic

os).

Page 8: JCF Elementos de Estudo Dto Penal CV

ELEM

ENTO

PA

RA

O E

STU

DO

DE

DIG

O P

ENA

L D

E C

AB

O V

ERD

E

15

1.2.

12.

No

art.°

121

.° (R

egim

e e

efei

tos)

não

fic

ou u

m n

.° 1

do

corr

espo

nden

te p

rece

ito d

o A

ntep

roje

cto

(aliá

s, ac

resc

enta

do d

epoi

s da

pr

imei

ra v

ersã

o) q

ue e

stat

uía

que

«a re

abili

taçã

o ex

tingu

e os

efe

itos

pena

is

da c

onde

naçã

o».

Com

o se

apen

as a

notá

mos

doz

e (1

2) a

ltera

ções

no

que

diz

resp

eito

à

Parte

Ger

al, s

endo

que

ape

nas

duas

(os

pon

tos

1.2.

2. e

1.2

.8.)

se m

ostra

m

subs

tanc

ialm

ente

rel

evan

tes,

com

o m

ais

à fr

ente

far

emos

sal

ient

ar.

De

rest

o, h

á du

as s

upre

ssõe

s qu

e no

s pa

rece

se-

rem

dita

das

por

mer

o la

pso

mat

eria

l (p

onto

s 1.

2.10

. e

1.2.

12.),

o te

ndo

os

resp

onsá

veis

pe

lo

apur

amen

to f

inal

do

text

o tid

o co

nhec

imen

to d

e po

ntua

is a

ltera

ções

in

trodu

zida

s pel

o pr

óprio

aut

or d

o A

ntep

roje

cto

ao se

u te

xto

inic

ial.

1.3.

O

Ant

epro

ject

o de

nov

o C

ódig

o Pe

nal r

esul

tou

do tr

abal

ho d

o au

tor d

este

s te

xtos

(JO

RG

E C

AR

LOS

FON

SEC

A),

esco

lhid

o em

con

curs

o pú

blic

o. T

raba

lho

que

cont

ou,

na p

rimei

ra f

ase,

com

a c

olab

oraç

ão d

o ad

voga

do

cabo

-ver

dian

o JO

MA

NU

EL

PIN

TO

MO

NTE

IRO

qu

e,

desi

gnad

amen

te,

elab

orou

um

a pr

imei

ra v

ersã

o do

arti

cula

do r

efer

ente

a

segm

ento

s da

Par

te E

spec

ial (

crim

es c

ontra

a p

esso

a, c

ontra

o p

atrim

ónio

e

cont

ra a

públ

ica)

. A

pre

para

ção

do A

ntep

roje

cto

levo

u ce

rca

de d

ois

anos

, te

ndo

o te

xto

e um

a ex

tens

a no

ta j

ustif

icat

iva

sido

ent

regu

es a

o G

over

no e

m 1

9 de

Julh

o de

199

6.

1.4.

O

Ant

epro

ject

o fo

i pu

blic

amen

te a

pres

enta

do n

a ci

dade

da

Prai

a no

dia

29

de J

ulho

do

mes

mo

ano,

com

um

a co

mun

icaç

ão d

o se

u au

tor,

segu

ida

de in

terv

ençõ

es (d

ias

29 a

31)

do

Min

istro

Sim

ão M

onte

iro,

dos

Prof

esso

res

Figu

eire

do D

ias

(Fac

ulda

de d

e D

ireito

de

Coi

mbr

a),

Tere

sa B

elez

a (F

acul

dade

de

Dire

ito d

e Li

sboa

) e M

urio

z C

onde

(Sev

ilha)

e,

igua

lmen

te, d

o Ju

iz C

onse

lhei

ro R

aul V

entu

ra. S

egui

ram

-se

deba

tes c

om

a as

sist

ênci

a du

rant

e os

três

dia

s.

FUN

AD

AO

DIR

EITO

E JU

STIÇ

A

16

1.5

Entre

tant

o, u

ma

Com

issã

o Té

cnic

a de

Aco

mpa

nham

ento

, de

no

mea

ção

min

iste

rial e

com

post

a po

r adv

ogad

os e

mag

istra

dos,

orga

nizo

u en

cont

ros

de t

raba

lho,

em

que

par

ticip

ou o

aut

or d

o A

n te

proj

ecto

, com

m

agis

trado

s, ad

voga

dos,

ofic

iais

sup

erio

res

das

po l

ícia

s e

tam

bém

com

al

gum

as

orga

niza

ções

da

so

cied

ade

cabo

- ve

rdia

na

(org

aniz

açõe

s de

m

ulhe

res,

sind

icat

os, c

onfis

sões

rel

igio

sas

). Fo

i fei

to u

m e

ncon

tro e

m S

. V

icen

te c

om a

gent

es d

a Ju

stiç

a lo

cais

. O a

utor

do

Ant

epro

ject

o te

ve u

ma

reun

ião

de tr

abal

ho c

om u

ma

Com

issã

o Pa

rlam

enta

r de

Aco

mpa

nham

ento

da

Ref

orm

a Pe

nal

, a q

ual n

ão te

ve, d

epoi

s, se

quên

cia.

H

á re

gist

o de

con

clus

ões

de a

lgun

s de

sses

enc

ontro

s, de

scon

hece

ndo

o au

tor d

este

s C

ader

nos

(e d

o A

ntep

roje

cto)

se

exis

te a

lgum

rela

tório

fina

l e

glob

al d

a C

.T.A

. Com

bas

e no

s de

bate

s ha

vido

s, em

opi

niõe

s re

colh

idas

po

ster

iorm

ente

junt

o de

alg

uns

juris

tas

naci

onai

s e

pena

lista

s es

trang

eiro

s, o

auto

r do

Ant

epro

ject

o pr

oced

eu a

alg

umas

alte

raçõ

es (

não

mui

tas,

conf

essa

-se)

, as

qua

is p

odem

ser

vis

tas

no t

exto

ane

xo a

o es

tudo

que

co

rpor

izou

o tr

abal

ho R

efor

mas

Pen

ais e

m C

abo

Verd

e.

1.6.

em

Out

ubro

de

2003

, te

ve o

aut

or d

o A

ntep

roje

cto

a po

ssib

ilida

de

de

se

pron

unci

ar,

a so

licita

ção

do

depa

rtam

ento

go

vern

amen

tal

da J

ustiç

a, s

obre

um

a ve

rsão

, di

gam

os,

«min

iste

rial»

do

Cód

igo.

Ver

são

que

se a

pres

enta

va a

inda

na

vest

e de

text

o no

rmat

ivo

com

vida

s - e

xpre

ssas

em

mui

tos

caso

s po

r pro

post

as a

ltern

ativ

as -,

mas

que

su

geria

alg

umas

sol

uçõe

s de

«co

mpr

omis

so»

entre

as

posi

ções

do

auto

r do

Ant

epro

ject

o e

as d

a C

TA, n

uma

espé

cie

de a

rbitr

agem

(afa

stav

a al

gum

as

solu

ções

e p

ropo

stas

da

Com

issã

o de

Aco

mpa

nham

ento

que

tin

ham

mer

ecid

o o

diss

entim

ento

do

auto

r do

Ant

epro

ject

o, a

o m

esm

o te

mpo

que

av

ança

va c

om o

utra

s da

mes

ma

Com

issã

o) d

e al

gum

as, p

ouca

s, di

fere

nças

de

pos

ição

ent

re a

dita

Com

issã

o e

o au

tor d

este

s C

ader

nos.

Aqu

ela

vers

ão

pare

ceu-

Page 9: JCF Elementos de Estudo Dto Penal CV

ELEM

ENTO

PA

RA

O E

STU

DO

DE

DIG

O P

ENA

L D

E C

AB

O V

ERD

E

17

nos

ter

sido

, de

algu

ma

form

a, in

fluen

ciad

a po

r um

trab

alho

, em

jeito

de

anál

ise

com

para

tiva4 ,

feito

no

Min

isté

rio d

a Ju

stiç

a, e

da

auto

ria d

e um

jo

vem

mag

istra

do d

o M

inis

tério

Púb

lico,

Ber

nard

ino

Del

gado

, a

que

tivem

os a

cess

o po

r de

ferê

ncia

do

Min

isté

rio. S

e é

verd

ade

que

o te

xto

do

jove

m m

agis

trado

apo

ntav

a no

sen

tido

da r

eten

ção

da m

aior

par

te d

as

opçõ

es d

o au

tor d

o A

ntep

roje

cto

que

não

coin

cidi

am c

om a

s da

CTA

(não

m

uita

s as

div

ergê

ncia

s, po

r si

nal),

não

o é

men

os q

ue,

na p

arte

em

que

su

sten

tava

as

opçõ

es d

a C

TA, n

ão m

erec

eu o

nos

so a

cord

o, s

alvo

num

ou

nout

ro p

orm

enor

. Enf

im, e

pel

o qu

e fiz

emos

reco

rtar

com

o di

fere

nças

en

tre o

text

o do

Ant

epro

ject

o e

o do

Cód

igo

apro

vado

(no

que

res

peita

à

Parte

Ger

al),

vê-s

e qu

e, a

fin

al,

fora

m a

pena

s aq

uela

s as

pro

post

as d

e al

tera

ção

sufr

agad

as p

elo

Gov

erno

. Es

te fo

i, re

sum

idam

ente

, o p

ercu

rso

do A

ntep

roje

cto,

da

sua

elab

oraç

ão a

à ap

rova

ção

da a

utor

izaç

ão le

gisl

ativ

a e

do p

rópr

io C

ódig

o Pe

nal.

1.7.

M

as,

perg

unta

-se,

até

ao

iníc

io d

os t

raba

lhos

de

refo

rma,

m

elho

r, at

é à

apro

vaçã

o do

nov

o di

plom

a co

dific

ador

, o q

ue v

igor

ou e

m

Cab

o V

erde

com

o le

gisl

ação

pen

al?

Que

per

curs

o te

ve e

la a

té e

stes

dia

s?

Dei

xam

os a

qui

regi

stad

os a

lgun

s el

emen

tos

cont

idos

no

noss

o Re

form

as

Pena

is e

m C

abo

Verd

e, s

em o

s es

gota

r, po

r um

lad

o, e

, por

out

ro, c

om

algu

ma

actu

aliz

ação

. 1.

7.1.

O

Cód

igo

Pena

l qu

e vi

goro

u at

é há

pou

cos

dias

ent

re n

ós é

ba

sica

men

te o

CP.

por

tugu

ês d

e 18

86, c

om a

s alte

raçõ

es c

onst

an-

4

0 te

xto

é in

titul

ado

«Aná

lise

com

para

tiva

entre

as

opçõ

es a

dopt

adas

pel

o au

tor d

o A

ntep

roje

cto

e as

pos

içõe

s da

Com

issã

o de

Aco

mpa

nham

ento

», d

oe. d

actil

., Po

rto N

ovo,

Out

ubro

de

2002

.

FUN

AD

AO

DIR

EITO

E JU

STIÇ

A

18

tes

de a

lgum

as re

form

as p

arce

lare

s le

vada

s a

cabo

em

Por

tuga

l, e

torn

adas

ex

tens

ivas

ao

Ultr

amar

, e

mui

to l

ocal

izad

as a

ltera

ções

im

post

as p

elo

legi

slad

or

cabo

-ver

dian

o,

após

a

inde

pend

ênci

a do

pa

ís.

Mai

s co

ncre

tam

ente

: 1.

7.1.

1. A

prov

ado

pelo

dec

reto

de

10 d

e D

ezem

bro

de 1

852,

e c

onfir

mad

o pe

la le

i de

1 de

Julh

o de

185

3, o

CP.

de

1852

obt

eve

vigê

ncia

no

Ultr

amar

, e,

por

tant

o, e

m C

abo

Ver

de,c

om a

lgum

as m

odifi

caçõ

es, c

om o

dec

reto

de

18 d

e D

ezem

bro

de 1

854;

1.

7.1.

2. P

ela

lei

de 1

4 de

Jul

ho d

e 18

84 f

oi a

prov

ada

a N

ova

Ref

orm

a Pe

nal5 ,

a qu

al c

omeç

ou a

vig

orar

nas

ent

ão p

roví

ncia

s ul

tram

arin

as p

or

efei

to d

o de

cret

o de

12

de D

ezem

bro

de 1

884;

1.

7.1.

3. É

des

sa N

ova

Ref

orm

a Pe

nal q

ue re

sulta

o c

ham

ado

Cód

igo

Pena

l de

188

6, c

omo,

aliá

s, se

pre

via

no a

rt° 5

° da

cita

da l

ei d

e 18

84, o

qua

l re

zava

que

"...

é au

toriz

ado

o G

over

no a

faze

r um

a no

va p

ublic

ação

ofic

ial

do C

ódig

o Pe

nal n

a qu

al d

ever

ão in

serir

-se

as d

ispo

siçõ

es d

a pr

esen

te le

i".

Ass

im a

cont

eceu

por

virt

ude

do d

ecre

to d

e 16

de

Sete

mbr

o de

188

6;

1.7.

1.4.

O C

ódig

o de

188

6 fo

i ob

ject

o de

dua

s re

form

as r

elat

ivam

ente

im

porta

ntes

, um

a em

195

4, e

out

ra e

m 1

972,

bem

que

suj

eito

a o

utra

s al

tera

ções

men

os si

gnifi

cativ

as. R

ecor

tam

os:

- O

dec

reto

-lei

n° 3

9.68

8, d

e 5

de J

unho

de

1954

apr

ovou

a c

ham

ada

refo

rma

de 5

4, l

evad

a a

cabo

pel

o en

tão

Min

istro

Pro

f. C

aval

eiro

de

Ferr

eira

. Est

a re

form

a, so

bret

udo,

da

Parte

Ger

al d

o

5

Cfr

., po

r to

dos,

Pete

r H

ÚN

ERFE

Ld, S

trafr

echt

sdog

mat

rik in

Deu

tsch

land

und

Por

tuga

l - e

in

rech

tsve

rgle

iche

nder

B

eitra

g zu

r V

erbr

eche

nsle

hre

und

ihre

r En

twic

klun

g in

ei

nem

eu

ropä

isch

en Z

usam

men

hang

", N

omos

Ver

lags

gese

llsch

aft,

Bad

en-B

aden

, 198

1, 8

1 ss

..

Page 10: JCF Elementos de Estudo Dto Penal CV

ELEM

ENTO

PA

RA

O E

STU

DO

DE

DIG

O P

ENA

L D

E C

AB

O V

ERD

E

19

Cód

igo,

foi a

plic

ada

ao U

ltram

ar, c

om a

ltera

ções

, pel

os a

rt°s

16°

e 17

° do

de

cret

o-le

i n° 3

9.99

7, d

e 29

de

Dez

embr

o de

195

4;

- Pe

lo d

ecre

to-le

i n° 1

84/7

2, d

e 31

de

Mai

o, é

apr

ovad

a a

refo

rma

de 1

972,

qu

e se

seg

ue,

pois

, à

revi

são

cons

tituc

iona

l de

197

1. E

sta

refo

rma

é ap

licad

a a

Cab

o V

erde

(ao

Ultr

amar

) pe

la p

orta

ria n

° 34

2/74

, de

29

de

Mai

o, d

o en

tão

Min

istro

da

Coo

rden

ação

Ter

ritor

ial;

- M

uita

s ou

tras

pequ

enas

alte

raçõ

es s

ofre

u o

Cód

igo

de 1

886.

Faz

emos

re

ssal

tar d

uas o

u trê

s:

- O

dec

reto

-lei

n° 3

9998

, de

29

de D

ezem

bro

de 1

954,

dire

ctam

ente

ap

licáv

el a

o U

ltram

ar, q

ue a

ltera

os

art°

s 1

41°

e 15

0° d

o C

ódig

o (c

rimes

co

ntra

a se

gura

nça

do E

stad

o);

- O

dec

reto

-lei

n° 4

0166

, de

18

de M

aio

de 1

955,

man

dado

apl

icar

ao

Ultr

amar

pel

a po

rtaria

1598

9, d

e 8

de O

utub

ro d

e 19

56,

e ta

mbé

m

rela

tivo

aos c

rimes

con

tra a

segu

ranç

a do

Est

ado;

-

O d

ecre

to-le

i n°

410

74,

de 1

7 de

Abr

il de

195

7, m

anda

do a

plic

ar a

o U

ltram

ar p

ela

porta

ria n

° 16

315,

de

7 de

Jun

ho d

e 19

57, e

que

alte

ra o

s ar

t°s

125°

, 35

9°,

360°

, 36

3°,

369°

, 37

9°,

380°

, 45

0°,

451°

, 45

3°,

455°

, 45

6°, 4

61°,

472°

, 473

°, 47

9°, 4

80° e

482

° do

Cód

igo.

1.

7.2.

A

pós

a in

depe

ndên

cia,

não

hou

ve q

ualq

uer

refo

rma

impo

rtant

e a

assi

nala

r6 , se

ndo

a le

gisl

ação

pen

al v

igen

te o

bjec

to d

e um

a ou

out

ra

mod

ifica

ção

pont

ual o

u de

um

a ou

out

ra c

riaçã

o.

Dei

xam

os a

qui r

egis

tada

s as s

egui

ntes

alte

raçõ

es e

cria

ções

: - D

ecre

to-le

i n° 3

7/75

, de

18 d

e O

utub

ro, r

elat

ivo

ao b

oato

; - D

ecre

to-le

i n° 3

2/77

, de

14 d

e M

aio,

rela

tivo

à es

pecu

laçã

o;

6

Dev

e se

r dito

que

hou

ve u

m P

roje

cto

da P

arte

Ger

al d

e C

ódig

o Pe

nal,

apro

vado

em

Jun

ho d

e 19

80,

mas

que

nun

ca o

btev

e vi

gênc

ia.

Igua

lmen

te f

oi c

riada

um

a C

omis

são

enca

rreg

ada

de

elab

orar

um

ant

epro

ject

o da

Par

te E

spec

ial,

em J

ulho

de

1978

, se

guid

a de

um

a ou

tra,

em

Jane

iro d

e 19

83. S

abe-

se q

ue, p

or r

azõe

s po

uco

conh

ecid

as o

u di

vulg

adas

, as

Com

issõ

es n

ão

elab

orar

am o

ant

epro

ject

o. C

fr.,

sobr

e es

ta q

uest

ão, J

OR

GE

CA

RLO

S FO

NSE

CA

, Ref

orm

as

Pena

is...

, 26-

28.

FUN

AD

AO

DIR

EITO

E JU

STIÇ

A

20

- D

ecre

to n

°l/7

8, d

e 7

de J

anei

ro,

que

defin

e e

pune

con

trave

nçõe

s a

norm

as so

bre

com

erci

aliz

ação

de

prod

utos

alim

enta

res i

mpo

rtado

s;

- Dec

reto

-lei n

° 78/

78, d

e 16

de

Sete

mbr

o, re

lativ

o à

rece

ptaç

ão;

- D

ecre

to-le

i n°

78/7

9, d

e 25

de

Ago

sto,

sob

re o

crim

e de

vio

laçã

o, e

que

re

voga

os a

rt°s 3

72°,

392°

, 393

°, 39

4°, 3

96°,

400°

, 401

°, 40

2°, 4

03° e

404

° do

Cód

igo

Pena

l; -

Dec

reto

-lei n

° 11

4/80

, de

31 d

e D

ezem

bro,

que

cria

alg

umas

infr

acçõ

es

crim

inai

s no

âm

bito

de

prov

idên

cias

rel

ativ

as à

pro

tecç

ão d

e ve

geta

is,

dipl

oma

depo

is a

ltera

do p

elo

decr

eto

legi

slat

ivo

n°9/

97, d

e 8

de M

aio;

-

Lei n

° 9/

III/8

6, d

e 31

de

Dez

embr

o, r

elat

iva

à in

terr

upçã

o vo

lunt

ária

da

grav

idez

, e q

ue m

anda

revo

gar o

art°

358

° do

Cód

igo

Pena

l; -

Dec

reto

-lei

n° 1

42/8

7, d

e 19

de

Dez

embr

o, q

ue a

ltera

os

art°

s 42

1° (

fu

rto )

e 46

3°(f

c>go

pos

to) d

o C

R;

- D

ecre

to-le

i n° 1

29/8

7, d

e 12

de

Dez

embr

o, q

ue a

ltera

o já

cita

do d

ecre

to-

lei n

° 78/

79 (v

iola

ção)

; - D

ecre

to-le

i n°

130/

87, d

e 12

de

Dez

embr

o, q

ue in

trodu

z al

tera

ções

ao

2 do

art°

Io , e re

voga

o n

° 2

do a

rt° 2

o , tod

os d

o já

men

cion

ado

decr

eto-

lei

n° 7

8/78

( re

cept

ação

); -

Lei n

° 20/

IV/9

1, d

e 30

de

Dez

embr

o, q

ue p

une

a to

rtura

; -

Lei n

° 78

/IV/9

3, d

e 12

de

Julh

o, q

ue r

evog

a o

decr

eto-

lei n

° 10

2/84

, de

27 d

e O

utub

ro, e

a le

i n°

27/IV

/91,

de

30 d

e D

ezem

bro,

e d

efin

e os

crim

es

de c

onsu

mo

e trá

fico

de e

stup

efac

ient

es e

subs

tânc

ias p

sico

trópi

cas;

-

Dec

reto

legi

slat

ivo

n°l 1

/95,

de

26 d

e D

ezem

bro,

que

apr

ova

o C

ódig

o de

Ju

stiç

a M

ilita

r, ve

rdad

eiro

Cód

igo.

Pen

al e

de

Proc

esso

Pen

al c

om â

mbi

to

de a

plic

ação

lim

itado

a "

crim

es e

ssen

cial

men

te m

ilita

res"

; -

Dec

reto

leg

isla

tivo

n°l2

/95,

de

26 d

e D

ezem

bro,

que

def

ine

o "r

egim

e pe

nal d

o ch

eque

"(ar

t°s 1

4° e

segu

inte

s).

Page 11: JCF Elementos de Estudo Dto Penal CV

ELEM

ENTO

PA

RA

O E

STU

DO

DE

DIG

O P

ENA

L D

E C

AB

O V

ERD

E

21

- Le

i n°

2/V

796,

de

1 de

Jul

ho, q

ue c

ria a

lgum

as "

infr

acçõ

es p

enai

s" n

o âm

bito

do

exer

cíci

o da

act

ivid

ade

banc

ária

; -

Lei n

°8/V

/96,

de

11 d

e N

ovem

bro,

que

tam

bém

cria

infr

acçõ

es c

rimin

ais

rela

tivas

à c

ondu

ção

de v

eícu

los s

ob a

influ

ênci

a do

álc

ool;

- D

ecre

to l

egis

lativ

o n°

4/97

, de

28

de A

bril,

que

cria

um

con

junt

o de

no

vos t

ipos

pen

ais,

na a

ssum

ida

idei

a de

que

«...

o p

rese

nte

proj

ecto

lim

ita-

se, n

a de

finiç

ão d

os ti

pos,

a an

teci

par a

vig

ênci

a de

alg

umas

dis

posi

ções

do

Cód

igo

Pena

l a se

r apr

ovad

o»"(

preâ

mbu

lo).

