(iva incluido 11 · 2011. 7. 14. · no breve pacis nuntius, de 24.10.1964, ao proclamar s.bento...

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DE JULHO 11 S. BENTO PADROEIRO DA EUROPA Órgão Oficial da Irmandade de São Bento da Porta Aberta · Rio Caldo Julho 2011 Ano LIV . n.º 584 SÃO BENTO PORTA ABERTA da 0,50(IVA INCLUIDO) “Mensageiro da paz, realizador da união, mestre da civilização e, sobretudo, arauto da religião…” (Paulo VI, Breve “Pacis nuntius” – 24.X.1964)

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  • SÃO BENTO da PORTA ABERTA . JULHO 2011

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    deJulho11

    S. BentoPadroeiro da euroPa

    Órgão Oficial da Irmandade de São Bento da Porta Aberta · Rio Caldo

    Julho 2011Ano LIV . n.º 584 SÃO BENTO

    PORTA ABERTAda

    0,50€ (IVA INCLUIdO)

    “Mensageiro da paz, realizador da união, mestre da civilização e, sobretudo, arauto da religião…”

    (Paulo VI, Breve “Pacis nuntius” – 24.X.1964)

  • SÃO BENTO da PORTA ABERTA . JULHO 2011

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    EdItorIal

    Julho é um mês especial para os devotos de S.Bento. todos sabem que a 11 celebramos o Santo Patriarca, Pai e Padroeiro da Europa. o nosso santuá-rio associa-se à efeméride (ver programa próprio) e em todo o mundo cristão S.Bento vai ser recordado.

    “Fulgurante de luz, Bento de Núrsia, glória da Itá-lia e da Europa , resplandece como astro de cerração da noite.”(Pio XII, in Encíclica “Fulgens radiatur” de 21.3.1947), assim se referia a S.Bento o grande Papa Pacelli, Pio XII centenário da morte do Santo Patriarca S.Bento. Como são actuais estas belíssimas palavras de Pio XII! Sobretudo neste momento da história da humanidade em que uma pesada e negra “cerração da noite” caiu sobre os homens! Basta olhar à nossa volta… o colapso dos valores estruturantes da nossa cultura… o relativismo que varre as mentalidades e, consequentemente, o agir, mesmo de muitos que se dizem cristãos…

    o indiferentismo religioso que caracteriza a paisa-gem juvenil…

    “Mensageiro da Paz, realizador da união, mestre da civilização e, sobretudo, arauto da religião cristã e fun-dador da vida monástica no ocidente – tais são os jus-tos títulos de glorificação de S.Bento abade” (Paulo VI, no Breve Pacis nuntius, de 24.10.1964, ao proclamar S.Bento Padroeiro Principal de toda a Europa).

    S.Bento, sabiamente chamado mestre de civiliza-ção por Paulo VI (cf. Supra), continua, hoje a iluminar-nos ao longo da nossa vida de cristãos, do nosso pe-regrinar para a Casa do Pai, a Eternidade onde Nossa Senhora e S.Bento nos hão-de acolher.

    Possa S.Bento, o nosso S.Bento da Porta aberta, pela sua regra e pelo exemplo da sua vida, continu-ar a orientar-nos, a apoiar-nos e a tornar-nos “arautos da religião cristã” como, referindo-se-lhe, lhe chamou Paulo VI.

    S.Bento é, sem dúvida, um dos vultos maiores do cristianismo e da Europa.

    Vamos fazer o propósito de o conhecer melhor e de o seguir como verdadeiros filhos espirituais que, na docilidade de filhos, seguem seu Pai!

    Carlos aguiar Gomes

    EUTANáSIA

    O que se diz

    Começa a falar-se no direito à eutanásia, isto é, à morte a pedido. É frequente ouvirmos e lermos que, por compaixão e uso da liberdade década um dispor de si, alguém possa matar outra pessoa, quan-do esta padece de alguma doença grave ou sofreu danos irreversíveis. assim, o Estado deve criar a possi-bilidade de, legalmente e a quem o solicitar, lha dar a morte.

    O que é

    a eutanásia é uma forma de homicídio, a pedido. Moralmente é inaceitável qualquer que seja o motivo, o método ou o local onde é praticada.

