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Traduzido do original em Inglês

The Throne Of Grace — Sermon Nº 1024

The Metropolitan Tabernacle Pulpit — Volume 17

By C. H. Spurgeon

Via SpurgeonGems.org

Adaptado a partir de The C. H. Spurgeon Collection, Version 1.0, Ages Software.

Tradução por William Teixeira

Revisão e Capa por Camila Almeida

1ª Edição: Dezembro de 2014

Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida

Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, com permissão de

Emmett O’Donnell em nome de SpurgeonGems.org, sob a licença Creative Commons Attribution-

NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License.

Você está autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este material em qualquer formato,

desde que informe o autor, as fontes originais e o tradutor, e que também não altere o seu conteúdo

nem o utilize para quaisquer fins comerciais.

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O Trono da Graça

(Sermão Nº 1024)

Pregado na manhã do Dia do Senhor, 19 de novembro de 1871.

Por C.H. Spurgeon, no Tabernáculo Metropolitano, Newington.

“O Trono da Graça.” (Hebreus 4:16)

Estas palavras são encontradas embutidas neste verso gracioso: “Cheguemos, pois, com

confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim

de sermos ajudados em tempo oportuno”. Elas são uma joia engastada em ouro; a verda-

deira oração é uma aproximação da alma, através do Espírito de Deus, ao trono de Deus;

não é a pronunciação de palavras. Não é somente o sentimento de desejos; é a progressão

dos desejos a Deus, a aproximação espiritual de nossa natureza ao Senhor nosso Deus. A

verdadeira oração não é um mero exercício mental, nem uma performance vocal, mas é

muito mais profunda do que isso, é a transação espiritual com o Criador do Céu e da Terra.

Deus é Espírito invisível aos olhos mortais, e apenas pode ser percebido pelo homem

interior, o nosso espírito dentro de nós, gerado pelo Espírito Santo em nossa regeneração,

discerne o Grande Espírito, comunga com Ele, Lhe dirige seus pedidos e recebe dEle res-

postas de paz. É um negócio espiritual do começo ao fim; sua intenção e objetivo final não

é para o homem, mas achegar-se a Deus. Para tal oração, é necessária a obra do Espírito

Santo; se a oração fosse de lábios somente, nós precisaríamos apenas da respiração em

nossas narinas para orar; se a oração fosse de desejos somente, muitos excelentes desejos

são facilmente sentidos, até mesmo por homens naturais; mas quando é o desejo espiritual

e a comunhão espiritual do espírito humano com o Grande Espírito, o Espírito Santo deve

estar presente em absoluto! Ele deve dar-lhe sua vida e poder, ou então, a verdadeira

oração nunca será apresentada; a coisa oferecida a Deus usará o nome e terá a forma,

mas a vida interior de oração estará muito longe disso.

Além disso, é claro a partir da coleção do nosso texto, que a interposição do Senhor Jesus

Cristo é essencial à oração aceitável; como a oração não será verdadeiramente oração sem

o Espírito de Deus, assim ela não será uma oração que prevalece sem o Filho de Deus!

Ele, o grande Sumo Sacerdote que deve ir além do véu por nós; não, através de Sua

Pessoa crucificada o véu deve ser inteiramente retirado! Até então, nos encontramos

afastados do Deus Vivo. O homem ou a mulher que, apesar do ensino da Escritura, tenta

orar sem um Salvador insulta a Divindade, e aquele que imagina que seus próprios desejos

naturais, chegando diante de Deus sem estarem aspergidos com o precioso sangue serão

um sacrifício aceitável diante de Deus, comete um erro! Ele não trouxe uma oferta que Deus

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pode aceitar mais do que se tivesse golpeado o pescoço de um cão, ou oferecido um sacri-

fício impuro. Operada em nós pelo Espírito, apresentada por nós, por meio do Cristo de

Deus, a oração torna-se poder diante do Altíssimo, somente assim e de nenhuma outra

maneira.

Por ordem, queridos amigos, para que eu possa despertar-vos à oração, nesta manhã, e

para que suas almas possam ser levadas a aproximarem-se do trono da graça, eu propus

tomar estas poucas palavras e tratá-las como Deus me habilitará. Vocês têm começado a

orar; Deus começou a responder; esta semana tem sido muito memorável na história desta

Igreja. Números maiores do que nunca de uma só vez vieram à frente para confessar a

Cristo como nítida resposta às súplicas do povo de Deus, como se a mão do Altíssimo

tivesse sido vista estendida do Céu entregando a nós as bênçãos que pedimos! Agora,

vamos continuar em oração, sim, vamos reunir forças em intercessão, e quanto mais conse-

guirmos, mais zelosos sejamos para que tenhamos mais e mais êxito! Não nos deixemos

estreitados em nossos próprios corações, uma vez que não está estreitado em nosso Deus.

Este é um bom dia, e um tempo de boas novas; e vendo que temos ouvido do Rei, estou

mui ansioso que devemos falar com Ele por milhares de outros, para que eles também, em

resposta às nossas súplicas, possam ser trazidos para perto de Cristo. Na tentativa de

explorar o texto nesta manhã, vou abordá-lo assim: Em primeiro lugar, aqui está um trono;

em seguida, em segundo lugar, aqui está a graça; então vamos colocar os dois juntos, e

vamos ver a graça em um trono; e colocá-los juntos em uma outra ordem, veremos a

soberania manifestando a si mesma, e resplandecente em graça.

