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Jair Jr. UM LIVRO DE TEORIAS 2ª edição Teófilo Otoni Minas Gerais - Brasil T T O O S S FRAG

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Jair Jr.

UM LIVRO DE TEORIAS

2ª edição

Teófilo Otoni Minas Gerais - Brasil

TTOOSS FRAG

“Somos um grande barco navegando ao redor de um sol incandescente! Mas cada um de nós é um barco em si mesmo, carregado de genes, navegando pela vida. Se conseguirmos levar esta carga ao porto mais próximo, a nossa vida não terá sido em vão!” (Jostein Gaarder).

Agradecimento:

A Deus, por nos conceder a maravilhosa capacidade de pensar e um planeta perfeito para viver; um sol radiante a cada amanhecer e o frescor suave da noite para repousar e sonhar...

Dedico:

à minha amada esposa, porto seguro nas tormentas da vida; ao meu pai, exemplo de honradez e fé; e saudosamente à minha mãe, que tão cedo partiu; aos meus filhos; ao meu irmão e queridas irmãs, sem-pre juntos em todos os momentos; e amados sobrinhos e sobrinhas, aos quais espero entregar - sinceramente - um mundo melhor; aos colaboradores, sem os quais esta nave jamais decolaria, e alçaria voo! Aos amigos fiéis; aos pensadores, filósofos, músicos e poetas por suas mensa-gens de profundidade incalculável; e de maneira muito especial àquelas pessoas que se importam - e agem; que abrigam em seus cora-ções sementes de força e poder...

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser apropriada e arquivada em banco de dados ou processo similar; ou em qualquer meio, seja ele-trônico, impresso, fotocópia ou gravação, sem a permissão expressa do autor.

Relações públicas e coordenação: Vinicius Cândido de Oliveira Arte gráfica e design de capas: Ana Paula Cândido de Oliveira Revisão ortográfica e gramatical: Sandra Cristina Aguiar Lopes Silva

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Nomes, locais e situações são criações do autor: qualquer semelhança com fatos reais trata-se de indesejável coincidência. As frases, citações, músicas e textos são argumentos complementares para esta obra, não significando que os respectivos autores compactuem a mesma linha de pensamento!

P376f

Pêgo Junior, Jair Duarte, 1964 – Fragmentos, um livro de teorias/Jair Duarte Pêgo Junior, Teófilo Otoni-MG; Perse, 2014.

86 p.

ISBN: 978 – 85 – 8196 – 720 - 2 1 – Mídia. 2 - Controle. 3 – Liberdade Individual. I – Título. CDD: B869-3

CDU: 869.82-4

Sumário Fragmentos.....................................................................................07 Prólogo: conhecimento e controle ......................................................11 01 - Viagens no tempo e espaço ......................................................19 02 - A bela e a fera........................................................................23 03 - Casamento: planejamento e organização...................................27 04 - Os “Ps” do sucesso: - persistência, percepção, proatividade..........................................31 05 - O mundo moderno: - psicologia, estatística, tendência................................................35 06 - A lenda das Amazonas - versão 2025....................................39 07 - Do elo perdido ao homem de Hollywood...................................41 08 - A Sociedade: um ser vivo e consciente.......................................47 09 - O vírus....................................................................................61 10 - A teoria da vida......................................................................65 Epílogo: avaliando as teorias...........................................................75 Catálogo de referências.....................................................................83

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Fragmentos... “Diante da vastidão do espaço, e da imensidade do tempo, é uma alegria para mim partilhar um planeta e uma época com você”! (Carl Sagan).

O que é realidade? Este questionamento principia um debate in-terminável entre filosofia, religião e ciência; no campo místico, os ar-gumentos se multiplicam e as histórias são recontadas às várias gera-ções: lendas, mitos e contos assombrosos!

A multiplicidade de conhecimento empírico (científico) em relação a outros não documentados alerta: como reconhecer a veracidade dos fatos? Nem sempre o relatado nos livros está correto; assim, o evento “não escrito” merece a mesma atenção!

