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Jardim da Cerca da Graça - Memória Descritiva _ Projecto de Execução de Arquitectura Paisagista 1 JARDIM DA CERCA DA GRAÇA Projecto de execução de Arquitectura Paisagista Memória Descritiva

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JARDIM DA CERCA DA GRAÇA

Projecto de execução de Arquitectura Paisagista

Memória Descritiva

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Índice

Introdução

1. Características locais

1.2 Coberto vegetal

2. Proposta de intervenção

2.1 Entradas

2.1.1 Entrada Nascente

2.1.2 Entrada Norte

2.1.3 Entrada Sul

2.2 Rede de caminhos

2.2.1 Pavimentos

3. Elementos estruturantes do Jardim

3.1 Restaurante e edifício de apoio à manutenção do Jardim

3.2 Miradouro – Pérgula

3.3 Mirante

3.4 Pérgula metálica

3.5 Elementos de água

3.5.1 Tanque e escadaria

3.5.2 Canal de água

3.5.3 Lago

3.6 Casa de fresco

3.7 Parque infantil e juvenil

3.8 Parque de merendas

4. Estrutura verde

Listagem de espécies vegetais

5. Mobiliário urbano

5.1 Vedação exterior, guardas de protecção de caminhos e corrimãos

5.2 Bancos de jardim, mobiliário do parque de merendas, bebedouros e papeleiras

5.3 Pérgola de madeira, pérgola metálica e estrutura de ensombramento no parque infantil

6. Arquitectura e Projectos de especialidades

6.1 Arquitectura

6.2 Arqueologia

6.3 Iluminação Pública

6.4 Rede de rega

6.5 Rede de Drenagem

6.6 Projecto de Estabilidade

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JARDIM DA CERCA DA GRAÇA

PROJECTO DE EXCUÇÃO

Introdução

O presente projecto destina-se à construção do “Jardim da Cerca da Graça” em Lisboa. O

local destinado à sua construção, compreende uma encosta voltada a poente por debaixo do

Convento da Graça, e uma zona plana contínua que no total somam 1,3 há.

A construção do presente jardim pretende criar um novo espaço público de encontro,

estadia e suporte ao recreio infantil e juvenil, no centro histórico da cidade, que é uma zona

carenciada em zonas verdes dotadas de equipamento de recreio.

Vista da zona plana do terreno destinado à construção do jardim

1. Características locais

O local de estudo situa-se na freguesia da Graça, junto ao limite poente na fronteira com a

freguesia do Socorro, que abrange o bairro da Mouraria. A Graça e a Mouraria formam um

aglomerado urbano pitoresco, de malha densa e com ruas de traçado irregular constituíndo uma

unidade cultural e urbana. Estes bairros por serem de génese medieval e ainda mais antiga,

árabe, não possuem espaços abertos verdes à utilização pública.

A área de intervenção pode ser considerada como um interior de um quarteirão, delimitado

a Nascente pelo Convento da Graça, a Sul pelas escadinhas do Caracol da Graça, a Poente pelos

logradouros dos edifícios da Rua dos Lagares e a Norte, o terreno é em parte delimitado pelos

logradouros dos edifícios da Calçada do Monte, sendo no restante perímetro confinado por um

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muro na mesma rua. O talude imediatamente abaixo do Convento da Graça não faz todo parte do

Jardim. Só a parte a jusante do Miradouro da Graça está integrado na área de intervenção.

Corresponde a um terreno onde se localizou uma esplanada nos anos 90 designada Caracol da

Graça. Este terreno possui 63% de inclinação.

Área de intervenção no interior do limite da Junta de Freguesia da Graça

No interior da zona de intervenção sente-se um profundo afastamento de ruídos

indesejáveis, como sejam provenientes de estradas e ruas. Este aspecto confere ao local uma paz

e tranquilidade muito agradável.

O terreno objecto do presente projecto era uma parte das instalações de comando da

GNR em Lisboa. Foi mantido permeável e livre de construções com excepção de uma casa de

habitação pertencente a um guarda e pequenos anexos de apoio agrícola. Para além destas

construções, existe um muro de suporte com contrafortes que suportam o terreno abaixo da

Calçada do Monte e ainda um muro extenso de fraca qualidade de construção que separa a zona

plana do laranjal que será substituído por um novo.

