istoÉ gente 639

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PRÊMIO R$ 9,90 12/DEZ/2011 ANO 13 N° 639 9 7 7 1 5 1 6 8 2 0 0 0 0 9 3 6 0 0 ISSN 1516 -8204 Cauã Reymond Lilia Cabral Fabio Assunção Deborah Secco Pedro Lourenço PERSONALIDADE DO ANO 2011

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ISTOÉ Gente 638, Prêmio Personalidades do Ano 2011

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PRÊMIOPRÊMIO

R$ 9,9012/DEZ/2011 • ANO 13 • N° 639

9 7 7 1 5 1 6 8 2 0 0 0 0 93600

I S S N 1 5 1 6 - 8 2 0 4

Cauã Reymond • Lilia Cabral • Fabio Assunção • Deborah Secco • Pedro Lourenço

PERSONALIDADE DO ANO20112011

Page 2: ISTOÉ Gente 639

79

TexTo Bianca Zaramella

foTos Marcelo Navarro / Ag. IstoÉ

retrato empreto e brancoA cobertura do fotógrafo Fernando Louza, num bairro tradicional de São Paulo, tem décor minimalista e poucas cores. E o seu olhar treinado para clicar ensaios e editoriais de moda foi determinante na ambientação

ESTILO CASApor Silviane Neno

Na cozinha, o ventilador de metal é um dos objetos garimpados pelo fotógrafode moda em suas viagens pelo mundo

Na sala de tevê, a parede preta valoriza

as imagens dos filmes antigos

Page 3: ISTOÉ Gente 639

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TexTo Bianca Zaramella

foTos Marcelo Navarro / Ag. IstoÉ

retrato empreto e brancoA cobertura do fotógrafo Fernando Louza, num bairro tradicional de São Paulo, tem décor minimalista e poucas cores. E o seu olhar treinado para clicar ensaios e editoriais de moda foi determinante na ambientação

ESTILO CASApor Silviane Neno

Na cozinha, o ventilador de metal é um dos objetos garimpados pelo fotógrafode moda em suas viagens pelo mundo

Na sala de tevê, a parede preta valoriza

as imagens dos filmes antigos

Page 4: ISTOÉ Gente 639

ESTILO CASA

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escolher belas imagens é um prazer para fernando louza. ser um dos fotógrafos de moda mais reconhecidos do País fez com que ele lapidasse seu olhar em mais de 30 anos de carreira dedicados à moda e às viagens, sua outra grande paixão. Um dos pioneiros na cobertura dos desfiles interna-cionais – fernando acompanhou o início da carreira de tops como Dalma callado, andrea Dellal e beth lago –, ele tam-bém morou em Paris e nova York. a alma cosmopolita se reflete na decoração de seu iluminado apartamento, em são Paulo. o apartamento, na cobertura de um prédio dos anos 70, em higienópolis, tem Dna de casa de fotógrafo: “moro aqui há mais de dez anos e quando entrei já fui logo pedindo para a arquiteta abrir as paredes”, conta ele, com seus óculos escuros, marca registrada ao lado dos cabelos brancos. “comecei a ter cabelos brancos muito jovem. assumi e gosto deles assim.” no hall de entrada do apartamento, uma enorme foto de nossa senhora do rosário, feita por ele na casa de amigos em havana, dá as boas-vindas aos convidados. “acho que ela protege a casa”, diz. o espaço é banhado de luz natural e as cores praticamente se limitam ao preto e branco. “gosto de poucos móveis. Prefiro cores neutras e, com esta vista de são Paulo, não preciso de muita coisa. Vejo toda a cidade daqui de cima”, resume. nascido no rio de Janeiro, fernando louza começou sua carreira como fotógrafo de moda no jornal O Globo e logo no início dos anos 70 mudou-se para são Paulo e nunca mais deixou a cidade.

atualmente, ele colabora com as principais revistas de moda do País, faz campanhas de publicidade e desenvolve um novo projeto de fotografia em parceria com Paulo borges, criador do são Paulo fashion Week e diretor do fashion rio, seu amigo de muitos anos. “a ideia é fazer uma série de livros

