ituação e perspectivas para exploração do potencial ecológico e
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Revista VITAS – Visões Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade – www.uff.br/revistavitas ISSN 2238-‐‑1627, Ano V, Nº 10, junho de 2015
SITUAÇÃO E PERSPECTIVAS PARA EXPLORAÇÃO DO POTENCIAL
ECOLÓGICO E SOCIOAMBIENTAL DO PARQUE SAPUCAIA EM
MONTES CLAROS – MG
Thamyres Sabrina Gonçalves1 Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES.
Resumo: O Parque Sapucaia possui ampla importância para a cidade de Montes Claros
em diferentes setores como turismo, conservação ambiental, pesquisa, ensino, lazer e
esportes. A pesquisa se justifica pela necessidade de estudos sobre o Parque Sapucaia
que são escassos e se fazem amplamente necessários. Os objetivos do trabalho foram:
fazer um levantamento da atual situação do parque, a fim de identificar os impactos
ambientais ocorrentes no lugar; realizar um estudo descritivo das características da
vegetação neste parque; e fazer um levantamento das publicações científicas que
abordem sobre o Parque Sapucaia com intuito de que estes estudos possam trazer
informações importantes na tomada de decisões referentes à gestão do parque e
direcionar ações que apontem para a resolução dos problemas existentes na
administração daquela área. Para a realização deste trabalho foram adotados os
seguintes procedimentos metodológicos: pesquisa exploratória á partir de visitas
mensais dentre os meses de Janeiro a Julho de 2012 onde se avaliou sobre a atual
situação do Parque de modo que este levantamento foi realizado através de
observações de campo além de anotações descritivas e registros fotográficos.
Posteriormente foi feita uma pesquisa documental na Prefeitura Municipal de Montes
Claros de informações referentes ao Parque Sapucaia e da legislação ambiental vigente
na cidade. Procedendo-‐‑se um levantamento bibliográfico das publicações científicas de
1 Graduação em Geografia na Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES Bolsista de Iniciação Científica do Conselho Nacional de Pesquisas pelo Sistema Nacional de Pesquisas em Biodiversidade.
Revista VITAS – Visões Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade – www.uff.br/revistavitas ISSN 2238-‐‑1627, Ano V, Nº 10, junho de 2015 estudos e pesquisas realizados sobre a área. Constatou-‐‑se que as potencialidades
diversas do parque não estão sendo devidamente exploradas. Assim sendo, conhecer,
valorizar e utilizar o Parque Sapucaia de maneira equilibrada prescinde de uma serie
de ações que devem ser integradas entre diferentes agentes políticos, sociais e
institucionais.
Palavras-‐‑chave: Biodiversidade, Parque Sapucaia, Unidades de Conservação,
Vegetação, Montes Claros
INTRODUÇÃO.
A Vegetação do Parque Florestal da Sapucaia
As áreas verdes urbanas são espaços de grande importância para as cidades, uma vez
que cumprem múltiplas funções que podem ser sociais, turísticas, ecológicas, culturais
ou históricas. Em áreas com maior cobertura vegetal, há mais evapotranspiração e uma
melhor circulação do ar, minimizando a amplitude térmica. A vegetação ajuda também
na atenuação de outras formas de poluição, como, a poluição sonora, já que atua na
absorção dos sons (ROMERO, 2001). O Parque Florestal da Sapucaia está localizado na
cidade de Montes Claros -‐‑ MG. Foi criado em 08 de Setembro de 1987 pela lei nº 1.648 e
tem seu objetivo principal descrito no Art. 2º da mesma lei: “O Parque da Sapucaia tem
por objetivo resguardar os atributos da natureza, proteger a flora, a fauna e os recursos
naturais, com fins recreativos, educacionais e científicos, assegurando o bem estar da
comunidade”.
