jardim botânico: 16,5 hectares de...

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No “Conta Aí”, professora de Jornalismo comenta sobre novo curso de Extensão “Mulheres em Pauta” (p. 03) Círculo Pagão, um refúgio mágico para a vida corrida da Universidade (p. 07) Universidade de Barbados e UFRRJ, uma aliança pela igualdade racial (p. 06) JARDIM BOTÂNICO: 16,5 HECTARES DE VIDA Ano VI - Número 3 - Junho de 2016

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No “Conta Aí”, professora de Jornalismo comenta sobre novo curso

de Extensão “Mulheres em Pauta”(p. 03)

Círculo Pagão, um refúgio mágicopara a vida corrida

da Universidade(p. 07)

Universidade de Barbadose UFRRJ, uma aliançapela igualdade racial

(p. 06)

Jardim Botânico:16,5 hectares de vida

Ano VI - Número 3 - Junho de 2016

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Pró-Reitora de Graduação: Lígia Machado / Pró-Reitor Adjunto de Graduação: Leonardo de Gil Torres / Diretora de Departamento de Assuntos Acadêmicos e Registro Geral (DAARG): Marta Maria Figueiredo / Assessora de Gabinete: Elisângela Menezes Soares / Jornalista Responsável: Kleber Costa / Web Designer: Vitor Apolinário / Estagiários da Assessoria de Comunicação da Prograd: Ana Beatriz Paiva, Letycia Nascimento e Wall Rosa / Design Gráfico e Diagramação: Kleber Costa e Wall Rosa / Arte de Capa: Wall Rosa.

Rodovia BR 465, Km 7, Antiga Rodovia Rio-São Paulo, Sala 92 do Pavilhão Central da UFRRJSeropédica/RJ – 23897-000. Telefones para contato: (21) 2682-1112 / (21) 2681-4699 Telefax: (21) 2682-2810

E-mail: [email protected] / Twitter: @prograd_UFRRJ /Facebook: facebook.com/PROGRAD.UFRRJ

eXPediente:

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ProGrad LanÇa editaL de reoPÇÃo e reinGresso interno

A Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) torna público o edital de oferta de vagas para Reopção de Cur-so e Reingresso Interno em cursos de graduação do segundo período letivo de 2016. As inscrições online acontecem entre 06 e 17 de junho, através de formulário de inscrição disponibilizado na aba

"formulários" do Quiosque Alunos. Veja o calendário com os prazos abaixo:

A Reopção de Curso é a mudança de curso de graduação dentro da UFRRJ sem restrição de área do conheci-mento, sempre que se registrarem vagas disponíveis no curso de destino. Para participar é preciso ter concluído com aprovação pelo menos 50% dos créditos previstos na matriz curricular do curso de origem, estar entre o segundo e o quarto período e possuir Coeficiente de Rendimento Acumulado (CRA) igual ou superior a cinco.

Já o Reingresso Interno consiste na aceitação de aluno diplomado ou concluinte da UFRRJ para obtenção de novo diploma em outro curso de graduação sempre que se registrarem vagas disponíveis no curso de destino. Para participar, é necessário ter concluído a primeira graduação há no máximo cinco anos. Além disso, é preciso comprovar que o curso de reingresso poderá ser integralizado no tempo máximo previsto no seu Projeto Peda-gógico, após a contabilização do tempo de conclusão da primeira graduação.

O edital com o quadro de vagas estará disponível na primeira semana de junho, nas sessões "Reopção" e "Reingresso" do Portal da Graduação (portal.ufrrj.br/pro-reitoria-de-graduacao).▪

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JornaLista, muLher e miLitante: uma Luta PeLa

iGuaLdade de Gênero

►Por ana Beatriz Paiva

Militante pela igualdade de gênero, ruiva e “mãe” de dois gatos vira-la-tas, Flora Daemon se camufla facil-

mente entre estudantes de vinte e poucos anos por conta de sua aparência jovial. Mas, aos seus 34 anos, ela já é pós-doutorada em comunicação pela Universidade Federal Flu-minense (UFF) e foi aprovada em primeiro lugar no concurso para docente da discipli-na “Ética e Política” do curso de Jornalismo. Flora é uma jornalista que se destaca pela sua coragem, paixão pela pesquisa e por sua credibilidade na profissão. Há poucas sema-nas, a professora assumiu um curso de Ex-tensão com o tema: “Mulheres em Pauta”, onde o objetivo é criar um espaço de refle-xão crítica sobre gênero e representação da mulher nas redações fluminenses.

