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IX Semana Acadêmica dos cursos de Graduação VII Semana de Iniciação Científica VII Feira de Negócios, Integração Social, Humor e Cultura VII Encontro de Produtores Rurais de Matipó e Região do Programa de Assistência Técnica Integrada (PATI) VOLUME 2 2016

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IX Semana Acadêmica dos cursos de Graduação VII Semana de Iniciação Científica

VII Feira de Negócios, Integração Social, Humor e Cultura

VII Encontro de Produtores Rurais de Matipó e Região do Programa de Assistência Técnica Integrada (PATI)

VOLUME 2

2016

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Anais do IX FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 12 a 16 de setembro de 2016 – ISSN – 2178-7301

APRESENTAÇÃO

É com grande orgulho que, entre os dias 12 a 16 de setembro de 2016, a

Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX, através da comissão organizadora, realizou o

IXFAVE (Fórum Acadêmico) da Faculdade Vértice – Univértix, que inclui a IX

Semana Acadêmica dos cursos de Graduação, VII Semana de Iniciação Científica,

VII Feira de Negócios, Integração Social, Humor e Cultura, VII Encontro de

Produtores Rurais de Matipó e Região do Programa de Assistência Técnica

Integrada (PATI).

O evento teve como objetivos: (1) promover intercâmbio entre acadêmicos e

professores da Univértix e de outras instituições; (2) valorizar a produção do

conhecimento científico; (3) divulgar as produções científicas dos diversos cursos de

graduação da Univértix e (4) integrar-se à sociedade, valorizando o comércio, a

cultura e as demais manifestações artísticas e culturais do município e região.

Ao longo dos dias de evento, mais de 50 profissionais de renome de várias

instituições de Minas Gerais e de outros estados do Brasil ministraram palestras e

cursos. Mais de 200 trabalhos científicos foram recebidos pelo comitê e

apresentados no evento em forma de comunicação oral e pôster. Recebemos

também, no evento, professores e acadêmicos de outras instituições.

Além disso, o IX FAVE é um evento que contou com a participação da

sociedade, principalmente através de produtores rurais. Isso se deve ao fato de a

Instituição acreditar que o cumprimento de sua especificidade apenas se

concretizará se ela caminhar ao lado da sociedade.

Engajada em seu compromisso de oferecer ensino de qualidade, a Univértix,

almejou com o IX FAVE, marcar sua história de produção científica, já que

entendemos que a pesquisa é interface do ensino.

Não podemos deixar de mencionar ainda a satisfação que a Univértix tem no

IX FAVE, de estar contando novamente com o apoio da Fundação de Amparo à

Pesquisa de Minas Gerais – FAPEMIG.

Diante do exposto, reiteramos que com o IX FAVE esperamos contribuir para

a sensibilização quanto à necessidade das habilidades de pesquisa como

instrumento para o desenvolvimento profissional permanente.

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Considerando o número de trabalhos recebidos pelo evento optamos por

dividir o anais em dois volumes. Assim, o volume 1 integra os trabalhos do GT

(Grupo de Trabalhos) 2 aos GT 4 e o volume 2 inclui os do GT 5 ao GT 8.

M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento - Coordenadora do IX FAVE

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A PALAVRA DO DIRETOR

É com grande honra que recebi a incumbência de redigir um texto para essa

publicação. A Iniciação Científica tem grande importância e envolvimento com o

desenvolvimento do Ensino Superior por ambos possuírem como principio e missão

a fecundação e proliferação do conhecimento, utilizando a pesquisa para atingir

esse objetivo. Atividades como o IX Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice –

UNIVÉRTIX amadurecem o estudante, contribuindo para que este possa se tornar

um formando com habilidades mais refinadas.

Nesta “cápsula de conhecimento” não incluímos apenas a nossa Faculdade e

estudantes puramente, pois a Univértix é mais que uma Instituição de ensino e o

estudante é mais que um aluno dedicado. Ambos consistem em agentes

modificadores da comunidade que os circunda. A comunidade, portanto, também

está inserida na cadeia de conhecimento e participa ativamente desse processo. Na

edição deste ano, o IX FAVE nos brindou com um conjunto de palestras de altíssimo

nível coroadas pela presença e apoio fundamental da FAPEMIG. Através da difusão

do conhecimento gerado nos bancos acadêmicos, sendo devidamente aplicado e

bem aproveitado por todos os envolvidos, damos nossa contribuição para a

construção de um País melhor e mais justo, com condições de competir num futuro

próximo com grandes potências mundiais, mas de sobremaneira, criando melhores

condições para nossa própria população que poderá ter acesso a tecnologias mais

baratas e tratamentos eficazes.

É na prática da Iniciação Científica que o estudante pode testar técnicas e

teorias aprendidas em sala de aula, ampliar e experimentar seu cabedal de

conhecimentos. Defrontar-se com o problema “vivo”, real, fora de um ambiente

restritamente controlado e teórico de uma sala de aula da faculdade, ao mesmo

tempo em que está seguro de que os erros cometidos também compõem o processo

de aprendizado e evolução. Este estudante estará então melhor qualificado e melhor

adequado para as situações a serem encaradas fora da faculdade.

D.Sc. Lucio Flavio Sleutjes - Diretor Geral da Univértix

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SOEGAR - SOCIEDADE EDUCACIONAL GARDINGO LTDA.

João Batista Gardingo Diretor Presidente Abraão Henrique Gardingo Diretor Executivo FACULDADE VÉRTICE – UNIVÉRTIX

Prof. D.Sc. Lucio Flavio Sleutjes Diretor geral Profa D.Sc. Irlane Bastos Costa Coordenadora do curso de Agronomia Prof. M.Sc. Celso Abreu de Araújo Coordenador do curso de Administração Profº Esp. Tadeu Hipólito da Silva Coordenador do curso de Ciências Contábeis Prof. M.Sc. André Salustiano Bispo Coordenador do curso de Educação Física Profª Esp. Ana Lígia de Souza Pereira Coordenadora do curso de Enfermagem Profº Esp. Ailton Moreira Magalhães Coordenador do curso de Engenharia Civil Profº Esp. Ailton Moreira Magalhães Coordenador Interino do curso de Engenharia Mecânica Profª M.Sc. Bruna Chaves Amorim Coordenadora do curso de Farmácia Prof. D.Sc. Gilberto Valente Machado Coordenador do curso de Medicina Veterinária Profª M.Sc. Cláudia Silveira Cunha Coordenadora do curso de Odontologia Profª M.Sc. Janine Lopes de Carvalho Coordenadora do curso de Psicologia Prof. Esp. Adriana Montes Justino Gardingo Coordenadora das atividades complementares de Graduação Prof. M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento

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Coordenadora de Pesquisa e Extensão Prof. Esp. Daniel Vieira Ferreira Diretor da Escola Técnica Vértix

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COMITÊ ORGANIZADOR Coordenação geral M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento Coordenação Setorial Esp. Ana Lígia de Souza Pereira

M.Sc. Bruna Chaves Amorim

D.Sc. Fernanda Cristina Ferrai

D.Sc. Lúcio Flávio Sleutjes

M.Sc. Mariana de Faria Gardingo Diniz

M.Sc. Renata Aparecida Fontes

Estagiários Daniel Franco Machado

Davyla Mystica Magalhães do Carmo

Eduarda Macado de Souza

Fellipe Silva

Joana Begatti Lacerda

Isabela Lima Ribeiro

Lívia Mara Araujo Amorim

Mayra Cler

Maria Luiza Santos

Menikiss Jordão Andrade

Nelson Dias Lucas

Valmira Hoste Dutra

COMITÊ CIENTÍFICO

Coordenação

M.Sc. Renata Aparecida Fontes

D.Sc. Fernanda Cristina Ferrai

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Comitê científico Adriano Carlos Soares

Aline Baião de Oliveira

Ana Maria Guimarães Bernardo

Bárbara Moreira de Matos Figueiredo Caldeira

Cléber Macedo de Oliveira

Cristina Maria Lobato Pires

Daniel Vieira Ferreira

Dilcimar Gomes de Araújo

Hilton de Souza Pinto

Hugo Rodrigues Ferreira

Imaculada Coelho da Silva Cardoso

Jaqueline Conceição Leite

João Antônio Sabino

Lia Marcia Emerick Breder

Luciano Aguiar Otoni

Maria Aparecida Salles Franco

Marluce Aparecida Fonseca

Mayara Cristini Ferreira de Aguiar

Onofre de Almeida Filho

Patrícia Souza Sarmento

Pedro Genuíno de Santana Júnior

Pollyana Brandão Gomes

Tatiane de Cássia Fernandes Martins

Rafael Macedo de Oliveira

Renata Ferreira Pieroti Machado Pessoa

Renata Pessoa Bifano

Rodrigo Ataíde dos Santos

Tadeu Hipólito da Silva

Vinícius Sigilião Silveira Silva

Viviane Gorete Silveira Mouro

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SUMÁRIO

GT 5 – CIÊNCIAS AGRÁRIAS .................................................................................... 14

RESUMOS.................................................................................................................... 15

AVALIAÇÃO DA DOR EM CÃES COM DOENÇA ARTICULAR DEGENERATIVA ATENDIDOS NO HOSPITAL ESCOLA GARDINGO – MATIPÓ-MG ........................ 16

UROCULTURA E ANTIBIOGRAMA EM CISTITE CRÔNICA RECORRENTE EM CANINO: RELATO DE CASO ..................................................................................... 20

DERMATOFITOSE EM EQUINOS: ASPECTOS CLÍNICOS DERMATOLÓGICOS 24

ASPECTOS CLÍNICOS E DIAGNÓSTICOS DA POLIOENCEFALOMALÁCEA EM BOVINOS ..................................................................................................................... 27

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA ASSOCIADA À CARDIOMIOPATIA DILATADA EM CADELA: RELATO DE CASO ........................................................... 31

CARCINOMA INFLAMATÓRIO MAMÁRIO EM CÃES – REVISÃO DA LITERATURA ...................................................................................................................................... 35

ESTUDO DA CADEIA PRODUTIVA DA SILAGEM DE MILHO E SORGO DE UMA PROPRIEDADE RURAL DE RIO CASCA - MG ......................................................... 38

“SHUNT”- DESVIO PORTOSSISTÊMICO EM CÃES E GATOS- UMA REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................................................... 41

PROPTOSE OCULAR: RELATO DE CASO ............................................................... 45

CINOMOSE CANINA- REVISÃO DE LITERATURA .................................................. 49

AVALIAÇÃO DO APPCC EM PREVENIR CONTAMINAÇÕES POR Salmonella spp. EM CARCAÇAS BOVINAS DE UM MATADOURO-FRIGORÍFICO EM MINAS GERAIS ........................................................................................................................ 53

DISTOCIA EM FELINO: UM RELATO DE CASO ...................................................... 56

UTILIZAÇÃO DE SAPONINAS ASSOCIADA À VACINA COMO METODO TERAPEUTICO DA PAPILOMATOSE CUTÂNEA BOVINA ...................................... 60

INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO ANTECIPADA DE PROSTAGLANDINA E DA UTILIZAÇÃO DE DUAS DOSES DE eCG NO TAMANHO DO CORPO LÚTEO E NA TAXA DE SINCRONIZAÇÃO DE RECEPTORAS PARA TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES EM BOVINOS .......................................................................................... 63

QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO ANIMAL NA ZONA RURAL – CORREGO SANTO ANTÔNIO NA CIDADE DE MATIPÓ/MG ...................................................... 66

REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 68

EJACULAÇÃO RETRÓGRADA EM CÃO - RELATO DE CASO ............................... 70

ANESTESIA E ANALGESIA EM ASININOS E MUARES .......................................... 74

ANESTESIA EM CADELAS GESTANTES ................................................................. 77

DIABETES MELLITUS EM PEQUENOS ANIMAIS - REVISÃO DE LITERATURA .. 82

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ESPOROTRICOSE- REVISÃO DE LITERATURA ..................................................... 86

OCORRÊNCIA DE TUBERCULOSE EM BOVINOS ABATIDOS EM UM ESTABELECIMENTO SOB SERVIÇO DE INSPEÇÃO FEDERAL NA ZONA DA MATA MINEIRA (2007 a 2013) ................................................................................... 89

HIPOCALCEMIA PUERPERAL EM CADELA ATENDIDA NO HOSPITAL ESCOLA UNIVÉRTIX DE MATIPÓ - MG .................................................................................... 92

AVALIAÇÃO DE BETA-HIDROXIBUTIRATO PARA DIAGNÓSTICO DE CETOSE SUBCLÍNICA EM VACAS DE ALTA PRODUÇÃO ..................................................... 97

UTILIZAÇÃO DE Solanum lycocarpum NO COMBATE DO RHABDITIS O CAUSADOR DE OTITE EM GIR LEITEIRO ............................................................. 100

ASPIRAÇÃO FOLICULAR GUIADA POR ULTRASSONOGRAFIA: REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................................................. 103

AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE LEITE: UMA REVISÃO DA LITERATURA .. 107

AVALIAÇÃO E ASPECTOS DA LEISHMANIOSE VISCERAL ................................ 111

USO DA IATF COMO FERRAMENTA NO MANEJO REPRODUTIVO EM GADO DE CORTE ....................................................................................................................... 114

AVALIAÇÕES DOS ASPECTOS CLÍNICOS, DIAGNÓSTICOS E TERAPÊUTICOS DO VÍRUS DA LEUCEMIA FELINA (FELV) E VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA FELINA (FIV) .............................................................................................................. 116

MALFOMAÇÃO DO MEMBRO TORÁCICO ESQUERDO DE UMA BEZERRA DA RAÇA GIROLANDO: RELATO DE CASO ................................................................ 120

COMPARAÇÃO DAS TÉCNICAS DE OVARIOSALPINGOHISTERECTOMIA PELO FLANCO E LINHA MEDIA VENTRAL EM CADELAS – REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................................................................... 123

CONDUTA ANESTÉSICA EM CÃO SUBMETIDO À ADRENALECTOMIA ............ 127

USO DE FORMALINA INTRAVENOSA PARA O TRATAMENTO DEHEMORRAGIA UTERINA EM ÉGUA: RELATO DE CASO ............................................................... 131

ESTUDO RETROSPECTIVO DE ERLIQUIOSE CANINA DO CENTRO VETERINÁRIO VETLIFE, CARATINGA, MG (ABRIL Á AGOSTO DE 2016) ......... 135

INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO EM GADO DE CORTE ................ 140

ERLIQUIOSE CANINA: RELATO DE CASO ............................................................ 143

AVALIAÇÃO DOS ÍNDICES ZOOTÉCNICOS DE UMA PROPRIEDADE LEITEIRA EM REDUTO-MG. ...................................................................................................... 148

UTILIZAÇÃO DE PLASMA RICO EM PLAQUETAS (PRP), EM BEZERRO COM ARTRITE – RELATO DE CASO ................................................................................ 151

AVALIAÇÃO DO PLASMA RICO EM PLAQUETAS EM EQUINOS, ASININOS E MUARES .................................................................................................................... 155

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PROCESSAMENTO E PRODUÇÃO DE IOGURTE: REVISÃO DE LITERATURA 159

SARNA SARCÓPTICA EM PEQUENOS ANIMAIS: REVISÃO DE LITERATURA . 164

PESQUISA DE Listeria spp. E Staphylococcus aureus EM QUEIJOS MINAS FRESCAL ................................................................................................................... 168

PARVOVÍRUS CANINO – REVISÃO DE LITERATURA .......................................... 173

TRATAMENTO DE DEJETOS NA SUINOCULTURA - REVISÃO DE LITERATURA 177

PIOMETRA EM CADELAS: REVISÃO DE LITERATURA ....................................... 180

HIPERADRENOCORTICISMO EM CÃES: REVISÃO DE LITERATURA. .............. 183

SINCRONIZAÇÃO DE RECEPTORAS PARA UTILIZAÇÃO EM PROGRAMA DE TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES EM EQUINOS: REVISÃO DA LITERATURA . 187

FRAUDES E ANÁLISE FISICO-QUÍMICA DO LEITE CRU REFRIGERADO ......... 193

ANÁLISE DA PRODUTIVIDADE DO ARROZ DE TERRAS ALTAS COM A APLICAÇÃO DE DIFERENTES DOSES DE PÓ DE ROCHA COMO FONTE DE NUTRIÇÃO ................................................................................................................. 196

ACIDENTES OFÍDICOS EM EQUINOS ................................................................... 201

INFLUÊNCIA DO RESÍDUO LÍQUIDO DO SISAL (Agave sisalana) NO DESENVOLVIMENTO IN VITRO DE ECTOPARASITAS ........................................ 208

PROPAGAÇÃO ASSEXUADA DE Alpinia purpurata (Vieill) K. Schum ................... 211

AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE SÊMEN DE GARANHÕES .......................... 215

LAMINITE EM VACAS LEITEIRAS – REVISÃO DE LITERATURA ........................ 219

ACIDEZ NO LEITE- REVISÃO DE LITERATURA .................................................... 222

QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DO QUEIJO MINAS FRESCAL COMERCIALIZADO NO MUNICÍPIO DE MATIPÓ-MG ........................................... 225

ARTIGOS .................................................................................................................... 229

RESGATE HISTÓRICO DA PRAÇA PADRE FIALHO E GRAU DE SATISFAÇÃO DE MORADORES DA CIDADE DE MATIPÓ-MG .......................................................... 230

CRESCIMENTO DE MUDAS DE REPOLHO ‘CAPITATA’ EM SUBSTRATOS ALTERNATIVOS ........................................................................................................ 243

SUBSTRATOS PARA PRODUÇÃO DE MUDAS DE PIMENTÃO ‘Cascadura Ikeda’ .................................................................................................................................... 252

ASSOCIAÇÃO DE DIFERENTES PROTOCOLOS DE TRATAMENTOS DE PAPILOMATOSE CULTÂNEA BOVINA ................................................................... 260

HERPESVÍRUS FELINO: RELATO DE CASO ......................................................... 270

AVALIAÇÕES DOS ÍNDICES ZOOTÉCNICOS DE UM SISTEMA PRODUTIVO LEITEIRO ................................................................................................................... 281

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ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DA OCORRÊNCIA DA SÍNDROME CÓLICA EM EQUINOS REFERENCIADOS AO HOSPITAL VETERINÁRIO UNIVÉRTIX .......... 289

ESTUDO RETROSPECTIVO DE CASOS DE ERLIQUIOSE CANINA REFERENCIADOS NO HOSPITAL VETERINARIO UNIVERTIX, MATIPÓ-MG (2013/1) ...................................................................................................................... 296

IDENTIFICAÇÃO DE MASTITE SUBCLÍNICA NA BACIA LEITEIRA DE MATIPÓ-MG .................................................................................................................................... 307

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA REPRODUTIVA DE REPRODUTORES DE ALTO VALOR GENÉTICO CRIADOS EM UMA GRANJA DE SUÍNOS NO INTERIOR DE MINAS GERAIS.......................................................................................................... 315

PRINCIPAIS AFECÇÕES ODONTOLOGICAS EM EQUINOS REFERENCIADOS AO HOSPITAL ESCOLA VETERINARIO GARDINGO LTDA .................................. 328

PRODUÇÃO DE MUDAS DE MOSTARDA EM DIFERENTES MISTURAS DE SUBSTRATOS ........................................................................................................... 342

RESUMO .................................................................................................................... 342

GT 6 – CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS ............................................................. 352

RESUMOS.................................................................................................................. 353

O PERFIL E COMPETÊNCIAS DO CONTADOR: ESTUDO DE CASO SOBRE AS PERSPECTIVAS DOS MICRO E PEQUENOS EMPRESÁRIOS DA CIDADE DE RAUL SOARES-MG ................................................................................................... 354

O PRINCÍPIO DA ENTIDADE AFETANDO O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE. ESTUDO DE CASO EM MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO MUNICÍPIO DE MATIPÓ-MG ............................................................................................................... 358

COMPORTAMENTO DOS PREÇOS DA CESTA BÁSICA DE ALIMENTOS NAS CIDADES DOMICILIADAS PELOS ALUNOS DA FACULDADE VÉRTICE - UNIVÉRTIX................................................................................................................. 363

LIBERDADE DE IMPRENSA NA ARGENTINA, BRASIL E VENEZUELA: ABORDAGEM SOB A ÓTICA DO PACTO DE SÃO JOSÉ DA COSTA RICA E EFEITOS ECONÔMICOS E SOCIAIS DE SUA INOBSERVANCIA ........................ 367

ESTUDO DE CASO SOBRE A GESTÃO DE ESTOQUE NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO SETOR COMERCIAL DA CIDADE DE MATIPÓ-MG .................. 371

A VISÃO DO BACHAREL EM ADMINISTRAÇÃO SOBRE IMPORTÂNCIA DA ESPECIALIZAÇÃO EM DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR ............................... 374

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: O ESTUDO DE CASO APLICADO AOS COLABORADORES DE UMA CONFECÇÃO EM ABRE CAMPO .......................... 379

PRODUTOR RURAL: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE PESSOA FÍSICA E PESSOA JURÍDICA NA ÁREA DE CAFEICULTURA NA ZONA DA MATA NO ESTADO DE MINAS GERAIS ................................................................................... 382

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IMPORTÂNCIA DA PRESTAÇÃO DE CONTAS DA GESTÃO ESCOLAR PARA MANUTENÇÃO, CUSTEIO: ESTUDO DE CASO DE UMA CAIXA ESCOLAR DE SANTO ANTÔNIO DO GRAMA-MG ......................................................................... 386

MATIPÓ: UMA APRESENTAÇÃO DOS SERVIÇOS DISPONÍVEIS PARA OS DISCENTES DA FACULDADE VÉRTICE – UNIVÉRTIX ........................................ 390

A IMPORTÂNCIA DO PROFISSIONAL FARMACÊUTICO NO DESENVOLVIMENTO DE AÇÕES GERENCIAIS NA FARMÁCIA PÚBLICA .............................................. 393

A IMPORTÂNCIA DO PROFISSIONAL FARMACÊUTICO EM ATIVIDADES GESTORAS NA FARMÁCIA MAGISTRAL ............................................................... 397

GESTÃO EM FARMÁCIA HOSPITALAR .................................................................. 401

VISÃO DE ALUNOS SOBRE O BASQUETEBOL DO CONTEXTO ESCOLAR ..... 405

A EXPERIÊNCIA DOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO ENSINO MÉDIO AO MINISTRAR OS ESPORTES COLETIVOS NAS ESCOLAS ............... 409

A PRÁTICA DO FUTEBOL NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR ...... 412

DESAFIOS ENFRENTADOS POR PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO INÍCIO DA CARREIRA ............................................................................................... 415

O ESPORTE COMO INSTRUMENTO DIDÁTICO PEDAGÓGICO NA FORMAÇÃO DO CARÁTER SOCIAL E DA PROMOÇÃO DA MELHORIA DE VIDA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES DE UM MUNICÍPIO DA ZONA DA MATA MINEIRA .............. 418

A DANÇA COMO INSTRUMENTO DIDÁTICO PEDAGÓGICO PARA A APRENDIZAGEM NO CONTEXTO ESCOLAR ........................................................ 422

MOTIVAÇÃO DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO PARA AS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ........................................................................................................................ 425

O XADREZ COMO INSTRUMENTO PEDAGÓGICO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ........................................................................................................................ 428

ATIVIDADE FÍSICA HABITUAL E SUA RELAÇÃO COM A COMPOSIÇÃO CORPORAL EM ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DE UMA ESCOLA ESTADUAL DA CIDADE DE MATIPÓ-MG .......................................................................................... 432

BENZEDEIRAS DE MATIPÓ: ENTRE PRÁTICAS CULTURAIS E TERRITORIALIDADES .............................................................................................. 436

GESTÃO DE NEGÓCIOS EM DROGARIAS ............................................................ 439

A IMPORTÂNCIA DA ESPECIALIZAÇÃO EM DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR .................................................................................................................................... 442

COACHING ACADÊMICO: UMA FERRAMENTA PARA A EFICIÊNCIA E APRIMORAMENTO DO DOCENTE ......................................................................... 445

CONSERVAÇÃO DE SOLO E ÁGUA: PLANEJAMENTO E GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS ............................................................................................ 449

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INTERVENIENTES NEGATIVOS NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM: PERCEPÇÃO DE PROFISSIONAIS E ESTUDANTES DA ÁREA DA EDUCAÇÃO DE MATIPÓ-MG ......................................................................................................... 452

A VISÃO DE PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA SOBRE SITUAÇÕES CONSIDERADAS BULLYING NA ESCOLA ............................................................. 457

O EMPREENDEDORISMO E SUA IMPORTÂNCIA PARA OS PEQUENOS NEGÓCIOS ................................................................................................................ 461

ARTIGOS .................................................................................................................... 464

A IMPORTÂNCIA DO GERENTE NA LIDERANÇA DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE NA ZONA DA MATA-MG ................................................................................................. 465

PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO: AUTONOMIA OU DEPENDÊNCIA FRENTE AO PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO? ................................................................................. 479

ANÁLISE DO PERFIL E PERCEPÇÃO AMBIENTAL DOS VISITANTES DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DO BRIGADEIRO (PORTARIA PEDRA DO PATO) NO MUNICÍPIO DE FERVEDOURO-MG ..................................................... 492

A PERCEPÇÃO DOS COLABORADORES EM RELAÇÃO ÀS PRÁTICAS DE RETENÇÃO DE PESSOAS DE UMA EMPRESA DO INTERIOR DE MINAS GERAIS .................................................................................................................................... 504

A INFLUÊNCIA DO CLIMA ORGANIZACIONAL NO COMPORTAMENTO DOS COLABORADORES: UM ESTUDO DE CASO EM UMA MÉDIA EMPRESA DO INTERIOR DE MINAS GERAIS ................................................................................. 514

CLIMA ORGANIZACIONAL: UMA PESQUISA SOBRE O INDICE DE SATISFACAO DOS FUNCIONÁRIOS DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR (IES) - PRIVADA .................................................................................................................... 527

CONHECIMENTO DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA SOBRE ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS ESPORTIVOS ESCOLARES ............................... 539

A INFLUÊNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR NO RELACIONAMENTO DOS ALUNOS DOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA PÚBLICA ESTADUAL DE UMA CIDADE DA ZONA DA MATA MINEIRA .............. 553

ANÁLISE POSTURAL EM CRIANÇAS DOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA PÚBLICA ESTADUAL DE UMA CIDADE DA ZONA DA MATA MINEIRA ........................................................................................ 565

O CONCEITO DE “OURIÇO E RAPOSA” DE ISAIAH BERLIN NA PESQUISA INTERDISCIPLINAR SOBRE TERRITÓRIO ............................................................ 576

GT8 – LINGUÍSTICA, CIÊNCIAS E ARTES ............................................................. 590

ARTIGO ...................................................................................................................... 591

ANÁLISE CRÍTICA DE UMA PROPOSTA DE TRABALHO DE LEITURA E COMPREENSÃO TEXTUAL ..................................................................................... 592

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GT 5 – CIÊNCIAS AGRÁRIAS

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RESUMOS

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AVALIAÇÃO DA DOR EM CÃES COM DOENÇA ARTICULAR DEGENERATIVA ATENDIDOS NO HOSPITAL ESCOLA GARDINGO – MATIPÓ-MG

Mariana Arantes Cardoso, Teófilo Marçal Ribeiro Cardoso - Graduandos em

Medicina Veterinária. Bolsista PIBIC – FAPEMIG. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Vanessa Guedes Pereira - Médica Veterinária, Residência em Clínica e Cirurgia de

Pequenos Animais, Mestre em Medicina Veterinária, Professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

[email protected] PALAVRAS-CHAVE: Osteoartite; Dor Crônica; Cães.

INTRODUÇÃO

A dor é conceituada como uma experiência sensorial e emocional desagradável que

está associada a lesões reais ou potenciais, segundo a International Association for

the Study of Pain (2011). A dor crônica é definida como um processamento

somatossensorial exagerado no sistema nervoso, tanto periférico como central, de

longa duração (GREENE, 2010), caracterizada por uma resposta insatisfatória aos

tratamentos convencionais com incapacidade progressiva do paciente e sem

tendência a remissão (FANTONI e MASTROCINQUE, 2012). O aumento na

expectativa de vida dos cães, levou a um aumento na incidência de doenças

crônicas relacionadas à idade avançada e a neoplasias que resultam em quadros de

dor de intensidade variável, sendo essa a principal causa de morbidade e

mortalidade em animais de companhia idosos (WITHROW, 2001). A incidência de

dor crônica é desconhecida mas, esta tem sido considerada um problema

significativo muitas vezes relacionada ao processo evolutivo de alguma doença

como por exemplo, casos de osteoartrite (OA), sendo, nesses casos, denominada

dor crônica inflamatória ou nociceptiva (TAYLOR, 2005). As doenças

osteoarticulares são comuns em pequenos animais, principalmente em cães e

estimativas sugerem que cerca de 20% da população canina adulta pode ter alguma

forma de OA (JOHSTON, 1997). Esta pode ser classificada quanto à sua etiologia

como primária (idiopática) ou secundária (a outra patologia), embora a complexidade

desta condição vá além da identificação da sua causa (INNES, 2012). Para o

diagnóstico, utiliza-se anamnese, exame clínico e achados radiográficos, que

auxiliam a confirmação da doença. O tratamento objetiva o alívio da dor e do

desconforto do animal, a prevenção ou o retardo de novas alterações degenerativas

e a restauração das articulações afetadas, para ter como resposta função regular e

indolor da articulação (NELSON e COUTO, 2010). Embora a osteoartrose seja uma

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doença que não tem cura, a dor não precisa fazer parte do processo de

envelhecimento e da vida dos cães (RYCHEL, 2010). Quando se tem uma

mensuração apropriada da dor, é possível determinar qual seguimento clínico é mais

seguro, quais seus possíveis riscos e se ele é capaz de superar os danos do

problema clínico (SOUSA, 2002). Quando se tem uma mensuração apropriada da

dor, é possível determinar qual seguimento clínico é mais seguro, quais seus

possíveis riscos e se ele é capaz de superar os danos do problema clínico (SOUSA,

2002). Historicamente, os veterinários contam com a avaliação do proprietário para

saber se a terapia usada na dor crônica está sendo eficaz. Só recentemente essa

avaliação tem sido incluída nas pesquisas de estudo da OA em cães, onde alguns

trabalhos indicam que os proprietários também são capazes de avaliar o alívio da

dor em seus animais (WISEMAN et al., 2001; GINGERICH e STROBEL, 2003). O

apoio e a conscientização do proprietário é essencial, conscientizando-o sobre a

natureza da doença e a necessidade de um tratamento a longo prazo, visto ser uma

doença de condição progressiva e ainda sem cura (BENNETT, 2010). Além disso, o

preenchimento de questionários leva a pontuações que auxiliam sobre a progressão

da doença e resposta aos tratamentos (INNES, 2012). Sendo assim, o presente

estudo tem como objetivo avaliar a dor crônica em cães com osteoartrite e sua

consequente resposta ao tratamento preconizado, bem como, aumentar a qualidade

de vida do animal e a satisfação do proprietário.

METODOLOGIA

O projeto será desenvolvido em parceria com o Hospital Escola Gardingo da

Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX, e será submetido ao Comitê de Ética em

Experimentação Animal da UNIVÉRTIX sendo iniciado após sua aprovação. Serão

incluídos no estudo, cães sem predileção de raça, idade e peso, atendidos no

Hospital Escola Gardingo selecionados após diagnóstico clínico e radiológico de

osteoartrite. Para diagnóstico clínico os animais deverão apresentar pelo menos dois

critérios de inclusão: rigidez do membro, dor, edema articular, desconforto à

manipulação, marcha alterada, intolerância ao exercício, claudicação e exame

radiográfico compatível com o diagnóstico (GOMES, 2015). Após consentimento

verbal informado por seus proprietários/responsáveis para incluir o seu cão neste

estudo, será solicitado o preenchimento do questionário para avaliação da dor

crônica em cães Canine Brief Pain Inventory (BROWN, 2006) da Universidade da

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Pensilvânia, após a primeira consulta clínica e no retorno após início do tratamento.

Este questionário apresenta 11 perguntas onde são atribuídos escores de zero à

dez, distribuídos em três sessões: uma com a descrição da dor (onde 0=sem dor e

10=dor extrema), outra sobre a descrição da atividade do animal (onde 0=não

interfere e 10=interfere completamente) e a última sobre a impressão final do

proprietário sobre o seu animal (que varia de ruim a excelente). Após a avaliação

destes parâmetros, é determinada a intensidade da dor deste animal e qual a

interferência desta nas atividades diárias, qualidade de vida, bem como, sua

resposta ao tratamento. Este questionário apresenta as seguintes vantagens: ser de

fácil preenchimento pelo proprietário, ser respondido em um curto espaço de tempo,

ser de fácil compreensão, ser capaz de capturar não somente a intensidade da dor,

como também, como ela interfere na vida do animal (BROWN, 2006).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O projeto está em fase de implantação e coleta de dados e ao fim espera-se que

após a análise dos questionários possa-se avaliar a intensidade da dor dos animais

em estudo e qual a interferência desta nas atividades diárias, qualidade de vida,

bem como, sua resposta ao tratamento.

REFERÊNCIAS

AAHA/AAFP pain management guidelines for dogs & cats. Journal of the American Animal Hospital Association, 2015. BENNETT, D. Canine and Feline Osteoarthritis. In: ETTINGER, S. J.; FELDMAN, E. C. Textbook Of Veterinary Internal Medicine – Diseases of the dog and cat. 7ed, v.1 Editora: Elsevier, 2010. p.15067-5126.

BROWN, D. C. The Canine Brief Pain Inventory. Universidade da Pensilvânia, 2006.

FANTONI, D. T.; MASTROCINQUE, S. Fisiopatologia da Dor Aguda. In: FANTONI, D. T. Tratamento da Dor na Clínica de Pequenos Animais. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. p.37-46.

GINGERICH, D. A.; STROBEL, J. D. Use of client-specific outcome measures to assess treatment effects in geriatric, arthritic dogs: Controlled clinical evaluation of a nutraceutical. Veterinary therapeutics: research in applied veterinary medicine. v.4, n.1, 2003. p. 56-66.

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GOMES, A. L. P. Avaliação da dor articular crônica de tipo II em cães com osteoartrite através do índice de dor crônica de Helsínquia. 2015, 84f. Dissertação (Mestrado Integrado em Medicina Veterinária). Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia, Lisboa, 2015.

GREENE, S. A. Chronic pain: pathophysiology and treatment implications. Topics in Companion Animal Medicine. 2010. v. 25, n.1, p. 5-9

INNES, J. F. Arthritis. In: TOBIAS, K. M.; JOHNSTON, S. A. Veterinary surgery: small animal. v.1. St. Louis, Missouri: Elsevier, 2012. p.1078-1111.

JOHSTON, S. A. Osteoarthritis. Joint anatomy, physiology, and pathobiology. Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice. v.27, n.4, 1997. p.699-723

NELSON, R. W.; COUTO, C.G.; Medicina Interna de Pequenos Animais. 4.ed .Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.1468p.

RYCHEL, J. Diagnosis and treatment of osteoarthritis. Topics in Companion Animal Medicine. v.25, n.1, 2010. p.20-25.

SOUZA, F.A.E.F. Dor: o quinto sinal vital. Revista Latino Americana de Enfermagem. V.10, n.3, 2002. p. 446-447.

TAYLOR, R.R. Pain: subtypes, prevalence, and associated conditions. In: Cognitive Behavioral Therapy for Chronic Illness and Disability. New York: Springer Science and Media Inc, 2005, p. 237-255. WISEMAN, M.L.; NOLAN, A.M.; REID, J.; SCOTT, E.M. Preliminary study on owner-reported behavior changes associated with chronic pain in dogs. The Veterinary Record. v.129,2001,p. 423-424.

WITHROW, S.J. Why worry about cancer in pets. In: WITHROW, S.J.; MACEWEN, E.G. Smal animal clinical oncology. 1ed. Saunders, 2001, p.219-232.

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UROCULTURA E ANTIBIOGRAMA EM CISTITE CRÔNICA RECORRENTE EM CANINO: RELATO DE CASO

Raiany Resende Moura, Brenda Saick Petroneto, Brunna Costa Marroquio, Natiele da Silva Gonçalves - Graduandas em Medicina Veterinária- Faculdade

MULTIVIX - CASTELO. Elaine da Silva Soares – Mestranda no Departamento de Medicina Veterinária da

Universidade Federal de Viçosa- UFV. Janaína Vieira Lage- Graduanda em Medicina Veterinária- Faculdade Vértice-

UNIVÉRTIX. Thiago Oliveira de Almeida- Mestre Clínica Médica de Cães e Gatos- Professor

Clínica Médica de Cães e Gatos da Faculdade MULTIVIX - CASTELO. [email protected]

ÁREA DE CONHECIMENTO: Ciências Agrárias

PALAVRAS-CHAVE: cistite; urocultura; antibiograma. INTRODUÇÃO Casos de cistites ocorrem com frequência na clínica médica de cães e gatos, a

cistite é uma inflamação da mucosa da bexiga causada por diferentes tipos de

agentes microbianos. Em relação a ITU (infecção do trato urinário) há uma

preocupação com a resistência bacteriana aos antibióticos, dificultando o tratamento

e levando a falha terapêutica e cronicidade dos casos, assim os profissionais

enfrentam maior dificuldade em prescrever medicamentos de forma empírica, devido

a problemática da resistência bacteriana. O trato urinário de cães pode ser infectado

por micro-organismos pertencentes à microbiota genital, onde há micro-organismos

oportunistas ou por agentes patogênicos e, dependendo das condições sanitárias do

animal e da influência de fatores ambientais, pode ocorrer uma cistite. A cistite

bacteriana é a doença infecciosa do trato urinário mais comum, e o agente etiológico

mais frequentemente isolado é Escherichia coli (KOGIGA et al., 1995; CORREIA et

al., 2007). Quadros de cistites de etiologia fúngica ocasionalmente podem ser

observados em animais imunossuprimidos (GIEG et al., 2008). Na suspeita clínica

de uma cistite bacteriana é indicada a realização de uma cultura de amostra de urina

para bactérias aeróbicas. A urocultura quantitativa, realizada pela quantificação de

unidades formadoras de colônias por mililitro de urina (UFC/mL), é o principal ponto

para diagnóstico de ITU. Para sucesso terapêutico é feito o antibiograma que

minimiza o tempo de tratamento assim como minimiza a seleção de estirpes

bacterianas resistentes aos antibióticos. Esses exames complementares para o

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fechamento do diagnóstico são demorados, assim o médico veterinário tem que

iniciar um tratamento, escolhendo um antimicrobiano empiricamente de acordo com

sua suspeita clínica e seus achados clínicos. O presente relato tem como objetivo

relatar a importância da urocultura e antibiograma em um paciente canino com cistite

crônica recorrente. Ultimamente tem-se observado um aumento progressivo dos

níveis de resistência dos agentes bacterianos aos antimicrobianos utilizados

habitualmente para o tratamento das ITUs. Este é um problema grave, já que a

maioria das ITUs são tratadas empiricamente (CORREIA et al., 2007). A resistência

aos antimicrobianos é uma das grandes preocupações para a comunidade médica e

veterinária, pois é um problema complexo que envolve várias espécies bacterianas,

seus mecanismos de resistência e transferência desta a outras bactérias

(GUARDABASSI et al., 2004; MENDES et al., 2005). Assim aumentando a

cronicidade dos casos dificultando o tratamento, e aumentando o tempo de

tratamento.

RELATO DE CASO

Um canino, fêmea da raça Shitzu, 11 anos de idade, com peso de 5,100kg, foi

atendida na Clínica Escola Veterinária da Faculdade Multivix de Castelo em maio de

2016, no município de Castelo/ES, com queixa de vômito, presença de sangue na

urina e com histórico de cistite recorrente. Durante a anamnese foi apurado que o

animal fora tratado anteriormente diversas vezes com Enrofloxacina, no exame físico

constatou-se desconforto a palpação abdominal e hematúria. Diante do histórico de

cistite recorrente foram solicitados exames complementares como: hemograma,

ureia, creatinina, ALT, AST, urinálise, urocultura e antibiograma. Exames de

diagnóstico por imagem descartaram a possibilidade de hematúria pela presença de

urolitíase.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O resultado laboratorial da cultura quantitativa para aeróbios deu positivo para

Escherichia coli superior a 100.000 UFC/ml de urina. Segundo Cohn et al., (2003) é

comum a predominância de Escherichia coli, Proteus spp. e Staphylococcus spp. em

infecções do trato urinário também Escherichia coli é o agente com maior

capacidade de causar infecções urinárias em função da existência de fatores de

virulência bacteriana, que favorecem a colonização do trato urinário, principalmente

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por cepas pertencentes aos grupos filogenéticos B2 e D (CLERMONT et al., 2000).

O antibiograma do paciente indicou resistência a diversos princípios ativos de

antimicrobianos, muitos deles inclusive frequentemente prescrito empiricamente por

clínicos veterinários. Houve resistência aos seguintes princípios: ampicilina,

penicilina, amoxilina, cefalotina, cefalexina, cefadroxil, cefaclor, amoxilina + ácido

clavulânico, perfioxacina, ciproxacina, enrofloxacina, tetraciclina, ácido nalidixico,

ácido pipemidico e doxiciclina. O resultado do antibiograma indicou sensibilidade aos

seguintes princípios: gentamicina, amicacina, cefoxitina, ceforoxima, cefetamet,

ceftriaxona, ceftazidina, cefixima, sulfametoxazol + trimetoprin, azetreonan,

imipenen, meropenen, nitrofurantoina e cefepine. Perfil de resistência similar ao

encontrado nas ITU na presente pesquisa também foi observado nos estudos de

Cooke et al., (2002), que isolaram Escherichia coli em 56 amostras de cães com

cistite e detectaram resistência à enrofloxacina e a antibióticos comumente usados

no tratamento de ITU. Diante do resultado do antibiograma optou-se por

antibioticoterapia com Sulfametoxazol + trimetoprin, tendo o paciente obtido

completa recuperação clínica.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Devido a facilidade de obtenção de fármacos antibióticos, sem a prescrição

veterinária, e o uso sem orientação profissional não seguindo critérios de posologia

adequada e duração da terapia, contribuem significativamente para a resistência

bacteriana. Drogas de grande eficiência que geralmente são indicadas em

tratamentos empíricos vem apresentando grande resistência o que pode agravar

alguns casos. Em casos crônicos ou de cistite recorrentes deve-se realizar a

urocultura e antibiograma para se obter eficácia no tratamento e minimizar a

resistência e a mutação bacteriana.

REFERÊNCIAS CLERMONT, O.; BONACORSI, S.; BINGEN, E. Rapid and simple determination of the Escherichia coli phylogenetic group. App Environ Microbiol. 66 (1) 4555-58. 2000.

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COHN, L. A.; GARY, A. T.; FALES, W. H.; MADSEN, R. W.. Trends in fluoroquinolone resistance of bacteria isolated from canine urinary tracts. J. Vet. Diagn. Invest. 15:338-343, 2003. COOKE, C. L.; SINGER, R. S.; JANG, S. S.; HIRSH, D. C. Enrofloxacin resistance in Escherichia coli isolated from dogs with urinary tract infections. J. Am. Vet. Med. Assoc. 220:1139-1141, 2002. CORREIA, C.; COSTA, E.; PERES, A. Etiologia das infecções do tracto urinário e sua susceptibilidade aos antimicrobianos. Acta Med Port. 20(1):543-49, 2007. ISHII, J. B.; FREITAS, J. C.; ARIAS, M. V. Resistência de bactérias isoladas de cães e gatos no Hospital Veterinário da Universidade Estadual de Londrina (2008-2009). Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 31, n. 6, p. 533-537, 2011.

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DERMATOFITOSE EM EQUINOS: ASPECTOS CLÍNICOS DERMATOLÓGICOS

Brenda Saick Petroneto - Discente do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade Multivix Castelo.

Elaine da Silva Soares - Mestranda no Departamento de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Viçosa (UFV)

Raiany Resende Moura, Natiele da Silva Gonçalves, Brunna Costa Marroquio - Discente do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade Multivix Castelo.

Janaína Geralda Vieira Lage - Discente do Curso de Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UINIVÉRTIX

Marcos Aurélio Dias Meireles - Doutorando em Ciência Animal pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), Docente de Clínica Médica de

Grandes Animais da Faculdade Multivix Castelo. [email protected]

Área de Conhecimento: Ciências Agrárias

PALAVRAS-CHAVE: equinos; clínica médica; dermatofitose; dermatologia

As dermatofitoses, também conhecidas popularmente como “tinhas”, são

caracterizadas por micoses cutâneas, continuamente observadas em animais

domésticos e seres humanos (PEREIRA et al., 2006), sendo comumente

relacionado ás condições climáticas do Brasil, bem como geográficas e

socioeconômicas (ISHIKAWA et al., 1996). De acordo com Pereira et al., (2006) tal

enfermidade é causada por um grupo de fungos filamentosos, que geralmente não

propagam-se para o tecido subcutâneo, ficando suas infecções restringidas aos

extratos queratinizados da pele e anexos. Sabe-se que as dermatofitoses em

equinos constituem ergodermatozes, além de ser considerada uma antropozoonose,

acometendo frequentemente animais de jóquei, de lazer, bem como veterinários e

treinadores (ISHIKAWA et al.,. 1996). A dermatofitose equina foi relatada pela

primeira vez no ano de 1896 por Matruchot & Dassonoville (PEREIRA et al., 2006).

Desta maneira, o objetivo desta revisão de literatura é abordar os aspectos clínicos

dermatológicos e diagnósticos da dermatofitose em equinos. A infecção por

dermatófitos é muito associada a causas predisponentes, sendo mais encontrada

em animais jovens, relaciona-se também ao fator do comprimento do pelame e

animais machos. (FERREIRO, 2014). Pereira (2006) evidenciou três grandes

gêneros de fungos causadores de dermatofitose equina, sendo eles:

Epidermophyton, Microsporum e Trichophyton, que incluem cerca de 40 espécies. É

importante salientar que os animais tem importância zoonótica, por atuarem como

reservatórios dos dermatófitos considerados zoofílicos, como, por exemplo,

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Microsporum canis, Trichophyton verrucosum, Trichophyton mentagrophytes e

Trichophyton equinum. Santos (2014) relatou o isolamento do Microsporum

gypseum em um caso de dermatofitose equina, com o animal da raça Quarto de

Milha, fêmea, com um ano de idade. De acordo com Pereira et al., (2006)

inicialmente são observados lesões semelhantes á urticárias, que progridem com a

formação de crostas e perda de pelo, característico de alopecia. Os autores ainda

destacam que tais lesões são normalmente observadas em áreas de atrito como

garupa, lombo e cabeça. Avante et al., (2009) afirma que as lesões desenvolvem

drasticamente para pápulas crostosas que se espalham de forma circunscrita

gerando uma lesão clássica, característica de uma área circular alopécica com pelos

engrossados na margem, podendo se observar eritema e hisperpigmentação. A

transmissão ocorre através do contato de animais infectados com animais sadios, ou

através de equipamentos contaminados, dependendo intimamente do estado do

animal como a imunidade, atividades fungistáticas das secreções cutâneas, bem

como atividade hormonal, qualidade nutricional, doenças concomitantes e idade

(PEREIRA et al., 2006). De acordo com Avante et al., (2009) os esporos dos fungos

podem viver sobre a pele, sem causar lesões, fazendo com que os animais tonem-

se reservatórios da doença. De acordo com Ishikawa et al., (1996) o diagnóstico das

dermatofitoses nos equinos pode ser feito através da técnica de inspeção indireta

dos pelos, ou das lesões através da lâmpada de Wood, bem como o exame

microscópico direto de pelos infectados, que possui grande importância, porém, o

método mais comumente empregado e mais confiável para o diagnóstico da

dermatofitose é o uso de culturas fúngicas. O exame histopatológico também

consiste em uma importante ferramenta de diagnóstico, onde podem ser

encontrados: foliculite, perifoliculite e furunculose; dermatite perivascular superficial

com paraqueratose; e dermatite vesicular ou pustular intra epidérmica (ISHIKAWA et

al., 1996). A biópsia de pele também pode ser utilizada como forma de diagnóstico,

sendo realizada após a escolha dos locais mais representativos e com o auxílio de

uma tesoura, os pelos devem ser cortados o mais próximo possível da epiderme,

evitando-se qualquer traumatismo ou remoção das escamas ou crostas da superfície

cutânea (AVANTE et al., 2007). De acordo com Avante et al., (2009) a profilaxia

relaciona-se diretamente com as formas de tratamento, bem como medidas

terapêuticas e auxiliares. Pereira et al., (2006) complementa afirmando que não se

deve utilizar e compartilhar equipamentos em comum, quando se trata de animais

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infectados, pois a doença pode ser transmitida por contato direto ou indireto, como

fômites contaminados. Avante et al., (2009) ainda afirma que é necessário isolar o

animal em tratamento, bem como realizar a desinfecção das baias e estábulos com

desinfetantes fenólicos ou hipoclorito de sódio 0,25%, impedindo que se transmita

essa dermatose aos animais sadios. Animais infectados não devem participar de

feiras, exposições e leilões devido ao caráter contagioso (PEREIRA et al., 2006). O

estudo das dermatofitoses é de grande importância na clínica de equinos, pois trata-

se de um enfermidade cutânea extremamente contagiosa, caracterizando um

problema de saúde pública quando transmitida ao homem. O diagnóstico consiste

na principal ferramenta de controle das dermatofitoses, e principalmente, o

isolamento e identificação do agente causador, de maneira a direcionar o tratamento

adequado para cada caso.

REFERÊNCIAS

AVANTE, M.L.; CAMPOS, C.P.; FERREIRA, M.M.G.; MARTINS, I.S.; ROSA, B.R.T.; SOUZA, G.D.P.; AVANZA, M.F.B. Dermatofitose em grandes animais. Revista Cientifica Eletrônica de Medicina Veterinária. Ano VII. n. 12, 2009.

FERREIRO, L. ROECHE. C. DORNELES. A. F. Isolamento de dermatófitos e fungos saprotróficos do pelame de gatos sem dermatoses na região metropolitana de Porto Alegre-RS, Brasil. Acta Scientiae Veterinariae, v. 42, n. 1, p. 1-8, 2014.

ISHIKAWA, M.M.; LUCAS, L.; LARSSON, C.E.; GAMBALE, W.; FERNANDES, W.R. Isolamento e identificação da microbiota fúngica e de dermatófitos da pele de equinos hígidos e daqueles afetados por dermatofitose. Brazilian Journal Veterinary Research and animal Science. v.33, n.3, p.170-175, 1996.

PEREIRA, S. D. OLIVEIRA, L. S. S. BUENO, A. et al. Surto de Trichophyton equinum var. equinum em equinos no sul do Brasil. Ciência Rural, v. 36, n. 6, 2006.

SANTOS, A. H. Saúde e produção de ruminantes e equídeos P-183 Dermatofitose por Microsporum gypseum em equino: relato de caso. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 12, n. 1, p. 77-77, 2014.

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ASPECTOS CLÍNICOS E DIAGNÓSTICOS DA POLIOENCEFALOMALÁCEA EM BOVINOS

Brenda Saick Petroneto - Discente do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade

Multivix Castelo. Raiany Resende Moura, Natiele da Silva Gonçalves, Brunna Costa Marroquio -

Discente do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade Multivix Castelo. Elaine da Silva Soares - Mestranda no Departamento de Medicina Veterinária da

Universidade Federal de Viçosa (UFV) Janaína Geralda Vieira Lage - Discente do Curso de Medicina Veterinária –

Faculdade Vértice – UINIVÉRTIX Marcos Aurélio Dias Meireles - Doutorando em Ciência Animal pela Universidade

Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), Docente de Clínica Médica de Grandes Animais da Faculdade Multivix Castelo.

Área de Conhecimento: Ciências Agrárias

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: bovinos; clínica; necrose; patologia

Polioencefalomalácia (PEM) é um termo descritivo que designa o diagnóstico

morfológico para necrose com amolecimento (malácia) da substância cinzenta

(pólio) do encéfalo (SANT’ANA et al., 2009). O aparecimento da doença está ligado

a distúrbios no metabolismo da tiamina sintetizada no rúmen, sendo uma das

principais causas a destruição das vitaminas pelas tiaminases presentes no rúmem

do animal, ou através de pouca ingestão de tiamina pelos bezerros que ainda são

considerados pré-ruminantes, além de outros fatores, como a ingestão de plantas

com atividades tiaminolíticas e a produção de enzimas que destroem a tiamina, e

devido a grande ingestão de concentrado por parte de animais mantidos em

confinamento (MENDES et al., 2007). Sant’Ana et al., (2009) ainda afirma que tal

doença não possui caráter infeccioso e afeta bovinos, caprinos, ovinos e bubalinos,

sendo também descrita em lhamas, de acordo com Himsworth (2008). O objetivo

desta revisão de literatura é abordar os aspectos clínicos e diagnósticos da

poliencefalomalácea em bovinos. De acordo com Lima et al., (2005) e Sant’Ana et

al., (2009) a etiologia da polioencefalomalácea está associada á fatores como a

deficiência de tiamina, intoxicação por enxofre, intoxicação por sal associada á

deficiência de água, intoxicação por chumbo, além de estar associada á

meningoencefalite por herpes vírus bovino (BoHV). Segundo Zappa e Cavalcanti

(2013) a tiamina constitui em composto relevante para diversas vias metabólicas e

sua deficiência irá culminar com alterações no metabolismo dos carboidratos. Os

autores também afirmam que a carência de tiamina interfere no metabolismo da

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glicose no sistema nervoso central, modificando a função dos sistemas enzimáticos

intracelulares dependentes de pirofosfato de tiamina. Contudo, segundo Sant’Ana et

al., (2010) a intoxicação por enxofre constitui uma forma isolada da doença,

ocorrendo surtos quando os animais são alimentados com excesso deste composto

na dieta. De acordo com Almeida (2013) o animal acometido apresenta meneios de

cabeça, cegueira cortical (ausência de reflexo de ameaça; rotação do eixo do olho;

estrabismo dorsomedial e nistagmo); bruxismo; ataxia progressiva dos membros

posteriores, convulsões tônicoclônicas, ausência de reflexo a estímulos de ameaças;

prensamento da cabeça contra objetos; incoordenação, tremores musculares e

movimentos de pedalagem com rigidez extensora. Clinicamente os animais afetados

se afastam do rebanho e muitos são encontrados em decúbito lateral ou esternal

(ZAPPA; CAVALCANTI, 2013). Sant’Ana et al., (2009) afirma em seus estudos que

vários bovinos apresentaram sinais nervosos causados por compressão do tronco

encefálico, nistagmo, ataxia, diminuição do tônus da língua e estrabismo e por

compressão do cerebelo, como opistótono. Foram observados quadros clínicos

agudos com duração de poucas horas até quadros subagudos com oito dias de

duração, no entanto, o curso clínico da maioria dos casos variou de dois a quatro

dias. Segundo Almeida (2013) um método importante de profilaxia consiste em

verificar os níveis de enxofre nas misturas minerais ou rações fornecidas aos

animais. O autor ainda completa que com o crescente número de animais em

confinamento há uma grande probabilidade para a ocorrência de novos casos de

acidose ruminal, PEM e enterotoxemia. De acordo com Lima et al., (2005)

frequentemente as misturas múltiplas recomendadas para pequenos ruminantes

contém 1,3% de flor de enxofre. Frente a este desafio torna-se de grande

importância a reavaliação das quantidades de enxofre (S) nos suplementos. O autor

ainda afirma que ao alimentar o gado com ureia torna-se necessário agregar 4 kg de

flor de enxofre ou 15 kg de sulfato de amônia para cada 100 kg de ureia. Neste caso

o S é necessário para manter uma relação de 15 partes de nitrogênio para cada

parte de S. Portanto, as misturas múltiplas com 10 kg de ureia para 100 kg de

mistura devem ser formuladas com 400 g de flor de enxofre ou 1,5 kg de sulfato de

amônia ou sulfato de cálcio. Segundo Sant’Ana et al.,. (2009) os meios de

diagnóstico para a polioencefalomalácea constituem na observação de sinais

clínicos, bases de dados epidemiológicos, achados de necropsia e exames

histopatológicos, além disso pode ser realizado visualização de fluorescência das

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áreas afetadas do encéfalo quando expostos á luz ultravioleta, bem como o

diagnóstico terapêutico com base em animais que se recuperaram com o tratamento

á base de tiamina e corticoides. Contudo, Cunha et al., (2010) afirma que a forma

mais adequada para o diagnóstico da PEM nos casos de intoxicação por enxofre é a

determinação do teor dessa substância na alimentação e na água, associada á

dosagem da concentração do sulfeto de hidrogênio ruminal. Cunha et al., (2011)

ainda ressalta a importância do diagnóstico diferencial para a raiva bovina, e outras

enfermidades neurológicas. Segundo Sant’Ana et al., (2009) os achados de

necropsia serão variáveis de acordo com a severidade e duração do quadro clínico.

O prognóstico referente à vida do animal com polioencefalomalácia é reservado,

sendo totalmente dependente de como está o comprometimento do sistema nervoso

central, e quando os sinais clínicos já estão em um estado mais severo, sendo

comum que ocorram sequelas de cegueira e comprometimento de nervos cranianos

(DELFIOL, 2012). A polioencefalomalácea consiste em uma doença não infecciosa,

porém acomete o sistema nervoso, provocando grandes danos á sanidade do

animal. O correto diagnóstico associado á observação clínica do quadro influencia

diretamente no tratamento, que deve ser realizado o mais precocemente possível.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA T.L.; BRUM K.B.; LEMOS R.A.A.; LEAL C.R.B.; BORGES F.A. Doenças de ovinos diagnosticadas no Laboratório de Anatomia Patológica Animal da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (1996-2010). Pesquisa Veterinária Brasileira V. 33, N.1 P.21-29, 2013.

CUNHA, P.H.J.; BANDARRA, P.M.; DIAS, M.M.; BORGES, A.S.; DRIEMEIER, D. Surto de polioencefalomalácea por ingestão excessiva de enxofre na dieta em bezerros no Rio Grande do Sul, 2010. Pesquisa Veterinária Brasileira 30(8):613-617, 2010.

DELFIOL, D. J. Z. Indução experimental de polioencefalomalacia em ovinos confinados ingerindo dieta com alto teor de enxofre. Botucatu, 2012. 100 p. Dissertação/Mestrado. Pós-Graduação em Medicina Veterinária - Universidade Estadual Paulista - UNESP, São Paulo.

HIMSWORTH, C.G. Polioencephalomalacia in a llama. Canadian Veterinary Journal. 49(6): 598–600, 2008. LIMA, E. F.; RIET-CORREA, F.; TABOSA, I.M.; DANTAS, A.F.M.; MEDEIROS, J.M.;SUCUPIRA JUNIOR, G. Polioencephalomalacia in goats and sheep in the semiarid region of northeastern Brazil. Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 25, n. 1, p. 9-14, 2005.

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MENDES, L.C.N.; BORGES, A.S.; PEIRÓ, J.R.; FEITOSA, F.L.F.; ANHESINI, C.R. Estudo retrospectivo de 19 casos de poliencefalomalácea, em bovinos, responsivos ao tratamento com tiamina. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.59, n.1, p.239-241, 2007.

SANT’ANA DE, F. J. F.; RISSI, D.R.; LUCENA, R.B.; LEMOS, R.A.A.; NOGUEIRA, A.P.A.; BARROS, C.S.L. Polioencefalomalacia em bovinos: epidemiologia, sinais clínicos e distribuição das lesões no encéfalo. Pesquisa Veterinária Brasileira v. 29, n. 7, p. 487-497, 2009.

SANT’ANA DE, F. J. F.; BARROS, C. S. L. Polioencephalomalacia in ruminants in Brazil. Brazilian Jounal of Veterinary Pathology. v. 3, n. 1, p. 70-79, 2010.

ZAPPA, V.; CAVALCANTI, A.D. Polioencefalomalacia em ruminantes – revisão de literatura. Revista Científica de Medicina Veterinária. Ano. XI, n. 21, 2013.

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INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA ASSOCIADA À CARDIOMIOPATIA DILATADA EM CADELA: RELATO DE CASO

Brenda Saick Petroneto - Discente do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade

Multivix Castelo. Elaine da Silva Soares - Mestranda no Departamento de Medicina Veterinária da

Universidade Federal de Viçosa (UFV) Raiany Resende Moura - Discente do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade

Multivix Castelo. Natiele da Silva Gonçalves - Discente do Curso de Medicina Veterinária da

Faculdade Multivix Castelo. Thiago Oliveira de Almeida – Mestre em Medicina Veterinária pela Universidade

Federal de Viçosa (UFV), Docente de Clínica Médica de Cães e Gatos da Faculdade Multivix Castelo.

Brunna Costa Marroquio - Discente do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade Multivix Castelo.

Janaína Geralda Vieira Lage - Discente do Curso de Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UINIVÉRTIX

Área de Conhecimento: Ciências Agrárias

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PALAVRAS-CHAVE: Insuficiência cardídaca, cachorro, cardiomiopatia INTRODUÇÃO A insuficiência cardíaca congestiva (ICC) é uma síndrome clínica, causada em cães

principalmente por alterações miocárdicas ou valvares (PEREIRA et al., 2005).

Nazareth (2006) ainda afirma que a ICC decorre por uma incapacidade do coração

em ejetar sangue corretamente, por uma falha sistólica, diastólica ou ambas e por

enchimento ventricular inadequado, gerando resultados como débito cardíaco e

pressão arterial diminuída, mesmo em repouso. Esta sequência de eventos ativa os

mecanismos compensatórios como o sistema renina-angiotensina (SRA) e o sistema

nervoso simpático, que tentam restabelecê-la (PEREIRA et al., 2005). A ativação

crônica dos sistemas neuro-humorais contribui para o surgimento dos sinais clínicos

e da deterioração da função cardíaca. As alterações neuro-humorais na ICC incluem

o aumento do tônus nervoso simpático e a liberação da vasopressina, hormônio

antidiurético. Estes mecanismos são comuns a todos os tipos de insuficiência

cardíaca (SANTOS JÚNIOR et al., 2007). De acordo com Nazareth (2006) as causas

mais comuns de insuficiência cardíaca congestiva em cães são: endocardiose de

mitral, cardiomiopatia dilatada idiopática, dirofilariose, hipertensão pulmonar, efusão

pericárdica idiopática, arritmias, miocardite, pericardite, endocardite, dentre outras.

Contudo, a cardiomiopatia dilatada foi descrita em cães, primeiramente em 1970, por

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Ettinger, Bolton e Lord, como uma insuficiência cardíaca congestiva associada à

dilatação das câmaras cardíacas, sem qualquer outra anormalidade cardíaca clínica

(RODRIGUES, 2008). A partir deste conceito, a cardiomiopatia dilatada é

caracterizada por uma patologia miocárdica primária, que gera a dilatação das

câmeras cardíacas, presença de arritmias, queda da contratilidade e apresentando

sinais de insuficiência cardíaca congestiva. Isto ocorre devido a uma degeneração

com a substituição por tecido fibroso, e acarretando consequentemente, a perda da

capacidade de contração do coração (NAZARETH, 2006). Muzzi et al., (2000)

complementam dizendo que tal afecção possui característica crônica, progressiva e

insidiosa, ocorrendo normalmente em cães de grande porte ou gigantes, e na

maioria dos casos em machos. Porém, Rodrigues (2008) afirma que a raça Pinscher

pode ser bastante acometida, e que essa enfermidade pode aparecer em qualquer

idade, mas ocorrem, principalmente, entre os quatro e dez anos ou mais

especificamente, em cães com cinco a sete anos. O objetivo do presente trabalho é

relatar o caso de uma cadela da Raça Pinscher que apresentou insuficiência

cardíaca congestiva associada a cardiomiopatia dilatada.

RELATO DE CASO

Foi atendida no Hospital Veterinário da Faculdade Multivix Castelo, uma cadela da

Raça Pinscher, com 10 anos de idade, e 4 Kg de peso. O animal chegou ao serviço

veterinário para realização de consulta de rotina, desta forma, na anamnese foi

constatado que a cadela apresentava vacinação e vermifugação em dia, e que era

contactante com mais sete animais. A alimentação consistia em ração para a

espécie, e corriqueiramente o animal se alimentava de ração para felino, além de

outros petiscos. Ao exame físico do animal foi observado aumento de linfonodos

submandibulares, além de presença de sopro cardíaco á auscultação. Foi optado

pela realização de pressometria através da mensuração da artéria femoral do

membro posterior direito, com o auxílio do medidor de pressão oscilométrico,

descrito por Tebaldi (2011) que se mostrou dentro dos parâmetros normais para a

espécie canina. Adicionalmente, foram solicitados exames complementares como

hemograma e radiografia torácica, para avaliação cardíaca. Através dos achados

radiográficos ficou evidenciado que o animal apresentava insuficiência cardíaca

congestiva (ICC) associada a uma cardiomiopatia dilatada com leve estenose

traqueal. Adicionalmente, os valores apresentados no hemograma se mostraram

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normais para a espécie. Apesar do diagnóstico o proprietário relatou que o animal

não apresentava tosse e nem cansaço exuberante após atividades físicas intensas

como corridas. Foi instituído terapia medicamentosa para o tratamento da ICC,

através do uso de Enalapril 5 Mg (1/2 comprimido, SID, uso contínuo). Além de dieta

balanceada hipossódica.

DISCUSSÃO

De acordo com Rodrigues (2008) os sinais clínicos mais observados na

cardiomiopatia dilatada são: tosse, depressão, dispneia, intolerância a exercícios,

perda de peso, síncope e ascite. Sinais estes que não foram observados no animal

do presente estudo. Segundo Muzzi et al., (2000) a importância da cardiomiopatia

dilatada é salientada pela sua austeridade, que além dos efeitos danosos ao

organismo causados pela insuficiência cardíaca congestiva, gera uma elevada taxa

de mortalidade devido às arritmias, na qual se destaca a fibrilação atrial. Os autores

ainda destacam que outro fator relevante é a existência de cães assintomáticos que

não apresentam qualquer sinal de disfunção miocárdica, corroborando com os

dados apresentados neste estudo. Contudo, associado à ICC o animal pode

desenvolver baixo débito cardíaco (depressão, letargia, hipertensão) ou por

congestão (ascite, efusão pleural, edema pulmonar) (PEREIRA et al., 2005), o que

não foi observado no quadro apresentado pelo cão do presente estudo,

demonstrando que essa cardiomiopatia pode apresentar particularidades quanto ao

indivíduo acometido.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O tratamento realizado com bloqueio farmacológico dos hormônios e suas vias

metabólicas responsáveis pela ICC prolongam a sobrevida dos pacientes. Desta

maneira, o Enalapril mostra-se bastante eficaz no tratamento desta patologia, pois

atua na enzima inibidora da angiotensina (ECA).

REFERÊNCIAS

MUZZI, R.A.L.; MUZZI, L.A.L.; PENA, J.L.B.; NOGUEIRA, R.B. Cardiomiopatia dilatada em cão – relato de caso. Ciência Rural, Santa Maria, v. 30, n. 2, p. 355-358, 2000.

NAZARETH, L.A.M. Insuficiência cardíaca congestiva em cães. Goiânia, 2006. 75 p. Monografia/Conclusão de Curso. Especialização latu sensu em Clínica Médica e Cirúrgica em Pequenos Animais – Universidade Castelo Branco, 2006.

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PEREIRA, P.M. CAMACHO, A.A. MORAES, H.A. Tratamento de insuficiência cardíaca com benazepril em cães com cardiomiopatia dilatada e endocardiose. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.57, supl. 2, p.141-148, 2005.

RODRIGUES, M.F.G. Cardiomiopatia dilata em cães – revisão. Rio de Janeiro, 2008. Monografia/ Conclusão de Curso. Especialização latu sensu em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais – Universidade Castelo Branco, Rio de Janeiro, 2008.

SANTOS JÚNIOR, E.R.; MELO, A.N.; WISCHRAL, A. Fisiopatologia da insuficiência cardíaca e o uso do maleato de enalapril em cães. Ciência Veterinária nos Trópicos, v. 10, n. 1, p. 1 – 8, 2007.

TEBALDI, M. Pressão arterial em cães: uma revisão. Botucatu, 2011. Monografia/Graduação em Medicina Veterinária – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Júlio de Mesquita Filho, São Paulo, 2011.

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CARCINOMA INFLAMATÓRIO MAMÁRIO EM CÃES – REVISÃO DA LITERATURA

Brunna Costa Marroquio – Graduanda em Medicina Veterinaria – Faculdade

Multivix Castelo. Elaine da Silva Soares - Mestranda no Departamento de Medicina Veterinária da

Universidade Federal de Viçosa- UFV. Janaína Vieira Lage- Graduanda em Medicina Veterinária- Faculdade Vértice-

UNIVÉRTIX. Brenda Saick Petroneto, Raiany Resende Moura, Natiele da Silva

Gonçalves- Graduandas em Medicina Veterinária- Faculdade Multivix Castelo. Thiago Oliveira de Almeida- Mestre Clínica Médica de Cães e Gatos- Professor

Clínica Médica de Cães e Gatos da Faculdade Multivix Castelo.

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ÁREA DE CONHECIMENTO: Ciências Agrárias PALAVRAS-CHAVE: Cães; Câncer; Mama.

As neoplasias de cães e gatos são modelos apropriados, e validos, ao estudo da

biologia do câncer, assim como para testar agentes terapêuticos, já que na maioria

dos animais de estimação têm tumores com apresentação histopatológica e

comportamento biológico parecidos com os que acomete ao homem. Devido ao

grande índice de tumores de mama em cadelas, seu estudo vem crescendo em

relação à outra afecção (ZUCCARI et al., 2001). O carcinoma inflamatório mamário

(CIM) é um tipo raro de tumor altamente agressivo que afeta mulheres e cadelas,

caracterizado por doença progressiva e com uma grande taxa de mortalidade. Os

cães afetados por CIM apresentam as glândulas mamárias difusamente

edemaciadas com pouca demarcação entre os tecidos tornando a região firme, sob

forma de placas, quente e dolorosa à palpação com possível espessamento de pele

e secreção sero-sanguinolenta. Sua etiologia ainda é desconhecida embora alguns

autores mencionam os fatores genéticos, nutricionais e ambientais, também

podendo estar correlacionada aos hormônios esteróides femininos (GOMES et al.,

2006). O objetivo desse trabalho foi realizar pesquisas bibliográficas sobre

carcinoma inflamatório mamário canino, levantando dados sobre as raças mais pré-

dispostas a desenvolverem o carcinoma, os fatores que a influenciam, o diagnóstico

e o tratamento. Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados

artigos pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de

Pesquisa da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) referente ao tema. Tendo como base

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os estudos anteriores, podemos observar que o CIM é um carcinoma anaplásico

com causa desconhecida gerando a cogitação de vários fatores, que engloba a

nutrição do animal, fatores ambientais e hormonais. Os caninos são a única espécie

animal que desenvolve o carcinoma inflamatório espontaneamente, seus sinais

clínicos podem ser confundidos com mastite, abcesso mamária ou dermatite

(GOMES et al., 2006). Apresenta como sinais clínicos glândulas mamárias

difusamente edemaciadas com pouca demarcação entre os tecidos, tornando a

região firme, sob forma de placas, quente e dolorosa à palpação e com possível

espessamento de pele e secreção sero-sanguinolenta, também apresentando como

sintomas anorexia, fraqueza generalizada, perda de peso, edema de membros e

claudicação. O diagnóstico nesse caso pode ser feito através de anamnese e

história clínica (rápido e difuso crescimento tumoral mamário) sinais clínicos, biopsia

incisional e também através de exames complementares (radiografia,

ultrassonografia, coagulo grama, citologia) (QUEIROGA et al., 2002). O tratamento

cirúrgico em cães com CIM não é indicado, pois se trata de um tumor extremamente

invasivo, promovendo rápida disseminação. Quando realizada a exérese tumoral, as

recidivas tendem a aparecer em poucas semanas ou meses. Sendo assim esses

animais podem desenvolver síndromes paraneoplásicas, sendo a mais comum a

coagulação intravascular disseminada manifestada por hemorragia excessiva

durante a cirurgia. Animais com CIM submetidos à mastectomia podem apresentar

complicações pós-cirúrgicas como eritema, ulceração de pele, intensa reação

inflamatória, deiscência de pontos e incompleta cicatrização após a cirurgia.

Quimioterapia (geralmente não utilizada), tratamento paliativo como uso de

antibiótico, anti-inflamatório, fitoterapia (SILVA et al., 2011). Assim, tendo como

características clínicas e histopatológicas como crescimento rápido, envolvimento

difuso, eritema, calor e dor nas mamas, edema nos membros posteriores, extensas

infiltrações de células inflamatória, células epiteliais malignas nos linfonodos

regionais apresentando um péssimo prognóstico (GOMES et al., 2006). O CIM é

uma neoplasia de difícil diagnóstico devido aos seus sintomas serem parecidos com

outras doenças, como por exemplo, a dermatite que é mais comum, e também por

ser pouco conhecido o que pode dificultar ainda mais seu diagnóstico. É de grande

importância o diagnóstico precoce nesse caso, com o uso de recursos, clinico e/ou

cirúrgico em casos mais avançados, por ser uma doença com péssimo prognóstico

quanto mais rápido for detectada, maior será a chance de sobre vida do animal.

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REFERÊNCIAS QUEIROGA F., LOPES C. Tumores Mamários Caninos – Novas Perspectivas. Congresso de Ciências Veterinárias [Proceedings of the Veterinary Sciences Congress, 2002], SPCV, Oeiras, 10-12 Out., pp. 183-190. GOMES C., VOLL J., FERREIRA K. C. et al. Carcinoma Inflamatório Mamário Canino. Acta Scientiae Veterinariae. 171 – 174. 2006. SÁ S. S., REPETTI C. S. Carcinoma Inflamatório Mamário Canino – Revisão de Literatura. Acta Veterinaria Brasilica, v.5, n.1, p.8-14, 2011. SILVA D. M., LOZZO E. J., OLIVEIRA C. C., BUCHI D. F., GUÉRIOS S. D. Calcarea carbônica Derivate Complex (M8) as Adjuvant Treatment of Inflamatory Mammary Carcinoma in Dog. Int J High Dilution Res 2011; 10(36):268-270 Proceedings of the XXV GIRI Symposium and VIII CBFH; 2011 Sep 04-07; Foz do Iguaçu (Brazil) .

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ESTUDO DA CADEIA PRODUTIVA DA SILAGEM DE MILHO E SORGO DE UMA PROPRIEDADE RURAL DE RIO CASCA - MG

Francisco Ramos Coutinho Costa, Graduando em Agronomia – Faculdade

Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected]

Irlane Bastos Costa, Doutora em Genética e Melhoramento de Plantas. Coordenadora do Curso de Agronomia – Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: silagem; milho; sorgo; Cadeia produtiva; Propriedades Rurais;

Rio Casca.

INTRODUÇÃO

Sabe-se que o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de milho (Zeamays), e

totalizará na safra 2015/2016 cerca de 88,5 milhões de toneladas do grão (MAPA,

2016). A primeira ideia é o cultivo do milho para atender ao consumo na mesa dos

brasileiros, mas essa é a parte menor da produção. O principal destino da safra são

as indústrias de rações para animais. Com uma área agrícola de 60 milhões de

hectares, ocupando 7% do total de terras, estimado em 851 milhões de hectares,

aproximadamente 5,5 milhões de imóveis rurais e uma produção ao redor de 190

milhões de toneladas, o Brasil é um país de grande importância dentro do cenário

agrícola mundial (MAPA, 2016). Já o sorgo (Sorghum bicolor L. Moench), é o quinto

cereal mais importante no mundo, sendo precedido pelo trigo, arroz, milho e cevada.

É utilizado como principal fonte de alimento em grande parte dos países da África,

Sul da Ásia e América Central e importante componente da alimentação animal nos

Estados Unidos, Austrália e América do Sul. Os grãos, também, podem ser

utilizados na produção de farinha para panificação, amido industrial, álcool e sua

palhada é utilizada como forragem ou cobertura de solo (EMBRAPA, 2008). A cada

ano que passa, o uso da silagem vem sendo mais utilizado pelos produtores do

Brasil inteiro. Daí vem a importância do estudo. Produzir alimento para o rebanho

com dietas mais baratas, custo menor de arroba produzida, aumentando o valor de

venda do boi gordo ou aumentando a produção de leite. Portanto, buscar silagens

de milho e sorgo de alta qualidade é uma questão de sobrevivência na atividade,

sendo sim a silagem responsável pelo maior lucro nas propriedades. Para que a

produção de silagem de alta qualidade impacte em melhores resultados para

produtores de carne e leite, é necessário seguir algumas recomendações, e é isso

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que o projeto irá mostrar. Diante disso, a pesquisa parte da seguinte questão: quais

as vantagens da produção e comércio da silagem de milho e sorgo em uma

propriedade rural de Rio Casca – MG?

METODOLOGIA

A metodologia usada na pesquisa é de caráter quantitativa. O projeto será

desenvolvido em uma propriedade rural do município mineiro de Rio Casca,

localizado a 195km da capital Belo Horizonte. Serão produzidas as silagens de milho

e também de sorgo.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A pesquisa já passou da fase de desenvolvimento e coleta de dados sobre a

produção. A partir daí, o próximo passo foi o acompanhamento da ensilagem dos

grãos de milho e sorgo já processados, e a partir disso foi feita a coleta de amostras

para envio a um laboratório para realização de uma análise bromatológica que é o

tema da pesquisa. As amostras já foram enviadas, e a etapa seguinte será o estudo

de tal análise para que se possa fazer uma comparação dos dados obtidos com

relação aos dados padrões de bromatologia da silagem de milho e sorgo, de acordo

com literatura específica (NUSSIO, 1991 Após esse estudo, poderá ter a ideia se o

ponto de corte do milho e do sorgo está dentro do permitido ou não.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Espera-se que a composição química das silagens observadas e avaliadas se

encontrem dentro dos limites estabelecidos para classificação de silagem de boa

qualidade, assim, o produtor saberá se é vantajoso a produção e comercialização

das silagens de milho e sorgo.

REFERÊNCIAS

EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, 2008. Disponível em: http://www.cnpms.embrapa.br/publicacoes/sorgo_8_ed/index.htm. Acesso em fevereiro, 2016. MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2014. Disponível em: http://www.agricultura.gov.br/vegetal/culturas/milho. Acesso em fevereiro, 2016.

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MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2014. Disponível em: http://www.agricultura.gov.br/vegetal/culturas/sorgo. Acesso em fevereiro, 2016. NUSSIO, L. G. Cultura de milho e sorgo para produção de silagem de alto valor alimentício. In: SIMPÓSIO SOBRE NUTRIÇÃO DE BOVINOS, 4., 1991, Piracicaba. Anais... Piracicaba: Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz, 1991. 302p.

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“SHUNT”- DESVIO PORTOSSISTÊMICO EM CÃES E GATOS- UMA REVISÃO DE LITERATURA

Elaine da Silva Soares – Mestranda no Departamento de Medicina Veterinária da

Universidade Federal de Viçosa- UFV. Janaína Vieira Lage- Graduanda em Medicina Veterinária- Faculdade Vértice-

UNIVÉRTIX. Brenda Saick Petroneto, Raiany Resende Moura, Brunna Costa Marroquio, Natiele da Silva Gonçalves - Graduandas em Medicina Veterinária- Faculdade

Multivix Castelo. Thiago Oliveira de Almeida- Mestre Clínica Médica de Cães e Gatos- Professor

Clínica Médica de Cães e Gatos da Faculdade Multivix Castelo.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Cães; Desvio; Fígado; Gatos. O shunt portossistêmico (PSS) são comunicações vasculares únicas ou múltiplas

entre a circulação sistêmica e a circulação portal, que permite que o sangue portal

chegue ao sistema circulatório sem antes passar pela metabolização hepática. É a

anomalia mais comum do sistema hepatobiliar e a causa mais freqüente de

encefalopatia hepática em cães e gatos (ETTINGER & FELDMAN, 2005). A base

genética ainda é desconhecida, mas, acomete mais as raças puras do que as

mestiças nos cães. Já nos gatos embora também acometa Persas e Himalaios, não

há predisposição para raça. A idade é a pista diagnóstica, porque muitos animais

apresentam sinais por volta de seis meses de idade (BICHARD & SCHERDING,

2003). O objetivo do presente trabalho foi realizar um levantamento bibliográfico

sobre o desvio portossistêmico na medicina veterinária de animais de pequeno

porte, enfatizando as causas, predisposição genética, sinais clínicos, diagnóstico e

tratamento da doença. Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram

utilizados artigos pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes,

Portal de Pesquisa da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) referente ao tema.

Observando os trabalhos encontrados sobre o tema em estudo, podemos detectar

que o PSS é uma anomalia circulatória hepática mais comum em cães. Esta

patologia é uma conexão anormal entre a circulação portal e sistêmica que desvia o

fluxo sanguíneo do fígado em variados graus. Portanto, o sangue proveniente dos

órgãos abdominais que deveria ser drenado pela veia porta em direção ao fígado,

sofre um desvio e flui parcialmente para outra veia de grande importância sistêmica

(veia cava caudal, veia ázigos ou outros vasos sistêmicos), entrando na circulação

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sistêmica. Deste modo, as substâncias tóxicas absorvidas pelos intestinos e as

substâncias hepatotróficas importantes oriundas do pâncreas e dos intestinos são

enviadas diretamente para essa circulação, sem passar pelo fígado. Esse

decréscimo do fluxo sanguíneo (no qual estão presentes as substâncias

hepatotróficas) irá resultar em atrofia e subsequente disfunção do fígado, diminuindo

cada vez mais o metabolismo hepático das toxinas intestinais que se acumulam no

sangue (DEWEY, 2006; FOSSUM, 2002). Os PSS podem ser adquiridos (ocorre

como uma compensação orgânica) ou congênitos (desenvolve-se na fase

embrionária) e também podem ser classificados como intra- hepático, localizado

dentro do fígado, ou extra-hepático, localizado fora do parênquima hepático. PSS

intra - hepáticos são geralmente encontrados nos cães de raças de grande porte e

gigantes, enquanto que os extra - hepáticos são comuns em raças de pequeno porte

(HUNT et al., 2000; FOSSUM, 2002). Os principais sinais clínicos são freqüência

cardíaca baixa, perda de peso, febre e intolerância a anestésicos ou tranqüilizantes.

A disfunção neurológica ocorre na grande maioria dos animais e inclui letargia,

depressão, ataxia. Nos acometimentos mais graves encontram-se ainda alterações

no sistema nervoso central, gastro-intestinal e urinário. Quando há afecção cerebral

difusa ocorre simultaneamente debilidade episódica, como ataxia, andar em círculos,

alterações comportamentais, cegueira, convulsões e coma (ETTINGER &

FELDMAN, 2005). Sinais gastrointestinais incluem vômitos, diarréia, anorexia e

ptialismo, sendo o ptialismo o sinal mais comum em gatos. Os sintomas

relacionados com o trato urinário incluem poliúria, estrangúria, hematúria, disúria,

obstrução uretral e formação de cristais de urato de amônia na urina. Os animais

podem ter ainda polidipsia e poliúria (TILLEY & SMITH, 2003; FOSSUM, 2002). De

acordo com Bichard & Scherding (2003), o diagnóstico definitivo deve ser baseado

através da somatória quando possível e necessário do exame físico, laboratorial,

radiografia contrastada, cintilografia porto-retal, ultra-sonografia e/ou laparotomia

exploratória e o teste de intolerância a amônia. Devem ser realizadas radiografias

abdominais exploratórias para avaliar a possibilidade de microhepatia, presença de

cálculos urinários ou para investigar outras causas de sinais gastrointestinais. A

ultrassonografia e a cintilografia fornecem informações sobre a presença, a

localização e o tipo de PSS (KELLY & MCALLISTER, 1997). O tratamento clínico se

baseia no uso de antibióticos, lactulose e uma dieta com baixo teor de proteína,

além de, melhorar a desidratação, a excreção de amônia e outros produtos tóxicos

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(ETTINGER & FELDMAN, 2005) e fluidoterapia para correção da desidratação,

desequilíbrios eletrolíticos, ácidos básicos e a manutenção da glicose sanguínea

(PEREIRA et al., 2008). O tratamento definitivo é o cirúrgico e tem como objetivo a

ligação total ou parcial do vaso anômalo (MURPHY, 2001). Segundo Tobias (2007),

o prognóstico para os animais submetidos à ligação cirúrgica é bom. Em gatos, a

ligação de PSS está associada a um prognóstico ruim (BROOME et al., 2004).

Shunt portossistêmico é uma afecção na qual está presente um conjunto complexo

de sinais e sintomas não patognomônicos, o que pode dificultar o seu diagnóstico.

Dentre as considerações mais importantes sobre o manejo desta condição estão o

uso de recursos, clínico e/ou cirúrgico para atenuar ou prevenir a encefalopatia

hepática, já que esta complicação é a que gera maiores riscos para a saúde de um

paciente portador da doença.

REFERÊNCIAS BICHARD, S. J.; SCHERDING, R. G. Manual Saunders Clínica de Pequenos Animais, 2. ed., São Paulo: Roca, 2003, p. 871-894. BROOME, C. J. et al. Congenital portosystemic shunts in dogs and cats. New Zealand Veterinary Journal, v.52, n.4, p.154-162, 2004. DEWEY, C. W. Encefalopatias Distúrbios Cerebrais. In: Neurologia de Cães e Gatos: Guia prático, São Paulo: Roca, 2006, p. 59 – 99. ETTINGER, S. J.; FELDMAN, A. Tratado de Medicina Interna Veterinária, 4. ed., São Paulo: Manole, 2005, v. 2, pág. 1857-1868. FOSSUM, T. W. Surgery of the liver. In: Small Animal Surgery, St. Louis: Mosby, 2002. p. 375-376. HUNT, G. B. et al. Congenital Portosystemic Shunt in: Toy and Miniature Poodles. Aust Vet J, v.78, n.8, p.530-532, 2000. KEALLY, J. & McALLISTER, H. Radiologia e Ultra-Sonografia do Cão e do Gato, 3. ed., São Paulo: Roca, 1997, p. 31-33. MURPHY, S. T. A Comparison of the Ameroid Constrictor Versus Ligation in the Surgical Management of Single Extrahepatic Portosystemic Shunts. Journal of the American animal hospital association, 2001, v. 37, p. 390-396. PEREIRA, C. T.; MARQUES, F. L.; KEBAUY, A.; JULY, J. R.; MARTIN, B. W. Shunt portossistêmico: Considerações Sobre Diagnóstico e Tratamento. Clínica Veterinária, n.72, p.28-34, 2008. TILLEY L. P., SMITH F. W. K. Encefalopatia Hepática. In: Consulta veterinária em 5 minutos. Espécies canina e felina. 2 ed. São Paulo: Manole, 2003.

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TOBIAS K. M. Desvios Portossistêmicos e Outras Anomalias Vasculares Hepáticas. In: SLATTER D. Manual de cirurgia de pequenos animais. V.1, 3 ed. Barueri, SP: Manole, 2007, p. 727-751.

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PROPTOSE OCULAR: RELATO DE CASO

Natiele da Silva Gonçalves, Raiany Resende Moura, Brenda Saick Petroneto, Brunna Costa Marroquio- Graduandas em Medicina Veterinária- Faculdade

MULTIVIX CASTELO. Elaine da Silva Soares – Mestranda no Departamento de Medicina Veterinária da

Universidade Federal de Viçosa- UFV. Janaína Geralda Vieira Lage- Graduanda em Medicina Veterinária- Faculdade

Vértice- UNIVÉRTIX. Thiago Oliveira de Almeida- Mestre Clínica Médica de Cães e Gatos- Professor

Clínica Médica de Cães e Gatos da Faculdade MULTIVIX CASTELO.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Cão; Globo Ocular; Cantotomia. INTRODUÇÃO

A proptose ocular é o deslocamento súbito do bulbo ocular para fora de sua orbita,

sendo o maior sinal clinico das doenças orbitárias. Na literatura veterinária, a

proptose tem sido mais comumente relatada em cães domésticos. Sua etiologia

inclui traumas, doenças sistêmicas, corpos estranhos, neoplasias (BAPTISTA,

2003). Segundo o estudo de Brandão et al., (2005), a etiologia da proptose nos

cães, 42% dos casos estavam relacionados a brigas, enquanto que os animais

atropelados e os de causa não estabelecida somaram 29% cada grupo. Segundo

Gelatt (2003), 50% dos cães afetados são braquicefálicos, podendo ocorrer a

proptose ocular após traumas leves devido a características anatômicas. Nos

animais de raças dolicocefálicas, a ocorrência de proptose se dá por traumas

severos ou por neoplasias. As proptoses requerem assistência emergencial, por

proporcionar oclusão das veias vorticosas e ciliares pelas pálpebras, resultando em

estase venosa e glaucoma congestivo, além de promover necrose corneana,

ceratites por exposição, irites, coriorretinites, descolamento da retina, luxação do

cristalino, avulsão óptica e, na maioria das vezes, estrabismo (SLATTER, 1990),

hifema, quemose, hiperemia, perda da visão, lagoftalmia, déficit sensitivo da córnea,

ceratoconjuntivite seca, ceratites por exposição, glaucoma e phthisis bulbi (GELATT,

2003). A reintrodução do bulbo ocular é procedimento obrigatório nas proptoses,

exceto nos casos associados à extrusão ou destruição de suas estruturas internas

(BISTNER, 1998 citado por BRANDÃO et al., 2005), bem como naqueles com

ruptura da maioria dos músculos extra-oculares, presença de tecido necrótico ou

altamente infectado, pupila dilatada ou outras complicações irreversíveis; para estes,

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o tratamento de escolha é a enucleação, porém em alguns casos, há a possibilidade

de manutenção do bulbo ocular com propósitos estéticos (GELATT, 2003). Objetiva-

se com esse trabalho mostrar que quando as técnicas cirúrgicas para correção da

proptose ocular são feitas como caso emergencial, a recuperação se torna rápida e

eficiente.

RELATO DE CASO

Um cão macho, 4 anos de idade, raça Pinscher, pesando 2 kg, foi atendido no

Hosvet da Faculdade Multivix. Na anamnese o proprietário relatou que o animal se

envolveu em uma briga com outro cão durante a madrugada e machucou o olho,

cerca de 6 horas antes da consulta. Durante o exame físico, o animal estava

ofegante, apresentava temperatura de 36,6⁰C, frequência cardíaca de 130 bpm,

tempo de preenchimento capilar menor que 2, mucosas normocoradas e

desidratação menor que 5%. Ao exame físico específico do olho, pôde se observar

protusão ocular direita, sendo que o globo ocular estava edemaciado, ausência de

reflexo ocular, mas sem avulsão da musculatura adjascente. O diagnóstico foi

proptose ocular, sendo feito o reposicionamento do mesmo, para o qual usou-se 0,4

ml de clorpromazina intramuscular como medicamento pré anestésico, fez-se a

indução anestésica com 1,2 ml de propofol e a manutenção com o isoflurano. Após o

reposicionamento do globo ocular direito, foram estilados no mesmo lidocaína e

manitol a 20% para alívio local. Também, foi administrado morfina 0,2 ml via

subcutânea, e indicado o uso de compressa de gelo no local. Para a realização da

técnica da cantotomia, foi necessário a tricotomia do local, e depois com o auxílio da

tesoura de Mayo reta, foi feito uma incisão no canto lateral. Após o procedimento

oftálmico, a incisão foi suturada em dois planos, a primeira camada de pontos,

promovendo a aposição da conjuntiva subjacente à incisão. A segunda camada de

pontos promovendo assim, a oclusão da pele (SLATTER, 1995; GELATT, 1999;

AUER, 2006). Após a cantotomia, para a melhor recuperação do globo ocular, foi

realizada a técnica do flap de 3° pálpebra, essa técnica é simples e quando bem

feita, não causa desconforto para o animal.

DISCUSSÃO

Há dois métodos para a realização do flap de 3° pálpebra, no primeiro caso, a

terceira pálpebra é ligada à pálpebra superior. Para a sutura é indicado o fio de

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nylon 2-0, a mesma é realizada na direção do movimento da membrana,

promovendo assim a tensão. Para distribuir a pressão da sutura é indicado o uso de

um tubo de equipo esterilizado. A sutura é feita a 2 mm do fim da membrana

geralmente na linha de pigmentação, e essa, deve ser retirada após 1 ou 2 semanas

(SLATTER, 1995; GELATT, 1999; AUER, 2006). No segundo caso, a terceira

pálpebra é fixada na conjuntiva superior, seguindo a direção do movimento da

terceira pálpebra, a sutura é feita a 2 mm da membrana e a 7 mm da íris na

conjuntiva, sendo que para a sua fixação são feitos dois pontos ao final. Para que

não ocorra irritação, o fio de sutura não pode tocar a córnea (SLATTER, 1995;

GELATT, 1998). Para o pós cirúrgico foi preescrito para uso oftálmico colírio

Biamotil- D, 2 gotas, a cada 4 horas, durante 5 dias. Além de enrofloxacino (5mg/kg)

e meloxicam (0,1mg/kg). No retorno do animal, foi indicado o uso de epitezan

pomada, a cada 4 horas. Também, foi realizado o teste de fluoresceína, que não

constatou úlceras de córnea. No entanto, a visão do animal não foi recuperada.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Cirurgias simples, mais executadas por profissionais capacitados e experientes,

muitas vezes, garantem ótimos resultados para os pacientes que chegam nas

clinicas e hospitais veterinários com proptose ocular. Técnicas cirúrgicas como a

cantotomia e o flap de 3° pálpebra, além de reposicionarem o globo ocular,

garantem uma rápida e eficiente recuperação, isso, quando executados como caso

emergencial.

REFERÊNCIAS AUER, J. A., STICK, J. A. Equine surgery. 3ª ed. Missouri: Saunders. 2006. 1390 pg. BAPTISTA, A. C. et al.Proptose ocular como manifestação clinica de tumores malignos extra-orbitrários: Estudo pela tomografia computadorizada. Radiologia Brasileira, 36: 81-88; 2003. Bistner S. I. Emergências e traumatismos oculares. In: Slatter D (1998). Manual de Cirurgia de Pequenos Animais. 2 ed. São Paulo: Ed. Manole, 1522-1539. BRANDÃO, C. V. S. et al., (2005). Proptose em cães e gatos: Análise retrospectiva de 64 Casos. Archives of Veterinary Science, 10: 83-87.

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GELATT, K. N., Veterinary ophthalmology, 3ª ed. Maryland: Lippincoott Williams e Wilkins, 1999. SLATTER, D., Cirurgia de pequenos animais, manual de, 2ª ed. Pennsylvania: Saunders,1995. PESSOA, L. M. B.; NORBERTO, G. O.; Proptose ocular em olho de ema (Rhea americana) mantida em cativeiro. Revista online Veterinária e Zootecnia, v.23, n.2, 2016. Disponível em: http://www.fmvz.unesp.br/rvz/index.php/rvz/article/view/971

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CINOMOSE CANINA- REVISÃO DE LITERATURA

Elaine da Silva Soares- Mestranda no Departamento de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Viçosa- UFV.

Janaína Vieira Lage- Graduanda em Medicina Veterinária- Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX.

Brenda SaickPetroneto, Raiany Resende Moura, Brunna Costa Marroquio, Natiele da Silva Gonçalves- Graduandas em Medicina Veterinária- Faculdade

MULTIVIX CASTELO. Thiago Oliveira de Almeida- Mestre Clínica Médica de Cães e Gatos- Professor

Clínica Médica de Cães e Gatos da Faculdade MULTIVIX CASTELO. [email protected]

PALAVRAS- CHAVE: Cães; Cinomose; Vírus. A cinomose é uma doença viral de grande freqüência em clinicas veterinárias em

todo o mundo. Mesmo com uso de estratégias vacinais, ela ainda é uma doença

importante na população canina, apresentando a maior taxa de mortalidade depois

da raiva (SUMMERS & APPEL, 1994). O vírus da cinomose na maioria das vezes

provoca o processo de desmielinização, que é destruição da bainha de mielina se

relacionando a todas as terminações nervosas. A contaminação do vírus da

cinomose pode acontecer pelo contato do ar, pois o vírus é eliminado pelos animais

infectados através das excreções e secreção do corpo, sendo assim, a maior taxa

de contaminação se dão onde os animais são mantidos em grupos. O objetivo do

presente estudos é discutir e relatar aspectos clínicos,patológicos e terapêuticos

relacionados a doença.A metodologia utilizada no presente estudo foi de pesquisa

bibliográfica, afirmando temas discutidos e pesquisados, relacionados a artigos,

livros e conteúdos relacionados à Medicina Veterinária.A cinomose canina é uma

doença viral e seu vírus é classificado comovírus envelopado, com genoma RNA fita

simples e polaridade negativa, classificado na família Paramyxoviridae, gênero

Morbillivirus é o agente etiológico da cinomose, considerada uma das principais

infecções e um dos importantes patógenos de cães domésticos e outros carnívoros

(McCANDLISH apud OLIVEIRA; ANTONIO & ZAPPA, 2009). Após exposição

aerógena, o vírus replica-se nos tecidos linfóide, nervoso e células epiteliais dos

tratos respiratório, gastrintestinal e geniturinário, sendo eliminado nos exsudatos

respiratórios e conjuntivais, nas fezes e na urina por até 60-90 dias após infecção

natural (ANDRADE, 2005). Se a resposta imune for rápida e efetiva, ocorre

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recuperação completa e eliminação do vírus, com sinais clínicos ausentes ou

suaves, por volta do 14° dia. Porém, se a resposta imune falhar em se desenvolver,

o resultado é a disseminação rápida e abrangente do vírus, resultando em sinais

multissistêmicos e taxa de mortalidade alta, por volta de 2 a 3 semanas após a

infecção. Os animais acometidos pela cinomose canina expelem o agente nas

excreções corporais, como urina, fezes, saliva, placenta e secreção respiratória,

podendo ou não apresentar sinais clínicos, tornando-se importantes na cadeia

epidemiológica da doença como fonte de contaminação para animais saudáveis

(MARTINS; LOPES & FRANÇA, 2009). Os sinais sistêmicos podem incluir diarréia,

febre, êmese, hiporexia, anorexia, tenesmo, secreção nasal, tosse, dispnéia, apatia

e ceratoconjuntivite seca (GREENE&APPEL citado por MARTINS; LOPES &

FRANÇA, 2009).Os sinais neurológicos podem aparecer simultaneamente com os

sinais sistêmicos, podem surgir entre uma a três semanas após a recuperação da

doença sistêmica ou podem se desenvolver na ausência de quaisquer outros sinais.

Os sinais neurológicos incluem apatia, alterações no comportamento, convulsão,

sinais cerebelares (ataxia da cabeça e do tronco, tremores de intenção e

hipermetria), sinais vestibulares (inclinação da cabeça, quedas, andar em círculos e

nistagmo), déficits visuais, paraplegia, tetraplegia, atrofia muscular, hiperestesia,

mioclonia e coma (SILVA, 2009).A vacina contra a cinomose canina ainda é o

melhor método para redução do risco de aparecimento da enfermidade. Quase

metade dos cães recém-nascidos e/ou inadequadamente vacinados morre ao entrar

em contato com o vírus pela primeira vez e desta forma, não apresentarem títulos

adequados de anticorpos neutralizantes contra o agente (APPEL, 1969).O

diagnóstico clínico, realizado com base no exame físico, anamnese e exames

complementares, às vezes, é inconclusivo (AMUDEet al., citado por MARTINS;

LOPES & FRANÇA, 2009). Dentre os testes para se pesquisar a enfermidade é

possível citar o histopatológico, a soroneutralização, a imunoistoquímica, a reação

em cadeia de polimerase da transcriptase reversa, o ELISA, a imunofluorescência e

o isolamento viral a partir de cultura celular (MARTINS; LOPES & FRANÇA,

2009).Outro método passível de ser utilizado é a pesquisa de corpúsculos de Lentz,

presentes em células como hemácias e leucócitos, observadas no esfregaço

sanguíneo durante a realização do hemograma. Por ser encontrada na fase de

viremia da cinomose, apesar da baixa freqüência, esta inclusão é considerada uma

ferramenta de diagnóstico precoce (MARTINS; LOPES & FRANÇA, 2009).O

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tratamento da cinomose é inespecífico e de suporte e normalmente se destina a

limitar a invasão bacteriana secundária, sustentar o equilíbrio hídrico e o bem-estar

global do animal, controlando as manifestações nervosas (ALEXANDER; LAPPIN &

TAYLOR apud ANDRADE, 2005).O tratamento da meningoencefalite aguda pelo

vírus da cinomose é de suporte inespecífico e na maioria das vezes não compensa.

Anticonvulsivantes são administrados quando necessário, e glicocorticóide pode ser

benéfica em alguns casos de cães com doenças do SNC oriunda de infecção

crônica pelo vírus da cinomose, mas contra indicado em cães com agudamente

infectados (NELSON & COUTO, 2001).Antibióticos de amplo espectro estão

indicados no controle das infecções bacterianas secundárias; e líquidos, eletrólitos,

vitaminas do complexo B e complementos nutricionais estão indicados para a terapia

auxiliar (SWANGO & QUESNEL citado por ANDRADE, 2005).A administração de

vacina com vírus vivo modificado por via intravenosa foi tida como tendo valor

terapêutico reduzindo a severidade da doença. Porém, não possui efeito uma vez

que os sinais clínicos tenham começado. Concluímos que a cinomose é uma doença

de difícil cuidado, sendo seu tratamento de suporte ou sistêmico, dependendo da

imunidade do animal. O uso das vacinas eficientes e um esquema vacinal adequado

estão diretamente ligados a prevenção da doença. A cinomose é a patologia que

mais se leva a morte, ficando abaixo apenas dos percentuais da raiva e um dos

principais problemas da doença é a falta de diagnóstico precoce.

REFERÊNCIAS CORREA, W. M.; CORREA, C. M. Enfermidades infecciosas dos mamíferos domésticos. 2. ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 1992.

BICHARD, Sthepen J.; SHERDING, Robert G. Manual Sanders Clínica de Pequenos Animais. São Paulo: Roca, 2013. OLIVEIRA, Amanda Claudia; ANTONIO, Nayara da Silva; ZAPPA, Vanessa. Cinomose canina – relato de caso. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária. Periódico Semestral, n. 12, ano VII, janeiro de 2009. MARTINS, Danieli Brolo; LOPES, Sonia Terezinha dos Anjos; FRANÇA, Raqueli Teresinha. Cinomose canina – revisão de literatura. Acta Veterinaria Brasilica, v.3, n.2, p.68-76, 2009.

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SUMMERS B.A.; APPEL M.J. Aspects of canine distemper virus and measles virus encephalomyelitis. Neuropathol. Appl. Neurobiol. 20:525- 534, 1994.

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AVALIAÇÃO DO APPCC EM PREVENIR CONTAMINAÇÕES POR Salmonella spp. EM CARCAÇAS BOVINAS DE UM MATADOURO-FRIGORÍFICO EM MINAS

GERAIS

Teófilo Marçal Ribeiro Cardoso; Mariana Arantes Cardoso – Graduandos em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

Letícia Ferreira da Silva – Graduada e Mestre em Medicina Veterinária – Professora de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

PALAVRAS-CHAVE: Fluxograma de abate; inspeção de carnes; programa de autocontrole; saúde pública.

INTRODUÇÃO

Os produtos de origem animal, especialmente a carne, são importantes fontes de

nutrientes na dieta humana; no entanto, também representam uma fonte para sérias

injúrias de origem alimentar (D’OSTUNI et al., 2016). A Salmonella spp., um dos

patógenos estudados mais importantes no mundo, é capaz de causar uma severa

doença transmitida por alimentos em humanos e em animais, impactando tanto a

saúde quanto a produtividade (MAJOWICZ et al., 2010). No Brasil, a Salmonella

spp. vem sendo o principal patógeno responsável por surtos alimentares nos últimos

15 anos (BRASIL, 2015). A maioria dos casos de infecção humana por este micro-

organismo estão associadas, exatamente, a ingestão de alimentos contaminados,

como carne bovina, suína e de aves (CAI et al., 2016). Como consequência, as

exigências por carnes de boa qualidade e procedência estão, a cada dia, maiores. O

senso crítico e apurado do consumidor faz com que as carnes sejam obtidas sob

mecanismos e sistemas que monitorem produção, abate, industrialização e

transporte até o consumidor final, garantindo, assim, procedência e confiabilidade

(BRIDI, 2004). Para isso, o modo mais eficiente de se reduzir a contaminação e o

crescimento de bactérias em produtos cárneos, é o estabelecimento de programas

preventivos de controle de qualidade, como o sistema de Análise de Perigos e

Pontos Críticos de Controle (APPCC), que podem ser validados pela pesquisa de

micro-organismos indicadores de higiene e patogênicos (BRANDÃO et al., 2012).

Sendo assim, baseado na relevância da Salmonella spp. na cadeia produtiva da

carne, o presente projeto tem como objetivo identificar a origem da contaminação

por este patógeno alimentar em pontos distintos de um Matadouro-Frigorífico,

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localizado em Minas Gerais, além de avaliar a eficiência do APPCC implantado no

referido estabelecimento.

METODOLOGIA

O projeto será realizado em um matadouro-frigorífico, que possui um sistema

APPCC já bem consolidado, localizado em Minas Gerais. Serão coletadas amostras

a partir de esfregaços superficiais de 10 carcaças bovinas em quatro diferentes

etapas do abate: I) após a sangria, II) após a esfola, III) após a evisceração, e IV)

após a lavagem final. A amostragem superficial será realizada por swabs com quatro

esponjas estéreis (sendo cada uma previamente umedecida em 10 mL de solução

salina peptonada 1% tamponada), em quatro áreas delimitadas de 100 cm2 na

paleta e na ponta de agulha (sendo nas etapas I e II coletadas apenas na face

externa da carcaça; e III e IV, nas faces externas e internas de ambas as meias

carcaças). Após a coleta, as esponjas serão acondicionadas em bolsas plásticas

estéreis e acondicionadas em caixas isotérmicas até o momento da análise

microbiológica. Para a pesquisa de Salmonella spp. será utilizado o protocolo

estabelecido no capítulo XV da Instrução Normativa nº 62, de 26 de agosto de 2003,

do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (BRASIL, 2003). As

frequências dos resultados positivos para Salmonella spp. em carcaças bovinas

durante as quatro etapas do abate, serão comparadas pelo teste do Qui-quadrado

(p<0,05), usando o software SAS 9.4.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Trata-se de um projeto em andamento, em fase de levantamento bibliográfico. As

amostras serão coletadas durante o mês de agosto, para posterior análise e

discussão dos resultados.

REFERÊNCIAS BRASIL. MAPA (MINISTÉRIO DA AGRICULTURA PECUÁRIA E ABASTECIMENTO). Métodos analíticos oficiais para análises microbiológicas para controle de produtos de origem animal e água. Aprovado pela Instrução Normativa nº62, de 26 de agosto de 2003. Brasília, 2003. 76p. BRASIL. MS (MINISTÉRIO DA SAÚDE). Doenças transmitidas por alimentos, 2015. Disponível em:

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<http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2015/novembro/09/Apresenta----o-dados-gerais-DTA-2015.pdf>. Acesso em: 08 fev. 2016. BRANDÃO, J.L.; GUIRRO, E.C.B.P.; PINTO, P.S.A.; NERO, L.A.; PINTO, J.P.A.N.; BERSOT, L.S. Monitoramento de micro-organismos indicadores de higiene em linha de abate de bovinos de um matadouro-frigorífico habilitado à exportação no oeste do Paraná. Semina: Ciências Agrárias, v.33, n.2, p.755-762, 2012. BRIDI, A.M. Qualidade da carne para o mercado internacional. 2004. Disponível em: <http://www.uel.br/pessoal/ambridi/Carnesecarcacasarquivos/QualidadedaCarneparaoMercadoInternacional.pdf>. Acesso em: 03 fev. 2016. CAI, Y.; TAO, J.; JIAO, Y.; FEI, X.; ZHOU, L.; WANG, Y.; ZHENG, H.; PAN, Z.; JIAO, X. Phenotypic characteristics and genotypic correlation between Salmonella isolates from a slaughterhouse and retail markets in Yangzhou, China. International Journal of Food Microbiology, v.222, p.56-64, 2016. D’OSTUNI, V.; TRISTEZZA, M.; DE GIORGI, M.G.; RAMPINO, P.; GRIECO, F.; PERROTTA, C. Occurence of Listeria monocytogenes and Salmonella spp. in meat processed products from industrial plants in Southern Italy. Food Control, v.62, p.104-109, 2016. MAJOWICZ, S.E.; MUSTO, J.; SCALLAN, E.; ANGULO, F.J.; KIRK, M.; O'BRIEN, S.J.; JONES, T.F.; FAZIL, A.; HOEKSTRA, R.M. The global burden of nontyphoidal Salmonella gastroenteritis. Clinical Infectious Diseases, v.50, p.882–889, 2010.

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DISTOCIA EM FELINO: UM RELATO DE CASO

Nivia de Assis Dias, Rafaela Nunes, Marcos Augusto de Azevedo Junior, Thaynara Costa Moutinho, Vitória Winter Mendes, Carlota Alcon – Acadêmicos

do curso de Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Adriano Silvio Neto – Médico Veterinário - UNIVÉRTIX- Matipó

INTRODUÇÃO

Distocia caracteriza-se pelas dificuldades ou impedimentos que o(s) feto(s)

encontra(m) para ser(em) expulso(s) do útero da fêmea gestante, ou seja,

dificuldade de parto em decorrência de problemas de origem materna, fetal ou de

ambos (TONIOLLO e VICENTE, 2003; TILLEY e SMITH, 2008). As causas maternas

de extrema importância são a raça e a idade; mas também podem ser obesidade,

estreitamento do canal do parto em decorrência de fratura antiga ou outra

anormalidade, dilatação cervical insuficiente, distúrbios da contração uterina

(primários e por exaustão), torção uterina, ruptura uterina e gestação ectópica. Há

relatos referindo a inércia uterina como a causa mais comum em felinos (NELSON e

COUTO, 1998; LYMAN, 2003; NORSWORTHY et al; 2009).As causas fetais podem

ser tamanho excessivo do feto (frequentemente observado em ninhadas de um ou

dois filhotes), tamanho excessivo da cabeça do feto (frequentemente observado em

raças braquicefálicas), morte fetal, anormalidades morfológicas fetais, má posição

fetal e pressão abdominal ineficaz decorrente de exaustão, hérnia diafragmática, dor

de outra origem, entre outras. O tamanho da ninhada não é um fator de risco para

causar distocia em felinos (NELSON e COUTO, 1998; LYMAN, 2003;

NORSWORTHY et al, 2009). O objetivo desse trabalho consiste em relatar um caso

de distocia felina com morte fetal.

RELATO DE CASO

Foi atendido no dia 08/07/2015 na Clínica Veterinária Pet Shop Auqmia localizada

em Manhuaçu- MG, uma fêmea de espécie felina, sem raça definida, pesando 3.5kg.

A queixa do proprietário foi que o animal entrou em trabalho de parto há 2 dias,

nasceram 2 filhotes, porém o animal continuou a ter contrações sem êxito no

nascimento dos demais filhotes. Durante a anamnese o proprietário negou que

tenha sido aplicado contraceptivo e que não apresentava outras anormalidades no

animal. Foi realizada a ultrassonografia, que diagnosticou que havia mais 2 filhotes,

porém mortos. O animal foi submetido a castração, e liberado com a prescrição de

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Duprancil 2 ml por via oral (VO) BID por 15 dias, Ketofen 5mg, 1 comprimido SID por

3 dias e PVPI até a retirada dos pontos. No dia 12/07/2015 o animal retornou a

clínica, pois apresentava-se muito apático e não se alimentava. Foi coletado nova

amostra de sangue para realização do hemograma, e confirmado anemia e

leucocitose. O animal permaneceu internado até o dia 22/07 e liberado com

prescrição para os seguintes medicamentos: amoxicilina + clavulanato de potassio

1,3 ml, por via oral, a cada 12h durante 15 dias e metronidazol na concentração de

4% na dose de 3,2 ml, por via oral, a cada 12h durante 15 dias e, posteriormente, na

dose de 1 ml a cada 12 h por mais 30 dias. No retorno o animal encontrava-se bem

e estável.

DISCUSSÃO

A distocia é caracterizada como um parto árduo, com incapacidade de expulsão o

feto. Podendo ser de origem materna e/ou fetal. (MONTENEGRO, 2010). A causa

nesse relato foi a inércia uterina, que é caracterizada como a ocorrência de fracas

contrações uterinas sem frequência adequada, ineficaz a expulsão do feto (LINDE-

FORSBERG, 2009). A ultrassonografia foi realizada, pois de acordo com Lyman,

(2003) e Prats, (2005) por meio de ultrassom torna-se possível determinar o número,

o desenvolvimento, o tamanho, posicionamento, presença de gás ao redor do feto, o

qual sugere decomposição, possível infecção e batimentos cardíacos fetais que

indicam viabilidade fetal. O animal foi encaminhado para a Ovário-Salpingo-

Histerectomia (OSH), porque segundo Linde-Forsberg e Eneroth, (1998) a castração

está indicada quando há comprometimento da integridade uterina, em casos de

fetos macerados ou pútridos, ou quando o proprietário deseja esterilizar de forma

permanente o animal. Os medicamentos prescritos foram Duprancil 2 ml por via oral

(VO) BID por 15 dias, Ketofen 5mg, 1 comprimido SID por 3 dias e PVPI até a

retirada dos pontos. O hemograma realizado no dia do retorno demonstrou anemia e

leucocitose, provavelmente, devido à retenção e decomposição fetal (REFE). O

antibiótico Duprancil foi substituído para amoxicilina + clavulanato por apresentar

amplo espectro de ação. O metronidazol foi acrescentado pelo fato de apresentar

potente ação contra infecções por bactérias anaeróbicas em pacientes adultos e

neonatos (PLUMB, 2004). Duprafer foi prescrito por ser um suplemento vitamínico

mineral com alta concentração de ferro, vitaminas do complexo B e ácido fólico que

auxilia no processo de crescimento e no desenvolvimento de células sanguíneas.

Comentado [LC1]: Favor relatar na discussão a causa da distocia neste caso com suas respectivas referencias. Voces citaram as causas maternas e fetais, mas não disseram qual levou a distocia neste caso. Provavelmente foi por inercia uterina, mas vocês devem

confirmar com a veterinária q atendeu.

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CONCLUSÃO

A distocia felina é descrita como um parto difícil, sendo menos comum em gatas do

que em cadelas, porém quando acontece, ocorre mais em animais de raças puras

devido a suas particularidades anatômicas. As causas da distocia podem ser

maternas ou fetais. Os sinais clínicos observados na fêmea gestante associados a

exames clínicos, radiográficos e ultrassonográficos são de grande valia para

confirmação do diagnóstico. O tratamento pode ser medicamentoso ou cirúrgico. O

prognóstico para mães e filhotes geralmente é bom.

REFERÊNCIAS

ENEROTH, A Radiographic pelvimetry for assessment of dystocia in bitches: a clinical study in two terrier breeds. J Small Anim Pract, v.40,p.257-264, 1998. LINDE-FORSBERG, C. Abnormalities in pregnancy,parturition, and the periparturient period. In: ETTINGER,S. J. et al. Textbook of Veterinary Internal Medicine. Philadelphia: W.B. Saunders, 2005. p. 1655-1667 LYMAN, R. Distúrbios do Sistema Urogenital. In FENNER, W. R. Consulta rápida em clínica veterinária. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. MONTENEGRO, L. M. F. Estudo retrospectivo de urgências reprodutivas no Hospital Veterinário Montenegro. Villa Real, 2010. 63 f. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) – Escola de Ciências Agrárias e Veterinárias, Departamento de Ciências Agrárias, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. NELSON, R. W.; COUTO, C. G. Medicina interna de pequenos animais. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998. NORSWORTHY, G. D.; CRYSTAL, M. A.; GRACE, S. F.; TYLLEY, L. P. O paciente felino. 3 ed. São Paulo: Roca, 2009. PLUMB DC. Drugs in neonates: principles and guesses. In: Annual Conference of the Society for Theriogenology Lexington, KY. Proceedings Lexington, KY: Society for Theriogenology, 2004. PRATS, A. Neonatologia e pediatria: canina e felina. São Paulo: Interbook, 2005. REICHLER, I. M.; MICHEL, E. Dystocia: recognition andmanagement. European Journal of Companion Animal Practice, Zurique, v. 19, n. 2, p. 165-173, 2009. TILLEY, L. P.; SMITH Jr, F. W. K. Consulta veterinária em 5 minutos: espécies canina e felina. 3 ed. São Paulo: Manole, 2008.

Comentado [LC2]: Conferir formatação para esse tipo de referencia

Comentado [LC3]: Conferir as referencias do texto. Não está

batendo a quantidade de autores do texto com essas.

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TONIOLLO, G. H.; VICENTE, W. R. R. Manual de obstetrícia veterinária. São Paulo: Varela, 2. ed 2003.

Comentado [LC4]: Acrescentar a edição

Comentado [E5]:

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UTILIZAÇÃO DE SAPONINAS ASSOCIADA À VACINA COMO METODO TERAPEUTICO DA PAPILOMATOSE CUTÂNEA BOVINA

Bruno Silva Freitas, Jânio Ricardo Alves Filho, Marcos Algusto de Azevedo

Junior, Igor do Nascimento Soares, Alice Lima Martins e Cleiser Pereira – Graduando em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

Rogerio Oliva Carvalho – Doutor em Medicina Veterinária e Professor no curso de Medicina Veterinária - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

[email protected] PALAVRAS- CHAVE: Papilomavirus, Adjuvante, Vacina, Papiloma.

INTRODUÇÃO

Os papilomas são neoplasias cutâneas proliferativas benignas, a qual a etiologia e

provocado pelo Papilomavirus. Os cavalos, cães e bovinos são relativamente

comuns ao contagio (CAMPO, 2002; JELINEK & TACHEZY, 2005), porem as

neoplasias são mais frequentes em bovinos com predisposição para animais mais

novos abaixo de dois anos de idade (NICHOLLS & STANLEY, 2000). A propagação

do vírus se da através do contato direto ou indireto por meio de fomites ou através

de currais infectados, é necessário que algum fator colabore com a infecção, como

desequilíbrio nutrício ou hormonal sendo que ambos provocarão depressão no

sistema imunológico (OTTER & LEONARD, 2003). Vários tratamentos têm sido

empregados no tratamento das neoplasias (ÇIMATAY et al., 2003; HEMMATZADEH

et al., 2003; OR & BAKIREL, 2002). Alguns tratamentos consistem na administração

de fármacos ou substancia químicas com objetivo de estimular o sistema imune

(DINC, 1995). Hartmann, (2002) relata que a utilização de vacina autógena tem

apresentados resultados positivos em relação ao tratamento. A vacina autógena

apresenta se um melhor método de tratamento dentre os outros, devido ele conter o

vírus inativo fazendo com que ocorra uma resposta imunológica mais eficaz em

relação aos outros tratamentos instituídos, porem a acredita-se que essa vacina

pode ter um efeito profilático com o vírus estar extremamente inativo (MARINS,

2004). Agostini et al., (2008) deixa claro que para ter um resultado positivo no

tratamento, se faz necessário que os animais se encontre com uma imunidade

adequada a responder a vacina. O objetivo deste trabalho foi avaliar o emprego da

vacina no controle da papilomatose bovina em duas formulações, uma associada à

saponina e outra sem adjuvante, em animais naturalmente infectados pelo

Papilomavirus.

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MATERIAIS E MÉTODOS

Esse experimento esta sendo conduzido em Miradouro – MG, utilizamos 25 animais

com faixa etária inferior a 24 meses, de raças mestiças (Zebu X Europeu) ou puras,

de ambos os sexos portadores de papilomas planos ou pedunculados. Os 24

animais estão divididos em quatro grupos cada grupo contendo 6 animais, e um

animal esta para obtenção dos papilomas que são utilizados na produção de

vacinas. Todos os animais foram avaliados para determinar o aspecto morfológico

dos papilomas. Na contagem dos papilomas delimitamos uma área de 21 x 29,7

centímetro entre escapula à cabeça do animal, os papilomas que estão dentro dessa

área foram contados e medidos utilizando um paquímetro, todos os papilomas que

foram medidos, posteriormente foi feito uma media entre eles. Os grupos foram

identificados através de brincos A, B, C e D. O grupo A representa vacina com

saponina, grupo B vacina sem saponina, grupo C e o grupo controle que recebe soro

fisiológico e o grupo D recebe soro com saponina. Para a produção da vacina, foi

coletada 25 gramas de papilomas de um animal que esta mais infectado pelo vírus

no rebanho, após a coleta os papilomas foram levado ao laboratório da faculdade

UNIVÉRTIX, Matipo-MG, para processamento dos mesmo. Os papilomas coletado

foi submetido a limpeza, para retirar restos de pelos, e lavado com água destilada, e

em seguida, todo o material foi triturado, acrescentando solução salina hipersaturada

na proporção de 5:1, filtrado através de algodão e gaze estéril, o material resultante

da filtragem, foi acrescentado formol a 0,04%, para a inativação do vírus e também

acrescentou 1 mg de saponinas a cada 10 ml. Assim, obteve-se a produção de 120

mL de vacina, que permaneceu durante 24 horas em estufa a 27°C. Os animais

infectados recebeu aplicação subcutânea de 10 mL da vacina. Todos os animais

possui uma ficha de acompanhamento da diminuição do tamanho e quantidade dos

papilomas, esse acompanhamento esta sendo feito de 15 e 15 dias ate atingir três

meses. Nesta ficha possui identificação do animal, idade, sexo, quantidade de

papiloma, tamanho médio de papiloma, identificação de grupo e proprietário, esta

ficha foi feita no Microsoft Office Excel 2007.

RESULTADO E DISCUSSÃO

De acordo com os dados parciais apresentados ate o presente momento, com um

tempo de 15 dias de tratamento, tem se mostrado uma certa eficiência quando

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comparamos o grupo A com os demais, que apresenta uma eficiência de 17, 43%

redução na quantidade dos papilomas, mas em relação o tamanho ele apresentou

um resultado negativo com 14,28% de aumento do tamanho, o grupo B apresenta

resultados negativos tanto na quantidade e no tamanho que se refere a 11,80% e

9,67% de aumento da neoplasia, o grupo C relata um redução no tamanho dos

papilomas de 8,88% e um aumento de 14,48%, pois o grupo D não foi diferente do

grupo B, não ocorreu redução, mas sim um aumento de 4,11% e 5,74% quantidade

e tamanho. De acordo Flehmig, (1997) relata que os primeiros antígenos vacinais

aparecem no sangue 10-14 dias depois da aplicação, Hartmann et al., (2002) ainda

reforça que a vacina autógena não apresenta eficiência nos primeiros 25 dias, mas

mostra redução ou remição completa com 30-40 dias do tratamento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com os dados parciais, conclui-se que os resultados estão sendo

satisfatórios devido à redução dos papilomas em um pequeno intervalo de tempo do

tratamento.

REFERENCIAS

AGOSTINI, C.; SANTOS, D. C. V.; BETELLI, R.; CARVALHO, H. F.; TOMINAGA, H. W.; SILVA, F. R. C. Tratamento de papilomas em bovinos com vacinas autógenas. 2008. CAMPO, M. S, Animal models of papillomavirus pathogenesis. Virus research. v.89, p.249-261, 2002. CIMTAY, I.; BIRICIK, H. S.; KESKIN, O.; BABA, Z. F. Comparative studies on the afficacy of different vaccination methods in the treatment of bovine papillomatosis. Turkish Journal of Veterinary Animal Sciences. v. 27, p929-933, 2003.

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INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO ANTECIPADA DE PROSTAGLANDINA E DA UTILIZAÇÃO DE DUAS DOSES DE eCG NO TAMANHO DO CORPO LÚTEO E

NA TAXA DE SINCRONIZAÇÃO DE RECEPTORAS PARA TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES EM BOVINOS

Rafael Custódio Machado, Marcos Augusto de Azevedo Junior, Bruno Silva Freitas, Alice Lima Martins - Acadêmicos do Curso de Medicina Veterinária.

Bolsista PIBIC – FAPEMIG. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Jhonata Vieira Tavares do Nascimento Pereira – Médico Veterinário, Doutorando

em Medicina Veterinária UFV. Vivían Rachel de Araújo Mendes – Doutoranda em Medicina Veterinária –

Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected]

PALAVRAS-CHAVE: corpo lúleo; hormônios; receptoras; sincronização

INTRODUÇÃO

Recentes dados sobre a bovinocultura brasileira mostram que o país possui uma

posição de destaque no cenário mundial. Ainda, nos últimos anos revela-se um

crescimento interno do rebanho, refletindo positivamente na produção de carne e

leite (IBGE, 2015). Para melhorar os índices de produção e produtividade são

utilizadas algumas ferramentas na pecuária, dentre elas as biotecnologias da

reprodução. Dentro de um programa de transferência de embriões, as receptoras,

responsáveis pelo desenvolvimento embrionário após a transferência e a

manutenção da gestação até o parto (BELTRAME et al., 2007). Sendo assim, o

corpo lúteo (CL) exerce papel fundamental, pois é um tecido que tem como função a

produção de progesterona (P4) e o estabelecimento de um ambiente uterino

adequado. O tamanho e a ecotextura do CL podem estar relacionados à

concentração de P4 produzida, e consequentemente com a taxa de concepção

(BINELLI et al., 2001). O objetivo do trabalho é avaliar a aplicação de eCG e de

prostaglandina durante a sincronização de receptoras sobre a taxa de

aproveitamento e o desenvolvimento do CL.

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METODOLOGIA

O experimento esta sendo realizado no período de Março/2016 a Fevereiro/2017 em

uma propriedade rural localizada no município de Matipó, estado de Minas Gerais,

Brasil. Como receptoras, serão utilizadas vacas e novilhas da raça Tabapuã, criadas

em condições de manejo extensivo, em pastagens de Brachiaria decumbens e água

ad libitum, e serão suplementadas com sal proteinado durante a fase experimental.

As fêmeas terão seu ciclo estral e ovulação sincronizados através da administração

hormonal exógena. Serão avaliados dois diferentes protocolos de sincronização de

receptoras para transferência de embriões. Os protocolos serão iniciados em dia

aleatório do ciclo estral, considerado D0. O protocolo controle consistirá na inserção

de um dispositivo intravaginal com 1g de progesterona (P4; Sincrogest®Ourofino) e

aplicação intramuscular de 2mg de benzoato de estradiol (BE; Sincrodiol®Ourofino)

no D0. No oitavo dia (D8), o dispositivo de progesterona será retirado e aplicado por

via intramuscular 10mg de cloprostenol sódico (PGF2ɒ; Lutalyse®, Zoetis), 1 mg de

cipionato de estradiol (CE; ECP®; Zoetis) e 400 UI de gonadotrofina coriônica equina

(eCG; Folligon®; Intervet). Como indutor de ovulação, será aplicado no décimo dia

(D10) 0,05mg de acetato de gonadorelina (GnRH; Gestranplus®; Tecnopec). No

segundo protocolo será incluído no sexto dia (D6) a aplicação por via intramuscular

de 10mg de cloprostenol sódico (Lutalyse®, Zoetis) e 200 UI de gonadotrofina

coriônica equina (eCG; Folligon®; Intervet). A seleção das receptoras capazes de

receber embriões será realizada no dia anterior à inovulação dos embriões (D16)

com a identificação de um CL ativo e da mensuração do diâmetro com auxílio de um

ultrassom (Chison D600 VET) acoplado a uma probe linear transretal de sete MHz.

As médias dos diâmetros dos CL obtidos serão comparados entre os protocolos

realizados.

CONSIDERAÇOES FINAIS

A presente pesquisa encontra-se em andamento, na face de coleta, processamento

e análise dos resultados obtidos.

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REFERENCIAS

BELTRAME, R. T.; BARIONI, L. G.; MAESTRI, B. D. Economic optimization of the number of recipients in bovine transfer programs. Scientia Agricola. v.64, p.221-226, 2007.

BINELLI, M.; THATCHER, W. W.; MATTOS, R.; BARUSELLI, P. S. Anti-luteolytuc strategies to improve fertility in cattle. Theriogenology, v.52, p.1451-1463, 2001.

Instituto Brasileiro de Geografia e estatística- IBGE. Comunicação Social. 2015. Disponível em <http://www.ibge.gov.br/home/> Acesso em: 02/01/2015.

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QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO ANIMAL NA ZONA RURAL – CORREGO SANTO ANTÔNIO NA CIDADE DE MATIPÓ/MG

Eduarda Machado. Graduanda em Medicina Veterinária– Faculdade Vértice –

UNIVÉRTIX. Mariana de Faria Gardingo Diniz. Graduada em Biologia. Especialista em Gestão

Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e Metalúrgicos. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Água; Qualidade; Animais; Meio Ambiente.

INTRODUÇÃO

A água é um recurso essencial à sobrevivência de todos os seres vivos e o seu

fornecimento em quantidade e qualidade é fundamental para a perfeita manutenção

da vida (CASALI, 2008). A qualidade da água para consumo direto ou indireto é

fundamental, já que em condições impróprias de consumo existe um grande risco de

surtos de doenças por veiculação hídrica (CARDOSO et al., 2012). A água no meio

rural é utilizada para inúmeras finalidades, destacando-se: o uso da água para

irrigação, população e dessedentação animal, práticas agrícolas e produção de

animais para abate, entre outros. O risco de ocorrência de surtos de doenças de

veiculação hídrica no meio rural é alto, principalmente em função da possibilidade de

contaminação bacteriana de águas que muitas vezes são captadas em poços

velhos, inadequadamente vedados e próximos de fontes de contaminação, como

fossas e áreas de pastagem ocupadas por animais (CAMPOS et al., 2009). Por

isso, faz-se necessário o monitoramento constante da sua qualidade (SOUZA,

2002). As doenças de veiculação hídrica são causadas principalmente por

microrganismos patogênicos de origem entérica, animal ou humana, que são

excretados nas fezes de indivíduos infectados e ingeridos na forma de água,

alimento ou utensílio contaminado por água poluída com estes dejetos (MELO,

2010). O conhecimento da qualidade microbiológica da água é fundamental, além de

estar em contato direto com a matéria-prima da obtenção do leite e produção do

queijo ela é necessária para higienizar equipamentos, utensílios, piso e paredes,

assim sendo necessário garantir a sua potabilidade e condições higiênico-sanitárias

(CAMPOS et al., 2009). As doenças de veiculação hídrica são causadas

principalmente por microrganismos patogênicos de origem entérica, animal ou

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humana, que são excretados nas fezes de indivíduos infectados e ingeridos na

forma de água, alimento ou utensílio contaminado por água poluída com estes

dejetos (ROCHA, 2006). A água é dita contaminada quando é constatada a

presença de micro-organismos patogênicos capazes de causar doenças e até

mesmo epidemias ou substâncias químicas que fazem mal a saúde dos animais

(CASALI, 2008). A falta de água para dessedentação dos animais tem como

consequências a redução do crescimento, do bem-estar e da saúde e o aumento do

estresse, ou seja, resulta em consideráveis impactos negativos nos fatores

zootécnicos e econômicos. (PALHARES, 2013). Durante vários meses do ano, os

animais, em geral, consomem água com qualidade inferior quando comparada à

água de consumo humano e vegetal, principalmente nas comunidades rurais com

recursos hídricos escassos. Isto ocorre em virtude de que no período das chuvas, as

águas das fontes hídricas se apresentarem turvas (SILVA, 2003). Águas com altos

teores de sais, assim como aquelas que contêm elementos contaminantes e argila

em suspensão, representam um perigo para os animais (FARACHE FILHO, 2008).

Na ausência de fontes de água em quantidade e de boa qualidade para os animais,

Ayers e Westcot (1991) fazem recomendações, porém, nem sempre é possível

seguir algumas, já que o fator “disponibilidade de água”. Entre estas

recomendações, podem ser citadas: Lavar os bebedouros dos animais com

frequência, para evitar maior concentração de sais pelo processo da

evaporação;Reduzir perdas por evaporação nos reservatórios; Diluir as águas de

qualidade inferior; Captar mais água de chuva para permitir a diluição das águas

Para o controle de qualidade da água são realizados exames bacteriológicos, pois

nas águas, o que realmente põe em risco à saúde pública é a ocorrência de poluição

fecal (SCHAZMANN et al., 2008). Diante do contexto e considerando que a

qualidade microbiológica da água é requisito essencial para a manutenção da saúde

animal, o presente trabalho tem como objetivo avaliar a qualidade microbiológica da

água no Córrego Santo Antônio na zona rural na cidade de Matipó/MG, e comparar

os resultados obtidos aos padrões estabelecidos pela legislação vigente.

METODOLOGIA

Serão feito um levantamento das propriedades com maior número de animais no

referido córrego. Nas propriedades selecionadas serão coletadas amostras das

fontes de água (lagos, rios, riachos utilizados para o consumo dos animais) e dos

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cochos de água. Elas serão acondicionadas em tubos esterilizados, devidamente

etiquetados e transportados em caixa refrigerada até o laboratório de análise

microbiológico do Hospital Veterinário da Faculdade Vértice (Univértix) Matipó-MG.

Os dados coletados e analisados serão transcritos em planilha estatística em ordem

aleatória segundo um código utilizado somente pelos participantes do projeto com

objetivo de não divulgar o nome dos proprietários das fontes analisadas. Os níveis

de contaminação serão comparados aos padrões de qualidade publicados na

ANVISA para água potável.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

O presente trabalho encontra-se em desenvolvimento. Até apresente data foram

desenvolvidas as etapas de pesquisa e descrição bibliográfica do tema.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar do presente estudo está em andamento, diante de diversas pesquisas,

constatamos a importância da análise da qualidade da água de uso animal na zona

rural, sabendo-se que existem várias maneiras da água afetar a saúde. Hoje, sabe-

se da importância de se tratar a água destinada ao consumo animal, pois, ela é

capaz de veicular grande quantidade de contaminantes físico-químicos e/ou

biológicos (CAMPOS, et al .,2009).

REFERÊNCIAS

CAMPOS, M. M. M.; VERAS, Í. V. U. M.; LIMA, M. T. A.; SILVA, L. B. Avaliação da Qualidade Microbiológica da Água Na Zona Rural do Município de Parelhas Utilizadas Para Produção Animal. Congresso de iniciação científica do IFRN, IX, 2009, Pau dos Ferros/RN. CARDOSO, I. P; DUBOW, M; NETO, M. B; RODRIGUES, C. V; PRÁ, M. D; BESKOW, S; SUZUKI, L. E. A. S; MILANI, I. C. B. Problemática da Qualidade da Água Consumida em uma Escola da Zona Rural do Município de Cerrito Alegre-RS. Congresso de Iniciação Cientifica, 21, 2012. CASALI, C. A. Qualidade da Água Para Consumo Humano Ofertada em Escolas e Comunidades Rurais da Região Central do Rio Grande do Sul. 2008. 173f. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, Rio Grande do Sul.

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FARACHE FILHO, A.; DIAS, M. F. F. Qualidade microbiológica de águas minerais em galões de 20 litros. Alimentos e Nutrição Araraquara. v.19, n.3, p. 243-248, 2008. MELO, T. V. Agua na nutrição animal. Zootecnista- Mestrando em Produção animal – UENF. 2010. OLIVEIRA, A. C. S.; TERRA, A. P. S. Avaliação microbiológica das águas dos bebedouros do Campus I da faculdade de medicina do Triângulo Mineiro, em relação à presença de coliformes totais e fecais. Revista Sociedade Brasileira Medicina Tropical, Uberaba. v.37, n.3, 2004. PALHARES, J. C. P. Consumo de água na produção animal. Embrapa. ISSN 1981-206X. São Carlos, SP. Novembro, 2013. ROCHA, C. M. B. M.; RODRIGUES, L. S.; COSTA, C. C.; OLIVEIRA, P. R.; SILVA, I. J.; JESUS, E. F. M.; ROLIM, R. G. Avaliação da qualidade da água e percepção higiênico-sanitária na área rural de Lavras, Minas Gerais. Cadernos de Saúde Pública, v.22, n.9, p. 1967-1978, 2006. SCHAZMANN, R. D.; MENONCIN, F.; ELPO, E. R. S.; GOMES, E. C. Avaliação da qualidade bacteriológica da água consumida no Campus III (Jardim Botânico) da Universidade Federal do Paraná, Curitiba. Visão Acadêmica, Curitiba. v. 9, n. 2, p. 65-70, 2008. SILVA, R. C. A.; ARAÚJO, T. M. Qualidade da água do manancial subterrâneo em áreas urbanas de Feira de Santana (BA). Ciência e Saúde Coletiva. v. 8, n. 4, p.1019-1028, 2003. SOUZA, T. G. S. S. Água Potável Garantia de Qualidade de Vida. 2002. Universidade Federal do Piauí.

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EJACULAÇÃO RETRÓGRADA EM CÃO - RELATO DE CASO

Nathally Nayara de Freitas Ribeiro – Acadêmica do Curso de Medicina Veterinária Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX

Vívian Rachel de Araújo Mendes – Graduada e Mestre em Medicina Veterinária. Professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

Mayara Cristini Ferreira de Aguiar – Graduada e Mestre em Ciências Veterinária UFES. Professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice –

UNIVÉRTIX.