Abra a sua mente para as fontes possíveis de informação e absor-va conhecimento de qualidade, formando um banco de dados de alto nível; a “Ficção” tornou-se realidade, e a teoria de hoje tornar-se à uma lei científica em breve; considere que as atuais ferramentas de pesqui-sa são mais acessíveis do que dispunham os antigos sábios: imagine Galileu Galilei conectado à internet!

“Há não muito tempo, os filósofos levavam muitos dias no lombo de um cavalo ou no interior de um coche para observar o mundo, ou então encon-trar outro pensador. Hoje, em qualquer parte deste planeta, podemos nos sentar diante de um computador e trazer informações sobre toda a experi-ência humana”. (“O mundo de Sofia”, Jostein Gaarder, pg. 495).

As teorias são para o seu lazer e entretenimento, mas não as acei-te passivamente: pesquise, verifique, reflita e sedimente as suas pró-prias conclusões! Você apreciará situações imaginadas pelo autor, ob-servações coletadas em situações comuns nem sempre pensadas:

“Por que... para quem... qual o motivo... e se....”? Os comentários sobre televisão, cinema, músicas, revistas - e da

Bíblia - complementam as lacunas evidentes: é mister leitura criteriosa e arguir as contradições até vislumbrar a essência real!

O contexto de criação e estruturação deste projeto compreende a primeira década do século XXI - o mundo fervilha em revoluções, guer-ras e crises financeiras; drogas e violência dominam as cidades; o sé-culo de paz e civilidade não se concretizou neste milênio.

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“Fragmentos – um livro de teorias” critica objetivamente duas obras im-portantes da literatura mundial: “O Ponto de Mutação”; e o sombrio e te-nebroso livro 1984”! No primeiro estudo, o físico Fritjof Capra disseca a “Sociedade Ocidental Moderna”, enumerando vícios históricos que resultam em sofrimento ao homem “ocidentalizado”; e alardeia a solução: destruir a cultura ocidental judaico-cristã - e impor a “Cultura Social Emergente”:

“Os movimentos sociais das décadas de 60 e 70 representam a cultura nascente, que agora está pronta para passar à era solar. Enquanto a transformação está ocorrendo, a cultura declinante recusa-se a mudar, afer-rando-se cada vez mais obstinada e rigidamente a suas ideias obsoletas; as instituições sociais dominantes tampouco cederão seus papéis de protagonis-tas às novas forças culturais. Mas seu declínio continuará inevitavelmente, e elas acabarão por desintegrar-se, ao mesmo tempo em que a cultura nas-cente continuará ascendendo e assumirá finalmente seu papel de liderança. Ao aproximar-se o ponto de mutação, a compreensão de que mudanças evolutivas dessa magnitude não podem ser impedidas por atividades políti-cas em curto prazo fornece a nossa mais robusta esperança para o futuro”.

(“O Ponto de Mutação”, Fritjof Capra, pag. 397). Na obra “1984”, George Orwell retrata um mundo dividido em três

superblocos em permanente conflito; neles, o Sistema vigia e controla todos os “atos e pensamentos” - uma distopia fascista, totalitária e escra-vizante, capaz de sufocar a natureza humana e reduzir o indivíduo a uma desprezível unidade biológica em meio à massa uniforme:

“Ao longe, um helicóptero, voando baixo sobre os telhados, pairou um instante como uma libélula e voltou a afastar-se a grande velocidade, fa-zendo uma curva. Era a patrulha policial, bisbilhotando pelas janelas das pessoas. As patrulhas, contudo, não eram problema. O único problema era a Polícia das Ideias. (...) Do lugar onde Winston estava mal dava pa-ra ler, escarvados na parede branca em letras elegantes, os slogans do Par-tido: guerra é paz; liberdade é escravidão; ignorância é força”.