com imagens que retratem a alma das pessoas no brasil, na África e em cuba. Vamos fazer livro, exposição e documentá-rio”, explica. em casa, o fotógrafo se organiza e aproveita o tempo livre entre reuniões e muitas viagens para o exterior. no final do corredor, a enorme foto da top fernanda Tavares, feito em cuba, reflete a estética que marca seu trabalho. a imagem é uma das poucas expostas na casa, ao lado do retrato de hugo, um cão golden retriever que viveu ali por muito tempo. “fiz o clique nestas bancadas. hugo costumava ficar aqui na sala durante o dia”, conta fernando sobre a ausência do cão companheiro que se foi há pouco tempo. “adoro cachorros e tenho fotos de cães no mundo inteiro. Quando vejo, já fotografei!”. Um dos destaques do décor são as estantes de acrílico, copiadas de um escritório de moda em Paris. ali estão muitas de suas capas e revistas de moda, usadas para consultas em busca de inspirações e referências. a peque-na cozinha é toda equipada com objetos trazidos de viagens. “este cardápio aqui na parede trouxe do spoon, restaurante do alain Ducasse, em Paris. o antigo ventilador de metal encon-trei em londres.” Uma das paredes da sala de tevê foi pintada de preto. É ali que ele relaxa nos raros momentos em que con-segue assistir seus filmes antigos preferidos. o quarto tem um futon, simples e confortável. Vaidoso, fernando diz que cuida da alimentação, mas não sabe cozinhar. É lúcia, sua secretária há mais de 24 anos, quem prepara suas refeições todos os dias. os treinos também acontecem ali, todos os dias. a aparelhagem de musculação foi instalada na sala principal. os exercícios o ajudam a oxigenar o corpo e aprimorar o foco, a cada dia mais sofisticado. sempre digo que lapidar o olhar exige tempo. hoje em dia meu trabalho está cada vez mais apurado e o meu humor também.”

No canto com a mesa Saarinen, Fernando

costuma e receber amigos para pequenos jantares

No ambiente principal da casa as cadeiras Bertoia dividem espaço com os equipamentos de ginástica.Abaixo, foto da top Fernanda Tavares em Cuba.

A cozinha minimalista em tons de preto e branco, um dos seus espaços favoritos.Abaixo, o escritório do fotógrafo

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ESTILO CASA

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escolher belas imagens é um prazer para fernando louza. ser um dos fotógrafos de moda mais reconhecidos do País fez com que ele lapidasse seu olhar em mais de 30 anos de carreira dedicados à moda e às viagens, sua outra grande paixão. Um dos pioneiros na cobertura dos desfiles interna-cionais – fernando acompanhou o início da carreira de tops como Dalma callado, andrea Dellal e beth lago –, ele tam-bém morou em Paris e nova York. a alma cosmopolita se reflete na decoração de seu iluminado apartamento, em são Paulo. o apartamento, na cobertura de um prédio dos anos 70, em higienópolis, tem Dna de casa de fotógrafo: “moro aqui há mais de dez anos e quando entrei já fui logo pedindo para a arquiteta abrir as paredes”, conta ele, com seus óculos escuros, marca registrada ao lado dos cabelos brancos. “comecei a ter cabelos brancos muito jovem. assumi e gosto deles assim.” no hall de entrada do apartamento, uma enorme foto de nossa senhora do rosário, feita por ele na casa de amigos em havana, dá as boas-vindas aos convidados. “acho que ela protege a casa”, diz. o espaço é banhado de luz natural e as cores praticamente se limitam ao preto e branco. “gosto de poucos móveis. Prefiro cores neutras e, com esta vista de são Paulo, não preciso de muita coisa. Vejo toda a cidade daqui de cima”, resume. nascido no rio de Janeiro, fernando louza começou sua carreira como fotógrafo de moda no jornal O Globo e logo no início dos anos 70 mudou-se para são Paulo e nunca mais deixou a cidade.

atualmente, ele colabora com as principais revistas de moda do País, faz campanhas de publicidade e desenvolve um novo projeto de fotografia em parceria com Paulo borges, criador do são Paulo fashion Week e diretor do fashion rio, seu amigo de muitos anos. “a ideia é fazer uma série de livros

com imagens que retratem a alma das pessoas no brasil, na África e em cuba. Vamos fazer livro, exposição e documentá-rio”, explica. em casa, o fotógrafo se organiza e aproveita o tempo livre entre reuniões e muitas viagens para o exterior. no final do corredor, a enorme foto da top fernanda Tavares, feito em cuba, reflete a estética que marca seu trabalho. a imagem é uma das poucas expostas na casa, ao lado do retrato de hugo, um cão golden retriever que viveu ali por muito tempo. “fiz o clique nestas bancadas. hugo costumava ficar aqui na sala durante o dia”, conta fernando sobre a ausência do cão companheiro que se foi há pouco tempo. “adoro cachorros e tenho fotos de cães no mundo inteiro. Quando vejo, já fotografei!”. Um dos destaques do décor são as estantes de acrílico, copiadas de um escritório de moda em Paris. ali estão muitas de suas capas e revistas de moda, usadas para consultas em busca de inspirações e referências. a peque-na cozinha é toda equipada com objetos trazidos de viagens. “este cardápio aqui na parede trouxe do spoon, restaurante do alain Ducasse, em Paris. o antigo ventilador de metal encon-trei em londres.” Uma das paredes da sala de tevê foi pintada de preto. É ali que ele relaxa nos raros momentos em que con-segue assistir seus filmes antigos preferidos. o quarto tem um futon, simples e confortável. Vaidoso, fernando diz que cuida da alimentação, mas não sabe cozinhar. É lúcia, sua secretária há mais de 24 anos, quem prepara suas refeições todos os dias. os treinos também acontecem ali, todos os dias. a aparelhagem de musculação foi instalada na sala principal. os exercícios o ajudam a oxigenar o corpo e aprimorar o foco, a cada dia mais sofisticado. sempre digo que lapidar o olhar exige tempo. hoje em dia meu trabalho está cada vez mais apurado e o meu humor também.”