[email protected]

PALAVRAS - CHAVE: Fertilidade; macho; reprodutor.

INTRODUÇÃO

Nos últimos anos a reprodução de cães tem se tornado alvo de muitos estudos. Seja

pelo valor sentimental, ou pelo valor zootécnico, muitos proprietários tem

manifestado interesse em avaliar o trato reprodutivo de seus animais (GITTLEMAN

et al., 2001). Existe uma grande importância na avaliação de machos reprodutores,

uma vez que podem ser diagnosticadas patologias relacionadas à fertilidade,

podendo dessa forma, comprometer o desempenho reprodutivo. A ejaculação

retrógrada (ER) trata-se de um desarranjo no mecanismo normal de ejaculação,

onde a propulsão do fluido seminal sofre um refluxo parcial ou total em direção à

bexiga. O cão que apresenta ER torna-se subfértil ou infértil, dependendo da

gravidade e evolução da patologia (BEAUFAYS et al., 2007). A ER pode ter origem

congênita ou adquirida. Pode ser decorrente de anormalidade anatômica,

traumática, neurogênica ou por fármacos podendo resultar em um quadro anormal

onde é verificado extravio de sêmen da uretra posterior a bexiga (VERNON, 1988;

YAVETZ, 1994). O presente trabalho tem com objetivo relatar a ocorrência de

ejaculação retrógrada em um cão adulto hígido da raça Doberman, atendido no

hospital escola univértix.

RELATO DE CASO

Um cão macho, da raça Dobermann, com 21 meses de idade, pesando 28 kg, foi

atendido no Hospital Escola Univértix. De acordo com o histórico, o cão realizou

mais de uma cobertura em uma fêmea, no entanto, a cadela não apresentou

prenhes após as coberturas. Diante disso, a cadela em questão foi submetida ao um

exame ginecológico no qual não apresentou nenhuma alteração que pudesse levar a

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infertilidade. Passado algum tempo o cão foi submetido ao examefísico geral e

andrológico. O animal não apresentou nenhuma alteração ao exame físico,

apresentando-se hígido, pelagem com aspecto sedoso e brilhante, escore corporal

ótimo. Por se tratar de um doador de sangue no Hospital Escola Univértix, o cão

possui os exames laboratoriais e bioquímicos em dia, além das vacinas em dia. O

trato reprodutivo do cão foi completamente avaliado, partindo-se do escroto,

testículos, epidídimos, prosseguindo para o pênis e prepúcio. O animal não

apresentou dor à palpação e nem sinais visuais de inflamação, trauma, alterações

de volume ou cicatrizes. Os testículos possuíam formato oval, sem irregularidades

com consistência fibroelástica. Seguindo o exame, foi realizado a inspeção do pênis

e prepúcio, onde a mucosa peniana apresentou-se rósea clara, fina e indolor ao

toque. A coleta de sêmen foi realizada por meio excitação do cão na presença da

fêmea, por estimulação manual do pênis. O processo de ereção ocorreu

normalmente, no entanto, foi detectado redução do sêmen ejaculado. Devido a este

achado, foi realizada a passagem da sonda uretral tamanho 8 sentido à bexiga para

a coleta de uma pequena amostra do conteúdo para analise microscópica. Durante

essa análise foiidentificado a presença de espermatozoides indicando que durante a

ejaculação houve um fluxo retrogrado do sêmen em direção a bexiga. Foi

diagnosticada incontinência urinária ao exame clínico devido ao não fechamento

completo do esfíncter da bexiga e cistite a partir da urinálise. Como exame

complementar ao diagnóstico foi feito a ultrassonografia desde glande do pênis até a

porção cranial da bexiga, com intuito de verificar a presença ou não de obstrução no

trajeto do sêmen durante a ejaculação.

DISCUSSÃO

Existem alguns relatos de ejaculação retrógrada em cães (POST et al., 1992; ROOT

et al., 1993), apesar desta patologia ser pouco descrita na literatura pesquisada.

Existem relatos em outras espécies como bovino (DEBRUYNE,1987; DOOLEY et

al., 1986), carneiro (PINEDA et al., 1987; 1991), gato (DOOLEY et al., 1984; 1991) e

no homem (BARTH, 1990). Post et al. (1992) relataram um caso de ejaculação

retrógrada em um cão macho inteiro de dois anos de idade, de raça pura pastor de

Shetland que foi encaminhado para avaliação reprodutiva. O diagnóstico de

ejaculação retrógrada neste cão foi confirmada pela avaliação microscópica da urina

que mostrou espermatozoides. Há descrito na literatura também por Root et al.,

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(1993), um caso clinico de ER em um cão da raça labrador retriever, macho, de um

ano e sete meses de idade, pesando 31 kg. Ao contrário deste trabalho onde o cão

estudado, apresentava libido e ejaculação, o cão relatado no trabalho de Root et al.,

(1993) o libido do cão era baixo, não conseguia realizar ereção e sem apresentar

sêmen durante a avaliação clínica. No caso relatado por Root et al. (1993) há

concordância nos achados do ejaculado com o presente trabalho onde o cão

apresentou pequeno volume de sêmen no ejaculado, constatando que o cão

Doberman apresentou uma ER parcial e oligospermia. Porém, diferente do trabalho

em questão o relato apresentado por Post et al., (1992) tratou de um caso de

ejaculação retrógrada total, pois não houve presença de espermatozoides

ejaculados, portanto azoospermia.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com os sinais clínicos, exames específicos do aparelho reprodutivo e os

exames complementares realizados neste trabalho, pode-se concluir que o animal

apresentou ejaculação retrógrada parcial, de rara ocorrência, de origem adquirida

devido ao não fechamento completo do esfíncter da bexiga.

REFERÊNCIAS BARTH, V. Retrograde ejaculation as a cause of aspermia following retroperitoneal lymph node excision and the effective use of alpha-sympathomimetic drugs. Z UrolNephrol, v.83, n.3, p.115-119, 1990.

BEAUFAYS, F.; ONCLIN, K.; VERSTEGEN, J. Retrograde ejaculation occurs in the dog, but can be prevented by pre-treatment with phenylpropanolamine: A urodynamic study. Theriogenology, v.70, n.7, p.1057-1064, Oct. 2008. DEBRUYNE, R. Retrograde ejaculation in bulls.VlaamsDiergeneeskTijdschr, v.56, p.472-475, 1987.

DOOLEY, MI.; PINEDA, M.H.; HOPPER, J.G.; HSU, W.H. Retrograde flow of semen caused by electroejaculation in the domestic cat. Tenth International Congress on Animal Reproduction and Artificial Insemination, University of IL, Champaign/Urbana, Brief Communications, 1984; 363 abstr.

DOOLEY, M.I.; PINEDA, M.H.; MAURER, R.R.; LUNSTRA, D.D. Evidence for retrograde flow of spermatozoa into the urinary bladder of bulls during electroejaculation. Theriogenology, v.26, p.101-109, 1986.

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DOOLEY, MI.; PINEDA, M.H.; HOPPER, J.G.; HSU, W.H. Retrograde flow of spermatozoa into the urinary bladder of cats during electroejaculation, collection of semen with artificial vagina, and mating. American Journal of Veterinary Research, v.52, p.687-691, 1991.

GITTLEMAN, J.L.; FUNK, S.M.; MACDONALD, D.W.; WAYNE, R.K. Why varnivore conservation. In: GITTLEMAN, J.L.; FUNK, S.M.; MACDONALD, D.W.; WAYNE, R.K. Carnivore conservation. Cambridge: University press, 2001. p.1-7.

Pineda MH, Dooley MP, Hembrough FB, et al. Retrograde flow of spermatozoa into the urinary bladder of rams.Am J Vet Res 1987; 48: 562- 568. POST, K.; BARTH, A.D.; KIEFER, U.T.; MAPLETOFT, R.J. Retrograde ejaculation in a Shetland sheepdog.Canadian Veterinary Journal, v.33, n.1, p.53-55, Jan.1992. ROOT, M.V.; JOHNSTON, S.D.; OLSON, P.N. Concurrent retrograde ejaculation and hypothyroidism in a dog: case report. Theriogenology, v.41, n.3, p.593–600, Feb.1994.

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ANESTESIA E ANALGESIA EM ASININOS E MUARES

Lorena Meira Silveira, Bruno Silva Freitas, Camila de Jesus Oliveira, Débora Gouveia V. Santos, Guilherme Henrique L. Soares, Laura Martins Braga -

Graduandos em Medicina Veterinária Vanessa Guedes Pereira - Professora Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

[email protected]

INTRODUÇÃO

No Brasil destaca-se a criação de asininos com a finalidade de produção de mulas e burros,

oriundos do seu cruzamento com éguas de raças nacionais. Os muares são animais

híbridos, oriundos do cruzamento entre asininos (Equus asinus) e equinos (Equus caballus)

(CARVALHO, 2011). Este trabalho tem como objetivo revisar na literatura as

particularidades anestésicas de asininos e muares, assim como os principais protocolos

anestésicos utilizados nestas espécies.

METODOLOGIA

Foram pesquisados nas plataformas de busca Scielo e Science Direct, artigos

relacionados ao uso de fármacos anestésicos e analgésicos em asininos e muares.

Para a realização dessa pesquisa foram utilizadas as palavras-chave: Mulas,

anestesia, analgesia, asininos, mures.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os muares e asininos são considerados animais rústicos e resistentes, o que

dificulta a indentificação de dor e doenças, podendo levar a inadequados tratamento,

e o metabolismo dos fármacos nesta especieis não são estudados a fundo. Em

procedientos em estação, medicações pré anestesicas utilizadas em equinos podem

ser usadas com sucesso em asininos e muares (acepromazina com xilazina; xilazina

com butorfanol). Geralmente, mulas precisam de 50% a mais da dose utilizada em

asininos e equinos.para alcançar adequada sedação. Jumentos submetidos a

administraçao de Xilazina (0,6-1mg/kg) por via intravenosa (IV), pode ficar

incoordenação e deitam voluntariamente, podendo realizar a indução anestésica

com estes animas em decubito esternal (HUBBEL et al., 2000). Segundo Matthews

et al., (1994), a anestestesia geral injetavel possui uma variedade de fármacos

podem ser utilizados para indução e manutencao de anestesias. A indução com

cetamina, antecipada por sedação com fámacos da classe alfa2agonista é

frequentemente realizada, no entanto, este farmaco é metabolizado mais rápido em

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asininos e muares, do que em cavalos. O metabolismo acelerado associado a rápida

distribuição da cetamina, resulta em administração de doses maiores e repiques

mais frequentes. Informação relevante especialmente para jumentos miniatura, que

não atingirão o plano anestésico ideal para procedimentos cirúrgicos, se forem

administrados as doses de xilazina e cetamina normalmente utilizadas em equinos.

Bloqueios locais com lidocaina ajudam assegurar a analgesia e administração de

butorfanol em conjunto com estes fármacos, aumentam a analgesia e o estende a

duração da anestesia. Outra opção comumente usada para anestesia é a

combinação Éter Gliceril Guaiacol(EGG)-cetamina-xilazina (GKX). É viável aumentar

a dose de cetamina, pois jumentos são sensíveis a depressão respiratória quando

submetidos à administração de EGG, comparados a cavalos. A indução anestésica

dos muares, pode ser realizada com administração de xilazina (1.6mg/kg IV),

seguido de cetamina (2.2mg/kg IV), e depois a combinação GKX. O Tiopental

(5mg/kg IV) pode ser utilizado sozinho ou em combinação com EGG produzindo

anestesia em asininos e muares com bons resultados. Outros fármacos que podem

ser administrados em asininos e muares são a tiletamina e zolazepam (1.1mg/kg IV),

combinação que promove um período ligeiramente maior de anestesia, e são

recomentados para jumentos em miniatura. O propofol pode ser utilizado para

indução e manutenção de guetos, previamente sedados com xilazina, entretanto,

estes animais devem ser intubados e receber oxigenação, pois apneia e

dessaturação são problemas comuns após o uso do medicamento (MATTHEWS et

al., 1996) Muir & Hubbell (2009) observaram severa bradicardia e hipotensão em

jumentos após indução anestesica geral seguida de anestesia inalatória, estes

animais eram portadores de dores severas de origem ortopédica (laminite crônica,

claudicação grau 5), onde pode ter ocorrido falha na identificação e/ou analgesia

inadequada antes da cirurgia. A monitoração anestésica dos asininos e muares é

semelhante a dos cavalos, com sutis diferenças. Nistagmo, reflexos palpebral e

corneal, e rotação do globo ocular são parâmetros avaliados para monitoração dos

equinos, porém em jumentos não são confiáveis. A monitoração da pressão arterial

invasiva ou não é fortemente recomendada para todas as espécies. A Frequência

respiratória normal dos jumentos é maior que a de cavalos. Miosites pós anestésicas

tem menor incidência em jumentos, comparados a cavalos por possuírem menos

massa muscular. Miosites e miopatias podem ocorrer em muares, cuidados devem

ser tomados com nervos superficiais (facial e radial). A recuperação anestésica de

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asininos é geralmente tranquila, diferente dos equinos, as mulas se assemelham

com a dos cavalos. A analgesia utilizada em cavalos é apropriada para jumentos e

mulas, mas a dose e intervalo devem ser ajustados, e a dor avaliada

frequentemente. Não há diferenças relatadas entre asininos, muares e equinos

utilizando técnica de administração epidural, podendo usar fármacos anestésicos e

analgésicos (SHOUKRY et al., 1975).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar da tendência em tratar asininos e muares da mesma maneira que os

equinos, existem significativas diferenças fisiológicas, comportamentais e respostas

aos fármacos anestésicos, que devem ser levadas em conta para que seja realizada

uma anestesia com sucesso e com o mínimo de estresse.

REFERÊNCIAS CARVALHO, L.E. Características físicas e fecundidade do sêmen de jumentos coletado de forma fracionada e preservado resfriado a 5ºC. Tese de mestrado, Escola de Veterinária, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte-MG, 2011. HUBEELL, J. A. E. Anesthetic, cardiorespiratory, and metabolic effects of four intravenous anesthetic regimens induced in horses immediately after maximal exercise. Vet Res Journal, 2000. MATTHEWS, N. S.; TAYLON, T. S.; SULLIVAN, J. A.; Pharmacokinetics of ketamine in mules and mammoth asses premedicated with xylazine. Equine Vet, v. 26, p.241-243, 1994. MATTHEWS, N. S.; TAYLON, T. S.; SULLIVAN, J. A.; Pharmacokinetics and pharmacodynamics of guaifenesin in donkeys. Vet Surgery, v. 25, p.184, 1996. MUIR, W. W.; HUBBELL, J. A. R. Equine Anesthesia: Monitoring and Emergency Therapy. Saunders Elsevier, p.353-357, 2009. SHOUKRY, M.; SELEH M.; FOUAD K. Epidural anestesia in donkeys. Vet Rec, v.97, p.450-452, 1975.

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ANESTESIA EM CADELAS GESTANTES

Jonara Fernandes de Souza e Carina da Conceição Reis – Graduandas do curso de Medicina Veterinária UNIVÉRTIX

Vanessa Guedes Pereira– Orientadora, Médica Veterinária, Especialista em clínica Cirúrgica de Cães e Gatos-UFV, Mestre em Medicina Veterinária – UFV

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Anestesia, cadelas, gestação.

INTRODUÇÃO

A alta demanda metabólica durante a gestação e no período pós-parto promove

importantes alterações fisiológicas maternas. Como alterações cardiovasculares que

ocorrem durante este período, há aumento do volume sanguíneo materno de 40%

com aumento da frequência cardíaca, aumento do débito cardíaco de 40 à 50% e

elevação da pressão arterial, no entanto, dependendo do decúbito durante o parto,

há compressão da veia cava caudal e aorta abdominal o que pode diminuir o retorno

venoso, o debito cardíaco, o fluxo renal e uterino (RAFFE, 2015). As principais

alterações respiratórias incluem aumento do consumo de oxigênio, com aumento da

frequência respiratória, diminuição da capacidade residual funcional pulmonar,

predispondo essas pacientes à hipoventilação, hipercapnia e hipoxemia (RAFFE,

2015). Em decorrência destas alterações fisiológicas, a paciente gestante apresenta

maior risco anestésico que pacientes não gestante saudáveis (RAFFE, 2015).

Visando aumentar a segurança anestésica para gestantes e filhotes, é importante a

escolha de um anestésico que cause menor depressão cardiovascular e respiratória,

pois uma hipotensão materna leva a uma diminuição do fluxo sanguíneo uterino,

podendo causar hipóxia e morte fetal (ROBERTSON & MOON, 2003; LUZ et al.,

2005). Sendo assim, este trabalho tem como objetivo principal apresentar os

principais fármacos anestésicos indicados e contraindicados na anestesia de

cadelas

gestantes.

METODOLOGIA

Foram pesquisados nas plataformas de busca Scielo e Science Direct, artigos

relacionados ao uso de anestesia em cadelas, além de livros. Para a realização

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dessa pesquisa foram utilizadas as palavras-chave: Cadelas, cesariana,

anestésicos, epidural.

REVISÃO DA LITERATURA

A medicação pré-anestésica em pacientes gestantes é indicada somente para

animais agressivos, irritados e com dor pré-operatória, visando a segurança e o

bem-estar do animal (FANTONI; CORTOPASSI, 2002). A anestesia geral injetável é

de grande importância para realização de procedimentos cirúrgicos, pois ocasiona

depressão do sistema nervoso central, perda da percepção, da consciência,

amnésia e imobilidade (WOUDEN & MILLER, 2001). Os barbitúricos como o

tiopental não são recomendados para a indução anestésica em cadelas prenhes

devido ao fato de serem dose dependente nos fetos e por sua vez aumentam as

chances de depressão respiratória, apesar de não interferirem nas contrações

uterinas da gestante, além de estarem associados aausam grande mortalidade fetal

(SPINOSA et al, 2006). A indução com o Propofol (4,0-6,0 mg/Kg/IV) (MUIR &

HUBBELL, 2001; LAVOR et al, 2004), é o mais indicado para a indução anestésica,

por não provocar efeitos teratogênicos e depressores que inviabilize a vida fetal, não

provoca efeitos excitatórios, causam poucos efeitos sobre o sistema cardiovascular,

apresenta rápida metabolização e recuperação da fêmea e não apresenta efeito

cumulativo (ROBERTSON & MOON, 2003; OLIVA, 2010). O etomidato apesar de

não alterar os parâmetros cardiorrespiratórios da mãe e promover uma rápida

indução anestésica, sendo aconselhado até mesmo para gestantes cardiopatas

(SPINOSA et al., 2006), pode promover efeitos adversos como contrações

musculares involuntárias, excitação e vômitos (CORTOPASSI & FANTONI, 2010).

Além disso, este fármaco não deve ser realizado repiques de doses e infusão

continua, por seu potencial de causar hemólise (GARCIA et al.,2005). Os

anestésicos inalatórios é uma boa indicação para cadelas parturientes, pois

proporcionam uma recuperação mais rápida, mas por outro lado, cuidados devem

ser tomados em relação à profundidade de anestesia da mãe (GABAS et al., 2006).

Uma anestesia profunda pode causar hipotensão na mãe e como consequência a

diminuição do fluxo sanguíneo uterino e acidose do feto (ROBERTSON & MOON,

2003; LUZ et al., 2005). A realização de partos com sevufluorano apresenta boa

segurança para mãe e para o feto, sendo a taxa de mortalidade muito próxima a de

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um parto normal (GABAS et al., 2006). O halotano causa intensa depressão do

sistema nervoso central (SNC) e por este motivo não é um fármaco de escolha para

realização de cesarianas, embora dependa da profundidade e duração da anestesia

e que o quadro do neonato pode se reverter se receber ventilação adequada ao

nascimento (MUIR III & HUBBELL, 2001). O isoflurano por sua vez é um anestésico

de boa escolha por causar pouca diminuição do débito cardíaco (SPINOSA et al.,

2006). Os anestésicos locais possuem a capacidade de bloquear de forma total ou

parcial a condução nervosa do tecido próximo ao local em que foi aplicado

(SPINOSA et al., 2006). É de grande importância e de maior relevância nas

cesarianas, pois evita a exposição dos fetos aos anestésicos, embora necessite de

uma maior sedação da fêmea gestante. Cuidados devem ser tomados para não

ultrapassar a dose recomendada, pois os anestésicos locais podem ultrapassar a

barreira placentário causando depressão miocárdica e respiratória fetal (MASSONE,

2008). Dentre as técnicas de anestesia local para cesarianas em cadelas gestantes,

a epidural lombosacra é a mais indicada (MUIR III e HUBBELL, 2001;

MASTROCINQUE, 2002; LAVOR et al.,2004). A lidocaína a 2% sem vasoconstritor

(5,0 mg/Kg) (MUIR III e HUBBELL, 2001; MASTROCINQUE, 2002; LAVOR et

al.,2004) é um excelente fármaco de escolha, mas a cesariana deve ser realizada de

forma rápida para se evitar altas concentrações séricas que causam a depressão

fetal (MASSONE, 2008). A anestesia local com o uso da bupivacaína 0,5% sem

vasoconstritor (1,5 mg/Kg) (MUIR III e HUBBELL, 2001; MASTROCINQUE, 2002;

LAVOR et al.,2004) tem sido muito utilizada com sucesso nas cesarianas em

cadelas, pois apresentam baixíssimo comprometimento cardiorrespiratório, no

entanto deve ser administrada com cautela, pois pode induzir a vasodilatação e

hipotensão (LAVOR et al., 2004).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante das alterações metabólicas e fisiológicas das fêmeas gestantes, a escolha de

um protocolo anestésico que promova menores alterações materno-fetais, além de

rápida recuperação para mãe é de extrema importância, aumentando com isso a

eficácia e segurança anestésica para estes pacientes.

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REFERÊNCIAS

BUENO, L. M. C et al. Concentração de lactato e glicemia em cadelas e neonatos nascidos de cesariana. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.64, n.6, p.1441-1448, 2012. CASSU, R. N. et al. Anestesia peridural com lidocaína isolada ou associada à clonidina: efeito Cardiorrespiratório e analgésico em cães. Ciência Rural, v.40, n.10, p.2129-2134, out, 2010. DOMENEGHETTI, L. M; MARCHIONI, G.G; CARVALHO, G. D. de. Anestesia em cães neonatos: Revisão de literatura e relato de dois casos. Revista científica de medicina veterinária, Ano XIII, n.25, Julho. 2015. RAFFE, M.R. Anesthetic considerations during pregnancy and for the newborn. In: GRINN, K. A. et al. Veterinary Anesthesia and Analgesia: The Fifth edition of Lumb and Jones. 5 ed. Ames: Blackwell Publishing. 2015. 708 – 722. SIMAS, R. de C. et al. Técnica cirúrgica para cesarianas em cadelas e gatas. Revista Cientifica eletrônica de Medicina Veterinaria, Ano IX, n.18, Jan, 2012. WALLER, S. B. et al. Efeitos colaterais de anestésicos em neonatos de cães e gatos nascidos de cesariana. Acta Veterinaria Brasilica, v.8, n.1, p.1-9, 2014.

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DIABETES MELLITUS EM PEQUENOS ANIMAIS - REVISÃO DE LITERATURA

Letícia Batista Ramos, Marina de Castro Xavier – Graduandas em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice UNIVÉRTIX.

Renata Aparecida Fontes – Farmacêutica Bioquímica Mestre em Ciências Farmacêuticas – Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

[email protected].

PALAVRAS-CHAVE: Diabetes mellitus; Pequenos Animais; Endocrinopatia.

INTRODUÇÃO

A obesidade trata-se de uma condição patológica caracterizada por um acúmulo de

gordura maior que o necessário para otimização das funções do corpo, suficiente

para deteriorá-las e prejudicar a boa saúde e o bem-estar animal (GUIMARÃES &

TUDURY, 2006). Na etiologia, obesidade, vida sedentária e estresse são os

principais fatores (POPPL & GONZÁLEZ, 2005). Com isso, surgem complicações

metabólicas que podem levar ao desenvolvimento de varias enfermidades, dentre as

quais a mais comumente observada na clínica de pequenos animais é a Diabetes

mellitus (DM) (VEIGA, 2007). Segundo Buchaim (2010), a DM é uma das

endocrinopatias mais comuns em pequenos animais podendo ser fatal se não for

diagnosticada e tratada adequadamente. Sendo assim, o objetivo desse trabalho é

realizar uma breve revisão de literatura sobre este distúrbio metabólico que acomete

pequenos animais.

METODOLOGIA

Este estudo constitui de uma revisão de literatura, no qual realizou-se uma consulta

a livros presentes na Biblioteca da Faculdade Univértix – Campus de Matipó MG e

por artigos científicos disponíveis selecionados através de busca nas plataformas

Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS)

referente ao tema.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Analisando os materiais encontrados podemos ver que a DM é uma endocrinopatia

comum em pequenos animais, tratando-se de uma doença endócrina que segundo

Maiochi et al., (2015), caracteriza-se por um aumento crônico dos níveis de glicose

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no sangue devido a um defeito na secreção de insulina, na sua ação, ou em ambas.

São conhecidos dois tipos de DM sendo eles tipo l e ll. O DM tipo l é uma doença

auto-imune na qual anticorpos se desenvolvem contra componentes do pâncreas

endócrino causando falência da célula β (MARCONDES, 2003). Segundo Gomes &

Toledo Pinto (2013) a maior parte dos cães diabéticos apresenta-se com este tipo de

diabetes. A tipo II, ou diabetes mellitus não dependente de insulina, caracteriza-se

por uma resistência à insulina e/ou células β disfuncional. A secreção de insulina

pode ser elevada, baixa ou normal, mas é insuficiente para superar a resistência à

insulina nos tecidos. Esta, por sua vez, é de difícil diagnóstico em cães. Os sinais

clínicos da DM dependem do tipo, grau e das condições precedentes ao início da

insuficiência de insulina (FARIA, 2007). A DM ocorre mais frequentemente em

fêmeas caninas e machos felinos (HARVEY & SCHAER, 2014). Os sinais clínicos da

DM são poliúria, polidpsia, polifagia, perda de peso, hiperglicemia de jejum

persistente e glicosúria (OLIVEIRA et al., 2011). A maioria dos pacientes é obesa.

As fêmeas com esta condição são predispostas ás infecções do trato urinário

ascendente, sendo que aproximadamente 25% a 50% das fêmeas diabéticas

apresentam cistite bacteriana (FARIA, 2007). Para diagnóstico da DM inicialmente

deve ser avaliada a presença dos sinais clínicos. Além disso, é essencial a

realização de exames específicos como o hemograma, o perfil bioquímico e

urinálise. Em felinos pode ser realizada a dosagem de frutosamina para

complementar demais exames (MORAES et al., 2011). A presença de glicose na

urina, com ou sem corpos cetônicos, associada ao teor sanguíneo de glicose acima

de 250mg/dL em condição de repouso, com hipercetonemia, é achado comum.

Dosagem de eletrólitos e testes de função renal podem indicar alterações (em

particular hipocalcemia); pode haver elevação da atividade sérica de fosfatase

alcalina devido à infiltração de gordura no fígado (HARVEY & SCHAER, 2014). Se a

DM não for adequadamente tratada pode levar a morte. O objetivo inicial do

tratamento é a eliminação dos sinais clínicos do diabetes observados pelo

proprietário. A persistência dos sinais clínicos e o desenvolvimento de complicações

ou cronicidades do quadro estão diretamente relacionados com a gravidade e a

duração do estado hiperglicêmico (NELSON & COUTO, 2010). A terapia inicial é

diferente para cada tipo de apresentação da DM. A finalidade terapêutica é

restabelecer a homeostase normal do metabolismo de proteínas, lipídios e

carboidratos (FARIA, 2007). Para o tratamento é imprescindível a realização de

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dieta, exercícios físicos, a utilização de insulina ou hipoglicemiantes orais.

Atualmente também é descrita a utilização da homeopatia juntamente com os

tratamentos convencionais, com expectativa de diminuir os sintomas e garantir uma

melhor qualidade de vida para o animal (BARROS, 2006). Em algumas situações

utilização de insulina pode ser dispensável. Este fato se da, pois as células β não

perdem totalmente sua função (OLIVEIRA, 2003). As dietas de uma forma geral

devem incluir alimentos enlatados e rações conglomeradas e desidratada, contendo

carboidratos complexos, fibras insolúveis (para diminuir a absorção de glicose pelo

intestino) e assim conter a glicemia do animal (BARROS, 2006). Fatores como

idade, tipo e tempo de diagnóstico da DM, controle metabólico, obesidade e

hipertensão arterial são importantes quanto ao risco desta complicação. Já os

fatores como senilidade, temperamento e presença de doenças concorrentes como

uma neoplasia determinaram escolha entre o tratamento ou eutanásia (FARIA,

2007). A atitude e a disponibilidade do proprietário devem ser considerados para um

tratamento bem sucedido, tendo a DM como um prognóstico reservado. Segundo

Cook (2012) o manejo bem sucedido ao paciente é amplamente definido pela

manutenção de um peso corporal estável e melhora dos sinais clínicos, tais como

polidipsia, poliúria e polifagia juntamente com a prevenção de cetose ou

hipoglicemia.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante dos dados obtidos podemos considerar a importância do conhecimento da

DM, suas causas, fatores predisponentes, prevenção, diagnóstico diferencial e

prognóstico. O tratamento terá sucesso não só pelo trabalho e manutenção do

médico veterinário, mas também pela devida conscientização do proprietário.

Lembrando que não existem métodos profiláticos para a DM, mas recomenda-se

dieta balanceada e exercícios físicos regulares.

REFERÊNCIAS

BARROS, E.M. Diabetes mellitus canino. Pós-graduação “lato sensu” em clínica médica e cirúrgica em Pequenos animais, Universidade Castelo Branco. Campo Grande, 2006.

BUCHAIM, V.M.; BETTINI, C.M. Eficácia da insulina glargina no tratamento da diabetes mellitus tipo l em cães. Anais Eletrônico. Disponível em

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ESPOROTRICOSE- REVISÃO DE LITERATURA

Janaína Geralda Vieira Lage, Richelle Fernandes Lima Costa Alves, Isabella Araújo Moreira Alves,Thais dos Reis Fonseca - Graduandas em Medicina

Veterinária- Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX. Hélio Augusto Chicareli Gomes-Graduado em Medicina Veterinária- Faculdade

Vértice-UNIVERTIX. Bruna Medeiros Panciere- Graduada em Medicina Veterinária – FACASTELO. Vanessa Guedes Pereira- Graduada em Medicina Veterinária Especialista em

Clínica e Cirurgia de Cães e Gatos - Mestre em Medicina Veterinária - Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

[email protected]

PALAVRAS- CHAVE: Zoonose; Micose; Esporotricose A esporotricose é uma infecção fúngica sendo causada pelo fungo

Sporothrixschenckii, sendo classificada uma zoonose, o homem em contato com o

animal infectado pode adquirir a doença. Tanto nos animais quanto no homem, a

doença em grande parte se manifesta como uma infecção à pele e ao tecido celular

subcutâneo (NUNES & ECOSTEGUY, 2005). Ofungo da esporotricose é localizado

em vegetais, áreas de pouca higienização e dejetos orgânicos, a doença pode ser

encontrada através de feridas no contato com terras ou áreas infectadas,

contribuindo para a fecundação do fungo no tecido subcutâneo e originar a

enfermidade. Dessa forma, o objetivo desde trabalho é avaliar uma breve discussão

sobre a esporotricose, para isso foram buscados trabalhos em artigos e livros para

definição da esporotricose. A esporotricose pode afetar variadas espécies de

animais e já foi diagnosticado em equinos, cães, felinos, bovinos, suínos, camelos,

primatas e no homem. No cão, a esporotricose é incomum a rara, sendo mais

comuns as dermatofitoses causadas por Microsporum canis, M. gypseum e

Trichophytonmentagrophytes (PAIXÃOet al., 2001; MORIELO, 2004).Clinicamente,

animais doentes apresentam lesões no dorso do tronco e na cabeça, sendo que as

extremidades podem estar concomitantemente afetadas; estas lesões se

caracterizam por formações circulares, elevadas, com alopecia e crostas, em grande

número com ulceração central, e no caso de disseminação da doença, podem estar

presentes anormalidades oculares, neurológicas e linfáticas (NUNES &

ECOSTEGUY,2005).O diagnóstico da esporotricose se relaciona na história, no

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exame físico, no exame citopatológico da ferida porpunção aspirativa por agulha

fina, no exame histopatológico e imunohistoquímico da área acometida, no entanto a

cultura fúngica com posterior identificação do fungo é o método eletivo e definitivo

para diagnóstico desta doença (ROSSI et al., 2013). A confirmação diagnóstica é

feita com o isolamento do S. schencki em meio de culltura a 25°C seguido de estudo

morfológico macroscópico e microscópico (NELSON & COUTO, 2006). Para o

tratamento da esporotricose, as drogas de escolha são os iodetos inorgânicos

(Iodeto de potássio, iodeto de sódio), cetoconazol e itraconazol. O itraconazol (5

mg/Kg/dia) e ocetoconazol(10 a 30 mg/Kg/dia) relatam resultados efetivos para

doenças fúngicasde cães e gatos,lembrando que o animal que estiver submetido a

tratamento com esses fármacos deve ser avaliado dosagens de enzimas hepáticas

para monitoramentoe detecção rápida á toxidade. O prognóstico da doença se

classifica de favorável a bom. A esporotricose por ser classificada como uma doença

de alto risco para a saúde pública deve ser tomada medida efetiva para o

diagnóstico e cuidados na manipulação do animal, como por exemplo, o uso de

luvas de procedimento para o contato com os animais infectados. Além disso, após

a confirmação da doença, o animal deverá ser isolado para tratamento até haver a

cicatrização completa das feridas apresentadas. Estas medidascontribuem para que

humanos e outros animais não adquira a zoonose.Concluímos que esporotricoseé

uma zoonose causada pelo fungo dimórfico Sporothrixschenckii. Sendo importante o

diagnóstico rápido e preciso para evitar transmissão ao homem. Para isso, deve ser

realizado exame histológico das lesões cutâneas e cultura fúngica. Apesar do

prognóstico favorável da doença, o tratamento deve ser realizado de modo eficaz e

somente ser suspenso após a cura clínica do animal.

REFÊRENCIAS LARSSON, C. E. Esporotricose. Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo.BrazilJournalVeterinay Revista Animal Scienc, São Paulo, v. 48, n. 3, p. 250-259, 2011. MARQUES, S. A.; FRANCO, S. R. V. S.; CAMARGO, R. M. P.; DIAS, L. D. F.; HADDAD júnior, V.; FABRIS, V. E.;Esporotricose do gato doméstico (feliscatus): Transmissão humana. Revista. Inst. Med. Trop. São Paulo,1993, vol.35, n.4, pp.327-330. 35(4):327-330,1993.

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OCORRÊNCIA DE TUBERCULOSE EM BOVINOS ABATIDOS EM UM ESTABELECIMENTO SOB SERVIÇO DE INSPEÇÃO FEDERAL NA ZONA DA

MATA MINEIRA (2007 a 2013)

Thais dos Reis Fonseca; Isabella Araújo Moreira Alves; Camila Sampaio; Cinthia Genelhu; Ellen Silvia Gomes; Sâmela Carine de Araújo Braga; –

Graduandas em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Letícia Ferreira da Silva – Graduada e Mestre em Medicina Veterinária –

Professora do curso de Medicina Veterinária da FaculdadeVértice – UNIVÉRTIX. [email protected]

Área do conhecimento: (5) Ciências Agrárias

PALAVRAS-CHAVE:Inspeção de carnes; Mycobacterium bovis, saúde pública, zoonose. INTRODUÇÃO

A tuberculose bovina, transmitida pelo Mycobacterium bovis, é uma doença

infectocontagiosa crônicade abrangência mundial eque, além de atingir os

animais,também é considerada uma zoonose (FIGUEIREDO et al., 2010). Trata-se

de uma doença que se constitui em um importante problema de saúde pública e

médico veterinário, em decorrência dos prejuízos econômicos para os produtores e

para a indústria da carne (FURLANETTO et al., 2012). A importância econômica

atribuída à doença em bovinos se dá em consequência de perdas resultantes da

morte dos animais, da queda na produção de carne e leite (redução de 10 a 25%),

do descarte precoce e, principalmente, em decorrência do julgamento e destinação

de carcaças acometidas durante o abate (MURAKAMI et al., 2009); uma vez queo

Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal, do

Serviço de Inspeção Federal, determina critérios de rejeição parcial, aproveitamento

condicional e condenação de carcaças acometidas, segundo sua condição

anatomopatológica (BRASIL, 1952).É caracterizada pelo desenvolvimento

progressivo de lesões nodulares denominadas tubérculos, que podem se localizar

em qualquer órgão ou tecidodo animal infectado (LAGE et al., 2006). O diagnóstico

da tuberculose bovina nos matadouros-frigoríficos é realizado durante a rotina de

inspeção post mortem,com base nas observações dessas lesões típicasem carcaças

eórgãos (PINTO et al., 2004).Os tubérculos geralmente são firmes, com centro

caseoso e, quando calcificados, rangem ao corte com faca durante a inspeção, no

entanto, os grandes nódulos as vezes se apresentam, também, como abscessos de

pus espesso(RODRIGUESet al., 2008). Portanto, em consequência dos prejuízos

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econômicos e riscos à saúde pública, foi implantando, pelo Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento, o Programa Nacional de Controle e Erradicação de

Brucelose e Tuberculose, visando inicialmente a redução da prevalência e posterior

erradicação dessas doenças no rebanho brasileiro (BAPTISTA et al., 2004;

FURLANETTO et al., 2012). A tuberculose, no entanto, continua sendo a principal

zoonose diagnosticada em estabelecimentos de abate de bovinos, ao lado da

cisticercose (PINTO, 2014), apresentando prevalência de 0,7% em matadouros-

frigoríficos de Minas Gerais no período de 1993 a 1997 (BAPTISTA et al., 2004).

Dada a importância econômica e sanitária da doença em questão, e a inexistência

de dados oficiais atualizados sobre a prevalência da tuberculose bovina no Brasil

(FURLANETTO et al., 2012),torna-se necessário a monitorização dos casos para o

conhecimento da realidade regional. Sendo assim, o objetivo deste trabalho será

determinar a prevalência da tuberculose bovina e os prejuízos resultantes da

condenação de carcaças acometidas, entre os anos de 2007 a 2013, em um

matadouro-frigorífico sob Serviço de Inspeção Federal (SIF) localizado na Zona da

Mata Mineira.

METODOLOGIA

Será realizado um estudo retrospectivo, através de um levantamento de dados, em

um matadouro-frigorífico sob SIF localizado na região da Zona da Mata mineira,

mediante aprovação do estabelecimento. Para isto, serão utilizadas, como fontes de

informação, fichas relativas ao movimento mensal de abate de bovinos e de causas

de apreensão e destinação de carcaças bovinas, no período compreendido entre

janeiro de 2007 a dezembro de 2013. Os dados serão analisados para posterior

cálculo das taxas de prevalência anuais e de período. A análise de regressão linear

da ocorrência da tuberculose bovina ao longo dos anos, será realizada no programa

SigmaPlot 13.0.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Trata-se de um projeto em andamento, em fase de levantamento bibliográfico. Os

dados da rotina de abate ainda serão fornecidos pelo matadouro-frigorífico em

questão, para posterior análise e discussão dos resultados.

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HIPOCALCEMIA PUERPERAL EM CADELA ATENDIDA NO HOSPITAL ESCOLA UNIVÉRTIX DE MATIPÓ - MG

Raquel Garcia Lima Rodrigues, Suelen Martins Romualdo, Gabriel Ribeiro

Fernandes, Cinthia Genelhu Silva - Graduandos em Medicina Veterinária - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

Mayara Cristini Ferreira de Aguiar – Mestre em Ciências Veterinárias. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Hipocalcemia, puerperal, cadela, tratamento.

INTRODUÇÃO

A tetania puerperal, ou hipocalcemia puerperal, é uma doença metabólico nutricional

caracterizada pelo desequilíbrio da concentração plasmática de cálcio (Ca) no

sangue (NETO et al., 2011), como consequência das exigências da mineralização

do esqueleto fetal e da lactação (FRANÇA E DIAMANTINO, 2013), Outra causa

pode ser pela atrofia da glândula paratireoide, devido dieta ou suplementos

inadequados (NELSON e COUTO, 2010), O PTH (paratormônio), que é secretado

por esta glândula, é essencial para a realização da homeostase do cálcio, tendo

como principal função manter a concentração sérica de minuto a minuto (SIMÕES,

2013). A hipocalcemia puerperal é uma doença que ocorre mais nas raças pequenas

e excitáveis de cães, como chihuahuas, poodles toy e pequenos terriers, de uma a

três semanas após o parto (FRASER, 1996). Os sintomas de hipocalcemia em

animais de pequeno porte são variáveis e ocorrem quando a concentração sérica de

cálcio for inferior a 6,5 miligramas por decilitro (mg/dL) (ETTINGER e FELDMAN,

2014). Segundo Bichard e Sherding, (2013) considera-se hipocalcemia quando a

concentração sérica de cálcio total é <8,5 a 9 mg/dL ou o teor de cálcio ionizado é

<5 mg/dL em cães. A hipocalcemia pós parto acomete em sua grande maioria

bovinos leiteiros de alta produção (SCHENKEL, 2013). Sendo escassos os relatos

encontrados sobre cadelas.

RELATO DE CASO

Uma cadela foi atendida no Hospital Veterinário Escola Univértix no dia 04-03-2016,

com peso de 5 (cinco) quilos, da raça poodle, com idade desconhecida, com queixa

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de tremores, distensão e rigidez de todos os membros. Foi constatado ao exame

físico: tetania, taquipnéia, taquicardia, hipertermia (41,9 °C), injeção conjuntival e

mucosa ocular hipercorada. Segundo relato do proprietário a cadela havia parido à

39 dias e os filhotes demonstravam-se robustos e com apetite. Ou seja, a cadela

apresentava-se em lactação. Mediante histórico e sinais clínicos logo pode-se

suspeitar de que se tratava de um quadro de hipocalcemia. Foi coletada amostra

sanguínea para realização de hemograma completo. A única alteração encontrada

no hemograma foi um aumento na contagem de plaquetas no valor de: 675x109/L. O

tratamento foi instituído imediatamente, sendo administrados: fluidoterapia com

ringer lactato por via intravenosa (IV) com frequência de uma gota por segundo,

gluconato de cálcio a 10% na dose de 60 mg/kg (miligramas por quilo) em infusão

lenta, dipirona na dose de 25mg/kg, com redosagem de 30 mg/kg. Foi utilizada a

aplicação de compressas geladas na face interna dos membros, região abdominal e

ventral do pescoço. A hipertermia foi controlada, a rigidez dos membros se desfez

gradativamente, frequência cardíaca e respiratória também voltaram aos seus

valores de referência normais após 2 horas de tratamento.

DISCUSSÃO

A hipocalcemia tem um efeito excitatório nas células nervosas (WIEBE e HOWARD,

2009). Tremores, fasciculações, tetania, espasmos musculares, esfregação facial e

alterações da marcha (rigidez e ataxia) ocorrem devido a maior excitabilidade

neuromuscular, que justifica a apresentação clínica do animal no caso relatado.

Alterações de comportamento como inquietação, agressividade, respiração

ofegante, hipersensibilidade aos estímulos e desorientação são achados frequentes.

Nota-se bradicardia, hipertermia, poliúria, polidipsia e vômito (BICHARD e

SHERDING, 2013). Segundo Ettinger e Feldman (2010) os sintomas agravam para

espasmos musculares Tônico-clônicos, febre, taquicardia, miose, convulsões e

morte. Neste relato, foram constatados os sinais clínicos característicos, verificado o

histórico e instituído o tratamento, antes da obtenção dos resultados laboratoriais. O

diagnóstico da hipocalcemia puerperal é baseado nos sinais clínicos, anamnese e

concentração de cálcio no sangue (MOURA, 2015) e na resposta ao tratamento

(OLIVEIRA, 2012). Neste caso não foi feita a dosagem sérica de cálcio, pelo fato de

o tratamento ter sido instituído imediatamente. Como os sinais clínicos numa fêmea

em pós-parto são bem característicos, o tratamento é iniciado antes da confirmação

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laboratorial ou até mesmo sem a mesma, a qual é necessária em um animal pré-

parto (NELSON e COUTO, 2010). O tratamento consiste na administração

intravenosa lenta de solução de gluconato de cálcio a 10%, até obtenção do efeito

(NELSON e COUTO, 2010). Segundo Bonagura e Twedt (2008) a dose de gluconato

de cálcio a 10% é de 0,22 a 0,44 ml / kg. Apesar de a dose indicada na literatura ser

de até 0,44ml, a dose exigida pelo animal para a obtenção de efeito foi

significativamente maior. A administração deve ser feita em combinação com

ausculta cardíaca minuciosa ou eletrocardiograma. O aparecimento de bradicardia e

arritmias durante a administração de cálcio IV indica que deve ser interrompida o

quanto antes (BONAGURA e TWEDT, 2008). No presente caso não houve alteração

cardíaca. A recuperação total ou desaparecimento dos sinais clínicos ocorre com

poucos minutos de tratamento IV (BONAGURA e TWEDT, 2008). O cálcio deve ser

diluído em solução salina e administrado na forma de gotejamento contínuo via IV,

para manter a concentração sérica de cálcio normal (BICHARD e SHERDING,

2013). Mas nesse caso não foi feito devido à recusa do proprietário em internar o

animal. A trombocitose é um aumento na contagem de plaquetas além dos valores

de referência (ETTINGER e FELDMAN, 2014). O número de plaquetas circulantes

varia discretamente entre as espécies, ficando em torno de 200-400 x 109/L (KERR,

2003). A trombocitose secundária pode ser fisiológica, como na mobilização de

plaquetas do baço e do pulmão induzida pelo exercício e pela adrenalina

(ETTINGER e FELDMAN, 2014). O fator estresse pode ter sido a causa da

trombocitose constatada no hemograma, consequência da descarga de adrenalina,

devido os sinais clínicos apresentados pelo animal.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante deste relato de caso, pode-se observar que o animal em tal condição

necessita de tratamento imediato devido aos sinais clínicos apresentados. O

diagnostico para hipocalcemia puerperal se trata principalmente da anamnese e dos

sinais clínicos característicos. Iniciar o tratamento antes mesmo dos resultados

laboratoriais é de fundamental importância por se tratar de um quadro emergencial.

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AVALIAÇÃO DE BETA-HIDROXIBUTIRATO PARA DIAGNÓSTICO DE CETOSE SUBCLÍNICA EM VACAS DE ALTA PRODUÇÃO

Joao Pedro Mendes de Almeida, Nathan Vinicius de Souza Guimaraes, Daniele de Souza Campos, Marcos Augusto Azevedo Júnior, Rafael Faria Arruda

Soares, Rhaí Basilato Campos - Acadêmicos do Curso de Medicina Veterinária. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX

Paulo Cesar Amorim – Professor Especialista da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Beta-hidroxibutirato, cetose subclínica, vacas de alta produção.

INTRODUÇÃO

A cetose é uma patologia metabólica que acomete vacas de leite, gerando um

grande impacto sobre a saúde e produtividade dos animais. Esta doença é definida

como uma desordem no metabolismo de carboidratos ocasionando um aumento nos

níveis de corpos cêtonicos na corrente sanguínea e acomete principalmente vacas

de alta produção (SOUZA et al., 2015). O período de transição compreende o

intervalo entre 20 dias antes do parto e 20 dias após o parto e representa um grande

desafio em função das alterações hormonais e metabólicas. Nesta fase há um

aumento expressivo na demanda de nutrientes, para produção de leite associado ao

baixo consumo de matéria seca (CMS) (ALVARENGA et al., 2015). Com isso há

insuficiente aporte de nutrientes o que induz a mobilização de tecido adiposo

(RABELO & CAMPOS, 2009). O déficit energético entre a energia ingerida através

dos alimentos e a energia utilizada pelo organismo para manutenção e produção

caracteriza o balanço energético negativo (BAUMGARD et al., 2006). Esta patologia

pode ser classificada como clínica ou subclínica e como primária ou secundária

segundo a origem, a prevalência, o curso da doença e os sinais clínicos (CAMPOS

et al., 2005). O diagnóstico laboratorial da cetose é baseado na determinação de

corpos cetónicos no sangue, na urina ou no leite. Em função de sua solubilidade no

plasma, eles são filtráveis e passam facilmente para a glândula mamária. O aceto

acetato e a acetona são muito voláteis e por isto, os testes que demandam mais

tempo devem ser específicos para beta-hidroxibutirato (BHB) (ALVARENGA, 2013).

O BHB é o principal corpo cetônico e pode ser mensurado no sangue. Níveis de

BHB inferiores a 1,2 mmol/L são considerados normais em vacas de alta produção.

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Valores entre 1.2 e 3 mmol/L são indicativos de cetose subclínica. (CAMPOS et al.,

2005). Em função dos prejuízos relacionados a esta doença nos rebanhos leiteiros,

esse trabalho tem como objetivo avaliar a prevalência de cetose subclínica em vacas

de alta produção bem como as consequências relacionadas a esta patologia.

METODOLOGIA

A pesquisa atuará em propriedades leiteiras visando identificar animais de risco para

cetose subclínica. Amostras de sangue serão coletadas por venopunção jugular e

avaliadas em aparelho portátil optium xceed utilizando fitas de cetonas para

determinação de BHB. Será considerado cetose subclínica animais com níveis de

BHB superiores a 1,2 mmol/L. Para auxiliar na interpretação dos dados, será

aplicado um questionário com o objetivo de avaliar a alimentação, produção de leite

e outras patologias que podem estar associadas a cetose.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Este trabalho ainda se encontra na fase de levantamento bibliográfico, não

apresentando com isso parte pratica já desenvolvida. A realização das avaliações

nos animais susceptíveis terá inicio no mês de novembro de 2016.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando o impacto da cetose subclínica nos rebanhos leiteiros de alta

produção é fundamental a identificação dos animais com esta afecção visando

estabelecer medidas preventivas nos rebanhos avaliados.

REFERÊNCIAS

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SOUZA, C. R; SOUZA, R. C.; ZAMPIROLLI, F, B.; F. B; SOUSA, B. M. Prevalência e Concentração de Corpos Cetonicos de Vacas Leiteiras em Sistemas Intensivos de Produção de Leite em Minas Gerais. Anais: XI Congresso Brasileiro e XVII Congresso Latinoamericano de Buiatria. 2015. RABELO, E.; CAMPOS, B. G. Fisiologia do Período de Transição. Zootecnia – UFMG. p.13. Apostila. 2009.

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UTILIZAÇÃO DE Solanum lycocarpum NO COMBATE DO RHABDITIS O CAUSADOR DE OTITE EM GIR LEITEIRO

Humberto Alves de Lima, Vinícius Rodrigues Ferreira, Bruno Silva Freitas e Jânio Ricardo Alves Filho – Graduandos em Medicina Veterinária - Faculdade

Véttice – UNIVÉRTIX. Renata Aparecida Fontes – Graduada em Ciências Farmacêuticas, Farmacêutica

Bioquímica, Mestre em Ciências Farmacêuticas da Faculdade Vértice. Rogério Oliva Carvalho – Graduado em Medicina Veterinária, Mestre Doutor em

Medicina Veterinária. Professor do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: fruta do lobo, rhabditiose, terapia, bovino. A produção de leite é considerada a característica mais importante em programas de

melhoramento genético. No entanto, a ênfase dada somente à produção pode afetar

negativamente algumas características funcionais como fertilidade e resistência a

doenças (WALL et al., 2005; PEREZ- CABAL et al., 2006). De acordo com a

ABCGIL (2012) a raça Gir passa por um período acelerado de desenvolvimento,

visto que a pecuária leiteira nos países tropicais requer opções que permitam uma

exploração mais eficiente dentro da realidade econômica e ambiental, sendo que a

raça Gir se encaixa perfeitamente nessa situação. Em 2010 a raça comercializou

mais de 691.000 doses de sêmen no Brasil, o que representou cerca de 48% do

total de sêmen produzido no país para leite e mais de 15% do total comercializado

para este fim (ASBIA, 2010). A raça mesmo sendo resistente a parasitas possui as

suas particularidades, como por exemplo, susceptibilidade a uma parasitose

conhecida como otite de gir leiteiro ou então rhabditiose, a qual o agente etiológico

da doença é um nematoide de vida livre o Rhabditis spp. (LEITE, 2010). A otite

parasitária tem consequências econômicas bastantes acentuadas, tornando o

tratamento cada vez mais oneroso, com medicamentos e manejo. Existem vários

protocolos terapêuticos que ainda são extremamente questionados a respeito de sua

eficácia, pois vários deles não apresentam resultados satisfatórios (VIEIRA et al.,

2001; PITOMBO, 2006; ABDALLA et al., 2008). Dessa forma, este trabalho tem

como objetivo avaliar o efeito in vitro da Solanum lycocarpum (fruta lobeira ou fruta

do lobo) contra Rhabditis spp. O projeto está em fase de preparação para o

desenvolvimento da parte prática. O experimento será realizado em Matipó-Mg na

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instituição UNIVERTIX, a coleta do parasito será realizada através do swab

diretamente da orelha dos animais infectados. Após a coleta, o material será levado

para o laboratório de parasitologia da instituição, todo material passará por um

processo de depuração com solução fisiológica, em seguida, os parasitos (Rhabditis

spp.) serão cultivados em Ágar sangue. Serão extraídos substratos dos frutos, os

quais serão desidratados, triturados e armazenados em frasco âmbar. Os parasitos

serão divididos em 4 grupos, três grupos serão submetidos ao tratamento, e um

grupo controle com solução fisiológico. Após 24 horas da aplicação da solução, será

avaliada a eficácia do composto através da contagem de Rhabditis spp. mortos com

o auxilio de um microscópio esterioscópio. Este estudo se faz importante levando em

consideração o valor do gado gir no rebanho brasileiro e os prejuízos causados por

este agente etiológico em vista que, as características do conduto auditivo desta

raça provém do próprio melhoramento genético que preconiza a produção leiteira.

Sendo que os protocolos terapêuticos empregados não tiveram resultados

satisfatórios.

REFERENCIAS:

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ASPIRAÇÃO FOLICULAR GUIADA POR ULTRASSONOGRAFIA: REVISÃO DA LITERATURA

José Camilo Vaz Pedrosa, Jeann Pedro Cordeiro e Silva- Acadêmicos do curso

de Medicina Veterinária –UNIVÉRTIX. Vívian Rachel de Araújo Mendes–Doutoranda em Medicina Veterinária –

Professora da Faculdade Vértice –UNIVÉRTIX.

[email protected]

PALAVRAS- CHAVES: Biotecnologia, Embrião, Bovino

O agronegócio brasileiro tem como destaque a bovinocultura (RUNPF, 2007). A

importância deste setor desperta o interesse de pesquisadores em buscar novas

biotecnologias para o melhoramento genético e aproveitamento destes animais

(FONSECA et al., 2001). A pioneira das técnicas foi a inseminação artificial (IA)

permitindo a proliferação do material genético dos reprodutores (DODE e RUMPF,

2002). Na sequência, a transferência de embrião (TE) com aproveitamento de

fêmeas de alto valor genético. Com o desenvolvimento da técnica de aspiração

folicular transvaginal guiada por ultrassom (ovum pick up - OPU) em doadoras

potenciais, o processo de produção in vitro de embriões (PIVE), gerou um avanço na

multiplicação de descendentes por animal (RUMPF et al., 2000). A OPU vem sendo

utilizada desde 1988 (KRUIP et al.,1994) com intuito de melhorar a recuperação de

ovócitos chegando ao maior número de embriões produzidos por animal. Com a

monta natural ou a (IA), levando-se em conta o período de gestação e involução

uterina, só é possível obter uma gestação ao ano, enquanto na OPU-PIVE o

aproveitamento pode chegar a 1 embrião por semana (KRUIP et al.,1994). Esta

biotecnologia possibilita o maior aproveitamento de ovócitos, uma vez que as

fêmeas de bovinos possuem cerca de 500 mil folículos nos ovários os quais todos

tem o potencial de chegar a dominância, mas ainda sem exercê-la. O que defini este

evento será o crescimento do folículo dominante até aproximadamente 8,8 mm de

diâmetro, ocorrendo maior produção de estradiol e inibina fazendo que os

subordinados entrem em atresia. Assim, apenas uma pequena parte destes folículos

irão ovular (GINTHER et al., 2003), o que irá depender de alguns eventos como

tamanho do folículo (LONERGAN et al.,1994; HENDRIKSEN et al., 2000), período

do ciclo estral (MACHATKOVA et al., 1996), atresia da maior parte dos folículos da

onda folicular que irá auxiliar o folículo dominante (HAGEMANN, 1999). Os folículos

aspirados na OPU podem estar em diferentes momentos da onda folicular, o que

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poderá interferir diretamente na produção de embriões (WIT et al., 2000). Existe

também uma grande influência em relação a raça da doadora, as fêmeas Bos taurus

taurus possuem em média 2 a 3 ondas foliculares enquanto os Bos taurus indicus

possuem 3 a 4 ondas foliculares e ainda exibem um maior número de folículos

recrutados a cada onda folicular comparado às Bos taurus taurus, o que fazem que

estas fêmeas de origem zebuína tenham um melhor resposta na OPU (BARUSELLI

et al., 2007). Além destes fatores, o desempenho individual de cada doadora reflete

um número diferente de ovócitos recuperados mesmo tratando-se de animais de

uma mesma raça (BONI et al.,1997). A idade, escore de condição corporal (ECC),

utilização de hormônios e também fatores relacionados à técnica como mobilização

não suficiente para o procedimento, ausência de habilidade do aspirador, tipo e

formato do transdutor, intensidade do vácuo, tipo de agulha para punção, podem

interferir na eficiência da técnica (BOUSQUET et al., 2000; BOLS et al., 2004;

SENEDA et al., 2005). Na OPU pode ser utilizados animais na fase de puberdade,

com anomalias adquiridas no aparelho reprodutivo e vacas gestantes até o terceiro

mês de gestação (GIBBONS et al., 1994). A OPU é uma fase que está relacionada

com o resultado final de todo o processo de produção de embriões, portanto, deve

se ter o conhecimento e bom desempenho na realização da técnica visando o

melhor aproveitamento e consequentemente melhores resultados (SENEDA et al.,

2005).

REFERENCIAS

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AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE LEITE: UMA REVISÃO DA LITERATURA

Israel Viana Amaral, Pamella Felipe Silva Benevides, Thais Monteiro Viana, Rafaela de Souza Pena Serra, Eliza Frances do Nascimento Vieira, Jamily de Oliveira Horst - Graduandos em Medicina Veterinária - Faculdade

Vértice – UNIVÉRTIX.

Leandro Silva de Araújo- Graduado e Mestre em Medicina Veterinária. Professor de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

[email protected]

PALAVRAS CHAVE: Qualidade microbiológica do leite, leite cru refrigerado, análise do leite. INTRODUÇÃO No Brasil, o leite é um dos alimentos de consumo diário da população que trazem

benefícios a saúde. Possui ótimo valor nutricional, sendo fonte de nutrientes

essenciais à alimentação humana, apresentando alto teor de proteínas, gorduras e

sais minerais. Por se tratar de um produto perecível, merece atenção especial na

sua produção (DOMARESKI et al., 2010). Em certas regiões do Brasil, o leite é

obtido em condições higiênico-sanitáriasprecárias que geram a presença de micro-

organismos acima do limite da Legislação da Normativa 51(BRASIL,2002). Os

cuidados de higiene, manipulação e transporte do leite influenciam diretamente na

sua qualidade microbiológica e de seus derivados,sendo assim considerado de

importância à Saúde Pública, pois pode oferecer riscos à saúde do

consumidor(GIOMBELLI et al., 2011). Os principais microrganismos encontrados no

leite pertencem ao grupo dos coliformes termotolerantes, coliformes totais, mesófilos

aeróbios e psicrotróficos (SILVA et al.,2010). Estes, são os principais causadores de

alterações físico-químicas no leite, produzindo ácido lático a partir da lactose ou

causando danos a caseína e aos triglicerídeos a partir de suas enzimas proteolíticas

e lipolíticas, colaboram para a diminuição da qualidade e vida de prateleira do

produto e seus derivados (GIOMBELLI et al., 2011). Além do método de coleta e

manipulação, as condições de armazenamento do leite fresco influenciam na sua

contaminação, um dos métodos para minimizar a multiplicação microbiana é a

refrigeração imediata após a ordenha, dificultando a multiplicação dos micro-

organismos mesófilos, maioria dos contaminantes. Entretanto em baixas

temperaturas pode ocorrer a proliferação de outro grupo de micro-organismo, os

psicrotróficos, que são capazes de se desenvolver em temperaturas de refrigeração,

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por este fato é obrigatório o recolhimento do leite refrigerado pelos caminhões

isotérmicos em até 24h (DOMARESKI et al., 2010). Dessa forma, o objetivo deste

trabalho é analisar a qualidade do leite e os principais micro-organismos presentes

no mesmo.

METODOLOGIA

Nesta pesquisa foi realizado um levantamento de estudos publicados sobre a

avaliação microbiológica do leite, relacionados à quantidade de micro-organismos

presentes do mesmo e alteraçõesna qualidade do produto e seus derivadosque

trazem prejuízos econômicos e à saúde publica. Foi realizada uma busca nas

plataformas Scielo, e Science Direct, e foram utilizadas as palavras-chaves:

Qualidade microbiológica do leite, leite cru refrigerado, e análise do leite. Obteve-se

um total de 2880 artigos estavam relacionados ao tema desta pesquisa, dos quais 9

foram selecionados levando-se em consideração o tipo de alimento analisado e a

relevância do estudo para a Saúde Publica.

RESULTADOS E DISCUSSÂO

Com o levantamento realizado foi possível constatar que o tema é de grande

interesse dado o número expressivo de artigos encontrados. Os estudos

selecionados têm como ponto principal a higiene e sanidade dos animais, boas

praticas para obtenção, estocagem transporte e o processamento do leite,

identificados como pontos críticos na redução da contaminação (SOUZA et al.,

2014). A microbiota predominante no leite cru geralmente inclui espécies de

bactérias do ácido láctico (Lactococcus, Lactobacillus), Enterococcus,

Streptococcus, Pseudomonas, bactérias pertencentes à família Micrococcaceae

(MicrococcuseStaphylococcus) e leveduras. Outros grupos microbianos menos

comumente encontrados no leite cru incluem Bacillus, Clostridium,

Listeria,Acinetobacter, Flavobacteriume Aeromonas, Arthrobacter, Corynebacterium

e Propionibacterium. Muitos desses microrganismos que compõem a microbiota do

leite são psicrotróficos, que, sob baixas temperaturas impostas pelo armazenamento

em tanque de expansão, conseguem se multiplicar e produzir enzimas, proteases e

lipases, capazes de deteriorar o leite sob refrigeração. A legislação determina que a

temperatura do tanque de refrigeração deve ser de 4°C (TEBALDI et al., 2008). A

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contaminação bacteriana pode ser originada de fontes múltiplas, tais como, vacas

com mastite, sujeiras presentes no úbere e limpeza inadequada dos equipamentos

de ordenha (MATSUBARA et al., 2011). A contagem de aeróbios mesófilos,

termotolerantes e psicotrópico é empregadapara indicar a contaminação total dos

alimentos, contaminação da matéria-prima, processamento insatisfatório ou mau

armazenamento em relação ao tempo e temperatura. Coliformes totais capazes de

fermentar a lactose com a produção de ácido e gás, indicam contaminação

ambiental do alimento, cuja origem pode ser na propriedade e na indústria de

beneficiamento, quando o leite não é devidamente pasteurizado, ou houve

recontaminação.Staphylococcus coagulase positiva em geral são adquiridos por

maus hábitos dos ordenhadores (TEBALDI et al., 2013). Para uma excelente

qualidade de leite foi criado os padrões estabelecido pela Instrução Normativa nº

51,onde os valores de aeróbios mesófilos acima de 80.000 UFC/ml e

Staphylococcus acima de 10 ³ UFC/mL tornam os alimentos não viáveis ao

consumidor (BRASIL,2002).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tendo em vista que a manipulação e armazenamento do leite pode ocasionar uma

má qualidade microbiológica do leite, a avaliação do mesmo em busca de

parâmetros de fornecem indícios a respeito de contaminações e falhas no

beneficiamento do produto são essenciais para garantir a segurança do alimento

além da obtenção de um produto de melhor qualidade, evitando perdas econômicos

e beneficiando a Saúde Pública.

REFERÊNCIAS: BRASI. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Departamento de inspeção de produtos de origem animal. Instrução no 51, de 18 de setembro de 2002. Coleta de leite cru refrigerado e seu transporte a granel. l. N. 172. P. 8-13, 20 set.20021. Seção 1. BELOTI V; RIBEIRO JÚNIOR J. C; TAMANINI R; YAMADA, A.K; SHECAIRA C. L; NOVAES D.G; SILVA, F.F; CAVALETTI L. Qualidade microbiológica e físico-química do leite cru refrigerado produzido no município de Sapopema/PR. Revista científica eletrônica de medicina veterinária – ISSN: 1679-7353. Jan/ 2011.

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AVALIAÇÃO E ASPECTOS DA LEISHMANIOSE VISCERAL

Daniele de Souza Campos, Priscilla Teixeira Ribeiro, Joao Pedro Mendes de Almeida e Nathan Vinicius de Souza Guimaraes - Acadêmicos do Curso de

Medicina Veterinária. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX

Rogério Oliva Carvalho – Especialista Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Leishmaniose visceral, Leishmaniose.

INTRODUÇÃO

A Leishmaniose Visceral (LV) é uma doença grave e de irrelevância na de saúde

pública. No Brasil a leishmaniose visceral é causada por um protozoário da espécie

leishimania (L.) chagassi, e é transmitida por mosquitos vetores, que tem a

capacidade de infectar homens, animais domésticos e silvestres saudáveis.

(ALVARENGA et al.,2010) Os reservatórios mais importantes do parasita são os

cães. A leishmaniose visceral é uma zoonose que se caracteriza por problemas de

saúde levando a alterações sistêmicas graves que afetam milhões de pessoas, em

regiões tropicais e subtropicais do mundo. (OLIVEIRA et al., 2010). Este trabalho

tem como objetivo fazer uma revisão de literatura, para elucidar a importância da LV,

sinais clínicos, diagnóstico e tratamento da doença.

MATERIAIS E METODOS

Trata-se de um estudo de revisão de literatura, onde foram utilizados artigos

pesquisados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Leishmaniose Visceral (LV) é uma zoonose de grande importância para a

população, tendo em vista que o maior reservatório da doença são os cães, devido

ao convívio animal com os seres humanos em áreas urbanas (QUEIROZ et al.,

2010). É uma doença zoonótica de difícil detecção, pois os animais dificilmente

apresentaram sinais clínicos, o parasita pode hospedar inclusive animais saudáveis

que não apresentam qualquer lesão cutânea. Leishmania chagassi é a principal

causa de LV (Leishmaniose Visceral) e é transmitida pelo inseto hematófago

flebótomo da espécie Lutzomia longipalpis, vulgarmente conhecido como o mosquito

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palha, um parasito oportunista que se desenvolve na matéria orgânica. Os sinais

clínicos mais frequentes são febre alta intermitente e persistente, emagrecimento

constante gerando um quadro de debilitação, caquexia, podendo levar o animal a

óbito, observa-se lesões de pele como alopecia e dermatites. Em exames físicos

nota-se por palpação um aumento significativo de linfonodos sugerindo

linfadenopatia. Exames laboratoriais demonstram anemia com leucopenia, o perfil

bioquímico demonstra hipergamaglobulinemia. Na ultrassonografia nota-se

hepatomegalia (ALVARENGA et al.,2010) A biopsia de pele pode ser uma

alternativa para diagnostico de leishmania, outras técnicas podem ser empregadas

como a técnica de histoquímica em tecidos corados pela hematoxilina-eosina

embora não sejam conclusivos. O IMIQ (imunoistoquimica) se mostra mais eficiente

na identificação do parasita, pois o exame demonstra maior contraste entre o tecido

hospedeiro e o parasita, tornando o exame mais passível a conclusão. Biopsia

auxilia o IMIQ nos resultados tornando mas preciso o diagnóstico da doença.

(QUEIROZ et al.,2010). Os órgãos mais comprometidos pela LV são baço, fígado,

pulmões e rins (SOUZA et al., 2012) . Antes de se iniciar o tratamento para

leshmania devem se adotar alguns cuidados preventivos como as condições clinicas

do paciente e o eletrocardiograma para avaliar a escolha adequada do melhor

protocolo terapêutico a ser adotado. A droga de primeira escolha utilizada para o

tratamento no Brasil é o antimoniato N-metil glucamina, já a anfotericina B e

derivados são fármacos de segunda escolha embora não seja contra indicada

podem causar problemas renais, comparado ao medicamento de primeira escolha o

antimoniato N-metil glucamina que é contra indicado para pacientes com

insuficiência renal, e hepática, assim como pessoas que fazem uso de

betabloqueadores e antiarrítmicos. (ALVARENGA et al., 2010). O fármaco

antimoniato de metilglucamina é frequentemente indicado para o tratamento de

leishmaniose, visceral, cutânea e mucocutânea, devido ao seu mecanismo de ação

capaz de causar regressão dos sinais clínicos e hematologia da doença com rapidez

(SOUZA et al., 2012) Algumas medidas profiláticas podem ser adotadas para a

prevenção tais como uso de vacinação dos cães com Leishmune produzida pela

Fort Dodger®, uso de coleiras embebidas de deltametrina. O uso de inseticidas tem

sem mostrado eficiente no combate a população de flebotomíneos adultos, sendo

aplicados em interior da casa dos cães (GONTIJO, 2004).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante dos estudos realizados podemos observar que é uma doença grave, que

afeta a população nacional. O diagnóstico precoce é fundamental para se obter bons

prognósticos. Antes de começar qualquer tratamento deve ser feito uma serie de

exames para a confirmação da doença, gerando um protocolo terapêutico adequado

e com melhores resultados.

REFERENCIAS

QUEIROZ, nina M. G.P et al. Diagnostico de leishimaniose Visceral canina pela técnica de imunoistoquimica e PCR em tecidos cutâneos associados com a RIFI e ELISA-teste. Revista Brasileira Parasitologia Veterinária, v.19, nº1 p. 32-38 jan-mar. 2010.

OLIVEIRA, janaine michelle et al. Mortalidade por leishimaniose visceral: aspectos clínicos laboratoriais. Revista da sociedade brasileira de medicina, mar-abr. 2010.

ALVARENGA, D. G. de Alvarenga et al. Leishimaniose visceral: estudo retrospectivo de fatores associados a letalidade. Revista da sociedade brasileira de medicina tropical. Mar-abr. 2010.

GONTIJO, maria Ferreira. Leishmaniose visceral no Brasil: quadro atual desafio e perspectivas. Revista brasileira de epidemiologia. V.7, nº3. p.338-349. 2004.

SOUZA, M. A de Souza et al. Leishmaniose visceral humana : do diagnostico ao tratamento. 2012.

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USO DA IATF COMO FERRAMENTA NO MANEJO REPRODUTIVO EM GADO DE CORTE

Saulo Martins Rodrigues ,Vinicius Rodrigues Ferreira – Graduandos em Medicina Veterinária, Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.

Bruna Waddington de Freitas – Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. [email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Gado de corte, Produtividade, IATF.

INTRODUÇÃO

O Brasil é o país que mais exporta carne no mundo, totalizando em media 50% de

sua produção (GUERRA, 2008). Em função disso, a produção de gado de corte

exige uma grande eficiência produtiva visando garantir o retorno econômico. Com

isso, a identificação de pontos positivos e negativos do sistema de criação permite a

indicação dos quesitos a serem melhorados a partir da utilização de técnicas da

reprodução específicas que auxiliam na otimização do desempenho produtivo

(TORRES-JÚNIOR et al., 2009). A melhoria dos índices de produção não depende

unicamente da reprodução propriamente dita, por estar relacionada também a

questões nutricionais, climáticas, ambientais, econômicas, entre outras (NEVES et

al., 2010). Contudo, o objetivo deste trabalho é fazer um levantamento bibliográfico

sobre as formas de melhorar a produtividade do rebanho de corte utilizando a

inseminação artificial em tempo fixo (IATF) como biotécnica da reprodução.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos

pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa

da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) referente ao tema.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Com a intenção de melhorar a produtividade em rebanhos foi desenvolvida a IATF,

cuja finalidade é realizar a inseminação de um maior número de fêmeas ao mesmo

tempo e com isso aumentar a uniformidade entre lotes, aumentando a lucratividade,

reduzindo o intervalo entre partos e facilitando manejo dos animais (CUNHA et al.,

2013). Na IATF inferir sobre o momento da ovulação de todos os animais é um

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ponto importante e isso é modelado com a utilização de hormônios indutores como,

por exemplo, o GnRH (NEVES et al., 2010). A inseminação artificial ocorre 16 horas

após a utilização do GnRH, o que é seguido aproximadamente após 15 minutos do

pico de LH. A ovulação depende do tamanho do folículo no momento da indução, o

que causa grandes variações nas respostas aos protocolos hormonais (GIMENES et

al., 2008; SARTORI et al., 2001), porém existem diversos manejos para diminuir

essa variação, estimulando o crescimento folicular (NEVES et al., 2010). No

entanto, o tratamento com hormônios estrógeno e progesterona (estimulante

folicular) tem sido cada vez mais empregado na sincronização do estro em bovinos .

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O manejo reprodutivo deve ser feito de acordo com cada propriedade, relacionado à

finalidade de produção. Até mesmo em propriedades de baixa produtividade é

indicado a IATF pois com isso terá redução dos gastos com mão de obra o que

levará a uma maior lucratividade, proporcionando um índice de prenhez maior na

obtenção de um bezerro ao ano ,evidenciando o aumento da produtividade.

REFERÊNCIAS CUNHA, R. R., Fernandes, C. A. C., Garcia, J. A. D., Gioso, M. M. Inseminação artificial em tempo fixo em primíparas Nelore lactantes acíclicas. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.65, n.4, p.1041-1048, 2013. GIMENES, L.U.; SÁ FILHO, M.F.; CARVALHO, N.A.T. et al. Follicle deviation and ovulatory capacity in Bos indicus capacity.Theriogenology, v.69, p.852-858, 2008. GUERRA, F. Manejo Reprodutivo em Bovinos de Corte. Curitiba, 2008. 55 f. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Tuiuti do Paraná. NEVES, J. P., MIRANDA, K. L., TORTORELLA, R. D. Progresso científico em reprodução na primeira década do século XXI. Revista Brasileira de Zootecnia, v.39, p.414-421, 2010. SARTORI, R.; FRICKE, P.M.; FERREIRA, J.C.P. et al. Follicular deviation and acquisition of ovulatory capacity in bovine follicles. Biology of Reproduction, v.65, p.1403-1409, 2001. TORRES-JÚNIOR, J. R. S., MELO, W. O., ELIAS, A. K. S., RODRIGUES, L. S., PENTEADO, L., BARUSELLI, P. S. Considerações técnicas e econômicas sobre reprodução assistida em gado de corte. Revista Brasileira de Reprodução Animal, v.33, n.1, p.53-58, jan./mar. 2009.

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AVALIAÇÕES DOS ASPECTOS CLÍNICOS, DIAGNÓSTICOS E TERAPÊUTICOS DO VÍRUS DA LEUCEMIA FELINA (FELV) E VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA

FELINA (FIV)

Carlota Alcon Almeida, Pamela de Moura Andrade – Graduandas em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX

Mayara Cristine Ferreira de Aguiar – Médica Veterinária pelas UFES, MsC Ciências Veterinárias - UFES.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Retrovírus, felino, imunossupressão.

O Vírus da Leucemia Felina (FeLV) e o Vírus da Imunodeficiência Felina (FIV) estão

entre os causadores de doenças infecciosas mais comuns em gatos. São 2 tipos de

retrovírus diferentes, pertencentes ao gênero dos Oncornavírus (FeLV) e ao gênero

dos Lentivirus (FIV), sendo que o FIV pertence à mesma família do vírus causador

da imunodeficiência humana (AIDS). Estes vírus comprometem o sistema

imunológico do animal hospedeiro, interferindo na sua capacidade de combater

infecções, predispondo o organismo a uma variedade de doenças secundárias

recidivantes ou persistentes (YILMAZ, ILGAZ & HARBOUUR, 2002). A transmissão

do FIV ocorre por meio da saliva, mordida, arranhão ou contato sexual com um gato

infectado (LAIRMORE, 2011). O FeLV é transmitido através da saliva, secreções

nasais e lacrimais, urina e fezes de gatos portadores (ARJONA et al., 2000). Em

ambas as enfermidades, os filhotes de gatas infectadas também podem nascer

infectados por meio de contaminação transplacentária ou adquirir os vírus durante a

amamentação (GRACE, 2004) Em casos de FIV, os animais jovens ou com um

sistema imunológico competente podem apresentar uma fase latente ou subclínica,

na qual não se observam sinais da doença durante anos. Com o passar do tempo e

o avanço da idade, os gatos contaminados tendem a apresentar um severo

comprometimento do seu sistema imunológico tornando-se susceptíveis a uma

grande variedade de infecções crônicas (ETTINGER & FELDMAN, 2010). Já em

casos de FeLV, os animais com o sistema imunológico competente podem combater

e eliminar o vírus no estágio inicial, enquanto que os animais com o sistema

imunológico debilitado permanecem contaminados, dando origem a diversas

complicações sistêmicas, como infecções secundárias, alterações hematológicas e

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até neoplasias (TORRES et al., 2005). Gatos portadores assintomáticos e

aparentemente saudáveis podem transmitir FIV e FeLV por não apresentarem sinais

clínicos da doença durante semanas, meses ou até mesmo anos após o contágio

inicial, tornando-se fontes potencialmente contagiantes para outros indivíduos

contactantes (MATTEUCCI et al., 1993). Os sinais clínicos mais comuns observados

na FIV e na FeLV são: anorexia, depressão, perda de peso/caquexia, alterações

comportamentais. Animais positivos para FIV podem apresentar em 5 estágios

distintos, sendo eles: fase aguda, fase subclínica, fase clínica, fase crônica, fase

terminal (BELAK et al., 2009) e animais positivos para FeLV estão associados às

infecções secundárias e à imunossupressão como: gengivites ou estomatites,

dermatites recorrentes e abscessos, otites, infecções das vias aéreas, enterites,

anemia não regenerativa, leucopenia, linfoma e fibrossarcoma (LUTZ et al., 2009).

Para o diagnóstico confirmatório são utilizados testes sorológicos através de

diferentes técnicas (ELISA, RIFI, PCR, Western Blot) a partir de amostras

sanguíneas para a detecção de anticorpos contra FIV e FeLV. Caso persista a

suspeita da doença, recomenda-se a repetição do teste com intervalo de 4 a 6

semanas (HOSIE, et al., 2009). Para determinar um diagnóstico, e considerando-se

o quadro clínico do gato, outros exames devem ser feitos e levados em

consideração, como: hemograma completo, eletroforese de proteínas, análise

citológica de linfonodos, aumento de volumes e líquidos cavitários, citologia de

medula óssea e ultrassonografia abdominal (ETTINGER & FELDMAN, 2010). O

controle e a prevenção se baseiam em diagnóstico preventivo, isolamento de gatos

infectados, tratamento, vacinação e castração (ETTINGER & FELDMAN, 2010). Um

vez que são vírus frágeis e instáveis no meio ambiente, podem ser facilmente

inativados pelo calor ou por desinfetantes domésticos e detergentes comuns (HOSIE

et al., 2009). De acordo com a literatura pesquisada, a vacina para o FIV ainda está

em desenvolvimento (UHL et al., 2002), e as vacinas para FeLV são preparadas

com o vírus inativado e vacinas recombinantes (BELAK et al., 2009). Embora

nenhuma vacina seja 100% eficaz, é significativamente comprovado que os animais

ficam protegidos com a vacinação (CATTORI et al., 2006; HOFMANN-LEHMANN et

al., 2006). Antes da primeira vacinação os animais devem ser testados para evitar

que animais já infectados desenvolvam sinais clínicos, o que é dispensado quando

trata-se de filhotes de pais que testaram negativo. Filhotes podem ser vacinados a

partir das 8-9 semanas e o reforço deve ser realizado às 12 semanas de vida,

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juntamente com as outras vacinas necessárias (LUTZ et al., 2009). Apesar de não

ser reconhecido nenhum tratamento eficaz para eliminação do FIV ou FeLV,

esforços são realizados a fim de travar a progressão da doença, controlando os

níveis de viremia e fortalecendo o sistema imunológico (ETTINGER & FELDMAN,

2010). Mesmo não existindo cura para essas doenças, pode ser feito tratamento

específico com antirretrovirais, tratamento de suporte para controle de infecções

secundárias e com imunomoduladores para aumentar a imunidade do paciente.

Além disso, o stress do animal deve ser minimizado e a alimentação deve ser

adaptada, para prolongar a vida do paciente (ETTINGER & FELDMAN, 2010). Em

animais assintomáticos também é necessário uma boa alimentação para evitar o

desenvolvimento da doença, em especial a restrição de alimentos crus, evitando

assim a exposição a agentes infecciosos secundários (LUTZ et al., 2009). Embora

seja uma doença crônica, os animais infectados por FIV e FeLV, mas que não

tenham outras doenças concomitantes, podem viver por meses ou até mesmo anos

sem qualquer demonstração de sintomatologia (GLEICH et al., 2009). HARBOUR et

al. (2004) considera que a maioria dos gatos infectados com viremia persistente tem

uma esperança de vida de cerca de 2-3 aos após os primeiros sinais clínicos,

enquanto que os animais com infecção latente apenas 8% permanece com o vírus

latente na medula óssea até 3 anos após a infecção, havendo baixa probabilidade

de o animal reativar o vírus e morrer como consequência do mesmo. Os gatos que

apresentam imunossupressão em decorrência do retrovírus, podem servir como

reservatório para doenças como a toxoplasmose e a criptosporidiose ativa,

representando assim um risco à saúde pública (ETTINGER; FELDMAN, 2008).

REFERÊNCIAS

ARJONA, A., ESCOLAR, E., STO, I., BARQUERO, N., MARTIN, D., & GOMEZ-LUCIA, E. (2000). Seroepidemiological Survey of Infection by Feline Leukemia Virus and Immunodeficiency Virus in Madrid and Correlation with Some Clinical Aspects. Journal of Clinical Microbiology, 38, 3448-3449. BELAK, S., HOSIE, M., & ADDIE, D. (2009). Feline immunodeficiency ABCD guidelines on prevention and management. Journal of Feline Medicine Surgery, 11, 575. CATTORI, V., TANDON, R., PEPIN, A., LUTZ, H., & HOFMANN-LEHMANN, R. (2006). Rapid detection of feline leukemia virus provirus integration into feline genomic DNA. Molecular and Cellular probes, 20, 172-181.

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ETTINGER, S., & Feldman, E. (2010). Textbook of Veterinary Internal Medicine (7ª Edição ed.). St. Louis, USA: Elsevier. ETTINGER, S. J.; FELMAN, E. C.; Tratado de medicina interna veterinária. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,.v. 1, p. 456- 461, 2008. GLEICH, S., KRIEGER, S., & HARTMANN, K. (2009). Prevalence of feline immunodeficiency virus and feline leukaemia virus among client-owned cats and risk factors for infection in Germany. Journal of Feline Medicine and Surgery, 11, 985.

GRACE, S. F. Infecção pelo vírus da imunodeficiência felina. IN. NORWORTHY, G. D.; CRYSTAL, M.A.; GRACE, S. F.; TILLEY, L. P. O Paciente Felino. 1 ed. São Paulo: Manole, 2004, p. 244-247. HARBOUR, D., CANEYAND, S., & SPARKES, A. (2004). Feline Medicine and therapeutics (3ª Edição ed.). Iowa, USA: Blackwell Publishing.

HOSIE, M. J.; ADDIE, D.; BELAK.; BOUCRAUT-BARALON, C.; EGBERINK, H.; FRYMUS, T.; GRUFFYDD-JONES, T.; HARTMANN, K.; LLORET, A.; LUTZ, H.; MARSILIO, F.; PENNISI, M. G.; RADFORD, A. D.; THIRY, E.; TRUYEN, U.; HORZINEK, . C. Feline immunodeficiency. ABCD guidelines on prevention and management. Journal of Feline Medicine and Surgery, v. 11, n.7, p. 575-584, Jul, 2009.

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MALFOMAÇÃO DO MEMBRO TORÁCICO ESQUERDO DE UMA BEZERRA DA RAÇA GIROLANDO: RELATO DE CASO

Jhonathan Alves Moreira, Marcos Augusto de Azevedo Junior- Graduandos em

Medicina Veterinária - Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX Renata Aparecida Fontes – Farmacêutica Bioquímica – Mestre em Ciências

Farmacêuticas – Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Vivian Rachel de Araújo Mendes – Medica Veterinária pela UFES, doutoranda em

Medicina Veterinária UFV, Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. .

PALAVRAS-CHAVE: Artrogripose, bezerra, malformação, polidactilia. INTRODUÇÃO

As anormalidades ou malformações, são deformidades estruturais e/ou funcionais

de qualquer tecido, órgão ou sistema que podem ocorrer em qualquer espécie de

animais. As anomalias do sistema locomotor se apresentam em grande destaque

por virtude da sua gravidade para a saúde do animal. Os defeitos flexurais ou de

contraturas dos membros torácicos e/ou pélvicos podem ocorrer em qualquer fase

embrionária ou fetal durante o desenvolvimento. As causas podem estar associadas

a diversos fatores, como agentes infecciosos, plantas tóxicas, substâncias químicas,

deficiências nutricionais ou podem estar conexas a origens hereditárias. E podem de

fato, se expor de forma eventual, sem associação com quaisquer origens

características (RADOSTIT et al., 2007). A frequência com que as malformações

acontecem é variante dentre as diferentes populações animais, sendo elas de

comum a raras, com ou sem terapia corretiva. Estima-se que em bovinos a taxa de

prevalência de alguma anormalidade em algum sistema, órgão ou tecido é de 0,5%

a 3% dos animais nascidos (SCHILD, 2007). Duas das deformidades estruturais

congênitas comumente encontradas em bezerros são a artrogripose e a polidactilia

(SOBESTIANSKY, 2007). Dessa forma, objetiva-se com este trabalho relatar um

caso de malformação do membro torácico esquerdo, caracterizado por artogripose e

polidactilia de uma bezerra da raça girolando.

RELATO DE CASO

Trata-se de um caso ocorrido na Fazenda Poço Fundo, situada no município de

Reduto-MG, com subsídio direcionada para produção leiteira. Onde uma bezerra

nascida no dia 26/07/2016, da raça girolando com grau sanguíneo de 3/4,

proveniente de inseminação artificial (IA), oriunda do cruzamento entre Galeria (♀) x

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Charmoso (♂), nasceu com uma malformação do membro torácico esquerdo. O

membro se encontra com as junções articulares em contração persistente e com

presença de um dedo supranumerário. O animal expõe-se de locomoção limitada

em questão da sua deficiência, permanecendo maior parte do tempo em decúbito.

Em determinados momentos do dia ela se apoia sobre o membro torácico direito que

se encontra sadio, permanecendo em estação por alguns minutos. O animal é

mantido em uma baia separada, próxima a sua mãe e recebe como alimentação três

litros de leite por dia em uma mamadeira, fornecida por funcionários. A anormalidade

aconteceu pela primeira vez na propriedade. A bezerra é a quinta gestação da

matriz, sendo que todas as outras fêmeas anteriores não apresentaram qualquer

tipo de deformidade.

DISCUSSÃO

Pequenos defeitos dos membros são relativamente comuns e não trazem

implicações clínicas graves. Não apresentando agravante medicinal, essas

alterações podem servir de triagem para referenciar patologias mais severas e

comprometedoras que alegam mais risco a saúde física do animal (MOORE e

PERSAURD, 2008). A anomalia presente no animal que caracteriza as junções

articulares contraídas é diagnosticada como artrogripose, que em geral, trata-se de

uma afecção bilateral simétrica com fixação das junções articulares com graus

variados de flexão ou extensão, encontradas em contração persistente. Nesse caso,

o animal apresenta a incapacidade de apenas um dos membros torácicos, o

esquerdo, com as articulações totalmente enrijecidas sem qualquer tipo de extensão

ou flexão. Os músculos dos membros afetados pela deformidade exibem atrofia

elevada, com matiz descorada e com fibras musculares substituídas por tecido

adiposo (SOBESTIANSKY, 2007). Outra alteração do sistema locomotor comumente

encontrada em bezerros e outros animais é a polidactilia, qualificada por presença

de um ou mais dedos supranumerários, inseridos na região metacarpo-falangeana.

Neste paciente foi relatado a presença de um dedo a mais das características

anatômicas da espécie. Essa anomalia que tem origem embriológica descrita como

o excesso de segmentação longitudinal na diferenciação do ectoderma do embrião,

o que não proporciona danos para a saúde do animal, pois não afeta diretamente o

sistema locomotor. Os prejuízos dessa malformação ocorrem devidamente aos

descartes de reprodutores contusos esteticamente (KIRNEW et al., 2010).

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REFERÊNCIAS

RADOSTITS, O.M., GAY, C.C.; HINCHCLIFF, K.W.; CONSTABLE, P.D. Veterinary Medicine: A textbook of the diseases of cattle, horses, sheep, pigs and goats. 10th ed. Saunders Elsevier, Philadelphia, p.132-137, 2007. SCHILD, A.L. Defeitos congênitos, p.25-55. In: RIET-CORREA, F.; SCHILD, A.L.; LEMOS, R.A.A.; BORGES, J.R.J. Doenças de Ruminantes e Equídeos. Vol.1. 3ª ed. Pallotti, Santa Maria, RS. 722p. 2007. MOORE, K.L.; PERSAUD, T.V.N.; Embriologia básica. 7.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. SOBESTIANSKY, J.; BARCELLOS, D. Doenças dos suínos. Goiânia: Canône Editorial, 2007. KIRNEW, M. D. POLIDACTILIA EM SUÍNOS - Relato de caso. 2010. Disponível em: http://www.revista.inf.br/veterinaria14/relatos/RCEMV-AnoVIII-Edic14-RC03.pdf. Acessado em 17/08/2016.

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COMPARAÇÃO DAS TÉCNICAS DE OVARIOSALPINGOHISTERECTOMIA PELO FLANCO E LINHA MEDIA VENTRAL EM CADELAS – REVISÃO DE LITERATURA

Paulo Henrique Silva e Roberta das Graças Claro – Graduandos do Curso de Medicina Veterinária, Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

Gustavo Pereira Gonçalves – Médico Veterinário. Mestre em Cirurgia Animal. Professor do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Ovariosalpingohisterectomia, Flanco, Cadelas, Controle, Dor.

INTRODUÇÃO

O número de animais abandonados nas ruas é um dos grandes problemas que

temos de enfrentar, supõe-se que da população de cães e gatos, 75% estejam

abandonados e isso se torna um grande problema a segurança e Saúde Pública,

pelo fato de que esses animais podem ser fontes de zoonoses e acidentes de

múltiplas origens (BUQUERA et al., 2009). Uma pesquisa feita pela Organização

Mundial da Saúde, pressupõem que no Brasil pode existir mais de 30 milhões de

animais abandonados, sendo que 20 milhões são cães. Em grandes cidades, para

cada cinco pessoas há um cachorro, destes, 10% estão abandonados. Em

pequenas e médias cidades, a situação seria a mesma e em muitos casos o número

pode chegar a 1/4 da população humana (ANDA, 2014). A cirurgia de esterilização

de fêmeas se mantem como uma opção para prevenir ou cessar gestações, dessa

maneira diminui o número de animais que possivelmente seriam abandonados

(GUTJAHR, 2013). A ovariosalpingohisterectomia (OSH) possui vários tipos de

técnicas. As mais utilizadas são a OSH pelo flanco e pela linha media ventral,

também utilizadas para prevenção de doenças de caráter terapêutico do sistema

reprodutor, além de controle endócrino e a própria esterilidade da fêmea em questão

(ATAIDE, 2010). Dessa forma, objetiva-se com este trabalho realizar uma revisão

da literatura sobre a comparação das técnicas de OSH pelo flanco e pela linha

media ventral.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos

pesquisados nas plataformas de busca, Sistema integrado de Bibliotecas (SCIELO) -

Repositório do Colégio Brasileiro de Reprodução Animal (CBRA), Repositório da

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Universidade de Lisboa (ULISBOA), Acervo digital da Universidade Federal do

Paraná (UFPR), Pró reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários da Universidade

Federal da Paraíba (UFPB) e Biblioteca Digital da Universidade de São Paulo (USP).

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A técnica com abordagem lateral consiste na remoção dos ovários e útero, sendo

usada com frequência em animais de grande porte, como equinos, bovinos, suínos e

répteis (MINGUEZ et al., 2005). Já em pequenos animais não se considera uma

cirurgia de rotina, porem se torna uma alternativa, na qual apresenta um menor

trauma cirúrgico, podendo ser aplicada em cadelas de pequeno porte ou de

conformação corpórea estreita (RODRIGUES, 2012). A OSH pelo flanco possui

algumas vantagens com relação a tradicional, tais como: menor risco de evisceração

caso haja deiscência da sutura, permite monitorar a incisão de uma distância segura

caso seja aplicada em animais agressivos e promover uma pequena incisão que

diminui a pressão na parede causada pelos órgãos abdominais (MINGUEZ et al.,

2005). Dentre as principais complicações que a OSH pode oferecer, indiferente da

técnica, destacam-se: hemorragia, estro recorrente, ligadura acidental do ureter e

piometra de coto uterino (ATAIDE, 2010). Com relação à dor ocasionada pela OSH,

esta pode ocorrer devido a reação inflamatória gerando um aumento na liberação de

prostaglandina e estimulação dos nociceptores, tornando-a uma intervenção

cirúrgica dolorosa, já que a manipulação dos órgão presentes na cavidade

abdominal, contribuem para o incremento da dor durante muitas horas após o

procedimento operatório (ATAIDE, 2010).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto, concluímos que a OSH independente da região a ser incisada

possui inúmeras vantagens, e desvantagens. Ressaltando que pela linha media

ventral tem como vantagem menor tempo cirúrgico, menos gasto de anestésicos,

cicatrização satisfatória e é indicada em cesarianas. Porém como pontos negativos,

há possibilidade da síndrome do ovário remanescente, hemorragias, traumas de

ureter, formação de fístulas e granulomas do coto uterino, não sendo indicada a

animais em fase estral (cio). Já a OSH pelo flanco as vantagens prevalecem em

relação as desvantagens, como por exemplo: melhor localização do ovário direito e

visualização da ferida, menor índice de hérnia e evisceração, boa cicatrização,

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diminui os traumas cirúrgicos e evita estresse de manipulação. Sendo indicada para

cadelas que não chegaram a puberdade. Como desvantagens destaca-se a

distensão uterina, obesidade e cicatrizes visíveis, não sendo recomendada para

animais em estro, nem em animais com o útero muito distendido (BARROS, 2010).

Sendo assim, a técnica mais indicada é a OSH pelo flanco, pois gasta menos tempo

que a tradicional e pode ser implantada com fácil aceitabilidade em centros

cirúrgicos e centros de zoonose.

REFERENCIAS ANDA. Agência de Notícias de Direitos Animais - Brasil tem 30 milhões de animais abandonados. Jusbrasil, 2014. Disponível em <http://anda.jusbrasil.com.br/noticias/100681698/brasil-tem-30-milhoes-de-animais-abandonados> Acesso em: 13.ago.2016. ATAIDE. M. W.et al. Ovariosalpingohisterectomia vídeo-assistida ou convencional em cadelas com o uso de ligasure atlas. Ciência Rural, Santa Maria, v.40, n.9, p.1974-1979; 2010. BARROS. P. M. Técnicas de Ovariosalpingohisterectomia (OSH) em Cadelas: Revisão De Literatura. Universidade Estadual Paulista Faculdade De Ciências Agrárias e Veterinárias Campus de Jaboticabal. 2010; Disponível em < http://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/89037/barros_pm_me_jabo.pdf?sequence=1 > Acesso em 24.ago.2016 BUQUERA, L. E. C. et al. Controle populacional de cães e gatos por meio de esterilização cirúrgica e educação para posse responsável. Centro de Ciências Agrárias / Departamento de Ciências Veterinária/ PROBEX. Universidade Federal da Paraíba. Paraíba. 2009; Disponível em <http://www.prac.ufpb.br/enex/trabalhos/6CCADVCPROBEX2013688.pdf> Acesso em: 13.ago.2016 GUTJAHR, M. Estudo do impacto da esterilização cirúrgica no controle populacional canino por distrito administrativo no município de São Paulo, SP. Universidade de São Paulo – USP. São Paulo. 2013; Disponível em <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10134/tde-07072014-105411/pt-br.php> Acesso em: 13.ago.2016 MINGUEZ, R. E. Ovariohisterectomiade gatas e cadelas pelo flanco. Revista Brasileira de Reprodução Animal, Belo Horizonte, v.29, n.3/4, p.151-158; 8 fls. 2005. PAULA. P. M. C. de. Estratégias Adicionais no Controle Populacional de Cães de Rua. Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 72 fls. 2010 Disponível em <http://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/23726/ESTRATEGIAS%20ADICIONAIS%20NO%20CONTROLE%20POPULACIONAL%20DE%20CAES%20DE%20RUA.pdf?sequence=1> Acesso em: 13.ago.2016.

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RODRIGUES, M. C. et al. Ovariosalpingohisterectomia em cadelas: comparação entre a técnica de tração uterina por via vaginal associada à celiotomia pelo flanco e a abordagem ventral mediana. Revista Portuguesa de Ciências Veterinárias, 111 (583-584) 165-172; 2012.

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CONDUTA ANESTÉSICA EM CÃO SUBMETIDO À ADRENALECTOMIA

Amanda Carvalho Procópio Schittini, Bruno Silva Freitas – Graduando em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

Vanessa Guedes Pereira – Graduada e Mestre em Medicina Veterinária. Professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

[email protected]

PALAVRAS – CHAVE: HAC; Sindrome de Cushing; Glândula Adrenal; Protocolo

anestésico.

INTRODUÇÃO

O hiperadrenocorticismo (HAC) é uma das endocrinopatias mais comuns no cão, e

se refere ao conjunto de anormalidades clínicas e químicas decorrentes da

exposição crônica a concentrações excessivas de glicocorticoides (OLIVEIRA,

2004). O excesso de cortisol resulta no desenvolvimento da combinação clássica de

lesões e sinais clínicos, incluindo: poliúria, polidipsia, polifagia, aumento de volume

abdominal e obesidade, hepatomegalia, alopecia simétrica bilateral poupando a

cabeça e extremidades distais, hiperpigmentação cutânea, pelagem fina, infecções

cutâneas, respiração ofegante, fraqueza muscular e letargia (FELDMAN et al.,

1997). O HAC não tratado pode trazer diversas outras alterações aos pacientes,

como a Diabetes Mellitus, hepatopatias, infecções, alterações cardíacas e músculo

esqueléticas, aumento do catabolismo e dermatopatias (REIS, 2009). A

adrenalectomia é o tratamento indicado em casos tumores na adrenal ou em

animais não respondíveis ao tratamento clínico (MAGALHÃES et al., 2013; FOSSUM

& CAPLAN, 2015; WISE & BOVERI, 2016). As complicações anestésicas são

comuns durante a adrenalectomia. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é relatar o

caso de um cão submetido à adrenalectomia unilateral, evidenciando a conduta

anestésica pré, trans e pós-anestésica.

RELATO DE CASO

Foi atendido no Hospital Escola Gardingo em Matipó-MG, um canino, pinscher,

fêmea 13 anos, 4,250kg, apresentando poliúria, polidipsia, anorexia, obesidade,

Diabetes mellitus e alterações dermatológicas que incluiam alopecia bilateral

simétrica, hiperqueratose, hiperpigmentação, lesões crostosas, ulcerativas e

piodermite secundária difusa. O hemograma evidenciou neutrofilia e

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hiperproteinemia e na ultrassonografia abdominal foi observado aumento da adrenal

esquerda, medindo 2,15x1,23 cm sugestivo de hiperplasia ou neoplasia adrenal. No

teste de baixa dose com dexametasona, o cortisol basal foi de 4,9 mcg/dL e após 4

horas foi de 1,470mcg/dL, sendo sugestivo de hiperadrenocorticismo primário.

Diante do quadro clínico do animal, este foi recomendado a adrenalectomia

unilateral, sendo seu risco anestésico classificado de acordo com a American

Society of Anesthesiologists (ASA) 4. Na avaliação pré-anestésica o animal

apresentou frequência cardíaca de 138 bpm, frequência respiratória de 60 mpm,

temperatura corporal de 39.1ºC, pressão arterial sistólica (PAS) de 151, média de

125 mmHg e diastólica de 103 mmHg. O paciente foi cateterizado e pré-medicado

com infusão continua de fentanil (0,03mcg/kg/min). Com o intuito de reduzir os riscos

de tromboembolia pulmonar foi administrado no pré-operatório heparina (35Ul/kg).

Para a indução anestésica foi utilizado o propofol (6mg/kg) e manutenção anestésica

com isoflurano, sendo mantido sob ventilação mecânica. Durante a monitoração

anestésica foi avaliado eletrocardiograma (ECG), oximetria de pulso (SpO2),

concentração dióxido de carbono ao final da expiração (ETCO2), pressão arterial

pelo método oscilométrico, capnografia, e temperatura. No trans-operatório o animal

apresentou arritmia cardíaca corrigida com bolus de lidocaína 2% sem vasoconstritor

(2mg/kg) intravenoso. O animal apresentou durante todo o procedimento anestésico

normalidade da pressão arterial sistólica. Durante o pós-operatório o animal foi

mantido sob cuidados intensivos com monitoração dos parâmetros vitais e analgesia

por infusão continua de fentanil. Apesar de todos os cuidados o animal veio a óbito

48 horas depois o procedimento cirúrgico.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O animal do presente relato apresentava os sinais clínicos compatíveis com HAC,

além de apresentar hiperplasia da adrenal esquerda o que, segundo Fossum &

Caplan (2015) deve medir menos que 7,4mm em cães. Estes sinais clínicos podem

promover alterações fisiológicas que resultam em importantes complicações

anestésicas para a adrenalectomia como hipotensão ou hipertensão, taquicardia,

arritmias e hemorragias, com incidência de 35 a 100% (WISE & BOVERI, 2016).

Destas complicações, o animal deste caso apresentou taquicardia, arritmia e

hipertensão. A taxa de mortalidade perioperatória de adrenalectomias é de 6% para

cirurgias eletivas. Este número está acima da taxa de mortalidade de cães

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classificados como ASA 3 à 5 que é de 1,33% (WISE & BOVERI, 2015). Por este

motivo, o monitoramento adequado é fundamental e como o utilizado no animal,

deve incluir ritmo cardíaco, pressão arterial, ETCO2 e SpO2 (FOSSUM & CAPLAN,

2015). Com relação ao protocolo anestésico, fármacos que liberam histaminas,

como morfina e meperidina devem ser evitados (FOSSUM & CAPLAN, 2015), por

isso, o fentanil foi escolhido por ser um opioide seguro, sem liberação de histamina,

proporcionando um bom controle da dor no período pré, trans e pós-anestésico,

além de proporcionar a diminuição da CAM do isoflurano (BELMONTE, 2010). O uso

de propofol já foi relatado em adrenalectomia em cães, utilizado para indução e

manutenção anestésica, promovendo rápida indução, depressão respiratória dose-

dependente, sendo seu principal efeito cardiovascular a hipotensão (BERRY, 2015).

Já a cetamina deve ser evitada, pois aumenta a frequência cardíaca, a pressão

arterial e os níveis circulantes de catecolaminas (FOSSUM & CAPLAN, 2015). O

isoflurano e o sevoflurano são anestésicos inalatórios de escolha na adrenalectomia,

pois não sensibilizam o miocárdio às arritmias induzidas pela epinefrina e

consequentemente, o halotano deve ser evitado (FOSSUM & CAPLAN, 2015).

Tendo em vista que a elevação de CO2 arterial provoca aumento na liberação de

catecolaminas, a monitoração do ETCO2 e a prevenção de hipoventilação diminuem

a possibilidade de uma resposta de catecolaminas adicional (FOSSUN & CAPLAN,

2015), justificando a utilização de ventilação mecânica para a manutenção da

normocapnia. As arritmias cardíacas podem ser tratadas com lidocaína na dose de

1-3 mg/kg IV (FOSSUM & CAPLAN, 2015; VIGANI, 2015), como foi utilizado durante

o procedimento anestésico. Os animais com HAC possuem risco maior de

tromboembolia pulmonar no período pós-operatório. Segundo Fossum & Caplan

(2015), a heparina na dose de 75 a 100 U/Kg pode ser utilizada no pré-operatorio e

por até 3 ou 4 dias no período pós-operatório em pacientes com tumor

adrenocortical para prevenir a tromboembolia corroborando com a conduta do

presente caso.

CONSIDERAÇOES FINAIS

A conduta anestésica no período perioperatório em casos de adrenalectomia em

cães é de extrema importância visto a grande incidência de complicações

anestésicas que colocam a vida do animal em risco. Portanto o conhecimento das

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alterações fisiológicas que ocorrem no hiperadrenocorticismo e em decorrência do

procedimento cirúrgico requer uma adequada preparação do animal, protocolo

anestésico, bem como, a antecipação de problemas a fim de minimizar a morbidade

e mortalidade desses pacientes.

REFERÊNCIAS

BELMONTE E. A. Infusão contínua de morfina ou fentanil, associados à lidocaína e cetamina, em cães anestesiados com isofluorano. 2008, 96p. Dissertação (Mestrado). Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Unesp, Jaboticabal.

BERRY, S. H. Inhalation Anesthesics. In: GRIMM, K. A et al. Veterinary Anesthesia and Analgesia:The Fifth Edictin of Lumb and Jones. 5 ed. Ames: Wiley Blackwell, 2015. 277-296. FELDMAN, E. C. Hiperadrenocorticismo. In: ETTINGER, S. J; FELDMAN, E. C. Tratado de medicina interna veterinária. 4. Ed. São Paulo: Manole, 1997, p. 2123-76.

FOSSUM, T.W; CAPLAN, E.R. Cirurgia do Sistema Endócrino. In: FOSSUM, T.W. Cirurgia de pequenos animais. 4. Ed. Rio de Janeiro: Elvevier, 2014. 633-684.

OLIVEIRA, S.T. Transtornos dos hormônios adrenais em cães. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE PESQUISA, 2004. Rio Grande do Sul

REIS, Barbara. Aspectos clínicos da Sindrome de Cushing em cães: Revisão de literatura. Recife-PE, 2009. F. 39. Monografia, Especialização em clinica medica de pequenos animias – Universidade Federal Rural do Semi-Arido (UFERSA).

VIGANI, Alessi. Cardiac Output Measurement. In: GRIMM, K. A et al. Veterinary Anesthesia and Analgesia:The Fifth Edictin of Lumb and Jones. 5 ed. Ames: Wiley Blackwell, 2015. 473-482.

WISE, I. K.; BOVERI, S. Anaesthetic managementof a unilateral adrenalectomy of na adrenocortical tumour in a dog. Open Veterinary Journal, vol 6, p. 62-67, 2016.

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USO DE FORMALINA INTRAVENOSA PARA O TRATAMENTO DEHEMORRAGIA UTERINA EM ÉGUA: RELATO DE CASO

Guilherme Henrique Lopes Soares, Camila de Jesus Oliveira, Lorena Meira

Silveira - Graduandos em Medicina Veterinária – UNIVÉRTIX. Rafael Rolim de Oliveira – Médico Veterinário.

Bruno Santos Cândido de Andrade – Docente em Medicina Veterinária -UNIVÉRTIX.

PALAVRAS CHAVE: Hemorragia uterina em égua, sangramento vaginal em égua, formalina intravenosa.

[email protected]

INTRODUÇÃO

Em equinos o parto é rápido e conta com as contrações intensas da musculatura

uterina, diafragmática e abdominal (NEREU, 2000). A

maior parte do suprimento sanguíneo do útero é realizado pelas artérias uterina

média ou uterina, útero-ovariana e ilíaca externa. A ruptura de uma dessas artérias

geralmente ocorre próximo ao parto, sendo a artéria uterina a mais acometida

(REED & BAYLY, 2000). A hemorragia da artéria uterina é mais comum em éguas

mais velhas, multíparas e acima de 11 anos de idade, sendo uma causa de cólica no

peri-parto, e nem sempre é fatal, uma vez que pode ocorrer a formação de

hematoma, levando assim a hemostasia primaria na extensão do vaso (MCAULIFFE

& SLOVIS, 2008). Acredita-se que o aumento e diminuição do diâmetro da artéria

durante a gestação, faça com que as artérias apresentem áreas enfraquecidas, o

peso e a pressão exercida sob as artérias podem levar a ruptura, outra provável

etiologia dessa patologia é o deslocamento do útero para a esquerda e parto

distócico (REED & BAYLY, 2000). Segundo Rooney Jr (1964), essas patologias,

estão relacionadas com a idade de um dos vasos arteriais citados acima, pelo fato

de ocorrer aumento da pressão do útero gravidico podendo formar uma dilatação ou

aneurisma, sendo por estresse fetal, tardiamento da parição ou contrações uterinas

severas que comprometem o revestimento endotelial do vaso, levando em

dissecação arterial e eventualmente a uma ruptura do mesmo. No entanto, Debra et

al., (1999) descreveu que algumas éguas pode não apresentar qualquer sinal clínico

de hemorragia no peri-parto, quando apresentados os sinais incluem taquicardia,

taquipnéia, mucosas pálidas, tempo de preenchimento capilar aumentado ou até

mesmo, apresentarem sínais mais graves. A vitamina K atua como cofator para a

carboxilação de resíduos específicos de ácido glutâmico para formar o ácido gama

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carboxiglutâmico (Gla), aminoácido presente nos fatores de coagulação (fatores II,

VII, IX e X) . Ocorre a transformação do fibrinogênio em fibrina insolúvel com a

interferência de uma enzima proteolítica (trombina), que se origina da protrombina

(fator II), através de fatores dependentes da vitamina K: a pró-convertina (fator VII),

o fator anti-hemofílico B (fator IX) e o fator Stuart (fator X). A vitamina K influi, ainda,

na síntese de proteínas presentes no plasma, rins e talvez outros tecidos, levando a

rápida hemostasia (OLIVEIRA, 1998; ELDER et al., 2006). A formalina é utiizada

como fixador de tecidos, fazendo ligações cruzadas que podem alterar plaquetas ou

proteínas na superficie das células endoteliais, levando a ativação de plaquetas ou

diminuição da permeabilidade endotelial, ocorrendo uma hemostasia rápida.

(PFUELLER et al., 1978). Doses altas de formalina foram associados com reações

adversas, incluindo inquietação, lacrimejamento, salivação, corrimento nasal,

defecação, sudorese, tremores musculares frequentes e espasmos abdominal, além

de ser potencialmente hepatotóxico (ROBERTS, 1943). Para cavalos doses de cerca

de 10 ml de 37% formaldeído ou 30 a 150 ml de 10 % tamponada (formalina) em 1

litro de fluidos isotônicas IV, tem sido recomendado para tratamento de hemorragia

(JONES, 1998).

RELATO DE CASO

Foi referenciado ao Hospital Veterinário Univértix, uma égua da raça Mangalarga

Marchador, com de 2 anos e 4 meses de idade, e queixa principal de sangramento

vaginal. Foi relatado pelo proprietário que a mesma havia entrado em trabalho de

parto e pariu sem intervenções, e em seguida foi observado corrimento vaginal

intermitente com aparência sanguinolenta, após 48 horas do início do quadro, foi

encaminhada ao Hospital Veterinário, onde, após exame clínico completo,

hemograma como exame complementar onde não havendo alterações, foi

diagnosticada com hemorragia uterina. Como tratamento instituído, o útero da égua

foi lavado por 3 dias, utilizando sonda nasogastrica número 8, com solução de ringer

com lactato resfriado com 2 ampolas de adrenalina, e 20 ml de gentamicina, e

drenados do útero por manipulação. Como profilaxia da laminite, o animal manteve

os cascos imersos no gelo por 48 horas.Foi administrada a antibiótico terapia

durante 5 dias (6,6mg/kg de Gentamicina IV SID), e Penicilina procaína 20.000UI, IM

BID. A Flunexina Meglumina utilizada na dose antiendotoximica (0,25mg/kg IV TID)

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durante 3 dias. Foram utilizados fatores de protrombina ativando o processo de

coagulação sendo eles vitamina k na dose de 2,5 mg/kg, e 10 ml formalina a 37 %

diluído em 1 litro de soro ringer com lactato IV, durante 15 minutos, dose única que

corrobora o estudo de Debra et al., (1999), que utilizou 10 ml de formalina a 37%

diluída em 1 litro de solução Ringer com Lactato, pela via intravenosa durante 15

minutos, onde os cavalos foram monitorizados e examinados, e não houve qualquer

alteração . Após 24 horas ao inicio do tratamento já se observava a hemorragia pela

metade, após 32 horas a hemorragia era quase inexistente, logo as 48 horas já não

tinha sinal de hemorragia uterina.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O uso de formalina pela via intravenosa propiciou uma hemostasia adequada junto à

vitamina K, que é um fator de protrombina. Sua dose única e o exame clínico

contínuo do animal levaram a um prognóstico bom, sendo seu uso relatado e

indicado pela literatura da presente patologia.

REFERÊNCIAS

DEBRA, C. et al,. The Effects of Intravenous Formaldehyde on Hemostasis in Normal Horses DVM, PhD. AAEP PROCEEDINGS 9 Vol. 45, 1999. ELDER S. J. Vitamin K contents of meat, dairy, and fast food in the U.S. diet. J Agric Food Chem 54: 463-7, 2006. JONES W. IV formalin to control hemorrhage. J Equine Vet Sci. 18:581,1998.

MCAULIFFE, B. S.; SLOVIS, M. N. Color atlas of diseases and disorders of the foal. Philadelphia: Saunders Elsevier, 2008.

NEREU, C. P. Rev. educo contin. CRMV-SP I Continuous Education Journal CRMV-Sp, São Paulo, volume 3, fascículo 2, p. 40 - 46, 2000. OLIVEIRA D. J. E. ; MARCHINI J. S. Ciências nutricionais. São Paulo, Sarvier, 1998. PFUELLER S.L. et al, . Activation of platelet coagulant activities by formalin. Thrombos Haemostas. 39:546–548, 1978.

REED, S. M.; BAYLY, W. M. Medicina interna equina. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan LTDA, 2000.

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Anais do IX FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 12 a 16 de setembro de 2016 – ISSN – 2178-7301

ROONEY JR. Internal hemorrhage related to gestation in the mare. Cornell Vet. 54:11–17,1964. ROBERTS S. J. The effects of various intravenous injections on the horse. AmJVet Res. 4:226–239,1943.

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ESTUDO RETROSPECTIVO DE ERLIQUIOSE CANINA DO CENTRO VETERINÁRIO VETLIFE, CARATINGA, MG (ABRIL Á AGOSTO DE 2016)

Ana Claudia Pereira, Thais Aparecida de Castro, Marco Augusto de Azevedo

Junior. Graduandos em Medicina Veterinária - Faculdade Vértice –UNIVÉRTIX. Aghata Gusmão Onofre Guimarães

Camila Alcântara de Assis Monteiro Renata Aparecida Fontes – Farmacêutica Bioquímica – Mestre em Ciências

Farmacêuticas - Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Mayara Cristine Ferreira de Aguiar – Médica Veterinária - Mestre em Ciências

Veterinárias - Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected]

INTRODUÇÃO Erliquiose canina é uma doença transmitida pelos carrapatos Rhipicephalus

sanguineus, Dermacentor variabilis e Rhipicephalus boophilus microplus

contaminados pela riquetsia. Esta doença também conhecida como “doença do

carrapato” é causada por um parasita intracelular obrigatório, Ehrlichia spp.,

riquétsias que formam agrupamentos intracelulares chamados mórulas, sendo seu

primeiro ponto de replicação as células mononucleares. No Brasil, a única espécie

descrita até o momento é E. canis, responsável pela erliquiose monocítica canina,

doença considerada endêmica principalmente nas áreas urbanas, onde abundam

populações de carrapatos (FONSECA, 2012; MORAES 2013. e FERNANDES et al.,

2014). A gravidade da doença depende da cepa infectante, da idade do animal, da

suscetibilidade e da alimentação. A partir de estudos baseados nos sinais clínicos e

patológicos obteve-se três fases da doença, a fase aguda onde ocorrem

trombocitopenia, anemia do tipo normocítica normocrômica regenerativa, depressão,

anorexia, febre, perda de peso, corrimentos ocular e nasal, dispnéia, linfadenopatia

e edema dos membros ou do escroto. A fase subclínica resulta em trombocitopenia,

leucopenia seguida de leucocitose e monocitose e neutropenia e os sintomas

geralmente são inaparentes. A fase crônica ocorre hipoplasia de medula óssea

resultando em anemia aplástica, pirexia, epistaxe, palidez e linfadenopatia

generalizada (FERNANDES et al., 2014; MAKINO et al., 2015; SILVA 2015). O

diagnóstico da erliquiose canina pode ser realizado através da presença de mórulas

nos leucócitos parasitados encontrados na avaliação de esfregaços sangüíneos, por

testes de biologia molecular como a reação em cadeia da polimerase e ainda outros

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testes como os de sorologia do tipo ELISA, ou ainda pela técnica de

imunofluorescência indireta de anticorpos (DUARTE et al., 2013; ROSA &

WANDERLEY, 2014). O tratamento para esta enfermidade consiste na

administração de antibióticos. A doxiciclina é o fármaco de eleição sendo utilizada na

dose de 10 mg/kg a cada 12 horas por um período de 28 dias (SILVA et al., 2011;

ISOLA, 2012; SUZUKI, 2013). Estudos de erliquiose canina vêm se tornando o foco

de vários programas de investigação dentro do Brasil devido a sua capacidade de

causar alta morbidade e mortalidade de cães, logo objetiva-se com o presente

estudo realizar um levantamento dos casos de erliquiose em cão de companhia

referenciados no Centro Veterinário Vetlife de Caratinga, MG no período de abril a

agosto de 2016.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo descritivo retrospectivo realizado no Centro Veterinário Vetlife

de Caratinga, MG. Foram avaliadas as fichas clínicas dos animais atendidos no

período de abril á agosto de 2016 com diagnostico de erliquiose canina realizados a

partir de exame clinico e hemograma. Os dados obtidos foram estratificados de

acordo com idade, raça e sexo Quanto a idade os animais foram organizados em

filhote (ate um ano de idade), adulto (de um a oito anos de idade) e idosos (acima de

oito anos de idade). Em relação ao gênero foram dividos apenas como macho e

fêmeo, não havendo consideração se o animal era inteiro ou castrado. Os dados

obtidos foram organizados e processados pelo programa Microsoft excel 2010

(Microsoft Office 2010). Foram detectadas as prevalências considerando a

estratificação das variáveis (sexo, raça, idade) proporcionalmente ao total de

atendimentos de casos de erliquiose atendidos no Centro Veterinário supracitado.

RESULTADO E DISCUSSÃO

Foram atendidos no período de abril á agosto de 2016, 106 cães onde dentre eles

24,3% apresentaram diagnostico de erliquiose canina, sendo 33,4 fêmeas e 66,6

machos. Dentre estes animais 43% eram sem raça definida, sendo o restante

distribuídos entre as raças poodle, akita, pinsher, york shire, ilhasapsu, chauchau,

bacê, shinauzer e maltez. Quando separados por idade, obteve-se que 75% dos

animais eram adultos e 25% idosos, não havendo nenhum filhote acometido pela

patologia. A erliquiose canina acomete animais independente de raça, sexo ou

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idade, sendo a incidência de casos semelhante ao estudo realizado em Lavras,

Minas Gerais, onde a frequência média global de cães soropositivos para E. canis foi

de 23,60 (FONSECA, 2012; ISOLA et al., 2012 e ROSA & WANDERLEY, 2014).

Dentre os animais que apresentaram diagnóstico de erliquiose, 68% relataram

presença de carrapato e pulgas nos últimos 90 dias. Moraes (2013) afirma que o

vetor (carrapato) pode transmitir a doença por mais de 155 dias depois de se

desprender do hospedeiro. Os sinais clínicos encontrados nas fichas clinicas foram

diversos, dentre eles vômito, apatia, prostração, febre, mucosas hipocoradas,

secreção ocular, hiperemia conjuntiva, lesões na pele, dor nos membros pélvicos,

síncope, petéquias, distúrbios gastrointestinais e emagrecimento repentino. Todos

os animais apresentaram trombocitopenia no hemograma e 54% apresentaram

anemia normocítica normocrômica e 42% apresentaram leucopenia, sendo ambas

alterações associadas a trombocitopenia. Segundo Ueno et al., (2009), os sinais

clínicos comumente observados no curso da infecção geralmente são inespecíficos

e não apresentaram associação com a presença de E. canis nos animais,

reforçando a importância da associação dos achados clinico-epidemiologicos e

laboratoriais, com vistas a incrementar o diagnostico da enfermidade, como

demontrado em seu estudo realizado em Botucatu, São Paulo, onde foi detectada

alta taxa de infecção em cães jovens, associado á trombocitopenia, tendo a E. canis

como a única espécie encontrada na região estudada. O tratamento realizado foi o

mesmo descrito por Silva et al., (2011); Suzuki (2013), onde o fármaco de escolha

foi a doxiciclina 10mg/kg/dia sendo a cada 12 horas, via oral, durante 25 a 28 dias,

associado com a terapia de suporte, como fluidoterapia, vitaminas, anti-termicos,

protetores de mucosa gástrica, colírios em casos de infecções oculares, etc.

Também foi sugerido produtos para o tratamento e profilaxia de pulgas e carrapatos.

O controle de carrapatos e outros ectoparasitos são parte fundamental do manejo

sanitário de todos os cães, devido à inexistência de vacina disponível no mercado

contra a erliquiose e demais doenças também transmitidas por ectoparasitos

(GUEDES et al., 2015). Dentre a resposta ao tratamento obteve-se 96% de cura e 4

% de óbito, o que mostra que quando em estagio crônico e com complicações

secundárias esta doença pode levar o animal a óbito (ISOLA, 2012; GUEDES et al.,

2015).

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CONCLUSÃO

A erliquiose é uma doença que afeta uma grande população canina, levando a uma

alta morbidade e consequentemente podendo chegar a mortalidade destes animais.

O diagnóstico preciso e o tratamento é de suma importância para evitar o óbito

destes animais, enfatizando que o uso de substâncias para o controle de

ectoparasitos é a melhor forma de prevenção contra erliquiose canina.

REFERENCIA

DUARTE, S.C. et al. Diagnóstico molecular de Ehrlichia canis em cães de Goiânia, Brasil. Revista de Patologia Tropical, Vol. 42 (1):30-41. Janeiro - março 2013. FERNANDES R.B. et al. Levantamento de casos de Erliquiose canina em cães atendidos no Hospital Veterinário do Curso de Medicina Veterinária da Universidade de Guarulhos (2010-2012). Revista Educação, v. 9. n. 2, 2014. FONSECA J.P. Erliquiose canina em Lavras, Sul de MG, Brasil. Dissertação de mestrado- Lavras UFLA, 2012. GUEDES P.E.B et al. Erliquiose canina: prevalência e epidemiologia no nordeste do Brasil. RevistaBrasileira Parasitologia Veterinária vol. 24, n. 2, Jaboticabal Abr-jun 2015. ISOLA J.G.M.P et al. Erliquiose canina- Revisão de Literatura. Revista Científica eletrônica de Medicina Veterinária, Ano IX, n. 18, jan. 2012. Periódicos semestrais. MORAES, J.F. Competência vetorial de carrapatos do grupo Rhipicephalus sanguineus do Brasil, Argentina e Uruguai para transmissão da bactéria Ehrlichia canis, agente etiológico da erliquiose monocítica canina. Tese doutorado Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, 2013. ROSA E.P.& WANDERLEY M.C.P. Incidência de casos e reincidivas de erliquiose em um clínica veterinária particular entre 2011 e 2012, no município de Iuverva-SP. Revista Nucleus, v. 11, n. 2, 2014 (suplemento). SILVA, M.V.M. et al. Erliquiose canina: Revisão de Literatura. Arquivo Ciências Veterinária, Zoologia. UNIPAR. Umuaroma, v.14, n, 2, p. 139-143, jul-dez 2011. SILVA, M.L. Alterações glomérulo tubulares em cães infectados por Ehrlichia canis. Revista Investigação 14 (6):17-21, 2015.

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SUZUKI F.T. Eficiência do medicamento doxiciclina na resolução da enfermidade Erliquiose monocítica canina (EMC). Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”, dissertação de graduação em Medicina Veterinária. Araçatuba, SP, 2013. UENO T.E.H. et al. Ehrlichia canis em cães atendidosem Hospital Veterinário de Botucatu, Estado de SP, Brasil. Revista Brasileira Parasitologia Veterinária, v.18, n 03, p 57-61. julho- setembro 2009.

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INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO EM GADO DE CORTE

Rafael Faria Arruda Soares, Rhaí Basilato Campos, Bruno Silva Freitas, Marcos Augusto de Azevedo Junior –Graduandos em Medicina Veterinária- Faculdade

Vértice – UNIVÉRTIX. Vivian Rachel de Araújo Mendes – Medica Veterinária pela UFES, doutoranda pela

UFV. [email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Estro; Hormônios; IATF; Onda Folicular; PGF2.

Com os avanços das biotecnologias aplicadas na reprodução,há possibilidade de

uma melhor compreensão da dinâmica folicular e a manipulação da mesma coma

utilização de hormônios naturais e sintéticos. A técnica de inseminação artificial em

tempo fixo (IATF), por meio da administração exógena de hormônios, permite o

controle do dia e momento da ovulação do animal, estabelecendo o momento ideal

para a inseminação artificial (IA) (RODGERS et al., 2012).Levando-se em conta os

benefícios gerados quando o rebanho apresenta bons índices reprodutivos, a IA

pode contribuir para aumentar o ganho e peso e qualidade de carcaça, utilizando um

reprodutor de material genético superior (BARUSELLI et al., 2006). A IATF foi

destacada com uma excelente biotecnologia para melhorar os índices reprodutivos e

apresentar um melhor retorno econômico para a produção de bovinos (BARUSELLI

et al., 2012).Os protocolos de IATF têm a função de induzir o recrutamento de uma

nova onda folicular, provocando o crescimento de novos folículos, e controlando o

momento da ovulação (BARUSELLI et al., 2006).Com esse trabalho temos com o

principal objetivo fazer uma revisão de literatura relacionada àsprincipais funções

hormonais que são mais empregadas no protocolode IATF. Para o entendimento do

protocolo de IATF e necessário conhecer o número de ondas foliculares durante o

ciclo da fêmea bovina. Geralmente, são identificadas três ondas foliculares,embora,

algumas vacasapresentem apenas duas ondas de desenvolvimento folicular

(NOSEIR, 2003), e outras possuem a capacidade de apresentar até quatro ondas

foliculares (BLEACH, 2004). Segundo Adams et al., (2008), em média as primeiras

ondas foliculares iniciam logo após a ovulação, no dia 0 do ciclo estral, a segunda no

dia 8 ou 9 já a terceira no dia 15 e 16.O ciclo estral das vacas é dividido em duas

fases, folicular e luteal. A fase folicular compreende o proestro e o estro. O proestro

inicia-se após a luteólise, induzida pela liberação de prostaglandina (PGF2α)

resultando na diminuição de progesterona (P4) e o aumento da produção do

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hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) produzido pelo hipotálamo sendo

concomitante para a produção de hormônio folículo estimulante (FSH) e hormônio

luteinizante (LH) pela hipófise, desempenhando função de estimulação das ondas

foliculares e crescimento folicular. O estro possui duração nas vacas de 12 a 18

horas, a elevação de estrógeno produzida pelos folículos principalmente o

dominante é responsável pelo comportamento de estro, produção de secreções do

muco vaginal e uterino, abertura da cérvixpara a passagem do sêmen. Já a fase

luteal compreende o metaestro e diestro. O metaestro tem duração de dois a três

dias, fase esta que ocorre a ovulação, geralmente de 12 a 16 horas após seu início,

tendo formação assim do corpo hemorrágico. O diestro possui duração em média de

15 dias, é a fase que tem o desenvolvimento do corpo lúteo (CL) e aumento da

produção de P4.Caso não houver a fecundação o útero produz PGF2α que tem ação

no CL promovendo a luteólise, permitindo assim uma nova ovulação (MUKASA-

MUGERWA, 1989; GONÇALVES et al., 2008; GODOI et al., 2010).O protocolo de

IATF tem como objetivo sincronizar a emergência da onda folicular, terminar a fase

luteínica de forma uniforme e induzir a ovulação sincronizada do folículo dominante

ao final do tratamento hormonal (MENEGUETTI et al., 2009). Destacar a

importânciada IATF dentro de rebanho bovino de corte, demonstrando a eficiência

para os produtores, trazendo inovações em inseminar um maior número de vacas

em um determinado dia com a utilização de hormônios,controlando o momento da

ovulação sem a necessidade de observações de cio, o que facilita o manejo

reprodutivo e melhora gradativamente a genética do rebanho.

REFERÊNCIAS

ADAMS, G.P.; JAISWAL, R.; SINGH, J.; MALHI, P. Progress in understanding ovarian follicular dynamics in cattle. Theriogenology. v. 69, p. 72-80, 2008.

BARUSELLI, P. S.; SALES, J. N. S.; SALA, R. V.; VIEIRA, L. M.; SÁ FILHO, M. F. History, evolution and perspectives of timed artificial insemination programs in Brazil. Animal Reproduction. v. 9, p. 139-152, 2012.

BARUSELLI, P.S.; AYRES, H.; SOUZA, A.H. et al. Impacto da IATF na eficiência reprodutiva em bovino de corte. In: Simpósio Internacional de Reprodução Animal Aplicada – Biotecnologia da Reprodução de Bovinos, 2, Londrina/PR, p.113-132, 2006.

BLEACH, E.C.L.; GLENCROSS, R.G.; KNIGHT, P.G. Association between ovarian follicle development and pregnancy rates in dairy cows undergoing spontaneous oestrous cycles. Reproduction. 127:621-629; 2004.

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GONÇALVES, P.B.D.; FIGUEIREDO, J.R.; FREITAS, V.J.F. Biotécnicas aplicadas à reprodução animal. 2.ed. São Paulo: Editora ROCA, p.270. 2008.

GODOI, C.R.; SILVA, E.F.P.; PAULA, A.P. Inseminação artificial em tempo fixo (IATF) em bovinos de corte. PUBVET, Londrina, V. 4, N. 14, Ed. 119, Art. 807, 2010.

MENEGHETTI, M.; SÁ FILHO, O. G.; PERES, R. F. G.; LAMB, G. C.; VASCONCELOS, J. L. M. Fixed-time artificial insemination with estradiol and progesterone for Bosindicus cows I: Basis for development of protocols. Theriogenology. v. 72, p. 179-189, 2009.

MUKASA-MUGERWA, E. A.Review of reproductive performance of female Bosindicus (Zebu) cattle.ILCA monog.v.6, p. 1-34, 1989.

NOSEIR, W.M.B. Ovarian follicular activity and hormonal profile during estrous cycle in cows: the development of 2 versus 3 waves. Reproduction and Endocrinology.v. 10, p. 1-50, 2003.

RODGERS, J. C.; BIRD, S.L.;LARSON, J.E. An economic evaluation of estrous synchronization and timed artificial insemination in suckled beef cows.Journal animal Scienc.v.10 p.1297- 1308, 2012.

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ERLIQUIOSE CANINA: RELATO DE CASO

Ana Claudia Pereira, Thais Aparecida de Castro, Marco Augusto de Azevedo Junior. Graduandos em Medicina Veterinária - Faculdade Vértice –UNIVÉRTIX.

Aghata Gusmão Onofre Guimarães Camila Alcântara de Assis Monteiro

Renata Aparecida Fontes – Farmacêutica Bioquímica – Mestre em Ciências Farmacêuticas - Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

Mayara Cristine Ferreira de Aguiar – Médica Veterinária - Mestre em Ciências Veterinárias - Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

[email protected] INTRODUÇÃO A erliquiose é uma doença infectocontagiosa, que se caracteriza como uma

hemoparasitose zoonótica a qual atinge principalmente os cães, independente de

raça, sexo ou idade (ISOLA et al., 2012 e ROSA & WANDERLEY, 2014). A

erliquiose é causada por uma bactéria gram negativa pertencente ao gênero

Ehrlichia. É um parasita intracelular obrigatório das células mononucleares. Sua

transmissão ocorre com a participação dos vetores, Rhipicephalus sanguineus,

também conhecido como o carrapato marrom do cão, Dermacentor variabilis e

Rhipicephalus (Boophilus) microplus (SILVA et al., 2011; LOPES, 2013; MORAES,

2013). Os cães infectados com E. canis apresentam alterações clínicas,

hematológicas e bioquímicas bastante inespecíficias de acordo com o estágio

clínico, subclínico ou crônico da doença, o que dificulta o diagnóstico (LOPES,

2013). O tratamento para esta enfermidade consiste na administração de antibióticos

sendo de predileção a doxiciclina 10 mg/kg a cada 12 horas durante 28 dias (SILVA

et al., 2011; SUZUKI, 2013). Ressalta-se a importância de estudos referentes à

erliquiose canina em decorrência da alta morbidade e mortalidade de cães

(DAGNONE et al., 2001; SILVA et al., 2011 e FERNANDES et al., 2014). Este

estudo tem por objetivo relatar o caso de uma cadela com erliquiose canina atendida

no Centro Veterinário Vetlife, Caratinga, MG.

RELATO DE CASO

No dia 21 de junho do ano de 2016, foi atendida no Centro Veterinário Vetlife em

Caratinga, MG, uma cadela raça Shnauzer, 2 anos de idade e pesando 5,3 kg. O

proprietário relatou que a cadela apresentava síncope e dor nos membros pélvicos.

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Foi realizada anamnese e exame físico no animal onde constatou-se a presença de

dor a palpação nas articulações coxofemorais e femorotibiopatelares do membro

pélvico, abdômen e mucosas hipocoradas. A proprietária afirmou não ter encontrado

carrapatos na cadela, uma vez que faz uso de fármacos para controle de

ectoparasitos. Solicitou-se ao proprietário a realização do hemograma para

diagnóstico e tratamento da possível patologia. O resultado do hemograma mostrou

uma trombocitopenia grave, leucopenia e anemia regenerativa normocítica

normocrômica. A partir deste resultado foi realizado teste de ELIZA para erliquiose

canina, o qual apresentou resultado positivo. Foi prescrito tratamento com doxiciclina

na dose de 10 mg/kga cada 12 horas, por 28 dias; Eritrós um comprimido ao dia

durante 30 dias; glicopan na dosagem de 0,5 ml SID durante 30 dias e Vita vet C,

0,4ml SID durante 30 dias. No dia 07 de julho de 2016 a cadela retornou até o

Centro Veterinário apresentando secreção ocular purulenta. Foi realizado

novamente anamnese, exame clínico do animal e nova solicitação de hemograma.

Tendo como parâmetro as alterações obtidas no primeiro hemograma, foi observado

no segundo hemograma a presença de trombocitopenia, porém com um discreto

aumento das plaquetas, leucopenia com uma pequena diminuição dos leucócitos e

persistência da anemia regenerativa normocítica normocrômica, sem alterações em

seus valores. Como tratamento foi instituído a continuação das medicações e modo

de utilização prescritos anteriormente acrescendo do tratamento da conjuntivite com

colírio a base de dexametasona, sulfato de neomicina, sulfato de polimixina e

hipromelose o qual foi utilizado por um período de 14 dias, uma gota em cada globo

ocular quatro vezes ao dia e colar elisabetano. Após 14 dias, foi constatada pouca

melhora no quadro clínico da conjuntivite do animal, logo realizou a troca do

princípio ativo do colírio, utilizando-se sulfato de condroitina e ciprofloxacina,

instilando uma gota em cada olho quatro vezes ao dia durante mais 14 dias. No dia

28 de julho o animal retornou a clinica para realização do hemograma após

tratamento da erliquiose e observação do tratamento de sua conjuntivite. A

proprietária relatou ter observado aumento dos linfonodos submandibulares e

poplíteos. Observou-se uma discreta melhora no quadro clínico de conjuntivite. Foi

coletado o sangue do animal para realização de novo hemograma e perfil

bioquímico. Com os resultados do hemograma do dia 28 de julho, foi realizada uma

analise comparativa com os hemogramas realizados anteriormente e constatou-se

que não havia remissão da trombocitopenia, permanecendo também a leucopenia e

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anemia regenerativa normocítica normocrômica. No exame bioquímico foi constado

o aumento da transminase oxalacetica (AST) indicando lesão hepática. Para o

tratamento da mesma foi receitada a medicação Hepvet, um comprimido por dia

durante 30 dias. Também realizou-se o teste rápido para detecção de erliquiose, o

qual teve resultado negativo, descartando a patologia. Foi coletado novamente o

sangue do animal no dia 12 de julho para realização de teste laboratorial (ELISA) e

PCR para detecção de leishmaniose devido o animal residir em uma região com

endemismo para tal patologia. O resultado do teste ELISA e PCR para leishmaniose

foi positivo.

