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O banco para um mundo em mudança VISION NEWSLETTER I niciamos o ano de 2017 celebrando o cente- nário do Jazz através de uma série de apre- sentações realizadas no BNP Paribas sob o comando do músico e apresentador Daniel Dai- bem. A perspectiva favorável quanto à apro- vação da Reforma da Previdência e a espera- da estabilização das contas públicas delineava também um cenário econômico de retomada da confiança e otimismo. O estilo musical, entretanto, que melhor ilustraria o Brasil nesse primeiro semestre se- ria na realidade o rock and roll. O choque resul- tante da turbulência observada no âmbito polí- tico desde o mês de maio certamente adicionou maior grau de incerteza ao processo de apro- vação das reformas e recuperação econômica. Mesmo que o mercado tenha absorvido bem o primeiro impacto, o novo cenário certamente implica em maior cautela e uma re-calibragem das expectativas de curto prazo. Apesar dos desafios iminentes no campo político, a economia brasileira mantém seu imenso potencial de crescimento, contan- do com vantagens competitivas inerentes dificilmente replicáveis em outras regiões. É com essa visão de longo prazo que o BNP Paribas mantém sua estratégia de contínuo e consistente desenvolvimento no país, trabalhando para consolidar-se como o banco internacional de referência no mercado brasileiro, parceiro preferido de longo prazo dos nossos clientes. Durante 2017, permanecemos focados na entrega de soluções tanto à nossa cliente- la global com necessidades no Brasil quanto àqueles clientes nacionais que buscam acessar os mercados externos, seja para captar recur- sos de maneira eficiente, implementar estra- tégias de investimento e risk management ou apoiar os seus programas de crescimento e di- versificação. Lideramos diversas operações de destaque nesse sentido, tais como a emissão de dívida soberana no mercado externo pela República Federativa do Brasil, a emissão de Green Bonds para a produtora de celulose Fibria e o aconse- lhamento à empresa belga Ontex na aquisição do negócio de fraldas descartáveis da Hyper- marcas, marcando sua entrada no Brasil. Co- ordenamos também importantes emissões de dívida no mercado local, tais como o CRA para o Grupo Pão de Açúcar e a Debêntures de Infraestrutura para o desenvolvedor de projetos eólicos Casa dos Ventos. Além disso, todas as nossas ati- vidades de administração de recursos de terceiros (Asset Mana- gement, Wealth Management, Securities Services) apresentaram também crescimento consistente durante o ano, em linha com nosso plano estratégico e beneficiando-se também da tendência de fly to quality observada no mercado. Seja ao som de jazz ou de rock and roll, o BNP Paribas se orgu- lha de sua sólida presença no Brasil e busca aproveitar as opor- tunidades para crescer em conjunto com seus clientes no país. JAZZ OU ROCK AND ROLL? SANDRINE FERDANE | PRESIDENTE DO BANCO BNP PARIBAS BRASIL Nesta edição: ID Lab: mais benefícios para os usuários 2 Gestão de recursos recebe reconhecimentos 2 Bate-papo com Mario Araripe, da Casa dos Ventos 4 BANCO BNP PARIBAS BRASIL

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Page 1: JAZZ OU ROCK AND ROLL? - BNP Paribas · do Congresso em um estande que recebeu mais de 1.500 visitantes. ... guia-da pela crítica e professora de arte Magnólia Costa. Mais de

O banco para um mundo em mudança

VISION NEWSLETTER

Iniciamos o ano de 2017 celebrando o cente-nário do Jazz através de uma série de apre-sentações realizadas no BNP Paribas sob o

comando do músico e apresentador Daniel Dai-bem. A perspectiva favorável quanto à apro-vação da Reforma da Previdência e a espera-da estabilização das contas públicas delineava também um cenário econômico de retomada da confiança e otimismo.