    Na realidade, a eutanásia é al-guém matar outra pessoa sem que tal seja considerado crime. É uma derrota do amor. É a vitória do de-sespero e da solidão. É o fracasso de uma civilização que não investe em cuidados paliativos.

    a eutanásia é um homicídio e não pode ser encarada como um direito.

    o livro “Vida de S. Bento”, cujo autor é o monge beneditino Pe. abel Matias

    é uma edição da Irmandade e está à ven-da no santuário (Casa das Estampas). É um livro bem escrito, simples mas signifi-cativo. Ilustra bem o que foi (e é) a vida do nosso Santo Patriarca S. Bento.

    Encomendas na Livraria do Santuário.

    Edição da Irmandade de S. Bento da Porta aberta – em português e espanhol – 6 Volu-mes, Braga, 1989. obra indispensável para conhecer S. Bento e património que nos le-gou e que está espalhado pelo mundo.

    Encomendas na Livraria do Santuário.

    NOVIdAdE

    NOVIdAdE

  • SÃO BENTO da PORTA ABERTA . JULHO 2011

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    CARIdAdE PARA COm TOdOS

    Propor modos de vida mais humanos

    a Igreja não impõe modelos de vida a ninguém. Propõe, com naturalidade, aqueles modos de vida que, tendo como referência o Evangelho e uma sabedoria multissecular, lhe aparecem como mais humanos e, portanto, mais capazes de contribuir para a felicidade das pessoas. No que respeita à sexualidade, a Igreja propõe um estilo de vida virtuoso cujas vantagens são evidentes: em vez de actos sexuais sem compromisso, ao acaso e iniciados numa idade precoce, uma sexua-lidade trabalhada em todas as suas dimensões, come-çando pelo amadurecimento na abstinência; em vez da promiscuidade sexual, uma sexualidade afectivamente madura, vivida na fidelidade ao outro, com quem se de-seja partilhar muito mais do que o prazer do momento; e, para aqueles que a tal sejam chamados, a virginda-de, como estilo de vida capaz de exprimir no interior da sociedade a capacidade humana de doação total a deus e aos irmãos. Num contexto destes, o uso do preservativo como forma de diminuir o risco de propa-gação da SIda deixa de ser uma questão. Quem se co-loca fora deste contexto, escolhe outros estilos de vida e deve daí tirar as consequências. Não pode é esperar que seja a Igreja a fazê-lo ou pretender que a Igreja se desminta a si mesma, anulando, na prática, aquilo que propõe como princípio de vida humana e feliz.

    Acusações interessadas

    apesar da clareza com que o Magistério eclesial propõe este ensinamento e do seu evidente poder de humanização, não faltam vozes, no seio da Igreja, a contradizer esta proposta. Vozes particularmente úteis ao fundamentalismo laicista, segundo o qual a Igreja e, sobretudo, os Papas João Paulo II e Bento XVI são os «maiores culpados» na difusão da SIda, em particular nos países mais pobres. Chega-se mesmo a falar de «genocídio» e de recurso ao tribunal Penal Internacio-nal. o absurdo e ridículo de tudo isto não torna tais acusações menos perigosas, pois criam o ambiente propício à manipulação dos sectores mais desinforma-dos da população, sobretudo nos países ocidentais. Estas campanhas não têm, como é evidente, nada a ver com os doentes reais nem com as condições em que a SIda se propaga. Servem, pelo contrário, os inte-resses ideológicos de gente com proveniências várias e um objectivo comum: afastar a Igreja da vida pública e impedir os católicos de agirem e falarem segundo as suas convicções.

    Ao serviço de todos os que sofrem

    a Igreja, porém, não se limita a propor estilos de vida mais humanos e saudáveis. Praticamente desde o mo-

    mento em que foram conhecidos os primeiros casos de SIda, a Igreja procurou estar ao lado dos doentes, servin-do-os e aliviando os seus sofrimentos espirituais e físicos. Com o passar dos anos, diversas organizações da Igreja (Cáritas, ordens religiosas, Fundações...) desenvolveram acções nas áreas mais diversas: prevenção, tratamento, auxílio a crianças órfãs, promoção das pessoas doentes e luta contra a sua discriminação, atendimento pastoral... a tal ponto que, hoje, a Igreja Católica é a maior pres-tadora não governamental de cuidados a estes doentes, sobretudo nos países mais pobres – onde, não raro, é a única prestadora de cuidados, através das suas missões e das obras de assistência médica que estas levam por diante. Este trabalho é feito, quase sempre, com recurso a grande número de voluntários e graças aos donativos dos cristãos – pois as instituições internacionais continuam muito renitentes em confiar fundos às instituições católi-cas a trabalhar nesta área.

