jáÉ! - 4ª edição

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JáÉ 1 D’kebrada, na contramão do sensacionalismo Tv Interativa traz reportagens positivas sobre os bairros periféricos de Salvador PÁGINA 7 foto: Emile Conceição Comuna: Entrevista com professor Severino sobre o Obser- va-tório Universitário da Cultura Popular. P. 4 Fubá: Projeto GeografAR e ACC Memória Social, o olhar da UFBA sobre as comunida- des P. 8 Entre na Roda: Reinaldo Nunes, vivendo a arte. P. 6 Abril de 2013, Ano III, número 4 Agência Experimental em Comunicação e Cultura (FACOM/UFBA) [email protected] jaeonline.wordpress.com J áÉ !

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Jornal da Agência Experimental em Comunicação e Cultura - UFBA

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Page 1: JáÉ! - 4ª edição

JáÉ 1

D’kebrada, na contramãodo sensacionalismoTv Interativa traz reportagens positivas sobre os bairros periféricos de Salvador PÁGINA 7

foto

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Comuna: Entrevista com professor Severino sobre o Obser-va-tório Universitário da Cultura Popular. P. 4

Fubá:Projeto GeografAR e ACC Memória Social, o olhar da UFBA sobre as comunida-des P. 8

Entre na Roda:Reinaldo Nunes, vivendo a arte. P. 6

Abril de 2013, Ano III, número 4Agência Experimental em Comunicação e Cultura (FACOM/UFBA)[email protected] jaeonline.wordpress.com

JáÉ!

Page 2: JáÉ! - 4ª edição

JáÉ 2

A quarta edição do JáÉ! continua com a colaboração dos colegas de outros cursos e de moradores de comunidades de Salvador na editoria Território Livre. Continua também produzindo reportagens com temáticas voltadas para trabalhos realizados em comunidades baianas. Entretanto, contamos com o novo layout do jornal, que fi-cou mais moderno e divertido.

Na editoria Fubá trazemos um pouco dos trabalhos desempenha-dos pela comunidade acadêmica da UFBA como a ACC e o projeto GeografAR. Na editoria Comuna trazemos uma entrevista com o pro-fessor José Roberto Severino, tutor da AECC, respondendo a pergun-tas sobre o Observatório Universitário da Cultura Popular, projeto da AECC/ UFBA. Em Politiquês temos um matéria sobre o projeto D’Ke-brada Tv Interativa, onde jovens do Nordeste de Amaralina gravam programas com conteúdo positivo acerca dos bairros periféricos de Salvador. A Entre na Roda traz toda a experiência teatral de Reinal-do Nunes e seus trabalhos comunitários.

Para aqueles que desejarem contribuir para a próxima edição do JáÉ!, com textos, poemas, críticas, tirinhas, charges, ilustrações, etc, basta enviar para [email protected] com o assunto “Território Livre”. Ressaltando que o JáÉ! foi idealizado para trazer a luz sobre acontecimentos e assuntos oriundos de comuni-dades baianas.

Então, se quiser contribuir com nosso Fubá, Entre na Roda, pois o nosso Território é Livre. JáÉ!?

ExpedienteJornal produzido pela Agência Experimental em Comunicação e Cultura/ Facom/UFBA

Tiragem: 1000 exemplaresEditora: Emile ConceiçãoRepórteres: Emile Conceição, Gláucio Vinícius, Naira DinizFotógrafos: Gabriele Silva, Luciano Marins, Emile ConceiçãoDiagramação: Lucas Josué Dias Impressão: Edufba

EDITORIAL território livre

Bem vindos Calouros 2013.1!!!

A equipe JáÉ! e a Agência Experimental em Comunicação e Cultura parabenizam os novos graduandos da Faculdade de Comunicação da UFBA. Sabemos da dificuldade de passar no vestibular de uma universidade tão cobiçada como a UFBA. As noites mal dormidas, ou não dormidas, a falta de vida social, as horas, dias, semanas, meses, anos de estudo para passar no curso escolhido, o medo da concorrência, o nervosismo no dia da prova. Tudo isso acabou, e felizmente, para vocês sortudos, o final foi feliz. Parabéns!