Nom

eada

men

te, s

ão c

riado

s os

tipos

de

crim

e de

"In

fidel

idad

e ad

min

istra

tiva"

; "A

prop

riaçã

o ile

gítim

a de

be

ns

do

sect

or

públ

ico

ou

coop

erat

ivo"

; "A

dmin

istra

ção

dano

sa

em

unid

ade

econ

ómic

a do

sec

tor

públ

ico

ou c

oope

rativ

o";

"Mau

s tra

tos

ou

sobr

ecar

ga d

e m

enor

es, i

ncap

azes

e d

e su

bord

inad

os o

u en

tre c

ônju

ges"

; "D

evas

sa d

a vi

da p

rivad

a"; "

Dev

assa

por

mei

o de

info

rmát

ica"

; "D

evas

sa

por

mei

o de

fic

heiro

in

form

atiz

ado

ou

auto

mat

izad

o";

"Om

issã

o de

au

xílio

"; "

Cap

tura

ou

desv

io d

e ae

rona

ve o

u na

vio"

; "C

rime

cont

ra o

s tra

nspo

rtes"

; "I

mpe

dim

ento

à l

ivre

circ

ulaç

ão";

"U

ltrag

e ao

s sí

mbo

los

da

Rep

úblic

a".

- D

ecre

to l

egis

lativ

o n°

45/9

7, d

e 1

de J

ulho

, qu

e cr

ia u

m c

onju

nto

de

crim

es n

o do

mín

io d

o am

bien

te.

- Le

i n°4

0/V

797,

de

17 d

e N

ovem

bro,

que

aut

oriz

a o

Gov

erno

a le

gisl

ar

sobr

e in

frac

ções

às

norm

as re

gula

dora

s do

mer

cado

de

valo

res

mob

iliár

ios,

cria

ndo

novo

s tip

os d

e ilí

cito

crim

inal

, a p

ar d

e co

ntra

orde

naçõ

es.

- Le

i n°

45/

V/9

8, d

e 9

de M

arço

, qu

e pu

ne d

ifere

ntes

con

duta

s qu

e co

nfig

uram

falta

de

coop

eraç

ão c

om a

Insp

ecçã

o G

eral

de

Trab

alho

. -

Lei

n.°

52/V

/98,

de

11 d

e M

aio,

que

apr

ova

o C

ódig

o do

Mer

cado

de

Val

ores

Mob

iliár

ios;

est

e, n

os a

rt.°s

120

.° ss

., cr

ia ti

pos d

e cr

ime

(abu

so d

e in

form

ação

e m

anip

ulaç

ão d

e m

erca

do,

nom

eada

men

te)

puní

veis

com

pr

isão

e m

ulta

.

FUN

AD

AO

DIR

EITO

E JU

STIÇ

A

22

- Le

i n°

8 W

/98,

de

7 de

Dez

embr

o, q

ue a

ltera

a r

edac

ção

de a

lgun

s ar

tigos

do

Cód

igo

Pena

l (19

1°, 1

92°,

193°

, 194

° e

405°

) - ti

rada

de

pres

os;

evas

ão;

auxí

lio à

fug

a po

r en

carr

egad

o da

gua

rda

de p

reso

; ne

glig

ênci

a gr

osse

ira n

a gu

arda

ou

vigi

lânc

ia;

evas

ão v

iole

nta

e m

otim

de

pres

os o

u in

tern

ados

; len

ocín

io -

, dan

do-lh

es n

ova

conf

igur

ação

típi

ca e

, sob

retu

do,

aum

enta

ndo,

no

gera

l, a

med

ida

da p

ena

aplic

ável

, e a

dita

nov

os a

rtigo

s ao

C

ódig

o pe

nal.

Entre

s es

tes,

cont

am-s

e a

prof

anaç

ão d

e lo

cais

ou

obje

ctos

de

cul

to o

u de

ven

eraç

ão re

ligio

sa; o

abu

so s

exua

l de

men

ores

; o c

omér

cio

de p

orno

graf

ia in

fant

il; o

tráf

ico

de m

enor

es; e

dan

os e

m o

bjec

to d

e cu

lto

ou d

e ve

nera

ção

relig

iosa

. -

Lei n

.° 13

3/V

/200

1, d

e 22

de

Jane

iro, q

ue c

ria c

inco

tipo

s de

crim

e no

do

mín

io d

a pr

otec

ção

de d

ados

pes

soai

s. -

Dec

reto

leg

isla

tivo

n.°

1/20

01, d

e 20

de

Ago

sto,

que

def

ine

crim

es n

o âm

bito

do

Cód

igo

Aer

onáu

tico.

-

Lei

n.°

17/W

2002

, de

16

de D

ezem

bro,

que

est

abel

ece

med

idas

de

natu

reza

pre

vent

iva

e re

pres

siva

con

tra a

lava

gem

de

capi

tais

e o

utro

s be

ns

(ao

abrig

o da

lei d

e au

toriz

ação

legi

slat

iva

- le

i n.°

129/

V/2

001,

de

22 d

e Ja

neiro

). 2.

O D

ecre

to L

egis

lativ

o de

apr

ovaç

ão d

o C

ódig

o Pe

nal

Pass

amos

a a

bord

ar, d

e fo

rma

nece

ssar

iam

ente

ráp

ida,

alg

umas

que

stõe

s su

scita

das p

ela

aplic

ação

do

dipl

oma

de a

prov

ação

do

novo

Cód

igo,

mui

tas

dela

s pr

oble

mas

que

nos

fora

m c

oloc

ados

pel

os fo

rman

dos

do C

urso

e p

or

mag

istra

dos e

adv

ogad

os o

utro

s. 2.

1. O

art.

° 4.

° do

dip

lom

a de

apr

ovaç

ão d

o C

ódig

o Pe

nal m

anda

pro

cede

r a

um c

onju

nto

de r

evog

açõe

s de

out

ros

dipl

omas

. Des

de l

ogo,

diz

que

é

revo

gado

o C

ódig

o Pe

nal d

e 18

86, d

igam

os, o

Page 12: JCF Elementos de Estudo Dto Penal CV

ELEM

ENTO

PA

RA

O E

STU

DO

DE

DIG

O P

ENA

L D

E C

AB

O V

ERD

E

23

velh

o C

ódig

o, n

uma

revo

gaçã

o (e

xpre

ssa)

e g

loba

l, no

sen

tido

de q

ue

pret

ende

reg

ular

de

form

a di

fere

nte

a to

talid

ade

da m

atér

ia r

egul

ada

pelo

C

ódig

o an

terio

r (a

rt.°

7°,

n.°

2, i

n fin

e, d

o C

. C

ivil)

7 . A

liás,

fê-lo

re

voga

ndo

o C

ódig

o ta

l qu

al r

esul

tava

do

decr

eto

de s

ua a

prov

ação

(D

ecre

to d

e 16

de

Sete

mbr

o de

188

6, a

que

já n

os re

ferim

os a

nter

iorm

ente

) e,

igu

al e

exp

ress

amen

te,

os d

iplo

mas

que

apr

ovar

am a

s pr

inci

pais

re

form

as n

ele

inco

rpor

adas

, des

igna

dam

ente

o D

ecre

to-L

ei n

.° 39

. 688

, de

5 de

Jul

ho d

e 19

54 (

que

apro

vou

a ch

amad

a re

form

a de

54)

e o

Dec

reto

-Le

i n.

° 18

4/72

, de

31

de M

aio,

par

a al

ém d

e ou

tros

men

cion

ados

nas

di

fere

ntes

alín

eas

do c

itado

arti

go 4

.° e

prod

uzid

os a

ntes

da

inde

pend

ênci

a do

paí

s. O

mes

mo

artig

o pr

oced

eu à

revo

gaçã

o ex

pres

sa d

e um

con

junt

o de

di

plom

as e

dita

dos

em C

abo

Ver

de a

pós

a in

depe

ndên

cia

e no

mea

dos

nas

alín

eas

f) a

m);

dipl

omas

a q

ue n

os r

efer

imos

atrá

s, qu

ando

fiz

emos

um

a sí

ntes

e do

per

curs

o hi

stór

ica

da le

gisl

ação

pen

al c

abo-

verd

iana

, e re

lativ

os

à in

crim

inaç

ão d

o bo

ato,

da

espe

cula

ção,

da

rece

ptaç

ão, d

a vi

olaç

ão, d

o fu

rto e

do

fogo

pos

to,

da t

ortu

ra,

sem

olv

idar

dua

s le

is,

uma

(Dec

reto

Le

gisl

ativ

o n.

° 4/

97)

que

pret

ende

u, a

ssum

idam

ente

, ant

ecip

ar a

vig

ênci

a de

alg

umas

dis

posi

ções

do

Cód

igo

Pena

l a s

er a

prov

ado,

e o

utra

(Le

i n.°

81/V

/98)

que

deu

reda

cção

dife

rent

e a

vário

s arti

gos d

o C

ódig

o de

ent

ão.

Rel

ativ

amen

te a

est

es c

asos

de

revo

gaçã

o ex

pres

sa e

tota

l não

se

leva

ntam

pr

oble

mas

de

mai

or n

o qu

e di

z re

spei

to à

det

ecçã

o e

reco

rte d

o qu

e es

revo

gado

. Sal

vo n

o qu

e to

ca a

o ve

lho

Cód

igo

- já

que,

com

o ire

mos

ver

de

segu

ida,

a re

voga

ção

não

é...

tota

l -, n

os c

asos

em

apr

eço

sabe

-se,

regi

sta-

se,

que

os e

feito

s do

s di

plom

as o

bjec

to d

e re

voga

ção

deix

aram

de

se

prod

uzir.

7

Sobr

e os

con

ceito

s de

revo

gaçã

o ex

pres

sa e

táci

ta, g

loba

l e in

divi

dual

izad

a, to

tal e

par

cial

, cfr

., po

r to

dos,

MA

RC

ELO

REB

ELO

DE

SOU

SA /

SOFI

A G

ALV

ÃO

, Int

rodu

ção

ao E

stud

o do

D

irei

to, 4

.a edi

ção,

Pub

licaç

ões E

urop

a-A

mér

ica,

Mem

Mar

tins,

1998

, 112

-117

.

FUN

AD

AO

DIR

EITO

E JU

STIÇ

A

24

Mas

o c

itado

art.

° 4.

° do

Dec

reto

Leg

isla

tivo

diz

que

são

revo

gada

s ta

mbé

m «

... T

odas

as

disp

osiç

ões

lega

is q

ue p

revê

em e

pun

em f

acto

s in

crim

inad

os p

elo

novo

Cód

igo»

. O

ra b

em,

pare

ce c

laro

, po

is,

que

o di

plom

a qu

is -

e t

emos

aqu

i m

ais

um c

aso

de r

evog

ação

exp

ress

a, s

em

dúvi

das

- su

btra

ir da

reg

ulam

enta

ção

esta

bele

cida

nou

tras

leis

qua

isqu

er

fact

os p

unív

eis

prev

isto

s ig

ualm

ente

no

novo

Cód

igo

Pena

l, su

bmet

endo

-os

, as

sim

, ao

no

vo

regi

me

lega

l de

finid

o,

em

prin

cípi

o m

ais

em

conf

orm

idad

e co

m o

s ju

ízos

de

valo

r ac

tuai

s qu

e a

com

unid

ade

emite

a

resp

eito

da

gr

avid

ade

das

cond

utas

vi

olad

oras

de

be

ns

juríd

icos

m

erec

edor

es d

a tu

tela

pen

al.

O q

ue p

arec

e, p

ois,

aplic

ar-s

e m

esm

o em

si

tuaç

ões

de ti

pos

de c

rime

prev

isto

s em

leis

pen

ais

espe

ciai

s. N

a ve

rdad

e,

se, e

m re

gra,

vig

ora

o pr

incí

pio

de q

ue a

lei g

eral

não

revo

ga a

lei e

spec

ial,

ele

tem

um

a ex

cepç

ão, q

ual s

eja

o de

que

tal n

ão v

inga

rá «

... s

e ou

tra fo

r a

inte

nção

ineq

uívo

ca d

o le

gisl

ador

» (n

.° 3

do a

rt.°

7° d

o C

ódig

o C

ivil)

. O

que

é o

caso

que

vim

os a

nalis

ando

. 2.

2. R

evog

açõe

s e c

rim

es e

leito

rais

2.

2.1.

A t

ítulo

mer

amen

te e

xem

plifi

cativ

o, t

ería

mos

os

tipos

de

crim

e el

eito

ral p

revi

stos

no

Cód

igo

Elei

tora

l de

Cab

o V

erde

(Lei

n.°

92/V

/99,

de

8 de

Fev

erei

ro, c

om a

s al

tera

ções

intro

duzi

das

pela

Lei

n.°

118/

V/2

000,

de

24 d

e A

bril)

, e q

ue, a

um

tem

po,

vêm

pre

vist

os n

o no

vo C

ódig

o Pe

nal.

Fora

do

âmbi

to d

as r

evog

açõe

s fic

aria

m, a

ssim

, e m

ante

ndo-

nos

aind

a na

ár

ea d

os c

rimes

ele

itora

is, o

s tip

os d

e cr

ime

prev

isto

s e

puni

dos

no C

ódig

o El

eito

ral

mas

que

não

têm

igu

alm

ente

pre

visã

o no

Cód

igo

Pena

l. N

a ve

rdad

e, o

nov

o C

ódig

o Pe

nal

apen

as p

revi

u um

núc

leo

esse

ncia

l de

ilí

cito

s cr

imin

ais

no

dom

ínio

el

eito

ral,

o qu

e se

co

nsid

erou

m

ais

esta

biliz

ado

em te

rmos

de

mat

éria

de

ilíci

to e

de

nece

ssid

ade

e m

edid

a de

pu

niçã

o, d

e ac

ordo

com

Page 13: JCF Elementos de Estudo Dto Penal CV

ELEM

ENTO

PA

RA

O E

STU

DO

DE

DIG

O P

ENA

L D

E C

AB

O V

ERD

E

25

uma

opçã

o de

fund

o e

glob

al fe

ita n

a R

efor

ma8 .

Um

rápi

do o

lhar

dar

-nos

-ia a

lgun

s ex

empl

os d

e cr

imes

ele

itora

is p

revi

stos

na

leg

isla

ção

elei

tora

l ca

bo-v

erdi

ana

e nã

o co

ntem

plad

os,

por

um t

al

crité

rio g

eral

, no

Cód

igo

Pena

l: de

núnc

ia c

alun

iosa

(art.

° 26

7.°)

; obs

truçã

o à

dete

cção

de

dupl

as in

scriç

ões

(art.

° 27

1.°)

; vio

laçã

o de

dev

eres

rela

tivos

ao

s ca

dern

os e

leito

rais

(art.

° 27

3.°)

; vio

laçã

o de

dev

eres

de

neut

ralid

ade

e im

parc

ialid

ade

(art.

° 27

9.°)

; ab

uso

de f

unçõ

es p

úblic

as o

u eq

uipa

rada

s (a

rt.° 2

98.°)

; ent

rar a

rmad

o em

ass

embl

eia

de v

oto

ou a

pura

men

to (n

.° 2

do

art.°

305

.); n

ão c

umpr

imen

to d

o de

ver d

e pa

rtici

paçã

o no

pro

cess

o el

eito

ral

(art.

° 30

6.°)

; nã

o co

mpa

rênc

ia d

a fo

rça

de s

egur

ança

(ar

t.° 3

07.°)

, en

tre

outro

s. E

mui

tos

dele

s de

duv

idos

o m

erec

imen

to p

enal

, se

tiv

erm

os e

m

cont

a os

crit

ério

s de

inte

rven

ção

mín

ima

e su

bsid

iarie

dade

da

inte

rven

ção

pena

l nu

m E

stad

o de

Dire

ito,

mel

hor,

as e

xigê

ncia

s qu

e um

Est

ado

de

Dire

ito m

ater

ial,

de c

ariz

dem

ocrá

tico

e so

cial

, im

põe

à pr

ópria

funç

ão d

o di

reito

pen

al: p

rote

cção

sub

sidi

ária

de

bens

juríd

icos

fun

dam

enta

is (

bast

a pe

nsar

mos

, po

r ex

empl

o, e

m t

ipos

com

o os

vio

laçã

o de

dev

eres

de

neut

ralid

ade

e im

parc

ialid

ade

ou

de

não

cum

prim

ento

do

de

ver

de

parti

cipa

ção

no p

roce

sso

elei

tora

l)9 . M

as m

iste

r se

tor

na a

ssin

alar

que

a r

evog

ação

de

norm

as d

o C

ódig

o El

eito

ral q

ue p

revê

m fa

ctos

pre

vist

os e

tam

bém

pun

idos

pel

o no

vo C

ódig

o Pe

nal

supõ

e qu

e ha

ja u

ma

idên

tica

e es

senc

ial

prev

isão

da

fact

ualid

ade

típic

a, i

sto

é, q

ue r

egul

em a

mes

ma

mat

éria

de

ilici

tude

. N

ão h

aver

ia

revo

gaçã

o se

a c

ondu

ta p

revi

sta

e pu

nida

no

8

Cfr

. JO

RG

E C

AR

LOS

FON

SEC

A, R

efor

mas

Pen

ais..

., pa

rticu

larm

ente

121

-124

. 9

Cfr

., po

r to

dos,

FIG

UEI

RED

O D

IAS,

Dire

ito P

enal

.., 1

975,

143

-144

; ID

EM, D

ireito

Pen

al

Port

uguê

s...,

§§ 3

7 ss

. («

... o

dir

eito

pen

al s

ó po

de i

nter

vir

onde

se

veri

fique

m l

esõe

s in

supo

rtáv

eis

das

cond

içõe

s co

mun

itári

as e

ssen

ciai

s de

livr

e de

senv

olvi

men

to e

rea

lizaç

ão

da p

erso

nalid

ade

de c

ada

hom

em...

» (§

41,

65)

; JO

RG

E C

AR

LOS

de A

lmei

da F

ON

SEC

A,

Cri

mes

de

empr

eend

imen

to e

ten

tativ

a, A

lmed

ina,

Coi

mbr

a, 1

986,

74-

75 e

not

a (4

7) e

123

, no

ta 1

23; R

OX

IN, D

erec

ho P

enai

..., §

2, 4

9 ss

..

FUN

AD

AO

DIR

EITO

E JU

STIÇ

A

26

CP.

e q

ue é

obj

ecto

do

juíz

o de

ilic

itude

repr

oduz

isse

ape

nas

parc

ialm

ente

a

cond

uta

que

inte

gra

a de

scriç

ão tí

pica

na

lei a

nter

ior

(Cód

igo

Elei

tora

l),

de ta

l for

ma

que,

por

exe

mpl

o, s

e pu

dess

e af

irmar

a e

xist

ênci

a de

con

curs

o de

crim

es, o

u, a

té, c

oncu

rso

apar

ente

(ou

de

norm

as)

entre

um

a e

outra

. V

ejam

os u

m c

aso:

o a

rt.°

308.

° do

Cód

igo

Elei

tora

l pr

evê

o cr

ime

de

fals

ifica

ção

de c

ader

nos

elei

tora

is (

a pa

r da

fal

sific

ação

de

bole

tins

de

voto

s, de

act

as d

e as

sem

blei

as d

e vo

to d

e ap

uram

ento

ou

quai

sque

r do

cum

ento

s re

spei

tant

es à

s el

eiçõ

es).

A a

cção

des

crita

no

tipo

cons

iste

em

vi

ciar

, sub

stitu

ir, s

uprim

ir, d

estru

ir ou

com

puse

r fa

lsam

ente

, a q

ue h

á de

ac

resc

er o

ele

men

to s

ubje

ctiv

o do

tip

o qu

e é

o do

lo.

Ora

bem

, o

novo

C

ódig

o Pe

nal

tam

bém

pre

vê (

art.°

319

.°, n

° 2)

a p

uniç

ão d

e um

a ta

l fa

lsifi

caçã

o de

cad

erno

s el

eito

rais

; na

des

criç

ão t

ípic

a ac

resc

enta

um

el

emen

to

subj

ectiv

o (p

ara

além

do

do

lo,

natu

ralm

ente

): o

intu

ito

frau

dule

nto.

O m

esm

o ac

onte

ce c

om o

tipo

de

fals

ifica

ção

de b

olet

ins

de

voto

, de

act

as o

u ou

tros

docu

men

tos

resp

eita

ntes

a e

leiç

ões,

prev

isto

no

art.°

32

5.°

do

Cód

igo

Pena

l, ex

igin

do-s

e in

tuito

fr

audu

lent

o pa

ra

a ve

rific

ação

do

tipo

de c

rime,

o q

ue n

ão se

con

tém

no

já m

enci

onad

o tip

o de

cr

ime

prev

isto

no

Cód

igo

Elei

tora

l).

A e

xigê

ncia

des

te e

lem

ento

adi

cion

al i

mpl

ica,

ass

im,

uma

rest

rição

do

âmbi

to d

e in

crim

inaç

ão p

or r

elaç

ão a

o co

rres

pond

ente

tip

o do

Cód

igo

Elei

tora

l. M

as,

aqui

, nã

o é

alte

rada

sub

stan

cial

men

te a

con

duta

hum

ana

obje

cto

da p

roib

ição

. Po

de c

oncl

uir-

se q

ue o

leg

isla

dor

quis

ape

nas

e cl

aram

ente

alte

rar o

s pre

ssup

osto

s - c

ompr

i-min

do-o

s - d

a le

i ant

erio

r. Q

uis

regu

lar a

mes

ma

mat

éria

, de

man

eira

dife

rent

e, s

eja

na m

oldu

ra p

enal

, sej

a já

no

âmbi

to m

ater

ial

de s

ua p

revi

são

típic

a. N

ão t

eria

sen

tido,

ent

ão,

pens

ar-s

e de

ste

mod

o: o

age

nte

que

fals

ifica

r cad

erno

ele

itora

l (ou

bol

etim

de

vot

o, p

or e

xem

plo)

, sem

aqu

ele

intu

ito, é

pun

ido

nos

term

os d

o C

ódig

o El

eito

ral,

enqu

anto

o q

ue f

izer

o m

esm

o co

m i

ntui

to f

raud

ulen

to s

erá

puni

do d

e ac

ordo

com

a n

ova

lei p

enal

ger

al. P

ura

e si

mpl

esm

ente

,

Page 14: JCF Elementos de Estudo Dto Penal CV

ELEM

ENTO

PA

RA

O E

STU

DO

DE

DIG

O P

ENA

L D

E C

AB

O V

ERD

E

27

o le

gisl

ador

ent

ende

u se

r mai

s ex

igen

te p

ara

que

haja

pun

ição

pel

o tip

o de

cr

ime

em c

ausa

10.

2.2.

2. M

as a

s di

fere

nças

ent

re o

Cód

igo

Elei

tora

l e o

Cód

igo

Pena

l nes

ta

mat

éria

não

se

resu

mem

ao

âmbi

to e

ext

ensã

o da

tip

ifica

ção.

regr

as

espe

ciai

s pr

evis

tas

no C

ódig

o El

eito

ral,

nom

eada

men

te e

m s

ede

de re

gim

e da

tent

ativ

a (a

rt.°

263.