I. O texto fala de um trono: “O trono da graça”. Deus deve ser visto em oração como nosso

Pai; que é o aspecto mais querido por nós, mas não devemos considerá-lO como se Ele

fosse como nós somos, pois o nosso Salvador tem qualificado a expressão: “Pai Nosso”,

com as palavras, “que estás no Céu”. E junto aos calcanhares deste nome condescendente,

a fim de nos lembrar de que nosso Pai ainda é infinitamente superior a nós, Ele nos manda

dizer: “Santificado seja o teu nome, venha o teu reino”, de modo que nosso Pai ainda deve

ser considerado como um Rei. E na oração não só chegamos aos pés de nosso Pai, mas

também ao trono do Grande Monarca do Universo! O Propiciatório é um trono, e não pode-

mos esquecer disso; e a oração deve ser sempre considerada por nós como uma entrada

nos tribunais da realeza do Céu; se queremos nos comportar como devem os cortesãos,

na presença de uma ilustre majestade, então não estamos em perda por conhecermos o

espírito correto em que devemos orar. Se na oração, chegamos a um trono, é claro que o

nosso espírito deve, em primeiro lugar, ser reverente e humilde; espera-se que o assunto

levado ao Rei manifeste homenagem e honra. Os orgulhosos que não reconhecem o Rei,

os traidores que se rebelam contra a Soberana Vontade devem, se forem sábios, evitar

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qualquer aproximação ao trono. Deixe o orgulho morder o meio-fio a uma distância; deixe

a traição espreitar pelos cantos, pois apenas a reverência humilde pode vir diante do Rei,

quando Ele senta vestido com Suas vestes de majestade. Em nosso caso, o rei diante do

qual chegamos é o mais alto de todos os monarcas, o Rei dos reis, o Senhor dos senhores!

Imperadores são apenas as sombras de Seu poder imperial; eles se denominam reis por

direito Divino, mas que direito Divino eles têm? O senso comum ri e escarnece de suas

pretensões!

Só o Senhor tem direito Divino, e a Ele somente o Reino pertence! Ele é o Bendito e único

Soberano. Aqueles são apenas reis nominais, são levantados, e colocados pela vontade

dos homens, ou pelo decreto da providência, mas Ele é, sozinho, o Senhor, o Príncipe dos

reis da terra:

“Ele não se senta em um trono precário,

Nem permite que seja emprestado.”

Meu coração, não se esqueça de prostrar-se em tal presença; se Ele é tão grande, coloque

a boca no pó diante dEle, pois Ele é mais poderoso do que todos os reis! Seu trono tem

influência em todos os mundos! O Céu obedece alegremente; o inferno treme da Sua

carranca; e a terra é obrigada a prestar-Lhe homenagem voluntária ou involuntariamente.

Seu poder edifica ou destrói! Criar ou esmagar, tanto um quanto outro é muito fácil para

Ele! Alma minha, certifique-se de que quando você se aproxima do Onipotente, que é como

um fogo consumidor, você tire os sapatos, e adore-O com mais humildade. Além disso, Ele

é o mais Santo de todos os reis; Seu trono é o grande Trono Branco, imaculado e claro

como cristal. “Os céus não são puros diante dele, e aos seus anjos atribui loucura” [Jó

15:15; 4:18]; e tu, uma criatura pecadora, com que humildade deve se aproximar de Deus?

Familiaridade pode haver, mas não deixe que seja ímpia; ousadia deve haver, mas não

deixe que seja impertinente. E lembre-se você está na terra, e Ele nos céus; você ainda é

um verme da terra, uma criatura esmagada pela traça, e Ele é o Eterno; antes que os

montes nascessem Ele era Deus, e se todas as coisas criadas devem passar de novo,

ainda assim Ele é o mesmo! Meus irmãos e irmãs, eu tenho medo de que não nos curvemos

como deveríamos diante da Majestade Eterna; mas a partir de agora, vamos pedir ao

Espírito de Deus para colocar-nos em um bom estado de espírito, para que cada uma de

nossas orações seja uma aproximação reverente à infinita Majestade nas alturas.

Há um trono, e, portanto, em segundo lugar, devemos nos aproximar com gozo devoto; se

eu me encontro favorecido pela graça Divina e estou entre aqueles benditos que frequen-

tam Seus átrios, não hei de sentir prazer? Eu poderia estar em Sua prisão, mas eu estou

diante do Seu trono; eu poderia ter sido expulso de Sua presença para sempre, mas é-me

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permitido aproximar-me dEle, até mesmo em Seu palácio real, em Sua câmara secreta e

graciosa audiência; não hei de ser grato? Não irá a minha gratidão subir em alegria, e não

hei de sentir que estou tão honrado que eu sou feito o destinatário de grandes favores

quando estou autorizado a orar? Porque é que o teu semblante estava triste, ó suplicante,

quando estavas diante do trono da graça? Se você estivesse diante do trono da Justiça

para ser condenado por suas iniquidades, suas mãos poderiam muito bem estar em seus

lombos; mas agora você está favorecido para vir diante do Rei em Suas vestes de seda de

Amor, deixe seu rosto brilhar com santo gozo! Se as suas tristezas são pesadas, diga-Lhe,

pois Ele pode aliviá-las; se os seus pecados são multiplicados, confesse-os, pois Ele pode

perdoá-los! Ó vocês cortesãos nos salões de tal monarca, exultai, e misturem louvores com

suas orações!

É um trono, e, portanto, em terceiro lugar, sempre que for abordado deve ser com total sub-

missão. Não oramos a Deus para instruí-lO quanto ao que Ele deve fazer; nem por um

momento devemos ter pretensão de ditar a linha do procedimento Divino. Estamos autori-

zados a dizer a Deus: “Assim e assim queremos ter isso”, mas temos de acrescentar cada

vez mais: “Mas, vendo que somos ignorantes e podemos estar confundidos; vendo que

ainda estamos na carne, e, portanto, pode ser causado por motivos carnais; não como nós

queremos, mas como Tu queres”. Quem deve ditar no trono? Nenhum leal filho de Deus

por um momento imagina que ele deva ocupar o lugar do Rei! Ele inclina-se diante dAquele

que tem o direito de ser o Senhor de todos, e embora ele profere seu desejo sinceramente,

com veemência, importunamente, e implora e pede mais uma vez, ainda assim, está cada

vez mais com esta necessária ressalva: “Tua vontade seja feita, meu Senhor, e se eu pedir

qualquer coisa que não está de acordo com a Tua vontade, o meu mais profundo desejo é

que Tu sejas bom o suficiente para negar o Teu servo. Vou tomar isto como uma resposta

verdadeira, se Tu me recusares, se eu pedir o que não parece bom aos Teus olhos”. Se

fôssemos constantemente lembrados disso, eu penso que seríamos menos inclinados a

pleitear determinadas solicitações diante do trono, pois sentiríamos: “Estou aqui em busca

de minha própria vontade, conforto e proveito, e talvez eu possa estar solicitando aquilo

que desonraria a Deus; portanto, falarei com a mais profunda submissão aos decretos

Divinos”.

