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JANEIRO

Ano Novo

FEVEREIRO MARÇO

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Dia dos Namorados

Carnaval

Dia Internacional da Mulher

Equinócio da Primavera

Dia do Pai

ABRIL MAIO JUNHO

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Sexta-Feira Santa

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25 de Abril

Dia do Trabalhador Dia da Criança

Dia de Portugal

Corpo de Deus

Dia de Santo António

Dia de São João

Dia de São Pedro

Dia da Mãe

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JULHO AGOSTO SETEMBRO

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Assunção de Nossa Senhora

OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO

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Implantação da República

Dia de Todos os Santos Restauração da Independência

Dia da Imaculada Conceição

Solstício de Inverno

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Editor responsável Pedro BernardoTítulo Agenda Pessoa 2017Design Paper TalkTextos © Fernando PessoaSelecção e Organização © Vasco SilvaTodos os direitos para língua portuguesa reservados paraesta edição por E-primatur / Letras Errantes, Lda.

E-primatur é uma chancela editorial deLetras Errantes, Lda.Rua Oceano Atlântico, 52560-510 Silveira

[email protected]

Produção Finepaper

Esta é a primeira tiragem desta agenda, impressa naRainho & Neves, Lda., em Setembro de 2016e o ISBN 978-989-99542-7-4

NASCEU EM LISBOA, em 13 de Junho de 1888. Foi educado no Liceu (HIGH SCHOOL) de Durban, Natal, África do Sul, e na Universidade (inglesa) do Cabo de Boa Esperança. Nesta ganhou o prémio Rainha Victória de estilo inglês; foi em 1903 — o primeiro ano em que esse prémio se concedeu.

O que Fernando Pessoa escreve pertence a duas categorias de obras, a que poderemos chamar ortónimas e heterónimas. Não se poderá dizer que são anónimas e pseudónimas, porque deveras o não são. A obra pseudónima é do autor em sua pessoa, salvo no nome que assina; a heterónima é do autor fora de sua pessoa, é de uma individualidade completa fabricada por ele, como seriam os dizeres de qualquer personagem de qualquer drama seu.

AS OBRAS HETERÓNIMAS de Fernando Pessoa são feitas por, até agora, três nomes de gente — Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Álvaro de Campos. Estas

ALBERTO CAEIRO RICARDO REIS ÁLVARO DE CAMPOS

1888 1935TÁBUA

BIBLIOGRÁFIC

A

FERNANDO P

ESSOA

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individualidades devem ser consideradas como distintas da do autor delas. For-ma cada uma uma espécie de drama; e todas elas juntas formam outro drama. Alberto Caeiro, que se tem por nascido em 1889 e morto em 1915, escreveu poemas com uma, e determinada, orientação. Teve por discípulos — oriundos, como tais, de diversos aspectos dessa orientação — aos outros dois: Ricardo Reis, que se considera nascido em 1887, e que isolou naquela obra, estilizan-do, o lado intelectual e pagão; Álvaro de Campos, nascido em 1890, que nela isolou o lado por assim dizer emotivo, a que chamou «sensacionista», e que — ligando-o a influências diversas, em que predomina, ainda que abaixo da de Caeiro, a de Walt Whitman — produziu diversas complicações, em geral de índole escandalosa e irritante, sobretudo para Fernando Pessoa, que em todo o caso não tem remédio senão fazê-las e publicá-las, por mais que delas discorde. As obras destes três poetas formam, como se disse, um conjunto dramático; e está devidamente estudada a entreacção intelectual das personalidades, assim como as suas próprias relações pessoais. Tudo isto constará de biografias a fazer, acompanhadas, quando se publiquem, de horóscopos e, talvez, de foto-grafias. É um drama em gente, em vez de em actos. (Se estas três individuali-dades são mais ou menos reais que o próprio Fernando Pessoa — é problema metafísico, que este, ausente do segredo dos Deuses, e ignorando portanto o que seja realidade, nunca poderá resolver.)

FERNANDO PESSOA PUBLICOU, ortonimamente, quatro folhetos em ver-so inglês: Antinous e 35 Sonnets, juntos, em 1918, e English Poems I-II e English Poems  III, também juntos em 1922. O primeiro poema do terceiro destes fo-lhetos é a refundição do «Antinous» de 1918. Publicou, além disto, em 1923, um manifesto, Sobre Um Manifesto de Estudantes, em apoio de Raúl Leal, e, em 1928, um folheto Interregno — Defesa e Justificação da Ditadura Militar em Por-tugal, que o governo consentiu que se editasse.

Nenhum destes textos é definitivo. Do ponto de vista estético, o autor pre-fere, pois, considerar estas obras como apenas aproximadamente existentes. Nenhum escrito heterónimo se publicou em folheto ou livro.