A casa do guarda e os anexos serão demolidos e no lugar da casa, será construída um

restaurante e o apoio à manutenção do jardim. O muro de suporte com os contrafortes servirá

para suportar um percurso acessível, de entrada no jardim e integrará um miradouro e uma

pérgola.

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Inserção urbana do terreno. Distinção morfológica da encosta e planície

O terreno apresenta-se bastante condicionado devido à sua morfologia. A parte superior a

Nascente é o ponto mais alto a partir do qual se desenvolve uma encosta inclinada, com declives

na ordem dos 50% e mais, recebendo o sol praticamente todo o dia. A partir da encosta têm-se

amplas vistas para a colina do Castelo, Rio Tejo e zona central de Lisboa.

Na zona mais baixa situa-se o terreno plano com uma inclinação suave, subdividido em

dois níveis, delimitados por um muro de suporte.

O terreno possui alguns caminhos em terra que serviram ao longo dos anos de percursos

naturais internos.

Atendendo às características morfológicas do terreno, a Câmara Municipal de Lisboa,

encomendou uma Prospecção Geotécnica a uma entidade competente, para identificar e

caracterizar mecanicamente as formações ocorrentes no local. Foram realizadas sondagens

mecânicas e ensaios laboratoriais e elaborado um relatório, que integra o presente projecto de

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execução. O estudo da Prospecção Geotécnica serviu de base científica na elaboração do

presente projecto e na execução dos projectos de especialidades, nomeadamente, estabilidade,

drenagem e arqueologia.

1.2 Coberto vegetal

A encosta do terreno está profundamente coberta de vegetação herbácea, arbustiva e

pequenas árvores, tais como, zambujeiros e amendoeiras. Ao longo dos caminhos existem

arbustos de grande porte da espécie myoporum acuminatum, sem interesse florístico. Estes

arbustos de grande altura e por terem sido plantados na crista dos taludes ao longo dos caminhos,

tombaram e têm estado na origem de alguns desmoronamentos superficiais de terreno.

Myoporum acuminatum plantado ao logo do caminho. Desmoronamento por queda

Na zona plana e junto ao limite do terreno existe um laranjal formado por árvores adultas.

Imagem da zona plana e baixa do terreno

Em redor da restante zona plana existem algumas árvores de fruto: limoeiros,

pessegueiros e macieiras. O restante terreno plano está coberto de gramíneas e outras

herbáceas.

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Zona do futuro relvado Imagem do laranjal

O terreno por debaixo do miradouro da Graça possui um conjunto notável de Yucas e

ainda um patamar com cinco palmeiras adultas.

Terreno por debaixo do Miradouro da Graça

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2. Proposta de intervenção

O desenvolvimento da proposta de intervenção para a criação do Jardim da Cerca da

Graça, orientou-se para a concretização dos objectivos traçados da criação deste Jardim: dotar

esta zona da cidade com um amplo jardim público que permita à população o recreio ao ar livre,

sendo o jardim dotado de equipamento adequado.

Com base na análise orográfica do terreno, e partindo da sua fisiografia concebeu-se uma

paisagem capaz de suportar a utilização pública diversificada, com conforto e segurança e

oferecer locais de usufruição das vistas para as colinas da Lisboa. Particularmente para o Castelo

de São Jorge, Rio Tejo e Encosta do Bairro Alto.

As características do terreno, mais inclinado na parte superior e mais plano na parte

inferior, estão na base do zonamento da utilização no jardim. A parte superior é percorrida com

uma rede principal de caminhos e nos nós de mudança de direcção a rede é pontuada por zonas

de estadia. Caso do Mirante e do tanque-escadaria.

Para além dos pontos de confluência, as zonas de estadia distribuem-se uniformemente

no terreno, oferecendo locais de usufruição da paisagem envolvente.

A encosta abaixo do Miradouro da Graça é marcada por três zonas de estadia a diferentes

níveis. A primeira surge onde actualmente existe uma pequena plataforma que comunica com o

Caracol da Graça e dará origem a uma zona de estadia com bancos de jardim. Mais abaixo, a

entrada Sul no Jardim, através da plataforma das palmeiras é também um local de estadia.

A tardoz, já no interior do jardim propriamente dito propõe-se uma zona de estadia num

nível ligeiramente superior.

Ao longo dos caminhos de inclinação suave são instalados bancos de jardim.