Mas, irmãos, em quarto lugar, se é um trono, este deveria ser abordado com expectativas

aumentadas. Bem coloca o nosso hino:

“Você está vindo a um Rei,

Traga consigo grandes petições.”

Nós não nos achegamos, por assim dizer, na oração apenas ao tesouro de Deus, onde Ele

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distribui Seus favores aos pobres; nem chegamos à porta dos fundos da Casa da misericór-

dia para receber os restos quebrados, que, no entanto, é mais do que merecemos; nem

para comer as migalhas que caem da mesa do Mestre, que é mais do que poderíamos

reivindicar. Mas quando oramos, estamos de pé no Palácio, no chão brilhante do próprio

salão de recepção do grande Rei, e, assim, estamos em um terreno vantajoso! Na oração

nós estamos onde os anjos se inclinam com as faces cobertas; ali, mesmo ali onde os

querubins e serafins adoram diante desse mesmo trono é que as nossas orações ascen-

dem! E vamos nos achegar ali com pedidos atrofiados e estreitados, e com fé retraída?

Não, não se vem a um rei por estar dando moedas e cabras, Ele distribui amplamente peças

de ouro; Ele espalha não como homens pobres, pedaços de pão e carne ruim, mas ele faz

um banquete de coisas gordurosas, de coisas gordurosas cheias de medula, de vinhos

puros, bem purificados!

Quando o soldado de Alexandre foi perguntado sobre o que ele queria, ele não pediu pouco

segundo a pequena natureza de seus próprios méritos, mas ele fez uma demanda tão forte

que o tesoureiro real recusou-se a atendê-la, e levou o caso a Alexandre; e Alexandre em

direito real respondeu: “Ele sabe o quão grande é Alexandre, e ele pediu a um rei; deixe-o

ter o que ele pede”. Acautelai-vos, de imaginar que os pensamentos de Deus são como os

vossos pensamentos, e os Seus caminhos como os vossos caminhos! Não tragam diante

de Deus petições restritas e desejos estreitos, e digam: “Senhor, de acordo com estes”,

mas lembrem-se, tão alto quanto o céu está acima da terra, assim estão os Seus caminhos

acima dos vossos caminhos, e os Seus pensamentos acima dos vossos pensamentos.

Pedi, portanto, conforme a qualidade Divina, peça grandes coisas, pois você está diante de

um grande trono. Que sempre sentíssemos isso quando nos achegamos diante do trono da

graça, pois, então, Ele faria por nós muito mais abundantemente além daquilo que pedimos

ou pensamos.

E amado, posso acrescentar, em quinto lugar que o espírito certo para se aproximar do

trono da graça é o da firme confiança. Quem duvidaria do Rei? Quem se atreve a contestar

a Palavra imperial? Foi bem dito que se a integridade fossa banida dos corações de toda a

humanidade, ainda deveria habitar no coração dos reis; é vergonhoso para um rei mentir!

O mendigo mais pobre das ruas é desonrado por uma promessa quebrada, mas o que

podemos dizer de um rei, se sua palavra não pode ser acreditada? Que vergonha para nós,

se somos incrédulos diante do trono do Rei do Céu e da terra! Com o nosso Deus diante

de nós em toda a Sua glória, sentado no trono da graça, se atreverá o nosso coração a

dizer que desconfia dEle? Vamos imaginar ou que Ele não pode, ou que não cumprirá a

Sua promessa? Banidos sejam tais pensamentos blasfemos, e se eles têm que vir, que

venham sobre nós quando estamos em algum lugar nos arredores de seus domínios, se tal

lugar existe, mas não em oração quando estamos em Sua presença imediata, e O contem-

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plamos em toda a glória do Seu trono da graça! Certamente ali é o lugar para o filho confiar

em seu Pai, pois o súdito leal confia em seu monarca; e, portanto, longe estejamos de ser

vacilantes ou desconfiados! Firmeza de fé deve ser predominante, diante do propiciatório.

Apenas uma outra observação sobre este ponto, e isso é: se a oração está chegando diante

do trono de Deus, ela deve sempre ser realizada com a sinceridade mais profunda, e no

espírito que torna tudo real. Se você é desleal o suficiente para desprezar o Rei, pelo menos

para o seu próprio bem, não O escarneça na face, e quando Ele está em Seu trono; se você

ousa repetir palavras sagradas em qualquer lugar, de modo insincero, não deixe que seja

no palácio de Jeová! Se uma pessoa pede uma audiência com a realeza, e, em seguida,

diz: “Eu nem sei por que eu vim; eu não sei se eu tenho algo muito especial para solicitar;

eu não tenho nenhum processo muito urgente a pleitear”. Ele não seria culpado por tanta

loucura e baixeza? Quanto ao nosso grandioso Rei, quando ousarmos em Sua presença,

que tenhamos uma incumbência ali. Como eu disse em outro domingo, vamos tomar cuida-

do de não brincar em oração; isso é insolência para com Deus. Se eu sou chamado a orar

em público, eu não preciso ousar usar as palavras que são destinadas a agradar os ouvidos

dos meus companheiros de adoração, mas tenho que perceber que eu estou falando com

Deus, e que tenho negócios a tratar com o grande Senhor. E, na minha oração particular,

se, quando me levanto de minha cama de manhã me ponho de joelhos e repito algumas

palavras; ou quando eu me retiro para descansar à noite e passar pela mesma forma

regular, eu mais peco do que faço algum bem, sem que a minha alma fale ao Altíssimo.