No canto com a mesa Saarinen, Fernando

costuma e receber amigos para pequenos jantares

No ambiente principal da casa as cadeiras Bertoia dividem espaço com os equipamentos de ginástica.Abaixo, foto da top Fernanda Tavares em Cuba.

A cozinha minimalista em tons de preto e branco, um dos seus espaços favoritos.Abaixo, o escritório do fotógrafo

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Ensaio

“No woman, no cry

No Deserto do Atacama, a modelo IsAbelI FoNtANA posa para campanha de inverno e deixa a paixão pelo namorado subir à cabeça. Pela primeira vez, ela usa dreadlocks nos cabelos e o resultado foi impactante. se o namorado, Rohan Marley, aprovou? ele disse: “Nice, baby”. Adorou!

Thaís Botelho

Eram cErca dE 3 horas da manhã quando Isabeli Fontana despertou da cama no hotel Explora, na cidade de são Pedro de atacama, em pleno deserto, no chile. o dia precisava mesmo começar de madrugada porque ali, além do espetáculo da natureza assim exigir, a modelo iria encarar três horas de beleza. não que Isabeli precise desse tempo todo para parecer Isabeli, mas porque desta vez os cabelos dariam um certo...trabalho. Um toque rastafari, o que traduzido quer dizer dreadlocks nos cabelos, – uma forma de manter os fios em bolos cilíndricos, que remetem à aparência de "cordas" no topo da cabeça. o cabelereiro daniel hernandez foi o incum-bido de dar aos fios lisos da modelo, aquele aspecto, digamos, Com rastafari em

homenagem ao namorado, a top posou para a marca Morena Rosa no deserto de Atacama, no Chile

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Ensaio

“No woman, no cry

No Deserto do Atacama, a modelo IsAbelI FoNtANA posa para campanha de inverno e deixa a paixão pelo namorado subir à cabeça. Pela primeira vez, ela usa dreadlocks nos cabelos e o resultado foi impactante. se o namorado, Rohan Marley, aprovou? ele disse: “Nice, baby”. Adorou!

Thaís Botelho

Eram cErca dE 3 horas da manhã quando Isabeli Fontana despertou da cama no hotel Explora, na cidade de são Pedro de atacama, em pleno deserto, no chile. o dia precisava mesmo começar de madrugada porque ali, além do espetáculo da natureza assim exigir, a modelo iria encarar três horas de beleza. não que Isabeli precise desse tempo todo para parecer Isabeli, mas porque desta vez os cabelos dariam um certo...trabalho. Um toque rastafari, o que traduzido quer dizer dreadlocks nos cabelos, – uma forma de manter os fios em bolos cilíndricos, que remetem à aparência de "cordas" no topo da cabeça. o cabelereiro daniel hernandez foi o incum-bido de dar aos fios lisos da modelo, aquele aspecto, digamos, Com rastafari em

homenagem ao namorado, a top posou para a marca Morena Rosa no deserto de Atacama, no Chile

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‘‘Uscipit vullandipis dolute deliquisl

incillamet in ulluptate venim

nullum zzriure core ercidunt lorper

augait ut adit ipit irit, commy nit’’

Lorem ipsum, dolor sit mundi

FIGUrIno Essi eu faccums andio

maKE UP Dolenit ipisit

aGradEcImEnTo Aliquamet ad tae

selvagem. apliques foram necessários. “Eu amei, pois nunca poderei ter, mas foram cerca de três horas. demorado”, divertiu-se, ela. “no final ficou moderno e contemporâneo, tudo para o estilo da foto, uma mulher cheia de estilo e certamente atraente”, complementou Isabeli.

