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Terceirização Ivan Luís Bertevello

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Terceirização

Ivan Luís Bertevello

INTRODUÇÃO

Associação das Empresas de Serviços Contábeis

no Estado de São Paulo

Terceirizar os serviços é delegar para outras empresas

serviços e atividades não essenciais (atividades-meio) da

sua empresa, a fim de que possa se concentrar na sua

atividade-fim.

Deste modo, a empresa não executa estas atividades

com seus próprios empregados, mas com os empregados

das empresas contratadas para este fim.

2

INTRODUÇÃO

Associação das Empresas de Serviços Contábeis

no Estado de São Paulo

Prestador de Serviços – Fornecedor/Contratada

Vínculo

Contratual

Vínculo de

Emprego

Prestação

de Serviços

Tomador de Serviços -

Contratante

TERCEIRIZAÇÃO

3

INTRODUÇÃO

Associação das Empresas de Serviços Contábeis

no Estado de São Paulo

Atividade-fim: É aquela que caracteriza o objetivo principal

da empresa, a sua destinação, o seu empreendimento,

normalmente expresso no objeto social de seu estatuto ou

contrato social.

Atividade-meio: É aquela em que não há participação

direta dos empregados terceirizados na formação do

produto ou serviço final. É secundária e/ou acessória

quanto aos fins do empreendimento, contrapondo-se àquela

essencial, vital para o cumprimento dos objetivos da

empresa. Observar se a supressão de determinadas tarefas

obstam a produção final.

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UTILIZAÇÃO E VANTAGENS

Associação das Empresas de Serviços Contábeis

no Estado de São Paulo

A terceirização interessa às empresas de

modo geral, em especial para:

Redução de custos;

Aumento da competência e

especialização no serviço contratado,

onde se fará a gestão apenas para

cumprimento dos prazos e serviços;

Compartilhamento de know-how e riscos

com a empresa contratada;

Execução de serviços com custos fixos. 5

UTILIZAÇÃO E DESVANTAGENS

Associação das Empresas de Serviços Contábeis

no Estado de São Paulo

Falta de comprometimento;

Dificuldade de obedecer às normas,

regras e sistemáticas da empresa;

Risco de profissionais não preparados;

Não possuir interesse no entendimento

do negócio da empresa, a fim de

executar um serviço mais direcionado;

Comunicação entre os funcionários

terceirizados e as equipes internas pode

ser problemática. 6

GESTÃO E RESULTADO

Associação das Empresas de Serviços Contábeis

no Estado de São Paulo

Uma terceirização eficaz traz resultados bastante

positivos, quando utilizada de maneira adequada.

Minimiza os riscos envolvidos e facilita a gestão.

A relação entre o tomador dos serviços (contratante) e

o prestador de serviços (contratada) deve durar todo o

tempo da vigência do contrato, buscando estabelecer

um relacionamento de parceria. Mesmo após o fim dos

serviços e do contrato, ainda é possível exigir das

partes a manutenção no contato e relação (pendências

financeiras, fiscais, trabalhistas, etc.)

Estabelece parcerias de negócio. 7

ESTATÍSTICAS

Associação das Empresas de Serviços Contábeis

no Estado de São Paulo

Fonte: CNI.

Fonte: CNI. 8

ESTATÍSTICAS

Associação das Empresas de Serviços Contábeis

no Estado de São Paulo

Fonte: CNI.

Fonte: Pactum Consultoria Empresarial Ltda.

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CICLO DA TERCEIRIZAÇÃO

Associação das Empresas de Serviços Contábeis

no Estado de São Paulo

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Fonte: Apostila do curso Auditoria Interna em Contratos

Terceirizados - Gestão, Fiscalização e Prevenção de Riscos.

ESCOLHA DO FORNECEDOR

Associação das Empresas de Serviços Contábeis

no Estado de São Paulo

11

Analisar a idoneidade e solidez da

empresa;

Custo muito baixo dos serviços costuma

ser um indicativo de inadimplemento das

obrigações legais;

Preferência por empresas que prestem

serviços para mais de um cliente;

Evitar a contratação de alguém que tenha

sido empregado da própria empresa (com

menos de 6 meses de desligamento);

Verificação de todos os trabalhadores

destacados para a execução dos serviços

(registros legais, certificações, etc.);

ESCOLHA DO FORNECEDOR

Associação das Empresas de Serviços Contábeis

no Estado de São Paulo

12

Exigência de que as prestadoras de serviços

remunerem seus empregados corretamente,

com atenção para os adicionais de

periculosidade ou insalubridade, quando

detectada a existência dos agentes

insalubres ou perigosos nos locais nos quais

serão executados os serviços.