JG: Como se deu a sua chegada à Rural e o interesse em realizar este curso de Exten-são, foi uma escolha sua?Quando soube que a UFRRJ tinha criado um curso de Jornalismo com uma proposta tão interessante, logo pensei que ali poderia ser, de fato, um lugar muito bacana para se traba-lhar. No final de 2015, tomei conhecimento do concurso e, assim, resolvi participar do pro-cesso seletivo. E deu tudo certo: fui aprovada

PROGRAD Conta AÍ, Professor

em primeiro lugar em março e tomei posse em maio. Logo que cheguei, a coordenação sugeriu que eu oferecesse um curso de extensão que tivesse relação com meu interesse de pesquisa. E assim pensei na ideia de criar um espaço de reflexão crítica que articulasse gênero, jornalismo e representação da mulher.

JG: Qual o objetivo do “Mulheres em Pauta"?A proposta é fomentar e fortalecer o debate sobre gênero na Universidade. E isso, sem dúvida, tem relação com o mo-vimento muito poderoso articulado pelas mulheres ruralinas. Minha ideia, nesse sentido, é somar. É mapear, por meio do que estou chamando de "cartografia de presenças e ausências da mulher na imprensa" as formas de narrar gênero jornalisti-camente na contemporaneidade. E, assim, perceber como são pautadas (ou não pautadas) as mulheres, as violências discur-sivas dessas narrativas e todo grande desafio que temos pela frente na condição de jornalistas, mulheres e militantes.

JG: Qual a sua expectativa para o curso? Tenho profundo interesse em tornar o espaço de sala de aula uma oportunidade de reflexão crítica constante e horizonta-lizado. É daí que parto. Conhecimento, pra mim, tem ligação direta com troca. Por isso que a escuta do outro, dessas mu-lheres e homens que frequentam o curso, é tão importante. Porque estamos construindo juntos. Porque isso é fazer polí-tica no sentido original e cotidiano. Não é só sala de aula; é sala de aula, é família, é sociabilidade praticada em espaços públicos e privados que me interessam. Estamos em luta. Constantemente. Quero ser mais uma a ajudar nesse proces-so complexo que é a busca pela equidade de gênero.

JG: Hoje, o que mais faz na Rural? E em que mais atua além da Universidade?No próximo semestre serei responsável pelas disciplinas de "Éti-ca e Política", além de "Comunicação e Cidadania". Oferecerei uma disciplina optativa também, provavelmente envolvendo gê-nero. Nesse momento, atuo também como professora do Pro-grama de Pós-Graduação em Comunicação da UFF e sou vice-co-ordenadora de dois projetos de extensão. Fora isso, oriento um quinteto maravilhoso da UFF que está pensando gênero de uma maneira super ampliada que vai desde o funk proibidão até a cultura nerd e sou "mãe" de dois gatos vira-latas, Pagu e Murilo. ▪

►Por ana Beatriz Paiva

Destaque. Nova professora de Jornalismo da Rural é militante pela igualdade de gênero

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Provavelmente você já tenha ouvido falar. Talvez, já tenha até ido algumas vezes para estudar ou relaxar e perce-beu quanta beleza, paz e oxigênio esse lugar proporcio-

na. Por um momento, você até se esquece de que está mes-mo em uma área urbana. É dele mesmo que estou falando, o Jardim Botânico (JB) da Rural. Você sabia que esse Jardim, apesar de existir desde o início da década de 80 só foi registra-do oficialmente como JB, pelo Ministério do Meio Ambiente, em 2011? Uma grande conquista para os coordenadores e funcionários que tanto sonham e batalham para alcançarem suas conquistas e desenvolvimento do local. Silvia Martim, atual coordenadora do Jardim Botânico, conta um pouco so-bre os principais desafios e conquistas desse espaço de 16,5 hectares que invade a universidade de harmonia e beleza.