Você acha que o Rei do Céu tem o prazer de ouvi-lo pronunciar palavras com uma língua

frívola e uma mente insensata? Você não O conhece! Ele é Espírito, e os que O adoram

devem adorá-lO em espírito e em verdade! Se você tiver algumas formas vazias no prato,

vá e derrame nos ouvidos dos tolos como você, mas não diante do Senhor dos Exércitos!

Se você tem certas palavras para expressar o que você anexa a uma supersticiosa reve-

rência, vá e as pronuncie nos tribunais espalhafatosos da prostituta Roma, mas não diante

do glorioso Senhor de Sião! O Deus espiritual procura adoradores espirituais, e os tais Ele

aceitará, somente os tais! Mas o sacrifício dos ímpios é abominável ao Senhor, e apenas

uma oração sincera é o Seu deleite. Amados, reúnam toda a sua atenção exatamente nisto:

a oração não é ninharia; é um ato eminente e elevado; é um privilégio grande e maravilhoso.

Sob o antigo império Persa a alguns da nobreza era permitido a qualquer momento vir ter

com o rei, e este era considerado o mais alto privilégio possuído por mortais. Você e eu, o

povo de Deus, temos uma licença, um passaporte para virmos diante do trono do Céu, a

qualquer momento que quisermos, e somos encorajados a ir ali com muita ousadia! Mas,

não esqueçamos que não é algo mediano ser um cortesão da corte do Céu e terra, adorar

Aquele que nos fez e sustenta nossa existência. Na verdade, quando tentamos orar, pode-

mos ouvir a Voz dizendo, desde a excelente glória: “dobre o joelho”. De todos os espíritos

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que veem ante face de nosso Pai que está no Céu, mesmo agora eu ouço uma voz que

diz: “Ó, vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor que nos criou. Por-

que ele é o nosso Deus, e nós povo do seu pasto e ovelhas da sua mão. Adorai ao Senhor

na beleza da santidade; tremei diante dele toda a terra” [Salmos 95:6-7; 96:9].

II. Deixe que o resplandecer e o brilho da palavra “trono” sejam demais para a visão mortal,

nosso texto agora nos presenteia com o brilho suave e gentil da encantadora palavra

“GRAÇA”. Somos chamados para o trono da graça, não ao trono da Lei. O rochoso Sinai

uma vez foi o trono da Lei, quando Deus veio ao Parã com 10.000 dos Seus santos. Quem

desejava aproximar-se de tal trono? Nem mesmo Israel. Os limites foram estabelecidos

sobre o Monte, e se, apenas um animal tocasse o Monte, seria apedrejado ou traspassado

com um dardo! Ó que vocês — os hipócritas que esperam poder obedecer à Lei, e pensam

que podem salvar-se por ela — olhassem para as chamas que Moisés viu, e se encolhes-

sem trêmulos e desesperados! Nós não nos aproximamos deste trono agora, pois, através

de Jesus o caso é alterado; para uma consciência purificada pelo sangue precioso não há

ira sobre o trono Divino; embora às nossas mentes atribuladas:

“Uma vez este foi um assento de ira ardente,

E lançava chamas devoradoras.

Nosso Deus pareceu um fogo consumidor,

E Zeloso era o Seu nome.”

E, bendito seja Deus, não temos nesta manhã que falar sobre o trono de Justiça Final.

Diante do qual todos nós iremos, e como muitos de nós temos crido, o encontraremos como

sendo um trono de graça, bem como de justiça, pois, Aquele que está assentado sobre o

trono não pronunciará nenhuma sentença de condenação contra o homem que é justificado

pela fé.

Mas eu não tenho te chamado nesta manhã, para o lugar de onde a trombeta da ressur-

reição soará de modo estridente e claro; ainda não vemos os anjos com suas espadas

vingativas saírem para ferir os inimigos de Deus; ainda não estão abertas as grandes portas

do abismo do inferno para engolir os inimigos que não tem o Filho de Deus reinando sobre

eles. Ainda estamos no terreno da oração, e pedindo uma reconciliação com Deus, e o

trono a que estamos por vir, e do qual falamos neste momento é o trono da graça. É um

trono criado propositalmente para a dispensação da graça; um trono do qual cada pronun-

ciação é enunciação da graça. O cetro que está estendido a partir dele é o cetro de prata

da graça; os decretos proclamados a partir dele são propósitos de graça; os dons que estão

espalhados para baixo de seus degraus de ouro são dons da graça, e aquele que está

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assentado sobre o trono é a própria graça! Este é o trono da graça para a qual nos aproxi-

mamos quando oramos, e deixe-nos por um momento ou dois pensarmos sobre isso, por

meio de incentivo para consolo daqueles que estão começando a orar. De fato, para todos

nós que estamos orando, homens e mulheres, se em oração eu venho diante do trono da

graça, então, as falhas das minhas orações serão esquecidas. No início de sua oração,

queridos amigos, vocês sentir-se-ão como se vocês não orassem; os gemidos de seu espí-

rito, quando vocês levantarem-se dos joelhos, são tais que vocês pensam que não há nada

neles; e quão apagada, suja e manchada oração é! Não se preocupem, vocês não vieram

ao trono de justiça, se não quando Deus percebesse a falha na oração Ele a desprezaria;

suas palavras falhas, seus suspiros e gagueira estão diante de um trono da graça!