(“1984”, George Orwell, pag. 13 e 14). Acorde: vimos lhe despertar para os fatos que ocorrem ao seu la-

do, nas telas de tv: propagandas sutis que lhe convidam a destruir sis-tematicamente a sua própria cultura; e você, inadvertidamente, traba-lha para a materialização desse mundo emergente, elitizado, restritivo e tirânico, do qual, provavelmente, se arrependerá...!

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“Fragmentos – um livro de teorias” não é uma argumentação anarquista, ou filosofia superficial sobre mudanças ideológicas planetárias; sequer uma dissertação sociológica sobre turbulentas relações interpessoais; não contesta doutrinas políticas ou religiosas - apesar da severa crítica às manipulações discriminatórias e fragmentações sociais: “Fragmentos – um livro de teorias” alerta quanto à desconstrução do nosso futuro!

Palavras são exaustivamente repetidas: controle, alienação, ação, propaganda, mudança comportamental, realidade, consciência, priva-cidade e... liberdade! A pretensão é uma introspectiva às profundezas do “eu”, reencontrar valores esquecidos e experiências do tempo em que éramos felizes, mas sem abdicar das habilidades adquiridas ao longo da história, e que hoje nos proporcionam as benesses da vida moderna. A partir desse reencontro com a nossa face mais bela, nos amarmos, irradiar luz e energia, cuidar do planeta e nos reintegrarmos à família especial: “A Raça Humana”.

Os temas surreais entrelaçam o sujeito ao “modus vivendi” nesta “era louca das coisas”; o consumo de produtos descartáveis - pretensamente reciclá-veis - a imensa quantidade de lixo produzido e o tremendo impacto ambiental infligido ao planeta Terra: a responsabilidade é do indivíduo ou do coletivo? A relação homens, animais e natureza exige soluções, mas cuidado quanto às aterrorizantes catástrofes globais apregoadas pelas mídias e entidades não governamentais!

Desperte em seu íntimo a busca por sabedoria, e a transforme em boas ações! Desenvolva todo o seu potencial criador, e cultive pen-samentos sadios; a realidade é fruto da verdade, a liberdade um direito inalienável, e a felicidade o prêmio maior - por isto, essa busca fasci-nante jamais termina!

Decida-se por quais caminhos seguir, e até onde chegar: libere os portais da mente e alcance o maravilhoso mundo da realidade, ao qual somente os espiritualmente ousados têm acesso - saia da caverna!

“Vocês veem coisas que existem e perguntam: por quê? Eu sonho coisas que não existem e pergunto: por que não”?

(Paula Cristina Barbosa)

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Prólogo : Conhecimento e Controle

“O conhecimento nem sempre é garantia de felicidade...; a ignorância também não!” (Adriana Cândido S. Pêgo, psicóloga).

Existe em cada ser humano algo peculiar que o distingue em rela-ção ao mundo natural. O homem é diferente de uma pedra, de uma árvore, de um leão, da água, do fogo. Apesar de possuir um pouco de cada um deles é, ao mesmo tempo, diferente de todos.

Não é somente quanto ao modo de andar, respirar e se alimentar: algo invisível o distingue dentre as coisas inanimadas - e de todas as outras criaturas. A diversidade de rótulos dificulta identificar esta ca-racterística estritamente humana, por isso as ciências se multiplicam, padronizando comportamentos, controlando e disciplinando impul-sos raros: pensamento, raciocínio lógico, imaginação, força de vonta-de, autocontrole, curiosidade - os outros animais possuiriam algumas dessas capacidades? Não há estudos que corroborem esta hipótese, mas é a partir desses impulsos que o homem interage e altera o ambi-ente à sua volta; domina situações, interpreta, raciocina e decide; so-bre as decisões tomadas age - criando um círculo de pensamento, ra-ciocínio e ação; “tudo” o que existe passa por suas mãos.