Silvia Martim esclarece alguns conceitos e fala sobre os desafios enfrentados pelo espaço, para que pudesse ser final-mente reconhecido. Ela explica que para ser considerado um Jardim Botânico, o órgão deve ser registrado no Ministério do Meio Ambiente. Para conseguir esse registro, foi necessário fazer um apanhado de documentos e história do local. O Mi-nistério avaliou uma série de fatores que são necessários para compor um JB como: presença de flora nacional ou regional, produção e conservação de plantas em extinção, quantidade de coleções de espécies, entre outros. Só então, o espaço pôde ser avaliado e enquadrado nas categorias A, B ou C.

“O nosso é considerado de categoria C”, comenta Silvia. “O órgão precisa ser público ou privado, dependente ou in-dependente. O Jardim Botânico do Rio, por exemplo, é pú-blico e independente, já aqui na Rural, o nosso é público, mas dependente da instituição.”

Antes de 2011, o espaço era considerado como Jardim Botâ-05

Jardim Botânico: um LuGar de Paz, BeLeza e harmonia

nico só para a comunidade desde que foi cria-do na década de 80, pelo professor de Biolo-gia, José Lobão Guimarães. Mas, só foi mesmo registrado recentemente, há cinco anos.

A produção de mudas e a conservação de espécies em extinção é um pilar funda-mental para existência do JB.

“Nós temos aqui plantas de alguns bio-mas brasileiros: do Cerrado, da Caatinga e da Mata Atlântica, que é a grande maioria. Também temos parcerias com algumas ins-tituições e com o Jardim Botânico do Rio que nos fornecem espécies para compor nossa biodiversidade”, conta Silvia.

No JB da Rural, existe um arboreto com uma grande quantidade de espécie repre-sentativa da flora brasileira, essa é a princi-pal coleção do local. Carpoteca, coleção de sementes secas para exposição e o viveiro de mudas, que atua para propagação das espécies, também são peças fundamentais para composição do espaço.

“As bromélias e orquídeas constam nos altos das nossas coleções, entretanto, esta-mos em busca de verbas para melhorar a estrutura de forma que a exposição e con-servação dessas plantas aconteçam da me-lhor maneira”, diz a coordenadora.

É lamentável que muitos estudantes nunca tenham vindo ou pouco saibam so-bre a importância da presença de um Jar-dim Botânico em sua própria universidade. Esse privilégio deveria ser reconhecido e valorizado. De acordo com Silvia Martim, outro pilar importantíssimo para conseguir manter o registro é a pesquisa:

“Um Jardim Botânico precisa desenvol-ver pesquisas”, aponta.

Dentro dessa perspectiva, pensou-se em criar um projeto de iniciação científica pró-prio do JB que foi colocado em prática em 2013, com a liberação do primeiro edital para distribuição das bolsas em 2014. Esse projeto foi denominado "Pró-Verde", livre para todos os cursos, desde que atenda os requisitos

►ana Beatriz Paiva

MATÉRIA DA CAPA

Especialista. Como boa conhecedora do Jardim Botânico, Silvia Martin sabe o nome e o devido lugar de cada planta

que estão no edital. A única exigência é a de que todos os projetos devem gerar algum produto que vá servir à educação ambiental, outro pilar básico do Jardim Botânico.

silvia martimCoordenadora do Jardim Botânico da UFRRJ“O Jardim é para

todos e deve ser aproveitado.”

Após dois anos da criação do Pró-Verde, os resultados começaram a aparecer. Hoje, já é possível notar uma boa disponibilidade para exposição, entretanto, de acordo com Silvia, muita coisa ainda precisa ser feita:

“O que o Jardim Botânico precisa é me-lhorar cada vez mais a sua estrutura, não só para atender a comunidade universitária, mas a todos que estão ao seu redor”.

Desafios e metasO espaço tem diversos desafios. Entre

eles, conseguir mais funcionários e segu-ranças para atender ao público também aos fins de semana e mostrar para comunidade que o local é um Jardim Botânico reconhe-cido, e não apenas um parque, possuindo, portanto, regras e cuidados que devem ser seguidos e respeitados.