°: «

A te

ntat

iva

de c

rime

elei

tora

l é s

empr

e pu

nida

»),

de p

enas

ace

ssór

ias

(a d

emis

são,

con

form

e o

disp

osto

no

art.°

264

.°) o

u de

pr

azo

de p

resc

rição

do

proc

edim

ento

crim

inal

(ar

t.° 2

66.°)

e q

ue n

ão tê

m

exac

ta c

orre

spon

dênc

ia c

om o

est

abel

ecid

o no

Cód

igo

Pena

l. Es

te d

efin

e co

mo

regr

a ge

ral q

ue a

tent

ativ

a só

é p

unív

el q

uand

o ao

crim

e co

nsum

ado

resp

ectiv

o co

rres

pond

er p

ena

supe

rior a

três

a n

os d

e pr

isão

(art.

° 22

.°, n

.° 1)

, sen

do c

erto

que

igua

lmen

te d

efin

e co

mo

sem

pre

puní

vel a

tent

ativ

a em

ce

rtos c

rimes

ele

itora

is, d

esig

nada

men

te o

s pre

vist

os n

os a

rt.°s

319

.°, n

.° 1,

32

0.°,

321.

° e

323-

°, n.

° 1,

de

acor

do c

om o

art.

° 37

5. °

11; p

revê

, ent

re a

s pe

nas

aces

sória

s ap

licáv

eis

a pe

ssoa

s si

ngul

ares

, a «

proi

biçã

o te

mpo

rária

do

exe

rcíc

io d

e fu

nçõe

s» e

ntre

um

mín

imo

e um

máx

imo

(art.

° 73

-°, n

.° 1)

; te

m u

m r

egim

e di

fere

nte

de p

razo

s de

pro

cedi

men

to c

rimin

al (

art.°

108

.°)

que

varia

m e

m fu

nção

da

grav

idad

e do

s crim

es, s

endo

de

dois

ano

s o p

razo

m

ais c

urto

.

10

C

fr. M

AR

IA F

ERN

AN

DA

PA

LMA

, Dire

ito P

enal

..., 1

994,

no

mes

mo

sent

ido

do te

xto,

ain

da

que

a pr

opós

ito d

o pr

oble

ma

da a

plic

ação

retro

activ

a da

lei p

enal

mai

s fav

oráv

el. A

aut

ora

dá o

ex

empl

o de

lei p

oste

rior

ter

feito

a e

xigê

ncia

de

«pre

juíz

o pa

trim

onia

l» p

ara

a ve

rific

ação

da

fact

ualid

ade

típic

a do

crim

e de

em

issã

o de

che

que

sem

cob

ertu

ra. C

oncl

ui q

ue ta

l não

pre

judi

ca

a un

idad

e do

fac

to (

pres

supo

sto

da e

xist

ênci

a de

um

ver

dade

iro p

robl

ema

de s

uces

são

de le

is

no te

mpo

) já

que

«...

aí a

pena

s se

acr

esce

nta

um n

ovo

elem

ento

ao

fact

o típ

ico

ante

riorm

ente

de

senh

ado

pela

lei p

enal

, não

se

alte

rand

o a

essê

ncia

da

cond

uta

hum

ana

refe

rent

e. E

pode

co

nclu

ir-se

que

o l

egis

lado

r qu

is a

ltera

r os

pre

ssup

osto

s da

lei

ant

erio

r, re

strin

gind

o a

incr

imin

ação

» (1

32).

11

A t

écni

ca u

sada

pel

o le

gisl

ador

, qu

e in

icia

lmen

te m

erec

eu r

eser

vas

de a

lgun

s m

embr

os d

a C

omis

são

Técn

ica

de A

com

panh

amen

to,

cons

iste

em

enu

mer

ar n

um d

os a

rtigo

s fin

ais

do

dipl

oma

os c

asos

de

«pun

ição

exc

epci

onal

da

tent

ativ

a», c

omo

fez

para

«ac

tos

prep

arat

ório

s ex

cepc

iona

lmen

te p

unív

eis»

(art.

°s 3

73.°

e 37

4.°)

, crim

es s

emi-p

úblic

os (a

rt.°s

376

.° e

377.

°),

crim

es p

artic

ular

es (a

rt.° 3

78.°)

.

FUN

AD

AO

DIR

EITO

E JU

STIÇ

A

28

2.2.

3 C

rim

es e

leito

rais

pre

vist

os n

o C

ódig

o Pe

nal e

reg

ras

espe

ciai

s da

le

i ele

itora

l Pe

rgun

ta-s

e:

rela

tivam

ente

ao

s cr

imes

el

eito

rais

pr

evis

tos

no

CP.

e

igua

lmen

te c

ontid

os n

as p

revi

sões

do

Cód

igo

Elei

tora

l, ap

licar

-se-

ão a

s re

gras

(de

tent

ativ

a, p

resc

rição

e p

enas

ace

ssór

ias)

do

Cód

igo

Pena

l ou

as

da l

egis

laçã

o el

eito

ral?

Cre

mos

não

hav

er d

úvid

as d

e qu

e a

solu

ção

pode

ser

a p

rimei

ra.

O l

egis

lado

r, ao

rev

ogar

as

disp

osiç

ões

atin

ente

s àq

uele

s tip

os d

e cr

ime,

qui

s cl

aram

ente

sub

traí-l

os a

o re

gim

e pr

evis

to n

a le

i esp

ecia

l e s

ubm

etê-

los

ao re

gim

e ge

ral d

o C

ódig

o Pe

nal.

Não

ape

nas

no

que

diz

resp

eito

à d

escr

ição

típ

ica

e m

edid

a da

pen

a m

as t

ambé

m a

o re

gim

e gl

obal

de

puni

ção,

par

a o

qual

inte

ress

am e

vide

ntem

ente

a fo

rma

de

puni

ção

dos

crim

es n

a fo

rma

tent

ada

(afin

al, u

ma

form

a de

apa

reci

men

to

do

crim

e,

ao

lado

da

co

nsum

ação

), o

regi

me

de

pena

s ac

essó

rias

(ver

dade

iras

pena

s, no

mea

dam

ente

suj

eita

s ao

prin

cípi

o da

cul

pa)

ou o

da

pres

criç

ão

do

proc

edim

ento

cr

imin

al,

ligad

o su

bsta

ncia

lmen

te

à de

limita

ção

do â

mbi

to d

a in

crim

inaç

ão.

2.2.

4. C

rim

es e

leito

rais

não

rev

ogad

os p

elo

Cód

igo

Pena

l e

aplic

ação

de

reg

ras e

spec

iais

pre

vist

as n

o C

ódig

o E

leito

ral

Rel

ativ

amen

te a

os c

rimes

ele

itora

is n

ão r

evog

ados

pel

o no

vo C

ódig

o,

cont

inua

rão

a ap

licar

-se

as r

egra

s es

peci

ais

prev

ista

s no

Cód

igo

Elei

tora

l, se

ndo

este

o s

entid

o qu

e se

pod

e re

tirar

do

art.°

do C

ódig

o Pe

nal,

quan

do d

iz q

ue a

s su

as d

ispo

siçõ

es s

e ap

licam

aos

fac

tos

puní

veis

pr

evis

tos e

m le

is e

spec

iais

, «sa

lvo

disp

osiç

ão e

m c

ontrá

rio».

Isto

é: s

empr

e qu

e nã

o ha

ja n

esta

s le

is e

spec

iais

dis

posi

ções

rela

tivas

a u

ma

dete

rmin

ada

mat

éria

mer

eced

ora

de re

gula

ção

- de

sent

ido

cont

rário

ao

das r

egra

s ger

ais

- apl

icar

-se-

ão su

bsid

iaria

-

Page 15: JCF Elementos de Estudo Dto Penal CV

ELEM

ENTO

PA

RA

O E

STU

DO

DE

DIG

O P

ENA

L D

E C

AB

O V

ERD

E

29

men

te a

s no

rmas

da

lei

pena

l ge

ral12

. O

que

é c

omum

nom

eada

men

te

quan

to à

s no

rmas

da

cham

ada

Parte

Ger

al d

o C

ódig

o Pe

nal,

que

cont

ém a

s re

gras

apl

icáv

eis

a to

dos

os t

ipos

pre

vist

os n

a Pa

rte E

spec

ial

mas

, ig

ualm

ente

e

em

prin

cípi

o,

aos

crim

es

prev

isto

s em

le

i es

peci

al

(ext

rava

gant

e, d

iz-s

e),

sem

esq

uece

r a

funç

ão d

ecis

iva

que

cum

pre

de,

diga

mos

, faz

er a

arti

cula

ção

com

a P

arte

Esp

ecia

l, cu

jos

disp

ositi

vos

não

teria

m c

ompl

etud

e se

m a

s no

rmas

da

PG (

por

exem

plo,

sob

re a

tent

ativ

a,

auto

ria e

a c

ompa

rtici

paçã

o, a

des

istê

ncia

, etc

.)13.

Por i

sso,

não

cab

e a

aplic

ação

, por

exe

mpl

o, d

o di

spos

to n

o ar

t.° 3

26.°

do

novo

CP

(agr

avaç

ão d

a m

oldu

ra p

enal

nos

crim

es e

leito

rais

, em

funç

ão d

a ve

rific

ação

de

certa

s qu

alid

ades

na

pess

oa d

o ag

ente

, co

mo

seja

m a

de

mem

bro

da c

omis

são

elei

tora

l ou

de re

cens

eam

ento

, de

mes

a da

ass

embl

eia

de v

oto

ou, a

inda

, de

man

datá

rio d

e lis

ta o

u se

u re

pres

enta

nte)

aos

crim

es

elei

tora

is q

ue c

ontin

uam

suje

itos a

o re

gim

e pr

evis

to n

o C

ódig

o El

eito

ral.

2.2.

5. E

vent

ual

conc

urso

de

norm

as (

conc

urso

apa

rent

e) e

ntre

fac

tos

prev

isto

s no

Cód

igo

elei

tora

l e ta

mbé

m n

o C

ódig

o Pe

nal

Um

raso

esc

lare

cim

ento

: o im

edia

tam

ente

aci

ma

dito

não

exc

lui q

ue fa

ctos

qu

e nã

o in

tegr

am u

m q

ualq

uer

tipo

de c

rime

elei

tora

l pre

vist

o no

Cód

igo

Pena

l e c

onst

ituam

crim

e el

eito

ral n

os te

rmos

do

12

V

eja-

se, n

um s

entid

o pr

óxim

o do

con

stan

te d

o te

xto,

GER

MA

NO

MA

RQ

UES

DA

SIL

VA

, D

ireito

Pen

al..,

I, 9

3-94

13

Ta

mbé

m é

de

se d

izer

que

«as

nor

mas

fun

dam

enta

dore

s ou

mod

ifica

tivas

da

puni

bilid

ade

da

Parte

Ger

al s

ão, p

or s

i só,

mat

eria

lmen

te in

com

pree

nsív

eis

e ap

enas

dev

em s

er in

terp

reta

das

em r

elaç

ão c

om u

ma

norm

a da

Par

te E

spec

ial..

.» (

FIN

CK

E, e

xtra

cto

tradu

zido

ret

irado

de

JOR

GE

CA

RLO

S FO

NSE

CA

, C

rim

es d

e em

pree

ndim

ento

...,

nota

127

, 12

8).

Sobr

e es

ta

ques

tão,

par

a al

ém d

e M

artin

FIN

CK

E, D

as V

erhâ

lrnis

des

AU

gem

eine

n zu

m B

eson

dere

n Te

il de

s St

rafr

echt

s, J.

Schw

eitz

er V

erla

g, B

erlin

, 19

75,

pass

im,

veja

-se,

por

tod

os,

JOR

GE

CA

RLO

S FO

NSE

CA

, C

rimes

de

empr

eend

imen

to...

, pa

rticu

larm

ente

127

-128

e n

ota

127,

on

de,

desi

gnad

amen

te,

se d

iz q

ue a

cria

ção

de u

ma

figur

a de

ten

tativ

a na

Par

te G

eral

...

«obe

dece

, é c

erto

, a u

ma

exig

ênci

a de

ord

em té

cnic

a, m

elho

r, de

fac

ilita

ção

técn

ico-

lega

l, em

or

dem

a e

vita

r um

a ac

entu

ada

e di

fícil

repe

tição

nas

form

ulaç

ões d

a Pa

rte E

spec

ial»

(not

a 12

7);

JESC

HEC

K,

ob.

cit.,

1.°

volu

me,

25-

26;

GER

MA

NO

MA

RQ

UES

DA

SIL

VA

, D

ireito

Pe

nal..

., I,

92.

FUN

AD

AO

DIR

EITO

E JU

STIÇ

A

30

Cód

igo

Elei

tora

l po

ssam

, ev

entu

alm

ente

, co

rres

pond

er à

des

criç

ão t

ípic

a de

out

ros

crim

es p

revi

stos

no

CP.

Est

a é

uma

ques

tão

(ger

al)

a se

r re

solv

ida

enqu

anto

con

curs

o de

nor

mas

. Pen

sem

os, p

or e

xem

plo,

no

caso

do

art.

° 30

7.°

do C

ódig

o El

eito

ral

(«N

ão c

ompa

rênc

ia d

e fo

rça

de

segu

ranç

a»);

a co

ndut

a qu

e in

tegr

a es

te t

ipo

pode

igu

alm

ente

int

egra

r o

tipo

de c

rime

de «

recu

sa d

e co

labo

raçã

o de

vida

», p

revi

sto

e pu

nido

no

CP

(art.

° 37

2.°)

. O c

oncu

rso

seria

res

olvi

do d

e ac

ordo

com

os

crité

rios

que,

pe

dago

gica

men

te -

diga

-se14

- o

novo

Cód

igo

cons

agro

u no

seu

art.°

32.

°. 2.

3. A

s co

ntra

venç

ões

e (a

inda

) a

aplic

ação

de

norm

as d

o C

ódig

o de

18

86 e

de

outr

a le

gisl

ação

avu

lsa*

2.

3.1.

Dis

sem

os q

ue a

rev

ogaç

ão d

o C

ódig

o Pe

nal

de 1

886

foi..

. qu

ase

tota

l. N

a ve

rdad

e, c

onvé

m t

er e

m c

onta

que

o a

rt.°

4.°

do D

ecre

to

Legi

slat

ivo

n.°

4/20

03 re

ssal

va a

vig

ênci

a da

s nor

mas

sobr

e co

ntra

venç

ões.

O a

rt.° 5

.° do

dip

lom

a de

apr

ovaç

ão d

o no

vo C

ódi-

14

H

ouve

alg

umas

ret

icên

cias

da

CT.

A q

uant

o à

intro

duçã

o do

art.

° 32

.° (a

rt.°

33.°

no

Ant

epro

ject

o): «

A C

omis

são

ente

nde

que

aqui

ser

ia p

refe

rível

dei

xar a

mat

éria

par

a a

dout

rina

e a

juris

prud

ênci

a,

pois

tra

ta-s

e de

he

rmen

êutic

a pu

ra,

com

so

luçõ

es

sufic

ient

e e

deta

lhad

amen

te a

prec

iada

s». N

o en

tant

o, s

empr

e en

tend

emos

que

, com

o, a

liás,

o fe

z o

Cód

igo

espa

nhol

, ser

ia ú

til a

incl

usão

de

um ta

l pre

ceito

. E d

izía

mos

, na

just

ifica

ção

do A

ntep

roje

cto

que

«...

nos

pare

ce, a

ssim

, tão

cla

ro q

ue, e

m C

abo

Ver

de, o

pro

blem

a nã

o se

pon

ha, b

asta

ndo,

pa

ra ta

l dem

onst

rar,

uma

qual

quer

am

ostra

gem

da

juris

prud

ênci

a na

cion

al s

obre

a m

atér

ia»

-Re

form

as P

enai

s...,

nota

81,

62.

Page 16: JCF Elementos de Estudo Dto Penal CV

ELEM

ENTO

PA

RA

O E

STU

DO

DE

DIG

O P

ENA

L D

E C

AB

O V

ERD

E

31

go v

em re

afirm

ar a

con

tinua

ção

de v

igên

cia

de to

das

as n

orm

as d

e di

reito

su

bsta

ntiv

o e

proc

essu

al r

elat

ivas

àqu

ela

form

a de

infr

acçã

o, d

izen

do, n

o en

tant

o, q

ue s

e ap

licam

as

norm

as d

o no

vo C

ódig

o qu

e re

spei

tem

aos

«l

imite

s da

mul

ta e

à p

risão

alte

rnat

iva»

. 2.

3.2.

C

ompr

eend

e-se

es

ta

norm

a tra

nsitó

ria,

que,

ai

nda

que

inju

stifi

cada

men

te -

veja

-se

o qu

e di

zem

os u

m p

ouco

mai

s à

fren

te -,

ain

da

tem

os e

m C

abo

Ver

de a

pre

visã

o, s

eja

no C

ódig

o Pe

nal d

e 18

86, s

eja

em

legi

slaç

ão e

xtra

vaga

nte

(um

exe

mpl

o po

derá

ser

do

já c

itado

Dec

reto

-Lei

n.

° 1/

78, d

e 16

de

Sete

mbr

o) d

e in

frac

ções

ape

lidad

as d

e «c

ontra

venç

ões»

, po

r ve

zes

«tra

nsgr

essõ

es»15

; ig

ualm

ente

no

Cód

igo

de P

roce

sso

Pena

l (e

ou

tra l

egis

laçã

o nã

o in

corp

orad

a no

Cód

igo)

tem

os a

inda

a f

orm

a de

«p

roce

sso

de

trans

gres

são»

e

vária

s di

spos

içõe

s qu

e se

re

fere

m

a co

ntra

venç

ões

e/ou

tra

nsgr

essõ

es (

v.gr

., ar

t.°s

43.°

- co

mpe

tênc

ia d

os

juíz

es d

as t

rans

gres

sões

; 62

.°, n

.° 4;

66.

° -

rela

tivo

ao «

proc

esso

de

trans

gres

sões

»; 5

43.°

a 55

5.°

- sob

re a

acu

saçã

o e

julg

amen

to n

o pr

oces

so

de t

rans

gres

sões

; 47

.° do

Dec

reto

-Lei

n.°

35 0

07,

igua

lmen

te r

elat

ivo

à fo

rma

de p

roce

sso

de t

rans

gres

sões

(ve

rific

adas

em

aut

o qu

e fa

ça f

é em

ju

ízo

ou in

stru

ídas

pel

as a

utor

idad

es p

olic

iais

). O

requ

isitó

rio e

m fa

vor d

a el

imin

ação

des

sa c

ateg

oria

de

infr

acçõ

es -

feito

um

pou

co p

or to

do o

lado

- vi

nha

send

o fe

ito ta

mbé

m e

ntre

nós

, pro

pond

o-se

a s

ubtra

cção

ao

regi

me

do d

ireito

pen

al d

a di

scip

lina

de a

ctiv

idad

es e

con

duta

s ax

iolo

gica

men

te

neut

ras,

que

devi

am s

er c

onsi

dera

das

com

o pe

rtenc

ente

s ao

âm

bito

de

um

dire

ito su

bsta

ncia

lmen

te a

dmin

istra

tivo.

15

O

Cód

igo

de P

roce

sso

Pena

l den

omin

a tra

nsgr

essõ

es a

s con

trave

nçõe

s jul

gada

s em

pro

cess

o de

tra

nsgr

essõ

es (a

rt.°

66.°)

. CA

VA

LEIR

O D

E FE

RR

EIR

A d

iz q

ue «

cont

rave

nção

e tr

ansg

ress

ão

são,

aliá

s, pa

lavr

as d

e id

êntic

o si

gnifi

cado

...»

- Dir

eito

Pen

al P

ortu

guês

, Par

te G

eral

, I, V

erbo

, Li

sboa

/São

Pau

lo, 1

981,

214

.

FUN

AD

AO

DIR

EITO

E JU

STIÇ

A

32

2.3.

3. N

esse

sent

ido,

e n

a se

quên

cia

das p

ropo

stas

de

refo

rma

incl

uída

s nos

«T

erm

os d

e re

ferê

ncia

par

a a

elab

oraç

ão d

e um

Cód

igo

Pena

l de

Cab

o V

erde

»16,

que

viam

a m

edid

a co

mo

uma

deco

rrên

cia

da i

deia

de

que

a fu

nção

do

dire

ito p

enal

ser

ia a

pro

tecç

ão d

os b

ens

juríd

icos

fund

amen

tais

à

subs

istê

ncia

de

uma

dada

com

unid

ade

e ex

igên

cia

de p

urifi

caçã

o do

dire

ito

pena

l, o

Ant

epro

ject

o,

no

seu

artic

ulad

o,

retir

ou

a m

atér

ia

das

cont

rave

nçõe

s17. A

liás,

o le

gisl

ador

cab

o-ve

rdia

no n

ão só

vei

o a

defin

ir um

re

gim

e ge

ral d

as c

ontra

-ord

enaç

ões (

Dec

reto

Leg

isla

tivo

n°9/

95, d

e 27

.10)

, co

mo

crio

u um

con

junt

o de

con

tra-o

rden

açõe

s, em

vár

ios

dom

ínio

s, co

mo,

po

r ex

empl

o, o

s da

s in

frac

ções

fis

cais

adu

anei

ras18

, da

prot

ecçã

o ve

geta

l, da

im

porta

ção,

com

erci

aliz

ação

e u

so d

e pr

odut

os f

itoss

anitá

rios,

das

infr

acçõ

es a

o C

ódig

o da

Est

rada

e d

as in

frac

ções

ban

cária

s., c

omeç

ando

, po

is, u

m p

roce

sso

cond

ucen

te a

um

a gr

adua

l tra

nsfe

rênc

ia p

ara

este

nov

o tip

o de

or

dena

men

to

de

infr

acçõ

es

que

hoje

co

ntin

uam

, de

fo

rma

disc

utív

el,

cata

loga

das

com

o pe

nais

. Pr

oces

so q

ue n

ão f

oi c

ontin

uado

, pe

rman

ecen

do n

ós c

om u

m s

iste

ma

em q

ue, p

ara

além

de

crim

es e

con

tra-

orde

naçõ

es, e

xist

em c

ontra

venç

ões

(ou

trans

gres

sões

), na

mai

or p

arte

dos

ca

sos c

orre

spon

dent

es a

mer

os il

ícito

s de

políc

ia, r

esqu

ício

segu

ram

ente

de

uma

trans

ição

mal

aca

bada

ent

re a

s ex

igên

cias

do

Esta

do-d

e-po

lícia

ilu

min

ista

e

as

do

«Est

ado-

de-d

ireito

de

mo-

liber

al»

que

redu

z o

inte

rven

cion

ism

o es

tata

l e

pret

ende

ass

egur

ara

a le

galid

ade

na a

plic

ação

da

s san

ções

16

Lo

c. c

it., 3

0-31

(«.

.. ra

zão

por

que

se d

efen

de...

que

, na

próx

ima

refo

rma

pena

l, se

ret

ire d

o C

ódig

o Pe

nal a

mat

éria

das

con

trav

ençõ

es, d

even

do, p

ura

e si

mpl

esm

ente

, ser

con

verti

das

à ca

tego

ria d

e co

ntra

-ord

enaç

ões

suje

itas

a um

a sa

nção

pec

uniá

ria n

ão c

onve

rtíve

l em

pris

ão.