Aproveitamos para informa-los que a AECC, em breve, fará mais uma edição do Acolhimento de novos membros para a instância. Acolhi-mento sim, seleção não! Então, caso vocês queiram fazer parte da nossa equipe, fiquem ligados no nosso mural, nos nossos perfis nas redes sociais e nos nossos blogs, pois em breve divulgaremos os diasde Acolhimento e Formação de novos membros.

Saiba mais sobre a AECC em:• agenciaufba.wordpress.com• observatoriodaculturapopular.wordpress.com• jaeonline.wordpress.com

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JáÉ 3

território livreDesabafo de um pedestre à beira de um ataque de nervos

AAAAAAAAAAAAAH! Como estou cansado dessa vida de pedestre! As mesmas coisas se re-petem dia após dia. Quando saio de manhã o ônibus tá cheio e ninguém segura meus livros. Quando desço do ônibus têm um milhão de carros estacionados no passeio e eu tenho que andar pela pista, escutando as buzinas dos mesmos motoristas que ocupam as calçadas. Sem falar nos motoqueiros que parecem, a todo tempo, querer me matar. Quando vou atra-vessar a rua eles aparecem do nada voando para cima de mim. Algumas vezes até sobem no passeio. Se isso não é perseguição, não sei de que se trata!

Quando finalmente é hora de voltar para casa, mais um ônibus cheio. Ah! E ninguém segura minhas coisas. Pra variar!

Pelo menos alguns pensamentos malucos me consolam: quando estiver sentado no ônibus não vou segurar as coisas de ninguém; quando for motorista de carro vou estacionar no passeio; quando for motoqueiro vou assustar todo mundo fingindo que vou atropelá-las. Há, Há, Há...

ao amor que me move (Camila Brito - Produção Cultural UFBA http://mangueiradasaladerecepcao.blog-spot.com.br/) Quantas voltas até lhe acharquantos desencontros até nos encontrarmoso tempo lhe trouxe, me trouxee hoje estamos aqui, assim onde devemos estarcomo a vida assim se mostratão bela e rotineirae você me preenche, me conforta, me alimentavocê me completae hoje há tanto o que falar, o que sentir, viverquanto amor para seguirmos em frentemergulhamos em nossos próprios desejosos mais sinceros, verdadeiros, belosmergulhamos em nossa própria verdadeno amor que construímos a cada diae ainda há muito, há tantoassim como me envolvescomo em tuas mãos deixo minha alegria

Amo-te por quem ése como em mim te acendesAmo-te porque soue como em ti nasçoAmo-te meu bem,por completo.

ORAÇÃO POÉTICA (Alberico Manoel – escritor - Aluno BI Arte)

Ave Maria, olhaí as desgraças! !O senhor é conosco e protegei a todos;Todos os pobres e fracos,Todos os ricos e desesperados,Infelizes e maltratados pela maldade alheia,Que tanto semeia,Discórdia e ambição, Fome e destruição;Ao vosso ventre Senhora!!Acolhei a todos nós que a ti procuram;Santificado seja o vosso nome,Da justiça e da paz,Da igualdade e do amor,E digamos Amém! !Pela união de todos os povos,Pela fraternidade dos povos teus,Pela prosperidade dos irmãos seus e meus,E a harmonia celestial,A totalizar nesse mundo seu e meu.

Poema sem título (Camila Brito)

Por entre os lábios surgem, enrroscadas luvasdesvendando os sóis de faíscas pulsantese o céu privado queixa-se das sombras fin-dasdos tempos de rezaa tanto, postos passadoso dia enfim chegastee assim expostas as carnes veladasdesfaz-sederretee líquida, brancaretorna para olhar a lua.

Sabedoria (Paula Ruiz)

É o momento de pensar, repensar, analisarTudo que aconteceu, coisas boas e ruinsTirar ensinamentos e coisas boas de cada situaçãoPermanecer firme e mostrar para a dor queEla não é tão forte quanto pareceNão ter medo de recomeçarRecomeçar quantas vezes for precisoMuita coisa ainda está por virO tempo passa depressaSábio é aquele que aproveita cada hora, minuto e segundoPara lutar, ajudar, aprender e não tem medo de errarÉ errando que se aprende e constrói o caminho.