O estilo musical, entretanto, que melhor ilustraria o Brasil nesse primeiro semestre se-ria na realidade o rock and roll. O choque resul-tante da turbulência observada no âmbito polí-tico desde o mês de maio certamente adicionou maior grau de incerteza ao processo de apro-vação das reformas e recuperação econômica. Mesmo que o mercado tenha absorvido bem o primeiro impacto, o novo cenário certamente implica em maior cautela e uma re-calibragem das expectativas de curto prazo.

Apesar dos desafios iminentes no campo político, a economia brasileira mantém seu imenso potencial de crescimento, contan-do com vantagens competitivas inerentes dificilmente replicáveis em outras regiões.

É com essa visão de longo prazo que o BNP Paribas mantém sua estratégia de contínuo e consistente desenvolvimento no país, trabalhando para consolidar-se como o banco internacional de referência no mercado brasileiro, parceiro preferido de longo prazo dos nossos clientes.

Durante 2017, permanecemos focados na entrega de soluções tanto à nossa cliente-la global com necessidades no Brasil quanto àqueles clientes nacionais que buscam acessar os mercados externos, seja para captar recur-sos de maneira eficiente, implementar estra-tégias de investimento e risk management ou apoiar os seus programas de crescimento e di-versificação.

Lideramos diversas operações de destaque nesse sentido, tais como a emissão de dívida soberana no mercado externo pela República Federativa do Brasil, a emissão de Green Bonds para a produtora de celulose Fibria e o aconse-lhamento à empresa belga Ontex na aquisição do negócio de fraldas descartáveis da Hyper-marcas, marcando sua entrada no Brasil. Co-ordenamos também importantes emissões de

dívida no mercado local, tais como o CRA para o Grupo Pão de Açúcar e a Debêntures de Infraestrutura para o desenvolvedor de projetos eólicos Casa dos Ventos. Além disso, todas as nossas ati-vidades de administração de recursos de terceiros (Asset Mana-gement, Wealth Management, Securities Services) apresentaram também crescimento consistente durante o ano, em linha com nosso plano estratégico e beneficiando-se também da tendência de fly to quality observada no mercado.

Seja ao som de jazz ou de rock and roll, o BNP Paribas se orgu-lha de sua sólida presença no Brasil e busca aproveitar as opor-tunidades para crescer em conjunto com seus clientes no país.

JAZZ OU ROCK AND ROLL?SANDRINE FERDANE | PRESIDENTE DO BANCO BNP PARIBAS BRASIL

Nesta edição: ID Lab: mais benefícios para os usuários 2

Gestão de recursos recebe reconhecimentos 2 Bate-papo com Mario Araripe, da Casa dos Ventos 4

BANCO BNP PARIBAS BRASIL

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A BNP Paribas Asset Management recebeu em abril de 2017 a reafirmação do rating de Qualidade de Gestão de Investimentos ‘Forte’ pela Fitch Ratings. A classificação é fruto da capacidade de investimento e características

operacionais da gestora de ativos. Foram fatores deci-sivos para a

avaliação positiva: a experiente equipe exe-cutiva; a estabilidade financeira; seu robusto processo de investimentos; e o sólido suporte operacional e tecnológico do grupo. O rating

reflete ainda as fortes estruturas de controle e de governança da gestora.

No mesmo mês a revista Investidor Insti-tucional publicou seu ranking ‘Os Melhores Fundos para Institucionais’. O estudo elabo-rado pela Luz Soluções Financeiras analisou 640 fundos de 69 gestores de recursos ba-seando-se em metodologia própria para ana-lisar a relação risco vs. retorno dos fundos e avaliar a eficiência dos gestores frente aos seus benchmarks. Os fundos são classificados entre Excelentes, Adequados e Inadequados. A BNP Paribas Asset Management ficou en-tre as 10 gestoras com o maior número de

fundos Excelentes, com 7 fundos mútuos sob sua gestão com essa classificação das dife-rentes classes: ações, investimento no exte-rior e renda fixa.