Assim sendo, esta pesquisa se justifica pela necessidade de estudos sobre o Parque
Sapucaia, que são escassos e se fazem amplamente necessários à conservação e
utilização adequada da área do referido parque cuja gestão se encontra sobre a
responsabilidade do município de Montes Claros. Os objetivos do trabalho foram: fazer
um levantamento da atual situação do parque, a fim de identificar os impactos
ambientais ocorrentes no lugar; realizar um estudo descritivo das características da
vegetação neste parque; ressaltar a importância do Parque Sapucaia para a cidade de
Revista VITAS – Visões Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade – www.uff.br/revistavitas ISSN 2238-‐‑1627, Ano V, Nº 10, junho de 2015 Montes Claros em suas diversas funções e por fim fazer um levantamento das
publicações científicas sobre o Parque Sapucaia com intuito de que estes estudos
possam trazer informações importantes na tomada de decisões referentes à gestão do
parque e direcionar ações que apontem para a resolução dos problemas existentes na
administração daquela área.
Para a realização deste trabalho foram adotados os seguintes procedimentos
metodológicos: pesquisa exploratória a partir de visitas mensais dentre os meses de
Janeiro a Julho de 2012, onde se avaliou sobre a atual situação do Parque de modo que
este levantamento foi realizado através de observações de campo além de anotações
descritivas e registros fotográficos. Posteriormente foi feita uma pesquisa documental
na Prefeitura Municipal de Montes Claros de informações referentes ao Parque
Sapucaia e da legislação ambiental vigente na cidade. Procedeu-‐‑se um levantamento
bibliográfico das publicações científicas de estudos e pesquisas realizados sobre a área.
Embora se tenha utilizado de diversas técnicas distintas de pesquisa, de acordo com
Duarte (2002) este trabalho constitui-‐‑se, sobretudo, em uma pesquisa qualitativa uma
vez que busca produzir informações a partir das quais será possível construir a análise
e chegar a uma compreensão mais ampla do problema delineado.
O Parque da Sapucaia está localizado na área conhecida popularmente como Serra do
Sapucaia, Serra do Ibituruna ou Serra do Mel, e fica a uma distância de
aproximadamente de 6 Km do núcleo central da cidade, na região oeste. O conceito
geológico -‐‑ geomorfológico de Serra pode ser considerado de maneira geral como a
descrição da paisagem física de terrenos acidentados com fortes desníveis topográficos
(GUERRA & GUERRA, 2001). A infraestrutura do parque é relativamente ampla, pois
conforme observado em campo o parque Sapucaia possui: depósitos, banheiros, sala de
administração, restaurante, praça e rampas de acesso às partes mais elevadas do relevo.
É cortado por um rio conhecido como Córrego da Sapucaia, curso d'ʹágua intermitente
que tem sua nascente distante cerca de 300 metros do limite oeste, indo desaguar no Rio
Vieira, com foz no Parque Guimarães Rosa, que é outra importante área verde dentro
do perímetro urbano de Montes Claros. Entretanto, a vegetação do Parque Sapucaia
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vegetação expressa uma condição de sobrevivência ligada à deficiência hídrica da
região norte de Minas Gerais, adaptada a um clima seco, com baixa precipitação anual,
distribuída em um curto período do ano (FERNANDES, 2002; RIBEIRO & WALTER,
1998). Desse modo a estruturação da floresta estacional decidual no parque Sapucaia
relaciona-‐‑se intensamente ás características pedológicas do lugar.
O Parque Sapucaia possui formações rochosas de calcário, com altitudes variando entre
690 a 872m. O clima da região, segundo a classificação de Köppen, é o tropical
semiárido (Bsh), com verões quentes e secos, com temperatura média anual de 24,1 °C
(Ayoade, 1996; SANTOS et al, 2007). A vegetação é composta, predominantemente, pela
floresta estacional decidual conhecida como Mata Seca além da presença de matas de
galeria (RIZZINI, 1976). Por se tratar de relevo com predominância de rochas calcárias,
verifica-‐‑se no local a existência de cavidades, entre cavernas e abrigos, que apesar da
pequena extensão possuem importância fundamental no ciclo de vida de diversos
animais, desde insetos até mamíferos como o “mocó” (Kerodon rupestris) além de várias
espécies de morcegos e aves que podem ser observados nos paredões rochosos do
parque.