Com

o q

ue fi

caria

ext

rem

amen

te si

mpl

ifica

do o

sist

ema

do d

ireito

sanc

iona

tóri

o») -

31.

17

C

fr. J

OR

GE

CA

RLO

S FO

NSE

CA

, Ref

orm

as P

enai

s...,

34 e

not

a 16

, e 1

12-1

13.

18

De

uma

form

a an

ómal

a, d

igam

os, a

ntes

da

vigê

ncia

do

dipl

oma

que

intro

duzi

u o

regi

me

gera

l do

ilíc

ito d

e m

era

orde

naçã

o so

cial

(o D

ecre

to L

egis

lativ

o n.

° 9/

95, d

e 27

de

Out

ubro

), en

trava

em

vig

or u

m o

utro

dip

lom

a -

o D

ecre

to L

egis

lativ

o n.

° 5/

95, d

e 27

de

Junh

o, m

ais

tard

e al

tera

do p

ontu

alm

ente

pel

o D

ecre

to L

egis

lativ

o n.

° 12

/97,

de

9 de

Jun

ho -

que

inst

ituía

con

tra-

orde

naçõ

es n

o do

mín

io fi

scal

adu

anei

ro.

Page 17: JCF Elementos de Estudo Dto Penal CV

ELEM

ENTO

PA

RA

O E

STU

DO

DE

DIG

O P

ENA

L D

E C

AB

O V

ERD

E

33

polic

iais

19. T

radu

ção

diss

o é

o fa

cto

de o

vel

ho C

ódig

o m

ante

r a p

revi

são,

no

s art.

°s 4

84.°

ss.,

das «

cont

rave

nçõe

s de

políc

ia».

No

fund

o, te

mos

hoj

e a

situ

ação

viv

ida

em P

ortu

gal

aind

a co

m a

apr

ovaç

ão d

o C

ódig

o Pe

nal

de

1982

; na

verd

ade,

ape

sar

de, n

a al

tura

, já

exis

tir u

m n

ovo

regi

me

para

o

dire

ito d

e m

era

orde

naçã

o so

cial

, a n

ão c

onve

rsão

ger

al d

as c

ontra

venç

ões

levo

u a

que

o di

plom

a de

apr

ovaç

ão d

o C

ódig

o tiv

esse

que

man

ter

em

vigo

r te

mpo

raria

men

te

as

norm

as

do

Cód

igo

de

1886

re

lativ

as

a co

ntra

venç

ões.

Coi

ncid

ênci

as...

si

tuaç

ão

que

se

crio

u ig

ualm

ente

na

A

lem

anha

, de

195

2 a

1975

20.

Rel

ativ

amen

te à

s fo

rmas

de

proc

esso

, a

refo

rma

em c

urso

opt

ou, n

atur

alm

ente

, por

elim

inar

o c

ham

ado

«pro

cess

o de

tran

sgre

ssõe

s». D

esap

arec

endo

as

trans

gres

sões

e c

ontra

venç

ões

pena

is

(com

o se

pr

evia

) nã

o fa

ria

sent

ido

man

ter

o pr

oces

so

pena

l co

rres

pond

ente

21.

2.3.

4. O

ra b

em, c

ontin

uand

o a

exis

tir c

ontra

venç

ões,

avis

ado

se to

rnou

ao

legi

slad

or m

ante

r em

vig

or a

s di

spos

içõe

s do

Cód

igo

Pena

l de

188

6, d

e le

gisl

ação

pen

al a

vuls

a e

proc

essu

al p

enal

, que

re-

19

C

fr. F

IGU

EIR

EDO

DIA

S, D

ireito

Pen

al,.,

197

5, 7

-8.

20

Cfr

. FI

GU

EIR

EDO

DIA

S, «

O m

ovim

ento

da

desc

rimin

aliz

ação

e o

ilíc

ito d

e m

era

orde

na

ção

soci

al»,

in

CEJ

, Jo

rnad

as d

e D

irei

to C

rim

inal

- 0

nov

o C

ódig

o Pe

nal

Port

uguê

s e

Legi

slaç

ão

Com

plem

enta

r - L

isbo

a, 1

983,

315

-336

, par

ticul

arm

ente

, 324

-326

. O a

utor

mos

trava

-se

mui

to

críti

co p

eran

te u

ma

tal s

ituaç

ão; e

nten

dia,

na

sequ

ênci

a, a

liás,

de p

osiç

ão ig

ualm

ente

exp

ress

a po

r ED

UA

RD

O C

OR

REI

A,

que

«...

a pe

rsis

tênc

ia,

no f

utur

o, d

e um

a ca

tego

ria p

enal

de

cont

rave

nçõe

s, a

par d

e um

ilíc

ito d

e m

era

orde

naçã

o so

cial

lega

lmen

te in

stitu

cion

aliz

ado,

é...

co

ntra

ditó

ria e

sem

sent

ido:

ou

um c

ompo

rtam

ento

pos

sui d

igni

dade

pen

al e

dev

e co

nstit

uir u

m

crim

e,

insc

reva

-se

ele

no

corp

o do

di

reito

pe

nal

clás

sico

ou

no

do

di

reito

pe

nal

econ

ómic

osoc

ial;

ou e

le n

ão p

ossu

i di

gnid

ade

pena

l e

deve

ser

des

crim

inal

izad

o, p

assa

ndo

even

tual

men

te a

con

stitu

ir um

a co

ntra

orde

naçã

o am

eaça

da c

om u

ma

coim

a. E

alé

m d

e co

ntra

ditó

ria e

sem

sen

tido,

pod

e um

a ta

l so

luçã

o co

nduz

ir ao

ani

quila

men

to p

rátic

o da

ca

tego

ria d

as c

ontra

- or

dena

ções

, se

o le

gisl

ador

con

tinua

r no

fut

uro

a de

ixar

-se

sedu

zir

pelo

cio

da h

iper

crim

inal

izaç

ão,

cria

ndo

nova

s co

ntra

venç

ões»

(32

5).

Cfr

., ai

nda,

sob

re e

sta

ques

tão

parti

cula

r, ED

UA

RD

O C

OR

REI

A,

«As

gran

des

linha

s da

Ref

orm

a Pe

nal»

, in

Jo

rnad

as d

e D

irei

to C

rimin

a!...

, ci

ts.,

37;

GER

MA

NO

MA

RQ

UES

DA

SIL

VA

, D

irei

to

Pena

l.., I

, 116

-117

. 21

C

fr. J

OR

GE

CA

RLO

S FO

NSE

CA

, Um

nov

o Pr

oces

so P

enal

par

a C

abo

Verd

e, E

stud

o so

bre

o An

tepr

ojec

to d

e no

vo C

ódig

o, A

ssoc

iaçã

o A

cadé

mic

a da

Fac

ulda

de d

e D

ireito

de

Lisb

oa,

Lisb

oa, 2

003,

99

ss..

FUN

AD

AO

DIR

EITO

E JU

STIÇ

A

34

guia

m a

mat

éria

das

con

trave

nçõe

s, ev

itand

o o

vazi

o de

reg

ulaç

ão e

/ou

a ap

licaç

ão d

e no

rmas

do

novo

Cód

igo

que

se m

ostra

riam

ina

dequ

adas

, qu

ando

não

lev

asse

m a

sol

uçõe

s de

tod

o em

tod

o in

aplic

ávei

s ou

cuj

a ad

apta

ção

se tr

aduz

iria

num

a co

mpl

exid

ade

difíc

il de

supe

rar22

. Fi

cam

, po

is,

em

vigo

r -

sem

a

preo

cupa

ção

de

uma

exau

stiv

a ex

empl

ifica

ção

- as

dis

posi

ções

con

tidas

nos

art.

°s 3

-° (

conc

eito

de

cont

rave

nção

), 4.

° (n

eglig

ênci

a na

s co

ntra

venç

ões)

, 25.

° (n

ão p

uniç

ão d

a cu

mpl

icid

ade

e do

enc

obrim

ento

nas

con

trave

nçõe

s),

33-°

(ag

rava

ção

e at

enua

ção

da

resp

onsa

bilid

ade

crim

inal

po

r co

ntra

venç

ão],

36.°

(rei

ncid

ênci

a na

s co

ntra

venç

ões)

, 12

5.°,

§ 2.

° [s

obre

pr

escr

ição

do

pr

oced

imen

to c

rimin

al (

em r

igor

, se

ria...

con

trave

ncio

nal),

126

.°, §

3.°

(pre

scriç

ão d

as p

enas

das

con

trave

nçõe

s) e

os

art.°

s 48

4.°

ss.,

todo

s do

C

ódig

o Pe

nal

de 1

886.

Mas

igu

alm

ente

as

norm

as s

obre

con

trave

nçõe

s pr

evis

tas

em le

gisl

ação

avu

lsa,

nom

eada

men

te n

o qu

e di

z re

spei

to à

pen

a pr

evis

ta.

2.3

5 A

plic

a-se

o C

ódig

o de

188

6 às

con

trav

ençõ

es,

à ex

cepç

ão d

as

regr

as so

bre

os li

mite

s da

mul

ta e

a p

risã

o al

tern

ativ

a?

Mas

pod

er-s

e-á

conc

luir,

sob

retu

do s

e tiv

erm

os e

m c

onta

o d

ispo

sto

no

art.°

5.°

do d

iplo

ma

de a

prov

ação

do

novo

Cód

igo

(«M

an-

22

FI

GU

EIR

EDO

DIA

S di

zia,

a p

ropó

sito

de

situ

ação

afim

viv

ida

em P

ortu

gal,

que

a so

luçã

o en

cont

rada

er

a «.

.. de

um

po

nto

de

vist

a po

lític

o-cr

imin

al

e po

lític

o-le

gisl

ativ

o,

tem

pora

riam

ente

tol

eráv

el e

em

cer

ta m

edid

a co

mpr

eens

ível

. O

leg

isla

dor

terá

rec

eado

os

efei

tos

prát

icos

noc

ivos

que

pod

eria

m l

igar

-se

a um

a gl

obal

e a

utom

átic

a tra

nsfo

rmaç

ão d

as

cont

rave

nçõe

s vi

gent

es e

m c

ontra

-ord

enaç

ões;

tan

to m

ais..

. qu

anto

ess

a tra

nsfo

rmaç

ão n

ão

pode

ria s

er t

otal

, po

is q

ue n

a no

ssa

orde

m j

uríd

ica

exis

tem

ain

da i

núm

eras

con

trave

nçõe

s pu

níve

is s

ó, o

u ta

mbé

m, c

om p

enas

de

pris

ão e

que

, por

con

segu

inte

, em

cas

o al

gum

pod

eria

m

ser c

onve

rtida

s em

con

tra-o

rden

açõe

s...»

(«O

mov

imen

to d

a de

scrim

inal

izaç

ão...

», 3

25).

Page 18: JCF Elementos de Estudo Dto Penal CV

ELEM

ENTO

PA

RA

O E

STU

DO

DE

DIG

O P

ENA

L D

E C

AB

O V

ERD

E

35

têm

-se

em v

igor

as

norm

as d

e di

reito

sub

stan

tivo

e pr

oces

sual

rela

tivas

às

cont

rave

nçõe

s...»

), e,

em

esp

ecia

l, a

sua

parte

fin

al (

«...

apli-

cand

o-se

, po

rém

, aos

lim

ites

da m

ulta

e à

pris

ão a

ltern

ativ

a, a

s di

spos

içõe

s do

nov

o C

ódig

o Pe

nal»

), qu

e se

dev

erá

aplic

ar o

reg

ime

pena

l ge

ral

cont

ido

no

Cód

igo

de 1

886

à m

atér

ia d

as c

ontra

venç

ões?

O l

egis

lado

r te

rá q

uerid

o,

pois

, sub

trair

as c

ontra

venç

ões

ao r

egim

e do

nov

o C

ódig

o, à

exc

epçã

o do

qu

e se

refe

re à

s reg

ras s

obre

os l

imite

s da

mul

ta e

pris

ão e

m a

ltern

ativ

a?

Não

cre

mos

que

iss

o de

va r

esul

tar

daqu

elas

dis

posi

ções

, ai

nda

que

a so

luçã

o nã

o su

rja m

uito

cla

ra. O

que

nos

par

ece

é qu

e, a

o te

r a n

eces

sida

de

de re

ssal

var a

apl

icaç

ão, à

s con

trave

nçõe

s, de

um

cas

o pa

rticu

lar d

o re

gim

e es

peci

alm

ente

pre

vist

o pa

ra u

ma

tal

cate

goria

de

infr

acçõ

es -

man

dand

o qu

e se

apl

ique

o r

egim

e do

nov

o C

ódig

o «a

os li

mite

s da

mul

ta e

à p

risão

em

su

a al

tern

ativ

- o

legi

slad

or

mos

tra

que

apen

as

quer

qu

e se

m

ante

nham

em

vig

or a

s es

pecí

ficas

nor

mas

que

reg

ulam

a d

isci

plin

a da

s co

ntra

venç

ões23

. Se

mpr

e qu

e el

as n

ão e

xist

am,

aplic

a-se

o n

ovo

Cód

igo

Pena

l, se

ndo

isso

pos

síve

l. 2.

3.6.

A c

onve

rsão

da

mul

ta n

ão fi

xada

«em

tem

po»

em p

ena

de p

risã

o «p

elo

tem

po c

orre

spon

dent

e»: c

omo

fazê

-la?

2.3.

6.1.

Um

a qu

estã

o de

por

men

or q

ue o

s ar

t.°s

4.0 , p

roém

io, e

5.°,

ain

da

pode

rão

susc

itar:

diz-

se q

ue s

e ap

licam

as

norm

as d

o no

vo C

ódig

o Pe

nal

atin

ente

s «a

os l

imite

s da

mul

ta e

à p

risão

alte

rnat

iva»

. Ist

o é,

o d

ispo

sto

nom

eada

men

te n

os a

rt.°s

67.

° e 7

0.°;

no

enta

nto,

o

23

A

nos

sa in

terp

reta

ção

pare

ce s

er ig

ualm

ente

sug

erid

a po

r CA

VA

LEIR

O D

E FE

RR

EIR

A, f

ace

a se

mel

hant

e di

spos

ição

tran

sitó

ria d

o di

plom

a qu

e ap

rovo

u o

Cód

igo

Pena

l por

tugu

ês d

e 19

82.

Cfr

o s

eu L

içõe

s de

Dire

ito P

enal

, I,

A Te

oria

do

Cri

me

no C

ódig

o Pe

nal

de 1

982,

V

erbo

Lisb

oa/ S

ão P

aulo

, 198

5, 3

3.

FUN

AD

AO

DIR

EITO

E JU

STIÇ

A

36

novo

Cód

igo

defin

e um

mod

elo

de c

onve

rsão

da

pena

de

mul

ta e

m p

risão

(p

risão

alte

rnat

iva

pelo

tem

po c

orre

spon

dent

e re

duzi

do a

doi

s te

rços

, a s

er

cum

prid

a em

cas

o de

não

pag

amen

to d

a sa

nção

pec

uniá

ria) q

ue p

ress

upõe

a

defin

ição

da

mul

ta n

os te

rmos

do

art.°

67.

°, va

le d

izer

, fix

ada

em d

ias,

num

mín

imo

de v

inte

e n

o m

áxim

o de

qui

nhen

tos

dias

. H

aven

do a

pr

evis

ão, n

o ve

lho

Cód

igo

ou e

m le

gisl

ação

ext

rava

gant

e, d

e um

a ta

l for

ma

de fi

xaçã

o da

pen

a de

mul

ta -

deve

ser

real

çado

que

o a

rt.°

63.°,

b),

do C

P.

de 1

886

prev

ê qu

e a

mul

ta p

ossa

con

sist

ir ta

mbé

m24

num

a «q

uant

ia

prop

orci

onal

aos

pro

vent

os d

o co

nden

ado,

pel

o te

mpo

que

a s

ente

nça

fixar

at

é do

is a

nos,

não

send

o, p

or d

ia, i

nfer

ior a

20$

00, n

em su

perio

r a 4

00$0

-, a

conv

ersã

o, p

ela

aplic

ação

das

reg

ras

do n

ovo

Cód

igo,

não

lev

anta

pr

oble

mas

de

mai

or.

2.3.

6.2.

Mas

, se

a p

ena

de m

ulta

não

for

«em

tem

po»,

par

a us

arm

os a

ex

pres

são

do l

egis

lado

r (p

arte

fin

al d

o n.

° 2

do a

rt.°

6.°

do D

ecre

to

Legi

slat

ivo

n.°

4/20

03)?

Com

o se

rá p

ossí

vel f

azer

a c

onve

rsão

em

pris

ão...

pe

lo te

mpo

cor

resp

onde

nte?

Afa

stad

a fic

a, n

atur

alm

ente

, a id

eia

de q

ue s

e qu

is a

plic

ar o

nov

o C

ódig

o un

icam

ente

nos

cas

os e

m q

ue é

... a

plic

ável

, ist

o é,

nas

situ

açõe

s em

que

se

prev

ê, p

ara

a co

ntra

venç

ão, m

ulta

em

tem

po,

aplic

ando

-se,

nos

res

tant

es c

asos

, o v

elho

Cód

igo.

Mas

isto

, com

o vi

mos

, fo

i in

equi

voca

men

te a

fast

ado

pelo

leg

isla

dor,

no a

rt.°

5.°

do D

ecre

to

Legi

slat

ivo

de a

prov

ação

do

CP.

de

2004

. 2.

3.6.

3. Q

ualq

uer

tent

ativ

a de

, po

r ex

empl

o, e

stab

elec

er,

para

o c

aso

conc

reto

, um

mon

tant

e de

mul

ta p

or d

ia (j

á qu

e o

novo

Cód

igo

assi

m fa

z:

cada

dia

de

mul

ta c

orre

spon

de a

um

a qu

antia

ent

re

24

O

arti

go c

itado

dis

põe,

na

sua

alín

ea a

), qu

e a

mul

ta p

oder

á se

r qua

ntia

det

erm

inad

a ou

a fi

xar

entre

um

mín

imo

e um

máx

imo

decl

arad

os n

a le

i.

Page 19: JCF Elementos de Estudo Dto Penal CV

ELEM

ENTO

PA

RA

O E

STU

DO

DE

DIG

O P

ENA

L D

E C

AB

O V

ERD

E

37

cem

esc

udos

e v

inte

mil

escu

dos,

que

o tri

buna

l fix

a em

funç

ão d

a si

tuaç

ão

econ

ómic

a e

finan

ceira

do

cond

enad

o -

n.°

2 do

art.

° 67

.°) e

m f

unçã

o da

si

tuaç

ão d

o co

nden

ado,

ser

ia s

indi

cáve

l po

r al

gum

a ar

bitra

rieda

de:

vint

e es

cudo

s po

r di

a? Q

uare

nta?

Mil

escu

dos?

Se,

em

ate

nção

à s

ituaç

ão

econ

ómic

a do

con

dena

do,

fixás

sem

os u

m m

onta

nte/

dia

pelo

mín

imo

ou

perto

dis

so, e

star

íam

os a

max

imiz

ar, t

ende

ncia

lmen

te, o

núm

ero

de d

ias

de

pris

ão.

Incl

inam

o-no

s fo

rtem

ente

par

a a

solu

ção

que,

mai

s à

fren

te,

sufr

agám

os

para

a h

ipót

ese

de s

ituaç

ões

em q

ue s

e pr

evê,

par

a cr

imes

, em

legi

slaç

ão

avul

sa, p

ena

de p

risão

cum

ulat

iva

com

a d

e m

ulta

, fac

e ao

dis

post

o no

art.

° 6.

°, n.

° 2

do já

men

cion

ado

dipl

oma

de a

prov

ação

do

novo

Cód

igo:

a n

ão

conv

ersã

o da

m

ulta

em

pr

isão

ne

sses

ca

sos,

man

tend

o-se

ap

enas

a

poss

ibili

dade

de

cum

prim

ento

coe

rciv

o pe

las

vias

nor

mai

s de

exe

cuçã

o.

Arg

umen

tos

que,

aqu

i, va

leria

m a

té p

or m

aior

ia d

e ra

zão,

tra

tand

o-se

de

infr

acçõ

es d

e m

enor

gra

vida

de25

. E

talv

ez,

com

est

a so

luçã

o, e

m b

oa

med

ida

(não

nec

essa

riam

ente

a su

ficie

nte

em te

rmos

de

rigor

oso

crité

rio d

e de

scrim

inal

izaç

ão e

afe

ctaç

ão d

e an

tigas

con

trave

nçõe

s em

ilíc

ito d

e m

era

orde

naçã

o so

cial

) se

faç

a de

sde

logo

a s

epar

ação

de

cont

rave

nçõe

s qu

e te

nham

tend

enci

alm

ente

a n

atur

eza

«crim

inal

» (m

orm

ente

as

puní

veis

com

pe

na d

e pr

isão

) e

outra

s de

car

iz c

lara

men

te a

dmin

istra

tivo

ou o

utro

não

-pe

nal26

25

C

fr. J

osé

de S

OU

SA E

BR

ITO

, A le

i pen

al n

a C

onst

ituiç

ão»,

in E

stud

os s

obre

a C

onst

ituiç

ão

(coo

rden

ação

de

Jorg

e M

irand

a),

2.°

volu

me,

Liv

raria

Pet

rony

, Li

sboa

, 19

78,

247.

Sob

re a

di

stin

ção

entre

crim

e e

cont

rave

nção

, cfr

, por

todo

s, ED

UA

RD

O C

OR

REI

A, D

ireito

Crim

inal

, 1,

213

ss.;

CA

VA

LEIR

O D

E FE

RR

EIR

A,

Dire

ito P

enal

... I

, 19

81,

213

ss.;

TER

ESA

PI

ZAR

RO

B

ELEZ

A,

Dire

ito

Pena

l, 1.

° Vo

lum

e,

121

ss.;

Am

éric

o A

. TA

IPA

D

E C

AR

VA

LHO

, D

ireito

Pe

nal

– Pa

rte

Ger

al

- Q

uest

ões

Fund

amen

tais

, Pu

blic

açõe

s U

nive

rsid

ade

Cat

ólic

a, P

orto

, 200

3, 1

48 ss

. 26

C

urio

sam

ente

, já

face

ao

Cód

igo

antig

o se

ent

endi

a ha

ver m

ulta

s qu

e nã

o po

ssuí

am v

erda

deira

na

ture

za «

crim

inal

», n

ão d

even

do, p

ois,

ser c

onve

rtida

s em

pris

ão. C

fr.,

por e

xem

plo,

Man

uel

Lope

s M

AIA

GO

ALV

ES, C

ódig

o Pe

nal

Port

uguê

s na

Dou

trin

a e

na J

uris

prud

ênci

a, 2

.a ed

ição

, Alm

edin

a, C

oim

bra,

197

2, a

nota

ção

de a

o ar

t.° 1

23.°,

221

.

FUN

AD

AO

DIR

EITO

E JU

STIÇ

A

38

2.3.

6.4.