Fundada em 1998, a BNP Paribas Asset Ma-nagement é responsável pela gestão de R$ 43 bilhões em abril e vem apresentando cresci-mento consistente nos últimos anos, subindo 3 posições nos últimos três anos e garantin-do um lugar entre as 10 maiores gestoras do país, de acordo com o ranking da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Finan-ceiro e de Capitais (ANBIMA).

FIQUE POR DENTRO

2 | VISION Junho / 2017

O Brasil passou por uma série de mudanças ao longo do último ano. A rápida queda da inflação abriu espaço para um ciclo amplo de relaxamento monetário, sustentado por um Banco Central que com êxito ancorou as expectativas futuras. O país se debruçou sobre importantes (e há muito adiadas) reformas estruturais, e

conseguiu aprovar, pela primeira vez no país, um limite aos gastos pú-blicos, diminuindo o risco de aumento da já elevada carga tributária. A política econômica se tornou mais realista, a gestão de estatais e bancos públicos melhorou sensivelmente, e busca-se implementar uma série de medidas que visam melhorar o difícil ambiente de negócios e aumentar a produtividade.

Ainda que recentes eventos políticos suscitem dúvidas quanto à con-tinuidade desta agenda, percebemos um grande avanço no quadro eco-nômico e institucional. A sólida equipe econômica vem dando sinais de que permanecerá aconteça o que acontecer. O calendário de concessões

e privatizações, que deve beneficiar, sobretudo, setores de infraestru-tura e óleo e gás, foi confirmado, com contratos mais bem estruturados estimulando o apetite de investidores.

Acreditamos que a inflação deve seguir caindo e ainda há amplo espaço para corte de juros, que resultará num alívio para famílias e empresas. No que pese as incertezas recentes, dificilmente have-rá reversão de sinal na política econômica, e o compromisso com a responsabilidade fiscal. Uma queda nos índices de confiança deve paralisar momentaneamente investimentos e atrasar a recuperação da economia, já em curso, mas um desfecho relativamente rápido no campo político poderia evitar maiores consequências. Finalmente, há as importantes reformas trabalhista e previdenciária com tramitação perto de um desfecho no Congresso que, se aprovadas, poderão le-gar um ciclo mais sustentável de crescimento para os próximos anos no Brasil.

Marcelo CarvalhoANÁLISE ECONÔMICA

UMA DAS 10 MAIORES GESTORAS DE RECURSOS DO BRASIL

Economista-Chefe para mercados emergentes da América Latina do Banco BNP ParibasMudança consolidada

TECNOLOGIA PARA MAIOR SEGURANÇA FINANCEIRAA indústria global está sujeita a tecnologias que sur-

gem diariamente e impactam nossos clientes, parceiros e nossos próprios sistemas, exigindo constante adaptação e desenvolvimento de novos modelos de gestão tecnoló-gica. Por isso, o BNP Paribas Securities Services lançou o Innovation and Digital Lab (ID Lab), em maio de 2016, como parte de uma estratégia global do grupo BNP Pa-ribas. Essa estratégia inclui a continuidade de maiores investimentos na infraestrutura de tecnologia já exis-tente, e especialmente a continuação do foco em nos-so cybersecurity a fim de trazer benefícios significativos para todos os usuários.

É imprescindível que nosso ID Lab esteja intimamente ligado à voz do cliente e aos nossos ativos digitais existentes. Blockchain é um desenvol-vimento chave para isso. Construímos uma plataforma para gravar e ge-

renciar eletronicamente títulos em blockchain. A primeira fase em andamento consiste no apoio a títulos de capital aberto para start ups e empresas de pequeno e médio porte, em parceria com o especialista em arrecadação de fundos SmartAngels. O próximo passo é administrar e padronizar todo o ciclo de vida de um mini-bond na pla-taforma: o registro de um título, mudança de acionistas, etc. Também planejamos desenvolver novos recursos, em especial no gerenciamento de caixa. O objetivo a longo prazo, uma vez permitido pela regulamentação, é aplicar a tecnologia aos mercados listados, criando uma plata-

forma de multi-ativos capaz de gerenciar ativos complexos. Novas tecnologias e novas regulamentações estão multiplicando da-

dos de forma exponencial, abrindo novas oportunidades para o BNP Pa-ribas ajudar a organizar, armazenar e trocar esse valor com o cliente.