O Parque Sapucaia tem grande importância no que diz respeito à conservação da
biodiversidade local e regional em termos de fauna e de flora entre outros atributos
naturais. O conhecimento das comunidades vegetais e animais possui extrema
importância para elaboração de planos de manejo e aplicação de projetos de
conservação ambiental (SANTIAGO & BARROS, 2003). A biodiversidade, ou
diversidade biológica, é constituída essencialmente pelo número de espécies de uma
determinada área (Begon et al. 1997), incluindo ainda a diversidade genética e ecológica
(Wilson, 1988). Essa diversidade é o resultado da modificação dos diferentes
organismos em um ambiente heterogêneo ao longo do espaço e do tempo (Louzada &
Schilindwein 1997).
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Fotos: Thamyres Sabrina Gonçalves, 2012. Vegetação com Presença de Afloramento Rochoso e Placa de Criação do Parque
DESENVOLVIMENTO.
Estrutura da Vegetação e Impactos Ambientais
Quanto à fitogeografia, o Parque Sapucaia encontra-‐‑se em uma área localizada entre a
caatinga e o cerrado sendo, portanto considerada uma área de transição ou ecotonal
(SANTOS et al, 2007). Fitogeografia é um conjunto integrado de disciplinas que tem
como campo de estudo setores científicos como Taxionomia, Morfologia, Fisiologia,
Climatologia, Pedologia, Botânica e Geomorfologia (RIZZINI, 1976).
Uma das mais importantes funções ecológicas do Parque Sapucaia é servir como
corredor ecológico para abrigar diversas comunidades de pássaros, fornecendo-‐‑lhes
alimentos e um hábitat saudável para sua reprodução. Isto além da biodiversidade
existente no solo, já que é grande a quantidade de serrapilheira no parque,
característica geral dos solos de florestas estacionais decíduas e que permite ampla
atividade biológica de organismos e microorganismos além de ser importante na
compreensão e conservação da dinâmica do ecossistema.
Revista VITAS – Visões Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade – www.uff.br/revistavitas ISSN 2238-‐‑1627, Ano V, Nº 10, junho de 2015 Segundo Golley (1987) a serrapilheira é considerada uma parte essencial dos
ecossistemas florestais, uma vez que consiste na principal via de transferência de
nutrientes da vegetação para o solo, contribuindo com a manutenção e restauração de
suas condições biogeoquímicas. Composta principalmente por folhas, galhos, flores e
frutos, além de apresentarem resíduos vegetais e animais que ficam caídos sobre o solo.
O padrão anual de deposição de serrapilheira no parque Sapucaia relaciona-‐‑se
diretamente à queda das folhas durante o processo de perda foliar que acontece no
período de escassez pluviométrica, para que haja acumulo de energia e pouca perda de
água durante a época seca do ano; nessa deposição de biomassa nota-‐‑se a presença de
pequenos insetos como formigas, minhocas, roedores, sapos, cobras e outros animais
herbívoros. Verificou-‐‑se que, à medida que a floresta avança no processo de perda de
folhas, maior é a quantidade de serrapilheira encontrada no chão, entretanto essa
produção de biomassa ocorre constantemente em diferentes níveis quantitativos já que
faz parte da ciclagem de nutrientes no ambiente florestal e também está associada á
regeneração natural do ecossistema ao longo dos diferentes estágios de sucessão
ecológica, á saber: inicial, intermediário e tardio.