Evitar as contratações que não estejam

diretamente relacionadas ao objeto social da

empresa que irá prestar os serviços.

Fornecimento de documentação para

suporte na decisão (pesquisa no SERASA,

pesquisa de ações judiciais, financeiras, etc.)

CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

Associação das Empresas de Serviços Contábeis

no Estado de São Paulo

13

O contrato por escrito é instrumento vital para dar maior

segurança jurídica na relação entre o prestador de serviços

x tomador de serviços.

A principal diferença entre um contrato de prestação de

serviços x contrato de emprego é o fato do primeiro sempre

envolver pessoas jurídicas (de um lado, a tomadora dos

serviços e, de outro, a prestadora dos serviços) e o

segundo há uma pessoa física.

Além da previsão das cláusulas que se aplicam a qualquer

tipo de contrato, na terceirização de serviços, é importante

prever algumas cláusulas específicas, tais como:

CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

Associação das Empresas de Serviços Contábeis

no Estado de São Paulo

14

Especificação dos serviços que serão executados, os quais

deverão estar correlacionados com as propostas

técnicas/ordens de serviços (anexos/adendos);

Comprovação, pela contratada, do cumprimento das

obrigações trabalhistas/legais/fiscais, relativas aos

empregados que participarem da execução dos serviços;

Resolução do contrato quando identificado o inadimplemento

das obrigações trabalhistas/legais/fiscais, com a previsão de

multa;

Cláusula de retenção de pagamento, na ocorrência de débitos

trabalhistas, fiscais ou processos administrativos e/ou

judiciais;

CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

Associação das Empresas de Serviços Contábeis

no Estado de São Paulo

15

Previsão proibindo a subcontratação;

Descrição dos materiais, equipamentos e instrumentos que a contratada

vai utilizar nos serviços;

Responsabilidade pelo cumprimento das normas legais em relação à

prevenção de acidentes, EPI/EPC, higiene, meio ambiente, código de

ética, etc.;

Previsão de não haver qualquer vínculo empregatício entre o tomador e

os empregados da prestadora;

Proibição da utilização dos empregados terceirizados em outras

funções da contratante;

Cláusula eximindo a contratante da responsabilidade trabalhista, com a

determinação da exclusão do polo passivo, sob pena de retenção no

pagamento e/ou multa.

MONITORAMENTO E AUDITORIA

Associação das Empresas de Serviços Contábeis

no Estado de São Paulo

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• Cálculos de INSS, FGTS e retenções.

• GFIP, GPS, CAGED e outras obrigações acessórias legais.

• ASO e Certificações Profissionais.

• Análises de admissões e rescisões.

• Verificações dos controles de jornadas, horas extras, DSRs, intervalos interjornadas e intrajornadas.

Mensal

•Cálculos dos encargos trabalhistas;

•Verificação de pagamento em consonância com ACT e CCT;

•Verificação de pagamentos de férias, 13º salários, descontos, PLR´s;

•Análises de CND/CPEN: federal, estadual e municipal;

•Registros e cadastros de funcionários;

•Avaliação financeira e legal (SERASA, JUCESP, Cartórios, etc.);

•Certidões Trabalhistas;

•Análise do contrato social e/ou alterações societárias.

Trimestral

LEGISLAÇÃO E RISCOS

Associação das Empresas de Serviços Contábeis

no Estado de São Paulo

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A CLT não proíbe e também não regula a terceirização.

A rigor, não há vínculo de emprego entre a tomadora dos

serviços e os empregados da empresa fornecedora de mão-

de-obra, EXCETO se configurados os requisitos dos artigos

2º e 3º da CLT:

Subordinação;

Pessoalidade;

Não-eventualidade;

Remuneração.