DISCUSSÃO

Os cães infectados com Erlichia canis podem desenvolver sinais brandos a intensos

ou mesmo não apresentar sinais dependendo da fase da doença em que se

encontram. A gravidade da doença depende da cepa infectante, da idade,

suscetibilidade e alimentação do animal (ISOLA, 2012; LOPES, 2013). A

trombocitopenia, anemia do tipo normocítica normocrômica regenerativa, e

leucopenia são achados laboratórias os quais juntamente com os sinais clínicos

auxiliam no diagnóstico da erliquiose canina (FERNANDES et al., 2014; MAKINO et

al., 2015; SILVA 2015). O tratamento prescrito seguiu protocolos encontrados nos

estudos Silva et al.(2011); Isola (2012); Suzuki (2013) o qual consiste em cloridrato

de doxiciclina na dose de 10 mg/kg a cada 12 horas por um período de 28 dias e

tratamento suporte com vitaminas, sulfato ferroso, hidratação, etc. O teste rápido

que foi realizado no fim do tratamento e um “kit” sorológico utilizado na detecção da

erliquiose canina, baseado na técnica de “Dotblot- ELISA”, que é capaz de

determinar anticorpos da classe IgG específicos para o agente infectante (DUARTE

et al., 2013, FERNANDES et al., 2014). Os colírios indicados para conjuntivite são à

base de antibióticos, porém o primeiro colírio tem em sua base antiinflamatório,

sendo desaconselhado o seu uso rotineiro (TURNER, 2010). A solicitação de testes

para leishmaniose se explica pelo fato das diversas alterações no ambiente como,

desmatamentos, urbanização e intenso processo migratório, que levou a expansão

das áreas endêmicas da doença, principalmente nas regiões Sudeste e Centro

Oeste do país O resultado positivo para leishmaniose explica o fato de o animal

apresentar sintomas comuns a todas as doenças e não ter tido resposta imunológica

e plaquetária em seu hemograma, mesmo após tratamento e teste negativo para

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erliquiose canina, uma vez que a leishmania multiplica-se na medula óssea, no baço

e nos gânglios linfáticos, originando sintomas muito diversos dentre eles a aplasia

medular (MONTEIRO, et al.; 2005).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A erliquiose canina e uma doença comum dos cães e de alta incidência. Eu

tratamento e feito a base de cloridrato de doxiciclina e na maioria dos casos se tem

uma resposta imunológica eficiente após o tratamento. Visto que este animal não

obteve resposta imunológica, porém no teste rápido não apresentou resposta

positiva, seguiu-se um protocolo de realização de sorologia e PCR para

leishmaniose, obtendo resultados positivos, fechando o diagnóstico clinico.

REFERENCIAS

DUARTE, S.C. et al. Diagnóstico molecular de Ehrlichia canis em cães de Goiânia, Brasil. Revista de Patologia Tropical, Vol. 42 (1):30-41. Janeiro - março 2013.

FERNANDES R.B. et al. Levantamento de casos de Erliquiose canina em cães atendidos no Hospital Veterinário do Curso de Medicina Veterinária da Universidade de Guarulhos (2010-2012). Revista Educação, v. 9. n. 2, 2014.

ISOLA J.G.M.P et al. Erliquiose canina- Revisão de Literatura. Revista Científica eletrônica de Medicina Veterinária, Ano IX, n. 18, jan. 2012. Periódicos semestrais.

LOPES L.C. Hemoparasitoses em animais de companhia: erliquiose, babesiose e micoplasmose: Estudo de casos clínicos. Dissertação Mestrado Universidade de Trás-os –Montes e AltoDourado, Vila Rural, 2013. MONTEIRO, Érika Michalsky et al. Leishmaniose visceral: estudo de flebotomíneos e infecção canina em Montes Claros, Minas Gerais . Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 38(2):147-152, mar-abr, 2005

MORAES, J.F. Competência vetorial de carrapatos do grupo Rhipicephalus sanguineus do Brasil, Argentina e Uruguai para transmissão da bactéria Ehrlichia canis, agente etiológico da erliquiose monocítica canina. Tese doutorado Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, 2013.

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ROSA E.P.& WANDERLEY M.C.P. Incidência de casos e reincidivas de erliquiose em um clínica veterinária particular entre 2011 e 2012, no município de Iuverva-SP. Revista Nucleus, v. 11, n. 2, 2014 (suplemento). SILVA, M.V.M. et al. Erliquiose canina: Revisão de Literatura. Arquivo Ciências Veterinária, Zoologia. UNIPAR. Umuaroma, v.14, n, 2, p. 139-143, jul-dez 2011. SUZUKI F.T. Eficiência do medicamento doxiciclina na resolução da enfermidade Erliquiose monocítica canina (EMC). Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”, dissertação de graduação em Medicina Veterinária. Araçatuba, SP, 2013. TUNER S.M. Oftalmologia em pequenos animais. Tradução Carla de Freitas Campos et al.; Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

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AVALIAÇÃO DOS ÍNDICES ZOOTÉCNICOS DE UMA PROPRIEDADE LEITEIRA EM REDUTO-MG.

Marcos Augusto de Azevedo Junior, Rafael Custodio Machado – Bolsista PIBIC

– FAPEMG – Acadêmico do curso de medicina Veterinária – Faculdade Vértice–UNIVÉRTIX.

Jhonathan Alves Moreira, Rafaela Nunes Quintão, Nívia Assis, Carlota Alcon - Acadêmico do curso de Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

Bruna Waddington de Freitas – Graduada e Doutora em Medicina Veterinária. Professora da Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX e UNIVIÇOSA.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVES: bovinocultura; produção; reprodução.

INTRODUÇÃO

A avaliação da produtividade da bovinocultura é fundamental e de grande relevância

visto que auxilia a identificar pontos críticos que possam acarretar prejuízos na

atividade, sendo que uma simples monitoração já pode acarretar em aumento

produtivo. No entanto, a pecuária de leite vem ao longo do tempo demonstrando

menores índices de eficiência produtiva quando comparada com a pecuária de corte,

embora esse cenário venha melhorando a cada ano com a implantação de

monitoramentos zootécnicos, de forma a demonstrar ao produtor onde estão

direcionados os gastos, possibilitando assim a redução e redirecionamentos dos

seus recursos (TORRES-JÚNIOR et al., 2009; FREIRE et al., 2014; PARMEGGIANI

et al., 2014). Alguns pontos importantes para obtenção da eficiência produtiva de um

rebanho leiteiro estão intimamente relacionados à reprodução (LEITE et al., 2001);

embora outros pontos também devam ser considerados como aqueles ligados ao

balanceamento nutricional do rebanho para cada categoria animal, como também

enfermidades metabólicas e puerperais, manejo inadequado, entre outros (LUCY,

2001; STEVENSON; CALL, 1988). Com isso e diante da dificuldade de saber a

realidade de pequenas propriedades leiteiras no interior de Minas Gerais, este

trabalho teve por objetivo avaliar o índice zootécnico e de toda a cadeia produtiva de

uma propriedade de gado leiteiro, a fim de identificar possíveis falhas de produção

para, assim, diminuir as margens de erro e, consequentemente, aumentar a

produtividade e rentabilidade da propriedade.

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METODOLOGIA

Este trabalho foi realizado em uma propriedade de criação de bovinos de leite no

município de Matipó, MG. Para a coleta dos dados foi realizado questionários

abordando questões referentes ao manejo reprodutivo. A partir desses dados, o

proprietário foi orientado quanto aos pontos positivos e negativos relacionados ao

manejo geral do rebanho.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Diante do questionário realizado, foram observadas algumas falhas no manejo

reprodutivo da propriedade, o que consiste num dos pontos de maior importância na

cadeia produtiva de gado de leite, já que uma boa eficiência reprodutiva permite

maior vida útil dos animais e maior número de nascimentos de bezerras (LEITE et

al., 2001). Outro ponto de grande importância é o manejo nutricional dos animais

que, por afetar as funções fisiológicas do organismo, pode por consequência refletir

em distúrbios no sistema reprodutivo (CARVALHO et al., 2003). De acordo com

dados da EMBRAPA (2006), as fêmeas destinadas à estação reprodutiva devem

apresentar boa condição corporal e ciclo normal, sendo uns dos pontos críticos na

fazenda a falta de um médico veterinário capacitado na região que possa

acompanhar o manejo reprodutivo de rebanho. A alternativa que o proprietário está

utilizando é a implantação do programa de inseminação artificial em tempo fixo

(IATF) pré-estabelecido e retirados de plataformas online, o que não é indicado pois

a IATF é um procedimento que deve ser realizado de forma mais individual possível,

visto que os animais possuem escore corporal, produção de leite e fase do ciclo

estral diferentes. Com isso, a individualização dos protocolos de IATF poderia

otimizar os resultados de concepção e prenhez, tendo em vista que o sêmens

utilizados são proveniente de touros de alto padrão racial com boas características

produtivas para a produção leiteira.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As propriedades leiteiras precisam ser consideradas uma empresa que precisa de

procedimentos estabelecidos para a produção e contabilidade financeira. Com isso,

para tanto conseguir melhores resultados, os produtores deveriam realizar todo o

controlo zootécnico da propriedade para identificar os pontos que podem ser

melhorados, com a realização de anotações de informações básicas como período

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de serviço e de trabalho para alcançar bons índices reprodutivos e calendário de

vacinação e vermifugação para evitar morte e perda de desempenho dos animais.

REFERÊNCIAS

Empresa Brasileira de Pesquisa e Agropecuária- EMBRAPA. Cartilha de Inseminação Artificial em bovinos. 2006.

LEITE, E.L.; MORAES, J.C.F.; PIMENTEL, C.A. Eficiência produtiva e reprodutiva em vacas leiteiras. Ciência Rural, v.31, n.3, p.46-472, 2001 LUCY, M.C. Reprodutiva loss in high-producing daria catre: where will it end? Journal of Dairy Science, Champaign, v.84,n.6 , 2011. STEVENSON, J.S.,CALL, E.P. Reprodutiva discordes in the periparturient daria cow. Journal of Dairy Science v.71, p. 2572-2583,1988. TORRES-JÚNIOR, J.R.S.; MELO, W.O.; ELIAS, A.K.; RODRIGUES, L.S.; PENTEADO, L.; BARUSELLI, P.S. Considerações técnicas e econômicas sobre reprodução assistida em gado de corte. Revista Brasileira de Reprodução Animal, v.33, n.1, p.53-58, 2009. FREIRE, J.; OLIVEIRA, M.G.; BONATO, D.V.; VRISMAN, D.P.; CARDILLI, D.J.; VICENTE, W.R.R.; TEIXEIRA, P.P.M. Patologias obstétricas na bovinocultura de leite – revisão de literatura. Agropecuária Científica no Semi-Árido, v.10, n.4, 2014 PARMEGGIANI, E.B.; BARONI, J.I.; GRAZZIOTIN, S.Z.; BECK, C.; KRUGER, C.A.M.B.; FRAGA, D.R. Ocorrência de doenças clínicas e reprodutivas em vacas leiteiras. XXII Seminário de Iniciação Científica da Universidade de Ijuí, Santa Rosa. 2014.

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UTILIZAÇÃO DE PLASMA RICO EM PLAQUETAS (PRP), EM BEZERRO COM ARTRITE – RELATO DE CASO

Marcos Augusto de Azevedo Junior, Bruno Silva Freitas, Cleiser Pereira –

Bolsista PIBIC – FAPEMG – Acadêmico do curso de Medicina Veterinária – Faculdade Vértice–UNIVÉRTIX.

Vanessa Lopes de Souza, Guilherme Henrique Lopes Soares, Nívia Assis- Acadêmicos do Curso de Medicina Veterinária –Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

Priscila Fantini - Médica Veterinária, Doutorado, Professora da Faculdade Alis [email protected]

PALAVRAS-CHAVES: Doença infecciosa; neonatos; terapia celular.

INTRODUÇÃO

As perdas em uma propriedade no período neonatal chegam em até 75%, diante

disso a saúde dos bezerros é dependente de fatores relacionados ao período do

pré-parto mas principalmente no imediato do parto e no pós-parto (MARTINI, 2008).

Os animais podem apresentar problemas infecciosos, parasitários ou por trauma

recorrente da parição, lotação no bezerreiro e ambiente impróprio. Fatores estes que

podem levar os animais a quadros de diarreia, feridas de pele, onfaloflebite, artrite e

poliartrite séptica (COSTA, 2011). A artrite pode ser causada por diversos fatores, no

entanto a artrite séptica é decorrente de uma reação inflamatória resultante de uma

infecção direta do micro-organismo na articulação, que pode ser resultante de algum

trauma, onfaloflebite, úlceras de sola dentre outros. Denomina artrite séptica quando

a presença de micro-organismo na articulação, sendo uns dos principais o

Staphylococcus aureus, pois é uma bactéria natural da pele, no entanto a espécie da

bactéria está ligada diretamente e direciona a investigação da causa (ULIAN et al.,

2010). As características de uma artrite séptica podem ser retratados principalmente

aumento de volume na região articular afetada, distensão articular, perda da

congruência articular, proliferação periosteal irregular nas bordas articulares,

osteólise subcondral, claudicação, relutância do animal ao tocar ao solo. Na fase

inicial, existe um pequeno aumento de volume, e na análise do liquido sinovial é

possível notar presença de leucócitos (LIMA et al., 2009). O plasma rico em

plaquetas (PRP) é um derivado autólogo do sangue total, retirado por método

simples de coleta do sangue com anticoagulante adequado e centrifugação, e possui

capacidade analgésica, acelera o processo de cicatrização e de regeneração

tecidual (CARMONA et al., 2007). Recentemente pesquisas com plasma rico em

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plaquetas são referidos em diferentes tecidos como ossos, cartilagens, tendões. O

aumento da velocidade de reparação e da qualidade do tecido pode fazer com que

os animais reduzem o tempo de recuperação (VENDRUSCOLO et al., 2014). Para a

obtenção do PRP é utilizado o sangue total e existem diferentes protocolos de

extração (CARMONA, 2006). No entanto Fantini, (2014) estabeleceu um protocolo

utilizando uma baixa centrifugação de 133g durante 8 minutos obtivendo melhores

resultados. As plaquetas apresentam em seu citoplasma três diferentes tipos de

grânulos: os lisossomais que contêm substancias que agem como enzimas

proteolíticas; os grânulos densos, que possuem componentes que regulam a

agregação plaquetária e os grânulos α que são responsáveis pela produção e

liberação de vários fatores biológicos de adesão, agregação coagulação,

quimiotaxia, proliferação e regulação do processo inflamatório, conhecidos como

fatores de crescimento (ANITUAL et al., 2004). Os principais descritos são: fator de

crescimento derivado de plaquetas (PDGF), fator de crescimento transformante

(TGF-β), fator de crescimento endotélio vascular (VEGF), fator de crescimento

epidérmico (EGF), fator de crescimento de hepatócitos (HGF) e o fator de

crescimento de fibroblasto (FGF) (MOLLOY et al., 2003).

RELATO DE CASO

Realizou o atendimento de um bezerro no município de Caratinga – MG, no período

de agosto de 2015. O proprietário retratou o caso dizendo que o animal apresentava

claudicação há alguns dias e também um aumento de volume no membro anterior

direito. Na anamnese observou que o animal era um macho com idade de 3 meses,

da raça Girolando. Na inspeção foi realizada a palpação da região do casco e da

articulação que de primeira instância não demonstrou nenhum tipo de alteração, no

entanto na palpação do umbigo observou uma onfaloflebite com aumento de volume

e secreção purulenta. Por esta apresentação clínica fechou o diagnóstico de

poliartrite séptica. No caso especifico deste animal, observou um grande aumento de

volume e após sedação com xilasina em decúbito direito, realizou-se a tricotomia de

toda a região carpo, antissepsia com álcool iodado para a punção aspirativa da

articulação para diminuir o volume do liquido articular, e foi possível observar leve

turbidez. Posteriormente, com um cateter foi feito a lavagem da articulação com

solução fisiológica, após retirada do fluido utilizou o mesmo acesso do cateter e

aplicado 6 ml de plasma rico em plaquetas. Para a obtenção do PRP, foi realizado a

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coleta de 6 tubos com citrato de sódio, centrifugado por 8 minutos a 132g. Na

manutenção da cartilagem articular, utilizou-se também sulfato de condroetina ajuda

a repor e diminuir a matriz extracelular, ajudando os condrócitos a repor o tecido

lesado. Como antibióticos, utilizou 3 aplicações de Ceftiofur.

DISCUSSÕES

Exames complementares elucidariam o diagnóstico, visto que o exame do líquido

sinovial tem importância no diagnóstico e a presença de leucócitos na articulação,

onde estas células migraram para articulação (STASHAK, 2006). O exame

microbiológico da articulação na tentativa de isolar o micro-organismo em meio de

cultura o indicando é Agar sangue e Manitol salgado e Agar Macconkey. Para fechar

um diagnóstico de sepse indica-se o isolamento de uma amostra sanguínea

(COLAHAM, 2000). A aplicabilidade de uma radiografia da articulação afetada é

necessária para uma melhor análise do prognóstico do paciente. O tratamento de

poliartrite deve sempre ser empregado a remoção da dor, manutenção e modulação

da inflamação, soluções para tratar as lesões articulares (HIGGINS & SNYDER,

2006). O PRP foi introduzido no tratamento pois possui capacidade de liberar

diversos fatores de crescimento crescimento liberados pelos grânulos α, ação

analgésica, liberação de serotonina e catecolaminas pelos grânulos densos

(CARMONA et al., 2007). Para antibióticoterapia é indicado usar um antibiótico de

amplo espectro por um tempo prolongado, pois os antibióticos não conseguem

chegar em altas concentrações nas articulações (STASHAK, 2006).

CONCLUSÃO

O resultado com o tratamento implementado obteve sucesso na regressão, e na

recuperação do animal, que após três semanas na realização de exame clinico o

animal não apresentava nenhum sinta clinico, com a função completa da mobilidade

da articulação.

REFERÊNCIAS

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STASHAK, T. S.; Claudicação em Eqüinos Segundo Adams’, 5ed., Editora Roca, p. 370, 2006.

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AVALIAÇÃO DO PLASMA RICO EM PLAQUETAS EM EQUINOS, ASININOS E MUARES

Marcos Augusto de Azevedo Junior, Bruno Silva Freitas, Rafael Custódio Machado, Alice Lima Martins. Acadêmicos do Curso de Medicina Veterinária.

Bolsista PIBIC – FAPEMIG. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Nathália Rocha Fernanda - Acadêmicos do Curso de Medicina Veterinária

Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Priscila Fantini - Médica Veterinária, Doutorado, Professora da Faculdade Alis.

Gustavo Pereira Goncalvez - Médico Veterinário, Mestrado pela – UFV. Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Concentrado de plaquetas; equídeos; PRP e terapia regenerativa.

INTRODUÇÃO

O território brasileiro possui cerca de 5.508 milhões de equinos (IBGE, 2011),

possuindo terceiro maior rebanho de equinos do mundo (FAO, 2008). Segundo

IBGE (2011), a população mundial de asininos é de 43 milhões enquanto que a de

muares é de apenas 11 milhões. Os muares e asininos são animais muito

resistentes e na grande maioria são animais utilizados para o trabalho. No entanto

os criadores destes animais possuem um conceito retrogrado sobre a relação do

temperamento do animal com o que ele suporta fisiologicamente, conceitos que

revelam também que por serem animais de grande resistência não necessitam

cuidados em seu manejo (PESSOA et al., 2014). Os equinos são animais muito

utilizados para o esporte considerados assim animais atletas, sendo submetidos a

elevado esforço físico, ultrapassando seus limites fisiológicos e promovendo assim

lesões musculoesqueléticas (GOODSHIP et al.,1994). Várias terapias são realizadas

no tratamento de lesões musculoesqueléticas, mas nem sempre os resultados são

satisfatórios, por não garantir uma recuperação tecidual de qualidade e assim

acarretando problemas na função da estrutura tratada e compromete o retorno do

animal as suas atividades (VENDRUSCOLO et al., 2014). O plasma rico em

plaquetas (PRP) surgiu como uma alternativa para acelerar a recuperação tecidual,

potencializando o efeito reparador do órgão e sendo uma terapia que utiliza

procedimentos prática e de baixo curto (VENDRUSCOLO et al., 2014). O tratamento

com PRP mostra valores significativos nas recuperações de lesões

musculoesqueléticas, como também diversas aplicações em outras áreas. O plasma

Rico em Plaquetas (PRP) é um preparado de sangue total (VENDRUSCOLO et al.,

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2012), são retirados os glóbulos vermelhos que não são uteis como as plaquetas

para o processo de reparação tecidual (SOARES, et al., 2010), sendo considerado

assim um volume de plasma que contem maior quantidade de plaquetas do que no

sangue total (MARX, 2001), submetido a um método simples de coleta do sangue

utilizando anticoagulante especifico sendo logo após centrifugado. O PRP vem

ganhando espaço na literatura científica (CARMONA et al., 2007), pois possui

diversos fatores de crescimento (LAGUNAS, 2006), importantes para a proliferação

e diferenciação celular, angiogênise (VENDRUSCOLO et al., 2012), como também

capacidade analgésica (XU et al., 2011), e acelerando assim o processo de

regeneração tecidual (CARMONA et al., 2007). Na Medicina Veterinária através de

instrumento como a pesquisa, tenta padronizar os métodos de coleta e

processamento do plasma rico em plaquetas, no entanto estudos são largamente

realizados em equinos, contudo não se sabe a relação de diferenças entre o PRP de

equinos, asininos e muares. Este trabalho tem como objetivo comparar o plasma rico

em plaquetas de equinos com muares e asininos.

METODOLOGIA

O Projeto está ocorrendo em propriedades da Zona da Mata Mineira na microrregião

do município de Matipó-MG, que queiram participar e que possui os animais

necessários para o projeto (equinos, asininos e muares). Ao responsável dos

animais serão apresentados toda a metodologia do trabalho e seus objetivos e se

desejarem contribuir para a pesquisa eles serão apresentados o Termo de Livre

Esclarecido do projeto. A propriedade só fara parte da pesquisa mediante a

assinatura do termo. Fará parte da pesquisa seis equinos, seis asininos e seis

muares, escolhidos aleatoriamente, sendo coletado as amostras somente após o

exame físico que irá constatar que são animais clinicamente saudáveis. Os animais

serão submetidos a exame completar (hemograma), para uma avaliação mais

profunda. A coleta será através de venopunção da jugular com tubos a vácuo

contendo ácido etilenodiamino tetra-acético – EDTA. As amostras serão enviadas

posteriormente para processamento e retirada do PRP, que será com os tubos de 4

mL contendo anticoagulante Citrato de Sódio – CS. As amostras serão processadas

no Laboratório de Análises Clínicas do Hospital Veterinário Gardingo LTDA. Será

realizada a contagem no hemocitômetro e contagem manual em esfregaço

sanguíneo corado com a técnica de Romanowski (panótipo, laborclin), de plaquetas

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no sangue total com os distintos anticoagulantes. Posteriormente as amostras nos

tubos de CS serão colocadas em centrífuga a 133g por oito minutos com aceleração

de 60 segundo e frenagem de 2 minutos, para a concentração das plaquetas. Por

densidade celular as hemácias ficam no fundo do tubo seguido por cima das

hemácias a capa leucocitária, e logo acima será coletado 1/3 do plasma onde

concentram as plaquetas com auxílio de uma seringa de 3 mL e um cateter 14G

aspirar de 1mL e transferido para tubos (eppendorf) previamente autoclavados. As

amostras serão avaliadas pela composição celular, contagem de plaquetas,

hemácias e leucócitos que será realizada por um contador hematológico. As

plaquetas serão contadas também em câmera de Neubauer, com diluição de 1:200

no liquido de Hess- Ecker e homogeneizado durante 20 minutos, com o auxílio do

tubo capilar para micro hematócrito, esta será mantida em repouso, em placa de

Petri com algodão umedecido durante 30 a 40 minutos e a contagem de plaquetas

vai ser realizadas nos 50 campos centrais da placa, sendo o valor multiplicado por

1000. Avaliando também a morfometria, para isso será produzidos dois esfregaços

coradas pela técnica de Romanowski (panótipo, laborclin), e o percentual de

ativação das plaquetas serão avaliadas por microscopia óptica. As plaquetas serão

classificadas em três parâmetros morfológicos: 0 - plaquetas normais (alongadas), 1

– estado de ativação brando (arredondadas), 2 – plaquetas ativadas (emitindo

pseudópodes). As comparações dos resultados obtidos, serão não paramétricas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa está em andamento na fase de coleta e processamento das amostras e

ao termino destas avaliações espera-se analisar se existe diferença entre o plasma

rico em plaquetas dos equinos, asininos e muares, com relação a composição

celular, quantificando as plaquetas e avaliação morfometrica comparando as

diferenças fases de ativação das plaquetas.

REFERÊNCIAS

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PROCESSAMENTO E PRODUÇÃO DE IOGURTE: REVISÃO DE LITERATURA

Rafaela de Souza Pena Serra; Thais Monteiro Viana; Bruno Silva Freitas; Israel Viana Amaral, Pamella Felipe Silva Benevides; Eliza Frances do Nascimento Vieira – Graduandas em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

Leandro Silva de Araújo- Graduado e Mestre em Medicina Veterinária. Professor de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: iogurte, leite fermentado, qualidade higiênico sanitária

INTRODUÇÃO

O leite é um dos alimentos de origem animal mais consumido pelo homem, devido a

sua rica composição de proteínas, gordura, carboidratos, sais minerais e vitaminas

(MULLER 2002). Fontes alternativas de consumo e comercialização são os

subprodutos do leite como o requeijão, diversos tipos de queijo, manteiga, doce de

leite e o iogurte. No Brasil o iogurte é um dos alimentos mais apreciados e

consumidos, feito a partir da fermentação do leite adicionando ou não de outros

produtos alimentícios. A utilização do leite na fabricação de iogurte deve apresentar

boa qualidade físico-química e não podendo ser utilizado congelado, com objetivo de

evitar defeitos na textura do produto, que é feito a partir da coagulação do leite pela

ação de dois microrganismos Lactobacillus bulgaricus e Streptococcus thermophilus.

O iogurte possui alta digestibilidade e efeitos benéficos à saúde se comparado ao

leite, por possuir maior concentração de vitaminas B6 e B12, potássio, cálcio, fosforo

e minerais. Devido a lactose estar parcialmente hidrolisada é recomendado o

consumo a pessoas que tenham insuficiência de lactase, mas possua a necessidade

de ingerir um produto lácteo (FERNANDES 2011). Uma forma encontrada de

atender ao mercado consumidor foi a adição de novos ingredientes ao iogurte como:

frutas e alimentos naturais, que auxiliam a uma refeição mais nutritiva e maior

aceitação do produto (PAIVA et al., 2014). Entre as causas de prejuízos para

indústrias e perdas de produtos, destacam-se a contaminação por leveduras e

fungos, que podem causar estufamento de embalagem nas prateleiras refrigeradas

e alterações de cor e sabor (MOREIRA et al., 1999). O presente trabalho tem como

o principal objetivo fazer uma revisão de literatura do processamento do iogurte e os

principais microrganismos encontrados neste produto, descartando as bactérias

fundamentais para sua fabricação.

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METODOLOGIA

Nesta pesquisa foi realizado um levantamento de estudos publicados sobre o

processamento e produção microbiológica do iogurte, relacionados à quantidade de

microrganismos presentes e alterações na qualidade do produto que trazem

prejuízos econômicos e à saúde publica. Foi realizada uma busca na plataforma

Scielo, e foram utilizadas as palavras-chaves: iogurte, leite fermentado, qualidade

higiênico sanitária. Obteve-se um total de 2370 artigos estavam relacionados ao

tema desta pesquisa, dos quais 9 foram selecionados levando-se em consideração o

tipo de alimento analisado e a relevância do estudo para a saúde publica.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Economicamente o leite fermentado mais importante é o iogurte, feito a partir da

coagulação do leite pela ação de dois microrganismos Lactobacillus bulgaricus e

Streptococcus thermophilus. Esses microrganismos transformam parcialmente a

lactose em acido lácteo durante a fermentação que ocorre a uma temperatura de 42

a 43ºC durante aproximadamente 4 horas, preservando a gordura, os minerais e o

conteúdo de vitaminas do leite puro, diminuindo a lactose facilitando a assimilação

do iogurte em indivíduos com intolerância a lactose (CARNEIRO et al.,2012). As

bactérias lácteas pré-digerem as proteínas do leite, aumentando a variedade e

produzindo novas vitaminas presentes no iogurte. O processo térmico tem como

objetivo destruir microrganismos patogênicos que possam competir com as culturas

do iogurte, desnaturando proteínas do soro, também irá estimular o crescimento da

cultura láctea por meio da redução de oxigênio do leite, influenciando na obtenção

de uma boa textura e viscosidade (CARNEIRO et al., 2012). No momento da

inoculação os microrganismos devem encontrar-se na mesma proporção, para que o

produto final contenha as características e consistências desejáveis que são:

facilidade de conservação, crescimento vigoroso, bom aroma, sabor e pureza

(SENAI 1999). Durante o processo de fermentação do leite as culturas devem

apresentar resistência à degradação, capacidade de desenvolvimento em simbiose,

poder acidificante médio, assim produzindo substâncias responsáveis pelo aroma,

viscosidade e sabor (CARNEIRO et al.,2012). Com o aumento do pH ficando

próximo a 4,6 ocorrerá a coagulação da proteína do leite. A má refrigeração favorece

o crescimento de leveduras e fungos filamentosos. Além destes as principais

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bactérias encontradas pertencem ao grupo dos coliformes totais, termotolerantes

Escherichia coli e Salmonella sp, que fornecem indícios de práticas sanitárias

insatisfatórias em algum momento da fabricação, no envase do produto ou

refrigeração inadequada (SILVA et al., 2012). O tempo de prateleira é definido de

acordo com a qualidade do alimento, parâmetros fisiológicos, valores nutricionais,

atributos sensoriais, consistência, textura, sabor e cor. Qualquer alteração de uma

ou mais dessas propriedades diminui sua vida útil, tornando o produto improprio

para o consumo (TEIXEIRA 2009).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este é um trabalho de revisão, parte de um projeto em andamento. Neste

levantamento de dados pode observar-se que o iogurte é considerado uma bebida

de grande aceitação pelos consumidores. É processada a partir do leite, através da

fermentação láctea, realizada por bactérias. É necessário um processamento correto

para atingir um nível de pH adequado para consumo. Uma má conservação desse

produto leva a deterioração através de microrganismos indesejáveis, fazendo com

que esse alimento seja incapaz de ser ingerido, causando danos à saúde humana.

REFERENCIAS

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Gabinete do Ministro INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 46, DE 23 DE OUTUBRO DE 2007, MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO GABINETE DO MINISTRO DOU de 24/10/2007 (nº 205, Seção 1, pág. 4)

CARNEIRO, C.S.; CUNHA, F. L.; CARVALHO, L. R.; CORRIJO, K. F.; BORGES, A.; CORTEZ, M. A. S., Leites fermentados: histórico, composição, características físico-químicas, tecnologia de processamento e defeitos. PUBVET, Londrina, V. 6, N. 27, Ed. 214, Art. 1424, 2012. FERNANDES, S. S.; COELHO, R. S.; FRANCO, R. M.; BARBOSA, C. G.; LUCHESE, R. H., Monitoramento da microbiota de iogurtes comerciais. Revista Inst. Laticínio. “Cândido Tostes”, Set/Out, nº 382, 66: 5-11, 2011.

MÜLLER, E. E. Qualidade do leite, células somáticas e prevenção da mastite. Simpósio sobre Sustentabilidade da Pecuária Leiteira na Região Sul do Brasil, Toledo – PR, p. 206-217, 2002.

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PAIVA, T. F.; SILVA, K. C. M.; PEREIRA, K. D.; OLIVEIRA, C. P.; ARAÚJO, A. S., Avaliação microbiológica de iogurte natural com polpa de abacaxi base mel. Caderno Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável – v. 4. n. 1, Dezembro, 2014. SENAI - SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM. Guia para elaboração do Plano APPCC. SENAI/ DN. Série Qualidade e Segurança Alimentar. Projeto APPCC. SENAI/SEBRAE. Brasília, 317p., 1999. SILVA, L. G.; MACHADO, T. B.; SILVEIRA, M. L. R.; ROSAS, C. S.; BERTAGNOLLI, S. M. M. Aspectos microbiológicos, ph e acidez de iogurtes de produção caseira comparados aos industrializados da região de Santa Maria – RS. Ciências da Saúde, Santa Maria, v. 13, n. 1, p. 111-120, 2012. TEIXEIRA, L. V., Análise sensorial na indústria de alimentos. Revista Inst. Laticínios. “Cândido Tostes”, Jan/Fev, nº 366, 64: 12-21, 2009.

THAMER, K. G.; PENNA, A. L. B. Caracterização de bebidas lácteas funcionais fermentadas por probióticos e acrescidas de prebiótico. Ciência Tecnológica Alimentos, v. 26, n. 3, p. 589-595, 2006.

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SARNA SARCÓPTICA EM PEQUENOS ANIMAIS: REVISÃO DE LITERATURA

Caroline Carvalho Campos, Juliana de Morais Silva - Graduandos em Medicina Veterinária, Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

Renata Aparecida Fontes – Farmacêutica Bioquímica Mestre em Ciências Farmacêuticas – Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE:Sarcoptesscabiei, escabiose, sarna sarcóptica, sarna em

pequenos animais, dermatopatias.

INTRODUÇÃO

A sarna sarcóptica é uma dermatose parasitária causada por um ácaro designado

por Sarcoptesscabiei. Este parasita externo de expressão clínica em diversos

animais domésticos e é uma zoonose altamente transmissível. O animal afetado, na

maioria dos casos, com pequenas crostas hemorrágicas e perda da pelagem nas

regiões ventral, axilar,codilhos e curvilhões e no focinho. A dermatite é

acompanhada invariavelmente por produção exagerada de gordura, dando um

aspecto e odôr "rançoso" ao animal. O prurido intenso pode mascarar as lesões

primárias com o aparecimento de feridas provocadas pelo coçar ou mordiscar.

Animais de pelo longo são mais susceptíveis, assim como animais novos ou que já

estejam debilitados. (FERRARI, 2008). O contágio dá-se por exposição ao ácaro,

isto é, contato direto com animais afetados, com instrumentos de higiene ou mesmo

com os locais onde existem animais afetados. O ácaro pode resistir alguns dias fora

do hospedeiro no meio ambiente. (FERRARI, 2008). Os cães são, os animais de

companhia mais atingidos, os gatos raramente são afetados. (CARNEIRO, 2013).

Dessa forma o objetivo deste trabalho é realizar uma breve revisão de literatura

sobre sarna sacóptica em pequenos animais.

METODOLOGIA

Foi realizada uma pesquisa de revisão bibliográfica em artigos de 2008 a 2013.

Para a realização dessa pesquisa foram utilizadas as palavras-chave: S. scabiei,

escabiose, sarna sarcóptica, sarna em pequenos animais, dermatopatias.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

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Após análise e comparação dos resultados obtidos pelos artigos selecionados,

pode-se observar que os sinais clínicos que os animais acometidos mais

apresentam são crostas, escoriações, hiperemia, prurido bem acentuado, pápulas

eritematosas, hipotricose ou alopecia, escamas, e por vezes, emaciação, inflamação

da pele, pústulas no caso de infecção bacteriana secundária (FERRARI, 2008). A

principal ferramenta utilizada para diagnósticoé o exame laboratorialque é obtido

pela observação microscópica de ácaros nos raspados de pele e o diagnóstico

presuntivo pelos sinais dermatológicos. Os testes sorológicos também podem ser

utilizados para diagnóstico da escabiose, porém não são rotineiramente executados.

O tratamento e controle consiste na utilização de substâncias acaricidas de forma

tópica ou sistêmica (ANDRADE, 2007). O uso tópico implica na utilização

substâncias com finalidade de banhar os cães com um xampu anti-seborréico para

remover crostas, também são utilizados escabicidastópicos, por todo o corpo, em

intervalos de 7 dias durante, no mínimo, 5 semanas. Os mais comumente utlizados

são soluções de sulfeto de cálcio 2% a 3% organoclorados, (HCL,

bromocicleno)(TANOUE, 2004). Para o tratamento sistêmico são rotineiramente

utilizados organofosforados, como o malation e mercaptometilftalimida, e

Ivermectina são indicados no tratamento sistêmico, possuindo limitações quando

ulitizadaspara algumas raças como collies e seus mestiços e para pastores, pois

pode causar intoxicação, apresentando ataxia, paresia progressiva, decúbito,

tetraparesia e hiperexcitação e morte. (CARNEIRO, 2013)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A escabiose é uma zoonose de alta importância por ser uma doença de fácil

contágio, especialmente para os humanos. Na rotina da clínica de pequenos animais

é muito comum, tornando-se muito importante a prevenção e tratamento para

controle, utilizando medicamentos de uso tópico e oral. Deve ser feito também o

controle do ambiente por meio de desinfetantes e ascaricidas. É importante ressaltar

que as medidas educacionais, que promovem a conscientização da população, são

a longo prazo, de maior eficiência (CASTRO, 2005).

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REFERENCIAS

CARNEIRO C.C, MARINHO M. L., SILVA N. S. Tratamento da sarna sarcóptica em cães com hidroalcoólatura de Momordicacharantia. V. 9, n. 4, p. 83-86, out – dez, 2013. FERRARI,M. L. de O. P.; PRADO, M. de O.; SPIGOLON, Z. Sarna sarcóptica em cães. Revista científica eletônica de medicina veterinária, 2008. MATOS, C. B; MADRID, I. M.; SANTIN, R; AZAMBUJA, R. H.; SCHUCH, I.; MEIRELES, M. C. A.; CLEFF, M. B. Dermatite multifatorial em um canino. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec. v.64, n.6, p.1478-1482, 2012. FRANCO, M.B.; HAMANN, W. Doramectina no tratamento de cães com sarna sarcóptica e Nematódeos gastrintestinais.ArchivesofVeterinary Science, V. 9, n. 1, p. 23-29, 2004. ANDRADE, S.F; TANOUE, E.; ALVES, P.F.; FARIAS, M. R. Uso de fipronil spray no tratamento de escabiose canina. ColloquiumAgrariae, v.1, n.1, set.2005, p.25-28. LAPOSY, C.B.; ANDRADE, S. F.; CARDOSO, C. S.; SAKAMOTO, K. P.; MOTTA, Y. P.; Uso tópico do amitraz em concentração terapêutica em gatos. Ciência Rural, v.37, n.4, Santa Maria, jul.2007. CASTRO, R. de C. C.; LUCARTS, L. E. B.; DELAYTE, E. H.; OTSUKA, M.; GERMANO, P. M. L.; LARSSON, C. E. Levantamento retrospectivo de casos de escabiose canina e felina atendidos na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, no período compreendido entre 1984 e 2002. Braz J vet Res animSci, São Paulo, v.42, n.2, p.135-142, 2005.

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PESQUISA DE Listeria spp. E Staphylococcus aureus EM QUEIJOS MINAS FRESCAL

Ellen Silvia Gomes; Sâmela Carine Araújo Braga; Janaína Geralda Vieira Lage;

Richelle Fernandes Lima Costa Alves; Camila Santiago Sampaio; Patricia Carlos Aguiar – Graduandas em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice –

UNIVÉRTIX. Letícia Ferreira da Silva – Graduada e Mestre em Medicina Veterinária –

Professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉTIX. [email protected]

Área de conhecimento: (5) Ciências Agrárias

PALAVRAS-CHAVE: Doenças transmitidas por alimentos; patógenos; saúde pública. INTRODUÇÃO O Brasil é atualmente, o sexto maior produtor mundial de queijos, destacando-se

entre essa produção o queijo Minas frescal, por ser um produto tipicamente

brasileiro e de elevado consumo por todo o país (SANTOS et al., 2010). Os queijos

inspecionados, por possuírem um maior controle higiênico-sanitário durante as fases

de processamento quando comparados aos artesanais, reduzem drasticamente os

índices de contaminação por micro-organismos patogênicos, oferecendo, assim,

menor risco na transmissão de doenças transmitidas por alimentos (GRANDI &

ROSSI, 2007). O queijo Minas frescal é um produto para consumo imediato e de

curta vida de prateleira, necessitando, portanto, ser comercializado logo após sua

fabricação. As contaminações microbianas, aliadas as alterações decorrentes,

podem, em poucos dias, tornar o queijo inaceitável ou até mesmo impróprio para o

consumo, resultando em perdas econômicas para a indústria, além de oferecer

riscos à saúde pública (FEITOSA et al., 2003). No entanto, o hábito de consumir leite

e derivados não inspecionados ainda representa uma característica marcante da

população brasileira, que tem origem no baixo nível cultural, ao julgar que os

produtos de origem informal são, muitas vezes, superiores do ponto de vista

sensorial e nutricional, em relação aos alimentos submetidos aos processos

tecnológicos (ALMEIDA et al., 2002). Os queijos, de um modo geral, podem conter

micro-organismos desejáveis e indesejáveis. Os desejáveis são aqueles que podem

contribuir positivamente para o desenvolvimento das características organolépticas

do produto final (CARDOSO et al., 2013). Já os principais bioindicadores de

contaminação presentes nesses tipos de queijos, incluem micro-organismos do

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grupo dos coliformes e bactérias patogênicas como Listeria monocytogenes e

Staphylococcus aureus (SANTOS et al., 2010). A presença de S. aureus nos

alimentos sugere provável participação de manipuladores portadores desse micro-

organismo. E, embora esse patógeno esteja envolvido em diversos casos de

intoxicação alimentar em todo o mundo, o queijo Minas frescal desponta como o

principal produto de origem animal contendo essa bactéria patogênica

(FERNANDES et al., 2006). Os estafilococos podem causar a doença tanto por sua

capacidade de multiplicação e disseminação ampla nos tecidos, como pela produção

de substâncias extracelulares, como a enterotoxina, que é uma causa importante de

intoxicação alimentar (LORGUECIO et al., 2001). A infecção por Listeria

monocytogenes em alimentos como queijo Minas torna-se possível pelo descuido

com a temperatura do alimento, formas errôneas de manipulação e contaminação

por fômites (DUARTE, 2007.).No Brasil, apesar da proibição legal imposta à

comercialização de queijos frescos, elaborados a partir do leite cru, a venda do

queijo Minas frescal produzidos de maneira artesanal tem sido realizada

abertamente, sendo um problema para a saúde pública, pois pode ser veículo de

inúmeros agentes etiológicos de enfermidades zoonóticas (CARDOSO et al., 2013.).

Com isso, maior atenção deve ser tomada pelas autoridades sanitárias, uma vez

que tais produtos colocam em risco a saúde do consumidor, além de

comprometerem a qualidade e prazo de validade dos produtos (LOGUERCIO et al.,

2001). Sendo assim, o objetivo deste trabalho será realizar uma análise comparativa

entre a qualidade sanitária dos queijos Minas frescal inspecionados e artesanais

(não inspecionados) comercializados na região da Zona da Mata Mineira, pela

pesquisa de Listeria spp. e Staphylococcus aureus, visando alertar a população local

quanto aos possíveis perigos veiculados por esse derivado lácteo.

METODOLOGIA

Serão adquiridos queijos Minas frescal, artesanais e inspecionados, comercializados

na região da Zona da Mata Mineira. Os queijos serão armazenados em caixas

isotérmicas com intuito de manter suas características originais até o momento das

análises microbiológicas, que serão realizadas no Laboratório de Microbiologia do

Hospital-Escola Gardingo. Nesta etapa do projeto serão adotados os protocolos de

contagem de Staphylococcus aureus e de pesquisa de Listeria spp. em produtos

lácteos estabelecidos nos capítulos V e XIV, respectivamente, da Instrução

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Normativa nº 62, de 26 de agosto de 2003, do Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento (BRASIL, 2003). Os dados encontrados serão dispostos na forma de

frequência de resultados positivos por categoria de queijo amostrada (artesanais e

inspecionados).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Trata-se de um projeto em fase de levantamento bibliográfico. A coleta das amostras

e a análise dos resultados serão realizadas posteriormente.

REFERÊNCIAS ALMEIDA FILHO, E. S. de; LINDNER, A. L.; ALMEIDA, D. S. de; SIGARINI, C. de O.; FERREIRA, M.B. Perfil microbiológico de queijo tipo minas frescal, de produção artesanal e inspecionada, comercializado no município de Cuiabá, MT. Revista Higiene Alimentar, São Paulo, v. 16, n. 92/93, jan./fev. 2002.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa n° 62 de 26 de agosto de 2003. Métodos analíticos oficiais para análises microbiológicas para o controle de produtos de origem animal e água. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 18 set. 2003. Seção 1, p. 14-55. CARDOSO, A.E.A.; MARQUES, M.A.R.; MATIAS, J.F.; JORGE, M.P.; LOPES, J.M.; VIEIRA, E.N.R. Análise microbiológica em queijo Minas frescal. Anais V SIMPAC – v. 5 - n. 1, p.157-162, 2010. DUARTE, D.A.M.; SCHUCH, D.M.T.; SANTOS, S.B.; RIBEIRO, A.R.; VASCONCELOS, AM. M.; SILVA, J.V.D.; MOTA da R.A.; Pesquisa de Listeria monocytegenes e microrganismos indicadores higiênico-sanitários em queijo de coalho produzido e comercializado no Estado de Pernambuco. Arquivo Instituto de Biologia, v.72, n.3 , p. 297-302. 2005. .FEITOSA, T.; BORGES, M.F.; NASSU, R.T.; AZEVEDO, E.H.F.; MUNIZ, C.R. Pesquisa de Salmonella sp., Listeria sp. e microrganismos indicadores higiênico-sanitários em queijos produzidos no estado do Rio Grande do Norte. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 23, p. 162-165, 2003. FERNANDES, A. M.; ANDREATTA, E.; OLIVEIRA, C. A. F. de. Ocorrência de bactérias patogênicas em queijos no Brasil: questão de Saúde Pública. Revista Higiene Alimentar, São Paulo, v. 20, n. 144, p. 49-56, set. 2006. GRANDI, A. Z. de; ROSSI, D. A. Qualidade microbiológica do queijo Minas frescal comercializado na cidade de Uberlândia – MG. Revista Horizonte Científico, Uberlândia, v. 1, n. 7, 2007.

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LOGUERCIO, A. P.; ALEIXO, J. A. G. Microbiologia do queijo tipo Minas frescal produzido artesanalmente. Ciência Rural, Santa Maria, v. 31, n. 6, p. 1063-1067, nov./dez. 2001 RIBEIRO, J.C.B.; CARDOSO, C.R.; ESMERINO, L.A.; SANTOS, R.D.; DEMIATE, I.M.; NOGUEIRA, A. Qualidade físico-química e microbiológica do queijo parmesão ralado comercializado em Ponta Grossa, Paraná. Revista do Instituto de Laticínios Cândidos Tostes, n°387,67, p.21-29, 2012. SANTOS, A.R., SULEIMMAN, T.P., SAN JORGE, A.P., SOUZA, T.O.; POIATTI, M.L., OLIVEIRA, K. Queijo Minas frescal: sua importância na saúde pública. VI Simpósio de ciências da UNESP-Dracena VII Encontro de zootecnia- UNPESP Dracena, 06 a 08 de outubro de 2010. SANTOS, V.A.Q.; HOFFMANN, F.L. Evolução da microbiota contaminante em linha de processamento de queijos Minas frescal e ricota. Revista do Instituto Adolfo Lutz, v. 69, p.14-16, 2010.

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PARVOVÍRUS CANINO – REVISÃO DE LITERATURA

Cinthia Genelhu Silva, Gabriel Ribeiro Fernandes, Raquel Garcia Lima Rodrigues e Suelen Martins Romualdo – Graduando em Medicina Veterinária,

Faculdade vértice - UNIVÉRTIX. Renata Aparecida Fontes – Farmacêutica Bioquímica Mestre em Ciências

Farmacêuticas – Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Mayara Cristini Ferreira de Aguiar - Graduada em Medicina Veterinária UFES,

Mestre em Ciências Veterinárias pela UFES. Professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Parvovírus canino, gastroenterite, terapia de suporte, filhotes

INTRODUÇÃO

O parvovírus canino - canine parvovirus (CPV) é um vírus sem envelope

(CARVALHO et al., 2013), pertence à família Parvoviridae. O parvovírus, dentre os

vírus tem tropismo digestivo, provocando hipertermia, e em animais adultos mais

velhos pode ocorrer diminuição da temperatura. Nessa fase chama a atenção o fato

do animal se tornar sonolento e sem apetite, quando ocorrem também vômitos

descontrolados. Alguns animais podem apresentar tosse, secreção ocular

mucopurulenta (SOUZA e ZAPA, 2008). O CPV desenvolve também tropismo por

tecidos como medula óssea e tecidos linfoides (CARVALHO et al., 2013) e pode

infectar animais de qualquer idade, porém é mais comum em cachorros de 4-12

semanas de idade. Em cães da raça Dorberman Pinscher, Rottweiler, Pitbull,

Labrador e Pastor Alemão é mais comum o aparecimento da doença do que cães de

outras raças (NELSON e COUTO, 2010). Os sinais clínicos se apresentam de 2 a 4

dias após a infecção. No início da doença (de 1 a 3 dias após a infecção), ocorre

uma profunda viremia antes do aparecimento da gastroenterite, e hipertemia. Os

animais afetados podem se desidratar rapidamente e morrer entre 24 ou 48 horas

(ANGELO et al.,2009). Este trabalho teve como objetivo elaborar uma revisão de

literatura acerca desta afecção em cães.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados livros e artigos

pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Google Acadêmico, Sistema

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integrado de Bibliotecas - Repositório da Universidade de Lisboa, e Revista

Portuguesa de Ciências Veterinárias referentes ao tema.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

O parvovírus canino (CPV) foi identificado 1978, como novo vírus infectando cães

(PRADO et al., 2008). Acredita-se que o vírus da parvovirose canina seja um

mutante de uma linhagem de campo do vírus felino a panleucopénia felina (SOUZA

e ZAPA, 2008). O parvovírus canino é o principal agente causador por gastroenterite

aguda e parece estar limitado somente aos canídeos domésticos e selvagens

(ANGELO et al., 2009). A estabilidade do parvovírus canino no ambiente e a

excreção de grandes quantidades de vírus por animais doentes podem expor filhotes

suscetíveis a doses infecciosas maciças do agente. A transmissão do CPV se dá

pela via fecal-oral a partir de cães infectados para outros susceptíveis e alcança

altos títulos nas fezes dos animais infectados com o vírus (CARVALHO et al., 2013).

Após a contaminação de 3-4 dias, o vírus cai na corrente sanguínea invadindo

tecidos alvos, incluindo o timo, o baço, os linfonodos, a medula óssea, os pulmões, o

miocárdio e finalmente o jejuno distal e o íleo, onde continua a se replicar (ANGELO

et al., 2009). Os animais infectados desenvolvem gastroenterite aguda,

caracterizada por perda de apetite, vômitos, febre, diarreia hemorrágica e leucopenia

(CARVALHO et al., 2013). Os principais sinais clínicos da parvovirose são febre,

leucopenia, anorexia, depressão, vômitos, rápida desidratação, diarreia

sanguinolenta, liquida e fétida, perda de peso além de sintomas cardiacos nos

filhotes (ANGELO et al., 2009). O vômito pode ser grave o suficiente para causar

esofagite e nas primeiras 24 a 48 horas da doença não há diarreia sanguinolenta.

Filhotes que foram infectados diretamente no útero ou com até 8 semanas de idade

pode desenvolver miocardite (NELSON e COUTO, 2010). Segundo Prado (2008)

nem todos os casos apresentam diarréia hemorrágica e acompanhada de vômito.

Em cães jovens, a maioria da proteção contra o CPV corresponde à imunização

passiva natural. Após o declínio desses anticorpos, esses animais tornam-se

altamente susceptíveis à infecção (CARVALHO et al., 2013). Os tratamentos

existentes servem apenas para suporte do animal e consistem principalmente na

administração de fluidos, eletrólitos e antibioticoterapia para controle de infecções

bacterianas secundárias (CARVALHO et al., 2013). Mendes et al., (2012) relataram

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em seu trabalho experimental como conduta terapêutica de suporte para a

gastroenterite provocada pelo CPV: Solução de Ringer com Lactato e/ou Solução de

NaCl 0,9%; ranitidina, cimetidina, ou metoclopramida associado ao sucralfato;

praziquantel; complexo vitamínico; ácido tranexâmico, butilbrometo de escopolamina

e enrofloxacina. Os meios de prevenção são vacinas que devem ser aplicadas em

fêmeas antes do estro ou logo após a gestação, mesmo que tenham sido

imunizadas anteriormente, pois recebendo uma nova dose da vacina, terão sua

imunidade reforçada durante a gestação, e através da circulação inter-placentaria

passam a seus futuros filhotes uma razoável imunidade passiva (SOUZA e ZAPPA,

2008) e em filhotes o protocolo de vacinação é feita a partir dos 45 dias de vida,

correspondente de 6 a 8 semanas de idade (NELSON e COUTO, 2010).

Revacinações anuais s devem ser feitas, tanto aos filhotes quanto aos animais mais

velhos susceptíveis a contrair a doença (SOUZA e ZAPPA, 2008).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A parvovirose canina é uma doença infecto contagiosa que atinge animais jovens,

em sua maioria por terem baixa imunidade, e frequentemente o índice de

mortalidade é grande. O tratamento consiste na terapia de suporte, porém o mais

importante é a prevenção seguindo o protocolo vacinal corretamente.

REFERENCIAS

ANGELO, G; CICOTI, C. A. R; ZAPPA, V. Parvovirose Canina – Revisão de Literatura. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária. Ano VII, Nº 12, p.1-7. Editora FAEF: Julho de 2009. CARVALHO, O. V. et al. Potencial antiviral da quercetina sobre o parvovírus canino. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.65, n.2, p.353-358, 2013. MENDES, R. S., et al. Perfil leucocitário e eficácia clínica da enrofloxacina (fórmula BAIK9) em dose única no tratamento de cães com gastroenterite por Parvovírus. Revista Portuguesa de Ciências Veterinárias 117.1 (2012): p. 43-49. NELSON,Richard W.; COUTO,C.Guilhermo.Medicina interna de pequenos animais.Tradução da 4ªedição.Rio de Janeiro:Elsevier,2010.

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PRADO, M. O.; SPIGOLON, Z.; FERRARI, M. L. O .P.; PICCININ. A. PARVOVIROSE. Revista Científica Eletônica de Medicina veterinária. ANO VI, Nº10, p.1-5 Editora FAEF: 2008. SOUZA, J. M e ZAPPA, V.. Parvovirose Canina. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária. Ano VI, N° 11, p. 1-4. Editora FAEF: Julho de 2008.

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TRATAMENTO DE DEJETOS NA SUINOCULTURA - REVISÃO DE LITERATURA

Ivana Norimã de Souza Nogueira, Lívia Ramalho dos Santos – Graduandas em

Medicina Veterinária, Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. [email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Suinocultura, Controle ambiental, Tratamento dos dejetos. INTRODUÇÃO

O Brasil possui o quarto maior plantel mundial de suínos, existe grande necessidade

de criar formas para reduzir a poluição, o manejo correto dos dejetos produzidos é a

melhor maneira de reduzir a poluição (COUTINHO et al., [s.d]). O descaso com a

poluição causada pela suinocultura tem causado várias consequências, como a

desertificação de vastas regiões, a morte de importantes rios e a contaminação de

lençóis subterrâneos (MOTA, 2013). As suinoculturas produzem quantidades

enormes de resíduos com altas cargas de nutrientes dentre os quais podemos

citar: fósforo e nitrogênio, matéria orgânica, sedimentos, patógenos, metais

pesados, hormônios e antibióticos (KUNZ et al., 2005). Dessa forma o objetivo

desse trabalho é apresentar as formas mais comuns de tratamento dos dejetos,

com a intenção de diminuir problemas ambientais.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos

pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa

da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) referente ao tema.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Com a evolução da suinocultura no Brasil, tornou-se necessário á elaboração de

novos recursos para a melhoria do tratamento dos dejetos produzidos na produção

de suínos, que são constituídos por fezes, urina, água desperdiçada pelos

bebedouros e de higienização, resíduos de ração, pêlos, poeiras e outros materiais

decorrentes do processo de criação (RIZZONI et al., 2012). O manejo adequado

consiste na separação das fases sólidas e líquidas diminuindo o custo de

implantação do projeto biológico (KUNZ et al., 2005). Com essa separação os

micro-organismos aeróbios e anaeróbios degradam os dejetos, dando origem a um

material estável e isento de organismos patogênicos (KUNZ et al., 2005; RIZZONI et

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al., 2012). Sendo assim foram criadas algumas formas de diminuir essa poluição,

dentre as quais as mais utilizadas são: - Esterqueiras que consiste em

armazenamento dos dejetos líquidos em lagoas, esses dejetos passam por um

processo fermentativo para depois ser utilizado no solo como fertilizante (BONATO,

2011); - Cama sobreposta utilizada para tratamento de dejetos sólidos, consiste em

utilizar uma cama que pode ser de casca de arroz, serragem ou sabugo de milho

triturado (BONATO, 2011); - Biodigestores anaeróbicos, como o nome já diz a

fermentação é feita por bactérias anaeróbicas e os produtos desse processo são

biogás e biofertilizantes (COUTINHO et al., [s.d]). Os impactos na atmosfera estão

relacionados com o odor desagradável, que ocorre devido à evaporação de gases

como amônia, metano, os ácidos graxos voláteis, ácido sulfídrico, etanol, propanol,

dimetil sulfidro e o carbono sulfidro (MOTA, 2013). Esses gases podem causar

danos às vias respiratórias do homem e animais, bem como a formação da chuva

ácida e aquecimento global (MOTA, 2013). O tratamento não é nada mais que

remover ou transformar os agentes poluentes do material, de forma que possa ser

reaproveitado no solo ou descartado de forma segura nos cursos de água ou como

biogás (KUNZ et al., 2005). Fatores como pH, nutrientes, temperatura, umidade,

anaerobiose estrita, são necessários para o processo de biodigestão (MOTA, 2013).

A partir do reaproveitamento dos dejetos da suinocultura podemos obter vários

produtos, dentre eles biogás, biofertilizantes, além de reduzir a poluição ambiental

(MOTA, 2013).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através dessa pesquisa, entendemos que o tratamento dos dejetos em uma

suinocultura não é importante apenas para o meio ambiente, como também ao lado

econômico, pois os produtos da degradação podem ser utilizados na propriedade ou

ser vendido, tendo assim um retorno financeiro melhor. Porém existe dificuldade em

implantar os processos de tratamentos, dentre eles: custo elevado de alguns

sistemas de tratamento, pouca mão de obra, propriedades pequenas e pouco

conhecimento técnico tornando difícil a implantação dos processos.

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REFERÊNCIAS BONATO, E. Análise do sistema de manejo de dejetos da suinocultura comercial em Camargo-RS. Camargo,Rio Grande do Sul, 2011. 54 f. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. COUTINHO, G. S.; ROLL, V. F. B.; PINO, F. A. B. D. Tecnologias para o armazenamento e tratamento de dejetos de suínos. Simpósio de Sustentabilidade e Ciência Animal, III. [s.d] KUNZ, A.; HIGARASHI, M. M.; OLIVEIRA, P. A. Tecnologias de manejo e tratamento de dejetos de suínos estudadas no Brasil. Cadernos de Ciência & Tecnologia, Brasília, 2005, v. 22, n. 3, p. 651-665, set./dez. MOTA, É. V. O biodigestor no tratamento de dejetos suínos como mecanismo de controle ambiental. Rio Verde, Goiás, 2013. 35 f. Faculdade de Ciências Contábeis da Uni-RV – Universidade de Rio Verde. RIZZONI, L. B.; TOBIAS, A. C. T.; DEL BIANCHI, M.; GARCIA, J. A. Biodigestão anaeróbia no tratamento de dejetos de suínos. Revista Cientifica Eletrônica de Medicina Veterinária, 2012, n.18.

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PIOMETRA EM CADELAS: REVISÃO DE LITERATURA

Camila Santiago Sampaio; Patrícia Carlos de Aguiar; Sâmela Carine Araújo Braga; Ellen Silvia Gomes – Graduandas em Medicina Veterinária- Faculdade

Vértice- UNIVÉRTIX.

Gustavo Pereira Gonçalves – Graduado em Medicina Veterinária. Especialista em Clinica e Cirurgia de pequenos animais. Mestre em Cirurgia animal.

Professor do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX [email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Piometra; cadela; progesterona; infecção; útero.

A piometra é um processo inflamatório do útero, definido pela presença de exsudato

purulento no lúmen uterino, que é decorrente de uma hiperplasia endometrial cística

(HEC), associada a uma infecção bacteriana (CABRAL et al., 2016). Refere-se a

uma desordem hormonal, podendo ocorrer em qualquer fase do ciclo estral, sendo

mais frequente, no diestro. Pode ser classificada de duas formas: piometra aberta

(cérvix aberta), ou piometra fechada (cérvix fechada). Essa enfermidade não tem

predisposição racial, pode acometer cadelas não-castradas, principalmente

nulíparas (AGOSTINHO, 2013). O risco de desenvolvimento da piometra aumenta

com o avanço da idade devido a repetida estimulação hormonal (NELSON e

COUTO, 2010). A utilização de estrógenos exógenos durante o diestro para impedir

a gestação é um dos fatores que aumentam a incidência de piometra (GARCIA

FILHO et al., 2012). Dessa forma, este trabalho tem como objetivo reunir

informações disponíveis sobre piometra em fêmeas caninas, devido a grande

ocorrência desta enfermidade em clínica de pequenos animais. Para tanto, foi

realizado uma revisão de literatura com o intuito de abordar a ocorrência,

fisiopatologia, sinais clínicos, métodos de diagnóstico e tratamento da patologia em

questão. A piometra pode ocorrer por consequência de uma resposta exagerada,

inadequada e prolongada à progesterona, que terá como resultado uma hiperplasia

endometrial cística, com acúmulo de pus na cavidade uterina e nas glândulas

endometriais. A quantidade de receptores de progesterona no útero é aumentada

pela presença do estrógeno (GARCIA FILHO et al., 2012). O estímulo repetido e/ou

prolongado da progesterona é resultante em mudanças patológicas no endométrio,

que agregado à colonização bacteriana, causa a piometra. Contudo, a resposta

leucocitária uterina fica afetada pela ação da progesterona, contribuindo então para

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a permanência das bactérias no útero (AGOSTINHO, 2013). A Escherichia coli. é a

bactéria frequentemente isolada de cadelas com piometra (NELSON e COUTO,

2010). Streptococcus, Pseudomonas, Klebsiella, Proteus, Staphylococcus e

Pasteurella também podem ser encontradas (GARCIA et al., 2009). A E. coli tem

afinidade por células endometriais sobre influência da progesterona (OLIVEIRA,

2007). Os sinais clínicos observados nas fêmeas afetadas são letargia, depressão,

anorexia, vômito, poliúria, polidipsia, diarréia, desidratação e presença de corrimento

vaginal. Na piometra aberta, a descarga vulvar é evidente, podendo ser

sanguinolenta a mucopurulenta. Entretanto, em piometra fechada não há corrimento

vaginal podendo ser percebido a distensão abdominal durante a palpação. O

diagnóstico é baseado no histórico do animal, sinais clínicos, exames clínicos e

exames complementares (SILVA, 2009). No hemograma pode ser percebida

leucocitose com desvio à esquerda, monocitose e uma anemia não regenerativa

(GARCIA FILHO et al., 2012). Exames complementares de imagem como radiografia

e ultrassonografia são de grande importância para conclusão do diagnóstico. A

ultrassonografia é o exame complementar de escolha, visto que, permite avaliação

da espessura da parede uterina, tamanho da luz uterina e diferenciação de piometra

com outras alterações no trato reprodutivo das fêmeas, como tumores e gestação

(OLIVEIRA, 2007). Após confirmação da piometra, o tratamento deverá ser

estabelecido de forma rápida. Administração de antibióticos de amplo espectro é

necessário para destituir a infecção bacteriana (SILVA, 2009). O tratamento mais

eficiente é a Ovariosalpingohisterectomia (OSH) que consiste na retirada do útero e

ovário, podendo promover rápida recuperação do paciente (GARCIA FILHO et al.,

2012). Para cadelas com piometra aberta, diagnosticadas precocemente, em

condições clínicas estáveis, cujo proprietário deseja manter a vida reprodutiva do

animal, indica-se tratamento clínico. No entanto, cadelas com piometra fechada, o

indicado é o tratamento cirúrgico, levando em consideração o estado clínico do

animal. Castração eletiva em animais jovens que ainda não sofreram exposição

hormonal no útero é a técnica mais segura para se prevenir a piometra (SILVA,

2009). O prognóstico é bom caso a doença seja diagnosticada precocemente

(GARCIA FILHO et al., 2012). Conclui-se que a busca ativa por dados referentes à

fisiopatologia, diagnóstico e tratamento desta afecção é de extrema importância uma

vez que se trata de uma doença de elevada incidência em clínicas e hospitais

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veterinários, tornando essencial o seu pleno conhecimento para uma abordagem e

conduta médica efetiva no atendimento e tratamento dos pacientes com piometra.

REFERÊNCIAS

AGOSTINHO, Juliana Maria Avanci. Diversidade genética, fatores de virulência e perfis de susceptibilidade a antimicrobianos de isolados de Escherichia coli provenientes do útero, da boca e das fezes de cadelas com piometra. São Paulo, 2013. 88 p. Dissertação. Obtenção do título de Mestre em Microbiologia Agropecuária, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – Unesp. CABRAL, Leonardo Alves Rodrigues; SANTOS, Maressa Holanda dos.; MARTINS, Patrícia Lustosa; COSTA, Paula Priscila Correia. Hemometra/Piometra em cadela: Tratamento clínicocirúrgico. Relato de Caso. Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal BrazilianJournalofHygieneand Animal Sanity, Ceará, v. 10, p. 470-476, jul-set. 2016. FILHO, Sergio Pinter Garcia; MARTINS, Leandro Luis; MACHADO, Alessandra Silva; MACHADO, Márcia Rita Fernandes. Piometra em cadelas: revisão de literatura. Revista científica eletrônica de Medicina Veterinária, São Paulo, v. 18, p. 4-5, jan. 2012. GARCIA, Claudia Zeferino; NOGUEIRA, Adriana Rocha; PINHEIRO JÚNIOR, Osni Álamo. Piometra aberta em cadela-Relato de caso. Revista científica eletrônica de Medicina Veterinária, São Paulo, v. 13, jul. 2009. NELSON, W. Richard; COUTO, C. Guilhermo. Medicina Interna de Pequenos Animais. São Paulo: Elsevier, 2010. p. 1504. OLIVEIRA, Kellen de Sousa. Complexo hiperplasia endometrial cística. Revista Acta ScientiaeVeterinariae, São Paulo, v. 35, p. 270-272, 2007. SILVA, Efrayn Elizeu Pereira da. Piometra canina.2009. Trabalho de conclusão de curso-Universidade “Júlio de Mesquita Filho”, Campus de Botucatu, São Paulo.

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HIPERADRENOCORTICISMO EM CÃES: REVISÃO DE LITERATURA.

Paulo Sergio Rodrigues, Pedro Henrique Dutra de Freitas– Graduandos em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

Gustavo Pereira Gonçalves- Mestre em Cirurgia de Pequenos Animais pela Universidade Federal de Viçosa - UFV – Professor da Faculdade Vértice -

UNIVÉRTIX [email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Hiperadrenocorticismo, ACTH, adrenal. INTRODUÇÃO

Uma das endocrinopatias mais comuns em cães adultos e idosos é o

Hiperadrenocorticismo (HAC). Esta doença é caracterizada pela elevada

concentração de cortisol na corrente sanguínea, podendo ter origem endócrina,

(hipófise-dependente ou adrenal-dependente), ou causada de forma exócrina

(iatrogênica) através da administração de glicocorticóides (BRUMATI et al. 2014). O

diagnostico é feito através da avaliação dos sinais clínicos apresentados pelo

paciente, com auxilio da ultrassonografia e exames complementares. Seu

tratamento consiste na utilização de fármacos que irão atuar na produção do

hormônio secretado pelas glândulas adrenais, ou cirurgia para retirada da glândula

afetada. (ROSA et al. 2011).

METODOLOGIA

Esse trabalho foi realizado através de revisão bibliográfica sobre

Hiperadrenocorticismo em cães, retirando informações em livros e artigos científicos,

com dados atuais sobre o assunto.

RESUTADOS

Os hormônios corticosteroides são produzidos no córtex da supra-renal, os dois

tipos mais comuns são os mineracorticoides e os glicocorticoides. Sua produção é

mediada através do hormônio adrenocorticotropico(ACTH), que é produzido pela

hipófise. Quando os níveis de cortisol estiverem elevados, ocorrerá inibição da

produção de ACTH, assim diminuindo a produção de cortisol. A produção de ACTH

é estimulada através da ação do hormônio liberador de corticotropina (CRH),

liberado pelo hipotálamo (GUYTON&HALL. 2006). Os altos níveis de cortisol

(glicocorticóides) no sangue irão estimular a síntese de glicogênio pelo fígado, com

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isso diminui a taxa de utilização de glicose pelas células, aumentando os níveis

glicêmicos no organismo. Promove também lipólise, catabolismo de proteínas e

possuem efeito na secreção tubular de potássio, reabsorção tubular de sódio, além

de imunossupressão da medula óssea, diminuindo a produção de células

brancas(PANCINI, et al. 2015). Os animais com HAC irão apresentar os sinais

clínicos como, fraqueza muscular leve, letargia, poliúria, polidipsia, polifagia,

abdômen distendido e alopecia endócrina. Dentre as anomalidades

clinicopatológicas destacam-se, linfopenia, leucocitose por neutrofilia, eosinopenia,

aumento sérico da fosfatase alcalina e alamina aminotransferase, hiperglicemia,

hipercolesterolemia, hipostenúria e isostenúria(BRUMATI et al. 2014). A elevação

dos níveis de cortisol tem três origens,e a mais comum é a hipófise independente

(HAC primário), sendo responsável por 80% dos casos. Dentre os tumores

secretadores de ACTH, o adenoma hipofisário é o mais freqüente, já a hiperplasia

da hipófise possui pequena porcentagem das causas, levando uma grande produção

de cortisol de forma crônica, devida a liberação inadequada de ACTH, causando

hipertrofia das duas glândulas adrenais(BARBOSA, et al. 2016). O HAC adrenal-

dependente (secundário) é menos comum em relação ao primário correspondendo a

20% dos casos. Está relacionado a grande produção de cortisol devido a presença

de um tumor na adrenal, sendo a de maior causa o adenoma e o adrenocarcinoma

adrenal. Assim inibindo a liberação de CRH pelo hipotálamo, diminuindo a

concentração de ACTH circulante, levando à atrofia da glândula adrenal não

comprometida, já na glândula comprometida levando à um quadro de hipertrofia de

suas células. Devido a essa assimetria das glândulas adrenais, fica possível sua

identificação através de ultrassonografia. O HAC iatrogênico é causado pela

administração continua e alta concentração de corticóides, utilizados para o

tratamento de doenças inflamatórias, alérgicas, auto-imunes e tumorais. Com o

aumento dos níveis de cortisol, os níveis de ACTH, irão se encontrar em baixa

concentração, podendo causar atrofia das glândulas adrenais, de acordo com a

duração e concentração administrada (ROSA et al. 2011).O diagnostico consiste na

avaliação e reconhecimento dos sinais clínicos, diferenciação entre

hiperadrenocorticismo dependente de pituitária e o dependente adrenal. Na

anamnese é indispensável verificar se o paciente fez algum tratamento de

glicocorticóide. Deve-se fazer exames complementares como hemograma completo,

urinálise com cultura bacteriana, testes endócrinos, ultrassonografia abdominal e

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exames bioquímicos. Sendo com apenas a avaliação dos sinais clínicos, alterações

clinicopatológicas, alterações detectadas no exame físico, o médico veterinário

competente consegue diagnosticar o HAC e a ultrassonografia auxilia na localização

da assimetria das glândulas adrenais ou do tumor (BARBOSA, et. al. 2016). Os

tratamentos consistem na administração de mitotano e trilostano, sendo estes

fármacos responsáveis pelo restabelecimento do equilíbrio do metabolismo do

paciente, suprimindo a produção de cortisol pela glândula adrenal, sendo de origem

hipofisaria ou adrenal. Se diagnosticado HAC adrenal-dependente, com neoplasias

adrenais unilaterais, a adrenalectomia o procedimento mais indicado, que consiste

na remoção completa da glândula adrenal, sendo mais eficaz que os tratamentos

com a utilização de fármacos (PANCINI, et al. 2015).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Hiperadrenocorticismo é uma endocrinopatia de grande incidência em cães,

destacando se os métodos clínicos, laboratoriais e de imagem para a obtenção de

seu diagnóstico, tendo em vista de que se trata de uma doença que através de

alterações metabólicas e hormonais pode comprometer a vida do paciente podendo

levá-lo ao óbito.

REFERÊNCIAS

BARBOSA, Yago Gabriel. et al. Hiperadrenocorticismo em cão: Relato de caso. MV Valero Editora-meI, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia, p. 460-465, 2016. BRUMATI, A. C.; PITA, M. C. G. Estudo retrospectivo das principais alterações laboratoriais e achados ultrassonográficos dos casos de hiperadrenocorticismo em cães atendidos na clínica-escola veterinária da Universidade Guarulhos (2011-2014). Revista de Educação Continuada 48-49.em Medicina Veterinária e Zootecnia, p. 2014 PACINI, T. et al. Estudo retrospectivo dos casos de adrenalectomia realizados no Hospital Veterinário da Universidade Anhembi Morumbi: 13 casos (2012 a 2015). Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia, p. 48-48. ROSA, Veruska. OLIVEIRA, Carniato. et al. HIPERADRENOCORTICISMO EM CÃES. Revista Cesumar - Unicesumar. 2011.

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GUYTON, Arthur Clifton; HALL, John E.; GUYTON, Arthur C. Tratado de fisiologia médica. Elsevier Brasil, 2006.

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SINCRONIZAÇÃO DE RECEPTORAS PARA UTILIZAÇÃO EM PROGRAMA DE TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES EM EQUINOS: REVISÃO DA LITERATURA

Jefferson da Silva Lopes, Ivair Gomes da Silva Junior, Nilson Gomes dos Reis

Júnior, Lucas Matos Camilo - Graduandos em Medicina Veterinária - Faculdade Vértice - UNIVERTIX

João Luiz do Espirito Santo Junior – Médico Veterinário –Professor da Faculdade Vértice - UNIVERTIX

PALAVRAS-CHAVE: Hormônio, Receptoras de embrião, Sincronia uterina, Transferência de embrião

INTRODUÇÃO

De acordo com o mercado equestre, a busca pelo desenvolvimento e

aprimoramento em biotecnologias da reprodução e transferência de embriões (TE),

vem aumentando a cada dia mais, devido ao ganho genético e melhoramento de

cada raça. A maior dificuldade da TE é a escolha das receptoras, pois estas são

fundamentais na gestação e saúde do embrião a ser desenvolvido e gestado. O

ambiente uterino se altera marcadamente sobre a influência da progesterona e um

embrião exposto a um útero assincrônico pode estar sujeito a fatores de

desenvolvimento e níveis hormonais não correspondentes à fase na qual ele se

encontra (BARNES, 2000). Devido à longa fase folicular, as éguas em sincronização

do estro apresentam uma maior complexidade, quando comparada com outras

fêmeas domésticas, pela dificuldade de adequar o controle do crescimento folicular.

Receptoras acíclicas sincronizadas por hormônios apresentam taxas de gestação

próximas de receptoras ciclantes (BARNES, 2000). .Contudo, o objetivo deste

trabalho é realizar uma breve revisão da literatura sobre sincronização de receptoras

para utilização em programa de transferência de embriões em equinos.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos

pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes e demais bases

referenciadas neste estudo.

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RESULTADOS E DISCUSÕES

A TE em equinos pode ter bons resultados por vários fatores, dentre eles estão:

ambiente uterino de receptoras e doadoras, tempo de vida do embrião e ciclo

ovulatório de receptoras aptas a receber e gestar (BARNES, 2000).

A ideia de sincronizar doadora e receptora gera maior garantia de vida aos

embriões, viabilizando tempo e custo (ALONSO, et al., 2010) .Além disso, é possível

a utilização de éguas não ciclantes, proporcionando índices de gestação satisfatória

(BARNES, 2000).

Para sincronização é comum utilizar progesterona, progestágenos e estrógenos,

reduzindo assim a relação receptora\doadora (PINTO et al., 2004).

De acordo com Rodrigues et al., (2012), é de grande importância o

acompanhamento das características morfológica do útero e ovário durante o estro.

Os efeitos da progesterona sobre as características morfológicas da cérvix e útero

são eficazes somente após efeitos estrogênicos (ALLEN, 2001). Segundo Hughes et

al., (1972) é na fase do estro, com a presença do estradiol o principal hormônio

ovariano produzido, o responsável pelo aparecimento de edema e tônus uterino

característicos, criando também receptores para progesterona e preparando o útero

para uma possível gestação

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo do estudo em programas de transferência de embriões de equinos (TE)

com a utilização de hormônios para sincronizar receptoras\doadoras. Com intuito de

melhoramento de raças e viabilizar tempo e custo em criações.

REFÊRENCIAS

ARRUDA, R.P. Efeitos da idade, desenvolvimento folicular, tamanho e morfoecogenicidade luteinica, níveis de progesterona e técnicas de inoculação, sobre os índices de gestação em receptoras de embriões eqüinos, 1995, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, Tese, São Paulo, 1995. ARRUDA, R.P. Manejo Reprodutivo das fêmeas equinas. In: Semana de Zootecnia, 13. 1990, Pirassununga. In: REPRODUÇÃO E MELHORAMENTO ANIMAL, 1990. p.126

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BARNES, F.L. The effects of the early uterine in vironment on the subsequent development of embryo and fetus.Theriogenology, v.53, p.649-658, 2000. CAIADO, J.R.; FONSECA, F.A.; SILVA, J.F.S.; FONTES, R.S.. Tratamento de éguas receptoras de embriões visando sua utilização no segundo dia pós-ovulação, Revista Brasileira de Zootecnia, v.36, n.2, p.360-368, 2007. FLEURY, P.D.C.; ALONSO, M.A.; BALIEIRO, J.C.C. Avaliação da receptora: efeito de caracteristicas uterinas e tempo de ovulação. In:XVIII Reunião anual da Sociedade Brasileira de Tecnologia de Embriões, Araxá. Acta ScientiaeVeterinariae, v34 (supl.1). p.502, 2006. PINTO, C.R.; BURNS, P.J.; WHISNANT, S. Effectes of a single estradiol administration on follicular dynamics and luteal function of cyclic mares.In: International Symposium on Equine Embryo Transfer. 6. 2004, Rio de Janeiro, p. 92- 94, 2004. ALONSO, M.A.; FLEURY, P.D.C.; ALVARENGA, M.A. Utilização de éguas receptoras de embrião três dias (D3) após a ovulação. Em: XI CONFERÊNCIA ANUAL DA ABRAVEQ, 29, 2010, São Paulo, SP. Anais... São Paulo: SP, p. 327-28, 2010.

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TRATAMENTO DE MASTITE COM UTILIZAÇÃO DA ROMÃ

Diego Clemente Goulart, Gleuber Geraldo de Faria Gomes – Acadêmico, em Medicina Veterinária pela Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX

Renata Aparecida Fontes – Farmacêutica Bioquímica Mestre em Ciências Farmacêuticas – Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

Shiara Martins de Souza - Mestre em Ciências Farmacêuticas. Professora do Curso de Farmácia da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

Leandro Silva de Araújo-Graduado e Mestre em Medicina Veterinária. Professor de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – Univértix

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Mastite; Fitoterápicos; Utilização da Romã; Punica granatum. Mastite bovina caracteriza-se frequentemente por inflamação da glândula mamária,

decorrente de uma resposta á infecção bacteriana, prejudicando tanto na qualidade

quanto na quantidade da produção leiteira, podendo ser causada por outros

microorganismos como micoplasma, fungos ou algas (TOZZETI et al., 2008). É

importante evitá-la, pois é considerada a maior vilã da produção leiteira, podendo

acarretar a perda das mamárias dos bovinos, compromete a qualidade do leite pelo

risco de veiculação de agentes patogênicos, diminuição de caseína, gordura e

lactose, além de prejudicar o rendimento industrial e o tempo de conservação do

produto no mercado (BRIETZKE, 2004). Os sintomas de mamite são: febre,

diminuição da produção de leite, vermelhidão das mamárias e apatia do animal

(HOLANDA JR et al., 2005). As causas bacterianas são derivadas em

Staphylococcus aureus e Escherichia coli podem ser classificadas como clínica ou

subclínica (MELLO-PEIXOTO et al., BAN). A Clínica é mais comum e facilmente

detectável, devido ao teste da caneca, ocasionando o surgimento do pus no leite da

vaca. É causada por bactéria do gênero Escherichia coli, Streptococcus uberis,

acarretando a presença do úbere inchado, de cor avermelhada, dolorido e quente, o

leite apresenta-se aguado ou grosso, de cor amarelada, com flocos ou coágulos, à

medida que a vaca diminui a produção de leite, diminui o apetite e perde peso, a

transmissão ocorre através de água, solo, fezes do próprio animal e homem. Já a

subclínica é mais complexa, pois só é detectada a partir de uma contagem de

células somáticas, já que a patologia causa um desequilíbrio nas células do animal,

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é causada por bactérias como Streptococcus agalactiae, Mycoplasma bovis e

Streptococcus dysagalactiae a transmissão ocorre principalmente durante a ordenha

dos animais, por meio das teteiras, das mãos dos ordenhadores, ambientes

contaminados e de panos utilizados na limpeza e secagem dos tetos, podendo levar

a perda de todos os tetos (SAEKI et al., 2012). O tratamento da mastite subclínica se

faz utilizando antimicrobianos químicos, sendo pouco frequente durante a lactação

pela baixa eficácia na dependência da etiologia infecciosa da doença e presença de

resíduos, quando o manejo não for feito de forma correta, chegando ao ponto do

descarte do leite (BRASIL, 2002; RIBEIRO et al., 2003). É necessário fazer o

tratamento da mastite precocemente, pois tem maiores chances de recuperação e

menores chances de proliferação da doença entre os animais, sendo de grande

importância o monitoramento dos animais, do homem, do ambiente, instalações,

manejo da ordenha, entre outros fatores (BRITO; BRITO 2000). Neste cenário

destaca-se o estudo de plantas medicinais, nas diversas atividades agropecuárias

(SOUZA et al., 2013). Nos últimos anos, o aumento pela procura de produtos

orgânicos vem se intensificando e sendo cada vez mais estimulada pela

Organização Mundial da Saúde (OMS), por ser mais acessível economicamente

pela sociedade (GALDINO et al., 2012, SOUZA et al., 2013). A planta Punica

Granatum L. é pertencente á família Punicaceae e na medicina popular é conhecida

como romã, romeira, romãzeira, entre outros, sendo muito utilizada como planta

frutífera, ornamental de parques e jardins. A romã é uma planta originária da região

do oriente médio, a árvore cresce em regiões áridas e a produção de seu fruto se dá

no período de fevereiro a setembro (MARTINS, 1995, JARDINI e Martins FILHO,

2007). Os principais constituintes da romã são alcalóides, taninos, compostos

fenólicos e flavonóides, substâncias frequentemente relacionadas como

responsáveis pelas atividades terapêuticas. Propriedades antibacteriana e anti-

inflamatórias são apresentadas pelos extratos de romã e são de grande importância

para o tratamento da mastite bovina (LEE et al., 2010, ISMAIL et al., 2012). Desta

forma, o trabalho teve como objetivo levantar dados relevantes ao desenvolvimento

de um teste a campo, com utilização do extrato de romã no tratamento de mastites

clínicas. Este estudo constitui de uma revisão de literatura, no qual realizou-se uma

consulta por artigos científicos selecionado através de buscas nas plataformas

Scielo, periódico Capes, portal de pesquisa da Biblioteca Virtual de saúde (BVS)

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referente ao tema. Por se tratar de um trabalho em desenvolvimento, ainda na fase

de revisão bibliográfica não possui ainda resultados.

REFERÊNCIAS

TOZZETTI, D.S.; BATAIER, M.B.N.; ALMEIDA, L.R., PICCININ, A. Prevenção, controle e tratamento das mastites bovinas: revisão de literatura. Revista Cient. Eletr. Med. Vet. 6:10. 2008. MARTINS, E. Plantas medicinais. Viçosa: UFV. 162-163. 1995. JARDINI, F.A.; Martins FILHO, J. Avaliação da atividade antioxidante em diferentes extratos da polpa e sementes da romã (Punica granatum, L.). Rev Ciênc Farm Básica Apl. 43(1). 2007. BRIETZKE, A. L. Contribuição de células somáticas no controle de qualidade do leite: uma questão de saúde pública. Monografia apresentada à Universidade Estadual do Oeste do Paraná como trabalho de conclusão do curso de graduação em Zootecnia. Marechal Cândido Rondon. 2004. 53p. BRASIL. Regulamentos técnicos de produção, identidade, qualidade coleta e transporte de leite. Instrução Normativa nº 051 de 18 de setembro de 2002, Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Bra- sília.

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FRAUDES E ANÁLISE FISICO-QUÍMICA DO LEITE CRU REFRIGERADO Bruna de Jesus Pires Mol; Débora Rocha de Andrade –Graduandasem Medicina

Veterinária –Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Letícia Ferreira da Silva – Graduada e Mestre em Medicina Veterinária –Professora

do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Fraude no leite; qualidade; segurança alimentar. Entre os produtos de origem animal, o leite é consumido cotidianamente por grande

parte da população, tendo alcançado uma média de 6,28 bilhões de litros

consumidos até o quarto trimestre do ano de 2015 (IBGE, 2015) Essa grande

aceitabilidade está associada aos fatores sociais, culturais e regionais, sendo o leite

visto como um alimento rico em nutrientes e de fácil absorção, aproximando-se da

perfeita alimentação; contudo o leite possui características que o tornam um

alimento altamente perecível, fato esteque exige atenção nos procedimentos

tecnológicos necessários ao seu processamento (BRANDÃO, 1999). A qualidade do

leite é atualmente um dos assuntos mais discutidos no cenário da produção leiteira,

uma vez que, ao ser manipulado em condições inadequadas, torna-se um risco a

saúde de quem o consome seja como leite fluido ou na forma de seus derivados

(NERO et al., 2005). Assim, pode-se afirmar que o perigo que este alimento

representa para a saúde dos consumidores é preocupante, entretanto a prática do

consumo do leite informal ainda persiste e as justificativas mais comuns para o

consumo do leite cru são: o baixo preço e a cultura de que o fato de proceder

diretamente do produtor seja mais saudável (BERSOT et al., 2010). Além das

características microbiológicas, que indicam as condições associadas às práticas

higiênicas adotadas no manuseio e ordenha do animal, desinfecção dos

equipamentos e refrigeração do leite (SANTANA et al., 2001), as características

físico-químicas do leitetambém são de extrema importância, uma vez que sua

composição original (porcentagem de água, gordura, lactose, proteína, sais e

vitaminas)serve de embasamento para testes e detecção de fraudes (BRITO et al.,

2009). Constantemente, o produtor tentafraudar o leite através do uso de

substâncias não permitidas, para evitar perdas ou aumentar seus lucros, sendo as

mais comuns:a adição de água, soro, urina e o desnate do leite (CARVALHO, 2007;

SANTOS, 2007; BRITO et al., 2009).A adição de água ao leite, além de alterar o

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índice crioscópico, pode,também, modificar outros parâmetros físico-químicos como

o teor de sólidos não gordurosos, a densidade e acidez do leite (AGNESE, 2002). A

fraude com água pode ser constatadacom a observação dos valores encontrados na

crioscopia edensidade, como valor se aproximando do ponto descongelamento da

água, reduzindo a densidade e aumentando a crioscopia. (SANTOS, 2007). Com

relação a adição de soro no leite, quando isso ocorre o mesmo deve ser classificado

como “bebida láctea” e não pode ser considerado leite, caso contrário constata-se

uma fraude. Essa fraude pode ser detectada e quantificada pela determinação do

glicomacropeptídeo (GMP) presente na amostra de leite (CARVALHO, 2007). Já a

urina animal, ou ureia pecuária, é adicionada ao leite com o intuito de acrescer o

volume e, como possui densidade aproximada à do leite, sua alteração é mínima,

mas pode ser detectada por meio da crioscopia e de reagentes químicos específicos

(BEHMER, 1987). O desnate é a fraudeno leiteque consiste na retirada de gordura e

que também pode ser detectada por meio de análise físico-química pelo método de

Gerber (BRASIL, 2011).Essa fraude é realizada pelo fato da gordura ser um

ingrediente nobre e de alto valor econômico (TRONCO,1997). Nesse sentido, várias

ações fraudulentaspodem ser detectadas através de análisesfísico-químicas

realizadas em laticínios, sendo que a interpretação das respostas destes testes,

deve ter em vista as variações existentes na composição do leite cru, estabelecidas

pela Instrução Normativa nº62 de 29 de dezembro de 2011 do Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento (BRASIL, 2011).Por fim, com a prática cada

vez mais comum de fraudes em toda a cadeia produtiva do leite, ressalta-se a

importância dessa fiscalização do leite cru com o intuito de assegurar a qualidade do

produto e a segurança do consumidor.

REFERÊNCIAS AGNESE AP. Avaliação físico-química do leite cru comercializado informalmente no município de Seropédica, Rio de Janeiro. Ver HigAliment.2002;17(94):58-61. BRANDÃO, A. S. P. Restrições econômicas e institucionais à produção de leite na Região Sul. In: Restrições técnicas, econômicas e institucionais ao desenvolvimento da cadeia produtiva do leite no Brasil – Região Sul, 1, Juiz de Fora. Anais... Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite/MCT/CNPQ/PADCT, p. 27-34, 1999. BRASIL. Ministério da Agricultura. Instrução normativa n° 62 de29 de dezembro de 2011. Regulamento Técnico de Produção, Identidade e Qualidade do Leite tipo A, o

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Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Leite Cru Refrigerado, o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de LeitePasteurizado e o Regulamento Técnico da Coleta de Leite Cru Refrigerado e seu Transporte a Granel. Diário Oficial [da] União, Brasília, 29 dez. 2011. BEHMER MLA. Tecnologia do leite: leite, queijo, manteiga, caseína,iogurte, sorvetes e instalações: produção, industrialização, análise. 15 a ed. São Paulo (SP): Nobel; 1987. BRITO, M. A.; BRITO, J. R.; ARCURI,E; LANGE, C.; SILVA, M.; SOUZA, G.. Composição do leite. Disponível em:<http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia8/ AG01/arvore/AG01_128_21720039243.html>. Acesso em 23 agosto. 2016. BERSOT, L. S. et al. Raw milk trade: prole of the consumers and microbiological and physicochemical characterization of the product in Palotina-PR region. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, Juiz de Fora, v. 65, n. 373, p. 3-8, 2010. CARVALHO BMA, CARVALHO LM, ALCÂNTRA LAP, BONOMO RCF.Métodos de detecção de fraude em leite por adição de soro de queijo. RedVet.2007;8(6):1695-7504. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA EESTATÍSTICA(IBGE). Disponívelem:<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2016 NERO,L. A. et al. Leite cru de quatro regiões leiteiras brasileiras: perspectivas de atendimento dos requisitos microbiológicos estabelecidos pela instrução normativa n° 51. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 25, n. 1, p. 191-195, 2005. PEREIRA,D. B. C. ; SILVA, P. H. F. da ;COSTA JÚNIOR, L. C. G. ; OLIVEIRA, L. L. . Físico-química do leite - Métodos analíticos.2. ed. Juiz de Fora: Templo Gráca e Editora, 2001. v. 01. 234 p. SANTANA, E. H. W.; BELOTI, V.; BARROS, M. A. F.; MORAES, L. B.; GUSMÃO, V.; PEREIRA, M. S. Contaminação do leite em diferentes pontos do processo de produção: I. Microrganismos aeróbios mesófilos e psicrotróficos. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 22, n. 2, p. 145-154, 2001. SANTOS MV, FONSECA LFL. Estratégia para controle de mastite e melhoria da qualidade do leite.2 a ed. Barueri (SP): Manole; 2007. TRONCO VM. Controle Físico-Químico do Leite. In: Manualpara Inspeção da Qualidade do Leite. 1997. Santa Maria (RS): UFMS,103-5.

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ANÁLISE DA PRODUTIVIDADE DO ARROZ DE TERRAS ALTAS COM A APLICAÇÃO DE DIFERENTES DOSES DE PÓ DE ROCHA COMO FONTE DE

NUTRIÇÃO

Josiel Dutra Moura – Acadêmico do Curso de Agronomia. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

Jonas Alberto Rios – Graduado e Doutor em Agronomia/Fitopatologia. Professor da Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Rizicultura, Adubação alternativa, Rochagem.

INTRODUÇÃO

No Brasil, a rizicultura iniciou-se em meados do século XVIII, a produção brasileira

está por volta de 11 milhões e 500 mil toneladas de arroz por ano. Segundo ABADIE

et al., (2005), esses grãos são plantados em dois ecossistemas diferentes: várzeas e

terras altas. O ecossistema de várzeas, também chamado de cultivo irrigado, é mais

comum na região sul, representando cerca de 40% da área destinada à rizicultura no

Brasil. No ecossistema de terras altas tem sido cultivado em áreas de pastagens

degradadas, pois a cultura de arroz tem boa tolerância à solos ácidos (FAGERIA,

2000). Mesmo sendo pouco exigente em insumos agrícolas, vem-se buscando

novas técnicas para garantir melhores níveis produtivos a cultura, em consequência

do processo de modernização e racionalização da agricultura, visto que uma

adubação adequada e equilibrada é importante para uma boa produção (FAGERIA

et al., 2001). A tecnologia da aplicação de pó de rocha (rochagem) pode se

configurar como uma excelente alternativa de fornecimento de nutrientes para

culturas como o arroz, uma vez que o Brasil apresenta uma enorme geodiversidade

e que, portanto, pode viabilizar o uso de diferentes tipos de rochas, em diferentes

regiões, para alcançar padrões de fertilidade compatíveis com as necessidades

regionais e ainda facilitar mecanismos de desenvolvimento regional, dentro de

padrões mais sustentáveis (THEODORO, 2000). A rochagem representa uma

alternativa também sob o aspecto social e ambiental, uma vez que promove o

aproveitamento de grandes quantidades de rejeitos de pedreiras e mineradoras

(BERGMANN e THEODORO, 2009). O aproveitamento das rochas, como fontes

restituidoras de nutrientes para as plantas, recupera e renova o solo, pode configurar

uma tecnologia alternativa capaz de auxiliar na redução do uso de produtos

químicos, especialmente aqueles incorporados em formas altamente solúveis, como

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é o caso dos adubos em formulações NPK (PINHEIRO e BARRETO, 1996;

THEODORO, 2000). Os fertilizantes solúveis possuem custos elevados associados

ao beneficiamento e ao transporte a longas distâncias, criam problemas ambientais,

como eutrofização de águas superficiais e subsuperficiais e liberação de gases

poluentes na atmosfera (TILMAN et al., 2001; MARTINS et al., 2010; MANNING,

2010). Além de produtividades compatíveis, os experimentos com a tecnologia da

Rochagem sustentam que: as culturas de ciclo longo apresentam melhor

desempenho do que aqueles obtidos com a adubação convencional; o teor de

umidade é maior em solos onde se adiciona pó de rochas, devido a retenção de

água pelas argilas; as plantas mostram maior quantidade de massa verde e melhor

perfilhamento; as raízes apresentam-se em maior quantidade e mais desenvolvidas

do que as plantas que recebem a adubação convencional. E, mais importante, os

custos de aplicação da rochagem são menores, cerca de 70% quando comparado

com a adubação química e seu efeito pode se estender por até quatro ou cinco anos

seguidos, devido ao efeito da liberação lenta dos nutrientes (THEODORO e

LEONARDOS, 2011).

METODOLOGIA

O experimento será conduzido no campo experimental da Faculdade UNIVÉRTIX,

situado no município de Matipó-MG, num Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico. O

município encontra-se a uma latitude 20º 17' 02" S, longitude 42º 20' 28" W e altitude

de 615m. O esquema experimental será o de blocos inteiramente casualizados, com

4 blocos, 5 tratamentos e 4 repetições. Cada tratamento consistirá nas seguintes

dosagens de rochagem; 0, 1100, 1300, 1500, 1700 Kg/ha, aplicadas em sulco de

plantio 20 dias antes do plantio e será aplicado nitrogênio de acordo com o

recomentado pela quinta aproximação no momento do plantio. Será realizado

análise do solo local para determinação do nível nutricional do solo, para saber a

necessidade de calagem a ser aplicado na área experimental. O preparo do solo

será realizado com 40 dias de antecedência de forma convencional com grade

aradora para promover o revolvimento do solo, os sulcos de plantio serão feitos

manualmente. Cada parcela experimental constituirá de 5 linhas com 3 m de

comprimento e espaçamento entre linhas de 0,40 m, correspondendo a uma área de

140 m2, com densidade de 70 sementes por metro linear, deixando nas

extremidades um espaço de 0,50 m para facilitar a entrada no tratamentos e controle

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de plantas daninhas. A variedade de arroz utilizada neste experimento será a

BRSMG Caravera, bem adaptada as condições da região e indicada para plantio em

todo estado de Minas Gerais. Em cada parcela será considerado as três linhas

centrais, descartando 0,5 m das extremidades, o manejo das plantas daninhas das

pragas e doenças serão realizados de acordo com as necessidades da cultura de

forma que não prejudique o experimento. Durante o período de condução do

experimento na falta de precipitações pluviais, as necessidades hídricas da cultura

serão atendidas com irrigações diárias, distribuindo durante todo o ciclo da cultura

700mm de água. No final do ciclo da cultura serão avaliados: a produtividade de

grãos em cada parcela; número de panículas por metro linear, avaliados em 3

metros lineares por parcela; peso médio das panículas, em amostras de 25

panículas; peso de 1000 grãos e % de grãos vazios e cheios em amostras de 100

grãos por parcela.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o

momento a realização do levantamento bibliográfico.

CONSIDERAÇOES FINAIS

O uso de pó extraído de diferentes tipos de rocha é uma forma econômica e nova no

mercado agrícola para a adição de nutrientes no solo e disponibilização para a planta.

Como já existem pesquisas mostrando que o uso desse pó é tão eficiente quanto o uso

de adubação convencional, porém de liberação mais lenta. Esperamos que somente com

a adição do Pó de rocha (rochagem) a produtividade do arroz (grãos) seja maior ou igual

a de uma adubação convencional, assim como, comprovar de acordo com os resultados

obtidos que o uso do pó de rocha pode ser ou não usado também na agricultura como

fonte de nutrição, podendo ser usado unicamente ou em conjunto com o NPK.

REFERÊNCIAS

ABADIE, T.; CORDEIRO, C. M. T.; FONSECA, J. R.; ALVES, R. de B. das N.; BURLE, M. L.; BRONDANI, C.; RANGEL, P H. N.; CASTRO, E. da M. de;SILVA, H. T. da; FREIRE, M S.; ZIMMERMANN, F. J. P.; MAGALHÃES, J. R. Construção de uma coleção nuclear de arroz para o Brasil. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.40, n. 2, p.129-136, 2005.

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BERGMANN, M. F. THEODORO, S. M. de C. H. Rochagem Viabilizando o uso sustentável dos descartes de mineração no Distrito mineiro de Ametista do Sul (DMAS), RS, BRASIL. In: I CONGRESSO BRASILEIRO DE ROCHAGEM: Rochagem e fertilidade do solo, 2009, Brasília. Anais... Brasília – DF: Embrapa Cerrados, 2010, p 137-145.

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PINHEIRO, S.; BARRETO, S. B. "MB-4”: Agricultura sustentável, trofobiose e biofertilizantes. 5. ed. corr. [s.l.]: Fundação Juquira Candiru, p. 273. 1996.

THEODORO, S. H. & LEONARDOS, O. H. Rochagem: uma questão de soberania nacional. In XIII Congresso brasileiro de geoquímica. Gramado/RS, 2011.

THEODORO, S.H.C. A Fertilização da Terra pela Terra. Tese (Doutorado) – Centro de Desenvolvimento Sustentável, UNB, Brasília, 2000.

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ACIDENTES OFÍDICOS EM EQUINOS

Gabriela Moreira Pinto e Rafael Rolim de Oliveira- Graduados em Medicina Veterinária na Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.

Cíntia de Fátima Ribeiro - Graduanda do curso de Bacharelado em Farmácia - UNIVÉRTIX.

Pâmella Cardoso Vitor - Graduada em Pedagogia - UNOPAR. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.

Alice Rodrigues - Graduada em Ciências Contábeis. Mestre em Administração -

UFV. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. [email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Acidentes ofídicos; equinos; diagnóstico e tratamento.

INTRODUÇÃO

No Brasil, até o ano de 1999, foram registradas 256 espécies de serpentes, sendo

69 consideradas peçonhentas, destas 32 pertencentes ao gênero Bothrops, 29 ao

gênero Micrurus, seis ao gênero Crotalus e duas ao gênero Lachesis (SILVA e

LOFEGO, 2006). São frequentemente relatados acidentes com animais peçonhentos

nas áreas rurais do Brasil, sendo as picadas por cobras as responsáveis por levarem

animais, como equinos e bovinos ao óbito, gerando então perdas econômicas aos

pecuaristas (SILVA e LOFEGO, 2006 e SOUZA et al., 2011). Diante disso, este

estudo tem como objetivo relatar as características relacionadas à toxicologia, ao

diagnóstico e tratamento dos acidentes ofídicos em equinos.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos

pesquisados entre os dias 13 a 22 de junho de 2016, nas plataformas de busca

Scielo, Periódicos Capes e demais bases referenciadas neste estudo. Os

descritores utilizados foram: acidentes ofídicos; equinos.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Eventualmente ocorrem acidentes em bovinos e equinos por picada de serpentes do

gênero Bathrops. As espécies venenosas deste gênero possuem hábitos noturnos,

habitando lugares úmidos, pastagens, plantações e lugares despovoados. Tais

serpentes se alimentam particularmente de pequenos roedores e atacam

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repentinamente sem serem percebidas (BOFF e MARQUES, 1996). Animais de

maior porte têm maior resistência ao veneno do que os de menor porte, já que é

necessária uma maior quantidade de veneno para levar tais animais à morte

(RADOSTITS et al., 2002). Comparando-se aos demais animais peçonhentos, o

veneno das serpentes são, provavelmente, os mais complexos, possuindo vinte ou

mais componentes distintos, sendo mais de 90% de seu peso seco constituído por

enzimas, toxinas não enzimáticas, proteínas tóxicas e não tóxicas. A parte não

proteica é constituída pelos hidratos de carbonos, lipídios, aminas biogênicas,

nucleotídeos e aminoácidos livres (LEMOS et al., 2009). A complexa mistura de

enzimas, peptídeos e proteínas de pequena massa molecular do veneno destes

animais, têm ações específicas, químicas e biológicas. Possui rápida dispersão e

rápida absorção pelos tecidos devido a presença de hialuronidase. As hemotoxinas

e citolisinas ocasionam inflamação, necrose tecidual e vascular. As enzimas

fosfolipase A e estearase alteram a permeabilidade da membrana, liberando

histaminas e bradicinas. O veneno também causa lise de proteínas, têm ação

coagulante, hemorrágica e nefrotóxica (MÉNDEZ, 1998). Os efeitos ofídicos no

equino dependem do tamanho e da espécie da serpente, do porte do animal picado,

do local primariamente afetado e da quantidade de veneno inoculado. A área

afetada pela picada depende da espécie, idade e comportamento do animal. A

cabeça é a região comumente afetada, devido ao hábito de alimentação dos animais

e fatores de “curiosidade”, entretanto, a região torácida, membros torácicos, pélvicos

e úbere também constituem regiões bastante afetadas (BICUDO, 2002). Dificilmente

são enviadas amostras de animais mortos aos laboratórios para se confirmar a

causa da morte, então há poucas informações sobre os achados clínicos de animais

sob o efeito dos venenos destas serpentes (GRUNERT e GRUNERT, 1969). O

diagnóstico de envenenamento é dificultado pelo fato de o proprietário na maioria

das vezes não estar presente no momento da picada. Entretanto, com a anamnese

e dados epidemiológicos da região como presença de cobras e sinais clínicos,

podem indicar a espécie de cobra e induzir o médico veterinário ao tratamento

adequado (FERREIRA e BARRAVIEIRA, 2004). O tratamento dos acidentes ofídicos

em equinos consiste basicamente na aplicação precoce, em dose adequada de soro

antiofídico por via intravenosa. Fluidoterapia também é necessária, para estabilizar a

hidratação do animal, melhorar a perfusão renal e fornecer suporte cardiovascular. O

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animal pode desenvolver anemia devido à coagulopatia e diátese hemorrágica,

sendo necessário realizar transfusão de sanguínea (CHIACCHIO et al., 2011).

CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do estudo realizado, pode-se verificar que a gravidade dos acidentes ofídicos

depende de características relacionadas à serpente e ao animal envolvido no

acidente. O diagnóstico baseia-se em dados clínico-epidemiológicos e a soroterapia

corresponde ao principal meio de tratamento dos equinos vítimas de acidentes

ofídicos.

REFERÊNCIAS BICUDO, P. L. IN: RADOSTITS, O. M.; GAY, C. C.; BLOOD, D. C.; HINCHCLIFF, K. W. Clínica Veterinária: Um Tratado de doenças dos bovinos, ovinos, suínos, caprinos e equinos. 9 ed. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan. p. 1543- 1546. 2002. BOFF, G. J. e MARQUES, M. G. Animais Peçonhentos. Módulo 7. Curso de especialização por tutoria à distância. Brasilia DF. Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior. p. 67. 1996. CHIACCHIO, S. B. et al. Triple bothropic envenomation in horses caused by a single snake. The Journal of Venomous Animals and Toxins, Botucatú, v. 17, n.1, p. 111-117. 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1678-91992011000100016. Acesso em: 15. Jun. 2016.

FERREIRA, J. R. R. S. e BARRAVIERA, B. Gestão de picada de cobra venenosa em cães e gatos no Brasil. Journal of Venomous Animals and Toxins including Tropical Diseases, Botucatú, v.10, n.2, p.112-32. 2004. GRUNERT E. e GRUNERT D. Beobachtungen von Bothrops -Schlangenbissverletzungen bei Rind und Pferd em Rio Grande do Sul, Brasil. Vet Med Nachrichten. v. 3, n.1, p.217-32. 1969.

LEMOS, J.C.; ALMEIDA, T.D.; FOOK, S.N.L. e PAIVA, A.A. Epidemiologia dos acidentes ofídicos notificados pelo Centro de Assistência e Informação Toxicológica de Campina Grande (Ceatox-CG), Paraíba. Revista Brasileira de Epidemiologia, São Paulo, v. 12, n. 1, p. 50-59, 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-790X2009000100006. Acesso em: 18. Jun. 2016.

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MÉNDEZ, M.C. Envenenamento Botrópico. In: Riet-Correa, F,Mendez, M.C., Shild, A.L. Doenças dos ruminantes e equinos da região sul do Brasil. Pelotas-RS. Editora e Gráfica da Universidade de Pelotas. Cap. 8. p. 451- 458. 1998. RADOSTITS O. M. et al. Clínica Veterinária: Um Tratado de Doenças dos Bovinos, Ovinos, Suínos, Caprinos e Equinos. 9 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. SILVA, E.R.O. e LOFEGO, A.C. Acidentes ofídicos na região de São Jose do Rio Preto, SP. Revista Unorp, São Paulo, v.13, p. 127-133. 2006. SOUSA, G. M., TOKARNIA, C. H., BRITO, M. F., REIS, A. B., OLIVEIRA, C. M., FREITAS, N. F., OLIVEIRA, C. H., BARBOSA, J. D. Aspectos clínicos-patológicos do envenenamento botrópico experimental em equinos. Pesquisa Veterinária Brasileira, Rio de Janeiro, v. 3, n. 9, p. 773-780. 2011. Disponível em: http://www.eventosufrpe.com.br/2013/cd/resumos/R0458-2.pdf. Acesso em: 13. Jun. 2016.

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FISTULA RETO VAGINAL EM ÉGUAS

Gregory Rocha Almeida – Graduando em Medicina Veterinária, Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.

Bruno Santos Cândido de Andrade – Médico Veterinário, Mestre em Ciências Animal, Clinica e Cirurgias Veterinárias - Professor da Faculdade

Vértice - UNIVÉRTIX [email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Fistula Reto vaginal, Vulvoplastia, Equinos. INTRODUÇÃO

A criação de equinos tem crescido significativamente, o que leva ao

desenvolvimento de técnicas de melhoria da genética, aprimorando o rebanho

eqüino e intensificando sua criação, o que leva ao aumento da ocorrência de

afecções do aparelho reprodutivo das fêmeas (BRANDTNER et al., 2014). A fístula

reto vaginal causa grande prejuízo para os criadores de equinos pois leva ao

comprometimento da vida reprodutiva das éguas. As lesões reprodutivas são mais

freqüentes em éguas jovens no inicio de sua vida reprodutiva e também em fêmeas

de pequeno porte cruzadas com garanhões de maior porte o que leva a problemas

durante o parto (FARIAS et al., 2013; BRANDTNER et al., 2014).

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos

pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa

da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) referente ao tema.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Fistula é a comunicação entre duas cavidades fisiológicas ou entre uma cavidade e

o meio externo, drenando conteúdos fisiológicos ou patológicos. A fístula reto

vaginal é o resultado de evento traumático durante o parto distócico em éguas,

causando diferentes graus de laceração envolvendo a vagina e o reto (DIAS, 2007),

com ou sem laceração da pele, vulva e esfíncter anal (FARIAS et al., 2013),

resultando em perda dos limites anatômicos formando uma abertura comum entre a

vagina e o reto (STAINKI e GHELLER, 2001). Podem ser classificadas em primeiro

grau quando envolvem a mucosa vestibular e pele da comissura dorsal da vulva,

segundo grau quando envolvem a mucosa vestibular e submucosa, a pele da

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comissura dorsal da vulva e o músculo do corpo perineal e ainda podem ser de

terceiro grau quando envolvem adicionalmente a mucosa retal e submucosa, septo

perineal e esfíncter anal (AMORIM et al., 2013). Em lesões recentes observa-se

hemorragia (STAINKI e GHELLER, 2001; AMORIM et al., 2013), o nível de

hemorragia esta diretamente ligado ao rau de lesão, quanto maior a quantidade de

tecido envolvido maior será o nivel de hemorragia (AMORIM et al., 2013), enquanto

em lesões mais antigas observa-se edema, infecção e até mesmo necrose. Se não

tratada de imediato a fistula pode causar metrite e em casos mais graves morte do

animal, isso ocorre principalmente devido a infecção advinda dessa afecção. A

infecção é determinada pela quantidade de tecido lesionado e quantidade de fezes

presente na vulva (STAINKI e GHELLER, 2001). O diagnóstico é baseado na

inspeção da região vulvar (FARIAS et al., 2013), quando realizada a palpação

transretal e vaginal, observando-se grande presença de ar que é liberado durante a

manipulação, a entrada e saída de ar para o interior da vagina emite um som

característico que ocorre de forma espontânea (DIAS, 2007; FARIAS et al., 2013).

O tratamento da fistula é cirúrgico, é realizado o procedimento de vulvoplastia que

consiste na recuperação plástica da vulva (BRANDTNER et al., 2014; FARIAS et al.,

2013). A técnica mais utilizada é a de Gotze, que consiste no debridamento das

superfícies, com isso é realizada a fixação caudalmente do restante de tecido viável

do reto e vagina, a fixação deve ser suficiente para separar as duas cavidades

(DIAS, 2007). A cirurgia pode ser realizada imediatamente após o trauma, desde

que tecido esteja viável para a cicatrização adequada, se o tecido estiver necrosado

ou contaminado a cirurgia não terá resultado satisfatório (DIAS, 2007). Antes de

iniciar o tratamento cirúrgico é importante realizar medicação antibacteriana e

antiinflamatória (FARIAS et al., 2013, STAINKI e GHELLER, 2001), em alguns casos

deve-se realizar a profilaxia antitetânica (STAINKI e GHELLER, 2001), deve se

atentar a dieta para se obter sucesso com o procedimento cirúrgico (FARIAS et al.,

2013), a dieta deve ser adequada para tornar as fezes moles para evitar impactação,

é indicado também que o animal consuma apenas feno nos 3 dias anteriores a

cirurgia (DIAS, 2007).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se que para se obter um resultado satisfatório do tratamento da fistula reto

vaginal, deve se atentar ao manejo correto antes e após a cirurgia, principalmente

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no manejo correto da dieta, pois com isso conseguira que as fezes do animal seja

mais fluidas o que não levara a deiscência dos pontos, tendo então uma melhor

cicatrização.

REFERÊNCIAS AMORIM, R. M. D. R.; FARIA, M. C.; SOUSA, K. M. P.; LIMA, E. R.; SILVA, A. C. P.; BARTOLOMEU, C. C.; LIMA, P. F. Relato de caso: Vestibuloplastia em égua. Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão, 13, 2013, Recife. BRANDTNER, A.; GOELZER, A.; MACAGNAN, L.; BORGES, L. F. K. Laceração Vulvar em Égua: Relato de Caso. SEMINÁRIO INTERINSTITUCIONAL DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO, 19, 2014, Rio Grande do Sul. DIAS, B. M. L. Clinica das Espécies Pecuárias – Cirurgias Correctivas. Vila Real, 2007. Universdade de Trás-Os-Montes e Alto Douro FARIAS, M. C.; CRUZ, J. A. L. O.; AMORIM, R. M. D. R.; SILVA, D. J.; LIMA, E. R.; LIMA, P. F. Relato de Caso: Ruptura de períneo em égua. Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão, 13, 2013, Recife. STAINKI, D. R.; GHELLER, V. A. Laceração perineal e fístula reto-vestibular na égua: uma revisão. Revista da FZVA, Uruguaiana, 2001, v. 7/8, n.1, p. 102-113.

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INFLUÊNCIA DO RESÍDUO LÍQUIDO DO SISAL (Agave sisalana) NO DESENVOLVIMENTO IN VITRO DE ECTOPARASITAS

Cleiser Pereira, Marcos Augusto de Azevedo Junior, Bruno Silva Freitas-

Graduando em Medicina Veterinária-Faculdade Vértice-Univértix- Bolsista pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) -FAPEMIG

Paulo Cesar Amorim- Medico Veterinário –Especialista clínica e cirurgia de eqüinos e ruminantes- Professor Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX

Rogério Carvalho- Pós-doutorado em Medicina veterinária e Professor Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

Renata Aparecida Fontes - Farmacêutica, Bioquímica, Analista Clinica, Mestre em Ciências Farmacêuticas - Professora Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

[email protected] PALAVRAS-CHAVES:Rhipicephalus Boophilus microplus, carrapato, controle de ectoparasitas INTRODUÇÃO

Os carrapatos são ectoparasitos que pertencem ao filo Arthropoda e a ordem Acari.

Existem, aproximadamente, 870 espécies de carrapatos descritas no mundo, todas

agrupadas na subordem Ixodida (dividida em três famílias: Ixodidae, Argasidae e

Nuttalliellidae). A fauna brasileira de Ixodida está atualmente representada por 61

espécies de carrapatos, com algumas espécies importantes para a Saúde Pública e

Veterinária por causarem danos diretos durante sua alimentação e por transmitirem

agentes infecciosos aos homens e animais (BARROS BATTESTI et al., 2006). O

carrapato Rhipicephalus B. microplus é um ixodídeo responsável por grandes perdas

econômicas para a pecuária de regiões tropicais e subtropicais. Este carrapato é um

ectoparasita hematófago originário da Ásia, cujo principal hospedeiro é o bovino.

Sua incidência é maior em grandes rebanhos da América, África, Ásia e Austrália,

sendo considerado o carrapato de maior impacto em perda econômica nos rebanhos

da América do Sul (GONZALES, 1995; NARI, 1995). O resíduo líquido do sisal

apresenta em sua composição química alguns compostos orgânicos como taninos,

esteróides, alcalóides e diferentes saponinas. As Saponinas desempenham um

papel importante, pois atuam contra insetos e microorganismos. Dessa forma o suco

de sisal age como bioinseticida. No Brasil, estes resíduos geralmente são

abandonados no campo, sendo pouco utilizado pelos produtores como adubo ou

alimento para ruminantes. O qual poderá ser utilizado como fertilizante, ou no

controle à ervas daninhas (SILVA, 1999). Um outro aspecto para o uso de A.

sisalana na medicina veterinária é sua abundância e disponibilidade deste vegetal

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durante quase todo o ano e o baixo potencial para induzir toxicidade nos animais,

uma vez que existe a indicação como nutracêutico (MANTILLA, 1991).Contudo, a

aplicação de carrapaticidas tem limitada eficácia na redução da infestação e

frequentemente vem acompanhada por vários danos, incluindo a seleção de

carrapatos resistentes ao carrapaticida, contaminação do ambiente, como também

do leite e da carne com resíduos da droga. Além do mais, o desenvolvimento de

novos carrapaticidas é um processo longo e de alto custo, no qual reforça a

necessidade de novas alternativas para o controle da infestação de carrapato

(GRAF et al., 2004)

METODOLOGIA

Esse estudo será realizado na cidade de Matipó-MG, no Hospital Veterinário

Gardingo LTDA. No laboratório de parasitologia veterinária. As fêmeas ingurgitadas

(Teleógenas) do R. (B.) microplus serão coletadas de animais isentos de

carrapaticida químico de contato por pelo menos 30 dias, sendo separadas fêmeas

maiores que 5mm em comprimento. As fêmeas ingurgitadas coletadas serão

acondicionadas em placas de Petri e levadas ao laboratório em caixa térmica

contendo gelo, para evitar ovo posição prematura e reduzir a mobilidade do parasito

dentro das placas. Posteriormente, serão pesadas em balança analítica, com

precisão de 0,001g, formando grupos de 5 fêmeas.O delineamento experimental foi

inteiramente casualizado com cinco tratamentos e três repetições, considerando-se

cinco fêmeas ingurgitadas por repetição. O grupo controle será representado por

fêmeas isentas de quaisquer tratamentos (imersas em água). Recolhendo de 5

animais diferentes as fêmeas telógenas (5 femeas telógenas por animal).que serão

levadas para Hospital veterinário no laboratório de parasitologia veterinária em

caixas terminais na temperatura de 27°C. A extração do suco da A. sisalana será

realizada primeiramente com o corte das folhas em pequenos pedaços para que

facilite o processamento e serão levados à um processador onde vai ocorrer o

desfibramento e logo após será separado o suco das fibras da planta com a ajuda

de uma peneira em p.v.c. Para os tratamentos será utilizado o suco da A. sisalana

nas concentrações de 10%, 20%, 30%, 40% e 50%. As teleógenas serão imersas

durante 5 minutos para cada solução, secas em papel toalha, depositadas em

placas de Petri e incubadas a 28ºC e umidade acima de 80%. Após 16 dias os ovos

serão removidos das placas, pesados e separados em grupos de 0,1mg (cerca de

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2000 ovos) com seis repetições para cada tratamento. Os ovos serão colocados em

tubos de vidro identificados, vedados com algodão e mantidos em estufa a 27 ± 1ºC

e umidade relativa do ar acima de 80%. Após 20 dias será determinada a

percentagem de eclosão através de amostragem. Serão analisados os seguintes

parâmetros biológicos: peso inicial das teleóginas, peso residual das teleóginas

obtido pela diferença entre o peso inicial (antes do tratamento) e o final, peso da

massa de ovos, índice de produção de ovos (IPO), percentual de eclosão, índice de

eficiência reprodutiva (IER) e percentual de controle (DRUMMOND et al., 1971 apud

COSTA et al., 2008).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O projeto está em andamento e ao fim das coletas e testes esperamos avaliar o

efeito do suco da planta sobre a espécie do carrapato Rhipicephalus Boophilus

microplus atestando eficiência ou não no controle dessa espécie sendo por inibição

de ovoposição ou eclosão.

REFERENCIAS BARROS, B. D. M.; ARZURA, M.; BECHARA, G. H. Carrapatos de Importância MédicoVeterinária da Região Neotropical: Um guia ilustrado para identificação de espécies. São Paulo, Vox/ICTTD-3-Butantan, p.223, 2006. COSTA, F.B.: VASCONCELOS, P.S. DA S.: SILVA, A.M.M.; BRANDÃO, V.M.; SILVA, I.A. DA; TEIXEIRA, W.C.; GUERRA, R.M.S.N.; DOS SANTOS, A.C.G Eficácia de fitoterápicos em fêmeas ingurgitadas de Boophilus. microplus, provenientes da mesorregião oeste do Maranhão, Brasil 2008. In: DRUMMOND, R. O. et al., Laboratory testing of insecticides for control of the winter tick. Journal of Econnomic Entomology, v.64, p.686-688, 1971. GONZALES, J.C. O controle do carrapato do boi, 2a ed. Porto Alegre. Arquivo da Faculdade Veterinária UFRGS (1995). GRAF, J. F., Gogolewski, R., Leach- Bing, N. Tick control; an industry point of view. Parasitol 129: p.427-442, 2004. MANTILLA,G.Caracterizaçíondel residual líquido de laindustriahenequenera. Revista Tecnología Química, Cuba.v.12, p.25-30, 1991. NARI, A. (1995) Strategies for the control of one-host ticks and relationship with tickborne diseases in South America. Vet. Parasitol., 57: 153-165. SILVA, Odilon Reny Ribeiro Ferreira; BELTRAO, Napoleao Esberard de Macedo Beltrao. O agronegocio do sisal no Brasil. Brasilia: EMBRAPA, SPI,205p 1999.

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PROPAGAÇÃO ASSEXUADA DE Alpinia purpurata (Vieill) K. Schum

Isabela Lima Ribeiro – Graduanda em agronomia Vinícius Sigilião Silveira Silva – Graduado em Agronomia. Especialista em

Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Agronomia da Faculdade Vértice-UNIVÉRTX.

Guanayr Jabour Amorim - Graduado em Turismo. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professor do Curso de Administração da Faculdade Vértice –

UNIVÉRTIX

Viní[email protected]

INTRODUÇÃO

O mercado florícola brasileiro vem se tornando cada vez mais, uma atividade

agrícola de importância econômica principalmente nos últimos dez anos (MOREIRA

et al, 2011), pois a demanda por produtos paisagísticos e de floricultura tem

movimentado o agronegócio rendável e fixado mão-de-obra no campo, além de ser

uma alternativa para pequenos produtores (BEZERRA, GONDIM, PEREIRA, 2008).

Na produção de flores e plantas ornamentais, as que mais se destacam são as

tropicais (MOREIRA et al, 2011), por suas formas exóticas e colorido intenso

(BEZERRA, GONDIM, PEREIRA, 2008), além da durabilidade e conservação pós-

colheita que pode chegar até duas semanas (TERAO, CARVALHO, BARROSO,

2005). São ainda resistente ao transporte, conservando sua beleza, o que favorece

a comercialização e lhe garante boa aceitação no mercado (MOREIRA et al., 2011).

Entre as tropicais mais cultivadas, encontra-se a Alpinia Purpurata (Vieill.) K. Schum.

Pertencente à família zingiberácea, é também conhecida como Panamá vermelho

(MOREIRA et al., 2011). É uma planta perene, herbácea, ereta e rizomatosa, que

tende a crescer muito, atingindo 4 metros de altura, formando touceiras de até 1,5

metros de diâmetros. As inflorescências são terminais, espigadas, compostas de

brácteas vermelhas em forma de barco e pequenas flores brancas que podem

chegar até 30cm de comprimento. A alpinia pode ser cultivada em condições de

meia sombra ou a pleno sol, porém é muito sensível ao frio. Cultivada em regiões de

alta luminosidade é recomendado o uso de telados ou sob árvores (TERAO,

CARVALHO, BARROSO, 2005). A temperatura ótima para a produção está situada

entre 22ºC e 35ºC e a umidade relativa do ar deve oscilar entre 60% e 80%

(ALONSO, SOUSA-SILVA, 2010). As formas de propagação mais usuais são: por

divisão de touceiras de plantas adultas, rizoma, mudas, brotos aéreos que surgem

nas brácteas das inflorescências após o florescimento, chamadas de filhotes aéreos

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e ainda por micropropagação. O processo mais utilizado é a propagação por rizoma,

provenientes de plantas com mais de três anos de idade, com diâmetro superior a

2cm, assim o desenvolvimento da planta será mais, entrando ela em produção

comercial aos 12-15 meses de idade (MOREIRA et al, 2011). O rizoma é a parte

primordial das plantas tropicais, uma vez que são caules subterrâneos

especializados e com funções de reservas energética, nutricional e de água,

necessários ao desenvolvimento sazonal das plantas. Recomenda-se utilizar

rizomas de plantas mais jovens para assegurar o crescimento rápido da planta,

conservando as mesmas características da planta mãe (RODRIGUES, 2007). É uma

cultivar que se desenvolve bem em solos profundos, ricos em matéria orgânica, bem

drenados e levemente ácidos (TERAO, CARVALHO, BARROSO, 2005). A adubação

e correção do solo deve ser feita em cima da analise de solo, adicionada à

incorporação de matéria orgânica (LUZ, 2005). Para plantio do rizoma diretamente a

campo, deve-se planta-lo numa profundidade máxima de 10cm do solo,

proporcionando uma suave inclinação da haste do rizoma para evitar o acúmulo de

água e consequente apodrecimento (RODRIGUES, 2007). Para Luz et al (2005), os

canteiros devem ser erguidos do chão de 10 a 20cm do solo e de comprimento

variável, em fileiras simples com espaçamento de 1,25 x 2,00. Já o plantio do rizoma

em recipiente ou em saquinhos de mudas, deve ser levadas a campo quando as

mudas atingem em torno de 40cm de altura e cerca de quatro folhas verdadeiras

formadas(ALONSO, SOUSA-SILVA, 2010). No primeiro ano de produção a

inflorescência é de pequeno a médio porte e pouca durabilidade pós-colheita, não

estando ainda em tamanho e ponto de comercialização. Após o segundo ano de

produção é que as flores estão em padrão comercial prontas para o mercado

(TEIXERAS e LOGES, 2008). Diante da importância e da demanda comercial da

alpinia para o mercado, o presente trabalho teve por objetivo fazer um levantamento

de dados disponíveis do melhor método de propagação desta cultivar, levando-se

em conta que o melhor método será aquele que produzirá comercialmente em um

menor intervalo de tempo de cultivo e de melhor qualidade comercial.

METODOLOGIA

A pesquisa constituiu-se uma revisão de literatura especializada que possuiu um

caráter exploratório e foi realizada no período de junho à julho de 2016, que

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objetivou proporcionar aos pesquisadores uma maior familiaridade com o problema

em estudo. A busca nos bancos de dados foi realizada utilizando às terminologias

cadastradas no SCIELO (Scientific Electronic Library Online) como: Propagação de

alpinia, a cultura da alpinia e a utilização da alpinia como atividade econômica

agrícola, que proporcionou um problema complexo mais explícito ou mesmo

construiu hipóteses mais adequadas. Os critérios de inclusão para o estudo foi

utilizar manuscritos extraídos em periódicos, livros e artigos relacionados ao meios

mais eficientes para a propagação de Alpinia Purpurata (Vieill.) K. Schum por meios

assexuados de propagação.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Após analises de artigos e livros escritos sobre propagação assexuada de Alpinia,

observa-se que o melhor método de propagação é a divisão por rizomas, que terá

uma produção comercial mais precoce em virtude de ser uma muda com a mesma

idade da planta mãe, ou seja, ela já terá passado por seu período juvenil e já entrará

na sua fase reprodutiva, o que lhe garante um maior e em menor tempo produção

comercial satisfatória. Mudas produzidas à partir de rizomas retirados de plantas

adultas podem flores à partir de 12 a 15 meses de idade, enquanto que uma planta

obtida da propagação por broto aéreo terá desenvolvimento mais lento, começando

a produzir a partir dos 3 anos de idade (TEIXERAS e LOGES, 2008). Esta é uma

vantagem muito importante que deve ser prezada, pois é mais lucrativo para o

produtor e mais valorizado pelo mercado consumidor, uma vez que a procura por

qualidade e a demanda por produtos que cheguem mais rápido nas mãos do

consumidor são pontos indispensáveis para a manutenção de qualquer atividade

econômica que pretende se estabilizar no mercado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com sua importância ornamental e comercial, é de grande interesse dos

produtores comerciais e até mesmo amadores do cultivo de alpina, buscarem

conhecimento sobre os tipos de propagação, informando-se qual é o melhor método,

pois para se produzir bem é necessário ter conhecimento de como é feito o processo

de produção das mudas. E como resultado encontrado no levantamento

bibliográfico, sobre os meios propagativos da cultura da alpinia, o melhor meio

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indicado foi por rizomas, que produzirá flores comerciais em menor idade e de

melhor qualidade comercial.

REFERÊNCIAS

ALONSO, A. M.; SOUSA-SILVA, J. C. Alpinia Purpurata (Vieill.) K. Schum: planta ornamental para cultivo no Cerrado. Documento on line. Planaltina- DF: Embrapa Cerrados, 2010.

BEZERRA, F.C.; GONDIM, R.S.; PEREIRA, N.S. Produção de Alpínia em Cultivo Protegido na Região Litorânea do Estado do Ceará. Comunicado técnico on line. Disponível em: <https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/ bitstream/doc/419862/1/Ct137.pdf>. Acesso em 07 de jul. 2016. LUZ, P. B. et al. Cultivo de flores tropicais. Informe agropecuário, v. 26, n. 227, p. 62-72, 2005.

RODRIGUES, V.G.S. Recomendações técnicas para a propagação de flores tropicais em Rondônia. Comunicado técnico embrapa Rondônia. Rondônia, 2007 TEIXEIRA, M.C.F.; LOGES, V. Alpinia - cultivo e comercialização. Revista Brasileira de Horticultura Ornamental. V. 14, n.1, p. 9 - 14, 2008.

TERAO, D.; CARVALHO, A.C.P.P.; BARROSO.T.C.S.F. Flores tropicais: Tropical Flowers. 1º ed. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2005.

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AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE SÊMEN DE GARANHÕES

Daniel Felipe Arantes Coelho, Ana Maria Silva Aredes de Oliveira, Marcos Augusto de Azevedo Junior, Alice Lima Martins – Acadêmicos do

Curso de Medicina Veterinária. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Osmar Dias Ferraz Junior – Acadêmico do Curso de Medicina Veterinária.

Universidade Federal de Viçosa – UFV. Bruna Waddington de Freitas – Graduada e Doutora em Medicina Veterinária.

Professora da Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX e UNIVIÇOSA.

[email protected] PALAVRAS-CHAVE: antibiograma, ejaculado, equino, microbiota, testes complementares. INTRODUÇÃO

A saúde reprodutiva de machos é um fator importante a ser considerado quando se

utiliza a monta natural e inseminação artificial em programas de reprodução.

Recomendam-se, além do exame andrológico de rotina que se realizem exames

complementares no sêmen como a análise microbiológica, em função dos inúmeros

microrganismos saprófitos e potencialmente patogênicos presentes no ejaculado de

reprodutores, que podem ser assintomáticos (COELHO, 1976). O garanhão pode ser

considerado um fator de risco epidemiológico na transmissão de bactérias, vírus e

protozoários pelo sêmen, tendo em vista que a localização geográfica dos animais

deixou de ser uma barreira na transmissão de doenças (ROTA et al., 2011), uma

vez que com a inseminação artificial, o sêmen de um único reprodutor pode ser

utilizado em mais de 300 éguas por ano (SAMPER et al., 2006) . O pênis e prepúcio

do garanhão são colonizados por uma variedade significativa de bactérias saprófitas

e/ou potencialmente patogênicas que podem contaminar o sêmen durante a

ejaculação (CORONA et al., 2009). A microbiota comensal é essencialmente

representada por estafilococos coagulase-negativo, corinebactérias e estreptococos

alfa-hemolíticos (BRISTOL, 1991; VARNER, et al., 2010). Estão descritos como

presentes na genitália externa, microrganismos patogênicos facultativos como

Escherichia coli, Streptococcus equi zooepidemicus, Klesbsiella pneumoniae,

Pseudomonas aeruginosa, Taylorella equigenitalis (BRISTOL, 1991; VARNER et al.,

2010; SAMPER et al., 2006). Levando em consideração a importância econômica

que pode ser representada com a melhoria da qualidade do sêmen de equinos, o

objetivo a ser alcançado com este trabalho é avaliar a microbiota do sêmen fresco

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de garanhões provenientes de propriedades comerciais da região de Matipó/MG, a

fim de determinar a frequência de microrganismos e sua susceptibilidade à

antimicrobianos.

METODOLOGIA Serão coletados no mínimo dois ejaculados de cinco garanhões provenientes

de criatórios comerciais da região de Matipó/MG por meio de vagina artificial. De

cada ejaculado, serão avaliados aspectos macroscópicos (volume, cor, aspecto e

odor) e microscópicos (motilidade, vigor e concentração e morfologia espermáticas),

além dos exames complementares hiposmótico (HOST), supravital (SV) e

microbiológico. Para avaliação microbiológica, uma alíquota de 5 mL de cada

ejaculado será acondicionada em frascos estéreis com meio de transporte e

encaminhados para avaliação microbiológica e teste de susceptibilidade dos

isolados aos antimicrobianos. Para todas as características estudadas serão

estimadas as médias, desvios-padrão, coeficiente de variação e distribuição de

frequência. Todos os dados quantitativos serão submetidos ao teste de normalidade

dos dados e a homocidacidade das variâncias, posteriormente submetidas a

ANOVA, e as médias comparadas pelo teste de Tukey com 5% de probabilidade de

erro. Quando não atendidas as premissas da ANOVA, os dados foram avaliados por

análise não paramétrica (teste de Kruskal Wallis ou Wilcoxon), também com 5% de

probabilidade de erro. Com relação às características qualitativas ou de classes, os

dados serão arranjados em tabelas de contingência e analisados pelo teste de qui-

quadrado, com 5% de probabilidade de erro.

CONSIDERAÇOES FINAIS

Apesar da grande importância de se fazer exames andrológicos complementares,

como a análise microbiológica de sêmen, ainda são raros os trabalhos que relatam

tais exames, sendo evidente a necessidade de novas pesquisas na área. O

presente trabalho se encontra em andamento, na fase de coleta, processamento e

análise dos resultados obtidos.

REFERÊNCIAS

BARTH, A. D.; OKO, R. J. Abnormal morphology of bovine spermatozoa. 1 st ed. Ames: Iowa State University Press, 1989. 285 p.

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BRISTOL F. Bacterial flora of the reproductive tract in stallions. Society Theriogenology Annual Meeting, San Diego, pp:171–173. 1991.

COELHO, N. M. Flora bacteriana do prepúcio e sêmen de reprodutores BosTaurus. 1976. 56 f. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) – Escola de veterinária, Universidade Federal de Minas gerais, Belo Horizonte, 1976. COLÉGIO BRASILEIRO DE REPRODUÇÃO ANIMAL – CBRA. Manual para Exame Andrológico e Avaliação de Sêmen Animal. 2ª ed. Belo Horizonte. 1998. 49 p CORONA, G. et al. Impairment of couple relationship in male patients with sexual dysfunction is associated with overt hypogonadism. J Sexy Med. 6:2591 – 2600, 2009 MELO, M. I. V.; HENRY, M. Teste hiposmótico na avaliação do sêmen equino. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 51, p. 71-78. 1999. ROTA, A, et al. Presence and distribution of fungi and bacteria in the reproductive tract of healthy stallions. Theriogenology, 76: 464–470. 2011.

SAMPER J., TIBARY A. 2006: Disease transmission in horses. Theriogenology, 66: 551-559. VARNER, D. D., et al. Breeding-management strategies and semen- handling techniques for stallions—case scenarios. Annual Convention of the AAEP, Baltimore, 56: 215-226. 2010.

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LAMINITE EM VACAS LEITEIRAS – REVISÃO DE LITERATURA

Eliza Frances do Nascimento Vieira e Jamily de Oliveira Horst Graduandas em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

Paulo César Amorim Amorim Docente em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Acidose ruminal, Afecções podais, claudicação, laminite,

vacas leiteiras.