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O Congresso de Fundos de Investimento da ANBIMA teve sua 9ª edição nos dias 10 e 11 de maio, no pavilhão da Bienal, no Ibirapue-ra, reunindo os principais players da indústria de gestão de fundos paera a discussão dos desafios e perspectivas do segmento. Os tims do BNP Paribas (Asset Management, Securities Services e Wealth Management) estiveram presentes contribuindo nos painéis e apre-sentando serviços e soluções do banco para clientes e prospects presentes.

O congresso trouxe uma ampla agenda de debates e palestras sobre cenário econômico, sustentabilidade, tendências do merca-do, tecnologia e outros assuntos pertinentes. Nomes como Henrique Meirelles, Ministro da Fazenda, Daniel Maeda, presidente da CVM,

o professor Mario Sérgio Cortella e o escritor Charles Duhigg foram responsáveis por alguns dos debates e apresentações que contaram com a audiência de executivos das principais insti-tuições financeiras do país, prestadores de ser-viço do mercado financeiro e representantes de órgãos públicos.

O BNP Paribas estava representado na feira do Congresso em um estande que recebeu mais de 1.500 visitantes. Foi realizado também o 6º Seminário de Private Banking.

Os eventos contaram com uma grande cobertura nos principais meios de comunicação e redes sociais.

No dia 30 de março, a Fun-dação Cultural BNP Paribas promoveu uma visita à expo-sição Anita Malfatti–100 anos de arte moderna, no Museu de Arte Moderna–MAM, guia-da pela crítica e professora de arte Magnólia Costa. Mais de

100 clientes participaram do evento, que se encerrou com um co-quetel.

Em 2017 o jazz completa 100 anos. Para comemorar, o BNP Paribas Bra-sil programou quatro encontros com apresentações ao vivo. O primei-ro encontro aconteceu no dia 27 de abril na sede do Banco BNP Paribas Brasil, com o músico e guitarrista Da-niel Daibem ( foto), acompanhado de seu quarteto. Ele deu uma aula-show sobre o gênero que segue influencian-do músicos até hoje.

Reforçando a cooperação Brasil/Alemanha, o BNP Paribas parti-cipou do 27ª FinanzSymposium em Mannheim, Alemanha, o maior congresso de tesouraria e financial officers da região, com um es-tande ao lado dos colegas alemães. Workshops, visitas e contatos biletarais e muitas oportunidades de negó-cios foram abertas junto a mais de 25 em-presas. Nossa delegação foi formada por nove executivos liderados pela presidente Sandrine Ferdane. O sucesso do estande foi enorme e um bartender encarregou-se de oferecer nossas tradicionais caipirinhas.

3 | VISION Junho / 2017

ACONTECEU

O Banco BNP Paribas promoveu a 2ª edição do Brazil Business Conference, com o tema “On The Road Again”. A conferência acon-teceu em maio, no Hotel Unique, e contou com a participação de clientes, executivos e agentes do mercado, reunidos para debater os desafios e perspectivas para o Brasil.

Participaram Jean-Yves Fillion, CEO BNP Paribas para Amé-rica do Norte e Head Corporate & Institutional Banking Améri-

cas, Damien Loras, CEO da Loras D&A Consultoria, Cônsul Geral da França no Brasil. Do pai-nel moderado por Stephanie Sfakia-nos, Global Head Sustainable Finance BNP Paribas, parti-ciparam Alexandre Azevedo, da Azimut

Brasil, Marcelo Habibe, da Fibria, e Felipe Gordillo, Senior Sus-tainability Research Analyst BNP Paribas Investment Partners, em torno do tema do desenvolvimento sustentável.

Para falar dos desafios e oportunidades do governo foi convida-do Mansueto Almeida, Secretário de Acompanhamento Econômi-co do Ministério da Fazenda; e do ponto de vista financeiro, falou Beny Parnes, economista chefe do SPX Capital.