    Estando ao serviço dos doentes com SIda, a Igreja não procura títulos de jornais, grandes ou pequenos. realiza simplesmente a sua missão, dando cumpri-mento ao mandamento do amor. Isso não significa que o seu trabalho não deva ser conhecido e reconhecido. Na verdade, muitas críticas à actuação da Igreja, nes-ta área, são fruto directo da ignorância. E, quando não se trata de ignorância, trata-se de preconceito e má-fé, que não devem passar em claro, sobretudo pelo mal que podem causar àqueles que mais interessam: os doentes e quem os socorre no quotidiano.

    Elias Couto(Em colaboração com www.cristoeacidade.org)

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    a 1, este ano, celebramos a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, o amor total que é o Senhor Jesus. devoção antiga e que se deve a Santa Margarida Maria de alacoque. Mantêm-se viva em muitas paróquias e movimentos esta manifestação de contemplação do amor que se manifestou em Cristo.

    a 2, primeiro Sábado do mês, celebra-se a Memória do Imaculado Coração de Maria, o amor da Mãe por excelência que é Maria, Nossa Senhora.

    Nós, os portugueses, não deveríamos esquecer a nossa única rainha que é Santa, a rainha Santa Isabel, Mulher do grande rei, dom dinis. Santa Isabel é modelo de Esposa e de Mãe. ainda hoje, ou sobretudo hoje, em que a conjugalidade e a maternidade estão em crise profunda.

    No santuário de S.Bento da Porta aberta e em todo o mundo católico, a 11, celebramos S.Bento, Padroeiro da Europa. da Europa que está em crise profunda de valores e que renega a sua natureza fundacional cristã e para a qual muito contribui precisamente S.Bento e os seus “filhos espirituais” (beneditinos e cistercienses, essencialmente).

    a 18, a diocese de Braga, recorda um dos maiores arcebispos de Braga, o Beato d.Fr. Bartolomeu dos Mártires o.P.Infelizmente conhecemos mal, nós, a mioria dos cristãos, a vida deste extraordinário arcebispo cujo papel no Concílio de trento foi absolutamente extraordinário. dominicano, viveu e morreu pobre mas a sua vida foi de riqueza ímpar tendo iniciado, de forma decidida, a reforma pós-concíliar tridentina, levando-a a toda a extensíssima diocese que, praticamente, se estendia por todo o território a Norte do douro.

    a 25 não esqueceremos o apóstolo S.tiago. a devoção popular mantém viva a memória deste apóstolo.

    Não podemos deixar de referir que a 26, se comemora em Portugal o dIa NaCIoNal doS aVÓS, por decisão do Parlamento. os avós vivos e que não raras vezes são esteios das famílias. os avós que já partiram e a quem devemos muito do que somos. a Igreja celebra neste dia os avós de Jesus, Stª ana e S. Joaquim. Que estes intercedam junto do seu neto por todos os avós do mundo!

    EfEméRIdES dE JULHO

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    VIdA NO SANTUáRIONos dias 27,28 e 29 de JuNho, os bispos das dioceses do centro em encontro/reflexão. Estiveram presentes os bispos de: Portalegre, Castelo Branco, Guarda, Viseu e os eméritos de aveiro, Portalegre e Castelo Branco, leiria Fátima e Coimbra. Celebraram sempre a Eucaris-tia no santuário.

    No dia 29 de JuNho, a Universidade Sénior de Braga em convívio de fim de ano. acompanhou o Cónego alberto rosmaninho que para eles celebrou a Eucaristia. Eram 75 alunos da mesma universidade.

    No dia 29 de JuNho, o centro social e paroquial de Ca-lheiros Ponte de lima; acompanhados do seu Pároco Padre Jorge ramos e o diácono ricardo Carreira. Ce-lebraram a eucaristia no santuário.

    No dia 30 de JuNho, os utentes do centro Social e Paro-quial de Ferreiros Braga, acompanhados de seu Pároco Padre Miguel Simões, que para eles celebrou a eucaris-tia. Eram 27 utentes.