INTRODUÇÃO

As enfermidades digitais dos bovinos apresentam impacto econômico negativo

sobre a rentabilidade da pecuária leiteira, tanto pela redução da produtividade

quanto pelo aumento nos custos dos tratamentos, bem como o descarte prematuro

de animais de alto valor zootécnico. No Brasil, as doenças digitais dos bovinos só

perdem em prejuízos econômicos para as mastites e para as patologias da

reprodução (SILVA et al., 2004). A laminite é uma condição debilitante que afronta a

sustentabilidade do sistema de produção e causa além de dor para o animal,

consequências sociais (RODRIGUES et al., 2013). De acordo com Radostis a

laminite é uma afecção digital em que ocorre um processo inflamatório das lâminas

do casco, resultando em dor, claudicação intensa, alterações estruturais do mesmo,

queda na produtividade e no desempenho reprodutivo. Ela têm como causas

principais fatores nutricionais, ambientais, sanitários e genéticos. Essa patologia é

considerada atualmente a principal causadora de claudicação bovina, pois estima-se

que mais de 60% das lesões podais em bovinos podem estar associados a ela

(CANESIN et al., 2008). Inicialmente o processo foi descrito em três formas clínicas

baseadas no princípio, duração e sintomatologia, da seguinte forma: aguda,

subaguda e crônica sendo que a duração média dos processos era inferior a 10

dias, de 10 dias a 6 semanas e mais de 6 semanas, respectivamente. Uma quarta

forma de laminite, a laminite subclínica, posteriormente foi considerada a forma mais

prevalente em sistemas de produção e manejo intensivo (FERREIRA et al., 2005).

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METODOLOGIA

O objetivo do nosso trabalho é fazer uma revisão de literatura, com finalidade de

expor as principais causas de laminite na bovinocultura leiteira, assim como

diagnóstico, tratamento e profilaxia da mesma.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A laminite é um processo inflamatório das estruturas sensíveis da parede do casco

que resulta em dor, claudicação intensa e mudanças estruturais do mesmo

(MARTINS et al., 2008). As afecções de casco têm basicamente quatro causas

principais: os fatores nutricionais, ambientais, sanitários e genéticos. É uma doença

metabólica que origina deformações no “casco” caracterizadas por um crescimento

anormal. A principal causa é a alimentação rica em grãos e pobre em fibra

(SERRÃO, 2007). A acidose ruminal é vista por diversos autores e considerada

como causa principal de laminite em vacas de alta produção, junto com distúrbios

nutricionais, devido a alteração na dieta do período seco para o de lactação. O

diagnóstico da laminite é dado através de exame clínico minucioso com observação

do animal em estação e locomoção. É importante observar sua postura, seu

posicionamento de cabeça, cernelha e pelve e principalmente a maneira como

apoiam seus membros. Animais com laminite costumam apresentar seu dorso

arqueado e membros projetados cranialmente evitando apoio sobre as pinças e

sobrecarregando os talões. Em inspeção deve se buscar sinais alterados nos

dígitos, tais como pontos de dor, alteração na conformação, crescimento ou

desgaste na sola. Na anamnese deve ser questionado ao proprietário principalmente

sobre nutrição e o ambiente em que o animal vive. No auxilio do diagnostico da

laminite pode ser feito análise do fluido ruminal que pode constatar acidose ruminal

aguda ou subaguda. Em radiografia pode se observar a localização e caracterização

de lesões digitais como rotação da falange que pode levar a exposição da mesma

na sola em casos graves. O tratamento desta afecção se baseia no controle da dor

com analgésicos como aspirina ou opioides como morfina. A Ação anti-inflamatória é

conseguida com DANES, como flunixim meglumine com maiores chances de

sucesso se iniciado nas primeiras 24 horas do quadro. Em sua forma crônica está

indicado o casqueamento corretivo, onde se busca fazer com que o casco fique o

mais próximo possível do seu fomato anatômico. A profilaxia da laminite consiste em

introduzir gradualmente os grãos na alimentação, dando preferencia a forragens de

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boa qualidade. Pode ser acrescida na suplementação dos vacas primíparas a

biotina, que vai melhorar a sanidade do casco e ser benéfica na redução da

incidência ou gravidade do aparecimento da claudicação no rebanho. Na criação

intensiva deve ser planejado a estabulação dos animais, dando maior conforto aos

mesmos, de modo que venha a favorecer a ruminação e a circulação sanguínea dos

dígitos. O casqueamento funcional pode ser também incluído nas medidas de

profilaxia visto que o mesmo visa corrigir as irregularidades do casco.

CONDIDERAÇÕES FINAIS

A laminite bovina é uma afecção de origem multifatorial e ainda restam muitas

dúvidas sobre tal patologia. Ela é uma afecção que apresenta grandes perdas

econômicas a pecuária leiteira devido a sua patogenia complexa e seu tratamento

nem sempre eficaz. Sua profilaxia é a melhor maneira de se evitar a ocorrência da

doença no rebanho leiteiro, e ela deve ser desenvolvida de acordo com o aspecto

em que a doença assume em cada local.

REFERÊNCIAS

CANESIN, Renato et al. Laminite: Prejuízos Econômicos na Bovinocultura Leiteira. Revista Cientifica Eletrônica de Medicina Veterinária. Número 10. Ano VI. Janeiro 2008. LOUREIRO, Marcos Gomes. Estudo da Técnica de Venografia dos Dígitos de Vacas. 99f Tese (doutorado) – Universidade Estadual Paulista Julio Mesquita Filho, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, 2013. MARTINS, Irana Silva et al. Laminite Bovina. Revista Eletrônica de Medicina Veterinária. Número 10. Ano VI. Janeiro 2008. RADOSTIS, Otto M. et al. Clínica Veterinária Um Tratado de Doenças de Bovinos, Ovinos, Suínos, Caprinos e Equinos. 9ª Edição, Guanabara Koogan RODRIGUES, Mirian et al. Avaliação das características do liquido ruminal, hemogasometria, atividade pedométrica e diagnóstico de laminite subclínica em vacas leiteiras. Pesquisa Veterinária Brasileira. Colégio Brasileiro de Patologia Animal – CBPA, v. 33, p. 99-106, 2003. FILHO, Antônio Dionísio Noronha Laminite Bovina Universidade Federal de Goiás – UFG. Goiânia, 2011.

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ACIDEZ NO LEITE- REVISÃO DE LITERATURA

Lucas Matos Camilo; Nilson Gomes dos Reis Júnior;Ivair Gomes da Silva Junior;Jefferson da Silva Lopes- Graduandos em Medicina Veterinária -

Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX. Letícia Ferreira da Silva – Graduada e Mestre em Medicina Veterinária –

Professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉTIX. [email protected]

PALAVRAS- CHAVE: Acidez Dornic, alizarol, saúde pública INTRODUÇÃO

Começar falando da importância do leite como alimento. O leite, após a ordenha,

pode apresentar algumas partículas ácidas, resultando em uma discreta queda do

pH que pode ser classificada como acidez natural do leite, originada de seus

elementos naturais como: albumina, citratos, dióxido de carbono, caseínas e

fosfatos. Contudo, o baixo pH do leite se deve, principalmente, pela fermentação de

lactose devido à ação de micro-organismos, resultando na formação e acúmulo

deácido lático, caracterizando a acidez adquirida. A soma de ambas é conhecida

como acidez real do leite, sendo importante, portanto, reduzir ao máximo as

contaminações microbianas, para balancear com a acidez irreversível, uma vez que

o leite não se trata de um produto estéril, sendo toleradoa presença de

determinadaquantidade de micro-organismos não patogênicos

(FOSCHIERA,2004).Quando se identifica acidez elevada no leite, essa se refere ao

envelhecimento do leite ou alta contagem microbiana, em decorrência de manejos,

higienização e refrigeração incorretos, tornando o leite inaproveitável para consumo

humano como leite fluido. Existem, ainda, outrosfatores que também podem

influenciar na acidez do leite como, por exemplo, o tipo de alimentação que o animal

recebe, araça do animal, o período de lactação em que ele se encontra,a

temperatura do ambiente, a estação do ano,o manejo e as formas com que são

realizadas a ordenha. Sendo esses fatores de grande importância para a qualidade

final do leite. O pH normal do leite se situaentre 6,6 e 6,8 e a acidez titulável entre 14

e18ºD. Existemduas análises físico-químicasque determinamaacidez do leite, o

Alizarol e acidez Dornic. O teste do Alizarol constitui em uma prova complementar

qualitativa de análise do leite e se caracteriza por serum teste prático e rápido,

fornecendo resultados também com relação a estabilidade térmica das proteínas do

leite (FACHINELLI, 2010). Trata-se de uma mistura da prova de álcool (estabilidade

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térmica) e alizarina (indicador de pH),sendo possível verificar, a olho nu,a floculação

ou não de caseínase, também,a transformação da coloração do leite em decorrência

da alteração do pH. O leite ácido sempre apresenta falta de estabilidade da proteína,

não sendo estável na prova do Alizarol a 72º GL e, com isso, apresenta acidez maior

que 18ºD. Já oteste de acidez Dornic,trata-se de uma análise de rotina na inspeção

do leite, que tem por objetivo avaliar,de forma quantitativa,a acidez deste alimento,

utilizando como reagentesuma solução alcalina (solução Dornic) e um indicador de

pH (fenolftaleína) (TRONCO, 2003)..O nível da acidez por títulos baseia-se na

neutralização das formas ácidas do leite, até o momento de equivalência (pH 7,0),

quando a amostra atinge a cor rosa. Por fim, comparando ambas as técnicas

citadas, com o Alizarol avalia-se apenas se o leite está ácido ou não, enquanto a

acidez Dornic informaa concentração de ácido lático presente no leite (Borges,

2014).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-seque a acidez do leite pode se alterarem função de diversos fatores como,

por exemplo, pela alimentação do animal, clima, estágio de lactação e,

principalmente, em consequência de falhas na refrigeração. Com isso,as provas

físico-químicasdo Alizarol e acidez Dornic desempenham importante função na

avaliação do pH do leite, ressaltando a importância de realizar o manejo correto do

mesmopara assim oferecer um produto de boa qualidade ao consumidor.

REFÊNCIAS ANDRADE,B.R;Determinação de acidez titulável em leite fluido. MAPA/SDA/CGAL Laboratório Nacional Agropecuário - LANAGRO/RS, Boletim Técnico, 2013. BORGES, R. M.; PFULLER, E. E. Análise da qualidade do leite, segundo a in 62, e producao da ricota em empresa agroindustrial de sananduva- RS. Revista de Agronomia e Medicina Veterinária IDEAU – RAMVI. v. 01, n. 02, 2014. FOSCHIERA, J L. Indústria de Laticínios: Industrialização do leite, análises, produção de derivados. Porto Alegre: Ed. SulianiEditografiaLtda, 2004. MAGRI, L. P. Quantificação de acidez titulável e ph utilizando técnica potenciométrica como indicador de qualidade do leite bovino. Dissertação defendida à UFJF na área Tecnologia de Alimentos, 2015.

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PANCOTTO, A. P. Análise das características físico-químicas e microbiológicas do leite produzido no instituto federal de educação. Trabalho de conclusão apresentado ao curso de Tecnologia em Alimentos do Campus Bento Gonçalves do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, 2011. RODRIGUES,F; MANUALDE BANCADA PARA LABORATÓRIO (BPL) FÁBRICA DE QUEIJOS. Ministério da Agricultura-Labaorátorio de Rotina,2002. TRONCO, Vânia Maria. Manual para Inspeção da Qualidade do Leite. 2ª ed. Santa Maria: UFSM, 2003; VENTURINI, S. K.; SARCINELLI, M. F.; SILVA, L. C.; Características do leite. Pró-Reitoria de Extensão - P r o g r a m a Institucional de Extensão, Boletim Técnico - PIE-UFES:01007, 2007.

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QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DO QUEIJO MINAS FRESCAL COMERCIALIZADO NO MUNICÍPIO DE MATIPÓ-MG

Alice Lima Martins, Marcos Augusto de Azevedo Junior, Bruno Silva Freitas, Rafael Custódio Machado, Daniel Coelho. Acadêmicos do Curso de Medicina

Veterinária. Bolsista PIBIC – FAPEMIG. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Alice Moreira da Silva– Acadêmica do Curso de Medicina Veterinária. Faculdade

Vértice – UNIVÉRTIX Leandro Silva Araújo - Médico Veterinário, Doutorando pela – UFV. Professor da

Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Saúde pública, toxinfecção alimentar, derivado lácteo.

INTRODUÇÃO

O queijo é o derivado do leite mais consumido no país (FEITOSA et al., 2003). O

queijo Minas Frescal é obtido por coagulação do leite, fabricado industrialmente a

partir do leite pasteurizado (ALEXANDRE et al.,2002). Este produto demonstra

grande valor nutricional e boa palatabilidade, (ARAÚJO et al., 2001). O queijo Minas

Frescal é um produto que se caracteriza pela coloração branca, comercializado e

consumido ainda fresco, aos primeiros quinze dias após sua fabricação, com alto

teor de umidade, sem sofrer nenhum processo de maturação (BRASIL, 1997;

HOFFMAN et al., 2002), baixo pH (5,1 – 5,6) e 6% de cloreto de sódio (NaCl)

(CAMPOS et al., 2006). De acordo com regulamento técnico de Identidade e

Qualidade de Produtos Lácteos os queijos se dividem em os de baixa umidade (36,0

a 45,9%), queijos de alta unidade (46,0 a 45,0%) e os queijos de muito alta umidade

(>55%) este representado pelo queijo Minas Frescal (BRASIL, 1997). Na produção

de queijos ocorre uma modificação da microbiota bacteriana do leite, de modo a

impedir até um certo ponto o crescimento de agentes patógenos (ALMEIDA &

FRANCO, 2003). No entanto sua produção possui diversos pontos críticos que

podem contribuir para a contaminação (ROSA et al., 2005). A contaminação de

micro-organismos nos alimentos é de extrema relevância pois além de causar

grandes perdas econômicas nas indústrias, trazem principalmente riscos à saúde

pública pois assumem os riscos de levar a população doenças transmitidas por

alimentos (FEITOSA et al., 2003). Portanto é necessário sempre levar em

consideração todas as etapas de produção dos alimentos desde a qualidade da

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matéria prima, condições higiênico-sanitária das indústrias até o consumidor final

(ROSA et. al., 2005; DIAS et al., 2008). Os micro-organismos são utilizados como

indicador higiênico-sanitário dos alimentos, podendo assim avaliar a qualidade

microbiológica, e retratar prováveis presenças de alguns patógenos (CARDOSO &

ARAÚJO, 2004). Nas últimas décadas, surgiu um crescente interesse em identificar

e prevenir as causas de doenças do ser humano, principalmente gastroenterites e

enterotoxemias. A partir de pesquisas realizadas a respeito, concluiu-se que a

maioria dos casos de intoxição e infecção alimentar ao homem é causada por

bactérias patogênicas como Salmonella spp., Staphylococcus aureus, Clostridium

botulinum, Escherichia spp. e Shigella spp. (FRANCO & LANDGRAF, 2005). A

precariedade higiênico-sanitária da cadeia produtiva e da comercialização de queijo

tipo Minas Frescal, e a tradicionalidade do produto na culinária mineira, motivou este

estudo que tem como objetivo avaliar a ocorrência de micro-organismos indicadores

(E. coli e S. aureus) de contaminação no queijo tipo Minas Frescal comercializado na

cidade de Matipó-MG.

MATERIAL E MÉTODOS

Serão avaliadas 4 amostras de queijo Minas Frescal comercializadas em Matipó,

MG. As amostras serão acondicionadas em caixas isotérmicas contendo gelo e

transportadas até o Laboratório de Microbiologia Veterinária do Hospital Escola da

Faculdade Vértice (Univértix) de Matipó, MG, para análise imediata. As embalagens

serão desinfectadas com ácool 70% e abertas com faca de aço inoxidável

estérilizada, com auxilio de um estilete flambado serão retiradas as alíquotas para as

análises microbiológicas. As análises microbiológicas utilizarão alíquotas de 25±0,2g

diluídas em solução salina peptonada 0,1% (1,0 L de água destilada, 8,5 g de NaCl,

1,0 g de Peptona) até a obtenção de soluções 10-1 a 10-6. Para isto, serão retiradas

alíquotas da amostra e pesadas em balança de precisão dentro de sacos

previamente autoclavados. A alíota será então adicionada de 225mL de salina

peptonada estéril e posteriormente homogeinizada por dois minutos. Em seguida

serão realizadas as diluições seriadas em tubos de ensaio contendo 9 mL de salina

peptonada até a diluição de 10-6. O teste presuntivo será realizado em série de cinco

tubos, no qual tubos de Durhan adaptados contendo caldo Lauril Sulfato Triptose

(LST), serão adicionados da amostra (numa proporção de 1:9) de cada diluição (10-1

a 10-6) e incubadas a 37°C por um período de 24/48 horas. Após este tempo os

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tubos com presença de gás com serão considerados positivos. As amostras

positivas serão transferidas com auxilio de uma pipeta de precisão também na

proporção de 1:9 para tubos de Durhan adaptados contendo caldo Verde Brilhante

(V.B.) 2% e incubados em estufa por 24/48 horas a 35°C. Para a determinação de

coliformes a 45ºC, serão utilizadas as amostras que se apresentaram positivas no

teste presuntivo em caldo LST. Com auxílio de uma pipeta de precisão, serão

inoculados numa proporção de 1:9 em tubos de Durhan adaptados contendo caldo

Escherichia coli (E.C). e incubadas em estufa a 45°C por 24/48 horas. Os tubos

eerão observados para oresença de gás. As amostras que demonstraram positivas

no caldo E.C, serão plaqueadas em meio Eosina Azul de Metileno (EMB), e

incubadas por 24/48 horas a 35°C, onde as colônias presentes de E. coli, deverão

apresentar-se com coloração preto azulados com reflexos verdes metálicos e de

grande dimensão. Para a detecção de S. aureus, foram utilizadas alíquotas de

25±0,2g diluídas em água salina peptonada 0,1% até a obtenção de soluções de

diluição 10-1 a 10-3. De cada uma das diluições transferir-se-á 0,1ml para placa

contendo ágar manitol salgado, as quais serão incubadas a 35ºC por 48h. Em

seguida, procedera-se a contagem presuntiva do número de colônias que

apresentarem características típicas: colônias circulares, pequenas (máximo 1,5mm

em diâmetro), lisas, convexas, com bordas perfeitas e massa de células

esbranquiçada. A verificação microscópica da morfologia das células isoladas será

realizada pelo método de Gram. As células que se apresentarem como cocos Gram-

positivos, agrupados em forma de cacho serão submetidas às provas de catalase e

DNAase para contagem confirmativa de S. aureus.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho está em andamento na fase de processamento e análises das

amostras.

REFERÊNICA

ALEXANDRE, D.P.; SILVA, M.R.; SOUZA, M.R.; SANTOS, W.L.M. Atividade antimicrobiana de bactérias lácticas isoladas de queijo-de-minas artesanal do Serro (MG) frente a microrganismos indicadores. Arq. Bras. Méd. Vet. Zootec. v. 54, p. 2002.

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ALMEIDA, P. M. P.; FRANCO, R. M. Avaliação bacteriológica de queijo tipo Minas Frescal com pesquisa de patógenos importantes à Saúde Pública: Staphylococcus aureus, Salmonella sp e Coliformes Fecais. São Paulo: Rev. Hig. Alimentar. v.17, p. 79-85. 2003.

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FEITOSA, T.; BORGES, M. F., NASSU, R. T., AZEVEDO, E. H. I.; MUNIZ, C. R. Pesquisa de Salmonellasp, Listeriasp e microrganismos indicadores higiênicosanitários em queijos produzidos no estado do Rio Grande do Norte. Ciênc. Tecnol.Aliment. v. 23. p. 162-165. 2003.

FRANCO, B. D. G. M.; LANDGRAF, M. Migrobiologia dos alimentos. São Paulo: Atheneu; 2005.

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ARTIGOS

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RESGATE HISTÓRICO DA PRAÇA PADRE FIALHO E GRAU DE SATISFAÇÃO DE MORADORES DA CIDADE DE MATIPÓ-MG

Valmira Hoste Dutra– Graduanda em Agronomia da Faculdade Vértice. Lívia Mara Araujo Amorim – Graduanda em Agronomia da Faculdade

Vértice. Rogério Gomes Pêgo – Engenheiro Agrônomo, mestre em Fisiologia

Vegetal, Doutor em Fitotecnia e Pós-doutor em Fitotecnia. Professor do curso de Agronomia da Faculdade Vértice.

[email protected]

RESUMO As praças fazem parte da identidade urbana que tem como função a interação da sociedade com seus elementos constituintes sendo uma fonte de interação e identificação social, desempenham diferentes funções dentro de uma comunidade como área de lazer, ponto de encontro, local para confraternização, manifestações religiosas, festas, entre outros. Atendendo toda a população sem distinção. Para o presente trabalho não foram encontrados documentos oficiais da história e do paisagismo da praça Padre Fialho. Por isso o objetivo desse trabalho é resgatar a memória da Praça Padre Fialho, baseado nos relatos de parte da população. Para esses estudo foi feito uma pesquisa com questionário semi estruturado com questões abertas e fechadas, no qual foi submetido a população com idade acima de 50 anos por acessibilidade, foi feito um levantamento de arquivos bibliográficos e fotográficos com a população. Concluímos ao final das entrevistas que os moradores são muitos saudosos dos momentos de confraternização vividos na praça e relataram que devido a alteração do paisagismo original, o local perdeu sua identidade. Os entrevistados relataram ainda que não se usa a praça atualmente com eram usados na sua juventude, sendo atualmente apenas um local de passagem. Palavras-Chaves: Paisagismo, Parques e jardins, História, Zona da Mata.

INTRODUÇÃO

Desde o início da organização urbana, sempre houve a necessidade de

espaços públicos para a comercialização de produtos e, onde as pessoas pudessem

expressar suas ideias sem sofrer censura. Um dos principais locais que eram

usados para esse fim são as praças. As praças fazem parte da identidade urbana

que tem como função a interação da sociedade com seus elementos constituintes

sendo uma fonte de interação e identificação social (FRANCISCO et al., 2014). De

acordo com MACEDO e ROBBA (2002) citado por VIEIRO e BARBOSA FILHO

(2009) também relataram que a praças, como espaços públicos, desempenham

diferentes funções dentro de uma comunidade como área de lazer, ponto de

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encontro, local para confraternização, manifestações religiosas, festas, entre outros.

Atendendo toda a população sem distinção.

Compreender a realidade das praças física e social das praças possibilita

adotar medidas sociais que otimizem o uso desses ambientes. No entanto, essa

percepção deve ser baseada no propósito no qual esses ambientes sociais foram

construídos.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

As praças são oriundas das Ágoras da Grécia que eram os espaços públicos

utilizados para serem feitas reuniões onde eram discutidos os problemas da

sociedade naquela época, isso porque eram localizadas no centro das cidades,

rodeados por edifícios ou construídas em frente a templos religiosos (igrejas), sendo

considerados espaços neutros. Sendo assim essa idéia de praças foi difundida

mundialmente, de acordo com as características de cada região eram adaptadas

levando em consideração a cultura local (BENEVOLO, 2003 citado por MARCHI,

2015).

As praças devem conter elementos físicos importantes para a sua composição

que irão atender a população como: bancos, ponto de água (bebedouro), banheiro

público, pontos de luz e segurança fornecendo conforto para os seus

frequentadores.

O formato das praças no Brasil seguiu duas linhas de projetos: a clássica e a

romântica, influência essa vinda da França e da Inglaterra respectivamente.

Podemos ver isso claramente na Praça Padre Fialho em Matipó - MG, na qual se

tem um área alinhada com a fachada da igreja com poste de iluminação dominante e

os canteiros estão dispostos simetricamente em seu entorno acompanhando a linha

de paisagismo francês.

O nome da praça construída em frente à antiga igreja de São João Batista, é

uma homenagem ao padre Sebastião Francisco Fialho que assumiu a paróquia de

1894 a 1942 (48 anos) como sucessor do segundo vigário Padre João Facundo

Chaves (MAGALHÃES, 1995).

A praça Padre Fialho está localizada no centro da cidade de Matipó, localizada

em frente à Igreja Matriz São João Batista e apresenta grande variedade de

espécies ornamentais nativas e exóticas (DUTRA et al, 2015). As plantas são

importantes para o fornecimento de sombra para a população local e também

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auxiliam para a composição paisagística conferindo forma e harmonia para o

ambiente urbano, no entanto para que seu uso seja otimizado, é necessário a

manutenção das espécies em cultivo.

Para uma cidade a praça se torna uma identidade social para os seus

moradores, pois é ali que aconteceram e acontecem suas principais e mais

importantes manifestações culturais, como festas religiosas (do padroeiro local ou

semana santa), além de festas populares como carnaval, quadrilhas, desfiles

cívicos; fortalecem os valores e tradições locais.

Esse ambiente social sofreu diversas intervenções desde sua construção,

essas intervenções alteraram profundamente o ambiente de convívio e muitos deles

foram necessários devido à características físicas da cidade como, por exemplo, a

construção de parterres (canteiros elevados) (Tribuna do Leste, 1989). Além das

intervenções paisagísticas da praça Padre Filho, também houve um substancial

investimento, apoiado pela Empresa de Assistência Técnica Rural (EMATER) em

arborização urbana com o plantio de árvores como a quaresmeira e a unha de vaca

além de espécies frutíferas como mangueiras e ameixeiras.

Tendo em vista que existem poucas informações históricas da Praça Padre

Fialho. O objetivo do presente trabalho é reunir informações históricas da Praça

Padre Fialho e obter informações quanto ao grau de satisfação da população em

função do seu papel social, baseado nos relatos de parte de seus usuários.

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado na cidade de Matipó sendo realizados levantamentos

bibliográficos e registros de imagens históricas por meio de acervos pessoais, livros

ou material digital. Como objeto de estudo foi escolhida a Praça Padre Fialho

localizada no centro do município de Matipó – MG. Essa praça apresenta área de

1392 m², sendo a praça mais antiga da cidade, localizada em frente à Igreja Matriz

São João Batista.

Para a aquisição de dados da pesquisa dos dados qualitativas e quantitativas,

foi elaborado questionário semi estruturados para verificar, diagnosticar a faixa

etária, dos entrevistados sendo amostrando um total de 26 pessoas com idade

acima de 55 anos. Optou-se por essa faixa etária, pois poderia ser comparado o

resgate histórico baseado nas informações dos moradores mais velhos da cidade,

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uma vez que as informações documentais da Prefeitura Municipal de Matipó do

referido município não foram encontradas até o momento final dessa pesquisa.

O questionário semiestruturado consistiu de perguntas fechadas e abertas

relacionadas ao: nome; idade; sexo; habito e frequência de uso da praça; quais os

principais eventos realizados na praça; grau de satisfação do designer atual

comparado ao original da praça.

A amostragem foi realizada por acessibilidade ou por conveniência, sendo um

método não probabilístico. Sendo a pesquisa realizada no período de 22 de Abril a

20 de Maio de 2016.

Procedeu-se também a observação dos locais, que permitiu identificar alguns

aspectos da infraestrura presente, como a presença/ausência de bancos, lixeiras,

banheiros públicos, playground, além das condições dos jardins e gramado.

Para melhor compreensão dos dados foram elaborados gráficos com auxílio do

software Excel e apresentados os comentários mais significativos dos entrevistados

que constituíram o conteúdo da pesquisa.

RESULTADO E DISCUSÃO

Cerca de 65% das pessoas entrevistadas eram homens e apenas 35% eram

mulheres com idade superior à 50 anos, sendo que 73% tinham entre 60 e 80 anos,

mostrando que essas pessoas presenciaram a evolução da história dessa praça,

que foi inicialmente construída na década de 30 (Figura 1).

Figura 1. Frequência relativa da faixa etária dos entrevistados frequentadores da

praça Padre Fialho.

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Em 1924 (Imagem 1 e 2) ainda não havia projeto paisagístico da praça sendo

possível identificar apenas alguns elementos paisagísticos como coreto, algumas

árvores dispersas e um poste central.

Imagem 1: Foto do Largo da paróquia. Fonte: comunidade Matipó em todos os

tempos (2016).

Imagem 2: Foto do Largo da paróquia. Fonte: comunidade Matipó em todos os

tempos (2016).

Cerca de 96% frequentavam assiduamente a praça e relataram a importância

da praça como ponto de convivência em sua juventude sendo utilizada para

encontro entre amigos e paqueras (Figura 2).

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Figura 2: Frequência dos moradores na praça quando jovens.

Dentre os principais eventos realizados no espaço da praça as festas religiosas

foram as mais relatadas (Imagem 3). Além dessas festas como leilões, 07 de

setembro (Dia da independência do Brasil), bingo e rodas de violão também foram

relatadas

Imagem 3: Foto do Largo da paróquia. Fonte: comunidade Matipó em todos os

tempos (2016).

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Imagem 4: Foto Comemoração do 7 de Setembro. Fonte: Acervo pessoal Elina Leão

Pereira.

Todos muito saudosos ao relembrar dos passeios que davam da praça até a

prefeitura, que chamavam de “fut-fut” termo comumente utilizado para designar o

trajeto de um lado para o outro, com a intenção de paquerar, isso foi relatado pela

maioria dos entrevistados de ambos os sexos com idades entre 55 e 89 anos.

Como a praça Padre Fialho era o ponto central da cidade e que era grande a

movimentação de pessoas nela e em seu entorno, nas quais iam ali com diferentes

e variadas intenções desde namorar (figura A), para passear com os amigos e

parentes (figura B), ou com a intenção de conversar após a missa (figura C) e por

fim os entrevistados relatam com muito carinho das festas e eventos que ali

aconteciam (figura D), no qual vinham pessoas de cidades vizinhas e moradores da

zona rural que traziam prendas para doar para os leilões que eram realizados, e

participavam das serestas que eram realizadas em torno do coreto, podemos

analisar detalhadamente o que era mais comum de se fazer na praça pelos

entrevistados quando jovens, uma vez que era grande a concentração de jovens na

praça; já que lá era o principal lugar da cidade. Representado no Gráfico 3.

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Gráfico 3: Principais usos da praça pelos indivíduos dos frequentadores da praça

Padre Fialho. Namoros (A), Passeios (B), conversa após a missa (C) e festas e

eventos (D).

A Praça Padre Fialho era o local mais procurado pela população de Matipó,

sendo considerada o cartão postal da cidade e um ponto de encontro de pessoas de

diferentes idades nela reuniam-se a procura de lazer e cultura cumprindo um

importante papel social na vida em comunidade (MACHT-PÓO, 1989).

Muitas alterações foram realizadas na praça ao longo dos anos sendo,

inicialmente um largo construído em frente à paróquia São João Batista contendo

apenas alguns elementos arquitetônicos e vegetais (Imagem 5). Na década de 1950

já havia o contorno dos canteiros presentes atualmente na área da praça, no

entanto, os elementos arquitetônicos e vegetais ainda não eram presentes (Imagem

6). No início da década de 1960 iniciou-se a implantação do jardim de praça matriz.

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Imagem 5: foto do Largo da paróquia. Fonte: comunidade Matipó em todos os

tempos (2016).

Imagem 6: foto do canteiros da praça da paróquia. Fonte: comunidade Matipó em

todos os tempos (2016)

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Já na década de 70 é possível identificar a presença de um chafariz sendo a

praça adornada por canteiros baixos e mantidos pela população (Imagem 7).

Imagem 7: foto do Chafariz sendo cuidado pela população. Fonte: comunidade

Matipó em todos os tempos (2016)

Durante o mandato do prefeito Sebastião Gardingo (Tãozinho) no ano de 1989

a 1993, houve a alteração dos canteiros baixos para canteiros elevados (Imagem 8)

adornados com pedras no qual mantem-se o formato atual (Imagem 9).

Imagem 8: Foto da praça Padre Fialho após a reforma. Fonte: Tribuna do Leste

(1989).

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Imagem 9: Foto da praça Padre Fialho atual 2016. Fonte: Acervo pessoal Valmira

Hoste Dutra.

A praça atual dispõe estilo formal, influenciado pelo paisagismo francês com

canteiros elevados (parterres), cerca de 170 espécies ornamentais (DUTRA et al.,

2015), estrutura para pergolado com bancos, postes de iluminação, uma área central

com poste de iluminação dominante e áreas de transição revestida de pedra

portuguesa. Na área atual, elementos arquitetônicos como o coreto e o chafariz

foram retidos o que causou grande perda paisagística de acordo com a população

entrevistada.

Com muito pesar os moradores relatam que a praça perdeu sua importância e,

que hoje não cumpre as funções necessárias que uma praça deveria ter, como por

exemplo, área de lazer e convívio social, entre outros. Esses usuários relatam que

hoje serve como local de passagem, que está mal conservada, jardins mal cuidados,

falta iluminação adequada, que não tem uma manutenção adequada, que sofre com

o vandalismo como por exemplo, ausência da placa de fundação e a iluminação

ineficiente, esse ambiente não tem bancos para a população se acomodar e, muitos

dos entrevistados relataram que a praça atualmente é uma área de concentração de

bêbados que utilizam a praça como banheiro ao ar livre. Outro ponto abordado pelos

entrevistados é a necessidade de aumentar a segurança entorno da mesma, no qual

não existia até o momento até a finalização dessa entrevista.

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Menos de um terço dos entrevistados, cerca de 30%, estão satisfeitos com a

condição atual de uso da praça. No entanto, nenhum dos entrevistados estão

completamente satisfeitos as condições desse ambiente. (Figura 4)

Figura 4: Grau de satisfação dos entrevistados quanto às condições físicas da praça

Padre Fialho.

Ao serem questionados no que deveria ser feito para melhorar a praça são

inúmeras as sugestões que foram feitas como, melhorar o jardim (cuidar e podar as

árvores, plantar mais flores, rebaixar os canteiros), construir bancos, fazer um

banheiro são as principais, melhorar a iluminação e a segurança.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Concluímos ao final das entrevistas que os moradores são muitos saudosos

dos momentos de confraternização vividos na praça e relataram que devido a

alteração do paisagismo original, o local perdeu sua identidade. Os entrevistados

relataram ainda que não se usa a praça atualmente com eram usados na sua

juventude, sendo atualmente apenas um local de passagem.

Além disso essa pesquisa pode ser uma ferramenta de uso para futuras

intervenções da administração pública para melhorar esse ambiente, atendendo a

demanda da população local.

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REFERÊNCIAS

COMUNIDADE MATIPÓ EM TODOS OS TEMPOS. Disponível em: < https://www.facebook.com/antigaenova/photos/?tab=album&album_id=431111720386925 >. Acesso em: 06 de julho de 2016). DUTRA, V. H. et al. Espécies ornamentais da praça Padre Fialho do município de Matipó – MG. VIII Fórum Acadêmico da Universidade Vértice, v. II, n.1, p.79-87, 2015. FRANCISCO, T. M. S.; FOLLMANN, J. I.; GONÇALVES, T. M. A praça, a poética e os processos de identidade: desvelando aspectos da identidade urbana. Revista Ra’e Ga, Curitiba, v. 31, n. 1, p. 91-116, Ago., 2014. MAGALHÃES, R. A. A farsa: a história do município de Matipó – MG de 1840 à1994. ZAS Gráfica e editora. Juiz de fora. 164 p. MARCHI, C. F. A praça – o espaço público da sociabilidade. Disponível em: http://ipiu.org.br/pesquisas/espacos-publicos/a-praca-o-espaco-publico-da-sociabilidade/>. Acesso em: 06 de jul. 2016. VIERO, V. C.; BARBOSA FILHO, L. C. Praças públicas: origem, conceitos e funções. In: JORNADA DE PESQUISA E EXTENSÃO. Anais... ULBRA. Santa Maria, p.1-3, 2009. ___. Nova administração municipal mostra competência em Matipó. Tribuna do Leste. n. 785, 10 de setembro de 1989. ___. Prefeito Municipal recupera a praça Padre Fialho. MACHT-PÓO: O jornal de Matipó. Matipó. n. 8. p. 2. Agosto de 1989.

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CRESCIMENTO DE MUDAS DE REPOLHO ‘CAPITATA’ EM SUBSTRATOS ALTERNATIVOS

Rogério Gomes Pêgo – Graduado em Engenharia Agronômica, Mestre em Fisiologia Vegetal. Doutorando em Fitotecnia. Professor Faculdade Vértice-

UNIVÉRTIX. Iandra Mikaela Cruz Reis, Marcos Túlio Mendes Maciel, Patrícia Aparecida G.

Monteiro, Vitor Viana Leite, Franciele Gomides Fialho – Graduandos do curso de Agronomia – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

Irlane Bastos Costa – Engenheira Agrônoma. Mestre e Doutora em Genética e Melhoramento de Plantas pela Universidade Federal de Viçosa. Professora da

Faculdade Univértix [email protected]

RESUMO O presente trabalho teve como objetivo avaliar substratos alternativos para desenvolvimento de mudas de repolho (Brassica Oleracea) ‘capitata’. O repolho constitui a Brassicaceae de maior relevância econômica no Brasil, sendo excelente fonte de vitaminas essenciais. O experimento foi conduzido no campo experimental da Faculdade Vértice – Univértix, usando o DIC - Delineamento Inteiramente Casualizado, com quatro tratamentos e cinco repetições. Os tratamentos utilizados foram constituídos da seguinte maneira: T1 = areia e solo; T2 = solo e esterco; T3 = solo, areia e esterco; T4 = substrato comercial. Todos os substratos foram preparados na proporção 1:1 (v:v) com exceção do substrato comercial, que foi utilizado segundo as recomendações do fabricante. Ao fim do período de plantio das mudas foi avaliado a altura a planta, o maior comprimento de raiz, o número de folhas, o diâmetro do caule e a massa seca da muda. A partir das variáveis analisadas, foi possível observar que o substrato comercial e o substrato solo e esterco obtiveram melhores resultados para o desenvolvimento de mudas de repolho ‘capitata’.

PALAVRAS-CHAVE: substratos alternativos; repolho ‘capitata’; Brassica oleracea.

INTRODUÇÃO

O repolho (Brassica Oleracea) var. capitata constitui a espécie de maior

representatividade econômica da família Brassicaceae, é fonte de importantes

vitaminas essenciais como A, B1, C. Originou-se na Europa e Ásia, sendo uma

espécie herbácea com folhas arredondadas que tem sua produção mais expressiva

nas regiões Sul e Sudeste do Brasil (VIDIGAL, PEREIRA, PEDROSA, 2007). De

acordo com FILGUEIRA (2007), a cultura foi inicialmente produzida em regiões de

temperaturas mais baixas, alterações de gene, porém, criaram cultivares mais

resistentes e menos restritas à época de plantio.

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Essa hortaliça é propagada por sementes e seu cultivo comercial depende a

produção de mudas em recipientes. A produção de mudas de qualidade está

diretamente ligada à utilização de substratos. No entanto, atualmente novos

materiais estão sendo estudados para produção de mudas e substratos alternativos

visando a sustentabilidade da produção agrícola (Cunha, Galo e Guimaraes, 2014).

Por isso, é importante a o estudos de diferentes materiais que possibilitem a

produção de mudas de repolho de qualidade em recipientes visando a eficiência da

produção dessa olerícola (Freitas et al., 2013).

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A propagação de repolho ocorre pela produção de mudas em substrato, sendo

essa uma importante técnica para o sucesso da cultura. Substrato é todo

componente sólido que proporciona à muda condições para seu desenvolvimento

radicular, seja este natural ou artificial (ABAD e NOGUERA, 1998 citado por

BEZERRA, 2003), e que forneça os nutrientes, água e o oxigênio necessário à seu

crescimento (BEZERRA, 2003). O substrato para a produção de mudas de

qualidade também deve ser livre de agentes causadores de doenças, fácil de

adquirir e transportar, além de ter textura e pH adequados (SILVA, PEIXOTO,

JUNQUEIRA, 2001).

O esterco animal é muito utilizado no Brasil, juntamente com solo, na produção

de mudas de diferentes espécies (PAULUS et al., 2011). É uma opção econômica

que traz consigo alguns benefícios, como manter a fertilidade do solo e melhorar

suas características físicas e químicas (ARAUJO, 2011).

A areia também é um componente viável na composição de substratos para

produzir mudas, pois além de barata permite areação nas raízes (FACHINELLO et

al., 1994 citado por PAULUS, 2011; LIMA et al., 2003 citado por PAULUS, 2011),

porém, segundo PAULUS, 2011, quando usada sozinha, ou acompanhada

unicamente de solo comum, não constituem substratos ideais para o

desenvolvimento das mudas.

O uso de substratos alternativos também é vantajoso na medida em que

contribui para diminuir a retirada de componentes direto da natureza. Porém, alguns

materiais utilizados na mistura de substratos podem ser carentes de nutrientes

essenciais ou não ter características físicas e químicas necessárias. Muitos

produtores tem o hábito de suprir esses substratos com os componentes que lhes

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faltam, tendo em vista produzir mudas mais saudáveis e que suportam melhor os

estresses causados por ocasião do transplantio. Fatores como aeração, retenção

de umidade, pH adequado, condutividade elétrica influenciam diretamente no

desempenho do substrato como meio de sustentação da muda. A condutividade

elétrica, por exemplo, é relacionada à quantidade de sais disponíveis, a

condutividade inadequada pode comprometer o desenvolvimento da planta. Outro

fator condicionante do bom desenvolvimento da muda, o pH, em níveis elevados

atrapalha o desenvolvimento da raiz (BEZERRA, 2003).

Desta forma, o objetivo deste trabalho foi determinar o melhor substrato

alternativo para produção de mudas de repolho ‘capitata’.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no Campo Experimental da Faculdade Vértice –

Univértix, localizado na cidade de Matipó, região da Zona da Mata Mineira, Latitude:

20º 18' 40.6"S Longitude: 42º 19' 16.4"W.

Foram utilizadas sementes de repolho ‘capitata’. Para o experimento quatro

tipos de substratos foram testados que constituíram os seguintes materiais: solo de

barranco foi coado previamente, o esterco, a areia e o substrato comercial foram

retirados do local onde estavam armazenados.

Os tratamentos foram constituídos da seguinte forma: T1 = areia e solo de

barranco; T2 = solo de barranco e esterco; T3 = solo de barranco, areia e esterco;

T4 = substrato comercial. Todos os substratos foram preparados na proporção 1:1

(v:v) à exceção do substrato comercial que foi utilizado conforme as recomendações

do fabricante. Os tratamentos preparados foram depositados em copos

descartáveis de 200 ml, todos eles com pequenos furos no fundo e identificados de

acordo com o tratamento e repetição que estavam armazenando. Foram semeadas

quatro sementes por copo, a aproximadamente 1cm de profundidade; a irrigação foi

feita manualmente com o auxílio de um regador, uma vez por dia, geralmente

durante a manhã.

As plantas foram cultivadas durante 21 dias, a contar do dia de semeadura até

a coleta dos dados, em que as unidades experimentais foram armazenadas em

bancada de cimento, dentro de uma casa de vegetação, com ambiente controlado e

homogêneo, em que o único fator variante foram os tratamentos. As mudas foram

desbastadas aos 15 dias de plantio. Ao fim dos 21 dias, foram analisadas as

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seguintes variáveis: altura da planta a contar do solo, número de folhas, diâmetro do

colo, comprimento de raiz e massa seca.

Para análise foram usados uma régua graduada de 30cm e um paquímetro. A

altura foi medida a partir da superfície do solo até a maior altura da planta; foi

considerado o número total de folhas desconsiderando-se a folha cotiledonar; o

diâmetro foi medido no colo da planta, a parte logo acima do substrato; o

comprimento de raiz foi medido considerando a maior raiz; após a coleta destes

dados as plantas foram armazenadas em sacos de papel identificados e depositadas

em estufa, a uma temperatura média de 70°C por um período de 48h, após a

secagem as mesmas foram pesadas para obter a massa seca.

O delineamento experimental utilizado foi o DIC – Delineamento Inteiramente

Casualizado com quatro tratamento e cinco repetições sendo uma planta por

parcela. A análise estatística foi realizada pela análise de variância pelo teste F e as

médias comparadas pelo teste de Tukey à 5% de probabilidade.

RESULTADO E DISCUSSÃO

Segundo a análise dos dados observados, houve diferença significativa entre

os substratos, tendo o substrato comercial demonstrado maior eficiência no

crescimento em altura das mudas em relação ao solo e areia. Os substratos solo e

esterco, areia, solo e esterco e o substrato comercial não apresentaram diferença

significativa entre eles, sendo estatisticamente iguais (Figura 1).

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Figura 1: Médias de crescimento em altura de mudas de repolho ‘capitata’ em

substratos alternativos. As médias seguidas pelas mesmas letras não diferem entre

si pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.

O substrato comercial apresenta menor densidade e, por isso, pode favorecer o

crescimento de plantas em altura, e apresentar melhor desempenho quando

comparado ao solo e areia. De acordo com TESSARO et al., (2013) o substrato

comercial demonstrou a mesma capacidade de nutrição para o crescimento em

altura que os substratos alternativos utilizados na produção e desenvolvimento de

mudas de couve chinesa, uma Brassica com características semelhantes ao repolho

‘capitata’. Segundo SOARES et al. (2009) substrato composto com esterco bovino

obteve melhor desempenho no crescimento da parte aérea de mudas de repolho em

relação ao substrato comercial.

Os dados coletados em relação ao número de folhas demonstraram diferença

significativa entre os substratos utilizados, sendo o substrato solo e esterco superior

em relação à areia e solo. Os substratos areia e esterco, areia, solo e esterco e

substrato comercial são estatisticamente iguais, não apresentando nenhuma

diferença significativa entre eles (Figura 2).

Figura 2: Médias do número de folhas de mudas de repolho ‘capitata’ em substratos

alternativos. As médias seguidas pelas mesmas letras não diferem entre si pelo

teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.

Segundo TRANI et al. (2004) citado por TESSARO et al. (2013) os substratos

comerciais são recomendados para todas as culturas, sem observar as exigências

específicas de cada uma, sendo assim, substratos alternativos compostos de

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diversos materiais orgânicos podem ter em sua composição mais nutrientes

necessários ao desenvolvimento da muda que os comerciais. Para SOARES et al.

(2009) o substrato composto por resíduos de esterco bovino obteve melhor

desempenho para a variável número de folhas, se comparado aos outros substratos

testados, incluso o substrato comercial. TESSARO et al. (2013) também observou a

eficiência de substratos alternativos na análise do número de folhas, se comparados

ao substrato comercial.

Os substratos testados não apresentaram diferença significativa para a variável

diâmetro do caule, sendo estatisticamente iguais (Figura 3). Contudo, TESSARO et

al. (2013) obteve melhores resultados para substratos alternativos em relação ao

desenvolvimento do diâmetro do caule se comparados ao substrato comercial, que

de forma geral teve desempenho inferior aos alternativos testados.

Figura 3: Médias do diâmetro do caule de mudas de repolho ‘capitata’ em substratos

alternativos. As médias seguidas pelas mesmas letras não diferem entre si pelo

teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.

Para a variável massa seca, os substratos não apresentaram nenhuma

diferença significativa. Suas médias foram estatisticamente iguais (Figura 4).

SOARES et al (2009) observaram melhores resultados para substratos orgânicos

compostos por resíduos de bovinos se comparados ao substrato comercial.

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Figura 4: Médias do peso da massa seca de mudas de repolho ‘capitata’ em

substratos alternativos. As médias seguidas pelas mesmas letras não diferem entre

si pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.

As médias dos resultados obtidos pela variável comprimento de raiz foram

estatisticamente iguais (Figura 5). Porém, TESSARO et al., (2013) observou

diferenças significativas entre os substratos alternativos e o substrato comercial,

tendo os alternativos obtido melhores resultados em relação ao substrato comercial

testado para o peso da massa seca.

Figura 5: Médias do crescimento de raiz de mudas de repolho ‘capitata’ em

substratos alternativos. As médias seguidas pelas mesmas letras não diferem entre

si pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.

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CONCLUSÃO

A partir das variáveis analisadas, foi possível observar que o substrato

comercial e o substrato solo e esterco obtiveram melhores resultados para o

desenvolvimento de mudas de repolho ‘capitata’.

REFERÊNCIAS

ARAUJO, Aridouglas dos Santos et al. Substituição de nitrogênio por esterco bovino na produtividade de forragem e qualidade do solo. Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal, Salvador, v. 12, n. 4, p. 852-866, out./dez.2011.

BEZARRA, Fred Carvalho. Produção de Mudas de Hortaliça em Ambiente Protegido. Fortaleza: Embrapa Agroindústria Tropical, 2003. 22 p.

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SUBSTRATOS PARA PRODUÇÃO DE MUDAS DE PIMENTÃO ‘Cascadura Ikeda’

Rogério Gomes Pêgo – Graduado em Engenharia Agronômica, Mestre em Fisiologia Vegetal. Doutorando em Fitotecnia. Professor Faculdade Vértice-

UNIVÉRTIX. Aline Aparecida Martins, José Moisés Rocha Silva, José Leonardo Rodrigues

Gomides – Graduandos do curso de Agronomia – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Irlane Bastos Costa – Engenheira Agrônoma. Mestre e Doutora em Genética e

Melhoramento de Plantas pela Universidade Federal de Viçosa. Professora da Faculdade Univértix

email: [email protected] RESUMO Os substratos tem sido estudados como alternativa para a produção de mudas. Objetivou-se avaliar o desenvolvimento de mudas de Pimentão ‘Cascadura Ikeda’ em quatro diferentes substratos: T1: solo + areia 1:1 (v:v), T2: solo + esterco bovino 1:1 (v:v), T3: solo + areia + esterco bovino 1:1:1 (v:v) e T4: substrato comercial. Aos 30 dias após a semeadura foram avaliadas as seguintes características: altura da planta (cm), número de folhas, diâmetro do caule (mm), comprimento da raiz (cm) e massa seca (g). O delineamento estatístico utilizado foi o inteiramente casualizado. Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste de F e as médias comparadas pelo teste Tukey à 5% de probabilidade utilizando o programa SISVAR. Na maioria dos parâmetros avaliados não houve diferença significativa entre os substratos. O tratamento substrato comercial produziu mudas mais vigorosas aos 30 dias, entretanto comparado aos tratamentos solo + areia e solo + areia + esterco não houve diferença significativa podendo ser uma alternativa de substratos mais baratos.

PALAVRAS-CHAVES: Capsicum annuum; Propagação; Viabilidade; Substratos,

Sustentabilidade.

INTRODUÇÃO

O pimentão (Capsicum annuum L.) obteve sua origem na América Central

tendo seu início no Chile e no México, subsequentemente sofreu grande

disseminação em outros países do mundo, como os Estados Unidos, Itália, Japão e

Índia (DAG e KAMMER, 2001). No Brasil o pimentão é uma cultura que pode ser

encontrada em toda a extensão territorial nacional, no entanto a região sudeste

concentra os principais grandes produtores (ECHER et al., 2002).

Dentre as dez principais hortaliças de maior importância econômica no

comercio nacional o pimentão possui posição de destaque (ECHER et al., 2002)

atingindo grande participação no território produtivo (13,1 mil hectares) de hortaliças

do Brasil (DAG e KAMMER, 2001).

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A propagação de mudas de pimentão ocorre exclusivamente em recipientes

preenchidos com substratos, que na sua grande maioria utiliza-se substratos

comerciais. No entanto, existe a possibilidade da utilização de substratos

alternativos para a produção de mudas dessa espécie (Santos et al., 2010).

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Substâncias químicas presentes no pimentão que atribuem sabor, aroma e

cor aos alimentos é um dos motivos de sua importância (FINGER; SILVA, 2005),

além de ser uma ótima fonte de vitamina A e C (COÊLHO et al., 2013). Esta

hortaliça é geralmente consumida no Brasil como fruto verde, e quando maduros,

além de frutos vermelhos ainda existem frutos coloridos que vaiam do marfim ao

púrpura, como por exemplo cor creme, amarela e laranja, e apresentando três

principais formatos: retangular, cônico e quadrado (MAROUELLI; SILVA, 2012).

A produção de mudas tornou-se uma das fases de maior relevância em todo o

sistema produtivo (SILVA JUNIOR et al., 1995) o que influência diretamente na

função nutricional e produtiva da cultura. (SILVEIRA et al.,2002). A substituição do

solo por substratos em recipientes para a produção de mudas tem trazido melhoras

na qualidade das mesmas (SMIDERLE et al., 2001), os substratos comerciais são

avaliados como os de melhor qualidade, entretanto o agricultor pode desenvolver um

substrato adequado, de menos custo e com materiais de fácil acesso (ARAÚJO

NETO, 2009).

O substrato em suas diferentes fases deve conferir a conservação do sistema

radicular e equilíbrio da planta, o fornecimento de água, nutrientes e oxigênio,

transportes de gases entre a raiz e o meio externo (LAMAIRE, 1995). Para Araújo

Neto (2009) existe a necessidade do uso de uma mistura de matérias para se

alcançar o substrato próximo ao ideal, pois dificilmente se encontrará um com todas

as características necessárias.

Segundo Silva (2008) é importante observar as características físicas e

químicas dos substratos, pois são fatores que implicam diretamente na qualidade

das mudas produzidas. Com isso para a produção de mudas de qualidade é

fundamental a averiguação do melhor substrato ou combinação de substratos para

cada espécie (SMIDERLE et al., 2001).

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O objetivo do presente trabalho foi avaliar o desenvolvimento inicial das

mudas de pimentão submetidos a quatro diferentes tipos de substratos, avaliando

cinco variáveis distintas.

MATERIAIS E MÉTODOS

O experimento foi montado em casa de vegetação, no Campo Experimental

da Faculdade Vértice – Univértix, localizado na Zona Rural da cidade de Matipó –

MG, no período de 12 de março à 12 de abril de 2016.

Para o experimento foi utilizado o Pimentão ‘Cascadura Ikeda’. Como

recipientes, foram utilizados copos plásticos de 200ml, com quatro furos de

drenagem no fundo confeccionados com o auxílio de uma tesoura, para a drenagem

da água. Em cada recipiente foram semeadas quatro sementes, que aos vinte dias

após a germinação foram desbastadas deixando apenas a muda mais vigorosa por

recipiente.

Os tratamentos utilizados foram compostos com as seguintes misturas de

substratos: T1: solo + areia 1:1 (v:v), T2: solo + esterco bovino 1:1 (v:v), T3: solo +

areia + esterco bovino 1:1:1 (v:v) e T4: substrato comercial.

As mudas foram mantidas em casa de vegetação, sobre bancada e irrigadas

diariamente com 50ml de água. Aos 30 dias após a semeadura foram avaliadas as

seguintes características: altura da planta (cm), número de folhas, diâmetro do caule

(mm), comprimento da raiz (cm) e massa seca (g).

Para avaliar a altura da planta utilizou-se como medida uma régua graduada

em centímetros, tomando como referência a superfície do substrato até a maior

altura da planta. Para o número de folhas contagem direta. O diâmetro do caule foi

avaliado com a ajuda de um paquímetro manual em milímetros, tomando-se como

referência de avaliação os mesmos locais nos caules de todas as plantas. Para o

comprimento da raiz foi utilizada uma régua graduada em centímetros, medindo do

colo ao extremo da raiz. A massa seca foi obtida após a secagem em estufa de

ventilação forçada à 70°C, até atingirem peso constante, procedendo a pesagem em

balança eletrônica de precisão.

O delineamento utilizado foi o Delineamento Inteiramente Casualizado (DIC),

com quatro tratamentos e cinco repetições sendo uma planta por parcela. Os dados

foram submetidos à análise de variância pelo teste de F e as médias comparadas

pelo teste Tukey à 5% de probabilidade utilizando o programa SISVAR.

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RESULTADOS E DISCUSSÕES

Para a variável altura de plantas (Figura 1), os substratos tiveram o mesmo

resultado, não apresentando diferença significativa. Entretanto Medeiros et al.,

(2013), avaliando mudas de tomateiro constataram que os substratos alternativos

areia lavada e compostos orgânicos foram melhores que o substrato comercial

(Plantmax®) pra esta variável.

Figura 1: Altura de plantas de mudas de pimentão ‘Cascadura Ikeda’ em diferentes

substratos. Médias seguidas por mesmas letras maiúsculas não diferem

estatisticamente entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

Para número de folhas (Figura 2), não houve diferença significativa entre os

substratos. No entanto Barros Júnior et al., (2008) constataram um melhor

rendimento para os substratos compostos orgânicos comparando com o substrato

comercial, avaliando a produção mudas de pimentão.

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Figura 2: Número de folhas de mudas do Pimentão ‘Cascadura Ikeda’ em diferentes

substratos. Médias seguidas por mesmas letras maiúsculas não diferem

estatisticamente entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

Para diâmetro do caule os substratos se comportaram da mesma forma, não

apresentando diferença entre si. No entanto Reis, Rodrigues e Reis (2014) avaliando

mudas de maracujazeiro amarelo constataram que os substratos alternativos são

melhores que os comerciais para a variável em estudo.

Figura 3: Diâmetro do caule de mudas do Pimentão ‘Cascadura Ikeda’ em

diferentes substratos. Médias seguidas por mesmas letras maiúsculas não diferem

estatisticamente entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

Para a variável comprimento da raiz (Figura 4) houve diferença significativa

entre os substratos, sendo que o substrato comercial apresentou melhor resultado

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em relação a mistura composta por solo + esterco. Os substratos solo + areia, solo +

esterco + areia e substrato comercial não diferiram estatisticamente entre si, com as

respectivas médias 14,34 cm, 8,42 cm e 7,70 cm. Os resultados obtidos por Braun et

al., (2010), que constataram que a utilização do substrato comercial Plantmax®

permitiu um bom desenvolvimento do sistema radicular de mudas de tomateiro

concordado com os resultados obtidos neste trabalho.

Figura 4: Comprimento da raiz de mudas do Pimentão ‘Cascadura Ikeda’ em

diferentes substratos. Médias seguidas por mesmas letras maiúsculas não diferem

estatisticamente entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

Para massa seca da muda, não houve diferença significativa entre os

substratos. Resultado semelhante ao de Crispim et al., (2015) que ao estudarem

mudas de pimenteira ornamental, não observaram diferença significativa para a

variável em estudo.

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Figura 5: Massa seca de mudas do Pimentão ‘Cascadura Ikeda’ em diferentes

substratos. Médias seguidas por mesmas letras maiúsculas não diferem

estatisticamente entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

CONCLUSÃO

Conclui-se que o substrato comercial apresentou melhor resultado comparado

ao substrato solo + esterco para a produção de pimentão ‘Cascadura Ikeda’. No

entanto ele não difere dos substratos solo + areia e solo + areia +esterco o que pode

ser uma boa alternativa para a produção de substratos mais baratos, uma vez que

eles não prejudicam o desenvolvimento da muda.

REFERÊNCIAS

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CRISPIM, Joelson Germano et al. Utilização de substratos alternativos na produção de mudas de pimenteira ornamental (Capsicum sp L.).Cadernos de Agroecologia, Bananeiras, v.10, n.2, abril-maio. 2015. DAG, A.; KAMER, Y. Comparison between the effectiveness of honeybee (Apismellifera) and bumblebee (Bombusterrestris) as pollinators of greenhouse sweet pepper (Capsicum annuum). American Bee Journal, Hamilton, v.141, n.6, p.447-448. 2001. ECHER, Márcia M. et al. Avaliação de genótipos de Capsicum para resistência ao ácaro branco. Horticultura Brasileira, Brasília, v.20, n.2, p.217-221, junho. 2002. FINGER, F. L.; SILVA, D. J. H. Cultura do pimentão e pimentas. In: FONTES, Paulo Cezar Rezende. (ed.). Olericultura: teoria e prática. Viçosa: UFV, 2005. Cap. 27, p. 429-437. LAMAIRE, F. Physical, chemical and biological properties of growing médium. Acta Horticulturae, v. 396, p. 273-284. 1995. MAROUELLI, Waldir A.; SILVA, Washington L. C. Irrigação na cultura do pimentão. Circular Técnica 101. Brasília, março. 2012. MEDEIROS, Damiana Cleuma et al. Qualidade de mudas de tomate em função do substrato e irrigação com efluente de piscicultura. Revista brasileira de Agroecologia, v. 8, n.2, p.170-175. 2013 REIS, Janaine Myrna Rodrigues; RODRIGUES, Jaqueline Fátima; REIS, Marcelo de Almeida. Produção de mudas de maracujazeiro amarelo com diferentes substratos. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.10, n.18; p. 242-2428. 2014. SANTOS, M.R. et al. Produção de mudas de pimentão em substratos à base de vermicomposto. Biocience Jounal, Uberlândia, v. 26, n. 4, p. 572-578, July/Aug. 2010 SILVA, Elizângela Aparecida et al. Germinação da semente e produção de mudas de cultivares de alface em diferentes substratos. Ciências Agrárias, Londrina, v. 29, n. 2, p. 245-254, abril/junho. 2008. SILVA JÚNIOR, A. A.; MACEDO, S. G.: STUKER, H. Utilização de esterco de peru na produção de mudas de tomateiro. Boletim Técnico,73. Florianópolis: EPAGRI, 28p. 1995. SILVEIRA, Elineide B. et al. Pó de coco como substrato para produção de mudas de tomateiro. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 20, n. 2, p. 211-216, junho. 2002. SMIDERLE, Oscar José et al. Produção de mudas de alface, pepino e pimentão em substratos combinando areia, solo e Plantmax®. Horticultura Brasileira, v.19, n.3, p.253-257, novembro. 2001.

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ASSOCIAÇÃO DE DIFERENTES PROTOCOLOS DE TRATAMENTOS DE PAPILOMATOSE CULTÂNEA BOVINA

Bruno Silva Freitas, Janio Ricardo Alves Filho, Marcos Augusto de Azevedo Junior, Lorena Meira Silveira, Amanda Carvalho Procopio Schittini, Vinicius Rodrigues Ferreira- Graduando em Medicina Veterinária na Faculdade Vértice –

Univértix

Rogério Oliva Carvalho – Graduado em Medicina Veterinária, mestre e doutor em Medicina Veterinária. Professor do curso de Medicina Veterinária da Faculdade

Vértice

[email protected]

RESUMO

A cada dia o rebanho brasileiro vem crescendo cada vez mais, tanto na bovinocultura de leite quanto na bovinocultura de corte e com isso vem aumentando os problemas relacionados à produção, que consequentemente interfere na qualidade do rebanho. Dentre os problemas podemos citar doenças infecciosas, algumas patologias envolvendo a área da reprodução e não menos importante afecções de pele. O presente trabalho nos trás informações e resultados sobre o Papilomavirus bovino (papilomatose). No decorrer do desenvolvimento e execução do trabalho, fez-se a utilização de 24 animais, divididos em 6 grupos com 4 para se fazer os devidos métodos de tratamento a serem testados utilizando protocolos diferentes. Os animais eram de raças mestiças (Zebu X Europeu) ou puras, de ambos os sexos portadores de papilomas planos ou pedunculados. Os animais de cada grupo foram submetidos aos seguintes tratamentos: grupo A – hemoterapia, grupo B – clorobutanol, grupo C – levamisol, grupo D– hemoterapia + clorobutanol, grupo E- hemoterapia+levamisol e grupo F – clorobutanol+levamisol.Após analise dos resultados constatou-se que a hemoterapia não apresentou resultados positivos, porém, os demais grupos mostraram redução tanto no tamanho quanto na quantidade dos papilomas.

PALAVRAS-CHAVE: Papilomavirus, clorobutanol, levamisol, hemoterapia

INTRODUÇÃO

O Brasil ocupou o 5° lugar de maior produtor de leite do mundo em 2014, com

uma taxa de crescimento de 2,7% em relação ao ano anterior, (EMBRAPA, 2015). O

leite esta entre os seis produtos na agropecuária brasileira. Para cada dólar de

aumento na produção do sistema agroindustrial do leite, há um crescimento

aproximadamente cinco dólares no aumento no PIB. A produção de leite brasileira e

responsável por 6,7 bilhões de reais dentre o total do PIB brasileira (BARBOSA et

al., 2010).

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De acordo com IBGE (2014) a pecuária de corte também apresenta grande

importância, sendo que, no 4º trimestre de 2013, o abate de bovinos no Brasil atingiu

pela terceira vez consecutiva recorde na série trimestral, com a marca de 8,888

milhões de cabeças abatidas. Esse valor foi 0,3% maior que o recorde do trimestre

anterior (8,859 milhões de cabeças) e 8,6% superior ao valor registrado no 4º

trimestre de 2012. Nos comparativos anuais dos mesmos trimestres, o 4º trimestre

de 2013 foi o nono trimestre consecutivo em que tem sido observado aumento da

quantidade de bovinos abatidos, confirmando o bom desempenho da bovinocultura

brasileira.

A bovinocultura é de grande importância na economia do pais. Para tornar as

atividades economicamente viável, eficiente e rentável é necessário que o criador

tenha o mínimo de conhecimento sobre alguns dos fatores que podem estar

relacionados às constantes perdas (SILVA, 2008). Como a papilomatose que será

destaque nesse trabalho.

O crescente transito de animais entre estados em função da comercialização

em feira agropecuária e leilões propicia o contagio da papilomatose cutânea bovina.

Uma enfermidade infectocontagiosa, crônica, de natureza fibroepitelial, de caráter

tumoral benigno, provindo de um vírus da família Papovavíridea, representante de

uma infecção cosmopolita conhecida vulgarmente, por verruga ou figueira bovina.

Papilomatose apresenta ocorrência em diversas espécies, como bovinos, equinos,

caprinos e cães, sem restrições depreferencia, podendo acometer em ambos os

sexos, mas tem sido observado com mais frequência em bovinos com idade inferior

a dois anos. (ROSENBERG, 1989; SMITH, 1994; RADOSTITS et al., 2000).

Segundo Mendes, (2000) essa doença apresenta grandes prejuízos

econômicos, animais que com grandes números de verrugas tornam-se

esteticamente depreciado, perdendo seu valor comercial. Levando também em

conta aos papilomas que infestam na região prepúcio, testículo, pênis, úbere e tetas

perdendo o seu valor zootécnico.

De acordo com as grandes perdas econômicas, esse trabalho tem como

objetivo avaliar os potenciais terapêuticos da auto- hemoterapia, clorobutanol e

levamisol e suas associações no tratamento da papilomatose cutânea bovina.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

PAPILOMATOSE BOVINA

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A papilomatose é uma enfermidade infectocontagiosa cosmopolita, crônica,

de natureza fibroepitelial tumoral benigna, mas pode ocorre regressão sob

condições especiais, podendo se transformar em tumores malignos. Conhecida

vulgarmente como verruga ou figueira. O agente etiológico da enfermidade é um

vírus pertencente à família Papovaviridae, gênero Papilomavírus bovino (BPV) que

causa lesões hiperplásicas no epitélio cutâneo dos animais (ALMEIDA et al., 2010,

SILVA 2008). De acordo com WITTMANN, (1999) em 1961, foi obtida a identificação

sorológica do vírus e, em 1963, foi possível a observação da estrutura viral ao

microscópico eletrônico.

Segundo Silva (2008) o Papilomavirus bovino constitui um grupo de vírus de

DNA dupla fita circular com tamanho próximo 8 kilobase de peso molecular com

cerca 5,2x 106 daltons.

Atualmente, existem 10 tipos BPV (BPV-1 a 10) descritos na literatura.

Originalmente, os BPV foram classificados em dois subgrupos, A e B, tomando-se

como base a sua estrutura genômica e a patologia. O subgrupo A e compreendido

pelos tipos 1, 2 e 5, os quais definidos como fibropapilomavírus por infectarem tanto

o epitélio como a subdérmica, formando fibropapilomas. O subgrupo B compreende

os tipos 3, 4 e 6 por serem epteliotrópicos e infectarem apenas células epiteliais

(CAMPO, 2002).

A replicação do vírus ocorre nas células basais do epitélio, estimulando a

divisão celular provocando a hiperproliferação, crescimento excessivo dessas

células, formando as verrugas ou papilomas (CAMPO, 2002). O termo papiloma

deriva do latim papila que significa pústula e o sufixo – Oma que significa tumor

benigno (WITTMANN, 1999)

Estes tumores cutâneos manifestam em diferente formato, pontiagudos ou

então com semelhança de uma couve flor em diversos tamanhos, desde um

milímetro a vários centímetros de diâmetro, classificando estes, planos e

pedunculados. Doença que vem apresentando cada vez mais incidência no rebanho

brasileiro (OLIVEIRA et al., 2007; CAPPELARO et al., 1978).

Quando os papilomas estão localizados no úbere e tetas de vacas em

lactação deixam a região mais suscetível às infecções secundarias como a mastite,

considera a infecção que mais acomete o rebanho e um dos principais problemas

para a produção de leite em função das perdas econômicas causadas como

descarte de animais e gastos com medicamentos. Entre os outros aspectos

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negativos decorrentes da doença, também a contaminação da pele por bactérias,

fungos e as conhecidas “bicheiras”, que provocam inflamações, pus e cheiro

desagradável, causando também a perda de peso dos animais. Neste sentido, os

produtores devem estar atentos para o manejo

correto do rebanho, evitando trânsito intenso desses animais (VEIGA, 2013).

TRATAMENTO

Essa doença não apresenta tratamento especifico, podendo ser por diversos

protocolos ou por remoção cirúrgica. Existi teoria de que este método provocaria

rejeição ao agente etiológico encontrado nos papilomas (OLIVEIRA, 2002).

A auto-hemoterapia é um método que consiste na retirada de sangue por

punção venosa, imediatamente aplicando no musculo. Ressalta que nesse caso,

doador e o receptor são o mesmo individuo (LEITE, 2008). De acordo com Santin e

Brito (2004), acredita-se que esta técnica promove um estimulo proteínico

inespecífico, e em casos de doenças inflamatórias crônicas, promove a reativação

orgânica. O produto da degradação eritrocitária estimula a eritropoiese e ativa o

sistema imune normal, permitindo a manutenção da homeostasia.

A utilização da vacina autógena mostrou-se eficiente no tratamento da

papilomatose bovina isso porque nas verrugas coletadas, estão presentes as cepas

que ocorrem na região, e a imunidade das cepas não confere, necessariamente,

proteção contra outras cepas (MARINS, 2004). As proteínas virais mantiveram-se a

mesma durante a preparação da vacina, estimulando o sistema imunológico quando

a inoculando no animal produzindo se assim uma resposta humoral e celular

(SMITH, 1990).

Quanto ao levamisol é um fármaco anti-helmíntico de amplo espectro utilizado

no tratamento de parasitose intestinal, infecções crônicas e doenças neoplásicas.

Porem este fármaco atua no sistema imunológico semelhante ao hormônio

timopoietina, produzido no timo. Estimula a ação dos linfócitos T e a reposta aos

antígenos (TIZARD, 2002).

Dentre os fármacos utilizados o clorobutanol tem apresentado resultados

significativos em animais acometidos (VIANNA, 1997). Clorobutanol é um álcool

obtido pela reação de acetona e clorofórmio. Apresenta propriedade anestésica

local, ação antisséptica e efeito quimioterápico contra papilomatose bovina atuando

também no sistema nervoso central, como efeito hipnótico (SANTIN e BRITO,2004;

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SILVA et al., 2004). VIANNA (1996) comenta que esse fármaco atua no metabolismo

celular inibindo a replicação viral, possivelmente aumentando a resposta

imunológica ou a síntese de interferon.

CONTROLE

Devido ser uma doença infectocontagiosao controle dessa enfermidade deve

ser feito por meio de isolamento dos animais acometidos, sendo uma medida

fundamental, pois o contato direto e indireto através de fômites, materiais de

ordenha, cercas, cordas e inclusive das próprias mãos do ordenhador (VENIA et al.,

2007, BOLSON et al.,2007).

METODOLOGIA

AMOSTRA

Esse estudo foi realizado no estado de Minas Gerais, nos municípios de Abre

Campo, Matipó e Miradouro, utilizamos 24 animais com faixa etária superior a 12

meses, de raças mestiças (Zebu X Europeu) de ambos os sexos, portadores de

papilomas planos e pedunculados. Estes 24 animais foram distribuídos em 6 grupos

contendo 4 animais, cada grupo foi submetido a um determinado tratamento. Todos

os animais passaram por uma analise cujo os papilomas foram identificados como

pedunculado ou plano, onde se fez a utilização do paquímetro para medição dos

papilomas. Os grupos foram identificados com brincos: A, B, C, D, E e F.

EXPERIMENTOS E COLETA DE RESULTADOS DOS ANIMAIS

Para cada propriedade foi feito uma ficha de acompanhamento durante todo

experimento, onde foi registrado todos os resultados após 15 dias do inicio do

tratamento, a coleta dos resultados foram feitas no intervalo de 15 dias durante 3

meses. Essa ficha também contem informações do proprietário (nome e endereço),

identificação do animal (nome, raça, sexo, idade e peso) e dados do papiloma

(tamanho, intensidade, formato).

PROTOCOLOS

GRUPO A AUTO-HEMOTERAPIA

Neste grupo o tratamento procedeu por meio de punção da veia jugular

externa ou da veia caudal, colhendo 20 ml de sangue sem anticoagulante e agulha

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descartáveis, posteriormente foi aplicado por via intramuscular na região glútea do

bovino, sendo 4 aplicações com intervalo de 7 dias.

GRUPO B CLOROBUTANOL

O grupo B foi realizado o tratamento de 5 aplicações de 1 ml de clorobutanol

para cada 20 kg de peso vivo, com intervalo de 10 dias através de administração

subcutânea.

GRUPO C LEVAMISOL

Os animais do grupo C recebeu tratamento a base de levamisol, com

administração por via subcutânea de 7,5 mg/kg peso vivo, realizando 4 aplicações,

respeitando o intervalo de 5 dias.

GRUPO D AUTO-HEMOTERAPIA + CLOROBUTANOL

Todos os animais desse grupo passaram pelo tratamento de hemoterapia

mais clorobutanol. Ambos protocolos foram realizados no mesmo dia e o

procedimento terapêutico foi o mesmo desenvolvido no grupo A e B.

GRUPO E AUTO-HEMOTERAPIA + LEVAMISOL

Este grupo recebeu tratamento de auto-hemoterapia juntamente com

levamisol, como citado anteriormente na metodologia, os tratamentos foram

realizados no mesmo dia e de acordo com o procedimento aplicado no grupo A e C.

GRUPO F CLOROBUTANOL + LEVAMISOL

Nos determinados animais do grupo F, submeteu-se o procedimento utilizado

nos grupos B e C. O clorobutanol e o levamisol foram realizados no mesmo dia na

data de inicio.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com analise dos resultados baseados na quantidade de papilomas,

o grupo A não mostrou ser eficiente, pois ocorreu um aumento de 111,11% dos

papilomas, já os grupos B, C, D, E e F apresentaram-se eficientes na redução das

neoplasias como: grupo B 41,16%, grupo C 31,15%, grupo D 27,17%, grupo E

77,78% e grupo F com 38,98%, deixando bem claro que o tratamento com a

hemoterapia individual não consta um resultado positivo, já todos os outros grupos

sendo eles individuais ou conciliados mostraram resultados positivos .

Em relação aos valores referidos na tabela 1, mostra que o grupo F

apresentou maior redução no tamanho dos papilomas do que nos outros grupos, já o

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grupo A não obteve sucesso para redução das neoplasias, porem em associação

com outros tipos de medicamentos citados acima obteve resultado satisfatório.

Tabela 1: Mostra os valores do tamanho inicial e final dos papilomas e os valores em porcentagem da redução dos mesmos no período de 90 dias de tratamento.

Tratamento Media tamanho inicial Media tamanho final Porcentagem redução

Hemoterapia 0,68 0,93 -37,04 Levamisol 0,7 0,29 61,80

Clorobutanol 1,11 0,45 56,65 Hemoterapia +

levamisol 1,09 0,56 48,28

Hemoterapia + clorobutanol

1,03 0,90 76,92

Clorobutanol + levamisol

0,98 0,23 12,20

De acordo com valores referidos na tabela 2, para todos os tratamentos houve uma

redução na quantidade dos papilomas, exceto no grupo da hemoterapia que

apresentou um aumento significativo, sendo estes valores obtidos após 90 dias do

tratamento dos animais.

Tabela 2: Relata os valores médios da quantidade inicial e final dos papilomas e constando a porcentagem de redução no período de 90 dias.

Tratamento Media quantidade inicial

Media quantidade final

Porcentagem redução

Hemoterapia 20,25 42,75 -111,11 Levamisol 15,25 10,50 31,14

Clorobutanol 69,25 40,75 41,15 Hemoterapia +

levamisol 15,75 3,50 77,77

Hemoterapia + clorobutanol

46,00 33,50 27,17

Clorobutanol + levamisol

14,75 9,00 38,98

Na tabela 3 indica a media e o desvio padrão de tamanho e quantidades das

neoplasias, porem analise estatística mostrou que não houve diferença dentro dos

tratamentos (p > 0,05).

Tabela 3: Apresenta os valores de media e desvio padrão relacionados aos tratamentos que foram acompanhados no período de 90 dias.

Tratamento Media e desvio padrão do

tamanho inicial

Media e desvio padrão do

tamanho final

Media e desvio padrão da

quantidade inicial

Media e desvio padrão da

quantidade final

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Hemoterapia 0,68 ± 0,24 0,93 ± 0,94 20,25 ± 17,24 42,75 ± 33,95 Levamisol 0,71 ± 0,33 0,29 ± 0,25 15,25 ± 6,18 10,50 ± 17,71

clorobutanol 1,11 ± 0,42 0,43 ± 0,35 69,25 ± 90,85 40,75 ± 45,59 Hemoterapia +

levamisol 1,09 ± 0,80 0,56 ± 0,37 15,75 ± 25,66 3,50 ± 3,00

Hemoterapia + clorobutanol

1,03 ± 0,52 0,90 ± 0,15 46,00 ± 27,17 33,50 ± 15,55

Clorobutanol + levamisol

0,98 ± 0,17 0,23 ± 0,26 14,75 ±17,67 9,00 ± 11,49

Durante o acompanhamento dos animais para regressão dos papilomas, foi

observado que os papilomas mudavam a sua coloração, tornando menos

vascularizados e caiam com facilidade ao encostar em alguns objetos inanimados,

como por exemplo, réguas de curral. Santim e Brito, (2003) alegam que as verrugas

menores apresentavam-se mais ressecadas e regrediam de tamanho, achatando-se

até desaparecerem por completo. A maioria dos papilomas escuros ao passarem

pelo processo de ressecamento tornavam-se mais claros.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com a avaliação dos resultados, observou-se que a hemoterapia por mais

que seja um tratamento econômico e conhecido pelos práticos, não apresenta

nenhum resultado positivo, já associada a outros fármacos os resultados são

significantes em relação a diminuição do tamanho e quantidade dos papilomas, o

levamisol e clorobutanol deixa claro que tem a diminuição tanto no tamanho e na

quantidade das neoplasias. Porem nenhum tratamento mostrou ser eficaz na cura

da enfermidade durante o período de 90 dias.

REFERENCIAS

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HERPESVÍRUS FELINO: RELATO DE CASO

Carlota Alcon Almeida, Pamela de Moura Andrade- Graduandas em Medicina Veterinária - Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX

Mayara Cristine Ferreira de Aguiar – Medica Veterinária pelas UFES, MsC Ciências Veterinárias - UFES.

[email protected]

RESUMO A Herpesvirose é um aphaherpesvírus que acomete em especial os felinos, também chamado de vírus da rinotraqueíte felina. Caracterizada por uma infecção no trato respiratório, extremamente contagiosa, que resulta em sinais clínicos respiratórios e oculares severos. Foi referenciado ao Hospital Escola Veterinário Gardingo LTDA. - Matipó/MG, um paciente apresentando secreção nasal e ocular purulenta, conjuntivite, diminuição da acurácia visual e úlcera de córnea bilateral, diagnosticado como portador de Herpesvírus, agente causador do Complexo Respiratório Felino. Foi realizado o tratamento inicialmente com Tobrex® colírio antibiótico em um intervalo de 6/6 horas, lavagem oftálmica com soro fisiológico e utilização de Meloxicam®, na dose de 0,1mg/kg a cada 24 horas, durante 3 dias; entretanto, não foi possível reverter o quadro do paciente, havendo total perda da visão, porém com sobrevida do animal.

PALAVRAS-CHAVES: Herpesvirose, complexo respiratório, HVF-1.

INTRODUÇÃO

A Herpesvirose é uma doença que tem como causa um alphaherpesvírus

típico, pertencente à família Herpesviridae, também nomeado de vírus da

rinotraqueíte. Sua incidência em alguns países já atinge 30% da população felina

(BURNS et al., 2011). No Brasil, estima-se a população de 20 milhões de casos

(ABINPET, 2012).

O herpesvírus é o principal agente causal de doenças do trato respiratório de

felinos. E levando-se em conta o crescente aumento dessa espécie em diversos

lares e abrigos, gera uma preocupação; pois uma vez instalada em um animal, esse

se tornará um portador latente e vitalício, além de ser um disseminador viral para

outros de sua espécie S(STILES e PROGRANICHINIY, 2008).

Apesar da existência de vacinas há quase 30 anos, a prevalência desse

microorganismo tem índices elevados, mostrando-se crescentes, se tornando

desafiadora no cotidiano das clínicas veterinárias em todo o mundo. Por ser

sumariamente infecciosa, essa doença instala preocupação tanto ao criador, como

profissionais da saúde do animal, com tendência a cronicidade e com índices

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elevados de óbitos e com taxa de morbidade de 100%. Vários métodos são

necessários para o diagnóstico dos agentes etiológicos envolvidos, como cultivo

microbiano e anaeróbico, isolamento viral, reação em cadeia pela polimerase e

testes sorológicos (VEIR et al., 2008).

O quadro clínico dessa doença envolve espirros, secreção nasal, dispnéia,

conjuntivites, tosse, ulcerações orais e estomatites crônicas. Esses animais, mesmo

reabilitados, tornam-se vulneráveis a recidivas (LAPPIN, 2012).

Os gatos infectados com o herpesvírus tem comprometimento em sua

qualidade de vida, além de prejuízos financeiros ao proprietário, tendo em vista o

alto custo que seu diagnóstico implica, devido à sobreposição de sintomas (BURNS

et al., 2011).

Com base na amplitude dessa doença, à saúde do animal infectado e as

problematizações e particularidades dela resultantes, indica ser uma doença

altamente importante e perigosa. Devido ao leque de lesões graves a que submete o

animal, proporcionando prejuízos e comprometimentos graves à sua vida e a de

outros em seu convívio, assim como seus prejuízos financeiros e sanitários, objetiva-

se relatar um caso de Herpesvirose felina atendido no Hospital Veterinário –

Univértix.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Caracterização do agente

O Herpesvírus Felino tipo 1 (HVF-1), conhecido também como vírus da

rinotraqueíte felina e pertencente à família Herpesviridae, é considerado um vírus

que atinge grande número de animais, que se divide em três subfamílias: alpha, beta

e gama herpesvirinae. Sendo este patógeno, um típico alphaherpesvírus que se

restringe apenas aos felídeos (GASKELL et al., 2007; HARA, et al., 1996; STILES,

2003).

Embora o gato doméstico seja o principal hospedeiro (THIRY et al., 2009),

este vírus foi antecipadamente isolado de outros felinos, como guepardos (Acinonyx

jubatus), leões (Panthera leo) e em pumas (Felis concolor), já foram detectados

anticorpos anti-HVF-1 (BINNS et al., 2000).

O HVF-1 é constituído de um núcleo contendo uma molécula de DNA de fita

dupla linear e um capsídeo icosaédrico envolto por uma camada protéica amorfa,

denominada de tegumento e de um envelope lipoproteico. Devido à presença deste

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envelope lipoproteico, o HVF-1 se torna frágil às condições ambientais e aos

desinfetantes (STILES, 2003). Deste modo, o vírus perde sua infectividade após

contato com etanol ou isopropanol a 70-80% durante cinco minutos, formaldeído a

0,2- 0,8% e glutaraldeído a 2% (SOUZA; CALIXTO, 2003).

Ainda que não existam relatos de infecção cruzada entre espécies, o HVF-1 é

relacionado antigenicamente ao herpesvírus canino (GASKELL et al., 2007). Em

humanos não existem evidências do contágio deste vírus na literatura pesquisada

(THIRY et al., 2009).

Transmissão

A principal forma de disseminação do HVF-1 é a partir do contato direto com

as descargas oronasais e oculares dos animais portadores. Sendo assim, a

transmissão indireta pode ocorrer via fômites (HICKMAN et al.,1994) ou por

contaminação ambiental (ARDANS, 2003).

Após o felino ser infectado, ele se tornará portador latente vitalício, podendo

ocorrer episódios de reativação e disseminação viral de forma espontânea ou por

fatores de estresse (STILES e PROGRANICHINIY, 2008). Estes fatores de estresse

estão relacionados com mudança de ambiente, doenças concomitantes,

administração de corticóides, parto e lactação (STILES, 2000; ANDREW, 2001;

MARQUES et al., 2008).

Logo após 24 horas, a infecção viral pode ser identificada na mucosa nasal e

orofaringe, onde geralmente persiste de uma a três semanas. Sendo assim, o DNA

viral pode ser identificado pela reação em cadeia pela polimerase (PCR) por longos

períodos (VOGTLIN et al., 2002). Passado a fase aguda e se o gato não vier a óbito,

o HVF-1 se estabelece latente no gânglio do nervo trigêmeo (WEIGLER et al., 1997).

Formas Clínicas

Os animais susceptíveis ao HVF-1 estão sujeitos a doença aguda do trato

respiratório superior, com alto índice de morbidade e baixo índice de mortalidade.

Estes passam pelo período de incubação da infecção, de dois a seis dias, e os

primeiros sinais clínicos observados consistem em espirros, febre, depressão e

inapetência. Após estes, há também o surgimento de corrimento seroso nasal e

ocular, que indicam rinite e conjuntivite (BINNS et al., 2000; SOUZA; CALIXTO,

2003; STILES, 2003).

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A infecção bacteriana secundária dá origem ao corrimento oculonasal

purulento, podendo estar presente ao redor das narinas e pálpebras um acúmulo de

exsudato seco (GLAZE, 2002). Raros são os casos de ulceração da cavidade oral;

tosse e dispneia são observadas em casos mais graves e, eventualmente

desenvolvendo pneumonia viral em animais muito jovens ou debilitados (LOW et al.,

2007; NELSON; COUTO, 2006).

As raças braquicefálicas apresentam maior predisposição a lesão permanente

da mucosa e dos turbinados, devido a infecção aguda, podendo devolver formas

crônicas de rinite bacteriana, osteomielite dos turbinados, sinusite e conjuntivite

(GASKELL et al., 2007; SOUZA; CALIXTO, 2003).

Em alguns casos, se a fêmea for infectada durante a gestação, pode ocorrer

alterações reprodutivas, como aborto e reabsorção fetal. Estes filhotes, podem

nascer infectados ou desenvolver sinais clínicos pouco após o parto (STILES, 2003).

A ceratoconjuntivite é o sinal clínico mais comum em alguns animais adultos,

pois ocorre reativação da infecção latente (HERRERA, 2008; THIRY et al., 2009).

Os animais afetados pelo HVF-1 de forma crônica ou recorrente, apresentam

uma pequena minoria dentro da população afetada, por desenvolverem respostas

imunológicas diminuídas na presença do vírus (MAGGS, 2005).

Diagnóstico

No exame oftálmico é possível encontrar achados de lesões dentríticas no

epitélio corneal ou conjuntival, o que indica a presença do HVF-1, são lesões

patognomônicas para a doença (KETRING, 2006; ZIGLE, 2006; ORIÁ e LAUS,

2009).

Os corantes vitais como o rosa de bengala e a lissamina verde, ajudam na

observação de lesões dentríticas na córnea, pois permitem identificar células mortas

e degeneradas. O corante de fluoresceína pode ser usado para identificação de

ulcerações epiteliais (ORIÁ e LAUS, 2009).

Embora não estejam sempre presentes, é necessário a realização de exames

laboratoriais para auxiliar no diagnóstico do HVF-1, em casos que os sinais clínicos

não são claros, como citologia, isolamento viral, testes de imunofluorescência,

sorologia e a PCR (ANDREW, 2001).

Tratamento

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Para se estabelecer um tratamento de Herpesvirose Felina eficaz, é

necessário que seja identificado a fase da infecção e a gravidade em que a doença

se encontra (GOULD, 2011).

O uso de antivirais é muito recomendado para o tratamento dessa

doença. Os fármacos como trifluridina ou triflurotimidina podem ser utilizados. Porém

estes podem causar leve irritação da conjuntiva e da córnea. Quando há presença

de irritação por trifluridina pode-se substituir esse fármaco pela idoxuridina ou

vidarabina (ANDREW, 2001).

Algumas drogas foram propostas para o tratamento de HVF-1 em infecções

oculares, incluindo bromovinyldeoxyuridine, cidofovir, famciclovir, N- (2-

hidroxipropilo), metacrilamida, penciclovir, ribavirina, valaciclovir, vidarabina,

foscarnet e lactoferrina (MALIK et al., 2009).

É contra-indicado o uso de colírios e pomadas oftálmicas a base de

corticosteróides em casos de conjuntivite com ulceração corneal (HERRERA, 2008;

SLATTER, 2005). Estes fármacos, por sua vez, potencializam a ação das

colagenases, especialmente nas ceratites herpéticas, onde estimulam a transição da

ceratite epitelial para o estroma e supressão da resposta imunológica, assim,

favorecendo a disseminação das partículas virais (HARTLEY, 2010; ORIÁ; LAUS,

2009).

Controle e Profilaxia

A vacinação é o método mais preconizado quando se trata de controle e

profilaxia, juntamente com o manejo adequado dos felinos, pois o HVF-1 trata-se de

uma infecção prevalente, facilmente transmissível e que pode se apresentar de

maneira severa (NELSON; COUTO, 2006).

No Brasil, a única forma de prevenção é através de vacinas de vírus vivos

atenuados (BICHARD; SCHERING, 2008). Entretanto a vacinação não é

necessariamente eficaz contra a infecção, e possivelmente apresenta menor efeito

no gato que já está infectado ou é um carreador latente (GELATT, 2003).

A profilaxia sanitária é de grande importância quando se trata de locais com

grande quantidade de gatos, sendo preciso programar medidas específicas que vão

além da vacinação, como a separação dos animais mais jovens, isolamento dos

infectados, ventilação adequada do ambiente e limpeza e desinfecção adequadas

(SOUZA; CALIXTO, 2003).

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A prevenção do gato individual consiste em impedir o livre acesso ao exterior,

desta forma evitando a exposição aos agentes infecciosos e contribuindo para o

bom estado geral do animal, além de fortalecer sua imunidade (NELSON; COUTO,

2006).

Epidemiologia

A HVF-1 está distribuída mundialmente, tendo no Brasil, relatos de ocorrência

da infecção e da doença em várias regiões (FRANCO; ROHE, 2007).

Os hospedeiros suscetíveis são os felídeos, membros da família Felidae, não

havendo predisposição à raça ou sexo; entretanto, gatos de até seis meses de idade

estão sujeitos a infecção mais grave (GASKELL et al., 2007).

A prevalência do HVF-1 é de aproximadamente 50% nos felinos domésticos

que são criados com pouco contato com outros animais (FRANCO; ROHE, 2007).

Em grandes populações, a morbidade em gatos jovens pode chegar a 100% e

a mortalidade tende a ser mais baixa, no entanto, se torna alta quando trata-se de

filhotes e animais debilitados, podendo atingir 50% quando associada à infecção

generalizada entre os gatos predispostos (GASKELL et al., 2007).

Cerca de 50% dos gatos infectados disseminam o vírus novamente, seja

espontaneamente ou em decorrência de alguma situação de estresse (STILES,

2000).

RELATO DE CASO

Foi atendido no Hospital Escola Veterinário Univértix - Matipó/MG, no dia

18/11/2015, um macho da espécie felina, de aproximadamente 06 meses de idade,

sem raça definida e pesando 3,5 kg.

A queixa principal da proprietária era que o animal demonstrava diminuição

da capacidade visual. Este era alimentado com ração para gato filhote Cat Chow®

com leite. Tanto as vacinações como as vermifugações estavam atrasadas e

apresentava presença de ectoparasitas pelo corpo (pulgas).

No exame físico observou-se que as mucosas oculares estavam hiperêmicas,

apresentava secreção ocular purulenta, conjuntivite, diminuição da acurácia visual,

úlcera de córnea bilateral, secreção nasal, e baixo escore corporal.

Ao aferir a temperatura, foi constatado 41,1ºC, frequência cardíaca de 170

bpm e taquipnéia. A hidratação encontrava-se normal, e os demais aspectos a

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seguir não demonstraram alteração visível ou palpável: pulso venoso jugular, pulso

arterial, orelhas/ouvidos, linfonodos, pele/pêlo, membros torácicos e pélvicos, tórax,

abdome, urinário, músculo-esquelético, genital e nervoso.

Concluiu-se que, além da suspeita diagnóstica de úlcera de córnea, o

paciente também foi diagnosticado com o Complexo Respiratório Felino -

Herpesvírus e Calicivírus.

O animal foi tratado inicialmente com Tobrex® colírio antibiótico em um

intervalo de 6/6 horas, lavagem oftálmica com soro fisiológico e utilização de

Meloxicam®, na dose de 0,1mg/kg a cada 24 horas, durante 3 dias.

RESULTADO E DISCUSSÃO

Segundo HERRERA (2008) um dos principais problemas oftálmicos

encontrados na clínica de felinos são as lesões oculares, sendo o HVF-1 o agente

mais freqüente nas conjuntivites e nas ceratites dos gatos domésticos, achados

esses que foram observados no paciente examinado.

De acordo com CLARKE (2005), durante a fase aguda da infecção observa-

se febre; na qual o animal apresentou temperatura de 41,1ºC.

Como constatado no paciente, assim como descrito por MARQUES (2008)

ocorre uma tríade de sinais que envolvem o complexo respiratório dos felinos, a qual

é descrita secreção nasal e espirros, que acometem cerca de 80 a 90% dos casos

pelo HVF-1.

HERRERA (2008) afirmou que a conjuntivite pode ser tratada com antibióticos

tópicos, como tetraciclina, cloranfenicol, eritromicina ou gentamicina. Entretanto, no

presente caso apesar de haver conjuntivite, não foi utilizada a medicação antiviral

tópica ou oral devido à restrição financeira do proprietário.

A falta de vermifugação e a presença de ectoparasitas observada no animal,

está diretamente ligada ao estresse e a imunossupressão, o que segundo

ANURAMA (2002) acarretam queda na resposta imunológica do hospedeiro.

Embora o guia de vacinas para felinos considere obrigatórias as vacinas

contra o herpesvírus felino tipo-1, calicivírus e o vírus da panleucopenia felina

(AAFP, 2006), o animal não foi vacinado mesmo com sua idade susceptível a

contrair o vírus, que segundo GRIFFIN (2009) está entre gatos de 4 à 6 meses.

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Contudo, o prognóstico do paciente foi favorável, apesar de ter ocorrido perda

da visão em função das lesões oculares avançadas e à restrição financeira do

proprietário para tratá-las, obteve-se a sobrevida do animal.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Herpesvirose é considerada de extrema importância por envolver o

complexo respiratório dos felinos, tendo como uma de suas principais características

o poder de estabelecer infecções latentes, que prejudicam a qualidade de vida do

animal. O diagnóstico precoce garante melhor prognóstico, com visitas periódicas ao

Médico Veterinário, entretanto o ideal é que seja realizada prevenção por meio de

vacinação e cuidados de manejo.

REFERÊNCIAS

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AVALIAÇÕES DOS ÍNDICES ZOOTÉCNICOS DE UM SISTEMA PRODUTIVO LEITEIRO

Jhonathan Alves Moreira, Marcos Augusto de Azevedo Junior- Graduandos em

Medicina Veterinária - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Vivian Rachel de Araújo Mendes – Medica Veterinária pela UFES, doutoranda em

Medicina Veterinária UFV, Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Renata Aparecida Fontes – Farmacêutica Bioquímica – Mestre em Ciências

Farmacêuticas – Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. RESUMO A cultura leiteira brasileira, surge como subsidio para diversas famílias rurais e geram diversas fontes de empregos. Apesar da instabilidade do setor, diversas ferramentas pecuárias são utilizadas para gestão e gerenciamento das propriedades afim de minimizar prejuízos e maximizar a produção. Para sistemas produtivos que não disponibilizam de tecnologias intensificadoras, os índices zootécnicos surgem como uma técnica para se empregar afim de reduzir a diferença existente e alarmante entre os grandes centros. Esses desempenhos podem ser avaliados através de vários índices, relacionados entre si, ou individualizados, referentes esse a produção. PALAVRAS-CHAVE:Análise de dados, ferramentapecuária, produção de leite.

INTRODUÇÃO

O Brasil geograficamente possui uma ampla extensão territorial, sendo que

grande parte é utilizada para as diversas atividades da pecuária. De grande

destaque nesse cenário, a produção leiteira se apresenta como umas das principais

cadeias produtivas do setor. Dados de 2009 demonstraram uma produção de 35

milhões de litros de leite no Brasil, o que em 2014 apresentou significativo aumento,

com 82,7% de acréscimo na cultura (IBGE, 2015).

Com a instabilidade da pecuária leiteira proporcionada pelos seus

rendimentos e os altos custos para se produzir, uma ferramenta administrativa que

se apresenta para a propriedade como estratégica para minimizar os prejuízos

referentes, são os índices zootécnicos. Esse instrumento pode ajustar os pontos

críticos, carregadores de perdas, passando a identificar os principais sítios de

prejuízos para serem controlados,influenciando no produto final e refletindo nos

lucros adquiridos (LOPES et al., 2009).

Osíndices zootécnicos são descritos como ferramenta da pecuária para o

gerenciamento da propriedade, baseado em um sistema adotado em coleta de

dados que serve para avaliar o desenvolvimento e produção de um rebanho.Esses

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registros são referentes ao manejo reprodutivo, sanitário, nutricional e produtivo do

rebanho (EMBRAPA, 2003).

Através dos dados registrados, torna-se possível minimizar a influência de

quaisquer fatores que estejam interferindo na atividade produtiva de cada animal,

identificando erros de conduta, para tomada de decisões corretas visando mais

eficiência produtiva (EMBRAPA, 2008).

Diante dos resultados insatisfatórios apresentados na atividade em questão e

a fim de potencializar a estabilidade econômica na propriedade leiteira, este trabalho

tem por objetivo realizar um controle zootécnico, levantando hipóteses que

ameaçam a eficiência da produçãodestacando erros acometidos, afim de minimizá-

los.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Uma propriedade leiteira deve ser vista como uma empresa rural e como

qualquer iniciativa precisa ser economicamente viável e autossustentável para sua

sobrevivência. Como o mercado de leite brasileiro tem exigido cada vez mais dos

seus produtores uma melhoria de qualidade associada a um aumento na produção,

os pequenos e médios produtores tem sido obrigado a buscar conhecimento

específico na forma de auxilio profissional, para minimizar a diferença existente

aosgrandes centros leiteiros que disponibilizam de tecnologias que intensificam seu

sistema produtivo. Fator esse que tem acrescido a competividade por produtos de

melhores características advindo de um aumento produtivo (REIS et al., 2001).

Em vista disso uma nova visão de gerenciamento da propriedade deve ser

colocada em questão para elevar a eficácia e garantir lucros. Cada vez mais é

subentendido que dispor de uma assistência técnica profissionalizada torna a

atividade mais satisfatória. O profissional capacitado tem o domínio necessário para

aliar técnicas de produção e corrigir erros acometidos em vista de maior rendimento.

Nesse contexto, os índices zootécnicos se tornam indispensáveis para medir o

resultado da produção, vez que mostram o perfil detalhado dos animais inseridos no

sistema(FERNANDES E NOGUEIRA, 2005).

A partir do controle realizado sobre um rebanho é notória a eficiência

produtiva quando os erros acometidos no programa são destacados, e medidas

podem ser tomadas através do acompanhandodos animais.Com análises de dados

detalhadas sobre seu estado produtivo tornasse passível a maximização da

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produção dentro do sistema que o animal se encontre introduzido, carreando

números mais significativos e satisfatórios (TUPY et al., 2006).

Os desempenhos dos animais leiteiros podem ser calculados através de

vários índices zootécnicos, relacionados estes entre si, ou individualizados. Levando

isso em consideração, faz se o uso de índices indicativos de: produção leiteira diária,

produção média por animal, número de animais em lactação, número de vacas

secas, fatores que interferem na produção, manejo alimentar. Esses fatores

determinarão através de análise de desempenho, o retorno investido na propriedade

(OLIVEIRA et al., 2001).

METODOLOGIA

Foi realizado o controle zootécnico em uma propriedade leiteira situada no

município de Reduto-MG, no período de 18/05/2016 à 31/07/2016.

A propriedade estudada possui animais da raça girolando, com graus

sanguíneos de ½ sangue à 7/8, nas categorias de bezerras, novilhas, vacas em

lactação e vacas secas. Em um sistema semi-confinado, com alimentação a base de

capim e cana picados no cocho, silagem de milho e em determinado momento do

dia os animais são soltos para o pasto.

Através de um sistema de coletas de dados, serão analisados parâmetros

referentes à produção de leite e suas médias.As características da produção serão

avaliadas por meio da pesagem diária do leite total produzido pelo rebanho e

expresso em média.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A produção de leite do mês de maio, expresso na figura 1, mostra a

quantidade de leite produzida em litros durante a segunda quinzena do mês. Os

animais ordenhados duas vezes ao dia durante a manhã e à tarde apresentaram

números produtivos de 3859 litros, variantes com média de 275 litros/dia.

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Figura 1. Produção total diária de leite no mês de maio.

Na primeira ordenha do dia, realizada pela manhã, uma média de 19 vacas

foram ordenhadas com média de 8,8 litros por animal, totalizando em média 167

litros. Na segunda ordenha do dia, realizada no período da tarde, totalizada por uma

média de 17 animais ordenhadas, houve média equivalente a 6,1 litros por animal,

trazendo uma média de 108 litros.

Os níveis produtivos de uma propriedade expresso em média, considera entre

baixo até 10 kg/dia, médio-baixo até 15 kg/dia o número de litros por animal

(RENNÓ et al, 2008). Os animais ordenhados mostram números de uma média de

10 litros, o que aproxima a propriedade a uma de produção de baixo escala na

segunda quinzena do mês avaliado.

As figuras 2 e 3 mostram a produção de leite referentes aos meses de junho e

julho respectivamente, expressos em litros de leite no mês.

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Figura 2. Produção total diária de leite no mês de junho.

Figura 3. Produção total diária de leite no mês de julho.

Comparando o mês de junho a segunda quinzena de maio, o acréscimo na

produção foi significativo. A produção do mês foi superior a 10000 litros produzidos,

com média de 351 litros por dia. O aumento significativo pode ser explicado pela

aquisição de 3 animais girolando ½ sangue. Os animais com grau sanguíneo mais

acentuado para a raça Holandesa, tem maior aptidão para produção de leite

(EMBRAPA, 2002). Esse fato explica o grande aumento que sucedeu a compra

desses animais de potencial leiteiro. Quanto ao que foi imposto por RENNÓ et al

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(2008), a média produzida no mês foi para uma propriedade de médio-baixo padrão,

devido a números próximos a 12 kg/dia.

No mês de julho a produção foi superior a 9000 litros de leite. Com média de

9,7 litros por dia. O mês mostrou a maior oscilação quanto a produção diária. O fato

que se aplica essas quedas, foram as retiradas de alguns animais para exposição

leiteira. A média apresentada foram de 297 litros produzidos por dia.

Na figura 4, a análise do gráfico mostra o comparativo entre os meses,

avaliando a produção diária. O destaque para o mês de junho se dá aos animais

inseridos no plantel, expressando uma diferença alarmante para o mês de maio que

não contava com esses animais. Quanto ao mês de julho a produção do início

mensal seguiu os preceitos do mês anterior, a queda se deu quando os animais

foram retirados para exposição.

Figura 4. Comparativo da produção total diária de leite nos meses de maio, junho e julho.

A figura 5, mostra a média diária que os animais produziram ao longo dos

meses. O destaque do mês de junho foi quase 2 litros superior a maio e

aproximadamente 3 litros comparado ao mês de julho. O mês de junho mostrou que

a aquisição em novos animais correspondeu o investimento e esses animais

ajudaram a potencializar a produção.

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Total diário maio

Total diário junho

Total diário julho

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Figura 5. Média de produção mensal nos meses de maio, junho e julho.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A utilização dos índices zootécnicos permite, através de análise de dados,

medir a eficiência do setor produtivo. Através desses índices torna-se possível

realizar um comparativo de valores com referência no que o mercado da atividade

propõe.

REFERÊNCIAS

CARVALHO, I. Tecnologia da produção de silagem de milho em sistemas de produção de leite. Tese – Doutorado em Zootecnia, Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2013. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária-EMBRAPA ACRE. Controle Zootécnico na Pecuária de Leite. 2008. Disponível em: www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/511209/1/controlezootecnico.pdf Acesso em: 20/03/2016. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária-EMBRAPA. Gado de Leite, Sistema de

Produção,1. 2003. Disponível em: https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Leite/LeiteZonadaMataAtlantica/glossario.html#topoAcesso em: 20/03/2016. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária-EMBRAPA. Gado de Leite, Sistema de

Produção, 2002. Disponível em:

8,5

9,0

9,5

10,0

10,5

11,0

11,5

12,0

Média maio Média junho Média julho

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https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Leite/LeiteCerrado/racas01.htmlAcessado em: 13/09/2016 FERNANDES, E.N.; NOGUEIRA, M.C.P.Y. Sistemas de apoio à decisão na gestão ambiental de propriedades leiteiras. Tecnologia e gestão na atividade leiteira 2005 Indicadores de avaliação de bem-estar em vacas leiteiras – revisão. Revista Portuguesade Ciências Veterinárias, 2011. Disponível em: http://www.fmv.utl.pt/spcv/PDF/pdf12_2011/5-19.pdf. Acesso em: 13/04/2016 Instituto Brasileiro de Geografia e estatística- IBGE. Comunicação Social. 2015. Disponível em http://www.ibge.gov.br/home/ Acesso em: 20/03/2016. JUBRAN, M. Importância da suplementação mineral para bovinos. BioSan – Biotecnologia em Saúde Animal, 2013. Disponível em <http://biosan.ind.br/artigos/importancia-da-suplementacao-mineral-para bovinos>. Acessado em: 24/05/2016 ás 13:40. LOPES, M. A.; CARDOSO, M. G.; DEMEU, F. A. Influência de diferentes índices zootécnicos na composição e evolução de rebanhos bovinos leiteiros. Ciência Animal Brasileira, Samambaia, v. 10, n. 2, p. 446-453, abr./jun. 2009. NETO, A. C., SILVA , J. F. C. DEMINICIS, BORGES, B. D.; FERNANDES, A. M., JARDIM, J. G.; AMORIM, M. M., GUIMARÃES, C. C. F. Problemas metabólicos provenientes do manejo nutricional incorreto e vacas leiteiras de alta produção recém paridas. Revista electrónica de Veterinaria. V. 12, 2011. OLIVEIRA, T. B. A.; Figueiredo, R. S. ; Oliveira, M. W. de; et al. Índices técnicos e rentabilidade da pecuária leiteira. Sci. Agric. , Piracicaba, v.58, n. 4, 2001. REIS, R.P.; MEDEIROS A. L.; MONTEIRO L. A. Custos de produção da atividade leiteira na região sul de Minas Gerais. UFLA, 2001. RENNÓ, F. P. et al. Eficiência bioeconômica de vacas de diferentes níveis de produção de leite por lactação e estratégias de alimentação. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v. 37, n. 4, p. 765-772, abr. 2008.

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ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DA OCORRÊNCIA DA SÍNDROME CÓLICA EM EQUINOS REFERENCIADOS AO HOSPITAL VETERINÁRIO UNIVÉRTIX

Guilherme Henrique Lopes Soares, Camila de Jesus Oliveira, Lorena Meira, Marcos Augusto De Azevedo Junior – Graduandos em Medicina Veterinária.

Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Bruno Santos Cândido de Andrade - Medico Veterinário, Mestre em Ciência

Animal, Clínica e Cirurgias Veterinárias – Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

PALAVRAS CHAVE: Equinos, epidemiologia da cólica, Cólica equina

INTRODUÇÃO

A gastroenterologia é uma das áreas de maior importância na clínica médica

e cirúrgica em equinos, uma vez que os atendimentos relacionados à síndrome

cólica constituem as emergências mais comuns dentro da espécie (Traub-Dargatz et

al., 1991), fato que se justifica pelas particularidades anatômicas e fisiologia do trato

digestório frente às diversas mudanças de manejo implementadas pelos sistemas de

criação (FERNANDES, 2009). As afecções relacionadas ao aparelho digestório dos

equinos acarretam em riscos de relevante impacto para a saúde animal, podendo

causar a morte do paciente, gerando gastos econômicos elevados para seu

tratamento. Por ser a síndrome cólica relacionada a uma grande quantidade de

afecções diferentes do aparelho digestório dos equinos, muitos estudos

retrospectivos surgem do interesse em identificar a distribuição das mesmas em

função dos fatores predisponentes a que esses animais foram expostos. Diante

disto, o presente trabalho teve por objetivo realizar um levantamento retrospectivo

dos casos de cólicas clínicas e cirúrgicas atendidos no Hospital Veterinário da

Univértix, identificando suas causas e fatores predisponentes associados, bem como

as taxas de altas médicas para cada tipo de cólica.

FUNDAMENTAÇÃO TEORICA

A cólica equina é uma síndrome resultante de afecções que acometem o

aparelho digestório e anexos da cavidade abdominal. Ela pode estar relacionada a

vários fatores que vão desde a produção excessiva de gás nas vísceras, resultado

da fermentação dos alimentos, até a obstrução ou torção de alças intestinais, o que

requer a intervenção cirúrgica (MOORE, 2001).

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A frequência da cólica na população equina brasileira é uma questão

frequentemente abordada, sendo que a taxa de incidência varia entre 3,5 a 10,6

casos de cólica por cada 100 cavalos no período de um ano, cerca de 10-15% dos

casos de cólica são recorrentes e alguns cavalos chegam a ter 2 a 4 cólicas em um

ano. Estima-se que 80 a 85% destes casos são interpretados como cólicas simples

ou íleo adinâmico sem se chegar a um diagnóstico específico (TINKER et al., 1997a)

.Estudos de casos de cólicas identificados em práticas veterinárias revelaram uma

predominância das obstruções simples ou cólicas espasmódicas, sendo que as

compactações constituem 10% dos casos. As obstruções ou lesões estranguladas

que requerem correção cirúrgica constituem cerca de 2 a 4 % dos casos de cólicas,

embora alguns fatores de risco presentes em determinadas populações possam

aumentar esta taxa (WHITE, 2006). A cólica é responsável pelo maior número de

mortes, à exceção de morte por idade avançada. A mortalidade associada à cólica

varia de 0,5 a 0,7 mortes por cada 100 cavalos num ano, com uma taxa de

fatalidade de 6.7% (TINKER et al., 1997b).

O processo obstrutivo simples é causado por estase e timpanismo, bloqueio

do lúmen por uma massa de ingesta ou por um corpo estranho, ou ainda por

compressão externa do intestino por uma aderência, abcesso ou tumor. A obstrução

por estrangulação do estômago não é reconhecida como uma entidade específica,

uma vez que, mesmo que o cárdia sofra rotação ou fique torcido com a distensão,

não existe verdadeiramente um processo de estrangulamento dos vasos sanguíneos

deste órgão e é de grande relevância considerar as ulcerações que estão ligadas a

desenvolvimento de cólica e também os processos inflamatórios dentro deles a

colite e a peritonite, já que a peritonite tem alto índice de mortalidade quando

associado a cólica (WHITE, 1990b).

Ducharme et al., (1983) ao realizarem estudo retrospectivo consideraram que

cerca de 50% de equinos submetidos a tratamento cirúrgico apresentavam

estrangulamento intestinal. Lacerda Netto et al., (1994) em estudo nacional

verificaram incidência dessas lesões em 18,3% de 338 casos estudados, com 66,1

% de taxa de óbito.

O estudo de 4279 casos de cólica equina, em 14 universidades, mostrou que

obstruções intestinais simples tiveram taxa de 35%, enquanto que obstruções

estrangulativas tiveram taxa de 21%, sendo as primeiras responsáveis por 25% de

óbito e as segundas por 76% (FREEMAN, 2000). As lesões intestinais com isquemia

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são importantes pela etiologia e diversa complexidade de sua fisiopatologia, pelas

sequelas e complicações subsequentes, comprometimento sistêmico e por ser uma

afecção que invariavelmente só pode ser tratada cirurgicamente. (WHITE, 1992,

MOORE, 1992).

A incidência de abdome agudo em eqüinos de cavalaria militar foi estudada

por Pulz et al., (2005). O estudo foi realizado em um regimento com 230 eqüinos,

considerando-se um período de dois anos. Nesse período, a taxa de incidência de

abdome agudo foi 39,57%, sendo a taxa de tratamento cirúrgico 20,88%. Entre os

tipos de cólica prevalentes, destacou-se a dilatação gástrica com uma taxa de

62,64%. Os autores concluíram que a ocorrência de abdome agudo provavelmente

se relaciona com o confinamento e conseqüentes alterações digestivas, bem como o

manejo alimentar dispensado aos animais, necessitando mais pesquisas para

identificar e relacionar os fatores que possam estar influenciando o comportamento e

a digestão dos animais.

METODOLOGIA

Para o estudo, foram catalogadas todas as fichas clínicas de pacientes equídeos

atendidos no Hospital Veterinário da Univértix no período de maio de 2014 a janeiro

de 2016. Os pacientes então foram separados e agrupados por afecções

relacionadas aos diversos aparelhos e sistemas. Os pacientes acometidos por

afecções do aparelho digestório constituem o grupo de interesse, onde variáveis

como alterações clínicas identificadas no exame clínico, diagnósticos quanto às

afecções, tratamentos indicados, achados de laparotomia exploratória, complicações

em relação aos tratamentos indicados, altas médicas e taxas de sobrevida, óbito e

eutanásia foram analisados. Os dados foram tabulados e submetidos à análise das

taxas de ocorrência das diversas variáveis, levando-se em consideração a razão

entre o número ocorrências e o número total de pacientes atendidos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram referenciados ao HV-Univértix no período avaliado um total de 228

equídeos, sendo 68 deles (29,82%) acometidos por afecções do aparelho locomotor,

54 (23,68%) afecções do aparelho digestório, 13 (7,70%) afecções tegumentares e

93 (40,78%) relacionados aos demais aparelhos e sistemas, como respiratório,

nervoso, genital, urinário, olhos e anexos. Nota-se uma maior incidência das

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afecções do aparelho locomotor nos equinos referenciados ao HV-Univértix, o que

corrobora achados de autores como HERNANDEZ & HAWKINS, 2001, que relatam

taxas de 67,6% de incidência de afecções locomotoras em equinos. As afecções

relacionadas ao aparelho digestório totalizaram 23,68% do total dos atendimentos

no período, salientando que, diferentemente do perfil eletivo dos atendimentos

relacionados ao aparelho locomotor, a quase totalidade dos casos atendidos

relacionados ao aparelho digestório (83,33%) tratavam-se de urgências ou

emergências médicas.

Tabela 1 - Tratamento da síndrome cólica, taxa de reincidência da cólica e taxa de sucesso

Tratamento Ocorrência Cirúrgico Conservativo Total Cólica 40 5 45 (%) 88,8 11,11 Recidiva 4 0 4 (%) 8,88 0 Eutanásia/Óbito 4 0 4 (%) 8,88 0

Dos 54 equinos atendidos para afecções do aparelho digestório, 45 (83,33%)

apresentavam síndrome cólica equina. As indicações de tratamento clínico e/ou

cirúrgico variaram em função dos diagnósticos ao exame clínico, sendo que 40

animais (88,88%) foram submetidos à laparotomias exploratórias e tratamento

cirúrgico, sendo 5 pacientes (11,11%) tratados de forma conservativa. A elevada

taxa de indicação do tratamento cirúrgico deve-se ao natural perfil de maior

gravidade das cólicas atendidas em ambiente hospitalar, sendo a maioria delas

encaminhadas por médicos veterinários que já esgotaram as tentativas e recursos

de tratamento conservativo a campo. A taxa de 88,88% de cólicas de tratamento

cirúrgico nesse trabalho mostra-se superior à encontrada por PULZ et al. (2005), em

que de 91 animais de cavalaria militar atendidos com síndrome cólica no período de

2002 a 2004, apenas 19 (17,27%) foram submetidos ao tratamento cirúrgico.

Quatro pacientes tratados com laparotomias exploratórias (8,88%) dos 45

animais tratados por cólica nesse estudo apresentaram recidivas no período pós-

operatório, sendo que um deles foi relaparotomizado para solução do quadro. Esses

achados estão abaixo dos descritos por VAN DEN BOOM & VANDER VELDEN

(2001), que observaram reincidência de cólica em 16% dos equinos submetidos a

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cirurgias abdominais. Apenas 1 equino (2,5%) tratado clinicamente manifestou

recidiva do quadro de cólica ainda em período de internação.

Dos 45 equinos atendidos por cólica, 41 (91,11%) receberam alta médica.

Quatro equinos (8,88%) foram eutanasiados, três deles por apresentarem rupturas

intestinais e um deles por apresentar quadro de laminite crônica após relaparotomia

que resultou em necrose extensa do tecido laminar e desprendimento dos estojos

córneos dos cascos dos seus membros torácicos.

O atendimento clínico de equinos com cólica resultou em 100% de alta

médica, sendo que o tratamento cirúrgico dos pacientes em cólica resultou em

92,5% de altas médicas, considerando-se uma taxa de 7,5% (3 equinos) de

eutanásia na mesa de cirurgia, em função de diagnósticos não esclarecidos durante

o exame clínico. A taxa de alta médica para tratamentos cirúrgicos de equinos no

HV-Univértix mostra-se superior a obtida por diversos autores, entre eles DI FILIPPO

et al., (2010) em que 27 equinos (54%) sobreviveram e 23 (46%) foram a óbito ou

foram sacrificados de cinquenta animais com cólica submetidos à laparotomia

exploratória. Em outro estudo KANEENE et al., (1997), descreve que casos que

requerem tratamento cirúrgico resultam em um maior número de óbito do que os

casos tratados clinicamente, sendo 31% e 13% respectivamente.

CONCLUSÃO

A síndrome cólica por se tratar de uma das entidades de maior frequência na

clínica médica equina necessita de maior estudo quanto ao seu valor

epidemiológico, partindo deste princípio o trabalho aqui desenvolvido apresenta

estudo retrospectivo e prospectivo dos casos de síndrome cólica encaminhados ao

HV – Univértix. A partir do experimento foi possível observar o quão importante é o

manejo alimentar, tempo de cólica, exame clínico do paciente, e o encaminhamento

do animal já tratado por terceiros, sendo um fator imprescindível para o prognóstico

e tratamento do mesmo, dada sua elevada incidência e seu potencial de

comprometer a vida desses animais, resultando em altos índices de necessidade de

tratamento cirúrgico.

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REFERÊNCIAS

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WHITE N.A. Equine colic I: introduction [versão electronica]. In AAEP (Ed.), Proceedings of the 52th Annual AAEP Convention, San Antonio, TX, USA. Acedido em Jan. 12, 2008 em: http://www.ivis.org, 2006.

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ESTUDO RETROSPECTIVO DE CASOS DE ERLIQUIOSE CANINA REFERENCIADOS NO HOSPITAL VETERINARIO UNIVERTIX, MATIPÓ-MG

(2013/1) Ana Claudia Pereira, Thais Aparecida de Castro, Marco Augusto de Azevedo

Junior. Graduandos em Medicina Veterinária - Faculdade Vértice –UNIVÉRTIX. Aghata Gusmão Onofre Guimarães

Camila Alcântara de Assis Monteiro Renata Aparecida Fontes – Farmacêutica Bioquímica – Mestre em Ciências

Farmacêuticas - Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Mayara Cristine Ferreira de Aguiar – Médica Veterinária - Mestre em Ciências

Veterinárias - Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected]

RESUMO

A Erliquiose é uma hemoparasitose infecto-contagiosa, causada pela riquétsia Ehrlichia canis, parasitas intracelulares obrigatórios de células hematopoiéticas maduras ou imaturas. A transmissão ocorre com a participação de um vetor, o carrapato Rhipicephalus sanguineus, ou por transfusão sanguínea. Os cães infectados com E. canis podem desenvolver sinais brandos a intensos ou mesmo não apresentar sinais, dependendo da fase da doença em que se encontram. O diagnóstico da erliquiose canina pode ser realizado através da presença de mórulas nos leucócitos parasitados encontrados na avaliação de esfregaços sangüíneos, através de achados laboratoriais do hemograma, por exames auxiliares de sorologia ou testes de biologia molecular. O tratamento é realizado com drogas específicas em especial a doxiciclina. No presente trabalho, realizou-se levantamento de casos de erliquiose canina no período de janeiro a julho de 2013, onde observou-se uma incidência desta patologia de 8,5% dentre os casos atendidos neste período, sendo 71,5% correspondiam a machos e 28,5 a fêmeas, sendo que 50% eram animais de raça e 50% animais sem raça definida. Quanto a idade 14,3% dos animais acometidos pela doença eram filhotes, 57,1% adultos e 28,6% idosos, visto que a erliquiose canina acomete os animais independente de raça, sexo ou idade

PALAVRA CHAVE: Erliquiose canina, doença infecto-contagiosa, doença do carrapato

INTRODUÇÃO

A erliquiose é uma doença infectocontagiosa que caracteríza-se como uma

hemoparasitose zoonótica a qual atinge gatos, equinos, ruminantes, humanos e

cães, independente de raça, sexo ou idade (ISOLA et al., 2012 e ROSA &

WANDERLEY, 2014).

Esta doença é causada por uma bactéria gram negativa pertencente ao

gênero Ehrlichia, família Rickttsiaceae, consideradas parasitas intracelulares

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obrigatórios das células mononucleares, cuja incidência tem aumentando em várias

regiões do Brasil, sendo uma das maiores causas na rotina clínica veterinária,

levando prejuízos à saúde animal e humana (SILVA et al., 2011).

A infecção em cães è causada pela transmissão de Ehrlichiacanispor meio da

picada dos carrapatos Rhipicephalus sanguineus, Dermacentor variabilis e

Rhipicephalus boophilus microplus contaminados pela riquetsia (UENO et al., 2009,

FONSECA, 2012; MORAES 2013).

Os cães infectados com E. canis apresentam alterações clinicas,

hematológicas e bioquímicas bastante inespecíficias de acordo com o estágio

clínico, subclínico ou crônico da doença, o que dificulta o diagnóstico (LOPES, 2013)

Estudos sobre a erliquiose canina vêm se tornando o foco de vários

programas de investigação dentro do Brasil devido a sua capacidade de causar alta

morbidade e mortalidade de cães. Esta doença representa uma importante zoonose,

em decorrência da maior exposição humana a locais onde a presença de carrapatos

se faz presente e em regiões onde a erliquiose canina é enzoótica (DAGNONE et

al., 2001; SILVA et al., 2011 e FERNANDES et al., 2014,)

Baseando nestas informações, objetiva-se com o presente estudo realizar um

levantamento dos casos de erliquiose em cão de companhia referenciados ao

Hospital Veterinário Univertix localizado na cidade de Matipó - MG, ao período de

janeiro à julho de 2013.

Trabalhos como este nos permite avaliar período de maior sazonalidade da

doença na região e assim elaborar programas de controle e prevenção dos vetores

responsáveis pela transmissão da erliquiose canina, zelando pela saúde e bem estar

do animal.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Agente etiológico

O gênero Ehrlichia atualmente compreende cinco espécies válidas: Ehrlichia

canis, E. chaffeensis, E. ewingii, E. muris e E. ruminantium (FERNANDES et al.,

2014).

São bactérias gram-negativas, parasitas intracelulares obrigatórios de células

hematopoiéticas maduras ou imaturas, especialmente do sistema fagocitário

mononuclear, tais como monócitos e macrófagos e, para algumas espécies, em

células mielóides, tais como neutrófilos (SAITO, 2009).

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No Brasil, a única espécie descrita até o momento é E. canis, responsável

pela erliquiose monocítica canina, doença considerada endêmica principalmente nas

áreas urbanas, onde abundam populações do carrapato vetor, Rhipicephalus

sanguineus (MORAES, 2013).

Transmissão da doença

A transmissão da E. canis ocorre com a participação dos vetores, R.

sanguineus, Dermacentor variabilis e R. boophilus microplus, que se encontram

principalmente nas regiões tropicais e temperadas. Quando adultos, podem

sobreviver por um mínimo de 568 dias e pode transmitir a doença por mais de 155

dias depois de se desprender do hospedeiro (MORAES, 2013).

O artrópode, ao realizar o repasto sanguíneo em um cão infectado, se

contamina ao ingerir os leucócitos infectados pela E. canis, que irá se multiplicar nos

hemócitos e nas células da glândula salivar do vetor. O carrapato, então infectado,

ao realizar a hematofagia em um cão sadio, inoculará junto com sua saliva a forma

infectante da E. canis (LOPES, 2013; MORAES, 2013).

Essa infecção pode ocorrer em qualquer estágio de parasitemia do carrapato,

seja uma larva, ninfa ou adulto, uma vez que os vetores supracitados são tiroxenos,

ou seja, ocorre transmissão da E. canis por via transestadial. Entretanto, não ocorre

transmissão transovariana (ROSA & WANDERLEY, 2014).

A infecção também pode ocorrer em animais suscetíveis por meio de

transfusão sanguínea (ISOLA, 2012).

Sinais Clínicos e Evolução da doença

Os cães infectados com E.canis podem desenvolver sinais brandos a intensos

ou mesmo não apresentar sinais dependendo da fase da doença em que se

encontram. A gravidade da doença depende da cepa infectante, da idade,

suscetibilidade e alimentação do animal. A partir de estudos baseados nos sinais

clínicos e patológicos é possível distinguir três fases da doença, a aguda, a

subclínica e a crônica (ISOLA, 2012; LOPES, 2013)

A fase aguda tem início aproximadamente de 8 a 20 dias após a infecção e

persiste por duas a quatro semanas. Neste período, as rickettsias irão se replicar

nos leucócitos e, através da circulação, o parasita irá se espalhar por diversos

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órgãos como o baço, fígado e linfonodos. Os sinais clínicos presentes nesta fase

são febre, anorexia, depressão, linfadenopatia e trombocitopenia. Essa fase

geralmente passa despercebida e no final da quartasemana, aproximadamente, os

sinais clínicos desaparecem. Entretanto, os parasitospermanecem no animal. Esta é

a principal fase onde se consegue identificar mórulas doparasito em leucócitos

através de esfregaços sanguíneos. No hemograma, observa-se freqüentemente,

uma trombocitopenia entre 10 a 20 dias após a infecção, em conseqüência da

destruição imunológica periférica das plaquetas. Alguns casos, há também

leucopenia, progredindo para leucocitose. Nesta fase, a anemia presente é do tipo

normocítica normocrômica regenerativa (FONSECA, 2012; SUZUKI, 2013; DUARTE

et al., 2013; FERNANDES et al., 2014).

A fase subclínica é caracterizada pela persistência da E. canis no animal.

Essa fase ocorre em seis a nove semanas após infecção do animal. Entretanto,

alguns cães podem conviver com parasita nessa fase da doença por anos e cães

imunocompetentes podem eliminar o parasita através do sistema imune e recuperar-

se sem tratamento. Nessa fase o animal parece saudável, pois os sintomas são

mais brandos, podendo ocorrer leve perda de peso. É nesta fase que se observa

alta concentração de anticorpos para E. canis no sangue dos cães infectados

(SILVA, 2011; FERNANDES et al., 2014)

Ao final da fase subclínica, instala-se a fase crônica devido à ineficiência do

sistema imune do animal. Os sintomas são graves, apresentando pancitopenia,

glomerulonefrite, hemorragias febre, depressão, dispnéia, anorexia, perda de peso,

linfoadenopatia, petéquias na pele, palidez das membranas mucosas, dor

abdominal, evidência de hemorragia como epistaxes e hemorragia de retina,

esplenomegalia, dispnéia com aumento de sons pulmonares, infiltrados pulmonares

intersticiais ou alveolares, alterações do sistema nervoso central como dor

meningeal, paresia, alteração de nervo cranial e convulsões, hepatomegalia,

arritmias e pulso deficitário, poliúria e polidpsia, dor articular com rigidez e inchaço e

aumento da suscetibilidade às infecções secundárias. Essa fase assume as

características de uma doença autoimune, sendo a principal característica a

instalação de hipoplasia de medula óssea, resultando em anemia aplásica

(FONSECA, 2012; SOZUKI, 2013; FERNANDES et al., 2014; MAKINO et al., 2015;

SILVA 2015).

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A susceptibilidade às infecções secundárias aumenta, em conseqüência do

comprometimento imunológico. Nesta fase, dificilmente encontra-se inclusões de

mórulas de E. canis nos leucócitos (LOPES, 2013)

Nas fases aguda e crônica, em até 50% dos casos, se observa a presença de

lesões oculares, tais como hemorragias conjuntivais, opacificação corneana, uveíte

e hipotonia entre outras moléstias oculares (ISOLA, 2012) .

Diagnóstico

O diagnóstico da erliquiose canina pode ser realizado através da detecção de

mórulas nos leucócitos parasitados encontrados na avaliação de esfregaços

sangüíneos, por testes de biologia molecular como a reação em cadeia da

polimerase (PCR) e ainda outros testes como os de sorologia do tipo ELISA ou

imunofluorescência indireta (IFI) de anticorpos, que consiste em uma técnica

sensível, que detecta anticorpos anti – E. canis, através do soro do sangue do

animal e hoje é a mais utilizada em todo o mundo (AGUIAR et al.; 2007; DUARTE et

al., 2013; ROSA & WANDERLEY, 2014)

Existem no mercado, diversos “kits” sorológicos utilizados na detecção da

erliquiose canina, como, por exemplo, o “kit” Immunocomb baseado na técnica de

“Dotblot- ELISA”, que é capaz de determinar anticorpos da classe IgG específicos

para o agente infectante (DUARTE et al., 2013, FERNANDES et al., 2014).

Os sinais clínicos devem ser considerados junto com os resultados

hematológicos, bioquímicos e sorológicos no desenvolvimento do diagnóstico

definitivo (ISOLA et al., 2012).

Tratamento

Alguns fármacos são empregados por hospitais e clinicas veterinárias no

Brasil para o tratamento da erliquiose, tais como a tetraciclina, oxitetraciclina,

doxiciclina e dipropionato de imidocarb. O tratamento deve ser realizado durante três

a quatro semanas, ou até oito semanas naqueles animais que se encontram na fase

crônica. Destes fármacos, a tetraciclina e seus derivados são mais amplamente

empregados (ISOLA, 2012)

A doxiciclina é o fármaco de eleição, principalmente em casos de pacientes

que apresentam afecções renais. Ela é administrada na dose de 5 a 10 mg/kg a

cada 12 horas, via oral, durante 25 a 28 dias, associada a terapia de suporte, como

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fluidoterapia, vitaminas, anti-termicos, protetores de mucosa gástrica, colírios em

casos de infecções oculares, transfusão sanguínea quando necessário, etc. Em

cães tratados com doxiciclina observa-se menor Incidência de reinfecção em relação

aos tratados com oxitetraciclina (SILVA et al., 2011; SUZUKI, 2013).

Dependendo da resposta imunológica do animal, os corticosteróides também

podem ser indicados,visando a preservação da integridade vascular ou da função

plaquetária, principalmente na fase crônica (ISOLA, 2012).

A resposta à terapia é avaliada através da melhora das condições do animal,

tais como o retorno do apetite, melhora do comportamento e do quadro

hematológico (SILVA et al., 2011; SUZUKI, 2013).

Prognóstico e Profilaxia

O prognóstico dependerá da severidade da lesão, ou seja, em qual fase a

doença é diagnosticada. Em casos de estágio médio a moderado, o prognóstico é

favorável. Já em casos severos é reservado. Quando há complicações secundárias

ou quando os sinais clínicos são piorados, o prognóstico é de reservado a pior

(ISOLA, 2012; GUEDES et al., 2015).

A prevenção é de grande importância nos canis e nos locais de grande

concentração de animais. O controle de carrapatos e outros ectoparasitos são parte

fundamental do manejo sanitário de todos os cães, devido à inexistência de vacina

disponível no mercado contra a erliquiose e demais doenças também transmitidas

por ectoparasitos (SILVA et al.; 2011; ISOLA, 2012; FONSECA, 2012; GUEDES et

al.; 2015).

Epidemiologia

No Brasil, a prevalência de erliquiose tem aumentado em algumas regiões do

país, havendo ocorrências significativas nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul,

Bahia, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Grais, Bahia Alagoas,

Ceará, Pernambuco, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, onde a maioria dos cães

atendidos apresentaram anticorpos contra E. canis (UENO, 2009; ISOLA, 2012;

GUEDES, 2015).

Em Ituberá, município de Bahia, constatou-se que 12,40% das amostras de

sangue esfregaço caninos mostraram inclusões sugestivas de Ehrlichia spp. Foram

encontrados valores semelhantes (13,90% e 16%, respectivamente) em estudos

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desenvolvidos nos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais (GUEDES et al.,

2015). Já em estudos realizados em Lavras, Minas Gerais, a frequência média

global de cães soropositivos para E. canis foi de 23,60%, e 1,90% apresentaram

mórula compatíveis com E. canis (FONSECA, 2012).

Estudos realizados em Botucatu, São Paulo, foi detectada alta taxa de

infecção em cães jovens, associado a trombocitopenia, tendo a E. canis como a

única espécie encontrada na região estudada (UENO et al., 2009).

Nos bairros das regiões administrativas de Cuiabá, Mato Grosso, a incidência

foi de 42,50% casos soropositivos de erliquiose canina, não havendo associações

entre zona rural, urbana, sexo e idade (ISOLA, 2012)

Estudos epidemiológicas constatam que a incidência de erliquiose monocítica

canina varia de 4,8 a 65% em cães de ambiente urbano ou rural (SAITO, 2009). Em

cães que são atendidos em hospitais e clínicas no Brasil, a incidência de erliquiose

canina tem variado entre 20 a 30%, sendo comprovados por diagnóstico sorológico

ou por meio de testes moleculares (DUARTE, 2013; ROSA & WANDERLEY, 2014).

A gravidade da doença depende da suscetibilidade racial, idade do animal,

alimentação, doenças concomitantes e da virulência da cepa infectante. Alguns

estudos demonstram que a doença apresenta maior gravidade clinica nos cães da

raça Dobermans, Pinchers e Pastor Alemão. Os cães da raça Pastor Alemão com

erliquiose, apresentam distúrbios hemorrágicos graves e, esta suscetibilidade racial

é devido à depressão da imunidade mediada por células nessa raça. E importante

ressaltar que esses cães apresentam maior gravidade clínica quando infectados,

porém não são mais predispostos a infecção (ALBERNAZ et al., 2007; SILVA et al.,

2011; GUEDES, 2012).

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo descritivo retrospectivo realizado no Hopsital Escola

da Faculdade Vértice - Univertix.

Foram avaliadas as fichas clínicas dos animais atendidos no período de

janeiro à julho de 2013 com diagnostico de erliquiose canina.

Os dados obtidos foram estratificados de acordo com idade, raça, sexo e

doenças associadas. Quanto a idade os animais foram organizados em filhote (até

um ano de idade), adulto (de um a oito anos de idade) e idosos (acima de oito anos

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de idade). Em relação ao gênero foram divididos apenas como macho e fêmea, não

havendo consideração se o animal era inteiro ou castrado.

Foram considerados diagnóstico de erliquiose apenas as fichas clínicas as

quais apresentavam hemograma completo apresentando trombocitopenia associada

ou não a anemia e leucopenia juntamente com os sinais clínicos descritos no

formulário de consulta clínica.

Os dados obtidos foram organizados e processados pelo programa Microsoft

Excel 2010 (Microsoft Office 2010). Foram detectadas as prevalências considerando

a estratificação das variáveis (sexo, raça, idade, doenças associadas)

proporcionalmente ao total de atendimentos de casos de erliquiose atendidos no

Hospital Escola supracitado.

RESULTADO E DISCUSSÃO

Foram analisadas 83 fichas clínicas de caninos que foram atendidos no

Hospital Escola no período de janeiro a julho de 2013. Nestas fichas foram

detectados sete de casos de erliquiose canina com diagnóstico confirmado por

sinais clínicos e análise de hemograma, totalizando 8,5% dos casos atendidos neste

período.

As demais fichas que apresentavam sintomas característicos a doença mas

não apresentavam hemograma em sua ficha foram descartados por não haver

confirmação laboratorial do diagnóstico, uma vez que os sintomas da erliquiose

sanguínea são comuns outras patologias clínicas, logo houve uma menor incidência

quando comparado a estudos realizados em Lavras, Minas Gerais, onde a

frequência média global de cães soropositivos para E. canis foi de 23,60% e 1,90%

apresentaram mórula compatíveis com E. canis (FONSECA, 2012).

Este baixo resultado relacionado ao índice de erliquiose no Hospital Escola

pode-se explicar pela falta de informação da população quanto a doença e sua

forma de transmissão e quando a resistência do proprietário para autorização da

realização do hemograma dos pacientes para confirmação do diagnóstico.

Dentre o total de casos de erliquiose canina 71,5% correspondiam a machos

e 28,5 a fêmeas, sendo que 50% eram animais de raça e 50% animais sem raça

definida. Quanto a idade 14,3% dos animais acometidos pela doença eram filhotes,

57,1% adultos e 28,6% idosos, visto que a erliquiose canina acomete animais

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independente de raça, sexo ou idade (ISOLA et al., 2012 e ROSA & WANDERLEY,

2014).