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JáÉ 4

comuna comuna

um pouco mais sobre severino e o observatórioNesta edição do JáÉ optou-se por tornar mais conhecido um dos projetos realizados pela AECC - Agência Experimental em Comunicação e Cultura, o Observatório Universitário da Cultura Popular. E para tanto foi entrevistado o professor José Roberto Severino, ou simplesmente Severino como é conhe-cido na Facom - Faculdade de Comunicação da UFBA, tutor da AECC. Nessa entrevista Severino conta uma pouco da sua trajetória profissional e como funciona o Observatório.

O professor Severino

José Roberto Severino é natural de Itajái, Santa Catarina. His-toriador, especialista em historiografia, mestre em festas e políticas de cultura na produção de identidades e doutor em cultura em grupos oriundos de populações imigrantes.

Buscando atuar em sua área de interesse prestou concurso para professor da UFBA em 2009, no qual foi aprovado. A dis-ciplina visada na época era Políticas de Cultura e da comuni-cação. Desde então é professor da Faculdade de Comunica-ção da UFBA, em cursos de graduação e de pós-graduação. Quando questionado se a experiência de trabalho na Facom tem sido satisfatória, Severino responde: “Claro. Tanto no en-

sino, como na pesquisa e na extensão, tenho desenvolvido atividades correlatas ao meu tema.”.

Trabalhou também em Blumenau, na FURB - Fundação Uni-versidade Regional de Blumenau e no interior do estado de Santa Catarina na formação de gestores em cultura e profes-sores da rede pública de ensino. No momento desenvolve atividades no grupo de pesquisa do Diversitas - Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos da FFLCH - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP - Universidade de São Paulo.

As pessoas têm muito receio das atividades da universidade, prin-cipalmente no quesito

retorno.

EmilE ConCEição

Foto: luCiano marins

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JáÉ 5

comunaO OBSERVATÓRIO UNIVERSITÁRIO DA CUL-TURA POPULAR

JáÉ - Quem foi o idealizador do Observatório Universitário da Cultura Popular?

Severino - O professor Giovandro [Marcos Ferreira, Diretor da Facom/ UFBA] apresentou o projeto, a partir da experiên-cia dos alunos da AECC - Agência Experimental em Comuni-cação e Cultura e do CCDC - Centro de Comunicação, Demo-cracia e Cidadania.

JáÉ - Qual foi o processo para colocar a ideia em prática?

Severino - Foi feita a seleção dos alunos na Agência [Ex-perimental em Comunição e Cultura], e depois discutida a metodologia de entrevistas. O protagonismo foi dos alunos.

JáÉ - Para os leigos, o que é o Observatório Uni-versitário da Cultura Popular?

Severino - São feitas entrevistas a partir de um recorte discutido no coletivo da Agência . Depois são feitos textos e publicados no blog. A ideia é manter um canal de comunica-ção com a produção popular da cultura nas redondezas de Salvador.

JáÉ - Inicialmente, quais eram os resultados que visavam alcançar com esse trabalho?

Severino - Buscou-se fazer um mapeamento da produção cultural popular, criar um ambiente virtual de trocas e acesso ao que se faz nas periferias em termos de cultura e pautar ações que aproximem universidade e sociedade.

JáÉ - Quais são os desafios que foram e ainda são enfrentados durante os mapeamentos?

Severino - As pessoas têm muito receio das atividades da universidade, principalmente no quesito retorno. São tantos os trabalhos “escolares” que acabamos sofrendo os reveses desta inflação de ações assistencialistas ou meramente ex-ploratórias de nossas periferias. A questão do “para que ser-ve isso” também permeia a resistência.

JáÉ - Os resultados obtidos durante a primeira etapa de mapeamentos foram satisfatórios?

Severino - A expressão resultados não ajuda muito a defi-nir o que aconteceu depois da ação de mapeamento, contu-do, cabe ressaltar as possibilidades de novas dinâmicas inter grupos e aos laços desenvolvidos entre alunos e alguns dos grupos mapeados.