A abertura ( foto) foi feita pela Presidente do Banco BNP Paribas Brasil, Sandrine Ferdane. O moderador foi o economista-chefe do Banco BNP Paribas Brasil, Marcelo Carvalho.

Transatlânticos no Brasil é o primeiro livro a contar a história das grandes linhas europeias e norte-americanas de transporte marítimo de passageiros para o Brasil. O Banco BNP Paribas, reconhecendo a importância da rica história de alegrias, sofrimentos e sonhos que representou a era dos transatlânticos, apoiou a produção deste livro com 400 imagens que reconstituem mais de um século de nossa navegação marítima. O lan-çamento aconteceu no Rio de Janeiro, reunindo clientes do Banco BNP Paribas Brasil.

Brazil Business ConferenceAnita Malfatti  no MAM

Centenário do Jazz

FinanzSymposium em Mannheim

Sandrine Ferdane, presidente do Banco

BNP Paribas Brasil, e Pedro Corrêa do

Lago, editor

Executivos de Global Markets Ricardo Guimarães e Sergio Machado

Executivos do Banco BNP Paribas Andrea Cattaneo, Mauro Rached e Luiz Sorge

Livro “Transatlânticos no Brasil”

Congresso ANBIMA: o Banco BNP Paribas no maior evento da indústria de gestão de recursos

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CASA DOS VENTOS: INVESTIMENTO CONTÍNUO

BATE-PAPO

COM MARIO ARARIPE

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Vision: A Casa dos Ventos é a maior desen-volvedora de projetos de energia eólica da América Latina, sendo que quase 1/3 da ca-pacidade de geração eólica do Brasil foi de-senvolvida por sua empresa. Como foi ser um pioneiro neste setor – montar equipes, desenvolver fornecedores, mapear os locais mais atrativos?Mario Araripe: Sempre acreditamos que, para atingirmos posições de liderança, em qualquer atividade na qual nos envolvemos, temos que agir de forma diferente. E ser dife-rente nunca é fácil. Quando iniciamos nossos investimentos em energia eólica, em 2007, contávamos com a dificuldade adicional do pioneirismo que o assunto representava. Afi-nal, muito pouco se fazia nesse sentido aqui no Brasil.

Notamos, no primeiro momento, que a atu-ação das empresas na prospecção de sítios eólicos era tímida e que havia pouco conhe-cimento a respeito do comportamento do es-coamento de flúidos no relevo, ou seja, não se dispunha de muita informação acerca de co-mo se comportava o recurso eólico no Brasil.

Para sermos diferentes, resolvemos cons-truir esse conhecimento. Procuramos iden-tificar o modus operandi de empresas mais tradicionais, na Europa e Estados Unidos, e estudamos as melhores formas de tropica-lizarmos esses procedimentos. Importamos mão-de-obra do exterior, contratamos os principais certificadores de vento do mundo. Montamos uma equipe com jovens engenhei-ros oriundos do Instituto Tecnológico da Aero-náurtica, o ITA, o maior formador de cabeças pensantes em aerodinâmica do país, e onde eu me orgulho de ter sido forjado. Também construímos uma parceria estratégica com a Camargo & Schubert, liderada por Odilon Camargo, uma das maiores autoridades em Energia Eólica.

E investimos. Investimos muito. Por exem-plo, montamos uma fábrica para produzir as nossas próprias torres de medição, porque o mercado não as ofertava em quantidade que atendesse a nossa demanda e garantis-se qualidade. Também procuramos estar do-tados das melhores tecnologias disponíveis no mercado mundial em termos de equipa-

mentos de meteorologia ( first class). Busca-mos, ainda, identificar e adquirir o que havia de mais moderno em termos de tecnologia de medição de vento no mundo. Fomos os pri-meiros no Brasil a usar equipamentos a laser e a ondas de som para estudar o comporta-mento do vento.