Todos os animais apresentavam histórico de pulgas e carrapatos nos últimos

90 dias, confirmando estudos realizados onde demonstra que o carrapato

transmissor da E. cannis se encontram principalmente nas regiões tropicais e

temperadas e pode transmitir a doença por mais de 155 dias depois de se

desprender do hospedeiro (MORAES, 2013).

Os sinais clínicos encontrados nas fichas clinicas de atendimento destes

animais foram vômito, apatia, prostração, febre, mucosas hipocoradas, secreção

ocular, hiperemia conjuntiva, hiperceratose no plano nasal, descamação e lesões na

pele, dor nos membros pélvicos. Nos exames laboratoriais foram detectadas

trombocitopenia podendo se associada a anemia regenerativa normocítica

normocrômica e em 71,5% foram detectados leucopenia. Não foram encontradas

outras doenças clínicas associadas a erliquiose canina nos casos diagnosticados

neste período.

De acordo com Ueno et al, (2009),os sinais clínicos comumente observados

no curso da infecção geralmente são inespecíficos (apatia, anorexia, emagrecimento

febre e linfoadenopatias) e não apresentaram associação com a presença de E.

canis nos animais, o que reforça a importância da associação dos achados clinico-

epidemiologicos e laboratoriais, com vistas a incrementar o diagnostico da

enfermidade.

Todos os animais foram tratados com o protocolo de doxiciclina 10mg/kg/dia

BID, sulfato ferroso, omeoprazol e suplemento vitamínico Nos casos em que haviam

vômito foi prescrito metoclopramida e nos casos de conjutivite foram prescritos

dexametasona, sulfato de neomicina, sulfato polimixina B.

O tratamento realizado condiz com a literatura a qual refere a doxiciclina

como um fármaco de eleição principalmente em casos de pacientes com afecções

renais. Sua posologia indica refere-se a dose de 10mg/kg/dia sendo a cada 12

horas, via oral, durante 25 a 28 dias, associado com a terapia de suporte, como

fluidoterapia, vitaminas, anti-termicos, protetores de mucosa gástrica, colírios em

casos de infecções oculares, etc. (SILVA et al., 2011; SUZUKI, 2013).

Não foram encontrados nas fichas clínicas dados referentes a retorno do

animal e prognóstico da patologia de seu tratamento.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se, portanto, que a erliquiose é uma doença comum nos cães de

diferentes raças, idade e sexo, podendo seu curso clínico ser agudo ou sub-clínico a

crônico, onde os sinais clínicos variam nas diferentes fases.

O diagnóstico da doença e feito a partir dos sinais clínicos e exames

complementares como hemograma e achado de mórula em esfregaço, sendo de

grande importância à realização do hemograma uma vez que os sinais clínicos da

doença são patognomônios com diversas outras patogias.

O tratamento consiste em uso oral de doxiciclina tendo resposta eficaz

para tratamento desta patologia

REFERÊNCIAS

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MAKINO, H et al. Detecção de Ehrlichia canis em cães domiciliados em Várzea Grande: Análise comparativa entre amostras de sangue e medula óssea. Ciências Rural, vol. 46, n 02, fevereiro de 2016 epud 30 de outubro de 2015. MORAES, J.F. Competência vetorial de carrapatos do grupo Rhipicephalus sanguineus do Brasil, Argentina e Uruguai para transmissão da bactéria Ehrlichia canis, agente etiológico da erliquiose monocítica canina. Tese doutorado Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, 2013. ROSA E.P.& WANDERLEY M.C.P. Incidência de casos e reincidivas de erliquiose em um clínica veterinária particular entre 2011 e 2012, no município de Iuverva-SP. Revista Nucleus, v. 11, n. 2, 2014 (suplemento). SAITO, T.B. Estudo da erliquiose em cães expostos carrapatos Rhipicephalus sanguineus experimentalmente infectados. Dissertação doutorado, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, São Paulo. 127 folhas, 2009 SILVA, M.V.M. et al. Erliquiose canina: Revisão de Literatura. Arquivo Ciências Veterinária, Zoologia. UNIPAR. Umuaroma, v.14, n, 2, p. 139-143, jul-dez 2011. SILVA, M.L. Alterações glomérulo tubulares em cães infectados por Ehrlichia canis. Revista Investigação 14 (6):17-21, 2015. SUZUKI F.T. Eficiência do medicamento doxiciclina na resolução da enfermidade Erliquiose monocítica canina (EMC). Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”, dissertação de graduação em Medicina Veterinária. Araçatuba, SP, 2013. UENO T.E.H. et al. Ehrlichia canis em cães atendidosem Hospital Veterinário de Botucatu, Estado de SP, Brasil. Revista Brasileira Parasitologia Veterinária, v.18, n 03, p 57-61. julho- setembro 2009.

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IDENTIFICAÇÃO DE MASTITE SUBCLÍNICA NA BACIA LEITEIRA DE MATIPÓ-MG

Marcos Augusto de Azevedo Junior, Bruno Silva Freitas, Jhonathan Alves,

Thais Aparecida Castro, Mateus Dias Santos, Rafaela Nunes Quintão– Acadêmico em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice –UNIVÉRTIX.

Leandro Silva Araújo– Graduado em Medicina Veterinária pela UFV e Mestre na UFV. Professor do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice–UNIVÉRTIX.

[email protected] RESUMO A mastite, descrita como processo inflamatório das glândulas mamárias, é considerada uma das principais causas de perdas na pecuária de leite do Brasil, devido à queda na produtividade, gastos em tratamento e redução na qualidade do leite. Pode apresentar-se nas formas clínicas e subclínicas, sendo a última de difícil identificação devido à falta de sinais clínicos. Dez principais agentes são relacionados à etiologia da doença, entre eles destacam-se os Streptococcus sp., Staphylococcus sp, e as enterobacteriáceas, que são isolados com frequência de animais diagnosticados positivos. Este trabalho avaliou 673 animais, de 23 propriedades da região e Matipó, para diagnóstico qualitativo de mastites subclínicas através do California Mastits Test (CMT), foi identificado em todas as propriedades avaliadas no entanto existive uma grande variação na quantidade dos animais afetados, valores estes que oscilou de 16 a 77% de animais positivos nas propriedades estudadas. INTRODUÇÃO

O Brasil é o 5° maior produtor de leite no mundo, visto que, sua taxa de

crescimento anual é de 4%, superior a de todos os países que ocupam os primeiros

lugares (FAO, 2010). O leite está entre os seis primeiros produtos mais importantes

da agropecuária brasileira. A produção brasileira de leite é responsável por 6,7

bilhões de reais dentre o total do PIB brasileiro (BARBOSA et al., 2010).

A região Sudeste é a maior produtora de leite no Brasil, em Minas Gerais são

produzidos 30% da média nacional. É importante ressaltar que no Triângulo Mineiro

por possuir tecnologias mais avançadas do que as outras regiões mineiras é

principal região produtora do estado, seguida pelas regiões do Sul e Sudoeste

mineiro, e Zona da Mata (IBGE, 2012).

Dentre as doenças que acometem o rebanho leiteiro e comprometem a

qualidade do leite e ocasiona prejuízo ao produtor, a mastite ocupa lugar de

destaque, por possuir grande importância econômica como também riscos para a

saúde pública. Apesar de ser a doença mais importante em termos econômicos para

a indústria leiteira, é difícil ser controlada. Esta doença pode ser classificada em

forma de apresentação sendo ambiental ou infecciosa (COSTA et al., 1999). Os

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prejuízos atribuídos às formas clínicas e subclínicas produzem diminuição na

produção de 30 a 70%. Além disso, há gastos com medicamentos e assistência

veterinária, gasto também com leite contaminado após o tratamento, e nos

descartes do rebanho (COSER et al., 2012).

A identificação dos animais com mastites subclínica na região, permitirá um

tratamento adequado do rebanho local, podendo reduzir os prejuízos para os

produtores. Este trabalho tem como objetivo identificar os animais com mastites

subclínicas com fins de maximizar a qualidade do leite produzido mostrando para os

produtores quais animais estão com esta afecção para possível descarte ou

tratamento.

FUNDAMENTAÇÃOTEÓRICA

A etiologia da mastite pode ser traumática, alérgica, metabólica, mas

destacando os agentes infecciosos, ou seja, as bactérias. Existem fatores que

dificultam a erradicação e o controle da mastite, tais como, mecanismos de

resistência dos microrganismos e comumente associados às práticas erradas, com

objetivos de acabar com a mastite. Os protocolos de tratamento realmente não

funcionam, já que cada propriedade pode ser acometida por um agente etiológico

diferente, que varia de acordo com o manejo do gado. Uma prática que também é

utilizada e que favorece a resistência dos microrganismos é a realização parcial do

tratamento, ou seja, não realiza todos os procedimentos necessários para que todos

agentes presentes naquele foco sejam eliminados (FREITAS et al., 2005).

A palavra Mastite do latim (mammae), do grego (mastos), com o sufixo (ite) se

denomina pelo processo inflamatório das glândulas mamarias (COSTA, 1991;

RADOSTITS et al., 2002). A mastite se apresenta de duas formas, clínica e

subclínica. A forma clínica é fácil de diagnosticar com sinais evidentes como:

glândula mamária inflamada, dores nos quartos, não deixa realizar a ordenha e pode

apresentar também sangue no leite com presença de pus, flocos se caracterizando

com alterações na composição físico-químico do leite (RADOSTITS et al., 2002).

Na mastite subclínica, geralmente de forma crônica destrói o tecido tirando a

capacidade funcional do órgão, sabe-se então que os prejuízos da mastite subclínica

são bem maiores do que as mastites que apresentam de forma clínica, pois há uma

contínua agressão dos microrganismos sobre o epitélio secretor (COSTA et al.,

1999). A maior perda econômica acometida da mastite subclínica bovina é o

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decréscimo na qualidade e quantidade de leite produzido, levando também a perdas

secundarias como o descarte do animal, aquisição de auxílio técnico do médico

veterinário, aquisição de drogas medicamentosas e entre outros gastos com o

manejo (COSTA et al., 1999). Por isso, deve-se ressaltar a viabilidade de

custo/benefício no controle da mastite subclínica, uma vez que a prevenção para

essa enfermidade demonstra economicamente viável com relação aos prejuízos que

ela acarreta (FREITAS et al., 2005).

A mastite subclínica é uma enfermidade comum em propriedades que

apresentam falhas no manejo de ordenha. Outro fator importante no controle da

mastite subclínica é a higiene do local, do ordenhador (COSTA et al., 1998) e a

higienização dos tetos e úberes dos animais durante e após a ordenha (OLIVEIRA et

al., 2011).

Com relação a comparação de prejuízos entre mastite clínica e mastite

subclínica, destaca-se que a mastite subclínica pois sua identificação necessita de

algumas técnicas como CMT (Califórnia Mastitis Test) para o diagnóstico, ou CCS

(Contagem de Células Somáticas) e não somente a visualização de grumos no leite

como é realizado na mastite clínica (ESSLEMONT & KOSSAIBATI, 2002).

Estudos mostram que a redução na produção total de leite devido a mastite

subclínica possui um índice altíssimo, afetando 84% dos animais (Du Preez &

Giesecke,1994). Costa et al., (1999), fez estudo em 34 propriedades em Minas

Gerais e teve um índice de mastite subclínica menor de 46,10%. Já Bueno et al.,

(2002), encontrou um índice de mastite subclínica de 63,68%, através do método de

CCS e CMT.

A etiologia da mastite infecciosa que a transmissão se é de um animal para o

outro ou através de algum fômites como teteiras, mãos ou ambiental, que é

acometido nos intervalos da ordenha (ESSLEMONT & KOSSAIBATI, 2002).

A mastite infecciosa tem pouca incidência em casos clínicos e alta incidência

de casos subclínicos e são geralmente infecções de longa prazo “crônica”. Seu

principal meio de transmissão é durante a ordenha, por alguns microrganismos

naturais da microbiota dos tetos e das glândulas mamárias, conhecidas como “vacas

dependentes” (COSTA et al., 1998; SVILAND & WAAGE, 2002). Geralmente é

cometidos por S. areus, S.agalactiae, Corynebacteriumbovis, S.dysgalactiae,

Mycoplasmasp. (COSTA et al., 1998).

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Costa et al., (1998) nos refere em 150 espécies de microrganismos

causadores da mastite bovina no entanto destaca-se 10 principais agente etiológicos

Streptococcus agalactiae, Streptococcus dysgalactiae, Staphylococcu ssp, S.

aureus, Corynebacterium bovis, Streptococcus uberise e outros estreptococos. Um

dos microrganismos mais comuns e isolados em trabalhos é o Staphylococcus

aureus, sendo considerado o principal patógeno que causa a mastite e trazendo ao

produtor maior importância econômica (FONTANA et al., 2010), causando infecções

de longa duração e baixa taxa de cura (OLIVER, GILLESPIE, HEADRICK, 2004).

A alta frequência de S. aureus se dá devido a sua localização na pele, úbere

e nos tetos, facilitando sua infecção e transmissão (ZANETTE et al., 2010). Por isso,

é necessário tomar algumas medidas de controle como: manter o ambiente de

descanso do gado limpo, a fim de manter úberes e tetos limpos e secos no momento

da ordenha e desligar a bomba de vácuo da ordenha antes da remoção da teteira

(SAEKI et al., 2011).

O tratamento antimicrobiano é a ferramenta utilizada no controle da mastite

causada por Staphylococcus aureus (MORONI et al., 2006). O tratamento mais

efetivo quando o animal está infectado é a infusão de antibiótico no final da lactação

para período seco (SHEPHARD et al., 2000). Porém, a cura de animais infectados

por S. aureus pode apresentar taxas muito baixas (ZAFALON et al., 2007).

A identificação dos animais com mastites subclínica na região, permitirá um

tratamento adequado do rebanho local, podendo reduzir os prejuízos para os

produtores. Este trabalho tem como objetivo identificar os animais com mastites

subclínicas com fins de maximizar a qualidade do leite produzido mostrando para os

produtores quais animais estão com esta afecção para possível descarte ou

tratamento.

METODOLOGIA

Amostra

O projeto atuou em todas as pequenas propriedades de gado de leite do

município de Matipó/MG, que eram cadastradas na Secretaria Municipal de

Agricultura e desejaram participar. Os produtores que concordaram participaram de

uma palestra de conscientização, onde foram apresentadas as principais etapas,

metodologia e vantagens do projeto.

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O proprietário ou responsável pela propriedade cadastrada foi contatado e

apresentado o Termo de Consentimento e Livre Esclarecido do projeto, somente

após a assinatura do termo a propriedade passou a fazer parte do projeto.

Exames e coleta das amostras dos animais

Cada propriedade teve uma ficha de acompanhamento durante todo

experimento, na qual foram registrados todos os resultados.

California mastite test - cmt

Os primeiros jatos de leite de cada quarto, de cada animal, foram

descartados, com posterior higienização dos tetos. Após a desinfecção, foram

coletados 02 mL de leite de cada quarto, que foi misturado com 02 mL reagente do

CMT, após agitação em até 30 segundos o resultado foi interpretado da seguinte

forma: 0) resultado negativo, quando a amostra fluida e normal; +) fraco positivo,

quando apresentar leve precipitação sem formação de gel; ++) médio positivo,

solução engrossada com formação de gel; +++) solução altamente viscosa com

formação de gel com adesão ao recipiente. Estes escores de avaliação resultou no

quadro de mastite subclínica de cada animal da propriedade revelando ao produtor

qual o perfil de seu rebanho.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram analisados 673 animais, totalizando 2.692 quartos mamários, dos quais,

alguns já se apresentavam afuncionais devido à mastite. Do total de animais, 356

(52,9%) reagiram positivamente no teste para mastite subclínica, o California Mastitis

Test (CMT), variando de 16% a 77% de animais positivos, como pode ser visto na

Figura 1. Resultados semelhantes foram encontrados em outros estudos em Minas

Gerais, como constatado por Freitas et al., (2005), que ao analisar 256 animais

verificaram a presença de mastite subclínica em 57,1% deles, e Martins et al.,

(2010), que encontraram 65% de positividade. Diferente dos demais, em estudos no

estado do Pará, foram analisados 233 animais e constatado 6,6% de mastite

subclínica (OLIVEIRA et al., 2011). Esta variação pode ser explicada devido às

diferenças no manejo predominante nestas regiões, uma vez que o tipo de criação

intensiva praticada no Sudeste facilita a disseminação de agentes entre os animais

(OLIVEIRA et al., 2011).

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Figura 1: Correlação de animais positivos ao teste de CMT por propriedade

CONCLUSÃO

Os resultados encontrados neste estudo demonstram que a mastite é um

grande problema na região foco do estudo. Entre os produtores de leite, 100% das

propriedades avaliadas apresentaram casos de mastite subclínica, algumas

ultrapassando 70% de animais positivos.

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RODOSTITS, O. M., BLOOD D.C. & GAY, C.C. Clínica Veterinária: Um tratado de doenças dos bovinos, ovinos, suínos, caprinos e equinos. 9 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. p. 1737, 2002. SAEKI, E. K.; PEIXOTO, E. C. T. M.; MATSUMOTO, L. S. MARCUSSO, P. F.; MONTEIRO, R. M. Mastite bovina por staphylococcus aureus: Sencibilidade as drogas antimicrobianas e ao extrato alcoólico de própolis. Acta Veterinária Brasilica, v. 5, n. 3, p. 284-290, 2011. SHEPHARD, D.W.; MALMO, J.; PFEIFFER, D.U. A clinical trial to evaluate the effectiveness of antibiotic treatment of lactating cows with high somatic cell counts in their milk. Austr. Vet. J., v. 78, p. 763-768. 2000. SVILAND, S.; WAAGE, S. Clinical bovine mastitis in Norway.Preventive Veterinary Medicine, v. 54, p. 65-78.2002. ZAFALON L. F.; FILHO N. A.; OLIVEIRA J. V; RESENDE F. D. Mastite subclínica causada por Staphilococcus aureus: custo-beneficio da antibibioticoterapia de vacas em lactação. Arq.Bras. Med. Vet. Zootec., v. 3, p. 577-58, 2007. ZANETTE E., SCAPIN D. & ROSSI E. M. Sucetibilidade antimicrobiana de Staphylococcus aureus isolados de amostras de leite de bovino com suspeita de mastite. Unoesc & Ciência– ACBS. n. 1, v. 1, p. 65-70. 2010.

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AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA REPRODUTIVA DE REPRODUTORES DE ALTO VALOR GENÉTICO CRIADOS EM UMA GRANJA DE SUÍNOS NO INTERIOR DE

MINAS GERAIS

Rafael Custodio Machado- Acadêmico do Curso de Medicina Veterinária. Bolsista PIBIC – FAPEMIG. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX

Bruna Waddington Freitas- Medica Veterinária e Doutora pela UFV, professora da Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX e UNIVIÇOSA.

Vívian Rachel Mendes – Medica Veterinária pela UFES, Doutoranda em Ciência Animal pela UFV – Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

Renata Aparecida Fontes-Farmacêutica e Mestre pela UFOP, Professora da Faculdade Vértice –UNIVÉRTIX.

Alberto Yukio Chaya - Médico Veterinário e Doutor pela UFV. Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

RESUMO

A Suinocultura é um setor que contribui fortemente para o desenvolvimento da economia do país, inúmeros fatores favorecem o crescimento da suinocultura brasileira. E um dos fatores que irá proporcionar o sucesso técnico e econômico de uma granja de suínos e o reprodutor. Absolutamente, grande parte deste sucesso depende do nível genético dos reprodutores selecionados. Os reprodutores são animais de grande valor na suinocultura industrial. Primeiramente, por representarem 50% do material genético do plantel de uma granja, a seleção dos reprodutores deve ser baseada principalmente em fatores como: genealogia, conformação anatômica, desempenho reprodutivo e progênie. Este trabalho teve como objetivo avaliar 5 reprodutores saudáveis de linhagem comercial de uma granja localizada na zona da mata, no interior do estado de Minas Gerais. Todos os animais foram submetidos ao exame andrológico, o que pode observar neste estudo foi a diferença de tamanho entre os testículos de cada reprodutor, tanto no seu comprimento como na sua largura. Apesar de existir esta diferença na sua mensuração testicular não houve interferência na quantidade e na qualidade do sêmen, já dos resultados obtidos para características de ejaculado entre os reprodutores não se mostraram diferentes.

PALAVRAS – CHAVE: Desempenho reprodutivo, exame andrológico, reprodutores,

suíno.

INTRODUÇÃO

A Suinocultura é um setor que contribui fortemente para valorizar a economia

do país, este ramo do agronegócio gera cerca de 730 mil empregos diretos e

contribui com renda para mais de 2,7 milhões de pessoas. Nos últimos anos, o país

está aumentando sua participação no mercado internacional devido ao seu alto

índice de competitividade, e se encontrar como o quarto exportador e produtor de

carne suína do mundo (USDA, 2013).

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Inúmeros fatores favorecem o crescimento da suinocultura brasileira. E um

dos fatores que irá proporcionar o sucesso técnico e econômico de uma granja de

suínos é a decisão de escolher quais animais ideais para formar o plantel de uma

granja. Absolutamente, grande parte deste sucesso depende do nível genético dos

reprodutores selecionados (FÁVERO e IRGANG, 1997).

Os reprodutores são animais de grande valor na suinocultura industrial.

Primeiramente, por representarem 50% do material genético do plantel de uma

granja. Outra importância, pelo fato de servirem 20 fêmeas na monta natural,

aproximadamente. Além, de serem a escolha do material genético disponível para a

produção de leitões, pois esta neles as qualidades naturais desejadas (FÁVERO e

IRGANG, 1997; GAGGINI, MURGAS e ZANGERONIMO, 2008). Por esta razão,

cuidados especiais devem ser adotados por ocasião da aquisição destes animais

(GAGGINI, MURGAS e ZANGERONIMO, 2008).

A seleção dos reprodutores deve ser baseada principalmente em fatores

como: genealogia, conformação anatômica, desempenho reprodutivo e progênie.

Devem possuir também tamanho adequado dos testículos e epidídimos, integridade

da pele, prepúcio sem secreções e com mucosa integra, pênis sem lesões,

aderências e malformações (GAGGINI, MURGAS e ZANGERONIMO, 2008).

Diante deste fato, objetiva-se com este estudo avaliar o comportamento

sexual, o exame físico e a análise seminal de reprodutores de alto potencial genético

criados em uma granja de suínos no interior de Minas Gerais. E correlacionar estes

reprodutores quanto ao número de leitões nascidos totais, número de leitões

nascidos vivos, número de leitões natimortos e número de leitões mumificados

utilizados no manejo reprodutivo da mesma.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Os suínos destinados à reprodução iniciam a vida reprodutiva a partir dos 200

a 220 dias de idade, em torno dos sete a oito meses. Portanto, antes desse período

caracteriza-se a fase pré-púbere. A entrada em serviço dos reprodutores jovens é

determinada basicamente em função das características associadas aos processos

de puberdade, maturidade sexual, desempenho sexual e reprodutivo

(OBERLENDER et al., 2010).

A utilização máxima do reprodutor ocorre quando este apresenta um alto e

constante desempenho reprodutivo, após ser previamente selecionado e classificado

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como sendo satisfatório o seu comportamento sexual, habilidade de monta, libido,

características sexuais e reprodutivas desejáveis e principalmente pela produção de

um ejaculado capaz de determinar boas taxas de fertilização e prenhez das

matrizes. Os parâmetros antes citados são influenciados pelos hormônios

reprodutivos (FERREIRA et al., 2005).

A suinocultura moderna e tecnificada utiliza a inseminação artificial (IA) como

componente do manejo reprodutivo. A necessidade de atender às demandas do

mercado consumidor no que diz respeito à qualidade da carne e ao teor de gordura

na carcaça foi a principal responsável pelo progresso genético nesta área

(GIACOMELI, KOZICKI e CARVALHO, 2010).

Na atualidade, esta técnica é praticada em todo o mundo. No Brasil, a

inseminação artificial teve uma grande expansão a partir de 1970 tomou um grande

impulso, por constituir um método de reprodução de grande eficiência econômica

(OBERLENDER, MURGAS e MESQUITA, 2008).

Feita avaliação da fertilidade e a observação do comportamento reprodutivo,

pode-se aumentar gradativamente o número de coberturas. Não é aconselhável que

o cachaço realize coberturas mais de uma vez por dia. Machos com idade de 8 a 12

meses podem ser utilizados 1 vez por semana ou 3 vezes a cada 2 semanas e

adultos podem ser coletados 2 vezes por semana. Sempre considerar intervalos

regulares entre as coberturas. A utilização intensa do cachaço mesmo que em

curtos períodos de tempo diminui sua capacidade sexual (TONIOLLI, 2010).

O exame andrológico é um conjunto de avaliações que devem ser realizadas

a seguinte sequência: identificação do animal, realização de exames clínicos,

espermograma, avaliação de características morfológicas dos espermatozoides e

exames complementares (GAGGINI, 2008).

O exame andrológico auxilia na identificação de machos superiores e deve

ser realizado por especialistas com sólidos conhecimentos. Em vista disto a

submissão dos reprodutores aos exames de aptidão reprodutiva torna-se

fundamental para aumentar da criação de suínos (FONSECA, 2009).

Também é necessário que se realize uma avaliação do comportamento

sexual e índole do reprodutor, através da verificação da libido e da execução das

fases da cópula. As fases da cópula têm de ser avaliadas separadamente

(excitação, aproximação, ereção, protusão, monta, introdução, propulsão e

ejaculação, descida e fim do ato de monta (GAGGINI, 2008).

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O espermograma consiste na avaliação do sêmen por diversos processos,

iniciando pela coleta do mesmo e então se avaliando as características físicas do

ejaculado: volume do sêmen; aspecto do sêmen (avaliação de cor e aparência) é

ideal que não haja presença de urina no sêmen colhido (coloração amarelada e

aspecto líquido); motilidade dos espermatozoides; vigor dos espermatozoides;

concentração dos espermatozoides (GAGGINI, 2008).

A avaliação de características morfológicas dos espermatozoides acontece

através do uso de técnicas, como esfregaços corados ou preparação úmida, deve-se

observar a quantidade de anormalidades nos espermatozoides e então estimar o

número de espermatozoides viáveis no ejaculado (GAGGINI, 2008).

MATERIAL E MÉTODOS

Local e animais

O trabalho foi realizado no período de julho/2014 a dezembro/2014, em uma

granja multiplicadora de suínos, localizada no município de Matipó, na Zona da

Mata, interior do estado de Minas Gerais. Foram utilizados 5 machos reprodutores

suínos saudáveis de linhagem comercial, aptos à reprodução, de diferentes idades

com, no máximo, cinco anos e mínimo de 2 anos. Estes reprodutores foram alojados

em piquetes (3x4m), sendo alimentados por sistema de alimentação manual (2x/dia)

de 2kg/dia de ração balanceada para gestação contendo 15% de proteína e água a

vontade em bebedouros tipo canaleta.

Coleta de sêmen e avaliação

Todos os machos foram submetidos ao exame andrológico e teste de libido

adaptado a suínos. E todos foram submetidos à avaliação do comportamento sexual

a campo.

Os reprodutores selecionados não estavam em repouso sexual, sendo todos

utilizados semanalmente para inseminação artificial. Após contenção individual, os

machos foram submetidos à biometria testicular com auxílio de um paquímetro para

a medição do comprimento e largura escrotal.

Foram obtidos para análise de sêmen, 10 ejaculados de cinco cachaços, com

um total de 50 ejaculados. Para a coleta de sêmen, será utilizada a técnica da mão

enluvada (Hancoch e Hovell, 1959) no período de manhã, período de temperatura

amena, com o intuito de evitar o estresse nos animais. Os ejaculados foram

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coletados em copos de plásticos descartáveis com volume de 700 mL, estéreis,

previamente aquecidos a 38° C, com duas camadas de gazes fixadas na abertura do

copo (evitar a fração gelatinosa do sêmen) e protegidos em garrafa térmica.

Imediatamente após as coletas, as características gerais do ejaculado foram

analisadas para o aspecto (Asp) do sêmen, designado na escala de 1-4, sendo

1=aquoso; 2=opalescente; 3=leitoso; e 4=cremoso; o volume total de cada ejaculado

(V) e a fração gelatinosa do ejaculado (VGel) foram avaliados. Para as análises

físicas do sêmen, uma gota de sêmen (10 µL) foi depositada entre uma lamina e

uma lamínula, previamente aquecida a 38° C e examinada na objetiva de 40x em

microscópio de contraste de fase: a motilidade espermática (Mot, %) e o vigor

espermático (Vig, 0-5) foram analisados (CBRA, 1998).

Mensuração testicular

Comprimento testicular (C) e largura testicular (L) foram medidos

mensalmente. Para o cálculo do volume testicular (VT), a fórmula de cilindro foi

usada como Fields et al., (1979): V = 2 [(r2) x π x h], sendo r = raio calculado da

largura (L/2); π = 3,14159; e h = comprimento. Os testículos foram classificados

como: comprido, moderado, ou comprido ovalado; se os testículos foram

classificados como ovalado, a fórmula V = 4/3 [(π) x (C/2) x (L/2)2] foi usada, para C

= comprimento do testículo e L = largura do testículo, de acordo com Bailey et al.,

(1998).

Para determinar o formato testicular, o raio entre a largura e o comprimento

será calculado como o valor médio dos dois testículos medidos. Cinco diferentes

formatos são definidos de acordo com Bailey et al., (1996): raio menor do que ou

igual a 0,5 = testículo comprido; raio entre 0,51 e 0,625 = testículo moderado; raio

entre 0,625 e 0,75 = testículo ovalado; raio entre 0,751 e 0,875 = testículo esférico-

ovalado; e raio maior do que 0,875 = testículo esférico.

Comportamento sexual

As características de comportamento sexual, prelúdio e a duração da coleta

de sêmen foram analisadas através de um tempo de 30 minutos durante o prelúdio.

Os sinais fisiológicos avaliados de comportamento sexual incluem: contato

nasonasal ou genital, emissão de saliva, urina, a exposição do pênis, flanco de

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estímulo, comportamento ingestivo, morder o manequim e o número de montas

falsas.

Correlação exame andrológico x Número de leitões nascidos/Matriz

inseminada

Foi correlacionada para cada reprodutor os resultados do exame andrológico

com o número de leitões nascidos totais, o número de leitões nascidos vivos,

número de leitões nascidos natimortos, leitões nascidos mumificados e o número de

matriz que repetiram o cio no dia 21, 45 e 60 pós-inseminação artificial.

Análise estatística

Os dados foram analisados descritivamente utilizando o software estatístico R

versão 2.12.2 (R DEVELOPMENT TEAM, 2011). Teste de pressuposição (teste de

normalidade e teste de homogeneidade de variância); os dados foram submetidos à

análise de variância (ANOVA) e as médias foram comparadas pelo teste F a 5% ou

pelo teste de Tukey a 5%. As correlações entre as características foram realizadas

através da função cor do pacote “stats” do programa R (R DEVELOPMENT TEAM,

2011).

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados obtidos para características dos ejaculados entre os

reprodutores não se mostraram diferentes (TABELA 1). Para estes também não

houveram diferenças significativas para número de leitões nascidos totais (LNT),

número de leitões nascidos vivos (LNV), número de leitões natimortos (LN), número

de leitões mumificados (LM) e para número de fêmeas que repetiram o estro (RE)

(TABELA 1).

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Tabela 1. Resultados das características reprodutivas de machos suinos de alto valor genético.

Reprodutores 871 1322 10355 873

Características

LNT 13,3a 12,4a 12,8a 13,3a

LNV 12,4a 11,4a 11,6a 11,75a

LN(%) 4,83a 5,16a 6,25a 6,76a

LM(%) 1,61a 2,9a 3,125a 4,88a

RE(%) 6,66a 0a 0a 4,76a

Tempo p montar (min) 4 9 5 10

Tempo de ejaculado (min) 8 6 5 5

Volume do ejaculado (mL) 250 240 450 200

Peso do gel (g) 40 60 80 40

Motilidade (%) 80 85 90 80

Vigor (0-5) 3,5 4 4,5 4

Teste de libido (0-10) 8 8 8 7

Comprimento testicular direito

(mm)

174,6 161,9 188 192,6

Comprimento testicular esquerdo

(mm)

192,9 179,3 193,1 201

Largura testicular direito (mm) 63 80,2 98,3 82,4

Largura testicular esquerdo (mm) 69,25 87,3 98,3 91

Temperatura Ambiental (° C) 28 24,5 24,5 23,5

a : p>0,05 pelo teste R.

Desta forma, os resultados deste trabalho corroboram com Oliveira (2009), o

qual considera a fertilidade do macho nos programas de reprodução com uma

importância maior se comparado com a fêmea isoladamente. Isto se deve

principalmente pelo fato de o macho poder se acasalar com um número maior de

fêmeas, tanto no sistema de monta natural como na inseminação artificial.

Viana (2004) observou que o reprodutor influencia diretamente no número de

leitões nascidos totais (LNT), número de leitões nascidos vivos (LNV), número de

leitões natimortos (LN) e número de leitões mumificados (LM). Diferentemente

encontrado nos resultados do presente trabalho (TABELA 1).

Segundo LISBOA (2009), a seleção de machos suínos em uma granja

suinícola deve ser criteriosa, principalmente em função das características

reprodutivas, pois estes contribuem diretamente com a alta produtividade. Fato

diariamente visto em grande parte das granjas brasileiras já que os reprodutores são

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adquiridos de empresas comerciais especializadas em melhoramento genético para

tais características pesquisadas no presente experimento.

De acordo com a estatística, para os p-valores encontrados nos machos, não

se permitiu correlacionar, para cada reprodutor, os resultados do exame andrológico

com o número de leitões nascidos totais, o número de leitões nascidos vivos,

número de leitões nascidos natimortos, leitões nascidos mumificados e o número de

matriz que repetiram o estro.

A realização dos exames andrológicos possibilita ao técnico julgar quais

reprodutores estarão aptos a reprodução comparando-os de acordo com seus

desempenhos reprodutivos. Com esta técnica, permite às granjas boas taxas de

produtividade. Desta forma, Garcia e Barbosa (1994) observaram que todos os

sinais fisiológicos dos reprodutores, tais como: contato nasonasal ou genital, urina

durante prelúdio, exposição do pênis antes da coleta, estímulo ao flanco,

mastigação/salivação, tentativas de montas no manequim são importantes para se

julgar quais destes animais serão vendidos ao mercado. Assegurando-se desta

maneira, a abertura comercial e o preenchimento nas granjas de um ótimo

reprodutor. E isto foi observado neste experimento. Todos os animais apresentaram

ótima libido.

O presente trabalho também corrobora com Toniolli (2010), o qual se

recomenda a coleta de sêmen pelo método de mão enluvada, diluição em meio BTS

(BELTSVILLE THAWING SOLUTIUN), homogeneização e fracionamento em frascos

plásticos, em volume de 100mL, com aproximadamente 4 bilhões de

espermatozoides, para se obter ótimo número de leitões nascidos e de se haver um

baixo número de fêmeas que repetem o estro.

Para todos outros valores dos reprodutores como: qualidade/quantidade do

sêmen, tempo de ejaculado, volume do ejaculado, peso do gel, motilidade, vigor,

teste de libido, comprimento e largura testicular não foram analisadas

estatisticamente, devido ao baixo número de repetições realizadas no experimento.

Assim como a temperatura ambiental no horário das coletas.

Porém, o que se pôde, superficialmente, observar neste estudo foi à diferença

de tamanho entre os testículos de cada reprodutor, tanto no seu comprimento como

em sua largura. Isto demonstra que apesar de existir esta diferença na mensuração

testicular, não houve interferência na quantidade e na qualidade do sêmen.

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Assumpção et al., (2013), obtiveram resultados semelhantes em um estudo com

bovinos da raça nelore.

Gaggini et al., (2008) demonstraram que a quantidade e a qualidade de

sêmen esta relacionada com a fertilidade e com o tamanho da leitegada. Apesar das

repetições neste trabalho, os reprodutores não foram um fator de influência no

número de leitões totais.

De acordo com Donin et al., (2007), o calor e a temperatura ambiente elevada

podem resultar em estresse crônico se acompanhados por uma ampla flutuação da

temperatura, o que pode comprometer diretamente a libido, a qualidade seminal e a

fertilidade dos machos. Devido ao baixo número de repetições neste trabalho. Não

se pôde concluir estatisticamente, se a temperatura ambiental afeta os parâmetros

reprodutivos dos reprodutores. Nota-se neste trabalho também, que houve

diferenças de temperatura e climáticas durante as coletas dos dados, porém não

foram suficientes para afetar o número de leitões nascidos.

CONCLUSÃO

A eficiência reprodutiva de reprodutores de alto valor genético criados em

uma granja de suínos no interior de Minas Gerais está de acordo com o que

propõem as empresas comerciais que os vende. Animais com excelente eficiência

reprodutiva.

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PRINCIPAIS AFECÇÕES ODONTOLOGICAS EM EQUINOS REFERENCIADOS AO HOSPITAL ESCOLA VETERINARIO GARDINGO LTDA

Altamir Pedro de Oliveira Neto, Luana Calil de Oliveira, Marcos Augusto de

Azevedo Junior, Guilherme Henrique Soares Lopez – Acadêmicos do Curso de Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

Priscila Fantini – Medica Veterinária pela UFMG. Doutora em Ciência animal pela UFMG. Professora da Faculdade Alis.

Bruno Santos Andrade – Médico Veterinário pela UFMG. Mestre em Clínica e Cirurgia de animais pela UFMG. Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

RESUMO As afecções odontológicas estão entre os principais problemas encontrados em equinos, consequentemente se associam a perda de peso, dificuldade para deglutir e redução do desempenho podendo até mesmo levá-los a morte. Sendo assim este trabalho tem por objetivo realizar um levantamento sobre as principais afecções odontológicas que acometem os equinos encaminhados por diferentes razões ao Hospital Escola Veterinário Gardingo LTDA. Foram analisados seis equideos entre os meses de fevereiro a abril do ano 2016, animais estes de ambos os sexos e idades diferentes. Todos os animais analisados apresentaram alguma afecção odontológica, tais como: Pontas de esmalte dentário, dente de lobo, fratura, doença periodontal, doença periapical e diastemas. Tendo em vista os resultados obtidos, conclui-se que um exame periódico da cavidade oral dos equinos por um médico veterinário é de grande valor, para diagnosticar e tratar tais afecções. PALAVRAS-CHAVES: Afecções odontológicas; equino; odontologia.

INTRODUÇÃO

O Brasil possui a quarta maior população de equinos no mundo, animais

estes usados para lazer, trabalho ou em competições esportivas (GUERRA JUNIOR,

2010). A saúde bucal é essencial para estabelecer e manter a higidez dos animais,

propiciando-os, bem estar e melhora na fisiologia mastigatória (CUNNINGHAM &

KLEIN, 2008).

A mecânica bucal tem a finalidade de reduzir o tamanho das partículas

apreendidas pelos lábios e dentes, umedece-las e pré digeri-las, para melhor

digestão gástrica e intestinal (THOMASSIAN, 2005). Contudo somente uma

pequena parte da população equina passa por uma avaliação odontológica

periodica. A outra parcela da população, é negligenciada devido a falta de

informação, limitações econômicas, e indisponibilidade de profissionais

especializados em realizar o serviço (ROSCOE, 2007).

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Nos animais afetados por afecções dentárias, podem surgir dificuldade na

apreensão e deglutição dos alimentos, emagrecimento e queda na performance que

pode ser vista principalmente nos animais de alto desempenho, tornando-se

imprescindível a presença do médico veterinário na execução de exames periódicos,

diagnóstico, monitoramento odontológico e tratamento clínico ou cirúrgico adequado,

que resultará em um equino saudável, com melhor desempenho e maior vida útil

(BOTELHO et al., 2007).

O presente trabalho tem por objetivo realizar um levantamento sobre as

principais afecções odontológicas que acometem os equinos atendidos no Hospital

Escola Veterinário Gardingo LTDA, entre os meses de fevereiro a abril de 2016.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.

As características dentárias são diferentes em cada espécie havendo

particularidades inerentes à cada uma. Os equinos possuem alguns grupos de

dentes tais como incisivos, caninos, pré-molares e molares que são classificados

quanto à forma, tamanho e número, função e fisiologia. Sendo assim titulados de

difiodontes por possuírem uma dentição decídua, hipsodontes por possuírem os

dentes de coroas largas, anisognata por possuir a largura do arco dentário maxilar

30% maior que a largura do arco dentário mandibular, gnatostomatas por possuírem

a mandíbula móvel e ainda classificados como anelodontes, por terem dentes de

desenvolvimento limitado, mas de erupção contínua durante a vida (DIXON, 2002;

BAKE & EASLEY, 2005; EASLEY, 1996; LOWDER & MUELLER, 1998).

Os equinos realizam movimentos mastigatórios diferentes das demais

espécies. Sua mordida possui força no sentido transversal, que fortifica a sua

musculatura massetérica, como também faz movimentos caudo rostrais e laterais

que auxiliam em uma melhor trituração do alimento. Apesar do movimento vertical

não ser o predominante na mastigação dos equinos, ele o executa com maior

intensidade quando se encontra estabulado se alimentando de rações

industrializadas (DIXON, 2002).

Os alimentos concentrados e as forragens oferecidas ao animal agem de

maneira direta em seu ciclo mastigatório visto que o animal realiza diferentes

movimentos mastigatórios para cada tipo de alimento ingerido (PAIVA NETO, 2010).

O numero total dos dentes nos equinos é variável em função do sexo e idade

dos animais. Diante disso as fêmeas adultas possuem em sua totalidade 36 dentes,

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sendo que os machos adultos podem atingir de 40 a 44 dentes, podendo variar de

acordo com a presença dos caninos e dos dentes primeiros pré-molares (dentes de

lobo). Os equinos possuem três incisivos superiores denominados canto, médio e

pinça e três inferiores com a mesma denominação, possuindo também dois caninos

superiores e dois inferiores quando estão presentes, pois, em fêmeas geralmente

estes dentes não são observados. Três pré-molares superiores no entanto, quando

o primeiro pré-molar (dente de lobo) esta presente o animal fica com um total de

quatro pré-molares, possuindo também três molares superiores e três molares

inferiores (BACKER & EASLEY 2002; TOWNSEND, DIXON & BARAKZAI, 2008).

Os dentes incisivos totalizam 6 em cada arcada, sendo denominados canto,

médio e pinça. Estes dentes sofrem desgaste ao longo da vida revelando seu anel

central denominado copo ou marca, sendo que, os dentes da arcada superior são

mais largos e convexos, o incisivo do canto superior é mais largo que todos os

demais. Cada dente afunila-se uniformemente desde sua coroa até o seu ápice, a

parte apical destes dentes representa a raiz. Entretanto uma parte deste dente é

chamada de coroa de reserva. Esses dentes se inrompem mais ou menos na

mesma época e estão sobre total desgaste quando o animal atinge 5 anos de idade.

Os dentes incisivos formam um arco, que a princípio é convexo mas torna se

angular tornando se tangente para os dentes opostos (GETTY et al., 2007).

Os dentes caninos são geralmente ausentes nas fêmeas. O canino superior

encontrasse mais próximo dos incisivos do que dos pré molares criando assim um

espaço desigual estre esses dentes. O canino inferior e mais rostral ainda do que o

superior. Quando o animal fecha a boca raramente esses dentes entram em contato.

Este dente é simples, pontiagudo e relativamente pequeno. Tanto os caninos

superiores e inferiores são semelhantes em sua forma (GETTY et al., 2007).

O primeiro pré molar muitas vezes é ausente. Quando presente, é vestigial

sendo relativamente pequeno podendo também não vir a se irromper. Os demais

dentes pré molares e molares se assemelham muito em tamanho largura e

comprimento. São grandes, largos e de formato prismático com exceção do primeiro

e do último que apresenta três lados. Seu comprimento é de 8 cm antes de iniciar

seu desgaste. Os dentes inferiores são mais estreitos e retos diferenciando-se da

arcada superior, porém suas curvaturas são semelhantes. Já suas raízes,

encontram se direcionadas rostral e caudalmente (GETTY et al., 2007).

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Os dentes possuem uma grande importância nos equinos para que possam

triturar os alimento com eficiência, refletindo então a necessidade e a importância da

avaliação odontológica periódica desses animais. O principal ponto para se iniciar

um bom exame odontológico é efetuar uma anamnese completa. Após a anamnese

inspeciona se a parte externa e interna da cavidade oral do animal. A primeira

observação a ser feita é a avaliação da existência ou não de assimetria facial, que

pode ser um indicativo de alguma afecção. Em seguida deve-se examinar os lábios

e por fim realizar a inspeção interna avaliando mucosas e dentes (GIECHE, 2013;

GIECHE, 2007; EASLEY, 2008).

Principais afecções dentárias.

Segundo (JOHNSON & PORTER, 2006; TOWNSEND, DIXON & BARAKZAI,

2008), as afecções odontológicas mais frequentes encontradas em equinos são

pontas excessivas de esmalte dentário, ondas, degraus, fraturas ou erupção

defeituosa, diastemas, ganchos rostrais e caudais, rampas, cristas transversais

acentuadas e doença periodontal.

Os principais sinais clínicos de afecções dentarias são a dificuldade em

apreender, cortar e triturar o alimento. Muita das vezes, os sinais clínicos se

manifestam quando os problemas dentários estão em grau avançado, e com

prognostico desfavorável (JOHNSON & PORTER, 2006).

Ondas

As ondas são irregularidades em formato de ondas nas arcadas. Acredita-se

que a sua existência esteja ligada a diferente velocidade de erupção e desgaste dos

dentes, e são classificados como congênitas ou adquiridas. Essas ondulações

podem também ser encontradas na arcada oposta em resposta ao problema

primário. (DIXON et al., 1999; JOHNSON & PORTER, 2006). Com isso, alterações

na mecânica da boca fica comprometida, propiciando o aparecimento de afecções

dentárias secundárias. Torna-se imprescindível a correção dessas ondulações para

que os movimentos mastigatórios do animal voltem a exercer sua função com

eficácia. (JOHNSON & PORTER, 2006).

Degraus.

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Os degraus são resultados da variação de altura dos dentes opostos, como

consequência do crescimento excessivo ou defeituoso de um dente. Podem também

ser provenientes de fraturas ou extrações dentárias, permitindo assim o crescimento

exagerado do dente da arcada oposta por falta de contato e desgaste com o seu

opositor. Essa afecção compromete de forma intensa os movimentos mastigatórios

do animal e pode vir a lhe causar dor. (DIXON et al., 2000).

Diastemas.

Os diastemas são os intervalos encontrados entre dois dentes adjacentes

podendo ser encontrados entre os dentes incisivos, embora menos comum, e entre

os dentes pré-molares e molares. Eles são classificados como abertos ou fechados,

abertos que permitem o trânsito livre de alimentos e fechados quando o alimento

penetra e se aloja. Os dentes mais acometidos são os dentes mais caudais. Eles

ainda podem ser classificados como primários ou secundários congênitos ou

adquiridos. Eles também podem predispor a afecções odontológicas secundárias

como infecções periapicais e fistulas (OMURA, 2003).

Presença do primeiro pré molar.

O primeiro pré-molar é um dente vestigial nos equinos conhecido como dente de

lobo, podendo ter formas e tamanhos variáveis, ser uni ou bilateral e pode vir ou não

a irromper. Sua incidência é maior na maxila. Quando ele não se irrompe pode

causar muita dor quando em contato com freios e bridões (FERNANDES FILHO et

al., 2014).

Fraturas.

Os cavalos em geral adquirem fraturas de varias maneiras e formas como por

exemplo por meio de traumas externos, que podem ser causados por coices, brigas

entre eles ou pelo simples hábito de morder objetos inanimados, que acontece

devido a alguma deficiência de minerais, por stress, ou distúrbios comportamentais

(Dixon et al., 2006)

Pontas excessivas de esmalte dentário.

Considerada a afecção mais comum entre os equinos, as pontas excessivas

de esmalte dentário se dão devido ao desenvolvimento agudo dos dentes, contudo ,

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quando se tornam muito grandes , podem acabar acometendo tecidos como o

cemento e a dentina do dente oposto a ele. Esta afecção se desenvolve nas bordas

laterais da maxila e medial da mandíbula, vindo a causar lacerações na bochecha e

língua durante a mastigação, causando desconforto ao animal impedindo-o de

realizar seu ciclo mastigatório completo (DIXON et al., 2007).

Animais com dor podem vir a mastigar de forma unilateral, que pode causar

um posicionamento anormal da cabeça, uma má digestão de alimentos, um certo

desgaste do incisivo, e desenvolvendo assim uma superfície oclusa diagonal e uma

sobremordida. Em certos casos essa sobremordida se torna tão intensa que os

incisivos superiores acabam crescendo ate abaixo dos incisivos inferiores, gerando

um aprisionamento mecânico que acaba delimitando o desenvolvimento mandibular

(DIXON & DACRE, 2005). O raspado ou moagem das coroas é o procedimento mais

utilizado em medicina veterinária para o tratamento de pontas excessivas de esmalte

dentário, ele restaura a superfície oclusal dos dentes, mais deve ser feito de forma

cuidadosa pra não nivelar as superfícies oclusais dos arcos de lado a lado

(BRIGHAM & DUNCANSON, 2000).

Doença periodontal

O periodonto desempenha importantes funções na cavidade oral, visto que é

formado por estruturas como a gengiva que é responsável por proteção, osso

alveolar e ligamento periodontal que possui função de sustentação do dente. A

doença periodontal, acomete frequentemente pacientes geriatras. No entanto

também podem ser encontradas em animais jovens (PAULO, 2010). Esta afecção

ocorre por uma infecção, presença de alimento em diastemas (OMURA, 2003),

alimento compactado em locais de fraturas (DIXON et al., 2000), levando a

alterações no periodonto quadros estes que se progressivos levam a inflamação do

periodonto, caracterizando esta afecção (PAULO, 2010).

METODOLOGIA

Este trabalho foi realizado no Hospital Escola Veterinário Gardingo LTDA da

Faculdade Vértice - Univértix, entre os meses de fevereiro a abril de 2016. Seus

resultados foram analisados através de um estudo seccional (transversal) (FILHO &

ROUQUARYOL, 2014).

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Foram obedecidos alguns critérios para seleção dos animais internados no

Hospital Veterinário que consistiu na autorização do proprietário, utilização de

animais hemodinamicamente estáveis, após exame clinico geral que atestou a

segurança do procedimento de sedação, a realização de uma entrevista com o

proprietário, animais com idade superior a 2 anos, que não fossem portadores de

afecções cirúrgicas e não tivessem sido submetidos a procedimentos odontológicos

nos últimos 6 meses, eram de ambos os sexos.

Após a seleção dos animais aptos a serem submetidos ao exame

odontológico foi realizada uma anamnese que consistiu em um questionário com as

seguintes perguntas feitas ao proprietário: Se houve ou não alterações de manejo

alimentar nos últimos tempos, dieta atual do animal, frequência diária de

alimentação e oportunidades de acesso ao pasto pelo animal.

Os animais aptos a análise, foram contidos adequadamente com cabrestos em

troncos apropriados, e logo em seguida submetidos à sedação com Cloridrato de

Detomidina na dose de 0,01 mg/kg de peso vivo, para a colocação do abre boca,

analisando assim com lanterna e espelho odontológico toda a cavidade oral destes

animais. Os resultados obtidos foram analisados e separados de acordo com as

respostas coletadas nos questionários, realizados previamente.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na avaliação das afecções encontradas, observou-se algumas alterações em

comum entre todos os animais, como também algumas alterações distintas que

foram menos frequentes. A principal afecção encontrada foi a ponta excessiva de

esmalte dentário (fig.1), que estava presente em 100% dos animais avaliados

(TABELA 2). Dados que se assemelham aos resultados de Hole e Dixon (2008), que

demonstraram 100% dos animais com Pontas de esmalte dentários. No entanto

resultados diferentes foram constatados por Berbari Neto (2014), que revelou 83,9%

dos animais com pontas de esmalte dentários, e 96% em estudos realizados por

Rizzo et al., (2011).

O maior fator relacionado com a presença de pontas de esmalte dentário é a

domesticação e principalmente o confinamento dos equinos como também pode ser

visto na Tabela 1, visto que no sistema intensivo de criação ocorre drasticamente a

mudança alimentar destes animais quando comparado com os hábitos na natureza.

A utilização de alimentos concentrados tende a reduzir o volume de alimento

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ingerido e assim consequentemente reduz os movimentos mastigatórios, como

também estimula maiores movimentos verticais e não os laterais que são os que

desempenham a função de desgaste da mesa dentária corretamente (PAGLIOSA et

al., 2006).

FIGURA 1: Seta evidenciando pontas excessivas de Esmalte Dentário em todos os dentes pre molares e molares. Fonte: arquivo pessoal.

Tabela 1: Resultado das afecções odontológicas encontradas nos animais avaliados no Hospital

Veterinário Gardingo LTDA, de acordo com alimentação e o ambiente. (intensivo/Baia);

(Extensivo/Pasto; (semi-intensivo/Baia e piquete).

A presença do dente-de-lobo (fig.2) é uma característica genética hereditária

nos equinos, dente este que em seus ancestrais era conservado devido à

necessidade na trituração de alimentos grosseiros. Devido a evolução do modo de

alimentação e criação destes animais torna-se dispensável sua presença. (PAULO,

2010). No presente estudo foi constatado a presença em 16,66% (TABELA 2) dos

animais analisados. No entanto resultados mais relevantes foram encontrados por

Fern

and

es

Filho

et

al.,

(201

4),

ANIMAIS AFECÇÕES Tipo de Alimentação

Ambiente que Vive

1 Pontas; Dente de lobo

Capim; Ração Intensivo

2 Pontas Capim Extensivo 3 Pontas Capim Extensivo 4 Fratura; Pontas Capim; Ração Semi-intensivo 5 Ponta; Fratura em

slab; Doença periodontal; Doença peri apical; Diastema

Capim; Ração Semi-intensivo

6 Pontas Feno Intensivo

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que constatou a incidência de 57,4%, esta variação pode estar relacionada com o

número de animais em estudo, espécie e sexo. A presença deste dente conhecido

como dente de lobo (primeiro-pré-molar), nos equinos acarreta diversos problemas

principalmente os relacionados ao comportamento do animal quando são utilizados

instrumentos de comandos bucais como os bridões e freis, diante destes fatores o

tratamento recomendado é a extração.

FIGURA 2: Seta evidenciando dentes de lobo na cavidade oral de um equino. Fonte: arquivo pessoal.

Tabela 2: Alterações odontológicas identificadas e

expostas em porcentagem de acordo com cada patologia, em equinos atendidos em um Hospital Veterinário, no interior de Minas Gerais.

As fraturas (fig.3) são lesões que acometem os dentes e os tecidos moles. Os

dentes incisivos, geralmente são mais afetados por morderem em objetos como

réguas, cochos, feneiros ou por traumas (DIXON et al., 2006). As fraturas referidas

neste trabalho, totalizaram 33,33% (TABELA 2) dos animais analisados, com fratura

dos dentes incisivos e fratura em slab dos dentes 110 e 210 do equino 5 como visto

na Tabela 1. Resultados semelhantes foram encontrados por Farias et al., (2010),

que observou uma incidência em 30% dos animais em estudo. Resultados estes que

justificam-se de acordo com o manejo em que o animal é submetido, que podem

gerar distúrbios comportamentais como estereotipias e o hábito de morder madeira

por deficiência de minerais (VIEIRA, 2006).

Alterações Patológicas Odontológicas

Valores Absoluto de animais

Incidência em %

Pontas Excessivas de Esmalte Dentário

6 100

Fratura 2 33,33 Diastema 1 16,66

Doença Periodontal 1 16,66 Doença Periapical 1 16,66

Dente de Lobo 1 16,66

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FIGURA 3: Foto A demonstrando fratura no segundo incisivo; B representando o reparo e foto C representando a cerclagem. Fonte: arquivo pessoal.

A doença periodontal é toda lesão que acomete o periodonto, que é composto

por gengiva, que possui função de proteção, ligamento periodontal e o osso alveolar

desempenhando função de sustentação (PAULO, 2010). No presente trabalho

obteve um resulto de 16,66% de acometimento como apresentado na Tabela 2. No

entanto resultados diferentes foram encontrados por Paulo, (2010), que observou

uma incidência de 60% dos animais examinados. A doença periodontal é

basicamente de origem infecto-inflamatória progressiva e crônica, que acomete

geralmente animais mais velhos acima de 14 anos, afirmação que contradiz

resultados demonstrados neste trabalho, onde foi constatada esta patologia em

animais com idade média de nove anos. (PAULO, 2010).

As doenças periapicais (fig.4) são alterações que estão na região do ápice

dentário devido a infecção da polpa dental causada por trauma, caries (menos

comum em equinos), agentes irritantes como cistos e abscesso periapical.

(PAGLIOSA et al., 2004). Neste estudo observou-se que 16,66% (TABELA 2) dos

animais analisados foram positivos. Resultados diferentes foram constatados por

Rapp & Zoppa, (2010) que observou nos casos atendidos um valor de 26,66%. Nas

causas das doenças periapicais em equinos existem algumas ainda a serem

definidas, sendo uma doença de difícil tratamento em alguns casos por

complicações secundárias (PAGLIOSA et al., 2004).

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FIGURA 4: Seta evidenciando uma fistula causada por doença periapical. Fonte: arquivo pessoal.

Os espaçamentos existentes entre os dentes são denominados de diastemas

(fig.5), que podem ser de origem congênita ou adquirida. Os diastemas adquiridos

podem ocorrer principalmente por fraturas ou deslocamentos dentários. As formas

congênitas estão relacionadas com um distanciamento anormal das gemas

dentárias, ou até mesmo a própria ausência (Robert et al., 2010). Na pesquisa

realizada foi constatado a presença de diastema em 16,66% dos animais

avaliados(TABELA 2). Resultados semelhantes foram constatados por Berbari Neto

(2014), que observou 18% desta afecção nos animais avaliados. Dixon et al (2011)

também revela resultados semelhantes em seus animais pesquisados constatando

em 20 %. Os restos de alimentos que se alojam nesses espaços interdentários

decompõem-se, inflamando a gengiva e originando acumulações profundas de

material pútrido, favorecendo o crescimento de microrganismos anaeróbios,

formando um processo degenerativo e inflamatório crónico, que afeta drasticamente

o ligamento periodontal e posteriormente o osso alveolar, o qual acaba por sofrer

lise óssea, tornando o dente frágil e doloroso devido à doença periodontal avançada

nessa situação. (Collins & Dixon, 2005).

CONCLUSÃO

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Diante dos resultados expostos neste estudo, verificou-se que todos os

animais examinados apresentavam alguma alteração dentária, mesmo não

apresentando sinais clínicos evidentes de afecções dentárias. Sendo assim

indispensável o exame da cavidade oral dos equinos periodicamente pelos médicos

veterinários, pois são afecções que podem causar desconforto e assim reduzir o

desempenho do animal, seja este para trabalho, esporte ou lazer.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BACKER, G. J.; EASLEY, K. J. Odontologia Equina.Buenos Aires: Intermédica, cap. 1, p. 3-31. 2002.

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PRODUÇÃO DE MUDAS DE MOSTARDA EM DIFERENTES MISTURAS DE SUBSTRATOS

Rogério Gomes Pêgo – Graduado em Engenharia Agronômica, Mestre em Fisiologia Vegetal. Doutorando em Fitotecnia. Professor Faculdade Vértice-

UNIVÉRTIX.

Irlane Bastos Costa – Engenheira Agrônoma. Mestre e Doutora em Genética e Melhoramento de Plantas pela Universidade Federal de Viçosa. Professora da

Faculdade Univértix Josen Anthone da silva, Fágno Vicente da silva, Matheus Stopa, Claudimar

Souza Alcântara – Graduandos em Agronomia - Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX.

[email protected]

RESUMO A mostarda e uma espécie folhosa produzida para consumo como folhagem fresca ou processada. Sua propagação ocorre pela semeadura de sementes na qual a composição do substrato pode determinar a qualidade das plantas. Por isso, o objetivo desse trabalho foi avaliar o crescimento de plantas de mostarda em diferentes substratos. O experimento foi feito em uma casa de vegetação onde temos um ambiente favorável para este experimento foram utilizadas diferentes misturas de substratos constituídos os seguintes materiais: T1 = Solo + arei na proporção de 1:1 (v:v), T2 = Solo + esterco na proporção de 1:1 (v:v), T3 = Solo + areia + esterco na proporção de 1:1:1 (v:v:v), e T4 = substrato comercial. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com 4 tratamentos e 5 repetições, com 4 sementes por parcela, sendo deixado uma planta por parcela após o desbaste. Os dados foram submetidos a analise de variância pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. O substrato indicado para a produção de mudas de mostarda foi a mistura composta por solo + esterco ou solo + areia + esterco promovendo o melhor desenvolvimento de mudas de mostarda.

PALAVRAS-CHAVE: Mostarda; Brassica alba; substratos; hortaliças.

INTRODUÇÃO

A produção de mudas de qualidade é importante para a agricultura, sobretudo

para culturas de ciclo curto como hortalilas.

Em se tratando de hortaliças, as folhosas são as mais consumidas

mundialmente. No Brasil o consumo desse tipo de hortaliça é favorecido pelo baixo

custo de aquisição e pelo sabor e qualidade nutritiva (AGRIANUAL, 1998; SANTOS

et al., 2001; COMETTI et al., 2004).

A mostarda pertence à mesma família da couve e dos brócolis (Brassicaceae).

Alguns cultivares são para a produção de folhas (consumo em saladas) e outras

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para a produção de grãos (fabricação de molhos e temperos). O sabor picante é

característico dessa hortaliça (EMBRAPA, 2010).

A mostarda apresenta elevado teor de pró-vitamina A nas folhas verdes,

alcançando até 4.000 UI.100 g L-1 (FILGUEIRA, 2003). É rica em sais de cálcio e de

ferro e apresenta quantidades razoáveis das vitaminas B1, B2, B6, C. Possui baixo

valor calórico, sendo aconselhável nas dietas por ser de fácil digestão (KATAYAMA,

1993; RESENDE et al., 2005; BEZERRA NETO et al., 2005; LOPES et al., 2005).

A distribuição e comercialização de hortaliças são feita pelo CEASA (Central de

Abastecimento S/A). A forma de comercialização predominante das folhosas é in

natura, acondicionada em engradados, com capacidade expressa em quilos,

variando em função do cultivar.

Uma das principais etapas do sistema produtivo de hortaliças é a produção de

mudas de qualidade, pois delas depende o desempenho final das plantas no campo

de produção, tanto do ponto de vista nutricional, quanto do tempo necessário à

produção.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A qualidade do substrato de cultivo é extremamente importante para a

produção de mudas de hortaliças de alta qualidade. Esse insumo é importante para

o sucesso do cultivo e a obtenção de altas produtividades.

Substrato de má qualidade pode ocasionar a nulidade ou irregularidade de

germinação, a má formação das plantas e o aparecimento de sintomas de

deficiência ou excesso de alguns nutrientes. O substrato deve apresentar

características físicas, químicas e biológicas apropriadas para que possa permitir

pleno crescimento das raízes e da parte aérea (Setubal & Afonso Neto, 2000). De

acordo com Cavalcanti et al. (2002), a areia utilizada como substrato é a proveniente

dos rios, a mesma utilizada para construção. A areia tem sido utilizada por diversos

pesquisadores em ensaios com emergência e crescimento de várias espécies. Suas

propriedades físicas proporcionam condicionamento, do qual vão depender a

aeração e a permeabilidade do solo. Esse substrato apresenta baixo custo, fácil

disponibilidade e, principalmente permitir boa drenagem do substrato. Enquanto que

compostos orgânicos como substrato na produção de mudas de folhosas, substituir

com sucesso os substratos comerciais, sendo economicamente viável (Câmara,

2001).

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Embora o substrato seja determinante para a produção de mudas de

qualidade, a literatura relata que a mostarda apresenta uma grande resistência a

metais pesados. Alguns elementos são essenciais para várias funções fisiológicas

nos seres vivos, como Fe, Cu, Zn e Mn, enquanto outros, como Cd, Pb e Hg, não

têm funções biológicas conhecidas. Quando em excesso no solo, esses elementos

podem inibir o crescimento das plantas e causar alterações nas comunidades

vegetais (Baker et al., 1994). No entanto, substratos com essas condições não

devem ser utilizados para a produção de muda dessa hortaliça.

A utilização de substrato formulado a partir de esterco bovino misturado em

proporções com a vermiculita apresenta-se como uma alternativa ao substrato

comercial na produção de mudas de folhosas.

Os substratos proporcionam melhores condições físicas, químicas e biológicas

ao desenvolvimento das plantas (Kämpf 2001). Esses materiais são formados por

diferentes matérias-primas e classificados de acordo com o material de origem

(Abreu et al. 2002). O substrato considerado ideal para a produção de mudas, é

aquele que apresenta uniformidade em sua composição, sendo isento de pragas,

organismos patogênicos e plantas daninhas.

A necessidade de preservação ambiental e a exigência de toda sociedade por

alimentos mais saudáveis, vem crescendo a procura por produtos alternativos como

os biofertilizantes. Trabalhos são realizados no Brasil com objetivo de aproveitar

material de grande disponibilidade regional, para compor o substrato visando a

formação de mudas de hortaliças, em diminuição da participação de substratos

comerciais (Silva et al., 2000; Ambrosano, 1999). Não há relato sobre a produção

de mudas de mostarda em substratos. Por isso, o objetivo deste trabalho foi avaliar

os diferentes tipos de misturas de substratos para a produção de mudas de

mostarda.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado no campo experimental da faculdade Univértix na

cidade de Matipó MG. Foi utilizado a mostarda (Brassica alba).

Para o experimento foram utilizados diferentes misturas de substratos

constituídos dos seguintes materiais: T1 = solo + areia na proporção de 1:1 (v:v),

T2= solo + esterco também na proporção de 1:1 (v:v), T3= solo + areia + esterco na

proporção de 1:1:1 (v:v:v) e T4= substrato comercial.

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Para o plantio foi utilizado copo descartáveis de 200 ml, cada copo tinha 4 furos

no fundo para a drenagem do excesso de agua da irrigação, foram semeadas 4

sementes por recipiente, em profundidade de 0,5 cm, ou de acordo com a

recomendação do fabricante.

As plantas foram cultivadas em casa de vegetação sobre bancada durante 39

dias. Sendo irrigadas diariamente com aproximadamente 50 ml de água.

Ao final do experimento foram avaliadas as seguintes características: Altura

das mudas: medida com régua considerando o comprimento do nível do substrato é

a parte mais alta da parte aérea; números de folhas: pela contagem direta, diâmetro

do caule: medido por paquímetro no colo da planta, comprimento de raiz; medido

com a régua do colo da planta até o maior comprimento da raiz; e massa seca:

obtida através da pesagem das mudas após 48 horas na estufa a 70 °C.

O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado com 4 tratamentos

e 5 repetições sendo uma planta por parcela após o desbaste. Os dados foram

submetidos a análise de variância pelo teste de F e as medidas comparadas pelo

teste de Tukey a 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Houve diferença significativa para a altura das plantas onde os melhores

tratamentos foram constituídos de solo + esterco e o tratamento solo + areia +

esterco, sendo que o tratamento que apresentou a pior média foi o tratamento

constituído de solo + areia (Figura 1).

B

AA

AB

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

Solo + areia Solo + esterco Solo + areia +

esterco

Comercial

Alt

ura

de

pla

nta

s (c

m)

Substratos

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Figura 1: Altura de plantas das mudas de mostarda crescidas em diferentes

misturas de substratos. As medias seguidas de letras iguais não diferem

significativamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Os tratamentos que apresentaram as melhores medias tinham em sua

constituição o esterco bovino que de acordo com Kampf (2005) oferecem a planta

nutrientes e atuam como condicionadores de solo que melhoram suas

características físicas e a absorção de nutrientes permitindo um bom

desenvolvimento vegetativo de plantas.

Kratka e correia (2015), observaram que a adição de esterco bovino em

substrato para a propagação de plantas contribui para o maior crescimento de

plantas devido apresentar vários teores de mátria orgânica, nitrogênio, fosforo e

potássio quando comparados com substratos sem adição de adubação química.

Houve também resultados significativos para número de folhas mostrando que

o tratamento constituído de solo + esterco obteve o melhor resultado e as médias

inferiores foram observada nos tratamento solo + areia e substrato comercial (Figura

2).

Figura 2: Número de folhas das mudas de mostarda crescidas em diferentes

misturas de substratos. As medias seguidas de letras iguais não diferem

significativamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

O gráfico mostra que o tratamento que em sua composição recebeu matéria

orgânica teve o melhor resultado. Para Caldeira et al. (2008) a matéria orgânica é

um componente fundamental do substrato, pois ela retém água e nutrientes

B

A

AB

B

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

Solo + areia Solo + esterco Solo + areia +esterco

Comercial

me

ro d

e f

olh

as

Substrato

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essências para as mudas além de reduzir a densidade e aumentar a porosidade do

substrato.

é possível que o maior número de folhas de plantas crescidas em substratos

contendo esterco tenham sido influenciadas pelos altos teores de nitrogênio no

substrato que favoreceu o crescimento vegetativo (TAIZ e ZAIGER, 2004). Segundo

Teixeira et al (2002) e possível encontrar cerca de 20,1 g de nitrogênio por kg de

esterco

O número de folhas é umas das principais medidas para as hortaliças

folhosas, pois é a parte que será comercializada, então quanto maior seu número de

folhas afetara positivamente seu valor final (REGHIN et al., 2007).

Também houve resultado significativo para a variável diâmetro do caule, onde

os tratamentos solo + esterco, solo + areia + esterco e o substrato comercial foi

superior ao tratamento solo + terra que se mostrou menos (Figura 3).

Figura 3: Diâmetro do caule avaliado nas mudas de mostarda crescidas em

diferentes misturas de substratos. As medias seguidas de letras iguais não diferem

significativamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Existe uma relação entre as medidas de altura de planta e o diâmetro do

caule, que mostra o equilíbrio no crescimento das mudas onde pode ser observado

duas importantes características morfológicas (Cruz et al., 2006). Para Gomes

(2001) a relação de altura/diâmetro mostra o equilíbrio no crescimento. O mesmo

autor fala que que o diâmetro do caule pode ser utilizado para estimar a

sobrevivência da planta ao ser levada para o campo.

B

A

AB

AB

0,00

0,02

0,04

0,06

0,08

0,10

0,12

0,14

Solo + areia Solo + esterco Solo + areia +esterco

Comercial

Dia

me

tro

do

cau

le (

cm)

Substratos

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Em plantas altas e com o diâmetro do caule pequeno pode ocorrer a falta de

luminosidade ou outros fatores que vão estimar o crescimento vegetativo podendo

em casos assim levar a planta a um possível estiolamento (Simões et al., 2015).

Para a variável comprimento de raiz não houve uma diferença significativa,

mostrando que todos os tratamentos permitiram que as raízes se desenvolvam bem

diferentes das outras variáveis avaliadas (Figura 4).

Figura 4: Comprimentos de raiz avaliado nas mudas de mostarda crescidas em

diferentes misturas de substratos. As medias seguidas de letras iguais não diferem

significativamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

O comprimento de raiz é uma medida importante para as mudas, pois é

traves da raiz que as plantas absorvem seus nutrientes, um fator importante para

que as raízes cresçam e a porosidade do substrato, pois todo substrato deve ser

poroso o suficiente para que tenha um bom desenvolvimento de raiz, limitando a

lixiviação dos nutrientes.

Embora não tenha ocorrido diferença significativa para o comprimento de raiz

entre os tratamentos utilizados, há alta eficiência de absorção de elementos

químicos por plantas de mostarda (Baker et al., 1994). Essa absorção possibilita

acúmulos de massa como foi observado anteriormente para as variáveis altura,

número de folhas e diâmetro do caule.

Houve diferença significativa entres os tratamentos onde os tratamentos

constituídos de solo + areia e solo + areia + esterco que apresentaram as maiores

medias comparadas com o substrato comercial e a mistura de substratos solo +

areia (Figura 5).

B BB

B

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

18,0

Solo + areia Solo + esterco Solo + areia +

esterco

Comercial

Co

mp

rim

ento

de

raiz

(cm

)

Substrato

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Figura 5: Massa seca de plantas de mostarda crescidas em diferentes misturas

de substratos. As medias seguidas de letras iguais não diferem significativamente

entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Esse maior acúmulo de massa seca foi observado nas mudas que continham

esterco bovino, pois o uso de componentes orgânicos no solo favorecem o

desenvolvimento das mudas e as tornam mais vigorosas, pois normalmente esses

substratos apresentam maior capacidade de retenção de água, e características

químicas, ideais para o desenvolvimento da planta (Simões et al., 2015; Pereira et

al., 2012). De acordo com Oliveira et al. (2010), hortaliças folhosas respondem muito

bem a adubação orgânica.

CONCLUSÃO

O substrato indicado para a produção de mudas de mostarda foi a mistura

composta por solo + esterco ou solo + areia + esterco promovendo o melhor

desenvolvimento de mudas de mostarda.

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B

A A

B

0,00

0,02

0,04

0,06

0,08

0,10

0,12

0,14

0,16

0,18

0,20

Solo + areia Solo + esterco Solo + areia +

esterco

Comercial

Mas

sa s

eca

(g)

Substrato

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GT 6 – CIÊNCIAS SOCIAIS E

APLICADAS

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RESUMOS

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O PERFIL E COMPETÊNCIAS DO CONTADOR: ESTUDO DE CASO SOBRE AS PERSPECTIVAS DOS MICRO E PEQUENOS EMPRESÁRIOS DA CIDADE DE

RAUL SOARES-MG

Carlos Alexandre Machado – Graduando em Ciências Contábeis. Faculdade Vértice - UNIVÈRTIX.

Jaqueline Conceição Leite – Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em Controladoria e Finanças. Professora da UNIVÉRTIX.

Júlio César da Mata – Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em Controladoria, Finanças e Auditoria. Professor da UNIVÉRTIX.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Contador; Perfil e Competências; Micro e Pequenas Empresas.

INTRODUÇÃO

Nos tempos atuais, os micro e pequenos empresários têm percebido a importância

de estarem mais próximos de seus contadores para realização da gestão

empresarial com a observação analítica da situação financeira da entidade,

encurtando a distância da empresa-cliente com o escritório do contador, em grande

maioria externo, (RAMOS, 2009). Isto posto, o paradigma de que o contador se

figura no cenário econômico como um simples agente indireto de arrecadação do

governo, e também, como o profissional que apenas efetua os registros dos fatos

ocorridos na entidade, vem sendo desmantelado pela demanda ascendente da

participação efetiva do contador nas decisões tomadas pelos gestores das empresas

que possuem mais segurança e tranquilidade frente às escolhas, uma vez que, tais

opções encontram maior sustentação com a orientação técnica do profissional

contábil, alusivas às condições patrimoniais da empresa por ele assistida, (SÁ,

2004). Segundo, Marion (2005), a profissão do contador atravessa a trajetória em

que a mecânica foi sobreposta pela técnica e agora pela fase de informação. Neste

mercado hodierno, o contador arduamente alcançará a sobrevivência, assumindo

este, a função do antigo guarda-livros ou simples escriturador. Portanto, o contador

precisa evoluir cotidianamente ofertando predicados salutares ao desempenho do

ofício. Para cumprir este papel de atuação no auxílio à tomada de decisões, o

mercado busca nos contadores o perfil e novas competências para atender as

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necessidades contemporâneas das empresas. Nesta visão, Merlo (2006), aponta

que a função do contabilista em todo o tempo esteve atrelada às necessidades da

sociedade que avançam conforme o funcionamento dos negócios das empresas.

Percebe-se assim, que é pertinente o estudo deste perfil e das competências dos

contadores demandadas pelo mercado, para que os profissionais contábeis já

estabelecidos e os entrantes nesta área possam adequar-se aos aspectos instados,

podendo obter melhores resultados na conquista de clientes e fidelização de

clientes. O respaldo deste estudo está atrelado ao perfil e competências dos

contadores na prestação de serviço em relação às perspectivas dos micro e

pequenos empresários de Raul Soares/MG, diante deste contexto, a questão que

norteará este estudo será: qual o perfil e as competências profissionais do contador

são esperados pelos micro e pequenos empresários da cidade de Raul Soares/MG?

Para responder a esta questão, os objetos propostos serão: identificar o perfil

esperado do contador para atender as perspectivas dos micro e pequenos

empresários da cidade de Raul Soares-MG; apresentar as capacidades e

conhecimentos do contador atual. Pretende-se com este estudo contribuir com

informações que possam subsidiar os profissionais e os novos entrantes no mercado

contábil, referente às formas de ofertar os serviços com as características

demandadas pelos clientes em potencial, com possibilidades do aumento da carteira

de empresas assistidas. Almeja-se ainda, proporcionar melhores perspectivas

profissionais para os estudantes de contabilidade. O mercado de trabalho para o

contabilista é um dos mais prósperos, face às exigências das entidades no

aperfeiçoamento do controle e planejamento de suas atividades (IUDÍCIBUS et

al.,1998).

METODOLOGIA

Este trabalho, denominado estudo de caso, definido por Gil (2008) como uma

modalidade de pesquisa bastante utilizada nas ciências sociais, consiste em estudo

aprofundado de algum objeto, de forma que seja possível o detalhamento do

conhecimento daquilo que é estudado. A estrutura proposta, busca pesquisar,

estudar e expor o seguinte objeto: identificar o perfil esperado do contador para

atender as perspectivas dos micro e pequenos empresários da cidade de Raul

Soares-MG; apresentar as capacidades e conhecimentos do contador atual. A

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cidade de Raul Soares possui estimativa populacional de 24.394 habitantes de

acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, censo do ano de

2015. Situada na Zona da Mata de Minas Gerais, com aspecto geral do seu território

montanhoso, com área de 771 km². O censo do IBGE-2013 aponta que a referida

urbe possui 436 empresas atuantes, e tem representatividade do PIB – preços

correntes de R$ 214.732,00, sendo sua economia voltada para os setores de

serviços e a agropecuária. Portanto, os micro e pequenos empresários serão o

público alvo do estudo. Para melhor explanação e exposição do objeto a pesquisa

será do tipo exploratória que, conforme Gil (2008), tem como fim propiciar maior

ambientalização com o problema, com efeito de torná-lo mais compreensível. Este

estudo terá o questionário como instrumento de coleta de dados. Sua elaboração

consiste essencialmente em revelar os objetivos específicos da pesquisa em itens

bem escritos, (GIL, 2008). A abordagem dos dados obtidos pela aplicação do

questionário será de forma quantitativa, o que significa exprimir, em números,

opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. A pesquisa quantitativa

requer a utilização de técnicas estatísticas como porcentagem, média, mediana,

moda, coeficiente de correlação, desvio padrão, dentre outros (PRODANOV e

FREITAS, 2013). O presente estudo está em fase de elaboração, no qual os dados

serão coletados e analisados nos meses de agosto e setembro 2016.

REFERÊNCIAS

GIL Antônio Carlos: Métodos e técnicas de pesquisa social 6° ed. São Paulo: atlas, 2008. IUDICIBUS, Sergio: MARTINS, Eliseu: KANITZ, Stephen Charles: RAMOS, Alkíndar de Toledo: CASTILHO, Edison: BENATTI, Luiz: FILHO, Eduardo Weber: DOMINGUES, Ramom Junior. Contabilidade introdutória. Coordenação do prof. Dr. Sergio de Iudícibus, Equipe de professores da FEA/Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP. 9 ed. São Paulo Atlas: 1998. MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2005. 502p. MERLO, Roberto Aurélio. O contabilista do século XXI. Jornal do CFC, Brasília, março/abril 2006. Disponível em: http://www.cfc.org.br/uparq/Jornal81.pdf Acesso em: 06 abr. 2016.

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PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar. Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa. 2 Ed. Rio Grande do Sul: Feevale, 2013. RAMOS, Dora. Artigo: Empresário e contador: Uma via de mão dupla. Fundadora e Diretora responsável pela Fharos Assessoria Empresarial. Disponível em http://www.administradores.com.br/noticias/negocios/empresario-e-contador-umavia-de-mao-dupla/26039/. Acesso em 27 abr. 2016. SÁ, Antônio Lopes de. Luca Pacioli: Um mestre do renascimento. 2 ed., rev. e amp. Brasília: Fundação Brasileira de Contabilidade, 2004.

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O PRINCÍPIO DA ENTIDADE AFETANDO O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE. ESTUDO DE CASO EM MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO MUNICÍPIO DE

MATIPÓ-MG

Douglas Pereira da Motta Veronese – Graduando em Ciências Contábeis. Faculdade Vértice - UNIVÈRTIX.

Jaqueline Conceição Leite – Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em Controladoria e Finanças. Professora da UNIVÉRTIX.

Júlio César da Mata – Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em Controladoria, Finanças e Auditoria. Professor da UNIVÉRTIX.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Princípios Contábeis; Gestão Empresarial; Micro e Pequenas Empresas.

INTRODUÇÃO

As micro e pequenas empresas têm um papel fundamental para a economia

nacional, fato este evidenciado por um estudo do SEBRAE – Serviço Brasileiro de

Apoio às Micro e Pequenas empresas (2011) onde foi constatado que as Micro e

Pequenas Empresas contribuíam com 27% do PIB brasileiro no ano de 2011,

empregando 52% da mão de obra formal e responsáveis por 40% dos salários

pagos. O SEBRAE (2011) recomenda algumas práticas para que as micro e

pequenas empresas tenham continuidade no mercado, e uma destas é a separação

das finanças empresariais das pessoais. Segundo Chaves (2015) misturar recursos

pessoais com os da empresa é um erro gravíssimo que os micro e pequenos

empresários cometem, comprometendo a capacidade financeira e de investimentos

do seu negócio. Conforme Piva (2015), atualmente, a maioria dos micro e pequenos

empresários não colocam o princípio da entidade em prática e muitas vezes

desconhecem a importância da aplicação desse princípio. A mesma autora ainda

escreve que o desrespeito a este princípio pode ser um dos motivos que levam este

tipo de empresa à falência. Souza (2014) traz a visão que não observar o princípio

da entidade pode ser um fator que contribui para a descontinuidade das empresas,

reduzindo sua vida. Além disso, ele acredita que os administradores devem ser

informados a respeito desse princípio, bem como sua necessidade e benefícios.

Este estudo justifica-se devido à representatividade das micro e pequenas

empresas, além da importância que as mesmas têm para o desenvolvimento

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econômico do país. Diante deste contexto, as questões que nortearão este estudo

serão: Os administradores das micro e pequenas empresas do município de Matipó -

MG, conhecem e observam os princípios contábeis da entidade e continuidade?

Estes mesmos administradores tomam os cuidados necessários para que as

entidades sob sua responsabilidade tenham longevidade? Desta forma, os objetivos

propostos neste estudo serão conhecer se o princípio da entidade afeta o princípio

da continuidade e se os administradores das micro e pequenas empresas do

município de Matipó-MG conhecem e observam estes princípios contábeis na

administração de seus negócios. Os resultados obtidos no presente estudo

possibilitarão aos administradores das empresas do município de Matipó-MG,

verificarem e analisarem seus negócios sob a ótica da gestão baseada na

observância do princípio da entidade e da continuidade, contribuindo positivamente

para que possam direcionar ações que favoreçam a correta aplicação desses

princípios contábeis.

METODOLOGIA

Este estudo será desenvolvido através de pesquisa exploratória, que segundo Gil (p.

27, 2010), “têm como propósito proporcionar maior familiaridade com o problema,

com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses”. A pesquisa será

realizada através de estudo de caso que de acordo com Gil (2010), é uma

modalidade de pesquisa muito utilizada nas ciências sociais e consiste em um

estudo profundo e exaustivo dos objetos, de maneira que permita o amplo

detalhamento do conhecimento. O objeto de estudo serão as micro e pequenas

empresas do município de Matipó/MG. No ano de 2013 o município de Matipó,

possuía 335 empresas atuantes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística – IBGE (2013). O instrumento para coleta de dados da pesquisa será um

questionário. Segundo Rodrigues (2006, p.95), o questionário é "Constituído por

uma lista de questões relacionadas com o problema de pesquisa..." e “... deve ser

aplicado a um número determinado de informantes.". Além desses detalhes o

questionário, conforme a visão de Rodrigues (2006) deve ser elaborado em

linguagem simples, direta e clara, evitando respostas ambíguas ou termos de difícil

compreensão. Segundo Marconi e Lakatos (2011. p.290) a pesquisa quantitativa é:

"a mais apropriada para apurar atitudes e responsabilidade dos entrevistados, uma

vez que emprega questionários." E seu objetivo é "medir e permitir o teste de

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hipóteses, uma vez que os resultados são definidos e menos passíveis de erros de

interpretação." Ainda de acordo com Marconi e Lakatos (2011. p.287) "O enfoque

quantitativo vale-se do levantamento de dados para provar hipótese baseadas na

medida numérica e da análise estatística para estabelecer padrões de

comportamento. Ele procura principalmente a expansão dos dados, ou seja, a

informação." Suas vantagens, conforme os autores Marconi e Lakatos (2011) são

precisão e controle, integração dos métodos de quantificação e qualificação,

explicitação dos passos da pesquisa e prevenção da inferência e da subjetividade do

pesquisador. Já suas desvantagens são: excessiva confiança dos dados, falta de

detalhes do processo e de observação sobre diferentes aspectos, certeza nos dados

colhidos e desenvolvimento com a situação da pesquisa. Trata-se de uma pesquisa

em andamento e os resultados parciais registram até o momento a realização do

levantamento bibliográfico.

REFERÊNCIAS

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COMPORTAMENTO DOS PREÇOS DA CESTA BÁSICA DE ALIMENTOS NAS CIDADES DOMICILIADAS PELOS ALUNOS DA FACULDADE VÉRTICE -

UNIVÉRTIX

Daniel Dirceu Rodrigues – Graduando em Ciências Contábeis. Bolsista PIBIC – FAPEMIG. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

Celso Abreu de Araújo – Mestre em Administração/Udelmar. Professor da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.

Daniel Vieira Ferreira – Graduado em Matemática, Especialista em Cálculo Diferencial e Estatística, Mestre em Educação Matemática. Professor da Faculdade

Vértice - UNIVÉRTIX. Jaqueline Conceição Leite – Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em

Controladoria e Finanças. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Custo da Cesta Básica; Comportamento de Preços; Renda Salarial.

INTRODUÇÃO

Diante das súbitas mudanças que tem ocorrido no atual cenário econômico, torna-se

imprescindível conhecer e acompanhar os impactos que ocorrem na capacidade

financeira de consumo dos indivíduos, especialmente no que diz respeito à

alimentação. (CNF, 2015). O consumo de alimentos seguros e em quantidades

nutricionais adequadas sempre foi, ao longo da história, motivo de grande

preocupação para economistas e governos. (LADEIA; VIEIRA; KAMIMURA; 2014,

p.1). É neste contexto que desde 30 de abril de 1938, foi regulamentada a Lei nº 185

de 14 de Janeiro de 1936 pelo Decreto Lei nº 399 que estabelece:

Denomina-se salário mínimo a remuneração mínima devida a todo trabalhador adulto, sem distinção de sexo, por dia normal de serviço e capaz de satisfazer, em determinada época, na "região do país, as suas necessidades normais de alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte. (D.L. nº 399 art. 2º).

Com base no Decreto Lei nº 399, o Departamento Intersindical de Estatística e

Estudos Socioeconômicos-DIEESE, utiliza metodologia para a Pesquisa da Cesta

Básica Nacional, o qual estabelece:

A Cesta Básica de Alimentos (Ração Essencial Mínima) realizada hoje pelo Dieese em dezoito capitais do Brasil acompanha mensalmente a evolução de preços de treze produtos de alimentação, assim como o gasto mensal que um trabalhador teria para comprá-los. Outro dado importante da pesquisa são as horas de trabalho necessárias ao indivíduo que ganha salário mínimo, para adquirir estes bens. O salário mínimo necessário, também divulgado mensalmente, é calculado com base no custo mensal com alimentação obtido na pesquisa da Cesta. (DIEESE, 2009, p.6).

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Portanto, o interesse em acompanhar a evolução dos preços da cesta básica de

alimentos nas cidades domiciliadas pelos alunos da Faculdade Vértice - Univértix é

devido ao imperativo de se verificar as variações e impactos destes preços,

principalmente para a alimentação do indivíduo que ganha um salário mínimo.

Igualmente justifica-se, por suspeitar que os atuais índices de preços divulgados

pela mídia nas regiões metropolitanas não representam o real valor da cesta básica

nas cidades pesquisadas. Diante disto, a questão eixo norteadora deste estudo será:

Qual o custo da cesta básica comercializada na nas cidades domiciliadas pelos

alunos da Faculdade Vértice - Univértix de acordo com Decreto Lei nº

399.Considerando a questão da pesquisa, os objetivos gerais serão criar um índice

de preço da cesta básica que represente as cidades domiciliadas pelos alunos dos

cursos de graduação em Administração e Ciências Contábeis da Faculdade Vértice

– Univértix; criar uma série histórica de variação dos preços; comparar o valor da

cesta básica com os valores apurados nas capitais da região sudeste do Brasil, e,

divulgar o preço da cesta básica na mídia local nos moldes da metodologia do

DIEESE. O estudo possibilitará a empresários, associações e consumidores locais

verificar o real consumo da renda salarial em relação à alimentação, com base em

dados e informações específicas, podendo fazer uso dos índices e indicadores para

tomada de decisões. O projeto permitirá que os alunos possam envolver-se em uma

atividade de pesquisa de campo com resultados práticos e de suma importância

para a sociedade local. O projeto justifica-se ainda, pela visibilidade a ser

proporcionada a Faculdade Vértice – Univértix, em especial, aos cursos de

Administração e Ciências Contábeis durante a divulgação dos índices de preço na

mídia contribuindo para o fortalecimento da marca dos cursos em questão.

METODOLOGIA

A estrutura proposta para a elaboração deste projeto baseia-se em:

Classificação da Pesquisa: A pesquisa tem o cunho exploratório. Pesquisas

exploratórias são conceituadas por Gil, (2008, p. 45) como aquelas que: “(...)têm

como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas torná-lo

mais explícito ou construir hipóteses.

Delimitação da Pesquisa: No que diz respeito à delimitação desta pesquisa,

podemos tipificá-la como espacial, já que o índice de preço da cesta básica a ser

construído contemplara somente as cidades domiciliadas pelos alunos dos cursos

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de ciências gerenciais da Faculdade Vértice – Univértix, qual seja, Administração e

Ciências Contábeis.

Amostra da Pesquisa: A população-objetivo do IPCA abrange as famílias com

rendimentos mensais compreendidos entre 1 (hum) e 40 (quarenta) salários-

mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos, e residentes nas áreas urbanas

das regiões. (IBGE, 2015). Os preços serão coletados em mercearias, açougues,

feiras e pequenos supermercados estabelecidos nas cidades alvo desta pesquisa.

As cidades foram escolhidas com base no endereço de domicílio dos alunos. Já os

estabelecimentos comerciais foram escolhidos com base na taxa de frequência em

uma pesquisa preliminar realizada pelos alunos nos meses de outubro/2015 a

janeiro/2016 entre os dias 20 a 30 de cada mês.

Instrumentos da Pesquisa: O instrumento de coleta a ser utilizado será um

questionário contendo, em seu cabeçalho, os objetivos da pesquisa, nome do

pesquisador, nome do estabelecimento comercial, cidade do estabelecimento e data

da pesquisa. O formulário de pesquisa conterá espaços para as seguintes

informações: nome do item da cesta básica; marca do item; unidade de venda do

item e preço do item.

Coleta dos Dados: A coleta dos preços nos estabelecimentos comerciais será

realizada diariamente (dias úteis) entre os dias 1 a 30 de cada mês conforme datas

e roteiros preestabelecidos. Ou seja, a coleta de preço deverá ser realizada com o

mínimo de variação possível. Critérios da Análise dos Dados Após a coleta de

dados, a análise será quantitativa para, em seguida, formular as possíveis

conclusões. Os resultados serão processados por estatística descritiva, utilizando o

Microsoft Office Excel®. Todos os indicadores serão apresentados na forma de

média e em porcentagem.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

O projeto está em fase de desenvolvimento, coleta de dados e processamento.

REFERÊNCIAS

BÔAS, Bruno Villas. Folha de S. Paulo. Inflação atinge 10,67% em 2015 e estoura teto da meta do governo. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/01/1727284-inflacao-sobe-1067-em2015-e-estoura-teto-da-meta-do-governo.shtml> Acesso em: 14 fev. 2016.

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BRASIL. Decreto Lei nº 399, de 30 de abril de 1938. Aprova o regulamento para execução da Lei n. 185, de 14 de janeiro de 1936, que institui as Comissões de Salário Mínimo. Disponível em: <http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaPublicacoes.action?id=12746>Acesso em: 5 abr. 2016. CAMPOS, A. A. et al. Índice da cesta básica: o caso de Curitiba – PR. XVI – Semana de Ciências Econômicas. UNICENTRO, Curitiba, 27 nov. 2015. CNF- Confederação Nacional Financeira. Agenda do Setor Financeiro. 2015. <http://www.cnf.org.br/documents/19/1289212/Agenda+do+Setor+Financeiro+2015/7 404291c-8a2b-4d19-8ead-42d571e9cfde.pdf>. Acesso em: 4 fev. 2016. DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS (DIEESE). Metodologia da Cesta Básica Nacional: versão preliminar. Disponível em: <http://dieese.org.br/rel/rac/metodologiaAtualizacao.pdf>. Acesso em: 4 fev. 2016 DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS (DIEESE). Política de Valorização do Salário Mínimo. <http://www.dieese.org.br/notatecnica/2012/notaTec118salarioMinimo2013.pdf>. Acesso em: 4 fev. 2016. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2008 IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA e Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC. Disponívelem:<http://ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/inpc_ipca/defa ultinpc.shtm>. Acesso em: 10 fev. 2016. PORTALBRASIL. Índice Nacional De Preços Ao Consumidor Amplo – IPCA. Disponível em: <http://www.portalbrasil.net/ipca.htm>. Acesso em: 10 fev. 2016. LADEIA, Antônio Eustáquio; VIEIRA, Edson Trajano; KAMIMURA Quésia Postigo: Análise do comportamento dos preços da cesta básica e da renda do trabalhador na cidade de Imperatriz-MA.Rev. Cereus, v. 6, n. 2, p.41-56, maio/ago/2013, Unir, Gurupi, TO, Brasil PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar de: Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. Novo Hamburgo: Feevale, 2013. ROSSI, Pedro. G1 Explica a Inflação. Quais os principais efeitos da inflação? Disponível em: <http://g1.globo.com/economia/inflacao-efeitos/platb. Acesso em: 14 fev. 2016. SISTEMA nacional de índices de preços ao consumidor: método de cálculo dos itens sazonais alimentícios. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. 76 p.(Série relatórios metodológicos, v. 14). Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/inpc_ipca/srmipca. pdf>. Acesso em: 14 fev. 2016.

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LIBERDADE DE IMPRENSA NA ARGENTINA, BRASIL E VENEZUELA: ABORDAGEM SOB A ÓTICA DO PACTO DE SÃO JOSÉ DA COSTA RICA E

EFEITOS ECONÔMICOS E SOCIAIS DE SUA INOBSERVANCIA

Tadeu Hipólito da Silva – Professor do Curso de Ciências Contábeis Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: corrupção; desordem interna; risco País;

INTRODUÇÃO

O presente relaciona os índices estatísticos de liberdade de imprensa em três países

da América do Sul e seus efeitos econômicos na visão de investidores internacionais

que utilizam o risco país como índice de referência, bem como os sociais

proporcionando sensação de desordem interna e crescimento da corrupção.

Objetiva constatar e classificar se há liberdade de imprensa e em quais níveis. Sua

relevância situa-se no aumento da insatisfação social pela atuação e conduta dos

gestores políticos que visam alterar as normas constitucionais para perpetuarem no

poder. Onde o efeito totalitário de governantes que não gostam de escutar vozes

dissonantes sucateia e aprova leis para limitar e coagir o quarto poder que é a

imprensa.

METODOLOGIA

Trata-se de um Estudo de Caso, conforme sustenta Cruz e Ribeiro (2014. p.162),

onde a unidade analisada é composta pelo conjunto de três países, a saber:

Argentina, Brasil e Venezuela, que visa conhecer o seu “como” e os seus “porquês”,

onde uma investigação que se assume como uma situação específica, procurando

descobrir o que há nela de mais essencial e característico. Os dados foram

coletados através informações extraídas de relatórios anuais publicados pelo

International Country Risk Guide do The PRS Group, Inc., a saber: Estabilidade

Governamental, Condições Socioeconômicas, Perfil de Investimento e Conflitos

Interno e Externo.

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RESULTADOS E DISCUSSÕES As Condições socioeconômicas representadas através dos subcomponentes

Desemprego, Confiança do Consumidor e Pobreza (Cruz e Ribeiro, 2004, p. 162).

Onde cada subcomponente tem uma pontuação ponto de risco máximo de 4 e um

mínimo de zero, com 4 pontos de risco. O somatório dos três componentes, um

mínimo de 0 e o máximo de 12 pontos de risco que quanto mais próximo de zero

representa baixas condições socioeconômicas e vice-versa. A Venezuela apresenta

o menor índice de risco 4 de condições socioeconômicas - a ponto de se igualar à

Grécia - recém quebrada. O Brasil e Argentina, 7. Para a Human Rights Watch, as

novas restrições vão "muito além do que é permitido pelos direitos humanos

internacionais, no que diz respeito às limitações da liberdade de expressão e da

liberdade de imprensa, e levam a Venezuela a violar várias obrigações

internacionais". O Brasil apresenta nível próximo à Suécia e Estados Unidos que é

fruto de correlação de uma imprensa quase livre, que divulga informações críticas

sobre a atuação governamental que procura combatê-las com mais investimentos

sociais, como o Bolsa Família, O Bolsa Educação (Prouni) e O Bolsa medicamentos

(Farmácias Populares) etc. Não obstante, uma vez que, sua compreensão e

mensuração podem auxiliar os investidores. Estas informações utilizam o

termômetro da liberdade de imprensa de um país, considerando que uma imprensa

livre fornece informações sem ajustes governamentais, tal como inflação,

investimentos sociais, recursos públicos, escândalos constantes de corrupção,

insegurança jurídica etc., estas informações impactam diferentes tipos de

investimentos (BERNARDINO, 2015). A Argentina em janeiro de 2014 ocupava a

posição de número 69 em do Ranking de Risco País entre 150 países. Em janeiro

de 2015 caiu para a posição 81. O Brasil da mesma sorte ocupava a posição 47 em

2014, e em janeiro de 2015, a posição de número 67, face às manifestações

populares que ensejou em sentimento de desordem pública. A Venezuela em 2014

ocupou a posição de número 129 e em janeiro de 2015, foi para a posição de

número 132. Reflete para o governo a necessidade de bloquear a liberdade de

imprensa, que mostra realidade socioeconômica do país que passa por recessão

econômica, inflação em carreira veloz, desabastecimento, conflitos internos, conflitos

externos que afetam suas relações de condições de cumprir contratos mercantis,

desrespeito à propriedade privada entre outros (JHONSON, 2014). Necessita melhor

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a imagem, limita-se a liberdade de imprensa. Países onde se correlaciona a

liberdade de imprensa com os índices de Risco País, são considerados os melhores

para investimentos estrangeiros (HERRONG, 1986), dado que ocupam as primeiras

posições no ranking, como Noruega, Suíça, Alemanha, Estados Unidos, ocupam

respectivamente as posições 1, 2, 6 e 31. Por estas informações em janeiro de

2015, a Argentina, Brasil e Venezuela, apresentavam capacidade de pagamento e

cumprimento de obrigações de 67%, 68% e 54,8%, respectivamente. Enquanto,

Noruega apresenta 90,8% de condições para adimplir pagamentos e obrigações.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Segundo a Freedom House, Argentina teve nos anos de 1993 e 1994, liberdade total

de imprensa e nos anos seguintes até 2013, possui liberdade parcial de imprensa,

caminhando para a ausência de liberdade de imprensa com 51 pontos, dentro das

escalas, a saber: Liberdade Total (L) = 0 a 30; Liberdade Parcial (LP) = 31 a 60 e

Sem Liberdade (SL) = 61 a 100. O Brasil em 1993 possuía 27 pontos, dentro da

escala de liberdade total de imprensa e em 2014 com 45 pontos, ocupa a faixa de

classificação com liberdade parcial de imprensa. Por vez, com 78 pontos, em 2014,

a Venezuela é considerada como uma nação sem liberdade de imprensa, onde

outrora em 1993, estava classificada como um país onde reinava a liberdade total de

imprensa.

REFERÊNCIAS ARGENTINA. Constituição Nacional. Disponível em: http://www.constitution.org/cons/argentin.htm. Acesso em: 13.04.2016. ARGENTINA. Lei 26.522 de 10 de octubre de 2009. Ley de Médios. Disponível em http://www.argentina.ar/temas/medios. Acesso 12.04.2016. BERNARDINO Luís Manuel Brás, Artigo A Prevenção e Resolução de Conflitos: Contributos para uma sistematização. http://www.revistamBilitar.pt/artigo.php?art_id=354 Acesso em: 30.04.2016 BRASIL. Constituição Nacional. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ConstituicaoCompilado.htm. Acesso em: 09.04.2016

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BRASIL. Lei nº 5.250 de 09 de julho de 1967. Regula a liberdade de manifestação do pensamento e de informação. Disponível em: http://www.planalto.gov.br. Acesso em: 09.04.2016 CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS - "Pacto de San Jose de Costa Rica" (Assinada em San José, Costa Rica, em 22 de novembro de 1969, na Conferência Especializada Interamericana sobre Direitos Humanos. CRUZ, Carla e RIBEIRO, Uirá. Metodologia Científica: Teoria e Prática. Belo Horizonte: Excel Books, 2004. HERRING, Richard J. Managing International Risk (2nd ed.). Inglaterra: Cambridge University Press, 1986. Disponível em: http://wiki/Risco-pa%C3%ADs Acesso em: 18.04.2016 JOHNSON, Walter: 2014. Disponível em: http://www.ehow.com.br/conflitos-internos-externos-sobre_54452. Acesso em: 10.04.2016 PRS GROUP INC. – International Country Risk Guide (ICRG). Disponível em: https://epub.prsgroup.com/icrg-tables. Acesso em: 13.03.2016

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ESTUDO DE CASO SOBRE A GESTÃO DE ESTOQUE NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO SETOR COMERCIAL DA CIDADE DE MATIPÓ-MG

Marina Modesto Costa - Graduanda em Ciências Contábeis da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: estoque; gestão de estoques; controle gerencial

INTRODUÇÃO

Tornou-se frequente a abertura de novas organizações no Brasil, principalmente de

portes micros e pequenas empresas (SEBRAE, 2011). O art. 3 da Lei 139 classifica-

se a microempresa sendo a pessoa jurídica que tenha auferido em ano calendário,

receita bruta de até R$ 360.000,00, e empresas de pequeno porte, aquelas com

receita bruta anual superior a R$ 360.000,00 e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00.

No Brasil, segundo os dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas

Empresas- SEBRAE, existem 6,4 milhões de estabelecimentos. Desse total, 99%

são micro e pequenas empresas. As mesmas correspondem a 52% dos empregos

com carteira assinada (SEBRAE, 2015). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia

e Estatística- IBGE, as micro e pequenas empresas contribuem no crescimento e

desenvolvimento do país, servindo de colchão amortecedor do desemprego (IBGE,

2003). É visível a disputa das empresas para obterem vantagens em relação aos

seus concorrentes, procurando sempre um método para competir sendo que, uma

das formas, é por meio da administração eficaz dos estoques (MARTINS E

CAMPOS, 2006). É importante enfatizar que de acordo com Garcia, et al. (2006,

p.10), apesar da gestão de estoque ser importante, é ainda negligenciada em muitas

empresas. É relevante afirmar que de acordo com Almeida e Lucena (2006), uma

administração de estoques eficiente pode criar uma vantagem competitiva para a

própria empresa, diminuindo os custos, entre outros fatores. A presente pesquisa

teve como objetivo, identificar se nas Micro e Pequenas Empresas do setor

comercial da cidade de Matipó-MG é realizada a gestão e controle de estoques. E

como objetivos específicos, saber quais são as ferramentas usadas para controlar o

estoque das micro e pequenas empresas da cidade de Matipó-MG, e tomar

conhecimento dos níveis de estoques das empresas Matipoenses.

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METODOLOGIA

Essa pesquisa será realizada em 20 micro e pequenas empresas do setor comercial

de Matipó-MG, entre elas estão: lanchonetes, papelaria, gráfica, loja de material de

construção, de confecções, de informática, de vestuário. A pesquisa é de forma

descritiva, e quanto a abordagem do problema, foi feita de forma quantitativa, que é

uma transformação das informações em números, para então, concluir a análise

sem distorções ou erros (GRESSLER, 2004). Para que os objetivos fossem

alcançados, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, seguida de estudo de caso. No

que diz respeito a obtenção de dados para realização do levantamento, foi utilizado

o questionário, o qual segundo Gil (2007) pode ser definido como uma técnica de

investigação composta por questões da qual as pessoas tem que responder em

escrito, sempre levando ao objetivo definido. O trabalho encontra-se em andamento.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Daison de; LUCENA, Maxsuel. Tec Hoje. Gestão de Estoques na cadeia de suprimentos. Disponível em: http.//www.techoje.com.br/site/categoria/detalhe_artigo/742. Acesso em: 24.abr.2016. GARCIA, Eduardo et al. Gestão de Estoque: Otimizando a logística e a cadeia de suprimentos. Rio de Janeiro: E-papers Serviços Editoriais Ltda., 2006. GRESSLER, Lori Alice. Introdução a Pesquisa: Projetos e relatórios. 2 ed. São Paulo: Edições Loyola, 2004. GIL, Antônio Carlos. Método e técnicas de pesquisa social. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 2007. IUDÍCIBUS, S. et al. Manual de Contabilidade Societária. São Paulo: Atlas, 2010 Lei Complementar Nº 139, de 10 de novembro de 2011. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp139.htm. Acesso em: 20.mar.2016. MARTINS, Petrônio Garcia. CAMPOS, Renato. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2006. SEBRAE. Taxa de Sobrevivência das Empresas no Brasil. Disponível em: http://www.sebrae.com.br. Acesso em: 20.mar.2016. SEBRAE. Desenvolvimento. Disponível em: http://www.sebrae.com.br. Acesso em: 6.jun.2016. Estadão E&N. IBGE: Micro e Pequenas Empresas, o amortecedor do desemprego. Disponível em: http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,micro-e-

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pequenas-empresas-o-amortecedor-do-desemprego,20030911p21518. Acesso em 20.mar.2016.

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A VISÃO DO BACHAREL EM ADMINISTRAÇÃO SOBRE IMPORTÂNCIA DA ESPECIALIZAÇÃO EM DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR

José Luiz Furtado Oliveira Portes - Bacharel em Administração. Pós-Graduando

em MBA em Gestão de Negócios e Pessoas. Pós-Graduando em Docência do Ensino Superior. Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.

Luciana Aparecida Santos Moreira Moraes - Bacharel em Administração. Pós-Graduanda em Docência do ensino Superior. Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.

José Alvarenga Bastos Neto - Bacharel em Ciências Contábeis. Pós-Graduando em Docência do Ensino Superior. Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.

Thainara Santana Miranda - Licenciada em História. Pós-Graduanda em Docência do Ensino Superior. Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX

Alice Rodrigues Borges Lazaroni - Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em contabilidade decisorial - controladoria. Mestre em Administração. Professora

Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Docência Superior; Professor Bacharel; Magistério superior.

INTRODUÇÃO

O século XX chegou ao seu fim e trouxe consigo grandes mudanças no ensino

superior, e a mais marcante delas foram relacionadas ao perfil do docente. O

docente do ensino superior passou assumir o centro do cenário educacional,

mudando a atitude do docente, que deixou de ser unicamente um especialista em

determinada área de atuação, e transformou-se em um profissional capaz de

ensinar, incentivar e motivar o aluno no processo de aprendizagem (MASETTO,

2013). Na atualidade, se faz necessário uma reflexão sobre os grandes desafios

enfrentados na docência do ensino superior para que o bacharel desempenhe de

forma eficiente sua profissão como docente, podendo melhor atuar e claramente

compreendê-los (SILVA, 2013). Segundo Isaia e Bolzam (2004) os bacharéis que se

tornam docentes do ensino superior não têm formação prévia e nem mesmo

específica, e que o início da trajetória profissional como docente é totalmente

precária quando assumem os papeis docentes espelhados na sua formação inicial,

alinhados ao conhecimento de determinada prática como profissional de uma

atividade que não a da docência superior. Questão que norteou a pesquisa foi: como

a especialização em docência do ensino superior pode contribuir para a melhor

formação do bacharel em administração na relação professor - aluno? Nesse

contexto, a presente pesquisa tem como objetivo compreender os desafios

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enfrentados pelos bacharéis em administração diante a docência universitária,

analisando assim a percepção do docente sobre a importância de uma

especialização em docência do ensino superior. Cunha e Zanchet (2010)

compartilham da visão que na carreira de docente é comum a reprodução do

exercício da docência exercido sobre o bacharel, ou seja, utilização dos recursos

pedagógicos e repetição de métodos, é a visão interpretação da docência que se

teve como aluno. Ainda, se constrói representações sobre o que é ensinar e

aprender, embasados nos conhecimentos de alguns recursos pedagógicos que lhes

foram apresentados. Embora essa reprodução contribua para a formação do

docente, possui aspectos positivos, mas traz consigo alguns também aspectos

negativos, isso só ocorre o docente não tem condições de fazer diferente, não

estando pedagogicamente dotado de técnicas para fazer diferente, desta forma, o

docente passa a reproduzir não apenas as boas práticas, mas, também, práticas

pouco ou nada eficientes no processo de aprendizagem. Não há um única

identidade que possa definir o docente do ensino superior, pois cada docente possui

uma trajetória de formação distinta (PEREIRA, 2015).

A ausência de saberes pedagógicos, limita a ação do docente e causa transtornos de naturezas variadas ao processo de ensinar e aprender. Muitas vezes, o profissional traz para a sala de aula uma vasta experiência adquirida por meio de estudos e pesquisas ou, ainda, pelo exercício de outra profissão. Porém, não sabe compartilhar este conhecimento com seus alunos, desconhece práticas e recursos voltados ao compartilhamento do saber, tornando, assim, sua experiência profissional extraclasse em uma variável quase nula no exercício da docência (SOARES e CUNHA, 2010, p. 26-27 apud PEREIRA, 2015).

Ao se optar pela docência universitária, o profissional precisa ter consciência que ao

adentrar na sala de aula, o seu papel essencial é o de ser professor. Contudo, será

necessário superar as premissas de que o docente nasce feito ou que para ser

docente é preciso apenas ser um bom profissional na área de formação ou

simplesmente que para ensinar basta dominar o conteúdo. Muito mais que isso, o

autor evidência que é necessário que o bacharel docente procure uma

especialização voltada não apenas a sua área, mais preferencialmente a docência

do ensino superior, onde este possa adquirir técnicas não vistas em sua graduação

e novos conhecimentos a respeito do magistério superior, tornando-se um bacharel

preparado didaticamente para o exercício acadêmico (BEHRENS, 2011). Não existe

uma fórmula para tornar-se docente, pois são inúmeras variáveis envolvidas nesta

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formação e cada profissional tende a seguir um caminho diferente. Assim, o aturo

evidencia que o docente busque assumir uma postura voltada a reflexão sobre a sua

didática e prática em sala de aula. Pois, o docente precisa ser reflexivo, criativo,

questionador, inovador, critico, pesquisador, interdisciplinar, articulador e saber

transmitir efetivamente as teorias que propõe a seus alunos. O docente deve ainda,

vesti-se a dialética que propõe a construção do conhecimento de forma democrática,

contribuindo uma prática docente de qualidade no ensino superior (BEHRENS,

2005).

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de caso caracterizado como descritivo realizado em 23 de

junho de 2016 com um docente do curso de administração de uma instituição de

ensino superior localizado na cidade de Leopoldina - MG. O referido docente é de

formação bacharel e atua nas disciplinas do curso de administração, o mesmo foi

abordado através de um entrevista direta que segundo Souza (2014, p.1) “visa

conhecer certos conceitos espontâneos dos candidatos, onde o entrevistador vai

formulando as questões conforme o decorrer da entrevista com o objetivo de obter

uma determinada resposta”, composto com questões a respeito da importância da

especialização em docência do ensino superior para os bacharéis que atuam como

docentes tendo em vista que os mesmo não tem de formação preparação didática

para lecionar, buscando assim coletar dados e informações sob sua percepção

quanto ao tema.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A partir das informações coletadas através da entrevista pode-se observar que o

docente em questão se graduou em administração, teve duas especializações sendo

uma na área de finanças e outra em docência superior. Atualmente, está inserido a

um projeto de mestrado, pois como docente procura maior efetividade na área de

formação e melhores subsídios e preparo para lecionar. Para Pimenta e Anastasiou

(2005) na maioria das instituições de ensino superior, por mais que seus docentes

possuam experiência significativa na área de formação ou anos de estudos em suas

áreas, despreparo e o desconhecimento científico do processo de ensino-

aprendizagem, pelo qual passam a ser responsáveis a partir do instante em que

ingressam na sala de aula se faz constantemente presente. Pode-se observar que o

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docente se ocupa alem do exercício de docência, de outras atividades relacionadas

a sua formação atuando também como profissional liberal, prestando consultorias e

palestras e como colaborador de uma instituição financeira. Pode-se observar que o

excesso de atividades interfere na sua atuação como docente, constatado através

de sua declaração na entrevista quando perguntado sobre o que possivelmente ele

mudaria como professor, onde o entrevistado respondeu:

“Se eu fosse apenas docente, eu mudaria muitas coisas, mais o problema que eu não tenho tempo, tudo muito rápido e meu tempo é curto demais. Preparo minhas aulas correndo, e tenho muitas reuniões do banco. Não dá tempo pra nada. Quando eu busquei pela pós graduação em docência, confesso que foi procurando melhorar como docente, pois quase não tenho tempo de moldar minhas aulas e não tinha nenhum preparo pedagógico para que eu lecionasse de forma eficaz; busquei para conhecer as melhores formas e recursos para me auxiliar.”

O docente leva para suas aulas uma experiência adquirida por meio de pesquisas

ou pelo exercício da profissão de formação, mas infelizmente não sabe compartilhar

este conhecimento, por desconhecer práticas pedagógicas e recursos voltados ao

saber, tornando sua experiência profissional em uma variável nula no exercício de

sua docência (SOARES; CUNHA, 2010).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Retomando o objetivo do estudo que foi compreender os desafios enfrentados pelos

bacharéis em administração diante a docência universitária, analisando assim a

percepção do docente sobre a importância de uma especialização em docência do

ensino superior, apontou-se que existe a ausência de formação por parte dos

bacharéis por não terem um preparo durante a graduação em administração

direcionado à didática de conteúdos pedagógicos. Sendo possível perceber a

existência também de uma grande diversidade metodológica utilizada pelos

docentes, sendo decorrentes de vários caminhos percorridos na formação do

bacharel professor e em suas experiências, ate mesmo por se inspirarem em

métodos utilizados por seus docentes. É visível a dificuldade de conciliar a teoria da

prática, pois se evidenciou a formação voltada para gestão de organizações e não

para a docência, a ausência do domínio de uma série de saberes e ate mesmo a

difícil conciliação da docência com outra atividade profissional. Por tanto, é possível

observar que os bacharéis embora estejam presentes em grande quantidade no

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exercício da docência, sofrem certa dificuldade em assumir essa profissão que se

difere de sua formação. Nesse contexto, ressalta-se a importância de uma

especialização em docência do ensino superior para que o bacharel possa ter um

preparo quanto a didática a ser utilizada, e principalmente para que se possa obter

subsídios, métodos e processos que auxiliem no sucesso profissional.

REFERÊNCIAS BEHRENS, M. A. O paradigma emergente e a prática pedagógica. Rio de Janeiro:Vozes, 2005. BEHRENS, M. A. Docência universitária: formação ou improvisação? Revista Educação, Santa Maria/RS, v. 36, n. 3, p. 441-454, set./dez. 2011. Disponível em: http://cascavel.ufsm.br/revistas/ojs-2.2.2/index.php/reveducacao/article/view/2976/2423. Acesso em: 22.jun.2016. CUNHA, Maria Isabel da.; ZANCHET, Beatriz Maria Boéssio Atrib. A problemática dos professores iniciantes: tendência e prática investigativa no espaço universitário. Revista Educação, Porto Alegre, ed. 33, n. 3, p. 189-197, 2010. Disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faced/article/viewFile/6999/5717. Acesso em: 26.jun.2016. ISAIA, S. M. A.; BOLZAN, D. P. V. Formação do professor do ensino superior: um processo que se aprende? Revista Educação CE/UFSM, Santa Maria/RS, v. 29, n. 2, 2004. Disponível em: http://cascavel.ufsm.br/revistas/ojs-2.2.2/index.php/reveducacao/article/view/3845. Acesso em: 21.jun.2016. MASETTO, Marcos T. Competência Pedagógica do Professor Universitário. São Paulo: Summus, 2003. PEREIRA, Letícia Rodrigues. A prática pedagógica do professor bacharel no curso de administração. Pouso Alegre/MG, 2015. 85 p. Monografia, Mestrado em educação - Universidade do Vale do Sapucaí – UNIVÁS. Disponível em http://www.univas.edu.br/me/docs/dissertacoes2/26.pdf. Acesso em 22.jun.2016. PIMENTA, Selma Garrido; ANASTASIOU, Léa das Graças Camargo. Docência no ensino superior. São Paulo: Cortez, 2005. SILVA, Léa Ribeiro da. Docência na contemporaneidade: desafios para professores no ensino superior. Revista Primus Vitam. n. 5. 2013. Disponível em http://mackenzie.br/fileadmin/Graduacao/CCH/primus_vitam/primus_5/lea.pdf. Acesso em 21.jun.2016. SOARES, Sandra Regina; CUNHA, Maria Isabel da. Formação do professor: a docência universitária em busca de legitimidade, 2010. Disponível em: http://static.scielo.org/scielobooks/cb/pdf/soares-9788523209032.pdf. Acesso em: 27.jun.2016.

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QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: O ESTUDO DE CASO APLICADO AOS COLABORADORES DE UMA CONFECÇÃO EM ABRE CAMPO

Ilma Bitencourt Vieira - Graduanda em Administração – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

Celso Abreu de Araújo – Graduado e Mestre em Administração. Professor do Curso de Administração – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Qualidade de Vida; Gestão de Pessoas; Trabalho.

INTRODUÇÃO

A qualidade de vida no trabalho tornou-se fator de grande importância para as

organizações, pois perceberam que para potencializar sua produção devem investir

em projetos para melhorar a qualidade de vida dos colaboradores nos aspectos

profissionais e pessoais, devido ao fato de que o trabalho ganhou destaque na vida

das pessoas e suas rotinas podem influenciar de forma positiva ou negativa na

qualidade de vida das mesmas (SILVA, FURTADO e ZANINI, 2015). A Qualidade de

Vida no Trabalho refere-se diretamente ao comportamento e satisfação do

colaborador em relação à realização das tarefas na organização. Um ambiente

organizacional dinâmico e equilibrado proporciona aumento da produtividade, onde

as pessoas refletem o bem-estar com o trabalho no rendimento e qualidade dos

serviços (FREITAS E SOUZA, 2009). Sabe-se que nas organizações há um

relacionamento rodeado de interesses divergentes, onde os objetivos

organizacionais são diferentes dos objetivos pessoais do colaborador

(CHIAVENATO, 2008). Por isso, é importante compreender: Qual o nível de

satisfação em relação à qualidade de vida dos colaboradores de uma confecção,

com o seu cargo, o ambiente físico em que realiza as atividades laborais e o

relacionamento com seus superiores? O presente estudo tem o objetivo geral de

verificar o nível de satisfação em relação à qualidade de vida dos colaboradores de

uma confecção, em relação ao seu cargo, o ambiente físico em que realiza as

atividades laborais e o relacionamento com seus superiores. O presente estudo tem

os objetivos específicos:

� Identificar o nível de satisfação com o seu cargo.

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� Identificar o nível de satisfação com o ambiente físico em que realiza as

atividades laborais.

� Identificar o nível de satisfação no relacionamento com seus superiores.

A justificativa acadêmica dessa pesquisa é a necessidade em adquirir conhecimento

em relação à Qualidade de Vida no Trabalho e aos fatores inerentes envolvidos na

discussão desse assunto. Já no âmbito empresarial, justifica-se pela necessidade

em esclarecer fatores relevantes a Qualidade de Vida no Trabalho e contribuir para

o aprimoramento das relações no ambiente organizacional.

METODOLOGIA

O presente estudo tem interesse em investigar o nível de satisfação dos

colaboradores de uma confecção em relação à qualidade de vida no trabalho, e

pretende usar como técnica, a construção de um estudo de caso com objetivo

exploratória e descritiva. Segundo Yin (2015, p. 4), “o estudo de caso permite que os

investigadores foquem um “caso” e retenham uma perspectiva holística e do mundo

real.” Para Yin (2015, p. 2) “Um estudo de caso pode incluir casos únicos ou

múltiplos, pode ser limitado a evidências quantitativas e pode ser um método útil

para fazer uma avaliação. ” Para Prodanov e Freitas (2013, p. 127) pesquisa

exploratória, “Visa a proporcionar maior familiaridade com o problema, tornando-o

explícito ou construindo hipóteses sobre ele. ” Para Prodanov e Freitas (2013, p.

127) pesquisa descritiva, “Expõe as características de uma determinada população

ou fenômeno, demandando técnicas padronizadas de coleta de dados. ” A empresa

onde se aplicará o estudo de caso é uma fábrica do setor de vestuário, que está no

mercado desde 2004, produzindo peças em jeans, e atualmente gera emprego para

22 colaboradores. A coleta de dados será realizada na própria empresa, por meio da

aplicação de questionário, aos colaboradores do setor de produção, utilizando uma

abordagem quantitativa para análise das informações coletados. Para Prodanov e

Freitas (2013, p. 128), a abordagem quantitativa, “Requer o uso de recursos e

técnicas de estatística, procurando traduzir em números os conhecimentos gerados

pelo pesquisador. ”

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RESULTADO E DISCUSSOES

Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o

momento a realização do levantamento bibliográfico.

REFERÊNCIAS

CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos: O Capital Humano das Organizações. 8. ed. São Paulo: Atlas S.A., 2008. FREITAS, André Luiz Policani; SOUZA, Rennata Guarino Bastos. Um modelo para avaliação da Qualidade de Vida no Trabalho em universidades públicas. Revista Eletrônica Sistemas & Gestão. Rio de Janeiro, v.4, n.2, p.136-154, maio a agosto de 2009. Disponível em: http://scholar.google.com.br. Acesso em: 04.abr.2016. SILVA, Ana Carolina Cozza Josende; FURTADO, Juliana Haetinger; ZANINI, Roselaine Ruviaro. Um estudo sobre a Qualidade de Vida no Trabalho e os fatores associados. Ibero american Journal of Industrial Engineering. Florianópolis, v. 7, n. 14, p. 182-200, 2015. Disponível em: http://scholar.google.com.br. Acesso em: 02.mai.2016. YIN, Robert K.. Estudo de Caso. Planejamento e Método. 5. ed. São Paulo: Book Man Editora Ltda, 2015. PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar. Metodologia Do Trabalho Científico: Métodos e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico. 2. ed. Novo Hamburgo: Universidade Feevale, 2013.

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PRODUTOR RURAL: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE PESSOA FÍSICA E PESSOA JURÍDICA NA ÁREA DE CAFEICULTURA NA ZONA DA MATA NO

ESTADO DE MINAS GERAIS

Larissa de Carvalho Gomes – Graduando em Ciências Contábeis. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

Luciano Aguiar Otoni – Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em Planejamento Fiscal e Auditoria Contábil. Professor da Faculdade Vértice -

UNIVÉRTIX. Júlio César da Mata – Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em

Controladoria, Finanças e Auditoria. Professor da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.

[email protected]

Palavras-chave: Contabilidade Rural; Pessoa Física; Pessoa Jurídica e Planejamento Tributário.

INTRODUÇÃO

O produtor rural, em sua grande maioria não procura se instruir com ajuda de um

profissional contábil, pelo fato do Código Civil, lei nº 10.406 de 10 de janeiro de

2002, facultá-lo de adotar a forma de empresa rural e assim perfazendo uma

escrituração simplificada, que por não possuírem um conhecimento mais apurado

considera ser a melhor opção. Um dos fatos que leva essa adoção segunda é que o

Brasil apresenta a maior carga tributária, dificultando o pequeno, médio e grande

produtor a outros tipos de enquadramento (RAIMUNDO, et al., 1998).

Sendo o Estado de Minas Gerais considerado maior produtor da principal commodity de exportação do agronegócio mineiro, o café. A região da Zona da Mata encontra-se na terceira posição de maior produção do café, onde cafeicultura é a principal atividade fonte de renda da população dessa região, desde o final do século XVIII dinamizando toda a economia, induzindo o desenvolvimento dos setores industriais, comerciais e financeiro da região (NETO; DINIZ,2006). E com a vinda da globalização esse cenário passou a ser internacional, “hoje o Brasil é o maior produtor e exportador de café, com participação média de 24% nas exportações mundiais” (SAES; NAKAZONE, 2004, p. 40).

Neste contexto a globalização tem trazido expectativas de conquistas de novos

mercados, uma vez que as empresas multinacionais buscam diversos países para

se instalarem e reforça sua marca global. Onde o Brasil ao perceber este movimento

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no mercado de café viu a possibilidade de expansão de mercado, contribuindo para

formação de novos produtores rurais deste ramo (ACERVO DIGITAL, 2011).

Entretanto, os produtores rurais não se encontram preparados para esse no

mercado, pelo fato de não possuírem um controle dos seus custos e orçamentos,

para que consigam desfrutar das oportunidades advindas da globalização. Para

tanto se faz necessário a presença de um contador que utilizará os mecanismos

contábeis eficientes e eficazes como ações imediatas afim de auxilia-los no

planejamento que melhor adeque sua atividade (REVISTA SABER ELETRÔNICO

ON-LINE, 2014). Diante do contexto apresentado, percebe-se que o produtor rural

exerce culturalmente uma administração simplificada em relação a outros tipos de

atividades empresariais, entretanto é de suma importância o conhecimento dos

dados para que o produtor rural realize a melhor escolha, ou seja, a que será mais

vantajosa e trará melhores resultados. Devido a essa faculdade que o Código Civil

confere ao produtor rural, surge o seguinte questionamento que a presente pesquisa

visa responder: Qual a forma mais vantajosa, para o produtor rural desenvolver sua

atividade de cultivo de café, pessoa física ou pessoa jurídica na Região da Zona da

Mata em Minas Gerais? O objetivo desta pesquisa é analisar qual forma mais

vantajosa, tributária financeira e operacionalmente para o produtor rural pessoa

física e pessoa jurídica da Região da Zona da Mata em Minas Gerais, sendo

realizado um estudo de caso na Fazenda Vista Alegre na cidade de Caputira,

mediante a comparação dos tipos de enquadramento, quanto ao crédito, a

tributação, os benefícios financeiros e os benefícios tributários. Contudo a relevância

do estudo fixa-se em avaliar questões sobre a tributação aplicada, tanto à pessoa

física quanto à pessoa jurídica, auxiliando o mesmo na melhor tomada de decisão

com base no planejamento tributário, que irá refletir sobre os rendimentos a serem

auferidos advindos de possíveis investimentos e redução de custos.

MEDOTOLOGIA

Esta pesquisa tem por objetivo analisar qual forma mais vantajosa, tributária

financeira e operacionalmente, para o produtor rural pessoa física e pessoa jurídica

da Região da Zona da Mata em Minas Gerais. Sendo realizado um estudo de caso

na Fazenda Vista Alegre na cidade de Caputira, mediante a comparação dos tipos

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de enquadramento, quanto ao crédito, a tributação, os benefícios financeiros e os

benefícios tributários. Para análise desta pesquisa utilizou-se a metodologia do tipo

descritivo, pois segundo Gil (1999, p.44) “As pesquisas deste tipo têm como objetivo

primordial as descrições das características de determinada população ou fenômeno

ou o estabelecimento de relações entre variáveis”. Quanto a técnica utilizou-se a

pesquisa bibliográfica, sendo realizada a análise e interpretação de documentos

existentes acerca de determinados fenômenos a qual o público geral tem acesso,

tais como livros, legislações e artigos (BERTUCCI, 2009; GIL, 2010). O estudo de

caso que favorece uma visão holística de compreensão sintética de acontecimentos

da vida real, destacando-se seu caráter de investigação empíricas de fenômenos

contemporâneos” (SILVA; SILVA, 2014). Para tanto o método de análise de

conteúdo foi realizado com base na coleta de dados documental primária e

secundária. Em que a primária é descrita por Malhotra (2006, p.292) da seguinte

maneira: “[...] Os entrevistados veem o questionário e se posicionam frente a frente

com o entrevistador. É possível, portanto, fazer perguntas consistentes, complexas e

variadas”, e a secundária, descrita por Bardin (2011) em três pólos cronológicos:

coleta, extração das variáveis e análise das variáveis. O critério utilizado para

análise dos dados teve por base os três polos cronológicos descrito anteriormente,

sendo desenvolvidas as seguintes etapas: organização das ideias iniciais através da

entrevista, selecionando os documentos para análise, traçando dimensões e

direções; analisando os pontos comuns e divergentes expostos em uma tabela

comparativa sobre os dois tipos de adoção; a verificação quanto ao enquadramento

baseado na legislação que o normatiza; o tratamento, a interpretação, a síntese e a

seleção dos resultados obtidos (MALHOTRA, 2006; BARDIN, 2011). De acordo com

Marconi e Lakatos (2004), estudos de abordagem qualitativa fazem menção à

análise fenomenológica do comportamento humano, o qual tem seu fundamento na

coleta de dados, objetivos ou subjetivos, interpretações com base em hábitos,

atitudes, tendências de comportamento. O presente trabalho encontra-se em

andamento.

REFERÊNCIAS

ACERVO DIGITAL, 2011. Os impactos da globalização no consumo de café especial pela classe média brasileira. Disponível em:http://acervo-digital.espm.br/revista_da_empresa/2011/jul_ago/19%. Acesso em 20.mai.2016.

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BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2011.

BRASIL. Código Civil. Organização de Sílvio de Salvo Venosa. São Paulo: Atlas, art. 971, 1993.

BERTUCCI, Janete Laura de Oliveira. Metodologia Básica para Elaboração de Trabalhos de Conclusão de Cursos. São Paulo: Atlas, 2009.

GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 1999.

MALHOTRA, Naresh. K. Pesquisa de Marketing. 4ª ed. Porto Alegre: Editora Bookman, 2006.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia científica. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2004.

RAIMUNDO, Júlio; et al. Uma análise da carga tributária do Brasil. Diretoria de Pesquisa do IPEA, 1998.

SAES, Maria; NAKAZONE, Douglas. O agronegócio café do Brasil no Mercado Internacional. Revista FAE Bussiness, nº 9, set/2014.

SILVA, Fernanda Caroline; SILVA, Milton Santos. Estudo comparativo da tributação do produtor rural pessoa física e jurídica na venda de “pinto de um dia”. FAMINAS-BH, 2014.

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IMPORTÂNCIA DA PRESTAÇÃO DE CONTAS DA GESTÃO ESCOLAR PARA MANUTENÇÃO, CUSTEIO: ESTUDO DE CASO DE UMA CAIXA ESCOLAR DE

SANTO ANTÔNIO DO GRAMA-MG

Edvirges Aparecida Salgado - Graduanda em Administração – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

Celso Abreu de Araújo – Graduado e Mestre em Administração. Professor do Curso de Administração – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Caixa Escolar; Prestação de Contas; Terceiro Setor.

INTRODUÇÃO

A Ciência Contábil sempre se mostrou de grande importância para as transações

comerciais e financeiras. Existindo desde os primórdios da humanidade, a

contabilidade vem sofrendo diversas mutações ao longo dos anos, com o objetivo de

atender melhor ao fisco e também de ajudar na tomada de decisões da empresa

(Werlich, 2006). Deste modo, ela se faz de grande importância tanto para as

empresas públicas quanto para as privadas, classificadas como primeiro e segundo

setor respectivamente (Lima, 2000). Segundo (Yamamoto, 2006), existem também

as empresas chamadas de Terceiro Setor, voltadas para a promoção do bem-estar

social, e que não possuem fins lucrativos. Ainda assim, estas instituições também

necessitam de uma escrituração contábil condizente com as movimentações

financeiras ocorridas nas mesmas, uma vez que devem apresentar seus relatórios

fiscais e financeiros. As empresas do Terceiro Setor geralmente são fomentadas por

doações financeiras de instituições privadas e/ou auxílios de verbas públicas. Porém

existem algumas instituições deste setor que recebem apenas verbas públicas,

sejam elas da esfera: Federal, Estadual ou Municipal (Perez, 2014). São as

chamadas transferências, ou repasses de recursos. Exemplo disso é o que ocorre

nas Caixas Escolares, que são instituições privadas com personalidade jurídica de

direito privado, que existem apenas com a função de administrar as verbas

recebidas para as escolas. Assim, são classificadas como Unidades Executoras

(UEx) das unidades de ensino. Todavia, por tratar-se de finanças públicas, suas

verbas são oriundas do governo, devendo obedecer às normas de contabilidade

pública, aplicadas à administração pública. Assim, devem ser destinadas de acordo

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com a sua finalidade específica, e, uma forma de fiscalizar se isso ocorre, são as

chamadas prestações de contas. Deste modo, verifica-se se os recursos foram bem

aplicados ou não. E, em caso negativo, a instituição pode sofrer algumas punições,

seja cancelamento de uma ou outra verba, ou até mesmo sanções administrativas,

cabíveis aos gestores responsáveis pela execução de tais projetos. Percebe-se

então que é de extrema relevância que os administradores façam uma boa gestão e

prestação de contas dos recursos utilizados. Entretanto, nem sempre isso é fácil,

uma vez que existe uma série de legislações a serem cumpridas e nem sempre

existe um preparo adequado ou capacitação para quem realiza a execução dos

projetos e prestação de contas dos recursos destinados a eles. Neste contexto,

surgem as seguintes questões: Como são realizadas as prestações de contas

destas unidades executoras? E mais, o gestor da Caixa Escolar está capacitado

para realizar as prestações de contas? Quais são as dificuldades encontradas pelo

gestor e o auxiliar financeiro das Caixas Escolares? Diante de tais indagações, o

objetivo deste trabalho é verificar como a Escola Estadual “Mariano Gomes” realiza

suas Prestações de Contas tendo em vista uma série de legislações a serem

atendidas em detrimento à capacitação recebida pela Superintendência Estadual de

Ensino do Estado de Minas Gerais. Este trabalho possui grande importância para os

gestores das Caixas Escolares e para o meio acadêmico, uma vez que poderá

subsidiar o público alvo na elaboração de diagnóstico de possíveis falhas ocorridas

durante o processo de prestação de contas, evitando bloqueios de repasses de

verbas para as unidades executoras.

METODOLOGIA

A Pesquisa é uma atividade que possui como objetivo buscar soluções para os

problemas encontrados, através de métodos científicos (Gil, 2008). Minayo (2010),

considera a pesquisa como:

Atividade básica das ciências na sua indagação e descoberta da realidade. É uma atitude e uma prática teórica de constante busca que define um processo intrinsecamente inacabado e permanente. É uma atividade de aproximação sucessiva da realidade que nunca se esgota, fazendo uma combinação particular entre teoria e dados.

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De acordo com Andrade (2001, p.17) a pesquisa pode ser classificada em

exploratória, descritiva e explicativa. Neste estudo será utilizada a pesquisa

exploratória que de acordo com Andrade (2001), visa tornar o problema mais

explícito e dialogar com o mesmo através da construção de hipóteses para o

problema. A princípio será feito um levantado bibliográfico histórico sobra a

constituição da Caixa Escolar e sua função para a escola ao longo dos anos. Assim,

será feito uma fundamentação teórica com base em Leis, Decretos e Artigos

referentes ao tema abordado. Posteriormente será analisada a importância da

Prestação de Contas destas instituições para o bom funcionamento e continuidade

das mesmas, sendo que o mesmo ocorrerá através de estudo de caso. A unidade de

análise será a prestação de contas de uma Caixa Escolar de Santo Antônio do

Grama (MG), entidade de ensino Estadual desta cidade. De acordo com Ventura

(2007), a coleta de dados é feita baseada em vários procedimentos quantitativos e

qualitativos, dentre estes: observação, análise de documentos, entrevista formal ou

informal, história de vida, aplicação de questionário com perguntas fechadas,

levantamentos de dados, análise de conteúdo etc. Há uma pluralidade de

procedimentos que podem ser incorporados. A coleta de dados desta pesquisa será

através de análise de documentos, relatórios e visita a instituição para averiguar

como ocorre a prestação de contas na empresa. A análise dos dados será realizada

pelo método qualitativo que não objetiva quantificar nem apresentar dados

estatísticos sobre o problema a ser averiguado, mas, de acordo com Ventura (2007),

consiste em realizar a interpretação dos dados feita no contexto; bem como, busca

esclarecer respostas e indagações e revelar diferentes pontos de vista sobre o

objeto de estudo.