JáÉ - Em relação aos alunos que fizeram os ma-

peamentos, quais foram os benefícios, em ter-mos de conhecimento e prática profissional, obtidos por eles?

Severino - Creio que ações fora da universidade, por si só, já colocam os acadêmicos em posição de relativização de seus saberes. Penso que a extensão universitária permite aos alunos forjar uma formação mais perto das demandas reais do lugar onde moram e pretendem atuar. Além do mais, projetos como esse, praticamente geridos pelos alunos, pos-sibilitam o exercício de tomar decisões, trabalhar em equipe e topar com as intempéries da vida profissional.

JáÉ - O que está previsto pra o futuro do Obser-vatório?

Severino - O Observatório hoje é um projeto junto ao pro-grama permanecer (de onde vem as bolsas) e à AGEPEX (ins-tancia de extensão da Facom), e penso que tem como futuro o que projetamos como coisas a fazer. Por exemplo, neste ano estarem atuando nos mesmos bairros de antes [Subúr-bio Ferroviário, bairros do entorno da UFBA e Rio Vermelho.], acrescentando Santo Amaro (no recôncavo) e Boca do Rio.

O Observatório Universitário da Cultura Popular é um projeto aprovado através do edital 2010 – MEC/ SESu e tem por objetivo fazer um mapeamento e um diagnóstico da produção cultural comunitária da cidade do Salvador. A intenção desse mapeamento é dar maior visibilidade a esses produtores comunitários de cultura. Não só nas co-munidades onde estão inseridos, mas para que pessoas de outros bairros, cidades e até mesmo países possam conhecê-los.

Para conhecer melhor o trabalho dos Agenciadores Expe-rimentais no Observatório acesse http://observatorioda-culturapopular.wordpress.com.

Penso que a extensão universitária permite aos alunos forjar uma formação mais perto das demandas reais

do lugar onde moram e pretendem atuar.

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JáÉ 6

entre na roda politiquês

Reinaldo Nunes, soteropolitano, ator, ex-estudante da ETUFBA [Escola de Teatro da UFBA], um dos fundadores da Companhia Baiana de Comédia [primeira compa-nhia profissional de teatro da Bahia], membro aposentado da FUNCEB [Fundação Cultural do Estado da Bahia], professor de teatro, ex-gerente dos Centros de Cultu-ra da Bahia e descobridor de talentos. Do alto de seus 74 anos de idade e de seus 60 anos de teatro, pode-se dizer que sua vida conta a história do teatro baiano.

Certamente, Reinaldo tem muitas histórias para contar sobre suas experiências teatrais, mas o que realmente interessa aqui é saber de seus trabalhos junto à população menos abastada e carente de arte. Sua primeira experiência com ato-res da periferia foi no Centro Integrado de Educação Luiz Tarquínio, localizado no bairro da Boa Viagem, em 1982. Ele foi convidado pela direção do colégio para ministrar aulas de teatro e gostou muito. Foi lá que conheceu Margareth Menezes, uma de suas descobertas. “As pessoas dizem que eu a descobri, eu não descobri Margareth Menezes, Deus fez com que nós nos encontrássemos. Ela era excelente companheira, excelente aluna, aplicadíssima.”, diz o ator.

Em 1984, já como funcionário da FUN-CEB, Nunes foi convidado por Cristina Mendonça, coordenadora do Projeto de Dinamização Cultural dos Bairros Peri-féricos na época, para ensinar teatro no bairro do Cabula. Juntamente com as bailarinas Lúcia Santana e Teresa Oli-veira, fundou o Núcleo Cultural do Ca-bula. Posteriormente, em conjunto com mais 80 pessoas de vários grupos de produção e expressão cultural no bair-ro, foi criado o GRUTECA (Grupo de Tea-tro do Cabula). Entre as realizações do grupo a mais importante foi, a primeira e única até hoje, Jornada de Arte dos Bairros. Porém, com a mudança de go-verno as políticas também foram alte-radas e consequentemente o GRUTECA acabou.

As pessoas di-zem que eu a descobri, eu não descobri

Margareth Me-nezes(...)