O caminho 5 sob a pérgula metálica instalada ao longo do canal de água oferece múltiplas

possibilidades de estadia, quer ao nível dos bancos de jardim existentes como sob o murete que

separa a pérgula.

A intervenção na generalidade das encostas será mínima, limitando-se a limpezas e à

plantação de árvores e arbustos. Com excepção do talude entre o caminho 2 e 3 que necessita de

ser totalmente reperfilado, devido à sua grande inclinação, variável entre os 60% e os 80%, o

talude será protegido e estabilizado à superfície com um Geocomposto definido nas condições

técnicas.

Este material permite o espalhamento de terra à superfície para posterior realização de

hidrossementeira.

A construção do edifício principal do jardim, restaurante e casa de apoio à manutenção do

jardim, é proposta no local onde existe uma casa de habitação de um guarda que será demolida.

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2.1 Entradas

As entradas correspondem aos pontos que no limite do terreno permitem uma melhor

articulação com a malha urbana envolvente.

O jardim terá três entradas. As entradas terão portões para que no caso de se pretender

fechar o parque durante a noite, tal seja possível.

2.1.1 Entrada Nascente

A entrada nascente localizada no troço final da Rua Damasceno Monteiro, cruzamento

com a Rua da Graça será uma entrada viária e pedonal. Marcada pela construção de dois pilares

onde assenta um portão.

2.1.2 Entrada Norte

A entrada Norte localiza-se na Calçada do Monte e é assinalada com a construção de uma

portaria, descrita pelo autor como “um pequeno edifício, com três fachadas contra a empena cega.

Esta construção, com pé direito único, sem caixilharias, integrada no alçado da rua, criando a

ilusão de se entrar numa casa. E, provocando uma experiência única devido ao facto de se

encontrar num espaço de sombra com pé direito único, com uma vista rasgada sobre o castelo de

São Jorge com o Rio Tejo ao fundo” A portaria é detalhada no projecto de arquitectura.

No prolongamento da entrada Norte é construída uma escadaria que dá acesso ao interior

do jardim. Em alternativa providencia-se um caminho de nível que possibilita aceder ao jardim sem

escadas.

2.1.3 Entrada Sul

A entrada Sul liga o jardim ao Caracol da Graça. O Caracol da Graça é um percurso

pedonal formado por vários troços de escadinhas que ligam a Rua dos Lagares na Mouraria, ao

Miradouro da Graça ou Miradouro Sophia de Mello Breyner.

2.2 Rede de caminhos

A rede de caminhos assenta principalmente nos percursos naturais existentes no terreno.

Estes caminhos foram há muito rasgados na encosta apresentando bermas muito inclinadas.

Devido aos desníveis grandes e declives acentuados, os caminhos são acompanhados de um dos

seus lados, da construção de muros de suporte.

A rede de caminhos articula entre si os acessos ao jardim e os diferentes locais de estadia

e de recreio, concebidos no presente projecto.

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A acessibilidade e a circulação interior são dificultadas pelos desníveis do terreno. Do topo

da encosta para a zona mais baixa do jardim, as diferenças de nível são da ordem dos trinta

metros. No projecto a acessibilidade foi equacionada de modo a garantir a existência de percursos

acessíveis até aos elementos estruturantes do jardim. Mas em alguns pontos a rede de caminhos

integra escadas por ser a única forma de vencer os desníveis existentes, existindo sempre em

alternativa um percurso de nível.

2.2.1 Pavimentos

A escolha do tipo de pavimento a utilizar no Jardim da Cerca da Graça teve como

preocupação a selecção de um pavimento permeável, agregado, para poder manter-se nos

caminhos inclinados e com tracção suficiente para ser seguro para os peões. A opção recaiu

sobre um pavimento de inertes, neste caso, seixo britado, com ligante de poliuretano enriquecido.

Este pavimento é contínuo e não necessita de juntas de dilatação. Mantém uma boa elasticidade

em caso de ligeiros assentamentos que eventualmente se verifiquem nos terrenos.

As caleiras de pavimento, os lancis e os remates dos caminhos são revestidos com uma

camada do mesmo pavimento.

O pavimento tipo “HLD-23” da Neoasfalto ou equivalente, adequa-se também à circulação

de viaturas que no caso da manutenção do jardim existirá sempre essa necessidade até ao

respectivo edifício. Na planta de pavimentos está delimitada a área de pavimento reforçada para

suporte da circulação viária, de acordo com os desenhos de pormenor.