noiva do cantor rohan marley, filho do mito Bob marley, com quem namora desde julho e também usa o mesmo esti-lo de dreads nos cabelos, a modelo rapidamente ganhou aprovação do amado. “Ele adorou ver a mulher dele assim e disse “nice baby”, gabou-se, ela. “mas pra ele tem toda uma história por trás, pois não usa por ser bonito ou por moda, é um jeito de mostrar que ele é devoto, que tem princípios”, afirmou ela. Em tempo: há muitas versões sobre o início do movimento rastafari ou o uso dos chamados “locks” nos fios, mas, acredita-se que os povos que habitavam a região da Índia foram provavelmente os primeiros a adotar o estilo.

dentre os vários cenários onde as fotos foram feitas, a modelo posou no deserto do atacama, arredores de san Pedro, Vale da Lua, Vale da morte e Geisers del Tatio. “Foi a primeira vez que fui para o atacama, uma locação incrí-

vel, lugar sensacional, porém não está em meus planos voltar, os dias que passei na cidade já foram suficientes para conhecer”, disse Isabeli. Entre as atrações turísticas, a modelo conheceu uma feirinha local e o centro da cidade, “lindo e cheio de restau-rantezinhos”, contou. sobre os projetos para 2012, Isabeli confirmou o casamento com o noivo, rohan. “ainda não vimos nada, mas deve acontecer.”

FoTóGraFo Jacques Dequeker

assIsTEnTE FoToGraFIa Tavinho Costa

maKE E haIr Daniel Hernandez

assIsTEnTE maKE E haIr Roberto Rodrigues

modELos Isabeli Fontana e Caroline Trentini

sTyLInG Pedro Sales

assIsTEnTE dE sTyLInG Camila Ferreira

Ensaio

Ao lado da gaúcha Carol

Trentini, Isabeli abusou das

plumas, couro, babados e

transparências

A top model curitibana acordou cedo para a sessão de fotos da temporada de verão 2012 da Morena Rosa. O despertador tocou às três horas da madrugada

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‘‘Uscipit vullandipis dolute deliquisl

incillamet in ulluptate venim

nullum zzriure core ercidunt lorper

augait ut adit ipit irit, commy nit’’

Lorem ipsum, dolor sit mundi

FIGUrIno Essi eu faccums andio

maKE UP Dolenit ipisit

aGradEcImEnTo Aliquamet ad tae

selvagem. apliques foram necessários. “Eu amei, pois nunca poderei ter, mas foram cerca de três horas. demorado”, divertiu-se, ela. “no final ficou moderno e contemporâneo, tudo para o estilo da foto, uma mulher cheia de estilo e certamente atraente”, complementou Isabeli.

noiva do cantor rohan marley, filho do mito Bob marley, com quem namora desde julho e também usa o mesmo esti-lo de dreads nos cabelos, a modelo rapidamente ganhou aprovação do amado. “Ele adorou ver a mulher dele assim e disse “nice baby”, gabou-se, ela. “mas pra ele tem toda uma história por trás, pois não usa por ser bonito ou por moda, é um jeito de mostrar que ele é devoto, que tem princípios”, afirmou ela. Em tempo: há muitas versões sobre o início do movimento rastafari ou o uso dos chamados “locks” nos fios, mas, acredita-se que os povos que habitavam a região da Índia foram provavelmente os primeiros a adotar o estilo.

dentre os vários cenários onde as fotos foram feitas, a modelo posou no deserto do atacama, arredores de san Pedro, Vale da Lua, Vale da morte e Geisers del Tatio. “Foi a primeira vez que fui para o atacama, uma locação incrí-

vel, lugar sensacional, porém não está em meus planos voltar, os dias que passei na cidade já foram suficientes para conhecer”, disse Isabeli. Entre as atrações turísticas, a modelo conheceu uma feirinha local e o centro da cidade, “lindo e cheio de restau-rantezinhos”, contou. sobre os projetos para 2012, Isabeli confirmou o casamento com o noivo, rohan. “ainda não vimos nada, mas deve acontecer.”

FoTóGraFo Jacques Dequeker

assIsTEnTE FoToGraFIa Tavinho Costa

maKE E haIr Daniel Hernandez

assIsTEnTE maKE E haIr Roberto Rodrigues

modELos Isabeli Fontana e Caroline Trentini

sTyLInG Pedro Sales

assIsTEnTE dE sTyLInG Camila Ferreira

Ensaio

Ao lado da gaúcha Carol

Trentini, Isabeli abusou das

plumas, couro, babados e

transparências

A top model curitibana acordou cedo para a sessão de fotos da temporada de verão 2012 da Morena Rosa. O despertador tocou às três horas da madrugada