Aos 63 anos, Reinaldo foi convidado a trabalhar no Centro Social Dom Lucas Moreira Neves, ONG mantida pela igre-ja católica no bairro Alto do Peru. Na época a instituição tentava promover a educação e a formação de mão de obra através da arte e da cultura comu-nitárias. Foi fundado o grupo de teatro Clã/ Destino que com a participação de crianças, jovens, adolescentes e idosos efetuava um trabalho que era bastan-te reconhecido na região. Entretanto, mais uma vez por causa do poder de superiores os planos foram mudados. A direção do CSDL foi mudada, as diretri-zes também e a parte cultural do traba-lho ficou de lado.

Hoje aos 74 anos, o velho ator não pen-sa em parar de fazer o que ama: teatro. Mas vê com olhar pessimista a atual cena teatral baiana. “Eu não vejo, eu não sinto o teatro na Bahia. A arte da Boa Terra é um emaranhado de shows carnavalescos e juninos.”

EmilE ConCEição E GlaúCio ViníCius

Reinaldo Nunes, vivendo o teatro

Foto: aGEnor Godinho

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JáÉ 7

politiquês

Enquanto nos programas jornalísticos, principalmente os policialescos e sensacionalistas, mais vistos a visão disse-minada acerca dos bairros periféricos é de violência, tráfico, assassinatos, pobreza e sofrimento, os jovens idealizadores e realizadores do D’Kebrada Tv Interativa preferem mostrar o que a periferia tem de bom.

Devido à falta de apoio e patrocínio, com recurso e equipa-mento técnico próprio ou cedido por amigos e aliado a uma enorme criatividade, Adson Almeida, Ailton Gomes, Gerson Assis, Ikaro Silva, Inys Silva, José Luiz Santos, Neto Camilo, Rafael Costa, Regina Almeida e Thaiane Cerqueira gravam os programas que são veiculados através de canais no site you-tube.com. Nos programas os espectadores podem encontrar entrevistas com pessoas ilustres que fazem a diferença nas comunidades, quadros com conteúdo voltado para a manu-tenção da autoestima e motivação dos espectadores - que em sua maioria é de pessoas oriundas da periferia. Já que o D’Kebrada é uma TV Interativa, os fãs podem também parti-cipar dos programas enviando seus vídeos para a produção ou mesmo através de sugestões.

Como todos os jovens, os produtores do D’Kebrada estão an-tenados com as tecnologias. Por exemplo, a ferramenta de divulgação mais utilizada por eles é o facebook.com. Atra-vés de uma página na rede social, os espectadores mantém contato com a produção do programa e ficam por dentro das atividades do grupo. A rede é também um termômetro da po-pularidade do projeto, pois na maioria das vezes os comentá-rios sobre os programas chegam através dela. O twitter.com também é utilizado pela equipe como forma de interação com seu público.

Ao assistir os programas é impossível não ficar atento à qua-lidade técnica de filmagem e de edição. Esse conhecimento que alguns dos integrantes possuem veio da formação técni-ca em audiovisual – fotografia, vídeo, edição - que adquiriram no projeto Oi Kabum. Outro aspecto que chama a atenção é a desenvoltura que os apresentadores têm diante das câme-ras. Questionados sobre isso eles dizem que desde crianças têm o hábito de gravar vídeos caseiros, já estão acostuma-dos. A criatividade também e uma constante no trabalho apresentado. Essa parte é feita por praticamente todos os integrantes, já que a maioria deles contribui nos roteiros dos programas.