RESULTADO E DISCUSSÕES

Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o

momento a realização do levantamento bibliográfico.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do Trabalho Científico: elaboração de trabalhos na graduação. 5, Ed. São Paulo: Atlas, 2001. Gil, Antônio Carlos. Métodos e técnica de pesquisa social. 6. Ed - São Paulo: Atlas, 2008.

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MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 29. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. PEREZ Jr, Jose Hernandez; Oliveira, Luis Martins de; Chieregato,Renato; Gomes,Marliete Bezerra. Manual de Contabilidade Tributária. 14ª Ed. São Paulo: Atlas, 2015 VENTURA, M. M.O Estudo de Caso como Modalidade de Pesquisa. 2007. Disponível em: <http://unisc.br/portal/upload/com_arquivo/o_estudo_de_caso_como_modalidade_de_pesquisa.pdf> Acesso em: 29 maio 2016 WERLICH, Alexandre. A evolução da contabilidade e os sistemas de informação contábil. Monografia. Florianópolis: UFSC, 2006. 44 páginas. YAMAMOTO, Marina Mitiyo; SALOTTI, Bruno Meirelles. Informação Contábil: estudos sobre a sua divulgação no mercado de capitais. São Paulo: Atlas, 2006.

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MATIPÓ: UMA APRESENTAÇÃO DOS SERVIÇOS DISPONÍVEIS PARA OS DISCENTES DA FACULDADE VÉRTICE – UNIVÉRTIX

Pahola Brandão Reboredo – Graduanda em Administração. Faculdade Vértice -UNIVÉRTIX.

Janine Lopes de Carvalho – Mestre em Psicologia. Especialista em Saúde Mental e MBA em Gestão Estratégica de Pessoas.Graduada em Psicologia.

Coordenadora do Curso de Psicologia da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.

[email protected] INTRODUÇÃO

Desde 2008 a Univértix vem se empenhando na realização de uma gestão

participativa, ensino de qualidade e investimento em iniciativas de extensão e pesquisa

com recursos próprios. Vem se estabelecendo em Matipó e região como uma

Faculdade preocupada em inserir a sociedade dentro do seu âmago, oferendo

condições para que todo cidadão que tenha o anseio de cursar o ensino superior possa

se tornar um acadêmico. Para isso, ela oferece estágios remunerados, bolsas internas,

bolsa transporte, além dos projetos do governo federal como PROUNI e FIES

(Financiamento Estudantil). Nesse sentido, a Faculdade Vértice – Univértix nasceu com

o compromisso de exercer uma função social de fundamental relevância dentro do

contexto populacional do município de Matipó e região. O Campus da Faculdade

Vértice – Univértix na cidade de Matipó abrange 124 municípios em Minas Gerais e no

Brasil. Portanto, nota-se que há uma quantidade considerável de alunos de outros

municípios que estudam na Faculdade Vértice e vieram residir no Município,

caracterizando uma população flutuante que, aliás, movimenta muitas atividades

comerciais na cidade e ampliou suas prestações de serviços. Assim, existe uma

preocupação da Instituição em atendê-los inteiramente nas suas necessidades e

valorizar as suas experiências. E é exatamente por isso que se faz necessária a

realização deste estudo. A pesquisa em questão direciona para a definição de alguns

conceitos fundamentais, entre eles o de território, já que todas as habitações e

moradias ocupam um espaço que fica em determinado território. Para Santos (1994)

território é entendido como "território usado", aquele que é construído pelas pessoas. É

sinônimo de espaço humano, espaço habitado, lugar que produz encontros e

desencontros. O uso do termo território é produto histórico das necessidades e

interesses humanos, sejam eles econômicos, culturais, morais, sociais e afetivos. Ou

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seja, utilizamos o território para trabalhar, comprar, rezar, como também ele é ocupado

pelos governos, pela saúde, pela educação, pela segurança pública e para tantos

outros. Diante disso, a questão eixo desta pesquisa assim se definiu: o que os alunos

que vem de outros municípios para estudar na Faculdade Vértice – Univértix precisam

conhecer sobre Matipó? E o objetivo do estudo é identificar as prestações de serviços

disponíveis em Matipó para os alunos que vem de outros municípios estudar na

Faculdade Vértice – Univértix. Aproveita-se para registrar que este estudo se constitui

em uma iniciativa da Coordenação de Extensão e do Núcleo de Apoio Psicopedagógico

(NAPE) a fim de poder estabelecer novas estratégias e metas que incluem os

acadêmicos. Além disso, trata-se de um estudo fomentado pela Fundação de Amparo à

Pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG. Com este estudo pretendemos

contribuir com a inserção de alunos que vem de outros municípios para estudar em

Matipó a fim de que ao chegarem tenham a sua disposição um instrumento que

facilitará integração deles na cidade.

METODOLOGIA

Para este estudo está sendo realizada uma pesquisa do tipo levantamento. Segundo

Gil (2010) as pesquisas deste tipo caracterizam-se pela interrogação direta das

pessoas cujo fenômeno se deseja conhecer. Fundamentalmente, procede-se à

solicitação de informações a um grupo significativo de pessoas acerca do problema

estudado para, em seguida, obterem-se as conclusões correspondentes aos dados

coletados. O campo de estudo é a cidade de Matipó, que é um município brasileiro do

estado de Minas Gerais. De acordo com o censo realizado pelo Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística - IBGE (2010), sua população é de 17.639 habitantes. A

principal fonte de renda da cidade de Matipó é a agropecuária, com maior destaque

para a cafeicultura, além do comércio. Os dados estão sendo coletados pelas

pesquisadoras através de formulário próprio com os responsáveis em diversas áreas

de prestações de serviços e, até o momento, foram coletados nos setores da área de

saúde, consultórios, farmácias, agências bancárias, restaurantes, choperias e hotéis.

Os dados estão sendo organizados através de tabelas e será produzido um manual

para orientação dos alunos.

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RESULTADOS E DISCUSSÕES

Trata-se de um estudo em andamento e até o presente momento foi realizado o

seguinte levantamento: 8 estabelecimentos de alimentos e bebidas, 5 agências

bancárias, 4 hotéis, 8 serviços de saúde do SUS e 1 conveniado ao SUS, 3 academias

de ginástica, 3 laboratórios, 5 drogarias, 5 clínicas odontológicas, 2 psicólogos, 1

fisioterapeuta e 3 academias de ginástica.

Serviço Tipo Quantidade

Choperia

Restaurantes

A&B*

A&B

3

5

Agências Bancárias Financeiro 5

Academia Fitness 3

Hotel Hospedagem 4

Centro de Atenção Psicossocial ** Saúde 1

Clínicas Odontológicas Saúde 5

Drogarias Saúde 5

Fisioterapeuta Saúde 1

Hospital*** Saúde 1

Laboratórios

Médico Clínico Geral

Médico Ginecologista

Médico Pediatra

Policlínica

Posto ESF

Psicólogo

Saúde

Saúde

Saúde

Saúde

Saúde

Saúde

Saúde

3

2

1

2

1

7

2

* Alimentos e Bebidas; ** Serviços do SUS; *** Conveniado ao SUS

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar de ainda em andamento é um estudo que tem se mostrado válido. Os dados

disponíveis até o momento indicam que o município de Matipó pode oferecer aos

discentes da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX o suporte necessário.

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REFERÊNCIAS

IBGE. (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).Dados estatísticos da cidade de Matipó – MG.2010. Disponível em: http://www.ibge.gov.br. Acesso em: 12. Jan. 2016. IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).Dados históricos da cidade de Matipó. Disponível em: http://www.cidades.ibge.gov.br/painel/historico.php?lang=&codmun=314090&search=||infogr%E1ficos:-hist%F3rico. Acesso em: 03. Mar. 2016. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa?5.ed. São Paulo: Atlas, 2010. SANTOS, M. Território globalização e fragmentação. São Paulo: Hucitec, 1994. UNIVÉRTIX. Regimento Interno. Faculdade Vértice – Univértix. 2015.

A IMPORTÂNCIA DO PROFISSIONAL FARMACÊUTICO NO DESENVOLVIMENTO DE AÇÕES GERENCIAIS NA FARMÁCIA PÚBLICA

Heloíza Pereira Chaves, Natália Rodrigues Justimiano, Mayza de Sousa Queiroz e Uênnia Aparecida Ramos das Dores - Graduandas em Farmácia,

Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Renata Aparecida Fontes - Farmacêutica Bioquímica Analista Clínica, Mestre em

Ciências Farmacêuticas, Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Gestão, Farmácia Pública, Farmacêutico.

INTRODUÇÃO

Os desafios para a gestão da assistência farmacêutica (AF) no âmbito do Sistema

Único de Saúde (SUS) vêm exigindo cada vez mais do profissional farmacêutico ter

conhecimento na área administrativa além da área assistencial, preservando sempre

os princípios e as diretrizes SUS (PEPE et al., 2010). As funções do farmacêutico na

Saúde Pública na Atenção Primária à Saúde se dividem entre ações técnicas-

gerenciais e ações técnico-assistenciais. As ações técnico-gerenciais constituem

atividades relacionadas à logística do ciclo do medicamento. Já as ações técnico-

assistenciais dão suporte à prescrição considerando o Uso Racional dos

Medicamento (URM). Essas medidas visam contribuir para a efetividade do

tratamento, seja no âmbito individual ou coletivo por meio de ações voltadas ao

paciente e não ao medicamento (CRFMG, 2011). Portanto, o papel dos gestores é

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de suma importância para que a AF ocorra como parte fundamental da atenção à

saúde. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é realizar uma breve revisão da

literatura sobre a importância do trabalho do farmacêutico gestor na farmácia

pública.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos

pesquisados nas plataformas de busca Scielo. Os descritores utilizados foram:

Gestão, Farmácia Pública, Farmacêutico.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A AF é um dos grandes desafios que se apresentam aos gestores e profissionais do

SUS, uma vez que suas reorientações propõem uma mudança no modelo de

organização e na forma de gerenciamento. Esta não deve se limitar apenas a

aquisição e distribuição de medicamentos, deve também permitir a implementação e

elaboração de planos, programas e atividades específicas, de acordo com as

competências estabelecidas para cada esfera de governo (PEPE et al., 2010). Os

gestores devem buscar constante aperfeiçoamento e novas estratégias para garantir

a eficiência de suas ações, promovendo o acesso da população a todos os

medicamentos, e o seu uso racional (VIEIRA, 2010). O profissional Farmacêutico

dentro do âmbito do SUS, desempenha ações a serem seguidas como: ações

técnico-gerenciais e ações técnico-assistenciais. As ações técnico-gerenciais

baseiam-se em participar do planejamento, estruturação e organização da AF no

âmbito municipal; coordenar e elaborar o planejamento anual de compras para o

município de forma a manter a regularidade no abastecimento de medicamentos;

executar, acompanhar e assegurar a aquisição dos medicamentos; receber e

armazenar adequadamente os medicamentos; promover a correta distribuição de

medicamentos para os serviços de saúde, permitindo sua rastreabilidade; elaborar e

acompanhar a implementação de normas e Procedimentos Operacionais Padrão

(POP) das ações da AF para organização dos serviços, bem como divulgá-los e

revisá-los periodicamente (ARAÚJO et al., 2005).Já as ações técnico-assitenciais

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baseiam-se em identificar as necessidades da população em relação à informação

em saúde segundo a Estratégia Saúde da Família (ESF) e em conjunto com a

equipe de saúde; realizar contato com os prescritores com a finalidade de evitar

aviamento de receitas que possam prejudicar a saúde do usuário; realizar

dispensação especializada, orientação e acompanhamento farmacoterapêutico na

unidade de saúde visando a promoção da saúde e prevenção de Problemas

Relacionados aos Medicamentos (PRM), conforme necessidade e condições de

execução; realizar conciliação de medicamentos visando seu uso racional; orientar

os funcionários da farmácia quanto à dispensação de medicamentos; Desenvolver

ações e intervenções para redução de erros de medicação; promover ações que

disciplinem a prescrição, dispensação e consumo visando o URM; implantar o

programa de farmácias notificadoras no município e orientar profissionais de saúde a

notificarem Reações Adversas a Medicamentos (RAM); participar da elaboração e

implantação do Programa de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde

(PGRSS) no município; promover ações de AF voltadas para atendimento a grupos

especiais (BRASIL, 1998).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através do estudo realizado nota-se a importância do farmacêutico no âmbito do

SUS, onde estes por sua vez irão suprir as necessidades da população, com

conhecimento sobre os medicamentos e suas competências, levando informações e

qualidade de vida a população, diminuindo custos desnecessários, prevenindo

diversos PRM e principalmente promovendo URM.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Portaria 3916 GM/MS. Aprova a Política Nacional de Medicamentos. Brasília. 1998.

Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais; A IMPORTÂNCIA DO FARMACÊUTICO NO SUS – Suas Competências e Atribuições nas ações de Saúde Pública / Organizador CASP-CRF/MG 1ª Ed. Belo Horizonte:CRF/MG, 2011.28p.

VIEIRA S.F, Assistência Farmacêutica no Sistema Público de Saúde no Brasil.Rev Panam Salud Publica 27(2),2010.

PEPE V.L.E et al, A Judicialização da saúde e os novos desafios da gestão da assitência farmacêutica, Ciências e saúde coletiva, 15(5):2405-2414,2010.

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ARAÚJO A.L.A et al, Assistência Farmacêutica como modelo tecnológico em atenção primária à saúde, Rev. Cienc. Farm. Básica Apl;v.26,n2,p.87-92,2005.

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A IMPORTÂNCIA DO PROFISSIONAL FARMACÊUTICO EM ATIVIDADES GESTORAS NA FARMÁCIA MAGISTRAL

Adegmar Gonçalves Figueiredo, Bruna Oliveira Martins, Janacláudia Aparecida Gonçalves Ferreira, Ranny Pacheco Duarte Ribeiro – Graduandas em Farmácia,

Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Renata Aparecida Fontes –Farmacêutica Bioquímica Analista Clínica, Mestre em

Ciências Farmacêuticas. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Gestão, Farmácia de Magistral.

INTRODUÇÃO

As Farmácias de Manipulação representam aproximadamente 10% de todo o

mercado de medicamentos no Brasil (PEREIRA; SERVILIERI, 2005). Por isso a

gestão de qualidade do serviço de saúde prestado pelas Farmácias Magistrais é de

extrema importância e deve ser constante mediante a revisão da legislação vigente

e de trabalhos científicos que englobam o assunto (BONFILIO et al, 2011). Gestão é

o ato de gerenciar os recursos de forma eficiente para obter metas pré-estabelecidas

(BRASIL, 2007). No entanto, o farmacêutico nem sempre está à frente ou participa

ativamente das atividades gestoras de um estabelecimento magistral (SANTOS,

2002). Dessa forma, objetiva-se com este trabalho realizar uma breve revisão

bibliográfica sobre o trabalho do farmacêutico como gestor em farmácias magistrais.

METODOLOGIA

O presente trabalho foi elaborado por meio de uma revisão bibliográfica no qual

foram abordados tópicos em relação a Gestão em Farmácia Magistral, com base em

artigos pesquisados nas plataformas de busca Scielo e Periódicos Capes. Foram

utilizados como descritores: Gestão, Farmácia Magistral.

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RESULTADOS E DISCUSSÕES

A Farmácia é um estabelecimento de manipulação de fórmulas magistrais e oficinais

inscritas nas Farmacopeias, Compêndios ou Formulários reconhecidos pelo

ministério da saúde, de comércio de fármacos, medicamentos, e insumos

farmacêuticos (PEREIRA e SERVILIERI, 2005). Possui como objetivo manipular

especialidades farmacêuticas individualizadas e na maioria das vezes

economicamente mais vantajosas. Com isso, ela mostra sua grande importância no

mercado farmacêutico, facilitando a adesão ao tratamento farmacológico

(FERREIRA & JUNIOR ALLEN, 2006; PEREIRA & SERVILIERI, 2005). O

profissional magistral a cada dia que passa, vem se desenvolvendo mais, seja no

cuidado ao paciente, seja na arte de manipular, tendo como objetivo principal, gerar

qualidade de vida para a população, e com tudo isso, valorizando a verdadeira

essência da profissão (NOBRE, 2006). Embora habitualmente o farmacêutico não

tenha a responsabilidade direta de gestão, as utilizações das ferramentas gestoras

são de grande importância para otimizar o trabalho nas farmácias e assim torná-las

mais competitivas. Existem softwares de gestão utilizados como ferramenta para

aumentar a produtividade e gerenciamento de todas as rotinas dentro do

estabelecimento, sejam elas técnicas, legais ou administrativas. Dentre as diversas

atividades, o controle de estoque é umas das maiores necessidades dentro das

farmácias (PRATES & OSPINA, 2003; OLIVEIRA & CARNEIRO, 2004). O

farmacêutico na farmácia, atuando como comprador e gerenciador de produtos e

insumos relacionados ao estoque deve ser meticuloso para conseguir fornecer os

produtos nas quantidades e nos melhores preços para atender as necessidades dos

clientes e as demandas das prescrições (RUPP, 2000). Em uma farmácia de

manipulação, o planejamento quantitativo para suprimento das matérias-primas

adquiridas não pode deixar de levar em consideração o prazo de validade dos

mesmos, pois normalmente estes produtos possuem prazos de validades menores.

Compras em quantidades inadequadas podem acarretar desperdícios e gastos

desnecessários, e além de arcar com a perda da matéria-prima, a farmácia é

responsável pela destinação do resíduo gerado. (MELO et al; 2009). Outro ponto

importante é o processo de seleção dos fornecedores. Este ponto é de extrema

importância para a realização de compras, pois envolve uma relação com elementos

externos a empresa que podem pôr em risco a política de qualidade da mesma.

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Precisa ser a mais correta, pois caso aconteça ao contrário, as necessidades de

compras da empresa não serão perfeitamente atendidas e com isso afetará

diretamente a demanda, a qualidade e a logística do produto a ser fornecido (POZO,

2007). Visto isso, podemos certificar que é de suma importância a participação do

farmacêutico no processo de gestão das farmácias magistrais, uma vez que sua

formação profissional contribuiu significativamente para este processo. Sabe-se que

não é função exclusiva do profissional de Farmácia realizar essa atividade, contudo

sua participação pode ser positiva dentro deste segmento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com este trabalho foi possível verificar a importância da gestão em um ambiente

comercial, embora o farmacêutico na Farmácia Magistral não participe tão

ativamente deste processo, a sua atuação junto à gestão contribui positivamente,

fazendo a diferencia dentro da Farmácia Magistral.

REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC 67, de 8 de outubro de 2007 BONFILIOA, R; EMERICK, L. G; JUNIOR, N. A; SALGADO, N. R. Farmácia Magistral: Sua importância e seu perfil de qualidade. Revista Baiana de Saúde Pública. v.34, n.3, p.653-664, 2010 FERREIRA, A. O. JUNIOR A.; Preparações orais líquidas na Farmácia Magistral. Encarte Técnico Anfarmag. São Paulo: Books & Papers. v.11, n.58. p.2-9. dez./2005 jan./2006. MELO, P. A. S.; SILVA, F. R.; PAULA, A. R.; Análise crítica á gestão de estoques de alguns insumos utilizados em farmácias de manipulação. In: congresso nacional de excelência . Niterói-RJ, 2-4 jul. 2009. OLIVEIRA, R.; CARNEIRO, S. Elaboração e implementação de um modelo de administração de estoque baseado em faixa de ressuprimento. In: encontro nacional de engenharia, ABEPRO, Florianópolis. 2004. POZO, H. Administração de recursos materiais e patrimoniais: uma abordagem logística. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007. 210 p.

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PRATES, A. G; OSPINA, T. M. Tecnologia da informações em pequenas empresas: fatores de êxito, restrições e benefícios. Revista de administração contemporânea, 2003. PEREIRA, AC; SERVILIERI, K. M. Um estudo de caso sobre a mensuração dos custos em uma Farmácia de Manipulação. In: IX congresso internacional de custos. Florianópolis, 28-30 nov. 2005. RUPP, M. Documentação e Faturamento de Serviços de Cuidados Farmacêuticos. In: GENNARO, A.R. Remington: A ciência e a prática da farmácia. 20. Ed. Rio de janeiro: Guanabara Koogan S.A. 2004. 2208p. SANTOS, J.S. Ser ou não ser proprietário de farmácia. Pharmacia Brasileira, Brasilia, v.3, n.32, p.5-9, 2002.

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GESTÃO EM FARMÁCIA HOSPITALAR

Luíza Silva de Salles, Maíza de Cássia Miquilino Ribeiro, Maria Aparecida Souza Aguiar, Natália de Souza Cotta, Thaynara Tonon Pereira – Graduandas

em Farmácia, Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Renata Aparecida Fontes –Farmacêutica Bioquímica Analista Clínica, Mestre em

Ciências Farmacêuticas. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Gestão de estoque, Farmácia Hospitalar, seleção de medicamentos, compra de medicamentos.

INTRODUÇÃO

A farmácia hospitalar é a unidade clínica de serviços como assistência técnica e

administrativa, dirigida por farmacêutico incorporada, funcional e hierarquicamente,

às atividades hospitalares (BRASIL, 1997). O objetivo da farmácia hospitalar é

garantir a qualidade da assistência prestada ao paciente, através do uso seguro e

racional de medicamentos e correlatos, habituando a sua aplicação à saúde

individual e coletiva (CAVALLINI e BISSON, 2002). A gestão das compras de

medicamentos aplicada à farmácia hospitalar, além do aspecto financeiro, o

farmacêutico deve garantir a qualidade do serviço de saúde, pois têm a

responsabilidade de oferecer assistência farmacoterapêutica adequada as

necessidades do paciente (SFORSIN et al., 2012). Os medicamentos contribuem

consideravelmente para os elevados custos, especialmente no contexto da

assistência hospitalar, cujo percentual representa cerca de 15% á 25% dos gastos

totais com a saúde (RIBEIRO e SECOLI, 2008). Dessa forma, é necessário planejar

e controlar a distribuição de medicamentos dentro de um hospital para garantir que a

instituição sobreviva financeiramente. Nesse contexto, o gerenciamento de estoques

é de grande relevância, pois um bom controle evitará perdas e desperdícios de

medicamentos (NOVAES; GONÇALVES; SIMONETTI, 2006). Diante do exposto, foi

feita uma revisão bibliográfica com o objetivo de identificar a importância do

gerenciamento de estoques de medicamentos na farmácia hospitalar.

METODOLOGIA Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos

pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Google acadêmico, Conselho Federal

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de Farmácia (CFF), Farmácia Hospitalar. Os descritores utilizados foram: Gestão de

estoque, Farmácia Hospitalar, seleção de medicamentos, compra de medicamentos.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Avaliando o material encontrado sobre o tema, foi possível observar que dentre as

estratégias ligadas à gestão dos estoques da farmácia hospitalar estão aquelas

envolvendo a seleção dos produtos mais apropriados ao perfil de utilização dos

mesmos por cada organização de saúde, integrado a padronização de

medicamentos (BOND; RAEHL; FRANKE, 1999). Segundo Sforsin et al., (2012),

comprar e abastecer medicamentos são fatores essenciais na atividade hospitalar,

as pessoas envolvidas neste processo desenvolvem, direta ou indiretamente, papel

primordial na prestação da assistência ao paciente e devem realizá‑lo de maneira à

melhor atender os interesses tanto dos pacientes quanto da instituição. Para isso

elas precisam conhecer muito bem os mecanismos do processo, sendo treinadas e

capacitadas para tanto. É fundamental que o gestor hospitalar separe os

medicamentos em grupos com características gerenciais semelhantes o que permite

a individualização de estratégias relacionadas aos mesmos (CORRÊA, GIANESI e

CAON, 2001). Para programar a seleção de medicamentos é necessária a formação

de uma Comissão de Farmácia e Terapêutica, que é uma equipe multidisciplinar

composta por médicos, enfermeiros, farmacêuticos, administradores e demais

profissionais envolvidos. A seleção de antibióticos e germicidas deve ser realizada

com a participação da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar. A curva ABC é

um método de classificação de informações, para que se separem os itens de maior

relevância ou influência, os quais geralmente são em menor número, para se

designar formas de gestão apropriada à importância de cada medicamento em

relação ao valor total dos estoques (SFORSIN et al., 2012). Em relação à curva ABC

podem-se estabelecer três classes (DIAS, 1993): Classe A: Abriga o grupo de

grande importância que corresponde a um pequeno número de medicamentos,

cerca de 10% dos itens, que representam cerca de 70% do valor monetário total do

estoque. Estes itens devem receber do administrador um controle mais rigoroso.

Classe B: é um grupo de itens em situação intermediária entre as classes A e C.

Representam cerca de 20% dos produtos e, no faturamento das empresas,

contribuem com aproximadamente 20% do valor monetário total do estoque. Classe

C: agrega cerca de 70% dos itens, cuja importância em valor é pequena, próxima a

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10% do valor monetário do estoque. Os itens de estoque de acordo com a escolha

podem ser divididos também em seu grau de importância: Classe X: Itens cuja falta

não prejudicam a instituição hospitalar, nem risco a saúde do paciente, pode-se

utilizar medicamentos equivalentes e de fácil obtenção. Classe Y: Itens cuja falta

podem provocar paradas na instituição, causar risco aos pacientes, ao ambiente e

ao patrimônio da organização, mas pode haver substituição por outro com relativa

facilidade. Classe Z: Itens Essenciais; suas faltas podem provocar paralizações e

colocar em risco a segurança do paciente e a organização; não podem ser

substituídos por outros equivalentes ou seus equivalentes são difíceis de obter

(SFORSIN et al., 2012). O método de Planejar, Fazer, Checar, Agir (PDCA) é

bastante utilizado para controle e melhoria dos processos organizacionais e deve ser

utilizado juntamente com as ferramentas da qualidade, tais como: diagrama de

causa e efeito, folha de verificação, histograma, gráfico de Pareto, diagrama de

correlação, fluxograma, gráfico de controle e plano de ação, para prosseguir dos

processos organizacionais e gerenciamento pelo controle da qualidade (SELEME e

STADLER, 2010). O farmacêutico está diretamente envolvido em toda etapa da

logística do medicamento. E especificamente na etapa de aquisição, ele deve estar

preparado para assumir as atividades técnicas e administrativas. Portanto

precisamos da presença de profissionais extremamente capacitados no

gerenciamento das aquisições, para garantir a viabilidade das demais etapas do

ciclo da assistência farmacêutica (SFORSIN et al., 2012).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do estudo realizado, pode-se verificar a importância do profissional

farmacêutico como gestor renovador da Farmácia Hospitalar, ele deve desenvolver

competências para administrar os estoques de medicamentos de forma científica:

quanto maior esta habilidade, maior será sua capacidade de oferecer aos pacientes

bens e serviços de qualidade superior, e com baixos custos operacionais.

REFERÊNCIAS BARBIERI, J. C.; MACHLINE, C. Logística hospitalar: teoria e prática. São Paulo: Saraiva, 2006.

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BOND, C.A.; RAEHL, C.L.; FRANKE, T. Clinical pharmacy services, pharmacist staffing, and drug costs in United States hospitals. Pharmacotherapy, Boston, v. 19, n. 12, p. 1349-1351, dez. 1999.

BRASIL. Resolução nº 300/97, de 30 de janeiro de 1997. Conselho Federal de Farmácia. Regulamenta o exercício profissional em farmácia de unidade hospitalar, clínicas e casas de saúde de natureza pública ou privada e revoga a. Resolução nº 208/90. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 18 fev. 1997. p. 1. CAVALLINI, M. E.; BISSON, M. P. Farmácia hospitalar: um enfoque em sistemas de saúde. Barueri: Manole, 2002. CORRÊA, H. L.; GIANESI, I. G. N.; CAON, M. Planejamento, programação e controle da produção: MRP II/ERP: Conceitos, uso e implantação. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2001.

DIAS, M. A. P. Administração de materiais: uma abordagem logística. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1993.

NOVAES, M. L. O.; GONÇALVES, A. A.; SIMONETTI, V. M. M. Gestão das farmácias hospitalares através da padronização de medicamentos e utilização da curva ABC. In: Encontro SIMPEP, 13, 2006, Bauru. Resumo dos trabalhos. São Paulo: SIMPEP, 2006.

RIBEIRO, E.; SECOLI, S. R. Farmacoeconomia. In: STORPIRTIS, S. et al. Farmácia clínica e atenção farmacêutica. 1 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. <http://www.farmaciahospitalar.com.br/paginas-o-que-e.php>

SELEME, R.; STADLER, H. Controle da Qualidade: as ferramentas essenciais. 2. ed. rev. E atual. Curitiba: Ibpex, 2010.

SFORSIN, A. C. P.; SOUZA, F. S.; SOUSA, M. B.; TORREÃO, N. K. A. M.; GALEMBECK, P. F.; FERREIRA, R. Gestão de compras em farmácia hospitalar. Pharmacia Brasileira nº 85 - Março/Abril/Maio 2012

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VISÃO DE ALUNOS SOBRE O BASQUETEBOL DO CONTEXTO ESCOLAR

Alexandre Alonso dos Santos Lemos e Raphael Caldera Chaves – Acadêmicos do curso de Educação Física da UNIVÉRTIX.

Fábio Florindo Soares - Bacharel e Licenciado em Educação Física, Especialista em Atividades Motoras em Academias, Atividades Aquáticas e Personal Training.

Professor da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,

Licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.

PALAVRAS-CHAVE: Visão; basquetebol; escola.

INTRODUÇÃO

Os jogos são importantes instrumentos de desenvolvimento de crianças e jovens,

longe de servirem também, apenas como diversão, o que já seria importante, pois

proporcionam situações que podem ser exploradas de diversas maneiras educativas

(DOHME 2004). É através da atividade lúdica e dos jogos que possibilitamos aos

discentes um comportamento natural que incita a criatividade e a afetividade,

levando-os a um desenvolvimento perceptivo que passa pela conscientização e pela

percepção das capacidades envolvidas (MACHADO, 2006). Apesar de ser um jogo

de competição, no âmbito escolar, o basquetebol pode ser utilizado de uma forma

lúdica, assim como diz Civitate (2012), relatando que os jogos competitivos podem

ser uma base de educação voltada à realidade, nos quais o aluno expõe a

honestidade ou desonestidade, fortaleza ou debilidade, respeito ou desrespeito,

aceitação ou rejeição a derrota, a agressividade ou a moderação. A importância do

esporte para a sociedade pode ser demonstrada de diversas formas. Na verdade, a

prática do esporte, neste caso o basquete, tem reflexos significativos principalmente

na educação de jovens, podendo contribuir para a superação de problemas sociais

apresentados pelo país. O esporte é um fenômeno social que tem por finalidade o

desenvolvimento integral do homem como ser autônomo, democrático e participante

(BRASIL, 1988). Em consonância com o Conteúdo Básico Comum (CBC, 2012), o

esporte, é entendido como campo do conhecimento da Educação Física e criticar o

esporte não significa desvalorizar a sua aprendizagem ou mesmo desejar sua total

desportivização, mas sim, contextualizar a vivência de sua prática nas aulas, já que

esta não se restringe ao domínio de suas técnicas. O Ministério do Esporte (2012)

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caracteriza o esporte escolar como espaço de intervenção e de direito social e deve

enriquecer e ampliar o currículo garantindo a gestão democrática e participativa e a

elevação da qualidade de ensino. O esporte é um tema extremamente importante na

educação física escolar (GONZÁLEZ; FRAGA, 2012). Logo, para que o aluno possa

usufruir dessa temática tendo uma possibilidade de atuação eficaz no jogo, o

professor precisa mobilizar saberes que permitam desenvolver conteúdos

adequados às especificidades dessa prática corporal. O Basquetebol é um dos mais

emocionantes esportes da atualidade e observa-se um crescente aumento no

número de participantes ao longo dos anos em todo o mundo. Além do mais, a

constante atualização de suas regras torna o Basquetebol atraente não só como

prática de competição, mas também de lazer nas horas de folga (GUARIZI, 2007,

pag. 19). No caso específico do Basquetebol, a educação deve estar sempre

presente no seu processo de ensino e aprendizagem. Esta modalidade pode exercer

importante função educativa, a partir do momento em que se percebe a

possibilidade de sua prática desenvolver algumas qualidades sócio motrizes, como a

solidariedade e o espírito de equipe (PAES, 1992). Segundo Jobim, Pureza e

Loureiro (2008), a prática do Basquetebol auxilia no desenvolvimento físico, técnico,

tático, psicológico, moral e social, também desenvolvendo capacidades físicas como

coordenação, ritmo, equilíbrio, agilidade, força, velocidade, flexibilidade e resistência.

O basquetebol como expressão ou modalidade esportiva, pode ser compreendido e

interpretado deste o início, com sua evolução através do tempo, para contribuir no

melhor entendimento do jogo, tanto competitivo como educativo (GUARIZI, 2007). O

basquetebol surgiu nos Estados Unidos, no final do século XIX, criado pelo professor

James Naismith. Inicialmente criado como uma opção de atividade em ambiente

fechado durante os rígidos meses de inverno no Estado de Massachussets, o jogo

composto por 13 regras, disseminou-se rapidamente, ganhando adeptos pelos

Estados Unidos e outros países (SOUSA, 2001). Ferreira e Rose Júnior (2003)

relatam que o Basquetebol no Brasil passa por um momento de transição, em que a

sua prática apresenta-se em declínio nas últimas décadas. E a recuperação da sua

prática na escola é fundamental. Assim, a questão norteadora desta pesquisa é:

Como é a visão de alunos de uma escola pública estadual de uma cidade da zona

da mata mineira sobre o basquetebol? O referente interesse por este tipo de

pesquisa justifica-se pela visível diminuição da prática do basquetebol no âmbito

escolar. Dessa forma, o presente estudo tem como objetivo verificar a visão dos

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alunos de uma escola pública estadual da cidade de Matipó-MG sobre a prática do

basquetebol. Pretendemos com este estudo contribuir para uma melhor análise do

Basquetebol no contexto escolar a fim da criação de estratégias para a

implementação de programas para a prática e massificação do Basquetebol no

contexto escolar.

METODOLOGIA

Esta pesquisa descritiva será realizada com alunos dos ensinos fundamental e

médio de uma escola da rede pública estadual da cidade de Matipó – MG. Segundo

Gil, pesquisas descritivas:

Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse título e uma das características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática (GIL, 2010, p.41-42).

Para a compreensão da prática do basquetebol no contexto escolar serão aplicados

questionários fechados a alunos do ensino fundamental e médio durante o segundo

semestre de 2016. Após a coleta dados e da assinatura do Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido (TCLE), as informações serão agrupadas por questões e

tabuladas em arquivo Excel versão 2013, apresentadas em forma de gráficos.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o

momento a realização do levantamento bibliográfico.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Brasília 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui% C3% A7 ao .htm. Acesso em: 14 ago . 2016.

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CIVITATE, Hector. 505 Jogos Cooperativos e Competitivos. 4.ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2012. DOHME, Vania D’Angelo. Atividades lúdicas na educação - o Caminho de tijolos amarelos do aprendizado. Texto integrante dos Anais do XVII Encontro Regional de História. ANPUH/SP- UNICAMP. Campinas, 6 a 10 de setembro de 2004. FERREIRA, A.; ROSE JÚNIOR. D. de. Basquetebol: técnicas e táticas – uma abordagem didática pedagógica. Ed. rev. e atual. São Paulo: EPU, 2003. GIL, A. C. Como elaborar um projeto de pesquisa. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2010. GUARIZI, Mario Roberto. Basquetebol- da iniciação ao jogo. Jundiaí: Fontoura, 2007. GONZÁLEZ, F. J. FRAGA, A. B. Afazeres da Educação Física na escola: planejar, ensinar, partilhar. Erechim: Edelbra, 2012. JOBIM, Ana Paula; PUREZA, Leida Costa; LOUREIRO, Luciano Leal. Iniciação Esportiva ao Basquete nas séries iniciais. 2008Disponível em: http://guaiba.ulbra.br/seminarios/eventos/2008/artigos/edfis/414.pdf. Acesso em: 01.abr.2014. MACHADO, Arthur Versiani. Métodos e meios de ensino: categorias básicas da tecnologia educacional. 2000. Disponível em: <http://www.ufmt.br/revista/arquivo/ rev16/machado.htm>. Acesso em: 12.ago.2016. MINISTÉRIO DO ESPORTE. Esporte educacional. Disponível em: http://www.esporte.gov.br/snee/default.jsp. Acesso em: 13.ago.2016. PAES, Roberto Rodrigues. Aprendizagem e competição precoce: o caso do Basquetebol. Campinas: Unicamp, 1992. SOUSA, Marlus Alexandre. Pedagogia do esporte: considerações acerca da iniciação do basquetebol. Monografia. (43p.) Faculdade de Educação Física. Unicamp. Campinas: 2001. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes curriculares de Educação Física para o ensino fundamental e médio (CBC). Minas Gerais/MG. Disponível em: http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/index2.aspx??id_objeto=23967 Acesso em: 16.ago.2016.

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A EXPERIÊNCIA DOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO ENSINO MÉDIO AO MINISTRAR OS ESPORTES COLETIVOS NAS ESCOLAS

Aline Sampaio Gomes e Fernanda Carvalho Fernandes – Acadêmicas do curso de Educação Física da UNIVÉRTIX.

Carlos Eduardo Toledo – Bacharel e Licenciado em Educação Física, Especialista em Atividades Motoras e Qualidade de Vida e Saúde Pública, Professor do curso de

Educação Física da UNIVÉRTIX. Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,

Licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e Coordenadora de Pesquisa e Extensão da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.

André Salustiano Bispo – Bacharelado e Licenciatura em Educação Física, Mestre em Ciências da Reabilitação, Professor e Coordenador do Curso de Educação

Física da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

[email protected]

PALAVRAS CHAVE: Esporte Coletivo, Educação Física Escolar e Ensino Médio INTRODUÇÃO A educação tem sido caracterizada como a área que mais enfrenta desafios,

conflitos políticos e econômicos em uma sociedade que está em constante

mudança. A Educação Física escolar também é atingida com esses diversos

problemas sociais, onde encontramos muitos professores insatisfeitos. Segundo

Somariva et al. (2013) todos esses problemas refletem diretamente na qualidade de

vida do profissional e na qualidade de sua prática. Existem muitos estudos

publicados que apontam a desmotivação como o principal problema da educação no

Brasil. As aulas de Educação Física (EF) tiveram a inclusão dos conteúdos

esportivos na década de 1950, com interferência do professor francês Auguste

Listello, que impôs a iniciação do método desportivo generalizado. Entretanto, seu

conteúdo relativamente exclusivo nas aulas de EF se deu a partir da década de

1960, quando teve mais relevância por conta do caráter eminentemente

esportivizado implantado na época (BARBOZA et al, 1992). Atualmente, o esporte

possui enorme popularidade no cenário mundial, o que leva milhões de crianças e

adolescentes a praticá-lo. Para Bayer (1994) citado Lovatto e Gallatti (2007), os

jogos coletivos tiveram sua origem nas civilizações antigas, com a prática de alguns

jogos semelhantes a muitas modalidades que vieram a se consolidar no século XX.

Os jogos esportivos coletivos são compostos por muitas modalidades que evoluem e

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mudam suas regras e regulamentos todos os anos. Eles possuem características

comuns e específicas, que ao serem trabalhadas de forma adequada, auxiliam no

desenvolvimento motor, cognitivo e social do indivíduo (SCHERRER; GALLATTI,

2008). O esporte é compreendido como um fenômeno que apresenta diversas

formas de manifestação, dentre elas: esporte educacional, esporte de participação e

esporte de rendimento, podendo ainda ser incluídos nesse rol, as manifestações do

esporte de reabilitação e, de acordo com classificações do Ministério do Esporte, o

esporte social (COUTO, 2006). Desde os anos iniciais, o contato com os esportes

coletivos se faz presente nas aulas de Educação Física, mas até que ponto essa

relação pode ser prazerosa ou frustrante na formação desses alunos? Martinelli et

al. (2006) afirma que o profissional de Educação Física muitas vezes contribui para o

desenvolvimento das aulas, os conteúdos pouco relevantes, entre outros fatores,

determinam a participar ou não das aulas. Assim, a questão norteadora do estudo é:

como se constituem as experiências dos professores de Educação Física do ensino

médio ao ministrarem em suas aulas os esportes coletivos? Diante disso, o objetivo

do estudo é: identificar as experiências dos professores de Educação Física do

ensino médio ao ministrarem em suas aulas os esportes coletivos. Com esse estudo

pretendemos contribuir com uma melhor compreensão a respeito do lugar dos

esportes coletivos inseridos nas aulas de Educação Física.

METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa descritiva que será realizada com professores de redes

públicas da cidade de Abre Campo, localizada no estado de Minas Gerais, na Zona

da Mata Mineira. Segundo Gil (2002), pesquisas descritivas:

tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse título e uma das características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coletas de dados, tais como o questionário e a observação sistemática. (GIL, 2010, p.41-42)

Será aplicado aos professores um questionário semiaberto para investigar as

experiências com os esportes coletivos em suas aulas. A coleta será realizada

durante o mês de outubro de 2016. O instrumento será aplicado após a assinatura

do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), as informações agrupadas

por questões e tabuladas em arquivo Excel Versão 2010, apresentadas em forma de

gráficos.

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RESULTADOS E DISCUSSÕES

Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o

momento a realização do levantamento bibliográfico.

REFERÊNCIAS BARBOZA, et al., Metodologia do Ensino da Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992. COUTO A. C. P.A Educação Física a luz do movimento da escola cultural: Investigação centrada no Projeto Guanabara na cidade de Belo Horizonte/MG – Brasil (Doutorado em Ciências do Desporto). Porto/Portugal: Faculdade de Desporto/Universidade do Porto, 2006. SCHERRER, E. M.; GALLATTI, L. R. Pedagogia do esporte: considerações metodológicas a partir dos aspectos técnicos-táticos e sócio-afetivos dos jogos Esportivos Coletivos na escola. Revista Movimento & Percepção. Espírito Santo do Pinhal, SP, v. 9, n. 13, jul/dez. 2008, p.235-248. PAES, R. Educação Física escolar: o esporte como conteúdo pedagógico do ensino. Canoas: Ulbra, 2001. MARTINELLI, C. R. et al., Educação Física no Ensino Médio: motivos que levam as alunas a não gostarem de participar das aulas. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, São Paulo, v 5, n. 2,p 13-19,2006.

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A PRÁTICA DO FUTEBOL NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Gabriel Vitor Paulo Costa e Eduardo Souza Leandro – Graduandos em Educação Física da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.

Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física, licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora

e Coordenadora de Pesquisa e Extensão da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Bárbara Moreira de Mattos Figueiredo Caldeira – Graduada em Pedagogia,

Graduada em Educação Física, Pós-Graduada em Psicopedagogia, Pós-Graduada em Ciência da Motricidade Humana, Mestre em Educação. Professora da Faculdade

UNIVÉRTIX. Érica Stoupa Martins - Graduada em Serviço Social. Especialista em Gestão de

Recursos Humanos. Mestre em Serviço Social. Professora da Faculdade UNIVÉRTIX.

PALAVRAS CHAVE: Futebol; aulas. Educação Física Escolar.

INTRODUÇÃO

O futebol é um esporte bem presente em nossas vidas. Nas aulas de Educação

Física na escola, é possível ver com nitidez a ênfase que os alunos dão à prática

desta modalidade. Segundo Etchepare et al. (2004) o esporte no meio escolar busca

desenvolver, através de uma formação adequada, técnicas e táticas, através das

quais o aluno de futebol desenvolva suas capacidades cognitivas de percepção,

antecipação e tomadas de decisões. A aprendizagem psicomotora é à base do

processo de formação para o esporte. Através de movimentos como correr, saltar e

rolar desenvolvem-se os gestos técnicos. O equilíbrio, ritmo, noções de espaço e

tempo são primordiais para o aprendizado técnico individual do esporte. O futebol é

uma iniciação esportiva do processo de ensino e de aprendizagem, em que o

indivíduo adquire e desenvolve as técnicas básicas para o desporto. Sendo que, a

melhor fase para a aprendizagem motora é a infância, respeitando o

desenvolvimento da criança. Com devida moderação devem-se trabalhar os

fundamentos técnicos (ESTIGARRIBIA, 2005). Partindo para o processo de ensino

do futebol na Educação Física Escolar, Estigarribia (2005) relata que o professor

deve se preocupar mais com atividades lúdicas e menos com aspectos técnicos

para melhorar a aprendizagem. A ausência de posicionamento definido na quadra é

muito importante, pois, informações excessivas podem atrapalhar a criança no seu

desenvolvimento. Praticar futsal é saber jogar com e sem a posse de bola. Sem a

bola, o aluno precisa se movimentar e buscar os espaços para si mesmo e para

seus parceiros, tornando-se opção de passe e procurando oportunidades de

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finalização. Na defesa, todos precisam estar organizados de forma a fechar os

espaços do adversário e estarem atentos para cobrir os espaços deixados por seus

parceiros que falham em sua função, uma vez que a defesa, assim como ataque é

de missão coletiva (MORATO, 2004). Segundo Cyrino (2002) as elevadas

solicitações metabólicas e neuromusculares ocorridas durante as aulas de futsal

evidenciam as contribuições desta modalidade para o desenvolvimento motor. Com

este estudo pretendemos contribuir para que o futebol nas escolas deixe de ser

apenas uma "pelada". Os professores de Educação Física devem utilizar à didática e

a criatividade fazendo com que ambos os gêneros apreciem e pratiquem o futebol, já

que a prática do esporte fará com que cada aluno esteja em constante movimento,

tendo como consequência aulas menos desgastantes e monótonas.

METODOLOGIA

Esta pesquisa explicativa será realizada com alunos de Educação Física do ensino

fundamental das redes públicas e privadas da região da Zona da Mata do estado de

Minas Gerais. Segundo Gil, pesquisas explicativas:

Têm como preocupação central identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Esse é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas. Por isso mesmo, é o tipo mais complexo e delicado, já que o risco de cometer erros aumenta consideravelmente. (GIL, 2010, p.41-42).

Será aplicado a estes alunos um questionário fechado durante o mês de outubro de

2016. O instrumento será aplicado após a assinatura do Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido (TCLE), as informações agrupadas por questões e tabuladas em

arquivo Excel versão 2010, apresentadas em forma de gráficos.

RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o

momento a realização do levantamento bibliográfico.

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REFERÊNCIAS CYRINO, Edílson Serpeloni. Efeitos do treinamento de futsal sobre a composição corporal e o desempenho motor de jovens atletas. Ver. Brás. Ciên. E Mov. Brasília, v. 10, n. 1, p. 41-46, janeiro 2002. ESTIGARRIBIA, Rodrigo Casares. Aspectos relevantes na iniciação ao Futsal. Porto Alegre, 2005. Monografia – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. ETCHEPARE, Luciane Sanchotene et al. Inteligência Corporal-Cinestésica em Alunos de Escolas de Futsal. Revista Digital, Buenos Aires, ano 10, N° 78, nov. 2004. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd78/intelig.htm. Acesso em: 10.ago.2016. GIL, A. C. Como elaborar um projeto de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2010. MORATO, Márcio Pereira. Treinamento defensivo no futsal. Revista Digital, Buenos Aires, ano 10, N° 77, out. 2004. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd77/futs.htm. Acesso em 10 ago. 2016.

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DESAFIOS ENFRENTADOS POR PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO INÍCIO DA CARREIRA

Gerson Ribeiro de Oliveira e Guilherme Sena Nascimento – Graduandos em Educação Física da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física, Licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora

e Coordenadora de Pesquisa e Extensão da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Érica Stoupa Martins - Graduada em Serviço Social. Especialista em Gestão de

Recursos Humanos. Mestre em Serviço Social. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.

Lucio Flávio Sleutjes – Graduado em Fisioterapia. Mestre em Motricidade e Doutor em Cinesiologia. Professor e Diretor Geral da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

André Salustiano Bispo – Bacharel e Licenciado em Educação Física, Mestre em Ciências da Reabilitação, Professor e Coordenador do Curso de Educação Física da

Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

[email protected]

PALAVRAS CHAVE: desafios; início de carreira; professores de Educação Física.

INTRODUÇÃO

O professor de Educação Física (EF) e o trabalho com essa disciplina na escola

envolve-se em peculiaridades fortemente ligadas a trajetória histórica e de

características próprias da área, notadamente para aquele em início de carreira.

Segundo Huberman (1995), a carreira é caracterizada em ciclos ou estágios que

influenciam à atuação do profissional. O autor elaborou um modelo de síntese do

desenvolvimento profissional em cinco fases: a primeira fase denomina-se entrada

ou tateamento, e vai de um a três anos de carreira; a fase de estabilização, de 4 a 6

anos; a fase de diversificação, de 7 a 25 anos; a fase de serenidade, de 25 a 35

anos; a última fase, denominada desinvestimento, ocorre entre os 35 e 40 anos de

profissão. Interessa-nos aprofundar os estudos na primeira fase, já que o início da

carreira, em especial de um professor de Educação Física que trabalha com o ser

humano em movimento, é muitas das vezes considerado um grande desafio,

notadamente pela falta de materiais e sua inexperiência (ILHA, 2012). Segundo

Garcia (2010) a inserção de um profissional de Educação Física no âmbito escolar

logo após a sua formação acadêmica é o período de tempo que envolve a

passagem do lugar de estudante para o de docente, período este que geralmente

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ele sofre de tensões e aprendizagens intensivas em contextos geralmente

desconhecidos, também o momento de adquirir conhecimento profissional, além de

conseguirem manter certo equilíbrio pessoal para um bom desenvolvimento do seu

trabalho. É possível destacar ainda alguns desafios relacionados ao ensino da

disciplina, tais como: conteúdos, objetivos, metodologias, avaliação; relação com a

escola, quer seja nos aspectos físicos, estruturais, normas, regras, de relação com

os alunos e colegas de trabalho (ILHA, 2012). Como disciplina a Educação Física é

fundamental dentro do contexto escolar; por isso cabe ao professor procurar a cada

dia proporcionar o desenvolvimento de seus alunos, quer seja no aspecto cognitivo,

emocional, psicomotor, procurando trabalhar com atividades diversificadas que

contribuam para a motivação de seus alunos (CARNIEL e STRAPASSON, 2010).

Para Filgueiras e Claro Júnior (2009) no início de carreira os professores de

Educação Física com pouca experiência apresentam certa dificuldade até mesmo

para a associação da teoria à prática nas aulas de Educação Física. Nesse contexto

de desafios, a questão norteadora do estudo é: como os professores de Educação

Física em início de carreira, que atuam em uma cidade da zona da Mata Mineira,

tem enfrentado os desafios da profissão? E o objetivo do estudo é identificar os

desafios enfrentados por professores de Educação Física em início de carreira que

atuam nas escolas públicas de uma cidade da Zona da Mata Mineira. Pretendemos

com este estudo contribuir para que os professores de Educação Física no início da

carreira possam aprender a lidar melhor com os desafios encontrados na profissão.

METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa que será realizada à luz da abordagem de pesquisa

qualitativa. Serão realizadas entrevistas semiestruturadas com professores em início

de carreira, que atuam nas escolas públicas estaduais e municipais de um município

localizado na Zona da Mata mineira. Sobre essa abordagem de pesquisa, Bogdan e

Biklen (1994) afirmam que:

exige que o mundo seja examinado com a idéia de que nada é trivial, que tudo tem potencial para constituir uma pista que nos permita estabelecer uma compreensão mais esclarecedora do nosso objecto de estudo. (BOGDAN e BIKLEN, 1994, p.49).

A participação dos professores será realizada mediante a assinatura do Termo de

Consentimento Livre Esclarecido (TCLE). Para resguardar a identidade dos sujeitos

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serão utilizados nomes fictícios. As entrevistas serão realizadas nos meses de

outubro, novembro e dezembro. Elas serão gravadas, transcritas e armazenadas em

arquivo tipo Word versão 2010, o que possibilitará a recuperação dos dados nos

momentos necessários.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o

momento a realização do levantamento bibliográfico.

REFERÊNCIAS

BOGDAN, R. e BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Portugal: Porto, 1994. CARNIEL. Francielle. STRAPASSON, Aline Miranda. A Educação Física na Educação Especial. Disponivel.http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/EDUCACAO_FISICA/artigos/EdF_Ed_Especial.pdf.Acesso em: 13.ago.2016. FILGUEIRAS, Isabel Porto; CLARO JÚNIOR, Rubens da Silva. Dificuldades de gestão de dificuldades de gestão de aula de professores de professores de Educação Física em início de carreira Educação Física em início de carreira na escola na escola na escola. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte – 2009. GARCIA, Carlos Marcelo. O professor iniciante, a prática pedagógica e o sentido da experiência. Revista Brasileira de Formação Docente. 2010. Disponível.formacaodocente.autenticaeditora.com.br/artigo/download/20130327111753.pdf. Acesso: 25.ago.2016. HUBERMAN, Michael. O ciclo de vida profissional dos professores. In: Nóvoa, Antônio (org) Vida de professores. 2.ed. Porto Codex: Porto, 1995. 31-61p (Coleção Ciências da Educação). ILHA, Franciele Roos da Silva. O Professor Iniciante e a Educação Física Escolar: desafios que se somam. 2012. Disponível:http://www.portalanpedsul.com.br/admin/uploads/2012/Didatica/Trabalho. Acesso em: 14.ago.2016.

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O ESPORTE COMO INSTRUMENTO DIDÁTICO PEDAGÓGICO NA FORMAÇÃO DO CARÁTER SOCIAL E DA PROMOÇÃO DA MELHORIA DE VIDA DE

CRIANÇAS E ADOLESCENTES DE UM MUNICÍPIO DA ZONA DA MATA MINEIRA

Jonata Mendes Costa e Josélia Ferreira da Silva - Graduandos em Educação Física da UNIVÉRTIX.

Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física, licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora

e Coordenadora de Pesquisa e Extensão da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. André Salustiano Bispo – Bacharelado e Licenciatura em Educação Física, Mestre

em Ciências da Reabilitação, Professor e Coordenador do Curso de Educação Física da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX;

Lucio Flávio Sleutjes – Graduado em Fisioterapia. Mestre em Motricidade e Doutor em Cinesiologia. Professor e Diretor Geral da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

Érica Stoupa Martins - Graduada em Serviço Social. Especialista em Gestão de Recursos Humanos. Mestre em Serviço Social. Professora da Faculdade

UNIVÉRTIX.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Socialização, Inclusão, Esporte, Educação Física Escolar.

INTRODUÇÃO

A Educação Física vem sendo marginalizada pelas modificações que sofreu ao

longo do tempo e pela qualificação insuficiente dos profissionais, mas a disciplina

abrange aspectos que são fundamentais para o desenvolvimento da criança, dentre

eles a formação de atitudes e valores. Guimarães et al. (2001) afirmam que o

esporte, quando bem introduzido e estruturado, pode ser bastante benéfico na

formação de valores, valores esses que são essenciais para viver em sociedade e

que vão ao encontro de um conceito chave, chamado socialização. Segundo Turner

(1999, p.75):

Todos nós nos tornamos humanos através da interação com outros e nela adquirimos uma personalidade, aprendemos como nos adaptarmos em sociedade e como viver nossas vidas. (...). As interações que influenciam o desenvolvimento dessas capacidades, que nos permitem participar em sociedade, são chamados de socialização.

O reconhecimento do esporte como caminho para a socialização positiva ou

inclusão social é revelado pelo crescente número de projetos esportivos destinados

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aos jovens das classes populares, financiados por instituições governamentais e

privadas (ZALUAR, 1994). Na perspectiva de Elias e Dunning (1992) o esporte é

uma forma de substituir a violência por uma competição controlada, em que o

respeito à vida é um elemento fundamental. A procura do esporte pelos integrantes

de classes populares, como um meio de elevação social, especialmente por aqueles

que são residentes em comunidades em situação de vulnerabilidade social, pode

representar uma forma de auto realização e de superação da condição de não ter

direitos de cidadania plena. Sendo assim, o esporte é de caráter pedagógico e

também educativo pela possibilidade de proporcionar obstáculos e desafios, fazendo

com que a criança experimente as regras e aprenda a lidar com o próximo (BOER,

2010). Bonewitz (2003) citado por Nina (2016) afirma que a socialização

corresponde ao conjunto dos mecanismos pelos quais o ser humano realiza a

aprendizagem das relações sociais entre os homens e assimilam as normas, os

valores e as crenças de uma sociedade ou de uma coletividade. Desta forma, o

estudo tem como questão norteadora: qual efeito do esporte como instrumento

didático pedagógico na formação de caráter social e da promoção da melhoria de

vida de alunos do ensino médio de uma escola estadual de um município da Zona

da Mata Mineira? Assim, o referente estudo tem como objetivo identificar o efeito do

esporte como instrumento didático pedagógico na formação de caráter social e

promoção da melhoria de vida de alunos do ensino médio de uma escola estadual

de um município da Zona Da Mata Mineira. Com a implementação desta

investigação pretendemos apontar caminhos para os professores refletirem e re-

significarem suas práticas pedagógicas em relação à introdução do esporte como

instrumento pedagógico para a formação da criança e adolescente.

METODOLOGIA

Esta pesquisa descritiva será realizada com professores de Educação Física do que

atuam no ensino médio de uma escola pública estadual de um município da Zona da

Mata Mineira. Segundo Gil, pesquisas descritivas:

Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse título e uma das características mais

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significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática (GIL, 2010, p.41-42).

Para a mensuração do conhecimento docente sobre o caráter social que o esporte

proporciona, será aplicado um questionário fechado durante os meses de outubro e

novembro de 2016. Os questionários serão aplicados depois de assinado o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), as informações agrupadas por

questões e tabuladas em arquivo Excel versão 2013, apresentadas em forma de

gráficos.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o

momento a realização do levantamento bibliográfico.

REFERÊNCIAS

BOER, Alessandro. A importância do esporte escolar na socialização de crianças do 3.º ano ao 6.º ano do ensino fundamental na cidade de bagé: processo de mudança de atitude. 8ª Jornada de Pós-Graduação e Pesquisa REVISTA CONGREGA URCAMP ISSN 1982-2960. Disponível em: http://www.urcamp.edu.br/congrega2010/revista/artigos/21.pdf Acesso em: 21.ago.2016. BONNEWITZ, Patrice. Primeiras Lições sobre a Sociologia de Pierre Bourdieu, Petrópolis: Vozes, 2003. ELIAS, N.; DUNNING, E. A busca da excitação. Lisboa: DIFEL, 1992. GIL, A. C. Como elaborar um projeto de pesquisa. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2010. GUIMARÃES, Ana Archangelo, et al. Educação Física Escolar: Atitudes e Valores. Motriz, São Paulo: http://www.motriz.com.br, v. 7, n.1, pp. 17-22, Jan.-Jun. 2001. NINA Afonso, CAETANO, Marco Antonio Júnior, ASSUMPÇÃO, Luis Otávio Teles. Educação física, socialização, capital e campo. Disponível em: https://portalrevistas.ucb.br/index.php/efr/article/view/1374/1039 Acesso em: 30.ago.2016.

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TURNER, Jonathan. Sociologia: conceitos e aplicações. São Paulo: Makron, 1999. ZALUAR, A. Cidadãos não vão ao paraíso: juventude e política social. Rio de Janeiro: Escuta, 1994.

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A DANÇA COMO INSTRUMENTO DIDÁTICO PEDAGÓGICO PARA A APRENDIZAGEM NO CONTEXTO ESCOLAR

Laís Bernardo Pereira Andrade e Amanda Galdino de Oliveira – Graduandas em

Educação Física da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,

licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e Coordenadora de Pesquisa e Extensão da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

Bárbara Moreira de Mattos Figueiredo Caldeira – Graduada em Pedagogia, Graduada em Educação Física, Pós-Graduada em Psicopedagogia, Pós-Graduada

em Ciência da Motricidade Humana, Mestre em Educação. Professora da Faculdade - UNIVÉRTIX.

Érica Stoupa Martins - Graduada em Serviço Social. Especialista em Gestão de Recursos Humanos. Mestre em Serviço Social. Professora da Faculdade

UNIVÉRTIX.

INTRODUÇÃO

Desde os primórdios, o movimento é utilizado pelo homem como uma linguagem

capaz de expressar suas necessidades, emoções e sentimentos, possibilitando a

interação do ser humano no meio social ao qual está inserido. O movimento se

torna, então, essencial para a vida humana, uma vez que é através dele que se

viabiliza a manutenção da saúde do indivíduo, tanto orgânica quanto emocional

(NANNI, 1995). Segundo Gallahue (1992) e Flinchum (1981), o comportamento

motor tem implicações culturais e sócio afetivas, sendo o movimento fator essencial

para o desenvolvimento destes domínios. A educação através da dança se constitui,

a partir daí, em fator primordial para que se torne possível o desenvolvimento de

habilidades, capacidades e potencialidades do ser humano (ALVES, 2010). Segundo

Katz (1994), em qualquer instância, em qualquer nível ou instituição, a dança deve

levar ao conhecimento de si, da integridade e singularidade de cada um, da

complexidade e da simplicidade de viver, pensar e sentir o movimento. Volp (1994)

considerou as novas exigências sociais que influenciam a formação dos cidadãos

em todos os níveis e as prerrogativas educacionais que o sistema propõe,

acreditando que este conteúdo possa auxiliar em muitos aspectos e aglutinar vários

campos de conhecimento. Através da Educação Física com propostas de

movimento através da dança, o aluno trabalha o corpo, gerando consciência

corporal, momento em que este passa a questionar e compreender o que acontece

à sua volta, sendo capaz de expressar seus desejos com mais naturalidade e, desta

forma, contribuir para o desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem

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(FERNANDES, 2009). Assim, a questão norteadora do estudo foi: qual o lugar da

dança como instrumento didático pedagógico para a aprendizagem no contexto

escolar? O objetivo do presente estudo é identificar o lugar da dança como

instrumento didático pedagógico para a aprendizagem no contexto escolar,

contribuindo para uma melhor valorização da dança como instrumento de linguagem

que possibilite o bem-estar e a saúde, além dos seus benefícios para a socialização

e a convivência em grupo.

METODOLOGIA

O presente estudo busca uma investigação sobre a importância da Dança no

contexto escolar, procurando conhecer como ela é aceita nas escolas, bem como a

sua contribuição no desenvolvimento da aprendizagem. Esta pesquisa qualitativa

será realizada através de entrevista com professores e alunos de uma Escola

Pública Municipal de uma cidade da Zona da Mata Mineira. Assim, trata-se em

primeiro momento, de uma pesquisa qualitativa em que os dados serão coletados

através de entrevista semiestruturada. Minayo (2008, p. 57) assinala que a pesquisa

qualitativa “é o que se aplica ao estudo da história, das relações, das

representações, das crenças, das percepções e das opiniões, produtos das

interpretações que os humanos fazem a respeito de como vivem, constroem seus

artefatos e a si mesmos, sentem e pensam”. Antes do início da pesquisa será

apresentado o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) e esclarecido, os

objetivos, riscos e benefícios sociais que incorrerá o participante, respeitando sigilo

absoluto da identidade. A coleta de dados será realizada nos meses de outubro e

novembro de 2016. As entrevistas serão transcritas e armazenadas em arquivo

Word versão 2013. Das entrevistas emergirão as categorias de análises

apresentadas nos resultados.

RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa que se encontra em fase de andamento, podendo dizer

que os resultados obtidos até o momento se restringem à realização do

levantamento bibliográfico.

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REFERÊNCIAS ALVES, Marcus Vinicius Patente; BERNADINO, Edimar José; REIS, Leilane da SILVA, Vanezia da. A dança no contexto da educação física: na visão de professores de ensino infantil e fundamental de Romaria-MG. Disponível: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/EDUCACAO_FISICA/artigos/A_danca_no_contexto_EF.pdf. Acesso em: 27.ago.2016.

FERNANDES, Marcelo de Melo. Dança escolar: sua contribuição no processo ensino-aprendizagem. Revista Digital Buenos Aires. Ano 14. n. 135. Agost.2009. Disponível: http://www.efdeportes.com/efd135/danca-escolar-no-processo-ensino-aprendizagem.htm.Acesso em: 28. ago. 2016. KATZ, Helena. Um, dois, três: a dança é o pensamento do corpo. São Paulo, 1994. Tese Doutorado, PUC São Paulo, 1994. MINAYO, Maria Cecília. O desafio do conhecimento.11. ed. São Paulo: Hucitec, 2008.

VOLP; Catia Mary. Vivenciando a dança de salão na escola. São Paulo, 1994. Tese de Doutorado. Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, 1994.

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MOTIVAÇÃO DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO PARA AS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Mateus Pereira Dos Santos Silva e Luís Paulo Fernandes Correia - Graduandos em Educação Física da UNIVÉRTIX.

Kelly Aparecida Nascimento - Bacharel e Licenciada em Educação Física, licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora

e Coordenadora de Pesquisa e Extensão da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. André Salustiano Bispo - Bacharel e Licenciado em Educação Física, Mestre em

Ciências da Reabilitação, Professor e Coordenador do Curso de Educação Física da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX;

Lucio Flávio Sleutjes - Graduado em Fisioterapia. Mestre em Motricidade e Doutor em Cinesiologia. Professor e Diretor Geral da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

Érica Stoupa Martins - Graduada em Serviço Social. Especialista em Gestão de Recursos Humanos. Mestre em Serviço Social. Professora da Faculdade Vértice -

UNIVÉRTIX.

[email protected]

PALAVRAS CHAVE: Motivação; ensino médio; aulas de Educação Física.

INTRODUÇÃO

Com o avanço tecnológico dos últimos anos muita coisa mudou para as pessoas,

principalmente na infância e na juventude. Com o fácil acesso a informática, suas

redes sociais e jogos eletrônicos as crianças e jovens passam a maior parte do dia

em frente ao computador, deixando de lado hábitos saudáveis de vida, tais como a

prática de atividade física (HANAUER, 2016). Assim, percebe-se grande

desinteresse e falta de motivação para diversas atividades, entre elas as aulas de

Educação Física nas escolas. Já que estamos tratando da motivação, segundo

Cabral (2016), ela é uma força interior que se modifica a cada momento durante

toda a vida, onde direciona e intensifica os objetivos de um ser humano. Dessa

forma, quando dizemos que motivação é algo interior, ou seja, que está dentro de

cada pessoa de forma particular, erramos em dizer que alguém nos motiva ou

desmotiva, pois ninguém é capaz de fazê-lo pelo outro. O que podemos fazer é

oferecer estímulos para que cada ser humano se motive. Para Maggil (1984), a

motivação é importante para a compreensão da aprendizagem e do desempenho de

habilidades motoras, uma vez que tem um papel importante na iniciação,

manutenção e intensidade do comportamento. Sem presença de motivação os

alunos em aulas de Educação Física não exercerão as atividades ou então farão mal

o que for proposto. Do ponto de vista pedagógico, a motivação significa fornecer um

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motivo, isto é, estimular o aluno a ter vontade de aprender. E uma das condições

indispensáveis para o aluno aprender é seu nível motivacional, que pode depender

muito do professor (FRANCHIN e BARRETO, 2006). Sobre isso, Medina (2006)

afirma que o que faz uma “disciplina tornar-se significante não é só o valor intrínseco

do seu conteúdo, mas também a vibração com que os responsáveis colocam no

desenrolar do processo de ensino, permitindo que os alunos aprendam a se

comprometer” (MEDINA, 2006, p.88). Como afirma Freire (1996, p.25) “ensinar não

é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou sua

construção”. Diante do exposto, a questão eixo do estudo é: qual a motivação de

alunos do ensino médio de um Município da Zona da Mata Mineira para as aulas de

Educação Física? Assim, o objetivo do estudo é identificar a motivação de alunos do

ensino médio de um Município da Zona da Mata Mineira para as aulas de Educação

Física. Com este estudo se pretende contribuir para a conscientização da

comunidade escolar em relação à necessidade de oferecer instrumentos adequados

a fim de proporcionar melhores perspectivas de motivação aos alunos nas aulas não

só de Educação Física, mas de todas as disciplinas da escola.

METODOLOGIA

Esta pesquisa descritiva será realizada com alunos de Educação Física do ensino

médio de uma escola pública estadual de um distrito localizado em um Município da

Zona da Mata do estado de Minas Gerais. Segundo Gil, pesquisas descritivas:

Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse título e uma das características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática (GIL, 2010, p.41-42).

Será aplicado a estes alunos um questionário semiaberto durante o mês de outubro

de 2016. O instrumento será aplicado após a assinatura do Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), as informações agrupadas por questões

e tabuladas em arquivo Excel versão 2010, apresentadas em forma de gráficos.

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RESULTADOS E DISCUSSÕES

Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o

momento a realização do levantamento bibliográfico.

REFERÊNCIAS

CABRAL, Gabriela. Motivação. Disponível em: http//www.brasilescola.uol.br/psicologia/motivacao-psicologica.htm. Acesso em: 14. Ago.2016. GIL, A. C. Como elaborar um projeto de pesquisa. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2010. FRANCHIN, Fabiana; BARRETO, Selva M. G. Motivação nas aulas de educação física: um enfoque no ensino médio. In: I Seminário de Estudos em Educação Física Escolar, 2006, São Carlos. Anais... São Carlos: CEEFE/UFSCar, 2006. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. HANAUER, Fernando Cristyan. Fatores que influenciam na motivação dos alunos para participar das aulas de Educação Física. Disponível em: http://www.seifai.edu.br/artigos/Fernando-MotivacaonasaulasdeEdFisica.pdf. Acesso em: 10.ago.2016. MAGGIL, R. A. A. A aprendizagem motora: conceitos e aplicações. São Paulo: Edgard Blucher, 1984. MEDINA, João Paulo Subirá. A Educação Física cuida do corpo e... “mente”. 21.ed. Campinas: Papirus, 2006.

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O XADREZ COMO INSTRUMENTO PEDAGÓGICO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Maria Nazareth Crecenio da Paz e Weviton Lucas Alves Gomes – Graduandos

em Educação Física da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Fábio Florindo Soares - Bacharel e Licenciado em Educação Física, Especialista em Atividades Motoras em Academias, Atividades Aquáticas e Personal Training.

Professor do curso de Educação Física da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,

Licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.

[email protected]

PALAVRAS CHAVE: Xadrez; instrumento pedagógico; aulas de Educação Física.

INTRODUÇÃO

O jogo é considerado como uma importante atividade na educação de crianças, uma

vez que permite o desenvolvimento afetivo, motor, cognitivo, social, moral e a

aprendizagem de conceitos, pois jogando a criança experimenta, descobre, inventa,

exercita e confere suas habilidades, estimulando a curiosidade, a iniciativa e a auto

confiança, proporcionando aprendizagem, desenvolvimento da linguagem, do

pensamento e da concentração da atenção, sendo indispensável à saúde física,

emocional e intelectual da criança (HUIZINGA, 1996). É através do jogo que a

criança imagina-se atuando nas atividades de adultos que ainda não pode realizar.

Ela passa a realizar seus desejos numa situação imaginária. Observa-se que no

brinquedo a criança sempre se comporta além da postura atual de sua idade e sua

atitude diária no brinquedo é como se ela fosse maior do que é na realidade

(VYGOTSKY 2006). Segundo Rockenbach (2010) o Xadrez é um dos mais antigos

jogos do mundo. Praticado em toda a parte do globo, com princípios transmitidos por

gerações como: tabuleiro quadriculado, peças de hierarquia com movimentos

distintos, materiais em igualdade, captura de peças por substituição e o objetivo ou

um deles é capturar a principal peça do adversário. O xadrez possibilita ao aluno:

jogar atendendo as normas, adaptar-se a um código comum, tendo liberdade para

criar iniciativas e acatar limites não violando regras (D’AGOSTINI, 2002). A prática

do xadrez estimula cinco capacidades do desenvolvimento cognitivo: raciocinar na

busca de meios adequados para alcançar um fim; organizar uma variedade de

elementos para uma finalidade; imaginar concretamente situações concretas futuras

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próximas; prever as prováveis consequências de atos próprios e alheios; tomar

decisões vinculadas a resolução de problemas. (GARCIA FILHO 2008). Vygostshy

(2010) afirma que embora o jogo de xadrez não haja uma substituição direta das

relações da vida real, ele é sem dúvida, um tipo de situação imaginária importante

na resolução de problemas. Conforme o autor, através da aprendizagem do xadrez,

os alunos organizam habilidades, estratégias e conhecimentos socialmente

disponíveis, podendo contribuir para a autoestima e autonomia. Conforme os

Parâmetros Curriculares Nacional (PCN) de Educação Física (1998, p.36) “As

situações lúdicas competitivas ou não são contextos favoráveis de aprendizagem,

pois permitem o exercício de uma ampla gama de movimentos, que solicitam a

atenção do aluno na tentativa de executá-la de forma satisfatória”. Assim, o xadrez

pode contribuir para a ampliação dos conteúdos da Educação Física uma vez que

ele pode ser jogo, brincadeira, esporte e ser aprendido e expressado através da

cultura corporal desenvolvida durante as aulas (COLETIVOS DE AUTORES, 1992).

Dentro deste contexto, tem-se a implantação do jogo de xadrez como uma atividade

fundamental ao treinamento do raciocínio lógico. É sabido, que o jogo de xadrez

vem a enriquecer não só o nível cultural do sujeito, mas também várias outras

capacidades como a memória, a agilidade no pensamento, a segurança na tomada

de decisões, o aprendizado na vitória e na derrota, a capacidade de concentração e

entre outros aspectos (PIMENTA, 2016). Barden e Kortchnoi (1980) afirmam que o O

xadrez é simultaneamente simples e complexo. “O xadrez é algo mais que um jogo.

É uma diversão intelectual que tem algo de arte e muito de ciência. Começando aos

dez anos, todos os escolares deveriam receber regularmente lições desta matéria’’

(CAPABLANCA, 2002, p. 11). Conforme Moura Netto (2016), o xadrez pedagógico é

uma manifestação da prática do jogo de xadrez que possibilita aperfeiçoar as

habilidades cognitivas do processo de ensino e aprendizagem em educação formal e

não formal. Nesse contexto, fica claro que o xadrez pode ajudar na formação integral

do ser humano, quando usado como um recurso essencial para a aprendizagem e o

desenvolvimento de qualquer criança, contribuindo para a ampliação dos conteúdos

da Educação Física e de outras disciplinas, uma vez que ele pode ser jogo,

brincadeira, esporte. Portanto, o ensino e a aprendizagem do xadrez no meio

escolar é uma atividade que além de proporcionar o lazer também dá a possibilidade

de valorizar o raciocínio através de um exercício lúdico. A questão eixo desta

pesquisa trata-se: Como o xadrez tem sido utilizado como instrumento pedagógico

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numa escola pública estadual de uma cidade da zona da mata mineira? O referente

interesse por este tipo de pesquisa justifica-se pelo visível aumento da prática do

Xadrez no meio escolar. Dessa forma, o presente estudo tem como objetivo verificar

a forma que o xadrez tem sido utilizado como instrumento pedagógico em uma

escola pública estadual na cidade de Matipó-MG. Pretendemos com este estudo

contribuir para uma melhor análise e compreensão do xadrez como instrumento

pedagógico a fim melhor direcionar as ações educacionais em relação a prática do

Xadrez nas aulas de Educação Física.

METODOLOGIA

Esta pesquisa descritiva será realizada com professores e alunos dos ensinos

fundamental e médio de uma escola da rede pública estadual da cidade de Matipó –

MG. Segundo Gil, pesquisas descritivas:

Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse título e uma das características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática (GIL, 2010, p.41-42).

Para a compreensão da prática do Xadrez como instrumento pedagógico nas aulas

de Educação Física serão aplicados questionários fechados a professores e alunos

do ensino fundamental e médio durante o segundo semestre de 2016. Após a coleta

dados e da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), as

informações serão agrupadas por questões e tabuladas em arquivo Excel versão

2013, apresentadas em forma de gráficos.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o

momento a realização do levantamento bibliográfico.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Educação Física / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC / SEF, 1998. Disponível em:< http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/fisica.pdf> Acesso: Acesso:18/08/2016. BARDEN, Leonard; KORTCHNOI, Viktor. Como jogar bem Xadrez. Círculo do livro/Abril. São Paulo, 1980. Tradução José Augusto Guimarães de Lemos. CAPABLANCA, José Raul. Lições elementares do xadrez. Tradução de João Amendola. Curitiba: Hemus, 2002. COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino de Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992. D’AGOSTINI, S.O. S. Xadrez básico. Rio de Janeiro: Edouro, 2002. GARCIA FILHO, Santos Molina - Educação Física Escolar: o xadrez enquanto possibilidade de formação humana / Filho. – Rio Claro: [s.n.], 2008 GIL, A. C. Como elaborar um projeto de pesquisa. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2010. HUIZINGA, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. Trad. João Paulo Monteiro. SP: Perspectiva. 1996. MOURA NETTO, Charles. Xadrez Pedagógico. Disponível em: <http://www. xadrez total. com.br/entrevista-com-o-professor-charles-moura-netto/> Acesso: 21.ago.16. ROCKENBACH, Ramon Roberto Barbosa. O xadrez escolar e sua relação com a satisfação familiar. Disponível em: www.xadrezdebeltrao.com.br/materiais/tcc-ramon.pdf (2010). Acesso:18/08/2016. PIMENTA, Ciro José Cardoso, XADREZ: esporte, história e sua influência na sociedade. Disponível em http://www.cex.org.br. Acesso em: 15.ago.2016. VIGOTSKI, L.S. A Formação Social da Mente. São Paulo: 2010. VIGOTSKI, L. S.; LURIA. A. R.; LEONTIEV, A. N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone, 2006.

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ATIVIDADE FÍSICA HABITUAL E SUA RELAÇÃO COM A COMPOSIÇÃO CORPORAL EM ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DE UMA ESCOLA ESTADUAL DA

CIDADE DE MATIPÓ-MG

Juliana Mendes Martins e Letícia Ferrarezi de Avelar Barbosa– Acadêmicas do curso de Educação Física da UNIVÉRTIX;

Fábio Florindo Soares - Bacharel e Licenciado em Educação Física, Especialista em Atividades Motoras em Academias, Atividades Aquáticas e PersonalTraining.

Professor do curso de Educação Física da UNIVÉRTIX; Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,

Licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão da UNIVÉRTIX.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Atividade Física; Composição Corporal; Pedômetro.

INTRODUÇÃO

O crescente avanço tecnológico nos proporciona inúmeras facilidades, comodidades

e confortos. Atividades que antes exigiam grandes esforços físicos são hoje

realizadas sem nenhum ou com pouco esforço. A atividade física é colocada na

sociedade contemporânea como uma ponte segura para melhores situações de

saúde. É uma função bastante ampla atribuída a um único conceito, sintetizando a

abrangência dos inúmeros benefícios dela sobre o organismo humano. Logo, esse

termo acaba por ser utilizado de maneira generalista, já que é possível que seja

direcionado tanto ao controle do estresse, assim como a uma prática anti-sedentária,

como também para fins estéticos ou de melhora de performance atlética

(LOVISOLO,2002). Para Nahas (1999) fatores que dão origem a obesidade, como

os genéticos, os fisiológicos e os metabólicos, somados ao estilo de vida e aos

hábitos alimentares podem explicar este crescente aumento do número de

indivíduos obesos. O aumento no consumo de alimentos ricos em açúcares simples

e gordura, com alta densidade energética e a diminuição da prática de exercícios

físicos são os principais fatores relacionados ao meio ambiente, verificando ainda

que a obesidade infantil foi relacionada de maneira inversa à pratica de atividade

física sistemática, com a presença de TV, videogames, computadores, além do

baixo consumo de verduras nas residências. O levantamento do nível de

conhecimento e a importância da prática de atividade física na infância e na

adolescência fazem-se necessário, pois muitas crianças e adolescentes deixam de

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brincar de correr, pular, jogar adequadamente por até anos e ficam horas e horas em

frente à televisão, jogando vídeo game ou navegando na internet, muitas das vezes

rumo ao nada culminando com o aumentando do índice de inatividade física na

infância e na adolescência. Para Oliveira et al. (2003) a obesidade está mais

relacionada com a inatividade física do que com a alimentação, muito embora, filhos

de pais obesos correm o maior risco de se tornarem obesas quando crescerem

comparadas aos filhos de pais com peso normal. Assim como a alimentação das

crianças e prática de atividade física são influenciadas pelos hábitos dos pais,

reforçando a ideia que os fatores ambientais contribuíram para o ganho excessivo

de peso (sobrepeso e obesidade). Whitaker (1997) alerta para a necessidade do

diagnóstico precoce do excesso de peso em crianças e adolescentes para que se

possa diminuir os riscos de se tornarem adultos obesos. O pedômetro tem por

finalidade avaliar o comportamento do indivíduo durante a marcha/caminhada,

efetuando o registro do número de passos e da distância percorrida. Para atingir os

padrões de saúde recomenda-se 12.000 passos/dia para meninas e 15.000

passos/dia para os meninos (MATSUDO 2008; ROSA et al., 2011). Dessa forma, o

presente estudo tem como objetivo verificar os índices de atividade física e de

composição corporal de alunos do ensino médio de uma Escola Estadual da cidade

de Matipó-MG e assim correlacioná-los. O referente interesse por este tipo de

pesquisa justifica-se pelo visível aumento dos índices de sobrepeso, obesidade e

sedentarismo em adolescentes. Pretendemos com este estudo contribuir para uma

melhor análise e compreensão do fenômeno do sedentarismo e da obesidade, a fim

de melhor direcionar as ações e estratégias na prevenção e combate dos mesmos.

METODOLOGIA

Esta pesquisa descritiva será realizada com alunos do ensino médio da rede pública

da cidade de Matipó – MG. Segundo Gil, pesquisas descritivas:

Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse título e uma das características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática (GIL, 2010, p.41-42).

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A amostra será submetida a uma avaliação corporal através do Índice de Massa

Corpórea (IMC) e assim como a análise do nível de atividade física através do

aparelho pedômetro durante os meses de setembro de 2016 a maio de 2017. Para

avaliação corporal será utilizado o Índice de Massa Corpórea (IMC), expresso pela

equação: IMC = [Peso/(Estatura x Estatura)], tendo como instrumento uma balança

mecânica antropométrica marca Filizola, para a aferição do peso e a estatura. Para a

análise do nível de atividade, será utilizada o pedômetro da marca Ultra Slim 3D

Sensor PW15 WiSO, que através do seu sensor 3D e capaz de monitorar o

movimento em vários eixos de vibração e detectá-lo em múltiplas dimensões e em

vários locais e direções, calculando a distância, passos e as calorias gastas durante

seus exercícios. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

(2016), a cidade de Matipó localiza-se no estado de Minas Gerais, na Zona da Mata

Mineira. Foi fundada em 17 de dezembro de 1938. Localizada numa altitude de 615

metros e a 244 km quilômetros da capital. Sua população estimada é de 17.639

habitantes e a base de sua economia é agropecuária e cafeicultura. Após a coleta

dados e da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), as

informações serão agrupadas por questões, tabuladas e correlacionadas em arquivo

Excel versão 2013, apresentadas em forma de gráficos.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o

momento a realização do levantamento bibliográfico.

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, D, S, M, S; ARAÚJO, C, G, S. Aptidão física, saúde e qualidade de vida relacionada à saúde em adultos. Rev Bras Med Esporte, 6 (5), set-out, 2000, 194-203. GIL, A. C. Como elaborar projeto de pesquisa. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2010. GUEDES, D. P.; GUEDES J. E. R. P. Manual prático para avaliação física em Educação Física. Baueri: Manole. 2006.

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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICO - IBGE. Cidades. Disponíveis em: <http://www.Ibge.Gov.br/cidadesat/topwindow.htm>. Acesso em: 27. Jul. 2016. LOPES, Vítor Pires. et al. Caracterização da atividade física habitual em adolescentes de ambos os sexos através de acelerometria e pedometria. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo. v. 17, n. 1, p. 51-63, jan./jun. 2003. LOVISOLO, Hugo. 2002. “Atividade física e saúde: uma agenda sociológica de pesquisa”. In: MOREIRA, Wagner Wey; SIMÕES, Regina. Esporte como fator de Qualidade de Vida. Piracicaba: Editora UNIMEP, p. 277-296. MATSUDO, V. K. R.; Pedômetros: uma nova alternativa de prescrição médica. Diagnóstico Tratamento. v. 13. n. 2. 2008. p. 102-106. MCARDLE, W.; KATCH, F. KATCH; V. Fisiologia do exercício. Energia, nutrição e desempenho humano. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998. NAHAS, M. V. Obesidade, Controle de Peso e Atividade Física. Londrina: Midiograf, 1999. OLIVEIRA, A. M. A. et al. Sobrepeso e obesidade infantil: influência de fatores biológicos e ambientais em Feira de Santana, BA. Arq Bras Endocr Metab, v. 47, n. 2, p. 144-150, abr. 2003. ROSA, C. S. C.; et al., I. F. Atividade física habitual de crianças e adolescentes mensurada por pedômetros e sua relação com índices nutricionais. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano. v. 13. n. 1. 2011. p. 22-28. WHITAKER, R. C. Prevendo a obesidade para a idade adulta. Engl J Med. 1997.

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BENZEDEIRAS DE MATIPÓ: ENTRE PRÁTICAS CULTURAIS E TERRITORIALIDADES

Ana Lígia de Souza Pereira - Enfermeira. Especialista em Estomaterapia pela UFJF. Professora e coordenadora do Curso de Enfermagem da Faculdade

UNIVÉRTIX.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: território; territorialidades; benzedeiras; práticas culturais.

INTRODUÇÃO

De acordo com Nery (2006) “benzer significa fazer o sinal da cruz sobre pessoa ou

coisa, recitando fórmulas litúrgicas para consagrá-la ao culto divino ou chamar sobre

ela o favor do céu, abençoar”. Esse ritual é cercado de misticismo, onde os deuses

são evocados para que o males do corpo e da alma sejam curados. Em relação a

origem da benzeção, existe relatos de que seu surgimento se deu através da fusão

de diferentes cultos religiosos e das práticas de pajelança indígena, e que sua

expressão seja de caráter terapêutico-religioso (GUILOUSKI e COSTA, 2012). Para

Nery (2006) nas falas das benzedeiras pode-se perceber a rede de significados que

perpassa pelas concepções e práticas de cura que é tecida por múltiplos fatores que

vão além da relação corpo/saúde/doença, abrangendo a relação dos benzedeiros

com o espaço e o tempo. A benzeção é a mais viva forma de cultura nascida do

povo e praticada pelo povo. De acordo com Geovanini (2005), o conhecimento sobre

as curas resulta em poder, ou seja, os indivíduos que têm o domínio sobre as

práticas de saúde, tem força perante os indivíduos da sociedade. As benzedeiras

associam o conhecimento das práticas místicas ao conhecimento empírico e criam

suas relações de poder frente a comunidade. A territorialidade criada, ou concedida

pela comunidade às benzedeiras, mesmo sendo um território simbólico, também é

um território de poder. Para Haesbaert (2004, pág.20) “território, em qualquer

acepção, tem a ver com poder, mas não apenas tradicional “poder político”. Ele diz

respeito tanto ao poder no sentindo mais explícito, de dominação, quanto ao poder

no sentindo mais implícito ou simbólico, de apropriação”. O objetivo da pesquisa é

compreender o ritual de benzeção na cidade de Matipó-MG, através da

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territorialidade estabelecida pelas benzedeiras. Através deste estudo pretende-se

compreender as manifestações culturais, assim como as territorialidades no

contexto contemporâneo. Além de se resgatar a memória cultural da cidade.

METODOLOGIA

Pesquisa com abordagem qualitativa. Minayo (1994), afirma que a pesquisa

qualitativa “aprofunda-se no mundo dos significados das ações e relações humanas,

um lado não perceptível e não captável em equações e estatísticas”. Na tentativa de

aprofundar na temática, me baseei no procedimento da história oral, ou seja, na

entrevista. Para Portelli (2010) a história oral é uma nova forma de conhecimento

que produz um diálogo à luz das circunstâncias do tempo presente, que ao construir

as histórias de vida, faz com que cada narrador se transforme em personalidades

centrais dos acontecimentos de um determinado lugar. O contexto da pesquisa é um

município da Zona da Mata Mineira, Matipó. Segundo o IBGE (2010) a cidade tem

atualmente 17.639 habitantes. A região é basicamente agrícola, sendo o café seu

principal produto, participando também de sua economia a pecuária e o comércio.

Para coletar os dados, será realizada entrevista semiestruturada. Antes de iniciar a

entrevista, será esclarecido para as participantes o objetivo do estudo. Solicitando a

assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE). O número de

participantes da pesquisa será definido antes de ir a campo, sendo 5 benzedeiras a

amostra do estudo. As entrevistas serão colhidas através da gravação em aparelho

digital MP3 player com autorização das benzedeiras. Logo após a coleta, as

entrevistas serão transcritas e digitadas, sendo armazenadas em programa

computacional Word versão 2008.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A pesquisa encontra-se em andamento. Porém, já foi possível notar que na cidade

de Matipó, a tradição das benzedeiras resistiu ao tempo, sendo encontrado

benzedeiras que realizam o ritual de benzeção há anos. Acredita-se que por ser um

município interiorano de pequeno porte, as tradições culturais como a benzeção são

mantidas e valorizadas pela comunidade. Através da pesquisa de campo e coleta

das entrevistas, será possível realizar um registro descritivo da cultura desse povo,

ligadas ao ritual de benzeção.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Acredita-se que os indivíduos que procuram a benzeção, estejam atrás de um

conforto não encontrado na medicinal tradicional, pois o intuito da benzeção, não é

apenas de cura dos males do corpo, mas também dos males da alma. Outro fator

que pode ser citado como preponderante, é a aproximação da linguagem popular,

entre benzedor e benzido. Estabelecendo assim um sistema próprio de

comunicação, que de alguma forma os aproximam.

REFERÊNCIAS

GEOVANINI, Telma; SCHOELLER, Almerinda Moreira Soraia Dornelles; MACHADO, Wiliam C. A. História da Enfermagem: versões e interpretações. Rio de janeiro, editora Revinter, 2ª edição, 2005.

GUILOUSKI, Borres; COSTA; Diná Raquel D. da. Ritos e Rituais. Escola de Educação e Humanidade – PUCPR. Jornada Interdisciplinar de Pesquisa em Teologia e Humanidade (JOINTH), 20 e 21 de agosto de 2012. Disponível em: file:///C:/Users/Ana%20L%C3%ADgia/Downloads/2jointh-7577%20(3).pdf Acesso: 02 de julho de 2015.

HAESBAERT, Rogério. Território e Multiterritorialidade: Um Debate. GEOgraphia – Ano IX – Nº 17-2004. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. IBGE cidades. 2010. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1. Acesso em: 14.set.2015. MINAYO, Maria Cecília de S. (Org.) Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 3.ed. Petrópolis: Vozes, 1994. NERY, Vanda Cunha Albieri. Rezas, Crenças, Simpatias e Benzeções: costumes e tradições do ritual de cura pela fé. Estado e Comunicação - Intercom 2006: Anais do XXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. Disponível em: http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2006/resumos/R0939-1.pdf Acesso: 02 de julho de 2015. PORTELLI, Alessandro. História Oral e Poder. Mnemosine Vol.6, nº2, p. 2-13. 2010 – Artigos.

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GESTÃO DE NEGÓCIOS EM DROGARIAS

Amanda Mendes Reis, Ângela de Cássia Mendes, Celia Sampaio Queiroz Viana, Thalles Henrique de Miranda, Thyago Romagnoli Rodrigues - Graduandos em

Farmácia, Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Renata Aparecida Fontes - Farmacêutica Bioquímica Analista Clínica, Mestre em

Ciências Farmacêuticas, Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.

PALAVRAS-CHAVE: Administração, Drogarias, Recurso Financeiro

INTRODUÇÃO

Nos dias atuas o profissional vem abrangendo conhecimentos além da sua

especialização para atender com satisfação o presente mercado de trabalho.

Independentemente da área de atuação, todo profissional deve obter conhecimentos

relacionado à gestão. É muito comum observar que em uma drogaria, o profissional

farmacêutico além de desempenhar suas atribuições, também possui a

responsabilidade de gerente da empresa. Dessa forma, é exigida a execução de

funções que necessitam de experiência e conhecimento específico, em áreas que

não são diretamente ligadas à sua formação (SLACK, 2009). As drogarias, por

serem estabelecimentos de saúde em junção com o comércio influenciam muito na

economia brasileira. Segundo estatísticas publicadas no site do Conselho Federal

de Farmácia, no ano de 2013 existiam 72.480 farmácias e drogarias o que coloca o

Brasil em primeiro lugar no que diz respeito ao número de farmácias per capita, um

número extremamente excessivo. Sendo assim percebe-se a extrema necessidade

da aplicação da administração e do planejamento estratégico neste setor. Dessa

forma, o objetivo deste trabalho é fazer uma breve revisão bibliográfica sobre a

importância de uma gestão de qualidade em drogarias.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos

pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Google Acadêmico, Portal de

Pesquisa da Biblioteca Virtual de Saúde. Os descritores utilizados foram:

Administração e Recursos financeiros em drogarias.

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RESULTADOS E DISCUSSÕES

Avaliando os trabalhos encontrados sobre o tema em estudo, foi possível detectar o

avanço econômico em drogarias, uma vez que inúmeros recursos financeiros são

disponíveis neste ramo. Dessa forma, torna-se necessário um bom planejamento

administrativo para que estes sejam empregados de forma cautelosa. O

planejamento estratégico assume grande importância nas organizações, pois além

de possibilitar uma vantagem competitiva para as que o fizerem, atua como uma

resposta às possíveis mudanças do ambiente externo que poderão vir a influenciar

no ambiente interno (ANSOFF, 2008). O papel do farmacêutico em uma boa gestão

em drogaria atua na manutenção e controle de mercadorias. Para isso é necessário

identificar os melhores fornecedores, para que as compras sejam sustentáveis e que

a comercialização seja lucrativa, além de manter o controle do fluxo de vendas para

que o estabelecimento não venha a diminuir o volume de mercadorias. Os principais

objetivos de um bom gestor é prever a demanda por unidade de tempo, assim como

o quanto comprar, quando reabastecer, receber e armazenar; manter e controlar o

estoque e sua movimentação por meio de mensurações, indicadores, inventários,

dentre outros (DIAS, 2005). É necessário também para garantir uma positiva

estabilidade econômica, além dos fatores já citados, a utilização de outras

ferramentas estratégicas, como um bom trabalho de marketing baseado na

divulgação tanto pessoalmente, quanto através da mídia. Contudo, a previsão dos

níveis de demanda de um estabelecimento farmacêutico é vital para a empresa

como um todo, à medida que proporciona a entrada básica para o planejamento e

controle de todas as áreas funcionais, entre quais as Logísticas, Marketing,

Produção e Finanças (BALLOU, 2006).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do estudo realizado, pode-se verificar a importância das drogarias no meio

econômico, e também a capacidade de uma boa gestão. Além disso, foi possível

identificar a importância do técnico responsável para garantir a hegemonia do

controle financeiro.

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REFERÊNCIAS ANSOFF, H., I. A Nova Estratégia Empresarial. São Paulo: Atlas, 2008. BALLOU, E. Logística empresarial e cadeias de suprimentos. Curitiba: [s.n.], 2006 CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Estatísticas. 2014. Disponível em: Acesso em:http://www.cff.org.br/#[ajax]pagina&id=16 DIAS, M. A. P. Administração de materiais. São Paulo: Atlas, 2005. SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da Produção. S. Paulo: Ed. Atlas, 2009.

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A IMPORTÂNCIA DA ESPECIALIZAÇÃO EM DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR

Dileusa Fialho de Souza Gardingo- Licenciada em Pedagogia pela FTC, e Pós-graduanda em Docência do Ensino Superior pela Faculdade Vértice -

UNIVÉRTIX. Grazielle Silva Gardingo Ferreira- Bacharel em Direito pela Faculdade

Pitágoras de Ipatinga/MG, Pós-Graduada em Direito do Trabalho pela PUC Minas e Pós-graduanda em Docência do Ensino Superior pela Faculdade Vértice -

UNIVÉRTIX. Maiara Pedroso Rodrigues- Bacharel em Engenharia Civil pela Instituição

Tecnológica de Caratinga/MG, Pós-Graduanda em Segurança do Trabalho e Meio Ambiente pela Universidade Cândido Mendes e Pós-graduanda em Docência do

Ensino Superior pela Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Alice Rodrigues Borges Lazaroni- Bacharel em Ciências Contábeis- UFV e

Mestre em Administração pela Universidade Federal de Viçosa/MG.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Especialização; Importância; Docência do Ensino Superior.

INTRODUÇÃO

Se de um lado o mercado de trabalho exige profissionais cada vez mais qualificados,

com especialização em sua área de atuação, do outro as Instituições de Ensino

deverão observar a qualificação dos profissionais no momento da contratação. A

especialização em Docência qualifica o profissional que tem a pretensão de lecionar,

possibilita um novo campo de atuação, podendo também lhe proporcionar uma

estabilidade financeira, além de aprimorar a Educação Superior. A Fundação

Educacional de Dom André Acorverdes (2016) afirma que:

Com o mercado de trabalho se tornando cada vez mais competitivo e exigente, a busca por profissionais mais qualificados e com maior conhecimento na sua área de atuação, faz da pós-graduação um diferencial competitivo, visto que à maioria dos profissionais não dão continuidade aos estudos após o término da graduação. As chances de ascensão profissional para profissionais com especialização são bem maiores, visto que além de abrir novas oportunidades no mercado, estudos comprovam que o profissional qualificado possui salários maiores e melhores oportunidades na troca de empregos ou na tentativa de conquistar uma posição melhor.

O curso em questão trabalha as áreas cognitivas, pedagógicas e reflexivas dos

estudantes, visando transformar profissionais em professores. Assim o objetivo

deste trabalho é demonstrar a importância da especialização em Docência para que

o profissional possa se inserir ou manter-se no mercado de trabalho; Analisar qual a

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motivação do profissional em buscar uma especialização em Docência de Ensino

Superior e como esta especialização poderá contribuir para melhoria do Ensino.

METODOLOGIA

Como procedimentos metodológicos, foi utilizada pesquisa bibliográfica e de

levantamento, uma vez que se aplicou questionário aos alunos da Pós Graduação

em Docência do Ensino Superior da Faculdade Vértice, com participação de 17

(dezessete) pessoas, que responderam a 07 (sete) perguntas, divididas em

perguntas fechadas com respostas simples, fechadas com respostas múltiplas e

perguntas abertas, que questionavam sobre: suas formações, especializações

anteriores, se estavam preparados a lecionar, se já lecionavam e os níveis de

formação nos quais o fazem, qual o nível de importância que atribuem ao curso e o

que buscam com a especialização (lecionar, abrir novos campos de trabalho ou

estabilidade financeira).

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Encontramos profissionais de diversas áreas como: Arquitetura, Engenharia Civil e

de Produção, Agronomia, Educação Física, Odontologia, Farmácia, História,

Contabilidade, Administração e Fisioterapia. Dentre estes alunos 76,47% não

possuem nenhuma especialização, 58,82% antes da realização desta pós não se

sentiam preparadas a lecionar, e o mesmo percentual afirmou já ter lecionado,

sendo a maioria nos ensinos médio e superior. Todos afirmam que a especialização

em docência é muito importante para a atuação como professor, 60% dos

entrevistados objetivam apenas à docência, enquanto 35% vêm na pós-graduação

uma nova oportunidade de trabalho e apenas 5% buscam uma estabilidade

financeira. Portanto através da análise dos dados coletados, percebe-se que

profissionais de diversas áreas estão cada vez mais em busca do aperfeiçoamento

através da pós-graduação em docência do ensino superior, acreditando na sua alta

relevância para o crescimento pessoal e profissional, a fim de atuar na educação

universitária.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A experiência profissional tem um peso significativo no currículo e completa o perfil

de quem quer ministrar disciplinas práticas em um curso superior. Dessa forma, um

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engenheiro ou um advogado, por exemplo, pode trazer toda a sua vivência para

dentro da sala de aula. Ao adquirir conhecimentos didáticos e pedagógicos, torna-se

capaz de unir a prática à teoria, associada às atividades profissionais cotidianas.

Contudo, os cursos de bacharelado não habilitam o profissional a lecionar de

maneira automática. Além de formação em uma área específica do conhecimento e

experiência profissional, a docência no ensino superior permite o domínio de

algumas práticas didático-pedagógicas, aperfeiçoando a educação superior em todo

o país.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Resolução Nº 2, de 1º de Julho de 2015. Define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior (cursos de licenciatura, cursos de formação pedagógica para graduados e cursos de segunda licenciatura) e para a formação continuada. Ministério da Educação. Disponível em: www.portal.mec.gov.br. Acesso em: 11.Jun.2016. Fundação Educacional Dom André Arcoverde, Centro de Ensino Superior de Valença. A importância da especialização. Valença, RJ, 2016. Disponível em: www.faa.edu.br. Acesso em: 03/07/2016.

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COACHING ACADÊMICO: UMA FERRAMENTA PARA A EFICIÊNCIA E APRIMORAMENTO DO DOCENTE

Luciana Aparecida Santos Moreira Morais - Bacharel em Administração. Pós-

Graduanda em Docência do Ensino Superior. Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Jose Luiz Furtado Oliveira Portes - Bacharel em Administração. Pós-Graduando

em MBA em Gestão de Negócios e Pessoas. Pós-Graduando em Docência do Ensino Superior. Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.

Jose Alvarenga Bastos Neto - Bacharel em Ciências Contábeis. Pós-Graduando em Docência do Ensino Superior. Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.

Thainara Santana Miranda - Licenciada em História. Pós-Graduanda em Docência do Ensino Superior. Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX

Alice Rodrigues Borges Lazaroni - Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em Contabilidade Decisorial - controladoria. Mestre em Administração. Professora na

Pós em Docência do Ensino superior da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Coaching Acadêmicos, Docência, Competências.

INTRODUÇÃO No ensino superior coordenar o conhecimento entre o docente e os discentes têm

sido considerado um desafio. Isso pode ser explicado pela forte cobrança do

mercado de trabalho por um profissional qualificado, pela agilidade que o docente

deve exercer sobre as informações e ao uso de novas ferramentas para o manuseio

da mesma. Diante deste contexto e com foco nas responsabilidades do professor,

no ensino superior, é que ganha destaque o coaching, que serve como meio para

incentivar a autonomia e desenvolvimento pessoal e profissional, a disposição para

assumir responsabilidades, riscos calculados e desafios, com a capacidade de

aprender com os erros e que adotado no meio acadêmico auxilia na formação de

profissionais mais capacitados para o mercado de trabalho. (ARAÚJO,2011).

Krausz(2007) citado por Braz et.al. (2015, p.2) afirma que “o coaching é um tipo

especial de colaboração que expande a consciência e a aprendizagem e permite a

obtenção de resultados com menos esforço e em menos tempo”. Tomando-o como

uma ferramenta no meio acadêmico, o docente poderá aperfeiçoar suas

competências de maneira mais efetiva e ter como vista apoiar e incentivar os

discentes a atingir seus objetivos, preparando-os para sua futura profissão ao

conciliar conhecimento teórico e prática profissional. No processo de coaching o

professor assume o papel de coach (aquele que oferece suporte no processo) em

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um enfoque mais construtivo, inovador e dinâmico em suas aulas com o propósito

de incentivar os alunos na participação do processo de aprendizagem e desperta-los

para uma visão social ampla. Mais esse processo, também, o coloca como coachee,

quem recebe apoio, sempre buscando se potencializar, sendo um aprendiz em

busca continua de melhoria e inovações para estar preparado para a

responsabilidade de dar suporte e ser referência para os discentes. (ALEXANDRE e

RAMOS, 2015). Secco (2012, p.57) afirma que “o coach assume o papel de levar o

coachee ( aquele que aprende) de um ponto a outro; compreende que através de

algumas técnicas aplicadas durante o processo educador pode visualizar a si

mesmo no futuro e escolher quais passos, atitudes e hábitos deve praticar no

presente para que esta visão de futuro se concretize por meio de novas escolhas,

experiências as quais surgirão de forma motivadora e fazendo com que o educador

redescubra seus próprios limites e venha supera-los”. Nesse procedimento o

professor investe em sua carreira de docente tornando uma pessoa e um

profissional na área da educação cada vez mais competente e preparado para os

desafios educacionais. Diante deste novo cenário, este estudo tem como objetivo

mostrar a importância da a utilização do coaching como ferramenta no

desenvolvimento e aperfeiçoamento do professor do ensino superior e inspirar

pesquisas futuras sobre o tema. Embora a história do coaching tenha seu começo a

alguns séculos atrás, tendo como principal inspirador o filosofo Sócrates (470aC.-

399aC.) que usava um procedimento de perguntas para ajudar as pessoas a

refletirem sobre seus objetivos, ele é um processo pouco conhecido pela população

(CARUSO, 2012). Por isso a pesquisa tem tamanha relevância, para que esse

conceito chegue cada vez mais ao conhecimento das pessoas e principalmente na

rotina acadêmica universitária.

METODOLOGIA O presente estudo caracterizou-se pela pesquisa exploratória que permite uma

aproximação entre o tema e o pesquisador. Ela acontece quando há um

conhecimento minuto em relação ao assunto abordado e por meio desse tem-se o

intuito de informar mais sobre o contexto e contribuir com questões importantes para

futuras pesquisas (GIL, 2010). Quanto ao procedimento sucedeu pela pesquisa

bibliográfica que de acordo com Gil (1999) citado por Raupp e Beuren (2006, p.87)

“é desenvolvida mediante material já elaborado, principalmente livros e artigos

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científicos”. Assim pode-se reunir conhecimento de uma ciência já existente e

elaborar uma nova publicação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS Adotar as metodologias do coaching nas rotinas e atividades diárias tem a

enriquecer o perfil profissional, uma vez que o mesmo possibilita ao indivíduo tanto a

aprender quanto a ensinar. No meio acadêmico ele é uma ferramenta inovadora e

permite uma parceria entre o docente e discentes afim de que reconheçam suas

habilidades, alcance seus objetivos e a autoconfiança de seu desempenho no

mercado de trabalho e na vida pessoal. Contudo ressalta-se que o processo de

coaching no meio acadêmico contribui na pratica educativa que não busca um

aprendizado imediatista, mas, o desenvolvimento de competências e habilidades de

forma contínua proporcionando o crescimento pessoal e profissional. Para estudos

futuros sugere-se uma pesquisa em campo com professores a alunos universitários

para investigar se esta ferramenta tem sido utilizada na prática pedagógica e se

proporcionou melhores resultados no ensino, e na nos anseios profissionais do

aluno.

REFERÊNCIAS

ALEXANDRE, T. M.; RAMOS, W. L. Coaching Acadêmico: o processo de coaching no desenvolvimento do docente. In. Periódico Cientifico Negócios em Projeção, Brasília, v.9, n.1, p. 28 – 38, junho 2015 Disponível em: http://revista.faculdadeprojecao.edu.br/index.php/Projecao1/about/contact. Acesso em: 11.jun.2016. ARAUJO, Ane. Coach: um parceiro para o seu sucesso. Rio de Janeiro: Elsevier. 2011. BRAZ, H. F. dos S.; SILVA, S. R. S.; DUARTE, R. S. D. A Ferramenta Coachig no Desenvolvimento e Aprimoramento do Professor do Ensino Superior. 2015. In: 8º Encontro Internacional de Formação de Professores e 9º Fórum Permanente de Inovação Educacional, 2015, Aracaju. v. 8, n.1, p. 1-15 Disponível em: https://eventos.set.edu.br/index.php/enfope/article/view/1514/169 Acesso em : 11.jun.2016. CARUSO, V. G. Professor numa Ação Coach: Busca do Ensino e da Eficiência. ENIAC Pesquisa, Guarulhos (SP), v.1, n.2, p.187-196, jul. - dez. 2012 Disponível em: http://ojs.eniac.com.br/index.php/EniacPesquisa/article/view/102/pdf_41. Acesso em: 11.jun.2016.

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GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5.ed.- São Paulo: Atlas, 2010. RAUPP, F.M.; BEUREN, I.M. Metodologia da pesquisa aplicável às ciências sociais. In. BEUREN, I.M. (Org.). Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: teoria e prática. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2006. Cap.3, p.76-97. Disponível em: http://200.17.83.38/portal/upload/com_arquivo/metodologia_de_pesquisa_aplicavel_as_ciencias_sociais.pdf. Acesso em: 21.jun.2016. SECCO, K. C. Coaching e formação da consciência docente. São Paulo:, 2012. 173fls. Dissertação de mestrado em Educação. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Disponível em: http://www.sapientia.pucsp.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=14533. Acesso em: 14.jun.2016

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CONSERVAÇÃO DE SOLO E ÁGUA: PLANEJAMENTO E GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS

Fernando Acipreste Netto – Bacharel em Agronomia, Pós-graduando em Docência

do Ensino Superior, Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Jucélia Rodrigues Alves - Bacharel em Agronomia, Pós-graduando em Docência

do Ensino Superior, Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Miguel Oliveira Sabino – Engenheiro de Produção UFOP - Pós-graduando em

Docência do Ensino Superior, Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Otávio de Oliveira Araújo- Graduando em Agronomia, Pós-graduando em

Docência do Ensino Superior, Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Alice Rodrigues Borges Lazaroni – Graduada em Ciências Contábeis-UFV, Mestre

em Administração- UFV. Professora na Pós-Graduação em Docência do Ensino Superior- Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Degradação Hídrica, Microbacias, Políticas Públicas e Ambientais, Conscientização e Gestão Ambiental. Um dos mais importantes vetores de transformação da superfície terrestre é a água,

ao longo do tempo ela vem alterando física e quimicamente as rochas e

transportando, por gravidade, partículas em suspensão e sais minerais em solução

para os fundos de vales, lagos, mares e oceanos (SCHUBART, 2000). Além disso, a

água é um recurso vital para os seres vivos e sua escassez, causada pelo aumento

gradativo de sua demanda e principalmente pelo seu desperdício, vem nas últimas

décadas, notoriamente, despertando na sociedade o surgimento de uma consciência

ambiental e o reconhecimento de que atitudes que evitem as ações atuais de

degradação hídrica, e que barrem as mesmas, devam ser prontamente tomadas. A

conservação do solo conjugada com o manejo adequado e ao uso racional de

agroquímicos, tornam o solo sadio, livre de poluentes, e em um solo sadio,

processos físicos, químicos e biológicos passam a ser controlados pelas plantas, em

uma simbiose perfeita (MACEDO, 2004). Diante deste contexto, este estudo tem

como objetivo criar um projeto de conservação do solo e conscientização da

população rural assim como do governo municipal local, para a preservação das

bases geográficas naturais (sub- bacias). Focou-se na zona rural por ser o local

onde existe a maior quantidade de recursos hídricos responsáveis por abastecer os

centros urbanos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de campo, operacionalizada

por meio de estudo de caso, junto aos produtores rurais situados no município de

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Matipó-MG, para a compreensão do problema e posterior análise buscando a

obtenção dos resultados, onde serão abordadas, de forma simples e objetiva, as

questões de maior importância e os principais obstáculos enfrentados na

propriedade. Com objetivo de compreender, esclarecer, explorar e descrever

detalhadamente todos os problemas enfrentados na comunidade e as opiniões de

cada administrador/proprietário a fim de obter ideias e possíveis soluções para o

problema que enfrentamos com a escassez da água. A proposta para elaboração do

presente projeto deve ser empregada na prática de extensão rural por meio da

conscientização dos produtores na conservação e uso racional dos recursos

disponíveis aos mesmos através de uma parceria com os órgãos municipais

responsáveis pela atividade rural no município como secretaria municipal de

agricultura e EMATER. De antemão ressalta-se que, para que haja uma mudança, é

preciso o apoio à criação de “Agenda 21” local (municipal), com forte participação da

sociedade, a partir da discussão dos problemas da bacia e dos princípios

estabelecidos para os programas e ação do governo (SANTOS & ROMANO, 2005).

Outras medidas de preservação são: Evitar processos naturais simples como o

escoamento superficial da água, agravado por ações humanas impróprias ou deixar

o solo desprotegido e exposto a fatores físicos de degradação possuem papel

importante no manejo de conservação do solo ou de micro-bacias. Práticas simples

e eficientes como essas, diminuem a erosão que degrada cada vez mais o solo e, ao

mesmo tempo, proporcionam o abastecimento dos lençóis freáticos, aproveitando as

águas das chuvas e evitando que nascentes sequem temporária ou

permanentemente. Deve haver, cada vez mais, o incentivo à criação de políticas

hídricas para a correta manutenção das micro-bacias hidrográficas elaborando

estratégias simples, aplicáveis e que gerem resultados necessários. Políticas

ambientais que visem um planejamento integrando a paisagem (vegetação, relevo,

textura e tipo estrutural de solo, etc.) e que demonstrem sucintamente, para perfeito

entendimento dos produtores, suas importâncias e resultados. O entendimento dos

produtores sobre a conservação e manutenção dos solos e micro bacias é de

extrema importância, de nada valem leis ou projetos que, depois de criados e

aprovados, são engavetados. Qualquer que seja a política ou ação ou mesmo uma

simples atitude a ser tomada, ela deve começar pela base do sistema ambiental, e

quem melhor para representar essa base senão o produtor rural, que está ali, dia-a-

dia em contato com o ambiente e seus constituintes, e pode, melhor que ninguém,

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pôr em prática qualquer ação necessária para a manutenção de “SUAS MICRO-

BACIAS”. Órgãos como a EMATER, que atuam sempre vinculados aos municípios

deve, com seus técnicos, difundir essas novas ideias e práticas ao produtor, já que

esses mesmos técnicos, é que estão na linha de frente junto a esses produtores e

podem informar e também acompanhar a implantação de uma nova ideologia

ambiental racional e responsável de conscientização das bases. O projeto de

conscientização ambiental está em processo de desenvolvimento, e busca levar os

conceitos e os meios de conservação do solo e da água para os produtores rurais

por meio de parceria junto aos órgãos municipais responsáveis, para que os

mesmos tenham ações capazes de utilizar os recursos disponíveis com eficiência e

máxima conservação, garantindo assim, a longevidade desses recursos em seu

favor e para benefício de toda população.

REFERÊNCIAS

MACEDO, M. J. B.et. al.. A influência do uso, da ocupação e da conservação do solo na qualidade da água de abastecimento: O caso da bacia hidrográfica do Lago Descoberto. Brasília – DF, 2004. 173 f. Dissertação/Mestrado. Planejamento e Gestão Ambiental. Universidade Católica de Brasília. Disponível em: <http://www.bdtd.ucb.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=466>. Acesso em: 12 jun. 2016. SANTOS, D.G.; ROMANO, P.A. Conservação da água e do solo, e gestão integrada dos recursos hídricos. Revista de Política Agrícola, Brasília, ano 14, n.2, pag. 51-64, abr./jun. 2005. Disponível em: <https://seer.sede.embrapa.br/index.php/RPA/article/view/536/486>. Acesso em: 11 jun. 2016. SCHUBART, H. O. R.. “O Zoneamento ecológico-econômico e a gestão dos recursos hídricos”. In: MUÑOZ, H. R. (org.), Maio de 2000. Interfaces da Gestão de Recursos Hídricos: Desafios da Lei de Águas de 1997. 2ª ed. Brasília: Secretaria de Recursos Hídricos. p. 155-175.

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INTERVENIENTES NEGATIVOS NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM: PERCEPÇÃO DE PROFISSIONAIS E ESTUDANTES DA ÁREA DA EDUCAÇÃO

DE MATIPÓ-MG

Douglas Delazari Martins – Graduando em Engenharia Civil – Pós-graduando em Docência do Ensino Superior - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

Maria Aparecida de Abreu – Graduando em Engenharia Civil – Pós-graduando em Docência do Ensino Superior - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

Daniel Carvalho de Souza. Bacharel em Arquitetura e Urbanismo Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP. Pós-graduando em Docência do Ensino Superior -

Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Osmar Francisco Fernandes de Castro. Bacharel em Fisioterapia – Faculdade de

Minas- FAMINAS-Muriaé. Pós-graduando em Docência do Ensino Superior - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX

Alice Rodrigues Borges Lazaroni. Graduação em Ciências Contábeis - UFV e Mestre em Administração - UFV.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem, Educação, Professor, Aluno.

INTRODUÇÃO

A educação brasileira passa por grandes entraves em nossa sociedade, dentre eles,

à falta de interesse dos alunos nas atividades escolares, problemas extraclasse que

acompanham e afetam o aprendizado em sala de aula, falta de infraestrutura,

delegação de responsabilidade que são dos pais para a escola, dentre outros.

Diante deste panorama o professor para incentivar a aprendizagem tem de enfrentar

inúmeros desafios, de modo a motivar e despertar o interesse pelo conhecimento

dos alunos. Lima (2008) destaca a desigualdade social como um destes desafios a

serem superados, pois quando existem problemas familiares e falta de estímulo em

casa para as atividades escolares o aprendizado das crianças e adolescentes é

prejudicado, pois veem a escola como algo banal, de pouco valor. De acordo com

Barreiros (2008), o professor atua não somente como um facilitador de

aprendizagem, mas também influencia na formação social, psicológica e afetiva de

seus alunos. Para realizar tal feito, é necessário estarem aptos a lecionar,

apresentarem competência e dedicação e não terem medo das dificuldades

encontradas na sala de aula. Porém, a desmotivação tanto dos professores quanto

dos alunos, representa um cenário cada vez mais presente. Diante do exposto, o

objetivo desta pesquisa é relacionar quais são os principais intervenientes negativos

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no processo de ensino- aprendizagem em escolas públicas e privadas situadas em

Matipó e seu entorno, tendo como base a percepção de profissionais da educação.

METODOLOGIA

Realizou-se um estudo qualitativo-quantitativo, cuja amostra foi composta por

professores do Ensino Fundamental e Médio, atuantes no município de Matipó - MG

e região, e de estudantes da área da educação, aqui considerados professores em

formação, que participavam, na ocasião, do 4º Encontro de Professores do Ensino

Fundamental e Médio, realizado no dia 11/06/2016, na Faculdade Vértice-Univertix-

Campus Matipó - MG. Como instrumento de coleta, utilizou-se a versão adaptada do

questionário do Professor validado pelo SAEB- Sistema Nacional de Avaliação da

Educação Básica, contendo informações referentes ao perfil socioeconômico,

formação acadêmica e variáveis tidas como possíveis intervenientes nos processos

de aprendizagem (SAEB, 2011). Os questionários foram aplicados durante as

palestras do encontro mediante a autorização por meio do termo de consentimento

livre e esclarecido de acordo com a coordenação de Pesquisa da Faculdade Vértice.

Com base nos dados coletados através da aplicação do questionário, foram feitas

análises estatísticas, gerando um panorama quantitativo e qualitativo dos indivíduos

participantes. Foram analisados 45 (quarenta e cinco) profissionais, sendo 28 (vinte

e oito) indivíduos com formação superior, correspondendo a 62,2% da amostra,

24,4% possuindo apenas ensino médio, e o restante (13,4%) não se enquadraram

nas alternativas propostas pelo questionário. Dessa amostragem, encontraram-se

participantes que efetivamente trabalham no meio acadêmico lecionando,

correspondendo a 53,3% da amostra total e membros que atuam em outras área da

educação, constituindo 46,7% da amostra.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Como resultados relacionados ao critério formação e perfil dos educadores,

observou-se uma predominância de profissionais que cursaram o Normal Superior

(26,6%), com percentuais também significativos para o curso de Pedagogia,

correspondendo a 15,5%. Levou-se em consideração, as opiniões da totalidade dos

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participantes, de modo a alcançar a percepção dos mesmos acerca dos fatores

determinantes dos problemas de aprendizagem, tendo em vista a experiência dos

profissionais atuantes e o caráter crítico-reflexivo também requerido de profissionais

que se encontram em formação. Em relação ao tipo de instituição, constatou-se que

a maior parte dos profissionais de nível superior formou-se em instituição privada de

ensino, o correspondente a 60,7%. Quanto ao tempo de atuação e experiência na

área, quinze professores (62,5%) atuam à menos de 10 anos lecionando, enquanto

nove professores (37,5%) possuem experiência superior a 10 anos. No que tange à

formação continuada, boa parte dos entrevistados (68,8%), inclusive não atuantes

na área, têm buscado a atualização profissional para a prática docente. Ainda em

termos de variáveis socioeconômicas, dos 53,3% atuantes na docência, todos

afirmam expandir a atuação com a finalidade de complementação de renda pessoal,

seja na mesma área de atuação (56%) ou não. Ademais, anota-se que a

administração do tempo para a dedicação à atividades extraclasse, preparo de

material e aperfeiçoamento profissional é rotina de boa parte dos atuantes.

Condições de trabalho, relação do docente com a instituição e as demandas

encontradas em sala de aula.

Dos grandes problemas descritos pelos profissionais nas demandas diárias do

processo de ensino e de produção de conhecimento, ficam explícitos alguns

parâmetros que extrapolam o espaço da sala de aula, estando vinculados à

formação moral do aluno e à sua relação familiar. Os problemas principais

apontados se encontram no meio de vivência do aluno, e atrelado à formação

cultural dos membros familiares do mesmo, onde não se encontra o incentivo inicial,

nem acompanhamento familiar para a busca do processo de formação desse

indivíduo enquanto aluno. Aliado a questão familiar, encontra-se uma quantidade

considerável de profissionais que enxergam falta de aptidão intelectual dos alunos,

fruto de uma pré-formação inadequada ou deficiente, o que se soma ao

desinteresse, indisciplina e baixa autoestima de alunos. Obviamente, esses critérios

não se aplicam à totalidade dos alunos, mas sim, caracterizam os principais

problemas encontrados pelos profissionais entrevistados em sala de aula. Na

relação entre o profissional e a instituição onde atua, observa-se outro âmbito

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importante para o profissional da educação, pois configura o espaço de vivência do

professor, onde ele tem a possibilidade da troca de informações e de vivência da

profissão com outros educadores, onde no encontro das diferentes experiências

tem-se a discussão metodológica e a produção de novas intervenções que podem

tornar o ambiente educacional proativo e dinâmico. Quanto às vivências na

instituição de ensino, tem-se a partir da análise dos questionários, um cenário onde

os profissionais se encontram motivados e percebem o comprometimento dos

diretores com o corpo docente e com as dinâmicas do espaço educacional, onde a

avaliação de satisfação e relacionamento com os diretores teve um percentual

médio de 62,2%. Além disso, no que concerne à interdisciplinaridade, troca de

experiências entre docentes e participação nos processos decisórios das

metodologias acadêmicas, obteve-se uma média de 64,4% de satisfação dos

entrevistados.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo permitiu relacionar os principais intervenientes negativos no processo

de aprendizagem segundo a percepção de profissionais da educação. Nessa

perspectiva, com base nas informações obtidas, os principais problemas de

aprendizagem decorrem de variáveis extrínsecas a escola, assim como de vivências

e experiências trazidas do ambiente familiar, negligência da família quanto ao

suporte/acompanhamento e incentivo ao aprendizado, de fragilidades no sistema

educacional, relacionadas à formações preliminares deficitárias e de aspectos como

desinteresse, indisciplina e baixa autoestima por parte dos alunos. Dos vários

processos de formação do profissional da docência, tem-se um quesito que

extrapola o campo das teorias e das metodologias impessoais, a observação do

indivíduo dentro do coletivo. Professores e alunos têm funções sociais estabelecidas

dentro do espaço acadêmico, mas a forma de se utilizar das diferenças, potenciais e

choque de realidades podem gerar novas ideias e possibilidades voltadas à

transformação da realidade e à produção de conhecimento científico, mesmo em

contextos de limitações financeiras, que em alguns projetos podem ser superadas

pela criatividade e engajamento coletivo. A análise qualitativa e quantitativa

averiguada sugere a pertinência da discussão dessas dinâmicas da sala de aula e

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da relação do aluno com seu professor. A estrutura de ensino, observada nos dados

constates do questionário aplicado, demonstram, de forma qualitativa, como ocorre à

inserção do professor em seu espaço de trabalho, onde se percebe uma entrega da

parte do profissional e das instituições na produção e divulgação de conhecimento.

Grande parte dos problemas está na própria relação com os estudantes, e na

relação familiar encontrada, onde temas de moral, civismo e papel social não estão

atrelados ao indivíduo fora do espaço acadêmico, em seu espaço de vivencia

familiar. O professor encontra em seu espaço de atuação educacional, a demanda

de, além de desenvolver seu ramo específico de conhecimento, trazer aos

estudantes as dinâmicas sociais vigentes e conciliar ao espaço acadêmico, noções

de moral, ética, civismo, por meio de abordagens pedagógicas que reconheçam as

fragilidades dos processos educacionais e mediante ao diagnóstico obtido permitam

à estruturação e instituição de medidas comprometidas também com a formação do

indivíduo enquanto cidadão, respeitando as individualidades pertinentes e inerentes ,

sendo justamente essas que sinalizarão os pontos de intervenção.

REFERÊNCIAS BARREIROS, Jaqueline Lopes. Fatores que Influenciam na Motivação de Professores. Brasília. 2008. 105 f. Monografia (Graduação em Psicologia) – Faculdade de Ciências da Educação e da Saúde. HARRINGTON, C. Lee; BIELBY, Denise D. Uma perspectiva sobre fãs ao longo da trajetória de vida. Matrizes, São Paulo, V.10, nº 1, p. 29-55, jan./abr. 2016. LIMA, Sandra Vaz de. Fatores que interferem na aprendizagem. Disponível em: http://www.webartigos.com/artigos/fatores-que-interferem-na-aprendizagem/4419/. Acesso em: 21 de Jun. 2016. PEZZINI, Clenilda Cazarin e SZYMANSKI, Maria Lídia Sica. Por Onde Andará o Desejo de Aprender dos Alunos? Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/853-4.pdf. Acesso em: 21 de Jun. 2016 SAEB. Questionário do Professor. Disponível em: http://download.inep.gov.br/educacao_basica/prova_brasil_saeb/questionarios/2013/questionario_professor.pdf . Acesso em: 11 de Jun. 2016.

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A VISÃO DE PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA SOBRE SITUAÇÕES CONSIDERADAS BULLYING NA ESCOLA

Guilherme Vitor Moreira Fialho – Graduando em Educação Física da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.

Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física, licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora

e Coordenadora de Pesquisa e Extensão da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. André Salustiano Bispo – Bacharel e Licenciado em Educação Física, Mestre em

Ciências da Reabilitação, Professor e Coordenador do Curso de Educação Física da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX;

Lucio Flávio Sleutjes – Graduado em Fisioterapia. Mestre em Motricidade e Doutor em Cinesiologia. Professor e Diretor Geral da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

Érica Stoupa Martins - Graduada em Serviço Social. Especialista em Gestão de Recursos Humanos. Mestre em Serviço Social. Professora da Faculdade Vértice -

UNIVÉRTIX.

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE: Visão; profissionais de Educação Física; Bulying; escola.

INTRODUÇÃO

Para Santos e Santos (2016) constitui-se em uma situação cotidianamente comum

na escola os alunos colocarem apelidos nos colegas, criarem estigmas,

discriminando-os por serem obesos, negros, pertencentes a camadas sociais mais

baixas, por diferirem na orientação sexual, na escolha religiosa, por pertencerem a

diferentes etnias, entre outros. Ocorre que, muitos educadores não se atentam a

isso, entendendo tais ocorrências como brincadeiras inocentes. Entretanto, é

fundamental compreender que brincadeiras habituais e saudáveis são aquelas em

que todos os participantes se divertem. Quando apenas alguns se entretêm às

custas de outros que sofrem isso assume outra conotação (SILVA, 2015),

atualmente nomeadas como bullying. Assim, para os que passam por tais

circunstâncias, isso é algo muito mais sério, algumas vezes até trágico. Os motivos

que levam a esse tipo de violência, o bullying, são diversos e estão relacionados

com as experiências que cada ser humano tem em sua família e/ou comunidade

(SANTOS e SANTOS, 2016). Segundo Souza e Almeida (2011) o Bullying é um

termo utilizado para definir uma situação antiga que durante muito tempo não era

percebida como algo preocupante, até que, em torno dos anos de 1970 emergiu na

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Suécia, amplo interesse da sociedade pelos problemas provenientes de agressores

e de vítimas nas escolas. No Brasil foi a Associação Brasileira Multiprofissional de

Proteção à Infância e a Adolescência - ABRAPIA, a pioneira em desenvolver entre

os anos de 2000 a 2004 um estudo, que apontou como resultados que 40,5% dos

alunos admitiram estar envolvidos em situações de Bullying, revelando também que

este fenômeno se faz presente com índices superiores aos países europeus

(QUINTANILHA, 2011). Os danos causados pelo Bullying são os mais variados

possíveis e depende de cada indivíduo afetado, da sua experiência, sua estrutura,

sua predisposição genética, além da forma e da intensidade da agressão. Mas,

todos que sofrem com esses ataques carregaram as consequências para toda sua

vida e precisarão de apoio profissional para lidarem e superarem esses conflitos

internos (SILVA, 2010). Essas marcas acarretadas pelo fenômeno Bullying nas

escolas podem ser evidenciadas pelos prejuízos em aspectos essenciais à

realização na vida, problemas para lidar com perdas, dificuldades nas relações

pessoais, tanto familiares como sociais e, até mesmo, no desempenho profissional

(NIKODEM e PIBER, 2011). Com base no crescente índice de Bullying nas escolas

e das consequências desse fenômeno para o desenvolvimento dos alunos e no

convívio social em geral, definiu-se o objetivo deste estudo: identificar a visão de

profissionais de Educação Física sobre situações consideradas Bullying na escola.

Com este estudo pretendemos contribuir, para a ampliação do conhecimento a

respeito do tema investigado e para a conscientização da sociedade, notadamente a

comunidade escolar, para a necessidade de intervenções adequadas nas situações

de Bullying ocorridas no âmbito da referida Instituição.

METODOLOGIA

A coleta de dados desta pesquisa descritiva foi realizada no mês de maio de 2016

através de um questionário semiaberto aplicado a 8 professores de Educação

Física, que correspondem a todos os profissionais dessa área atuantes nas escolas

da zona rural e urbana do Município de Pedra Bonita – MG. Segundo Gil (2010) a

pesquisa descritiva tem como objetivo primordial a descrição das características de

determinada população ou fenômeno a fim de levantar as opiniões, atitudes e

crenças do grupo pesquisado. O instrumento de coleta de dados foi organizado

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pelos próprios pesquisadores e contém 11 perguntas, 2 de identificação do

profissional, 6 de múltipla escolha e 3 abertas, a fim de entendermos como os

profissionais de Educação Física estão percebendo as situações de Bullying na

escola. A participação dos professores de Educação Física foi realizada mediante

aceitação voluntária, com assinatura do Termo de Consentimentos Livre e

Esclarecido (TCLE), depois de informado. Para resguardar a identidade dos

pesquisados foram utilizados nomes fictícios. Os aspectos éticos serão baseados na

Resolução 466/2012 que aprova diretriz e normas regulamentadoras de pesquisas

envolvendo seres humanos (CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE, 2012).

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados e discussões se encontram em andamento. Apresentam uma etapa

quantitativa, organizada através de gráficos, e outra descritiva, estabelecida com as

falas dos entrevistados. No entanto, em função de restrições da modalidade de

resumo optou-se por uma breve descrição dos resultados. Eles evidenciam que a

maioria dos profissionais ainda está em fase de adaptação no seu campo de

atuação. Como consequência deste fator, é provável que não possuam experiência

necessária para lidar com situações das quais não estavam habituados, ou talvez

não foram submetidos a uma preparação adequada, para tratar determinados fatos

que possam levar a alguma situação de bullying. Esta perspectiva fica evidente se

analisarmos a postura e o comportamento do professor diante de tais situações. O

estudo contribuiu na determinação dos tipos e focos do bullying na escola e na

identificação da postura dos professores e responsáveis, no que diz respeito ao

controle e coibição do bullying. Contudo, se faz necessária uma avaliação mais

profunda, dos aspectos que motivam os alunos a cometerem tais atos e uma

discussão sobre quais providências e metodologias poderiam empregar-se para

amenizar a ocorrência do fenômeno. Como os resultados e discussões estão em

andamento, ainda não é possível elaborar as considerações finais.

REFERÊNCIAS GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2010.

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NIKODEM, Samara; PIBER, Lizete Dieguez. Estudo sobre o fenômeno Bullying em escolas de ensino fundamental e médio da região noroeste do RS. Vivencia-Revista Eletrônica URI. v. 7, n .12: p.105-121, maio de 2011. QUINTANILHA, Clarissa Moura. Um olhar exploratório sobre a percepção do professor em relação ao fenômeno bullying. São Gonçalo, 2011. 68(f.). Monografia de graduação, (formação de professores). Curso de Pedagogia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. SANTOS, Felipe Luna Alves dos; SANTOS, Lourdes Rosalvo da Silva dos. Bullying na escola. Disponível em: http://anaisonline.uems.br/index.php/semex/article/viewFile/534/536. Acesso em: 20.Maio.2016. SILVA, Ana Beatriz Barbosa, Bullying: cartilha 2010 – Projeto Justiça nas Escolas. Brasília DF: CNJ, 2010. SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Bullying: mentes perigosas na escola. 2.ed. São Paulo: Globo, 2015. SOUZA, Christiane Pantoja de; ALMEIDA, Léo César Parente de. Bullying em ambiente escolar. Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.7, n.12; 2011, 179-190.

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O EMPREENDEDORISMO E SUA IMPORTÂNCIA PARA OS PEQUENOS NEGÓCIOS

Denise Moreira da Silva – Graduanda do curso de Administração da Faculdade Vértice, UNIVÉRTIX.

José Jerônimo Leite da Silva - Graduando do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Vértice, UNIVÉRTIX.

Clésio Gomes de Jesus – Professor da Faculdade Vértice, UNIVÉRTIX.

[email protected]

PALAVRAS- CHAVE: empreendedorismo; pequenas empresas; mudanças.

O termo empreendedorismo foi usado inicialmente como objetivo de melhorar as

relações do homem com outro homem e do homem com a natureza, com o intuito de

caracterizar ações, ou seja, o homem por natureza seria um ser empreendedor e

esse conceito passaria a fazer parte da índole humana (DOLABELA, 2006). O

empreendedor é aquele que realiza verdadeiras mudanças e inovações no

mercado, é capaz de introduzir ideias novas e isso faz com que identifique situações

de oportunidade de negócios até antes não identificadas (DOLABELA,

2006).Segundo Degen (2009), como as escolas americanas e francesas dizem

entrepreuner e entreprendre, respectivamente é ser empreendedor, é ser agente ou

seja “intermediário”. Empreender vai além dos negócios internos de um comércio, é

ter visão aberta para novas oportunidades, é enxergar um mercado inovador com

ideias inovadoras, é capaz de arriscar com responsabilidade e criar expectativas, o

empreendedor, é o que faz a diferença. É ele o profissional que imagina, desenvolve

e realiza visões (FILION e DOLABELA, 2000).Através deste estudo apresentaremos

a influência do empreendedor e sua importância nos comércios ou seja nos

pequenos comércios da cidade de Matipó, verificando suas habilidades em gerir

seus negócios, analisando a capacidade de empreendedorismo. A capacidade de

atrair a atenção dos clientes, e de reconhecer o mercado público como um

ambiente de grande significância no cotidiano de nossa cidade, traduz a cultura da

nossa região, o bom empreendedor sabe aproveitar oportunidades de época como

as festas tradicionais e os eventos culturais que acontecem para ampliar o seu

empreendimento, os comércios locais possuem acesso de clientes de todas as

classes sociais (PINTAUDI, 2006).Portanto o mercado de nossa cidade hoje se

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revela como oportunidade de negócio, do ponto de vista empreendedor, para os

locatários e para a cidade, pois atende necessidades básicas e de lazer. Entender

como os empreendedores se articulam entre os momentos de alto e baixo nos

pequenos negócios da cidade, é que justifica a aplicação desse estudo.As pessoas

podem ser empreendedoras por instinto ou podem desenvolver características

empreendedoras? É possível aprender a ser empreendedor? É fundamental para o

empreendedor, a inovação, a criação de algo novo e diferente, em termos de

produto, serviço ou tecnologia. Ou até mesmo, uma forma renovada e única de

apresentar os já conhecidos produtos e serviços, é o que se entende por “reinventar

o já conhecido” (DRUCKER, 2003). Sendo assim, o empreendedor passa a estar

associado ao desenvolvimento econômico, à inovação e ao aproveitamento de

oportunidades de negócios (SCHUMPETER, 1988). São objetivos deste trabalho:

identificar as principais características empreendedoras; entender a ação do

empreendedor e sua importância nos pequenos negócios e investigar a atuação do

empreendedor como articulador de seus negócios em momentos crises. Este estudo

será realizado através de pesquisa exploratória bibliográfica, que serão utilizados

obras já realizadas como artigos científicos, e para complementação do estudo uma

pesquisa semiestrutura com caráter qualitativa. Para Malhotra (2001), a pesquisa

exploratória pode ser usada, para desenvolver uma abordagem do problema entre

outras finalidades e obter critérios que serão usados para a mesma. Segundo Gil

(2008), a pesquisa exploratória tem como objetivo levar o pesquisador a se

aproximar do assunto até então pouco conhecido e explorado por ele. A pesquisa

exploratória constitui o primeiro estágio de toda pesquisa científica, que faz com que

o pesquisador tenha uma maior identificação com o problema, na qual se faz

necessária a pesquisa bibliográfica. Segundo Gil (2007) e Vergara (2005), a

pesquisa bibliográfica é essencial para o desenvolvimento de qualquer pesquisa,

pois sempre haverá obras relacionadas à pesquisa com abragência ao tema

estudado, mesmo que o tema à ser pesquisado tenha sido pouco explorado e

possua poucas referências até o momento. O estudo de caso será a extensão e

aplicação do aprendizado adquirido através das pesquisas bibliográficas para que ao

final do estudo esteja clara a importância do empreendedor para as empresas de

pequeno porte. O presente trabalho encontra-se em andamento.