A mente criativa inventa objetos, altera estruturas químicas e mo-leculares, constroi cidades, casas, pontes, máquinas; entretanto, mes-mo com toda a tecnologia e ciência, o homem não descobriu como criar a vida - no seu sentido mais literal, a partir do nada!

O que inventamos não passa de transformação de coisas que já existem em outras - novas e diferentes - mas que já existiam sob outra estrutura básica; é como transformar água em vapor, vapor em gelo; e o gelo em água, novamente - três estados diferentes, mas originários da mesma matéria. Desde os tempos mais remotos houve a procura pela energia iniciadora do que há no universo. A vida - plena e defini-tiva - está conceituada a um Ser Criador, Superior e Absoluto: Deus!

As civilizações antigas adoravam aos deuses do sol, da guerra, da fertilidade e outros, implorando proteção e clemência. Os gregos ex-pandiram o politeísmo do Monte Olimpo às culturas dominadas - Zeus,

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Minerva, Apolo e Afrodite; também semideuses, heróis mortais: Hércules e Aquiles - um elo entre divindades e frágeis pecadores; sua existência es-timulava a coragem dos guerreiros nos campos de batalha (o pensamento no divino) - mas a energia física utilizada para a guerra!

Pensadores (sofistas) já criticavam tais condutas políticas - questio-navam leis e suas finalidades, e os efeitos nas relações de poder e sub-serviência - florescia a busca pela “sabedoria”. Intelectual dessa época, Sócrates (470-399ªc.) se diferenciava por dividir conhecimento equitati-vamente nas praças, com o povo; nascia a figura do cidadão!

Figura 01: “Quanto mais sei, sei que nada sei”. (Sócrates) Sócrates é o marco da filosofia ocidental, o intelectual que vivia o

que pregava, e se fazia compreender por homens rudes, mas atentos e contextualizados à sua época. Os governantes perceberam um risco potencial nesses conceitos: o que “a massa ignorante” buscava se apresen-tava ao alcance e florescia em escolas e templos; “convidado” a repensar suas teorias, Sócrates acatou serenamente a condenação de morte por veneno letal a negar a sua verdade filosófica! (os poderes instituídos monitoram e eliminam os “formadores de opinião” - exceto os “pensadores estatais”!); indignado, um dos seus ilustres discípulos – Platão - registrou “Diálogos" políticos e sociais que influenciariam profundamente as civilizações vindouras.

“Na realidade, “corromper a juventude” era, no que diz respeito a Sócra-tes, ensinar aos jovens que eles não têm de entrar em uma sociedade já fei-ta, mas construir uma. Isso é verdade, em particular nos dias de hoje, em que a sociedade já constituída só oferece lugar para uma pequena minoria. É claro que ela é inaceitável. Dizer isso aos jovens não é corrompê-los, mas esclarecê-los” (“Filosofia para não filósofos”, Jacquard, A. pag. 158)

O poder revolucionário de tais pensamentos amedrontou os go-vernos, que a partir daí intensificaram o controle do conhecimento e inibiram o livre pensar; hoje, os serviços de informação filtram o que a população pode ou não saber, estruturam redes de rádio e tv estatais e infiltram agentes de segurança e espiões em meio ao povo: tudo isso para conduzir e controlar a sociedade!

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Platão e Aristóteles trilharam caminhos conceituais independentes (mas não opostos) que conduziram aos modernos dogmas de hoje - um distanciamento entre Ciência Acadêmica e Filosofia Pura!

Houve uma dicotomia singular do homem em corpo e espírito, demarcando o mundo em correntes científicas e religiosas. Platão acre-ditou no mundo em que a mente conceituaria fatos, mesmo em expe-riências não concretizadas absolutamente; Aristóteles determinou uma sistemática que culminou no empirismo moderno.

O filósofo tradicional realizava-se ao repartir o saber, envaidecia-se em acalorados debates ou dissertações contra os poderosos: por que não surgem novos Rousseau e Voltaire - não há inteligência para se “pensar” algo genuíno, como ousaram em sua época? Mentes brilhantes existem, mas cada área do conhecimento encontra-se arquivada em “Caixinhas de Saber”, impossibilitando “brotar” um Leonardo Da Vinci!!!