As escadas serão revestidas com placas de material pétreo, quer o cobertor como o

espelho, de acordo com os pormenores tipo.

Nas áreas de recreio infantil, juvenil e parque de merendas propõe-se um pavimento

natural com estilhaças de madeira.

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3. Elementos estruturantes do Jardim

3.1 Restaurante e edifício de apoio à manutenção do Jardim

O jardim da Cerca da Graça, terá um restaurante e esplanada de suporte à utilização

pública. Este equipamento servirá não só refeições como também lanches e snacks. Este edifício

albergará ainda as instalações sanitárias públicas. Adjacente a este, é projectado um edifício de

apoio às operações de manutenção do jardim, constituído por instalações sanitárias, cacifos e

espaço de refeições destinados aos funcionários que trabalham na manutenção do jardim. Existirá

ainda espaços de arrumação para as ferramentas e alfaias agrícolas. Os projectos destes edifícios

são apresentados no projecto de arquitectura do Jardim.

3.2 Miradouro – Pérgula

A partir da entrada Norte existe um percurso de nível, sobranceiro ao jardim, a partir do

qual se têm vistas panorâmicas sobre o jardim e as colinas da cidade. Por este facto, e

aproveitando um muro existente com contrafortes projectou-se uma zona de estadia constituída

por bancos intercalados por colunas que suportam uma pérgula de madeira orientada a poente.

O miradouro dotado de bancos, localizado junto a uma entrada, oferece a possibilidade ao

público de usufruir do jardim sem que para isso tenha de penetrar muito no seu interior. Este

aspecto é particularmente importante por exemplo para os idosos que tiram partido da experiência

dos espaços públicos através da contemplação e observação do comportamento de outros.

3.3 Mirante

O mirante, detalhado pelo projecto de arquitectura, é uma estrutura constituída por uma

colunata circular que aglutina três percursos, num pequeno alargamento existente no percurso

principal descendente. De forma a materializar este ponto, localizado a uma cota elevada que

oferece uma vista panorâmica sobre a cidade Lisboa e o Rio Tejo, concebeu-se o Mirante como

ponto notável da encosta do Jardim da Graça. Esta estrutura de sombra dotada de um pequeno

banco- murete permite a estadia em ambiente de elevado conforto ambiental, quer físico como

visual.

3.4 Pérgula metálica

A zona baixa do jardim é seccionada por um muro de suporte longitudinal, construído a

partir de um outro existente que delimita a zona do relvado, a cota superior, do laranjal, a cota

inferior. Este muro é o limite de um caminho encimado por uma pérgola metálica que estrutura os

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percursos da zona baixa do jardim e os articula com a área de recreio juvenil e parque de

merendas. O caminho da pérgola metálica oferece condições de grande conforto sendo por isso

dotado de bancos.

3.5 Elementos de água

A água é um elemento importante para amenizar o clima e enriquecer a paisagem. A

encosta do jardim da Graça é voltada a poente sendo que no verão o calor e a secura atmosférica

se fazem sentir intensamente. Assim, e para além da arborização dos percursos do jardim

conceberam-se três estruturas com água: tanque, canal de água e lago. Estas estruturas são

alimentadas por um sistema fechado de recirculação e de tratamento da água, de acordo com o

projecto da especialidade. Partilham entre si a geometria rectangular e o respectivo revestimento.

São elementos lineares paralelos à curvas de nível da encosta de intervenção e são revestidos por

placas de material pétreo, tipo “Mono K Ref. 2.02.03.01” ou equivalente.

3.5.1 Tanque e escadaria

O tanque e escadaria situam-se no troço final da entrada Norte, logo após a pérgola de

madeira. Esta zona estruturante do jardim poderá funcionar como um pequeno anfiteatro ao ar

livre. Na escadaria são embutidas duas floreiras para plantação de árvores colunares.

A criação do tanque, com 1 metro de largura, cerca de 9,00 metros de comprimento e 0,35

m de profundidade, integra-se no projecto global do troço final da entrada Norte, local com

características altimétricas especiais e de forte exposição solar. O tanque é delimitado por uma

parede num dos seus dois lados maiores, que divide dois percursos: uma rampa acessível ao

caminho principal do jardim e o percurso frente ao tanque. Esta parede é pontuada por quatro

bicas em pedra de lioz que alimentam o tanque. O lado do tanque que é directamente acessível ao

público é concebido como um banco murete.