Quando qualquer um de nós tem apresentado a sua melhor oração diante de Deus, se nós

víssemos como Deus vê, não há dúvida de que teríamos grande pranto sobre ela, pois há

pecado suficiente na melhor oração que já foi feita para assegurar que seja lançada para

longe de Deus! Mas não é um trono de justiça, repito, e aqui está a esperança para as

nossas mancas, hesitantes súplicas. Nosso Rei condescendente não mantém um cerimo-

nial imponente em Sua corte como o que tem sido observado em príncipes entre os ho-

mens, onde um pequeno erro ou uma falha assegurariam ao peticionário ser demitido em

desgraça. Oh, não! Os clamores defeituosos de Seus filhos não são severamente criticados

por Ele; o Supremo Senhor Tesoureiro do Palácio de cima, nosso Senhor Jesus Cristo, tem

o cuidado de alterar e modificar cada oração antes que Ele a apresente; Ele faz a oração

perfeita com a Sua perfeição, e prevalente com Seus próprios méritos. Deus olha para a

oração, tal como apresentada por meio de Cristo, e perdoa todas as suas próprias falhas

inerentes. Como isso deve encorajar qualquer um de nós que nos sentimos fracos, errantes

e inábeis na oração! Se você não pode suplicar a Deus como por vezes você fez em anos

passados; se você se sente como se de uma forma ou de outra você tem enferrujado no

trabalho de súplica, nunca desista, mas continue ainda, sim, e venha mais vezes, pois não

é um trono de severas críticas, é um trono de graça ao que você veio! Então, além disso,

na medida em que é um trono da graça, as falhas do próprio suplicante não impedem o su-

cesso de sua oração. Que falhas existem em nós! Quão inaptos estamos para chegarmos

diante do trono de Deus! Nós, que estamos todos contaminados com o pecado por dentro

e por fora; algum de vocês ousaria pensar em orar, se não fosse porque o trono de Deus é

um trono da graça? Se eu pudesse, eu confesso que eu não o faria. Um Deus absoluta e

infinitamente santo e justo, não poderia, em coerência com a Sua natureza Divina respon-

der a qualquer oração de um pecador como eu sou, se não fosse que Ele providenciasse

um plano pelo qual a minha oração chegue até Ele, já não em um trono de absoluta Justiça,

mas a um trono que também é o Assento de Misericórdia, o Propiciatório, o lugar onde

Deus se encontra com os pecadores na mediação de Jesus Cristo! Ah, eu não poderia

dizer-lhes: “Ore”, nem mesmo para vocês santos, a menos que fosse um trono da graça!

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Muito menos eu poderia falar de oração para vocês pecadores, mas agora eu vou dizer isso

para todo pecador aqui, embora ele pense de si mesmo como o pior pecador que já viveu,

clame ao Senhor e busque-O enquanto Ele pode ser encontrado! Um trono da graça é um

lugar adequado para você; vá de joelhos! Por simples fé vá para o seu Salvador, pois Ele

é quem é o trono da graça! É nEle que Deus é capaz de dispensar graça aos mais culpados

da humanidade. Bendito seja Deus, nem as falhas da oração, nem ainda as do suplicante

devem calar nossas súplicas ao Deus que Se deleita em corações quebrantados e contritos!

Se é um trono da graça, então, os desejos do suplicante serão interpretados. Se eu não

consigo encontrar palavras para expressar os meus desejos, Deus, em Sua graça lerá os

meus desejos sem as palavras; Ele compreende os Seus santos, o significado de seus

gemidos. Um trono que não fosse gracioso não poderia sensibilizar-se para interpretar as

nossas petições, mas Deus, o Ser infinitamente gracioso, irá mergulhar na alma de nossos

desejos, e Ele lerá ali o que nós não podemos falar com a língua. Você já viu uma mãe,

quando seu filho está tentando dizer alguma coisa, e ela sabe muito bem o que o pequeno

tem a dizer, e o ajuda quanto às palavras, pronunciando as sílabas para ele? E se o

pequeno tem quase esquecido o que ele queria dizer, você vê a mãe sugerir a palavra, e

assim o sempre bendito Espírito desde o trono da graça, nos ajudará, e nos ensinará

palavras, não, escreverá em nossos corações Seus próprios desejos!

Temos na Escritura casos onde Deus coloca palavras na boca dos pecadores. “Tomai con-

vosco palavras, e convertei-vos ao Senhor; dizei-lhe [Oséias 14:2]: ‘Recebe-nos graciosa-

mente e nos ame voluntariamente’”, diz Ele. Ele colocará os desejos, e colocará a expres-

são desses desejos em seu espírito por Sua graça; Ele direcionará os seus desejos para

as coisas que você deve buscar; Ele vai ensiná-lo às suas necessidades, embora você

ainda não as conheça; Ele irá sugerir-lhe Suas promessas para que você seja capaz de

pleiteá-las; Ele, de fato, é o Alfa e o Ômega para as suas orações, assim como Ele é a sua

salvação; como a salvação é do princípio ao fim por graça, desta forma a aproximação do

pecador ao trono da graça é por graça do início ao fim!

Que consolo é este! Não iremos nós, meus queridos amigos, com maior ousadia aproximar-

nos deste trono, como a sugar o doce significado desta preciosa Palavra de Deus: “O trono

da graça”? Se é um trono da graça, então, todas as necessidades de quem vem, serão

atendidas. O Rei desde tal trono não dirá: “Você deve Me trazer presentes; você deve Me

oferecer sacrifícios”. Não é um trono para receber homenagem; é um trono para a distri-

buição de presentes! Vinde, então, vocês, os pobres como a pobreza em si! Venham, vocês

que não têm méritos, e são destituídos de virtudes! Venham, vocês que são reduzidos a

uma falência mendicante pela Queda de Adão e por suas próprias transgressões! Este não

é o trono de majestade que se apoia pela tributação de seus súditos, mas um trono que se

glorifica pelo fluxo que sai como uma fonte com torrentes de coisas boas! Venham, agora,

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e recebam vinho e leite, que são dados de graça, sim, vinde e comprai vinho e leite sem

dinheiro e sem preço. Todas as necessidades do suplicante serão supridas, porque é um

trono da graça; e assim, todas as misérias dos suplicantes receberão misericórdia! Suponha

que eu venha para o trono da graça com o peso de meus pecados? Há Alguém no trono

que sentiu o peso do pecado há muitas eras atrás, e não se esqueceu de seu peso.