Page 10: ISTOÉ Gente 639

Diversão & Arteavalia

★★★★★ indispensável

★★★★ muito bom

★★★ bom

★★ RegulaR

• fRaco

foto

s d

ivu

lga

çã

o

música

“no show, as canções vão

pegar fogo. vou virar a tina

Caetano Veloso não é bobo. Conta que há tempos tinha o sonho de fazer um disco com Gal Costa – dona de uma das vozes mais bonitas do mundo. ele sempre soube disso. Quando a ouviu cantar pela primeira vez, “Vagamente”, disse a ela: “Você é a maior cantora do brasil”. e logo depois estavam juntos em estúdio, gra-vando Domingo, lançado em 1967 e que marcou a estreia de ambos. Vieram o Tropicalismo, os Doces Bárbaros. Gal diz que ele foi quem melhor compôs para sua voz. e no ano passado, ao ver um show dela em lisboa, Caetano propôs que fizessem um disco juntos. o resultado é Recanto, que marca a volta de Gal depois de

Musa confusaCaetano Não há desentendimentos. Há pequenos deta-lhes, não aprovação total de alguma coisa. Por exem-plo, em “Neguinho”. Pelo gosto de Gal, estaria num tom mais alto. Talvez no show venha a estar. Mas eu fui tei-moso porque queria que ficasse num tom perto da fala. Gal Rola admiração mútua e respeito. Caetano me deu vários toques por meio de canções. Eu lembro! (risos) Caetano Mais por canções do que pessoalmente. Gal “Errática” (do Sorriso do Gato de Alice), por exem-plo, é uma canção em que ele me dá toques. É linda.

“Somos tropicalistas”Gal Recebi as músicas por mp3 e fui aprendendo. A pri-meira foi “Recanto (Escuro)”, me emocionou, e eu cho-rei. O Kassin queria trabalhar em cima da minha voz. E vieram umas bases totalmente secas, sem nada. Totalmente “desinspiradoras”. Não tinha nem uma cama harmoniosa. Me abstraí daquilo e coloquei as vozes da melhor maneira possível. Segundo Caetano, Kassin disse ter ficado impressionado pela voz-guia. Caetano A voz-guia ficou na primeira faixa. O Kassin ficou impressionado e perguntou: “Ninguém reclama?” E eu respondi: “Não, nós somos tropicalistas.” (risos)

Rolou um climaCaetano Aconteceu o seguinte: ela era praticamente irmã de Dedé. E eu logo namorei a Dedé. Elas eram adolescentes. Contam que, quando apareci para cantar, as duas ficaram dizendo: “Vamos ver quem ele vai que-rer namorar” (risos) Foi um negócio assim? (para Gal)Gal Quando éramos jovens, confesso que pode ter rola-do algum clima, sim. Caetano Ela morava no apartamento do (empresário) Guilherme Araújo e, quando eu vinha para São Paulo, dormia na cama com ela. Eu ficava mexendo com ela e ela dizendo: “Ah, qual é?” (risos). E me cortava.

Tina TurnerGal Eu acho que dá pé para uma pista de dança. Não só “Miami Maculelê”, mas o “Neguinho” também, e até “Cara do Mundo”. No show, elas vão pegar fogo. Vou virar a Tina Turner (risos).

MaternidadeGal A maternidade é um sonho, um desejo de anos. Eu não pude ter filhos. Tenho obstrução nas trompas e, quando soube disso, já não dava mais tempo de fazer tratamento. Aí, fiquei triste e desisti. Um dia, vi uma cena muito triste na televisão, uma mulher que tinha jogado uma criança na lagoa, lá em Minas. Achei aquilo uma coisa tão cruel. Queria cuidar daque-la criança. Liguei até para Glória Maria para saber como entrava em conta-to. A partir daí, comecei a pensar. Nunca é tarde para realizar um sonho. E encontrei Gabriel, que vi e logo me apaixonei. A primeira conexão com ele foi porque o achei parecido com a família do meu pai, os Burgos. Ele veio com facilidade, saiu comigo, foi tudo muito natural. Parece que ele estava esperando por mim. Sou muito feliz com ele e o amo muito.

Biografia e tristezaCaetano Ela (a canção “Recanto Escuro”) é triste. Mas tem um pensamento de afirmação, de força. Gal Não acho que seja triste. É comovente. Caetano Ela fala sobre alguma tristeza, e como ela é em tom menor, tem o tema em sua melodia. Mas a letra descreve uma trajetória de muita rique-za e que termina com a afirmação para lá da tristeza e mesmo da alegria, de que “coisas sagradas permanecem, nem o Demo as pode abalar, espírito é o que enfim resulta de corpo, alma, feitos: cantar”. É afirmativa.