A Sociedade (um ser vivo e consciente) dividiu, catalogou e alojou em compartimentos as várias classes do conhecimento; sistematizou as técnicas de estudo e ramificou as ciências a um tronco inerte, sem contato vivo entre si. O físico divulga pareceres sobre física, o quími-co em química, o advogado em leis; o psiquiatra não opina em temas da psicologia; o engenheiro associa o conhecimento do arquiteto para executar a obra! E a padronização intelectual está garantida nas esco-las que formam operários do saber, ensinando repetitivamente as mesmas coisas; novas turmas solidificando velhos conceitos - um cír-culo vicioso podando e inibindo mentes criativas. Como sair da “pri-são” intelectual edificada ao nosso redor? Seremos apenas “Outros tijolos no muro”? “Another brick in the Wall” (Pink Floyd, 1979) retrata a uniformi-dade didática aplicada ao universo infantil, cerceando seu “potencial cria-tivo” e delimitando o espaço que lhes será “permitido” ocupar no mundo!

Os registros históricos se fazem sob o olhar dos vitoriosos, nem sempre comprometidos com a verdade! As biografias dos conquista-dores Alexandre, Bonaparte e Dario existem porque venceram; jamais se conhece o mundo “sonhado” pelos derrotados... como seria?

Observemos a filosofia para além das ideologias - pois resultará sempre em uma atitude política ativa ou passiva - mas unicamente

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como uma ferramenta de crescimento do “eu”, e que resulte em atos positivos e crescimento espiritual! Os “donos do saber” desdenham a filo-sofia: cientistas, físicos e químicos industriais, técnicos laboratoriais, fisiologistas e sociólogos; as pesquisas são autorizadas por um super-visor e checadas por outro alguém, gerando a ciência burocrática!

Estaria Descartes errado quando deduziu: “- Penso, logo existo”??? Existindo somente o que a ciência reconhece, a experiência não

comprovada inexiste; logo, o que penso não existe, até que a ciência o confirme... se não comprovamos cientificamente os nossos pensa-mentos, por definição, nós não existimos! Como explicar os dons paranormais, poderes sobrenaturais, milagres - é mais fácil dizer que não existem? A própria ciência tornou realidade coisas até então somente sonhadas... microcirurgias, transplantes e outras maravilhas!

O filósofo, teoricamente, é o único habilitado para discorrer so-bre todas as áreas do conhecimento - científicas ou não; acompanhar criticamente experiências e pesquisas, orientar e corrigir: o “fiel da balan-ça” – o ponto de equilíbrio quanto ao ético, justo e moral.

A “Filosofia Pura” - aquela do “mundo real” - se restringe às mesas de botequins, cordéis e repentes musicais, para-choques de caminhões e paredes imundas dos banheiros! Infelizmente, indivíduos capacitados estão comprometidos com os poderes instituídos, e suas pesquisas pagas com verbas de ONGs; suas “ideias” tornam-se “ideologias” - e eles, funcionários subservientes de um perverso Sistema!

A graduação “transforma” um indivíduo simplório em filósofo? O ensino didático das instituições desenvolve o saber? Há interação dos conceitos filosóficos clássicos com as rotinas da sociedade hodierna, isentas de doutrinação política? A virtude maior de um filósofo - coerência entre o que prega e o modo como vive - se aprimora ou padroniza?

“Ser ou não ser - eis a questão” (William Shakespeare).

O “aprendiz” precisa de contato com as pessoas “reais” - como in-terpretar lucidamente a realidade, se ele vive à margem dela, enclausu-rado na penumbra surreal das salas de aulas? Como reage aos seus medos, ansiedade, criatividade e desejos?