Reg

ras e

spec

iais

sobr

e co

ntra

venç

ões e

con

stitu

ição

pen

al

Um

a úl

tima

e pe

quen

a ob

serv

ação

: a

circ

unst

ânci

a de

con

tinua

rem

em

vi

gor

as n

orm

as d

o C

ódig

o de

188

6 e

cons

tant

es d

e ou

tras

leis

sob

re

cont

rave

nçõe

s nã

o ex

clui

, em

nos

so e

nten

der,

que,

em

situ

açõe

s em

que

el

as

viol

em

regr

as

e pr

incí

pios

co

nstit

ucio

nais

, m

orm

ente

do

qu

e po

dere

mos

cha

mar

con

stitu

ição

pen

al,

seja

fei

ta a

sua

des

-apl

icaç

ão.

O

que,

dig

a-se

, de

sde

já,

é pe

rmiti

do (

exig

ido)

num

sis

tem

a de

con

trol

o di

fuso

ou

desc

once

ntra

do d

a co

nstit

ucio

nalid

ade

com

o o

noss

o (a

rt.°

210.

°, n.

° 3 d

a C

RC

V)27

. O

que

, a tí

tulo

mer

amen

te in

dica

tivo,

suc

eder

á se

hou

ver p

revi

são

de u

ma

pena

fix

a -

em c

ontra

rieda

de a

exi

gênc

ias

do p

rincí

pio

da c

ulpa

, na

co

mpr

eens

ão d

e qu

e nã

o há

pen

a se

m c

ulpa

, mas

igua

lmen

te a

med

ida

da

pena

nun

ca p

oder

á ex

cede

r a

med

ida

culp

a28 -

ou n

o ca

so p

revi

sto

no a

rt.°

33.°,

que

diz

que

na

cont

rave

nção

não

agra

vaçã

o ou

ate

nuaç

ão. M

ais

do

que

cons

ider

ar a

sol

ução

«ab

surd

a e

inju

stifi

cáve

l»,

com

o o

faz,

por

ex

empl

o, M

AIA

GO

ALV

ES29

, ou

«abs

urda

e c

onde

náve

l», n

a id

eia

de

EDU

AR

DO

CO

R-

27

C

fr.,

por

todo

s, J.J

. GO

MES

CA

NO

TILH

O/

VIT

AL

MO

REI

RA

, Con

stitu

ição

da

Repú

blic

a Po

rtug

uesa

Ano

tada

, 3.a e

diçã

o re

vist

a, C

oim

bra

Edito

ra, 1

993,

ano

t. ao

art.

° 207

.°, 7

96.

28

O C

ódig

o de

200

4 é

clar

amen

te t

ribut

ário

de

um d

ireito

pen

al d

a cu

lpa,

vis

ta e

sta

com

o ex

igên

cia

da p

rópr

ia i

nvio

labi

lidad

e da

dig

nida

de d

a pe

ssoa

hum

ana

(art.

° 1.

° da

CR

CV

). So

bre

outra

s fo

rmas

de

expr

essã

o do

prin

cípi

o da

cul

pa n

o A

ntep

roje

cto

( e

no C

ódig

o ap

rova

do),

cfr.

o no

sso

Refo

rmas

Pen

ais..

., 37

a 4

0 e

indi

caçõ

es b

iblio

gráf

icas

aí m

enci

onad

as;

FIG

UEI

RED

O D

IAS,

Tem

as B

ásic

os...

, 230

ss.;

ID

EM, D

ireito

Pen

al P

ortu

guês

..., §

56,

73-

74;

TER

ESA

PIZ

AR

RO

BEL

EZA

, D

ireito

Pen

al,

1° V

olum

e, 5

5 ss

.; Jo

sé d

e SO

USA

E

BR

ITO

, «A

lei

pen

al...

», c

it.,

199-

200

; ID

EM,

A m

edid

a da

pen

a no

nov

o C

ódig

o Pe

nal,

sepa

rata

do

núm

ero

espe

cial

do

B.F

.D.C

- «E

stud

os e

m H

omen

agem

ao

Prof

. Dou

tor E

duar

do

Cor

reia

- 1

984»

, C

oim

bra,

198

7, p

assi

m;

MA

RIA

FER

NA

ND

A P

ALM

A,

Dire

ito P

enal

...,

1994

, 62

ss.

29

Ob.

cit.

, ano

taçã

o ao

art.

° 33

.°, 6

5. O

ano

tado

r diz

o s

egui

nte:

«Se

se

trata

dos

cas

os e

m q

ue a

co

ntra

venç

ão é

pun

ida

com

mul

ta fi

xa, a

regr

a nã

o te

m s

entid

o. T

rata

ndo-

se d

aque

les

caso

s em

qu

e é

puni

da c

om m

ulta

ou

pris

ão v

ariá

vel,

sem

pre

terá

que

ser f

eita

um

a gr

adua

ção,

pel

o qu

e a

regr

a aq

ui e

stab

elec

ida

não

é ap

licáv

el a

o ca

so»

. Cita

o a

utor

juris

prud

ênci

a do

STJ

por

tugu

ês

sobr

e a

mat

éria

.

Page 20: JCF Elementos de Estudo Dto Penal CV

ELEM

ENTO

PA

RA

O E

STU

DO

DE

DIG

O P

ENA

L D

E C

AB

O V

ERD

E

39

REI

A30

ela

é v

iola

dora

dos

prin

cípi

os d

a pr

opor

cion

alid

ade

e da

cul

pa,

com

fun

dam

ento

na

CR

CV

(ar

t.°s

l.° e

17.

°, n.

° 5,

nom

eada

men

te).

Ou,

ai

nda,

mai

s cl

aram

ente

, dis

posi

tivo

com

o o

cons

tant

e do

art.

° 48

6.°

do C

P.

ora

revo

gado

, qu

ando

pre

vê a

pos

sibi

lidad

e de

com

inaç

ão d

e pe

na d

e pr

isão

(at

é um

mês

) ou

mul

ta e

m...

«...

reg

ulam

ento

s ad

min

istra

tivos

e d

e po

lícia

ger

al o

u m

unic

ipal

, ou

rura

l, ou

nas

pos

tura

s da

s câ

mar

as».

Aqu

i, pa

ra a

lém

do

mai

s, vi

ola-

se a

berta

e fr

onta

lmen

te o

prin

cípi

o co

nstit

ucio

nal

de re

serv

a de

lei e

m m

atér

ia p

enal

, e, e

m g

eral

, o p

rincí

pio

da le

galid

ade31

(a

rt.°

176.

°, n.

° 1,

c),

da C

RC

V),

tend

o em

con

ta,

desi

gnad

amen

te,

a ne

cess

ária

con

exão

ent

re a

pen

a e

o fa

cto

puní

vel

(«...

pen

as...

que

não

es

teja

m e

xpre

ssam

ente

com

inad

as e

m le

i ...»

- ar

t.° 3

1.°,

n.° 4

, da

CR

CV

). 2.

3.6.

5. A

s que

stõe

s que

leva

ntám

os m

as, s

obre

tudo

, o fa

cto

de h

á já

alg

um

tem

po se

ter o

ptad

o pe

la in

trodu

ção

no n

osso

sist

ema

juríd

ico

de u

ma

nova

fo

rma

de il

ícito

- o

de

mer

a or

dena

ção

soci

al -

aco

nsel

ham

a q

ue, o

mai

s ra

pida

men

te

poss

ível

, se

co

ncre

tize

um

prog

ram

a de

el

imin

ação

e

conv

ersã

o da

s co

ntra

venç

ões

e qu

e, p

ara

já,

não

se c

rie n

em m

ais

uma

cont

rave

nção

. A

travé

s de

um

est

udo

exau

stiv

o da

s co

ntra

venç

ões

aind

a ex

iste

ntes

, dev

erá

deci

dir-

se q

uais

del

as p

oder

ão (

deve

rão)

tran

sfor

mar

-se

em c

rimes

e q

uais

dev

erão

pas

sar

a se

r m

eras

con

tra-o

rden

açõe

s, se

m

esqu

ecer

que

alg

umas

del

as p

oder

ão p

ura

e si

mpl

esm

ente

des

apar

ecer

co

mo

infr

acçõ

es, p

or n

ão se

just

ifica

r, a

qual

quer

títu

lo, a

sua

puni

ção.

30

D

ireito

Crim

inal

,I, n

ota

(1),

226.

31

C

AV

ALE

IRO

DE

FER

EIR

A j

á di

zia,

ain

da a

ntes

da

entra

da e

m v

igor

do

CP.

por

tugu

ês d

e 19

82, q

ue a

pos

sibi

lidad

e do

exe

rcíc

io d

o po

der

regu

lam

enta

r em

mat

éria

de

cont

rave

nçõe

s po

de in

duzi

r ao

exer

cíci

o ab

usiv

o qu

er d

o po

der l

egis

lativ

o qu

er d

o G

over

no, c

om fi

ns a

lhei

os

aos

do D

ireito

Pen

al...

» -

Dire

ito P

enal

...,

1, 1

981,

223

. So

bre

a ap

licaç

ão d

o pr

incí

pio

da

lega

lidad

e em

mat

éria

de

cont

rave

nçõe

s, cf

r. SO

USA

E B

RIT

O, «

A le

i pen

al...

», c

it., 2

33 s

s.,

auto

r que

, fac

e à

Con

stitu

ição

por

tugu

esa,

adm

ite q

ue «

... o

pod

er re

gula

men

tar d

o G

over

no...

, da

s re

giõe

s au

tóno

mas

...,

e da

s au

tarq

uias

loc

ais..

. po

de e

xerc

er-s

e pe

la e

spec

ifica

ção

dos

elem

ento

s de

fac

to d

e co

ntra

venç

ões..

. que

sej

am g

ener

icam

ente

pre

visí

veis

com

bas

e na

lei

regu

lam

enta

da...

» (2

41).

FUN

AD

AO

DIR

EITO

E JU

STIÇ

A

40

Cre

mos

que

o m

omen

to d

a ap

rova

ção

de u

m n

ovo

Cód

igo

de P

roce

sso

Pena

l ser

ia a

prop

riado

par

a o

efei

to.

Leitu

ra p

artic

ular

men

te r

ecom

enda

da p

ara

a m

atér

ia e

xpos

ta e

m 2

.3.

-TE

RES

A P

IZA

RR

O B

ELEZ

A, D

irei

to P

enal

, 1° V

olum

e, 1

21 ss

.. - F

IGU

EIR

EDO

DIA

S, «

O m

ovim

ento

da

desc

rimin

aliz

ação

e o

ilíc

ito d

e m

era

orde

naçã

o so

cial

», in

CEJ

, Jor

nada

s de

Dir

eito

Cri

min

al -

O n

ovo

Cód

igo

Pena

l Por

tugu

ês e

Leg

isla

ção

Com

plem

enta

r -

Lisb

oa, 1

983,

315-

336.

- C

AV

ALE

IRO

DE

FER

REI

RA

, Dir

eito

Pen

al P

ortu

guês

, Par

te G

eral

, I,

Ver

bo, L

isbo

a/Sã

o Pa

ulo,

198

1,21

3-22

7.

- ED

UA

RD

O

CO

REI

A,

Dir

eito

C

rim

inal

(c

om

a co

labo

raçã

o de

Fi

guei

redo

Dia

s), I

, Alm

edin

a, C

oim

bra,

196

3,21

3 -2

29.

2.4.

Os

limite

s m

ínim

o e

máx

imo

da p

ena

de p

risã

o fix

ados

no

art.°

51

.° do

Cód

igo

Pena

l e

o di

spos

to n

o ar

t.° 2

.°, n

.° I,

do D

ecre

to

Leg

isla

tivo

n.°

4/20

03: A

lgun

s ca

sos

part

icul

ares

, com

o o

da c

ondu

ção

sem

car

ta, c

rim

e pr

evis

to n

o C

ódig

o da

Est

rada

2.

4.1.

O d

ispo

sto

no n

.° 1

do a

rt.°

2.°

do d

iplo

ma

de a

prov

ação

do

novo

C

ódig

o le

vant

a al

guns

pro

blem

as p

rátic

os n

a su

a ap

licaç

ão. E

le d

ispõ

e qu

e fic

am a

ltera

das

para

os

novo

s lim

ites

(mín

imo

e m

áxim

o) d

a pe

na d

e pr

isão

fixa

dos

no n

ovo

CP.

as

pena

s de

pris

ão q

ue te

nham

dur

ação

infe

rior

ou su

perio

r aos

lim

ites a

í fix

ados

. O

fac

to é

que

, hav

endo

cas

os d

e pr

evis

ão, e

m le

is a

vuls

as o

u, e

m to

do o

ca

so, f

ora

do n

ovo

Cód

igo

Pena

l de

2004

, de

pena

s de

pris

ão c

ujo

limite

m

ínim

o é

infe

rior a

o ac

tual

lim

ite m

ínim

o le

gal

Page 21: JCF Elementos de Estudo Dto Penal CV

ELEM

ENTO

PA

RA

O E

STU

DO

DE

DIG

O P

ENA

L D

E C

AB

O V

ERD

E

41

(três

mes

es),

põe-

se a

que

stão

de

sabe

r se

, ne

sses

cas

os,

se d

ever

á, p

or

exem

plo,

apl

icar

... u

m m

ínim

o de

três

mes

es d

e pr

isão

. Já

na

altu

ra e

m q

ue f

oi e

labo

rado

o p

roje

cto

do d

iplo

ma

de a

prov

ação

do

novo

Cód

igo,

a q

uest

ão fo

i sus

cita

da a

pro

pósi

to d

o C

ódig

o da

Est

rada

, já

que

nele

se

prev

ia u

m c

aso

de c

rime

puní

vel c

om p

ena

de p

risão

(efe

ctiv

a,

diga

-se,

o q

ue le

vant

a um

out

ro ti

po d

e pr

oble

ma)

de

três

dias

a u

m m

ês.32

M

as o

utro

s ca

sos

pode

riam

apa

rece

r; e,

com

o pu

dem

os v

er d

uran

te a

se

ssão

que

ded

icám

os a

est

a m

atér

ia n

o C

urso

, pod

erem

os a

pres

enta

r mai

s do

is: a

Lei

n.°

2/ V

/96,

de

1 de

Jul

ho, q

ue p

revê

, no

art.°

78.

°, n.

° 1,

um

a pe

na d

e 3

dias

a 2

ano

s de

pris

ão (

cum

ulad

a co

m p

ena

de m

ulta

) pa

ra o

ex

ercí

cio

da a

ctiv

idad

e ba

ncár

ia s

em a

dev

ida

auto

rizaç

ão le

gal;

a Le

i n.°

8/V

/96,

de

11 d

e N

ovem

bro,

que

pre

vê, n

o se

u ar

t.° 9

.°, n

.° 1,

b),

uma

pena

de

pris

ão a

té 3

mes

es p

ara

a co

nduç

ão s

ob e

feito

s do

álc

ool,

a pa

rtir

de

certo

s ín

dice

s (n

este

cas

o, é

o li

mite

máx

imo

que

é ig

ual a

o lim

ite m

ínim

o le

gal e

stab

elec

ido

pelo

nov

o C

ódig

o).

2.4.

2. U

ma

even

tual

sol

ução

que

se

tradu

ziss

e em

, pur

a e

sim

ples

men

te,

aplic

ar n

esse

s ca

sos

a re

gra

que

esta

bele

ce u

m li

mite

mín

imo

de 3

mes

es,

acab

aria

por

per

verte

r com

plet

amen

te, s

eja

nos r

esul

tado

s pr

eten

dido

s, se

ja

no q

ue r

espe

ita à

s in

tenç

ões

polít

ico-

crim

inai

s, a

opçã

o co

ntid

a no

arti

go

51.°

do C

ódig

o Pe

nal d

e 20

04.

Na

verd

ade,

o q

ue e

stev

e su

bjac

ente

à s

oluç

ão h

oje

plas

mad

a na

quel

e ar

tigo

e qu

e vi

nha

já d

o A

ntep

roje

cto

- ele

vand

o o

limite

mín

imo

da p

ena

de p

risão

, qu

e er

a de

trê

s di

as,

para

3 m

eses

- e

ra (

é) e

ncet

ar u

ma

luta

co

ntra

as

curta

s pe

nas

de p

rivaç

ão d

a lib

erda

de, e

m fu

nção

do

que

hoje

se

ente

nde

ser

a m

elho

r so

luçã

o de

um

pon

to d

e vi

sta

de p

olíti

ca c

rimin

al,

baliz

ada

pela

ide

ia d

a re

cupe

raçã

o do

del

inqu

ente

. Ret

oman

do, p

or m

era

com

odid

ade,

o q

ue d

is-

32

A

rt.° 6

2.°,

alín

ea i)

, na

reda

cção

dad

a pe

lo D

ecre

to n

.° 11

3/85

, de

19 d

e O

utub

ro.

FUN

AD

AO

DIR

EITO

E JU

STIÇ

A

42

sem

os n

a ju

stifi

caçã

o da

sol

ução

33, v

olta

mos

a c

itar F

IGU

EIR

EDO

DIA

S:

«...

luta

con

tra a

s ex

ecra

das

pena

s cu

rtas

de p

risão

- c

ontra

aqu

elas

pen

as

cuja

dur

ação

é d

emas

iado

cur

ta p

ara

que

se e

sboc

e um

a te

ntat

iva

séria

de

ress

ocia

lizaç

ão, m

as su

ficie

ntem

ente

long

a pa

ra q

ue o

del

inqu

ente

con

tact

e co

m o

am

bien

te d

elet

ério

da

pris

ão e

vej

a in

terr

ompi

das,

quan

do n

ão

dest

ruíd

as

para

se

mpr

e,

as

suas

re

laçõ

es

fam

iliar

es,

prof

issi

onai

s e

soci

ais..

.»34

. O

que

, en

tend

e-se

, es

tá e

m c

onfo

rmid

ade

com

a n

ossa

C

onst

ituiç

ão,

que

inte

rdita

, no

seu

art°

32°

, a

perd

a de

dire

itos

civi

s, po

lític

os e

pro

fissi

onai

s co

mo

efei

to n

eces

sário

da

aplic

ação

de

uma

pena

ou

med

ida

de s

egur

ança

, e

que

insc

reve

no

seu

norm

ativ

o e

nos

seus

pr

incí

pios

um

con

junt

o de

reg

ras

e pr

opós

itos

de c

ariz

hum

anis

ta e

co

nsub

s-ta

ncia

dore

s do

que

pod

erem

os a

pelid

ar d

e um

a an

tropo

logi

a op

timis

ta. R

azão

por

que

, na

altu

ra, e

nten

dem

os s

er u

m p

ouco

apr

essa

da e

re

duto

ra a

afir

maç

ão c

ontid

a no

rel

atór

io d

a C

.T.A

. de

que

«...

a do

utrin

a qu

e de

fend

e um

lim

ite m

ínim

o m

ais

elev

ado,

poi

s qu

e de

con

trário

não

pe

rmiti

ria fa

zer a

ress

ocia

lizaç

ão, n

ão te

m e

m c

onta

a v

erda

de c

rua:

até

ao

pres

ente

mom

ento

, em

Cab

o V

erde

(e q

uiçá

no

33

Se

guim

os d

e pe

rto o

nos

so R

efor

mas

Pen

ais..

., 64

65 e

not

as 8

8 e

89.

34

FIG

UEI

RED

O D

IAS,

A R

efor

ma

do D

irei

to P

enal

Por

tugu

ês -

Pri

ncíp

ios

e or

ient

açõe

s fu

ndam

enta

is, C

oim

bra,

sep

arat

a do

vol

. XLV

III 1

972

do B

olet

im d

a Fa

culd

ade

de D

ireito

da

Uni

vers

idad

e de

Coi

mbr

a, 1

972,

33;

IDEM

, Dire

ito P

enal

Por

tugu

ês...

, § 5

50 s

s, 35

9 ss

.; cf

r.,

aind

a, E

DU

AR

DO

CO

RR

EIA

, «A

s gr

ande

s lin

has..

.», l

oc. c

it., p

assi

m; D

OLC

INI/P

ALI

ERO

, «A

ltern

ativ

en z

ur k

urze

n Fr

eihe

itsst

rafe

in It

alie

n un

d im

Aus

land

», in

ZSt

W, 1

02 (1

990)

, 222

ss

.; G

IMB

ERN

AT

OR

DEI

G, «

Crít

ica

ideo

lógi

ca a

i nue

vo C

ódig

o Pe

nal»

, in

Ensa

yos

pena

les,

Tecn

os,

Mad

rid,

1998

, 79

-80;

MA

PELL

I C

AFF

AR

ENA

/TER

RA

DIL

LOS

BA

SOC

O,

Las

cons

ecue

ncia

s ju

rídi

cas

dei

delit

o, 3

a ed

., C

ivita

s, M

adrid

, 19

96,

68 s

s.; A

nton

M.

van

KA

LMTH

OU

T/PE

TER

TA

K,

Sanc

tions

-Sy

stem

s in

the

mem

ber-

Stat

es o

f th

e C

ounc

i! of

Eu

rope

, Par

t I, K

luw

er/G

ouda

Qui

nt, N

orw

el, 1

988,

par

ticul

arm

ente

1-1

6.

O

cód

igo

guin

eens

e es

tabe

lece

um

mín

imo

de d

ez d

ias.

Os

códi

gos

portu

guês

e a

lem

ão

esta

bele

cem

um

mín

imo

de u

m m

ês,

enqu

anto

o d

e Es

panh

a e

o A

E (P

roje

cto

Alte

rnat

ivo)

de

finem

o m

ínim

o em

6 m

eses

. Vej

a-se

, num

a po

stur

a cr

ítica

rela

tivam

ente

ao

limite

mín

imo

de u

m m

ês e

stat

uído

no

CP.

por

tugu

ês, E

duar

do M

AIA

CO

STA

, «A

revi

são

do C

ódig

o Pe

nal:

tend

ênci

as e

con

tradi

ções

», in

Rev

ista

do

Min

isté

rio

Públ

ico

- As

refo

rmas

pen

ais

em P

ortu

gal

e Es

panh

a -

Cad

erno

s 7,

Tav

ira,

1995

, 80

ss..

Cfr

., ai

nda,

sob

re a

opç

ão d

o no

vo C

P.

(esp

anho

l, C

EREZ

O M

IR,

«Das

neu

e sp

anis

che

Stra

fges

etzb

uch

von

1995

», i

n ZS

tW 1

08

(199

6), H

.4, 8

59 ss

..

Page 22: JCF Elementos de Estudo Dto Penal CV

ELEM

ENTO

PA

RA

O E

STU

DO

DE

DIG

O P

ENA

L D

E C

AB

O V

ERD

E

43

mun

do!)

a c

adei

a nã

o é

um i

nstru

men

to d

e re

ssoc

ializ

ação

- a

ntes

pel

o co

ntrá

rio. N

essa

med

ida,

ser

ia a

té m

ais

defe

nsáv

el a

exi

stên

cia

de li

mite

s m

ínim

os m

ais

redu

zido

s...»

. Es

sa p

osiç

ão r

esul

tava

cla

ram

ente

de

um

prof

undo

equ

ívoc

o, q

uand

o pr

eten

dia

(err

adam

ente

) qu

e o

Ant

epro

ject

o es

taria

a p

rivile

giar

um

a m

edid

a da

pen

a m

ais

elev

ada

(3 m

eses

) fa

ce à

al

tern

ativ

a m

ais

baix

a (1

, 3 d

ias,

1 m

ês?)