A parede onde se situam as bicas e todo o elemento de água são revestidos com placas

de material pétreo do tipo “Mono k-Estilhadus” Ref. 2.0203.01, ou material equivalente.

3.5.2 Canal de água

O canal de água desenvolve-se em paralelo ao caminho da pérgola metálica, do lado

oposto ao muro de suporte. O canal de água é constituído por um murete com bicas em pedra de

lioz e o seu fundo é de cota variada, composto por pequenos troços que acompanham o desnível

do terreno. Este elemento de água, linear é interrompido em quatro pontos, por percursos que dão

acesso ao laranjal, onde se situam as áreas de merendas e de estadia, e aos parques de recreio

infantil e juvenil.

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O revestimento das paredes do canal e o revestimento do murete é o mesmo, constituindo

uma unidade estruturante de composição da zona de cota baixa do Jardim da Cerca da Graça.

3.5.3 Lago

O terceiro elemento de água é um pequeno lago de forma rectangular que marca a

entrada sul do Jardim.

O lago é animado por um jogo de repuxos que pretende amenizar e aglutinar uma zona de

estadia que se projecta em seu redor. Esta zona formal é um contraponto ao edifício da cafetaria

que se situa do lado oposto a norte no jardim. Adjacente a este local situa-se uma pequena casa,

a casa de fresco.

3.6 Casa de fresco

A casa de fresco, detalhada no projecto de arquitectura, é uma construção aberta da qual

se vislumbra o seu interior a partir da zona verde próxima do lago, mas cujo acesso só se efectua

a partir de um nível abaixo. Esta construção pontua a paisagem do jardim e oferece abrigo quer da

chuva quer do sol que no verão é intenso.

3.7 Parque infantil e juvenil

O Jardim da Cerca da Graça oferecerá ao público três núcleos de recreio activo, situados

na zona baixa e de declive suave do jardim, nas proximidades do laranjal.

A escolha do equipamento para os parques infantis e juvenis do jardim da Graça,

efectuada em parceria com o arquitecto designer Paulo Cardoso, procurou seleccionar peças

originais que ainda não existissem nos parques de Lisboa e optar por peças de materiais idênticos

entre si. Nesta selecção, a madeira e o metal são os materiais comuns às peças seleccionadas. A

madeira surge também ao nível

O laranjal existente no jardim será preservado e permitirá integrar em torno dos seus

limites, as áreas de recreio. O projecto das áreas recreativas e do parque de merendas

seleccionou uma peça esférica com 450mm de diâmetro, cor de laranja que se assemelha a uma

laranja gigante. Esta esfera permite uma utilização informal, como apoio para sentar ou brinquedo.

Trata-se de uma peça lúdica, tipo “Playnet Ref. 160002”, ou equivalente que faz alusão ao laranjal

e aos seus frutos.

A área de recreio infantil mais pequena, com cerca de 38 m2, é construída por uma caixa

de areia, delimitada por muretes, onde se propõe a instalação de um brinquedo com vários níveis

de interacção dirigido a crianças a partir dos 3 anos tipo “Water Play System A “ou equivalente. O

brinquedo tipo “Eibe, VEDAP” ou equivalente, possui uma pequena saída de água, destinada ao

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desenvolvimento de jogos lúdicos muito apetecíveis pelas crianças, permitindo a realização de

brincadeiras com água e areia. A caixa de areia, lavada do rio, possui uma ligação à rede de

drenagem pluvial para escoamento da água.

A localização desta pequena área de recreio infantil, destinado a crianças de pequena

idade, situa-se perto da esplanada do restaurante, permitindo a vigilância e o controlo parental.

Sendo este local de forte exposição solar, propõe-se uma pérgola de ensombramento com

ripado de madeira.

A área de recreio infantil mais ampla, constituída por três brinquedos: um combinado de

trepar tipo “Hut Combination 350” da “Richter, Soveral” ou equivalente destinado a crianças dos 3

aos 8 anos, um carrossel com assentos tipo “Carossel Seating Ring” da “Richter, Soveral” ou

equivalente, para crianças dos 4 aos 12 anos e uma mesa circular com 2,20m de diâmetro

destinada a brincadeiras de grupo para crianças de todas as idades, tipo “Richter, Soveral” ou

equivalente.