Suponha que eu venha carregado de tristeza? Há um Ser ali que conhece todos os sofri-

mentos a que a humanidade pode ser sujeita. Estou deprimido e angustiado? Tenho medo

de que o próprio Deus me abandou? Há Alguém sobre o trono, que disse: “Meu Deus, Meu

Deus, por que me desamparaste?”. É um trono de graça que se deleita em olhar para as

misérias da humanidade com olhos ternos, de modo a considerá-las, e aliviá-las. Venham,

então! Venham, então! Venham, então, vocês que não são apenas pobres, mas miseráveis;

você cujas misérias os levaram há muito tempo para a morte, e ainda a temem. Vocês os

cativos, venham em suas cadeias! Vocês escravos, venham com os ferros nas vossas

almas! Vocês que jazem nas trevas, venham para fora com os olhos vendados como vocês

estão; o trono da graça olhará para vocês, se vocês não podem olhar para ele, e dará a

vocês o que vocês não têm nada para dar em troca e vai libertá-los, embora vocês não

possam levantar um dedo para libertarem-se!

“O trono da graça”. A palavra cresce à medida que eu a reviro em minha mente, e para mim

é um reflexo mui deleitoso, que se eu chegar ao trono de Deus em oração, eu posso sentir

mil defeitos, mas ainda há esperança. Eu costumo sentir-me mais satisfeito com a minha

oração do que com qualquer outra coisa que eu faço; eu não acredito que é uma coisa fácil

orar em público, de modo a conduzir as devoções de uma grande congregação corretamen-

te; às vezes ouvimos pessoas elogiadas por pregar bem, mas se houver alguém capacitado

a orar bem, haverá um dom igual, e uma graça maior nele. Mas, irmãos e irmãs, suponha-

mos, em nossas orações há defeitos de conhecimento? É um trono da graça, e nosso Pai

sabe que temos necessidade dessas coisas. Suponham, há defeitos de fé? Ele vê a nossa

pequena fé, e ainda não a rejeita, pequena como ela é. Ele não mensura, em todo caso, os

nossos dons pelo nível de nossa fé, mas pela sinceridade e veracidade da fé. E se houver

defeitos graves, mesmo em nosso espírito, e falhas no fervor, ou na humildade da oração,

ainda, embora estes defeitos não devam existir lá e sejam deploráveis, a graça condes-

cende com tudo isso; ela perdoa todos estes, e ainda a sua mão misericordiosa está esten-

dida para nos enriquecer de acordo com as nossas necessidades. Certamente isso deve

induzir muitos que não oram a orar, e deve fazer com que nós, acostumados há muito

tempo a usar a arte consagrada de oração, nos aproximemos com maior ousadia do que

nunca ao trono da graça!

III. Mas, agora, em relação ao nosso texto como um todo, ele nos transmite a ideia de

GRAÇA ENTRONIZADA. É um trono, e o que se senta sobre ele? É a graça personificada

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que está aqui assentada em dignidade, e realmente, hoje a graça está em um trono. No

Evangelho de Jesus Cristo, a graça é o atributo mais predominante de Deus. Como vem a

ser tão exaltada? Nós respondemos, a graça tem um trono pela conquista. A graça desceu

à terra na forma do Bem-Amado, e juntou-se com o pecado. Longa e afiada foi a luta e a

graça parecia estar sendo pisada pelo pecado, mas a graça finalmente se assenhoreou do

pecado, o jogou em seus próprios ombros e, apesar de tudo, embora esmagada sob o peso,

a graça carregou o pecado até a cruz, e o pregou ali, matou-o lá, levou-o até à morte para

sempre e triunfou gloriosamente! Por esta causa, a esta hora a graça senta em um trono,

pois venceu o pecado humano, suportou a pena da culpa humana, e abateu todos os seus

inimigos. A graça, por outro lado, se senta no trono, pois, sentou-se ali por direito. Não há

injustiça na graça de Deus; Deus é tão justo quando Ele perdoa um crente, como quando

Ele lança um pecador no inferno.

Eu acredito na minha própria alma que há tanto, e tão pura justiça na aceitação de uma

alma que crê em Cristo, como haverá na rejeição daquelas almas que morrem impenitentes,

e são banidas da presença de Jeová. O sacrifício de Cristo permitiu a Deus ser justo e

justificador daquele que crê. Aquele que conhece a palavra “Substituição”, e pode apre-

ender o seu significado corretamente, verá que não há nada devido à justiça de qualquer

crente; Jesus Cristo pagou todas as dívidas do crente e Deus seria injusto se Ele não sal-

vasse aqueles por quem Cristo sofreu vicariamente, para quem a Sua Justiça foi concedida,

a quem é imputada. A graça está no trono pela conquista, e permanece lá por direito. A

graça está entronizada hoje, irmãos e irmãs, porque Cristo consumou a Sua obra, e

ascendeu ao céu. Está entronizada em poder. Quando falamos de Seu trono, nós quere-

mos dizer que ela tem poder ilimitado; a graça não se assenta no banquinho de Deus; a

graça não está nas cortes de Deus, mas ela se senta no trono! É o atributo reinante; ela

reina hoje. Esta é a dispensação da graça, o ano da graça, a graça reina pela justiça para

a vida eterna. Vivemos na era da reinante graça, tendo em vista que Ele vive sempre para

interceder pelos filhos dos homens, Jesus também é capaz de salvar perfeitamente os se

achegam a Deus por meio dEle.

Pecador, se você encontrasse a graça pelo caminho, como um viajante em sua jornada, eu

ordenaria você a familiarizar-se a ela, e pedir a sua influência; se você devesse reconhecer

a graça como um comerciante no comércio, com o tesouro na mão, eu ordenaria cortejar

sua amizade, pois isso enriquecerá você na hora da pobreza; se você visse a graça como

um dos nobres do Céu, altamente exaltados, eu ordenaria que você buscasse a sua aten-

ção. Mas, quando a graça se assenta no trono, peço-vos, para aproximarem-se dela de

uma vez! Ela não poderia estar mais elevada; ela não poderia ser mais excelente, pois está

escrito: “Deus é amor”, que é um apelido para a graça! Oh! venha e se curve diante dela!