    No dia 15 de JuNho, os alunos do Seminário de S. José de Bragança, acompanhados do seu reitor em passeio de fim de ano. Celebraram a eucaristia eram 8 alunos,

    No dia 18 de JuNho, o Crisma interparoquial do arci-prestado de terras de Bouro. Presidiu à celebração o Senhor d. Manuel linda, bispo auxiliar da diocese. Fo-ram crismados 85 adolescentes,

    Lista de assiNaNtes que pagaram assiNatura eNtre 01/JuN/11 e 30/JuN/2011.GUIMARÃES: Francisco Gonçalves Melo, deolinda da Costa Macedo, antónio Silva, antónio Freitas Castro, José Eduardo Gonçalves Maia, Mª Sameiro Pires Cunha; RIO CALDO: Horácio Fernando Vieira Ferreira; BRAGA: antónio José Nascimento Gonçalves, domingos Silva dias, José Gonçalves Martelinho, Joaquina Martins, Manuel alves, Mª de Fátima rodrigues Mendes; VILA NOVA DE SANDE: Fernando Salgado oliveira; VILA NOVA DE GAIA: Simão Monteiro Martins, VIEIRA DE BORNES: domingos José rua; PÓVOA DO VARZIM: lucinda Maria areias Martins, ana Maria Silva Faria, Manuel alberto Gomes Serra; José Maria Faria alves; NAVAIS: Mª Joaquina de amorim, Manuel albino amorim Figueiredo, Mª alice Fernandes; RIBEIRÃO: José Veloso Santos, laurinda Peniche Santos; PONTE DE LIMA: Manuel rocha Gomes, antónio Sousa Pereira; BARCELOS: ana Glória dantas Pereira, teotónio Jardim Ferreira, adelino da Costa e Silva, José Silva Gomes, Isabel Cristina Castro loureiro; FAMALICÃO: antero rodrigues Silva, agostinho da Costa rodrigues, Manuel Correia Gomes; FRANÇA: domingos Martins oliveira; CALDELAS: rosa alice Vieira Silva; PORTO: luís Gonçalves Mota, adélia anjos carvalho; PONTE DA BARCA: laurinda Nogueira rodrigues; FAFE: Mª amélia Miranda, Mª lurdes Magalhães, José Moreira Pereira; POVOA DE LANHOSO: augusta Monteiro amorim, Fernando Machado; FELGUEIRAS: Manuel duarte; SANTA MARIA ARNO-SO: João Martins Braga; BRITO: dâmaso oliveira Martins; PICO DE REGALADO: Carlos alberto Sousa.

    Ofertas de Valores a São Bento | Recebidas por correio:

    Espinho: Bernardina Pereira Santos Magalhães ..............................................................................................20.00€Lisboa: Mª Gabriela Silva Gaspar Martins ........................................................................................................10.00€ (Liliana Barbosa)30- Junho-2011.

    INFORMAÇÃO

    1. Havendo necessidade de imprimir um cunho franca e claramente inspirado em S.Bento, a Mesa da Irmandade na sua reunião ordinária de 2 de Junho, de-cidiu atribuir às casas da Irmandade nomes de Santos “filhos espirituais” do Patriarca S.Bento. assim:

    A Casa do Apostolado – passa a chamar-se Casa “S. Bernardo de Claraval” , seu padroeiro.

    A Casa das Irmãs – tem como padroeira Stª Es-colástica e passa a ter esse nome.

    A Casa do Polícia – ficará sob a proteção de Stº amaro e, assim, passa a designar-se por Casa “Stº amaro”

    2. o sítio da internet do santuário foi renovado e actualizado. Pode ser visitado em www.sbento.pt

    Baptizado: No dia 23 de Junho, Maria Eduarda alves Cunha, filha de José ricardo Gonçalves Cunha e de daniela Patrícia da Silva alves, de Vilar da Veiga, terras de Bouro. Presidiu à celebração o reitor do santuário, Padre adelino Costa e Sousa.

    CasameNto: No dia 25 de Junho, neste santuário, con-traíram matrimónio, João Carlos da Silva Martins, de Carvalheira terras de Bouro e Viviana araújo antunes, de Moimenta também de terras de Bouro. assistiu ao acto o Padre Carlos Manuel Fernandes lopes.

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    Palavra de Vida

    «Não vos acomodeis a este mundo. Pelo contrário, deixai-vos transformar, adquirindo uma nova mentalidade, para poderdes discernir qual é a vontade de deus: o que é bom e Lhe é agradável e perfeito» [Rm 12, 2].(1)

    Esta frase encontra-se na segunda parte da Carta de S. Paulo aos romanos. aqui, o apóstolo descreve o procedimento cristão como expressão da nova vida, do verdadeiro amor, da verdadeira alegria e da verdadeira liberdade que Cristo nos deu. É a vida cristã como um novo modo de enfrentar, com a luz e a força do Espírito Santo, as várias tarefas e problemas que podemos vir a encontrar.