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O filósofo que vê, ouve, sente, pensa - e cria - transpira em meio à multidão! No mundo da sabedoria é preciso amar a vida - não há co-mo se “formar” filósofo: você vive filosoficamente a sua vida!

Logo, o filósofo é... por si, e em si...

Figura 2: o mundo completo. O sonho perfeito: pensamento, experiência, tecnologia, o saber; a

fé e a ciência - sem orgulho, mentiras, vaidades, usura ou ganância! Devaneios filosóficos (utópicos?) sem alguma ação são comparáveis

a um belo carro esportivo... sem o motor! Na “Era do Conhecimento”, o futuro vem através do pensar, refletir e meditar!

Se o progresso é inevitável, é preciso colorir o seu concreto rústi-co com imaginação: o “pensar” antecede o “inventar”! O que nos rodeia é impregnado de filosofia - trabalho, roupas, construções, filmes, nove-las... forças obscuras que lhe proporcionam “sensação de segurança e confor-to” para que você, a peça essencial que define o futuro - justamente você - seja deliberadamente alienado do processo, sua opinião silenciada e o direito de gritar amordaçado! Fatos estranhos acontecem, e ações são planejadas enquanto você dorme o “sono dos justos”... leis são editadas restringindo a sua mobilidade física e sua liberdade intelectual! Não haverá holocausto nuclear, guerras mundiais, epidemias viróticas, ou catástrofes globais: a batalha é pelo controle da sua mente!

Há uma disputa sobre qual mentalidade social será “oficializada” e “imposta” pelos governos - este é o debate filosófico do século XXI! De um lado, aqueles que maximizam seus lucros em detrimento da ajuda humanitária, estimulam as desigualdades sociais, a miséria, a fome e a pobreza; os que vendem a alma por um cargo público; os poderosos insensíveis e arrogantes... tão cegos, falíveis e mortais!

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Do lado de cá, todos nós: defensores da “Liberdade de Expressão”, guerreiros das batalhas sociais... e a grande massa - ainda inocente! É preciso conquistar espaço, aprofundar o conteúdo dos currículos es-colares, questionar a propaganda oficial; o objetivo primordial é al-cançar uma “evolução emocional”: florescer, vicejar; ser mais que bons ci-dadãos ou “doutores em leis”; solidificar o senso de pertencimento ao grupo humano! Ao descamarem as retinas, sua visão lhe mostrará questões a resolver e atos negligentes a corrigir; perceberá que tudo o que se pensa - e sente - é filosofia! O efeito restaurador à condição hu-mana exige participar e realizar!

Os pensadores antigos deixavam a mente trabalhar; agora as fer-ramentas são o marketing, a propaganda, as imagens: a filosofia trafe-ga nos meios de comunicação! Onde encontrar conhecimento saudá-vel - escolas, livros, jornais e internet? Sim: o trabalho científico, as pesquisas, entrevistas e debates estão lá - é preciso garimpar o ouro e jogar fora o cascalho!

Alguns assistem aos telejornais e se acham sabedores de tudo; outros até aconselham evitar certos canais - mas há quem se utilize destas mesmas ferramentas, agregue conhecimento e areje a mente!

Os livros caros não alcançam o público simples; a internet carece de fontes confiáveis e fornece tantas diversões, programas e jogos que “roubam” o tempo da pesquisa consistente; a entrevista do pesquisador honesto jamais será transmitida em horário nobre das redes de tv!

Pensar é vital ao ser humano - e a reflexão é a chave para absor-ver o conteúdo saboroso da vida real! O corpo pede alimento para executar tarefas básicas; e o cérebro raciocina para coordenar e equa-cionar quaisquer atividades – mas a energia mental é canalizada tão somente para o trabalho. O relógio que controla o uso racional das horas “matou” o aproveitamento natural do tempo! E quanto aos senti-mentos importantes como afeto, amizade, confiança, amor...???

“A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte; a gente não quer só comida, a gente quer saída para qualquer parte. ” (Titãs).