O pavimento é formado por estilhaças de madeira sobre uma camada de material

drenante. Os lancis e a delimitação da zona de recreio são em troncos de madeira tratada,

diâmetro 12 cm, de acordo com as peças desenhadas.

Por debaixo dos brinquedos deverá ser espalhada uma camada de 40 cm de profundidade

de estilhas de madeira, de acordo com o Plano de Pavimentos. Na restante área, a camada

deverá ser de 10 cm.

A área de recreio infantil é contínua à área de recreio juvenil. A área de recreio juvenil

destina-se a crianças e adolescentes a partir dos 5 anos de idade. É equipada com três peças:

uma torre octogonal de trepar acoplada a um escorrega, tipo “Richter, Soveral” Ref. 7.79000 e Ref.

3.63520, ou equivalente para crianças com mais de 6 anos, uma estrutura metálica e corda, tipo

Hidronatura “Geoball, Berliner Ref. 95.130.205 ” ou equivalente, para crianças a partir dos 5 anos

e ainda um baloiço tipo “Richter, Soveral” Ref. 6.14000, ou equivalente, para crianças dos 5 aos

12 anos.

3.8 Parque de merendas

O parque de merendas localiza-se junto ao laranjal e nas proximidades das áreas

recreativas. Confina directamente com o caminho que ladeia o canal de água, beneficiando do

som da água e da frescura do ar. A água e o laranjal são elementos com forte cariz mediterrânico,

que aqui, junto à Mouraria, evocam a génese cultural do bairro.

O pavimento das áreas de merendas e na zona do laranjal é o mesmo seleccionado para

o parque infantil e juvenil: estilhaças de madeira em camada de 10cm. Esta opção oferece

unidade às áreas recreativas do jardim situadas nas proximidades umas das outras. O parque de

merendas é equipado com conjuntos de mesas e bancos revestidos com ripas de madeira de tali.

Alguns conjuntos possuem dois bancos e outros quatro, consoante as mesas de merendas sejam

de maiores ou menores dimensões.

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4. Estrutura verde

O terreno apresenta uma estrutura verde: as encostas encontram-se revestidas por

árvores, arbustos e herbáceas e, na zona plana, existe um extenso campo com revestimento

herbáceo. Aqui situar-se-á o relvado.

Nas encostas, as árvores são essencialmente zambujeiros e amendoeiras, pontualmente

pinheiros. Num patamar mais abaixo situa-se um laranjal.

A proposta de estrutura verde para o presente projecto sublinha a importância da estrutura

pré-existente, mantendo-a e valorizando-a. Nesta óptica, as encostas são limpas de vegetação

desadequada, caso dos Myoporum e de árvores secas e mal configuradas. Pontualmente serão

plantadas olaias, amendoeiras, medronheiros, sobreiros e ciprestes. Nas zonas de maior

ensombramento surgem hortênsias e vincas. Na encosta da Graça de maior exposição solar

propõe-se a plantação de estevas que no verão libertam um odor característico.

A valorização da estrutura verde passa pela extensão desta importante componente do

jardim, estendendo-a a novos locais, como é o caso da arborização ao longo dos caminhos e

nas proximidades das zonas de estadia. A arborização dos caminhos é muito importante por se

tratar de um terreno voltado a poente. A escolha de espécies vegetais a introduzir, seleccionou

espécies bem adaptadas ao clima da cidade de Lisboa e de elevado valor cromático.

As espécies de árvores a plantar ao longo dos caminhos são ainda de pequeno porte para

não taparem as vistas, a partir dos níveis superiores do jardim e detentoras de elevado valor ao

nível da floração. Por exemplo, amendoeiras, macieiras e outras rosáceas. Nos caminhos a cota

inferior dotados de bancos, utiliza-se ainda a Koeulereteria paniculata e a Sophora japonica na

arborização dos percursos.

Pontualmente surgem árvores isoladas de grande interesse ornamental, caso das corísias,

eritrina, ciprestes glaucos e palmeiras.

Na zona baixa é preservado o laranjal e as palmeiras adultas. Junto aos limites das áreas

recreativas são introduzidas pereiras de jardim e belas sombras.

Em redor dos muros de suporte do terreno que ladeiam os caminhos, plantam-se

trepadeiras para que o seu crescimento ajude a diminuir o impacte visual destas construções:

vinha virgem, ficus repens e madressilvas.