    Neste versículo, estreitamente ligado ao anterior, o apóstolo define a finalidade e a atitude de base que deveriam caracterizar sempre o nosso comportamento: fazer da nossa vida um hino de louvor a deus, um acto de amor prolongado no tempo, na busca constante da Sua vontade, daquilo que lhe é mais agradável.

    «Não vos acomodeis a este mundo. Pelo contrá-rio, deixai-vos transformar, adquirindo uma nova men-talidade, para poderdes discernir qual é a vontade de Deus: o que é bom e Lhe é agradável e perfeito».

    É evidente que, para cumprir a vontade de deus, é necessário, primeiro, conhecê-la. Mas, como o apósto-lo nos faz compreender, isso não é fácil. Não é possível conhecer bem a vontade de deus sem uma luz espe-cial. Uma luz que nos ajude a discernir, nas várias situa-ções, aquilo que deus quer de nós, evitando as ilusões e os erros em que facilmente poderíamos cair.

    trata-se daquele dom do Espírito Santo que se chama “discernimento” e que é indispensável para construir em nós uma autêntica mentalidade cristã.

    «Não vos acomodeis a este mundo. Pelo contrá-rio, deixai-vos transformar, adquirindo uma nova men-talidade, para poderdes discernir qual é a vontade de Deus: o que é bom e Lhe é agradável e perfeito».

    Mas, como obter e desenvolver em nós esse dom tão importante? Claro que é preciso que te-

    nhamos um bom conhecimento da doutrina cris-tã. Mas isso não é suficiente. Como nos sugere o apóstolo, é sobretudo uma questão de vida. É uma questão de generosidade, de esforço por viver a Palavra de Jesus, pondo de lado os receios, as in-certezas e os cálculos mesquinhos. É uma ques-tão de disponibilidade e de prontidão em cumprir a vontade de deus. É esta a forma de adquirir a luz do Espírito Santo e construir em nós a nova menta-lidade que aqui nos é pedida.

    «Não vos acomodeis a este mundo. Pelo contrá-rio, deixai-vos transformar, adquirindo uma nova men-talidade, para poderdes discernir qual é a vontade de Deus: o que é bom e Lhe é agradável e perfeito».

    Como viveremos então a Palavra de Vida deste mês? Procurando merecer, também nós, aquela luz que é necessária para cumprir bem a vontade de deus.

    Vamos procurar então conhecer cada vez melhor a Sua vontade tal como nos é expressa através da Sua Palavra, dos ensinamentos da Igreja, dos deveres do nosso estado, etc.

    Mas, sobretudo, procuremos vivê-la, já que, como acabámos de ver, é vivendo no amor que brota em nós a verdadeira luz. Jesus manifesta-se a quem o ama e põe em prática os seus mandamentos (cf. Jo 14, 21).

    Conseguiremos assim cumprir a vontade de deus e dar-lhe a melhor prenda que lhe podemos oferecer. E isto ser-lhe-á agradável não só pelo amor que poderá exprimir, mas também pela luz e pelos frutos de renovação cristã que suscitará à nossa volta.

    Chiara Lubich1) Palavra de Vida, agosto de 1993,

    publicada em Città Nuova, 1993/14, pp. 34-35.

  • PASSAdAS COm S. BENTO6.ª PASSAdA

    «É sabido que há quatro espécies de monges.A primeira é a dos cenobitas, isto é, dos que vivem em mosteiro e militam debaixo duma regra e de um

    abade.A segunda é a dos anacoretas ou seja eremitas(…) trocaram as fileiras fraternas pelos combates singulares do

    ermo (…)A terceira (…) esta detestável é a dos sarabaítas. São os que, não estão nunca à prova de uma regra (…).A quarta (…) é a dos chamados giróvogos. Estes passam toda a vida a correr de terra em terra (…).

    a classificação de S.Bento para os diferentes tipos de monges, aplica-se, perfeitamente, na vida familiar, talvez hoje mais do que nunca, a muitos Pais.