InjustiçasGal Eu e todos os artistas já fomos injustiçados. As pessoas não entendem o trabalho na sua totalidade, há injustiça e, às vezes, uma atitude rude. Mas eu já sou macaca velha! O Cantar (1974), que é um disco lindo, negui-nho meteu o pau. Hoje todo mundo adora. É assim.

No cordão de Gal e CaetanoCaetano As pessoas se guiam pelo que a gente fez. Mas (digo isso) no senti-do do “Carnaval da Vitória” (de Herivelto Martins). “Às três da manhã, ele guardou o apito e foi se deitar... Ele apitou, animou, fez tanta miséria, mas ninguém se guiou” (cantarola). Ninguém entrou para brincar com ele. A gente não pode dizer que ninguém se guiou. Embora a gente possa dizer que Cantar ter sido mal recebido é um absurdo, que o Muito (1978) ter sido mal recebido é um absurdo. O Muito tinha “Sampa”, “Terra”. Apesar de a gente ter razão de dizer isso, é predominante o fato que estamos aí há 40 anos, sendo famosos, e mais admirados do que atacados. É espantoso como têm se guiado, embora a gente seja abusado (risos). aina Pinto

As cançõesque ele fez

para ela

‘‘Eu e todos os artistas já fomos injustiçados. As pessoas não entendem o trabalho na sua totalidade, há injustiça e, às vezes, uma atitude rude. Mas eu já sou macaca velha!”

Gal Costa

‘‘A letra (biográfica de ‘Recanto Escuro’) descreve uma trajetória de riqueza e que termina com a afirmação para lá da tristeza e mesmo da alegria, de que ‘coisas sagradas permanecem, nem o Demo as pode abalar’”

Caetano Veloso

A cantora e o

compositor lançam

Recanto, disco todo eletrônico, e falam da

amizade de 44 anos

Gal Costa e Caetano Veloso

103

seis anos e traz apenas composições inéditas dele (exce-to “Madre Deus” e “Mansidão”). Inteiramente eletrôni-co, o álbum tem direção de Caetano, que divide a produ-ção com o filho Moreno. Um pouco da história dos dois está narrada ali. “Recanto escuro” tem traços biográfi-cos de ambos. “o Menino” Caetano começou a compor pensando em Gabriel, de 6 anos, filho de Gal. e o traba-lho reafirma as experimentações que eles vêm fazendo desde o início. “eu me adapto às coisas ousadas, arroja-das. experimentar é bom, saudável, instigante”, diz Gal.

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Diversão & Arteavalia

★★★★★ indispensável

★★★★ muito bom

★★★ bom

★★ RegulaR

• fRaco

foto

s d

ivu

lga

çã

o

música

“no show, as canções vão

pegar fogo. vou virar a tina

Caetano Veloso não é bobo. Conta que há tempos tinha o sonho de fazer um disco com Gal Costa – dona de uma das vozes mais bonitas do mundo. ele sempre soube disso. Quando a ouviu cantar pela primeira vez, “Vagamente”, disse a ela: “Você é a maior cantora do brasil”. e logo depois estavam juntos em estúdio, gra-vando Domingo, lançado em 1967 e que marcou a estreia de ambos. Vieram o Tropicalismo, os Doces Bárbaros. Gal diz que ele foi quem melhor compôs para sua voz. e no ano passado, ao ver um show dela em lisboa, Caetano propôs que fizessem um disco juntos. o resultado é Recanto, que marca a volta de Gal depois de

Musa confusaCaetano Não há desentendimentos. Há pequenos deta-lhes, não aprovação total de alguma coisa. Por exem-plo, em “Neguinho”. Pelo gosto de Gal, estaria num tom mais alto. Talvez no show venha a estar. Mas eu fui tei-moso porque queria que ficasse num tom perto da fala. Gal Rola admiração mútua e respeito. Caetano me deu vários toques por meio de canções. Eu lembro! (risos) Caetano Mais por canções do que pessoalmente. Gal “Errática” (do Sorriso do Gato de Alice), por exem-plo, é uma canção em que ele me dá toques. É linda.