A ornamentação das pérgulas de madeira e metálica far-se-á respectivamente com

glicínias brancas e azuis e roseiras de Santa Teresinha.

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Listagem de espécies vegetais

Árvores

Arbutus unedo

Albizzia julibrissin rósea

Cupressus arizonica “glauca”

Cupressus sempervirens “stricta”

Cercis siliquastrum

Chorisia speciosa

Erithrina crista-galli

Quercus suber

Malus floribunda

Sophora japonica

Pinus pinea

Prunus dulcis

Prunus cerasifera

Phytolaca dioica

Phyru calleryana

Koeulereteria paniculata

Palmeiras

Phoenix cannariensis

Trachycarpus fortunei

Arbustos

Coronilla Valentina var. glauca

Crataegus monogyna

Hibiscus rosa-sinensis

Lavandula dentata

Lantana camara

Polygala myrtifolia

Rosmarinus officinalis

Rosmarinus officinalis var. prostratus

Thuja orientalis “semperaurea”

Tamarix africana

Viburnum tinus

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Trepadeiras

Ficus repens

Lonicera japonica

Parthenocissus quinquefolia

Parthenocissus tricuspidata

Rosa trepadeira de Santa terezinha

Wisteria floribunda

Herbáceas

Cistus ladanifer

Festuca ovina glauca

Hidrangea macrophylla

Iris germanica

Poligonum capitatum

Pennisetum alpecuroides

Santolina chamaecyparis

Vinca major

Lote de sementes do Relvado

60% Festuca arundinacea

10% Poa pratensis

30% Lolium perene

Lote de sementes da hidrossementeira

Mistura herbácea

Dactylis glomerata..........................15%

Festuca rubra..................................35%

Lolium multiflorum........................30%

Trifolium incarnatum.....................7,5%

Trifolium repens............................2,5%

Lupinus luteus................................10%

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Mistura arbustiva

Cistus em mistura..............................2%

Cytisus scoparius..............................10%

Coronilla glauca................................10%

Myrtus communis..............................2%

Ononis ramosissima...........................2%

Phillyrea latifolia.................................7%

Retama monosperma........................30%

Retama sphoerocarpa........................30%

Rhamnus alaternus..............................2%

Viburnum tinus...................................5%

5. Mobiliário urbano

Todas as peças metálicas serão metalizadas e pintadas a tinta de esmalte, cor RAL 6009.

Todas as madeiras serão tali, envernizadas.

5.1 Vedação exterior, guardas de protecção de caminhos e corrimãos

O jardim é delimitado em todo o seu perímetro através de muros ou de vedações. Na

Calçada do Monte o terreno possui um muro com cerca de 5 metros de altura que será mantido no

troço em que funciona como suporte de terras. No restante comprimento será cortado até 0,60

metros de altura, sobre o qual se colocará uma vedação em ferro que permite abrir as vistas sobre

o jardim. Esta opção reveste-se de extrema importância para se fazer sentir na zona envolvente os

benefícios da qualidade visual da paisagem do jardim e da cidade. Em vez de uma parede

grafitada ter-se-á uma zona verde enquadrada pelas colinas de Lisboa e mais ao fundo, o rio Tejo.

O limite da Calçada do Monte é o único materializado com vedação exterior. Todo o

restante limite é definido pelos muros existentes que serão recuperados, rebocados e pintados.

As entradas são condicionadas por portões metálicos e os desníveis de caminhos e zonas

de estadia são protegidos por guardas metálicas de acordo com os desenhos de pormenor.

Ao longo dos caminhos sobre os taludes mais inclinados serão afixadas guardas de

protecção dos peões.

Junto de escadas serão instalados corrimãos de dois tipos: nas escadas mais largas e de

maior utilização, será colocado a meio um corrimão duplo, de desenho tradicional; nos lances de

escadas mais estreitos e de menor utilização será uma estrutura tubular, fixada ao muro

adjacente.

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5.2 Bancos de jardim, mobiliário do parque de merendas, bebedouros e papeleiras

Os bancos de jardim propostos são de ripas de madeira, sobre pés de ferro forjado, do

tipo Projecto Alba da Larus Ref. BJAR 17 C ou equivalente, em madeira envernizada tali.