    Uns e começando pelos girovogos, são os pais que abandonam as suas responsabilidades parentais e andam longe do cumprimento dos seus deveres. abandonam a casa. Vão para longe e nunca ou raramente se interessam pelos filhos.

    a terceira categoria, segundo S. Bento, pode dizer-se dos Pais que vivem sem “rei nem roque”, sem rumo, sem o exercício da sua autoridade, o papel que naturalmente lhes cabe de serem os primeiros e principais educadores dos seus filhos, sem uma relação conjugal com objectivos e projecto de vida em comum.

    a segunda categoria, os anacoretas, é a negação que tantos Pais (Pai e Mãe) exercem de viverem em comum a vida familiar. Cada um, mesmo não se odiando, faz vida por si e para si.

    Finalmente, S.Bento, aponta-nos a categoria dos monges cenobitas, são os monges que vivem debaixo de uma regra e que se esforçam por cumprir as suas obrigações.

    aplicando às Famílias, que obviamente não são constituídas por monges, dir-se-ía que são as famílias que vivem em comunhão fraterna, no exercício das suas responsabilidades próprias de cada um dos seus elementos. Em que o Pai e a Mãe são simplesmente Pai e Mãe que sabem que na complementariedade da diferença são a autoridade amorosa, presente e eficiente.

    Como Pai/Mãe que me preocupo com a relação conjugal e com a relação com os filhos, em que cate-goria me incluo?

    Vivo, como Pai/Mãe, amorosamente e dedicação mútua e aos filhos num projecto de vida comum, anima-do e inspirado pelo Evangelho, tal como o Abade e os monges num mosteiro, como nos indica S.Bento?

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    SÃO BENTO da PORTA ABERTA . JULHO 2011

  • SÃO BENTO da PORTA ABERTA . JULHO 2011

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    Celebra-se a 11 de Julho a festa de S.Bento, Pa-droeiro da Europa. o nosso S.Bento da Porta aberta. o santuário adoptou como sua insígnia, o bonito e signi-ficativo do corvo retirando no bico o pão envenenado, pousado no báculo abacial.

    S.Gregório Magno, o primeiro biógrafo de S.Bento inicia a narrativa da vida do Santo Patriarca deste modo:

    «Houve um varão de vida venerável, Bento pela graça e pelo nome…» S. Gregório poderia ter come-çado a biografia de outro modo. Mas não. Poderia ter usado, em vez de varão, a palavra homem. (No latim: Fuit vir…). Mas S.Gregório teve a intenção de subli-nhar a dimensão que em português se pode aparen-tar a virilidade: força, determinação, vigor, energia… de facto, S.Bento foi um Homem de força interior, de determinação, de grande vigor moral e de uma energia indómita. toda a sua vida soube seguir o seu caminho e lutar com denodo, sem quebra, para rea-lizar o seu projecto de vida. E este comportamento galvanizou os seus contemporâneos mais próximos. Chegou até nós nos seus filhos espirituais. até tantos milhares de homens e mulheres que o seguiram e se-guem. Que o tomam como modelo. Monges ou não. Que seguem a regra que escreveu e nos legou e que apesar de ter mais de 1 500 anos, continua actual e interpelativa. a regra de S.Bento continua a inspi-rar jovens e menos jovens de todos os continentes e culturas. o seu tempo, a regra e o estilo de vida do seu autor, S.Bento, inspirava um modo novo de viver o Evangelho, na fidelidade, na radicalidade mo-derada. Por isso despertou mal-estar aos medíocres que o rodeavam. Inveja imoderada. Como nos refere S.Gregório Magno, na já referida biografia, “… sem embargo, como é próprio dos maus terem inveja dos virtuosos sem entretanto terem vontade de os imitar, aconteceu que um sacerdote da igreja vizinha(…). iniciado pela malícia do antigo inimigo, começou a ter inveja das empresas levadas a cabo pelo santo varão, passando a difamar a sua vida (…) chegou ao ponto de mandar ao servo de deus omnipotente um pão envenenado, como presente. (…) ora na hora da refeição era costume vir um corvo da floresta vizi-nha e receber alimento das suas próprias mãos (…) depois de alguma hesitação, afinal o corvo pegou-o pelo bico e, levantou voo, foi-se (…)» (1)

    Voltando à insígnia do Santuário com que inicia-mos este curto artigo, e ao corvo nele presente (e qua-se sempre nas representações de S.Bento), esta ave remete-nos para o mal da inveja que não raras vezes

    não tem escrúpulos até de destruir e matar. a presença do corvo deve, assim, recordar-nos que S.Bento, como Pai, nosso padroeiro, nos indica o caminho do amor. do amor que é difícil de viver e que não raras vezes traz incómodos e preocupações.