. Não

era

(nã

o é)

dis

so q

ue s

e tra

tava

! D

o qu

e se

trat

ava

era

de a

pena

s se

pod

er a

plic

ar a

pen

a de

pris

ão

nos

caso

s em

que

, di

gam

os a

ssim

de

form

a si

mpl

ifica

da,

o qu

antu

m d

e m

erec

imen

to p

enal

se

poss

a tra

duzi

r po

r 3

mes

es d

e pr

isão

. N

ão s

e ve

rific

ando

ess

e gr

au o

u es

sa m

edid

a de

gra

vida

de, a

alte

rnat

iva

é qu

alqu

er

outra

med

ida

que

não

... a

pris

ão,

sem

ref

erir

aind

a qu

e o

Cód

igo

(e o

A

ntep

roje

cto)

pre

vê u

m c

onju

nto

de re

gras

que

priv

ilegi

am a

apl

icaç

ão d

e m

edid

as a

ltern

ativ

as à

pris

ão e

m t

odo

o do

mín

io d

a pe

quen

a e

méd

ia

crim

inal

idad

e.

2.4.

3. F

ace

ao p

robl

ema

que

se a

divi

nhav

a -

o ris

co d

e se

vis

lum

brar

so

luçã

o pe

rver

sa q

uand

o se

pro

cura

va s

aber

com

o ac

tuar

nas

situ

açõe

s em

qu

e er

am p

revi

stas

pen

as c

om l

imite

mín

imo

infe

rior

a trê

s m

eses

-

pude

mos

, a g

entil

solic

itaçã

o do

Min

isté

rio d

a Ju

stiç

a, su

gerir

um

a re

spos

ta

legi

slat

iva

prov

isór

ia n

o âm

bito

do

dipl

oma

de a

prov

ação

do

Cód

igo,

en

quan

to se

pon

dera

va u

ma

solu

ção

outra

e d

efin

itiva

par

a os

cas

os e

m q

ue

tal

falta

de

sint

onia

se

verif

icav

a, n

omea

dam

ente

no

caso

do

Cód

igo

da

Estra

da.

A s

oluç

ão a

pres

enta

da e

ra e

sta

(cita

mos

, po

r fa

cilid

ade

de

expo

siçã

o, o

que

esc

reve

mos

a p

ropó

sito

): «A

pro

pósi

to d

o ar

t.° 2

.° do

dip

lom

a, p

ergu

nta-

se s

e fic

a ex

cepc

iona

da o

u nã

o a

situ

ação

da

puni

ção

da c

ondu

ção

sem

hab

ilita

ção,

que

se p

revê

pa

ra u

ma

tal c

ondu

ta a

pen

a de

pris

ão d

e 3

a 30

dia

s. C

rem

os s

er a

mel

hor

solu

ção,

par

a ev

itar q

ue a

apl

icaç

ão d

o pr

incí

pio

subj

acen

te à

regr

a co

ntid

a no

art.

° 52.

° do

CP

-

FUN

AD

AO

DIR

EITO

E JU

STIÇ

A

44

mor

men

te

o se

u se

ntid

o po

lític

o-cr

imin

al

- te

nha,

no

ca

so,

efei

tos

perv

erso

s: a

grav

ar c

onsi

dera

velm

ente

a p

uniç

ão.

É ce

rto q

ue,

em n

osso

en

tend

er,

tam

bém

nes

se d

omín

io d

o di

reito

est

rada

i nã

o se

jus

tific

a,

daqu

ela

pers

pect

iva,

um

a ta

l m

oldu

ra p

enal

, nã

o va

lend

o se

quer

os

argu

men

tos

expe

ndid

os p

ara

certo

tipo

de

crim

inal

idad

e (a

eco

nóm

ica,

por

ex

empl

o) p

ara

faze

r con

sagr

ar a

idei

a pr

even

tiva

de u

m sh

ort-s

harp

-sch

ock

das

pequ

enas

pen

as d

e pr

isão

... P

oder

-se-

ia p

ensa

r em

rev

ogar

, naq

uela

pa

rte, o

cita

do p

rece

ito, a

ltera

ndo-

se a

med

ida

da p

ena

prev

ista

par

a aq

uela

co

ndut

a ilí

cita

. N

ão n

os p

arec

e, p

orém

, qu

e is

so d

eva

ser

feito

ago

ra a

pr

opós

ito

da

apro

vaçã

o do

C

P,

mas

, si

m,

num

a op

ortu

na

e se

rena

re

aval

iaçã

o da

leg

isla

ção

estra

dai

naci

onal

. D

e to

do o

mod

o, e

por

que

have

rá c

erta

men

te o

utro

s ca

sos,

suge

rimos

a i

ntro

duçã

o de

um

n.°

2 ao

ar

t.° 2

.°, d

o se

guin

te te

or-.

«O d

ispo

sto

no n

.° l n

ão s

e ap

lica

nas

situ

açõe

s em

que

se

prev

eja

pena

de

pris

ão c

ujo

limite

máx

imo

seja

igua

l ou

infe

rior

ao li

mite

mín

imo

prev

isto

no

art.°

52.

° do

Cód

igo

Pena

l».

Hoj

e, v

emos

que

, pos

sive

lmen

te, a

pro

post

a fo

rmul

ada,

reso

lven

do o

cas

o em

con

cret

o po

sto

(Cód

igo

da E

stra

da),

pode

ria n

ão r

esol

ver

todo

s os

ca

sos p

ossí

veis

. A

suge

stão

não

foi a

colh

ida,

pro

vave

lmen

te p

orqu

e se

pre

tend

eria

, ant

es d

a en

trada

em

vig

or d

o no

vo C

ódig

o, a

ltera

r as

dis

posi

ções

do

Cód

igo

da

Estra

da e

de

outro

s ev

entu

ais

dipl

omas

com

pre

visã

o de

pen

as d

e pr

isão

co

m u

m li

mite

mín

imo

infe

rior a

o no

vo li

mite

mín

imo

lega

l. O

que

aca

bou

por n

ão s

er fe

ito, r

azão

por

que

se

prop

ôs n

o Pa

rlam

ento

a e

diçã

o de

um

a le

i que

, ent

re o

utra

s m

edid

as, r

essa

lvas

se a

apl

icaç

ão d

o di

spos

to n

o ci

tado

n.

° 1

do a

rt.°

2.°

ao C

ódig

o da

Est

rada

(co

nduç

ão s

em c

arta

). A

lei

, ap

rova

da já

na

Ass

embl

eia

Nac

iona

l, ai

nda

não

foi p

ublic

ada.

2.

4.4.

A q

uest

ão e

ssen

cial

per

man

ece:

com

o ac

tuar

per

ante

os

caso

s de

fa

ctos

pra

ticad

os d

epoi

s de

1 de

Julh

o de

200

4 e

julg

ados

Page 23: JCF Elementos de Estudo Dto Penal CV

ELEM

ENTO

PA

RA

O E

STU

DO

DE

DIG

O P

ENA

L D

E C

AB

O V

ERD

E

45

ante

s da

ent

rada

em

vig

or d

a m

enci

onad

a «L

ei d

e co

mpa

tibili

zaçã

o do

pr

oces

so p

enal

com

o n

ovo

Cód

igo

Pena

l» (a

ssim

se a

pelid

a a

lei)?

A

apl

icaç

ão d

o n.

° 1

do a

rt.°

2.°

do D

ecre

to L

egis

lativ

o n.

° 4/

200

3 im

plic

aria

, em

nos

so e

nten

der,

viol

ação

do

prin

cípi

o da

cul

pa (

pena

fixa

, no

cas

o da

lei q

ue e

stab

elec

e pe

na d

e pr

isão

até

3 m

eses

) e/o

u da

pro

ibiç

ão

do e

xces

so (a

rt.° 1

7.°,

n.° 5

da

CR

CV

). A

solu

ção

que

advo

gam

os se

rá a

de

aplic

ação

da

pena

pre

vist

a na

lei

esp

ecia

l (li

mite

mín

imo

infe

rior

ao

mín

imo

lega

l act

ual),

num

a in

terp

reta

ção

rest

ritiv

a (r

eduç

ão te

leol

ógic

a, se

se

ent

ende

r que

se e

stá

pera

nte

uma

redu

ção

do «

dom

ínio

nuc

lear

» do

text

o le

gal,

uma

verd

adei

ra «

lacu

na o

culta

»)35

do

âmbi

to d

aque

le n

úmer

o do

ar

tigo

2.°,

em q

ue o

s el

emen

tos

hist

óric

o e

tele

ológ

ico

se m

ostra

m

deci

sivo

s, so

corr

en-d

o-no

s, pa

ra

além

do

s ci

tado

s pr

incí

pios

da

co

nstit

uiçã

o pe

nal,

de u

m a

rgum

ento

de

anal

ogia

(ou,

até

, de

anal

ogia

que

, aq

ui, n

ão e

star

ia p

roib

ida,

em

ate

nção

às

razõ

es q

ue e

xplic

am a

pro

ibiç

ão,

em re

gra

apen

as q

uand

o el

a é

in m

alam

par

tem

36) c

om o

dis

post

o no

n.°

2 do

art.

° 70.

° do

novo

Cód

igo

Pena

l37.

RS.

Dep

ois

de e

scre

verm

os o

tex

to,

veio

a s

er a

prov

ada

a Le

i n.

° 43

/VI/2

004,

de

19 d

e Ju

lho.

Diz

no

seu

art.°

8.°

que

«o d

ispo

sto

no a

rtigo

2.

° do

Dec

reto

-Leg

isla

tivo

n.°

4/20

03, d

e 18

de

Nov

embr

o, n

ão s

e ap

lica

aos

crim

es

prev

isto

s na

le

gisl

ação

qu

e re

leva

do

di

reito

es

trada

i».

Con

form

e di

ssem

os, p

or u

m la

do, e

la n

ão re

solv

e os

35

So

bre

esta

s ca

tego

rias,

cfr.,

por

todo

s, K

arl L

AR

ENZ,

Met

odol

ogia

da

Ciê

ncia

do

Dir

eito

, 2.a

ediç

ão,

Fund

ação

Cal

oust

e G

ulbe

nkia

n, L

isbo

a, 1

989,

par

ticul

arm

ente

473

ss.;

TER

ESA

PI

ZAR

RO

BEL

EZA

, l.°

Vol

ume,

483

ss; T

AIP

A D

E C

AR

VA

LHO

, Dir

eito

Pen

al..,

206

ss.

36

A p

roib

ição

da

anal

ogia

incr

imin

atór

ia e

agr

avan

te d

a re

spon

sabi

lidad

e pe

nal,

que

deco

rre

já d

a C

onst

ituiç

ão (a

rt.° 3

1,° n

.°s 3

e 4

), é

expl

icita

da p

elo

Cód

igo

Pena

l no

seu

art.°

1.°,

n.°4

. 37

So

bre

a ut

iliza

ção

de a

rgum

ento

s de

ana

logi

a no

dire

ito p

enal

, cf

r., p

or t

odos

, SO

USA

E

BR

ITO

, «A

lei

pen

al...

», l

oc.

cit.,

248

-249

; M

AR

IA F

ERN

AD

A P

ALM

A,

Dire

ito P

enal

...,

1994

, 97

ss..

FUN

AD

AO

DIR

EITO

E JU

STIÇ

A

46

prob

lem

as a

qui a

bord

ados

qua

ndo

não

está

em

cau

sa c

rime

«que

rele

va d

o di

reito

est

rada

i».

E já

vim

os q

ue h

á ou

tros

caso

s de

lei

s av

ulsa

s qu

e pr

evêm

pen

as d

e pr

isão

cuj

o lim

ite m

ínim

o é

infe

rior

ao m

ínim

o le

gal

defin

ido

no C

ódig

o Pe

nal.

Por

outro

lad

o, e

par

a al

ém d

o qu

e se

dis

se

sobr

e os

cas

os d

e fa

ctos

pra

ticad

os d

epoi

s de

1 de

Julh

o de

200

4 e

julg

ados

an

tes d

a en

trada

em

vig

or d

a Le

i n.°

43/V

I/ 20

04, f

ica

aind

a a

poss

ibili

dade

de

, ant

es d

e se

alte

rar

o C

ódig

o da

Est

rada

, dei

xar

de v

igor

ar a

cha

mad

a «l

ei d

e co

mpa

tibili

zaçã

o...»

. É q

ue e

la d

eixa

de

vigo

rar «

na d

ata

do in

ício

de

vig

ênci

a do

nov

o C

ódig

o de

Pro

cess

o Pe

nal»

(art.

° 9.

° da

cita

da L

ei n

.° 43

/W20

04).

2.4.

5. O

máx

imo

lega

l da

pena

de

pris

ão: u

m r

ápid

o ol

har

Dei

tem

os u

m r

ápid

o ol

har

sobr

e o

limite

máx

imo

da p

ena

de p

risão

, ora

es

tabe

leci

do e

m 2

5 an

os. O

lhar

jus

tific

ado

pela

met

odol

ogia

usa

da n

este

C

urso

, m

uita

s ve

zes

sinu

osa

e m

arca

da p

ela

abor

dage

m d

e qu

estõ

es

cone

xas

com

as

dire

ctam

ente

vis

adas

na

expo

siçã

o. A

ver

dade

é q

ue a

qui

não

se p

õem

pro

blem

as d

e m

aior

na

aplic

ação

do

art.°

2.°

do D

ecre

to

Legi

slat

ivo:

alm

eja-

se q

ue,

a ha

ver

prev

isão

de

um l

imite

sup

erio

r a

25

anos

, ess

e lim

ite p

asse

a se

r o q

ue v

em d

efin

ido

no n

ovo

Cód

igo.

Se

guim

os o

que

dis

sem

os n

a no

ta d

e ju

stifi

caçã

o do

Ant

epro

ject

o, e

m je

ito

de sí

ntes

e38:

Esta

bele

ceu-

se o

lim

ite e

máx

imo

das

pena

s de

pris

ão -

25 a

nos

-, se

mpr

e em

obe

diên

cia

às e

xigê

ncia

s de

pre

venç

ão e

spec

ial.

Esse

lim

ite m

áxim

o nã

o fo

i, po

rém

, re

duzi

do

dras

ticam

ente

, em

fu

nção

ta

mbé

m

das

nece

ssid

ades

de

prev

ençã

o ge

ral e

da

real

idad

e so

cial

38

C

fr.,

para

m

ais

dese

nvol

vim

ento

s, JO

RG

E C

AR

LOS

FON

SEC

A,

Refo

rmas

Pe

nais

...,

parti

cula

rmen

te 6

6-68

.

Page 24: JCF Elementos de Estudo Dto Penal CV

ELEM

ENTO

PA

RA

O E

STU

DO

DE

DIG

O P

ENA

L D

E C

AB

O V

ERD

E

47

do p

aís39

. Ta

mbé

m p

esou

o f

acto

de

se s

aber

hoj

e qu

e m

ais

vale

red

uzir

a du

raçã

o le

gal d

as p

enas

e in

stitu

ir um

sis

tem

a de

apl

icaç

ão e

exe

cuçã

o qu

e, n

uma

med

ida

razo

ável

e s

em p

ôr e

m c

ausa

a u

tiliz

ação

de

mec

anis

mos

e

inst

ituto

s ex

igid

os n

omea

dam

ente

pel

o fim

de

ress

ocia

lizaç

ão d

o ag

ente

, a

faça

cor

resp

onde

r à su

a du

raçã

o ef

ectiv

a, d

o qu

e am

eaça

r com

pen

as m

uito

el

evad

as q

ue, n

a pr

átic

a, n

ão s

ão c

umpr

idas

em

gra

nde

med

ida40

. Qua

ndo

39

V

eja-

se o

cas

o po

rtugu

ês.

O p

roje

cto

de E

DU

AR

DO

CO

RR

EIA

de

1963

pre

via

um l

imite

m

áxim

o de

dez

ano

s (a

rt.°

48.°

do P

roje

cto)

, co

m a

jus

tific

ação

de

que

«...

a m

oder

na

peno

logi

a...j

á pr

ovou

qu

e pa

ra

além

de

10

an

os

a pe

na

perd

e to

da

a su

a ef

icác

ia

recu

pera

dora

...«(

Act

as d

as s

essõ

es d

a C

omis

são

Revi

sora

do

Cód

igo

Pena

l, Pa

ne G

eral

, I,

A.A

.F.D

.L.,

Lisb

oa, s

/d..,

cit.

, 271

). N

o en

tant

o, o

text

o de

198

2 co

nsag

rou

o lim

ite n

orm

al d

e 20

ano

s (a

rt° 4

0°),

man

tend

o-se

ess

e lim

ite n

o có

digo

vig

ente

, po

r ra

zões

a q

ue n

ão s

ão

tota

lmen

te e

stra

nhas

as

pres

sões

do

mei

o so

cial

. E

certo

que

em

Por

tuga

l ai

nda

há v

ozes

a

recl

amar

con

tra a

quel

e lim

ite d

e vi

nte

anos

, com

o a

rgum

ento

de

que

isso

ain

da r

epre

sent

aria

um

«en

fraq

ueci

men

to in

dese

jáve

l do

sist

ema

repr

essi

vo»

. Est

amos

tota

lmen

te d

e ac

ordo

com

FI

GU

EIR

EDO

DIA

S, q

uand

o di

z qu

e «.

.. a

expe

riênc

ia e

nsin

a, p

elo

cont

rário

, que

as

alud

idas

ex

igên

cias

jus

tific

adas

de

prev

ençã

o de

int

egra

ção

e de

ade

quaç

ão à

cul

pa s

e en

cont

ram

sa

tisfe

itas d

entro

daq

uele

mar

co. O

que

pod

e co

ntin

uar a

con

side

rar-

se in

satis

feito

é, p

or v

ezes

, o

sent

imen

to g

eral

de

ving

ança

que

viv

e na

opi

nião

púb

lica;

mas

, com

o be

m n

ota

ZIPF

, «a

peni

tenc

iária

não

é l

ugar

ade

quad

o a

dar

satis

façã

o a

um t

al s

entim

ento

...»

(D

ireito

Pen

al

Port

uguê

s...,

§97,

102

).

CER

EZO

MIR

, em

ano

taçã

o ao

art

560

do P

roje

cto

de L

ey O

rgân

ica

de 1

982,

tam

bém

diz

que

a

inve

stig

ação

crim

inol

ógic

a já

dem

onst

rou

que

uma

pena

de

priv

ação

de

liber

dade

rea

l su

perio

r a

15 a

nos

«...

dest

ruye

la p

erso

nalid

ad d

ei r

eclu

so...

«(«O

bser

vaci

ones

ai P

roje

cto

de

Ley

Org

ânic

a», i

n Pr

oble

mas

fun

dam

enta

les

dei

dere

cho

pena

l, Te

cnos

.Mad

rid, 1

982,

361

). N

o m

esm

o se

ntid

o, G

IMB

ERN

AT

OR

DEI

G, l

oc.c

it., 7

9-80

.

O m

esm

o lim

ite d

e vi

nte

anos

sur

ge, p

or e

xem

plo,

no

proj

ecto

de

«Ley

Org

ânic

a de

i Cód

igo

Pena

l» e

span

hol,

de 1

992.

O n

ovo

Cód

igo

Pena

l da

Gui

né-B

issa

u es

tabe

lece

um

lim

ite m

áxim

o de

25

anos

, «.

.. se

m

prej

uízo

do

que

se v

ier a

est

abel

ecer

sob

re a

pris

ão p

erpé

tua.

..»(a

rt° 4

1° ,

n° 1

). Ig

ual l

imite

é

esta

bele

cido

na

lei p

enal

de

Mac

au (

art°

41

, n°

1). O

CP.

de

Espa

nha

esta

bele

ce u

m li

mite

no

rmal

de

vint

e an

os,

mas

, em

cer

tos

caso

s, es

se l

imite

atin

ge 2

5 ou

30

anos

. U

ma

curta

ab

orda

gem

do

novo

sis

tem

a sa

ncio

nató

rio e

span

hol

pode

ser

enc

ontra

da e

m C

EREZ

O M

IR,

loc.

cit.,

858

ss..

Com

o já

se

refe

riu, o

Pro

ject

o ca

bo-v

erdi

ano

de 1

980

esta

bele

cia

um li

mite

m

áxim

o de

15

anos

de

pris

ão.

40

Cfr

. CU

NH

A R

OD

RIG

UES

, «C

rimes

con

tra o

pat

rimón

io -

algu

ns p

robl

emas

de

aplic

ação

», in

Jo

rnad

as d

e D

ireito

Crim

ina!

- R

euis

ão d

o C

ódig

o Pe

nal

(C.E

.J.),

I V

olum

e, L

isbo

a, 1

996,

ci

ts.,

50 s

s.. D

e no

tar q

ue, n

omea

dam

ente

, na

Ale

man

ha s

e pe

rmite

a li

berd

ade

cond

icio

nal d

e de

linqu

ente

s co

nden

ados

a p

risão

per

pétu

a, c

umpr

idos

qui

nze

anos

de

pena

; as

lei

s pe

nais

e

peni

tenc

iária

s de

Fra

nça

prev

êem

a l

iber

taçã

o co

ndic

iona

l de

con

dena

dos

a pr

isão

per

pétu

a

FUN

AD

AO

DIR

EITO

E JU

STIÇ

A

48

me

perg

unta

m -

e is

so é

-me

perg

unta

do m

uita

s ve

zes,

desi

gnad

amen

te p

or

jorn

alis

tas –

se

cu

mpr

idos

qu

inze

an

os,

tem

po

que

aind

a po

de

ser

redu

zido

em

re

sulta

do

de

bom

co

mpo

rtam

ento

pris

iona

l; na

Bél

gica

, a

dura

ção

méd

ia d

e te

mpo

de

pris

ão c

umpr

ido

por

delin

quen

tes

cond

enad

os a

pen

a de

mor

te o

u a

pena

de

traba

lhos

forç

ados

per

pétu

os fo

i, en

tre

1980

e 1

989,

de

12 a

nos

e 8

mes

es, a

inda

seg

undo

regi

sto

de C

UN

HA

RO

DR

IGU

ES, h

aven

do

caso

s, co

mo

suce

deu

em 1

984,

em

que

aqu

ela

dura

ção

méd

ia s

e fic

ou p

or 9

ano

s e

7 m

eses

(lo

c.ci

t.,SI

).

Page 25: JCF Elementos de Estudo Dto Penal CV

ELEM

ENTO

PA

RA

O E

STU

DO

DE

DIG

O P

ENA

L D

E C

AB

O V

ERD

E

49

o no

vo C

ódig

o ag

ravo

u ou

ate

nuou

as

pena

s, re

spon

do s

empr

e qu

e é

uma

perg

unta

de

difíc

il re

spos

ta.