Tem Fernando Pessoa colaborado bastante, sempre pelo acaso de pedidos amigos, em revistas e outras publicações de diversa índole.

O que dele por elas anda espalhado é, na generalidade, de ainda menor interesse público que os folhetos acima citados. Abrem-se, porém, mas com reservas, as seguintes excepções: Quanto a obras ortónimas: o drama  estático 

DEFESA E JUSTIFICAÇÃO DA DITADURA MILITAR EM PORTUGAL

O Marinheiro  in Orpheu  I  (1915 ); O Banqueiro Anarquista  in Contemporânea  I (1922); os poemas  Mar Português  in Contemporânea  4  (1922); uma pequena colecção de poemas in  Athena  3  (1925); e, em o número I do diário de Lis-boa Sol (1925), a narração exacta e comovida do que é o Conto do Vigário.

QUANTO A OBRAS HETERÓNIMAS, as duas odes Ode Triunfal e Ode Ma-rítima — de Álvaro de Campos in Orpheu 1 e 2 (1915), o Ultimatum do mesmo indivíduo, em o número único de Portugal Futurista  (1917); o livro Odes, de Ricardo Reis, em Athena 1 (1924); e os excertos dos poemas de Alberto Caeiro in Athena 4 e 5 (1925).

O resto, ortónimo ou heterónimo, ou não tem interesse, ou o não teve mais que passageiro, ou está por aperfeiçoar ou redefinir, ou são pequenas compo-sições, em prosa ou em verso, que seria difícil lembrar e tediento enumerar, depois de lembradas.

Do ponto de vista, por assim dizer, publicitário, vale, contudo, a pena re-gistrar uns artigos em A Águia  , no ano 1912, sobretudo pela irritação que causou o anúncio neles feito do «próximo aparecimento do super-Camões». Com a mesma intenção se pode citar o conjunto do que veio em Orpheu, dado o escândalo desmedido que resultou desta publicação.

São os dois únicos casos em que qualquer escrito de Fernando Pessoa che-gasse até à atenção do público.

FERNANDO PESSOA NÃO tenciona publicar — pelo menos por um largo enquanto — livro nem folheto algum. Não tendo público que os leia, julga-se dispensado de gastar inutilmente, em essa publicação, dinheiro seu que não tem; e, para o fazer gastar inutilmente a qualquer editor, fora preciso um tiro-cínio para o processo a que deu o seu apelido o saudoso Manuel Peres Vigário, já em cima indirectamente citado.

Presença, n.º17, Coimbra: Dezembro de 1928

ORPHEU 1 e 2 PORTUGAL FUTURISTA ATHENA 1, 4 e 5

NÃO TENCIONA PUBLICAR PELO MENOS POR UM LARGO ENQUANTO

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«Convicções profundas, só as têm as criaturas superficiais. Os que não reparam para as coisas quase que as vêem apenas para não esbarrar com elas, esses são sempre da mesma opinião, são os íntegros e os coerentes. A política e a religião gastam dessa lenha, e é por isso que ardem tão mal ante a Verdade e a Vida.»Fernando Pessoa | Crónicas da vida que passa

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O nosso escol político não tem ideias excepto sobre política, e as que tem sobre política são servilmente plagiadas do estrangeiro — aceites, não porque sejam boas, mas porque são francesas ou italianas, ou russas, ou o quer que seja. O nosso escol literário é ainda pior: nem sobre literatura tem ideias. Seria trágico, à força de deixar de ser cómico, o resultado de uma investigação sobre, por exem-plo, as ideias dos nossos poetas célebres. Já não quero que se submetesse qualquer deles ao enxovalho de lhe perguntar o que é a filosofia de Kant ou a teoria da evo-lução. Bastaria submetê-lo ao enxovalho maior de lhe perguntar o que é o ritmo.Fernando Pessoa | Textos de Crítica e de Intervenção

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«Portugal é uma plutocracia financeira de espécie asinina. É, como todos os países modernos, excepto, talvez, a Itália, uma oligarquia de simuladores. Mas é uma oligarquia de simuladores provincianos, pouco industriados na própria histeria postiça. Ninguém já engana ninguém — o que é tristíssimo — na terra natal do Conto do Vigário. Não temos senão os vigaristas de praça como prova de qualquer sobrevivência das qualidades de intrujice da nação.»Álvaro de Campos | Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação

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31Há duas formas de dizer – falar e estar calado.Álvaro de Campos | Prosa de Álvaro de Campos

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Nenhuma época transmite a outra a sua sensibilidade; transmite-lhe apenas a inteligência que teve dessa sensibilidade. Pela emoção somos nós; pela inteligência somos alheios. A inteligência dispersa-nos; por isso é através do que nos dispersa que nós sobrevivemos. Cada época entrega às seguintes apenas aquilo que não foi.Fernando Pessoa | Textos de Crítica e de Intervenção

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