Para estabelecermos uma relação de con-fiança e perpetuidade com os proprietários das terras que necessitamos para desenvol-vermos os projetos (mais de 10.000 propriedades arren-dadas), procuramos construir uma linguagem adequada aos nossos interlocutores, sem-pre procurando contar com pessoas selecionadas nas próprias comunidades onde atuaríamos, tendo como pré--requisito essencial serem respeitadas e conhecidas. Inovamos também ao estabelecer o pagamento de remuneração pela terra durante a realização dos trabalhos de medição do vento – o chamado arrenda-mento pré-operacional. Até então, o padrão era estabelecer parcerias onde o pagamento pelo uso da terra só aconteceria a partir do momento em que a energia fosse gerada. Nós invertemos essa lógica e passamos a mostrar que não estávamos ali para fazer aventura.

O resultado foi fenomenal, e hoje em dia, em qualquer lugar do país, o pagamento pré-ope-racional é uma regra.

Todo esse esforço nos trouxe como recom-pensa a identificação dos principais sítios eó-licos do país.

V: O mundo está passando por uma fase de rápido desenvolvimento das energias re-nováveis. Quais os limites de crescimento dessas fontes, particularmente da energia eólica? E o Brasil, temos ainda um grande potencial a ser desenvolvido? O ambien-te regulatório suporta o desenvolvimento deste potencial? Temos um cluster indus-trial apto a suportar o crescimento no lon-go prazo?M.A.: Uma das características mais impor-tantes das fontes renováveis é que sua dis-ponibilidade é entregue pela natureza, e não programada pelo homem. São fontes com va-riabilidade diária na produção, e uma sazo-nalidade anual particular de sua localidade. Não obstante, medições de longo prazo têm permitido acumular um histórico relevante de séries temporais, contribuindo para estimati-vas de produção futura com maior certeza e precisão. Há 10 anos a Casa dos Ventos me-de os ventos do Nordeste, acumulando mais de 750 pontos medidos. Utilizando desse co-

nhecimento e trabalhando de forma integrada ao sistema elétrico, por meio de linhas de transmissão adequadas e operação conjunta com hi-droelétricas e termoelétricas eficientes, enxergamos que o limite de inserção das reno-váveis ainda está muito dis-tante de ser atingido. Para se

fazer uma comparação, 42% da energia elétri-ca da Dinamarca é produzida por usinas eó-licas, e no Brasil não chega a 8% da matriz.

O potencial no Brasil é muito grande, com destaque para o Nordeste, cujos ventos são constantes, unidirecionais e com velocidade média elevada. No país, temos hoje operan-do 11 GWs de parques eólicos. Somente em 2016, o Brasil instalou 2.0 GWs em novos pro-jetos, porém estes números são tímidos quan-

Mario Araripe, fundador e CEO da Casa dos Ventos

O potencial de geração de energia eólica no

Brasil é muito grande, com destaque para o

Nordeste

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E PARCERIA COM O BANCO BNP PARIBASdo comparados ao potencial disponível. A Ca-sa dos Ventos tem 15.5 GW de bons projetos em nosso portfólio.

O ambiente regulatório tem avançado, mas é necessário impor um ritmo mais acele-rado de mudanças estruturais e regulatórias, se o país quiser acompanhar a acelerada evo-lução das tecnologias renováveis. Podemos mencionar os gargalos de conexão (linhas de transmissão) que impactam a expansão do potencial energético do Norte e Nordeste do país. O impasse na liquidação das diferenças no MCP também tem impactado negativa-mente os agentes do setor.

Por fim, o Brasil soube, ao logo desta últi-ma década, desenvolver uma cadeia nacional de produção de aerogeradores, consultorias especializadas, construtoras com know-how em implantar parques eólicos, dentre outros. São 5 fabricantes com produção local, e uma capacidade de atendimento plena do plano de expansão do setor eólico. O que precisamos é de uma sinalização positiva de expansão das renováveis, e não me parece que nosso limite esteja na cadeia produtiva.