Ao longo dos caminhos 3, 4 e 7 os muretes em redor das zonas verdes são projectados,

dimensionados e capeados, para servirem de bancos informais.

O parque de merendas será equipado com conjuntos de mesas e bancos, com ripas de

madeira, do tipo “Larus linha parque” ou equivalente, em madeira envernizada tali. De acordo com

a peça desenhada, propõem-se conjuntos de dois bancos ou quatro bancos, no caso da mesa

grande ou mesa pequena respectivamente.

A selecção das peças de mobiliário urbano tem como preocupação uniformizar no jardim a

linha de desenho. Tanto ao nível dos bancos e mesas de merendas como também na linha de

desenho dos brinquedos do parque infantil.

No jardim destinam-se dois locais para colocação de bebedouros: um na área do parque

infantil e outro na zona mais alta do jardim, próximo do tanque-escadaria.

Ao longo dos caminhos e nas proximidades das zonas de estadia deverão ser colocadas

papeleiras idênticas às restantes dos jardins de Lisboa, tipo “ Plastic omnium Prima Linea de 50 l”

ou equivalente.

5.3 Pérgola de madeira, pérgola metálica e estrutura de ensombramento no parque

infantil

A pérgola de madeira compreende uma estrutura de traves sobre colunas pré-fabricadas

de material pétreo, tipo “AMOP acabamento lioz, idêntico ao previsto no revestimento de muretes,

de acordo com os desenhos de pormenor. Prevê-se a sua cobertura com glicínias plantadas junto

às colunas.

No desenho da pérgola metálica procurou-se a criação de uma estrutura que marca-se um

percurso e um troço da paisagem do jardim e lhe conferisse uma ambiência recreativa própria. De

um dos seus lados serão plantadas trepadeiras.

A estrutura de ensombramento sobre o parque infantil assenta sobre a caixa de areia não

permitindo a plantação de trepadeiras. Por isso a sua cobertura será em ripas de madeira tali

orientadas para uma boa protecção solar.

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6. Arquitectura e Projectos de especialidades

6.1 Arquitectura

A construção da Portaria, Mirante, Restaurante e Edifício de Apoio à manutenção do

Jardim, bem como a Casa de fresco, são resultado do projecto de arquitectura concebido para o

jardim. O projecto de arquitectura das construções e respectivas especialidades técnicas, são

parte integrante da obra de construção do Jardim da Cerca da Graça.

6.2 Arqueologia

O projecto de execução do Jardim da cerca da Graça, contempla um conjunto de

especialidades, nomeadamente a arqueologia pois o lugar em questão está localizado em área de

nível 2 de intervenção do Regulamento do Plano Director Municipal e na servidão administrativa

do Convento da Graça (Monumento Nacional – Decreto nº 40684, DG nº 146, de 13/07/1956;

Decreto nº 29604, DG nº 112, de 16/05/1939; Decreto nº 29604, DG nº 136, de 23/06/1910) e do

Castelo de São Jorge e Restos das Cercas de Lisboa (Monumento Nacional – Decreto de

16/06/1910, DG nº 136, de 28/06/1910), condição que obriga ao dever de consulta ao organismo

da tutela, especificamente, ao parecer favorável da Direcção Regional de Cultura de Lisboa e Vale

do Tejo

Neste sentido, o projecto de execução integrar o programa das medidas de salvaguarda

dos valores arqueológicos tornadas necessárias pela sua realização.

6.3 Iluminação Pública

O jardim será dotado de uma rede de iluminação pública, desenvolvido e apresentado no

projecto de execução da respectiva especialidade.

6.4 Rede de rega

As zonas verdes serão dotadas de uma rede de rega para garantir a sua manutenção,

cujo projecto é desenvolvido pela respectiva especialidade.

6.5 Rede de Drenagem

A drenagem das águas pluviais de caminhos, zonas de estadia e das encostas

ajardinadas é objecto de um projecto próprio pela respectiva especialidade técnica.

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6.6 Projecto de Estabilidade

Todas as construções, muros, muretes, escadas e estruturas metálicas são projectadas

tendo por base um projecto de estabilidade. A análise dos pormenores de construção destes

elementos do projecto de arquitectura paisagista deverá ser acompanhado dos respectivos

projectos de estabilidade.

Cristina Duarte

Arquitecta paisagista

Lisboa, 10 de Novembro de 2011