“Muitos desses objetivos nós estamos conseguindo alcançar”, comemora Silvia. “E aos poucos estamos implantando essa consciência. Agora iremos lançar um folder explicativo, um documento de divulgação que vai contribuir com essa demanda. Estou bem animada com esse projeto, é um passo muito gratificante para mim e para o JB”.

Fortalecer a ideia de Jardim Botânico para a comunidade, promover o uso racional do es-paço são as principais metas do JB.

“Todos devem utilizar o espaço, não apenas os professores da área de biológi-cas, o Jardim é para todos e deve ser apro-veitado”, convida a coordenadora.

No JB há predominância de aves de diversas espécies e até uma área própria para os beija-flores, conhecido como “Jardim dos Beija-Flores” com plantas adequadas para atrair esses pássaros. É possível encontrar também no local algu-mas espécies ameaçadas de extinção, até mesmo para aten-der ao pedido do Ministério do Meio Ambiente. O Pau-Brasil e o Pau-Ferro fazem parte do patrimônio do espaço. As árvo-res são espécies da mesma família, quase em extinção total na natureza, devido à alta exploração.

EquipeAtualmente, o JB possui uma equipe com oito funcioná-

rios para dar conta de 16,5 hectares. Já no Pró-Verde, o Jar-dim Botânico recebe o apoio de 13 bolsistas, com projetos em desenvolvimento para fortalecer o espaço.

“Apesar de sermos muito poucos, eu tenho uma equipe muito boa de professores de variadas áreas que trabalham juntos, independente do campo de atuação”, comenta Sil-via. “Todo processo é em longo prazo. Acredito que daqui há 10 anos o JB vai ter um conjunto de dados de excelên-cia, e tudo isso se faz com um grupo multidisciplinar. Tenho certeza que a dinâmica aqui só funciona pelo diferencial de disposição que toda equipe possui”.

Por ano, ocorrem dois grandes eventos principais no JB: A comemoração do dia do Meio Ambiente que acontece em junho e a comemoração do Dia da Árvore, em setembro. Nes-ses eventos ocorrem palestras e workshops com objetivo de educar e conscientizar sobre a responsabilidade ambiental.

“Ainda precisamos que mais pessoas compareçam e par-ticipem desses eventos que são ambientalmente educativos e de grande importância para divulgação do JB”, conclui Sil-via Martim.

Se você ainda não conheceu, o que está esperando? O Jardim Botânico está situado atrás do Pavilhão Central do Câmpus Seropédica da UFRRJ. O endereço é a Rodovia BR-465, Km 7, em Seropédica-RJ. O local é aberto à visitação de segunda a sexta-feira das 7h30 às 17h. ▪

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Vida. Jardim Botânico possuí 16,5 hectares que invade a Rural de beleza e tranquilidade

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neGro sou e aqui estou

O “I Fórum Internacional de Estudantes: diálogos da diáspora africana nas Américas” movimentou o Insti-tuto Multidisciplinar no Câmpus Nova Iguaçu no mês

de maio. O evento organizado pelo Laboratório de Estudos AfroBrasileiros e Indígenas (Leafro) da UFRRJ, em parceria com a Universidade de West Indies (UWI) em Barbados (Ca-ribe), trouxe para a Rural o importante diálogo sobre o papel do negro e da negra na universidade e na sociedade. O prin-cipal objetivo da parceria entre UFRRJ e a UWI é entender como os negros são vistos no Brasil e no Caribe.

De 16 a 20 de maio, 15 estudantes da UWI estiveram na Rural para trocar experiências culturais, políticas e sociais. Eles também tiveram a oportunidade de realizar diversas visitas culturais à espaços na capital fluminense onde há a representatividade do negro e a importância de sua existên-cia na formação da cultura brasileira.

Durante a cerimônia de abertura, a reitora da UFRRJ, Ana Maria Dantas Soares, falou da importância de tratar políticas públicas e etnográficas na atual conjuntura política do Brasil.

“A troca de experiências com os alunos da UWI e a inte-gração das minorias na Universidade é de suma importância na luta pelos avanços de políticas específicas”, declarou.