V: Além dos impactos ambientais positivos, quais os efeitos sociais dos projetos de ge-ração de energia eólica, bastante concen-trados na Região Nordeste?M.A.: Nossas operações estão localizadas em municípios nordestinos com uma série de ca-rências de recursos básicos, de saúde, edu-cação, água e oportunidades de geração de emprego e renda, porém muito ricos em di-versidade cultural, valor humano, biodiversi-dade e sobretudo do puro espírito vencedor do nordestino. Temos como política a cons-trução de uma relação de respeito com as comunidades onde atuamos através de en-gajamento em iniciativas de interesse da co-letividade, essa é nossa abordagem.

Incentivamos e apoiamos projetos em sus-tentabilidade que buscam suprir essas carên-cias básicas, e que ao mesmo tempo sejam alicerces para que a comunidade busque o resgate de suas raízes culturais, ressaltando seu protagonismo, e que possam acreditar na possibilidade de exercício pleno da cidadania. Exemplo disso foi o recente investimento na região do Araripe, municípios de Simões (PI) e Araripina (PE) na construção de uma esco-

la rural totalmente modernizada, um giná-sio poliesportivo e uma adutora de água pa-ra abastecer as comunidades que sofrem por longos anos com a seca e escassez deste im-portante recurso natural. Além disso, temos projetos de apoio nas áreas de educação, as-sistência social, e oferta de cursos, capacita-ção e treinamento do pequeno produtor rural, do jovem e daquele que busca uma oportuni-dade profissional.

Isso tudo porque a Casa dos Ventos está empenhada em ir além do desenvolvimen-to, construção e opera-ção de empreendimentos de energia éolica. Quere-mos trazer nosso valor e compromisso com as atu-ais e futuras gerações, re-duzindo não só o impacto ambiental, mas também proporcionando às comu-nidades locais uma me-lhoria em suas qualidades de vida. Nosso compro-misso é com nossos inves-tidores, parceiros, clien-tes, colaboradores, meio ambiente e também a co-munidade local. Essa é a nossa vantagem competitiva.

V: Voltado ao desenvolvimento dos projetos, como a Casa dos Ventos enfrenta o desafio da financiabilidade dos projetos? As alter-nativas disponíveis hoje são suficientes no médio/longo prazo?M.A.: Desde 2014, a Casa dos Ventos teve bastante sucesso para acessar o mercado de crédito e de capitais. Desembolsamos R$ 3,5 bi de recursos do BNDES, captamos aproxi-madamente R$ 1,8 bi de recursos de curto prazo e emitimos três debêntures incentiva-das totalizando R$380 mm.

Contudo, acreditamos que é saudável para o setor ter alternativas de financiamento. Um assunto que nos interessa, por exemplo, é de PPAs atrelados ao dólar, o que possibilitaria que projetos eólicos tivessem acesso ao mer-cado internacional de bancos, ECAs, agências multilaterais, project bonds, como é feito em vários países da região.

Com a redução da taxa básica de juros,

contínuo processo de educação de investido-res e o amadurecimento do setor, entendemos que o mercado de capitais local poderá ser mais representativo no futuro.

No curto e médio prazo, acreditamos que o BNDES continuará priorizando e sendo muito representativo no financiamento de energias renováveis com funding de longo prazo.

V: Como o BNP Paribas pode suportar a Casa dos Ventos nestes desafios?M.A.: O BNP Paribas é um dos principais ban-

cos de infraestrutura do mundo e bastante ativo no setor de energia renovável no Brasil desde o PROINFA – que marcou o início da in-dústria eólica no país. Pela sua presença e experiência global, o banco tem muita “tecnologia” e experiência de outros mercados, sen-do, portanto, uma referên-cia e profundo conhecedor das diferentes alternativas de financiamento.

A Casa dos Ventos con-tinuará acreditando e in-vestindo nesse setor de ca-

pital intensivo e a parceria com o BNP Paribas é importante para a estratégia de crescimen-to da companhia.