Fotos: T. S. Gonçalves, 2012. Serrapilheira sobre o solo no Parque Sapucaia
Revista VITAS – Visões Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade – www.uff.br/revistavitas ISSN 2238-‐‑1627, Ano V, Nº 10, junho de 2015 Um fato importante no parque foi a constatação de que há nele poucas placas de
orientação ecológica como as que existem no zoológico municipal da cidade. Ou seja,
não existe no parque um trabalho orientado e contínuo de educação ambiental como é
necessário. O que não explica nem justifica, mas contribui de certa forma com a
degradação ambiental que ocorre no parque por causa da sujeira deixada pelos
visitantes, pois durante a pesquisa de campo foram encontrados no local resíduos
como: garrafas de vidro, sacolas plásticas, embalagens de alimentos além de indícios de
fogueiras o que coloca em risco a vegetação caso o fogo se espalhe, o que é bastante
provável já que estudos sobre florestas estacionais deciduais comprovam que a
propagação das plantas nessas florestas secas é feita majoritariamente pela atividade do
vento (PEZZINI et al, 2008) que é também um elemento dispersor do fogo em casos de
ocorrências de queimadas. O local é utilizado para visitação pública sem
monitoramento, acarretando perturbações ambientais diversas (SANTOS et al, 2007).
Foto: T. S. Gonçalves, 2012. A foto acima mostra uma pequena parte da poluição existente no parque.
Essa situação, apesar de ser passível de críticas, prescinde majoritariamente de ações de
planejamento ambiental. Uma alternativa importante seria investir na criação e
principalmente na implantação de projetos de educação ambiental. O Parque Sapucaia,
Revista VITAS – Visões Transdisciplinares sobre Ambiente e Sociedade – www.uff.br/revistavitas ISSN 2238-‐‑1627, Ano V, Nº 10, junho de 2015 apesar de aparentemente não receber muita atenção da prefeitura local, é bastante
visitado, pois se percebeu a presença de um grande numero de visitantes naquele local
enquanto praticamente não havia funcionários no Parque. Entretanto estas visitações
parecem não fazer muito bem ao ambiente, sobretudo pela aparente falta de consciência
ecológica dos visitantes já que é grande a poluição no Sapucaia. Constatou-‐‑se também
que, embora seja muito importante para a cidade de Montes Claros enquanto área de
lazer, turismo ou conservação da biodiversidade regional, o parque Sapucaia é pouco
estudado pelos pesquisadores da região, uma vez que é bastante reduzido o número de
publicações á respeito do Parque da Sapucaia. Destacam-‐‑se alguns trabalhos como:
(SANTOS & VIEIRA, 2006); (SANTOS et al, 2007); (BELÉM, 2002); (SILVA, 2001).
Os calcários destacam-‐‑se na geologia da área e os afloramentos dessas rochas
representam um dos principais atrativos do Parque Sapucaia (Belém, 2002). Quanto ao
relevo, tem-‐‑se um modelado composto por diversas formações superficiais de modo
que, embora pertencentes a uma mesma unidade estrutural são diferentes ás paisagens
encontradas em cada espaço que se percorre no interior do parque Sapucaia.
Predominam as formas típicas de dissecação de estruturas calcárias (BELÉM, 2002).
Quanto ao tipo de solo encontrado no parque percebe-‐‑se que há certa variação na
composição pedológica do lugar visto, que é possível identificar diferenças na
composição de cor e profundidade do solo em diferentes áreas dentro do parque.
Estudos afirmam que a floresta estacional decidual sobre solos de origem calcária é
considerada de importância singular, pois, apresenta flora e fisionomia própria, bem
distinta de outras formações sobre outros tipos de solos (Pedersoli & Martins, 1972;
Ivanuskas & Rodrigues, 2000).