“Somos tropicalistas”Gal Recebi as músicas por mp3 e fui aprendendo. A pri-meira foi “Recanto (Escuro)”, me emocionou, e eu cho-rei. O Kassin queria trabalhar em cima da minha voz. E vieram umas bases totalmente secas, sem nada. Totalmente “desinspiradoras”. Não tinha nem uma cama harmoniosa. Me abstraí daquilo e coloquei as vozes da melhor maneira possível. Segundo Caetano, Kassin disse ter ficado impressionado pela voz-guia. Caetano A voz-guia ficou na primeira faixa. O Kassin ficou impressionado e perguntou: “Ninguém reclama?” E eu respondi: “Não, nós somos tropicalistas.” (risos)

Rolou um climaCaetano Aconteceu o seguinte: ela era praticamente irmã de Dedé. E eu logo namorei a Dedé. Elas eram adolescentes. Contam que, quando apareci para cantar, as duas ficaram dizendo: “Vamos ver quem ele vai que-rer namorar” (risos) Foi um negócio assim? (para Gal)Gal Quando éramos jovens, confesso que pode ter rola-do algum clima, sim. Caetano Ela morava no apartamento do (empresário) Guilherme Araújo e, quando eu vinha para São Paulo, dormia na cama com ela. Eu ficava mexendo com ela e ela dizendo: “Ah, qual é?” (risos). E me cortava.

Tina TurnerGal Eu acho que dá pé para uma pista de dança. Não só “Miami Maculelê”, mas o “Neguinho” também, e até “Cara do Mundo”. No show, elas vão pegar fogo. Vou virar a Tina Turner (risos).

MaternidadeGal A maternidade é um sonho, um desejo de anos. Eu não pude ter filhos. Tenho obstrução nas trompas e, quando soube disso, já não dava mais tempo de fazer tratamento. Aí, fiquei triste e desisti. Um dia, vi uma cena muito triste na televisão, uma mulher que tinha jogado uma criança na lagoa, lá em Minas. Achei aquilo uma coisa tão cruel. Queria cuidar daque-la criança. Liguei até para Glória Maria para saber como entrava em conta-to. A partir daí, comecei a pensar. Nunca é tarde para realizar um sonho. E encontrei Gabriel, que vi e logo me apaixonei. A primeira conexão com ele foi porque o achei parecido com a família do meu pai, os Burgos. Ele veio com facilidade, saiu comigo, foi tudo muito natural. Parece que ele estava esperando por mim. Sou muito feliz com ele e o amo muito.

Biografia e tristezaCaetano Ela (a canção “Recanto Escuro”) é triste. Mas tem um pensamento de afirmação, de força. Gal Não acho que seja triste. É comovente. Caetano Ela fala sobre alguma tristeza, e como ela é em tom menor, tem o tema em sua melodia. Mas a letra descreve uma trajetória de muita rique-za e que termina com a afirmação para lá da tristeza e mesmo da alegria, de que “coisas sagradas permanecem, nem o Demo as pode abalar, espírito é o que enfim resulta de corpo, alma, feitos: cantar”. É afirmativa.

InjustiçasGal Eu e todos os artistas já fomos injustiçados. As pessoas não entendem o trabalho na sua totalidade, há injustiça e, às vezes, uma atitude rude. Mas eu já sou macaca velha! O Cantar (1974), que é um disco lindo, negui-nho meteu o pau. Hoje todo mundo adora. É assim.

No cordão de Gal e CaetanoCaetano As pessoas se guiam pelo que a gente fez. Mas (digo isso) no senti-do do “Carnaval da Vitória” (de Herivelto Martins). “Às três da manhã, ele guardou o apito e foi se deitar... Ele apitou, animou, fez tanta miséria, mas ninguém se guiou” (cantarola). Ninguém entrou para brincar com ele. A gente não pode dizer que ninguém se guiou. Embora a gente possa dizer que Cantar ter sido mal recebido é um absurdo, que o Muito (1978) ter sido mal recebido é um absurdo. O Muito tinha “Sampa”, “Terra”. Apesar de a gente ter razão de dizer isso, é predominante o fato que estamos aí há 40 anos, sendo famosos, e mais admirados do que atacados. É espantoso como têm se guiado, embora a gente seja abusado (risos). aina Pinto

As cançõesque ele fez

para ela

‘‘Eu e todos os artistas já fomos injustiçados. As pessoas não entendem o trabalho na sua totalidade, há injustiça e, às vezes, uma atitude rude. Mas eu já sou macaca velha!”

Gal Costa

‘‘A letra (biográfica de ‘Recanto Escuro’) descreve uma trajetória de riqueza e que termina com a afirmação para lá da tristeza e mesmo da alegria, de que ‘coisas sagradas permanecem, nem o Demo as pode abalar’”

Caetano Veloso

A cantora e o

compositor lançam

Recanto, disco todo eletrônico, e falam da

amizade de 44 anos

Gal Costa e Caetano Veloso

103

seis anos e traz apenas composições inéditas dele (exce-to “Madre Deus” e “Mansidão”). Inteiramente eletrôni-co, o álbum tem direção de Caetano, que divide a produ-ção com o filho Moreno. Um pouco da história dos dois está narrada ali. “Recanto escuro” tem traços biográfi-cos de ambos. “o Menino” Caetano começou a compor pensando em Gabriel, de 6 anos, filho de Gal. e o traba-lho reafirma as experimentações que eles vêm fazendo desde o início. “eu me adapto às coisas ousadas, arroja-das. experimentar é bom, saudável, instigante”, diz Gal.