V: Para concluir, qual a sua visão do futuro das energias renováveis, quais avanços tec-nológicos podem se materializar em breve?M.A.: A tecnologia de aerogeradores não pa-rou de evoluir. Os rotores estão cada dia maio-res, e a eficiência tem aumentado de forma significativa, ano após ano. Sem dúvidas os aerogeradors do futuro serão muito maiores que os atuais. Mas não podemos nos esque-cer da entrada forte da fonte solar fotovoltai-ca no Brasil, com módulos mais eficientes e maiores a cada momento. É possível que ve-jamos também plantas heliotérmicas no fu-turo, bem como concentradoras fotovoltaicas de alto rendimento, pois condições naturais adequadas não nos falta. O biogás, biomassa, CGHs e PCHs são outras fontes que terão seu espaço nessa diversidade natural gigantesca que o Brasil nos provê.

A Casa dos Ventos está empenhada em ir além

do desenvolvimento, construção e operação de empreendimentos.

Queremos trazer nosso valor e compromisso com as

atuais e futuras gerações

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6 | VISION Junho / 2017

BANCO BNP PARIBAS BRASIL n SÃO PAULO SP: Tel. (11) 3841-3100 / Fax (11) 3841-3200 | Wealth Management: Tel. (11) 3841-3143 | Asset Management: Tel. (11) 3049-2820 | Securities Services: Tel. (11) 3841-3055 | Corporate Coverage: Tel. (11) 3841-3070 n BELO HORIZONTE MG: Tel. (31) 3254-1250 / Fax (31) 3254-1260 n CURITIBA PR: Tel. (41) 3099-7250 / Fax (41) 3099-7260 n RIO DE JANEIRO RJ: Tel. (21) 3049-8200 / Fax (21) 3213-8230.SUA OPINIÃO: O e-mail [email protected] é um espaço dedicado à opinião dos nossos clientes sobre os produtos, serviços e atendimento do Banco BNP Paribas. Aguar-damos o seu contato. Ouvidoria BNP Paribas: Tel. 0800-771-5999 / [email protected]. | VISION é uma publicação do Banco BNP Paribas Brasil dirigida aos clientes. Coor-denação: Claudia Melo | Jornalista-responsável: Marcelo Girard (MTb 28837) | Projeto e editoração: Marcelo Girard / IMG3 Com. Gráf. & Editorial | Fotografia: Alessandro Carvalho e Liao C.K. | Impresso pela Pigma Gráfica e Editora Ltda.

EM UM MUNDO EM MUDANÇA,

TER MÚLTIPLAS COMPETÊNCIASTORNA UMA EQUIPE MAIS FORTE

UMA EQUIPE, MÚLTIPLAS COMPETÊNCIAS: SOLUÇÕES SOB MEDIDAPresente no Brasil desde 1950, e operando como banco múltiplo desde 1996, o Banco BNP Paribas Brasil é um dos líderes mundiais em Corporate and Investment Banking, Asset e Wealth Management. O Grupo BNP Paribas* oferece também no país crédito ao consumo, seguros e terceirização de frotas. Uma equipe bem preparada que conta com produtos e serviços sob medida para auxiliá-lo a alcançar seus objetivos.

bnpparibas.com.br | Ouvidoria: 0800-771-5999 ou [email protected]

Este material tem caráter meramente informativo e não constitui um compromisso, contrato, garantia ou oferta firme de parte do Banco BNP Paribas Brasil S.A. (“BNP Paribas”) com relação a qualquer operação financeira ou serviço. Qualquer compromisso, contrato, garantia ou oferta firme serão materializados por meio da assinatura do respectivo instrumento contratual pelo BNP Paribas e pelo cliente e após feitas as verificações internas e obtida a aprovação de crédito específica. *As empresas pertecentes ao Grupo BNP Paribas não mantêm qualquer relacionamento societário ou administrativo direto ou indireto com o BNP Paribas, possuindo diretoria, administração e estruturas totalmente independentes em relação a todas as demais empresas controladas direta ou indiretamente pelo BNP Paribas - França no Brasil.