ATENÇÃO: SUBORDINAÇÃO E PESSOALIDADE

RISCO: SUBORDINAÇÃO E PESSOALIDADE

18

Subordinação: Os trabalhadores envolvidos nas

atividades são diretamente subordinados à prestadora de

serviços (fornecedor), não podendo a empresa contratante

ter qualquer tipo de ingerência em relação aos

empregados da contratada.

Pessoalidade: O que importa é o resultado final, pois

compra-se serviços, e não o trabalho de um empregado.

Evita-se quando qualquer um dos empregados pode

executar os serviços.

LEGISLAÇÃO E RISCOS

Associação das Empresas de Serviços Contábeis

no Estado de São Paulo

19

Como ainda não há lei específica sobre o tema, a jurisprudência fixou

entendimento, através da Súmula 331 do TST, no seguinte sentido:

A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal,

formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo

no caso de trabalho temporário (trata-se da terceirização de atividade

fim);

Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços

de vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza,

bem como a de serviços especializados ligados à atividade-meio do

tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta;

O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do

empregador da mão de obra terceirizada, implica a responsabilidade

subsidiária do tomador dos serviços, respectivamente ao período da

prestação laboral.

RISCO: RESPONSABILIZAÇÃO

Associação das Empresas de Serviços Contábeis

no Estado de São Paulo

20

Consequência comum a todas as modalidades de

terceirização, nas quais há cessão de mão de obra, é a

responsabilidade subsidiária/solidária do tomador de

serviços.

Responsabilidade Subsidiária: comum na maior parte

dos contratos de prestação de serviços.

Responsabilidade Solidária: contrato de subempreitada

(OJ 191-TST); trabalho temporário, na ocorrência de

acidente do trabalho (qualquer modalidade) e também na

constatação de trabalho escravo.

RISCO: RESPONSABILIZAÇÃO

Associação das Empresas de Serviços Contábeis

no Estado de São Paulo

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Distinção:

RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA: pressupõe o

esgotamento das possibilidades de execução contra o

devedor principal (prestador de serviços);

RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA: o credor (Reclamante)

pode escolher contra quem dirigirá a execução.

Pressupostos de aplicação da Responsabilidade Subsidiária

ou Solidária na terceirização:

culpa in eligendo: eleição da empresa.

culpa in vigilando: fiscalização da empresa.

TST E AUDIÊNCIA PÚBLICA

Associação das Empresas de Serviços Contábeis

no Estado de São Paulo

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Em outubro/2011, houve uma audiência pública que discutiu a

terceirização, promovida pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST).

O objetivo foi debater e colher informações técnicas, econômicas e

sociais relacionadas a terceirização para auxiliar juízes nos

julgamentos dos processos.

Viu-se a possibilidade da terceirização de serviços de

teleatendimento, discutindo a definição do seu enquadramento

como atividade meio ou fim, principalmente no setor de telefonia.

A terceirização no setor de telefonia, juntamente com o elétrico,

gera polêmicas em virtude dos dispositivos da Lei nº 9.472/1997

(telecomunicações) e da Lei nº8.897/1995 (elétricas), que admitem

a contratação de serviços inerentes, acessórios ou

complementares.

TERCEIRIZAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Associação das Empresas de Serviços Contábeis

no Estado de São Paulo

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Diferentemente da terceirização entre empresas privadas,

mesmo que ocorra a terceirização ilícita, a contratação irregular

de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo

de emprego com os órgãos da Administração Pública direta,

indireta ou fundacional. Os entes integrantes da Administração

Pública direta e indireta respondem subsidiariamente, caso

evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das

obrigações da Lei n.º 8.666/1993, especialmente na

fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e

legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida

responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das

obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente

contratada (responsabilidade subjetiva). Súmula 331, itens II e

IV e V, do TST.

ENTENDIMENTO DOS TRIBUNAIS

Associação das Empresas de Serviços Contábeis

no Estado de São Paulo

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Em 99% dos casos, condenam-se as tomadoras de

serviço (contratantes) de forma subsidiária ao

pagamento das verbas trabalhistas,

independentemente do Reclamante fazer ou não prova

da prestação de serviços nas dependências da

mesma.