Venha adorar a infinita misericórdia e graça de Deus! Não duvide, não pare, não hesite; a

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graça está reinando! A graça é Deus! Deus é Amor! Oh, que você, vendo a graça assim

entronizada, venha e a receba! Eu digo, então, que a graça está entronizada pela conquista,

por direito e por poder, e acrescentarei, está entronizada em glória, porque Deus glorifica a

Sua graça. É um de Seus objetivos fazer a Sua graça ilustre; Ele tem prazer em perdoar os

penitentes, e assim mostrar a Sua graça perdoadora; Ele tem prazer em olhar para

peregrinos e restaurá-los, para mostrar Sua graça restauradora; Ele tem prazer em olhar

para o coração partido e confortá-lo, para que Ele possa mostrar a Sua graça consoladora.

Há graça de vários tipos para ser obtida, ou melhor, a mesma graça atuando de diferentes

maneiras, e Deus Se deleita em fazer a Sua graça gloriosa. Há um arco-íris rodeando o

trono semelhante à esmeralda, a esmeralda de Sua compaixão e Seu amor. Ó almas felizes

que podem crer nisso e acreditando que possam vir imediatamente e glorificar a graça,

tornando-se exemplos de Seu poder!

IV. Por último, o nosso texto, se lido corretamente, tem em si esta SOBERANIA RESPLAN-

DECENTE EM GLÓRIA — A GLÓRIA DA GRAÇA. O propiciatório é um trono, embora a

graça esteja ali, ainda é um trono; a graça não desloca a soberania. Ora, o atributo da

soberania é muito alto e terrível, sua luz é como uma pedra de jaspe, preciosíssima, e como

uma pedra de safira, ou, como Ezequiel chama “de terrível cristal” [Ezequiel 1:22]. Assim

diz o Rei, o Senhor dos Exércitos: “Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei

misericórdia de quem eu tiver misericórdia... Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus

replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? Ou

não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e

outro para desonra? [Romanos 9:15, 20-21]. Estas são grandiosas e terríveis palavras, e

não devem ser replicadas. Ele é um Rei, e Ele fará o que quiser; ninguém poderá deter a

mão, nem lhe dizer: “O que fazes?”. Mas, ah, que nenhum de vós esteja abatido pelo pensa-

mento de Sua soberania, eu convido vocês para o texto. É um trono, ali há Soberania. Mas,

para cada alma que sabe orar, cada alma que por fé vem a Jesus, o verdadeiro propicia-

tório, a soberania Divina não possui nenhum aspecto sombrio e terrível, mas está cheio de

amor! É um trono da graça de onde deduzo que a soberania de Deus para um crente, para

um suplicante, para aquele que se aproxima de Deus em Cristo, é sempre exercida em

pura graça. Para você, para você que vem a Deus em oração, a soberania opera sempre

assim: “Terei misericórdia daquele pecador que não merece, embora nele não haja nenhum

mérito; ainda assim, porque Eu posso fazer o que quero do que é Meu, Eu vou abençoá-lo;

vou fazê-lo Meu filho; vou aceitá-lo. Ele será Meu no dia em que eu reunir minhas joias”.

Sobre o propiciatório, Deus nunca exercita a soberania a não ser em forma de graça! Ele

reina, mas neste caso a graça reina pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo nosso

Senhor.

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Existem essas duas ou três coisas a serem pensadas, e eu fiz. No trono da graça, a sobe-

rania está localizada sob laços de amor. Devo falar com palavras específicas aqui, e devo

hesitar e fazer uma pausa para obter sentenças corretas, para que eu não erre, enquanto

me esforço para falar a verdade em simplicidade. Deus fará o que quiser, mas no propicia-

tório Ele está sob obrigações; obrigações de Sua própria autoria, pois Ele entrou em Aliança

com Cristo, e assim em Aliança com o Seu Escolhido. Embora Deus sempre será um

soberano, Ele nunca quebrará a Sua Aliança, nem alterará a Palavra que saiu de Sua boca.

Ele não pode negar um Pacto de Sua própria criação. Quando eu venho para Deus, em

Cristo, a Deus no propiciatório, não preciso imaginar que por qualquer ato de soberania,

Deus deixará de lado a Sua Aliança. Isso não pode ocorrer, é impossível. Além disso, no

trono da graça, Deus é novamente vinculado a nós por Suas promessas. O Pacto contém

em si muitas promessas graciosas, extremamente grandes e preciosas. “Pedi, e dar-se-

vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á” [Mateus 7:7]. Ainda que Deus tenha

dito esta Palavra ou uma Palavra para esse efeito, foi na Sua própria opção de ouvir a

oração ou não, mas não é assim agora. Pois agora, se é a verdadeira oração é feita por

meio de Jesus Cristo, a Sua verdade O faz ouvi-la! Um homem pode ser perfeitamente livre,

mas no momento em que ele faz uma promessa, ele não é livre para quebrá-la; e o Deus

Eterno não quebrará a Sua promessa; Ele tem prazer em cumpri-la; Ele declarou que todas

as Suas promessas são Sim e Amém em Cristo Jesus. Mas para o nosso consolo, quando

observamos a Deus sob o aspecto alto e terrível de um soberano, temos isso para refletir:

que Ele está sob vínculos do Pacto, em relação à promessa de ser fiel às almas que O

buscam. Seu trono deve ser um trono da graça para o Seu povo!

E novamente o mais doce pensamento de todos, cada promessa da Aliança foi confirmada

e selada com sangue, e longe esteja do Deus Eterno derramar desprezo sobre o sangue

do Seu Filho amado! Quando um rei envia uma carta para uma cidade, Ele pode anterior-

mente ter sido absoluto, e pode não ter havido nada para verificar suas prerrogativas, mas

quando a cidade tem a sua carta, então, pleiteia seus direitos perante o rei. Semelhante-

mente, Deus deu ao Seu povo uma carta régia de bênçãos incontáveis, concedendo-lhes

as fiéis misericórdias de Davi. Muito da validade de uma carta depende da assinatura e o

selo, e, meu amado, quão firme é a Carta do Pacto da Graça! A assinatura é a caligrafia do

próprio Deus, e o selo é o sangue do Unigênito! O Pacto está ratificado com sangue, o

sangue do Seu próprio Filho amado; não é possível que possamos pleitear em vão com

Deus quando pleitearmos o sangue que selou a Aliança, em tudo bem ordenada e segura!