Primeiro contato com o BrasilA professora Elaine Rocha é brasileira e leciona a história

do Brasil na UWI. Dentre as disciplinas que ministra está a “História do Carnaval”, com foco na importância do negro na formação cultural do Carnaval, o embranquecimento do car-naval carioca e a africanização do carnaval baiano. A partir do contato com a disciplina, alunos do curso de história da Universidade de Barbados manifestaram interesse em co-nhecer o Brasil e a forma como a cultura negra é vivida aqui, objetivando uma vivência etnográfica do assunto.

A parceria do Leafro com a UWI pretende se expandir em suas políticas de interação e comunicação, levando alu-

nos da Rural a Barbados para que, também juntas, as instituições possam discutir ques-tões cruciais no desenvolvimento de políti-cas e ações afirmativas para o negro.

O negro na universidadeNo terceiro dia do evento, representan-

tes do “Coletivo Preto Dandaras da Baixa-da”, os alunos de Barbados e convidados estiveram presentes no encontro que tra-tou sobre o tema “O Negro na Universida-de”, seus dilemas e desafios.

Com objetivo de trocar experiências e dialogar sobre como o negro é tratado dentro da universidade, os participantes reservaram a manhã daquela quarta-feira (18) para discutir e refletir a integralização do negro na educação. Dessa forma, os participantes puderam travar um diálogo de cooperação internacional na luta pela representatividade.

Na mesa estiveram presentes: a represen-tante do coletivo negro e aluna de Geografia do IM Paloma da Silva; o estudante de Ciências Sociais da Uerj e também membro do coleti-vo, Macaulay Bandeira; a professora do UWI Elaine Rocha e o tradutor Rafael Machado.

“Nossa militância existe porque acre-ditamos que podemos mudar as situações as quais somos submetidos, que é uma consequência da colonização enraizada na cultura institucional em todos os sistemas. A busca pela representatividade é nossa maior luta”, afirma Macaulay.

Paloma da Silva explica que um dos prin-cipais objetivos do Fórum é o de estabelecer a troca de experiências para unidade do povo negro na luta contra o racismo:

“Essa troca de informações é necessá-ria devido ao diálogo que tivemos com os negros de fora do Brasil. Eles vieram aqui para nos escutar e para contar sobre sua realidade. Entendemos que, a partir dessa unidade, torna-se possível estabelecer es-tratégias no processo de luta contra o racis-mo pelo autoconhecimento, uma vez que fazemos parte de um mesmo povo”. ▪

►Por ana Beatriz Paiva e Letycia nascimento

Resistência. Entender em que lugar o negro é posto ou chega traz à sociedade um olhar ampliado sobre seus preconceitos

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CÂMPUS NOVA IGUAÇU

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►Letycia nascimento

Desde setembro do ano passado, a UFRRJ conta com mais um grupo re-ligioso, o Círculo Pagão. O grupo co-

meçou com a tentativa de encontrar outros alunos do Câmpus Seropédica que fossem praticantes do paganismo. Hoje, cerca de 30 pessoas se reúnem semanalmente para a troca de conhecimento e a realização de oficinas práticas. Mateus Cabot e Bárbara Lima são alunos do 7º período de jorna-lismo e história, respectivamente, e fazem parte da organização do Círculo, junto a ou-tros dois alunos da Instituição.

Bárbara diz que o grupo sempre tem um retorno muito bom, normalmente no mínimo 20 pessoas participam das reuniões. E são pessoas muito curiosas a respeito, sempre cheias de perguntas que querem trocar ideias.

“A nossa ideia é criar um espaço para reunir pessoas que se interessam pelo paganismo, que é um tema que você não encontrava onde debater na Universidade. Já vieram pessoas da Wicca, da Umbanda e do Paganismo em si; pessoas que querem e precisam partilhar suas experiências e curiosidades”, comenta Mateus.

Para Cabot, foi surpreendente encon-trar tantos alunos interessados pelo tema, pessoas que antes não tinham onde e com quem partilhar:

“A cada reunião tem mais ou menos três novos participantes, que nunca participa-ram do grupo”, conclui.