Se a

tend

erm

os a

pena

s à

mol

dura

pen

al d

os

crim

es e

m c

oncr

eto,

alg

umas

vez

es a

mol

dura

surg

e ag

rava

da, o

utra

s vez

es

aten

uada

, dep

ende

ndo,

em

regr

a, d

a na

ture

za d

os c

rimes

. Ten

denc

ialm

ente

, ag

rava

m-s

e as

pen

as p

ara

os c

rimes

con

tra a

s pe

ssoa

s e

aten

uam

-se

(rel

ativ

amen

te) p

ara

os c

rimes

con

tra o

pat

rimón

io. M

as is

so p

ode

não

ser

deci

sivo

, se

não

tom

arm

os e

m c

onta

out

ros

crité

rios

que

têm

a v

er o

u co

ndic

iona

m a

fix

ação

con

cret

a da

pen

a: p

or e

xem

plo,

o r

egim

e do

co

ncur

so d

e cr

imes

, os

mod

elos

de

qual

ifica

ção

dos

tipos

-bas

e do

s cr

imes

(v

.gr,

no h

omic

ídio

), a

técn

ica

das

agra

vaçõ

es (

se a

travé

s da

mer

a ap

licaç

ão d

as r

egra

s da

Par

te G

eral

ou

med

iant

e a

cria

ção,

na

Parte

Es

peci

al, d

e tip

os a

grav

ados

pel

o re

sulta

do o

u pr

ivile

giad

os),

os c

ritér

ios

de a

tenu

ação

da

pena

, ou,

até

, o r

egim

e da

libe

rdad

e co

ndic

iona

l ou

o da

de

sist

ênci

a.

Out

ross

im, s

em p

rete

nder

pôr

em

cau

sa o

sig

nific

ado

sim

bólic

o e

o va

lor

de

adeq

uaçã

o do

lim

ite

das

pena

s às

ex

pect

ativ

as

e re

pres

enta

ções

co

mun

itária

s, ta

mbé

m é

pra

ticam

ente

um

a ba

nalid

ade

de b

ase

a as

serç

ão

de q

ue, d

e ac

ordo

com

MO

NTE

SQU

IEU

, o e

feito

de

prev

ençã

o te

m m

enos

a

ver

com

a s

ever

idad

e da

s pe

nas

do q

ue c

om u

ma

sua

efec

tiva

aplic

ação

em

tem

po a

dequ

ado

e nu

m p

roce

sso

expe

dito

, ra

zão

por

que,

sob

retu

do

quan

do a

que

stão

se

colo

ca e

m o

ptar

ent

re m

ais

um, d

ois

ou tr

ês a

nos

a m

ais

ou a

men

os n

o lim

ite m

áxim

o da

pen

a ap

licáv

el e

m c

asos

de

crim

inal

idad

e gr

ave,

a r

espo

sta

se to

rne

quas

e irr

elev

ante

de

um p

onto

de

vist

a de

pol

ítica

crim

inal

. Ist

o tu

do p

ara

dize

r qu

e, f

ace,

por

exe

mpl

o, à

su

gest

ão d

a C

.T.A

. de

faz

er s

ubir

a m

edid

a da

pen

a pr

evis

ta p

ara

o ho

mic

ídio

FUN

AD

AO

DIR

EITO

E JU

STIÇ

A

50

sim

ples

e o

qua

lific

ado

de, r

espe

ctiv

amen

te, 1

0 a

16 p

ara

12 a

18,

e d

e 15

a

25 p

ara

18 a

25,

a r

espo

sta

pode

ria s

er e

sta:

a a

ceita

ção

dess

a pr

opos

ta

seria

pra

ticam

ente

irr

elev

ante

de

uma

pers

pect

iva

dos

prop

ósito

s de

po

lític

a cr

imin

al!41

. Mas

- o

que

já é

impo

rtant

e -n

ão s

eria

ace

itáve

l o q

ue

se p

ropõ

e pa

ra o

lim

ite m

ínim

o da

pen

a: 1

5 e

18 a

nos,

resp

ectiv

amen

te. O

lim

ite c

onsa

grad

o no

Cód

igo

(e n

o A

ntep

roje

cto)

é m

uito

ele

vado

, pa

rticu

larm

ente

nos

cas

os d

e ho

mic

ídio

agr

avad

o. I

r pa

ra a

lém

dis

so

pode

ria im

plic

ar, e

m m

uito

s ca

sos,

brig

ar c

om p

rincí

pios

con

stitu

cion

ais,

nom

eada

men

te, o

de

que

a cu

lpa

deve

ser u

m li

mite

à p

ena

e à

sua

med

ida.

Es

ta d

epen

de d

e um

a in

finid

ade

de f

acto

res

e ci

rcun

stân

cias

lig

adas

à

real

izaç

ão

do

fact

o,

que

deve

rão

ser

pond

erad

os

no

mom

ento

da

de

term

inaç

ão d

a m

edid

a co

ncre

ta d

a pe

na. U

m a

grav

amen

to, p

ara

além

de

certo

s lim

ites,

do m

ínim

o po

deria

, por

exe

mpl

o, d

ificu

ltar

a ap

licaç

ão d

a re

gra

da a

tenu

ação

liv

re d

a pe

na, p

ondo

-a e

m c

onfli

to o

u te

nsão

com

o

prin

cípi

o da

cul

pa42

.

41

O

qu

e ac

ima

foi

dito

es

em

perf

eita

si

nton

ia

com

o

que,

po

r ex

empl

o,

defe

ndeu

FI

GU

EIR

EDO

DIA

S fa

ce a

pro

post

as s

imila

res

de a

umen

to d

os l

imite

s da

pen

a pa

ra o

ho

mic

ídio

, em

deb

ates

com

par

lam

enta

res p

ortu

gues

es. O

pen

alis

ta p

ortu

guês

foi c

laro

num

seu

«des

abaf

o»;

«...

se a

lgué

m p

egas

se n

este

pro

ject

o e

puse

sse

pena

s de

30

anos

, pe

nas

que

pulu

lam

por

toda

a E

urop

a...

Fale

mos

nom

eada

men

te d

a Itá

lia...

é o

u fo

i, ag

ora

talv

ez já

tenh

a de

ixad

o de

ser

... u

m c

erto

mod

elo

de d

emoc

ratiz

ação

e d

e pa

rlam

enta

rizaç

ão...

ess

e é

obvi

amen

te u

m c

ódig

o qu

e eu

, de

ntro

da

min

ha m

odés

tia,

recu

saria

in

limin

e. R

ecus

aria

a

pate

rnid

ade

de u

m ta

l cód

igo.

Aliá

s, nã

o é

por

acas

o qu

e é

aind

a o

códi

go d

o fa

scis

mo.

.. sã

o ra

ros

os e

stud

os ..

. de

corr

elac

iona

ção,

nom

eada

men

te e

ntre

os

máx

imos

de

pena

s e

um e

feito

pr

even

tivo.

.. os

pró

prio

s es

tudi

osos

aca

bam

por

reco

nhec

er q

ue a

con

clus

ão a

retir

ar é

a d

e qu

e nã

o po

dem

re

tirar

co

nclu

são

nenh

uma.

..»

(in

Refo

rma

do

Cód

igo

Pena

l -

Trab

alho

s pr

epar

atór

ios,

vol.

II,

Col

óqui

o pa

rlam

enta

r, ed

.da

Ass

embl

eia

da R

epúb

lica,

Lis

boa,

199

5,

vol.I

II, 1

49-1

50).

C

urio

sam

ente

, o

Juiz

Con

selh

eiro

RA

UL

VA

REL

A e

nten

de q

ue n

ão é

«...

exc

essi

vo o

ab

aixa

men

to d

a pe

na (n

o ho

mic

ídio

sim

ples

) até

por

que

a so

cied

ade

cabo

verd

iana

de

hoje

não

go

sta

de p

enas

de

pris

ão m

uito

ele

vada

s...»

(lo

c.ci

t., 8

). A

liás,

é si

ntom

átic

o qu

e, d

uran

te a

s se

ssõe

s de

deb

ate

públ

ico

do A

ntep

roje

cto,

se

tenh

a de

fend

ido

quer

a id

eia

de q

ue a

mol

dura

pe

nal e

ra d

emas

iado

mod

erad

a, q

uer a

idei

a co

ntrá

ria.

42

Nes

ta p

ersp

ectiv

a, c

fr. a

pos

ição

do

Con

selh

eiro

SO

USA

E B

RIT

O,

in R

efor

ma

do C

ódig

o Pe

nal..

.», v

ol.II

I, 10

4 a

106.

Page 26: JCF Elementos de Estudo Dto Penal CV

ELEM

ENTO

PA

RA

O E

STU

DO

DE

DIG

O P

ENA

L D

E C

AB

O V

ERD

E

51

Leitu

ra p

artic

ular

men

te r

ecom

enda

da p

ara

a m

atér

ia e

xpos

ta e

m 2

.4--

JOR

GE

CA

RLO

S FO

NSE

CA

, Ref

orm

as P

enai

s...,

64-6

8. -

FIG

UEI

RED

O

DIA

S, D

irei

to P

enal

Por

tugu

ês...

, § 5

50 ss

., 35

9-36

1 e

§96

ss.,

101

ss..

2.5.

O a

rt.°

6.°

do D

ecre

to L

egis

lativ

o qu

e ap

rovo

u o

novo

Cód

igo:

as

pena

s cum

ulat

ivas

de

pris

ão e

mul

ta; a

con

vers

ão d

a m

ulta

em

pri

são

2.5.

1. O

art.

° 6.

° do

Dec

reto

Leg

isla

tivo

que

apro

vou

o C

ódig

o Pe

nal

ocup

a-se

de

norm

as q

ue, n

uma

falta

de

sint

onia

com

o n

ovo

Cód

igo

Pena

l, ai

nda

prev

ejam

pen

as c

umul

ativ

as d

e pr

isão

e m

ulta

. No

n.°

1, d

iz q

ue,

sem

pre

que

a pe

na d

e pr

isão

for s

ubst

ituíd

a po

r mul

ta, s

erá

aplic

ada

uma

pena

equ

ival

ente

à s

oma

da m

ulta

dire

ctam

ente

impo

sta

e da

que

res

ulta

r da

sub

stitu

ição

da

pris

ão, n

uma

form

ulaç

ão q

ue, a

final

, se

apro

xim

a da

do

§ 2.

° do

art.

° 86

.° do

vel

ho C

ódig

o. O

n.°

2 es

tabe

lece

que

é a

plic

ável

à

mul

ta ú

nica

a q

ue s

e re

fere

o n

.° 1

do p

rece

ito o

reg

ime

prev

isto

no

art.°

70

.° do

CP,

«se

mpr

e qu

e se

trat

ar d

e m

ulta

s em

tem

po».

Reg

ime

de o

pção

pe

lo s

iste

ma

dos

dias

de

mul

ta,

o qu

e pe

rmite

, de

um

a fo

rma

mai

s ad

equa

da,

adap

tá-la

à m

edid

a da

cul

pa d

o ag

ente

e à

s su

as c

ondi

ções

ec

onóm

icas

, esb

aten

do, a

ssim

, as

habi

tuai

s cr

ítica

s qu

anto

a u

ma

even

tual

di

scrim

inaç

ão d

as p

esso

as c

om m

enos

pos

ses,

nom

eada

men

te q

uand

o se

e o

prob

lem

a do

não

pag

amen

to e

sua

conv

ersã

o em

pris

ão43

.

43

V

eja-

se,

a pr

opós

ito,

MU

NO

Z C

ON

DE,

«Pr

incí

pios

ins

pira

dore

s de

i nu

evo

Cód

igo

pena

l es

pano

l»,

in R

evis

ta d

o M

inis

téri

o Pú

blic

o -

As r

efor

mas

pen

ais..

.cit.

, 26

-27;

HEL

ENO

C

LÁU

DIO

FR

AG

OSO

, Liç

ões

de D

irei

to P

enal

- Pa

rte

Ger

al, 2

.a ed.

, Edi

tora

For

ense

, Rio

de

Jane

iro,

1991

, 31

4-31

5;

MU

NO

Z C

ON

DE/

GA

RC

ÍA

AR

ÁN

, ob

.cit.

, 57

3-57

4;

Ger

ardo

LA

ND

RO

VE

DIA

Z, L

as c

onse

quên

cias

jur

ídic

as d

ei d

elito

, 3.

a edi

ção,

Bos

ch,

Bar

celo

na,

1984

, 96

ss.;

FAB

BR

INIM

IRA

BET

E, M

anua

l de

dire

ito p

enal

, 1, A

tlas,

6.a e

d., S

ão P

aulo

, 19

91,2

69;

OTT

O T

RIF

FTER

ER,

Ost

erre

ichi

sche

s St

rafr

echt

- A

Hge

mei

ner

Teil,

Spr

inge

r-V

erla

g, W

ien,

198

5, 4

73 s

s.. C

fr.,

aind

a, J

OR

GE

CA

RLO

S FO

NSE

CA

, Ref

orm

as P

enai

s...,

69

ss..

FUN

AD

AO

DIR

EITO

E JU

STIÇ

A

52

2.5.

2. S

em u

ma

preo

cupa

ção

de p

rocu

ra e

xaus

tiva,

pud

emos

det

ecta

r al

guns

cas

os e

m q

ue s

e pr

evê

pris

ão a

cres

cida

de

mul

ta: o

art.

° 62

.°, a

línea

i)

do C

ódig

o da

Est

rada

(na

reda

cção

dad

a pe

lo D

ecre

to n

.° 11

3/85

, de

19

de O

utub

ro, e

m v

igor

por

forç

a do

art.

0 2.

° do

Dec

reto

-Lei

n.°

16/9

7, d

e 7

de A

bril)

, que

pre

vê u

ma

pena

de

prisã

o ef

ectiv

a at

é 1

mês

e m

ulta

de

5000

a

25 0

00 e

scud

os; o

art.

° 78

.° da

Lei

n.°

2/V

/96,

de

1 de

Jul

ho (

exer

cíci

o ile

gal d

e ac

tivid

ade

banc

ária

), pr

evê

uma

pena

de

pris

ão d

e 3

dias

até

doi

s an

os e

mul

ta d

e 1

000

000$

00 a

5 0

00 0

00$0

00, q

ue p

ode

ser

agra

vada

pa

ra a

pen

a de

pris

ão d

e 2

a 8

anos

e m

ulta

de

2 00

0 00

0$00

a 1

0 00

0 00

0$00

; o a

rt.°

9.°,

b) d

a Le

i n.°

8/V

/96,

de

11 d

e N

ovem

bro

(con

duçã

o so

b in

fluên

cia

de á

lcoo

l), p

revê

um

a pe

na d

e pr

isão

até

3 m

eses

e m

ulta

de

15 0

00$0

0, p

ara

além

de

inib

ição

da

facu

ldad

e de

con

duzi

r; o

art.°

28.

°, n.

° 2,

do

Dec

reto

Leg

isla

tivo

n.°

9/97

, de

8 de

Mai

o (p

rote

cção

fito

ssan

tária

), pr

evê

uma

pena

de

pris

ão a

té 2

ano

s e

mul

ta d

e 5

000$

00 a

100

000

$00;

rios

artig

os (

71.°,

72.

°, 79

.°, 8

0.°,

81.°,

82.

°, 84

.°, 8

5.°,

86°,

90.°,

91

.°94.

° e

95°)

do

Dec

reto

Leg

isla

tivo

n.°

45/9

7, d

e 1

de J

ulho

, rel

ativ

o à

prot

ecçã

o do

am

bien

te;

um c

onju

nto

de d

ispo

siçõ

es c

ontid

as n

a Le

i n.

° 52

/V/9

8, d

e 11

de

Mai

o, re

lativ

a ao

mer

cado

de

valo

res m

obili

ário

s. 2.

5.3.

A q

uest

ão d

ebat

ida

dura

nte

o C

urso

tem

a v

er c

om o

seg

uint

e: q

ue

solu

ção

deve

ser

dad

a, n

as s

ituaç

ões

em q

ue n

ão h

aja

paga

men

to d

a m

ulta

(a

tal

mul

ta ú

nica

), nã

o es

tand

o es

ta c

onta

biliz

ada

em «

tem

po»,

ist

o é,

pr

evis

ta n

o si

stem

a m

ulta

s-di

a? T

rata

n-do

-se

de «

mul

tas

em te

mpo

», d

iz-

nos

o n.

° 2

do p

rece

ito q

ue s

e ap

lica

o no

vo C

ódig

o Pe

nal (

art.0 7

0.°)

: a

sent

ença

que

con

dene

em

Page 27: JCF Elementos de Estudo Dto Penal CV

ELEM

ENTO

PA

RA

O E

STU

DO

DE

DIG

O P

ENA

L D

E C

AB

O V

ERD

E

53

mul

ta

cond

enar

á em

pe

na

de

pris

ão

alte

rnat

iva

«...

pelo

te

mpo

co

rres

pond

ente

red

uzid

o a

dois

ter

ços,

a se

r cu

mpr

ida

em c

aso

de n

ão

paga

men

to, v

olun

tário

ou

coer

civo

, da

sanç

ão p

ecun

iária

...».

2.

5.4.

Com

pree

nde-

se a

sol

ução

. El

a é

a m

ais

sim

ples

de

ser

aplic

ada

e co

rres

pond

e às

opç

ões

de p

olíti

ca c

rimin

al q

ue f

unda

men

tam

as

regr

as d

a co

nver

são

da m

ulta

, enq

uant

o pe

na a

utón

oma

e qu

e de

ve e

star

ao

serv

iço

de

uma

tam

bém

au

tóno

ma

funç

ão

polít

ico-

crim

inal

. O

qu

e de

verá

ac

onte

cer n

omea

dam

ente

nos

dom

ínio

s da

peq

uena

e m

édia

crim

inal

idad

e,

na q

ualid

ade

de v

erda

deira

alte

rnat

iva

à pe

na d

e pr

isão

, des

de q

ue fi

quem

, no

cas

o co

ncre

to, s

alva

guar

dada

s as e

xigê

ncia

s de

prev

ençã

o44.

Ente

nda-

se:

se,

com

a R

efor

ma,

se

acho

u co

nven

ient

e qu

e a

um c

rime

corr

espo

nda

ou p

ena

de p

risão

ou

pena

de

mul

ta, h

aven

do a

inda

(ou

no

futu

ro,

bem

que

sej

a ex

igív

el q

ue t

udo

se f

aça

para

não

hav

er)

pena

s cu

mul

ativ

as d

e pr

isão

e m

ulta

e s

endo

a p

rimei

ra c

onve

rtida

em

mul

ta,

entã

o, a

faz

er-s

e co

nver

são

em p

risão

, que

se

faça

em

ate

nção

a r

egra

s e

crité

rios p

rópr

ios e

act

uais

vaz

ados

no

novo

Cód

igo.

2.

5.5.

O d

iplo

ma

de a

prov

ação

do

Cód

igo

já n

ão é

exp

lícito

par

a os

cas

os

em q

ue h

aja

prev

isão

de

pris

ão e

mul

ta,

esta

ndo

esta

est

abel

ecid

a nu

m

mon

tant

e fix

o ou

em

qua

ntia

def

inid

a nu

m m

ínim

o e

num

máx

imo,

com

o er

a po

ssív

el n

o âm

bito

do

Cód

igo

de 1

886.

Na

verd

ade,

o a

rt.°

63.°

prev

ê qu

e a

pena

de

mul

ta c

onsi

sta

em «

quan

tia d

eter

min

ada

ou a

fixa

r ent

re u

m

mín

imo

e um

máx

imo

decl

arad

os n

a le

i» o

u em

«qu

antia

pro

porc

iona

l aos

pr

oven

tos

do c

onde

nado

, pel

o te

mpo

que

a s

ente

nça

fixar

até

doi

s an

os...

»;

por s

eu la

do,

44

So

bre

a ev

oluç

ão d

a pe

na d

e m

ulta

e o

seu

sig

nific

ado

polít

ico-

crim

inal

, e s

ua c

arac

teriz

ação

do

gmát

ica

e po

lític

o-cr

imin

al g

eral

, vej

a-se

FIG

UEI

RED

O D

IAS,

Dir

eito

Pen

al P

ortu

guês

...,

114

ss.;M

APE

LLI

CA

FFA

REN

A/T

ERR

AD

ILLO

S B

ASO

CO

, ob.

cit.,

159

ss..

A s

oluç

ão f

ora

adop

tada

já e

m C

abo

Ver

de, n

a «L

ei d

as in

frac

ções

fisc

ais a

duan

eira

s» (L

IFA

).

FUN

AD

AO

DIR

EITO

E JU

STIÇ

A

54

o ar

t.° 1

23.°

do d

iplo

ma

ora

revo

gado

pre

via

que,

no

prim

eiro

cas

o, a

m

ulta

pod

ia s

er c

onve

rtida

em

pris

ão «

por

tem

po c

orre

spon

dent

e»;

no

segu

ndo

caso

, «na

falta

de

bens

sufic

ient

es e

des

emba

raça

dos»

, em

pris

ão à

ra

zão

de 5

0$00

por

dia

, não

exc

eden

do a

sua

dur

ação

doi

s an

os (t

rata

ndo-

se d

e cr

imes

). O

ra b

em: e

stan

do p

revi

sta

uma

pena

de

pris

ão e

mul

ta, m

ulta

que

não

est

á fix

ada

em d

ias,

não

send

o pa

ga e

sta.

.. co

mo

faze

r a c

onve

rsão

? 2.

5.6.

A h

ipót

ese

de a

plic

ar a

regr

a do

Cód

igo

de 1

886

não

tem

sen

tido.

A

revo

gaçã

o nã

o re

ssal

vou

a vi

gênc

ia d

as n

orm

as r

elat

ivas

à c

onve

rsão

da

mul

ta e

m p

risão

, nem

mes

mo

quan

do e

stão

em

cau

sa c

ontra

venç

ões

(cfr

. su

pra

23.6

.).

Solu

ções

com

o as

apr

esen

tada

s in

icia

lmen

te n

os d

ebat

es h

avid

os n

o C

urso

-

esta

bele

cer,

para

o c

aso

conc

reto

, um

mon

tant

e de

mul

ta p

or d

ia e

m

funç

ão

da

situ

ação

do

co

nden

ado

- se

riam

cr

iticá

veis

po

r al

gum

a ar

bitra

rieda

de:

vint

e es

cudo

s po

r di

a? Q

uare

nta?

Mil

escu

dos?

Se,

em

at

ençã

o à

situ

ação

eco

nóm

ica

do c

onde

nado

, fix

ásse

mos

um

mon

tant

e/di

a pe

lo m

ínim

o ou

per

to d

isso

, est

aría

mos

a m

axim

izar

, ten

denc

ialm

ente

, o

núm

ero

de d

ias d

e pr

isão

. 2.

5.7.

Com

o já

o d

issé

ram

os, a

pro

pósi

to d

as c

ontra

venç

ões,

advo

gam

os

esta

sol

ução

: hav

endo

a p

revi

são

de p

risão

e m

ulta

, não

sen

do e

sta

fixad

a em

dia

s, nã

o ca

be a

apl

icaç

ão d

o re

gim

e do

nov

o C

ódig

o, c

onst

ante

do

art.°

70.

°; a

par

te d

a pe

na q

ue c

onsi

sta

em p

risão

(en

treta

nto,

sub

stitu

ída

por

mul

ta, q

ue n

ão é

pag

a) c

umpr

irse-

á...

com

o pr

isão

, na

exac

ta m

edid

a em

que

foi

con

dena

do o

age

nte,

val

endo

, ent

ão, a

reg

ra d

o no

vo C

ódig

o qu

e é

idên

tica

à do

ant

igo

Cód

igo

(art.