O céu e a terra passarão, mas o poder do sangue de Jesus com Deus não pode falhar! Ele

fala quando estamos em silêncio, e ele prevalece quando somos derrotados. Melhores

coisas dos que o de Abel ele pede, e seu clamor é ouvido. Vamos com confiança, pois,

levemos a promessa em nossos corações; quando nos sentirmos aterrorizados por causa

da soberania de Deus, cantemos alegremente:

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“O Evangelho eleva o meu espírito,

A um Deus fiel e imutável

Estabelece as bases para a minha esperança

Em juramentos, promessas e sangue.”

Que Deus, o Espírito Santo, nos ajude a usar corretamente, deste momento em diante: “O

trono da graça”. Amém.

ORE PARA QUE O ESPÍRITO SANTO use este sermão para trazer muitos

Ao conhecimento salvador de JESUS CRISTO.

Sola Scriptura!

Sola Gratia!

Sola Fide!

Solus Christus!

Soli Deo Gloria!

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10 Sermões — R. M. M’Cheyne

Adoração — A. W. Pink

Agonia de Cristo — J. Edwards

Batismo, O — John Gill

Batismo de Crentes por Imersão, Um Distintivo

Neotestamentário e Batista — William R. Downing

Bênçãos do Pacto — C. H. Spurgeon

Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse

Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a

Doutrina da Eleição

Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos

Cessaram — Peter Masters

Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da

Eleição — A. W. Pink

Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer

Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida

pelos Arminianos — J. Owen

Confissão de Fé Batista de 1689

Conversão — John Gill

Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs

Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel

Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon

Deus Salva Quem Ele Quer! — J. Edwards

Discipulado no T empo dos Puritanos, O — W. Bevins

Doutrina da Eleição, A — A. W. Pink

Eleição & Vocação — R. M. M’Cheyne

Eleição Particular — C. H. Spurgeon

Especial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A —

J. Owen

Evangelismo Moderno — A. W. Pink

Excelência de Cristo, A — J. Edwards

Gloriosa Predestinação, A — C. H. Spurgeon

Guia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. Pink

Igrejas do Novo Testamento — A. W. Pink

In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah

Spurgeon

Incomparável Excelência e Santidade de Deus, A —

Jeremiah Burroughs

Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvação

dos Pecadores, A — A. W. Pink

Jesus! – C. H. Spurgeon

Justificação, Propiciação e Declaração — C. H. Spurgeon

Livre Graça, A — C. H. Spurgeon

Marcas de Uma Verdadeira Conversão — G. Whitefield

Mito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. Chantry

Natureza da Igreja Evangélica, A — John Gill

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Natureza e a Necessidade da Nova Criatura, Sobre a —

John Flavel

Necessário Vos é Nascer de Novo — Thomas Boston

Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A — C. H.

Spurgeon

Objeções à Soberania de Deus Respondidas — A. W.

Pink

Oração — Thomas Watson

Pacto da Graça, O — Mike Renihan

Paixão de Cristo, A — Thomas Adams

Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado — J. Edwards

Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural —

Thomas Boston

Plenitude do Mediador, A — John Gill

Porção do Ímpios, A — J. Edwards

Pregação Chocante — Paul Washer

Prerrogativa Real, A — C. H. Spurgeon

Queda, a Depravação Total do Homem em seu Estado

Natural..., A, Edição Comemorativa de Nº 200

Quem Deve Ser Batizado? — C. H. Spurgeon

Quem São Os Eleitos? — C. H. Spurgeon

Reformação Pessoal & na Oração Secreta — R. M.

M'Cheyne

Regeneração ou Decisionismo? — Paul Washer

Salvação Pertence Ao Senhor, A — C. H. Spurgeon

Sangue, O — C. H. Spurgeon

Semper Idem — Thomas Adams

Sermões de Páscoa — Adams, Pink, Spurgeon, Gill,

Owen e Charnock

Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de

Deus) — C. H. Spurgeon

Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A — J.

Edwards

Sobre a Nossa Conversão a Deus e Como Essa Doutrina

é Totalmente Corrompida Pelos Arminianos — J. Owen

Somente as Igrejas Congregacionais se Adequam aos

Propósitos de Cristo na Instituição de Sua Igreja — J.

Owen

Supremacia e o Poder de Deus, A — A. W. Pink

Teologia Pactual e Dispensacionalismo — William R.

Downing

Tratado Sobre a Oração, Um — John Bunyan

Tratado Sobre o Amor de Deus, Um — Bernardo de

Claraval

Um Cordão de Pérolas Soltas, Uma Jornada Teológica

no Batismo de Crentes — Fred Malone

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2 Coríntios 4

1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;

2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem

falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,

na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3 Mas, se ainda o nosso evangelho está

encoberto, para os que se perdem está encoberto. 4 Nos quais o deus deste século cegou os

entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória

de Cristo, que é a imagem de Deus. 5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo

Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus,

que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,

para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porém,

este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.

9 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;

10 Trazendo sempre

por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus

se manifeste também nos nossos corpos; 11

E assim nós, que vivemos, estamos sempre

entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na

nossa carne mortal. 12

De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13

E temos

portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,

por isso também falamos. 14

Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará

também por Jesus, e nos apresentará convosco. 15

Porque tudo isto é por amor de vós, para

que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de

Deus. 16

Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o

interior, contudo, se renova de dia em dia. 17

Porque a nossa leve e momentânea tribulação

produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18

Não atentando nós nas coisas

que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se

não veem são eternas.