Nas reuniões do Círculo Pagão são abordados diversos temas, sempre com um calendário organizado mensalmen-te. São encontros que buscam abordar o paganismo em suas diversas formas, no tarô, nos amuletos, nas pedras, etc. Com a chegada continua de novos participantes, a organização do Círculo Pagão pretende definir um dia específico durante o mês para tratar temas introdutórios à religião.

Contudo o grupo não tem o interesse de ser um espaço de ensino religioso ou litúrgico sobre a prática. O objetivo é uma troca de opiniões, práticas e costumes, o que não acon-tece em outros espaços por ser uma religião marginalizada. Os pagãos estão unidos pelo princípio de que todos os tipos de paganismo enxergam o sagrado e o divino nas mais diver-sas expressões vivas da natureza.

O Círculo Pagão é registrado como Grupo Religioso pela Pró-Reitoria de Extensão. E pretende se reunir em todos os tur-nos para atender ao maior número de interessados possível.

Patrick Belmont é aluno do primeiro período de Jorna-lismo. Ele começou a participar no último mês do Círculo e diz que não fazia ideia do que esperar, principalmente por nunca tido contato com alguma religião.

“Foi super tranquilo, você é muito bem recebido. Tem gente nova em todo encontro que eu vou e o pessoal parece se interessar e se sentir bem”, garante.

Círculo Pagão no IMNo último dia 13, o Círculo se reuniu pela primeira vez no

Instituto Multidisciplinar (IM). Com uma reunião pequena, buscando apenas conhecer pessoas no Câmpus Nova Iguaçu que também façam parte do paganismo, para, a partir daí, estruturar o grupo no IM. ▪

Partilha. Trocando experiências e curiosidades, participantes são de diversas religiões, mas encontram na natureza seu refúgio

Trocas. Prática, partilha e leveza movem os encontros do Círculo

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encontrar o saGrado na natureza e no que é vivo

grupos organizados

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ROLEZINHO

Durante o “Fórum Internacional de Estudantes: diálogos da di-áspora africana nas Américas”, no Câmpus Nova Iguaçu, acon-teceu um espaço sobre o empreendedorismo na cultura africa-na. A “Feira Ubuntu” é itinerante e já esteve outras duas vezes no Instituto Multidisciplinar. O objetivo é divulgar pequenos empreendimentos em moda, cultura e cuidados com o corpo do negro e da negra. No espaço também havia a oportunidade de cuidar dos cabelos e de aplicar dreads ou tranças.

A Semana do Médico Veterinário (Semev) agitou o Pavilhão Principal (P1) na primei-ra semana de maio com minicursos e pa-lestras. Em sua 29ª edição, a Semev é um evento tradicional do calendário acadêmico do curso de Medicina Veterinária de nossa Universidade. Toda programação foi pro-movida pelo Diretório Acadêmico Guilher-me Hermsdorff, compostas por discentes e docentes do curso. A Semev reuniu mais de 600 pessoas dentre professores, estudantes e profissionais da área.

Com o tema “Arquitetura e Urbanismo: Luxo ou Necessidade”, a VIII Semana Acadêmica de Arquitetura e Urbanismo da Rural reuniu alunos e professores de 09 a 11 de maio. As palestras aconteceram no Salão Azul do Pavi-lhão Central e as oficinas no Instituto de Tec-nologia. Temas como habitação e urbanismo foram abordados durante o evento.

XXIX Semana do Médico Veterinário

VIII Semana Acadêmica de Arquitetura e Urbanismo

Feira Ubuntu

De 16 a 20 de maio, o Auditório do Instituto Multidisciplinar sediou a VII Semana Acadêmica de Geografia do Câmpus Nova Iguaçu (Semageo 2016). Com o tema “Descolonizar o Fazer Geográfico: Como vão os debates étnico-raciais, de gênero e ambientais na Geografia?”, o evento abordou assuntos que buscaram repensar o fazer geográfico, gêneros, corpos e existências plurais, até relações étni-co-raciais na profissão. Durante todos os dias da semana foram realizadas diversas oficinas, pa-lestras, espaços de diálogos, sarau e até mesmo uma apresentação do Coral Indígena Guarani que aconteceu no Hall em frente ao Bandejão do IM.

VII Semana Acadêmica de Geografia IM

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