A Lei Municipal Nº. 3.754, de 15 de Junho de 2007, que dispõe sobre a política
municipal de proteção, preservação, controle e recuperação do meio ambiente e de
melhoria da qualidade de vida em Montes Claros, institui sobre o dever do município
de fomentar cooperações e parcerias entre órgãos e organismos pertinentes, municipais,
regionais, nacionais e internacionais, no sentido de desenvolver estudos, projetos,
pesquisas e tecnologias voltadas para a gestão ambiental (parágrafo X). Já no parágrafo
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desenvolver ações voltadas à implementação de turismo ecológico. Desse modo, é
possível afirmar que a legislação ambiental do município não confere com as políticas
públicas ambientais desenvolvidas pelo poder público na esfera local, conforme
constatado durante os trabalhos de campo no Parque Sapucaia durante o 1º semestre de
2012.
Atualmente um grande desafio na gestão de unidades de conservação é construir elos
que levem o homem a utilizar o meio com consciência e racionalidade. Constatou-‐‑se no
parque um grande potencial do lugar para o ecoturismo através da pratica de esportes
como escalada, caminhadas e trilhas ciclísticas, entretanto tais potencialidades não
estão sendo utilizadas no Parque Sapucaia embora aconteçam de maneira desordenada
e sem planejamento, podendo trazer impactos ambientais para a vegetação e contribuir
com a intensificação do processo de degradação ambiental daquela área. Rodrigues
(1999) acredita que o ecoturismo é um meio de desencorajar atividades mais
predatórias, em favor de um turismo mais leve e seletivo, com ênfase na natureza mais
preservada e/ou pouco alterada. O planejamento territorial possui importante função
no desenvolvimento turístico do Parque Sapucaia. Pois, para se alcançar o
desenvolvimento equilibrado do ecoturismo, em consonância com os preceitos de
preservação das áreas naturais, é necessário estabelecer mecanismos de planejamento e
de gestão ambiental dinâmicos, flexíveis e integrados (FONTOURA & SILVEIRA, 2008).
Foto: Ronaldo Alves Belém, 2012.
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Fotos: T. S. Gonçalves, 2012. Afloramentos calcários do parque e as plantas adaptadas às fendas existentes nas rochas
CONSIDERAÇÕES FINAIS.
Os resultados da pesquisa demonstraram que o Parque Sapucaia possui ampla
importância para a cidade de Montes Claros em diferentes setores como turismo,
conservação ambiental, pesquisa, ensino, lazer, esportes dentre outras. Tais
potencialidades atualmente encontram-‐‑se inutilizadas, pois o parque está aberto para a
visitação durante os dias da semana de segunda a sexta feira, porém sem nenhuma
orientação aos visitantes.
A atual situação de total abandono aparente do Parque Sapucaia relaciona-‐‑se,
sobretudo a um problema político que envolve diferentes setores. Se no Brasil a gestão
territorial como um todo é tão problemática, as unidades de conservação que
prescindem desse planejamento do território para serem utilizadas de forma
sustentável acabam sendo exploradas de forma desordenada e na maioria das vezes
predatória. Por outro lado a política de gestão municipal brasileira não possui em seu
histórico uma atenção voltada ás questões ambientais de um modo geral o que se
reflete na cidade de Montes Claros.
Desse modo, a falta de atenção da sociedade como um todo da necessidade sobre a
importância da conservação de áreas naturais se reflete no descaso político em relação à
gestão desses ambientes. Assim sendo, conhecer, valorizar e utilizar o Parque Sapucaia
de maneira equilibrada depende de uma serie de ações que devem ser integradas entre
diferentes agentes políticos, sociais e institucionais. Ao culpar apenas o poder público, a
sociedade civil se furta do seu dever social de participar da elaboração de políticas
públicas para a melhoria da qualidade de vida dos indivíduos. É importante também
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forma de compreender esses problemas e buscar soluções para os mesmos nas
diferentes áreas de conhecimento.
Não há, portanto uma resposta pronta para resolver o problema da gestão do Parque
Sapucaia, entretanto é evidente a necessidade de que sejam produzidas ações com
intuito de contribuir para a melhoria na utilização desse importante espaço natural da
cidade de Montes Claros.
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