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REFERÊNCIAS

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ARTIGOS

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A IMPORTÂNCIA DO GERENTE NA LIDERANÇA DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE NA

ZONA DA MATA-MG

Luciana Aparecida Santos Moreira Morais Graduanda em Administração. Faculdade Vértice - UNIVÈRTIX.

Jaqueline Conceição Leite – Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em Controladoria e Finanças. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.

[email protected]

RESUMO Em meio ao cenário de instabilidade econômica e competitividade no mercado, é perceptível a relevância de uma boa influência do gerente proprietário para com os colaboradores em micro e pequenas empresas. Consentir seu papel como líder torna-se imprescindível para que, através de sua imagem, da participação nas rotinas empresariais, respeito, responsabilidade e confiança, ele possa inspirar os trabalhadores para juntos alcançarem resultados que contribuirão para o crescimento empresarial e, por conseguinte na vida profissional dos mesmos. A pesquisa teve como objetivo geral conhecer a essencialidade da liderança nas pequenas empresas e como objetivo especifico: identificar a importância do comportamento do gerente como líder no ambiente organizacional. A estrutura proposta para elaboração deste estudo quanto ao tipo, foi a pesquisa descritiva e exploratória, por meio da técnica do estudo de caso, o instrumento de coleta de dados foi questionário com a abordagem quantitativa dos dados. Assim pôde ser analisado e discutido os dados, percebendo que o gerente ratifica seu caráter como líder, possibilitando a empresa o cumprimento de sua função social, infundindo o contentamento e desenvolvimento dos colaboradores. PALAVRAS-CHAVE: Liderança; Gestão; Micro e Pequenas Empresas. INTRODUÇÃO

Atualmente os líderes têm enfrentado vários desafios como: competitividade,

avanços tecnológicos, instabilidade econômica, mudança no ambiente

organizacional entre outros. Em meio a esse cenário a relação do líder com os

liderados torna-se importante para o desenvolvimento de suas atividades pois são

os colaboradores, os defensores e modeladores da cultura e do desempenho

organizacional.

A liderança maximiza as contribuições do pessoal e, em uma empresa

pequena lhe permitirá competir eficazmente no mercado. Embora concorrentes

maiores possam ter vantagens devido aos recursos econômicos à sua disposição,

eles não têm, necessariamente, uma vantagem em seus métodos de liderança.

Criando um ambiente que inspire entusiasmo, o líder de uma pequena empresa

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pode obter o melhor de seu pessoal e também oferecer uma forte persuasão aos

empregados prospectivos. (SLIVNIK, 2012)

Bennis (1998) citado por Lacombe (2005, p. 208) afirma que:

Administrar é assumir responsabilidade, fazer acontecer, liderar é influenciar, guiar na direção. Para ele, o líder opera sobre os recursos emocionais e espirituais da organização, sobre seus valores, comprometimento e aspirações. Em contraste, o administrador opera sobre os recursos físicos da organização, sobre seu capital, habilidades humanas, matérias-primas e tecnologia. O gerente administra; o líder inova. O gerente focaliza em sistemas e estruturas; o líder focaliza-se nas pessoas. O gerente apoia-se no controle; o líder inspira confiança. O gerente pergunta como e quando; o líder pergunta o quê e por quê. O líder se preocupa com a eficácia, o administrador tende a se preocupar mais com a eficiência.

Desse modo a pesquisa tem a seguinte questão: o gerente proprietário

assume seu papel de líder para desenvolver a influência e a satisfação dos

colaboradores dentro da empresa?

Esse trabalho tem por objetivo geral conhecer a essencialidade da liderança

nas pequenas empresas. E como objetivo especifico identificar a importância e

influência do comportamento do gerente como líder no ambiente organizacional.

Com esse estudo pretendemos contribuir para análise dos gestores das micro

e pequenas empresas, quanto a importância da influência do líder no

comportamento dos colaboradores.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

As micro e pequenas empresas são classificadas por meio de variáveis

quantitativas e qualitativas conforme os parâmetros determinados para tais. Estes

parâmetros são definidos de acordo com os fatores que reconstroem os ideários

sobre micro e pequenas empresas. Apesar das descrições convencionais de

definições, a caracterização torna-se problemática devido a insuficiência de

estabelecer categorias apropriadas e as diversidades de organizações. Entretanto o

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) adota como

critérios para essa definição o número de colaboradores dentro da organização e de

contrapartida o Governo Federal adota o valor bruto do faturamento anual da

empresa (VIAPIANA, 2001).

Independente de como as micro e pequenas empresas são caracterizadas, é

relevante apontar sua participação significativa na sociedade. As empresas de

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pequeno porte são representadas em 99,6% das empresas existentes no país, tendo

como as empresas que mais gera empregos, distribuição de renda e força

expressiva na economia nacional (NOGUEIRA, 2013).

No mundo sempre existiu pessoas que conseguiram influenciar o

comportamento de outras pessoas, apontando os melhores caminhos para se

alcançar um objetivo. Nos eventos decisivos da história como guerras, conflitos e

revoluções, muitos líderes tiveram seu papel fundamental em guiar pessoas a

realizar várias ações (MAXIMIANO, 2000).

O processo de liderança sempre esteve, e esta, presente no compasso social

da história da humanidade como: família, religião, amizade, dentre outros. Com o

passar do tempo esta área foi sendo um tema de grande interesse entre

pesquisadores e estudiosos (CHIAVENATO, 2004).

Nas organizações, a influência exercida pela liderança começou a corroborar

com a teoria das Relações Humanas que enfatiza uma nova visão sobre a natureza

do homem, destacando – o na sociedade como um ser dotado de necessidades

distintas que pode se alterar e gerar outras após estas satisfeitas, e essas

necessidades podem ser um meio de motivar o comportamento do indivíduo

(CHIAVENATO, 2003).

Para que a liderança seja mais bem compreendida, é necessário apreender

seu conceito, uma vez que é mais fácil identificar um indivíduo como líder do que

definir liderança, pois, há muitas concepções a respeito da mesma. Maximiliano

(2000, p. 387) afirma esse relato registrando que “não apenas é difícil definir

liderança, como também o conceito varia de pessoa para a pessoa, de grupo para

grupo, e de situação para situação. ”

Para Drucker (2003), mencionado por Krames (2010, p. 111), liderança é

mais do que influenciar pessoas e grupos, para ele “liderar é ampliar a visão para

horizontes mais abrangentes, é elevar o desempenho dos outros a padrões mais

elevados, é desenvolver a personalidade dos liderados além das limitações que eles

têm. ”

Chiavenato (2003) relata que a liderança pode ser visualizada como um

processo redutor de indecisões de um grupo, pois o líder é identificado como agente

capacitado para conduzir o grupo a tomarem rumos certos para o sucesso no

resultado. No entanto, analisa – se três fatores básicos comuns em relação a metas,

grupos e influencias.

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A liderança é conhecida como a habilidade de influenciar o comportamento e

a mentalidade de outras pessoas ou grupos de modo que os mesmos queiram lutar

por aspirações compartilhadas. Ela é essencial em todo tipo de organização, e para

que haja uma liderança eficiente o líder deve ter ciência da natureza humana e

saber conduzir seus liderados (MAXIMIANO, 2011).

Nas empresas, o papel da liderança pode variar conforme seu porte. Nem

sempre o fundador consegue ser um bom gerente ou um bom líder, para tanto o

gerente proprietário precisa ter sua postura e caráter para assumir o seu papel e

desenvolver a organização, tendo um bom recrutamento de colaboradores e

conhecendo-os para criar um relacionamento afetuoso que lhe permita influenciar os

mesmos (LONGENECKER, 2011).

As principais teorias que fundamentaram este estudo foram baseadas em

Chiavenato (2004) o qual considera as Teoria de Traços de Personalidade, Teoria

de Estilos de Liderança e Teoria Situacional.

De acordo com Chiavenato (2004, p.102) “ um líder deve inspirar confiança,

ser inteligente, ser perceptivo e decisivo para ter condições de liderar com sucesso”.

Para tanto a teoria de traços focaliza seus estudos na personalidade do líder como:

traços físicos, intelectuais, sociais e outros.

Contudo não se pode comprovar que específicos traços de personalidade

podem garantir uma liderança eficaz, mas, pode ocorrer a caracterização de traços

eficientes para uma boa liderança de modo que o líder seja diferenciado de outras

pessoas; pois pode existir indivíduos com os mesmos traços mais que não se

tornarem líderes (MAXIMIANO, 2012).

Foram realizados pesquisas e estudos sobre as qualidades que distingue a

personalidades para identificar os líderes, e chegou-se a suposta conclusão que os

traços pessoais mais expressivos difere de líderes mais ativos que outros e podem

influenciar o surgimento de uma liderança mais não identificar o líder eficaz e de

sucesso (NOGUEIRA, 2013)

A teoria situacional aborda a liderança em um argumento mais extenso e um

preceito de que não existe um estilo de liderança específico para todas as

circunstâncias, pois, cada situação requer um posicionamento do líder de modo que

tanto o líder quanto os liderados atinjam a eficiência e a usem para alcançar sucesso

na organização (CHIAVENATO, 2004).

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A flexibilidade na liderança situacional, implica que o líder deve adaptar seu

comportamento para determinadas situações, pois, ele é a referência de eficiência

para seus liderados. Para tanto Chiavenato (2001, p. 164) deduz que, “ para

escolher o padrão de liderança a adotar em relação aos subordinados, o

administrador deve considerar e avaliar três forças que agem simultaneamente, a

saber: ”

Fonte: Chiavenato (2001, p.164).

O comportamento que o líder assume enquanto orienta seus liderados em

uma organização a fim de alcançar resultados, é chamado de estilos de liderança.

Esse comportamento que estabelece uma conexão entre o líder e seus

colaboradores de forma que se sejam encorajados a alcançarem metas na

organização (CERTO, 2003).

Contudo, a abordagem de estilo de liderança estuda o modo de como o líder

se relaciona com seus subordinados. Esse comportamento pode ser classificado em

três estilos que são: liderança autocrática, democrática e liberal. A liderança

autocrática é aquela em que decisões são centralizada, ou seja, não é dada a

oportunidade dos subordinados expressarem suas opiniões. Neste estilo de

liderança, também chamado de autoritária, o líder foca nas tarefas a serem

realizadas. O estilo de liderança democrática, conhecida como liderança

participativa, a liderança é orientada por pessoas, onde o líder envolve os liderados

nos processos decisórios da organização e delega a autoridade para melhor

desenvolvimento das pessoas e/ou grupos. A liderança liberal, por sua vez, o líder

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não adota seu papel de líder nas tomadas de decisões, este evento fica a critério

dos subordinados (CHIAVENATO, 2001).

Um dos desafios da liderança é identificar qual estilo de liderança usar e em

qual situação, pois, no dia-a-dia de uma organização o líder pode usar os três estilos

de liderança, ora dando uma tarefa para ser executada, outrora consultando seus

liderados para obter uma decisão produtiva (CHIAVENATO, 2001).

Contudo, não existe estilo de liderança específico para cada organização. A

eficácia neste processo resultará no desenvolvimento da capacidade do líder de

analisar e avaliar o cenário organizacional e assumir o comportamento de liderança

ideal para o melhor desempenho da mesma (MAXIMIANO, 2012).

O comportamento do líder e do gerente tem sido estudado ao longo dos anos.

Admite-se que liderar e gerenciar são papeis fundamentais em uma organização e

um tanto díspares. A liderança está voltada para pessoas enquanto a gerência se

foca em sistemas e estruturas e os executivos modernos necessitam entender essa

diferença para que haja uma combinação eficiente dos dois papeis (CERTO, 2003).

A liderança é vista de forma distintas por estudiosos e cada um com uma

metodologia. Contudo, os conceitos a qual é empregado a liderança é similar ao

conceito de gerência. Analisando os diversos estudos nota-se uma certa diferença

entre as conceituações. A liderança e a gerência são essenciais em uma

organização pois, enquanto a gerência lida com a complexidade e recursos físicos

de uma empresa a liderança ocupa-se com a mudança, inovação e os recursos

humanos. Para tanto a liderança não substitui a gerência, mais sim a complementa

(ELGENNENI, 2010).

METODOLOGIA

Por meio da pesquisa pode-se chegar a uma extensão de descobertas,

conhecimentos e descobrir novos acontecimentos, para tanto Marconi e Lakatos

(2010, p. 139) afirma que pesquisa “ é um procedimento formal, com método de

pensamento reflexivo, que requer um tratamento científico e se constitui no caminho

para conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais. ”

A pesquisa incidiu na técnica de estudo de caso onde Gil (2010, p. 87)

assegura que este estudo “consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou

poucos objetivos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento,

tarefa praticamente impossível mediante outros delineadores já considerados. ”

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O estudo foi realizado através de pesquisa descritiva que visa descrever

fenômenos e identifica-los através de analises. Esse tipo de pesquisa permite que o

pesquisador obtenha um entendimento melhor do comportamento de diferentes

fatores que influenciam determinado acontecimento. E através da análise

exploratória que permite um relacionamento mais próximo entre o pesquisador e a

questão em pesquisa onde o mesmo irá levantar especulações aprofundada sobre a

causa da ocorrência de um determinado fato. (MARCONI; LAKATOS, 2010).

A empresa objeto do estudo, pertencente ao ramo de varejo, atua nesse

mercado desde 1976 procurando atender as necessidades dos clientes da melhor

forma, com boas mercadorias e excelência no atendimento. A organização conta

hoje com sete colaboradores: dois caixas e cinco vendedores. As operações

administrativas são realizadas pelo gerente-proprietário.

A coleta de dados foi realizada através de questionários aplicados aos

colaboradores nos dias 18 e 21 de setembro de 2015, onde os mesmos assinaram o

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para concordância do uso de suas

opiniões e segurança de suas identificações. O questionário aplicado foi

reformulado e adaptado dos pesquisadores Bispo (2012) e Sousa (2013), que de

acordo com Gil (2010) é uma técnica em que os dados obtidos são alcançados de

maneira segura e convincente, procurando alcançar informações precisas e

relevantes para atingir os objetivos da pesquisa.

A abordagem utilizada para tratamento dos dados foi a quantitativa que,

condizente com Reis (2008), constitui na quantificação dos dados coletados por

meio da utilização de técnicas estatísticas, a abordagem tem como princípio garantir

resultados precisos evitando distorções na análise e interpretação.

Posteriormente o recolhimento dos questionários aplicados aos colaboradores

os dados foram tabulados e quantificados por meio de um dos programas do pacote

de computação office 2013, denominado Excel de modo que os dados consistissem

na apresentação em gráficos percentuais para melhor entendimento do que está

sendo apresentado.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A pesquisa teve como objetivo identificar a importância e influência da

liderança do proprietário como gerente conhecendo sua essência e como ela atua

dentro da organização; a questão proposta consiste em descobrir se o gerente

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proprietário adota sua postura de líder para promover a boa influência dentro da

empresa. Com a utilização dos instrumentos metodológicos foi possível atingir as

seguintes informações:

Dos entrevistados, 70% são do sexo feminino; as funções na empresa estão

distribuídas entre 5 vendedores e 2 operadores de caixa; estes colaboradores estão

na faixa etária de 18 a 30 anos; quanto ao grau de estudo, apenas um possui ensino

superior e os demais o ensino médio.

Foi questionado aos colaboradores como eles classificam o estilo de liderança

do gerente. Conforme demonstrado a figura 1, o estilo de liderança na visão de 57%

dos colaboradores é o democrático.

Figura 1 – Estilo de liderança, 2015.

Tonet et al (2012, p.52) afirmam que na liderança democrática ”o líder conduz

e orienta o grupo, e incentiva a participação de todos. ” Um líder democrático

permite a participação dos liderados nas tomadas de decisões e está sempre

disposto a ouvir os colaboradores, atingindo um grau de comprometimento

primoroso.

Percebe-se na demonstração dos resultados apresentados na figura 2, que

57% colaboradores classificam como boa a participação do gerente no

desenvolvimento das atividades diárias da empresa.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Autocratico Democratico Liberal

29%

57%

14%

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Figura 2 – Participação do gerente nas atividades nas atividades diárias,

2015.

Tejon (2006, p.82) afirma que “quando existe separação física entre as

hierarquias, o enfraquecimento torna-se inevitável”. A separação entre líder e seus

colaboradores é letífero para as organizações. Contudo, o gerente em seu papel de

líder deve interagir com sua equipe, mantendo um bom relacionamento e conhecer a

rotina dos mesmos, os incluindo nas decisões da empresa para que aumente seu

comprometimento com a mesma.

Longenecker (2011, p.328) confirma isso dizendo que “se a relação

empregador-empregado for boa, os funcionários de uma empresa pequena

desenvolverão sentimentos de lealdade pessoal para com o empregador”

Analisando a figura 3, pode – se afirmar que 71% dos entrevistados assegura

que o gerente demostra confiança na resolução de problemas dentro da empresa.

Figura 3 – Demonstração de confiança no gerente, 2015.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

bom muito bom regular ruim

57%

29%

14%

0%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

sempre nunca ás vezes

71%

0%

29%

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Para Tonet et al (2012) não existe influência sem confiança, o alcance de

bons resultados na organização depende de um bom relacionamento e caráter para

que os empregados se sintam respeitados e confiantes em seguir seu líder.

Tejon (2006, p.34) afirma que o “ líder precisa ter em mente que sua função é

servir a equipe e cuidar bem dela”, ele deve sempre aprender e tirar lições de

situações difíceis, aprender e dedicar o atendimento aos liderados acreditando que

são capazes, encorajá-los a um trabalho satisfeito e motivado para que se sintam

parte da empresa.

Questionado aos colaboradores se sabem o lhe é esperado pela gerencia,

43% dos colaboradores sempre sabem, ou sabem com frequência,

Conforme Slivnik (2012) bons líderes são capazes se expressar de forma

plena e sabem o que querem e porque querem transmitindo isso aos seus

colaboradores eficazmente e obtendo o apoio e colaboração dos mesmos.

A figura 4 denuncia que o feedback é apresentado aos colaboradores, porém

ás vezes, onde 71% dos entrevistados contesta isto.

Figura 4- Recebem Feedback do gerente, 2015.

De acordo com Maxwell (2012) o líder acredita e influencia a motivação e

libertação do potencial dos colaboradores fazendo com que eles acreditem em si e

naquilo que são capazes de fazer. Conforme Russo (2013, p.27), ”o momento de

feedback não é apenas para falar, mas também para ouvir”. Para ele muitos líderes

apresentam feedback sem nenhum preparo e acabam gerando conflitos por querer

exacerbar com os colaboradores onde ele precisa apenas ter uma conversa plácida

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

raramente às vezes comfrequencia

sempre

0%

71%

14% 14%

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para indicar a eles o que está bom e o que não está, de forma a avigorar ar

autoconfiança e colaborar com os mesmos para que suas competências sejam

ampliadas para um desenvolvimento eficiente das atividades dentro da empresa.

Quanto à existência de uma relação de respeito por parte do gerente para

com os colaboradores, 71% dos entrevistados concorda e 29% concorda

parcialmente

Segundo Hunter (2006) uma boa liderança exige vários fatores que a torna

excelente, uma delas é o respeito. Este fator é uma via de mão dupla, em que

apresentando o respeito em ambas as partes envolvidas a organização terá um

ambiente de trabalho harmonioso, saudável e determinação no desenvolvimento das

atividades.

Em relação ao envolvimento do gerente na solução problemas apresentados

pelos clientes, 86% concordam com essa afirmativa.

A figura 5 demostra sobre o auxílio do gerente na resolução de algum

problema difícil na empresa, percebe-se que 72% concordam, e 14% concordam

parcialmente ou são neutros.

Figura 5– Auxilio do gerente na resolução de problemas na empresa, 2015.

Tonet et al (2012, p. 33) afirmam que cabe ao líder “ ser uma presença viva

na organização, de tal forma que todos se sintam seguros e confiantes porque ele

está por perto”. Segundo os mesmos autores no cenário atual as pessoas precisam

ser compromissadas com a empresa e serem competentes pois, elas assumem a

responsabilidade de sus ações e de sua equipe e cabe ao líder assumir a

responsabilidade de tudo que sua equipe faz dentro da organização.

0%

20%

40%

60%

80%

concordo concordoparcialmente

não concordonem discordo

discordo emparte

discordo emparte

72%

14% 14%

0 0

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CONSIDERAÇÔES FINAIS

Através das resultados e discussões dos dados, concluiu-se que o gerente

proprietário tem papel de líder no desenvolvimento das rotinas e procura promover a

satisfação dos colaborares no ambiente de trabalho.

Atingiu-se os objetivos, pois, foi possível conhecer e identificar que mesmo

em pequenas empresas existe o líder.

Na empresa estudada, o líder foi considerado democrático, promovendo

influência direta nas atividades diárias desempenhadas, participando ativamente na

empresa, que pode representar um certo grau de comprometimento com as rotinas,

influenciando positivamente os colaboradores, sendo respeitoso, promovendo

feedbacks quando necessário, compartilhando seu conhecimento. Por meio dessas

vias lhe é possibilitado promover a segurança e a satisfação dos trabalhadores,

podendo assim influencia-los e levar à empresa a cumprir seu papel social,

possibilitando o atingimento de metas e objetivos, atrelados à missão e visão da

empresa.

Pôde-se concluir ainda, que para uma liderança ser significante e consistente,

vários fatores importantes têm que ser considerados. Dentre eles o bom

relacionamento no ambiente organizacional, pois, através deste relacionamento é

gerado o vínculo importante e necessário para influenciar os colaboradores, o qual

seja, a confiança.

Apesar de satisfatório os resultados obtidos, recomenda –se que sua

participação do gerente e a contribuição com o conhecimento seja mais frequente,

visto que, 14% dos entrevistados classifica como regular e contribui muito pouco,

respectivamente. Recomenda-se, também, que a confiança demostrada na

resolução de problemas seja expressada com mais solidez para continuar

influenciando positivamente os colaboradores obtendo assim, mais

comprometimento.

REFERÊNCIAS

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PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO: AUTONOMIA OU DEPENDÊNCIA FRENTE AO PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO?

Mariana Bifano Toledo – Graduanda em Direito. Universidade Federal de Viçosa -

UFV. Carlos Eduardo Toledo - Graduado em Educação Física. Especialista em Saúde

Pública. Professor da Faculdade Vértice - UNIVERTIX. Renata de Abreu e Silva Oliveira - Licenciada em Letras. Especialista em Língua

Inglesa. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Renata Pessoa Bifano - Licenciada em Matemática e Física. Mestre em

Matemática. Especialista em Física. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.

[email protected]

RESUMO No que diz respeito aos princípios do Direito Ambiental, é possível afirmar que suas finalidades são predominantemente preventivas, vez que são, em regra, voltadas para o momento anterior ao da ocorrência do dano. Dado este pressuposto, o presente artigo visa analisar as divergências doutrinárias a respeito da existência e da autonomia do Princípio da Precaução, e, em decorrência destas teorias, opta por adotar àquela que defende a distinção deste em relação ao Princípio da Prevenção, afirmando que a diferença está na certeza científica ou não da ocorrência dos danos. O presente artigo, como dito, defende que há a autonomia do Princípio da Precaução em relação ao Princípio da Prevenção, apesar de haver uma interligação necessária entre eles, e para fundamentar esta tese, foi utilizado um “leading case” - precedente jurisprudencial relevante - do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que adotou a corrente da emancipação do Princípio da Precaução frente ao Princípio da Prevenção para proteger a zona de amortecimento, da área de conservação ambiental do Parque Ecológico do Rio Cocó, localizado em Fortaleza, Ceará. PALAVRAS-CHAVE: direito ambiental; princípio da precaução; princípio da prevenção; autonomia; área de conservação ambiental.

INTRODUÇÃO

Os princípios são valores sociais, positivados ou não, que desempenham 4

(quatro) funções primordiais nos sistemas político-jurídicos, quais sejam, função

orientadora, já que norteiam a aplicação das normas; função interpretativa, pois

trazem valores que humanizam o conteúdo das normas; função supletiva, vez que

podem ser aplicados para complementar eventuais lacunas legais; e, função

vinculante, visto que todas as normas, inclusive as ambientais, para que se efetivem

de forma coerente, devem observar o teor dos princípios.

Estes valores sociais gozam de grande relevância no Direito Ambiental, e, por

este motivo, este artigo vem dar destaque a dois princípios ambientais,

precipuamente, ao Princípio da Precaução, e subsidiariamente, ao Princípio da

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Prevenção. O interesse por este tema surgiu dada a finalidade preventiva do Direito

Ambiental, que se preocupa muito mais com o momento anterior ao da ocorrência

do dano, do que com o posterior, já que, em regra, a degradação ambiental é

irreparável, ou seja, depois que ocorre, dificilmente haverá a possibilidade de

recuperação daquela área.

Com relação a estes princípios, este artigo tem como escopo realizar uma

análise a respeito do Princípio da Precaução - origem, presença nas legislações

brasileiras e divergências doutrinárias - posteriormente, visa realizar uma análise

comparativa entre este e o Princípio da Prevenção. E, por fim, será realizado um

exame de um “leading case” (precedente jurisprudencial relevante) do Superior

Tribunal de Justiça (STJ), qual seja, o AgRg na SS 2333 CE 2010/0027414-0, para

ilustrar e servir como fundamento para posição doutrinária aqui defendida.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Por muito tempo, a “verdade” comprovada cientificamente era a única base

para fundamentar a ilegitimidade da intervenção humana na natureza. Porém, em

meados do século XX, essa ideia foi deixando de ser a única, e alguns teóricos

começaram a trabalhar com medidas de precaução. Porém, foi apenas em 1970,

que o Direito Alemão delineou o Princípio da Precaução (“Die Vorsorgeprinzip”),

através da Lei de Proteção das Águas, que visava prevenir determinadas áreas de

danos futuros, mesmo que os riscos destes danos nem fossem atuais.

Esse princípio, por sua vez, somente veio a ser consagrado

internacionalmente pela Convenção Quadro das Nações Unidas, assinada em Nova

Iorque, em 1992, e, posteriormente, no Preâmbulo da Convenção da Diversidade

Biológica, assinada neste mesmo ano, no Rio de Janeiro. Ambos dispositivos vieram

elucidar claramente o Princípio da Precaução, afirmando que a falta de certeza

científica não poderia servir de argumento para a diminuição da proteção ambiental.

Todavia, foi com a Declaração do Rio Janeiro, oriunda da Conferência das

Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), de 1992,

que esse princípio veio tomar suas formas, “emancipando-se” - guardadas as

divergências - em relação ao Princípio da Prevenção, conforme pode ser observado

no Princípio 15 da CNUMAD:

Princípio 15 - De modo a proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deve ser amplamente observado pelos Estados, de acordo com suas capacidades. E quando houver ameaça de danos sérios ou

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irreversíveis, a ausência de absoluta certeza científica não deve ser utilizada como razão para postergar medidas eficazes e economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental.

A partir desta previsão, o Princípio da Precaução veio a surtir efeitos em

âmbitos mundiais, consagrando a ideia de que quando houver incerteza científica a

respeito dos riscos ao meio ambiente, deverá prevalecer a proteção ambiental,

havendo assim, a inversão do ônus da prova - in dúbio pro ambiente -, cabendo ao

empreendedor provar a inexistência de risco significativo ao meio ambiente.

No que diz respeito ao ordenamento brasileiro, as premissas para a adoção

do Princípio da Precaução começaram a se desenvolver com a aprovação da Lei

6.938/81 (Lei da Política Nacional do Meio Ambiente), que dispôs em seu artigo 4º, I

e IV1, algumas de suas finalidades. Este artigo veio a incentivar os estudos

direcionados à proteção ambiental, utilizando por base o conteúdo do Princípio do

Desenvolvimento Sustentável, além de, implicitamente, utilizar dos alicerces do

Princípio da Precaução para fortalecer a ideia de que os bens ambientais são

limitados, e por isso, nós humanos devemos utilizá-los de forma racional e

sustentável, para que assim haja permanente disponibilidade de recursos.

Posteriormente, surgiu a Resolução nº 001/1986 do Conselho Nacional do

Meio Ambiente (CONAMA), que definiu em seu art. 6º, II2, a necessidade de estudo

preventivo de impactos ambientais. Ao prever este procedimento de prévia avaliação

face à incerteza do dano decorrente de um empreendimento, nota-se, claramente, a

preocupação do CONAMA com os possíveis danos irreversíveis decorrentes de

certas atividades humanas. Novamente, de forma tácita, tem-se a presença do

Princípio da Precaução, pois quando se trabalha com a imperatividade da realização

de um estudo, é porque há uma presunção “pró-ambiente”, ou seja, só comprovando

que a atividade não gerará danos futuros, que esta poderá ser implementada.

1 Art 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará: I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico; IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional de recursos ambientais; 2Artigo 6º - O estudo de impacto ambiental desenvolverá, no mínimo, as seguintes atividades técnicas: II - Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, através de identificação, previsão da magnitude e interpretação da importância dos prováveis impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos e negativos (benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazos, temporários e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades cumulativas e sinérgicas; a distribuição dos ônus e benefícios sociais.

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Contudo, apenas com a Constituição da República Federativa do Brasil de

1988 (CRFB/88), com referências subentendidas, que esse princípio veio a tomar

formas constitucionais. No art. 225, § 1º, IV e V3, a Carta Magna ressaltou a

necessidade de tomar medidas precavidas em relação ao risco de dano, para que

assim fosse garantida uma hígida qualidade de vida, em tempos atuais e futuros. E,

com a emenda constitucional de 2003, no art. 170, inciso VI4, foi positivado, com

maior rigor, a necessidade da atuação preventiva. E como forma de incentivo, este

artigo garantiu tratamento diferenciado àqueles empreendimentos que gerassem

menor impacto ambiental.

Porém, expressamente, ainda não havia sido introduzido o Princípio da

Precaução no ordenamento nacional, sendo apenas com a Lei 9.605/98 (Lei dos

Crimes Ambientais) que o termo “precaução” foi citado pela primeira vez. O artigo

545 desta lei, em seu parágrafo 1º, inciso IV, foi o pioneiro a se referir à elucidada

expressão, determinando a punição daqueles que não empregassem medidas de

precaução, em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível (ou seja, quase

todos, pois, em regra, todo dano ao ambiente é irrecuperável).

Diante do conceito advindo do Princípio 15 da CNUMAD, alguns autores,

trabalhando com mesma linha de raciocínio, vieram a tecer considerações a respeito

do Princípio da Precaução. Oliveira, por exemplo, destaca que:

No princípio da precaução o que se configura é a ausência de informações ou pesquisas científicas conclusivas sobre a potencialidade e os efeitos de uma intervenção no meio ambiente. Tem-se aqui a incerteza científica, a incerteza sobre os efeitos do dano potencial6. (OLIVEIRA, 2009, p. 46)

3 Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; 4 Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração; 5Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 3º Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo anterior quem deixar de adotar, quando assim o exigir a autoridade competente, medidas de precaução em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível. 6OLIVEIRA, Fabiano Melo Gonçalves de. Difusos e coletivos: direito ambiental. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009, p. 46.

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Nota-se, com base no conceito supratranscrito, que a grande preocupação

com o meio ambiente, que restou por consolidar a necessidade do Princípio da

Precaução, se deu por dois formidáveis motivos, quais sejam, de que os danos

ambientais são irreparáveis e de que o desenvolvimento deve ser sustentável, não

podendo gerar qualquer perigo às gerações futuras. Explica-se.

Inicialmente, em relação ao primeiro motivo, sabe-se que é basicamente

impossível identificar todos os prejuízos e consequências decorrentes das atividades

humanas na natureza, assim, por existir esta dificuldade de diagnóstico, não é

possível que se repare, de forma integral, todos os danos que vierem a ser

causados pela ação humana. Ou seja, toda vez que ocorre um dano ambiental, o

retorno ao status quo ante se torna impraticável, justificando assim, a existência do

princípio em questão, pois ele ao proteger o meio ambiente até mesmo dos

eventuais riscos de dano, está precavendo o ecossistema de possíveis degradações

ambientais irreversíveis.

O segundo motivo, diz respeito ao fato de que o Princípio da Precaução está

intimamente ligado ao Princípio do Desenvolvimento Sustentável, no qual prevê a

sustentabilidade ambiental, protegendo assim o ambiente, não apenas de riscos

atuais decorrentes de certas atividades humanas, mas também dos riscos

eminentes, para que assim seja possível afastar o perigo e assegurar a existência

de gerações futuras. Deste modo, pode-se afirmar que agindo de forma precavida

há maior probabilidade de garantir a continuidade da existência do homem.

Freitas Martins7, por sua vez, também contribui, defendendo que o conteúdo

do Princípio da Precaução gira em torno de sete efeitos. O primeiro é de que quando

há ameaça de dano, é necessário que se tome providências preventivas no intuito

de impedir que este ocorra, mesmo que ainda não existam provas científicas quanto

ao nexo de causalidade entre a conduta e o possível dano.

O segundo e terceiro efeitos são interdependentes. Referem-se à

possibilidade de inversão do ônus da prova, em benefício do meio ambiente,

cabendo àquele que queira desenvolver determinada atividade, provar que aquela

não gerará riscos potenciais de dano. O quarto efeito, para Freitas Martins, é que

através do Princípio da Precaução há maior margem de proteção ambiental, vez que

7 MARTINS, Ana Gouveia e Freitas. p. 148.

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restringe a atuação humana, já que exige de meios técnico-científicos que

comprovem a não existência de riscos sérios ou irreversíveis.

O quinto efeito, é que esse princípio, de forma secundária, garante a criação

de métodos e técnicas operacionais mais limpas, já que ele ao agir de forma

preventiva e primária, faz com que o interessado em realizar determinada atividade,

invista em meios alternativos que tendem a gerar menor risco de dano.

Já o sexto motivo que justifica a existência do Princípio da Precaução, é que

através é criada uma margem aos sistemas ecológicos, de forma a garantir a

preservação da diversidade e dos sistemas que sustentam a vida na Terra. Por fim,

tem-se o último efeito defendido por Martins, qual seja, de que através do Princípio

da Precaução há o induzimento para que haja maior investigação científica e

realização de estudos mais complexos sobre os eventuais riscos de alguns

empreendimentos, para que assim, a presunção não ocorra em relação a atividades

humanas que não resultem em degradação.

Para findar as fundamentações teóricas, Leme Machado8 colabora ao trazer a

advertência de que a implantação do Princípio da Precaução não visa engessar as

atividades humanas, pois estas podem ser realizadas, desde que se reste provado

não serem danosas ao ambiente. Desta forma, pode-se afirmar que este princípio

visa, tão somente, a garantia da sadia qualidade de vida para toda a coletividade.

METODOLOGIA

O presente artigo trata-se de pesquisa bibliográfica, na qual foram utilizados

diversos artigos, doutrinas e jurisprudências para sua concretização. Os métodos

utilizados foram o histórico e o comparativo. O primeiro para analisar o contexto

histórico do princípio da precaução, investigando, assim, seu processo de

construção, desde sua formação até sua previsão expressa em textos legais, para,

desta forma, comprovar a tese defendida neste artigo. Quanto ao segundo método,

este foi utilizado para atingir, de fato, a proposta deste trabalho, qual seja, identificar

se o princípio da precaução é autônomo frente ao princípio da prevenção, e, para

isso foram realizadas comparações entre estes dois princípios, utilizando das teorias

dos principais doutrinadores da área ambiental, na busca de averiguar suas

8MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 9. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2001.

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similitudes e divergências, para, enfim, identificar se são princípios independentes

ou se um é mera espécie do outro.

Por fim, foi realizado um estudo de caso, baseado na jurisprudência do STJ,

qual seja, o AgRg na SS 2333 CE 2010/0027414-0, para demonstrar, a tese deste

artigo, qual seja, a de que o princípio da precaução é autônomo ao da prevenção.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A aplicação dos princípios do Direito Ambiental se faz imprescindível para que

haja a melhor proteção ao meio ambiente, e por consequência, para que haja maior

garantia de qualidade de vida para a população no geral, e até mesmo para

gerações futuras. No que concerne aos princípios que são objetos do nosso estudo

em questão, quais sejam, os Princípios da Prevenção e da Precaução, é importante

frisar que até aqui, não foram realizadas distinções entre eles, restando por

identificar o histórico e considerações sobre o Princípio da Precaução.

Porém, existem inúmeras divergências doutrinárias quanto a estes dois

princípios, e essas são o enfoque principal deste capítulo. Pois bem. Os doutrinares

filiados a primeira corrente, nem mesmo consideram a existência do Princípio da

Precaução no rol dos princípios do Direito Ambiental, e, por isso preferem por não

fazer referência a tal princípio em suas obras. Existem doutrinadores importantes

que coadunam com essa corrente, quais sejam, José Afonso da Silva e Toshio

Mukai, e eles consideram que o Princípio da Prevenção abrange qualquer hipótese

em relação à necessária cautela que se deve ter quanto aos bens ambientais.

Porém, vale considerar, que esta teoria está cada vez mais em desuso, vez

que os próprios textos legais já estão fazendo referência direta ao Princípio da

Precaução. Assim, fechar os olhos para uma dada realidade não é a melhor maneira

de se discutir um princípio, e é partindo deste pressuposto que a maioria da doutrina

contemporânea opta por não ser omissa quanto a este ponto, preferindo por discutir

a (des)necessidade de haver o Princípio da Precaução.

A segunda corrente, por sua vez, tem mais adeptos que a primeira. Esta

defende a existência do Princípio da Precaução, porém, discorda em relação à

necessidade deste, por acreditar que o Princípio da Prevenção, por ser gênero,

englobaria o da precaução, por este ser mais específico. Dentre os diversos autores

que são filiados à essa teoria, podemos citar de forma exemplificativa, Celso Antônio

Pachêco Fiorillo, Edis Milaré e Luís Paulo Sirvinskas. Vale ressaltar que estes

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autores, apesar de tratarem o Princípio da Prevenção e da Precaução como

sinônimos, não desconsideram a existência de certas distinções entre eles. Eles

somente optam pela sinonímia por acreditarem que essas diferenças não são tão

relevantes e que ao se falar em prevenção, abarcaria ambos os princípios, pois o

primeiro engloba o conteúdo trazido no segundo.

Sirvinskas, autor de renome no Direito Ambiental, adota tal corrente e justifica:

A prevenção é gênero das espécies precaução ou cautela, ou seja, é o agir antecipadamente. Prevenção, como se pode notar, tem significado de antecipar ao fato. Já cautela significa a atitude ou cuidado que se deve ter para evitar danos ao meio ambiente ou a terceiros. O conceito de prevenção é mais amplo do que precaução ou cautela e abrange os dois9. (SIRVINSKAS, 2011, p. 106).

Édis Milaré, por sua vez, traz uma brilhante consideração a respeito da

distinção do Princípio da Precaução e da Prevenção, porém, esse autor também

acaba por adotar essa segunda corrente. Ele ensina que:

Percebe-se facilmente a distinção entre os princípios pela semântica, pois o vocábulo “prevenção” é substantivo do verbo prevenir (no latim prae = antes e venir = vir, chegar), tendo como significado o ato ou efeito de antecipar-se, chegar antes e isso induz uma conotação de generalidade, simples antecipação no tempo, é verdade, mas com intuito conhecido. Por sua vez, a palavra “precaução” é substantivo do verbo precaver-se (no latim prae = antes e cave = tomar cuidado), o que sugere cuidados antecipados com o desconhecido, cautela para que uma atitude ou ação não venha a concretizar-se ou a resultar em efeitos indesejáveis. A diferença etimológica e semântica (estabelecida pelo uso), sugere que prevenção é mais ampla do que precaução e que, por seu turno, precaução é atitude ou medida antecipatória voltada preferencialmente para casos concretos. Todavia, preferimos adotar princípio da prevenção como fórmula simplificadora, uma vez que prevenção, pelo seu caráter genérico, engloba precaução, de caráter possivelmente específico10. (MILARÉ, 2009, p. 822)

Fiorillo, outro grande doutrinador da área do Direito Ambiental, apesar de

considerar as distinções entre esses princípios, também é adepto da segunda

vertente, e sustenta:

Assim, é possível concluir que, no plano constitucional, o art. 225 estabelece efetivamente o princípio da prevenção, sendo certo que o chamado “princípio da precaução”, se é que ele pode ser observado no plano constitucional, estaria evidentemente colocado dentro do princípio constitucional da prevenção. (FIORILLO, 2005, pág. 71)

Assim, é possível afirmar que os adeptos da segunda corrente acordam em

relação às diferenças que existem entre o Princípio da Prevenção e o da Precaução,

quais sejam, de que o primeiro é utilizado no intuito de se prevenir para que não

9SIRVINSKAS, Luis Paulo. Manual de Direito Ambiental. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 106. 10MILARÉ, Édis. Direito do Ambiente. 6. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009, p. 822.

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ocorra um evento danoso que é certo. Já o segundo, tem a finalidade de se adotar

medidas cautelares para se precaver de riscos de danos, mesmo que esses sejam

ainda incertos. Porém, os doutrinadores desta corrente não acreditam que essa

distinção principal seja relevante, e, por isso, consideram que quando se refere ao

Princípio da Prevenção, refere-se, consequentemente, ao Princípio da Precaução,

pois este está contido naquele, no entanto, é utilizado de maneira mais específica.

Por fim, tem-se a terceira corrente, que é aquela adotada por outros

relevantes doutrinadores, tais como, Paulo Affonso Leme Machado e Bessa

Antunes. Essa vertente, por sua vez, trabalha com a ideia da autonomia entre os

princípios da Prevenção e Precaução, e utiliza das diferenças supracitadas para

fortalecer a emancipação do Princípio da Precaução em face do da Prevenção.

Leme Machado traz significações próprias a cada um desses princípios, com

o intento de defender a autonomia entre eles, e assim preconiza:

Em caso de certeza do dano ambiental, este deve ser prevenido, como preconiza o princípio da prevenção. Em caso de dúvida ou incerteza, também se deve agir prevenindo. Essa é a grande inovação do princípio da precaução. A dúvida científica, expressa com argumentos razoáveis, não dispensa a prevenção.11 (MACHADO, 2001, p. 58).

Outro grande ambientalista, Paulo de Bessa Antunes, traz em sua obra,

entendimento que corrobora com a tese da terceira corrente, afirmando:

Que há diferenças significativas entre esses dois princípios. A prevenção se aplica a impactos ambientais já conhecidos, informando tanto o estudo de impacto e o licenciamento ambiental; enquanto a precaução diz respeito a reflexos ao ambiente, ainda não conhecidos cientificamente12. (ANTUNES, 2005, p.36)

A tese que se pretende adotar neste artigo é em consonância à última

corrente, em defesa da existência de certa autonomia entre os princípios. Para isso,

necessário se faz rebater os argumentos das correntes anteriores. Quanto a

segunda corrente, que preconiza que as distinções entre o Princípio da Precaução e

da Prevenção são irrisórias e de que o segundo é mais amplo que o primeiro, estas

não prosperam.

Primeiramente, como já foi citado, vale considerar que a diferença entre os

princípios está na avaliação do risco no meio ambiente, pois o da Prevenção

relaciona-se com riscos que são certos, comprovados cientificamente, e em relação

11 MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 9. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2001, p. 58. 12ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental. 7. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2005, p.36.

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ao da Precaução, este é aplicado quando há mera possibilidade de risco de dano,

mesmo que não comprovado cientificamente.

Esta distinção não pode ser considerada irrelevante como pretende a

segunda corrente, pois, anteriormente à existência do Princípio da Precaução,

sempre que não havia comprovações de risco de danos ambientais, poderia haver o

implemento da atividade, independentemente se poderia gerar riscos sérios e

irreversíveis. Porém, atualmente, em decorrência do Princípio da Precaução, ocorreu

a inversão do ônus da prova, pois agora, sempre que houver comprovação científica

de que o empreendimento não gerará risco de dano, que este poderá ser

implantado, pois na dúvida ou omissão, interpreta-se em favor do ambiente.

Dada essa consideração, nota-se que o Princípio da Precaução não é

englobado pelo da Prevenção, pois, se este entendimento fosse o verdadeiro,

haveria a presunção pró-ambiente antes da existência do Princípio da Precaução, e

dados históricos comprovam que nem sempre foi assim.

Além disso, a afirmação de que o Princípio da Precaução é mais específico

que o da Prevenção, também não deve prosperar, pois, ao analisar os contextos nos

quais eles são aplicados, pode-se notar claramente que eles são utilizados em

circunstâncias diversas, não havendo a possibilidade de fazer a correlação de que

um seria mais amplo que o outro, pois as atuações ocorrem em âmbitos diversos,

vez que a Prevenção é utilizada quando se tem a certeza, e a Precaução é utilizada

quando se tem a dúvida ou a incerteza científica.

Rebatidas as teses da segunda corrente, necessário se ater à primeira

corrente. Quanto a esta, é possível afirmar que já está superada, vez que os

próprios textos legais, como demonstrado no tópico de fundamentações teóricas, se

referem claramente a ambos os princípios.

Por fim, para ratificar que a tese aqui defendida é a que merece prosperar,

far-se-á o exame de um “leading case”. O “leading case”, é uma expressão típica da

Common Law, utilizada para se referir a precedentes judiciais de grande relevância,

em torno do qual outros diversos julgados gravitam.

Dada essa consideração e utilizando do termo supracitado, foi escolhido para

análise um julgado do Superior Tribunal de Justiça, o AgRg na SS 2333 CE

2010/0027414-0, no qual a Corte Especial do STJ suspendeu a construção de um

empreendimento imobiliário que seria erguido pela construtora Waldyr Diogo Ltda.,

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nas proximidades - mais especificamente, na zona de amortecimento - da área de

conservação do Parque Ecológico do Rio Cocó, localizado em Fortaleza, Ceará.

Essa decisão jurisprudencial foi escolhida para ser analisada, vez que esta se

utilizou claramente do Princípio da Precaução para fundamentar a suspensão da

obra, por ela, possivelmente - sem precisão científica - gerar danos irreversíveis ao

ambiente, assim, este precedente servirá como suporte para a defesa da existência

da autonomia do princípio da Precaução em face do da Prevenção.

No julgado em análise, o ministro relator, Ari Pargendler, utiliza abertamente

do Princípio da Precaução, em tais temos:

Independentemente do acerto, ou não, da decisão que autorizou, na espécie, o prosseguimento do empreendimento imobiliário, o certo é que, se isso acontecer, o respectivo efeito será irreversível. Numa época de tantos gravames ao meio ambiente, o princípio da precaução recomenda que se aguarde o desfecho final da causa para que as edificações sejam levantadas.

Nota-se a presença do princípio, quando o Ministro afirma que é melhor,

mesmo que ainda não se tenha certezas absolutas em relação ao possível dano

ambiental, que a obra seja suspensa, pois dado o pressuposto de que, em regra, os

danos ambientais são irreversíveis, caso a Corte liberasse o prosseguimento da

atividade imobiliária, se, posteriormente, ficasse provado que aquela obra era

danosa ao meio ambiente, os danos gerados talvez fossem irreparáveis, gerando

uma degradação ambiental irresponsável.

Assim, ficou decidido neste precedente que era melhor que a empresa

provasse, anteriormente, a impossibilidade de a obra gerar danos sérios, do que

haver uma decisão precipitada que pudesse gerar lesões irreparáveis ao ambiente.

Desta forma, em decorrência dessa decisão, pode-se afirmar que o STJ

reconheceu a existência do Princípio da Precaução, diferentemente do entendimento

da primeira corrente supracitada. E também, a contrario sensu, da segunda corrente,

ele não trabalhou com a ideia de que o Princípio da Prevenção abrange o da

Precaução, e por isso, citou diretamente este último. Deste modo, residualmente e

pela análise do conteúdo do julgado, pode-se afirmar que nessa decisão, o STJ,

adotou claramente o teor da terceira teoria, trabalhando com a ideia da autonomia

do Princípio da Precaução, fortalecendo, assim, para a preponderância do

entendimento da última corrente, aqui defendida.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir da análise mais aprofundada do Princípio da Precaução, e utilizando

das teorias doutrinárias aqui expostas, nota-se que a tese que mais se amolda à

ideia atual a respeito deste princípio, é aquela que defende a emancipação deste

frente ao Princípio da Prevenção, ressaltando as distinções existentes entre eles,

mas frisando a necessária interligação que há entre os mesmos.

As principais diferenças existentes entre o Princípio da Precaução e o da

Prevenção, relacionam-se ao elemento risco. O da Precaução refere-se a um perigo

abstrato ou potencial, ou seja, existe apenas no campo das probabilidades, e o da

Prevenção, por sua vez, refere-se a um perigo concreto, em que existem elementos

probatórios que comprovam que a atividade é ambientalmente perigosa.

Assim, pode-se afirmar que ao aludir o princípio da prevenção, apenas se

realiza uma conduta lógica-racional ante a um mal que a ciência já mensurou. A

precaução, divergentemente, está no campo da incerteza, não se limitando aos

limites pré-concebidos pelos saberes científicos, logo, a decisão deve ser tomada

baseando-se na presunção em favor do ambiente, vez que as informações

científicas, nesses casos, não servem de base, por serem insuficientes,

inconclusivas ou incertas.

O julgado analisado trabalhou exatamente com as distinções acima citadas, e

optou, corretamente, por aplicar o Princípio da Precaução, para que assim houvesse

uma integral proteção ao ambiente, mesmo não havendo comprovações científicas

se aquele empreendimento imobiliário na zona de amortecimento geraria dano,

cabendo assim, ao particular interessado, provar a inexistência de danos para

prosseguir com as construções desejadas. Por fim, pode-se afirmar que esse

precedente judicial, como era desejável, serviu como alicerce a corroborar com a

posição da terceira corrente, que coaduna com a tese defendida neste artigo, que

defende a autonomia do Princípio da Precaução frente ao da Prevenção.

REFERÊNCIAS

ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental. 7. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2005. FIORILLO, Celso Antônio Pacheco. Curso de Direito Ambiental Brasileiro. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

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MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 9. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2001. MARTINS, Ana Gouveia e Freitas. Disponível em: <http://www.fema.com.br/~direito/debora/sociologia/meio_ambiente/principio_precaucao.pdf >. Acesso em: 20 junho 2015. MILARÉ, Édis. Direito do Ambiente. 6. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009. OLIVEIRA, Fabiano Melo Gonçalves de. Difusos e coletivos: direito ambiental. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009. SAMPAIO, José Adércio Leite; WOLD, Chris; NARDY, Afrânio. Princípios de Direito Ambiental na Dimensão Internacional e Comparada. Belo Horizonte: Del Rey, 2003. SIRVINSKAS, Luis Paulo. Manual de Direito Ambiental. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. DECLARAÇÃO DO RIO SOBRE O MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1992. Disponível em: <http://www.onu.org.br/rio20/img/2012/01/rio92.pdf>. Acesso em 19/06/2015, 20:06. POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE, 1981. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm>. Acesso em 19/06/2015, 21:52. RESOLUÇÃO CONAMA NÚMERO 001, 1986. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res86/res0186.html>. Acesso em 20/06/2015, 14:02. LEI 9.605. Sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, 1998. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm>. Acesso em 13/06/2015, 22:05.

JURISPRUDÊNCIA SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. AgRg na SS 2333 CE 2010/0027414-0. Disponível em: <

http://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/16804309/agravo-regimental-na-suspensao-de-seguranca-agrg-na-ss-2333-ce-2010-0027414-0/inteiro-teor-16804310>. Acesso em 20/06/2015, 15:05.

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ANÁLISE DO PERFIL E PERCEPÇÃO AMBIENTAL DOS VISITANTES DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DO BRIGADEIRO (PORTARIA PEDRA DO

PATO) NO MUNICÍPIO DE FERVEDOURO-MG

Guanayr Jabour Amorim - Graduado em Turismo. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professor do Curso de Administração da Faculdade Vértice –

UNIVÉRTIX. Vinícius Sigilião Silveira Silva – Graduado em Agronomia. Especialista em

Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Agronomia da Faculdade Vértice - UNIVÉRTX.

Milane Garcia da Cunha – Graduada em Licenciatura Plena em Letras Português/Inglês. Especialista em Orientação Educacional. Professora do Colégio

Estadual Francisco Portella – RJ.

[email protected]

Ciências Sociais Aplicadas (6) RESUMO

Os negócios gerados pela atividade ecoturística nas populações locais se dão principalmente pelos impactos diretos e indiretos, permitindo a identificação de futuras ações e estratégias de planejamento turístico sustentável. O presente trabalho objetiva analisar a percepção dos visitantes do entorno do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro (PESB), via Portaria Pedra do Pato, especificamente no município de Fervedouro-MG, em relação aos impactos socioambientais decorrentes do desenvolvimento da atividade turística. Fez-se uso da pesquisa bibliográfica e documental sobre as potencialidades turísticas, dentro e no entorno do parque, como também realizadas entrevistas junto a população por meio da aplicação de questionários. Comunidades do entorno do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, têm sofrido impactos diretos e indiretos, em decorrência do aumento do fluxo de visitantes em busca da prática do lazer e conhecimentos científicos, evidenciando a necessidade de investimentos por parte do poder público, visando minimizar tais impactos. PALAVRAS–CHAVE: ecoturismo; Serra do Brigadeiro; impactos ambientais.

INTRODUÇÃO

De acordo com Dias (2005), o turismo moderno, surgido na primeira metade do

século XIX, é altamente consumidor de recursos naturais, tendo o meio ambiente

como sua principal matéria prima, com elevadas possibilidades de provocar

impactos sócio-ambientais, quando realizado de forma incoerente com os modelos

sustentáveis de planejamento turístico.

O turismo é uma potente força econômica que interessa ao governo, empresas,

comunidades e a população em geral. Em 1994, empregou mais de 200 mil pessoas

e a partir do ano 2000 empregou mais de 204 milhões de pessoas no mundo,

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equivalendo a 7% da população mundial. No Brasil gera 1 emprego entre cada 11

trabalhadores (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TURISMO, 2003).

Mesmo com todos os pontos positivos atribuídos ao turismo como atividade

econômica é importante ressaltar que o mesmo, quando mal planejado, pode trazer

consequências negativas principalmente nas atividades socioambientais.

Nesse contexto, a presente pesquisa procurou analisar as possibilidades e

limites socioambientais do turismo no entorno do Parque Estadual da Serra do

Brigadeiro. Essa proposta justifica-se pelo fato de que, após a inauguração do

Parque Estadual, a região vem sofrendo um considerável aumento do fluxo de

visitantes em busca de atrativos naturais e culturais. Por isso, o desenvolvimento e

aplicação da pesquisa sobre a análise da percepção ambiental e turística

diretamente aplicada aos residentes, comerciantes e visitantes em geral,

possibilitará a elaboração de um prognóstico sobre a região de estudo, analisando

os aspectos relacionados diretamente com a cultura, economia, preservação dos

atrativos, melhorias na infraestrutura turística e básica urbana além da conservação

do meio natural.

Considera-se que esses conhecimentos podem permitir a identificação de

futuras ações e sugestões sobre as estratégias de planejamento turístico sustentável

que devem ser aplicadas pelas comunidades e pelo poder público, contribuindo para

a formação de um modelo de desenvolvimento regional participativo e mais

sustentável.

O presente trabalho consiste em analisar a percepção dos visitantes do entorno

do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro (PESB), via Portaria Pedra do Pato,

especificamente no município de Fervedouro-MG, em relação aos impactos

socioambientais decorrentes do desenvolvimento da atividade turística.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Definições e características do ecoturismo

Conforme preconiza a Embratur no Manual Operacional de Turismo Rural

(1994), o turismo ambiental ou ecoturismo pode ser conceituado como o segmento

da atividade turística que emprega de forma sustentável o patrimônio natural e

cultura, incentiva a sua conservação e busca a formação de uma consciência

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ambientalista através da interpretação do meio ambiente promovendo o bem estar

das populações evolvidas.

Por outro lado Delgado (1999, p. 33), propõe uma definição para ecoturismo

que enfoca a necessidade da existência de relações sociais, sendo ela a seguinte:

atividade espontânea ou previamente planejada, que implique na

visita, apreciação e utilização de um espaço, ou meio, natural ou

cultural, onde as partes envolvidas se respeitam, beneficiam-se

mutuamente e mantêm de forma sustentável as condições que a

propiciaram.

Rolim (1999) prefere conceituar o ecoturismo, visando tanto a questão social

como a ambiental, como sendo a integração da conservação com o

desenvolvimento, onde o turismo deve ser planejado e gerenciado de maneira tal

que proteja ou restaure ambientes, incrementando as condições socioeconômicas

dos residentes locais e permitir obter experiências educativas para os turistas.

Essa visão do turismo e suas interfaces com o meio ambiente começaram a

constituir um elemento de destaque do produto turístico, a partir dos anos 70 e,

atualmente, em muitos países, entrou-se numa fase na qual a prática do turismo

leva sensivelmente em consideração os problemas do meio ambiente. A natureza e

as comunidades receptoras ressurgem no setor dos empreendimentos turísticos,

ainda massificadas, porém adaptadas à sensibilidade da época.

Depois da metade dos anos 80, distingue-se um outro período, no qual as

práticas turísticas e de lazer perdem sua amplitude. O turismo de natureza ou o

turismo ecológico ocorrem na maioria das localidades turísticas estabelecidas e, nas

novas, evita-se a ocupação de todos os espaços. Caminhadas, ciclismo, rafting,

mountain bike, motocross e toda uma série de esportes novos necessitam de uma

natureza protegida. A natureza e todos os seus componentes tornam-se pretextos

para a descoberta, a iniciação, a educação e o espírito de aventura e, dessa forma,

dão origem a um novo mercado.

Trata-se, portanto, da renovação do turismo, cuja clientela busca calma, além

das aventuras e um conhecimento mais profundo das regiões mais visitadas. Na

percepção de Ruschmann (1997), a renovação do turismo pode provocar impactos

socioculturais e ambientais, tantos positivos como negativos.

Segundo Lindberg (1996), o ecoturismo provoca impactos econômicos diretos,

indiretos e induzidos. Os negócios gerados pela atividade ecoturística nas

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populações locais se dão principalmente pelos impactos diretos, que são os gerados

em função dos gastos que o turista faz em restaurantes, pousadas e comprando

souvenir. Os impactos indiretos são decorrência dos diretos devido a que os

restaurantes e outros estabelecimentos, que prestam serviços aos turistas,

necessitam insumos, comprados em outros estabelecimentos comerciais. Os

impactos induzidos são provocados pelo aumento de renda e do nível de emprego

dos moradores locais, devido à demanda de mão-de-obra provocada nos

estabelecimentos, tanto de serviços como de apoio e de comércio, uma vez que os

empregados receberão os seus salários e os gastarão comprando bens e serviços

que necessitam.

Assim, apesar dos esforços para seu desenvolvimento em nível mundial,

principalmente nos países com recursos naturais intocados, questiona-se se, com a

visitação e a construção de equipamentos específicos, o ecoturismo pode realmente

contribuir para a conservação e proteção dos ecossistemas das comunidades

receptoras, enfim, se seus impactos sobre as comunidades humanas nas

localidades vizinhas aos equipamentos de hospedagem podem ser positivos

(LINDBERG, 1996).

Impactos socioambientais do turismo

Segundo Dias (2005), o turismo pode funcionar como uma força indutora de

desenvolvimento econômico, tanto no nível local, como no regional ou nacional, que

pode ser realizado de forma acelerada e sustentável, quando planejado. Isto é

possível pela contribuição que o turismo proporciona à diversificação da atividade

produtiva, pela natureza heterogênea do consumo turístico, que se dirige aos vários

setores ao mesmo tempo, diversificando os seus efeitos diretos em vários setores.

Para a Organização Mundial do Turismo (OMT, 2003), o turismo é a única atividade

que movimenta 54 segmentos da economia global direta e indiretamente, sendo

seus efeitos econômicos os mais variados; cumprindo, assim, um papel dinamizador

no conjunto. Lima (2000) comenta que existe uma série de impactos, que podem ser

sintetizados em termos de um fenômeno que consiste em transformar os resultados

de uma realização em modelo aplicável a muitas outras situações e realidades

semelhantes.

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Em relação à distribuição da renda, Dias (2005) afirma que a distribuição da

renda não é uniforme, tanto do ponto de vista espacial, como do ponto de vista

social, principalmente em países de dimensão continental, como o Brasil; e que,

nestes casos, o turismo permite que a renda seja redistribuída para as regiões

menos desenvolvidas. Possibilita, também, uma redistribuição social da renda e a

modificação das estruturas de consumo uma vez que o desenvolvimento turístico

implica em um aumento do consumo de um modo geral, além de torná-lo, no

entanto, mais seletivo. Associado ao aumento dos postos de trabalho e a elevação

do nível de renda proporciona um incremento na demanda por bens e serviços, com

influência sobre a elevação geral dos preços, tanto nos bens de consumo corrente

(alimentos, bebida, materiais de uso doméstico etc.) como no mercado imobiliário.

De acordo com o referido autor, dentre os motivos para o aumento dos preços no

destino turístico estão: excesso da demanda sobre a oferta turística, o seu caráter

sazonal e a sua concentração espacial, nos meses de alta temporada; especulação

sobre o uso do solo, que consiste na compra-venda de solo turístico que pode ser

edificado na expectativa de que aumente seu valor de mercado, já que o solo é o

suporte físico da atividade turística; aumento dos investimentos provocados pela

aplicação de capital fixo, tanto pelo setor privado como pelo setor público, quando

uma região se desenvolve motivado pela atividade turística; uma vez que a mesma

exige investimentos em: construções para alojamentos, serviços complementares

(alimentação, recreação, esportes etc.), obras públicas (energia, comunicações,

infraestrutura sanitária etc.), meios de transportes e promoção (publicidade, criação

de imagem etc.).

Outro aspecto determinante da atividade turística diz respeito ä geração dos

postos de trabalho, entre os quais predominam os empregos formais. De modo

geral, podemos distinguir quatro tipos principais de empregos gerados pelo turismo:

empregos diretos, que resultam dos gastos dos visitantes realizados em instalações

turísticas, entre os quais destacam-se hotéis, agências de viagem, restaurantes etc.;

empregos indiretos, que são criados em função dos gastos realizados pelos turistas

para o atendimento de suas necessidades em outros setores, como por exemplo,

supermercados, empresas de transportes, farmácias etc.; empregos induzidos, que

são criados em função dos gastos dos residentes, devido ao acréscimo de renda

obtida com o turismo, pois ao crescer o emprego direto e indireto aumenta o número

de pessoas que compram mais bens e serviços em diversas áreas, tais como:

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cinema, escolas de idiomas, serviços de reparação de móveis, eletrodomésticos e

outros, lanchonetes, bares etc.; empregos temporários, que são criados durante a

construção da infraestrutura, como hotéis, restaurantes e resorts, entre outros

(LAGE, 2004).

É importante ressaltar que a participação dos trabalhadores em relação às

condições do seu ambiente de trabalho é primordial na implantação de novas

medidas e melhorias para o setor, proporcionando uma sensação de satisfação e

bem-estar aos prestadores de serviços, no local de trabalho. Essa condição se

traduz em maior eficiência e eficácia da atividade turística; trazendo, com isso,

ganhos para todos os envolvidos na atividade, sejam prestadores de serviços,

agentes de turismo e para os próprios turistas (DIAS, 2005).

METODOLOGIA

A área de estudo compreende o Parque Estadual da Serra do Brigadeiro,

criado pelo Decreto no 38.319, em 27 de setembro de 1996, como uma Unidade de

Conservação administrada pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), do Estado de

Minas Gerais, possui uma área total de 132,14 km2, cujo o plano de manejo ainda

não se encontra implantado (IEF, 2003).

Está situado entre os meridianos 40o 20' e 42o 40' Oeste e os paralelos 20o 33'e

21o 00' Sul, ocupando o extremo norte da Serra da Mantiqueira, entre os vales dos

rios Carangola, Glória e Doce.

O Município de Fervedouro – MG, localizado às margens da rodovia BR-116,

no Leste da Zona da Mata Mineira, faz limites territorial com Carangola, Divino,

Araponga e São Francisco do Glória – MG. Possui atualmente uma população de

10.349 habitantes (IBGE, 2010).

Assim, a pesquisa em questão fez-se uso da pesquisa bibliográfica e

documental sobre as potencialidades turísticas, dentro e no entorno do parque,

como também realizadas, entrevistas junto a população da comunidade do

Município de Fervedouro (distrito de Bom Jesus do Madeira), por meio da aplicação

de questionários, com o objetivo de identificar a percepção ambiental e turística dos

moradores, comerciantes e turistas, que visitam a região do entorno do parque. As

entrevistas sobre o perfil e percepções dos residentes, comerciantes e visitantes

foram realizadas de forma individual sendo aplicado cada questionário respectivo no

próprio local de trabalho, de residência ou de lazer.

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Esta pesquisa foi realizada no município de Fervedouro durante os meses de

novembro (2005) a fevereiro de (2006), e dados populacionais atualizados em 2016,

especificamente no entorno da unidade de proteção ambiental Parque Estadual da

Serra do Brigadeiro e na microrregião homogênea do Município de Muriaé.

Inicialmente foram diagnosticadas as condições de atrativo turístico por pontos,

tanto dentro do PESB como no seu entorno. Esta caracterização foi realizada por

meio de pesquisa documental, complementada pela visita em campo, principalmente

por meio de análise de suas belezas cênicas principalmente.

Para caracterizar as possibilidades e os limites do turismo na área de estudo foi

selecionada uma população, a qual foi composta por residentes locais, comerciantes

e visitantes do distrito de Bom Jesus do Madeira que compreende um dos principais

agentes de comunicação direta com os turistas que visitam o local.

Para o desenvolvimento da pesquisa foi feito o uso dos seguintes métodos de

pesquisa: pesquisa bibliográfica e documental; entrevista por meio de questionário

estruturado; além da observação de campo. Segundo Dencker (2003), enquanto a

pesquisa bibliográfica é desenvolvida a parte de material já elaborado (livros e

artigos científicos), a pesquisa documental utiliza material que ainda não recebeu

tratamento analítico ou que pode ser reelaborado. Por outro lado, a finalidade do

questionário “é obter, de maneira sistemática e ordenado, informações sobre as

variáveis que entreveem em uma investigação, em relação a uma população ou

amostra destinada” (DENCKER, 2003, p.146).

As variáveis sobre o perfil e percepções dos residentes de Bom Jesus do

Madeira – Fervedouro – MG, foram: origem, idade, sexo, escolaridade e atividade

profissional

Os resultados contribuíram para a realização da caracterização e discussão da

pesquisa de campo, que foi realizada através da apresentação de uma

caracterização entre a comunidade estudada (Bom Jesus do Madeira), um

diagnóstico do desenvolvimento da atividade turística por meio da análise da

percepção da comunidade enfocando os aspectos ambientais, econômicos e

culturais.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A pesquisa indicou que, em média, 23% dos entrevistados provêm da cidade

de Viçosa – MG devido à proximidade e facilidade de acesso ao local. Porém, as

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outras localidades de origem dos visitantes mais citadas são: Belo Horizonte 14%,

Carangola 9%, Fervedouro 9%, Teixeiras 7%, Araponga 7%, Ipatinga 5%, Miradouro

5%, Rio de Janeiro 4%, Vieiras 4%, Distrito de Bom Jesus do Madeira 2%, Muriaé

2%, Patrocínio do Muriaé 2%, Petrópolis 2%, Monte Alverne 2%, Mariana 2%,

Dionísio 2% e Caratinga 2%.

Outro destaque diz respeito ao baixo número de visitantes de origem do

entorno do local e arredores. De qualquer forma, os visitantes entrevistados em sua

maioria provêm de cidades mais distantes. Sugere-se o desenvolvimento de uma

campanha de marketing direto voltada para o público escolar, nas escolas públicas e

privadas dos Municípios de Viçosa, Carangola, Fervedouro, Araponga, Divino,

Miradouro, Muriaé, entre outros. A utilização de veículos de informação e a

confecção de materiais impressos como (folders, cartazes, cartilhas educativas,

adesivos, sacolas de lixo para veículos, etc), páginas na internet e vídeos

institucionais, poderiam contribuir para a divulgação do trabalho de educação

ambiental desenvolvido pelo parque e também para divulgar as ofertas turísticas da

região

No Parque Estadual da Serra do Brigadeiro a média de idade dos visitantes é

de aproximadamente 42 anos. Foi encontrada a maior porcentagem de visitantes

entre 30 a 36 anos (19%), seguido a idade entre 23 a 29 anos (18%) e entre 51 a 69

anos (18%), de 16 a 22 anos (16%) e de 44 a 50 anos (16%), de 37 a 43 anos (11%)

e acima de 70 anos (4%). Além da demanda de jovens que visitam a região, as

prefeituras e a administração do PESB, poderiam desenvolver um programa de

visitação de grupos da terceira idade para incrementar ainda mais a oferta turística

da região, oferecendo-lhes hospedagens, alimentação e passeios ecológicos pelo

entorno do parque. De acordo com Barreto (2002), podemos concluir que a

motivação para viajar, na terceira idade, está ligada tanto a “sair de” (procurando

principalmente “descansar”, mas também “sair da rotina” e fugir de problemas”)

como a “ir para” (diversão, conhecer novos lugares e, principalmente, conhecer

pessoas).

No que diz respeito ao sexo dos visitantes que vão ao PESB, 72% é do sexo

masculino, enquanto 28% são do sexo feminino. Esse resultado relata a preferência

do sexo masculino em visitar a região, apresentando assim uma justificativa em

motivar e trabalhar a demanda do sexo feminino, por meio da divulgação de roteiros

de turismo pedagógico para faculdades que oferecem cursos de licenciatura como

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por exemplo: curso de pedagogia, biologia, história, geografia, entre outros. Os

sentimentos e as expressões do turista dependem das expectativas formadas pela

produção de imagens que circulam sob diferentes versões nas interações sociais.

Não se pode conceber a natureza do turismo na contemporaneidade sem considerar

que tais atividades são construídas socialmente no imaginário, envolvem o trabalho

com a propagando e outros conjuntos de signos produzidos pela mídia, muitos dos

quais dizem respeito nitidamente a processos complexos de emulação social

(URRY, 1996).

Com relação à profissão, os dados mais expressivos dizem respeito aos

professores que respondem por 23% do total de pesquisados. Advogado, consultor,

dentista, contador, do lar, jornalista, mecânico, pastor evangélico e técnico em

enfermagem (correspondem a 2% cada), analista de sistemas, aposentado,

balconista, engenheiro civil, médico, taxista e não trabalham (4% cada), empresário

(5%), motorista e trabalhador rural (7% cada) e, estudante e comerciante

correspondem os 9% restante cada um. Isso prova a tendência que a localidade

apresenta em relação ao desenvolvimento do turismo pedagógico por meio do

turismo receptivo que poderia ser oferecido em serviços prestados como roteiros de

estudos em trilhas e centro de visitantes às escolas de ensino fundamental e médio,

cursos de graduação e pós-graduação entre outros

Do total dos visitantes que responderam à questão de escolaridade, 46%

declararam ter escolarização de nível superior completo. Os visitantes sem

escolaridade corresponderam a menor porcentagem (2%). Os atrativos turísticos do

PESB não se limitam apenas à exploração dos recursos naturais como oferta

turística, mas também é utilizado como material de estudo e realização de pesquisas

científicas, por ser uma área de proteção ambiental incomparável com muitas no

Brasil. Isso implica na expressiva diferença de escolaridade entre os entrevistados

como justificativa para a grande procura por visitantes de escolaridade em nível

superior (Figura 1).

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Figura 1: Nível de escolaridade dos visitantes do PESB.

Da totalidade de entrevistados 82% afirmaram que há algo que possa tornar

as localidades mais bonitas e 18% que não há forma de tornar as comunidades mais

bonitas e atraentes. A figura 2 corresponde às opiniões dos visitantes sobre as

principais melhorias que a região poderia receber. Dos 82%, 18% responderam

placas de indicações e iluminação nas trilhas cada, 13% paisagismo nas cidades,

11% saneamento urbano, 12% estradas e 10% arborizar praças. Percebe-se a falta

de sensibilização ambiental que os visitantes demonstraram ao apontar as

iluminações em trilhas como um fator de melhoria da oferta turística da localidade.

Figura 2: Principais melhorias que a região poderia receber para

tornar a localidade mais bonita.

19%

4%

4%

18%

9%

46%

2%

0% 10% 20% 30% 40% 50%

1º grau incompleto

1º grau completo

2º grau incompleto

2º grau completo

Superior incompleto

Superior completo

Sem escolaridade

12%

18%

10%

13%

18%

11%

0% 5% 10% 15% 20%

Estradas

Placas de Indicações

Arborizar Praças

Paisagismo nas cidades

Iluminação nas trilhas

Saneamento urbano

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Sugere-se uma maior atenção das prefeituras locais em arborizar com

espécies de árvores nativas da região, as praças públicas e jardins, implantar placas

de sinalizações nas localidades, reavaliar o sistema de saneamento básico e

melhorar as condições das estradas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Resultados mostraram que comunidades do entorno do Parque

Estadual da Serra do Brigadeiro, de certa forma, tem sofrido impactos diretos e

indiretos, em decorrência do aumento do fluxo de visitantes em busca da prática do

lazer e conhecimentos científicos. Entretanto, todos os atrativos do entorno do

parque estão muito próximos aos Municípios de Araponga e ao distrito de Bom

Jesus do Madeira (Fervedouro – MG). Esse estudo contou com a participação da

comunidade local, por meio da análise das percepções ambientais e turísticas

visando uma contribuição participativa para a construção de um planejamento

turístico adequado para o desenvolvimento das comunidades do entorno do parque.

Dessa forma, o turismo no entorno do PESB vem se destacando justamente

por envolver as comunidades e suas belezas naturais enquanto ofertas turísticas e

por serem considerados matéria-prima para o turismo pedagógico e o ecoturismo.

Recomenda-se a elaboração de um plano turístico também para os núcleos

receptores, após a escola de um modelo de desenvolvimento para que seja

indicados os critérios e as diretrizes gerais, que deverão ser seguidos nos planos

setoriais e nos projetos e programas específicos, como por exemplo; a realização do

inventário da oferta turística do Município de Fervedouro; pesquisa e caracterização

da demanda turística; seminários municipais de turismo; oficinas de sensibilizações

turísticas e ambientais; oficina de planejamento municipal e elaboração de uma

política municipal de turismo para Fervedouro – MG.

REFERÊNCIAS

BARRETO, Maria Letícia Fonseca. Potencial turístico da terceira idade. SESC/MG – Belo Horizonte : 2002. BONATO, Gustavo Bigh; AMORIM, Guanayr Jabour. O Caparaó ao Alcance de Todos. 2003 – Monografia de graduação – FIPAG/FACTUR-ES.

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BRASIL. Instituto Brasileiro de Turismo – Embratur – Manual de sinalização turística : manual de sinalização. Brasília: 1996. CRUZ, Rita de Cássia Arilza. Introdução à geografia do turismo. 2. ed. São Paulo: Roca. p 30-32. 125p DELGADO, M. Jesus. La responsabilidad brasileira en el sostenimiento del sistema global através del turismo. Tenerife. 1989. World conference on tourism development and the environment. DENCKER, A. F. M. Métodos e técnicas de pesquisa em turismo. São Paulo : Futura, 2003, 286p DIAS, Reinaldo. Turismo sustentável e meio ambiente. São Paulo: Atlas, 2003. p 77-95, 207p. IEF. Instituto Estadual de Florestas – Parque Estadual da Serra do Brigadeiro. 2003. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Carta de Fervedouro, 2010. 1: 50000. LAGE, Beatriz Helena Gelas. Turismo, hotelaria e lazer (organizadora) – Agroturismo: uma forma de complementação da renda na agricultura familiar – uma experiência em Santa Catarina. São Paulo: Atlas, 2004. LIMA, Nesuty. Manual de iniciação ao turismo. 6. ed. Guarapari: FIPAG/FACTUR, 2000. LINDBERG, K. The economic impacts of ecotourism. Disponível em: <http://www.life.csu.edu.au/ecotour/mar1.htm>. Pesquisado em 13/05/2005. OMT. Organização Mundial do Turismo. Catálogo de turismo, 2003, 230p. ROLIM, Flávio Augusto. Levantamento do Potencial Turístico do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro – PESB, monografia de graduação em Engenharia Florestal, 1999. RUSCHMANN, D. Turismo e planejamento sustentável: a proteção do meio ambiente. Campinas, Papirus, 1997. URRY, John. O olhar do turista. São Paulo: Senac, 1996.

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A PERCEPÇÃO DOS COLABORADORES EM RELAÇÃO ÀS PRÁTICAS DE RETENÇÃO DE PESSOAS DE UMA EMPRESA DO INTERIOR DE MINAS

GERAIS

Jose Luiz Furtado Oliveira Portes – Graduado em Administração pela Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.

Janine Lopes de Carvalho – Mestre em Psicologia UFRRJ. Especialista em Saúde Mental e MBA em Gestão Estratégica de Pessoas. Graduada em Psicologia.

Coordenadora do Curso de Psicologia da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.

[email protected]

RESUMO Este estudo tem por objetivo identificar qual a percepção dos colaboradores em relação às práticas e ações de retenção habitualmente adotadas e utilizadas pela empresa. A pesquisa realizada é um estudo de caso, caracterizado como descritivo com abordagem quantitativa, os dados analisados foram obtidos por meio de um questionário aplicado em uma empresa do interior de Minas Gerais. Verificou-se que de modo geral os colaboradores não estão totalmente satisfeitos com a política de retenção de pessoas praticada pela empresa, por mais que exista algumas práticas e ações, essas não estão suficientes à percepção dos colaboradores, existindo assim uma necessidade de implementação de políticas de retenção de pessoal, para que não se ocasione um elevado índice de rotatividade.

PALAVRAS-CHAVE: Gestão de pessoas; Retenção de pessoas; Rotatividade.

INTRODUÇÃO

Devido à competitividade no mundo corporativo, as organizações procuram por

profissionais que possam agregar maior valor ao negócio. Administrar pessoas

tornou-se uma tarefa desafiadora e importante para as organizações

(CHIAVENATO, 2014).

Para Chiavenato (2005) as organizações são constituídas principalmente de

pessoas, e estas precisam ser desenvolvidas e mantidas, por se tratarem de peças

fundamentais no desempenho e desenvolvimento da organização e na obtenção dos

resultados; demonstrando assim, a importância das organizações estabelecerem um

equilíbrio entre os interesses das pessoas e os interesses organizacionais, visando

sempre a permanência de seus profissionais.

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Por entender que o verdadeiro diferencial das empresas são as pessoas que

nelas trabalham, a questão que norteou essa pesquisa foi: por que acontece com

frequência a grande evasão de profissionais, deixando as organizações desfalcadas

e em difíceis reposições?

Partindo destas constatações, o objetivo geral da pesquisa é identificar qual a

percepção dos colaboradores de uma empresa do interior de Minas Gerais em

relação às práticas e ações de retenção habitualmente adotadas pela mesma.

Retenção de pessoas envolve uma série de processos e se apresenta como

uma tendência na gestão de pessoas. Portanto, sabendo-se que a retenção é

fundamental para manter-se competitivo, a relevância do estudo contribui para

agregar maior conhecimento a respeito, proporcionar uma reflexão positiva sobre o

valor das práticas de retenção para as organizações; mostrar as vantagens e

desvantagens da implantação, clareando assim aspectos gerenciais para melhor

condução desse complexo processo e possibilitar informações anteriormente

desconhecidas pela organização.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para as organizações obterem vantagem competitiva de forma eficaz,

necessita-se do ser humano em todos os níveis da organização. Para conseguir

enfrentar as competições do mercado, todas as atenções se voltam ao capital

humano, buscando as pessoas como seu maior diferencial. Essa importância é

destacada por Chiavenato (2014), em sua afirmação de que são as pessoas que

dão vida as organizações. Estas, por sua vez, só funcionam por meio das pessoas

que delas fazem parte, e que agem e decidem a todo o tempo em seu nome.

Branham (2002) descreve que as empresas buscam, cada vez mais, se

comprometerem a agir da melhor forma com seus profissionais para mantê-los, visto

que estes são grandes elementos de sucesso. De acordo com Chiavenato (2009, p.

10) “a organização viável, do ponto de vista dos recursos humanos, é aquela que

não apenas capta e aplica seus recursos humanos adequadamente, mas também os

mantêm na organização”; logo, é necessário que a empresa invista na retenção dos

seus profissionais.

Completando esse pensamento Mendonça (2002) aponta que reter pessoas é

a tentativa de manter os profissionais satisfeitos e comprometidos com a busca dos

resultados da organização, e gerar motivação para não deixá-las; é também a

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capacidade que a organização possui em manter pessoas que a ajudarão a

permanecer competitiva e se posicionar em um mundo de rápidas mudanças.

Chiavenato (2009) descreve que reter pessoas na organização é uma tarefa

difícil, pois requer a criação de um ambiente agradável, receptivo, saudável, seguro,

assim como remuneração e benefícios adequados e interessantes às necessidades

das pessoas. Michelman (2007) vai um pouco além, e demonstra que o grande

segredo de reter pessoas é uma estratégia que aproxime os anseios pessoais dos

profissionais, com os da empresa.

A retenção de pessoas é tida como um grande desafio para as empresas, o

que faz com que as organizações tenham a necessidade de implementar

ferramentas que permitam proporcionar condições favoráveis ao ambiente

organizacional, buscando satisfazer as necessidades, os objetivos e as expectativas

dos profissionais, o tanto quanto a melhoria da eficácia organizacional (TRINDADE,

2007).

Dentro do contexto de gestão de pessoas, cabe a organização a

responsabilidade de dar suporte necessário para que possam usar as habilidades e

conhecimentos dos seus profissionais em prol de melhores resultados, contribuindo

para um crescimento e desenvolvimento pessoal e profissional (DUTRA, 2004).

O termo retenção de pessoas não se resume apenas em uma única ação ou

medida. Quando relacionamos retenção de pessoas, envolvemos uma série de

ações que variam de acordo com as características e cultura de cada organização.

O grande segredo de se reter pessoas é aliar os anseios pessoais aos objetivos da

empresa (TAKEDA, 2009).

Para Costa (2015) retenção de pessoas está associada às políticas de:

reconhecimento, valorização, alcance de objetivos, qualidade de vida no trabalho,

clima e salário oferecidos pela organização. Chiavenato (2014) ressalta a

importância de analisar o que realmente faz pessoas permanecerem na

organização. Na busca pela permanência destes profissionais, destacam-se alguns

aspectos essenciais como: remuneração, recompensas, benefícios,

desenvolvimento, oportunidade de crescimento, qualidade de vida no trabalho e

estilos de liderança que são peças fundamentais para o êxito da manutenção de

pessoas.

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METODOLOGIA

Retomando o objetivo da pesquisa que é identificar qual a percepção dos

colaboradores de uma empresa do interior de Minas Gerais em relação às práticas e

ações de retenção de pessoas adotada pela mesma, pode-se observar que o caráter

predominante da pesquisa é caracterizado como descritiva com abordagem

quantitativa, que segundo Gil (2010, p.27) “têm como objetivo a descrição das

características de determinada população”. Sua classificação como estudo de caso

se deve ao fato de permitir uma análise de fenômenos, a este respeito Gil (2010)

afirma que o estudo envolve uma análise profunda e exaustiva de objetos

promovendo amplo e detalhado conhecimento ao seu respeito.

Como instrumento de coleta de dados utilizou-se da aplicação de um

questionário que para Lakatos e Marconi (2010, p.184) “é um instrumento de coleta,

constituído de uma série ordenada de perguntas, [...] respondidas sem a presença

do pesquisador”, que foram respondidas por meio eletrônico através de um link que

foi enviado ao e-mail dos colaboradores que dava acesso a uma página da internet

que foi criada com o aplicativo Google Forms contendo o questionário. Ao

responder, os dados chegaram em tempo real ao aplicativo de armazenamento de

dados Google Drive do pesquisador. O questionário aplicado já havia sido utilizado e

estruturado na pesquisa realizada por Takeda (2009) em sua monografia pela

Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, no contexto de uma empresa em

Florianópolis/SC.

O questionário buscou levantar o que os colaboradores pensam em relação às

práticas de retenção de pessoas de uma empresa do interior de Minas Gerais, sob

as seguintes perspectivas dos fatores: remuneração, reconhecimento, papel da

liderança, qualidade de vida no trabalho, oportunidade de crescimento e

desenvolvimento. As questões foram elaboradas para que os pesquisados

pudessem informar sua opinião em cada questão as seguintes afirmações:

concordo plenamente (1), concordo em partes (2), discordo em partes (3) e

discordo plenamente (4), representado respectivamente nas colunas dos quadros

como 1, 2, 3 e 4.

A população investigada foi composta por 124 colaboradores de uma empresa

do interior de Minas Gerais, sendo utilizada uma amostragem que sustenta a

realização da pesquisa. Os pesquisados foram orientados através da descrição do

questionário que se encontrava no início do site enviado no link, quanto aos fins da

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pesquisa, os motivos desta, sendo esclarecido o seu objetivo, justificativa da escolha

do pesquisado e a importância de suas informações, juntamente com a garantia do

anonimato das informações prestadas. Com o entendimento deste, os colaboradores

concordaram com o TCLE (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido)

respondendo a primeira pergunta do questionário, que é o acordo e o consentimento

com o termo e de ciência de sua contribuição para a realização da pesquisa. A

empresa utilizada como objeto de estudo é do ramo de instituição financeira,

contento 232 colaboradores em seu total, sendo localizada no interior do estado de

Minas Gerais e atuante há cerca de vinte e três anos em suas atividades.

Todos os dados foram apresentados de forma discursiva com demonstração

gráfica como apoio para interpretação, sendo transcrito do Google Forms e do

sistema Google Drive para software de edição de textos da Microsoft - o Word;

embasados e interpretados conforme referencial teórico abordado.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Em primeiro instante vale ressaltar que a população pesquisada foi 124

colaboradores de uma empresa no interior de Minas Gerais. Inicialmente foram

feitos questionamentos para caracterizar o perfil dos respondentes, sendo a maioria

do sexo masculino representando 56% da população, e dentre os pesquisados a

faixa etária variava entre 18 e 60 anos. 36 % dos respondentes trabalham na

empresa a mais de 2 anos e menos de 5 anos e 45 % tem ensino superior completo.

Os resultados obtidos no Quadro 01 são relacionados aos questionamentos,

quanto às práticas de remuneração, a remuneração em virtude do desempenho e

sobre as políticas de avaliação de desempenho adotadas pela empresa. Os

colaboradores avaliam que a remuneração praticada pela organização, não está

totalmente adequada com os parâmetros oferecidos pelo mercado, sendo que 55%,

63% dos respondentes discordaram apontam que a empresa não tem uma política

clara de avaliação de desempenho.

Quadro 01 - Remuneração REMUNERAÇÃO 1 2 3 4

A empresa prática remuneração dentro dos parâmetros do mercado 18% 55% 24% 3%

A empresa possui políticas claras de avaliação de desempenho 8% 22% 63% 7%

A empresa possui política de remuneração em virtude do desempenho 12% 27% 45% 16%

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Chiavenato (2014) menciona que a remuneração deve basear-se nas

competências que as pessoas devem possuir, para serem aplicadas a uma

variedade de tarefas e situações. Contudo, a remuneração deve aumentar, na

medida em que a pessoa adquire competências e se torna capacitada a

desempenhar atividades complexas com sucesso.

A avaliação de desempenho é o processo que avalia o desempenho do

colaborador e configura o grau em que está realizando seu trabalho. As pessoas

precisam saber sobre como estão desempenhando suas funções, assim como as

organizações; podendo assim verificar as potencialidades e o mérito pessoal do

colaborador, para poder oferecer uma remuneração em virtude de seu desempenho

(MILKOVICH e BODREAU, 2009).

Buscou-se saber sobre o reconhecimento do trabalho por parte da empresa.

Os resultados no Quadro 02 indicam que os colaboradores avaliaram positivamente

as práticas da empresa. Quando questionado se as contribuições do colaborador

são reconhecidas e valorizadas pela gestão, 53% concordaram em partes. Ao ser

questionado se a empresa promove reconhecimento por mérito, os dados mostram

que 49% dos respondentes concordam em partes.

Quadro 02 - Reconhecimento

RECONHECIMENTO 1 2 3 4

A empresa promove o reconhecimento por merecimento (mérito) 26% 49% 13% 12%

As minhas contribuições ao trabalho são reconhecidas e valorizadas pela gestão 21% 53% 19% 7%

Verifica-se que, por mais que a organização não possua uma política de

avaliação de desempenho como discutido no Quadro 01, as contribuições dos

colaboradores em relação a seu trabalho são reconhecidas e valorizadas por seus

gestores imediatos, o que promove o reconhecimento por merecimento e percepção

deste pelos colaboradores.

Segundo Maximiano (2012) as pessoas se esforçam e se dedicam para

alcançar resultados ou recompensas, porém, para elas são mais importantes as

perspectivas de motivação, satisfação e principalmente o seu devido

reconhecimento.

Quanto a percepção dos colaboradores em relação ao papel da liderança no

processo de retenção de pessoas, o Quadro 03 demonstra os resultados obtidos.

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Buscou-se saber se a empresa possui lideres qualificados, e com habilidades de

relacionamento interpessoal, foi avaliado que 46% concordam em partes e apenas.

Os respondentes puderam opinar também se os lideres repassam confiança nos

colaboradores para que estes possam tomar decisões nas suas atividades

cotidianas, permitindo assim a análise que 62% concordam com a afirmação de

forma parcial.

Quadro 03 - Papel da liderança

PAPEL DA LIDERANÇA 1 2 3 4

A empresa possui líderes (gerentes/diretores) qualificados, com habilidades de relacionamento interpessoal

38% 46% 13% 3%

Os líderes confiam em mim para que eu tome decisões importantes em minhas atividades cotidianas 18% 62% 18% 2 %

No contexto de retenção de pessoas a liderança tem um papel decisivo,

devendo aprender o máximo, acerca dos anseios dos colaboradores. Segundo

Chiavenato (2008) no processo de transformação das organizações e na retenção

de pessoal, o líder e suas influencias são extremamente importantes, pois o

comportamento dos colaboradores são influenciados pelo estilo de liderança

utilizado. Sendo esses líderes eficientes, conseguem influenciar obtendo padrões de

desempenho, lealdade, e compromisso com a visão, missão e os objetivos da

empresa, assim será diminuído o grau de rotatividade, enriquecendo o nível de

relacionamento e aumentando a lucratividade da organização.

Os resultados obtidos no Quadro 04 relacionam-se aos questionamentos sobre

a qualidade de vida no trabalho, onde os respondentes avaliam positivamente o

ambiente de trabalho e as condições oferecidas. Foi afirmado que a empresa

oferece boas condições de trabalho por 74% dos respondentes, 59% concordavam

em partes que a empresa é um ambiente prazeroso e agradável de trabalho. 37 %

acredita que a empresa faz muita cobrança em relação a metas

Quadro 04 - Qualidade de vida no trabalho QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO 1 2 3 4

A empresa oferece boas condições de trabalho (luminosidade, temperatura, equipamentos, etc.) 74% 23% 3% 0%

A empresa apresenta um ambiente prazeroso e agradável de trabalho 31% 59% 8% 2%

O excesso de trabalho ou pressão por metas provoca o desejo de sair da empresa 25% 37% 27% 11%

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Os dados nos revelam que a organização é possuidora de um ambiente viável

e de condições favoráveis à execução das funções, o que para Chiavenato (2009),

implica substancialmente na melhoria da qualidade de vida das pessoas da

organização. Esses aspectos constituem os fundamentos básicos para que a

empresa se torne o melhor lugar para trabalhar. No caso desses elementos não

serem plenamente oferecidos, não há o que se falar em reter pessoas, pois, elas

certamente migrarão para outro lugar, ou permanecerão insatisfeitas e improdutivas.

Os resultados obtidos no fator benefício, demonstrado no Quadro 05,

descreve que os respondentes avaliaram positivamente a política de benefícios

oferecida pela organização. Observa-se que os benefícios oferecidos são

considerados pelos colaboradores como um fator que dificulta a saída da empresa,

quando avaliada a afirmação com 55% dos respondentes concordando em partes

com a questão. Quando perguntados a respeito flexibilidade desses benefícios às

suas necessidades, foi avaliado por 67% que concordam com afirmação.

Quadro 05 - Benefícios

BENEFÍCIOS 1 2 3 4

A empresa oferece benefícios que dificultam a minha saída da empresa 33% 55% 10% 2%

A empresa oferece benefícios flexíveis que se adaptam às minhas necessidades 17% 67% 12% 4%

Chiavenato (2014, p.293) aborda que os benefícios “visam a proporcionar

condições para que cada pessoa possa se desligar das preocupações cotidianas e

se concentrar nas atividades do trabalho satisfazer necessidades mais elevadas”.

Ainda completando sua ideia, ele ressalta que o plano de benefícios é oferecido para

atender diferentes necessidades dos colaboradores, visando não apenas

recompensar os colaboradores pelo trabalho e dedicação, mas tornar sua vida mais

cômoda, fácil e agradável.

Os resultados obtidos na Tabela 02 apresentam a visão geral que os

colaboradores possuem, considerando o grau de importância relacionado à sua

opinião, considerando as extremidades de 5 para mais importante e 1 para menos

importante, levando em consideração fatores que uma empresa pode oferecer:

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O foco desta pesquisa foi identificar a percepção dos colaboradores sobre as

práticas e ações de retenção de pessoas habitualmente utilizadas em uma

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organização do interior de Minas Gerais. Diante disso, a análise do conjunto de

informações levantadas, possibilitou verificar que os colaboradores consideram as

práticas adotadas e executas pela empresa como fatores relevantes, e que

contribuem gradativamente para o crescimento e desenvolvimento dos mesmos na

execução das tarefas propostas a eles. Evidenciou-se que a organização não tem a

retenção de pessoas como um ponto estratégico e, nem mesmo visa a diminuição

da rotatividade.

Vale ressaltar neste estudo que a organização apresenta alguns fatores de

retenção que foram reconhecidos por seus colaboradores, tais como os benefícios,

valorização por parte de seus líderes, ambiente de trabalho com condições

adequadas, qualificação profissional. Porém, existem alguns pontos a serem

verificados e algumas dificuldades quanto às políticas de retenção, que precisam ser

melhoradas e algumas implantadas, para que, de fato, tornem-se ações cotidianas e

de características da cultura da empresa.

Identifica-se que a rotatividade é causada por fatores atrelados à falta de

planejamento de políticas claras de retenção de pessoas por parte da empresa.

Embora a empresa possua alguns fatores positivos e de grande relevância

reconhecidos pelos colaboradores, dentro de aspectos gerais percebe-se a falta de

algumas práticas fundamentais no contexto organizacional na busca pela

permanência de profissionais, que de fato faz com que os mesmos se sintam

desmotivados e desvalorizados.

Conclui-se que é necessário tomar providências, recomendando a

implementação de novas políticas e planos de retenção de pessoas esperados pelos

colaboradores, ocasionando provavelmente a maior fidelização ao quadro de

funcional, evitando assim, a insatisfação pessoal e profissional, diminuindo o índice

de rotatividade e a maior produtividade para organização.

REFERÊNCIAS

BRANHAM, L. Motivando as pessoas que fazem a diferença: 24 maneiras de manter os talentos de sua empresa. Rio de Janeiro: Campus, 2002. CHIAVENATO, Idalberto. Capital intelectual: a nova vantagem competitiva das empresas. 4. ed. Porto Alegre: Editora Campus, 2005.

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_____________________. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 4. ed. Barueri,SP: Manole, 2014. _____________________. Recursos Humanos: o capital humano das organizações. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2008. ____________________. Remuneração, benefícios e relações do trabalho: como reter talentos na organização. São Paulo: Manole, 2009. COSTA, Simone do Nascimento da. Retenção de talentos: uma questão de visão de mercado. Rh Portal, 02.setembro.2015. Disponível em: http://www.rhportal.com.br/artigos-rh/reteno-de-talentos-uma-questo-de-viso-de-mercado/. Acesso em: 26.março.2016. DUTRA, Joel de Souza. Competências: Conceitos e Instrumentos para a Gestão de Pessoas na Empresa Moderna. São Paulo: Atlas, 2004. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2010. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia cientifica. 7. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2010. MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolução digital. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2012. MENDONÇA, Márcia da Costa Furtado de. Retenção de talentos por meio de reconhecimento e recompensa. Rio de Janeiro, 2002. 200p. Dissertação de Mestrado. Fundação Getulio Vargas. Disponível em: https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/handle/10438/3745 Acesso em 21.abril.2016. MICHELMAN, P. Porque a retenção de pessoal deve tornar-se a estratégia principal imediata. In: HARVARD Business School. Mantendo os talentos da sua empresa. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. p. 23-35. MILKOVICH, George T.; BODREAU, John W.. Administração de recursos humanos. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2009. TAKEDA, Roberta. Retenção de Talentos: um estudo de caso na Softplan/Poligraph. Florianópolis, 2009. 87 p. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Administração, Universidade Federal de Santa Catarina. Disponível em: http://tcc.bu.ufsc.br/Adm289734.pdf. Acesso em 26 de abril de 2015. TRINDADE, Paulo Sergio da Silva. Retenção de talentos. Porto Alegre, 2007. 54 p. Monografia, Pós graduação em Administração - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Disponível em https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/14172/000649460.pdf?sequence=1. Acesso em 03 de janeiro de 2015.

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A INFLUÊNCIA DO CLIMA ORGANIZACIONAL NO COMPORTAMENTO DOS COLABORADORES: UM ESTUDO DE CASO EM UMA MÉDIA EMPRESA

DO INTERIOR DE MINAS GERAIS

Adelaide Paiva Alves Dornelas – Graduada no curso de Bacharelado em Administração pela Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.

Renata Abreu e Silva Oliveira – Licenciada em Letras. Especialista em Língua Inglesa. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

Janine Lopes de Carvalho – Mestre em Psicologia UFRRJ. Especialista em Saúde Mental e MBA em Gestão Estratégica de Pessoas. Graduada em Psicologia.

Coordenadora do Curso de Psicologia da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.

[email protected]

RESUMO O clima organizacional está interligado ao nível de satisfação do colaborador, podendo assim comprometer seu comportamento. O objetivo deste estudo foi mensurar o clima organizacional na opinião dos colaboradores de uma organização que atua no setor de serviços e vendas a varejo no interior de Minas Gerais. A pesquisa realizada foi descritiva, com abordagem quantitativa, realizada por meio de um questionário validado utilizado no estudo de Patrícia Julião (2001) “Qualidade de vida no trabalho: Avaliação em Empresa do setor automobilístico a partir do clima organizacional e do sistema da qualidade baseado na especificação técnica ISO/TS 16.949”. Verificou-se que o clima organizacional da empresa em estudo é positivo e que os colaboradores se sentem satisfeitos com a política da empresa.

PALAVRAS- CHAVES: Clima organizacional, Colaboradores, Comportamento e

Satisfação.

INTRODUÇÃO

De acordo com Chiavenato (2011) o clima organizacional é definido como

qualidade ou propriedade do ambiente organizacional que é percebida ou

experimentada pelos participantes da organização e que influencia o seu

comportamento.

O clima organizacional está fortemente ligado ao nível de satisfação,

envolvimento, comprometimento e motivação de cada colaborador. Um clima

organizacional positivo está associado a um alto nível de satisfação do cliente e a

um bom desempenho financeiro, se tornando assim um fator determinante para o

sucesso de uma organização (ROBBINS; JUDGE E SOBRAL, 2010).

A satisfação do colaborador é de suma importância para o desempenho de

toda organização, o clima Organizacional existente contribui fortemente para o nível

desta satisfação, portanto identificar os fatores do ambiente de trabalho que

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ocasionem desmotivação e insatisfação aos colaboradores gera vantagens para a

empresa e para o colaborador (CARVALHO et. al. ,2010)

Essa pesquisa se justifica devido a minha identificação com área de Recursos

Humanos, e analisando o cenário atual se percebe a importância de conhecer como

as pessoas agem dentro das organizações, e é através da análise do clima

organizacional que se tem conhecimento dos fatores que alteram o comportamento

do colaborador.

A questão que norteia essa pesquisa é: Existe uma preocupação por parte da

empresa em estudo, com a satisfação dos colaboradores em relação ao ambiente

de trabalho?

O objetivo dessa pesquisa foi mensurar o clima organizacional na opinião dos

colaboradores de uma organização que atua no setor de serviços e vendas a varejo

no interior de Minas Gerais.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Clima Organizacional

Maximiano (2012) afirma que o clima organizacional é a forma de como as

pessoas se sentem em relação à organização e seus administradores, tendo

evoluído seu conceito para o conceito de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT).

Para Robbins; Judge e Sobral (2010) o clima organizacional se refere às

percepções que os colaboradores possuem sobre a organização e sobre o ambiente

de trabalho.

De acordo com Martins (2008, p.31)

O clima organizacional pode influenciar a satisfação e rendimento no trabalho e a motivação dos trabalhadores no trabalho. Isto funciona como regulador da produtividade dos funcionários e da empresa como um todo. Um melhor conhecimento do clima organizacional pode colaborar para a melhoria para a qualidade de vida do homem no trabalho, para otimização do desempenho das organizações e para o esclarecimento das relações entre e outras variáveis do comportamento organizacional.

O clima organizacional está intimamente relacionado com a motivação dos

colaboradores. Quando a motivação é elevada, o clima organizacional tende a ser

elevado e a proporcionar relações de satisfação, animação, interesse e de

colaboração entre os participantes. Entretanto, quando a motivação é baixa, a

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tendência do clima organizacional é de ser baixo, apresentando características de

desinteresses, apatia, insatisfação e depressão (CHIAVENATO, 2009).

De acordo com Chiavenato (2014) o relacionamento entre a organização e as

pessoas torna-se um fator primordial para o sucesso, quanto melhor o clima interno

e o moral das pessoas envolvidas, maior a probabilidade de alcançar os objetivos

organizacionais. As atividades de relacionamento gerentes-colaboradores visam

estabelecer comunicação direta, proporcionando uma assistência mútua e um

envolvimento. As organizações devem tratar seus colaboradores com respeito e

solidariedade.

Segundo Certo (2003) uma estratégia básica motivacional para os gerentes, é

uma boa comunicação com os membros da organização. A comunicação eficaz

gerente–subordinado pode satisfazer as necessidades básicas como:

reconhecimento, a noção de pertinência e a de segurança. Para o autor a

comunicação se define como um processo de compartilhar informações com outras

pessoas onde a mensagem emitida por uma pessoa para uma ou mais pessoas,

resulta em um entendimento comum da mensagem.

Para Certo (2003) a atividade de comunicação dos gerentes geralmente

envolve a comunicação interpessoal que é a troca de informações com outros

membros da organização. Os gerentes que são capazes de se comunicar bem por

meio de um misto de comunicação verbal e não- verbal compartilha muito para o

sucesso de toda organização.

A comunicação pode ser classificada em descendente, ascendente e lateral. A

comunicação descendente é usada pelos gestores para com os colaboradores para

atribuição de tarefas, fornecimento de instruções, informação de procedimentos e

fornecimento de feedback sobre o desempenho, entre outras coisas. A comunicação

também pode ser ascendente que tem função de manter os dirigentes informados de

como os funcionários se sentem em relação aos colegas, ao trabalho e a

organização, entre outras. E por fim a comunicação lateral que é aquela que se dá

entre membros de um mesmo grupo, ou entre quaisquer pessoas que se encontram

em um nível equivalente dentro de uma organização (ROBBINS; JUDGE E

SOBRAL, 2010).

Maximiano (2008) ressalta que o feedback é um elemento importante no

processo de comunicação, pois representa um retorno da informação, garantindo

eficácia na comunicação.

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De acordo com Williams (2005) uma das técnicas mais poderosas da

comunicação é o oferecimento de um feedback eficiente, pois quanto maior as

habilidades de feedback maior será a compreensão, respeito e confiança por parte

do colaborador. Quando não há retorno da informação a tendência é que haja uma

produtividade baixa ou um comportamento inadequado.

METODOLOGIA

A empresa em estudo está situada em uma cidade da Zona da Mata Mineira

que possui cerca de 13.711 habitantes (IBGE, 2014). A organização iniciou suas

atividades em 1897 com produção artesanal de seus produtos, tendo suas origens

em tradição familiar. Em 2005 foi inaugurado um Memorial com intuito de

disponibilizar aos clientes e ao público em geral a história da construção da marca.

Em 2008 a marca da organização foi vendida a uma famosa empresa do ramo de

carnes que tinha interesse de entrar no setor de laticínio. A organização então

passou a ser reconhecida como Memorial.

Atualmente a organização atua no ramo de prestação de serviços e vendas a

varejo e tem sua classificação como uma empresa de médio porte. Os setores da

organização são basicamente divididos em: administrativo, vendas a varejo,

lanchonete, limpeza, cozinha e fábrica que é uma espécie de estoque dos produtos

do setor de laticínio comercializados na organização e a venda desses produtos faz

parte da parceria e da história da empresa. A equipe é composta por vários

colaboradores com diferentes funções sendo elas: 1 sub gerente, 1 gerente

comercial, 1 supervisora, 2 no setor financeiro, 2 auxiliares administrativo, 2

operadores de caixa, 12 balconistas, 2 auxiliares de produção, 5 na fábrica, 5

auxiliares de cozinha e 4 na limpeza. Totalizando um número de 37 colaboradores

os quais todos fizeram parte da pesquisa.

Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa delineada

como um estudo de caso. Neto e Lima (2012) definem pesquisa quantitativa como

pesquisa fechada, implica que tudo pode ser quantificável, como opiniões,

informações, atitudes e comportamentos, para que assim possam classificá-los e

analisá-los.

O estudo de caso se torna mais adequado para estudos específicos, permitindo

um amplo e detalhado conhecimento do assunto. De acordo com Vergara (2013,

p.44) “é um estudo circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas essas como

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uma pessoa, uma família, um produto, uma empresa, um órgão público, uma

comunidade ou mesmo um país”.

O instrumento utilizado para a coleta de dados foi um questionário validado,

retirado da pesquisa “Qualidade de vida no trabalho: Avaliação em Empresa do setor

automobilístico a partir do clima organizacional e do sistema da qualidade baseado

na especificação técnica ISO/TS 16.949” de Patrícia Julião (2001), esse questionário

possui 40 perguntas que buscam analisar questões como administração de pessoal,

comunicação, excelência, relacionamento, segurança, satisfação, condições

ambientais, serviços e benefícios e recursos humanos.

Durante a aplicação do questionário houve esclarecimento do objetivo da

pesquisa, garantindo o anonimato dos informantes, a explicação detalhada dos

mesmos e um Termo de Consentimento Livre a ser assinado por todos os

participantes (TCLE).

A pesquisa foi realizada no mês de julho de 2015. Para a tabulação dos dados

e criação dos quadros foram utilizados os programas Word 2013 e Excell 2013.

RESULTADOS E DISCUSSÃO Participaram da pesquisa 37 colaboradores. Os respondentes são na maioria

do sexo feminino representando uma média de 76%. A faixa etária representou 65%

entre 18 e 30 anos. A maioria dos colaboradores possui o ensino médio e superior

representado respectivamente por 54% e 27% dos respondentes.

Os resultados obtidos no Quadro 1 indicam que os colaboradores avaliaram o

fator Administração de Pessoal positivamente sendo questões relacionadas a

tratamento recebido pela chefia, soluções de problemas, exposição de objetivos,

autonomia e feedback sobre o desempenho apresentando uma média de 95% dos

respondentes.

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Quadro 1- Administração de Pessoal

QUESTÕES

ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL

SIM%

NÃO%

Qt1

A minha equipe pode tomar as decisões que achar corretas e as decisões são aceitas pela chefia.

84

16

Qt3 Minha chefia me elogia quando faço um bom trabalho. 100 0 Qt7

Minha chefia me repassa todas as informações necessárias para que eu faça minhas atividades.

97

3

Qt11

Na minha área de trabalho os funcionários participam na solução dos problemas.

86

14

Qt13

Minha chefia se preocupa com o meu desenvolvimento profissional. 95

5

Qt21

Sinto que minhas idéias e opiniões são consideradas pela minha chefia.

100

0

Qt22

Atualmente tenho oportunidade de utilizar toda minha capacidade e conhecimento em meu trabalho.

95

5

Qt23

Minha chefia me diz regularmente como está o meu desempenho no trabalho.

95

5

Qt24

Na organização as áreas cooperam entre si na solução dos problemas.

100

0

Qt27

Estou satisfeito com a maneira como sou tratado pela minha chefia. 97

3

Qt31

Minha chefia procura divulgar e discutir com o pessoal os objetivos da área.

97

3

Qt32

Sinto que através do meu potencial poderei crescer dentro da empresa.

97

3

Qt33

Minha chefia me orienta sobre o que fazer para crescer profissionalmente.

92

8

MÉDIA

95%

5%

Para Walton (1976, apud Limongi-França & Arellano, 2002) a Qualidade de

Vida no Trabalho (QVT) tem como objetivo humanizar uma organização, no qual o

trabalho deve envolver responsabilidade e autonomia, recebimento de feedback do

desempenho, tarefas adequadas, enriquecimento do trabalho, variedade e

desenvolvimento pessoal.

A autonomia no trabalho se refere ao grau de independência e de critério

pessoal que o colaborador tem para planejar e executar o trabalho, portanto quanto

maior a autonomia maior a autoadministração (CHIAVENATO, 2009).

Para Moscovici (2012) o feedback tem que ser compatível com as

necessidades tanto do emissor quanto do receptor. De acordo com autor todo

colaborador necessita de receber um feedback, seja positivo ou negativo, pois

através do feedback ele passa a ter consciência das deficiências e dos acertos.

Os resultados do Quadro 2 indicam que as informações da organização

possuem grande credibilidade. Em média 97% avaliaram positivamente o fator

Comunicação.

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Quadro 2- Comunicação

QUESTÕES

COMUNICAÇÃO

SIM%

NÃO%

Qt5

As informações que eu recebo da organização chegam no momento certo.

100

0

Qt15

Os quadros de avisos da organização trazem informações que considero importantes e suficientes.

100

0

Qt25

As informações repassadas pela organização são completas e confiáveis.

100

0

Qt35

Na organização, as informações são passadas de maneira clara e objetiva, evitando o surgimento de boatos.

86

14

MÉDIA

97%

3%

A comunicação deve ser de mão dupla: ida e volta, onde a organização deve

comunicar e explicar a sua filosofia aos colaboradores solicitando deles sugestões e

opiniões sobre os assuntos de trabalho (CHIAVENATO, 2014).

Por meio da comunicação descendente as pessoas são informadas para que

possam trabalhar direito, podendo ser realizada através de cartazes em locais de

atividade operacional contendo informações sobre o volume de produção, nível de

qualidade, satisfação do cliente entre outros fatores (MAXIMIANO, 2008).

O Quadro 3 demonstra que respondentes analisaram o fator Excelência

positivamente representando uma média 92% dos respondentes.

Quadro 3- Excelência

QUESTÕES

EXCELÊNCIA

SIM%

NÃO%

Qt10

Em minha área de trabalho as pessoas se preocupam em praticar intensamente a excelência.

81

19

Qt20

Sem desconsiderar a segurança, em minha área de trabalho a satisfação do cliente está acima de qualquer coisa

100

0

Qt30

Na organização as pessoas tomam iniciativa pessoal para exceder as expectativas dos seus clientes.

95

5

MÉDIA

92%

8%

Chiavenato e Arão (2009) apontam que as pessoas que compõem à força de

trabalho devem estar capacitadas e satisfeitas para atuar com excelência.

O sucesso de uma organização está relacionado à sua capacidade de atender

as necessidades e expectativas de seus clientes, para que se crie o valor necessário

para conquista-los e retê-los (CHIAVENATO; ARÃO, 2009).

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De acordo com Robbins; Judge e Sobral (2010) as emoções dos funcionários

podem ser transferidas aos clientes, portanto funcionários satisfeitos costumam ser

mais amáveis e atenciosos.

Os resultados do Quadro 4 indicam que todas as questões do fator

Relacionamento time e gerência foram avaliados positivamente pelos respondentes

onde todas as questões apresentaram uma porcentagem acima de 85%. Na média o

fator Relacionamento foi avaliado por 96%.

Quadro 4- Relacionamento

QUESTÕES

RELACIONAMENTO

SIM%

NÃO%

Qt4

Na minha área de trabalho, as pessoas se relacionam de forma amistosa, educada e cooperativa.

100

0

Qt14 O ambiente em que trabalho é bom e estou satisfeito. 97 3 Qt17

Na minha área de trabalho, o relacionamento entre chefias e subordinados é bom.

100

0

Qt34

Quando alguém na minha área tem dificuldades no trabalho, os colegas buscam ajudá-lo.

97

3

Qt37

Minha chefia usa de educação e bom senso para orientar seus funcionários

86

14

MÉDIA

96

4%

De acordo com Maximiano (2008) a comunicação lateral permite o

funcionamento dos processos interdepartamentais e a tomada de decisão

envolvendo diferentes unidades de trabalho.

Para Robbins; Judge e Sobral (2010) uma pessoa que se encontra em um

clima organizacional positivo de desempenho, irá se preocupar em realizar

frequentemente um bom trabalho e se sentirá mais confortável em colaborar com

seus colegas independentemente do contexto.

De acordo com Carvalho et. al. (2010) a satisfação do colaborador é de

extrema importância para o desempenho da organização. Sendo que o clima

organizacional contribui diretamente na satisfação, pelo fato do comportamento do

colaborador ser influenciado pelas circunstâncias do ambiente de trabalho, um clima

organizacional favorável é essencial para o bom desempenho e comprometimento

do colaborador.

No Quadro 5 o aspecto que apresentou necessidade de melhoria foi a questão

de equipamentos de segurança em relação a proteção com avaliação negativa de

11% dos colaboradores. As demais questões foram avaliadas positivamente por

97% dos respondentes apresentando uma média positiva de 95% dos respondentes.

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Quadro 5- Segurança

QUESTÕES

SEGURANÇA

SIM%

NÃO%

Qt8

A limpeza e organização das áreas na organização são adequadas. 97

3

Qt18

Os equipamentos de segurança que a empresa oferece são suficientes para a minha proteção.

89

11

Qt28

Os equipamentos e ferramentas disponíveis em minha área oferecem condições adequadas para a produtividade exigidas no meu trabalho.

97

3

MÉDIA

95%

5%

Segurança é um dos fatores de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) na qual

Walton (1976, apud Arellano & Limongi-França, 2002) relata que os trabalhadores

não podem ser expostos a situações que ofereçam riscos ou que possam causar

danos à saúde.

Para Chiavenato (2009) a segurança do trabalho representa um conjunto de

medidas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas utilizadas na prevenção de

acidentes, sendo um fator indispensável no desempenho satisfatório do colaborador.

Os resultados obtidos no Quadro 6 demonstram que 50% dos respondentes

avaliaram a questão benefícios oferecidos pela organização negativamente, porém

100% dos respondentes indicaram que gostam do trabalho que realizam, que se

sentem motivados e que consideram desnecessário procurar outro emprego no

momento. Representando uma média positiva de 90% do fator satisfação.

Quadro 6- Satisfação

QUESTÕES

SATISFAÇÃO

SIM%

NÃO%

Qt2

O sistema de promoção de funcionários na organização é transparente, adequado e confiável.

92

8

Qt6 Gosto do trabalho que faço na organização. 100 0 Qt9

Levando em conta o que eu faço na organização, considero o meu salário justo.

95

5

Qt12 Executo trabalhos que considero complexos e que me permitem utilizar todo o meu potencial profissional.

89

11

Qt16 Sinto-me motivado para o trabalho. 100 0 Qt19

Os benefícios oferecidos pela organização atendem às necessidades de minha família.

50

50

Qt26

Considero desnecessário, no momento, procurar outro emprego. 100

0

Qt29

A quantidade de atividades/serviços que faço diariamente é adequada.

92

8

Qt36 Para mim, a organização está mudando para melhor. 92 8

MÉDIA 90%

10%

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Robbins; Judge e Sobral (2010) assinalam que trabalhos interessantes que

fornecem variedade, independência e controle satisfazem a maioria dos

funcionários, e ressalta ainda que a satisfação no trabalho está interligada ao

comportamento de cidadania organizacional pois aqueles que se sentem apoiados

pelos colegas tendem a ajudar mais os outros.

Chiavenato (2009) afirma que os benefícios prestados pela organização

influenciam poderosamente no grau de qualidade de vida dos colaboradores,

constituindo uma força de trabalho no nível satisfatório e produtivo.

O Quadro 7 analisa as Condições Ambientais da organização analisando as

seguintes variáveis iluminação, ruído, temperatura, espaço físico, ventilação,

segurança e posição corporal. A variável Ruído apresentou uma média de 51%

como razoável, as demais variáveis foram avaliadas positivamente.

Quadro 7- Condições Ambientais CONDIÇÕES AMBIENTAIS

MUITO BOM%

BOM%

RAZOÁVEL%

RUIM%

Iluminação 73 27 0 0 Ruído 22 27 51 0 Temperatura 16 62 22 0 Espaço Físico 69 20 11 0 Ventilação 61 23 16 0 Segurança 48 49 3 0 Posição corporal 27 73 0 0

De acordo com Chiavenato (2009) a qualidade de vida implica criar, manter e

melhorar o ambiente de trabalho seja em condições físicas, psicológicas e sociais.

Um ambiente de trabalho agradável e amigável resulta em qualidade de vida das

pessoas na organização.

O ambiente de trabalho possui grande influência no desempenho do

funcionário. A implantação de um ambiente físico de trabalho agradável e com

condições seguras, passou a ser visto como caráter estratégico das empresas que

desejam manter bons profissionais (CHIAVENATO, 2014).

O Quadro 8 apresenta a avaliação dos colaboradores em relação ao fator

Recursos Humanos sobre as seguintes variáveis departamento pessoal,

recrutamento e seleção, treinamento e desenvolvimento e segurança patrimonial. A

variável recrutamento e seleção apresentou uma média de 54% como razoável as

demais foram avaliadas positivamente pelos respondentes.

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Quadro 8- Recursos Humanos

RECURSOS HUMANOS

MUITO BOM%

BOM%

RAZOAVÉL%

RUIM%

Departamento Pessoal 33 67 0 0

Recrutamento e Seleção 19 27 54 0

Treinamento e Desenvolvimento 11 62 27 0

Segurança Patrimonial 68 27 5 0

As políticas de recursos humanos estão ligadas a cuidar de cinco subsistemas

interdependentes que é a provisão, aplicação, manutenção, desenvolvimento e

monitoramento de recurso humanos. A Administração de Recursos Humanos (ARH)

provoca impactos na organização e nas pessoas devido a maneira de lidar com as

pessoas, de buscá-las no mercado, de integrá-las, recompensá-las e controlá-las

isso devido a importância das pessoas para a competitividade organizacional

(CHIAVENATO, 2009).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se concluir através desse estudo que a análise do clima organizacional

é de extrema importância para detectar o que o colaborador sente em relação ao

ambiente de trabalho. Organizações que se preocupam com a satisfação de seus

colaboradores tendem a ser mais agradáveis para se trabalhar.

O foco desse estudo foi mensurar o clima organizacional na visão dos

colaboradores em uma organização que atua em serviços e vendas a varejo.

Através do estudo foi observado que os colaboradores se mostraram satisfeitos com

a política da organização, portanto pode-se concluir que eles se sentem motivado

para o trabalho e como foi visto um colaborador motivado trabalha em prol da

organização.

Foi observado nesse estudo que a organização apresentou pequenas falha

que poderiam ser melhoradas e proporcionar uma satisfação ainda maior aos seus

colaboradores, como por exemplo a questão de benefícios e serviços que a

organização não oferece aos seus colaboradores, o ruído e o processo de

recrutamento e seleção sendo avaliados como razoável pelos colaboradores da

empresa.

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Conhecer o clima organizacional é fundamental para a organização identificar

as necessidades de seus colaboradores. Por fim pode-se concluir que o clima

organizacional positivo resulta em satisfação dos colaboradores e

consequentemente um melhor desempenho.

REFERÊNCIAS

ARELLANO, Eliete Bernal; LIMONGI-FRANÇA, Ana Cristina. Qualidade de vida no trabalho. In: LIMONGI-FRANÇA, et al. As pessoas na organização. São Paulo: Gente, 2002.

CARVALHO, Andriele de; REIS, Dálcio Roberto dos; MATOS, Eloiza Aparecida Silva Avila de; CARVALHO, Sandro. Clima Organizacional para Inovação. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente, São Carlos, 2010.

CERTO, Samuel C. Administração Moderna. Tradução Maria Lúcia G.L. Rosa, Ludmilla Teixeira Lima; revisão técnica José Antonio Dermengi Rios: 9 ed. São Paulo: Prentice Hall, 2003.

CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: O novo papel dos Recursos Humanos nas Organizações. 4 ed. Barueri. SP: Manole, 2014.

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 8 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.

CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos: O Capital Humano das Organizações. 9 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.

CHIAVENATO, Idalberto; ARÃO, Sapiro. Planejamento estratégico. 2 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.

IBGE. (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Cidades, 2014. Disponível em:http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?codmun=310030.Acesso em: 09.ago. 2015.

MARTINS, Maria do Carmo F.Clima Organizacional. In: SIQUEIRA, Mirlene Maria M. (Org.) et al. Medidas do comportamento organizacional: Ferramentas de diagnóstico e de gestão. Porto Alegre: Artmed, 2008. 29-39.

MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Introdução à Administração. 7ed. São Paulo: Atlas, 2008.

MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria Geral da Administração: Da Revolução Urbana à Revolução Digital. 7ed. São Paulo: Atlas, 2012.

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MOSCOVICI, Fela. Desenvolvimento interpessoal: Treinamento em grupo. 21ed. Rio de Janeiro: Olympio, 2012.

ROBBINS, Stephen P., JUDGE, Timothy A., SOBRAL, Filipe. Comportamento organizacional. Tradução Rita de Cássia Gomes. 14 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.

VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 14 ed. São Paulo: Atlas, 2013.

WILLIAMS, Richard Leonard. Preciso saber se estou indo bem! Tradução de Antonio Evangelista de Moura Filho. Rio de Janeiro: Sextante, 2005.

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CLIMA ORGANIZACIONAL: UMA PESQUISA SOBRE O INDICE DE SATISFACAO DOS FUNCIONÁRIOS DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO

SUPERIOR (IES) - PRIVADA Thais Lopes Da Silva Alves – Graduada em Administração pela Faculdade Vértice

- UNIVÉRTIX. Renata Abreu e Silva Oliveira – Licenciada em Letras. Especialista em Língua

Inglesa. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Janine Lopes de Carvalho – Mestre em Psicologia UFRRJ. Especialista em

Saúde Mental e MBA em Gestão Estratégica de Pessoas. Graduada em Psicologia. Coordenadora do Curso de Psicologia da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.

[email protected]

RESUMO O clima organizacional está interligado ao nível de satisfação do colaborador, podendo assim comprometer seu comportamento. O presente artigo teve por objetivo avaliar o clima organizacional na opinião dos funcionários de uma organização que atua no ramo da educação em uma cidade no interior de Minas Gerais. Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa. Participaram desta pesquisa 35 colaboradores da IES. Como instrumento de coleta de dados foi utilizado um questionário validado contendo 40 perguntadas objetivas. A pesquisa verificou que os funcionários da instituição estão satisfeitos com o trabalho. PALAVRAS-CHAVE. Clima Organizacional; Motivação; Instituição de Ensino Superior. INTRODUÇÃO

O clima organizacional é uma ferramenta do setor de recursos humanos que

tem por finalidade conhecer as percepções dos funcionários que ali trabalham. Ele

indica o grau de satisfação dos membros de uma determinada empresa, servindo

assim, para identificar onde se situam as deficiências das organizações, bem como,

direcionar para possíveis soluções que favoreçam uma melhor integração entre

metas individuais e institucionais (BACARRO, 2009).

A satisfação no trabalho diz respeito à atitude de cada ser humano, envolvendo

aspectos como regras, aceitação e ambiente. A organização do trabalho, metas que

o funcionário deve cumprir dentro de certa organização dentre outras contribui

positivamente ou não para a satisfação na organização, onde é importante que o

local de trabalho seja uma ambiente de respeito, saudável e que todos que ali

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trabalham tem prazer de estar ali (ROBBINS, 2002 citado por CARVALHO, ROSA e

OLIVEIRA , 2013).

A escolha do tema se deu por entender a importância da satisfação do

funcionário dentro da organização. Por entender que o ambiente de trabalho deve

ser agradável, onde os funcionários sintam-se satisfeitos em exercerem suas

funções para uma melhor qualidade de serviços prestados. Vale lembrar que o

estudo sobre clima organizacional é importante para o planejamento e a

compreensão da vida organizacional, fornecendo informações úteis para a melhoria

do desempenho da instituição.

O objetivo desta pesquisa é avaliar o clima organizacional na opinião dos

funcionários de uma organização que atua no ramo da educação em uma cidade no

interior de Minas Gerais.

O trabalho é relevante, pois, conhecer o clima organizacional de uma empresa

possibilita mensurar a satisfação dos funcionários. O que vem a mostrar aos

gestores o quanto é importante um clima organizacional favorável para um bom

andamento dos trabalhos e desenvolvimento da organização.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Robbins Judge e Sobral (2010) enfatiza que as organizações bem sucedidas

são aquelas que colocam as pessoas em primeiro lugar. Falar de pessoas na

organização é se referir à gestão de pessoas. É através dela que é estimulada a

participação, capacitação, envolvimento e desenvolvimento de funcionários de uma

empresa, onde estas tendo oportunidades de se desenvolverem irão trabalhar com

mais satisfação e assim obter bons resultados para a organização.

Para Xavier (1984) citado por Campos (2002), os primeiros estudos sobre

cultura e clima organizacional datam das décadas de 1920 e 1930, muito embora

não recebessem inicialmente essas denominações. Os conceitos de cultura e clima

organizacional surgiram da necessidade de compreensão quanto às formas de

funcionamento das organizações e das constatações de que existia diferenças entre

elas as quais não podiam ser deixadas de lado.

O Clima Organizacional, diz respeito a sentimentos e ideias quer sejam

individuais ou coletivas. A realidade de cada um pode interferir dentro do interior de

uma organização, pois cada ser humano tem sua forma de agir e de se comportar

(MAXIMINIANO, 2000).

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Na visão de Chiavenato (2008) citado por Carvalho, Rosa e Oliveira (2012) o

clima organizacional, relaciona-se com a moral e a satisfação do ser humano. O

clima organizacional surge da necessidade que o ser humano tem em se sentir bem

dentro de uma organização.

No que diz respeito à cultura organizacional podem ser resumidos pela

observação dos atos, comportamentos e práticas realizadas em uma organização.

Uma boa cultura pode motivar os funcionários e ajudá-los a crescer dentro da

instituição (CAMPOS, 2002).

A cultura é, por definição, sutil, intangível, implícita e sempre presente, porém toda organização desenvolve um conjunto básico de premissas, convicções e regras implícitas que governam o comportamento no dia a dia do trabalho (ROBBINS; JUDGE e SOBRAL, 2010, p.504).

Para Robbins, Judge e Sobral (2010), a satisfação com o trabalho é uma

atitude geral, em relação ao próprio trabalho. Isto é, é a diferença entre as

recompensas recebidas, de fato, pelo funcionário e aquilo que ele acredita merecer.

O autor considera, ainda, que uma pessoa que tem um alto nível de satisfação com

seu trabalho apresenta atitudes positivas em relação a ele, enquanto aquela

insatisfeita apresenta atitudes negativas.

A satisfação no trabalho é uma variável de atitude que mostra como as pessoas se sentem em relação ao trabalho que têm, seja no todo, seja em relação a alguns de seus aspectos. De forma simples, a satisfação no trabalho é o quanto as pessoas gostam do trabalho delas, insatisfação no trabalho é o quanto não gostam (SPECTOR, 2010, p.321).

Schermerhorn Júnior (1999) citado por Bastos e Rifane (2014) concorda ao

afirmar que satisfação no trabalho é a forma como determinado indivíduo se sente

dentro da organização para aqual presta serviço. Muitas vezes a satisfação de

vários aspectos comuns ao trabalho como: pagamento, condições de trabalho,

qualidade da supervisão, colegas e o trabalho em si.

Motivação vem do interior de cada ser humano, porém, necessita de um

impulso, ou seja, o ser humano necessita ser motivado por alguma razão para que

possa crescer e buscar a realização de seus objetivos (CARVALHO, ROSA e

OLIVEIRA, 2012).

A motivação é um processo global com o objetivo final: comprometer funcionário com as causas e objetivos da empresa para integrá-lo à “cultura organizacional”. Os funcionários devem associar seus objetivos aos da empresa, fazer da mesma parte da sua vida, de

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modo que o comprometimento do colaborador implique o aprimoramento do desempenho fundamentado na valorização do funcionário e na satisfação dele em trabalhar na empresa (BEKIN, 1995, citado por MELO; MARQUES, 2008, p.13)

Assim, existem duas abordagens que estudam á satisfação no trabalho: a

abordagem global e a abordagem por facetas. A abordagem global considera a

satisfação no trabalho como um sentimento único e global e a abordagem por

facetas que caracteriza os prêmios, as condições de trabalho, salário, oportunidades

de promoção, benefícios, supervisão, companheiros de trabalho, natureza do

trabalho, comunicação e segurança (SPECTOR, 2010).

A qualidade de vida no trabalhador (QVT) pode ser definida como: “um

conjunto de ações de uma empresa no sentido de implantar melhorias e inovações

gerenciais, tecnológicas e estruturais no ambiente de trabalho” (ARELLANO &

FRANÇA, 2002, p.296)

Definindo QVT Sucesso (1998) citado por Vasconcelos (2001) comenta que

esta não diz respeito ao salário do trabalhador e benefícios recebidos por ele, mas a

qualidade de vida no trabalho envolve outros fatores como equilíbrio entre lazer e

prazer, horários e condições de trabalho sensatos, oportunidade e perspectiva de

carreira dentre outros que proporciona ao trabalhador qualidade de vida.

METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa direcionada

aos profissionais de uma instituição do Ensino Superior (IES) no interior do Estado

de Minas Gerais. O estudo foi realizado com 35 pessoas que corresponde a todos

os funcionários da IES, excetuando os professores diretores e coordenadores. O

questionário foi respondido por profissionais de formação nível médio e superior.

Segundo Gil (2010, p.28) a pesquisa descritiva é:

As pesquisas deste tipo têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este título e uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados.

A IES investigada tem como responsabilidade as atividades de ensino. O órgão

é responsável por formular e implantar políticas, programas projetos que tem como

objetivos promover um ensino de qualidade aos alunos. A entrevista se deu através

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de vários colaboradores com diferentes funções sendo elas, 1 Assistente de

departamento pessoal, 2 Auxiliares de Serviços Gerais, 1 Operador de computador,

1 Auxiliar de Escritório, 3 Vigias, 8 Faxineiros, 1 Bibliotecária, 12 Auxiliares

Administrativos, 2 Recepcionistas,1 Assistente Social, 16 estagiários, totalizando

48 colaboradores.

Foram utilizados na pesquisa um questionário com perguntas objetivas

extraídas do artigo “Qualidade de vida no trabalho: Avaliação em Empresa do setor

automobilístico a partir do clima organizacional e do sistema da qualidade baseado

na especificação técnica ISO/TS 16.949” de Patrícia Julião (2001), sendo composto

de 40 perguntas.

Para a aplicação dos questionários foram explicitados os motivos da pesquisa

a justificativa da escolha dos entrevistados a garantia de sigilo e anonimato, aqueles

que concordaram em participar assinaram o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE).

Os questionários foram respondidos por 35 colaboradores da IES investigada,

ou seja, 73% dos funcionários. A coleta de dados foi realizada no mês de Setembro

de 2015. Os dados foram tabulados no Microsoft Excel , através de estatística

descritiva.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Participaram da pesquisa 35 colaboradores. Os participantes são na maioria do

sexo feminino representando 84% dos pesquisados. 89% corresponde à faixa etária

entre 20 a 45 anos. 77% dos respondentes têm nível médio.

Os dados da Tabela 1 indicam que os colaboradores avaliaram o fator

Administração de Pessoal da IES positivamente, apresentando uma média 79% dos

colaboradores.

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Tabela 1: Administração de Pessoal Questão Administração de pessoal SIM NÃO

33 Minha chefia me orienta sobre o que fazer para crescer profissionalmente 63% 37% 23 Minha chefia me diz regularmente como está o meu desempenho no trabalho 63% 37% 1 Minha equipe pode tomar decisões e as decisões são aceitas pela chefia 69% 31%

24 Na Faculdade as áreas cooperam entre si na solução de problemas 71% 29% 3 Minha chefia me elogia quando faço um bom trabalho 89% 11%

13 Minha chefia se preocupa com o meu desenvolvimento profissional 86% 14% 22 Atualmente utilizo minha capacidade e conhecimento 77% 23% 21 Sinto que minhas idéias e opiniões são consideradas pela minha chefia 69% 31% 7 Minha chefia repassa todas informações necessárias para que eu faça as

atividades 89% 11%

11 Na minha área os funcionários participam na solução dos problemas 91% 9% 31 Minha chefia procura divulgar e discutir com o pessoal os objetivos da área 77% 23% 32 Sinto que através do meu potencial poderei crescer dentro da empresa 77% 23% 27 Estou satisfeito com a maneira como sou tratado pela minha chefia 91% 9%

Média 79% 21%

No que diz respeito à liderança Bergaminin (1994) citada por Robbins

Judge e Sobral (2010, 413) destaca que :

As teorias conservam o denominador comum de que a liderança envolve duas ou mais pessoas e se trata de um processo de influência exercido de forma intencional por parte do líder sobre seus seguidores. A autora situa como desafios centrais da liderança: motivar, inspirar, sensibilizar e comunicar.

Robbins, Judge e Sobral (2010) comenta, que os gestores visando o bem

estar da instituição deve procurar um bom relacionamento com os funcionários,

interessar-se pelas atitudes dos funcionários procurando uma melhoria da eficácia

organizacional.

A Tabela 2 indica os índices médios da comunicação entre os funcionários,

mostrando que 84% acreditam que a instituição transmite bem a comunicação para

os seus colaboradores.

Tabela 2: Comunicação

QUESTÃO COMUNICAÇÃO SIM NÃO 5 As informações que eu recebo da Faculdade chegam no momento certo 74% 26% 35 As informações são passadas de maneira clara e objetiva, evitando os

boatos 80% 20%

15 Os quadros de avisos trazem informações que considero importantes e suficientes

91% 9%

25 As informações repassadas pela Faculdade são completas e confiáveis 91% 9% Média 84% 16%

A comunicação é fator essencial entre as pessoas, diz respeito a

compreender o que está sendo transmitido, devendo ser de qualidade, esta precisa

ser bem entendida por quem a recebe, para que decisões corretas sejam tomadas (

ROBBINS ,JUDGE e SOBRAL,2010).

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No mesmo sentido Barros et al (2012) concorda que a comunicação é uma

necessidade inerente ao ser humano. É através da comunicação que os seres

humanos se desenvolvem, inclusive em seu ambiente de trabalho. O autor enfatiza

que a comunicação fortalece os estímulos e promove um ambiente de trabalho mais

saudável, agradável e de qualidade.

A tabela abaixo descreve que 83% das pessoas entrevistas estão satisfeitos

com a maneira que é praticada a excelência na Instituição.

Tabela 3: Excelência QUESTÃO EXCELÊNCIA SIM NÃO

10 Em minha área de trabalho as pessoas se preocupam em praticar

intensamente excelência 89% 11%

20 Sem desconsiderar a segurança, em minha área de trabalho a satisfação do cliente está acima de qualquer coisa

94% 6%

30 Na empresa as pessoas tomam iniciativa pessoal para exceder as expectativas dos seus clientes

66% 34%

MEDIA 83% 17%

Robbins, Judge e Sobral (2010) a satisfação no trabalho corresponde a atitude

da pessoa dentro do seu ambiente de trabalho, e envolve relações de trabalho, o

ambiente, organização do trabalho, as políticas e programas de gestão da empresa,

suas tecnologias, metas, objetivos e interesses.

Pires e Souza (2014) apontam que para haver satisfação e motivação no

trabalho é preciso um ambiente saudável, como também uma boa comunicação

entre todos os colaboradores.

Os dados da tabela 4 apontam que 90% da dos colaboradores estão satisfeitos

com a maneira que se relacionam em equipe e com seus líderes.