Sobre o futuro do D’Kebrada, Adson, líder do grupo, diz que pretendem ter um estúdio para a gravação do programa – o estúdio atual é improvisado na laje da casa de Adson – assim como um site onde possam armazenar todos os trabalhos num só local, facilitando o acesso dos espectadores ao tra-balho.

do sensacionalismoD’Kebrada, na contramão

Se você ficou curioso e quer conhecer o trabalho do D’Ke-brada Tv Interativa, acesse:http://www.facebook.com/dkebrada.kebradahttp://www.youtube.com/channel/UC17vqPwZWnIK2pl-ZESD7rnAhttp://www.youtube.com/dkebrada

EmilE ConCEição E GabriElE silVa

Foto: EmilE ConCEição

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JáÉ 8

fubáProjeto de Pesquisa GeografAR (Naira Diniz)

O Projeto de Pesquisa GeografAR/ UFBA, criado em 1996 e coordenado pelas professoras Guiomar Germani e Gilca Garcia, surgiu com a proposta inicial de trabalhar com assentamentos rurais. Entretanto, notou-se que existiam outros agentes importantes no campo, então foram acrescentados aos poucos outros temas como comunidades quilombolas, indígenas e tradicionais. Em 2008, o Projeto GeografAR insere Educação no Campo na sua linha de pesquisa, mas este novo tema veio apenas se estruturar em 2012. A partir de então Educação no Campo se tornou o mote da pesquisa, dando ênfase nos fato de como a Geografia contribui nessa educação, contextualizando e ressaltando a centralidade da questão agrária. Além dis-so, reflete sobre a dimensão que a Educação no Campo tem assumido, dimensão pedagógica, perdendo sua característica original, que nasce de uma realidade de luta em um contexto de desigualdade na zona rural. O GeografAR em parceria com a Faced, contribuiu na construção do Curso Licenciatura em Educação do Campo. Kássia Rios e Hingryd Freitas também tra-balham na Plataforma Freire, realizando formação de professores, estes em sua maioria, oriundos da zona rural e que levam para seus locais de origem o debate da questão agrária.GeografAR: http://www.geografar.ufba.br

Curso de Licenciatura Educação do Campo (Naira Diniz)

Pensando na necessidade da universidade (UFBA) em responder a problemas vitais da humanidade e investir na formação de professores para a educação no campo, foi criado em 2008, a partir de um edital do Ministério da Educação, o Curso Li-cenciatura em Educação do Campo, coordenado pela professora Celi Taffarel, professora titular e pesquisadora de produtivi-dade pelo CNPq. Dentro do curso são desenvolvidas duas áreas do conhecimento: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Do curso participam professores que já estavam ensinando em áreas rurais, provenientes dos municípios de Cruz das Almas, Amargosa e São Félix, localizados no Recôncavo Baiano. Os alunos recebem bolsa do Pibid – Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, tem direito a hospedagem, alimentação, transporte e ganham livros básicos do curso. Existe a possibilidade de levar o curso para outras regiões da Bahia, mas antes é necessário realizar um balanço de tudo que foi feito no curso, desde o surgimento até o momento atual.

ACCS: Memória Social: Audiovisual e Identidades(Emile Conceição)

A ACCS – Atividade Curricular em Comunidade e Sociedade é um dos tipos de projetos de extensão disponibilizados pela UFBA. Nessas atividades os estudantes, coordenados e supervisionados por um professor responsável pelo projeto, fazem trabalho prático de campo em comunidades baianas.

A ACCS: Memória Social, Identidades e Audiovisual é uma das atividades de extensão oferecidas pela Faculdade de Comu-nicação da UFBA. Coordenada pelo Professor José Roberto Severino, o projeto tem por finalidade proporcionar aos jovens e professores da comunidade de Acupe de Santo Amaro, a partir da Escola Castro Alves, conhecimentobásico das tecnologias audiovisuais. Através desse conhecimento espera-se que esses estudantes e profissionais possam criar material de difusão da história e cultura locais. Visto que Acupe é uma comunidade de remanescentes quilombolas e pescadores artesanais, sua cultura e história são muito ricas para serem tão pouco conhecidas.

Através de oficinas ministradas pelos estudantes da UFBA (cursos diversos), os habitantes de Acupe tem acesso a conheci-mento sobre fotografia, filmagem, blogs, jornal mural, rádio, etc. As atividades da ACCS ainda se estendem à comunidade de São Brás e ao município de Santo Amaro. Vale salientar que o projeto tem apoio da Casa do Samba – Santo Amaro – e da DIREC 31 – órgão da Secretaria de Educação do Estado.

Acesse: http://www.accmemoriasocial.blogspot.com.br/