Um dos erros recorrentes verificados é a contratação

de empresas de saúde financeira frágil, que possuem

uma relação de dependência muito grande com o

contratante, além da existência de um passivo

trabalhista.

De acordo com a jurisprudência pacifica do TST, em

caso de falência/não pagamento da empresa

terceirizada, a responsabilidade pelo pagamento de

verbas pleiteadas em ação é subsidiariamente da

empresa contratante.

JURISPRUDÊNCIA

Associação das Empresas de Serviços Contábeis

no Estado de São Paulo

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TERCEIRIZAÇÃO. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA.

Não há óbice à contratação de serviços de terceiros para a

realização de atividades-meio pelas empresas ou

instituições. Entretanto, o princípio da proteção ao

trabalhador e a teoria do risco permitem responsabilizar o

tomador subsidiariamente, diante da inadimplência do

prestador, pelo prejuízo causado aos seus empregados, cuja

força de trabalho foi usada em benefício do primeiro. (...)

Súmula 331, IV, do TST.

(TRT/SP - 01762200826302007 - RS - Ac. 5aT 20090604452

- Rel. José Ruffolo - DOE 21/08/2009)

JURISPRUDÊNCIA

Associação das Empresas de Serviços Contábeis

no Estado de São Paulo

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RECURSO DE REVISTA. TERCEIRIZAÇÃO. ATIVIDADES DE -CALL

CENTER. EMPRESA DE TELECOMUNICAÇÃO. ATIVIDADE-FIM.

VÍNCULO EMPREGATÍCIO. CARACTERIZAÇÃO. PROVIMENTO. (...)

Desse modo, a terceirização levada a efeito pelas empresas de

telecomunicações deve, necessariamente, atender às disposições

insertas na Súmula n .º 331, I e III, deste Tribunal Superior, que somente

considera lícita a terceirização no caso de trabalho temporário, serviços

de vigilância, conservação e limpeza e outros especializados, ligados à

atividade-meio do tomador, desde que inexistentes a pessoalidade e a

subordinação direta. Nesse contexto, não podendo haver a terceirização

de atividade-fim pelas empresas de telecomunicações, razão assiste ao

Recorrente na sua pretensão de ver reconhecido o vínculo empregatício

diretamente com a tomadora dos serviços. Recurso de Revista

parcialmente conhecido e provido.

(TST - RR 134600-05.2007.5.24.0006, 4ª Turma, Rel(a): Maria de Assis

Calsing, Jul. 09/02/2011, Dejt. 18/02/2011).

CONCLUSÃO

Associação das Empresas de Serviços Contábeis

no Estado de São Paulo

27

A TERCEIRIZAÇÃO é uma parceria para que a tomadora dos

serviços foque sua atenção, energia e conhecimentos

exclusivamente em seu core business, delegando a empresas

idôneas suas atividades-meio.

A empresa, na posição de tomadora de serviços, deve

dimensionar todas as cautelas necessárias tanto na escolha

da empresa que irá prestar os serviços (culpa in eligendo)

como no decorrer do contrato (culpa in vigilando).

É imperioso a existência de escopos técnicos, ordens de

serviços e um contrato de prestação de serviços bem

definidos, a fim de garantir proteção jurídica e mecanismos de

prevenção.

CONCLUSÃO

Associação das Empresas de Serviços Contábeis

no Estado de São Paulo

28

A prática (dia a dia) não pode ser diferente do pactuado

no contrato, por isso, a nomeação de um gestor/preposto

é importante para se evitar o desvirtuamento do que foi

contratado;

Critérios rígidos para a escolha da empresa prestadora

de serviços, bem como a fiscalização por parte da

empresa contratante quanto ao cumprimento dos

serviços e das normas legais são ferramentas que irão

mitigar consideravelmente os riscos envolvidos.

RODADA DE PERGUNTAS

Associação das Empresas de Serviços Contábeis

no Estado de São Paulo

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Dúvidas? Perguntas?

www.sindcontsp.org.br

Praça Ramos de Azevedo, 202 Centro – São Paulo/SP

(11) 3224-5100 / 3224-5125 [email protected]

Observação: foram utilizados para esta apresentação legislação, artigos de jornais, revistas e outros materiais, todos com as fontes devidamente citadas.