° 52

.°, n

.° 3)

45.

A m

ulta

que

foi

ap

licad

a di

rect

amen

-

45

C

fr. J

OR

GE

CA

RLO

S FO

NSE

CA

, Ref

orm

as P

enai

s...,

70.

Page 28: JCF Elementos de Estudo Dto Penal CV

ELEM

ENTO

PA

RA

O E

STU

DO

DE

DIG

O P

ENA

L D

E C

AB

O V

ERD

E

55

te, e

nqua

nto

tal,

a ac

resc

er à

pris

ão -

e f

ixad

a em

mon

tant

e fix

o ou

ent

re

um m

ínim

o e

um m

áxim

o - a

pena

s po

derá

ser

cob

rada

coe

rciv

amen

te, n

os

term

os d

as le

is d

e ex

ecuç

ão; n

ão s

erá

obje

cto

de c

onve

rsão

em

pris

ão. É

a

solu

ção

que

se a

pres

enta

com

o a

mai

s ad

equa

da d

o po

nto

de v

ista

de

crité

rios

de l

egal

idad

e e,

sob

retu

do,

das

opçõ

es d

e po

lític

a cr

imin

al q

ue

dita

ram

a s

oluç

ão c

onst

ante

do

Cód

igo

de 2

004:

a d

e nã

o ha

ver,

em c

aso

algu

m,

mul

ta c

umul

ativ

a co

m p

risão

. Si

gnifi

cativ

o é

o fa

cto

de,

em

Portu

gal,

o di

plom

a qu

e pr

oced

eu à

rev

isão

do

Cód

igo

Pena

l de

198

2 (D

ecre

to-L

ei n

.° 48

/95,

de

15 d

e M

arço

) ex

plic

itam

ente

est

abel

ecer

que

«n

unca

ser

á fix

ada

pris

ão s

ubsi

diár

ia à

s pe

nas

de m

ulta

em

qua

ntia

pr

evis

tas

em l

egis

laçã

o av

ulsa

» (a

rt.°

5.°)

. D

iplo

ma

que,

exa

ctam

ente

co

mo

o de

apr

ovaç

ão d

o C

ódig

o ca

bo-v

erdi

ano,

tam

bém

pre

via

solu

ções

co

mo

as c

onst

ante

s do

nos

so já

cita

do a

rt.°

6.°

(n.°s

1 e

2).

Sem

dúv

ida,

po

is,

que

a so

luçã

o qu

e pr

opom

os e

fun

dam

entá

mos

foi

a p

ensa

da p

elo

legi

slad

or c

abo-

verd

iano

que

se

terá

olv

idad

o de

a e

xplic

itar c

omo

o fe

z o

legi

slad

or p

ortu

guês

. 2.

5.8.

Nat

ural

men

te q

ue a

mes

ma

solu

ção

vale

rá p

ara

as si

tuaç

ões e

m q

ue é

pr

evis

ta a

pena

s pe

na d

e m

ulta

(e,

não

, pris

ão e

mul

ta)

e es

ta n

ão é

fix

ada

em d

ias

(«em

tem

po»)

. Aliá

s, já

def

endê

ram

os e

sta

posi

ção

a pr

opós

ito d

o re

gim

e da

s con

trave

nçõe

s (su

pra,

2.3

.6.).

2.

6. O

art

.° 7.

° do

Dec

reto

Leg

isla

tivo

de a

prov

ação

do

Cód

igo:

a

susp

ensã

o da

exe

cuçã

o da

pen

a de

pri

são

e m

ulta

O

art.

° 7.

° do

Dec

reto

Leg

isla

tivo

n.°

4/20

03 d

iz a

inda

que

, en

quan

to

vigo

rare

m n

orm

as q

ue p

reve

jam

cum

ulat

ivam

ente

pen

as d

e pr

isão

e m

ulta

, a

susp

ensã

o da

exe

cuçã

o da

pris

ão d

ecre

tada

pel

o tri

buna

l não

abr

ange

a

pena

de

mul

ta. T

ambé

m a

qui,

uma

prev

isão

nor

mat

iva

trans

itória

idên

tica

à do

dip

lom

a qu

e ap

rovo

u a

revi

são

do C

P. e

m 1

995

(tam

bém

art.

° 7.°)

.

FUN

AD

AO

DIR

EITO

E JU

STIÇ

A

56

Com

pree

nde-

se a

sol

ução

. O n

ovo

Cód

igo

(art.

° 53

-°),

cont

raria

men

te a

o de

188

6 (a

rt.°

88.°)

, ape

nas p

revê

a fi

gura

de

susp

ensã

o da

exe

cuçã

o pa

ra a

pe

na d

e pr

isão

, por

se

ter e

nten

dido

não

val

erem

par

a a

mul

ta a

s ra

zões

de

polít

ica

crim

inal

que

jus

tific

am,

em c

erta

s si

tuaç

ões,

a nã

o ex

ecuç

ão d

a pe

na d

e pr

isão

. Pod

endo

o a

gent

e pa

gar a

mul

ta, a

sus

pens

ão d

a ex

ecuç

ão

colo

caria

a s

ançã

o (e

tra

ta-s

e de

um

a sa

nção

alte

rnat

iva,

na

filos

ofia

do

novo

Cód

igo)

«...

aba

ixo

do li

mia

r mín

imo

da p

reve

nção

de

inte

graç

ão»46

. O

utro

ssim

, em

cas

os d

e im

poss

ibili

dade

de

paga

men

to,

desa

pare

ceria

o

efei

to e

spec

ial-p

reve

ntiv

o (in

timid

ação

ind

ivid

ual

de q

ue,

prat

icad

o um

no

vo c

rime

ou v

iola

dos

os d

ever

es q

ue c

ondi

cion

aram

a a

plic

ação

da

med

ida,

cum

prirá

a p

ena

de p

risão

) lig

ado

à su

spen

são

da p

ena

de p

risão

. D

emai

s a

mai

s, o

Cód

igo

prev

ê,

para

hi

póte

ses

de

dific

ulda

de

ou

impo

ssib

ilida

de d

e pa

gam

ento

da

mul

ta,

mes

mo

depo

is d

e pr

ofer

ida

sent

ença

, so

luçõ

es c

omo

as d

e re

duçã

o ou

ise

nção

da

pena

(ar

t.° 6

9.°)

. A

ssim

, nã

o ha

veria

ra

zões

pa

ra

acol

him

ento

de

um

a ta

l fig

ura

sanc

iona

tória

par

a a

mul

ta.

E, p

or t

udo

quan

to d

isse

mos

e r

esul

ta d

as

solu

ções

pre

vist

as n

o C

ódig

o, n

ão v

emos

que

se

just

ifica

sse

uma

solu

ção

com

o a

que

cons

ta d

o n.

° 3

do a

rt.°

49.°

do C

ódig

o Pe

nal

portu

guês

(p

ossi

bilid

ade

de s

uspe

nsão

da

exec

ução

da

pena

de

pris

ão s

uced

ânea

da

mul

ta)47

. Le

itura

par

ticul

arm

ente

reco

men

dada

par

a a

mat

éria

exp

osta

em

2.5e

2.6.

-

FIG

UEI

RED

O D

IAS.

Dire

ito P

enal

Por

tugu

ês...

, §§

116

a 16

2,11

4-13

7e§§

508

a 5

49,3

37-3

59.

- JO

RG

E C

AR

LOS

FON

SEC

A, R

efor

mas

Pen

ais..

., 69

-71.

46

FI

GU

EIR

EDO

DIA

S, D

ireito

Pen

al P

ortu

guês

..., §

154

, 132

. 47

ID

EM, i

bide

m, 1

32-1

33.

Page 29: JCF Elementos de Estudo Dto Penal CV

ELEM

ENTO

PA

RA

O E

STU

DO

DE

DIG

O P

ENA

L D

E C

AB

O V

ERD

E

57

FUN

AD

AO

DIR

EITO

E JU

STIÇ

A

58

Dec

reto

Leg

isla

tivo

n.°4

/200

3 de

18

de N

ovem

bro

PR

EÂM

BU

LO

É

hoje

ind

iscu

tível

a a

firm

ação

de

que

o C

ódig

o Pe

nal,

mai

s do

que

qu

alqu

er

outro

co

njun

to

de

norm

as,

corp

oriz

a as

re

gras

sica

s de

co

nviv

ênci

a de

um

a co

mun

idad

e al

icer

çada

s na

quel

e m

ínim

o ét

ico

acei

te

por u

ma

soci

edad

e, n

ão s

ó pe

lo ti

po e

nat

urez

a de

san

ções

que

con

tém

mas

ig

ualm

ente

pel

a se

lecç

ão d

os b

ens

juríd

icos

que

faz

, enf

im, p

elo

ideá

rio

polít

ico-

crim

inal

que

atra

vess

a e

dá c

onsi

stên

cia

a to

do o

seu

tec

ido

norm

ativ

o.

O C

ódig

o Pe

nal

vige

nte

em C

abo

Ver

de é

bas

icam

ente

o C

ódig

o Pe

nal

Portu

guês

de

1886

, e,

em

boa

par

te,

o de

185

2, c

om a

s al

tera

ções

co

nsta

ntes

de

algu

mas

refo

rmas

a p

arce

lare

s le

vada

s a

cabo

em

Por

tuga

l, e

torn

adas

ext

ensi

vas

ao e

ntão

Ultr

amar

, e

mui

to l

ocal

izad

as e

peq

uena

s al

tera

ções

impo

stas

pel

o le

gisl

ador

cab

o-ve

rdia

no, a

pós a

inde

pend

ênci

a do

pa

ís.

De

mai

s a

mai

s se

mpr

e se

con

side

ra s

er o

Cód

igo

Pena

l um

ver

dade

iro

"ter

móm

etro

" da

evo

luçã

o po

lític

a, p

ara

real

çar

o es

treito

vín

culo

ent

re a

s m

udan

ças d

e re

gim

e po

lític

o e

o C

ódig

o Pe

nal.

Ora

, no

noss

o ca

so, m

anté

m-s

e, n

o es

senc

ial,

um C

ódig

o do

Séc

ulo

XIX

, qu

e nã

o é,

nem

pod

ia se

r um

Cód

igo

que

refle

ctis

se, d

e

Page 30: JCF Elementos de Estudo Dto Penal CV

ELEM

ENTO

PA

RA

O E

STU

DO

DE

DIG

O P

ENA

L D

E C

AB

O V

ERD

E

59

algu

m m

odo,

os

valo

res

próp

rios

de u

m E

stad

o de

dire

ito m

oder

no,

sabe

ndo-

se, c

omo,

se

sabe

, que

o d

ireito

pen

al é

a p

arce

la d

o or

dena

men

to

juríd

ico

que

mai

s at

inên

cia

tem

com

a m

atér

ia d

e di

reito

s, lib

erda

des

e ga

rant

ias

indi

vidu

ais,

e qu

e um

Est

ado

de D

ireito

Dem

ocrá

tico

não

pode

m

anej

ar o

s in

stru

men

tos

puni

tivos

com

os

mes

mos

crit

ério

s co

m q

ue o

faz

um si

stem

a de

pod

er a

utor

itário

. Se

pen

sarm

os q

ue n

os ú

ltim

os v

inte

e s

ete

anos

suc

edeu

a in

depe

ndên

cia

do p

aís

e oc

orre

u um

a m

udan

ça n

o re

gim

e, q

ue d

esde

199

2 te

mos

um

a no

va C

onst

ituiç

ão, a

qua

l ins

titui

um

Est

ado

de D

ireito

Dem

ocrá

tico

e qu

e de

fine

um c

onju

nto

de n

orm

as e

prin

cípi

os a

obs

erva

r pe

lo l

egis

lado

r or

diná

rio, n

omea

dam

ente

no

dom

ínio

pen

al, f

icar

á cl

ara

a ne

cess

idad

e de

um

a re

form

a ur

gent

e e

glob

al d

o ve

lho

códi

go q

ue a

inda

vig

ora

entre

nós

. Es

sa re

form

a ju

stifi

ca-s

e, p

ois,

porq

ue:

a) A

s no

rmas

rel

ativ

as à

quilo

a q

ue s

e ch

ama

dout

rina

gera

l do

crim

e m

ostra

m-s

e co

mpl

etam

ente

des

actu

aliz

adas

, fac

e à

evol

ução

da

dogm

átic

a ju

rídic

o-pe

nal;

b) A

s co

ndiç

ões

soci

ais,

econ

ómic

as, c

ultu

rais

e p

olíti

cas

de C

abo

Ver

de

nada

têm

já a

ver

com

o sé

culo

XIX

; c)

O p

rópr

io p

ensa

men

to j

uríd

ico-

pena

l, na

s in

tenç

ões

polít

ico-

crim

inai

s fu

ndam

enta

is q

ue c

onte

ndem

dire

ctam

ente

com

as

parte

s es

peci

ais

dos

códi

gos p

enai

s, m

odifi

cou-

se p

rofu

nda

e ra

dica

lmen

te;

d) A

par

te E

spec

ial,

nem

de

perto

,nem

de

long

e el

eva

à ca

tego

ria d

e be

ns

juríd

ico-

pena

is o

s val

ores

que

a c

omun

idad

e po

litic

amen

te o

rgan

izad

a ho

je

exig

e co

mo

esse

ncia

is à

sua

afirm

ação

e su

bsis

tênc

ia.

Ass

im,

Con

vind

o ap

rova

r um

nov

o C

ódig

o-Pe

nal e

, con

sequ

ente

men

te, p

roce

de à

re

voga

ção

do D

ecre

to d

e 16

de

Sete

mbr

o de

188

6 e

as a

ltera

ções

bem

co

mo

toda

s as

dis

posi

ções

lega

is c

ontid

as e

m le

is a

vuls

as q

ue p

revê

em e

pu

nem

fact

os in

crim

inad

os p

elo

novo

dip

lom

a

FUN

AD

AO

DIR

EITO

E JU

STIÇ

A

60

Ao

abrig

o da

aut

oriz

ação

legi

slat

iva

conc

edid

a pe

la L

ei n

.° 24

/ VI/2

003,

de

21 d

e Ju

lho;

N

o us

o da

fac

ulda

de c

onfe

rida

pela

alín

ea b

) do

n.°

2 do

arti

go 2

03°

da

Con

stitu

ição

, o G

over

no d

ecre

ta o

segu

inte

:

Art

igo

l.°

(Apr

ovaç

ão)

É ap

rova

do o

Cód

igo

Pena

l, qu

e fa

z pa

rte d

o pr

esen

te D

ecre

to-L

egis

lativ

o.

A

rtig

o 2.

° (A

ltera

ções

) 1.

Fic

am a

ltera

das

para

os

limite

s m

ínim

o e

máx

imo

fixad

os n

o ar

tigo

51°,

do C

ódig

o Pe

nal,

toda

s as

pen

as d

e Pr

isão

que

tenh

am d

uraç

ão in

ferio

r ou

supe

rior a

os li

mite

s aí e

stab

elec

idos

. 2.

Fic

am a

ltera

das p

ara

os li

mite

s mín

imos

e m

áxim

os re

sulta

ntes

do

artig

o 67

°, n.

° 1,

do

Cód

igo

Pena

l, to

das

as p

enas

de

mul

ta c

omin

adas

em

lei

s pe

nais

, de

dura

ção

ou q

uant

itativ

o in

ferio

res

ou s

uper

iore

s ao

s lim

ites

fixad

os.

A

rtig

o 3.

° (R

emis

sões

) C

onsi

dera

m-s

e ef

ectu

adas

par

a as

cor

resp

onde

ntes

dis

posi

ções

do

novo

C

ódig

o Pe

nal,

toda

s as

rem

issõ

es f

eita

s pa

ra n

orm

as d

o C

ódig

o an

terio

r co

ntid

as e

m le

is p

enai

s avu

lsas

.

Art

igo

4-°

(Rev

ogaç

ões)

C

om e

xcep

ção

das

norm

as r

elat

ivas

a c

ontra

venç

ões,

são

revo

gado

s o

Cód

igo

Pena

l, ap

rova

do p

elo

Dec

reto

de

16 d

e Se

tem

bro

de 1

886

e to

das

as d

ispo

siçõ

es le

gais

que

pre

vêem

e p

unem

fact

os in

crim

inad

os p

elo

novo

C

ódig

o Pe

nal,

nom

eada

men

te:

Page 31: JCF Elementos de Estudo Dto Penal CV

ELEM

ENTO

PA

RA

O E

STU

DO

DE

DIG

O P

ENA

L D

E C

AB

O V

ERD

E

61

a) O

Dec

reto

-Lei

n.°

39.6

88,

de 5

de

Junh

o de

195

4,qu

e ap

rovo

u a

cham

ada

refo

rma

de 5

4 e

aplic

ada

ao U

ltram

ar,

com

alte

raçõ

es p

elos

ar

tigos

16°

e 1

7° d

o D

ecre

to-L

ei n

.° 39

.997

, de

29 d

e D

ezem

bro

de 1

954;

b)

O D

ecre

to-L

ei 3

9.99

8, d

e 29

de

Dez

embr

o de

195

4, d

irect

amen

te

aplic

ável

ao

Ultr

amar

, al

tero

u os

arti

gos

141°

e 1

50°

do C

ódig

o, n

o co

ncer

nent

e ao

s crim

es c

ontra

a se

gura

nça

do E

stad

o;

c) O

Dec

reto

-Lei

401

66, d

e 18

de

Mai

o de

195

5, e

bem

ass

im, a

Por

taria

n.

° 15.

989,

de

08 d

e O

utub

ro d

e 19

56, q

ue o

man

da a

plic

ar a

o U

ltram

ar;

d) O

Dec

reto

-Lei

n.°

4107

4,de

17

de A

bril

de 1

957,

e be

m a

ssim

, a P

orta

ria

1631

5, d

e 07

de

Junh

o de

195

7, q

ue o

man

da a

plic

ar a

o U

ltram

ar;

e) O

Dec

reto

-Lei

n.°

184/

72, d

e 31

de

Mai

o e

bem

ass

im, a

Por

taria

n.°

342/

74 d

e 29

de

Mai

o qu

e o

man

dou

aplic

ar a

o U

ltram

ar;

f) O

Dec

reto

-Lei

n.°

37/7

5, d

e 18

de

Out

ubro

; g)

O D

ecre

to-L

ei n

.° 32

/77,

de

14 d

e M

aio;

h)

O D

ecre

to-L

ei n

.° 78

/78,

de

16 d

e Se

tem

bro

e be

m a

ssim

, o D

ecre

to-L

ei

n.° 1

30/8

7, d

e 12

de

Dez

embr

o;

i) O

Dec

reto

-Lei

n.°

78/7

9, d

e 25

de

Ago

sto,

e b

em a

ssim

, o D

ecre

to-L

ei

n.° 1

29/8

7, d

e 12

de

Dez

embr

o;

j) O

Dec

reto

-Lei

n.°

142/

87, d

e 19

de

Dez

embr

o;

k) A

Lei

n.°

20/IV

/91,

de

30 d

e D

ezem

bro;

l)

O D

ecre

to-L

ei L

egis

lativ

o n.

° 4/9

7, d

e 28

de

Abr

il;

m) A

Lei

81/

V/9

8, d

e 07

de

Dez

embr

o.

A

rtig

o 5.

° (N

orm

as r

elat

ivas

a c

ontr

aven

ções

) M

anté

m-s

e em

vig

or a

s no

rmas

de

dire

ito s

ubst

antiv

o e

proc

essu

al

rela

tivas

às

cont

rave

nçõe

s ap

lican

do-s

e, p

orem

aos

lim

ites

da m

ulta

e à

pr

isão

em

sua

alte

rnat

iva,

as d

ispo

siçõ

es d

o no

vo C

ódig

o Pe

nal.

FUN

AD

AO

DIR

EITO

E JU

STIÇ

A

62

Art

igo

6.°

(Pen

as c

umul

ativ

as d

e pr

isão

e m

ulta

) 1.

Enq

uant

o vi

gora

rem

nor

mas

que

pre

veja

m p

enas

cum

ulat

ivas

de

pris

ão

e m

ulta

sem

pre

que

a pe

na d

e pr

isão

for s

ubst

ituíd

a po

r mul

ta se

rá a

plic

ada

uma

só p

ena

equi

vale

nte

à so

ma

da m

ulta

dire

ctam

ente

impo

sta

e da

que

re

sulta

r da

subs

titui

ção

da p

risão

. 2.

É a

plic

ável

o r

egim

e pr

evis

to n

o ar

tigo

70°

do C

ódig

o Pe

nal

à m

ulta

ún

ica

resu

ltant

e do

que

dis

põe

o nu

mer

o an

terio

r, se

mpr

e qu

e se

trat

ar d

e m

ulta

s em

tem

po.

A

rtig

o 7.

° (S

uspe

nsa

da e

xecu

ção

da p

ena)

En

quan

to v

igor

arem

nor

mas

que

pre

veja

m c

umul

ativ

amen

te p

enas

de

pris

ão e

mul

ta, a

sus

pens

ão d

a ex

ecuç

ão d

a pe

na d

e pr

isão

dec

reta

da p

elo

Trib

unal

não

abr

ange

a p

ena

de m

ulta

.

Art

igo

8.°

(Reg

ime

pena

l esp

ecia

l par

a jo

vens

) Le

i esp

ecia

l det

erm

inar

á o

regi

me

pena

l a se

r apl

icad

os a

os jo

vens

de

idad

e co

mpr

eend

ida

entre

16

e 21

ano

s qu

e se

jam

age

ntes

de

fact

o qu

alifi

cado

co

mo

crim

e.

A

rtig

o 9.

° (D

ivul

gaçã

o do

Cód

igo

Pena

l) O

Dep

arta

men

to g

over

nam

enta

l res

pons

ável

pel

a ár

ea d

a Ju

stiç

a pr

oced

erá

à m

ais a

mpl

a di

vulg

ação

do

Cód

igo

Pena

l ora

apr

ovad

o.

A

rtig

o 10

(E

ntra

da e

m v

igor

) O

Cód

igo

Pena

l e

os a

rtigo

s 2.

° a

8.°

do p

rese

nte

Dec

reto

Leg

isla

tivo

entra

m e

m v

igor

a 1

de

Julh

o de

200

4.

Page 32: JCF Elementos de Estudo Dto Penal CV

ELEM

ENTO

PA

RA

O E

STU

DO

DE

DIG

O P

ENA

L D

E C

AB

O V

ERD

E

63

Vis

to e

apr

ovad

o em

Con

selh

o de

Min

istro

s. Jo

sé M

aria

Per

eira

Nev

es -

Cri

stin

a Fo

ntes

Lim

a Pr

omul

gado

em

17

de N

ovem

bro

de 2

003

Publ

ique

-se.

O

PR

ESID

ENTE

DA

REP

UB

LIC

A, P

edro

Ver

ona

Rodr

igue

s Pir

es

Refe

rend

ado

em 1

7 de

Nov

embr

o de

200

3 O

Prim

eiro

-Min

istro

, Jo

sé M

aria

Per

eira

Nev

es