Tabela 4: Relacionamento – Time & Gerência QUESTÃO RELACIONAMENTO – TIME & GERÊNCIA SIM NÃO

4 Na minha área as pessoas se relacionam de forma amistosa e educada 91% 9%

37 Minha chefia usa de educação e bom senso para orientar seus funcionários

94% 6%

14 O ambiente em que trabalho é bom e estou satisfeito 89% 11%

34 Se alguém na área tem dificuldades no trabalho, os colegas buscam ajudá-lo

80% 20%

17 Na minha área, o relacionamento entre chefias e subordinados é bom 94% 6%

MEDIA 90% 10%

Um ambiente saudável, alegre, onde existe respeito e confiança entre todos

possibilita um bom relacionamento interno e conduz os funcionários a produzirem

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mais. Assim sendo, o ambiente de trabalho deve ser positivo e saudável, havendo

um bom relacionamento entre funcionários e gerência (PIRES e SOUZA 2014).

Comentando sobre satisfação Robbins, Judge e Sobral, (2010) afirma que

satisfação depende em muito da forma como o trabalhador se relaciona dentro da

organização, seu estado emocional, ou seja, seu bem-estar dentro da organização,

o que influencia em muito seus pensamento e forma de agir.

A tabela 5 mostra que 91% dos funcionários estão satisfeitos com a segurança

que a organização oferece. No que diz respeito à limpeza e organização todos os

entrevistados afirmam ser de ótima qualidade, totalizando 100%.

Tabela 5: Segurança QUESTÃO SEGURANÇA SIM NÃO

28 Os equipamentos e ferramentas oferecem condições para a produtividade exigida

89% 11%

8 A limpeza e organização das áreas da instituação são adequadas 100% 0%

18 Os equipamentos de segurança que a empresa oferece são suficientes para minha proteção.

83% 17%

MÉDIA 91% 9%

Spector (2010, p. 413) aponta que:

As condições físicas do trabalho tendem a ter efeitos físicos diretos nas pessoas. Algumas vezes, esses efeitos são imediatos, mas frequentemente ocorrem após um longo período de tempo. Quando uma doença ou uma lesão leva muito tempo para se desenvolver, pode ser difícil determinar exatamente o que a provocou. Muitas vezes se podem dar passos para evitar ou minimizar a exposição a essas condições por meio da adoção de procedimentos de segurança

Pires e Souza (2014) relatam que o ambiente de trabalho influencia em muito

na organização da instituição, assim, é necessário que o ambiente de trabalho seja

limpo, confortável, iluminado, seguro e adequado ao exercício das atividades,

proporcionando bem-estar aos funcionários.

A tabela 6 descreve que 85% dos colaboradores estão satisfeitos com os

benefícios e o modo como são tratados na Instituição.

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Tabela 6: Satisfação

QUESTÃO SATISFAÇÃO SIM NÃO 12 Executo trabalhos complexos e que permitem utilizar todo o meu potencial 91% 9%

9 Levando em conta o que eu faço na instituição, o meu salário é justo 71% 29%

29 A quantidade de atividades/serviços que faço diariamente é adequada 89% 11%

19 Os benefícios atendem ás necessidades de minha família 60% 40%

2 O sistema de promoção na Faculdade é transparente, adequado e confiável

77% 23%

36 Para mim, a Faculdade está mudando para melhor 97% 3%

16 Sinto-me motivado para o trabalho 94% 6%

26 Considero desnecessário, no momento, procurar outro emprego 86% 14%

6 Gosto do trabalho que faço na empresa 100% 0%

MEDIA 85% 15%

A satisfação no trabalho depende muito em muito da forma como o ser humano

se sente no ambiente de trabalho, se está satisfeita com seu trabalho, seus colegas,

com seu líder. Também pode estar relacionado a benefícios que a empresa

proporciona ao empregado, dentre outros fatores que influenciam positivamente ou

negativamente sua satisfação no ambiente de trabalho, (SPECTOR, 2010).

A tabela 7 as condições ambientais mostram que os colaboradores acham

Muito bom a Iluminação (86%), a Segurança (63%), e o Espaço Físico (60%).

Tabela 7: Condições Ambientais 7- CONDIÇÕES AMBIENTAIS MUITO BOM BOM RAZOÁVEL RUIM Iluminação 86% 14% 0% 0% Segurança 63% 29% 9% 0% Espaço Físico 60% 31% 3% 6% Posição Corporal 37% 34% 26% 3% Ventilação 57% 31% 9% 3% Temperatura 51% 29% 17% 3% Ruído 51% 34% 9% 6%

No que diz respeito às condições ambientais Spector (2010) demonstra que é

importante que as condições de trabalho sejam as melhores possíveis.

Uma vez que as condições de trabalhos podem vir a prejudicar a saúde do

trabalhador, como exemplo o ruído excessivo de determinados locais que expõem

funcionários a condições que podem afetar sua saúde e desempenho no trabalho

(SPECTOR, 2010).

Na tabela 8 Serviços e Benefícios constataram-se que os itens: Participação

nos lucros (54%); Brinquedos de Natal (57%); Farmácia (60%);

Compra/Financiamentos de Autos (71%) e Banco (60%) são considerados ruim

pelos seus colaboradores.

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Tabela 8: Serviços e Benefícios 9-SERVIÇOS & BENEFÍCIOS MUITO BOM BOM RAZOAVÉL RUIM Part. Lucros e Resultados 6% 14% 26% 54% Transporte 29% 20% 31% 20% Ambulatório Médico 31% 26% 26% 6% Cesta Básica 40% 29% 23% 9% Brinquedos de Natal 14% 14% 14% 57% Farmácia 11% 17% 11% 60% Restaurante 20% 29% 23% 29% Seguro de Vida – Grupo 51% 26% 20% 3% Compra/Finan. Autos 0% 17% 11% 71% Serviço de Café 69% 20% 3% 9% Banco 14% 20% 6% 60% Assistência Médica 66% 14% 9% 11%

Para Almeida (2007), citado por Barros et al. (2012) a motivação é a vontade

que o ser humano sente em fazer alguma coisa, e para a pessoa se sentir motivado

depende do seu estado interior, bem como de suas necessidades, desejos, e

benefícios que recebe de uma organização por um serviço prestado. Assim estar

motivado depende de cada ser humano, pois cada pessoa tem seu jeito de agir, de

ser, onde cada pessoa tem seus desejos, anseios.

Nesse sentido Arellano & França. (2002) a importância da qualidade de vida no

trabalho, depende muito do que as empresas oferecem a seus funcionários quer

sejam em benefícios, condições de trabalho, inovações em tecnologias,

relacionamento entre líder e funcionários dentre outros que contribuem para uma

qualidade de vida e bem estar no trabalho, assim sendo, faz-se necessário que as

empresas procurem investir em benefícios, inovações gerenciais, tecnológicas que

visem deixar o trabalhador satisfeito e motivado a trabalhar na empresa.

Na tabela 09 apresenta os dados de Recursos Humanos onde constata-se que

a maioria dos colaboradores consideram positivo as questões de Segurança

Patrimonial, Recrutamento e Seleção, Departamento Pessoal e Treinamento e

Desenvolvimento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo objetivou identificar a percepção dos funcionários de uma

empresa de ensino acerca do clima organizacional, onde procurou através de uma

pesquisa de campo oferecer informações úteis para a melhoria do desempenho da

operacionalidade em gestão de pessoas de uma instituição de ensino.

Durante a pesquisa pode-se observar que os índices que apontam maiores

satisfação são: Administração de Pessoal; Comunicação; Excelência;

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Relacionamento; Segurança e Condições Ambientais, isso nos mostra que a

empresa se preocupa com os colaboradores e os motiva a alcançar os objetivos

pessoais e consequentemente organizacionais, contudo é necessário manter esse

nível de satisfação através da metodologia PDCA (PLAN-DO-CHECK) onde é um

método utilizado para o controle e melhoria contínua de processos e produtos.

No entanto constataram-se algumas insatisfações como: participação nos

lucros e resultados; brinquedos de natal; compra/financiamento de autos e banco.

Isso ocorre pelo fato da Instituição não conceder esses benefícios, contudo é

importante que a mesma reveja esta questão, pois suprindo as necessidades

básicas dos colaboradores o mesmo almejará por objetivos comuns com a

organização, ou seja, qualquer ajuda de custo que venha agregar valores junto ao

salário proporcionará que busquem por crescimento organizacional e profissional.

Enfim conclui-se que a pesquisa de clima organizacional é uma ferramenta

muito importante para saber como as pessoas se sentem dentro da organização,

com ela é possível visualizar os principais focos dos problemas, melhorando o clima

de trabalho dos colaboradores como também é relevante para a gestão, pois aponta

os pontos fortes e fracos dentro da Instituição.

Sugere-se: Plano de carreira, viagens de incentivo, tickets alimentação,

Treinamentos diversos, acesso a clube de lazer, cesta básica de natal com

brinquedos, catracas eletrônicas na portaria para acesso de clientes internos e

externos e equipe de segurança patrimonial treinada e capacitada, oferecer bolsas

integrais de estudo para os colaboradores em relação à oferta de cursos técnicos,

programa ginástica laboral, premiações e bonificações.

REFERÊNCIAS

ARELLANO, Eliete Bernal; DUTRA, Joel de Souza, LIMONGI FRANÇA, Ana Cristina. Qualidade de vida no trabalho. 7ª edição. São Paulo: Editora Gente, . In: LIMONGI-FRANÇA, Ana Cristina, et al. As pessoas na organização. São Paulo: Gente, 2002 BACARRO, Thais Accioly. Comunicação, clima e cultura organizacional. ABDR, Unopar. SP. 2009. BARROS, Conceição de Maria P.; ROCHA, Jakcilene Dias PINTO, Roberto; SILVA Joelma Soares da. A relação entre comunicação organizacional interna e motivação: um estudo de caso em uma instituição de ensino superior. Revista Unioeste. Volume XI – nº 11 – 2012. Disponível revista. unioeste.br/index.php/expectativa/article/download/.../5325. Acesso. 16. out.2015.

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BASTOS, Ana Paula; RIFANE, Diana Maria Flor de Lima. Clima organizacional e satisfação no trabalho: estudo da biblioteca de ciências e tecnologia da universidade federal do ceará. 2014. Disponível em: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/13194Acesso em: 05.06.2015. CAMPOS, keli Cristina de Lara. Análise do clima organizacional do curso de psicologia de uma Universidade comunitária. Psicologia Escolar e Educacional, Volume 6 Número 2 123-131, 2002. CARVALHO, Roberto Jose; ROSA, Adriano Carlos Moraes; OLIVEIRA, Daniele. Clima Organizacional: Fator de Satisfação no Trabalho e Resultados Eficazes na Organização. Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia. 2012.Disponível:http://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos12/37116504.pdf.Acesso. 23. set.2015. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2010. MAXIMINIANO, A.C.A.. Teoria geral da administração – Da Escola Científica à Competitividade na Economia Globalizada. São Paulo: Atlas, 2000. MELO, Alex Araújo; MARQUES, Ieso Costa. A importância do fator motivacional no trabalho: uma abordagem descritiva em uma autarquia pública. Revista administração N. 5, 2008. PIRES, Roseli Vieira. SOUZA, Vitória Augusta Braga de. Clima organizacional como fator de motivação em uma instituição de ensino superior. A Gestão do Conhecimento e os Novos Modelos de Universidade Florianópolis – Santa Catarina – Brasil 3, 4 e 5 de dezembro de 2014. Disponível.https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/131646/201492.pdf?sequence=1&isAllowed=y.Acesso 16.out.2015. ROBBINS; Stephen JUDGE, Timothy A.; SOBRAL, Felipe. Comportamento organizacional. (tradução Rita de Cássia Gomes) 14 ed São Paulo: Prentice Hall. 2010. SPECTOR, Paul E. Psicologia nas Organizações. 3ª Ed. Saraiva. SP.2010. VASCONCELOS, Anselmo Ferreira Vasconcelos. Caderno de Pesquisa em Administração.SP.Vol01.janeiro2001.Disponível.http://www.ead.fea.usp.br/cad-pesq/arquivos/v08-1art03.pdf.Acesso. 26. Out.2015.

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CONHECIMENTO DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA SOBRE ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS ESPORTIVOS ESCOLARES

Ludimilla Aparecida Reis Vieira e Luís Henrique Barbosa Peixoto– Graduandos

em Educação Física da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX; Fábio Florindo Soares - Bacharel e Licenciado em Educação Física, Especialista em Atividades Motoras em Academias, Atividades Aquáticas e Personal Training.

Professor da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX; Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,

Licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.

[email protected]

RESUMO A origem das manifestações esportivas é algo que se mistura com a origem da sociedade humana (COLLI, 1999). Os conhecimentos na área da organização esportiva, de acordo com Bastos (2004), envolve a aplicação dos conceitos e teorias gerais da administração ao esporte e aos diferentes papéis que ele desempenha na sociedade contemporânea. Dentro deste contexto todo profissional de Educação Física é pontecialmente um administrador, portanto é de fundamental importância o conhecimento dos diversos aspectos que envolvem as dimensões da organização esportiva. Partindo deste princípio, o estudo apresentado teve como objetivo avaliar o nível de conhecimento de professores de Educação Física em relação à organização de eventos esportivos escolares. A amostra deste estudo foi composta por 50 professores de 18 cidades. Os resultados desta pesquisa indicam que a maioria dos profissionais não demonstram apresentar conhecimentos básicos que compõem a organização de eventos esportivos principalmente no âmbito escolar.

PALAVRAS CHAVE: Organização Esportiva, Educação Física Escolar, Conhecimento Docente.

INTRODUÇÃO

A origem das manifestações esportivas é algo que se mistura com a origem

da sociedade humana, toda civilização já estudada possuía algum tipo de atividade

física organizada, seja para fins ritualísticos ou meramente recreativos (COLLI,

1999).

Sendo as práticas esportivas organizadas como algo natural à identidade

social humana e por possuir valores e efeitos que são atraentes para economia,

governo e mídia, os eventos esportivos tornaram-se mecanismos poderosos para se

atingir objetivos diante da população, sejam eles a venda de um produto, a política

pública ou a forma de entretenimento. Em função disso, é notável o crescente

interesse em se explorar esse poder de influência (POIT, 2000).

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A relação dos eventos esportivos com a política foi fortemente marcada pela

vigésima reunião da Conferencia Geral das Organizações das Nações Unidas para

Educação, Ciência e Cultura (1978) onde foi proclamada Carta Internacional da

Educação Física e Desportos que definia as atividades esportivas como direito

fundamental de todos e que deverão ser oferecidas oportunidades para sua prática

organizada e inclusiva, oferecendo acesso ou criando eventos especializados para

minorias com necessidades especiais (TAVARES, 2003).

Segundo Fleury (2002) na prática, a administração esportiva desde o século

XIX é uma atividade de apoio ao esporte e a Educação Física. Onde gestão

esportiva ou administração do esporte consiste na organização e direção racional e

sistemática de atividades esportivas e físicas em geral ou de entidades e grupos que

realizam estas atividades, quer orientadas para competições de alto nível ou

participação popular ocasional ou regular, e práticas de lazer e de saúde.

A competição é elemento fundamental do esporte, que dá sentido a sua

existência, e é nela que a manifestação do esporte se realiza em sua plenitude.

Portanto, qualquer ação orientada para o ensino e a aprendizagem do esporte não

está desvinculada da necessidade de se aprender a competir, seja nas aulas de

Educação Física escolar (ensino formal) ou nas Escolas de Esportes ou Centros de

Treinamento (ensino não-formal) (SCAGLIA; MONTAGNER; SOUZA, 2001;

SCAGLIA; GOMES, 2005).

A opção por este estudo deu-se pelo fato de percebermos o quanto é limitada

a organização de eventos esportivos escolares, ressaltando que existe uma

deficiência na realização de eventos esportivos no âmbito escolar, devido a falta de

capacitação de professores de Educação Física nesta área e a ausência de

investimento e apoio das políticas públicas e da direção em alguns momentos.

A questão norteadora desse trabalho é: Até que ponto professores de

Educação Física buscam e utilizam novos conhecimentos para a organização

esportiva escolar? Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar o nível de conhecimento

de professores de Educação Física em relação à organização de eventos esportivos

escolares.

Com este estudo pretende-se contribuir para que professores de Educação

Física busquem uma melhor qualificação em gestão esportiva em nível escolar,

adquirindo melhor eficiência na organização e realização de eventos esportivos

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escolares, tanto na teoria quanto na prática, contribuindo assim diretamente na

escolarização e na formação do aluno como ser social.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Os eventos esportivos são realizados há vários séculos. Com o passar dos

anos a procura por eles só vem aumentando, tanto por interesse esportivo, cultural,

político ou social. Em virtude desta procura, os profissionais da área de Educação

Física precisam estar cada vez mais qualificados para isto (ZANELLA, 2008).

Planejar é determinar os objetivos a serem atingidos e ordenar adequadamente os

meios para atingi-los (DAIUTO, 1991).

Organizar um evento é executar todas as providências preparatórias

necessárias para assegurar as melhores condições a sua realização, sem

problemas administrativos, disciplinares e estruturais (POIT, 2000).

Muitas as vezes os eventos esportivos, quase sempre ficam fora do Projeto

Político-pedagógico da escola, são apenas tratadas como atividades

extracurriculares (PAES, 2001).

A realização do evento não é apenas de responsabilidade da disciplina

Educação Física, mas responsabilidade da escola. Por isso a interdisciplinaridade é

essencial. Por meio da interdisciplinaridade, a competição pode ser abordada por

diferentes áreas do conhecimento. Assim é capaz de sustentar objetivos comuns e

solucionar inúmeras situações problemas a partir de diferentes pontos de vista,

trocando informações fundamentadas nas ações (FAZENDA, 2003).

Para Daólio (2005), o professor de Educação Física é visto como o professor

de atividades extracurriculares, organizador de excursões, festas e jogos escolares.

O autor ainda reforça que parece ser a única forma de o professor de Educação

Física ser reconhecido, apesar de nessas situações ele não atuar como professor e

sim como técnico esportivo, animador ou organizador de festas.

Para Capitanio (2003) os campeonatos escolares não devem ter por objetivo

a vitória e sim estimular nos alunos o espírito de superação de modo que perder

seja permitido, mas desistir não; trabalhando em equipe e sendo capaz de não

valorizar o status de “o melhor”.

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METODOLOGIA

Esta pesquisa descritiva foi realizada com professores de Educação Física de

redes públicas e privadas da região da Zona da Mata do estado de Minas Gerais.

Segundo Gil, pesquisas descritivas:

Tem como objetivo primordial a descrição das

características de determinada população ou fenômeno

ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis.

São inúmeros os estudos que podem ser classificados

sob esse título e uma das características mais

significativas está na utilização de técnicas padronizadas

de coleta de dados, tais como o questionário e a

observação sistemática (GIL, 2010, p.41-42).

Para a mensuração do conhecimento docente sobre a organização de

eventos esportivos escolares, foram aplicados questionários, contendo 17 questões

fechadas durante os meses de maio e junho de 2016.

Os questionários foram aplicados aos profissionais Educação Física em

reuniões técnicas das Superintendências Regionais de Ensino (SRE) na cidade de

Manhuaçu no mês de maio e em visitas realizadas in loco em escolas. Todos os

profissionais participantes das reuniões técnicas foram convidados a participarem da

pesquisa. Vale salientar que quatro professores se opuseram a participar da mesma

em um universo de quarenta e seis profissionais. Participaram da pesquisa nas

reuniões técnicas professores das cidades de Alto Jequitibá, Caputira, Chalé,

Durandé, Espera Feliz, Lajinha, Manhuaçu, Manhumirim, Martins Soares, Matipó,

Mutum, Reduto, Santa Margarida, São João de Manhuaçu.

Somente oito profissionais foram visitados in loco nas escolas, a seleção

destes foram definidas de forma aleatória em escolas da SRE de Ponte Nova,

abrangendo as seguintes cidades: Abre Campo, Raul Soares, Rio Casca, Santo

Antônio do Grama.

Os profissionais foram agrupados em uma só amostra, sendo que não houve

descriminação quanto a atuação docente e redes públicas ou privadas de ensino.

Vale salientar que quatro professores se opuseram a participar da pesquisa.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), a Zona

da Mata Mineira é uma das doze mesorregiões do estado brasileiro de Minas Gerais,

formada por 142 municípios agrupados em sete microrregiões. Situa-se na porção

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sudeste do estado, próxima à divisa dos estados do Rio de Janeiro e do Espírito

Santo. Sua população estimada é de 2.175.254 habitantes e a base de sua

economia é agropecuária e cafeicultura.

Depois de assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE),

as informações foram agrupadas por questões e tabuladas em arquivo Excel versão

2013, apresentadas em forma de gráficos.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados e discussões desse estudo apresentam uma única etapa

quantitativa, organizada através de gráficos. Por meio dos questionários aplicados a

50 professores de 18 cidades da região da Zona da Mata do estado de Minas Gerais

obtivemos os seguintes resultados:

A amostra foi composta por n= 50, professores de Educação Física, sendo

56% indivíduos do gênero masculino e 44% do gênero feminino.

Em relação à formação profissional dos professores observamos que 48%

são Licenciados em Educação Física; 52% são Bacharéis e Licenciados em

Educação Física; 10% deles possuem menos de 1 ano de formação acadêmica,

14% de 1 a 2 anos, 26% de 3 a 5 anos, 18% de 6 a 10 anos e 32% mais de 10 anos

de formação acadêmica.

A figura 1 relata a participação dos professores em eventos esportivos:

Figura 1: Eventos esportivos que os professores participam durante o ano letivo.

Em relação a participação dos professores em eventos esportivos durante um

ano letivo, 52% dos mesmos realmente participam de eventos esportivos, 36%

24%

24%

4%

8%

12%

8%

8%

12%

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30%

Jogos Escolares de Minas Gerais

Jogos Inter Classes

Intercâmbios Esportivos

Festivais Rítmicos e Expressivos

Festa Junina

Desfiles Cívicos

Gincanas

Nenhum

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participam de outros tipos de eventos e os classificam como eventos esportivos e

12% da amostra não participam de eventos de caráter esportivos.

Segundo Meirelles (1999), evento esportivo é um conjunto de ações

profissionais previamente planejadas, que segue uma sequência lógica de preceitos

e conceitos administrativos, com o objetivo de alcançar resultados que possam ser

qualificados e quantificados junto ao público alvo.

Segue a figura 2 com a sequência lógica da organização de um evento

padrão:

Figura 2: Sequência lógica da organização de um evento padrão

Observamos na figura 2 que 60% dos professores pesquisados não

apresentaram conhecimento sobre a sequência que deve ser seguida na realização

de um evento esportivo.

Segundo Poit (2000), um evento padrão normalmente segue uma sequência

lógica de execução e este desenvolvimento é dividido em cinco (5) fases principais:

(i) ideia e concepção; (ii) projeto a venda; (iii) pré-evento, é a fase da concepção e

planejamento do evento, a partir de interesses, objetivos e estratégias envolvidas;

(iv) evento, é a fase de organização e realização na prática do evento, quando todas

as atividades planejadas são implementadas e (v) pós-evento, em que ocorre a

desmontagem do evento, também é a etapa de verificação de alcance dos

resultados almejados.

A figura 3 retrata a classificação de um evento esportivo por quantidades de

pessoas participantes:

2%

40%

22%

36%

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45%

Pré – Evento ( Planejamento) à Projeto à Evento à Pós Evento

Ideia à Projeto à Pré – Evento ( Planejamento) à Evento à Pós Evento

Pré – Evento ( Planejamento) à Projeto à Evento à Pós Evento ( Avaliação)

Ideia à Pré – Evento ( Planejamento) à Evento à Pós Evento ( Avaliação)

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Figura 3: Número de participantes dos eventos segundo os professores.

Verifica-se que 30% da amostra participa de eventos com até 150

participantes, 52% entre 151 a 500 participantes, 10% de 501 a 5000, e apenas 4%

participam de eventos com uma magnitude acima de 5000 participantes.

Segundo o Senac (2000) os eventos se caracterizam pelos seguintes

aspectos: o porte (dimensão), a data de realização, o perfil dos participantes e os

objetivos que pretendem alcançar.

Segundo Almeida e Soares (2006) existe uma programação regular de

eventos promovidos pela Educação Física. Esse planejamento de atividades

complementares permite ampliar as informações sobre a disciplina. Esses mesmos

autores citam como atividades que perpassam todas as séries, as olimpíadas, os

torneios. Para eles, essas atividades já estão integradas às “agendas escolares” e

auxiliam na formação integral do aluno.

Segue a figura 4 com a classificação de um evento por dimensão:

Figura 4: Classificação por dimensão.

30%

52%

10%

4%

4%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%

Até 150 participantes

Entre 151 a 500 participantes

Ente 501 a 5000 participantes

Acima de 5000 participantes

Não opinaram

0%

30%

48%

28%

4%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%

Megaevento

Grande evento

Médio evento

Pequeno evento

Não opinaram

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A classificação de um evento por dimensão, está diretamente relacionado

com o número de participantes do mesmo, e ao analisarmos os resultados obtidos

na figura 3 e correlaciona-los com a figura 4, percebemos que os resultados não

coincidem, na comparação de uma figura e outra. Como podemos observar 30% da

amostra participa de eventos com até 150 participantes, porém apenas 28% da

amostra classifica-os como pequeno evento o que demonstra uma margem de 2%

de erro. Enquanto 52% da amostra participa de eventos entre 151 e 500

participantes e apenas 48% da amostra classifica-os como médio evento, onde a

margem de erro é de 4%. Com maior margem de erro observamos que 10% da

amostra participa de eventos entre 501 e 5000 participantes e 30% da amostra

classifica-os como grande evento, gerando 20% de erro. Nenhum participante da

pesquisa classifica o evento o qual participa como megaevento, porem 4% da

mostra julga participar de evento acima de 5000 participantes.

Em relação ao porte (dimensão) de um evento, este se classifica de acordo

com o número de participantes. Onde um evento pequeno possui até 150

participantes, médio entre 151 a 500 participantes, grande entre 501 a 5000

participantes e megaevento acima de 5 mil participantes (PAES, 2001).

A figura 5, demonstra a classificação de uma atividade esportiva participativa

e informal.

Figura 5: Conhecimento quanto a classificação de uma atividade esportiva

participativa e informal.

22%

26%

34%

18%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

Desafio Gincana Festival Exibição

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Observamos que 66% dos pesquisados não demonstram conhecimento

quanto a classificação de um festival como uma atividade esportiva participativa e

informal.

Matias (2002), classifica um festival como uma atividade esportiva

participativa e informal. Visa a integração e a promoção da modalidade, além de

motivar os participantes e familiares.

A figura 6 retrata a participação dos professores em congressos técnicos:

Figura 6: Participação em Congressos Técnicos.

Analisando a figura 6 observamos que apenas 38% da amostra sempre

participam dos congressos técnicos esportivos. Segundo Daiuto (1991), o

congresso técnico é uma reunião que antecede o evento principal, sendo mais

característico de um evento esportivo, e tem por meta, entre outras: Fazer a

apresentação e a integração de dirigentes e alguns atletas das equipes

participantes; Efetivar o credenciamento de equipes e atletas inscritos; apresentar,

discutir, esclarecer e aprovar o regulamento e as demais normas técnicas do

evento; Realizar sorteio de equipes ou atletas, nas tabelas dos sistemas de

disputa adotados na competição; Discutir e deliberar acerca de questões novas e

relevantes sobre aspectos técnicos da disputa; Adotar outras decisões que se

fizerem necessárias para o bom andamento do evento.

A figura 7 apresenta o conhecimento quanto ao regulamento do evento, antes

da realização do congresso técnico.

38%

46%

12%

4%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

50%

Sempre Na maioria das vezes Na minoria das vezes Nunca participou

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Figura 7: Conhecimento quanto ao regulamento.

Observamos que somente 38% da amostra nunca participou dos congressos

tecnicos, sem o prévio conhecimento do regulamento geral do evento.

Segundo Poit (2000), é de fundamental importância o conhecimento prévio do

regulamento geral do evento, antes da realização do congresso técnico, pois a falta

deste conhecimento pode ser determinante no insucesso do evento de uma forma

geral.

A figura 8, retrata o conhecimento da amostra quanto ao diagnóstico das

necessidades, objetivos e perspectivas, aliado às estratégias ( Briefing):

Figura 8: Diagnóstico das necessidades, objetivos e perspectivas, aliado as

estratégias ( Briefing) .

0%

22%

40%38%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

Sempre Na maioria das vezes Na minoria das vezes Nunca participou

8%

4%

8%

78%

2%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90%

Briefing

Dimensionamentos

Matriz de responsabilidades

Planejamento

Não opinou

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Mais uma vez fica evidenciado a falta de conhecimento de um importante

conceito na organização esportiva , onde 92% dos entrevistados não apresentam

conhecimento quanto a demoninação do diagnóstico das necessidades, objetivos e

perspectivas, aliado as estratégias.

De acordo com Melo Neto (2000), o Briefing: diagnóstico das necessidades,

objetivos e perspectivas, aliado as estratégias, faz parte da fase do pré-evento que é

a fase da concepção e planejamento do evento, a partir de interesses, objetivos e

estratégias envolvidas e é fundamental para o sucesso de um evento esportivo.

Segue a figura 9 quanto captação de recursos onde ocorre trocas visando

interesses recíprocos e sem a utilização de capital.

Figura 9: Captação de recursos onde ocorre trocas visando interesses recíprocos e

sem a utilização de capital.

Apenas 48% da amostra demonstram conhecimento quanto a denominação

da forma de captação de recursos onde ocorre trocas visando interesses recíprocos

e sem a utilização de capital. Segundo Poit (2000) entre as diversas formas de

captação de recursos, classifica como permuta/escambo as trocas que fazemos

visando interesses recíprocos e sem a utilização de dinheiro. A captação de

recursos é um dos alicerces para o sucesso de um evento esportivo (WATT, 2007).

A figura 10 retrata a denominação de Apoio como forma de captação de

recursos:

36%

10%

48%

4%2%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Apoio Mecenato Permuta/Escambo Doação Não opinou

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Figura 10: Denominação de Apoio como forma de captação de recursos.

Apenas 28% sabe conceituar apoio como forma de captação de recursos. O

apoio ocorre através de recursos menores que uma cota de patrocínio. O apoiador

pode ser aquele que cede o local, que chancela o evento, que colabora com

recursos materiais, entre outros tipos de suporte (POIT,2000).

Apesar da demonstração da falta de conhecimento em diversos aspectos da

organização de eventos esportivos durante este estudo, a maioria da amostra

demonstra conhecimento básico quanto aos aspectos para um sucesso e

planejamento de um evento esportivo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através do presente instrumento de pesquisa, concluímos que a maioria dos

profissionais que compõem a amostra não demonstram apresentar conhecimentos

básicos que compõem a organização de eventos esportivos, o que fica evidenciado

durante este estudo.

A falta de conhecimento por parte dos profissionais em Educação Física em

relação aos aspectos organizacionais de eventos esportivos e, principalmente, no

âmbito escolar, nos remete a uma reflexão sobre a formação e a atualização dos

professores, onde não há mais espaço ao amadorismo e sim ao profissionalismo em

todas as esferas da Educação Física.

Recomenda-se a realização de estudos periódicos, envolvendo diversos

profissionais, nas diversas regiões do Estado de Minas Gerais, quanto ao

24%

22%

28%

24%

2%

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30%

Patrocinador que ajuda sem pedir nada em troca

Entidades que visam os aspectos sociais

Recursos menores que uma cota de patrocínio

Patrocínio que não visa troca de favores

Não opinou

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conhecimento do professor de Educação Física sobre a organização de eventos

esportivos escolares.

REFERÊNCIAS ALMEIDA, A. P. e SOARES, A. J. G. Dimensões Pedagógicas das Atividades Complementares na Educação Física Escolar In: VII Seminário “O lazer em debate”, 2006 p. 219-224. CAPITANIO, A. M. Educação através da prática esportiva: missão impossível? Revista Digital, Buenos Aires, ano 8, n. 58, mar. 2003. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/>. Acesso em: 27 ago. 2015. COLLI, Eduardo. Universo Olímpico: Uma Enciclopédia das Olimpíadas. Conex, 1999. DAIUTO, Moacir. Organização de Competições Desportivas. 3.ed. São Paulo: Hemus, 1991. DAÓLIO, J. Da cultura do corpo. 10.ed. Campinas: Papirus, 2005. FAZENDA, I. C. A. Interdisciplinaridade para além da palavra... In: MENESES, J. G. C.; BATISTA, S. H. S. S. (Orgs.). Revisitando a prática docente: interdisciplinaridade, políticas públicas e formação. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003. FLEURY, M.T. A gestão de competência e a estratégia organizacional: as pessoas na organização. São Paulo: Gente, 2002. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar um projeto de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2010. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICO - IBGE. IBGE Cidades. Disponíveis em: <http://www.Ibge.Gov.br/cidadesat/topwindow.htm>. Acesso em: 27. Ago. 2015. MATIAS, Marlene. Organização de eventos. 2.d. São Paulo: Manole, 2002. MEIRELLES, Gilda Fleury. Tudo sobre eventos. São Paulo. STS, 1999. MELO NETO, Francisco Paulo de. Marketing esportivo. 2.ed. Rio de Janeiro, Record, 2000. NICOLINI, Henrique. O Evento Esportivo como Objeto de Marketing. São Paulo: Phorte, 2006. SCAGLIA, A. J.; MONTAGNER, P. C.; SOUZA, A. J. Pedagogia da competição em esportes: da teoria à busca de uma proposta prática escolar. Motus Corporis, Rio de Janeiro, v. 8, n. 2, p. 20-30, 2001.

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SENAC DN. Eventos: oportunidades de novos negócios. Rio de janeiro: SENAC, 2000. PAES, R. R. Educação Física Escolar: o esporte como conteúdo pedagógico do ensino fundamental. Canoas: Ulbra, 2001. POIT, D. Rodrigues. Organização de Eventos Esportivos. 2.ed. Londrina: Midiograf, 2000. TAVARES, Otávio. Esporte, Movimento Olímpico e Democracia: o atleta como mediador. Tese de Doutorado (Educação Física-Universidade Gama Filho), Rio de Janeiro. 2003. ZANELLA, Luiz Carlos. Manual de Organização de Eventos. São Paulo: Atlas, 2008. WATT, D. C. Gestão de eventos em lazer e turismo. Porto Alegre: Bookman, 2007

.

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A INFLUÊNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR NO RELACIONAMENTO DOS ALUNOS DOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA

PÚBLICA ESTADUAL DE UMA CIDADE DA ZONA DA MATA MINEIRA

Gutiérres Vieira do Nascimento e Tamiris Barbosa de Morais–Graduandos em Educação Física da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

André Salustiano Bispo – Bacharelado e Licenciatura em Educação Física, Mestre em Ciências da Reabilitação, Professor e Coordenador do Curso de

Educação Física da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Kelly Aparecida do Nascimento - Graduada em Pedagogia e Educação Física.

Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Coordenadora de Pesquisa e Extensão e professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.

Lucio Flávio Sleutjes – Graduado em Fisioterapia. Mestre em Motricidade e Doutor em Cinesiologia. Professor e Diretor Geral da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

[email protected]

RESUMO

A Educação Física escolar tem como intuito maior desenvolver no aluno suas aptidões motoras, cognitivas, sociais e inclusivas, preparando o aluno para sociedade em busca de facilitar seu relacionamento social e familiar. O objetivo do estudo foi identificar a influência da disciplina Educação Física Escolar no relacionamento dos estudantes dos anos finais do ensino fundamental de uma escola pública do município da Zona da Mata Mineira. Para Soler (2002), a Educação Física escolar pode ser um meio importante para uma tomada de consciência, e que a mudança que tanto falamos aconteça, ou seja, que possamos diminuir o número de pessoas excluídas e marginalizadas dentro da escola. Os resultados encontrados relatam que os alunos se influenciam de forma positiva nas aulas de Educação Física, mostrando também que fora da escola as atividades realizadas surtem efeitos positivos em seus relacionamentos. PALAVRAS-CHAVE: Educação Física escolar; relacionamento; socialização; escola pública.

INTRODUÇÃO

A Educação Física é uma dentre as oitocentas disciplinas desenvolvidas pelo

conhecimento humano em face à complexidade social, que teve no século XX o

ápice de seu crescimento. Como disciplina recentemente incorporada ao exercício

profissional, esta é uma das mais promissoras atividades do homem no novo século

XXI, dado o grau de desvio dos indivíduos modernos em relação aos hábitos que

garantiram a sobrevivência e o desenvolvimento de nossa espécie por milhares de

anos (SILVA, 1993).

Nesse novo milênio, a Educação Física pode surgir como uma possibilidade

democrática de conscientização e de alteração de formulação de novas teorias e

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práticas que, em menção da sobrevivência saudável do homem ser aspecto

questionável perante este cenário de modernidade, pode contribuir para o

desenvolvimento de valores, atitudes e comportamentos mais positivos em relação à

saúde e a qualidade de vida (SÉRGIO, 2001; NAHAS, 2003).

Neste contexto, a Educação Física que, por diversos anos constituiu uma

disciplina escolar compreendida apenas pela prática dos esportes, necessita ser

desenvolvida nas fontes da interdisciplinaridade e transdisciplinaridade, totalizando a

formação do indivíduo como a soma de todos os aspectos, analisando as inter-

relações existentes em seu meio ambiente. Seu universo deve ser ampliado no

processo de construção do conhecimento, aproximando-se e integrando-se às

outras áreas do saber humano (GOMES, 1998).

A Educação Física no âmbito escolar vem mudando ao longo do tempo, de

acordo com os princípios éticos da sociedade e os projetos políticos-pedagógicos

construídos em cada época (CBC, 2016).A idade escolar é uma fase de grande

importância para o desenvolvimento da criança, devido à entrada na escola, é nessa

fase que a criança começa a estabelecer os primeiros vínculos fora da família. A

escola passa a exercer sobre ela uma influência social, cultural e afetiva necessária

ao seu desenvolvimento. O tipo de comportamento apresentado nessa fase do

desenvolvimento pode ter consequências na vida adulta (COSTA, 2011).

Atualmente, coexistem, na área da Educação Física, diversas concepções

sobre qual deve ser a sua função na escola. Essas concepções têm em comum a

tentativa de romper com o modelo mecanicista, esportivista e tradicional. São elas:

Humanista; Fenomenológica; Psicomotricidade, baseada nos Jogos Cooperativos;

Cultural; Desenvolvimentista; Interacionista-Construtivista; Crítico-superadora;

Sistêmica; Crítico-Emancipatória; Saúde Renovada, baseada nos Parâmetros

Curriculares Nacionais (BRASIL,1999); além de outras (DARIDO, 2003).

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, 1999) também colocam a

Educação Física como disciplina responsável por introduzir os alunos no universo da

cultura corporal, contemplando múltiplos conhecimentos produzidos e usufruídos

pela sociedade a respeito do corpo e do movimento, com inúmeras finalidades, tais

como: lazer, expressão de sentimentos, afetos, emoções, e com inúmeras

possibilidades de promoção, recuperação e manutenção da saúde.

A Educação Física pode contribuir com uma educação compreendida como

um processo de formação humana que valoriza não só o domínio de conhecimentos,

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competências e habilidades, sejam intelectuais ou motoras, mas também a formação

estética, política, social e ética dos alunos, um processo de formação humana (CBC,

2016).

Segundo Boer (2010) a Educação Física Escolar se constitui em importante

fator de determinação da integração grupal e o trabalho em equipe permite a

convivência mais sólida e o aprendizado sadio do espírito de união e

responsabilidade. Além disso, é fundamental ao desenvolvimento integral da criança

e que deve levar em consideração a prática esportiva como um meio de

socialização.

Diante do exposto, a questão norteadora do estudo foi: qual a influência da

disciplina Educação Física Escolar no relacionamento dos estudantes dos anos

finais do ensino fundamental de uma escola pública do município de Raul Soares,

Minas Gerais? E o objetivo do estudo foi identificar a influência da disciplina

Educação Física Escolar no relacionamento dos estudantes dos anos finais do

ensino fundamental de uma escola pública do município de Raul Soares, Minas

Gerais.

Com este estudo pretendemos contribuir para a conscientização da Educação

Física como disciplina escolar na formação do aluno para seu desenvolvimento

integral, instrumentalizando-os para serem cidadãos críticos e emancipados.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Existe uma complexa rede social que afeta, estimula e até pressiona o

envolvimento precoce das crianças no esporte competitivo altamente organizado. Os

principais componentes dessa rede são: os pais, os pares, os

professores/técnicos/instrutores, a mídia e as instituições esportivas. Eles

influenciam não apenas o momento de a criança se iniciar no esporte, mas também

a escolha da modalidade, a expectativa sobre a performance e o grau de motivação

e de prazer a serem experimentados durante o envolvimento (TANI, 2011).

Vianna e Lovisolo (2011) desenvolveram um estudo propondo investigar a

percepção de professores e educadores físicos, que atuam em projetos de inserção

social escolar através do esporte em comunidades populares do município do Rio de

Janeiro, sobre os seus alunos e a intervenção institucional. Tomaram parte deste

estudo 25 profissionais. Todos os entrevistados atuavam em programas de

intervenção sócio educacional através do esporte, situados no interior de duas

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comunidades do município do Rio de Janeiro que sofrem influências do crime

organizado. O esporte é um meio importante de socialização por conseguir atingir

valores como coletivismo, amizade e solidariedade, que são relevantes para vencer

as agruras da pobreza.

Boer (2010) desenvolveu um trabalho cujo objetivo foi analisar as

interferências da Educação Física escolar no desenvolvimento de socialização e na

formação do caráter e personalidade do estudante. Para a realização do estudo foi

realizada uma revisão bibliográfica de forma descritiva, complementada com a

aplicação de um questionário aplicado a cinco professores que trabalham em

núcleos do Projeto Segundo Tempo da Cidade de Bagé, RS. É impossível deixar de

ressaltar a importância que a prática esportiva tem desde a infância como relevante

instrumento de socialização. As crianças e adolescentes necessitam de trabalho

físico e psíquico para atingir, na idade adulta, um crescimento físico perfeito e um

equilíbrio psicológico que lhe assegure solidez de personalidade.

Frey (2007) realizou um estudo com o objetivo de descrever a opinião dos

alunos e mostrar a importância da Educação Física em relação ao desenvolvimento

integral dos educandos. Através do questionário aplicado foi possível verificar que a

Educação Física é a disciplina que os alunos mais gostam, sendo que 81,6% a

consideram de grande relevância para o seu desenvolvimento integral.

Costa (2011) realizou um estudo para identificar como a prática de esportes

desde a infância traz benefícios para toda a vida. O estudo foi realizado na forma de

revisão bibliográfica, fazendo uma relação entre o benefício do esporte para as

crianças na idade escolar. Foram reunidos conteúdos de sites, livros, artigos

científicos e revistas. Os estudos feitos mostram que o esporte traz resultados

positivos na vida da criança, não só na parte física, mais no aspecto mental,

psicológico, convivência, disciplina, além de trazer bem-estar se executado,

ensinado, acompanhado e avaliado de maneira correta ao longo da vida e do

processo de desenvolvimento de cada criança.

Aguiar e Duarte (2005) desenvolveram um estudo que teve como objetivo

investigar os significados da inclusão de pessoas com necessidades especiais nas

aulas de Educação Física no sistema regular de ensino. Participaram deste estudo,

compondo a amostra, 67 assistentes técnicos pedagógicos de Educação Física de

Diretorias do estado de São Paulo. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional (LDB) 9394/96, ao reconhecer a Educação Especial como modalidade de

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ensino que permeia todos os níveis escolares, deixa claro que não há, nos sistemas

de ensino, tipos separados de educação. A escola precisa estar aberta a atender a

todos e o governo deve oferecer reais condições para a implantação da escola

inclusiva no país, fornecendo verbas, criando cursos de qualificação para os

docentes e atendendo às demais necessidades estruturais necessárias para tal

ocorrência, tais como, proporcionar apoio educacional especializado adequado para

todos os alunos.

Em nenhum dos estudos apresentados até aqui os autores realizaram as

pesquisas analisando a influência da Educação Física Escolar no relacionamento

dos alunos dos anos finais do ensino fundamental.

METODOLOGIA

A presente investigação trata-se de uma pesquisa descritiva que, segundo

Gil:

Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse título e uma das características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática (GIL, 2010, p.41-42).

A coleta de dados foi realizada do mês de junho de 2016, por meio de um

questionário semiaberto contendo 7 questões dirigido a 173 alunos de ambos os

gêneros de uma escola pública dos anos finais do ensino fundamental na cidade de

Raul Soares – Minas Gerias.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2016), a

cidade de Raul Soares localiza-se no estado de Minas Gerais, na Zona da Mata

Mineira. Foi fundada em 7de setembro de 1923. Localizada numa altitude de294

metros e a 230 km quilômetros da capital. Sua população estimada é de 24.394

habitantes e a base de sua economia é agropecuária e cafeicultura.

Os questionários foram aplicados depois de assinado o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os dados foram tabulados em arquivo

Microsoft Excel versão 2013 e os resultados apresentados em forma de tabela.

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RESULTADOS E DISCUSSÕES

As tabelas seguintes apresentam as distribuições percentuais de respostas ao

questionário, retratando os diferentes momentos de participação e visão dos alunos

pesquisados sobre as aulas de Educação Física na escola.

Tabela I: Tabela referente à participação nas aulas de Educação Física na Escola (Questão 01); Relatos em casa, com seus familiares e/ou amigos, sobre o que você aprendeu nas aulas de Educação Física (Questão 06) e Percepção dos alunos sobre a contribuição das aulas de Educação Física para o seu relacionamento pessoal (Questão 07).

OPÇÕES Masculino Feminino

Sim Não Às Vezes Sim Não Às Vezes

Questão 01 87, 87% 06,06% 06,06% 58,10% 12,16% 22,22%

Questão 06 45,45% 25,25% 29,29% 35,13% 35,13% 29,72%

Questão 07 85,85% 6,06% 08,00% 77,02% 10,81% 12,16%

Podemos verificar na tabela anterior que, ao serem questionados sobre a

participação dos alunos nas aulas de Educação Física na Escola, nota-se que

87,87% do gênero masculino participam e apenas 58,10% do gênero feminino,

observando que os meninos participam mais das aulas de Educação Física que as

meninas. Em relação aos relatos em casa, com seus familiares ou amigos, sobre o

que eles aprendem nas aulas de Educação Física, pode-se observar um percentual

expressivo do gênero masculino (45,45%)em relação ao feminino (35,13%).

Sobre a percepção dos alunos sobre a contribuição das aulas de Educação

Física o seu relacionamento pessoal, os meninos continuam apresentando

percentual maior do que as meninas. Os alunos dos anos finais do ensino

fundamental estão numa fase de transição entre a infância e a adolescência. Nessa

fase ocorrem mudanças significativas em vários aspectos e, por isso, devem

participar de atividades diversificadas que englobem experiências físicas, sociais e

intelectuais (PERES, 2012).

Em pesquisa realizada com 82 alunos/as que não participavam das atividades

de aula de Educação Física de quatro escolas públicas de Campinas-SP entre 8º e

9º ano constatou-se que 83% dos não participantes eram meninas. A maioria das

justificativas dadas por esses alunos/as para a sua não participação foram: não

sabiam jogar, não gostavam de usar vestimentas específicas para a aula e não

tinham motivação (JACÓ, 2008).

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Ferreira et al. (2014) afirma que embora a Educação Física seja um

componente curricular obrigatório nas escolas de Ensino Médio, muitos alunos não

participam das aulas regularmente (quase 20% da amostra). Novamente este

número é maior entre as meninas, a faixa que vai de “nunca participa” a “participa

somente às vezes” corresponde a quase 30% das meninas. No grupo dos meninos

mais de 90% afirmam participar regularmente das aulas. De acordo com Libâneo

(1998) as transformações do papel da escola e dos professores na sociedade dita

pós-industrial, acabam intervindo nas várias esferas da vida social, como mudanças

econômicas, sociais, políticas e culturais, afetando as escolas, o exercício

profissional da docência, quiçá a família.

Hanauer (2009) assinala que a Educação Física é um meio essencial para a

formação do cidadão, pois durante uma atividade em muitas situações o aluno tem

que tomar decisões rápidas, deve ser ágil e encontrar a maneira mais fácil de

ultrapassar os obstáculos, e é exatamente isso que acontece na sociedade atual,

devemos estar preparados para as mudanças e as exigências que temos de

enfrentar. A Educação Física escolar tem a função de educar, socializar, motivar

proporcionando uma vida saudável e melhorando a qualidade de vida dos alunos.

Costuma-se dizer que a família educa e a escola ensina, ou seja, à família

cabe oferecer à criança e ao adolescente a pauta ética para a vida em sociedade e a

escola instruí-lo, para que possam fazer frente às exigências competitivas do mundo

na luta pela sobrevivência” (OSORIO, 1996).Betti e Zuliani (2002) argumentam que,

ao chegarem aos anos finais do Ensino Fundamental, os alunos começam a

desenvolver uma visão mais crítica do mundo e da sociedade, passando a

desconsiderar a importância dessa disciplina e a ter outros interesses.

Conforme Gadotti (2001) as relações dialógicas entre o ato de educar e a

Educação Física Escolar condizem que ‘só o movimento é absoluto, pois é

constante em todo processo assim ambos não trabalham isoladamente uma cabeça

que pensa e um corpo que se move, sendo assim seus conteúdos possuem

relevância para estimular a criança a conhecer e a criar seus conceitos e ações

dentro de uma conjuntura a qual expressa corporalmente a vida em sua volta.

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Tabela II: Tabela referente à avaliação da percepção dos alunos em relação as exigências das atividades a serem realizadas durante as aulas de Educação Física (Questão 02); Avaliação da percepção do aluno, quanto ao relacionamento dele com o professor de Educação Física (Questão 03) e Avaliação da percepção do aluno, quanto ao relacionamento dele com os demais colegas de sala, durante as aulas de Educação Física (Questão 04).

OPÇÕES

Masculino Feminino

Bom Regular Ruim Péssimo Bom Regular Ruim Péssimo

Questão 02 68,88% 28,28% 0% 0% 42,42% 28,37% 6,75% 8,10%

Questão 03 93,93% 6,06% 0% 0% 93,24% 6,75% 0% 0%

Questão 04 72,72% 24,24% 0% 0% 60,81% 29,72% 6,75% 2,70%

Podemos observar na tabela anterior que ao serem questionados sobre como

eles se avaliavam de acordo com as exigências das atividades dadas nas aulas de

Educação Física nota-se que 68,88% do gênero masculino se classificaram como

bom e 42,42% do gênero feminino como bom, o que evidencia que o gênero

masculino apresenta novamente um percentual de considerável diferença em

relação às meninas.

Já em relação avaliação da percepção do aluno, quanto ao relacionamento

dele com o professor de Educação Física podemos observar que obtivemos valores

semelhantes entre os gêneros. E sobre a Avaliação da percepção do aluno, quanto

ao relacionamento dele com os demais colegas de sala, durante as aulas de

Educação Física vemos que 72,72% do gênero masculino têm um relacionamento

bom e 60,81% do gênero feminino.

O trabalho do professor de Educação Física vai muito além da pura e simples

transmissão da técnica da ginástica, do esporte, etc. É fundamental que realmente a

aula de Educação Física se transforme num ambiente crítico, onde a riqueza cultural

estabeleça um trampolim para a crítica (GUIRALDELII JÚNIOR, 1997)

Martinelli et al. (2006) acredita que se os professores apresentarem a

iniciativa de conversar com os alunos a respeito dos conteúdos a serem trabalhados,

oferecendo a oportunidade de um planejamento participativo, o interesse pelas aulas

de Educação Física naturalmente aumentará. Deve-se levar em conta que foram os

próprios alunos que sugeriram essa prática. Na pesquisa realizada por Ferreira et

al., (2014), nossos resultados são positivos e quase a unanimidade dos nossos

alunos afirma que a relação é boa ou ótima. Mesmo diante de todas as

adversidades, notamos a percepção positiva que os alunos têm sobre os

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professores de EF. Os alunos afirmam que quase sempre os professores motivam o

desenvolvimento das aulas. O professor tem a capacidade de transmitir prazer nas

atividades e um equilíbrio na interação com o aluno (GALVÃO, 2002).

Para Ferreira et al., (2014) em pesquisa realizada quanto ao relacionamento

com os professores, mais de 90% dos alunos avaliam como “bom” ou “ótimo” o

estabelecimento das relações interpessoais. Tanto os meninos quanto as meninas.

Segundo Peres et al. (2012) o fator amizade, para os alunos, é de muita importância.

Os alunos vão à busca de novos conhecimentos, técnicas e de habilidades. Mas,

objetivamente, farão novas amizades, porque a maioria dos jovens tem facilidade

para fazer novos amigos. Como a Educação Física escolar está interligada com o

desporto e o social, isto facilita muito.

Tabela III: Tabela referente ao o que os alunos sentem nas atividades em grupos realizadas durante as aulas de Educação Física diante seus colegas (Questão 05). OPÇÕES MASCULINO FEMININO

Tímido À vontade Tímido À vontade Questão 05 10,10% 89,89% 25,67% 74,32%

Para Peres et al. (2012) há diferença nos fatores motivacionais entre alunos

dos anos iniciais e finais do ensino fundamental. Para estes, os principais aspectos

relacionados à motivação para a prática das aulas de Educação Física escolar são

status, forma física, os amigos, a equipe e a diversão. Enquanto para aqueles, a

socialização, o divertimento e a saúde são os mais importantes (FERREIRA e

SILVA, 2013).

As relações sociais e comportamentais da criança foram estudadas e assim a

pesquisa foi se entrelaçando de acordo com que realmente se buscava e se

questionava sobre a timidez e suas consequências no ensino-aprendizagem da

criança. “Os alunos com dificuldade de aprendizagem, em relação aos que não as

tem, com mais probabilidade apresentam problemas emocionais, falta de

habilidades sociais e problemas de conduta” (COLL et al., 2004).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após a análise e discussão dos resultados chegou-se às seguintes

conclusões: Os alunos do gênero feminino têm menor participação nas aulas de

Educação Física. Observa-se isso em todos os resultados, contudo 77,02% das

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meninas acham que as aulas de Educação Física favorecem suas relações

familiares escolares e sociais, ese sentem à vontade em realizar as atividades em

meio aos seus colegas.

Os alunos do gênero masculino têm maior participação nas aulas de

Educação Física, se sentindo mais à vontade (89,89%) enquanto apenas 10,10% se

sentem tímidos e também conversam mais com os familiares sobre as aulas de

Educação Física (85,85%).

No convívio entre alunos e professores, ambos possuem um bom

relacionamento com seu professor de Educação Física:93,93% dos meninos e

93,24% das meninas. Finco (2008) nos aponta a necessidade de pensar nos quanto

diferentes mecanismos sociais atuam na educação de meninos e meninas ao longo

de suas trajetórias e como tais mecanismos deixam marcas inscritas em seus

corpos. Essa educação diferenciada de meninos e meninas ensina comportamentos,

posturas, verdades e saberes sobre o que é feminino e o que é masculino. Em outro

texto, Finco (2008) também nos apresenta que esses mecanismos atuam de

maneira lenta, muitas vezes são reforçados por pequenos gestos inconscientes que

direcionam práticas e comportamentos esperados de meninos e meninas.

Assim, podemos dizer que a Educação Física possui muita influência na

socialização dos alunos, também verificamos que em relação ao gênero os meninos

são mais participativos. Isto acontece tanto na escola como em sua vida pessoal,

sendo assim, as aulas têm um grande papel de educar, socializar, e desenvolver

suas valências sentimentais, o que auxilia na melhoria das mesmas.

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ANÁLISE POSTURAL EM CRIANÇAS DOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA PÚBLICA ESTADUAL DE UMA CIDADE DA

ZONA DA MATA MINEIRA

Felipe Oliveira Ribeiro e Uémerson Moraes Lisboa - Graduandos em Educação Física da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

André Salustiano Bispo – Bacharelado e Licenciatura em Educação Física, Mestre em Ciências da Reabilitação, Professor e Coordenador do Curso de Educação

Física da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Kelly Aparecida do Nascimento - Graduada em Pedagogia e Educação Física.

Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Coordenadora de Pesquisa e Extensão e professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.

Lucio Flávio Sleutjes – Graduado em Fisioterapia. Mestre em Motricidade e Doutor em Cinesiologia. Professor e Diretor Geral da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.

[email protected]

RESUMO

O presente estudo teve como objetivo verificar a prevalência de hábitos posturais inadequados em escolares do Ensino Fundamental na Escola Estadual da Zona da Mata Mineira. 152 escolares participantes responderam o questionário autoaplicável denominado Back Pain and Body Posture Evaluation Instrument (BackPEI) (NOLL et al., 2012b). Os resultados demonstraram alta prevalência de hábitos posturais inadequados nas seguintes posturas: sentar para escrever e para utilizar o computador, sentar em um banco, além de pegar objeto do solo. Verificou-se também que os escolares permanecem por muito tempo na posição sentada em frente ao computador e televisão. Estudos desta natureza podem subsidiar o trabalho preventivo dos professores de Educação Física no ambiente escolar. PALAVRAS CHAVE: postura; crianças; ensino fundamental.

INTRODUÇÃO

Os problemas posturais e a ocorrência de dor lombar, além de estarem

presentes em larga escala em adultos, manifestam-se também em grandes

proporções na infância e na adolescência (RIBEIRO e GÓMEZ, 2008; MIRANDA,

2010). Inúmeras são as circunstâncias que contribuem para o desencadeamento de

dor lombar, sendo considerada por alguns autores como uma doença multifatorial

(HARREBY et al., 1999; MIRANDA, 2010).

A boa postura é o estado de equilíbrio muscular e esquelético que protege

as estruturas de suporte do corpo contra lesão ou deformidade progressiva

independente da atitude (ereta, deitada, agachada, encurvada) nas quais essas

estruturas estão trabalhando ou repousando; sob tais condições, os músculos

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funcionam mais eficientemente e posições ideais são proporcionadas para os órgãos

torácicos e abdominais. A má postura é uma relação defeituosa entre várias partes

do corpo, que produz uma maior tensão sobre as estruturas de suporte e onde

ocorre um equilíbrio menos eficiente do corpo sobre sua base de suporte (KENDALL

et al., 1995).

Não obstante a isso, os casos de alterações posturais da coluna vertebral na

adolescência vêm crescendo consideravelmente, por ser uma faixa etária em que o

indivíduo está exposto a sobrecargas crescentes, tais como o suporte de mochilas

escolares de maneira assimétrica e inadequada (GRIMMER et al., 2002; MIRANDA,

2010) ou ainda a permanência na posição sentada, adotando posturas indevidas por

longos períodos de tempo (POLITANO, 2006). Considerando-se que no ensino

fundamental as crianças adquirem grande responsabilidade do ponto de vista da

promoção da saúde e pressupondo-se que, durante a fase de desenvolvimento,

crianças e adolescentes adquirirem hábitos positivos de postura e tendem a mantê-

los ao longo da vida.

A realização de uma avaliação postural em crianças na faixa etária de

crescimento torna possível a identificação de alterações em vários segmentos

corporais permitindo uma intervenção precoce eficiente, pois, após esse período, o

prognóstico torna-se mais difícil e o tratamento mais prolongado (BACK E LIMA,

2009).

O referente interesse por este tipo de pesquisa veio dos frequentes relatos

feitos por diversas pessoas em relação a dores nas costas, tendo notado o alto grau

de incidência desses problemas posturais em adultos, assim decidimos estudar o

tema em crianças na tentativa de descobrir se é nessa fase que o problema se

desenvolve. Diante do exposto, a questão norteadora do estudo foi: Qual a situação

postural de alunos do 5º ao 9º ano de uma escola pública estadual de uma cidade

da Zona da Mata Mineira? Assim, o objetivo do presente estudo foi verificar a

situação postural de alunos do 5º ao 9º ano de uma escola pública estadual de uma

cidade da Zona da Mata Mineira.

Considerando que os hábitos posturais inadequados são fatores de risco

para a ocorrência problemas posturais (ROSA NETO, 1991; ANDRADE et al., 2005)

e que são propícios de serem desenvolvidos na fase escolar, entende- -se

fundamental que os mesmos sejam investigados com profundidade na infância e na

juventude. Portanto, a identificação e o conhecimento dos hábitos posturais de

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crianças e adolescentes passam a ser relevantes para a prevenção dos problemas

posturais na vida adulta, visto que estas informações podem nortear tanto o

planejamento da disciplina de Educação Física, quanto da escola como um todo

(NOLL et al., 2012a; NOLL et al., 2012).

Com a implementação desta investigação pretendemos apontar a

importância de programas posturais em crianças a fim de verificar a prevalência de

hábitos posturais inadequados de escolares e contribuir para a conscientização das

pessoas, tanto do meio acadêmico quanto do meio familiar que são responsáveis

por essas crianças, destacando sobre a importância e atenção relacionada à saúde

postural desses jovens.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Santos et al. (2009) avaliaram 247 escolares da 1ª a 4ª série do Ensino

Fundamental e observaram que cerca de 20% das crianças apresentavam de três a

quatro alterações posturais, sendo que apenas 2% dos escolares não apresentaram

nenhuma alteração postural.

Em outro estudo com escolares do Ensino Fundamental (CORREA et al.,

2005), foi encontrado nas meninas um percentual maior de alterações posturais,

cerca de 86%, em comparação aos meninos (73%). Entretanto, mesmo havendo

esta diferença no percentual entre os gêneros, ambos são extremamente elevados.

Candotti et al. (2011) realizaram um estudo com o objetivo de avaliar os

efeitos de Programa de Educação Postural (PEP) para crianças e adolescentes após

oito meses de sua implementação. Os resultados apontam que o conhecimento da

importância da boa postura durante as Atividade da Vida Diária (AVD) não foi

efetivamente incorporado aos hábitos das crianças e dos adolescentes.

Contri et al. (2009) realizaram um estudo com o objetivo de analisar o índice

de desvios posturais mais frequentes em escolares do 2º ao 5º ano de Ensino

Fundamental. Os dados foram colhidos através de informações preexistentes em

fichas de avaliação postural arquivadas de 2004, aplicada nos respectivos escolares.

Ao fim da pesquisa ficou constatado que é evidente que o meio escolar tem grande

influência nas alterações posturais das crianças.

Graup et al. (2010) realizaram um estudo com o objetivo de avaliar a

prevalência de alterações posturais sagitais na coluna lombar e fatores associados

em escolares da Rede Federal de Ensino de Florianópolis. O levantamento de dados

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foi realizado através otogrametria, seguindo protocolo específico para avaliação

postural e questionário para identificar a prevalência de quadros de dor, frequência e

atividades que desencadeavam o problema. Os resultados apontam que as

prevalências de dor e desvios posturais na coluna lombar foram elevadas, sendo

que a relação entre essas variáveis não se apresentou de forma significativa. As

principais causas de dor lombar foram a prática de esportes ou atividades vigorosas

e a permanência durante longos períodos de tempo na posição sentada.

Candotti et al. (2011) realizaram um estudo com o objetivo de verificar se a

Educação Postural está contemplada nos conteúdos das aulas de Educação Física

das escolas de Ensino Fundamental de 5ª a 8ª séries da cidade de Montenegro/RS.

Foram utilizados questionários autoaplicáveis aos professores de Educação Física.

Os resultados evidenciam que a Educação Postural é negligenciada nas aulas de

Educação Física pela maioria dos professores, independente da rede de ensino,

tanto nos aspectos do conhecimento teórico, e durante as práticas vivenciadas.

Santos et al. (2009) realizaram um estudo com o objetivo de avaliar a

postura de crianças do ensino público fundamental e diferenciar as alterações que

fazem parte do crescimento normal, do crescimento compensatório. Para isso

realizaram uma avaliação postural em crianças de primeira a quarta série de uma

escola pública da cidade de Jaguariúna - São Paulo. Os resultados apontam a

descoberta de elevada incidência de escapula alada, desnível e protrusão de ombro,

aumento do ângulo valgo do joelho e hiperlordose lombar.

Nos estudos sobre as pesquisas realizadas foram apresentadas grandes

ocorrências de desvio postural e diversas negligencias em relação ao seu combate,

nosso trabalho objetivara encontrar o problema e conscientizar a população sobre a

importância de soluciona-lo, indicando as formas mais em conta de tratar os desvios

posturais.

METODOLOGIA

A metodologia da presente pesquisa possui caráter descritivo, o qual

segundo Silva e Menezes (2001):

Visa descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre as variáveis, envolvendo o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário e observação sistemática, assumindo, em geral, a forma de levantamento.

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Estas ações buscam definir e preparar o local de investigação para realizar

as avaliações, elaborar a planilha de anotações referentes à avaliação, escolha do

material adequado para realizar as avaliações com segurança e confiabilidade, entre

outras tantas. Ao observar a pesquisa do ponto de vista de sua natureza, a mesma é

do tipo aplicada, pois, segundo Silva e Menezes (2001):

Objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de problemas específicos. Ao final da pesquisa se tem uma série de resultados, os quais são utilizados na elaboração de uma ou mais respostas para o problema levantado.

Para verificar a prevalência de hábitos comportamentais e posturais foi

utilizado o questionário autoaplicável denominado Back Pain and Body Posture

Evaluation Instrument (BackPEI) (NOLL et al., 2012b). O BackPEI é um questionário

válido e reprodutível, constituído por 21 questões fechadas que possui uma versão

para cada gênero. O questionário aborda questões sobre: (1) dor nas costas nos

últimos três meses (ocorrência, frequência e intensidade); (2) demográficas (idade e

gênero); (3) socioeconômicas (escolaridade dos pais/responsáveis e tipo de escola);

(4) comportamentais (atividade física, ler/estudar na cama, horas/dia assistindo

televisão e ao computador); (5) posturais (modo de sentar para escrever e utilizar

computador, modo de transporte do material escolar, modo de dormir e modo de

sentar para conversar) e (6) hereditárias (ocorrência de dor nas costas nos pais).

Para o presente estudo, foram utilizadas apenas as questões de 4 a 8 (referentes

aos hábitos comportamentais) e as questões de 9 a 14 (referentes aos hábitos

posturais adotados nas AVD).

Trata-se de um estudo de base populacional, realizado no mês de junho de

2016. Foram convidados a participar do estudo todos os 189 escolares do Ensino

Fundamental, do 5º ao 9º ano de uma Escola pública Estadual de uma cidade da

Zona da Mata Mineira, Estado Minas Gerais, Brasil.

Ao começar os estudos foram explicados os objetivos da pesquisa, assim

como os procedimentos de coleta a serem realizados. Após o consentimento da

direção da Escola, foi agendada a data de realização das avaliações, realizadas no

Ensino Fundamental de 5º ao 9º ano. Os pesquisadores responsáveis pela aplicação

dos questionários avaliaram cada turma individualmente, em sua própria sala de

aula. Inicialmente, o pesquisador explicou coletivamente como deveria ser

preenchido o questionário, o qual a seguir foi distribuído para cada aluno. Os

questionários foram preenchidos individualmente. O pesquisador permaneceu na

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sala durante o preenchimento dos questionários, o que em média teve duração de

20 minutos, recolhendo-os quando todos os escolares tivessem terminado. Para a

análise estatística foi utilizado tabulação de dados de forma descritiva, onde os

alunos foram separados por gênero.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Participaram do presente estudo 189 escolares, sendo que 16,40% (n=31)

do total de escolares não estavam presentes na escola no dia da avaliação.

Investigações como as do presente estudo são relevantes visto que seus

resultados possibilitam direcionar o trabalho educacional e preventivo. Neste prisma,

conhecer os hábitos mais prejudiciais e atuar sobre a correção dos mesmos é uma

ótima alternativa para minimizar ou prevenir hábitos inadequados no ambiente

escolar (FREIRE et al., 2008; NOLL et al., 2012C).

Tabela I: Prevalência de hábitos posturais em escolares do Ensino Fundamental de Raul Soares, Minas Gerais, Brasil, para ambos os gêneros.

Questões:

Masculino Feminino Certo Errado Não

sabe Certo Errado Não

sabe Postura sentada para escrever

04,49%

85,51%

00,00% 18,07% 81,93% 00,00%

Postura sentada em uma cadeira e/ou banco

15,95% 84,05% 00,00% 10,84% 87,95% 1,21%

Postura sentada para utilizar o computador

18,84% 81,16% 00,00% 16,86% 83,13% 00,00%

Postura para pegar objeto do chão

7,25% 92,75% 00,00% 6,02% 89,15% 4,83%

Postura para dormir 60,86% 30,45% 8,69% 69,87% 21,68% 8,45%

Graças a universalização tecnológica que a sociedade tem contemplado,

cada vez mais as pessoas passam uma maior parte do seu tempo na frente de

aparelhos como Computadores sejam eles de mesa ou de mão e assistindo TV, uma

postura inadequada durante a execução de tais atividades que se tornaram

rotineiras podem acarretar problemas à situação postural do indivíduo.

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Tabela II: Tabela referente ao período diário de tempo dedicado à atividades ociosas. Assistindo televisão e utilizando o computador. Masculino (%) Feminino (%)

Tempo ocioso nos aparelhos de TV e PC / dia 0 à 3h 78,26% 55,05% 4 à 7h 07,24% 16,26% ≥ 8h 00,00% 04,82% Não sabe responder 14,50% 23,50%

Nos dias atuais o tempo que as pessoas passam dormindo é cada vez menor,

muitas vezes as pessoas adultas dormem durante um período abaixo do adequado

devido aos compromissos provenientes da vida em sociedade, e esse hábito já

chegou também a alguns adolescentes, por muitas vezes as pessoas até se deitam

em tempo hábil para uma noite de sono adequada, entretanto hábitos como a leitura

no ambiente de descanso tendem a interferir no horário em que os indivíduos pegam

no sono.

Tabela III: Prevalência de hábitos e comportamentos em escolares do Ensino Fundamental de Raul Soares, Minas Gerais, Brasil, para ambos os gêneros

Masculino (%) Feminino (%)

Tempo de sono por noite 0 à 7h 42,05% 36,14% 8 à 9h (Adequado) 42,02% 37,34% ≥ 10h 08,69% 13,27% Não sabe responder 07,24% 13,25%

Ler e/ou estudar na cama Não 17,39% 21,69% Às vezes 46,37% 45,78% Sim 36,24% 32,53%

A sobrecarga sobre a coluna vertebral causas pelo meio e modo de transporte

do material escolar dos adolescentes, tende a trazer implicações pertinentes na

situação postural dos mesmos que por muitas vezes pagam a conta já na vida

adulta, o tipo de bolsa em que este material é carregado e o modo como isso

acontece, é de extrema importância para manutenção das condições posturais

daquele individuo, e uma avaliação desses parâmetros é indispensável para a

avaliação da mesma.

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Tabela IV: Meio de transporte dos materiais escolares e equipamentos utilizados para transporte. Masculino (%) Feminino (%)

Meio de transporte do material escolar Mochila escolar de duas alças 100% 100% Outro meio de transporte (pasta, bolsa e outros) 00% 00%

Modo de transporte da mochila escolar Adequado (alças simétricas sobre os ombros) 52,17% 83,14% Inadequado (modo não simétrico) 47,83% 16,86%

Este estudo teve como objetivo verificar a prevalência de hábitos posturais

inadequados em escolares do Ensino Fundamental de uma Escola pública Estadual

de uma cidade da Zona da Mata Mineira, a partir de um estudo de base

populacional. Os resultados sugerem que: os escolares apresentam alta prevalência

de hábitos inadequados nas posturas sentar para escrever, sentar em um banco,

sentar para utilizar o computador e pegar objeto do chão e o hábito de ler e/ou

estudar na cama, em ambos os gêneros.

Os resultados encontrados referentes aos hábitos posturais nas AVD de

sentar em um banco (M 15,95%, F 10,84%), sentar para escrever (M 14,49%, F

18,07%) e sentar para utilizar o computador (M 18,84%, F 16,36%) Tabela I,

demonstraram baixa prevalência de postura adequada.

Analisando os dados conjuntamente com o tempo de permanência diário

dedicado pelos escolares em atividades sedentárias: do total de avaliados, 21%

permanecem sentados por mais de 4h assistindo televisão e 11% dos escolares

utilizam o computador por mais de 4h diárias, mas com uma margem de 24,34% de

que não souberam responder Tabela II. Com base em todos esses dados, e

sabendo-se que os escolares em geral permanecem em média de 4 a 5h diárias na

posição sentada durante os períodos regulares de ensino, 5 vezes por semana

(FREIRE et al., 2008), especula-se que mais de 40% dos escolares permanecem no

mínimo 8h diárias em uma posição sentada, a qual caracteriza-se como uma

atividade sedentária, sendo este um importante fator de risco para a ocorrência de

alterações posturais (MARTÍNEZ-CRESPO et al., 2009), entre outros problemas,

como sobrepeso (TERRES et al., 2006; FONSECA et al., 1998), obesidade

(PIMENTA E PALMA, 2001) e problemas cardiovasculares (SILVA et al., 2005).

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Não obstante, além da postura sentada, outras AVD também são realizadas

diariamente pelos escolares, tais como o ato de pegar objetos do chão, o qual, por

sua vez, é uma tarefa realizada não somente no contexto da escola, mas também

nas atividades domésticas e esportivas. No presente estudo, apesar do gênero

masculino apresentar associação significativa com a postura inadequada ao pegar

objetos do chão, o gênero feminino também apresenta alta prevalência de postura

inadequada ao realizar a tarefa de pegar objetos do chão (M 92,75%, F 89,15%)

Tabela I. Assim como nas demais AVD’s, a postura inadequada durante o ato de

levantar objetos do chão pode provocar dor nas costas devido à sobrecarga na

musculatura e nos ligamentos da região lombar.

Os resultados do presente estudo também evidenciaram que 82,40% e

78,32% Tabela III dos meninos e meninas, respectivamente, possuem o hábito de

realizar atividades de leitura e/ou estudo na cama. Esta atividade é desaconselhável

visto que dificilmente o escolar a realizará em uma postura adequada. Este é um

resultado interessante, pois demonstra características distintas entre os gêneros,

sendo que nesta AVD as meninas apresentam uma prevalência maior de hábito

inadequado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao verificar as condições posturais das crianças dos primeiros anos do

ensino fundamental, os resultados demonstraram baixa prevalência de postura

adequada. Além disso, mais de 40% dos escolares permanecem no mínimo 8h

diárias em uma posição sentada, a qual caracteriza-se como uma atividade

sedentária, sendo este um importante fator de risco para a ocorrência de alterações

posturais.

No que diz respeito à alta prevalência da mochila adequada ao transportar o

material escolar, porém quanto a relação da postura adequada para transportar

ocorre uma grande discrepância em comparação aos gêneros, onde as meninas

possuem uma taxa de 16,86% de utilizar postura inadequada contra 47,82% dos

meninos (tabela IV).

Ao concluir a apuração dos questionários pode se observar a falta de um

trabalho adequado na escola por parte de todo o corpo docente na cobrança e na

orientação adequada de melhores hábitos posturais dos alunos durante o período

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letivo e também fora dele, este tipo de trabalho acaba sendo indispensável para a

melhoria dos hábitos e situação postural desses indivíduos enquanto adolescentes

REFERÊNCIAS ANDRADE, S. C.; ARAÚJO, A. G.; VILAR, M. J. Escola de coluna: revisão histórica e sua aplicação na lombalgia crônica. Revista Brasileira de Reumatologia, São Paulo, v. 45, n. 4, p. 224-228, ago. 2005. BACK; C. M. Z, LIMA; I. A. X. Fisioterapia na escola: avaliação postural. Fisioter. Bras. 2009; 10(2):72-77. CANDOTTI, CLAÚDIA; ROHR, JÓICE; NOLL, MATIAS. A Educação Postural como conteúdo curricular da Educação Física no Ensino Fundamental II nas escolas da cidade de Montenegro/RS. Rev. Movimento (Porto Alegre), V17, nº 3, p. 55-77, jul/set de 2011. CONTRI, DOUGLAS; PETRULLI, AMANDA. Incidência de desvios posturais em escolares do 2º ao 5º ano do ensino fundamental. Conscientia Sáude. 219-221, 2009:9(2) CORREA, Ana Lúcia; PEREIRA, João dos Santos; SILVA, Marco Antônio. Avaliação dos desvios posturais em escolares: estudo preliminar. Fisioterapia Brasil, Rio de Janeiro, v. 6, n. 3, p. 175-8, 2005. FONSECA, V. M. et al. Fatores associados à obesidade em adolescentes. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 32, n. 6, p. 541-559, dez. 1998. FREIRE, I. A.; TEIXEIRA, T. G.; SALES, C. R. Hábitos posturais: diagnóstico a partir de fotografias. Conexões, Campinas, v. 6, n. 2, p. 28-41, 2008. GRAUP, SUSANA; SANTOS, SARAY; MORO, ANTÔNIO. Estudo de alterações posturais sagitais da coluna lombar em escolares da rede federal de ensino de Florianópolis. Rev. Bras. Ortop.:453-459. 2010;45 (5). GRIMMER K, DANSIE B, MILANESE S, PIRUNSAN U, TROTT P. Adolescent standing 13. Postural response to backpack loads: a randomised controlled experimental study. BMC Musculoskelet Disord. 2002;3:1-10. HARREBY M, NYGAARD B, JESSEN T, LARSEN E, STORR-PAULSEN A, LINDAHL A, FISKER 3. I, LAEGAARD E. Risk factors for low back pain in a cohort of 1389 Danish school children: an epidemiologic study. Eur Spine J. 1999;8(6):444-50. KENDALL FP, MCCREARY EK, PROVANCE PG. Músculos provas e funções. 4.ed. São Paulo: Manole, 1995. MARTINEZ-CRESPO, G. et al. Dolor de espalda em adolescentes: prevalência fatores associados. Rehabilitacion, Madrid, v. 43, n. 2, p.72-80, 2009.

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MIRANDA, J. V. B. Proposta de adaptação de protocolo de avaliação postural aplicado ao diagnóstico precoce da escoliose na idade escolar no Município de Volta Redonda. Dissertação (Mestrado Profissional) – Centro Universitário de Volta Redonda – UniFOA. Pós-graduação em Ensino de Ciências da Saúde e do Meio Ambiente. Volta Redonda: UniFOA, 2010.42f. NOLL, M.; CANDOTTI, C. T.; VIEIRA, A. Escola postural: revisão sistemática dos programas desenvolvidos para escolares no brasil. Movimento, Porto Alegre, v.18, n. 4, p. 265-291, out./dez. 2012. NOLL, M. et al. Back Pain and body posture evaluation instrument (backpei): development, contente validation and reproducibility. International Journal of Public Health, Basel, 2012b. (In press). NOLL, M. et al. Prevalência de dor nas costas e fatores associados em escolares do ensino fundamental do município de Teutônia, Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, Recife, v.12, n. 4, p. 395-402, out./dez. 2012a. PIMENTA, A. P.; PALMA, A. Epidemiological profile of obesity in children: relationship between television, physical activity and obesity. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, São Paulo, v. 9, n. 4, p.19-24, oct. 2001. POLITANO RC. Levantamento dos desvios posturais em adolescentes de 11 a 15 14 anos em escola estadual do município de Cacoal-RO [dissertação]. Brasília: Universidade de Brasília, UnB; 2006. RIBEIRO, Cardoso; GÓMEZ, Conesa. Lower back pain: prevalence and reventive programs in childhood and adolescence. Revista Iberoamericana Fisioterapia e Kinesiologia, Espanha, v. 11, n. 1, p. 32-38, 2008. ROSA NETO, F. Avaliação postural em escolares de 1.ª a 4.ª séries do 1.º grau. Revista Brasileira Ciências e Movimento, São Paulo, v. 5, n. 2, p. 7-11, 1991. SANTOS; et al. Ocorrência de desvios posturais em escolares do ensino público fundamental de Jaraguariúna, São Paulo. Rev. Paul. Pediatr (São Paulo) 74-80, 2009:27(1) SILVA, Edna Lucia; MENEZES, Estera Muszkat. Metodologia da Pesquisa e Elaboração de Dissertação. Florianópolis: UFSC, 2001. SILVA, M. A. M. et al. Prevalence of cardiovascular risk factors in child and adolescent students in the city of maceió. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, São Paulo, v. 84, n. 5, p. 387-92, may 2005. TERRES, G. N. et al. Prevalence and factors associated to overweight and obesity in adolescents. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 40, n. 4, p. 627-633, aug. 2006.

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O CONCEITO DE “OURIÇO E RAPOSA” DE ISAIAH BERLIN NA PESQUISA INTERDISCIPLINAR SOBRE TERRITÓRIO

Amanda Beraldo Machado - Graduada em Arquitetura e Urbanismo. Mestranda em

Gestão Integrada do Território na Univale. Ana Lígia de Souza Pereira - Graduada em Enfermagem. Mestranda em Gestão

Integrada do Território na Univale. Diego Jeangregório Martins Guimarães- Graduado em Direito. Mestrando em

Gestão Integrada do Território na Univale. Márcia Batista Lanes - Graduada em História, Geografia e Direito. Mestranda em

Gestão Integrada do Território na Univale. Silvana Soares Silva - Graduada em Comunicação Social - Jornalismo e

Publicidade. Mestranda em Educação pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM.

[email protected]

RESUMO A proposta do artigo foi levantar reflexões sobre a interdisciplinaridade nos estudos territoriais, agregando-se as contribuições do escritor e filósofo Isaiah Berlin e seu conceito de “ouriços e raposas” no universo da pesquisa científica. Neste estudo as personalidades foram analisadas com foco na atuação dos pesquisadores na interdisciplinaridade como metodologia de abordagem do estudo territorial. Como objetivo geral, buscou-se ultrapassar a classificação dos pesquisadores em personalidades, através do entendimento da atuação do método da interdisciplinaridade nos trabalhos dos estudiosos. A metodologia utilizada na pesquisa foi de revisão bibliográfica. No estudo, foi observado que a pesquisa interdisciplinar, especificamente se tratando dos estudos territoriais, faz com que os pesquisadores tenham um olhar sobre o todo, para que haja a compreensão das partes, ou seja, a interdisciplinaridade surge como uma alternativa de produção científica, através da compreensão da complexidade do todo e da saída da zona de conforto profissional, ao lançar-se sobre o diferente ponto de vista e seus métodos também diferenciados. PALAVRAS-CHAVE: ouriço; raposa; interdisciplinaridade; território.

INTRODUÇÃO

O ensaio produzido pelo filósofo Isaiah Berlin (1909–1997), em sua obra “O

ouriço e a raposa: um ensaio sobre a visão de Tolstói da História” (1953) distingue

duas personalidades: o ouriço e a raposa, a partir de uma frase do poeta grego

Arquíloco [século VII a.C.], “[...] a raposa sabe muitas coisas, mas o ouriço sabe uma

coisa muito importante”. Segundo Berlin, esse trecho poderia ser utilizado para

classificar personalidades de pensadores, escritores, ou mesmo seres-humanos em

geral. As distinções entre as personalidades são definidas por Berlin (1957):

[...] exists a great chasm between those, on one side, who relate everything to a single central vision, one system, less or more

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coherent or articulate, in terms of which they understand, think and feel – a single, universal, organising principle in terms of which alone all that they are and say has significance – and, on the other side, those who pursue many ends, often unrelated and even contradictory, connected, if at all, only in some de facto way, for some psychological or physiological cause, related to no moral or aesthetic principle. These last lead lives, perform acts and entertain ideas that are centrifugal rather than centripetal; their thought is scattered or diffused, moving on many levels, seizing upon the essence of a vast variety of experiences and objects for what they are in themselves, without, consciously or unconsciously, seeking to fit them into, or exclude them from, any one unchanging, all-embracing, sometimes self-contradictory and incomplete, at times fanatical, unitary inner vision. The first kind of intellectual and artistic personality belongs to the hedgehogs, the second to the foxes. (BERLIN, 1953. pág. 02)13

Assim, o grupo dos ouriços apresentam uma visão central única, focada, com

um sistema ‘mais ou menos coerente ou articulado’ e a realidade se organiza

segundo os princípios universais. Já as raposas, apresentam princípios

desvinculados de qualquer moral ou ética, com pensamentos dispersos, ora

confusos, mas com grande variedade de experiências.

Essas personalidades são utilizadas como forma de classificação a partir da

análise das estratégias de trabalho e metodologias. Como exemplo, dentre as duas

categorias os grandes pensadores são classificadas por Berlin (1953, pág. 02), “[...]

Dante belongs to the first category, Shakespeare to the second; Plato, Lucretius,

Pascal, Hegel, Dostoevsky, Nietzsche, Ibsen, Proust are, in varying degrees,

hedgehogs; Herodotus, Aristotle, Montaigne, Erasmus, Molière, Goethe, Pushkin,

Balzac, Joyce are foxes.”

As tipologias descritas por Berlim ultrapassaram a classificação das

personalidades dos filósofos e pensadores da época, sendo discutidas e aplicadas a

diversas áreas, tornando-se interdisciplinar. Nos estudos territoriais e urbanos de

13[...] há um grande abismo entre, de um lado, aqueles que relacionam todas as coisas a uma só noção fundamental, um sistema mais ou menos coerente ou articulado, em cujos termos eles compreendem, pensam e sentem – um só princípio universal de organização em função do qual tudo o que eles são e dizem tem significação- e, do outro lado, existem aqueles que perseguem muitos fins, não raro desvinculados e até contraditórios; se alguma conexão existe, é apenas de facto, por conta de alguma causa psicológica ou fisiológica. Desvinculados de qualquer princípio moral ou estético, estes últimos vivem, realizam ações e alimentam ideias mais centrífugas do que centrípetas; seu pensamento é disperso ou difuso, move-se entre muitos níveis, apreendendo a essência de grande variedade de experiências e objetos pelo que são em si, sem buscar, consciente ou inconscientemente, ajudar-se a eles ou excluí-los de qualquer noção interior unitária, imutável e, às vezes, até fanática. O primeiro tipo de personalidade intelectual e artística pertence à categoria dos ouriços; o segundo, à das raposas. (BERLIN, 1953. pág. 02).

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Colin Rowe e Fred Koetter no livro “Collage City” (1978), utilizam a classificação de

Berlin para analisar a atuação dos arquitetos modernistas no planejamento urbano

moderno. Na área empresarial, de estratégias de marketing e liderança as

personalidades também são mencionadas como forma de entendimentos das

personalidades empresariais.

Neste estudo as personalidades foram analisadas na área da pesquisa, com

foco na atuação das personalidades dos pesquisadores na interdisciplinaridade

como metodologia de abordagem do estudo territorial. A pesquisa interdisciplinar

aborda a integração de conceitos, metodologias e assuntos de áreas diversas,

porém apresenta complexidades por ‘romper’ com o campo disciplinar. Para

Goldman (1979, p. 3-25), um olhar interdisciplinar sobre a realidade permite que

entendamos melhor a relação entre seu todo e as partes que a constituem.

Como objetivo geral, buscou-se ultrapassar a classificação dos pesquisadores

em personalidades, através do entendimento da atuação do método da

interdisciplinaridade nos trabalhos dos pesquisadores. Assim surgiu a seguinte

hipótese: Como os “ouriços” com a capacidade de ter foco em um objetivo único e

as raposas com atuação pluralistas e pensamento difuso lidam com a

interdisciplinaridade em suas pesquisas sobre território?

Para análise da questão, foi necessário de forma específica: discutir o estudo

do estado da arte da interdisciplinaridade como forma de entendimento

metodológico no campo da pesquisa sobre território; analisar a importância da

interdisciplinaridade no contexto atual e das formas de atuação; pesquisar os

conceitos de ouriço e raposas em áreas diversas e entender as formas de atuação

da interdisciplinaridade no estudo territorial nas personalidades dos ouriços e

raposas.

No contexto atual de desenvolvimento das pesquisas interdisciplinares como

metodologia para análise de objetos cada vez mais complexos, como o território, a

abordagem das personalidades é relevante para entendimento da atuação dos

pesquisadores. As pesquisas de graduação tendem ser disciplinares, mas para o

desenvolvimento de pesquisas de maior aprofundamento em pós-graduações,

principalmente sobre gestão territorial, há a necessidades de uma transição dos

pesquisadores que buscam romper com a atuação focada da especialização

disciplinar à variedade de possibilidades e conexões nos diversos campos da

pesquisa na interdisciplinaridade. Assim, entender como cada personalidade atua

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neste contexto é importante para que o desenvolvimento da pesquisa interdisciplinar

não se torne uma barreira para a atuação do pesquisador.

A PESQUISA INTERDISCIPLINAR NOS ESTUDOS TERRITORIAIS

Para aprofundarmos no tema sobre interdisciplinaridade, antes de mais nada

é necessário conhecer o significado desta palavra. Assim, tem-se que o prefixo

“inter,” significa posição ou ação intermediária, o sufixo “dade” atribui o sentido de

ação ou resultado de ação ao termo, já “disciplina”, núcleo do termo estudado,

significa a epistemé, podendo caracterizar como ordem que convém ao

funcionamento de uma organização, ou ainda regime de ordem imposta ou

livremente consentida (FAVARÃO; ARAÚJO, 2004).

Já para Siepierski (1998), não existe consenso quanto ao significado de

interdisciplinaridade. Ele a entende como uma possibilidade de transposição das

limitações da compartimentalização. Dessa forma, a característica da

interdisciplinaridade é o conflito e não a harmonia. Os autores do texto que citam

Siepierski, não veem esse conflito como algo negativo, mas sim positivo, que leva ao

debate de ideias diferentes (ALVEZ; BRASILEIRO; BRITO, 2004).

Para Japiassú (1994), o conceito de interdisciplinaridade é mais profundo. Em

uma palestra proferida no Seminário Internacional sobre Reestruturação Curricular,

promovido pela Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre, em julho de

1994, o autor afirma que:

O trabalho interdisciplinar propriamente dito supõe uma interação das disciplinas, uma interpenetração ou interfecundação, indo desde a simples comunicação das ideias até a integração mútua dos conceitos (contatos interdisciplinares), da epistemologia e da metodologia, dos procedimentos, dos dados e da organização da pesquisa (JAPIASSÙ, 1994).

Em relação a origem, existe relatos do uso do conhecimento interdisciplinar desde a

Antiguidade. Thiesen (2008) aponta que pela influência dos trabalhos de grandes

pensadores modernos como Galileu, Bacon, Descartes, Newton, Darwin e outros, as

ciências foram sendo divididas e, por isso, especializando-se. A atitude intelectual

desses filósofos fez com que a interdisciplinaridade fosse discutida. Entretanto, o

modelo capitalista e a revolução industrial no século XVIII, impediam que o modelo

interdisciplinar fosse trabalhado nas escolas, pois o mercado de trabalho impunha a

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formação de um indivíduo que não fosse criativo e/ou questionador, apenas que

tivesse uma visão disciplinar (BÜST, 2005).

Mas ao longo dos anos, especificamente na metade do século XX, um novo

modelo de ensino passou a ser valorizado, ou seja, a possibilidade de uma

integração do conhecimento novamente foi discutida. E a interdisciplinaridade volta a

renascer com o marxismo, o estruturalismo, a teoria geral dos sistemas e

desconstrutivismo (BÜST, 2005).

Nos anos 1970, a discussão sobre interdisciplinaridade se intensifica. E o

momento marcante foi o I Seminário Internacional sobre Pluri e Interdisciplinaridade,

realizado em Nice, na França. Esse momento foi considerado como o primeiro

impulso dado para o pensamento interdisciplinar. A partir de então, surgiu novas

possibilidades de abordagem de um tema, centrando até então apenas em uma

abordagem unidisciplinar (PHILLIPI JR.; SILVA NETO, 2011).

Já no Brasil, falar em interdisciplinaridade, implica falar de Hilton Japiassú,

que foi o responsável por introduzir, no país, a partir de 1976, as concepções sobre

interdisciplinaridade. Juntamente com Japiassú, não poderia deixar de citar Ivani

Fazenda. Os dois são considerados os pioneiros no tema no Brasil. Porém, tem que

se destacar que o foco temático de Japiassú é epistemológico, e o de Fazenda,

pedagógico; entretanto, os dois autores têm como base de suas teses a filosofia do

sujeito (ALVEZ; BRASILEIRO; BRITO, 2004).

Isaiah Berlin parece compartilhar da mesma ideia de Hilton Japiassú, no que

diz respeito ao afunilamento do conhecimento, e da necessidade iminente de

mudanças. Japiassú (1994) afirma que “chegamos a um ponto que o especialista se

reduz àquele que, à causa de saber cada vez mais sobre cada vez menos, termina

por saber tudo sobre o nada”.

Para o intelectual isso é um estado caótico no mundo do saber, pois os

indivíduos não conseguem se comunicar. Cada um se preocupa apenas com sua

área de interesse e acaba se esquecendo das outras, o que o autor define como

“minifúndio do saber”. Para os autores, a interdisciplinaridade seria o modelo ideal a

ser trabalhado nas Instituições de ensino, ou seja, a cura para a visão patológica

disciplinar (ALVEZ; BRASILEIRO; BRITO, 2004).

Observa-se que no Brasil a interdisciplinaridade foi implementada como Área

do conhecimento na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

(CAPES) em 1999 inicialmente denominada como área multidisciplinar e em 2008

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recebeu a nomenclatura de área Interdisciplinar (CAPES, 2009). Segundo o

documento da Área Interdisciplinar da CAPES de 2009 “a interdisciplinaridade

pressupõe uma forma de produção do conhecimento, porque ela implica em trocas

teóricas e metodológicas, geração de novos conceitos e metodologias, e graus

crescentes de intersubjetividade, visando a atender a natureza múltipla de

fenômenos de maior complexidade.” (CAPES, 2009).

É exatamente sobre a complexidade dos fenômenos que a

interdisciplinaridade se aplica na medida em que surge como alternativa de

produção do conhecimento para além da ciência moderna. Nesse sentido, a

interdisciplinaridade representa uma ruptura com os saberes que o procedem, mas

não se trata de uma superação do conhecimento disciplinar, mas o reconhecimento

da pertinência e importância de outra forma de fazer ciência, especialmente porque

a realidade nem sempre se pode enquadrar dentro do conhecimento disciplinar

(ALVARENGA, et al. 2011). O próprio documento da Área Interdisciplinar da

CAPES vai no mesmo sentido:

É no âmbito da interdisciplinaridade que grandes desafios epistemológicos - teóricos e metodológicos - se colocam. Daí seu papel estratégico de estabelecer a relação entre saberes, propor o encontro entre o teórico e o prático, entre o filosófico e o científico, entre ciência e tecnologia, apresentando-se, assim, como um saber que responde aos desafios do saber complexo (CAPES, 2009, p. 6).

Na pesquisa sobre gestão territorial, a interdisciplinaridade é utilizada como

forma de análise dos assuntos complexos do território, que necessita da

fundamentação em área de conhecimento diversas, além da geografia, para um

debate mais abrangente.

Segundo Benko (2009, pág. 126), “[...] a fecundidade das abordagens do

espaço deixa, neste momento, mais questões abertas do que respostas, visto que “o

espaço” é por natureza terreno de interdisciplinaridade. ” Para Brandão (2009):

O aperfeiçoamento metodológico no tratamento do desenvolvimento geográfico desigual e das diversas “questões territoriais” se aprofundou, segundo o prisma dos variados olhares disciplinares que tomam o espaço como objeto. O patrimônio de conhecimento das temáticas do território é grande e sua difusão crescente. O projeto interdisciplinar é seu grande desafio e encontra limites. De um lado, a fidelidade e as inércias disciplinares criam resistências e obstaculizam as tentativas de fortalecimento de maior interdisciplinaridade. De outro, como estamos procurando defender neste ensaio, muitas vezes não se respeitam ou se tomam na devida conta as contribuições das respectivas disciplinas. Considero que

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muitos desenvolvimentos analíticos da economia política e da geografia crítica precisam estar presentes na construção deste projeto desafiador (BRANDÃO, 2009, pág, 164).

Assim, o conceito de território, pela sua natureza complexa e interdisciplinar,

sua imbricação com as condições ambientais locais, pode ser um conceito ou

dimensão de reflexão dos desafios do desenvolvimento e da construção de novos

instrumentos de ação/regulação sobre o território/região (RIBEIRO et al. 2009).

Dessa forma, a pesquisa territorial necessita da interdicisplinaridade como

metodologia para superar os desafios da complexidade na área.

Do ponto de vista da aplicação concreta da interdisciplinaridade na pesquisa

científica, Raynaut (2011) apresenta alguns desafios:

Passar de um quadro conceitual geral para uma prática concreta de pesquisa interdisciplinar não deixa de constituir um desafio metodológico. A interdisciplinaridade não é decretada, ela se constrói. Não é por termos identificado um problema cujo tratamento parece exigir a contribuição de várias disciplinas que este se constitui automaticamente em um tema de pesquisa científica. O problema identificado não é em si uma razão suficiente para que essas disciplinas se disponham espontaneamente a colaborar. Todo um trabalho de reconstrução é necessário para transformar o questionamento inicial, estreitamente ligado à demanda social, em uma problemática científica, na qual estão identificadas as questões específicas que podem ser respondidas pelas diversas disciplinas, com suas próprias competências. É preciso também organizar a pesquisa, definindo a maneira como vão se articular os diferentes trabalhos dos especialistas, o quadro referencial comum (em termos de amostragens, de escala de análise, de temporalidade), graças aos quais poderão se reunir e confrontar os resultados que cada um obteve dentro de seu campo e com seus métodos específicos. É desejável, e habitualmente possível, que ao menos uma operação comum reúna os diferentes pesquisadores em torno de um trabalho de coleta e análise de dados (RAYNAUT, 2011, p 102-103).

Para Leis (2011) existem três formas de interdisciplinaridade, quais sejam:

instrumental, conceitual e crítica. Na interdisciplinaridade instrumental têm-se uma

abordagem pragmática de problemas concretos, com o objetivo primordial em

produzir resultados de problemas científicos pelos meios disciplinares disponíveis,

sobretudo, nos espaços vazios deixados pelas disciplinas no tratamento do

problema em pauta.

Esse é inclusive, um dos pontos centrais da interdisciplinaridade, ou seja,

negar a concepção da ciência moderna de que existe um “vazio” de realidade entre

as fronteiras disciplinares, de forma que esse campo de fronteiras se torne um

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objeto de investigação e preocupação, tendo uma posição específica no campo de

conhecimento, a interdisciplinaridade (ALVARENGA, et al. 2011).

Já a interdisciplinaridade conceitual, parte de uma crítica explícita aos

conteúdos das perspectivas disciplinares, enquanto a interdisciplinaridade crítica

está intimamente ligada à Escola de Frankfurt e a teoria crítica lá desenvolvida.

Nessa perspectiva a interdisciplinaridade crítica “questiona não apenas o

conhecimento disciplinar, mas, também, os valores associados a essa forma de

pensar a realidade, criticando assim aspectos sociológicos e educativos do processo

disciplinar de conhecimento e ensino”. E conclui da seguinte forma “Dependendo do

contexto, as pesquisas podem ter mais de um ou outro componente, mas sempre

haverá algum tipo de combinação entre aspectos instrumentais, conceituais e

críticos” (LEIS, 2011).

Com efeito, a interdisciplinaridade se apresenta como um movimento

científico extremamente recente, sobretudo sua prática no Brasil e que desafia aos

pesquisadores a explorar essa área em busca de outra perspectiva para os

problemas científicos que se apresentam extremamente complexos que o

disciplinamento da ciência moderna, com suas limitações conceituais,

epistemológica, metodológica e ontológica não conseguem responder. Assim, o

pesquisador que se envereda pelo caminho da interdisciplinaridade, tem o duplo

desafio: de responder o seu problema de pesquisa, e de ajudar a consolidar esse

novo caminho acadêmico que se apresenta.

METODOLOGIA

Este estudo teve como intuito realizar uma análise do conceito de “ouriços e

raposas” abordado na obra “O ouriço e a raposa: um ensaio sobre a visão de Tolstói

da História” (1953) do autor Isaiah Berlin.

Após determinar o objetivo, realizou-se o delineamento do estudo, como

revisão bibliográfica. Segundo Marconi e Lakatos (1992), a pesquisa bibliográfica é o

levantamento de toda a bibliografia já publicada, em forma de livros, revistas,

publicações avulsas e imprensas. A sua finalidade é fazer com que o pesquisador

entre em contato direto com todo o material escrito sobre um determinado assunto,

auxiliando o cientista na análise de suas pesquisas ou na manipulação de suas

informações. Ela pode ser considerada como o primeiro passo de toda a pesquisa

científica.

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Quanto ao objetivo geral, a pesquisa é exploratória. Para Gil (2002) esse tipo

de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema,

com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses. Pode-se dizer que esta

pesquisa tem como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de

intuições.

Após a escolha do tema, foi realizado um levantamento bibliográfico

preliminar e a leitura da obra “The Hedgehog and the Fox: An Essay on Tolstoy's

View of History”.

Além da leitura da obra de Isaiah Berlin que foi a base do estudo, utilizou-se

outros clássicos na discussão da interdisciplinaridade, como: Hilton Japiassú, Ivani

Catarina Arantes Fazenda e Antônio Phillipi Júnior.

A INTERDISCIPLINARIDADE PARA RAPOSAS E OURIÇOS

Aplicando os conceitos de raposas e ouriços na interdisciplinaridade,

podemos pensar nas áreas de pesquisa que se misturam para produzir

conhecimento sobre o território. Quando inúmeras áreas se encontram podem gerar

estranheza no início, ainda mais para os ouriços, que têm a tendência a se fechar e

ou a achar que sua área não se encaixa com as outras, produzindo conhecimento

muito especializado sobre o território. Japiassú (1993) define o conceito

interdisciplinaridade como:

Método de pesquisa e de ensino susceptível de fazer com que duas ou mais disciplinas interajam entre si, esta interação podendo ir da simples comunicação das ideias até a integração mútua dos conceitos, da epistemologia, da terminologia, da metodologia, dos procedimentos, dos dados e da organização da pesquisa (JAPIASSU; MARCONDES, 1993, p. 136).

Tomaremos como exemplo o mestrado interdisciplinar em Gestão Integrada

do Território que une diferentes áreas do saber a fim de produzir conhecimento. Um

pesquisador ouriço pode considerar seu conhecimento como algo muito importante e

único e não querer que as raposas interfiram no seu pensamento. Um pesquisador

raposa por ter um amplo conhecimento em várias áreas pode se perder diante de

um vasto mundo de conhecimento e relações da interdisciplinaridade. Essa visão

pode ser considerada muito simples e de análises rasas.

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Essa dicotomia pode estar ligada a liberdade de pensamento, ou seja, do

pesquisador que se acostumou a pensar de forma mais condensada em confronto

com aquele que busca deixar o pensamento livre. Sem usar juízo de valor, não se

pretende encontrar o certo e o errado, mas encontrar uma fórmula ou a forma de

aproveitar o pensamento de um e de outro.

A interdisciplinaridade não nega as disciplinas nem os conhecimentos

específicos, o mais importante, segundo Gusdorf (2006a), é a preocupação com a

unidade do saber, “ao mesmo tempo que aprofunda a inteligibilidade deste ou

daquele domínio do conhecimento, é capaz de situar o seu saber na totalidade do

saber, isto é, no horizonte global da realidade humana” (GUSDORF, 2006a, p. 56).

A interdisciplinaridade supõe abertura e interação das áreas do saber, onde

cada um se esforça fora do seu domínio e de sua linguagem técnica para se

aventurar num domínio onde não é o proprietário, “curiosidade que se busca além

de si mesmo” (GUSDORF, 1990. p. 2).

Se há essa necessidade de buscar o conhecimento ou mesmo compartilhá-lo,

a interação entre ouriços e raposas pode ser encarada sem o medo de se machucar,

mas aproveitando o que uma área pode oferecer de bom. A raposa pode,

convivendo com o ouriço, estabelecer mais foco em suas pesquisas, e o ouriço pode

se abrir e compartilhar e receber mais o conhecimento das raposas.

Ser interdisciplinar é um desafio colocado aos pesquisadores, no sentido de

adentrar em áreas poucos conhecidas, mas o conhecimento de um contribui para a

pesquisa do outro, pensemos em um objeto e vários pesquisadores em volta, cada

um o observa a partir de sua formação.

Nesse sentido podemos pensar no território como um objeto de estudo sendo

analisado pelas diversas áreas de conhecimento, tomando como base a

interdisciplinaridade. Dessa maneira, cada pesquisador lança o olhar sobre a gestão

do território a partir de seu conhecimento, e ao ter contato com outros pesquisadores

de outras áreas, acontece uma amplificação sobre um mesmo problema.

Um exemplo é como o gerenciamento de recursos hídricos e os impactos

ambientais e sociais nesse caso envolvendo o biólogo, busca por soluções por parte

de engenheiros, do direito dos cidadãos envolvidos no problema analisado pelo

olhar dos pesquisadores da área jurídica, do suporte psicológico e da assistência

social, e do registro documental realizado por historiadores e jornalistas. Este é

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apenas um exemplo de como a interdisciplinaridade que reúne pesquisadores com

características de raposa e de ouriço pode ser objeto de estudos.

O caminho para a buscar de soluções inovadoras e eficientes para problemas

comuns aos territórios encontra terreno fértil onde vários olhares se debruçam sobre

o problema.

Quando alguém se propõe a pesquisar algo, sempre parte de um ponto de

referência com sua área do conhecimento, hoje já se discute a

descompartimentalização do saber, portanto a interdisciplinaridade abre caminho

para a inter-relação entre as diversas áreas, e assim a pesquisa territorial,

contempla mais demandas, com fundamentações mais intensas e análises

aprofundadas. Cabe aos pesquisadores encontrar o melhor caminho para o

resultado positivo da sua pesquisa.

Cada um traz consigo conhecimento e experiências que contribuem para a

realização da pesquisa, a troca de experiência traz relevantes avanços para a

pesquisa, como por exemplo o uso da tecnologia para pesquisas na área de saúde,

meio ambiente, que somadas as áreas de engenharia, matemática, direito,

psicologia resultam em resultados complexos e eficazes que beneficiam a sociedade

em sua totalidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As discussões levantadas neste artigo propuseram reflexões sobre a

interdisciplinaridade nos estudos territoriais, agregando-se as contribuições do

escritor e filósofo Isaiah Berlin e seu conceito de “ouriços e raposas” no universo da

pesquisa científica. A abordagem dessas personalidades é importante para

compreensão do perfil de atuação do pesquisador, uma vez que alguns

pesquisadores são ouriços, com foco em um único objeto, os especialistas,

enquanto outros pesquisadores são raposas, com uma atuação mais pluralista.

Todas as discussões abordadas foram fundamentadas em estudiosos do

fenômeno interdisciplinar. Como diz Claude Raynaut “A interdisciplinaridade não é

decretada, ela se constrói”. E a ideia central de discussões como está proposta no

artigo é a de construção da interdisciplinaridade entre os pesquisadores de várias

áreas do Mestrado em Gestão Integrada do Território, não apenas aproximando as

áreas, mas construindo conhecimento entre as diferentes áreas.

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Na pesquisa interdisciplinar, especificamente se tratando dos estudos

territoriais, a interdisciplinaridade faz com que os pesquisadores tenham um olhar

sobre o todo, para que haja a compreensão das partes, ou seja, a

interdisciplinaridade surge como uma alternativa de produção científica, através da

compreensão da complexidade do todo e da saída da zona de conforto profissional,

ao lançar-se sobre o diferente ponto de vista e seus métodos também diferenciados.

Essa corrente interdisciplinar vem ganhando força e fazendo com que os

conhecimentos de várias áreas sejam permeáveis. Entretanto, os desafios do

trabalho interdisciplinar ainda devem ser superados, haja vista, o movimento ser

recente, principalmente no Brasil. Neste contexto, a construção do conhecimento na

atualidade, se direciona para um movimento de uma forma de pensar mais

complexa e uma nova abordagem metodológica e de ensino que atendam a

compreensão do mundo. Assim, o pesquisador adentra o mundo interdisciplinar,

porém com obstáculos que a ciência disciplinar traz e que precisam ser superados

nessa nova forma de pensar e contribuindo ainda mais, para o desenvolvimento

científico plural.

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PHILLIPI JR., Antônio; SILVA NETO, Antônio J.. Interdisciplinaridade em ciência, tecnologia & Inovação. Barueri, São Paulo. Manole, 2011. RAYNAUT, Claude. Interdisciplinaridade: mundo contemporâneo, complexidade e desafios à produção e à aplicação de conhecimentos. In: PHILLIPI JR., Antônio; RIBEIRO, MTF., and MILANI, CRS., orgs. Compreendendo a complexidade socioespacial contemporânea: o território como categoria de diálogo interdisciplinar [online]. Salvador: EDUFBA, 2009. 312 p. ISBN 978-85-232-0560-7. ROWE, Colin; KOETTER, Fred. Collage City. Cambridge; Londres: The MIT Press, 1978. THIESEN, Juares da Silva. A interdisciplinaridade como um movimento articulador no processo ensino-aprendizagem. Rev. Bras. Educ. vol.13 no.39 Rio de Janeiro Sept./Dec. 2008.

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GT8 – LINGUÍSTICA,

CIÊNCIAS E ARTES

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ARTIGO

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ANÁLISE CRÍTICA DE UMA PROPOSTA DE TRABALHO DE LEITURA E COMPREENSÃO TEXTUAL

Renata de Abreu e Silva Oliveira - Licenciada em Letras. Especialista em Língua

Inglesa. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.

Renata Pessoa Bifano - Licenciada em Matemática e Física. Mestre em Matemática. Professora da Faculdade Vértice -

UNIVÉRTIX. Érica Stoupa Martins – Graduada em Serviço Social, especialista em Gestão de

Recursos Humanos e Mestre em Serviço Social. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.

Rosélio Marcos Santana – Graduado em Sistemas de Informação, licenciado em Matemática. Especialista em MBA em Gestão de Negócios e Pessoas. Professor da

Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Carlos Eduardo Toledo - Graduado em Educação Física. Professor da Faculdade

Vértice- UNIVERTIX.

[email protected]

RESUMO

Este estudo pretende analisar uma unidade didática proposta para uma disciplina do Curso de Mestrado em Letras PROFLETRAS/UFMG, no ano de 2015. A partir do gênero conto, propõe-se atividade em três grupos: identificação de partes da sequência narrativa, discussão em grupo sobre o tema do texto e um trabalho de produção textual. A escolha do gênero conto se deve ao fato de ser esse um texto que, por seu próprio funcionamento, favorece um trabalho com a sequência narrativa que se pretendia ensinar, além do tema estar relacionado ao interesse do público-alvo: alunos do 9º. Ano do Ensino Fundamental. Os conceitos que nortearão a pesquisa serão as noções de gênero de Bakthin (2003), a proposta de trabalho com gênero em sala de aula de Dolz & Schneuwly (2004), as noções de leitura e compreensão de Koch & Elias (2014), entre outros. Como principais resultados, considera-se que a atividade de leitura em tela, proporciona ao aluno um trabalho produtivo com a linguagem quando aborda elementos linguísticos relevantes para a construção do texto. As questões de análise textual direcionam o aluno a localizar informações explícitas e implícitas, ampliando assim relevantes estratégias de leitura.

PALAVRAS-CHAVE: conto; sequência narrativa; gênero e leitura.

INTRODUÇÃO

O ensino de gêneros nas aulas de Língua Portuguesa tornou-se prática

recorrente na sala de aula devido ao fato de eles serem mecanismos de uso real da

língua. Quando o aluno é colocado em contato com gêneros variados passa a ter

autonomia do uso da mesma, tão necessária em seu cotidiano dentro e fora da

escola. Segundo Buzen (2003) embora ainda estejamos buscando entender o que

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seja e como se dá o processo de ensinar gênero, essa prática é a “chave mágica”

que permite a maior integração entre leitura, produção e análise linguística.

Este artigo pretende analisar uma unidade proposta para o estudo do gênero

conto. A atividade foi elaborada como parte das atividades desenvolvidas no curso

de Mestrado profissional em Letras e é composta por três partes: apresentação do

gênero conto, a estrutura de uma sequência narrativa, e a produção de seus

próprios textos. O objetivo principal é verificar se esse estudo do gênero facilitará o

trabalho e colocará os alunos em contato com duas dimensões muito importantes: a

leitura e a escrita.

Para a atividade proposta foi escolhido o texto Cojugo Vobis de Artur de

Azevedo, pois ele trata de um tema que muito interessa alunos do nono ano:

relações amorosas. Outro fator que motivou a escolha do texto foi o fato de retratar

os costumes de uma época bem diferente da que os alunos vivem hoje. Além disso,

o texto deu sequência a um trabalho proposto anteriormente, utilizando uma crônica

(Os namorados da filha, de Moacyr Scliar) com temática semelhante, porém sobre o

namoro nos dias atuais.

Além da discussão prévia sobre o tema, da apresentação de um vídeo e das

questões de análise textual, foi proposto um trabalho objetivando abordar a questão

das inferências e das expressões referenciais. Destaca-se, também, o trabalho de

identificação de partes da sequência narrativa, além da apresentação de outro texto

como exemplo dessa estrutura. Para finalizar as atividades, propõe-se uma

discussão em grupo e um trabalho de produção textual.

As questões propostas merecem a atenção por se tratarem de conceitos

importantes relacionados à leitura, análise linguística, à sequência argumentativa e

ao trabalho com gêneros.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Segundo Bakthin (2003), os campos de utilização da língua elaboram tipos

relativamente estáveis de enunciados – orais ou escritos –, denominados pelo

autor gêneros discursivos. Conforme destaca Rojo, esse conceito ganhou força

no campo da Linguística Aplicada a partir de 1995, devido à indicação explícita

dos gêneros como objeto de ensino ou como referência para a leitura e

produção de textos nos Parâmetros Curriculares Nacionais. A autora estabelece

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duas vertentes diferentes na teoria de gêneros, ambas embasadas em

diferentes leituras da herança bakhtiniana: a teoria dos gêneros discursivos e a

teoria dos gêneros textuais. Na primeira vertente, o estudo dos gêneros centra-

se na situação de produção dos enunciados ou textos e seus aspectos sócio-

históricos. Já a segunda vertente, dos gêneros textuais, preocupa-se, conforme

a autora, com a descrição da materialidade textual.

Sobre o trabalho com gêneros na escola, os estudos de Dolz & Schneuwly

(2004) trazem uma importante contribuição no que diz respeito a como trabalhar

o gênero da sala de aula. Para os autores deve-se afastar da ideia de que o

gênero é instrumento de comunicação somente, pura forma linguística e

aproximar-se da concepção de que se trata de um objeto de ensino

aprendizagem.

Na prática em classe, os gêneros não são referidos a outros, exteriores à escola, que poderiam ser considerados modelos ou fonte de inspiração. A situação de comunicação é vista como geradora quase automática do gênero, que não é descrito, nem ensinado, mas aprendido pela prática da linguagem escolar, por meio dos parâmetros próprios à situação e das interações com os outros. (Dolz & Schneuwly, 2004, p.67)

Já no aspecto da leitura, Koch & Elias (2014) discutem a respeito dessa

concepção de leitura e quais seriam seus objetivos. Inicialmente, as autoras

trazem à discussão os estudos de Koch (2002, p. 9) em que “à concepção de

língua como representação do pensamento corresponde à de sujeito

psicológico, individual, dono de sua vontade e de suas ações.” Nessa relação, o

leitor assumiria papel passivo, com a tarefa única de captar as representações

do produtor do texto. Assim, o sentido estaria centrado no autor, e a leitura seria

puramente uma captação das ideias do autor, sem considerar as experiências

do leitor. Não haveria, nessa perspectiva, interação autor-texto-leitor com

propósitos sociocogntivo-interacionalmente.

Afastando-se dessa visão, as autoras defendem uma concepção

interacional (dialógica) da língua. Nessa perspectiva, a leitura envolve a

mobilização de vários saberes, e os sujeitos (autor e leitor) são vistos como

construtores sociais, sujeitos ativos, juntos responsáveis pela construção do

texto. Assim, outros conceitos, como os implícitos, são considerados na leitura e

importantes para esse processo.

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Sobre essa interação autor-texto-leitor, Porto (2009) também afirma que a

leitura, na concepção interacionista, é um processo que ocorre a partir da

relação dialógica entre os sujeitos: o autor do texto e o leitor. A produção de

significados - tanto por parte do autor, quanto por parte do leitor - configura-se

como uma prática ativa, crítica e transformadora. Muitos fatores envolvem o ato

de ler e devam ser considerados: idade, grau intelectual, cultura do leitor, entre

outros. O processo de leitura, portanto, abrange tudo aquilo que se relaciona ao

“mundo do leitor”.

Sobre o trabalho com leitura de textos em sala de aula, Possenti (2001)

afirma que o professor precisa enxergar os alunos como indivíduos que têm

experiência de vida, que conhecem coisas, ouviram falar de coisas, etc.

Considerar esses saberes e despertá-los, para o autor, é uma ferramenta

importante para promover o trabalho da leitura. É importante também que o texto

seja visto como um objeto de interesse no qual devem se valorizar as “sacadas”

mais relevantes. Para Possenti (ibidem, p.10), “a interpretação varia mais do que

a compreensão. A compreensão depende mais do texto. Já a interpretação é

mais ampla, pois onde um leitor pode ver um problema psicanalítico, outro pode

ver um problema ideológico”. Assim, esse caráter amplo da interpretação leva às

várias leituras possíveis de um texto – que, entretanto, nunca podem ser

quaisquer umas, o que leva o autor a afirmar que “existe leitura errada”.

Sobre essa questão da interação e construção de sentidos pelos alunos,

Marcuschi (1988, p. 93) afirma que

Os efeitos de sentido são produzidos pelos leitores ou ouvintes na relação com os textos, de modo que as compreensões daí decorrentes são fruto do trabalho conjunto entre produtores e receptores em situações reais de uso da língua. O sentido não está no leitor, nem no texto, nem no autor, mas ele se dá como um efeito das relações entre eles e das atividades desenvolvidas.

Dolz & Schnewly (2010) defendem a importância do trabalho com os gêneros

caracterizando-os como objetos de ensino-aprendizagem, bem como ponto

referência para a progressão escolar. Para esse autor, os gêneros são produtos

culturais da escola e funcionam como instrumentos para auxiliar a desenvolver as

capacidades de leitura e escrita do aluno.

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METODOLOGIA

O presente estudo classifica-se como pesquisa descritiva, a qual, segundo Gil

(2010), tem como objetivo identificar a relação entre variáveis através de um estudo

descritivo.

No estudo em questão, pretende-se identificar em que medida a unidade

proposta facilitará o trabalho com o gênero e, acima de tudo, será capaz de

proporcionar aos alunos um trabalho eficiente com duas dimensões muito

importantes: a leitura e a escrita.

Além da discussão prévia sobre o tema tratado na unidade, da apresentação

de um vídeo e das questões de análise textual, foi feito um trabalho objetivando

abordar a questão das inferências e das expressões referenciais. Destaca-se,

também, o trabalho de identificação de partes da sequência narrativa, além da

apresentação de outro texto como exemplo dessa estrutura. Para finalizar as

atividades, propôs-se uma discussão em grupo e um trabalho de produção textual.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Para a atividade proposta foi escolhido o texto Cojugo Vobis de Artur de

Azevedo, pois ele trata de um tema que muito interessa alunos do nono ano:

relações amorosas. Outro fator que motivou a escolha do texto foi o fato de retratar

os costumes de uma época bem diferente da que os alunos vivem hoje. Além disso,

o texto deu sequência a um trabalho proposto anteriormente, utilizando uma crônica

(Os namorados da filha, de Moacyr Scliar) com temática semelhante, porém sobre o

namoro nos dias atuais.

A unidade completa está anexa a este artigo. A fim de estabelecer melhor a

relação entre as atividades propostas e a teorias que respaldam este trabalho,

analisemos inicialmente algumas questões, mais especificamente a número cinco,

cujo objetivo é bem claro: levar o aluno a realizar inferências, tão importantes para o

entendimento satisfatório do texto. No caso deste texto, se o aluno não acionar, a

partir da última frase do texto, todo aquele conhecimento em relação ao fato de o

celebrante do casamento religioso ser celibatário, a informação passa despercebida

e a última frase perde toda sua graça. Sendo assim, promover atividades em que o

aluno tenha que realizar inferências, mostrar a ele como levantá-las, permite que

compreenda melhor o texto. Sobre o conceito de inferências, Marcuschi (2008)

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acrescenta que a compreensão de um texto não está exclusivamente no leitor, no

autor, nem no texto, mas sim numa relação interativa entre esses elemento,

resultando numa negociação para se obter o resultado satisfatório. As inferências

são produzidas com a contribuição de elementos sociossemânticos, cognitivos

situacionais, históricos, linguísticos de vários tipos que operam em conjunto.

Nas questões de análise linguística, mais especificamente nas questões

número dez e onze, há enfoque nas expressões referenciais utilizadas ao longo do

texto, além da localização dessas expressões e seus respectivos referentes e como

isso colabora para a construção dos sentidos do texto. Nessa questão, os conceitos

de anáforas diretas e indiretas de Cavalcante (2011) são tomados como

embasamento teórico. Durante a realização da atividade é importante chamar a

atenção dos alunos para os elementos que ancoram as expressões referenciais.

Ainda nessas questões pode-se também observar procedimentos de coesão

textual, mais especificamente, através da substituição lexical que ocorre nas

inúmeras vezes em que o primeiro namorado de Angelina é mencionado no texto.

Levar o aluno a identificar a quem se referem expressões como “o mísero” e o

“doutor” é um importante recurso para que ele perceba como esses elementos

coesivos enriquecem o texto. O uso de elementos coesivos como a substituição

lexical baseia-se nos estudos de Antunes (2005), em que a autora afirma que os

elementos da superfície do texto exercem um papel importante para que ele seja

“adequadamente interpretável”. Essa identificação e uso dos elementos coesivos

muito contribuem para a formação de nossos alunos com produtores e leitores de

textos.

Ainda sobre as questões de análise linguística, na questão número doze

pretende-se identificar o objetivo de uma sentença na qual o narrador resume uma

informação que será dita mais à frente. Ou seja, o teor da informação está

encapsulado na sentença: “Não a lastimem compadecidas leitoras”. O narrador já

antecipa para as leitoras que após essa fala virão os motivos pelos quais não se

deve lastimar. Não há retomada, mas sim antecipação. Ocorre um tipo de referência

difusa em todo trecho, que se configura como uma anáfora encapsuladora,

retomando os conceitos presentes nos estudos de Cavalcante (2011)

Em relação ao trabalho com a sequência narrativa, na questão número oito,

serão abordadas as fases dessa sequência de acordo com as definições que fazem

parte de outro estudo de Cavalcante (2011). Essas etapas são relacionadas a

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macroproposições do próprio texto com o objetivo de deixar claro para o aluno onde

começa e termina cada uma das fases daquela sequência. A apresentação de um

esquema com as fases mostrando como juntas elas formam um texto narrativo,

servem para ilustrar e clarear esses conceitos para os alunos. Essa apresentação

das fases facilitará o trabalho de produção de um conto como atividade final da aula.

No caso da atividade proposta, por meio da apresentação do gênero conto,

além de mostrar aos alunos a estrutura de uma sequência narrativa, sugere-se, ao

final dos trabalhos, que eles produzam seus próprios textos. Assim, o estudo do

gênero facilitará o trabalho e colocará os alunos em contato com duas dimensões

muito importantes: a leitura e a escrita.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A atividade de leitura em tela proporciona ao aluno um trabalho produtivo com

a linguagem quando aborda elementos linguísticos relevantes para a construção do

texto. As questões de análise textual direcionam o aluno a localizar informações

explícitas e implícitas, ampliando assim relevantes estratégias de leitura. Finalmente,

o trabalho com a estrutura da sequência narrativa, orientando o aluno a como

elaborar seu próprio texto, finaliza muito bem as atividades proporcionado assim

integração entre três aspectos muito importantes do ensino da língua: leitura, análise

linguística e produção textual.

REFERÊNCIAS

ANTUNES, I. Lutar com palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola Editorial, 2005. BAKHTIN, M. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003. BUZEN, C. O ensino de “gêneros” em três tradições: implicações para o ensino aprendizagem da língua materna. Disponível em: www.letramento.iel.unicamp.br. Acesso em: abr. 2015. CAVALCANTE, M. M. Expressões referenciais e suas funções no texto. In: _________. Os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2011. KOCH, I. V. O texto e a construção de sentidos. 10ª. ed. São Paulo: Contexto, 2014. MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008

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ROJO, R. Gêneros do discurso e gêneros textuais: Questões teóricas e aplicadas. In: Meurer, J. L.; Motta-Roth, D.; Bonini, A.. (Org.). Gêneros: Teorias, métodos e debates. 1ed. São Paulo: Editora Parábola, 2005, v. único, p. 184-207. PORTO, M.. Mundo das ideias: um diálogo entre os gêneros textuais. Curitiba, Aymará: 2009 POSSENTI, S. Existe a leitura errada. Presença pedagógica, p. 5-18, 2001. v. 7 n. 40, jul./ago. 2001. Disponível em: <http://download14.docslide.com.br/uploads/check_up14/312015/55721025497959fc0b8cb2c5.pdf>. Acesso em 25 abr. 2015. SCHNEUWLY, Bernard & DOLZ, Joaquim. Os gêneros escolares_ Das práticas de linguagem aos objetos de ensino In __________. Gêneros orais e escritos na escola. Tradução e organização Roxane Rojo. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2010. _____________________. Sequências didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento. In: Gêneros orais e escritos na escola, p. 95-128, Campinas. Mercado de Letras. 2004.

ANEXO

PROPOSTA DE ATIVIDADE DE LEITURA Série: 9º Ano. Objetivos: Discutir a respeito das relações amorosas em outras épocas.

Identificar as fases da sequência narrativa. Realizar inferências textuais. Identificar elementos coesivos do texto. Produzir um conto.

Introduzindo o tema Conversar com os alunos a respeito de como era o namoro no passado e como acontece hoje. Levantar as seguintes perguntas: _ Nas últimas aulas falamos sobre o namoro nos dias de atuais. Hoje vamos ver uma realidade diferente. Vamos falar sobre o namoro no passado. A abordagem é bem diferente de hoje. Antes de discutir vamos assistir a um vídeo: Acessar o link: https://www.youtube.com/watch?v=yUjv3TgnyxY _ Reconte a história narrada no vídeo. _Qual era o papel dos pais? _ Você já pensou em viver naquela época? Com seria? Agora vamos conhecer a história de uma jovem e sua relação com o namoro. Lembre-se que estamos falando de outros tempos bem diferentes dos dias atuais. Leia atentamente o conto abaixo.

CONJUGO VOBIS*

(Artur de Azevedo) A formosa Angelina, filha do Seabra, tinha um namorado misterioso, que via passar todas as

tardes por baixo das suas janelas. Era um bonito rapaz, dos seus trinta anos, esbelto, elegante, sempre muito bem trajado, sobrecasaca, chapéu alto, botinas de bico finas, bengala de castão de prata, pincenez de ouro. Limitava-se a cumprimentá-la sorrindo. Ela sorria também, para animá-lo, mas, qual!, o moço parecia de uma timidez invencível, e o romance não passava do primeiro capítulo. - Com certeza um rapaz bem colocado, pensava Angelina, mas o diabo é que não se explica, e não hei de ser eu a primeira a chegar à fala!

Afinal, um dia, passando, como de costume, ele atirou para dentro do corredor da moça um bilhete em que estavam estas palavras: “Amo-a, e desejava saber se sou correspondido.”

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No dia seguinte ele apanhou a resposta, que ela atirou à rua: "Não posso dizer que o amo, porque não o conheço, mas simpatizo muito com a sua pessoa. Diga-me quem é.”

* * * Nessa mesma tarde, por uma dessas fatalidades a que estão sujeitos os corações humanos,

o Seabra, pai de Angelina, entrou em casa como uma bomba, esbaforido, carregado com muitos embrulhos, suando por todos os poros, e intimou a esposa e a filha (eram toda a sua família) a fazerem as malas, porque no dia seguinte, às 5 horas da manhã, partiam para Caxambu.

- Mas isto assim de repente! - protestou a velha. – Vai ser uma atrapalhação! - Não quero saber de nada! O médico disse-me que, se eu não partisse imediatamente para

Caxambu, era um homem morto! Eu devia até seguir pelo noturno! Estou com uma congestão de fígado em perspectiva!

Angelina ficou desesperada por não ter meios de prevenir o moço e lá partiu para Caxambu com o coração amargurado.

* * * Não a lastimem compadecidas leitoras: com 10 dias de Caxambu Angelina tinha se

esquecido completam ente do namorado. Isso não foi devido aos efeitos das águas, que não servem para o coração como servem para o fígado, mas à presença de um rapaz que estava hospedado no mesmo hotel que a família Seabra e, em correção e elegância, nada ficava a dever ao outro.

Era um médico do Rio de Janeiro, recentemente formado, moço de talento e de futuro, que, de mais a mais, tinha fortuna própria.

O Seabra, que estava satisfeito da vida, porque o seu fígado melhorava a olhos vistos, acolheu com entusiasmo a ideia de um casamento entre Angelina e o jovem doutor, e era o primeiro a meter-lhe a filha à cara.

Em conclusão, o casamento foi tratado lá mesmo, sob o formoso e poético céu do sul de Minas, para realizar-se, o mais breve possível, na Capital Federal.

* * * Regressando das águas, onde se demorou um mês, Angelina viu passar o primeiro

namorado, que olhou para ela com uma expressão de surpresa e de alegria, mas a moça fechou o semblante. O semblante e a janela. E, para nunca mais ver passar o importuno, deixou dali em diante de debruçar- se no peitoril.

* * * No dia do casamento, os noivos, as famílias dos noivos, as testemunhas e os convidados lá

foram para a pretoria**. - Tenham a bondade de esperar - disse-lhes o escrivão. - O doutor não tarda aí. Sentaram-se todos em silêncio, e pouco depois o pretor*** fazia a sua entrada solene. Angelina, ao vê-lo, tornou-se lívida e esteve a ponto de perder os sentidos. Ele estava atônito

e surpreso. Era o primeiro namorado. O mísero disfarçou como pôde a comoção, e resignou-se ao destino singular que o escolhia,

a ele, para unir a outro à mulher que o seu coração desejava. * * * Quando todos os estranhos se retiraram, ficando na sala da pretoria apenas o juiz e o

escrivão, este perguntou àquele: - Que foi isso, doutor? O senhor sofreu qualquer abalo! Não parecia o mesmo! Que lhe

sucedeu? O moço confiou-lhe tudo. O escrivão, que era um velhote retrógrado e carola, ponderou: - Ora, aí está um fato que só se pode dar no casamento civil; no religioso é impossível.

(Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bi000068.pdf. Acesso em 02 jul. 2015) * palavras ditas no casamento= Eu vos uno em matrimônio ** pretoria: sala onde aconteciam os casamentos. (espécie de cartório da época) ***pretor: juiz de paz. Análise textual

1- Indique as personagens principais do conto. 2- Caracterize a época falando sobre como seriam as relações entre a jovem Angelina e seus

pais. 3- Que fato inesperado mudou os rumos da história de Angelina e de seu primeiro namorado? 4- O que mudou em Angelina após a ida a Caxambu? 5- Por que o narrador se dirigiu às leitoras e não aos leitores?

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6- Na sua opinião, o que sentiu Angelina ao rever o primeiro namorado? 7- Em um texto, algumas informações estão explícitas, ou seja, são apresentadas claramente. Outras exigem um pouco mais do leitor, pois estão implícitas. Para identificá-las o texto nos dá pistas e temos que descobri-las, fazer inferências. Portanto, o que podemos inferir com a última fala do escrivão a respeito de o fato narrado não acontecer em casamentos no religioso?

8- Relacione as ideias centrais de cada parte do texto aos elementos da sequência narrativa a que se referem: (A) Situação inicial. (B) Complicação. (C) Ações. (D) Clímax. (E) Situação final. (F) Avaliação.

( ) No dia de seu casamento Angelina reencontra o primeiro namorado. ( ) O pai de Angelina resolve viajar às pressas. ( ) O juiz de paz explica a razão de seu espanto. ( ) Angelina conhece seu primeiro namorado. ( ) O escrivão afirma que situações como a do texto só acontecem no casamento civil. ( ) Angelina se esquece do primeiro namorado e se interessa por outro.

9- Um bom texto narrativo é aquele que apresenta um acontecimento inesperado e que caminha para situações que prendem o leitor até o fim. Em sua opinião, o conto lido atingiu esse objetivo? Explique.

Análise linguística 10- Um recurso interessante de coesão textual é a retomada de palavras ou expressões através

da substituição delas por outros elementos que façam referência a elas, como pronomes, substantivos, etc. Veja no exemplo:

Exemplo: Ela sorria também, para animá-lo, mas, qual!, o moço parecia de uma timidez invencível, e o romance não passava do primeiro capítulo. Angelina foi retomada no texto através substituição de seu nome pelo pronome ela, outra retomada ocorreu no uso do pronome oblíquo –lo e o substantivo o moço para evitar a repetição da palavra rapaz. Agora é sua vez. Nos trechos a seguir indique a quem se referem os itens em destaque:

a) Afinal, um dia, passando, como de costume, ele atirou para dentro do corredor da moça um bilhete em que estavam estas palavras: "Amo-a, e desejava saber se sou correspondido.”

b) Tenham a bondade de esperar - disse-lhes o escrivão. - O doutor não tarda aí. c) O mísero disfarçou como pôde a comoção, e resignou-se ao destino singular que o

escolhia, a ele, para unir a outro à mulher que o seu coração desejava. d) Não a lastimem compadecidas leitoras.

11- Durante o texto, como o narrador faz referência à mãe de Angelina? 12- Observe o trecho seguinte: “Não a lastimem compadecidas leitoras:” A sentença foi utilizada

pelo narrador com o objetivo de: ( ) introduzir uma explicação sobre a ação do pai de Angelina ( ) apresentar novos acontecimentos para a situação narrada no texto. ( ) antecipar que o fato narrado anteriormente foi bom para Angelina Sobre o tempo verbal predominante no texto, marque a resposta certa. a) ( ) Observa-se uso predominante do pretérito perfeito, pois o texto em questão narra

acontecimentos no passado sem influência no presente. b) ( ) Nas ações narradas observa-se uso do presente, pois dessa maneira texto passaria

uma impressão de que os fatos narrados ocorrem ao mesmo tempo em que o narrador observa.

Estrutura do gênero No conto lido temos uma sequência predominantemente narrativa. Uma das características de textos que obedecem a essa sequência é a introdução de um acontecimento novo, uma força transformadora que muda a situação inicial e traz novos acontecimentos. Funciona como o esquema abaixo: Ações Situação inicial Complicação Situação final Clímax

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Anais do IX FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 12 a 16 de setembro de 2016 – ISSN – 2178-7301

(força transformadora) Perceba que numa sequência narrativa uma situação inicial leva a outras fases formando juntas um todo, o texto. Veja este outro exemplo de texto narrativo que segue a mesma estrutura.

O Coveiro (Millôr Fernandes)

Ele foi cavando, cavando, cavando, pois sua profissão, coveiro, era cavar (situação inicial). Mas, na distração do ofício que amava, percebeu que cavara demais (complicação). Tentou sair da cova e não conseguiu. Levantou o olhar para cima e viu que sozinho não conseguiria sair. Gritou. Ninguém atendeu. Gritou mais forte. Ninguém veio. Enrouqueceu de gritar, cansou de esbravejar, desistiu com a noite. Sentou-se no fundo da cova, desesperado. A noite chegou, subiu, fez-se o silêncio das horas tardias. Bateu o frio da madrugada e, na noite escura, não se ouviu um som humano, embora o cemitério estivesse cheio de pipilos e coaxares naturais dos matos. Só pouco depois da meia-noite é que vieram uns passos (ações). Deitado no fundo da cova o coveiro gritou. Os passos se aproximaram. Uma cabeça ébria apareceu lá em cima, perguntou o que havia: O que é que há? O coveiro então gritou, desesperado: Tire-me daqui, por favor. Estou com um frio terrível! Mas, coitado! - condoeu-se o bêbado - Tem toda razão de estar com frio. Alguém tirou a terra de cima de você, meu pobre mortinho! (Clímax). E, pegando a pá, encheu-a e pôs-se a cobri-lo cuidadosamente. (situação final) Moral: Nos momentos graves é preciso verificar muito bem para quem se apela. Trabalhando em grupo

13- Em vários gêneros textuais percebe-se a presença da sequência narrativa: diários, cartas, novelas, contos, filmes. Que tal falarmos um pouco então sobre um desses gêneros: o filme?

Em grupo, reúna-se com seus colegas e contem sobre filmes que vocês assistiram e gostaram e tente identificar etapas da narração discutidas no quadro acima. Produzindo o gênero Agora que você já conhece as características de uma sequência narrativa, produza um conto sobre um acontecimento que se passou com você ou que você conheça bem. Antes vamos relembrar alguns pontos importantes que devem estar presentes em um conto: ► Um título interessante. ►Personagens localizados em um tempo e espaço definidos. ► Tipo de narrador. ► Uma situação de equilíbrio alterada por uma tensão. ► Algo que prenda a atenção do leitor. ► Um final surpreendente.

Na próxima aula faremos a troca dos textos produzidos entre os colegas e vamos apreciar os textos e /ou sugerir alterações.

de

Expressão que introduz a força transformadora

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