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Aniversário

Felipinho!Festa para

A família Massa na festa que durou até as 23h da quarta-feira 30

O piloto Felipe Massa recebe 250 convidados, além do Mickey Mouse e do pato Donald, para comemorar os 2 anos do filho, em bufê paulistanoThaís Botelho

Foto

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Aniversário

Felipinho!Festa para

A família Massa na festa que durou até as 23h da quarta-feira 30

O piloto Felipe Massa recebe 250 convidados, além do Mickey Mouse e do pato Donald, para comemorar os 2 anos do filho, em bufê paulistanoThaís Botelho

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Aniversário

O pai adOra carrOs, o filho é louco por carrinhos, mas, diferentemente do esperado, esse não foi o tema da festa de 2 anos de Felipinho Massa.

Na tarde da quarta-feira 30, por opção da mãe, a empresária raffaela Bassi, o meni-no se divertiu com os personagens da disney, no espaço de 800 metros do bufê Billy Willy, em são paulo. circulavam entre os 250 convidados, pato donald, Mickey Mouse e companhia. “O preferido dele foi o Mickey. Não desgrudou do boneco durante a festa inteira”, contou um dos amigos da família. aliás, uma imagem de sete metros do ratinho mais famoso do mundo, coloca-da na entrada do bufê, parece ter hipnotiza-do o aniversariante por muito tempo. a festa, organizada por andréa Guimarães, começou às 16h30 e durou até as 23 horas O bolo, assinado por danielle andrade, ganhou quatro andares de muito recheio de brigadeiro. Felipe Massa recebeu pilotos como rubinho Barrichello, Tony Kanaan e Emerson Fittipaldi, além da apresentadora Ticiane pinheiro. Todos deixaram o local com uma lembrancinha assinada por Karina Fridman: relógio dos personagens da disney para os adultos, e kit escolinha, com cader-ninho e caneta, para as crianças.

Mickey foi o personagem preferido do aniversariante, os dois não se desgrudaram. Acima, a avó do menino, Anna Bassi, com Andréa Guimarães, Raffaela e sua irmã Carol Bassi

Acima, Raffaela com o pai, Arnaldo Bassi, Felipinho no colo de Felipe Massa e Anna Bassi. Ao lado, Titônio e Ana Helena Massa, pais do piloto

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O pai adOra carrOs, o filho é louco por carrinhos, mas, diferentemente do esperado, esse não foi o tema da festa de 2 anos de Felipinho Massa.

Na tarde da quarta-feira 30, por opção da mãe, a empresária raffaela Bassi, o meni-no se divertiu com os personagens da disney, no espaço de 800 metros do bufê Billy Willy, em são paulo. circulavam entre os 250 convidados, pato donald, Mickey Mouse e companhia. “O preferido dele foi o Mickey. Não desgrudou do boneco durante a festa inteira”, contou um dos amigos da família. aliás, uma imagem de sete metros do ratinho mais famoso do mundo, coloca-da na entrada do bufê, parece ter hipnotiza-do o aniversariante por muito tempo. a festa, organizada por andréa Guimarães, começou às 16h30 e durou até as 23 horas O bolo, assinado por danielle andrade, ganhou quatro andares de muito recheio de brigadeiro. Felipe Massa recebeu pilotos como rubinho Barrichello, Tony Kanaan e Emerson Fittipaldi, além da apresentadora Ticiane pinheiro. Todos deixaram o local com uma lembrancinha assinada por Karina Fridman: relógio dos personagens da disney para os adultos, e kit escolinha, com cader-ninho e caneta, para as crianças.

Mickey foi o personagem preferido do aniversariante, os dois não se desgrudaram. Acima, a avó do menino, Anna Bassi, com Andréa Guimarães, Raffaela e sua irmã Carol Bassi

Acima, Raffaela com o pai, Arnaldo Bassi, Felipinho no colo de Felipe Massa e Anna Bassi. Ao lado, Titônio e Ana Helena Massa, pais do piloto

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PRÊMIOPRÊMIO

R$ 9,9012/DEZ/2011 • ANO 13 • N° 639

9 7 7 1 5 1 6 8 2 0 0 0 0 93600

I S S N 1 5 1 6 - 8 2 0 4

Cauã Reymond • Lilia Cabral • Fabio Assunção • Deborah Secco • Pedro Lourenço

PERSONALIDADE DO ANO20112011