    S.Bento, na sua vida inteira, limita-se a indicar-nos o caminho para o Caminho, a Verdade e a Vida que é Jesus Cristo. Na regra aponta-nos o caminho desta peregrinação que cada um de nós fez desde o seu Bap-tismo: Com Bento para a Verdade!

    (1) S. Gregório Magno - “Vida e Milagres de S.Bento” – Ed. Civilização, Porto – 1999)

    S.BENTO

  • «… Em mARIA SE REfLECTE O

    VULTO LUmINOSO dE CRISTO. SE A SEgUIRmOS

    dOCILmENTE, A VIRgEm CONdUzIR- -NOS-á ATé ELE.»(BENTO XVI – VENEzA (ITáLIA) – 8.05.2011

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    SÃO BENTO da PORTA ABERTA . JULHO 2011

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    “Cristãos pelo ambiente”7. «…os perigos que derivam do desleixo, se não mesmo do abuso, em relação à terra e aos bens naturais

    que deus nos concedeu … um conjunto de problemáticas que derivam de fenómenos como as alterações climá-ticas (a desertificação, a deterioração e a perda de produtividade de vastas áreas agrícolas, a poluição dos rios e dos lençóis de água, a perda da biodiversidade, o aumento de calamidades naturais, a desflorestação das áreas equatoriais e tropicais.) »

    Bento XVI alerta para a crise ecológica(Mensagem para o dia Mundial da Paz 2010)

    8. «…os refugiados “ambientais”, ou seja, “pessoas que, por causa da degradação do ambiente onde vivem, se vêem obrigadas a abandoná-lo – deixando lá, muitas vezes, também os seus bens – tendo de enfrentar os pe-rigos e as incógnitas de uma deslocação forçada.

    o acesso a recursos naturais, acrescenta, está na base de “conflitos, já em acto ou potenciais” e as questões ambientais “tem um impacto profundo no exercício dos direitos humanos, como, por exemplo, o direito à vida, à alimentação, à saúde, ao desenvolvimento”.

    Bento XVI alerta para a crise ecológica(Mensagem para o dia Mundial da Paz 2010)

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    SÃO BENTOda PORTA ABERTAAgenda

    HORáRIOS dAS mISSAS dOmINICAIS

    VESPERTINAS

    TERÇO dE ROSáRIO

    CONfISSÕES

    SANTUáRIO:

    7H30m; 9H30m; 11H30m; 16H00m

    PARÓQUIA:

    8H00m

    SANTUáRIO:

    16H00m mISSA ESTATUTáRIA

    PARÓQUIA:

    17H00m

    15H30m (SáBAdO, dOmINgO E dIAS SANTOS)

    TOdOS OS dIAS ANTES E dEPOIS dAS mISSAS. AOS fINS dE SEmANA:dAS 7H00m ÀS 12H00m; 15H00m ÀS 16H00m.

    Adoração e exposição do SS. SacramentoCapela da Adoração

    PRImEIRA QUINTA-fEIRA dE CAdA mÊS:

    14H30m ÀS 17H00m

    2.º dOmINgO dE CAdA mÊS: EXPOSIÇÃO SOLENE

    15H00m ÀS 16H00m

    “Tomar conta da Palavra que toma conta de nós”

    Com S. Bento encontramos a Palavra, acolhemo-la e viveremos da Palavra

    ficha Técnica

    Propriedade: Irmandade de São Bento da Porta Aberta (c/aprovação eclesiástica) Rua 1, São Bento, n.º 91/97, 4845-026 Rio Caldo gerês Tel. 253 390 180 fax 253 390 181 Presidente: Cónego fernando monteiro Reitor de S. Bento da Porta Aberta: Adelino Costa e Sousa director: Carlos Aguiar gomes Concepção gráfica e produção: Empresa do diário do minho, Lda. Assinatura anual: Portugal 7,5 euros; Estrangeiro 20 euros

    Periodicidade mensal depósito legal n.º 1695/83 Registo ICS Publicação n.º 115028

    AvisoInformam-se todos os interessados que a alBErGarIa dE S. BENto da Porta aBErta encer-rou para reestruturação. Pedimos desculpa pelo incómodo.Já está aberto o restaurante (em regime de self-service) e o café. a Mesa